O Brasil caminha para a sua mais longa e profunda recessão econômica da história. Do segundo trimestre de 2014 ao primeiro trimestre de 2016 já são 8 períodos recessivos consecutivos. Tudo indica que teremos recessão no restante do corrente ano, podendo até se prolongar para 2017. O impacto sobre o mercado de trabalho é descomunal. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do IBGE, apontou que o número de desempregados no Brasil ultrapassou a barreira simbólica de 10 milhões de pessoas. Além disto existe o desemprego oculto, o desalento e a “geração nem-nem-nem” (pessoas que nem estudam, nem trabalham e nem procuram emprego). O quadro é grave.
Título original
O encolhimento do mercado de trabalho em São Paulo e no Brasil
O Brasil caminha para a sua mais longa e profunda recessão econômica da história. Do segundo trimestre de 2014 ao primeiro trimestre de 2016 já são 8 períodos recessivos consecutivos. Tudo indica que teremos recessão no restante do corrente ano, podendo até se prolongar para 2017. O impacto sobre o mercado de trabalho é descomunal. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do IBGE, apontou que o número de desempregados no Brasil ultrapassou a barreira simbólica de 10 milhões de pessoas. Além disto existe o desemprego oculto, o desalento e a “geração nem-nem-nem” (pessoas que nem estudam, nem trabalham e nem procuram emprego). O quadro é grave.
O Brasil caminha para a sua mais longa e profunda recessão econômica da história. Do segundo trimestre de 2014 ao primeiro trimestre de 2016 já são 8 períodos recessivos consecutivos. Tudo indica que teremos recessão no restante do corrente ano, podendo até se prolongar para 2017. O impacto sobre o mercado de trabalho é descomunal. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do IBGE, apontou que o número de desempregados no Brasil ultrapassou a barreira simbólica de 10 milhões de pessoas. Além disto existe o desemprego oculto, o desalento e a “geração nem-nem-nem” (pessoas que nem estudam, nem trabalham e nem procuram emprego). O quadro é grave.
O encolhimento do mercado de trabalho em So Paulo e no Brasil
Jos Eustquio Diniz Alves
Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em Populao, Territrio e Estatsticas Pblicas da Escola Nacional de Cincias Estatsticas ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em carter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br
O Brasil caminha para a sua mais longa e profunda recesso econmica da
histria. Do segundo trimestre de 2014 ao primeiro trimestre de 2016 j so 8 perodos recessivos consecutivos. Tudo indica que teremos recesso no restante do corrente ano, podendo at se prolongar para 2017. O impacto sobre o mercado de trabalho descomunal. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios Contnua (PNADC), do IBGE, apontou que o nmero de desempregados no Brasil ultrapassou a barreira simblica de 10 milhes de pessoas. Alm disto existe o desemprego oculto, o desalento e a gerao nem-nem-nem (pessoas que nem estudam, nem trabalham e nem procuram emprego). O quadro grave. A crise do mercado de trabalho nacional, mas atinge de forma impactante a maior e mais dinmica regio metropolitana (RM) do pas. A RM de So Paulo tem uma populao de mais de 20 milhes de habitantes (equivale populao conjunta de Portugal e Grcia). Segundo dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), do Dieese e Seade, a Populao em Idade Ativa (PIA) era de 16,7 milhes de pessoas em maro de 2009 e passou para 17,75 milhes em maro de 2016. A Populao Ocupada (PO) era de 8,9
milhes de pessoas em maro de 2009 e passou para 9,3 milhes em maro
de 2016. Assim, enquanto crescia o nmero de pessoas em idade de trabalhar, decrescia a quantidade de pessoas ocupadas. Como resultado, a taxa de ocupao (PO/PIA), que deveria crescer para aproveitar o bnus demogrfico, infelizmente, caiu de 53,5% para 52,1% nos ltimos sete anos. Mas o pior foram as alteraes de tendncia. Entre maro de 2009 e dezembro de 2010 a populao ocupada (PO) na RMSP passou de 8,9 milhes para 9,7 milhes de trabalhadores e a taxa de ocupao passou de 53,5% para 57,2%. Portanto, crescia o nmero absoluto e relativo de pessoas com emprego. Mas entre dezembro de 2010 e dezembro de 2014 houve uma estabilidade na PO (de 9,7 milhes para 9,8 milhes) e uma pequena queda na taxa de ocupao (de 57,2% para 55,5%). Esta estagnao do nmero de pessoas ocupadas, mas com aumento do nmero de pessoas no ocupadas considerada uma das causas das grandes mobilizaes de massa de junho de 2013, que foram lideradas pelos jovens, parte mais sensvel das pessoas que sofrem com a menor oportunidade de meios para se ganhar a vida. Mas a maior carga negativa veio depois das ltimas eleies presidenciais de 2014. A tendncia embicou para baixo. Entre dezembro de 2014 e maro de 2016 a PO caiu de 9,8 milhes para 9,3 milhes de pessoas e a taxa de ocupao caiu de 55,5% para 52,1%. Neste ritmo, daqui a poucos meses, a RMSP ter mais gente em idade ativa sem trabalho do que com trabalho. Mas o problema no se restringe somente queda da populao ocupada em termos absoluto e relativo. Caiu tambm o rendimento real das pessoas ocupadas. A PED mostra que o rendimento mdio na RMSP era de R$ 2.160,00 em dezembro de 2010 e caiu para R$ 1.984,00 em fevereiro de 2016. Isto representou uma queda de cerca de 10% no poder de compra da populao ocupada. No conjunto houve uma reduo na massa salarial, reduzindo a demanda por consumo e acelerando a tendncia recesso. A queda atual do mercado de trabalho na RMSP contrasta com o aumento que houve nas ltimas dcadas. A despeito das variaes sazonais (queda nos primeiros meses do ano e aumento nos ltimos meses) nota-se um aumento da PO de pouco mais de 6 milhes de pessoas para quase 10 milhes. Mas o teto ficou estvel entre 2010 e 2014 e comeou a cair rapidamente desde o incio de 2015, aumentando a revolta da populao com o governo e a situao do pas.
Se a populao ocupada est caindo, a populao ocupada com carteira de
trabalho est caindo em ritmo maior, no s em So Paulo, mas em todo o Brasil. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministrio do Trabalho mostram que o Brasil perdeu 118.776 vagas com carteira assinada em maro, mais do que havia perdido em fevereiro de 2016 (-104.582 vagas) e um grande retrocesso em relao a maro de 2015, quando houve saldo positivo de 19,2 mil empregos. O nmero de empregos cortados o saldo, ou seja, o total de demisses menos o de contrataes no perodo. Em maro, houve 1.374.485 admisses e 1.493.261 demisses. A reduo o pior resultado para maro em 24 anos, desde 1992, quando a pesquisa comeou a ser feita. A diminuio pode ser explicada pelo cenrio de profunda retrao econmica, com a crise poltica tambm contribuindo para minar a confiana de empresas e famlias, afetando decises de investimento.
O colapso do emprego formal assustador. Depois das ltimas eleies
presidenciais, entre dezembro de 2014 e maro de 2016 foram fechadas 2,5 milhes de vagas com carteira assinada no Brasil. Nos ltimos 12 meses foram 1,85 milho de empregos formais perdidos. Isto d uma mdia de 157 mil empregos perdidos por ms, ou 5.217 vagas com carteira de trabalho perdidas por dia, nos 16 meses em questo. O emprego formal encolhe enquanto cresce a populao em idade de trabalhar e que est engrossando as fileiras do desemprego aberto ou do desalento. E a situao est se agravando, pois, a perda de empregos no primeiro trimestre de 2016 foi de -323.052 vagas, muito maior do que as -64.907 vagas perdidas no primeiro trimestre de 2015. H projees que estimam uma perda de 2 milhes de empregos formais somente em 2016. Todo este processo vai atingir, em maior proporo, a populao mais escolarizada, prejudicando o bnus demogrfico e comprometendo o futuro do Brasil.
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