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Maria da Conceição da Rocha Amorim

Nasceu a 2 de Maio de 1942, numa povoação


perto do Porto.
Frequentou uma escola Primária (pública), em
Melres .
No actual 2º ciclo frequentou o Colégio da Paz,
no Porto, até ao que chamamos hoje o 12º ano.
Cursou Filologia Clássica na Universidade de
Coimbra, tendo concluído os seus estudos já em
Lisboa.
Pertenceu à JUCF (Juventude Universitária
Católica Feminina), “uma vida cristã
extremamente exigente e educativa.”

Em 1964 entrou para a Congregação das Irmãs


Doroteias.
O que a levou a tornar-se religiosa?

“Em primeiro lugar, o chamamento de Deus a uma vida de Consagração.

Por outro lado, desde muito nova que queria ser professora e dedicar a minha
vida ao ensino. Lembro-me de brincar com os meus primos, em que era a mais
velha, dando-lhes aulas.
Sempre tive em mim o chamamento para a educação.

Frequentei o Colégio das Doroteias no Porto , o Colégio da Paz , desde o 5º até


ao equivalente ao 12ºano, 7º na altura.
Foi lá num retiro, em Miramar, que a ideia de ser religiosa me surgiu pela
primeira vez, a partir de qualquer coisa que um padre Jesuíta disse.
Tinha 15 anos, mas fiquei assustada. Entretanto fui para Coimbra,
para a universidade. Aí o chamamento foi mais forte.

Tirei curso de Línguas Clássicas. Fui Professora de Português, Latim e Grego.


Dei aulas pela primeira vez no Colégio do Sardão (Vila Nova de Gaia).
A professora Daisy foi minha aluna nesse colégio, de Português e Latim.
Posteriormente fui transferida para Lisboa, onde passei a dar só Português.
Leccionei cá no Colégio durante muitos anos. Fui professora de Português
dos actuais professores: João Moreno, Sara Amado, Inês Quaresma,
Maria de São José, Teresa Côrte - Real , Ana Margarida e Ana Catarina
Colégio do Sardão
Como é o seu dia-a-dia no colégio?

“O meu dia-a-dia é totalmente desprogramado, na medida em que vive das


exigências do momento. Por vezes, chego ao fim do dia e pergunto-me: -
como é que passei o dia de hoje?... e quase que não sei, porque é uma coisa
que surge e portanto acaba por ser muito variado.
Às vezes não consigo fazer tudo o que programei
porque a vida urge é à vida que se tem responder.”

“O meu dia - a
- dia é muito
igual e
variado.”
Há quanto tempo exerce a função de Directora do Colégio?

“Fui directora desde 1976-86. No período de interregno


estive fora a trabalhar na casa Provincial, como secretária
da Provincial Ir. Sobral. À noite, dava aulas no Colégio de
S. João de Brito. Regressei ao Colégio em 1991.”

“27 anos
no
Colégio
são uma
Que diferenças encontra entre os
tempos de hoje e os primeiros em que
esteve cá como professora ou como
directora do Colégio?

“Há várias diferenças. Uma delas, hoje


a vida é muito mais trepidante do que
era na altura. Isto faz com as pessoas
estabeleçam relações muito mais
superficiais e passageiras. Antigamente
não era tanto assim, havia uma relação
mais próxima e mais amiga, de um
modo geral.
Quando nos referimos às relações
humanas não se pode comparar, será
essa a maior diferença que encontro,
mas também não se pode generalizar,
nem ter ideias taxativas, pois elas são
sempre muito variadas.
Mas agora também há coisas muito
boas, os alunos têm óptimas
capacidades e óptimas qualidades
O que a marcou mais até agora?
“A reintrodução do secundário. Em 1960 deixou de haver secundário no
Colégio.
Tinha grande desgosto em não haver secundário, pois acho que era um
Colégio acéfalo.
Há um a dimensão que um Colégio pode ter que só se consegue quando os
alunos são mais velhos/ há secundário.
São muitas as coisas que se decidem durante esta época do Vida que é o
Secundário, e, por isso tem de ser bem aproveitada.
Apesar de não ter muito tempo para todos vós (alunos do secundário) e
estar mais ligada aos mais pequenos, pois tenho uma turma de religião do
5ºano (B).”

O
secundário
é um pouco
“o menino
dos meus
O que gostaria de mudar?

“Se pudesse, voltava a dar aulas, pois gostava muitíssimo de


o fazer, principalmente Português.
Houve algum tempo em que não tive nenhuma turma, mas
senti que não era possível, que sentia falta de ensinar.
Actualmente, ocupo-me de aulas de Religião para os mais
pequenos.
Gosto do que faço e sinto-me muito realizada.”
Em tudo o que instituiu e ajudou a construir no Colégio do que é
que mais se orgulha?

“Orgulho-me do facto de o Colégio se ter tornado misto. Os


primeiros rapazes entraram em 1976, para os 5ºs e 6ºs anos.
Inicialmente, planejara-se que ficassem só pelo segundo ciclo.
Porém, os rapazes acabaram por se estender aos outros níveis
escolares.”

“Mas orgulho-me principalmente de ter lutado para que o Colégio


voltasse a ter Secundário a partir do ano lectivo 92/93, que já não
existia desde 1960.”
Como é que o Colégio deu um sentido diferente à sua vida ou como
é que contribuiu para fazer da sua vida uma obra-prima?

“Acho que o Colégio não deu um


sentido diferente para a minha vida
se tornar uma obra-prima, foi mais
uma concretização do sentido que é
de sempre.
Á partida, a nossa vida é uma
obra-prima.
Qualquer vida é uma obra-prima de
Deus!
Nós podemos modelá-la e
aperfeiçoá-la, consoante as
escolhas que vamos tomando, ou
“Penso que a aperfeiçoamos todos os dias, quando tentamos pôr a nossa
vida em uníssono com aquilo que é o projecto de Deus para cada um de
nós.
É isso que nos faz ir construindo esta obra-prima, cheia de falhas, porque
toda a gente falha e ninguém é perfeito. As falhas repetem-se, mas
podemos aprender com elas.

O que realmente importa é o Horizonte.

É preciso ter a preocupação de caminhar ao ritmo de Deus e de


procurar
aquilo que nós sabemos que Deus quer para nós…ás vezes nem
sabemos.

É como procurar um poço de ciências, é isso que vai fazendo


da nossa vida uma obra-prima.”
“Mas, por outro lado, é claro que o Colégio me marcou muitíssimo.
Estou há mais de 27 anos no Colégio, portanto passei uma grande parte da minha
vida cá.
É evidente que tenho um amor muito grande ao Colégio.
Nesse sentido, marcou-me profundamente, pois é de facto o sítio onde eu mais
vivi.
Sinto que os alunos consideram o Colégio uma segunda casa e muitos deles
ficam ligados ao Colégio, pois é um período de decisões muito importante.

A vida depende de dois ou três sins e de dois ou três nãos que a pessoa diz
entre os 16 e os 20 anos.”
de Santa Doroteia?

“Cresçam,
sejam
amigos
e sejam

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