PROJETO DE TESE DE DOUTORADO EM ACONSELHAMENTO CRISTÃO
TÍTULO – Redescobrindo o aconselhamento bíblico em oposição à psicologia mística
e anti-cristã do século XXI
Este trabalho é parte da avaliação do curso de Doutorado da FATE-SP – Curso
livre de pós-graduação em Teologia.
O objetivo primordial desta tese é apresentar, fundamentadas e inseridas na
cosmovisão bíblica, ferramentas práticas para um aconselhamento cristão eficaz, quebrando paradigmas que, hoje, fazem parte da filosofia humanista ou secular que se infiltrou dentro das igrejas ditas evangélicas. Este trabalho visa, também, a apresentar um sistema de verdades bíblicas que integra pessoas e seus respectivos problemas e o Deus vivo, trazendo-as de volta a um relacionamento genuíno com o Pai na pessoa de Cristo por meio da graça e da vida em abundância que nos foi prometida e conquistada na cruz. O aconselhamento que emprega a Palavra de Deus é um dever necessário à vida cristã e à comunhão, constituindo o resultado da verdadeira maturidade espiritual. Nos tempos apostólicos, o aconselhamento era tido como função natural da vida espiritual do corpo: Meu irmãos, eu mesmo estou convencido de que vocês estão cheios de bondade e plenamente instruídos, sendo capazes de aconselhar-se uns aos outros – epístola de Paulo, o apóstolo, aos romanos capítulo quinze, versículo quatorze. E, ainda, Habite ricamente em vocês a Palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seu coração – epístola de Paulo, o apóstolo, aos colossenses capítulo três, versículo dezesseis. Atualmente, surgiu dentro da igreja um forte e influente movimento que busca substituir o aconselhamento bíblico pela “psicologia cristã” – técnicas e sabedoria adquiridas a partir de terapias seculares e aplicadas por profissionais que recebem por seus serviços. Eles citam as escrituras e misturam idéias teológicas aos ensinamentos de Freud ou de Jung dependendo da linha à qual pertencem. Essa prática, entretanto, não está conduzindo as pessoas a uma direção bíblica, pode estar condicionando os cristãos a pensar no aconselhamento como algo que pertença a especialistas formados em psicologia somente. Essa postura poderá abrir portas para uma variedade de teorias e terapias extra bíblicas, sugerindo sutilmente que a Palavra de Deus é insuficiente ou incapaz de ajudar ou, até mesmo, de curar problemas emocionais e espirituais das pessoas. Muitas vezes essa postura pode, também, sugerir que pecados são problemas de comportamento ou desvios, levando os cristãos a abandonarem os mandamentos de Deus perdendo a consciência de que pecado se coloca na cruz para recebimento do perdão de Cristo pelo sacrifício dEle e problema se resolve por meio do conhecimento das verdades que renovam nossa mente, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo. Essa conduta anti-cristã e humanista pode afastar as pessoas da comunhão, diminuir a confiança no papel da igreja como sal e luz; pode enfraquecer a vontade de buscar a intimidade com o Pai pela oração e leitura da Palavra e, por último, afastar os fiéis da pregação como meio pelo qual o Espírito Santo opera para transformar vidas. Grupos cada vez maiores estão procurando tratamento psicológico, entretanto, o que se observa não é mais equilíbrio ou pessoas melhor ajustadas e mentalmente sadias. O que se observa, na prática, são pessoas dependendo mais e mais de psicólogos e não do poder transformador e regenerador da Palavra de Deus. A confiança na ciência tomou o lugar da fé. Além disso, o relativismo pós- moderno tem prendido o homem ao falso conceito do “tudo depende do ponto de vista”. Qualquer pessoa pode estar certa desde que se considere o momento sócio-histórico e cultural ao qual está inserido. A filosofia individualista vem destruindo o absoluto, isto é, Deus, o ser supremo criador e absoluto deixou de existir: tudo é relativo e pecado é questão de opinião. O espiritual passou a místico, trocando a busca a Deus pela metafísica. Não se quer aqui, negar a psicologia, mas não podemos nos deixar levar por modismos ou trocar nossa confiança no Deus verdadeiro por teorias de comportamento. O significado da palavra psicologia é “estudo da alma”. O verdadeiro estudo da alma só pode ser feito se baseado em concordância com as verdades bíblicas, pois é na Bíblia que encontramos o plano de salvação da alma que, por causa do pecado, morreu. A psicologia secular baseia-se em pressupostos ateístas e fundamentos evolucionistas, estando apta, apenas para lidar superficial e temporalmente com os problemas comportamentais do homem. O pai da psicologia moderna, Sigmund Freud, era humanista e ateu, substituindo a religião pela ciência do comportamento. Antes de Freud, o estudo da alma era inerente à disciplina espiritual. Sua principal contribuição foi definir a alma humana em termos absolutamente seculares, separando completamente a antropologia da esfera espiritual. Há grande valor na psicologia tanto quanto há valor em todas as ciências, pois tudo está sob o controle do Supremo Criador. O que não se pode admitir é a substituição dos valores absolutos da Palavra de Deus por teorias que os negam. São dezenas para não dizer centenas de modelos e técnicas baseadas em teorias conflitantes, sendo impossível falar de psicoterapia como ciência unificada e consistente. São vários conceitos defendidos que possuem suas raízes no humanismo. Alguns deles estão listados abaixo: - A natureza humana é essencialmente boa; - Encontramos as respostas para os problemas dentro do próprio homem; - A chave para a compreensão e para a correção das atitudes e ações de uma pessoa reside em algum ponto do seu passado; - Os problemas do indivíduo são resultantes de algo que alguém provocou nele; - Os problemas humanos podem ser puramente psicológicos em sua natureza, não estando relacionados a qualquer condição espiritual ou física; - Os problemas profundos só podem ser resolvidos por conselheiros profissionais e por meio de terapia; - As Escrituras, a oração e o Espírito Santo são fontes inadequadas e simplistas para a resolução de certos tipos de problemas. Essas e outras teorias similares já se infiltraram em nossa cultura e até mesmo dentro igreja. Podemos, sim, usar as teorias e os conceitos da psicologia que concordam com os princípios de Deus como ferramenta no aconselhamento, contudo não podemos aceitar que eles sejam a verdade absoluta, já que o Espírito Santo é criativo e criador e é nela que está toda a sabedoria e poder para nos levar à liberdade. É fato que certos tipos de depressão possuem causas físicas e que devemos ser cautelosos ao lidar com dependentes químicos. Deve-se usar o bom senso, também, ao se atender alcoólatras, pessoas que sofreram abuso ou pessoas que possuam incapacidade intelectual. A infusão da psicologia dentro do ensino da igreja tem produzido confusão entre modificação comportamental e santificação. Não há “trabalhador da alma” que possa conduzir alguém a um nível espiritual maior do que Jesus Cristo. Buscar ser semelhante a Cristo é a suprema qualificação para a cura completa do comportamento e das feridas da alma. Portanto, esse trabalho tem como meta, enfatizar a aplicação da Palavra de Deus como agente de transformação e cura para os traumas emocionais e distúrbios de comportamento. A fim de atingir o objetivo proposto, estudaremos conceitos de antropologia, ética, filosofia, apologética, angelologia e pedagogia, além dos conceitos de psicologia.
Para a elaboração da tese, o trabalho será dividido em cinco capítulos e suas
respectivas subdivisões, a introdução e a conclusão. A introdução deverá conter o objetivo e os métodos utilizados na elaboração da tese. Cada capítulo irá desenvolver cada conceito proposto na introdução por meio de descrições e exemplos com o objetivo de se provar o argumento apresentado.