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Trabalho e Energia

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Energia mecânica

A energia mecânica é entendida como a energia que se pode medir à custa de grandezas
mecânicas, o mesmo é dizer à custa de forças, que medem as interacções, e dos
deslocamentos por estas provocados.

As formas de energia mecânica que um sistema pode ter são:

 energia cinética, comunicada a uma partícula, ou a um corpo, que entra em movimento


ou cujo movimento é alterado devido à intervenção de forças
 energia potencial gravítica, devida à altura a que a partícula, ou o corpo, se encontra
em relação à superfície da Terra, altura que foi atingida devido à intervenção de uma
força exterior, podendo converter-se em energia cinética, produzindo trabalho,
enquanto o corpo cai
 energia potencial elástica, quando uma mola é esticada ou comprimida devido à
intervenção de uma força exterior

Energia cinética

A energia transferida para a partícula, de massa e inicialmente em repouso, durante a


intervenção da força constante , é transformada totalmente em energia cinética,

, como mostra a figura seguinte.

Consideremos inicialmente a partícula em repouso, na posição A, num dado referencial, ligado


à Terra.

Aplicando, por intervenção de um agente exterior, a força constante, , a partícula adquire um


movimento rectilíneo uniformemente acelerado, cuja aceleração, , é dada por .

Enquanto a força actua é transferida energia do exterior para a partícula. Esta energia vai ser
totalmente transformada em energia cinética da partícula, porque admitimos que não existe
atrito entre as superfícies em contacto, da partícula e da superfície onde ela se desloca, nem
resistência do ar.

 
Qual é então a energia transferida para a partícula, durante o tempo , que demorou a ir da
posição de repouso, A, à posição posterior, B, a que corresponde a velocidade adquirida
, de valor e o deslocamento , cujo valor é ?

É naturalmente a energia medida pelo trabalho realizado pela força, potente e constante, ,
no deslocamento , ou seja:

Podemos concluir que a energia cinética transmitida à partícula é, no referencial escolhido,


toda a sua energia cinética actual, visto que a partícula estava inicialmente em repouso, e é

dada pela expressão .

Energia potencial gravítica

Consideremos um grave de massa à altura em relação à superfície da Terra, como mostra


a figura seguinte, e vamos admitir as seguintes condições:

1ª - a altura refere-se apenas a corpos


que se afastam pouco da superfície da
Terra , até cerca de 400 m, de modo que
possamos considerar que a força
gravítica é constante,

2ª - o sistema grave – Terra está isolado,


ou seja, podemos desprezar a resistência
do ar.

O grave parte da superfície da Terra com a velocidade , e sobe até à altura , onde pára,
posição P.

A energia cinética máxima, no início da interacção, é .


Durante a interacção, a energia cinética vai diminuindo até se anular quando atinge a altura .

O trabalho resistente realizado pela força gravítica, uma força interior , , é o único a ser
considerado, e o seu valor é:

Este trabalho mede a variação de energia cinética, , e é simétrico da variação de energia

potencial, . Por isso, temos:

Daqui resulta a variação de energia potencial gravítica na subida:

Como a energia potencial gravítica inicial era nula, porque o corpo estava assente na superfície
terrestre, , então a energia potencial gravítica do sistema na posição P é dada por

, sendo esta a expressão genérica para o cálculo de uma energia potencial gravítica
de um sistema corpo – Terra, a altura .

Durante a descida do grave a energia potencial gravítica do sistema seria convertida em


energia cinética.

Em conclusão, durante a interacção, à diminuição de energia cinética corresponde um


aumento de energia potencial e vice-versa, mantendo-se constante a totalidade da energia
mecânica:

Variação das energias potencial e cinética


num sistema grave - Terra, em interacção, em
função da altura a que o grave está
relativamente ao solo.
Variação das energias cinética e potencial nas
interacções, em função do tempo,  do sistema
grave - Terra:

1ª fase: subida do grave

2ª fase: descida do grave

Energia potencial elástica

Vamos considerar o choque de um corpo C com uma mola elástica M, como mostra a figura

seguinte, em que o corpo move-se sem atrito, com a velocidade , e colide com a mola M, em
que esta à medida que vai comprimindo vai fazendo com que a velocidade do corpo diminua
até que esta acaba por parar.

Em seguida, por acção da força restauradora


da mola, força elástica, o corpo C retrocede
e, ao passar de novo pela posição O, posição
em que tinha iniciado a interacção com a
mola, tem velocidade simétrica da
velocidade inicial, ou seja, recuperou a
energia cinética que tinha inicialmente.

Tomemos para origem, O, do eixo dos xx, a


extremidade livre da mola antes de se iniciar
a interacção.

Então o deslocamento escalar é positivo e

igual a .

Nestas condições podemos afirmar que:

 a força elástica é proporcional ao


deslocamento, lei de Hooke
 a energia cinética do sistema é
igual à energia cinética do corpo C,
porque consideramos este rígido,
indeformável, e não significativa a
massa da mola quando comparada
com a massa do corpo

1ª fase
Energia cinética máxima do sistema:

A energia cinética começa a diminuir até se anular na posição

O trabalho resistente realizado pela força elástica, força interior, variável, é:

Este trabalho mede a variação da energia cinética, , e é simétrico da variação da energia

potencial elástica, .

Temos, então:

A energia potencial elástica inicialmente era zero, para a configuração inicial do sistema, isto é,
correspondente à não deformação da mola ( nem esticada nem comprimida ), o que implica
que a energia potencial elástica do sistema corpo – mola, para uma compressão
correspondente ao deslocamento escalar da extremidade livre da mola, é:

O gráfico seguinte correspondente a esta variação de energia potencial, em função do


deslocamento, é um ramo de parábola.

Variações das energias


cinética e potencial nas
configurações do
sistema corpo - mola
elástica

2ª fase

Começa quando a energia cinética do sistema é nula e a energia potencial é máxima –

deslocamento escalar , final, da 1ª fase.


A força elástica, variável, da mola passa então a realizar um trabalho motor, ou potente, até a
mola voltar à posição inicial e o corpo C se soltar.

O trabalho realizado pela força elástica no fim da 2ª fase é:

Este trabalho mede o aumento de energia cinética, que é precisamente simétrico da variação
de energia potencial elástica, ou seja:

Como a energia potencial elástica final é nula, uma vez que a mola retomou as suas dimensões
iniciais, encontrando-se totalmente distendida, vemos que a expressão que permite,
genericamente, calcular a energia potencial elástica de uma mola elástica, comprimida, ou
distendida, continua a ser dada por:

Em resumo:

 no final da interacção elástica, não houve variação da energia cinética nem da energia
potencial, porque se regressou aos valores iniciais de cada uma
 durante a interacção elástica, a diminuição de energia cinética corresponde a um
aumento de energia potencial e vice-versa, de modo que a totalidade de energia
mecânica se mantém constante:

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