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INSTITUTO CAMILLO FILHO

7º PERÍODO – TARDE

DISCIPLINA: DIREITO DE FAMÍLIA

PROFº: ALCI MARCUS

ALUNO(a): LARISSA MARTINS RIBEIRO

CASAMENTO PUTATIVO

ABRIL/2011
CONCEITO

A lei por uma ficção atribui ao casamento nulo, e mesmo anulável, os efeitos do
casamento válido, até a data da sentença que o invalidou, levando em consideração a boa fé
de ambos os contraentes ou de um deles.
Dispõe o art. 1.561 do CC:
“Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o
casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos civis até ao dia da
sentença anulatória”.
De fato, é princípio do nosso direito de família que nenhum casamento se dissolve pela
nulidade sem ação competente e, enquanto não haja sentença anulatória. Entre os efeitos
civis do casamento está o direito de meação sobre os aquestos, a herança dos filhos, além do
direito do cônjuge sobrevivente ser nomeado para o cargo de inventariante.
Quando o cônjuge age de má-fé não possui nenhum dos direitos citados, tanto que se
ambos estiverem de má-fé, o casamento nulo não produz nenhum efeito, pois retornam ao
estado anterior como se o ato não tivesse sido realizado. Nesse caso, os filhos serão
considerados como havidos fora do casamento e nenhum direito tem um contraente em
relação ao outro, com relação aos bens, não havendo meação entre eles, apenas cada um tem
direito aos bens que possuíam ao se casar. Com relação aos bens adquiridos durante o
casamento, considera-se uma sociedade de fato, havendo divisão dos bens. Os direitos de
terceiros não ficaram prejudicados, desde que tenham agido de boa-fé.
Quando o casamento nulo ou anulável é contraído por ambos os cônjuges de boa-fé,
ou mesmo de um deles é chamado de putativo. Tal fato se dá, porque a boa-fé é baseada na
ignorância do erro que recai no casamento, tornando-o nulo ou anulável.

EFEITOS DA PUTATIVIDADE

De acordo com o §º 1º do art. 1.561: “Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar
o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão”. Se pelo menos um dos
cônjuges ignorava os vícios que impediam sua validade, tanto em relação a eles como no
tocante aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória.
Para os cônjuges que agirem de má-fé, dispõe o mesmo artigo no seu §º 2: “Se ambos
os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos,
aproveitarão”. Logo, pronunciada a nulidade, nenhum direito tem um contraente em relação
ao outro, principalmente em relação aos bens, conde cada cônjuge se retirará, não com a
metade, mas com os bens com que entrara no momento da realização do ato. Os bens
adquiridos durante o casamento serão divididos entre eles, já que formaram uma sociedade
de fato.
Mas, se ambos tiverem agido de boa-fé a lei beneficiará a ambos até certo ponto, ou
seja, o casamento produz todos os efeitos civis até o dia da sentença anulatória, dissolvendo-
se a sociedade conjugal como se ocorresse a morte de um dos cônjuges, ou seja, haverá a
divisão dos bens se o casamento se realizou sob o regime da comunhão. Se, no entanto,
apenas um dos cônjuges estava de boa-fé, somente a este aproveitarão os efeitos civis do
casamento putativo, cuja boa-fé persiste até o momento em que o cônjuge enganado
descobre que o matrimônio não poderia ter sido contraído, cumprindo-lhe a iniciativa do
pedido de decretação de nulidade e, como medida preliminar, a separação de corpos, como
diz o art. 1.562: “Antes de mover a ação de nulidade do casamento, a anulação, a de separação
judicial, a de divórcio direto ou a de dissolução de união estável, poderá requerer a parte,
comprovando sua necessidade, a separação de corpos, que será concedida pelo juiz com a
possível brevidade.” E quanto aos direitos de terceiros, estes não ficarão prejudicados, desde
que tenham agido de boa-fé.

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