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FUNDAÇÃO DE INTEGRAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO DO

NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE


DO SUL

DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA E QUÍMICA

RELATÓRIO DA REALIZAÇÃO DA PRÁTICA

PRÁTICA DE ENSINO

ALUNO: VILMAR ARMANDO KONAGESKI JUNIOR

PROFESSORA: LORI INEZ FEIGEL GRISON

ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

2º SEMESTRE DE 2005

REGIME ESPECIAL
RELATÓRIO DA PRÁTICA:

a) Introdução

Este relatório foi elaborado a partir da prática de ensino realizada na escola


Madre Stanislá que fica no Alto da União no interior do município de Ijuí. Com o
objetivo de aproximar minha visão de educador a um contexto sócio-cultural diferente
daquele que já conheço, sendo de fundamental importância, uma vez que, é necessário
estar pronto a se inserir em diferentes contextos sócio-culturais quando se pensa em
trabalhar com a educação. Já sobre o tema que escolhi, tenho em mente que é difícil de
trabalhar com algumas pessoas sobre ele, pois o diálogo entre professor e aluno sempre
foi, no meu ponto de vista, algo unilateral, o professor fala e o aluno escuta, e quando
lhe é dada a oportunidade de perguntar, muitas vezes o aluno se cala. E é por isso que
decidi pesquisar como é esta relação, pois é um processo, este tema não se esgotará com
este trabalho, e poderei aprimorá-lo fazendo outros projetos em outras escolas, e a cada
vez que o “concluir” estarei melhorando a minha visão e a de quem tomar conhecimento
destes projetos que estarei realizando.

b) Caracterização

Após a apresentação à diretoria da escola fui encaminhado para acompanhar as


aulas de ciências da 7ª série e após o intervalo para a 8ª série, depois desta experiência,
decidi que seria mais útil se fizesse a observação de uma turma por dia por que no meio
período que fiz a observação não foi útil não só pelo pouco tempo, mas também porque
ao entrar na sala não me foi dada a oportunidade de me apresentar aos alunos da forma
como havia planejado, fui apresentado pela professora da turma. De modo meio sem
graça cheguei e sentei na cadeira sem falar com ninguém e não houve a conversa que eu
esperava eu sabia que aquele primeiro dia estava perdido, não poderia aproveitar muito
do que fosse feito. Então no segundo dia me adiantei a professora que iria à sala
comigo, fui antes dela, quando os alunos estavam na sala, pedi para que eles sentassem
e me apresentei da forma como havia planejado aproveitei o curto tempo inclusive para
conversar um pouco e decidi onde seria o melhor lugar para acompanhar a aula, sendo
que o primeiro dia seria descartado quanto a realização do projeto, pois no primeiro dia
em que há alguém estranho na sala o comportamento dos alunos fica afetado, e creio ser
mais confiável o resultado da observação se primeiro eu me “enturmar” com os alunos e
depois no segundo ou terceiro dia, aí sim, levar em considerações suas “falas” e atitudes
quanto a objetos de estudo. Para mim foi uma boa experiência, pois enfrentei a
dificuldade do primeiro dia e consegui um bom aproveitamento nos demais. Ganhei
alguns amigos e os alunos ganharam algumas das minhas bolitas, percebi que no
terceiro dia já não me estranhavam mais e pude perguntar sobre como eram as aulas e o
que estavam estudando sem, no entanto estar cobrando deles uma resposta exata, foi sim
o diálogo que eu esperava. Claro que irei enfrentar situações em que este método não
surtirá efeito, para isso deverei me preparar para criar novas formas e novos meios de
trabalhar.

c) Conclusão

Foi possível concluir com este trabalho que, a idéia inicial que me propus
investigar é existente, já eu há um conflito inevitável na relação professor aluno, creio

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que este conflito por mais estudado que seja, sempre existirá uma vez que onde há uma
relação hierárquica, o diálogo entre as partes é substanciado por esta diferença na
escala, assim pode-se dizer que uma possível solução seria diminuir esta distância se
aproximando do aluno para o diálogo, mas aí entra a experiência relatada de que,
quando nos aproximamos muito dos alunos em uma relação de amizade eles montam
nas nossas costas, esta experiência eu ainda não passei, mas tenho consciência de ser
possível. Este é o desafio desta profissão, tecer um diálogo que seja fluente com o
educando, principalmente quando o conteúdo a ser exemplificado é complexo pois é
necessária a troca de interpretações para que se possa mostrar qual é a direção certa,
ainda mais quando se fala em química ou com séries que nunca tiveram ciências.

d) Bibliografia:

GADOTTI, Moacir. História das Idéias Pedagógicas. Editora Ática, 2003.

GADOTTI, Moacir. Pedagogia Diálogo e Conflito. Cortez Editora, 1986.

HERBART, Johann Friedrich. Pedagogia Geral. Serviço de Educação e Bolsas


Fundação Calouse Gulbenkian, 2003.

VALE, Ana Maria do. Diálogo e Conflito, Cortez Editora, 2002.

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PROJETO DE PRÁTICA DE ENSINO

1- Caracterização da temática:

O diálogo entre o professor e o aluno: O conflito inevitável.

2- Objetivos:

 Criar alternativas para o relacionamento professor-aluno, se tornar mais


harmonioso – despertar novas formas de atuação e/ou aprimorar as já existentes.

 Revelar se há ou não um conflito na relação professor-aluno.

 Despertar no educador que existem diferentes formas de aprender do


educando.

3- Justificativa:

Facilitar o convívio, aproximar a realidade do aluno à realidade do professor,


proporcionando um maior aproveitamento do tempo em sala de aula. Dinamizar as
atividades realizadas.

4- Plano de ação:

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A prática consistirá em uma primeira observação das aulas, e no segundo ou
terceiro dia será levado em consideração os resultados obtidos para análise e montagem
do projeto e do relatório. Sendo que as atividades foram realizadas conforme a tabela a
seguir:

Terça 08/11 Quarta 09/11 Quinta 10/11 Sexta 11/11


7ª e 8ª 5ª 6ª 7ª
Observação de 1 Observação de Observação de Observação de
hora em cada turma todas as aulas e todas as aulas e todas as aulas e
e leitura do PPP, acompanhamento acompanhamento acompanhamento
Regimento Escolar em atividades para em atividades para em atividades para
e Plano de Estudos criar vínculos com criar vínculos com criar vínculos com
da escola. os alunos. os alunos. os alunos.
Quarta 16/11 Quinta 17/11 Sexta 18/11 Segunda 21/11
5ª 6ª 8ª 5ª,6ª,7ª,8ª
Observação das Observação das Observação das Acompanhamento
aulas e modo como aulas e modo como aulas e realização das atividades da
acontece o diálogo acontece o diálogo de atividade prática semana da cultura
com os professores. com os professores. de ensino em afro-brasileira com
química com os toda a escola e
alunos. finalização das
atividades.

5- Relato da realização da prática:

Durante esta prática foi possível entrar em contato com uma realidade diferente
da que tive durante minha vida escolar, que ainda é recente, pois tive a oportunidade de
realizá-la em um ambiente rural, onde os valores e a vida em geral são muito diferentes
da realidade urbana. Com a realização desta prática tive o intuito de verificar como é o
comportamento dos alunos de um meio diferente daquele que eu conheço, e creio ter
obtido bons resultados, pois tive facilidade em conversar com os alunos sobre as aulas e
como é a visão deles da “cidade” e da vida deles no interior.
Esta prática me ajudou a entender melhor a forma como se deve agir ao
encontrar realidades diversas a qual estamos habituados, e desta forma nos adaptar de
modo a utilizar o meio em que estamos a nosso favor, uma vez que:
“...olhar e representar, em moldes humanos essa realidade como unidade global.
Ele próprio dirá que não é ele o verdadeiro e autêntico educador, mas sim a força
de tudo aquilo que os homens foram alguma vez capazes de sentir, experimentar e
de pensar, que é na realidade o verdadeiro e autêntico educador...” (HERBART,
2003)
Os alunos da escola em que irei atuar já terão uma visão de mundo, uma visão
do conteúdo que irei trabalhar, e se eu não levar em consideração o modo como eles já
conhecem aquilo que será trabalhado, estarei prestando um dês-serviço à educação
deles, que irão com razão dizer que eu estava “pegando no pé” ou outra forma de dizer
que não são a favor do meu modo de trabalhar, etc. Com base nas leituras sobre o
diálogo em educação pude perceber que o tema ao qual propus trabalhar não foi
totalmente abordado, e de alguma forma em certas obras nem citado, é sabido que deve
haver uma relação de respeito entre professor e aluno, mas o que constatei até hoje em

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meus trabalhos de práticas de ensino é que: em algumas escolas o respeito parece que só
é alcançado na base da lei do mais forte, quem fala mais alto ou quem parece estar mais
bravo ganha. Este sistema sabe-se muito bem que não perdura, logo há uma
acomodação dos alunos e os “gritos” perdem seu poder de controlá-los
disciplinarmente. De certa forma este sistema foi, e é usado nas escolas em que estive,
alguns professores necessitam mais do que outros para “controlar” a turma. Minha
pouca experiência me mostra que há outras formas de se ganhar a atenção dos alunos,
sem necessariamente “se vestir de palhaço” (como exclamou uma professora ao chamar
a atenção dos alunos quando os mesmos estavam bagunçando na sala). Claro que cada
caso é um caso, e precisa ser discutido em conjunto entre todos os professores, fato este
que não vi em nenhum local em que estive, pelo contrário, o que vi foi os professores se
reunirem para falar mal dos alunos, sem, no entanto tentar criar alternativas para as
diversidades que estavam encontrando.
Este tema é muito polêmico, nem mesmo pessoas próximas a mim e que
conversei sobre o assunto admitiram o uso desta prática, que não posso afirmar se usam
ou não, mas também não me disseram que observam isto ocorrendo com outros
professores. Não posso de maneira alguma dizer que falar mais alto em determinadas
situações se caracterize como “gritos” mas sim o fato de “ter” de ofender, ou fazer um
comentário malicioso contra um aluno ou mais, sim seja uma prática que empobrece a
cultura daqueles que de certa forma serão excluídos sem uma boa “atuação” nossa para
enriquecê-los não de cultura, como dito, mas de civilidade.

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