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ILMO SENHOR DR PAULO HENRIQUE D´ANGELO SEIXAS DIGNISSIMO


COORDENADOR DA COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS DA
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE-SP

ELIANA MARIA DAS DORES GOMES,


brasileira, solteira, servidora publica estadual,
devidamente qualificado no Centro de Vigilância Sanitária,
designada em cargo de comissão Diretor II no Instituto
Adolfo Lutz, vem à presença de Vossa Senhoria, nos termos
no § 6º artigo 37, artigo 5º inciso XXXVI da Constituição
Federal e no artigo 264 da Lei Estadual nº 10.261/68 e do
Decreto Estadual nº 52.691/08, requerer face ao Agente
Publico que provocou a situação, abaixo mencionado, as
medidas pertinente e previstas nas legislações acima
mencionadas.

Levo ao vosso conhecimento que


o RECADASTRAMENTO ANUAL DE 2009 no Sistema junto a
Secretária da Fazenda, desta servidora, foi efetuado no dia
14/01/2010 e lançado no sistema em 16/01/2010, e em seguida
ao ato deveria ocorrer à validação junto ao mesmo sistema
pelo responsável do Centro de Recursos Humanos do CVS até o
dia 31/01/10.
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Ocorre que por um lapso


qualquer, excesso de tarefas, ausência de servidores
disponíveis para exercer tais funções, ou outras
justificativa incabíveis, tal validação não se perpetuou,
como conseqüência estou com os meus vencimentos que é
direito liquido e certo bloqueado, não recebi os valores
do Premio de Incentivo 25/02/10 e ainda posso ficar sem o
pagamento do dia 05/03/2010.(GN)

Tal situação nos surpreendeu e


nos deixa sem ação no âmbito da esfera publica
administrativa interna, pois pelos anos de experiência
tenho amplo conhecimento, que para a regularização
independe da vontade humana, temos sistemas integrados e
legislações a serem cumpridas.

È oportuno mencionar, que


quando estamos respondendo por um cargo público, possuímos
legitimidade passiva e podemos ser demandados em juízo, a
diferença é uma só que no caso do Estado a responsabilidade
é objetiva, independente de culpa, enquanto que a
responsabilidade, do agente público é sempre subjetiva,
depende de culpa.

Tal situação, não deve e nem pode


ser tratada como sendo comum, simples e corriqueira, pois
esta servidora é arrimo de família, e vive com retidão, que
é dele que provêm os víveres dos meus três netos, que estão
sob minha responsabilidade. (GN)

È cediço que a palavra


‘responsabilidade origina-se do latim re-spondere, que
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conclui segurança ou garantia da restituição ou compensação


do bem sacrificado, desta forma teria, assim, o significado
de recomposição, de obrigação de restituir ou ressarcir.

O Estado irá ressarcir os


proventos, mais quem irá ressarcir os juros de pagamentos
atrasados, o estresse de como providenciar e ultima hora
solução de uma situação imprevista, tal situação é
denominado legalmente de danos morais, aquele que não tem
valor, o MM Juízo decide qual valor cabível ao lesado.

Nesta situação, não


descartamos a possibilidade de arbitrar ação contra o
agente público, pois há prova no sistema e também na cópia
do Oficio nº 04644/2010 enviado a Secretária da Fazenda-SD
14, não temos ainda a necessidade de provar que o agente
público responsável teve uma conduta de forma dolosa ou
culposa, ágil com negligência, imperícia ou imprudência.

Ressaltamos que no referido


documento a palavra lapso foi citada, talvez por ausência
de conhecimento, esta expressão somente é utilizada no caso
não gerar prejuízo a outrem, neste caso não há de falar em
lapso e sim descuido, falta, erro, enfim ausência de
competência por parte do agente público responsável pela
execução de uma ação.

Normalmente, podemos solicitar


a indenização apenas do Estado, e o Estado por sua vez
exercer seu direito de regresso contra o agente que deu
causa a ação.
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O trâmite da ação é mais fácil


porque a instrução probatória é abreviada, limitando-se à
comprovação do nexo causal entre o dano e a conduta do
agente.

Os alicerces jurídicos em que


se sustenta à responsabilidade civil, para efeito de
determinar a reparação do dano injustamente causado, são
oriundos da velha máxima romana neminem laedere (não lesar
a ninguém).

Este instituto integra o


direito obrigacional, uma vez que a principal conseqüência
da prática de um ato ilícito é a obrigação que acarreta,
para o seu autor, de reparar o dano, obrigação de natureza
pessoal, que se resolve em perdas e danos.

Em nosso ordenamento jurídico,


para caracterizarmos um responsável por qualquer dano, como
regra geral, devemos seguir o preceito do artigo 186 do
Código Civil Brasileiro, se não vejamos:

Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência, ou
imprudência, violar direito, ou
causar prejuízo a outrem, fica
obrigado a reparar o dano.

Vislumbramos que para ficar


configurada a responsabilidade civil de um agente, segundo
a teoria clássica ou civilista, são necessários três
componentes: um dano, a culpa/dolo do autor do dano (isso
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pressupondo a ação/omissão do agente) e a relação de


causalidade entre o fato culposo/doloso e o mesmo dano.

A obrigação do Servidor Público


de indenizar pelo prejuízo que vier a causar em suas
atividades encontra-se prevista na Constituição Federal no
artigo 37, § 6º, caracterizando a RESPONSABILIDADE
OBJETIVA, ou seja, aquela explícita em norma legal.

§ 6º - As pessoas jurídicas de
direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos
que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o
direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou
culpa.

Atualmente, é adotado no
Ordenamento Jurídico brasileiro, a Teoria do Risco
Administrativo, em que basta somente o ato lesivo e injusto
imputável à Administração Pública para gerar direito ao
lesado à reparação de seu dano material e/ou moral, pela
ação ou omissão do agente público.

Ressalte-se, todavia, não ser


absoluta esta responsabilidade, se provado os excludentes
de responsabilidade, como o caso fortuito, força maior ou
mesmo a culpa concorrente ou exclusiva da vítima.
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Na investidura do cargo
público, o que interessa quando se fala em responsabilidade
é aprofundar o problema na violação da norma ou obrigação
diante da qual nos encontramos perante as inúmeras
legislações e regras que temos que cumprir.

Porém, a responsabilidade
imputada ao agente público não é objetiva, mas sim
subjetiva, como ressalta o final do parágrafo 6º do artigo
37 da Lei Magna, condicionando a ação regressiva quando nos
casos de dolo ou de culpa.

Lembrando-se, ainda, que nosso


Código Civil, em seu artigo 43, já prevê a reparação dos
danos causados pelo sujeito de direito público por
intermédio de seus agentes, in verbis:

Art. 15 As pessoas jurídicas de


Direito Público são civilmente
responsáveis por atos dos seus
representantes que nessa qualidade
causem danos a terceiros,
procedendo de modo contrário ao
Direito ou faltando a dever
prescrito por lei, salvo o direito
regressivo contra os causadores do
dano.

Por derradeiro NESTE MOMENTO,


esta ora servidora requer modestamente que seja dado
ciência ao agente publico, que causou este transtorno,
sobre qual o realmente significado de responder por um
cargo de comissão, que entre as atribuições inerentes ao
cargo a primordial é a competência e a responsabilidade de
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suas ações e que o não devido acatamento do disposto nos


diplomas legais implica em possíveis de punições.

Fazem parte destes documentos:


- cópia do Oficio CRH nº
04644/2010;
- cópia do protocolo de entrega
do RECADASTRAMENTO ANUAL 2009

Nestes Termos;
Peço, e espero deferimento.

ELIANA MARIA DAS DORES GOMES

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