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raveis. A aplicacao dessa teoria onera 0 empregador e fragmenta o sistema juridico. €, portanto, a teoria minoritaria. ‘elaborada pelas partes interessadas 1s: acordo e convencao coletiva. Fontes 2. PRINCIPIOS DO DIREITO DO TRABALHO Os principios representam a base do ordenamento juridico. 0 Direito do Trabalho possui principios especfficos, que desempenham funcdes essenciais para a interpre- tacdo e aplicagao das normas trabalhistas. Esses principios servem de orientacao para os aplicadores do direito Guizes, procuradores do trabalho, advogados etc.) e 1ém, ainda, a funcdo de inspirar e orientar os legistadores (deputados e senadores) na elaboracao das leis. Além disso, os principios do Direito do Trabalho tém funcao integrativa®, ou seja, sao aplicados para suprir a lacuna deixada pelo legislador. Exemplos: a) Ocorre, com frequéncia, 0 conflito entre uma lei trabalhista e um acordo coletivo (firmado entre sindicato e empresa). Qual deles o juiz devera apli- car? Diante do principio da norma mais favoravel, aplica-se a norma mais benéfica ao trabalhador. b) Empregado ingressa na Justica do Trabalho pedindo o pagamento de aviso-prévio. Empregador alega que o contrato é de experiéncia, portanto nao ha direito ao aviso. Entretanto, a empresa nao apresenta o contrato CLCHIMNNadO, Ula Vee QUE O COMUFAlO de CAPeniencia GeVe SEF Expresso. Assim sendo, pelo principio da continuidade da relacao empregaticia, 0 juiz determinara o pagamento do aviso-prévio, pois o contrato de trabalho é, em regra, firmado por prazo indeterminado e, consequentemente, havera a obrigatoriedade de conceder o aviso. Nao ha consenso sobre quantos sao os principios do Direito do Trabalho, pois varia de um autor para outro. Seguem, abaixo, os principios mais importantes que norteiam 0 Direito do Trabalho e que aparecem, com frequéncia, nas provas de concurso. 2.1. Principio da protecdo ao trabalhador Alei trabalhista estabelece normas de protecdo ao trabalhador, ou seja, garante direitos minimos ao hipossuficiente”. Esse principio protetivo tem por finalidade estabelecer o equilibrio que falta a relacdo de emprego, ou seja, o empregador possui situacdo econémica favoravel, enquanto o empregado tera situacdo a seu favor na legislacdo trabaihista. Anecessidade do principio protetor tem fundamento na subordinacdo exercida pelo empregador, limitando a autonomia da vontade. Explica-se: em um contrato de locacao (contrato civil), por exemplo, as partes tém liberdade de recusar as propostas uma da outra. Assim, se o proprietario pedir um valor elevado pelo alu- guel, o locatario podera entregar o imével. Da mesma forma, se o locatario pedir ao proprietario que reforme todo o imével, ele provavelmente se recusara. Veja que nesse contrato civil (locagdo) ha plena liberdade em contratar, pois as partes (locador e locatdrio) estao em pé de igualdade. Por outro lado, imaginemos um contrato de trabalho em que o empregador so- licite ao seu empregado que comece a trabalhar aos sabados no periodo da tarde, alertando que ha muitas pessoas querendo aquele emprego. Esse empregado ira se recusar a trabalhar aos sabados? Claro que nao. Amesma situacao ocorre quando o empregador pede para que ele trabalhe além da jornada de 8 horas etc. Verifica-se, assim, que a liberdade em contratar é menor nas relacdes de trabalho, em virtude da subordinacao, havendo a necessidade do principio protetor. De acordo com o Professor josé Cairo Junior: Pela regra do Direito Civil, todos sao iguais perante a lei e devem ser tratados de forma igualitaria por ela. Isso nao ocorre no Direito Labo- ral. Reconhece-se que nao existe uma igualdade entre empregados e empregadores, em face da superioridade econémica e juridica destes tiltimos em relacao aos primeiros. Para equilibrar a relacdo havida entre Desse principio protetivo, decorrem outros trés principios: 2.1.1. In dubio pro operario Quando houver varias interpretagdes sobre a mesma norma, o intérprete utilizara a interpretacao mais favoravel ao trabalhador. Ressalta-se que esse principio foi superado pelo principio da norma mais favoravel. Ademais, nao se aplica o princi- pio in dubio pro operario na area processual. No processo, as partes serao iguais, recebem o mesmo tratamento. Exemplo: prazo idéntico para apresentar razdes finais e ingressar com recurso. 2.1.2, Norma mais favordvel Entre duas ou mais normas possiveis de ser aplicadas, utiliza-se a mais favoravel em relacdo ao trabalhador. Exemplo: ha convencdo coletiva e acordo coletivo que preveem cldusulas de férias. 0 intérprete (juiz, advogado, procurador do trabalho) devera analisar qual desses instrumentos é mais favoravel ao trabalhador, no tocante As férias, e aplicd-lo a relacdo empregaticia. Nesse sentido: Stimuta ne 202 do TST. Existindo, ao mesmo tempo, gratificacZo por tempo de servico outorgada pelo empregador e outra da mesma natureza prevista em acordo coletivo, convenicdo coletiva ou sentenca normativa, o empregado tem direito a receber, exclusivamente, a que Ihe seja mais benéfica. Art. 620 da CLT. As disposigées estabelecidas em Convencaio, quando mais favoraveis, prevalecerao sobre as estipuladas em Acordo. Cabe ressaltar que o principio da norma mais favoravel ao trabalhador nao é absoluto, isto é, nao podera ser aplicado quando existirem normas de ordem ptblica ou de carater proibitivo. Essas normas no comportam interpretacao ampliativa. Exemplo: empregado que ingressa com acao jud‘cial apés dois anos do término do contrato. de trabalho. Nao cabera a aplicagdo do Cédigo Civil para a utilizacao de prazos mais extensos, pois prescricao trata de norma de ordem piblica que visa a paz social. Por fim, havendo o conftito entre normas do acordo e convencao coletiva, a aplicacao da mais favoravel, no caso concreto, nao gera nulidade automatica da- quela que nao foi aplicada. Para que haja nulidade de uma clausula é necessario constatacaéo de ordem formal ou material™. Esse principio assegura ao empregado as vantagens conquistadas durante o contrato de trabalho, conforme previsto no art. 468 da CLT. Diante disso, essas con- quistas nao poderao ser alteradas para pior. Exemplo: empregador fornece, todos os meses, uma cesta basica ao empregado. Diante disso nao podera, simplesmente, cessar 0 fornecimento, pois o trabalhador j4 conquistou esse direito com base no principio da condicao mais benéfica. Nesse sentido: Stimula ne 53 do TST. 1- As clausulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, sé atingirao os trabalhadores admitidos apés a revogacado ou alteracdo do regulamento. ll-Havendo a coexisténcia de dois regulamentos da empresa, a opcao do empregado por um deles tem efeito juridico de rentincia as regras do sistema do outro. Stimula ne 288 do TST. 1-A complementacao dos proventos da aposentadoria é regida pelas normas em vigor na data da admissao do empregado, observando-se as alterac6es posteriores desde que mais favoraveis ao beneficiario do direito. il - Na hipétese de coexisténcia de dois regulamentos de planos de previdéncia complementar, instituidos pelo empregador ou por enti- dade de previdéncia privada, a opcao do beneficiario por um deles tem efeito juridico de rentincia as regras do outro. (grifos acrescidos) 2.2. Principio da imperatividade das normas trabalhistas No Direito do Trabalho prevalecem as regras cogentes, obrigatérias. Diante desse principio, ha restricdo da autonomia das partes em modificar as clausulas contratuais previstas no contrato de trabalho. Exemplo: as partes nao poderdao alterar a natureza do pagamento das horas extras, ou seja, essa parcela tem natureza salarial (reflete nas demais parcelas), nado podendo ser paga a titulo indenizatério (sem que haja o reflexo). De acordo com Professor Mauricio Godinho Delgado”: Para esse principio prevalece a restricdo 4 autonomia da vontade no contrato trabalhista, em contraponto a diretriz civil de soberania das partes no ajuste das condicées contratuais. Esta restrigdo é tida como instrumento assecuratério eficaz de garantias fundamentais ao trabalhador, em face do desequilibrio de poderes inerente ao contrato de emprego. A tealidade se sobrepée as disposicdes contratuais escritas. Deve-se, portar to, verificar se o contetido do documento coincide com os fatos. Exemplo: recib assinado em branco no ato da contratacao, posteriormente apresentado em juiz como prova de pagamento das verbas trabalhistas. £ ébvio que esse documento na corresponde a verdade dos fatos. Outro exemplo: pagamento “por fora”, empregad registrado em carteira com um salario-minimo, mas recebe mil reais, como form de burlar o pagamento de encargos trabalhistas (INSS e FGTS). Em ambos os caso: ha aplicacao do principio da primazia da realidade sobre a forma (documentos na representam a verdade dos fatos). Outras hipéteses de aplicacado do principio da primazia da realidade: a) Cortadores de cana com contrato de estagio escrito (estagidrios nado po: suem direitos trabalhistas). Assim, esses “estagidrios”, que trabalham oit horas didrias, recebem oitocentos reais por més e cumprem as orden do empregador sao, na verdade, empregados e nao estagidrios, pois na possuem nenhum aprendizado tedrico. Diante do principio da primazia d realidade, esses contratos de estagio sao nulos de pleno direito, devend ser reconhecido o vinculo empregaticio e o pagamento de todos os direito trabalhistas (hora extra, férias, 132 salario, depdsitos do FGTS etc.). b) Grande oficina mecAnica que nado possui nenhum empregado, apenas empre sdrios Ihe prestam servicos de mecdnico. Esses “empresarios” eram antigo empregados que constituiram empresas (pessoa juridica) e continuaram exe cendo a mesma jornada de trabalho, mesmo salario, recebendo as mesma ordens etc. Nesse contexto, os mecdnicos sao, na verdade, empregados d oficina, diante da prevaléncia da realidade sobre a forma escrita. 2.4. Principio da inalterabilidade contratual lesiva ao empregado No Direito do Trabalho, é vedada qualquer alteracao contratual que seja lesiv ao empregado, mesmo se houver consentimento deste (artigo 468, caput, da CLT Assim, conforme previsto no art. 2° da CLT, os riscos do empreendimento sao si portados exclusivamente pelo empregador, nado sendo permitido a ele dividir ¢ prejuizos com seus trabalhadores. Art. 468 da CLT. Nos contratos individuais de trabalho s6 é licita a alte- ra¢do das respectivas condigées, por miituo consentimento, e, ainda assim, desde que nao resultem, direta ou indiretamente, prejuizos ao empregado, sob pena de nulidade da clausula infringente desta garantia. 2.5. Principio da continuidade da relagao de emprego EM Pala UE Oe PPMLIPIM, A UMTIBAYLAU UE PIUVal a PUP UY COMI GLO OO GAD aIO é do empregador, isto é, em regra presume-se que o empregado nao deu causa ao término do contrato de trabalho. Nesse sentido: Stimuta ne 212 do TST. 0 Snus de provar o término do contrato de tra- balho, quando negados a prestacao de servico e o despedimento, é do empregador, pois o principio da continuidade da relagao de emprego constitul presungdo favoravel ao empregado. Ademais, por forca do principio da continuidade, ha hipéteses em que nao ha prestacdo de servicos (interrupcao e suspensao do contrato), mas o vinculo empre- gaticio continua intacto. A excecao ocorre quando o contrato é firmado por prazo determinado, como nos casos de contrato de experiéncia, temporario, hipdteses previstas no art. 443 da CLT etc. 2.6. Principio da irrenunciabilidade ou indisponibilidade dos direitos tra- balhistas Na vigéncia do contrato de trabalho, os direitos trabalhistas sao, em regra, irrenunciaveis, porque ha presenca da subordinacdo do empregado frente ao empregador. Assim sendo, mesmo que 0 ato seja bilateral (comum acordo entre as partes), se houver prejuizo ao empregado, esse ato devera ser declarado nulo, pois o empregado nao pode renunciar aos direitos e vantagens assegurados em lei. Exemplo: empregado nao pode renunciar ao direito de receber seu décimo terceiro, aviso-prévio", ou usufruir de suas férias. Se houver tal rentincia, com base no principio da irrenunciabilidade, o ato sera nulo, invalidado. Ao estudar o principio da irrenunciabilidade, cabe destacar dois principios: a) Principio da irredutibilidade salarial. Veda-se a reducao (diminuicao) dos salarios dos trabalhadores, exceto convencao ou acordo coletivo (artigo 72, inciso VI, da Constituicao Federal). Portanto, para que essa reducdo salarial seja valida, ha necessidade da participacao do sindicato dos trabalhadores. b) Principio da intangibilidade salarial. Veda-se descontos no salario, exceto nos casos previstos em lei ou norma coletiva’”. Esse principio protege o trabalhador contra seus prdéprios credores, pois o salario é, em regra, impenhoravel. . 16. Stimula ne 276 do TST: “0 direito ao aviso-prévio é irrenunclavel pelo empregado. 0 pedido de dis- pensa de cumprimento nao exime o empregacor de pagar o respectivo valor, salvo comprovagéo da havar o mraceadar dae cariicne ahtida cava amnreon"”, mperatividade rimazia nalterabilidade contratual lesiva ~ itredutibilidade salarial rrenunclabiidade [: intangibilidade salarial FLEXIBILIZACAO DO DIREITO DO TRABALHO > Art. 72, incisos VI, Xill e XIV da CF/88 Flexibi r é diminuir a rigidez das leis trabalhistas pela negociacao coletiva, seja, é dar énfase ao negociado em detrimento do legislado. Na flexibilizacdo rmanecem as normas basicas de protecdo ao trabalhador, mas permite-se maior iplitude dos acordos e convencées para adaptacao das clausulas contratuais as alidades econémicas da empresa e as realidades regionais. De acordo com Ar- Ido Sussekind’®: Coma flexibilizacao, os sistemas legais preveem formulas opcionais ou flexiveis de estipulacao de condic¢6es de trabalho, seja pelos instrumen- tos da negociacao coletiva, ou pelos contratos individuais de trabalho, seja pelos préprios empresarios. As empresas reivindicam a flexibilizagao para diminuir a forte intervencao do tado na elaboracio das leis trabalhistas. 0 argumento utilizado pelos empresarios que com a flexibilizagdo haveria maior possibilidade de manter os empregos. Deve-se destacar, entretanto, que no Brasil os sindicatos dos trabalhadores, litas vezes, estao submissos ao poder econémico dos empregadores. Assim sen- . Se diminuisse a protecdo legislativa, acarretaria precarizacao das condicdes de ibalho dos empregados. ntervencao do Estado na elaboracao das leis, deixando para as partes a elaboracao tas condigdes de trabalho. 3.1. Hipdteses de flexibilizacao Para o concurso de Analista do TRI, importante memorizar as principais hipdteses de flexibilizagdo previstas na legislagéo e na jurisprudéncia do TST. Lembre-se de que o fenédmeno da flexibilizagdo j4 existe em nosso ordenamento juridico, permi- indo a adequacao, via negociacao coletiva, as realidades econémicas da empresa ‘possibilidade de aumento ou reducdo salarial, concessdo de cesta basica, convénio médico etc.) e as realidades regionais (fixagao do horario, etc.). a) Constituicdo Federal de 1988 - art. 72: VI - irredutibilidade do salario, salvo o disposto em convencao ou acordo coletivo; (grifos acrescidos) Xill - duragao do trabalho normal nao superior a oito horas diarias € quarenta e quatro semanais, facultada a compensacao de horarios e a reducdo da jornada, mediante acordo ou convencao coletiva de trabalho; (grifos acrescidos) XIV -jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininter- ruptos de revezamento, salvo negociagao coletiva; (grifos acrescidos) b) CLT: - Hora in itinere: Art. 58, § 32. Poderdo ser fixados, para as microempresas e empresas de pequeno porte, por meio de acordo ou convencao coletiva, em caso de transporte fornecido pelo empregador, em local de dificil acesso ou nao servido por transporte ptblico, o tempo médio despendido pelo empregado, bem como a forma e a natureza da remuneracao. (grifos acrescidos) + Regime por tempo parcial: Art. 58-A, § 22. Para os atuais empregados, a adocado do regime de tempo parcial sera feita mediante opcdo manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociacdo coletiva. (grifos acrescidos) lee ntn Impenioena des. escrito ou contrato coletivo em contrario, nao podera exceder de 2 (duas) horas. (grifos acrescidos) - “Lay Off": Diante de retragdes no mercado e crises econémicas, é comum que empresa: reduzam o niimero de empregados para viabilizar a continuacgao da atividad produtiva. Nesse sentido, para se evitar a ocorréncia de demissGes em mass: de empregados e permitir maior qualificacéo profissional dos empregados, é ne cessario adotar medidas que garantam a manutencdo dos contratos de trabalhc mesmo em momentos de crise. Uma dessas hipéteses é 0 denominado “lay off” que se refere ao afastamento temporario do empregado mediante recebimento de licenca-remunerada. Nesse sentido, 0 art. 476- da CLT estabelece hipdtese de suspensao do contrat: de trabalho pelo periodo de 2 a 5 meses para que o empregado participe de cursc de qualificacao profissional, na qual nado sera devido o pagamento de salarios: Art. 476-A, CLT. 0 contrato de trabalho podera ser suspenso, por um pe- riodo de dois a cinco meses, para participacao do empregado em curso ou programa de qualificacdo profissional oferecido pelo empregador, com duracdo equivalente 4 suspensdo contratual, mediante previsao em convencao ou acordo coletivo de trabalho e aquiescéncia formal do empregado, observado o disposto no art. 471 desta Consolidacao. Ademais, recentemente (novembro/2015), foi promulgada a Lei ne 13.189/201 prevendo nova hipétese de “lay off” como resposta ao aumento no nimero dé desempregos diante de crise econdémica. Nesse sentido, criou-se o Programa di Protecdo ao Emprego - PPE. Segundo essa regulamentacao, permite-se que a empresa reduza a jornada di trabalho de seus empregados em até 30% com a correspondente diminuicao di salario. 0 valor pago pelo empregador apés a reducdo nao pode ser inferior ac salario minimo. Para que essa reducdo seja valida, é necessaria a celebracao di acordo coletivo como sindicato profissional. Por fim, o prazo de duracao é de até meses, prorrogaveis até o limite de 24 meses. c) Jurisprudéncia do Tribunal Superior do Trabalho: Seguem abaixo duas hipdteses que sdo admitidas a flexibilizacdo: 1. Turnos ininterruptos de revezamento - Stimula ne 423: - 0 acordo individual para compensacao de horas é valido, salvo se houver norma coletiva em sentido contrario. (grifos acrescidos) 0 posicionamento majoritario da coutrina nao admite a possibilidade de flexibi- lizagéo em normas que tratem sobre a satide e seguranca do trabalhador, ou seja, normas que preservem a dignidade da pessoa humana ou ainda que representem rentincia a direitos ja conquistados. Sido chamadas pelo Prof. Mauricio Godinho Delgado de normas de indisponibilidade absoluta. Nesse sentido, também a juris- prudéncia do TST: a) Reducdo do intervalo intrajornada - Stimula n. 437 do TST: it - € invalida clausula de acordo ou convencao coletiva de trabalho contemplando a supressdo ou reducao do intervalo intrajornada por- que este constitui medida de higiene, sade e seguranca do trabalho, garantida por norma de ordem publica (art. 71 da CLT e art. 72, XXII, da CF/1988), infenso a negociacao coletiva. b) Ampliacao do limite de tolerancia - Stimula ne 449 do TST (recentemente publica- da em decorréncia da convers&o da Orientacdo Jurisprudencial ne 372 da SBDI-1): A partir da vigéncia da Lei ne 19.243, de 27.6.2001, que acrescentou 0 § 12 a0 art. 58 da CLT, nao mais prevalece cl4usula prevista em convencgdo ou acordo coletivo que elastece o limite de 5 minutos que antecedem e sucedem a jornada de trabalho para fins de apuracdo das horas extras. (grifos acrescidos) ©) Reniincia a situagdes pretéritas - turnos ininterruptos de revezamento - Orien- tacao Jurisprudencial ne 420 da SDI-I do TST: E invalido o instrumento normativo que, regularizando situagdes pre- téritas, estabelece jornada de oito horas para o trabalho em turnos ininterruptos de revezamento. (grifos acrescidos) _ LEMBILZAGAO das. Leis. Trabalhistas;, & Art, 9°, CLT > Art, 444, CLT > Art. 468, CLT Em razao do Principio da Irrenunciabilidade e da Indisponibilidade que vigora > direito do trabalho, ha restricao da autonomia da vontade, isto é, limita-se a ossibilidade de negociacao de direitos trabalhistas entre empregado e empre- ador. Ressalta-se que nesse t6pico nao sera tratada a negociacao coletiva’® (com articipacdo do sindicato), pois nela ha ampla possibilidade de transacao, inclusive >ducdo de direitos dos trabalhadores. importante destacar, ainda, a diferenca entre direitos disponiveis e indisponiveis. s disponiveis consistem em direitos cujos interesses so meramente particulares. Os ireitos indisponiveis sao marcados pela forte intervencao estatal, pois ha interesse iblico envolvido, como é o caso do direito do trabalho. Nesse ramo do direito, em 4zAo da presenca do hipossuficiente (trabalhador), ha restrigao da autonomia da ontade, conforme previsto expressamente em alguns artigos da CLT: Art. 92. Serdo nulos de pleno direito os atos praticados com 0 objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicacao dos preceitos contidos na presente Consolidacao. Art. 444. As relacdes contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulacao das partes interessadas em tudo quanto nao contravenha as disposigdes de protecdo ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicaveis e as decisdes das autoridades competentes. Art. 468. Nos contratos individuais de trabalho $6 é licita a alteracao das respectivas condigdes por miituo consentimento, e ainda assim desde que nao resultem, direta ou indiretamente, prejuizos ao empregado, sob pena de nulidade da clausula infringente desta garantia. Cabe diferenciar os institutos da rentincia e transacao. Rentincia é um ato unila- ral que recai sobre direito certo e atual, por exempio, o empregado conquistou 0 ireito de férias apés um ano de trabalho e abriria mao (renunciaria) desse direito i conquistado, o que nao é valido no direito do trabatho” (conforme previsto no rt. 92 da CLT). ». O candidato devera estar atento & pergunta do concurso de Analista do TRT. Se se tratar de transacdo individual, as hip6teses so restritas e limitadas. Por outro lado, a transagao coletiva (acordo e con- vencao) possibilita ampla negociagao, ampliando e reduzindo direitos trabalhistas. Sobre negociacéo coletiva consulte o capitulo Vil deste livro. “EF inimacinavel. portanto. que qualquer empreevado (urbano. rural ou doméstico) renuncie direitoc eee ee eee de transferéncia para outra cidade, feito pelo dirigente sindical. Nesse caso, como ele foi eleito para desempenhar a funcao naquela localidade, perderia (renunciaria) 0 direito & estabilidade, conforme art. 543, § 12, da CLT”. Outro exemplo de rentincia, citado por alguns autores, ocorre na audiéncia judicial, na presenca do juiz do tra- balho. Nesse caso, diante das explicacdes do juiz, o empregado poderia renunciar a direitos ja conquistados”. Por fim, a jurisprudéncia do TST? prevé a possibilidade de o trabalhador renunciar ao aviso-prévio, se comprovar que ja possui outro emprego, conforme transcrito a seguir: Stimula ne 276 do TST: O direito ao aviso-prévio 6 irrenunciavel pelo empregado. 0 pedido de dispensa de cumprimento nao exime o em- pregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovacao de haver o prestador dos servigos obtido novo emprego. A transagao, por sua vez, recai sobre direito duvidoso e requer um ato bilate- ral das partes, concessdes reciprocas. Na transac&o ha direitos disponiveis, cujos interesses sao meramente particulares. A tinica possibilidade de transacao individual extrajudicial, prevista em lei, esta no art. 625-E da CLT, que trata da Comissdo de Conciliagao Prévia. Nesse caso, € possivel que o trabalhador, individualmente, transacione diretamente com seu empregador suas verbas trabalhistas. Fora essa hipétese da Comissao de Concilia- cao Prévia, nem mesmo com a presenca de um representante sindical, a transacao individual tera validade para o direito do trabalho. importante ressaltar que nao cabe transacao de direitos trabalhistas individuais em Camaras de Mediacdo e Arbitragem. A arbitragem ocorre quando as partes elegem um Arbitro com poder de decisdo, sendo permitida apenas para dissidios coletivos, conforme previsto No art. 114, § 12, da CF/88. 0 Programa de Demissao Voluntaria - PDV - ou programa de incentivo 4 demis- sao voluntaria também é tratado, por alguns autores, como hipdtese de transacdo com sucesso, 0 direito eventualmente renunciado.” MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho: relacdes individuais, sindicais e coletivas do trabalho. Sao Paulo: Saraiva, 2010. p. 85. 21, Art. 543, § 19, da CLI: “O empregado Perdera © mandato se a transferéncia for por ele solicitada ou Voluntatiamente aceita”, 22, “Podera, entretanto, o trabalhador renunciar a seus direitos se estiver em juizo, diante do juiz do trabalho, pois nesse caso nao se pode dizer que o empregado esteja sendo forcado a faz6-lo. Estando 0 trabalhador ainda na empresa é que nao se poderd falar em reniincia a direitos trabalhistas, pois poderia dar ensejo a fraudes.” MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 26, ed. Sao Paulo: Atlas, 2010. p. 69. 23. Ha outras duas stimulas que Preveem a possi eee ee ee I EE NEE ENTE MEETS TORT ICTR REITER para reduzir os quadros da empresa e também para colocar fim ao contrato ¢ trabalho. Importante destacar, entretanto, que o TST tem posicionamento no sentic de que a indenizacao paga no PDV nao pode substituir as verbas trabalhistas deco rentes do contrato de trabalho. Alias, o empregado que adere ao PDV nao concer quitacao geral do contrato™, podendo, no futuro, discutir parcelas que nao fora devidamente quitadas. A seguir sera transcrita a jurisprudéncia do TST: Orientacdo Jurisprudencial no 270 da SDI-I do TST. A transacao extraju- dicial que importa rescisao do contrato de trabalho ante a adesado do empregado a plano de demissao voluntaria implica quitacdo exclusi- vamente das parcelas e valores constantes do recibo. Orientacdo Jurisprudencial ne 356 da SDI do TST. Os créditos tipicamente trabalhistas reconhecidos em juizo nao sao suscetiveis de compensacao com a indenizacao paga em decorréncia de adesao do trabalhador a Programa de Incentivo 4 Demissdo Voluntaria (PDV). No entanto, recentemente (abril/2015), o plendrio do STF adotou posicao co traria 4 OJ ne 270 da SDI-I do TST, ao decidir pela validade da clausula de quitacz geral ampla e irrestrita das verbas trabalhistas decorrentes do contrato de trab lho, desde que previstas em acordo coletivo e nos demais instrumentos assinad« pelo empregado. Sustentou-se que a igualdade existente entre os entes coletivi (sindicato da categoria profissional e a empresa) possibilitaria a quitacdo ger das verbas trabalhistas. Portanto, nas provas para Analista do TRT, fique atento : o examinador mencionar negociacao coletiva na questao. Por fim, cabe ressaltar 0 posicionamento doutrinario sobre a possibilidade ¢ transacao. De acordo com o professor Mauricio Godinho Delgado, para as normas ¢ indisponibilidade absoluta nao cabe transacao individual por atingirem o patam minimo civilizatério, por exemplo, o direito 4 anotacao da CTPS, ao salario-minim a incidéncia das normas de protecdo a satide e seguranca do trabalhador®. ; normas de indisponibilidade relativa, por sua vez, nao atingem o patamar minin civilizatério, o interesse € meramente particular. Exemplo de possibilidade de tra sacdo individual: forma de pagamento do salario (salario fixo ou salario variave As parcelas de indisponibilidade relativa nado podem ser objeto de rentincia. 24. Nesse mesmo sentido, SGmula ne 330 do TST: “QUITACAO, VALIDADE. A quitacao passada pelo empregac com assisténcia de entidade sindical de sua categoria, ao empregador, com observancia dos requisi exigidos nos paragrafos do art. 477 da CU, tem eficacia liberatéria em relacao as parcelas expressamer consignadas no recibo, salvo se oposta ressalva expressa e especificada ao valor dado a parcela parcelas impugnadas. | - A quitacdo no abrange parcelas nao consignadas no recibo de quitacao consequentemente, seus reflexos em outras parcelas, ainda que estas constem desse recibo. Il - Quar gq direitos que deveriam ter sido satisfeitos durante a vigéncia do contrato de trabalho. a quitacac Wee Seay tera eee ee ee 5. COMISSAO DE CONCILIACAO PREVIA (ARTIGOS 625-A ATE 625-H DA CLT) > Artigos 625-A até 625-H da CLT Inicialmente, cabe destacar que essa matéria podera ser exigida tanto em Direito do Trabalho, como em Processo do Trabalho. Como o objetivo desse livro é tornar 0 estudo 0 mais completo possivel para o candidato ao cargo de Analista do TRT, sera abordado o tema nesse capitulo. 0 objeto principal da Comissao de Conciliacdo Prévia é tentar a solucao dos con- flitos fora do Poder Judiciario, portanto de forma extrajudicial. Como nao ha presenca do Estado nessa pacificacado, pois o conflito é resolvido na prépria empresa ou no sindicato, é chamada de autocomposicao (solucao pelas préprias partes envolvidas). Ao tratar de rentincia e transacdo, alguns editais abordam o art. 625-A da CLT, que prevé as Comissées de Conciliacdo Prévia. Como haviamos tratado do Principio da Irrenunciabilidade das normas trabalhistas, o t6pico referente as Comissdes sera abordado nesta parte inicial, pois ha possibilidade, segundo a CLT, de o empregad6 transacionar direitos trabalhistas perante a Comissdo de Conciliagdo Prévia. Essa Comissao podera conciliar apenas conflitos individuais de trabalho, ou seja, nao tem atribuicao para resolver conflitos coletivos, que serao solucionados por mediacao, arbitragem, acordo ou convencao coletiva, ou ainda dissidio coletivo. Alias, é a tinica forma, prevista em lei, de transacao individual (entre empregado e empregador) de arkaec trahalbierse existam, na Mesma locauadade © Pala a Meola Cale Elid, LONMSSd0 Ge MIDI esds e Comissdo Sindical, o interessado deve optar por uma delas. De acordo com o art. 625-A da CLT: As empresas € os sindicatos podem instituir Comissdes de Conciliagao Prévia, de composic¢do paritaria, com representantes dos empregados e dos empregadores, com a atribuigdo de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho. Paragrafo nico. As Comissées referidas no caput deste artigo poderao ser constituidas por grupos de empresas ou ter carater intersindical. 5.1. Composicao da Comissdo de Conciliagdo Prévia criada em A4mbito da empresa A composicao dos membros da Comissao de Conciliagao Prévia no Ambito da empresa sera paritaria, ou seja, o mesmo niimero de representantes dos traba- lhadores e de representantes do empregador. 0 nimero de membros sera de, no minimo, 2 €, no Maximo, 10 membros. 0 mandato, tanto de titulares como suplentes, é de 1 ano, permitida uma reconducado (mandato com prazo maximo de 2 anos). Importante destacar que os representantes dos trabalhadores serdo eleitos em votacdo secreta®. Em razao disso, para que nao haja perseguicdo, titulares e suplentes possuirao garantia proviséria de emprego (estabilidade), desde a eleicao até 1 ano apés o fim do mandato, salvo se cometerem falta grave”. 0 art. 625-B, § ie, da CLT nao prevé essa estabilidade a partir do registro da candidatura. Portanto, nas provas objetivas, importante memorizar nos exatos termos da lei. De acordo com Sérgio Pinto Martins: A garantia de emprego nao se inicia com a candidatura, mas desde a posse, pois a lei nada menciona nesse sentido, como ocorre, por exemplo, com o paragrafo 32 do artigo 543 da CLT, no que diz respeito aos dirigentes sindicais®. Cabe destacar que os membros da Comissao representantes dos empregadores nao gozam de estabilidade. Eles serao diretamente indicados pelo empregador. Outro ponto importante, diz respeito ao periodo que o membro for convoca- do para atuar como conciliador. Nesse caso, durante a atuacgdo na Comissdo, sera computado como tempo de trabalho efetivo, configurando, portanto, hipédtese de interrupgao do contrato de trabalho. 27. importante destacar que o empregador nao esta obrigado a criar essas Comissées. Trata-se de uma opsao / faculdade. a8 Mart foc.R da CIT nravé peri carratn mesin farma de untarin carrera membros, eleicdo secreta etc, serao decididas em negociacao coletiva. 5.2. Necessidade de submeter a demanda a Comissao de Conciliacao Prévia Nas localidades onde houver Comissao de Conciliacdo Prévia, a demanda sera submetida a tentativa de conciliagao antes deingressar com a reclamacao trabalhista na justica do Trabalho. Havia discussao sobre a obrigatoriedade de submeter a demanda 4 Comissao de Conciliaco Prévia, antes de ingressar na justica do Trabalho. Recentemente o Supremo Tribunal Federal - STF - proferiu decisdo no sentido de que é facultativo ao trabalhador a tentativa de conciliagdo perante a CCP, ou seja, ele podera ingres- sar diretamente na Justica do Trabalho, Cabe frisar, entretanto, que nos concursos de Analista do TRT ha exigéncia da memorizaga0 Nos exatos termos da lei, isto é, a demanda “sera submetida”, lembrando da ressalva do entendimento do STF: Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza trabalhista sera submetida 4 Comissao de Conciliagéo Prévia se, #8 localidade da prestacao de servicos, houver sido instituida a Comiss40 no Ambito da empresa ou do sindicato da categoria. Antes dessa decisdo do STF, caso o empregado ingressasse diretamente na Justica sem a prévia tentativa de conciliacao, se existisse a Comissao de Conciliacdo Prévia na empresa, 0 juiz extinguiria o processo sem julgamento de mérito, com base no art. 267, VI, do CPC. Nesse caso, 0 empregado nao teria atendido uma das condi- GOes da acdo expressamente previstas em lel Cart. 625-D da CLT). Hoje esse enten- dimento estd superado. A presenca na Comissdo podera ser feita sem a presenca de advogado. Note-se que, nos termos do aft. 625-D da CLT supramencionado, nao ha obrigatoriedade de selar o acordo, mas apenas a tentativa. 5-3. Consequéncias da conciliagdo firmada perante a CCP Ao submeter a demanda a Comissao, h4 um prazo de 10 dias para realizar a sessao de tentativa de conciliagdo. Durante esse prazo, a prescricao ficaré suspensa. Se nado houver conciliacdo, sera fornecida as partes declaracao da tentativa conci- liatéria frustrada, que deverd ser juntada a futura reclamacao trabalhista. Se as partes aceitarem a conciliacao, sera lavrado termo de conciliacdo. Esse termo apresenta duas caracteristicas de extrema importancia para o Direito do Trabalho: entre as partes. Ha excecdo, entretanto, no tocante as parcelas expressa- mente ressalvadas. Assim sendo, caso nao haja ressalvas, o trabathador tera dado quitacao total das parcelas do contrato. Exemplo: durante a conciliagao das verbas rescisérias, se as partes nao chegaram ao consenso sobre o pagamento das horas extras, estas ficaram ressalvadas, no termo, como nado conciliadas. Logo, as horas extraordinarias poderdo ser objeto de futura acao judicial (reclamacao trabalhista). b) Sera titulo executivo extrajudicial, isto 6, poderd ser executado diretamen- te na Justica do Trabalho. A titulo de exemplo, o termo de conciliacdo vale como “cheque” dado pelo empregador: se nao for pago, sera executado. Na reclamacdo trabalhista, ha necessidade de juntar provas (documentos, testemunhas etc.), por isso o processo é mais demorado. Ja na execucado, 0 processo é rapido, pois a instrucdo é realizada com o titulo executivo. Na area trabalhista, nado raros os casos de titulo executivo extrajudicial. Diante da importancia dessa matéria, para que o candidato lembre as outras hipéteses de titulos extrajudiciais, segue abaixo: 1. TAC-Termo de Ajustamento de Conduta firmado no Ministério Piblico do Trabalho 2. Termo firmado na Comissao de Conciliagdo Prévia (art. 625-E da CLT) 3 Multa lavrada Pelos At Auditores Fiscais do Trabalho (arta u4 da CF/88) Ropreseneantes Comissdo de Conciliagdo Prévia by: Titulo’ execiitivo extrajudicial > Treino e Padrdo de respostas: Ao resolver uma questdo dissertativa ou estudos de caso em concursos para Analista do TRT, é fundamental tentar escrever com clareza, sem erros e com letre legivel, de modo que se torne uma leitura simples e facil ao examinador. Lembre-se que o examinador nao ficara horas, tentando decifrar cédigos ininteligiveis, e ainda descartara questdes com erros graves de ortografia, pontuacao etc. Ele tem milhare: de questées pra corrigir, portanto cause uma boa impressao logo no inicio do texto E muito importante que o candidato redija, com frequéncia e com antecedénci o maximo de questGes sobre temas atuais e importantes do direito e do processc do trabalho. Treine sempre manualmente, evite digitar as respostas, pois ndo tera ¢ computador ao seu lado no dia do concurso. Esse € 0 melhor treino e estudo para questées abertas. Tente responder as questdes seguintes antes de verificar o gabarito apresentadc OU procurar a resposta na teoria. £ uma forma de treinar seu cérebro as condicdes apresentadas na hora da prova. Lembre-se de que algumas questGes nao tém respos ta certa ou errada. Portanto, a boa fundamentacao é 0 caminho para a aprovacao Cabe frisar, ainda, que nao dara tempo de elaborar um rascunho detalhadc prévio, na maior parte dos concursos. Portanto, antes de iniciar sua redacao, colo que ao lado do préprio enunciado alguns pontos principais de que vocé precisaré se lembrar durante a confeccao da resposta. Essa técnica evitara que se esquece de abordar assuntos importantes. Por fim, a indicagao do nimero da lei, do artigo, da stimula ou orientacao juris prudencial somente deve ser colocada se vocé realmente souber, com exatidao, ¢ numero da norma ou se assim for exigido pela banca examinadora. Bom treino, bons estudos e boa sorte! Dissért Sabre fontes do Direito do trabalho € trace. as eventuais regras para’ resol- ver os conflitos entre as fontes formais. RESPOSTA SUGERIDA PELO AUTOR: A fonte do direito do trabalho é 0 meio pelo qual nasce a norma juridice Algumas fontes sto obrigatérias, ou seja, os membros da sociedade deven respeitd-las (sao normas cogentes e imperativas). Outras fontes, porém, atu am como o fase _preliminar das normas obrigatévias, sdo os movimentos socia ee GOS LYADAINAAOLES POr MAIS GIFEITOS LKADAINISLAS, E555 FEIVINAICAGOES LAMUEIN ocorvem por parte dos emmpregadores, na forma de pressdes das empresas para reduzir ou flexibilizar os direitos trabalhistas. Por sua vez, as fontes formais sao a exteriorizagao das normas juvidicas, ou seja, as fontes formas sdo normas de observancia obrigatéria pela sociedade Todos devern cumpri-las, pois sdo imperativas. Exemplo: convencdo, acordo coletivo e leis. As fontes formats podem ser elaboradas pelo Estado ou pelos préprios destinatérios da novma, sem a participagdo do Estado. Sao divididas em fontes formais auténomas e fontes formais heterénomas. As fontes formais auténomas sao discutidas e confeccionadas pelas partes divetamente interessadas pela norma. Ha, portanto, a vontade expressa das partes em criar essas normas. E possivel mencionar, como exemplo, uma de- terminada negociagao coletiva entre sindicato e empresa que resulta em um acordo coletivo. Esse acordo coletivo, elaborado pelas partes interessadas, tera forga obvigatéria para trabalhadores e empresa, como o dever da empresa de fornecer uma cesta bdsica, ou ainda a necessidade de esses trabalhadores usavem uniformes e equipamentos de protegdo. Sao espécies de fontes formais auténomas: a convencdo coletiva (art. 611 da CLT), o Acordo Coletivo (art. 11, §1°, CLT) € o costume, enquanto pratica reiterada de determinada con- duta numa dada regiéo ou empresa. Por outro lado, nas fontes formais heterénomas, nao ha participagdo dire - ta dos destinatdrios, ou seja, essas fontes possuem origem estatal (Legislativo, Executivo ou Judicidrio). Sao espécies: as normas contidas na Constituigéo Fe- deval, nos tratados e convengées internacionais de que o Brasil seja signatario, nas leis, nas medidas provisérias, nos decretos do Poder Executivo, bera como as sentengas normativas, que sao o instrumento utilizado pelos tribunais tra- balhistas para por fim ao conflito coletivo, criando novas condigées de tra- batho, € as sémulas vinculantes, que expressam 0 posicionamento majoritario do Supremo Tribunal Federal para dar seguranga juridica a questées polémicas (art. 103-A da CF/88). No caso de conflitos entre fontes formais, deve-se aplicar o principio da norma mais favordvel, compabilizando com as teorias do conglobamento e da acumulagao. A teoria do conglobamento defende a aplicagéo de apenas uma fonte em sua totalidade. Assim sendo, o intérprete deverd analisd-la no conjunto. Se o acordo coletivo for o mais favorével ao trabalhador, sera aplicado como um todo. Essa teoria é a majoritaria na juvisprudéncia do TST e na doutrina®’. 5. “Ateoria do conglobamento é certamente a mais adequada a operacionalizacdo do critério hierarquico normative preponderante no Direito do Trabalho. A seu favor tem a virtude de nao incorporar as apon- bade Aletepee de teehee e. sg. das clausulas que sio favordveis ao trabalhador, desprezando os dispositivos desfavoraveis. A aplicagdo dessa teoria onera o empregador e fragmenta o sistema juridico. E, portanto, a teoria minoritavia. » ESTUDO DE CASO 02: z “Joao Casto, trabalha na empresa sjsilva. LIDA ha 4 anos. Desde sua admissao, o seu empregador the concedia uma cesta basica mensalmente, no valor aproximado de RS 200,00. No contracheque do més de mar¢o/2015 Houve um desconto no'seu salé- ‘lo, no-valor de RS 180,00,.em: razao de dano causado a equipamentos da empresa. Eno.tiltimo més o empregador informou que nao. fornecera mais a entrega Sa cesta __ basica, em virtude de crise econmice que a empresa passa atualmente, Diante | que reg pela ‘empresa, & é possivel x suspender vantagens € di dados | pelo emp! ega dor? RESPOSTA SUGERIDA PELO AUTOR: A lei trabalhista estabelece normas. de protegdo ao trabalhador, ou seja, gavante direitos minimos ao empregado, parte mais fraca da velagio tra- balhista. O principio protetivo tem por finalidade estabelecer o equilfbvio que falta & relag&o de emprego, ou seja, o empregador possut situagéo econdmica favoravel, enquanto o empregado terd situagdo a seu favor na legislacdo traba- thista. Assim sendo, esse principio da protegao é a base de todo o ordenamento juridico trabalhista. No caso em questo, com base nos principios da irredutibilidade ¢ intangi- bilidade salavial, vedam-se descontos no saldrio, exceto nos casos previstos em lei ou norma coletiva*. No caso de dano ao patriménio do empvegador, se ele foi cometido por dolo, ou seja, de forma intencional, o desconto é possi- vel, em vazdo da falta de lealdade do trabalhador®’. Se cometido por culpa (sem intengdo), o desconto sera possivel desde que previsto no contrato de 36. Stimuta ne 342 do TST. “Descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorizacdo prévia e por escrito do empregado, para serem integrados em planos de assisténcia odontolégica, médico- -hospitalar, de seguro, de previdéncia privada, ou de entidade cooperativa, cultural ou recreativo- -associativa de seus trabathadores, em seu beneficio ¢ de seus dependentes, ndo afrontam o disposto no art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a exist@ncia de coacdo ou de outro defeito que vicie preve 0 art. TOx£ AA Chl. Vale ressaltar que, se a alimentagdo é fornecida habitualmente, por forca do contrato de trabalho ou do costume, conforme previsto no caso em questdo, integravé a vemuneragao do empregado, configurando salavio-utilidade. Essa previsdo consta na Sdmula n° 241 do TST. Por fim, com base nos principios da alteridade e do principio da condigao mais benéfica, é assegurado ao empregado as vantagens conquistadas durante 0 contrato de trabalho. Diante disso, essas conquistas nao poderao ser alteradas para pior. Assim sendo, o empregador que fornece, todos os meses, uma cesta bdsica ao empregado, nao poderé retird-la. Nesse sentido prevé a jurisprudén- cia, conforme simula n? Si do TST. ” Renan, poderia ha depositados sirvam: RESPOSTA SUGERIDA PELO AUTOR: Note-se que a questao aborda mais de um tema de Direito do Trabalho: PDV ¢ empregado doméstico. O Programa de Demisséo Voluntdria — PDV — ou programa de incentivo 4 demisséo voluntdria tem por objetivo conceder uma vantagem pecunidria ao empregado que se desligar do trabalho voluntavia- mente. E utilizado para reduzir os quadros da empresa e também para colocar fim ao contrato de trabalho. O PDV tem natureza indenizatéria e, portanto, no hd nenhum reflexo nas demais verbas de natureza trabalhista, inclusive o FGTS. No caso apresentado, o empregado tera direito tio somente ao recebi- mento do correspondente aos 10 saldrios-minimos, nao sendo devido o reco- thimento dos depésitos do FGTS desse montante. Nesse sentido: AFA OS TINS GESLA LEI, AS PAarcelas elencadas no 3 4° ao art. 28 aa Let wn? 8,212, de 24 de julho de 1991. Art. 28, §9°, alfnea “e”, item 5, da Lei n° 8.212/1491: “Nao integram 0 salévio-de -contribuigdo para os fins desta Lei, exclusivamente: as im- porténcias: vecebidas a titulo de incentive 4 demissao.” Importante destacar, ainda, que o TST tem posicionamento no sentido de que a indenizagdo paga no PDV nao pode substituir as verbas trabalhistas de- corventes do contrato de trabalho. Alids, 0 emmpregado que adere ao PDV nae concede quitagao geval do contrato, podendo, no futuro, diseutir parcelas que ndo foram devidamente quitadas: Orientagdo Jurisprudencial n° 270 da SDI-I do TST. A transagéo extra - judicial que importa rescisdo do contrato de trabalho ante a adesao do empregado a plano de demissdo voluntavia implica quitagdo exclusiva- mente das parcelas e valores constantes do recibo. Orientagdo Jurisprudencial n° 356 da SDI-I do TST. Os créditos tip camente trabalhistas reconhecidos em juizo ndo séo suscetiveis de com- pensagdo cor a indenizagao paga em decorréncia de adesao do traba- thador a Programa de Incentivo & Demissdo Voluntaria (PDV). No entanto, recentemente (abril/2015), 0 plendrio do STF" adotou posi- ¢4o contraévia 4 OJ n° 270 da SDI-t do TST, ao decidir pela validade da cléu- sula de quitagdo geral ampla e irrestvita das verbas trabalhistas decorvente: do contrato de trabalho, desde que previstas em acordo coletivo ¢ nos demai instrumentos assinados pelo empregado. Sustentou-se que a igualdade exis- tente entre os entes coletivos (sindicato da categoria profissional e a empresa) possibilitaria a quitagao geval das verbas trabalhistas. No tocante ao FGTS da empregada dowéstica, destaca-se que esse fundo ¢ uma “poupanca forcada” suportada exclusivamente pelo empregador, ¢ que se destina & indenizagao por tempo de servigo do empregado. Antes da promul- gagdo da EC n° 72/2013, a concessito do FGTS eva facultativa aos empregado: domésticos. Com o advento da emenda constitucional mencionada, o FGTS passou a ser diveito constitucional assegurado aos dowésticos, mas que somente poderia ser exigido do ermpregado com a edicéo de lei regulamentando o as- sunto. Nesse sentido, o art. 34, inciso IV, LC n° 150/2015 passou a assegurat o depésito do valor de 8% da vemuneracdo do empregado doméstico para ¢ recolhimento do FGTS: Art. 34, IV, LC n° 150/201. O Simples Domeéstico assegurara o ve- colhimento mensai, mediante documento tinico de arrecadagao, do: seguintes valores: &% (oito por cento) de recolhimento para o FGTS; A nova lef complementar condicionou a obrigagao de inscrever e recolher FGTS dos empregados domésticos & edigdo de um regulamento pelo Conselh Curador e pelo agente operador do fundo que se destine a disciplinar os aspec- toe técnicoc doce devdcitoc. caguec. devolucao de valores e emissao de extratos ee EI EEE outubro de 201.5%°. Com isso, passou a ser obrigatévio que 0 empregador do ~ méstico realize seu cadastro no portal eletrénico “e-social’** para se efetuar 0 pagamento das contribuigées do Simples Doméstico, inclusive dos depdsitos de 8% do FGTS. Por fim, 0 art. 2°, § 2°, Lei n° 8.036/1990 estabelece que as contas do FGTS sao absolutamente impenhordveis e nao trazem nenhuma diferenciagio em relagdo ao empregado dowéstico. Nesse sentido, nao é possivel a penhora da conta do FGTS de Renan para pagamento das verbas trabalhistas em even- tual reclamagcao trabalhista movida pela empregada dowéstica. NE EE EE EEE QUESTAO DISSERTATIVA 04° ‘Segundo Mauricio Godinho Delgado, “para a Ciéncia do Direito os principios concei- ~tuam-se como: proposicées. fundamentais. que informam a compreensao do fené- juridico. Sao. diretrizes centrals que:sé inferem de um sistema juridico e que, apés inferidas,'a-ele se feportam, informando: 0". Sobre o' tema narrade pelo autor acima, disse Quais $40 asf ingdes: desemp snhadas pelos printing? No. qué. consiste ° fife da pri azia da realidade? be € exemplos fies sua police: - Discorra, por fim, sobre denies de integracdo no direito do trabalho. RESPOSTA SUGERIDA PELO AUTOR: Os principios representam a base do ordenamento juridico. O Direito do Trabalho possui principios especificos, que desempenham fungées essenciais para a interpretagao e aplicacao das normas trabalhistas. Os principios juridi- cos apresentam 3 importantes fungdes: A primeira fungdo é a interpretativa, uma vez que os principios serverw de orientagao para os aplicadoves do direito (juizes, procuradores do trabalho, Art. 12, Resoluco CC/FGTS ne 78/2015: “0 empregado doméstico, definido nos termos da Lei Com- plementar ne 150, de 12 de junho de 2035, tera direito ao regime do FGTS, obrigatoriamente, a partir de 12 de outubro de 2025.” Esse portal é responsavel pelo cadastramento dos empregadores domésticos no Simples Doméstico e sera por meio dele que as informacées necessdrias ao depésitos das contribuicgdes deve |acontecer, inclusive o depésito do montante de 8% relativos ao FGTS. Link de acesso: http: Segundo informacées do préprio site da Caixa Econdmica Federal (http://www.caixa.¢ gov br/empresa/ fore -amnrecac/ECtt.nara.EmnarecadarnampcticznlPacinne/dafaiile secu. A meetin de cehantaese wack ALA AE DNA NONE ONES Os principios exercem, ainda, a fungao de inspivar e orientar os legisladoves (deputados e senadores) na elaboracao das leis. Por fim, os principios tém fungdo integrativa, ou seja, sao aplicados para suprir a lacunas das leis. integrar o sistema juridico significa covapletar, suprir @ lacuna deixada pelo legislador. Lembre-se de que o juiz nao pode deixar de julgar, devendo utilizar dos métodos de integragao, previstos em lei (art. 8° da CLT). De acovdo com o principio da primazia da realidade, a vealidade deve se sobrepor as disposi¢des contratuais escritas. E preciso, portanto, verificar se 0 contetido do documento coincide com os fatos. Exemplo: recibo assina- do em branco no ato da contratagao, posteriormente apresentado em juizo como prova de pagamento das verbas trabalhistas. E dbvio que esse documento ndo corresponde a verdade dos fatos. Outro exemplo: pagamento “por fora”, empregado registrado em carteira com um salévio-minimo, mas recebe RF 3.000,00, como forma de burlar 0 pagamento de encargos sociais (INSS € FGTS). Em ambos os casos, ha aplicagao do principio da primazia da realidade sobre a forma (documentos ndo representam a verdade dos fatos). Por fim, as técnicas de integragdo sao utilizadas para a supressio de even- tuais lacunas na lei, nao se confundindo com fontes do direito. O legislador nao possui condigées de prever todos os acontecimentos sociais e editar lei especifica para todos os eventos que venham a ocorver na Sociedade. Assim, se houver um caso ainda nao previsto em lei, o juiz estaré obrigado a julga-lo, pois a fungaio do magistrado é pacificar os conflitos, mesmo nao existindo lei especifica para aquele caso. O juiz utilizard, como forma de preencher a lacuna deixada pelo legistador, a analogia, a equidade os principios do direito do trabalho ¢ o direito comum. A CLT possui disposigao especifica para tratar da integragao: Art. 8° da CLT. As autoridades administrativas e a Justica do Trabalho, na falta de disposigées legais ou contratuais, decidirao, conforme o caso, pela jurisprudéncia*, por analogia, por equidade e outros principios e normas gerais de direito, principalmente do Direito do Trabalho, ¢ ain- da de acovdo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevalega so- bre o interesse pablico. (grifos acrescidos) RESPOSTA SUGERIDA PELO AUTOR: O objeto principal da Comissdo de Conciliagdo Prévia é tentar a solugdo dos conflitos fora do Poder Judicidrio, portanto de forma extrajudicial. Trata~se da forvaa ideal de pacificacdo, chamada também de autocomposi¢do (solugdo pelas préprias partes envolvidas). Essa Comnissio poderd conciliar apenas conflitos individuais de trabalho, ou seja, nao tem atribuigdo para resolver conflitos coletivos. Alids, € a dnica forma, prevista em lei, de transacao individual (entre empregado e empregador) de verbas trabalhistas. Em resumo, portanto, as Comisséés de Conciliagdo Prévia foram criadas como forma de tentar solucionar os conflitos existentes entre empregados e empregadores. Poderdo ser criadas pelas empresas ou pelos sindicatos e, caso existam, na mesma localidade € para a mesma categoria, Comissado de Empre- sas e Comissio Sindical, o interessado deve optar por uma delas. Os principais pontos positivos da CCP s&o a aproximagdo das partes do conflito por meio da conciliagao, o que pode trazer uma solugdo mais satisfa- téria as partes do que a via judicial. Além disso, é uma importante ferramenta para desafogar o judicidvio ao se estabelecer hipétese de transagdo extvajudi- cial. Por fim, impée aos sindicatos maior responsabilidade na solugdo dos con- flitos trabalhistas quando a Comissao é criada no ambito sindical. Por outro lado, a Comissdo de Conciliagdo Prévia apresenta alguns aspectos negativos como o aumento na precarizagao de diveitos trabalhistas, uma vez que se permite a possibilidade de acordos com valor menor daquele que seria devido ao trabalhdor. Ademais, observa-se a utilizagéo da CCP, em diversos casos, para a pratica de fraudes diante da atuagéo da comisséo no ambito interno das empresas sem a fiscalizagao estatal. E 0 que ocovve, por exemplo, quando ha pressdo do trabalhador para aceitdr 0 acordo sob pena de néo ser emitida carta de recomendagao para novo emprego. Caso as partes aceitem a conciliagdo, sevd lavrado termo de conciliagao. Esse termo apresenta dois efeitos de extrema importancia para o Direito do Trabalho. O primeivo deles é a eficdcia liberatéria geral, ou seja, 0 empregado nao poderé rediscutiv as matérias obieto de conciliacao na Justica do Trabalho, pois ON I ELLIS IESE LIE PP ILISDIONE OSL PLING ED OREN NCASONINE SON NAAN ORS ER OING, o termo de conciliagdo vale como “cheque” dado pelo empregador: se nao for pago, sevd executado. Na veclamagao trabalhista, hd necessidade de juntar provas (documentos, testemunhas etc.) €, por isso o processo é mais demorado Ja na execuco, o processo & rapido, pois a instvugdo é realizada com o titulc executivo. Por fim, caso sejam eriadas CCP no ambito da empresa e no sindicato, ¢ possivel que o empregado escolha aquela a que deseja submeter a demanda Nesse caso, ocorrera a prevengao naquela que for provocada primeiro. E 0 que estabelece a CLT: Art. 625-D, § 4°, CLT: Caso exista, na mesma localidade e para a mes- ma categoria, Comissdo de empresa e Comissdo sindical, o interessadc optavé por uma delas submeter a sua demanda, sendo competente aquela que rimeiro conhecer do pedido, 7. SUMULAS E ORIENTACOES JURISPRUDENCIAIS DO TST Resumo das Stimulas e OrientagGes Jurisprudenciais do TST citadas durante c capitulo. £ importante que o candidato ao cargo de Analista TRT estude as Stimula: e Orientacées Jurisprudenciais por matérias, para facilitar a memorizacao. Segue abaixo o quadrinho de resumo: Stimula ne 51 do TST. \-As clausulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, 86 atingirao os trabalhadores admitidos apés a revogacao ou alteracao do regulamento. ll- Havendo a coexisténcia de dois regulamentos da empresa, a opcdo co empregado por um deles tem efeito jurfdico de rentincia as regras do sistema do outro. Stimula ne 277 do TST. As cldusulas normativas dos acordos coletivos ou convencées coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente poderdao ser modificadas ou suprimidas mediante negociacao coletiva de trabalho, Orientacao Jurisprudencial ne 322 da SDI - | do TST. Nos termos do art. 614, § 32, da CUT, é de 2 anos 0 prazo maximo de vigéncia dos acordos e das convencées coletivas. Assim sendo, é inva- lida, naquilo que ultrapassa o prazo total de 2 anos, a clausula de termo aditivo que prorroga a vigéncia do instrumento coletivo originario por prazo indeterminado. Stimuta ne 346 do TST. Os digitadores, por explicagao analégica do art. 72 da CLT, equiparam-se timula ne 202 do TST. Existindo, ao mesmo tempo, gratificagéo por tempo de servico outorgada elo empregador e outra da mesma natureza prevista em acordo coletivo, convencao coletiva u sentenca normativa, o empregado tem direito a receber, exclusivamente, a que lhe seja mais enéfica. — timula ne 288 do TST. -A complementac¢ao dos proventos da aposentadoria é regida pelas normas em vigor na data fa admiss&o do empregado, observando-se as alteracGes posteriores desde que mais favoraveis 10 beneficiario do direito. |~ Na hipdtese de coexisténcia de dois regulamentos de planos de previdéncia complementar, nstituidos pelo empregador ou por entidade de previdéncia privada, a opcao do beneficiario or um deles tem efeito juridico de rentincia as regras do outro. limula ne 212 do TST. 0 énus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a restacdo de servico e o despedimento, é do empregador, pois a principio da continuidade da elacdo de emprego constitui presuncao favoravel ao empregado. timula ne 276 do TST. 0 direito ao aviso-prévio é irrenuncidvel pelo empregado. 0 pedido de lispensa de cumprimento nao exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo compro- agao de haver o prestador dos servicos obtido novo emprego. lexibiliza¢ao do Direito do Trabalho mula ne 364 do TST. Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto perma- 1entemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condicdes de risco. Indevido, apenas, juando o contato da-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, {4-se por tempo extremamente reduzido. timula ne 423 do TST. Estabelecida jornada superior a seis horas e Emitada a oito horas por meio {e regular negociacao coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamerto 140 tem direito ao pagamento da 7: e 8 horas como extras. stimula ne 85 do TST. . A compensacao de jornada de trabalho deve ser ajustada por acerdo individual escrito, acordo ‘oletivo ou convencao coletiva. |. 0 acordo individual para compensagao de horas é valido, salvo se houver norma coletiva em sentido contrario. ll. O mero nao atendimento das exigéncias legais para a compensacao de jornada, inclusive juando encetada mediante acordo tacito, nao implica.a repeticio do pagamento das horas xcedentes a jornada normal diaria, se nao dilatada a jornada méxima semanal, sendo devido apenas 0 respectivo adicional. v. A prestagao de horas extras habituais descaracteriza 0 acordo de compensacao de jornaca. esta hipdtese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverao ser pagas como loras extraordindrias e, quanto aquelas destinadas a compensacao, devera ser pago a mais apenas 0 adicional por trabalho extraordinario. /. As disposicdes contidas nesta stimula nao se aplicam ao regime compensatério na modalidade ‘banco de horas”, que somente pode ser instituido por negociacao coletiva. timula ne 449 do TST. A partir da vigéncia da Lei ne 10.243, de 27.6.2001, que acrescentou 0 § 12 10 art. 58 da CLT, nado mais prevalece clausula prevista em convencdo ou acordo coletivo que 0 TS! aamite, excepcionaimente, a renuncia Stimula ne 276 do TST. 0 direito ao aviso-prévio é irrenuncidvel pelo empregado. 0 pedido de dispensa de cumprimento nao exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo compro- vacdo de haver o prestador dos servicos obtido novo emprego. Admite a transacio Orientacdo Jurisprudencial ne 270 da SDI-4 do TST. A transagao extrajudicial que importa rescisdo do contrato de trabalho ante a adesio do empregado a plano de demissao voluntaria implica quitacdo exclusivamente das parcelas e valores constantes do recibo. Orientacdo Jurisprudencial ne 356 da SDI do TST. Os créditos tipicamente trabalhistas reconheci- dos em juizo nao sao suscetiveis de compensacao com a indenizacao paga em decorréncia de adesao do trabalhador a Programa de Incentivo 4 Demissdo Voluntaria (PDV). Orientacao Jurisprudencial ne 420 da SDI do TST. £ invalido o instrumento normativo que, re- gularizando situacGes pretéritas, estabelece jornada de oito horas para o trabalho em turnos ininterruptos de revezamento. 8. INFORMATIVOS DO TST (CITADOS DURANTE 0 CAPITULO 1) ‘Clausula nao aplica Agao anulatéria. Acordo coletivo de trabalho que contém norma menos favordvel que aquela prevista em conven¢@o coletiva vigente no mesmo periodo. Art. 620 da CLT. Nulidade afastada. 0 confronto entre duas clausulas dispondo sobre a mesma vantagem constante tanto de acordo quanto de convencao coletiva vigentes no mesmo periodo nao enseja a anulacgao da norma menos favoravel, mas apenas a sua inaplicabilidade ao caso concreto, conforme diccao do art. 620 da CLT. 0 reconhecimento de que a convencao coletiva deve ser aplicada em detrimento do acordo coletivo, quando aquela for mais favoravel, nao implica a declaragao da nulidade do acordo, pois, para tanto, seria necessaria a constatacdo de irregularidades de ordem formal ou material a afrontar o ordenamento juridico. Com esse entendimento, a SDC, por unanimidade, deu provimento ao recurso ordindrio para, afastando a nulidade das clausulas terceiras dos acordos coletivos 2007/2008 € 2008/2009, firmados entre os réus, julgar improcedente a ac&o anulatéria. Entendeu-se, outrossim, que a improcedéncia da presente acao nao interfere na pretensdo de aplicacdo da norma mais favoravel aos empregados, a qual deve ser discutida em aco judicial propria. (Informativo ne 17) Dissidio coletivo. Unides estdveis homoafetivas e heteroafetivas., Paridade de tratamento. Reconhecimento. ADI 4277. Ante os principios da dignidade humana (art. 19, Ill, da CF) e da igualdade (art. se, caput e |, da CF) e 0 entendimento exarado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADI 4277, que reconheceu as unides homoafetivas o status de entidade familiar, estendendo a essas relagées a mesma protecao juridica destinada a uniao estavel entre homem e mulher conferida pelos arts. 226, § 3¢, da CF e 1.723 do CC, a SDC, a unanimidade, deu provimento ao recurso ordinario snc de Partn Aleore nara na nartirular refarmara deriexn da TPT nie companheiro(a) do(a) empregado(a), reconhece-se a paridade de tratamento entre as unides estdveis homoafetivas e heteroafetivas, desde que observados os requisitos previstos no art. 1.723 do CC”. Ressalvou a fundamentacao o Ministro Ives Gandra Martins Filho. TST | -RO-20424-81.2010.5.04.0000, SDC, rel. Min. Walmir Oliveira da Costa, 9.9.2033 (Informativo ne 58) Radialista. Enquadramento. Lei ne 6.615/78. Registro. Auséncia. Principio da primazia da realidade. Aauséncia de registro perante a Delegacia Regional do Trabalho nao é Obice para o enquadra- mento do empregado na condi¢ao de radialista, desde que preenchidos os requisitos essenciais previsto na Lei ne 6.615/78, quais sejam, a prestacdo de servico A empresa equiparada a de radiodifusao (art. 32) e o exercicio de uma das funcdes em que se desdobram as atividades mencionadas no art. 42 da referida lei. No caso, prevaleceu a tese de que a inobservancia de exigéncia meramente formal nao afasta o enquadramento pretendido, em atencdo ao principio da primazia da realidade e 4 nao recep¢ao da norma limitativa da liberdade de expressao pela Constituicdo Federal de 1988, na esteira da jurisprudéncia do STF quanto a exigéncia de diploma de jornalista. Assim, a SBDI-I, por unanimidade, no tépico, conheceu dos embargos do reclamante, por divergéncia jurisprudencial e, no mérito, deu-Ihes provimento para restabelecer a decisdo do Regional, que enquadrou o empregado como radialista. TST-E-ED-RR-2983500-63.1998.5.09.0012, SBDH, rel. Min. José Roberto Freire Pimenta, 7.3.2013 (informativo ne 39) | Atividade Docente. Instrutora de informdtica. Curso profissionalizante. Reconhecimento da condicéo de professora. Principio da primazia da realidade. Tendo em conta o principio da primazia da realidade que rege as normas de Direito do Tra- balho, a empregada contratada para o exercicio da atividade de instrutora de informatica, em estabelecimento que oferece cursos profissionalizantes, tem direito ao reconhecimento da condicao de professora e a percepcao das parcelas trabalhistas préprias dessa categoria. As exig&ncias formais previstas no art. 317 da CLT sdo dirigidas aos estabelecimentos particu- lares de ensino. Assim, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos, por divergéncia | jurisprudencial, e, no mérito, negou-lhes provimento. TST-E-ED-RR-6800-19.2007.5.04.0016, SBDI-I, rel. Min. Jodo Oreste Dalazen, 11.4.2013 (informativo ne 42) Ag@o anutatéria. Acordo coletivo de trabalho. Horas in itinere. Cldusula que estabelece qui- tagéo geral e indiscriminada. Periodo anterior 4 vigéncia. Impossibilidade. A SOC, por unanimidade, deu provimento a recurso ordinario em acao anulatéria para declarar a nulidade de clausula de acordo coletivo de trabalho que previa a quitagdo geral e indiscriminada de horas in itinere relativas a todo o perfodo anterior a vigéncia da norma. Esclareceu o Ministro relator. que, no caso, nao houve estabelecimento de qualquer contrapartida aos trabalhadores, o que equivale a renincia aos saldrios correspondentes ao tempo a disposicao do empregador, em contraste com os arts. 92, 58, § 22, € 444 da CLT. Ademais, cldusulas que transacionam direitos referentes a lapso temporal anterior 4 sua. vigéncia sao ineficazes, ante o disposto no art. 614, §32, da CLT e na Stimula ne 277 do TST, restando claro que a referida clausula foi institufda com o intuito de liberar a empresa do pagamento de eventuais débitos a titulo de horas de percurso que possam vir a ser apurados em reclamacées trabalhistas, inibindo, portanto, 0 acesso dos empregados ao. terior. Incidéncia da Simula a ¢ 52, ti, do TST. Aplica-se o item Il da Stmula ne 51 do TST aos casos em que se discute os efeitos da adesao a novo plano de beneficio previdencidrio oferecido por entidade de previdéncia privada, pois a finalidade ultima do referido verbete é resguardar o ato juridico perfeito que se aperfeicoa com a livre adesao as vantagens de um plano mediante a reniincia ao regulamento de complementacdo de aposentadoria anterior, sendo indiferente o fato de a opcao referir-se a plano de previdéncia privada ou a regulamento de empresa. Com esses fundamentos, a SBDI-I, em sua composicao plena, conheceu dos embargos da recla- mante, por divergéncia jurisprudencial, e, no mérito, por maioria, negou-lhes provimento, mantendo o entendimento adotado pela Turma no sentido de que a opcao da empregada pelo BRTPREV/2002 impticou rentincia as regras do plano anterior. Vencidos os Ministros José Roberto Freire Pimenta, Joao Oreste Dalazen, Renato de Lacerda Paiva e Delafde Miranda Arantes. TST-E-RR-140500-24.2008.5.04.0027, SBDI-I, rel. Min, Aloysio Corréa da Veiga, 18.4.2013 (informativo 3) Comisséo de Conciliagado Prévia. Acordo firmado sem ressalvas. Eficdcia liberatéria geral. Pardgrafo tinico do art. 625-E da CLT. Nos termos do pardgrafo tinico do art. 625-E da CLT, o termo de conclliacao, lavrado peran- te a Comissao de Conciliacdo Prévia regularmente constitu‘da, possui eficdcia liberatéria geral, exceto quanto as parcelas ressalvadas expressamente. Em outras palavras, nao ha limitagao dos efeitos liberatérios do acordo firmado sem ressalvas, pois o termo de con- ciliacdo constitui titulo executivo extrajudicial, com forca de coisa julgada entre as partes, equivalendo a uma transacdo e abrangendo todas as parcelas oriundas do vinculo de emprego. Com esse posicionamento, a SBDI-1, em sua composicao plena, por unanimidade, conheceu dos embargos, por divergéncia jurisprudencial, e, no mérito, pelo voto preva- lente da Presidéncia, deu-lhes provimento para julgar extinto 0 processo sem resolucao de mérito, na forma do art. 267, IV, do CPC. Vencidos os Ministros Horacio Raymundo de Senna Pires, Rosa Maria Weber, Lelio Bentes Corréa, Luiz Philippe Vieira de Melo Filho, Augusto César Leite de Carvalho, José Roberto Freire Pimenta e Delaide Miranda Arantes, por entenderem que a quitacdo passada perante a Comissdo de Conciliagdo Prévia nao pode abranger parcela nado inserida no correlato recibo. TST-E-RR-17400-43.2006.5.01.0073, SBDI-I, rel. Min. Aloysio Corréa da Veiga, 8.11.2012 (informativo n, 29 do TST) Comissdo de Conciliag&o Prévia. Termo de quitacdo. Eficdcia liberatéria, Diferengas em com- plementagdo de aposentadoria. Nao abrangéncia. A eficdcia liberatéria geral do termo de quitacdo referente a acordo firmado perante a Co- missao de Concitiagdo Prévia (art. 625-E, paragrafo nico, da CLT) possui abrangéncia limitada as verbas trabalhistas propriamente ditas, nao alcancando eventuais diferengas de comple- mentacao de aposentadoria. Com esse entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos, por divergéncia jurisprudencial, e, no mérito, deu-lhes parcial provimento para, afastada a quitacdo do termo de conciliagdo quanto aos reflexos das horas extras e do desvio de funcao sobre a complementacdo de aposentadoria, determinar o retorno dos autos a Vara do Trabalho, para que prossiga no julgamento do feito como entender de direito. Ressaltou-se, no caso, que a complementacdo de aposentadoria, embora decorrente do contrato de trabalho, nao possui natureza trabalhista. Ademais, nao se pode estender FES DO DIREITO DO TRABALHO aT rt. a2 - Esta Consolidagdo estatui as normas regulam as relagdes individuais ¢ coletivas de alho, nela previstas. rt. 82 - As autoridades administrativas e a ca do Trabalho, na falta de disposigées legais contratuais, decidirao, conforme o caso, pela prudéncia, por anatogia, por equidade e outros cipios e normas gerais de direito, principal- te do direito do trabalho, e, ainda, de acordo 05 usos e costumes, o direito comparado, mas pre de maneira que nenhum interesse de classe articular prevaleca sobre o interesse piblico. aragrafo Gnico - 0 direito comum sera fonte sididria do direito do trabalho, naquilo em que for incompativel com os principios fundamen- deste. rt. 611 - Convencdo Coletiva de Trabalho 6 o rdo de carater normativo, pelo qual dois ou is Sindicatos representativos de categorias némicas € profissionais estipulam condicées trabalho aplicdveis, no ambito das respectivas resentagoes, as relacdes individuais de trabalho. 12 € facultado aos Sindicatos representativos de egorias profissionais celebrar Acordos Coletivos 1 uma ou mais emprésas da correspondente egoria econdmica, que estipulem condigées de alho, aplicdveis no Ambito da emprésa ou das rdantes respectivas relacdes de trabalho. | 22 As FederacGes e, na falta desta, as Confede- des representativas de categorias econdmicas ou fissionais poderao celebrar convencées coletivas trabalho para reger as relacdes das categorias las vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no bito de suas representacdes. MISSAO DE CONCILIACAO PREVIA cur \rt. 625-A. As empresas € os sindicatos podem ituir Comissdes de Conciliacdio Prévia, de com- sido paritaria, com representante dos empre- fos e dos empregadores, com a atribuigio de tar conciliar os confiitos individuais do trabalho. Agrafo tinico. As Comissées referidas no caput ste artigo poderdo ser constituidas por grupos empresas ou ter cardter intersindical, (Inclufdo a Lei ne 9.958, de 12.1.2000) Art. 625-B. A Comissio instituida no ambito da presa sera composta de, no minimo, dois e, no EMpregaccs, em escruulnio, Secreta, liscallzago Peto: sindicato de categoria profissional; li-havera na Comissao tantos suptentes quantos forem os representantes titulares; lil ~ 0 mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma recondu¢ao. § 1¢E vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissao de Conciliacao Prévia, titulares @ suplentes, até um ano apés 0 final do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei. § 20 0 reoresentante dos empregados desenvol- vera seu trabalho normal na empresa afastando-se de suas atividades apenas quando convocado para atuar como conciliador, sendo computado como tempo de trabalho efetivo 0 despendido nessa atividade. Art. 625-C. A Comissdo instituida no ambito do sindicato tera sua constituicao e normas de funcio- namento definidas em convencao ou acordo coletivo. Art. 625-D. Qualquer demanda de natureza tra- balhista s2r4 submetida & Comissao de Conciliagao Prévia se, na localidade da prestagao de servicos, houver sido instituida a Comisséo no ambito da ‘empresa 9u do sindicato da categoria. § 12 A demanda sera formulada por. escrito ou reduzida a tempo por qualquer dos membros da Comissao, sendo entregue copia datada e assinada pelo membro aos interessados. § 2e Nao prosperando a conciliacdo, sera forneci- da ao empregado e ao empregador declaragao da tentativa conciliatéria frustada com a descricao de seu objeto, firmada pelos membros da Comissao, que devera ser juntada A eventual reclamacao trabalhista. § 3¢ Em caso de motivo relevante que impossi- bilite a observancia do procedimento previsto no caput deste artigo, sera a circunstancia declarada na peticdo da acao intentada perante a justica do Trabalho. . § 42 Case exista, na mesma localidade e para a mesma categoria, Comissao de empresa e Comissio sindical, o interessado optara por uma delas sub- meter a sua demanda, sendo competente aquela que primeiro conhecer do pedido. Art. 625-E. Aceita a conciliagdo, sera lavrado termo assinado pelo empregado, pelo empregador ou seu proposto e pelos membros da Comissio, fornecendo-se copia as partes. (incluido pela Lei ne 9.958, Ce 32.1.2000) de tentativa de conciliagdo a partir da provocacao do interessado. Paragrafo Gnico. Esgotado 0 prazo sem a tea- lizagao da sessdo, sera fornecida, no Gltimo dia do prazo, a declaracdo a que se refere o § 22 do art. 625-D. Art. 625-G. 0 prazo prescricional sera suspenso a partir da provocacao da Comissao de Conciliagao Prévia, recomecando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustada de conciliacao ou do esgotamento do prazo previsto no art. 625-F. Art. 625-H. Aplicam-se aos Nucleos intersindicais de Concilia¢go Trabathista em funcionamento ou que vierem a ser criados, no que couber, as disposicoes previstas neste Titulo, desde que observados os principios da paridade e da negociacao coletiva na sua constituicao. PRINCIPIOS » Cr Art. 92 - Serfo nutos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou frauclar a aplicacao dos preceitos contidos na presente Consolidacao. Art, 82 ~ As autoridades administrativas e a Justica do Trabalho, na falta de disposicdes tegais ou contratuais, decidirao, conforme o caso, pela jurisprudéncia, por analogia, por equidade e outros principios e normas gerais de direito, principal- mente do direito do trabalho, e, ainda, de acorqo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleca sobre o interesse puiblico. Pardgrafo dinico - 0 direito comum sera fonte subsidiaria do direito do trabalho, naquilo em que nao for incompativel com os principios fundamen- tais deste. Art, 10 - Qualquer alteracao na estrutura juridica da empresa nao afetara os direitos adquiridos por seus empregados. Art. 13 - A Carteira de Trabalho e Previdéncia Social € obrigatéria para o exercicio de qualquer emprego, inclusive de natureza rural, ainda que em cardter temporario, e para o exercicio por conta prépria de atividade profissional remunerada Art. 444 - AS relagGes contratuais de trabatho podem ser objeto de livre estipulagio das partes interessadas em tudo quanto nao contravenha as disposicées de protecao ao trabalho, aos contratos coletivos que thes sejam aplicaveis e as decisdes por mituo consentimento, e ainda assim desde que no resultem, direta ou indiretamente, prejuizos ao empregado, sob pena de nulidade da clausula infringente desta garantia. Paragrafo Gnico - Nao se considera alteragdo unilateral a determinacaio do empregador para que © respective empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercicio de funcao de confianca. Art. 620 ~ As condic6es estabelecidas em Conven- co quando mais favoraveis, prevalecerao sobre as estipuladas em Acordo. Art, 651 - A competéncia das Juntas de Conciliacaéo e Julgamento € determinada pela localidade onde © empregado, reclamante ou reclamado, prestar servicos ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. § 1¢ - Quando for parte de dissidio agente ou viajame comercial, a competéncia sera da junta da localidade em que a empresa tenha agéncia ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, sera competente a junta da localizagéo em que o empregado tenha domicilio ou a localidade mais préxima, § 22 - A competéncia das Juntas de Conciliagéo e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissidios ocorridos em agéncia ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e nao haja convencao internacional dispondo em contrario. § 3e- Em se tratando de empregador que promova realizacdo de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamacao no foro da celebra¢ao do contrato ou no da prestagao dos respectivos servicos. Art. 912 ~ Os dispositivos de carater imperativo terao aplicagéo imediata as relacdes iniciadas, mas nao consumadas, antes da vigéncta desta Consolidacao. » CONSTITUICAO FEDERAL Art. 12, Ill ~ A dignidade da pessoa humana. Art. 58, XXXVI - A tei ndo prejudicard o direito adquirido, o ato juridico perfeito e a coisa julgada. Art. 72 - Sao direitos dos trabalhadores urbanos ¢ rurais, além de outros que visem a melhoria de sua condi¢ao social: 1 - relagdo de emprego protegida contra des- pedida arbitraria ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que prevera indenizacao eee ee Pe ee eS ER TEES vitais basicas e 4s de sua familia com moradia, alimentacao, educacao, satide, lazer, vestuario, hi- giene, transporte e previdéncia social, com reajustes periédicos que Ihe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculagdo para qualquer fim; Vv - piso salarial proporcional a extens’io e 3 complexidade do trabalho; Vi - irredutibilidade do salario, salvo 0 disposto em convencao ou acordo coletivo; vit - garantia de salario, nunca inferior ao mini- mo, para os que percebem remuneracao varidvel; vill - décimo terceiro salario com base na re- muneracao integral ou no valor da aposentadoria; IX - remuneragao do trabalho noturno superior & do diurno; X - protecdo do salario na forma da lel, consti- tuindo crime sua retencao dolosa; XI = participacdo nos lucros, ou resultados, des- vinculada da remuneracao, e, excepcionalmente, participagdo na gestao da empresa, conforme definido em tei; Xti-salario-familia pago em razao do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; Xl - duragao do trabalho normal nao superior a oito horas diarias e quarenta € quatro semanais, facultada a compensacao de hordrios e a reducao da jornada, mediante acordo ou convencao coletiva de trabalht XIV - jornada de seis horas para o trabalho re- alizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociacao coletiva; XV-repouso semanal remunerado, preferencial- mente aos domingos; XVI - remuneracao do servico extraordinario superior, no minimo, em cinquenta por cento 4 do normal; XVil - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terco a mais do que o saldrio normal; XVlll-licenca a gestante, sem prejuizo do empre- go e do salario, coma duragao de cento e vinte dias; XIX - licenca-paternidade, nos termos fixados em lei; XX - protecdo do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos especificos, nos termos da lei; XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de servico, sendo no minimo de trinta dias, nos ter- mos da lei; XX - reducdo dos riscos inerentes ao trabalho, AAN ~ ASSISTONCIA Bratuila 20s Thos € dependen tes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches € pré-escolas; XXVI- reconhecimento das convencdes e acordos coletivos de trabalho; XXVII = protegio em face da automacao, nz forma da lei; XXVill- seguro contra acidentes de trabatho, a cargc do empregador, sem excluir a indenizacdo a que este esta obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; XXIX - ac&o, quanto aos créditos resultantes da: relacdes de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurai: até o limite de dois anos apés a extincdo do con trato de trabalho; XXX - proibicio de diferenca de saldrios, de exercicio de fungdes e de critério de admissao por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI = proibigdo de qualquer discriminagao no tocante a salario ¢ critérios de admissdo do traba: thador portador de deficiéncia; XXXII - proibicdo de distincdo entre trabalho ma nual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; XXXIIl - proibicdo de trabalho noturno, perigos¢ ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer! trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condicdo de aprendiz, a partir de quatorze anos; XXXIV ~ igualdade de direitos entre o trabalhador com vinculo empregaticio permanente e o traba Ihador avulso. Paragrafo linico, Sao assegurados a categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos no: incisos 1, VI, VIL, VU, X, XIH, XV, XVI, XVI, XVI, XIX XXL, XXIL, XXIV, XXVI, XXX, XXX! @ XXXII e, atendidas as condicdes estabelecidas em lei e observade a simplificacdo do cumprimento das obrigacdes tributarias, principais e acess6rias, decorrentes da relacdo de trabalho e suas pecutiaridades, o: previstos nos incisos |, It, II, 1X, XIl, XXV e XXVUil, ber como a sua integracdo A previdéncia social. Art. 22, | - Compete privativamente & Unidc legislar sobre: ‘ (.) 1 = direito civil, comercial, penal, processual eleitoral, agrario, maritimo, aerondutico, espacia e do trabalho. Art. 170 - A ordem econémica, fundada na va lorizagado do trabalho humano e na livre iniciativa tem por fim assegurar a todos existéncia digna conforme os ditames da justica sacial. observados SUJEITOS DA RELACAO DE TRABALHO sumério + 1. Empregado: 1.1. Requisitos da relaco empregaticia; 1.2. Requisitos nao essenciais a configuracao da relacdo de emprego; 1.2.1. Exclusividade; 1.2.2. Local da prestacao de servicos; 1.3. Cotas destinadas a determinados empregados (aces afirmativas) - 2. Carteira de Trabalho e Previdéncia Social: 2.1. Prazo para anotacdo e emissao da CTPS; 2.2. Das anotagdes; 2.3. Prescri¢o e CTPS; 2.4, Registro do empregador; 2,5. Experiéncia prévia: art. 442-A da CLT - 3. Relacdes empregaticias especiais: 3.1. Empregado rural; 3.1.1. Identificagao da figura do empregado e empregador rural; 3.1.2. Peculiaridades dos empregados rurais; 3.1.3. Contrato tempordrio rural (art. 14-A da Lei nz 5889/73); 3.2. Empregado doméstico; 3.2.1. Direitos constitucionais assegurados ao empregado doméstico; 3.2.2, Regulamentacao dos direitos constitucionais assegurados aos domésticos - Lei Complementar ne 150/2015: 3.2.2.1. Jornada de trabalho e compensagao; 3.2.2.2. Trabalho em regime de tempo parcial; 3.2.2.3. Perfodos de descanso; 3.2.2.4. Contrato individual de trabalho; 3.2.2.5. Remuneracao; 3.2.2.6. Protecio do trabalho da mulher; 3.2.2.7. FGTS; 3.2.2.8. Seguro-Desemprego; 3.2.2.9. Aviso-prévio; 3.2.2.10. Término do contrato de trabalho; 3.2.2.1. Papel da Fiscalizago do Trabalho; 3.2.2.12. Reflexos da nova lei complementar em outros ramos do Direito; 3.3. Protec&o do trabalho do Menor; 3.3. Protecio do trabalho do Menor; 3.3.1. Jornada de trabalho do menor; 3.3.2. Prestacdo de servicos em locais prejudiciais 4 moralidade do menor: 3.3.2.1. Dos direitos de profissionalizacio e & protegio do trabalho. Estatuto da Crianca e do Adolescente (Lei ne 8.069/90 € alteragdes); 3.3.3. Do papel dos representantes legais do menor; 3.3.4. Das férias; 3.3.5. Do salario; 3.3.6. Da prescrigao; 3.3.7. Meio ambiente de trabalho; 3.4. Aprendiz; 3.4.1. Contrato de trabalho especial; 3.4.2. Prazo para o contrato de aprendizagem; 3.4.3. FGTS; 3.4.4. Obrigatoriedade na contratacdo de aprendizes; 3.4.5. Jornada de trabalho do aprendiz; 3.4.6. Vinculo empregaticio do aprendiz; 3.4.7. Extingao do contrato de aprendizagem; 3.5. Protecao do trabalho da Mulher; 3.5.1. Protecdo a maternidade; 3.5.1.1. Licenga-maternidade; 3.5.1.2. Estabilidade da gestante; 3.5.2. Meio ambiente de trabatho, 3.6. Mae Social - 4. Relages de trabalho que no configuram vinculo em- .1, Trabalhador auténomo; 4.2. Trabathador eventual; 4.3. Trabalhador avulso; 4,4. Trabalhador ), 4.5. Cooperado; 4.6. Estagiario; 4.6.1, Introducao; 4.6.2. Alteragées da nova lei do estagio; 4.6.3. Conceito de estagio; 4.6.4. Requisitos para existéncia do estagio regular; 4.6.5, Agentes de integracao; 4.6.6. Partes envolvidas no estagic: 4.6.6.1. Instituigdo de ensino; 4.6.6.2. Parte concedente; 4.6.6.3. Estagidrio; 4.6.7. Fraude no estagio - 5. Empregador: 5.1. Grupo econdmico; 5.2. Sucessaio de empresas; 5.3. Poderes do empregador - 6. Terceirizacao: 6.1. Requisitos para terceirizacao licita; 6.2. Responsabilidade da tomadora: 6.2.2, Direito dos terceirizados; 6.2.2. Fraude na tercelrizagao; 6.2.3. Terceirizagdo na Administragao Publica; 6,3. Dono da obra e subempreitada ~ 7. Trabalho temporario: 7.1. Caracteristicas do trabalho temporario; 7.2, Diferencas existentes entre terceirizacao e trabalho temporatio - 8. Questdes dissertativas e estudos de caso ~ 9, Stimulas e orientacées jurisprudenciais do TST - 10. Informativos do TST (citados durante 0 Capitulo Wi) - 12. Legislagao relacionada ao capitulo. 1. EMPREGADO > Art. 32, CLT eee nent ene ee eee ee nen en ene en eee EN os direitos do empregado’, ou seja, jornada de trabalho, FGTS, férias, descanso emanal remunerado, dentre outros direitos, sao direcionados aos empregados, or isso a importancia de diferencid-los dos trabalhadores auténomos, eventuais, stagidrios etc. PROTEGAO PREVISTA NA CF/88 E NA CLT Principios protetivos: = Saldrio-minimo. ~ Limitacdo da jornada @ ‘horas dias) + Intervalos* Pessoa fisica (Pessoalidade) - Descanso semanal’e férias | = Nao. eventualidade - Estabilidade ae es , = Onerosidade ; + Demais direitos trabalhistas . Empregado {- Subordinacio Ad “importante. diferencid-lo dos demais trabalhadores, Dorque os direitos trabalhistas sao direcionados ao empregado. f : . Requisitos da relacao empregaticia De acordo com o art. 32 da CLT: Considera-se empregado toda pessoa fisica que prestar servicos de natureza ndo eventual a empregador, sob a dependéncia deste e mediante salario. De acordo com esse artigo da CLT, ha quatro requisitos essenciais para configu- ar o vinculo empregaticio. & imprescindivel que o candidato ao cargo piblico saiba odos eles, assim sera comentado a seguir cada um dos requisitos: ) Pessoa fisica 0 empregado é pessoa fisica ou natural. A lei trabalhista foi criada para proteger ) ser humano. Assim, excluem-se da figura do empregado a pessoa juridica (empresa, ssociacdo, cooperativa etc.) e a prestacao de servicos por animais. Dentro desse requisito, enquadra-se a pessoalidade na prestacado de servicos®. 0 -mpregado € contratado em razdo de suas qualidades pessoais (eficiéncia, lealdade, A Constituigao Federal equiparou os direitos do trabalhador avulso aos direitos dos empregados. Embora 0 avulso nado possua vinculo empregaticio, ele tera todos os direitos do trabalhador com vinculo empregaticio (férias. décimo terceiro. FGTS etc). irmao trabalhar em seu lugar. A pessoalidade é requisito essencial para configurar o empregado’. b) Nao eventualidade Para configurar o vinculo empregaticio, é necessario que o trabalho realizado nao seja eventual, ocasional. 0 contrato de trabalho € de trato sucessivo, ou seja, ha continuidade no tempo. Logo, havera expectativa de que o empregado retorne ao local de trabalho. A continuidade na prestacao de servicos nao se confunde com trabalho realizado diariamente. Exemplo: professor universitario que, ha dois anos, presta servicos todas as segundas e quartas-feiras na universidade sera empregado, pois ha habitualidade na prestacao de servicos. Destaca-se que em relacdo ao empregado doméstico exige-se o requisito da continuidade no emprego. Havia discussao doutrinaria e jurisprudencial a respeito desse requisito. Contudo, o art. 12, “caput”, da recém-promulgada LC ne 150/2015 pa- cificou 0 assunto ao estabelecer que somente sera configurado 0 trabalho doméstico quando realizado por periodo superior a 2 dias por semana: Art. 12: Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que pres- ta servicos de forma continua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade nao lucrativa 4 pessoa ou a familia, no Ambito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana, aplica-se o disposto nesta Lei. (grifos acrescidos) Assim, nao ha dividas de que se os servicos forem prestados em 1 ou 2 dias por semana, ficard configurada a “faxineira” ou a “diarista”, que representam tra- balhadoras auténomas, sem direitos trabalhistas. ¢) Onerosidade 0 contrato de trabalho € oneroso, como prevé o art. 32 da CLT: “mediante sala- rio”. Em regra, presume-se que a prestacao de servicos é onerosa, pois de um lado oO empregado assume a obrigacdo de prestar servicos, de outro, o empregador, a obrigacao de pagar salario. d) Subordinacao A caracteristica mais importante da relacdo empregaticia é a subordinacao ou, ainda, de acordo com o texto da CLT: “empregado‘trabalha sob a dependéncia do empregador”. Se o empregador assume todos os riscos do empreendimento, ele tera © poder de organizar e dirigir a prestacdo de servicos. Dessa forma, o empregado fica subordinado as ordens do empregador. empregador, como horario ae trabaino, utiiizacao Ge maquinario etc. Essa subordl: nac&o nao alcanca a vida pessoal do trabalhador. A doutrina identifica trés teorias para explicar a subordinacado, conforme a seguir descritas: 1. Subordinacao juridica: é a tese aceita atualmente. A subordinacao do em- pregado decorre de lei. Assim, quando aceita trabalhar para o empregador, consequentemente aceitara as regras e orientacdes dadas para que a pres- tacao de servicos seja realizada nos moldes previstos pelo empregador. 2. Subordinacdo técnica: segundo essa teoria, a subordinacgao existe porque o empregador detém todo o conhecimento técnico dos meios de producao, logo o empregado estaria subordinado tecnicamente ao empregador. Tal manifestacao nem sempre se apresenta, pois em um cursinho preparatério para concursos, por exemplo, 0 empregador é professor de matematica e raciocinio légico, nao possuindo conhecimentos técnicos de Direito do Trabalho, mas, mesmo assim, existe a subordinagado sobre,o professor dessa matéria. 3. Subordinacdéo econémica: essa teoria defende a subordinacao em razao da dependéncia do salario para o empregado sobreviver. 0 critério é falho, pois nem sempre o trabalhador depende apenas daquele trabalho para sobreviver, podendo prestar servicos em outros locais que lhe paguem mais. Exemplo: o professor e juiz do trabalho que presta servicos em um cursinho. Nesse caso, 0 empregado podera ter salario superior ao do empregador, mas, ainda assim, estara subordinado as regras impostas pelo cursinho (horario de trabalho, utilizacdo do material didatico etc.). Além dos requisitos da pessoa fisica e pessoalidade, onerosidade, nao even- tualidade e subordinacao, alguns autores destacam a alteridade como requisito do vinculo empregaticio. A alteridade obriga que todos os riscos do empreendimento sejam suportados exclusivamente pelo empregador. Assim sendo, em momentos de crise financeira mundial, os prejuizos da empresa serao exclusivos do empregador, nao podendo dividi-los com os trabalhadores. 0 salario deve ser pago, portanto, tendo a empresa lucros ou prejuizos. 1.2. Elementos nao essenciais 4 configuracao da relacado de emiprego 1.2.1. Exclusividade Nao ha na CLT exigéncia de que 0 empregado preste servicos com exclusivida- de. Nao é requisito para configurar 0 vinculo empregaticio que ele trabalhe para apenas um tnico empregador. Ha possibilidade de varios contratos de trabalho, com empresas diversas, simultaneamente. Exemplo: empregado presta servicos 0 local da prestacdo de servicos também é irrelevante para configurar o vinculo empregaticio. Veja, por exemplo, o trabalhador que presta servicos em domicilio desenvolvendo programas de computador; nessa situacdo, se houver a presenca dos requisitos da relacio empregaticia (habitualidade, onerosidade e subordinacao), sera configurada a relacdo de emprego, com o pagamento de todos os direitos tra- balhistas. Alias, a CLT foi recentemente alterada, para prever o teletrabalho, ou seja, o trabalho executado a distancia. Nesse caso, se as ordens sao passadas pelo celular ou email, configura a subordinacdo e, consequentemente, o vinculo empregaticio. Observe a previsdo expressa da nova redacdo do art. 62 da CLT: Art. 62 Nao se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, 0 executado no domicilio do empregado e o realiza- do a distancia, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relacdo de emprego. Pardgrafo tinico. Os meios telematicos e informatizados de comando, controle e supervisado se equiparam, para fins de subordinacao juridica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisao do trabatho alheio. Além desses dois elementos anteriores, exclusividade e local da prestacao de servicos, a profissionalidade é outro elemento nao essencial a caracterizacao da relagdo de emprego‘. Nesse sentido, sera empregado tanto o trabalhador bracal como 0 alto executivo, artista, médico, advogado, desde que presentes os quatro requisitos do vinculo empregaticio (pessoa fisica, habitualidade, onerosidade e subordinacado). Conforme o art. 32, paragrafo dnico da CLT: Nao havera distincdes relativas 4 espécie de emprego e a condicao de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual. 1.3. Cotas destinadas a determinados empregados (acées afirmativas) Destinou-se esse espaco, dentro do tépico empregado, para tratar de cotas reservadas por lei, a trabalhadores que pertencem a determinadas minorias (mu- lheres, deficientes, negros e adolescentes). As agées afirmativas sao medidas estatais temporarias, com finalidade de compensar situacdes historicamente desiguais. Possuem carater educativo, pois preveem carater de conscientizagao da populacado sobre a desigualdade histérica sofrida pelas minorias. Essas acGes positivas concretizam, em especial, o ingresso ou acesso ao mercado de trabalho para as mulheres, negros, deficientes fisicos, homossexuais e indios. Pelo principio da maxima efetividade da constituigao e da igualdade material, por meio das acées afirmativas, ha concretizacado dos objetivos da Carta Constitucional, conforme art. 32.

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