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A escola está inserida em um ambiente em constante mudança. Novas


tecnologias, novas culturas, diferentes pessoas impulsionam a mudança dentro
da escola. Dessa forma, a escola tem que estar sempre em sintonia com o
ambiente externo, pronta para se adaptar aos novos cenários.
De acordo com Pris (1992, p. 23);

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De acordo com a citação pode-se dizer que apesar de se manifestarem


em diversas realidades, percebe-se que as práticas de gestão escolar
existentes na maioria das escolas podem ser percebidas como vinculadas a
duas formas básicas, sendo uma delas uma autoritária e a outra democrática.
Nesse sentido, em termos gerais, a gestão autoritária defende a centralização
de processos decisórios através da figura do diretor, do professor em sala de
aula ou, ainda, de outros grupos dentro da escola.
Dentro de uma direção, nota-se que a gestão democrática caracteriza -se
por entender que todos devem conhecer e interferir quando necessário, nos
princípios da gestão e principalmente nos processos que eles orientam, de
modo que seja possível decidir e direcionar os rumos que a escola deverá
tomar. Observe como Gadotti e Romão (1997, p. 35), pesquisadores deste
tema, estabelecem esta relação:

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Dentro dessa perspectiva, uma proposta de gestão democrática e


participativa expressa uma ação mútua entre toda a comunidade escolar, no
qual as atividades devem ser pensadas em conjunto, devendo resultar de
decisões levantadas coletivamente em comum acordo com todos os
envolvidos. No entanto, um ponto fundamental a ser levado em consideração e
que não pode ser esquecido é o fato de que uma proposta de gestão
democrática acontece em um processo de construção permanente e contínuo.
A gestão democrática de uma escola representa a interação entre os
diversos segmentos da comunidade escolar visando o melhor aprendizado e a
formação de cidadãos conscientes de seus deveres e direitos. Na medida em
que toda comunidade escolar estiver envolvida na busca de objetivos em
comum, suas ações estarão voltadas para o atendimento das metas almejadas,
que sendo bem programadas e planejadas terão como resultados uma
aprendizagem efetiva e a formação de cidadãos críticos, conscientes e
participativos no meio em que vivem. ( autor e ano)
Nessa ótica, a gestão democrática na escola é percebida como sendo
um meio capaz de possibilitar maior envolvimento dos profissionais da
educação com o planejamento na busca das melhorias necessárias, bem como
a tomada de decisões na prática cotidiana. Desse modo, tendo como foco
principal a escola e o aluno, a probabilidade de autonomia e sucesso da escola
serão ampliadas. A esse tipo de administração participativa é creditado o
alargamento de espaços para incorporar a capacidade criativa e solidária das
comunidades escolar e local. Tal prática favorece o despertar de iniciativas e
programas a partir das interlocuções, dos diálogos, da crítica e da reflexão,
como resposta aos anseios e às necessidades da escola pública e da
sociedade que a financia.
Frente ao exposto, não é possível e muito menos admissível que nos
dias atuais, o foco das preocupações da administração das escolas ainda seja
a própria escola e seu corpo de alunos a partir da vivência de sua equipe
escolar, deixando de lado a família desses alunos. O termo equipe escolar,
está sendo empregado no sentido mais amplo, abraçando as comunidades
escolar e local que estejam ativam ente engajadas no cotidiano escolar. O
termo envolve inclusive corpo docente, técnico -administrativo, discentes e seus
familiares, colegiado escolar e lideres comunitários.
Reconhecemos, entretanto, que a gestão democrática fa z parte de um
processo coletivo, cujo requisito principal é a participação efetiva de todos. É
possível que somente a prática reiterativamente vivenciada no cotidiano
demonstrará o conteúdo de uma gestão dessa natureza.
A administração da escola constitui um instrumento de mediação das
relações de poder dentro dela. Quando administrada no sistema de gestão
participativa com autonomia escolar, haverá lugar para a autoridade do
professor, para a participação do aluno e para o envolvimento dos pais e da
comunidade no seu processo de decisã o.
A importância da participação na gestão da escola implica em garantir o
poder real de fazer parte do processo de decisão, tanto no nível microssocial
como no macrossocial, por parte de todos os envolvidos na comunidade
escolar, ou seja, os alunos, seus familiares, professores, dirigentes, dos demais
funcionários da escola e se possível, de grupos sociais organizados. Dessa
forma, esta participação implica em que estes envolvidos tenham um papel de
participação ativa nas decisões a serem levantadas e deci didas sobre a
elaboração das propostas políticas educacionais necessárias no ambiente
escolar, sua execução e o controle de sua aplicação (PRIS, 1992).
Nesse sentido, a participação na gestão da escola ocorrerá numa gama
variada de possibilidades, visto qu e existe uma variedade diversificada de
pessoas envolvidas nas decisões a serem tomadas na escola. Nesse processo,
é possível que pais e professores possuam o poder de cogestão, mas aos
alunos pode ser concedido apenas o poder de consulta. Assim, a adoção de
um estilo participativo de gestão da escola passará a constituir uma forma
concreta de contribuir para o desenvolvimento da democracia na escola e na
sociedade.
Nesse sentido, a escola se transforma seu espaço físico em centros de
atração e de exercício das atividades da comunidade, onde os pais e as mães
dos alunos podem praticar diariamente diversas atividades. Dessa forma, a
escola da comunidade permanece aberta vinte e quatro horas por dia para os
residentes do bairro e se torna um centro de encontr o, um instrumento de
educação continuada e um agente de promoção cultural para jovens e adultos.
( autor ano)
Dentro dessa perspectiva, a escola participativa tem como intenção
colaborar ativamente com a promoção social através de campanhas culturais,
oferecendo serviços à comunidade, realizando feiras culturais, campanhas de
assistência jurídica, saúde, dentre outros, de acordo com as necessidades do
espaço escolar, bem como a idade dos alunos. Assim, a escola estará se
tornando em um espaço coletivo e familiar para o bairro, um espaço a serviço
das atividades culturais, educativas, esportivas e de lazer de seus residentes.
Portanto, dentro desse processo de participação e de tomada de decisão
coletiva, o aluno é o centro e o elemento principal a ser atend ido, tendo a
escola a função de levá-lo a participar da realização desses eventos, bem
como da sua participação na tomada de decisões nos demais assuntos que lhe
dizem respeito.
O exercício da democracia, participando das decisões no ambiente
escolar dá aos alunos autonomia no exercício do seu papel de autênticos co -
gestores do ensino, na medida em que a escola dá -lhe o direito de participação
e decisão consultada. (PRIS, 1992). Assim, o aluno vai à escola não só para
aprender teoricamente a exercer o direito de participação , mas, para
efetivamente exercê-lo já na escola. A representação de alunos na gestão
participativa pode ser através de representantes no colegiado da escola, no
conselho escolar e grêmio estudantil.
Dessa forma, o papel do professor, dentro da gestão democrática é de
um educador como um gestor que colabora na organização das atividades
escolares e que compartilha dessas responsabilidades com toda a comunidade
escolar. Para tanto, a participação de representantes do professorado no
colegiado da escola é importantíssimo e constitui um instrumento de
fortalecimento do seu poder, visto que eles também se tornam responsáveis
pela administração da escola a partir do mo mento em que participam da
solução de seus problemas. ( autor ano)
O direito inalienável dos pais a participar na educação de seus filhos no
contexto formal da escola é uma conquista recente, especialmente em
democracias retardatárias. Durante muito tempo, a presença dos pais na
escola se manteve postergada, quando não rechaçada, combatida e
contestada.
Como pais e professores são responsáveis pela mesma missão de
educar os jovens, os professores precisam convencer-se de que a presença
dos pais na escola, se responsavelmente conduzida, será um instrumento de
melhoria da qualidade de seu trabalho pedagógic o. Para tanto, os pais,
precisam perder o sentimento de inferioridade como se colocam perante os
professores, como profissionais da educação.
Como os primeiros educadores naturais e como os titulares da
responsabilidade primária da educação ( PRIS, 1992), os pais precisam adquirir
confiança em si mesmos, tomando consciência de seus direitos e deveres e
acima de tudo de buscar mais informações sobre como vem se efetivando a
educação de seus filhos, assumindo assim, a responsabilidade em relação aos
problemas enfrentados na escola e das mudanças necessárias, bem como no
controle dos resultados do trabalho pedagógico da escola.
A gestão democrática na escola constitui uma forma de gestão, na qual
toda a comunidade escolar assume as reais possibilidades de part icipar,
decidir, discutir, sugerir, modificar ações e projetos, dentre outros. Dessa
forma, em conjunto, no intuito de atingir seus objetivos, a comunidade escolar
estará lutando e buscando alternativas por uma educação de qualidade.
A questão da democrati zação da escola tem sido analisada sob três
aspectos: democratização como ampliação do acesso à instituição
educacional; democratização dos processos pedagógicos e democratização
dos processos administrativos (GANDIN, 2001).
Os educadores encaram a democratização como o desenvolvimento de
processos pedagógicos que permitam a permanência do educando no sistema
escolar, através da ampliação de oportunidades educacionais.
Assim, a gestão democrática em educação está intimamente articulada
ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos, de classe,
dos trabalhadores, extrapolando as batalhas internas da educação
institucionalizada, e sua solução está condicionada à questão da distribuição e
apropriação da riqueza e dos benefícios.
De acordo com Gandin (2001), o diretor de escola tem como funções
básicas as ações de organizar e administrar, tendo em vista as orientações
superiores, atribuindo a todo e qualquer problema uma dimensão puramente
administrativa isolando-o do todo social que é de onde provêm suas causas,
ignorando suas implicações pedagógicas.
Nesse sentido, a principal função do administrador escolar é realizar
uma liderança política, cultural e pedagógica, sem perder de vista a
competência técnica para administrar a instituição que dir ige, demonstra que o
diretor e a escola contam com possibilidades de, em cumprimento com a
legislação que os rege, usar sua criatividade e colocar o processo
administrativo a serviço do pedagógico e assim facilitar a elaboração de
projetos educacionais que sejam resultantes de uma construção coletiva dos
componentes da escola.
Para tanto, o Regimento Escolar deve expressar o estágio da
consciência da comunidade onde está sendo aplicado, por isso, deverá ser a
fiel expressão de uma escola livre e democrática a serviço dos interesses da
maioria da população, como requer a sociedade atual.
A escola tem a autonomia de, coletivamente, montar seu calendário e
seu horário, seu regimento interno, de modo que, não fugindo ao que está
legalmente estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, e
desde que tais ações possibilite melhores condições de ensino e
aproveitamento do tempo escolar, e que esteja voltado para o atendimento das
necessidades de sua comunidade, ou seja, o diretor da escola e a comuni dade
escolar pode elaborar e desenvolver uma proposta curricular (GADOTTI &
ROMÃO, 1997).
Nesse sentido, a criação do Conselho Escolar é de fundamental
importância, pois, o processo de discussão nas comunidades escolares através
das reuniões organizadas pelo mesmo implanta a ação conjunta com a co-
responsabilidade de todos no processo educativo na busca da melhoria do
ensino e de uma sociedade humana mais democrática.
Para a sociedade, e para trabalhadores em educação, a democracia da
escola e o único caminho para reconstruir uma escola pública de qualidade que
atenda as reais necessidades dos alunos .

1.2 CONCEITO DE GESTÃO DEMOCRÁTICA

Iniciaram no século XX o debate em torno do significado e da


importância da participação popular junto às escolas pública s e a necessidade
de criação de canais para esta participação.
Esta movimentação se materializa, no campo educacional, com
iniciativas pela implantação de mecanismos participativos em diversas redes
escolares, potencializando discussões em torno da democr atização da gestão
das escolas públicas. Ocorre a substantivação do adjetivo democrático que,
incorporado à palavra gestão, acaba por definir um novo conceito: gestão
democrática.
A palavra   
 vem do latim ad (direção, tendência para) e
minister (subordinação ou obediência) e significa aquele que realiza uma
função abaixo do comando de outrem, isto é, aquele que presta um serviço a
outro. TRAZER A PALAVRA GESTÃO

Tendo sua origem na Grécia Antiga, a palavra 


significa (do
grego demos, "povo", e kratos, "autoridade´).
No dicionário Howeis, a palavra democracia significa forma de governo
em que o povo elege livremente seus representantes e exerce a soberania do
Estado mediante um sistema partidário pluralista, com librdade de imprensa, de
manifestação, de associação e de organização política e respeito aos direitos
civís e individuais do cidadão. 2 - Estado que adota essa forma de governo.
A palavra democracia traz em seu significado uma forma de organização
política, que reconhece a cada um dos membros da comunidade o direito de
participar, opinar e decidir acerca da direção e gestão dos assuntos públicos.
Assim, entende-se que a democracia é um ato exercido, na maioria dos países,
pois, é uma forma de governo do povo e para o povo, onde as pessoas podem
participar da vida política de seu país ou instituições educacionais. Esta
participação pode ocorrer através de eleições, plebiscitos e referendos. Dentro
de uma democracia, as pessoas possuem liberdade de expressão e
manifestações de suas opiniões.
Considerando a origem etimológica do termo, Cury (2002, p. 165)
afirmou que a gestão "(...) é a geração de um novo modo de administrar uma
realidade e é, em si mesma, democrática já que se traduz pela comunicação,
pelo envolvimento coletivo e pelo diálogo". A riqueza dessa noção, para ele, se
faz ainda mais significativa ao se traduzir em movimento histórico a exigir
novas relações de poder entre governantes e governados.
Bem como a administração geral, a administração escolar pode ser
dividida em modelos de gestão. Essa divisão baseia -se, principalmente, nos
estudos de Max Weber, um dos fundadores do pensamento sociológico e
influência na escola burocrática da administraçã o geral.
Denomina-se democracia (do grego demos, "povo", e kratos, poder) uma
forma de organização política que reconhece a cada sujeito, como membro da
comunidade, o direito de participar da direção e da gestão dos assuntos
públicos. Assim, pode-se afirmar que democracia é um regime de governo no
qual o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos,
que são os componentes da sociedade. É ao povo ou à comunidade a quem
cabe discutir, refletir, pensar e encontrar soluções e intervenções para os seus
próprios problemas.
A origem da palavra Gestão advém do verbo latino gero, gessi, gestum,
gerere, cujo significado é levar sobre si, carregar, chamar a si, executar,
exercer e gerar. Desse modo, gestão é a geração de um novo modo de
administrar uma realidade, sendo, então, por si mesma, democrática, pois
traduz a idéia de comunicação pelo envolvimento coletivo, por meio da
discussão e do diálogo. ( autor e ano
Para Saviani (1997, p. 120), ´gestão significa tomada de decisões,
organização, direção. Relaciona-se com a atividade de impulsionar uma
organização a atingir seus objetivos, cumprir suas responsabilidades. Gestão
da educação significa ser responsável por garantir a qualidade de uma
³mediação no seio da prática social global´
Diante do exposto, percebe-seque a expressão "gestão democrática" já
esta incorporada ao glossário pedagógico da escola pública Brasileira desde a
década de 1970. (SAVIANI, 1997). Dizem que a educação, sozinha não pode
fazer a transformação social e que tão pouco ela se efetivará e se consolidará
sem a educação (GADOTTI, 1997). Nesse mesmo sentido, não se pode pensar
que a gestão democrática na escola possa resolver todos os problemas de um
estabelecimento de ensino ou da educação. No entanto, sua implementação é
hoje uma exigência da própria sociedade que a vê como um dos possíveis
caminhos para a democratização do poder na escola e na própria sociedade.
Ao contrário do que se espera de uma gestão democrática, a
administração autocrática, isto é, a que centraliza todas as decisões e todo o
poder nas mãos da diretora, do diretor ou da própria Secretária de Educação,
acaba gerando uma sobrecarga de trabalho e, por conseguinte, estabelecendo
relações conflituosas no âmbito escolar, o que reflete no in sucesso dos alunos.
Por outro lado, é importante observar que a atuação do(a) diretor(a),
suas atribuições e seu vínculo com a escola se alteram dependendo da forma
como ele foi escolhido e de acordo com o tipo de gestão que é implementada
na unidade escolar.
Sabe-se que a função social da escola é formar para a cidadania e, para
isso, ela deve dar o exemplo. A gestão participativa da escola é um passo
importante no aprendizado da democracia. A escola não tem um fim em si
mesma. Ela está a serviço da comunidade. Nisso, a gestão democrática da
escola está prestando um serviço também à comunidade que a mantém.
Querendo ou não, a prática cotidiana contribui para reforçar ou superar
determinadas formas de agir e pensar. É necessário que os educadores
tenham consciência de sua prática e saibam a serviço de que projeto de
sociedade ela está.
O aluno aprende quando ele se torna sujeito de sua aprendizagem . Para
tanto, ele precisa participar das decisões que dizem respeito ao projeto da
escola, projeto esse inserido no projeto da vida do próprio aluno. Assim, não
há educação e aprendizagem sem sujeito da educação e da aprendizagem. A
participação pertence à própria natureza do ato pedagógico.
Mas de que modo os alunos podem participar da definição do projeto da
escola? Como os pais, os professores e outros representantes da comunidade
interna e externa podem participar da construção da escola que desejam?
Ricci (2001) credita à atividade "gestão educacional" a mediação do
processo de coordenação das ações administrativas e pedagógicas. O
pensamento corrente é que a ação pedagógica de qualidade constitui a
finalidade primeira da escola. Dois dos instrumentos importantes para se
conseguir a almejada qualidade são o Plano de Desenvolvimento da Escola
(PDE) e o Projeto Político Pedagógico (PPP). Ambos são mais representativos
quando elaborados e legitimados por planejamento e decisões colegiadas.
O PDE inclui as preocupações da escola com as áreas administrativas,
financeira e pedagógica. Nesse sentido, o PPP tem como uma de suas funções
focalizarem a atividade principal da escola que é o processo ensino-
aprendizagem de modo que se possa garantir a melhor qualidade possível dos
resultados obtidos pelos estudantes durante o processo de construção do
conhecimento.
Portanto, para que essa finalidade seja alcançada, a comunicação entre
toda comunidade escolar (pais, estudantes e familiares) é uma das alternativas
que podem ser utilizadas como uma maneira de estabelecer um vínculo entre
ambos, garantindo assim, uma prática escolar participativa. Dando esse
primeiro passo, os envolvidos passam a definir objetivos, metas, caminhos
teóricos e práticos a serem seguidos no decorrer do processo.
O pontapé inicial pode ser a construção do PDE, com a elaboração de
projetos financeiro e pedagógico de forma mais abrangente e realista. As
pessoas que convivem na mesma escola raramente comungam de uma
mesma visão de conjunto bem fundamentada sobre o que precisa cada grupo
que a compete (GADOTTI, 1997). Através da comunicação é possível
promover e efetivar ações em conjunto, o que pode facilitar a possibilidade de
integrar a comunidade escolar consigo própria, dentro de seus própri os muros,
com a comunidade local e todo contexto externo que circunda a escola.
Outra alternativa, é o Con selho Escolar, que é um colegiado formado por
pais, alunos, professores, diretor, vice -diretor, pessoal administrativo e
operacional para gerir coletivamente na escola pode ser esse espaço de
construção do projeto da escola voltado aos interesses da comunidade que
dela se serve, proporcionando o exercício da cidadania, o aprendizado de
relações sociais mais democráticas, a formação de cidadãos ativos. Sendo o
Conselho, o meio que a população poderá participar, opinar e controlar a
qualidade de um serviço prestado, ou seja, poderá definir e acompanhar a
educação que lhe é oferecida (TEIXEIRA, 1999).
Através do conselho escolar, seus membros que irão ajudar na
elaboração e na implantação das propostas no projeto da escola. Dessa forma,
inicia-se a gestão democrática em todas as escolas, que incorpora -se ao
cotidiano e se torna tão essencial à vida escolar quanto é a presença de
professores e alunos para que a escola exista.
Diante do exposto, pode -se dizer que a gestão demo crática e
descentralizada, torna-se necessária, face aos enormes desafios existentes, a
instauração permanente da participação social em educação .
1.3 Trajetória histórica do princípio de gestão democrática na

educação brasileira

Nos dias atuais, o dirigente escolar vem adquirindo uma nova postura
diante da evolução da idéia de democracia, passando a buscar maior
participação dos professores e demais funcionários da escola nas tomadas de
decisão, através da gestão democrática.
Esse tipo de gestão encont ra-se vinculada aos mecanismos legais e
institucionais e, principalmente à coordenação de atitudes que propõem a
participação coletiva da comunidade escolar no estabelecimento de objetivos e
na busca de ações para alcançá-lo, o que inclui a escolha compartilhada do
uso de recursos financeiros, atendendo as necessidades da realidade escolare
a execução das resoluções colegiadas.
Legalmente, observamos que a gestão democrática está amparada tanto
pela Constituição Federal (CF 05/10/1988), quanto pela Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDB de 20/12/1996) e também pelo Plano
Nacional de Educação (PNE ± Lei n. 10.127, 09/01/ 2001).
O Plano Nacional de Educação (PNE) indica que os sistemas de ensino
definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação
básica obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da
educação na elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola e a
participação dos pais em conselhos escolares.
A LDB garante, entre outros, a gestão democrática na escola, como um
espaço público onde diversas pessoas terão o direito e a possibilidade de
refletir sobre a realidade escolar, articulando idéias em coletividade através do
diálogo na busca de melhorias pela qualidade na educação.
A LDB n. 9.394/96 (BRASIL, 1996), através de seus artigos, garante a
gestão democrática nas escolas ao estabelecer que:
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
[...]
VIII- gestão democrática do ensino público na forma desta Lei e da
legislação dos sistemas de ensino
[...]
Art. 13 estabelece:
"I- participar da elaboração da proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino;
II- elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta
pedagógica do estabelecimento de ensino;
[...]
VI- colaborar com as atividades de articulação com as famílias e a
comunidade" .
Artigo 14 - Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão
democrática do ensino público na educação básica, de acordo com
suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I- participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto
pedagógico da escola;
II- participação da comunidade escolar e local em conselhos escolares
ou equivalentes;
[...]
Art. 15- Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares
públicas de educação básica que integram progressivos graus de
autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira,
observadas as normas gerais do direito financeiro público.

Diante do exposto, percebe -se que o artigo 3º, da LDB, item VIII reafirma
tal idéia, utilizando os termos: ³gestão democrática do ensino público, na forma
desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino´. O artigo 12 da mesma Lei
estabelece responsabilidades das escolas na elaboração e execução da
proposta pedagógica e no artigo 15 ela reafirma a autonomia pedagógica e
administrativa e de gestão financeira das unidades escolares, bem como a
importância da elaboração do Projeto Político -Pedagógico da Escola,
acentuando a importância da articulação com ³as famílias e a comunidade,
criando processos de integração da sociedade com a escola´ (Art. 12, item VI).
A gestão democrática da Educação, também foi uma ação reivindicada
pelos movimentos sociais durante o período da ditadura militar. Nesse período,
a Constituição Brasileira de 1988 incor porou a gestão democrática como
princípio do ensino público na forma da lei.
Segundo a Constituição Federal de 1988, o Brasil é um Estado
Democrático de Direito que tem dentre seus fundamentos a cidadania (art.1°,
II), e no exercício dessa cidadania, o se r humano deve ter assegurado o direito
à participação (Art.37. §3 estabelecendo ainda as formas de participação
(art.206, VII), de modo que seja introduzido nas unidades escolares o processo
de participação da comunidade escolar na gestão da escola. E, em relação ao
ensino, ela também estabelece que ele deva ser ministrado com base nos
seguintes princípios:
Art. 206:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento,
a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência
de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na
forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por
concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da
educação escolar pública, nos termos de lei federal.

A partir da leitura do exposto acerca das legislações, é possível afirmar


que o artigo 3º da LDB, repete a formulação da Con stituição Federal de 1988,
no que se refere à gestão do ensino público, acrescentando, no artigo 14, dois
elementos: a participação dos profissionais da educação na elaboração do
projeto pedagógico da escola e a participação da família nos Conselhos
escolares.
Alguns movimentos também derem sua contribuição para a incorporação
da ³gestão democrática´ nas escolas. Esses movimentos almejavam a
participação na escola pública, de modo a proporcionar -lhe uma gestão
democrática e de qualidade, visto que somente através da educação é possível
contribuir para a construção de uma sociedade democrática.
Dentre esses movimentos históricos, pode-se citar o
escolanovismo, o Governo Vargas e a Crise na Ditadura, dentre outros 1.
A década de 30/40, também conhecida como Era Vargas, ficou
marcada como período de expansão industrial, de urbanização, e da
necessidade de se criar uma legislação nacional, o que culminou na
elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, promulgada em 1961.
Em relação à Administração Escolar, surgiram as primeiras diretrizes
voltadas para a formação de profissionais qualificados para o exercício da
função de diretor de escola.
Durante os anos 80/90, alguns educadores do movimento escolanovista
acreditavam na construção de uma escola democrática e popular. Para John
Dewey, um dos fundadores do escolanovismo, a educação tem, como uma de
suas funções a formação para a cidadania, por ser um local de

1 Artigo: A administração escolar na Era Vargas e no Nacional Desenvolvimentismo (1930 -


1964). Azilde Lina Andreotti . http://www.histedbr.fae.unicamp.br/revis.html. Acesso em 10 de
junho de 2010.
democratização, onde é possível igualar as oportunidades. De acordo com o
ideário da escola nova, quando se fala de direitos iguais perante a lei, devem
estar aludindo aos direitos de oportunidades iguais perante a lei.
No período da ditadura militar, a partir da década de 1980, iniciou -se o
processo de democratização no interior das instituiçõ es públicas de educação.
Em relação à gestão escolar, começaram a emergir algumas políticas públicas
voltadas para o processo de democratização nas escolas.

ANEXOS
Nome: ____
Função:___
Escolaridade: _________
Tempo de trabalho nessa escola: __ __
1) Como você considera a Gestão dessa escola?
( ) tradicional ( ) democrática / participativa
2) As pautas de reuniões do Colegiado são afixadas com a devida
antecedência e em local de fácil acesso aos professores?
( ) sim ( ) não
3) Você toma conhecimento das decisões colegiadas?
( ) sempre ( ) raramente
( ) às vezes ( ) nunca
4) Com que freqüência você participa das reuniões pedagógicas /
administrativas?
( ) sempre ( ) raramente
( ) às vezes ( ) nunca
5) Nas reuniões pedagógicas há participaç ão do gestor / diretor escolar?
( ) sempre ( ) raramente
( ) nunca ( ) às vezes
6) Como você fica sabendo das atividades extra -curriculares programadas pela
escola?
( ) através dos próprios alunos
( ) através da escola
( ) através dos murais
( ) outros______
( ) não fico sabendo
7)Que sistema de avaliação / recuperação você utiliza?
( ) Avaliação de aprendizagem utilizando procedimento didáticos diversificados
e Recuperação no momento em que a dificuldade é detectada.
( ) Avaliação através de provas e Recuperação do final do bimestre / semestre /
ano.
8)O Projeto ± Político ± Pedagógico (PPP) dessa escola foi elaborado com a
ajuda de todos os educadores, servidores, membros da comunidade e
colegiado escolar?
( ) sim ( ) não
9)Qual a relação existente entre essa escola e a comunidade na qual está
inserida ( família, alunos)?
10) O profissional dessa escola é valorizado? De que forma? Por quem?

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