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Caos na regulamentação do transporte

rodoviário de cargas
Brasília (DF) – É o que revela estudo realizado pelo especialista Dr. Marco Aurélio Guimarães
Pereira depois de analisar o rol de obrigações criadas para o transporte rodoviário de cargas
por dezenas de resoluções baixadas pela ANTT – Agencia Nacional de Transporte Terrestre.

Somente relacionadas à Lei 10.209/2001 do Vale-Pedágio existem mais de 10 resoluções


regulamentando o assunto, a saber: Resoluções nº 106/2002, 107/2002, 150/2003, 208/2003,
251/2003, 300/2003, 673/2004, 1251/2005, 2885/2008 e 3577/2010.

Com relação a Lei nº 11.442/2007, que dispõe sobre o transporte rodoviário de cargas por
conta de terceiros e mediante remuneração, a situação não é diferente.

Depois de varias modificações no congresso, existem pelo menos duas resoluções baixadas
pela ANTT as de nº 3.056/2009 e a 3196/2009, complementando a regulamentação dessa
importante questão. 

Obviamente que a maioria dessas regulamentações é de interesse do setor. O problema, ao


mesmo tempo, é que o excesso de resoluções e suas modificações tem causado muita
confusão e resultado em autuações nas mais das vezes pelo descumprimento de exigências
absurdamente incoerentes. Confira abaixo alguns exemplos:

* não indicação do endereço do transportador autônomo subcontratado;

* não indicação do número de apólice de seguro;

* não indicação da antecipação do Vale-Pedágio;

* não indicação da transação da antecipação do Vale-Pedágio;

* não indicação do RNTRC do transportador autônomo;

* não indicação do CPF do transportador autônomo;

Como se não bastasse, se aprovadas algumas propostas de mudanças em análise pela ANTT,
novas dificuldades podem estar a caminho, a saber:

* não indicação do meio de pagamento do transportador autônomo;

* não indicação do Banco,  Agência e C/C do transportador autônomo;

* não indicação do valor do frete a ser pago ao transportador autônomo;

* não envio a empresa de Administradora de Meios de Pagamento Eletrônico de Frete


diariamente, à administradora de meios de pagamento de frete de sua escolha, o relatório de
suas operações de pagamentos de frete aos contratados, realizadas no dia anterior, contendo
todas as informações previstas na legislação, além da origem e destino, valor do pedágio,
natureza da carga, sua quantidade em unidade de peso e identificação do contrato de frete por
ele realizado

O fato é que por falta de uma melhor coordenação muitas dessas resoluções passam a
modificar conceitos e criam novas regras alterando resoluções anteriores sem que a nova
determinação seja mais abrangente ou, trate somente de um item complementando a anterior
gerando uma confusão para todo e qualquer empresário que procura atender a legislação na
íntegra.

Para se ter uma idéia querem definir que Consignatário é quem recebe a mercadoria em
consignação quando isto já estava definido em Lei como sendo pagador do frete quando
diferente do remetente ou destinatário. (DECRETO N. 19.473 – DE 10 DE DEZEMBRO DE
1930)

Lembrando que tudo isto somente para atender as determinações da ANTT e, sem esquecer
de atender a legislação do ICMS que também determina mais obrigações.

Entendemos que a solução para tudo isto é que a contratação de frete ficasse restrita somente
a forma Contratual e, constasse do documento fiscal que o frete está regido por este contrato e,
este estipule as condições ou exigências legais pois, do contrário estamos criando uma
situação impraticável para o exercício da atividade de transporte rodoviário de carga.

Fonte: Guia TRC

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