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A Família Internacional

A H i s t ó r i a d a F a m í l i a I n t e r n a c i o n a l

a liberdade religiosa no banco dos réus


g

Uma Análise dos Resultados das Investigações Realizadas por


Ordem Judicial com Relação à Família Internacional

A pesar de muitas nações ocidentais contarem


em suas constituições com textos bem redi-
gidos prevendo a pluralidade da fé e a proteção
foram observadas por meio de avaliações físicas,
psicológicas e educacionais, deixaram os tribunais,
em todos os casos, satisfeitos com o padrão de
da liberdade religiosa, os defensores dos direitos vida oferecido às crianças.
humanos e da liberdade religiosa têm expressado Os processos, as decisões dos magistrados
preocupação com a crescente onda de intolerância e os pareceres dos órgãos de serviço social que
religiosa mundial. Os novos movimentos religiosos participaram dessas investigações encontram-se
ou as religiões minoritárias normalmente ficam aqui descritos em linhas gerais.
vulneráveis a tais hostilidades, tornando-se alvo de
grupos anti-religião e de alguns setores dos meios de Argentina
comunicação. A Família Internacional [A Família] Buenos Aires: 27 de outubro de 1989 — 23
não é uma exceção a essa regra e foi, em tribunais de maio de 1990
ao redor do mundo, caso piloto sobre a proteção Buenos Aires: 1º de setembro de 1993 — 27
do direito de liberdade individual de culto. de julho de 2004
A Família (antigamente conhecida por “Os
Meninos de Deus”) é uma organização compos- Austrália
ta de comunidades cristãs independentes com Melbourne: 1991 — 27 de abril de 1993
atividades em mais de 100 países. Nossas crenças Sidney: 15 de maio de 1992 — 31 de março
e modo de vida não-conformistas, no entanto de 1999
fundamentados nas Escrituras, foram motivo de Melbourne: 15 de maio de 1992 — 22 de
polêmica na primeira metade da década de 1990 e abril de 1994
alvo de investigações pelo poder público e processos
judiciais em vários países. Em todos os casos, sem Brasil
exceção, nossos integrantes foram absolvidos pelos Rio de Janeiro: 13 de abril de 1992 — 30 de
tribunais e seus direitos a praticar sua religião fo- janeiro de 1995
ram preservados. Essas decisões judiciais têm sido
consideradas importantes precedentes legais nas Inglaterra
questões envolvendo liberdade religiosa. Londres: 1992 — novembro de 1995
Por sermos um movimento religioso jovem,
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a maneira segundo a qual educamos nossos fi- França


lhos tem suscitado bastante interesse e escrutínio. Eguilles e Lyon: 9 de junho de 1993 — 24
Nossa opção por um estilo de vida comunitário, de fevereiro de 2000
.
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por ensinarmos nossos filhos em casa e nossas


convicções religiosas têm levantado a questão se Itália
um ambiente ímpar como o oferecido em nossos Roma: 16 de janeiro de 1979 — 15 de no-
lares seria adequado para o pleno desenvolvimento vembro de 1991
das crianças. Os resultados das investigações rea-
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lizadas por decisões judiciais, nas quais quase 700 Peru


crianças residentes nas comunidades da Família Lima: 30 de julho de 1990
ST016–0401
Lima: setembro de 1993 — 14 de dezembro do uma pequena quantidade de cocaína na casa
de 1993 onde funcionava uma de nossas comunidades.
(Posteriormente foi evidenciado que a droga fora
Espanha ali posta pela própria polícia durante as diligências.)
Barcelona: julho de 1990 — 30 de outubro O juiz Leónidas Moldes, da comarca de San Isidro

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de 1994 em Buenos Aires, considerou improcedentes as
acusações relacionadas às drogas em 11 de janeiro
Suécia de 1990 e declarou:
Valbo: 31 de janeiro de 1994 — 9 de maio
de 1994 Não disponho de nenhum ele-
mento de nenhuma espécie que cor-
Estados Unidos robore a acusação de que a droga
Los Angeles: julho de 1993 apreendida pertença aos 13 acusados.
Quanto à acusação de favorecimento
Venezuela ao crime e o incentivo ao consumo
Zulia: 26 de fevereiro de 1992 — 27 de maio de drogas pela simples leitura do ma-
de 1992 terial bibliográfico apreendido, não
se pode deduzir que o grupo e seus
membros estejam promovendo o uso
ARGENTINA de drogas, muito pelo contrário.1

D esde 1987, a Família foi alvo de 11 investiga-


ções na Argentina, das quais oito resultaram
em processos judiciais movidos contra membros
O segundo caso tratou do bem-estar das crian-
ças apreendidas pelos órgãos de assistência social.
da Família. Em 19 de dezembro de 1989, as crianças foram
Em outubro de 1993, as autoridades argen- devolvidas aos pais por determinação da juíza
tinas avaliaram mais de 230 menores, filhos de Eleonora Mercedes Fernandez de Zingoni da
integrantes da Família. Algumas das crianças foram comarca de San Isidro. Em sua decisão, a juíza
submetidas a exames degradantes e fisicamente declarou:
dolorosos por médicos indicados pelo tribunal na
busca de alguma evidência de abuso. Entretanto, Após a análise dos diferentes
os exames atestaram que todas as crianças gozavam elementos referentes a cada caso
de perfeita saúde mental e física, e não apresen- individual, a saber, os relatórios só-
taram nenhuma evidência de abuso físico, sexual cio-ambientais, as declarações feitas
ou psicológico. por familiares das crianças; consi-
derando minhas impressões do con-
tato pessoal que mantive com cada
Buenos Aires: 27 de outubro de 1989 um dos menores, e considerando
— 23 maio de 1990 que os pais e/ou responsáveis pelos

U ma das investigações mais rigorosas à qual a


Família foi submetida na Argentina aconte-
ceu em 1989. Em 27 de outubro, foram realizadas
menores residentes no local onde
foi realizada a diligência policial
não foram processados, concluo e
diligências em duas comunidades da Família por é minha sincera convicção que os
um grande contingente de policiais fortemente menores vivem em um ambiente
armados. Muitos integrantes adultos da Família adequado ao seu desenvolvimento
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foram detidos e mantidos presos por duas semanas, físico e moral, não caracterizan-
durante os quais 18 crianças ficaram sob custódia do por isso as condições extremas
do poder público. As denúncias subseqüentes à dili- necessárias para que este tribunal
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gência fundamentaram três processos separados. interviesse, conforme o disposto


O primeiro dizia respeito a crime envolven- no artigo 10, parágrafo 2º da Lei
do narcóticos. A polícia alegou haver encontra- Provincial número 10067.2
.

1
Tribunal Federal de San Isidro, Processo No. 34.269, Buenos Aires, Argentina, 11 de janeiro de 1990.
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2
Tribunal de Menores de San Isidro, Processo No.. 17.142, Buenos Aires, Argentina, 19 de dezembro de 1989.
Copyright © 2004 por A Família Internacional
A assistente social que participou das investiga- Estado e 21 adultos foram mantidos presos. Todas
ções emitiu o seguinte parecer em 29 de novembro essas crianças foram submetidas contra sua vonta-
de 1989: “Na [residência da Família] percebia-se de a avaliações psicológicas, assim como exames
um ambiente de tranqüilidade, no qual as crian- médicos/ginecológicos fisicamente dolorosos e
ças têm todas as suas necessidades atendidas, são degradantes. Nos laudos dos exames preliminares,
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bem cuidadas, protegidas e parecem saudáveis, os médicos indicados pela promotoria confirmaram
motivadas e normais. Não há indícios de que os sinais de conflitos psicológicos em 16 das 137
membros adultos ali residentes tenham qualquer crianças avaliadas. Esses resultados foram poste-
atitude negativa com respeito às crianças ou possam riormente desqualificados pelo tribunal por não
estar tentando aliciar ou corrompê-las.” terem sido realizados segundo os procedimentos
O terceiro caso envolveu acusações de abuso científicos cabíveis e por terem sido obtidos por
infantil. Em 23 de maio de 1990, o juiz Alejandro meios coercivos. Novas avaliações psicológicas re-
de Korvez da comarca de San Isidro rejeitou as velaram a inexistência de anormalidades. Nenhum
acusações: exame realizado detectou qualquer evidência de
abuso, quer sexual, quer de outra natureza.
É meu entendimento que os au- Em demonstração de solidariedade com seus
tos deste processo não reúnem evi- correligionários na Argentina, os membros da
dências da responsabilidade criminal Família em todo o mundo realizaram manifesta-
dos acusados com base nas denún- ções pacíficas diante das embaixadas, consulados,
cias que deram início a este proces- centros comerciais e escritórios de empresas aéreas
so. [Nos] relatórios sócio-ambientais, da República Argentina. Enquanto isso, naquele
nos laudos dos exames médico-psi- país, a Família lançou uma vigorosa campanha
cológicos e na análise da literatura e nos meios de comunicação e fez valer seus direitos,
materiais audiovisuais apreendidos, impetrando mandados de segurança, exigindo a
não foi identificado nenhum elemen- retirada de todas as acusações, a imediata libertação
to que ponha em dúvida os depoi- dos adultos e a devolução da guarda dos menores
mentos prestados pelos acusados, os aos seus pais.
quais negam terminantemente ha- Em 13 de dezembro, o Tribunal de Recursos
verem cometido os delitos dos quais da Comarca de San Martin, Buenos Aires, deci-
são acusados.3 diu em favor da Família, declarando o juiz que
determinou as diligências, Roberto Marquevich,
legalmente incompetente para julgar o caso.4 O
Buenos Aires: 1º de setembro de 1993 tribunal determinou a imediata soltura de todos
— 27 de julho de 2004 os adultos mantidos presos por 104 dias. O tri-

A maior ação contra as comunidades da Família


até hoje aconteceu em 1º de setembro de
1993, quando a polícia realizou diligências em
bunal também mandou que todas as crianças da
Família deixassem as instituições e que voltassem
à custódia dos respectivos pais. Na decisão por
cinco residências da Família em Buenos Aires, maioria cujo texto contém 200 páginas, os juízes
prendendo e mantendo presos 21 adultos e apre- federais Horacio Enrique Prack e Alberto Mansur
endendo 137 menores, filhos de integrantes da rejeitaram e contestaram, uma por uma, todas as
Família. Foi o maior número de crianças de um acusações feitas contra a Família:
grupo religioso colocadas sob a guarda do governo
em uma só ocasião na história recente da Argentina. Foi inicialmente declarado [pelo
As notícias das batidas policiais e as acusações juiz Marquevich] que [as crianças]
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sensacionalistas de seqüestro, tráfico de crianças, apresentavam sinais de supostos abu-


prostituição, escravidão e abuso infantil, ocuparam sos de natureza sexual. Todavia, os
as manchetes em todo o mundo. exames médicos não ratificaram tal
.
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Durante três meses e meio os filhos dos mem- presunção, conforme evidenciaram
bros da Família foram mantidos sob custódia do as avaliações cujos resultados foram

3
Tribunal Provincial de San Isidro, Processo No.. 34.269, Buenos Aires, Argentina, 23 de maio de 1990.
.

4
Tribunal de Recurso de San Martin, Processo 81/89 “Cavazza, Juan C. e outros, conforme. Art.125, 139, 140, 142, Par.l, 142, 210, 293 do
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Código Processual e art.3 da Lei 23,592,” Tribunal Federal de San Isidro, 1 Sec.2 Seção II, Reg. 443. Juízes Federais: Horacio Enrique Prack,
Alberto Mansur, Daniel Mario Rudi, Buenos Aires, Argentina, 13 de dezembro de 1993.
absolutamente negativos. Não existe denúncias e antes da decisão do tribunal de recur-
a mínima evidência de que qualquer sos, juristas da Ordem dos Advogados de Buenos
ato delituoso dos acima descritos te- Aires — Colegio Público de Abogados — (de forma
nha efetivamente ocorrido a qualquer alguma representando e sem nenhum vínculo com
um dos menores citados nos autos.5 a Família), pediram ao Congresso Nacional da

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Argentina a cassação do juiz Roberto Marquevich,
As denúncias de abuso foram feitas por ex- uma ação naquele país contra um juiz federal com
membros da Família rancorosos. Evidências do- poucos precedentes.
cumentadas mostraram mais tarde que os mesmos Os tribunais também fizeram uma advertência
indivíduos participaram ativamente nos processos dos perigos da utilização do argumento de “lavagem
contra a Família em outros países. Após a análise cerebral” utilizado no processo e o conseqüente
dos depoimentos sob juramento dos ex-membros, estigma dos membros de novas religiões:
o tribunal de recursos decidiu:
Afirmar que o proselitismo se
[Esses depoimentos] são incom- tornou subversão ideológica; que a
patíveis com os resultados nos laudos persuasão de alguém a adotar um
médicos. Suas declarações revelam estilo de vida alternativo, algo prote-
avidez por exagerar vagas lembran- gido pelo direito à liberdade religio-
ças de eventos passados, a ponto de sa, tornou-se lavagem cerebral; que
recorrerem a relatos os quais indu- missionários passaram a ser agentes
bitavelmente foram provados falsos, subversivos; que casas para retiro es-
enfraquecendo deste modo a credibi- piritual ou clausura monástica se tor-
lidade de suas afirmações.6 naram cárceres; e, por fim, que a ade-
são mística à devoção religiosa tenha
O Tribunal de Recursos também censurou se transformado em comportamento
com dureza a forma equivocada e preconceituosa psicótico certamente nos devolverá
segundo a qual o juiz Marquevich conduziu as ao tempo da sociedade autoritária
investigações. repressora do pensamento livre que
limitava e castrava a prerrogativa de
É evidente a ilegalidade dos pro- cada indivíduo de escolher a própria
cedimentos usados na investigação, maneira de viver.8
em violação às regras claras da ordem
pública. Tais procedimentos represen- Os juízes chegaram a ponto de salientar que
tam o uso arbitrário do poder penal, não cabe aos tribunais ou à população em geral
tirando o caso dos limites da raciona- julgar as crenças das minorias. “[A opinião] da
lidade inerente ao direito fundamen- maioria no que diz respeito ao que é ou não é
tal à defesa em juízo. Esse panorama moralmente correto não é necessariamente a certa,
deixa clara a presença de uma resistên- mas, muitas vezes, é o produto de preconceitos
cia anacrônica do mais severo sistema ou idéias obscuras. E vale acrescentar que, mes-
inquisitivo, no qual as pessoas eram mo quando não seja esse o caso, a maioria não
consideradas “bruxas” ou “hereges” e tem direito algum a estabelecer como os demais
convocadas exclusivamente para que devem viver.”
confessassem seus pecados.7 Em 23 de dezembro de 1993, as crianças da
Família voltaram a viver com seus pais após 114
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As ilegalidades cometidas durante a investiga- dias sob a custódia do Estado, período esse em
ção foram denunciadas. Dentre estas, inclui-se a que suas residências foram totalmente saqueadas
prisão de cinco mulheres integrantes da Família pela polícia.
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mantidas em condições carcerárias desumanas O promotor do Tribunal de Recursos da


pelos primeiros oito dias de detenção. Após essas Comarca de San Martin, Pablo Hernan Quiroga,

5
Idem.
6
Idem.
.
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7
Idem.
8
Idem.
imediatamente interpôs dois recursos no Supremo crianças desses grupos, organizações
Tribunal Federal para obter a anulação das decisões ou seitas estejam em condições pas-
do Tribunal de Recursos. Um dos recursos alega- síveis das medidas de proteção, como
va que o juiz Marquevich deveria ter autoridade uma ação coletiva. É motivo de preo-
jurisdicional nesse processo e o outro recorreu cupação que essa forma de inquérito
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de todos os pontos da decisão do Tribunal de possa servir de precedente para que
Recursos. Ambos os recursos foram indeferidos as medidas de proteção aos menores
pelo Supremo Tribunal em 29 de junho de 1995 e sejam aplicadas a outras seitas cujas
o processo foi encerrado em 27 de julho de 2004, práticas e crenças não aparentem es-
pouco depois de o juiz Marquevich ser cassado e tar em conformidade com o pensa-
afastado do cargo. mento tipicamente aceito.10

AUSTRÁLIA Sidney: 15 de maio de 1992


— 31 de março de 1999
Melbourne: 1991
— 27 de abril de 1993 E m 1991, a polícia do Estado de New South
Wales realizou durante um ano, uma extensa

E m meados de 1991, um ex-membro da Família


(hoje reconciliado), na tentativa de obter a
custódia dos filhos, acusou a esposa — de quem
investigação da Família, uma ação que recebeu o
codinome “Projeto A”. Essa investigação culmi-
nou em 15 de maio de 1992, quando a polícia
estava separado — de práticas abusivas contra os e funcionários do Departamento dos Serviços
filhos. Tanto a mulher quanto as crianças viviam Comunitários (DOCS) realizaram diligências
em uma comunidade da Família em Melbourne, sincronizadas antes do amanhecer nas residências
Victoria, Austrália. Em conseqüência dessas acu- da Família em Sidney e colocaram 65 crianças sob
sações, a polícia e os Serviços Comunitários de a custódia do Estado. Segundo as autoridades,
Victoria (CSV) procuraram colocar as crianças ex-membros insatisfeitos da Família e integrantes
sob a custódia do Estado. de organizações anti-“seitas” fizeram acusações de
Isso deu início a um processo judicial que abusos de natureza sexual, física e psicológica. As
começou em novembro daquele ano. Um marco diligências receberam ampla cobertura da mídia.
na história do Direito se observou quando uma das Apesar dos 12 meses de investigação, que
crianças, na época com 12 anos de idade, passou custaram milhões de dólares aos contribuintes,
três dias no banco das testemunhas prestando a polícia não encontrou nenhuma evidência de
depoimento (algo sem precedentes). Em 10 de ato criminoso. As crianças foram consideradas
agosto de 1992, Gregory Levine, desembargador saudáveis e isentas de qualquer sinal de abuso.
do Superior Tribunal de Menores, rejeitou as Em 21 de maio, o juiz do Tribunal de Menores
acusações feitas pela polícia e pelo CSV, determi- de Sidney, Ian Forsyth, afirmou que as crianças
nando que as crianças continuassem vivendo com eram “maravilhosas e comunicativas” e permitiu
a mãe na residência da Família.9 O CSV recorreu que ficassem temporariamente sob a guarda dos
da decisão com base em um aspecto técnico. O pais.11
Tribunal de Justiça de Victoria reenviou o caso Entrementes, o DOCS insistiu em levar o caso
para o juiz Levine em 27 de abril de 1993, quando ao Tribunal de Justiça. Em 31 de outubro, o pro-
as denúncias foram terminantemente rejeitadas, cesso foi suspenso depois que as partes chegaram
pondo fim a um processo de dois anos. a um acordo, por um ato histórico de mediação
Em sua decisão, o magistrado faz advertência conduzido pelo ex-presidente do Tribunal de
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do uso da lei de proteção ao menor como pretexto Justiça de New South Wales, Sir Lawrence Street.
para molestar pequenos grupos religiosos como Os pedidos de guarda das crianças da Família
a Família: seriam retirados após um período de 12 meses
.
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de atividades de socialização (a saber: natação,


Não vejo como sendo o enten- equitação, atividades artísticas, etc.) das quais as
dimento do Legislativo que todas as crianças participariam. O custo das ações decor-
9
Desembargador Gregory Levine do Superior Tribunal de Menores, Victoria, Melbourne, Austrália, Decisão em 10 de agosto de 1992.
.
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10
Desembargador Gregory Levine do Superior Tribunal de Menores, Melbourne, Victoria, Austrália, Decisão em 27 de abril de 1993.
11
Magistrado Ian Forsyth do Tribunal de Menores, Sydney, New South Wales, Austrália, Decisão em 21 de maio de 1992.
rentes desse acordo seria de responsabilidade do o desembargador do Tribunal Superior de Justiça,
DOCS. O DOCS também retirou as alegações de John Dunford, afirmou que “ao entrar nas proprie-
que as crianças estariam sendo submetidas a um dades e buscar e apreender os vários querelantes,
comportamento sexual impróprio. os defensores da lei [policiais e funcionários dos
O acordo da mediação estabelece: Serviços Comunitários] não agiram nos limites da

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autoridade conferida pelos mandatos, mas de forma
[O Departamento de Serviços injusta e contrária à lei.”15
Comunitários] nega toda e qualquer A polícia e o DOCS solicitaram uma media-
presunção declarada na denúncia que ção logo no início da parte principal da audiên-
deu início ao processo ou em outra cia. Ainda que os termos do acordo tenham sido
evidência apresentada à vara de me- mantidos confidenciais, a imprensa australiana
nores de Cobham em que todas as divulgou o pagamento de “vultosas compensa-
crianças, obje’to do pedido de guar- ções indenizatórias” pelo sofrimento causado às
da, estariam sujeitas a sevícias sexuais crianças que foram tiradas dos pais. E assim teve
ou teriam praticado atos sexuais.12 fim um caso que o diário australiano, The Sydney
Morning Herald, estimou haver custado aos cofres
Ao final do período de 12 meses, os advogados públicos 4,5 milhões de dólares australianos (mais
das partes — DOCS e A Família— solicitaram o de 9 milhões de reais).
encerramento do processo. O juiz da vara de meno-
res, para surpresa de todos, anunciou sua intenção
de dar continuidade ao processo. Os advogados Melbourne: 15 de maio de 1992
de ambas as partes levaram o caso ao Tribunal — 22 de abril de 1994
Estadual de Justiça. Em 2 de novembro de 1993,
o desembargador David Levine do Tribunal de
Justiça de New South Wales determinou o encer-
E m uma operação realizada simultaneamente
e em sincronia com a de Sidney, foram feitas
diligências antes do amanhecer nas comunidades
ramento do processo na vara de menores. Em sua da Família localizadas em Melbourne em 15 de
decisão, o desembargador Levine declarou: maio de 1992, quando 52 crianças foram levadas
sob custódia do Estado. Essas diligências foram
É meu entender que, do ponto feitas por ordem dos Serviços Comunitários de
de vista legal, o magistrado [o juiz da Victoria (atualmente Departamento de Saúde e
vara de menores] não apenas tem a Serviços Comunitários [H&CS]), dando eco às
jurisdição, mas também a obrigação alegações feitas por grupos anti-seitas e alguns
de encerrar o processo. Determino ex-integrantes da Família, tal como aconteceu
que o [juiz] aceite a retirada da quei- em Sidney: abuso físico, psicológico e sexual de
xa e encerre o processo.13 menores.
Uma semana de exames médicos e psicológicos
As ações da polícia e dos Serviços Comunitários provou não haver evidência de abuso sexual ou
foram alvos de críticas e censuras no Parlamento de psicológico. Em 21 de maio, no mesmo dia em que
New South Wales em novembro de 1993, quando o as crianças da Família foram devolvidas aos pais
ex-Secretário de Segurança apresentou documentos em Sidney, o desembargador Gray, do Tribunal
provando que as diligências foram conduzidas de de Justiça de Victoria, sediado em Melbourne,
forma ilegal e sem as devidas evidências.14 Em pro- determinou que todas as crianças da Família em
testo à violação de seus direitos que tais diligências custódia do Estado fossem devolvidas aos respec-
ilegais representaram, 62 das crianças que haviam tivos pais, até que terminasse o processo de pedido
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sido tiradas de suas famílias pelas autoridades de de guarda feito pelo H&CS.
New South Wales em 1992, moveram uma ação Apesar do acordo feito entre o Departamento
civil contra o DOCS. Em 31 de março de 1999, de Serviços Comunitários e a Família em Sidney,
.
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12
Citação do acordo mediado por Sir Lawrence Street, ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça, Sidney, New South Wales, Austrália.
13
Decisão por David Levine do Tribunal de Justiça de New South Wales, Sidney, Austrália, 2 de novembro de 1993.
14
Idem.
.
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15
Hartnett contra Estado de New South Wales [1999] NSWSC 265, Processo(s) número(s): 19380/93, 19373/93, 19402/93, Data do julga-
mento: 31 de março de 1999.
o H&CS em Melbourne recusou os termos de me- A importância deste caso resi-
diação propostos pela Família e abriu um processo de no fato de que nos últimos dois
para obter a guarda das crianças. As audiências anos, as autoridades responsáveis
preliminares se arrastaram por quase dois anos. O pelo bem-estar em vários países
H&CS estava de tal forma empenhado em levar apreenderam literalmente centenas
g
o caso a juízo que concordou em pagar as custas de crianças dos lares da Família, sem
tanto da promotoria quanto da defesa, uma des- que em nenhuma situação tenha sido
pesa cujo valor, estimado pelo jornal Melbourne encontrada evidência alguma dos
Age (23 de maio de 1994, página 1) estaria entre abusos emocionais, psicológicos ou
$1.5 e $10 milhões de dólares australianos (de 3 sexuais alegados.
a 20 milhões de reais).
Depois de 23 meses, incapaz de produzir evi-
dência que justificasse seus esforços e gastos e sob BRASIL
a pressão do governo estadual para pôr fim ao que
estava se tornando um constrangimento, o H&CS Rio de Janeiro: 13 de abril de 1992
concordou com termos de mediação quase idên- — 30 de janeiro de 1995
ticos aos propostos pela Família 18 meses antes.
No texto do acordo da mediação, a Família foi
declarada inocente de todas as acusações feitas
E m 13 de abril de 1992, a Vara da Infância e
Juventude do Rio de Janeiro, reagindo a in-
formações infundadas fornecidas por repórteres de
pelo H&CS: um programa de televisão sensacionalista, iniciou
uma investigação da comunidade da Família. O
Os [pais] não concordam que as inquérito, que durou três anos, incluiu visitas de
crianças precisem da guarda e pro- investigadores, assistentes sociais e funcionários
teção [do Estado] previstas em lei. de diferentes órgãos. Não foi encontrado nenhum
O acordo entre as partes, portanto, indício de delito.
põe fim ao processo com o propó- Em 14 de novembro de 1994, o Desembargador
sito de evitar os efeitos nocivos nas Liborni Siqueira ordenou uma “inspeção rigorosa”
crianças de um prolongado processo da comunidade do Rio. A inspeção surpresa foi
judicial. feita pessoalmente pelo Diretor do Departamento
de Investigações daquela Vara, Dr. Wilherme
O acordo, ratificado em 22 de abril de Borges, que concluiu seu detalhado relatório com
1994, pelo desembargador Beach, do Tribunal o seguinte:
de Justiça de Victoria, similar ao assinado em
Sidney em outubro de 1992, determinou um pe- Estamos muitos contentes em
ríodo de 15 meses de “atividades de socialização podermos ter visitado a instituição
externas” com duração de três horas semanais acima descrita (A Família), pois nun-
(tais como esportes, aulas de música, etc.), pagas ca visitamos um lar que tenha de-
pelo H&CS. monstrado tamanha atenção e amor
A imprensa reconheceu a mediação como ao cuidar de seus filhos, embora estes
uma vitória para a Família e um constrangimento estejam acompanhados de seus pais.
pessoal para o então chefe do H&CS, Dr. John Só lamentamos que outros lares de-
Paterson (falecido em fevereiro de 2003). A co- dicados a cuidar de crianças não re-
bertura da imprensa focalizou principalmente o flitam a beleza, o amor e as condições
grande volume de dinheiro dos contribuintes gasto de vida oferecidas pela Família.16
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em um caso que não levou a nada e na contun-


dente falta de evidência de qualquer delito, con- Apesar dos relatórios favoráveis de seus próprios
forme Alan Austin do departamento religioso da investigadores, os promotores inexplicavelmente
.
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Empresa de Radiodifusão Australiana (Australian peticionaram ao tribunal que os pais das crianças
Broadcasting Corporation) em uma entrevista da Família que viviam na comunidade matriculas-
sobre “O Relatório da Religião” da Rádio 2RN sem os filhos em idade escolar em escolas da rede
em 29 de maio de 1994: regular de ensino. O juiz deferiu a petição. (Até
.
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16
Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro, Processo número 57,931/92, 14 de novembro de 1994.
então, o ensino em casa não contava com nenhum questão, S, o filho da ré. Em nenhum
reconhecimento das autoridades brasileiras.) Os momento foi questionada a capacida-
pais membros da Família envolvidos recorreram de da mãe em garantir as necessidades
imediatamente da decisão. físicas do menino e o único dano do
Em 30 de janeiro de 1995, em uma significativa qual a avó procura protegê-lo é aquele

g
decisão com 7 votos a favor e 1 contra, o Conselho que ela alega a criança sofrerá por per-
de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro decla- manecer com a mãe como membros
rou que, como os documentos nos autos mostra- fiéis do grupo classificado popular-
vam que as crianças estavam recebendo a educação mente, mas não acertadamente, como
apropriada, o juizado de primeira instância não uma seita, outrora denominado “Os
tinha direito de interferir com a maneira segundo Meninos de Deus”, agora conhecido
a qual os pais da Família escolheram administrar a como A Família do Amor, ou simples-
educação a seus filhos. O juiz Adolphino Ribeiro, mente A Família.
escrevendo pela maioria afirmou que: A mãe exige o direito inaliená-
vel de amar seu Deus conforme ela
Demonstrado pelas vias regulares escolher, amor esse sobre o qual ela
que o ensino básico ministrado pelo não admite nenhuma interferência
método “estudo em casa” adotado de um tribunal, por se tratar de um
em comunidade religiosa, é tanto ou direito à liberdade fundamental de
mais eficaz que o ensino oficial, não pensamento, consciência e religião.
há que se falar em omissão ou falta Como já frisado, não existe nem ja-
dos pais ou responsáveis capaz de im- mais houve nenhum ataque contra
por a medida excepcional de abrigo, a capacidade de N.T. de garantir o
mormente se a lei assegura aos pais o cuidado físico adequado do filho. Se
gênero de educação dispensado aos lhe for tirada a custódia do filho, será
filhos. Provimento do recurso.17 exclusivamente por seu vínculo com
a Família.18
INGLATERRA Ainda que o membro da Família envolvida
na questão vivia na época fora do território in-
Londres: 1992 — novembro 1995 glês, atendeu à solicitação do tribunal e retornou à

E m 1992 a mãe de um membro adulto da


Família abriu um processo na Inglaterra,
requerendo a guarda do neto, filho de sua filha
Inglaterra e se colocou à disposição do juiz Ward.
Apesar de ter sido um processo estritamente de
custódia envolvendo um membro da Família e
solteira. O motivo apresentado foi a associação da sua mãe, o juiz Ward dedicou vários anos ouvindo
filha com a Família. A avó nunca sugeriu que a depoimentos de ex-membros e membros atuais da
filha fosse mãe inadequada ou que fosse negligente Família, assim como estudando literatura da Família
no cuidado do filho, um ponto cuidadosamente e determinando que órgãos de Assistência Social
observado pelo juiz [Ward] que dirigiu o processo, avaliassem a condição das comunidades da Família
em sua decisão. naquele país antes de pronunciar sua decisão. As
audiências tiveram uma duração sem precedentes
Por longos meses têm-se tratado (75 dias) durante os quais mais de 10 mil páginas
de questões entre a querelante, Sra. T., de evidências foram apresentadas ao tribunal. O
a avó da criança, e sua filha, N.T., am- juiz Ward comentou a petição de membros das
w w w

bas imbuídas de amor instintivo por comunidades locais da Família de serem incluídos
um filho, no caso da avó, o filho de sua como parte do processo, a qual ele indeferiu.
filha, e nem uma nem a outra jamais
.
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recuou nem lhes ocorreu capitular nes- Indeferi o pedido de vários


sa luta titânica para garantir o cuidado membros do lar onde reside N.T.
e controle da muito amada criança em na qualidade de partes individuais,
.
o r g

17
Conselho da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, Recurso número 948/94, Rio de Janeiro, Brasil, 30 de janeiro de 1995.
18
Desembargador Ward do Superior Tribunal de Justiça, Vara da Família, Processo W 42 1992, Londres, Inglaterra, 19 de outubro de 1995.
pois entendiam que minha decisão a decisão original em favor das crianças.19 No final
poderia afetar seus filhos. A Família, de setembro de 1993, o processo foi encerrado para
enquanto entidade, não é uma parte todas as famílias residentes em Lyon.
neste processo. Em 29 de julho, após 51 dias de separação,
as crianças residentes na comunidade de Eguilles
g
Três anos mais tarde, em novembro de 1995, foram também devolvidas aos pais. Em uma de-
o juiz Ward emitiu uma longa decisão, na qual cisão provisória, o juiz de menores da comarca de
fez críticas severas ao passado da Família, mas Aix-en-Provence (que inclui Eguilles) reconheceu
também concluiu que a Família havia passado que as crianças da Família não haviam sofrido
por numerosas mudanças positivas, declarando-se nenhum abuso, mas, mesmo assim, determinou
convencido que a Família oferecia um ambiente que participassem de “atividades de socialização”
seguro para as crianças criadas dentro do grupo. sob a supervisão do Estado, por um período de
O tribunal, conseqüentemente, concedeu à mãe 12 meses, pagas pelo Poder Público. Os pais man-
o cuidado e a guarda do filho. tiveram a liberdade de continuar suas atividades
missionárias e educar seus filhos em casa.
Afirmando que tais atividades de socialização
FRANÇA estivessem acontecendo sem a necessidade de su-
pervisão do Estado, os pais e as crianças recorreram
Eguilles e Lyon: 9 de junho de 1993 da intrusão do Estado em suas vidas, interpondo
— 24 de fevereiro de 2000 um recurso que não foi julgado durante o período

E ntre 1991 e1993, a polícia francesa conduziu


uma investigação secreta e ao mesmo tempo
ampla da Família, uma operação que recebeu o
de 12 meses.
Em março de 1994, o juiz resolveu estender
o programa por mais um ano, baseado na sua
codinome de “Operação Moisés”. Foram mal- convicção pessoal que a vida em uma comunidade
informados sobre a Família por uma organização religiosa não oferecia uma educação adequada
francesa anti-seitas, a Associação para a Defesa da para as crianças, Em dezembro de 1994, o juiz
Família e do Indivíduo (ADFI), assim como por Permingeat revogou essa decisão, a qual teria se
alguns ex-membros da Família hostis. estendido até março de 1995.
Em 9 de junho de 1993 às 6 da manhã, 200 Paralelamente, um inquérito policial que du-
homens fortemente armados realizaram diligên- rou vários anos para apurar a participação dos
cias com características paramilitares em duas membros adultos das comunidades nos delitos
comunidades da Família, nas cidades de Eguilles dos quais eram acusados não produziu nenhu-
e Lyon, ferindo e brutalizando alguns membros ma evidência de delito e o caso foi oficialmente
da Família, sem que nenhum tivesse resistido encerrado em janeiro de 1999. Após cinco anos
à voz de prisão. As autoridades prenderam 22 de investigação, a promotoria concluiu não ha-
adultos e colocaram 80 crianças sob custódia do ver “provas, fotos nem evidência médica” que
Estado. Os membros da Família foram acusados substanciassem as acusações e recomendou que
de abuso de menores, prostituição infantil e de o inquérito fosse arquivado sem julgamento. O
negligência no cuidado médico e físico de seus juiz Assonion do Tribunal de Grande Instance de
filhos. Durante 10 horas, a polícia realizou buscas Aix-en-Provence aceitou a recomendação e deu
nas residências da Família sem encontrar evidência por encerrado todos os procedimentos em janeiro
de qualquer um desses delitos. Médicos escolhidos de 1999, oficialmente absolvendo os membros da
pelo tribunal examinaram minuciosamente todas Família de todas as acusações.
as crianças, mas não identificaram nenhum sinal A ADFI imediatamente recorreu da decisão,
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de negligência ou abuso. recurso que foi rejeitado pelos tribunais em 24 de


As autoridades liberaram todos os adultos fevereiro de 2000, pondo um fim definitivo à in-
após 48 horas por falta de evidência. Em 16 de vestigação. O desfecho do caso em favor da Família
.
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junho, as 33 crianças apreendidas em Lyon foram foi considerado um forte golpe para a ADFI, cujos
devolvidas aos seus pais. O promotor público de relatórios para as autoridades foram comprovada-
Lyon recorreu da decisão, pedindo que as crian- mente infundados. Massimo Introvigne, advogado
ças fossem mantidas sob a custódia do Estado. O europeu e estudioso de assuntos religiosos, fez a
Tribunal de recursos indeferiu o recurso, mantendo seguinte declaração à imprensa:
.
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19
Tribunal de Recursos de Menores, Processo No. 114/93, Lyon, França, 23 de Julho de 1993
Seis anos após as diligências, a jus- de favorecer e induzir à prostituição, à
tiça da comarca de Aix-en-Provence fraude e à produção, comercialização e
inocentou a Família. Todos os réus distribuição de publicações obscenas,
foram considerados inocentes e absol- usando como fachada uma seita deno-
vidos. A decisão constitui um grande minada “Os Meninos de Deus”.

g
constrangimento para a ADFI e para O tribunal destacou que não foi
a cultura francesa anti-seitas. O advo- apresentada nenhuma evidência de
gado da ADFI, Jean-Michel Pesenti, que os acusados fossem de fato mem-
criticou o tribunal e a ADFI afirmou bros de uma organização criminosa
que a decisão foi “uma catástrofe”. Em com a finalidade de cometer os cri-
síntese, a decisão constrange a ADFI mes especificados nos autos. Não há
e a Missão de Combate a Seitas do absolutamente nenhuma evidência
governo (cujos membros principais que eles tenham ingressado na comu-
sempre tiveram por premissa que a nidade com a intenção de favorecer
Família era culpada). ou induzir à prostituição nem de dis-
Mas não foram registrados pedi- tribuir publicações obscenas, ou com
dos de desculpas pelos sofrimentos a intenção de cometer fraude — um
desnecessários causados aos adultos, delito do qual ainda não foi encon-
aos adolescentes e às crianças vítimas trado o mínimo indício.
das brutalidades das diligências de Assim sendo, pelas razões supra
1993.20 e com base no artigo 479 do Código
do Processo Criminal (1930), este
tribunal aqui decide pela absolvição
ITÁLIA do Sr. David Berg [e dos demais acu-
sados].21
Roma: 16 de janeiro de 1979
—15 de novembro de 1991
PERU
E m 16 de janeiro de 1979, a polícia italiana re-
alizou diligências nas comunidades da Família
em Roma, das quais resultaram acusações contra Lima: 30 de julho de 1990
vários membros da Família. O fundador da Família,
David Brandt Berg (1919—1994), também foi
indiciado, ainda que na época não se encontrasse
D ez adultos da comunidade de Lima foram
acusados de corromperem e ofenderem a
moral por meio de atos e publicações obscenos.
naquele país. As autoridades o consideraram sus- No veredicto proferido em 30 de julho de 1990,
peito por causa da sua posição como fundador da o juiz presidindo o caso concluiu:
Família. O julgamento correu à revelia.
No veredicto divulgado em 15 de novembro de A análise das acusações, com base
1991, os juízes Ricardo Morra, Claudio Cavallo e na inspeção pessoal realizada pelo tri-
M. Teresa Mirra do Tribunal Criminal de Roma bunal, não provou de forma alguma
absolveram David Berg e os demais réus. nenhum ato ou atividades contrárias
à moral e aos bons costumes, nem
O Sr. David Berg foi acusado de há nenhuma evidência de corrupção
delito previsto no artigo 416, pará- de menores ou de mulheres. O que
grafos 3 e último do Código Penal. encontramos foi que, com discrição,
w w w

Segundo a acusação, ele teria promovi- os acusados exercitam espiritualmen-


do, fundado e organizado com outros te sua liberdade de religião de forma
uma associação criminosa com atuação compatível com seus próprios costu-
.
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dentro e fora do país, com o objetivo mes pessoais.22

20
Nota à imprensa da CESNUR, janeiro 1999: “A Família Inocentada pelo Tribunal Francês — ‘Catástrofe’ para o Movimento Anti-seitas e
para a Missão do Governo de Combate às Seitas”
21
Tribunale Penale di Roma (Tribunal Criminal de Roma), Em “re: Berg e outros”, arquivos do Tribunal Criminal de Roma (RG 3841/84), 15
.
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de novembro de 1991.
22
Processo judicial número 307–87, Lima, Peru, 30 de julho de 1990.
como alimentação, habitação e roupas
Lima: 1º de setembro de 1993 adequadas.
— 14 de dezembro de 1993 Ainda que o grupo sustente uma

D epois das diligências altamente divulga-


das realizadas nas comunidades da Família
interpretação muito peculiar dos
Evangelhos, esta de modo algum é
g
em Buenos Aires, Argentina, em 1º de setembro legalmente questionável nem substan-
de 1993, as comunidades da Família em toda a cia acusações criminais. Segundo os
América do Sul se mobilizaram em uma campanha resultados dos exames ginecológicos,
preventiva para evitar que tais ações ocorressem psicológicos e psiquiátricos aos quais
também em seus respectivos países. No Peru, as as crianças foram submetidas, não
notícias negativas sobre a Família surgiram como há evidência de dano moral ou físi-
uma ação de críticos com o objetivo de provocar a co nem sinal de psicopatia. Portanto,
ação do governo contra o grupo. Antecipando-se, tais probabilidades permanecem sem
os representantes locais da Família procuraram a substancialidade.
promotoria pública solicitando que fosse realizada Após investigações extensas e
uma investigação de suas comunidades. detalhadas das atividades e do com-
A investigação conduzida pela promotoria pú- portamento dos membros das co-
blica ocorreu num período de quase dois meses. munidades em nosso país, não foi
Após um inquérito detalhado, a promotora ad identificada a menor evidência que
hoc de Lima, Rebeca Fuentes Sanchez, submeteu à corroborasse os supostos crimes, ou
Promotoria Geral um relatório, no qual declarou: atividades ilegais e imorais. Assim
sendo, ao término de todas as inves-
Após conduzir as investigações tigações cabíveis, em conformidade
necessárias, examinar os depoimentos com a resolução N. 1143-93-MP-
prestados sob juramento dos membros FN esta promotoria pública Ad-Hoc
do grupo; verificar [todos os aspectos] resolve: “Não há mérito para forma-
das propriedades nas quais os membros lizar denúncia criminal neste caso,
do grupo religioso supramencionado motivo pelo qual este inquérito deve
realizam suas atividades; reunir um vo- ser arquivado.”
lume considerável de documentos so-
bre o grupo; analisar suas publicações e
declarações oficiais; realizar exames mé- ESPANHA
dicos de integridade sexual, saúde geral,
ginecológica, psicológica e psiquiátrico; Barcelona: julho de 1990
realizar diligências nas propriedades; e — 30 de outubro de 1994
coletar grande volume de informações
de fontes governamentais e órgãos de
segurança pública, tais como DIVISE
E m julho de 1990 as autoridades regionais de
Barcelona, Espanha, realizaram diligência
em uma comunidade da Família, durante a qual
[anti-seqüestro], DIRANDRO [narcó- apreenderam à força 21 crianças, a mais nova
ticos], INTERPOL, Divisão de Busca a com oito meses de idade, sob a acusação de que as
Pessoas Desaparecidas, Departamento crianças sofriam abuso e precisavam permanecer
de Imigração, Ministério das Relações sob a guarda do Estado. Ao mesmo tempo, os pais
Exteriores, SUNAT [Secretaria da das crianças foram acusados de associação ilícita,
Receita Federal], assim como outros de manterem uma escola ilegal, de causarem danos
w w w

materiais escritos e de vídeo recolhi- psicológicos aos seus filhos e fraude. Ainda que
dos de fontes da mídia, e informações não houvesse evidência nenhuma de abuso, as
adicionais obtidas por esta promotoria crianças permaneceram contra a sua vontade sob
.
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no curso das investigações, esta promo- a custódia do Estado por quase 12 meses.
toria não identificou nenhuma evidên- Durante os próximos dois anos, as agências
cia de irregularidade do ponto de vista do governo, auxiliadas por grupos anti-seitas,
jurídico com respeito a qualquer um tais como Pro-Juventud e CROAS (Centro di
dos menores na comunidade. Não Recuperacion, Orientacion, Y Asistencia Afectados
.
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existem sinais de negligência ou da não por las Sectas) batalharam incansavelmente para
provisão das necessidades básicas, tais desacreditar a Família. Foi gasta uma quantia
enorme do dinheiro dos contribuintes na tenta- A Agência de Assistência Social Catalã
tiva de levar a Família a tribunal. Apesar disso, (Direccion General de la Atencion a la Infancia de
em maio de 1992, a corte provincial decidiu que la Generalidad de Catalunia) recorreu da decisão
não havia evidência de abuso e que a custódia das ao Tribunal Constitucional afirmando que os
crianças cabia, em caráter definitivo, aos pais. Em direitos constitucionais das crianças haviam sido

g
sua decisão, os juízes Adolfo Fernandez Oubiña, violados pelo fato de elas serem ensinadas em casa
Jesus I. Perez Burred e Jose Maria Bachs Estany e doutrinadas segundo a religião e crenças dos pais.
questionaram enfaticamente a competência e os Em outubro de 1994, o Tribunal Constitucional
motivos dos órgãos do bem-estar social que haviam decidiu que o artigo da Constituição garantindo
apreendido as crianças, e observaram: a educação aos menores não continha nenhuma
exigência inerente que proibisse tal educação de
Elas [as crianças] foram entre- ser fornecida privadamente pelos pais fora das
gues nas mãos de um grupo de psi- instituições estatais, em conformidade com as
cólogos que, em um idioma que as convicções religiosas e morais dos mesmos. Assim,
crianças não entendiam [catalão] fez, sendo, o recurso foi negado.
por duas vezes, a avaliação psicológi- Em um segundo processo, envolvendo as
ca das mesmas por um prolongado acusações criminais, os pais foram absolvidos de
período de tempo e emitiram relató- todas as acusações. No veredicto de 42 páginas
rios utilizando um linguajar esotérico proferido em 29 de junho de 1993, os juízes J.
com o propósito de justificar a ope- O. Conzalvez, G. C. Guilabert e A. I. Fernandez
ração em vez de descrever quaisquer da Terceira Secção do Tribunal Provincial de
anomalias intelectuais, as quais são Barcelona, declararam:
completamente inexistentes.23
A comunidade [da Família]
Os juízes classificaram a ação do governo como mantém um estilo de vida comuni-
um resquício da “Inquisição Espanhola” e dos tário disciplinado, compartilhando
“campos de concentração dos antigos impérios que as responsabilidades entre todos [os
deixaram de existir quando a dignidade humana membros]. Não existe prova de qual-
derrubou o Muro de Berlin”. E declararam em quer comportamento coercivo. De
suas conclusões: acordo com os padrões morais que
os membros da comunidade seguem,
Portanto, à luz do fato de que nada eles educam seus filhos em idade es-
fora do comum tenha sido encontra- colar em casa, de forma análoga à que
do nas crianças além do desnorteio se observa nos internatos religiosos.
natural de alguém que, vivendo em As aulas são complementadas com
um país estrangeiro, foi separado dos leituras de textos bíblicos e de outras
pais apesar de sua tenra idade e trata- fontes. Os adultos na comunidade
do com rispidez verbal em um idioma demonstram grande amor e ternura
por ele desconhecido, a presunção de [para com as crianças]. Os laudos
negligência deve ser desde já anulada, psiquiátricos são unânimes e descar-
ficando os pais perfeitamente livres tam inequivocamente a existência de
para viver com seus filhos no país que qualquer doença mental, psicose ou
acharem melhor e orientá-los como psicopatia.25
melhor entenderem, segundo as con-
w w w

vicções morais, religiosas ou filosóficas Os juízes declararam também não haver “ne-
que considerem apropriadas, não im- nhuma prova de que fossem fraudulentos ou de-
porta quais sejam elas.24 sonestos em sua apresentação [aos doadores de
.
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23
�������������������������
Juízes: Adolfo Fernandez ��������������������������������������������������������������������������������������������������������
Oubiña, Jesus I. Perez Burred, e Jose Maria Bachs Estany, Processo números: 157 to 163/1992, Barcelona,
Espanha, Decisão em 21 de maio de 1992.
24
Idem.
.

Juízes: Miguel Rodriguez-Piñero Bravo-Ferrer, Fernando Garcia-Mon Gonzalez-Regueral, Carlos de la Vega Benayas, Vicente
25
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Gimeno Sendra, Rafael de Mendizabal Allende, e Pedro Cruz Villalon, Recusos números: 1561 to 1567/1992, Verdicto de 3 de outubro de
1994.
mercadorias]. Nenhum dos doadores sente ter informações das autoridades educacionais locais,
sido enganado ou lesado e, portanto, nenhum dos serviços de saúde, sociólogos e organizações
deles apresentou queixa”.26 de “monitoração” de religiões. Eles também es-
Dessa forma, a Família foi inocentada de to- tudaram a literatura da Família e os relatórios
das as acusações. Houve recurso da decisão e em de sociólogos de renome internacional sobre o
g
30 de outubro de 1994, o Supremo Tribunal da grupo.
Espanha indeferiu o apelo e manteve a absolvição Este caso foi encerrado em 9 de maio de 1994.
dos membros da Família. Em seu pronunciamento, A seguir, encontram-se trechos do relatório con-
o Supremo Tribunal declarou: clusivo das assistentes sociais Monika Quadt e
Per Sbrink, chefes do Departamento de Serviços
Encontramo-nos diante de uma Sociais de Valbo:
comunidade formada por pessoas que
adotaram um modo de vida diferente O modo de vida da Família apre-
das normas geralmente aceitas. Não senta muitos aspectos positivos. As
foi encontrado nenhum elemento que crianças estão sempre sob os cuidados
nos permita declarar a existência de de alguém. Contam com adultos ou
intenção de prejudicar seus próprios crianças mais velhas a quem podem
filhos ou as demais crianças da co- recorrer, o que lhes dá um senso de se-
munidade. Eles evitam enviar os fi- gurança. As crianças também têm um
lhos a instituições oficiais de ensino, círculo fechado de amigos. O modo
preferindo o método que em países de vida da Família inclui aprender a
de origem anglo-saxônica é conheci- cuidar uns dos outros, assumir res-
do como “homeschooling” ou ensino ponsabilidades coletivas e dividir bens
em casa. Proclamar a superioridade materiais. Eles também partilham dos
de um sistema de educação ao outro mesmos valores que resultam em um
inevitavelmente exigiria o julgamento bom alicerce, seguro e comum a to-
de valores. Os juízes não podem pene- dos. A Família é um grupo comuni-
trar no santuário das crenças pessoais, tário bem organizado.
exceto quando comportamentos ex- Em nossa investigação, chegamos
teriores originados de uma ideologia à conclusão que o modo de vida na
particular afetem negativamente os Família é diferente daquele vivencia-
direitos protegidos por lei.27 do pelas outras crianças suecas. Essas
circunstâncias diferentes aqui descritas
não são consideradas um perigo para a
SUÉCIA saúde e desenvolvimento das crianças.
Valbo: 31 de janeiro de 1994
— 9 de maio de 1994 ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

E m resposta a uma queixa feita por um con-


selheiro municipal manifestando a suspeita
de que menores estivessem “sendo tratados de
Los Angeles, Califórnia: julho de
1993
forma a pôr em perigo sua saúde e desenvolvi-
mento”, o Departamento de Serviços Sociais de
Valbo, Suécia, abriu um inquérito envolvendo a
M uitos ex-membros da Família maliciosa-
mente alegaram às autoridades incumbidas
de manter as leis e os órgãos de serviço social
w w w

comunidade da Família em Gvle. que as crianças na residência da Família em Los


As investigações tiveram início em 31 de ja- Angeles eram vítimas de abusos. Isso deu início a
neiro de 1994 e duraram três meses. Os assisten- muitos meses de investigações envolvendo várias
.
afa m i l i a

tes sociais visitaram a comunidade da Família e agências governamentais locais. Depois de uma
entrevistaram os pais e as crianças (a partir de seis audiência com funcionários do governo local, a
anos de idade). Os assistentes sociais obtiveram Família recebeu uma carta datada em 8 de julho

26
Idem.
.
o r g

27
Juízes: Enrique Ruiz Vadillo, Jose Antonio Martin Pallin, e Justo Carrero Ramos, Recurso número: 3032/93, Veredicto número 1669/94,
30 de outubro de 1994.
de 1993, assinada por Deane Dana, Supervisora tiveram decretada sua prisão domiciliar por dois
do 4º Distrito, do Município de Los Angeles, na meses. O caso foi oficialmente encerrado em 27 de
qual declarou: maio de 1992, quando o juiz do Quinto Tribunal
Superior do Estado de Zulia, declarou em seu
Sinto muito que sua comunida- veredicto:

g
de tenha sido vítima de avaliações
tão desgastantes e contínuas. Parece Depois de um estudo detalha-
haver um esforço excessivo em difa- do e profundo dos documentos
mar seu grupo e sua existência e não que compõem este inquérito, este
posso explicar por que isso persiste. Tribunal Superior afirma que todos
Estou, portanto, através desta, pe- os procedimentos necessários foram
dindo maiores informações sobre o utilizados em conformidade com a
propósito dessas investigações pelos lei, como se existisse algum crime,
órgãos do governo envolvidos. quando, de fato, não foi encontra-
da evidência de crime quando da
Subseqüentemente, as autoridades policiais visita à residência onde viviam [21
informaram à Família que todas as investigações crianças, membros da Família]. Foi
foram encerradas. Mencionaram “intrusão desne- provado que os menores supracita-
cessária devido a acusações infundadas da parte de dos vivem com os respectivos pais
ex-membros rancorosos”. em uma comunidade constituída
por famílias que escolheram um
estilo de vida particular segundo
VENEZUELA seus próprios padrões de educação,
saúde, trabalho e ideologia espiri-
Zulia: 26 de fevereiro de 1992 — 27 tual, inspirados na maneira de vida
de maio de 1992 encontrada no novo Testamento.

Q uinze adultos da comunidade da Família


na Venezuela foram acusados de tráfico de
crianças e abuso de menores, motivo pelo qual
[Este Tribunal] declara encerrada
a presente investigação, pois não
foi encontrada justificativa para a
apresentação de denúncia.28

28
Quinto Superior Tribunal do Estado de Zulia, Processo números 133 e 192.

(A declaração “A Liberdade Religiosa no Banco dos Réus,” foi publicada pela primeira vez em novembro de 1993
e foi atualizada em agosto de 2004.)

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