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Copyright © 2010 by Reinaldo Beserra dos Reis

Capa: Mac Donald Fernandes Bernal


Revisão: Conselho Editorial – RCC Brasil
Projeto gráfico e diagramação: Fabrizio Zandonadi Catenassi

CIP. Brasil. Catalogação na Fonte


BIBLIOTECA NACIONAL-FUNDAÇÃO MIGUEL DE CERVANTES

Reis, Reinaldo Beserra dos


Bíblia Sagrada: luz e abrigo para a aventura da vida /
Reinaldo B. dos Reis – Porto Alegre: RCC Brasil – 2010,
64pgs. Religião.

ISBN 978-85-62740-10-7 CDU: 2

Caro leitor, pessoas cristãs, ou simplesmente honestas, não necessitam do jugo da lei
para fazerem o que é certo. Pensando nisso, a RCC Brasil está lhe dando cinco bons
motivos para não copiar o material contido nesta publicação (fotocopiar, reimprimir,
etc), sem permissão dos possuidores dos direitos autorais. Ei-los:
1) A RCC precisa do dinheiro obtido com a sua venda para manter as obras de
evangelização que o Senhor a tem chamado a assumir em nosso País;
2) É desonesto com a RCC que investiu grandes recursos para viabilizar esta
publicação;
3) É desonesto com relação aos autores que investiram tempo e dinheiro para colocar
o fruto do seu trabalho à sua disposição;
4) É um furto denominado juridicamente de plágio com punição prevista no artigo 184
do Código Penal Brasileiro, por constituir violação de direitos autorais (Lei
9610/98);
5) Não copiar material literário publicado é prova de maturidade cristã e oportunidade
de exercer a santidade.

IMPRESSO NO BRASIL
Printed in Brazil 2010
“O Espírito é prometido à Igreja e a cada um dos
fiéis como Mestre interior, que no segredo da
consciência e do coração faz compreender aquilo que se
tinha ouvido, sem condições de o captar. A este propósito
S. Agostinho dizia: „O Espírito Santo instrui doravante
os fiéis segundo a capacidade espiritual de cada um
deles. E acende nos seus corações um desejo mais vivo,
na medida em que cada um vai progredindo nesta carida-
de, que o leva a amar aquilo que já conhece e a dese-
jar o que ainda não conhece‟” (João Paulo II,
Catechesi Tradendae, n. 72)

(Comissão Pastoral e Missionária do Grande Jubileu)

“Vossas palavras são uma verdadeira luz,


Que dá sabedoria aos simples.”
(SI 119, 130)
SUMÁRIO

“PROCLAMA A PALAVRA, ANUNCIA A BOA NOVA!” .... 7

Parte I................................................................................. 9
CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................ 9

Parte II.............................................................................. 13
A BÍBLIA, PALAVRA DE DEUS! ....................................... 13

Parte III............................................................................. 19
CONHEÇA MAIS DE PERTO A SAGRADA
ESCRITURA ...................................................................... 19

Parte IV ............................................................................ 29
PROGRAMA PARA A LEITURA DA BÍBLIA ....................... 29

Parte V ............................................................................. 55
A BÍBLIA TODA EM UM ANO! ....................................... 55

CONCLUSÃO .................................................................. 59
“Colocar-se à escuta do Espírito” é um carisma
profético a que a liderança da Renovação Carismática
Católica tem aprendido a se dedicar e exercitar. Percebe-
se, ultimamente, nessa escuta, um insistente direciona-
mento sobre a necessidade de darmos à Palavra de Deus
– no que diz respeito aos nossos programas de formação
e à nossa espiritualidade – uma ênfase mais acentuada, tal
como era a prática entre a grande maioria dos
“carismáticos” nos primeiros tempos do Movimento...
O Batismo no Espírito Santo é aspecto fundamental
de nossa identidade. Dizia Paulo VI na primeira vez que se
dirigiu aos dirigentes da RCC, em Grottaferrata
(10/10/1973), perto de Roma, que uma das “notas co-
muns” que alegrava o seu coração pela renovação
espiritual que se manifesta na Igreja hoje em dia, era a
“frequência mais assídua à Escritura”. Ou seja, um
dos sinais da autêntica experiência da efusão do Espírito é
o despertar no individuo de “uma nova leitura, um sabor
novo, um profundo interesse e compreensão das Sagradas
Escrituras”, como diriam outros teólogos e autores...
Ainda que através de seus “Seminários de Vida” a
Renovação Carismática esteja constantemente colocando
em destaque a importância do uso das Sagradas Escrituras
entre seus seguidores, ela interpreta nas atuais inspirações
do Espírito um insistente chamado a revitalizar – de uma
maneira que afete o comportamento das pessoas – a

1
cf. 2Tm 4,1-5.

7
prática do uso frequente, dedicado e valorizado da Sa-
grada Escritura em sua espiritualidade, em sua dinâmica...
O presente manual quer ser uma singela ferramenta
auxiliar nesse itinerário de relacionamento amoroso com a
Bíblia, onde, sob a ação do Espírito Santo – que nos
ensina, educa e desafia –, “quer por meio da pregação dos
legítimos pastores, quer também com o estudo, a medita-
ção e a profunda experiência espiritual da Escritura”
(Constituição Dogmática Dei Verbum, n.8), a compre-
ensão da Revelação progride, e nos capacita a proclamar a
Palavra e anunciar a boa nova com mais força e eficácia...
Uma pequena bibliografia é indicada no final da obra
para os que queiram se dedicar a passos mais largos nessa
sublime aventura.

Reinaldo B. dos Reis

8
Parte I
CONSIDERAÇÕES GERAIS

“Eis que vem os dias – Oráculo do Senhor –


em que enviarei fome sobre a terra, não
uma fome de pão, nem uma sede de água,
mas fome e sede de ouvir a palavra do
Senhor” (Am 8,11).

BÍBLIA: QUE SIGNIFICA?

BÍBLIA, SAGRADA ESCRITURA, BÍBLIA SAGRADA,


AS ESCRITURAS, A PALAVRA... são expressões que se
referem à mesma coisa: um conjunto de 73 livros, escritos
sob a inspiração do próprio Espírito Santo! Isso mesmo:
73 livros! (A palavra BÍBLIA, em si, é um vocábulo grego
indicativo de plural, que traduzido significa: LIVROS).
A BÍBLIA, portanto, não é um livro como outro
qualquer. É de fato, um conjunto de 73 livros, escritos
num período de aproximadamente 1350 anos (começou a
ser escrita nos tempos de Moisés – aí pelo ano 1250
antes de Cristo –, e foi concluída no fim da vida do Após-
tolo João Evangelista, por volta do ano 100 depois de
Cristo). Já foi traduzida para mais de 1.700 idiomas, e se
encontra presente em todos os países do mundo.
Chamamo-la “Escritura Sagrada” – ou SANTA – por-
que ela é realmente capaz de santificar quem a lê com o
coração aberto, sob a condução do Espírito – seu autor! –,
que é Santo! Ela não só nos aponta um caminho de
santidade, mas nos desperta para a comunhão com o
próprio Deus, fonte de toda santidade.

9
1. Modos de se dividir e agrupar os livros da Bíblia

a. Uma primeira grande divisão que devemos considerar na


BÍBLIA são os seus 2 Testamentos:

O Antigo Testamento, que contém os 46 livros


que foram escritos antes de Jesus Cristo.
O Novo Testamento, que contém os 27 livros que
foram escritos depois de Jesus Cristo, contando sua
vinda entre os homens, seu ministério, a formação
da Igreja e o estabelecimento das primeiras comuni-
dades cristãs com a ação missionária dos Apóstolos,
essencialmente.

b. Uma outra divisão assim classifica os seus livros:

Livros do Pentateuco (5)


Livros Históricos (16)
Livros Sapienciais (7)
Livros dos Profetas (18)

Estes formam o conjunto de 46 livros do Antigo


Testamento. (Você encontra esta divisão, por exemplo,
no índice da Bíblia da “Edição da Ave Maria”).
Os 27 livros do Novo Testamento estão assim dividi-
dos:

Evangelhos (4)
Atos dos Apóstolos (1)
As Cartas Paulinas (14, embora a carta aos Hebreus
não seja atualmente atribuída a São Paulo)

10
Cartas Católicas – ou Universais (7)
Apocalipse (1)

c. Outra divisão, enfim, assim classifica os livros do Antigo


Testamento:

Livros Históricos (21): Gênesis, Êxodo, Levítico,


Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, 1°
Samuel, 2° Samuel, 1° Reis, 2° Reis, 1° Crônicas, 2°
Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester,
1° Macabeus, 2° Macabeus.
Livros Didáticos (7): Jó, Salmos, Provérbios,
Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria, Ecle-
siástico.
Livros Proféticos (18): Isaías, Jeremias, Lamen-
tações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oseias, Joel,
Amós, Abdias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuc,
Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias.

d. Nesse mesmo raciocínio, os livros do Novo Testamento


podem ser assim classificados:

Livros Históricos (5): Os 4 Evangelhos (Mateus,


Marcos, Lucas e João) e o livro chamado Atos dos
Apóstolos.
Livros Didáticos (21) : São as 14 cartas atribuídas
a São Paulo, e as 7 cartas chamadas “católicas”.
Cartas de São Paulo: Romanos, 1ª Coríntios, 2ª
Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses,
1ª Tessalonicenses, 2ª Tessalonicenses, 1ª Timó-
teo, 2ª Timóteo, Tito, Filêmon, Hebreus. Cartas

11
de outros Apóstolos: Tiago, 1ª Pedro, 2ª Pedro, 1ª
João, 2ª João, 3ª João e Judas.
Livro Profético (1): O Apocalipse, também cha-
mado de Livro da Revelação.
Além dessas divisões mais amplas, a maioria dos livros
divide-se, por sua vez, em CAPÍTULOS E VERSÍCULOS.
Em situações de estudo ou a título de uma identifi-
cação mais precisa, os versículos podem ainda ser dividi-
dos em letras a, b, c.......(trataremos disso em detalhes
mais adiante).

12
Parte II
A BÍBLIA, PALAVRA DE DEUS!

“Por isso também damos sem cessar graças


a Deus, porque recebestes a palavra de
Deus,que de nós ouvistes. Vós a acolhestes,
não como palavra de homens, mas como
realmente é: palavra de Deus, que age
eficazmente em vós que crestes.”
(1Ts 2,13)

1. QUEM GARANTE QUE A BÍBLIA É A PALAVRA


DE DEUS?

a. Já vimos que a Bíblia não é um livro comum, tanto pela


quantidade de diferentes livros que ela contém, como
também pelo tempo que levou para ser escrita. Mas,
acima de todas estas diferenças, a Bíblia se destaca
sobremaneira pelo fato de conter a revelação que Deus
faz de si mesmo aos homens. Nela, Deus revela sua
natureza, sua identidade, seu plano amoroso para os
homens, bem como a salvação realizada a nosso favor.
Fala de nossas origens, dos propósitos com que nos
chamou à vida, e sobre o fim último de toda a
humanidade. Nela temos, enfim, o sentido pleno de toda a
nossa existência...
Por que cremos que a Bíblia é a “palavra de Deus”?.
Por que a consideramos inspirada pelo próprio Deus?...
São Pedro nos ajuda nessa compreensão, quando diz:

Na realidade, não é baseando-nos em hábeis fábulas


imaginadas que nós vos temos feito conhecer o poder

13
e a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas, por
termos visto a sua majestade com nossos próprios
olhos. Porque ele recebeu de Deus Pai honra e glória,
quando do seio da magnífica glória lhe foi dirigida esta
voz: “Este é o meu filho muito amado, em quem
tenho posto todo o meu afeto”. Esta mesma voz que
vinha do céu, nós a ouvimos, quando estávamos com
ele no monte santo. Assim demos ainda maior crédito
à palavra dos profetas, à qual fazeis bem em atender,
como a uma lâmpada que brilha em um lugar
tenebroso até que desponte o dia e a estrela da
manhã se levante em vossos corações. Antes de tudo,
sabei que nenhuma profecia da Escritura é de
interpretação particular. Porque, jamais uma profecia
foi proferida pela produção de uma vontade humana.
Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da
parte de Deus (2Pd 1,16-21).

Jesus Cristo não só se revelou como sendo “um com


o Pai” (Jo 10,30), o “Verbo de Deus que era Deus” (Jo
1,1), mas provou com milagres e prodígios incontestáveis
essa sua divindade. E por se identificar como sendo “Filho
de Deus” – de Sua mesma natureza –, é que foi conde-
nado e morto. Mas ressuscitou, vencendo a morte e
demonstrando Sua majestade divina...
Paulo, escrevendo a Timóteo (2Tm 3,14-17) também
nos ensina: “Tu, porém, persevera em tudo que aprendes-
te, em tuas convicções. Tu sabes de quem o recebeste.
Desde a infância conheces as sagradas Escrituras. Elas,
pela fé em Jesus Cristo, podem dar-te a sabedoria que
leva à salvação. Toda a Escritura é inspirada por Deus, e
útil para ensinar, para persuadir, para corrigir e formar na
justiça. Assim, o homem de Deus se acha provido de
tudo e preparado para toda a boa obra”.

14
Cremos e professamos, portanto, que o autor
primeiro de toda a Sagrada Escritura é o próprio Espírito
Santo, que é quem sonda as profundezas de Deus, do
infinito, revelando-as ao coração daqueles que se abrem à
Sua inspiração. (leia, oportunamente, ICor 2,1-16).

b. O que devemos entender por “inspiração bíblica”? O que


significa “Revelação”? Antes de mais nada, precisamos
saber que o processo da Revelação divina começa com a
eleição que Deus faz de um povo, e com ele caminha,
entrando em profunda relação com ele...Caminhando com
esse povo escolhido, Deus vai se manifestando em
acontecimentos que afetam sua vida, ao mesmo tempo
que vai iluminando sua mente para perceber que Sua mão
age de maneira prodigiosa nos eventos de sua
história...Uma verdadeira parceria entre Deus, que se
comunica, e o povo eleito, que o descobre progressi-
vamente...
Em dado momento dessa longa caminhada, Deus
começa a inspirar certos homens (a quem chamamos
hagiógrafos), a iluminar suas mentes, a fim de que eles,
partindo de sua realidade, de sua cultura – religiosa e
profana – pudessem, apesar das próprias limitações, ser
capazes de transmitir ao povo uma mensagem que fosse
fiel aos propósitos e ao pensamento do próprio Deus.
Que expressasse esse fato de que Deus está na história do
Povo, ajuda o povo a viver, a caminhar, a não desanimar.
Um Deus, portanto, que quer estar em comunhão, em
revelação com esse povo...
Assim, podemos (e devemos!) considerar que, em
todos os livros da Sagrada Escritura, nos deparamos com
essa realidade humano-divina: o Deus, todo poderoso que

15
se serve de homens limitados para transmitir a todos a Sua
mensagem de amor e salvação!
É bom, portanto, termos em mente que tudo aquilo
que, na Bíblia, não estiver diretamente relacionado ao
propósito de salvação de Deus, não é essencial. Se uma
passagem se apresenta confusa e conflituosa, é sinal de
que ali não está o fundamental, mas em outro lugar.
Lembremo-nos de que Deus sempre respeitou as
limitações do hagiógrafo. Acolhida sob a luz da fé, a Bíblia
é a “palavra de Deus”, mas escrita a partir de experiências
vividas por homens e mulheres de épocas, culturas,
lugares e contextos diferentes. Pessoas cultas, mas
também pessoas rudes, simples, que por vezes nem
sabiam ler ou escrever, mas que transmitiam via oral
aquilo que experienciavam e percebiam como vindo de
Deus, que com eles caminhava. Muitos livros – embora
com o nome de um só autor –, foram na verdade escritos
por diversas pessoas e, por vezes, em distantes períodos
de história (entre alguns salmos, por exemplo, há uma
diferença de – pasmem! – 700 anos!!!), e para diferentes
destinatários...
A Bíblia, portanto, não é um livro com preocupações
científicas, de precisões históricas eruditas e absolutas,
que oferece garantias segundo os critérios e parâmetros
das ciências naturais. Nela, o que importa é a revelação
pretendida por Deus, a verdade de caráter religioso
com que Deus quis se revelar e se tornar conhecido entre
os homens.
Quando considerada em seu contexto original, e
observa-se o gênero literário, as motivações históricas e o
fim último da mensagem em questão, não há oposição
entre a Bíblia e as ciências naturais. Aliás, a ciência ajuda

16
em muito o exegeta (estudioso das Sagradas Escrituras) a
melhor interpretar o significado de seus escritos.
Na Sagrada Escritura há uma quantidade enorme de
gêneros (e estilos) literários: epopéias, fábulas, relatos
históricos propriamente ditos, poemas, cânticos, crônicas,
novelas, parábolas, hipérboles, figuras de linguagem,
evangelhos (gênero genuinamente cristão), cartas, escritos
proféticos, provérbios, registros genealógicos, gênero
apocalíptico, jurídico, e outras tantas derivações de
caráter linguístico...
“Deus, na condescendência de sua bondade, para reve-
lar-se aos homens, fala-lhes em palavras humanas”, nos diz
o Catecismo da Igreja Católica (n° 101). Na Constituição
Dogmática Dei Verbum nos ensinou o Concílio Vaticano
II: “Na redação dos Livros Sagrados, Deus escolheu homens,
dos quais se serviu, fazendo-os usar suas próprias faculdades
e capacidades, a fim de que, agindo Ele próprio neles e por
eles, escrevessem, como verdadeiros autores, tudo e só aquilo
que Ele próprio quisesse” (DV, n.11). E a finalidade fun-
damental, essencial de toda a Sagrada Escritura, é anunciar
a Jesus Cristo como Filho de Deus que se encarnou,
morreu e ressuscitou para a nossa salvação, para a nossa
justificação: “Através de todas as palavras da Sagrada
Escritura, Deus pronuncia uma só Palavra, seu verbo único,
no qual se expressa por inteiro” (Catec., n. 102).

c. Qual a utilidade de se conhecer a Bíblia? Como já


dissemos, na Sagrada Escritura encontramos com absoluta
certeza o sentido de nossa vida, o significado de toda a
existência do mundo, dos acontecimentos, da própria
morte. Nela, descobrimos a vontade de Deus para nossas
vidas: o propósito da criação, o chamado à existência, a

17
recusa ao Seu Plano de Amor, as consequências do
pecado, e... a salvação realizada por Jesus Cristo a nosso
favor! Nela, o conhecimento de preciosas promessas
garantidas por Deus a nós, homens, e a certeza do dom
do Espírito – Seu amor derramado em nossos corações –,
pelo qual somos capacitados a viver nossa vocação ao
amor e à santidade...
É por Suas palavras, pela observação de Seus pre-
ceitos, pelo conhecimento de Suas promessas que nos
reconhecemos como filhos de Deus, com direito à heran-
ça de uma vida que não vai acabar nunca mais, na eterna
alegria da contemplação de Sua face... É nela – na Bíblia –
que descobrimos a certeza da salvação, o poder da
oração, o sentido do sofrimento e da morte, e que a paz
por todos tão sonhada é possível... É ela a “luz para os
nossos passos”, o “abrigo na tempestade”, o “escudo nas
lutas inevitáveis”, o “consolo na aflição”... Por ela, conhe-
cemos a Jesus Cristo! E, por Ele, na força do Espírito,
vamos ao Pai!...Benção indescritível...

18
Parte III
CONHEÇA MAIS DE PERTO A
SAGRADA ESCRITURA

“Mediante a Revelação, o Deus invisível (cf.


CI 1,15; ITm 1,17), levado por Seu grande
amor, fala aos homens como a amigos (cf.
Ex 33,11; Jo 15,14-15), e com eles se
entretém (cf. Br 3,38) para os convidar à
comunhão consigo e nela os receber...”
(DV, n.2)

I. NOMES DOS LIVROS DA BÍBLIA

a. Livros do Antigo Testamento (pode ser que eles


apareçam em uma outra ordem na sua Bíblia, depen-
dendo da tradução, dos editores):

Gênesis 1º Crônicas
Êxodo (ou 1º Paralipômenos)
Levítico 2º Crônicas
Números (ou 2º Paralipômenos)
Deuteronômio Esdras (ou 1º Esdras)
Josué Neemias (ou 2º Esdras)
Juízes Tobias
Rute Judite
1º Samuel (ou I Reis) Ester
2º Samuel (ou II Reis) 1º Macabeus
1º Reis 2º Macabeus
2º Reis

19
Estes são os LIVROS HISTÓRICOS (incluindo o
PENTATEUCO, nome dado ao conjunto dos 5 primeiros
livros dessa lista, que estão em negrito).

Depois temos os chamados LIVROS SAPIENCIAIS:

Jó Cântico dos cânticos


Salmos Sabedoria
Provérbios Eclesiástico (ou Sirácida)
Eclesiastes (ou Coélet)

E também os LIVROS PROFÉTICOS:

Isaías Abdias
Jeremias Jonas
Lamentações (de Jeremias) Miqueias
Baruc Naum
Ezequiel Habacuc
Daniel Sofonias
Oseias Ageu
Joel Zacarias
Amós Malaquias

(Geralmente, as Bíblias trazem – em suas páginas ini-


ciais – uma pequena explicação à respeito de cada um dos
seus livros).

b. Livros do Novo Testamento (não estão relacio-


nados nem em ordem de escrita e nem em sequência
linear de tempo – coisa que, com os estudos, você irá
progressivamente aprendendo):

20
Evangelhos = Mateus, Marcos, Lucas (chamados
de Evangelhos sinóticos) e João.
Cartas (ou Epístolas): De Paulo aos Romanos, 1ª
aos Coríntios, 2ª aos Coríntios, aos Gálatas, aos
Efésios, aos Colossenses, Iª aos Tessalonicenses, 2ª
aos Tessalonicenses, 1ª a Timóteo, 2ª a Timóteo, a
Tito, a Filêmon, carta aos Hebreus, carta de
Tiago, 1ª de Pedro, 2ª de Pedro, 1ª de João, 2ª de
João, 3ª de João e carta de Judas.
Livro Profético (ou da Revelação): Apocalipse.

2. ABREVIATURAS DOS TÍTULOS DOS LIVROS


DA BÍBLIA (em ordem alfabética, para facilitar a
utilização)

Ab Abdias Dn Daniel
Ag Ageu Dt Deuteronômio
Am Amós Ecl Eclesiastes
Ap Apocalipse Eclo Eclesiástico
At Atos dos Ef Efésios
Apóstolos Esd Esdras
Br Baruc Est Ester
Ex Êxodo
Cl Colossenses
Ez Ezequiel
1Cor 1ª Coríntios Fl Filipenses
2Cor 2ª Coríntios Fm Filêmon
1Cr 1º Crônicas Gl Gálatas
2Cr 2º Crônicas Gn Gênesis
Hab Habacuc
Ct Cântico dos
Hb Hebreus
Cânticos
Is Isaías

21
Jd Judas Na Naum
Jl Joel Ne Neemias
Jn Jonas Nm Números
Jó Jó Os Oseias
Jo Evangelho de João 1Pd 1ª Pedro
1Jo 1ª de S. João 2Pd 2ª Pedro
2Jo 2ª de S. João Pr Provérbios
3Jo 3ª de S. João Rm Romanos
Jr Jeremias 1Rs 1° Reis
Js Josué 2Rs 2º Reis
Jt Judite Rt Rute
Jz Juízes Sb Sabedoria
Lc Evangelho de Sf Sofonias
Lucas Sl Salmos
Lm Lamentações 1Sm 1º Samuel
Lv Levítico 2Sm 2º Samuel
Mc Evangelho de Tb Tobias
Marcos Tg Tiago
1Mc 1ª Macabeus 1Tm 1ª Timóteo
2Mc 2ª Macabeus 2Tm 2ª Timóteo
Mq Miqueias 1Ts 1ª Tessalonicenses
MI Malaquias 2Ts 2ª Tessalonicenses
Mt Evangelho de Tt Tito
Mateus Zc Zacarias

3. BÍBLIA CATÓLICA E BÍBLIA PROTESTANTE:


QUAIS AS DIFERENÇAS?

a. Quanto aos livros do Novo Testamento, não há diferença


entre as edições católicas e protestantes.
Quanto ao Antigo Testamento, a edição católica tem 7
livros a mais que a edição protestante. Estes livros são:

22
Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, 1º Livro dos
Macabeus, 2º Livro dos Macabeus e Baruc. Estes livros são
chamados também “deuterocanônicos” (deutero = segun-
do; cânon = lista). Os outros 39 livros do AT são chama-
dos “protocanônicos” (proto = primeiro).
Os “deuterocanônicos” foram escritos em grego.
Foram aceitos, no início, pelos judeus e pelos primeiros
cristãos. Mais tarde, porém, foram rejeitados pelos judeus
(mais por critérios “nacionalistas” que por qualquer outra
coisa) e pelos protestantes.

b. Em tempos idos, muitos que rejeitavam esses 7 livros


os tratavam erroneamente de apócrifos. Não, os apócrifos
– que são diversos – nunca foram aceitos pela Tradição e
pelo Magistério da Igreja. Esses 7 são, em verdade, da
“segunda lista”, do segundo cânon; canônicos, portanto,
“Deuterocanônicos”.
Em muitas partes do mundo, os próprios protestantes
já começaram a aceitar a inclusão desses livros em suas
edições (pois, de fato, são raríssimos os pontos confli-
tantes com sua doutrina). A Sociedade Bíblica do Brasil –
filiada à Sociedade Bíblica Internacional, de orientação
Protestante, já edita – inclusive em língua espanhola, com
o aval e a chancela do CELAM –, a Conferência Episcopal
Latino-Americana e do Caribe, Bíblias onde figuram tam-
bém os deuterocanônicos.

4. COMO ENCONTRAR NA BÍBLIA UM TEXTO


CITADO DE FORMA ABREVIADA?

a. Certamente, na medida em que vamos nos familiari-


zando com a Bíblia vamos encontrando com mais facilida-

23
de os seus livros. Alguns serão de uso mais frequente, e
para encontrar outros, por vezes, deveremos recorrer ao
índice, no começo da Bíblia. Mas algumas observações nos
ajudarão a identificar e a citar corretamente os textos
sagrados, tanto por escrito como de maneira falada.

b. Os livros da Bíblia estão divididos em capítulos e


versículos para facilitar a procura e a citação de uma frase.
Quando você lê, por exemplo, a indicação “Ef 5,18”,
o primeiro número indica o capítulo. Neste caso, trata-se
da Carta de Paulo aos Efésios, capítulo 5. O número
depois da vírgula indica o versículo. Neste caso, é o
versículo 18.
Na Bíblia, o número dos capítulos está indicado com
um número grande; os versículos com números bem
pequenos.
Outro exemplo: Ez 36,26 – Livro do Profeta Ezequiel,
capítulo 36, versículo 26.
Como regra geral, usa-se, nas abreviações, sempre a
1ª letra do nome do Livro e a consoante mais próxima.
Mas há exceções, inclusive quanto à quantidade de letras:
1 e 2Cor (Coríntios), para diferenciar de 1 e 2Cr
(Crônicas); Jó; Jo (Evangelho de João); 1, 2 e 3Jo (as Cartas
de João); Eclo (Eclesiástico), diferenciando de Ecl (Ecle-
siastes); Na (de Naum); Ne (Neemias), para diferenciar de
Nm (Números), etc...

c. Ao pronunciarmos a leitura dos capítulos de 1 até 10,


devemos usar a nomenclatura dos numerais ordinais. Por
exemplo = “Jo 7,37”, devemos dizer: Evangelho de São
João, capítulo sétimo, versículo trinta e sete. A partir do

24
capítulo 11, devemos nos expressar com os numerais
cardinais. Exemplo = para At 19,6, devemos dizer: Livro
dos Atos dos Apóstolos, capítulo dezenove, versículo
seis. (Na prática, de fato, é muito comum ouvirmos as
citações somente com os numerais cardinais, mesmo,
ficando: Jo 3,16 = João três, dezesseis; 1Cor I (ou, assim
grafado: 1Cor 6,19) = “Primeira” de Coríntios seis,
dezenove).

d. Muito importante também é sabermos distinguir o


valor dos diversos SINAIS de PONTUAÇÃO:

A VÍRGULA ( , ) separa o capítulo do versículo


(Rm 5,5).
O PONTO ( . ) indica um salto entre os versícu-
los. Lemos somente o número do versículo que
precede e o que segue. (At 1,5.8 significa: Livros
dos Atos dos Apóstolos, capítulo primeiro,
versículos 5 e 8.
O HÍFEN ( - ) é o contrário do anterior: lemos to-
dos os versículos indicados, seguidamente, sem
omitir os versículos intermediários. At 1,5-8: Atos
dos Apóstolos, capítulo primeiro, versículos de 5 a
8.
O PONTO E VÍRGULA ( ; ) separa citações, den-
tro do mesmo Livro ou de um Livro para outro.
“Gl 5,18; Rm 8,15” significa que são duas citações
diferentes.
O HIFEM MAIOR ( – ) separa versículo de um ca-
pítulo seguinte. (Travessão). Jo 14,26 – 16,13.
Significa Evangelho de João do capítulo 14, do
versículo 26 até o capítulo 16, versículo 13.
25
A LETRA b colocada logo após o versículo, indica
a segunda parte do mesmo. A primeira parte de
um versículo grande, que tenha em si um ponto
final ou mesmo ponto e vírgula, pode ser
indicada com a letra a. “Enchei-vos do Espírito
Santo”, cf. Ef 5,18b
A LETRA s OU ss colocada logo após um versí-
culo, indica que devemos ler também o versículo
ou mais dois versículos, seguintes ao versículo
indicado.

Quando os livros da Bíblia foram escritos, não


traziam, como hoje, títulos e subtítulos, numa divisão em
capítulos e versículos. A divisão em capítulos foi
organizada em 1214 d.C. pelo arcebispo de Cantuária, na
Inglaterra, Stephan Langton. E a divisão em versículos,
como se encontra hoje na Bíblia, foi organizada por
Robert Etienne, tipógrafo e editor, em 1551d.C.

5. AS LÍNGUAS EM QUE OS LIVROS FORAM


ESCRITOS

a. É importante sabermos em que línguas os diversos


livros bíblicos foram escritos, pois as traduções, de fato,
não desfrutam do mesmo carisma da inspiração com que
os originais foram escritos. E por isso é fundamental
termos a Igreja como a guardiã da fidelidade aos originais
que os diversos trabalhos de tradução que vão sendo
feitos ao longo do tempo precisam considerar, para que,
num descuido, não apareça nas traduções um sentido que
não foi da intenção nem do autor (humano) e nem do
próprio Deus.

26
É bom também termos em conta que, em verdade,
os escritos bíblicos são o resumo humano da ação e da
palavra divina. Embora a acolhamos como “Palavra de
Deus”, é preciso considerar a distância real que existe
entre a Palavra de Deus propriamente dita e a Escritura.
A Palavra é muito mais do que a Escritura. Ela sempre
precede, acompanha e ultrapassa a Escritura, porque
contém o Espírito vivo. É Ele que dá vida à Escritura.
Sem Ele, os escritos são “letra morta”. Somente Ele – que
um dia tornou possível a encarnação do Verbo – da
Palavra! – pode, impregnando-a com Sua força, fecundá-la
permanentemente no coração de cada homem, de todas
as épocas... Abordar essa Palavra de Revelação escrita,
pois, sem buscar os auxílios adequados do Espírito, é
infrutífero, como no-lo ensinou o Concílio Vaticano II:

“Ao Deus que revela deve-se “a obediência da fé”


(Rm 16,26; cf. Rm 1,5; 2Cor 10,5-6), pela qual o
homem livremente se entrega todo a Deus prestando
“ao Deus revelador um obséquio pleno do intelecto e
da vontade” e dando voluntário assentimento à
revelação feita por Ele. Para que se preste essa fé,
exigem-se a graça prévia e adjuvante de Deus e os
auxílios internos do Espírito Santo, que move o
coração e converte-o a Deus, abre os olhos da mente
e dá “a todos suavidade no consentir e crer na
verdade”. A fim de tornar sempre mais profunda
a compreensão da Revelação, o mesmo Espírito
Santo aperfeiçoa continuamente a fé por meio
de Seus dons”. (DV, n.5)

Ou seja, não se avança na percepção progressiva do


mistério de Deus sem se deixar habitar em plenitude pelo
Espírito Santo...
27
b. Como as Escrituras foram concluídas há quase 20
séculos, podemos imaginar a dificuldade que temos, hoje,
de sermos fiéis nas nossas traduções. Trabalho dificílimo,
especialmente se considerarmos ainda que elas come-
çaram a ser escritas há cerca de 3.250 anos!!!
A maior parte dos Livros foram escritos na terra santa
da Palestina, e três línguas muito antigas foram usadas.
Todo o Antigo Testamento foi escrito em hebraico
ou aramaico (a língua falada por Jesus), menos o Livro da
Sabedoria, o Segundo de Macabeus e trechos dos livros de
Daniel e Ester, que foram escritos em grego. E todo o
Novo Testamento foi escrito em grego, menos o Evan-
gelho de São Mateus, que foi escrito em aramaico.

28
Parte IV
PROGRAMA PARA A LEITURA
DA BÍBLIA

“... A Sagrada Escritura, inspirada pelo


Espírito e, portanto, a ser ouvida no
Espírito, nos compromete como pessoas,
como comunidade e como Igreja local e
universal, a lê-la, a compreendê-la, a
meditá-la, a contemplá-la, a orar com ela e
a testemunhá-la com a vida e com a
ação apostólica”.
(Comissão Pastoral do Grande Jubileu do
ano 2000, O Espírito que é Senhor e dá a
vida, Ed. Paulinas, São Paulo – Brasil,1997,
p.27).

I. “DESCONHECER AS ESCRITURAS É
DESCONHECER A JESUS CRISTO” (São
Jerônimo)

a. A doutrina protestante do “livre-exame da Bíblia” –


com suas conhecidas consequências – acabou por deter-
minar, por um longo período, na Igreja Católica, uma
certa cautela no que diz respeito ao incentivo à leitura e à
utilização das Sagradas Escrituras por parte do povo de
Deus. No último século, porém, com o advento de um
cenário eclesial bastante aberto aos novos ventos do
Espírito – mormente no que se refere ao diálogo ecumê-
nico e ao protagonismo do laicato católico –, desponta
com um vigor exuberante o interesse pelo estudo e uso
das Sagradas Escrituras. Institutos Bíblicos, versões
atualizadas das Escrituras, trabalhos teológicos e exegé-

29
ticos de apoio, pronunciamentos do Magistério, foram
alguns dos fatores que contribuíram para esse despertar
católico quanto ao apreço pela Palavra de Deus. E, para
dar consistência a todas essas tendências, o Concílio
Vaticano II (1962-1965) nos brindou com a Constituição
Dogmática “DEI VERBUM”, sobre a Revelação Divina,
onde afirmava, entre outras tantas riquezas: “... A Igreja
sempre venerou as divinas Escrituras, da mesma forma como
o próprio Corpo do Senhor (...) Elas comunicam
imutavelmente a palavra do próprio Deus e fazem ressoar
através das palavras dos Profetas e Apóstolos a voz do
Espírito Santo. É necessário, portanto, que toda pregação
eclesiástica, como a própria religião cristã, seja alimentada e
regida pela Sagrada Escritura” (DV,21)...

b. A Renovação Carismática Católica, surgida após o


Vaticano II, se notabilizou pelo apreço demonstrado por
seus seguidores à Palavra de Deus. Passaram a usar
ostensivamente a Bíblia, que logo se transformou em
fonte de animação e crescimento espiritual.
Nos anos 70, um livro do pastor americano Tim
Lahaye, “Como estudar a Bíblia sozinho”, Ed. Betânia,
tornou-se um referencial de motivação para que “pessoas
comuns” se interessassem pela Bíblia. No livro, ele
propunha os seguintes objetivos a serem alcançados por
seus leitores:

a) Ler a Bíblia toda.


b) Ler os livros principais várias vezes.
c) Gravar os princípios básicos mais importantes, as
promessas de Deus e suas ordenanças.
d) Estudar os principais capítulos.

30
e) Aprender os versículos-chave.
f) Adquirir um conhecimento prático da Bíblia.
g) Formar o hábito permanente de estudar a Bíblia,
o que enriquece toda a vida.

Foi um sucesso! Na sua esteira, em 1978, Pe. Jonas


Abib escreve para os católicos o seu famoso “A Bíblia foi
escrita prá você”, que garantia como prêmio aos que se
aplicassem à sua leitura, o seguinte decálogo:

1° Você será um cristão de verdade.


2° Você terá a certeza da salvação.
3° Sua oração será cheia de confiança e de poder.
4° Você terá certeza do perdão de Deus.
5° A alegria vai inundar sua vida.
6° A paz será verdadeira.
7° As decisões tomadas em sua vida terão a
orientação de Deus.
8° Você será capaz de testemunhar Jesus Cristo.
9° Tudo em sua vida haverá de transformar-se.
10° Amém, assim seja!

Quantos testemunhos foram colhidos a partir das


experiências feitas por quem se dedicou às propostas
desse livro...
O presente livrete não tem pretensão alguma de
trazer grandes novidades à metodologia de leitura e
estudo das Sagradas Escrituras. Quer, sim, apoiado nas
moções claras que o Senhor tem dado à Renovação
Carismática no presente momento, reacender o interesse

31
no coração daqueles que perderam o entusiasmo por essa
prática, ou, quem sabe, descortinar um caminho de
crescimento renovado para aqueles que nela perseveram.
Cremos no que afirmava Santo Ambrósio: “Deus passeia
ainda hoje, no jardim, quando leio as Escrituras...”. E espera
por você!!!

2. “TODA A ESCRITURA É INSPIRADA POR


DEUS E ÚTIL”... cf. 2Tm 3,16a.

“O Filho nos comunica sua doutrina, por ser o Verbo,


mas é o Espírito Santo que nos torna capazes desta
doutrina. Ele diz portanto: “Ele vos ensinará todas as
coisas (tudo). Pode o homem aprender de fora, mas o
seu trabalho será vão se o Espírito Santo, de dentro,
não lhe der compreensão...” (Sto Tomás, Super
Evang. Ioannis, CXVI lect. 6).

a. Ter o propósito de ler toda a Bíblia, num ritmo e


tempo que a sua disponibilidade vai determinar, deve ser
uma aspiração do seu coração. É possível fazer isso em
um ano, mas nada impede que você o faça em três, por
exemplo. O importante é que o propósito esteja em seu
coração, e que você permita que o Espírito o dirija e
discipline nessa aventura...
Uma leitura de conjunto de toda a história bíblica nos
enriquece com a visão das duas grandes mensagens
religiosas que se encontram no início e no fim dela: o
relato da criação do mundo e do homem, por meio do
Espírito e da Palavra de Deus, que encerra o drama do
pecado original – que afeta todo homem – e do grande
amor de Pai que Deus revela ter por todos e cada um de

32
seus filhos (o livro do Gênesis); e o relato de proposta de
uma nova criação e uma nova vida mediante a obra de seu
Filho, o cordeiro imolado que, de pé vence todo o mal e o
pecado dos homens (o livro do Apocalipse). Entre esses
dois relatos, a grande aventura da revelação divina que dá
sentido à nossa história e a orienta para a pessoa de Jesus,
caminho único para a experiência do amor do Pai e para o
gozo da liberdade da criação.

b. “Tu, porém, persevera em tudo que aprendeste, em


tuas convicções. Tu sabes de quem o recebeste. Desde a
infância conheces as Sagradas Escrituras...”(2Tm 3, 14-
15a).
Todos imaginamos o quão importante é estabelecer-
mos um horário para nos dedicarmos à oração e ao
estudo com a Palavra. Também a definição de um local
apropriado ajuda. Mas o importante mesmo é perseve-
rar. Se hoje é possível estudar a Palavra com um tempo
mais largo, lápis e caderno na mão, em um ambiente que
possibilite momentos de meditação e oração, ótimo! Mas
se ora ou outra isso não puder ser atendido, leia, estude,
ore, risque e rabisque sua Bíblia onde quer que seja
possível. No ônibus, no metrô, na fila do banco, na sala
de espera do dentista, na capela da Igreja, a caminho de
casa, na mesa da lanchonete à espera do lanche... E
lembre-se: há uma enorme diferença entre ser fanático,
e ser apaixonado por Jesus!
A palavra de Deus é dócil, consoladora, dá equilíbrio,
é iluminada, cura, levanta... mas é exigente! Requer um
comprido namoro, uma longa familiaridade com ela para
que possa ser profundamente compreendida e vivida.

33
c. “A Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com o
auxílio do próprio Espírito Santo, mediante o qual ela foi
escrita, a fim de que se possa descobrir com exatidão o
sentido dos textos sagrados” (DV, n.12).
Santo Ambrósio – e outros Padres da Igreja –, repeti-
ram com insistência esta frase: “Quando lemos os textos
sagrados, é a Deus que escutamos. Quando oramos, a Ele
respondemos!” Ou seja, Deus nos fala pela Sua Palavra;
acercando-nos dela em atitude de escuta, O ouvimos; e a
nós Ele ouve quando respondemos à sua fala pela Palavra,
em oração. A Bíblia deve ser para nós “um lugar de um
encontro marcado”. Nela, dizemos a Ele – pela própria
Palavra: “Fala, Senhor, que o teu servo escuta” (1Sm 3,10).
E, ouvindo, a Ele também respondemos mediante a escuta
dócil, que se confirma com o compromisso de vida.
Na verdade, quando nos dispomos a ler e meditar Sua
Palavra, saímos ao seu encontro com a certeza de que Ele
nos espera para esse diálogo em que Ele mesmo tomou a
iniciativa. Deus é quem nos fala primeiro. É Ele quem vem
falando com os homens através do chamado à vida, pelos
Seus projetos, pelos acontecimentos. Falou conosco de
modo especial por Seu Filho, a Palavra encarnada. E, hoje,
continua a falar pela Palavra escrita, inspirada...

d. No Espírito Santo!

“...As coisas de Deus ninguém as conhece senão o


Espírito de Deus” (1Cor 2,11b).

No contato com a Bíblia, devemos procurar não tanto


um conhecimento intelectual, quanto um conhecimento
vital; procurar o Senhor, acima de tudo. Perscrutamos a

34
Palavra não apenas para nos instruirmos, mas antes para
crescermos na fé, para descobrirmos nas palavras
humanas do texto sagrado a Palavra de Deus que gera
vida e constrói a fé. E essa descoberta, só é possível no
Espírito Santo: “Que homem, pois, pode conhecer os
desígnios de Deus, e penetrar nas determinações do Senhor?
Tímidos são os pensamentos dos mortais, e incertas as nossas
concepções: porque o corpo corruptível torna pesada a alma,
e a morada terrestre oprime o espírito carregado de cuidados.
Mal podemos compreender o que está sobre a terra,
dificilmente encontramos o que temos ao alcance da mão.
Quem, portanto, pode descobrir o que se passa no céu? E
quem conhece vossas intenções, se vós não lhe dais a
Sabedoria, e se do mais alto dos céus, vós não lhe enviais
vosso Espírito Santo? (Sb 9, 13-17).
Jorge Zeveni (“La Bíblia, parola di Dio agli uomini”,
Ed. L.D.C., Turim), estudioso da Sagrada Escritura, afirma:

“A Bíblia, para produzir seu fruto na Igreja, deve ser


lida com fé, aprofundada à luz do Espírito Santo. Se
hoje percebemos uma esterilidade da Palavra na vida
da Igreja, a razão é provavelmente uma única:
aproximamo-nos do livro sagrado de maneira
demasiado intelectual, e não espiritual. É porque dele
fazemos mais um objeto de especulação do que de
oração e de compromisso entre nós e Deus.”

Santo Anselmo, doutor da Igreja, nos ensina: “Uma


coisa é possuir facilidade de eloquência e esplendor de
palavra, e outra é entrar nas veias e na medula das
palavras celestes e contemplar com límpido olho do
coração os mistérios profundos e escondidos. Isto não
pode ser dado, de maneira alguma, nem pela doutrina,

35
nem pela erudição do mundo, mas somente pela pureza
da mente através da erudição do Espírito Santo”.

3. A “LEITURA ORANTE” DA BÍBLIA

“O Espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As


palavras que vos tenho dito são espírito e vida” (Jo
6,63).

a. Quando abrimos e lemos a Bíblia numa atitude de fé,


numa abertura de mente e de coração, com uma
disposição não de quem quer apenas estudá-la ou matar
sua curiosidade, mas de oração, de quem quer entrar em
diálogo amoroso com a palavra que nos é dirigida pelo
Deus de amor, então encontramos nela o sopro
misterioso do Espírito Santo, que nos proporciona uma
experiência de Deus que não se esvai, que não é apenas
uma coisa abstrata, ideológica, cerebral. É uma experiência
de vida. Aquele que assim procede, logo percebe o
“perfume do Espírito” nas páginas da Sagrada Escritura, e
se convence facilmente de que, aquelas palavras, são luz
para sua vida. “Esta palavra é para mim”, afirma...
O Pai oferece-nos sua Palavra e nos dá seu Espírito
para que possamos, “ouvindo com nossos ouvidos e
compreendendo com nossos corações”, conhecer o
Verbo pelo que Ele é – o filho amado do Pai, experimen-
tando o Pai como o próprio Jesus o experimenta (cf.Jo
14,9). Ler as Escrituras em oração, ouvindo no Espírito,
torna-se uma experiência de vida trinitária do próprio
Deus...

36
b. A “Lectio Divina”, ou, leitura orante da Bíblia, é um
método de leitura da Sagrada Escritura que vem sendo
praticado por muitas pessoas na vida da Igreja, especial-
mente a partir dos tempos do monaquismo. Esta
expressão – lectio divina – nos foi legado por um dos cha-
mados Padres da Igreja – Orígenes –, que viveu pelo final
do século II até meados do século III. Orígenes dizia que
“para se ler a Escritura com proveito é necessário um
esforço de atenção e assiduidade: cada dia, de novo,
temos de voltar à fonte da Escritura; e o que não se
consegue com o próprio esforço, deve ser pedido na
oração, pois é absolutamente necessário rezar para se
compreender as coisas divinas”.
Essa proposta de leitura orante foi criteriosamente
sistematizada a partir do século XII, quando o monge
Guigo de Chartreux a organizou em quatro degraus:
Leitura, Meditação, Oração e Contemplação. (Mais tarde
acrescentou-se um quinto degrau de Ação). Dessa siste-
matização, define-se: Lectio Divina é a leitura da Sagrada
Escritura feita para suscitar Oração e conduzir à Contem-
plação...
Depois de um extenso período no esquecimento
(especialmente em virtude da reforma protestante), foi
depois do Concílio Vaticano II que a Lectio Divina voltou a
ser incentivada – juntamente com a leitura da própria
Bíblia!. Diversos documentos magisteriais e a exortação
Apostólica Pós-Sinodal Pastores dabo vobis, trataram de,
após o Concílio, destacar o valor da Lectio Divina. À
Renovação Carismática, no Brasil, o Doc. 53 da CNBB
recomendou a “prática da leitura orante da Bíblia (Lectio
Divina), fazendo dela uma fonte e inspiração de nosso
encontro com Deus e os irmãos” (nº 37). A antiga

37
Secretaria Paulo Apóstolo, em resposta a esse apelo,
publicou pela Editora Santuário, o Documento nº 7 da
Escola Paulo Apóstolo, sobre a matéria.
Obviamente, não há nas pretensões deste presente
manual espaço para desenvolvermos considerações mais
específicas e aprofundadas sobre esse assunto. Mas
recomendamos que, no tempo adequado, os interessados
se inteirem tanto desse material da antiga Escola Paulo
Apóstolo como também do Livro do Pe. Isac Isaías Valle –
assíduo colaborador e praticante da espiritualidade da
RCC –, “Leitura Orante da Bíblia” (ver bibliografia no final
deste nosso manual).

4. QUE BÍBLIA USAR?

“Quando encontrei as tuas palavras, Senhor, eu as


devorei. E elas se tornaram o meu contentamento e a
alegria do meu coração” (Jr 15,16).

a. Certamente você já tem a sua própria Bíblia. Se ainda


não a possui, chegou a hora de “tomar posse”, literal-
mente, de uma delas. Não se justifica dizer: “Eu uso a da
minha mulher ou vice versa. Não! A Bíblia é uma carta
pessoal que o Deus de amor dirige a cada um de nós.
Muitas são as traduções da Bíblia, na Igreja Católica, e
todas elas igualmente ricas em suas particularidades
(comentários, notas explicativas, informações contextuais,
etc.). Com o tempo vamos percebendo que diferentes
traduções podem nos ajudar nos propósitos de estudos,
de preparação de palestras e partilhas, de compreensão e
interpretação de textos... Um bom critério é você
consultar que Bíblia usam nos ambientes em que você vai

38
usá-la de modo comunitário (nos Grupos de Oração, no
Círculo Bíblico, na Escola da Fé, e assim por diante).
É fundamental que sua Bíblia tenha o “Imprimatur” –
aprovação eclesiástica firmada por um bispo da Igreja
Católica (que pode também vir acompanhada de “Nihil
obstat” e de um “Imprimi potest”). Essa aprovação aparece
logo em uma das primeiras páginas do livro.
Depois de todas essas considerações, chegamos enfim
ao aspecto mais prazeroso de nossos propósitos: A leitura
amorosa da palavra de Deus, “Luz e Abrigo para a aventura
de nossas vidas!”... Fonte saudável de água viva, que sacia
todos os que dela se aproximam sem jamais se esgotar...
Que o Espírito nos assista continuamente nessa prá-
tica, para que possamos sempre entender a Palavra com o
mesmo sentido com que Ele a quis revelar!...

PLANO DE LEITURA

“Tua palavra é luz ao revelar-se, até os pequeninos a


compreendem” (SI 119,130).

Os livros da Bíblia não estão dispostos em uma


sequência que facilite a compreensão do seu significado.
Há livros que podem ser lidos a qualquer tempo, e outros
que supõem uma certa ordem. Alguns dizem mais
respeito às nossas vidas, ao nosso dia a dia – de forma
direta –, e outros que precisam ser considerados em seu
contexto (prá não fazermos uma leitura fundamentalista,
inadequada, de seu significado), e são por vezes aparen-
temente “sem sentido”, numa leitura superficial. Ou seja,
toda a Bíblia é útil, mas alguns livros e passagens são mais
proveitosos e aplicáveis à nossa vida que outros. Para
39
aprender a fazer esta distinção é preciso ler a Bíblia toda;
não, porém, sem um mínimo de orientação que nos ajude
a manter aceso o interesse e o gozo pela leitura. Por isso,
mais do que entender o “porquê” dos critérios propostos,
comece o programa, e saboreie a doçura da Palavra
gradativamente, elegendo, com o tempo, o seu próprio
ritmo, as passagens que lhe são mais caras e utilizáveis no
seu ministério...

 Comece pela leitura da Primeira Carta de São João,


capítulo primeiro (1Jo 1). Muitos autores a indicam para
os iniciantes, por ser uma leitura de fácil compreensão e
por conter, por assim dizer, uma espécie de anúncio
kerigmático, fundamental para a nossa iniciação no conhe-
cimento da Palavra de Deus.
Nos dias seguintes, leia – sempre um por dia – os
outros 4 capítulos desta 1ª carta, a 2ª carta de João (que
tem só um capítulo) e a 3ª carta de João (que também tem
somente um capítulo). Pronto: você já tem aí uma semana
de oração e estudos com a Palavra de Deus. Passada essa
semana, repita – pelo menos uma vez, o caminho já feito.
(Não tenha pressa. Saboreie as palavras, e veja como
novos significados vão “saltando” aos seus olhos)

Recomendações:

a) Leia as explicações do rodapé de sua Bíblia.


b) Sublinhe (ou destaque, com uma caneta apropri-
ada) os versículos que mais chamam sua atenção.
c) Pergunte-se, ao ler cada capítulo: O que Deus
está dizendo para mim, hoje, nessa leitura? Em

40
que situações posso (ou poderei) aplicar essa
mensagem à minha vida, ao meu ministério?
d) Que promessas – ou princípios divinos – estão
contidos nessa passagem, para mim? (Note que,
para responder a essas perguntas, você já irá
naturalmente reler o capítulo proposto, também
no mesmo dia...)
e) Será muito útil você anotar as respostas a essas
indagações em um caderno próprio (a que muitos
chamam de “Diário Espiritual”). Mas não deixe
que isso se converta para você numa “tarefa a
mais”, que o leve a desanimar na alegria da
leitura. Com o tempo, você fará naturalmente
essas anotações – num “diário”, na própria Bíblia,
em cadernos de anotações para futuras palestras
ou reflexões em grupo, etc. Com o tempo,
também, poucos continuam a fazer o seu “diário
espiritual” – a menos que isso faça parte das
regras de uma Comunidade ou Congregação à
qual se pertence. Mas o importante, mesmo, é
você desenvolver o hábito de leitura diária da
Sagrada Escritura... As demais práticas serão
incentivadas em sua vida pelo próprio Espírito,
que irá mostrando a você a utilidade delas.

 Um livro que facilita e predispõe o nosso coração para


a oração, é o Livro dos Salmos. Nos Salmos, você irá
aprendendo a recorrer à Palavra em momentos próprios
para o Louvor, a Ação de Graças, o Arrependimento, a
Súplica, a Renovação da Confiança no Senhor, o Socorro
nas Adversidades e na Fraqueza, o Júbilo pelas conquistas,
a Admiração pela Onipotência de Deus e por Sua própria

41
Palavra – entre outros sentimentos. Por que então não
lermos também um salmo (ou parte de alguns) por dia?*2
Na primeira vez, você poderá lê-los na sequência em
que se encontram na Bíblia. Com o tempo, você mesmo
irá aprendendo a procurá-los conforme as suas necessida-
des do momento. Ocasionalmente, você poderá também
pedir ao Espírito que lhe indique uma leitura, ou mesmo
abrir o Livro dos salmos (ou outro) aleatoriamente, pe-
dindo antes que o Espírito lhe dê uma palavra para aquele
dia...

Sugestão
a) Leia, de uma só vez, cada um dos seguintes salmos,
conforme aparecerem em sua sequência: 1, 2, 3, 4,
5, 6, 7, 8, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 18, 19, 20, 22,
23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 31, 32, 35, 38, 39, 40,
41, 42, 44, 45, 46, 47, 48, 50, 51, 52, 53, 55, 56,
57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 69, 71, 74,
75, 76, 78, 79, 80, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 89,
90, 91, 92, 94, 95, 96, 97, 98, 99, 100, 102, 107,
109, 110, 111, 112, 114, 115, 116, 119, 120, 121,
122, 123, 124, 125, 126, 127, 128,129, 130, 131,
132, 133, 134, 136, 137, 139, 140, 141, 142, 143,
144, 145, 146, 147, 148, 149 e 150.
b) Leia, distribuindo a leitura por 2 dias, os seguintes
salmos: 9 (versículos de 1 a 21, no primeiro dia, e
de 22 a 39, no segundo dia); 17 (de 1 a 14, e de 25
a 51); 21 (de 1 a 16, e de 17 à 31); 30 (de 1 a 10, e

2
Você poderá também estabelecer seu próprio ritmo com os Salmos.
(ler sempre o salmo inteiro, por exemplo, no dia). Mas é importante
que você leia pelo menos o que está aqui sugerido, no dia.

42
de 11 a 25); 33 (de 1 a 13, e de 14 a 23); 34 (de 1
a 16, e de 17 a 28); 36 (de 1 a 17, e de 18 a 40);
37 (de 1 a 9, e de 10 a 23); 43 (de 1 a 10, e de 11
a 27); 49 (de 1 a 10 e de 11 a 23); 54 (de 1 a 12, e
de 13 a 24); 67 (de 1 a 19, e de 20 a 36); 68 (de 1
a 16, e de 17 a 37); 70 (de 1 a 12, e de 13 a 14);
72 (de 1 a 15, e de 16 a 28); 73 (de 1 a 12, e de 13
à 23); 88 (de 1 a 26, e de 27 a 53); 93 (de 1 a 11, e
de 12 a 33); 101 (de 1 a 16, e de 17 a 29); 103 (de
1 a 15, e de 16 a 35), 104 (de 1 a 22, e de 23 a 45);
105 (de 1 a 24, e de 25 a 48); 106 (de 1 a 22, e de
23 a 43), 108 (de 1 a 16, e de 17 a 31); 113 (de 1 a
8, e de 9 a 26 – dependendo da tradução3); 117
(de 1 a 13, e de 14 a 29); 135 (de 1 a 13, e de 14 a
26); 138 (de 1 a 12, e de 13 a 24)...
c) Leia, em três dias, o salmo 77 (versículos de 1 a 22
no 1º dia, de 23 a 55 no 2º dia, e de 56 a 72 no 3º
dia).
d) Leia, em 11 dias, o salmo 118 (1º dia = versículos
de 1 a 16; 2 dia = de 17 a 32; 3º dia, de 33 a
48; 4º dia: de 49 a 64; 5º dia, de 65 a 80; 6º dia,
de 81 à 96; 7º dia, de 97 a 112, no 8º dia, de 113 a
128; no 9º dia, de 129 a 144; no 10º dia, de 145 a
160; e no dia 11º dia, do versículo 161 ao versículo
176).

3
Algumas traduções trazem alguns salmos com a divisão dos
versículos dispostos de maneira diferente (conforme se considera a
versão hebraica ou não. Algumas Bíblias trazem notas explicativas
sobre essas diferenças. Se você tiver dificuldade em identificar os
versículos de algum salmo, consulte algum amigo já familiarizado com
o uso da Bíblia).

43
 Vamos entrar em um novo passo? Doravante – se
ainda não começou a fazê-lo –, sempre que um versículo
se destacar para o seu gosto ou para o seu entendimento,
copie-o em um papel à parte (uma ficha, um pequeno
cartão, ou em um “post it”), e coloque à vista (com a
citação bíblica anotada abaixo da frase), de modo que
você o decore em pouco tempo. Isso lhe será de muita
valia em sua caminhada espiritual...
Para a sequência das leituras (sempre com o pro-
pósito de um capítulo por dia, mais o salmo), siga o
seguinte roteiro:
a) Leia o Evangelho de São João. Ele é diferente
dos outros 3 evangelhos, e contém narrativas
exclusivas e fundamentais para o nosso enten-
dimento a respeito da divindade de Jesus Cristo.
Ele contém uma impressionante catequese de
Jesus sobre o Espírito Santo (aliás, aqui o Espírito
é, pela primeira vez, nos revelado como pessoa
divina). Quando o capítulo lhe parecer mais
complicado, ore ao Espírito, peça luzes para o
entendimento, e leia novamente. Saiba que, às ve-
zes, a chave para a melhor compreensão de um
capítulo a encontramos em capítulos posteriores.
Ou mesmo em outros livros que você vai co-
nhecer, oportunamente.
b) Leia na sequência, o Evangelho de Marcos. O
autor – louvado por sua arte de narrador –,
demonstra também em seu evangelho grande
habilidade em enriquecer sua narrativa com indica-
ções geográficas. Para ele, mais do que uma
mensagem provinda de Deus referente à pessoa
do Messias, o Evangelho é esta ação divina em
44
meio aos homens. Marcos valoriza a “Boa Nova”, e
enfatiza a pessoa de Jesus Cristo como Filho de
Deus e a proximidade de seu Reino. Foi o primeiro
a nos trazer esse gênero conhecido como “evan-
gelho”.
c) Depois de Marcos, leia, sequencialmente tanto o
Evangelho de Lucas como os Atos dos
Apóstolos (que, desde os tempos antigos, têm
também sido atribuídas a Lucas). O Evangelho
destaca a subida de Jesus rumo a Jerusalém, onde
se realiza o evento pascal: paixão, morte e
ressurreição de Jesus; e o livro dos Atos relata a
pregação deste evento a partir de Jerusalém até
“os confins do mundo”, as extremidades da terra
(cf. At 1,8). Importantíssimo no livro dos Atos é a
narrativa do cumprimento da promessa de Deus a
respeito do “dom do Espírito”, e a progressão da
atividade missionária dos apóstolos – especial-
mente de Pedro e Paulo –, e o ânimo das primeiras
comunidades cristãs, do “batismo ao martírio”...
d) Agora leia o Evangelho de Mateus – Como os
demais evangelistas, Mateus relata a vida e o
ensinamento de Jesus, e, a seu modo, destaca que
o “Deus conosco” (o Emanuel anunciado a José)
ficará presente entre os que creem até o fim dos
tempos. É o evangelista que mais insiste na lei, na
Escritura, no cumprimento das profecias, nos
costumes judaicos. Seu evangelho é dirigido pri-
mordialmente aos judeus, a quem quer demons-
trar que Jesus é o Cristo, o Messias esperado...

45
 Vamos para um novo passo, entrando em contato
agora com um outro gênero literário da Bíblia: o gênero
epistolar, ou, simplesmente, as cartas.

a) Primeiramente você deve ler as cartas atribuídas


a Paulo (a “carta aos Hebreus, e, provavelmente
algumas das outras 13 cartas não foram escritas
pessoalmente por ele, mas por discípulos dele; isso
não altera a importância delas).
Das 14 cartas atribuídas a Paulo, 9 são dirigidas a
alguma comunidade. Paulo fundava comunidades e,
de vez em quando, voltava para ajudá-las, animá-
las e atuar como moderador em algumas situações
problemáticas. Quando estava impedido de visitá-
las pessoalmente, enviava-lhes cartas (algumas
eram bem longas...).
Leia as cartas dirigidas às comunidades na seguinte
sequência (sempre um capítulo por dia), mais o
salmo de sua programação.
Carta aos Efésios
Carta aos Filipenses
Carta aos Colossences
I Carta aos Tessalonicenses
II Carta aos Tessalonicenses
Carta aos Gálatas
I Carta aos Coríntios
II Carta aos Coríntios
Carta aos Romanos

b) Paulo também escreveu 3 cartas chamadas “Car-


tas Pastorais”, assim denominadas por serem

46
dirigidas não a comunidades, mas a seus líderes, ou
“pastores”. São essas que você deve ler na se-
quência:
1ª Carta a Timóteo
2ª Carta a Timóteo
Carta a Tito
Leia em seguida a que Paulo escreveu a um cristão:
Carta a Filêmon.
Em seguida, leia a carta que foi dirigida aos He-
breus em geral:
Carta aos Hebreus

Saiba que as cartas que Paulo escreveu pessoal-


mente são mais antigas que os Evangelhos. A
primeira delas (1ª Carta aos Tessalonicenses) foi
escrita por volta do ano 51, sendo portanto o mais
antigo livro do Novo Testamento. Paulo morreu
provavelmente em 64 ou 67, antes, portanto, que
fosse escrito o primeiro Evangelho (o de Marcos).

c) Chegou a hora de ler as chamadas epístolas


“católicas”, assim conhecidas por não se dirigi-
rem nem a uma pessoa e nem a uma determinada
comunidade, mas a todas as igrejas cristãs (lem-
brando, então, que a palavra católico significa uni-
versal).
São 7 as epístolas “católicas”; delas, você já leu 3
(as de João). Leia agora as demais, nesta sequência:
Carta de Tiago
1ª Carta de Pedro

47
2ª Carta de Pedro
Carta de Judas

A esta altura, o seu conhecimento da Sagrada


Escritura já é bem diferente do que quando você se iniciou
nessa prática de leitura. Você certamente já percebeu, por
exemplo, que para o entendimento de alguns capítulos
basta uma única leitura; já, para outros, a exigência vai ser
maior (8, 10 vezes... ou até mais).
Claro que, nesta sua primeira “leitura geral”, o
objetivo não é estudar e entender de modo aprofundado
toda a Sagrada Escritura, mas o de ter contato com a
Palavra viva do Deus vivo, que fala com você ainda hoje. O
objetivo maior, do ponto de vista didático- pedagógico, é
desenvolver em você o hábito de leitura da Bíblia. Só quem
adquire esse hábito de ler regularmente a Bíblia pode
cultivar também o hábito de bem estudá-la, posterior-
mente.
Por ora, continue a rezar pedindo ao Espírito Santo
luz para que a Palavra lhe proporcione o crescimento e o
fortalecimento espiritual de que você necessita. Continue
a dar ênfase a essa leitura devocional mais do que a uma
leitura de estudo. Continue a se perguntar: que luz esse
Jesus que a Bíblia apresenta pode projetar hoje sobre
todos os aspectos de minha vida (familiar, profissional,
comunitária, emocional...)? Qual o impacto que deve ter
em minha vida a salvação realizada por Jesus? De que
maneira posso me deixar possuir e conduzir pelo dom do
Espírito Santo, de modos a viver minha vocação rumo à
santidade?...

48
 Vamos entrar agora na fase de leitura dos livros do
Antigo Testamento. “Por que li os do Novo Testamento
primeiro? São mais importantes?”... Você já aprendeu que
toda a Sagrada Escritura é importante, e inspirada por
Deus. Mas os livros do Novo Testamento foram escritos
primordialmente para os cristãos – como eu e você –,
para a Igreja de Jesus Cristo. Sua linguagem é mais
universal, e diz mais respeito à nossa vida dos tempos de
agora – e revelam por completo aquele que é o centro e o
âmago de toda a Bíblia: Jesus Cristo, Senhor e Salvador!
O Antigo Testamento – também muito importante –
foi relacionado e dirigido mais ao povo de Israel – ainda
que nele encontremos livros importantíssimos para se
entender o Novo Testamento e até mesmo o significado
da missão redentora de Jesus.
Ao iniciar agora a leitura dos livros do Antigo Testa-
mento (A.T.) não se esqueça de levar em consideração os
aspectos históricos, culturais e sociais envolvidos, as
intenções do autor, os modos de falar, escrever e
enxergar o mundo, sabendo que, embora contenha coisas
muito interessantes e até “cientificamente comprovadas”,
a intenção da Bíblia não é ensinar ou transmitir
conhecimentos daquelas ciências que outras instâncias do
pensamento humano têm a incumbência de pesquisar e
ensinar. Seu objetivo é a explicitação da salvação realizada
por Jesus Cristo. E isso ninguém faz como ela...
Algumas considerações antes de você começar a
leitura dos livros do A.T.:

1ª) Agora que você já está mais treinado na leitura, a


sugestão é que você imprima um novo ritmo à
leitura. Além da leitura indicada para os livros do

49
A.T., continue a ler os Salmos indicados, e não
abandone a leitura do Novo Testamento (N.T.)...
Retome a leitura daqueles livros – ou capítulos –
que despertaram seu interesse, e que ainda
mereçam sua atenção e meditação.
2ª) Note que se você participa de Missa diariamente,
já tem definido um programa de leitura. Lembre-
se apenas de que você deve ir além do simples
“ouvir” na celebração, ou mesmo apenas “ler”
durante a mesma. É bom – para o propósito de
se avançar no conhecimento da Sagrada Escritura
– que se dedique tempo a essa leitura (com
grifos, anotações, orações com aquela palavra
que está sendo lida, e possível registro de um
“diário espiritual”...
3ª) O A.T. é longo, e a quantidade de livros bem
maior que a do N.T. Muitos capítulos de livros do
A.T. são extensos, e por vezes enfadonhos
(compridas genealogias, descrições de construção
do templo, relatos repetitivos...) do ponto de
vista literário. Não desanime. Não queime etapas.
Esforce-se por perceber o sentido que sempre
está embutido na intenção do autor, ligando a
Palavra de Deus à vida do povo. A Palavra ilumina
e dá sentido à vida, e a vida ilumina o sentido da
Palavra.
4ª) O livro do Apocalipse – que pertence ao N.T. –
será proposto como o último livro a ser lido no
Programa, após essa longa etapa de leitura do
A.T.

50
Num primeiro bloco, vamos alternar a leitura de
alguns livros”históricos” (que são 21) com um dos livros
chamados “Sapienciais” – ou Didáticos –, que são 7
(desses 7, você já vem lendo um deles: os salmos). Se
possível, leia mais de um capítulo desses livros do A.T. por
dia (mais os Salmos e suas opções para as leituras do
Novo Testamento).
Dos livros desse primeiro bloco do A.T., talvez o mais
conhecido – e controvertido! – seja, o livro do Gênesis
(ou, das “Origens”), que fala das origens do mundo e da
humanidade. Muitas vezes ele é lido como se fosse um
livro de história erudita e até de ciência natural. Na
realidade, ele é muito mais que isso, mas não é isso...
No Pentateuco (palavra que significa “os estojos”
onde eram guardados esses 5 primeiros livros que
compreende o Gênesis, o Êxodo, o Levítico, o Livro dos
Números, e o livro do Deuteronômio), o povo de Israel se
descobre como alguém eleito por Deus, que o protege e
o conduz; depois de muita desobediência, sente-se
convidado a seguir o exemplo dos patriarcas na fidelidade
a seu Deus, que é fiel em Suas Promessas...
Os “Livros Sapienciais” (Jó, Ex, Lv, Nm, Ct, Dt e
Eclo) são de gêneros muito diversos: cânticos litúrgicos,
escritos de estilo filosófico, drama, reflexão poético-
didática, e coleções de sentenças de sábios populares (de
cunho pedagógico). O “Cântico dos Cânticos” nos
apresenta um misterioso rol de poemas de amor escritos
em torno de um enredo confuso, que nem sempre se
presta a uma interpretação clara. É preciso pois, consi-
derar o tempo em que foram escritos (com estranhos
conceitos sobre a mulher, o inimigo, os estrangeiros...),
mas com sensibilidade aberta às verdades eternas, que

51
podem iluminar também hoje os caminhos de nossas
vidas...Vamos à leitura:

a) – Gênesis

Êxodo
Provérbios
Levítico
Eclesiastes
Números
Cântico dos Cânticos
Deuteronômio
Sabedoria
Josué
Eclesiástico
Juízes

Vamos agora ao 2º bloco. Seguiremos com a leitura


do restante dos “livros históricos”. Vale lembrar que o
termo “histórico”, aplicado a esses livros, nos remete, na
verdade, àquilo que hoje entendemos mais adequa-
damente por “crônica” – relato não necessariamente
fundamentado sobre postulados científicos. Embora o
povo de então conhecesse a diferença entre história (fato
realmente acontecido) e fábula, alegoria, metáfora (nar-
rativas simbólicas), por vezes misturavam as duas coisas,
mas sempre com a intenção de bem transmitir sua
mensagem para que ficasse com clareza gravada na
memória de quem a ouvia.
Continuando com a leitura, observe o seu ritmo e os
propósitos anteriores.

52
b) – Rute
1 Samuel
2 Samuel
1 Reis
2 Reis
1 Crônicas
2 Crônicas
Esdras
Neemias
Tobias
Judite
Ester
1ª Macabeus
2ª Macabeus

No terceiro (e último) bloco do A.T., você vai entrar


em contato com os “Livros Proféticos” (que são 18). A
Bíblia cristã – diferentemente da Bíblia hebraica –, inclui na
categoria “proféticos” apenas os pronunciamentos (orá-
culos) dos profetas (transfere para a lista dos “históricos”
aqueles relacionados à historiografia, e traz para a lista dos
“proféticos” alguns escritos que a Bíblia hebraica lista na
categoria dos “Escritos” (Daniel e Lamentações). À leitura:

c) – Isaías
Jeremias
Lamentações
Baruc
Ezequiel
Daniel
Oseias
Joel

53
Amós
Abdias
Jonas
Miqueias
Naum
Habacuc
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias

Finalmente, depois dessa etapa, resta pra você apenas


a leitura do último livro da Sagrada Escritura: O livro do
Apocalipse – também conhecido como o “livro da Reve-
lação”, que é o que a palavra significa, em grego.
O Livro do Apocalipse foi escrito pelo apóstolo e
evangelista João, com a intenção de sustentar a fé e a
esperança dos cristãos perseguidos, no início do
cristianismo. Embora se utilize de visões e quadros
fantásticos, não é um livro de “prenúncio de desgraças”,
de “coisas ocultas e aterrorizadoras”, como muitas vezes
se pensa. O livro fala da glória celeste, da parusia, isto é,
do céu. Anuncia a derrota dos que perseguem os
seguidores de Cristo e a vitória final dos cristãos Perse-
guidos.
Você já tem bagagem suficiente para desfrutar das
impressionantes visões e quadros que o livro apresenta. A
ele, pois:
– Livro do Apocalipse de João

54
Parte V
A BÍBLIA TODA EM UM ANO!

Agora que você já se tornou um conhecido amigo da


pessoa que a Bíblia na verdade é, que tal recomeçar tudo,
e ler a Bíblia toda em apenas um ano?
Você não pode imaginar o quão enriquecedora será
essa segunda leitura. Incrível como o significado das
passagens ganham novo colorido no nosso entendimento,
e a aplicabilidade delas na nossa vida flui como rio
caudaloso mas suave, profundo mas transparente... É
“uma outra Bíblia”, a que você vai ler – por assim dizer...
Caso se anime, aqui seguem algumas sugestões.

PROGRAMA DE LEITURA DA BÍBLIA


EM UM ANO!

Perseverantemente, você mesmo deve agora sele-


cionar a sequência dos livros que vai ler, observando
alguns critérios.
Deixe os livros de capítulos menores (algumas cartas,
alguns “proféticos”, alguns “sapienciais”, e mesmo os
Salmos – que você pode ler sem ser na sequência), à
parte.
Comece a leitura sabendo que você terá de ler em
média 4 capítulos por dia (praticamente 2/3 do ano).
Conjugue a leitura de capítulos mais longos com a
leitura de capítulos menores (organize uma caderneta,
por exemplo, onde você vai controlando – e riscando –
o que já leu).
55
Contabilize leituras de capítulos que porventura você
faça com outros propósitos (reuniões de oração,
estudos bíblicos, e outros momentos litúrgicos).
Cumpra em média as seguintes metas diárias (elas
podem ser mais amplas, dependendo de seu tempo
disponível):

1. Ler, em todos os sábados e domingos, 4 capítulos


da Bíblia (108 dias x 4 = 432).
2. Ler, em outros 125 dias do ano, também 4
capítulos da Bíblia (125 dias x 4 = 500).
3. Ler, nos outros 132 dias do ano, 3 capítulos da
Bíblia (132 x 3 = 396).
4. Pronto! = 1.328 capítulos. Você terá lido todos os
1067 capítulos do Antigo Testamento mais os 261
capítulos do Novo Testamento!
1067 + 261 = 1328 capítulos!

É um desafio. Eleja o seu “ANO DA BÍBLIA’, e “mãos


à Palavra!” A recompensa será eterna...nem precisaríamos
afirmar que a Palavra de Deus é rica demais, uma fonte
de água viva inesgotável a dessedentar todos os que dela
se aproximam. Vale a pena acercar-se dela tantas vezes
quantas pudermos – ou necessitarmos... A fonte é sempre
a mesma, mas a água é sempre renovada. Não se esgota
ela, não cessamos nós de precisar de seu refrigério...Assim
nos ensinava, desde há muito tempo, o sábio Santo Efrém:

“Que inteligência poderá penetrar


uma só de vossas palavras, Senhor?
Como sedentos a beber de uma fonte,
ali deixamos sempre mais do que aproveitamos.

56
Portanto, se alguém receber uma parcela desse
tesouro,
não pense ser só este o conteúdo dessa Palavra,
mas saiba que encontrou apenas uma parte
do muito nela contido.
E, se só esta parcela esteve ao seu alcance,
não diga que seja pobre e estéril a Palavra de Deus,
nem venha, por isso, a desprezá-la.
Ao contrário, por não poder abraçá-la totalmente,
dê graças por sua riqueza infinita.
Alegra-te por seres vencido,
não te entristeças por ela te ultrapassar.
O sedento enche-se de gozo ao beber,
e não se aborrece por não poder esgotar a fonte.
Vença a fonte a tua sede,
e não vença a tua sede a fonte,
porque, se a tua sede se sacia
sem que a fonte se esgote,
quando, de novo, estiveres com sede,
dela poderás beber.
Se, porém, saciada tua sede, também se secasse a
fonte,
tua vitória redundaria em mal.
Dá graças pelo que recebestes;
pelo que ainda sobrou não te entristeças.
Aquilo que recebestes é tua partilha;
o que sobrou é tua herança.
Não te esforces por beber em um só trago
aquilo que não pode ser tomado de uma só vez,
nem desistas de tomá-lo aos poucos”.

57
58
Lá atrás, quando brotou no coração da coordenação
da RCCBRASIL empenhar-se em reavivar dentro – e fora!
– do Movimento o apreço pela Palavra, e, por esse
propósito, escrever algum roteiro para os que quisessem
se iniciar ou se aprofundar nesse mistério, pensei: “Há já
tantas obras com essa intenção, Senhor... Mas como sei
que o Seu Espírito sempre se antecipa em tomar pelas
mãos os que se aproximam da Palavra, já me regozijo só
de pensar em quantos poderão ser por Ele tocados,
independente da eficácia dos meus escritos”... Como dizia
George Montague, “de certo modo é sempre verdade que a
ação do Espírito precede a da Palavra. Pois, mesmo quando
meus ouvidos escutam os sons da palavra humana, a divina
palavra não nasce em meu coração enquanto o Espírito do
Senhor não pairar sobre mim com pairou sobre Maria para
produzir a encarnação do Verbo...”
Estou muito contente por você, meu irmão, minha
irmã, pelo propósito de cumprir essa meta de ler por
completo a Palavra de Deus. Ninguém toca o Verbo
ungido de Deus sem antes usufruir do toque da unção que
O reveste. E tudo o que o Espírito Santo toca, Ele
transforma... Parabéns pela sua vida nova...

Reinaldo B. Reis

59
60
Bibliografia

ABIB, Mons. Jonas. A Bíblia no meu dia-a-dia. São Paulo:


Canção Nova, 2009.

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62
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comercial@rccbrasil.org.br

www.rccbrasil.org.br

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