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Mexico

Deputados da Assembleia Legislativa da Cidade do México aprovaram nesta


segunda-feira o casamento entre pessoas do mesmo sexo, em uma medida
que está sendo interpretada como a primeira vez em que o casamento
homossexual é autorizado na América Latina.
A medida foi aprovada por 39 votos a 20, com cinco abstenções, de acordo
com o jornal mexicano El Universal.
Para que passe a valer, a nova legislação precisa ser sancionada pelo
prefeito da cidade, Marcelo Ebrard, do esquerdista Partido da Revolução
Democrática, que também domina a Assembleia.
Os deputados também aprovaram a adoção de crianças por casais
homossexuais.

Oposição

Representantes de partidos conservadores, no entanto, já pediram que o


prefeito vete as novas medidas e afirmaram que, caso isto não aconteça,
entrarão com uma ação na Suprema Corte do país pedindo que a lei seja
declarada inconstitucional.
A legislação propõe uma alteração na definição de casamento no Código Civil
da cidade, que passaria a ser reconhecido como "união livre de duas
pessoas", e não mais a "união entre um homem e uma mulher".
A união civil entre pessoas do mesmo sexo já era permitida na capital
mexicana desde 2007.
A nova medida foi proposta pelo deputado David Razú, que argumenta que a
mudança permitirá que os casais homossexuais tenham os mesmo direitos
que os heterossexuais em relação à previdência social e outros benefícios.

Casamento

O casamento entre pessoas do mesmo sexo só é permitido em sete países:


Bélgica, Canadá, Holanda, Noruega, África do Sul, Espanha e Suécia, assim
como em cinco Estados dos EUA.

Algumas cidades de Argentina, Colômbia e Equador permitem a união civil


entre homossexuais, assim como o Uruguai, que também permite adoções de
crianças por casais gays.

No mês passado, um tribunal argentino proibiu aquele que seria o primeiro


casamento homossexual do país.
Em uma mudança de último minuto, o tribunal enviou o caso para a Suprema
Corte do país, que ainda está analisando o caso.

Escrito por Virgínia Yunes

"Estas son las mañanitas que cantaba el Rey David


a las muchachas bonitas, se las cantamos aquí.

Despierta mi bien despierta, mira que ya amaneció,


ya los pajarillos cantan la luna ya se metió.

Si el sereno de la esquina, me quisiera hacer favor.


de apagar su linternita mientras que pasa mi amor.

Ahora si, señor sereno, le agradezco su favor.


encienda su linternita que ya ha pasado mi amor.

Amapolita dorada de los llanos de Tepic.


si no estas enamorada, enamórate de mi".

A música "Las mañanitas" é cantada para todos os aniversariantes, no dia do


aniversários os parentes e amigos vão até sua casa pela manhã bem cedo e
cantam como uma serenata.

Nos aniversários eles costumam brincar com a “Piñata”, é como se fosse um


balão feito de papel bem colorido em forma de estrela, que recheiam de
balas e frutas. Ela representa os pecados capitais na religião católica, na
festa as crianças utilizam um pedaço de pau que simboliza a fortaleza e o
amor de Deus que destrói o pecado, para bater nela até arrebentar e cair
todas as balas sobre elas que vem a ser as graças e benções (balas) do
Senhor por vencer o pecado. Sempre cantando:

• “Dale, dale, dale, no pierdas el tino, porque si lo pierdes, pierdes el


camino. Dale, dale, dale, no pierdas el tino, mide la distancia que hay
en el camino. Dale, dale, dale, no pierdas el tino, porque si lo pierdes,
pierdes el camino. Dale, dale, dale, dale y no le dio, o también se usa
esta versión: Dale, dale, dale no pierdas el tino por que si lo pierdes
pierdes el camino ya le diste uno ya le diste dos ya le diste tres y tu
tiempo se acabo”.

Janeiro de 2003: durante 30 dias tive a oportunidade de conhecer de perto


como vivem alguns indígenas ao sul do México, no Estado de Guerreiro cuja
capital é Acapulco, num vilarejo localizado entre as montanhas chamado
Cuanacaxtitlan que significa “galinha em seu ninho”.

Geografia: É um vilarejo muito pequeno, colonizados pelos índios Mixtecos


chamados também “el Pueblo de la lluvia” (pertence a um dos 56 etnias do
país). Possui aproximadamente 4000 habitantes, na maioria crianças e
mulheres, vivem da cultura do milho e feijão. Além do espanhol falam na sua
língua o que torna muitas vezes difícil a comunicação. As cinco línguas
indígenas mais faladas no México são Nauatle (dos astecas), o maia, o
zapoteca, o otomi e o mixteco. Algumas palavrinhas em mixteco: “Tahiani”
(como vai irmão?), “Sananium” (Qual é seu nome?), “Tanindi”(Bom dia),
“Tanicua”(Boa tarde).

A distância de Acapulco até o Cuana é de aproximadamente 200 km, o


caminho é composto de uma estrada de terra, montanhosa e bastante difícil,
para não dizer perigosa. Como não há um só transporte que faça o percurso
inteiro, cada trecho é feito por um tipo de transporte diferente de acordo
com a necessidade, tornando a viagem uma verdadeira aventura e pinga-
pinga. O primeiro pedaço do caminho, se faz em um táxi com três
passageiros na frente e quatro atrás, depois se sobe numa Kombi até São
Luís de Acatlán, um centro maior onde termina a estrada de asfalto e por
último se sobe na boleia de uma caminhonete junto com mais 30 pessoas
todos bem apertados, esta viagem nunca dura menos de 4 horas.

Moradia: As casas são pequenas, quase sempre de adobe ou tijolo cru, feito
com argila seca ao sol. , eles dormem sobre uma esteira estendida numa
cama sem colchão. O banheiro geralmente fica na rua e a comida é preparada
no pátio no fogão de chão. O povo é muito hospitaleiro e possuem uma
atenção com o hospede única. Simpatia, é a palavra que melhor traduz o povo
mexicano, gente simples, alegre e muito acolhedora.

Vestimentas: O traje tradicional das mulheres Mixtecas é o “huipil”, blusa


bordada por elas mesmas, com motivos bem coloridos como flores e animais
e uma saia com babados e rodada colorida. Elas possuem uma estatura média
de 1,60m, cabelos pretos e cumpridos sempre penteados com uma trança.

Culinária: a comida típica é a “tortilla”: é um género de pão azimo


confeccionado a partir de farinha de milho. Pratos típicos: Mole, Tamales,
Posoles, Tacos, Guacamole, Burrito, Enchiladas, Quesadillas..... estas comidas
são bem elaboradas a base de carne de peru, ou porco, abacate, folhas de
bananeira, usam muito o coentro (cilantro), cebola e alho para condimentar e
principalmente o chili (pimenta de várias espécies). Possuem o costume de
comer com muita pimenta eles dizem que “se não arder, não tem graça”. Até
pirolito de pimenta existe.

Dezembro e Janeiro é tempo quente e seco (sem chuva), época de colher o


milho, tarefa esta designada ao homem que se levanta muito cedo (4 da
madrugada) para ir ao monte onde fica sua plantação, o terreno mais perto
fica a mais de uma hora de caminhada. Lá pelas 10 da manhã sua esposa
prepara o almoço (marmita) e a leva ao seu marido que irá voltar ao raiar do
dia. Muitos deles se mudam para o monte onde tem o terreno (a plantação),
ficam semanas acampados até terminarem de colher todo o milho, que
lastimavelmente é vendido a “preço de banana

Comunicação: No vilarejo existe uma venda que possui um parlante que toca
música bem alta o dia inteiro. A verdadeira finalidade do parlante é dar
recados, pois existe apenas um telefone no vilarejo que fica na venda, então
quando uma pessoa de fora chama o dono da venda atende e pede para voltar
a ligar em 10 minutos, tempo suficiente comunicar parlante e a pessoa se
deslocar até a venda. Claro que aproveitam para dar outros recados
importantes como, convocando para alguma reunião, avisar se alguém morreu
ou mandar saudações de aniversário, fazer propaganda de vários produtos
como: “temos galinha que a venda na casa de dona Josefina”, “as verduras
acabam de chegar na cidade!” entre outros. Cada aviso é pago, é como uma
espécie de rádio a serviço da comunidade. Na missão também há um parlante
que acorda toda a cidade às 6h da manhã rezando uma Ave-maria e a tarde
convida todas as pessoas a participar da missa.

Casamento: presenciei três casamentos e um rito chamado “pedimento” onde


é pedido oficial a noiva em casamento perante toda a família, uma vez que os
pais e os interessados estejam de acordo. O noivo e seus parentes dirigem-
se à casa da noiva, levando pão, cigarros e licores para ela e seus parentes.
Os pais dos noivos fazem uso da palavra e logo marcam a data do casario e
discutem as eventuais heranças. Os festejos começam dois dias antes e
terminam três dias depois da celebração. Todos os familiares e amigos mais
próximos participam activamente dos preparativos, eles são convidados a
serem padrinhos e madrinhas e assumem certas responsabilidades, como por
exemplo: há as pessoas encarregadas de entrar na mata e cortar galhos para
fazer a cobertura do lugar onde os festejos serão realizados (padrinhos da
ramada). Os pais dos noivos estão encarregados de comprar um boi ou dois
porcos para a festa; outros devem comprar os fogos, outros devem arranjar
as bandas para tocar durante a festa. Há os padrinhos das alianças, os
padrinhos das velas (eles devem acender as velas a um certo momento da
cerimonia), ainda existe o padrinho que carrega o buquê da noiva, dois
padrinhos que devem colocar uma espécie de laço no pescoço dos noivos (que
significa a unidade, a indissolubilidade do matrimónio), uma vez terminada a
cerimonia,

Na cultura mixteca só o homem é valorizado. A função da mulher é dar à luz


os filhos, preparar a comida, manter a casa em ordem e responsabilizar-se
pela educação da prole. Mas é o homem quem decide e resolve tudo. A
economia e o poder em geral estão na mão dele.

Religiosidade: possuem uma devoção imensa pela Virgem de Guadalupe, todas


as casas sem excessão possuem um pequeno altar com a imagem da virgem,
um vaso com flores e uma vela sempre acesa. (vale a pena contar a historia
da virgem) Uma senhora me contou que quando ela fica doente ela reza desta
maneira: “Cura-me virgenzinha querida, assim eu posso continuar cantando
para ti, se estou doente quem cantará para ti?”

Nossa Senhora de Guadalupe - escrito por Alberto Garuti: Considerada a


principal evangelizadora do México. O sentimento de pertença à Igreja
católica é fortíssimo em cada mexicano, especialmente por causa da “Virgem
Morenita". O milagre, que foge a toda explicação natural, está presente e
bem documentado na história da aparição de N. Sra. de Guadalupe: as flores
que brotaram, em pleno inverno, no lugar da aparição e que João Diego, o
indígena a quem N. Sra. apareceu, levou ao bispo, já têm em si algo de
milagroso; a túnica de João Diego, na qual ficou impressa a imagem de Nossa
Senhora também: feita de um tecido muito barato, tão ralo que através dele
se pode enxergar quem está na igreja, conservou-se, não se sabe como,
durante cinco séculos, sem apresentar nenhum sinal de desgaste; um
laboratório alemão examinou as cores da pintura e achou que semelhantes a
elas não se encontram em nenhuma outra parte do mundo, nem no reino
animal nem no reino vegetal ou mineral; é a única pintura no mundo em que as
cores não se desgastaram depois de 500 anos; nas pupilas dos olhos de
Nossa Senhora foram descobertas - através de aparelhos especiais
fornecidos pela NASA - as imagens das doze pessoas que estavam presentes
na casa do bispo, quando se realizou o milagre, isto é, o aparecimento da
imagem da Virgem no manto de João Diego.

Mas não são esses fatos milagrosos que explicam a grande influência que N.
Senhora teve e tem sobre todos os mexicanos. O que mais impressiona é o
fato de Nossa Senhora ter-se manifestado a João Diego, usando unicamente
símbolos da cultura asteca. De fato, ela apareceu, em 1531, no monte
Tepeyac, perto da Cidade do México, onde se venerava Tonantzin, deusa que
representava a mãe-terra.

O rosto de Nossa Senhora não é branco, e sim moreno, simbolizando a


síntese entre o povo índio e o espanhol, isto é, o povo mexicano. Ela não falou
castelhano e sim nahuatl, a língua de João Diego. Ela está grávida e tem em
sua roupa todos os símbolos que as mulheres astecas usavam para indicar a
gestação: duas fitas negras caídas ao longo do corpo e sobre elas uma cruz
indígena que indicava o encontro entre o humano e o divino. Seu manto verde
e azul tem as cores das divindades astecas do céu e da terra; sua túnica é de
um tom vermelho pálido que é a cor do deus supremo dos astecas; as flores
que ornamentam a túnica são as que se encontram no monte Tepeyac, o
monte da deusa-mãe Tonantzin. Nossa Senhora de Guadalupe falou
directamente ao coração dos mexicanos. A linguagem que usou para falar
com João Diego foi uma linguagem que toda mãe carinhosa usaria com seus
filhos. As mulheres mexicanas consideram-na como uma delas.

Como disse João Paulo II na homilia pronunciada na basílica de N. Senhora


na Cidade do México: "Desde que o índio Juan Diego falara da doce senhora
de Tepeyac, tu, Mãe de Guadalupe, entras de modo determinante na vida
cristã do povo do México." Entrou porque falou a língua deles e se expressou
com os símbolos deles. Foi um exemplo perfeito de inculturação, antes que
concílios, sínodos e teólogos começassem a usar esse termo.

A missão: a missão do PIME (Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras)


presente há muitos anos desenvolve um belo trabalho, preocupados muito
com o social. Uma das actividades é oferecer água purificada a toda a
comunidade, dentro do terreno da missão possuem o maquinário necessário
para purificar a água e as pessoas vêm com seus galões de água carregados
pelo burrinho abastecer. Na mesma missão existe um consultório com um
médico, que atende dia e noite os mais variados casos, este médico faz
milagres para atender com tanta paciência e carinho todos os doentes. Esta
iniciativa surgiu porque ali só existe um posto de saúde que raramente se
encontra um médico Há muitos remédios que vem de doações e são
dispensados gratuitamente na consulta porém como nem todos os remédios
que são necessários, são ofertados, o padre montou uma pequena farmácia
que vende os medicamentos a preço de custo. Outra das actividade são as
bolsas de estudos, onde todos os meses as crianças mais carentes recebem
da Missão uma quantia de dinheiro para seus gastos como a comida, roupa,
material escolar, etc. A missão também organizou uma espécie de Banco do
Povo, uma maneira de ajudar as pessoas a economizarem, há uma pessoa
encarregada de receber o dinheiro que logo será depositado num Banco em
Acapulco, faz as devidas anotações e concede empréstimos quando
necessário, cobrando juros mínimos.

Como em toda paróquia existem as actividades paroquiais: missas,


catequeses, encontro de casais, curso para noivos, novenas e muito mais e
aos pouquinhos percebe-se que a comunidade está se abrindo para o novo
modo de ser igreja, mesmo que a religião tradicional deles seja muito forte,
já há um grupo de lideres que estão comprometidos com as actividades
paroquias e com a comunidade. Não é fácil mudar uma mentalidade e
costumes impregnados, por exemplo eles não comungam se naquele dia eles
não se confessaram, no Domingo a igreja está cheia mas poucos comungam,
aprenderam desta forma e deve-se com todo cuidado e respeito e muito
tempo mostrar-lhes que é diferente.

Registos do coração: Num balanço geral posso dizer que cada povo com sua
história, tradição, ritos e costumes nos enchem de riquezas. Vivi com eles e
deles trouxe a certeza de que a vida, por mais difícil que seja deve ser
vivida na alegria e na certeza de que a virgem cuida de nós. Dos missionários
trouxe o exemplo de entrega e paciência, constatando que precisam de mais
trabalhadores porque a messe é grande. No coração a certeza de que em
cada povo, com sua história, seus costumes, vêm construindo um pouquinho
da minha vida, que em cada tempo é enriquecido com novas experiências que
são para eternidade. Valeu demais!

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