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A proteção é dirigida para impedir que, com a realização do tipo, haja incentivo ou
favorecimento à prostituição. O objetivo não é proteger uma moralidade pública média ou
os bons costumes mas, simplesmente, coibir o possível ingresso da vítima desse crime no
mundo da prostituição.
7.2 TIPICIDADE
7.2.1.1 Conduta
2 – Direito Penal III – Ney Moura Teles
A satisfação da lascívia alheia deve ser decisão livre de qualquer pessoa, não
podendo quem quer que seja imiscuir-se na mente da pessoa a fim de convencê-la a
realizar os desejos de outro.
Age o sujeito ativo com dolo. Com consciência da conduta que realiza e com o fim
de que a vítima atenda a sua opinião, aceitando realizar atos libidinosos com outra pessoa.
Na realização do tipo básico não se exige nenhum outro fim especial, como o de lucro, que
tornará o crime qualificado, como se vê mais à frente.
ocorre por circunstâncias alheias à vontade do agente, inclusive quando a própria vítima
recua e deixa de atender aos desejos do terceiro.
Qualifica o crime, portanto, a menor idade da vítima ou uma das relações entre ela e
o agente, referidas no preceito. Nela se incluem os professores, educadores, diretores de
estabelecimentos de ensino, de saúde, internatos, externatos, casas de internação de
menores, enfim, pessoas que estejam exercendo um poder de autoridade, decorrente das
relações de tratamento e guarda. Estando ele nas condições referidas na norma, merecerá
maior reprovação pela violação do decorrente dever, legal ou jurídico, de protegê-la.
A segunda forma qualificada diz respeito aos meios empregados pelo agente para
induzir a vítima. Se usa violência, grave ameaça ou fraude, a pena será de reclusão de dois a
oito anos (§ 2º do art. 227). Violência engloba as lesões corporais, leves, graves ou
gravíssimas e também as vias de fato. Grave ameaça é a promessa da causação de um mal
importante. Fraude é o engodo, o engano, o meio que o agente emprega para manter a vítima
em erro ou levá-la a apreciar mal a realidade.
Além da pena mais severa, o agente responderá, em concurso material, pelo crime
contra a pessoa decorrente do emprego da violência – lesão corporal ou morte –, a não ser
quando tais resultados tenham derivado de culpa, caso em que incidirá o art. 223, aplicável
também ao delito do art. 227, por força do que dispõe o art. 232.