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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

AGRONOMIA
RAONE COTRIM DE OLIVEIRA

EFEITOS DA FALTA E DO EXCESSO DE


MACRONUTRIENTES E MICRONUTRIENTES
ESSENCIAIS NA CUTURA DA MANDIOCA

Cruz das almas – BA


Setembro de 2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA
AGRONOMIA
RAONE COTRIM DE OLIVEIRA

EFEITOS DA FALTA E DO EXCESSO DE


MACRONUTRIENTES E MICRONUTRIENTES
ESSENCIAIS NA CUTURA DA MANDIOCA

Trabalho acadêmico apresentado


à disciplina Química Geral e Orgânica
a pedido do professor AntônioAugusto

Cruz das almas – BA


Setembro de 2010
INTRODUÇÃO

A mandioca é uma importante fonte alimentar não só no Brasil como em muitos outros
países. A produção de raízes se destina tanto para a alimentação animal como para a
humana, podendo este consumo chegar a 70 kg/pessoa/ano, uma vez que a maior parte
desse consumo se dá na forma de farinha. Nos dias atuais a cultura enfrenta índices de
produção inferiores à média nacional, isso tudo devido à baixa adoção de tecnologias
apropriadas para a produção, causada pela falta de recursos financeiros e além disso a
implantação tratos culturais mais eficientes, já que os produtores de mandioca não
aceitam facilmente mudanças em seu sistema de produção.
A mandioca é capaz de absorver grandes quantidades de nutrientes. Estes nutrientes
dificilmente retornam ao solo já que a produção de resíduos é baixa e muitas vezes
destinada também à alimentação animal, como o uso da parte aérea na fabricação de
rações, e o caule que é quase sempre destinado ao replantio no campo. A cultura da
mandioca exporta quase tudo o que é absorvido e não devolve a mesma quantidade de
nutrientes ao solo, isso agrava a situação de falta de fertilidade nas áreas onde há esse
tipo de cultivo de forma intensiva. Em média, para se produzir 25 toneladas de raízes
juntamente com a parte aérea de mandioca por hectare são extraídos 123 kg de N, 27 kg
de P, 146 kg de K, 46 kg de Ca e 20 kg de Mg.
No decorrer desse trabalho, será mostrado de forma bem simples o que a falta e o
excesso dos principais nutrientes podem causar nesse tipo de cultivo, relacionado essas
duas condições com sintomas que a planta demonstra, quando se encontra em alguma
dessas situações.
SINTOMAS DA DEFICIÊNCIA DE MACRONUTRIENTES

DEFICIÊNCIA DE NITROGÊNIO (N):

 A planta apresenta um crescimento reduzido e em algumas cultivares ocorre


amarelecimento uniforme e generalizado das folhas, inicialmente atinge as
folhas inferiores e depois toda a planta.

DEFICIÊNCIA DE FÓSFORO (P):

 Também ocasiona um crescimento reduzido da planta, as folhas se tornam


pequenas, estreitas, com poucos lóbulos e com as hastes finas. Em condições
severas ocorre o amarelecimento das folhas inferiores, tornando-se também
flácidas e necróticas vindo a cair, diferente da deficiência de N, as folhas
superiores mantêm sua cor verde escura, mas podem ser pequenas e pendentes.

DEFICIÊNCIA DE POTÁSSIO (K):

 Afeta o crescimento e o vigor da planta, entrenós e pecíolos se tornam curtos, e


folhas pequenas. Em deficiência muito severa ocorrem manchas avermelhadas,
amarelecimento e necrose dos ápices e bordas das folhas inferiores, que
envelhecem prematuramente e caem, ocorrem também necroses e ranhuras finas
nos pecíolos e na parte superior das hastes.

DEFICIÊNCIA DE CÁLCIO (Ca):

 Crescimento reduzido da planta, as folhas superiores se tornam pequenas, com


amarelecimento, queima e deformações dos ápices foliares são constantes e,
além disso, há uma escassa formação de raízes.

DEFICIÊNCIA DE MAGNÉSIO (Mg):

 Ocorre clorose nas nervuras das folhas inferiores, inicia-se nos ápices ou bordas
das folhas e avança até o centro. Em deficiência severa as margens foliares
podem tornar-se necróticas além de uma pequena redução na altura da planta.
DEFICIÊNCIA DE ENXOFRE (S):

 Há um amarelecimento uniforme das folhas superiores, similar ao produzido


pela falta de Nitrogênio e algumas vezes são observados sintomas similares nas
folhas inferiores.

SINTOMAS DA DEFICIÊNCIA DE MICRONUTRIENTES

DEFICIÊNCIA DE BORO (B):

 Altura reduzida da planta, entrenós e pecíolos curtos, folhas jovens verdes


escuras, pequenas, com pecíolos curtos, manchas cinza, marrons ou
avermelhadas nas folhas completamente desenvolvidas, exsudação gomosa cor
de café nas hastes e pecíolos alem da redução do desenvolvimento lateral da
raiz.

DEFICIÊNCIA DE COBRE (Cu):

 Deformação e clorose uniforme das folhas superiores. Os ápices foliares tornam-


se necróticos e as margens das folhas dobram-se para cima ou para baixo, os
pecíolos tornam-se largos e pendentes nas folhas completamente desenvolvidas,
além de um crescimento reduzido da raiz.

DEFICIÊNCIA DE FERRO (Fe):

 Clorose uniforme das folhas superiores e dos pecíolos, os quais se tornam


brancos em deficiência severa. Inicialmente as nervuras e os pecíolos
permanecem verdes, depois se tornam de cor amarela pálida, quase branca.
Também há um crescimento reduzido da planta onde as folhas jovens são
pequenas, porém em formato normal.
DEFICIÊNCIA DE MANGANÊS (MN):

 Ocorre clorose entre as nervuras nas folhas superiores ou intermediárias que já


se encontram em completo estado de expansão. Em deficiência severa ocorre
crescimento reduzido da planta, onde as folhas jovens ficam pequenas, porém
em formato normal.

DEFICIÊNCIA DE ZINCO (ZN):

 Há um aparecimento de manchas amarelas ou brancas entre as nervuras das


folhas jovens, as quais com o tempo tornam-se cloróticas, além de manchas
necróticas nas folhas inferiores; crescimento reduzido da planta.

SINTOMAS DO EXCESSO DE MICRONUTRIENTES

Poucos estudos no Brasil se referem à influência de micronutrientes e seu poder de


toxidez na cultura da mandioca, porém podem ser encontradas algumas informações de
alguns deles e seus respectivos efeitos. Isso pode ser observado como no caso do
Alumínio, do Boro e do Manganês.

TOXIDEZ DE ALUMÍNIO (AL):

 Redução da altura da planta e do crescimento da raiz; amarelecimento entre as


nervuras das folhas velhas sob condições severas.

TOXIDEZ DE BORO (B):

 Aparecimento de manchas brancas ou marrons nas folhas velhas, especialmente


ao longo dos bordos foliares, que posteriormente podem tornar-se necróticas.
TOXIDEZ DE MANGANÊS (MN):

 Amarelecimento das folhas velhas, com manchas pequenas escuras de cor


marrom ou avermelhada ao longo das nervuras; as folhas tornam-se flácidas e
pendentes e caem no solo.

SINTOMAS DO EXCESSO DE MACRONUTRIENTES

TOXIDEZ DE NITROGÊNIO (N):

 O excesso de nitrogênio nessas plantas pode causar um estresse nutricional


afetando o processo metabólico.

TOXIDEZ DE FÓSFORO (P):


 Em altas concentrações, o fósforo diminui a disponibilidade de zinco para a
planta, pois o zinco se liga ao cátion acompanhante do fósforo. E nestas
condições, as plantas apresentam pequeno desenvolvimento, com as raízes claras
e as folhas mais velhas com clorose nos bordos.

TOXIDEZ DE POTÁSSIO (K):

 A alta concentração de potássio tem ação antagonista sobre absorção de Ca2+ e


Mg2+. O autor afirma ainda que, a diminuição na absorção cálcio pelo potássio
deve-se à competição decorrente de propriedades fisiológicas destes cátions.

TOXIDEZ DE CÁLCIO (Ca):


 Esse nutriente quando em falta verificou-se uma redução acentuada na produção
dessa cultura.

TOXIDEZ DE ENXOFRE (S):


 Em altas concentrações no solo provoca deficiência de ferro na plantas o que
induz o aparecimento de clorose foliar típica desse tipo de deficiência
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MALAVOLTA, E. Manual de nutrição mineral de plantas. São Paulo, Ceres, 638p,


2006

SANTOS, D. M. M. Nutrição Mineral. Apostila de Fisiologia Vegetal. UNESP.


Jaboticabal, 13p. 2004

VITTI, G. C.; LIMA, E; CICARONE, F. Cálcio, Magnésio e Enxofre. In:


FERNANDES, M. S. (Ed.) Nutrição Mineral de Plantas. Sociedade Brasileira de
Ciência do Solo. Viçosa, 432 p, 2006.

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/34518/1/ESTRESSE-NUTRICIONAL-EM-
PLANTAS/pagina1.html#ixzz0ysvZFZ7x

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