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Professor Huita do Couto Matozo (EMIP- QUÍMICA)

Trabalho de BioQuímica: Fazer comentário sobre o artigo constando uma breve um resumo
com no máximo 100 (cem) palavras, três palavras principais, introdução sobre as duas teorias,
objetivos, resultados e discussões , conclusões (sua conclusão e não do artigo) e referência
bibliográficas. Duas folhas no máximo (frente e verso), sem contar com a capa. Poderá ser
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Último dia para entrega: 15 de outubro de 2009

Último dia para entrega: 15 de outubro de 2009

Petróleo e gás natural podem não ser fósseis


Agostinho Rosa - 03/08/2009
Bigorna de diamante, usada para reproduzir as gigantescas pressões existentes abaixo da
crosta terrestre.[Imagem: Department of Physics/University of Cambridge

Teorias famosas
O Universo originou-se de uma descomunal explosão, conhecida como Big Bang. O petróleo
e o gás natural são combustíveis fósseis. Estas são provavelmente as duas teorias científicas
mais disseminadas, de maior conhecimento do público e algumas das que alcançaram maior
sucesso em toda a história da ciência.
Elas são tão populares que é fácil esquecer que são exatamente isto - teorias científicas, e não
descrições de fatos testemunhados pela história. Mesmo porque as duas oferecem explicações
para eventos que se sucederam muito antes do surgimento do homem na Terra.
Teoria dos combustíveis fósseis
Segundo a teoria dos combustíveis fósseis, que é a mais aceita atualmente sobre a origem do
petróleo e do gás natural, organismos vivos morreram, foram enterrados, comprimidos e
aquecidos sob pesadas camadas de sedimentos na crosta terrestre, onde sofreram
transformações químicas até originar o petróleo e o gás natural.
É com base nesta teoria que chamamos as principais fontes de energia do mundo moderno de
"combustíveis fósseis" - porque seriam resultado de restos modificados de seres vivos.
Teoria do petróleo abiótico
Muito menos disseminado é o fato de que esta não é a única teoria para explicar o surgimento
do petróleo. Na verdade, esta teoria hegemônica vem sendo cada vez mais questionada por
um grande número de cientistas, que defendem que o petróleo tem uma origem abiótica, ou
abiogênica - sem relação com formas de vida.
Os defensores da teoria abiótica do petróleo têm inúmeros argumentos. Por exemplo, a
inexistência de fenômenos geológicos que possam explicar o soterramento de grandes massas
vivas, como florestas, que deveriam ser cobertas antes que tivessem tempo de se decompor
totalmente ao ar livre, juntamente com a inconsistência das hipóteses de uma deposição do
carbono livre na atmosfera no período jovem da Terra, quando suas temperaturas seriam
muito altas.
A deposição lenta, como registrada por todos os fósseis, não parece se aplicar, uma vez que as
camadas geológicas apresentam variações muito claras, o que permite sua datação com
bastante precisão. Já os depósitos petrolíferos praticamente não apresentam alterações
químicas variáveis com a profundidade, tendo virtualmente a mesma assinatura biológica em
toda a sua extensão.
Além disso, os organismos vivos têm mais de 90% de água e mesmo que a totalidade de sua
massa sólida fosse convertida em petróleo não haveria como explicar a quantidade de petróleo
que já foi extraída até hoje.
Outros fenômenos geológicos, para explicar uma eventual deposição quase "instantânea,"
deveriam ocorrer de forma disseminada - para explicar a grande distribuição das reservas
petrolíferas ao longo do planeta - e em grande intensidade - suficiente para explicar os
gigantescos volumes de petróleo já localizados e extraídos.
Carbono do interior da Terra
Por essas e por outras razões, vários pesquisadores afirmam que nem petróleo, nem gás
natural e nem mesmo o carvão, são combustíveis fósseis. Para isso, afirmam eles, o ciclo do
carbono na Terra deveria ser um ciclo fechado, restrito à crosta superficial do planeta, sem
nenhuma troca com o interior da Terra. E não há razões para se acreditar em tal hipótese.
Na verdade, aí está, segundo a teoria dos combustíveis abióticos, a origem do petróleo, do gás
natural e do carvão: eles se originam do carbono que é "bombeado" continuamente pelas
altíssimas pressões do interior da Terra em direção à superfície.
É possível sintetizar hidrocarbonetos a partir de matéria orgânica, e estes experimentos foram,
por muitos anos, o principal sustentáculo da teoria dos combustíveis fósseis.
Mas agora, pela primeira vez, um grupo de cientistas conseguiu demonstrar
experimentalmente a síntese do etano e de outros hidrocarbonetos pesados em condições não-
biológicas. O experimento reproduz as condições de pressão e temperatura existentes no
manto superior, a camada da Terra abaixo da crosta.
Metano e etano abióticos
A pesquisa foi feita por cientistas do Laboratório de Geofísica da Instituição Carnegie, nos
Estados Unidos, em conjunto com colegas da Suécia e da Rússia, onde a teoria do petróleo
abiótico surgiu e tem muito mais aceitação acadêmica do que em outras partes do mundo.
O metano (CH4) é o principal constituinte do gás natural, enquanto o etano (C2H6) é usado
como matéria-prima petroquímica. Esses dois hidrocarbonetos, juntamente com outros
associados aos combustíveis de origem geológica, são chamados de hidrocarbonetos saturados
porque eles têm ligações únicas e simples, saturadas com hidrogênio.
Utilizando uma célula de pressão, conhecida como bigorna de diamante, e uma fonte de calor
a laser, os cientistas começaram o experimento submetendo o metano a pressões mais de 20
mil vezes maiores do que a pressão atmosférica ao nível do mar, e a temperaturas variando de
700° C a mais de 1.200° C. Estas condições de temperatura e pressão reproduzem as
condições ambientais encontradas no manto superior da Terra, entre 65 e 150 quilômetros de
profundidade.
No interior da célula de pressão, o metano reagiu e formou etano, propano, butano, hidrogênio
molecular e grafite. Os cientistas então submeteram o etano às mesmas condições e o
resultado foi a formação de metano. Ou seja, as reações são reversíveis.
Essas reações fornecem evidências de que os hidrocarbonetos pesados podem existir nas
camadas mais profundas da Terra, muito abaixo dos limites onde seria razoável supor a
existência de matéria orgânica soterrada.
Reações reversíveis
Outro resultado importante da pesquisa é que a reversibilidade das reações implica que a
síntese de hidrocarbonetos saturados é termodinamicamente controlada e não exige a presença
de matéria orgânica.
"Nós ficamos intrigados por experiências anteriores e previsões teóricas," afirma Alexander
Goncharov, um dos autores da pesquisa. "Experimentos feitos há alguns anos submeteram o
metano a altas pressões e temperaturas, demonstrando que hidrocarbonetos mais pesados se
formam a partir do metano sob condições de temperatura e pressão muito similares.
Entretanto, as moléculas não puderam ser identificadas e era provável que houvesse uma
distribuição."
"Nós superamos esse problema com nossa técnica aprimorada de aquecimento a laser, que nos
permitiu aquecer um volume maior de maneira mais uniforme. Com isso, descobrimos que o
metano pode ser produzido a partir do etano", declarou Goncharov.
Hidrocarbonetos gerados no interior da Terra
"A ideia de que os hidrocarbonetos gerados no manto migram para a crosta terrestre e
contribuem para a formação dos reservatórios de óleo e gás foi levantada na Rússia e na
Ucrânia muito anos atrás. A síntese e a estabilidade dos compostos estudados aqui, assim
como a presença dos hidrocarbonetos pesados ao longo de todas as condições no interior do
manto da Terra agora precisarão ser exploradas," explica outro autor da pesquisa, professor
Anton Kolesnikov.
"Além disso, a extensão na qual esse carbono 'reduzido' sobrevive à migração até a crosta,
sem se oxidar em CO2, precisa ser descoberta. Essas e outras questões relacionadas
demonstram a necessidade de um programa de novos estudos teóricos e experimentais para
estudar o destino do carbono nas profundezas da Terra," conclui o pesquisador.

Referência Bibliográfica:

SITE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Petróleo e gás natural podem não ser fósseis.
03/08/2009. Online. Disponível em
www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/artigo=petroleo-gas-natural-nao-fosseis. Capturado
em 04/08/2009

Methane-derived hydrocarbons produced under upper-mantle conditions


Anton Kolesnikov, Vladimir G. Kutcherov, Alexander F. Goncharov.Nature Geoscience 26
July 2009 Vol.: Published online. DOI: 10.1038/ngeo591

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