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Cinza Do Tempo
Cinza Do Tempo
Cinza Do Tempo
A Cinza do Tempo
2ª edição
CAMINHO
Nosso Mundo
A Cinza do Tempo
(2ª edição)
Autor: Daniel Sampaio
Design gráfico: José Serrão
Revisão: Secção de Revisão da Editorial Caminho
C Editorial Caminho,
SA, Lisboa -- 1997
Tiragem: 4000 exemplares
Composição: Secção de
Composição da Editorial Caminho
Impressão e acabamento:
Tipografia Lousanense, Lda.
Data de impressão: Junho de 1997
Depósito legal nº 108.520/97
ISBN 972-21-1121-3
O Autor
Daniel Sampaio
Agradecimentos
19/2/93
Há neve em Massamá
Intimidade
Expectativas
A bola de bilhar
A princesa e a leviana
Professores e alunos
Prémios e castigos
Psicologia na escola
Sozinhos em casa
Escolas e cafés
Coisas simples
Um simples botão
02/1/95
Madrugada
Os "analistas" da vida
2/95
12/3/95
Escolas diferentes
3/95
A magia da festa
23/4/95
Um ano depois
4/95
Rituais familiares
7/5/95
A família do futuro
21/5/95
(In)segurança
18/6/95
Menos psiquiatria,
mais diálogo
2/7/95
O homem, o cão
e a mordedura
30/7/95
27/8/95
De novo a escola
Estamos perto do início do novo ano escolar sem que nada de
muito significativo tenha surgido nas nossas escolas básicas e
secundárias. As medidas vindas a público, umas mais erradas
que outras, não parecem considerar o problema fundamental.
Podemos anunciá-lo assim: a escola tornou-se uma estrutura
massificada, é sentida por grande número de alunos como uma
obrigação imposta pela sociedade, sem que tenha havido grande
cuidado com a implicação pessoal do estudante na definição do
seu estatuto escolar. Ora para que crianças e adolescentes
possam encontrar algum sentido no seu quotidiano é crucial que
reconheçam a sua identidade como alunos daquela escola e não
consigam dizer que a "verdadeira vida é lá fora".
Sem nunca perder a finalidade de instruir, a escola básica
e secundária tem de socializar. Não é possível que os liceus
continuem a ser um supermercado de aulas, onde professores,
saídos de universidades ultrapassadas e onde estes problemas
não se colocam, ensinem de modo tradicional, sem que de facto
a pessoa do aluno esteja em causa (apesar de piedosas
declarações nesse sentido).
A escola tem de ser uma organização que transforme aquele
espaço numa rede de comunicação e de laços humanos, onde cada
um tenha o seu papel na definição do colectivo. Como tenho
afirmado, a co-responsabilização tem de ser a palavra-chave na
escola, para que se desenvolva o sentimento de pertença e cada
um encontre sentido de pertença no seu trabalho.
Trata-se de uma tarefa difícil, ainda por resolver no
mundo, mas para a qual já se conhecem algumas orientações. O
responsável pelo estabelecimento escolar -- o presidente do
Conselho Directivo ou director da escola -- deve de facto
assumir a direcção do estabelecimento. Embora seja
importantíssimo que ausculte a opinião de todos os membros da
comunidade escolar -- professores, alunos, funcionários e
encarregados de educação -- deverá considerar a sua função de
referência institucional. Quem de facto dirige deve ter um
rosto, jamais se devendo esconder atrás de um indefinido
Conselho de escola. Para isso é necessário que circule, que
cumprimente e dialogue com os alunos, que se aperceba
claramente dos problemas que existem. Embora possa compreender
as dificuldades, não hesitará perante questões de disciplina e
combaterá o absentismo, esse sinal inequívoco de que a escola
não está a funcionar adequadamente.
A eficácia da escola depende não só do Ministério da
Educação mas também do modo como são postos em acção os seus
recursos humanos. Os professores terão de compreender a
necessária revolução que a escola actual exige. Socializar e
instruir, através do esforço de educar, têm de ser as palavras
de ordem. Então é preciso que inovem, que encontrem nova
estratégia de ensino, que de facto apoiem as iniciativas dos
alunos, de modo a transformá-los em verdadeiros actores da
mutação que é necessária. Impressiona ver como tantos
professores qualificados se encontram em desespero, a
trabalhar sem rumo numa escola sem projecto. Encontrarão no
trabalho solidário com os alunos a força necessária para a
mudança que tornará menos árdua a sua tarefa. Terão de
perceber que se pode ensinar o programa sem perder de vista o
interesse do aluno e rapidamente perceberão aqueles que faltam
constantemente e que vão para a escola à falta de melhor
(esses precisarão de ajuda especializada ou outras
alternativas escolares e profissionais).
Os alunos terão de compreender, finalmente, que a escola
será diferente se eles se empenharem na sua mudança. Tal passa
por um reforço do papel das associações e dos grupos de
trabalho juvenis e pela exigência permanente de uma mudança de
mentalidade de quem detém o poder. Não será esse o papel das
gerações mais novas?
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