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Publicado O.C.E.

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO


Processo Te N° 01984/06
Prestação de Contas do Instituto de
Metrologia e Qualidade Industrial da
Paraíba - IMEQ, exercício de 2005, de
responsabilidade do Sr. Edivaldo Leite de
Caldas Júnior. Prestação de Contas,
considerada regular com ressalvas.

I ACÓRDÃO APL - TC (; 6 )' /oa

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Processo TC N° 01984/06, referente à


Prestação de Contas do Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial da Paraíba - IMEQ,
exercício de 2005, de responsabilidade do Senhor Edvaldo Leite de Caldas Júnior, Presidente,
ACORDAM os integrantes do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, à unanimidade, em sessão
plenária, hoje realizada, em: a) julgar regulares as contas em apreciação; b) recomendar ao gestor
do IMEQ o fiel cumprimento das disposições constitucionais, legais e normativas, para evitar as
falhas aqui apontadas.
Assim decidem tendo em vista as seguintes ocorrências:
O cancelamento de restos a pagar processados com base no Decreto Estadual n° 25.666/04
foi realizado direta e automaticamente pela Secretaria de Finanças do Estado através do SIAF.
Não se podem cancelar aleatoriamente restos a pagar processados, pois, não existe a
faculdade de pagar ou não pagar, salvo em prescrição do crédito. Neste caso, o serviço foi prestado
e/ou a mercadoria foi entregue. Até que esse crédito seja prescrito, dentro do qüinqüênio legal, o
credor dispõe de um direito subjetivo contra a administração pública, que poderá ser exercido
inclusive por meio de ação judicial, em caso de resistência do poder público.
Por outro lado, o cancelamento dificulta a fiscalização das atividades do gestor. Toma-se
difícil avaliar a real situação da entidade, tendo em vista que os débitos decorrentes de Restos a
Pagar não figurarão nos demonstrativos contábeis.
A finalidade desses atos tem sido unicamente tentar livrar os gestores da eventual incidência
do disposto no art. 42 da Lei da Gestão Fiscal e das sanções legais.
Trata-se, portanto, de mero malabarismo contábil para cumprimento de formalismo legal,
sem qualquer atenção à efetividade do preceito normativo.
A análise do pagamento do "Bônus de Desempenho" realizado com recursos federais
resultantes do Convênio de Cooperação Técnica e Administrativa firmado entre o IMEQ e o
INMETRü é competência do Tribunal de Contas da União. Porém, cabe informar que através do
referido convênio foram delegadas, pelo INMETRO, atividades de metrologia legal e qualidade,
que lhe eram inerentes, aos servidores do IMEQ, autorizando a utilização de parte dos recursos para
o pagamento dos bônus. Consta no convênio que os bônus serviriam para remuneração
complementar de todo o pessoal envolvido na execução das atividades de Metrologia Legal e
Qualidade delegadas ao IMEQ-PB (Gestores, servidores e colaboradores) e não somente aos
diretores do Instituto como ocorreu no caso examinado. Vale dizer, se o IMEQ gastou o dinheiro
federal de uma forma irregular, isso deve ser apreciado na esfera federal, seja pelo órgão cedente,
seja pelo órgão fiscalizador; o TÇU, nas suas investigações rotineiras, não sendo necessária, no
presente caso, qualquer comunic o Tribunal de Contas da União.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo Te N° 01984/06

Te - Plenário Min. João Agripin , de 2008.


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo Te N° 01984/06

RELATÓRIO

Tratam os presentes autos do Processo TC N° O 1984/06, referente à Prestação de Contas do


Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial da Paraíba - IMEQ, exercício de 2005, sob a
responsabilidade do Senhor Edvaldo Leite de Caldas.
O relatório elaborado pela Auditoria deste Tribunal, com base na documentação que compõe
os autos, destaca as seguintes irregularidades:
1. não anexação do Quadro Analítico da movimentação do almoxarifado;
2. cancelamento de Restos a Pagar processados, mascarando a real situação financeira da
entidade e burlando dispositivos da LRF;
3. pagamento indevido aos ocupantes de Cargos de Direção do IMEQ-PB de gratificação a
título de "Bônus de Desempenho";
4. não foram encaminhadas ao Tribunal as dispensas de licitação referentes aos contratos n°
012/2005 e 01312005 descumprindo o que determina a resolução RN TC 06/2005;
5. ausência nos autos de prova documental sobre parcelamento feito pelo INSS, realizado em
exercício anterior.

Notificado, o interessado apresentou defesa de fls. 861/1395.


Ao analisar a defesa, a Auditoria considerou sanadas as irregularidades relativas ao quadro
analítico da movimentação do almoxarifado, envio de dispensas de licitação e ausência de provas
sobre o parcelamento feito pelo INSS, mantendo o entendimento sobre a irregularidade referente ao
pagamento indevido de gratificação a título de "Bônus de Desempenho". Sobre a irregularidade
referente ao cancelamento de restos a pagar processados, a Auditoria concluiu que a competência
passa a ser do Governador do Estado devido ao fato de a anulação ter ocorrido automaticamente
com base no Decreto Estadual n° 25.666 de 29.l2.2004.Instado a se manifestar, o Ministério
Público Especial, em parecer da lavra do Procurador André Carlo Torres Pontes opinou pela
regularidade das contas do Senhor Edvaldo Leite de Caldas; comunicação à Secretaria do TCU e à
Procuradoria da República sobre o pagamento de "Bônus de Desempenho".
Após o Parecer da PROGE, o interessado envio ócumentos relativos ao pagamento de
Bônus, tendo, o órgão técnico, permanecido com o e ndi e to inicial.

É o Relatório.

CONSELHEIRO ~~~~:r:FFIEfI{R.NANDES
~
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo Te N° 01984/06

VOTO

o cancelamento de restos a pagar processados com base no Decreto Estadual n" 25.666/04
foi realizado direta e automaticamente pela Secretaria de Finanças do Estado através do SIAF.
Não se pode cancelar aleatoriamente restos a pagar processados, pois, não existe a faculdade
de pagar ou não pagar, salvo em prescrição do crédito. Neste caso, o serviço foi prestado e/ou a
mercadoria foi entregue. Até que esse crédito seja prescrito, dentro do qüinqüênio legal, o credor
dispõe de um direito subjetivo contra a administração pública, que poderá ser exercido inclusive por
meio de ação judicial, em caso de resistência do poder público.
Por outro lado, o cancelamento dificulta a fiscalização das atividades do gestor. Toma-se
difícil avaliar a real situação da entidade, tendo em vista que os débitos decorrentes de Restos a
Pagar não figurarão nos demonstrativos contábeis.
A finalidade desses atos tem sido unicamente tentar livrar os gestores da eventual incidência
do disposto no art. 42 da Lei da Gestão Fiscal e das sanções legais.
Trata-se, portanto, de mero malabarismo contábil para cumprimento de formalismo legal,
sem qualquer atenção à efetividade do preceito normativo.
A análise do pagamento do "Bônus de Desempenho" realizado com recursos federais
resultantes do Convênio de Cooperação Técnica e Administrativa firmado entre o IMEQ e o
INMETRO é competência do Tribunal de Contas da União. Porém, cabe informar que através do
referido convênio foram delegadas, pelo INMETRO, atividades de metrologia legal e qualidade,
que lhe eram inerentes, aos servidores do IMEQ, autorizando a utilização de parte dos recursos para
o pagamento dos bônus. Consta no convênio que os bônus serviriam para remuneração
complementar de todo o pessoal envolvido na execução das atividades de Metrologia Legal e
Qualidade delegadas ao IMEQ-PB (Gestores, servidores e colaboradores) e não somente aos
diretores do Instituto como ocorreu no caso examinado. Vale dizer, se o IMEQ gastou o dinheiro
federal de uma forma irregular, isso deve ser apreciado na esfera federal, seja pelo órgão cedente,
seja pelo órgão fiscalizador, o TCU, nas suas investigações rotineiras, não parecendo ao Relator ser
necessária, no presente caso, qualquer comunicação ao Tribunal de Contas da União.
Pelo exposto, VOTO no sentido de que o Tribunal: a) julgue regular a prestação de contas
do Senhor Edvaldo Leite de Caldas Júnior, Presidente do IMEQ - Instituto de Metrologia e
Qualidade Industrial da Paraíba, relativa ao exer ' 10 -de 2005; b) recomende-se ao gestor do
IMEQ o fiel cumprimento das disposições consti . a' legais e normativas, para evitar as falhas
aqui apontadas.

CONSELHE

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