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É comum reclamarmos que as pessoas não fazem o que esperamos delas, não realizando
sequer o que consideramos óbvio. O grande problema das solicitações não serem
atendidas como o esperado é fruto de falhas no processo de formulação do pedido, ou
seja, falha de comunicação.
Nossas solicitações não são atendidas porque não sabemos pedir. Geralmente escuto
muitos os gestores reclamarem: os subordinados não fazem o que foi solicitado, e era
óbvio o que era para ser feito...
Na nossa cultura quem pede muito é chamado de “pedinte” “pedinchão”; como ninguém
gosta de ser rotulado, passa a pedir menos do que precisa e a exigir mais do que
realmente pediu.
As mulheres são campeãs. Quando chega alguma data festiva, das típicas em que se
presenteia, o esposo atencioso pergunta o que a esposa deseja ganhar. Ela, criada para
ser Amélia, mulher de verdade, agradece e verbaliza – Nada não! Não vamos gastar. O
marido não muito convencido fica como escoteiro “Sempre Alerta”. No café da manhã a
amada esposa reclama da sanduicheira que esta com antiaderente desgastado. O esposo
rapidamente entende o recado – Ela quer uma sanduicheira nova. Pronto, a confusão foi
armada. Ele empolgado chega com o presente e não consegue entender o rosto de
ingratidão da esposa, que não queria nada e mesmo assim ganhou o lindo
eletrodoméstico. Ela, por sua vez, o acusa de insensível. Nas empresas as mesmas
frustrações de expectativas se repetem constantemente.
Os pedidos são mágicos, toda vez que um pedido é bem formulado aumenta as chances
de mudar o futuro, as relações e os resultados. Pedir gera uma oportunidade real de que
algo aconteça.
1) Precisa existir uma carência identificada: o objetivo que gera o pedido. Tendo
identificado a necessidade que dá origem ao pedido, comunique ao “solicitado” o motivo
da sua solicitação, isso o ajudará a buscar alternativas de soluções.
2) Averigue se o solicitado possui as competências técnicas e comportamentais para
executar o pedido. Como diria Goethe “Nada mais assustador do que a ignorância
colocada em prática”. Não adianta ter um subordinado cheio de garra e boa vontade, mas
que não sabe o que fazer nem como fazer. Vai gerar no mínimo retrabalho e gastos.
3) Deixe claro o que você quer e qual a qualidade considerada aceitável para a execução
da tarefa, o padrão de satisfação esperado.
4) Estabeleça o prazo, delimite o tempo – deixe bem claro quando o pedido deve estar
finalizado.
5) Certifique-se que a solicitação foi compreendida com clareza e objetividade (os dois
têm que compartilhar o entendimento sobre o que exatamente está sendo pedido). Claro
que não iremos perguntar – Você entendeu? O ouvinte a maioria das vezes responde que
sim. Até porque ele deve ter entendido o que ele quis entender. A maioria das pessoas
não responde a realidade. Se não aceitam ou não gostam do que entenderam tendem a
“deletar”, a distorcer ou a generalizar a informação. Para otimizar a sua comunicação
pergunte o que a pessoa entendeu, o que foi solicitado e como ela irá realizar.
7) Demonstre gratidão. Agradeça todas as pequenas gentilezas que lhe são oferecidas,
todos os pedidos que foram realizados ou a sinceridade na negação de uma solicitação. A
gratidão é resultado obtido na interação de pessoas felizes porque reconhecem e são
reconhecidas. Você conhece alguém feliz ingrato?
E a maior de todas as gratidões é sermos úteis na vida das pessoas que nos cercam. E
toda vez que você puder atender alguma solicitação, não se espante se a pessoa mais
realizada e feliz for você, afinal somos o reflexo do que projetamos na vida dos
outros. Peça e seja atendido, mas saiba pedir e ser grato aos que lhe atendem. Pedir é
uma arte, atender é uma satisfação quando existe qualidade nas relações humanas.
Patrícia Santos
Consultora e Palestrante
www.patriciasantos.com.br
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