Municipio de Almada

Vereadores Eleitos pelo Partido Socialista

Os Vereadores eleitos pelo Partido Socialista votaram contra as

Grandes Opções do Plano e o Orçamento da Câmara Municipal
de Almada para 2010 por entenderem que estes não
correspondem à visão de futuro adequada às necessidades do
concelho e reflectem um decréscimo de actividade face ao ano
anterior que é uma confissão de eleitoralismo, começando
desde já a antecipar idêntica gestão deste ciclo eleitoral.

É nosso entendimento que o Município deve aumentar a

mobilidade e devolver a vida ao centro da cidade, o que passa
pela revogação do Plano Mobilidade XXI, cujo insucesso é
patente e notório, bem como por investir desde já em completar
as infra-estruturas viárias e melhorar os interfaces de
transportes públicos.

Verificamos, com pesar, que não é dada a devida atenção à

redinamização do tecido urbano e económico do centro da
cidade, não se prevendo apoios específicos à actividade
económica no eixo central da cidade nem acolhendo ideias para
a sua animação.

Entendemos que o Município deve ter uma orientação mais

cosmopolita, potenciando muito melhor a relação com Lisboa, o
rio e o mar, adoptando uma estratégia ofensiva de captação de
investimento moderno e emprego, em competição com os
outros pólos da área Metropolitana de Lisboa. Nomeadamente,
deve desde já dar-se a maior das prioridades à requalificação
da Costa da Caparica e elevação do seu potencial turístico,
afirmando-a como grande complexo de praias da capital do
país, activo todo o ano.
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Lamentamos que se persista numa leitura errada das

prioridades para o reequilíbrio urbanístico do concelho, de que o
desinteresse pela reconversão das AUGI, é expoente.

Criticamos veementemente o regresso ao desinvestimento na

qualificação da rede escolar. Se saudamos o investimento mais
que necessário no 1º ciclo do ensino básico na Charneca da
Caparica, deploramos que este ano volte a caír drasticamente o
investimento em construções escolares face ao ano eleitoral de
2009, prejudicando significativamente as respostas da escola
pública às famílias trabalhadoras do concelho. Entendemos que
devia desde já caminhar-se para que, em quatro anos, todas as
crianças do concelho tivessem acesso à escola a tempo inteiro
no 1º ciclo e para que se atingissem as médias nacionais de
cobertura do pré-escolar. Para isso seria necessário construír já
este ano mais escolas e, em particular, responder com grande
urgência às freguesias mais carenciadas, entre as quais se
destacam o Feijó e a Sobreda. Não aceitamos e não
compreendemos porque não se inicia a construção das novas
escolas nestas freguesias.

O município dispõe dos recursos necessários a sustentar as

melhorias necessárias e eles não são mobilizados por uma
atitude errada, que visa concentrar as obras no último ano de
mandato. Os Almadenses não precisam de inaugurações a seis
meses de eleições, mas de verem as suas necessidades
satisfeitas assim que os recursos o permitam.

Registe-se que o orçamento tem um decréscimo global de 19

milhões de euros (-17%) face ao orçamento de 2009. Este

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decréscimo não se deve nem a que o município tenha deixado

de dispôr dos meios para financiar os investimentos necessários
nem a que as necessidades tenham deixado de se fazer sentir.
Apenas a que 2010 não é ano de eleições.

De modo concreto, transparente e responsável, os vereadores

do PS apresentaram propostas de alteração na especialidade
às Opções do Plano e ao Orçamento para 2010. Estas, como
pôde testemunhar quem tenha estado presente na reunião de
Câmara, foram aceites para discussão e efectivamente
discutidas, mas foram retiradas da votação por um acto de
abuso do poder de condução da reunião por parte da
Presidente da Câmara. Para além de apresentarmos o nosso
veemente protesto e manifestarmos o nosso repúdio por tal
actuação, requeremos à Presidente da Câmara informação
sobre a fundamentação desse acto, que não nos foi remetida
até ao momento em que formulamos esta declaração de voto.

As propostas abusivamente retiradas da votação pela

Presidente da Câmara foram as seguintes:

• Proposta de inclusão de um novo ponto entre os actuais

1.3 e 1.4. das Linhas de Orientação Geral das Opções do
Plano e de alteração do orçamento (inclusão de uma
rubrica de infra-estruturas e apoio ao desenvolvimento
turístico da Costa da Caparica, com a dotação em 2010
de 400 mil euros, sendo 150 mil para os estudos técnicos
necessários à elaboração dos projectos de piscina
oceânica e de anfiteatro de ar livre e 250 mil para
actividades de animação e apoio a um festival de Verão)
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• Proposta de aditamento de um novo parágrafo ao ponto

1.4 das Linhas de Orientação Geral das Opções do Plano
e alteração do orçamento (criação de Fundo Municipal de
Urbanização das AUGI com dotação de 750 mil euros em
2010)

• Proposta de aditamento ao ponto 1.12. das Linhas de

Orientação Geral das Opções do Plano e alteração do
orçamento (inserção de uma rubrica para a reanimação
do centro da cidade com uma dotação de 750 mil euros,
sendo 500 mil destinados ao Fundo de Investimento na
Modernização do Comércio Tradicional e 250 mil a
iniciativas de animação do espaço público)

• Proposta de alteração ao ponto 3.1. das Linhas de

Orientação Geral das Opções do Plano (prevendo a
revogação do “Plano de Mobilidade Acessibilidades 21” e
sua substituição por um novo plano concebido para todo o
concelho)

• Proposta de inclusão de novo ponto, entre os actuais 3.7

e 3.8. nas Linhas de Orientação Geral das Opções do
Plano e de alteração do orçamento (realização de estudo
técnico da concretização de uma ligação desnivelada
entre a Avenida Rainha Dona Leonor e a Avenida Aliança
Povo MFA, com a dotação de 100 mil euros)

• Proposta de alteração ao ponto 4.3. das Linhas de

Orientação Geral das Opções do Plano e de alteração do
orçamento (garantia de construção no mínimo de 15
novas salas de aula do 1º ciclo em cada ano, entre 2010 e
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2013 e construção, neste quadro, de uma nova EB1/JI na

Sobreda da Caparica e de uma nova EB1/JI no Feijó).

Não aceitamos que pretendam imputar o nosso voto contrário a

motivações de carácter partidário. Fomos eleitos em nome de
uma visão de futuro para Almada e não há infelizmente os
pontos de contacto entre as Opções do Plano, o Orçamento da
Câmara Municipal de Almada para 2010 e tal visão que seriam
indispensáveis para que tomássemos outra atitude.

Quem propôs tal documento e quem o viabilizou pela abstenção

assumiu perante os cidadãos a responsabilidade de executar
opções que julgamos erradas e de permitir adiamentos que
consideramos desnecessários. Nós entendemos que podia ser
feito, desde já, diferente e melhor.

Os vereadores do PS presentes na reunião de 2 de Dezembro

de 2009

Paulo Pedroso

José Carlos Simões

Teodolinda Silveira

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