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12.1 – INTRODUÇÃO
R × ( c − a)
Ec =
( c máx − a )
Onde:
R – recuperação;
c – teor no concentrado;
a – teor na alimentação;
cmáx – teor máximo no concentrado para recuperação de 100% (ou máxima).
Existem partículas que apresentam uma grande afinidade pela água e, portanto, tendem a
ficar em solução – partículas hidrofílicas. No entanto, outras, na presença de uma
corrente de ar, tendem a ir para superfície da solução justamente por não apresentarem
afinidade com a água – partículas hidrofóbicas. Os conceitos de hidrofobicidade e de
hidrofilicidade estão associados à polaridade dos compostos químicos.
Uma substância pode ser classificada como polar ou apolar em função de apresentar ou
não um dipolo permanente (ou instantâneo, devido a flutuações quânticas das nuvens
eletrônicas e orbitais moleculares). A água, por exemplo, é uma substância polar, uma
vez que o somatório de suas cargas internas não se anula, ao passo que o ar é uma
substância apolar. Não existe afinidade entre uma substância polar e outra apolar, mas
duas substâncias apolares ou duas polares apresentam uma grande afinidade entre si.
Nos sistemas de flotação, a fase líquida é sempre a água e a fase gasosa é quase
sempre o ar.
Assim, pode-se dizer que uma substância hidrofílica é aquela cuja superfície é polar,
apresentando, portanto, maior afinidade pela água que pelo ar, ao passo de que uma
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substância hidrofóbica é essencialmente não polar, tendo mais afinidade com o ar do que
com a água.
159
Os reagentes de flotação são compostos inorgânicos ou orgânicos empregados com o
objetivo de controlar as características das interfaces envolvidas no processo. Qualquer
espécie orgânica ou inorgânica que apresente tendência a concentrar-se em uma das
cinco interfaces possíveis é um agente ativo na superfície.
Estas propriedades fazem os surfactantes serem adequados para uma ampla gama de
aplicações industriais. Dentre elas se destacam a emulsificação, capacidade espumante e
dispersão de fases.
160
Figura 12.1 – Estrutura química de surfactantes: ácidos graxos: (a) – saturados; (b) –
insaturados (na parte superior mostram-se as moléculas isoladas e na inferior associação
termodinamicamente estável em interface polar-apolar, estando as cabeças carbonílicas
dirigidas para a fase polar). Note-se também que na natureza a configuração
isométrica cis da dupla ligação é a mais comum (em detrimento da trans).
Coletores
162
Compostos
Estrutura/Exemplos
Ionizáveis Não-Tio
Ácido carboxílico (RCOOH) e
Carboxilatos (figura
carboxilatos de sódio e potássio
3.3)
(RCOO-Na+ e RCOO-K+)
Sulfatos de alquila R–O–SO3- M+ (M=metal)
Sulfonatos de
R–SO3- M+ (M=metal)
alquila
Sulfossuccinamatos Ex.: Aero Promoter 830, A845 e CA540
Sulfossuccinatos Ex.: KE883
Fosfato de monoalquila
Fosfatos de alquila
Fosfato de dialquila
RNH2 e seus sais
- de amina primária: R–NH3+Cl-
Aminas - de amina secundária: R–R’– NH2+Cl-
- de amina terciária: R–(R’)2–NH+Cl-
- quaternários de amônio: R–(R’)3–N+Cl-
Tabela 12.1 – Coletores ionizáveis não-tio.
Figura 12.2 – estrutura química de um triglicéride (com duas cadeias saturadas e uma
insaturada). Um óleo vegetal típico é uma mistura de triglicérides.
163
a) b)
c)
d)
CH2 – COOH
|
CH2 – COOH
164
A fórmula geral dos sulfosuccinamatos é:
O
||
C – O – X1
|
X – SO3 – R
|
C – N – R1
|| |
O CH2 – CH2 – C – O – R2
||
O
Onde:
Como coletores catiônicos por excelência, citam-se as aminas. As aminas são derivadas
de NH3, possuem o grupo funcional amina, o qual consiste em nitrogênio ligado por
ligações simples a átomos de hidrogênio, e grupo alquila ou arila.
Quando um, dois, ou três átomos de H são substituídos, os compostos resultantes são,
respectivamente, amina primária, secundária e terciária.
Como a amônia, as aminas são bases fracas por causa do par eletrônico desemparelhado
qual pode formar uma ligação coordenada com um próton. Aminas reagem com ácido
mineral para formar sal de amina.
Espumantes
165
Compostos Não-Iônicos Estrutura/Exemplos
R-OH (C6 a C9 para R parafínico
e C6 a C16 para R ramificado)
Álcoois
Álcoois cíclicos: álcoois
cresílicos, terpineóis, naftóis, etc.
Éteres Trietoxibutano
Derivados polioxietilênicos de álcoois, ácidos carboxílicos,
aminas não substituídas e outros, convertidos em
surfactantes aniônicos pela adição de n grupos oxietileno.
Derivados polioxipropilênicos de álcoois e outros
surfactantes. As ramificações contendo o radical metila (-CH3)
tornam os polímeros do grupo propileno muito mais
hidrofóbicos que aqueles do oxietileno.
Polímeros em “bloco”, consistindo em blocos intercalados de
oxietileno e oxipropileno polimerizados.
Tabela 12.2 – Principais espumantes
Modificadores ou Reguladores
166
Amidos têm sido usados extensamente na depressão de minerais entre os quais apatita,
calcita e dolomita, devido ao forte caráter hidrofílico emprestado pelo amido adsorvido sobre
esses minerais. Têm sido utilizados também como floculantes (uma vez que são polímeros).
Agente modificador muito usado como depressor é o silicato de sódio. O termo silicato de
sódio refere-se a uma mescla de silicatos. É comercialmente expressa pela relação de
óxidos de sódio e de silício contidos: Na2O.mSiO, onde m é chamado módulo ou razão do
silicato. Em geral 2 <m< 3,0 para flotação (m < 2 torna o meio muito alcalino e m > 3 leva a
baixa solubilidade).
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Substância .ineral Espumantes Reguladores
Coletores (g/t) Modificadores (g/t) pH
(empresa - localização) (g/t) de pH
Amina primária Etoxilada Grits de milho, tapioca e/ou amido de milho
Ferro (Samarco - Mariana) NaOH 9.8 - 10.5
(Éter - amina) (50 - 100) (300 - 600)
Amilxantato ou Poliglicol e
Ouro (RPM - Paracatu)
Isobutilxantato (5 - 10) MIBC (200)
Sarcosinato de sódio
Fosfato (Serrana - Cajati) Amido de milho (600) NaOH 10.5
(70 - 80)
Dithiofosfato +
Cobre (Caraíba - Jaguarati) MIBC (27) Dextrina Leite de cal 10.5
ditiocarbamatos (11)
Cianeto de sódio (desativador - 70) sulfato de
Chumbo e Zinco Amilxontato de potássio
MIBC (25) zinco (depressor - 140) Sulfeto de sódio CaO 8 - 8.5
(Boquira - Baquira Circuito de Pb) (70) e aerofloat 31
(ativador - 250)
Óleo de pinho
Circuito de Zinco Isopril xanto de sódio Sulfato de cobre (ativador - 160) CaO 10.5 - 11
(58)
Óleo de pinho
Carvão (Carbonífera - Criciúma) Óleo diesel (340) Natural
(85)
Carbonato de
Fluorita (Mineração Santa Catarina) Tall-oil (180 - 230) Silicato de sódio (280 - 320) sódio (1750 - 9.5
1900)
Scheelita (Min. Tungstênio do
Amilxantato de sódio Óleo de pinho CaO 8.0
Brasil - Currais Novos - RN)
168
169
12.3 - MICROFLOTAÇÃO
.
Para estudos fundamentais da interação entre minerais e reagentes de flotação é usual
lançar-se mão da chamada microflotação, na qual se analisa um sistema idealizado de
flotação sob condições controladas e com pequeníssimas amostras O equipamento mais
comum para se efetuar esse tipo de estudo é o tubo de Hallimond (Figura 12.5).
O tubo de Hallimond é de vidro e consta de duas partes encaixáveis por meio de uma
junta esmerilhada: a inferior possui fundo poroso de vidro sinterizado cuja função é
produzir borbulhamento uniforme da fase gasosa injetada; a parte superior tem um
compartimento de coleta do material flutuado, o qual pode ser esgotado abrindo-se a
pinça de Mohr que fecha o tubo de látex acoplado à sua saída.
Os testes de microflotação são feitos mantendo-se o nível da solução constante (volume
de 160 ml) para uniformizar a vazão de gás e a disponibilidade de reagentes. As amostras
minerais purificadas de 1,0 g são usualmente usadas (minerais isolados). O gás utilizado
geralmente é nitrogênio purificado. Um agitador magnético deve ser usado para agitação
moderada da polpa (o suficiente para pôr o mineral em suspensão até a altura da borda
inferior da junta de vidro esmerilhado).
170
A flotação envolve uma série de mecanismos de transporte de massa os quais afetam
tanto o teor quanto a recuperação do concentrado. Os principais mecanismos de
transporte de massa são adesão da partícula na superfície da bolha e o arraste mecânico.
A Figura 12.6 mostra o mecanismo da flotação entre uma partícula de mineral e uma
bolha de ar. É necessário hidrofobizar as partículas minerais na polpa para torná-las
flotáveis. Isto se realiza com os coletores, que são geralmente compostos orgânicos de
caráter heteropolar, ou seja, uma parte da molécula é um composto evidentemente apolar
e a outra é um grupo polar com propriedades iônicas. A partícula mineral coberta pelo
coletor que se fixa em sua rede cristalina através de sua parte polar, proporciona-lhe com
a parte apolar propriedades hidrofóbicas. Este mecanismo pode ser uma adsorção
química ou física.
Para facilitar a adsorção destes reagentes sobre a superfície das partículas minerais
deve-se criar condições favoráveis através dos chamados modificadores. Estes diminuem
o potencial da camada dupla de cargas elétricas, e às vezes mudam seu sentido. Deste
modo se cria condição favorável para a adsorção dos coletores.
Um outro componente do agregado partícula-bolha é o ar, que tem a função de recolher
as partículas na polpa e transportá-las até a superfície. Este transporte ocorre mediante a
força de empuxo da Lei de Arquimedes. A injeção direta de ar na polpa geralmente
fornece resultados negativos se não é empregado um espumante, já que o ar se distribui
de forma desigual, e as bolhas de ar são instáveis e se associam umas às outras. Ao
adicionar um espumante, se obtém um tamanho desejado das bolhas e a dispersão de ar
é uniforme.
Cada bolha de ar pode ser considerada como um contato de duas fases, líquido e gás,
igualmente ao caso de um líquido com a atmosfera. Deste modo, em cumprimento a
Segunda Lei da Termodinâmica, os espumantes, que são reagentes tensoativos, se
adsorvem seletivamente na interface gás-líquido. A parte polar destes compostos
tensoativos se orienta em contato com a fase líquida e a parte apolar em contato com as
bolhas de ar.
171
• manter as partículas minerais em suspensão - para isso é necessário que a polpa
esteja submetida a um determinado grau de agitação, de tal forma que a velocidade
ascendente das partículas na polpa seja superior à sua velocidade de sedimentação;
• gerar e dispersar as bolhas de ar - devem ser geradas bolhas com tamanho
adequado à coleta de partículas de diferentes tamanhos. Além disso, as máquinas de
flotação devem promover uma boa dispersão das bolhas de ar em toda polpa,
favorecendo o contato partícula-bolha;
• coletar seletivamente e transportar o mineral de interesse - promover a colisão
eficiente das partículas minerais com as bolhas de ar para que ocorra a adesão seletiva
das partículas hidrofóbicas às bolhas e o movimento ascendente do agregado partícula-
bolha para a camada de espuma.
Existe uma grande variedade de equipamentos de flotação com diferentes características.
Os principais fatores a serem considerados na avaliação da performance de um
equipamento de flotação são:
• células mecânicas;
• células pneumáticas;
• células de coluna.
A seguir é feita uma descrição sobre estes tipos de máquinas de flotação.
Células Mecânicas
a) “Cell to Cell”
b) “Open Flow”
Figura 12.7 – Desenho esquemático das células mecânicas
173
Figura 12.8 – Representação esquemática da célula Wemco
As células tipo “open flow” tem uma maior aplicação e, portanto, estão sendo fabricadas
por diferentes companhias apresentando detalhes construtivos específicos. A principal
diferença de um fabricante para outro consiste na geometria do tanque e no desenho do
rotor (impelidor e difusor).
Nas Figuras 12.12 e 12.13 estão apresentados desenhos esquemáticos dos diferentes
tipos de tanques e rotores, projetados e construídos pelos principais fabricantes de
células mecânicas do tipo “open flow”.
174
Figura 12.10 – Vista da unidade industrial de flotação da Fosfértil
175
Eixo
Difusor
Sala Impelidor
Sala
Eixo
Estabilizador
Wedag
Difusor
Impelidor
Wedag
Eixo
Difusor
Wemco
Impelidor
Wemco
Eixo
Estabilizador
BCS Difusor
Impelidor
BCS
176
Eixo
Impelidor
Difusor
Agitair
Agitair
Difusor
Eixo
Estabilizador
Impelidor
Booth Booth
Eixo
Impelidor Difusor
Outokumpu Outokumpu
Difusor
Eixo
Impelidor
Aker
Aker
Figura 12.13 – Desenho esquemático de tanques e rotores das células mecânicas Agitair,
Booth, Outokumpu e Aker.
177
Células Pneumáticas
A r
F lo ta d o F lo ta d o
Coluna Convencional
Zona de
Fração
Limpeza
Flotada
Alimentação
Zona de
Coleta ou
Recuperação
Ar
Essas características diferentes da coluna com relação à célula mecânica têm permitido a
obtenção de resultados melhores na coluna convencional, principalmente, na flotação de
material com granulometria fina e na etapa de limpeza. A coluna é constituída das seções
de recuperação e limpeza.
179
Figura 12.16 - Coluna de flotação utilizada no circuito de ultrafinos da Fosfértil
AN
Recleaner
CF
180
12.7 - VARIÁVEIS DE FLOTAÇÃO
181
conforme desejado. Alternativamente, alguns reagentes podem ser adicionados no
circuito de moagem. Entretanto, essa alternativa dificulta o controle na dosagem dos
reagentes devido à carga circulante e a perdas destes nas lamas.
Alguns tipos de reagentes, como, por exemplo, os espumantes, não necessitam de
grandes tempos de condicionamento e portanto, podem ser adicionados diretamente nas
células ou, ainda, nas tubulações. A adição estagiada desses reagentes freqüentemente
favorece a obtenção de níveis mais elevados de recuperação do mineral de interesse.
Assim, um controle adequado das vazões dos reagentes adicionados no circuito de
concentração é de fundamental importância para a obtenção de concentrados com teor e
recuperação do mineral de interesse nos níveis desejados.
T e o r d e2OP5
R e c u p e ra çdãeo P2O5
(%)
D e p re sso r (g /t)
Recuperação de
P 2 O5
Teor de
(%
)
P 2 O5
Coletor
(g/t)
Figura 12.17 – Efeito da dosagem de depressor sobre o teor e a recuperação de P2O5 no
concentrado de apatita e efeito da dosagem de coletor sobre o teor e a recuperação de
P2O5 no concentrado de apatita
pH
A acidez ou a alcalinidade da polpa tem um papel fundamental na flotação e, na prática, a
seletividade da separação de minérios complexos depende do balanço entre a
concentração dos reagentes e o pH da flotação. Os íons hidroxila (OH-) e hidrogênio
(H+), alteram a hidratação da superfície mineral e a sua flotabilidade.
182
O mecanismo de coleta das partículas minerais hidrofóbicas consiste na sua colisão e
adesão às bolhas de ar. Após a adesão, o meio de transporte da partícula da zona de
coleta para a de limpeza e transbordo da célula é a superfície das bolhas. Assim, a vazão
de ar é uma das variáveis mais importantes no controle do processo de flotação, tendo
um efeito significativo sobre a recuperação do mineral flotado.
Se o arraste hidráulico constitui o problema básico do processo, uma camada baixa pode
ser suficiente, uma vez que o arraste das partículas é eliminado próximo à interface. Por
outro lado, se o objetivo é obter seletividade entre as espécies hidrofóbicas recomenda-se
trabalhar com camadas de espuma maiores.
183
R ec u p eraçãdoe P2O5
Teor de P2O5
(%)
(%)
T e o r d e 2O
P5 Recuperaçãode P2O5
V a z ão d e ar 3(m
/h ) Camada de espuma(cm)
Figura 12.18 - Efeito da vazão de ar sobre o teor e a recuperação de P2O5 no concentrado de
apatita e efeito da altura da camada de espuma sobre o teor e a recuperação de P2O5 no
concentrado de apatita
Hold up do Ar
184
Figura 12.19 - Influência da velocidade superficial do ar na recuperação e no hold up do ar.
Tempo de Residência
O tempo de residência é um dos fatores que afetam tanto o teor como a recuperação,
atuando mais significativamente na recuperação do material flotado.
O tempo de residência ideal é aquele capaz de permitir o contato efetivo entre as
partículas minerais hidrofóbicas e as bolhas de ar. Tempos de residência maiores que o
ideal favorecem a adesão de partículas menos hidrofóbicas nas bolhas, aumentando a
recuperação do bem mineral, com prejuízo na qualidade do concentrado. Por outro lado,
utilizando-se tempos de residência menores, apenas as partículas mais hidrofóbicas
(maior cobertura da superfície por reagentes) são coletadas pelas bolhas de ar,
resultando num concentrado mais limpo com baixa recuperação do mineral de interesse.
Recuperação de P2O5
(%)
Teor de P2O5
Concentração de Sólidos
A concentração de sólidos na polpa é uma das variáveis que pode ser manipulada, para
obtenção de níveis mais elevados de teor ou de recuperação do mineral de interesse no
concentrado. Entretanto, alguns cuidados devem ser tomados:
185
R ecuperaçãode P2O5 Recuperaçãode P2O5
Teor de 2PO5
(%)
(%)
Teor de P2O5
% de sólidos % de sólidos
Tamanho de Bolha
O tamanho médio das bolhas e sua distribuição são importantes na flotação, devido ao
seu efeito na eficiência de coleta e de transporte das partículas. A utilização de bolhas
pequenas, com elevada área superficial, favorece a cinética de coleta e o transporte dos
sólidos por volume de ar. Entretanto, as bolhas de tamanho muito reduzido apresentam
uma baixa velocidade de ascensão, que pode ser inferior à velocidade descendente da
polpa, acarretando, por conseqüência, perdas de partículas hidrofóbicas coletadas no
fluxo de material não flotado. Bolhas muito grandes têm pequena área de superfície
disponível para coleta de partículas e são menos estáveis.
Portanto, existe um tamanho médio ideal de bolhas em função do tamanho médio das
partículas, que poderá ser ajustado através das variáveis operacionais da célula de
flotação e da adição de agentes tensoativos. O tamanho médio de bolhas, usualmente,
utilizado nas células de flotação, encontra-se na faixa de 1,0 a 3,0 mm.
Recuperação de P2O5
(%)
Teor de P2O5
186
Tamanho de Partícula
100
80
RECUPERAÇÃO (%)
60
40
20
0
-5 -20+5 -37+20 -53+37 -105+53 -210+105 -420+210 +420
TAMANHO DE PARTÍCULA (micra)
Água de Lavagem
A adição da água de lavagem na camada de espuma das colunas de flotação tem três
funções básicas:
• Substituir a água de alimentação no concentrado minimizando o arraste hidráulico de
partículas hidrofílicas;
• Aumentar a altura e a estabilidade da camada de espuma;
• Reduzir a coalescência das bolhas através da formação de um leito de bolhas
compactado.
187
A velocidade superficial mínima de água de lavagem, Jw, será aquela necessária para a
formação de uma camada de espuma, prover o fluxo de bias adequado e fornecer o Jc
necessário ao transporte dos sólidos para o transbordo.
O efeito da água de lavagem nas colunas encontra-se ilustrado na Figura 12.24, onde são
comparados os fluxos de água numa coluna e numa célula mecânica. Na coluna, verifica-
se normalmente que a água de lavagem tende a substituir a água da alimentação no
material flotado e é distribuída entre esta fração e a fração que retorna à zona de coleta.
Cria-se, assim, um fluxo descendente de água que minimiza os efeitos de arraste
hidráulico de partículas que possam contaminar o produto flotado.
Bias
O bias representa a fração residual da água de lavagem que flui através da zona de
recuperação e é o principal responsável pela ação de limpeza nas colunas (rejeição de
partículas hidraulicamente arrastadas). Convencionou-se que o bias será positivo, quando
este fluxo residual se deslocar para baixo, ou seja, a vazão da água de lavagem será
suficiente para substituir a água de alimentação no concentrado e promover o
deslocamento de uma fração de água nova para a base da coluna.
O bias pode ser estimado através da relação entre as vazões volumétricas do
concentrado e do rejeito ( Br ) pela expressão:
Q
Br = T 〉 1
QF
M M
ÁG UA NO
FL OT A D O
M
M
ÁG UA DA
A L IM E N T A Ç Ã O ÁG UA NO
NÃO FLOTADO
188
ÁGUA NO
FLOTADO
ÁG UA DE
LAVAGEM
ÁGUA DA
ALIM ENTAÇÃO
ÁGUA NO
NÃO FLOTADO
Índice de seletividade:
Utilizado para a analise de uma operação com variação de uma grandeza de controle.
Pode-se variar de 1 (não há separação) a ∞ (separação ideal), mas na prática os
valores obtidos estão entre 4 e 40. Contudo valores acima de 4 já indicam separação
de média a boa qualidade.
189
R1T2
IS =
(100 − R1 )(100 − T2 )
190
Alim
246 105
5,3
245 m 3 /h água
40 m 3 /h água
580
30 213 535
30 m 3 /h água 30
12
9 195
10
3
t/h de sólidos m /h de água R ×(c −a )
Ec =
(c máx −a )
teor P2O5 m útil
% sólidos t/h de polpa
60
32
R1T2
IS =
165 m 3 /h água
7
(100 −R1 )(100 −T2 )
15
39,76
190