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Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte

Campus Macau
Curso: Licenciatura em Biologia
Disciplina: Anatomia Humana e Comparada
Professor: Jefferson Barbosa

ANATOMIA COMPARADA DO SISTEMA ESQUELÉTICO:

IMPORTÂNCIA DO ESQUELETO PARA A MORFOLOGIA E SUA EVOLUÇÃO

Aldo Alves de Melo1


2011

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Licenciando em Biologia

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IMPORTÂNCIA DO ESQUELETO PARA A MORFOLOGIA E A EVOLUÇÃO
DESTES.

No reino animal, o esqueleto interno e articulado dos vertebrados é o mais


importante de todos os sistemas de órgãos no estudo da morfologia desses. Seu padrão
geral mostra as amplas linhas filogenéticas por ser o esqueleto suficientemente
conservativo. Com um papel funcional fundamental, suas variações têm se sobreposto
ao padrão geral que evoluiu gradualmente, sendo suficientemente plástico para
responder aos hábitos particulares dos vertebrados como a postura e adaptações
locomotoras. O esqueleto dos vertebrados pode ser dividido em: esqueleto axial
(formado pelo crânio, notocorda, vértebras, costelas e suporte de nadadeiras nos peixes),
esqueleto apendicular (formado pelas cinturas escapular e pélvica, e os membros
superiores e inferiores).

Por ser rígido e ter durabilidade, o esqueleto fossiliza com freqüência, onde a
Paleontologia atua contribuindo com seus conhecimentos da evolução para o estudo dos
vertebrados sobre a vida passada na terra, descrevendo suas evidencias e ligando ao que
são caracterizados hoje, possibilitando a reconstrução desses seres. Freqüentemente os
ossos apresentam tuberosidades e cicatrizes que indicam a posição e extensão destes
contatos, principalmente os nervos cranianos onde revelam seu tamanho e trajeto por
meio dos forames cranianos atravessados por eles, pelas impressões no esqueleto são
possíveis ser observado com detalhes às distribuições de canais sensoriais na cabeça,
como também onde se abrigavam as cápsulas nasais, órbitas e cavidades óticas. A
cartilagem é um tecido que combina dureza com alguma flexibilidade, sendo
particularmente características dos vertebrados, sendo derivado do mesoderma, podendo
ser derivado também da crista neural que, inicialmente é o ectoderma, onde podemos
encontrar em partes da cabeça e virtualmente em toda a região branquial.

O ESQUELETO DO CORPO

Primórdios: notocorda com Cartilagens Suplementares.

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Todos os vertebrados com exceção as feiticeiras, possuem arcos neurais; muitos
têm arcos hemáticos pelo menos na cauda e alguns apresentam bases separadas de arcos
ou outros elementos que flanqueiam, mas não restringem a notocorda e nas suas
bainhas, tendões se inseriram nestes locais provavelmente dando origem a diversas
cartilagens. Esse tipo de coluna vertebral é primitivo para os vertebrados em geral.

ORIGEM DA CABEÇA E DOS COMPONENTES DO ESQUELETO CEFÁLICO


O remoto ancestral protocordado dos vertebrados abandonou a alimentação por
filtração e tornou-se um predador ativo, bilateralmente simétrico, com mecanismos
alimentares e órgãos dos sentidos concentrados na sua extremidade cranial. Para a
eficiência dos mecanismos alimentar e respiratório, desenvolveu-se um esqueleto
cefálico cartilaginoso para encerrar e proteger o encéfalo e os órgãos dos sentidos, esse
fato de todos estes primórdios são peculiares aos vertebrados, pode ser afirmado que a
maior parte da cabeça desses animais é uma nova formação adaptativa, e podemos
descrever partes que auxiliaram a evolução:
Condrocrânio: dá suporte ao encéfalo e aos órgãos especiais dos sentidos.
Esplancnocrânio: podemos chamar de esqueleto visceral, que sustenta os arcos
branquiais e seus derivados.
Dermatocrânio: elementos dérmicos que completam a arquitetura relativamente
supervicial do Crânio.

EVOLUÇÃO DO ESQUELETO CEFÁLICO


Vertebrados sem Maxilas: Inovações e Variedades.
Os primeiros grupos dos vertebrados a se diferenciar foram os AGNATHA e
suas características primitivas eram:
• Sem maxilas;
• Sem apêndices pares;
• Com notocorda persistente.
Avanços em relação aos protocordados:
• Com crânio;
• Encéfalo tripartido.

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Primeira aparição de material ósseo:
• Armaduras ósseas externas.
Vertebrados com maxila, os GNATHOSTOMATA são um avanço em relação
aos AGNATHA e suas características primitivas eram:
• Com maxilas;
• Com nadadeiras pares;
• Maxilas movimentadas por músculos;
• Maxilas revestidas por dentes;
Peixes Cartilaginosos: Especialização e Regressão.
Tiveram ossos muito escassos ou ausentes durante sua longa história. Para a
proteção do encéfalo, o condrocrânio tornou-se extraordinariamente sólido com paredes
laterais e teto completo. Sem ossificação, o condrocrânio algumas vezes é endurecido
por conter grânulos de sais de cálcio.

Peixes ósseos: diversidade e complexidade.


O condrocrânio dos primeiros peixes ósseos conhecidos era relativamente bem
ossificado, parecendo ser formado por uma unidade sem suturas. A unidade rostral é
derivada das trabéculas e sustenta as órbitas e o rosto. Unida a ela por meio de uma
articulação móvel, existe uma unidade caudal derivada das cartilagens paracordais e que
sustenta o encéfalo. O esqueleto dérmico dos peixes ósseos, com poucas exceções, é
formado de ossos pequenos ou de tamanho médio.

Anphibia: Conservação ou Regressão.


Os ancestrais dos anfíbios quando saíram da água, perderam características dos
peixes como as barras branquiais e opérculo. Com menor variação na estrutura do
crânio em todos os tetrápodes do que nos peixes ósseos, os anfíbios atuais possuem
esqueletos bastante especializados. Os crânios dos extintos labythodontia transmitiram o
crânio dos Crossopterygii, sem grandes modificações aos primeiros répteis, aproximam-
se mais da principal linha evolutiva dos seus crânios do que aqueles dos anfíbios
modernos. As modificações mais significativas que ocorreram foi o esqueleto visceral
em relação evolutiva da transição de peixes para anfíbios, que este ultimo

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provavelmente apoiava sua cabeça no chão para transmitir vibrações do substrato para a
orelha interna por meio de condução óssea pela maxila inferior e por outras estruturas.

Reptilia e Aves: Variações no plano Básico.


Podemos considerar as Aves como sendo meramente répteis especializados,
tendo o esqueleto visceral permanecido essencialmente o mesmo que o dos anfíbios, os
crânios são suficientemente similares aos de seus ancestrais. Os ossos de membrana dos
Reptilia variam em número e podem ser robustos ou delicados, suas linhagens
subseqüentes desenvolveram maxilas mais poderosas. Uma modificação na estrutura do
palato tornou-se universal entre os Mammalia por está relacionado com o mecanismo
alimentar, a abóbada craniana reforçou-se em alguns lugares e enfraqueceu em outros,
havendo formação de um ou dois pares de aberturas na região temporal do crânio e aí os
músculos moveram-se para fora através delas e passaram a ter sua origem em parte de
suas margens.
Os répteis semelhantes a mamíferos transformaram certos ossos das maxilas em
ossículos da orelha e estruturas relacionadas.
As Aves possuem lacunas laterais maiores ou menores, que tornaram o crânio
mais leve sem grande perda de força e, para alguns desses animais, permitem que os
olhos protraídos possam ser retraídos para o interior da cabeça para evitar danos ou para
auxiliar na deglutição. Processos laminares dos maxilares, também do palatino,
formaram-se em direção à linha mediana, na frente das narinas deslocadas para formar
um novo palato, ou palato secundário.
O esqueleto visceral de aves e da maioria dos répteis permanece essencialmente
o mesmo que o dos anfíbios. O quadrado, o articular e certas cartilagens formam-se a
partir do primeiro arco, o estribo forma-se a partir do segundo arco, o aparelho hióideo
forma-se principalmente a partir do segundo arco, mas também do terceiro e, ás vezes,
do quarto, a laringe e os anéis traqueais provavelmente formam-se a partir do sexto e
sétimo arco.

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Mammalia: Mais algumas Modificações.
Em relação às características adaptativas relacionadas à resistência e proporções,
o crânio mamaliano é muito variável e conservativo em relação ao plano básico. O
encéfalo é maior do que o dos outros vertebrados, contribuindo para uma completa
integração funcional entre os ossos de substituição e de membrana da caixa craniana.
Certos ossos estão particularmente propensos a fundirem-se num estágio precoce da
vida, as suturas cranianas quase sempre são mais evidentes do que nas Aves e
geralmente menos evidentes do que as dos Répteis.
Durante a evolução dos tetrápodes, ocorreu uma tendência de simplificação do
crânio por perda de ossos. As narinas ósseas rostrais uniram-se para formar uma
abertura comum. Uma câmara nasal relativamente grande é preenchida como em
algumas aves, por delicadas lâminas ósseas, as conchas ou turbinais, que são
evaginações das paredes internas dos ossos maxilares, nasais e etmóides, onde estas
lâminas são recobertas com epitélio cuja função é a de aquecer e limpar o ar inspirado
antes que alcance os pulmões.

ORIGEM, EVOLUÇÃO, ESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO DOS MEMBROS


Com a descoberta de peixes semelhantes a anfíbios, os Pandeichthyidae, e dos
anfíbios Ichthyostegidae, semelhantes a peixes, diminuiu a lacuna existente entre
nadadeira e membro. Os tetrápodes evoluíram perto ou na água doce, requerendo que
seus membros pudessem os raios das nadadeiras e adquirissem dígitos e re-orientação.
As nadadeiras pares dos peixes sempre têm mais ou menos a mesma função e variam
em estrutura nas diferentes classes ou subclasses, e as nadadeiras peitorais sendo mais
fortes e mais firmentente relacionadas com o esqueleto axial. Os membros pelvinos são
mais fortes e mais firmemente relacionados com o esqueleto axial e podemos identificar
nas nadadeiras dos peixes Crossopteryggi os elementos proximais e do meio do
esqueleto.
Os ossos do pulso compõem o carpo, os do tornozelo formam o tarso, sendo
conhecidos coletivamente como podiais. A extremidade cranial é chamada mão e a
caudal, pé. Os metacarpais e metatarsais são coletivamente conhecidos como
metapodiais. Por meio de perdas e fusões que, geralmente os padrões esqueléticos das

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diversas extremidades dos tetrápodes podem ser verificados no desenvolvimento
embrionário.

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CONSIDERAÇÕES

Muitas tendências evolutivas podem ser identificadas observando que, os


primeiros vertebrados tenderam a reduzir o número de arcos viscerais e a estabilizar seu
número, a redução da ossificação total é observadas em diversos táxons, e de peixes
para mamíferos, ocasionando o desaparecimento de ossos específicos, particularmente
em torno das órbitas, na parte caudal do crânio, na área temporal e na maxila inferior,
contribuindo para um relativo encurtamento da parte pós-orbital do crânio.
A descoberta de peixes semelhantes a anfíbios diminuiu a lacuna existente entre
nadadeira e membro. As nadadeiras pares dos peixes sempre têm mais ou menos a
mesma função e variam em estrutura nas diferentes classes ou subclasses, e as
nadadeiras peitorais sendo mais fortes e mais firmententes relacionadas com o esqueleto
axial.

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