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 Os legitimados universais: cujo papel autoriza a defesa da constitucionalidade

em qualquer hipótese.

 Os legitimados especiais: órgãos e entidades cuja atuação é restrita a questões de


interesse de seus afiliados ou às quais possam atuar com representatividade
adequada.

São legitimados universais: o Presidente da República, as Mesas do Senado e da


Câmara de Deputados, o Procurador-Geral da República, o Conselho Federal da Ordem
dos Advogados do Brasil e partido político com representação no Congresso Nacional.
Os legitimados especiais compreendem o Governador de Estado, a Mesa de Assembléia
Legislativa de Estado, confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

A dupla significação da subsidiariedade da


ADPF
http://jus.uol.com.br/revista/texto/8080

Publicado em 03/2006

Rafael Lopes do Amaral

O § 1º do art. 4º da Lei n.º 9.882/99 determina que não será admitida argüição de
descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de
sanar a lesão alegada. Tal regra tem sido imposta como pressuposto de admissibilidade
da ADPF, tendo em vista seu caráter subsidiário dentro do sistema de controle de
constitucionalidade. Com efeito, à ausência de qualquer expresso discrímen legal, pensa-
se que o aspecto da subsidiariedade deve ser aferido tanto na via autônoma como na
modalidade incidental de ADPF, valendo ressaltar que, em ambas as formas, a ação é
julgada pelo STF, com efeitos erga omnes, tal qual ocorre com a ADIN e a ADC.

O conceito de subsidiariedade, para alguns, tem sido analisado a partir das hipóteses de
cabimento de controle concentrado previstas no ordenamento jurídico brasileiro (e os
contornos que lhes deu a jurisprudência do STF), reputando adequada a ADPF somente
quando descabidas a ADC e a ADIN. Tal entendimento, contudo, parece desconsiderar as
peculiaridades da espécie incidental da ADPF, onde a análise das formas de controle
concentrado sequer tem pertinência.

Em sede incidental, a subsidiariedade da ADPF tem sido entendida como a inexistência de


qualquer outro remédio processual que possa, no caso concreto, realmente (e não apenas
potencialmente), sanar e/ou afastar o risco de lesão ao preceito fundamental.
Com efeito, enquanto uma das definições de subsidiariedade destaca o plano objetivo-
normativo e a abrangência dos métodos de controle abstrato, a outra destaca o plano da
realidade fática e a efetiva segurança ao preceito fundamental lesionado ou ameaçado de
lesão.

A subsidiariedade, na modalidade incidental de ADPF, coloca a perspectiva objetiva em


um plano secundário, residual – que não deixa de ter sua importância, como implícita e
intrinsecamente o têm todas as demais formas de controle concentrado de
constitucionalidade existentes no sistema. Aqui, incidentalmente a uma lide pré-existente,
o enfrentamento da questão objetiva pelo STF decorre não da ausência de outras formas
legais de fiscalização abstrata, mas do exame do espectro social da controvérsia
jurídica ínsita no caso concreto, bem como da relevância geral da questão debatida,
circunstâncias que passam a integrar indissociavelmente, o próprio juízo de
admissibilidade desta novel ação constitucional, quando, por via incidental, for ela
submetida ao conhecimento do Supremo Tribunal Federal.

Para resolver esta aparente contradição, propõe-se, simplesmente, que ao conceito de


subsidiariedade seja dada uma dupla significação, conforme se trate da forma
autônoma ou da modalidade incidental de processamento da ADPF. Nesta, mais importa a
análise da relevância geral e do espectro social da controvérsia constitucional travada
nas instâncias ordinárias, sendo a questão objetiva relegada a um plano, por assim dizer,
secundário, priorizando-se a real tutela do preceito fundamental ameaçado e/ou
lesionado; ao passo que, na forma autônoma de ADPF, o juízo de admissibilidade deve se
voltar às hipóteses de cabimento das ações direta e declaratória de constitucionalidade, a
fim de cobrir o conjunto de situações que foram jurisprudencialmente excluídas do campo
eficacial das demais ações de controle abstrato.

Esta opção parece ter o condão de superar as insuficiências existentes e tratar com a
atenção devida as distintas situações a que se refere o conceito de subsidiariedade (§ 1º
do art. 4º, da Lei n.º 9.882/99), bem como a finalidade predominante de cada uma das
formas de processamento da ação, sem que disso resulte qualquer contradição lógica

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