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TRIBUNAL DE CONTAS D
1. RELATÓRIO
Examina-se a prestação de contas anual do Instituto de Previdência do Município de Cuitegi -
IPMC, relativa ao exercício financeiro de 2006, de responsabilidadeda S~. Glaucineli de O. Montenegro.
A Auditoria, após a análise da documentação encaminhada, emitiu o relatório de fls. 114/120,
evidenciando os seguintes aspectos da gestão:
1. a prestação de contas foi encaminhada ao TCE em conformidade com as Resoluções RN TC
07197 e RN TC 07104;
2. o IPMC, que tem natureza jurídica de autarquia, foi criado pela Lei Municipal nO143/1197,
posteriormente alterado pela Lei Municipal nO 179/2001 e, por fim, pela Lei Municipal nO
229/06;
3. de acordo com o art. 109 da Lei n° 229/06, as contribuições patronais correspondem a 22% do
total da folha de pagamento dos servidores efetivos em atividade e dos proventos de
aposentadorias e pensões e as contribuições dos servidores correspondema11 %;
4. o orçamento para o exercício em análise estimou a receita e fixou a despesa em R$
197.300,00;
5. a receita arrecadada, toda de natureza corrente, foi de R$ 247.348,18, referente a "Receita
Patrimonial" (R$ 44.243,61), "Receita de Contribuição - Servidores" (R$ 100.786,51), "Outras
Contribuições Previdenciárias - Empresa" (R$ 13.627,37) e "Transferências Recebidas" (R$
88.690,69);
6. a despesa realizada, toda também de natureza corrente, foi de R$ 197.609,40, sendo que
65,72% desse valor se refere à despesa com benefícios previdenciários e a diferença
corresponde a despesas com vencimentos e vantagens fixas, obrigações patronais e
contratação de prestação de serviços;
7. como resultado da execução orçamentária, observou-se a ocorrência de superavit, no valor de
R$ 49.738,78;
8. conforme o Balanço Financeiro, o instituto mobilizou recursos no montante de R$ 608.327,54,
sendo 26,08% provenientes de receitas orçamentárias, 14,58% de transferências recebidas,
0,51% de receita extraorçamentária e 58,83% de saldo do exercício anterior. Quanto às
aplicações, o instituto destinou 32,48% dos recursos para despesas orçamentárias, 0,53%
para despesas extraorçamentárias e o restante figurou como saldo para o exercício
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subsequente;
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10.3. determinação à administração do instituto para que adote medidas urgentes com vistas
a regularizar sua situação junto ao Ministério da Previdência e Assistência Social e,
ainda, a estabelecer o equilíbrio atuarial, com estrita observância à legislação aplicável;
10.4. comunicação ao Ministério da Previdência e Assistência Social sobre a situação
precária de funcionamento do instituto, mormente sob o ponto de vista da falta de
Certificado de Regularidade Precidenciária - CRP;
10.5. recomendação à Administração do instituto em epígrafe no sentido de estrita
observância das normas constitucionais, aos princípios administrativos e à necessidade
de manter sua contabilidade em consonância com as normas legais pertinentes, sob
pena de repercussão negativa em prestações de contas futuras e aplicação de novas
penalidades pecuniárias às autoridades responsáveis.
É o relatório, informando que as notificações de praxe foram expedidas.
2. PROPOSTA DE DECISÃO DO RELATOR
Vale ressaltar que o Parquet sugeriu a transposição das irregularidades de responsabilidade do
Prefeito para o processo de prestação de contas de 2006 do Alcaide, caso ainda não apreciado por esta Corte.
O Relator concorda com a manifestação ministerial, porém, como as contas de 2006 da Prefeitura de Cuitegi
foram examinadas por este Tribunal em 17/09/2008, conforme Parecer PPL TC 103/08, e as de 2007 se
encontram em fase final de instrução, entende cabível encaminhar cópia do presente ato à divisão competente
desta Corte para subsidiar o exame das contas de 2008 do Prefeito, Sr. Ednaldo Paulo Uno, objetivando verificar
se subsistem as irregularidades de sua responsabilidade, descritas no item "16.01." do relatório retro, sobretudo,
quanto ao não cumprimento do termo de parcelamento de divida previdenciária junto ao instituto local.
Assim, as irregularidades remanescentes, de responsabilidade da titular do instituto, se referem
à(o):
a. inobservância da legislação previdenciária federal, no tocante às alíquotas patronais e dos
servidores, até novembro de 2006;
b. divergência entre as receitas de contribuições informadas nos demonstrativos da PCA e os
valores dos depósitos bancários;
c. realização de despesas com serviços de consultoria jurídica sem licitação, no valor de R$
35.430,00;
d. não retenção/recolhimento previdenciário sobre contratação de consultoria jurídica;
e. elaboração incorreta do Balanço Patrimonial, em virtude do registro a menor da divida da
Prefeitura para com o instituto;
f. não encaminhamento de treze processos de aposentadoria e cinco de pensão para análise
pelo TCE;
g. descumprimento da Resolução RN TC 04/2007, no tocante às informações necessárias ao
cálculo das despesas administrativas;
h. não aplicação do regime de caixa para o registro da receita, descumprindo o art. 35, I, da Lei
nO 4320/64 (as receitas de fevereiro e março não foram registradas na ocasião do
recebimento); e
i. instituto sem o Certificado de Regularidade Previdenciária - CRP válido para 2006 e em
situação irregular perante o Ministério da Previdência Social em relação a alguns critérios.
O Relator entende que a contratação de assessoria jurídica sem licitação pode ser relevada, posto
que o Tribunal tem admitido a adoção de inexigibilidade para as contratações da espécie. Entende, ainda, q~.
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as obrigações previdenciárias não retidas, decorrentes dessa contratação, podem ser objeto de representação
junto à Secretaria da Receita Federal do Brasil para as providências a seu cargo.
A inobservância da legislação previdenciária federal, no tocante às alíquotas patronais e dos
servidores, foi regularizada dentro do próprio exercício, como anotou a Auditoria.
Quanto às falhas relacionadas à falta de certificação de regularidade perante o Ministério da
Previdência Social, o Relator entende tratar-se de indicativos observados pela entidade previdenciária federal
fiscalizadora da viabilidade do instituto, não maculando as contas em si.
No tocante à falta de informações necessárias ao cálculo das despesas administrativas, anotada
como descumprimento da Resolução RN TC 04/2007, o Relator entende que a aplicabilidade da Resolução não
abrange o exercício em exame.
No atinente ao não encaminhamento de processos de pensão e de aposentadoria, o Relator
entende que deve ser fixado prazo à gestora para que os apresente ao Tribunal.
Por fim, as demais falhas técnicas contábeis relativas a divergências entre peças contábeis,
registro a menor da dívida da Prefeitura em Balanço e não adoção do regime de caixa no registro da receita
clamam por recomendações ao gestor de maior observância da legislação pertinente e dos normativos
emanados do Conselho Federal de Contabilidade.
Feitas essas observações, o Relator vota pela:
1. regularidade com ressalvas da prestação de contas em exame;
2. aplicação da multa pessoal no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) à titular do instituto, em
decorrência das falhas e irregularidadesapontadas;
3. determinação de encaminhamento de cópia do presente ato à divisão competente desta Corte
para subsidiar o exame das contas de 2008 do Prefeito de Cuitegi, Sr. Ednaldo Paulo Lino,
objetivando verificar se subsistem as irregularidades de sua responsabilidade, descritas no
item "16.01." do relatório retro, sobretudo, quanto ao não cumprimento do termo de
parcelamento de dívida previdenciáriajunto ao instituto local;
4. fixação do prazo de 60 (sessenta) dias à titular do instituto para que encaminhe ao Tribunal os
processos de aposentadoria e de pensão para análise, sob pena de aplicação de multa;
5. representação junto à Receita Federal do Brasil quanto à falta de recolhimento previdenciário
incidente sobre serviços jurídicos contratados pelo instituto; e
6. recomendação à administração do instituto no sentido de estrita observância das normas
constitucionais, dos princípios administrativos e da necessidade de manter sua contabilidade
em consonância com as normas legais pertinentes, sob pena de repercussão negativa em
prestações de contas futuras e aplicação de penalidades pecuniárias às autoridades
responsáveis.
É a proposta.
3. DECISÃO DO TRIBUNAL
Vistos, relatados e discutidos os autos do Processo TC nO02264/07, ACORDAM os membros
integrantes do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, na sessão de julgamento, em:
1. por unanimidade, acompanhando o voto do Relator:
1.1. JULGAR REGULAR COM RESSALVAS a prestação de contas anual do Instituto de
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Previdência do Município de Cuitegi - IPMC, relativa ao exercício financeiro de 2006, de
responsabilidade da S~. Glaucineli de O. Montenegro;
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