Você está na página 1de 879

Índice

SUPERINTENDÊNCIA DOS SERVIÇOS PENITENCIÁRIOS

SUSEPE-RS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

• Agente Penitenciário
• Agente Penitenciário Administrativo
Volume I
Edital de Abertura nº 01/2017
Edital de Abertura nº 02/2017

JN061-a-2017

ARTIGO DO WILLIAM DOUGLAS

LÍNGUA PORTUGUESA

Análise global do texto..........................................................................................................................................................01


Ortografia. Relações entre fonemas e grafias. Acentuação gráfica................................................................................... 11
Morfologia: estrutura e formação de palavras. Classes de palavras e seu emprego. Flexões: gênero, número e grau do
substantivo e adjetivo..................................................................................................................................................................21
Sintaxe: processos de coordenação e subordinação...........................................................................................................58
Equivalência e transformação de estruturas. Discurso direto e indireto.........................................................................65
Concordância nominal e verbal. Regência verbal e nominal. Crase................................................................................68
Pontuação...............................................................................................................................................................................83
Interpretação de textos: variedade de textos e adequação de linguagem. Estruturação do texto e dos parágrafos.
Informações literais e inferências Estruturação do texto: recursos de coesão. Significação contextual de palavras e
expressões......................................................................................................................................................................................01

RACIOCÍNIO LÓGICO

Conceitos básicos de raciocínio lógico: sentenças abertas; proposições simples e compostas; conectivos (conjunção,
disjunção, disjunção exclusiva, condicional e bicondicional); negações; número de linhas de uma tabela-verdade; valores
lógicos das proposições e construção de tabelas-verdade; Equivalências lógicas; tautologia; contradição; contingência;
Operações lógicas sobre sentenças abertas; quantificadores lógicos e suas negações; Lógica de argumentação...............01

Didatismo e Conhecimento
Índice
Operações entre números reais (adição, subtração, multiplicação e divisão).................................................................22
Teoria dos conjuntos: operações entre conjuntos e Diagrama de Venn...........................................................................26
Regra de três simples (direta e inversa) e composta..........................................................................................................32
Porcentagem..........................................................................................................................................................................36
Sistema monetário brasileiro...............................................................................................................................................40
Sistema de medidas: comprimento, capacidade, superfície, massa e tempo (unidades e transformações de unidades).
.......................................................................................................................................................................................................42
Equações e sistema de equações do primeiro grau............................................................................................................47
Matemática Financeira: Juros simples e compostos; Taxas proporcionais e equivalentes............................................52
Estatística: Interpretação de dados (gráficos e tabelas); cálculo de medidas de tendência central: média, mediana e
moda..............................................................................................................................................................................................70
Análise Combinatória e Probabilidade. Aplicação dos conteúdos acima listados em resolução de problemas...........84

INFORMÁTICA

Fundamentos da Computação: conceitos básicos de informática, componentes funcionais de computadores (hardware


e software), periféricos, dispositivos de entrada, saída e armazenamento de dados.............................................................01
Conceitos básicos e características de sistemas operacionais, de organização e de gerenciamento de arquivos e pastas,
diretórios, arquivos e atalhos, Windows Explorer, área de trabalho, área de transferência, manipulação de arquivos e
pastas, uso dos menus, programas e aplicativos no Windows XP...........................................................................................22
Conceitos e funções de aplicativos das versões do MS Office: editores de texto, planilhas eletrônicas, apresentações de
slides..............................................................................................................................................................................................37
Aplicativos associados à internet: navegação e correio eletrônico (Internet Explorer, Outlook Express, Firefox).
Conceitos básicos de intranet, internet, rede, estação e servidor. E-mail: envio e recepção de mensagens, através de
interface webmail ou do software Outlook Express; anexar arquivos em mensagens. Noções de segurança das mensagens.
Internet: conceitos baseados no Internet Explorer 6 ou superior, navegação, URLs, links................................................102
Microsoft Office 2007 e BrOffice 3.1: Editor de Texto - estrutura básica dos documentos, edição e formatação de
textos, cabeçalhos, parágrafos, fontes, colunas, marcadores simbólicos e numéricos, tabelas, impressão, ortografia e
gramática, controle de quebras, numeração de páginas, legendas, índices, inserção de objetos, campos pré-definidos,
caixas de texto.............................................................................................................................................................................145
Planilhas Eletrônicas - estrutura básica das planilhas, conceitos de células, linhas, colunas, pastas e gráficos,
elaboração de tabelas e gráficos, uso de fórmulas, funções e macros, impressão, inserção de objetos, campos pré-definidos,
controle de quebras, numeração de páginas, obtenção de dados externos, classificação....................................................165
Trabalho em Rede: compartilhamento de pastas e arquivos, localização e utilização de computadores e pastas
remotas, mapeamento de unidades da rede.............................................................................................................................185

CONHECIMENTOS GERAIS

Dados históricos, geopolíticos e socioeconômicos do estado do RS..................................................................................01


Fatos relevantes da atualidade no Brasil e suas vinculações históricas...........................................................................22
Informações atuais sobre artes, esportes e cultura, lazer, no Brasil.................................................................................51
Meio Ambiente. Sustentabilidade........................................................................................................................................53
Coleta e reciclagem do lixo...................................................................................................................................................53
Saneamento Básico. ISO´s....................................................................................................................................................55
Política e cidadania no Estado do RS..................................................................................................................................56
Dados da SUSEPE.................................................................................................................................................................57

Didatismo e Conhecimento
SAC

Atenção
SAC
Dúvidas de Matéria
A NOVA APOSTILA oferece aos candidatos um serviço diferenciado - SAC (Serviço de Apoio ao Candidato).
O SAC possui o objetivo de auxiliar os candidatos que possuem dúvidas relacionadas ao conteúdo do edital.
O candidato que desejar fazer uso do serviço deverá enviar sua dúvida somente através do e-mail: professores@
novaconcursos.com.br.
Todas as dúvidas serão respondidas pela equipe de professores da Editora Nova, conforme a especialidade da
matéria em questão.
Para melhor funcionamento do serviço, solicitamos a especificação da apostila (apostila/concurso/cargo/Estado/
matéria/página). Por exemplo: Apostila Professor do Estado de São Paulo / Comum à todos os cargos - Disciplina:.
Português - paginas 82,86,90.
Havendo dúvidas em diversas matérias, deverá ser encaminhado um e-mail para cada especialidade, podendo
demorar em média 10 (dez) dias para retornar. Não retornando nesse prazo, solicitamos o reenvio do mesmo.

Erros de Impressão
Alguns erros de edição ou impressão podem ocorrer durante o processo de fabricação deste volume, caso
encontre algo, por favor, entre em contato conosco, pelo nosso e-mail, sac@novaconcursos.com.br.
Alertamos aos candidatos que para ingressar na carreira pública é necessário dedicação, portanto a NOVA
APOSTILA auxilia no estudo, mas não garante a sua aprovação. Como também não temos vínculos com a
organizadora dos concursos, de forma que inscrições, data de provas, lista de aprovados entre outros independe
de nossa equipe.
Havendo a retificação no edital, por favor, entre em contato pelo nosso e-mail, pois a apostila é elaborada com
base no primeiro edital do concurso, teremos o COMPROMISSO de enviar gratuitamente a retificação APENAS por
e-mail e também disponibilizaremos em nosso site, www.novaconcursos.com.br/, na opção ERRATAS.
Lembramos que nosso maior objetivo é auxiliá-los, portanto nossa equipe está igualmente à disposição para
quaisquer dúvidas ou esclarecimentos.

CONTATO COM A EDITORA:


2206-7700 / 0800-7722556

nova@novaapostila.com.br

@novaconcurso\\

/NOVAConcursosOficial

NovaApostila

Atenciosamente,
NOVA CONCURSOS
Grupo Nova Concursos
novaconcursos.com.br

Didatismo e Conhecimento
Artigo
O conteúdo do artigo abaixo é de responsabilidade do autor William Douglas, autorizado gentilmente e sem cláusula
de exclusividade, para uso do Grupo Nova.
O conteúdo das demais informações desta apostila é de total responsabilidade da equipe do Grupo Nova.

A ETERNA COMPETIÇÃO ENTRE O LAZER E O ESTUDO

Por William Douglas, professor, escritor e juiz federal.

Todo mundo já se pegou estudando sem a menor concentração, pensando nos momentos de lazer, como também já deixou de
aproveitar as horas de descanso por causa de um sentimento de culpa ou mesmo remorso, porque deveria estar estudando.
Fazer uma coisa e pensar em outra causa desconcentração, estresse e perda de rendimento no estudo ou trabalho. Além da
perda de prazer nas horas de descanso.
Em diversas pesquisas que realizei durante palestras e seminários pelo país, constatei que os três problemas mais comuns de
quem quer vencer na vida são:
• medo do insucesso (gerando ansiedade, insegurança),
• falta de tempo e
• “competição” entre o estudo ou trabalho e o lazer.

E então, você já teve estes problemas?


Todo mundo sabe que para vencer e estar preparado para o dia-a-dia é preciso muito conhecimento, estudo e dedicação, mas
como conciliar o tempo com as preciosas horas de lazer ou descanso?
Este e outros problemas atormentavam-me quando era estudante de Direito e depois, quando passei à preparação para concursos
públicos. Não é à toa que fui reprovado em 5 concursos diferentes!
Outros problemas? Falta de dinheiro, dificuldade dos concursos (que pagam salários de até R$ 6.000,00/mês, com status e
estabilidade, gerando enorme concorrência), problemas de cobrança dos familiares, memória, concentração etc.
Contudo, depois de aprender a estudar, acabei sendo 1º colocado em outros 7 concursos, entre os quais os de Juiz de Direito,
Defensor Público e Delegado de Polícia. Isso prova que passar em concurso não é impossível e que quem é reprovado pode “dar a
volta por cima”.
É possível, com organização, disciplina e força de vontade, conciliar um estudo eficiente com uma vida onde haja espaço para
lazer, diversão e pouco ou nenhum estresse. A qualidade de vida associada às técnicas de estudo são muito mais produtivas do que a
tradicional imagem da pessoa trancafiada, estudando 14 horas por dia.
O sucesso no estudo e em provas (escritas, concursos, entrevistas etc.) depende basicamente de três aspectos, em geral,
desprezados por quem está querendo passar numa prova ou conseguir um emprego:
1º) clara definição dos objetivos e técnicas de planejamento e organização;
2º) técnicas para aumentar o rendimento do estudo, do cérebro e da memória;
3º) técnicas específicas sobre como fazer provas e entrevistas, abordando dicas e macetes que a experiência fornece, mas que
podem ser aprendidos.
O conjunto destas técnicas resulta em um aprendizado melhor e em mais sucesso nas provas escritas e orais (inclusive entrevistas).
Aos poucos, pretendemos ir abordando estes assuntos, mas já podemos anotar aqui alguns cuidados e providências que irão
aumentar seu desempenho.
Para melhorar a “briga” entre estudo e lazer, sugiro que você aprenda a administrar seu tempo. Para isto, como já disse, basta
um pouco de disciplina e organização.
O primeiro passo é fazer o tradicional quadro horário, colocando nele todas as tarefas a serem realizadas. Ao invés de servir
como uma “prisão”, este procedimento facilitará as coisas para você. Pra começar, porque vai levá-lo a escolher as coisas que não são
imediatas e a estabelecer suas prioridades. Experimente. Em pouco tempo, você vai ver que isto funciona.
Também é recomendável que você separe tempo suficiente para dormir, fazer algum exercício físico e dar atenção à família ou
ao namoro. Sem isso, o estresse será uma mera questão de tempo. Por incrível que pareça, o fato é que com uma vida equilibrada o
seu rendimento final no estudo aumenta.
Outra dica simples é a seguinte: depois de escolher quantas horas você vai gastar com cada tarefa ou atividade, evite pensar em
uma enquanto está realizando a outra. Quando o cérebro mandar “mensagens” sobre outras tarefas, é só lembrar que cada uma tem
seu tempo definido. Isto aumentará a concentração no estudo, o rendimento e o prazer e relaxamento das horas de lazer.
Aprender a separar o tempo é um excelente meio de diminuir o estresse e aumentar o rendimento, não só no estudo, como em
tudo que fazemos.

*William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 30 obras, dentre elas o best-seller
“Como passar em provas e concursos” . Passou em 9 concursos, sendo 5 em 1º Lugar
www.williamdouglas.com.br
Conteúdo cedido gratuitamente, pelo autor, com finalidade de auxiliar os candidatos.

Didatismo e Conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
LÍNGUA PORTUGUESA
Observação – na semântica (significado das palavras) in-
ANÁLISE GLOBAL DO TEXTO. LEITURA, cluem--se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sino-
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO nímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros.
DE TEXTO. - Capacidade de observação e de síntese e
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS: - Capacidade de raciocínio.
VARIEDADE DE TEXTOS
E ADEQUAÇÃO DE LINGUAGEM. Interpretar X compreender
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO
E DOS PARÁGRAFOS. Interpretar significa
INFORMAÇÕES LITERAIS - Explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, deduzir.
E INFERÊNCIAS. - Através do texto, infere-se que...
- É possível deduzir que...
- O autor permite concluir que...
- Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
É muito comum, entre os candidatos a um cargo público, a
preocupação com a interpretação de textos. Por isso, vão aqui al- Compreender significa
guns detalhes que poderão ajudar no momento de responder às - intelecção, entendimento, atenção ao que realmente está es-
questões relacionadas a textos. crito.
- o texto diz que...
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas en- - é sugerido pelo autor que...
tre si, formando um todo significativo capaz de produzir interação - de acordo com o texto, é correta ou errada a afirmação...
comunicativa (capacidade de codificar e decodificar ). - o narrador afirma...

Contexto – um texto é constituído por diversas frases. Em cada Erros de interpretação


uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a an-
terior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de er-
do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de ros de interpretação. Os mais frequentes são:
contexto. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande - Extrapolação (viagem): Ocorre quando se sai do contexto,
que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada
acrescentado ideias que não estão no texto, quer por conhecimento
separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial.
prévio do tema quer pela imaginação.
Intertexto - comumente, os textos apresentam referências di-
retas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de - Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas
recurso denomina-se intertexto. a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias,
o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema
Interpretação de texto - o primeiro objetivo de uma interpre- desenvolvido.
tação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A par-
tir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as - Contradição: Não raro, o texto apresenta ideias contrárias
argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, conse-
questões apresentadas na prova. quentemente, errando a questão.

Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: Observação - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a
ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso,
- Identificar – é reconhecer os elementos fundamentais de o que deve ser levado em consideração é o que o autor diz e nada
uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, mais.
procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). Coesão - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacio-
- Comparar – é descobrir as relações de semelhança ou de
na palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras
diferenças entre as situações do texto.
- Comentar - é relacionar o conteúdo apresentado com uma palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo,
realidade, opinando a respeito. uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma
- Resumir – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito.
em um só parágrafo. OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia
- Parafrasear – é reescrever o texto com outras palavras. e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome
oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu
Condições básicas para interpretar antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes
relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de
Fazem-se necessários: adequação ao antecedente.
- Conhecimento histórico–literário (escolas e gêneros literá- Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação
rios, estrutura do texto), leitura e prática; de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sen-
- Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) do, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo
e semântico; adequado a cada circunstância, a saber:

Didatismo e Conhecimento 1
LÍNGUA PORTUGUESA
- que (neutro) - relaciona-se com qualquer antecedente, mas imperador. [...] Se deixou de bajular os príncipes e princesas do
depende das condições da frase. século 19, passou a servir reis e rainhas do 20: levou gim tônicas
- qual (neutro) idem ao anterior. para Vinicius e caipirinhas para Sinatra, uísques para Tom e leites
- quem (pessoa) para Nelson, recebeu gordas gorjetas de Orson Welles e autógrafos
- cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e depois o ob- de Rockfeller; ainda hoje fala de futebol com Roberto Carlos e ouve
jeto possuído. conselhos de João Gilberto. Continua tão nobre quanto sempre foi,
- como (modo) seu orgulho permanece intacto.
- onde (lugar) Até que chega esse paulista, esse homem bidimensional e sem
quando (tempo) poesia, de camisa polo, meia soquete e sapatênis, achando que o
quanto (montante) jacarezinho de sua Lacoste é um crachá universal, capaz de abrir
todas as portas. Ah, paulishhhhta otááário, nenhum emblema
Exemplo: preencherá o vazio que carregas no peito - pensa o garçom, antes
Falou tudo QUANTO queria (correto) de conduzi-lo à última mesa do restaurante, a caminho do banheiro,
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria apa- e ali esquecê-lo para todo o sempre.
recer o demonstrativo O ). Veja, veja como ele se debate, como se debaterá amanhã, de-
pois de amanhã e até a Quarta-Feira de Cinzas, maldizendo a Gua-
Dicas para melhorar a interpretação de textos nabara, saudoso das várzeas do Tietê, onde a desigualdade é tão
mais organizada: “Ô, companheirô, faz meia hora que eu cheguei,
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; dava pra ver um cardápio?!”. Acalme-se, conterrâneo.
- Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a lei- Acostume-se com sua existência plebeia. O garçom carioca
tura; não está aí para servi-lo, você é que foi ao restaurante para home-
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo nageá-lo.
menos duas vezes; (Antonio Prata, Cliente paulista, garçom carioca. Folha de
- Inferir; S.Paulo, 06.02.2013)
- Voltar ao texto quantas vezes precisar; (*) Um tipo de coreografia, de dança.
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor com- 1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
preensão;
Assinale a alternativa contendo passagem em que o autor simula
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada ques-
dialogar com o leitor.
tão;
(A) Acalme-se, conterrâneo. Acostume-se com sua existência
- O autor defende ideias e você deve percebê-las.
plebeia.
(B) Ô, companheiro, faz meia hora que eu cheguei...
Fonte:
(C) Veja, aí estão eles, a bailar seu diabólico “pas de deux”.
http://www.tudosobreconcursos.com/materiais/portugues/ (D) Sim, meu caro paulista...
como-interpretar-textos (E) Ah, paulishhhhta otááário...
QUESTÕES Em “meu caro paulista”, o autor está dirigindo-se a nós, leitores.
RESPOSTA: “D”.
(TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 2-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
- ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 - LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
ADAPTADO) Leia o texto, para responder às questões de números O contexto em que se encontra a passagem – Se deixou de bajular
1 e 2. os príncipes e princesas do século 19, passou a servir reis e rainhas
Veja, aí estão eles, a bailar seu diabólico “pas de deux” (*): do 20 (2.º parágrafo) – leva a concluir, corretamente, que a menção a
sentado, ao fundo do restaurante, o cliente paulista acena, asso- (A) príncipes e princesas constitui uma referência em sentido
via, agita os braços num agônico polichinelo; encostado à parede, não literal.
marmóreo e impassível, o garçom carioca o ignora com redobrada (B) reis e rainhas constitui uma referência em sentido não li-
atenção. O paulista estrebucha: “Amigô?!”, “Chefê?!”, “Parcei- teral.
rô?!”; o garçom boceja, tira um fiapo do ombro, olha pro lustre. (C) príncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma referência
Eu disse “cliente paulista”, percebo a redundância: o paulis- em sentido não literal.
ta é sempre cliente. Sem querer estereotipar, mas já estereotipan- (D) príncipes, princesas, reis e rainhas constitui uma referência
do: trata-se de um ser cujas interações sociais terminam, 99% das em sentido literal.
vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.[...] Como pode (E) reis e rainhas constitui uma referência em sentido literal.
ele entender que o fato de estar pagando não garantirá a atenção
do garçom carioca? Como pode o ignóbil paulista, nascido e cria- Pela leitura do texto infere-se que os “reis e rainhas” do sécu-
do na crua batalha entre burgueses e proletários, compreender o lo 20 são as personalidades da mídia, os “famosos” e “famosas”.
discreto charme da aristocracia? Quanto a príncipes e princesas do século 19, esses eram da corte,
Sim, meu caro paulista: o garçom carioca é antes de tudo um literalmente.
nobre. Um antigo membro da corte que esconde, por trás da cara-
pinha entediada, do descaso e da gravata borboleta, saudades do RESPOSTA: “B”.

Didatismo e Conhecimento 2
LÍNGUA PORTUGUESA
Texto para a questão 3: (D) as mulheres que amam valorizam os momentos mais sim-
ples do cotidiano vividos com a pessoa amada.
DA DISCRIÇÃO (E) o casamento exige levantar a qualquer hora da noite, para
Mário Quintana limpar, abrir e salgar o peixe.
Não te abras com teu amigo
Que ele um outro amigo tem. Pela leitura do texto percebe-se, claramente, que a autora nar-
E o amigo do teu amigo ra um momento simples, mas que é prazeroso ao casal.
Possui amigos também... RESPOSTA: “D”.
(http://pensador.uol.com.br/poemas_de_amizade)
5-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 –
3-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE CO- FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à questão,
MUNITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) De acordo com o considere o texto abaixo.
poema, é correto afirmar que
(A) não se deve ter amigos, pois criar laços de amizade é algo A marca da solidão
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de pa-
ruim.
ralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a testa
(B) amigo que não guarda segredos não merece respeito.
pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de penumbra
(C) o melhor amigo é aquele que não possui outros amigos.
na tarde quente.
(D) revelar segredos para o amigo pode ser arriscado. Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, dentro de
(E) entre amigos, não devem existir segredos. cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com pedrinhas e
tufos minúsculos de musgos, formando pequenas plantas, ínfimos
Pela leitura do poema identifica-se, apenas, a informação con- bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz de parar de viver
tida na alternativa: revelar segredos para o amigo pode ser arris- para, apenas, ver. Quando se tem a marca da solidão na alma, o
cado. mundo cabe numa fresta.
RESPOSTA: “D”. (SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro:
Tinta negra bazar, 2010. p. 47)
4-) (GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo reduzi-
SECRETARIA DE ESTADO DA JUSTIÇA – AGENTE PENI- do no qual o menino detém sua atenção é
TENCIÁRIO – VUNESP/2013) Leia o poema para responder à (A) fresta.
questão. (B) marca.
Casamento (C) alma.
(D) solidão.
Há mulheres que dizem: (E) penumbra.
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes. Com palavras do próprio texto responderemos: o mundo cabe
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto, numa fresta.
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar. RESPOSTA: “A”.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram, 6-) (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
ele fala coisas como “este foi difícil” PE/2012)
“prateou no ar dando rabanadas”
e faz o gesto com a mão. O riso é tão universal como a seriedade; ele abarca a tota-
lidade do universo, toda a sociedade, a história, a concepção de
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
mundo. É uma verdade que se diz sobre o mundo, que se estende
atravessa a cozinha como um rio profundo.
a todas as coisas e à qual nada escapa. É, de alguma maneira,
Por fim, os peixes na travessa,
o aspecto festivo do mundo inteiro, em todos os seus níveis, uma
vamos dormir. espécie de segunda revelação do mundo.
Coisas prateadas espocam: Mikhail Bakhtin. A cultura popular na Idade Média e o Re-
somos noivo e noiva. nascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: Hucitec,
(Adélia Prado, Poesia Reunida) 1987, p. 73 (com adaptações).
A ideia central do poema de Adélia Prado é mostrar que Na linha 1, o elemento “ele” tem como referente textual “O
(A) as mulheres que amam valorizam o cotidiano e não gos- riso”.
tam que os maridos frequentem pescarias, pois acham difícil lim- (...) CERTO ( ) ERRADO
par os peixes.
(B) o eu lírico do poema pertence ao grupo de mulheres que Vamos ao texto: O riso é tão universal como a seriedade; ele
não gostam de limpar os peixes, embora valorizem os esbarrões de abarca a totalidade do universo (...). Os termos relacionam-se. O
cotovelos na cozinha. pronome “ele” retoma o sujeito “riso”.
(C) há mulheres casadas que não gostam de ficar sozinhas
com seus maridos na cozinha, enquanto limpam os peixes. RESPOSTA: “CERTO”.

Didatismo e Conhecimento 3
LÍNGUA PORTUGUESA
7-) (ANEEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- — Mas por que não está escrito nada?
PE/2010) — Ah, porque nós brigamos e não estamos nos falando!
Só agora, quase cinco meses depois do apagão que atingiu Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com adapta-
pelo menos 1.800 cidades em 18 estados do país, surge uma expli- ções).
cação oficial satisfatória para o corte abrupto e generalizado de
energia no final de 2009. O efeito surpresa e de humor que se extrai do texto acima
Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica decorre
(ANEEL), a responsabilidade recai sobre a empresa estatal Fur- A) da identificação numérica atribuída ao louco.
nas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de 900 km que B) da expressão utilizada pelo carteiro ao entregar a carta no
separam Itaipu de São Paulo. hospício.
Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de investi- C) do fato de outro louco querer saber quem enviou a carta.
mentos e também erros operacionais conspiraram para produzir a D) da explicação dada pelo louco para a carta em branco.
mais séria falha do sistema de geração e distribuição de energia E) do fato de a irmã do louco ter brigado com ele.
do país desde o traumático racionamento de 2001.
Folha de S.Paulo, Editorial, 30/3/2010 (com adaptações). Geralmente o efeito de humor desses gêneros textuais aparece
no desfecho da história, ao final, como nesse: “Ah, porque nós
Considerando os sentidos e as estruturas linguísticas do texto brigamos e não estamos nos falando”.
acima apresentado, julgue os próximos itens. RESPOSTA: “D”.
A oração “que atingiu pelo menos 1.800 cidades em 18 esta- 10-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011)
dos do país” tem, nesse contexto, valor restritivo. Um homem se dirige à recepcionista de uma clínica:
(...) CERTO ( ) ERRADO — Por favor, quero falar com o dr. Pedro.
Voltemos ao texto: “depois do apagão que atingiu pelo menos — O senhor tem hora?
1.800 cidades”. O “que” pode ser substituído por “o qual”, portan- O sujeito olha para o relógio e diz:
to, trata-se de um pronome relativo (oração subordinada adjetiva). — Sim. São duas e meia.
Quando há presença de vírgula, temos uma adjetiva explicativa — Não, não... Eu quero saber se o senhor é paciente.
(generaliza a informação da oração principal. A construção seria: — O que a senhora acha? Faz seis meses que ele não me paga
“do apagão, que atingiu pelo menos 1800 cidades em 18 estados o aluguel do consultório...
do país”); quando não há, temos uma adjetiva restritiva (restringe, Internet: <www.humortadela.com.br/piada> (com adapta-
delimita a informação – como no caso do exercício). ções).
RESPOSTA: “CERTO’.
No texto acima, a recepcionista dirige-se duas vezes ao ho-
8-) (COLÉGIO PEDRO II/RJ – ASSISTENTE EM ADMI- mem para saber se ele
NISTRAÇÃO – AOCP/2010) “A carga foi desviada e a viatura, A) verificou o horário de chegada e está sob os cuidados do
com os vigilantes, abandonada em Pirituba, na zona norte de São dr. Pedro.
Paulo.” B) pode indicar-lhe as horas e decidiu esperar o pagamento
Pela leitura do fragmento acima, é correto afirmar que, em sua do aluguel.
estrutura sintática, houve supressão da expressão C) tem relógio e sabe esperar.
a) vigilantes. D) marcou consulta e está calmo.
b) carga. E) marcou consulta para aquele dia e está sob os cuidados do
c) viatura. dr. Pedro.
d) foi.
e) desviada. “O senhor tem hora? (...) Não, não... Eu quero saber se o se-
nhor é paciente” = a recepcionista quer saber se ele marcou horário
“A carga foi desviada e a viatura, com os vigilantes, abando- e se é paciente do Dr. Pedro.
nada em Pirituba, na zona norte de São Paulo.” Trata-se da figura RESPOSTA: “E”.
de linguagem (de construção ou sintaxe) “zeugma”, que consis-
te na omissão de um termo já citado anteriormente (diferente da (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNICO
elipse, que o termo não é citado, mas facilmente identificado). No DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010 - ADAPTADA) Aten-
enunciado temos a narração de que a carga foi desviada e de que a ção: As questões de números 11 a 14 referem-se ao texto abaixo.
viatura foi abandonada. Liderança é uma palavra frequentemente associada a feitos
RESPOSTA: “D”. e realizações de grandes personagens da história e da vida so-
cial ou, então, a uma dimensão mágica, em que algumas poucas
9-) (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) pessoas teriam habilidades inatas ou o dom de transformar-se em
Um carteiro chega ao portão do hospício e grita: grandes líderes, capazes de influenciar outras e, assim, obter e
— Carta para o 9.326!!! manter o poder.
Um louco pega o envelope, abre-o e vê que a carta está em Os estudos sobre o tema, no entanto, mostram que a maioria
branco, e um outro pergunta: das pessoas pode tornar-se líder, ou pelo menos desenvolver con-
— Quem te mandou essa carta? sideravelmente as suas capacidades de liderança.
— Minha irmã.

Didatismo e Conhecimento 4
LÍNGUA PORTUGUESA
Paulo Roberto Motta diz: “líderes são pessoas comuns que O texto deixa claro que a importância do líder baseia-se na
aprendem habilidades comuns, mas que, no seu conjunto, formam valorização de todo o grupo em torno da realização de um objetivo
uma pessoa incomum”. De fato, são necessárias algumas habili- comum.
dades, mas elas podem ser aprendidas tanto através das experiên- RESPOSTA: “A”.
cias da vida, quanto da formação voltada para essa finalidade.
O fenômeno da liderança só ocorre na inter-relação; envolve 13-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉC-
duas ou mais pessoas e a existência de necessidades para serem NICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O fenômeno da
atendidas ou objetivos para serem alcançados, que requerem a liderança só ocorre na inter-relação ... (4º parágrafo)
interação cooperativa dos membros envolvidos. Não pressupõe No contexto, inter-relação significa
proximidade física ou temporal: pode-se ter a mente e/ou o com- (A) o respeito que os membros de uma equipe devem demons-
portamento influenciado por um escritor ou por um líder religioso trar ao acatar as decisões tomadas pelo líder, por resultarem em
que nunca se viu ou que viveu noutra época. [...] benefício de todo o grupo.
Se a legitimidade da liderança se baseia na aceitação do po- (B) a igualdade entre os valores dos integrantes de um grupo
der de influência do líder, implica dizer que parte desse poder en- devidamente orientado pelo líder e aqueles propostos pela organi-
contra-se no próprio grupo. É nessa premissa que se fundamenta zação a que prestam serviço.
a maioria das teorias contemporâneas sobre liderança. (C) o trabalho que deverá sempre ser realizado em equipe,
Daí definirem liderança como a arte de usar o poder que exis- de modo que os mais capacitados colaborem com os de menor
te nas pessoas ou a arte de liderar as pessoas para fazerem o que capacidade.
se requer delas, da maneira mais efetiva e humana possível. [...] (D) a criação de interesses mútuos entre membros de uma
(Augusta E.E.H. Barbosa do Amaral e Sandra Souza Pinto. equipe e de respeito às metas que devem ser alcançadas por todos.
Gestão de pessoas, in Desenvolvimento gerencial na Administra-
ção pública do Estado de São Paulo, org. Lais Macedo de Oliveira Pela leitura do texto, dentre as alternativas apresentadas, a que
e Maria Cristina Pinto Galvão, Secretaria de Gestão pública, São está coerente com o sentido dado à palavra “inter-relação” é: “a
Paulo: Fundap, 2. ed., 2009, p. 290 e 292, com adaptações) criação de interesses mútuos entre membros de uma equipe e de
respeito às metas que devem ser alcançadas por todos”.
11-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉCNI- RESPOSTA: “D”.
CO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) De acordo com o
texto, liderança
14-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉC-
(A) é a habilidade de chefiar outras pessoas que não pode ser
NICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) Não pressupõe
desenvolvida por aqueles que somente executam tarefas em seu
proximidade física ou temporal ... (4º parágrafo)
ambiente de trabalho.
A afirmativa acima quer dizer, com outras palavras, que
(B) é típica de épocas passadas, como qualidades de heróis da
(A) a presença física de um líder natural é fundamental para
história da humanidade, que realizaram grandes feitos e se torna-
ram poderosos através deles. que seus ensinamentos possam ser divulgados e aceitos.
(C) vem a ser a capacidade, que pode ser inata ou até mesmo (B) um líder verdadeiramente capaz é aquele que sempre se
adquirida, de conseguir resultados desejáveis daqueles que cons- atualiza, adquirindo conhecimentos de fontes e de autores diver-
tituem a equipe de trabalho. sos.
(D) torna-se legítima se houver consenso em todos os grupos (C) o aprendizado da liderança pode ser produtivo, mesmo se
quanto à escolha do líder e ao modo como ele irá mobilizar esses houver distância no tempo e no espaço entre aquele que influencia
grupos em torno de seus objetivos pessoais. e aquele que é influenciado.
(D) as influências recebidas devem ser bem analisadas e pos-
Utilizando trechos do próprio texto, podemos chegar à con- tas em prática em seu devido tempo e na ocasião mais propícia.
clusão: O fenômeno da liderança só ocorre na inter-relação; en-
volve duas ou mais pessoas e a existência de necessidades para Não pressupõe proximidade física ou temporal = o aprendi-
serem atendidas ou objetivos para serem alcançados, que requerem zado da liderança pode ser produtivo, mesmo se houver distância
a interação cooperativa dos membros envolvidos = equipe no tempo e no espaço entre aquele que influencia e aquele que é
RESPOSTA: “C”. influenciado.
RESPOSTA: “C”.
12-) (GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO – TÉC-
NICO DA FAZENDA ESTADUAL – FCC/2010) O texto deixa 15-) (DETRAN/RN – VISTORIADOR/EMPLACADOR –
claro que FGV PROJETOS/2010)
(A) a importância do líder baseia-se na valorização de todo o Painel do leitor (Carta do leitor)
grupo em torno da realização de um objetivo comum. Resgate no Chile
(B) o líder é o elemento essencial dentro de uma organização, Assisti ao maior espetáculo da Terra numa operação de sal-
pois sem ele não se poderá atingir qualquer meta ou objetivo. vamento de vidas, após 69 dias de permanência no fundo de uma
(C) pode não haver condições de liderança em algumas equi- mina de cobre e ouro no Chile.
pes, caso não se estabeleçam atividades específicas para cada um Um a um os mineiros soterrados foram içados com sucesso,
de seus membros. mostrando muita calma, saúde, sorrindo e cumprimentando seus
(D) a liderança é um dom que independe da participação dos companheiros de trabalho. Não se pode esquecer a ajuda técnica
componentes de uma equipe em um ambiente de trabalho. e material que os Estados Unidos, Canadá e China ofereceram

Didatismo e Conhecimento 5
LÍNGUA PORTUGUESA
à equipe chilena de salvamento, num gesto humanitário que só 17-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABA-
enobrece esses países. E, também, dos dois médicos e dois “socor- LHO – VUNESP/2013) De acordo com o texto, pode-se afirmar
ristas” que, demonstrando coragem e desprendimento, desceram na que, assim como seus amigos, a autora viaja para
mina para ajudar no salvamento. (A) visitar um lugar totalmente desconhecido.
(Douglas Jorge; São Paulo, SP; www.folha.com.br – painel do (B) escapar do lugar em que está.
leitor – 17/10/2010) (C) reencontrar familiares queridos.
(D) praticar esportes radicais.
Considerando o tipo textual apresentado, algumas expressões de- (E) dedicar-se ao trabalho.
monstram o posicionamento pessoal do leitor diante do fato por ele Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui = resposta da
narrado. Tais marcas textuais podem ser encontradas nos trechos a se- própria autora!
guir, EXCETO: RESPOSTA: “B”.
A) “Assisti ao maior espetáculo da Terra...”
B) “... após 69 dias de permanência no fundo de uma mina de 18-) Ao descrever a Ilha do Nanja como um lugar onde, “à
cobre e ouro no Chile.”
beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio cresce como um bosque”
C) “Não se pode esquecer a ajuda técnica e material...”
(último parágrafo), a autora sugere que viajará para um lugar
D) “... gesto humanitário que só enobrece esses países.”
(A) repulsivo e populoso.
E) “... demonstrando coragem e desprendimento, desceram na
mina...” (B) sombrio e desabitado.
Em todas as alternativas há expressões que representam a opinião (C) comercial e movimentado.
do autor: Assisti ao maior espetáculo da Terra / Não se pode esquecer (D) bucólico e sossegado.
/ gesto humanitário que só enobrece / demonstrando coragem e des- (E) opressivo e agitado.
prendimento.
RESPOSTA: “B”. Pela descrição realizada, o lugar não tem nada de ruim.
RESPOSTA: “D”.
(DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO –
VUNESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder às ques- (POLÍCIA MILITAR/TO – SOLDADO – CONSUL-
tões de números 16 a 18. PLAN/2013 - ADAPTADA) Texto para responder à questão.
Férias na Ilha do Nanja
Meus amigos estão fazendo as malas, arrumando as malas nos
seus carros, olhando o céu para verem que tempo faz, pensando nas
suas estradas – barreiras, pedras soltas, fissuras* – sem falar em ban-
didos, milhões de bandidos entre as fissuras, as pedras soltas e as bar-
reiras...
Meus amigos partem para as suas férias, cansados de tanto tra-
balho; de tanta luta com os motoristas da contramão; enfim, cansados,
cansados de serem obrigados a viver numa grande cidade, isto que já
está sendo a negação da própria vida.
E eu vou para a Ilha do Nanja.
Eu vou para a Ilha do Nanja para sair daqui. Passarei as férias (Adail et al II. Antologia brasileira de humor. Volume 1. Porto
lá, onde, à beira das lagoas verdes e azuis, o silêncio cresce como um Alegre: L&PM, 1976. p. 95.)
bosque. Nem preciso fechar os olhos: já estou vendo os pescadores
com suas barcas de sardinha, e a moça à janela a namorar um moço
A charge anterior é de Luiz Carlos Coutinho, cartunista mi-
na outra janela de outra ilha.
neiro mais conhecido como Caulos. É correto afirmar que o tema
(Cecília Meireles, O que se diz e o que se entende. Adaptado)
apresentado é
*fissuras: fendas, rachaduras (A) a oposição entre o modo de pensar e agir.
(B) a rapidez da comunicação na Era da Informática.
16-) (DCTA – TÉCNICO 1 – SEGURANÇA DO TRABALHO – (C) a comunicação e sua importância na vida das pessoas.
VUNESP/2013) No primeiro parágrafo, ao descrever a maneira como (D) a massificação do pensamento na sociedade moderna.
se preparam para suas férias, a autora mostra que seus amigos estão
(A) serenos. Questão que envolve interpretação “visual”! Fácil. Basta ob-
(B) descuidados. servar o que as personagens “dizem” e o que “pensam”.
(C) apreensivos. RESPOSTA: “A”.
(D) indiferentes.
(E) relaxados. 20-) (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013)
Grandes metrópoles em diversos países já aderiram. E o Bra-
“pensando nas suas estradas – barreiras, pedras soltas, fissuras – sil já está falando sobre isso. O pedágio urbano divide opiniões e
sem falar em bandidos, milhões de bandidos entre as fissuras, as pe- gera debates acalorados. Mas, afinal, o que é mais justo? O que
dras soltas e as barreiras...” = pensar nessas coisas, certamente, fazer para desafogar a cidade de tantos carros? Prepare-se para o
deixa-os apreensivos. debate que está apenas começando.
RESPOSTA: “C”. (Adaptado de Superinteressante, dezembro2012, p.34)

Didatismo e Conhecimento 6
LÍNGUA PORTUGUESA
Marque N(não) para os argumentos contra o pedágio urbano; Tipologia Textual
marque S(sim) para os argumentos a favor do pedágio urbano.
( ) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o transporte A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam
público e estender as ciclovias. eles verbais ou não verbais. Em todos há a presença do discurso,
( ) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas cidades, isto é, a ideia intrínseca, a essência daquilo que está sendo trans-
que não resolveu os problemas do trânsito. mitido entre os interlocutores. Esses interlocutores são as peças
( ) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mundo vai ter principais em um diálogo ou em um texto escrito, pois nunca escre-
que pensar bem antes de comprar um carro. vemos para nós mesmos, nem mesmo falamos sozinhos.
( ) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacionamento, É de fundamental importância sabermos classificar os textos
revisão....e agora mais o pedágio? com os quais travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso,
( ) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é investido precisamos saber que existem tipos textuais e gêneros textuais.
no transporte público. Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato pre-
( ) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pague pelo senciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre de-
privilégio! terminado assunto, ou descrevemos algum lugar que visitamos, ou
( ) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio urbano fazemos um retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhe-
melhorou. cer ou ver. É exatamente nessas situações corriqueiras que classi-
A ordem obtida é: ficamos os nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração,
a) (S) (N) (N) (S) (S) (S) (N) Descrição e Dissertação.
b) (S) (N) (S) (N) (N) (S) (S)
c) (N) (S) (S) (N) (S) (N) (S) As tipologias textuais caracterizam-se pelos aspectos de or-
d) (S) (S) (N) (S) (N) (S) (N) dem linguística
e) (N) (N) (S) (S) (N) (S) (N)
- Textos narrativos – constituem-se de verbos de ação demar-
(S) A receita gerada pelo pedágio vai melhorar o transporte cados no tempo do universo narrado, como também de advérbios,
público e estender as ciclovias. como é o caso de antes, agora, depois, entre outros:
(N) Vai ser igual ao rodízio de veículos em algumas cidades,
Ela entrava em seu carro quando ele apareceu. Depois de mui-
que não resolveu os problemas do trânsito.
ta conversa, resolveram...
(S) Se pegar no bolso do consumidor, então todo mundo vai
ter que pensar bem antes de comprar um carro.
- Textos descritivos – como o próprio nome indica, descrevem
(N) A gente já paga garagem, gasolina, seguro, estacionamen-
características tanto físicas quanto psicológicas acerca de um deter-
to, revisão....e agora mais o pedágio?
minado indivíduo ou objeto. Os tempos verbais aparecem demarca-
(N) Nós já pagamos impostos altos e o dinheiro não é investi-
do no transporte público. dos no presente ou no pretérito imperfeito:
(S) Quer andar sozinho dentro do seu carro? Então pague pelo “Tinha os cabelos mais negros como a asa da graúna...”
privilégio!
(S) O trânsito nas cidades que instituíram o pedágio urbano - Textos expositivos – Têm por finalidade explicar um assunto
melhorou. ou uma determinada situação que se almeje desenvolvê-la, enfati-
S - N - S - N - N - S - S zando acerca das razões de ela acontecer, como em:
RESPOSTA: “B”. O cadastramento irá se prorrogar até o dia 02 de dezembro,
portanto, não se esqueça de fazê-lo, sob pena de perder o benefício.
21-) (ANAC – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
PE/2012 - ADAPTADA) - Textos injuntivos (instrucional) – Trata-se de uma modalida-
A demanda por transporte aéreo doméstico de passageiros de na qual as ações são prescritas de forma sequencial, utilizando-se
cresceu 7,65% em setembro deste ano em relação ao mês de se- de verbos expressos no imperativo, infinitivo ou futuro do presente.
tembro de 2011. Trata-se do maior nível de demanda para o mês de Misture todos os ingrediente e bata no liquidificador até criar
setembro desde o início da série de medições, em 2000. De janeiro uma massa homogênea.
a setembro de 2012, a demanda acumulada apresentou crescimen-
to de 7,30% e a oferta ampliou-se em 5,52% em relação ao mesmo - Textos argumentativos (dissertativo) – Demarcam-se pelo
período de 2011. Entretanto, a oferta (assentos-quilômetros ofe- predomínio de operadores argumentativos, revelados por uma car-
recidos – ASK), no mês de setembro, apresentou queda de 2,13%, ga ideológica constituída de argumentos e contra-argumentos que
após oito anos consecutivos de crescimento, sendo essa a primeira justificam a posição assumida acerca de um determinado assunto.
redução de oferta para o mês de setembro desde 2003. (...) A mulher do mundo contemporâneo luta cada vez mais para
O pronome “essa” está empregado em referência à informa- conquistar seu espaço no mercado de trabalho, o que significa que
ção “queda de 2,13%”. os gêneros estão em complementação, não em disputa.
(...) CERTO ( ) ERRADO
Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferen-
Novamente, recorramos ao texto: “no mês de setembro, apre- te, pois se conceituam como gêneros textuais as diversas situações
sentou queda de 2,13%, após oito anos consecutivos de crescimen- sociocomunicativas que participam da nossa vida em sociedade.
to, sendo essa a primeira redução de oferta para o mês de setembro Como exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma re-
desde 2003” = retoma o termo “queda de 2,13%. portagem, uma monografia, um poema, um editorial, e assim por
RESPOSTA: “CERTO”. diante.

Didatismo e Conhecimento 7
LÍNGUA PORTUGUESA
Adequação Conceitual - Substitutos universais, como os verbos vicários (verbos que
substituem um outro empregado anteriormente). Ex.: Necessito
Na construção de um texto, assim como na fala, usamos meca- viajar, porém só o farei no ano vindouro.
nismos para garantir ao interlocutor a compreensão do que é dito,
ou lido. Esses mecanismos linguísticos que estabelecem a conec- A coesão apoiada na gramática dá-se no uso de conectivos,
tividade e retomada do que foi escrito ou dito, são os referentes como certos pronomes, certos advérbios e expressões adverbiais,
textuais, que buscam garantir a coesão textual para que haja coe- conjunções, elipses, entre outros. A elipse justifica-se quando, ao
rência, não só entre os elementos que compõem a oração, como remeter a um enunciado anterior, a palavra elidida é facilmente
também entre a sequência de orações dentro do texto. identificável (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. Sabia que ia necessi-
Essa coesão também pode muitas vezes se dar de modo implí- tar de todas as suas forças. O termo o jovem deixa de ser repetido
cito, baseado em conhecimentos anteriores que os participantes do e, assim, estabelece a relação entre as duas orações.).
processo têm com o tema. Por exemplo, o uso de uma determinada Dêiticos são elementos linguísticos que têm a propriedade de
sigla, que para o público a quem se dirige deveria ser de conheci- fazer referência ao contexto situacional ou ao próprio discurso.
mento geral, evita que se lance mão de repetições inúteis. Exercem, por excelência, essa função de progressão textual, dada
Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha imaginária - sua característica: são elementos que não significam, apenas indi-
composta de termos e expressões - que une os diversos elementos cam, remetem aos componentes da situação comunicativa.
do texto e busca estabelecer relações de sentido entre eles. Dessa Já os componentes concentram em si a significação. Elisa
forma, com o emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais Guimarães ensina-nos a esse respeito:
(repetição, substituição, associação), sejam gramaticais (emprego “Os pronomes pessoais e as desinências verbais indicam os
de pronomes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases, participantes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos,
orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decorre daí a certas locuções prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios
coerência textual. de tempo, referenciam o momento da enunciação, podendo indi-
Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta car simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Assim: este,
de forma contraditória. Muitas vezes essa incoerência é resultado agora, hoje, neste momento (presente); ultimamente, recentemen-
do mau uso daqueles elementos de coesão textual. Na organização
te, ontem, há alguns dias, antes de (pretérito); de agora em diante,
de períodos e de parágrafos, um erro no emprego dos mecanismos
no próximo ano, depois de (futuro).”
gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto. Cons-
truído com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade
Somente a coesão, contudo, não é suficiente para que haja sen-
formal.
tido no texto, esse é o papel da coerência, e coerência relaciona--se
Nas palavras do mestre Evanildo Bechara, “o enunciado não
intimamente a contexto.
se constrói com um amontoado de palavras e orações. Elas se
organizam segundo princípios gerais de dependência e indepen-
dência sintática e semântica, recobertos por unidades melódicas e A seleção vocabular
rítmicas que sedimentam estes princípios”. Na produção de texto, a seleção vocabular também é impor-
Desta lição, extrai-se que não se deve escrever frases ou textos tante elemento de coesão, já que, muitas vezes, substituímos uma
desconexos – é imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que palavra que já empregamos por outra que lhe retoma o sentido.
essas frases estejam coesas e coerentes formando o texto. Observe:
Além disso, relembre-se de que, por coesão, entende-se liga- Os advogados do réu apresentaram um pedido ao juiz, no
ção, relação, nexo entre os elementos que compõem a estrutura entanto o magistrado não acatou a solicitação dos patronos do
textual. acusado.

Há diversas formas de se garantir a coesão entre os elemen- Nessa frase, as palavras magistrado, solicitação, patronos e
tos de uma frase ou de um texto: acusado funcionam como elementos de coesão, pois retomam, res-
pectivamente, os termos juiz, pedido, advogados e réu. Veja que a
- Substituição de palavras com o emprego de sinônimos, ou de seleção vocabular utilizada na frase acima, além de dar coesão ao
palavras ou expressões do mesmo campo associativo. texto, tem função estilística, pois permite que não se repitam as
- Nominalização – emprego alternativo entre um verbo, o mesmas palavras.
substantivo ou o adjetivo correspondente (desgastar / desgaste /
desgastante). Os mecanismos de combinação e seleção – a coerência e ar-
- Repetição na ligação semântica dos termos, empregada como ticulação de sentidos
recurso estilístico de intenção articulatória, e não uma redundância
- resultado da pobreza de vocabulário. Por exemplo, “Grande no Como você já deve ter percebido, escrever não é só colocar as
pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no infortú- ideias no papel. Até porque essas ideias não surgem do nada. Elas
nio, ele morreu desconhecido e só.” (Rocha Lima) fazem parte do processo de comunicação de que participamos e de
- Uso de hipônimos – relação que se estabelece com base na todas as informações que nos chegam, através de trocas de expe-
maior especificidade do significado de um deles. Por exemplo, riências com seus interlocutores e muita, muita leitura.
mesa (mais específico) e móvel (mais genérico). Veja a manchete de um jornal de grande circulação nacional
- Emprego de hiperônimos - relações de um termo de sentido que publicou o seguinte:
mais amplo com outros de sentido mais específico. Por exemplo, Professoras mandam carta a deputados protestando contra o
felino está numa relação de hiperonímia com gato. aumento de seus salários.

Didatismo e Conhecimento 8
LÍNGUA PORTUGUESA
Repare que, da forma como a manchete foi redigida, o leitor Já no último segmento do texto encontramos o pronome re-
poderia entendê-la de dois modos diversos: as professoras, cha- lativo “que” retomando o substantivo “governo” da oração anterior e
teadas com o aumento insignificante de seus salários, reclamam, que aparece como oração principal de três outras orações subordinadas
protestando, através de uma carta, aos senhores deputados; ou as a ela, também com o sentido de finalidade – para realizar sua vontade;
professoras questionam o aumento de salário que os deputados (para) satisfazer suas necessidades e (para) promover a melhoria de
tiveram, comparando com o salário delas e escrevem-nos protes- suas condições de vida.
tando.
Por que essa dupla interpretação aconteceu e acontece quando ‘É preciso que existam meios concretos ao alcance de todo o povo
menos esperamos? para a obtenção e divulgação de informações, e por esses meios o
Nesse caso, é o emprego do pronome “seus” o causador desse povo participe constantemente do governo, que existe para realizar
duplo sentido. Podemos dizer que o pronome possessivo desta- sua vontade, satisfazer suas necessidades e promover a melhoria de
cado tanto pode se referir aos salários das professoras como dos suas condições de vida”.
deputados.
Sendo o texto uma ‘unidade de sentido’, os elementos que Repare que trabalhamos com os conectores (outro nome para os
o compõem (palavras, orações, períodos) precisam se relacionar conectivos), visando à perfeita relação de sentido que deve haver entre
harmonicamente. as partes que compõem um texto.
A estruturação de uma simples frase pode ser comparada com Sendo os conectivos elementos que relacionam partes de um dis-
a articulação de um esqueleto com seus ossos. Do mesmo jeito curso, estabelecendo relações de significado entre essas partes, pos-
que uma articulação entre dois ou mais ossos acontece, resultando suem valores próprios, uns exprimindo finalidade, outros, oposição;
num movimento, as palavras devem combinar umas com as outras outros, escolha e assim por diante.
numa articulação de pensamentos, tornando o texto coeso, com
nexo. Não se esqueça de que nexo significa “ligação, vínculo”. A seleção vocabular é também um importante mecanismo coesivo
Esse modo de estruturar o texto, a combinação e seleção das e a estamos empregando quando substituímos uma palavra que já foi
palavras para evitar a falta de nexo, recebe o nome de mecanismos usada por outra que lhe retoma o sentido. Podemos usar sinônimos,
de coesão. pronomes (retos ou oblíquos), pronomes relativos, etc. Esse mecanis-
A coesão decorre das relações de sentido que se operam entre mo seletivo, além de dar coesão ao texto, tem função estilística, pois
permite que as palavras não sejam repetidas.
os elementos de um texto. Também resulta da perfeita relação de
De maneira geral, podemos dizer que temos um texto coerente e
sentido que tem de haver entre as partes de um texto. Assim, o
coeso quando este não contém contradições, o vocabulário utilizado
uso de conectivos é de grande importância para que possa haver
está adequado, as afirmações são relevantes para o desenvolvimento do
coesão textual.
tema, os fatos estão corretamente sequenciados, ou seja, o texto deverá
estar constituído de relações de sentido entre os vocábulos, expressões
Leia o texto que se segue:
e frases e do encadeamento linear das unidades linguísticas no texto.
“Além de ter liberdade para receber e transmitir informações O inverso é verdadeiro e podemos dizer que não haverá coesão
é preciso que todos sejam livres para manifestar opiniões e críti- quando, por exemplo, empregarmos conjunções e pronomes de modo
cas sobre o comportamento do governo. Não basta, porém, dizer inadequado, deixarmos palavras ou até frases inteiras desconectadas e
na Constituição que essas liberdades existem. É preciso que exis- quando a escolha vocabular for inadequada, levando à ambiguidade,
tam meios concretos ao alcance de todo o povo para a obtenção entre outros problemas.
e divulgação de informações, e por esses meios o povo participe Aconselhamos que, para se perceber a falta de coesão no texto
constantemente do governo, que existe para realizar sua vontade, produzido por você, o melhor que se tem a fazer é lê-lo atentamen-
satisfazer suas necessidades e promover a melhoria de suas con- te, estabelecer as relações entre as palavras que o compõem, as orações
dições de vida”. que formam os períodos e, por fim, os períodos que formam o texto.
DALLARI, Dalmo de Abreu. In: Viver em sociedade. São Como você pôde notar, a coesão e a coerência textuais são ele-
Paulo: Editora Moderna, 1985. p. 41. mentos facilitadores para a compreensão perfeita de um texto.
Coerência diz respeito a tudo que se harmoniza entre si, que tem
Atente para o fato de que as orações que formam esse trecho ligação. O conceito da palavra relaciona-se à presença de conexão, de
apresentam uma perfeita relação de sentido criada com a ajuda dos nexo entre as ideias. Isso porque buscamos sempre a existência de sen-
conectivos. Vamos analisar um a um os períodos encontrados no tido, quer seja ao refletirmos sobre algo, quer seja interpretando o que
texto transcrito acima para entender esses mecanismos relacionais nos rodeia, quer seja ao tentarmos compreender o conteúdo daquilo
que os conectivos nos dão. que nos é apresentado em forma de texto escrito. Assim, podemos in-
“Além de ter liberdade para receber e transmitir informações ferir que o uso de algumas expressões pode comprometer o entendi-
é preciso que todos sejam livres para manifestar opiniões e críti- mento de um texto.
cas sobre o comportamento do governo.”
No 1º segmento, encontramos a locução conjuntiva “além de” Estrutura textual
que introduz as orações seguintes, ambas subordinadas adverbiais
finais ‘para receber e (para) transmitir’, que por sua vez são coor- Primeiramente, o que nos faz produzir um texto é a capacidade
denadas aditivas entre si, ou seja, têm a mesma função. que temos de pensar. Por meio do pensamento, elaboramos todas as
Na 2ª oração “Não basta, porém, dizer na Constituição que informações que recebemos e orientamos as ações que interferem
essas liberdades existem”, a conjunção destacada indica contradi- na realidade e organização de nossos escritos. O que lemos é pro-
ção, oposição ou restrição ao que foi dito na oração anterior. duto de um pensamento transformado em texto.

Didatismo e Conhecimento 9
LÍNGUA PORTUGUESA
Logo, como cada um de nós tem seu modo de pensar, quando Sua proporção em relação à totalidade do texto deve ser equi-
escrevemos sempre procuramos uma maneira organizada do leitor valente ao da introdução: de 1/5. Essa é uma das características de
compreender as nossas ideias. A finalidade da escrita é direcionar textos bem redigidos.
totalmente o que você quer dizer, por meio da comunicação. Os seguintes erros aparecem quando as conclusões ficam mui-
Para isso, os elementos que compõem o texto se subdividem to longas:
em: introdução, desenvolvimento e conclusão. Todos eles devem ser
organizados de maneira equilibrada. → O problema aparece quando não ocorre uma exploração
devida do desenvolvimento. Logo, acontece uma invasão das
Introdução ideias de desenvolvimento na conclusão.
→ Outro fator consequente da insuficiência de fundamentação
Caracterizada pela entrada no assunto e a argumentação inicial. do desenvolvimento está na conclusão precisar de maiores expli-
A ideia central do texto é apresentada nessa etapa. Entretanto, essa cações, ficando bastante vazia.
apresentação deve ser direta, sem rodeios. O seu tamanho raramente → Enrolar e “encher linguiça” são muito comuns no texto em
excede a 1/5 de todo o texto. Porém, em textos mais curtos, essa
que o autor fica girando em torno de ideias redundantes ou para-
proporção não é equivalente. Neles, a introdução pode ser o próprio
lelas.
título. Já nos textos mais longos, em que o assunto é exposto em vá-
→ Uso de frases vazias que, por vezes, são perfeitamente dis-
rias páginas, ela pode ter o tamanho de um capítulo ou de uma parte
precedida por subtítulo. Nessa situação, pode ter vários parágrafos. pensáveis.
Em redações mais comuns, que em média têm de 25 a 80 linhas, a → Quando não tem clareza de qual é a melhor conclusão, o
introdução será o primeiro parágrafo. autor acaba se perdendo na argumentação final.

Desenvolvimento Em relação à abertura para novas discussões, a conclusão não


pode ter esse formato, exceto pelos seguintes fatores:
A maior parte do texto está inserida no desenvolvimento. Ele
é responsável por estabelecer uma ligação entre a introdução e a → Para não influenciar a conclusão do leitor sobre temas po-
conclusão. É nessa etapa que são elaboradas as ideias, os dados e os lêmicos, o autor deixa a conclusão em aberto.
argumentos que sustentam e dão base às explicações e posições do → Para estimular o leitor a ler uma possível continuidade do
autor. É caracterizado por uma “ponte” formada pela organização texto, ou autor não fecha a discussão de propósito.
das ideias em uma sequência que permite formar uma relação equi- → Por apenas apresentar dados e informações sobre o tema a
librada entre os dois lados. ser desenvolvido, o autor não deseja concluir o assunto.
O autor do texto revela sua capacidade de discutir um deter- → Para que o leitor tire suas próprias conclusões, o autor enu-
minado tema no desenvolvimento. Nessa parte, ele se torna capaz mera algumas perguntas no final do texto.
de defender seus pontos de vista, além de dirigir a atenção do leitor
para a conclusão. As conclusões são fundamentadas a partir daqui. A maioria dessas falhas pode ser evitada se antes o autor fizer
Para que o desenvolvimento cumpra seu objetivo, o escritor já um esboço de todas as suas ideias. Essa técnica é um roteiro, em
deve ter uma ideia clara de como vai ser a conclusão. Por isso a que estão presentes os planejamentos. Nele devem estar indicadas
importância do planejamento de texto. as melhores sequências a serem utilizadas na redação. O roteiro
Em média, ocupa 3/5 do texto, no mínimo. Já nos textos mais deve ser o mais enxuto possível.
longos, pode estar inserido em capítulos ou trechos destacados por
subtítulos. Deverá se apresentar no formato de parágrafos medianos Fonte:
e curtos. http://producao-de-textos.info/mos/view/
Os principais erros cometidos no desenvolvimento são o desvio
Caracter%C3%ADsticas_e_Estruturas_do_Texto/
e a desconexão da argumentação. O primeiro está relacionado ao
autor tomar um argumento secundário que se distancia da discussão
inicial, ou quando se concentra em apenas um aspecto do tema e es-
quece o seu todo. O segundo caso acontece quando quem redige tem Intertextualidade
muitas ideias ou informações sobre o que está sendo discutido, não
conseguindo estruturá-las. Surge também a dificuldade de organizar Intertextualidade acontece quando há uma referência explí-
seus pensamentos e definir uma linha lógica de raciocínio. cita ou implícita de um texto em outro. Também pode ocorrer com
Conclusão outras formas além do texto, música, pintura, filme, novela etc.
Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre a intertextua-
Considerada como a parte mais importante do texto, é o ponto lidade.
de chegada de todas as argumentações elaboradas. As ideias e os Apresenta-se explicitamente quando o autor informa o objeto
dados utilizados convergem para essa parte, em que a exposição ou de sua citação. Num texto científico, por exemplo, o autor do texto
discussão se fecha. citado é indicado; já na forma implícita, a indicação é oculta. Por
Em uma estrutura normal, ela não deve deixar uma brecha para isso é importante para o leitor o conhecimento de mundo, um saber
uma possível continuidade do assunto; ou seja, possui atributos de prévio, para reconhecer e identificar quando há um diálogo entre
síntese. A discussão não deve ser encerrada com argumentos repe- os textos. A intertextualidade pode ocorrer afirmando as mesmas
titivos, sendo evitados na medida do possível. Alguns exemplos: ideias da obra citada ou contestando-as. Há duas formas: a Pará-
“Portanto, como já dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em frase e a Paródia.
conclusão...”.

Didatismo e Conhecimento 10
LÍNGUA PORTUGUESA
Paráfrase Minha terra tem palmares
Na paráfrase as palavras são mudadas, porém a ideia do texto onde gorjeia o mar
é confirmada pelo novo texto, a alusão ocorre para atualizar, rea- os passarinhos daqui
firmar os sentidos ou alguns sentidos do texto citado. É dizer com não cantam como os de lá.
outras palavras o que já foi dito. Temos um exemplo citado por (Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”).
Affonso Romano Sant’Anna em seu livro “Paródia, paráfrase &
Cia” (p. 23): O nome Palmares, escrito com letra minúscula, substitui a
palavra palmeiras, há um contexto histórico, social e racial neste
Texto Original texto, Palmares é o quilombo liderado por Zumbi, foi dizimado
em 1695, há uma inversão do sentido do texto primitivo que foi
Minha terra tem palmeiras substituído pela crítica à escravidão existente no Brasil.
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
ORTOGRAFIA.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
RELAÇÕES ENTRE FONEMAS E GRAFIAS.
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Paráfrase

Meus olhos brasileiros se fecham saudosos


Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? A ortografia é a parte da língua responsável pela grafia correta
Eu tão esquecido de minha terra... das palavras. Essa grafia baseia-se no padrão culto da língua.
Ai terra que tem palmeiras As palavras podem apresentar igualdade total ou parcial no
Onde canta o sabiá! que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo tendo significados
diferentes. Essas palavras são chamadas de homônimas (canto, do
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”). grego, significa ângulo / canto, do latim, significa música vocal).
As palavras homônimas dividem-se em homógrafas, quando têm
Este texto de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”, é muito a mesma grafia (gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular
utilizado como exemplo de paráfrase e de paródia. Aqui o poeta do verbo gostar) e homófonas, quando têm o mesmo som (paço,
Carlos Drummond de Andrade retoma o texto primitivo conser- palácio ou passo, movimento durante o andar).
vando suas ideias, não há mudança do sentido principal do texto, Quanto à grafia correta em língua portuguesa, devem-se ob-
que é a saudade da terra natal. servar as seguintes regras:

Paródia O fonema s:

A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros Escreve-se com S e não com C/Ç as palavras substantivadas
textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é derivadas de verbos com radicais em nd, rg, rt, pel, corr e sent:
objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, pretender - pretensão / expandir - expansão / ascender - ascensão
aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original é retoma- / inverter - inversão / aspergir aspersão / submergir - submersão /
da para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica divertir - diversão / impelir - impulsivo / compelir - compulsório /
de suas verdades incontestadas anteriormente. Com esse proces- repelir - repulsa / recorrer - recurso / discorrer - discurso / sentir
so há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca - sensível / consentir - consensual
pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os
programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte. Frequente- Escreve-se com SS e não com C e Ç os nomes derivados dos
mente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica verbos cujos radicais terminem em gred, ced, prim ou com verbos
e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da terminados por tir ou meter: agredir - agressivo / imprimir - im-
demagogia praticada pela classe dominante. Com o mesmo texto pressão / admitir - admissão / ceder - cessão / exceder - excesso
utilizado anteriormente, teremos, agora, uma paródia. / percutir - percussão / regredir - regressão / oprimir - opressão /
Texto Original comprometer - compromisso / submeter - submissão
*quando o prefixo termina com vogal que se junta com a pa-
Minha terra tem palmeiras lavra iniciada por “s”. Exemplos: a + simétrico - assimétrico / re
Onde canta o sabiá, + surgir - ressurgir
As aves que aqui gorjeiam *no pretérito imperfeito simples do subjuntivo. Exemplos: fi-
Não gorjeiam como lá. casse, falasse

(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”). Escreve-se com C ou Ç e não com S e SS os vocábulos de


origem árabe: cetim, açucena, açúcar
Paródia *os vocábulos de origem tupi, africana ou exótica: cipó, Juça-
ra, caçula, cachaça, cacique

Didatismo e Conhecimento 11
LÍNGUA PORTUGUESA
*os sufixos aça, aço, ação, çar, ecer, iça, nça, uça, uçu, uço: O fonema ch:
barcaça, ricaço, aguçar, empalidecer, carniça, caniço, esperança,
carapuça, dentuço Escreve-se com X e não com CH:
*nomes derivados do verbo ter: abster - abstenção / deter - *as palavras de origem tupi, africana ou exótica: abacaxi, mu-
detenção / ater - atenção / reter - retenção xoxo, xucro.
*após ditongos: foice, coice, traição *as palavras de origem inglesa (sh) e espanhola (J): xampu,
*palavras derivadas de outras terminadas em te, to(r): marte - lagartixa.
marciano / infrator - infração / absorto - absorção *depois de ditongo: frouxo, feixe.
*depois de “en”: enxurrada, enxoval.
O fonema z:
Observação: Exceção: quando a palavra de origem não deri-
Escreve-se com S e não com Z: ve de outra iniciada com ch - Cheio - (enchente)
*os sufixos: ês, esa, esia, e isa, quando o radical é substantivo,
ou em gentílicos e títulos nobiliárquicos: freguês, freguesa, fregue- Escreve-se com CH e não com X:
sia, poetisa, baronesa, princesa, etc. *as palavras de origem estrangeira: chave, chumbo, chassi,
*os sufixos gregos: ase, ese, ise e ose: catequese, metamor- mochila, espadachim, chope, sanduíche, salsicha.
fose.
*as formas verbais pôr e querer: pôs, pus, quisera, quis, qui- As letras e e i:
seste. *os ditongos nasais são escritos com “e”: mãe, põem. Com
*nomes derivados de verbos com radicais terminados em “d”: “i”, só o ditongo interno cãibra.
aludir - alusão / decidir - decisão / empreender - empresa / difun- *os verbos que apresentam infinitivo em -oar, -uar são escritos
dir - difusão com “e”: caçoe, tumultue. Escrevemos com “i”, os verbos com
*os diminutivos cujos radicais terminam com “s”: Luís - Lui- infinitivo em -air, -oer e -uir: trai, dói, possui.
sinho / Rosa - Rosinha / lápis - lapisinho - atenção para as palavras que mudam de sentido quando
*após ditongos: coisa, pausa, pouso substituímos a grafia “e” pela grafia “i”: área (superfície), ária
*em verbos derivados de nomes cujo radical termina com “s”: (melodia) / delatar (denunciar), dilatar (expandir) / emergir (vir
anális(e) + ar - analisar / pesquis(a) + ar - pesquisar à tona), imergir (mergulhar) / peão (de estância, que anda a pé),
pião (brinquedo).
Escreve-se com Z e não com S:
Fonte:
http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/ortografia
*os sufixos “ez” e “eza” das palavras derivadas de adjetivo:
macio - maciez / rico - riqueza
Questões sobre Ortografia
*os sufixos “izar” (desde que o radical da palavra de origem
não termine com s): final - finalizar / concreto - concretizar 01. (TRE/AP - TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2011) Entre
*como consoante de ligação se o radical não terminar com s: as frases que seguem, a única correta é:
pé + inho - pezinho / café + al - cafezal ≠ lápis + inho - lapisinho a) Ele se esqueceu de que?
b) Era tão ruím aquele texto, que não deu para distribui-lo
O fonema j: entre os presentes.
c) Embora devessemos, não fomos excessivos nas críticas.
Escreve-se com G e não com J: d) O juíz nunca negou-se a atender às reivindicações dos fun-
*as palavras de origem grega ou árabe: tigela, girafa, gesso. cionários.
*estrangeirismo, cuja letra G é originária: sargento, gim. e) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
*as terminações: agem, igem, ugem, ege, oge (com poucas 02. (Escrevente TJ SP – Vunesp/2013). Assinale a alternativa
exceções): imagem, vertigem, penugem, bege, foge. cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo com a norma-
-padrão.
Observação: Exceção: pajem (A) Os tabeliãos devem preparar o documento.
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis.
*as terminações: ágio, égio, ígio, ógio, ugio: sortilégio, litígio, (C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local.
relógio, refúgio. (D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos.
*os verbos terminados em ger e gir: eleger, mugir. (E) Cuidado com os degrais, que são perigosos!
*depois da letra “r” com poucas exceções: emergir, surgir.
*depois da letra “a”, desde que não seja radical terminado 03. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
com j: ágil, agente. Suponha-se que o cartaz a seguir seja utilizado para informar os
usuários sobre o festival Sounderground.
Escreve-se com J e não com G: Prezado Usuário
*as palavras de origem latinas: jeito, majestade, hoje. ________ de oferecer lazer e cultura aos passageiros do
*as palavras de origem árabe, africana ou exótica: jiboia, metrô, ________ desta segunda-feira (25/02), ________ 17h30,
manjerona. começa o Sounderground, festival internacional que prestigia os
*as palavras terminada com aje: aje, ultraje. músicos que tocam em estações do metrô.

Didatismo e Conhecimento 12
LÍNGUA PORTUGUESA
Confira o dia e a estação em que os artistas se apresentarão e C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes que ver-
divirta-se! mos a pobreza e a miséria fazerem parte de nossa vida.
Para que o texto atenda à norma-padrão, devem-se preencher D) É difícil entender o por quê de tanto sofrimento, principal-
as lacunas, correta e respectivamente, com as expressões mente daqueles que procuram viver com dignidade e simplicidade.
A) A fim ...a partir ... as B) A fim ...à partir ... às E) As dificuldades por que passamos certamente nos fazem
C) A fim ...a partir ... às D) Afim ...a partir ... às mais fortes e preparados para os infortúnios da vida.
E) Afim ...à partir ... as
09.Assinale a alternativa cuja frase esteja incorreta:
04. (TRF - 1ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - A) Porque essa cara? B) Não vou porque não quero.
FCC/2011) As palavras estão corretamente grafadas na seguinte C) Mas por quê? D) Você saiu por quê?
frase:
(A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa a 10-) (GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS – TÉCNICO
ansiedade com que enfrentam o excesso de passageiros nos aero- FORENSE - CESPE/2013 - adaptada) Uma variante igualmente
portos. correta do termo “autópsia” é autopsia.
(B) Comete muitos deslises, talvez por sua espontaneidade, ( ) Certo ( ) Errado
mas nada que ponha em cheque sua reputação de pessoa cortês.
(C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de GABARITO
descançar após o almoço sob a frondoza árvore do pátio.
(D) Não sei se isso influe, mas a persistência dessa mágoa 01.E 02. D 03. C 04. A 05. B
pode estar sendo o grande impecilho na superação dessa sua crise. 06. E 07. C 08. E 09. A 10. C
(E) O diretor exitou ao aprovar a retenção dessa alta quantia,
mas não quiz ser taxado de conivente na concessão de privilégios RESOLUÇÃO
ilegítimos.
1-)
05.Em qual das alternativas a frase está corretamente escrita? (A) Ele se esqueceu de que? = quê?
A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa. (B) Era tão ruím (ruim) aquele texto, que não deu para distri-
B) O mendigo não depositou na caderneta de poupança. bui-lo (distribuí-lo) entre os presentes.
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa. (C) Embora devêssemos (devêssemos) , não fomos excessivos
D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa. nas críticas.
(D) O juíz (juiz) nunca (se) negou a atender às reivindicações
06.(IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM] - CCI) – VU- dos funcionários.
NESP/2011) Assinale a alternativa em que o trecho – Mas ela (E) Não sei por que ele mereceria minha consideração.
cresceu ... – está corretamente reescrito no plural, com o verbo no
tempo futuro. 2-)
(A) Mas elas cresceram... (A) Os tabeliãos devem preparar o documento. = tabeliães
(B) Mas elas cresciam... (B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis. =
(C) Mas elas cresçam... cidadãos
(D) Mas elas crescem... (C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local. =
(E) Mas elas crescerão... certidões
07. (IAMSPE/SP – ATENDENTE – [PAJEM – CCI] – VU- (E) Cuidado com os degrais, que são perigosos = degraus
NESP/2011 - ADAPTADA) Assinale a alternativa em que o trecho 3-) Prezado Usuário
– O teste decisivo e derradeiro para ele, cidadão ansioso e sofre- A fim de oferecer lazer e cultura aos passageiros do metrô, a
dor...– está escrito corretamente no plural. partir desta segunda-feira (25/02), às 17h30, começa o Sounder-
(A) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cidadãos ansio- ground, festival internacional que prestigia os músicos que tocam
so e sofredores... em estações do metrô.
(B) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadãos an- Confira o dia e a estação em que os artistas se apresentarão
sioso e sofredores... e divirta-se!
(C) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadãos an- A fim = indica finalidade; a partir: sempre separado; antes de
siosos e sofredores... horas: há crase
(D) Os testes decisivo e derradeiros para eles, cidadões ansio-
so e sofredores... 4-) Fiz a correção entre parênteses:
(E) Os testes decisivos e derradeiros para eles, cidadãos an- (A) Que eles viajem sempre é muito bom, mas não é boa a
siosos e sofredores... ansiedade com que enfrentam o excesso de passageiros nos aero-
portos.
08. (MPE/RJ – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FUJB/2011) (B) Comete muitos deslises (deslizes), talvez por sua espon-
Assinale a alternativa em que a frase NÃO contraria a norma culta: taneidade, mas nada que ponha em cheque (xeque) sua reputação
A) Entre eu e a vida sempre houve muitos infortúnios, por isso de pessoa cortês.
posso me queixar com razão. (C) Ele era rabugento e tinha ojeriza ao hábito do sócio de
B) Sempre houveram várias formas eficazes para ultrapas- descançar (descansar) após o almoço sob a frondoza (frondosa)
sarmos os infortúnios da vida. árvore do pátio.

Didatismo e Conhecimento 13
LÍNGUA PORTUGUESA
(D) Não sei se isso influe (influi), mas a persistência dessa má- 3. Nos compostos com elementos além, aquém, recém e sem:
goa pode estar sendo o grande impecilho (empecilho) na superação além-mar, recém-nascido, sem-número, recém-casado, aquém-
dessa sua crise. -fiar, etc.
(E) O diretor exitou (hesitou) ao aprovar a retenção dessa alta
quantia, mas não quiz (quis) ser taxado de conivente na concessão 4. No geral, as locuções não possuem hífen, mas algumas ex-
de privilégios ilegítimos. ceções continuam por já estarem consagradas pelo uso: cor- -de-
-rosa, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de-meia, água-de-
5-) -colônia, queima-roupa, deus-dará.
A) O mindingo não depositou na cardeneta de poupansa. =
mendigo/caderneta/poupança 5. Nos encadeamentos de vocábulos, como: ponte Rio-Niterói,
C) O mindigo não depozitou na cardeneta de poupanssa. = percurso Lisboa-Coimbra-Porto e nas combinações históricas ou
mendigo/caderneta/poupança ocasionais: Áustria-Hungria, Angola-Brasil, Alsácia-Lorena, etc.
D) O mendingo não depozitou na carderneta de poupansa.
=mendigo/depositou/caderneta/poupança
6. Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super- quan-
do associados com outro termo que é iniciado por r: hiper-resisten-
6-) Futuro do verbo “crescer”: crescerão. Teremos: mas elas
te, inter-racial, super-racional, etc.
crescerão...

7-) Como os itens apresentam o mesmo texto, a alternativa 7. Nas formações com os prefixos ex-, vice-: ex-diretor, ex-
correta já indica onde estão as inadequações nos demais itens. -presidente, vice-governador, vice-prefeito.
8. Nas formações com os prefixos pós-, pré- e pró-: pré-natal,
8-) Fiz as correções entre parênteses: pré-escolar, pró-europeu, pós-graduação, etc.
A) Entre eu (mim) e a vida sempre houve muitos infortúnios,
por isso posso me queixar com razão. 9. Na ênclise e mesóclise: amá-lo, deixá-lo, dá-se, abraça-o,
B) Sempre houveram (houve) várias formas eficazes para ul- lança-o e amá-lo-ei, falar-lhe-ei, etc.
trapassarmos os infortúnios da vida.
C) Devemos controlar nossas emoções todas as vezes que ver- 10. Nas formações em que o prefixo tem como segundo ter-
mos (virmos) a pobreza e a miséria fazerem parte de nossa vida. mo uma palavra iniciada por “h”: sub-hepático, eletro-higrómetro,
D) É difícil entender o por quê (o porquê) de tanto sofrimen- geo-história, neo-helênico, extra-humano, semi-hospitalar, super-
to, principalmente daqueles que procuram viver com dignidade e -homem.
simplicidade.
E) As dificuldades por que (= pelas quais; correto) passamos 11. Nas formações em que o prefixo ou pseudo prefixo ter-
certamente nos fazem mais fortes e preparados para os infortúnios mina na mesma vogal do segundo elemento: micro-ondas, eletro-
da vida. -ótica, semi-interno, auto-observação, etc.

9-) Por que essa cara? = é uma pergunta e o pronome está Obs: O hífen é suprimido quando para formar outros termos:
longe do ponto de interrogação. reaver, inábil, desumano, lobisomem, reabilitar.
10-) autopsia s.f., autópsia s.f.; cf. autopsia - Lembre-se: ao separar palavras na translineação (mudança
(fonte: http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/ de linha), caso a última palavra a ser escrita seja formada por hífen,
start.htm?sid=23) repita-o na próxima linha. Exemplo: escreverei anti-inflamatório
RESPOSTA: “CERTO”. e, ao final, coube apenas “anti-”. Na linha debaixo escreverei: “-in-
flamatório” (hífen em ambas as linhas).
O hífen é um sinal diacrítico (que distingue) usado para ligar
Não se emprega o hífen:
os elementos de palavras compostas (couve-flor, ex-presidente) e
para unir pronomes átonos a verbos (ofereceram-me; vê-lo-ei).
Serve igualmente para fazer a translineação de palavras, isto 1. Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina
é, no fim de uma linha, separar uma palavra em duas partes (ca-/ em vogal e o segundo termo inicia-se em “r” ou “s”. Nesse caso,
sa; compa-/nheiro). passa-se a duplicar estas consoantes: antirreligioso, contrarregra,
infrassom, microssistema, minissaia, microrradiografia, etc.
Uso do hífen que continua depois da Reforma Ortográfica:
2. Nas constituições em que o prefixo ou pseudoprefixo ter-
1. Em palavras compostas por justaposição que formam uma mina em vogal e o segundo termo inicia-se com vogal diferente:
unidade semântica, ou seja, nos termos que se unem para formam antiaéreo, extraescolar, coeducação, autoestrada, autoaprendiza-
um novo significado: tio-avô, porto-alegrense, luso-brasileiro, gem, hidroelétrico, plurianual, autoescola, infraestrutura, etc.
tenente-coronel, segunda-feira, conta-gotas, guarda-chuva, arco-
-íris, primeiro-ministro, azul-escuro. 3. Nas formações, em geral, que contêm os prefixos “dês” e
“in” e o segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, inábil,
2. Em palavras compostas por espécies botânicas e zoológi- desabilitar, etc.
cas: couve-flor, bem-te-vi, bem-me-quer, abóbora-menina, erva-
-doce, feijão-verde.

Didatismo e Conhecimento 14
LÍNGUA PORTUGUESA
4. Nas formações com o prefixo “co”, mesmo quando o segun- RESOLUÇÃO
do elemento começar com “o”: cooperação, coobrigação, coorde-
nar, coocupante, coautor, coedição, coexistir, etc. 1-)
A) autocrítica
5. Em certas palavras que, com o uso, adquiriram noção de C) pontapé
composição: pontapé, girassol, paraquedas, paraquedista, etc. D) supermercado
E) infravermelhos
6. Em alguns compostos com o advérbio “bem”: benfeito,
benquerer, benquerido, etc. 2-)B) Nas circunvizinhanças há uma casa mal-assombrada.

Questões sobre Hífen 3-) A) O semianalfabeto desenhou um semicírculo.

01.Assinale a alternativa em que o hífen, conforme o novo 4-)


Acordo, está sendo usado corretamente: a) pão-duro / b) copo-de-leite (planta) / c) pé de moleque
A) Ele fez sua auto-crítica ontem. (doce)
B) Ela é muito mal-educada. a) Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam
C) Ele tomou um belo ponta-pé. elementos de ligação.
D) Fui ao super-mercado, mas não entrei. b) Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies ani-
E) Os raios infra-vermelhos ajudam em lesões. mais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes, semen-
tes), tenham ou não elementos de ligação.
02.Assinale a alternativa errada quanto ao emprego do hífen: c) Não se usa o hífen em compostos que apresentam elemen-
A) Pelo interfone ele comunicou bem-humorado que faria tos de ligação.
uma superalimentação.
B) Nas circunvizinhanças há uma casa malassombrada. 5-) Fez um esforço sobre-humano para vencer o campeonato
C) Depois de comer a sobrecoxa, tomou um antiácido. inter-regional.
D) Nossos antepassados realizaram vários anteprojetos. - Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h.
E) O autodidata fez uma autoanálise. - Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com
que se inicia a outra palavra
03.Assinale a alternativa incorreta quanto ao emprego do hí-
fen, respeitando-se o novo Acordo. 10-) C) O contrarregra comeu um contrafilé.
A) O semi-analfabeto desenhou um semicírculo.
B) O meia-direita fez um gol de sem-pulo na semifinal do
campeonato. Letra e Fonema
C) Era um sem-vergonha, pois andava seminu.
D) O recém-chegado veio de além-mar.
E) O vice-reitor está em estado pós-operatório. A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono
04.Segundo o novo Acordo, entre as palavras pão duro (ava- (“som, voz”) e log, logia (“estudo”, “conhecimento”). Significa
rento), copo de leite (planta) e pé de moleque (doce) o hífen é literalmente “estudo dos sons” ou “estudo dos sons da voz”. O
obrigatório: homem, ao falar, emite sons. Cada indivíduo tem uma maneira
A) em nenhuma delas. própria de realizar esses sons no ato da fala. Essas particularidades
B) na segunda palavra. na pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética.
C) na terceira palavra. Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz
D) em todas as palavras. de estabelecer uma distinção de significado entre as palavras. Ob-
E) na primeira e na segunda palavra. serve, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção
entre os pares de palavras:
05.Fez um esforço __ para vencer o campeonato __. Qual al- amor - ator
ternativa completa corretamente as lacunas? morro - corro
A) sobreumano/interregional vento - cento
B) sobrehumano-interregional Cada segmento sonoro refere-se a um dado da língua por-
C) sobre-humano / inter-regional tuguesa que está em sua memória: a imagem acústica que você,
D) sobrehumano/ inter-regional como falante de português, guarda de cada um deles. É essa ima-
E) sobre-humano /interegional gem acústica, esse referencial de padrão sonoro, que constitui o
fonema. Os fonemas formam os significantes dos signos linguísti-
GABARITO cos. Geralmente, aparecem representados entre barras. Assim: /m/,
/b/, /a/, /v/, etc.
01. B 02. B 03. A 04. E 05. C

Didatismo e Conhecimento 15
LÍNGUA PORTUGUESA
Fonema e Letra Quanto ao timbre, as vogais podem ser:
- Abertas: pé, lata, pó
- O fonema não deve ser confundido com a letra. Na língua - Fechadas: mês, luta, amor
escrita, representamos os fonemas por meio de sinais chamados - Reduzidas - Aparecem quase sempre no final das palavras:
letras. Portanto, letra é a representação gráfica do fonema. Na dedo, ave, gente
palavra sapo, por exemplo, a letra “s” representa o fonema /s/ (lê-
-se sê); já na palavra brasa, a letra “s” representa o fonema /z/ Quanto à zona de articulação:
(lê-se zê). - Anteriores ou Palatais - A língua eleva-se em direção ao pa-
lato duro (céu da boca): é, ê, i
- Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais - Posteriores ou Velares - A língua eleva-se em direção ao pa-
de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que pode ser re- lato mole (véu palatino): ó, ô, u
presentado pelas letras z, s, x: zebra, casamento, exílio. - Médias - A língua fica baixa, quase em repouso: a

- Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um 2) Semivogais


fonema. A letra “x”, por exemplo, pode representar: Os fonemas /i/ e /u/, algumas vezes, não são vogais. Aparecem
- o fonema /sê/: texto apoiados em uma vogal, formando com ela uma só emissão de voz
- o fonema /zê/: exibir (uma sílaba). Nesse caso, esses fonemas são chamados de semi-
- o fonema /che/: enxame vogais. A diferença fundamental entre vogais e semivogais está
- o grupo de sons /ks/: táxi no fato de que estas últimas não desempenham o papel de núcleo
silábico.
- O número de letras nem sempre coincide com o número de Observe a palavra papai. Ela é formada de duas sílabas: pa-
fonemas. -pai. Na última sílaba, o fonema vocálico que se destaca é o “a”.
tóxico fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o Ele é a vogal. O outro fonema vocálico “i” não é tão forte quanto
1 2 3 4 5 6 7 123456 ele. É a semivogal. Outros exemplos: saudade, história, série.
galho fonemas: /g/a/lh/o/ letras: g a l h o Obs.: os fonemas /i/ e /u/ podem aparecer representados na
1 2 3 4 12345 escrita por “e”, “o” ou “m”. Veja:
pães /pãis/ mão /mãu/ cem /c i/
- As letras “m” e “n”, em determinadas palavras, não repre-
3) Consoantes
sentam fonemas. Observe os exemplos: Compra, conta. Nessas
Para a produção das consoantes, a corrente de ar expirada pe-
palavras, “m” e “n” indicam a nasalização das vogais que as ante-
los pulmões encontra obstáculos ao passar pela cavidade bucal.
cedem: /õ/. Veja ainda: nave: o /n/ é um fonema; dança: o “n” não
Isso faz com que as consoantes sejam verdadeiros “ruídos”, in-
é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras
capazes de atuar como núcleos silábicos. Seu nome provém jus-
“a” e “n”.
tamente desse fato, pois, em português, sempre consoam (“soam
- A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema. com”) as vogais. Exemplos: /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/, etc.
hoje fonemas: ho / j / e / letras: h o j e
1 2 3 1234 Encontros Vocálicos
Classificação dos Fonemas Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e semivo-
gais, sem consoantes intermediárias. É importante reconhecê-los
Os fonemas da língua portuguesa são classificados em: para dividir corretamente os vocábulos em sílabas. Existem três
1) Vogais tipos de encontros: o ditongo, o tritongo e o hiato.
As vogais são os fonemas sonoros produzidos por uma cor- 1) Ditongo
rente de ar que passa livremente pela boca. Em nossa língua, de- É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa)
sempenham o papel de núcleo das sílabas. Assim, isso significa numa mesma sílaba. Pode ser:
que em toda sílaba há necessariamente uma única vogal. - Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal: sé-rie (i
Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entreaberta. As = semivogal, e = vogal)
vogais podem ser: - Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal: pai (a
- Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/. = vogal, i = semivogal)
- Oral: quando o ar sai apenas pela boca: pai, série
- Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais. - Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais: mãe
/ã/: fã, canto, tampa 2) Tritongo
/ ẽ /: dente, tempero É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e uma
/ ĩ/: lindo, mim semivogal, sempre nessa ordem, numa só sílaba. Pode ser oral ou
/õ/ : bonde, tombo nasal: Paraguai - Tritongo oral, quão - Tritongo nasal.
/ ũ / : nunca, algum
3) Hiato
- Átonas: pronunciadas com menor intensidade: até, bola. É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que per-
tencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais de uma
- Tônicas: pronunciadas com maior intensidade: até, bola. vogal numa sílaba: saída (sa-í-da), poesia (po-e-si-a).

Didatismo e Conhecimento 16
LÍNGUA PORTUGUESA
Encontros Consonantais - Repare que, quando você “ouve” o som do “u” em “gu” ou
“qu”, não temos dígrafos. Exemplo: Água = /agua/ nós pronun-
O agrupamento de duas ou mais consoantes, sem vogal inter- ciamos a letra “u”, senão ficaria /aga/. Temos aqui 4 letras e 4
mediária, recebe o nome de encontro consonantal. Existem basi- fonemas. Já em guitarra = /gitara/ não pronunciamos o “u”, então
camente dois tipos: temos dígrafo (aliás, dois dígrafos: “rr”). Portanto: 8 letras e 6 fo-
1-) os que resultam do contato consoante + “l” ou “r” e ocor- nemas.
rem numa mesma sílaba, como em: pe-dra, pla-no, a-tle-ta, cri-se.
2-) os que resultam do contato de duas consoantes pertencen- Questões sobre Letra e Fonema
tes a sílabas diferentes: por-ta, rit-mo, lis-ta.
Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos vo- 01. Assinale a alternativa errada a respeito da palavra “chur-
cábulos; são, por isso, inseparáveis: pneu, gno-mo, psi-có-lo-go. rasqueira”.
A) apresenta 13 letras e 10 fonemas
Dígrafos B) apresenta 3 dígrafos: ch, rr, qu
De maneira geral, cada fonema é representado, na escrita, por C) divisão silábica: chur-ras-quei-ra
apenas uma letra. D) é paroxítona e polissílaba
lixo - Possui quatro fonemas e quatro letras. E) apresenta o tritongo: uei
Há, no entanto, fonemas que são representados, na escrita, por
02. A alternativa que apresenta uma incorreção é:
duas letras.
A) o fonema está diretamente ligado ao som da fala.
bicho - Possui quatro fonemas e cinco letras.
Na palavra acima, para representar o fonema /xe/ foram utili- B) as letras são representações gráficas dos fonemas.
zadas duas letras: o “c” e o “h”. C) a palavra “tosse” possui quatro fonemas.
Assim, o dígrafo ocorre quando duas letras são usadas para D) uma única letra pode representar fonemas diferentes.
representar um único fonema (di = dois + grafo = letra). Em nossa E) a letra “h” sempre representa um fonema.
língua, há um número razoável de dígrafos que convém conhecer.
Podemos agrupá-los em dois tipos: consonantais e vocálicos. 03. Todas as palavras abaixo possuem um encontro vocálico e
um encontro consonantal, exceto:
Dígrafos Consonantais A) destruir. B) magnésio. C) adstringente.
D) pneu. E) autóctone.
Letras Fonemas Exemplos
Lh /lhe/ telhado 04. A série em que todas as palavras apresentam dígrafo é.
nh /nhe/ marinheiro A) assinar / bocadinho / arredores.
ch /xe/ chave B) residência / pingue-pongue / dicionário.
rr /re/ (no interior da palavra) carro C) digno / decifrar / dissesse.
ss /se/ (no interior da palavra) passo D) dizer / holandês / groenlandeses.
qu /k/ (qu seguido de e e i) queijo, quiabo E) futebolísticos / diligentes / comparecimento.
gu /g/ ( gu seguido de e e i) guerra, guia 05. Indique a palavra que tem 5 fonemas:
sc /se/ crescer A) ficha. B) molhado. C) guerra. D) fixo. E) hulha.
sç /se/ desço
xc /se/ exceção 06. Dadas as palavras: tung-stê-nio / bis-a-vô / du-e-lo, cons-
Dígrafos Vocálicos: registram-se na representação das vogais tatamos que a separação silábica está correta:
nasais. a) apenas nº 1 b) apenas nº 2
Fonemas Letras Exemplos c) apenas nº 3 d) em todas as palavras
/ã/ am tampa
e) n. d. a.
an canto
/ ẽ / em templo
GABARITO
en lenda
/ ĩ/ im limpo
in lindo 01. E 02. E 03. C 04. A 05. D 06. C
/õ/ om tombo
on tonto RESOLUÇÃO
/ ũ / um chumbo
un corcunda 1-) apresenta o tritongo: uei
Não ouço o som do “u”. Há um dígrafo (qu = duas letras e um
Observação: “gu” e “qu” são dígrafos somente quando segui- fonema). O ‘qu” tem o som de /k/.
dos de “e” ou “i”, representam os fonemas /g/ e /k/: guitarra, aqui-
lo. Nesses casos, a letra “u” não corresponde a nenhum fonema. 2-) a letra “h” sempre representa um fonema. = não representa
Em algumas palavras, no entanto, o “u” representa um fonema - fonema quando inicia uma palavra como, por exemplo, hoje.
semivogal ou vogal - (aguentar, linguiça, aquífero...). Nesse caso,
“gu” e”qu” não são dígrafos. Também não há dígrafos quando são 3-) C) adstringente. = há encontro consonantal (tr), mas não
seguidos de “a” ou “o” (quase, averiguo). há vocálico.

Didatismo e Conhecimento 17
LÍNGUA PORTUGUESA
4-) Os acentos
A) assinar / bocadinho / arredores.
B) residência / pingue-pongue / dicionário. acento agudo (´) – Colocado sobre as letras «a», «i», «u» e
C) digno / decifrar / dissesse. sobre o «e» do grupo “em” - indica que estas letras representam as
D) dizer / holandês / groenlandeses. vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público, parabéns.
E) futebolísticos / diligentes / comparecimento. Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto.
Ex.: herói – médico – céu (ditongos abertos)
5-)
A) ficha = 4 B) molhado = 6 acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e
C) guerra = 4 D) fixo = 5 /f i k s o/ “o” indica, além da tonicidade, timbre fechado: Ex.: tâmara –
E) hulha = 3 Atlântico – pêssego – supôs
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com arti-
6-) tungs – tê - nio / bi – sa - vô / du- e –lo gos e pronomes. Ex.: à – às – àquelas – àqueles
trema ( ¨ ) – De acordo com a nova regra, foi totalmente abo-
lido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras deri-
vadas de nomes próprios estrangeiros. Ex.: mülleriano (de Müller)
Acentuação
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais na-
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as regras es-
sais. Ex.: coração – melão – órgão – ímã
tabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se compõe de algu-
mas particularidades, às quais devemos estar atentos, procurando Regras fundamentais:
estabelecer uma relação de familiaridade e, consequentemente,
colocando-as em prática na linguagem escrita. Palavras oxítonas:
À medida que desenvolvemos o hábito da leitura e a prática de Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, “o”,
redigir, automaticamente aprimoramos essas competências, e logo “em”, seguidas ou não do plural(s): Pará – café(s) – cipó(s) –
nos adequamos à forma padrão. armazém(s)
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
Regras básicas – Acentuação tônica Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos
ou não de “s”. Ex.: pá – pé – dó – há
A acentuação tônica implica na intensidade com que são pro- Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, seguidas
nunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de forma mais de lo, la, los, las. Ex. respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo
acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As demais, como são Paroxítonas:
pronunciadas com menos intensidade, são denominadas de átonas. Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas - i, is : táxi – lápis – júri
como: - us, um, uns : vírus – álbuns – fórum
Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a última - l, n, r, x, ps : automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps
sílaba. Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel - ã, ãs, ão, ãos : ímã – ímãs – órfão – órgãos

Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica recai na -- Dica da Zê!: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê?
penúltima sílaba. Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível Repare que essa palavra apresenta as terminações das paroxítonas
que são acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM = fórum), R, X, Ã,
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica está na ÃO. Assim ficará mais fácil a memorização!
antepenúltima sílaba. Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médi- -ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de
“s”: água – pônei – mágoa – jóquei
co – ônibus
Como podemos observar, os vocábulos possuem mais de uma
Regras especiais:
sílaba, mas em nossa língua existem aqueles com uma sílaba so-
Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” (ditongos abertos),
mente: são os chamados monossílabos que, quando pronunciados, que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com a
apresentam certa diferenciação quanto à intensidade. nova regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas.
Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos em
uma dada sequência de palavras. Assim como podemos observar * Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma palavra
no exemplo a seguir: oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são acentuados. Ex.:
“Sei que não vai dar em nada, herói, céu, dói, escarcéu.
Seus segredos sei de cor”.
Antes Agora
Os monossílabos classificam-se como tônicos; os demais, assembléia assembleia
como átonos (que, em, de). idéia ideia
geléia geleia
jibóia jiboia
apóia (verbo apoiar) apoia
paranóico paranoico

Didatismo e Conhecimento 18
LÍNGUA PORTUGUESA
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompanha- ele contém – eles contêm
dos ou não de “s”, haverá acento. Ex.: saída – faísca – baú – país ele obtém – eles obtêm
– Luís ele retém – eles retêm
ele convém – eles convêm
Observação importante:
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes eram
quando vierem depois de ditongo: Ex.: acentuadas para diferenciá-las de outras semelhantes (regra do
Antes Agora acento diferencial). Apenas em algumas exceções, como:
bocaiúva bocaiuva A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do pretérito
feiúra feiura perfeito do modo indicativo) ainda continua sendo acentuada para
Sauípe Sauipe diferenciar-se de pode (terceira pessoa do singular do presente do
indicativo). Ex:
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido. Ela pode fazer isso agora.
Ex.: Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou...
Antes Agora
crêem creem O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da pre-
lêem leem posição por.
vôo voo - Quando, na frase, der para substituir o “por” por “colocar”,
enjôo enjoo estaremos trabalhando com um verbo, portanto: “pôr”; nos outros
casos, “por” preposição. Ex:
- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos Faço isso por você.
que, no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais acento Posso pôr (colocar) meus livros aqui?
como antes: CRER, DAR, LER e VER.
Questões sobre Acentuação Gráfica
Repare:
1-) O menino crê em você 01. (TJ/SP – AGENTE DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA
Os meninos creem em você.
– VUNESP/2010) Assinale a alternativa em que as palavras são
2-) Elza lê bem!
acentuadas graficamente pelos mesmos motivos que justificam,
Todas leem bem!
respectivamente, as acentuações de: década, relógios, suíços.
3-) Espero que ele dê o recado à sala.
(A) flexíveis, cartório, tênis.
Esperamos que os garotos deem o recado!
(B) inferência, provável, saída.
4-) Rubens vê tudo!
(C) óbvio, após, países.
Eles veem tudo!
(D) islâmico, cenário, propôs.
* Cuidado! Há o verbo vir:
Ele vem à tarde! (E) república, empresária, graúda.
Eles vêm à tarde! 02. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO
PAULO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VU-
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando se- NESP/2013) Assinale a alternativa com as palavras acentuadas
guidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z. Ra-ul, ru-im, con-tri- segundo as regras de acentuação, respectivamente, de intercâmbio
-bu-in-te, sa-ir, ju-iz e antropológico.
(A) Distúrbio e acórdão.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem (B) Máquina e jiló.
seguidas do dígrafo nh. Ex: ra-i-nha, ven-to-i-nha. (C) Alvará e Vândalo.
(D) Consciência e características.
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem pre- (E) Órgão e órfãs.
cedidas de vogal idêntica: xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
03. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE –
As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com TÉCNICO EM MICROINFORMÁTICA - CESPE/2012) As pa-
“u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” não lavras “conteúdo”, “calúnia” e “injúria” são acentuadas de acordo
serão mais acentuadas. Ex.: com a mesma regra de acentuação gráfica.
Antes Depois ( ) CERTO ( ) ERRADO
apazigúe (apaziguar) apazigue
averigúe (averiguar) averigue 04. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS
argúi (arguir) argui GERAIS – OFICIAL JUDICIÁRIO – FUNDEP/2010) Assinale a
afirmativa em que se aplica a mesma regra de acentuação.
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do plu- A) tevê – pôde – vê
ral de: ele tem – eles têm / ele vem – eles vêm (verbo vir) B) únicas – histórias – saudáveis
C) indivíduo – séria – noticiários
A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter, D) diário – máximo – satélite
deter, abster.

Didatismo e Conhecimento 19
LÍNGUA PORTUGUESA
05. (ANATEL – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- (A) Distúrbio = paroxítona terminada em ditongo; acórdão =
PE/2012) Nas palavras “análise” e “mínimos”, o emprego do acen- paroxítona terminada em “ão”
to gráfico tem justificativas gramaticais diferentes. (B) Máquina = proparoxítona; jiló = oxítona terminada em
(...) CERTO ( ) ERRADO “o”
(C) Alvará = oxítona terminada em “a”; Vândalo = proparo-
06. (ANCINE – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- xítona
PE/2012) Os vocábulos “indivíduo”, “diária” e “paciência” rece- (D) Consciência = paroxítona terminada em ditongo; caracte-
bem acento gráfico com base na mesma regra de acentuação grá- rísticas = proparoxítona
fica. (E) Órgão e órfãs = ambas: paroxítona terminada em “ão” e
(...) CERTO ( ) ERRADO “ã”, respectivamente.
07. (BACEN – TÉCNICO DO BANCO CENTRAL – CES-
GRANRIO/2010) As palavras que se acentuam pelas mesmas re- 3-) “Conteúdo” é acentuada seguindo a regra do hiato; calúnia
gras de “conferência”, “razoável”, “países” e “será”, respectiva- = paroxítona terminada em ditongo; injúria = paroxítona termina-
mente, são da em ditongo.
a) trajetória, inútil, café e baú. RESPOSTA: “ERRADO”.
b) exercício, balaústre, níveis e sofá.
c) necessário, túnel, infindáveis e só. 4-)
d) médio, nível, raízes e você. A) tevê – pôde – vê
e) éter, hífen, propôs e saída. Tevê = oxítona terminada em “e”; pôde (pretérito perfeito do
Indicativo) = acento diferencial (que ainda prevalece após o Novo
08. (CORREIOS – CARTEIRO – CESPE/2011) São acen- Acordo Ortográfico) para diferenciar de “pode” – presente do In-
tuados graficamente de acordo com a mesma regra de acentuação dicativo; vê = monossílaba terminada em “e”
gráfica os vocábulos B) únicas – histórias – saudáveis
A) também e coincidência. Únicas = proparoxítona; história = paroxítona terminada em
B) quilômetros e tivéssemos. ditongo; saudáveis = paroxítona terminada em ditongo.
C) jogá-la e incrível. C) indivíduo – séria – noticiários
D) Escócia e nós. Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; séria = paro-
xítona terminada em ditongo; noticiários = paroxítona terminada
E) correspondência e três.
em ditongo.
D) diário – máximo – satélite
09. (IBAMA – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES-
Diário = paroxítona terminada em ditongo; máximo = propa-
PE/2012) As palavras “pó”, “só” e “céu” são acentuadas de acordo
roxítona; satélite = proparoxítona.
com a mesma regra de acentuação gráfica.
5-) Análise = proparoxítona / mínimos = proparoxítona. Am-
(...) CERTO ( ) ERRADO
bas são acentuadas pela mesma regra (antepenúltima sílaba é tôni-
GABARITO ca, “mais forte”).
RESPOSTA: “ERRADO”.
01. E 02. D 03. E 04. C 05. E
06. C 07. D 08. B 09. E 6-) Indivíduo = paroxítona terminada em ditongo; diária = pa-
roxítona terminada em ditongo; paciência = paroxítona terminada
RESOLUÇÃO em ditongo. Os três vocábulos são acentuados devido à mesma
regra.
1-) Década = proparoxítona / relógios = paroxítona terminada RESPOSTA: “CERTO”.
em ditongo / suíços = regra do hiato
(A) flexíveis e cartório = paroxítonas terminadas em ditongo / 7-) Vamos classificar as palavras do enunciado:
tênis = paroxítona terminada em “i” (seguida de “s”) 1-) Conferência = paroxítona terminada em ditongo
(B) inferência = paroxítona terminada em ditongo / provável 2-) razoável = paroxítona terminada em “l’
= paroxítona terminada em “l” / saída = regra do hiato 3-) países = regra do hiato
(C) óbvio = paroxítona terminada em ditongo / após = oxítona 4-) será = oxítona terminada em “a”
terminada em “o” + “s” / países = regra do hiato
(D) islâmico = proparoxítona / cenário = paroxítona termina- a) trajetória, inútil, café e baú.
da em ditongo / propôs = oxítona terminada em “o” + “s” Trajetória = paroxítona terminada em ditongo; inútil = paroxí-
(E) república = proparoxítona / empresária = paroxítona ter- tona terminada em “l’; café = oxítona terminada em “e”
minada em ditongo / graúda = regra do hiato b) exercício, balaústre, níveis e sofá.
Exercício = paroxítona terminada em ditongo; balaústre =
2-) Para que saibamos qual alternativa assinalar, primeiro te- regra do hiato; níveis = paroxítona terminada em “i + s”; sofá =
mos que classificar as palavras do enunciado quanto à posição de oxítona terminada em “a”.
sua sílaba tônica: c) necessário, túnel, infindáveis e só.
Intercâmbio = paroxítona terminada em ditongo; Antropológi- Necessário = paroxítona terminada em ditongo; túnel = paro-
co = proparoxítona (todas são acentuadas). Agora, vamos à análise xítona terminada em “l’; infindáveis = paroxítona terminada em “i
dos itens apresentados: + s”; só = monossílaba terminada em “o”.

Didatismo e Conhecimento 20
LÍNGUA PORTUGUESA
d) médio, nível, raízes e você. Classificação dos morfemas:
Médio = paroxítona terminada em ditongo; nível = paroxítona
terminada em “l’; raízes = regra do hiato; será = oxítona terminada Radical
em “a”. Há um morfema comum a todas as palavras que estamos ana-
e) éter, hífen, propôs e saída. lisando: escol-. É esse morfema comum – o radical – que faz com
Éter = paroxítona terminada em “r”; hífen = paroxítona ter- que as consideremos palavras de uma mesma família de significa-
minada em “n”; propôs = oxítona terminada em “o + s”; saída = ção – os cognatos. O radical é a parte da palavra responsável por
regra do hiato. sua significação principal.

8-) Afixos
A) também e coincidência. Como vimos, o acréscimo do morfema – ar - cria uma nova
Também = oxítona terminada em “e + m”; coincidência = pa- palavra a partir de escola. De maneira semelhante, o acréscimo dos
roxítona terminada em ditongo morfemas sub e arização à forma escol- criou subescolarização.
B) quilômetros e tivéssemos. Esses morfemas recebem o nome de afixos.
Quilômetros = proparoxítona; tivéssemos = proparoxítona Quando são colocados antes do radical, como acontece com
C) jogá-la e incrível. sub, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como ariza-
Oxítona terminada em “a”; incrível = paroxítona terminada ção, surgem depois do radical os afixos são chamados de sufixos.
em “l’ Prefixos e sufixos, além de operar mudança de classe gramatical,
D) Escócia e nós. são capazes de introduzir modificações de significado no radical a
Escócia = paroxítona terminada em ditongo; nós = monossíla- que são acrescentados.
ba terminada em “o + s”
E) correspondência e três. Desinências
Correspondência = paroxítona terminada em ditongo; três =
monossílaba terminada em “e + s” Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como
amava, amavas, amava, amávamos, amáveis, amavam. Essas mo-
9-) Pó = monossílaba terminada em “o”; só = monossílaba dificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado em
terminada em “o”; céu = monossílaba terminada em ditongo aber- número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda ou tercei-
to “éu”. ra). Também ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo
RESPOSTA: “ERRADO”.
(amava, amara, amasse, por exemplo).
Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam
MORFOLOGIA: ESTRUTURA as flexões das palavras. Esses morfemas sempre surgem no fim das
E FORMAÇÃO DE PALAVRAS. palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desinên-
CLASSES DE PALAVRAS E SEU EMPREGO. cias nominais e desinências verbais.
FLEXÕES: GÊNERO, NÚMERO E GRAU Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos
DO SUBSTANTIVO E ADJETIVO nomes. Para a indicação de gênero, o português costuma opor as
desinências -o/-a: garoto/garota; menino/menina.
Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema
–s, que indica o plural em oposição à ausência de morfema, que
Observe as seguintes palavras: indica o singular: garoto/garotos; garota/garotas; menino/meni-
escol-a nos; menina/meninas.
escol-ar No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de
escol-arização plural assume a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/
escol-arizar cruzes.
sub-escol-arização
Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais
Percebemos que há um elemento comum a todas elas: a forma pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que indicam o modo
escol-. Além disso, em todas há elementos destacáveis, responsá- e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o
veis por algum detalhe de significação. Compare, por exemplo, número e a pessoa dos verbos (desinência número-pessoais):
escola e escolar: partindo de escola, formou-se escolar pelo acrés- cant-á-va-mos
cimo do elemento destacável: ar. cant: radical -
Por meio desse trabalho de comparação entre as diversas á-: vogal temática
palavras que selecionamos, podemos depreender a existência de -va-:desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito imper-
diferentes elementos formadores. Cada um desses elementos for- feito do indicativo)
madores é uma unidade mínima de significação, um elemento sig- -mos:desinência número-pessoal
nificativo indecomponível, a que damos o nome de morfema.
cant-á-sse-is
cant: radical
-á-: vogal temática

Didatismo e Conhecimento 21
LÍNGUA PORTUGUESA
-sse-:desinência modo-temporal (caracteriza o pretérito im- In------ --feliz des----------leal
perfeito do subjuntivo) Prefixo radical prefixo radical
-is: desinência número-pessoal (caracteriza a segunda pessoa
do plural) 2-) Sufixal (ou sufixação): a palavra nova é obtida por acrés-
cimo de sufixo.
Vogal temática Feliz---- mente leal------dade
Radical sufixo radical sufixo
Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais,
surge sempre o morfema –a. Esse morfema, que liga o radical às 3-) Parassintética: a palavra nova é obtida pelo acréscimo
desinências, é chamado de vogal temática. Sua função é ligar- simultâneo de prefixo e sufixo (não posso retirar o prefixo nem o
-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao tema (radical + sufixo que estão ligados ao radical, pois a palavra não “existiria”).
vogal temática) que se acrescentam as desinências. Tanto os ver- Por parassíntese formam-se, principalmente, verbos.
bos como os nomes apresentam vogais temáticas. En-- -----trist- ----ecer
Prefixo radical sufixo
Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas
finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola, triste, base, en----- ---tard--- --ecer
combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas termi- prefixo radical sufixo
nações são desinências indicadoras de gênero, pois a mesa, esco-
la, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas vogais Outros tipos de derivação
temáticas que se liga a desinência indicadora de plural: mesa-s,
escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais tônicas (sofá, Há dois casos em que a palavra derivada é formada sem que
café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam vogal temática. haja a presença de afixos. São eles: a derivação regressiva e a de-
rivação imprópria.
Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam três 1-) Derivação regressiva: a palavra nova é obtida por redução
grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações. Assim, os da palavra primitiva. Ocorre, sobretudo, na formação de substan-
verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira conjugação; tivos derivados de verbos. Exemplo: A pesca está proibida. (pes-
aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à segunda conjugação car). Proibida a caça. (caçar)
e os que têm vogal temática -i pertencem à terceira conjugação.
2-) Derivação imprópria: a palavra nova (derivada) é obtida
Vogal ou consoante de ligação pela mudança de categoria gramatical da palavra primitiva. Não
ocorre, pois, alteração na forma, mas tão somente na classe gra-
As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que surgem matical.
por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibili- Não entendi o porquê da briga. (o substantivo porquê deriva
tar a leitura de uma determinada palavra. Temos um exemplo de da conjunção porque)
vogal de ligação na palavra escolaridade: o - i - entre os sufixos Seu olhar me fascina! (o verbo olhar tornou-se, aqui, subs-
-ar- e -dade facilita a emissão vocal da palavra. Outros exemplos: tantivo)
gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira, Outros processos de formação de palavras:
tricota.
Processos de formação de palavras: - Hibridismo: é a palavra formada com elementos oriundos de
línguas diferentes.
1-) Composição automóvel (auto: grego; móvel: latim)
Haverá composição quando se juntarem dois ou mais radicais sociologia (socio: latim; logia: grego)
para formar nova palavra. Há dois tipos de composição; justaposi- sambódromo (samba: dialeto africano; dromo: grego)
ção e aglutinação.
1.1-) Justaposição: ocorre quando os elementos que formam - Abreviação vocabular, cujo traço peculiar manifesta-se por
o composto são postos lado a lado, ou seja, justapostos: corre-cor- meio da eliminação de um segmento de uma palavra no intuito
re, guarda-roupa, segunda-feira, girassol. de se obter uma forma mais reduzida, geralmente aquelas mais
1.2-) Aglutinação: ocorre quando os elementos que formam longas. Vejamos alguns exemplos: metropolitano/metrô, extraor-
o composto se aglutinam e pelo menos um deles perde sua integri- dinário/extra, otorrinolaringologista /otorrino, telefone/fone,
dade sonora: aguardente (água + ardente), planalto (plano + alto), pneumático/pneu
pernalta (perna + alta), vinagre (vinho + acre)
- Onomatopeia: Consiste em criar palavras, tentando imitar
Derivação por acréscimo de afixos sons da natureza ou sons repetidos. Por exemplo: zum-zum, cri-cri,
tique-taque, pingue-pongue, blá-blá-blá.
É o processo pelo qual se obtêm palavras novas (derivadas)
pela anexação de afixos à palavra primitiva. A derivação pode ser: - Siglas: As siglas são formadas pela combinação das letras
prefixal, sufixal e parassintética. iniciais de uma sequência de palavras que constitui um nome. Por
1-) Prefixal (ou prefixação): a palavra nova é obtida por exemplo:IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística);
acréscimo de prefixo. IPTU (Imposto Predial, Territorial e Urbano).

Didatismo e Conhecimento 22
LÍNGUA PORTUGUESA
As siglas escrevem-se com todas as letras maiúsculas, a não c) amostra, alinhar, girassol;
ser que haja mais de três letras e a sigla seja pronunciável sílaba d) corte, emudecer, outrora;
por sílaba. Por exemplo: Unicamp, Petrobras. e) pesca, deslealdade, vinagre.

fonte: 08. Na frase “Ele tem um quê especial como gestor”, o proces-
http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-forma- so de formação da palavra destacada chama-se:
cao-de-palavras-i.htm A)composição B)justaposição
C)aglutinação D)derivação imprópria
Questões sobre Estrutura das Palavras
09. Brasília comemorou seu aniversário com uma superfesta.
01.(TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- A cinquentona planejada por Lúcio Costa é hoje uma metrópole
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) que oferece alta qualidade de vida.
Assinale a alternativa contendo palavra formada por prefixo. (Fonte: O Globo, 21/04/2010, com adaptações)
(A) Máquina. Na notícia do jornal, as palavras “superfesta” e “cinquentona”
(B) Brilhantismo. exemplificam, respectivamente, casos de formação de palavras por
(C) Hipertexto. A)hibridismo e neologismo.
(D) Textualidade. B)justaposição e aglutinação.
(E) Arquivamento. C)composição e derivação.
D)prefixação e sufixação.
02. A palavra “aguardente” formou-se por: E)conversão e regressão.
A) hibridismo B) aglutinação
C) justaposição D) parassíntese 10. (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO
E) derivação regressiva RIO DE JANEIRO – PROCESSO DE SELEÇÃO PARA CURSO
INTERNO – BIORIO CONCURSOS/2013) Na palavra INSEGU-
03. Que item contém somente palavras formadas por justa- RANÇA, o prefixo IN- significa “negação”; a palavra abaixo em
posição? que esse mesmo prefixo apresenta outro significado é:
A) desagradável - complemente (A) incompetência;
B) vaga-lume - pé-de-cabra (B) incapacidade;
C) encruzilhada - estremeceu (C) intranquilidade;
D) supersticiosa - valiosas (D) inalação;
E) desatarraxou - estremeceu (E) inexatidão.

04. “Sarampo” é:
A) forma primitiva GABARITO
B) formado por derivação parassintética
C) formado por derivação regressiva 01. C 02. B 03. B 04. C 05. B
D) formado por derivação imprópria 06. D 07. D 08. D 09. D 10. D
E) formado por onomatopeia RESOLUÇÃO
05.As palavras são formadas através de derivação parassin-
tética em 1-)
A)infelizmente, desleal, boteco, barraco. A – Máquina = sem acréscimo de afixos (prefixo ou sufixo)
B)ajoelhar, anoitecer, entristecer, entardecer. B - Brilhantismo. = acréscimo de sufixo (ismo)
C)caça, pesca, choro, combate. C – Hipertexto = acréscimo de prefixo (hiper)
D)ajoelhar, pesca, choro, entristecer. D – Textualidade = acréscimo de sufixo (idade)
E – Arquivamento = acréscimo de sufixo (mento)
06.(Escrevente TJ SP –Vunesp/2011) Leia o trecho.
Estudo da ONG Instituto Pólis mostra que, infelizmente, sem 2-) água + ardente = aguardente ( aglutinação)
o tratamento e a destinação corretos,…
Assinale a alternativa que contém uma palavra formada pelo 3-) vaga-lume - pé-de-cabra = não houve alteração em ne-
mesmo processo do termo destacado. nhuma delas (nem acréscimo, nem redução, estão apenas “postas”
(A) infiel. (B) democracia. uma ao lado da outra, justaposição).
(C) lobisomem. (D) ilegalidade.
(E) cidadania. 4-) formado por derivação regressiva = a palavra primitiva é
sarampão!
07. Assinale a letra em que as palavras são formadas por deri-
vação regressiva, derivação parassintética e composição por aglu- 5-) ajoelhar, anoitecer, entristecer, entardecer = nenhuma de-
tinação, respectivamente. las pode ter o prefixo ou o sufixo retirados, pois elas só têm signi-
a) neurose, infelizmente, pseudônimo; ficado com ambos, juntos, ligados a elas.
b) ajuste, aguardente, arco-íris; (Tardecer? Noitecer? Tristecer? Entarde?)

Didatismo e Conhecimento 23
LÍNGUA PORTUGUESA
6-) infelizmente = derivação prefixal e sufixal – existe infeliz Adjetivo Pátrio Composto
e felizmente, portanto não é caso de derivação parassintética. O
outro vocábulo que também apresenta tal formação é ilegalidade Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro elemen-
(ilegal e legalidade). to aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita. Observe
alguns exemplos:
7-) corte, emudecer, outrora
Cortar / emudecer (não posso retirar nem o prefixo nem o África afro- / Cultura afro-americana
sufixo) / outra hora. Alemanha germano- ou teuto-/Competições teuto-inglesas
América américo- / Companhia américo-africana
8-) Ele tem um quê especial como gestor. Bélgica belgo- / Acampamentos belgo-franceses
Dentre suas várias classificações (pronome, conjunção), nessa China sino- / Acordos sino-japoneses
frase o “que” pertence à classe do substantivo, pois vem precedi- Espanha hispano- / Mercado hispano-português
do de um artigo. Quando alteramos a classe gramatical de uma Europa euro- / Negociações euro-americanas
palavra sem realizar nenhuma mudança na palavra, dá-se o nome França franco- ou galo- / Reuniões franco-italianas
de derivação imprópria (não é a classe gramatical “própria” dela. Grécia greco- / Filmes greco-romanos
Inglaterra anglo- / Letras anglo-portuguesas
Outro exemplo: olhar é verbo, mas em “Seu olhar mexe comigo”,
Itália ítalo- / Sociedade ítalo-portuguesa
temos um substantivo).
Japão nipo- / Associações nipo-brasileiras
Portugal luso- / Acordos luso-brasileiros
9-) superfesta” e “cinquentona
= super + festa (prefixação) / cinquenta + ona (sufixação) Flexão dos adjetivos
10-) Em todas as alternativa o IN- é prefixo de negação, com O adjetivo varia em gênero, número e grau.
exceção de “inalar”, na qual o IN faz parte do radical do verbo
(aspirar). Gênero dos Adjetivos

Classes de Palavras Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem


(masculino e feminino). De forma semelhante aos substantivos,
classificam-se em:
Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou caracte- Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e
rística do ser e se relaciona com o substantivo. outra para o feminino. Por exemplo: ativo e ativa, mau e má, judeu
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos e judia.
que, além de expressar uma qualidade, ela pode ser colocada ao Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino
lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa somente o último elemento. Por exemplo: o moço norte-america-
bondosa. no, a moça norte-americana.
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, Exceção: surdo-mudo e surda-muda.
não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade, Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como
moça bondade, pessoa bondade. Bondade, portanto, não é adjeti- para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher feliz.
vo, mas substantivo. Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no femi-
Morfossintaxe do Adjetivo: nino. Por exemplo: conflito político-social e desavença político-
-social.
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro
de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como adjunto Número dos Adjetivos
adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto).
Plural dos adjetivos simples
Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com
Adjetivo Pátrio (ou gentílico)
as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos
simples. Por exemplo: mau e maus, feliz e felizes, ruim e ruins
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe boa e boas
alguns deles:
Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função
Estados e cidades brasileiros: de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver
Alagoas alagoano qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo, ela
Amapá amapaense manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra cinza é origi-
Aracaju aracajuano ou aracajuense nalmente um substantivo; porém, se estiver qualificando um ele-
Amazonas amazonense ou baré mento, funcionará como adjetivo. Ficará, então, invariável. Logo:
Belo Horizonte belo-horizontino camisas cinza, ternos cinza.
Brasília brasiliense Veja outros exemplos:
Cabo Frio cabo-friense Motos vinho (mas: motos verdes)
Campinas campineiro ou campinense Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).

Didatismo e Conhecimento 24
LÍNGUA PORTUGUESA
Adjetivo Composto Pedro é maior do que Paulo - Comparação de dois elemen-
tos.
É aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente, Pedro é mais grande que pequeno - comparação de duas
esses elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento qualidades de um mesmo elemento.
concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam na
forma masculina, singular. Caso um dos elementos que formam Sou menos alto (do) que você. = Comparativo de Inferiori-
o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o ad- dade
jetivo composto ficará invariável. Por exemplo: a palavra rosa é Sou menos passivo (do) que tolerante.
originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um
elemento, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra Superlativo
por hífen, formará um adjetivo composto; como é um substanti-
vo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará invariável. Por O superlativo expressa qualidades num grau muito elevado ou
exemplo: em grau máximo. O grau superlativo pode ser absoluto ou relativo
Camisas rosa-claro. e apresenta as seguintes modalidades:
Ternos rosa-claro. Superlativo Absoluto: ocorre quando a qualidade de um ser
Olhos verde-claros. é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se nas
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. formas:
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras
que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo: O secretá-
Obs.: - Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer ad- rio é muito inteligente.
jetivo composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis. Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo de
- Os adjetivos compostos surdo-mudo e pele-vermelha têm os sufixos. Por exemplo: O secretário é inteligentíssimo.
dois elementos flexionados.
Observe alguns superlativos sintéticos:
Grau do Adjetivo benéfico beneficentíssimo
bom boníssimo ou ótimo
Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a intensidade comum comuníssimo
da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo: o comparativo cruel crudelíssimo
e o superlativo. difícil dificílimo
Comparativo doce dulcíssimo
fácil facílimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica atribuída a fiel fidelíssimo
dois ou mais seres ou duas ou mais características atribuídas ao Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um ser
mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade, de superioridade é intensificada em relação a um conjunto de seres. Essa relação
ou de inferioridade. Observe os exemplos abaixo: pode ser:
Sou tão alto como você. = Comparativo de Igualdade De Superioridade: Clara é a mais bela da sala.
No comparativo de igualdade, o segundo termo da compara- De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala.
ção é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão.
Note bem:
Sou mais alto (do) que você. = Comparativo de Superioridade 1) O superlativo absoluto analítico é expresso por meio dos
Analítico advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc., antepos-
No comparativo de superioridade analítico, entre os dois subs- tos ao adjetivo.
tantivos comparados, um tem qualidade superior. A forma é ana- 2) O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob duas
lítica porque pedimos auxílio a “mais...do que” ou “mais...que”. formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, de origem
vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do adjetivo
O Sol é maior (do) que a Terra. = Comparativo de Superiori- latino + um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por exemplo:
dade Sintético fidelíssimo, facílimo, paupérrimo. A forma popular é constituída
do radical do adjetivo português + o sufixo -íssimo: pobríssimo,
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de superiori- agilíssimo.
dade, formas sintéticas, herdadas do latim. São eles: bom /melhor, 3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariíssimo,
pequeno/menor, mau/pior, alto/superior, grande/maior, baixo/ necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as formas serís-
inferior. simo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desagradável hiato i-í.
Observe que:
a) As formas menor e pior são comparativos de superioridade, Questões sobre Adjetivo
pois equivalem a mais pequeno e mais mau, respectivamente.
b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas (me- 01. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
lhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas entre – 2013-adap.) Em – características epidêmicas –, o adjetivo epidê-
duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se usar as formas micas corresponde a – características de epidemias.
analíticas mais bom, mais mau,mais grande e mais pequeno. Por Assinale a alternativa em que, da mesma forma, o adjetivo em
exemplo: destaque corresponde, corretamente, à expressão indicada.

Didatismo e Conhecimento 25
LÍNGUA PORTUGUESA
A) água fluvial – água da chuva. RESOLUÇÃO
B) produção aurífera – produção de ouro.
C) vida rupestre – vida do campo. 1-)
D) notícias brasileiras – notícias de Brasília. a-) fluvial – do rio b-) correta
E) costela bovina – costela de porco. c-) brasileiras – do Brasil d-) vida campestre
e-) suína
02.Não se pluraliza os adjetivos compostos abaixo, exceto:
A)azul-celeste B)azul-pavão 2-) Surdas-mudas
C)surda-muda D)branco-gelo
3-) d-) estão no superlativo absoluto analítico
03.Assinale a única alternativa em que os adjetivos não estão
no grau superlativo absoluto sintético: 4-) originalíssimo – grau superlativo absoluto sintético
A)Arquimilionário/ ultraconservador; 5-) C) Esta panela está cheissíssima de água.
B)Supremo/ ínfimo; O correto é cheíssima.
C)Superamigo/ paupérrimo;
D)Muito amigo/ Bastante pobre 6-) D)atitude muito benéfica = beneficientíssima
O correto é beneficentíssima ( sem o “i” em cien)
04.Na frase: “Trata-se de um artista originalíssimo”, o adjeti-
vo grifado encontra-se no grau: 7-) minutíssimo é a forma correta.
A)comparativo de superioridade.
B)superlativo absoluto sintético. 8-) “Essa lanchonete é famosa na cidade?”
C)superlativo relativo de superioridade. Essa – pronome
D)comparativo de igualdade. Lanchonete – substantivo
E)superlativo absoluto analítico. É – verbo
05.Aponte a alternativa em que o superlativo do adjetivo está Famosa – adjetivo
incorreto: na – preposição
A)Meu tio está elegantíssimo. cidade – substantivo
B)Joana, ela é minha amicíssima.
C)Esta panela está cheissíssima de água. 9-) De lua – lunar
D)A prova foi facílima. O advérbio, assim como muitas outras palavras existentes na
Língua Portuguesa, advém de outras línguas. Assim sendo, tal qual
06. Indique nas alternativas a seguir o adjetivo incorreto da o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a ideia de proximidade, conti-
locução adjetiva em negrito: guidade. Essa proximidade faz referência ao processo verbal, no
A)mulher muito magra = macérrima sentido de caracterizá-lo, ou seja, indicando as circunstâncias em
B)pessoa muito amiga = amicíssima que esse processo se desenvolve.
C)pessoa muito inimiga = inimicíssimo O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no sentido de
D)atitude muito benéfica = beneficientíssima caracterizar os processos expressos por ele. Contudo, ele não é
modificador exclusivo desta classe (verbos), pois também modifi-
07. “Ele era tão pequeno que recebeu o apelido de miúdo”. A ca o adjetivo e até outro advérbio. Seguem alguns exemplos:
palavra miúdo possui, no grau superlativo absoluto sintético, duas Para quem se diz distantemente alheio a esse assunto, você
formas. Uma delas é miudíssimo (regular) e a outra, irregular, é: está até bem informado.
A)minutíssimo B)miudinitíssimo Temos o advérbio “distantemente” que modifica o adjetivo
C)midunitíssimo D)miduníssimo alheio, representando uma qualidade, característica.

08. Quantos adjetivos existem na frase “Essa lanchonete é fa- O artista canta muito mal.
mosa na cidade?” Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifica outro
A)1. B)2. C)3. D)4. E)5. advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos pudemos ve-
rificar que se tratava de somente uma palavra funcionando como
09. Indique a alternativa incorreta quanto à correspondência advérbio. No entanto, ele pode estar demarcado por mais de uma
entre a locução adjetiva e o adjetivo equivalente: palavra, que mesmo assim não deixará de ocupar tal função. Te-
A)de pele = cutâneo B)de professor = docente mos aí o que chamamos de locução adverbial, representada por al-
C)de face = facial D)de lua = lunático gumas expressões, tais como: às vezes, sem dúvida, frente a frente,
de modo algum, entre outras.
GABARITO Dependendo das circunstâncias expressas pelos advérbios,
eles se classificam em distintas categorias, uma vez expressas por:
01. B 02. C 03. D 04. B 05. C de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pressas, às
06. D 07. A 08. A 09. D claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, des-
se jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado
a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior parte dos que terminam em

Didatismo e Conhecimento 26
LÍNGUA PORTUGUESA
-”mente”: calmamente, tristemente, propositadamente, paciente- Superlativo: aumenta a intensidade. Exemplos: longe - lon-
mente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosa- gíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente - inconstitu-
mente, generosamente cionalissimamente, etc.;
Diminutivo: diminui a intensidade. Exemplos: perto - perti-
de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em exces- nho, pouco - pouquinho, devagar - devagarinho,
so, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto,
que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, Questões sobre Advérbio
por completo.
01. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013-
de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora, ama- adap.) Assinale a alternativa cuja expressão em destaque apresenta
nhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, circunstância adverbial de modo.
nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, breve, A) Repetidos episódios de violência (...) estão gerando ainda
constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, pro- uma série de repercussões.
visoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, B) ...quebrou o braço da estudante de direito R. D., 19, em
de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer plena balada…
momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia C) Esses dois jovens teriam tentado se aproximar, sem suces-
so, de duas amigas…
de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, D) Um dos suspeitos do ataque alega que tudo não passou de
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, um engano...
longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhu- E) O fato é que é difícil acreditar que tanta gente ande se que-
res, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância, à dis- brando por aí…
tancia de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao
lado, em volta 02. (Agente Educacional – VUNESP – 2013-adap.) Releia os
de negação : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de trechos apresentados a seguir.
forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum - Aqueles que não simpatizavam muito com Pitágoras podiam
simplesmente escolher carreiras nas quais os números não encon-
de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente,
travam muito espaço...
quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
- Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com uma
de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto, efetiva-
ponta de desprezo, torna-se cada vez mais fundamental...
mente, certo, decididamente, realmente, deveras, indubitavelmen-
Os advérbios em destaque nos trechos expressam, correta e
te (=sem dúvida).
respectivamente, circunstâncias de
A) afirmação e de intensidade. B) modo e de tempo.
de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente,
C) modo e de lugar. D) lugar e de tempo.
simplesmente, só, unicamente
E) intensidade e de negação.
de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também
03. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013-adap.) Em
de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente – … mas é importante também considerar e estudar em profundi-
dade o planejamento urbano. –, a expressão em destaque é empre-
de designação: Eis gada na oração para indicar circunstância de
A) lugar. B) causa.
de interrogação: onde? (lugar), como? (modo), quando? C) origem. D) modo.
(tempo), por quê? (causa), quanto? (preço e intensidade), para E) finalidade.
quê? (finalidade)
04. (UFC) A opção em que há um advérbio exprimindo cir-
Locução adverbial cunstância de tempo é:
A) Possivelmente viajarei para São Paulo.
É reunião de duas ou mais palavras com valor de advérbio. B) Maria tinha aproximadamente 15 anos.
Exemplo: C) As tarefas foram executadas concomitantemente.
Carlos saiu às pressas. (indicando modo) D) Os resultados chegaram demasiadamente atrasados.
Maria saiu à tarde. (indicando tempo)
05. Indique a alternativa que completa a frase a seguir, respec-
Há locuções adverbiais que possuem advérbios corresponden- tivamente, com as circunstâncias de intensidade e de modo. Após
tes. Exemplo: Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu apressada- o telefonema, o motorista partiu...
mente. A)às 18 h com o veículo.
B)rapidamente ao meio-dia.
Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de modo são C)bastante alerta.
flexionados, sendo que os demais são todos invariáveis. A única D)apressadamente com o caminhão.
flexão propriamente dita que existe na categoria dos advérbios é E)agora calmamente.
a de grau:

Didatismo e Conhecimento 27
LÍNGUA PORTUGUESA
GABARITO Constatemos as circunstâncias em que os artigos se mani-
festam:
01. C 02. B 03. D 04. C 05. C
- Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do numeral
RESOLUÇÃO “ambos”: Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas.

1-) - Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do ar-


a-) ainda = tempo tigo, outros não: São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia...
B) em plena balada = lugar
C) sem sucesso = modo - Quando indicado no singular, o artigo definido pode indicar
D) não = negação . toda uma espécie: O trabalho dignifica o homem.
E) por aí = lugar
- No caso de nomes próprios personativos, denotando a ideia
2-) Simplesmente = modo / ainda = tempo de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do artigo: O
Pedro é o xodó da família.
3-) em profundidade = profundamente = advérbio de modo
- No caso de os nomes próprios personativos estarem no plu-
4-) concomitantemente = Diz-se do que acontece, desenvol- ral, são determinados pelo uso do artigo: Os Maias, os Incas, Os
ve--se ou é expresso ao mesmo tempo com outra(s) coisa(s); si- Astecas...
multâneo.
- Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) para
5-) A alternativa deve começar com advérbio que expresse IN- conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o artigo), o pro-
TENSIDADE. Vá por eliminação: nome assume a noção de qualquer.
a-) às 18h = tempo Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda)
b-) rapidamente = modo Toda classe possui alunos interessados e desinteressados.
c-) bastante= intensidade (qualquer classe)
d-) apressadamente = modo - Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo:
e-) agora = tempo Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo.
rtigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica se
ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida. Além - A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia de
disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número dos aproximação numérica: O máximo que ele deve ter é uns vinte
substantivos.
anos.
Classificação dos Artigos
- O artigo também é usado para substantivar palavras oriundas
de outras classes gramaticais: Não sei o porquê de tudo isso.
Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira
precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal.
- Nunca deve ser usado artigo depois do pronome relativo cujo
Artigos Indefinidos: determinam os substantivos de maneira
(e flexões).
vaga: um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu matei um animal.
Este é o homem cujo amigo desapareceu.
Combinação dos Artigos Este é o autor cuja obra conheço.

É muito presente a combinação dos artigos definidos e inde- - Não se deve usar artigo antes das palavras casa ( no sentido
finidos com preposições. Veja a forma assumida por essas combi- de lar, moradia) e terra ( no sentido de chão firme), a menos que
nações: venham especificadas.
Preposições Artigos Eles estavam em casa.
o, os Eles estavam na casa dos amigos.
a ao, aos Os marinheiros permaneceram em terra.
de do, dos Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
em no, nos
por (per) pelo, pelos - Não se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento,
a, as um, uns uma, umas com exceção de senhor(a), senhorita e dona: Vossa excelência re-
à, às - - solverá os problemas de Sua Senhoria.
da, das dum, duns duma, dumas
na, nas num, nuns numa, numas - Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome
pela, pelas - - de revistas, jornais, obras literárias: Li a notícia em O Estado de
S. Paulo.
- As formas à e às indicam a fusão da preposição a com o
artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida por
crase.

Didatismo e Conhecimento 28
LÍNGUA PORTUGUESA
Morfossintaxe A) dois artigos definidos e um indefinido.
B) um artigo definido e um indefinido.
Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas relações C) somente artigos definidos.
com o substantivo. Assim, nas orações da língua portuguesa, o ar- D) somente artigos indefinidos.
tigo exerce a função de adjunto adnominal do substantivo a que se E) não tem artigos.
refere. Tal função independe da função exercida pelo substantivo:
08. Assinale a alternativa em que um(uma) é usado como arti-
A existência é uma poesia. go indefinido e não como numeral:
Uma existência é a poesia. A) Um pássaro na mão vale mais do que dois voando.
B) O homem ali não é um maluco.
Questões sobre Artigo C) Ele ficou parado no cinema, segurando o chapéu com uma
das mãos.
01. Determine o caso em que o artigo tem valor qualificativo: D) Camila preparou uma salada maravilhosa.
A) Estes são os candidatos que lhe falei.
B) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera. 09.Assinale a alternativa em que há erro.
C) Certeza e exatidão, estas qualidades não as tenho. A) Li a noticia no Estado de S. Paulo.
D) Os problemas que o afligem não me deixam descuidado. B) Li a noticia em O Estado de S. Paulo.
E) Muito é a procura; pouca é a oferta. C) Essa notícia, eu a vi em A Gazeta.
D) Vi essa notícia em A Gazeta.
02. (ESAN-SP) Em qual dos casos o artigo denota familiari- E) Foi em O Estado de S. Paulo que li a notícia.
dade?
A) O Amazonas é um rio imenso. 10. Assinale a palavra cujo gênero está indevidamente indica-
B) D. Manuel, o Venturoso, era bastante esperto. do pelo artigo.
C) O Antônio comunicou-se com o João. A) a cal B) a dinamite
D) O professor João Ribeiro está doente. C) o suéter D) o champanhe
E) a dó
E) Os Lusíadas são um poema épico
GABARITO
03.Assinale a alternativa em que o uso do artigo está substan-
tivando uma palavra.
01. B 02. C 03. D 04. D 05. B
A) A liberdade vai marcar a poesia social de Castro Alves.
06. D 07. B 08. B 09. A 10. E
B) Leitor perspicaz é aquele que consegue ler as entrelinhas.
C) A navalha ia e vinha no couro esticado.
RESOLUÇÃO
D) Haroldo ficou encantado com o andar de bailado de Joana.
E) Bárbara dirigia os olhos para a lua encantada. 1-) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera!
Entende-se que ele não é qualquer médico, mas O médico!
04.Assinale a alternativa em que há erro:
A) O anúncio foi publicado em O Estado São Paulo. 2-) O Antônio comunicou-se com o João.
B) Está na hora de os trabalhadores saírem. Segundo a regra: Emprega-se o artigo definido antes de no-
C) Todas as pessoas receberam a notícia. mes de pessoas quando são usados no trato familiar para indicar
D) Não conhecia nenhum episódio dos Lusíadas. afetividade.
E)Avisei a Simone de que não haveria a reunião.
3-) Haroldo ficou encantado com o andar de bailado de Joana.
05. Em que alternativa o termo grifado indica aproximação? Andar é verbo, mas nesse caso, por estar antecedida do artigo
A) Ao visitar uma cidade desconhecida, vibrava. “o”, pertence à classe gramatical: substantivo.
B) Tinha, na época, uns dezoito anos.
C) Ao aproximar de uma garota bonita, seus olhos brilhavam. 4-) Não conhecia nenhum episódio de Os Lusíadas.
D) Não havia um só homem corajoso naquela guerra.
E) Uns diziam que ela sabia tudo, outros que não. 5-) Tinha, na época, uns dezoito anos. = aproximadamente

06.Em uma destas frases, o artigo definido está empregado 6-) “Gato escaldado tem medo de água fria.”
erradamente. Em qual? O uso do artigo definido “reduziria” o ditado a um gato espe-
A) A velha Roma está sendo modernizada. cífico.
B) A “Paraíba” é uma bela fragata.
C) Não reconheço agora a Lisboa de meu tempo. 7-) Os acrobatas, até que tentam, mas só têm umas bolas mur-
D) O gato escaldado tem medo de água fria. chas.
E) O Havre é um porto de muito movimento. Artigo definido e indefinido, respectivamente.

07. O trecho: “Os acrobatas, até que tentam, mas só têm umas 8-) A única alternativa que apresenta “um” como artigo inde-
bolas murchas”, possui: finido é a B; nas demais, numeral.

Didatismo e Conhecimento 29
LÍNGUA PORTUGUESA
9-) Não é correto fazer a contração da preposição com o arti- - EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex.
go, já que este faz parte do nome do jornal. Além de que, seman- É melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora.
ticamente, entende-se que a notícia foi lida quando o leitor estava Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes
NO Estado de São Paulo. do verbo), porquanto.

10-) “Dó” é substantivo de gênero masculino, portanto, requer Conjunções subordinativas


artigo “o”: um dó.
- CAUSAIS
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações ou Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma
dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por exemplo: vez que, como (= porque).
A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as amigui- Ele não fez o trabalho porque não tem livro.
nhas.
- COMPARATIVAS
Deste exemplo podem ser retiradas três informações: Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como,
1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu as mais...do que, menos...do que.
Ela fala mais que um papagaio.
amiguinhas
- CONCESSIVAS
Cada informação está estruturada em torno de um verbo: se-
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, mesmo
gurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações: que, apesar de, se bem que.
1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e mostrou Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato
3ª oração: quando viu as amiguinhas. inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”.
A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e a ter- Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar
ceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”. As palavras cansada)
“e” e “quando” ligam, portanto, orações. Apesar de ter chovido fui ao cinema.
Observe: Gosto de natação e de futebol.
Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes - CONFORMATIVAS
ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra “e” está ligando Principais conjunções conformativas: como, segundo, confor-
termos de uma mesma oração. me, consoante
Cada um colhe conforme semeia.
Morfossintaxe da Conjunção Expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade.

As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem pro- - CONSECUTIVAS


priamente uma função sintática: são conectivos. Expressam uma ideia de consequência.
Classificação Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”, “tanto”,
- Conjunções Coordenativas “tão”, “tamanho”).
- Conjunções Subordinativas Falou tanto que ficou rouco.

Conjunções coordenativas - FINAIS


Expressam ideia de finalidade, objetivo.
Dividem-se em: Todos trabalham para que possam sobreviver.
- ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. Ex. Gosto Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque
de cantar e de dançar. (=para que),
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também,
- PROPORCIONAIS
não só...como também.
Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto
mais, ao passo que, à proporção que.
- ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de oposi- À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.
ção, de compensação. Ex. Estudei, mas não entendi nada.
Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo, to- - TEMPORAIS
davia, no entanto, entretanto. Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo que.
Quando eu sair, vou passar na locadora.
- ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância.
Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho. Questões sobre Conjunção
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer...
quer, já...já. 01.(Administrador – FCC – 2013) Leia o texto a seguir.
A música alcançou uma onipresença avassaladora em nosso
- CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às orações. mundo: milhões de horas de sua história estão disponíveis em dis-
Ex. Estudei muito, por isso mereço passar. co; rios de melodia digital correm na internet; aparelhos de mp3
Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois (de- com 40 mil canções podem ser colocados no bolso. No entanto, a
pois do verbo), portanto, por conseguinte, assim. música não é mais algo que fazemos nós mesmos, ou até que ob-

Didatismo e Conhecimento 30
LÍNGUA PORTUGUESA
servamos outras pessoas fazerem diante de nós. Ela se tornou um A) tempo.
meio radicalmente virtual, uma arte sem rosto. Quando caminha- B) modo.
mos pela cidade num dia comum, nossos ouvidos registram música C) origem.
em quase todos os momentos − pedaços de hip hop vazando dos D) assunto.
fones de ouvido de adolescentes no metrô, o sinal do celular de um E) finalidade.
advogado tocando a “Ode à alegria”, de Beethoven −, mas quase
nada disso será resultado imediato de um trabalho físico de mãos 05. (Escrevente TJ SP –Vunesp/2012) No período – A pes-
ou vozes humanas, como se dava no passado. quisa do Dieese é um medidor importante, pois sua metodologia
Desde que Edison inventou o cilindro fonográfico, em1877, leva em conta não só o desemprego aberto (quem está procuran-
existe gente que avalia o que a gravação fez em favor e desfavor do trabalho), como também o oculto (pessoas que desistiram de
da arte da música. Inevitavelmente, a conversa descambou para procurar ou estão em postos precários). –, os termos em destaque
os extremos retóricos. No campo oposto ao dos que diziam que estabelecem entre as orações relação de
a tecnologia acabaria com a música estão os utópicos, que ale- (A) alternância.
gam que a tecnologia não aprisionou a música, mas libertou-a, (B) oposição.
levando a arte da elite às massas. Antes de Edison, diziam os utó- (C) causa.
picos, as sinfonias de Beethoven só podiam ser ouvidas em salas (D) adição.
de concerto selecionadas. Agora, as gravações levam a mensagem (E) explicação.
de Beethoven aos confins do planeta, convocando a multidão sau-
dada na “Ode à alegria”: “Abracem-se, milhões!”. Glenn Gould, 06. (Agente Policial – Vunesp/2013) Considerando que o ter-
depois de afastar-se das apresentações ao vivo em 1964, previu mo em destaque em – Segundo especialistas, recusar o bafômetro
que dentro de um século o concerto público desapareceria no éter não vai mais impedir o processo criminal... – introduz ideia de
eletrônico, com grande efeito benéfico sobre a cultura musical. conformidade, assinale a alternativa que apresenta a frase correta-
(Adaptado de Alex Ross. Escuta só. Tradução Pedro Maia mente reescrita, e com seu sentido inalterado.
Soares. São Paulo, Cia. das Letras, 2010, p. 76-77) (A) A fim de que para especialistas, recusar o bafômetro não
No entanto, a música não é mais algo que fazemos nós mes- vai mais impedir o processo criminal...
mos, ou até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós. (B) A menos que para especialistas, recusar o bafômetro não
vai mais impedir o processo criminal...
Considerando-se o contexto, é INCORRETO afirmar que o
(C) De acordo com especialistas, recusar o bafômetro não vai
elemento grifado pode ser substituído por:
mais impedir o processo criminal...
A) Porém.
(D) Apesar de que para especialistas, recusar o bafômetro não
B) Contudo.
vai mais impedir o processo criminal...
C) Todavia.
(E) Desde que para especialistas, recusar o bafômetro não vai
D) Entretanto.
mais impedir o processo criminal...
E) Conquanto.
07. (Agente Policial – Vunesp/2013) Considerando que o ter-
mo em destaque em – Esse valor é dobrado caso o motorista seja
02.(Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Observando as ocorrên- reincidente em um ano. – estabelece relação de condição entre as
cias da palavra “como” em – Como fomos programados para ver orações, assinale a alternativa que apresenta o trecho corretamente
o mundo como um lugar ameaçador… – é correto afirmar que se reescrito, e com seu sentido inalterado.
trata de conjunção (A) Porque o motorista é reincidente em um ano, esse valor
(A) comparativa nas duas ocorrências. é dobrado.
(B) conformativa nas duas ocorrências. (B) Como o motorista é reincidente em um ano, esse valor é
(C) comparativa na primeira ocorrência. dobrado.
(D) causal na segunda ocorrência. (C) Conforme o motorista for reincidente em um ano, esse
(E) causal na primeira ocorrência. valor é dobrado.
(D) Se o motorista for reincidente em um ano, esse valor é
03.(TRF 3º região/2014-adap.) Seus subordinados, contudo, dobrado.
cumpriram fielmente a ordem de não soltá-lo até que estivessem (E) À medida que o motorista é reincidente em um ano, esse
longe da zona de perigo. Sem prejuízo para o sentido original e a valor é dobrado.
correção gramatical, o elemento grifado acima pode ser substituí-
do por 08. Em – O projeto “Começar de Novo” busca sensibilizar
(A) por isso. entidades públicas e privadas para promover a ressocialização dos
(B) embora. presos... – o termo em destaque estabelece uma relação de
(C) entretanto. A) causa. B) tempo. C) lugar. D) finalidade. E) modo.
(D) portanto.
(E) onde. 09. (Agente de Promotoria – Assessoria – VUNESP – 2013).
Leia o texto a seguir.
04. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013-adap.)
No trecho – Temos de refletir sobre isso para mudar nossas atitu-
des. –, a palavra destacada apresenta sentido de

Didatismo e Conhecimento 31
LÍNGUA PORTUGUESA
Barreira da língua (A) Por isso.
(B) Portanto.
A barreira da língua e dos regionalismos parece um mero de- (C) Pois.
talhe em meio a tantas outras questões mais sérias já levantadas, (D) Porquanto.
como a falta de remédios, de equipes e de infraestrutura, mas não (E) Porém.
é.
Como é possível estabelecer uma relação médico-paciente, GABARITO
um diagnóstico correto, se o médico não compreende o paciente
e vice-versa? 01. E 02. E 03. C 04. E 05. D
Sim, essa dificuldade já existe no Brasil mesmo com médicos 06. C 07. D 08. D 09. A 10. E
e pacientes falando português, mas ela só tende a piorar com o
“portunhol” que se vislumbra pela frente. RESOLUÇÃO
O ministro da Saúde já disse que isso não será problema, que
é mais fácil treinar um médico em português do que ficar esperan- 1-) Conquanto é uma conjunção concessiva – abre uma ex-
ceção à regra. Portanto, a troca correta é por uma outra conjunção
do sete ou oito anos até um médico brasileiro ser formado.
adversativa.
Experiências internacionais, porém, mostram que não é tão
fácil assim. Na Alemanha, mesmo com a exigência da proficiência
2-) Como fomos programados para ver o mundo como um
na língua, um estudo constatou atraso de diagnósticos pelo fato de lugar ameaçador…
o médico estrangeiro não conseguir entender direito os sintomas Causal na primeira ocorrência e comparativa na segunda.
de pacientes.
Além disso, há queixa dos profissionais alemães, que se sen- 3-) contudo = conjunção adversativa
tem sobrecarregados por terem de atuar como intérpretes dos co- (A) por isso.- conjunção explicativa
legas de fora. (B) embora.- conjunção concessiva
Nada contra a vinda dos estrangeiros, desde que estejam ap- (C) entretanto. Conjunção adversativa (pode ser concessiva
tos para o trabalho. Tenho dúvidas, porém, se três semanas de também, mas neste caso ela inicia uma oração subordinada em que
treinamento, como aventou o ministro, é tempo suficiente para se admite um fato contrário à ação proposta pela oração principal,
isso. mas incapaz de impedi-la)
(Cláudia Collucci, Barreira da língua. Folha de S.Paulo, (D) portanto.- conjunção conclusiva
03.07.2013. Adaptado) (E) onde.- pronome relativo/interrogativo

Considere o parágrafo final do texto: 4-) Temos de refletir sobre isso para mudar nossas atitudes.
Nada contra a vinda dos estrangeiros, desde que estejam ap- Apresenta a finalidade da reflexão. Devemos refletir para quê?
tos para o trabalho. Tenho dúvidas, porém, se três semanas de
treinamento, como aventou o ministro, é tempo suficiente para 5-) Uma junção, soma de ideias. Há a presença de conjunções
isso. aditivas.
Mantendo-se os sentidos originais, ele está corretamente rees- 6-) De acordo com especialistas, recusar o bafômetro não vai
crito de acordo com a norma-padrão em: mais impedir o processo criminal...
A) Nada contra a vinda dos estrangeiros, se estiverem aptos Apresenta a mesma ideia que a do enunciado – além de ser a
para o trabalho. Tenho dúvidas, no entanto: três semanas de treina- mais coerente.
mento, como aventou o ministro, é suficiente para isso?
B) Nada contra a vinda dos estrangeiros, caso estão aptos para 7-) Esse valor é dobrado caso o motorista seja reincidente em
um ano. – estabelece relação de condição, portanto devemos utili-
o trabalho. Tenho dúvidas, todavia: três semanas de treinamento,
zar uma conjunção condicional: SE.
como aventou o ministro, são suficiente para isso?
Se o motorista for reincidente em um ano, esse valor será do-
C) Nada contra a vinda dos estrangeiros, quando estarão aptos
brado.
para o trabalho. Tenho dúvidas, portanto: três semanas de treina-
mento, como aventou o ministro, são suficientes para isso? 8-) A finalidade da sensibilização.
D) Nada contra a vinda dos estrangeiros, mas estariam aptos
para o trabalho. Tenho dúvidas, apesar disso: três semanas de trei- 9-) A) Nada contra a vinda dos estrangeiros, se estiverem ap-
namento, como aventou o ministro, é suficiente para isso. tos para o trabalho. Tenho dúvidas, no entanto: três semanas de
E) Nada contra a vinda dos estrangeiros, pois estarão aptos treinamento, como aventou o ministro, é suficiente para isso? =
para o trabalho. Tenho dúvidas, por conseguinte: três semanas de correta
treinamento, como aventou o ministro, são suficiente para isso.
10-) Porém = conjunção adversativa.
10. (Agente Policial - Vunesp/2013) Considere o trecho: –
Leve para casa – ponderou meu conselheiro, como quem diz: – É Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sen-
sua. Mas acrescentou: – procure direito e o endereço aparece. sações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o interlocu-
Sem que seja alterado o sentido do texto e de acordo com a tor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso,
norma-padrão da língua portuguesa, o termo em destaque pode ser seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elabora-
corretamente substituído por: das. Observe o exemplo:

Didatismo e Conhecimento 32
LÍNGUA PORTUGUESA
Droga! Preste atenção quando eu estou falando! A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes da en-
tonação com que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que uma
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua interjeição tenha mais de um sentido. Por exemplo:
raiva se traduz numa palavra: Droga! Ele poderia ter dito: - Estou Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade)
com muita raiva de você! Mas usou simplesmente uma palavra. Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
Ele empregou a interjeição Droga!
As sentenças da língua costumam se organizar de forma ló- Classificação das Interjeições
gica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui Comumente, as interjeições expressam sentido de:
em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por outro - Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!, Aten-
lado, são uma espécie de “palavra-frase”, ou seja, há uma ideia ção!, Olha!, Alerta!
expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras - locução - Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô!
interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma sentença. - Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva!
Veja os exemplos: - Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah!
- Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!,
Bravo! Bis!
Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca!
bravo e bis: interjeição = sentença (sugestão): “Foi muito
- Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa!
bom! Repitam!”
- Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé... ai: interjeição = sentença - Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!,
(sugestão): “Isso está doendo!” ou “Estou com dor!” Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!
- Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá!
A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que não - Desculpa: Perdão!
há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as sentenças - Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!,
da língua, mas sim a manifestação de um suspiro, um estado da Eh!
alma decorrente de uma situação particular, um momento ou um - Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!,
contexto específico. Exemplos: Ora!
Ah, como eu queria voltar a ser criança! - Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!,
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!,
Hum! Esse pudim estava maravilhoso! Putz!
hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição - Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!,
O significado das interjeições está vinculado à maneira como Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora!
elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita o senti- - Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade!
do que a expressão vai adquirir em cada contexto de enunciação. - Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, Adeus!,
Exemplos: Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me, Deus!
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expressão na - Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio!
rua; significado da interjeição (sugestão): “Estou te chamando! Ei, - Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh!
espere!”
Psiu! = contexto: alguém pronunciando essa expressão em Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto é, não
um hospital; significado da interjeição (sugestão): “Por favor, faça sofrem variação em gênero, número e grau como os nomes, nem
silêncio!” de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os verbos.
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio! No entanto, em uso específico, algumas interjeições sofrem varia-
puxa: interjeição; tom da fala: euforia ção em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que não se trata de um
processo natural dessa classe de palavra, mas tão só uma variação
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
que a linguagem afetiva permite. Exemplos: oizinho, bravíssimo,
puxa: interjeição; tom da fala: decepção
até loguinho.
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções: Locução Interjetiva
1) Sintetizar uma frase exclamativa, exprimindo alegria, tris- Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma expressão
teza, dor, etc. com sentido de interjeição. Por exemplo : Ora bolas! Quem me
Você faz o que no Brasil? dera! Virgem Maria! Meu Deus! Ó de casa! Ai de mim!
Eu? Eu negocio com madeiras. Valha-me Deus! Graças a Deus! Alto lá! Muito bem!
Ah, deve ser muito interessante.
Observações:
2) Sintetizar uma frase apelativa - As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. Por
Cuidado! Saia da minha frente. exemplo: Ué! = Eu não esperava por essa!, Perdão! = Peço-lhe
que me desculpe.
As interjeições podem ser formadas por:
- simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô. - Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o seu
- palavras: Oba!, Olá!, Claro! tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes gramaticais
- grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora podem aparecer como interjeições.
bolas! Viva! Basta! (Verbos)
Fora! Francamente! (Advérbios)

Didatismo e Conhecimento 33
LÍNGUA PORTUGUESA
- A interjeição pode ser considerada uma “palavra-frase” por- Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão
que sozinha pode constituir uma mensagem. Ex.: Socorro!, Ajudem- dos seres: meio, terço, dois quintos, etc.
-me!, Silêncio!, Fique quieto! Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos seres,
indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada: dobro, tri-
- Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitativas, que plo, quíntuplo, etc.
exprimem ruídos e vozes. Ex.: Pum! Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof!
Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc. Leitura dos Numerais

- Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com a sua Separando os números em centenas, de trás para frente, ob-
homônima “oh!”, que exprime admiração, alegria, tristeza, etc. Faz-se têm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no início,
uma pausa depois do” oh!” exclamativo e não a fazemos depois do também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos usa-se vír-
“ó” vocativo. gula; as unidades ligam-se pela conjunção “e”.
“Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!” (Olavo Bilac)
Oh! a jornada negra!” (Olavo Bilac) 1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte
e seis.
- Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas de pala- 45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte.
vras de outras classes, podem aparecer flexionadas no diminutivo ou
no superlativo: Calminha! Adeusinho! Obrigadinho! Flexão dos numerais

Interjeições, leitura e produção de textos Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma,
dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em
Usadas com muita frequência na língua falada informal, quando diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc. Car-
empregadas na língua escrita, as interjeições costumam conferir-lhe dinais como milhão, bilhão, trilhão, variam em número: milhões,
certo tom inconfundível de coloquialidade. Além disso, elas podem bilhões, trilhões. Os demais cardinais são invariáveis.
muitas vezes indicar traços pessoais do falante - como a escassez de Os numerais ordinais variam em gênero e número:
primeiro segundo milésimo
vocabulário, o temperamento agressivo ou dócil, até mesmo a origem
primeira segunda milésima
geográfica. É nos textos narrativos - particularmente nos diálogos -
primeiros segundos milésimos
que comumente se faz uso das interjeições com o objetivo de caracte-
primeiras segundas milésimas
rizar personagens e, também, graças à sua natureza sintética, agilizar
as falas. Natureza sintética e conteúdo mais emocional do que racional
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam em
fazem das interjeições presença constante nos textos publicitários.
funções substantivas: Fizeram o dobro do esforço e conseguiram
o triplo de produção.
Fonte Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais flexio-
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf89.php nam-se em gênero e número: Teve de tomar doses triplas do me-
Numeral é a palavra que indica os seres em termos numéricos, dicamento.
isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa em determinada Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número.
sequência. Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças partes
Os numerais coletivos flexionam-se em número: uma dúzia,
Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco. um milheiro, duas dúzias, dois milheiros.
[quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”] É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos nu-
Eu quero café duplo, e você? merais, traduzindo afetividade ou especialização de sentido. É o
...[duplo: numeral = atributo numérico de “café”] que ocorre em frases como:
A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor! “Me empresta duzentinho...”
...[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequência de “fila”] É artigo de primeiríssima qualidade!
O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que os números divisão de futebol)
indicam em relação aos seres. Assim, quando a expressão é colocada
em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata de numerais, mas sim de Emprego dos Numerais
algarismos.
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a ideia ex- *Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em
pressa pelos números, existem mais algumas palavras consideradas que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo e a
numerais porque denotam quantidade, proporção ou ordenação. São partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do subs-
alguns exemplos: década, dúzia, par, ambos(as), novena. tantivo:
Ordinais Cardinais
Classificação dos Numerais
João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico: um, D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
dois, cem mil, etc. Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada: Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
primeiro, segundo, centésimo, etc. Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)

Didatismo e Conhecimento 34
LÍNGUA PORTUGUESA
*Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal até nono e o cardinal de dez em diante:
Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)

*Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são largamente empre-
gados para retomar pares de seres aos quais já se fez referência.
Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância da solidariedade. Ambos agora participam das atividades comunitárias
de seu bairro.

Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática. Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
cinco quinto quíntuplo quinto
seis sexto sêxtuplo sexto
sete sétimo sétuplo sétimo
oito oitavo óctuplo oitavo
nove nono nônuplo nono
dez décimo décuplo décimo
onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos

Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários


treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
quinze décimo quinto - quinze avos
dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
dezessete décimo sétimo - dezessete avos
dezoito décimo oitavo - dezoito avos
dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
trinta trigésimo - trinta avos
quarenta quadragésimo - quarenta avos
cinqüenta quinquagésimo - cinquenta avos
sessenta sexagésimo - sessenta avos
setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
noventa nonagésimo - noventa avos
cem centésimo cêntuplo centésimo
duzentos ducentésimo - ducentésimo
trezentos trecentésimo - trecentésimo
quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
quinhentos quingentésimo - quingentésimo
seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
setecentos septingentésimo - septingentésimo
oitocentos octingentésimo - octingentésimo
novecentos nongentésimo
ou noningentésimo - nongentésimo
mil milésimo - milésimo
milhão milionésimo - milionésimo
bilhão bilionésimo - bilionésimo

Didatismo e Conhecimento 35
LÍNGUA PORTUGUESA
Questões sobre Numeral Preposição é uma palavra invariável que serve para ligar ter-
mos ou orações. Quando esta ligação acontece, normalmente há
01.Na frase “Nessa carteira só há duas notas de cinco reais” uma subordinação do segundo termo em relação ao primeiro. As
temos exemplos de numerais: preposições são muito importantes na estrutura da língua, pois es-
A)ordinais; B)cardinais; tabelecem a coesão textual e possuem valores semânticos indis-
C)fracionários; D)romanos; pensáveis para a compreensão do texto.
E)Nenhuma das alternativas.
Tipos de Preposição
02.Aponte a alternativa em que os numerais estão bem em-
pregados. 1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente
A) Ao papa Paulo Seis sucedeu João Paulo Primeiro. como preposições: a, ante, perante, após, até, com, contra, de,
B) Após o parágrafo nono virá o parágrafo décimo. desde, em, entre, para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro
C) Depois do capítulo sexto, li o capitulo décimo primeiro. de, para com.
D)Antes do artigo dez vem o artigo nono. 2. Preposições acidentais: palavras de outras classes grama-
E) O artigo vigésimo segundo foi revogado. ticais que podem atuar como preposições: como, durante, exceto,
fora, mediante, salvo, segundo, senão, visto.
03. Os ordinais referentes aos números 80, 300, 700 e 90 são, 3. Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo
respectivamente como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas:
A) octagésimo, trecentésimo, septingentésirno, nongentésimo abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de acor-
B) octogésimo, trecentésimo, septingentésimo, nonagésimo do com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de, graças
C) octingentésimo, tricentésimo, septuagésimo, nonagésimo a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por trás de.
D) octogésimo, tricentésimo, septuagésimo, nongentésimo
A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode
04. (Contador – IESES – 2012).“Em maio, um abaixo-assi- unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância em gê-
nado, para que o parlamento extinga a lei ortográfica, tomou a nero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela.
82ª Feira do Livro de Lisboa.” O numeral ordinal destacado está Vale ressaltar que essa concordância não é característica da
corretamente escrito na alternativa:
preposição, mas das palavras às quais ela se une.
a) Oitogésima segunda. b) Octogésima segunda.
Esse processo de junção de uma preposição com outra palavra
c) Oitagésima segunda. d) Octagésima segunda.
pode se dar a partir de dois processos:
05.Marque o emprego incorreto do numeral:
1. Combinação: A preposição não sofre alteração.
A) século III (três) B) página 102 (cento e dois)
preposição a + artigos definidos o, os
C) 80º (octogésimo) D) capítulo XI (onze)
a + o = ao
E) X tomo (décimo)
GABARITO preposição a + advérbio onde
01. B 02. D 03. B 04. B 05. A a + onde = aonde
2. Contração: Quando a preposição sofre alteração.
RESOLUÇÃO
Preposição + Artigos
1-) Nessa carteira só há duas notas de cinco reais = numerais De + o(s) = do(s)
cardinais De + a(s) = da(s)
De + um = dum
2-) De + uns = duns
A) Ao papa Paulo Sexto sucedeu João Paulo Primeiro. De + uma = duma
B) Após o parágrafo nono virá o parágrafo dez. De + umas = dumas
C) Depois do capítulo sexto, li o capítulo onze. Em + o(s) = no(s)
D) Antes do artigo dez vem o artigo nono. = correta Em + a(s) = na(s)
E) O artigo vinte e dois foi revogado. Em + um = num
Em + uma = numa
3-) 80 (octogésimo), 300 (trecentésimo ou tricentésimo) , 700 Em + uns = nuns
(septingentésimo) 90 (nonagésimo) Em + umas = numas
A + à(s) = à(s)
4-) 82ª Feira = Octogésima segunda. Por + o = pelo(s)
Por + a = pela(s)
5-)
A) século III (terceiro) Preposição + Pronomes
B) página 102 (cento e dois) De + ele(s) = dele(s)
C) 80º (octogésimo) De + ela(s) = dela(s)
D) capítulo XI (onze) De + este(s) = deste(s)
E) X tomo (décimo) De + esta(s) = desta(s)

Didatismo e Conhecimento 36
LÍNGUA PORTUGUESA
De + esse(s) = desse(s) Matéria = Farei um cartão de papel reciclado.
De + essa(s) = dessa(s) Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
De + aquele(s) = daquele(s) Origem = Nós somos do Nordeste, e você?
De + aquela(s) = daquela(s) Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume.
De + isto = disto Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso.
De + isso = disso Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista.
De + aquilo = daquilo
De + aqui = daqui Fonte: http://www.infoescola.com/portugues/preposicao/
De + aí = daí
De + ali = dali Questões sobre Preposição
De + outro = doutro(s)
De + outra = doutra(s) 01. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
Em + este(s) = neste(s) – 2013-adap.) No trecho –... xadrez, quando eu sair para a rua,
Em + esta(s) = nesta(s) todo mundo vai ter que aprender porque vai rolar até o torneio
Em + esse(s) = nesse(s) familiar.– o termo em destaque expressa relação de
Em + aquele(s) = naquele(s) A) espaço, como em – Nosso diretor foi até Brasília para falar
Em + aquela(s) = naquela(s) do projeto “Xadrez que liberta”.
Em + isto = nisto B) inclusão, como em – O xadrez mudou até o nosso modo
Em + isso = nisso de falar.
Em + aquilo = naquilo C) finalidade, como em – Precisamos treinar até junho para
A + aquele(s) = àquele(s) termos mais chances de vencer o torneio de xadrez.
A + aquela(s) = àquela(s) D) movimento, como em – Só de chegar até aqui já estou mui-
A + aquilo = àquilo to feliz, porque eu não esperava.
E) tempo, como em – Até o ano que vem, pretendo conseguir
Dicas sobre preposição a revisão da minha pena.

1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal 02. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013 –
oblíquo e artigo. Como distingui-los? Caso o “a” seja um artigo, adap.) Considere o trecho a seguir.
virá precedendo um substantivo. Ele servirá para determiná-lo O metrô paulistano, ________quem a banda recebe apoio,
como um substantivo singular e feminino. garante o espaço para ensaios e os equipamentos; e a estabili-
A dona da casa não quis nos atender. dade no emprego, vantagem________ que muitos trabalhadores
Como posso fazer a Joana concordar comigo? sonham, é o que leva os integrantes do grupo a permanecerem na
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois ter- instituição.
mos e estabelece relação de subordinação entre eles. As preposições que preenchem o trecho, correta, respectiva-
Cheguei a sua casa ontem pela manhã. mente e de acordo com a norma-padrão, são:
Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procurar A) a ...com
um tratamento adequado. B) de ...com
C) de ...a
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ou D) com ...a
a função de um substantivo. E) para ...de
Temos Maria como parte da família. / Nós a temos como parte
da família 03. (Agente Policial – Vunesp/2013). Assinale a alternativa
Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / cuja preposição em destaque expressa ideia de finalidade.
Creio que a conhecemos melhor que ninguém. (A) Além disso, aumenta a punição administrativa, de
R$957,70 para R$1.915,40.
2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das (B) ... o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que o ba-
preposições: fômetro e o exame de sangue eram obrigatórios para comprovar
Destino = Irei para casa. o crime.
Modo = Chegou em casa aos gritos. (C) “... Ele é encaminhado para a delegacia para o perito fazer
Lugar = Vou ficar em casa; o exame clínico”...
Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência. (D) Já para o juiz criminal de São Paulo, Fábio Munhoz Soa-
Tempo = A prova vai começar em dois minutos. res, um dos que devem julgar casos envolvendo pessoas embriaga-
Causa = Ela faleceu de derrame cerebral. das ao volante, a mudança “é um avanço”.
Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o trata- (E) Para advogados, a lei aumenta o poder da autoridade po-
mento. licial de dizer quem está embriagado...
Instrumento = Escreveu a lápis.
Posse = Não posso doar as roupas da mamãe. 04. (Agente Policial - VUNESP – 2013). Em – Jamais em
Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom. minha vida achei na rua ou em qualquer parte do globo um objeto
Companhia = Estarei com ele amanhã. qualquer. –, o termo em destaque introduz ideia de

Didatismo e Conhecimento 37
LÍNGUA PORTUGUESA
(A) tempo. ção. Com exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os
(B) lugar. demais pronomes têm por função principal apontar para as pessoas
(C) modo. do discurso ou a elas se relacionar, indicando-lhes sua situação no
(D) posse. tempo ou no espaço. Em virtude dessa característica, os pronomes
(E) direção. apresentam uma forma específica para cada pessoa do discurso.

05. Na frase - As duas sobrinhas quase desmaiam de enjoo... Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
- a preposição de, destacada, tem sentido de [minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala]
A)causa. B)tempo. C)assunto. D)lugar. E)posse. Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala]
GABARITO A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala]
01. B 02. B 03. B 04. B 05. A Em termos morfológicos, os pronomes são palavras variáveis
RESOLUÇÃO em gênero (masculino ou feminino) e em número (singular ou plu-
ral). Assim, espera-se que a referência através do pronome seja
1-) xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo vai ter que coerente em termos de gênero e número (fenômeno da concordân-
aprender porque vai rolar até o torneio familiar.– o termo em des- cia) com o seu objeto, mesmo quando este se apresenta ausente no
taque expressa relação de inclusão: rolará, inclusive, o torneio fa- enunciado.
miliar.
Fala-se de Roberta. Ele quer participar do desfile da nossa
2-) O metrô paulistano, de quem a banda recebe apoio, escola neste ano.
garante o espaço para ensaios e os equipamentos; e a estabilidade [nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância ade-
no emprego, vantagem com que muitos trabalhadores sonham, é quada]
o que leva os integrantes do grupo a permanecerem na instituição. [neste: pronome que determina “ano” = concordância adequa-
da]
3-) [ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concordância
(A) Além disso, aumenta a punição administrativa, de inadequada]
R$957,70 para R$1.915,40. = preço Existem seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, de-
(C) “... Ele é encaminhado para a delegacia para o perito fazer monstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
o exame clínico”... = lugar
(D) Já para o juiz criminal de São Paulo, Fábio Munhoz Soa- Pronomes Pessoais
res, um dos que devem julgar casos envolvendo pessoas embriaga-
das ao volante, a mudança “é um avanço”. = posse São aqueles que substituem os substantivos, indicando dire-
(E) Para advogados, a lei aumenta o poder da autoridade poli- tamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve assume os
cial de dizer quem está embriagado = posse pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”, “vós”, “você” ou
“vocês” para designar a quem se dirige e “ele”, “ela”, “eles” ou
4-) Jamais em minha vida achei na rua ou em qualquer par- “elas” para fazer referência à pessoa ou às pessoas de quem fala.
te do globo um objeto qualquer. –, o termo em destaque introduz Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções que
ideia de lugar. exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do caso oblíquo.
5-) As duas sobrinhas quase desmaiam de enjoo... - a preposi-
ção de, destacada, tem sentido de causa (do desmaio). Pronome Reto

Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença, exer-


ce a função de sujeito ou predicativo do sujeito.
Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele Nós lhe ofertamos flores.
se refere, ou que acompanha o nome, qualificando-o de alguma
forma. Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero (ape-
nas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal flexão,
A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos! uma vez que marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o quadro
[substituição do nome] dos pronomes retos é assim configurado:
A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita!
[referência ao nome] - 1ª pessoa do singular: eu
Essa moça morava nos meus sonhos! - 2ª pessoa do singular: tu
[qualificação do nome] - 3ª pessoa do singular: ele, ela
- 1ª pessoa do plural: nós
Grande parte dos pronomes não possuem significados fixos, - 2ª pessoa do plural: vós
isto é, essas palavras só adquirem significação dentro de um con- - 3ª pessoa do plural: eles, elas
texto, o qual nos permite recuperar a referência exata daquilo que
está sendo colocado por meio dos pronomes no ato da comunica-

Didatismo e Conhecimento 38
LÍNGUA PORTUGUESA
Atenção: esses pronomes não costumam ser usados como No português do Brasil, essas combinações não são usadas;
complementos verbais na língua-padrão. Frases como “Vi ele na até mesmo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.
rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até aqui”, co-
muns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua formal Atenção: Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais
escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os pronomes depois de certas terminações verbais. Quando o verbo termina em
oblíquos correspondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a na pra- -z, -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo
ça”, “Trouxeram-me até aqui”. tempo que a terminação verbal é suprimida. Por exemplo:
fiz + o = fi-lo
Obs.: frequentemente observamos a omissão do pronome fazeis + o = fazei-lo
reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias formas dizer + a = dizê-la
verbais marcam, através de suas desinências, as pessoas do verbo Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume as
indicadas pelo pronome reto: Fizemos boa viagem. (Nós) formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
viram + o: viram-no
Pronome Oblíquo
repõe + os = repõe-nos
retém + a: retém-na
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença,
tem + as = tem-nas
exerce a função de complemento verbal (objeto direto ou indireto)
ou complemento nominal. Pronome Oblíquo Tônico
Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos por
Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma variante preposições, em geral as preposições a, para, de e com. Por esse
do pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica a função di- motivo, os pronomes tônicos exercem a função de objeto indireto
versa que eles desempenham na oração: pronome reto marca o su- da oração. Possuem acentuação tônica forte.
jeito da oração; pronome oblíquo marca o complemento da oração. O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim configurado:
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com a acen-
tuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos. - 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
Pronome Oblíquo Átono - 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não são pre- - 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
cedidos de preposição. Possuem acentuação tônica fraca: Ele me - 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas
deu um presente.
O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim configurado: Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico são
a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais repetem
- 1ª pessoa do singular (eu): me a forma do pronome pessoal do caso reto.
- 2ª pessoa do singular (tu): te - As preposições essenciais introduzem sempre pronomes pes-
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe soais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos contex-
- 1ª pessoa do plural (nós): nos tos interlocutivos que exigem o uso da língua formal, os pronomes
- 2ª pessoa do plural (vós): vos costumam ser usados desta forma:
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes Não há mais nada entre mim e ti.
Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
Não há nenhuma acusação contra mim.
Observações:
Não vá sem mim.
O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se apresenta
na forma contraída, ou seja, houve a união entre o pronome “o” ou Atenção: Há construções em que a preposição, apesar de sur-
“a” e preposição “a” ou “para”. Por acompanhar diretamente uma gir anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração cujo
preposição, o pronome “lhe” exerce sempre a função de objeto verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter sujeito ex-
indireto na oração. presso; se esse sujeito for um pronome, deverá ser do caso reto.
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos diretos Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
como objetos indiretos. Não vá sem eu mandar.
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como objetos
diretos. - A combinação da preposição “com” e alguns pronomes ori-
Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combinar-se ginou as formas especiais comigo, contigo, consigo, conosco e
com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas como mo, convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos frequentemente exer-
mos , ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; no-lo, no-los, cem a função de adjunto adverbial de companhia.
no-la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Observe o uso dessas Ele carregava o documento consigo.
formas nos exemplos que seguem:
- Trouxeste o pacote? - As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por
- Sim, entreguei-to ainda há pouco. “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são refor-
- Não contaram a novidade a vocês? çados por palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos
- Não, no-la contaram. ou algum numeral.

Didatismo e Conhecimento 39
LÍNGUA PORTUGUESA
Você terá de viajar com nós todos. Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora
Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias. e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados no tra-
Ele disse que iria com nós três. tamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento familiar.
Você e vocês são largamente empregados no português do Brasil;
Pronome Reflexivo em algumas regiões, a forma tu é de uso frequente; em outras,
pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à linguagem
São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem litúrgica, ultraformal ou literária.
como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da oração.
Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo verbo. Observações:
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado: a) Vossa Excelência X Sua Excelência : os pronomes de tra-
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim. tamento que possuem “Vossa (s)” são empregados em relação à
Eu não me vanglorio disso. pessoa com quem falamos: Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro,
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi. compareça a este encontro.
*Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
- 2ª pessoa do singular (tu): te, ti. Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o
Assim tu te prejudicas. Senhor Presidente da República, agiu com propriedade.
Conhece a ti mesmo.
- Os pronomes de tratamento representam uma forma indi-
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo. reta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratarmos um
Guilherme já se preparou. deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos ende-
Ela deu a si um presente. reçando à excelência que esse deputado supostamente tem para
Antônio conversou consigo mesmo. poder ocupar o cargo que ocupa.

- 1ª pessoa do plural (nós): nos. - 3ª pessoa: embora os pronomes de tratamento dirijam-se à 2ª


Lavamo-nos no rio. pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª pessoa. As-
sim, os verbos, os pronomes possessivos e os pronomes oblíquos
empregados em relação a eles devem ficar na 3ª pessoa.
- 2ª pessoa do plural (vós): vos.
Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas,
Vós vos beneficiastes com a esta conquista.
para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo.
- Uniformidade de Tratamento: quando escrevemos ou nos di-
Eles se conheceram.
rigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do texto, a pes-
Elas deram a si um dia de folga.
soa do tratamento escolhida inicialmente. Assim, por exemplo, se
começamos a chamar alguém de “você”, não poderemos usar “te”
A Segunda Pessoa Indireta ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo na terceira pessoa.
Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus
A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando uti- cabelos. (errado)
lizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso interlocutor Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus
(portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. cabelos. (correto)
É o caso dos chamados pronomes de tratamento, que podem ser Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus
observados no quadro seguinte: cabelos. (correto)
Pronomes de Tratamento Pronomes Possessivos

Vossa Alteza V. A. príncipes, duques São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical (possui-
Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais dor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa possuída).
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular)
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e
oficiais-generais NÚMERO PESSOA PRONOME
Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores singular primeira meu(s), minha(s)
de universidades singular segunda teu(s), tua(s)
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas singular terceira seu(s), sua(s)
Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores plural primeira nosso(s), nossa(s)
Vossa Santidade V. S. Papa plural segunda vosso(s), vossa(s)
Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento plural terceira seu(s), sua(s)
cerimonioso
Vossa Onipotência V. O. Deus Note que: A forma do possessivo depende da pessoa gramati-
cal a que se refere; o gênero e o número concordam com o objeto
possuído: Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele mo-
mento difícil.

Didatismo e Conhecimento 40
LÍNGUA PORTUGUESA
Observações: - Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou inva-
1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar da riáveis, observe:
alteração fonética da palavra senhor: Muito obrigado, seu José. Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s),
aquela(s).
2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse. Po- Invariáveis: isto, isso, aquilo.
dem ter outros empregos, como:
a) indicar afetividade: Não faça isso, minha filha. - Também aparecem como pronomes demonstrativos:
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e puderem
b) indicar cálculo aproximado: Ele já deve ter seus 40 anos. ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo.
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.)
c) atribuir valor indefinido ao substantivo: Marisa tem lá seus Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que
defeitos, mas eu gosto muito dela. te indiquei.)
3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o pro-
nome possessivo fica na 3ª pessoa: Vossa Excelência trouxe sua - mesmo(s), mesma(s): Estas são as mesmas pessoas que o
mensagem? procuraram ontem.
- próprio(s), própria(s): Os próprios alunos resolveram o pro-
4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo con- blema.
corda com o mais próximo: Trouxe-me seus livros e anotações.
- semelhante(s): Não compre semelhante livro.
5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos
átonos assumem valor de possessivo: Vou seguir-lhe os passos. (= - tal, tais: Tal era a solução para o problema.
Vou seguir seus passos.)
Note que:
Pronomes Demonstrativos - Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em constru-
ções redundantes, com finalidade expressiva, para salientar algum
Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a termo anterior. Por exemplo: Manuela, essa é que dera em cheio
posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto. casando com o José Afonso. Desfrutar das belezas brasileiras,
Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, no tempo ou dis- isso é que é sorte!
curso.
- O pronome demonstrativo neutro ou pode representar um
No espaço: termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso em que aparece,
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro geralmente, como objeto direto, predicativo ou aposto: O casa-
está perto da pessoa que fala. mento seria um desastre. Todos o pressentiam.
Compro esse carro (aí). O pronome esse indica que o carro
está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que - Para evitar a repetição de um verbo anteriormente expresso,
fala. é comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer, chamado, en-
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro tão, verbo vicário (= que substitui, que faz as vezes de): Ninguém
está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo. teve coragem de falar antes que ela o fizesse.

Atenção: em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto - Em frases como a seguinte, este se refere à pessoa mencio-
por meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de nada em último lugar; aquele, à mencionada em primeiro lugar: O
fala), são particularmente importantes o este e o esse - o primeiro referido deputado e o Dr. Alcides eram amigos íntimos; aquele
localiza os seres em relação ao emissor; o segundo, em relação ao casado, solteiro este. [ou então: este solteiro, aquele casado]
destinatário. Trocá-los pode causar ambiguidade.
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar in- - O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irônica: A
formações sobre o concurso vestibular. (trata-se da universidade menina foi a tal que ameaçou o professor?
destinatária).
Reafirmamos a disposição desta universidade em participar - Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com pro-
no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que en- nome demonstrativo: àquele, àquela, deste, desta, disso, nisso, no,
via a mensagem). etc: Não acreditei no que estava vendo. (no = naquilo)

No tempo: Pronomes Indefinidos


Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se refere
ao ano presente. São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso,
Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se refere a dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quantidade
um passado próximo. indeterminada.
Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-planta-
referindo a um passado distante. das.

Didatismo e Conhecimento 41
LÍNGUA PORTUGUESA
Não é difícil perceber que “alguém” indica uma pessoa de Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado prá-
quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma imprecisa, tico.
vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano que segura- Certas pessoas conseguem perceber sutilezas: não são pes-
mente existe, mas cuja identidade é desconhecida ou não se quer soas quaisquer.
revelar. Classificam-se em:
Pronomes Relativos
- Pronomes Indefinidos Substantivos: assumem o lugar do
ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. São eles: algo, São aqueles que representam nomes já mencionados anterior-
alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, mente e com os quais se relacionam. Introduzem as orações subor-
tudo. dinadas adjetivas.
Algo o incomoda? O racismo é um sistema que afirma a superioridade de um
Quem avisa amigo é. grupo racial sobre outros.
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = ora-
- Pronomes Indefinidos Adjetivos: qualificam um ser ex- ção subordinada adjetiva).
presso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade aproximada. O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” e in-
São eles: cada, certo(s), certa(s). troduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra “sistema” é
Cada povo tem seus costumes. antecedente do pronome relativo que.
Certas pessoas exercem várias profissões. O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome de-
Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora monstrativo o, a, os, as.
pronomes indefinidos adjetivos: Não sei o que você está querendo dizer.
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem expres-
demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns, so.
nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, Quem casa, quer casa.
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s),
tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias. Observe:
Menos palavras e mais ações. Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os quais,
Alguns se contentam pouco. cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, quantas.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
Os pronomes indefinidos podem ser divididos em variáveis e
invariáveis. Observe: Note que:
Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tanto, - O pronome “que” é o relativo de mais largo emprego, sendo
outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, vária, tanta, por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído por o
outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, nenhuns, todos, mui- qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for um
tos, poucos, vários, tantos, outros, quantos, algumas, nenhumas, substantivo.
todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas. O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual)
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo, A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual)
cada. Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais)
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais)
São locuções pronominais indefinidas:
cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem - O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente pro-
quer (que), seja quem for, seja qual for, todo aquele (que), tal qual nomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para verifi-
(= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma ou outra, etc. car se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que podem ter várias
Cada um escolheu o vinho desejado. classificações) são pronomes relativos. Todos eles são usados com
referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de de-
Indefinidos Sistemáticos terminadas preposições: Regressando de São Paulo, visitei o sítio
de minha tia, o qual me deixou encantado. (O uso de “que”, neste
Ao observar atentamente os pronomes indefinidos, percebe- caso, geraria ambiguidade.)
mos que existem alguns grupos que criam oposição de sentido. Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas
É o caso de: algum/alguém/algo, que têm sentido afirmativo, e dúvidas? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.)
nenhum/ninguém/nada, que têm sentido negativo; todo/tudo, que
indicam uma totalidade afirmativa, e nenhum/nada, que indicam - O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se
uma totalidade negativa; alguém/ninguém, que se referem à pes- refere a uma oração: Não chegou a ser padre, mas deixou de ser
soa, e algo/nada, que se referem à coisa; certo, que particulariza, e poeta, que era a sua vocação natural.
qualquer, que generaliza.
Essas oposições de sentido são muito importantes na constru- - O pronome “cujo” não concorda com o seu antecedente, mas
ção de frases e textos coerentes, pois delas muitas vezes dependem com o consequente. Equivale a do qual, da qual, dos quais, das
a solidez e a consistência dos argumentos expostos. Observe nas quais.
frases seguintes a força que os pronomes indefinidos destacados Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas.
imprimem às afirmações de que fazem parte: (antecedente) (consequente)

Didatismo e Conhecimento 42
LÍNGUA PORTUGUESA
- “Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” exer-
um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo: cem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto. Já na
Emprestei tantos quantos foram necessários. segunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo função
(antecedente) de complemento, e, consequentemente, é do caso oblíquo.
Ele fez tudo quanto havia falado. Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, o pro-
(antecedente) nome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a segunda
pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar....
- O pronome “quem” se refere a pessoas e vem sempre prece- Ajudar quem? Você (lhe).
dido de preposição.
É um professor a quem muito devemos. Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do
(preposição) pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do verbo intransitivo
“ajudar” porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou en-
- “Onde”, como pronome relativo, sempre possui antecedente tre locução verbal, caso o verbo principal (no caso “ajudar”) esteja
e só pode ser utilizado na indicação de lugar: A casa onde morava no infinitivo ou gerúndio.
foi assaltada. Eu desejo lhe perguntar algo.
- Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em Eu estou perguntando-lhe algo.
que. Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos:
Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no ex- os primeiros não são precedidos de preposição, diferentemente dos
terior. segundos que são sempre precedidos de preposição.
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu esta-
- Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras: va fazendo.
- como (= pelo qual): Não me parece correto o modo como - Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que
você agiu semana passada. eu estava fazendo.
- quando (= em que): Bons eram os tempos quando podíamos
jogar videogame.

- Os pronomes relativos permitem reunir duas orações numa Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo
só frase. é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam
O futebol é um esporte. os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos
O povo gosta muito deste esporte. também nomeiam:
O futebol é um esporte de que o povo gosta muito. -lugares: Alemanha, Porto Alegre...
- Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode ocorrer a -sentimentos: raiva, amor...
elipse do relativo “que”: A sala estava cheia de gente que conver- -estados: alegria, tristeza...
sava, (que) ria, (que) fumava. -qualidades: honestidade, sinceridade...
-ações: corrida, pescaria...
Pronomes Interrogativos Morfossintaxe do substantivo

São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas ou Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral
indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, referem- -se exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua como
à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes interro- núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou in-
gativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e variações). direto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar como núcleo
Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço. do complemento nominal ou do aposto, como núcleo do predica-
Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas pre- tivo do sujeito, do objeto ou como núcleo do vocativo. Também
feres. encontramos substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e
Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos de adjuntos adverbiais - quando essas funções são desempenhadas
passageiros desembarcaram. por grupos de palavras.

Sobre os pronomes: Classificação dos Substantivos

O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujei- 1- Substantivos Comuns e Próprios
to na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quando desem- Observe a definição: s.f. 1: Povoação maior que vila, com
penha função de complemento. Vamos entender, primeiramente, muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil,
como o pronome pessoal surge na frase e que função exerce. Ob- toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em
serve as orações: oposição aos bairros).
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia lhe Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas e edi-
ajudar. fícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada cidade. Isso
significa que a palavra cidade é um substantivo comum.

Didatismo e Conhecimento 43
LÍNGUA PORTUGUESA
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de uma Substantivo coletivo Conjunto de:
mesma espécie de forma genérica: cidade, menino, homem, mu- assembleia pessoas reunidas
lher, país, cachorro. alcateia lobos
Estamos voando para Barcelona. acervo livros
antologia trechos literários selecionados
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie arquipélago ilhas
cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Próprio: é aquele banda músicos
que designa os seres de uma mesma espécie de forma particular: bando desordeiros ou malfeitores
Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. banca examinadores
batalhão soldados
2 - Substantivos Concretos e Abstratos cardume peixes
caravana viajantes peregrinos
LÂMPADA MALA cacho frutas
cáfila camelos
Os substantivos lâmpada e mala designam seres com existên- cancioneiro canções, poesias líricas
cia própria, que são independentes de outros seres. São substan- colmeia abelhas
tivos concretos. chusma gente, pessoas
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe, concílio bispos
independentemente de outros seres. congresso parlamentares, cientistas.
elenco atores de uma peça ou filme
Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo esquadra navios de guerra
real e do mundo imaginário. enxoval roupas
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasí- falange soldados, anjos
lia, etc. fauna animais de uma região
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma, etc. feixe lenha, capim
flora vegetais de uma região
Observe agora:
frota navios mercantes, ônibus
Beleza exposta
girândola fogos de artifício
Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual.
horda bandidos, invasores
junta médicos, bois, credores, examinadores
O substantivo beleza designa uma qualidade.
júri jurados
legião soldados, anjos, demônios
Substantivo Abstrato: é aquele que designa seres que depen-
dem de outros para se manifestar ou existir. leva presos, recrutas
Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser obser-
vada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa que seja Substantivo coletivo Conjunto de:
bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar. Portanto, a malta malfeitores ou desordeiros
palavra beleza é um substantivo abstrato. manada búfalos, bois, elefantes,
Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, ações matilha cães de raça
e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos, e sem os molho chaves, verduras
quais não podem existir: vida (estado), rapidez (qualidade), via- multidão pessoas em geral
gem (ação), saudade (sentimento). ninhada pintos
nuvem insetos (gafanhotos, mosquitos, etc.)
3 - Substantivos Coletivos penca bananas, chaves
pinacoteca pinturas, quadros
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra quadrilha ladrões, bandidos
abelha, mais outra abelha. ramalhete flores
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. rebanho ovelhas
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame. récua bestas de carga, cavalgadura
repertório peças teatrais, obras musicais
Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário réstia alhos ou cebolas
repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra abe- romanceiro poesias narrativas
lha... revoada pássaros
No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural. sínodo párocos
No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular talha lenha
(enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie tropa muares, soldados
(abelhas). turma estudantes, trabalhadores
O substantivo enxame é um substantivo coletivo. vara porcos
Substantivo Coletivo: é o substantivo comum que, mesmo es-
tando no singular, designa um conjunto de seres da mesma espécie.

Didatismo e Conhecimento 44
LÍNGUA PORTUGUESA
Formação dos Substantivos Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam uma
única forma, que serve tanto para o masculino quanto para o femi-
Substantivos Simples e Compostos nino. Classificam-se em:
Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra. - Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos: a cobra
O substantivo chuva é formado por um único elemento ou ra- macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
dical. É um substantivo simples. - Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas: a
criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o
Substantivo Simples: é aquele formado por um único elemen- indivíduo.
to. - Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por
Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja agora: meio do artigo: o colega e a colega, o doente e a doente, o artista
O substantivo guarda-chuva é formado por dois elementos (guarda e a artista.
+ chuva). Esse substantivo é composto. Saiba que: Substantivos de origem grega terminados em ema
Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais ou oma, são masculinos: o fonema, o poema, o sistema, o sintoma,
elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo. o teorema.
- Existem certos substantivos que, variando de gênero, variam
Substantivos Primitivos e Derivados
em seu significado: o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação
emissora) o capital (dinheiro) e a capital (cidade)
Meu limão meu limoeiro,
meu pé de jacarandá...
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes
O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de ne-
nhum outro dentro de língua portuguesa. - Regra geral: troca-se a terminação -o por –a: aluno - aluna.
- Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao mascu-
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma lino: freguês - freguesa
outra palavra da própria língua portuguesa. O substantivo limoeiro - Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três
é derivado, pois se originou a partir da palavra limão. formas:
Substantivo Derivado: é aquele que se origina de outra pa- - troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa
lavra. - troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã
-troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona
Flexão dos substantivos
Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão - sul-
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável tana
quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo,
pode sofrer variações para indicar: - Substantivos terminados em -or:
Plural: meninos Feminino: menina - acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora
Aumentativo: meninão Diminutivo: menininho - troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
Flexão de Gênero - Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: cônsul - con-
sulesa / abade - abadessa / poeta - poetisa / duque - duquesa /
Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar sexo conde - condessa / profeta - profetisa
real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há dois gêneros:
masculino e feminino. Pertencem ao gênero masculino os subs- - Substantivos que formam o feminino trocando o -e final por
tantivos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja
-a: elefante - elefanta
estes títulos de filmes:
O velho e o mar
Um Natal inesquecível - Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e no
Os reis da praia feminino: bode – cabra / boi - vaca

Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem vir - Substantivos que formam o feminino de maneira especial,
precedidos dos artigos a, as, uma, umas: isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores: czar – czari-
A história sem fim na réu - ré
Uma cidade sem passado
As tartarugas ninjas Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes

Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes Epicenos:


Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros.
Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar nomes de
seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado ao Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso ocorre
sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o masculino porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma para indicar o
e outra para o feminino. Observe: gato – gata, homem – mulher, masculino e o feminino.
poeta – poetisa, prefeito - prefeita

Didatismo e Conhecimento 45
LÍNGUA PORTUGUESA
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para de- Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
signar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de epice-
nos. No caso dos epicenos, quando houver a necessidade de espe- Gênero dos Nomes de Cidades:
cificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea. Com raras exceções, nomes de cidades são femininos.
A cobra macho picou o marinheiro. A histórica Ouro Preto.
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. A dinâmica São Paulo.
A acolhedora Porto Alegre.
Sobrecomuns: Uma Londres imensa e triste.
Entregue as crianças à natureza. Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre.
Gênero e Significação:
A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo masculino, Muitos substantivos têm uma significação no masculino e ou-
quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem o artigo nem um tra no feminino. Observe: o baliza (soldado que, que à frente da
possível adjetivo permitem identificar o sexo dos seres a que se tropa, indica os movimentos que se deve realizar em conjunto; o
refere a palavra. Veja: que vai à frente de um bloco carnavalesco, manejando um bas-
A criança chorona chamava-se João. tão), a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proi-
A criança chorona chamava-se Maria. bição de trânsito), o cabeça (chefe), a cabeça (parte do corpo), o
cisma (separação religiosa, dissidência), a cisma (ato de cismar,
Outros substantivos sobrecomuns: desconfiança), o cinza (a cor cinzenta), a cinza (resíduos de com-
a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa cria- bustão), o capital (dinheiro), a capital (cidade), o coma (perda
tura. dos sentidos), a coma (cabeleira), o coral (pólipo, a cor vermelha,
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de Mar- canto em coro), a coral (cobra venenosa), o crisma (óleo sagrado,
cela faleceu usado na administração da crisma e de outros sacramentos), a
crisma (sacramento da confirmação), o cura (pároco), a cura (ato
Comuns de Dois Gêneros: de curar), o estepe (pneu sobressalente), a estepe (vasta planície
Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. de vegetação), o guia (pessoa que guia outras), a guia (documen-
to, pena grande das asas das aves), o grama (unidade de peso), a
Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? grama (relva), o caixa (funcionário da caixa), a caixa (recipiente,
É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma vez que setor de pagamentos), o lente (professor), a lente (vidro de au-
a palavra motorista é um substantivo uniforme. mento), o moral (ânimo), a moral (honestidade, bons costumes,
A distinção de gênero pode ser feita através da análise do arti- ética), o nascente (lado onde nasce o Sol), a nascente (a fonte),
go ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo: o colega - a o maria-fumaça (trem como locomotiva a vapor), maria-fumaça
colega; o imigrante - a imigrante; um jovem - uma jovem; artista (locomotiva movida a vapor), o pala (poncho), a pala (parte an-
famoso - artista famosa; repórter francês - repórter francesa terior do boné ou quepe, anteparo), o rádio (aparelho receptor),
- A palavra personagem é usada indistintamente nos dois gê- a rádio (estação emissora), o voga (remador), a voga (moda, po-
neros. pularidade).
a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada preferência
pelo masculino: O menino descobriu nas nuvens os personagens Flexão de Número do Substantivo
dos contos de carochinha.
b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino: O Em português, há dois números gramaticais: o singular, que
problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam a per- indica um ser ou um grupo de seres, e o plural, que indica mais de
sonagem. um ser ou grupo de seres. A característica do plural é o “s” final.
- Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo foto-
gráfico Ana Belmonte. Plural dos Substantivos Simples
Observe o gênero dos substantivos seguintes:
- Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e “n” fa-
Masculinos: o tapa, o eclipse, o lança-perfume, o dó (pena), zem o plural pelo acréscimo de “s”: pai – pais; ímã – ímãs; hífen
o sanduíche, o clarinete, o champanha, o sósia, o maracajá, o clã, - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon - cânones.
o hosana, o herpes, o pijama, o suéter, o soprano, o proclama, o
pernoite, o púbis. - Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em “ns”:
homem - homens.
Femininos: a dinamite, a derme, a hélice, a omoplata, a ca-
taplasma, a pane, a mascote, a gênese, a entorse, a libido, a cal, a - Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural pelo
faringe, a cólera (doença), a ubá (canoa). acréscimo de “es”: revólver – revólveres; raiz - raízes.

- São geralmente masculinos os substantivos de origem grega Atenção: O plural de caráter é caracteres.
terminados em -ma: o grama (peso), o quilograma, o plasma, o
apostema, o diagrama, o epigrama, o telefonema, o estratagema, - Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se no
o dilema, o teorema, o trema, o eczema, o edema, o magma, o es- plural, trocando o “l” por “is”: quintal - quintais; caracol – ca-
tigma, o axioma, o tracoma, o hematoma. racóis; hotel - hotéis. Exceções: mal e males, cônsul e cônsules.

Didatismo e Conhecimento 46
LÍNGUA PORTUGUESA
- Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de duas - Permanecem invariáveis, quando formados de:
maneiras: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
- Quando oxítonos, em “is”: canil - canis verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis. - Casos Especiais
o louva-a-deus e os louva-a-deus
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas manei- o bem-te-vi e os bem-te-vis
ras: répteis ou reptis (pouco usada). o bem-me-quer e os bem-me-queres
o joão-ninguém e os joões-ninguém.
- Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de duas
maneiras: Plural das Palavras Substantivadas
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo
de “es”: ás – ases / retrós - retroses As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras classes
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis: o gramaticais usadas como substantivo, apresentam, no plural, as
lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus. flexões próprias dos substantivos.
Pese bem os prós e os contras.
- Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural de três O aluno errou na prova dos noves.
maneiras. Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
- substituindo o -ão por -ões: ação - ações
- substituindo o -ão por -ães: cão - cães Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou “z” não
- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos variam no plural: Nas provas mensais consegui muitos seis e al-
guns dez.
- Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o látex
- os látex. Plural dos Diminutivos
Plural dos Substantivos Compostos Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final e
acrescenta-se o sufixo diminutivo.
-A formação do plural dos substantivos compostos depende pãe(s) + zinhos = pãezinhos
da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam o
animai(s) + zinhos = animaizinhos
composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que são
botõe(s) + zinhos = botõezinhos
grafados sem hífen comportam-se como os substantivos simples:
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
aguardente/aguardentes, girassol/girassóis, pontapé/pontapés,
farói(s) + zinhos = faroizinhos
malmequer/malmequeres.
tren(s) + zinhos = trenzinhos
O plural dos substantivos compostos cujos elementos são li-
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
gados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discussões.
flore(s) + zinhas = florezinhas
Algumas orientações são dadas a seguir:
mão(s) + zinhas = mãozinhas
- Flexionam-se os dois elementos, quando formados de: papéi(s) + zinhos = papeizinhos
substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos funi(s) + zinhos = funizinhos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens túnei(s) + zinhos = tuneizinhos
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras pai(s) + zinhos = paizinhos
pé(s) + zinhos = pezinhos
- Flexiona-se somente o segundo elemento, quando forma- pé(s) + zitos = pezitos
dos de:
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas Plural dos Nomes Próprios Personativos
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-
-falantes Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas sempre
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos que a terminação preste-se à flexão.
Os Napoleões também são derrotados.
- Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando forma- As Raquéis e Esteres.
dos de:
substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-colô- Plural dos Substantivos Estrangeiros
nia e águas-de-colônia
substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-vapor Substantivos ainda não aportuguesados devem ser escritos
e cavalos-vapor como na língua original, acrescentando-se “s” (exceto quando ter-
substantivo + substantivo que funciona como determinante do minam em “s” ou “z”): os shows, os shorts, os jazz.
primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo anterior:
palavra-chave - palavras-chave, bomba-relógio - bombas-relógio, Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acordo com
notícia-bomba - notícias-bomba, homem-rã - homens-rã, peixe- as regras de nossa língua: os clubes, os chopes, os jipes, os espor-
-espada - peixes-espada. tes, as toaletes, os bibelôs, os garçons, os réquiens.

Didatismo e Conhecimento 47
LÍNGUA PORTUGUESA
Observe o exemplo: Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo que in-
Este jogador faz gols toda vez que joga. dica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa. Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de
Plural com Mudança de Timbre diminuição. Por exemplo: casinha.
Verbo é a classe de palavras que se flexiona em pessoa, núme-
Certos substantivos formam o plural com mudança de timbre ro, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros processos: ação
da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato fonético chamado (correr); estado (ficar); fenômeno (chover); ocorrência (nascer);
metafonia (plural metafônico). desejo (querer).
O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus
Singular Plural possíveis significados. Observe que palavras como corrida, chuva
corpo (ô) corpos (ó) e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns verbos
esforço esforços mencionados acima; não apresentam, porém, todas as possibilida-
fogo fogos des de flexão que esses verbos possuem.
forno fornos
fosso fossos Estrutura das Formas Verbais
imposto impostos
olho olhos Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode apresen-
osso (ô) ossos (ó) tar os seguintes elementos:
ovo ovos - Radical: é a parte invariável, que expressa o significado es-
poço poços sencial do verbo. Por exemplo: fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)
porto portos - Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a
posto postos conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r
tijolo tijolos São três as conjugações: 1ª - Vogal Temática - A - (falar), 2ª
- Vogal Temática - E - (vender), 3ª - Vogal Temática - I - (partir).
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos, es- - Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o
posos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc. tempo e o modo do verbo. Por exemplo:
falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de mo- falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)
lho (ó) = feixe (molho de lenha). - Desinência número-pessoal: é o elemento que designa a
pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou plural):
Particularidades sobre o Número dos Substantivos falamos (indica a 1ª pessoa do plural.)
- Há substantivos que só se usam no singular: o sul, o norte, o falavam (indica a 3ª pessoa do plural.)
leste, o oeste, a fé, etc.
- Outros só no plural: as núpcias, os víveres, os pêsames, as
Observação: o verbo pôr, assim como seus derivados (com-
espadas/os paus (naipes de baralho), as fezes.
por, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a forma
- Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do singular:
arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver desa-
bem (virtude) e bens (riquezas), honra (probidade, bom nome) e
parecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do verbo: põe,
honras (homenagem, títulos).
pões, põem, etc.
- Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas com sen-
tido de plural:
Aqui morreu muito negro. Formas Rizotônicas e Arrizotônicas
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas im-
provisadas. Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos ver-
bos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com facili-
Flexão de Grau do Substantivo dade que nas formas rizotônicas o acento tônico cai no radical do
verbo: opino, aprendam, nutro, por exemplo. Nas formas arrizo-
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir as varia- tônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim na terminação
ções de tamanho dos seres. Classifica-se em: verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos.
- Grau Normal - Indica um ser de tamanho considerado nor-
mal. Por exemplo: casa Classificação dos Verbos

- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho do ser. Classificam-se em:


Classifica-se em: - Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjetivo que de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical:
indica grandeza. Por exemplo: casa grande. canto cantei cantarei cantava cantasse.
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de - Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca alterações no
aumento. Por exemplo: casarão. radical ou nas desinências: faço fiz farei fizesse.
- Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação
- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho do ser. completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais:
Pode ser:

Didatismo e Conhecimento 48
LÍNGUA PORTUGUESA
* Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. Normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os principais verbos im-
pessoais são:
** haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se ou fazer (em orações temporais).
Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)

** fazer, ser e estar (quando indicam tempo)


Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil.
Era primavera quando a conheci.
Estava frio naquele dia.

** Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer, escurecer, etc.
Quando, porém, se constrói, “Amanheci mal- -humorado”, usa-se o verbo “amanhecer” em sentido figurado. Qualquer verbo impessoal,
empregado em sentido figurado, deixa de ser impessoal para ser pessoal.
Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu)

** São impessoais, ainda:


1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo: Já passa das seis.
2. os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de, indicando suficiência: Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
3. os verbos estar e ficar em orações tais como Está bem, Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal, sem referência a sujeito ex-
presso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso, classificar o sujeito como hipotético, tornando-se, tais verbos, então, pessoais.
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de “ser possível”. Por exemplo:
Não deu para chegar mais cedo.
Dá para me arrumar uns trocados?

* Unipessoais: são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
A fruta amadureceu.
As frutas amadureceram.
Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos pessoais na linguagem figurada: Teu irmão amadureceu bastante.

Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de animais; eis alguns: bramar: tigre, bramir: crocodilo, cacarejar: galinha,
coaxar: sapo, cricrilar: grilo

Os principais verbos unipessoais são:


1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer, ser (preciso, necessário, etc.):
Cumpre trabalharmos bastante. (Sujeito: trabalharmos bastante.)
Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)

2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da conjunção que.
Faz dez anos que deixei de fumar. (Sujeito: que deixei de fumar.)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia. (Sujeito: que não vejo Cláudia)

Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.

* Pessoais: não apresentam algumas flexões por motivos morfológicos ou eufônicos. Por exemplo:
- verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que provavelmente
causaria problemas de interpretação em certos contextos.
- verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do indicativo computo, computas, computa - formas de sonoridade con-
siderada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas verbais repudiadas por
alguns gramáticos: exemplo disso é o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento e a popularização da informática, tem sido
conjugado em todos os tempos, modos e pessoas.

- Abundantes: são aqueles que possuem mais de uma forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma ocorrer no par-
ticípio, em que, além das formas regulares terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas curtas (particípio irregular). Observe:

Didatismo e Conhecimento 49
LÍNGUA PORTUGUESA
INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
Anexar Anexado Anexo
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Envolver Envolvido Envolto
Imprimir Imprimido Impresso
Matar Matado Morto
Morrer Morrido Morto
Pegar Pegado Pego
Soltar Soltado Solto

- Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical em sua conjugação. Por exemplo: Ir, Pôr, Ser, Saber (vou, vais, ides, fui, foste,
pus, pôs, punha, sou, és, fui, foste, seja).

- Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das locuções verbais. O verbo principal, quando acompa-
nhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio.

Vou espantar as moscas.


(verbo auxiliar) (verbo principal no infinitivo)

Está chegando a hora do debate.


(verbo auxiliar) (verbo principal no gerúndio)

Os noivos foram cumprimentados por todos os presentes.


(verbo auxiliar) (verbo principal no particípio)

Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e haver.

Conjugação dos Verbos Auxiliares

SER - Modo Indicativo

Presente Pret.Perfeito Pretérito Imp. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.do Pres. Fut. Do Pretérito


sou fui era fora serei seria
és foste eras foras serás serias
é foi era fora será seria
somos fomos éramos fôramos seremos seríamos
sois fostes éreis fôreis sereis seríeis
são foram eram foram serão seriam

SER - Modo Subjuntivo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro


que eu seja se eu fosse quando eu for
que tu sejas se tu fosses quando tu fores
que ele seja se ele fosse quando ele for
que nós sejamos se nós fôssemos quando nós formos
que vós sejais se vós fôsseis quando vós fordes
que eles sejam se eles fossem quando eles forem

SER - Modo Imperativo

Afirmativo Negativo
sê tu não sejas tu
seja você não seja você
sejamos nós não sejamos nós
sede vós não sejais vós
sejam vocês não sejam vocês

Didatismo e Conhecimento 50
LÍNGUA PORTUGUESA
SER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


ser ser eu sendo sido
seres tu
ser ele
sermos nós
serdes vós
serem eles

ESTAR - Modo Indicativo



Presente Pret. perf. Pret. Imperf. Pret.Mais-Que-Perf. Fut.doPres. Fut.do Preté.
estou estive estava estivera estarei estaria
estás estiveste estavas estiveras estarás estarias
está esteve estava estivera estará estaria
estamos estivemos estávamos estivéramos estaremos estaríamos
estais estivestes estáveis estivéreis estareis estaríeis
estão estiveram estavam estiveram estarão estariam

ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


esteja estivesse estiver
estejas estivesses estiveres está estejas
esteja estivesse estiver esteja esteja
estejamos estivéssemos estivermos estejamos estejamos
estejais estivésseis estiverdes estai estejais
estejam estivessem estiverem estejam estejam

ESTAR - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


estar estar estando estado
estares
estar
estarmos
estardes
estarem

HAVER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Pret.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
hei houve havia houvera haverei haveria
hás houveste havias houveras haverás haverias
há houve havia houvera haverá haveria
havemos houvemos havíamos houvéramos haveremos haveríamos
haveis houvestes havíeis houvéreis havereis haveríeis
hão houveram haviam houveram haverão haveriam

HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


haja houvesse houver
hajas houvesses houveres há hajas
haja houvesse houver haja haja
hajamos houvéssemos houvermos hajamos hajamos
hajais houvésseis houverdes havei hajais
hajam houvessem houverem hajam hajam

Didatismo e Conhecimento 51
LÍNGUA PORTUGUESA
HAVER - Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Infinitivo Pessoal Gerúndio Particípio


haver haver havendo havido
haveres
haver
havermos
haverdes
haverem

TER - Modo Indicativo

Presente Pret. Perf. Pret. Imper. Preté.Mais-Que-Perf. Fut. Do Pres. Fut. Do Preté.
Tenho tive tinha tivera terei teria
tens tiveste tinhas tiveras terás terias
tem teve tinha tivera terá teria
temos tivemos tínhamos tivéramos teremos teríamos
tendes tivestes tínheis tivéreis tereis teríeis
têm tiveram tinham tiveram terão teriam

TER - Modo Subjuntivo e Imperativo

Presente Pretérito Imperfeito Futuro Afirmativo Negativo


Tenha tivesse tiver
tenhas tivesses tiveres tem tenhas
tenha tivesse tiver tenha tenha
tenhamos tivéssemos tivermos tenhamos tenhamos
tenhais tivésseis tiverdes tende tenhais
tenham tivessem tiverem tenham tenham

- Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mesma pessoa do su-
jeito, expressando reflexibilidade (pronominais acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no próprio sentido do verbo (reflexivos
essenciais). Veja:

- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abster-se, ater-
-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já está implícita no radical do
verbo. Por exemplo: Arrependi-me de ter estado lá.
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mesma, pois não recebe
ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante do verbo, já que, pelo uso, sempre é
conjugada com o verbo. Diz-se que o pronome apenas serve de reforço da ideia reflexiva expressa pelo radical do próprio verbo.
Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e respectivos pronomes):
Eu me arrependo
Tu te arrependes
Ele se arrepende
Nós nos arrependemos
Vós vos arrependeis
Eles se arrependem

- 2. Acidentais: são aqueles verbos transitivos diretos em que a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto representado por prono-
me oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em geral, os verbos transitivos diretos ou
transitivos diretos e indiretos podem ser conjugados com os pronomes mencionados, formando o que se chama voz reflexiva. Por exemplo:
Maria se penteava.
A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo:
Maria penteou-me.

Observações:
- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função sintática.
- Há verbos que também são acompanhados de pronomes oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pronominais, são os verbos
reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito, exercem funções sintáticas. Por
exemplo:

Didatismo e Conhecimento 52
LÍNGUA PORTUGUESA
Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me (objeto Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma
direto) - 1ª pessoa do singular relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo
Modos Verbais (adjetivo verbal). Por exemplo: Ela foi a aluna escolhida para re-
presentar a escola.
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo
na expressão de um fato. Em Português, existem três modos: Tempos Verbais
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade: Eu sempre
estudo. Tomando-se como referência o momento em que se fala, a
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade: Talvez eu ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos. Veja:
estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estuda agora, 1. Tempos do Indicativo
menino.
- Presente - Expressa um fato atual: Eu estudo neste colégio.
Formas Nominais - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato ocorrido num mo-
mento anterior ao atual, mas que não foi completamente termina-
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que do: Ele estudava as lições quando foi interrompido.
podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo, advér- - Pretérito Perfeito - Expressa um fato ocorrido num momen-
bio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe: to anterior ao atual e que foi totalmente terminado: Ele estudou as
lições ontem à noite.
- Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo de - Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido
modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de substanti- antes de outro fato já terminado: Ele já tinha estudado as lições
vo. Por exemplo: quando os amigos chegaram. (forma composta) Ele já estudara as
Viver é lutar. (= vida é luta) lições quando os amigos chegaram. (forma simples).
É indispensável combater a corrupção. (= combate à) - Futuro do Presente - Enuncia um fato que deve ocorrer
num tempo vindouro com relação ao momento atual: Ele estudará
O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente (forma as lições amanhã.
simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo: - Futuro do Pretérito - Enuncia um fato que pode ocorrer
É preciso ler este livro. posteriormente a um determinado fato passado: Se eu tivesse di-
Era preciso ter lido este livro. nheiro, viajaria nas férias.

- Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pes- 2. Tempos do Subjuntivo


soas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não apresenta
desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, - Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento
flexiona-se da seguinte maneira: atual: É conveniente que estudes para o exame.
2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu) - Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas pos-
1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós) terior a outro já ocorrido: Eu esperava que ele vencesse o jogo.
2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)
3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles) Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma boa em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por exemplo: Se
colocação. ele viesse ao clube, participaria do campeonato.

- Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou ad- - Futuro do Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer
vérbio. Por exemplo: num momento futuro em relação ao atual: Quando ele vier à loja,
Saindo de casa, encontrei alguns amigos. (função de advér- levará as encomendas.
bio)
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função de adje- Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que in-
tivo) dicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à loja,
levará as encomendas.
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na
forma composta, uma ação concluída. Por exemplo:
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.

- Particípio: quando não é empregado na formação dos tem-


pos compostos, o particípio indica geralmente o resultado de uma
ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau. Por
exemplo:
Terminados os exames, os candidatos saíram.

Didatismo e Conhecimento 53
LÍNGUA PORTUGUESA
Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal

CANTAR VENDER PARTIR


cantO vendO partO O
cantaS vendeS parteS S
canta vende parte -
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
cantaM vendeM parteM M

Pretérito Perfeito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Desinência pessoal

CANTAR VENDER PARTIR


canteI vendI partI I
cantaSTE vendeSTE partISTE STE
cantoU vendeU partiU U
cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaSTES vendeSTES partISTES STES
cantaRAM vendeRAM partiRAM RAM

Pretérito mais-que-perfeito

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª/2ª e 3ª conj.

CANTAR VENDER PARTIR


cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
cantáRAMOS vendêRAMOS
partíRAMOS RA MOS
cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M

Pretérito Imperfeito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação

CANTAR VENDER PARTIR


cantAVA vendIA partIA
cantAVAS vendIAS partAS
CantAVA vendIA partIA
cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
cantAVAM vendIAM partIAM

Futuro do Presente do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
cantar ás vender ás partir ás
cantar á vender á partir á
cantar emos vender emos partir emos
cantar eis vender eis partir eis
cantar ão vender ão partir ão

Didatismo e Conhecimento 54
LÍNGUA PORTUGUESA
Futuro do Pretérito do Indicativo

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantarIA venderIA partirIA
cantarIAS venderIAS partirIAS
cantarIA venderIA partirIA
cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
cantarIAM venderIAM partirIAM

Presente do Subjuntivo
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do indicativo pela de-
sinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação).

1ª conjug. 2ª conjug. 3ª conju. Des. temporal Des.temporal Desinên. pessoal


1ª conj. 2ª/3ª conj.
CANTAR VENDER PARTIR
cantE vendA partA E A Ø
cantES vendAS partAS E A S
cantE vendA partA E A Ø
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS
cantEIS vendAIS partAIS E A IS
cantEM vendAM partAM E A M

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo

Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim,
o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número e pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.

CANTAR VENDER PARTIR

cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø


cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíSSEMOS
SSE MOS
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS
cantaSSEM vendeSSEM partiSSEM SSE M
Futuro do Subjuntivo

Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo-se, assim, o
tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa correspondente.

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação Des. temporal Desinência pessoal


1ª /2ª e 3ª conj.

CANTAR VENDER PARTIR

cantaR vendeR partiR Ø


cantaRES vendeRES partiRES R ES
cantaR vendeR partiR R Ø
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES
cantaREM vendeREM PartiREM R EM

Didatismo e Conhecimento 55
LÍNGUA PORTUGUESA
Modo Imperativo

Imperativo Afirmativo
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa do plural (vós)
eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:

Presente do Indicativo Imperativo Afirmativo Presente do Subjuntivo


Eu canto --- Que eu cante
Tu cantas CantA tu Que tu cantes
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem

Imperativo Negativo
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.

Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo


Que eu cante ---
Que tu cantes Não cantes tu
Que ele cante Não cante você
Que nós cantemos Não cantemos nós
Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles

Observações:
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido ou conselho só
se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu), sede (vós).

Infinitivo Pessoal

1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação


CANTAR VENDER PARTIR
cantar vender partir
cantarES venderES partirES
cantar vender partir
cantarMOS venderMOS partirMOS
cantarDES venderDES partirDES
cantarEM venderEM partirEM

Questões sobre Verbo

01. (Agente Polícia Vunesp 2013) Considere o trecho a seguir.


É comum que objetos ___________ esquecidos em locais públicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as pessoas
_____________ a atenção voltada para seus pertences, conservando-os junto ao corpo.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto.
(A) sejam … mantesse (B) sejam … mantivessem (C) sejam … mantém (D) seja … mantivessem (E) seja … mantêm

02. (Escrevente TJ SP Vunesp 2012-adap.) Na frase –… os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando quedas sucessivas de
2005 para cá. –, a locução verbal em destaque expressa ação
(A) concluída. (B) atemporal. (C) contínua. (D) hipotética. (E) futura.

03. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013-adap.) Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de um ser cujas interações sociais
terminam, 99% das vezes, diante da pergunta “débito ou crédito?”.
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de
(A) considerar ao acaso, sem premeditação.
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela.
(C) adotar como referência de qualidade.
(D) julgar de acordo com normas legais.
(E) classificar segundo ideias preconcebidas.

Didatismo e Conhecimento 56
LÍNGUA PORTUGUESA
04. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013) Assinale a alternativa (A) Chegou, para ajudar a família, vários amigos e vizinhos.
contendo a frase do texto na qual a expressão verbal destacada (B) Haviam várias hipóteses acerca do que poderia ter acon-
exprime possibilidade. tecido com a criança.
(A) ... o cientista Theodor Nelson sonhava com um sistema (C) Fazia horas que a criança tinha saído e os pais já estavam
capaz de disponibilizar um grande número de obras literárias... preocupados.
(B) Funcionando como um imenso sistema de informação e (D) Era duas horas da tarde, quando a criança foi encontrada.
arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo virtual. (E) Existia várias maneiras de voltar para casa, mas a criança se
(C) Isso acarreta uma textualidade que funciona por associa- perdeu mesmo assim.
ção, e não mais por sequências fixas previamente estabelecidas.
(D) Desde o surgimento da ideia de hipertexto, esse conceito 10. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP –
está ligado a uma nova concepção de textualidade... 2013-adap.). Leia as frases a seguir.
(E) Criou, então, o “Xanadu”, um projeto para disponibilizar I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de madeira
toda a literatura do mundo... no animal.
II. Existiam muitos ferimentos no boi.
05.(POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALUNO III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida movi-
SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) No trecho: “O mentada.
crescimento econômico, se associado à ampliação do emprego, Substituindo-se o verbo Haver pelo verbo Existir e este pelo
PODE melhorar o quadro aqui sumariamente descrito.”, se pas- verbo Haver, nas frases, têm-se, respectivamente:
sarmos o verbo destacado para o futuro do pretérito do indicativo, A) Existia – Haviam – Existiam
teremos a forma: B) Existiam – Havia – Existiam
A) puder. C) Existiam – Haviam – Existiam
B) poderia. D) Existiam – Havia – Existia
C) pôde. E) Existia – Havia – Existia
D) poderá. GABARITO
E) pudesse.
06. (Escrevente TJ SP Vunesp 2013) Assinale a alternativa em 01. B 02. C 03. E 04. B 05. B
que todos os verbos estão empregados de acordo com a norma- 06. A 07. C 08. B 09. C 10. D
-padrão.
(A) Enviaram o texto, para que o revíssemos antes da impres- RESOLUÇÃO
são definitiva.
(B) Não haverá prova do crime se o réu se manter em silêncio. 1-) É comum que objetos sejam esquecidos em locais pú-
(C) Vão pagar horas-extras aos que se disporem a trabalhar blicos. Mas muitos transtornos poderiam ser evitados se as pessoas
no feriado. mantivessem a atenção voltada para seus pertences, conservando-
(D) Ficarão surpresos quando o verem com a toga... -os junto ao corpo.
(E) Se você quer a promoção, é necessário que a requera a seu
superior. 2-) os níveis de pessoas sem emprego estão apresentando que-
das sucessivas de 2005 para cá. –, a locução verbal em destaque
07. (Papiloscopista Policial Vunesp 2013-adap.) Assinale a expressa ação contínua (= não concluída)
alternativa que substitui, corretamente e sem alterar o sentido da
frase, a expressão destacada em – Se a criança se perder, quem 3-) Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata-se de
encontrá-la verá na pulseira instruções para que envie uma mensa- um ser cujas interações sociais terminam, 99% das vezes, diante da
gem eletrônica ao grupo ou acione o código na internet. pergunta “débito ou crédito?”.
(A) Caso a criança se havia perdido… Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de classificar
(B) Caso a criança perdeu… segundo ideias preconcebidas.
(C) Caso a criança se perca…
(D) Caso a criança estivera perdida… 4-) (B) Funcionando como um imenso sistema de informação e
(E) Caso a criança se perda… arquivamento, o hipertexto deveria ser um enorme arquivo virtual.
= verbo no futuro do pretérito
08. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013-adap.).
Assinale a alternativa em que o verbo destacado está no tempo 5-) Conjugando o verbo “poder” no futuro do pretérito do In-
futuro. dicativo: eu poderia, tu poderias, ele poderia, nós poderíamos, vós
A) Os consumidores são assediados pelo marketing … poderíeis, eles poderiam. O sujeito da oração é crescimento econô-
B) … somente eles podem decidir se irão ou não comprar. mico (singular), portanto, terceira pessoa do singular (ele) = poderia.
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessidades”… 6-)
D) … de onde vem o produto…? (B) Não haverá prova do crime se o réu se mantiver em silêncio.
E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas… (C) Vão pagar horas-extras aos que se dispuserem a trabalhar
no feriado.
09. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assinale a (D) Ficarão surpresos quando o virem com a toga...
alternativa em que a concordância das formas verbais destacadas (E) Se você quiser a promoção, é necessário que a requeira a
se dá em conformidade com a norma-padrão da língua. seu superior.

Didatismo e Conhecimento 57
LÍNGUA PORTUGUESA
7-) Caso a criança se perca…(perda = substantivo: Houve 1. Estou comprando um protetor solar.
uma grande perda salarial...) 2. Irei à praia.
Separando as duas, vemos que elas são independentes.
8-) É esse tipo de período que veremos: o Período Composto por
A) Os consumidores são assediados pelo marketing = pre- Coordenação.
sente Quanto à classificação das orações coordenadas, temos dois
C) É como se abrissem em nós uma “caixa de necessidades”… tipos: Coordenadas Assindéticas e Coordenadas Sindéticas.
= pretérito do Subjuntivo
D) … de onde vem o produto…? = presente Coordenadas Assindéticas
E) Uma pesquisa mostrou que 55,4% das pessoas… = preté-
rito perfeito São orações coordenadas entre si e que não são ligadas através
de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas.
9-)
(A) Chegaram, para ajudar a família, vários amigos e vizi- Coordenadas Sindéticas
nhos.
(B) Havia várias hipóteses acerca do que poderia ter aconte- Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre si,
cido com a criança. mas que são ligadas através de uma conjunção coordenativa. Esse
(D) Eram duas horas da tarde, quando a criança foi encontra- caráter vai trazer para esse tipo de oração uma classificação. As
da. orações coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos:
(E) Existiam várias maneiras de voltar para casa, mas a crian- aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
ça se perdeu mesmo assim. Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas principais
10-) I. Havia onze pessoas jogando pedras e pedaços de ma- conjunções são: e, nem, não só... mas também, não só... como,
deira no animal. assim... como.
II. Existiam muitos ferimentos no boi. - Não só cantei como também dancei.
III. Havia muita gente assustando o boi numa avenida movi- - Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia.
mentada. - Comprei o protetor solar e fui à praia.
Haver – sentido de existir= invariável, impessoal;
existir = variável. Portanto, temos: Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: suas princi-
I – Existiam onze pessoas... pais conjunções são: mas, contudo, todavia, entretanto, porém, no
II – Havia muitos ferimentos... entanto, ainda, assim, senão.
III – Existia muita gente... - Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
- Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dançando.
- Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à praia.
SINTAXE: PROCESSOS DE
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: suas princi-
pais conjunções são: ou... ou; ora...ora; quer...quer; seja...seja.
- Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
- Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carreiras
O período composto caracteriza-se por possuir mais de uma diferentes.
oração em sua composição. Sendo Assim: - Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quarto.
- Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma oração)
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. (Pe- Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: suas princi-
ríodo Composto =locução verbal, verbo, duas orações) pais conjunções são: logo, portanto, por fim, por conseguinte, con-
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um prote- sequentemente, pois (posposto ao verbo)
tor solar. (Período Composto = três verbos, três orações). - Passei no vestibular, portanto irei comemorar.
Cada verbo ou locução verbal sublinhada acima corresponde - Conclui o meu projeto, logo posso descansar.
a uma oração. Isso implica que o primeiro exemplo é um período - Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada.
simples, pois tem apenas uma oração, os dois outros exemplos são - A situação é delicada; devemos, pois, agir
períodos compostos, pois têm mais de uma oração.
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer entre as Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: suas princi-
orações de um período composto: uma relação de coordenação ou pais conjunções são: isto é, ou seja, a saber, na verdade, pois (an-
uma relação de subordinação. teposto ao verbo).
Duas orações são coordenadas quando estão juntas em um - Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo.
mesmo período (ou seja, em um mesmo bloco de informações, - Só fiquei triste por você não ter viajado comigo.
marcado pela pontuação final), mas têm, ambas, estruturas indivi- - Não fui à praia, pois queria descansar durante o Domingo.
duais, como é o exemplo de:
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. (Pe- Fonte:
ríodo Composto) http://www.infoescola.com/portugues/oracoes-coordenadas-
Podemos dizer: -assindeticas-e-sindeticas/

Didatismo e Conhecimento 58
LÍNGUA PORTUGUESA
Questões sobre Orações Coordenadas 07. Assinale a alternativa em que o sentido da conjunção sub-
linhada está corretamente indicado entre parênteses.
01. A oração “Não se verificou, todavia, uma transplantação A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pretende tra-
integral de gosto e de estilo” tem valor: balhar como advogado. (explicação)
A) conclusivo B) adversativo C) concessivo B) Não fui ao cinema nem assisti ao jogo. (adição)
D) explicativo E) alternativo C) Você está preparado para a prova; por isso, não se preocu-
pe. (oposição)
02. “Estudamos, logo deveremos passar nos exames”. A ora- D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã. (al-
ção em destaque é: ternância)
a) coordenada explicativa b) coordenada adversativa E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam toda a
c) coordenada aditiva d) coordenada conclusiva chuva. (conclusão)
e) coordenada assindética
08. Analise sintaticamente as duas orações destacadas no tex-
03. (Agente Educacional – VUNESP – 2013-adap.) Releia o to “O assaltante pulou o muro, mas não penetrou na casa, nem
seguinte trecho: assustou seus habitantes.” A seguir, classifique-as, respectiva-
Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a cul- mente, como coordenadas:
tura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. A) adversativa e aditiva. B) explicativa e aditiva.
Sem que haja alteração de sentido, e de acordo com a nor- C) adversativa e alternativa. D) aditiva e alternativa.
ma- -padrão da língua portuguesa, ao se substituir o termo em 09. Um livro de receita é um bom presente porque ajuda as
destaque, o trecho estará corretamente reescrito em: pessoas que não sabem cozinhar. A palavra “porque” pode ser
A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como quase toda substituída, sem alteração de sentido, por
a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prá- A) entretanto. B) então. C) assim. D) pois. E) porém.
tica.
B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como quase 10- Na oração “Pedro não joga E NEM ASSISTE”, temos a
toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida presença de uma oração coordenada que pode ser classificada em:
prática. A) Coordenada assindética;
C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase toda a B) Coordenada assindética aditiva;
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática. C) Coordenada sindética alternativa;
D) Joyce e Mozart são ótimos, todavia eles, como quase toda a D) Coordenada sindética aditiva.
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
GABARITO
E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase toda a
01. B 02. E 03. D 04. E 05. D
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
06. A 07. B 08. A 09. D 10. D
04. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013-adap.)
RESOLUÇÃO
Em – ...fruto não só do novo acesso da população ao automóvel
mas também da necessidade de maior número de viagens... –, os
1-) “Não se verificou, todavia, uma transplantação integral de
termos em destaque estabelecem relação de gosto e de estilo” = conjunção adversativa, portanto: oração coor-
A) explicação. B) oposição. C) alternância. denada sindética adversativa
D) conclusão. E) adição.
2-) Estudamos, logo deveremos passar nos exames = a oração
05. Analise a oração destacada: Não se desespere, que estare- em destaque não é introduzida por conjunção, então: coordenada
mos a seu lado sempre. assindética
Marque a opção correta quanto à sua classificação:
A) Coordenada sindética aditiva. 3-) Joyce e Mozart são ótimos, mas eles... = conjunção (e
B) Coordenada sindética alternativa. ideia) adversativa
C) Coordenada sindética conclusiva. A) Joyce e Mozart são ótimos, portanto eles, como quase toda
D) Coordenada sindética explicativa. a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida práti-
06. A frase abaixo em que o conectivo E tem valor adversa- ca. = conclusiva
tivo é: B) Joyce e Mozart são ótimos, conforme eles, como quase
A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”. toda a cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida
B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”. prática. = conformativa
C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa de C) Joyce e Mozart são ótimos, assim eles, como quase toda a
pedir esmola”. cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manutenção da = conclusiva
miséria E prejudica o desenvolvimento da sociedade”. E) Joyce e Mozart são ótimos, pois eles, como quase toda a
E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de dinheiro, de cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida prática.
moradia digna, emprego, segurança, lazer, cultura, acesso à saúde = explicativa
E à educação”. Dica: conjunção pois como explicativa = dá para eu substituir
por porque; como conclusiva: substituo por portanto.

Didatismo e Conhecimento 59
LÍNGUA PORTUGUESA
4-) fruto não só do novo acesso da população ao automóvel mas Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas por conjun-
também da necessidade de maior número de viagens... estabelecem ções nem pronomes relativos. Podem ser, eventualmente, introdu-
relação de adição de ideias, de fatos zidas por preposição.

5-) Não se desespere, que estaremos a seu lado sempre. 1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
= conjunção explicativa (= porque) - coordenada sindética ex-
plicativa A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo e
vem introduzida, geralmente, por conjunção integrante (que, se).
6-) Suponho que você foi à biblioteca hoje.
A) “O gesto é fácil E não ajuda em nada”. = mas não ajuda (ideia Oração Subordinada Substantiva
contrária)
B )“O que vemos na esquina E nos sinais de trânsito...”. = adição Você sabe se o presidente já chegou?
C) “..adultos submetem crianças E adolescentes à tarefa de pedir
Oração Subordinada Substantiva
esmola”. = adição
D) “Quem dá esmola nas ruas contribui para a manutenção da
Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também in-
miséria E prejudica o desenvolvimento da sociedade”. = adição
E) “A vida dessas pessoas é marcada pela falta de dinheiro, de troduzem as orações subordinadas substantivas, bem como os
moradia digna, emprego, segurança, lazer, cultura, acesso à saúde E à advérbios interrogativos (por que, quando, onde, como). Veja os
educação”. = adição exemplos:
7-) O garoto perguntou qual era o telefone da moça.
A) Meu primo formou-se em Direito, porém não pretende traba- Oração Subordinada Substantiva
lhar como advogado. = adversativa
C) Você está preparado para a prova; por isso, não se preocupe. Não sabemos por que a vizinha se mudou.
= conclusão Oração Subordinada Substantiva
D) Vá dormir mais cedo, pois o vestibular será amanhã.
= explicativa Classificação das Orações Subordinadas Substantivas
E) Os meninos deviam correr para casa ou apanhariam toda a
chuva. = alternativa De acordo com a função que exerce no período, a oração
subordinada substantiva pode ser:
8-) - mas não penetrou na casa = conjunção adversativa
- nem assustou seus habitantes = conjunção aditiva a) Subjetiva
É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito do
9-) Um livro de receita é um bom presente porque ajuda as pes- verbo da oração principal. Observe:
soas que não sabem cozinhar. É fundamental o seu comparecimento à reunião.
= conjunção explicativa: pois Sujeito

10-) E NEM ASSISTE= conjunção aditiva (ideia de adição, É fundamental que você compareça à reunião.
soma de fatos) = Coordenada sindética aditiva. Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Sub-
jetiva
Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:
Atenção: Observe que a oração subordinada substantiva pode
“Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto.”
ser substituída pelo pronome “ isso”. Assim, temos um período
Oração Principal Oração Subordinada
simples:
Observe que na oração subordinada temos o verbo “existe”, que É fundamental isso. ou Isso é fundamental.
está conjugado na terceira pessoa do singular do presente do indicati-
vo. As orações subordinadas que apresentam verbo em qualquer dos Dessa forma, a oração correspondente a “isso” exercerá a fun-
tempos finitos (tempos do modo do indicativo, subjuntivo e imperati- ção de sujeito
vo), são chamadas de orações desenvolvidas ou explícitas. Podemos Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração prin-
modificar o período acima. Veja: cipal:
Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto. 1- Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo:
Oração Principal Oração Subordinada É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É claro -
Está evidente - Está comprovado
A análise das orações continua sendo a mesma: “Eu sinto” é a É bom que você compareça à minha festa.
oração principal, cujo objeto direto é a oração subordinada “existir
em meu gesto o teu gesto”. Note que a oração subordinada apresenta 2- Expressões na voz passiva, como: Sabe-se - Soube-se -
agora verbo no infinitivo. Além disso, a conjunção “que”, conectivo Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido - Foi anunciado - Ficou
que unia as duas orações, desapareceu. As orações subordinadas cujo provado
verbo surge numa das formas nominais (infinitivo - flexionado ou Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.
não -, gerúndio ou particípio) chamamos orações reduzidas ou
implícitas.

Didatismo e Conhecimento 60
LÍNGUA PORTUGUESA
3- Verbos como: convir - cumprir - constar - admirar - impor- Lembre-se: as orações subordinadas substantivas objetivas
tar - ocorrer - acontecer indiretas integram o sentido de um verbo, enquanto que orações
Convém que não se atrase na entrevista. subordinadas substantivas completivas nominais integram o sen-
tido de um nome. Para distinguir uma da outra, é necessário levar
Obs.: quando a oração subordinada substantiva é subjetiva, em conta o termo complementado. Essa é, aliás, a diferença entre o
o verbo da oração principal está sempre na 3ª. pessoa do singular. objeto indireto e o complemento nominal: o primeiro complemen-
ta um verbo, o segundo, um nome.
b) Objetiva Direta
A oração subordinada substantiva objetiva direta exerce fun- e) Predicativa
ção de objeto direto do verbo da oração principal. A oração subordinada substantiva predicativa exerce papel de
Todos querem sua aprovação no concurso. predicativo do sujeito do verbo da oração principal e vem sempre
Objeto Direto depois do verbo ser.
Nosso desejo era sua desistência.
Todos querem que você seja aprovado. (= Todos querem Predicativo do Sujeito
isso)
Oração Principal oração Subordinada Substantiva Objeti- Nosso desejo era que ele desistisse. (= Nosso desejo era
va isso)
Direta Oração Subordinada Substantiva Pre-
As orações subordinadas substantivas objetivas diretas desen- dicativa
volvidas são iniciadas por: Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva “de” para
- Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica) e “se”: realce. Veja o exemplo: A impressão é de que não fui bem na pro-
A professora verificou se todos alunos estavam presentes. va.

- Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes f) Apositiva


regidos de preposição), nas interrogações indiretas: A oração subordinada substantiva apositiva exerce função de
O pessoal queria saber quem era o dono do carro importado. aposto de algum termo da oração principal.
Fernanda tinha um grande sonho: a chegada do dia de seu
- Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes re- casamento. Aposto
gidos de preposição), nas interrogações indiretas: (Fernanda tinha um grande sonho: isso.)
Eu não sei por que ela fez isso.
Fernanda tinha um grande sonho: que o dia do seu casa-
c) Objetiva Indireta mento chegasse.
A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua como Oração Subordinada Substantiva Apositiva
objeto indireto do verbo da oração principal. Vem precedida de
preposição. 2) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

Meu pai insiste em meu estudo. Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor
Objeto Indireto e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As orações vêm
introduzidas por pronome relativo e exercem a função de adjunto
Meu pai insiste em que eu estude. (= Meu pai insiste adnominal do antecedente. Observe o exemplo:
nisso) Esta foi uma redação bem-sucedida.
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)
Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na ora-
ção. Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo adjeti-
Marta não gosta (de) que a chamem de senhora. vo bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos outra constru-
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta ção, a qual exerce exatamente o mesmo papel. Veja:
Esta foi uma redação que fez sucesso.
d) Completiva Nominal Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva
A oração subordinada substantiva completiva nominal com-
pleta um nome que pertence à oração principal e também vem Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva e
marcada por preposição. o termo da oração principal que ela modifica é feita pelo prono-
Sentimos orgulho de seu comportamento. me relativo “que”. Além de conectar (ou relacionar) duas orações,
Complemento Nominal o pronome relativo desempenha uma função sintática na oração
subordinada: ocupa o papel que seria exercido pelo termo que o
de que você se comportou. (= Sentimos antecede.
orgulho disso.) Obs.: para que dois períodos se unam num período composto,
Oração Subordinada Substantiva Completiva No- altera-se o modo verbal da segunda oração.
minal

Didatismo e Conhecimento 61
LÍNGUA PORTUGUESA
Atenção: Vale lembrar um recurso didático para reconhecer 3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
o pronome relativo “que”: ele sempre pode ser substituído por: o
qual - a qual - os quais - as quais Uma oração subordinada adverbial é aquela que exerce a
Refiro-me ao aluno que é estudioso. função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Dessa
Essa oração é equivalente a: forma, pode exprimir circunstância de tempo, modo, fim, causa,
Refiro-me ao aluno o qual estuda. condição, hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem introduzida
por uma das conjunções subordinativas (com exclusão das inte-
Forma das Orações Subordinadas Adjetivas grantes). Classifica-se de acordo com a conjunção ou locução con-
juntiva que a introduz.
Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresen- Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
tam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as orações subordi- Oração Subordinada Adverbial
nadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Além delas, existem
as orações subordinadas adjetivas reduzidas, que não são introdu- Observe que a oração em destaque agrega uma circunstância
zidas por pronome relativo (podem ser introduzidas por preposi- de tempo. É, portanto, chamada de oração subordinada adverbial
ção) e apresentam o verbo numa das formas nominais (infinitivo, temporal. Os adjuntos adverbiais são termos acessórios que indi-
gerúndio ou particípio).
cam uma circunstância referente, via de regra, a um verbo. A clas-
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
sificação do adjunto adverbial depende da exata compreensão da
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
circunstância que exprime. Observe os exemplos abaixo:
No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva de-
senvolvida, já que é introduzida pelo pronome relativo “que” e Naquele momento, senti uma das maiores emoções de minha
apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. No vida.
segundo, há uma oração subordinada adjetiva reduzida de infiniti- Quando vi a estátua, senti uma das maiores emoções de mi-
vo: não há pronome relativo e seu verbo está no infinitivo. nha vida.

Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas No primeiro período, “naquele momento” é um adjunto ad-
verbial de tempo, que modifica a forma verbal “senti”. No segundo
Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam, período, esse papel é exercido pela oração “Quando vi a estátua”,
as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras que é, portanto, uma oração subordinada adverbial temporal. Essa
diferentes. Há aquelas que restringem ou especificam o sentido do oração é desenvolvida, pois é introduzida por uma conjunção su-
termo a que se referem, individualizando-o. Nessas orações não bordinativa (quando) e apresenta uma forma verbal do modo in-
há marcação de pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas dicativo (“vi”, do pretérito perfeito do indicativo). Seria possível
restritivas. Existem também orações que realçam um detalhe ou reduzi-la, obtendo-se:
amplificam dados sobre o antecedente, que já se encontra suficien- Ao ver a estátua, senti uma das maiores emoções de minha
temente definido, as quais denominam-se subordinadas adjetivas vida.
explicativas.
Exemplo 1: A oração em destaque é reduzida, pois apresenta uma das for-
Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um homem mas nominais do verbo (“ver” no infinitivo) e não é introduzida
que passava naquele momento. por conjunção subordinativa, mas sim por uma preposição (“a”,
Oração Subordinada Adjetiva Restritiva combinada com o artigo “o”).
Obs.: a classificação das orações subordinadas adverbiais é
Nesse período, observe que a oração em destaque restringe e feita do mesmo modo que a classificação dos adjuntos adverbiais.
particulariza o sentido da palavra “homem”: trata-se de um homem Baseia-se na circunstância expressa pela oração.
específico, único. A oração limita o universo de homens, isto é, não
se refere a todos os homens, mas sim àquele que estava passando
Circunstâncias Expressas pelas Orações Subordinadas Ad-
naquele momento.
verbiais
Exemplo 2:
O homem, que se considera racional, muitas vezes age ani-
malescamente. a) Causa
Oração Subordinada Adjetiva Explicativa A ideia de causa está diretamente ligada àquilo que provoca
um determinado fato, ao motivo do que se declara na oração prin-
Nesse período, a oração em destaque não tem sentido restriti- cipal. “É aquilo ou aquele que determina um acontecimento”.
vo em relação à palavra “homem”; na verdade, essa oração apenas Principal conjunção subordinativa causal: PORQUE
explicita uma ideia que já sabemos estar contida no conceito de Outras conjunções e locuções causais: como (sempre introdu-
“homem”. zido na oração anteposta à oração principal), pois, pois que, já
Saiba que: que, uma vez que, visto que.
A oração subordinada adjetiva explicativa é separada da ora- As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi muito forte.
ção principal por uma pausa, que, na escrita, é representada pela Como ninguém se interessou pelo projeto, não houve alterna-
vírgula. É comum, por isso, que a pontuação seja indicada como tiva a não ser cancelá-lo.
forma de diferenciar as orações explicativas das restritivas; de Já que você não vai, eu também não vou.
fato, as explicativas vêm sempre isoladas por vírgulas; as restri-
tivas, não.

Didatismo e Conhecimento 62
LÍNGUA PORTUGUESA
b) Consequência Ele dorme como um urso.
As orações subordinadas adverbiais consecutivas exprimem Saiba que: É comum a omissão do verbo nas orações subordi-
um fato que é consequência, que é efeito do que se declara na ora- nadas adverbiais comparativas. Por exemplo:
ção principal. São introduzidas pelas conjunções e locuções: que, Agem como crianças. (agem)
de forma que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas tão... Oração Subordinada Adverbial Comparativa
que, tanto...que, tamanho...que. No entanto, quando se comparam ações diferentes, isso não
Principal conjunção subordinativa consecutiva: QUE (prece- ocorre. Por exemplo: Ela fala mais do que faz. (comparação do
dido de tal, tanto, tão, tamanho) verbo falar e do verbo fazer).
É feio que dói. (É tão feio que, em consequência, causa dor.)
Nunca abandonou seus ideais, de sorte que acabou concreti- f) Conformidade
zando-os. As orações subordinadas adverbiais conformativas indicam
Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração Reduzida de ideia de conformidade, ou seja, exprimem uma regra, um modelo
Infinitivo) adotado para a execução do que se declara na oração principal.
Principal conjunção subordinativa conformativa: CONFOR-
c) Condição ME
Condição é aquilo que se impõe como necessário para a reali- Outras conjunções conformativas: como, consoante e segundo
zação ou não de um fato. As orações subordinadas adverbiais con- (todas com o mesmo valor de conforme).
dicionais exprimem o que deve ou não ocorrer para que se realize Fiz o bolo conforme ensina a receita.
ou deixe de se realizar o fato expresso na oração principal. Consoante reza a Constituição, todos os cidadãos têm direitos
Principal conjunção subordinativa condicional: SE iguais.
Outras conjunções condicionais: caso, contanto que, desde
que, salvo se, exceto se, a não ser que, a menos que, sem que, uma g) Finalidade
vez que (seguida de verbo no subjuntivo). As orações subordinadas adverbiais finais indicam a intenção,
Se o regulamento do campeonato for bem elaborado, certa- a finalidade daquilo que se declara na oração principal.
mente o melhor time será campeão. Principal conjunção subordinativa final: A FIM DE QUE
Uma vez que todos aceitem a proposta, assinaremos o con- Outras conjunções finais: que, porque (= para que) e a locu-
trato. ção conjuntiva para que.
Caso você se case, convide-me para a festa. Aproximei-me dela a fim de que ficássemos amigos.
Felipe abriu a porta do carro para que sua namorada en-
d) Concessão trasse.
As orações subordinadas adverbiais concessivas indicam con-
cessão às ações do verbo da oração principal, isto é, admitem uma h) Proporção
contradição ou um fato inesperado. A ideia de concessão está dire- As orações subordinadas adverbiais proporcionais exprimem
tamente ligada ao contraste, à quebra de expectativa. ideia de proporção, ou seja, um fato simultâneo ao expresso na
Principal conjunção subordinativa concessiva: EMBORA oração principal.
Utiliza-se também a conjunção: conquanto e as locuções ain- Principal locução conjuntiva subordinativa proporcional: À
da que, ainda quando, mesmo que, se bem que, posto que, apesar PROPORÇÃO QUE
de que. Outras locuções conjuntivas proporcionais: à medida que, ao
Só irei se ele for. passo que. Há ainda as estruturas: quanto maior...(maior), quanto
maior...(menor), quanto menor...(maior), quanto menor...(menor),
A oração acima expressa uma condição: o fato de “eu” ir só se quanto mais...(mais), quanto mais...(menos), quanto menos...
realizará caso essa condição seja satisfeita. Compare agora com: (mais), quanto menos...(menos).
Irei mesmo que ele não vá.
À proporção que estudávamos, acertávamos mais questões.
A distinção fica nítida; temos agora uma concessão: irei de Visito meus amigos à medida que eles me convidam.
qualquer maneira, independentemente de sua ida. A oração desta- Quanto maior for a altura, maior será o tombo.
cada é, portanto, subordinada adverbial concessiva. Observe ou-
tros exemplos: i) Tempo
Embora fizesse calor, levei agasalho.
Conquanto a economia tenha crescido, pelo menos metade da As orações subordinadas adverbiais temporais acrescentam
população continua à margem do mercado de consumo. uma ideia de tempo ao fato expresso na oração principal, podendo
Foi aprovado sem estudar (= sem que estudasse / embora não exprimir noções de simultaneidade, anterioridade ou posteriorida-
estudasse). (reduzida de infinitivo) de.
Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO
e) Comparação Outras conjunções subordinativas temporais: enquanto, mal
As orações subordinadas adverbiais comparativas estabele- e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que,
cem uma comparação com a ação indicada pelo verbo da oração antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.
principal.
Principal conjunção subordinativa comparativa: COMO

Didatismo e Conhecimento 63
LÍNGUA PORTUGUESA
Quando você foi embora, chegaram outros convidados. 02. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP
Sempre que ele vem, ocorrem problemas. – 2013). No trecho – Tem surtido um efeito positivo por eles se tor-
Mal você saiu, ela chegou. narem uma referência positiva dentro da unidade, já que cumprem
Terminada a festa, todos se retiraram. (= Quando terminou a melhor as regras, respeitam o próximo e pensam melhor nas suas
festa) (Oração Reduzida de Particípio) ações, refletem antes de tomar uma atitude. – o termo em destaque
estabelece entre as orações uma relação de
Fonte: A) condição.
http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint29.php B) causa.
C) comparação.
Questões sobre Orações Subordinadas D) tempo.
E) concessão.
01. (Papiloscopista Policial – Vunesp/2013).
Mais denso, menos trânsito 03. (UFV-MG) As orações subordinadas substantivas que
aparecem nos períodos abaixo são todas subjetivas, exceto:
As grandes cidades brasileiras estão congestionadas e em A) Decidiu-se que o petróleo subiria de preço.
processo de deterioração agudizado pelo crescimento econômico B) É muito bom que o homem, vez por outra, reflita sobre sua
da última década. Existem deficiências evidentes em infraestrutu- vida.
ra, mas é importante também considerar o planejamento urbano. C) Ignoras quanto custou meu relógio?
Muitas grandes cidades adotaram uma abordagem de descon- D) Perguntou-se ao diretor quando seríamos recebidos.
centração, incentivando a criação de diversos centros urbanos, na E) Convinha-nos que você estivesse presente à reunião
visão de que isso levaria a uma maior facilidade de deslocamento.
Mas o efeito tem sido o inverso. A criação de diversos centros 04. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013).
e o aumento das distâncias multiplicam o número de viagens, di- Considere a tirinha em que se vê Honi conversando com seu Na-
ficultando o investimento em transporte coletivo e aumentando a morado Lute.
necessidade do transporte individual.
Se olharmos Los Angeles como a região que levou a des-
concentração ao extremo, ficam claras as consequências. Numa
região rica como a Califórnia, com enorme investimento viário,
temos engarrafamentos gigantescos que viraram característica da
cidade.
Os modelos urbanos bem-sucedidos são aqueles com elevado
adensamento e predominância do transporte coletivo, como mos-
tram Manhattan e Tóquio.
O centro histórico de São Paulo é a região da cidade mais
bem servida de transporte coletivo, com infraestrutura de teleco-
municação, água, eletricidade etc. Como em outras grandes cida-
des, essa deveria ser a região mais adensada da metrópole. Mas
não é o caso. Temos, hoje, um esvaziamento gradual do centro,
com deslocamento das atividades para diversas regiões da cidade.
A visão de adensamento com uso abundante de transporte co-
letivo precisa ser recuperada. Desse modo, será possível reverter
esse processo de uso cada vez mais intenso do transporte indivi-
dual, fruto não só do novo acesso da população ao automóvel,
mas também da necessidade de maior número de viagens em fun-
ção da distância cada vez maior entre os destinos da população.
(Henrique Meirelles, Folha de S.Paulo, 13.01.2013. Adapta- (Dik Browne, Folha de S. Paulo, 26.01.2013)
do)
É correto afirmar que a expressão contanto que estabelece en-
As expressões mais denso e menos trânsito, no título, esta- tre as orações relação de
belecem entre si uma relação de A) causa, pois Honi quer ter filhos e não deseja trabalhar de-
(A) comparação e adição. pois de casada.
(B) causa e consequência. B) comparação, pois o namorado espera ter sucesso como
(C) conformidade e negação. cantor romântico.
(D) hipótese e concessão. C) tempo, pois ambos ainda são adolescentes, mas já pensam
(E) alternância e explicação em casamento.
D) condição, pois Lute sabe que exercendo a profissão de mú-
sico provavelmente ganhará pouco.
E) finalidade, pois Honi espera que seu futuro marido torne-se
um artista famoso.

Didatismo e Conhecimento 64
LÍNGUA PORTUGUESA
05. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em – Ape- RESOLUÇÃO
sar da desconcentração e do aumento da extensão urbana veri-
ficados no Brasil, é importante desenvolver e adensar ainda mais 1-) mais denso e menos trânsito = mais denso, consequente-
os diversos centros já existentes... –, sem que tenha seu sentido mente, menos trânsito, então: causa e consequência
alterado, o trecho em destaque está corretamente reescrito em:
A) Mesmo com a desconcentração e o aumento da Extensão 2-) já que cumprem melhor as regras = estabelece entre as
urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar orações uma relação de causa com a consequência de “tem um
ainda mais os diversos centros já existentes... efeito positivo”.
B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o aumento
da extensão urbana no Brasil, é importante desenvolver e adensar 3-) Ignoras quanto custou meu relógio? = oração subordina-
ainda mais os diversos centros já existentes... da substantiva objetiva direta
C) Assim como são verificados a desconcentração e o aumen- A oração não atende aos requisitos de tais orações, ou seja,
to da extensão urbana no Brasil, é importante desenvolver e aden- não se inicia com verbo de ligação, tampouco pelos verbos “con-
sar ainda mais os diversos centros já existentes... vir”, “parecer”, “importar”, “constar” etc., e também não inicia
D) Visto que com a desconcentração e o aumento da extensão com as conjunções integrantes “que” e “se”.
urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e adensar 4-) a expressão contanto que estabelece uma relação de con-
ainda mais os diversos centros já existentes... dição (condicional)
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumento da
extensão urbana verificados no Brasil, é importante desenvolver e 5-) Apesar da desconcentração e do aumento da extensão ur-
adensar ainda mais os diversos centros já existentes... bana verificados no Brasil = conjunção concessiva
06. (Analista Administrativo – VUNESP – 2013). Em – É B) Uma vez que se verifica a desconcentração e o aumento da
fundamental que essa visão de adensamento com uso abundante extensão urbana no Brasil, = causal
de transporte coletivo seja recuperada para que possamos reverter C) Assim como são verificados a desconcentração e o aumen-
esse processo de uso… –, a expressão em destaque estabelece en- to da extensão urbana no Brasil = comparativa
tre as orações relação de D) Visto que com a desconcentração e o aumento da extensão
A) consequência. B) condição. C) finalidade. urbana verificados no Brasil = causal
D) causa. E) concessão.
E) De maneira que, com a desconcentração e o aumento da
extensão urbana verificados no Brasil = consecutivas
07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013 – adap.). Consi-
dere o trecho: “Como as músicas eram de protesto, naquele mes-
6-) para que possamos = conjunção final (finalidade)
mo ano foi enquadrado na lei de segurança nacional pela ditadura
militar e exilado.” O termo Como, em destaque na primeira parte
7-) “Como as músicas eram de protesto = expressa ideia de
do enunciado, expressa ideia de
causa da consequência “foi enquadrado” = causa e tem sentido
A) contraste e tem sentido equivalente a porém.
B) concessão e tem sentido equivalente a mesmo que. equivalente a visto que.
C) conformidade e tem sentido equivalente a conforme.
D) causa e tem sentido equivalente a visto que. 8-) com tanto orgulho que chega a contaminar-me. – a cons-
E) finalidade e tem sentido equivalente a para que. trução estabelece uma relação de causa e consequência. (a causa
da “contaminação” – consequência)
08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públi-
cas – VUNESP – 2013-adap.) No trecho – “Fio, disjuntor, toma- 9-) Os Estados Unidos são considerados hoje um país bem
da, tudo!”, insiste o motorista, com tanto orgulho que chega a mais fechado – embora em doze dias recebam o mesmo número
contaminar-me. –, a construção tanto ... que estabelece entre as de imigrantes que o Brasil em um ano.” = conjunção concessiva:
construções [com tanto orgulho] e [que chega a contaminar-me] ainda que
uma relação de
A) condição e finalidade. B) conformidade e proporção.
C) finalidade e concessão. D) proporção e comparação. EQUIVALÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO
E) causa e consequência. DE ESTRUTURAS.
DISCURSO DIRETO E INDIRETO
09. “Os Estados Unidos são considerados hoje um país bem
mais fechado – embora em doze dias recebam o mesmo número
de imigrantes que o Brasil em um ano.” A alternativa que substitui
a expressão em negrito, sem prejuízo ao conteúdo, é: “Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase leva-
A) já que. B) todavia. C) ainda que. -nos a refletir sobre a organização das ideias em um texto. Signi-
D) entretanto. E) talvez. fica dizer que, antes da redação, naturalmente devemos dominar
o assunto sobre o qual iremos tratar e, posteriormente, planejar o
GABARITO modo como iremos expô-lo, do contrário haverá dificuldade em
transmitir ideias bem acabadas. Portanto, a leitura, a interpretação
01. B 02. B 03. C 04. D 05. A de textos e a experiência de vida antecedem o ato de escrever.
06. C 07. D 08. E 09. C

Didatismo e Conhecimento 65
LÍNGUA PORTUGUESA
Obtido um razoável conhecimento sobre o que iremos escre- Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem todas contêm
ver, feito o esquema de exposição da matéria, é necessário saber todos estes elementos, portanto cabem algumas observações:
ordenar as ideias em frases bem estruturadas. Logo, não basta - As circunstâncias (de tempo, espaço, modo, etc.) normal-
conhecer bem um determinado assunto, temos que o transmitir de mente são representadas por adjuntos adverbiais de tempo, lugar,
maneira clara aos leitores. etc. Note que, no mais das vezes, quando queremos recordar algo
O estudo da pontuação pode se tornar um valioso aliado para ou narrar uma história, existe a tendência a colocar os adjuntos nos
organizarmos as ideias de maneira clara em frases. Para tanto, começos das frases: “No Brasil e na América…” “Nos dias de
é necessário ter alguma noção de sintaxe. “Sintaxe”, conforme o hoje…” “Nas minhas férias…”, “No Brasil…”. e logo depois os
dicionário Aurélio, é a “parte da gramática que estuda a disposi- verbos e outros elementos: “Nas minhas férias fui…”; “No Brasil
ção das palavras na frase e a das frases no discurso, bem como a existe…”
relação lógica das frases entre si”; ou em outras palavras, sintaxe Observações:
quer dizer “mistura”, isto é, saber misturar as palavras de maneira - tais construções não estão erradas, mas rompem com a or-
a produzirem um sentido evidente para os receptores das nossas dem direta;
mensagens. Observe: - é preciso notar que em Língua Portuguesa, há muitas frases
1)A desemprego globalização no Brasil e no na está Latina que não têm sujeito, somente predicado. Por exemplo: Está cho-
América causando. vendo em Porto Alegre. Faz frio em Friburgo. São quatro horas
2) A globalização está causando desemprego no Brasil e na agora;
América Latina. - Outras frases são construídas com verbos intransitivos, que
não têm complemento: O menino morreu na Alemanha, (sujeito
Ora, no item 1 não temos uma ideia, pois não há uma frase, as +verbo+ adjunto adverbial), A globalização nasceu no século XX.
palavras estão amontoadas sem a realização de “uma sintaxe”, não (idem)
há um contexto linguístico nem relação inteligível com a realida- - Há ainda frases nominais que não possuem verbos: Cada
de; no caso 2, a sintaxe ocorreu de maneira perfeita e o sentido está macaco no seu galho. Nestes tipos de frase, a ordem direta faz-se
claro para receptores de língua portuguesa inteirados da situação naturalmente. Usam-se apenas os termos existentes nelas.
econômica e cultural do mundo atual. Levando em consideração a ordem direta, podemos estabele-
cer três regras básicas para o uso da vírgula:
A Ordem dos Termos na Frase 1)Se os termos estão colocados na ordem direta não haverá a
necessidade de vírgulas. A frase (2) é um exemplo disto:
Leia novamente a frase contida no item 2. Note que ela é A globalização está causando desemprego no Brasil e na
organizada de maneira clara para produzir sentido. Todavia, há América Latina.
diferentes maneiras de se organizar gramaticalmente tal frase, tudo Todavia, ao repetir qualquer um dos termos da oração por
depende da necessidade ou da vontade do redator em manter o três vezes ou mais, então é necessário usar a vírgula, mesmo que
sentido, ou mantê-lo, porém, acrescentado ênfase a algum dos seus estejamos usando a ordem direta. Esta é a regra básica nº1 para a
termos. Significa dizer que, ao escrever, podemos fazer uma série colocação da vírgula. Veja:
de inversões e intercalações em nossas frases, conforme a nossa A globalização, a tecnologia e a “ciranda financeira” cau-
vontade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos trans- sam desemprego… = (três núcleos do sujeito)
mitir uma ideia. Por exemplo, podemos expressar a mensagem da A globalização causa desemprego no Brasil, na América La-
frase 2 da seguinte maneira: tina e na África. = (três adjuntos adverbiais)
No Brasil e na América Latina, a globalização está causando A globalização está causando desemprego, insatisfação e
desemprego. sucateamento industrial no Brasil e na América Latina. = (três
complementos verbais)
Neste caso, a mensagem é praticamente a mesma, apenas mu-
damos a ordem das palavras para dar ênfase a alguns termos (neste 2)Em princípio, não devemos, na ordem direta, separar com
caso: No Brasil e na A. L.). Repare que, para obter a clareza tive- vírgula o sujeito e o verbo, nem o verbo e o seu complemento, nem
mos que fazer o uso de vírgulas. o complemento e as circunstâncias, ou seja, não devemos separar
Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e o que com vírgula os termos da oração. Veja exemplos de tal incorreção:
mais nos auxilia na organização de um período, pois facilita as O Brasil, será feliz. A globalização causa, o desemprego.
boas “sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula ajuda-nos a não
“embolar” o sentido quando produzimos frases complexas. Com Ao intercalarmos alguma palavra ou expressão entre os ter-
isto, “entregamos” frases bem organizadas aos nossos leitores. mos da oração, cabe isolar tal termo entre vírgulas, assim o sentido
O básico para a organização sintática das frases é a ordem da ideia principal não se perderá. Esta é a regra básica nº2 para a
direta dos termos da oração. Os gramáticos estruturam tal ordem colocação da vírgula. Dito em outras palavras: quando intercala-
da seguinte maneira: mos expressões e frases entre os termos da oração, devemos isolar
os mesmos com vírgulas. Vejamos:
SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO VERBAL+ CIR- A globalização, fenômeno econômico deste fim de século XX,
CUNSTÂNCIAS causa desemprego no Brasil.

A globalização + está causando+ desemprego + no Brasil Aqui um aposto à globalização foi intercalado entre o sujeito
nos dias de hoje. e o verbo. Outros exemplos:

Didatismo e Conhecimento 66
LÍNGUA PORTUGUESA
A globalização, que é um fenômeno econômico e cultural, está Obs3: na língua escrita, normalmente, ao realizarmos a ordem
causando desemprego no Brasil e na América Latina. inversa, emprestamos ênfase aos termos que principiam as frases.
Veja este exemplo de Rui Barbosa destacado por Garcia:
Neste caso, há uma oração adjetiva intercalada. “A mim, na minha longa e aturada e continua prática do es-
As orações adjetivas explicativas desempenham frequente- crever, me tem sucedido inúmeras vezes, depois de considerar por
mente um papel semelhante ao do aposto explicativo, por isto são muito tempo necessária e insuprível uma locução nova, encontrar
também isoladas por vírgula. vertida em expressões antigas mais clara, expressiva e elegante a
A globalização causa, caro leitor, desemprego no Brasil… mesma ideia.”
Neste outro caso, há um vocativo entre o verbo e o seu com- Estas três regras básicas não solucionam todos os problemas
plemento. de organização das frases, mas já dão um razoável suporte para
A globalização causa desemprego, e isto é lamentável, no que possamos começar a ordenar a expressão das nossas ideias.
Brasil… Em suma: o importante é não separar os termos básicos das ora-
ções, mas, se assim o fizermos, seja intercalando ou invertendo
Aqui, há uma oração intercalada (note que ela não pertence elementos, então devemos usar a vírgula.
ao assunto: globalização, da frase principal, tal oração é apenas
um comentário à parte entre o complemento verbal e os adjuntos. - Quanto à equivalência e transformação de estruturas,
outro exemplo muito comum cobrado em provas é o enunciado
Obs: a simples negação em uma frase não exige vírgula: trazer uma frase no singular, por exemplo, e pedir que o aluno
A globalização não causou desemprego no Brasil e na Amé- passe a frase para o plural, mantendo o sentido. Outro exemplo
rica Latina. é o enunciado dar a frase em um tempo verbal, e pedir para que
a passe para outro tempo verbal.
3)Quando “quebramos” a ordem direta, invertendo-a, tal que-
bra torna a vírgula necessária. Esta é a regra nº3 da colocação da
vírgula. Tipos de Discurso
No Brasil e na América Latina, a globalização está causando
desemprego…
No fim do século XX, a globalização causou desemprego no Discurso é a prática humana de construir textos, sejam eles
Brasil… escritos ou orais. Sendo assim, todo discurso é uma prática social.
Nota-se que a quebra da ordem direta frequentemente se dá A análise de um discurso deve, portanto, considerar o contexto
com a colocação das circunstâncias antes do sujeito. Trata- -se da em que se encontra, assim como as personagens e as condições de
ordem inversa. Estas circunstâncias, em gramática, são represen- produção do texto.
tadas pelos adjuntos adverbiais. Muitas vezes, elas são colocadas Em um texto narrativo, o autor pode optar por três tipos de
em orações chamadas adverbiais que têm uma função semelhante discurso: o discurso direto, o discurso indireto e o discurso indire-
a dos adjuntos adverbiais, isto é, denotam tempo, lugar, etc. Exem- to livre. Não necessariamente estes três discursos estão separados,
plos: eles podem aparecer juntos em um texto. Dependerá de quem o
Quando o século XX estava terminando, a globalização co- produziu.
meçou a causar desemprego. Vejamos cada um deles:
Enquanto os países portadores de alta tecnologia desenvol-
vem--se, a globalização causa desemprego nos países pobres. Discurso Direto: Neste tipo de discurso as personagens ga-
Durante o século XX, a Globalização causou desemprego no nham voz. É o que ocorre normalmente em diálogos. Isso permite
Brasil. que traços da fala e da personalidade das personagens sejam desta-
cados e expostos no texto. O discurso direto reproduz fielmente as
Obs 1: alguns gramáticos, Sacconi, por exemplo, consideram falas das personagens. Verbos como dizer, falar, perguntar, entre
que as orações subordinadas adverbiais devem ser isoladas pela outros, servem para que as falas das personagens sejam introduzi-
vírgula também quando colocadas após as suas orações principais, das e elas ganhem vida, como em uma peça teatral.
mas só quando Travessões, dois pontos, aspas e exclamações são muito co-
a) a oração principal tiver uma extensão grande: por exemplo: muns durante a reprodução das falas. Ex.
A globalização causa… , enquanto os países…(vide frase acima); “O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis que
b) Se houver uma outra oração após a principal e antes da suspira lá na língua dele - Chente! que vida dura esta de guaxinim
oração adverbial: A globalização causa desemprego no Brasil do banhado!...”
e as pessoas aqui estão morrendo de fome , enquanto nos países “- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!”
portadores de alta tecnologia…
Discurso Indireto: O narrador conta a história e reproduz fala
Obs 2: quando os adjuntos adverbiais são mínimos, isto é, têm e reações das personagens. É escrito normalmente em terceira pes-
apenas uma ou duas palavras não há necessidade do uso da vírgula: soa. Nesse caso, o narrador utiliza-se de palavras suas para repro-
Hoje a globalização causa desemprego no Panamá. duzir aquilo que foi dito pela personagem. Ex.
Ali a globalização também causou… “Elisiário confessou que estava com sono.” (Machado de As-
A não ser que queiramos dar ênfase: Aqui, a globalização… sis)

Didatismo e Conhecimento 67
LÍNGUA PORTUGUESA
“Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo 3) Quando o sujeito é representado por expressões partitivas,
cálculo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo se representadas por “a maioria de, a maior parte de, a metade de,
o tivesse não poderia consultá-lo à fraca luz da masmorra, imagi- uma porção de” entre outras, o verbo tanto pode concordar com o
nava podiam ser onze horas.” (Lima Barreto) núcleo dessas expressões quanto com o substantivo que a segue:
A maioria dos alunos resolveu ficar. A maioria dos alunos resol-
Discurso Indireto Livre: O texto é escrito em terceira pessoa veram ficar.
e o narrador conta a história, mas as personagens têm voz própria, 4) No caso de o sujeito ser representado por expressões apro-
de acordo com a necessidade do autor de fazê-lo. Sendo assim é ximativas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo concor-
uma mistura dos outros dois tipos de discurso e as duas vozes se da com o substantivo determinado por elas: Cerca de mil candida-
fundem. Ex. tos se inscreveram no concurso.
“Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com 5) Em casos em que o sujeito é representado pela expressão
a respiração presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais de um candi-
pena! Houve um momento em que esteve quase... quase!” dato se inscreveu no concurso de piadas.
“Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. Entretan-
to, qualquer urubu... que raiva...” (Ana Maria Machado) Observação:
“D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. - No caso da referida expressão aparecer repetida ou associada
Para que estar catando defeitos no próximo? Eram todos irmãos. a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo, necessariamente,
Irmãos.” (Graciliano Ramos) deverá permanecer no plural:
Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram na
FONTE: campanha de doação de alimentos.
http://www.infoescola.com/redacao/tipos-de-discurso/ Mais de um formando se abraçaram durante as solenidades
de formatura.

6) Quando o sujeito for composto da expressão “um dos que”,


CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL. o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi um dos que atua-
REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL. ram na Copa América.
CRASE
7) Em casos relativos à concordância com locuções pronomi-
nais, representadas por “algum de nós, qual de vós, quais de vós,
alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário nos atermos a duas
questões básicas:
Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos re-
- No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, o
ferindo à relação de dependência estabelecida entre um termo e
verbo poderá com ele concordar, como poderá também concordar
outro mediante um contexto oracional. Desta feita, os agentes com o pronome pessoal: Alguns de nós o receberemos. / Alguns de
principais desse processo são representados pelo sujeito, que no nós o receberão.
caso funciona como subordinante; e o verbo, o qual desempenha a - Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso no
função de subordinado. singular, o verbo permanecerá, também, no singular: Algum de
Dessa forma, temos que a concordância verbal caracteriza-se nós o receberá.
pela adaptação do verbo, tendo em vista os quesitos “número e
pessoa” em relação ao sujeito. Exemplificando, temos: O aluno 8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo pronome
chegou atrasado. Temos que o verbo apresenta-se na terceira pes- “quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do singular ou
soa do singular, pois faz referência a um sujeito, assim também poderá concordar com o antecedente desse pronome: Fomos nós
expresso (ele). Como poderíamos também dizer: os alunos chega- quem contou toda a verdade para ela. / Fomos nós quem contamos
ram atrasados. toda a verdade para ela.

Casos referentes a sujeito simples 9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela palavra
“que”, o verbo deverá concordar com o termo que antecede essa
1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com o núcleo palavra: Nesta empresa somos nós que tomamos as decisões. / Em
em número e pessoa: O aluno chegou atrasado. casa sou eu que decido tudo.

2) Nos casos referentes a sujeito representado por substantivo 10) No caso de o sujeito aparecer representado por expressões
coletivo, o verbo permanece na terceira pessoa do singular: A que indicam porcentagens, o verbo concordará com o numeral ou
multidão, apavorada, saiu aos gritos. com o substantivo a que se refere essa porcentagem: 50% dos
funcionários aprovaram a decisão da diretoria. / 50% do eleitora-
Observação: do apoiou a decisão.
- No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto adnomi-
nal no plural, o verbo permanecerá no singular ou poderá ir para Observações:
o plural: - Caso o verbo apareça anteposto à expressão de porcentagem,
Uma multidão de pessoas saiu aos gritos. esse deverá concordar com o numeral: Aprovaram a decisão da
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos. diretoria 50% dos funcionários.

Didatismo e Conhecimento 68
LÍNGUA PORTUGUESA
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no singular: - A pequena criança é uma gracinha.
1% dos funcionários não aprovou a decisão da diretoria. - O garoto que encontrei era muito gentil e simpático.
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de deter- Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à regra ge-
minantes no plural, o verbo permanecerá no plural: Os 50% dos ral mostrada acima.
funcionários apoiaram a decisão da diretoria. a) Um adjetivo após vários substantivos
11) Nos casos em que o sujeito estiver representado por pro- - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural ou
nomes de tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira concorda com o substantivo mais próximo.
pessoa do singular ou do plural: Vossas Majestades gostaram das - Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui.
homenagens. Vossa Majestade agradeceu o convite. - Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.

12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo pró- - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o plural mascu-
prio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos que os lino ou concorda com o substantivo mais próximo.
determinam: - Ela tem pai e mãe louros.
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo ser, - Ela tem pai e mãe loura.
este permanece no singular, contanto que o predicativo também
esteja no singular: Memórias póstumas de Brás Cubas é uma cria- - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente
ção de Machado de Assis. para o plural.
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também per- - O homem e o menino estavam perdidos.
manece no plural: Os Estados Unidos são uma potência mundial. - O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele nem
aparece, o verbo permanece no singular: Estados Unidos é uma b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos
potência mundial. - Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais pró-
ximo.
Casos referentes a sujeito composto Comi delicioso almoço e sobremesa.
Provei deliciosa fruta e suco.
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas gramati-
cais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando relacionado - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: concorda
a dois pressupostos básicos: com o mais próximo ou vai para o plural.
- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as de- Estavam feridos o pai e os filhos.
mais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio. Estava ferido o pai e os filhos.
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar na 2ª ou
na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. Tu e ele são primos. c) Um substantivo e mais de um adjetivo
- antecede todos os adjetivos com um artigo.
2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer anteposto ao Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola.
verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus dois filhos compa-
receram ao evento. - coloca o substantivo no plural.
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola.
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo, este
poderá concordar com o núcleo mais próximo ou permanecer no d) Pronomes de tratamento
plural: Compareceram ao evento o pai e seus dois filhos. Compa- - sempre concordam com a 3ª pessoa.
receu ao evento o pai e seus dois filhos. Vossa Santidade esteve no Brasil.

4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com mais e) Anexo, incluso, próprio, obrigado
de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular: Meu esposo - Concordam com o substantivo a que se referem.
e grande companheiro merece toda a felicidade do mundo. As cartas estão anexas.
A bebida está inclusa.
5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinônimas Precisamos de nomes próprios.
ou ordenado por elementos em gradação, o verbo poderá permane- Obrigado, disse o rapaz.
cer no singular ou ir para o plural: Minha vitória, minha conquista,
minha premiação são frutos de meu esforço. / Minha vitória, mi- f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a)
nha conquista, minha premiação é fruto de meu esforço. - Após essas expressões o substantivo fica sempre no singular
e o adjetivo no plural.
Concordância nominal é o ajuste que fazemos aos demais Renato advogou um e outro caso fáceis.
termos da oração para que concordem em gênero e número com o Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe.
substantivo. Teremos que alterar, portanto, o artigo, o adjetivo, o
numeral e o pronome. Além disso, temos também o verbo, que se g) É bom, é necessário, é proibido
flexionará à sua maneira. - Essas expressões não variam se o sujeito não vier precedido
Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome con- de artigo ou outro determinante.
cordam em gênero e número com o substantivo. Canja é bom. / A canja é boa.

Didatismo e Conhecimento 69
LÍNGUA PORTUGUESA
É necessário sua presença. / É necessária a sua presença. Questões sobre Concordância Nominal e Verbal
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada
é proibida. 01.(TRE/AL – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2010) A con-
h) Muito, pouco, caro cordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase:
- Como adjetivos: seguem a regra geral. (A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores que
Comi muitas frutas durante a viagem. determinam as escolhas dos governantes, para conferir legitimida-
Pouco arroz é suficiente para mim. de a suas decisões.
Os sapatos estavam caros. (B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes devem ser
embasados na percepção dos valores e princípios que regem a prá-
- Como advérbios: são invariáveis. tica política.
Comi muito durante a viagem. (C) Eleições livres e diretas é garantia de um verdadeiro regi-
Pouco lutei, por isso perdi a batalha. me democrático, em que se respeita tanto as liberdades individuais
Comprei caro os sapatos. quanto as coletivas.
(D) As instituições fundamentais de um regime democrático
i) Mesmo, bastante não pode estar subordinado às ordens indiscriminadas de um único
- Como advérbios: invariáveis poder central.
Preciso mesmo da sua ajuda. (E) O interesse de todos os cidadãos estão voltados para o
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. momento eleitoral, que expõem as diferentes opiniões existentes
na sociedade.
- Como pronomes: seguem a regra geral.
Seus argumentos foram bastantes para me convencer. 02. (Agente Técnico – FCC – 2013). As normas de concordân-
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou. cia verbal e nominal estão inteiramente respeitadas em:
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa leitura,
j) Menos, alerta que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimoramento intelec-
- Em todas as ocasiões são invariáveis. tual, estão na capacidade de criação do autor, mediante palavras,
Preciso de menos comida para perder peso. sua matéria-prima.
Estamos alerta para com suas chamadas. B) Obras que se considera clássicas na literatura sempre de-
lineia novos caminhos, pois é capaz de encantar o leitor ao ultra-
passar os limites da época em que vivem seus autores, gênios no
k) Tal Qual
domínio das palavras, sua matéria-prima.
- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, lhe
consequente.
permitem criar todo um mundo de ficção, em que personagens se
As garotas são vaidosas tais qual a tia.
transformam em seres vivos a acompanhar os leitores, numa ver-
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos.
dadeira interação com a realidade.
D) As possibilidades de comunicação entre autor e leitor so-
l) Possível mente se realiza plenamente caso haja afinidade de ideias entre
- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor” ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o crescimento intelectual
ou “pior”, acompanha o artigo que precede as expressões. deste último e o prazer da leitura.
A mais possível das alternativas é a que você expôs. E) Consta, na literatura mundial, obras-primas que constitui
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa. leitura obrigatória e se tornam referências por seu conteúdo que
As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da ultrapassa os limites de tempo e de época.
cidade.
03. (Escrevente TJ-SP – Vunesp/2012) Leia o texto para res-
m) Meio ponder à questão.
- Como advérbio: invariável. _________dúvidas sobre o crescimento verde. Primeiro, não
Estou meio (um pouco) insegura. está claro até onde pode realmente chegar uma política baseada
em melhorar a eficiência sem preços adequados para o carbo-
- Como numeral: segue a regra geral. no, a água e (na maioria dos países pobres) a terra. É verdade
Comi meia (metade) laranja pela manhã. que mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água em si
___________diferença, as companhias não podem suportar ter de
n) Só pagar, de repente, digamos, 40 dólares por tonelada de carbono,
- apenas, somente (advérbio): invariável. sem qualquer preparação. Portanto, elas começam a usar preços-
Só consegui comprar uma passagem. -sombra. Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira
de quantificar adequadamente os insumos básicos. E sem eles a
- sozinho (adjetivo): variável. maioria das políticas de crescimento verde sempre ___________
Estiveram sós durante horas. a segunda opção.
(Carta Capital, 27.06.2012. Adaptado)
Fonte: De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as la-
http://www.brasilescola.com/gramatica/concordancia-verbal. cunas do texto devem ser preenchidas, correta e respectivamente,
htm com:

Didatismo e Conhecimento 70
LÍNGUA PORTUGUESA
(A) Restam… faça… será (A) Enquanto não se disporem a considerar o cordel sem pre-
(B) Resta… faz… será conceitos, as pessoas não serão capazes de fruir dessas criações
(C) Restam… faz... serão poéticas tão originais.
(D) Restam… façam… serão (B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status atribuído
(E) Resta… fazem… será à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje nas melhores uni-
versidades do país.
04 (Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) Assinale a alternativa (C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que a situa-
em que o trecho ção dos cordelistas não mudaria a não ser que eles mesmos requi-
– Ainda assim, ninguém encontrou até agora uma maneira de zessem o respeito que faziam por merecer.
quantificar adequadamente os insumos básicos.– está corretamen- (D) Se não proveem do preconceito, a desvalorização e a pou-
te reescrito, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa. ca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode ser resultado do
puro e simples desconhecimento.
(A) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou até
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu que os problemas dos
agora uma maneira adequada de se quantificar os insumos básicos.
cordelistas estavam diretamente ligados à falta de representativi-
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até dade.
agora uma maneira adequada de os insumos básicos ser quantifi- 08. (TRF - 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO –
cados. FCC/2010) Observam-se corretamente as regras de concordância
(C) Ainda assim, temos certeza que ninguém encontrou até verbal e nominal em:
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como entre os
quantificado. mais diversos tipos de pessoas, das mais sofisticadas às mais humil-
(D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até des, são cada vez mais comuns nos dias de hoje.
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos seja b) A importância de intelectuais como Edward Said e Tony
quantificado. Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões polêmicas de
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até seu tempo, não estão apenas nos livros que escreveram.
agora uma maneira adequada de se quantificarem os insumos bá- c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre árabes e
sicos. judeus, responsável por tantas mortes e tanto sofrimento, estejam
próximos de serem resolvidos ou pelo menos de terem alguma tré-
05. (FUNDAÇÃO CASA/SP - AGENTE ADMINISTRATI- gua.
VO - VUNESP/2011 - ADAPTADA) Observe as frases do texto: d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a verdade,
I. Cerca de 75 por cento dos países obtêm nota negativa... ainda que conscientes de que esta é até certo ponto relativa, costu-
mam encontrar muito mais detratores que admiradores.
II. ... à Venezuela, de Chávez, que obtém a pior classifica-
e) No final do século XX já não se via muitos intelectuais e es-
ção do continente americano (2,0)...
critores como Edward Said, que não apenas era notícia pelos livros
Assim como ocorre com o verbo “obter” nas frases I e II, a que publicavam como pelas posições que corajosamente assumiam.
concordância segue as mesmas regras, na ordem dos exemplos,
em: 09. (TRF - 2ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
(A) Todas as pessoas têm boas perspectivas para o próximo O verbo que, dadas as alterações entre parênteses propostas para o
ano. Será que alguém tem opinião diferente da maioria? segmento grifado, deverá ser colocado no plural, está em:
(B) Vem muita gente prestigiar as nossas festas juninas. Vêm (A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas)
pessoas de muito longe para brincar de quadrilha. (B) O que não se sabe... (ninguém nas regiões do planeta)
(C) Pouca gente quis voltar mais cedo para casa. Quase todos (C) O consumo mundial não dá sinal de trégua... (O consumo
quiseram ficar até o nascer do sol na praia. mundial de barris de petróleo)
(D) Existem pessoas bem intencionadas por aqui, mas tam- (D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se no custo
bém existem umas que não merecem nossa atenção. da matéria-prima... (Constantes aumentos)
(E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam. (E) o tema das mudanças climáticas pressiona os esforços
mundiais... (a preocupação em torno das mudanças climáticas)
06. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
FCC/2012) Os folheteiros vivem em feiras, mercados, praças e 10. (CETESB/SP – ESCRITURÁRIO - VUNESP/2013) Assi-
locais de peregrinação. nale a alternativa em que a concordância das formas verbais desta-
cadas está de acordo com a norma-padrão da língua.
O verbo da frase acima NÃO pode ser mantido no plural caso
(A) Fazem dez anos que deixei de trabalhar em higienização
o segmento grifado seja substituído por: subterrânea.
(A) Há folheteiros que (B) Ainda existe muitas pessoas que discriminam os trabalha-
(B) A maior parte dos folheteiros dores da área de limpeza.
(C) O folheteiro e sua família (C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos riscos de
(D) O grosso dos folheteiros se contrair alguma doença.
(E) Cada um dos folheteiros (D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era sete da
manhã, eu já estava fazendo meu serviço.
07. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - (E) As companhias de limpeza, apenas recentemente, come-
FCC/2012) Todas as formas verbais estão corretamente flexiona- çou a adotar medidas mais rigorosas para a proteção de seus fun-
das em: cionários.

Didatismo e Conhecimento 71
LÍNGUA PORTUGUESA
GABARITO (C) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam
01. A 02. A 03. A 04. E 05. A quantificados.
06. E 07. |B 08. D 09. D 10. C (D) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
agora uma maneira adequada para que os insumos básicos sejam
RESOLUÇÃO quantificados.
(E) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até
1-) Fiz os acertos entre parênteses: agora uma maneira adequada de se quantificarem os insumos bá-
(A) A sociedade deve reconhecer os princípios e valores que sicos. = correta
determinam as escolhas dos governantes, para conferir legitimida-
de a suas decisões. 5-) Em I, obtêm está no plural; em II, no singular. Vamos aos
(B) A confiança dos cidadãos em seus dirigentes devem itens:
(deve) ser embasados (embasada) na percepção dos valores e prin- (A) Todas as pessoas têm (plural) ... Será que alguém tem (sin-
cípios que regem a prática política. gular)
(C) Eleições livres e diretas é (são) garantia de um verdadeiro (B) Vem (singular) muita gente... Vêm pessoas (plural)
regime democrático, em que se respeita (respeitam) tanto as liber- (C) Pouca gente quis (singular)... Quase todos quiseram (plu-
dades individuais quanto as coletivas. ral)
(D) As instituições fundamentais de um regime democrático (D) Existem (plural) pessoas ... mas também existem umas
não pode (podem) estar subordinado (subordinadas) às ordens in- (plural)
discriminadas de um único poder central. (E) Aqueles que não atrapalham muito ajudam (ambas as for-
(E) O interesse de todos os cidadãos estão (está) voltados mas estão no plural)
(voltado) para o momento eleitoral, que expõem (expõe) as dife- 6-)
rentes opiniões existentes na sociedade. A - Há folheteiros que vivem (concorda com o objeto “folhe-
terios”)
2-)
B – A maior parte dos folheteiros vivem/vive (opcional)
A) Alguns dos aspectos mais desejáveis de uma boa leitura,
C – O folheteiro e sua família vivem (sujeito composto)
que satisfaça aos leitores e seja veículo de aprimoramento intelec-
D – O grosso dos folheteiros vive/vivem (opcional)
tual, estão na capacidade de criação do autor, mediante palavras,
E – Cada um dos folheteiros vive = somente no singular
sua matéria-prima. = correta
B) Obras que se consideram clássicas na literatura sempre
delineiam novos caminhos, pois são capazes de encantar o leitor
7-) Coloquei entre parênteses a forma verbal correta:
ao ultrapassarem os limites da época em que vivem seus autores,
(A) Enquanto não se disporem (dispuserem) a considerar o
gênios no domínio das palavras, sua matéria-prima.
C) A palavra, matéria-prima de poetas e romancistas, lhes per- cordel sem preconceitos, as pessoas não serão capazes de fruir des-
mite criar todo um mundo de ficção, em que personagens se trans- sas criações poéticas tão originais.
formam em seres vivos a acompanhar os leitores, numa verdadeira (B) Ainda que nem sempre detenha o mesmo status atribuído
interação com a realidade. à arte erudita, o cordel vem sendo estudado hoje nas melhores uni-
D) As possibilidades de comunicação entre autor e leitor so- versidades do país.
mente se realizam plenamente caso haja afinidade de ideias entre (C) Rodolfo Coelho Cavalcante deve ter percebido que a si-
ambos, o que permite, ao mesmo tempo, o crescimento intelectual tuação dos cordelistas não mudaria a não ser que eles mesmos re-
deste último e o prazer da leitura. quizessem (requeressem) o respeito que faziam por merecer.
E) Constam, na literatura mundial, obras-primas que consti- (D) Se não proveem (provêm) do preconceito, a desvaloriza-
tuem leitura obrigatória e se tornam referências por seu conteúdo ção e a pouca visibilidade dessa arte popular tão rica só pode (po-
que ultrapassa os limites de tempo e de época. dem) ser resultado do puro e simples desconhecimento.
(E) Rodolfo Coelho Cavalcante entreveu (entreviu) que os
3-) _Restam___dúvidas problemas dos cordelistas estavam diretamente ligados à falta de
mesmo que a ameaça dos preços do carbono e da água em representatividade.
si __faça __diferença
a maioria das políticas de crescimento verde sempre ____ 8-) Fiz as correções entre parênteses:
será_____ a segunda opção. a) O desenraizamento, não só entre intelectuais como entre
Em “a maioria de”, a concordância pode ser dupla: tanto no os mais diversos tipos de pessoas, das mais sofisticadas às mais
plural quanto no singular. Nas alternativas não há “restam/faça/ humildes, são (é) cada vez mais comuns (comum) nos dias de hoje.
serão”, portanto a A é que apresenta as opções adequadas. b) A importância de intelectuais como Edward Said e Tony
4-) Judt, que não se furtaram ao debate sobre questões polêmicas de
(A) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até seu tempo, não estão (está) apenas nos livros que escreveram.
agora uma maneira adequada de se quantificar os insumos básicos. c) Nada indica que o conflito no Oriente Médio entre árabes e
(B) Ainda assim, temos certeza de que ninguém encontrou até judeus, responsável por tantas mortes e tanto sofrimento, estejam
agora uma maneira adequada de os insumos básicos serem quan- (esteja) próximos (próximo) de serem (ser) resolvidos (resolvido)
tificados. ou pelo menos de terem (ter) alguma trégua.

Didatismo e Conhecimento 72
LÍNGUA PORTUGUESA
d) Intelectuais que têm compromisso apenas com a verdade, No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo
ainda que conscientes de que esta é até certo ponto relativa, costu- caso, é o meio de transporte por mim utilizado. A oração “Cheguei
mam encontrar muito mais detratores que admiradores. no metrô”, popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se
e) No final do século XX já não se via (viam) muitos intelec- vai, possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é
tuais e escritores como Edward Said, que não apenas era (eram) muito comum existirem divergências entre a regência coloquial,
notícia pelos livros que publicavam como pelas posições que co- cotidiana de alguns verbos, e a regência culta.
rajosamente assumiam. Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de
acordo com sua transitividade. A transitividade, porém, não é um
9-) fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas
(A) Não há dúvida de que o estilo de vida... (dúvidas) = “há” em frases distintas.
permaneceria no singular
(B) O que não se sabe ... (ninguém nas regiões do planeta) = Verbos Intransitivos
“sabe” permaneceria no singular
(C) O consumo mundial não dá sinal de trégua ... (O consumo Os verbos intransitivos não possuem complemento. É impor-
mundial de barris de petróleo) = “dá” permaneceria no singular
tante, no entanto, destacar alguns detalhes relativos aos adjuntos
(D) Um aumento elevado no preço do óleo reflete-se no custo
adverbiais que costumam acompanhá-los.
da matéria-prima... Constantes aumentos) = “reflete” passaria para
- Chegar, Ir
“refletem-se”
(E) o tema das mudanças climáticas pressiona os esforços Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de
mundiais... (a preocupação em torno das mudanças climáticas) = lugar. Na língua culta, as preposições usadas para indicar destino
“pressiona” permaneceria no singular ou direção são: a, para.
Fui ao teatro.
10-) Fiz as correções: Adjunto Adverbial de Lugar
(A) Fazem dez anos = faz (sentido de tempo = singular)
(B) Ainda existe muitas pessoas = existem Ricardo foi para a Espanha.
(C) No trabalho em meio a tanta sujeira, havia altos riscos Adjunto Adverbial de Lugar
(D) Eu passava a manhã no subterrâneo: quando era sete da
manhã = eram - Comparecer
(E) As companhias de limpeza, apenas recentemente, come- O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou a.
çou = começaram Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último
jogo.
Regência Verbal e Nominal
Verbos Transitivos Diretos
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que
ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. Ocu- Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos
pa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando frases não diretos. Isso significa que não exigem preposição para o estabele-
ambíguas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que cimento da relação de regência. Ao empregar esses verbos, deve-
sejam corretas e claras. mos lembrar que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como
objetos diretos. Esses pronomes podem assumir as formas lo, los,
Regência Verbal la, las (após formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na,
Termo Regente: VERBO nos, nas (após formas verbais terminadas em sons nasais), enquan-
to lhe e lhes são, quando complementos verbais, objetos indiretos.
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os
São verbos transitivos diretos, dentre outros: abandonar,
verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e obje-
abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, ado-
tos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capa- rar, alegrar, ameaçar, amolar, amparar, auxiliar, castigar, con-
cidade expressiva, pois oferece oportunidade de conhecermos as denar, conhecer, conservar,convidar, defender, eleger, estimar,
diversas significações que um verbo pode assumir com a simples humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar,
mudança ou retirada de uma preposição. Observe: socorrer, suportar, ver, visitar.
A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar. Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o
A mãe agrada ao filho. -> agradar significa “causar agrado ou verbo amar:
prazer”, satisfazer. Amo aquele rapaz. / Amo-o.
Logo, conclui-se que “agradar alguém” é diferente de “agra- Amo aquela moça. / Amo-a.
dar a alguém”. Amam aquele rapaz. / Amam-no.
Saiba que: Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para
aspectos fundamentais do estudo da regência verbal (e também indicar posse (caso em que atuam como adjuntos adnominais).
nominal). As preposições são capazes de modificar completamente Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
o sentido do que se está sendo dito. Veja os exemplos: Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)
Cheguei ao metrô. Conheço-lhe o mau humor! (= conheço seu mau humor)
Cheguei no metrô.

Didatismo e Conhecimento 73
LÍNGUA PORTUGUESA
Verbos Transitivos Indiretos Informar
- Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto
Os verbos transitivos indiretos são complementados por obje- ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
tos indiretos. Isso significa que esses verbos exigem uma preposi- Informe os novos preços aos clientes.
ção para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos pre-
pessoais do caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como ços)
objetos indiretos são o “lhe”, o “lhes”, para substituir pessoas. Não
se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos - Na utilização de pronomes como complementos, veja as cons-
transitivos indiretos. Com os objetos indiretos que não represen- truções:
tam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de terceira pes- Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
soa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre eles)
Os verbos transitivos indiretos são os seguintes:
- Consistir - Tem complemento introduzido pela preposição Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para os
“em”: A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para seguintes: avisar, certificar, notificar, cientificar, prevenir.
todos.
Comparar
- Obedecer e Desobedecer - Possuem seus complementos in- Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposi-
troduzidos pela preposição “a”: ções “a” ou “com” para introduzir o complemento indireto.
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais. Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança.
Eles desobedeceram às leis do trânsito.
Pedir
- Responder - Tem complemento introduzido pela preposição Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma de
“a”. Esse verbo pede objeto indireto para indicar “a quem” ou “ao oração subordinada substantiva) e indireto de pessoa.
que” se responde. Pedi-lhe favores.
Respondi ao meu patrão. Objeto Indireto Objeto Direto
Respondemos às perguntas.
Respondeu-lhe à altura. Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.
Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando Objetiva Direta
exprime aquilo a que se responde, admite voz passiva analítica.
Veja: Saiba que:
O questionário foi respondido corretamente. - A construção “pedir para”, muito comum na linguagem coti-
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente. diana, deve ter emprego muito limitado na língua culta. No entanto,
é considerada correta quando a palavra licença estiver subentendida.
- Simpatizar e Antipatizar - Possuem seus complementos in- Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
troduzidos pela preposição “com”. Observe que, nesse caso, a preposição “para” introduz uma
Antipatizo com aquela apresentadora. oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo (para ir
Simpatizo com os que condenam os políticos que governam entregar-lhe os catálogos em casa).
para uma minoria privilegiada.
- A construção “dizer para”, também muito usada popularmen-
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos te, é igualmente considerada incorreta.

Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de Preferir


um objeto direto e um indireto. Merecem destaque, nesse grupo: Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto in-
Agradecer, Perdoar e Pagar. São verbos que apresentam objeto troduzido pela preposição “a”. Por Exemplo:
direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Veja os exemplos: Prefiro trem a ônibus.
Agradeço aos ouvintes a audiência. Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser usado sem ter-
Objeto Indireto Objeto Direto mos intensificadores, tais como: muito, antes, mil vezes, um milhão
de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente no próprio
Paguei o débito ao cobrador. verbo (pre).
Objeto Direto Objeto Indireto
- O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com par- Mudança de Transitividade X Mudança de Significado
ticular cuidado. Observe:
Agradeci o presente. / Agradeci-o. Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade,
Agradeço a você. / Agradeço-lhe. apresentam mudança de significado. O conhecimento das diferen-
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a. tes regências desses verbos é um recurso linguístico muito impor-
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe. tante, pois além de permitir a correta interpretação de passagens
Paguei minhas contas. / Paguei-as. escritas, oferece possibilidades expressivas a quem fala ou escre-
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes. ve. Dentre os principais, estão:

Didatismo e Conhecimento 74
LÍNGUA PORTUGUESA
AGRADAR CUSTAR
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, aca-
riciar. - Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou
Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada preço, sendo acompanhado de adjunto adverbial: Frutas e verdu-
quando o revê. ras não deveriam custar muito.
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia
não perde oportunidade de agradá-lo. - No sentido de ser difícil, penoso, pode ser intransitivo ou
transitivo indireto.
- Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a,
satisfazer, ser agradável a. Rege complemento introduzido pela Muito custa viver tão longe da família.
preposição “a”. Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
O cantor não agradou aos presentes. Intransitivo Reduzida de Infinitivo
O cantor não lhes agradou.
Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela ati-
ASPIRAR tude.
Objeto Oração Subordinada Substantiva Sub-
- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o
jetiva
ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o)
Indireto Reduzida de Infinitivo
- Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que
ambição: Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspiráva- atribuem ao verbo “custar” um sujeito representado por pessoa.
mos a elas) Observe:
Custei para entender o problema.
Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar” não é pessoa, Forma correta: Custou-me entender o problema.
mas coisa, não se usam as formas pronominais átonas “lhe” e
“lhes” e sim as formas tônicas “a ele (s)”, “ a ela (s)”. Veja o exem- IMPLICAR
plo: Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela) - Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes impli-
ASSISTIR cavam um firme propósito.
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar assis- b) Ter como consequência, trazer como consequência, acar-
tência a, auxiliar. Por exemplo: retar, provocar: Liberdade de escolha implica amadurecimento
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos. político de um povo.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
- Como transitivo direto e indireto, significa comprometer,
- Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, envolver: Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.
estar presente, caber, pertencer. Exemplos:
Assistimos ao documentário. Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo
Não assisti às últimas sessões. indireto e rege com preposição “com”: Implicava com quem não
Essa lei assiste ao inquilino. trabalhasse arduamente.

Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir” é intran- PROCEDER


sitivo, sendo acompanhado de adjunto adverbial de lugar introdu- - Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter ca-
bimento, ter fundamento ou portar-se, comportar-se, agir. Nessa
zido pela preposição “em”: Assistimos numa conturbada cidade.
segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial
CHAMAR
de modo.
- Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a
As afirmações da testemunha procediam, não havia como
atenção ou a presença de. refutá-las.
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la. Você procede muito mal.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição”
- Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar de”) e fazer, executar (rege complemento introduzido pela prepo-
objeto direto e indireto, ao qual se refere predicativo preposicio- sição “a”) é transitivo indireto.
nado ou não. O avião procede de Maceió.
A torcida chamou o jogador mercenário. Procedeu-se aos exames.
A torcida chamou ao jogador mercenário. O delegado procederá ao inquérito.
A torcida chamou o jogador de mercenário.
A torcida chamou ao jogador de mercenário. QUERER
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade
de, cobiçar.
Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.

Didatismo e Conhecimento 75
LÍNGUA PORTUGUESA
- Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, esti- Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usa-
mar, amar. do na voz passiva: A fila não foi obedecida.
Quero muito aos meus amigos.
Ele quer bem à linda menina. VER
Despede-se o filho que muito lhe quer.
É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu o
VISAR filme.
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer
pontaria e de pôr visto, rubricar. Regência Nominal
O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque. É o nome da relação existente entre um nome (substantivo,
adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome. Essa re-
- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, lação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da
é transitivo indireto e rege a preposição “a”. regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apre-
O ensino deve sempre visar ao progresso social. sentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar pú- Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o
blico. regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer
e os nomes correspondentes: todos regem complementos introdu-
ESQUECER – LEMBRAR zidos pela preposição a. Veja:
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal) Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.
No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da pre-
complemento sem preposição: Ele esqueceu o livro. posição ou preposições que os regem. Observe-os atentamente e
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a
complemento com a preposição “de”. São, portanto, transitivos in-
algum verbo cuja regência você conhece.
diretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.

Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada


passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração de
sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea,
porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto brasileiros
como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa
construção várias vezes.

- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)


- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)

O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto


(lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de alguma coisa).

SIMPATIZAR

Transitivo indireto e exige a preposição “com”: Não simpati-


zei com os jurados.

NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição: Maria na-
mora João.

Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”.

OBEDECER

transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a prepo-


sição “a” (obedecer a): Devemos obedecer aos pais.

Didatismo e Conhecimento 76
LÍNGUA PORTUGUESA
Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de

Advérbios
Longe de Perto de

Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados: paralela a; paralelamente a;
relativa a; relativamente a.

Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php

Questões sobre Regência Nominal e Verbal

01. (Administrador – FCC – 2013-adap.).


... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras ciências ...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
A) ...astros que ficam tão distantes ...
B) ...que a astronomia é uma das ciências ...
C) ...que nos proporcionou um espírito ...
D) ...cuja importância ninguém ignora ...
E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro ...

02.(Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013-adap.).


... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos filhos do sueco.
O verbo que exige, no contexto, o mesmo tipo de complementos que o grifado acima está empregado em:
A) ...que existe uma coisa chamada exército...
B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra?
C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia...
D) Eu ensino o senhor a cumprir a lei, ali no duro...
E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.
03.(Agente de Defensoria Pública – FCC – 2013-adap.).
... constava simplesmente de uma vareta quebrada em partes desiguais...
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está empregado em:
A) Em campos extensos, chegavam em alguns casos a extremos de sutileza.
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos troncos mais robustos.

Didatismo e Conhecimento 77
LÍNGUA PORTUGUESA
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam, A pesquisa faz um alerta ______ influência negativa que a
não raro, quem... mídia pode exercer sobre os jovens.
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na ser- A) dos … na B) nos … entre a
ra de Tunuí... C) aos … para a D) sobre os … pela
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio, E) pelos … sob a
mestre e colaborador...
08. (Analista em Planejamento, Orçamento e Finanças Públi-
04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.). cas – VUNESP – 2013). Considerando a norma-padrão da língua,
... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... assinale a alternativa em que os trechos destacados estão corretos
O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o da quanto à regência, verbal ou nominal.
frase acima se encontra em: A) O prédio que o taxista mostrou dispunha de mais de dez
A) A palavra direito, em português, vem de directum, do ver- mil tomadas.
bo latino dirigere... B) O autor fez conjecturas sob a possibilidade de haver um
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das socie- homem que estaria ouvindo as notas de um oboé.
dades... C) Centenas de trabalhadores estão empenhados de criar lo-
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela gotipos e negociar.
justiça. D) O taxista levou o autor a indagar no número de tomadas
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspirações do edifício.
da justiça... E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor reparasse
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sentimento a um prédio na marginal.
de justiça.
09. (Assistente de Informática II – VUNESP – 2013). Assinale
05. (Escrevente TJ SP – Vunesp 2012) Assinale a alternativa a alternativa que substitui a expressão destacada na frase, confor-
em que o período, adaptado da revista Pesquisa Fapesp de junho de me as regras de regência da norma-padrão da língua e sem altera-
2012, está correto quanto à regência nominal e à pontuação. ção de sentido.
(A) Não há dúvida que as mulheres ampliam, rapidamente,
Muitas organizações lutaram a favor da igualdade de direitos
seu espaço na carreira científica ainda que o avanço seja mais no-
dos trabalhadores domésticos.
tável em alguns países, o Brasil é um exemplo, do que em outros.
A) da B) na C) pela
(B) Não há dúvida de que, as mulheres, ampliam rapidamente
D) sob a E) sobre a
seu espaço na carreira científica; ainda que o avanço seja mais no-
tável, em alguns países, o Brasil é um exemplo!, do que em outros.
GABARITO
(C) Não há dúvida de que as mulheres, ampliam rapidamente
seu espaço, na carreira científica, ainda que o avanço seja mais no-
tável, em alguns países: o Brasil é um exemplo, do que em outros. 01. D 02. D 03. A 04. A 05. D
(D) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamen- 06. A 07. C 08. A 09. C
te seu espaço na carreira científica, ainda que o avanço seja mais
notável em alguns países – o Brasil é um exemplo – do que em RESOLUÇÃO
outros.
(E) Não há dúvida que as mulheres ampliam rapidamente, seu 1-) ... a que ponto a astronomia facilitou a obra das outras
espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais notável ciências ...
em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em outros. Facilitar – verbo transitivo direto
A) ...astros que ficam tão distantes ... = verbo de ligação
06. (Papiloscopista Policial – VUNESP – 2013). Assinale a B) ...que a astronomia é uma das ciências ... = verbo de li-
alternativa correta quanto à regência dos termos em destaque. gação
(A) Ele tentava convencer duas senhoras a assumir a respon- C) ...que nos proporcionou um espírito ... = verbo transitivo
sabilidade pelo problema. direto e indireto
(B) A menina tinha o receio a levar uma bronca por ter se E) ...onde seu corpo não passa de um ponto obscuro = verbo
perdido. transitivo indireto
(C) A garota tinha apenas a lembrança pelo desenho de um
índio na porta do prédio. 2-) ... pediu ao delegado do bairro que desse um jeito nos fi-
(D) A menina não tinha orgulho sob o fato de ter se perdido lhos do sueco.
de sua família. Pedir = verbo transitivo direto e indireto
(E) A família toda se organizou para realizar a procura à ga- A) ...que existe uma coisa chamada EXÉRCITO... = transi-
rotinha. tivo direto
07. (Analista de Sistemas – VUNESP – 2013). Assinale a al- B) ...como se isso aqui fosse casa da sogra? =verbo de ligação
ternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do C) ...compareceu em companhia da mulher à delegacia...
texto, de acordo com as regras de regência. =verbo intransitivo
Os estudos _______ quais a pesquisadora se reportou já assi- E) O delegado apenas olhou-a espantado com o atrevimento.
nalavam uma relação entre os distúrbios da imagem corporal e a =transitivo direto
exposição a imagens idealizadas pela mídia.

Didatismo e Conhecimento 78
LÍNGUA PORTUGUESA
3-) ... constava simplesmente de uma vareta quebrada em par- 9-) Muitas organizações lutaram pela igualdade de direitos
tes desiguais... dos trabalhadores domésticos.
Constar = verbo intransitivo
B) ...eram comumente assinalados a golpes de machado nos Crase
troncos mais robustos. =ligação
C) Os toscos desenhos e os nomes estropiados desorientam, A palavra crase é de origem grega e significa “fusão”, “mistu-
não raro, quem... =transitivo direto ra”. Na língua portuguesa, é o nome que se dá à “junção” de duas
D) Koch-Grünberg viu uma dessas marcas de caminho na ser- vogais idênticas. É de grande importância a crase da preposição
ra de Tunuí... = transitivo direto “a” com o artigo feminino “a” (s), com o “a” inicial dos pronomes
E) ...em que tão bem se revelam suas afinidades com o gentio, aquele(s), aquela (s), aquilo e com o “a” do relativo a qual (as
mestre e colaborador...=transitivo direto quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para indicar a
crase. O uso apropriado do acento grave depende da compreensão
4-) ... para lidar com as múltiplas vertentes da justiça... da fusão das duas vogais. É fundamental também, para o entendi-
Lidar = transitivo indireto mento da crase, dominar a regência dos verbos e nomes que exi-
B) ...o Direito tem uma complexa função de gestão das socie- gem a preposição “a”. Aprender a usar a crase, portanto, consiste
dades... =transitivo direto em aprender a verificar a ocorrência simultânea de uma preposição
C) ...o de que o Direito [...] esteja permeado e regulado pela e um artigo ou pronome. Observe:
justiça. =ligação Vou a + a igreja.
D) Essa problematicidade não afasta a força das aspirações da Vou à igreja.
justiça... =transitivo direto e indireto
E) Na dinâmica dessa tensão tem papel relevante o sentimento No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição “a”,
de justiça. =transitivo direto exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo
“a” que está determinando o substantivo feminino igreja. Quando
5-) A correção do item deve respeitar as regras de pontuação ocorre esse encontro das duas vogais e elas se unem, a união delas
também. Assinalei apenas os desvios quanto à regência (pontua- é indicada pelo acento grave. Observe os outros exemplos:
Conheço a aluna.
ção encontra-se em tópico específico)
Refiro-me à aluna.
(A) Não há dúvida de que as mulheres ampliam,
(B) Não há dúvida de que (erros quanto à pontuação)
No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer
(C) Não há dúvida de que as mulheres, (erros quanto à
algo ou alguém), logo não exige preposição e a crase não pode
pontuação)
ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto (refe-
(E) Não há dúvida de que as mulheres ampliam rapidamente,
rir--se a algo ou a alguém) e exige a preposição “a”. Portanto, a
seu espaço na carreira científica, ainda que, o avanço seja mais no-
crase é possível, desde que o termo seguinte seja feminino e ad-
tável em alguns países (o Brasil é um exemplo) do que em outros. mita o artigo feminino “a” ou um dos pronomes já especificados.
6-) Casos em que a crase NÃO ocorre:
(B) A menina tinha o receio de levar uma bronca por ter se
perdido. - diante de substantivos masculinos:
(C) A garota tinha apenas a lembrança do desenho de um índio Andamos a cavalo.
na porta do prédio. Fomos a pé.
(D) A menina não tinha orgulho do fato de ter se perdido de Passou a camisa a ferro.
sua família. Fazer o exercício a lápis.
(E) A família toda se organizou para realizar a procura pela Compramos os móveis a prazo.
garotinha.
- diante de verbos no infinitivo:
7-) Os estudos aos quais a pesquisadora se reportou já A criança começou a falar.
assinalavam uma relação entre os distúrbios da imagem corporal e Ela não tem nada a dizer.
a exposição a imagens idealizadas pela mídia. Obs.: como os verbos não admitem artigos, o “a” dos exem-
A pesquisa faz um alerta para a influência negativa que a plos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase.
mídia pode exercer sobre os jovens. - diante da maioria dos pronomes e das expressões de tra-
tamento, com exceção das formas senhora, senhorita e dona:
8-) Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
B) O autor fez conjecturas sobre a possibilidade de haver um Entreguei a todos os documentos necessários.
homem que estaria ouvindo as notas de um oboé. Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem.
C) Centenas de trabalhadores estão empenhados em criar lo- Peço a Vossa Senhoria que aguarde alguns minutos.
gotipos e negociar.
D) O taxista levou o autor a indagar sobre o número de toma- Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes
das do edifício. podem ser identificados pelo método: troque a palavra feminina
E) A corrida com o taxista possibilitou que o autor reparasse por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao,
em um prédio na marginal. ocorrerá crase. Por exemplo:

Didatismo e Conhecimento 79
LÍNGUA PORTUGUESA
Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.) *- Dica da Zê!: use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ;
Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao se- vou A volto DE, crase PRA QUÊ?”
nhor.) Ex: Vou a Campinas. = Volto de Campinas.
Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio Vou à praia. = Volto da praia.
Cláudio para sair mais cedo.)
- ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado,
- diante de numerais cardinais: ocorrerá crase. Veja:
Chegou a duzentos o número de feridos. Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. = mesmo que, pela
Daqui a uma semana começa o campeonato. regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
Irei à Salvador de Jorge Amado.
Casos em que a crase SEMPRE ocorre:
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s),
- diante de palavras femininas: Aquela (s), Aquilo
Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega.
Sempre vamos à praia no verão. Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo re-
Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores. gente exigir a preposição “a”. Por exemplo:
Sou grata à população. Refiro-me a + aquele atentado.
Fumar é prejudicial à saúde. Preposição Pronome
Este aparelho é posterior à invenção do telefone. Refiro-me àquele atentado.

- diante da palavra “moda”, com o sentido de “à moda de” O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo indire-
(mesmo que a expressão moda de fique subentendida): to referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição, portan-
O jogador fez um gol à (moda de) Pelé. to, ocorre a crase. Observe este outro exemplo:
Usava sapatos à (moda de) Luís XV. Aluguei aquela casa.
Estava com vontade de comer frango à (moda de) passarinho.
O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro. O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não exi-
ge preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso. Veja outros
exemplos:
- na indicação de horas:
Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.
Acordei às sete horas da manhã.
Quero agradecer àqueles que me socorreram.
Elas chegaram às dez horas.
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.
Foram dormir à meia-noite.
Não obedecerei àquele sujeito.
Assisti àquele filme três vezes.
- em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de que
Espero aquele rapaz.
participam palavras femininas. Por exemplo:
Fiz aquilo que você disse.
à tarde às ocultas às pressas à medida que Comprei aquela caneta.
à noite às claras às escondidas à força
à vontade à beça à larga à escuta Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais
às avessas à revelia à exceção de à imitação de
à esquerda às turras às vezes à chave A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as
à direita à procura à deriva à toa quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes exi-
à luz à sombra de à frente de à proporção que gir a preposição “a”, haverá crase. É possível detectar a ocorrência
à semelhança de às ordens à beira de da crase nesses casos utilizando a substituição do termo regido
Crase diante de Nomes de Lugar feminino por um termo regido masculino. Por exemplo:
A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.
Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do artigo O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade.
“a”. Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que diante de-
les haverá crase, desde que o termo regente exija a preposição “a”. Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.
Para saber se um nome de lugar admite ou não a anteposição do Veja outros exemplos:
artigo feminino “a”, deve-se substituir o termo regente por um ver- São normas às quais todos os alunos devem obedecer.
bo que peça a preposição “de” ou “em”. A ocorrência da contração Esta foi a conclusão à qual ele chegou.
“da” ou “na” prova que esse nome de lugar aceita o artigo e, por Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam res-
isso, haverá crase. Por exemplo: ponder nenhuma das questões.
Vou à França. (Vim da [de+a] França. Estou na [em+a] Fran- A sessão à qual assisti estava vazia.
ça.)
Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.) Crase com o Pronome Demonstrativo “a”
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)
Vou a Porto Alegre. (Vim de Porto Alegre. Estou em Porto A ocorrência da crase com o pronome demonstrativo “a” tam-
Alegre.) bém pode ser detectada através da substituição do termo regente
feminino por um termo regido masculino. Veja:

Didatismo e Conhecimento 80
LÍNGUA PORTUGUESA
Minha revolta é ligada à do meu país. - depois da preposição até:
Meu luto é ligado ao do meu país. Fui até a praia. ou Fui até à praia.
As orações são semelhantes às de antes. Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à porta.
Os exemplos são semelhantes aos de antes. A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou A palestra vai
Suas perguntas são superiores às dele. até às cinco horas da tarde.
Seus argumentos são superiores aos dele.
Sua blusa é idêntica à de minha colega. Questões sobre Crase
Seu casaco é idêntico ao de minha colega.
01.( Escrevente TJ SP – Vunesp/2012) No Brasil, as discus-
A Palavra Distância sões sobre drogas parecem limitar-se ______aspectos jurídicos
ou policiais. É como se suas únicas consequências estivessem em
Se a palavra distância estiver especificada, determinada, a cra- legalismos, tecnicalidades e estatísticas criminais. Raro ler ____
se deve ocorrer. Por exemplo: Sua casa fica à distância de 100km respeito envolvendo questões de saúde pública como programas
daqui. (A palavra está determinada) de esclarecimento e prevenção, de tratamento para dependentes e
Todos devem ficar à distância de 50 metros do palco. (A pala- de reintegração desses____ vida. Quantos de nós sabemos o nome
vra está especificada.) de um médico ou clínica ____quem tentar encaminhar um droga-
do da nossa própria família?
Se a palavra distância não estiver especificada, a crase não (Ruy Castro, Da nossa própria família. Folha de S.Paulo,
pode ocorrer. Por exemplo: 17.09.2012. Adaptado)
Os militares ficaram a distância. As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e respec-
Gostava de fotografar a distância. tivamente, com:
Ensinou a distância. (A) aos … à … a … a (B) aos … a … à … a
Dizem que aquele médico cura a distância. (C) a … a … à … à (D) à … à … à … à
Reconheci o menino a distância. (E) a … a … a … a
Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade, 02. (Agente de Apoio Administrativo – FCC – 2013).Leia o
pode-se usar a crase. Veja:
texto a seguir.
Gostava de fotografar à distância.
Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, correu
Ensinou à distância.
______ cartomante para consultá-la sobre a verdadeira causa do
Dizem que aquele médico cura à distância.
procedimento de Camilo. Vimos que ______ cartomante restituiu--
-lhe ______ confiança, e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o
Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA
que fez.
(Machado de Assis. A cartomante. In: Várias histórias. Rio
- diante de nomes próprios femininos:
de Janeiro: Globo, 1997, p. 6)
Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes pró-
prios femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe: Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem
Paula é muito bonita. Laura é minha amiga. dada:
A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga. A) à – a – a B) a – a – à
C) à – a – à D) à – à – a
Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo femi- E) a – à – à
nino diante de nomes próprios femininos, então podemos escrever
as frases abaixo das seguintes formas: 03 (POLÍCIA CIVIL/SP – AGENTE POLICIAL - VU-
Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a Roberto. NESP/2013) De acordo com a norma-padrão da língua portugue-
Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao Roberto. sa, o acento indicativo de crase está corretamente empregado em:
- diante de pronome possessivo feminino: (A) A população, de um modo geral, está à espera de que, com
o novo texto, a lei seca possa coibir os acidentes.
Observação: é facultativo o uso da crase diante de pronomes (B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensarem
possessivos femininos porque é facultativo o uso do artigo. Ob- a sua postura.
serve: (C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à punições
Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está esperando por muito mais severas.
você. (D) À ninguém é dado o direito de colocar em risco a vida dos
A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está esperando demais motoristas e de pedestres.
por você. (E) Cabe à todos na sociedade zelar pelo cumprimento da
Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de prono- nova lei para que ela possa funcionar.
mes possessivos femininos, então podemos escrever as frases abai-
xo das seguintes formas: 04. (Agente Técnico – FCC – 2013-adap.) Claro que não me
Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô. estou referindo a essa vulgar comunicação festiva e efervescente.
Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô. O vocábulo a deverá receber o sinal indicativo de crase se o
segmento grifado for substituído por:

Didatismo e Conhecimento 81
LÍNGUA PORTUGUESA
A) leitura apressada e sem profundidade. 09. (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO -
B) cada um de nós neste formigueiro. FCC/2012) O detetive Gervase Fen, que apareceu em 1944, é
C) exemplo de obras publicadas recentemente. um homem de face corada, muito afeito ...... frases inteligentes
D) uma comunicação festiva e virtual. e citações dos clássicos; sua esposa, Dolly, uma dama meiga e
E) respeito de autores reconhecidos pelo público. sossegada, fica sentada tricotando tranquilamente, impassível ......
propensão de seu marido ...... investigar assassinatos.
05. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP (Adaptado de P.D.James, op.cit.)
– 2013). Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem
O Instituto Nacional de Administração Prisional (INAP) dada:
também desenvolve atividades lúdicas de apoio______ ressocia- (A) à - à - a
lização do indivíduo preso, com o objetivo de prepará--lo para (B) a - à - a
o retorno______ sociedade. Dessa forma, quando em liberdade, (C) à - a - à
ele estará capacitado______ ter uma profissão e uma vida digna. (D) a - à - à
(Disponível em: www.metropolitana.com.br/blog/qual_e_a_ (E) à - a – a
importancia_da_ressocializacao_de_presos. Acesso em:
18.08.2012. Adaptado) 10. (POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO ACRE – ALU-
NO SOLDADO COMBATENTE – FUNCAB/2012) Em qual das
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen- opções abaixo o acento indicativo de crase foi corretamente indi-
te, as lacunas do texto, de acordo com a norma-padrão da língua cado?
portuguesa. A) O dia fora quente, mas à noite estava fria e escura.
A) à … à … à B) a … a … à C) a … à … à B) Ninguém se referira à essa ideia antes.
D) à … à ... a E) a … à … a C) Esta era à medida certa do quarto.
D) Ela fechou a porta e saiu às pressas.
06. (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo.
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013)
Assinale a alternativa que completa as lacunas do trecho a seguir,
GABARITO
empregando o sinal indicativo de crase de acordo com a norma-
-padrão.
01. B 02. A 03. A 04. A 05. D
Não nos sujeitamos ____ corrupção; tampouco cederemos es-
06.C 07. E 08. B 09.B 10. D
paço ____ nenhuma ação que se proponha ____ prejudicar nossas
RESOLUÇÃO
instituições.
(A) à … à … à
(B) a … à … à 1-) limitar-se _aos _aspectos jurídicos ou policiais.
(C) à … a … a Raro ler __a__respeito (antes de palavra masculina não
(D) à … à … a há crase)
(E) a … a … à de reintegração desses_à_ vida. (reintegrar a + a vida = à)
07. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP o nome de um médico ou clínica __a_quem tentar encaminhar
– 2013-adap) O acento indicativo de crase está corretamente em- um drogado da nossa própria família? (antes de pronome indefini-
pregado em: do/relativo)
A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas com as
dificuldades para lidar com as frustrações de seus desejos. 2-) correu _à (= para a ) cartomante para consultá-la sobre a
B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações nos me- verdadeira causa do procedimento de Camilo. Vimos que _a__car-
canismos biológicos de controle emocional. tomante (objeto direto)restituiu-lhe ___a___ confiança (objeto di-
C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade. reto), e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o que fez.
D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunidade ali-
mentam a violência crescente nas cidades. 3-)
E) Um ambiente desfavorável à formação da personalidade (A) A população, de um modo geral, está à espera (dá para
atinge os mais vulneráveis. substituir por “esperando”) de que
(B) A nova lei chega para obrigar os motoristas à repensarem
08. (Agente de Vigilância e Recepção – VUNESP – 2013). O (antes de verbo)
sinal indicativo de crase está correto em: (C) A partir de agora os motoristas estarão sujeitos à punições
A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na área de (generalizando, palavra no plural)
biotecnologia. (D) À ninguém (pronome indefinido)
B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar à edu- (E) Cabe à todos (pronome indefinido)
cação dos filhos.
C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar as ins- 4-) Claro que não me estou referindo à leitura apressada e sem
talações do prédio. profundidade.
D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer detalhe a cada um de nós neste formigueiro. (antes de pronome in-
que envolva a segurança das pessoas. definido)
E) É função da política é dedicar-se à todo problema que com- a exemplo de obras publicadas recentemente. (palavra mas-
prometa o bem-estar do cidadão. culina)

Didatismo e Conhecimento 82
LÍNGUA PORTUGUESA
a uma comunicação festiva e virtual. (artigo indefinido) Impassível à propensão (regência nominal: pede preposi-
a respeito de autores reconhecidos pelo público. (palavra ção)
masculina) A investigar (antes de verbo no infinitivo não há acento
indicativo de crase)
5-) O Instituto Nacional de Administração Prisional (INAP) Sequência: a / à / a.
também desenvolve atividades lúdicas de apoio___à__ ressocia-
lização do indivíduo preso, com o objetivo de prepará--lo para 10-)
o retorno___à__ sociedade. Dessa forma, quando em liberdade, A) O dia fora quente, mas à noite = mas a noite (artigo e subs-
ele estará capacitado__a___ ter uma profissão e uma vida digna. tantivo. Diferente de: Estudo à noite = período do dia)
- Apoio a ? Regência nominal pede preposição; B) Ninguém se referira à essa ideia antes.= a essa (antes de
- retorno a? regência nominal pede preposição; pronome demonstrativo)
- antes de verbo no infinitivo não há crase. C) Esta era à medida certa do quarto. = a medida (artigo e
substantivo, no caso. Diferente da conjunção proporcional: À me-
6-) Vamos por partes! dida que lia, mais aprendia)
- Quem se sujeita, sujeita-se A algo ou A alguém, portanto: D) Ela fechou a porta e saiu às pressas. = correta (advérbio de
pede preposição; modo = apressadamente)
- quem cede, cede algo A alguém, então teremos objeto direto E) Os rapazes sempre gostaram de andar à cavalo. = palavra
e indireto; masculina
- quem se propõe, propõe-se A alguma coisa.
Vejamos: PONTUAÇÃO
Não nos sujeitamos À corrupção; tampouco cederemos espaço
A nenhuma ação que se proponha A prejudicar nossas instituições.
* Sujeitar A + A corrupção;
* ceder espaço (objeto direto) A nenhuma ação (objeto indire-
to. Não há acento indicativo de crase, pois “nenhuma” é pronome Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem
indefinido); para compor a coesão e a coerência textual, além de ressaltar es-
* que se proponha A prejudicar (objeto indireto, no caso, ora- pecificidades semânticas e pragmáticas. Vejamos as principais
ção subordinada com função de objeto indireto. Não há acento funções dos sinais de pontuação conhecidos pelo uso da língua
indicativo de crase porque temos um verbo no infinitivo – “pre- portuguesa.
judicar”).
Ponto
7-) 1- Indica o término do discurso ou de parte dele.
A) Tendências agressivas começam à ser relacionadas com as - Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em que
dificuldades para lidar com as frustrações de seus desejos. (antes se encontra.
de verbo no infinitivo não há crase) - Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
B) A agressividade impulsiva deve-se à perturbações nos me- - Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava.
canismos biológicos de controle emocional. (se o “a” está no
singular e antecede palavra no plural, não há crase) 2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr.
C) A violência urbana é comparada à uma enfermidade. (ar-
tigo indefinido) Ponto e Vírgula ( ; )
D) Condições de risco aliadas à exemplo de impunidade ali- 1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma impor-
mentam a violência crescente nas cidades. (palavra masculina) tância.
E) Um ambiente desfavorável à formação da personalidade - “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão
atinge os mais vulneráveis. = correta (regência nominal: desfavo- a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os de
rável a?) nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA)

8-) 2- Separa partes de frases que já estão separadas por vírgulas.


A) Este cientista tem se dedicado à uma pesquisa na área de - Alguns quiseram verão, praia e calor; outros, montanhas,
biotecnologia. (artigo indefinido) frio e cobertor.
B) Os pais não podem ser omissos e devem se dedicar à edu-
cação dos filhos. = correta (regência verbal: dedicar a ) 3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos,
C) Nossa síndica dedica-se integralmente à conservar as insta- decreto de lei, etc.
lações do prédio. (verbo no infinitivo) - Ir ao supermercado;
D) O bombeiro deve dedicar sua atenção à qualquer detalhe - Pegar as crianças na escola;
que envolva a segurança das pessoas. (pronome indefinido) - Caminhada na praia;
E) É função da política é dedicar-se à todo problema que com- - Reunião com amigos.
prometa o bem-estar do cidadão. (pronome indefinido)
Dois pontos
9-) Afeito a frases (generalizando, já que o “a” está no sin- 1- Antes de uma citação
gular e “frases”, no plural) - Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:

Didatismo e Conhecimento 83
LÍNGUA PORTUGUESA
2- Antes de um aposto - Para marcar inversão:
- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): Depois
e calor à noite. das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.
b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos pesqui-
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento sadores, não lhes destinaram verba alguma.
- Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio
rotina de sempre. de 1982.

4- Em frases de estilo direto - Para separar entre si elementos coordenados (dispostos em


Maria perguntou: enumeração):
- Por que você não toma uma decisão? Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
Ponto de Exclamação
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto, - Para marcar elipse (omissão) do verbo:
súplica, etc. Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
- Sim! Claro que eu quero me casar com você! - Para isolar:
2- Depois de interjeições ou vocativos - o aposto: São Paulo, considerada a metrópole brasileira,
- Ai! Que susto! possui um trânsito caótico.
- João! Há quanto tempo! - o vocativo: Ora, Thiago, não diga bobagem.

Ponto de Interrogação Fontes:


Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo) http://www.brasilescola.com/gramatica/uso-da-virgula.htm
Questões sobre Pontuação
Reticências
1- Indica que palavras foram suprimidas. 01. (Agente Policial – Vunesp – 2013). Assinale a alternativa
- Comprei lápis, canetas, cadernos... em que a pontuação está corretamente empregada, de acordo com
a norma-padrão da língua portuguesa.
2- Indica interrupção violenta da frase. (A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora,
“- Não... quero dizer... é verdad... Ah!” experimentasse, a sensação de violar uma intimidade, procurou a
esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse aju-
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida dar a revelar quem era a sua dona.
- Este mal... pega doutor? (B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e, embora
experimentasse a sensação, de violar uma intimidade, procurou a
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse aju-
- Deixa, depois, o coração falar... dar a revelar quem era a sua dona.
(C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora
Vírgula experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou a
esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse aju-
Não se usa vírgula dar a revelar quem era a sua dona.
*separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se (D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e, embora
diretamente entre si: experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou a
- entre sujeito e predicado. esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse aju-
Todos os alunos da sala foram advertidos. dar a revelar quem era a sua dona.
Sujeito predicado (E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora,
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou a
- entre o verbo e seus objetos. esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse aju-
O trabalho custou sacrifício aos realizadores. dar a revelar quem era a sua dona.
V.T.D.I. O.D. O.I. 02. (CNJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE/2013 - ADAP-
TADA) Jogadores de futebol de diversos times entraram em cam-
Usa-se a vírgula: po em prol do programa “Pai Presente”, nos jogos do Campeo-
- Para marcar intercalação: nato Nacional em apoio à campanha que visa 4 reduzir o número
a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância, de pessoas que não possuem o nome do pai em sua certidão de
vem caindo de preço. nascimento. (...)
b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão produ- A oração subordinada “que não possuem o nome do pai em
zindo, todavia, altas quantidades de alimentos. sua certidão de nascimento” não é antecedida por vírgula porque
c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias não tem natureza restritiva.
querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir mão ( ) Certo ( ) Errado
dos lucros altos.

Didatismo e Conhecimento 84
LÍNGUA PORTUGUESA
03.(BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – 07. (DETRAN - OFICIAL ESTADUAL DE TRÂNSITO –
BNDES/2012) Em que período a vírgula pode ser retirada, man- VUNESP/2013) Assinale a alternativa correta quanto ao uso da
tendo-se o sentido e a obediência à norma-padrão? pontuação.
(A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o treino. (A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas circuns-
(B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos esportes? tâncias, ceder à frustração para que a raiva seja aliviada.
(C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se prepara (B) Dirigir pode aumentar, nosso nível de estresse, porque
para o evento. você está junto; com os outros motoristas cujos comportamentos,
(D) Atualmente, várias áreas contribuem para o aprimoramen- são desconhecidos.
to do desportista. (C) Os motoristas, devem saber, que os carros podem ser uma
(E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda: judô, extensão de nossa personalidade.
natação e canoagem. (D) A ira de trânsito pode ocasionar, acidentes e; aumentar os
níveis de estresse em alguns motoristas.
04. (BANPARÁ/PA – TÉCNICO BANCÁRIO – ESPP/2012) (E) Os congestionamentos e o número de motoristas na rua,
Assinale a alternativa em que a pontuação está correta. são as principais causas da ira de trânsito.
a) Meu grande amigo Pedro, esteve aqui ontem!
b) Foi solicitado, pelo diretor o comprovante da transação. 08. (ACADEMIA DE POLÍCIA DO ESTADO DE MINAS
c) Maria, você trouxe os documentos? GERAIS – TÉCNICO ASSISTENTE DA POLÍCIA CIVIL - FU-
d) O garoto de óculos leu, em voz alta o poema. MARC/2013) “Paciência, minha filha, este é apenas um ciclo eco-
e) Na noite de ontem o vigia percebeu, uma movimentação nômico e a nossa geração foi escolhida para este vexame, você aí
estranha. desse tamanho pedindo esmola e eu aqui sem nada para te dizer,
05. (Papiloscopista Policial – Vunesp – 2013 – adap.). Assina- agora afasta que abriu o sinal.”
le a alternativa em que a frase mantém-se correta após o acréscimo No período acima, as vírgulas foram empregadas em “Paciên-
das vírgulas. cia, minha filha, este é [...]”, para separar
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la, verá na pulseira (A) aposto.
instruções para que envie, uma mensagem eletrônica ao grupo ou (B) vocativo.
acione o código na internet. (C) adjunto adverbial.
(B) Um geolocalizador também, avisará, os pais de onde o (D) expressão explicativa.
código foi acionado.
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados, GABARITO
recebem automaticamente, uma mensagem dizendo que a criança
foi encontrada. 01. C 02. C 03. D 04. C
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha, chega primeiro 05. E 06. D 07. A 08. B
às, areias do Guarujá.
(E) O sistema permite, ainda, cadastrar o nome e o telefone de RESOLUÇÃO
quem a encontrou e informar um ponto de referência
1- Assinalei com um (X) as pontuações inadequadas
06. (DNIT – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ESAF/2013) (A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embo-
Para que o fragmento abaixo seja coerente e gramaticalmente cor- ra, (X) experimentasse , (X) a sensação de violar uma intimidade,
reto, é necessário inserir sinais de pontuação. Assinale a posição procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que
em que não deve ser usado o sinal de ponto, e sim a vírgula, para pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
que sejam respeitadas as regras gramaticais. Desconsidere os ajus- (B) Diante , (X) da testemunha o homem abriu a bolsa e, em-
tes nas letras iniciais minúsculas. bora experimentasse a sensação , (X) de violar uma intimidade,
O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas de procurou a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que
bambu para 4600 alunos da rede pública de São Paulo(A) o pro- pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
grama desenvolve ainda oficinas e cursos para as crianças utili- (D) Diante da testemunha, o homem , (X) abriu a bolsa e,
zarem a bicicleta de forma segura e correta(B) os alunos ajudam embora experimentasse a sensação de violar uma intimidade, pro-
a traçar ciclorrotas e participam de atividades sobre cidada- curou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X) encontrar algo que
nia e reciclagem(C) as escolas participantes se tornam também pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
centros de descarte de garrafas PET(D) destinadas depois para (E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora ,
reciclagem(E) o programa possibilitará o retorno das bicicletas (X) experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procu-
pela saúde das crianças e transformação das comunidades em lu- rou a esmo entre as coisinhas, tentando , (X) encontrar algo que
gares melhores para se viver. pudesse ajudar a revelar quem era a sua dona.
(Adaptado de Vida Simples, abril de 2012, edição 117)
a) A 2-) A oração restringe o grupo que participará da campanha
b) B (apenas os que não têm o nome do pai na certidão de nascimen-
c) C to). Se colocarmos uma vírgula, a oração tornar-se-á “explicativa”,
d) D generalizando a informação, o que dará a entender que TODAS as
e) E pessoa não têm o nome do pai na certidão.
RESPOSTA: “CERTO”.

Didatismo e Conhecimento 85
LÍNGUA PORTUGUESA
3-) 8-) Paciência, minha filha, este é... = é o termo usado para se
(A) Quando o técnico chegou, a equipe começou o treino. = dirigir ao interlocutor, ou seja, é um vocativo.
mantê-la (termo deslocado)
(B) Antônio, quer saber as últimas novidades dos esportes? = Recomendo a visualização do link abaixo para entender, de
mantê-la (vocativo) uma maneira criativa, a importância da pontuação!
(C) As Olimpíadas de 2016 ocorrerão no Rio, que se prepara http://www.youtube.com/watch?v=JxJrS6augu0
para o evento.
= mantê-la (explicação)
(D) Atualmente, várias áreas contribuem para o aprimoramen- ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO:
to do desportista. RECURSOS DE COESÃO.
= pode retirá-la (advérbio de tempo) SIGNIFICAÇÃO CONTEXTUAL
(E) Eis alguns esportes que a Ciência do Esporte ajuda: judô, DE PALAVRAS E EXPRESSÕES.
natação e canoagem. RECURSOS DE ARGUMENTAÇÃO.
= mantê-la (enumeração) SUBSTITUIÇÃO VOCABULAR

4-) Assinalei com (X) a pontuação inadequada ou faltante:


a) Meu grande amigo Pedro, (X) esteve aqui ontem!
b) Foi solicitado, (X) pelo diretor o comprovante da transação. Não basta conhecer o conteúdo das partes de um trabalho: in-
c) Maria, você trouxe os documentos? trodução, desenvolvimento e conclusão. Além de saber o que se
d) O garoto de óculos leu, em voz alta (X) o poema. deve (e o que não se deve) escrever em cada parte constituinte do
e) Na noite de ontem (X) o vigia percebeu, (X) uma movimen- texto, é preciso saber escrever obedecendo às normas de coerência
tação estranha. e coesão. Antes de mais nada, é necessário definir os termos: coe-
5-) Assinalei com (X) onde estão as pontuações inadequadas rência diz respeito à articulação do texto, à compatibilidade das
(A) Se a criança se perder, quem encontrá-la , (X) verá na ideias, à lógica do raciocínio, a seu conteúdo. Coesão refere-se à
pulseira instruções para que envie , (X) uma mensagem eletrônica expressão linguística, ao nível gramatical, às estruturas frasais e ao
ao grupo ou acione o código na internet. emprego do vocabulário.
(B) Um geolocalizador também , (X) avisará , (X) os pais de Coerência e coesão relacionam-se com o processo de produ-
onde o código foi acionado. ção e compreensão do texto. A coesão contribui para a coerência,
(C) Assim que o código é digitado, familiares cadastrados , mas nem sempre um texto coerente apresenta coesão. Pode ocor-
(X) recebem ( , ) automaticamente, uma mensagem dizendo que a rer que o texto sem coerência apresente coesão, ou que um texto
criança foi encontrada. tenha coesão sem coerência. Em outras palavras: um texto pode
(D) De fabricação chinesa, a nova pulseirinha , (X) chega ser gramaticalmente bem construído, com frases bem estruturadas,
primeiro às , (X) areias do Guarujá. vocabulário correto, mas apresentar ideias sem nexo, sem uma se-
quência lógica: há coesão, mas não coerência. Por outro lado, um
6-) texto pode apresentar ideias coerentes e bem encadeadas, sem que
O projeto Escola de Bicicleta está distribuindo bicicletas de no plano da expressão as estruturas frasais sejam gramaticalmente
bambu para 4600 alunos da rede pública de São Paulo(A). O pro- aceitáveis: há coerência, mas não coesão.
grama desenvolve ainda oficinas e cursos para as crianças utili- A coerência textual subjaz ao texto e é responsável pela hie-
zarem a bicicleta de forma segura e correta(B). Os alunos ajudam rarquização dos elementos textuais, ou seja, ela tem origem nas
a traçar ciclorrotas e participam de atividades sobre cidadania estruturas profundas, no conhecimento do mundo de cada pessoa,
e reciclagem(C). As escolas participantes se tornam também aliada à competência linguística. Deduz-se que é difícil ensinar
centros de descarte de garrafas PET(D), destinadas depois para coerência textual, intimamente ligada à visão de mundo, à origem
reciclagem(E). O programa possibilitará o retorno das bicicletas das ideias no pensamento. A coesão, porém, refere-se à expressão
pela saúde das crianças e transformação das comunidades em lu- linguística, aos processos sintáticos e gramaticais do texto.
gares melhores para se viver. O seguinte resumo caracteriza coerência e coesão:
A vírgula deve ser colocada após a palavra “PET”, posição
(D), pois antecipa um termo explicativo. Coerência: rede de sintonia entre as partes e o todo de um
7-) Fiz as indicações (X) das pontuações inadequadas: texto. Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada rela-
(A) Segundo alguns psicólogos, é possível, em certas circuns- ção semântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias.
tâncias, ceder à frustração para que a raiva seja aliviada. (Na linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa
(B) Dirigir pode aumentar, (X) nosso nível de estresse, porque bate com outra”).
você está junto; (X) com os outros motoristas cujos comportamen-
tos, (X) são desconhecidos. Coesão: conjunto de elementos posicionados ao longo do
(C) Os motoristas, (X) devem saber, (X) que os carros podem texto, numa linha de sequência e com os quais se estabelece um
ser uma extensão de nossa personalidade. vínculo ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo faz-se via
(D) A ira de trânsito pode ocasionar, (X) acidentes e; (X) au- gramática, fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do
mentar os níveis de estresse em alguns motoristas. vocabulário, tem-se a coesão lexical.
(E) Os congestionamentos e o número de motoristas na rua,
(X) são as principais causas da ira de trânsito.

Didatismo e Conhecimento 86
LÍNGUA PORTUGUESA
Coerência “Estar inteirada com os fatos” significa participação, intera-
- assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto; ção.
- situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão con- “Estar inteirada dos fatos” significa ter conhecimento dos
ceitual; fatos, estar informada.
- relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com
o aspecto global do texto; “Ir de encontro” significa divergir, não concordar.
- estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases. “Ir ao encontro” quer dizer concordar.

Coesão “Ameaça de liberdade de expressão e transmissão de ideias”


- assenta-se no plano gramatical e no nível frasal; significa a liberdade não é ameaça;
- situa-se na superfície do texto, estabelece conexão sequen- “Ameaça à liberdade de expressão e transmissão de ideias”,
cial; isto é, a liberdade fica ameaçada.
- relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes
componentes do texto; Quanto à regência verbal, convém sempre consultar um dicio-
- Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases. nário de verbos, pois muitos deles admitem duas ou três regências
diferentes; cada uma, porém, tem um significado específico. Lem-
Coerência e coesão são responsáveis pela inteligibilidade ou bre-se, a propósito, de que as dúvidas sobre o emprego da crase
compreensão do texto. Um texto bem redigido tem parágrafos bem decorrem do fato de considerar-se crase como sinal de acentuação
estruturados e articulados pelo encadeamento das ideias neles con- apenas, quando o problema refere-se à regência nominal e verbal.
tidas. As estruturas frasais devem ser coerentes e gramaticalmente Exemplos:
corretas, no que diz respeito à sintaxe. O vocabulário precisa ser
adequado e essa adequação só se consegue pelo conhecimento dos O verbo assistir admite duas regências:
significados possíveis de cada palavra. Talvez os erros mais co- assistir o/a (transitivo direto) significa dar ou prestar assistên-
muns de redação sejam devidos à impropriedade do vocabulário e cia (O médico assiste o doente):
ao mau emprego dos conectivos (conjunções, que têm por função Assistir ao (transitivo indireto): ser espectador (Assisti ao jogo
ligar uma frase ou período a outro). Eis alguns exemplos de impro- da seleção).
priedade do vocabulário, colhidos em redações sobre censura e os Pedir o =n(transitivo direto) significa solicitar, pleitear (Pedi
o jornal do dia).
meios de comunicação e outras.
Pedir que =,contém uma ordem (A professora pediu que fi-
“Nosso direito é frisado na Constituição.”
zessem silêncio).
Nosso direito é assegurado pela Constituição. = correta
Pedir para = pedir permissão (Pediu para sair da classe); sig-
nifica também pedir em favor de alguém (A Diretora pediu ajuda
“Estabelecer os limites as quais a programação deveria estar
para os alunos carentes) em favor dos alunos, pedir algo a alguém
exposta.”
(para si): (Pediu ao colega para ajudá-lo); pode significar ainda
Estabelecer os limites aos quais a programação deveria estar
exigir, reclamar (Os professores pedem aumento de salário).
sujeita. = correta
O mau emprego dos pronomes relativos também pode levar à
“A censura deveria punir as notícias sensacionalistas.” falta de coesão gramatical. Frequentemente, emprega-se no qual
A censura deveria proibir (ou coibir) as notícias sensaciona- ou ao qual em lugar do que, com prejuízo da clareza do texto;
listas ou punir os meios de comunicação que veiculam tais notí- outras vezes, o emprego é desnecessário ou inadequado.
cias. = correta “Pela manhã o carteiro chegou com um envelope para mim
no qual estava sem remetente”. (Chegou com um envelope que (o
“Retomada das rédeas da programação.” qual) estava sem remetente).
Retomada das rédeas dos meios de comunicação, no que diz
respeito à programação. = correta “Encontrei apenas belas palavras o qual não duvido da sen-
sibilidade...”
O emprego de vocabulário inadequado prejudica muitas vezes Encontrei belas palavras e não duvido da sensibilidade delas
a compreensão das ideias. É importante, ao redigir, empregar pa- (palavras cheias de sensibilidade).
lavras cujo significado seja conhecido pelo enunciador, e cujo em-
prego faça parte de seus conhecimentos linguísticos. Muitas vezes, Para evitar a falta de coerência e coesão na articulação das
quem redige conhece o significado de determinada palavra, mas frases, aconselha-se levar em conta as seguintes sugestões para o
não sabe empregá-la adequadamente, isso ocorre frequentemente emprego correto dos articuladores sintáticos (conjunções, prepo-
com o emprego dos conectivos (preposições e conjunções). Não sições, locuções prepositivas e locuções conjuntivas).
basta saber que as preposições ligam nomes ou sintagmas nomi- - Para dar ideia de oposição ou contradição, a articulação sin-
nais no interior das frases e que as conjunções ligam frases den- tática faz-se por meio de conjunções adversativas: mas, porém,
tro do período; é necessário empregar adequadamente tanto umas todavia, contudo, no entanto, entretanto. Podem também ser em-
como outras. É bem verdade que, na maioria das vezes, o emprego pregadas as conjunções concessivas e locuções prepositivas para
inadequado dos conectivos remete aos problemas de regência ver- introduzir a ideia de oposição aliada à concessão: embora, ou mui-
bal e nominal. to embora, apesar de, ainda que, conquanto, posto que, a despeito
Exemplos: de, não obstante.

Didatismo e Conhecimento 87
LÍNGUA PORTUGUESA
- A articulação sintática de causa pode ser feita por meio de Questões sobre Significação das Palavras
conjunções e locuções conjuntivas: pois, porque, como, por isso
que, visto que, uma vez que, já que. Também podem ser emprega- 01. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacu-
das as preposições e locuções prepositivas: por, por causa de, em nas da frase abaixo:
vista de, em virtude de, devido a, em consequência de, por motivo Da mesma forma que os italianos e japoneses _________
de, por razões de. para o Brasil no século passado, hoje os brasileiros ________
- O principal articulador sintático de condição é o “se”: Se o para a Europa e para o Japão, à busca de uma vida melhor; inter-
time ganhar esse jogo, será campeão. Pode-se também expressar namente, __________ para o Sul, pelo mesmo motivo.
condição pelo emprego dos conectivos: caso, contanto que, desde a) imigraram - emigram - migram
que, a menos que, a não ser que. b) migraram - imigram - emigram
- O emprego da preposição “para” é a maneira mais comum c) emigraram - migram - imigram.
de expressar finalidade. “É necessário baixar as taxas de juros d) emigraram - imigram - migram.
para que a economia se estabilize” ou para a economia estabilizar- e) imigraram - migram – emigram
-se. “Teresa vai estudar bastante para fazer boa prova.” Há outros
articuladores que expressam finalidade: a fim de, com o propósito Agente de Apoio – Microinformática – VUNESP – 2013 -
de, na finalidade de, com a intenção de, com o objetivo de, com o
Leia o texto para responder às questões de números 02 e 03.
fito de, com o intuito de.
- A ideia de conclusão pode ser introduzida por meio dos ar-
Alunos de colégio fazem robôs com sucata eletrônica
ticuladores: assim, desse modo, então, logo, portanto, pois, por
isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso. Para introduzir
mais um argumento a favor de determinada conclusão emprega- Você comprou um smartphone e acha que aquele seu celular
-se ainda. Os articuladores aliás, além do mais, além disso, além antigo é imprestável? Não se engane: o que é lixo para alguns
de tudo, introduzem um argumento decisivo, cabal, apresentado pode ser matéria-prima para outros. O CMID – Centro Marista
como um acréscimo, para justificar de forma incontestável o argu- de Inclusão Digital –, que funciona junto ao Colégio Marista de
mento contrário. Santa Maria, no Rio Grande do Sul, ensina os alunos do colégio a
- Para introduzir esclarecimentos, retificações ou desenvolvi- fazer robôs a partir de lixo eletrônico.
mento do que foi dito empregam-se os articuladores: isto é, quer Os alunos da turma avançada de robótica, por exemplo,
dizer, ou seja, em outras palavras. A conjunção aditiva “e” anuncia constroem carros com sensores de movimento que respondem à
não a repetição, mas o desenvolvimento do discurso, pois acres- aproximação das pessoas. A fonte de energia vem de baterias de
centa uma informação nova, um dado novo, e se não acrescentar celular. “Tirando alguns sensores, que precisamos comprar, é tudo
nada, é pura repetição e deve ser evitada. reciclagem”, comentou o instrutor de robótica do CMID, Leandro
- Alguns articuladores servem para estabelecer uma gradação Schneider. Esses alunos também aprendem a consertar compu-
entre os correspondentes de determinada escala. No alto dessa es- tadores antigos. “O nosso projeto só funciona por causa do lixo
cala acham-se: mesmo, até, até mesmo; no plano mais baixo: ao eletrônico. Se tivéssemos que comprar tudo, não seria viável”,
menos, pelo menos, no mínimo. completou.
Em uma época em que celebridades do mundo digital fazem
campanha a favor do ensino de programação nas escolas, é ins-
Significação das Palavras pirador o relato de Dionatan Gabriel, aluno da turma avançada
de robótica do CMID que, aos 16 anos, já sabe qual será sua pro-
- Sinônimos fissão. “Quero ser programador. No início das aulas, eu achava
meio chato, mas depois fui me interessando”, disse.
São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto - abe- (Giordano Tronco, www.techtudo.com.br, 07.07.2013. Adap-
cedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. tado)
Observação: A contribuição greco-latina é responsável pela
existência de numerosos pares de sinônimos: adversário e antago-
02. A palavra em destaque no trecho –“Tirando alguns sen-
nista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemiciclo; contravene-
sores, que precisamos comprar, é tudo reciclagem”... – pode ser
no e antídoto; moral e ética; colóquio e diálogo; transformação e
metamorfose; oposição e antítese. substituída, sem alteração do sentido da mensagem, pela seguinte
expressão:
- Antônimos A) Pelo menos B) A contar de
C) Em substituição a D) Com exceção de
São palavras de significação oposta: ordem - anarquia; sober- E) No que se refere a
ba - humildade; louvar - censurar; mal - bem.
Observação: A antonímia pode originar-se de um prefixo de 03. Assinale a alternativa que apresenta um antônimo para o
sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; simpático e an- termo destacado em – …“No início das aulas, eu achava meio cha-
tipático; progredir e regredir; concórdia e discórdia; ativo e ina- to, mas depois fui me interessando”, disse.
tivo; esperar e desesperar; comunista e anticomunista; simétrico A) Estimulante. B) Cansativo.
e assimétrico. C) Irritante. D) Confuso.
E) Improdutivo.
h t t p : / / w w w. c o l a d a w e b . c o m / p o r t u g u e s / s i n o n i m o s , -
-antonimos,-homonimos-e-paronimos

Didatismo e Conhecimento 88
LÍNGUA PORTUGUESA
04. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP c) delatar = expandir; dilatar = denunciar
– 2013). Analise as afirmações a seguir. d) deferir = diferenciar; diferir = conceder
I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso por e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação
homicídio. – o termo em destaque pode ser substituído, sem altera-
ção do sentido do texto, por “faz”. 09. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013). Leia
II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser reescri- o texto a seguir.
ta da seguinte forma – Todo preso aspira à libertação.
III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma diferente aqui Temos o poder da escolha
no presídio devido ao bom comportamento. – pode-se substituir a Os consumidores são assediados pelo marketing a todo mo-
expressão em destaque por “em razão do”, sem alterar o sentido mento para comprarem além do que necessitam, mas somente eles
do texto. podem decidir o que vão ou não comprar. É como se abrissem em
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, está nós uma “caixa de necessidades”, mas só nós temos o poder da
correto o que se afirma em escolha.
A) I, II e III. B) III, apenas. Cada vez mais precisamos do consumo consciente. Será que
C) I e III, apenas. D) I, apenas. paramos para pensar de onde vem o produto que estamos consu-
E) I e II, apenas. mindo e se os valores da empresa são os mesmos em que acredita-
mos? A competitividade entre as empresas exige que elas evoluam
05. Leia as frases abaixo: para serem opções para o consumidor. Nos anos 60, saber fabri-
1 - Assisti ao ________ do balé Bolshoi; car qualquer coisa era o suficiente para ter uma empresa. Nos
2 - Daqui ______ pouco vão dizer que ______ vida em Marte. anos 70, era preciso saber fazer com qualidade e altos índices de
3 - As _________ da câmara são verdadeiros programas de produção. Já no ano 2000, a preocupação era fazer melhor ou
humor. diferente da concorrência e as empresas passaram a atuar com
4 - ___________ dias que não falo com Alfredo. responsabilidade socioambiental.
Escolha a alternativa que oferece a sequência correta de vocá- O consumidor tem de aprender a dizer não quando a sua re-
bulos para as lacunas existentes: lação com a empresa não for boa. Se não for boa, deve comprar o
a) concerto – há – a – cessões – há; produto em outro lugar. Os cidadãos não têm ideia do poder que
b) conserto – a – há – sessões – há; possuem.
c) concerto – a – há – seções – a; É importante, ainda, entender nossa relação com a empresa
d) concerto – a – há – sessões – há; ou produto que vamos eleger. Temos uma expectativa, um envolvi-
e) conserto – há – a – sessões – a . mento e aceitação e a preferência dependerá das ações que apro-
vamos ou não nas empresas, pois podemos mudar de ideia.
06. (Agente de Escolta e Vigilância Penitenciária – VUNESP Há muito a ser feito. Uma pesquisa mostrou que 55,4% das
– 2013-adap.). Considere o seguinte trecho para responder à ques- pessoas acreditam no consumo consciente, mas essas mesmas pes-
tão. soas admitem que já compraram produto pirata. Temos de refletir
Adolescentes vivendo em famílias que não lhes transmitiram sobre isso para mudar nossas atitudes.
valores sociais altruísticos, formação moral e não lhes impuseram (Jornal da Tarde 24.04.2007. Adaptado)
limites de disciplina. No trecho – Temos uma expectativa, um envolvimento e acei-
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse trecho, tação... –, a palavra destacada apresenta sentido contrário de
é: A) vontade.
A) de desprendimento. B) de responsabilidade. B) apreciação.
C) de abnegação. D) de amor. C) avaliação.
E) de egoísmo. D) rejeição.
E) indiferença.
07. Assinale o único exemplo cuja lacuna deve ser preenchida
com a primeira alternativa da série dada nos parênteses: 10. (Agente de Apoio Operacional – VUNESP – 2013). Na
A) Estou aqui _______ de ajudar os flagelados das enchentes. frase – Os consumidores são assediados pelo marketing... –, a pa-
(afim- a fim). lavra destacada pode ser substituída, sem alteração de sentido, por:
B) A bandeira está ________. (arreada - arriada). A) perseguidos.
C) Serão punidos os que ________ o regulamento. (inflingi- B) ameaçados.
rem - infringirem). C) acompanhados.
D) São sempre valiosos os ________ dos mais velhos. (con- D) gerados.
celhos - conselhos). E) preparados.
E) Moro ________ cem metros da praça principal. (a cerca
de - acerca de). GABARITO

08. Assinale a alternativa correta, considerando que à direita 01. A 02. D 03. A 04. A 05. D
de cada palavra há um sinônimo. 06. E 07. E 08. A 09. D 10. A
a) emergir = vir à tona; imergir = mergulhar
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país)

Didatismo e Conhecimento 89
LÍNGUA PORTUGUESA
RESOLUÇÃO 8-)
b) emigrar = entrar (no país); imigrar = sair (do país) = sig-
1-) Da mesma forma que os italianos e japoneses imigra- nificados invertidos
ram para o Brasil no século passado, hoje os brasileiros emi- c) delatar = expandir; dilatar = denunciar = significados
gram para a Europa e para o Japão, à busca de uma vida melhor; invertidos
internamente, migram para o Sul, pelo mesmo motivo. d) deferir = diferenciar; diferir = conceder = significados
invertidos
2-) “Com exceção de alguns sensores, que precisamos com- e) dispensa = cômodo; despensa = desobrigação = signifi-
prar, é tudo reciclagem”... cados invertidos
3-) antônimo para o termo destacado : “No início das aulas, eu 9-) Temos uma expectativa, um envolvimento e aceitação... –,
achava meio chato, mas depois fui me interessando” a palavra destacada apresenta sentido contrário de rejeição.
“No início das aulas, eu achava meio estimulante, mas depois
fui me interessando”
10-) Os consumidores são assediados pelo marketing... –, a
palavra destacada pode ser substituída, sem alteração de sentido,
4-)
I. Em – Há sete anos, Fransley Lapavani Silva está preso por por perseguidos.
homicídio. – o termo em destaque pode ser substituído, sem altera- Denotação e Conotação
ção do sentido do texto, por “faz”. = correta
II. A frase – Todo preso deseja a libertação. – pode ser reescri- Na língua portuguesa, uma PALAVRA (do latim parabola,
ta da seguinte forma – Todo preso aspira à libertação. = correta que por sua vez deriva do grego parabolé) pode ser definida como
III. No trecho – ... estou sendo olhado de forma diferente aqui sendo um conjunto de letras ou sons de uma língua, juntamente
no presídio devido ao bom comportamento. – pode-se substituir a com a ideia associada a este conjunto.
expressão em destaque por “em razão do”, sem alterar o sentido
do texto. = correta Sentido Próprio e Figurado das Palavras
5-)
1 - Assisti ao concerto do balé Bolshoi; Pela própria definição acima destacada podemos perceber que
2 - Daqui a pouco vão dizer que há (= existe) vida a palavra é composta por duas partes, uma delas relacionada a sua
em Marte. forma escrita e os seus sons (denominada significante) e a outra
3 – As sessões da câmara são verdadeiros programas relacionada ao que ela (palavra) expressa, ao conceito que ela traz
de humor. (denominada significado).
4- Há dias que não falo com Alfredo. (= tempo Em relação ao seu SIGNIFICADO as palavras subdividem-se
passado) assim:
- Sentido Próprio - é o sentido literal, ou seja, o sentido co-
6-) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes transmiti- mum que costumamos dar a uma palavra.
ram valores sociais altruísticos, formação moral e não lhes impu- - Sentido Figurado - é o sentido “simbólico”, “figurado”, que
seram limites de disciplina. podemos dar a uma palavra.
O sentido contrário (antônimo) de altruísticos, nesse trecho, Vamos analisar a palavra cobra utilizada em diferentes con-
é de egoísmo textos:
Altruísmo é um tipo de comportamento encontrado nos seres 1. A cobra picou o menino. (cobra = réptil peçonhento)
humanos e outros seres vivos, em que as ações de um indivíduo
2. A sogra dele é uma cobra. (cobra = pessoa desagradável,
beneficiam outros. É sinônimo de filantropia. No sentido comum
que adota condutas pouco apreciáveis)
do termo, é muitas vezes percebida, também, como sinônimo de
3. O cara é cobra em Física! (cobra = pessoa que conhece
solidariedade. Esse conceito opõe-se, portanto, ao egoísmo, que
são as inclinações específica e exclusivamente individuais (pes- muito sobre alguma coisa, “expert”)
soais ou coletivas). No item 1 aplica-se o termo cobra em seu sentido comum
(ou literal); nos itens 2 e 3 o termo cobra é aplicado em sentido
7-) figurado.
A) Estou aqui a fim de de ajudar os flagelados das en- Podemos então concluir que um mesmo significante (parte
chentes. (afim = O adjetivo “afim” é empregado para indicar que concreta) pode ter vários significados (conceitos).
uma coisa tem afinidade com a outra. Há pessoas que têm tempe-
ramentos afins, ou seja, parecidos) Denotação e Conotação
B) A bandeira está arriada . (arrear = colocar arreio
no cavalo) - Denotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com o
C) Serão punidos os que infringirem o regulamento. seu significado primitivo e original, com o sentido do dicionário;
(inflingirem = aplicarem a pena) usada de modo automatizado; linguagem comum. Veja este exem-
D) São sempre valiosos os conselhos dos mais velhos; plo: Cortaram as asas da ave para que não voasse mais.
(concelhos= Porção territorial ou parte administrativa de um dis- Aqui a palavra em destaque é utilizada em seu sentido pró-
trito). prio, comum, usual, literal.
E) Moro a cerca de cem metros da praça principal. (acerca
de = Acerca de é sinônimo de “a respeito de”.).

Didatismo e Conhecimento 90
LÍNGUA PORTUGUESA
MINHA DICA - Procure associar Denotação com Dicionário: ... uma “máquina poética”, algo que funcionasse por analogia
trata-se de definição literal, quando o termo é utilizado em seu e associação...
sentido dicionarístico. Quando o cientista Vannevar Bush [...] concebeu a ideia de
hipertexto...
- Conotação: verifica-se quando utilizamos a palavra com o ... 20 anos depois de seu artigo fundador...
seu significado secundário, com o sentido amplo (ou simbólico);
usada de modo criativo, figurado, numa linguagem rica e expressi- As palavras destacadas que expressam ideia de tempo são:
va. Veja este exemplo: (A) algo, especialmente e Quando.
Seria aconselhável cortar as asas deste menino, antes que (B) Desde, especialmente e algo.
seja tarde demais. (C) especialmente, Quando e depois.
Já neste caso o termo (asas) é empregado de forma figurada, (D) Desde, Quando e depois.
fazendo alusão à ideia de restrição e/ou controle de ações; discipli- (E) Desde, algo e depois.
na, limitação de conduta e comportamento.
As palavras que nos dão a noção, ideia de tempo são: desde,
Fonte: quando e depois.
http://www.tecnolegis.com/estudo-dirigido/oficial-de-justica-tjm- RESPOSTA: “D”.
-sp/lingua-portuguesa-sentido-proprio-e-figurado-das-palavras. 4-) (TRF - 5ª REGIÃO - TÉCNICO JUDICIÁRIO - FCC/2012)
html A importância de Rodolfo Coelho Cavalcante para o movimento
Questões sobre Denotação e Conotação cordelista pode ser comparada à de outros dois grandes nomes...
Sem qualquer outra alteração da frase acima e sem prejuízo da
1-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- correção, o elemento grifado pode ser substituído por:
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013) (A) contrastada.
O sentido de marmóreo (adjetivo) equivale ao da expressão de (B) confrontada.
mármore. Assinale a alternativa contendo as expressões com senti- (C) ombreada.
dos equivalentes, respectivamente, aos das palavras ígneo e pétreo. (D) rivalizada.
(A) De corda; de plástico. (E) equiparada.
(B) De fogo; de madeira.
(C) De madeira; de pedra. Ao participar de um concurso, não temos acesso a dicioná-
rios para que verifiquemos o significado das palavras, por isso,
(D) De fogo; de pedra.
caso não saibamos o que significam, devemos analisá-las dentro
(E) De plástico; de cinza.
do contexto em que se encontram. No exercício acima, a que se
“encaixa” é “equiparada”.
Questão que pode ser resolvida usando a lógica ou associação
RESPOSTA: “E”.
de palavras! Veja: a ignição do carro lembra-nos fogo, combus-
tão... Pedra, petrificado. Encontrou a resposta?
5-) (PREFEITURA DE SERTÃOZINHO – AGENTE CO-
RESPOSTA: “D”.
MUNITÁRIO DE SAÚDE – VUNESP/2012) No verso – Não te
2-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU- abras com teu amigo – o verbo em destaque foi empregado em
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 sentido figurado.
- ADAPTADO) Para responder à questão, considere a seguinte Assinale a alternativa em que esse mesmo verbo “abrir” con-
passagem: Sem querer estereotipar, mas já estereotipando: trata- tinua sendo empregado em sentido figurado.
-se de um ser cujas interações sociais terminam, 99% das vezes, (A) Ao abrir a porta, não havia ninguém.
diante da pergunta “débito ou crédito?”. (B) Ele não pôde abrir a lata porque não tinha um abridor.
(C) Para aprender, é preciso abrir a mente.
Nesse contexto, o verbo estereotipar tem sentido de (D) Pela manhã, quando abri os olhos, já estava em casa.
(A) considerar ao acaso, sem premeditação. (E) Os ladrões abriram o cofre com um maçarico.
(B) aceitar uma ideia mesmo sem estar convencido dela.
(C) adotar como referência de qualidade. Em todas as alternativas o verbo “abrir” está empregado em
(D) julgar de acordo com normas legais. seu sentido denotativo. No item C, conotativo (“abrir a mente” =
(E) classificar segundo ideias preconcebidas. aberto a mudanças, novas ideias).
RESPOSTA: “C”.
Classificar conforme regras conhecidas, mas não confirmadas
se verdadeiras. 6-) (SABESP/SP – ATENDENTE A CLIENTES 01 –
RESPOSTA: “E”. FCC/2014 - ADAPTADA) Atenção: Para responder à questão,
considere o texto abaixo.
3-) (TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAU-
LO - ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – VUNESP/2013 - A marca da solidão
ADAPTADA) Para responder a esta questão, considere as palavras Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de pa-
destacadas nas seguintes passagens do texto: ralelepípedos, o menino espia. Tem os braços dobrados e a testa
Desde o surgimento da ideia de hipertexto... pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de penumbra
... informações ligadas especialmente à pesquisa acadêmica, na tarde quente.

Didatismo e Conhecimento 91
LÍNGUA PORTUGUESA
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, dentro de 8-) (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO –
cada uma delas, um diminuto caminho de terra, com pedrinhas e BNDES/2012) Considere o emprego do verbo levar no trecho:
tufos minúsculos de musgos, formando pequenas plantas, ínfimos “Uma competição não dura apenas alguns minutos. Leva anos”. A
bonsais só visíveis aos olhos de quem é capaz de parar de viver frase em que esse verbo está usado com o mesmo sentido é:
para, apenas, ver. Quando se tem a marca da solidão na alma, o (A) O menino leva o material adequado para a escola.
mundo cabe numa fresta. (B) João levou uma surra da mãe.
(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: (C) A enchente leva todo o lixo rua abaixo.
Tinta negra bazar, 2010. p. 47) (D) O trabalho feito com empenho leva ao sucesso.
(E) O atleta levou apenas dez segundos para terminar a prova.
No primeiro parágrafo, a palavra utilizada em sentido figu-
rado é No enunciado, o verbo “levar” está empregado com o sentido
(A) menino. de “duração/tempo”
(B) chão. (A) O menino leva o material adequado para a escola. = car-
(C) testa. rega
(D) penumbra. (B) João levou uma surra da mãe. = apanhou
(E) tenda. (C) A enchente leva todo o lixo rua abaixo. = arrasta
(D) O trabalho feito com empenho leva ao sucesso. = dire-
Novamente, responderemos com frase do texto: seu rosto for- ciona
mando uma tenda. (E) O atleta levou apenas dez segundos para terminar a prova
RESPOSTA: “E”. = duração/tempo
7-) (UFTM/MG – AUXILIAR DE BIBLIOTECA – VU- RESPOSTA: “E”.
NESP/2013 - ADAPTADA) Leia o texto para responder à questão. Polissemia
RIO DE JANEIRO – A Prefeitura do Rio está lançando a
Operação Lixo Zero, que vai multar quem emporcalhar a cida- Consideremos as seguintes frases:
de. Em primeira instância, a campanha é educativa. Equipes da Paula tem uma mão para cozinhar que dá inveja!
Companhia Municipal de Limpeza Urbana estão percorrendo as Vamos! Coloque logo a mão na massa!
ruas para flagrar maus cidadãos jogando coisas onde não devem As crianças estão com as mãos sujas.
e alertá-los para o que os espera. Em breve, com guardas munici-
Passaram a mão na minha bolsa e nem percebi.
pais, policiais militares e 600 fiscais em ação, as multas começa-
rão a chegar para quem tratar a via pública como a casa da sogra.
Chegamos à conclusão de que se trata de palavras idênticas no
Imagina-se que, quando essa lei começar para valer, os recor-
que se refere à grafia, mas será que possuem o mesmo significado?
distas de multas serão os cerca de 300 jovens golpistas que, nas
Existe uma parte da gramática normativa denominada Semân-
últimas semanas, se habituaram a tomar as ruas, pichar monu-
tica. Ela trabalha a questão dos diferentes significados que uma
mentos, vandalizar prédios públicos, quebrar orelhões, arrancar
postes, apedrejar vitrines, depredar bancos, saquear lojas e, por mesma palavra apresenta de acordo com o contexto em que se in-
uma estranha compulsão, destruir lixeiras, jogar o lixo no asfalto sere.
e armar barricadas de fogo com ele. Tomando como exemplo as frases já mencionadas, analisa-
É verdade que, no seu “bullying” político, eles não estão nem remos os vocábulos de mesma grafia, de acordo com seu sentido
aí para a cidade, que é de todos – e que, por algum motivo, pare- denotativo, isto é, aquele retratado pelo dicionário.
cem querer levar ao colapso. Na primeira, a palavra “mão” significa habilidade, eficiência
Pois, já que a lei não permite prendê-los por vandalismo, sa- diante do ato praticado. Nas outras que seguem o significado é de:
que, formação de quadrilha, desacato à autoridade, resistência à participação, interação mediante a uma tarefa realizada; mão como
prisão e nem mesmo por ataque aos órgãos públicos, talvez seja parte do corpo humano e por último simboliza o roubo, visto de
possível enquadrá-los por sujar a rua. maneira pejorativa.
(Ruy Castro, Por sujar a rua. Folha de S.Paulo, 21.08.2013. Reportando-nos ao conceito de Polissemia, logo percebemos
Adaptado) que o prefixo “poli” significa multiplicidade de algo. Possibilida-
des de várias interpretações levando-se em consideração as situa-
Na oração – ... parecem querer levar ao colapso. – (3.º pará- ções de aplicabilidade.
grafo), o termo em destaque é sinônimo de Há uma infinidade de outros exemplos em que podemos veri-
(A) progresso. ficar a ocorrência da polissemia, como por exemplo:
(B) descaso. O rapaz é um tremendo gato.
(C) vitória. O gato do vizinho é peralta.
(D) tédio. Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.
(E) ruína. Pedro costuma fazer alguns “bicos” para garantir sua so-
brevivência
Pela leitura do texto, compreende-se que a intenção do autor O passarinho foi atingido no bico.
ao utilizar a expressão” levar ao colapso” refere-se à queda, ao fim,
à ruína da cidade.
RESPOSTA: “E”.

Didatismo e Conhecimento 92
LÍNGUA PORTUGUESA
Polissemia e homonímia

A confusão entre polissemia e homonímia é bastante comum. ANOTAÇÕES


Quando a mesma palavra apresenta vários significados, estamos
na presença da polissemia. Por outro lado, quando duas ou mais
palavras com origens e significados distintos têm a mesma grafia e
fonologia, temos uma homonímia.
A palavra “manga” é um caso de homonímia. Ela pode sig-
nificar uma fruta ou uma parte de uma camisa. Não é polissemia —————————————————————————
porque os diferentes significados para a palavra manga têm origens —————————————————————————
diferentes, e por isso alguns estudiosos mencionam que a palavra
manga deveria ter mais do que uma entrada no dicionário. —————————————————————————
“Letra” é uma palavra polissêmica. Letra pode significar o
elemento básico do alfabeto, o texto de uma canção ou a caligrafia —————————————————————————
de um determinado indivíduo. Neste caso, os diferentes significa- —————————————————————————
dos estão interligados porque remetem para o mesmo conceito, o
da escrita. —————————————————————————
Polissemia e ambiguidade
—————————————————————————
Polissemia e ambiguidade têm um grande impacto na inter- —————————————————————————
pretação. Na língua portuguesa, um enunciado pode ser ambíguo,
ou seja, apresenta mais de uma interpretação. Essa ambiguidade —————————————————————————
pode ocorrer devido à colocação específica de uma palavra (por
exemplo, um advérbio) em uma frase. Vejamos a seguinte frase: —————————————————————————
Pessoas que têm uma alimentação equilibrada frequentemente são —————————————————————————
felizes. Neste caso podem existir duas interpretações diferentes.
As pessoas têm alimentação equilibrada porque são felizes ou são —————————————————————————
felizes porque têm uma alimentação equilibrada.
De igual forma, quando uma palavra é polissêmica, ela pode —————————————————————————
induzir uma pessoa a fazer mais do que uma interpretação. Para
—————————————————————————
fazer a interpretação correta é muito importante saber qual o con-
texto em que a frase é proferida. —————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 93
LÍNGUA PORTUGUESA

ANOTAÇÕES

————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 94
RACIOCÍNIO LÓGICO
RACIOCÍNIO LÓGICO
5. Proposições simples e compostas
CONCEITOS BÁSICOS DE RACIOCÍNIO As proposições simples são assim caracterizadas por apresen-
LÓGICO: SENTENÇAS ABERTAS; tarem apenas uma ideia. São indicadas pelas letras minúsculas: p,
PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPOSTAS; q, r, s, t...
As proposições compostas são assim caracterizadas por apre-
CONECTIVOS (CONJUNÇÃO,
sentarem mais de uma proposição conectadas pelos conectivos ló-
DISJUNÇÃO, DISJUNÇÃO EXCLUSIVA, gicos. São indicadas pelas letras maiúsculas: P, Q, R, S, T...
CONDICIONAL E BICONDICIONAL); Obs: A notação Q(r, s, t), por exemplo, está indicando que a
NEGAÇÕES; NÚMERO DE LINHAS proposição composta Q é formada pelas proposições simples r, s
DE UMA TABELA-VERDADE; VALORES e t.
LÓGICOS DAS PROPOSIÇÕES E Exemplo:
CONSTRUÇÃO DE TABELAS-VERDADE; Proposições simples:
EQUIVALÊNCIAS LÓGICAS; p: Meu nome é Raissa 
TAUTOLOGIA; CONTRADIÇÃO; q: São Paulo é a maior cidade brasileira 
CONTINGÊNCIA; OPERAÇÕES LÓGICAS r: 2+2=5 
SOBRE SENTENÇAS ABERTAS; s: O número 9 é ímpar 
t: O número 13 é primo
QUANTIFICADORES LÓGICOS
E SUAS NEGAÇÕES; LÓGICA DE Proposições compostas 
ARGUMENTAÇÃO; P: O número 12 é divisível por 3 e 6 é o dobro de 12. 
Q: A raiz quadrada de 9 é 3 e 24 é múltiplo de 3. 
R(s, t): O número 9 é ímpar e o número 13 é primo.
Estruturas lógicas
1. Proposição 6. Tabela-Verdade
Proposição ou sentença é um termo utilizado para exprimir A tabela-verdade é usada para determinar o valor lógico de
ideias, através de um conjunto de palavras ou símbolos. Este con- uma proposição composta, sendo que os valores das proposições
junto descreve o conteúdo dessa ideia. simples já são conhecidos. Pois o valor lógico da proposição com-
São exemplos de proposições: posta depende do valor lógico da proposição simples. 
p: Pedro é médico. A seguir vamos compreender como se constrói essas tabelas-
q: 5 > 8 verdade partindo da árvore das possibilidades dos valores lógicos
r: Luíza foi ao cinema ontem à noite. das preposições simples, e mais adiante veremos como determinar
o valor lógico de uma proposição composta.
2. Princípios fundamentais da lógica
Princípio da Identidade: A é A. Uma coisa é o que é. O que Proposição composta do tipo P(p, q)
é, é; e o que não é, não é. Esta formulação remonta a Parménides
de Eleia.
Principio da não contradição: Uma proposição não pode ser
verdadeira e falsa, ao mesmo tempo.
Principio do terceiro excluído: Uma alternativa só pode ser
verdadeira ou falsa.
3. Valor lógico 
Considerando os princípios citados acima, uma proposição é
classificada como verdadeira ou falsa.
Sendo assim o valor lógico será: Proposição composta do tipo P(p, q, r)
- a verdade (V), quando se trata de uma proposição verdadeira.
- a falsidade (F), quando se trata de uma proposição falsa.
4. Conectivos lógicos 
Conectivos lógicos são palavras usadas para conectar as pro-
posições formando novas sentenças.
Os principais conectivos lógicos são: 

~ não
∧ e
Proposição composta do tipo P(p, q, r, s) 
V Ou A tabela-verdade possui 24 = 16 linhas e é formada igualmente
→  se…então as anteriores.

↔ se e somente se

Didatismo e Conhecimento 1
RACIOCÍNIO LÓGICO
Proposição composta do tipo P(p1, p2, p3,..., pn) 9. O conectivo ou e a disjunção
A tabela-verdade possui 2n  linhas e é formada igualmente as O conectivo ou e a disjunção de duas proposições p e q é ou-
anteriores. tra proposição que tem como valor lógico V se alguma das propo-
7. O conectivo não e a negação sições for verdadeira e F se as duas forem falsas. O símbolo p ∨
O conectivo não e a negação de uma proposição p é outra q (p ou q) representa a disjunção, com a seguinte tabela-verdade: 
proposição que tem como valor lógico V se p for falsa e F se p é
verdadeira. O símbolo ~p (não p) representa a negação de p com P q pVq
a seguinte tabela-verdade: 
V V V
P ~P V F V
V F F V V
F V F F F

Exemplo: Exemplo:

p = 7 é ímpar  p = 2 é par 
~p = 7 não é ímpar  q = o céu é rosa 
p ν q = 2 é par ou o céu é rosa 

P ~P
P q pVq
V F
V F V
q = 24 é múltiplo de 5 
~q = 24 não é múltiplo de 5  10. O conectivo se… então… e a condicional
A condicional se p então q é outra proposição que tem como
q ~q valor lógico F se p é verdadeira e q é falsa. O símbolo p → q re-
F V presenta a condicional, com a seguinte tabela-verdade: 

8. O conectivo e e a conjunção P q p→q


O conectivo e e a conjunção de duas proposições p e q é outra
proposição que tem como valor lógico V se p e q forem verda- V V V
deiras, e F em outros casos. O símbolo p Λ q (p e q) representa a V F F
conjunção, com a seguinte tabela-verdade:  F V V
F F V
P q pΛq
V V V Exemplo:
V F F P: 7 + 2 = 9 
Q: 9 – 7 = 2 
F V F p → q: Se 7 + 2 = 9 então 9 – 7 = 2 
F F F
P q p→q
Exemplo
V V V
p = 2 é par 
q = o céu é rosa p = 7 + 5 < 4 
p Λ q = 2 é par e o céu é rosa  q = 2 é um número primo 
p → q: Se 7 + 5 < 4 então 2 é um número primo. 

P q pΛq
P q p→q
V F F
F V V
p = 9 < 6 
q = 3 é par p = 24 é múltiplo de 3 q = 3 é par 
p Λ q: 9 < 6 e 3 é par  p → q: Se 24 é múltiplo de 3 então 3 é par. 

P q pΛq P q p→q
F F F V F F

Didatismo e Conhecimento 2
RACIOCÍNIO LÓGICO
p = 25 é múltiplo de 2 
q = 12 < 3 
p → q: Se 25 é múltiplo de 2 então 2 < 3. 

P q p→q
F F V

11. O conectivo se e somente se e a bicondicional


A bicondicional p se e somente se q é outra proposição que tem como valor lógico V se p e q forem ambas verdadeiras ou ambas falsas,
e F nos outros casos. 
O símbolo     representa a bicondicional, com a seguinte tabela-verdade: 

P q p↔q
V V V
V F F
F V F
F F V

Exemplo

p = 24 é múltiplo de 3 
q = 6 é ímpar  
= 24 é múltiplo de 3 se, e somente se, 6 é ímpar. 

P q p↔q
V F F

12. Tabela-Verdade de uma proposição composta

Exemplo
Veja como se procede a construção de uma tabela-verdade da proposição composta P(p, q) = ((p ⋁ q) → (~p)) → (p ⋀ q), onde p e q são
duas proposições simples.
Resolução
Uma tabela-verdade de uma proposição do tipo P(p, q) possui 24 = 4 linhas, logo: 

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V          
V F          
F V          
F F          

Agora veja passo a passo a determinação dos valores lógicos de P.

a) Valores lógicos de p ν q

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V        
V F V        
F V V        
F F F        

Didatismo e Conhecimento 3
RACIOCÍNIO LÓGICO
b) Valores lógicos de ~P

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F      
V F V F      
F V V V      
F F F V      

c) Valores lógicos de (p V p)→(~p)

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F    
V F V F F    
F V V V V    
F F F V V    

d) Valores lógicos de p Λ q

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F V  
V F V F F F  
F V V V V F  
F F F V V F  

e) Valores lógicos de ((p V p)→(~p))→(p Λ q)

p q pVq ~p (p V p)→(~p) pΛq ((p V p)→(~p))→(p Λ q)


V V V F F V V
V F V F F F V
F V V V V F F
F F F V V F F

13. Tautologia
Uma proposição composta formada por duas ou mais proposições p, q, r, ... será dita uma Tautologia se ela for sempre verdadeira,
independentemente dos valores lógicos das proposições p, q, r, ... que a compõem.

Exemplos:
• Gabriela passou no concurso do INSS ou Gabriela não passou no concurso do INSS
• Não é verdade que o professor Zambeli parece com o Zé gotinha ou o professor Zambeli parece com o Zé gotinha.
Ao invés de duas proposições, nos exemplos temos uma única proposição, afirmativa e negativa. Vamos entender isso melhor.
Exemplo:
Grêmio cai para segunda divisão ou o Grêmio não cai para segunda divisão

Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de “~p” e o conetivo de “V”


Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte forma: p V ~p

Exemplo
A proposição p ∨ (~p) é uma tautologia, pois o seu valor lógico é sempre V, conforme a tabela-verdade. 

Didatismo e Conhecimento 4
RACIOCÍNIO LÓGICO

p ~P pVq O símbolo P ⇒ Q (P implica Q) representa a implicação ló-


gica. 
V F V
F V V Diferenciação dos símbolos → e ⇒
O símbolo → representa uma operação matemática entre as
Exemplo proposições P e Q que tem como resultado a proposição P → Q,
A proposição (p Λ q) → (p  q) é uma tautologia, pois a última com valor lógico V ou F.
coluna da tabela-verdade só possui V.  O símbolo ⇒  representa a não ocorrência de  VF na tabe-
la-verdade de P  →  Q, ou ainda que o valor lógico da condicio-
p q pΛq p↔q (p Λ q)→(p↔q) nal P → Q será sempre V, ou então que P → Q é uma tautologia. 

V V V V V Exemplo
V F F F V A tabela-verdade da condicional (p Λ q) → (p ↔ q) será: 
F V F F V
F F F V V p q pΛq P↔Q (p Λ q)→(P↔Q)
V V V V V
14. Contradição
Uma proposição composta formada por duas ou mais proposi- V F F F V
ções p, q, r, ... será dita uma contradição se ela for sempre falsa,
F V F F V
independentemente dos valores lógicos das proposições p, q, r, ...
que a compõem F F F V V
Exemplos:
• O Zorra total é uma porcaria e Zorra total não é uma porcaria Portanto, (p Λ q) → (p ↔ q) é uma tautologia, por isso (p Λ
• Suelen mora em Petrópolis e Suelen não mora em Petrópolis q) ⇒ (p ↔q)
Ao invés de duas proposições, nos exemplos temos uma única
proposição, afirmativa e negativa. Vamos entender isso melhor. 17. Equivalência lógica
Exemplo:
Lula é o presidente do Brasil e Lula não é o presidente do Definição
Brasil Há equivalência entre as proposições P e Q somente quando a
Vamos chamar a primeira proposição de “p” a segunda de bicondicional P ↔ Q for uma tautologia ou quando P e Q tiverem
“~p” e o conetivo de “^” a mesma tabela-verdade. P ⇔ Q (P é equivalente a Q) é o símbolo
Assim podemos representar a “frase” acima da seguinte for- que representa a equivalência lógica. 
ma: p ^ ~p
Diferenciação dos símbolos ↔ e ⇔
Exemplo O símbolo  ↔  representa uma operação entre as propo-
A proposição (p Λ q) Λ (p Λ q) é uma contradição, pois o seu sições P e Q, que tem como resultado uma nova proposi-
valor lógico é sempre F conforme a tabela-verdade. Que significa ção P ↔ Q com valor lógico V ou F.
que uma proposição não pode ser falsa e verdadeira ao mesmo O símbolo ⇔ representa a não ocorrência de VF e de FV na
tempo, isto é, o princípio da não contradição. tabela-verdade P ↔ Q, ou ainda que o valor lógico de P ↔ Q é
sempre V, ou então P ↔ Q é uma tautologia.
p ~P q Λ (~q)
V F F Exemplo
A tabela da bicondicional (p → q) ↔ (~q → ~p) será: 
F V F

15. Contingência p q ~q ~p p→q ~q→~p (p→q)↔(~q→~p)


Quando uma proposição não é tautológica nem contra válida, V V F F V V V
a chamamos de contingência ou proposição contingente ou propo- V F V F F F V
sição indeterminada.
A contingência ocorre quando há tanto valores V como F F V F V V V V
na última coluna da tabela-verdade de uma proposição. Exem- F F V V V V V
plos: P∧Q , P∨Q , P→Q ...
Portanto, p → q é equivalente a ~q → ~p, pois estas proposi-
16. Implicação lógica ções possuem a mesma tabela-verdade ou a bicondicional (p → q)
↔ (~q → ~p) é uma tautologia.
Definição Veja a representação:
A proposição P implica a proposição Q, quando a condicio- (p → q) ⇔ (~q → ~p)
nal P → Q for uma tautologia.

Didatismo e Conhecimento 5
RACIOCÍNIO LÓGICO
EQUIVALÊNCIAS LOGICAS NOTÁVEIS 1) Se p então q = Se não q então não p.
Ex: Se chove então me molho = Se não me molho então não
Dizemos que duas proposições são logicamente equivalentes chove
(ou simplesmente equivalentes) quando os resultados de suas tabe-
las-verdade são idênticos. 2) Se p então q = Não p ou q.
Uma consequência prática da equivalência lógica é que ao tro- Ex: Se estudo então passo no concurso = Não estudo ou passo
car uma dada proposição por qualquer outra que lhe seja equiva- no concurso
lente, estamos apenas mudando a maneira de dizê-la. Colocando estes resultados em uma tabela, para ajudar a me-
A equivalência lógica entre duas proposições, p e q, pode ser morização, teremos:
representada simbolicamente como: p q, ou simplesmente por p
= q.
Começaremos com a descrição de algumas equivalências ló-
gicas básicas.

Equivalências Básicas
Equivalências com o Símbolo da Negação
1. p e p = p Este tipo de equivalência já foi estudado. Trata-se, tão somen-
Ex: André é inocente e inocente = André é inocente te, das negações das proposições compostas! Lembremos:

2. p ou p = p
Ex: Ana foi ao cinema ou ao cinema = Ana foi ao cinema

3. p e q = q e p
Ex: O cavalo é forte e veloz = O cavalo é veloz e forte

4. p ou q = q ou p
Ex: O carro é branco ou azul = O carro é azul ou branco

5. p ↔ q = q ↔ p
Ex: Amo se e somente se vivo = Vivo se e somente se amo. É possível que surja alguma dúvida em relação a última
linha da tabela acima. Porém, basta lembrarmos do que foi apren-
6. p ↔ q = (pq) e (qp) dido:
Ex: Amo se e somente se vivo = Se amo então vivo, e se vivo
então amo p↔q = (pq) e (qp)

Para facilitar a memorização, veja a tabela abaixo: (Obs: a BICONDICIONAL tem esse nome: porque equivale
a duas condicionais!)
Para negar a bicondicional, teremos na verdade que negar a
sua conjunção equivalente.
E para negar uma conjunção, já sabemos, nega-se as duas par-
tes e troca-se o E por OU. Fica para casa a demonstração da nega-
ção da bicondicional. Ok?

Outras equivalências
Algumas outras equivalências que podem ser relevantes são
as seguintes:

1) p e (p ou q) = p
Ex: Paulo é dentista, e Paulo é dentista ou Pedro é médico =
Paulo é dentista

Equivalências da Condicional 2) p ou (p e q) = p
Ex: Paulo é dentista, ou Paulo é dentista e Pedro é médico =
As duas equivalências que se seguem são de fundamental Paulo é dentista
importância. Estas equivalências podem ser verificadas, ou seja,
demonstradas, por meio da comparação entre as tabelas-verdade. Por meio das tabelas-verdade estas equivalências podem ser
Fica como exercício para casa estas demonstrações. As equivalên- facilmente demonstradas.
cias da condicional são as seguintes: Para auxiliar nossa memorização, criaremos a tabela seguinte:

Didatismo e Conhecimento 6
RACIOCÍNIO LÓGICO
p v q= Pedro é o mais velho da classe ou Jorge é o mais novo
da classe.
~p=Pedro não é o mais velho da classe.
~q=Jorge não é o mais novo da classe.
~(p v q)=~p v ~q= Pedro não é o mais velho da classe ou Jorge
não é o mais novo da classe.
NEGAÇAO DE PROPOSIÇÕES COMPOSTAS
3. (PC-MA - Farmacêutico Legista - FGV/2012)
Em frente à casa onde moram João e Maria, a prefeitura está
fazendo uma obra na rua. Se o operário liga a britadeira, João sai
de casa e Maria não ouve a televisão. Certo dia, depois do almoço,
Maria ouve a televisão.
Pode-se concluir, logicamente, que
A) João saiu de casa.
B) João não saiu de casa.
C) O operário ligou a britadeira.
Questoes comentadas: D) O operário não ligou a britadeira.
E) O operário ligou a britadeira e João saiu de casa.
1. (PROCERGS - Técnico de Nível Médio - Técnico em Se- “Se o operário liga a britadeira, João sai de casa e Maria não
gurança do Trabalho - FUNDATEC/2012) A proposição “João ouve a televisão”, logo se Maria ouve a televisão, a britadeira não
comprou um carro novo ou não é verdade que João comprou um pode estar ligada.
carro novo e não fez a viagem de férias.” é:
A) um paradoxo. (TJ-AC - Técnico Judiciário - Informática - CESPE/2012)
B) um silogismo. Em decisão proferida acerca da prisão de um réu, depois de
C) uma tautologia. constatado pagamento de pensão alimentícia, o magistrado deter-
D) uma contradição. minou: “O réu deve ser imediatamente solto, se por outro motivo
E) uma contingência. não estiver preso”.
Considerando que a determinação judicial corresponde a uma
Tautologia é uma proposição composta cujo resultado é sem- proposição e que a decisão judicial será considerada descumprida
pre verdadeiro para todas as atribuições que se têm, independente- se, e somente se, a proposição correspondente for falsa, julgue os
mente dessas atribuições. itens seguintes.
Rodrigo, posso estar errada, mas ao construir a tabela-verdade
com a proposição que você propôs não vamos ter uma tautologia, 4. Se o réu permanecer preso, mesmo não havendo outro moti-
mas uma contingência. vo para estar preso, então, a decisão judicial terá sido descumprida.
A proposição a ser utilizada aqui seria a seguinte: P v ~(P ^ A) Certo
~Q), que, ao construirmos a tabela-verdade ficaria da seguinte for- B) Errado
ma: A decisão judicial é “O réu deve ser imediatamente solto, se
por outro motivo não estiver preso”, logo se o réu continuar pre-
P Q ~Q (P/\~Q) ~(P/\~Q) P V ~(P/\~Q) so sem outro motivo para estar preso, será descumprida a decisão
judicial.
V V F F V V
V F V V F V 5. Se o réu for imediatamente solto, mesmo havendo outro
F V F F V V motivo para permanecer preso, então, a decisão judicial terá sido
descumprida.
F F V F V V A) Certo
B) Errado
2. (PM-BA - Soldado da Polícia Militar - FCC /2012)
A negação lógica da proposição: “Pedro é o mais velho da P = se houver outro motivo
classe ou Jorge é o mais novo da classe” é Q = será solto
A) Pedro não è o mais novo da classe ou Jorge não é o mais A decisão foi: Se não P então Q, logo VV = V
velho da classe. A questão afirma: Se P então Q, logo FV = V
B) Pedro é o mais velho da classe e Jorge não é o mais novo Não contrariou, iria contrariar se a questão resultasse V + F
da classe. =F
C) Pedro não é o mais velho da classe e Jorge não é o mais
novo da classe. 6. As proposições “Se o réu não estiver preso por outro mo-
D) Pedro não é o mais novo da classe e Jorge não é o mais tivo, deve ser imediatamente solto” e “Se o réu não for imediata-
velho da classe. mente solto, então, ele está preso por outro motivo” são logica-
E) Pedro é o mais novo da classe ou Jorge é o mais novo da mente equivalentes.
classe.

Didatismo e Conhecimento 7
RACIOCÍNIO LÓGICO
A) Certo 10. (ANVISA - TÉCNICO ADMINISTRATIVO - CE-
B) Errado TRO/2012) Se Viviane não dança, Márcia não canta. Logo,
A) Viviane dançar é condição suficiente para Márcia cantar.
O réu não estiver preso por outro motivo = ~P B) Viviane não dançar é condição necessária para Márcia não
Deve ser imediatamente solto = S cantar.
Se o réu não estiver preso por outro motivo, deve ser imedia- C) Viviane dançar é condição necessária para Márcia cantar.
tamente solto=P S D) Viviane não dançar é condição suficiente para Márcia can-
Se o réu não for imediatamente solto, então, ele está preso por tar.
outro motivo = ~SP E) Viviane dançar é condição necessária para Márcia não can-
De acordo com a regra de equivalência (A B) = (~B ~A) a tar.
questão está correta.
Inicialmente, reescreveremos a condicional dada na forma de
7. A negação da proposição relativa à decisão judicial estará condição suficiente e condição necessária:
corretamente representada por “O réu não deve ser imediatamente
solto, mesmo não estando preso por outro motivo”. “Se Viviane não dança, Márcia não canta”
A) Certo
B) Errado 1ª possibilidade: Viviane não dançar é condição suficiente
para Márcia não cantar. Não há RESPOSTA: para essa possibi-
“O réu deve ser imediatamente solto, se por outro lidade.
motivo não estiver preso” está no texto, assim:
P = “Por outro motivo não estiver preso” 2ª possibilidade: Márcia não cantar é condição necessária para
Q = “O réu deve ser imediatamente solto” Viviane não dançar.. Não há RESPOSTA: para essa possibilidade.
PQ, a negação ~(P Q) = P e ~Q Não havendo RESPOSTA: , modificaremos a condicional
P e ~Q = Por outro motivo estiver preso o réu não deve ser inicial, transformando-a em outra condicional equivalente, nesse
imediatamente solto” caso utilizaremos o conceito da contrapositiva ou contra posição:
pq ~q ~p
8. (Polícia Civil/SP - Investigador – VUNESP/2014) Um “Se Viviane não dança, Márcia não canta” “Se Márcia canta,
antropólogo estadunidense chega ao Brasil para aperfeiçoar seu Viviane dança”
conhecimento da língua portuguesa. Durante sua estadia em nos- Transformando, a condicional “Se Márcia canta, Viviane dan-
so país, ele fica muito intrigado com a frase “não vou fazer coisa ça” na forma de condição suficiente e condição necessária, obtere-
nenhuma”, bastante utilizada em nossa linguagem coloquial. A dú- mos as seguintes possibilidades:
vida dele surge porque 1ª possibilidade: Márcia cantar é condição suficiente para Vi-
A) a conjunção presente na frase evidencia seu significado. viane dançar. Não há RESPOSTA: para essa possibilidade.
B) o significado da frase não leva em conta a dupla negação. 2ª possibilidade: Viviane dançar é condição necessária para
C) a implicação presente na frase altera seu significado. Márcia cantar.
D) o significado da frase não leva em conta a disjunção. RESPOSTA: “C”.
E) a negação presente na frase evidencia seu significado.
~(~p) é equivalente a p 11. (BRDE - ANALISTA DE SISTEMAS - AOCP/2012)
Logo, uma dupla negação é equivalente a afirmar. Considere a sentença: “Se Ana é professora, então Camila é médi-
RESPOSTA: “B”. ca.” A proposição equivalente a esta sentença é
A) Ana não é professora ou Camila é médica.
9. (Receita Federal do Brasil – Analista Tributário - B) Se Ana é médica, então Camila é professora.
ESAF/2012) A negação da proposição “se Paulo estuda, então C) Se Camila é médica, então Ana é professora.
Marta é atleta” é logicamente equivalente à proposição: D) Se Ana é professora, então Camila não é médica.
A) Paulo não estuda e Marta não é atleta. E) Se Ana não é professora, então Camila não é médica.
B) Paulo estuda e Marta não é atleta. Existem duas equivalências particulares em relação a uma
C) Paulo estuda ou Marta não é atleta. condicional do tipo “Se A, então B”.
D) se Paulo não estuda, então Marta não é atleta.
E) Paulo não estuda ou Marta não é atleta. 1ª) Pela contrapositiva ou contraposição: “Se A, então B” é
equivalente a “Se ~B, então ~A”
A negação de uma condicional do tipo: “Se A, então B” (AB) “Se Ana é professora, então Camila é médica.” Será equiva-
será da forma: lente a:
~(A B) A^ ~B “Se Camila não é médica, então Ana não é professora.”
Ou seja, para negarmos uma proposição composta represen-
tada por uma condicional, devemos confirmar sua primeira parte 2ª) Pela Teoria da Involução ou Dupla Negação: “Se A, então
(“A”), trocar o conectivo condicional (“”) pelo conectivo conjun- B” é equivalente a “~A ou B”
ção (“^”) e negarmos sua segunda parte (“~ B”). Assim, teremos: “Se Ana é professora, então Camila é médica.” Será equiva-
RESPOSTA: “B”. lente a:
“Ana não é professora ou Camila é médica.”

Didatismo e Conhecimento 8
RACIOCÍNIO LÓGICO
Ficaremos, então, com a segunda equivalência, já que esta (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013)
configura no gabarito. P1: Se a impunidade é alta, então a criminalidade é alta.
RESPOSTA: “A”. P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz.
P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos livres.
(PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) Consideran- P4: Há criminosos livres.
do que P e Q representem proposições conhecidas e que V e F re- C: Portanto a criminalidade é alta.
presentem, respectivamente, os valores verdadeiro e falso, julgue Considerando o argumento apresentado acima, em que P1, P2,
os próximos itens. (374 a 376) P3 e P4 são as premissas e C, a conclusão, julgue os itens subse-
quentes. (377 e 378)
12. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) (PC/DF
– Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) As proposições Q e P (¬ 15. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) O argu-
Q) são, simultaneamente, V se, e somente se, P for F. mento apresentado é um argumento válido.
( )Certo ( ) Errado ( )Certo ( ) Errado

Observando a tabela-verdade da proposição composta “P (¬ Verificaremos se as verdades das premissas P1, P2, P3 e P4
Q)”, em função dos valores lógicos de “P” e “Q”, temos: sustentam a verdade da conclusão. Nesse caso, devemos conside-
rar que todas as premissas são, necessariamente, verdadeiras.
P Q ¬Q P→(¬Q) P1: Se a impunidade é alta, então a criminalidade é alta. (V)
P2: A impunidade é alta ou a justiça é eficaz. (V)
V V F F P3: Se a justiça é eficaz, então não há criminosos livres. (V)
V F V V P4: Há criminosos livres. (V)
F V F V Portanto, se a premissa P4 – proposição simples – é verdadei-
ra (V), então a 2ª parte da condicional representada pela premissa
F F V V P3 será considerada falsa (F). Então, veja:
Observando-se a 3 linha da tabela-verdade acima, ―Q‖ e ―P
® (¬ Q) são, simultaneamente, V se, e somente se, ―P‖ for F.
Resposta: CERTO.

13. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) A pro-


posição [PvQ]Q é uma tautologia.
( )Certo ( ) Errado

Construindo a tabela-verdade da proposição composta: [P Ú Sabendo-se que a condicional P3 é verdadeira e conhecen-


Q] ® Q, teremos como solução: do-se o valor lógico de sua 2ª parte como falsa (F), então o valor
lógico de sua 1ª parte nunca poderá ser verdadeiro (V). Assim, a
P Q Pv Q (Pv Q)→Q (p^~q)↔(~p v q) proposição simples ―a justiça é eficaz‖ será considerada falsa (F).
V V V V→V V Se a proposição simples ―a justiça é eficaz‖ é considerada
falsa (F), então a 2ª parte da disjunção simples representada pela
V F V V→F F premissa P2, também, será falsa (F).
F V V V→V V
F F F F→F V

P(P;Q) = VFVV
Portanto, essa proposição composta é uma contingência ou
indeterminação lógica.
Resposta: ERRADO.

14. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) Se P for


F e P v Q for V, então Q é V.
( )Certo ( ) Errado

Lembramos que uma disjunção simples, na forma: “P vQ”, Sendo verdadeira (V) a premissa P2 (disjunção simples) e
será verdadeira (V) se, pelo menos, uma de suas partes for ver- conhecendo-se o valor lógico de uma das partes como falsa (F),
dadeira (V). Nesse caso, se “P” for falsa e “PvQ” for verdadeira, então o valor lógico da outra parte deverá ser, necessariamente,
então “Q” será, necessariamente, verdadeira. verdadeira (V). Lembramos que, uma disjunção simples será con-
Resposta: CERTO. siderada verdadeira (V), quando, pelo menos, uma de suas partes
for verdadeira (V).

Didatismo e Conhecimento 9
RACIOCÍNIO LÓGICO
Sendo verdadeira (V) a proposição simples ―a impunidade
é alta‖, então, confirmaremos também como verdadeira (V), a 1ª
parte da condicional representada pela premissa P1.

EXEMPLOS:
1. Todos os cariocas são alegres.
    Todas as pessoas alegres vão à praia
Considerando-se como verdadeira (V) a 1ª parte da condicio-     Todos os cariocas vão à praia.
nal em P1, então, deveremos considerar também como verdadeira 2. Todos os cientistas são loucos.
(V), sua 2ª parte, pois uma verdade sempre implica em outra ver-     Einstein é cientista.
dade.     Einstein é louco!
Considerando a proposição simples ―a criminalidade é alta‖
como verdadeira (V), logo a conclusão desse argumento é, de fato, Nestes exemplos temos o famoso silogismo categórico de
verdadeira (V), o que torna esse argumento válido. forma típica ou simplesmente silogismo. Os silogismos são os ar-
Resposta: CERTO. gumentos que têm somente duas premissas e mais a conclusão, e
16. (PC/DF – Agente de Polícia - CESPE/UnB/2013) A nega- utilizam os termos: todo, nenhum e algum, em sua estrutura.
ção da proposição P1 pode ser escrita como “Se a impunidade não
é alta, então a criminalidade não é alta”. ANALOGIAS
( )Certo ( ) Errado
A analogia é uma das melhores formas para utilizar o racio-
Seja P1 representada simbolicamente, por: cínio. Nesse tipo de raciocínio usa-se a comparação de uma situa-
A impunidade não é alta(p) então a criminalidade não é alta(q) ção conhecida com uma desconhecida. Uma analogia depende de
A negação de uma condicional é dada por: três situações:
~(pq) • os fundamentos precisam ser verdadeiros e importantes;
Logo, sua negação será dada por: ~P1 a impunidade é alta e a • a quantidade de elementos parecidos entre as situações
criminalidade não é alta. deve ser significativo;
Resposta:ERRADO. • não pode existir conflitos marcantes.

LÓGICA DE ARGUMENTAÇÃO INFERÊNCIAS

ARGUMENTO A indução está relacionada a diversos casos pequenos que


chegam a uma conclusão geral. Nesse sentido podemos definir
Argumento é uma relação que associa um conjunto de propo- também a indução fraca e a indução forte. Essa indução forte ocor-
sições (p1, p2, p3,... pn), chamadas premissas ou hipóteses, e uma re quando não existe grandes chances de que um caso discorde da
proposição C chamada conclusão. Esta relação é tal que a estrutura premissa geral. Já a fraca refere-se a falta de sustentabilidade de
lógica das premissas acarretam ou tem como consequência a pro- um conceito ou conclusão.
posição C (conclusão).
O argumento pode ser representado da seguinte forma: DEDUÇÕES

ARGUMENTOS DEDUTIVOS E INDUTIVOS


Os argumentos podem ser classificados em dois tipos: Dedu-
tivos e Indutivos.

1) O argumento será DEDUTIVO quando suas premissas for-


necerem informações suficientes para comprovar a veracidade da
conclusão, isto é, o argumento é dedutivo quando a conclusão é
completamente derivada das premissas.

Didatismo e Conhecimento 10
RACIOCÍNIO LÓGICO
EXEMPLO: CONCLUSÕES
Todo ser humano têm mãe.
Todos os homens são humanos. VALIDADE DE UM ARGUMENTO
Todos os homens têm mãe. Uma proposição é verdadeira ou falsa. No caso de um argu-
mento dedutivo diremos que ele é válido ou inválido. Atente-
2) O argumento será INDUTIVO quando suas premissas não se para o fato que todos os argumentos indutivos são inválidos,
fornecerem o “apoio completo” para ratificar as conclusões. Por- portanto não há de se falar em validade de argumentos indutivos.
tanto, nos argumentos indutivos, a conclusão possui informações A validade é uma propriedade dos argumentos que depende
que ultrapassam as fornecidas nas premissas. Sendo assim, não se apenas da forma (estrutura lógica) das suas proposições (premissas
aplica, então, a definição de argumentos válidos ou não válidos e conclusões) e não do seu conteúdo.
para argumentos indutivos.
Argumento Válido
EXEMPLO: Um argumento será válido quando a sua conclusão é uma con-
O Flamengo é um bom time de futebol. sequência obrigatória de suas premissas. Em outras palavras, po-
O Palmeiras é um bom time de futebol. demos dizer que quando um argumento é válido, a verdade de suas
O Vasco é um bom time de futebol. premissas deve garantir a verdade da conclusão do argumento.
O Cruzeiro é um bom time de futebol. Isso significa que, se o argumento é válido, jamais poderemos che-
Todos os times brasileiros de futebol são bons. gar a uma conclusão falsa quando as premissas forem verdadeiras.
Note que não podemos afirmar que todos os times brasileiros
são bons sabendo apenas que 4 deles são bons. Exemplo: (CESPE) Suponha um argumento no qual as pre-
missas sejam as proposições I e II abaixo.
Exemplo: (FCC) Considere que as seguintes afirmações são I - Se uma mulher está desempregada, então, ela é infeliz.
verdadeiras: II - Se uma mulher é infeliz, então, ela vive pouco.
“Toda criança gosta de passear no Metrô de São Paulo.” Nesse caso, se a conclusão for a proposição “Mulheres desem-
“Existem crianças que são inteligentes.” pregadas vivem pouco”, tem-se um argumento correto.
Assim sendo, certamente é verdade que:
(A) Alguma criança inteligente não gosta de passear no Me- SOLUÇÃO:
trô de São Paulo. Se representarmos na forma de diagramas lógicos (ver artigo
(B) Alguma criança que gosta de passear no Metrô de São sobre diagramas lógicos), para facilitar a resolução, teremos:
Paulo é inteligente.    I - Se uma mulher está desempregada, então, ela é infeliz. =
(C) Alguma criança não inteligente não gosta de passear no Toda mulher desempregada é infeliz.
Metrô de São Paulo.    II - Se uma mulher é infeliz, então, ela vive pouco. = Toda
(D) Toda criança que gosta de passear no Metrô de São Paulo mulher infeliz vive pouco.
é inteligente.
(E) Toda criança inteligente não gosta de passear no Metrô
de São Paulo.

SOLUÇÃO:
Representando as proposições na forma de conjuntos (diagra-
mas lógicos – ver artigo sobre diagramas lógicos) teremos:
“Toda criança gosta de passear no Metrô de São Paulo.”
“Existem crianças que são inteligentes.”

Com isso, qualquer mulher que esteja no conjunto das desem-


pregadas (ver boneco), automaticamente estará no conjunto das
mulheres que vivem pouco. Portanto, se a conclusão for a propo-
sição “Mulheres desempregadas vivem pouco”, tem-se um argu-
mento correto (correto = válido!).

Pelo gráfico, observamos claramente que se todas as crian- Argumento Inválido


ças gostam de passear no metrô e existem crianças inteligentes, Dizemos que um argumento é inválido, quando a verdade das
então  alguma criança que gosta de passear no Metrô de São premissas não é suficiente para garantir a verdade da conclusão,
Paulo é inteligente. Logo, a alternativa correta é a opção B. ou seja, quando a conclusão não é uma consequência obrigató-
ria das premissas.

Didatismo e Conhecimento 11
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo: (CESPE) É válido o seguinte argumento: Se Ana 2. As proposições “Luiz joga basquete porque Luiz é alto”
cometeu um crime perfeito, então Ana não é suspeita, mas (e) Ana e “Luiz não é alto porque Luiz não joga basquete” são logica-
não cometeu um crime perfeito, então Ana é suspeita. mente equivalentes.
A) Certo
SOLUÇÃO: B) Errado
Representando as premissas do enunciado na forma de dia- Resposta: A.
gramas lógicos (ver artigo sobre diagramas lógicos), obteremos: São equivalentes por que “Luiz não é alto porque Luiz não
Premissas: joga basquete” nega as duas partes da proposição, a deixando equi-
“Se Ana cometeu um crime perfeito, então Ana não é suspei- valente a primeira.
ta” = “Toda pessoa que comete um crime perfeito não é suspeita”. 
“Ana não cometeu um crime perfeito”. 3. A sentença “A justiça e a lei nem sempre andam pelos
 Conclusão: mesmos caminhos” pode ser representada simbolicamente
“Ana é suspeita”. (Não se “desenha” a conclusão, apenas as por PΛQ, em que as proposições P e Q são convenientemente
premissas!) escolhidas.
A) Certo
B) Errado

Resposta: B.
Não, pois ^ representa o conectivo “e”, e o “e” é usado para
unir A justiça E a lei, e “A justiça” não pode ser considerada uma
proposição, pois não pode ser considerada verdadeira ou falsa.

4. Considere que a tabela abaixo representa as primeiras


colunas da tabela-verdade da proposição

O fato do enunciado ter falado apenas que “Ana não cometeu


um crime perfeito”, não nos diz se ela é suspeita ou não. Por isso
temos duas possibilidades (ver bonecos). Logo, a questão está er-
rada, pois não podemos afirmar, com certeza, que Ana é suspeita.
Logo, o argumento é inválido.

EXERCICIOS:

(TJ-AC - Analista Judiciário - Conhecimentos Básicos -


Cargos 1 e 2 - CESPE/2012) (10 a 13)

Considerando que as proposições lógicas sejam represen-


tadas por letras maiúsculas, julgue os próximos itens, relativos
a lógica proposicional e de argumentação. Logo, a coluna abaixo representa a última coluna dessa
tabela-verdade.
1. A expressão é uma tautologia.
A) Certo
B) Errado

Resposta: B.
Fazendo a tabela verdade:

P Q P→Q (P→Q) V P [(P→Q) V P]→Q


V V V V V
V F F V V
F V V V V
F F F F F

Portanto não é uma tautologia.

Didatismo e Conhecimento 12
RACIOCÍNIO LÓGICO
A) Certo Se João for eleito prefeito ele disputará a presidência;
B) Errado Se João disputar a presidência então Pedro não vai disputar;
Se João não for eleito prefeito se tornará presidente do partido
Resposta: A. e não apoiará a candidatura de Pedro à presidência;
Fazendo a tabela verdade: Se o presidente do partido não apoiar Pedro ele não disputará
a presidência.
P Q R (P→Q)^(~R)
(PRF - Nível Superior - Conhecimentos Básicos - Todos os
V V V F Cargos - CESPE/2012)
V V F V Um jovem, visando ganhar um novo smartphone no dia
V F V F das crianças, apresentou à sua mãe a seguinte argumentação:
“Mãe, se tenho 25 anos, moro com você e papai, dou despesas a
V F F F vocês e dependo de mesada, então eu não ajo como um homem
F V V F da minha idade. Se estou há 7 anos na faculdade e não tenho
F V F V capacidade para assumir minhas responsabilidades, então não
tenho um mínimo de maturidade. Se não ajo como um homem
F F V F da minha idade, sou tratado como criança. Se não tenho um
F F F V mínimo de maturidade, sou tratado como criança. Logo, se sou
tratado como criança, mereço ganhar um novo smartphone no
TJ-AC - Técnico Judiciário - Informática - CESPE/2012) dia das crianças”.
Com base nessa argumentação, julgue os itens a seguir..

6. A proposição “Se estou há 7 anos na faculdade e não te-


nho capacidade para assumir minhas responsabilidades, então
não tenho um mínimo de maturidade” é equivalente a “Se eu
tenho um mínimo de maturidade, então não estou há 7 anos na
faculdade e tenho capacidade para assumir minhas responsa-
bilidades”.
A) Certo
B) Errado

Resposta: B.
Equivalência de Condicional: P -> Q = ~ Q -> ~ P 
Negação de Proposição: ~ (P ^ Q)  =  ~ P v ~ Q 

Com base na situação descrita acima, julgue o item a se-


guir.

5. O argumento cujas premissas correspondem às quatro


afirmações do jornalista e cuja conclusão é “Pedro não dis-
putará a eleição presidencial da República” é um argumento
válido.
A) Certo
B) Errado
Resposta: A.

Argumento válido é aquele que pode ser concluído a partir das


premissas, considerando que as premissas são verdadeiras então
tenho que:

Didatismo e Conhecimento 13
RACIOCÍNIO LÓGICO
P Q R ¬P ¬Q ¬R P^¬Q (P^¬Q) → ¬R ¬P^Q R→ (¬P^Q)
V V V F F F F V F F
V V F F F V F V F V
V F V F V F V F F F
V F F F V V V V F V
F V V V F F F V V V
F V F V F V F V V V
F F V V V F F V F F
F F F V V V F V F V

Portanto não são equivalentes.

7. Considere as seguintes proposições: “Tenho 25 anos”, “Moro com você e papai”, “Dou despesas a vocês” e “Dependo de mesa-
da”. Se alguma dessas proposições for falsa, também será falsa a proposição “Se tenho 25 anos, moro com você e papai, dou despesas
a vocês e dependo de mesada, então eu não ajo como um homem da minha idade”.
A) Certo
B) Errado

Resposta: A.
(A^B^C^D) E
Ora, se A ou B ou C ou D estiver falsa como afirma o enunciado, logo torna a primeira parte da condicional falsa, (visto que trata-se da
conjunção) tornando- a primeira parte da condicional falsa, logo toda a proposição se torna verdadeira.

8. A proposição “Se não ajo como um homem da minha idade, sou tratado como criança, e se não tenho um mínimo de maturida-
de, sou tratado como criança” é equivalente a “Se não ajo como um homem da minha idade ou não tenho um mínimo de maturidade,
sou tratado como criança”.
A) Certo
B) Errado

Resposta: A.
A = Se não ajo como um homem da minha idade,
B = sou tratado como criança,
C= se não tenho um mínimo de maturidade

A B C ~A  ~C (~A → B) (~C → B) (~A v ~ C) (~A→ B) ^ (~ C→ B) (~A v ~ C)→ B


V V V F F V V F V V
V V F F V V V V V V
V F V F F V V F V V
V F F F V V F V F F
F V V V F V V V V V
F V F V V V V V V V
F F V V F F V V F F
F F F V V F F V F F

De acordo com a tabela verdade são equivalentes.

Didatismo e Conhecimento 14
RACIOCÍNIO LÓGICO
Diagramas Lógicos Jornais Leitores
Os diagramas lógicos são usados na resolução de vários pro- A 300
blemas. Uma situação que esses diagramas poderão ser usados, é B 250
na determinação da quantidade de elementos que apresentam uma C 200
determinada característica.
AeB 70
AeC 65
BeC 105
A, B e C 40
Nenhum 150

Para termos os valores reais da pesquisa, vamos inicialmente


montar os diagramas que representam cada conjunto. A colocação
dos valores começará pela intersecção dos três conjuntos e depois
para as intersecções duas a duas e por último às regiões que re-
presentam cada conjunto individualmente. Representaremos esses
Assim, se num grupo de pessoas há 43 que dirigem carro, 18 conjuntos dentro de um retângulo que indicará o conjunto universo
que dirigem moto e 10 que dirigem carro e moto. Baseando-se da pesquisa.
nesses dados, e nos diagramas lógicos poderemos saber: Quantas
pessoas têm no grupo ou quantas dirigem somente carro ou ainda
quantas dirigem somente motos. Vamos inicialmente montar os
diagramas dos conjuntos que representam os motoristas de motos
e motoristas de carros. Começaremos marcando quantos elemen-
tos tem a intersecção e depois completaremos os outros espaços.

Fora dos diagramas teremos 150 elementos que não são leito-
res de nenhum dos três jornais.
Na região I, teremos: 70 - 40 = 30 elementos.
Marcando o valor da intersecção, então iremos subtraindo esse Na região II, teremos: 65 - 40 = 25 elementos.
valor da quantidade de elementos dos conjuntos A e B. A partir dos Na região III, teremos: 105 - 40 = 65 elementos.
valores reais, é que poderemos responder as perguntas feitas. Na região IV, teremos: 300 - 40 - 30 - 25 = 205 elementos.
Na região V, teremos: 250 - 40 -30 - 65 = 115 elementos.
Na região VI, teremos: 200 - 40 - 25 - 65 = 70 elementos.

Dessa forma, o diagrama figura preenchido com os seguintes


elementos:

a) Temos no grupo: 8 + 10 + 33 = 51 motoristas.


b) Dirigem somente carros 33 motoristas.
c) Dirigem somente motos 8 motoristas.
No caso de uma pesquisa de opinião sobre a preferência quan-
to à leitura de três jornais. A, B e C, foi apresentada a seguinte
tabela:

Didatismo e Conhecimento 15
RACIOCÍNIO LÓGICO
Com essa distribuição, poderemos notar que 205 pessoas leem Diagramas de Venn
apenas o jornal A. Verificamos que 500 pessoas não leem o jornal
C, pois é a soma 205 + 30 + 115 + 150. Notamos ainda que 700 Designa-se por diagramas de Venn os diagramas usados em
pessoas foram entrevistadas, que é a soma 205 + 30 + 25 + 40 + matemática para simbolizar graficamente propriedades, axiomas
115 + 65 + 70 + 150. e problemas relativos aos conjuntos e sua teoria. Os respectivos
Diagrama de Euler diagramas consistem de curvas fechadas simples desenhadas sobre
um plano, de forma a simbolizar os conjuntos e permitir a repre-
Um diagrama de Euler é similar a um diagrama de Venn, mas sentação das relações de pertença entre conjuntos e seus elementos
não precisa conter todas as zonas (onde uma zona é definida como (por exemplo, 4 ∉ {3,4,5}, mas 4 ∉ {1,2,3,12}) e relações
a área de intersecção entre dois ou mais contornos). Assim, um de continência (inclusão) entre os conjuntos (por exemplo, {1, 3}
diagrama de Euler pode definir um universo de discurso, isto é, ⊂ {1, 2, 3, 4}). Assim, duas curvas que não se tocam e estão
ele pode definir um sistema no qual certas intersecções não são uma no espaço interno da outra simbolizam conjuntos que pos-
possíveis ou consideradas. Assim, um diagrama de Venn contendo suem continência; ao passo que o ponto interno a uma curva repre-
os atributos para Animal, Mineral e quatro patas teria que con- senta um elemento pertencente ao conjunto.
ter intersecções onde alguns estão em ambos animal, mineral e de Os diagramas de Venn são construídos com coleções de cur-
quatro patas. Um diagrama de Venn, consequentemente, mostra vas fechadas contidas em um plano. O interior dessas curvas re-
todas as possíveis combinações ou conjunções. presenta, simbolicamente, a coleção de elementos do conjunto. De
acordo com Clarence Irving Lewis, o “princípio desses diagramas
é que classes (ou conjuntos) sejam representadas por regiões, com
tal relação entre si que todas as relações lógicas possíveis entre as
classes possam ser indicadas no mesmo diagrama. Isto é, o diagra-
ma deixa espaço para qualquer relação possível entre as classes, e
a relação dada ou existente pode então ser definida indicando se
alguma região em específico é vazia ou não-vazia”. Pode-se escre-
ver uma definição mais formal do seguinte modo: Seja C = (C1, C2,
... Cn) uma coleção de curvas fechadas simples desenhadas em um
Diagramas de Euler consistem em curvas simples fechadas plano. C é uma família independente se a região formada por cada
(geralmente círculos) no plano que mostra os conjuntos. Os tama-
uma das interseções X1 X2 ... Xn, onde cada Xi é o interior ou o
nhos e formas das curvas não são importantes: a significância do
exterior de Ci, é não-vazia, em outras palavras, se todas as curvas
diagrama está na forma como eles se sobrepõem. As relações es-
se intersectam de todas as maneiras possíveis. Se, além disso, cada
paciais entre as regiões delimitadas por cada curva (sobreposição,
uma dessas regiões é conexa e há apenas um número finito de pon-
contenção ou nenhuma) correspondem relações teóricas (subcon-
tos de interseção entre as curvas, então C é um diagrama de Venn
junto interseção e disjunção). Cada curva de Euler divide o plano
para n conjuntos.
em duas regiões ou zonas estão: o interior, que representa simbo-
Nos casos mais simples, os diagramas são representados por
licamente os elementos do conjunto, e o exterior, o que represen-
ta todos os elementos que não são membros do conjunto. Curvas círculos que se encobrem parcialmente. As partes referidas em um
cujos interiores não se cruzam representam conjuntos disjuntos. enunciado específico são marcadas com uma cor diferente. Even-
Duas curvas cujos interiores se interceptam representam conjun- tualmente, os círculos são representados como completamente
tos que têm elementos comuns, a zona dentro de ambas as curvas inseridos dentro de um retângulo, que representa o conjunto uni-
representa o conjunto de elementos comuns a ambos os conjuntos verso daquele particular contexto (já se buscou a existência de um
(intersecção dos conjuntos). Uma curva que está contido comple- conjunto universo que pudesse abranger todos os conjuntos possí-
tamente dentro da zona interior de outro representa um subconjun- veis, mas Bertrand Russell mostrou que tal tarefa era impossível).
to do mesmo. A ideia de conjunto universo é normalmente atribuída a Lewis
Os Diagramas de Venn são uma forma mais restritiva de dia- Carroll. Do mesmo modo, espaços internos comuns a dois ou mais
gramas de Euler. Um diagrama de Venn deve conter todas as pos- conjuntos representam a sua intersecção, ao passo que a totalidade
síveis zonas de sobreposição entre as suas curvas, representando dos espaços pertencentes a um ou outro conjunto indistintamente
todas as combinações de inclusão / exclusão de seus conjuntos representa sua união.
constituintes, mas em um diagrama de Euler algumas zonas podem John Venn desenvolveu os diagramas no século XIX, am-
estar faltando. Essa falta foi o que motivou Venn a desenvolver pliando e formalizando desenvolvimentos anteriores de Leibniz e
seus diagramas. Existia a necessidade de criar diagramas em que Euler. E, na década de 1960, eles foram incorporados ao currículo
pudessem ser observadas, por meio de suposição, quaisquer rela- escolar de matemática. Embora seja simples construir diagramas
ções entre as zonas não apenas as que são “verdadeiras”. de Venn para dois ou três conjuntos, surgem dificuldades quando
Os diagramas de Euler (em conjunto com os de Venn) são se tenta usá-los para um número maior. Algumas construções pos-
largamente utilizados para ensinar a teoria dos conjuntos no cam- síveis são devidas ao próprio John Venn e a outros matemáticos
po da matemática ou lógica matemática no campo da lógica. Eles como Anthony W. F. Edwards, Branko Grünbaum e Phillip Smith.
também podem ser utilizados para representar relacionamentos Além disso, encontram-se em uso outros diagramas similares aos
complexos com mais clareza, já que representa apenas as relações de Venn, entre os quais os de Euler, Johnston, Pierce e Karnaugh.
válidas. Em estudos mais aplicados esses diagramas podem ser
utilizados para provar / analisar silogismos que são argumentos
lógicos para que se possa deduzir uma conclusão.

Didatismo e Conhecimento 16
RACIOCÍNIO LÓGICO
Dois Conjuntos: considere-se o seguinte exemplo: suponha-
se que o conjunto A representa os animais bípedes e o conjunto B
representa os animais capazes de voar. A área onde os dois círcu-
los se sobrepõem, designada por intersecção A e B ou intersecção
A-B, conteria todas as criaturas que ao mesmo tempo podem voar
e têm apenas duas pernas motoras.
Intersecção de dois conjuntos: AB

Considere-se agora que cada espécie viva está representada Complementar de dois conjuntos: U \ (AB)
por um ponto situado em alguma parte do diagrama. Os humanos e
os pinguins seriam marcados dentro do círculo A, na parte dele que Além disso, essas quatro áreas podem ser combinadas de 16
não se sobrepõe com o círculo B, já que ambos são bípedes mas formas diferentes. Por exemplo, pode-se perguntar sobre os ani-
não podem voar. Os mosquitos, que voam mas têm seis pernas, mais que voam ou tem duas patas (pelo menos uma das caracte-
seriam representados dentro do círculo B e fora da sobreposição. rísticas); tal conjunto seria representado pela união de A e B. Já
Os canários, por sua vez, seriam representados na intersecção A-B, os animais que voam e não possuem duas patas mais os que não
já que são bípedes e podem voar. Qualquer animal que não fosse voam e possuem duas patas, seriam representados pela diferença
bípede nem pudesse voar, como baleias ou serpentes, seria marca- simétrica entre A e B. Estes exemplos são mostrados nas imagens
do por pontos fora dos dois círculos. a seguir, que incluem também outros dois casos.
Assim, o diagrama de dois conjuntos representa quatro áreas
distintas (a que fica fora de ambos os círculos, a parte de cada
círculo que pertence a ambos os círculos (onde há sobreposição),
e as duas áreas que não se sobrepõem, mas estão em um círculo
ou no outro):
- Animais que possuem duas pernas e não voam (A sem so-
breposição).
- Animais que voam e não possuem duas pernas (B sem so- União de dois conjuntos: A B
breposição).
- Animais que possuem duas pernas e voam (sobreposição).
- Animais que não possuem duas pernas e não voam (branco
- fora).

Essas configurações são representadas, respectivamente, pe-


las operações de conjuntos: diferença de A para B, diferença de B
para A, intersecção entre A e B, e conjunto complementar de A e Diferença Simétrica de dois conjuntos: A B
B. Cada uma delas pode ser representada como as seguintes áreas
(mais escuras) no diagrama:

Complementar de A em U: AC = U \ A

Diferença de A para B: A\B

Complementar de B em U: BC = U \ B

Diferença de B para A: B\A

Didatismo e Conhecimento 17
RACIOCÍNIO LÓGICO
Três Conjuntos: Na sua apresentação inicial, Venn focou-se Proposições Categóricas
sobretudo nos diagramas de três conjuntos. Alargando o exemplo
anterior, poderia-se introduzir o conjunto C dos animais que pos- - Todo A é B
suem bico. Neste caso, o diagrama define sete áreas distintas, que - Nenhum A é B
podem combinar-se de 256 (28) maneiras diferentes, algumas delas - Algum A é B e
ilustradas nas imagens seguintes. - Algum A não é B

Proposições do tipo Todo A é B afirmam que o conjunto A


é um subconjunto do conjunto B. Ou seja: A está contido em B.
Atenção: dizer que Todo A é B não significa o mesmo que Todo
B é A. Enunciados da forma Nenhum A é B afirmam que os con-
juntos A e B são disjuntos, isto é, não tem elementos em comum.
Atenção: dizer que Nenhum A é B é logicamente equivalente a
dizer que Nenhum B é A.
Por convenção universal em Lógica, proposições da forma
Algum A é B estabelecem que o conjunto A tem pelo menos um
Diagrama de Venn mostrando todas as intersecções possíveis elemento em comum com o conjunto B. Contudo, quando dizemos
entre A, B e C. que Algum A é B, pressupomos que nem todo A é B. Entretanto,
no sentido lógico de algum, está perfeitamente correto afirmar que
“alguns de meus colegas estão me elogiando”, mesmo que todos
eles estejam. Dizer que Algum A é B é logicamente equivalente
a dizer que Algum B é A. Também, as seguintes expressões são
equivalentes: Algum A é B = Pelo menos um A é B = Existe um
A que é B.
Proposições da forma Algum A não é B estabelecem que o
conjunto A tem pelo menos um elemento que não pertence ao con-
junto B. Temos as seguintes equivalências: Algum A não é B =
Algum A é não B = Algum não B é A. Mas não é equivalente a
União de três conjuntos: A B C Algum B não é A. Nas proposições categóricas, usam-se também
as variações gramaticais dos verbos ser e estar, tais como é, são,
está, foi, eram, ..., como elo de ligação entre A e B.

- Todo A é B = Todo A não é não B.


- Algum A é B = Algum A não é não B.
- Nenhum A é B = Nenhum A não é não B.
- Todo A é não B = Todo A não é B.
- Algum A é não B = Algum A não é B.
- Nenhum A é não B = Nenhum A não é B.
Intersecção de três conjuntos: A B C - Nenhum A é B = Todo A é não B.
- Todo A é B = Nenhum A é não B.
- A negação de Todo A é B é Algum A não é B (e vice-versa).
- A negação de Algum A é B é Nenhum A não é B (e vice-
versa).

Verdade ou Falsidade das Proposições Categóricas

Dada a verdade ou a falsidade de qualquer uma das proposi-


ções categóricas, isto é, de Todo A é B, Nenhum A é B, Algum A é
A \ (B C) B e Algum A não é B, pode-se inferir de imediato a verdade ou a
falsidade de algumas ou de todas as outras.

1. Se a proposição Todo A é B é verdadeira, então temos as


duas representações possíveis:

(B C) \ A

Didatismo e Conhecimento 18
RACIOCÍNIO LÓGICO
Todo A é B. É falsa.
1 2
B Nenhum A é B. Pode ser verdadeira (em 3) ou falsa (em 1 e
2 – é indeterminada).
A = B Algum A é B. Ou falsa (em 3) ou pode ser verdadeira (em 1 e
A
2 – é indeterminada).

QUESTÕES
Nenhum A é B. É falsa.
Algum A é B. É verdadeira. 01. Represente por diagrama de Venn-Euler
Algum A não é B. É falsa. (A) Algum A é B
(B) Algum A não é B
2. Se a proposição Nenhum A é B é verdadeira, então temos (C) Todo A é B
somente a representação: (D) Nenhum A é B

02. (Especialista em Políticas Públicas Bahia - FCC) Conside-


A B rando “todo livro é instrutivo” como uma proposição verdadeira,
é correto inferir que:
(A) “Nenhum livro é instrutivo” é uma proposição necessaria-
mente verdadeira.
(B) “Algum livro é instrutivo” é uma proposição necessaria-
Todo A é B. É falsa. mente verdadeira.
Algum A é B. É falsa. (C) “Algum livro não é instrutivo” é uma proposição verda-
Algum A não é B. É verdadeira. deira ou falsa.
(D) “Algum livro é instrutivo” é uma proposição verdadeira
3. Se a proposição Algum A é B é verdadeira, temos as quatro ou falsa.
representações possíveis: (E) “Algum livro não é instrutivo” é uma proposição necessa-
riamente verdadeira.

03. Dos 500 músicos de uma Filarmônica, 240 tocam instru-


mentos de sopro, 160 tocam instrumentos de corda e 60 tocam
esses dois tipos de instrumentos. Quantos músicos desta Filarmô-
nica tocam:
(A) instrumentos de sopro ou de corda?
(B) somente um dos dois tipos de instrumento?
(C) instrumentos diferentes dos dois citados?

04. (TTN - ESAF) Se é verdade que “Alguns A são R” e que


“Nenhum G é R”, então é necessariamente verdadeiro que:
(A) algum A não é G;
Nenhum A é B. É falsa. (B) algum A é G.
Todo A é B. Pode ser verdadeira (em 3 e 4) ou falsa (em 1 e 2). (C) nenhum A é G;
Algum A não é B. Pode ser verdadeira (em 1 e 2) ou falsa (em (D) algum G é A;
3 e 4) – é indeterminada. (E) nenhum G é A;

4. Se a proposição Algum A não é B é verdadeira, temos as 05. Em uma classe, há 20 alunos que praticam futebol mas não
três representações possíveis: praticam vôlei e há 8 alunos que praticam vôlei mas não praticam
futebol. O total dos que praticam vôlei é 15. Ao todo, existem 17
alunos que não praticam futebol. O número de alunos da classe é:
(A) 30.
(B) 35.
(C) 37.
(D) 42.
(E) 44.

3 06. Um colégio oferece a seus alunos a prática de um ou mais


dos seguintes esportes: futebol, basquete e vôlei. Sabe-se que, no
A B
atual semestre:
- 20 alunos praticam vôlei e basquete.
- 60 alunos praticam futebol e 55 praticam basquete.

Didatismo e Conhecimento 19
RACIOCÍNIO LÓGICO
- 21 alunos não praticam nem futebol nem vôlei. Respostas
- o número de alunos que praticam só futebol é idêntico ao
número de alunos que praticam só vôlei. 01.
- 17 alunos praticam futebol e vôlei.
- 45 alunos praticam futebol e basquete; 30, entre os 45, não (A)
praticam vôlei.
O número total de alunos do colégio, no atual semestre, é
igual a:
(A) 93
(B) 110 (B)
(C) 103
(D) 99
(E) 114

07. Numa pesquisa, verificou-se que, das pessoas entrevista- (C)


das, 100 liam o jornal X, 150 liam o jornal Y, 20 liam os dois
jornais e 110 não liam nenhum dos dois jornais. Quantas pessoas
foram entrevistadas?
(A) 220
(B) 240 (D)
(C) 280
(D) 300
(E) 340

02. Resposta “B”.


08. Em uma entrevista de mercado, verificou-se que 2.000
pessoas usam os produtos C ou D. O produto D é usado por 800
pessoas e 320 pessoas usam os dois produtos ao mesmo tempo.
Quantas pessoas usam o produto C?
(A) 1.430
(B) 1.450
(C) 1.500
(D) 1.520
(E) 1.600 A opção A é descartada de pronto: “nenhum livro é instrutivo”
implica a total dissociação entre os diagramas. E estamos com a
09. Sabe-se que o sangue das pessoas pode ser classificado em situação inversa. A opção “B” é perfeitamente correta. Percebam
quatro tipos quanto a antígenos. Em uma pesquisa efetuada num como todos os elementos do diagrama “livro” estão inseridos no
grupo de 120 pessoas de um hospital, constatou-se que 40 delas diagrama “instrutivo”. Resta necessariamente perfeito que algum
têm o antígeno A, 35 têm o antígeno B e 14 têm o antígeno AB. livro é instrutivo.
Com base nesses dados, quantas pessoas possuem o antígeno O?
(A) 50 03. Seja C o conjunto dos músicos que tocam instrumentos de
(B) 52 corda e S dos que tocam instrumentos de sopro. Chamemos de F o
(C) 59 conjunto dos músicos da Filarmônica. Ao resolver este tipo de pro-
(D) 63 blema faça o diagrama, assim você poderá visualizar o problema e
(E) 65 sempre comece a preencher os dados de dentro para fora.

10. Em uma universidade são lidos dois jornais, A e B. Exa- Passo 1: 60 tocam os dois instrumentos, portanto, após fazer-
tamente 80% dos alunos leem o jornal A e 60% leem o jornal B. mos o diagrama, este número vai no meio.
Sabendo que todo aluno é leitor de pelo menos um dos jornais, Passo 2:
encontre o percentual que leem ambos os jornais. a)160 tocam instrumentos de corda. Já temos 60. Os que só
(A) 40% tocam corda são, portanto 160 - 60 = 100
(B) 45% b) 240 tocam instrumento de sopro. 240 - 60 = 180
(C) 50%
(D) 60%
(E) 65%

Didatismo e Conhecimento 20
RACIOCÍNIO LÓGICO
Vamos ao diagrama, preenchemos os dados obtidos acima:

100 60 180

Teste das alternativas:


Teste da alternativa “A” (algum A não é G). Observando os
desenhos dos círculos, verificamos que esta alternativa é verda-
Com o diagrama completamente preenchido, fica fácil achara deira para os dois desenhos de A, isto é, nas duas representações
as respostas: Quantos músicos desta Filarmônica tocam: há elementos em A que não estão em G. Passemos para o teste da
a) instrumentos de sopro ou de corda? Pelos dados do proble- próxima alternativa.
ma: 100 + 60 + 180 = 340 Teste da alternativa “B” (algum A é G). Observando os dese-
b) somente um dos dois tipos de instrumento? 100 + 180 = nhos dos círculos, verificamos que, para o desenho de A que está
280 mais a direita, esta alternativa não é verdadeira, isto é, tem elemen-
c) instrumentos diferentes dos dois citados? 500 - 340 = 160 tos em A que não estão em G. Pelo mesmo motivo a alternativa
“D” não é correta. Passemos para a próxima.
04. Esta questão traz, no enunciado, duas proposições cate- Teste da alternativa “C” (Nenhum A é G). Observando os
góricas: desenhos dos círculos, verificamos que, para o desenho de A que
- Alguns A são R está mais a esquerda, esta alternativa não é verdadeira, isto é, tem
- Nenhum G é R elementos em A que estão em G. Pelo mesmo motivo a alternativa
“E” não é correta. Portanto, a resposta é a alternativa “A”.
Devemos fazer a representação gráfica de cada uma delas por
círculos para ajudar-nos a obter a resposta correta. Vamos iniciar 05. Resposta “E”.
pela representação do Nenhum G é R, que é dada por dois círculos
separados, sem nenhum ponto em comum.

n = 20 + 7 + 8 + 9
Como já foi visto, não há uma representação gráfica única n = 44
para a proposição categórica do Alguns A são R, mas geralmente
a representação em que os dois círculos se interceptam (mostrada 06. Resposta “D”.
abaixo) tem sido suficiente para resolver qualquer questão.
n(FeB) = 45 e n(FeB -V) = 30 → n(FeBeV) = 15
n(FeV) = 17 com n(FeBeV) = 15 → n(FeV - B) = 2
n(F) = n(só F) + n(FeB-V) + n(FeV -B) + n(FeBeV)
60 = n(só F) + 30 + 2 + 15 → n(só F) = 13

n(sóF) = n(sóV) = 13
Agora devemos juntar os desenhos das duas proposições cate- n(B) = n(só B) + n(BeV) + n(BeF-V) → n(só B) = 65 - 20 –
góricas para analisarmos qual é a alternativa correta. Como a ques- 30 = 15
tão não informa sobre a relação entre os conjuntos A e G, então n(nem F nem B nem V) = n(nem F nem V) - n(solo B) = 21-
teremos diversas maneiras de representar graficamente os três con- 15 = 6
juntos (A, G e R). A alternativa correta vai ser aquela que é verda-
deira para quaisquer dessas representações. Para facilitar a solução Total = n(B) + n(só F) + n(só V) + n(Fe V - B) + n(nemF
da questão não faremos todas as representações gráficas possíveis nemB nemV) = 65 + 13 + 13 + 2 + 6 = 99.
entre os três conjuntos, mas sim, uma (ou algumas) representa-
ção(ões) de cada vez e passamos a analisar qual é a alternativa que
satisfaz esta(s) representação(ões), se tivermos somente uma alter-
nativa que satisfaça, então já achamos a resposta correta, senão,
desenhamos mais outra representação gráfica possível e passamos
a testar somente as alternativas que foram verdadeiras. Tomemos
agora o seguinte desenho, em que fazemos duas representações,
uma em que o conjunto A intercepta parcialmente o conjunto G, e
outra em que não há intersecção entre eles.

Didatismo e Conhecimento 21
RACIOCÍNIO LÓGICO
07. Resposta “E”.

A B OPERAÇÕES ENTRE NÚMEROS REAIS


(ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO,
MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO).
80 20 130 + 110

Começamos resolvendo pelo que é comum: 20 alunos gostam


de ler os dois. Números Reais
Leem somente A: 100 – 20 = 80
Leem somente B: 150 – 20 = 130 O conjunto dos números reais R é uma expansão do conjunto
Totaliza: 80 + 20 + 130 + 110 = 340 pessoas. dos números racionais que engloba não só os inteiros e os
fracionários, positivos e negativos, mas também todos os números
08. Resposta “D”. irracionais.
Os números reais são números usados para representar uma
A B quantidade contínua (incluindo o zero e os negativos). Pode-se
pensar num número real como uma fração decimal possivelmente
infinita, como 3,141592(...). Os números reais têm uma
1200 320 480 correspondência biunívoca com os pontos de uma reta.
Denomina-se corpo dos números reais a coleção dos
elementos pertencentes à conclusão dos racionais, formado pelo
corpo de frações associado aos inteiros (números racionais) e a
Somente B: 800 – 320 = 480 norma associada ao infinito.
Usam A = total – somente B = 2000 – 480 = 1520. Existem também outras conclusões dos racionais, uma para
cada número primo p, chamadas números p-ádicos. O corpo dos
09. Resposta “C”. números p-ádicos é formado pelos racionais e a norma associada
A B a p!

+ Propriedade
26 14 21 59 O conjunto dos números reais com as operações binárias de
soma e produto e com a relação natural de ordem formam um
corpo ordenado. Além das propriedades de um corpo ordenado, R
Começa-se resolvendo pelo AB, então somente A = 40 – 14 = tem a seguinte propriedade: Se R for dividido em dois conjuntos
26 e somente B = 35 – 14 = 21. (uma partição) A e B, de modo que todo elemento de A é menor
Somando-se A, B e AB têm-se 61, então o O são 120 – 61 = que todo elemento de B, então existe um elemento x que separa os
59 pessoas. dois conjuntos, ou seja, x é maior ou igual a todo elemento de A e
menor ou igual a todo elemento de B.
10. Resposta “A”.
- Jornal A → 0,8 – x
- Jornal B → 0,6 – x
- Intersecção → x

Então fica:
Ao conjunto formado pelos números Irracionais e pelos
(0,8 - x) + (0,6 - x) + x = 1 números Racionais chamamos de conjunto dos números Reais. Ao
- x + 1,4 = 1 unirmos o conjunto dos números Irracionais com o conjunto dos
- x = - 0,4 números Racionais, formando o conjunto dos números Reais, todas
x = 0,4. as distâncias representadas por eles sobre uma reta preenchem-na
por completo; isto é, ocupam todos os seus pontos. Por isso, essa
Resposta “40% dos alunos leem ambos os jornais”. reta é denominada reta Real.

Didatismo e Conhecimento 22
RACIOCÍNIO LÓGICO
Os números Irracionais possuem infinitos algarismos decimais
não-periódicos. As operações com esta classe de números sempre
produzem erros quando não se utilizam todos os algarismos
decimais. Por outro lado, é impossível utilizar todos eles nos
cálculos. Por isso, somos obrigados a usar aproximações, isto é,
cortamos o decimal em algum lugar e desprezamos os algarismos
restantes. Os algarismos escolhidos serão uma aproximação do
número Real. Observe como tomamos a aproximação de e do
número nas tabelas.

Aproximação por
Falta Excesso
Erro menor que π π
1 unidade 1 3 2 4
1 décimo 1,4 3,1 1,5 3,2
1 centésimo 1,41 3,14 1,42 3,15
Podemos concluir que na representação dos números Reais 1 milésimo 1,414 3,141 1,415 3,142
sobre uma reta, dados uma origem e uma unidade, a cada ponto
da reta corresponde um número Real e a cada número Real 1 décimo de
1,4142 3,1415 1,4134 3,1416
corresponde um ponto na reta. milésimo

Operações com números Reais

Operando com as aproximações, obtemos uma sucessão de


intervalos fixos que determinam um número Real. É assim que
vamos trabalhar as operações adição, subtração, multiplicação e
divisão. Relacionamos, em seguida, uma série de recomendações
úteis para operar com números Reais:
Ordenação dos números Reais - Vamos tomar a aproximação por falta.
A representação dos números Reais permite definir uma - Se quisermos ter uma ideia do erro cometido, escolhemos o
relação de ordem entre eles. Os números Reais positivos são mesmo número de casas decimais em ambos os números.
maiores que zero e os negativos, menores. Expressamos a relação - Se utilizamos uma calculadora, devemos usar a aproximação
de ordem da seguinte maneira: Dados dois números Reais a e b,  máxima admitida pela máquina (o maior número de casas
a≤b↔b–a≥0 decimais).
- Quando operamos com números Reais, devemos fazer
Exemplo: -15 ≤ ↔ 5 – (-15) ≥ 0 constar o erro de aproximação ou o número de casas decimais.
5 + 15 ≥ 0 - É importante adquirirmos a idéia de aproximação em função
da necessidade. Por exemplo, para desenhar o projeto de uma casa,
Propriedades da relação de ordem basta tomar medidas com um erro de centésimo.
- Reflexiva: a ≤ a - Em geral, para obter uma aproximação de n casas decimais,
- Transitiva: a ≤ b e b ≤ c → a ≤ c devemos trabalhar com números Reais aproximados, isto é, com n
- Anti-simétrica: a ≤ b e b ≤ a → a = b + 1 casas decimais.
- Ordem total: a < b ou b < a ou a = b  Para colocar em prática o que foi exposto, vamos fazer as
quatro operações indicadas: adição, subtração, multiplicação e
Expressão aproximada dos números Reais divisão com dois números Irracionais. 

Valor Absoluto
Como vimos, o erro  pode ser:
- Por excesso: neste caso, consideramos o erro positivo.
- Por falta: neste caso, consideramos o erro negativo.
Quando o erro é dado sem sinal, diz-se que está dado em valor
absoluto. O valor absoluto de um número a é designado por |a| e
coincide com o número positivo, se for positivo, e com seu oposto,
se for negativo. 

Didatismo e Conhecimento 23
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo: Um livro nos custou 8,50 reais. Pagamos com uma 3 - (TRT 6ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO- ADMINISTRATI-
nota de 10 reais. Se nos devolve 1,60 real de troco, o vendedor VA – FCC/2012) Em uma praia chamava a atenção um catador de
cometeu um erro de +10 centavos. Ao contrário, se nos devolve cocos (a água do coco já havia sido retirada). Ele só pegava cocos
1,40 real, o erro cometido é de 10 centavos.  inteiros e agia da seguinte maneira: o primeiro coco ele coloca
inteiro de um lado; o segundo ele dividia ao meio e colocava as
metades em outro lado; o terceiro coco ele dividia em três partes
iguais e colocava os terços de coco em um terceiro lugar, diferen-
te dos outros lugares; o quarto coco ele dividia em quatro partes
iguais e colocava os quartos de coco em um quarto lugar diferente
dos outros lugares. No quinto coco agia como se fosse o primeiro
coco e colocava inteiro de um lado, o seguinte dividia ao meio, o
seguinte em três partes iguais, o seguinte em quatro partes iguais e
seguia na sequência: inteiro, meios, três partes iguais, quatro par-
tes iguais. Fez isso com exatamente 59 cocos quando alguém disse
ao catador: eu quero três quintos dos seus terços de coco e metade
dos seus quartos de coco. O catador consentiu e deu para a pessoa
A) 52 pedaços de coco.
B) 55 pedaços de coco.
C) 59 pedaços de coco.
D) 98 pedaços de coco.
E) 101 pedaços de coco.

4 - (UEM/PR – AUXILIAR OPERACIONAL – UEM/2014)


A mãe do Vitor fez um bolo e repartiu em 24 pedaços, todos de
mesmo tamanho. A mãe e o pai comeram juntos, ¼ do bolo. O
Vitor e a sua irmã comeram, cada um deles, ¼ do bolo. Quantos
pedaços de bolo sobraram?
A) 4
B) 6
C) 8
D) 10
E) 12

5 - (UEM/PR – AUXILIAR OPERACIONAL – UEM/2014)


Paulo recebeu R$1.000,00 de salário. Ele gastou ¼ do salário com
aluguel da casa e 3/5 do salário com outras despesas. Do salário
que Paulo recebeu, quantos reais ainda restam?
Questões A) R$ 120,00
1 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Um comerciante B) R$ 150,00
tem 8 prateleiras em seu empório para organizar os produtos de C) R$ 180,00
limpeza. Adquiriu 100 caixas desses produtos com 20 unidades D) R$ 210,00
cada uma, sendo que a quantidade total de unidades compradas E) R$ 240,00
será distribuída igualmente entre essas prateleiras. Desse modo,
cada prateleira receberá um número de unidades, desses produtos,
igual a 6 - (UFABC/SP – TECNÓLOGO-TECNOLOGIA DA IN-
A) 40 FORMAÇÃO – VUNESP/2013) Um jardineiro preencheu par-
B) 50 cialmente, com água, 3 baldes com capacidade de 15 litros cada
C) 100 um. O primeiro balde foi preenchido com 2/3 de sua capacidade, o
D) 160 segundo com 3/5 da capacidade, e o terceiro, com um volume cor-
E) 250 respondente à média dos volumes dos outros dois baldes. A soma
2 - (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – IN- dos volumes de água nos três baldes, em litros, é
DEC/2013) Em uma banca de revistas existem um total de 870 A) 27.
exemplares dos mais variados temas. Metade das revistas é da edi- B) 27,5.
tora A, dentre as demais, um terço são publicações antigas. Qual o C) 28.
número de exemplares que não são da Editora A e nem são antigas? D) 28,5.
A) 320 E) 29.
B) 290
C) 435
D) 145

Didatismo e Conhecimento 24
RACIOCÍNIO LÓGICO
7 - (UFOP/MG – ADMINISTRADOR DE EDIFICIOS – O número de exemplares que não são da Editora A e nem são
UFOP/2013) Uma pessoa caminha 5 minutos em ritmo normal e, antigas são 290.
em seguida, 2 minutos em ritmo acelerado e, assim, sucessivamen-
te, sempre intercalando os ritmos da caminhada (5 minutos nor- 3 - RESPOSTA: “B”.
mais e 2 minutos acelerados). A caminhada foi iniciada em ritmo
normal, e foi interrompida após 55 minutos do início.
O tempo que essa pessoa caminhou aceleradamente foi:
A) 6 minutos
B) 10 minutos 14 vezes iguais
C) 15 minutos Coco inteiro: 14
D) 20 minutos Metades:14.2=28
Terça parte:14.3=42
8 - (PREF. IMARUÍ – AGENTE EDUCADOR – PREF. Quarta parte:14.4=56
IMARUÍ/2014) Sobre o conjunto dos números reais é CORRETO 3 cocos: 1 coco inteiro, metade dos cocos, terça parte
dizer: Quantidade total
A) O conjunto dos números reais reúne somente os números Coco inteiro: 14+1=15
racionais. Metades: 28+2=30
B) R* é o conjunto dos números reais não negativos. Terça parte:42+3=45
C) Sendo A = {-1,0}, os elementos do conjunto A não são Quarta parte :56
números reais.
D) As dízimas não periódicas são números reais.

9 - (TJ/SP - AUXILIAR DE SAÚDE JUDICIÁRIO - AU-


XILIAR EM SAÚDE BUCAL – VUNESP/2013) Para numerar 4 - RESPOSTA “B”.
as páginas de um livro, uma impressora gasta 0,001 mL por cada
algarismo impresso. Por exemplo, para numerar as páginas 7, 58 e
290 gasta-se, respectivamente, 0,001 mL, 0,002 mL e 0,003 mL de
tinta. O total de tinta que será gasto para numerar da página 1 até a
página 1 000 de um livro, em mL, será Sobrou 1/4 do bolo.
A) 1,111.
B) 2,003.
C) 2,893.
D) 1,003.
E) 2,561. 5 - RESPOSTA: “B”.

10 - (BNDES – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – CES- Aluguel:


GRANRIO/2013) Gilberto levava no bolso três moedas de R$
0,50, cinco de R$ 0,10 e quatro de R$ 0,25. Gilberto retirou do Outras despesas:
bolso oito dessas moedas, dando quatro para cada filho.
A diferença entre as quantias recebidas pelos dois filhos de
Gilberto é de, no máximo, Restam :1000-850=R$150,00
A) R$ 0,45
B) R$ 0,90 6 - RESPOSTA: “D”.
C) R$ 1,10 Primeiro balde:
D) R$ 1,15
E) R$ 1,35

Respostas Segundo balde:

1 - RESPOSTA: “E”.
Total de unidades: 100⋅20=2000 unidades
Terceiro balde:
unidades em cada prateleira.
2 - RESPOSTA: “B”.
editora A: 870/2=435 revistas
publicações antigas: 435/3=145 revistas A soma dos volumes é : 10+9+9,5=28,5 litros

7 - RESPOSTA: “C”.

Didatismo e Conhecimento 25
RACIOCÍNIO LÓGICO
A caminhada sempre vai ser 5 minutos e depois 2 minutos, Conjuntos, como usualmente são concebidos, têm elementos.
então 7 minutos ao total. Um elemento de um conjunto pode ser uma banana, um peixe ou
Dividindo o total da caminhada pelo tempo, temos: um livro. Convém frisar que um conjunto pode ele mesmo ser
elemento de algum outro conjunto.
Por exemplo, uma reta é um conjunto de pontos; um feixe de
retas é um conjunto onde cada elemento (reta) é também conjunto
Assim, sabemos que a pessoa caminhou 7. (5 minutos +2 mi- (de pontos).
nutos) +6 minutos (5 minutos+1 minuto) Em geral indicaremos os conjuntos pelas letras maiúsculas A,
Aceleradamente caminhou: (7.2)+1➜ 14+1=15 minutos B, C, ..., X, e os elementos pelas letras minúsculas a, b, c, ..., x, y,
..., embora não exista essa obrigatoriedade.
8 - RESPOSTA: “D”. Em Geometria, por exemplo, os pontos são indicados por
A) errada - O conjunto dos números reais tem os conjuntos: letras maiúsculas e as retas (que são conjuntos de pontos) por
naturais, inteiros, racionais e irracionais. letras minúsculas.
B) errada – R* são os reais sem o zero. Outro conceito fundamental é o de relação de pertinência que
C) errada - -1 e 0 são números reais. nos dá um relacionamento entre um elemento e um conjunto.

9 - RESPOSTA: “C”. Se x é um elemento de um conjunto A, escreveremos x ∈ A


1 a 9 =9 algarismos=0,001⋅9=0,009 ml Lê-se: x é elemento de A ou x pertence a A.
De 10 a 99, temos que saber quantos números tem.
99-10+1=90. Se x não é um elemento de um conjunto A, escreveremos x
OBS: soma 1, pois quanto subtraímos exclui-se o primeiro ∉A
número. Lê-se x não é elemento de A ou x não pertence a A.
90 números de 2 algarismos: 0,002⋅90=0,18ml
Como representar um conjunto
De 100 a 999
999-100+1=900 números Pela designação de seus elementos: Escrevemos os elementos
900⋅0,003=2,7ml entre chaves, separando os por vírgula.
1000=0,004ml
Somando: 0,009+0,18+2,7+0,004=2,893 Exemplos

10 - RESPOSTA: “E”. - {3, 6, 7, 8} indica o conjunto formado pelos elementos 3,


Supondo que as quatro primeiras moedas sejam as 3 de R$ 6, 7 e 8.
0,50 e 1 de R$ 0,25(maiores valores). {a; b; m} indica o conjunto constituído pelos elementos a, b
Um filho receberia : 1,50+0,25=R$1,75 e m.
E as ouras quatro moedas sejam de menor valor: 4 de R$ {1; {2; 3}; {3}} indica o conjunto cujos elementos são 1, {2;
0,10=R$ 0,40. 3} e {3}.
A maior diferença seria de 1,75-0,40=1,35
Dica: sempre que fala a maior diferença tem que o maior valor Pela propriedade de seus elementos: Conhecida uma
possível – o menor valor. propriedade P que caracteriza os elementos de um conjunto A, este
fica bem determinado.
P termo “propriedade P que caracteriza os elementos de um
conjunto A” significa que, dado um elemento x qualquer temos:
TEORIA DOS CONJUNTOS: Assim sendo, o conjunto dos elementos x que possuem a
OPERAÇÕES ENTRE CONJUNTOS propriedade P é indicado por:
E DIAGRAMA DE VENN. {x, tal que x tem a propriedade P}

Uma vez que “tal que” pode ser denotado por t.q. ou | ou ainda
:, podemos indicar o mesmo conjunto por:
Conjuntos {x, t . q . x tem a propriedade P} ou, ainda,
{x : x tem a propriedade P}
É uma reunião, agrupamento de pessoas, seres ou objetos. Dá
a ideia de coleção. Exemplos

Conjuntos Primitivos - { x, t.q. x é vogal } é o mesmo que {a, e, i, o, u}


- {x | x é um número natural menor que 4 } é o mesmo que
Os conceitos de conjunto, elemento e pertinência são {0, 1, 2, 3}
primitivos, ou seja, não são definidos. - {x : x em um número inteiro e x2 = x } é o mesmo que {0, 1}
Um cacho de bananas, um cardume de peixes ou uma porção
de livros são todos exemplos de conjuntos.

Didatismo e Conhecimento 26
RACIOCÍNIO LÓGICO
Pelo diagrama de Venn-Euler: O diagrama de Venn-Euler A relação de pertinência ( ∈ ) estabelece um relacionamento
consiste em representar o conjunto através de um “círculo” de tal entre um elemento e um conjunto e, portanto, é diferente da
forma que seus elementos e somente eles estejam no “círculo”. relação de inclusão.
Simbolicamente
Exemplos x ∈ A ⇔ {x} ⊂ A
- Se A = {a, e, i, o, u} então x ∉ A ⇔ {x} ⊄ A

Igualdade

Sejam A e B dois conjuntos. Dizemos que A é igual a B e


indicamos por A = B se, e somente se, A é subconjunto de B e B é
também subconjunto de A.
Simbolicamente: A = B ⇔ A ⊂ B e B ⊂ A
Demonstrar que dois conjuntos A e B são iguais equivale,
segundo a definição, a demonstrar que A ⊂ B e B ⊂ A.
- Se B = {0, 1, 2, 3 }, então Segue da definição que dois conjuntos são iguais se, e somente
se, possuem os mesmos elementos.
Portanto A ≠ B significa que A é diferente de B. Portanto A ≠ B
se, e somente se, A não é subconjunto de B ou B não é subconjunto
de A. Simbolicamente: A ≠ B ⇔ A ⊄ B ou B ⊄ A

Exemplos

- {2,4} = {4,2}, pois {2,4} ⊂ {4,2} e {4,2} ⊂ {2,4}. Isto


Conjunto Vazio nos mostra que a ordem dos elementos de um conjunto não deve
ser levada em consideração. Em outras palavras, um conjunto
Conjunto vazio é aquele que não possui elementos. Representa- fica determinado pelos elementos que o mesmo possui e não pela
se pela letra do alfabeto norueguês 0/ ou, simplesmente { }. ordem em que esses elementos são descritos.
Simbolicamente: ∀ x, x ∉ 0/ - {2,2,2,4} = {2,4}, pois {2,2,2,4} ⊂ {2,4} e {2,4} ⊂
{2,2,2,4}. Isto nos mostra que a repetição de elementos é
Exemplos desnecessária.
- {a,a} = {a}
- 0/ = {x : x é um número inteiro e 3x = 1} - {a,b = {a} ⇔ a= b
- 0/ = {x | x é um número natural e 3 – x = 4} - {1,2} = {x,y} ⇔ (x = 1 e y = 2) ou (x = 2 e y = 1)
- 0/ = {x | x ≠ x} Conjunto das partes

Subconjunto Dado um conjunto A podemos construir um novo conjunto


formado por todos os subconjuntos (partes) de A. Esse novo
Sejam A e B dois conjuntos. Se todo elemento de A é também conjunto chama-se conjunto dos subconjuntos (ou das partes) de A
elemento de B, dizemos que A é um subconjunto de B ou A é a e é indicado por P(A).
parte de B ou, ainda, A está contido em B e indicamos por A ⊂ B. Simbolicamente: P(A)={X | X ⊂ A} ou X ⊂ P(A) ⇔ X ⊂
Simbolicamente: A ⊂ B ⇔ ( ∀ x)(x ∈ ∀ ⇒ x ∈ B) A

Portanto, A ⊄ B significa que A não é um subconjunto de B Exemplos


ou A não é parte de B ou, ainda, A não está contido em B.
Por outro lado, A ⊄ B se, e somente se, existe, pelo menos, a) = {2, 4, 6}
um elemento de A que não é elemento de B. P(A) = { 0/ , {2}, {4}, {6}, {2,4}, {2,6}, {4,6}, A}
Simbolicamente: A ⊄ B ⇔ ( ∃ x)(x ∈ A e x ∉ B)
b) = {3,5}
Exemplos P(B) = { 0/ , {3}, {5}, B}

- {2 . 4} ⊂ {2, 3, 4}, pois 2 ∈ {2, 3, 4} e 4 ∈ {2, 3, 4} c) = {8}


- {2, 3, 4} ⊄ {2, 4}, pois 3 ∉ {2, 4} P(C) = { 0/ , C}
- {5, 6} ⊂ {5, 6}, pois 5 ∈ {5, 6} e 6 ∈ {5, 6}
d) = 0/
Inclusão e pertinência P(D) = { 0/ }

A definição de subconjunto estabelece um relacionamento Propriedades


entre dois conjuntos e recebe o nome de relação de inclusão ( ⊂ ).

Didatismo e Conhecimento 27
RACIOCÍNIO LÓGICO
Seja A um conjunto qualquer e 0/ o conjunto vazio. Valem as
seguintes propriedades

0/ ≠( 0/ ) 0/ ∉ 0/ 0/ ⊂ 0/ 0/ ∈ { 0/ }
0/ ⊂ A ⇔ 0/ ∈ P(A) A ⊂ A ⇔ A ∈ P(A)
Número de Elementos da União e da Intersecção de
Conjuntos
Se A tem n elementos então A possui 2n subconjuntos e,
portanto, P(A) possui 2n elementos.
Dados dois conjuntos A e B, como vemos na figura abaixo,
União de conjuntos podemos estabelecer uma relação entre os respectivos números de
elementos.
A união (ou reunião) dos conjuntos A e B é o conjunto formado
por todos os elementos que pertencem a A ou a B. Representa-se
por A ∪ B.
Simbolicamente: A 4 ∉ BN= {X | X ∈ A ou X ∈ B}

Exemplos Note que ao subtrairmos os elementos comuns


evitamos que eles sejam contados duas vezes.
- {2,3} ∪ {4,5,6}={2,3,4,5,6}
- {2,3,4} ∪ {3,4,5}={2,3,4,5} Observações:
- {2,3} ∪ {1,2,3,4}={1,2,3,4}
- {a,b} ∪ φ {a,b} a) Se os conjuntos A e B forem disjuntos ou se mesmo um
Intersecção de conjuntos deles estiver contido no outro, ainda assim a relação dada será
verdadeira.
A intersecção dos conjuntos A e B é o conjunto formado por b) Podemos ampliar a relação do número de elementos para
todos os elementos que pertencem, simultaneamente, a A e a B. três ou mais conjuntos com a mesma eficiência.
Representa-se por A ∩ B. Simbolicamente: A ∩ B = {X | X ∈ A
ou X ∈ B} Observe o diagrama e comprove.

Exemplos

- {2,3,4} ∩ {3,5}={3}
- {1,2,3} ∩ {2,3,4}={2,3}
- {2,3} ∩ {1,2,3,5}={2,3}
- {2,4} ∩ {3,5,7}= φ

Observação: Se A ∩ B= φ , dizemos que A e B são conjuntos Subtração


disjuntos.
A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto formado
por todos os elementos que pertencem a A e não pertencem a B.
Representa-se por A – B. Simbolicamente: A – B = {X | X ∈ A e
X ∉ B}

Didatismo e Conhecimento 28
RACIOCÍNIO LÓGICO
a) quantas crianças existem na escola?
b) quantas crianças são meninas ou são ruivas

O conjunto A – B é também chamado de conjunto


complementar de B em relação a A, representado por CAB.
Simbolicamente: CAB = A - B{X | X ∈ A e X ∉ B}

Exemplos

- A = {0, 1, 2, 3} e B = {0, 2}
CAB = A – B = {1,3} e CBA = B – A = φ Sejam:
A o conjunto dos meninos ruivos e n(A) = x
- A = {1, 2, 3} e B = {2, 3, 4} B o conjunto das meninas ruivas e n(B) = 9
CAB = A – B = {1} e CBA = B – A = {14} C o conjunto dos meninos não ruivos e n(C) = 13
D o conjunto das meninas não ruivas e n(D) = y
- A = {0, 2, 4} e B = {1 ,3 ,5} De acordo com o enunciado temos:
CAB = A – B = {0,2,4} e CBA = B – A = {1,3,5}
Observações: Alguns autores preferem utilizar o conceito de n( B ∪ D) = n( B ) + n( D) = 9 + y = 42 ⇔ y = 33
completar de B em relação a A somente nos casos em que B ⊂ A. 
- Se B ⊂ A representa-se por B o conjunto complementar n( A ∪ D) = n( A) + n( B) = x + 9 = 24 ⇔ x = 15
de B em relação a A. Simbolicamente: B ⊂ A ⇔ B = A – B =
CAB` Assim sendo
a) O número total de crianças da escola é:

n( A ∪ B ∪ C ∪ D ) = n( A) + n( B ) + n(C ) + n( D ) = 15 + 9 + 13 + 33 = 70
b) O número de crianças que são meninas ou são ruivas é:

n[( A ∪ B ) ∪ ( B ∪ D )] = n( A) + n( B ) + n( D ) = 15 + 9 + 33 = 57

Questões
Exemplos
1 – (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI-
Seja S = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}. Então: NISTRATIVO – FCC/2014) Dos 43 vereadores de uma cidade,
a) A = {2, 3, 4} ⇒ A = {0, 1, 5, 6} 13 dele não se inscreveram nas comissões de Educação, Saúde e
b) B = {3, 4, 5, 6 } ⇒ B = {0, 1, 2} Saneamento Básico. Sete dos vereadores se inscreveram nas três
c) C = φ ⇒ C = S comissões citadas. Doze deles se inscreveram apenas nas comis-
sões de Educação e Saúde e oito deles se inscreveram apenas nas
Número de elementos de um conjunto comissões de Saúde e Saneamento Básico. Nenhum dos vereado-
res se inscreveu em apenas uma dessas comissões. O número de
Sendo X um conjunto com um número finito de elementos, vereadores inscritos na comissão de Saneamento Básico é igual a
representa-se por n(X) o número de elementos de X. Sendo, ainda, A) 15.
A e B dois conjuntos quaisquer, com número finito de elementos B) 21.
temos: C) 18.
n(A ∪ B)=n(A)+n(B)-n(A ∩ B) D) 27.
A ∩ B= φ ⇒ n(A ∪ B)=n(A)+n(B) E) 16.
n(A -B)=n(A)-n(A ∩ B)
B ⊂ A ⇒ n(A-B)=n(A)-n(B) 2 – (TJ-SC) Num grupo de motoristas, há 28 que dirigem au-
tomóvel, 12 que dirigem motocicleta e 8 que dirigem automóveis
Resolução de Problemas e motocicleta. Quantos motoristas há no grupo?
A) 16 motoristas
Exemplo: B) 32 motoristas
Numa escola mista existem 42 meninas, 24 crianças ruivas, C) 48 motoristas
13 meninos não ruivos e 9 meninas ruivas. Pergunta-se D) 36 motoristas

Didatismo e Conhecimento 29
RACIOCÍNIO LÓGICO
3 – (TRT 19ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014) Dos A) {1; 2; 3}
46 técnicos que estão aptos para arquivar documentos 15 deles B) {0; 3}
também estão aptos para classificar processos e os demais estão C) {0; 1; 2; 3; 5}
aptos para atender ao público. Há outros 11 técnicos que estão D) {3; 5}
aptos para atender ao público, mas não são capazes de arquivar E) {0; 3; 5}
documentos. Dentre esses últimos técnicos mencionados, 4 deles
também são capazes de classificar processos. Sabe-se que aqueles 7 – (Agente Administrativo) Em uma cidade existem duas
que classificam processos são, ao todo, 27 técnicos. Considerando empresas de transporte coletivo, A e B. Exatamente 70% dos es-
que todos os técnicos que executam essas três tarefas foram cita- tudantes desta cidade utilizam a Empresa A e 50% a Empresa B.
dos anteriormente, eles somam um total de Sabendo que todo estudante da cidade é usuário de pelo menos
A) 58. uma das empresas, qual o % deles que utilizam as duas empresas?
B) 65. A) 20%
C) 76. B) 25%
D) 53. C) 27%
E) 95. D) 33%
4 – (METRÔ/SP – OFICIAL LOGISTICA –ALMOXARI- E) 35%
FADO I – FCC/2014) O diagrama indica a distribuição de atle- 8 – (METRÔ/SP – ENGENHEIRO SEGURANÇA DO
tas da delegação de um país nos jogos universitários por medalha TRABALHO – FCC/2014) Uma pesquisa, com 200 pessoas, in-
conquistada. Sabe-se que esse país conquistou medalhas apenas vestigou como eram utilizadas as três linhas: A, B e C do Metrô
em modalidades individuais. Sabe-se ainda que cada atleta da de- de uma cidade. Verificou-se que 92 pessoas utilizam a linha A; 94
legação desse país que ganhou uma ou mais medalhas não ganhou pessoas utilizam a linha B e 110 pessoas utilizam a linha C. Utili-
mais de uma medalha do mesmo tipo (ouro, prata, bronze). De zam as linhas A e B um total de 38 pessoas, as linhas A e C um total
acordo com o diagrama, por exemplo, 2 atletas da delegação desse de 42 pessoas e as linhas B e C um total de 60 pessoas; 26 pessoas
país ganharam, cada um, apenas uma medalha de ouro. que não se utilizam dessas linhas. Desta maneira, conclui-se cor-
retamente que o número de entrevistados que utilizam as linhas A
e B e C é igual a
A) 50.
B) 26.
C) 56.
D) 10.
E) 18.

9 – TJ/RS – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁ-


RIA E ADMINISTRATIVA – FAURGS/2012) Observando-se,
durante certo período, o trabalho de 24 desenhistas do Tribunal de
A análise adequada do diagrama permite concluir corretamen- Justiça, verificou-se que 16 executaram desenhos arquitetônicos,
te que o número de medalhas conquistadas por esse país nessa edi- 15 prepararam croquis e 3 realizaram outras atividades. O número
ção dos jogos universitários foi de de desenhistas que executaram desenho arquitetônico e prepara-
A) 15. ram croquis, nesse período, é de
B) 29. A) 10.
C) 52. B) 11.
D) 46. C) 12.
E) 40. D) 13.
E) 14.
5 – (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM
SAÚDE NM – AOCP/2014) Qual é o número de elementos que 10 - (TJ/RS – OFICIAL DE TRANSPORTE – CETRO/2013)
formam o conjunto dos múltiplos estritamente positivos do núme- Dados os conjuntos A = {x | x é vogal da palavra CARRO} e B
ro 3, menores que 31? = {x | x é letra da palavra CAMINHO}, é correto afirmar que A∩
A) 9 B tem
B) 10 A) 1 elemento.
C) 11 B) 2 elementos.
D) 12 C) 3 elementos.
E) 13 D) 4 elementos.
E) 5 elementos.
F)
6 - (PREF. CAMAÇARI/BA – TÉC. VIGILÂNCIA EM Respostas
SAÚDE NM – AOCP/2014) Considere dois conjuntos A e B, sa-
bendo que A ∩ B = {3}, A ∪ B = {0; 1; 2; 3; 5} e A – B = {1 ; 2}, 1 - RESPOSTA: “C”
assinale a alternativa que apresenta o conjunto B. De acordo com os dados temos:

Didatismo e Conhecimento 30
RACIOCÍNIO LÓGICO
7 vereadores se inscreveram nas 3. Intersecções:
APENAS 12 se inscreveram em educação e saúde (o 12 não
deve ser tirado de 7 como costuma fazer nos conjuntos, pois ele já
desconsidera os que se inscreveram nos três)
APENAS 8 se inscreveram em saúde e saneamento básico.
São 30 vereadores que se inscreveram nessas 3 comissões,
pois 13 dos 43 não se inscreveram.
Portanto, 30-7-12-8=3
Se inscreveram em educação e saneamento 3 vereadores. Somando as outras:
2+5+8+12+2+8+9=46

5 -RESPOSTA: “B”.
Se nos basearmos na tabuada do 3 , teremos o seguinte con-
junto
A={3,6,9,12,15,18,21,24,27,30}
10 elementos.
6 - RESPOSTA: “E”.
A intersecção dos dois conjuntos, mostra que 3 é elemento
de B.
Só em saneamento se inscreveram: 3+7+8=18 A-B são os elementos que tem em A e não em B.
2 – RESPOSTA: “B” Então de A∪B, tiramos que B={0;3;5}.

7 - Resposta “A”.

Os que dirigem automóveis e motocicleta: 8


Os que dirigem apenas automóvel: 28-8 = 20
Os que dirigem apenas motocicleta: 12-8= 4
A quantidade de motoristas é o somatório: 20+8+4 = 32 mo-
toristas.
70 – 50 = 20.
3 - RESPOSTA: “B”. 20% utilizam as duas empresas.
Técnicos arquivam e classificam: 15
Arquivam e atendem: 46-15=31 8 - RESPOSTA: “E”.
classificam e atendem: 4
Classificam: 15+4=19 como são 27 faltam 8
Dos 11 técnicos aptos a atender ao público 4 são capazes de
classificar processos, logo apenas 11-4 = 7 técnicos são aptos a
atender ao público.
Somando todos os valores obtidos no diagrama teremos:
31+15+7+4+8 = 65 técnicos.

92-[38-x+x+42-x]+94-[38-x+x+60-x]+110-[42-x+x+-
60-x]+(38-x)+x+(42-x)+(60-x)+26=200
92-[80-x]+94-[98-x]+110-[102-x]+38+42-x+60-x+26=200
92-80+x+94-98+x+110-102+x+166-2x=200
4 - RESPOSTA: “D”. x+462-180=200 ➜ x+182 = 200 ➜ x = 200-182 ➜ x = 18
O diagrama mostra o número de atletas que ganharam meda-
lhas.
No caso das intersecções, devemos multiplicar por 2 por ser
2 medalhas e na intersecção das três medalhas multiplica-se por 3.

Didatismo e Conhecimento 31
RACIOCÍNIO LÓGICO
9 - RESPOSTA: “A”.
Distância (km) Litros de álcool
180 15
210 x

mesmo sentido
Armando a proporção pela orientação das flechas, temos:

180 6 15
= 6x = 7 . 15 6x = 105 x = 105 x=
210 7 x 17,5 6
16-x+x+15-x+3=24 ➜ x+34 = 24 ➜ -x = 24-34 ➜ -x = -10,
como não existe variável negativa neste caso multiplica-se por (-1)
ambos os lados , logo x = 10. Resposta: O carro gastaria 17,5 L de álcool.

10 - RESPOSTA: “B”. Exemplo 2: Viajando de automóvel, à velocidade de 60 km/h,


Como o conjunto A é dado pelas vogais: A={A,O}, e B é dado eu gastaria 4 h para fazer certo percurso. Aumentando a velocidade
pelas letras : B={ C,A,M,I,N,H,O}, portanto A∩ B={A,O} para 80 km/h, em quanto tempo farei esse percurso?
Solução: Indicando por x o número de horas e colocando as
grandezas de mesma espécie em uma mesma coluna e as grandezas
de espécies diferentes que se correspondem em uma mesma linha,
REGRA DE TRÊS SIMPLES temos:
(DIRETA E INVERSA) E COMPOSTA.
Velocidade (km/h) Tempo (h)
60 4
80 x
Regra de Três Simples
Na coluna em que aparece a variável x (“tempo”), vamos
Os problemas que envolvem duas grandezas diretamente ou colocar uma flecha:
inversamente proporcionais podem ser resolvidos através de um
processo prático, chamado regra de três simples. Velocidade (km/h) Tempo (h)
60 4
Exemplo 1: Um carro faz 180 km com 15L de álcool. Quantos 80 x
litros de álcool esse carro gastaria para percorrer 210 km?
Observe que, se duplicarmos a velocidade, o tempo fica
Solução: reduzido à metade. Isso significa que as grandezas velocidade e
O problema envolve duas grandezas: distância e litros de tempo são inversamente proporcionais. No nosso esquema, esse
álcool. fato é indicado colocando-se na coluna “velocidade” uma flecha
Indiquemos por x o número de litros de álcool a ser consumido. em sentido contrário ao da flecha da coluna “tempo”:
Coloquemos as grandezas de mesma espécie em uma mesma
coluna e as grandezas de espécies diferentes que se correspondem Velocidade (km/h) Tempo (h)
em uma mesma linha: 60 4
Distância (km) Litros de álcool 80 x
180 15
210 x
Na coluna em que aparece a variável x (“litros de álcool”), sentidos contrários
vamos colocar uma flecha: Na montagem da proporção devemos seguir o sentido das
Distância (km) Litros de álcool flechas. Assim, temos:
180 15   4 80 4
= 12
210 x 4x = 4 . 3 4x = 12 x= x=3
x 60 3 4
Observe que, se duplicarmos a distância, o consumo de álcool Resposta: Farei esse percurso em 3 h.
também duplica. Então, as grandezas distância e litros de álcool
são diretamente proporcionais. No esquema que estamos mon- Exemplo 3: Ao participar de um treino de Fórmula 1, um
tando, indicamos esse fato colocando uma flecha na coluna “dis- competidor, imprimindo velocidade média de 200 km/h, faz o
tância” no mesmo sentido da flecha da coluna “litros de álcool”: percurso em 18 segundos. Se sua velocidade fosse de 240 km/h,
qual o tempo que ele teria gasto no percurso?
Vamos representar pela letra x o tempo procurado.

Didatismo e Conhecimento 32
RACIOCÍNIO LÓGICO
Estamos relacionando dois valores da grandeza velocidade Máquinas Peças Dias
(200 km/h e 240 km/h) com dois valores da grandeza tempo (18 8 160 4
s e x s). 6 300 x
Queremos determinar um desses valores, conhecidos os
outros três. Sentidos contrários

Velocidade Tempo gasto para fazer o percurso Agora vamos montar


4 a proporção, igualando a razão que
contém o x, que é , com o produto das outras razões, obtidas
200 km/h 18 s x
segundo a orientação das flechas  6 160  :
240 km/h x  . 
4 6 2 160 8
1
 8 300 
= .
x 81 30015
5
Se duplicarmos a velocidade inicial do carro, o tempo gasto
para fazer o percurso cairá para a metade; logo, as grandezas são 4 2 4 2.5
inversamente proporcionais. Assim, os números 200 e 240 são = => 2x = 4 . 5 a x = => x = 10
x 5 21
inversamente proporcionais aos números 18 e x.
Daí temos:
200 . 18 = 240 . x Resposta: Em 10 dias.
3 600 = 240x
240x = 3 600
x = 3600 Exemplo 2: Uma empreiteira contratou 210 pessoas para pa-
240 vimentar uma estrada de 300 km em 1 ano. Após 4 meses de ser-
x = 15 viço, apenas 75 km estavam pavimentados. Quantos empregados
ainda devem ser contratados para que a obra seja concluída no
Conclui-se, então, que se o competidor tivesse andando em tempo previsto?
200 km/h, teria gasto 18 segundos para realizar o percurso.
Solução: Em de ano foi pavimentada de estrada.
Regra de Três Composta
O processo usado para resolver problemas que envolvem mais Comparemos cada grandeza com aquela em que está o x.
de duas grandezas, diretamente ou inversamente proporcionais, é
chamado regra de três composta.

Exemplo 1: Em 4 dias 8 máquinas produziram 160 peças.


Em quanto tempo 6 máquinas iguais às primeiras produziriam 300
dessas peças? Sentido contrário
Solução: Indiquemos o número de dias por x. Coloquemos as
grandezas de mesma espécie em uma só coluna e as grandezas de
espécies diferentes que se correspondem em uma mesma linha. As grandezas “pessoas” e “tempo” são inversamente propor-
Na coluna em que aparece a variável x (“dias”), coloquemos uma cionais (duplicando o número de pessoas, o tempo fica reduzido
flecha: à metade). No nosso esquema isso será indicado colocando-se na
coluna “tempo” uma flecha no sentido contrário ao da flecha da
Máquinas Peças Dias coluna “pessoas”:
8 160 4  
6 300 x
Comparemos cada grandeza com aquela em que está o x.
As grandezas peças e dias são diretamente proporcionais. No
nosso esquema isso será indicado colocando-se na coluna “peças”
uma flecha no mesmo sentido da flecha da coluna “dias”:

Máquinas Peças Dias


8 160 4
6 300 x As grandezas “pessoas” e “estrada” são diretamente propor-
cionais. No nosso esquema isso será indicado colocando-se na co-
Mesmo sentido luna “estrada” uma flecha no mesmo sentido da flecha da coluna
“pessoas”:
As grandezas máquinas e dias são inversamente proporcionais
(duplicando o número de máquinas, o número de dias fica reduzido
à metade). No nosso esquema isso será indicado colocando-se na
coluna (máquinas) uma flecha no sentido contrário ao da flecha da
coluna “dias”:

Didatismo e Conhecimento 33
RACIOCÍNIO LÓGICO
5 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Em uma maquete,
uma janela de formato retangular mede 2,0 cm de largura por 3,5
cm de comprimento. No edifício, a largura real dessa janela será de
1,2 m. O comprimento real correspondente será de:
A) 1,8 m
B) 1,35 m
C) 1,5 m
D) 2,1 m
E) 2,45 m
Como já haviam 210 pessoas trabalhando, logo 315 – 210 =
105 pessoas.
Reposta: Devem ser contratados 105 pessoas. 6 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINIS-
TRATIVO – FCC/2014) O trabalho de varrição de 6.000 m² de
Questões calçada é feita em um dia de trabalho por 18 varredores traba-
lhando 5 horas por dia. Mantendo-se as mesmas proporções, 15
1 – (FUNDAÇÃO CASA – AGENTE DE APOIO OPERA- varredores varrerão 7.500 m² de calçadas, em um dia, trabalhando
CIONAL – VUNESP/2013) Um atleta está treinando para fazer por dia, o tempo de
1 500 metros em 5 minutos. Como ele pretende manter um ritmo A) 8 horas e 15 minutos.
sempre constante, deve fazer cada 100 metros em B) 9 horas.
A) 15 segundos. C) 7 horas e 45 minutos.
B) 20 segundos. D) 7 horas e 30 minutos.
C) 22 segundos. E) 5 horas e 30 minutos.
D) 25 segundos.
E) 30 segundos. 7 – (PREF. CORBÉLIA/PR – CONTADOR – FAUEL/2014)
Uma equipe constituída por 20 operários, trabalhando 8 horas por
2 – (SAP/SP – AGENTE DE SEGURANÇA PENITENCIÁ- dia durante 60 dias, realiza o calçamento de uma área igual a 4800
RIA DE CLASSE I – VUNESP/2013) Uma máquina demora 1 m². Se essa equipe fosse constituída por 15 operários, trabalhando
hora para fabricar 4 500 peças. Essa mesma máquina, mantendo o 10 horas por dia, durante 80 dias, faria o calçamento de uma área
mesmo funcionamento, para fabricar 3 375 dessas mesmas peças, igual a:
irá levar A) 4500 m²
A) 55 min. B) 5000 m²
B) 15 min. C) 5200 m²
C) 35 min. D) 6000 m²
D) 1h 15min. E) 6200 m²
E) 45 min.
8 – (PC/SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – VU-
3 - (PREF. IMARUÍ – AGENTE EDUCADOR – PREF. NESP/2014) Dez funcionários de uma repartição trabalham 8 ho-
IMARUÍ/2014) Manoel vendeu seu carro por R$27.000,00(vinte ras por dia, durante 27 dias, para atender certo número de pessoas.
e sete mil reais) e teve um prejuízo de 10%(dez por cento) sobre o Se um funcionário doente foi afastado por tempo indeterminado e
valor de custo do tal veículo, por quanto Manoel adquiriu o carro outro se aposentou, o total de dias que os funcionários restantes le-
em questão? varão para atender o mesmo número de pessoas, trabalhando uma
A) R$24.300,00 hora a mais por dia, no mesmo ritmo de trabalho, será:
B) R$29.700,00 A) 29.
C) R$30.000,00 B) 30.
D)R$33.000,00 C) 33.
E) R$36.000,00 D) 28.
4 - (DNOCS -2010) Das 96 pessoas que participaram de uma E) 31.
festa de Confraternização dos funcionários do Departamento Na- 9 - (TRF 3ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – FCC/2014) Sabe-
cional de Obras Contra as Secas, sabe-se que 75% eram do sexo se que uma máquina copiadora imprime 80 cópias em 1 minuto e
masculino. Se, num dado momento antes do término da festa, foi 15 segundos. O tempo necessário para que 7 máquinas copiado-
constatado que a porcentagem dos homens havia se reduzido a ras, de mesma capacidade que a primeira citada, possam imprimir
60% do total das pessoas presentes, enquanto que o número de 3360 cópias é de
mulheres permaneceu inalterado, até o final da festa, então a quan- A) 15 minutos.
tidade de homens que haviam se retirado era? B) 3 minutos e 45 segundos.
A) 36. C) 7 minutos e 30 segundos.
B) 38. D) 4 minutos e 50 segundos.
C) 40. E) 7 minutos.
D) 42.
E) 44.

Didatismo e Conhecimento 34
RACIOCÍNIO LÓGICO
10 – (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA- 27000 ------ 90
MA/2013) Os 5 funcionários de uma padaria produzem, utilizando X ------- 100
três fornos, um total de 2500 pães ao longo das 10 horas de sua
jornada de trabalho. No entanto, o dono de tal padaria pretende = 27000.10 ➜ 9x = 270000
contratar mais um funcionário, comprar mais um forno e reduzir a
jornada de trabalho de seus funcionários para 8 horas diárias. Con- ➜ x = 30000.
siderando que todos os fornos e funcionários produzem em igual
quantidade e ritmo, qual será, após as mudanças, o número de pães 4. RESPOSTA : “A”
produzidos por dia?
A) 2300 pães. 75% Homens = 72
B) 3000 pães. 25% Mulheres = 24 Antes
C) 2600 pães.
D) 3200 pães. 40% Mulheres = 24
E) 3600 pães. 60% Homens = x Depois

Respostas 40% -------------- 24


60% -------------- x
1- RESPOSTA: “B”
Como as alternativas estão em segundo, devemos trabalhar 40x = 60 . 24 ➜ x = ➜ x = 36.
com o tempo em segundo.
1 minuto = 60 segundos ; logo 5minutos = 60.5 = 300 segun- Portanto: 72 – 36 = 36 Homens se retiraram.
dos

Metro Segundos 5. RESPOTA: “D”


1500 ----- 300 Transformando de cm para metro temos : 1 metro = 100cm
100 ----- x ➜ 2 cm = 0,02 m e 3,5 cm = 0,035 m
Largura comprimento
Como estamos trabalhando com duas grandezas diretamente 0,02m ------------ 0,035m
proporcionais temos: 1,2m ------------- x

15.x = 300.1 ➜ 15x = 300 ➜ x = 20 segundos


6. - RESPOSTA: “D”.
Comparando- se cada grandeza com aquela onde esta o x.
2- RESPOSTA: “E”. M²↑ varredores↓ horas↑
Peças Tempo 6000--------------18-------------- 5
4500 ----- 1 h 7500--------------15--------------- x
3375 ----- x
Quanto mais a área, mais horas(diretamente proporcionais)
Como estamos trabalhando com duas grandezas diretamente Quanto menos trabalhadores, mais horas(inversamente pro-
proporcionais temos: porcionais)

4500.x = 3375.1 ➜ x = 0,75 h


Como a resposta esta em minutos devemos achar o correspon-
dente em minutos
Hora Minutos
1 ------ 60
0,75 ----- x Como 0,5 h equivale a 30 minutos , logo o tempo será de 7
1.x = 0,75.60 ➜ x = 45 minutos. horas e 30 minutos.

3. RESPOSTA : “C” 7 - RESPOSTA: “D”.


Como ele teve um prejuízo de 10%, quer dizer 27000 é 90% Operários↑ horas↑ dias↑ área↑
do valor total. 20-----------------8-------------60-------4800
Valor % 15----------------10------------80-------- x

Didatismo e Conhecimento 35
RACIOCÍNIO LÓGICO
Todas as grandezas são diretamente proporcionais, logo: As flecham indicam se as grandezas são inversamente ou di-
retamente proporcionais.
Quanto mais funcionários mais pães são feitos(diretamente)

8- RESPOSTA: “B”
Temos 10 funcionários inicialmente, com os afastamento esse
número passou para 8. Se eles trabalham 8 horas por dia , passarão
a trabalhar uma hora a mais perfazendo um total de 9 horas, nesta
condições temos:
Funcionários↑ horas↑ dias↓
10---------------8--------------27
8----------------9-------------- x
PORCENTAGEM.
Quanto menos funcionários, mais dias devem ser trabalhados
(inversamente proporcionais).
Quanto mais horas por dia, menos dias devem ser trabalhados
(inversamente proporcionais). Porcentagem

Funcionários↓ horas↓ dias↓ É uma fração de denominador centesimal, ou seja, é uma


8---------------9-------------- 27 fração de denominador 100. Representamos porcentagem pelo
10----------------8----------------x símbolo % e lê-se: “por cento”.
50
Deste modo, a fração é uma porcentagem que podemos
100
➜ x.8.9 = 27.10.8 ➜ 72x = 2160 ➜ x = 30 dias. representar por 50%.

Forma Decimal: É comum representarmos uma porcentagem


9 - RESPOSTA: “C”. na forma decimal, por exemplo, 35% na forma decimal seriam
Transformando o tempo para segundos: 1 min e 15 segundos representados por 0,35.
= 75 segundos
75
Quanto mais máquinas menor o tempo (flecha contrária) e 75% = = 0,75
100
quanto mais cópias, mais tempo (flecha mesma posição)
Cálculo de uma Porcentagem: Para calcularmos uma
Máquina↑ cópias↓ tempo↓ porcentagem p% de V, basta multiplicarmos a fração p por V.
1----------------80-----------75 segundos 100
p
7--------------3360-----------x P% de V = .V
100
Devemos deixar as 3 grandezas da mesma forma, invertendo
os valores de” máquina”. Exemplo 1
23
Máquina↓ cópias↓ tempo↓ 23% de 240 = . 240 = 55,2
7----------------80----------75 segundos 100
1--------------3360--------- x Exemplo 2

Em uma pesquisa de mercado, constatou-se que 67% de uma


➜ x.7.80 = 75.1.3360 ➜ 560x = 252000 ➜ amostra assistem a um certo programa de TV. Se a população é de
x = 450 segundos 56.000 habitantes, quantas pessoas assistem ao tal programa?
67
Transformando Resolução: 67% de 56 000 = .56000 = 37520
100
1minuto-----60segundos
x-------------450 Resposta: 37 520 pessoas.
x=7,5 minutos=7 minutos e 30segundos.
Porcentagem que o lucro representa em relação ao preço
10 - RESPOSTA: “D”. de custo e em relação ao preço de venda
Funcionários↑ Fornos ↑ pães ↑ horas↑
5--------------------3-----------2500----------10 Chamamos de lucro em uma transação comercial de compra e
6--------------------4-------------x--------------8 venda a diferença entre o preço de venda e o preço de custo.

Didatismo e Conhecimento 36
RACIOCÍNIO LÓGICO
Lucro = preço de venda – preço de custo Exemplo
Caso essa diferença seja negativa, ela será chamada de Uma empresa admite um funcionário no mês de janeiro
prejuízo. sabendo que, já em março, ele terá 40% de aumento. Se a empresa
deseja que o salário desse funcionário, a partir de março, seja R$ 3
Assim, podemos escrever: 500,00, com que salário deve admiti-lo?
Preço de custo + lucro = preço de venda Resolução: VA = 1,4 . V
Preço de custo – prejuízos = preço de venda 3 500 = 1,4 . V
3500
Podemos expressar o lucro na forma de porcentagem de duas V= = 2500
1,4
formas:
Lucro sobre o custo = lucro/preço de custo. 100% Resposta: R$ 2 500,00
Lucro sobre a venda = lucro/preço de venda. 100%
Aumentos e Descontos Sucessivos: Consideremos um valor
Observação: A mesma análise pode ser feita para o caso de inicial V, e vamos considerar que ele irá sofrer dois aumentos
prejuízo. sucessivos de p1% e p2%. Sendo V1 o valor após o primeiro
aumento, temos:
p
Exemplo V1 = V . (1 + 1 )
100
Uma mercadoria foi comprada por R$ 500,00 e vendida por Sendo V2 o valor após o segundo aumento, temos:
R$ 800,00. V2 = V1 . (1 + p2 )
Pede-se: 100
p p
- o lucro obtido na transação; V2 = V . (1 + 1 ) . (1 + 2 )
100 100
- a porcentagem de lucro sobre o preço de custo;
- a porcentagem de lucro sobre o preço de venda. Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer
dois descontos sucessivos de p1% e p2%.
Resposta:
Lucro = 800 – 500 = R$ 300,00 Sendo V1 o valor após o primeiro desconto, temos:
Lc = 300 = 0,60 = 60% V1 = V. (1 – p1 )
500 100
300
Lv = = 0,375 = 37,5% Sendo V2 o valor após o segundo desconto, temos:
800
p2
Aumento V2 = V1 . (1 – )
100
Aumento Percentual: Consideremos um valor inicial V que V2 = V . (1 – p1 ) . (1 – p2 )
deve sofrer um aumento de p% de seu valor. Chamemos de A o 100 100
valor do aumento e VA o valor após o aumento. Então, A = p% de Sendo V um valor inicial, vamos considerar que ele irá sofrer
V= p .V um aumento de p1% e, sucessivamente, um desconto de p2%.
100 Sendo V1 o valor após o aumento, temos:
p
p
V1 = V . (1+ 1 )
100
VA = V + A = V + .V
100
p
Sendo V2 o valor após o desconto, temos:
VA = ( 1 + ).V V2 = V1 . (1 – p2 )
100
p 100
Em que (1 + 100 ) é o fator de aumento. V2 = V . (1 + p1 ) . (1 – p2 )
100 100
Desconto
Exemplo
(VUNESP-SP) Uma instituição bancária oferece um
Desconto Percentual: Consideremos um valor inicial V que
rendimento de 15% ao ano para depósitos feitos numa certa
deve sofrer um desconto de p% de seu valor. Chamemos de D o
modalidade de aplicação financeira. Um cliente deste banco
valor do desconto e VD o valor após o desconto. Então, D = p% de
deposita 1 000 reais nessa aplicação. Ao final de n anos, o capital
V= p .V
100 que esse cliente terá em reais, relativo a esse depósito, são:
n
 p 
p Resolução: VA = 1 +  .v
VD = V – D = V – .V  100 
100 n
p VA = 1. 15  .1000
VD = (1 – ).V  100 
100
p VA = 1 000 . (1,15)n
Em que (1 – ) é o fator de desconto.
100 VA = 1 000 . 1,15n
VA = 1 150,00n

Didatismo e Conhecimento 37
RACIOCÍNIO LÓGICO
Questões

1 - (PREF. AMPARO/SP – AGENTE ESCOLAR – CONRIO/2014) Se em um tanque de um carro for misturado 45 litros de etanol em
28 litros de gasolina, qual será o percentual aproximado de gasolina nesse tanque?
A) 38,357%
B) 38,356%
C) 38,358%
D) 38,359%

2 - (CEF / Escriturário) Uma pessoa x pode realizar uma certa tarefa em 12 horas. Outra pessoa, y, é 50% mais eficiente que x. Nessas
condições, o número de horas necessárias para que y realize essa tarefa é :
A) 4
B) 5
C) 6
D) 7
E) 8

3 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Observe a tabela que indica o consumo mensal de uma mesma torneira da pia de uma cozi-
nha, aberta meia volta por um minuto, uma vez ao dia.

Em relação ao cosumo mensal da torneira alimentada pela água da rua, o da torneira alimentada pela água da caixa representa, aproxi-
madamente,
A) 20%
B) 26%
C) 30%
D) 35%
E) 40%

4 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC/2014) O preço de uma mercadoria, na loja J, é de R$
50,00. O dono da loja J resolve reajustar o preço dessa mercadoria em 20%. A mesma mercadoria, na loja K, é vendida por R$ 40,00. O dono
da loja K resolve reajustar o preço dessa mercadoria de maneira a igualar o preço praticado na loja J após o reajuste de 20%. Dessa maneira
o dono da loja K deve reajustar o preço em
A) 20%.
B) 50%.
C) 10%.
D) 15%.
E) 60%.
5 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – FCC/2014) O preço de venda de um produto, descontado um
imposto de 16% que incide sobre esse mesmo preço, supera o preço de compra em 40%, os quais constituem o lucro líquido do vendedor.
Em quantos por cento, aproximadamente, o preço de venda é superior ao de compra?
A) 67%.
B) 61%.
C) 65%.
D) 63%.
E) 69%.

6 - (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – FCC/2013) Um comerciante comprou uma mercadoria por R$ 350,00. Para
estabelecer o preço de venda desse produto em sua loja, o comerciante decidiu que o valor deveria ser suficiente para dar 30% de desconto
sobre o preço de venda e ainda assim garantir lucro de 20% sobre o preço de compra. Nessas condições, o preço que o comerciante deve
vender essa mercadoria é igual a
A) R$ 620,00.
B) R$ 580,00.
C) R$ 600,00.
D) R$ 590,00.
E) R$ 610,00.

Didatismo e Conhecimento 38
RACIOCÍNIO LÓGICO
7 - (DPE/SP – AGENTE DE DEFENSORIA PÚBLICA – Vitor arrematou um lote, pagou o combinado no ato da arre-
FCC/2013) Uma bolsa contém apenas 5 bolas brancas e 7 bolas matação e os R$28.800,00 restantes no dia 10 de dezembro. Com
pretas. Sorteando ao acaso uma bola dessa bolsa, a probabilidade base nas informações contidas no texto, calcule o valor total gasto
de que ela seja preta é por Vitor nesse leilão.
A) maior do que 55% e menor do que 60%.
B) menor do que 50%. A) R$34.600,00
C) maior do que 65%. B) R$36.000,00
D) maior do que 50% e menor do que 55%. C) R$35.400,00
E) maior do que 60% e menor do que 65%. D) R$32.000,00
E) R$37.800,00
8 - PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
MA/2013) Das 80 crianças que responderam a uma enquete refe- Respostas
rente a sua fruta favorita, 70% eram meninos. Dentre as meninas,
25% responderam que sua fruta favorita era a maçã. Sendo assim,
qual porcentagem representa, em relação a todas as crianças entre- 1 - RESPOSTA: “B”.
vistadas, as meninas que têm a maçã como fruta preferida? Mistura:28+45=73
A) 10% 73------100%
B) 1,5% 28------x
C) 25% X=38,356%
D) 7,5%
E) 5% 2 - RESPOSTA “C”.
12 horas → 100 %
9 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) 50 % de 12 horas = = 6 horas
Numa liquidação de bebidas, um atacadista fez a seguinte promo-
ção: X = 12 horas → 100 % = total de horas trabalhado
Y = 50 % mais rápido que X.
Então, se 50% de 12 horas equivalem a 6 horas, logo Y faz o
mesmo trabalho em 6 horas.

3 - RESPOSTA: “B”.

4 - RESPOSTA: “B”.
Alexandre comprou duas embalagens nessa promoção e re-
vendeu cada unidade por R$3,50. O lucro obtido por ele com a
revenda das latas de cerveja das duas embalagens completas foi:
A) R$33,60
B) R$28,60
C) R$26,40
D) R$40,80 O reajuste deve ser de 50%.
E) R$43,20
5 - RESPOSTA: “A”.
10 - (PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) Preço de venda: PV
Leilão de veículos apreendidos do Detran aconteceu no dia 7 de Preço de compra: PC
dezembro.
Note que: 1,4 = 100%+40% ou 1+0,4.Como ele superou o
O Departamento Estadual de Trânsito de Sergipe – Detran/ preço de venda (100%) em 40% , isso significa soma aos 100%
SE – realizou, no dia 7 de dezembro, sábado, às 9 horas, no Espaço mais 40%, logo 140%= 1,4.
Emes, um leilão de veículos apreendidos em fiscalizações de trân-
sito. Ao todo foram leiloados 195 veículos, sendo que 183 foram PV - 0,16PV = 1,4PC
comercializados como sucatas e 12 foram vendidos como aptos 0,84PV=1,4PC
para circulação.

Quem arrematou algum dos lotes disponíveis no leilão pagou


20% do lance mais 5% de comissão do leiloeiro no ato da arrema-
tação. Os 80% restantes foram pagos impreterivelmente até o dia
11 de dezembro. O preço de venda é 67% superior ao preço de compra.
Fonte: http://www.ssp.se.gov.br05/12/13 (modificada).

Didatismo e Conhecimento 39
RACIOCÍNIO LÓGICO
6 - RESPOSTA: “C”.
Preço de venda: PV
Preço de compra: 350 SISTEMA MONETÁRIO BRASILEIRO.
30% de desconto, deixa o produto com 70% do seu valor.
Como ele queria ter um lucro de 20% sobre o preço de com-
pra, devemos multiplicar por 1,2(350+0,2.350) ➜ 0,7PV = 1,2 .
350
Sistema Monetário Nacional

O primeiro dinheiro do Brasil foi à moeda-mercadoria. Du-


rante muito tempo, o comércio foi feito por meio da troca de mer-
O preço de venda deve ser R$600,00. cadorias, mesmo após a introdução da moeda de metal.
As primeiras moedas metálicas (de ouro, prata e cobre) chega-
7 - RESPOSTA: “A”. ram com o início da colonização portuguesa. A unidade monetária
Ao todo tem 12 bolas, portanto a probabilidade de se tirar uma de Portugal, o Real, foi usada no Brasil durante todo o período
preta é: colonial. Assim, tudo se contava em réis (plural popular de real)
com moedas fabricadas em Portugal e no Brasil. O Real (R) vigo-
rou até 07 de outubro de 1833. De acordo com a Lei nº 59, de 08
de outubro de 1833, entrou em vigor o Mil-Réis (Rs), múltiplo do
real, como unidade monetária, adotada até 31 de outubro de 1942.
8 - RESPOSTA: “D”. No século XX, o Brasil adotou nove sistemas monetários ou
Tem que ser menina E gostar de maçã. nove moedas diferentes (mil-réis, cruzeiro, cruzeiro novo, cruzei-
Meninas:100-70=30% ro, cruzado, cruzado novo, cruzeiro, cruzeiro real, real).
Por meio do Decreto-Lei nº 4.791, de 05 de outubro de 1942,
, simplificando temos ➜P= uma nova unidade monetária, o cruzeiro – Cr$ veio substituir o
0,075 . 100% = 7,5%. mil-réis, na base de Cr$ 1,00 por mil-réis.
A denominação “cruzeiro” origina-se das moedas de ouro (pe-
9 - RESPOSTA: “A”. sadas em gramas ao título de 900 milésimos de metal e 100 milé-
simos de liga adequada), emitidas na forma do Decreto nº 5.108,
de 18 de dezembro de 1926, no regime do ouro como padrão mo-
netário.
O Decreto-Lei nº 1, de 13 de novembro de 1965, transformou
o cruzeiro – Cr$ em cruzeiro novo – NCr$, na base de NCr$ 1,00
por Cr$ 1.000. A partir de 15 de maio de 1970 e até 27 de fevereiro
de 1986, a unidade monetária foi novamente o cruzeiro (Cr$).
Em 27 de fevereiro de 1986, Dílson Funaro, ministro da Fa-
zenda, anunciou o Plano Cruzado (Decreto-Lei nº 2.283, de 27 de
fevereiro de 1986): o cruzeiro – Cr$ se transformou em cruzado –
Cz$, na base de Cz$ 1,00 por Cr$ 1.000 (vigorou de 28 de feverei-
ro de 1986 a 15 de janeiro de 1989). Em novembro do mesmo ano,
O lucro de Alexandre foi de R$33,60.
o Plano Cruzado II tentou novamente a estabilização da moeda.
Em junho de 1987, Luiz Carlos Brésser Pereira, ministro da Fa-
10 - RESPOSTA: “E”.
zenda, anunciou o Plano Brésser: um Plano Cruzado “requentado”
R$28.800-------80%
avaliou Mário Henrique Simonsen.
x------------------100%
Em 15 de janeiro de 1989, Maílson da Nóbrega, ministro da
Fazenda, anunciou o Plano Verão (Medida Provisória nº 32, de 15
de janeiro de 1989): o cruzado – Cz$ se transformou em cruzado
novo – NCz$, na base de NCz$ 1,00 por Cz$ 1.000,00 (vigorou de
16 de janeiro de 1989 a 15 de março de 1990).
Em 15 de março de 1990, Zélia Cardoso de Mello, ministra
da Fazenda, anunciou o Plano Collor (Medida Provisória nº 168,
de 15 de março de 1990): o cruzado novo – NCz$ se transformou
Valor total: R$36.000,00+R$1.800,00=R$37.800,00 em cruzeiro – Cr$, na base de Cr$ 1,00 por NCz$ 1,00 (vigorou de
16 de março de 1990 a 28 de julho de 1993). Em janeiro de 1991,
a inflação já passava de 20% ao mês, e o Plano Collor II tentou
novamente a estabilização da moeda.
A Medida Provisória nº 336, de 28 de julho de1993, transfor-
mou o cruzeiro – Cr$ em cruzeiro real – CR$, na base de CR$ 1,00
por Cr$ 1.000,00 (vigorou de 29 de julho de 1993 a 29 de junho
de 1994).

Didatismo e Conhecimento 40
RACIOCÍNIO LÓGICO
Em 30 de junho de 1994, Fernando Henrique Cardoso, minis- De NCr$ para Cr$ (com centavos) 15.05.1970
tro da Fazenda, anunciou o Plano Real: o cruzeiro real – CR$ se A Resolução nº 144, de 31 de março de 1970 (D.O.U. de 06
transformou em real – R$, na base de R$ 1,00 por CR$ 2.750,00 de abril de 1970), do Conselho Monetário Nacional, restabeleceu a
(Medida Provisória nº 542, de 30 de junho de 1994, convertida na denominação Cruzeiro, a partir de 15 de maio de 1970, mantendo
Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995). o centavo.
O artigo 10, I, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964,
delegou ao Banco Central do Brasil competência para emitir pa- Exemplo: NCr$ 4,75 (quatro cruzeiros novos e setenta e cin-
pel-moeda e moeda metálica, competência exclusiva consagrada co centavos) passou a expressar-se Cr$ 4,75(quatro cruzeiros e se-
pelo artigo 164 da Constituição Federal de 1988. tenta e cinco centavos).
Antes da criação do BCB, a Superintendência da Moeda e do
Crédito (SUMOC), o Banco do Brasil e o Tesouro Nacional de- Cruzeiros
sempenhavam o papel de autoridade monetária.
A SUMOC, criada em 1945 e antecessora do BCB, tinha por (sem centavos) 16.08.1984
finalidade exercer o controle monetário. A SUMOC fixava os per- A Lei nº 7.214, de 15 de agosto de 1984 (D.O.U. de 16.08.84),
centuais de reservas obrigatórias dos bancos comerciais, as taxas extinguiu a fração do Cruzeiro denominada centavo. Assim, a im-
do redesconto e da assistência financeira de liquidez, bem como portância do exemplo, Cr$ 4,75 (quatro cruzeiros e setenta e cinco
os juros. Além disso, supervisionava a atuação dos bancos comer- centavos), passou a escrever-se Cr$ 4, eliminando-se a vírgula e os
ciais, orientava a política cambial e representava o País junto a algarismos que a sucediam.
organismos internacionais.
O Banco do Brasil executava as funções de banco do governo, Cruzado
e o Tesouro Nacional era o órgão emissor de papel-moeda.
Cr$ 1000 = Cz$1 (com centavos) 28.02.1986
Cruzeiro O Decreto-Lei nº 2.283, de 27 de fevereiro de 1986 (D.O.U.
de 28 de fevereiro de 1986), posteriormente substituído pelo De-
1000 réis = Cr$1(com centavos) 01.11.1942 creto-Lei nº 2.284, de 10 de março de 1986 (D.O.U. de 11 de mar-
O Decreto-Lei nº 4.791, de 05 de outubro de 1942 (D.O.U. de ço de 1986), instituiu o Cruzado como nova unidade monetária,
06 de outubro de 1942), instituiu o Cruzeiro como unidade mo-
equivalente a um mil cruzeiros, restabelecendo o centavo. A mu-
netária brasileira, com equivalência a um mil réis. Foi criado o
dança de padrão foi disciplinada pela Resolução nº 1.100, de 28 de
centavo, correspondente à centésima parte do cruzeiro.
fevereiro de 1986, do Conselho Monetário Nacional.
Exemplo: 4:750$400 (quatro contos, setecentos e cinquenta
Exemplo: Cr$ 1.300.500 (um milhão, trezentos mil e qui-
mil e quatrocentos réis) passou a expressar-se Cr$ 4.750,40 (qua-
nhentos cruzeiros) passou a expressar-se Cz$ 1.300,50 (um mil e
tro mil setecentos e cinquenta cruzeiros e quarenta centavos)
trezentos cruzados e cinquenta centavos).
Cruzeiro
Cruzado Novo
(sem centavos) 02.12.1964
A Lei nº 4.511, de 01de dezembro de1964 (D.O.U. de 02 de Cz$ 1000 = NCz$1 (com centavos) 16.01.1989
dezembro de 1964), extinguiu a fração do cruzeiro denominada A Medida Provisória nº 32, de 15 de janeiro de 1989 (D.O.U.
centavo. Por esse motivo, o valor utilizado no exemplo acima pas- de 16 de janeiro de 1989), convertida na Lei nº 7.730, de 31 de ja-
sou a ser escrito sem centavos: Cr$ 4.750 (quatro mil setecentos e neiro de 1989 (D.O.U. de 01 de fevereiro de 1989), instituiu o Cru-
cinquenta cruzeiros). zado Novo como unidade do sistema monetário, correspondente a
um mil cruzados, mantendo o centavo. A Resolução nº 1.565, de
Cruzeiro Novo 16 de janeiro de 1989, do Conselho Monetário Nacional, discipli-
nou a implantação do novo padrão.
Cr$1000 = NCr$1(com centavos) 13.02.1967
O Decreto-Lei nº 1, de 13 de novembro de1965 (D.O.U. de Exemplo: Cz$ 1.300,50 (um mil e trezentos cruzados e cin-
17 de novembro de 1965), regulamentado pelo Decreto nº 60.190, quenta centavos) passou a expressar-se NCz$ 1,30 (um cruzado
de 08 de fevereiro de1967 (D.O.U. de 09 de fevereiro de 1967), novo e trinta centavos).
instituiu o Cruzeiro Novo como unidade monetária transitória,
equivalente a um mil cruzeiros antigos, restabelecendo o centavo. Cruzeiro
O Conselho Monetário Nacional, pela Resolução nº 47, de 08 de
fevereiro de 1967, estabeleceu a data de 13.02.67 para início de De NCz$ para Cr$ (com centavos) 16.03.1990
vigência do novo padrão. A Medida Provisória nº 168, de 15 de março de 1990 (D.O.U.
de 16 de março de 1990), convertida na Lei nº 8.024, de 12 de abril
Exemplo: Cr$ 4.750 (quatro mil, setecentos e cinquenta cru- de 1990 (D.O.U. de 13 de abril de 1990), restabeleceu a denomi-
zeiros) passou a expressar-se NCr$ 4,75(quatro cruzeiros novos e nação Cruzeiro para a moeda, correspondendo um cruzeiro a um
setenta e cinco centavos). cruzado novo. Ficou mantido o centavo. A mudança de padrão foi
Cruzeiro regulamentada pela Resolução nº 1.689, de 18 de março de 1990,
do Conselho Monetário Nacional.

Didatismo e Conhecimento 41
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo: NCz$ 1.500,00 (um mil e quinhentos cruzados novos) passou a expressar-se Cr$ 1.500,00 (um mil e quinhentos cruzeiros).

Cruzeiro Real

Cr$ 1000 = CR$ 1 (com centavos) 01.08.1993


A Medida Provisória nº 336, de 28 de julho de 1993 (D.O.U. de 29 de julho de 1993), convertida na Lei nº 8.697, de 27 de agosto de
1993 (D.O.U. de 28 agosto de 1993), instituiu o Cruzeiro Real, a partir de 01 de agosto de 1993, em substituição ao Cruzeiro, equivalendo
um cruzeiro real a um mil cruzeiros, com a manutenção do centavo. A Resolução nº 2.010, de 28 de julho de 1993, do Conselho Monetário
Nacional, disciplinou a mudança na unidade do sistema monetário.
Exemplo: Cr$ 1.700.500,00 (um milhão, setecentos mil e quinhentos cruzeiros) passou a expressar-se CR$ 1.700,50 (um mil e setecen-
tos cruzeiros reais e cinquenta centavos).

Real

CR$ 2.750 = R$ 1(com centavos) 01.07.1994


A Medida Provisória nº 542, de 30 de junho de 1994 (D.O.U. de 30 de junho de 1994), instituiu o Real como unidade do sistema mone-
tário, a partir de 01 de julho de 1994, com a equivalência de CR$ 2.750,00 (dois mil, setecentos e cinquenta cruzeiros reais), igual à paridade
entre a URV e o Cruzeiro Real fixada para o dia 30 de junho de 1994. Foi mantido o centavo.
Como medida preparatória à implantação do Real, foi criada a URV - Unidade Real de Valor - prevista na Medida Provisória nº 434,
publicada no D.O.U. de 28 de fevereiro de 1994, reeditada com os números 457 (D.O.U. de 30 de março de 1994) e 482 (D.O.U. de 29 de
abril de 1994) e convertida na Lei nº 8.880, de 27 de maio de 1994 (D.O.U. de 28 de maio de 1994).

Exemplo: CR$ 11.000.000,00 (onze milhões de cruzeiros reais) passou a expressar-se R$ 4.000,00 (quatro mil reais).

Banco Central (BC ou Bacen) - Autoridade monetária do País responsável pela execução da política financeira do governo. Cuida
ainda da emissão de moedas, fiscaliza e controla a atividade de todos os bancos no País.

Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) - Órgão internacional que visa ajudar países subdesenvolvidos e em desenvolvi-
mento na América Latina. A organização foi criada em 1959 e está sediada em Washington, nos Estados Unidos.

Banco Mundial - Nome pelo qual o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) é conhecido. Órgão internacio-
nal ligado a ONU, a instituição foi criada para ajudar países subdesenvolvidos e em desenvolvimento.

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - Empresa pública federal vinculada ao Ministério do Desenvol-
vimento, Indústria e Comércio Exterior que tem como objetivo financiar empreendimentos para o desenvolvimento do Brasil.

SISTEMA DE MEDIDAS: COMPRIMENTO,


CAPACIDADE, SUPERFÍCIE, MASSA E
TEMPO (UNIDADES E
TRANSFORMAÇÕES DE UNIDADES).

Sistema de Medidas Decimais

Um sistema de medidas é um conjunto de unidades de medida que mantém algumas relações entre si. O sistema métrico decimal é
hoje o mais conhecido e usado no mundo todo. Na tabela seguinte, listamos as unidades de medida de comprimento do sistema métrico. A
unidade fundamental é o metro, porque dele derivam as demais.

Unidades de Comprimento
km hm dam m dm cm mm
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
1000m 100m 10m 1m 0,1m 0,01m 0,001m

Há, de fato, unidades quase sem uso prático, mas elas têm uma função. Servem para que o sistema tenha um padrão: cada unidade vale
sempre 10 vezes a unidade menor seguinte.

Didatismo e Conhecimento 42
RACIOCÍNIO LÓGICO
Por isso, o sistema é chamado decimal.

E há mais um detalhe: embora o decímetro não seja útil na prática, o decímetro cúbico é muito usado com o nome popular de litro.
As unidades de área do sistema métrico correspondem às unidades de comprimento da tabela anterior.
São elas: quilômetro quadrado (km2), hectômetro quadrado (hm2), etc. As mais usadas, na prática, são o quilômetro quadrado, o metro
quadrado e o hectômetro quadrado, este muito importante nas atividades rurais com o nome de hectare (ha): 1 hm2 = 1 ha.
No caso das unidades de área, o padrão muda: uma unidade é 100 vezes a menor seguinte e não 10 vezes, como nos comprimentos.
Entretanto, consideramos que o sistema continua decimal, porque 100 = 102.

Unidades de Área
km2 hm2 dam2 m2 dm2 cm2 mm2
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado quadrado
1000000m 2
10000m2 100m2 1m2 0,01m2 0,0001m 0,000001m2
2

Agora, vejamos as unidades de volume. De novo, temos a lista: quilômetro cúbico (km3), hectômetro cúbico (hm3), etc. Na prática, são
muitos usados o metro cúbico e o centímetro cúbico.
Nas unidades de volume, há um novo padrão: cada unidade vale 1000 vezes a unidade menor seguinte. Como 1000 = 103, o sistema
continua sendo decimal.

Unidades de Volume
km 3
hm 3
dam3 m3 dm3 cm3 mm3
quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro
cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico cúbico
1000000000m3 1000000m3 1000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

A noção de capacidade relaciona-se com a de volume. Se o volume da água que enche um tanque é de 7 000 litros, dizemos que essa é
a capacidade do tanque. A unidade fundamental para medir capacidade é o litro (l); 1l equivale a 1 dm3.

Cada unidade vale 10 vezes a unidade menor seguinte.

Unidades de Capacidade
kl hl dal l dl cl ml
quilolitro hectolitro decalitro litro decilitro centímetro mililitro
1000l 100l 10l 1l 0,1l 0,01l 0,001l

O sistema métrico decimal inclui ainda unidades de medidas de massa. A unidade fundamental é o grama.

Unidades de Massa
kg hg dag g dg cg mg
quilograma hectograma decagrama grama decigrama centigrama miligrama
1000g 100g 10g 1g 0,1g 0,01g 0,001g

Dessas unidades, só têm uso prático o quilograma, o grama e o miligrama. No dia-a-dia, usa-se ainda a tonelada (t): 1t = 1000 kg.

Não Decimais

Desse grupo, o sistema hora – minuto – segundo, que mede intervalos de tempo, é o mais conhecido.

2h = 2 . 60min = 120 min = 120 . 60s = 7 200s

Para passar de uma unidade para a menor seguinte, multiplica-se por 60.

0,3h não indica 30 minutos nem 3 minutos; como 1 décimo de hora corresponde a 6 minutos, conclui-se que 0,3h = 18min.

Didatismo e Conhecimento 43
RACIOCÍNIO LÓGICO
Para medir ângulos, também temos um sistema não decimal. Respostas
Nesse caso, a unidade básica é o grau. Na astronomia, na cartogra-
fia e na navegação são necessárias medidas inferiores a 1º. Temos, 1) Resposta “D”.
então: Solução: Basta somarmos todos os valores mencionados no
enunciado do teste, ou seja:
1 grau equivale a 60 minutos (1º = 60’) 13h 45min + 15 min + 1h 30 min = 15h 30min
1 minuto equivale a 60 segundos (1’ = 60”)
Logo, a questão correta é a letra D.
Os minutos e os segundos dos ângulos não são, é claro, os
mesmos do sistema hora – minuto – segundo. Há uma coincidên- 2) Resposta “0, 00348 dl”.
cia de nomes, mas até os símbolos que os indicam são diferentes: Solução: Como 1 cm3  equivale a 1 ml, é melhor dividir-
1h32min24s é um intervalo de tempo ou um instante do dia. mos 348 mm3 por mil, para obtermos o seu equivalente em centí-
1º 32’ 24” é a medida de um ângulo. metros cúbicos: 0,348 cm3.
Logo 348 mm3 equivalem a 0, 348 ml, já que cm3 e ml se equi-
Por motivos óbvios, cálculos no sistema hora – minuto – se- valem.
gundo são similares a cálculos no sistema grau – minuto – segun-
do, embora esses sistemas correspondam a grandezas distintas. Neste ponto já convertemos de uma unidade de medida de
volume, para uma unidade de medida de capacidade.
Há ainda um sistema não-decimal, criado há algumas décadas, Falta-nos passarmos de mililitros para decilitros, quando en-
que vem se tornando conhecido. Ele é usado para medir a infor- tão passaremos dois níveis à esquerda. Dividiremos então por 10
mação armazenada em memória de computadores, disquetes, dis- duas vezes:
cos compacto, etc. As unidades de medida são bytes (b), kilobytes
(kb), megabytes (Mb), etc. Apesar de se usarem os prefixos “kilo”
e “mega”, essas unidades não formam um sistema decimal.
Logo, 348 mm³ equivalem a 0, 00348 dl.
Um kilobyte equivale a 210 bytes e 1 megabyte equivale a 210
kilobytes. 3) Resposta “100 dal”.
Solução: Sabemos que 1 m3 equivale a 1.000 l, portanto para
Exercícios convertermos de litros a decalitros, passaremos um nível à esquer-
da.
1. Raquel saiu de casa às 13h 45min, caminhando até o Dividiremos então 1.000 por 10 apenas uma vez:
curso de inglês que fica a 15 minutos de sua casa, e chegou na
hora da aula cuja duração é de uma hora e meia. A que horas
terminará a aula de inglês?
a) 14h Isto equivale a passar a vírgula uma casa para a esquerda.
b) 14h 30min Poderíamos também raciocinar da seguinte forma:
c) 15h 15min
d) 15h 30min Como 1 m3  equivale a 1 kl, basta fazermos a conversão de 1
e) 15h 45min kl para decalitros, quando então passaremos dois níveis à direita.
Multiplicaremos então 1 por 10 duas vezes:
2. 348 mm3 equivalem a quantos decilitros?

3. Quantos decalitros equivalem a 1 m3?


Logo, 100 dal equivalem a 1 m³.
4. Passe 50 dm2 para hectômetros quadrados.
4) Resposta “0, 00005 hm²”.
5. Quantos quilômetros cúbicos equivalem a 14 mm3? Solução: Para passarmos de decímetros quadrados para hectô-
metros quadrados, passaremos três níveis à esquerda.
6. Quantos centilitros equivalem a 15 hl? Dividiremos então por 100 três vezes:

7. Passe 5.200 gramas para quilogramas.

8. Converta 2,5 metros em centímetros. Isto equivale a passar a vírgula seis casas para a esquerda.

9. Quantos minutos equivalem a 5h05min? Portanto, 50 dm² é igual a 0, 00005 hm².

10. Quantos minutos se passaram das 9h50min até as


10h35min?

Didatismo e Conhecimento 44
RACIOCÍNIO LÓGICO
5) Resposta “0,000000000000000014 km3, ou a 1,4 x 10-17 km3”.  
Solução: Para passarmos de milímetros cúbicos para quilômetros cúbicos, passaremos seis níveis à esquerda. Dividiremos então 14 por
1000 seis vezes:

Portanto, 0, 000000000000000014 km3, ou a 1,4 x 10-17 km3 se expresso em notação científica equivalem a 14 mm3.

6) Resposta “150.000 cl”.


Solução: Para irmos de hectolitros a centilitros, passaremos quatro níveis à direita.
Multiplicaremos então 15 por 10 quatro vezes:

Isto equivale a passar a vírgula quatro casas para a direita.

Logo, 150.000 cl equivalem a 15 hl.

7) Resposta “5,2 kg”.


Solução: Para passarmos  5.200 gramas  para  quilogramas, devemos dividir (porque na tabela  grama  está à direita de quilogra-
ma) 5.200 por 10 três vezes, pois para passarmos de gramas para quilogramas saltamos três níveis à esquerda.
Primeiro passamos de grama para decagrama, depois de decagrama para hectograma e finalmente de hectograma para quilograma:

Isto equivale a passar a vírgula três casas para a esquerda.

Portanto, 5.200 g são iguais a 5,2 kg.

8) Resposta “250 cm”.


Solução: Para convertermos 2,5 metros em centímetros, devemos multiplicar (porque na tabela metro está à esquerda de centíme-
tro) 2,5 por 10 duas vezes, pois para passarmos de metros para centímetros saltamos dois níveis à direita.
Primeiro passamos de metros para decímetros e depois de decímetros para centímetros:

Isto equivale a passar a vírgula duas casas para a direita.

Logo, 2,5 m é igual a 250 cm.

9) Resposta “305min”.
Solução:
(5 . 60) + 5 = 305 min.

10) Resposta “45 min”.


Solução: 45 min

Unidade de tempo

A unidade padrão de medida de tempo é o segundo, abreviado por s.


Os múltiplos do segundo são:

Hora Minuto Segundo


h min s
3600 s 60 s 1s

Didatismo e Conhecimento 45
RACIOCÍNIO LÓGICO
Usamos o sistema sexagesimal, que emprega a base sessenta. Ex: multiplicar 4 h 52 min 8 s por 6
Os múltiplos do segundo enquadram-se nesse sistema. Repare que 4 h52 min 8 s
cada unidade é sessenta vezes maior que a unidade que a antecede. X6
1 h = 60 min --------------------------------------
1 min = 60 s 24h 312 min48 s

Para transformar uma unidade em outra imediatamente supe- Como 312 min é maior que 1 hora, devemos descobrir quantas
rior, basta dividi-la por 60 e inferior basta multiplica-la por 60. horas cabem em 312 minutos. Para isso basta dividir 312 por 60
Ex:3h = 3 . 60 = 180 min onde o resultado é 5 e o resto é 12.
52 min = 52 . 60 = 3120 s Então 312 min = 5 h 12 min
1020 s = 1020 : 60 = 17 min Devemos então acrescentar 5 h a 24 h = 29 h e o resultado fica
420 min = 420 : 60 = 7 h 29 h 12 min 48 s

Ao usarmos o sistema sexagesimal, cada grupo de 60 forma Problemas


outra classe; então, 60 segundos formam 1 minuto e 60 minutos
formam 1 hora. Para adicionarmos unidades de tempo vamos to- 1.Dois amigos partiram às 10h 32 min de Aparecida do Norte
mar cuidado para posicionar hora embaixo de hora, minuto embai- e chegaram a Ribeirão Preto às 16 h 8 min. Quanto tempo durou
xo de minuto e segundo embaixo de segundo. a viagem?
Por exemplo: 1)Para adicionarmos 5h 12 min 37 s a 8 h 20
min 11 s, vamos colocar as unidades iguais uma embaixo da outra 2. João nasceu numa terça feira às 13 h 45 min 12 s e Maria
e depois adicionar os valores da mesma classe. nasceu no mesmo dia, às 8 h 13 min 47 s. Determine a diferença
entre os horários de nascimento de João e Maria, nessa ordem.
Horaminuto segundo
5 1237 3.Um passageiro embarcou em um ônibus na cidade A às 14h
8 2011 32 min 18s, esse ônibus saiu da rodoviária desta cidade às 14h
-------------------------------------------- 55min 40s e chegou à rodoviária da cidade B às 19h 27min 15s,do
13 3248 mesmo dia. Quanto tempo o passageiro permaneceu no interior do
2)vamos adicionar 8h 19 min 58 s com 2 h 24 min 39 s ônibus?
Horaminuto segundo a) 05h 54min 09s
8 19 58 b) 04h 05min 57s
224 39 c) 05h 05min 09s
------------------------------------------- d) 04h 54min 57s
10 43 97
Note que , na casa dos segundos, obtivemos 97 s e vamos Respostas
decompor esse valor em:
97 s = 60 s + 37 s = 1 min + 37 s 1.5 h 36 min
Então, devemos retirar 60 s da classe dos segundos e acres-
centar 1 min na classe dos minutos. 2.5 h 31 min 25 s
Logo a resposta fica: 10 h 44 min 37 s
3.Vamos considerar o horário de chegada à cidade B e o horá-
Para subtrair unidades de medida de tempo, o processo é se- rio que o passageiro entrou no ônibus
melhante ao usado na adição.
Ex; vamos subtrair 4 h 41 min 44 s de 7 h 53 min 36 s 19 h27 min15 seg
Horaminutosegundo 14 h32 min18 seg
7 5336
4 4144 Para subtrair 18 de 15 não é possível então emprestamos 1
-------------------------------------------------- minuto dos 27

Perceba que a subtração 36 s – 44 s não é possível nos nú- Que passa a ser 26 e no lugar de 15 seg usamos 15 +60(que é
meros naturais, então, vamos retirar 1 min de 53 min, transformar 1 min). Então
esse 1 min em 60 s e acrescenta-los aos 36 s. Assim:
Hora minuto segundo 75 – 18 = 57 seg.
7 52 96
4 41 44 O mesmo acontece com os minutos. Vamos emprestar 1 hora
------------------------------------------------ das 19 que passa a ser 18 e no lugar de 26 minutos usamos 26 + 60
3 11 52 ( que é uma hora). Então 86 – 32 = 54 minutos
Para multiplicarmos uma unidade de medida de tempo por um
número natural, devemos multiplicar as horas, minutos e segundos Por fim 18 h – 14 h = 4 horas
Por esse número natural. Resp. 4 horas 54 min e 57 seg.

Didatismo e Conhecimento 46
RACIOCÍNIO LÓGICO
40x = 9
x = 9/40
EQUAÇÕES E SISTEMA DE x = 0,225
EQUAÇÕES DO PRIMEIRO GRAU.
Há também um processo prático, bastante usado, que se baseia
nessas ideias e na percepção de um padrão visual.
- Se a + b = c, conclui-se que a = c + b.

Equação do 1º Grau Na primeira igualdade, a parcela b aparece somando no lado


esquerdo; na segunda, a parcela b aparece subtraindo no lado
Veja estas equações, nas quais há apenas uma incógnita: direito da igualdade.
- Se a . b = c, conclui-se que a = c + b, desde que b ≠ 0.
3x – 2 = 16 (equação de 1º grau) Na primeira igualdade, o número b aparece multiplicando no
lado esquerdo; na segunda, ele aparece dividindo no lado direito
2y3 – 5y = 11 (equação de 3º grau) da igualdade.
O processo prático pode ser formulado assim:
2
1 – 3x + =x+ 1 (equação de 1º grau) - Para isolar a incógnita, coloque todos os termos com
5 2 incógnita de um lado da igualdade e os demais termos do outro
O método que usamos para resolver a equação de 1º grau é lado.
isolando a incógnita, isto é, deixar a incógnita sozinha em um dos - Sempre que mudar um termo de lado, inverta a operação.
lados da igualdade. Para conseguir isso, há dois recursos:
- inverter operações; Exemplo
- efetuar a mesma operação nos dois lados da igualdade.
5(x+2) (x+2) . (x-3) x2
Resolução da equação = - , usando o
2 3 3
Exemplo 1 processo prático.
Resolução da equação 3x – 2 = 16, invertendo operações.
Procedimento e justificativa: Iniciamos da forma habitual,
Procedimento e justificativa: Se 3x – 2 dá 16, conclui-se que multiplicando os dois lados pelo mmc (2;3) = 6. A seguir, passamos
3x dá 16 + 2, isto é, 18 (invertemos a subtração). Se 3x é igual a 18, a efetuar os cálculos indicados. Neste ponto, passamos a usar o
é claro que x é igual a 18 : 3, ou seja, 6 (invertemos a multiplicação processo prático, colocando termos com a incógnita à esquerda e
por 3). números à direita, invertendo operações.

Registro Registro

3x – 2 = 16 5(x+2) (x+2) . (x-3) x2


- =
3x = 16 + 2 2 3 3
3x = 18 6. 5(x+2) - 6. (x+2) . (x-3) = 6. x
2

2 3 3
18
x= 15(x + 2) – 2(x + 2)(x – 3) = – 2x2
3
15x + 30 – 2(x2 – 3x + 2x – 6) = – 2x2
x=6 15x + 30 – 2(x2 – x – 6) = – 2x2
15x + 30 – 2x2 + 2x + 12 = – 2x2
Exemplo 2 17x – 2x2 + 42 = – 2x2
17x – 2x2 + 2x2 = – 42
2 1
Resolução da equação 1 – 3x + =x+ , efetuando a 17x = – 42
5 2 42
mesma operação nos dois lados da igualdade. x=-
17
Procedimento e justificativa: Multiplicamos os dois lados Note que, de início, essa última equação aparentava ser de
da equação por mmc (2;5) = 10. Dessa forma, são eliminados x2
2º grau por causa do termo - no seu lado direito. Entretanto,
os denominadores. Fazemos as simplificações e os cálculos 3 que foi reduzida a uma equação
depois das simplificações, vimos
necessários e isolamos x, sempre efetuando a mesma operação nos de 1º grau (17x = – 42).
dois lados da igualdade. No registro, as operações feitas nos dois
lados da igualdade são indicadas com as setas curvas verticais. Questões

Registro 1 - (PRF) Num determinado estado, quando um veículo é re-


1 – 3x + 2/5 = x + 1 /2 bocado por estacionar em local proibido, o motorista paga uma
10 – 30x + 4 = 10x + 5 taxa fixa de R$ 76,88 e mais R$ 1,25 por hora de permanência no
-30x - 10x = 5 - 10 - 4 estacionamento da polícia. Se o valor pago foi de R$ 101,88 o total
-40x = +9(-1) de horas que o veículo  ficou estacionado na polícia corresponde a:

Didatismo e Conhecimento 47
RACIOCÍNIO LÓGICO
A) 20        A) 3,12 bilhões.
B) 21       B) 2,86 bilhões.
C) 22       C) 2,60 bilhões.
D) 23      D) 2,34 bilhões.
E) 24 E) 2,08 bilhões.

2 - (PREF. IMARUÍ – AGENTE EDUCADOR – PREF. 5 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINIS-
IMARUÍ/2014) Certa quantia em dinheiro foi dividida igualmente TRATIVO – FCC/2014) Um funcionário de uma empresa deve
entre três pessoas, cada pessoa gastou a metade do dinheiro que executar uma tarefa em 4 semanas. Esse funcionário executou 3/8
ganhou e 1/3(um terço) do restante de cada uma foi colocado em da tarefa na 1a semana. Na 2a semana, ele executou 1/3 do que
um recipiente totalizando R$900,00(novecentos reais), qual foi a havia executado na 1a semana. Na 3a e 4a semanas, o funcionário
quantia dividida inicialmente? termina a execução da tarefa e verifica que na 3a semana executou
A) R$900,00 o dobro do que havia executado na 4a semana. Sendo assim, a fra-
B) R$1.800,00 ção de toda a tarefa que esse funcionário executou na 4ª semana
C) R$2.700,00 é igual a
D) R$5.400,00 A) 5/16.
B) 1/6.
C) 8/24.
3 - (SABESP – APRENDIZ – FCC/2012) Um quadrado é cha- D)1/ 4.
mado mágico quando suas casas são preenchidas por números cuja E) 2/5.
soma em cada uma das linhas, colunas ou diagonais é sempre a
mesma. 6 - (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMINIS-
O quadrado abaixo é mágico. TRATIVO – FCC/2014) Bia tem 10 anos a mais que Luana, que
tem 7 anos a menos que Felícia. Qual é a diferença de idades entre
Bia e Felícia?
A) 3 anos.
B) 7 anos.
C) 5 anos.
D) 10 anos.
E) 17 anos.

7 -(DAE AMERICANAS/SP – ANALISTA ADMINSTRATI-


VO – SHDIAS/2013) Em uma praça, Graziela estava conversando
com Rodrigo. Graziela perguntou a Rodrigo qual era sua idade, e
ele respondeu da seguinte forma:
- 2/5 de minha idade adicionados de 3 anos correspondem à
metade de minha idade.
Qual é a idade de Rodrigo?
A) Rodrigo tem 25 anos.
B) Rodrigo tem 30 anos.
Um estudante determinou os valores desconhecidos correta- C) Rodrigo tem 35 anos.
mente e para 3x − 1 atribuiu D) Rodrigo tem 40 anos.
A)14 8 - (METRO/SP - AGENTE DE SEGURANÇA METRO-
B) 12 VIÁRIA I - FCC/2013) Dois amigos foram a uma pizzaria. O mais
C) 5 velho comeu da pizza que compraram. Ainda da mesma pizza o
D) 3 mais novo comeu da quantidade que seu amigo havia comido.
E) 1 Sendo assim, e sabendo que mais nada dessa pizza foi comido, a
fração da pizza que restou foi
4 - (PGE/BA – ASSISTENTE DE PROCURADORIA –
FCC/2013) A prefeitura de um município brasileiro anunciou que
3/5 da verba destinada ao transporte público seriam aplicados na
construção de novas linhas de metrô. O restante da verba seria
igualmente distribuído entre quatro outras frentes: corredores de
ônibus, melhoria das estações de trem, novos terminais de ônibus e
subsídio a passagens. Se o site da prefeitura informa que serão gas-
tos R$ 520 milhões com a melhoria das estações de trem, então o
gasto com a construção de novas linhas de metrô, em reais, será de

Didatismo e Conhecimento 48
RACIOCÍNIO LÓGICO

9 - (METRO/SP - AGENTE DE SEGURANÇA METRO-


VIÁRIA I - FCC/2013) Glauco foi à livraria e comprou 3 exem- x = 1800
plares do livro J. Comprou 4 exemplares do livro K, com preço
unitário de 15 reais a mais que o preço unitário do livro J. Com- 3 - RESPOSTA: “A”.
prou também um álbum de fotografias que custou a terça parte do Igualando a 1ª linha com a 3ª , temos:
preço unitário do livro K.
Glauco pagou com duas cédulas de 100 reais e recebeu o troco
de 3 reais. Glauco pagou pelo álbum o valor, em reais, igual a
A) 33.
B) 132. 3x-1=14
C) 54.
D) 44.
E) 11. 4 - RESPOSTA: “A”.
520 milhões para as melhorias das estações de trem, como foi
10 - AGENTE DE SEGURANÇA METROVIÁRIA I - distribuído igualmente, corredores de ônibus, novos terminais e
FCC/2013) Hoje, a soma das idades de três irmãos é 65 anos. Exa- subsídio de passagem também receberam cada um 520 milhões.
tamente dez anos antes, a idade do mais velho era o dobro da idade Restante da verba foi de 520.4 = 2080 ; 106 = notação científi-
do irmão do meio, que por sua vez tinha o dobro da idade do irmão ca de milhões (1.000.000).
mais novo. Daqui a dez anos, a idade do irmão mais velho será, Verba: y
em anos, igual a
A) 55.
B) 25.
C) 40.
D) 50.
E) 35.

Respostas

1 - RESPOSTA “A”.
Devemos inicialmente equacionar através de uma equação
do 1º grau, ou seja:
y= 76,88 + 1,25. x ➜ 101,88 = 76,88 + 1,25x ➜ 101,88 – ou 3,12 bilhões.
76,88 = 1,25x
1,25x = 25 ➜ x = ➜ x = 20 horas. 5 - RESPOSTA: “B”.
Tarefa: x
Obs.: y é o valor pago pela multa x corresponde ao número de Primeira semana: 3/8x
horas de permanência no estacionamento.
2 - RESPOSTA: “B”. 2 semana:
Quantidade a ser dividida: x
Se 1/3 de cada um foi colocado em um recipiente e deu
R$900,00, quer dizer que cada uma colocou R$300,00. 1ª e 2ª semana:

Didatismo e Conhecimento 49
RACIOCÍNIO LÓGICO
Na 3ª e 4ª semana devem ser feito a outra metade, pois ele
executou a metade na 1ª e 2ª semana como consta na fração acima
(1/2x).
3ªsemana: 2y
4ª semana: y Valor pago:197 reais (2.100 – 3)

6 - RESPOSTA: “A”.
Luana: x
Bia: x+10
Felícia: x+7
Bia-Felícia= x+10-x-7 = 3 anos.
O valor pago pelo álbum é de R$ 11,00.
7 - RESPOSTA: “B”.
Idade de Rodrigo: x
10 - RESPOSTA: “C”.
Irmão mais novo: x
Irmão do meio: 2x
Irmão mais velho:4x

Hoje:
Irmão mais novo: x+10
Mmc(2,5)=10 Irmão do meio: 2x+10
Irmão mais velho:4x+10

x+10+2x+10+4x+10=65
7x=65-30
7x=35
x=5

hoje:
8 - RESPOSTA: “C”. Irmão mais novo: x+10=5+10=15
Irmão do meio: 2x+10=10+10=20
Irmão mais velho:4x+10=20+10=30

Daqui a dez anos


Irmão mais novo: 15+10=25
Irmão do meio: 20+10=30
Irmão mais velho: 30+10=40

O irmão mais velho terá 40 anos.

Sistema de Equação

Definição
Sobrou 1/10 da pizza.
9 - RESPOSTA: “E”. Observe o raciocínio: João e José são colegas. Ao passarem
Preço livro J: x por uma livraria, João resolveu comprar 2 cadernos e 3 livros e
Preço do livro K: x+15 pagou por eles R$ 15,40, no total dos produtos. José gastou R$
9,20 na compra de 2 livros e 1 caderno. Os dois ficaram satisfeitos
e foram para casa.

Didatismo e Conhecimento 50
RACIOCÍNIO LÓGICO
‘No dia seguinte, encontram um outro colega e falaram sobre suas compras, porém não se lembrava do preço unitário de dos livros.
Sabiam, apenas que todos os livros, como todos os cadernos, tinham o mesmo preço.
Bom, diante deste problema, será que existe algum modo de descobrir o preço de cada livro ou caderno com as informações que temos
? Será visto mais à frente.
Um sistema de equação do primeiro grau com duas incógnitas x e y, pode ser definido como um conjunto formado por duas equações
do primeiro grau. Lembrando que equação do primeiro grau é aquela que em todas as incógnitas estão elevadas à potência 1.

Observações gerais

Em tutoriais anteriores, já estudamos sobre equações do primeiro grau com duas incógnitas, como exemplo: X + y = 7 x – y = 30 x +
2y = 9 x – 3y = 15
Foi visto também que as equações do 1º grau com duas variáveis admitem infinitas soluções:
X+y=6x–y=7

Vendo a tabela acima de soluções das duas equações, é possível checar que o par (4;2), isto é, x = 4 e y = 2, é a solução para as duas
equações.

Assim, é possível dizer que as equações


X+y=6
X–y=7

Formam um sistema de equações do 1º grau.

Exemplos de sistemas:

Observe este símbolo. A matemática convencionou neste caso para indicar que duas ou mais equações formam um sistema.

Resolução de sistemas
Resolver um sistema significa encontrar um par de valores das incógnitas X e Y que faça verdadeira as equações que fazem parte do
sistema.
Exemplos:
a) O par (4,3 ) pode ser a solução do sistema
x–y=2
x+y=6
Para saber se estes valores satisfazem ao sistema, basta substituir os valores em ambas as equações:
x-y=2x+y=6
4–3=14+3=7
1 ≠ 2 (falso) 7 ≠ 6 (falso)

Didatismo e Conhecimento 51
RACIOCÍNIO LÓGICO
A resposta então é falsa. O par (4,3) não é a solução do Agora, e quando ocorrer de somarmos as equações e os valores
sistema de equações acima. de “x” ou “y” não se anularem para ficar somente uma incógnita ?
b) O par (5,3 ) pode ser a solução do sistema
x–y=2 Neste caso, é possível usar uma técnica de cálculo de
x+y=8 multiplicação pelo valor excludente negativo.
Ex.:
Para saber se estes valores satisfazem ao sistema, basta 3x + 2y = 4
substituir os valores em ambas as equações: 2x + 3y = 1
x-y=2x+y=8
5–3=25+3=8 Ao somarmos os termos acima, temos:
2 = 2 (verdadeiro 8 = 8 (verdadeiro) 5x + 5y = 5, então para anularmos o “x” e encontramos o valor
de “y”, fazemos o seguinte:
A resposta então é verdadeira. O par (5,3) é a solução do » multiplica-se a 1ª equação por +2
sistema de equações acima. » multiplica-se a 2ª equação por – 3

Métodos para solução de sistemas do 1º grau. Vamos calcular então:


3x + 2y = 4 ( x +2)
- Método de substituição 2x + 3y = 1 ( x -3)
6x +4y = 8
Esse método de resolução de um sistema de 1º grau estabelece -6x - 9y = -3 +
que “extrair” o valor de uma incógnita é substituir esse valor na -5y = 5
outra equação. y = -1
Observe:
x–y=2 Substituindo:
x+y=4 2x + 3y = 1
2x + 3.(-1) = 1
Vamos escolher uma das equações para “extrair” o valor de 2x = 1 + 3
uma das incógnitas, ou seja, estabelecer o valor de acordo com a x=2
outra incógnita, desta forma:
x – y = 2 ---> x = 2 + y Verificando:
3x + 2y = 4 ---> 3.(2) + 2(-1) = 4 -----> 6 – 2 = 4
Agora iremos substituir o “X” encontrado acima, na “X” da 2x + 3y = 1 ---> 2.(2) + 3(-1) = 1 ------> 4 – 3 = 1
segunda equação do sistema:
x+y=4
(2 + y ) + y = 4
2 + 2y = 4 ----> 2y = 4 -2 -----> 2y = 2 ----> y = 1 MATEMÁTICA FINANCEIRA:
JUROS SIMPLES E COMPOSTOS;
Temos que: x = 2 + y, então TAXAS PROPORCIONAIS E
x=2+1 EQUIVALENTES.
x=3

Assim, o par (3,1) torna-se a solução verdadeira do sistema.


Juros Simples
- Método da adição
Este método de resolução de sistema do 1º grau consiste Toda vez que falamos em juros estamos nos referindo a uma
apenas em somas os termos das equações fornecidas. quantia em dinheiro que deve ser paga por um devedor, pela
utilização de dinheiro de um credor (aquele que empresta).
Observe:
x – y = -2 - Os juros são representados pela letra j.
3x + y = 5 - O dinheiro que se deposita ou se empresta chamamos de
Neste caso de resolução, somam-se as equações dadas: capital e é representado pela letra C.
x – y = -2 - O tempo de depósito ou de empréstimo é representado pela
3x + y = 5 + letra t.
4x = 3 - A taxa de juros é a razão centesimal que incide sobre um
x = 3/4 capital durante certo tempo. É representado pela letra i e utilizada
para calcular juros.
Veja nos cálculos que quando somamos as duas equações o
termo “Y” se anula. Isto tem que ocorrer para que possamos achar Chamamos de simples os juros que são somados ao capital
o valor de “X”. inicial no final da aplicação.

Didatismo e Conhecimento 52
RACIOCÍNIO LÓGICO
Devemos sempre relacionar taxa e tempo numa mesma
unidade: j = C.i.t
Taxa anual --------------------- tempo em anos 100
Taxa mensal-------------------- tempo em meses 28 800 = 20000..i.3
Taxa diária---------------------- tempo em dias 100
28 800 = 600 . i
Consideremos, como exemplo, o seguinte problema:
i = 28.800
Uma pessoa empresta a outra, a juros simples, a quantia de 600
R$ 3. 000,00, pelo prazo de 4 meses, à taxa de 2% ao mês. Quanto i = 48
deverá ser pago de juros?
Resposta: 48% ao ano.
Resolução:
Juros Compostos
- Capital aplicado (C): R$ 3.000,00
- Tempo de aplicação (t): 4 meses O capital inicial (principal) pode crescer, como já sabemos,
- Taxa (i): 2% ou 0,02 a.m. (= ao mês) devido aos juros, segundo duas modalidades, a saber:
Juros simples - ao longo do tempo, somente o principal rende
Fazendo o cálculo, mês a mês: juros.
- No final do 1º período (1 mês), os juros serão: 0,02 x R$ Juros compostos - após cada período, os juros são incorporados
3.000,00 = R$ 60,00 ao principal e passam, por sua vez, a render juros. Também
- No final do 2º período (2 meses), os juros serão: R$ 60,00 + conhecido como “juros sobre juros”.
R$ 60,00 = R$ 120,00 Vamos ilustrar a diferença entre os crescimentos de um
- No final do 3º período (3 meses), os juros serão: R$ 120,00 capital através juros simples e juros compostos, com um exemplo:
+ R$ 60,00 = R$ 180,00 Suponha que $100,00 são empregados a uma taxa de 10% a.a. (ao
- No final do 4º período (4 meses), os juros serão: R$ 180,00 ano) Teremos:
+ R$ 60,00 = R$ 240,00
Desse modo, no final da aplicação, deverão ser pagos R$
240,00 de juros.

Fazendo o cálculo, período a período:


- No final do 1º período, os juros serão: i.C
- No final do 2º período, os juros serão: i.C + i.C
- No final do 3º período, os juros serão: i.C + i.C + i.C Observe que o crescimento do principal segundo juros simples
----------------------------------------------------------------------- é LINEAR enquanto que o crescimento segundo juros compostos
- No final do período t, os juros serão: i.C + i.C + i.C + ... + i.C é EXPONENCIAL, e, portanto tem um crescimento muito mais
“rápido”. Isto poderia ser ilustrado graficamente da seguinte forma:
Portanto, temos:

J=C.i.t

Observações:
1) A taxa i e o tempo t devem ser expressos na mesma unidade.
2) Nessa fórmula, a taxa i deve ser expressa na forma decimal.
3) Chamamos de montante (M) a soma do capital com os
juros, ou seja: Na fórmula J= C . i . t, temos quatro variáveis. Se
três delas forem valores conhecidos, podemos calcular o 4º valor.
Na prática, as empresas, órgãos governamentais e investidores
M=C+ j particulares costumam reinvestir as quantias geradas pelas
aplicações financeiras, o que justifica o emprego mais comum de
Exemplo juros compostos na Economia. Na verdade, o uso de juros simples
A que taxa esteve empregado o capital de R$ 20.000,00 para não se justifica em estudos econômicos.
render, em 3 anos, R$ 28.800,00 de juros? (Observação: Como o
tempo está em anos devemos ter uma taxa anual.) Fórmula para o cálculo de Juros compostos
Considere o capital inicial (principal P) $1000,00 aplicado a
C = R$ 20.000,00 uma taxa mensal de juros compostos ( i ) de 10% (i = 10% a.m.).
t = 3 anos Vamos calcular os montantes (principal + juros), mês a mês:
j = R$ 28.800,00 Após o 1º mês, teremos: M1 = 1000 x 1,1 = 1100 = 1000(1 +
i = ? (ao ano) 0,1)

Didatismo e Conhecimento 53
RACIOCÍNIO LÓGICO
Após o 2º mês, teremos: M2 = 1100 x 1,1 = 1210 = 1000(1 + Exercícios
0,1)2
Após o 3º mês, teremos: M3 = 1210 x 1,1 = 1331 = 1000(1 + 1. (SABESP – ANALISTA DE GESTÃO I -CONTABILI-
0,1)3 DADE – FCC/2012) Renato aplicou uma quantia no regime de
................................................................................................. capitalização de juros simples de 1,25% ao mês. Ao final de um
Após o nº (enésimo) mês, sendo S o montante, teremos ano, sacou todo o dinheiro da aplicação, gastou metade dele para
evidentemente: S = 1000(1 + 0,1)n comprar um imóvel e aplicou o restante, por quatro meses, em
outro fundo, que rendia juros simples de 1,5% ao mês. Ao final
De uma forma genérica, teremos para um principal P, aplicado desse período, ele encerrou a aplicação, sacando um total de R$
a uma taxa de juros compostos i durante o período n : S = P (1 + i)n 95.082,00. A quantia inicial, em reais, aplicada por Renato no pri-
onde S = montante, P = principal, i = taxa de juros e n = número de meiro investimento foi de
períodos que o principal P (capital inicial) foi aplicado. A) 154.000,00
Nota: Na fórmula acima, as unidades de tempo referentes à B) 156.000,00
taxa de juros (i) e do período (n), tem de ser necessariamente iguais. C) 158.000,00
Este é um detalhe importantíssimo, que não pode ser esquecido! D) 160.000,00
Assim, por exemplo, se a taxa for 2% ao mês e o período 3 anos, E) 162.000,00
deveremos considerar 2% ao mês durante 3x12=36 meses.
2. (CÂMARA DE SÃO PAULO/SP – TÉCNICO ADMI-
Exemplos NISTRATIVO – FCC/2014) José Luiz aplicou R$60.000,00 num
1 – Expresse o número de períodos n de uma aplicação, em fundo de investimento, em regime de juros compostos, com taxa
função do montante S e da taxa de aplicação i por período. de 2% ao mês. Após 3 meses, o montante que José Luiz poderá
sacar é
Solução: A) R$63.600,00.
Temos S = P(1+i)n B) R$63.672,48.
Logo, S/P = (1+i)n C) R$63.854,58.
Pelo que já conhecemos de logaritmos, poderemos escrever: D) R$62.425,00.
n = log (1+ i ) (S/P) . Portanto, usando logaritmo decimal (base E) R$62.400,00.
10), vem: 3. CREA/PR – AGENTE ADMINISTRATIVO – FUNDA-
log(S / P) log S − log P TEC/2013) Um empréstimo de R$ 50.000,00 será pago no prazo
n= = de 5 meses, com juros simples de 2,5% a.m. (ao mês). Nesse senti-
log(1+ i) log(1+ i) do, o valor da dívida na data do seu vencimento será:
A) R$6.250,00.
Temos também da expressão acima que: n.log(1 + i) = logS B) R$16.250,00.
– logP C) R$42.650,00.
D) R$56.250,00.
Deste exemplo, dá para perceber que o estudo dos juros E) R$62.250,00.
compostos é uma aplicação prática do estudo dos logaritmos.
2 – Um capital é aplicado em regime de juros compostos a 4. (PREF. JUNDIAI/SP – ELETRICISTA – MAKIYA-
uma taxa mensal de 2% (2% a.m.). Depois de quanto tempo este MA/2013) Teresa pagou uma conta no valor de R$ 400,00 com
capital estará duplicado? seis dias de atraso. Por isso, foi acrescido, sobre o valor da conta,
juro de 0,5% em regime simples, para cada dia de atraso. Com
Solução: Sabemos que S = P (1 + i)n. Quando o capital inicial isso, qual foi o valor total pago por Teresa?
estiver duplicado, teremos S = 2P. A) R$ 420,00.
Substituindo, vem: 2P = P(1+0,02)n [Obs: 0,02 = 2/100 = 2%] B) R$ 412,00.
Simplificando, fica: C) R$ 410,00.
2 = 1,02n , que é uma equação exponencial simples. D) R$ 415,00.
Teremos então: n = log1,022 = log2 /log1,02 = 0,30103 / E) R$ 422,00.
0,00860 = 35
5. PM/SE – SOLDADO 3ªCLASSE – FUNCAB/2014) Po-
Nota: log2 = 0,30103 e log1,02 = 0,00860; estes valores podem lícia autua 16 condutores durante blitz da Lei Seca
ser obtidos rapidamente em máquinas calculadoras científicas. No dia 27 de novembro, uma equipe da Companhia de Polí-
Caso uma questão assim caia no vestibular, o examinador teria de cia de Trânsito(CPTran) da Polícia Militar do Estado de Sergipe
informar os valores dos logaritmos necessários, ou então permitir realizou blitz da Lei Seca na Avenida Beira Mar. Durante a ação, a
o uso de calculadora na prova, o que não é comum no Brasil. polícia autuou 16 condutores.
Portanto, o capital estaria duplicado após 35 meses (observe Segundo o capitão Fábio <achado, comandante da CPTran,
que a taxa de juros do problema é mensal), o que equivale a 2 anos 12 pessoas foram notificadas por infrações diversas e quatro por
e 11 meses. desobediência à Lei Seca[...].
Resposta: 2 anos e 11 meses. O quarteto detido foi multado em R$1.910,54 cada e teve a
Carteira Nacional de Trânsito (CNH) suspensa por um ano.

Didatismo e Conhecimento 54
RACIOCÍNIO LÓGICO
(Fonte: PM/SE 28/11/13, modificada)
Investindo um capital inicial no valor total das quatros mulas durante um período de dez meses, com juros de 5% ao mês, no sistema de
juros simples, o total de juros obtidos será:
A) R$2.768,15
B) R$1.595,27
C) R$3.821,08
D) R$9.552,70
E) R$1.910,54

6. (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – INDEC/2013) Uma aplicação financeira rende mensalmente 0,72%. Após 3
meses, um capital investido de R$ 14.000,00 renderá: (Considere juros compostos)
A) R$ 267,92
B) R$ 285,49
C) R$300,45
D) R$304,58

7. (CÂMARA DE CANITAR/SP – RECEPCIONISTA – INDEC/2013) Qual a porcentagem de rendimento mensal de um capital de


R$ 5.000,00 que rende R$ 420,00 após 6 meses?
(Considere juros simples)
A) 2,2%
B) 1,6%
C) 1,4%
D) 0,7%
8. (PM/SP – OFICIAL – VUNESP/2013) Pretendendo aplicar em um fundo que rende juros compostos, um investidor fez uma si-
mulação. Na simulação feita, se ele aplicar hoje R$ 10.000,00 e R$ 20.000,00 daqui a um ano, e não fizer nenhuma retirada, o saldo daqui a
dois anos será de R$ 38.400,00. Desse modo, é correto afirmar que a taxa anual de juros considerada nessa simulação foi de
A) 12%.
B) 15%.
C) 18%.
D) 20%.
E) 21%.

9. (TRT 1ª – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – FCC/2013) Juliano possui R$ 29.000,00 aplicados em um
regime de juros compostos e deseja comprar um carro cujo preço à vista é R$30.000,00. Se nos próximos meses essa aplicação render 1% ao
mês e o preço do carro se mantiver, o número mínimo de meses necessário para que Juliano tenha em sua aplicação uma quantia suficiente
para comprar o carro é
A) 7.
B) 4.
C) 5.
D) 6.
E) 3.

10. (BANCO DO BRASIL – ESCRITURÁRIO – CESGRANRIO/2012) João tomou um empréstimo de R$900,00 a juros compostos
de 10% ao mês. Dois meses depois, João pagou R$600,00 e, um mês após esse pagamento, liquidou o empréstimo.
O valor desse último pagamento foi, em reais, aproximadamente,
A) 240,00
B) 330,00
C) 429,00
D) 489,00
E) 538,00

Respostas

1 - RESPOSTA: “B”.
Quantia inicial: C= 25.000 ; i=1,25% a.m = 0,0125 ; t= 1 ano = 12 meses
M= J+C e J= C.i.t da junção dessas duas fórmulas temos : M=C.(1+i.t),aplicando

Didatismo e Conhecimento 55
RACIOCÍNIO LÓGICO

Como ele gastou metade e a outra metade ele aplicou a uma taxa i=1,5% a.m=0,015 e t=4m e sacou após esse período R$ 95.082,00

95.082 = 0,6095C ➜ ➜ C= 156.000

A quantia inicial foi de R$ 156.000,00.

2 - RESPOSTA: “B”.
C=60.000 ; i = 2% a.m = 0,02 ; t = 3m

O montante a ser sacado será de R$ 63.672,48.

3 - RESPOSTA: “D”.
J=C.i.t C = 50.000 ; i = 2,5% a.m = 0,025 ; t = 5m
J=50 000.0,025.5
J=6250
M=C+J
M=50 000+6 250=56250
O valor da dívida é R$56.250,00.

4 – RESPOSTA: “B”.

C = 400 ; t = 6 d ; i = 0,5% a.d = 0,005

O valor que ela deve pagar é R$412,00.

5 - RESPOSTA: “C”.

O juros obtido será R$3.821,08.


6 - RESPOSTA: “D”.
i = 0,72%a.m = 0,0072 ; t = 3m ; C = 14.000

Como ele quer saber os juros:


M = C+J ➜ J = 14304,58-14000 = 304,58

Didatismo e Conhecimento 56
RACIOCÍNIO LÓGICO
A aplicação renderá R$ 304,58.

7 - RESPOSTA: “C”.
C = 5.000 ; J = 420 ; t = 6m
J=C.i.t ➜ 420=5000.i.6

A porcentagem será de 1,4%.

8 - RESPOSTA: “D”.

C1º ano = 10.000 ; C2º ano = 20.000

M1+M2 = 384000

Têm se uma equação do segundo grau, usa-seentão a fórmula de Bhaskara:

É correto afirmar que a taxa é de 20%


9 - RESPOSTA: “B”.

C=29.000 ; M=30.000 ; i=1%a.m = 0,01

Didatismo e Conhecimento 57
RACIOCÍNIO LÓGICO
Teremos que substituir os valores de t, portanto vamos come- C = S - Dd ==> C = S - C.i.t  ==> C + C.i.t = S ==> C(1 +
çar dos números mais baixos: i.t) = S
1,013=1,0303, está próximo, mas ainda é menor  C = S/(1 + i.t)
1,014=1,0406
Como t=4 passou o número que precisava(1,0344), então ele Este desconto é utilizado para operações de longo prazo. Note
tem que aplicar no mínimo por 4 meses. que (1 - i.t) pode ser nulo, mas (1 + i.t) nunca vale zero.

10 - RESPOSTA: “E”. Descontos Compostos

C = 900 ; i = 10% a.m=0,10 ; t = 2m ; pagou 2 meses depois O desconto (Dc) é calculado com taxa de juros compostos,
R$ 600,00 e liquidou após 1 mês considerando n período(s) antecipado(s):
Dc = S - C

onde, de S = C.(1 + i)n, tiramos que C = S/(1 + i)n

Questão 1. Um banco ao descontar notas promissórias, utiliza


o desconto comercial a uma taxa de juros simples de 12% a.m..
Depois de dois meses João pagou R$ 600,00. O banco cobra, simultaneamente uma comissão de 4% sobre o
valor nominal da promissória. Um cliente do banco recebe R$
1089-600=489 300.000,00 líquidos, ao descontar uma promissória vencível em
três meses. O valor da comissão é de:
Resposta:
h = 0.04
iB = 0.12 * 3

Descontos Simples e Compostos AB = N * [1-(iB * h)]


300000 = N * [1-(0.12*3 * 0.04)]
São juros recebidos (devolvidos) ou concedidos quando o 300000 = N * [1-0.4]
pagamento de um título é antecipado. O desconto é a diferença N = 500000
entre o valor nominal (S) de um título na data do seu vencimento Vc = 0.04 * N
e o seu valor atual (C) na data em que é efetuado o pagamento, Vc = 0.04 * 500000
ou seja:  Vc = 20000
D=S-C
Questão 2. O valor atual de um título cujo valor de vencimento
Os descontos são nomeados simples ou compostos em é de R$ 256.000,00, daqui a 7 meses, sendo a taxa de juros simples,
função do cálculo dos mesmos terem sido no regime de juros utilizada para o cálculo, de 4% a.m., é:
simples ou compostos, respectivamente. Os descontos (simples Resposta:
ou compostos) podem ser divididos em: N = 256000
- Desconto comercial, bancário ou por fora; n = 7 meses
- Desconto racional ou por dentro. i = 0.04 a.m.
iB = n*i = 7*0.04 = 0.28
Descontos Simples A = N / (1+iB) = 256000 / 1.28 = 200000

Por Fora (Comercial ou Bancário). O desconto é calculado Questão 3. O desconto simples comercial de um título é de
sobre o valor nominal (S) do título, utilizando-se taxa de juros R$ 860,00, a uma taxa de juros de 60% a.a.. O valor do desconto
simples simples racional do mesmo título é de R$ 781,82, mantendo-se a
Df = S.i.t taxa de juros e o tempo. Nesse as condições, o valor nominal do
rótulo é de:
É o desconto mais utilizado no sistema financeiro, para Resposta:
operações de curto prazo, com pequenas taxas. O valor a ser pago Dc = 860
(ou recebido) será o valor atual C = S - Df = S - S.i.t , ou seja Dr = 781.82
 C = S.(1- i.t) Usando N = (Dc * Dr) / (Dc – Dr),
N = (860 * 781.82) / (860 – 781.82) = 672365.2 / 78.18 =
Por Dentro (Racional). O desconto é calculado sobre o valor 8600.22
atual (C) do título, utilizando-se taxa de juros simples
Dd = C.i.t Questão 4. O valor atual de uma duplicata é de 5 vezes o valor
de seu desconto comercial simples. Sabendo-se que a taxa de juros
Como C não é conhecido (mas sim, S) fazemos o seguinte adotada é de 60% a.a., o vencimento do título expresso em dias é:
cálculo:  Resposta:

Didatismo e Conhecimento 58
RACIOCÍNIO LÓGICO
i = 60% a.a. → i = 0.6 a.a. Questão 8. Um título sofre um desconto comercial de R$
A = N – D (valor atual é o nominal menos o desconto) 9.810,00 três meses antes do seu vencimento a uma taxa de deconto
5D = N – D → N = 6D simples de 3% a.m.. Indique qual seria o desconto à mesma taxa se
A = N * ( 1 – i*n) o desconto fosse simples e racional.
5D = 6D ( 1 – 0.6 * n) Resposta:
5 = 6 ( 1 – 0.6 * n) Dc = 9810
5 = 6 – 3.6 * n n = 3 meses
3.6 * n = 1 i = 0.03 a.m.
n = 0.277 (anos)
n = 0.277 * 365 dias Dc = Dr * (1 + i*n)
n = 101.105 dias 9810 = Dr * (1 + 0.03*3)
9810 = Dr * 1.09
Questão 5. Uma empresa descontou em um banco uma Dr = 9810/1.09
duplicata de R$ 600.000,00, recebendo o líquido de 516.000,00. Dr = 9000
Sabendo=se que o banco cobra uma comissão de 2% sobre o valor
do título, que o regime é de juros simples comerciais. Sendo a taxa Questão 9. Um título no valor nominal de R$ 10.900,00 deve
de juros de 96% a.a., o prazo de desconto da operação foi de: sofrer um desconto comercial simples de R$ 981,00 três meses
Resposta: antes do seu vencimento. Todavia uma negociação levou a troca
N = 600000 do desconto comercial por um desconto racional simples. Calcule
Ab = 516000 o novo desconto, considerando a mesma taxa de desconto mensal:
h = 0.02 Resposta:
i = 0.96 a.a. N = 10900
Db = Db + N*h Dc = 981
Ab = N * [1 - (i*n+h)] n=3
516000 = 600000 * [1-(0.96*n+0.02)]
0.8533 = 1 – 0.96*n – 0.02 Dc = N * i * n
0.8533 = 0.98 – 0.96*n 981 = 10900 * i * 3
0.96 * n = 0.1267 981 = 32700 * i
n = 0.1319 anos ≈ 45 dias i = 0.03 (3% a.m.)

Questão 6. O desconto comercial simples de um título quatro Dr = N * i * n / (1+i*n)


meses antes do seu vencimento é de R$ 600,00. Considerando uma Dr = 10900 * 0.03 * 3 / (1+0.03*3)
taxa de 5% a.m., obtenha o valor correspondente no caso de um Dr = 10900 * 0.09 / 1.09
desconto racional simples: Dr = 10900 * 0.09 / 1.09
Resposta: Dr = 900
Dc = 600 outra forma de fazer a questão seria usando:
i = 0.05 a.m. N = (Dc * Dr) / (Dc – Dr)
n=4 10900 = 981 * Dr / (981-Dr)
10692900 – 10900 * Dr = 981 * Dr
Dc = Dr * (1 + i*n) 11881 * Dr = 10692900
600 = Dr * (1 + 0.05*4) 11881 * Dr = 10692900
Dr = 600/1.2 Dr = 900
Dr = 500
Questão 10. Um título sofre desconto simples comercial de
Questão 7 – O desconto racional simples de uma nota R$ 1.856,00, quatro meses antes do seu vencimento a uma taxa de
promissória, cinco meses antes do vencimento, é de R$ 800,00, desconto de 4% a.m.. Calcule o valor do desconto correspondente
a uma taxa de 4% a.m.. Calcule o desconto comercial simples à mesma taxa, caso fosse um desconto simples racional:
correspondente, isto é, considerando o mesmo título, a mesma taxa Resposta:
e o mesmo prazo. Dc = 1856
Resposta: n = 4 meses
Dr = 800 i = 0.04 a.m.
i = 0.04 a.m.
n = 5 meses Dc = N * i * n
Dr = N * i * n / (1+i*n)
Dc = Dr * (1 + i*n) Dr = 1856 / (1+0.04*4)
Dc = 800 * (1 + 0.04*5) Dr = 1856 / 1.16
Dc = 800 * 1.2 Dr = 1600
Dc = 960

Didatismo e Conhecimento 59
RACIOCÍNIO LÓGICO
Questão 11. Obtenha o valor hoje de um título de R$ 10.000,00 Resposta:
de valor nominal, vencível ao fim de três meses, a uma taxa de Dcr = 340.10
juros de 3% a.m., considerando um desconto racional composto e n = 6 meses
desprezando os centavos. i = 0.05 a.m.
Resposta: Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n]
N =10000 (1+0.05)6 = 1.340095640625
n = 3 meses (1+i)n – 1 = 0.340095640625
i = 0.03 a.m. 340.10 = N * 0.340095640625 / 1.340095640625
N ≈ 1340.10
Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n] Dcr = N – A
(1+0.03)3 = 1.092727 340.10 = 1340.10 – A
Dcr = 10000 * 0.092727 / 1.092727 A = 1000
Dcr = 848.58
Dcr = N – A Questão 15. O valor nominal de uma dívida é igual a 5 vezes
848.58 = 10000 – A o desconto racional composto, caso a antecipação seja de dez
A = 10000 – 848.58 meses. Sabendo-se que o valor atual da dívida (valor de resgate) é
A = 10000 – 848.58 de R$ 200.000,00, então o valor nominal da dívida, sem considerar
A = 9151.42 os centavos é igual a:
Questão 12. Um título foi descontado por R$ 840,00, quatro Resposta:
meses antes de seu vencimento. Calcule o desconto obtido N = 5 * Drc
considerando um desconto racional composto a uma taxa de 3% n = 10 meses
a.m. A = 200000
Resposta:
n = 4 meses Drc = N – A
i = 0.03 a.m. Drc = 5 * Drc – 200000
A = 840 4 * Drc = 200000
Drc = 50000
Dcr = N – A Drc = N – A
Dcr = N – 840
Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n] 50000 = N – 200000
(1+0.03)4 = 1.12550881 N = 250000
(1+0.03)4 -1 = 0.12550881
Dcr = N * 0.12550881 / 1.12550881 Questão 16. Um Commercial paper, com valor de face de US$
N * 0.12550881 / 1.12550881 = N – 840 1.000.000,00 e vencimento daqui a três anos deve ser resgatado
N * 0.12550881 = 1.12550881 * N – 945.4274004 hoje. A uma taxa de juros compostos de 10% a.a. e considerando o
N = 945.4274004 desconto racional, obtenha o valor do resgate.
Dcr = 945.4274004 – 840 Resposta:
Dcr ≈ 105.43 N = 1000000
n = 3 anos
Questão 13. Um título sofre um desconto composto racional i = 0.1 a.a.
de R$ 6.465,18 quatro meses antes do seu vencimento. Indique o
valor mais próximo do valor descontado do título, considerando Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n]
que a taxa de desconto é de 5% a.m.: (1+i)n = 1.331
Resposta: (1+i)n -1 = 0.331
Dcr = 6465.18 Dcr = 1000000 * 0.331 / 1.331
n = 4 meses Dcr = 248,685.20
i = 0.05 a.m. A = N – Drc
A = 1000000 – 248,685.20
Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n] A = 751,314.80
(1+i)n = 1.21550625
(1+i)n – 1 = 0.21550625 Questão 17. Uma pessoa quer descontar hoje um título de
6465.18 = N * 0.21550625 / 1.21550625 valor nominal de R$ 11.245,54, com vencimento para daqui a 60
N = 36465,14 dias, e tem as seguintes opções:
I – desconto simples racional, taxa de 3% a.m.;
Questão 14. Um título sofre um desconto composto racional II – desconto simples comercial, taxa de 2,5% a.m.;
de R$ 340,10 seis meses antes do seu vencimento. Calcule o valor III – desconto composto racional, taxa de 3% a.m.
descontado do título considerando que a taxa de desconto é de 5%
a.m. (despreza os centavos): Se ela escolher a opção I, a diferença entre o valor líquido que
receberá e o que receberia se escolhesse a opção:

Didatismo e Conhecimento 60
RACIOCÍNIO LÓGICO
Resposta: Drc = N * [1 - (1/(1+i)n)]
N = 11245.54 (1+i)n = 1.12550881
n = 60 dias = 2 meses Drc = N * 0.12550881 / 1.12550881
I) Dc = N * i * n Drc = (A + Drc) * 0.12550881 / 1.12550881
Dc = 11245.54 * 0.025 *2 Drc = (4400 + Drc) * 0.12550881 / 1.12550881
Dc = 562.277 Drc = (4400 + Drc) * 0.12550881 / 1.12550881
A = N – Dc Drc = 490.657 + Drc * 0.12550881 / 1.12550881
A = 11245.54 – 562.277 Drc – Drc * 0.12550881 / 1.12550881 = 490.657
A = 10683.26 Drc * (1 – 0.12550881 / 1.12550881) = 490.657
Drc * 0.888487048 = 490.657
II) Dr = (N * i * n) / (1 + i * n) Drc = 552.23
Dr = (11245.54 * 0.03 * 2) / (1 + 0.03 * 2) N = A + Drc
Dr = 674.7324 / 1.06 N = 4400 + 552.23
Dr = 636.54 N = 4952.23
A = N – Dc
A = 11245.54 – 636.54 Questão 20. Antônio emprestou R$ 100.000,00 a Carlos,
A = 10609.0 devendo o empréstimo ser pago após 4 meses, acrescido de juros
compostos calculados a uma taxa de 15% a.m., com capitalização
III) Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n] diária. Três meses depois Carlos decide quitar a dívida, e combina
Dcr = 11245.54 * 0.05740409 com Antônio uma taxa de desconto racional composto de 30% a.b.
Dcr = 645.54 (ao bimestre), com capitalização mensal. Qual a importância paga
A = N – Dc por Carlos a título de quitação do empréstimo.
A = 11245.54 – 645.54 Resposta:
A = 10600 N = 100000
n = 4 meses = 120 dias
Nenhum item tem uma resposta certa. Mas a diferença entre o i = 15% a.m. = 0.5% a.d. = 0.005 a.d.
valor atual da escolha II e a III é nove, então se houve um erro na
digitação da questão a resposta é a alternativa c. M =C * (1+i)n
M =100000 * (1+0.005)120
Questão 18. Um título deveria sofrer um desconto comercial M = 181939.67
simples de R$ 672,00, quatro meses antes do seu vencimento. A = M / (1+0.3/2)
Todavia, uma negociação levou à troca do desconto comercial A = 158208.4
simples por um desconto racional composto. Calculo o novo
desconto, considerando a mesma taxa de 3% a.m.. Questão 21. Calcule o valor nominal de um título que,
Resposta: resgatado 1 ano e meio antes do vencimento, sofreu desconto
Dc = 672 racional composto de R$ 25000,00, a uma taxa de 30% a.a., com
n = 4 meses capitalização semestral.
i = 0.03 a.m. Resposta:
n = 1.5 anos = 3 semestres
Dc = N * i * n Drc = 25000
672 = N * 0.03 * 4 i = 0.3 a.a. = 0.15 a.s.
N = 5600
Dcr = N * [1 - (1/(1+i)n)] Dcr = N * [ ((1+i)n - 1) / (1+i)n]
Dcr = 5600 * [1 - (1/(1+i)n)] (1+i)n = 1.520875
(1+i)n = 1.12550881 (1+i)n -1 = 0.520875
Dcr = 5600 * 0.12550881/1.12550881 25000 = N * 0.520875 / 1.520875
Dcr = 624.47 N = 25000 * 1.520875 / 0.520875
N = 72996.16
Questão 19. Um título é descontado por R$ 4.400,00, quatro
meses antes do seu vencimento. Obtenha o valor de face do título, Descontos Racional e Comercial
considerando que foi aplicado um desconto racional composto a
uma taxa de 3% a.m. (despreze os centavos, se houver). Desconto é o abatimento no valor de um título de crédito que
Resposta: pode ser: Letra de câmbio; Fatura; Duplicata; Nota promissória.
A = 4400 Este desconto é obtido quando o mesmo é resgatado antes do
n = 4 meses vencimento do compromisso.  
i = 0.03 a.m. O valor do título no dia do vencimento é chamado de: valor
nominal e este vêm declarado no mesmo. O valor do título em uma
A = N – Drc data anterior ao vencimento da fatura é chamado de : valor atual.
A + Drc = N O valor atual é menor que o valor nominal

Didatismo e Conhecimento 61
RACIOCÍNIO LÓGICO
Desta forma, o valor atual de um título qualquer é a diferença Dc = N . i . t
entre o valor nominal (valor do título) e seu respectivo desconto.            100
Observe:  
  Onde:
A = N – Dc ou A = N - Dr  
  Dc = desconto comercial
Onde: A – Valor atual N = valor nominal do título dado
  i =  taxa de desconto
Exemplos para fixação de conteúdo: t = período de tempo na operação
  100 = tempo considerado em anos
Qual o valor atual atual (A) de um título de uma empresa no  
valor de R$ 15.000,00 a 2% a.m, descontado 6 meses antes do Observações:
prazo do seu vencimento?  
  a) Quando o período de tempo (t) for expresso no problema
Resolvendo: em dias, o tempo considerado na operação devera ser em dias e
  utilizado o valor de 36000.
N = 15.000  
I = 2% a.m = 24% a.a. (01 ano = 12 meses) b) Quando o período de tempo (t) for expresso em meses, o
T=6 tempo considerado deverá ser em meses e utilizando o valor 1200.
   
Dc = 15000 x 24 x 6  = 2160000 Exemplos para fixação de conteúdo:
              1200                  1200  
  1) Uma fatura foi paga com 30 dias  antes do vencimento do
Dc= 1800 prazo para pagamento. Calcule o valor do desconto, com uma taxa
A = 15000 – 1800 = 13200 de 45% a.a., sabendo-se que o valor da fatura era no valor de R$
A = 13200 25.000,00.
  Resolvendo:
Observe algumas notações:  
Dados do problema
D Desconto realizado sobre o título  
N = 25000
N Valor nominal de um título i = 45% a.a.
A Valor atual de um título t = 30
I Taxa de desconto  
Dc = N . i . t
n Número de períodos para o desconto         36000
   
Assim: Dc = 25000 x 45 x 30 = 33750000 = 937,50
 Como já falado anteriormente, o desconto é a diferença entre                  36000              36000
o valor nominal de um título (futuro) “N” e o valor atual  “A” do  
título em questão. O valor de desconto é de R$ 937,50.
   
D=N-A Observe o valor 36000 na divisão, pois o tempo é expresso
  em dias.
Fórmula do desconto:  
  2) A que taxa    foi    calculada    o    desconto     simples de R$
Dc =  N . i . t 5.000,00 sobre um título de R$ 35.000,00, pago antecipadamente
           100 em 8 meses ?
  Resolvendo:
Tipos de desconto  
Há basicamente dois tipos de descontos: Dados do problema
– Desconto comercial (por fora)  
– Desconto racional (por dentro) N = 35000
  i=?
Desconto comercial: Também chamado de desconto por fora, t = 8 meses
comercial, ou desconto bancário (Dc), pode ser definido como Dc = 5.000,00
aquele em que a taxa de desconto incide sobre o valor nominal do  
título, levando-se em conta o capital principal como valor nominal Dc = N . i . t
“N”. Assim, de acordo com a fórmula dada:           1200

Didatismo e Conhecimento 62
RACIOCÍNIO LÓGICO
i = 1200 . Dc Taxa de Equivalência
         N. t
  A equivalência de capitais é uma das ferramentas mais
I = 1200 x 5000 = 6000000 = 21,43% poderosas da matemática financeira e tem sido constantemente
       35000 x 8         280000 pedida nas provas de concursos públicos.
  Aprendemos a calcular o Montante, em uma Data Fatura,
O valor da taxa é de 21,43% de um capital que se encontrava na data presente. Relativo a
  descontos, aprendemos a calcular o Valor Atual, em uma Data
Observe o valor 1200 na divisão, pois o tempo é expresso em Presente, de um valor nominal que se encontrava em uma data
meses. futura.
O desconto comercial pode ser expresso na fórmula abaixo: Gostaríamos que você notasse que, ao calcular o montante,
  estávamos movendo o capital inicial a favor do eixo dos tempos
Dc = A . i . t ou capitalizando-o, enquanto que, ao calcularmos o valor atual,
        100 + it estávamos movendo o valor nominal (que também é um capital)
  contra o eixo dos tempos ou descapitalizando-o, conforme se
Desconto Racional (por dentro): É chamado de desconto encontra ilustrado nos esquemas a seguir.
racional o abatimento calculado com a taxa de desconto incidindo
sobre o valor atual do título, temos então: Conceito de Equivalência
 
Dr = A . i .t Dois ou mais capitais que se encontram em datas diferentes,
          100 são chamados de equivalentes quando, levados para uma mesma
  data, nas mesmas condições, apresentam o mesmo VALOR nessa
O qual: data.
 Dr = valor do desconto racional na operação Para você entender melhor esse conceito, vamos lhe propor
A = valor atual do título um problema. Vamos fazer de conta que você ganhou um prêmio
i = taxa de desconto em dinheiro no valor de R$ 100,00, que se encontra aplicado, em
t = período de tempo na operação um banco, à taxa de juros simples de 10% a.m. O banco lhe oferece
100 = tempo considerado em ano três opções para retirar o dinheiro:
  1a) você retira R$ 100,00 hoje;
Como informado no desconto por fora, não se pode esquecer 2a) você deixa o dinheiro aplicado e retira R$ 140,00 dentro
do tempo em que a taxa é considerada : de 4 meses;
  3a) você deixa o dinheiro aplicado e retira R$ 190,00 em 9
Ano = 100 meses.
Mês = 1200
Dias = 36000 Qual delas é a mais vantajosa para você?
  Para sabermos a resposta, precisamos encontrar um jeito de
Relembrando que: comparar os capitais R$ 100,00, R$ 140,00, e R$ 190,00, que se
  encontram em datas diferentes. Vamos determinar, então, o valor
A = N – Dr              Substituindo  →    Dr = N . i . t dos três capitais numa mesma data ou seja, vamos atualizar os seus
                                                                      100 + it valores. Escolheremos a data de hoje. A Data Comum, também
  chamada de Data de Comparação ou Data Focal, portanto, vai ser
Exemplo para fixação de conteúdo: hoje (= data zero).
Calcular o valor do desconto por dentro de um título de R$ O capital da primeira opção (R$ 100,00) já se encontra na data
16.000,00 pago 3 meses antes do vencimento com uma taxa de de hoje; portanto, já se encontra atualizado.
24% a.a. Calculemos, pois, os valores atuais Va1 e Va2 dos capitais
Resolvendo: futuros R$ 140,00 e R$ 190,00 na data de hoje (data zero).
  Esquematizando, a situação seria esta:
Dados do problema Podemos fazer este cálculo usando desconto comercial
  simples ou desconto racional simples. Vamos, arbitrariamente,
N = 16000 escolher a fórmula do valor atual racional simples:
i = 24% a.a. Vars = N/1 + in
t = 3 meses Vars1 = 140,00/(1 + 0,10 . 4) = 100,00
  Vars2 = 190,00/(1 + 0,10 . 9) = 100,00
Dr = N . i . t Verificamos que os três capitais têm valores atuais idênticos
       100 + it na data focal considerada (data zero). Podemos, portanto, dizer
  que eles são Equivalentes: tanto faz receber R$ 100,00 hoje, ou R$
Dr = 16000 x 24 x 3 = 1152000  = 905,66 140,00 daqui a 4 meses ou R$ 190,00 daqui a nove meses, se a taxa
         1200 + 24 x 3       1272 de juros for de 10% ao mês e o desconto racional simples.
O valor do desconto é de R$ 905,66.

Didatismo e Conhecimento 63
RACIOCÍNIO LÓGICO
Vejamos o que acontece se utilizarmos o critério do desconto datas de pagamento e os respectivos valores nominais de forma
comercial, em vez do desconto racional, para calcular os valores que consiga honrá-los, mas de tal sorte que o novo esquema seja
atuais dos capitais R$ 140,00 e R$ 190,00: EQUIVALENTE ao plano original.
Vacs = N (1 – in) No cálculo do novo esquema de pagamento, a visualização do
Vacs1 = 140 ( 1 – 0,10 . 4) = 140 (0,6) = 84 problema fica bastante facilitada com a construção de um diagrama
Vacd2 = 190 (1 – 0,10 . 9) = 190 (0,1) = 19 de fluxo de caixa no qual representa-se a dívida original na parte
Mudando-se a modalidade de desconto, portanto, os três superior, e a proposta alternativa de pagamento na parte de baixo,
capitais deixam de ser equivalentes. conforme se vê nos problemas a seguir.
E se mudarmos a data de comparação, ou data focal, para o Exercícios Resolvidos
mês 2, por exemplo, continuando a utilizar o desconto racional
simples? 1. No refinamento de uma dívida, dois títulos, um para
Acontecerá o seguinte: 6 meses e outro 12 meses, de R$ 2.000,00 e de R$ 3.000,00,
respectivamente, foram substituídos por dois outros, sendo o
O capital R$ 140,00, resgatável na data 4, será antecipado de 2 primeiro de R$ 1.000,00, para 9 meses, e o segundo para 18 meses.
meses, ficando com o seguinte valor atual racional simples: A taxa de desconto comercial simples é de 18% a.a. O valor do
Vars1 = 140,00/(1 + 0,10 . 2) = 116,67 título de 18 meses, em R$, é igual a:
Resolução:
O capital R$ 190,00, resgatável na data 9, será antecipado de 7 Inicialmente, vamos construir um diagrama de fluxo de caixa
meses, ficando com o seguinte valor atual racional simples: utilizando os dados do problema:
Vars2 = 190,00/(1 + 0,10 . 7) = 111,76 A taxa de juros é anual. Entretanto, como os prazos de
pagamento estão expressos em meses, vamos transformá-la em
Ao capital R$ 100,00 (resgatável na data zero) acrescentar-se- mensal:
ão dois meses de juros, conforme segue: i = 18% a.a. = 1,5% a.m. = 0,015 a.m.
Vars3 = C (1 + in) = 100 (1 + 0,10 . 2) = 120 A modalidade de desconto é o comercial simples, mas o
problema não mencionou qual a data focal a ser considerada. Em
No mês dois, portanto, temos que os capitais nominais R$ casos como este, presumimos que a data focal seja a data zero.
140,00; R$ 190,00 e R$ 100,00 estarão valendo, respectivamente, Vamos, então, calcular o total da dívida na data zero para cada
R$ 116,67; R$ 111,76 e R$ 120,00. Na data focal 2, portanto, eles um dos planos de pagamento, e igualar os resultados, pois os dois
não serão mais equivalentes. esquemas devem ser equivalentes para que se possa substituir um
No regime de capitalização Simples a equivalência ocorre em pelo outro. Além disso, para transportarmos os capitais para a data
apenas uma única data, para uma determinada taxa e modalidade zero, utilizaremos a fórmula do valor atual do desconto comercial
de desconto. Ao mudarmos a Data Focal, capitais que antes eram simples:
equivalentes podem deixar sê-lo. É bom você saber desde já Vacs = N (1 – in). Obteremos a seguinte equação:
que, no regime de capitalização Composta, isto não acontece: na 2.000 (1 – 0,015 . 6) + 3.000 (1 – 0,015 .12) = 1.000 (1 – 0,015
capitalização composta, para a mesma taxa, capitais equivalentes . 9) + x (1 – 0,015 . 18)
para uma determinada data o são para qualquer outra data. (total da dívida conforme o plano (total da dívida conforme
Podemos então concluir que: o plano Alternativo Original de pagamento, proposto, atualizado
Para juros simples, a equivalência entre dois ou mais para a data zero).
capitais somente se verifica para uma determinada taxa, para uma Calculando o conteúdo dos parênteses, temos:
determinada data focal e para uma determinada modalidade de 2.000 (0,91) + 3.000 (0,82) = 1.000 (0,865) + x (0,73)
desconto. 1.820 + 2.460 = 865 + 0,73x
Podemos, agora, definir equivalência de dois capitais de uma 0,73x = 1.820 + 2.460 – 865
mesma maneira mais rigorosa da seguinte forma: x = 3.415/0,73 = 4.678,08
Dois capitais C1 e C2, localizados nas datas n1 e n2, medidas a
partir da mesma origem, são ditos equivalentes com relação a uma Observe que a data focal era anterior à data de vencimento
data focal F, quando os seus respectivos valores atuais, Va1 e Va2 , de todos os capitais. Assim, calculamos o valor descontado (valor
calculados para uma determinada taxa de juros e modalidade de atual) de cada um deles, para trazê-los à data local. Efetuamos
desconto nessa data focal F, forem iguais. um desconto (comercial, no caso) ou uma descapitalização
 A equivalência de capitais é bastante utilizada na renegociação (desincorporação dos juros), porque estávamos transportando os
de dívidas, quando há necessidade de substituir um conjunto de valores para uma data passada. Mas se a data focal tivesse sido
títulos por um outro conjunto, equivalente ao original (isto porque outra, por exemplo, a data 9 (vide esquema), e não a data zero, o
o conceito de equivalência é aplicado não só para dois capitais, capital de R$ 2.000,00, que vencia na data 6, teria que sofrer uma
mas também para grupos de capitais). capitalização (incorporação de juros) para ser transportado para
Às vezes um cliente faz um empréstimo num banco e a data 9 (data futura em relação à data 6). A atualização do valor
se compromete e quitá-lo segundo um determinado plano de desse capital para a data 9, então, far-se-ia com a utilização da
pagamento. Todavia, devido a contingências nos seus negócios, fórmula do montante M = C (1 + in), e não com a fórmula do valor
ele percebe que não terá dinheiro em caixa para pagar as parcelas descontado (valor atual).
do financiamento nas datas convencionadas. Então, propõe ao
gerente do banco um outro esquema de pagamento, alterando as

Didatismo e Conhecimento 64
RACIOCÍNIO LÓGICO
Conclusão: para transportarmos um capital para uma data Va1 + Va2 + Va3 + … = Vaa + Vab + Vac + …
posterior à original, devemos capitalizá-lo; para transportarmos um A equação acima é chamada de Equação de Valor.
capital para uma data anterior à original, devemos descapitalizá-lo.
Roteiro para Resolução de Problemas de Equivalência
2. O pagamento do seguro de um carro, conforme contrato,
deve ser feito em 3 parcelas quadrimestrais de R$ 500,00. O Ao começar a resolução de problemas que envolvem
segurador, para facilitar ao seu cliente, propõe-lhe o pagamento equivalência de capitais utilize o seguinte roteiro:
em 4 parcelas trimestrais iguais. Utilizando-se a data focal zero, a 1. leia o problema todo;
taxa de juros de 24% a.a. e o critério de desconto racional simples, 2. construa, a partir do enunciado do problema, um diagrama
o valor das parcelas trimestrais será, em R$: de fluxo de caixa esquemático, colocando na parte de cima o plano
Resolução: original de pagamento e na parte de baixo o plano alternativo
Fazendo o diagrama dos pagamentos, temos: proposto, indicando todos os valores envolvidos, as datas
i = 24% a.a. = 2% a.m. = 0,02 a.m. respectivas e as incógnitas a serem descobertas – esse diagrama
Uma vez que o critério é de desconto racional simples, ao
é importante porque permite visualizar os grupos de capitais
transportarmos os valores para a data zero, teremos que utilizar a
equivalentes e estabelecer facilmente a equação de valor para
fórmula do valor atual racional simples
resolução do problema;
Vars = N/1 + in . Podemos escrever, então, que:
Total da divida conforme o plano original de pagamento, 3. observe se os prazos de vencimento dos títulos e
atualizado racionalmente para a data zero 500/1 + 0,02 . 4 + 500/1 compromissos estão na mesma unidade de medida de tempo
+ 0,02 . 8 + 500/1 + 0,02 . 12 = x/1 + 0,02 . 3 + x/1 + 0,02 . 6 + x/1 periodicidade da taxa; se não estiverem, faça as transformações
+ 0,02 . 9 + x/1 + 0,02 . 12 necessárias (ou você expressa a taxa na unidade de tempo do
Total da dívida conforme o plano alternativo proposto, prazo ou expressa o prazo na unidade de tempo da taxa – escolha a
atualizado racionalmente para a data zero 500/1,08 + 500/1,16 + transformação que torne os cálculos mais simples);
500/1,24 = x/1,06 + x/1,12 + x/1,18 + x/1,24 4. leve todos os valores para a data escolhida para a negociação
1.297,22 = 3,49 . x (data focal), lembrando sempre que capitais exigíveis antes da data
x = 1.297,22/3,49 focal deverão ser capitalizados através da fórmula do montante M
x = 371,68 = C (1 + in), dependendo da modalidade de desconto utilizada;
3. A aplicação de R$ 2.000,00 foi feita pelo prazo de 9 meses, 5. tendo transportado todos os capitais para a data focal e
contratando-se a taxa de juros de 28% a.a. Além dessa aplicação, com base no diagrama de fluxo de caixa que você esquematizou,
existe outra de valor nominal R$ 7.000,00 com vencimento a 18 monte a EQUAÇÃO DE VALOR, impondo que a soma dos
meses. Considerando-se a taxa de juros de 18% a.a., o critério de valores dos títulos (transportados para a data focal) da parte de
desconto racional e a data focal 12 meses, a soma das aplicações cima do diagrama de fluxo de caixa seja igual à soma dos valores
é, em R$: dos títulos (transportados para a data focal) da parte de baixo do
diagrama de fluxo de caixa;
Resolução: 6. resolva a equação de valor;
Inicialmente, precisamos calcular o valor nominal da primeira 7. releia a PERGUNTA do problema e verifique se o valor que
aplicação. Considerando n = 9 meses = 0,75 anos, temos que: você encontrou corresponde ao que o problema está pedindo (às
N = C (1 + in) vezes, devido à pressa, o candidato se perde nos cálculos, encontra
N = 2.000 (1 + 0,28 . 0,75) = 2.000 (1,21) = 2.420 um resultado intermediário e assinala a alternativa que o contém,
colocada ali para induzi-lo em erro, quando seria necessário ainda
Observando o diagrama de fluxo de caixa, vemos que, para uma passo a mais para chegar ao resultado final correto).
serem transportados à data doze, o título de 2.420 terá que ser
capitalizado de três meses, ao passo que o título de 7.000 terá que
Desconto e Equivalência
ser descapitalizado de 6 meses. Além disso, a taxa de 18% a.a.,
Por fim, gostaríamos de dar uma dica para ajudá-lo a perceber
considerando-se capitalização simples, é equivalente a 1,5% a.m.
= 0,015 a.m. Desta forma, podemos escrever que: quando um problema é de desconto e quando é de equivalência.
2.420 (1 + 0,015 . 3) + 7.000/1 + 0,015 . 6 = x Em linhas gerais, nos problemas de Desconto, alguém quer vender
2.420 (1,045) + 7.000/1,09 = x papéis (duplicatas, promissórias, letras de câmbio, etc.), enquanto
2.528,9 + 6.422,02 = x que nos problemas de Equivalência, alguém quer financiar ou
x = 8.950,92 refinanciar uma dívida.
 
Equação de Valor Rendas Uniformes
Matéria com o mesmo objetivo da Equivalência de Capitais,
Em síntese, para que um conjunto de títulos de valores mas com títulos apresentando os mesmos valores e com
nominais N1, N2, N3 …, exigíveis nas datas n1, n2, n3 …, seja vencimentos consecutivos - tornando assim sua solução mais
equivalente a um outro conjunto de títulos Na , Nb , Nc …, exigíveis rápida, através de um método alternativo.
nas datas na , nb , nc …, basta impormos que a soma dos respectivos Há dois casos: o cálculo do valor atual dos pagamentos iguais
valores atuais Va1 , Va2 , Va3 … dos títulos do primeiro conjunto, e sucessivos (que seria igual ao valor do financiamento obtido por
calculados na data focal considerada, seja igual à soma dos valores uma empresa ou o valor do empréstimo contraído); e o cálculo do
atuais Vaa , Vab , Vac … dos títulos do segundo conjunto, calculados montante, do valor que a empresa obterá se aplicar os pagamentos
para essa mesma data, isto é: dos clientes em uma data futura às datas dos pagamentos.

Didatismo e Conhecimento 65
RACIOCÍNIO LÓGICO
1º Caso: Cálculo do Valor Atual b) Quando o montante é calculado em um momento que não
coincide com a data do último pagamento:
a) Renda Certa Postecipada (Imediata): aquela onde o primeiro
pagamento acontecerá em UM período após contrair o empréstimo Para calcular o valor do montante nesse caso, a fórmula é a
ou financiamento. seguinte:
Para calcular o valor atual dessa renda certa, a fórmula é a
seguinte: M = P . (s[n+x,i] - s[x,i]), onde:
A = P . a[n,i], onde: M = valor do montante;
A = valor atual da renda certa; P = valor de cada pagamento da renda certa;
P = valor de cada pagamento da renda certa; n = número de prestações;
n = número de prestações; x = número de prestações acrescentadas;
i = taxa empregada. i = taxa empregada.

O fator a[n,i] é normalmente dado nas provas. Rendas Variáveis

b) Renda Certa Antecipada: aquela onde o primeiro pagamento Ativos de renda variável são aqueles cuja remuneração ou
acontecerá no ato do empréstimo ou financiamento. retorno de capital não pode ser dimensionado no momento da
aplicação, podendo variar positivamente ou negativamente, de
acordo com as expectativas do mercado. Os mais comuns são:
Para calcular o valor atual dessa renda certa, a fórmula é a
ações, fundos de renda variável (fundo de ação, multimercado e
seguinte:
outros), quotas ou quinhões de capital, Commodities (ouro, moeda
e outros) e os derivativos (contratos negociados nas Bolsas de
A = P . a[n-1,i] + P, onde: Valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas).
Taxa Interna de Retorno
A = valor atual da renda certa;
P = valor de cada pagamento da renda certa; A Taxa Interna de Retorno (TIR), em inglês IRR (Internal
n = número de prestações; Rate of Return), é a taxa necessária para igualar o valor de um
i = taxa empregada. investimento (valor presente) com os seus respectivos retornos
futuros ou saldos de caixa. Sendo usada em análise de investimentos
c) Renda Certa Diferida: aquela onde o primeiro pagamento significa a taxa de retorno de um projeto.
acontecerá vários períodos após ser feito o empréstimo ou Utilizando uma calculadora financeira, encontramos para
financiamento. o projeto P uma Taxa Interna de Retorno de 15% ao ano. Esse
projeto será atrativo se a empresa tiver uma TMA menor do
Para calcular o valor atual dessa renda certa, a fórmula é a que 15% ao ano. A solução dessa equação pode ser obtida pelo
seguinte: processo iterativo, ou seja “tentativa e erro”, ou diretamente com o
uso de calculadoras eletrônicas ou planilhas de cálculo.
A = P . ( a[n+x,i] - a[x,i] ), onde: A taxa interna de rentabilidade (TIR) é a taxa de atualização
do projeto que dá o VAL nulo. A TIR é a taxa que o investidor
A = valor atual da renda certa; obtém em média em cada ano sobre os capitais que se mantêm
P = valor de cada pagamento da renda certa; investidos no projeto, enquanto o investimento inicial é recuperado
n = número de prestações; progressivamente. A TIR é um critério que atende ao valor de
x = número de prestações acrescentadas; dinheiro no tempo, valorizando os cash-flows atuais mais do
i = taxa empregada. que os futuros, constitui com a VAL e o PAYBACK atualizado
os três grandes critérios de avaliação de projetos. A TIR não é
2º Caso: Cálculo do Montante adequada à seleção de projetos de investimento, a não ser quando
é determinada a partir do cash-flow relativo.
a) Quando o montante é calculado no momento da data do
A Taxa Interna de Retorno de um investimento pode ser:
último pagamento:
- Maior do que a Taxa Mínima de Atratividade: significa que o
Para calcular o valor do montante nesse caso, a fórmula é a investimento é economicamente atrativo.
seguinte: - Igual à Taxa Mínima de Atratividade: o investimento está
economicamente numa situação de indiferença.
M = P . s[n,i], onde: - Menor do que a Taxa Mínima de Atratividade: o investimento
não é economicamente atrativo pois seu retorno é superado pelo
M = valor do montante; retorno de um investimento com o mínimo de retorno.
P = valor de cada pagamento da renda certa;
n = número de prestações; Entre vários investimentos, o melhor será aquele que tiver a
i = taxa empregada. maior Taxa Interna de Retorno Matematicamente, a Taxa Interna
de Retorno é a taxa de juros que torna o valor presente das entradas
O fator s[n,i] é normalmente dado nas provas. de caixa igual ao valor presente das saídas de caixa do projeto de
investimento.

Didatismo e Conhecimento 66
RACIOCÍNIO LÓGICO
A TIR é a taxa de desconto que faz com que o Valor Presente Um defeito crítico do método de cálculo da TIR é que
Líquido (VPL) do projeto seja zero. Um projeto é atrativo quando múltiplos valores podem ser encontrados se o fluxo anual de caixa
sua TIR for maior do que o custo de capital do projeto. mudar de sinal mais de uma vez (ir de negativo para positivo e para
negativo novamente, ou vice-versa) durante o período de análise.
Método Para os casos de alteração frequente de sinal deve utilizar-se a
(Taxa externa de retorno - TER).
Para encontrar o valor da Taxa Interna de Retorno, calcular a Apesar de uma forte preferência acadêmica pelo VPL,
taxa que satisfaz a seguinte equação: pesquisas indicam que executivos preferem a TIR ao invés do VPL.
Aparentemente os gerentes acham intuitivamente mais atraente
para avaliar investimentos em taxas percentuais ao invés dos
valores monetários do VPL. Contudo, deve-se preferencialmente
utilizar mais do que uma ferramenta de análise de investimento, e
todas as alternativas devem ser consideradas em uma análise, pois
qualquer alternativa pode parecer valer a pena se for comparada
A TIR é obtida resolvendo a expressão em ordem a TIR com as alternativas suficientemente ruins.
e é geralmente comparada com a taxa de desconto. O valor do Deve-se ter em mente que o método da TIR considera que as
TIR é um valor relativo e o seu cálculo é realizado, recorrendo a entradas, ou seja, os vários retornos que o investimento trará, serão
computador ou a tabelas próprias Para se efetuar o cálculo da TIR, reinvestidos a uma taxa igual a taxa de atratividade informada.
é analisada a série de valores obtida da seguinte forma: 1º valor: o
investimento inicial (valor negativo) 2º valor: benefícios - custos Taxa Nominal
do 1º período (valor positivo) 3º valor: benefícios - custos do 2º
período (valor positivo) e assim sucessivamente, até ao último A taxa nominal de juros relativa a uma operação financeira,
período a considerar. O período considerado pode ser um qualquer pode ser calculada pela expressão:
desde que seja regular (semana, mensal, trimestral, semestral, Taxa nominal = Juros pagos / Valor nominal do empréstimo
anual, etc.) Nota: recorrendo ao uso de uma folha de cálculo é
possível obter o valor da TIR. No caso do Excel, a fórmula para Assim, por exemplo, se um empréstimo de $100.000,00,
cálculo do TIR é IRR(gama de valores). deve ser quitado ao final de um ano, pelo valor monetário de
A TIR não deve ser usada como parâmetro em uma análise de $150.000,00, a taxa de juros nominal será dada por:
investimento porque muitas vezes os fluxos não são reinvestidor a Juros pagos = Jp = $150.000 – $100.000 = $50.000,00
uma taxa iguais a TIR efetiva. Taxa nominal = in = $50.000 / $100.000 = 0,50 = 50%
Quando a TIR calculada é superior á taxa efetiva de
reinvestimento dos fluxos de caixa intermediários, pode sugir, ás Sem dúvida, se tem um assunto que gera muita confusão
vezes de forma significativa, uma expectativa irreal de retorno na Matemática Financeira são os conceitos de taxa nominal,
anual equivalente ao do projeto de investimento. taxa efetiva e taxa equivalente. Até na esfera judicial esses
assuntos geram muitas dúvidas nos cálculos de empréstimos,
Exemplo financiamentos, consórcios  e etc.
Hoje vamos tentar esclarecer esses conceitos, que na maioria
Considerando-se que o fluxo de caixa é composto apenas de das vezes nos livros e apostilas disponíveis no mercado, não são
uma saída no período 0 de R$ 100,00 e uma entrada no período 1 apresentados de um maneira clara.
de R$120,00, onde i corresponde à taxa de juros: Temos a chamada taxa de juros nominal, quando esta não
é realmente a taxa utilizada para o cálculo dos juros (é uma taxa
“sem efeito”). A capitalização (o prazo de formação e incorporação
de juros ao capital inicial) será dada através de uma outra  taxa, 
numa unidade de tempo diferente, taxa efetiva.
 Como calcular a taxa que realmente vai ser utilizada; isto é, a
Para VPL = 0 temos i = TIR = 0.2 = 20% taxa efetiva?
Como uma ferramenta de decisão, a TIR é utilizada para                
avaliar investimentos alternativos. A alternativa de investimento Vamos acompanhar através do exemplo:
com a TIR mais elevada é normalmente a preferida; também Calcular o montante de um capital de R$ 1.000,00 aplicados
deve se levar em consideração de que colocar o investimento durante 18 meses, capitalizados mensalmente, a uma taxa de
em um banco é sempre uma alternativa. Assim, se nenhuma das 12% a.a. Explicando o que é taxa Nominal, efetiva mensal e
alternativas de investimento atingir a taxa de rendimento bancária equivalente mensal:
ou a Taxa Mínima de Atratividade (TMA), este investimento não  
deve ser realizado. Respostas e soluções:
Normalmente a TIR não pode ser resolvida analiticamente  
como demonstrado acima, e sim apenas através de iterações, ou 1) A taxa Nominal é 12% a.a; pois o capital não vai ser
seja, através de interpolações com diversas taxas de retorno até capitalizado com a taxa anual.
chegar àquela que apresente um VPL igual a zero; contudo as
calculadoras financeiras e planilhas eletrônicas estão preparadas 2) A taxa efetiva mensal a ser utilizada depende de duas
para encontrar rapidamente este valor. convenções: taxa proporcional mensal ou taxa equivalente mensal.

Didatismo e Conhecimento 67
RACIOCÍNIO LÓGICO
a) Taxa proporcional mensal (divide-se a taxa anual por 12): c) 30 %
12%/12 = 1% a.m. d) 32,25 %
b) Taxa equivalente mensal (é aquela que aplicado aos R$ e) 35 %
1.000,00, rende os mesmos juros que a taxa anual aplicada nesse  
mesmo capital). 2) Um empresa solicita um empréstimo ao Banco no regime
Cálculo da taxa equivalente mensal: de capitalização composta à base de 44% ao bimestre. A taxa
q
iq = (1 + it ) t − 1
  equivalente composta ao mês de:
a) 12%
b) 20%
  c) 22%
onde: d) 24%
iq : taxa equivalente para o prazo que eu quero  
it : taxa para o prazo que eu tenho Respostas: 1) d      2) b
q : prazo que eu quero
t : prazo que eu tenho Taxa Real e Taxa Efetiva
 
  As taxas de juros são índices fundamentais no estudo da
⇒ =  (1,12)0,083333  – 1  matemática financeira. Os rendimentos financeiros são responsáveis
iq = 0,009489 a.m  ou  iq = 0,949 % a.m. pela correção de capitais investidos perante uma determinada taxa
3) Cálculo do montante pedido, utilizando a taxa efetiva mensal de juros. Não importando se a capitalização é simples ou composta,
a) pela convenção da taxa proporcional: existem três tipos de taxas: taxa nominal, taxa efetiva e taxa real.
M = c (1 + i)n No mercado financeiro, muitos negócios não são fechados em
M = 1000 (1 + 0,01) 18 = 1.000 x  1,196147 virtude da confusão gerada pelo desconhecimento do significado
M = 1.196,15 de cada um dos tipos de taxa. Vamos compreender o conceito de
  cada uma delas.
b) pela convenção da taxa equivalente:
M = c (1 + i)n Taxa Nominal: A taxa nominal é aquela em que o período de
M = 1000 (1 + 0,009489) 18 = 1.000 x  1,185296 formação e incorporação dos juros ao capital não coincide com
M = 1.185,29 aquele a que a taxa está referida. Exemplos:
  a) Uma taxa de 12% ao ano com capitalização mensal.
NOTA: Para comprovar que a taxa de 0,948% a.m é equivalente b) 5% ao trimestre com capitalização semestral.
a taxa de 12% a.a, basta calcular o montante utilizando a taxa c) 15% ao semestre com capitalização bimestral.
anual, neste caso  teremos que transformar 18 meses em anos para
fazer o cálculo, ou seja : 18: 12 = 1,5 ano. Assim: Taxa Efetiva: A taxa efetiva é aquela que o período de formação
M = c (1 + i)n e incorporação dos juros ao capital coincide com aquele a que a
M = 1000 (1 + 0,12) 1,5 = 1.000 x  1,185297 taxa está referida. Exemplos:
M = 1.185,29 a) Uma taxa de 5% ao mês com capitalização mensal.
  b) Uma taxa de 75% ao ano com capitalização anual.
Conclusões: c) Uma taxa de 11% ao trimestre com capitalização trimestral.

- A taxa nominal é 12% a.a, pois não foi aplicada no cálculo do Taxa Real: A taxa real é aquela que expurga o efeito da inflação
montante. Normalmente a taxa nominal vem sempre ao ano! no período. Dependendo dos casos, a taxa real pode assumir
- A taxa efetiva mensal, como o próprio nome diz, é aquela valores negativos. Podemos afirmar que a taxa real corresponde à
que foi utilizado para cálculo do montante. Pode ser uma taxa taxa efetiva corrigida pelo índice inflacionário do período.
proporcional mensal (1 % a.m.) ou uma taxa equivalente mensal
(0,949 % a.m.). Existe uma relação entre a taxa efetiva, a taxa real e o índice de
- Qual a taxa efetiva mensal que devemos utilizar? Em se inflação no período. Vejamos: 1+ief=(1+ir)(1+iinf)
tratando de concursos públicos a grande maioria das bancas
examinadores utilizam a convenção da taxa proporcional. Em se Onde,
tratando do mercado financeiro, utiliza-se a convenção de taxa ief→é a taxa efetiva
equivalente. ir→é a taxa real
iinf→é a taxa de inflação no período
Resolva as questões abaixo para você verificar se entendeu os
conceitos acima. Seguem alguns exemplos para compreensão do uso da fórmula.
 
1) Um banco paga juros compostos de 30% ao ano, com Exemplo 1. Certa aplicação financeira obteve rendimento
capitalização semestral. Qual a taxa anual efetiva? efetivo de 6% ao ano. Sabendo que a taxa de inflação no período
a) 27,75 % foi de 4,9%, determine o ganho real dessa aplicação.
b) 29,50%

Didatismo e Conhecimento 68
RACIOCÍNIO LÓGICO
Solução: A solução do problema consiste em determinar o A taxa real expurga o efeito da inflação. Um aspecto interessante
ganho real da aplicação corrigido pelo índice inflacionário do sobre as taxas reais de juros é que, elas podem ser inclusive,
período, ou seja, determinar a taxa real de juros dessa aplicação negativas. Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros
financeira. Temos que: nominal e real. Para isto, vamos supor que um determinado capital
P é aplicado por um período de tempo unitário, a uma certa taxa
nominal in .
O montante S1 ao final do período será dado por S1 = P(1 + in).
Consideremos agora que durante o mesmo período, a
taxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j.
O capital corrigido por esta taxa acarretaria um montante 
S2 = P (1 + j).
A taxa real de juros, indicada por r, será aquela que aplicada ao
Aplicando a fórmula que relaciona os três índices, teremos: montante S2, produzirá o montante S1. Poderemos então escrever:
S1 = S2 (1 + r)

Substituindo S1 e S2 , vem:
P(1 + in) = (1+r). P (1 + j)

Daí então, vem que:


(1 + in) = (1+r). (1 + j), onde:
in = taxa de juros nominal
j = taxa de inflação no período
r = taxa real de juros

Observe que se a taxa de inflação for nula no período, isto é, j


= 0, teremos que as taxas nominal e real são coincidentes. Veja o
Portanto, o ganho real dessa aplicação financeira foi de 1% ao exemplo a seguir:
ano. Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um banco
empresta $120.000,00 para ser pago em um ano com $150.000,00.
Sendo a inflação durante o período do empréstimo igual a 10%,
Exemplo 2. Certa categoria profissional obteve reajuste salarial
pede-se calcular as taxas nominal e real deste empréstimo.
de 7% ao ano. Sabendo que a inflação no período foi de 10%,
Teremos que a taxa nominal será igual a:
determine o valor do reajuste real e interprete o resultado.
in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 = 0,25 =
25%
Solução: Temos que
Portanto in = 25%

Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% = 0,10,


substituindo na fórmula anterior, vem:
(1 + in) = (1+r). (1 + j)
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10)
1,25 = (1 + r).1,10
Aplicando a fórmula, teremos: 1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364

Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64%

Se a taxa de inflação no período fosse igual a 30%, teríamos


para a taxa real de juros:
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,30)
1,25 = (1 + r).1,30
1 + r = 1,25/1,30 = 0,9615

Portanto, r = 0,9615 – 1 = -,0385 = -3,85% e, portanto teríamos


uma taxa real de juros negativa.

Agora resolva este: $100.000,00 foi emprestado para ser


quitado por $150.000,00 ao final de um ano. Se a inflação no
Como a taxa real foi negativa, podemos afirmar que essa período foi de 20%, qual a taxa real do empréstimo?
categoria profissional teve perdas salariais do período, uma vez
que o reajuste salarial foi abaixo do índice inflacionário do período. Resposta: 25%

Didatismo e Conhecimento 69
RACIOCÍNIO LÓGICO
Ao divisar um teste de hipóteses, o técnico deverá tentar ma-
ximizar o poder de uma dada significância, mas ultimamente tem
ESTATÍSTICA: INTERPRETAÇÃO de reconhecer que o melhor resultado que se pode obter é um com-
DE DADOS (GRÁFICOS E TABELAS); promisso entre significância e poder, em outras palavras, entre os
CÁLCULO DE MEDIDAS DE TENDÊNCIA erros de tipo I e tipo II.
CENTRAL: MÉDIA, MEDIANA E MODA. É importante ressaltar que os valores p Fisherianos são filoso-
ficamente diferentes dos erros de tipo I de Neyman-Pearson. Esta
confusão é infelizmente propagada por muitos livros de estatística.

Divisão da Estatística:
A estatística é, hoje em dia, um instrumento útil e, em alguns
casos, indispensável para tomadas de decisão em diversos campos: - Estatística Descritiva: Média (Aritmética, Geométrica, Har-
científico, econômico, social, político… mônica, Ponderada) - Mediana - Moda - Variância - Desvio padrão
Todavia, antes de chegarmos à parte de interpretação para to- - Coeficiente de variação.
madas de decisão, há que proceder a um indispensável trabalho - Inferência Estatística: Testes de hipóteses - Significância -
de recolha e organização de dados, sendo a recolha feita através Potência - Hipótese nula/Hipótese alternativa - Erro de tipo I - Erro
de recenseamentos (ou censos ou levantamentos estatísticos) ou de tipo II - Teste T - Teste Z - Distribuição t de Student - Normali-
sondagens. zação - Valor p - Análise de variância.
Existem indícios que há 300 mil anos a.C. já se faziam censos - Estatística Não-Paramétrica: Teste Binomial - Teste Qui-
na China, Babilônia e no Egito. Censos estes que se destinavam à quadrado (uma amostra, duas amostras independentes, k amostras
taxação de impostos. independentes) - Teste Kolmogorov-Smirnov (uma amostra, duas
Estatística pode ser pensada como a ciência de aprendizagem amostras independentes) - Teste de McNemar - Teste dos Sinais -
a partir de dados. No nosso quotidiano, precisamos tomar deci- Teste de Wilcoxon - Teste de Walsh - Teste Exata de Fisher - Teste
sões, muitas vezes decisões rápidas. Q de Cochran - Teste de Kruskal-Wallis - Teste de Friedman.
- Análise da Sobrevivência: Função de sobrevivência -
Kaplan-Meier - Teste log-rank - Taxa de falha - Proportional ha-
zards models.
- Amostragem: Amostragem aleatória simples (com reposi-
ção, sem reposição) - Amostragem estratificada - Amostragem por
conglomerados - Amostragem sistemática - estimador razão - es-
Em linhas gerais a Estatística fornece métodos que auxiliam timador regressão.
o processo de tomada de decisão através da análise dos dados que - Distribuição de Probabilidade: Normal - De Pareto - De
possuímos. Poisson - De Bernoulli - Hipergeométrica - Binomial - Binomial
Em Estatística, um resultado é significante, portanto, tem negativa - Gama - Beta - t de Student - F-Snedecor.
significância estatística, se for improvável que tenha ocorrido por - Correlação: Variável de confusão - Coeficiente de correla-
acaso (que em estatística e probabilidade é tratado pelo conceito de ção de Pearson - Coeficiente de correlação de postos de Spearman
chance), caso uma determinada hipótese nula seja verdadeira, mas - Coeficiente de correlação tau de Kendall).
não sendo improvável caso a hipótese base seja falsa. A expressão Regressão: Regressão linear - Regressão não-linear - Regres-
teste de significância foi cunhada por Ronald Fisher. são logística - Método dos mínimos quadrados - Modelos Lineares
Mais concretamente, no teste de hipóteses com base em fre- Generalizados - Modelos para Dados Longitudinais.
quência estatística, a significância de um teste é a probabilidade - Análise Multivariada: Distribuição normal multivariada -
máxima de rejeitar acidentalmente uma hipótese nula verdadeira Componentes principais - Análise fatorial - Análise discriminan-
(uma decisão conhecida como erro de tipo I). O nível de signi- te - Análise de “Cluster” (Análise de agrupamento) - Análise de
ficância de um resultado é também chamado de α e não deve ser Correspondência.
confundido com o valor p (p-value). - Séries Temporais: Modelos para séries temporais - Tendên-
Por exemplo, podemos escolher um nível de significância de, cia e sazonalidade - Modelos de suavização exponencial - ARIMA
digamos, 5%, e calcular um valor crítico de um parâmetro (por - Modelos sazonais.
exemplo a média) de modo que a probabilidade de ela exceder
esse valor, dada a verdade da hipótese nulo, ser 5%. Se o valor Panorama Geral:
estatístico calculado (ou seja, o nível de 5% de significância ante-
riormente escolhido) exceder o valor crítico, então é significante Variáveis: São características que são medidas, controladas
“ao nível de 5%”. ou manipuladas em uma pesquisa. Diferem em muitos aspectos,
Se o nível de significância (ex: 5% anteriormente dado) é me- principalmente no papel que a elas é dado em uma pesquisa e na
nor, o valor é menos provavelmente um extremo em relação ao va- forma como podem ser medidas.
lor crítico. Deste modo, um resultado que é “significante ao nível
de 1%” é mais significante do que um resultado que é significante Pesquisa “Correlacional” X Pesquisa “Experimental”: A
“ao nível de 5%”. No entanto, um teste ao nível de 1% é mais sus- maioria das pesquisas empíricas pertencem claramente a uma des-
ceptível de padecer do erro de tipo II do que um teste de 5% e por sas duas categorias gerais: em uma pesquisa correlacional (Levan-
isso terá menos poder estatístico. tamento) o pesquisador não influencia (ou tenta não influenciar)

Didatismo e Conhecimento 70
RACIOCÍNIO LÓGICO
nenhuma variável, mas apenas as mede e procura por relações mais”. Um exemplo típico de uma variável ordinal é o status só-
(correlações) entre elas, como pressão sangüínea e nível de coles- cio-econômico das famílias residentes em uma localidade: sabe-se
terol. Em uma pesquisa experimental (Experimento) o pesquisador que média-alta é mais “alta” do que média, mas não se pode dizer,
manipula algumas variáveis e então mede os efeitos desta manipu- por exemplo, que é 18% mais alta. A própria distinção entre men-
lação em outras variáveis; por exemplo, aumentar artificialmente suração nominal, ordinal e intervalar representa um bom exemplo
a pressão sangüínea e registrar o nível de colesterol. A análise dos de uma variável ordinal: pode-se dizer que uma medida nominal
dados em uma pesquisa experimental também calcula “correla- provê menos informação do que uma medida ordinal, mas não se
ções” entre variáveis, especificamente entre aquelas manipuladas pode dizer “quanto menos” ou como esta diferença se compara à
e as que foram afetadas pela manipulação. Entretanto, os dados ex- diferença entre mensuração ordinal e intervalar.
perimentais podem demonstrar conclusivamente relações causais - Variáveis intervalares permitem não apenas ordenar em pos-
(causa e efeito) entre variáveis. Por exemplo, se o pesquisador des- tos os itens que estão sendo medidos, mas também quantificar e
cobrir que sempre que muda a variável A então a variável B tam- comparar o tamanho das diferenças entre eles. Por exemplo, tem-
bém muda, então ele poderá concluir que A “influencia” B. Dados peratura, medida em graus Celsius constitui uma variável interva-
de uma pesquisa correlacional podem ser apenas “interpretados” lar. Pode-se dizer que a temperatura de 40C é maior do que 30C e
em termos causais com base em outras teorias (não estatísticas) que um aumento de 20C para 40C é duas vezes maior do que um
que o pesquisador conheça, mas não podem ser conclusivamente aumento de 30C para 40C.
provar causalidade.  
Relações entre variáveis: Duas ou mais variáveis quaisquer
Variáveis dependentes e variáveis independentes: Variá- estão relacionadas se em uma amostra de observações os valores
veis independentes são aquelas que são manipuladas enquanto dessas variáveis são distribuídos de forma consistente. Em outras
que variáveis dependentes são apenas medidas ou registradas. Esta palavras, as variáveis estão relacionadas se seus valores corres-
distinção confunde muitas pessoas que dizem que “todas variáveis pondem sistematicamente uns aos outros para aquela amostra de
dependem de alguma coisa”. Entretanto, uma vez que se esteja observações. Por exemplo, sexo e WCC seriam relacionados se a
acostumado a esta distinção ela se torna indispensável. Os termos maioria dos homens tivesse alta WCC e a maioria das mulheres
variável dependente e independente aplicam-se principalmente à baixa WCC, ou vice-versa; altura é relacionada ao peso porque
pesquisa experimental, onde algumas variáveis são manipuladas, tipicamente indivíduos altos são mais pesados do que indivíduos
e, neste sentido, são “independentes” dos padrões de reação ini- baixos; Q.I. está relacionado ao número de erros em um teste se
cial, intenções e características dos sujeitos da pesquisa (unidades pessoas com Q.I.’s mais altos cometem menos erros.
experimentais).Espera-se que outras variáveis sejam “dependen-
tes” da manipulação ou das condições experimentais. Ou seja, elas Importância das relações entre variáveis: Geralmente o ob-
dependem “do que os sujeitos farão” em resposta. Contrariando jetivo principal de toda pesquisa ou análise científica é encontrar
um pouco a natureza da distinção, esses termos também são usa- relações entre variáveis. A filosofia da ciência ensina que não há
dos em estudos em que não se manipulam variáveis independen- outro meio de representar “significado” exceto em termos de re-
tes, literalmente falando, mas apenas se designam sujeitos a “gru- lações entre quantidades ou qualidades, e ambos os casos envol-
pos experimentais” baseados em propriedades pré-existentes dos vem relações entre variáveis. Assim, o avanço da ciência sempre
próprios sujeitos. Por exemplo, se em uma pesquisa compara-se a tem que envolver a descoberta de novas relações entre variáveis.
contagem de células brancas (White Cell Count em inglês, WCC) Em pesquisas correlacionais a medida destas relações é feita de
de homens e mulheres, sexo pode ser chamada de variável inde- forma bastante direta, bem como nas pesquisas experimentais.
pendente e WCC de variável dependente. Por exemplo, o experimento já mencionado de comparar WCC
  em homens e mulheres pode ser descrito como procura de uma
Níveis de Mensuração: As variáveis diferem em “quão bem” correlação entre 2 variáveis: sexo e WCC. A Estatística nada
elas podem ser medidas, isto é, em quanta informação seu nível mais faz do que auxiliar na avaliação de relações entre variáveis.
de mensuração pode prover. Há obviamente algum erro em cada  
medida, o que determina o “montante de informação” que se pode Aspectos básicos da relação entre variáveis: As duas pro-
obter, mas basicamente o fator que determina a quantidade de in- priedades formais mais elementares de qualquer relação entre va-
formação que uma variável pode prover é o seu tipo de nível de riáveis são a magnitude (“tamanho”) e a confiabilidade da relação.
mensuração. Sob este prisma as variáveis são classificadas como - Magnitude é muito mais fácil de entender e medir do que a
nominais, ordinais e intervalares. confiabilidade. Por exemplo, se cada homem em nossa amostra
- Variáveis nominais permitem apenas classificação qualita- tem um WCC maior do que o de qualquer mulher da amostra, po-
tiva. Ou seja, elas podem ser medidas apenas em termos de quais deria-se dizer que a magnitude da relação entre as duas variáveis
itens pertencem a diferentes categorias, mas não se pode quantifi- (sexo e WCC) é muito alta em nossa amostra. Em outras palavras,
car nem mesmo ordenar tais categorias. Por exemplo, pode-se di- poderia-se prever uma baseada na outra (ao menos na amostra em
zer que 2 indivíduos são diferentes em termos da variável A (sexo, questão).
por exemplo), mas não se pode dizer qual deles “tem mais” da - Confiabilidade é um conceito muito menos intuitivo, mas
qualidade representada pela variável. Exemplos típicos de variá- extremamente importante. Relaciona-se à “representatividade” do
veis nominais são sexo, raça, cidade, etc. resultado encontrado em uma amostra específica de toda a popu-
- Variáveis ordinais permitem ordenar os itens medidos em lação. Em outras palavras, diz quão provável será encontrar uma
termos de qual tem menos e qual tem mais da qualidade represen- relação similar se o experimento fosse feito com outras amostras
tada pela variável, mas ainda não permitem que se diga “o quanto retiradas da mesma população, lembrando que o maior interesse

Didatismo e Conhecimento 71
RACIOCÍNIO LÓGICO
está na população. O interesse na amostra reside na informação Alguns métodos estatísticos que envolvem muitas comparações,
que ela pode prover sobre a população. Se o estudo atender certos e portanto uma boa chance para tais erros, incluem alguma “cor-
critérios específicos (que serão mencionados posteriormente) en- reção” ou ajuste para o número total de comparações. Entretanto,
tão a confiabilidade de uma relação observada entre variáveis na muitos métodos estatísticos (especialmente análises exploratórias
amostra pode ser estimada quantitativamente e representada usan- simples de dados) não oferecem nenhum remédio direto para este
do uma medida padrão (chamada tecnicamente de nível-p ou nível problema. Cabe então ao pesquisador avaliar cuidadosamente a
de significância estatística). confiabilidade de descobertas não esperadas.

Significância Estatística (nível-p): A significância estatística Força X Confiabilidade de uma relação entre variáveis:
de um resultado é uma medida estimada do grau em que este resul- Foi dito anteriormente que força (magnitude) e confiabilidade são
tado é “verdadeiro” (no sentido de que seja realmente o que ocorre dois aspectos diferentes dos relacionamentos entre variáveis. Con-
na população, ou seja no sentido de “representatividade da popula- tudo, eles não são totalmente independentes. Em geral, em uma
ção”). Mais tecnicamente, o valor do nível-p representa um índice amostra de um certo tamanho quanto maior a magnitude da relação
decrescente da confiabilidade de um resultado. Quanto mais alto entre variáveis, mais confiável a relação.
o nível-p, menos se pode acreditar que a relação observada entre Assumindo que não há relação entre as variáveis na popula-
as variáveis na amostra é um indicador confiável da relação entre ção, o resultado mais provável deveria ser também não encontrar
as respectivas variáveis na população. Especificamente, o nível-p relação entre as mesmas variáveis na amostra da pesquisa. Assim,
representa a probabilidade de erro envolvida em aceitar o resultado quanto mais forte a relação encontrada na amostra menos provável
observado como válido, isto é, como “representativo da popula- é a não existência da relação correspondente na população. En-
ção”. Por exemplo, um nível-p de 0,05 (1/20) indica que há 5% de tão a magnitude e a significância de uma relação aparentam estar
probabilidade de que a relação entre as variáveis, encontrada na fortemente relacionadas, e seria possível calcular a significância a
amostra, seja um “acaso feliz”. Em outras palavras, assumindo que partir da magnitude e vice-versa. Entretanto, isso é válido apenas
não haja relação entre aquelas variáveis na população, e o experi- se o tamanho da amostra é mantido constante, porque uma relação
mento de interesse seja repetido várias vezes, poderia-se esperar de certa força poderia ser tanto altamente significante ou não sig-
que em aproximadamente 20 realizações do experimento haveria nificante de todo dependendo do tamanho da amostra.
apenas uma em que a relação entre as variáveis em questão seria Por que a significância de uma relação entre variáveis de-
igual ou mais forte do que a que foi observada naquela amostra pende do tamanho da amostra: Se há muito poucas observações
anterior. Em muitas áreas de pesquisa, o nível-p de 0,05 é costu- então há também poucas possibilidades de combinação dos valo-
meiramente tratado como um “limite aceitável” de erro. res das variáveis, e então a probabilidade de obter por acaso uma
combinação desses valores que indique uma forte relação é relati-
Como determinar que um resultado é “realmente” signifi- vamente alta. Considere-se o seguinte exemplo:
cante: Não há meio de evitar arbitrariedade na decisão final de qual Há interesse em duas variáveis (sexo: homem, mulher; WCC:
nível de significância será tratado como realmente “significante”. alta, baixa) e há apenas quatro sujeitos na amostra (2 homens e 2
Ou seja, a seleção de um nível de significância acima do qual os mulheres). A probabilidade de se encontrar, puramente por aca-
resultados serão rejeitados como inválidos é arbitrária. Na prática, so, uma relação de 100% entre as duas variáveis pode ser tão alta
a decisão final depende usualmente de: se o resultado foi previsto a quanto 1/8. Explicando, há uma chance em oito de que os dois
priori ou apenas a posteriori no curso de muitas análises e compa- homens tenham alta WCC e que as duas mulheres tenham baixa
rações efetuadas no conjunto de dados; no total de evidências con- WCC, ou vice-versa, mesmo que tal relação não exista na popula-
sistentes do conjunto de dados; e nas “tradições” existentes na área ção. Agora considere-se a probabilidade de obter tal resultado por
particular de pesquisa. Tipicamente, em muitas ciências resultados acaso se a amostra consistisse de 100 sujeitos: a probabilidade de
que atingem nível-p 0,05 são considerados estatisticamente signi- obter aquele resultado por acaso seria praticamente zero.
ficantes, mas este nível ainda envolve uma probabilidade de erro Observando um exemplo mais geral. Imagine-se uma popu-
razoável (5%). Resultados com um nível-p 0,01 são comumente lação teórica em que a média de WCC em homens e mulheres é
considerados estatisticamente significantes, e com nível-p 0,005 exatamente a mesma. Supondo um experimento em que se reti-
ou nível-p 0,001 são freqüentemente chamados “altamente” signi- ram pares de amostras (homens e mulheres) de um certo tamanho
ficantes. Estas classificações, porém, são convenções arbitrárias e da população e calcula-se a diferença entre a média de WCC em
apenas informalmente baseadas em experiência geral de pesquisa. cada par de amostras (supor ainda que o experimento será repetido
Uma conseqüência óbvia é que um resultado considerado signifi- várias vezes). Na maioria dos experimento os resultados das dife-
cante a 0,05, por exemplo, pode não sê-lo a 0,01. renças serão próximos de zero. Contudo, de vez em quando, um
par de amostra apresentará uma diferença entre homens e mulhe-
Significância estatística e o número de análises realizadas: res consideravelmente diferente de zero. Com que freqüência isso
Desnecessário dizer quanto mais análises sejam realizadas em um acontece? Quanto menor a amostra em cada experimento maior a
conjunto de dados, mais os resultados atingirão “por acaso” o nível probabilidade de obter esses resultados errôneos, que, neste caso,
de significância convencionado. Por exemplo, ao calcular corre- indicariam a existência de uma relação entre sexo e WCC obtida
lações entre dez variáveis (45 diferentes coeficientes de correla- de uma população em que tal relação não existe. Observe-se mais
ção), seria razoável esperar encontrar por acaso que cerca de dois um exemplo (“razão meninos para meninas”, Nisbett et al., 1987):
(um em cada 20) coeficientes de correlação são significantes ao Há dois hospitais: no primeiro nascem 120 bebês a cada dia
nível-p 0,05, mesmo que os valores das variáveis sejam totalmente e no outro apenas 12. Em média a razão de meninos para meninas
aleatórios, e aquelas variáveis não se correlacionem na população. nascidos a cada dia em cada hospital é de 50/50. Contudo, certo

Didatismo e Conhecimento 72
RACIOCÍNIO LÓGICO
dia, em um dos hospitais nasceram duas vezes mais meninas do Como medir a magnitude (força) das relações entre variá-
que meninos. Em que hospital isso provavelmente aconteceu? A veis: Há muitas medidas da magnitude do relacionamento entre
resposta é óbvia para um estatístico, mas não tão óbvia para os variáveis que foram desenvolvidas por estatísticos: a escolha de
leigos: é muito mais provável que tal fato tenha ocorrido no hos- uma medida específica em dadas circunstâncias depende do núme-
pital menor. A razão para isso é que a probabilidade de um desvio ro de variáveis envolvidas, níveis de mensuração usados, natureza
aleatório da média da população aumenta com a diminuição do das relações, etc. Quase todas, porém, seguem um princípio geral:
tamanho da amostra (e diminui com o aumento do tamanho da elas procuram avaliar a relação comparando-a de alguma forma
amostra). com a “máxima relação imaginável” entre aquelas variáveis espe-
cíficas. Tecnicamente, um modo comum de realizar tais avaliações
Por que pequenas relações podem ser provadas como é observar quão diferenciados são os valores das variáveis, e então
significantes apenas por grandes amostras: Os exemplos dos calcular qual parte desta “diferença global disponível” seria detec-
parágrafos anteriores indicam que se um relacionamento entre as tada na ocasião se aquela diferença fosse “comum” (fosse apenas
variáveis em questão (na população) é pequeno, então não há meio devida à relação entre as variáveis) nas duas (ou mais) variáveis
de identificar tal relação em um estudo a não ser que a amostra seja em questão. Falando menos tecnicamente, compara-se “o que é
correspondentemente grande. Mesmo que a amostra seja de fato comum naquelas variáveis” com “o que potencialmente poderia
“perfeitamente representativa” da população o efeito não será esta- haver em comum se as variáveis fossem perfeitamente relaciona-
tisticamente significante se a amostra for pequena. Analogamente, das”. Outro exemplo:
se a relação em questão é muito grande na população então poderá Em uma amostra o índice médio de WCC é igual a 100 em
ser constatada como altamente significante mesmo em um estudo homens e 102 em mulheres. Assim, poderia-se dizer que, em mé-
baseado em uma pequena amostra. Mais um exemplo: dia, o desvio de cada valor da média de ambos (101) contém uma
Se uma moeda é ligeiramente viciada, de tal forma que quan- componente devida ao sexo do sujeito, e o tamanho desta com-
do lançada é ligeiramente mais provável que ocorram caras do que ponente é 1. Este valor, em certo sentido, representa uma medida
coroas (por exemplo uma proporção 60% para 40%). Então dez da relação entre sexo e WCC. Contudo, este valor é uma medida
lançamentos não seriam suficientes para convencer alguém de que muito pobre, porque não diz quão relativamente grande é aquela
a moeda é viciada, mesmo que o resultado obtido (6 caras e 4 co- componente em relação à “diferença global” dos valores de WCC.
roas) seja perfeitamente representativo do viesamento da moeda. Há duas possibilidades extremas: S
Entretanto, dez lançamentos não são suficientes para provar nada? - Se todos os valore de WCC de homens são exatamente iguais
Não, se o efeito em questão for grande o bastante, os dez lança- a 100 e os das mulheres iguais a 102 então todos os desvios da mé-
mentos serão suficientes. Por exemplo, imagine-se que a moeda dia conjunta na amostra seriam inteiramente causados pelo sexo.
seja tão viciada que não importe como venha a ser lançada o resul- Poderia-se dizer que nesta amostra sexo é perfeitamente correla-
tado será cara. Se tal moeda fosse lançada dez vezes, e cada lança- cionado a WCC, ou seja, 100% das diferenças observadas entre os
mento produzisse caras, muitas pessoas considerariam isso prova sujeitos relativas a suas WCC’s devem-se a seu sexo.
suficiente de que há “algo errado” com a moeda. Em outras pala- - Se todos os valores de WCC estão em um intervalo de 0 a
vras, seria considerada prova convincente de que a população teó- 1000, a mesma diferença (de 2) entre a WCC média de homens
rica de um número infinito de lançamentos desta moeda teria mais e mulheres encontrada no estudo seria uma parte tão pequena na
caras do que coroas. Assim, se a relação é grande, então poderá ser diferença global dos valores que muito provavelmente seria con-
considerada significante mesmo em uma pequena amostra. siderada desprezível. Por exemplo, um sujeito a mais que fosse
considerado poderia mudar, ou mesmo reverter, a direção da dife-
Pode uma “relação inexistente” ser um resultado signifi- rença. Portanto, toda boa medida das relações entre variáveis tem
cante: Quanto menor a relação entre as variáveis maior o tama- que levar em conta a diferenciação global dos valores individuais
nho de amostra necessário para prová-la significante. Por exem- na amostra e avaliar a relação em termos (relativos) de quanto des-
plo, imagine-se quantos lançamentos seriam necessários para ta diferenciação se deve à relação em questão.
provar que uma moeda é viciada se seu viesamento for de apenas
0,000001 %! Então, o tamanho mínimo de amostra necessário “Formato geral” de muitos testes estatísticos: Como o ob-
cresce na mesma proporção em que a magnitude do efeito a ser jetivo principal de muitos testes estatísticos é avaliar relações entre
demonstrado decresce. Quando a magnitude do efeito aproxima-se variáveis, muitos desses testes seguem o princípio exposto no item
de zero, o tamanho de amostra necessário para prová-lo aproxima- anterior. Tecnicamente, eles representam uma razão de alguma
se do infinito. Isso quer dizer que, se quase não há relação entre medida da diferenciação comum nas variáveis em análise (devido
duas variáveis o tamanho da amostra precisa quase ser igual ao à sua relação) pela diferenciação global daquelas variáveis. Por
tamanho da população, que teoricamente é considerado infinita- exemplo, teria-se uma razão da parte da diferenciação global dos
mente grande. A significância estatística representa a probabilida- valores de WCC que podem se dever ao sexo pela diferenciação
de de que um resultado similar seja obtido se toda a população global dos valores de WCC. Esta razão é usualmente chamada de
fosse testada. Assim, qualquer coisa que fosse encontrada após razão da variação explicada pela variação total. Em estatística o
testar toda a população seria, por definição, significante ao mais termo variação explicada não implica necessariamente que tal va-
alto nível possível, e isso também inclui todos os resultados de riação é “compreendida conceitualmente”. O termo é usado apenas
“relação inexistente”. para denotar a variação comum às variáveis em questão, ou seja, a
parte da variação de uma variável que é “explicada” pelos valores
específicos da outra variável e vice-versa.

Didatismo e Conhecimento 73
RACIOCÍNIO LÓGICO
Como é calculado o nível de significância estatístico: As- to) é que a diferença entre a WCC média em homens e mulheres
suma-se que já tenha sido calculada uma medida da relação en- em cada par seja próxima de zero, de vez em quando um par de
tre duas variáveis (como explicado acima). A próxima questão é amostras apresentará uma diferença substancialmente diferente de
“quão significante é esta relação”? Por exemplo, 40% da variação zero. Quão freqüentemente isso ocorre? Se o tamanho da amostra
global ser explicada pela relação entre duas variáveis é suficiente é grande o bastante, os resultados de tais repetições são “normal-
para considerar a relação significante? “Depende”. Especificamen- mente distribuídos”, e assim, conhecendo a forma da curva normal
te, a significância depende principalmente do tamanho da amos- pode-se calcular precisamente a probabilidade de obter “por aca-
tra. Como já foi explicado, em amostras muito grandes mesmo so” resultados representando vários níveis de desvio da hipotética
relações muito pequenas entre variáveis serão significantes, en- média populacional 0 (zero). Se tal probabilidade calculada é tão
quanto que em amostras muito pequenas mesmo relações muito pequena que satisfaz ao critério previamente aceito de significân-
grandes não poderão ser consideradas confiáveis (significantes). cia estatística, então pode-se concluir que o resultado obtido pro-
Assim, para determinar o nível de significância estatística torna- duz uma melhor aproximação do que está acontecendo na popula-
se necessária uma função que represente o relacionamento entre ção do que a “hipótese nula”. Lembrando ainda que a hipótese nula
“magnitude” e “significância” das relações entre duas variáveis, foi considerada apenas por “razões técnicas” como uma referência
dependendo do tamanho da amostra. Tal função diria exatamente contra a qual o resultado empírico (dos experimentos) foi avaliado.
“quão provável é obter uma relação de dada magnitude (ou maior)
de uma amostra de dado tamanho, assumindo que não há tal re- Todos os testes estatísticos são normalmente distribuídos:
lação entre aquelas variáveis na população”. Em outras palavras, Não todos, mas muitos são ou baseados na distribuição normal di-
aquela função forneceria o nível de significância (nível-p), e isso retamente ou em distribuições a ela relacionadas, e que podem ser
permitiria conhecer a probabilidade de erro envolvida em rejei- derivadas da normal, como as distribuições t, F ou Chi-quadrado
tar a idéia de que a relação em questão não existe na população. (Qui-quadrado). Tipicamente, estes testes requerem que as variá-
Esta hipótese “alternativa” (de que não há relação na população) é veis analisadas sejam normalmente distribuídas na população, ou
usualmente chamada de hipótese nula. Seria ideal se a função de seja, que elas atendam à “suposição de normalidade”. Muitas va-
probabilidade fosse linear, e por exemplo, apenas tivesse diferen- riáveis observadas realmente são normalmente distribuídas, o que
tes inclinações para diferentes tamanhos de amostra. Infelizmente, é outra razão por que a distribuição normal representa uma “ca-
a função é mais complexa, e não é sempre exatamente a mesma. racterística geral” da realidade empírica. O problema pode surgir
Entretanto, em muitos casos, sua forma é conhecida e isso pode ser quando se tenta usar um teste baseado na distribuição normal para
usado para determinar os níveis de significância para os resultados analisar dados de variáveis que não são normalmente distribuídas.
obtidos em amostras de certo tamanho. Muitas daquelas funções Em tais casos há duas opções. Primeiramente, pode-se usar algum
são relacionadas a um tipo geral de função que é chamada de nor- teste “não paramétrico” alternativo (ou teste “livre de distribui-
mal (ou gaussiana). ção”); mas isso é freqüentemente inconveniente porque tais testes
são tipicamente menos poderosos e menos flexíveis em termos
Por que a distribuição normal é importante: A “distribui- dos tipos de conclusões que eles podem proporcionar. Alternati-
ção normal” é importante porque em muitos casos ela se apro- vamente, em muitos casos ainda se pode usar um teste baseado na
xima bem da função introduzida no item anterior. A distribuição distribuição normal se apenas houver certeza de que o tamanho
de muitas estatísticas de teste é normal ou segue alguma forma das amostras é suficientemente grande. Esta última opção é basea-
que pode ser derivada da distribuição normal. Neste sentido, fi- da em um princípio extremamente importante que é largamente
losoficamente, a distribuição normal representa uma das elemen- responsável pela popularidade dos testes baseados na distribuição
tares “verdades acerca da natureza geral da realidade”, verificada normal. Nominalmente, quanto mais o tamanho da amostra au-
empiricamente, e seu status pode ser comparado a uma das leis mente, mais a forma da distribuição amostral (a distribuição de
fundamentais das ciências naturais. A forma exata da distribuição uma estatística da amostra) da média aproxima-se da forma da
normal (a característica “curva do sino”) é definida por uma fun- normal, mesmo que a distribuição da variável em questão não seja
ção que tem apenas dois parâmetros: média e desvio padrão. normal. Este princípio é chamado de Teorema Central do Limite.
Uma propriedade característica da distribuição normal é que
68% de todas as suas observações caem dentro de um intervalo de Como se conhece as consequências de violar a suposição
1 desvio padrão da média, um intervalo de 2 desvios padrões inclui de normalidade: Embora muitas das declarações feitas anterior-
95% dos valores, e 99% das observações caem dentro de um inter- mente possam ser provadas matematicamente, algumas não têm
valo de 3 desvios padrões da média. Em outras palavras, em uma provas teóricas e podem demonstradas apenas empiricamente via
distribuição normal as observações que tem um valor padronizado experimentos Monte Carlo (simulações usando geração aleatória
de menos do que -2 ou mais do que +2 tem uma freqüência rela- de números). Nestes experimentos grandes números de amostras
tiva de 5% ou menos (valor padronizado significa que um valor é são geradas por um computador seguindo especificações pré-de-
expresso em termos de sua diferença em relação à média, dividida signadas e os resultados de tais amostras são analisados usando
pelo desvio padrão). uma grande variedade de testes. Este é o modo empírico de avaliar
Ilustração de como a distribuição normal é usada em ra- o tipo e magnitude dos erros ou viesamentos a que se expõe o
ciocínio estatístico (indução): Retomando o exemplo já discuti- pesquisador quando certas suposições teóricas dos testes usados
do, onde pares de amostras de homens e mulheres foram retirados não são verificadas nos dados sob análise. Especificamente, os es-
de uma população em que o valor médio de WCC em homens e tudos de Monte Carlo foram usados extensivamente com testes
mulheres era exatamente o mesmo. Embora o resultado mais pro- baseados na distribuição normal para determinar quão sensíveis
vável para tais experimentos (um par de amostras por experimen- eles eram à violações da suposição de que as variáveis analisadas

Didatismo e Conhecimento 74
RACIOCÍNIO LÓGICO
tinham distribuição normal na população. A conclusão geral destes e, portanto,
estudos é que as conseqüências de tais violações são menos seve-
x1; x2 ; x3;...; xn
ras do que se tinha pensado a princípio. Embora estas conclusões x=
não devam desencorajar ninguém de se preocupar com a suposição n
de normalidade, elas aumentaram a popularidade geral dos testes
estatísticos dependentes da distribuição normal em todas as áreas Conclusão
de pesquisa.
A média aritmética dos n elementos do conjunto numérico A é
Objeto da Estatística: Estatística é uma ciência exata que a soma de todos os seus elementos, dividida por n.
visa fornecer subsídios ao analista para coletar, organizar, resumir,
analisar e apresentar dados. Trata de parâmetros extraídos da po- Exemplo
pulação, tais como média ou desvio padrão. A estatística fornece-
nos as técnicas para extrair informação de dados, os quais são mui- Calcular a média aritmética entre os números 3, 4, 6, 9, e 13.
tas vezes incompletos, na medida em que nos dão informação útil
sobre o problema em estudo, sendo assim, é objetivo da Estatística Resolução
extrair informação dos dados para obter uma melhor compreensão
das situações que representam. Quando se aborda uma problemá- Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto (3, 4, 6,
tica envolvendo métodos estatísticos, estes devem ser utilizados 9, 13), então x será a soma dos 5 elementos, dividida por 5. Assim:
mesmo antes de se recolher a amostra, isto é, deve-se planejar a
3 + 4 + 6 + 9 + 13 35
experiência que nos vai permitir recolher os dados, de modo que, x= ↔x= ↔x=7
posteriormente, se possa extrair o máximo de informação relevan- 15 5
te para o problema em estudo, ou seja, para a população de onde os
dados provêm. Quando de posse dos dados, procura-se agrupá-los A média aritmética é 7.
e reduzi-los, sob forma de amostra, deixando de lado a aleatorie-
dade presente. Seguidamente o objetivo do estudo estatístico pode Média Aritmética Ponderada
ser o de estimar uma quantidade ou testar uma hipótese, utilizan-
do-se técnicas estatísticas convenientes, as quais realçam toda a Definição
potencialidade da Estatística, na medida em que vão permitir tirar
conclusões acerca de uma população, baseando-se numa pequena A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à
amostra, dando-nos ainda uma medida do erro cometido. adição e na qual cada elemento tem um “determinado peso” é
Exemplo: Ao chegarmos a uma churrascaria, não precisamos chamada média aritmética ponderada.
comer todos os tipos de saladas, de sobremesas e de carnes dispo-
níveis, para conseguirmos chegar a conclusão de que a comida é Cálculo da média aritmética ponderada
de boa qualidade. Basta que seja provado um tipo de cada opção
para concluirmos que estamos sendo bem servidos e que a comida Se x for a média aritmética ponderada dos elementos do
está dentro dos padrões. conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn} com “pesos” P1; P2; P3;
...; Pn, respectivamente, então, por definição:
Noção Geral de Média
Considere um conjunto numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn} e P1 . x + P2 . x + P3 . x + ... + Pn . x =
efetue uma certa operação com todos os elementos de A. = P1 . x1 + P2 . x2 + P3 . x3 + ... + Pn . xn
Se for possível substituir cada um dos elementos do conjunto A (P1 + P2 + P3 + ... + Pn) . x =
por um número x de modo que o resultado da operação citada seja = P1 . x1 + P2 . x2 + P3 . x3 + ... + Pn . xn e, portanto,
o mesmo diz-se, por definição, que x será a média dos elementos
de A relativa a essa operação. P1 .x1; P2 .x2 ; P3 .x3;...Pn xn
x=
P1 + P2 + P3 + ...+ Pn
Média Aritmética
Definição
Observe que se P1 = P2 = P3 = ... = Pn = 1, então:
A média dos elementos do conjunto numérico A relativa à x1; x2 ; x3;...; xn que é a média aritmética simples.
x=
adição é chamada média aritmética. n
Cálculo da média aritmética Conclusão

Se x for a média aritmética dos elementos do conjunto A média aritmética ponderada dos n elementos do conjunto
numérico A = {x1; x2; x3; ...; xn}, então, por definição: numérico A é a soma dos produtos de cada elemento multiplicado
pelo respectivo peso, dividida pela soma dos pesos.

n parcelas

Didatismo e Conhecimento 75
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo Respostas
Calcular a média aritmética ponderada dos números 35, 20 e
10 com pesos 2, 3, e 5, respectivamente. 1) Resposta “5”.
Solução:
Resolução M.A. ( 2 e 8 ) = 2 + 8 / 2 = 10 / 2 = 5 → M.A. ( 2 e 8 ) = 5.

Se x for a média aritmética ponderada, então: 2) Resposta “6”.


Solução:
2.35 + 3.20 + 5.10 70 + 60 + 50 180 M.A. ( 3, 5 e 10 ) = 3 + 5 + 10 / 3 = 18 / 3 = 6 → M.A. ( 3, 5
x= ↔x= ↔x= ↔ x = 18
2 + 3+ 5 10 10 e 10 ) = 6.

A média aritmética ponderada é 18. 3) Resposta “10”.


Solução: Para resolver esse exercício basta fazer a soma dos
Observação: A palavra média, sem especificar se é aritmética, números e dividi-los por quatro, que é a quantidade de números,
deve ser entendida como média aritmética. portanto:
11+ 7 + 13 + 9 40
Exercícios M .A = = = 10
4 4
1. Determine a média aritmética entre 2 e 8.
Logo, a média aritmética é 10.
2. Determine a média aritmética entre 3, 5 e 10.
4) Resposta “164”.
3. Qual é a média aritmética simples dos números 11, 7, 13 Solução: Quando falamos de média aritmética simples, ao di-
e 9? minuirmos um dos valores que a compõe, precisamos aumentar
a mesma quantidade em outro valor, ou distribuí-la entre vários
4. A média aritmética simples de 4 números pares distintos, outros valores, de sorte que a soma total não se altere, se quisermos
pertences ao conjunto dos números inteiros não nulos é igual a obter a mesma média.
44. Qual é o maior valor que um desses números pode ter? Neste exercício, três dos elementos devem ter o menor valor
possível, de sorte que o quarto elemento tenha o maior valor dentre
5. Calcule a média aritmética simples em cada um dos seguin- eles, tal que a média aritmética seja igual a 44. Este será o maior
tes casos: valor que o quarto elemento poderá assumir.
a) 15; 48; 36 Em função do enunciado, os três menores valores inteiros, pa-
b) 80; 71; 95; 100 res, distintos e não nulos são:2, 4 e 6. Identificando como x este
c) 59; 84; 37; 62; 10 quarto valor, vamos montar a seguinte equação:
d) 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9
2+4+6+x
= 44
6. Qual é a média aritmética ponderada dos números 10, 14, 4
18 e 30 sabendo-se que os seus pesos são respectivamente 1, 2, 3 Solucionando-a temos:
e 5?
Logo, o maior valor que um desses números pode ter é 164.
7. Calcular a média ponderada entre 3, 6 e 8 para os respecti-
vos pesos 5 , 3 e 2. 5) Solução:
a) (15 + 48 + 36)/3 =
8. Numa turma de 8ª série 10 alunos possuem 14 anos, 12 99/3 = 33
alunos possuem 15 anos e oito deles 16 anos de idade. Qual será
a idade média dessa turma? b) (80 + 71 + 95 + 100)/4=
346/4 = 86,5
9. Determine a média salarial de uma empresa, cuja folha de c) (59 + 84 + 37 + 62 + 10)/5=
pagamento é assim discriminada: = 252/5
= 50,4
Profissionais → Quantidade → Salário
d) (1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9)/9=
Serventes → 20 profissionais → R$ 320,00 45/9 =
Técnicos → 10 profissionais → R$ 840,00 =5
Engenheiros → 5 profissionais → R$ 1.600,00
6) Resposta “22”.
10. Calcule a média ponderada entre 5, 10 e 15 para os respec- Solução: Neste caso a solução consiste em multiplicarmos
tivos pesos 10, 5 e 20. cada número pelo seu respectivo peso e somarmos todos estes pro-
dutos. Este total deve ser então dividido pela soma total dos pesos:

Didatismo e Conhecimento 76
RACIOCÍNIO LÓGICO
Temos então que o termo 21 é média geométrica dos termos
10.1+ 14.2 + 18.3 + 30.5 10 + 28 + 54 + 150 242
= = = 22 7 e 63.
1+ 2 + 3 + 5 11 11
Vejamos:
Logo, a média aritmética ponderada é 22.
7.63 ⇒ 441 ⇒ 21
7) Resposta “4,9”.
Solução: Variações Percentuais em Sequência
Outra utilização para este tipo de média é quando estamos tra-
3.5 + 6.3 + 8.2 15 + 18 + 16 49
MP = = = = 4,9 balhando com variações percentuais em sequência.
5 + 3+ 2 10 10
Exemplo
8) Resposta “ ±14,93 ” Digamos que uma categoria de operários tenha um aumento
Solução: salarial de  20%  após um mês,  12%  após dois meses e  7%  após
três meses. Qual o percentual médio mensal de aumento desta ca-
14.10 + 15.12 + 16.8 140 + 180 + 128 448 tegoria?
MP = = = = ±14,93
10 + 12 + 8 30 30
Sabemos que para acumularmos um aumento
9) Resposta “ ≅ R$651, 43 ” de  20%,  12%  e  7%  sobre o valor de um salário, devemos
Solução: Estamos diante de um problema de média aritmética multiplicá-lo sucessivamente por 1,2,  1,12  e 1,07  que são os
ponderada, onde as quantidades de profissionais serão os pesos. E fatores correspondentes a tais percentuais.
com isso calcularemos a média ponderada entre R$ 320,00 , R$ A partir dai podemos calcular a média geométrica destes
840,00 e R$ 1 600,00 e seus respectivos pesos 20 , 10 e 5. Portanto: fatores:
320.20 + 840.10 + 1600.5 22.800 3
1,2.1,12.1,07 ⇒ 3 1, 43808 ⇒ 1,128741
MP = = ≅ R$651, 43
20 + 10 + 5 35
Como sabemos, um fator de 1, 128741 corresponde a 12,
10) Resposta “11,42”. 8741% de aumento.
Solução: Este é o valor percentual médio mensal do aumento salarial,
ou seja, se aplicarmos três vezes consecutivas o percentual  12,
5.10 + 10.5 + 15.20 50 + 50 + 300 400
MP = = = = 11, 42 8741%, no final teremos o mesmo resultado que se tivéssemos
10 + 5 + 20 35 35 aplicado os percentuais 20%, 12% e 7%.

Média Geométrica Digamos que o salário desta categoria de operários seja


Este tipo de média é calculado multiplicando-se todos os valo- de R$ 1.000,00, aplicando-se os sucessivos aumentos temos:
res e extraindo-se a raiz de índice n deste produto.
Digamos que tenhamos os números 4, 6 e 9, para obtermos o Salário +% Salário Salário +% Salário
valor médio geométrico deste conjunto, multiplicamos os elemen- Inicial Informado final inicial médio final
tos e obtemos o produto 216.
R$ R$ R$ R$
Pegamos então este produto e extraímos a sua raiz cúbica, 20% 12, 8417
1.000,00 1.200,00 1.000,00 1.128,74
chegando ao valor médio 6.
Extraímos a raiz cúbica, pois o conjunto é composto de 3 ele- R$ R$ R$ R$
12% 12, 8417
mentos. Se fossem n elementos, extrairíamos a raiz de índice n. 1.200,00 1.334,00 1.287,74 1.274,06
R$ R$ R$ R$
7% 12, 8417
Neste exemplo teríamos a seguinte solução: 1.334,00 1.438,00 1.274,06 1.438,08
3
4.6.9 ⇒ 3 216 ⇒ 6 Observe que o resultado final de R$ 1.438,08 é o mesmo nos
dois casos. Se tivéssemos utilizado a média aritmética no lugar da
Utilidades da Média Geométrica média geométrica, os valores finais seriam distintos, pois a média
aritmética de 13% resultaria em um salário final de R$ 1.442,90,
Progressão Geométrica ligeiramente maior como já era esperado, já que o percentual
de 13% utilizado é ligeiramente maior que os 12, 8417% da média
Uma das utilizações deste tipo de média é na definição de uma geométrica.
progressão geométrica que diz que em toda PG., qualquer termo
é média geométrica entre o seu antecedente e o seu consequente: Cálculo da Média Geométrica
Em uma fórmula: a média geométrica de a1, a2, ..., an é
an = an−1 .an+1 1/n
⎛ n ⎞
Tomemos como exemplo três termos consecutivos de uma ⎜⎝ ∏ ai ⎟⎠ = (a1 .a2 ...an )1/n = n a1 .a2 ...an
PG.: 7, 21 e 63. i=1

Didatismo e Conhecimento 77
RACIOCÍNIO LÓGICO
A média geométrica de um conjunto de números é sempre
menor ou igual à média aritmética dos membros desse conjunto
(as duas médias são iguais se e somente se todos os membros do
conjunto são iguais). Isso permite a definição da média aritmética
geométrica, uma mistura das duas que sempre tem um valor inter-
mediário às duas.
A média geométrica é também a média aritmética harmôni-
ca no sentido que, se duas sequências (an) e (hn) são definidas: Dessa junção aparecerá um novo segmento AC. Obtenha o
ponto médio O deste segmento e com um compasso centrado em
an + hn x+y
an+1 = ,a1 = O e raio OA, trace uma semi-circunferência começando em A e
2 2 terminando em C. O segmento vertical traçado para cima a partir
de B encontrará o ponto D na semi-circunferência. A medida do
E segmento BD corresponde à média geométrica das medidas dos
2 2 segmentos AB e BC.
hn+1 = ,h =
1 1 1 1 1
+ + Exercícios
an hn x y
então an e hn convergem para a média geométrica de x e y. 1. Determine a média proporcional ou geométrica entre 2 e 8.

Cálculo da Media Geométrica Triangular 2. Determine a média geométrica entre 1, 2 e 4.


Bom primeiro observamos o mapa e somamos as áreas dos
quadrados catetos e dividimos pela hipotenusa e no final pegamos 3. Determine a média geométrica entre dois números sabendo
a soma dos ângulos subtraindo o que esta entre os catetos e dividi- que a média aritmética e a média harmônica entre eles são, respec-
mos por PI(3,1415...) assim descobrimos a media geométrica dos tivamente, iguais a 4 e 9.
triângulos.
4. A média geométrica entre 3 números é 4. Quanto devo
Exemplo multiplicar um desses números para que a média aumente 2 uni-
dades ?
A média geométrica entre os números 12, 64, 126 e 345, é
dada por: 5. Qual é a média geométrica dos números 2, 4, 8, 16 e 32?

G = R4[12 ×64×126×345] = 76,013 6. Dados dois números quaisquer, a média aritmética simples
e a média geométrica deles são respectivamente 20 e 20,5. Quais
Aplicação Prática são estes dois números?

Dentre todos os retângulos com a área igual a 64 cm², qual 7. A média geométrica entre dois números é igual a 6. Se a eles
é o retângulo cujo perímetro é o menor possível, isto é, o mais juntarmos o número 48, qual será a média geométrica entre estes
econômico? A resposta a este tipo de questão é dada pela média três números?
geométrica entre as medidas do comprimento a e da largura b, uma
vez que a.b = 64. 8. Calcule a média geométrica entre 4 e 9.

A média geométrica G entre a e b fornece a medida desejada. 9. Calcule a média geométrica entre 3, 3, 9 e 81
G = R[a × b] = R[64] = 8
Resposta 10. Calcule a média geométrica entre 1, 1, 1, 32 e 234.
Respostas
É o retângulo cujo comprimento mede 8 cm e é lógico que
a altura também mede 8 cm, logo só pode ser um quadrado! O 1) Resposta “4”.
perímetro neste caso é p = 32 cm. Em qualquer outra situação em Solução:
que as medidas dos comprimentos forem diferentes das alturas,
teremos perímetros maiores do que 32 cm. M .G.(2e8) = 2 2 × 8 = 16 = 4 ⇒ M .G.(2e8) = 4

Interpretação gráfica 2) Resposta “2”.


Solução:
A média geométrica entre dois segmentos de reta pode ser
obtida geometricamente de uma forma bastante simples. M .G.(1,2e4) = 3 1× 2 × 4 = 3 8 = 2 ⇒ M .G.(1,2e4) = 2

Sejam AB e BC segmentos de reta. Trace um segmento de reta Observação: O termo média proporcional deve ser, apenas,
que contenha a junção dos segmentos AB e BC, de forma que eles utilizado para a média geométrica entre dois números.
formem segmentos consecutivos sobre a mesma reta.

Didatismo e Conhecimento 78
RACIOCÍNIO LÓGICO
3) Resposta “6”. a+b
Solução: Aplicando a relação: g2 = a.h, teremos: = 20,5 ⇒ a + b = 20,5.2 ⇒ a = 41− b
2
g2 = 4.9 → g2 = 36 → g = 6 → MG. (4, 9) = 6.
Agora para que possamos solucionar a segunda equação, é ne-
27 cessário que fiquemos com apenas uma variável na mesma. Para
4) Resposta “ ”
8 conseguirmos isto iremos substituir a por 41 - b:
Solução: Se a média geométrica entre 3 números é 4, pode-
( ) = 20
2

mos escrever: a.b = 20 ⇒ (41− b).b = 20 ⇒ 41b − b 2 2

M .G. = 3 x.y.z ⇒ 4 = 3 x.y.z ⇒ x.y.z = 64 ⇒ 41b − b 2 = 400 ⇒ −b 2 + 41b − 400 = 0


Note que acabamos obtendo uma equação do segundo grau:
Se multiplicarmos um deles por m, a nova média será:
-b2 + 41b - 400 = 0
4 + 2 = 3 x.y.z.m ⇒ 6 = 3 x.y.z.m ⇒ x.y.z.m = 216
216 27
e como x . y . z = 64 → 64 . m = 216 → m = = Solucionando a mesma temos:
64 8
5) Resposta “8”. −41 ± 412 − 4.(−1).(−400)
−b 2 + 41b − 400 = 0 ⇒ b =
Solução: Se dispusermos de uma calculadora científica, este 2.(−1)
exercício pode ser solucionado multiplicando-se todos os números
⎧ −41+ 81 −41+ 9 −32
e extraindo-se do produto final, a raiz de índice cinco, pois se tra- ⎪⎪b1 = ⇒ b1 = ⇒ b1 = ⇒ b1 = 16
tam de cinco números: −2 −2 −2
⇒⎨
5
2.4.8.16.32 ⇒ 5 32768 ⇒ 8 ⎪b = −41− 81 ⇒ b = −41+ 9 ⇒ b = −50 ⇒ b = 25
⎪⎩ 2 −2
2
−2
2
−2
2

Se não dispusermos de uma calculadora científica esta solução


ficaria meio inviável, pois como iríamos extrair tal raiz, isto sem O número b pode assumir, portanto os valores 16 e 25. É de
contar na dificuldade em realizarmos as multiplicações? se esperar, portanto que quando b for igual a 16, que a seja igual
a 25 e quando b for igual a 25, que a seja igual a 16. Vamos con-
Repare que todos os números são potência de 2, podemos en- ferir.
tão escrever:
Sabemos que a = 41 - b, portanto atribuindo a b um de seus
5
2.4.8.16.32 ⇒ 5 2.2 2.2 3.2 4.2 5 possíveis valores, iremos encontrar o valor de a.

Como dentro do radical temos um produto de potências de Para b = 16 temos:


mesma base, somando-se os expoentes temos:
a = 41 - b ⇒ 41 - 16 ⇒ a = 25
5
2.2 2.2 3.2 4.2 5 ⇒ 5 215
Para b = 25 temos:
Finalmente dividindo-se o índice e o expoente por 5 e resol-
vendo a potência resultante: a = 41 - b ⇒ a = 41 - 25 ⇒ a = 16
5
215 ⇒ 1 2 3 ⇒ 2 3 ⇒ 8 Logo, os dois números são 16, 25.

Logo, a média geométrica deste conjunto é 8. 7) Resposta “12”.


6) Resposta “16, 25”. Solução: Se chamarmos de P o produto destes dois números,
Solução: Chamemos de a e b estes dois números. A média a partir do que foi dito no enunciado podemos montar a seguinte
aritmética deles pode ser expressa como: equação:

a+b P =6
= 20,5
2
Elevando ambos os membros desta equação ao quadrado, ire-
Já média geométrica pode ser expressa como: mos obter o valor numérico do produto destes dois números:
2

a.b = 20 P = 6 ⇒ ( P) = 6 2 ⇒ P = 36

Vamos isolar a na primeira equação: Agora que sabemos que o produto de um número pelo outro
é igual 36, resta-nos multiplicá-lo por 48 e extraímos a raiz cúbica
deste novo produto para encontrarmos a média desejada:

Didatismo e Conhecimento 79
RACIOCÍNIO LÓGICO
Como medida de localização, a mediana é mais robusta do
M = 36.48 ⇒ M = (2 .3 ).(2 .3) ⇒ M = 2 .3
3 3 2 2 4 3 6 3 que a média, pois não é tão sensível aos dados. Consideremos o
seguinte exemplo: um aluno do 10º ano obteve as seguintes notas:
⇒ M = 2 2.3 ⇒ M = 4.3 ⇒ M = 12 10, 10, 10, 11, 11, 11, 11, 12. A média e a mediana da amostra
anterior são respectivamente.
Note que para facilitar a extração da raiz cúbica, realizamos
a decomposição dos números 36 e 48 em fatores primos. Acesse e
=10.75 =11
a página decomposição de um número natural em fatores primos
para maiores informações sobre este assunto.

Logo, ao juntarmos o número 48 aos dois números iniciais, a


média geométrica passará a ser 12.
8) Resposta “6”.
Admitamos que uma das notas de 10 foi substituída por uma
Solução: G = 2 4.9 = 6
de 18. Neste caso a mediana continuaria a ser igual a 11, enquanto
que a média subiria para 11.75.
9) Resposta “9”.
Solução: G = 4 3.3.9.81 = 9

10) Resposta “6”.


Solução: G = 5 1.1.1.32.243 = 6
Média e Mediana: Se se representarmos os elementos da
amostra ordenada com a seguinte notação: X1:n, X2:n, ..., Xn: “n”
Mediana: é o valor que tem tantos dados antes dele, como
então uma expressão para o cálculo da mediana será:
depois dele. Para se medir a mediana, os valores devem estar por
Como medida de localização, a mediana é mais robusta do
ordem crescente ou decrescente. No caso do número de dados ser
que a média, pois não é tão sensível aos dados.
ímpar, existe um e só um valor central que é a mediana. Se o nú-
- Quando a distribuição é simétrica, a média e a mediana coin-
mero de dados é par, toma-se a média aritmética dos dois valores
cidem.
centrais para a mediana.
- A mediana não é tão sensível, como a média, às observa-
É uma medida de localização do centro da distribuição dos da-
ções que são muito maiores ou muito menores do que as restantes
dos, definida do seguinte modo: Ordenados os elementos da amos-
(outliers). Por outro lado a média reflete o valor de todas as obser-
tra, a mediana é o valor (pertencente ou não à amostra) que a divi-
vações.
de ao meio, isto é, 50% dos elementos da amostra são menores ou
A média ao contrário da mediana, é uma medida muito in-
iguais à mediana e os outros 50% são maiores ou iguais à mediana. 
fluenciada por valores “muito grandes” ou “muito pequenos”,
Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra, depois de
mesmo que estes valores surjam em pequeno número na amostra.
ordenada a amostra de n elementos: Se n é ímpar, a mediana é o
Estes valores são os responsáveis pela má utilização da média em
elemento médio. Se n é par, a mediana é a semi-soma dos dois
muitas situações em que teria mais significado utilizar a mediana.
elementos médios.
A partir do exposto, deduzimos que se a distribuição dos da-
A mediana, m, é uma medida de localização do centro da dis-
dos:
tribuição dos dados, definida do seguinte modo:
- for aproximadamente simétrica, a média aproxima-se da me-
Ordenados os elementos da amostra, a mediana é o valor
diana.
(pertencente ou não à amostra) que a divide ao meio, isto é, 50%
- for enviesada para a direita (alguns valores grandes como
dos elementos da amostra são menores ou iguais à mediana e os
“outliers”), a média tende a ser maior que a mediana.
outros 50% são maiores ou iguais à mediana.
- for enviesada para a esquerda (alguns valores pequenos
Para a sua determinação utiliza-se a seguinte regra, depois de
como “outliers”), a média tende a ser inferior à mediana.
ordenada a amostra de n elementos:
- Se n é ímpar, a mediana é o elemento médio.
- Se n é par, a mediana é a semi-soma dos dois elementos
médios.

Se se representarem os elementos da amostra ordenada com


a seguinte notação: X1:n, X2:n, ..., Xn:n; então uma expressão para o
cálculo da mediana será:

Dado um histograma é fácil obter a posição da mediana, pois


esta está na posição em que passando uma linha vertical por esse
ponto o histograma fica dividido em duas partes com áreas iguais.

Didatismo e Conhecimento 80
RACIOCÍNIO LÓGICO
Moda: é o valor que ocorre mais vezes numa distribuição, ou
seja, é o de maior efetivo e, portanto, de maior frequência. Define-
se moda como sendo: o valor que surge com mais frequência se os
dados são discretos, ou, o intervalo de classe com maior frequên-
cia se os dados são contínuos. Assim, da representação gráfica dos
dados, obtém-se imediatamente o valor que representa a moda ou
a classe modal. Esta medida é especialmente útil para reduzir a in-
formação de um conjunto de dados qualitativos, apresentados sob
Como medida de localização, a mediana é mais resistente do a forma de nomes ou categorias, para os quais não se pode calcular
que a média, pois não é tão sensível aos dados. a média e por vezes a mediana.
- Quando a distribuição é simétrica, a média e a mediana coin- Para um conjunto de dados, define-se moda como sendo: o
cidem. valor que surge com mais frequência  se os dados são discretos,
- A mediana não é tão sensível, como a média, às observa- ou, o intervalo de classe com maior frequência se os dados são
ções que são muito maiores ou muito menores do que as restantes contínuos. Assim, da representação gráfica dos dados, obtém-se
(outliers). Por outro lado a média reflete o valor de todas as obser- imediatamente o valor que representa a moda ou a classe modal.
vações.

Assim, não se pode dizer em termos absolutos qual destas me-


didas de localização é preferível, dependendo do contexto em que
estão a ser utilizadas.
Exemplo: Os salários dos 160 empregados de uma determi-
nada empresa, distribuem-se de acordo com a seguinte tabela de
frequências:

Salário (em euros) 75 100 145 200 400 1700 Esta medida é especialmente útil para reduzir a informação de
um conjunto de dados qualitativos, apresentados sob a forma de
Frequência absoluta 23 58 50 20 7 2 nomes ou categorias, para os quais não se pode calcular a média
Frequência acumulada 23 81 131 151 158 160 e por vezes a mediana (se não forem susceptíveis de ordenação).

Calcular a média e a mediana  e comentar os resultados ob-


tidos.
Resolução: = = (75.23+100.58+...+400.7+1700.2)/160 =
156,10
Resolução: euros. m = semi-soma dos elementos de ordem 80
e 81 = 100 euros.
Comentário: O fato de termos obtido uma média de 156,10 e
uma mediana de 100, é reflexo do fato de existirem alguns, embora Quartis: Generalizando a noção de mediana m, que como
poucos, salários muito altos, relativamente aos restantes. Repare- vimos anteriormente é a medida de localização, tal que 50% dos
se que, numa perspectiva social, a mediana é uma característica elementos da amostra são menores ou iguais a m, e os outros 50%
mais importante do que a média. Na realidade 50% dos traba- são maiores ou iguais a m, temos a noção de quartil de ordem p,
lhadores têm salário menor ou igual a 100 €, embora a média de com 0<p<1, como sendo o valor Qp tal que 100p% dos elementos
156,10 € não transmita essa ideia. da amostra são menores ou iguais a Qp e os restantes 100 (1-p)%
dos elementos da amostra são maiores ou iguais a Qp.
Vejamos de uma outra forma: Sabes, quando a distribuição Tal como a mediana, é uma medida que se calcula a partir da
dos dados é simétrica ou aproximadamente simétrica, as medidas amostra ordenada. Um processo de obter os quartis é utilizando a
de localização do centro da amostra (média e mediana) coincidem Função Distribuição Empírica.
ou são muito semelhantes. O mesmo não se passa quando a distri- Generalizando ainda a expressão para o cálculo da mediana,
buição dos dados é assimétrica, fato que se prende com a pouca temos uma expressão análoga para o cálculo dos quartis:
resistência da média.

Representando as distribuições dos dados (esta observação é


válida para as representações gráficas na forma de diagramas de
barras ou de histograma) na forma de uma mancha, temos, de um Qp =
modo geral:
onde representamos por [a], o maior inteiro contido em a.
Aos quartis de ordem 1/4 e 3/4 , damos respectivamente o
nome de 1º quartil e 3º quartil. Exemplo: Tendo-se decidido regis-
trar os pesos dos alunos de uma determinada turma prática do 10º
ano, obtiveram-se os seguintes valores (em kg):

Didatismo e Conhecimento 81
RACIOCÍNIO LÓGICO
Histogramas
52 56 62 54 52 51 60 61 56 55 56 54 57 67 61 49

a) Determine os quantis de ordem 1/7, 1/2 e os 1º e 3º quartis.


b) Um aluno com o peso de 61 kg, pode ser considerado “nor-
mal”, isto é nem demasiado magro, nem demasiado gordo?

Resolução: Ordenando a amostra anterior, cuja dimensão é 16,


temos:

49 51 52 52 54 54 55 56 56 56 57 60 61 61 62 67

a) 16 . 1/7 = 16/7, onde [16/7] = 2 e Q1/7 = x3 : 16 = 52


16 . 1/4 = 4, onde Q1/2 = [x8 : 16 + x9 : 16]/2 = 56
16 . 1/2 = 8, onde Q1/4 = [x4 : 16 + x5 : 16]/2 = 53
16 . 3/4 = 12, onde Q3/4 = [x12 : 16 + x13 : 16]/2 = 60.5
Pictogramas
b) Um aluno com 61 kg pode ser considerado um pouco “for-
1ª (10)
te”, pois naquela turma só 25% dos alunos é que têm peso maior
2ª (8)
ou igual a 60.5 kg.
3ª (4)
4ª (5)
Escalas – Tabelas – Gráficos
5ª (4)
= 1 unidade
Tipos de gráficos: Os dados podem então ser representados
de várias formas:
Tabela de Frequências: Como o nome indica, conterá os va-
lores da variável e suas respectivas contagens, as quais são deno-
Diagramas de Barras
minadas frequências absolutas ou simplesmente, frequências. No
caso de variáveis qualitativas ou quantitativas discretas, a tabela
de freqüência consiste em listar os valores possíveis da variável,
numéricos ou não, e fazer a contagem na tabela de dados brutos
do número de suas ocorrências. A frequência do valor i será repre-
sentada por ni, a frequência total por n e a freqüência relativa por
fi = ni/n.
Para variáveis cujos valores possuem ordenação natural (qua-
litativas ordinais e quantitativas em geral), faz sentido incluirmos
também uma coluna contendo as frequências acumuladas f ac, ob-
tidas pela soma das frequências de todos os valores da variável,
menores ou iguais ao valor considerado.
No caso das variáveis quantitativas contínuas, que podem as-
sumir infinitos valores diferentes, é inviável construir a tabela de
frequência nos mesmos moldes do caso anterior, pois obteríamos
praticamente os valores originais da tabela de dados brutos. Para
Diagramas Circulares
resolver este problema, determinamos classes ou faixas de valores
e contamos o número de ocorrências em cada faixa. Por ex., no
caso da variável peso de adultos, poderíamos adotar as seguintes
faixas: 30 |— 40 kg, 40 |— 50 kg, 50 |— 60, 60 |— 70, e assim por
diante. Apesar de não adotarmos nenhuma regra formal para esta-
belecer as faixas, procuraremos utilizar, em geral, de 5 a 8 faixas
com mesma amplitude.
Eventualmente, faixas de tamanho desigual podem ser con-
venientes para representar valores nas extremidades da tabela.
Exemplo:

Didatismo e Conhecimento 82
RACIOCÍNIO LÓGICO
Histograma: O histograma consiste em retângulos contíguos
com base nas faixas de valores da variável e com área igual à fre-
quência relativa da respectiva faixa. Desta forma, a altura de cada
retângulo é denominada densidade de frequência ou simplesmente
densidade definida pelo quociente da área pela amplitude da faixa.
Alguns autores utilizam a frequência absoluta ou a porcentagem na
construção do histograma, o que pode ocasionar distorções (e, con-
sequentemente, más interpretações) quando amplitudes diferentes
são utilizadas nas faixas. Exemplo:

Gráfico de Barras: Para construir um gráfico de barras, re-


presentamos os valores da variável no eixo das abscissas e suas
as frequências ou porcentagens no eixo das ordenadas. Para cada
valor da variável desenhamos uma barra com altura corresponden-
do à sua freqüência ou porcentagem. Este tipo de gráfico é interes-
sante para as variáveis qualitativas ordinais ou quantitativas dis-
cretas, pois permite investigar a presença de tendência nos dados.
Exemplo:
Gráfico de Linha ou Sequência: Adequados para apresentar
observações medidas ao longo do tempo, enfatizando sua tendên-
cia ou periodicidade. Exemplo:

Diagrama Circular: Para construir um diagrama circular ou


gráfico de pizza, repartimos um disco em setores circulares corres-
pondentes às porcentagens de cada valor (calculadas multiplican-
do-se a frequência relativa por 100). Este tipo de gráfico adapta-se
muito bem para as variáveis qualitativas nominais. Exemplo:
Polígono de Frequência:
Semelhante ao histograma, mas construído a partir dos pontos
médios das classes. Exemplo:

Didatismo e Conhecimento 83
RACIOCÍNIO LÓGICO
Gráfico de Ogiva: • O primeiro estágio pode ocorrer de m modos distintos.
Apresenta uma distribuição de frequências acumuladas, utili- • O segundo estágio pode ocorrer de n modos distintos.
za uma poligonal ascendente utilizando os pontos extremos.
Desse modo, podemos dizer que o número de formas diferente
que pode ocorrer em um acontecimento é igual ao produto m . n

Exemplo: Alice decidiu comprar um carro novo, e inicialmente


ela quer se decidir qual o modelo e a cor do seu novo veículo. Na
concessionária onde Alice foi há 3 tipos de modelos que são do
interesse dela: Siena, Fox e Astra, sendo que para cada carro há
5 opções de cores: preto, vinho, azul, vermelho e prata. Qual é o
número total de opções que Alice poderá fazer?

Resolução: Segundo o Principio Fundamental da Contagem,


Alice tem 3×5 opções para fazer, ou seja,ela poderá optar por 15
carros diferentes. Vamos representar as 15 opções na árvore de
possibilidades:

ANÁLISE COMBINATÓRIA E
PROBABILIDADE. APLICAÇÃO DOS
CONTEÚDOS ACIMA LISTADOS EM
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS.

Análise Combinatória

Análise combinatória é uma parte da matemática que estuda,


ou melhor, calcula o número de possibilidades, e estuda os métodos
de contagem que existem em acertar algum número em jogos de
azar. Esse tipo de cálculo nasceu no século XVI, pelo matemático
italiano Niccollo Fontana (1500-1557), chamado também de
Tartaglia. Depois, apareceram os franceses Pierre de Fermat (1601-
1665) e Blaise Pascal (1623-1662). A análise desenvolve métodos
que permitem contar, indiretamente, o número de elementos de um
conjunto. Por exemplo, se quiser saber quantos números de quatro Generalizações: Um acontecimento é formado por k estágios
algarismos são formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 9, é sucessivos e independentes, com n1, n2, n3, … , nk possibilidades para
preciso aplicar as propriedades da análise combinatória. Veja quais cada. O total de maneiras distintas de ocorrer este acontecimento
propriedades existem: é n1, n2, n3, … , nk

- Princípio fundamental da contagem Técnicas de contagem: Na Técnica de contagem não importa


- Fatorial a ordem.
- Arranjos simples
- Permutação simples Considere A = {a; b; c; d; …; j} um conjunto formado por 10
- Combinação elementos diferentes, e os agrupamentos ab, ac e ca”.
- Permutação com elementos repetidos
ab e ac são agrupamentos sempre distintos, pois se diferenciam
Princípio fundamental da contagem: é o mesmo que a Regra pela natureza de um dos elemento.
do Produto, um princípio combinatório que indica quantas vezes ac e ca são agrupamentos que podem ser considerados
e as diferentes formas que um acontecimento pode ocorrer. O distintos ou não distintos pois se diferenciam somente pela ordem
acontecimento é formado por dois estágios caracterizados como dos elementos.
sucessivos e independentes:

Didatismo e Conhecimento 84
RACIOCÍNIO LÓGICO
Quando os elementos de um determinado conjunto A forem Cálculos do número de arranjos simples:
algarismos, A = {0, 1, 2, 3, …, 9}, e com estes algarismos
pretendemos obter números, neste caso, os agrupamentos de 13 Na formação de todos os arranjos simples dos n elementos de
e 31 são considerados distintos, pois indicam números diferentes. A, tomados k a k:

Quando os elementos de um determinado conjunto A n → possibilidades na escolha do 1º elemento.


forem pontos, A = {A1, A2, A3, A4, A5…, A9}, e com estes n - 1 → possibilidades na escolha do 2º elemento, pois um
pontos pretendemos obter retas, neste caso os agrupamentos deles já foi usado.
são iguais, pois indicam a mesma reta. n - 2 → possibilidades na escolha do 3º elemento, pois dois
deles já foi usado.
Conclusão: Os agrupamentos... .
1. Em alguns problemas de contagem, quando os agrupamentos .
se diferirem pela natureza de pelo menos um de seus elementos, os .
agrupamentos serão considerados distintos. n - (k - 1) → possibilidades na escolha do kº elemento, pois
ac = ca, neste caso os agrupamentos são denominados l-1 deles já foi usado.
combinações.
No Princípio Fundamental da Contagem (An, k), o número total
Pode ocorrer: O conjunto A é formado por pontos e o problema de arranjos simples dos n elementos de A (tomados k a k), temos:
é saber quantas retas esses pontos determinam.
2. Quando se diferir tanto pela natureza quanto pela ordem An,k = n (n - 1) . (n - 2) . ... . (n – k + 1)
de seus elementos, os problemas de contagem serão agrupados e (é o produto de k fatores)

considerados distintos.
ac ≠ ca, neste caso os agrupamentos são denominados arranjos. Multiplicando e dividindo por (n – k)!

Pode ocorrer: O conjunto A é formado por algarismos e o


problema é contar os números por eles determinados.

Fatorial: Na matemática, o fatorial de um número natural n,


representado por n!, é o produto de todos os inteiros positivos
menores ou iguais a n. A notação n! foi introduzida por Christian Note que n (n – 1) . (n – 2). ... .(n – k + 1) . (n – k)! = n!
Kramp em 1808. A função fatorial é normalmente definida por:
Podemos também escrever

Permutações: Considere A como um conjunto com n


elementos. Os arranjos simples n a n dos elementos de A, são
denominados permutações simples de n elementos. De acordo com
Por exemplo, 5! = 1 . 2 . 3 . 4 . 5 = 120 a definição, as permutações têm os mesmos elementos. São os n
elementos de A. As duas permutações diferem entre si somente
Note que esta definição implica em particular que 0! = 1, pela ordem de seus elementos.
porque o produto vazio, isto é, o produto de nenhum número é 1.
Deve-se prestar atenção neste valor, pois este faz com que a função Cálculo do número de permutação simples:
recursiva (n + 1)! = n! . (n + 1) funcione para n = 0.
Os fatoriais são importantes em análise combinatória. Por O número total de permutações simples de n elementos
exemplo, existem n! caminhos diferentes de arranjar n objetos indicado por Pn, e fazendo k = n na fórmula An,k = n (n – 1) (n – 2)
distintos numa sequência. (Os arranjos são chamados permutações) . … . (n – k + 1), temos:
E o número de opções que podem ser escolhidos é dado pelo
coeficiente binomial. Pn = An,n= n (n – 1) (n – 2) . … . (n – n + 1) = (n – 1) (n – 2)
. … .1 = n!

Portanto: Pn = n!

Combinações Simples: são agrupamentos formados com


Arranjos simples: são agrupamentos sem repetições em que os elementos de um conjunto que se diferenciam somente pela
um grupo se torna diferente do outro pela ordem ou pela natureza natureza de seus elementos. Considere A como um conjunto com
dos elementos componentes. Seja A um conjunto com n elementos n elementos k um natural menor ou igual a n. Os agrupamentos
e k um natural menor ou igual a n. Os arranjos simples k a k dos de k elementos distintos cada um, que diferem entre si apenas
n elementos de A, são os agrupamentos, de k elementos distintos pela natureza de seus elementos são denominados combinações
cada, que diferem entre si ou pela natureza ou pela ordem de seus simples k a k, dos n elementos de A.
elementos.

Didatismo e Conhecimento 85
RACIOCÍNIO LÓGICO
Exemplo: Considere A = {a, b, c, d} um conjunto com Permutações com elementos repetidos
elementos distintos. Com os elementos de A podemos formar 4
combinações de três elementos cada uma: abc – abd – acd – bcd Considerando:
α elementos iguais a a,
Se trocarmos ps 3 elementos de uma delas: β elementos iguais a b,
Exemplo: abc, obteremos P3 = 6 arranjos disdintos. γ elementos iguais a c, …,
λ elementos iguais a l,
abc abd acd bcd
Totalizando em α + β + γ + … λ = n elementos.
acb
bac Simbolicamente representado por Pnα, β, γ, …, λ o número
bca de permutações distintas que é possível formarmos com os n
elementos:
cab
cba
Se trocarmos os 3 elementos das 4 combinações obtemos
todos os arranjos 3 a 3: Combinações Completas: Combinações completas de
n elementos, de k a k, são combinações de k elementos não
abc abd acd bcd
necessariamente distintos. Em vista disso, quando vamos calcular
acb adb adc bdc as combinações completas devemos levar em consideração as
bac bad cad cbd combinações com elementos distintos (combinações simples) e
as combinações com elementos repetidos. O total de combinações
bca bda cda cdb
completas de n elementos, de k a k, indicado por C*n,k
cab dab dac dbc
cba dba dca dcb
(4 combinações) x (6 permutações) = 24 arranjos

Logo: C4,3 . P3 = A4,3 QUESTÕES

Cálculo do número de combinações simples: O número total 01. Quantos números de três algarismos distintos podem ser
de combinações simples dos n elementos de A representados por C formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 7 e 8?
n,k
, tomados k a k, analogicamente ao exemplo apresentado, temos:
a) Trocando os k elementos de uma combinação k a k, obtemos 02. Organiza-se um campeonato de futebol com 14 clubes,
Pk arranjos distintos. sendo a disputa feita em dois turnos, para que cada clube enfrente
b) Trocando os k elementos das Cn,k . Pk arranjos distintos. o outro no seu campo e no campo deste. O número total de jogos
a serem realizados é:
Portanto: Cn,k . Pk = An,k ou (A)182
(B) 91
A n,k (C)169
C n,k = (D)196
Pk (E)160
Lembrando que:
03. Deseja-se criar uma senha para os usuários de um sistema,
começando por três letras escolhidas entre as cinco A, B, C, D e
E, seguidas de quatro algarismos escolhidos entre 0, 2, 4, 6 e 8. Se
entre as letras puder haver repetição, mas se os algarismos forem
Também pode ser escrito assim: todos distintos, o número total de senhas possíveis é:
(A) 78.125
(B) 7.200
(C) 15.000
(D) 6.420
(E) 50
Arranjos Completos: Arranjos completos de n elementos, de k
a k são os arranjos de k elementos não necessariamente distintos. 04. (UFTM) – João pediu que Cláudia fizesse cartões com
Em vista disso, quando vamos calcular os arranjos completos, todas as permutações da palavra AVIAÇÃO. Cláudia executou
deve-se levar em consideração os arranjos com elementos distintos a tarefa considerando as letras A e à como diferentes, contudo,
(arranjos simples) e os elementos repetidos. O total de arranjos João queria que elas fossem consideradas como mesma letra. A
completos de n elementos, de k a k, é indicado simbolicamente por diferença entre o número de cartões feitos por Cláudia e o número
A*n,k dado por: A*n,k = nk de cartões esperados por João é igual a

Didatismo e Conhecimento 86
RACIOCÍNIO LÓGICO
(A) 720 10. Considere os números de quatro algarismos do sistema
(B) 1.680 decimal de numeração. Calcule:
(C) 2.420 a) quantos são no total;
(D) 3.360 b) quantos não possuem o algarismo 2;
(E) 4.320 c) em quantos deles o algarismo 2 aparece ao menos uma vez;
d) quantos têm os algarismos distintos;
05. (UNIFESP) – As permutações das letras da palavra PROVA e) quantos têm pelo menos dois algarismos iguais.
foram listadas em ordem alfabética, como se fossem palavras de
cinco letras em um dicionário. A 73ª palavra nessa lista é Resoluções
(A) PROVA.
(B) VAPOR. 01.
(C) RAPOV.
(D) ROVAP.
(E) RAOPV. 02. O número total de jogos a serem realizados é A14,2 = 14 .
13 = 182.
06. (MACKENZIE) – Numa empresa existem 10 diretores,
dos quais 6 estão sob suspeita de corrupção. Para que se analisem 03.
as suspeitas, será formada uma comissão especial com 5 diretores,
na qual os suspeitos não sejam maioria. O número de possíveis
comissões é: Algarismos
(A) 66
(B) 72
(C) 90
(D) 120 Letras
(E) 124
As três letras poderão ser escolhidas de 5 . 5 . 5 =125 maneiras.
07. (ESPCEX) – A equipe de professores de uma escola Os quatro algarismos poderão ser escolhidos de 5 . 4 . 3 . 2 =
possui um banco de questões de matemática composto de 5 120 maneiras.
questões sobre parábolas, 4 sobre circunferências e 4 sobre retas. O número total de senhas distintas, portanto, é igual a 125 .
De quantas maneiras distintas a equipe pode montar uma prova 120 = 15.000.
com 8 questões, sendo 3 de parábolas, 2 de circunferências e 3 de
retas? 04.
(A) 80 I) O número de cartões feitos por Cláudia foi
(B) 96
(C) 240
(D) 640
(E) 1.280 II) O número de cartões esperados por João era

08. Numa clínica hospitalar, as cirurgias são sempre assistidas


por 3 dos seus 5 enfermeiros, sendo que, para uma eventualidade
qualquer, dois particulares enfermeiros, por serem os mais Assim, a diferença obtida foi 2.520 – 840 = 1.680
experientes, nunca são escalados para trabalharem juntos. Sabendo-
se que em todos os grupos participa um dos dois enfermeiros mais 05. Se as permutações das letras da palavra PROVA forem
experientes, quantos grupos distintos de 3 enfermeiros podem ser listadas em ordem alfabética, então teremos:
formados? P4 = 24 que começam por A
(A) 06 P4 = 24 que começam por O
(B) 10 P4 = 24 que começam por P
(C) 12
(D) 15 A 73.ª palavra nessa lista é a primeira permutação que começa
(E) 20 por R. Ela é RAOPV.

09. Seis pessoas serão distribuídas em duas equipes para 06. Se, do total de 10 diretores, 6 estão sob suspeita de
concorrer a uma gincana. O número de maneiras diferentes de corrupção, 4 não estão. Assim, para formar uma comissão de 5
formar duas equipes é diretores na qual os suspeitos não sejam maioria, podem ser
(A) 10 escolhidos, no máximo, 2 suspeitos. Portanto, o número de
(B) 15 possíveis comissões é
(C) 20
(D) 25
(E) 30

Didatismo e Conhecimento 87
RACIOCÍNIO LÓGICO
A partir do segundo termo, os coeficientes podem ser obtidos
a partir da seguinte regra prática de fácil memorização:
Multiplicamos o coeficiente de a pelo seu expoente e dividi-
mos o resultado pela ordem do termo. O resultado será o coeficien-
07. C5,3 . C4,2 . C4,3 = 10 . 6 . 4 = 240 te do próximo termo. Assim por exemplo, para obter o coeficiente
do terceiro termo do item (d) acima teríamos:
08. 5.4 = 20; agora dividimos 20 pela ordem do termo anterior (2
I) Existem 5 enfermeiros disponíveis: 2 mais experientes e por se tratar do segundo termo) 20:2 = 10 que é o coeficiente do
outros 3. terceiro termo procurado.
II) Para formar grupos com 3 enfermeiros, conforme o Observe que os expoentes da variável a decrescem de n até 0
enunciado, devemos escolher 1 entre os 2 mais experientes e 2 e os expoentes de b crescem de 0 até n. Assim o terceiro termo é
entre os 3 restantes. 10 a3b2 (observe que o expoente de a decresceu de 4 para 3 e o de
III) O número de possibilidades para se escolher 1 entre os 2 b cresceu  de 1 para 2).
mais experientes é Usando a regra prática acima, o desenvolvimento do binômio
de Newton (a + b)7 será:
(a + b)7 = a7 + 7 a6b + 21 a5b2 + 35 a4b3 + 35 a3b4 + 21 a2b5 +
7 ab6 + b7

IV) O número de possibilidades para se escolher 2 entre 3 Como obtivemos, por exemplo, o coeficiente do 6º termo (21
restantes é a2b5) ?
Pela regra: coeficiente do termo anterior = 35. Multiplicamos
35 pelo expoente de a que é igual a 3 e dividimos o resultado pela
ordem do termo que é 5.
Então, 35 . 3 = 105 e dividindo por 5 (ordem do termo ante-
V) Assim, o número total de grupos que podem ser formados rior) vem 105:5 = 21, que é o coeficiente do sexto termo, conforme
é2.3=6 se vê acima.

09. Observações:
1) o desenvolvimento do binômio (a + b)n é um polinômio.
10. 2) o desenvolvimento de (a + b)n possui n + 1 termos .
a) 9 . A*10,3 = 9 . 103 = 9 . 10 . 10 . 10 = 9000 3) os coeficientes dos termos equidistantes dos extremos , no
b) 8 . A*9,3 = 8 . 93 = 8 . 9 . 9 . 9 = 5832 desenvolvimento De (a + b)n são iguais .
c) (a) – (b): 9000 – 5832 = 3168 4) a soma dos coeficientes de (a + b)n é igual a 2n .
d) 9 . A9,3 = 9 . 9 . 8 . 7 = 4536
e) (a) – (d): 9000 – 4536 = 4464 Fórmula do termo geral de um Binômio de Newton

Binômio de Newton Um termo genérico Tp+1 do desenvolvimento de (a+b)n , sendo


p um número natural, é dado por
Denomina-se Binômio de Newton , a todo binômio da forma
(a + b)n , sendo n um número natural . ⎛ n⎞
T p+1 = ⎜ ⎟ .a n− p .b p
⎝ p⎠
Exemplo: 
B = (3x - 2y)4 ( onde a = 3x, b = -2y e n = 4 [grau do binômio]
). onde

Exemplos de desenvolvimento de binômios de Newton : ⎛ n⎞ n!


⎜⎝ p ⎟⎠ = Cn. p = p!(n − p)!
a) (a + b)2 = a2 + 2ab + b2
b) (a + b)3 = a3 + 3 a2b + 3ab2 + b3
c) (a + b)4 = a4 + 4 a3b + 6 a2b2 + 4ab3 + b4 é denominado Número Binomial e Cn.p é o número de combi-
d) (a + b)5 = a5 + 5 a4b + 10 a3b2 + 10 a2b3 + 5ab4 + b5 nações simples de n elementos, agrupados p a p, ou seja, o número
de combinações simples de n elementos de taxa p.
Nota: Este número é também conhecido como Número Combina-
tório.
Não é necessário memorizar as fórmulas acima, já que elas
possuem uma lei de formação bem definida, senão vejamos:
Vamos tomar, por exemplo, o item (d) acima:
Observe que o expoente do primeiro e últimos termos são
iguais ao expoente do binômio, ou seja, igual a 5.

Didatismo e Conhecimento 88
RACIOCÍNIO LÓGICO
Probabilidade

Ponto Amostral, Espaço Amostral e Evento

Em uma tentativa com um número limitado de resultados,


todos com chances iguais, devemos considerar:
Ponto Amostral: Corresponde a qualquer um dos resultados
possíveis.
Espaço Amostral: Corresponde ao conjunto dos resultados
possíveis; será representado por S e o número de elementos do
espaço amostra por n(S).
Evento: Corresponde a qualquer subconjunto do espaço
amostral; será representado por A e o número de elementos do
evento por n(A). União de Eventos

Os conjuntos S e Ø também são subconjuntos de S, portanto Considere A e B como dois eventos de um espaço amostral S,
são eventos. finito e não vazio, temos:
Ø = evento impossível.
S = evento certo. A

Conceito de Probabilidade
B
As probabilidades têm a função de mostrar a chance S
de ocorrência de um evento. A probabilidade de ocorrer um
determinado evento A, que é simbolizada por P(A), de um espaço
amostral S ≠ Ø, é dada pelo quociente entre o número de elementos
A e o número de elemento S. Representando:

Exemplo: Ao lançar um dado de seis lados, numerados de 1 a Logo: P(A B) = P(A) + P(B) - P(A B)
6, e observar o lado virado para cima, temos:
- um espaço amostral, que seria o conjunto S {1, 2, 3, 4, 5, 6}. Eventos Mutuamente Exclusivos
- um evento número par, que seria o conjunto A1 = {2, 4, 6}
C S. A
- o número de elementos do evento número par é n(A1) = 3.
- a probabilidade do evento número par é 1/2, pois
B
S

Propriedades de um Espaço Amostral Finito e Não Vazio

- Em um evento impossível a probabilidade é igual a zero. Em Considerando que A ∩ B, nesse caso A e B serão denominados
um evento certo S a probabilidade é igual a 1. Simbolicamente: mutuamente exclusivos. Observe que A ∩ B = 0, portanto: P(A
P(Ø) = 0 e P(S) = 1. B) = P(A) + P(B). Quando os eventos A1, A2, A3, …, An de S
- Se A for um evento qualquer de S, neste caso: 0 ≤ P(A) ≤ 1. forem, de dois em dois, sempre mutuamente exclusivos, nesse
- Se A for o complemento de A em S, neste caso: P(A) = 1 - caso temos, analogicamente:
P(A).
P(A1 A2 A3 … An) = P(A1) + P(A2) + P(A3) + ... +
Demonstração das Propriedades P(An)

Considerando S como um espaço finito e não vazio, temos: Eventos Exaustivos

Quando os eventos A1, A2, A3, …, An de S forem, de dois em


dois, mutuamente exclusivos, estes serão denominados exaustivos
se A1 A2 A3 … An = S

Didatismo e Conhecimento 89
RACIOCÍNIO LÓGICO
A e B independentes ↔ P(A/B) = P(A) ou
A e B independentes ↔ P(A ∩ B) = P(A) . P(B)

Lei Binominal de Probabilidade

Considere uma experiência sendo realizada diversas vezes,


dentro das mesmas condições, de maneira que os resultados de cada
experiência sejam independentes. Sendo que, em cada tentativa
Então, logo: ocorre, obrigatoriamente, um evento A cuja probabilidade é p ou o
complemento A cuja probabilidade é 1 – p.

Problema: Realizando-se a experiência descrita exatamente n


Portanto: P(A1) + P(A2) + P(A3) + ... + P(An) = 1 vezes, qual é a probabilidade de ocorrer o evento A só k vezes?

Probabilidade Condicionada Resolução:


- Se num total de n experiências, ocorrer somente k vezes
Considere dois eventos A e B de um espaço amostral S, finito o evento A, nesse caso será necessário ocorrer exatamente n – k
e não vazio. A probabilidade de B condicionada a A é dada pela vezes o evento A.
probabilidade de ocorrência de B sabendo que já ocorreu A. É - Se a probabilidade de ocorrer o evento A é p e do evento A é
representada por P(B/A). 1 – p, nesse caso a probabilidade de ocorrer k vezes o evento A e
n – k vezes o evento A, ordenadamente, é:
Veja:

- As k vezes em que ocorre o evento A são quaisquer entre as


n vezes possíveis. O número de maneiras de escolher k vezes o
evento A é, portanto Cn,k.
- Sendo assim, há Cn,k eventos distintos, mas que possuem
Eventos Independentes a mesma probabilidade pk . (1 – p)n-k, e portanto a probabilidade
Considere dois eventos A e B de um espaço amostral S, finito desejada é: Cn,k . pk . (1 – p)n-k
e não vazio. Estes serão independentes somente quando:
QUESTÕES
P(A/N) = P(A) P(B/A) = P(B) 01. A probabilidade de uma bola branca aparecer ao se retirar
uma única bola de uma urna que contém, exatamente, 4 bolas
Intersecção de Eventos brancas, 3 vermelhas e 5 azuis é:

Considerando A e B como dois eventos de um espaço amostral (A) (B) (C) (D) (E)
S, finito e não vazio, logo:
02. As 23 ex-alunas de uma turma que completou o Ensino
Médio há 10 anos se encontraram em uma reunião comemorativa.
Várias delas haviam se casado e tido filhos. A distribuição das
mulheres, de acordo com a quantidade de filhos, é mostrada no
gráfico abaixo. Um prêmio foi sorteado entre todos os filhos dessas
ex-alunas. A probabilidade de que a criança premiada tenha sido
um(a) filho(a) único(a) é

Assim sendo:

P(A ∩ B) = P(A) . P(B/A)


P(A ∩ B) = P(B) . P(A/B)

Considerando A e B como eventos independentes, logo


P(B/A) = P(B), P(A/B) = P(A), sendo assim: P(A ∩ B) = P(A) .
P(B). Para saber se os eventos A e B são independentes, podemos
utilizar a definição ou calcular a probabilidade de A ∩ B. Veja a (A) (B) (C) (D) (E)
representação:

Didatismo e Conhecimento 90
RACIOCÍNIO LÓGICO
03. Retirando uma carta de um baralho comum de 52 cartas, Respostas
qual a probabilidade de se obter um rei ou uma dama?
01.
04. Jogam-se dois dados “honestos” de seis faces, numeradas
de 1 a 6, e lê-se o número de cada uma das duas faces voltadas para 02.
cima. Calcular a probabilidade de serem obtidos dois números A partir da distribuição apresentada no gráfico:
ímpares ou dois números iguais? 08 mulheres sem filhos.
07 mulheres com 1 filho.
05. Uma urna contém 500 bolas, numeradas de 1 a 500. Uma 06 mulheres com 2 filhos.
bola dessa urna é escolhida ao acaso. A probabilidade de que seja 02 mulheres com 3 filhos.
escolhida uma bola com um número de três algarismos ou múltiplo
de 10 é Comoas 23 mulheres têm um total de 25 filhos, a probabilidade
(A) 10% de que a criança premiada tenha sido um(a) filho(a) único(a) é
(B) 12% igual a P = 7/25.
(C) 64% 03. P(dama ou rei) = P(dama) + P(rei) =
(D) 82%
(E) 86% 04. No lançamento de dois dados de 6 faces, numeradas de 1 a
6, são 36 casos possíveis. Considerando os eventos A (dois números
06. Uma urna contém 4 bolas amarelas, 2 brancas e 3 bolas ímpares) e B (dois números iguais), a probabilidade pedida é:
vermelhas. Retirando-se uma bola ao acaso, qual a probabilidade
de ela ser amarela ou branca?

07. Duas pessoas A e B atiram num alvo com probabilidade 05. Sendo Ω, o conjunto espaço amostral, temos n(Ω) = 500
40% e 30%, respectivamente, de acertar. Nestas condições, a
probabilidade de apenas uma delas acertar o alvo é: A: o número sorteado é formado por 3 algarismos;
(A) 42% A = {100, 101, 102, ..., 499, 500}, n(A) = 401 e p(A) = 401/500
(B) 45%
(C) 46% B: o número sorteado é múltiplo de 10;
(D) 48% B = {10, 20, ..., 500}.
(E) 50%
Para encontrarmos n(B) recorremos à fórmula do termo geral
08. Num espaço amostral, dois eventos independentes A e B da P.A., em que
são tais que P(A U B) = 0,8 e P(A) = 0,3. Podemos concluir que o a1 = 10
valor de P(B) é: an = 500
(A) 0,5 r = 10
(B) 5/7 Temos an = a1 + (n – 1) . r → 500 = 10 + (n – 1) . 10 → n = 50
(C) 0,6
(D) 7/15 Dessa forma, p(B) = 50/500.
(E) 0,7
A Ω B: o número tem 3 algarismos e é múltiplo de 10;
09. Uma urna contém 6 bolas: duas brancas e quatro pretas. A Ω B = {100, 110, ..., 500}.
Retiram-se quatro bolas, sempre com reposição de cada bola antes De an = a1 + (n – 1) . r, temos: 500 = 100 + (n – 1) . 10 → n =
de retirar a seguinte. A probabilidade de só a primeira e a terceira 41 e p(A B) = 41/500
serem brancas é:
Por fim, p(A.B) =
(A) (B) (C) (D) (E)
06.
10. Uma lanchonete prepara sucos de 3 sabores: laranja, Sejam A1, A2, A3, A4 as bolas amarelas, B1, B2 as brancas e V1,
abacaxi e limão. Para fazer um suco de laranja, são utilizadas 3 V2, V3 as vermelhas.
laranjas e a probabilidade de um cliente pedir esse suco é de 1/3. Temos S = {A1, A2, A3, A4, V1, V2, V3 B1, B2} → n(S) = 9
Se na lanchonete, há 25 laranjas, então a probabilidade de que, A: retirada de bola amarela = {A1, A2, A3, A4}, n(A) = 4
para o décimo cliente, não haja mais laranjas suficientes para fazer B: retirada de bola branca = {B1, B2}, n(B) = 2
o suco dessa fruta é:

(A) 1 (B) (C) (D) (E)

Didatismo e Conhecimento 91
RACIOCÍNIO LÓGICO
Como A B = , A e B são eventos mutuamente exclusivos;
Logo: P(A B) = P(A) + P(B) = ANOTAÇÕES

—————————————————————————
07.
Se apenas um deve acertar o alvo, então podem ocorrer os —————————————————————————
seguintes eventos:
(A) “A” acerta e “B” erra; ou —————————————————————————
(B) “A” erra e “B” acerta.
—————————————————————————
Assim, temos: —————————————————————————
P (A B) = P (A) + P (B)
P (A B) = 40% . 70% + 60% . 30% —————————————————————————
P (A B) = 0,40 . 0,70 + 0,60 . 0,30
P (A B) = 0,28 + 0,18 —————————————————————————
P (A B) = 0,46 —————————————————————————
P (A B) = 46%
—————————————————————————
08.
Sendo A e B eventos independentes, P(A B) = P(A) . P(B) e —————————————————————————
como P(A B) = P(A) + P(B) – P(A B). Temos: —————————————————————————
P(A B) = P(A) + P(B) – P(A) . P(B)
0,8 = 0,3 + P(B) – 0,3 . P(B) —————————————————————————
0,7 . (PB) = 0,5
P(B) = 5/7. —————————————————————————
—————————————————————————
09. Representando por a
probabilidade pedida, temos: —————————————————————————
=
= —————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
10. Supondo que a lanchonete só forneça estes três tipos de
—————————————————————————
sucos e que os nove primeiros clientes foram servidos com apenas
um desses sucos, então: —————————————————————————
I- Como cada suco de laranja utiliza três laranjas, não é
possível fornecer sucos de laranjas para os nove primeiros clientes, —————————————————————————
pois seriam necessárias 27 laranjas.
—————————————————————————
II- Para que não haja laranjas suficientes para o próximo
cliente, é necessário que, entre os nove primeiros, oito tenham —————————————————————————
pedido sucos de laranjas, e um deles tenha pedido outro suco.
A probabilidade de isso ocorrer é: —————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————
—————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 92
INFORMÁTICA
INFORMÁTICA
MAINFRAMES
FUNDAMENTOS DA COMPUTAÇÃO:
CONCEITOS BÁSICOS DE
INFORMÁTICA, COMPONENTES
FUNCIONAIS DE COMPUTADORES
(HARDWARE E SOFTWARE),
PERIFÉRICOS, DISPOSITIVOS DE
ENTRADA, SAÍDA E ARMAZENAMENTO
DE DADOS.

HISTÓRICO

Os primeiros computadores construídos pelo homem foram


idealizados como máquinas para processar números (o que conhe-
cemos hoje como calculadoras), porém, tudo era feito fisicamente.
Existia ainda um problema, porque as máquinas processavam Os computadores podem ser classificados pelo porte. Basica-
os números, faziam operações aritméticas, mas depois não sabiam mente, existem os de grande porte ― mainframes ― e os de pe-
o que fazer com o resultado, ou seja, eram simplesmente máquinas queno porte ― microcomputadores ― sendo estes últimos dividi-
de calcular, não recebiam instruções diferentes e nem possuíam dos em duas categorias: desktops ou torres e portáteis (notebooks,
uma memória. Até então, os computadores eram utilizados para laptops, handhelds e smartphones).
pouquíssimas funções, como calcular impostos e outras operações. Conceitualmente, todos eles realizam funções internas idênti-
Os computadores de uso mais abrangente apareceram logo depois cas, mas em escalas diferentes.
da Segunda Guerra Mundial. Os EUA desenvolveram ― secre- Os mainframes se destacam por ter alto poder de processamento,
tamente, durante o período ― o primeiro grande computador que muita capacidade de memória e por controlar atividades com grande
calculava trajetórias balísticas. A partir daí, o computador come- volume de dados. Seu custo é bastante elevado. São encontrados, ge-
çou a evoluir num ritmo cada vez mais acelerado, até chegar aos ralmente, em bancos, grandes empresas e centros de pesquisa.
dias de hoje.
CLASSIFICAÇÃO DOS COMPUTADORES
Código Binário, Bit e Byte
A classificação de um computador pode ser feita de diversas
O sistema binário (ou código binário) é uma representação nu- maneiras. Podem ser avaliados:
mérica na qual qualquer unidade pode ser demonstrada usando-se • Capacidade de processamento;
apenas dois dígitos: 0 e 1. Esta é a única linguagem que os compu- • Velocidade de processamento;
tadores entendem. Cada um dos dígitos utilizados no sistema biná- • Capacidade de armazenamento das informações;
rio é chamado de Binary Digit (Bit), em português, dígito binário e • Sofisticação do software disponível e compatibilidade;
representa a menor unidade de informação do computador. • Tamanho da memória e tipo de CPU (Central Processing
Os computadores geralmente operam com grupos de bits. Um Uni), Unidade Central de Processamento.
grupo de oito bits é denominado Byte. Este pode ser usado na re-
presentação de caracteres, como uma letra (A-Z), um número (0-9) TIPOS DE MICROCOMPUTADORES
ou outro símbolo qualquer (#, %, *,?, @), entre outros.
Assim como podemos medir distâncias, quilos, tamanhos etc., Os microcomputadores atendem a uma infinidade de aplica-
também podemos medir o tamanho das informações e a velocidade ções. São divididos em duas plataformas: PC (computadores pes-
de processamento dos computadores. A medida padrão utilizada é soais) e Macintosh (Apple).
o byte e seus múltiplos, conforme demonstramos na tabela abaixo: Os dois padrões têm diversos modelos, configurações e opcio-
nais. Além disso, podemos dividir os microcomputadores em desk-
tops, que são os computadores de mesa, com uma torre, teclado, mou-
se e monitor e portáteis, que podem ser levados a qualquer lugar.

DESKTOPS

São os computadores mais comuns. Geralmente dispõem de


teclado, mouse, monitor e gabinete separados fisicamente e não
são movidos de lugar frequentemente, uma vez que têm todos os
componentes ligados por cabos.

Didatismo e Conhecimento 1
INFORMÁTICA
São compostos por: O processamento de dados sempre envolve três fases essen-
• Monitor (vídeo) ciais: Entrada de Dados, Processamento e Saída da Informação.
• Teclado Para que um sistema de processamento de dados funcione ao
• Mouse contento, faz-se necessário que três elementos funcionem em per-
• Gabinete: Placa-mãe, CPU (processador), memórias, dri- feita harmonia, são eles:
ves, disco rígido (HD), modem, portas USB etc.
Hardware
PORTÁTEIS
Hardware é toda a parte física que compõe o sistema de pro-
Os computadores portáteis possuem todas as partes integradas cessamento de dados: equipamentos e suprimentos tais como:
num só conjunto. Mouse, teclado, monitor e gabinete em uma úni- CPU, disquetes, formulários, impressoras.
ca peça. Os computadores portáteis começaram a aparecer no iní-
cio dos anos 80, nos Estados Unidos e hoje podem ser encontrados Software
nos mais diferentes formatos e tamanhos, destinados a diferentes
tipos de operações. É toda a parte lógica do sistema de processamento de dados.
Desde os dados que armazenamos no hardware, até os programas
LAPTOPS que os processam.

Também chamados de notebooks, são computadores portáteis, Peopleware


leves e produzidos para serem transportados facilmente. Os lap-
tops possuem tela, geralmente de Liquid Crystal Display (LCD), Esta é a parte humana do sistema: usuários (aqueles que usam
teclado, mouse (touchpad), disco rígido, drive de CD/DVD e por- a informática como um meio para a sua atividade fim), progra-
tas de conexão. Seu nome vem da junção das palavras em inglês madores e analistas de sistemas (aqueles que usam a informática
lap (colo) e top (em cima), significando “computador que cabe no como uma atividade fim).
colo de qualquer pessoa”. Embora não pareça, a parte mais complexa de um sistema
de processamento de dados é, sem dúvida o Peopleware, pois por
NETBOOKS mais moderna que sejam os equipamentos, por mais fartos que se-
jam os suprimentos, e por mais inteligente que se apresente o soft-
São computadores portáteis muito parecidos com o notebook, ware, de nada adiantará se as pessoas (peopleware) não estiverem
porém, em tamanho reduzido, mais leves, mais baratos e não pos- devidamente treinadas a fazer e usar a informática.
suem drives de CD/ DVD. O alto e acelerado crescimento tecnológico vem aprimoran-
do o hardware, seguido de perto pelo software. Equipamentos que
PDA cabem na palma da mão, softwares que transformam fantasia em
realidade virtual não são mais novidades. Entretanto ainda temos
É a abreviação do inglês Personal Digital Assistant e também em nossas empresas pessoas que sequer tocaram algum dia em um
são conhecidos como palmtops. São computadores pequenos e, teclado de computador.
geralmente, não possuem teclado. Para a entrada de dados, sua tela Mesmo nas mais arrojadas organizações, o relacionamento
é sensível ao toque. É um assistente pessoal com boa quantidade entre as pessoas dificulta o trâmite e consequente processamento
de memória e diversos programas para uso específico. da informação, sucateando e subutilizando equipamentos e softwa-
res. Isto pode ser vislumbrado, sobretudo nas instituições públicas.
SMARTPHONES
POR DENTRO DO GABINETE
São telefones celulares de última geração. Possuem alta ca-
pacidade de processamento, grande potencial de armazenamento,
acesso à Internet, reproduzem músicas, vídeos e têm outras fun-
cionalidades.

Sistema de Processamento de Dados

Quando falamos em “Processamento de Dados” tratamos de


uma grande variedade de atividades que ocorre tanto nas organi-
zações industriais e comerciais, quanto na vida diária de cada um
de nós.
Para tentarmos definir o que seja processamento de dados te-
mos de ver o que existe em comum em todas estas atividades. Ao
analisarmos, podemos perceber que em todas elas são dadas certas Identificaremos as partes internas do computador, localizadas
informações iniciais, as quais chamamos de dados. no gabinete ou torre:
E que estes dados foram sujeitos a certas transformações, com • Motherboard (placa-mãe)
as quais foram obtidas as informações. • Processador

Didatismo e Conhecimento 2
INFORMÁTICA
• Memórias descritos os elementos necessários para operacionalizar o Hardwa-
• Fonte de Energia re, possibilitando aos diversos S.O. acesso aos recursos independe
• Cabos de suas características específicas.
• Drivers
• Portas de Entrada/Saída

MOTHERBOARD (PLACA-MÃE)

É uma das partes mais importantes do computador. A mo- O BIOS é gravado em um chip de memória do tipo EPROM
therboard é uma placa de circuitos integrados que serve de suporte (Erased Programmable Read Only Memory). É um tipo de memó-
para todas as partes do computador. ria “não volátil”, isto é, desligando o computador não há a perda
Praticamente, tudo fica conectado à placa-mãe de alguma ma- das informações (programas) nela contida. O BIOS é contem 2
neira, seja por cabos ou por meio de barramentos. programas: POST (Power On Self Test) e SETUP para teste do
A placa mãe é desenvolvida para atender às características sistema e configuração dos parâmetros de inicialização, respecti-
especificas de famílias de processadores, incluindo até a possibi- vamente, e de funções básicas para manipulação do hardware uti-
lidade de uso de processadores ainda não lançados, mas que apre-
lizadas pelo Sistema Operacional.
sentem as mesmas características previstas na placa.
Quando inicializamos o sistema, um programa chamado
A placa mãe é determinante quanto aos componentes que po-
POST conta a memória disponível, identifica dispositivos plug-an-
dem ser utilizados no micro e sobre as possibilidades de upgrade,
d-play e realiza uma checagem geral dos componentes instalados,
influenciando diretamente na performance do micro.
verificando se existe algo de errado com algum componente. Após
o término desses testes, é emitido um relatório com várias infor-
Diversos componentes integram a placa-mãe, como:
mações sobre o hardware instalado no micro. Este relatório é uma
• Chipset
maneira fácil e rápida de verificar a configuração de um compu-
Denomina-se chipset os circuitos de apoio ao microcomputa-
dor que gerenciam praticamente todo o funcionamento da placa- tador. Para paralisar a imagem tempo suficiente para conseguir ler
mãe (controle de memória cache, DRAM, controle do buffer de as informações, basta pressionar a tecla “pause/break” do teclado.
dados, interface com a CPU, etc.). Caso seja constatado algum problema durante o POST, serão
O chipset é composto internamente de vários outros peque- emitidos sinais sonoros indicando o tipo de erro encontrado. Por
nos chips, um para cada função que ele executa. Há um chip con- isso, é fundamental a existência de um alto-falante conectado à
trolador das interfaces IDE, outro controlador das memórias, etc. placa mãe.
Existem diversos modelos de chipsets, cada um com recursos bem Atualmente algumas motherboards já utilizam chips de me-
diferentes. mória com tecnologia flash. Memórias que podem ser atualizadas
Devido à complexidade das motherboards, da sofisticação dos por software e também não perdem seus dados quando o compu-
sistemas operacionais e do crescente aumento do clock, o chipset é tador é desligado, sem necessidade de alimentação permanente.
o conjunto de CIs (circuitos integrados) mais importante do micro- As BIOS mais conhecidas são: AMI, Award e Phoenix. 50%
computador. Fazendo uma analogia com uma orquestra, enquanto dos micros utilizam BIOS AMI.
o processador é o maestro, o chipset seria o resto!
• Memória CMOS
• BIOS
CMOS (Complementary Metal-Oxide Semicondutor) é uma
O BIOS (Basic Input Output System), ou sistema básico de memória formada por circuitos integrados de baixíssimo consumo
entrada e saída, é a primeira camada de software do micro, um pe- de energia, onde ficam armazenadas as informações do sistema
queno programa que tem a função de “iniciar” o microcomputador. (setup), acessados no momento do BOOT. Estes dados são atri-
Durante o processo de inicialização, o BIOS é o responsável pelo buídos na montagem do microcomputador refletindo sua configu-
reconhecimento dos componentes de hardware instalados, dar o ração (tipo de winchester, números e tipo de drives, data e hora,
boot, e prover informações básicas para o funcionamento do sis- configurações gerais, velocidade de memória, etc.) permanecendo
tema. armazenados na CMOS enquanto houver alimentação da bateria
O BIOS é a camada (vide diagrama 1.1) que viabiliza a uti- interna. Algumas alterações no hardware (troca e/ou inclusão de
lização de Sistemas Operacionais diferentes (Linux, Unix, Hurd, novos componentes) podem implicar na alteração de alguns desses
BSD, Windows, etc.) no microcomputador. É no BIOS que estão parâmetros.

Didatismo e Conhecimento 3
INFORMÁTICA
Muitos desses itens estão diretamente relacionados com o pro- Usualmente, a taxa de clock é uma característica fixa do pro-
cessador e seu chipset e portanto é recomendável usar os valores cessador. Porém, alguns computadores têm uma “chave” que per-
default sugerido pelo fabricante da BIOS. Mudanças nesses pa- mite 2 ou mais diferentes velocidades de clock. Isto é útil porque
râmetros pode ocasionar o travamento da máquina, intermitência programas desenvolvidos para trabalhar em uma máquina com alta
na operação, mau funcionamento dos drives e até perda de dados velocidade de clock podem não trabalhar corretamente em uma
do HD. máquina com velocidade de clock mais lenta, e vice versa. Além
• Slots para módulos de memória disso, alguns componentes de expansão podem não ser capazes de
Na época dos micros XT e 286, os chips de memória eram trabalhar a alta velocidade de clock.
encaixados (ou até soldados) diretamente na placa mãe, um a um. Assim como a velocidade de clock, a arquitetura interna de
O agrupamento dos chips de memória em módulos (pentes), ini- um microprocessador tem influência na sua performance. Dessa
cialmente de 30 vias, e depois com 72 e 168 vias, permitiu maior forma, 2 CPUs com a mesma velocidade de clock não necessa-
versatilidade na composição dos bancos de memória de acordo riamente trabalham igualmente. Enquanto um processador Intel
com as necessidades das aplicações e dos recursos financeiros dis- 80286 requer 20 ciclos para multiplicar 2 números, um Intel 80486
poníveis. (ou superior) pode fazer o mesmo cálculo em um simples ciclo.
Durante o período de transição para uma nova tecnologia é Por essa razão, estes novos processadores poderiam ser 20 vezes
comum encontrar placas mãe com slots para mais de um modelo. mais rápido que os antigos mesmo se a velocidade de clock fosse a
Atualmente as placas estão sendo produzidas apenas com módulos mesma. Além disso, alguns microprocessadores são superescalar,
de 168 vias, mas algumas comportam memórias de mais de um o que significa que eles podem executar mais de uma instrução
tipo (não simultaneamente): SDRAM, Rambus ou DDR-SDRAM. por ciclo.
• Clock Como as CPUs, os barramentos de expansão também têm a
Relógio interno baseado num cristal de Quartzo que gera um sua velocidade de clock. Seria ideal que as velocidades de clock da
pulso elétrico. A função do clock é sincronizar todos os circuitos CPU e dos barramentos fossem a mesma para que um componente
da placa mãe e também os circuitos internos do processador para não deixe o outro mais lento. Na prática, a velocidade de clock dos
que o sistema trabalhe harmonicamente. barramentos é mais lenta que a velocidade da CPU.
Estes pulsos elétricos em intervalos regulares são medidos • Overclock
pela sua frequência cuja unidade é dada em hertz (Hz). 1 MHz é Overclock é o aumento da frequência do processador para que
igual a 1 milhão de ciclos por segundo. Normalmente os proces- ele trabalhe mais rapidamente.
sadores são referenciados pelo clock ou frequência de operação: A frequência de operação dos computadores domésticos é de-
Pentium IV 2.8 MHz. terminada por dois fatores:
• A velocidade de operação da placa-mãe, conhecida também
PROCESSADOR como velocidade de barramento, que nos computadores Pentium
pode ser de 50, 60 e 66 MHz.
• Um multiplicador de clock, criado a partir dos 486 que
permite ao processador trabalhar internamente a uma velocidade
maior que a da placa-mãe. Vale lembrar que os outros periféricos
do computador (memória RAM, cache L2, placa de vídeo, etc.)
continuam trabalhando na velocidade de barramento.
Como exemplo, um computador Pentium 166 trabalha com
velocidade de barramento de 66 MHz e multiplicador de 2,5x. Fa-
zendo o cálculo, 66 x 2,5 = 166, ou seja, o processador trabalha a
166 MHz, mas se comunica com os demais componentes do micro
a 66 MHz.
Tendo um processador Pentium 166 (como o do exemplo aci-
ma), pode-se fazê-lo trabalhar a 200 MHz, simplesmente aumen-
tando o multiplicador de clock de 2,5x para 3x. Caso a placa-mãe
permita, pode-se usar um barramento de 75 ou até mesmo 83 MHz
O microprocessador, também conhecido como processador, (algumas placas mais modernas suportam essa velocidade de bar-
consiste num circuito integrado construído para realizar cálculos ramento). Neste caso, mantendo o multiplicador de clock de 2,5x,
e operações. Ele é a parte principal do computador, mas está longe o Pentium 166 poderia trabalhar a 187 MHz (2,5 x 75) ou a 208
de ser uma máquina completa por si só: para interagir com o usuá- MHz (2,5 x 83). As frequências de barramento e do multiplicador
rio é necessário memória, dispositivos de entrada e saída, conver- podem ser alteradas simplesmente através de jumpers de configu-
sores de sinais, entre outros. ração da placa-mãe, o que torna indispensável o manual da mesma.
É o processador quem determina a velocidade de processa- O aumento da velocidade de barramento da placa-mãe pode criar
mento dos dados na máquina. Os primeiros modelos comerciais problemas caso algum periférico (como memória RAM, cache L2,
começaram a surgir no início dos anos 80. etc.) não suporte essa velocidade.
• Clock Speed ou Clock Rate Quando se faz um overclock, o processador passa a trabalhar
É a velocidade pela qual um microprocessador executa instru- a uma velocidade maior do que ele foi projetado, fazendo com que
ções. Quanto mais rápido o clock, mais instruções uma CPU pode haja um maior aquecimento do mesmo. Com isto, reduz-se a vida
executar por segundo. útil do processador de cerca de 20 para 10 anos (o que não chega

Didatismo e Conhecimento 4
INFORMÁTICA
a ser um problema já que os processadores rapidamente se tornam FONTE DE ENERGIA
obsoletos). Esse aquecimento excessivo pode causar também fre-
quentes “crashes” (travamento) do sistema operacional durante o
seu uso, obrigando o usuário a reiniciar a máquina.
Ao fazer o overclock, é indispensável a utilização de um coo-
ler (ventilador que fica sobre o processador para reduzir seu aque-
cimento) de qualidade e, em alguns casos, uma pasta térmica espe-
cial que é passada diretamente sobre a superfície do processador.
Atualmente fala-se muito em CORE, seja dual, duo ou quad,
essa denominação refere-se na verdade ao núcleo do processador,
onde fica a ULA (Unidade Aritmética e Lógica). Nos modelos
DUAL ou DUO, esse núcleo é duplicado, o que proporciona uma
execução de duas instruções efetivamente ao mesmo tempo, em- É um aparelho que transforma a corrente de eletricidade alter-
bora isto não aconteça o tempo todo. Basta uma instrução precisar nada (que vem da rua), em corrente contínua, para ser usada nos
de um dado gerado por sua “concorrente” que a execução paralela computadores. Sua função é alimentar todas as partes do com-
torna-se inviável, tendo uma instrução que esperar pelo término putador com energia elétrica apropriada para seu funcionamento.
da outra. Os modelos QUAD CORE possuem o núcleo quadru- Fica ligada à placa-mãe e aos outros dispositivos por meio de
plicado. cabos coloridos com conectores nas pontas.
Esses são os processadores fabricados pela INTEL, empresa
que foi pioneira nesse tipo de produto. Temos também alguns con- CABOS
correntes famosos dessa marca, tais como NEC, Cyrix e AMD;
sendo que atualmente apenas essa última marca mantém-se fazen-
do frente aos lançamentos da INTEL no mercado. Por exemplo,
um modelo muito popular de 386 foi o de 40 MHz, que nunca
foi feito pela INTEL, cujo 386 mais veloz era de 33 MHz, esse
processador foi obra da AMD. Desde o lançamento da linha Pen-
tium, a AMD foi obrigada a criar também novas denominações
para seus processadores, sendo lançados modelos como K5, K6-2,
K7, Duron (fazendo concorrência direta à ideia do Celeron) e os
mais atuais como: Athlon, Turion, Opteron e Phenom.
Podemos encontrar diferentes tipos de cabos dentro do gabi-
MEMÓRIAS nete: podem ser de energia ou de dados e conectam dispositivos,
como discos rígidos, drives de CDs e DVDs, LEDs (luzes), botão
liga/desliga, entre outros, à placa-mãe.
Os tipos de cabos encontrados dentro do PC são: IDE, SATA,
SATA2, energia e som.

DRIVERS

Vamos chamar de memória o que muitos autores denominam


memória primária, que é a memória interna do computador, sem a
qual ele não funciona.
A memória é formada, geralmente, por chips e é utilizada para
guardar a informação para o processador num determinado mo- São dispositivos de suporte para mídias - fixas ou removíveis
mento, por exemplo, quando um programa está sendo executado. - de armazenamento de dados, nos quais a informação é gravada
As memórias ROM (Read Only Memory - Memória Somen- por meio digital, ótico, magnético ou mecânico.
te de Leitura) e RAM (Random Access Memory - Memória de Hoje, os tipos mais comuns são o disco rígido ou HD, os dri-
Acesso Randômico) ficam localizadas junto à placa-mãe. A ROM ves de CD/DVD e o pen drive. Os computadores mais antigos
são chips soldados à placa-mãe, enquanto a RAM são “pentes” de ainda apresentam drives de disquetes, que são bem pouco usados
memória. devido à baixa capacidade de armazenamento. Todos os drives são
ligados ao computador por meio de cabos.

Didatismo e Conhecimento 5
INFORMÁTICA
PORTAS DE ENTRADA/SAÍDA É um tipo de PROM que pode ser apagada simplesmente com
uma carga elétrica, podendo ser, posteriormente, gravada com no-
vos dados. Depois da NVRAM é o tipo de memória ROM mais
utilizado atualmente.

• Non-Volatile Random Access Memory (Nvram)

Também conhecida como flash RAM ou memória flash, a


NVRAM é um tipo de memória RAM que não perde os dados
quando desligada. Este tipo de memória é o mais usado atualmen-
te para armazenar os dados da BIOS, não só da placa-mãe, mas
de vários outros dispositivos, como modems, gravadores de CD
-ROM etc.
É justamente o fato do BIOS da placa-mãe ser gravado em
São as portas do computador nas quais se conectam todos os memória flash que permite realizarmos upgrades de BIOS. Na
periféricos. São utilizadas para entrada e saída de dados. Os com- verdade essa não é exatamente uma memória ROM, já que pode
putadores de hoje apresentam normalmente as portas USB, VGA, ser reescrita, mas a substitui com vantagens.
FireWire, HDMI, Ethernet e Modem.
• Programmable Read-Only Memory (Prom)
Veja alguns exemplos de dispositivos ligados ao computador É um tipo de memória ROM, fabricada em branco, sendo pro-
por meio dessas Portas: modem, monitor, pen drive, HD externo, gramada posteriormente. Uma vez gravados os dados, eles não
scanner, impressora, microfone, Caixas de som, mouse, teclado podem ser alterados. Este tipo de memória é usado em vários dis-
etc. positivos, assim como em placas-mãe antigas.

Obs.: são dignas de citação portas ainda bastante usadas, Memoria RAM
como as portas paralelas (impressoras e scanners) e as portas
PS/2(mouses e teclados).

MEMÓRIAS E DISPOSITIVOS
DE ARMAZENAMENTO

Memórias

Memória ROM

Random Access Memory (RAM) - Memória de acesso alea-


tório onde são armazenados dados em tempo de processamento,
isto é, enquanto o computador está ligado e, também, todas as in-
formações que estiverem sendo executadas, pois essa memória é
mantida por pulsos elétricos. Todo conteúdo dela é apagado ao
desligar-se a máquina, por isso é chamada também de volátil.
O módulo de memória é um componente adicionado à placa-
mãe. É composto de uma série de pequenos circuitos integrados,
No microcomputador também se encontram as memórias de- chamados chip de RAM. A memória pode ser aumentada, de acor-
finidas como dispositivos eletrônicos responsáveis pelo armaze- do com o tipo de equipamento ou das necessidades do usuário. O
namento de informações e instruções utilizadas pelo computador. local onde os chips de memória são instalados chama-se SLOT de
memória.
Read Only Memory (ROM) é um tipo de memória em que A memória ganhou melhor desempenho com versões mais po-
os dados não se perdem quando o computador é desligado. Este derosas, como DRAM (Dynamic RAM - RAM dinâmica), EDO
tipo de memória é ideal para guardar dados da BIOS (Basic Input/ (Extended Data Out - Saída Estendida Dados), entre outras, que
Output System - Sistema Básico de Entrada/Saída) da placa-mãe proporcionam um aumento no desempenho de 10% a 30% em
e outros dispositivos. comparação à RAM tradicional. Hoje, as memórias mais utilizadas
são do tipo DDR2 e DDR3.
Os tipos de ROM usados atualmente são:

• Electrically-Erasable Programmable Read-Only Me-


mory (Eeprom)

Didatismo e Conhecimento 6
INFORMÁTICA
Memória Cache HD Externo

A memória cache é um tipo de memória de acesso rápido uti- Os HDs externos são discos rígidos portáteis com alta capa-
lizada, exclusivamente, para armazenamento de dados que prova- cidade de armazenamento, chegando facilmente à casa dos Tera-
velmente serão usados novamente. bytes. Eles, normalmente, funcionam a partir de qualquer entrada
Quando executamos algum programa, por exemplo, parte das USB do computador.
instruções fica guardada nesta memória para que, caso posterior-
mente seja necessário abrir o programa novamente, sua execução As grandes vantagens destes dispositivos são:
seja mais rápida. • Alta capacidade de armazenamento;
Atualmente, a memória cache já é estendida a outros dispo- • Facilidade de instalação;
sitivos, a fim de acelerar o processo de acesso aos dados. Os pro- • Mobilidade, ou seja, pode-se levá-lo para qualquer lugar
cessadores e os HDs, por exemplo, já utilizam este tipo de arma- sem necessidade de abrir o computador.
zenamento.
CD, CD-R e CD-RW
DISPOSITIVOS DE ARMAZENAMENTO O Compact Disc (CD) foi criado no começo da década de 80
e é hoje um dos meios mais populares de armazenar dados digi-
Disco Rígido (HD) talmente.
Sua composição é geralmente formada por quatro camadas:
• Uma camada de policarbonato (espécie de plástico),
onde ficam armazenados os dados
• Uma camada refletiva metálica, com a finalidade de re-
fletir o laser
• Uma camada de acrílico, para proteger os dados
• Uma camada superficial, onde são impressos os rótulos

Na camada de gravação existe uma grande espiral que tem


um relevo de partes planas e partes baixas que representam os bits.
Um feixe de laser “lê” o relevo e converte a informação. Temos
hoje, no mercado, três tipos principais de CDs:

1. CD comercial
(que já vem gravado com música ou dados)

2. CD-R
(que vem vazio e pode ser gravado uma única vez)

O disco rígido é popularmente conhecido como HD (Hard 3. CD-RW


Disk Drive - HDD) e é comum ser chamado, também, de memó- (que pode ter seus dados apagados e regravados)
ria, mas ao contrário da memória RAM, quando o computador é Atualmente, a capacidade dos CDs é armazenar cerca de 700
desligado, não perde as informações. MB ou 80 minutos de música.
O disco rígido é, na verdade, o único dispositivo para armaze-
namento de informações indispensável ao funcionamento do com- DVD, DVD-R e DVD-RW
putador. É nele que ficam guardados todos os dados e arquivos, O Digital Vídeo Disc ou Digital Versatille Disc (DVD) é hoje
incluindo o sistema operacional. Geralmente é ligado à placa-mãe o formato mais comum para armazenamento de vídeo digital. Foi
por meio de um cabo, que pode ser padrão IDE, SATA ou SATA2. inventado no final dos anos 90, mas só se popularizou depois do

Didatismo e Conhecimento 7
INFORMÁTICA
ano 2000. Assim como o CD, é composto por quatro camadas, Cartão de Memória
com a diferença de que o feixe de laser que lê e grava as informa-
ções é menor, possibilitando uma espiral maior no disco, o que
proporciona maior capacidade de armazenamento.
Também possui as versões DVD-R e DVD-RW, sendo R de
gravação única e RW que possibilita a regravação de dados. A
capacidade dos DVDs é de 120 minutos de vídeo ou 4,7 GB de
dados, existindo ainda um tipo de DVD chamado Dual Layer, que
contém duas camadas de gravação, cuja capacidade de armazena-
mento chega a 8,5 GB.
Blu-Ray

O Blu-Ray é o sucessor do DVD. Sua capacidade varia entre Assim como o pen drive, o cartão de memória é um tipo de
25 e 50 GB. O de maior capacidade contém duas camadas de dispositivo de armazenamento de dados com memória flash, muito
gravação. encontrado em máquinas fotográficas digitais e aparelhos celulares
Seu processo de fabricação segue os padrões do CD e DVD smartphones.
comuns, com a diferença de que o feixe de laser usado para leitu- Nas máquinas digitais registra as imagens capturadas e nos
ra é ainda menor que o do DVD, o que possibilita armazenagem telefones é utilizado para armazenar vídeos, fotos, ringtones, en-
maior de dados no disco. dereços, números de telefone etc.
O nome do disco refere-se à cor do feixe de luz do leitor ótico O cartão de memória funciona, basicamente, como o pen dri-
que, na verdade, para o olho humano, apresenta uma cor violeta ve, mas, ao contrário dele, nem sempre fica aparente no dispositivo
azulada. O “e” da palavra blue (azul) foi retirado do nome por e é bem mais compacto.
fins jurídicos, já que muitos países não permitem que se registre Os formatos mais conhecidos são:
comercialmente uma palavra comum. O Blu-Ray foi introduzido • Memory Stick Duo
no mercado no ano de 2006. • SD (Secure Digital Card)
• Mini SD
Pen Drive • Micro SD

OS PERIFÉRICOS

Os periféricos são partes extremamente importantes dos com-


putadores. São eles que, muitas vezes, definem sua aplicação.

Entrada

São dispositivos que possuem a função de inserir dados ao


É um dispositivo de armazenamento de dados em memória computador, por exemplo: teclado, scanner, caneta óptica, leitor
flash e conecta-se ao computador por uma porta USB. Ele com- de código de barras, mesa digitalizadora, mouse, microfone, joys-
bina diversas tecnologias antigas com baixo custo, baixo consumo tick, CD-ROM, DVD-ROM, câmera fotográfica digital, câmera de
de energia e tamanho reduzido, graças aos avanços nos micro- vídeo, webcam etc.
processadores. Funciona, basicamente, como um HD externo e
quando conectado ao computador pode ser visualizado como um Mouse
drive. O pen drive também é conhecido como thumbdrive (por ter
o tamanho aproximado de um dedo polegar - thumb), flashdrive
(por usar uma memória flash) ou, ainda, disco removível.
Ele tem a mesma função dos antigos disquetes e dos CDs, ou
seja, armazenar dados para serem transportados, porém, com uma
capacidade maior, chegando a 256 GB.

É utilizado para selecionar operações dentro de uma tela apre-


sentada. Seu movimento controla a posição do cursor na tela e
apenas clicando (pressionando) um dos botões sobre o que você
precisa, rapidamente a operação estará definida.
O mouse surgiu com o ambiente gráfico das famílias Macin-
tosh e Windows, tornando-se indispensável para a utilização do
microcomputador.

Didatismo e Conhecimento 8
INFORMÁTICA
Touchpad Câmeras de Vídeo

As câmeras de vídeo, além de utilizadas no lazer, são também


aplicadas no trabalho de multimídia. As câmeras de vídeo digitais
ligam-se ao microcomputador por meio de cabos de conexão e per-
mitem levar a ele as imagens em movimento e alterá-las utilizando
Existem alguns modelos diferentes de mouse para notebooks, um programa de edição de imagens. Existe, ainda, a possibilidade
como o touchpad, que é um item de fábrica na maioria deles. de transmitir as imagens por meio de placas de captura de vídeo,
É uma pequena superfície sensível ao toque e tem a mesma que podem funcionar interna ou externamente no computador.
funcionalidade do mouse. Para movimentar o cursor na tela, pas-
sa-se o dedo levemente sobre a área do touchpad.

Teclado

É o periférico mais conhecido e utilizado para entrada de da-


dos no computador.
Acompanha o PC desde suas primeiras versões e foi pouco
alterado. Possui teclas representando letras, números e símbolos,
bem como teclas com funções específicas (F1... F12, ESC etc.).
Scanner
Câmera Digital

Câmera fotográfica moderna que não usa mais filmes foto- É um dispositivo utilizado para interpretar e enviar à memória
gráficos. As imagens são capturadas e gravadas numa memória do computador uma imagem desenhada, pintada ou fotografada.
interna ou, ainda, mais comumente, em cartões de memória. Ele é formado por minúsculos sensores fotoelétricos, geralmente
O formato de arquivo padrão para armazenar as fotos é o distribuídos de forma linear. Cada linha da imagem é percorrida
JPEG (.jpg) e elas podem ser transferidas ao computador por meio por um feixe de luz. Ao mesmo tempo, os sensores varrem (per-
de um cabo ou, nos computadores mais modernos, colocando-se o correm) esse espaço e armazenam a quantidade de luz refletida por
cartão de memória diretamente no leitor. cada um dos pontos da linha.

Didatismo e Conhecimento 9
INFORMÁTICA
A princípio, essas informações são convertidas em cargas elé- Todas as imagens que você vê na tela são compostas de cen-
tricas que, depois, ainda no scanner, são transformadas em valores tenas (ou milhares) de pontos gráficos (ou pixels). Quanto mais
numéricos. O computador decodifica esses números, armazena-os pixels, maior a resolução e mais detalhada será a imagem na tela.
e pode transformá-los novamente em imagem. Após a imagem ser Uma resolução de 640 x 480 significa 640 pixels por linha e 480
convertida para a tela, pode ser gravada e impressa como qualquer linhas na tela, resultando em 307.200 pixels.
outro arquivo. A placa gráfica permite que as informações saiam do compu-
Existem scanners que funcionam apenas em preto e branco e tador e sejam apresentadas no monitor. A placa determina quantas
outros, que reproduzem cores. No primeiro caso, os sensores pas- cores você verá e qual a qualidade dos gráficos e imagens apre-
sam apenas uma vez por cada ponto da imagem. Os aparelhos de sentadas.
fax possuem um scanner desse tipo para captar o documento. Para Os primeiros monitores eram monocromáticos, ou seja, apre-
capturar as cores é preciso varrer a imagem três vezes: uma regis- sentavam apenas uma cor e suas tonalidades, mostrando os textos
tra o verde, outra o vermelho e outra o azul. em branco ou verde sobre um fundo preto. Depois, surgiram os
Há aparelhos que produzem imagens com maior ou menor policromáticos, trabalhando com várias cores e suas tonalidades.
definição. Isso é determinado pelo número de pontos por polega- A tecnologia utilizada nos monitores também tem acompa-
da (ppp) que os sensores fotoelétricos podem ler. As capacidades nhado o mercado de informática. Procurou-se reduzir o consumo
variam de 300 a 4800 ppp. Alguns modelos contam, ainda, com de energia e a emissão de radiação eletromagnética. Outras ino-
softwares de reconhecimento de escrita, denominados OCR. vações, como controles digitais, tela plana e recursos multimídia
Hoje em dia, existem diversos tipos de utilização para os contribuíram nas mudanças.
scanners, que podem ser encontrados até nos caixas de supermer- Nos desktops mais antigos, utilizava-se a Catodic Rays Tube
cados, para ler os códigos de barras dos produtos vendidos. (CRT), que usava o tubo de cinescópio (o mesmo princípio da TV),
em que um canhão dispara por trás o feixe de luz e a imagem é
Webcam mostrada no vídeo. Uma grande evolução foi o surgimento de
uma tela especial, a Liquid Crystal Display (LCD) - Tela de Cristal
Líquido.
A tecnologia LCD troca o tubo de cinescópio por minúsculos
cristais líquidos na formação dos feixes de luz até a montagem dos
pixels. Com este recurso, pode-se aumentar a área útil da tela.
Os monitores LCD permitem qualidade na visibilidade da
imagem - dependendo do tipo de tela ― que pode ser:
• Matriz ativa: maior contraste, nitidez e amplo campo de
visão
• Matriz passiva: menor tempo de resposta nos movimen-
tos de vídeo
Além do CRT e do LCD, uma nova tecnologia esta ganhando
É uma câmera de vídeo que capta imagens e as transfere ins- força no mercado, o LED. A principal diferença entre LED x LCD
tantaneamente para o computador. A maioria delas não tem alta está diretamente ligado à tela. Em vez de células de cristal líquido,
resolução, já que as imagens têm a finalidade de serem transmi- os LED possuem diodos emissores de luz (Light Emitting Diode)
tidas a outro computador via Internet, ou seja, não podem gerar que fornecem o conjunto de luzes básicas (verde, vermelho e azul).
um arquivo muito grande, para que possam ser transmitidas mais Eles não aquecem para emitir luz e não precisam de uma luz bran-
rapidamente. ca por trás, o que permite iluminar apenas os pontos necessários na
Hoje, muitos sites e programas possuem chats (bate-papo) tela. Como resultado, ele consume até 40% menos energia.
com suporte para webcam. Os participantes podem conversar e A definição de cores também é superior, principalmente do
visualizar a imagem um do outro enquanto conversam. Nos lap- preto, que possui fidelidade não encontrada em nenhuma das de-
tops e notebooks mais modernos, a câmera já vem integrada ao mais tecnologias disponíveis no mercado.
computador. Sem todo o aparato que o LCD precisa por trás, o LED tam-
bém pode ser mais fina, podendo chegar a apenas uma polegada de
Saída espessura. Isso resultado num monitor de design mais agradável e
bem mais leve.
São dispositivos utilizados para saída de dados do computa- Ainda é possível encontrar monitores CRT (que usavam o
dor, por exemplo: monitor, impressora, projetor, caixa de som etc. tubo de cinescópio), mas os fabricantes, no entanto, não deram
continuidade à produção dos equipamentos com tubo de imagem.
Monitor Os primeiros monitores tinham um tamanho de, geralmente,
13 ou 14 polegadas. Com profissionais trabalhando com imagens,
É um dispositivo físico (semelhante a uma televisão) que tem cores, movimentos e animações multimídia, sentiu-se a necessida-
a função de exibir a saída de dados. de de produzir telas maiores.
A qualidade do que é mostrado na tela depende da resolução Hoje, os monitores são vendidos nos mais diferentes formatos
do monitor, designada pelos pontos (pixels - Picture Elements), e tamanhos. As televisões mais modernas apresentam uma entrada
que podem ser representados na sua superfície. VGA ou HDMI, para que computadores sejam conectados a elas.

Didatismo e Conhecimento 10
INFORMÁTICA
Impressora Jato de Tinta Plotters

Atualmente, as impressoras a jato de tinta ou inkjet (como


também são chamadas), são as mais populares do mercado. Silen-
ciosas, elas oferecem qualidade de impressão e eficiência.
A impressora jato de tinta forma imagens lançando a tinta di-
retamente sobre o papel, produzindo os caracteres como se fossem Outro dispositivo utilizado para impressão é a plotter, que é
contínuos. Imprime sobre papéis especiais e transparências e são uma impressora destinada a imprimir desenhos em grandes dimen-
bastante versáteis. Possuem fontes (tipos de letras) internas e acei- sões, com elevada qualidade e rigor, como plantas arquitetônicas,
tam fontes via software. Também preparam documentos em preto mapas cartográficos, projetos de engenharia e grafismo, ou seja, a
e branco e possuem cartuchos de tinta independentes, um preto e impressora plotter é destinada às artes gráficas, editoração eletrô-
outro colorido. nica e áreas de CAD/CAM.
Vários modelos de impressora plotter têm resolução de 300
Impressora Laser dpi, mas alguns podem chegar a 1.200 pontos por polegada, per-
mitindo imprimir, aproximadamente, 20 páginas por minuto (no
padrão de papel utilizado em impressoras a laser).
Existe a plotter que imprime materiais coloridos com largura
de até três metros (são usadas em empresas que imprimem grandes
volumes e utilizam vários formatos de papel).

Projetor

É um equipamento muito utilizado em apresentações multi-


mídia.
Antigamente, as informações de uma apresentação eram im-
pressas em transparências e ampliadas num retroprojetor, mas,
As impressoras a laser apresentam elevada qualidade de im- com o avanço tecnológico, os projetores têm auxiliado muito nesta
pressão, aliada a uma velocidade muito superior. Utilizam folhas área.
avulsas e são bastante silenciosas. Quando conectados ao computador, esses equipamentos re-
Possuem fontes internas e também aceitam fontes via software produzem o que está na tela do computador em dimensões amplia-
(dependendo da quantidade de memória). Algumas possuem um das, para que várias pessoas vejam ao mesmo tempo.
recurso que ajusta automaticamente as configurações de cor, elimi-
nando a falta de precisão na impressão colorida, podendo atingir Entrada/Saída
uma resolução de 1.200 dpi (dots per inch - pontos por polegada). São dispositivos que possuem tanto a função de inserir dados,
quanto servir de saída de dados. Exemplos: pen drive, modem,
Impressora a Cera CD-RW, DVD-RW, tela sensível ao toque, impressora multifun-
cional, etc.
Categoria de impressora criada para ter cor no impresso com IMPORTANTE: A impressora multifuncional pode ser clas-
qualidade de laser, porém o custo elevado de manutenção aliado ao sificada como periférico de Entrada/Saída, pois sua principal ca-
surgimento da laser colorida fizeram essa tecnologia ser esquecida. racterística é a de realizar os papeis de impressora (Saída) e scan-
A ideia aqui é usar uma sublimação de cera (aquela do lápis de ner (Entrada) no mesmo dispositivo.
cera) para fazer impressão.
BARRAMENTOS – CONCEITOS GERAIS

Os barramentos, conhecidos como BUS em inglês, são con-


juntos de fios que normalmente estão presentes em todas as placas
do computador.
Na verdade existe barramento em todas as placas de produtos
eletrônicos, porém em outros aparelhos os técnicos referem-se aos
barramentos simplesmente como o “impresso da placa”.

Didatismo e Conhecimento 11
INFORMÁTICA
Barramento é um conjunto de 50 a 100 fios que fazem a comu- ISA – Industry Standard Architeture
nicação entre todos os dispositivos do computador: UCP, memó-
ria, dispositivos de entrada e saída e outros. Os sinais típicos en-
contrados no barramento são: dados, clock, endereços e controle.
Os dados trafegam por motivos claros de necessidade de se-
rem levados às mais diversas porções do computador.
Os endereços estão presentes para indicar a localização para
onde os dados vão ou vêm.
O clock trafega nos barramentos conhecidos como síncronos,
pois os dispositivos são obrigados a seguir uma sincronia de tempo
para se comunicarem.
O controle existe para informar aos dispositivos envolvidos
na transmissão do barramento se a operação em curso é de escrita,
leitura, reset ou outra qualquer. Alguns sinais de controle são bas- Foi lançado em 1984 pela IBM para suportar o novo PC-AT.
tante comuns: Tornou-se, de imediato, o padrão de todos os PC-compatíveis. Era
• Memory Write - Causa a escrita de dados do barramento de um barramento único para todos os componentes do computador,
dados no endereço especificado no barramento de endereços. operando com largura de 16 bits e com clock de 8 MHz.
• Memory Read - Causa dados de um dado endereço especi-
ficado pelo barramento de endereço a ser posto no barramento de PCI – Peripheral Components Interconnect
dados.
• I/O Write - Causa dados no barramento de dados serem en-
viados para uma porta de saída (dispositivo de I/O).
• I/O Read - Causa a leitura de dados de um dispositivo de I/O,
os quais serão colocados no barramento de dados.
• Bus request - Indica que um módulo pede controle do barra-
mento do sistema.
• Reset - Inicializa todos os módulos

Todo barramento é implementado seguindo um conjunto de


regras de comunicação entre dispositivos conhecido como BUS
STANDARD, ou simplesmente PROTOCOLO DE BARRAMEN-
TO, que vem a ser um padrão que qualquer dispositivo que queira
ser compatível com este barramento deva compreender e respeitar.
Mas um ponto sempre é certeza: todo dispositivo deve ser único
no acesso ao barramento, porque os dados trafegam por toda a
extensão da placa-mãe ou de qualquer outra placa e uma mistura
de dados seria o caos para o funcionamento do computador. PCI é um barramento síncrono de alta performance, indicado
Os barramentos têm como principais vantagens o fato de ser como mecanismo entre controladores altamente integrados, plug
o mesmo conjunto de fios que é usado para todos os periféricos, -in placas, sistemas de processadores/memória.
o que barateia o projeto do computador. Outro ponto positivo é a Foi o primeiro barramento a incorporar o conceito plug-and
versatilidade, tendo em vista que toda placa sempre tem alguns -play.
slots livres para a conexão de novas placas que expandem as pos- Seu lançamento foi em 1993, em conjunto com o processador
sibilidades do sistema. PENTIUM da Intel. Assim o novo processador realmente foi re-
A grande desvantagem dessa idéia é o surgimento de engarra- volucionário, pois chegou com uma série de inovações e um novo
famentos pelo uso da mesma via por muitos periféricos, o que vem barramento. O PCI foi definido com o objetivo primário de estabe-
a prejudicar a vazão de dados (troughput). lecer um padrão da indústria e uma arquitetura de barramento que
Dispositivos conectados ao barramento ofereça baixo custo e permita diferenciações na implementação.
• Ativos ou Mestres - dispositivos que comandam o acesso ao
barramento para leitura ou escrita de dados Componente PCI ou PCI master
• Passivos ou Escravos - dispositivos que simplesmente obe- Funciona como uma ponte entre processador e barramento
decem à requisição do mestre. PCI, no qual dispositivos add-in com interface PCI estão conec-
Exemplo: tados.
- CPU ordena que o controlador de disco leia ou escreva um
bloco de dados. - Add-in cards interface
A CPU é o mestre e o controlador de disco é o escravo. Possuem dispositivos que usam o protocolo PCI. São geren-
ciados pelo PCI master e são totalmente programáveis.
Barramentos Comerciais
Serão listados aqui alguns barramentos que foram e alguns
que ainda são bastante usados comercialmente.

Didatismo e Conhecimento 12
INFORMÁTICA
AGP – Advanced Graphics Port padrão que proporciona altas taxas de transferência de dados entre
o computador em si e um dispositivo, por exemplo, entre a placa-
mãe e uma placa de vídeo 3D.
A tecnologia PCI Express conta com um recurso que permite
o uso de uma ou mais conexões seriais, também chamados de la-
nes para transferência de dados. Se um determinado dispositivo
usa um caminho, então diz-se que esse utiliza o barramento PCI
Express 1X; se utiliza 4 lanes , sua denominação é PCI Express 4X
e assim por diante. Cada lane pode ser bidirecional, ou seja, recebe
e envia dados. Cada conexão usada no PCI Express trabalha com 8
bits por vez, sendo 4 em cada direção. A freqüência usada é de 2,5
GHz, mas esse valor pode variar. Assim sendo, o PCI Express 1X
consegue trabalhar com taxas de 250 MB por segundo, um valor
bem maior que os 132 MB do padrão PCI. Esse barramento traba-
lha com até 16X, o equivalente a 4000 MB por segundo. A tabela
abaixo mostra os valores das taxas do PCI Express comparadas às
Esse barramento permite que uma placa controladora gráfica taxas do padrão AGP:
AGP substitua a placa gráfica no barramento PCI. O Chip con- AGP PCI Express
trolador AGP substitui o controlador de E/S do barramento PCI. AGP 1X: 266 MB por PCI Express 1X: 250 MB por
O novo conjunto AGP continua com funções herdadas do PCI. O segundo segundo
conjunto faz a transferência de dados entre memória, o processa-
dor e o controlador ISA, tudo, simultaneamente. AGP 4X: 1064 MB por PCI Express 2X: 500 MB por
Permite acesso direto mais rápido à memória. Pela porta grá- segundo segundo
fica aceleradora, a placa tem acesso direto à RAM, eliminando a AGP 8X: 2128 MB por PCI Express 8X: 2000 MB por
necessidade de uma VRAM (vídeo RAM) na própria placa para segundo segundo
armazenar grandes arquivos de bits como mapas e textura. PCI Express 16X: 4000 MB por
O uso desse barramento iniciou-se através de placas-mãe que  
segundo
usavam o chipset i440LX, da Intel, já que esse chipset foi o primei-
ro a ter suporte ao AGP. A principal vantagem desse barramento é É importante frisar que o padrão 1X foi pouco utilizado e,
o uso de uma maior quantidade de memória para armazenamento devido a isso, há empresas que chamam o PC I Express 2X de PCI
de texturas para objetos tridimensionais, além da alta velocidade Express 1X.
no acesso a essas texturas para aplicação na tela. Assim sendo, o padrão PCI Express 1X pode representar tam-
O primeiro AGP (1X) trabalhava a 133 MHz, o que proporcio- bém taxas de transferência de dados de 500 MB por segundo.
na uma velocidade 4 vezes maior que o PCI. Além disso, sua taxa A Intel é uma das grandes precursoras de inovações tecnoló-
de transferência chegava a 266 MB por segundo quando operando gicas.
no esquema de velocidade X1, e a 532 MB quando no esquema de No início de 2001, em um evento próprio, a empresa mostrou
velocidade 2X. Existem também as versões 4X, 8X e 16X. Geral- a necessidade de criação de uma tecnologia capaz de substituir o
mente, só se encontra um único slot nas placas-mãe, visto que o padrão PCI: tratava-se do 3GIO (Third Generation I/O – 3ª gera-
AGP só interessa às placas de vídeo. ção de Entrada e Saída). Em agosto desse mesmo ano, um grupo
de empresas chamado de
PCI Express PCI-SIG (composto por companhias como IBM, AMD e Mi-
crosoft) aprovou as primeiras especificações do 3GIO.
Entre os quesitos levantados nessas especificações, estão os
que se seguem: suporte ao barramento PCI, possibilidade de uso
de mais de uma lane, suporte a outros tipos de conexão de plata-
formas, melhor gerenciamento de energia, melhor proteção contra
erros, entre outros.

Esse barramento é fortemente voltado para uso em subsiste-


mas de vídeo.

Interfaces – Barramentos Externos

Os barramentos circulam dentro do computador, cobrem toda


a extensão da placa-mãe e servem para conectar as placas meno-
Na busca de uma solução para algumas limitações dos bar- res especializadas em determinadas tarefas do computador. Mas
ramentos AGP e PCI, a indústria de tecnologia trabalha no barra- os dispositivos periféricos precisam comunicarem-se com a UCP,
mento PCI Express, cujo nome inicial era 3GIO. Trata-se de um para isso, historicamente foram desenvolvidas algumas soluções

Didatismo e Conhecimento 13
INFORMÁTICA
de conexão tais como: serial, paralela, USB e Firewire. Passan- USB – Universal Serial Bus
do ainda por algumas soluções proprietárias, ou seja, que somente
funcionavam com determinado periférico e de determinado fabri- A tecnologia USB surgiu no ano de 1994 e, desde então, foi
cante. passando por várias revisões. As mais populares são as versões
1.1 e 2.0, sendo esta última ainda bastante utilizada. A primeira é
Interface Serial capaz de alcançar, no máximo, taxas de transmissão de 12 Mb/s
Conhecida por seu uso em mouse e modems, esta interface (megabits por segundo), enquanto que a segunda pode oferecer
no passado já conectou até impressoras. Sua característica fun- até 480 Mb/s.
damental é que os bits trafegam em fila, um por vez, isso torna Como se percebe, o USB 2.0 consegue ser bem rápido, afinal,
a comunicação mais lenta, porém o cabo do dispositivo pode ser 480 Mb/s correspondem a cerca de 60 megabytes por segundo. No
mais longo, alguns chegam até a 10 metros de comprimento. Isso entanto, acredite, a evolução da tecnologia acaba fazendo com que
é útil para usar uma barulhenta impressora matricial em uma sala velocidades muito maiores sejam necessárias.
separada daquela onde o trabalho acontece. Não é difícil entender o porquê: o número de conexões à in-
As velocidades de comunicação dessa interface variam de 25 ternet de alta velocidade cresce rapidamente, o que faz com que as
bps até 57.700 bps (modems mais recentes). Na parte externa do pessoas queiram consumir, por exemplo, vídeos, músicas, fotos e
gabinete, essas interfaces são representadas por conectores DB-9 jogos em alta definição. Some a isso ao fato de ser cada vez mais
ou DB-25 machos. comum o surgimento de dispositivos como smartphones e câmeras
digitais que atendem a essas necessidades. A consequência não po-
deria ser outra: grandes volumes de dados nas mãos de um número
cada vez maior de pessoas.
Com suas especificações finais anunciadas em novembro de
2008, o USB 3.0 surgiu para dar conta desta e da demanda que está
por vir. É isso ou é perder espaço para tecnologias como o FireWi-
re ou Thunderbolt, por exemplo. Para isso, o USB 3.0 tem como
principal característica a capacidade de oferecer taxas de transfe-
rência de dados de até 4,8 Gb/s (gigabits por segundo). Mas não
é só isso...

O que é USB 3.0?

Como você viu no tópico acima, o USB 3.0 surgiu porque o


padrão precisou evoluir para atender novas necessidades. Mas, no
Interface Paralela que consiste exatamente esta evolução? O que o USB 3.0 tem de
diferente do USB 2.0? A principal característica você já sabe: a
Criada para ser uma opção ágil em relação à serial, essa inter- velocidade de até 4,8 Gb/s (5 Gb/s, arredondando), que correspon-
face transmite um byte de cada vez. Devido aos 8 bits em paralelo de a cerca de 600 megabytes por segundo, dez vezes mais que a
existe um RISCo de interferência na corrente elétrica dos conduto- velocidade do USB 2.0. Nada mal, não?
res que formam o cabo. Por esse motivo os cabos de comunicação
desta interface são mais curtos, normalmente funcionam muito
bem até a distância de 1,5 metro, embora exista no mercado cabos
paralelos de até 3 metros de comprimento. A velocidade de trans-
missão desta porta chega até a 1,2 MB por segundo.
Nos gabinetes dos computadores essa porta é encontrada na
forma de conectores DB-25 fêmeas. Nas impressoras, normalmen-
te, os conectores paralelos são conhecidos como interface centro-
nics. Símbolo para dispositivos USB 3.0

Mas o USB 3.0 também se destaca pelo fator “alimentação


elétrica”: o USB 2.0 fornece até 500 miliampéres, enquanto que o
novo padrão pode suportar 900 miliampéres. Isso significa que as
portas USB 3.0 podem alimentar dispositivos que consomem mais
energia (como determinados HDs externos, por exemplo, cenário
quase impossível com o USB 2.0).
É claro que o USB 3.0 também possui as características que
fizeram as versões anteriores tão bem aceitas, como  Plug and
Play (plugar e usar), possibilidade de conexão de mais de um dis-
positivo na mesma porta, hot-swappable (capacidade de conectar e
desconectar dispositivos sem a necessidade de desligá-los) e com-
patibilidade com dispositivos nos padrões anteriores.

Didatismo e Conhecimento 14
INFORMÁTICA
Conectores USB 3.0 Em relação ao tipo B do padrão USB 2.0, a porta USB 3.0
possui uma área de contatos adicional na parte superior. Isso sig-
Outro aspecto no qual o padrão USB 3.0 difere do 2.0 diz res- nifica que nela podem ser conectados tantos dispositivos USB 2.0
peito ao conector. Os conectores de ambos são bastante parecidos, (que aproveitam só a parte inferior) quanto USB 3.0. No entanto,
mas não são iguais. dispositivos 3.0 não poderão ser conectados em portas B 2.0:

Conector USB 3.0 A

Como você verá mais adiante, os cabos da tecnologia USB


3.0 são compostos por nove fios, enquanto que os cabos USB 2.0
utilizam apenas 4. Isso acontece para que o padrão novo possa
suportar maiores taxas de transmissão de dados. Assim, os conec-
tores do USB 3.0 possuem contatos para estes fios adicionais na
parte do fundo. Caso um dispositivo USB 2.0 seja utilizado, este
usará apenas os contatos da parte frontal do conector. As imagens
a seguir mostram um conector USB 3.0 do tipo A: Conector USB 3.0 B - imagem por USB.org

Micro-USB 3.0

O conector micro-USB, utilizado em smartphones, por exem-


plo, também sofreu modificações: no padrão USB 3.0 - com nome
de micro-USB B -, passou a contar com uma área de contatos adi-
cional na lateral, o que de certa forma diminui a sua praticidade,
mas foi a solução encontrada para dar conta dos contatos adicio-
nais:

Estrutura interna de um conector USB 3.0 A

Conector micro-USB 3.0 B - imagem por USB.org

Para facilitar a diferenciação, fabricantes estão adotando a cor


azul na parte interna dos conectores USB 3.0 e, algumas vezes,
nos cabos destes. Note, no entanto, que é essa não é uma regra
obrigatória, portanto, é sempre conveniente prestar atenção nas es-
pecificações do produto antes de adquiri-lo.
Conector USB 3.0 A
Sobre o funcionamento do USB 3.0
Você deve ter percebido que é possível conectar dispositivos
USB 2.0 ou 1.1 em portas USB 3.0. Este último é compatível com Como você já sabe, cabos USB 3.0 trabalham com 9 fios, en-
as versões anteriores. Fabricantes também podem fazer dispositi- quanto que o padrão anterior utiliza 4: VBus (VCC), D+, D- e
vos USB 3.0 compatíveis com o padrão 2.0, mas neste caso a ve- GND. O primeiro é o responsável pela alimentação elétrica, o se-
locidade será a deste último. E é claro: se você quer interconectar gundo e o terceiro são utilizados na transmissão de dados, enquan-
dois dispositivos por USB 3.0 e aproveitar a sua alta velocidade, o to que o quarto atua como “fio terra”.
cabo precisa ser deste padrão. No padrão USB 3.0, a necessidade de transmissão de dados em
alta velocidade fez com que, no início, fosse considerado o uso de
Conector USB 3.0 B fibra óptica para este fim, mas tal característica tornaria a tecnologia
cara e de fabricação mais complexa. A solução encontrada para dar
Tal como acontece na versão anterior, o USB 3.0 também con- viabilidade ao padrão foi a adoção de mais fios. Além daqueles uti-
ta com conectores diferenciados para se adequar a determinados lizados no USB 2.0, há também os seguintes: StdA_SSRX- e StdA_
dispositivos. Um deles é o conector do tipo B, utilizado em apare- SSRX+ para recebimento de dados, StdA_SSTX- e StdA_SSTX+
lhos de porte maior, como impressoras ou scanners, por exemplo. para envio, e GND_DRAIN como “fio terra” para o sinal.

Didatismo e Conhecimento 15
INFORMÁTICA
O conector USB 3.0 B pode contar ainda com uma variação Merece destaque ainda o aspecto da alimentação elétrica:
(USB 3.0 B Powered) que utiliza um contato a mais para alimen- o USB 3.1 poderá suportar até de 100 watts na transferência de
tação elétrica e outro associado a este que serve como “fio terra”, energia, indicando que dispositivos mais exigentes poderão ser ali-
permitindo o fornecimento de até 1000 miliampéres a um dispo- mentados por portas do tipo. Monitores de vídeo e HDs externos
sitivo. são exemplos: não seria ótimo ter um único cabo saindo destes
Quanto ao tamanho dos cabos, não há um limite definido, dispositivos?
no entanto, testes efetuados por algumas entidades especialistas A indústria trabalha com a possiblidade de os primeiros equi-
(como a empresa Cable Wholesale) recomendam, no máximo, até pamentos baseados em USB 3.1 começarem a chegar ao mercado
3 metros para total aproveitamento da tecnologia, mas esta medida no final de 2014. Até lá, mais detalhes serão revelados.
pode variar de acordo com as técnicas empregadas na fabricação. Novo conector “tipo C”: uso dos dois lados
No que se refere à transmissão de dados em si, o USB 3.0 faz Em dezembro de 2013, a USB.org anunciou outra novidade
esse trabalho de maneira bidirecional, ou seja, entre dispositivos para a versão 3.1 da tecnologia: um conector chamado (até agora,
conectados, é possível o envio e o recebimento simultâneo de da- pelos menos) de tipo C que permitirá que você conecte um cabo à
dos. No USB 2.0, é possível apenas um tipo de atividade por vez. entrada a partir de qualquer lado.
O USB 3.0 também consegue ser mais eficiente no controle Sabe aquelas situações onde você encaixa um cabo ou pen-
do consumo de energia. Para isso, o host, isto é, a máquina na qual drive de um jeito, nota que o dispositivo não funcionou e somente
os dispositivos são conectados, se comunica com os aparelhos de então percebe que o conectou incorretamente? Com o novo co-
maneira assíncrona, aguardando estes indicarem a necessidade de nector, este problema será coisa do passado: qualquer lado fará o
transmissão de dados. No USB 2.0, há uma espécie de “pesquisa dispositivo funcionar.
contínua”, onde o host necessita enviar sinais constantemente para Trata-se de um plugue reversível, portanto, semelhante aos
saber qual deles necessita trafegar informações. conectores Lightning existentes nos produtos da Apple. Tal como
Ainda no que se refere ao consumo de energia, tanto o host estes, o conector tipo C deverá ter também dimensões reduzidas,
quanto os dispositivos conectados podem entrar em um estado de o que facilitará a sua adoção em smartphones, tablets e outros dis-
economia em momentos de ociosidade. Além disso, no USB 2.0, positivos móveis.
os dados transmitidos acabam indo do host para todos os disposi- Tamanha evolução tem um preço: o conector tipo C não será
tivos conectados. No USB 3.0, essa comunicação ocorre somente compatível com as portas dos padrões anteriores, exceto pelo uso
com o dispositivo de destino. de adaptadores. É importante relembrar, no entanto, que será pos-
sível utilizar os conectores já existentes com o USB 3.1.
Como saber rapidamente se uma porta é USB 3.0 A USB.org promete liberar mais informações sobre esta novi-
dade em meados de 2014.
Em determinados equipamentos, especialmente laptops, é co-
mum encontrar, por exemplo, duas portas USB 2.0 e uma USB 3.0. Firewire
Quando não houver nenhuma descrição identificando-as, como sa-
ber qual é qual? Pela cor existente no conector. O barramento firewire, também conhecido como IEEE 1394
Pode haver exceções, é claro, mas pelo menos boa parte dos ou como i.Link, é um barramento de grande volume de transfe-
fabricantes segue a recomendação de identificar os conectores rência de dados entre computadores, periféricos e alguns produtos
USB 3.0 com a sua parte plástica em azul, tal como informado eletrônicos de consumo. Foi desenvolvido inicialmente pela Apple
anteriormente. Nas portas USB 2.0, por sua vez, os conectores são como um barramento serial de alta velocidade, mas eles estavam
pretos ou, menos frequentemente, brancos. muito à frente da realidade, ainda mais com, na época, a alternati-
va do barramento USB que já possuía boa velocidade, era barato
USB 3.1: até 10 Gb/s e rapidamente integrado no mercado. Com isso, a Apple, mesmo
incluindo esse tipo de conexão/portas no Mac por algum tempo,
Em agosto de 2013, a USB.org anunciou as especificações fi- a realidade “de fato”, era a não existência de utilidade para elas
nais do USB 3.1 (também chamado deSuperSpeed USB 10 Gbps), devido à falta de periféricos para seu uso. Porém o desenvolvi-
uma variação do USB 3.0 que se propõe a oferecer taxas de trans- mento continuou, sendo focado principalmente pela área de vídeo,
ferência de dados de até 10 Gb/s (ou seja, o dobro). que poderia tirar grandes proveitos da maior velocidade que ele
Na teoria, isso significa que conexões 3.1 podem alcançar oferecia.
taxas de até 1,2 gigabyte por segundo! E não é exagero, afinal,
há aplicações que podem usufruir desta velocidade. É o caso de Suas principais vantagens:
monitores de vídeo que são conectados ao computador via porta • São similares ao padrão USB;
USB, por exemplo. • Conexões sem necessidade de desligamento/boot do micro
Para conseguir taxas tão elevadas, o USB 3.1 não faz uso de (hot-plugable);
nenhum artefato físico mais elaborado. O “segredo”, essencial- • Capacidade de conectar muitos dispositivos (até 63 por por-
mente, está no uso de um método de codificação de dados mais ta);
eficiente e que, ao mesmo tempo, não torna a tecnologia signifi- • Permite até 1023 barramentos conectados entre si;
cantemente mais cara. • Transmite diferentes tipos de sinais digitais:
Vale ressaltar que o USB 3.1 é compatível com conectores e vídeo, áudio, MIDI, comandos de controle de dispositivo, etc;
cabos das especificações anteriores, assim como com dispositivos • Totalmente Digital (sem a necessidade de conversores analó-
baseados nestas versões. gico-digital, e portanto mais seguro e rápido);

Didatismo e Conhecimento 16
INFORMÁTICA
• Devido a ser digital, fisicamente é um cabo fino, flexível,
barato e simples;
• Como é um barramento serial, permite conexão bem facilita-
da, ligando um dispositivo ao outro, sem a necessidade de conexão
ao micro (somente uma ponta é conectada no micro).
A distância do cabo é limitada a 4.5 metros antes de haver
distorções no sinal, porém, restringindo a velocidade do barramen-
to podem-se alcançar maiores distâncias de cabo (até 14 metros).
Lembrando que esses valores são para distâncias “ENTRE PERI-
FÉRICOS”, e SEM A UTILIZAÇÃO DE TRANSCEIVERS (com
transceivers a previsão é chegar a até 70 metros usando fibra ótica).
O barramento firewire permite a utilização de dispositivos de
diferentes velocidades (100, 200, 400, 800, 1200 Mb/s) no mesmo
barramento. Conector e placa de vídeo com conexão VGA
O suporte a esse barramento está nativamente em Macs, e em
PCs através de placas de expansão específicas ou integradas com Conector DVI (Digital Video Interface)
placas de captura de vídeo ou de som.
Os principais usos que estão sendo direcionados a essa inter- Os conectores DVI  são bem mais recentes e proporcionam
face, devido às características listadas, são na área de multimídia, qualidade de imagem superior, portanto, são considerados subs-
especialmente na conexão de dispositivos de vídeo (placas de cap- titutos do padrão VGA. Isso ocorre porque, conforme indica seu
tura, câmeras, TVs digitais, setup boxes, home theather, etc). nome, as informações das imagens podem ser tratadas de maneira
totalmente digital, o que não ocorre com o padrão VGA.

INTERFACE DE VIDEO

Conector VGA (Video Graphics Array)

Os conectores VGA são bastante conhecidos, pois estão pre-


sentes na maioria absoluta dos “grandalhões” monitores CRT (Ca-
thode Ray Tube) e também em alguns modelos que usam a tec- Conector DVI-D
nologia LCD, além de não ser raro encontrá-los em placas de ví-
deos (como não poderia deixar de ser). O conector desse padrão, Quando, por exemplo, um monitor LCD trabalha com conec-
cujo nome é D-Sub, é composto por três “fileiras” de cinco pinos. tores VGA, precisa converter o sinal que recebe para digital. Esse
Esses pinos são conectados a um cabo cujos fios transmitem, de processo faz com que a qualidade da imagem diminua. Como o
maneira independente, informações sobre as cores vermelha (red), DVI trabalha diretamente com sinais digitais, não é necessário fa-
verde (green) e azul (blue) - isto é, o conhecido esquema RGB - e zer a conversão, portanto, a qualidade da imagem é mantida. Por
sobre as frequências verticais e horizontais. Em relação a estes úl- essa razão, a saída DVI é ótima para ser usada em monitores LCD,
timos aspectos: frequência horizontal consiste no número de linhas DVDs, TVs de plasma, entre outros.
da tela que o monitor consegue “preencher” por segundo. Assim, É necessário frisar que existe mais de um tipo de conector
se um monitor consegue varrer 60 mil linhas, dizemos que sua DVI:
frequência horizontal é de 60 KHz. Frequência vertical, por sua DVI-A: é um tipo que utiliza sinal analógico, porém oferece
vez, consiste no tempo em que o monitor leva para ir do canto qualidade de imagem superior ao padrão VGA;
superior esquerdo da tela para o canto inferior direito. Assim, se a DVI-D: é um tipo similar ao DVI-A, mas utiliza sinal digital.
frequência horizontal indica a quantidade de vezes que o canhão É também mais comum que seu similar, justamente por ser usado
consegue varrer linhas por segundo, a frequência vertical indica a em placas de vídeo;
quantidade de vezes que a tela toda é percorrida por segundo. Se DVI-I:  esse padrão consegue trabalhar tanto com DVI-A
é percorrida, por exemplo, 56 vezes por segundo, dizemos que a como com DVI-D. É o tipo mais encontrado atualmente.
frequência vertical do monitor é de 56 Hz. Há ainda conectores DVI que trabalham com as especifica-
É comum encontrar monitores cujo cabo VGA possui pinos ções Single Link e Dual Link. O primeiro suporta resoluções de até
faltantes. Não se trata de um defeito: embora os conectores VGA 1920x1080 e, o segundo, resoluções de até 2048x1536, em ambos
utilizem um encaixe com 15 pinos, nem todos são usados. os casos usando uma frequência de 60 Hz.

Didatismo e Conhecimento 17
INFORMÁTICA
O cabo dos dispositivos que utilizam a tecnologia DVI é com-
posto, basicamente, por quatro pares de fios trançados, sendo um
par para cada cor primária (vermelho, verde e azul) e um para o
sincronismo. Os conectores, por sua vez, variam conforme o tipo
do DVI, mas são parecidos entre si, como mostra a imagem a se-
guir:

Placa de vídeo com conectores S-Video, DVI e VGA


Atualmente, praticamente todas as  placas de vídeo  e moni-
tores são compatíveis com DVI. A tendência é a de que o padrão Component Video (Vídeo Componente)
VGA caia, cada vez mais, em desuso. O padrão Component Video é, na maioria das vezes, usado em
computadores para trabalhos profissionais - por exemplo, para ati-
Conector S-Video (Separated Video) vidades de edição de vídeo. Seu uso mais comum é em aparelhos
de DVD e em televisores de alta definição (HDTV - High-Defini-
tion Television), sendo um dos preferidos para sistemas de home
theater. Isso ocorre justamente pelo fato de o Vídeo Componente
oferecer excelente qualidade de imagem.

Component Video

Padrão S-Video A conexão do Component Video é feita através de um cabo


com três fios, sendo que, geralmente, um é indicado pela cor verde,
Para entender o  S-Video, é melhor compreender, primeira- outro é indicado pela cor azul e o terceiro é indicado pela cor ver-
mente, outro padrão: o Compost Video, mais conhecido como Ví- melha, em um esquema conhecido como Y-Pb-Pr (ou Y-Cb-Cr). O
deo Composto. Esse tipo utiliza conectores do tipo RCA e é comu- primeiro (de cor verde), é responsável pela transmissão do vídeo
mente encontrado em TVs, aparelhos de DVD, filmadoras, entre em preto e branco, isto é, pela “estrutura” da imagem. Os demais
outros. conectores trabalham com os dados das cores e com o sincronis-
Geralmente, equipamentos com Vídeo Composto fazem uso mo.
de três cabos, sendo dois para áudio (canal esquerdo e canal direi- Como dito anteriormente, o padrão S-Video é cada vez mais
to) e o terceiro para o vídeo, sendo este o que realmente faz parte comum em placas de vídeo. No entanto, alguns modelos são tam-
do padrão. Esse cabo é constituído de dois fios, um para a trans- bém compatíveis com Vídeo Componente. Nestes casos, o encaixe
missão da imagem e outro que atua como “terra”. que fica na placa pode ser do tipo que aceita sete pinos (pode haver
O S-Video, por sua vez, tem seu cabo formado com três fios: mais). Mas, para ter certeza dessa compatibilidade, é necessário
um transmite imagem em preto e branco; outro transmite imagens consultar o manual do dispositivo.
em cores; o terceiro atua como terra. É essa distinção que faz com Para fazer a conexão de um dispositivo ao computador usando
que o S-Video receba essa denominação, assim como é essa uma o Component Video, é necessário utilizar um cabo especial (geral-
das características que faz esse padrão ser melhor que o Vídeo mente disponível em lojas especializadas): uma de suas extremi-
Composto. dades contém os conectores Y-Pb-Pr, enquanto a outra possui um
O conector do padrão S-Video usado atualmente é conhecido encaixe único, que deve ser inserido na placa de vídeo.
como Mini-Din de quatro pinos (é semelhante ao usado em mou-
ses do tipo PS/2). Também é possível encontrar conexões S-Video MONITOR DE VÍDEO
de sete pinos, o que indica que o dispositivo também pode contar O monitor é um dispositivo de saída do computador, cuja fun-
com Vídeo Componente (visto adiante). ção é transmitir informação ao utilizador através da imagem.
Muitas placas de vídeo oferecem conexão VGA ou DVI com Os monitores são classificados de acordo com a tecnolo-
S-Video. Dependendo do caso, é possível encontrar os três tipos gia de amostragem de vídeo utilizada na formação da  imagem.
na mesma placa. Assim, se você quiser assistir na TV um vídeo Atualmente, essas tecnologias são três: CRT , LCD e plasma. À
armazenado em seu computador, basta usar a conexão S-Video, superfície do monitor sobre a qual se projecta a imagem chama-
desde que a televisão seja compatível com esse conector, é claro. mos tela, ecrã ou écran.

Didatismo e Conhecimento 18
INFORMÁTICA
Tecnologias LCD (Liquid Cristal Display, em inglês, sigla de tela de cristal
CRT líquido) é um tipo mais moderno de monitor. Nele, a tela é com-
posta por cristais que são polarizados para gerar as cores.

Tem como vantagens:
• O baixo consumo de energia;
• As dimensões e peso reduzidas;
• A não-emissão de radiações nocivas;
• A capacidade de formar uma imagem praticamente per-
feita, estável, sem cintilação, que cansa menos a visão - desde que
esteja operando na resolução nativa;
As maiores desvantagens são:
• o maior custo de fabricação (o que, porém, tenderá a im-
pactar cada vez menos no custo final do produto, à medida que o
Monitor CRT da marca LG. mesmo se for popularizando);
CRT (Cathodic Ray Tube), em inglês, sigla de (Tubo de raios • o fato de que, ao trabalhar em uma resolução diferente
catódicos) é o monitor “tradicional”, em que a tela é repetidamente daquela para a qual foi projetado, o monitor LCD utiliza vários
atingida por um feixe de elétrons, que atuam no material fosfores- artifícios de composição de imagem que acabam degradando a
cente que a reveste, assim formando as imagens. qualidade final da mesma; e
• o “preto” que ele cria emite um pouco de luz, o que con-
Este tipo de monitor tem como principais vantagens: fere ao preto um aspecto acinzentado ou azulado, não apresentan-
• longa vida útil; do desta forma um preto real similar aos oferecidos nos monitores
• baixo custo de fabricação; CRTs;
• grande banda dinâmica de cores e contrastes; e • o contraste não é muito bom como nos monitores CRT
• grande versatilidade (uma vez que pode funcionar em ou de Plasma, assim a imagem fica com menos definição, este as-
diversas resoluções, sem que ocorram grandes distorções na ima- pecto vem sendo atenuado com os novos paineis com iluminação
gem). por leds e a fidelidade de cores nos monitores que usam paineis
do tipo TN (monitores comuns) são bem ruins, os monitores com
As maiores desvantagens deste tipo de monitor são: paineis IPS, mais raros e bem mais caros, tem melhor fidelidade de
• suas dimensões (um monitor CRT de 20 polegadas pode cores, chegando mais proximo da qualidade de imagem dos CRTs;
ter até 50 cm de profundidade e pesar mais de 20 kg); • um fato não-divulgado pelos fabricantes: se o cristal lí-
• o consumo elevado de energia; quido da tela do monitor for danificado e ficar exposto ao ar, pode
• seu efeito de cintilação (flicker); e emitir alguns compostos tóxicos, tais como o óxido de zinco e o
• a possibilidade de emitir radiação que está fora do espec- sulfeto de zinco; este será um problema quando alguns dos mo-
tro luminoso (raios x), danosa à saúde no caso de longos períodos nitores fabricados hoje em dia chegarem ao fim de sua vida útil
de exposição. Este último problema é mais frequentemente cons- (estimada em 20 anos).
tatado em monitores e televisores antigos e desregulados, já que • ângulo de visão inferiores: Um monitor LCD, diferente
atualmente a composição do vidro que reveste a tela dos monitores de um monitor CRT, apresenta limitação com relação ao ângulo
detém a emissão dessas radiações. em que a imagem pode ser vista sem distorção. Isto era mais sen-
• Distorção geométrica. sível tempos atrás quando os monitores LCDs eram de tecnologia
passiva, mas atualmente apresentam valores melhores em torno
LCD de 160º.
Apesar das desvantagens supra mencionadas, a venda de mo-
nitores e televisores LCD vem crescendo bastante.

Principais características técnicas


Para a especificação de um monitor de vídeo, as característi-
cas técnicas mais relevantes são:
• Luminância;
• Tamanho da tela;
• Tamanho do ponto;
• Temperatura da cor;
• Relação de contraste;
• Interface (DVI ou VGA, usualmente);
• Frequência de sincronismo horizontal;
• Frequência de sincronismo vertical;
• Tempo de resposta; e
Um monitor de cristal líquido. • Frequência de atualização da imagem

Didatismo e Conhecimento 19
INFORMÁTICA
LED
Painéis LCD com retro iluminação LED, ou LED TVs, o mes-
mo mecanismo básico de um LCD, mas com iluminação LED. Ao
invés de uma única luz branca que incide sobre toda a superfície
da tela, encontra-se um painel com milhares de pequenas luzes co-
loridas que acendem de forma independente. Em outras palavras,
aplica-se uma tecnologia similar ao plasma a uma tela de LCD.

KIT MULTIMÍDIA Porta PS/2


Multimídia nada mais é do que a combinação de textos, sons Surgiram com os IBM PS/2 e nos respectivos teclados. Tam-
e vídeos utilizados para apresentar informações de maneira que, bém são designadas por mini-DIM de 6 pinos. Os teclados e ratos
antes somente imaginávamos, praticamente dando vida às suas dos computadores actuais são, na maior parte dos casos, ligados
apresentação comerciais e pessoais. A multimídia mudou comple- através destes conectores. Nas motherboards actuais existem duas
tamente a maneira como as pessoas utilizam seus computadores. portas deste tipo.
Kit multimídia nada mais é do que o conjunto que compõem a Porta Série
parte física (hardwares) do computador relacionados a áudio e som A saída série de um computador geralmente está localizada
do sistema operacional. na placa MULTI-IDE e é utilizada para diversos fins como, por
Podemos citar como exemplo de Kit Multimídia, uma pla- exemplo, ligar um fax modem externo, ligar um rato série, uma
ca de som, um drive de CD-ROM, microfone e um par de caixas plotter, uma impressora e outros periféricos. As portas cujas fichas
acústicas. têm 9 ou 25 pinos são também designadas de COM1 e COM2. As
motherboards possuem uma ou duas portas deste tipo.

Porta Paralela
A porta paralela obedece à norma Centronics. Nas portas pa-
ralelas o sinal eléctrico é enviado em simultâneo e, como tal, tem
um desempenho superior em relação às portas série. No caso desta
norma, são enviados 8 bits de cada vez, o que faz com que a sua ca-
pacidade de transmisssão atinja os 100 Kbps. Esta porta é utilizada
As portas são, por definição, locais onde se entra e sai. Em para ligar impressoras e scanners e possui 25 pinos em duas filas.
termos de tecnologia informática não é excepção. As portas são
tomadas existentes na face posterior da caixa do computador, às Porta USB (Universal Serial Bus)
quais se ligam dispositivos de entrada e de saída, e que são direc- Desenvolvida por 7 empresas (Compaq, DEC, IBM, Intel,
tamente ligados à motherboard . Microsoft, NEC e Northern Telecom), vai permitir conectar pe-
Estas portas ou canais de comunicação podem ser: riféricos por fora da caixa do computador, sem a necessidade de
* Porta Dim instalar placas e reconfigurar o sistema. Computadores equipados
* Porta PS/2 com USB vão permitir que os periféricos sejam automaticamente
* Porta série configurados assim que estejam conectados fisicamente, sem a ne-
* Porta Paralela cessidade de reboot ou programas de setup. O número de acessó-
* Porta USB rios ligados à porta USB pode chegar a 127, usando para isso um
* Porta FireWire periférico de expansão.
A conexão é Plug & Play e pode ser feita com o computador
Porta DIM ligado. O barramento USB promete acabar com os problemas de
É uma porta em desuso, com 5 pinos, e a ela eram ligados os IRQs e DMAs.
teclados dos computadores da geração da Intel 80486, por exem- O padrão suportará acessórios como controles de monitor,
plo. Como se tratava apenas de ligação para teclados, existia só acessórios de áudio, telefones, modems, teclados, mouses, drives
uma porta destas nas motherboards. Nos equipamentos mais re- de CD ROM, joysticks, drives de fitas e disquetes, acessórios de
centes, os teclados são ligados às portas PS/2. imagem como scanners e impressoras. A taxa de dados de 12 me-

Didatismo e Conhecimento 20
INFORMÁTICA
gabits/s da USB vai acomodar uma série de periféricos avançados, executar várias tarefas ao mesmo tempo. Quando um computador
incluindo produtos baseados em Vídeo MPEG-2, digitalizadores e necessita permitir usuários simultâneos e trabalhos múltiplos, os
interfaces de baixo custo para ISDN (Integrated Services Digital profissionais da tecnologia de informação (TI) procuram utilizar
Network) e PBXs digital. computadores mais rápidos e que tenham sistemas operacionais
robustos, um pouco diferente daqueles que os usuários comuns
usam.

Os Arquivos

O gerenciador do sistema de arquivos é utilizado pelo sistema


operacional para organizar e controlar os arquivos. Um arquivo
é uma coleção de dados gravados com um nome lógico chamado
“nomedoarquivo” (filename). Toda informação que o computador
armazena está na forma de arquivos.
Porta FireWire Há muitos tipos de arquivos, incluindo arquivos de progra-
A porta FireWire assenta no barramento com o mesmo nome, mas, dados, texto, imagens e assim por diante. A maneira que
que representa um padrão de comunicações recente e que tem vá- um sistema operacional organiza as informações em arquivos é
rias características em comum como o USB, mas traz a vantagem chamada sistema de arquivos.
de ser muito mais rápido, permitindo transferências a 400 Mbps A maioria dos sistemas operacionais usa um sistema de arqui-
e, pela norma IEEE 1394b, irá permitir a transferência de dados a vo hierárquico em que os arquivos são organizados em diretórios
velocidades a partir de 800 Mbps. sob a estrutura de uma árvore. O início do sistema de diretório é
As ligações FireWire são utilizadas para ligar discos amoví- chamado diretório raiz.
veis, Flash drives (Pen-Disks), Câmaras digitais, televisões, im-
pressoras, scanners, dispositivos de som, etc. . Funções do Sistema Operacional
Assim como na ligação USB, os dispositivos FireWire podem
ser conectados e desconectados com o computador ligado. Não importa o tamanho ou a complexidade do computador:
todos os sistemas operacionais executam as mesmas funções bá-
FAX/MODEM sicas.
- Gerenciador de arquivos e diretórios (pastas): um sistema
operacional cria uma estrutura de arquivos no disco rígido (hard
disk), de forma que os dados dos usuários possam ser armazena-
dos e recuperados. Quando um arquivo é armazenado, o sistema
operacional o salva, atribuindo a ele um nome e local, para usá-lo
no futuro.
- Gerenciador de aplicações: quando um usuário requisita um
programa (aplicação), o sistema operacional localiza-o e o carrega
na memória RAM.
Placa utilizada para conecção internet pela linha discada Quando muitos programas são carregados, é trabalho do sis-
(DIAL UP) geralmente opera com 56 Kbps(velocidade de trans- tema operacional alocar recursos do computador e gerenciar a me-
missão dos dados 56.000 bits por segundo( 1 byte = 8 bits).Usa mória.
interface PCI.
Programas Utilitários do Sistema Operacional
O SISTEMA OPERACIONAL E OS OUTROS SOFT-
WARES Suporte para programas internos (vulto-in): os programas uti-
litários são os programas que o sistema operacional usa para se
Um sistema operacional (SO) é um programa (software) que manter e se reparar. Estes programas ajudam a identificar proble-
controla milhares de operações, faz a interface entre o usuário e o mas, encontram arquivos perdidos, reparam arquivos danificados
computador e executa aplicações. e criam cópias de segurança (backup).
Basicamente, o sistema operacional é executado quando liga- Controle do hardware: o sistema operacional está situado en-
mos o computador. Atualmente, os computadores já são vendidos tre os programas e o BIOS (Basic Input/Output System - Sistema
com o SO pré-instalado. Básico de Entrada/Saída).
Os computadores destinados aos usuários individuais, chama- O BIOS faz o controle real do hardware. Todos os programas
dos de PCs (Personal Computer), vêm com o sistema operacional que necessitam de recursos do hardware devem, primeiramente,
projetado para pequenos trabalhos. Um SO é projetado para con- passar pelo sistema operacional que, por sua vez, pode alcançar o
trolar as operações dos programas, como navegadores, processa- hardware por meio do BIOS ou dos drivers de dispositivos.
dores de texto e programas de e-mail. Todos os programas são escritos para um sistema operacional
Com o desenvolvimento dos processadores, os computado- específico, o que os torna únicos para cada um. Explicando: um
res tornaram-se capazes de executar mais e mais instruções por programa feito para funcionar no Windows não funcionará no Li-
segundo. Estes avanços possibilitaram aos sistemas operacionais nux e vice-versa.

Didatismo e Conhecimento 21
INFORMÁTICA
Termos Básicos

Para compreender do que um sistema operacional é capaz, é CONCEITOS BÁSICOS E


importante conhecer alguns termos básicos. Os termos abai- CARACTERÍSTICAS DE SISTEMAS
xo são usados frequentemente ao comparar ou descrever sistemas OPERACIONAIS, DE ORGANIZAÇÃO E
operacionais: DE GERENCIAMENTO DE ARQUIVOS E
• Multiusuário: dois ou mais usuários executando pro- PASTAS, DIRETÓRIOS, ARQUIVOS E
gramas e compartilhando, ao mesmo tempo, dispositivos, como
a impressora. ATALHOS, WINDOWS EXPLORER,
• Multitarefa: capacidade do sistema operacional em exe- ÁREA DE TRABALHO, ÁREA DE
cutar mais de um programa ao mesmo tempo. TRANSFERÊNCIA, MANIPULAÇÃO DE
• Multiprocessamento: permite que um computador te- ARQUIVOS E PASTAS, USO DOS MENUS,
nha duas ou mais unidades centrais de processamento (CPU) que PROGRAMAS E APLICATIVOS
compartilhem programas.
• Multithreading: capacidade de um programa ser que- NO WINDOWS XP.
brado em pequenas partes podendo ser carregadas conforme
necessidade do sistema operacional. Multithreading permite que
os programas individuais sejam multitarefa.
SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS XP
Tipos de Sistemas Operacionais
O Windows XP (o XP utilizado no nome vêm da palavra eX-
Atualmente, quase todos os sistemas operacionais são Perience), que inicialmente foi chamado de Windows Whistler, e
multiusuário, multitarefa e suportam multithreading. Os mais uti- que sucede o Windows Me e também o Windows 2000.
lizados são o Microsoft Windows, Mac OSX e o Linux. O WinXP possui duas versões: o Windows XP Home Edition
O Windows é hoje o sistema operacional mais popular que (que substitui o Windows Me) e o Windows XP Professional Edi-
existe e é projetado para funcionar em PCs e para ser usado em tion (que substitui o Windows 2000 Professional).
CPUs compatíveis com processadores Intel e AMD. Quase todos
os sistemas operacionais voltados ao consumidor doméstico Iniciando o Windows
utilizam interfaces gráficas para realizar a ponte máquina-homem.
As primeiras versões dos sistemas operacionais foram Ao iniciar o Windows XP a primeira tela que temos é tela de
construídas para serem utilizadas por somente uma pessoa em logon, nela, selecionamos o usuário que irá utilizar o computador.
um único computador. Com o decorrer do tempo, os fabrican- Ao entrarmos com o nome do usuário, o Windows efetuará o
tes atenderam às necessidades dos usuários e permitiram que seus Logon (entrada no sistema) e nos apresentará a área de trabalho:
softwares operassem múltiplas funções com (e para) múltiplos
usuários.

Sistemas Proprietários e Sistemas Livres

O Windows, o UNIX e o Macintosh são sistemas opera-


cionais proprietários. Isto significa que é necessário comprá-los
ou pagar uma taxa por seu uso às companhias que registraram
o produto em seu nome e cobram pelo seu uso.
O Linux, por exemplo, pode ser distribuído livremente e
tem grande aceitação por parte dos profissionais da área, uma
vez que, por possuir o código aberto, qualquer pessoa que
entenda de programação pode contribuir com o processo de
melhoria dele.
Sistemas operacionais estão em constante evolução e hoje
não são mais restritos aos computadores. Eles são usados em
PDAs, celulares, laptops etc.

Na Área de trabalho encontramos os seguintes itens:


• Ícones;
• Barra de tarefas;
• O Botão iniciar.

Didatismo e Conhecimento 22
INFORMÁTICA
Ícones

Figuras que representam recursos do computador, um ícone


pode representar um texto, música, programa, fotos e etc. você
pode adicionar ícones na área de trabalho, assim como pode ex-
cluir. Alguns ícones são padrão do Windows:
• Meu Computador;
• Meus Documentos;
• Meus locais de Rede;
• Internet Explorer.

Barra de tarefas

A barra de tarefas mostra quais as janelas estão abertas neste


momento, mesmo que algumas estejam minimizadas ou ocultas
sob outra janela, permitindo assim, alternar entre estas janelas ou
entre programas com rapidez e facilidade.
A barra de tarefas é muito útil no dia a dia. Imagine que você
esteja criando um texto em um editor de texto e um de seus colegas
lhe pede para você imprimir uma determinada planilha que está em
seu micro.
Você não precisa fechar o editor de textos. Apenas salve o
arquivo que está trabalhando, abra a planilha e mande imprimir,
enquanto imprime você não precisa esperar que a planilha seja Menu Iniciar
totalmente impressa, deixe a impressora trabalhando e volte para
o editor de textos, dando um clique no botão correspondente na O botão iniciar pode ser configurado. No Windows XP, você
Barra de tarefas e volte a trabalhar. pode optar por trabalhar com o novo menu Iniciar ou, se preferir,
A barra de Tarefas, na visão da Microsoft, é uma das maiores configurar o menu Iniciar para que tenha a aparência das versões
ferramentas de produtividade do Windows. Vamos abrir alguns anteriores do Windows (95/98/Me). Clique na barra de tarefas com
aplicativos e ver como ela se comporta. o botão direito do mouse e selecione propriedades e então clique
na guia menu Iniciar.
Esta guia tem duas opções:
- Menu iniciar: Oferece a você acesso mais rápido a e-mail
e Internet, seus documentos, imagens e música e aos programas
O Botão Iniciar usados recentemente, pois estas opções são exibidas ao se clicar no
botão Iniciar. Esta configuração é uma novidade do Windows XP.
O botão Iniciar é o principal elemento da Barra de Tarefas. Ele - Menu Iniciar Clássico: Deixa o menu Iniciar com a aparência
dá acesso ao Menu Iniciar, de onde se pode acessar outros menus das versões antigas do Windows, como o Windows ME, 98 e 95.
que, por sua vez, acionam programas do Windows. Ao ser aciona-
do, o botão Iniciar mostra um menu vertical com várias opções. Propriedades do menu Iniciar
Alguns comandos do menu Iniciar têm uma seta para a direita,
significando que há opções adicionais disponíveis em um menu Todos os programas
secundário. Se você posicionar o ponteiro sobre um item com uma O menu Todos os Programas, ativa automaticamente outro
seta, será exibido outro menu. submenu, no qual aparecem todas as opções de programas. Para
O botão Iniciar é a maneira mais fácil de iniciar um progra- entrar neste submenu, arraste o mouse em linha reta para a dire-
ma que estiver instalado no computador, ou fazer alterações nas ção em que o submenu foi aberto. Assim, você poderá selecionar
configurações do computador, localizar um arquivo, abrir um do- o aplicativo desejado. Para executar, por exemplo, o Paint, bas-
cumento. ta posicionar o ponteiro do mouse sobre a opção Acessórios. O
submenu Acessórios será aberto. Então aponte para Paint e dê um
clique com o botão esquerdo do mouse.

Logon e Logoff
Abre uma janela onde você poderá optar por fazer logoff ou
mudar de usuário. Veja a função de cada um:
• Trocar usuário: Clicando nesta opção, os programas que
o usuário atual está usando não serão fechados, e uma janela com
os nomes dos usuários do computador será exibida para que a troca
de usuário seja feita. Use esta opção na seguinte situação: Outro
usuário vai usar o computador, mas depois você irá continuar a

Didatismo e Conhecimento 23
INFORMÁTICA
usá-lo. Então o Windows não fechará seus arquivos e programas, e mos com imagens. As pessoas que trabalham com criação de pági-
quando você voltar ao seu usuário, a área de trabalho estará exata- nas para a Internet utilizam o acessório Bloco de Notas, que é um
mente como você deixou. editor de texto muito simples. Assim, vimos duas aplicações para
• Fazer logoff: este caso é também para a troca de usuário. dois acessórios diferentes.
A grande diferença é que, ao efetuar o logoff, todos os programas A pasta acessória é acessível dando-se um clique no botão Ini-
do usuário atual serão fechados, e só depois aparece a janela para ciar na Barra de tarefas, escolhendo a opção Todos os Programas
escolha do usuário. e, no submenu que aparece, escolha Acessórios.

Desligando o Windows XP

Clicando-se em Iniciar, desligar, teremos uma janela onde é


possível escolher entre três opções: Meu Computador
• Hibernar: Clicando neste botão, o Windows salvará o
estado da área de trabalho no disco rígido e depois desligará o No Windows XP, tudo o que você tem dentro do computador
computador. Desta forma, quando ele for ligado novamente, a área - programas, documentos, arquivos de dados e unidades de disco,
de trabalho se apresentará exatamente como você deixou, com os por exemplo - torna-se acessível em um só local chamado Meu
programas e arquivos que você estava usando, abertos. Computador.
• Desativar: Desliga o Windows, fechando todos os pro- Quando você inicia o Windows XP, o Meu computador apare-
gramas abertos para que você possa desligar o computador com ce como um ícone na parte esquerda da tela, ou Área de Trabalho
segurança. (opcional).
• Reiniciar: Encerra o Windows e o reinicia. O Meu computador é a porta de entrada para o usuário nave-
gar pelas unidades de disco (rígido, flexíveis e CD-ROM). Nor-
malmente, nas empresas existem vários departamentos como ad-
ministração, compras, estoque e outros. Para que os arquivos de
cada departamento não se misturem, utilizamos o Meu computa-
dor para dividirmos o Disco em pastas que organizam os arquivos
de cada um dos departamentos. Em casa, se mais de uma pessoa
utiliza o computador, também criaremos pastas para organizar os
arquivos que cada um cria.

Exibir o conteúdo de uma pasta


Para você ter uma ideia prática de como exibir o conteúdo de
Acessórios do Windows uma pasta (estas são utilizadas para organizar o disco rígido, como
se fossem gavetas de um armário), vamos, por exemplo, visualizar
O Windows XP inclui muitos programas e acessórios úteis. o conteúdo de pasta Windows. Siga os seguintes passos:
São ferramentas para edição de texto, criação de imagens, jogos, 1. Dê um clique sobre a pasta correspondente ao disco rígido
ferramentas para melhorar a performance do computador, calcu- (C:)
ladora e etc. 2. será aberta uma janela com título correspondente ao rótulo
Se fôssemos analisar cada acessório que temos, encontraría- da unidade de disco rígido C:. Nesta janela aparecem as pastas
mos várias aplicações, mas vamos citar as mais usadas e impor- correspondentes às “gavetas” existentes no disco rígido C:, bem
tantes. Imagine que você está montando um manual para ajudar como os ícones referentes aos arquivos gravados no “raiz” (pasta
as pessoas a trabalharem com um determinado programa do com- principal) da unidade C.
putador. Neste manual, com certeza você acrescentaria a imagem
das janelas do programa. Para copiar as janelas e retirar só a parte
desejada, utilizaremos o Paint, que é um programa para trabalhar-

Didatismo e Conhecimento 24
INFORMÁTICA
Janela do Windows Explorer
No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das pastas
em seu computador e todos os arquivos e pastas localizados em
cada pasta selecionada. Ele é especialmente útil para copiar e mo-
ver arquivos.
Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis: O pai-
nel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquizada que mostra
todas as unidades de disco, a Lixeira, a área de trabalho ou Desk-
top (também tratada como uma pasta); O painel da direita exibe o
conteúdo do item selecionado à esquerda e funciona de maneira
idêntica às janelas do Meu Computador (no Meu Computador,
como padrão ele traz a janela sem divisão, as é possível dividi-la
também clicando no ícone Pastas na Barra de Ferramentas) Para
abrir o Windows Explorer, clique no botão Iniciar, vá a opção To-
dos os Programas / acessórios e clique sobre Windows Explorer ou
clique sob o botão iniciar com o botão direito do mouse e selecione
a opção Explorar.
3. Dê um clique sobre a pasta Windows. Ela será aberta como Preste atenção na Figura da página anterior que o painel da
uma janela cujo título é Windows, mostrando todas as pastas (“ga- esquerda na figura acima, todas as pastas com um sinal de + (mais)
vetas”) e ícones de arquivos existentes na pasta Windows. indicam que contêm outras pastas. As pastas que contêm um sinal
de - (menos) indicam que já foram expandidas (ou já estamos vi-
Criando pastas sualizando as subpastas).
Como já mencionado anteriormente, as pastas servem para
organizar o disco rígido. Para conseguirmos esta organização, é
necessário criarmos mais pastas e até mesmo subpastas destas.

Para criar uma pasta siga estes passos:


1. Abra a pasta ou unidade de disco que deverá conter a nova Quando você aprendeu a usar o Meu Computador, você viu
pasta que será criada. que, apesar da janela não aparecer dividida, você pode dividi-la
2. clique no menu Arquivo / Novo / Pasta. clicando no ícone que fica na barra de ferramentas.
3. Aparecerá na tela uma Nova Pasta selecionada para que Outra formatação que serve tanto para o Meu Computador,
você digite um nome. quanto para o Windows Explorer é que você pode escolher se
4. Digite o nome e tecle ENTER deseja ou não exibir, do lado esquerdo da janela, um painel que
5. Pronto! A Pasta está criada. mostra as tarefas mais comuns para as pastas e links que mostram
outras partes do computador. Clicando no menu Ferramentas e de-
pois clicando em Opções de pasta, a janela seguinte é apresentada:

Windows Explorer

O Windows Explorer tem a mesma função do Meu Compu-


tador: Organizar o disco e possibilitar trabalhar com os arquivos
fazendo, por exemplo, cópia, exclusão e mudança no local dos ar-
quivos. Enquanto o Meu Computador traz como padrão a janela
sem divisão, você observará que o Windows Explorer traz a janela
dividida em duas partes. Mas tanto no primeiro como no segundo,
esta configuração pode ser mudada.
Podemos criar pastas para organizar o disco de uma empresa
ou casa, copiar arquivos para disquete, apagar arquivos indesejá-
veis e muito mais.

Didatismo e Conhecimento 25
INFORMÁTICA
Lixeira do Windows

A Lixeira é uma pasta especial do Windows e ela se encontra na


Área de trabalho, como já mencionado, mas pode ser acessada atra-
vés do Windows Explorer. Se você estiver trabalhando com janelas
maximizadas, não conseguirá ver a lixeira. Use o botão direito do
mouse para clicar em uma área vazia da Barra de Tarefas. Em segui-
da, clique em Minimizar todas as Janelas. Para verificar o conteúdo
da lixeira, dê um clique sobre o ícone e surgirá a seguinte figura:

WordPad

O Windows traz junto dele um programa para edição de tex-


tos. O WordPad. Com o WordPad é possível digitar textos, deixan-
do-os com uma boa aparência.
Como mencionado no parágrafo anterior, o WordPad é um
editor de textos que nos auxiliará na criação de vários tipos de
documentos. Mas poderíamos dizer que o Wordpad é uma versão
muito simplificada do Word.
Os usuários do Word vão se sentir familiarizados, pois ele
possui menus e barras de ferramentas similares. Porém o Word
tem um número muito maior de recursos. A vantagem do WordPad
é que ele já vem com o Windows. Então, se você não tem em seu
computador o Microsoft Word, poderá usar o WordPad na criação
Vamos apagar um arquivo para poder comprovar que o mes- de seus textos.
mo será colocado na lixeira. Para isso, vamos criar um arquivo de Para Abrir o WordPad, localize o item Acessórios no Menu
texto vazio com o bloco de notas e salvá-lo em Meus documentos, Iniciar. Ao abrir o programa a seguinte janela será exibida:
após isto, abra a pasta, e selecione o arquivo recém-criado, e então
pressione a tecla DELETE. Surgirá uma caixa de dialogo como a
figura a seguir:

Clique em SIM e então o arquivo será enviado para Lixeira.

Esvaziando a Lixeira
Ao Esvaziar a Lixeira, você está excluindo definitivamen-
te os arquivos do seu Disco Rígido. Estes não poderão mais ser Barra Padrão
mais recuperados pelo Windows. Então, esvazie a Lixeira somente
quando tiver certeza de que não precisa mais dos arquivos ali en- Na barra Padrão, é aonde encontramos os botões para as tare-
contrados. fas que executamos com mais frequência, tais como: Abrir, salvar,
1. Abra a Lixeira Novo documento, imprimir e etc.
2. No menu ARQUIVO, clique em Esvaziar Lixeira.
Você pode também esvaziar a Lixeira sem precisar abri-la,
para tanto, basta clicar com o botão DIREITO do mouse sobre o
ícone da Lixeira e selecionar no menu de contexto Esvaziar Li-
xeira.

Didatismo e Conhecimento 26
INFORMÁTICA
Funções dos botões: Calculadora
1. Novo documento
2. Abrir documento A calculadora do Windows contém muito mais recursos do
3. Salvar que uma calculadora comum, pois além de efetuar as operações
4. Visualizar básicas, pode ainda trabalhar como uma calculadora científica.
5. Localizar (esmaecido) Para abri-la, vá até acessórios.
6. Recortar (esmaecido) A Calculadora padrão contém as funções básicas, enquanto
7. Copiar (esmaecido) a calculadora cientifica é indicada para cálculos mais avançados.
8. Colar Para alternar entre elas clique no menu Exibir
9. Desfazer
10. Inserir Data/Hora Ferramentas do sistema

Barra de formatação O Windows XP trás consigo uma serie de programas que nos
Logo abaixo da barra padrão, temos a barra de Formatação, ajudam a manter o sistema em bom funcionamento. Esses progra-
ela é usada para alterar o tipo de letra (fonte), tamanho, cor, estilo, mas são chamados de Ferramentas do Sistema. Podemos acessa
disposição de texto e etc. -los através do Menu Acessórios, ou abrindo Meu Computador e
clicando com o botão direito do mouse sobre a unidade de disco
a ser verificada, no menu de contexto, selecione a opção proprie-
dades:
Funções dos botões:
1. Alterar fonte
2. Alterar tamanho da fonte
3. Lista de conjunto de caracteres do idioma
4. Negrito
5. Itálico
6. Sublinhado
7. Cor da fonte
8. Texto alinhado á esquerda
9. Texto Centralizado
10. Texto alinhado a direita
11. Marcadores
Formatando o texto
Para que possamos formatar (alterar a forma) de um texto
todo, palavras ou apenas letras, devemos antes de tudo selecionar
o item em que iremos aplicar a formatação. Para selecionar, man-
tenha pressionado o botão esquerdo do mouse e arraste sobre a(s)
palavra(s) ou letra(s) que deseja alterar: Na janela de Propriedades do Disco, clique na guia Ferramentas:
Feito isto, basta apenas alterar as propriedades na barra de Nesta janela, temos as seguintes opções:
formatação.
Você pode ainda formatar o texto ainda pela caixa de diálogo
para formatação, para isso clique em: Menu Formatar / Fonte, a
seguinte tela será apresentada:
Aqui, você também poderá fazer formatações do texto, bom
como colocar efeitos como Riscado e sublinhado.
Com o Neste menu (Formatar), temos também a opção de for-
matar o parágrafo, definindo os recuos das margens e alinhamento
do texto.

Paint
O Paint é um acessório do Windows que permite o tratamento
de imagens e a criação de vários tipos de desenhos para nossos
trabalhos.
Através deste acessório, podemos criar logomarcas, papel de
parede, copiar imagens, capturar telas do Windows e usa-las em
documentos de textos.
Uma grande vantagem do Paint, é que para as pessoas que
estão iniciando no Windows, podem aperfeiçoar-se nas funções
básicas de outros programas, tais como: Abrir, salvar, novo, desfa- Verificação de erros: Ferramenta que procura no disco erros,
zer. Além de desenvolver a coordenação motora no uso do mouse. defeitos ou arquivos danificados.

Didatismo e Conhecimento 27
INFORMÁTICA
Desfragmentação: Quando o Windows grava um arquivo no Para a área de trabalho, Meu Computador e Windows Ex-
Disco, ele o grava em partes separadas, quando precisar abrir esse plorer
mesmo arquivo, o próprio Windows levará mais tempo, pois preci-
sa procurar por todo o disco. Usando esta ferramenta, ele ajusta o Quando um item está selecionado, você pode usar as seguintes
disco e torna o computador até 20% mais rápido. teclas de atalho.
Backup: Ferramenta que cria uma cópia dos seus arquivos ou
de todo o sistema, para o case de algum problema, nada seja per- Para
dido. •Renomear um item.
Restauração do sistema: Além da ferramenta Backup, o Win- Pressione......F2
dows XP apresenta uma ferramenta mais avançada e simples de •Localizar uma pasta ou arquivo
protegem o sistema contra erros e falhas, esta ferramenta encontra- Pressione......F3
se em Acessórios / ferramentas do sistema. •Excluir imediatamente sem colocar o item na Lixeira
Você pode usar a restauração do sistema para desfazer altera- Pressione......SHIFT+DEL
ções feitas no computador e restaurar configurações e o desempe- •Exibir as propriedades do item
nho. A restauração do sistema retorna o computador a uma etapa Pressione......ALT+ENTER OU ALT+clique duplo
anterior (ponto de restauração) sem que você perca trabalhos re- •Copiar um arquivo
centes, como documentos salvos, e-mail ou listas de histórico e de Pressione......CTRL enquanto arrasta o arquivo
favoritos da internet. •Criar atalho
As alterações feitas pela restauração do sistema são totalmen- Pressione......CTRL+SHIFT enquanto arrasta um arquivo
te reversíveis. O Computador cria automaticamente pontos de res- Meu Computador
tauração, mas você também pode usar a restauração do sistema Para
para criar seus próprios pontos de restauração. Isso é útil se você •Selecionar tudo
estiver prestes a fazer uma alteração importante no sistema, como Pressione......CTRL+A
a instalação de um novo programa ou alterações no registro. •Atualizar uma janela.
Pressione......F5
OS SEGUINTES ATALHOS PODEM SER USADOS •Exibir a pasta um nível
COM O WINDOWS Pressione......BACKSPACE
•Fechar a pasta selecionada e todas as pastas pai
Teclas Gerais do Windows Pressione......SHIFT enquanto clica no botão “Fechar”
Somente para o Windows Explorer
Para •Ir Para
•Consultar a Ajuda sobre o item selecionado na caixa de diá- Pressione......CTRL+G
logo •Alternar entre os painéis esquerdo e direito
Pressione......F1 Pressione......F6
•Fechar um programa. •Expandir todas as subpastas sob a pasta selecionada
Pressione......ALT+F4 Pressione......NUMLOCK+ ASTERISCO (* no teclado nu-
•Exibir o menu de atalhos para o item selecionado mérico)
Pressione......ESHIFT+F10 •Expandir a pasta selecionada
•Exibir o menu Iniciar Pressione......NUMLOCK+SINAL DE ADIÇÃO (+ no tecla-
Pressione......CTRL+ESC do numérico)
•Alternar para a janela anterior. Ou alternar para a próxima •Ocultar a pasta selecionada.
janela mantendo pressionada a Pressione......NUMLOCK+SINAL DE SUBTRAÇÃO no te-
tecla ALT enquanto pressiona TAB repetidamente clado numérico)
Pressione......ALT+TAB •Expandir a seleção atual se estiver oculta; caso contrário, se-
•Recortar. lecionar a primeira subpasta
Pressione......CTRL+X Pressione......SETA À DIREITA
•Copiar •Expandir a seleção atual se estiver expandida; caso contrário,
Pressione......CTRL+C selecionar a pasta pai
•Colar Pressione......SETA À ESQUERDA
Pressione......CTRL+V
•Excluir Para caixas de diálogo de propriedades
Pressione......DEL
•Desfazer Para
Pressione......CTRL+Z •Mover-se entre as opções, para frente
•Ignorar a auto - execução ao inserir um CD Pressione......TAB
Pressione......SHIFT enquanto insere o CD-ROM •Mover-se entre as opções, para traz
Pressione......SHIFT+TAB
•Mover-se entre as guias, para frente
Pressione......CTRL+TAB

Didatismo e Conhecimento 28
INFORMÁTICA
•Mover-se entre as guias, para traz
Pressione......CTRL+SHIFT+TAB
Para caixas de diálogo Abrir e Salvar Como
Para
•Abrir a lista “Salvar em” ou “Procurar em”
Pressione......F4
•Atualizar
Pressione......F5
•Abrir a pasta um nível acima, se houver uma pasta selecio-
nada
Pressione......BACKSPACE

Teclas de Atalho para Opções de Acessibilidade

Para usar teclas de atalho para Opções Acessibilidade, as


teclas de atalho devem estar ativadas. Para maiores informações
consulte “Acessibilidade, teclas de atalho” no Índice da Ajuda.
Plano de Fundo:
Para É onde você pode mudar o Papel de Parede, aquela imagem
•Ativar e desativar as Teclas de Aderência que enfeita a nossa área de trabalho.
Pressione......SHIFT 5 vezes
•Ativar e desativar as Teclas de Filtragem
Pressione......SHIFT DIREITA Durante 8 segundos
•Ativar e desativar as Teclas de Alternação
Pressione......NUMLOCK Durante 5 segundos
•Ativar e desativar as Teclas do Mouse
Pressione......ALT ESQUERDA+ SHIFT ESQUERDA
+NUMLOCK
•Ativar e desativar o Alto Contraste
Pressione......ALT ESQUERDA+ SHIFT ESQUERDA +
PRINTSCREEN

Propriedades
Se clicarmos o botão direito do mouse sobre qualquer parte da
Área de Trabalho (ou pelo Painel de Controle/Aparência e temas/ Proteção de tela:
Vídeo), aparecerá uma janela e, com ela, poderemos personalizar Também pode ser chamada pelo termo em inglês “Screen Sa-
a área de trabalho. ver”. A proteção de tela é um tipo de animação que aparece na tela
do computador, quando você o deixa ligado, sem mexer nele por
alguns minutos. Existem vários tipos de protetores de telas, alguns
já vêm com o Windows e outros são programas adicionais que
você instala no seu computador.
Quando o Protetor de tela estiver funcionando, e você quiser
voltar a usar o computador, asta mexer no mouse ou apertar uma
tecla, para que ele desapareça da tela.

Opção Propriedade:
Quando você escolhe a opção PROPRIEDADES, você pode
alterar o visual da área de trabalho mudando as cores, os tipos de
letras e outras coisas. A tela abaixo irá aparecer:

Didatismo e Conhecimento 29
INFORMÁTICA
Aparência: usando uma. A pasta “Impressoras” possui a lista de drivers de
Modifica a aparência da tela, mudando as cores, fontes, tama- impressoras instalados em seu computador. Mas, ainda na janela
nhos das janelas, dos ícones, área de trabalho, etc... “Meu Computador”, você encontrará outras pastas. Se você der
um duplo-clique no ícone que representa o drive C (disco rígido)
você verá uma lista muito maior de pastas que dependerá inteira-
mente da forma como os documentos foram organizados no disco.
Como você pode perceber, a sua área de trabalho será organi-
zada através das pastas que você criar, e essas pastas poderão ter
tanto os seus documentos como as suas ferramentas de trabalho
(aplicativos).

O CONCEITO DE CAMINHO
A estrutura de pastas dentro de um computador é como uma
árvore, com pastas principais ramificando-se em pastas menores.
As pastas podem estar dentro de outras pastas para criar um
nível mais profundo na organização de seu disco, como um armá-
rio que pode ter gavetas e, dentro destas, divisórias para separar
as peças de roupa. Portanto, as pastas ficam organizadas em uma
forma hierárquica, como já foi mencionado. Em termos lógicos,
cada item em um nível hierárquico inferior pertence ao item que
AS PASTAS o contém.
Essa forma hierárquica mostra que para se chegar a um de-
O Windows usa pastas para agrupar aplicações, documentos terminado item, deve-se percorrer um determinado caminho, que
(arquivos) e, também, para unir recursos. Os ícones de pastas são corresponde à posição desse item dentro da estrutura de pastas.
usados para representar esses grupos e, portanto, serão comenta- Por exemplo, a figura exibe a barra de título da janela “Explo-
dos em diferentes áreas desse texto. rando” quando você consulta a pasta “Acessórios” que foi criada
Criar, apagar, mover e copiar pastas serão tarefas que você na instalação de Windows.
fará constantemente em Windows.
Assim, para que você realmente saiba quem são essas pastas
relacionaram-se vários exemplos delas.
O primeiro exemplo é a pasta “Acessórios”, que contém to-
dos os ícones de aplicativos de acessórios que são instalados com Se a barra de título de “Windows Explorer” estiver mostrando
Windows, a saber: apenas a pasta atualmente selecionada, clique no menu “Exibir”,
• WordPad, escolha o comando “Opções de pasta”, clique na guia “Modos de
• Paint, exibição” e, ative a opção “Exibir caminho completo na barra de
• Calculadora, títulos”.
• Bloco de Notas, entre outros. A \ (barra invertida) é usada para separar as subpastas e com-
por o caminho.
Nesse caso, a pasta agrupa aplicações. Veja a seguir um exemplo de caminho:
Ao clicar no botão “Iniciar”, o menu “Iniciar” será apresen- C:\EXCEL\EXCEL1\JANEIRO\LANÇAMENTO DE EN-
tado. Nesse menu, você encontrará alguns submenus que, na rea- TRADAS
lidade, representam pastas. Se você apontar com o mouse para o Esse caminho mostra que o arquivo “LANÇAMENTO DE
submenu “Programas”, será apresentada uma lista de pastas que ENTRADAS”, se encontra na pasta “JANEIRO” que hierarqui-
podem conter outras pastas ou conter ícones de aplicações. Apon- camente está subordinada à pasta “EXCEL1” e este à pasta “EX-
tar para o submenu “Acessórios” exibirá todos os ícones de aplica- CEL” na unidade de disco C.
ção que estão nessa pasta, e outras pastas, a saber: Se você clicar duas vezes na unidade de disco C da janela
• Fax, “Windows Explorer”, você verá as pastas de seu computador exi-
• Ferramentas do Sistema, bidas através de ramificações, onde uma pasta principal ramifica-
• Jogos, se em outras pastas menores.
• Entretenimento.

Apontar para o submenu “Entretenimento” exibirá os ícones


de aplicações desse grupo.
E as pastas em Windows continuam. Se você der um duplo-
clique no ícone “Meu Computador”, você abrirá uma janela com
pelo menos mais duas pastas que são respectivamente “Painel de
Controle” e “Impressoras”. A pasta “Painel de Controle” possui
os ícones referentes a todos os programas necessários para con-
figuração do ambiente, do hardware e da rede, caso você esteja

Didatismo e Conhecimento 30
INFORMÁTICA

- Fazendo uma seleção descontínua:


• Selecione um arquivo.
• Mantenha pressionada a tecla CTRL.
• Dê cliques em arquivos alternados dentro da janela de
Muitas vezes, você precisará dizer para o Windows onde um conteúdo da pasta.
arquivo está localizado, e para fazer isso necessitará saber o ca-
minho do arquivo. Por exemplo, veja a pasta “Microsoft Shared”.
Para que Windows encontre um arquivo armazenado lá, ele co-
meça pela unidade de disco (C:), percorre a pasta “Arquivos de
Programas”, percorre a pasta “Arquivos Comuns”, e só depois,
pesquisa a pasta “Microsoft Shared”. O (C:) significa a unidade
de disco, e todas as outras pastas estão dentro da grande pasta C:,
portanto, elas são listadas após a pasta C:.

OPERAÇÕES SOBRE ARQUIVOS

Através de “Windows Explorer” e de “Meu Computador” é


OPERAÇÕES SOBRE ARQUIVOS COM USO DO
possível a realização de diversas operações sobre arquivos, tais
MOUSE
como cópia, exclusão, renomeação, movimentação, etc. As tarefas
descritas a seguir poderão ser efetuadas tanto em “Windows Ex-
plorer” como em “Meu Computador”. Cópia ou movimentação de pastas ou arquivos podem ser fei-
tas de um local de origem para outro de destino no “Windows Ex-
Seleção de Arquivos plorer” ou em “Meu Computador” usando o mouse com operações
de arraste.
A maior parte das operações sobre arquivos podem ser rea-
lizadas com apenas um arquivo ou com grupos de arquivos e/ou Sequência de Passos para Cópia e Movimentação
pastas. Para trabalhar com grupos de arquivos ou pastas é preciso
efetuar antes a seleção deles com o mouse. Existem duas formas Para efetuar as tarefas de cópia ou movimentação, procure ob-
de seleção, uma contínua e outra alternada. servar a sequência de passos a seguir:
Uma vez efetuada a seleção, operações podem ser feitas so- • Selecione a(s) pasta(s) ou arquivo(s) a ser (em) copia-
bre esses arquivos ou pastas, tais como cópia, movimentação ou do(s) ou movimentado(s).
exclusão. • Decida se deseja realizar uma cópia ou movimentação.
• Efetue o arraste da(s) pasta(s) ou arquivo(s) seleciona-
- Fazendo uma seleção contínua: do(s) com o mouse da origem para o destino, e mantenha pressio-
• Selecione o primeiro arquivo, clicando nele. nado o botão do mouse. Observe atentamente se o desenho que
• Mantenha pressionada a tecla SHIFT. acompanha a pasta ou o ícone da pasta tem um sinal + (mais). Se
• Clique no último arquivo da seleção. ele tiver esse sinal, a operação será de cópia, caso contrário será
de movimentação.
• Solte o mouse caso a operação é a que deseja. Caso con-
trário, verifique entre as teclas CTRL ou SHIFT aquela que define
a operação desejada.
• Observe atentamente se o desenho da pasta ou ícones
dos arquivos que estão sendo arrastados permaneceram ou não na
origem. Se permanecerem, a operação efetuada terá sido de cópia,
caso contrário terá sido de movimentação.

Didatismo e Conhecimento 31
INFORMÁTICA
Selecione a pasta de diretório que deseja copiar ou movimentar.
Efetue um arraste dessa pasta sobre a pasta de destino.
Solte o botão do mouse caso seja uma movimentação, ou se-
gure CTRL antes de soltar o botão do mouse caso seja uma cópia.

•Copiando ou movimentando para uma pasta em outra unida-


de de disco:
1. Abra em tela as duas janelas de “Meu Computador” ou
“Windows Explorer”, a de origem e a de destino.
2. Selecione a pasta a ser copiada ou movimentada.
3. Efetue o arraste da pasta da janela da pasta de origem
sobre a pasta da janela de destino.
4. Para cópia, solte o botão do mouse. Para movimentação,
COPIA OU MOVIMENTAÇÃO DE PASTAS utilize a tecla SHIFT antes de soltar o botão do mouse.
O procedimento para efetuar a cópia de pastas de uma janela
•Estruturando hierarquicamente no mesmo disco: de pastas para outra janela em forma de ícone, é o mesmo que
1. Abra a janela de “Windows Explorer” ou de “Meu Com- acabamos de utilizar.
putador”.
2. Selecione a pasta de diretório que deseja copiar ou mo- •Copiando ou movimentando para uma unidade de disco di-
vimentar. retamente:
3. Efetue um arraste dessa pasta sobre a pasta de destino. 1. Selecione a pasta a ser copiada ou movimentada.
4. Solte o botão do mouse caso seja uma movimentação, 2. Efetue o arraste da pasta da janela de origem para sobre
ou segure CTRL antes de soltar o botão do mouse caso seja uma o ícone da unidade de disco para a qual deseja que a operação seja
cópia. efetuada.
Para cópia, solte o botão do mouse. Para movimentação, utili-
•Copiando ou movimentando uma pasta em outra unidade de ze a tecla SHIFT antes de soltar o botão do mouse.
disco: Novamente, o ponto mais importante a observar aqui se resu-
1. Abra em tela as duas janelas de “Meu Computador” ou me no seguinte: “A pasta será copiada ou movimentada para a uni-
“Windows Explorer”, a de origem e a de destino. dade de disco de destino como uma pasta nessa unidade de disco”.
2. Selecione a pasta a ser copiada ou movimentada. Obs.: para copiar uma pasta de um local a outro, tanto na mes-
3. Efetue o arraste da pasta da janela da pasta de origem ma unidade de disco quanto em outra, podemos utilizar o seguinte
sobre a pasta da janela de destino. procedimento:
4. Para cópia, solte o botão do mouse. Para movimentação, Clique com o botão direito sobre a pasta, no menu que surge
utilize a tecla SHIFT antes de soltar o botão do mouse. escolher a opção “copiar” e no local desejado, repetir o processo,
5. Perceba, que se a pasta não desaparecer da antiga estrutu- selecionando desta vez a opção “colar”.
ra hierárquica, isto indicará que essa operação será uma cópia. Se a
tecla SHIFT for pressionada, a pasta irá desaparecer, e nesse caso a RENOMEAÇÃO DE ARQUIVOS
operação será uma movimentação.
•Copiando ou movimentando para uma unidade de disco di- • O comando “Renomear” permite modificar o nome de
retamente: um arquivo, sem alterar o seu conteúdo.
1. Selecione a pasta a ser copiada ou movimentada. • Renomeando um arquivo:
2. Efetue o arraste da pasta da janela de origem para sobre • Clique com o botão direito do mouse sobre o nome do
o ícone da unidade de disco para a qual deseja que a operação seja arquivo que deseja renomear.
efetuada. • No menu de atalho, selecione “Renomear”. O nome do
3. Para cópia, solte o botão do mouse. Para movimentação, arquivo é selecionado permitindo que você altere-o.
utilize a tecla SHIFT antes de soltar o botão do mouse. • Digite o novo nome e, em seguida, clique em um lugar
O ponto mais importante a observar aqui se resume no seguin- qualquer.
te: “A pasta será copiada ou movimentada para a unidade de disco
de destino como uma pasta nessa unidade de disco”. EXCLUSÃO DE ARQUIVOS

•Cópia ou Movimentação de Arquivos Excluindo um arquivo:


A cópia ou movimentação de arquivos é, em linhas gerais, • Selecione o nome do arquivo que deseja excluir.
semelhante ao que descrevemos em relação às pastas. Só que no • Pressione a tecla DEL.
caso da cópia ou movimentação de uma pasta, todo o seu conteúdo
irá com ela.

•Estruturando hierarquicamente no mesmo disco:


Abra a janela de “Windows Explorer” ou de “Meu Compu-
tador”.

Didatismo e Conhecimento 32
INFORMÁTICA

Se a configuração da “Lixeira” estiver selecionada para arma-


zenar temporariamente os arquivos apagados, uma caixa de men- Uma pasta vazia (à esquerda); uma pasta contendo arquivos
sagem é exibida solicitando a confirmação da exclusão do arquivo (à direita)
enviando-o para a “Lixeira”, caso contrário, o arquivo é automati- As pastas também podem ser armazenadas em outras pastas.
camente eliminado do disco. Uma pasta dentro de uma pasta é chamada subpasta. Você pode
Se a configuração da “Lixeira” estiver selecionada para arma- criar quantas subpastas quiser, e cada uma pode armazenar qual-
zenar temporariamente os arquivos apagados, uma caixa de men- quer quantidade de arquivos e subpastas adicionais.
sagem é exibida solicitando a confirmação da exclusão do arquivo
enviando-o para a “Lixeira”, caso contrário, o arquivo é automati- Usando bibliotecas para acessar arquivos e pastas
camente eliminado do disco.
Quando se trata de se organizar, não é necessário começar do
zero. Você pode usar bibliotecas, um novo recurso desta versão do
Windows, para acessar arquivos e pastas e organizá-los de diferen-
TRABALHANDO COM ARQUIVOS E PASTAS tes maneiras. Esta é uma lista das quatro bibliotecas padrão e para
que elas são usadas normalmente:
Um arquivo é um item que contém informações, por exemplo, • Biblioteca Documentos. Use essa biblioteca para organi-
texto, imagens ou música. Quando aberto, um arquivo pode ser zar documentos de processamento de texto, planilhas, apresenta-
muito parecido com um documento de texto ou com uma imagem ções e outros arquivos relacionados a texto. Para obter mais infor-
que você poderia encontrar na mesa de alguém ou em um arquivo mações, consulte Gerenciando seus contatos.
convencional Em seu computador, os arquivos são representados Por padrão, os arquivos movidos, copiados ou salvos na bi-
por ícones; isso facilita o reconhecimento de um tipo de arquivo blioteca Documentos são armazenados na pasta Meus Documen-
bastando olhar para o respectivo ícone. Veja a seguir alguns ícones tos.
de arquivo comuns: • Biblioteca Imagens. Use esta biblioteca para organizar
suas imagens digitais, sejam elas obtidas da câmera, do scanner ou
de emails recebidos de outras pessoas. Por padrão, os arquivos mo-
vidos, copiados ou salvos na biblioteca Imagens são armazenados
na pasta Minhas Imagens.
• Biblioteca Músicas. Use esta biblioteca para organizar
suas músicas digitais, como as que você copia de um CD de áudio
ou as baixadas da Internet. Por padrão, os arquivos movidos, co-
piados ou salvos na biblioteca Músicas são armazenados na pasta
Minhas Músicas.
• Biblioteca Vídeos. Use esta biblioteca para organizar e
arrumar seus vídeos, como clipes da câmera digital ou da câmera
de vídeo, ou arquivos de vídeo baixados da Internet. Por padrão,
os arquivos movidos, copiados ou salvos na biblioteca Vídeos são
armazenados na pasta Meus Vídeos.
Ícones de alguns tipos de arquivo
Para abrir as bibliotecas Documentos, Imagens ou Músicas,
Uma pasta é um contêiner que pode ser usado para armaze- clique no botão Iniciar, em seguida, em Documentos, Imagens ou
nar arquivos. Se você tivesse centenas de arquivos em papel em Músicas.
sua mesa, seria quase impossível encontrar um arquivo específico
quando você dele precisasse. É por isso que as pessoas costumam
armazenar os arquivos em papel em pastas dentro de um arquivo
convencional. As pastas no computador funcionam exatamente da
mesma forma. Veja a seguir alguns ícones de pasta comuns:

Didatismo e Conhecimento 33
INFORMÁTICA
Criar uma nova biblioteca. Existem quatro bibliotecas padrão
(Documentos, Músicas, Imagens e Vídeos), mas você pode criar
novas bibliotecas para outras coleções.
Organizar itens por pasta, data e outras propriedades. Os itens
em uma biblioteca podem ser organizados de diferentes maneiras,
usando o menu Organizar por, localizado no painel de bibliote-
cas (acima da lista de arquivos) de qualquer biblioteca aberta. Por
exemplo, você pode organizar sua biblioteca de músicas por ar-
tista para encontrar rapidamente uma música de um determinado
artista.
Incluir ou remover uma pasta. As bibliotecas reúnem conteú-
do a partir das pastas incluídas ou dos locais de bibliotecas.
Alterar o local de salvamento padrão. O local de salvamento
padrão determina onde um item é armazenado quando é copiado,
movido ou salvo na biblioteca.

Compreendendo as partes de uma janela

Quando você abre uma pasta ou biblioteca, ela é exibida em


uma janela. As várias partes dessa janela foram projetadas para
facilitar a navegação no Windows e o trabalho com arquivos,
pastas e bibliotecas. Veja a seguir uma janela típica e cada uma de
É possível abrir bibliotecas comuns a partir do menu Iniciar suas partes:

Trabalhando com bibliotecas

Nas versões anteriores do Windows, o gerenciamento de ar-


quivos significava organizá-los em pastas e subpastas diferentes.
Nesta versão do Windows, você pode usar também bibliotecas
para organizar e acessar arquivos, independentemente de onde eles
estejam armazenados.

Painel de navegação, mostrando a biblioteca de imagens com Painel de navegação


três pastas incluídas
Uma biblioteca reúne arquivos de diferentes locais e os exibe Use o painel de navegação para acessar bibliotecas, pastas,
em uma única coleção, sem os mover de onde estão armazenados. pesquisas salvas ou até mesmo todo o disco rígido. Use a seção
Seguem algumas ações que podem ser executadas com bi- Favoritos para abrir as pastas e pesquisas mais utilizadas. Na se-
bliotecas: ção Bibliotecas, é possível acessar suas bibliotecas. Você também

Didatismo e Conhecimento 34
INFORMÁTICA
pode usar a pasta Computador para pesquisar pastas e subpastas. que você começa a digitar. Portanto, quando você digitar B, por
Para obter mais informações, consulte Trabalhando com o painel exemplo, todos os arquivos cujos nomes iniciarem com a letra B
de navegação. aparecerão na lista de arquivos. Para obter mais informações, con-
sulte Localizar um arquivo ou uma pasta.
Botões Voltar e Avançar
Painel de detalhes
Use os botões Voltar e Avançar para navegar para outras pastas
ou bibliotecas que você já tenha aberto, sem fechar, na janela atual. Use o painel de detalhes para ver as propriedades mais co-
Esses botões funcionam juntamente com a barra de endereços. De- muns associadas ao arquivo selecionado. Propriedades do arquivo
pois de usar a barra de endereços para alterar pastas, por exemplo, são informações sobre um arquivo, tais como o autor, a data da
você pode usar o botão Voltar para retornar à pasta anterior. última alteração e qualquer marca descritiva que você possa ter
adicionado ao arquivo. Para obter mais informações, consulte Adi-
Barra de ferramentas cionar marcas e outras propriedades a arquivos.

Use a barra de ferramentas para executar tarefas comuns, como Painel de visualização
alterar a aparência de arquivos e pastas, copiar arquivos em um CD
ou iniciar uma apresentação de slides de imagens digitais. Os botões Use o painel de visualização para ver o conteúdo da maioria
da barra de ferramentas mudam para mostrar apenas as tarefas que dos arquivos. Se você selecionar uma mensagem de e-mail, um
são relevantes. Por exemplo, se você clicar em um arquivo de ima- arquivo de texto ou uma imagem, por exemplo, poderá ver seu
gem, a barra de ferramentas mostrará botões diferentes daqueles que conteúdo sem abri-lo em um programa. Caso não esteja vendo o
mostraria se você clicasse em um arquivo de música. painel de visualização, clique no botão Painel de visualização
na barra de ferramentas para ativá-lo.
Barra de endereços
Exibindo e organizando arquivos e pastas
Use a barra de endereços para navegar para uma pasta ou bi-
blioteca diferente ou voltar à anterior. Para obter mais informa- Quando você abre uma pasta ou biblioteca, pode alterar a
ções, consulte Navegar usando a barra de endereços. aparência dos arquivos na janela. Por exemplo, talvez você prefi-
ra ícones maiores (ou menores) ou uma exibição que lhe permita
Painel de biblioteca ver tipos diferentes de informações sobre cada arquivo. Para fazer
esses tipos de alterações, use o botão Modos de Exibição na
O painel de biblioteca é exibido apenas quando você está em barra de ferramentas.
uma biblioteca (como na biblioteca Documentos). Use o painel de Toda vez que você clica no lado esquerdo do botão Modos
biblioteca para personalizar a biblioteca ou organizar os arquivos de Exibição, ele altera a maneira como seus arquivos e pastas são
por propriedades distintas. Para obter mais informações, consulte exibidos, alternando entre cinco modos de exibição distintos: Íco-
Trabalhando com bibliotecas. nes grandes, Lista, um modo de exibição chamado Detalhes, que
mostra várias colunas de informações sobre o arquivo, um modo
Títulos de coluna de exibição de ícones menores chamado Lado a lado e um modo
de exibição chamado Conteúdo, que mostra parte do conteúdo de
Use os títulos de coluna para alterar a forma como os itens na dentro do arquivo.
lista de arquivos são organizados. Por exemplo, você pode clicar Se você clicar na seta no lado direito do botão Modos de Exi-
no lado esquerdo do cabeçalho da coluna para alterar a ordem em bição, terá mais opções. Mova o controle deslizante para cima ou
que os arquivos e as pastas são exibidos ou pode clicar no lado para baixo para ajustar o tamanho dos ícones das pastas e dos ar-
direito para filtrar os arquivos de maneiras diversas. (Observe que quivos. Você poderá ver os ícones alterando de tamanho enquanto
os cabeçalhos de coluna só estão disponíveis no modo de exibição move o controle deslizante.
Detalhes. Para aprender como alternar para o modo de exibição
Detalhes, consulte ‘Exibindo e organizando arquivos e pastas’
mais adiante neste tópico).

Lista de arquivos

É aqui que o conteúdo da pasta ou biblioteca atual é exibido.


Se você usou a caixa de pesquisa para localizar um arquivo, so-
mente os arquivos que correspondam a sua exibição atual (incluin-
do arquivos em subpastas) serão exibidos.

A caixa de pesquisa

Digite uma palavra ou frase na caixa de pesquisa para procu-


rar um item na pasta ou biblioteca atual. A pesquisa inicia assim

Didatismo e Conhecimento 35
INFORMÁTICA
As opções do botão Modos de Exibição Em seguida, arraste a pasta ou o arquivo da primeira pasta
para a segunda. Isso é tudo.
Em bibliotecas, você pode ir além, organizando seus arquivos
de diversas maneiras. Por exemplo, digamos que você deseja or-
ganizar os arquivos na biblioteca Músicas por gênero (como Jazz
e Clássico):
Clique no botão Iniciar e, em seguida, clique em Músicas.
No painel da biblioteca (acima da lista de arquivos), clique no
menu próximo a Organizar por e em Gênero.

Localizando arquivos

Dependendo da quantidade de arquivos que você tem e de


como eles estão organizados, localizar um arquivo pode significar
procurar dentre centenas de arquivos e subpastas; uma tarefa nada Para copiar ou mover um arquivo, arraste-o de uma janela
simples. Para poupar tempo e esforço, use a caixa de pesquisa para para outra
localizar o arquivo.
Ao usar o método arrastar e soltar, note que algumas vezes o
arquivo ou a pasta é copiado e, outras vezes, ele é movido. Se você
estiver arrastando um item entre duas pastas que estão no mesmo
disco rígido, os itens serão movidos para que duas cópias do mes-
mo arquivo ou pasta não sejam criadas no mesmo local. Se você
estiver arrastando o item para um pasta que esteja em outro local
A caixa de pesquisa (como um local de rede) ou para uma mídia removível (como um
CD), o item será copiado.
A caixa de pesquisa está localizada na parte superior de cada
janela. Para localizar um arquivo, abra a pasta ou biblioteca mais Dicas
provável como ponto de partida para sua pesquisa, clique na caixa
de pesquisa e comece a digitar. A caixa de pesquisa filtra o modo A maneira mais fácil de organizar duas janelas na área de tra-
de exibição atual com base no texto que você digita. Os arquivos balho é usar Ajustar.
serão exibidos como resultados da pesquisa se o termo de pesquisa Se você copiar ou mover um arquivo ou pasta para uma bi-
corresponder ao nome do arquivo, a marcas e a outras proprieda- blioteca, ele será armazenado no local de salvamento padrão da
des do arquivo ou até mesmo à parte do texto de um documento. biblioteca.
Se você estiver pesquisando um arquivo com base em uma Outra forma de copiar ou mover um arquivo é arrastando-o da
propriedade (como o tipo do arquivo), poderá refinar a pesquisa lista de arquivos para uma pasta ou biblioteca no painel de nave-
antes de começar a digitar. Basta clicar na caixa de pesquisa e de- gação. Com isso, não será necessário abrir duas janelas distintas.
pois em uma das propriedades exibidas abaixo dessa caixa. Isso
adicionará um filtro de pesquisa (como “tipo”) ao seu texto de pes- Criando e excluindo arquivos
quisa, fornecendo assim resultados mais precisos.
Caso não esteja visualizando o arquivo que está procurando, O modo mais comum de criar novos arquivos é usando um
você poderá alterar todo o escopo de uma pesquisa clicando em programa. Por exemplo, você pode criar um documento de texto
uma das opções na parte inferior dos resultados da pesquisa. Por em um programa de processamento de texto ou um arquivo de
exemplo, caso pesquise um arquivo na biblioteca Documentos, filme em um programa de edição de vídeos.
mas não consiga encontrá-lo, você poderá clicar em Bibliotecas Alguns programas criam um arquivo no momento em que são
para expandir a pesquisa às demais bibliotecas. Para obter mais abertos. Quando você abre o WordPad, por exemplo, ele inicia
informações, consulte Localizar um arquivo ou uma pasta. com uma página em branco. Isso representa um arquivo vazio (e
não salvo). Comece a digitar e quando estiver pronto para salvar o
Copiando e movendo arquivos e pastas trabalho, clique no botão Salvar no WordPad. Na caixa de diálogo
exibida, digite um nome de arquivo que o ajudará a localizar o
De vez em quando, você pode querer alterar o local onde os arquivo novamente no futuro e clique em Salvar.
arquivos ficam armazenados no computador. Por exemplo, talvez Por padrão, a maioria dos programas salva arquivos em pastas
você queira mover os arquivos para outra pasta ou copiá-los para comuns, como Meus Documentos e Minhas Imagens, o que facili-
uma mídia removível (como CDs ou cartões de memória) a fim de ta a localização dos arquivos na próxima vez.
compartilhar com outra pessoa. Quando você não precisar mais de um arquivo, poderá remo-
A maioria das pessoas copiam e movem arquivos usando um vê-lo do computador para ganhar espaço e impedir que o compu-
método chamado arrastar e soltar. Comece abrindo a pasta que con- tador fique congestionado com arquivos indesejados. Para excluir
tém o arquivo ou a pasta que deseja mover. Depois, em uma janela um arquivo, abra a respectiva pasta ou biblioteca e selecione o
diferente, abra a pasta para onde deseja mover o item. Posicione as arquivo. Pressione Delete no teclado e, na caixa de diálogo Excluir
janelas lado a lado na área de trabalho para ver o conteúdo de ambas. Arquivo, clique em Sim.

Didatismo e Conhecimento 36
INFORMÁTICA
Quando você exclui um arquivo, ele é armazenado temporariamente na Lixeira. Pense nela como uma rede de segurança que lhe permite
recuperar pastas ou arquivos excluídos por engano. De vez em quando, você deve esvaziar a Lixeira para recuperar o espaço usado pelos
arquivos indesejados no disco rígido.

Abrindo um arquivo existente

Para abrir um arquivo, clique duas vezes nele. Em geral, o arquivo é aberto no programa que você usou para criá-lo ou alterá-lo. Por
exemplo, um arquivo de texto será aberto no seu programa de processamento de texto.
Mas nem sempre é o caso. O clique duplo em um arquivo de imagem, por exemplo, costuma abrir um visualizador de imagens. Para
alterar a imagem, você precisa usar um programa diferente. Clique com o botão direito do mouse no arquivo, clique em Abrir com e no
nome do programa que deseja usar.

CONCEITOS E FUNÇÕES DE
APLICATIVOS DAS VERSÕES DO
MS OFFICE: EDITORES DE TEXTO,
PLANILHAS ELETRÔNICAS,
APRESENTAÇÕES DE SLIDES.

Microsoft Word 2007

O Word 2007 é um processador de texto, constituindo uma poderosa ferramenta de auxílio à elaboração de documentos.
Com este aplicativo, você pode criar uma grande diversidade de documentos, utilizando recursos como tabelas, gráficos, índices, ima-
gens, som, vídeo e texto em colunas entre muitos outros.
Nesta nova versão, o Word surge com uma nova interface, em que os tradicionais menus de opções desaparecem e dão lugar a uma
faixa de opções com diversas guias, onde podemos encontrar, mais facilmente, os comandos necessários para executar as tarefas que nos
propomos realizar.

1. Explorando a janela do Word

1.1 Acessando o Word


Há várias formas de acessar o Word. A mais utilizada é clicar no botão Iniciar, Todos os programas, Microsoft Office, Microsoft Office
Word 2007. Observe a figura abaixo:

1.2 Conhecendo a área de trabalho do Word


Logo que abrimos o Word, um documento é criado automaticamente com o nome de Documento 1, e é visualizada uma janela, como
a demonstrada na figura.

Didatismo e Conhecimento 37
INFORMÁTICA

Menu – Clicando sobre o Botão Office , no canto superior esquerdo, aparecerão funções como Salvar, Imprimir e Fechar entre
outras, que são as principais ações de controle da janela do Word.

Do lado direito do Botão Office , você poderá personalizar a Barra de ferramentas de acesso rápido, clicando na Caixa de lista-
gem (lista de opções disponíveis) .
Para ativar ou desativar um comando, basta clicar sobre ele.

Didatismo e Conhecimento 38
INFORMÁTICA
Barra de Título – Mostra o título do programa e o nome do Abaixo da barra de rolagem, há botões para tornar essa nave-
documento (arquivo) que está aberto. gação mais rápida:

Página anterior e Próxima página .

Faixa de opções – A faixa de opções é o local onde estão os


principais comandos do Word, separados por guias: Início, Inse-
rir, Layout da Página, Referências, Correspondências, Revisão e
Exibição. No botão Selecionar objeto da procura, é possível, por exem-
plo, procurar uma palavra, gráfico, tabela etc. em todo o docu-
mento.

Botão ajuda – Acessa a ajuda do Office Online ou a local


(salva no computador).
Controle da janela – Controles para Minimizar , Maximizar
( ficar do tamanho da tela), Restaurar (poder ser redimensionada Barra de status – Mostra informações sobre o documento
conforme necessidade) e Fechar a janela. atual, tais como o número de páginas e a página atual. Está locali-
zada na margem inferior da tela.

Réguas – As réguas horizontais e verticais são usadas para


defi nir e visualizar os recuos de parágrafos, tabulação, margem
das páginas e largura das colunas, quando trabalhamos com tabe- Modos de exibição – Os modos de exibição são encontrados
las (fi gura 8). Para habilitá-las ou desabilitá-las, basta clicar no à direita da barra de status e permitem alterar a visualização do
botão Régua, que fi ca no canto superior direito (abaixo da faixa documento.
de opções).

Barra de rolagem – As barras de rolagem permitem que você As opções são as seguintes:
navegue pelo documento, quando a página for maior que a tela,
clicando sobre as setas ou arrastando o botão de rolagem.

Didatismo e Conhecimento 39
INFORMÁTICA

Área do documento – Local em que os textos são digitados


e editados. Nessa área, observamos uma barra vertical piscando,
chamada de cursor ou ponto de inserção.
Qualquer caractere será inserido à esquerda do cursor.

1.3 Obtendo ajuda Curiosidade!


Para obter ajuda, é só clicar no botão Ajuda , localizado
no canto superior direito da janela, ou pressionar a tecla F1. Abrir- Quando você abrir a janela de Ajuda, o Word tentará conectar-
se-á, então, uma janela, como mostra a figura: se automaticamente ao Office Online. Isso acontece, pois o conteú-
do online é mais completo e atualizado, mas, se você quiser usar o
Conteúdo Offline (instalado junto com o Office sem a necessidade
de estar conectado à internet), basta clicar no botão Conectado ao
Office Online e na opção Mostre conteúdo apenas deste compu-
tador .

Existem várias formas de encerrar o Word. Uma delas é clicar


no Botão Office e na opção Fechar.
Caso haja alguma alteração em seu documento que não tenha
sido salva, aparecerá a seguinte mensagem:

Dica!
A forma mais rápida de encerrar o Word é clicar no controle
Fechar, em sua janela

Didatismo e Conhecimento 40
INFORMÁTICA
1.4 Entendendo melhor o menu do Word
Vamos, agora, trabalhar com cada uma das opções do menu do Word, visualizadas ao clicar no Botão Office:

Essa opção abre uma janela como a ilustrada na figura abaixo. Nela, você pode escolher um modelo (layout) para o novo documento.
O modelo padrão é Documento em branco.

Adicionando texto

No documento criado, vamos inserir um pequeno texto, que será utilizado posteriormente para praticarmos os demais comandos. O
Word apresenta um grande número de configurações que eliminam a necessidade de atentar para como o texto vai ficar na página, dife-
rentemente do tempo da máquina de escrever. Ao começar a digitar, o cursor se movimenta para a direita, e os caracteres que você digita
vão aparecendo à esquerda dele. Digite o texto abaixo e não se preocupe em como fazer o cursor passar para a linha seguinte. Isso é feito
automaticamente e se chama rearranjo de linhas.

Didatismo e Conhecimento 41
INFORMÁTICA
Usando a tecla ENTER para criar uma nova linha

Observe que, ao chegar ao final da linha de texto, o cursor vai automaticamente para a linha seguinte.
Para fazer o cursor passar para a próxima linha antes que ele atinja a margem direita, é necessário pressionar a tecla ENTER.
Você só precisará usar a tecla ENTER em duas situações:
• Para terminar um parágrafo.
• Para criar uma linha em branco entre parágrafos, figuras, gráficos etc.

Para salvar (gravar) um documento, clique no Botão Office e, em seguida, em Salvar. Vale lembrar que o documento é salvo com as
alterações feitas até o momento da ação de salvar, isto é, tudo o que você fizer depois dela não estará salvo, enquanto não clicar novamente
em Salvar.
Quando você fechar e abrir o arquivo novamente, ele estará da forma como estava quando foi salvo pela última vez. O arquivo terá a
extensão .docx , que é inserida automaticamente pelo Word.
Dicas !
Para facilitar a busca por seus documentos, há algumas dicas quanto à nomeação de arquivos quando for salvá-los:
• Use palavras-chave que facilitem a memorização.
• Digite as iniciais em maiúsculas.
• Evite preposições entre as palavras.
• Evite acentos e cedilhas.
• Insira datas, se necessário.
Exemplo:
Para salvar um relatório semanal de atividades, um bom nome seria RelSemAtiv_12_Dez.
Nesse caso, o 12_Dez identifica a semana a que se refere o relatório, sem ser necessário abri-lo.
Vamos salvar o documento que acabamos de digitar com o nome de Parte_Pratica.
É importantíssimo o hábito de manter o documento salvo. Contudo, caso você se esqueça de salvá-lo e, por algum problema, o com-
putador se desligue ou trave inesperadamente, ainda há possibilidade de recuperar o documento, graças ao recurso Recuperação automática
de arquivos.
Como? Recuperação automática de arquivos?
Sim! Sem que você note, de tempo em tempo, automaticamente, o Word salva o arquivo, para que, em ocasiões inesperadas, você não
perca seu trabalho.
Assim, na ocasião seguinte em que você abrir o Word 2007, aparecerá uma janela com a lista de todos os documentos recuperados. Para
abrir qualquer um dos arquivos, basta clicar sobre ele.

Usando modelos prontos para criar documentos

A seguir, vamos ver alguns modelos de documentos que podem ser feitos com o auxílio do Word. Para acessá-los, clique no Botão Office
e, em seguida, no botão Novo. Após selecionar o modelo desejado, basta clicar em Baixar.

Didatismo e Conhecimento 42
INFORMÁTICA

Ao clicar no botão Abrir, aparecerá uma janela em que você


deve procurar o arquivo que deseja abrir.

Ao localizar o arquivo desejado, clique sobre ele e em Abrir.

Para salvar um documento no Word, você deve clicar no Bo-


tão Office e, em seguida, em Salvar.
Se houver necessidade de salvar o arquivo com outro nome ou
em outro local, clique no Botão Office e, em seguida, em Salvar
como. Em seguida, digite o nome desejado e/ou selecione o local
desejado (HD, CD, Pendrive etc.) e clique em Salvar.

Conforme mostra a figura abaixo, na lista ao lado dos bo-


tões do menu, há uma área chamada Documentos Recentes. Nela,
aparecem os últimos documentos acessados com o ícone no
canto direito. Para fixar um documento na lista dos mais recentes,
basta clicar nesse ícone, que ficará assim: .

Didatismo e Conhecimento 43
INFORMÁTICA
• Impressão Rápida - Imprime diretamente, sem nenhuma
configuração.
• Visualização de Impressão – Possibilita conferir como fi-
cará impresso seu documento. Para voltar à visualização layout
de impressão, clique no botão Fechar Visualização de Impressão

Para imprimir o arquivo aberto, é necessário ter alguma im-


pressora conectada ao computador ou a uma rede local.
Clique no Botão Office e posicione o mouse no botão Impri-
mir : aparecerão três opções, como vemos na tela abaixo :

1.5 A faixa de opções

A faixa de opções mostra os comandos mais utilizados agru-


pados por temas, para que você não precise procurá-los em vários
menus, assim facilitando o trabalho.
A seguir, apresentamos a faixa de opções e como trabalhar
com ela.

1.5.1 Conteúdo da faixa de opções


• Imprimir – Abre uma janela com configurações que permi- Há três componentes básicos na faixa de opções. É bom saber
tem selecionar a impressora, páginas a serem impressas, número como cada um se chama para compreender como utilizá-lo.
de cópias etc.

1. Guias – Há sete guias básicas na parte superior. Cada


uma representa uma área de atividade e, em cada uma delas, os
comandos são reunidos por grupos. Por exemplo, a guia Início
contém todos os comandos que você utiliza com mais frequência
e os botões Recortar, Copiar e Colar, que estão no grupo Área de
transferência.
2. Grupos – Cada guia tem vários grupos que mostram os
itens relacionados em conjunto.
3. Comandos – Um comando é um botão, uma caixa para
inserir informações ou um menu.

Didatismo e Conhecimento 44
INFORMÁTICA
Dica

A faixa de opções facilita a localização de todas as funções.


No entanto, você pode querer trabalhar com seu documento em um
espaço maior. Se esse for o caso, é possível ocultá-lo, dando um
clique duplo na guia ativa. Para ver os comandos novamente, basta
dar outro clique duplo em uma das guias.

Confira abaixo os grupos de cada uma das guias:


• Início – Área de transferência, Fonte, Parágrafo, Estilo e
Edição.
• Inserir – Páginas, Tabelas, Ilustrações, Links, Cabeçalho e
Rodapé, Texto e Símbolos.
• Layout da Página – Temas, Confi gurar Página, Plano de 2.2 Selecionando partes do documento
Fundo da Página, Parágrafo e Organizar.
• Referências – Sumário, Notas de Rodapé, Citações e Biblio-
gra fi a, Legendas, Índice e Índice de Autoridades.
• Correspondências – Criar, Iniciar Mala Direta, Gravar e In-
serir Campos, Visualizar Resultados e Concluir.
• Revisão – Revisão de Texto, Comentários, Controle, Altera-
ções, Comparar e Proteger.
• Exibição – Modo de Exibição de Documento, Mostrar/Ocul-
tar, Zoom, Janela e Macros.
Alguns grupos têm uma seta diagonal no canto inferior direito
chamada de Iniciador de Caixa de Diálogo. Ao clicar nela, você
verá mais opções relacionadas a esse grupo.

2. EDITANDO UM DOCUMENTO

2.1 Navegando pelo documento

Há várias maneiras de navegar por documentos. Além da bar-


ra de rolagem, que vimos anteriormente, e do mouse, podemos
utilizar as seguintes teclas:

Caso você prefira, alguns comandos podem ser realizados


com o mouse:

Didatismo e Conhecimento 45
INFORMÁTICA
2.5.1 Alterando a fonte, a cor e o tamanho do caractere ou
texto

Utilizaremos o grupo Fontes para trabalharmos com caracte-


res e textos.
Para fazer as alterações desejadas, é necessário que o texto
esteja selecionado. Veja os comandos de seleção no item 2.2.
Abra o arquivo Parte_Pratica e selecione a palavra “melho-
res”. Clique na caixa de diálogo para abrir as opções de fonte e vá
passando o mouse sobre elas.
Observe que a palavra selecionada vai sendo visualizada de
acordo com o tipo de fonte sobre a qual o ponteiro do mouse é
deslocado. Após escolher a fonte desejada, clique sobre ela.

2.3 Inserindo texto

Para inserir texto no documento (uma letra, uma palavra, um


parágrafo, uma página etc.), basta posicionar o cursor no local de-
sejado e digitar os dados a serem inseridos.
Vale lembrar que a inserção ocorrerá à esquerda do cursor.

2.4 Deletando (apagando) texto

Em seguida, faça o mesmo com a opção de tamanho.

2.5 Formatando caracteres e parágrafos

Utilizaremos os comandos da guia Início para trabalharmos


com as formatações mais comuns de caracteres e parágrafos, que
incluem mudança de fonte, cor, tamanho, alinhamento de texto etc.
Um novo recurso do Office 2007 que facilita a formatação
do documento é o preview ou pré-visualização de uma alteração
sem ter que aplicá-la. Por exemplo, para alterar o tipo de fonte O mesmo procedimento deverá ser adotado para alterar a cor
(letra), conforme você passa o mouse pelas fontes instaladas, o do realce do texto, que, por padrão, é sem cor; a cor da fonte, que,
texto selecionado é, automaticamente, visualizado como ficará. E por padrão, é preta; e o estilo de sublinhado, que, por padrão, é
isso vale para algumas das opções de formatação: cor, tamanho e desativado. No caso dos demais comandos, o efeito só será visua-
estilo dentre outras. lizado após ser aplicado.

Didatismo e Conhecimento 46
INFORMÁTICA

2.5.3 Alterando o espaçamento entre linhas

Podemos alterar o espaçamento entre linhas (o padrão é 1,0


– simples), ou ainda os espaços antes ou depois dos parágrafos (o
padrão é de 12 em 12 pontos). Observe a figura.

Dica
Quando você seleciona um texto e passa o mouse sobre ele,
aparece uma caixa de ferramentas, com algumas opções de forma-
tação, para tornar seu trabalho mais rápido.

O botão Opções de Espaçamento de Linha permite estabelecer


espaçamentos personalizados.

2.5.2 Alterando o alinhamento de linhas ou parágrafos

Agora, utilizaremos os comandos do grupo Parágrafo , da guia


Início .
O texto da linha em que estiver posicionado o cursor ou o pa-
rágrafo selecionado poderão ser alinhados de quatro formas:

Didatismo e Conhecimento 47
INFORMÁTICA

-- Marcação do parágrafo
2.5.4 Utilizando a régua para definir margens e marcações -- Margem esquerda
de parágrafos -- Margem direita
1 – Margem esquerda em 0cm.
A régua é a ferramenta que de fi ne as margens do documento, 2 – Parágrafo em 2cm.
do texto selecionado e as marcações de parágrafo. 3 – Margem direita em 15cm.
Margem do documento 4 – Após o ENTER, o cursor fica automaticamente na posição
Na régua, existem marcadores que defi nem as margens es- 2cm.
querda e direita do documento. Veja a figura:
Todos os comandos vistos até agora podem ser efetuados, cli-
cando-se no Iniciador de Caixa de Diálogo do grupo Parágrafo.

Observe que há números antes e depois dos marcadores. Essa


numeração é o valor da margem em centímetros. Por padrão, as
margens iniciam-se em 0cm e terminam em 15cm.
Ao passar o mouse por um dos marcadores, aparecerá uma
seta. Se você clicar nela e arrastá-la, alterará as margens do do-
cumento.

Por exemplo, abra o arquivo Parte_Pratica e arraste a mar-


gem esquerda, até que o número 1 seja o único visualizado. Isso
indicará que há 1cm de margem esquerda para todo o documento.
Para determinar a margem direita em 14cm, basta arrastá-la até o
número 14.
O texto deverá ficar semelhante ao apresentado na figura
abaixo.

2.5.5 Trabalhando com marcadores, numeradores e listas


As listas desempenham várias funções, desde resumir infor-
Margem do parágrafo selecionado mações a facilitar sua compreensão e assimilação. As listas podem
ser numeradas ou apresentar marcadores.
As margens esquerda e direita, bem como a marcação de pa-
rágrafo do texto selecionado, são de fi nidas pelos marcadores ao
clicarmos sobre eles e arrastá-los.

Se você tiver uma sequência de informações, uma lista nume-


rada será essencial para informar o número de itens rapidamente.

Didatismo e Conhecimento 48
INFORMÁTICA
As listas podem apresentar um nível único ou vários níveis. Os símbolos disponíveis dependerão da fonte selecionada.
Na lista de nível único, todos os itens têm a mesma hierarquia e Na figura, a fonte é Wingdings. Também poderão ser adicionadas
o mesmo recuo. Já a lista de vários níveis significa que há uma imagens.
lista dentro de outra. Veja abaixo a diferença entre ambas: Para criar automaticamente listas numeradas, digite o número
1 e um ponto (1.), seguido de um espaço. O numerador padrão é
1. De modo semelhante ao anterior, ao abrir a caixa de diálogo
Numeração , você poderá utilizar um formato ou Definir Novo
Formato de Número.

Criando lista de vários níveis


Podemos criar automaticamente listas de vários níveis. Para
isso, basta pressiona o botão e selecionar o modelo dese-
jado.
Tanto marcadores quanto numeradores podem ser inseridos
nos parágrafos selecionados.
Há mais de uma maneira de iniciar uma lista. Uma das mais
utilizadas é criar a lista automaticamente, à medida que os dados
são digitados.
Se você precisar de uma lista com marcadores, basta digitar
um asterisco (*), seguido de um espaço: o asterisco se transforma
em marcador, e a lista é iniciada. Quando terminar de digitar o
primeiro item, pressione ENTER, e um novo marcador aparecerá
na linha seguinte.
Existem vários símbolos que você pode usar para iniciar uma
lista. O marcador padrão é o bollet •. Ao abrir a caixa de diálogo
Marcadores, você poderá utilizar um marcador existente ou Defi-
nir Novo Marcador

Para que os subníveis apareçam, basta clicar no botão Au-


mentar recuo . Veja o exemplo abaixo:
1. VITAMINAS
1.1 Complexo B
1.1.1. B1
1.1.2. B2
1.1.3. B12
2. SAIS MINERAIS
Caso você avance um recuo a mais do que o desejado, basta
clicar no botão Diminuir recuo .

Interrompendo a lista
A maneira mais fácil de interromper a criação de uma lista é
pressionar a tecla ENTER duas vezes. Ao fazer isso, você estará
pronto para iniciar um novo parágrafo em uma nova linha.
Se estiver no meio de uma lista e precisar digitar algum texto abai-
xo do marcador no mesmo nível do texto acima, use a tecla BACKSPA-
CE. Isso removerá o marcador, mas manterá o recuo de texto.
Para alinhar o novo texto abaixo do próprio marcador, e não
do texto acima, pressione BACKSPACE duas vezes. Por fi m,
para eliminar o recuo de lista, pressione BACKSPACE três vezes.

Didatismo e Conhecimento 49
INFORMÁTICA
Marcadores ou números
Se você achar que escolheu o tipo inadequado de lista, ou seja,
iniciou-a com marcadores, mas entende que números seriam me-
lhores ou vice-versa, não se preocupe.
É fácil fazer a troca. Basta clicar em qualquer lugar na lista e,
em seguida, no botão Marcadores ou Numeração , na
faixa de opções.

Curiosidade!
Esses dois botões “memorizarão” o tipo de lista utilizado pela
última vez e farão uso desse tipo, quando você clicar nesses botões
novamente.

Dica!
Para classificar uma lista após criá-la em ordem alfabética, por
exemplo, use o botão Classificar. Tenha em mente que, ao classi-
ficar uma lista numerada, somente os itens serão classificados. A
ordem numérica continuará a mesma.
Essa opção possibilita trabalhar com o seguinte:
2.5.6 Inserindo bordas e sombreamento • Bordas – Coloca borda no texto selecionado ou no pará-
Para dar destaque a palavras, parágrafos, páginas, imagens e grafo.
células (tabelas) entre outros objetos, o Word dispõe do recurso de • Borda da página – Coloca uma borda em todas as páginas
borda e de sombreamento. do documento.
Abra o arquivo Parte_Pratica e selecione o trecho “Microsoft • Sombreamento – Permite definir cor de Preenchimento e
Office Word 2007”. estilo dos padrões do texto ou parágrafo selecionado.
Dê um clique na seta que abre a caixa de diálogo do botão
Bordas e Sombreamento .
Observe que as opções apresentadas permitem colocar bordas
na parte inferior, superior etc. Clique na opção Bordas e Sombrea-
mento.

No exemplo acima, o Preenchimento é amarelo e, no item


padrões, o estilo selecionado é Horizontal clara, na cor verde.
Quando trabalhamos com tabelas, a utilização de bordas torna
melhor e mais agradável a visualização.

2.5.7 Visualizando marcas de parágrafos e símbolos de for-


matação ocultos

Às vezes, você deseja obter um resultado de formatação e não


consegue entender por que ele não aparece. Pode ser que existam
caracteres ocultos em seu documento.
Para visualizá-los, clique no botão Mostrar Tudo . Obser-
ve a figura abaixo.

Didatismo e Conhecimento 50
INFORMÁTICA

O que cada símbolo representa:


• ¶ – Foi pressionada a tecla ENTER.
• Æ – Foi utilizado marcador ou numeração.
• . (ponto) – Existência de espaço em branco.
• ........Quebra de página......... – Quebra de página criada pelo usuário ( CTRL + ENTER).
• .......................................... – Quebra de página automática.

2.6 Copiando uma formatação


Imagine que você tenha trocado o tipo, a cor e o tamanho da fonte, inserido borda e/ou sombreamento e quer tudo isso em um novo
parágrafo ou parte do documento. Seria preciso fazer tudo novamente? Não!
O Word dispõe do botão Formatar Pincel , que copia a formatação de uma área selecionada e a aplica em outra. Após selecionar
a formatação desejada, dê um clique duplo nesse botão e, em seguida, no local onde você quer repetir a formatação. Caso seja mais de um,
você pode arrastar o mouse para expandir a seleção.
Para cancelar a cópia de formatação, dê um clique no botão para desativá-lo.
Veja o exemplo abaixo, em que a formatação da palavra “melhores” foi copiada para o último trecho do parágrafo (arquivo Parte_Pra-
tica ).

2.7 Movendo partes do documento


Ainda observando o parágrafo já mencionado, você decide que a frase “Agora é hora de se familiarizar com o Microsoft Offi ce Word
2007.” deve ser a última e não a primeira.
Você não precisa excluí-la e digitá-la novamente. Em vez disso, mova-a, realizando uma operação de recortar e colar: recorte a frase
para excluí-la do local atual e, em seguida, cole-a no novo local.
Primeiro, selecione a frase inteira.

Em seguida, clique em Recortar , no grupo Área de Transferência . Observe que a frase desaparece do texto.

Didatismo e Conhecimento 51
INFORMÁTICA
Em seguida, mova o cursor para o fim do parágrafo, onde deseja que a frase apareça e, no grupo Área de Transferência, clique em Colar
.

Dica!
Um atalho de teclado para recortar é CTRL+X e para colar é CTRL+V.
Quando você começar a editar o documento com frequência, verá como esse atalho é rápido e conveniente.
Os itens recortados ou copiados permanecem na Área de Transferência, até que você saia de todos os programas do Office ou os exclua,
clicando no item desejado e, em seguida, em Excluir ou em Limpar tudo.

2.8 Copiando partes do documento

Os procedimentos para copiar partes de um documento são praticamente os mesmos de recortar. A diferença é que o conteúdo será
mantido na posição original.
Selecione o trecho “obtenha ajuda”:

Em seguida, clique em Copiar , no grupo Área de Transferência. Observe que o trecho permanece no local de origem.

Em seguida, mova o cursor para o fim do parágrafo, onde deseja que a frase apareça e, no grupo Área de Transferência, clique em Colar.

Didatismo e Conhecimento 52
INFORMÁTICA

Observe que o texto foi duplicado.


Dica!
Um atalho de teclado para copiar é CTRL+C e para colar é CTRL+V.

2.9 Utilizando estilos rápidos


No grupo Estilos, temos a Galeria de Estilos Rápidos, que exibe em miniatura diversas combinações de formatação. Quando você
posicionar o ponteiro do mouse sobre uma das miniaturas, poderá ver como o estilo rápido afetará o texto selecionado.

Abra o arquivo Parte_pratica e dê dois ENTER após 2007, para que a frase fique como se fosse um título. Selecione a frase como no
exemplo abaixo:

Em seguida, posicione o mouse nos estilos rápidos existentes e observe o resultado.


O estilo utilizado na figura foi Referência intensa.

O botão Alterar Estilos permite selecionar estilos rápidos para todo o documento e não apenas para a área selecionada.

Didatismo e Conhecimento 53
INFORMÁTICA
2.10 Localizando e substituindo textos Clique em Edição e, em seguida, selecione a opção Localizar
. Observe que a palavra word já está na caixa de texto Locali-
Imagine se, em um relatório ou trabalho de escola, você tives- zar, pois o Word mantém a última pesquisa feita. Clique em Realce
se que procurar ou substituir uma palavra que aparece 50 vezes, de Leitura e em Realçar Tudo.
em diferentes pontos do texto. Isso levaria bastante tempo, não é
mesmo?
Um recurso muito útil é o de localização e substituição rápida
de uma palavra ou frase. Para isso, utilizamos os comandos do
grupo Edição, da guia Início .

2.10.1 Localizando texto


Abra o arquivo Parte_Pratica e copie o parágrafo pelo menos
três vezes.

Para desativar o realce na tela, clique em Realce de Leitura e


em Limpar Realce.

2.10.3 Localizando e substituindo texto


É possível substituir automaticamente uma palavra ou frase
por outra. Por exemplo, é possível substituir Word por Excel.
Observação: O texto de substituição usará a mesma capitali-
zação que o texto a ser substituído, ou seja, se você pesquisar por
Clique no grupo Edição e, em seguida, selecione a opção Lo- WORD e substituí-lo por Excel, o resultado será EXCEL.
calizar . Observe a figura: Clique em Edição e, em seguida, selecione a opção Substi-
tuir . Observe, na figura abaixo que a caixa de diálogo
apresentada é muito semelhante à anterior:

Em seguida, digite a palavra word na caixa de texto Locali-


zar. Para localizar cada ocorrência, clique em Localizar próxima.
E para localizar todas as ocorrências de uma vez, clique em Loca- Na caixa de diálogo Localizar, digite o texto que deseja pes-
lizar em e em Documento principal. quisar e, na caixa Substituir por , digite o texto de substituição.

Para cancelar uma pesquisa em andamento, pressione ESC . Para localizar a próxima ocorrência do texto, clique em Lo-
calizar Próxima. Caso queira substituí-la, clique em Substituir. Ao
2.10.2 Localizando e realçando um texto na tela clicar em Substituir, o cursor irá para a próxima ocorrência do tex-
Para ajudá-lo a visualizar cada ocorrência de uma palavra ou to. Para substituir todas as ocorrências, clique em Substituir Tudo.
frase no documento, é possível pesquisar todas as ocorrências e Dica!
realçá-las na tela. Apesar de o texto estar realçado na tela, ele não Digite sempre o texto de substituição em minúsculo, pois ele
fi ca realçado, quando o documento é impresso. assumirá a capitalização do texto a ser substituído.

Didatismo e Conhecimento 54
INFORMÁTICA
2.10.4 Indo para um ponto específico do documento • Proteger – Restringe a formatação e a edição do documento
Ao clicar nas opções Localizar ou Substituir , você terá aces- por parte de outros usuários, o acesso a alterações no documento a
so à guia Ir para, que, como o título sugere, permite a você ir di- pessoas específicas e a adição de comentários, mas sem alterações
retamente a um ponto do documento, que pode ser uma Página, significativas.
Seção, Linha etc.
2.11.1 Verificando e corrigindo ortografia e gramática
Por padrão, automaticamente, o Word verifica a ortografia e
a gramática, enquanto o texto é digitado. Isso evita que tenhamos
que fazer uma revisão final antes de entregar o documento a seu
destinatário. Porém, nem sempre o que o Word identifica como
erro ortográfico ou gramatical está realmente errado. Por essa ra-
zão, você pode aceitar ou não a mudança sugerida.
Digite o arquivo “Soneto_de_Fidelidade”:
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
2.10.5 Selecionando textos, objetos e formatações Que mesmo em face do maior encanto
No grupo Edição, ainda temos a opção Selecionar (fi gura Dele se encante mais meu pensamentu.
57), que permite Selecionar Tudo (seleciona todo o documento), Quero vivê-lo em cada vão momento
Selecionar Objetos (imagens, gráficos etc.) e Selecionar texto com E em seu louvor hei de espalhar meu canto
formatação semelhante (mesma fonte, cor, tamanho, etc.). E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja in fi nito enquanto dure.
Soneto de Fidelidade

Vinicius de Moraes, “Antologia Poética”, Editora do Autor,


Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.
Observe que a palavra pensamento está escrita de forma er-
rada e se encontra sublinhada em vermelho. Isso indica problema
Para selecionar texto com formatação semelhante, selecione ortográfico. Já a palavra cada está sublinhada em verde, o que in-
uma das ocorrências com a formatação desejada e clique na opção dica problema gramatical.
correspondente. Clique no botão Ortografia e Gramática : será visualizada
uma tela semelhante à da figura abaixo.
2.11 Revisando o texto
Assim que um documento é finalizado, fazer uma boa revisão
é essencial. Para isso, pode-se utilizar a guia Revisão, composta
pelos seguintes grupos:

• Revisão de Texto – Permite veri fi car erros ortográ fi cos e


gramaticais, pesquisar em dicionários, traduzir o texto para outros
idiomas e ainda contar as palavras do documento.
• Comentários – Permite inserir informações impressas ou
não no documento, com o objetivo de esclarecer possíveis dúvidas
quanto ao conteúdo. A palavra que o Word entende como grafada erroneamente
• Controle e Alterações – Possibilitam ao revisor do texto aparecerá destacada em vermelho e, na caixa Sugestões, serão
sinalizar, de forma simples e prática, as áreas do documento que apresentadas opções para corrigi-la. Escolha a que melhor se ajus-
foram alteradas. ta ao texto e clique em Alterar. Você ainda poderá clicar em:
• Comparar – Compara duas versões do mesmo documento,
ou combina versões de vários autores em um único documento.

Didatismo e Conhecimento 55
INFORMÁTICA

O dicionário padrão utilizado para a verificação é o Português


(Brasil). Contudo, ele poderá ser alterado, clicando-se na caixa de
opções Idioma do dicionário. As opções são as seguintes:

2.11.2 Utilizando o dicionário de sinônimos


O Word possui uma lista de sinônimos para várias palavras.
Esse é um recurso muito útil, quando precisamos utilizar uma pa-
lavra várias vezes no texto.
Depois de selecionar a palavra, dê um clique em Dicionário
de Sinônimos .
Por exemplo, vamos ver quais são os sinônimos que o Word
apresenta para a palavra “muito”:

Você pode clicar com o botão direito do mouse sobre uma


palavra para corrigi-la ou para buscar um sinônimo para ela.

Após localizar a palavra mais adequada ao contexto de seu


documento, clique na seta, que abre a caixa de diálogo ao lado da
palavra.

Didatismo e Conhecimento 56
INFORMÁTICA

Ao clicar no botão de Tabela, você pode definir a quantidade


de linhas e colunas, pode clicar no item Inserir Tabela ou Desenhar
a Tabela, Inserir uma planilha do Excel ou usar uma Tabela Rápida
que nada mais são do que tabelas prontas onde será somente neces-
sário alterar o conteúdo.

As demais opções do grupo Revisão de Texto são as seguintes:

Você pode criar facilmente uma tabela mais complexa, por


exemplo, que contenha células de diferentes alturas ou um número
variável de colunas por linha semelhante à maneira como você usa
Tabelas uma caneta para desenhar uma tabela. Ao desenhar a caixa que fará
parte da tabela, você pode utilizar o topo
As tabelas são com certeza um dos elementos mais impor-
tantes para colocar dados em seu documento. Use tabelas para Ferramentas de Tabela.
organizar informações e criar formas de páginas interessantes e
disponibilizar seus dados. Para inserir uma tabela, na ABA Inserir
clique no botão Tabela.

Através do grupo Opções de Estilo de Tabela é possível defi-


nir células de cabeçalho. O grupo Estilos de Tabela permite aplicar
uma formatação a sua tabela e o grupo Desenhar Bordas permite
definir o estilo, espessura e cor da linha. O botão Desenhar Tabela
transforma seu cursor em um lápis para desenhar as células de sua
tabela, e o botão Borracha apaga as linhas da tabela.

Didatismo e Conhecimento 57
INFORMÁTICA
Você pode observar também que ao estar com alguma célula O segundo grupo é o Linhas e Colunas permite adicionar e
da tabela com o cursor o Word acrescenta mais uma ABA ao final, remover linhas e colunas de sua tabela.
chamada Layout, clique sobre essa ABA.

O primeiro grupo Tabela permite selecionar em sua tabela,


apenas uma célula, uma linha, uma coluna ou toda a tabela.

Ao clicar na Faixa deste grupo ele abre uma janela onde é


possível deslocar células, inserir linhas e colunas. O terceiro grupo
é referente à divisão e mesclagem de células.

Ao clicar na opção Propriedades será aberto uma janela com


as propriedades da janela.

A opção Mesclar Células, somente estará disponível se você


selecionar duas ou mais células. Esse comando permite fazer com
que as células selecionadas tornem-se uma só.

A opção dividir células permite dividir uma célula. Ao clicar


nessa opção será mostrada uma janela onde você deve definir em
quantas linhas e colunas a célula será dividida.

Nesta janela existem quatro Guias. A primeira é relativa à ta-


bela, pode-se definir a largura da tabela, o alinhamento e a quebra
do texto na tabela. Ao clicar no botão Bordas e Sombreamento
abre-se a janela de bordas e sombreamento estudada anteriormen-
te. Ao clicar em Opções é possível definir as margens das células e
o espaçamento entre as células.
A opção dividir tabela insere um parágrafo acima da célula
que o cursor está, dividindo a tabela. O grupo Tamanho da Célula
permite definir a largura e altura da célula. A opção AutoAjuste
tem a função de ajustar sua célula de acordo com o conteúdo den-
tro dela.

Didatismo e Conhecimento 58
INFORMÁTICA
O grupo Alinhamento permite definir o alinhamento do con- Ele é composto de três opções Cabeçalho, Rodapé e Número
teúdo da tabela. O botão Direção do Texto permite mudar a direção de Página.
de seu texto. A opção Margens da Célula, permite alterar as mar-
gens das células como vimos anteriormente.

O grupo Dados permite classificar, criar cálculos, etc., em sua


tabela.

A opção classificar como o próprio nome diz permite classifi-


car os dados de sua tabela.

Ao clicar em Cabeçalho o Word disponibiliza algumas opções


de caixas para que você possa digitar seu texto. Ao clicar em Edi-
tar Cabeçalho o Word edita a área de cabeçalho e a barra superior
passa a ter comandos para alteração do cabeçalho.

A área do cabeçalho é exibida em um retângulo pontilhado, o


restante do documento fica em segundo plano. Tudo o que for inse-
rido no cabeçalho será mostrado em todas as páginas, com exceção
Ele abre a seguinte janela e coloca sua primeira linha como a se você definiu seções diferentes nas páginas.
linha de cabeçalho, você pode colocar até três colunas como cri-
térios de classificação. O botão Converter em Texto permite trans-
formar sua tabela em textos normal. A opção fórmula permite fazer
cálculos na tabela.

Cabeçalho e Rodapé

O Word sempre reserva uma parte das margens para o cabeça-


lho e rodapé. Para acessar as opções de cabeçalho e rodapé, clique
na ABA Inserir, Grupo Cabeçalho e Rodapé.

Didatismo e Conhecimento 59
INFORMÁTICA
Para aplicar números de páginas automaticamente em seu ca- Imagens
beçalho basta clicar em Números de Página, apenas tome o cui-
dado de escolher Inicio da Página se optar por Fim da Página ele O primeiro elemento gráfico que temos é o elemento Imagem.
aplicará o número da página no rodapé. Podemos também aplicar Para inserir uma imagem clique no botão com o mesmo nome no
cabeçalhos e rodapés diferentes a um documento, para isso basta grupo Ilustrações na ABA Inserir. Na janela que se abre, localize o
que ambos estejam em seções diferentes do documento. O cuidado arquivo de imagem em seu computador.
é ao aplicar o cabeçalho ou o rodapé, desmarcar a opção Vincular
ao anterior.
O funcionamento para o rodapé é o mesmo para o cabeçalho,
apenas deve-se clicar no botão Rodapé.

A imagem será inserida no local onde estava seu cursor.


Data e Hora O que será ensinado agora é praticamente igual para todo os
elementos gráficos, que é a manipulação dos elementos gráficos.
O Word Permite que você possa adicionar um campo de Data Ao inserir a imagem é possível observar que a mesma enquan-
e Hora em seu texto, dentro da ABA Inserir, no grupo Texto, temos to selecionada possui uma caixa pontilhadas em sua volta, para
o botão Data e Hora. mover a imagem de local, basta clicar sobre ela e arrastar para o
local desejado, se precisar redimensionar a imagem, basta clicar
em um dos pequenos quadrados em suas extremidades, que são
chamados por Alças de redimensionamento. Para sair da seleção
da imagem, basta apenas clicar em qualquer outra parte do texto.
Ao clicar sobre a imagem, a barra superior mostra as configurações
de manipulação da imagem.

O primeiro grupo é o Ajustar, dentre as opções temos Brilho e


Contraste, que permite clarear ou escurecer a imagem e adicionar
ou remover o contraste. Podemos recolorir a imagem.

Basta escolher o formato a ser aplicado e clicar em OK. Se


precisar que esse campo sempre atualize data, marque a opção
Atualizar automaticamente.

Inserindo Elementos Gráficos

O Word permite que se insira em seus documentos arquivos


gráficos como Imagem, Clip-art, Formas, etc., as opções de inser-
ção estão disponíveis na ABA Inserir.

Didatismo e Conhecimento 60
INFORMÁTICA
Entre as opções de recolorir podemos colocar nossa imagem
em tons de cinza, preto e branco, desbotar a imagem e remover
uma cor da imagem. Este recurso permite definir uma imagem
com fundo transparente. A opção Compactar Imagens permite dei-
xar sua imagem mais adequada ao editor de textos. Ao clicar nesta
opção o Word mostra a seguinte janela:

Ao clicar na opção Mais Opções de Layout abre-se a jane-


la Layout Avançado que permite trabalhar a disposição da ima-
gem em relação ao bloco de texto no qual ela esta inserida. Essas
mesmas opções estão disponíveis na opção Quebra Automática
de Texto nesse mesmo grupo. Ao colocar a sua imagem em uma
disposição com o texto, é habilitado alguns recursos da barra de
imagens. Como bordas

Pode-se aplicar a compactação a imagem selecionada, ou a


todas as imagens do texto. Podemos alterar a resolução da ima-
gem. A opção Redefinir Imagem retorna a imagem ao seu estado
inicial, abandonando todas as alterações feitas. O próximo grupo
chama-se Sombra, como o próprio nome diz, permite adicionar
uma sombra a imagem que foi inserida. Através deste grupo é possível acrescentar bordas a sua ima-
gem E no grupo Organizar ele habilita as opções de Trazer para
Frente, Enviar para Trás e Alinhar. Ao clicar no botão Trazer para
Frente, ele abre três opções: Trazer para Frente e Avançar, são uti-
lizadas quando houver duas ou mais imagens e você precisa mu-
dar o empilhamento delas. A opção Trazer para Frente do Texto
faz com que a imagem flutue sobre o Texto. Ao ter mais de uma
imagem e ao selecionar as imagens (Utilize a tecla SHIFT), você
poderá alinhar as suas imagens.

No botão Efeitos de Sombra, você poderá escolher algumas


posições de sombra (Projetada, Perspectiva) e cor da sombra. Ao
lado deste botão é possível definir a posição da sombra e no meio a
opção de ativar e desativar a sombra. No grupo Organizar é possí-
vel definir a posição da imagem em relação ao texto.

O primeiro dos botões é a Posição, ela permite definir em qual


posição a imagem deverá ficar em relação ao texto.

Didatismo e Conhecimento 61
INFORMÁTICA

O último grupo é referente às dimensões da imagem.

Clip Art

Clip-Art são imagens, porém são imagens que fazem parte


do pacote Office. Para inserir um clipart, basta pela ABA Inserir,
clicar na opção Clip-Art. Na direita da tela abre-se a opção de con-
sulta aos clip-Art.

Neste grupo você pode cortar a sua imagem, ou redimensionar


a imagem definindo Largura e Altura.
Os comandos vistos até o momento estavam disponíveis da
seguinte forma, pois nosso documento esta salvo em.DOC – ver-
são compatível com Office XP e 2003. Ao salvar o documento em
.DOCX compatível somente com a versão 2010, acontecem algu-
mas alterações na barra de imagens.

No grupo Ajustar já temos algumas alterações, ao clicar no


item Cor. Em estilos de imagem podemos definir bordas e som-
breamentos para a imagem.

Clique sobre a imagem a ser adicionada ao seu texto com o


botão direito e escolha Copiar (CTRL+C). Clique em seu texto
onde o Clip-Art deve ser adicionado e clique em Colar (CTRL+V)
As configurações de manipulação do clip-art são as mesmas das
imagens.
Podemos aplicar também os Efeitos de Imagem

Didatismo e Conhecimento 62
INFORMÁTICA
Formas
Podemos também adicionar formas ao nosso conteúdo do texto

Ainda nesse grupo temos a opção de trabalharmos as cores,


contorno e alterar a forma.

Para desenhar uma forma, o processo é simples, basta clicar


na forma desejada e arrastar o mouse na tela para definir as suas
dimensões. Ao desenhar a sua forma a barra passa a ter as proprie-
dade para modificar a forma.

O primeiro grupo chama-se Inserir Forma, ele possui a fer-


ramenta de Inserir uma forma. Ao lado temos a ferramenta Editar
Forma essa ferramenta permite trabalhar os nós da forma – Algu-
mas formas bloqueiam a utilização dessa ferramenta. Abaixo dela A opção Imagem preenche sua forma com alguma imagem. A
temos a ferramenta de caixa de texto, que permite adicionar uma opção Gradação permite aplicar tons de gradiente em sua forma.
caixa de texto ao seu documento. Estando com uma forma fecha-
da, podemos transformar essa forma em uma caixa de texto. Ao
lado temos o Grupo Estilos de Forma.

Os primeiros botões permitem aplicar um estilo a sua forma.

Didatismo e Conhecimento 63
INFORMÁTICA
Ao clicar em Mais Gradações, será possível personalizar a Ao clicar em Pré-definidas, o Office possui algumas cores de
forma como será o preenchimento do gradiente. preenchimento prontas.

Na guia gradiente, temos as opções de Uma cor, Duas cores e


Pré-definidas.
Ao escolher uma cor você pode escolher a cor a ser aplicada,
se quer ela mais para o claro ou escuro, pode definir a transparên-
cia do gradiente e como será o sombreamento. A Guia Textura permite aplicar imagens como texturas ao
preenchimento, a guia Padrão permite aplicar padrões de preenchi-
mento e imagem permite aplicar uma imagem Após o grupo Esti-
los de Forma temos o grupo sombra e após ele o grupo Efeitos 3D.

Ao clicar na opção Duas Cores, você pode definir a cor 1 e cor


2, o nível de transparência e o sombreamento.

Podemos aplicar efeitos tridimensionais em nossas formas.


Além de aplicar o efeitos podemos mudar a cor do 3D, alterar a
profundidade, a direção, luminosidade e superfície. As demais op-
ções da Forma são idênticas as das imagens.

SmartArt
O SmartArt permite ao você adicionar Organogramas ao seu
documento. Se você estiver usando o Office 2003 ou seu docu-
mento estiver salvo em DOC, ao clicar nesse botão, ele habilita a
seguinte janela:

Didatismo e Conhecimento 64
INFORMÁTICA
O primeiro botão é o de Adicionar uma forma. Basta clicar
em um botão do mesmo nível do que será criado e clicar neste
botão. Outra forma de se criar novas caixas dentro de um mesmo
nível é ao terminar de digitar o texto pressionar ENTER. Ainda
no grupo Criar Gráfico temos os botões de Elevar / Rebaixar que
permite mudar o nível hierárquico de nosso organograma. No gru-
po Layout podemos mudar a disposição de nosso organograma. O
próximo grupo é o Estilos de SmartArt que permite mudar as cores
e o estilo do organograma.

Basta selecionar o tipo de organograma a ser trabalhado e cli-


que em OK. Porém se o formato de seu documento for DOCX, a
janela a ser mostrada será:

Em hierarquia, escolha o primeiro da segunda linha e clique


em OK.

WordArt

Para finalizarmos o trabalho com elementos gráficos temo


os WordArt que já um velho conhecido da suíte Office, ele ainda
mantém a mesma interface desde a versão do Office 97 No grupo
Texto da ABA Inserir temos o botão de WorArt Selecione um for-
mato de WordArt e clique sobre ele.

Altere os textos conforme a sua necessidade. Ao clicar no topo


em Ferramentas SmartArt, serão mostradas as opções de alteração
do objeto. Será solicitado a digitação do texto do WordArt. Digite seu
texto e clique em OK. Será mostrada a barra do WordArt

Didatismo e Conhecimento 65
INFORMÁTICA
O primeiro grupo é o Texto, nesse grupo podemos editar o Menu – Clicando sobre o Botão Office, no canto superior
texto digitado e definir seu espaçamento e alinhamentos. No grupo esquerdo da janela do Excel, aparecerão funções como Salvar,
Estilos de WordArt pode-se mudar a forma do WordArt, depois Imprimir e Fechar entre outras, que são as principais ações desse
temos os grupos de Sombra, Efeitos 3D, Organizar e Tamanho. aplicativo.

EXCEL 2007

O Excel 2007 é um programa para elaboração de planilha ele-


trônica, constituindo poderosa ferramenta de auxílio à execução de
trabalhos que envolvem cálculos matemáticos.
Com esse aplicativo, você pode criar uma grande diversidade
de documentos, utilizando recursos como fórmulas, atualização
automática de resultados, gráficos elaborados em 3D e classifica-
ção por valores preestabelecidos entre muitos outros.
Nesta versão, o Excel surge com uma nova interface, em que
os tradicionais menus de opções desaparecem e dão lugar a uma
Faixa de Opções com diversas guias, onde podemos encontrar,
mais facilmente, os comandos necessários para executar as tarefas
que nos propomos realizar.

1. Explorando a janela do Excel


1.1. Acessando o Excel
Há várias formas de acessar o Excel. A mais utilizada é clicar
no botão Iniciar, Todos os programas, Microsoft Office, Microsoft
Do lado direito do Botão Office , você poderá personalizar
Office Excel 2007.
a Barra de Ferramentas de Acesso Rápido (figura 4), clicando na
Caixa de listagem (lista de opções disponíveis) . Para ativar ou
desativar um comando, basta clicar sobre ele.

1.2. Área de trabalho do Excel


Logo que abrimos o Excel, um documento é criado automati-
camente com o nome de Pasta1 e é visualizada uma janela como a
demonstrada na figura.

Barra de Título – Mostra o título do programa e o nome da


pasta de trabalho que está aberta (figura 5).

Botão Ajuda – Acessa a ajuda do Office Online ou a local


(salva no computador).
Controle da Janela – Controles para Minimizar (aparece na
barra de tarefas), Maximizar (fica do tamanho da tela), Restaurar
(pode ser redimensionada conforme a necessidade) e Fechar (fe-
cha a janela). Você poderá utilizá-los para o Excel ou para cada
pasta aberta.

Didatismo e Conhecimento 66
INFORMÁTICA

Faixa de Opções – A Faixa de Opções é o local onde estão os


principais comandos do Excel, separados por guias: Início, Inserir,
Layout da Página, Fórmulas, Dados, Revisão e Exibição.

Inserir função – Insere uma fórmula pré-desenvolvida


que simplifica e reduz as fórmulas na planilha.

Barra de fórmulas – Local onde os valores digitados (núme-


Caixa de nomes – Exibe o nome da célula ativa, formado pela ros, fórmulas e textos) serão visualizados e editados.
letra da coluna e o número da linha. Por exemplo, A1. Caso várias
células estejam selecionadas, será exibido o nome da primeira.

Expandir barra de fórmulas – Aumenta a visualização da


Barra de fórmulas. Está localizado à direita dela.

Célula – Área de dados limitada por linhas e colunas. Divisores de planilha vertical e horizontal – Dividem a pla-
nilha vertical ou horizontalmente para facilitar a visualização dos
dados. Estão localizados nas barras de rolagem vertical e horizon-
tal respectivamente.

Barras de rolagem – Permitem navegar pela planilha, quando


ela for maior que a tela.

Célula ativa – Célula que receberá o conteúdo a ser digitado.

Linha – Conjunto de células na posição horizontal.

Coluna – Conjunto de células na posição vertical.

Botões de movimentação entre planilhas – Permitem movi-


mentar-se entre as planilhas que não estão sendo visualizadas na
guia de planilhas.

Guia de planilhas – Exibe os nomes das planilhas que fazem


parte da pasta e permite inserir novas planilhas.

Intervalo de célula – Duas ou mais células selecionadas.

Didatismo e Conhecimento 67
INFORMÁTICA

Barra de status – Mostra informações sobre a planilha atual,


tais como se a célula está sendo editada, se o conteúdo está pronto
etc. Fica localizada na margem inferior da tela.

Modos de exibição – As opções de exibição são encontradas


à direita da Barra de status e permitem alterar a visualização da
planilha. São as seguintes:

1.3. Ajuda
Se precisar de ajuda, é só clicar no botão Ajuda , loca-
lizado no canto superior direito da janela do Excel, ou pressionar
a tecla F1. Abrir-se-á, então, uma janela, como mostra a figura:

Curiosidade!
Quando você abrir a janela de Ajuda, o Excel tentará conectar-
se automaticamente ao Office Online. Isso acontece, pois o conteú-
do online é mais completo e atualizado.

Didatismo e Conhecimento 68
INFORMÁTICA
Contudo, se você quiser usar o Conteúdo Offline, instalado Inserindo dados
junto com o Office sem a necessidade de estar conectado à Inter- Por padrão, a pasta de trabalho é criada com três planilhas.
net, basta clicar no botão Conectado ao Office Online e na opção Cada uma delas tem um nome na guia de planilha: Plan1, Plan2 e
Mostrar conteúdo apenas deste computador. Plan3. Os dados são inseridos na planilha ativa.
Para navegar entre elas, basta clicar sobre seu nome.
Vamos inserir alguns dados na pasta criada, a ser utilizada
posteriormente para praticarmos os demais comandos.
Ao começar a digitar, você verá o conteúdo na célula e na
Barra de fórmulas. Digite os dados e pressione a tecla ENTER para
mover o cursor para a célula abaixo ou a tecla TAB para mover o
cursor para a célula à direita.
Se você pressionar a tecla ESC, o conteúdo digitado será can-
celado.

1.4. Entendendo melhor o menu do Excel


Ao clicar no Botão Office , encontraremos as seguintes
funções:

Você deve ter observado que o conteúdo da célula A3 – Pasta


polionda – é maior que a largura da coluna e “invadiu” a célula B3.
Isso acontece, porque a célula B3 está vazia.
Assim que ela for preenchida, o conteúdo será visualizado
parcialmente. Mais adiante, veremos como resolver esse proble-
ma.
Agora, insira mais estes dados:

Novo – Essa opção abre uma janela como a ilustrada na figura


23. Nela, você pode escolher um modelo (layout) para o novo do-
cumento. O modelo padrão é Pasta de trabalho em branco.

Salvar – Para salvar (gravar) uma pasta de trabalho, clique no


Botão Office e, em seguida, em Salvar. Vale lembrar que a
pasta de trabalho é salva com as alterações realizadas até o mo-
mento da ação de salvar, isto é, tudo o que você fizer depois disso
não estará salvo, enquanto não clicar novamente em Salvar.
O arquivo terá a extensão .xlsx, que é inserida automatica-
mente pelo Excel. Vamos salvar a pasta de trabalho que acabamos
de criar com o nome de Parte_Pratica.
Não se esqueça de que todas as planilhas serão salvas e não
apenas a atual.

Atenção!
Uma pasta de trabalho do Excel é um arquivo que contém uma
ou mais planilhas, que podem ser usadas para organizar diversos
tipos de informações relacionadas.

Didatismo e Conhecimento 69
INFORMÁTICA

Dicas!
Para facilitar a busca por seus arquivos, há algumas dicas so-
bre a nomeação deles: Abrir – Ao lado dos botões do menu, há uma área com o título
- Use palavras-chave que facilitem a memorização. Documentos
- Escreva as palavras usando iniciais maiúsculas.
- Evite preposições entre as palavras. Recentes (figura 29). Nessa área, aparecerão os últimos docu-
- Evite acentos e cedilhas. mentos acessados com o ícone no canto direito. Para fixar um
- Insira datas, quando necessário. documento na lista dos mais recentes, basta clicar neste ícone, que
Exemplo: Se você for salvar um relatório semanal de custos, apresentará a seguinte forma: ·.
um bom nome seria RelSemCustos_09_Mar.
Nesse caso, o “09_Mar” é para identificar a que semana o re-
latório se refere, sem precisar abri-lo.
É importantíssimo o hábito de manter o documento salvo. En-
tretanto, caso você se esqueça disso e, por algum problema, o com-
putador se desligue inesperadamente ou trave, ainda há o recurso
da Recuperação automática de arquivos. Ao clicar no botão Abrir, aparecerá uma janela. Nela, você
Como? Recuperação automática de arquivos? deve procurar o arquivo que deseja abrir.
Sim! Sem que você note, de tempos em tempos, o Excel 2007
salva a pasta automaticamente, para que você não corra o risco de
perder seu trabalho.
Assim, na vez seguinte em que você abri-lo, aparecerá uma
janela com a lista de todas as pastas recuperadas. Basta, então,
clicar naquela que você deseja abrir.
Usando modelos prontos para criar planilhas
A seguir, vamos ver alguns modelos de planilhas que podem
ser feitos com o auxílio do Excel. Para acessá-los, clique no Botão
Office e, em seguida, no botão Novo.

Após selecionar o modelo desejado, basta clicar em Baixar.

Ao localizar o arquivo desejado, clique em Abrir.


Salvar como – Para salvar uma pasta de trabalho no Excel,
você deve clicar no Botão Office e, em seguida, em Salvar.
Se for preciso salvar a pasta de trabalho com outro nome ou
em outro local, clique no botão Salvar como, digite o nome de-
sejado e/ou selecione o local desejado (HD, CD, pendrive etc.) e
clique em Salvar.

Didatismo e Conhecimento 70
INFORMÁTICA

Imprimir – Para imprimir uma planilha, é necessário ter uma Fechar – Existem várias formas de encerrar o Excel. Uma de-
impressora conectada ao computador ou a uma rede local. las é clicar no Botão Office e no botão Fechar.
Ao clicar no botão Imprimir, aparecerão três opções, como Caso haja alguma alteração em sua pasta de trabalho que não
vemos na figura: tenha sido salva, aparecerá a seguinte mensagem:

Dica!
A forma mais rápida de encerrar o Excel é clicar no controle
Fechar, em sua janela.
Lembre-se de que o primeiro controle refere-se ao programa e
• A opção Imprimir abrirá uma janela (figura 33) com configu- o segundo, à pasta de trabalho.
rações que permitirão selecionar a impressora, planilhas e páginas
a serem impressas, número de cópias etc.

1.5. A Faixa de Opções


A Faixa de Opções mostra os comandos mais utilizados agru-
pados por temas, para Que você não precise procurá-los em vários
menus, facilitando o trabalho.

A seguir, apresentamos a Faixa de Opções e como trabalhar


com ela.
• A opção Impressão Rápida imprime diretamente, sem ne-
nhuma configuração. 1.5.1. O que há na Faixa de Opções?
• A opção Visualizar Impressão permite conferir como ficará Há três componentes básicos na Faixa de Opções. Veja quais
seu documento. são e como utilizá-los.
Para voltar à visualização normal, clique no botão Fechar Vi-
sualização de Impressão.

Didatismo e Conhecimento 71
INFORMÁTICA

1. Guias – Há sete guias básicas na parte superior. Cada


uma representa uma área de atividade e apresenta os comandos
reunidos por grupos. Por exemplo, a guia Início contém todos os
comandos que você utiliza com mais frequência. E os botões Re-
cortar, Copiar e Colar estão no grupo Área de transferência.
2. Grupos – Cada guia tem vários grupos, que mostram os
itens relacionados em conjunto.
3. Comandos – Um comando é um botão, uma caixa para
inserir informações ou um menu. Na janela que é mostrada é possível inserir uma nova planilha,
excluir uma planilha existente, renomear uma planilha, mover ou
Dica! copiar essa planilha, etc...
A Faixa de Opções facilita a localização de todas as funções.
No entanto, você pode querer trabalhar com seu documento em um Movimentação na planilha
espaço maior. É possível ocultá-la, dando um clique duplo na guia
ativa. Para ver os comandos novamente, basta dar outro clique du- Para selecionar uma célula ou torná-la ativa, basta movimen-
plo em uma das guias. tar o retângulo (cursor) de seleção para a posição desejada. A mo-
Confira abaixo os grupos de cada uma das guias: vimentação poderá ser feita através do mouse ou teclado.
• Início – Área de transferência, Fonte, Alinhamento, Estilo, Com o mouse para selecionar uma célula basta dar um clique
Células e Edição. em cima dela e observe que a célula na qual você clicou é mostrada
• Inserir – Tabelas, Ilustrações, Gráfico, Link e Texto. como referência na barra de fórmulas.
• Layout da Página – Temas, Configurar Página, Dimensionar
para Ajustar, Opções de Planilha e Organizar.
• Fórmulas – Biblioteca de funções, Nomes definidos, Audito-
ria de fórmulas e Cálculo.
• Dados – Obter dados externos, Conexões, Classificar e fil-
trar, Ferramentas de dados e Estrutura de tópicos.
• Revisão – Revisão de texto, Comentários e Alterações.
• Exibição – Modo de exibição de pasta de trabalho, Mostrar/
Ocultar, Zoom, Janela e Macros.
Alguns grupos têm uma seta diagonal no canto inferior direi-
to, chamada de Iniciador de Caixa de Diálogo. Ao clicar nela, você
verá mais opções relacionadas a esse grupo.

Guias de Planilha

Se você precisar selecionar mais de uma célula, basta manter


pressionado o mouse e arrastar selecionando as células em sequên-
cia.

Um arquivo do Excel ao iniciar com três guias de planilha,


estas guias permite que se possa em um único arquivo armazenar
mais de uma planilha, inicialmente o Excel possui três planilhas,
e ao final da Plan3 temos o ícone de inserir planilha que cria uma
nova planilha. Você pode clicar com o botão direito do mouse em
uma planilha existente para manipular as planilhas.

Didatismo e Conhecimento 72
INFORMÁTICA
Se precisar selecionar células alternadamente, clique sobre a cil. Ainda conforme o exemplo pode-se observar que é necessário
primeira célula a ser selecionada, pressione CTRL e vá clicando sempre iniciar um cálculo com sinal de igual (=) e usa-se nos cál-
nas que você quer selecionar. culos a referência de células (A1) e não somente valores.
A quantidade de argumentos empregados em uma função de-
pende do tipo de função a ser utilizada. Os argumentos podem ser
números, textos, valores lógicos, referências, etc...

Operadores

Operadores são símbolos matemáticos que permitem fazer


cálculos e comparações entre as células. Os operadores são:

Podemos também nos movimentar com o teclado, neste caso


usamos a combinação das setas do teclado com a tecla SHIFT.

Entrada de textos e números


Vamos montar uma planilha simples.
Na área de trabalho do Excel podem ser digitados caracteres,
números e fórmulas. Observe que o conteúdo de algumas células é maior que a sua
Ao finalizar a digitação de seus dados, você pode pressionar largura, podemos acertar isso da seguinte forma.
a tecla ENTER, ou com as setas mudar de célula, esse recurso so- Se precisar trabalhar a largura de uma coluna, posiciono o
mente não será válido quando estiver efetuando um cálculo. mouse entre as colunas, o mouse fica com o formato de uma flecha
Caso precise alterar o conteúdo de uma célula sem precisar de duas pontas, posso arrastar para definir a nova largura, ou posso
redigitar tudo novamente, clique sobre ela e pressione F2, faça sua dar um duplo clique que fará com que a largura da coluna acerte-
alteração e pressione ENTER em seu teclado. se com o conteúdo. Posso também clicar com o botão direito do
mouse e escolher Largura da Coluna.
Operadores e Funções

A função é um método utilizado para tornar mais fácil e rápido


a montagem de fórmulas que envolvem cálculos mais complexos
e vários valores. Existem funções para os cálculos matemáti-
cos, financeiros e estatísticos. Por exemplo, na função: =SOMA
(A1:A10) seria o mesmo que (A1+A2+A3+A4+A5+A6+A7+A8
+A9+A10), só que com a função o processo passa a ser mais fá-

Didatismo e Conhecimento 73
INFORMÁTICA

Para o cálculo do teclado é necessário então fazer o cálculo da


segunda linha A5*C5 e assim sucessivamente. Observamos então
que a coluna representada pela letra não muda, muda-se somente
o número que representa a linha, e se nossa planilha tivesse uma
grande quantidade de produtos, repetir o cálculo seria cansativo e
com certeza sujeita a erros.
O objetivo desta planilha é calcularmos o valor total de cada Quando temos uma sequência de cálculos como a nossa plani-
produto (quantidade multiplicado por valor unitário) e depois o lha o Excel permite que se faça um único cálculo e ao posicionar
total de todos os produtos. o cursor do mouse no canto inferior direito da célula o cursor se
Para o total de cada produto precisamos utilizar o operador transforma em uma cruz (não confundir com a seta branca que per-
de multiplicação (*), no caso do Mouse temos que a quantidade mite mover o conteúdo da célula e ao pressionar o mouse e arrastar
está na célula A4 e o valor unitário está na célula C4, o nosso ca- ele copia a fórmula poupando tempo).
çulo será feito na célula D4. Poderíamos fazer o seguinte cálculo Para calcular o total você poderia utilizar o seguinte cálculo
=1*20 que me traria o resultado, porém bastaria alterar o valor da D4+D5+D6+D7+D8, porém isso não seria nada pratico em plani-
quantidade ou o V. unitário que eu precisaria fazer novamente o lhas maiores. Quando tenho sequências de cálculos o Excel per-
cálculo. O correto é então é fazer =A4*C4 com isso eu multiplico mite a utilização de funções.
referenciando as células, independente do conteúdo dela, ele fará a No caso a função a ser utilizada é a função SOMA, a sua es-
multiplicação, desde que ali se tenha um número. trutura é =SOMA(CelIni:Celfim), ou seja, inicia-se com o sinal de
igual (=), escreve-se o nome da função, abrem-se parênteses, cli-
ca-se na célula inicial da soma e arrasta-se até a última célula a
ser somada, este intervalo é representado pelo sinal de dois pontos
(:), e fecham-se os parênteses.
Embora você possa fazer manualmente na célula o Excel pos-
sui um assistente de função que facilita e muito a utilização das
mesmas em sua planilha. Na ABA Inicio do Excel dentro do grupo
Edição existe o botão de função.

Observe que ao fazer o cálculo é colocado também na barra


de fórmulas, e mesmo após pressionar ENTER, ao clicar sobre a
célula onde está o resultado, você poderá ver como se chegou ao A primeira função é justamente Soma, então clique na célula e
resultado pela barra de fórmulas. clique no botão de função.

Didatismo e Conhecimento 74
INFORMÁTICA

Observe conforme a imagem que o Excel acrescenta a soma e o intervalo de células pressione ENTER e você terá seu cálculo.

Formatação de células

A formatação de células é muito semelhante a que vimos para formatação de fonte no Word, basta apenas que a célula onde será aplicada
a formatação esteja selecionada, se precisar selecionar mais de uma célula, basta selecioná-las.
As opções de formatação de célula estão na ABA Inicio.

Temos o grupo Fonte que permite alterar a fonte a ser utilizada, o tamanho, aplicar negrito, itálico e sublinhado, linhas de grade, cor de
preenchimento e cor de fonte. Ao clicar na faixa do grupo será mostrada a janela de fonte.

Didatismo e Conhecimento 75
INFORMÁTICA
A guia mostrada nesta janela é a Fonte nela temos o tipo da le-
tra, estilo, tamanho, sublinhado e cor, observe que existem menos
recursos de formatação do que no Word.
A guia Número permite que se formatem os números de suas
células. Ele dividido em categorias e dentro de cada categoria ele
possui exemplos de utilização e algumas personalizações como,
por exemplo, na categoria Moeda em que é possível definir o sím-
bolo a ser usado e o número de casas decimais.

A guia Preenchimento permite adicionar cores de preenchi-


mento às suas células.

A guia Alinhamento permite definir o alinhamento do conteú-


do da célula na horizontal e vertical, além do controle do texto.

Vamos então formatar nossa planilha, inicialmente selecione


todas as células de valores em moeda. Você pode utilizar a janela
de formatação como vimos antes, como pode também no grupo
Número clicar sobre o botão moeda.
A guia Bordas permite adicionar bordas a sua planilha, em-
bora a planilha já possua as linhas de grade que facilitam a identi-
ficação de suas células, você pode adicionar bordas para dar mais
destaque.

Vamos colocar também a linha onde estão Quant, Produto


etc... em negrito e centralizado.

Didatismo e Conhecimento 76
INFORMÁTICA
O título Relação de Produtos ficará melhor visualmente se es-
tiver centralizado entra a largura da planilha, então selecione desde
a célula A1 até a célula D1 depois clique no botão Mesclar e Cen-
tralizar centralize e aumente um pouco o tamanho da fonte.

Para finalizar selecione toda a sua planilha e no botão de bor-


das, selecione uma borda externa.
A segunda opção Formatar como Tabela permite também apli-
car uma formatação a sua planilha, porém ele já começa a trabalhar
com Dados.

Estilos

Esta opção é utilizada par aplicar, automaticamente um for-


mato pré-definido a uma planilha selecionada.

Ele acrescenta uma coluna superior com indicações de colu-


nas e abre uma nova ABA chamada Design

O botão estilo de Célula permite que se utilize um estilo de


cor para sua planilha.

No grupo Opções de Estilo de Tabela desmarque a opção Li-


nhas de Cabeçalho.
Para poder manipular também os dados de sua planilha é ne-
cessário selecionar as células que pretende manipular como pla-
nilha e no grupo Ferramentas clique no botão Converter em In-
tervalo.

Didatismo e Conhecimento 77
INFORMÁTICA

Auto Preenchimento das Células

Vimos no exemplo anterior que é possível copiar uma fórmula


que o Excel entende que ali temos uma fórmula e faz a cópia. Po-
demos usar este recurso em outras situações, se eu tiver um texto
comum ou um número único, e aplicar este recurso, ele copia sem
alterar o que será copiado, mas posso utilizar este recurso para
ganhar tempo.
Se eu criar uma sequência numérica, por exemplo, na célula
A1 o número 1 e na célula A2 o número 2, ao selecionar ambos, o
Excel entende que preciso copiar uma sequência.
Se eu colocar na célula A1 o número 1 e na célula A2 o núme-
ro 3, ele entende que agora a sequência é de dois em dois.

Congelar Painéis

Algumas planilhas quando muito longas necessitam que se-


jam mantidos seus cabeçalho e primeiras linhas, evitando-se assim
a digitação de valores em locais errados. Esse recurso chama-se
congelar painéis e está disponível na ABA exibição.

Esta mesma sequência pode ser aplicada a dias da semana,


horas, etc...

Inserção de linhas e colunas No grupo Janela temos o botão Congelar Painéis, clique na
opção congelar primeira linha e mesmo que você role a tela a pri-
Para adicionar ou remover linhas e colunas no Excel é sim- meira linha ficará estática.
ples. Para adicionar, basta clicar com o botão direito do mouse em
uma linha e depois clicar em Inserir, a linha será adicionada acima
da selecionada, no caso a coluna será adicionada à esquerda. Para
excluir uma linha ou uma coluna, basta clicar com o botão direito
na linha ou coluna a ser excluída.
Este processo pode ser feito também pelo grupo Células que
está na ABA inicio.

Ainda dentro desta ABA podemos criar uma nova janela da


planilha Ativa clicando no botão Nova Janela, podemos organizar
Através da opção Formatar podemos também definir a largura as janelas abertas clicando no botão Organizar Tudo,
das linhas e colunas.

Didatismo e Conhecimento 78
INFORMÁTICA

O cálculo ficaria para o primeiro produto =D4/D9 e depois


bastaria aplicar a formatação de porcentagem e acrescentar duas
casas decimais.

Pelo grupo Mostrar / Ocultar podemos retirar as linhas de gra-


de, as linhas de cabeçalho de coluna e linha e a barra de formulas.

Trabalhando com Referências

Percebemos que ao copiar uma fórmula, automaticamente são


alteradas as referências, isso ocorre, pois trabalhamos até o mo-
mento com valores relativos.
Porém, vamos adicionar em nossa planilha mais uma
coluna onde pretendo calcular qual a porcentagem cada produto
representa no valor total
Porém se utilizarmos o conceito aprendido de copiar a célula E4
para resolver os demais cálculos na célula E5 à fórmula ficará =D5/
D10, porém se observarmos o correto seria ficar =D5/D9, pois a cé-
lula D9 é a célula com o valor total, ou seja, esta é a célula comum a
todos os cálculos a serem feitos, com isso não posso copiar a fórmula,
pelo menos não como está. Uma solução seria fazer uma a uma, mas
a ideia de uma planilha é ganhar-se tempo. A célula D9 então é um
valor absoluto, ele não muda é também chamado de valor constante.

Didatismo e Conhecimento 79
INFORMÁTICA
A solução é então travar a célula dentro da formula, para isso D$9 - Mista, fixa apenas a linha, permitindo a variação da
usamos o símbolo do cifrão ($), na célula que fizemos o cálculo coluna.
E4 de clique sobre ela, depois clique na barra de fórmulas sobre a $D$9 - Absoluta, fixa a linha e a coluna.
referência da célula D9.
Algumas outras funções

Vamos inicialmente montar a seguinte planilha

Pressione em seu teclado a tecla F4. Será então adicionado


o símbolo de cifrão antes da letra D e antes do número 9. $D$9.

Em nosso controle de atletas vamos através de algumas outras


funções saber algumas outras informações de nossa planilha.
O Excel possui muitas funções, você pode conhecer mais so-
bre elas através do assistente de função.

Pressione ENTER e agora você poderá copiar a sua célula.

No exemplo acima foi possível travar toda a células, existem


casos em que será necessário travar somente a linha e casos onde
será necessário travar somente a coluna.
As combinações então ficariam (tomando como base a célula
D9)
D9 - Relativa, não fixa linha nem coluna
$D9 - Mista, fixa apenas a coluna, permitindo a variação da
linha.

Didatismo e Conhecimento 80
INFORMÁTICA

Vamos repetir o processo para os valores máximos do peso e


da altura.
Ao clicar na opção Mais Funções abre-se a tela de Inserir
Função, você pode digitar uma descrição do que gostaria de saber MIN
calcular, pode buscar por categoria, como Financeira,m Data Hora
etc..., ao escolher uma categoria, na caixa central serão mostradas Mostra o valor mínimo de uma seleção de células.
todas as funções relativas a essa categoria. Vamos utilizar essa função em nossa planilha para saber os
Ao selecionar, por exemplo, a categoria Estatística e dentro
valores mínimos nas características de nossos atletas.
do conjunto de funções desta categoria a função Máximo abaixo é
Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de ida-
apresentado uma breve explicação da utilização desta função. Se
de na linha de valores máximos E16 e monte a seguinte função
precisar de mais detalhes da utilização da função clique sobre o
=MIN(E4:E13). Com essa função está buscando no intervalo das
link Ajuda sobre esta função.
células E4 à E13 qual é valor máximo encontrado.

Para calcular os valores mínimos para o peso e a altura o pro-


cesso é o mesmo.

Máximo Média

Mostra o valor MAIOR de uma seleção de células. Calcula a média aritmética de uma seleção de valores.
Em nossa planilha vamos utilizar essa função para saber é a Vamos utilizar essa função em nossa planilha para saber os
maior idade, maior peso e a maior altura. valores médios nas características de nossos atletas.
Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de idade Em nossa planilha clique na célula abaixo da coluna de idade
na linha de valores máximos E15 e monte a seguinte função =MA- na linha de valores máximos E17 e monte a seguinte função =ME-
XIMO(E4:E13). Com essa função estamos buscando no intervalo DIA(E4:E13). Com essa função estamos buscando no intervalo
das células E4 à E13 qual é valor máximo encontrado. das células E4 à E13 qual é valor máximo encontrado.

Didatismo e Conhecimento 81
INFORMÁTICA
Para exemplificar o funcionamento da função vamos acres-
centar em nossa planilha de controle de atletas uma coluna cha-
mada categoria.

Para o peso e a altura basta apenas repetir o processo Vamos atribuir inicialmente que atletas com idade menor que
Vamos utilizar essa função em nossa planilha de controle de 18 anos serão da categoria Juvenil e acima disso categoria Profis-
atletas. Vamos utilizar a função nos valores médios da planilha, sional. Então a lógica da função será que quando a Idade do atleta
deixaremos com duas casas decimais. for menor que 18 ele será Juvenil e quando ela for igual ou maior
Vamos aproveitar também o exemplo para utilizarmos um re- que 18 ele será Profissional.
curso muito interessante do Excel que é o aninhamento de funções, Convertendo isso para a função e baseando-se que a idade do
ou seja, uma função fazendo parte de outra. primeiro atleta está na célula E4 à função ficará:
A função para o cálculo da média da Idade é =MÉDIA(E4:E13) =SE(E4<18;”Juvenil”;”Profissional”.)
clique na célula onde está o cálculo e depois clique na barra de
fórmulas.
Altere a função para =ARRED(MÉDIA(E4:E13);1) com isso
fizemos com que caso exista números após a vírgula o mesmo
será arredonda a somente uma casa decimal. Caso você não queira
casas decimais coloque após o ponto e vírgula o número zero.
Nesta situação deve-se ter uma atenção grande em relação aos
parênteses, observe que foi aberto uma após a função ARRED e um
a pós a função MÉDIA então se deve ter o cuidado de fechá-los
corretamente. O que auxilia no fechamento correto dos parênteses
é que o Excel vai colorindo os mesmos enquanto você faz o cálculo.
Explicando a função.
=SE(E4<18: inicio da função e teste lógico, aqui é verificado
se o conteúdo da célula E4 é menor que 18.
“Juvenil”: Valor a ser apresentado como verdadeiro.
Função SE “Profissional”: Valor a ser apresentado como falso. )
Vamos incrementar um pouco mais nossa planilha, vamos
Esta é com certeza uma das funções mais importantes do Ex- criar uma tabela em separado com a seguinte definição. Até 18
cel e provavelmente uma das mais complexas para quem está ini- anos será juvenil, de 18 anos até 30 anos será considerado profis-
ciando. sional e acima dos 30 anos será considerado Master.
Esta função retorna um valor de teste_lógico que permite ava- Nossa planilha ficará da seguinte forma.
liar uma célula ou um cálculo e retornar um valor verdadeiro ou
um valor falso.
Sua sintaxe é =SE(TESTELÓGICO;VALOR VERDADEI-
RO;VALOR FALSO).
=SE - Atribuição de inicio da função;
TESTELÓGICO - Teste a ser feito par validar a célula;
VALOR VERDADEIRO - Valor a ser apresentado na célula
quando o teste lógico for verdadeiro, pode ser outra célula, um
caçulo, um número ou um texto, apenas lembrando que se for um
texto deverá estar entre aspas.
VALOR FALSO - Valor a ser apresentado na célula quando o
teste lógico for falso, pode ser outra célula, um caçulo, um número
ou um texto, apenas lembrando que se for um texto deverá estar Temos então agora na coluna J a referência de idade, e na
entre aspas. coluna K a

Didatismo e Conhecimento 82
INFORMÁTICA
categoria. A função ficou da seguinte forma =CONT.SE(H4:H13;K4)
Então agora preciso verificar a idade de acordo com o valor na onde se faz a contagem em um intervalo de H3:H13 que é o
coluna J e retornar com valores verdadeiros e falsos o conteúdo da resultado calculado pela função
coluna K. A função então ficará da seguinte forma: SE e retorna a célula K4 onde está a categoria juvenil de atle-
tas. Para as demais categorias basta repetir o cálculo mudando-se
somente a categoria que está sendo buscada.

Funções de Data e Hora


Podemos trabalhar com diversas funções que se baseiam na
data e hora de seu computador. As principais funções de data e
hora são:
=SE(E4<J4;K4;SE(E4<J5;K5;K6)) =HOJE( ) Retorna a data atual.
Temos então: =MÊS(HOJE()) Retorna o mês atual
=SE(E4<J4: Aqui temos nosso primeiro teste lógico, onde =ANO(HOJE()) Retorna o ano atual
verificamos se a idade que consta na célula E4 é menor que o =HORA(AGORA()) Retorna à hora atual
valor que consta na célula J4. =MINUTO(AGORA()) Retorna o minuto atual
K4: Célula definida a ser retornada como verdadeiro deste tes- =SEGUNDO(AGORA()) Retorna o segundo atual
te lógico, no caso o texto “Juvenil”. =AGORA( ) Retorna a data e à hora
SE(E4<J5: segundo teste lógico, onde verificamos se valor =DIA.DA.SEMANA(HOJE()) Retorna o dia da semana em
da célula E4 é menor que 30, se for real retorna o segundo valor número
verdadeiro, é importante ressaltar que este teste lógico somente =DIAS360( ) Calcula o número de dias que há entre uma
será utilizado se o primeiro teste der como falso. data inicial e uma data final.
K5: Segundo valor verdadeiro, será retornado se o segundo Para exemplificar monte a seguinte planilha.
teste lógico estiver correto.

K6: Valor falso, será retornado se todos os testes lógicos de-


rem como falso.
Permite contar em um intervalo de valores quantas vezes se
repete determinado item. Vamos aplicar a função em nossa plani-
lha de controle de atletas
Adicione as seguintes linhas abaixo de sua planilha

Em V.Diário, vamos calcular quantas horas foram trabalhadas


durante cada dia.
=B3-B2+B5-B4, pegamos a data de saída e subtraímos pela
data de entrada de manhã, com isso sabemos quantas horas foram
trabalhadas pela manhã na mesma função faço a subtração da saída
no período da tarde pela entrada do período da tarde e somo os dois
períodos.

Então vamos utilizar a função CONT.SE para buscar em nossa


planilha quantos atletas temos em cada categoria.

Repita o processo para todos os demais dias da semana, so-


mente no sábado é preciso apenas calcular a parte da manhã, ou
seja, não precisa ser feito o cálculo do período da tarde.

Didatismo e Conhecimento 83
INFORMÁTICA
Clique na faixa do grupo número na ABA Inicio, na janela que
se abre clique na categoria Hora e escolha o formato 37:30:55 esse
formato faz com que a contagem continue.

Para calcular o V. da hora que o funcionário recebe coloque


um valor, no caso adicione 15 e coloquei no formato Moeda. Va-
mos agora então calcular quanto ele ganhou por dia, pois temos
quantas horas ele trabalhou durante o dia e sabemos o valor da
hora. Como temos dois formatos de números precisamos durante
o cálculo fazer a conversão.
Para a segunda-feira o cálculo fica da seguinte forma:
=HORA(B6)*B7+MINUTO(B6)*B7/60.
Inicialmente utilizamos a função HORA e pegamos como re-
ferência de hora o valor da célula B6, multiplicamos pelo valor que
está em B7, essa parte calcula somente à hora cheia então precisa-
mos somar os minutos que pega a função MINUTO e multiplica a
quantidade de horas pelo valor da hora, como o valor é para a hora
o dividimos então por 60 Crie um novo campo abaixo da Tabela e coloque V. a receber
Após isso coloque o valor em formato Moeda. e faça a soma dos valores totais.

Para os demais cálculos o V.Hora será igual há todos os dias


então ele precisa ser fixo para que o cálculo possa ser copiado, o Planilhas 3D
número 60 por ser um número não é muda.
=HORA(B6)*$B$7+MINUTO(B6)*$B$7/60 O conceito de planilha 3D foi implantado no Excel na versão
Para sabermos quantas horas o funcionário trabalhou na sema- 5 do programa, ele é chamado dessa forma pois permite que se
na, faça a soma de todos os dias trabalhados. façam referências de uma planilha em outra. Posso por exemplo
fazer uma soma de valores que estejam em outra planilha, ou seja
quando na planilha matriz algum valor seja alterado na planilha
que possui referência com ela também muda.

Vamos a um exemplo

Ao observar atentamente o valor calculado ele mostra 20:40,


porém nessa semana o funcionário trabalhou mais de 40 horas,
isso ocorre pois o cálculo de horas zera ao chegar em 23:59:59,
então preciso fazer com que o Excel entenda que ele precisa con-
tinuar a contagem.

Didatismo e Conhecimento 84
INFORMÁTICA
Faremos uma planilha para conversão de valores, então na Com isso toda vez que eu alterar na planilha valores o valor do
planilha 1 vamos ter um campo para que se coloque o valore em dólar, ele atualiza na planilha resultado.
real e automaticamente ele fará a conversão para outras moedas, Faça o cálculo para o valor do dólar para venda, a função fica-
monte a seguinte planilha. rá da seguinte forma: =B2/valores!C2.
Vamos renomear a planilha para resultado. Para poder copiar a fórmula para as demais células, bloqueie a
célula B2 que é referente ao valor em real.
O ideal nesta planilha é que a única célula onde o usuário pos-
sa manipular seja a célula onde será digitado valor em real para a
conversão, então vamos bloquear a planilha deixando essa célula
desprotegia.
Para isso dê um duplo clique no nome de sua planilha Plan1 e Clique na célula onde será digitado o valor em real depois na
digite o novo nome. ABA Inicio no grupo Fonte clique na faixa e na janela que se abre
Salve seu arquivo e clique na guia Plan2 e digite a seguinte clique na guia Proteção.
planilha Desmarque a opção Bloqueadas, isso é necessário, pois esta
célula é a única que poderá receber dados.

Renomeie essa planilha para valores


Retorne a planilha resultado e coloque um valor qualquer no
campo onde será digitado valor.

Clique agora na ABA Revisão e no grupo Alterações clique no


botão Proteger Planilha.

Será mostrada mais uma janela coloque uma senha (recomen-


dável)
Clique agora no campo onde será colocado o valor de compra
do dólar na célula B4 e clique na célula onde está o valor que aca-
bou de digitar célula B2, adicione o sinal de divisão (/) e depois cli-
que na planilha valores ele vai colocar o nome da planilha seguido
de um ponto de exclamação (!) e clique onde está o valor de com-
pra do dólar. A função ficará da seguinte forma =B2/valores!B2.

Didatismo e Conhecimento 85
INFORMÁTICA
Para criar um gráfico é importante decidir quais dados serão
avaliados para o gráfico. Vamos utilizar a planilha Atletas para
criarmos nosso gráfico, vamos criar um gráfico que mostre os atle-
tas x peso.
Selecione a coluna com o nome dos atletas, pressione CTRL e
selecione os valores do peso.

Ao tentar alterar uma célula protegida será mostrado o seguin-


te aviso

Ao clicar em um dos modelos de gráfico no grupo Gráficos


você poderá selecionar um tipo de gráfico disponível, no exemplo
cliquei no estilo de gráfico de colunas.
Se precisar alterar alguma célula protegida basta clicar no bo-
tão Desproteger Planilha no grupo Alterações.

Inserção de Objetos

A inserção de objetos no Excel é muito semelhante ao que


aprendemos no Word, as opções de inserção de objetos estão na
ABA Inserir.

Podemos inserir Imagens, clip-arts, formas, SmartArt, caixas


de texto, WordArt, objetos, símbolos, etc.
Como a maioria dos elementos já sabemos como implementar
vamos focar em Gráficos.

Gráficos

A utilização de um gráfico em uma planilha além de deixá-la


com uma aparência melhor também facilita na hora de mostrar
resultados. As opções de gráficos, esta no grupo Gráficos na ABA
Inserir do Excel

Didatismo e Conhecimento 86
INFORMÁTICA
Escolha no subgrupo coluna 2D a primeira opção e seu gráfico Ainda em Layout do Gráfico podemos modificar a distribui-
será criado. ção dos elementos do Gráfico.

Para mover o gráfico para qualquer parte de sua planilha basta


clicar em uma área em branco de o gráfico manter o mouse pres-
sionado e arrastar para outra parte.
Na parte superior do Excel é mostrada a ABA Design (Acima Podemos também modificar o estilo de nosso gráfico através
dela Ferramentas de Gráfico). do grupo Estilos de Gráfico

Se você quiser mudar o estilo de seu gráfico, você pode clicar


no botão Alterar Tipo de Gráfico.

Para alterar a exibição entre linhas e colunas, basta clicar no


botão Alterar Linha/Coluna.

Podemos também deixar nosso gráfico isolado em uma nova


planilha, basta clicar no botão Mover Gráfico.

Didatismo e Conhecimento 87
INFORMÁTICA
Você precisa definir quais serão os critérios de sua classifica-
ção, onde diz
Classificar por clique e escolha nome, depois clique no botão
Adicionar Nível e coloque Modalidade.

Dados

O Excel possui uma ABA chamada Dados que permite impor-


tar dados de outras fontes, ou trabalhar os dados de uma planilha
do Excel.

Antes de clicar em OK, verifique se está marcada a opção


Meus dados contêm cabeçalhos, pois selecionamos a linha de títu-
los em nossa planilha e clique em OK.
Classificação
Vamos agora trabalhar com o gerenciamento de dados criados
no Excel.
Vamos utilizar para isso a planilha de Atletas.
Classificar uma lista de dados é muito fácil, e este recurso
pode ser obtido pelo botão Classificar e Filtrar na ABA Inicio, ou
pelo grupo Classificar e Filtrar na ABA Dados.

Você pode mudar a ordem de classificação sempre que for ne-


cessário, basta clicar no botão de Classificar.

Auto Filtro
Este é um recurso que permite listar somente os dados que
você precisa visualizar no momento em sua planilha. Com seus
dados selecionados clique no botão Filtro e observe que será adi-
Vamos então selecionar os dados de nossa planilha que serão cionado junto a cada célula do cabeçalho da planilha uma seta.
classificados.

Clique no botão Classificar. Estas setas permite visualizar somente os dados que te interes-
sam na planilha, por exemplo caso eu precise da relação de atletas
do sexo feminino, basta eu clicar na seta do cabeçalho sexo e mar-
car somente Feminino, que os demais dados da planilha ficarão
ocultos.

Didatismo e Conhecimento 88
INFORMÁTICA

Posso ainda refinar mais a minha filtragem, caso precise saber


dentro do sexo feminino quantos atletas estão na categoria Profis-
sional, eu faço um novo filtro na coluna Categoria.

Subtotais
Podemos agrupar nossos dados através de seus valores, vamos
inicialmente classificar nossa planilha pelo sexo dos atletas rela-
cionado com a idade.

Depois clique no botão Subtotal.


Em A cada alteração em: coloque sexo e em Adicionar subto-
tal a deixe marcado apenas Peso, depois clique em OK.

Observe que as colunas que estão com filtro possuem um íco-


ne em forma de funil no lugar da seta.
Para remover os filtros, basta clicar nos cabeçalhos com filtro
e escolher a opção selecionar tudo.
Você também pode personalizar seus filtros através da opção
Filtros de Texto e Filtro de número (quando conteúdo da célula for
um número).

Didatismo e Conhecimento 89
INFORMÁTICA

Observe na esquerda que são mostrados os níveis de visuali-


zação dos subtotais e que ele faz um total a cada sequência do sexo
dos atletas.
Para remover os subtotais, basta clicar no botão Subtotal e na
janela que aparece clique em Remover Todos.
A segunda guia permite alterar a configuração das margens.
Imprimindo planilhas

Como vimos anteriormente, ao clicar no Botão Office e no


botão Imprimir , teremos três opções de impressão: Impressão
Rápida, Visualização de Impressão e Imprimir.
Vamos detalhar as opções Visualização de Impressão e Im-
primir.

Visualização de impressão
Antes de imprimir qualquer documento, é interessante ter uma
visão de como ele ficará impresso. Além de permitir isso, a opção
Visualização de impressão possibilita a execução de vários ajustes.
Observe as opções da guia Visualização de Impressão

No grupo Zoom, temos o botão Zoom , que tem a função


de ampliar ou reduzir a visualização da planilha.
No grupo Visualizar, temos as seguintes opções:

Os grupos que compõem essa guia são Imprimir, Zoom e Vi-


sualizar.
No grupo Imprimir, temos o botão Imprimir, que tem a mesma
função mostrada na figura 33. Temos também o botão Configurar
Página , que abre uma caixa de diálogo com várias guias. A
primeira refere-se a configurações de páginas.

Didatismo e Conhecimento 90
INFORMÁTICA
POWERPOINT 2007

Programa utilizado para criação e apresentações de Slides.


Para iniciá-lo basta clicar no botão Iniciar da barra de tarefas do
Windows, apontar para Todos os Programas, selecionar Microsoft
Office e clicar em Microsoft Office PowerPoint 2007.

TELA DO POWERPOINT

5 – Faixa de Opções
A Faixa de Opções é usada para localizar rapidamente os co-
mandos necessários para executar uma tarefa. Os comandos são
organizados em grupos lógicos, reunidos em guias. Cada guia está
relacionada a um tipo de atividade como gravação ou disposição
de uma página. Para diminuir a desorganização, algumas guias são
exibidas somente quando necessário. Por exemplo, a guia Ferra-
mentas de Imagem somente é exibida quando uma imagem é se-
lecionada.

ELEMENTOS DA TELA DO POWERPOINT


1 – Botão do Microsoft Office
Ele substitui o menu Arquivo (versões anteriores) e está loca-
lizado no canto superior esquerdo do programa.

Ao clicar no Botão do Microsoft Office , serão exibidos


comandos básicos:
Novo, Abrir, Salvar, Salvar Como, Imprimir, Preparar, Enviar, 1) Guias
Publicar e Fechar. 2) Os grupos em cada guia dividem a tarefa em subtarefas.
3) Os botões de comando em cada grupo executam um co-
2 – Barra de Ferramentas de Acesso Rápido mando ou exibem um menu de comandos.
6 – Painel de Anotações
Nele é possível digitar as anotações que se deseja incluir em
um slide.
7 – Barra de Status
Localiza-se no canto superior esquerdo ao lado do Botão do Exibe várias informações úteis na confecção dos slides, entre
Microsoft Office (local padrão), é personalizável e contém um con- elas: o número de slides; tema e idioma.
junto de comandos independentes da guia exibida no momento.
É possível adicionar botões que representam comandos à bar-
ra e mover a barra de um dos dois locais possíveis.
8 – Nível de Zoom
3 – Barra de Título Clicar para ajustar o nível de zoom.
Exibe o nome do programa ( Microsoft PowerPoint) e, tam-
bém exibe o nome do documento ativo.

4 – Botões de Comando da Janela


CRIAR APRESENTAÇÕES
Acionando esses botões, é possível minimizar, maximizar e
restaurar a janela do programa PowerPoint. Criar uma apresentação no Microsoft PowerPoint 2007 en-
globa: iniciar com um design básico; adicionar novos slides e con-
teúdo; escolher layouts; modificar o design do slide, se desejar,
alterando o esquema de cores ou aplicando diferentes modelos de
estrutura e criar efeitos, como transições de slides animados.

Didatismo e Conhecimento 91
INFORMÁTICA
Para iniciar uma nova apresentação basta clicar no Botão do
Microsoft Office, e em seguida clicar em Novo .

Então escolher um modelo para a apresentação (Em Branco,


Modelos Instalados, Meus modelos, Novo com base em documen-
to existente ou Modelos do Microsoft Office Online).

Depois de escolhido o modelo clicar em Criar.

INSERIR TEXTO
Antes de inserir o primeiro texto é necessário conhecer a apli-
cação de algumas teclas:

SELECIONAR SLIDE
Para selecionar um slide, basta clicar na guia Slide no painel
à esquerda.

Para fazer a acentuação, deve-se digitar a tecla de acento e


depois a letra a ser acentuada. Quando a tecla correspondente ao
acento for pressionada, não sairá nada na tela; só depois que for
digitada a letra é que ela aparecerá acentuada.

LAYOUT
Para alterar o Layout do slide selecionado, basta clicar na
Guia Início e depois no botão Layout, escolha o layout desejado
clicando sobre ele.

Para inserir um texto no slide clicar com o botão esquerdo do


mouse no retângulo (Clique para adicionar um título), após clicar
o ponto de inserção (cursor será exibido).

Didatismo e Conhecimento 92
INFORMÁTICA
Com o texto selecionado, basta clicar nos botões para fazer as
alterações desejadas:

1 – Fonte
Altera o tipo de fonte
Então basta começar a digitar. 2 – Tamanho da fonte
Altera o tamanho da fonte
3 – Negrito
Aplica negrito ao texto selecionado. Também pode ser acio-
nado através do comando Ctrl+N.
4 – Itálico
Aplica Itálico ao texto selecionado. Também pode ser aciona-
do através do comando Ctrl+I.
5 – Sublinhado
Sublinha o texto selecionado. Também pode ser acionado
através do comando Ctrl+S.
6 – Tachado
Desenha uma linha no meio do texto selecionado.
7 – Sombra de Texto
Adiciona uma sombra atrás do texto selecionado para desta-
cá-lo no slide.
8 – Espaçamento entre Caracteres
Ajusta o espaçamento entre caracteres.
9 – Maiúsculas e Minúsculas
FORMATAR TEXTO Altera todo o texto selecionado para MAIÚSCULAS, minús-
Para alterar um texto, é necessário primeiro selecioná-lo. Para se- culas, ou outros usos comuns de maiúsculas/minúsculas.
lecionar um texto ou palavra, basta clicar com o botão esquerdo sobre 10 – Cor da Fonte
o ponto em que se deseja iniciar a seleção e manter o botão pressio- Altera a cor da fonte.
nado, arrastar o mouse até o ponto desejado e soltar o botão esquerdo. 11 – Alinhar Texto à Esquerda
Alinha o texto à esquerda. Também pode ser acionado através
do comando Ctrl+Q.
12 – Centralizar
Centraliza o texto. Também pode ser acionado através do co-
mando Ctrl+E.
13 – Alinhar Texto à Direita
Alinha o texto à direita. Também pode ser acionado através
do comando Ctrl+G.
14 – Justificar
Alinha o texto às margens esquerda e direita, adicionando es-
paço extra entre as palavras conforme o necessário, promovendo
uma aparência organizada nas laterais esquerda e direita da página.
15 – Colunas
Divide o texto em duas ou mais colunas.

INSERIR SÍMBOLOS ESPECIAIS


Além dos caracteres que aparecem no teclado, é possível inse-
rir no slide vários caracteres e símbolos especiais.

Didatismo e Conhecimento 93
INFORMÁTICA
1. Posicionar o cursor no local que se deseja inserir o sím-
bolo.

Com a guia Início acionada, clicar no botão , para iniciar uma


2. Acionar a guia Inserir. lista numerada. Para escolher diferentes formatos de numeração
clicar na seta.

3. Clicar no botão Símbolo.

4. Selecionar o símbolo.

INSERIR NOVO SLIDE


Para inserir um novo slide acionar a guia Início e clicar no
botão .
Depois clicar no layout desejado.

5. Clicar em Inserir e em seguida Fechar.

MARCADORES E NUMERÇÃO
Com a guia Início acionada, clicar no botão , para criar
parágrafos com marcadores. Para escolher o tipo de marcador cli-
car na seta.

Didatismo e Conhecimento 94
INFORMÁTICA

ABRIR ARQUIVO
Para colocar um arquivo na tela do PowerPoint, deve-se acio-
nar o Botão do Microsoft Office , e clicar em Abrir.
Na caixa de diálogo do comando Abrir, existem vários botões
que auxiliam na localização do arquivo desejado. Depois de en-
contrar o arquivo clicar em Abrir.

INSERIR FIGURAS
Para inserir uma figura no slide clicar na guia Inserir, e clicar
em um desses botões:

• Imagem do Arquivo : inseri uma imagem de um arquivo.

• Clip-art : é possível escolher entre várias figuras que


acompanham o Microsoft Office.

• Formas : inseri formas prontas, como retângulos e cír-


culos, setas, linhas, símbolos de fluxograma e textos explicativos.

• SmartArt : inseri um elemento gráfico SmartArt para


EXCLUIR SLIDE comunicar informações visualmente. Esses elementos gráficos va-
Para excluir um slide basta selecioná-lo e depois clicar no riam desde listas gráficas e diagramas de processos até gráficos
botão , localizado na guia Início. mais complexos, como diagramas de Venn e organogramas.

LIMPAR FORMATAÇÃO
Para limpar toda a formatação de um texto basta selecioná-lo • Gráfico : inseri um gráfico para ilustrar e comparar da-
e clicar no botão , localizado na guia Início. dos.

SALVAR ARQUIVO
Após criar uma apresentação, é necessário efetuar a gravação • WordArt : inseri um texto com efeitos especiais.
do arquivo, essa operação é chamada de “Salvar”. Se o arquivo
não for salvo, corre-se o risco de perdê-lo por uma eventual falta CABEÇALHO E RODAPÉ
de energia, ou por outro motivo que cause a saída brusca do pro-
grama.
Para editar o cabeçalho ou rodapé do slide, basta clicar no
Para salvar o arquivo, acionar o Botão do Microsoft Office
e clicar em Salvar, ou clicar no botão .
botão , na guia Inserir. As informações serão exibidas na par-
SAIR DO POWERPOINT
Para sair do Microsoft Office PowerPoint, utilizar as seguintes
opções: te superior ou inferior de cada página impressa.
• Acionar o Botão do Microsoft Office e clicar em Sair do
PowerPoint. INSERIR TABELA
• Clicar no Botão Fechar . Para inserir ou traçar uma tabela, basta clicar no botão ,
• Pressionar as teclas ALT+F4. localizado na guia Inserir.
Se o arquivo não foi salvo ainda, ou se as últimas alterações
não foram gravadas, o PowerPoint emitirá uma mensagem, aler- ALTERAR A ORDEM DOS SLIDES
tando- o do fato. Para alterar a ordem dos slides:
• Selecionar a guia Slides (no painel à esquerda),

Didatismo e Conhecimento 95
INFORMÁTICA
ALTERAR PLANO DE FUNDO
Para alterar o plano de fundo de um slide, basta clicar com o
botão direito do mouse sobre ele, e em seguida clicar em Formatar
Plano de Fundo.

• Clicar com o botão esquerdo do mouse sobre o slide,

Depois escolher entre as opções clicar Aplicar a tudo para


aplicar a mudança a todos os slides, se for alterar apenas o slide
atual clicar em fechar.

• Mantê-lo pressionado e arrastá-lo até a posição desejada.

ANIMAR TEXTOS E OBJETOS


Para animar um texto ou objeto, selecionar o texto ou objeto,
clicar na guia Animações, e depois em Animações Personaliza-
das, abrirá um painel à direita, clicar em Adicionar efeito. Nele se
encontram várias opções de animação de entrada, ênfase, saída e
trajetórias de animação.

Didatismo e Conhecimento 96
INFORMÁTICA
As configurações de Ação do objeto estarão disponíveis so-
mente se a sua apresentação contiver um objeto OLE (uma tecno-
logia de integração de programa que pode ser usada para comparti-
lhamento de informações entre programas. Todos os programas do
Office oferecem suporte para OLE; por isso, você pode comparti-
lhar informações por meio de objetos vinculados e incorporados).
• Para tocar um som, marcar a caixa de seleção Tocar som e
selecionar o som desejado.

CRIAR APRESENTAÇÃO PERSONALIZADA


Existem dois tipos de apresentações personalizadas: básica e
com hiperlinks.
Uma apresentação personalizada básica é uma apresentação
separada ou uma apresentação que inclui alguns slides originais.
Uma apresentação personalizada com hiperlinks é uma forma
rápida de navegar para uma ou mais apresentações separadas.
1 – Apresentação Personalizada Básica
Utilizar uma apresentação personalizada básica para fornecer
INSERIR BOTÃO DE AÇÃO apresentações separadas para diferentes grupos da sua organiza-
Um botão de ação consiste em um botão já existente que pode ção. Por exemplo, se sua apresentação contém um total de cinco
ser inserido na apresentação e para o qual pode definir hiperlinks. slides, é possível criar uma apresentação personalizada chamada
Os botões de ação contêm formas, como setas para direita e para “Site 1” que inclui apenas os slides 1, 3 e 5. É possível criar uma
esquerda e símbolos de fácil compreensão referentes às ações de ir segunda apresentação personalizada chamada “Site 2” que inclui
para o próximo, anterior, primeiro e último slide, além de execu- os slides 1, 2, 4 e 5. Quando você criar uma apresentação perso-
tarem filmes ou sons. Eles são mais comumente usados para apre-
nalizada a partir de outra apresentação, é possível executá-la, na
sentações autoexecutáveis — por exemplo, apresentações que são
íntegra, em sua sequência original.
exibidas várias vezes em uma cabine ou quiosque (um computador
e monitor, geralmente localizados em uma área frequentada por
muitas pessoas, que pode incluir tela sensível ao toque, som ou ví-
deo. Os quiosques podem ser configurados para executar apresen-
tações do PowerPoint de forma automática, contínua ou ambas).
1. Na guia Inserir, no grupo Ilustrações, clicar na seta abaixo
de Formas e, em seguida, clique no botão Mais .
2. Em Botões de Ação, clicar no botão que se deseja adicionar.
3. Clicar sobre um local do slide e arrastar para desenhar a
forma para o botão.
4. Na caixa Configurar Ação, seguir um destes procedimentos:
• Para escolher o comportamento do botão de ação quando
você clicar nele, clicar na guia Selecionar com o Mouse.
• Para escolher o comportamento do botão de ação quando você
mover o ponteiro sobre ele, clicar na guia Selecionar sem o Mouse.
5. Para escolher o que acontece quando você clica ou move
o ponteiro sobre o botão de ação, siga um destes procedimentos:
• Se você não quiser que nada aconteça, clicar em Nenhuma.
• Para criar um hiperlink, clicar em Hiperlink para e selecionar
o destino para o hiperlink.
• Para executar um programa, clicar em Executar programa
e, em seguida, clicar em Procurar e localizar o programa que você
deseja executar.
• Para executar uma macro (uma ação ou um conjunto de
ações que você pode usar para automatizar tarefas. As macros são 1. Na guia Apresentações de Slides, no grupo Iniciar Apresen-
gravadas na linguagem de programação Visual Basic for Applica- tação de Slides, clicar na seta ao lado de Apresentação de Slides
tions), clicar em Executar macro e selecionar a macro que você Personalizada e, em seguida, clicar em Apresentações Personali-
deseja executar. zadas.
As configurações de Executar macro estarão disponíveis so- 2. Na caixa de diálogo Apresentações Personalizadas, clicar
mente se a sua apresentação contiver uma macro. em Novo.
• Se você deseja que a forma escolhida como um botão de 3. Em Slides na apresentação, clicar nos slides que você dese-
ação execute uma ação, clicar em Ação do objeto e selecionar a ja incluir na apresentação personalizada e, em seguida, clicar em
ação que você deseja que ele execute. Adicionar.

Didatismo e Conhecimento 97
INFORMÁTICA
Para selecionar diversos slides sequenciais, clicar no primeiro 7. Na guia Inserir, no grupo Vínculos, clicar na seta abaixo de
slide e, em seguida, manter pressionada a tecla SHIFT enquanto Hiperlink.
clica no último slide que deseja selecionar. Para selecionar diver- 8. Em Vincular para, clicar em Colocar Neste Documento.
sos slides não sequenciais, manter pressionada a tecla CTRL en- 9. Seguir um destes procedimentos:
quanto clica em cada slide que queira selecionar. • Para se vincular a uma apresentação personalizada, na lista
4. Para alterar a ordem em que os slides são exibidos, em Sli- Selecionar um local neste documento, selecionar a apresentação
des na apresentação personalizada, clicar em um slide e, em segui- personalizada para a qual deseja ir e marcar a caixa de seleção
da, clicar em uma das setas para mover o slide para cima ou para Mostrar e retornar.
baixo na lista. • Para se vincular a um local na apresentação atual, na lista
5. Digitar um nome na caixa Nome da apresentação de slides Selecione um local neste documento, selecionar o slide para o qual
e clicar em OK. Para criar apresentações personalizadas adicionais você deseja ir.
com quaisquer slides da sua apresentação, repetir as etapas de 1 Para visualizar uma apresentação personalizada, clicar no
a 5. nome da apresentação na caixa de diálogo Apresentações Persona-
Para visualizar uma apresentação personalizada, clicar no lizadas e, em seguida, clicar em Mostrar.
nome da apresentação na caixa de diálogo Apresentações Persona-
lizadas e, em seguida, clicar em Mostrar. TRANSIÇÃO DE SLIDES
2 – Apresentação Personalizada com Hiperlink As transições de slide são os efeitos semelhantes à animação
Utilizar uma apresentação personalizada com hiperlinks para que ocorrem no modo de exibição Apresentação de Slides quando
organizar o conteúdo de uma apresentação. Por exemplo, se você você move de um slide para o próximo. É possível controlar a ve-
cria uma apresentação personalizada principal sobre a nova orga- locidade de cada efeito de transição de slides e também adicionar
nização geral da sua empresa, é possível criar uma apresentação som.
personalizada para cada departamento da sua organização e vincu- O Microsoft Office PowerPoint 2007 inclui vários tipos dife-
lá-los a essas exibições da apresentação principal. rentes de transições de slides, incluindo (mas não se limitando) as
seguintes:

1. Sem transição
2. Persiana Horizontal
3. Persiana Vertical
4. Quadro Fechar
1. Na guia Apresentações, no grupo Iniciar Apresentação de 5. Quadro Abrir
Slides, clicar na seta ao lado de Apresentação de Slides Personali- 6. Quadriculado na Horizontal
zada e, em seguida, clicar em Apresentações Personalizadas. 7. Quadriculado na Vertical
2. Na caixa de diálogo Apresentações Personalizadas, clicar 8. Pente Horizontal
em Novo. 9. Pente Vertical
3. Em Slides na apresentação, clicar nos slides que você de- Para consultar mais efeitos de transição, na lista Estilos Rá-
seja incluir na apresentação personalizada principal e, em seguida, pidos, clicar no botão Mais , conforme mostrado no diagrama
clicar em Adicionar. acima.
Para selecionar diversos slides seqüenciais, clicar no primeiro
slide e, em seguida, manter pressionada a tecla SHIFT enquanto • Adicionar a mesma transição de slides a todos os slides
clica no último slide que deseja selecionar. Para selecionar diver- em sua apresentação:
sos slides não seqüenciais, manter pressionada a tecla CTRL en- 1. No painel que contém as guias Tópicos e Slides, clicar na
quanto clica em cada slide que queira selecionar. guia Slides.
4. Para alterar a ordem em que os slides são exibidos, em Sli- 2. Na guia Início, clicar na miniatura de um slide.
des na apresentação personalizada, clicar em um slide e, em segui- 3. Na guia Animações, no grupo Transição para Este Slide,
da, clicar em uma das setas para mover o slide para cima ou para clicar em um efeito de transição de slides.
baixo na lista. 4. Para consultar mais efeitos de transição, na lista Estilos Rá-
5. Digitar um nome na caixa Nome da apresentação de slides pidos, clicar no botão Mais .
e clicar em OK. Para criar apresentações personalizadas adicionais 5. Para definir a velocidade de transição de slides, no grupo
com quaisquer slides da sua apresentação, repetir as etapas de 1 Transição para Este Slide, clicar na seta ao lado de Velocidade da
a 5. Transição e, em seguida, selecionar a velocidade desejada.
6. Para criar um hiperlink da apresentação principal para uma 6. No grupo Transição para Este Slide, clicar em Aplicar a
apresentação de suporte, selecionar o texto ou objeto que você de- Tudo.
seja para representar o hiperlink.

Didatismo e Conhecimento 98
INFORMÁTICA
• Adicionar diferentes transições de slides aos slides em o Para mostrar todos os slides em sua apresentação, clicar
sua apresentação em Tudo.
1. No painel que contém as guias Tópicos e Slides, clicar na o Para mostrar um grupo específico de slides de sua apre-
guia Slides. sentação, digitar o número do primeiro slide que você deseja mos-
2. Na guia Início, clicar na miniatura de um slide. trar na caixa De e digitar o número do último slide que você deseja
3. Na guia Animações, no grupo Transição para Este Slide, mostrar na caixa Até.
clicar no efeito de transição de slides que você deseja para esse o Para iniciar uma apresentação de slides personalizada
slide. que seja derivada de outra apresentação do PowerPoint, clicar em
4. Para consultar mais efeitos de transição, na lista Estilos Rá- Apresentação personalizada e, em seguida, clicar na apresenta-
pidos, clicar no botão Mais . ção que você deseja exibir como uma apresentação personalizada
5. Para definir a velocidade de transição de slides, no grupo (uma apresentação dentro de uma apresentação na qual você agru-
Transição para Este Slide, clicar na seta ao lado de Velocidade da pa slides em uma apresentação existente para poder mostrar essa
Transição e, em seguida, selecionar a velocidade desejada. seção da apresentação para um público em particular).
6. Para adicionar uma transição de slides diferente a outro sli-
de em sua apresentação, repetir as etapas 2 a 4. • Opções da apresentação
Usar as opções na seção Opções da apresentação para especi-
• Adicionar som a transições de slides ficar como você deseja que arquivos de som, narrações ou anima-
1. No painel que contém as guias Tópicos e Slides, clicar na ções sejam executados em sua apresentação.
guia Slides. o Para executar um arquivo de som ou animação continua-
2. Na guia Início, clicar na miniatura de um slide. mente, marcar a caixa de opções Repetir até ‘Esc’ ser pressionada.
3. Na guia Animações, no grupo Transição para Este Slide, o Para mostrar uma apresentação sem executar uma nar-
clicar na seta ao lado de Som de Transição e, em seguida, seguir ração incorporada, marcar a caixa de seleção Apresentação sem
um destes procedimentos: narração.
• Para adicionar um som a partir da lista, selecionar o som o Para mostrar uma apresentação sem executar uma ani-
desejado.
mação incorporada, marcar a caixa de seleção Apresentação sem
• Para adicionar um som não encontrado na lista, selecionar
animação.
Outro Som, localizar o arquivo de som que você deseja adicionar
o Ao fazer sua apresentação diante de uma audiência ao
e, em seguida, clicar em OK.
vivo, é possível escrever nos slides. Para especificar uma cor de
4. Para adicionar som a uma transição de slides diferente, re-
tinta, na lista Cor da caneta, selecionar uma cor de tinta.
petir as etapas 2 e 3.
A lista Cor da caneta estará disponível apenas se Exibida por
um orador (tela inteira) (na seção Tipo de apresentação) estiver
CONFIGURAR APRESENTAÇÃO DE SLIDES
selecionada.
• Tipo de apresentação
Usar as opções na seção Tipo de apresentação para especificar • Avançar slides
como você deseja mostrar a apresentação para sua audiência. Usar as opções na seção Avançar slides para especificar como
o Para fazer sua apresentação diante de uma audiência ao mover de um slide para outro.
vivo, clicar em Exibida por um orador (tela inteira). o Para avançar para cada slide manualmente durante a
o Para permitir que a audiência exiba sua apresentação a apresentação, clicar em Manualmente.
partir de um disco rígido ou CD em um computador ou na Internet, o Para usar intervalos de slide para avançar para cada slide
clicar em Apresentada por uma pessoa (janela). automaticamente durante a apresentação, clicar em Usar interva-
o Para permitir que a audiência role por sua apresentação los, se houver.
de auto execução a partir de um computador autônomo, marcar a • Vários Monitores
caixa de seleção Mostrar barra de rolagem. É possível executar sua apresentação do Microsoft Office Po-
o Para entregar uma apresentação de auto execução exe- werPoint 2007 de um monitor (por exemplo, em um pódio) en-
cutada em um quiosque (um computador e monitor, geralmente quanto o público a vê em um segundo monitor.
localizados em uma área frequentada por muitas pessoas, que pode Usando dois monitores, é possível executar outros programas
incluir tela sensível ao toque, som ou vídeo. Os quiosques podem que não são vistos pelo público e acessar o modo de exibição Apre-
ser configurados para executar apresentações do PowerPoint de sentador. Este modo de exibição oferece as seguintes ferramentas
forma automática, contínua ou ambas), clicar em Apresentada em para facilitar a apresentação de informação:
um quiosque (tela inteira). o É possível utilizar miniaturas para selecionar os slides
de uma seqüência e criar uma apresentação personalizada para o
• Mostrar slides seu público.
Usar as opções na seção Mostrar slides para especificar quais o A visualização de texto mostra aquilo que o seu próximo
slides estão disponíveis em uma apresentação ou para criar uma clique adicionará à tela, como um slide novo ou o próximo marca-
apresentação personalizada (uma apresentação dentro de uma dor de uma lista.
apresentação na qual você agrupa slides em uma apresentação o As anotações do orador são mostradas em letras grandes
existente para poder mostrar essa seção da apresentação para um e claras, para que você possa utilizá-las como um script para a sua
público em particular). apresentação.

Didatismo e Conhecimento 99
INFORMÁTICA
o É possível escurecer a tela durante sua apresentação e, • Criar e imprimir folhetos
depois, prosseguir do ponto em que você parou. Por exemplo, tal- Você pode imprimir as apresentações na forma de folhetos,
vez você não queira exibir o conteúdo do slide durante um interva- com até nove slides em uma página, que podem ser utilizados pelo
lo ou uma seção de perguntas e respostas. público para acompanhar a apresentação ou para referência futura.
No modo de exibição do Apresentador, os ícones e botões são
grandes o suficiente para uma fácil navegação, mesmo quando
você está usando um teclado ou mouse desconhecido.

EXIBIR APRESENTAÇÃO
Para exibir uma apresentação clicar na guia Apresentação de
Slides, e seguir um destes procedimentos:

• Clicar no botão , ou pressionar a tecla F5, para iniciar


a apresentação a partir do primeiro slide.

• Clicar no botão , ou pressionar simultaneamente as te-


clas SHIFT e F5, para iniciar a apresentação a partir do slide atual.

IMPRESSÃO
No Microsoft Office PowerPoint 2007, é possível criar e im- (1) O folheto com três slides por página possui espaços entre
primir slides, folhetos e anotações. É possível imprimir sua apre- as linhas para anotações.
sentação no modo de exibição de Estrutura de Tópicos, de maneira Você pode selecionar um layout para os folhetos em visuali-
colorida, em preto e branco ou em escala de cinza. zação de impressão (um modo de exibição de um documento da
maneira como ele aparecerá ao ser impresso).
• Imprimir slides
1. Clicar no Botão Microsoft Office , clicar na seta ao lado Organizar conteúdo em um folheto:
de Imprimir e, em seguida, clicar em Visualizar impressão. Na visualização de impressão é possível organizar o conteúdo
2. No grupo Configurar página, da lista Imprimir, selecionar no folheto e visualizá-lo para saber como ele será impresso. Você
Slides. pode especificar a orientação da página como paisagem ou retrato
3. Clicar em Opções, apontar para Cor/escala de cinza e, em e o número de slides que deseja exibir por página.
seguida, clicar em uma das opções: Você pode adicionar visualizar e editar cabeçalhos e rodapés,
o Cor: Se estiver usando uma impressora colorida, essa op- como os números das páginas. No layout com um slide por página,
ção realizará a impressão em cores. você só poderá aplicar cabeçalhos e rodapés ao folheto e não aos
o Cor (em impressora preto-e-branco): Se estiver usando slides, se não desejar exibir texto, data ou numeração no cabeçalho
uma impressora preto-e-branco, essa opção realizará a impressão ou no rodapé dos slides.
em escala de cinza.
o Escala de cinza: Essa opção imprime imagens em tons de Aplicar conteúdo e formatação em todos os folhetos:
cinza que variam entre o preto e o branco. Os preenchimentos de Se desejar alterar a aparência, a posição e o tamanho da nu-
plano de fundo são impressos como branco para que o texto fique meração, da data ou do texto do cabeçalho e do rodapé em todos
mais legível. (Às vezes a escala de cinza é bastante semelhante à os folhetos, faça as alterações no folheto mestre. Para incluir um
Preto-e-branco puro). nome ou logotipo em todas as páginas do folheto, basta adicioná
o Preto-e-branco puro: Essa opção imprime o folheto sem -lo ao mestre. As alterações feitas no folheto mestre também são
preenchimentos em cinza. exibidas na impressão da estrutura de tópicos.
4. Clicar em Imprimir.
Para alterar as opções de impressão, siga estas etapas: Imprimir folhetos:
1. Na guia Estrutura, no grupo Configurar página, clicar em 1. Abrir a apresentação em que deseja imprimir os folhetos.
Configurar página. 2. Clicar no Botão Microsoft Office , clicar na seta ao lado de
2. Na lista Slides dimensionados para, clicar no tamanho de Imprimir e, em seguida, clicar em Visualizar impressão.
papel desejado para impressão. 3. No grupo Configurar página, clicar na seta em Imprimir e
o Se clicar em Personalizado, digitar ou selecionar as di- selecionar a opção desejada de layout do folheto na lista.
mensões do papel nas caixas Largura e Altura. O formato Folhetos (3 Slides por Página) possui linhas para
o Para imprimir em transparências, clicar em Transparên- anotações do público.
cia. 4. Para especificar a orientação da página, clicar na seta em
3. Para definir a orientação da página para os slides, em Orien- Orientação e, em seguida, clicar em Paisagem ou Retrato.
tação, na caixa Slides, clicar em Paisagem ou Retrato. 5. Clicar em Imprimir.
Se desejar imprimir folhetos em cores, selecionar uma im-
pressora colorida.

Didatismo e Conhecimento 100


INFORMÁTICA
Clicar no Botão Microsoft Office, clicar na seta ao lado de Se salvar suas apresentações como uma página da Web, a ima-
Imprimir e, em seguida, clicar em Visualizar impressão. Em Im- gem ou o objeto não será exibido quando abrir a apresentação no
primir, clicar em Opções, apontar para Cor/Escala de Cinza e se- navegador Web, embora suas anotações sejam exibidas.
lecionar Cor. As alterações, adições e exclusões realizadas nas anotações
aplicam-se apenas às anotações e ao texto das mesmas no modo
• Criar e imprimir anotações de exibição Normal.
Você pode criar anotações (páginas impressas que exibem Se desejar aumentar, reposicionar ou formatar a área de ima-
anotações do autor abaixo do slide que contém as anotações.) gem do slide ou a área das anotações, vá para o Modo de anotações
como notas para si mesmo, enquanto realiza a apresentação, ou e faça as alterações.
para o público. Você não pode desenhar imagens no painel de anotações no
modo de exibição Normal. Alterne para o Modo de anotações e
Criar anotações: desenhe ou adicione a imagem.
Use o painel de anotações (o painel no modo de exibição nor-
mal no qual você digita as anotações que deseja incluir em um Aplicar conteúdo e formatação a todas as anotações:
slide. Você imprime essas anotações como páginas de anotações Para aplicar conteúdo ou formatação a todas as anotações em
ou as exibe ao salvar uma apresentação como página da Web.) na uma apresentação, altere as Anotações mestras (um modo de exi-
exibição Normal para gravar anotações sobre os slides. bição ou página de slide em que você define a formatação de todos
os slides ou páginas de sua apresentação.
Cada apresentação tem um mestre para cada componente prin-
cipal: slides, slides de títulos, anotações do orador e folhetos para
o público). Por exemplo, para inserir o logotipo de uma empresa
ou outra arte em todas as páginas de anotações, adicione a arte a
Anotação mestra. Ou, se desejar alterar o estilo da fonte usado para
todas as anotações, altere o estilo na Anotação mestra. Você pode
alterar a aparência e a posição da área do slide, das anotações, dos
cabeçalhos, dos rodapés, dos números de página e da data.

Exibir anotações em uma página da Web:


Se você salvar sua apresentação como uma página da Web,
Você pode digitar e formatar suas anotações enquanto trabalha
suas anotações serão exibidas automaticamente, a menos que se-
na exibição Normal, mas para ver como as anotações serão impres-
jam ocultadas. Os títulos transformam-se em um sumário da apre-
sas e o efeito geral da formatação de qualquer texto, como as cores
sentação e as anotações do slide aparecem abaixo de cada slide.
da fonte, alterne para o Modo de anotações. Também é possível
Suas anotações podem fazer o papel de orador, fornecendo ao pú-
verificar e alterar os cabeçalhos e rodapés de suas anotações no blico os elementos básicos e os detalhes que um orador forneceria
Modo de anotações. durante uma apresentação ao vivo.
Cada anotação mostra uma imagem de slide, junto com as Ocultar os tópicos em uma apresentação da Web
anotações correspondentes a um slide. No Modo anotações, você Se você salvar sua apresentação como uma página da Web, os
pode ornamentar suasanotações com gráficos, imagens (um arqui- tópicos associados à sua apresentação serão exibidos automatica-
vo (como um metarquivo) que pode ser desagrupado e manipulado mente pelo seu navegador da Web. Os títulos do slide se tornam
como dois ou mais objetos, ou um arquivo quepermanece como um sumário na apresentação. Caso não deseje que o tópico seja
um único objeto (como bitmaps), tabelas ou outras ilustrações). exibido, oculte-o antes de salvar o arquivo como uma página da
Web.
1. Clicar no Botão Microsoft Office e, em seguida, clicar em
Salvar Como.
2. Na caixa Nome do arquivo, digitar um nome de arquivo ou
não fazer nada paraaceitar o nome sugerido.
3. Na lista Salvar como tipo, selecionar Página da Web e, em
seguida, clicar em Publicar.
4. Na caixa de diálogo Publicar como página da Web, clicar
em Opções da Web.
5. Na guia Geral, desmarcar a caixa de seleção Adicionar con-
troles de navegação de slide e clicar em OK.
6. Na caixa de diálogo Publicar como página da Web, clicar
em Publicar.
Uma imagem ou um objeto (uma tabela, um gráfico, uma
equação ou outra forma de informação. Os objetos criados em um Imprimir as anotações:
aplicativo, como planilhas, e vinculados ou incorporados em ou- 1. Abrir a apresentação em que deseja imprimir as anotações.
tro aplicativo são objetos OLE) adicionado ao Modo de anotações 2. Clicar no Botão Microsoft Office , clicar na seta ao lado de
será exibido nas anotações, mas não na tela da exibição Normal. Imprimir e, em seguida, clicar em Visualizar impressão.

Didatismo e Conhecimento 101


INFORMÁTICA
3. Na guia Configurar Página, clicar na seta da caixa Imprimir, Exibir uma apresentação no Modo de Estrutura de Tópi-
e clicar em Anotações. cos:
4. Para especificar a orientação da página, clicar na seta em 1. Na guia Exibir, no grupo Modos de Exibição de Apresenta-
Orientação e, em seguida, clicar em Retrato ou Paisagem. ção, clicar em Normal.
5. Clicar em Imprimir. 2. No painel que contém as guias Estrutura de Tópicos e Sli-
6. Para configurar cabeçalhos e rodapés, clicar em Opções e des, clicar na guia Estrutura de Tópicos.
em Cabeçalho e Rodapé.
Se desejar imprimir suas anotações em cores, selecionar uma Imprimir uma apresentação no Modo de Exibição de Es-
impressora colorida. Clicar no Botão Microsoft Office, clicar na trutura de Tópicos:
seta ao lado de Imprimir e, em seguida, clicar em Visualizar im- 1. Abrir a apresentação que deseja imprimir.
pressão. Em Imprimir, clicar em Opções, apontar para Cor/Escala 2. Na guia Exibir, no grupo Modos de Exibição de Apresenta-
de Cinza e selecionar Cor. ção, clicar em Normal.
3. No painel que contém as guias Estrutura de Tópicos e Sli-
• Criar e imprimir uma apresentação no Modo de Exibi- des, clicar na guia Estrutura de Tópicos.
ção de Estrutura de Tópicos 4. Clicar no Botão do Microsoft Office, apontar para a seta ao
Existem várias maneiras de exibir uma apresentação no Mi- lado de Imprimir e, em seguida, clicar em Visualizar Impressão.
crosoft Office PowerPoint 2007 e cada exibição é criada com uma 5. No grupo Configurar página, clicar na seta em Imprimir e,
finalidade diferente. Por exemplo, no Modo de Exibição de Estru- em seguida, clicar em Modo de estrutura de tópicos.
tura de Tópicos, o PowerPoint mostra a sua apresentação como 6. Para especificar a orientação da página, clicar na seta em
uma estrutura de tópicos com os títulos e o texto principal de cada Orientação e, em seguida, clicar em Paisagem ou Retrato.
slide. Os títulos são exibidos no lado esquerdo do painel, que con- 7. Clicar em Imprimir.
tém a guia Estrutura de Tópicos, junto com o ícone e o número do Atalho do teclado: Para exibir a caixa de diálogo Imprimir,
slide. O texto principal está recuado abaixo do título do slide. Os pressionar CTRL+P.
objetos gráficos são exibidos como pequenas notações no ícone do 2. Clicar em Localizar Impressora.
slide no Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos. 3. Na lista Nome, selecionar a impressora que você deseja
usar.
Trabalhar no Modo de Exibição de Estrutura de Tópicos é
especialmente prático se você quiser fazer edições globais, obter
uma visão geral da apresentação, alterar a seqüência dos marcado-
APLICATIVOS ASSOCIADOS À
res ou slides ou realizar alterações na formatação.
Quando você salva a apresentação como uma página da Web, INTERNET: NAVEGAÇÃO E
o texto da guia Estrutura de Tópicos se transforma em um índice, CORREIO ELETRÔNICO
para que você possa navegar pelos slides. (INTERNET EXPLORER, OUTLOOK
As guias Estrutura de Tópicos e Slides são alteradas para exi- EXPRESS, FIREFOX). CONCEITOS
bir um ícone quando o painel ficar estreito. Se a guia Estrutura de
BÁSICOS DE INTRANET, INTERNET,
Tópicos estiver oculta, basta ampliar o painel, arrastando a borda
direita. REDE, ESTAÇÃO E SERVIDOR. E-MAIL:
ENVIO E RECEPÇÃO DE MENSAGENS,
ATRAVÉS DE INTERFACE WEBMAIL OU
DO SOFTWARE OUTLOOK EXPRESS;
ANEXAR ARQUIVOS EM MENSAGENS.
NOÇÕES DE SEGURANÇA DAS
MENSAGENS. INTERNET:
CONCEITOS BASEADOS NO INTERNET
Aumentar o tamanho do painel que contém as guias Estrutura EXPLORER 6 OU SUPERIOR,
de Tópicos e Slides.
NAVEGAÇÃO, URLS, LINKS.
Criar uma apresentação no Modo de Exibição de Estrutu-
ra de Tópicos:
1. Na guia Exibir, no grupo Modos de Exibição de Apresenta-
ção, clicar em Normal. INTERNET
2. No painel contendo as guias Estrutura de Tópicos e Slides, “Imagine que fosse descoberto um continente tão vasto
clicar na guia Estrutura de Tópicos. que suas dimensões não tivessem fim. Imagine um mundo
3. Na guia Estrutura de Tópicos, posicionar o ponteiro e colar novo, com tantos recursos que a ganância do futuro não seria ca-
o conteúdo ou começar a digitar o texto. paz de esgotar; com tantas oportunidades que os empreendedores
seriam poucos para aproveitá-las; e com um tipo peculiar de
imóvel que se expandiria com o desenvolvimento.”
John P. Barlow

Didatismo e Conhecimento 102


INFORMÁTICA
Os Estados Unidos temiam que em um ataque nuclear ficas- WWW = World Wide Web ou Grande Teia Mundial
sem sem comunicação entre a Casa Branca e o Pentágono.
Este meio de comunicação “infalível”, até o fim da década de É um serviço disponível na Internet que possui um conjun-
60, ficou em poder exclusivo do governo conectando bases milita- to de documentos espalhados por toda rede e disponibilizados a
res, em quatro localidades. qualquer um.
Nos anos 70, seu uso foi liberado para instituições norte Estes documentos são escritos em hipertexto, que utiliza uma
-americanas de pesquisa que desejassem aprimorar a tecnologia, linguagem especial, chamada HTML.
logo vinte e três computadores foram conectados, porém o padrão
de conversação entre as máquinas se tornou impróprio pela quan- Domínio
tidade de equipamentos. Designa o dono do endereço eletrônico em questão, e
Era necessário criar um modelo padrão e universal para onde os hipertextos deste empreendimento estão localizados.
que as máquinas continuassem trocando dados, surgiu então o Quanto ao tipo do domínio, existem:
Protocolo Padrão TCP/IP, que permitiria portanto que mais outras .com = Instituição comercial ou provedor de serviço
máquinas fossem inseridas àquela rede. .edu = Instituição acadêmica
Com esses avanços, em 1972 é criado o correio eletrônico, o .gov = Instituição governamental
E-mail, permitindo a troca de mensagens entre as máquinas que .mil = Instituição militar norte-americana
compunham aquela rede de pesquisa, assim no ano seguinte a rede .net = Provedor de serviços em redes
se torna internacional. .org = Organização sem fins lucrativos
Na década de 80, a Fundação Nacional de Ciência do Brasil
conectou sua grande rede à ARPANET, gerando aquilo que co- HTTP, Hyper Texto Transfer Protocol ou Protocolo de Trasfe-
nhecemos hoje como internet, auxiliando portanto o processo de rência em Hipertexto
pesquisa em tecnologia e outras áreas a nível mundial, além de É um protocolo ou língua específica da internet, responsável
alimentar as forças armadas brasileiras de informação de todos os pela comunicação entre computadores.
tipos, até que em 1990 caísse no domínio público. Um hipertexto é um texto em formato digital, e pode le-
Com esta popularidade e o surgimento de softwares de nave- var a outros, fazendo o uso de elementos especiais (palavras,
gação de interface amigável, no fim da década de 90, pessoas que frases, ícones, gráficos) ou ainda um Mapa Sensitivo o qual leva
não tinham conhecimentos profundos de informática começaram a a outros conjuntos de informação na forma de blocos de textos,
utilizar a rede internacional. imagens ou sons.
Assim, um link ou hiperlink, quando acionado com o mouse,
Acesso à Internet remete o usuário à outra parte do documento ou outro documento.
O ISP, Internet Service Provider, ou Provedor de Serviço de
Internet, oferece principalmente serviço de acesso à Internet, adi- Home Page
cionando serviços como e-mail, hospedagem de sites ou blogs, ou Sendo assim, home page designa a página inicial, principal do
seja, são instituições que se conectam à Internet com o ob- site ou web page.
jetivo de fornecer serviços à ela relacionados, e em função do É muito comum os usuários confundirem um Blog ou Perfil
serviço classificam-se em: no Orkut com uma Home Page, porém são coisas distintas, aonde
• Provedores de Backbone: São instituições que constroem e um Blog é um diário e um Perfil no Orkut é um Profile, ou seja um
administram backbones de longo alcance, ou seja, estrutura física hipertexto que possui informações de um usuário dentro de uma
de conexão, com o objetivo de fornecer acesso à Internet para re- comunidade virtual.
des locais;
• Provedores de Acesso: São instituições que se conectam à HTML, Hyper Text Markut language ou Linguagem de Mar-
Internet via um ou mais acessos dedicados e disponibilizam acesso cação de Hipertexto
à terceiros a partir de suas instalações; É a linguagem com a qual se cria as páginas para a web.
• Provedores de Informação: São instituições que disponibili- Suas principais características são:
zam informação através da Internet. • Portabilidade (Os documentos escritos em HTML devem ter
aparência semelhante nas diversas plataformas de trabalho);
Endereço Eletrônico ou URL • Flexibilidade (O usuário deve ter a liberdade de “customi-
Para se localizar um recurso na rede mundial, deve-se conhe- zar” diversos elementos do documento, como o tamanho padrão
cer o seu endereço. da letra, as cores, etc);
Este endereço, que é único, também é considerado sua URL • Tamanho Reduzido (Os documentos devem ter um ta-
(Uniform Resource Locator), ou Localizador de Recursos Univer- manho reduzido, a fim de economizar tempo na transmissão
sal. Boa parte dos endereços apresenta-se assim: www.xxxx.com. através da Internet, evitando longos períodos de espera e
br congestionamento na rede).
Onde:
www = protocolo da World Wide Web Browser ou Navegador
xxx = domínio É o programa específico para visualizar as páginas da web.
com = comercial O Browser lê e interpreta os documentos escritos em HTML,
br = brasil apresentando as páginas formatadas para os usuários.

Didatismo e Conhecimento 103


INFORMÁTICA
ARQUITETURAS DE REDES O conjunto de camadas e protocolos é chamado de arquitetura
As modernas redes de computadores são projetadas de forma de rede. A especificação de arquitetura deve conter informações
altamente estruturada. Nas seções seguintes examinaremos com suficientes para que um implementador possa escrever o programa
algum detalhe a técnica de estruturação. ou construir o hardware de cada camada de tal forma que obedeça
corretamente ao protocolo apropriado. Nem os detalhes de imple-
HIERARQUIAS DE PROTOCOLOS mentação nem a especificação das interfaces são parte da arquite-
Para reduzir a complexidade de projeto, a maioria das redes é tura, pois esses detalhes estão escondidos dentro da máquina e não
organizada em camadas ou níveis, cada uma construída sobre sua são visíveis externamente. Não é nem mesmo necessário que as in-
predecessora. O número de camadas, o nome, o conteúdo e a fun- terfaces em todas as máquinas em uma rede sejam as mesmas, des-
ção de cada camada diferem de uma rede para outra. No entanto, de que cada máquina possa usar corretamente todos os protocolos.
em todas as redes, o propósito de cada camada é oferecer certos
serviços às camadas superiores, protegendo essas camadas dos de- O endereço IP
talhes de como os serviços oferecidos são de fato implementados. Quando você quer enviar uma carta a alguém, você... Ok,
A camada n em uma máquina estabelece uma conversão com você não envia mais cartas; prefere e-mail ou deixar um recado
a camada n em outra máquina. As regras e convenções utilizadas no Facebook. Vamos então melhorar este exemplo: quando você
nesta conversação são chamadas coletivamente de protocolo da quer enviar um presente a alguém, você obtém o endereço da pes-
camada n, conforme ilustrado na Figura abaixo para uma rede soa e contrata os Correios ou uma transportadora para entregar. É
com sete camadas. As entidades que compõem as camadas cor- graças ao endereço que é possível encontrar exatamente a pessoa
respondentes em máquinas diferentes são chamadas de processos a ser presenteada. Também é graças ao seu endereço - único para
parceiros. Em outras palavras, são os processos parceiros que se cada residência ou estabelecimento - que você recebe suas contas
comunicam utilizando o protocolo. de água, aquele produto que você comprou em uma loja on-line,
Na verdade, nenhum dado é transferido diretamente da cama- enfim.
da n em uma máquina para a camada n em outra máquina. Em vez Na internet, o princípio é o mesmo. Para que o seu computa-
disso, cada camada passa dados e informações de controle para dor seja encontrado e possa fazer parte da rede mundial de com-
a camada imediatamente abaixo, até que o nível mais baixo seja
putadores, necessita ter um endereço único. O mesmo vale para
alcançado. Abaixo do nível 1 está o meio físico de comunicação,
websites: este fica em um servidor, que por sua vez precisa ter um
através do qual a comunicação ocorre. Na Figura abaixo, a comu-
endereço para ser localizado na internet. Isto é feito pelo endereço
nicação virtual é mostrada através de linhas pontilhadas e a comu-
IP (IP Address), recurso que também é utilizado para redes locais,
nicação física através de linhas sólidas.
como a existente na empresa que você trabalha, por exemplo.
O endereço IP é uma sequência de números composta de 32
bits. Esse valor consiste em um conjunto de quatro sequências de
8 bits. Cada uma destas é separada por um ponto e recebe o nome
de octeto ou simplesmente byte, já que um byte é formado por
8 bits. O número 172.31.110.10 é um exemplo. Repare que cada
octeto é formado por números que podem ir de 0 a 255, não mais
do que isso.

Entre cada par de camadas adjacentes há uma interface. A inter- A divisão de um IP em quatro partes facilita a organização da
face define quais operações primitivas e serviços a camada inferior rede, da mesma forma que a divisão do seu endereço em cidade,
oferece à camada superior. Quando os projetistas decidem quantas bairro, CEP, número, etc, torna possível a organização das casas
camadas incluir em uma rede e o que cada camada deve fazer, uma da região onde você mora. Neste sentido, os dois primeiros octetos
das considerações mais importantes é definir interfaces limpas entre de um endereço IP podem ser utilizados para identificar a rede, por
as camadas. Isso requer, por sua vez, que cada camada desempe- exemplo. Em uma escola que tem, por exemplo, uma rede para
nhe um conjunto específico de funções bem compreendidas. Além alunos e outra para professores, pode-se ter 172.31.x.x para uma
de minimizar a quantidade de informações que deve ser passada de rede e 172.32.x.x para a outra, sendo que os dois últimos octetos
camada em camada, interfaces bem definidas também tornam fácil são usados na identificação de computadores.
a troca da implementação de uma camada por outra implementação
completamente diferente (por exemplo, trocar todas as linhas tele- Classes de endereços IP
fônicas por canais de satélite), pois tudo o que é exigido da nova Neste ponto, você já sabe que os endereços IP podem ser utili-
implementação é que ela ofereça à camada superior exatamente os zados tanto para identificar o seu computador dentro de uma rede,
mesmos serviços que a implementação antiga oferecia. quanto para identificá-lo na internet.

Didatismo e Conhecimento 104


INFORMÁTICA
Se na rede da empresa onde você trabalha o seu computador -Classe A: 10.0.0.0 à 10.255.255.255;
tem, como exemplo, IP 172.31.100.10, uma máquina em outra rede -Classe B: 172.16.0.0 à 172.31.255.255;
pode ter este mesmo número, afinal, ambas as redes são distintas -Classe C: 192.168.0.0 à 192.168.255.255.
e não se comunicam, sequer sabem da existência da outra. Mas, Suponha então que você tenha que gerenciar uma rede com
como a internet é uma rede global, cada dispositivo conectado nela cerca de 50 computadores. Você pode alocar para estas máquinas
precisa ter um endereço único. O mesmo vale para uma rede local: endereços de 192.168.0.1 até 192.168.0.50, por exemplo. Todas
nesta, cada dispositivo conectado deve receber um endereço único. elas precisam de acesso à internet. O que fazer? Adicionar mais um
Se duas ou mais máquinas tiverem o mesmo IP, tem-se então um IP para cada uma delas? Não. Na verdade, basta conectá-las a um
problema chamado “conflito de IP”, que dificulta a comunicação servidor ou equipamento de rede - como um roteador - que receba
destes dispositivos e pode inclusive atrapalhar toda a rede. a conexão à internet e a compartilhe com todos os dispositivos
Para que seja possível termos tanto IPs para uso em redes conectados a ele. Com isso, somente este equipamento precisará
locais quanto para utilização na internet, contamos com um es- de um endereço IP para acesso à rede mundial de computadores.
quema de distribuição estabelecido pelas entidades IANA (Inter-
net Assigned Numbers Authority) e ICANN (Internet Corporation Máscara de sub-rede
for Assigned Names and Numbers) que, basicamente, divide os As classes IP ajudam na organização deste tipo de endereça-
endereços em três classes principais e mais duas complementares. mento, mas podem também representar desperdício. Uma solução
São elas: bastante interessante para isso atende pelo nome de máscara de
Classe A: 0.0.0.0 até 127.255.255.255 - permite até 128 redes, sub-rede, recurso onde parte dos números que um octeto destina-
cada uma com até 16.777.214 dispositivos conectados; do a identificar dispositivos conectados (hosts) é “trocado” para
Classe B: 128.0.0.0 até 191.255.255.255 - permite até 16.384 aumentar a capacidade da rede. Para compreender melhor, vamos
redes, cada uma com até 65.536 dispositivos; enxergar as classes A, B e C da seguinte forma:
Classe C: 192.0.0.0 até 223.255.255.255 - permite até - A: N.H.H.H;
2.097.152 redes, cada uma com até 254 dispositivos; - B: N.N.H.H;
Classe D: 224.0.0.0 até 239.255.255.255 - multicast; - C: N.N.N.H.
Classe E: 240.0.0.0 até 255.255.255.255 - multicast reservado. N significa Network (rede) e H indica Host. Com o uso de
As três primeiras classes são assim divididas para atender às máscaras, podemos fazer uma rede do N.N.H.H se “transformar”
seguintes necessidades: em N.N.N.H. Em outras palavras, as máscaras de sub-rede per-
mitem determinar quantos octetos e bits são destinados para a
- Os endereços IP da classe A são usados em locais onde são identificação da rede e quantos são utilizados para identificar os
necessárias poucas redes, mas uma grande quantidade de máqui- dispositivos.
nas nelas. Para isso, o primeiro byte é utilizado como identificador Para isso, utiliza-se, basicamente, o seguinte esquema: se um
da rede e os demais servem como identificador dos dispositivos octeto é usado para identificação da rede, este receberá a máscara
conectados (PCs, impressoras, etc); de sub-rede 255. Mas, se um octeto é aplicado para os dispositivos,
- Os endereços IP da classe B são usados nos casos onde a seu valor na máscara de sub-rede será 0 (zero). A tabela a seguir
quantidade de redes é equivalente ou semelhante à quantidade de mostra um exemplo desta relação:
dispositivos. Para isso, usam-se os dois primeiros bytes do ende-
reço IP para identificar a rede e os restantes para identificar os
dispositivos; Identifica-
Identifica- Máscara de sub-
- Os endereços IP da classe C são usados em locais que reque- Classe Endereço IP dor do com-
dor da rede -rede
rem grande quantidade de redes, mas com poucos dispositivos em putador
cada uma. Assim, os três primeiros bytes são usados para identifi- A 10.2.68.12 10 2.68.12 255.0.0.0
car a rede e o último é utilizado para identificar as máquinas.
Quanto às classes D e E, elas existem por motivos especiais: B 172.31.101.25 172.31 101.25 255.255.0.0
a primeira é usada para a propagação de pacotes especiais para a C 192.168.0.10 192.168.0 10 255.255.255.0
comunicação entre os computadores, enquanto que a segunda está
reservada para aplicações futuras ou experimentais. Você percebe então que podemos ter redes com máscara
Vale frisar que há vários blocos de endereços reservados para 255.0.0.0, 255.255.0.0 e 255.255.255.0, cada uma indicando uma
fins especiais. Por exemplo, quando o endereço começa com 127, classe. Mas, como já informado, ainda pode haver situações onde
geralmente indica uma rede “falsa”, isto é, inexistente, utilizada há desperdício. Por exemplo, suponha que uma faculdade tenha
para testes. No caso do endereço 127.0.0.1, este sempre se refere à que criar uma rede para cada um de seus cinco cursos. Cada curso
própria máquina, ou seja, ao próprio host, razão esta que o leva a possui 20 computadores. A solução seria então criar cinco redes
ser chamado de localhost. Já o endereço 255.255.255.255 é utili- classe C? Pode ser melhor do que utilizar classes B, mas ainda
zado para propagar mensagens para todos os hosts de uma rede de haverá desperdício. Uma forma de contornar este problema é criar
maneira simultânea. uma rede classe C dividida em cinco sub-redes. Para isso, as más-
caras novamente entram em ação.
Endereços IP privados Nós utilizamos números de 0 a 255 nos octetos, mas estes, na
Há conjuntos de endereços das classes A, B e C que são pri- verdade, representam bytes (linguagem binária). 255 em binário
vados. Isto significa que eles não podem ser utilizados na internet, é 11111111. O número zero, por sua vez, é 00000000. Assim, a
sendo reservados para aplicações locais. São, essencialmente, estes: máscara de um endereço classe C, 255.255.255.0, é:

Didatismo e Conhecimento 105


INFORMÁTICA
11111111.11111111.11111111.00000000 IPv6
Perceba então que, aqui, temos uma máscara formada por 24 O mundo está cada vez mais conectado. Se, em um passado
bits 1: 11111111 + 11111111 + 11111111. Para criarmos as nossas não muito distante, você conectava apenas o PC da sua casa à in-
sub-redes, temos que ter um esquema com 25, 26 ou mais bits, ternet, hoje o faz com o celular, com o seu notebook em um serviço
conforme a necessidade e as possibilidades. Em outras palavras, de acesso Wi-Fi no aeroporto e assim por diante. Somando este
precisamos trocar alguns zeros do último octeto por 1. aspecto ao fato de cada vez mais pessoas acessarem a internet no
Suponha que trocamos os três primeiros bits do último octeto mundo inteiro, nos deparamos com um grande problema: o núme-
(sempre trocamos da esquerda para a direita), resultando em: ro de IPs disponíveis deixa de ser suficiente para toda as (futuras)
11111111.11111111.11111111.11100000 aplicações.
Se fizermos o número 2 elevado pela quantidade de bits “tro- A solução para este grande problema (grande mesmo, afinal,
cados”, teremos a quantidade possível de sub-redes. Em nosso a internet não pode parar de crescer!) atende pelo nome de IPv6,
caso, temos 2^3 = 8. Temos então a possibilidade de criar até oito uma nova especificação capaz de suportar até - respire fundo - 340.
sub-redes. Sobrou cinco bits para o endereçamento dos host. Fa- 282.366.920.938.463.463.374.607.431.768.211.456 de endereços,
zemos a mesma conta: 2^5 = 32. Assim, temos 32 dispositivos em um número absurdamente alto!
cada sub-rede (estamos fazendo estes cálculos sem considerar li-
mitações que possam impedir o uso de todos os hosts e sub-redes).
11100000 corresponde a 224, logo, a máscara resultante é
255.255.255.224.
Perceba que esse esquema de “trocar” bits pode ser empre-
gado também em endereços classes A e B, conforme a necessi-
dade. Vale ressaltar também que não é possível utilizar 0.0.0.0 ou
255.255.255.255 como máscara.
IP estático e IP dinâmico
IP estático (ou fixo) é um endereço IP dado permanentemente
a um dispositivo, ou seja, seu número não muda, exceto se tal ação
for executada manualmente. Como exemplo, há casos de assina-
turas de acesso à internet via ADSL onde o provedor atribui um
O IPv6 não consiste, necessariamente, apenas no aumento da
IP estático aos seus assinantes. Assim, sempre que um cliente se
quantidade de octetos. Um endereço do tipo pode ser, por exemplo:
conectar, usará o mesmo IP.
FEDC:2D9D:DC28:7654:3210:FC57:D4C8:1FFF
O IP dinâmico, por sua vez, é um endereço que é dado a um
computador quando este se conecta à rede, mas que muda toda Finalizando
vez que há conexão. Por exemplo, suponha que você conectou seu Com o surgimento do IPv6, tem-se a impressão de que a es-
computador à internet hoje. Quando você conectá-lo amanhã, lhe pecificação tratada neste texto, o IPv4, vai sumir do mapa. Isso até
será dado outro IP. Para entender melhor, imagine a seguinte situa- deve acontecer, mas vai demorar bastante. Durante essa fase, que
ção: uma empresa tem 80 computadores ligados em rede. Usan- podemos considerar de transição, o que veremos é a “convivência”
do IPs dinâmicos, a empresa disponibiliza 90 endereços IP para entre ambos os padrões. Não por menos, praticamente todos os
tais máquinas. Como nenhum IP é fixo, um computador receberá, sistemas operacionais atuais e a maioria dos dispositivos de rede
quando se conectar, um endereço IP destes 90 que não estiver sen- estão aptos a lidar tanto com um quanto com o outro. Por isso, se
do utilizado. É mais ou menos assim que os provedores de internet você é ou pretende ser um profissional que trabalha com redes ou
trabalham. simplesmente quer conhecer mais o assunto, procure se aprofundar
O método mais utilizado na distribuição de IPs dinâmicos é o nas duas especificações.
protocolo DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol). A esta altura, você também deve estar querendo descobrir qual
o seu IP. Cada sistema operacional tem uma forma de mostrar isso.
IP nos sites Se você é usuário de Windows, por exemplo, pode fazê-lo digi-
Você já sabe que os sites na Web também necessitam de um IP. tando cmd em um campo do Menu Iniciar e, na janela que surgir,
Mas, se você digitar em seu navegador www.infowester.com, por informar ipconfig /all e apertar Enter. Em ambientes Linux, o co-
exemplo, como é que o seu computador sabe qual o IP deste site ao mando é ifconfig.
ponto de conseguir encontrá-lo?
Quando você digitar um endereço qualquer de um site, um
servidor de DNS (Domain Name System) é consultado. Ele é
quem informa qual IP está associado a cada site. O sistema DNS
possui uma hierarquia interessante, semelhante a uma árvore (ter-
mo conhecido por programadores). Se, por exemplo, o site www.
infowester.com é requisitado, o sistema envia a solicitação a um
servidor responsável por terminações “.com”. Esse servidor loca-
lizará qual o IP do endereço e responderá à solicitação. Se o site
solicitado termina com “.br”, um servidor responsável por esta ter-
minação é consultado e assim por diante.

Didatismo e Conhecimento 106


INFORMÁTICA

Barra de endereços

A Barra de Endereços possibilita que se possa navegar em pá-


ginas da internet, bastando para isto digitar o endereço da página.
Alguns sites interessantes:
• www.diariopopular.com.br (Jornal Diário Popular)
• www.ufpel.tche.br (Ufpel)
• www.cefetrs.tche.br (Cefet)
• www.servidor.gov.br (Informações sobre servidor público)
Perceba, no entanto, que se você estiver conectado a partir de • www.siapenet.gog.br (contracheque)
uma rede local - tal como uma rede wireless - visualizará o IP que esta • www.pelotas.com.br (Site Oficial de Pelotas)
disponibiliza à sua conexão. Para saber o endereço IP do acesso à in- • www.mec.gov.br (Ministério da Educação)
ternet em uso pela rede, você pode visitar sites como whatsmyip.org.
Identificação de endereços de um site
Provedor Exemplo: http://www.pelotas.com.br
O provedor é uma empresa prestadora de serviços que oferece http:// -> (Hiper Text Tranfer Protocol) protocolo de comu-
acesso à Internet. Para acessar a Internet, é necessário conectar-se nicação
com um computador que já esteja na Internet (no caso, o prove- WWW -> (World Wide Web) Grande rede mundial
dor) e esse computador deve permitir que seus usuários também pelotas -> empresa ou organização que mantém o site
tenham acesso a Internet. .com -> tipo de organização
No Brasil, a maioria dos provedores está conectada à Embra- ......br -> identifica o país
tel, que por sua vez, está conectada com outros computadores fora Tipos de Organizações:
do Brasil. Esta conexão chama-se link, que é a conexão física que .edu -> instituições educacionais. Exemplo: michigam.edu
interliga o provedor de acesso com a Embratel. Neste caso, a Em-
.com -> instituções comerciais. Exemplo: microsoft.com
bratel é conhecida como backbone, ou seja, é a “espinha dorsal”
.gov -> governamental. Exemplo: fazenda.gov
da Internet no Brasil. Pode-se imaginar o backbone como se fosse
uma avenida de três pistas e os links como se fossem as ruas que .mil -> instalação militar. Exemplo: af.mil
estão interligadas nesta avenida. .net -> computadores com funções de administrar redes.
Tanto o link como o backbone possui uma velocidade de Exemplo: embratel.net
transmissão, ou seja, com qual velocidade ele transmite os dados. .org -> organizações não governamentais. Exemplo: care.org
Esta velocidade é dada em bps (bits por segundo). Deve ser feito
um contrato com o provedor de acesso, que fornecerá um nome de Home Page
usuário, uma senha de acesso e um endereço eletrônico na Internet. Pela definição técnica temos que uma Home Page é um arqui-
vo ASCII (no formato HTML) acessado de computadores rodando
URL - Uniform Resource Locator um Navegador (Browser), que permite o acesso às informações em
Tudo na Internet tem um endereço, ou seja, uma identificação um ambiente gráfico e multimídia. Todo em hipertexto, facilitando
de onde está localizado o computador e quais recursos este com- a busca de informações dentro das Home Pages.
putador oferece. Por exemplo, a URL: O endereço de Home Pages tem o seguinte formato:
http://www.novaconcursos.com.br http://www.endereço.com/página.html
Será mais bem explicado adiante. Por exemplo, a página principal da Pronag:
http://www.pronag.com.br/index.html
Como descobrir um endereço na Internet?
PLUG-INS
Para que possamos entender melhor, vamos exemplificar. Os plug-ins são programas que expandem a capacidade do
Você estuda em uma universidade e precisa fazer algumas Browser em recursos específicos - permitindo, por exemplo, que
pesquisas para um trabalho. Onde procurar as informações que você toque arquivos de som ou veja filmes em vídeo dentro de
preciso? uma Home Page. As empresas de software vêm desenvolvendo
Para isso, existem na Internet os “famosos” sites de procura, plug-ins a uma velocidade impressionante. Maiores informações e
que são sites que possuem um enorme banco de dados (que contém endereços sobre plug-ins são encontradas na página:
o cadastro de milhares de Home Pages), que permitem a procura http://www.yahoo.com/Computers_and_Internet/Software/
por um determinado assunto. Caso a palavra ou o assunto que foi
Internet/World_Wide_Web/Browsers/Plug_Ins/Indices/
procurado exista em alguma dessas páginas, será listado toda esta
Atualmente existem vários tipos de plug-ins. Abaixo temos
relação de páginas encontradas.
uma relação de alguns deles:
A pesquisa pode ser realizada com uma palavra, referente ao
assunto desejado. Por exemplo, você quer pesquisar sobre amor- - 3D e Animação (Arquivos VRML, MPEG, QuickTime, etc.).
tecedores, caso não encontre nada como amortecedores, procure - Áudio/Vídeo (Arquivos WAV, MID, AVI, etc.).
como autopeças, e assim sucessivamente. - Visualizadores de Imagens (Arquivos JPG, GIF, BMP, PCX,
etc.).

Didatismo e Conhecimento 107


INFORMÁTICA
- Negócios e Utilitários
- Apresentações

FTP - Transferência de Arquivos


Permite copiar arquivos de um computador da Internet para o seu computador.
Os programas disponíveis na Internet podem ser:
• Freeware: Programa livre que pode ser distribuído e utilizado livremente, não requer nenhuma taxa para sua utilização, e não é
considerado “pirataria” a cópia deste programa.
• Shareware: Programa demonstração que pode ser utilizado por um determinado prazo ou que contém alguns limites, para ser uti-
lizado apenas como um teste do programa. Se o usuário gostar ele compra, caso contrário, não usa mais o programa. Na maioria das vezes,
esses programas exibem, de tempos em tempos, uma mensagem avisando que ele deve ser registrado. Outros tipos de shareware têm tempo
de uso limitado. Depois de expirado este tempo de teste, é necessário que seja feito a compra deste programa.

Navegar nas páginas


Consiste percorrer as páginas na internet a partir de um documento normal e de links das próprias páginas.

Como salvar documentos, arquivos e sites


Clique no menu Arquivo e na opção Salvar como.

Como copiar e colar para um editor de textos


Selecionar o conteúdo ou figura da página. Clicar com o botão direito do mouse e escolha a opção Copiar.

Abra o editor de texto clique em colar

Navegadores
O navegador de WWW é a ferramenta mais importante para o usuário de Internet. É com ele que se podem visitar museus, ler revistas
eletrônicas, fazer compras e até participar de novelas interativas. As informações na Web são organizadas na forma de páginas de hipertexto,
cada um com seu endereço próprio, conhecido como URL. Para começar a navegar, é preciso digitar um desses endereços no campo cha-
mado Endereço no navegador. O software estabelece a conexão e traz, para a tela, a página correspondente.
O navegador não precisa de nenhuma configuração especial para exibir uma página da Web, mas é necessário ajustar alguns parâmetros
para que ele seja capaz de enviar e receber algumas mensagens de correio eletrônico e acessar grupos de discussão (news).
O World Wide Web foi inicialmente desenvolvido no Centro de Pesquisas da CERN (Conseil Europeen pour la Recherche Nucleaire),
Suíça. Originalmente, o WWW era um meio para físicos da CERN trocar experiências sobre suas pesquisas através da exibição de páginas
de texto. Ficou claro, desde o início, o imenso potencial que o WWW possuía para diversos tipos de aplicações, inclusive não científicas.
O WWW não dispunha de gráficos em seus primórdios, apenas de hipertexto. Entretanto, em 1993, o projeto WWW ganhou força extra
com a inserção de um visualizador (também conhecido como browser) de páginas capaz não apenas de formatar texto, mas também de exibir
gráficos, som e vídeo. Este browser chamava-se Mosaic e foi desenvolvido dentro da NCSA, por um time chefiado por Mark Andreesen. O
sucesso do Mosaic foi espetacular.
Depois disto, várias outras companhias passaram a produzir browsers que deveriam fazer concorrência ao Mosaic. Mark Andreesen
partiu para a criação da Netscape Communications, criadora do browser Netscape.
Surgiram ainda o Cello, o AIR Mosaic, o SPRY Mosaic, o Microsoft Internet Explorer, o Mozilla Firefox e muitos outros browsers.

Busca e pesquisa na web


Os sites de busca servem para procurar por um determinado assunto ou informação na internet.
Alguns sites interessantes:
• www.google.com.br
• http://br.altavista.com
• http://cade.search.yahoo.com
• http://br.bing.com/

Didatismo e Conhecimento 108


INFORMÁTICA
Como fazer a pesquisa
Digite na barra de endereço o endereço do site de pesquisa. Por exemplo:
www.google.com.br

Em pesquisar pode-se escolher onde será feita a pesquisa.

Os sites de pesquisa em geral não fazem distinção na pesquisa com letras maiúsculas e minúsculas e nem palavras com ou sem acento.

Opções de pesquisa

Web: pesquisa em todos os sites


Imagens: pesquisa por imagens anexadas nas páginas. Exemplo do resultado se uma pesquisa.

Grupos: pesquisa nos grupos de discussão da Usenet. Exemplo:

Didatismo e Conhecimento 109


INFORMÁTICA

Diretórios: pesquisa o conteúdo da internet organizados por assunto em categorias. Exemplo:

Como escolher palavra-chave


• Busca com uma palavra: retorna páginas que incluam a palavra digitada.
• “Busca entre aspas”: a pesquisa só retorna páginas que incluam todos os seus termos de busca, ou seja, toda a sequência de termos
que foram digitadas.
• Busca com sinal de mais (+): a pesquisa retorna páginas que incluam todas as palavras aleatoriamente na página.
• Busca com sinal de menos (-): as palavras que ficam antes do sinal de menos são excluídas da pesquisa.
• Resultado de um cálculo: pode ser efetuado um cálculo em um site de pesquisa.

Por exemplo: 3+4


Irá retornar:

O resultado da pesquisa
O resultado da pesquisa é visualizado da seguinte forma:

INTRANET
A Intranet ou Internet Corporativa é a implantação de uma Internet restrita apenas a utilização interna de uma empresa. As intranets ou
Webs corporativas, são redes de comunicação internas baseadas na tecnologia usada na Internet. Como um jornal editado internamente, e
que pode ser acessado apenas pelos funcionários da empresa.

Didatismo e Conhecimento 110


INFORMÁTICA
A intranet cumpre o papel de conectar entre si filiais e departa- • Apoio ao Funcionário - Perguntas e respostas, sistemas de
mentos, mesclando (com segurança) as suas informações particu- melhoria contínua (Sistema de Sugestões), manuais de qualidade;
lares dentro da estrutura de comunicações da empresa. • Recursos Humanos - Treinamentos, cursos, apostilas,
O grande sucesso da Internet, é particularmente da World políticas da companhia, organograma, oportunidades de trabalho,
Wide Web (WWW) que influenciou muita coisa na evolução da programas de desenvolvimento pessoal, benefícios.
informática nos últimos anos. Para acessar as informações disponíveis na Web corporativa,
Em primeiro lugar, o uso do hipertexto (documentos interliga- o funcionário praticamente não precisa ser treinado. Afinal, o es-
dos através de vínculos, ou links) e a enorme facilidade de se criar, forço de operação desses programas se resume quase somente em
interligar e disponibilizar documentos multimídia (texto, gráficos, clicar nos links que remetem às novas páginas. No entanto, a sim-
animações, etc.), democratizaram o acesso à informação através de plicidade de uma intranet termina aí. Projetar e implantar uma rede
redes de computadores. Em segundo lugar, criou-se uma gigantes- desse tipo é uma tarefa complexa e exige a presença de profissio-
ca base de usuários, já familiarizados com conhecimentos básicos nais especializados. Essa dificuldade aumenta com o tamanho da
de informática e de navegação na Internet. Finalmente, surgiram intranet, sua diversidade de funções e a quantidade de informações
muitas ferramentas de software de custo zero ou pequeno, que nela armazenadas.
permitem a qualquer organização ou empresa, sem muito esfor- A intranet é baseada em quatro conceitos:
ço, “entrar na rede” e começar a acessar e colocar informação. O • Conectividade - A base de conexão dos computadores li-
resultado inevitável foi a impressionante explosão na informação gados através de uma rede, e que podem transferir qualquer tipo de
disponível na Internet, que segundo consta, está dobrando de ta- informação digital entre si;
manho a cada mês. • Heterogeneidade - Diferentes tipos de computadores e
Assim, não demorou muito a surgir um novo conceito, que sistemas operacionais podem ser conectados de forma transparen-
tem interessado um número cada vez maior de empresas, hospitais, te;
faculdades e outras organizações interessadas em integrar infor- • Navegação - É possível passar de um documento a outro
mações e usuários: a intranet. Seu advento e disseminação prome- através de referências ou vínculos de hipertexto, que facilitam o
te operar uma revolução tão profunda para a vida organizacional acesso não linear aos documentos;
quanto o aparecimento das primeiras redes locais de computado- • Execução Distribuída - Determinadas tarefas de acesso
res, no final da década de 80. ou manipulação na intranet só podem ocorrer graças à execução de
programas aplicativos, que podem estar no servidor, ou nos micro-
O que é Intranet? computadores que acessam a rede (também chamados de clientes,
O termo “intranet” começou a ser usado em meados de 1995 daí surgiu à expressão que caracteriza a arquitetura da intranet:
por fornecedores de produtos de rede para se referirem ao uso den- cliente-servidor). A vantagem da intranet é que esses programas
tro das empresas privadas de tecnologias projetadas para a comu- são ativados através da WWW, permitindo grande flexibilidade.
nicação por computador entre empresas. Em outras palavras, uma Determinadas linguagens, como Java, assumiram grande impor-
intranet consiste em uma rede privativa de computadores que se tância no desenvolvimento de softwares aplicativos que obedeçam
baseia nos padrões de comunicação de dados da Internet pública, aos três conceitos anteriores.
baseadas na tecnologia usada na Internet (páginas HTML, e-mail,
FTP, etc.) que vêm, atualmente fazendo muito sucesso. Entre as Como montar uma Intranet
razões para este sucesso, estão o custo de implantação relativa- Basicamente a montagem de uma intranet consiste em usar as
mente baixo e a facilidade de uso propiciada pelos programas de estruturas de redes locais existentes na maioria das empresas, e em
navegação na Web, os browsers. instalar um servidor Web.
Servidor Web - É a máquina que faz o papel de repositório das
Objetivo de construir uma Intranet informações contidas na intranet. É lá que os clientes vão buscar
Organizações constroem uma intranet porque ela é uma ferra- as páginas HTML, mensagens de e-mail ou qualquer outro tipo de
menta ágil e competitiva. Poderosa o suficiente para economizar arquivo.
tempo, diminuir as desvantagens da distância e alavancar sobre o
seu maior patrimônio de capital-funcionários com conhecimentos Protocolos - São os diferentes idiomas de comunicação uti-
das operações e produtos da empresa. lizados. O servidor deve abrigar quatro protocolos. O primeiro é
o HTTP, responsável pela comunicação do browser com o servi-
Aplicações da Intranet dor, em seguida vem o SMTP ligado ao envio de mensagens pelo
Já é ponto pacífico que apoiarmos a estrutura de comunicações e-mail, e o FTP usado na transferência de arquivos. Independen-
corporativas em uma intranet dá para simplificar o trabalho, pois temente das aplicações utilizadas na intranet, todas as máquinas
estamos virtualmente todos na mesma sala. De qualquer modo, é nela ligadas devem falar um idioma comum: o TCP/IP, protocolo
cedo para se afirmar onde a intranet vai ser mais efetiva para unir da Internet.
(no sentido operacional) os diversos profissionais de uma empresa.
Mas em algumas áreas já se vislumbram benefícios, por exemplo: Identificação do Servidor e das Estações - Depois de definidos
• Marketing e Vendas - Informações sobre produtos, listas os protocolos, o sistema já sabe onde achar as informações e como
de preços, promoções, planejamento de eventos; requisitá-las. Falta apenas saber o nome de quem pede e de quem
• Desenvolvimento de Produtos - OT (Orientação de Tra- solicita. Para isso existem dois programas: o DNS que identifica
balho), planejamentos, listas de responsabilidades de membros das o servidor e o DHCP (Dinamic Host Configuration Protocol) que
equipes, situações de projetos; atribui nome às estações clientes.

Didatismo e Conhecimento 111


INFORMÁTICA
Estações da Rede - Nas estações da rede, os funcionários aces- aplicativos separados, como e-mail e servidores Web, em vez de
sam as informações colocadas à sua disposição no servidor. Para usar um sistema unificado, como faria com um pacote de software
isso usam o Web browser, software que permite folhear os docu- para grupo de trabalho;
mentos. • Número Limitado de Ferramentas - Há um número limitado
de ferramentas para conectar um servidor Web a bancos de da-
Comparando Intranet com Internet dos ou outros aplicativos back-end. As intranets exigem uma rede
Na verdade as diferenças entre uma intranet e a Internet, é TCP/IP, ao contrário de outras soluções de software para grupo de
uma questão de semântica e de escala. Ambas utilizam as mesmas trabalho que funcionam com os protocolos de transmissão de redes
técnicas e ferramentas, os mesmos protocolos de rede e os mesmos local existentes;
produtos servidores. O conteúdo na Internet, por definição, fica • Ausência de Replicação Embutida – As intranets não apre-
disponível em escala mundial e inclui tudo, desde uma home-page sentam nenhuma replicação embutida para usuários remotos. A
de alguém com seis anos de idade até as previsões do tempo. A HMTL não é poderosa o suficiente para desenvolver aplicativos
maior parte dos dados de uma empresa não se destina ao consumo cliente/servidor.
externo, na verdade, alguns dados, tais como as cifras das ven- Como a Intranet é ligada à Internet
das, clientes e correspondências legais, devem ser protegidos com
cuidado. E, do ponto de vista da escala, a Internet é global, uma
intranet está contida dentro de um pequeno grupo, departamento
ou organização corporativa. No extremo, há uma intranet global,
mas ela ainda conserva a natureza privada de uma Internet menor.
A Internet e a Web ficaram famosas, com justa razão, por
serem uma mistura caótica de informações úteis e irrelevantes, o
meteórico aumento da popularidade de sites da Web dedicados a
índices e mecanismos de busca é uma medida da necessidade de
uma abordagem organizada. Uma intranet aproveita a utilidade da
Internet e da Web num ambiente controlado e seguro.

Vantagens e Desvantagens da Intranet


Alguns dos benefícios são:
• Redução de custos de impressão, papel, distribuição de soft-
ware, e-mail e processamento de pedidos;
• Redução de despesas com telefonemas e pessoal no suporte
telefônico;
• Maior facilidade e rapidez no acesso as informações técnicas Segurança da Intranet
e de marketing; Três tecnologias fornecem segurança ao armazenamento e à
• Maior rapidez e facilidade no acesso a localizações remotas; troca de dados em uma rede: autenticação, controle de acesso e
• Incrementando o acesso a informações da concorrência; criptografia.
• Uma base de pesquisa mais compreensiva; Autenticação - É o processo que consiste em verificar se um
• Facilidade de acesso a consumidores (clientes) e parceiros usuário é realmente quem alega ser. Os documentos e dados podem
(revendas); ser protegidos através da solicitação de uma combinação de nome
• Aumento da precisão e redução de tempo no acesso à infor- do usuário/senha, ou da verificação do endereço IP do solicitante,
mação; ou de ambas. Os usuários autenticados têm o acesso autorizado ou
• Uma única interface amigável e consistente para aprender negado a recursos específicos de uma intranet, com base em uma
e usar; ACL (Access Control List) mantida no servidor Web;
• Informação e treinamento imediato (Just in Time);
• As informações disponíveis são visualizadas com clareza; Criptografia - É a conversão dos dados para um formato que
• Redução de tempo na pesquisa a informações; pode ser lido por alguém que tenha uma chave secreta de descrip-
• Compartilhamento e reutilização de ferramentas e informação; tografia. Um método de criptografia amplamente utilizado para a
• Redução no tempo de configuração e atualização dos sistemas; segurança de transações Web é a tecnologia de chave pública, que
• Simplificação e/ou redução das licenças de software e outros; constitui a base do HTTPS - um protocolo Web seguro;
• Redução de custos de documentação;
• Redução de custos de suporte; Firewall - Você pode proporcionar uma comunicação segura
• Redução de redundância na criação e manutenção de páginas; entre uma intranet e a Internet através de servidores proxy, que são
• Redução de custos de arquivamento; programas que residem no firewall e permitem (ou não) a trans-
• Compartilhamento de recursos e habilidade. missão de pacotes com base no serviço que está sendo solicitado.
Um proxy HTTP, por exemplo, pode permitir que navegadores
Alguns dos empecilhos são: Webs internos da empresa acessem servidores Web externos, mas
• Aplicativos de Colaboração - Os aplicativos de colaboração, não o contrário.
não são tão poderosos quanto os oferecidos pelos programas para
grupos de trabalho tradicionais. É necessário configurar e manter

Didatismo e Conhecimento 112


INFORMÁTICA
Dispositivos para realização de Cópias de Segurança
Os dispositivos para a realização de cópias de segurança do(s) servidor(es) constituem uma das peças de especial importância. Por
exemplo, unidades de disco amovíveis com grande capacidade de armazenamento, tapes...
Queremos ainda referir que para o funcionamento de uma rede existem outros conceitos como topologias/configurações (rede linear,
rede em estrela, rede em anel, rede em árvore, rede em malha …), métodos de acesso, tipos de cabos, protocolos de comunicação, velocidade
de transmissão …

EXTRANET
A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de computadores que faz uso da Internet para partilhar com segurança parte do seu
sistema de informação.
A Extranet de uma empresa é a porção de sua rede de computadores que faz uso da Internet para partilhar com segurança parte do seu
sistema de informação.
Tomado o termo em seu sentido mais amplo, o conceito confunde-se com Intranet. Uma Extranet também pode ser vista como uma
parte da empresa que é estendida a usuários externos (“rede extra-empresa”), tais como representantes e clientes. Outro uso comum do termo
Extranet ocorre na designação da “parte privada” de um site, onde somente “usuários registrados” podem navegar, previamente autenticados
por sua senha (login).

Empresa estendida
O acesso à intranet de uma empresa através de um Portal (internet) estabelecido na web de forma que pessoas e funcionários de uma
empresa consigam ter acesso à intranet através de redes externas ao ambiente da empresa.
Uma extranet é uma intranet que pode ser acessada via Web por clientes ou outros usuários autorizados. Uma intranet é uma rede restrita
à empresa que utiliza as mesmas tecnologias presentes na Internet, como e-mail, webpages, servidor FTP etc.
A ideia de uma extranet é melhorar a comunicação entre os funcionários e parceiros além de acumular uma base de conhecimento que
possa ajudar os funcionários a criar novas soluções.
Exemplificando uma rede de conexões privadas, baseada na Internet, utilizada entre departamentos de uma empresa ou parceiros exter-
nos, na cadeia de abastecimento, trocando informações sobre compras, vendas, fabricação, distribuição, contabilidade entre outros.

INTERNET EXPLORER

O Windows Internet Explorer possui uma aparência simplificada e muitos recursos novos que aceleram a sua experiência de navegação
na Web.
Os novos recursos gráficos e o melhor desempenho do Internet Explorer possibilitam experiências ricas e intensas. Texto, vídeo e
elementos gráficos acelerados por hardware significam que seus sites têm um desempenho semelhante ao dos programas instalados no seu
computador. Os vídeos de alta definição são perfeitos, os elementos gráficos são nítidos e respondem positivamente, as cores são fieis e os
sites são interativos como jamais foram. Com os aperfeiçoamentos como Chakra, o novo mecanismo JavaScript, os sites e aplicativos são
carregados mais rapidamente e respondem melhor. Combine o Internet Explorer com os eficientes recursos gráficos que o Windows 7 tem a
oferecer, e você terá a melhor experiência da Web no Windows até o momento.
A instalação mais curta e simplificada do Internet Explorer é mais rápida do que nas versões anteriores. Ela requer menos decisões de
sua parte, leva menos tempo para carregar páginas e não exige que você instale atualizações separadamente. Uma vez concluída a instalação,
você já pode começar a navegar.

Interface
A primeira alteração que vemos no I.E 9 é a altura do seu cabeçalho (55px), pequeno e elegante, o internet Explorer 9 se comparado
com suas versões anteriores, melhorou muito e sem sombra de dúvida começa a tomar A primeira alteração que vemos no I.E 9 é a altura do
seu cabeçalho (55px), pequeno e elegante, o internet Explorer 9 se comparado com suas versões anteriores, melhorou muito e sem sombra
de dúvida começa a tomar uma forma competitiva.

1-Ícones de Voltar/ Avançar página


2-Ícones de manipulação da URL
3-Abas de conteúdo
4-Ícones de funcionalidades gerais, favoritos e página inicial
5-Ícone para inserir novas aplicações
6-Ícone de aplicação instalada.

Didatismo e Conhecimento 113


INFORMÁTICA
1-Ícones de Voltar/ Avançar página
Uma das mudanças vistas em mais de um navegador, é o destaque dado ao botão de “Voltar Página”, muito mais utilizado que o “Avan-
çar, o destaque dado, foi merecido, assim evita-se possíveis erros e distrações”. Depois de ter feito alguma transição de página, o botão voltar
assume uma cor azul marinho, ganhando ainda mais destaque.

2-Ícones de manipulação da URL


Os ícones de manipulação, são aqueles que permitem o usuário “Favoritos”, “Cancelar” ou “Atualizar” uma página. No caso do I.E 9,
eles foram separados, o “Favoritos” está junto dos ícones de funcionalidade geral (página inicial e opções) enquanto o “Atualizar” e “Fe-
char” foram posicionados dentro da barra de URL, o que pode dificultar o seu uso, o “Atualizar” especialmente é bastante utilizado (apesar
da tecla de atalho F5) e nesta nova versão ele perdeu seu destaque e sua facilidade de clique, ficando posicionado entre dois ícones.
Foi inserido nessa mesma área, o ícone de “Compatibilidade”, permitindo que determinadas páginas sejam visualizadas com a tecno-
logia das versões anteriores do I.E.

3-Abas de conteúdo
O posicionamento das abas de conteúdo dentro do cabeçalho do I.E 9 foi mal escolhido, as abas tem que disputar espaço com o campo
de URL. Consegui manter aberto no máximo 4 abas sem que prejudique demais a leitura dos títulos das abas, depois disso a visualização e
a navegação entre as abas fica difícil e desanimador.

4 abas.

Múltiplas abas.

4-Ícones de funcionalidades gerais, favoritos e página inicial

“Pagina Inicial”, “Favoritos” e “Opções” foram agrupados no canto direito da tela, mas sem um objetivo claro, pois os dois primeiros
itens citados são elementos que quando utilizados interagem ou alteram os dados inseridos no campo de URL. “Opções” por sua vez, se
refere a opções de internet, privacidade e etc.…

5-Ícone para inserir novas aplicações

Uma das novidades mais bacanas dos novos navegadores é possibilidade de adquirir aplicativos e plug-ins, permitindo ao usuário a
customizar o seu navegador e criar um fluxo de utilização diferenciado de navegador para navegador.
Porém, esta nova possibilidade foi mal comunicada, ela é representada por símbolo de mais, muito semelhante ao utilizado em navega-
dores como Firefox, para adicionar novas abas. Fica claro no I.E 9, que o símbolo de “+” serve para adicionar algo ao navegador, mas o que?
Existe espaço suficiente na área para trabalhar com uma ancora textual, ao menos até os usuários criarem um hábito.

Didatismo e Conhecimento 114


INFORMÁTICA

6-Ícone de aplicação/plug-in instalado


As aplicações depois de instaladas são alinhadas de forma horizontal no espaço que em versões anteriores pertencia às abas.

Usar os novos controles do navegador

A primeira coisa que você notará ao abrir o Internet Explorer 9 será seu design simplificado.

A maioria das funções da barra de comandos, como Imprimir ou Zoom, pode ser encontrada ao clicar no botão Ferramentas , e os
seus favoritos e os feeds são exibidos ao clicar no botão Centro de Favoritos .

As guias são exibidas automaticamente à direita da Barra de endereços, mas é possível movê-las para que sejam exibidas abaixo da
Barra de endereço, da mesma maneira que em versões anteriores do Internet Explorer. Você pode exibir as Barras de Favoritos, Comandos,
Status e Menus clicando com o botão direito do mouse no botão Ferramentas e selecionando-as em um menu.

Mostrar ou ocultar as Barras de Favoritos, Comandos e Status


Clique com o botão direito do mouse em um espaço livre à direita do botão Nova Guia e selecione uma barra:

• Barra de Favoritos
• Barra de Comandos
• Barra de Status

Fixar um site da web na barra de tarefas


Para ter um acesso rápido, você pode fixar um site visitado com frequência à barra de tarefas, na área de trabalho do Windows 7, da
mesma maneira que você faria com um programa.

Didatismo e Conhecimento 115


INFORMÁTICA
Usar o Gerenciador de Download
O Gerenciador de Download mantém uma lista dos arquivos
baixados por você e o notifica quando um arquivo pode ser um
malware (software mal-intencionado). Ele também permite que
você pause e reinicie um download, além de lhe mostrar onde en-
contrar os arquivos baixados em seu computador.

Para fixar um site da web


• Clique na guia da página da Web e arraste-a até a barra
de tarefas.
Ao lado do endereço da página, há um pequeno ícone com o
símbolo do site. Ao arrastá-lo, ele automaticamente se transforma
em uma espécie de botão. Então só é preciso que você o envie
para a Barra de tarefas do Windows 7 para que ele vire um rápido
atalho.
Para remover um site fixo da barra de tarefas
• Clique com o botão direito do mouse no ícone do site,
na barra de tarefas, e clique em Desafixar esse programa da barra Abrir o Gerenciador de Downloads
de tarefas.
1. Para abrir o Internet Explorer, clique no botão Iniciar
Pesquisar na Barra de endereços . Na caixa de pesquisa, digite Internet Explorer e, na lista de resul-
Agora, você pode fazer buscas diretamente na Barra de ende- tados, clique em Internet Explorer.
reços. Se você inserir o endereço de um site, você irá diretamente 2. Clique no botão Ferramentas e em Exibir downloads.
a um site da web. Se você inserir um termo de pesquisa ou um
endereço incompleto, aparecerá uma pesquisa, usando o mecanis- Trabalhar com guias
mo de pesquisa selecionado. Clique na barra de endereços para
selecionar o mecanismo de pesquisa a partir dos ícones listados ou Você pode abrir uma guia clicando no botão Nova Guia à di-
para adicionar novos mecanismos. reita da guia aberta mais recentemente.

Use a navegação com guias para abrir várias páginas da Web


em uma única janela.

Para visualizar duas páginas com guias ao mesmo tempo, cli-


que em um guia e, em seguida, arraste-a para fora da janela do
Internet Explorer para abrir a página da Web da guia em uma nova
janela.

Ao fazer pesquisas na Barra de endereços, você tem a opção


de abrir uma página de resultados da pesquisa ou o principal re-
sultado da pesquisa (se o provedor de pesquisa selecionado ofere-
cer suporte a esse recurso). Você também pode ativar sugestões de
pesquisa opcionais na Barra de endereços.

Ao abrir uma nova guia no Windows Internet Explorer 9, você


pode:

Didatismo e Conhecimento 116


INFORMÁTICA
• Para abrir uma nova página da Web, digite ou cole um Guias codificadas por cores
endereço na Barra de endereços.
• Para ir para um dos dez sites mais utilizados por você,
clique em um link na página.
• Para ocultar informações sobre os dez sites mais utiliza-
dos por você, clique Ocultar sites. Para restaurar as informações,
clique em Mostrar sites.
• Para ativar a Navegação InPrivate, clique em Navegação
InPrivate.
• Para abrir novamente as guias que acabou de fechar, cli-
que em Reabrir guias fechadas.
• Para reabrir as guias de sua última sessão de navegação,
clique em Reabrir última sessão.
• Para abrir Sites Sugeridos em uma página da Web, clique
em Descobrir outros sites dos quais você pode gostar.

Guias avançadas Ter várias guias abertas ao mesmo tempo pode ser um pro-
cesso complicado e demorado, principalmente quando você tenta
Por padrão, as guias são mostradas à direita da Barra de ende- voltar e localizar os sites que abriu. Com o Internet  Explorer  9,
reços. Para fazer com que as guias sejam mostradas em sua própria as guias relacionadas são codificadas por cores, o que facilita sua
linha abaixo da Barra de endereços, clique com o botão direito do organização ao navegar por várias páginas da Web.
mouse na área aberta à direita do botão Nova guia e clique em Você consegue ver as guias relacionadas instantaneamente.
Mostrar guias abaixo da Barra de endereços. Quando você abre uma nova guia a partir de outra, a nova guia
é posicionada ao lado da primeira guia e é codificada com a cor
Guias destacáveis correspondente. E quando uma guia que faz parte de um grupo é
fechada, outra guia desse grupo é exibida, para que você não fique
olhando para uma guia não relacionada.
Se quiser fechar uma guia ou o grupo inteiro de guias, ou re-
mover uma guia de um grupo, clique com o botão direito do mouse
na guia ou no grupo de guias e escolha o que deseja fazer. Nesse
local também é possível atualizar uma ou todas as guias, criar uma
guia duplicada, abrir uma nova guia, reabrir a última guia fechada
ou ver uma lista de todas as guias fechadas recentemente e reabrir
qualquer uma ou todas elas.
Como usar os Sites Sugeridos no Internet Explorer 9
O recurso Sites Sugeridos é um serviço online usado pelo
As guias destacáveis tornam a interação com vários sites rá- Windows Internet Explorer 9 que recomenda sites que você talvez
pida e intuitiva. É possível reorganizar as guias no Internet  Ex- goste com base nos sites que você visita com frequência.
plorer 9 — da mesma forma que você reorganiza ícones na barra Para ativar os Sites Sugeridos e exibi-los em uma página da
de tarefas no Windows 7 — ou abrir qualquer guia em uma nova Web
janela do navegador arrastando a guia para a área de trabalho. Se 1. Para abrir o Internet Explorer, clique no botão Iniciar
precisar exibir mais de uma página da Web ao mesmo tempo para . Na caixa de pesquisa, digite Internet Explorer e, na lista de resul-
realizar uma tarefa, use as guias destacáveis junto com o Ajuste. tados, clique em Internet Explorer.
É uma ótima forma de mostrar várias páginas da Web lado a lado 2. Clique no botão Favoritos e, na parte inferior do Centro
na tela. de Favoritos, clique em Ativar Sites Sugeridos.
3. Na caixa de diálogo Sites Sugeridos, clique em Sim.
Facilite o acesso aos seus sites favoritos. Arraste uma guia e Observação: Para desativar os Sites Sugeridos, clique no bo-
fixe-a diretamente na barra de tarefas ou no menu Iniciar. Ou ar- tão Ferramentas , aponte para Arquivo e desmarque a opção Si-
raste uma guia para a barra Favoritos. Independentemente do que tes Sugeridos.
escolher, seus sites favoritos estarão ao seu alcance.
Para adicionar o Web Slice de Sites Sugeridos
Depois de ativar os Sites Sugeridos, você pode clicar no Web
Slice de Sites Sugeridos na Barra de favoritos para verificar suges-
tões de sites com base na página da Web na guia atual.
1. Para abrir o Internet Explorer, clique no botão Iniciar
. Na caixa de pesquisa, digite Internet Explorer e, na lista de resul-
tados, clique em Internet Explorer.
2. Clique no botão Favoritos e, na parte inferior do Cen-
tro de Favoritos, clique em Exibir Sites Sugeridos.

Didatismo e Conhecimento 117


INFORMÁTICA
Observação: Se não tiver ativado os Sites Sugeridos, você de- Para ativar a Navegação InPrivate:
verá clicar em Ativar Sites Sugeridos e em Sim. 1. Para abrir o Internet Explorer, clique no botão Iniciar
1. Na página da Web Sites Sugeridos, role até a parte inferior . Na caixa de pesquisa, digite Internet Explorer e, na lista de resul-
e clique em Adicionar Sites Sugeridos à sua Barra de Favoritos. tados, clique em Internet Explorer.
2. Na caixa de diálogo do Internet Explorer, clique em Adi- 2. Clique no botão Ferramentas , aponte para Segurança
cionar à Barra de Favoritos. e clique em Navegação InPrivate.
Observação: Quando você habilita o recurso Sites Sugeridos,
o seu histórico de navegação na Web é enviado à Microsoft, onde O que faz a Navegação InPrivate:
ele é salvo e comparado com uma lista de sites relacionados atua- Quando você inicia a Navegação InPrivate, o Internet  Ex-
lizada com frequência. Você pode optar por interromper o envio plorer abre uma nova janela do navegador. A proteção oferecida
de seu histórico de navegação na Web pelo Internet Explorer para pela Navegação InPrivate tem efeito apenas durante o tempo que
a Microsoft a qualquer momento. Também é possível excluir en- você usar essa janela. Você pode abrir quantas guias desejar nessa
tradas individuais do seu histórico a qualquer momento. As entra- janela e todas elas estarão protegidas pela Navegação InPrivate.
das excluídas não serão usadas para fornecer sugestões de outros Entretanto, se você abrir uma segunda janela do navegador, ela não
sites, embora elas sejam mantidas pela Microsoft por um período estará protegida pela Navegação InPrivate. Para finalizar a sessão
para ajudar a melhorar nossos produtos e serviços, incluindo este de Navegação InPrivate, feche a janela do navegador.
recurso. Quando você navega usando a Navegação InPrivate, o Inter-
Recursos de segurança e privacidade no Internet Explo- net Explorer armazena algumas informações, como cookies e ar-
rer 9 quivos de Internet temporários, de forma que as páginas da Web
O Internet Explorer 9 inclui os seguintes recursos de seguran- visitadas funcionem corretamente. Entretanto, no final de sua ses-
ça e privacidade: são de Navegação InPrivate, essas informações são descartadas.
• Filtragem ActiveX, que bloqueia os controles ActiveX de O que a Navegação InPrivate não faz:
todos os sites e permite que você posteriormente os ative nova- • Ela não impede que alguém em sua rede, como um admi-
mente apenas para os sites nos quais confia. nistrador de rede ou um hacker, veja as páginas que você visitou.
• Ela não necessariamente proporciona anonimato na In-
• Realce de domínio, que mostra claramente a você o ver-
ternet. Os sites talvez sejam capazes de identificá-lo por meio de
dadeiro endereço Web do site que está visitando. Isso ajuda você a
seu endereço Web e qualquer coisa que você fizer ou inserir em um
evitar sites que usam endereços Web falsos para enganá-lo, como
site poderá ser gravado por ele.
sites de phishing. O verdadeiro domínio que você está visitando é
• Ela não remove nenhum favorito ou feed adicionado por
realçado na barra de endereços.
você quando a sessão de Navegação InPrivate é fechada. As alte-
• Filtro SmartScreen, que pode ajudar a protegê-lo contra
rações nas configurações do Internet Explorer, como a adição de
ataques de phishing online, fraudes e sites falsos ou mal-intencio-
uma nova home page, também são mantidas após o encerramento
nados. Ele também pode verificar downloads e alertá-lo sobre pos- da sessão de Navegação InPrivate.
sível malware (software mal-intencionado). Como usar a Proteção contra Rastreamento e a Filtragem
• Filtro Cross site scripting (XSS), que pode ajudar a evitar ActiveX no Internet Explorer 9
ataques de sites fraudulentos que podem tentar roubar suas infor- Você pode ativar a Proteção contra Rastreamento no Windows
mações pessoais e financeiras. Internet  Explorer  9 para ajudar a evitar que sites coletem infor-
• Uma conexão SSL (Secure Sockets Layer) de 128 bits mações sobre sua navegação na Web. Você também pode ativar a
para usar sites seguros. Isso ajuda o Internet Explorer a criar uma Filtragem ActiveX para ajudar a evitar que programas acessem o
conexão criptografada com sites de bancos, lojas online, sites mé- seu computador sem o seu consentimento.
dicos ou outras organizações que lidam com as suas informações Depois de ativar qualquer um desses recursos, você pode de-
pessoais. sativá-lo apenas para sites específicos.
• Notificações que o avisam se as configurações de segu-
rança estiverem abaixo dos níveis recomendados. Usar a Proteção contra Rastreamento para bloquear conteú-
• Proteção contra Rastreamento, que limita a comunicação do de sites desconhecidos
do navegador com determinados sites - definidos por uma Lista Quando você visita um site, alguns conteúdos podem ser for-
de Proteção contra Rastreamento - a fim de ajudar a manter suas necidos por um site diferente. Esse conteúdo pode ser usado para
informações confidenciais. coletar informações sobre as páginas que você visita na Internet.
• Navegação InPrivate, que você pode usar para navegar A Proteção contra Rastreamento bloqueia esse conteúdo de
na Web sem salvar dados relacionados, como cookies e arquivos sites que estão em Listas de Proteção contra Rastreamento. Existe
de Internet temporários. uma Lista de Proteção contra Rastreamento Personalizada incluída
• Configurações de privacidade que especificam como o no Internet Explorer que é gerada automaticamente com base nos
computador lida com cookies. sites visitados por você. Também é possível baixar Listas de Pro-
teção contra Rastreamento e, dessa maneira, o Internet Explorer
Navegação InPrivate verificará periodicamente se há atualizações para as listas.
A Navegação InPrivate impede que o Windows Internet Ex-
plorer 9 armazene dados de sua sessão de navegação, além de aju- Para ativar a Proteção contra Rastreamento
dar a impedir que qualquer pessoa que utilize o seu computador 1. Para abrir o Internet Explorer, clique no botão Iniciar
veja as páginas da Web que você visitou e o conteúdo que visua- . Na caixa de pesquisa, digite Internet Explorer e, na lista de resul-
lizou. tados, clique em Internet Explorer.

Didatismo e Conhecimento 118


INFORMÁTICA
2. Clique no botão Ferramentas , aponte para Segurança ter feito isso — na próxima vez que você visitar o site, o Inter-
e clique em Proteção contra Rastreamento. net Explorer 9 automaticamente o mostrará no Modo de Exibição
3. Na caixa de diálogo Gerenciar Complemento, clique em de Compatibilidade. (Se você um dia quiser voltar a navegar nesse
uma Lista de Proteção contra Rastreamento e clique em Habilitar. site usando o Internet Explorer 9, basta clicar no botão Modo de
Exibição de Compatibilidade novamente.)
Usar a Filtragem ActiveX para bloquear controles ActiveX
Controles ActiveX e complementos do navegador da Web são Menu Favoritos
pequenos programas que permitem que os sites forneçam con-
teúdos como vídeos. Eles também podem ser usados para cole- Adicionar endereços no Menu Favoritos
tar informações, danificar informações e instalar software em seu
computador sem o seu consentimento ou permitir que outra pessoa Clique no menu Favoritos e em Adicionar Favoritos(CTR-
controle o computador remotamente. L+D).
A Filtragem ActiveX impede que sites instalem e utilizem es-
ses programas.

Ativar a Filtragem ActiveX


1. Para abrir o Internet Explorer, clique no botão Iniciar
. Na caixa de pesquisa, digite Internet Explorer e, na lista de resul-
tados, clique em Internet Explorer.
2. Clique no botão Ferramentas , aponte para Segurança
e clique em Filtragem ActiveX.

Definir exceções para sites confiáveis


Você pode desativar a Proteção contra Rastreamento ou a Fil-
tragem ActiveX para exibir o conteúdo de sites específicos em que
você confia. Menu Ferramentas

Informações que não causam lentidão Opções da Internet


A nova Barra de notificação exibida na parte inferior do In-
ternet Explorer fornece importantes informações de status quando No menu Ferramentas, na opção opções da internet, na aba
você precisa delas, mas ela não o força a clicar em uma série de geral podemos excluir os arquivos temporários e o histórico. Além
mensagens para continuar navegando. disso, podemos definir a página inicial.

Modo de Exibição de Compatibilidade

Há ocasiões em que o site que você está visitando não tem a


aparência correta. Ele é mostrado como um emaranhado de menus,
imagens e caixas de texto fora de ordem. Por que isso acontece?
Uma explicação possível: o site pode ter sido desenvolvido para
uma versão anterior do Internet Explorer. O que fazer? Experimen-
te clicar no botão Modo de Exibição de Compatibilidade.

O botão do Modo de Exibição de Compatibilidade

No Modo de Exibição de Compatibilidade, os sites aparece-


rão como se fossem exibidos em uma versão anterior do Inter-
net Explorer, o que geralmente corrige os problemas de exibição.
Você não precisa clicar no botão para exibir um site depois de já

Didatismo e Conhecimento 119


INFORMÁTICA
· Favoritos RSS;
· A integração do RSS nos favoritos permite que você fique sa-
bendo das atualizações e últimas notícias dos seus sites preferidos
cadastrados. Essa função é disponibilizada a partir do Firefox 2;
· Downloads sem perturbação;
· Os arquivos recebidos são salvos automaticamente na área
de trabalho, onde são fáceis de achar. Menos interrupções signifi-
cam downloads mais rápidos. Claro, essa função pode ser persona-
lizada sem problemas;
· Você decide como deve ser seu navegador;
· O Firefox é o navegador mais personalizável que existe.
Coloque novos botões nas barras de ferramentas, instale exten-
sões que adiciona novas funções, adicione temas que modificam
o visual do Firefox e coloque mais mecanismos nos campos de
pesquisa.

O Firefox pode se tornar o navegador mais adequado para a


sua necessidade:

· Fácil utilização;

· Simples e intuitivo, mas repleto de recursos. O Firefox tem


todas as funções que você está acostumado - favoritos, histórico,
tela inteira, zoom de texto para tornar as páginas mais fáceis de ler,
O QUE É O FIREFOX? e diversas outras funcionalidades intuitivas;

Firefox (inicialmente conhecido como Phoenix e, posterior- · Compacto;


mente, como Mozilla Firebird) é um navegador de código aberto · A maioria das distribuições está em torno dos 5MB. Você
rápido, seguro e eficiente. Desenvolvido pela Mozilla Foundation leva apenas alguns minutos para copiar o Firefox para o seu com-
com ajuda de centenas de colaboradores, está sendo usado em di- putador em uma conexão discada e segunda em uma conexão ban-
versas plataformas. da larga. A configuração é simples e intuitiva. Logo você estará
Como não é software completamente livre (é distribuído pela navegando com essa ferramenta.
licença Mozilla), alguns dos seus componentes (como ícones e o
próprio nome, que é marca registrada) são propriedades protegidas. Abas
O nome “Firefox”, em inglês, refere-se ao Panda vermelho. Para abrir uma nova aba, clique no menu ‘Arquivo’ e depois
Foi escolhido por ser parecido com “Firebird” e também por ser em ‘Nova Aba’, ou simplesmente <Ctrl + T> (segure a tecla Con-
único na indústria da computação. A fim de evitar uma futura mu- trol e tecle T). Você verá que agora você tem duas abas na parte de
dança de nome, a Mozilla Foundation deu início ao processo de re- cima do seu Firefox, como na figura abaixo:
gistro do nome Firefox como marca registrada no Gabinete Ame-
ricano de Marcas e Patentes. Apesar de “Firefox” não se referir a
uma raposa, a identidade visual do Firefox é uma raposa estilizada.
O objetivo do Firefox é ser um navegador que inclua as op-
ções mais usadas pela maioria dos usuários.
Outras funções não incluídas originalmente encontram-se dis-
poníveis através de extensões e plug-ins. Digite o endereço que você quiser no campo de endereço,
pressione Enter, e assim a sua nova aba mostrará essa nova página.
Principais características Para visualizar páginas que estão abertas em outras abas, ape-
nas clique na aba desejada, que a mesma ficará ativa.
· Navegação em abas; Clicando com o botão direito do mouse nas abas, aparece um
· A mesma janela pode conter diversas páginas. Abrindo os pequeno menu com várias opções de gerenciamento das abas:
links em segundo plano

Eles já estarão carregados quando você for ler;


· Bloqueador de popups:
· O Firefox já vem com um bloqueador embutido de popups;
· Pesquisa inteligente;
· O campo de pesquisa pelo Google fica na direita na barra de
ferramentas e abre direto a página com os resultados, poupando o Se você quiser abrir um link, mas quer que ele apareça em
tempo de acesso à página de pesquisa antes de ter que digitar as uma nova aba, clique no link com o botão direito do mouse e es-
palavras chaves. O novo localizador de palavras na página busca colha a opção ‘Abrir em uma nova aba’, ou simplesmente segure a
pelo texto na medida em que você as digita, agilizando a busca; tecla ‘Ctrl’ enquanto clica no link.

Didatismo e Conhecimento 120


INFORMÁTICA

Para salvar o arquivo no seu computador, marque a caixa ‘Sal-


Gerenciador de Downloads var’ e clique no botão ‘OK’. O download iniciará e a tela do geren-
Um gerenciador de Download é uma ferramenta que contro- ciador de downloads mostrará o progresso informando o tamanho
la e lista os downloads solicitados pelo usuário. O Firefox conta do arquivo, quanto já foi baixado, a velocidade do download e o
com um exclusivo gerenciador de downloads, uma ferramenta útil tempo restante estimado.
e com uma interface amigável. Clique no menu ‘Ferramentas’ e Por padrão, o Firefox vem configurado para armazenar os do-
depois em ‘Downloads’, ou <Ctrl + Y> para abrir a lista atual de wnloads na área de trabalho quando solicitado para salvar o arqui-
downloads. vo. Isso pode ser alterado na configuração de “Downloads” em
“Editar >> Preferências”.
Você pode fazer vários downloads ao mesmo tempo, se clicar
em vários links de download. Assim, o gerenciador de download
irá mostrar o progresso individual de cada download, e no título do
gerenciador ficará a porcentagem total do que já foi concluído de
todos os downloads.
Quando você tiver terminado algum download, os mesmos
serão listados:

Quando clicamos em um link de download de um arquivo,


aparecerá uma tela perguntando se queremos salvar o arquivo ou
simplesmente abri-lo. No último caso, devemos também informar
com qual programa queremos abrir o arquivo:

Podemos ver algumas das funções que esse gerenciador ofere-


ce. Se clicarmos na pasta que aparece depois de ‘Baixar arquivos
em: ‘, a mesma será aberta. Se clicarmos em ‘Limpar Lista’, toda
a lista dos downloads será apagada (perceba que só a lista será
apagada, os arquivos continuarão existindo). Para excluir apenas

Didatismo e Conhecimento 121


INFORMÁTICA
certo arquivo da lista, clique no link ‘Excluir da lista’ correspon-
dente ao arquivo que se deseja excluir. Para abrir um arquivo cujo
download já foi concluído, clique no link ‘Abrir’.
Tome cuidado ao sair do Firefox. Por padrão, os downloads
não terminados serão cancelados.

Histórico

O Histórico nos permite ver quais páginas acessamos nos úl-


timos dias. É uma ferramenta que facilita muito a vida do usuário.
Para abrir o Histórico, clique no menu ‘Ir’ e depois em ‘His-
tórico’, ou tecle <Ctrl + H>. Uma janela semelhante a essa irá
aparece do lado esquerdo do seu Firefox: Adicione uma página aos Favoritos para ver o que acontece.
Primeiramente, entre numa página que você acessa com muita
frequência. Clique no menu ‘Favoritos’ e depois em ‘Adicionar
página’, ou simplesmente <Ctrl + D>. A seguinte tela lhe será mos-
trada:

Digite um nome que define essa página, escolha uma pasta


para essa página (a pasta ‘Favoritos do Firefox’ é a pasta padrão)
e clique em ‘Adicionar’. Agora clique novamente no menu ‘Fa-
voritos’ para ver o que mudou. Agora aparece a página que você
acabou de adicionar aparecerá na área de Favoritos!
Para organizar melhor os Favoritos, podemos usar pastas. Di-
gamos que você possua os seguintes favoritos:
· http://cursos.cdtc.org.br
· http://comunidade.cdtc.org.br
· http://www.google.com
Todas as páginas que acessamos desde a última vez que lim- · http://www.mozilla.org
pamos o Histórico estão divididas de acordo com o dia em que
foram acessadas. Para ver as páginas que acessamos em certo dia, Clique no menu ‘Favoritos’ e depois em ‘Organizar...’. A se-
clique na caixa com um sinal de ‘+’ do lado esquerdo desse dia. guinte tela de gerenciamento de Favoritos aparecerá:

Por padrão, as páginas ficam ordenadas pela data. Se você qui-


ser ordená-las de outro jeito, clique em ‘Ordenar’, e escolha uma
das opções que aparecem.

Para procurar por certa página, digite uma palavra no cam-


po ‘Localizar’, e somente serão mostradas as páginas que contém
essa palavra no seu título.

Favoritos
O Favoritos é uma funcionalidade que nos ajuda a entrar em pá-
ginas que acessamos com muita frequência, economizando tempo.
Clique no menu ‘Favoritos’ e uma lista com as nossas páginas
favoritas será mostrada. Se você não tiver adicionado nenhuma
página aos Favoritos, você verá algo como:

Didatismo e Conhecimento 122


INFORMÁTICA
Clique no botão ‘Nova pasta...’, escolha um nome e uma des- Na aba ‘Geral’, é possível alterar algumas opções de impres-
crição para essa pasta e clique em ‘OK’. são, como a orientação (retrato ou paisagem), a porcentagem que a
Agora a nova pasta também aparece, junto dos Favoritos e página vai ocupar no papel e se deseja imprimir o plano de fundo.
das outras pastas. Mova as páginas cursos.cdtc.org.br e www.cdtc. Na aba ‘Margens’, pode-se modificar o tamanho das margens
org.br para essa pasta. Para isso, clique nessas páginas, depois no e colocar cabeçalhos ou rodapés (podemos configurar para que no
botão ‘Mover’, e escolha a pasta que você criou. Opcionalmente, cabeçalho apareça o número da página e no rodapé apareça a data
você pode simplesmente arrastar as páginas para as respectivas e a hora, por exemplo).
pastas na tela de gerenciamento de Favoritos. Quando você clica em ‘Visualizar impressão’, verá como vai
Assim, quando você clicar no menu ‘Favoritos’, e colocar o ficar a nossa impressão. Na parte de cima, podemos ver uma barra
cursor do mouse em cima da pasta criada, aparecem as duas pá- de navegação pelas páginas.
ginas que você moveu para lá. Se você clicar em ‘Abrir tudo em
abas’, cada página será aberta em uma aba. Clicando em ‘Imprimir..’, uma tela semelhante a seguinte apa-
rece:
Localizar

Usamos a ferramenta Localizar para achar todas as vezes que


um determinado texto aparece na tela.

É uma ferramenta que nos ajuda muito em várias tarefas,


como fazer pesquisas na Internet.

Clique no menu ‘Editar’, e depois em ‘Localizar nessa pági-


na’. O atalho do teclado para isso é <Ctrl + F>.

Note a barra que apareceu na parte inferior do Firefox:

Imprimindo páginas

Muitas vezes, queremos imprimir uma página web. Para isso,


o Firefox conta as opções ‘Configurar página’, ‘Visualizar Impres- Temas
são’ e ‘Imprimir...’.
Temas são conjuntos de padrões, como ícones, cores e fon-
Clique em ‘Configurar página’. A seguinte tela irá aparecer tes. Eles controlam o visual do seu navegador. Você pode mudar o
para você. tema do Firefox ajustando-o ao seu gosto.

Temas são considerados como Add-ons, que são funcionali-


dades extras que podem ser adicionadas ao Firefox. Mais informa-
ções sobre Add-ons serão tratadas mais adiante.

Clique no menu ‘Ferramentas’ e depois em ‘Temas’. Uma tela


semelhante a seguir irá aparecer:

Didatismo e Conhecimento 123


INFORMÁTICA
Pode-se ver que somente o tema padrão (que vem com o Fi- 9. Abre as funções gerais do navegador, que serão melhor de-
refox) está instalado. Clicando no link ‘Baixar mais temas’, uma talhadas nos próximos parágrafos.
nova aba será criada com a seção de downloads de temas do site
https://addons.mozilla.org/firefox/ Para Iniciantes

GOOGLE CHROME Se você nunca utilizou um navegador ou ainda tem dúvidas


O Chrome é o mais novo dos grandes navegadores e já con- básicas sobre essa categoria de programas, continue lendo este pa-
quistou legiões de adeptos no mundo todo. O programa apresenta rágrafo. Do contrário, pule para o próximo e poupe seu tempo.
excelente qualidade em seu desenvolvimento, como quase tudo o Aqui falaremos um pouco mais sobre os conceitos e ações mais
que leva a marca Google. O browser não deve nada para os gigan- básicas do programa.
tes Firefox e Internet Explorer e mostra que não está de brincadeira Com o Google Chrome, você acessa os sites da mesma forma
no mundo dos softwares. Confira nas linhas abaixo um pouco mais que seus semelhantes – IE, Firefox, Opera. Ao executar o progra-
sobre o ótimo Google Chrome. ma, tudo o que você precisa fazer é digitar o endereço do local que
quer visitar. Para acessar o portal Baixaki, por exemplo, basta es-
Funções visíveis crever baixaki.com.br (hoje é possível dispensar o famoso “www”,
inserido automaticamente pelo programa.)
Antes de detalhar melhor os aspectos mais complicados do No entanto nem sempre sabemos exatamente o link que que-
navegador, vamos conferir todas as funções disponíveis logo em remos acessar. Para isso, digite o nome ou as palavras-chave do
sua janela inicial. Observe a numeração na imagem abaixo e acom- que você procura na mesma lacuna. Desta forma o Chrome acessa
panhe sua explicação logo em seguida: o site de buscas do Google e exibe os resultados rapidamente. No
exemplo utilizamos apenas a palavra “Baixaki”.

1. As setas são ferramentas bem conhecidas por todos que já


utilizaram um navegador. Elas permitem avançar ou voltar nas pá-
ginas em exibição, sem maiores detalhes. Ao manter o botão pres-
sionado sobre elas, você fará com que o histórico inteiro apareça
na janela.
Abas
2. Reenviar dados, atualizar ou recarregar a página. Todos são A segunda tarefa importante para quem quer usar o Chrome é
sinônimos desta função, ideal para conferir novamente o link em lidar com suas abas. Elas são ferramentas muito úteis e facilitam a
que você se encontra, o que serve para situações bem específicas navegação. Como citado anteriormente, basta clicar no botão com
– links de download perdidos, imagens que não abriram, erros na um “+” para abrir uma nova guia.
diagramação da página. Outra forma de abri-las é clicar em qualquer link ao pressionar
a rodinha do mouse, o que torna tudo ainda mais rápido. Também
3. O ícone remete à palavra home (casa) e leva o navegador à é possível utilizar o botão direito sobre o novo endereço e escolher
página inicial do programa. Mais tarde ensinaremos você a modifi- a opção “Abrir link em uma nova guia”.
car esta página para qualquer endereço de sua preferência.
4. A estrela adiciona a página em exibição aos favoritos, que Liberdade
nada mais são do que sites que você quer ter a disposição de um É muito fácil manipular as abas no Google Chrome. É possí-
modo mais rápido e fácil de encontrar. vel arrastá-las e mudar sua ordem, além de arrancar a aba da janela
e desta forma abrir outra independente. Basta segurar a aba com
5. Abre uma nova aba de navegação, o que permite visitar o botão esquerdo do mouse para testar suas funções. Clicar nelas
outros sites sem precisar de duas janelas diferentes. com a rodinha do mouse faz com que fechem automaticamente.

6. A barra de endereços é o local em que se encontra o link


da página visitada. A função adicional dessa parte no Chrome é
que ao digitar palavras-chave na lacuna, o mecanismo de busca
do Google é automaticamente ativado e exibe os resultados em
questão de poucos segundos.

7. Simplesmente ativa o link que você digitar na lacuna à es-


querda.

8. Abre as opções especiais para a página aberta no navegador.


Falaremos um pouco mais sobre elas em seguida.

Didatismo e Conhecimento 124


INFORMÁTICA
O botão direito abre o menu de contexto da aba, em que é pos- Página inicial: caso esta tenha sido a sua escolha na aba an-
sível abrir uma nova, recarregar a atual, fechar a guia ou cancelar terior, defina qual será a página inicial do Chrome. Também é
todas as outras. No teclado você pode abrir uma nova aba com o possível escolher se o atalho para a home (aquele em formato de
comando Ctrl + T ou simplesmente apertando o F1. casinha) aparecerá na janela do navegador.
Pesquisa padrão: como o próprio nome já deixa claro, aqui
Fechei sem querer! você escolhe o site de pesquisas utilizado ao digitar na lacuna do
programa. O botão “Gerenciar” mostra a lista de mecanismos.
Quem nunca fechou uma aba importante acidentalmente em Navegador padrão: aqui você pode definir o aplicativo como
um momento de distração? Pensando nisso, o Chrome conta com a seu navegador padrão. Se você optar por isso, sempre que algum
função “Reabrir guia fechada” no menu de contexto (botão direito software ou link for executado, o Chrome será automaticamente
do mouse). Basta selecioná-la para que a última página retorne ao utilizado pelo sistema.
navegador.
Coisas pessoais
Senhas: define basicamente se o programa salvará ou não as
senhas que você digitar durante a navegação. A opção “Mostrar
senhas salvas” exibe uma tabela com tudo o que já foi inserido
por você.
Preenchimento automático de formulário: define se os formu-
lários da internet (cadastros e aberturas de contas) serão sugeridos
automaticamente após a primeira digitação.
Dados de navegação: durante o uso do computador, o Chro-
me salva os dados da sua navegação para encontrar sites, links e
conteúdos com mais facilidade. O botão “Limpar dados de nave-
gação” apaga esse conteúdo, enquanto a função “Importar dados”
Configuração coleta informações de outros navegadores.
Temas: é possível modificar as cores e todo o visual do na-
Antes de continuar com as outras funções do Google Chrome vegador. Para isso, clique em “Obter temas” e aplique um de sua
é legal deixar o programa com a sua cara. Para isso, vamos às preferência. Para retornar ao normal, selecione “Redefinir para o
configurações. Vá até o canto direito da tela e procure o ícone com tema padrão”.
uma chave de boca. Clique nele e selecione “Opções”.

Configurações avançadas

Rede: configura um Proxy para a sua rede. (Indicado para


usuários avançados)
Privacidade: aqui há diversas funções de privacidade, que
podem ser marcadas ou desmarcadas de acordo com suas prefe-
rências.
Downloads: esta é a opção mais importante da aba. Em “Lo-
cal de download” é possível escolher a pasta em que os arquivos
baixados serão salvos. Você também pode definir que o navegador
pergunte o local para cada novo download.

Downloads

Todos os navegadores mais famosos da atualidade contam


com pequenos gerenciadores de download, o que facilita a vida de
Básicas quem baixa várias coisas ao mesmo tempo. Com o Google Chro-
Inicialização: aqui é possível definir a página inicial do nave- me não é diferente. Ao clicar em um link de download, muitas ve-
gador. Basta selecionar a melhor opção para você e configurar as zes o programa perguntará se você deseja mesmo baixar o arquivo,
páginas que deseja abrir. como ilustrado abaixo:

Didatismo e Conhecimento 125


INFORMÁTICA

Logo em seguida uma pequena aba aparecerá embaixo da janela, mostrando o progresso do download. Você pode clicar no canto dela e
conferir algumas funções especiais para a situação. Além disso, ao selecionar a função “Mostrar todos os downloads” (Ctrl + J), uma nova
aba é exibida com ainda mais detalhes sobre os arquivos que você está baixando.

Pesquise dentro dos sites

Outra ferramenta muito prática do navegador é a possibilidade de realizar pesquisas diretamente dentro de alguns sites, como o próprio
portal Baixaki. Depois de usar a busca normalmente no nosso site pela primeira vez, tudo o que você precisa fazer é digitar baixaki e teclar
o TAB para que a busca desejada seja feita diretamente na lacuna do Chrome.

Navegação anônima

Se você quer entrar em alguns sites sem deixar rastros ou históricos de navegação no computador, utilize a navegação anônima. Basta
clicar no menu com o desenho da chave de boca e escolher a função “Nova janela anônima”, que também pode ser aberta com o comando
Ctrl + Shift + N.

Didatismo e Conhecimento 126


INFORMÁTICA
Gerenciador de tarefas » Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo usuá-
Uma das funções mais úteis do Chrome é o pequeno geren- rio na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: sergiodecastro.
ciador de tarefas incluso no programa. Clique com o botão direito » @ - é o símbolo, definido por Tomlinson, que separa o nome
no topo da página (como indicado na figura) e selecione a função do usuário do seu provedor.
“Gerenciador de tarefas”. » Host – é o nome do provedor onde foi criado o endereço
eletrônico. Exemplo: click21.com.br .
» Provedor – é o host, um computador dedicado ao serviço 24
horas por dia.

Vejamos um exemplo real: sergiodecastro@click21.com.br

A caixa postal é composta pelos seguintes itens:


» Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as mensagens
recebidas.
» Caixa de Saída – Armazena as mensagens ainda não envia-
Desta forma, uma nova janela aparecerá em sua tela. Ela con- das.
trola todas as abas e funções executadas pelo navegador. Caso uma » E-mails Enviados – Como o nome diz, ficam os e-mails que
das guias apresente problemas você pode fechá-la individualmen- foram enviados.
te, sem comprometer todo o programa. A função é muito útil e » Rascunho – Guarda as mensagens que você ainda não ter-
evita diversas dores de cabeça. minou de redigir.
» Lixeira – Armazena as mensagens excluídas.

Ao redigir mensagem, os seguintes campos estão presentes:


» Para – é o campo onde será inserido o endereço do destina-
tário.
» Cc – este campo é utilizado para mandar cópias da mesma
mensagem, ao usar este campo os endereços aparecerão para todos
os destinatários.
» Cco – sua funcionalidade é igual ao campo anterior, no en-
tanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos.
» Assunto – campo destinado ao assunto da mensagem.
» Anexos – são dados que são anexados à mensagem (ima-
CORREIO ELETRÔNICO gens, programas, música, arquivos de texto, etc.).
» Corpo da Mensagem – espaço onde será redigida a mensa-
O correio eletrônico1 se parece muito com o correio tradicio- gem.
nal. Todo usuário tem um endereço próprio e uma caixa postal, o
carteiro é a Internet. Você escreve sua mensagem, diz pra quem Alguns nomes podem mudar de servidor para servidor, porém
quer mandar e a Internet cuida do resto. Mas por que o e-mail se representando as mesmas funções. Além dos destes campos tem
popularizou tão depressa? A primeira coisa é pelo custo. Você não ainda os botões para EVIAR, ENCAMINHAR e EXCLUIR as
paga nada por uma comunicação via e-mail, apenas os custos de mensagens, este botões bem como suas funcionalidades veremos
conexão com a Internet. Outro fator é a rapidez, enquanto o correio em detalhes, mais à frente.
tradicional levaria dias para entregar uma mensagem, o eletrônico Para receber seus e-mails você não precisa estar conectado
faz isso quase que instantaneamente e não utiliza papel. Por últi- à Internet, pois o e-mail funciona com provedores. Mesmo você
mo, a mensagem vai direto ao destinatário, não precisa passa de não estado com seu computador ligado, seus e-mail são recebidos
mão-em-mão (funcionário do correio, carteiro, etc.), fica na sua e armazenados na sua caixa postal, localizada no seu provedor.
caixa postal onde somente o dono tem acesso e, apesar de cada Quando você acessa sua caixa postal, pode ler seus e-mail on-line
pessoa ter seu endereço próprio, você pode acessar seu e-mail de (diretamente na Internet, pelo WebMail) ou baixar todos para seu
qualquer computador conectado à Internet. computador através de programas de correio eletrônico. Um pro-
Bem, o e-mail mesclou a facilidade de uso do correio conven- grama muito conhecido é o Outlook Express, o qual detalhar mais
cional com a velocidade do telefone, se tornando um dos melhores à frente.
e mais utilizado meio de comunicação. A sua caixa postal é identificada pelo seu endereço de e-mail
e qualquer pessoa que souber esse endereço, pode enviar mensa-
Estrutura e Funcionalidade do e-mail gens para você. Também é possível enviar mensagens para várias
pessoas ao mesmo tempo, para isto basta usar os campos “Cc” e
Como no primeiro e-mail criado por Tomlinson, todos os en- “Cco” descritos acima.
dereços eletrônicos seguem uma estrutura padrão, nome do usuá- Atualmente, devido à grande facilidade de uso, a maioria das
rio + @ + host, onde: pessoas acessa seu e-mail diretamente na Internet através do nave-
1 Fonte: http://juliobattisti.com.br/tutoriais/sergiocastro/correioeletronicoewe- gador. Este tipo de correio é chamado de WebMail. O WebMail é
bmail001.asp responsável pela grande popularização do e-mail, pois mesmo as

Didatismo e Conhecimento 127


INFORMÁTICA
pessoas que não tem computador, podem acessar sua caixa postal 3. Após preencher todo o formulário clique no botão “Criar
de qualquer lugar (um cyber, casa de um amigo, etc.). Para ter um conta”, pronto seu cadastro estará efetivado.
endereço eletrônico basta querer e acessar a Internet, é claro. Exis- Pelo fato de ser gratuito e ter muitos usuários é comum que
te quase que uma guerra por usuários. Os provedores, também, muitos nomes já tenham sido cadastrados por outros usuários,
disputam quem oferece maior espaço em suas caixas postais. Há neste caso será exibida uma mensagem lhe informando do pro-
pouco tempo encontrar um e-mail com mais de 10 Mb, grátis, não blema. Isso acontece porque dentro de um mesmo provedor não
era fácil. Lembro que, quando a Embratel ofereceu o Click21 com pode ter dois nomes de usuários iguais. A solução é procurar outro
30 Mb, achei que era muito espaço, mas logo o iBest ofereceu 120 nome que ainda esteja livre, alguns provedores mostram sugestões
Mb e não parou por ai, a “guerra” continuo culminando com o como: seunome2005; seunome28, etc. Se ocorrer isso com você (o
anúncio de que o Google iria oferecer 1 Gb (1024 Mb). A última que é bem provável que acontecerá) escolha uma das sugestões ou
campanha do GMail, e-mail do Google, é de aumentar sua caixa informe outro nome (não desista, você vai conseguir), finalize seu
postal constantemente, a última vez que acessei estava em 2663 cadastro que seu e-mail vai está pronto para ser usado.
Mb.
» Entendendo a Interface do WebMail
WebMail A interface é a parte gráfica do aplicativo de e-mail que nos
liga do mundo externo aos comandos do programa. Estes conhe-
O WebMail, como descrito acima, é uma aplicação acessada cimentos vão lhe servir para qualquer WebMail que você tiver e
diretamente na Internet, sem a necessidade de usar programa de também para o Outlook, que é um programa de gerenciamento de
correio eletrônico. Praticamente todos os e-mails possuem aplica- e-mails, vamos ver este programa mais adiante.
ções para acesso direto na Internet. É grande o número de prove- 1. Chegou e-mail? – Este botão serve para atualizar sua caixa
dores que oferecem correio eletrônico gratuitamente, logo abaixo de entrar, verificando se há novas mensagens no servidor.
segue uma lista dos mais populares. 2. Escrever – Ao clicar neste botão a janela de edição de
» Outlook (antigo Hotmail) – http://www.outlook.com e-mail será aberta. A janela de edição é o espaço no qual você vai
» GMail – http://www.gmail.com redigir, responder e encaminhar mensagens. Semelhante à função
» Bol (Brasil on line) – http://www.bol.com.br novo e-mail do Outlook.
» iG Mail – http://www.ig.com.br 3. Contatos – Abre a seção de contatos. Aqui os seus endere-
» Yahoo – http://www.yahoo.com.br ços de e-mail são previamente guardados para utilização futura,
nesta seção também é possível criar grupos para facilitar o geren-
Para criar seu e-mail basta visitar o endereço acima e seguir ciamento dos seus contatos.
as instruções do site. Outro importante fator a ser observado é o 4. Configurações – Este botão abre (como o próprio nome já
tamanho máximo permitido por anexo, este foi outro fator que au- diz) a janela de configurações. Nesta janela podem ser feitas di-
mentou muito de tamanho, há pouco tempo a maioria dos prove- versas configurações, tais como: mudar senha, definir número de
dores permitiam em torno de 2 Mb, mas atualmente a maioria já e-mail por página, assinatura, resposta automática, etc.
oferecem em média 25 Mb. Além de caixa postal os provedores 5. Ajuda – Abre, em outra janela do navegador, uma seção
costumam oferecer serviços de agenda e contatos. com vários tópicos de ajuda.
Todos os WebMail acima são ótimos, então fica a critério de 6. Sair – Este botão é muito importante, pois é através dele que
cada um escolher o seu, ou até mesmo os seus, eu, por exemplo, você vai fechar sua caixa postal, muito recomendado quando o uso
procuro aqueles que oferecem uma interface com o menor propa- de seu e-mail ocorrer em computadores de terceiros.
ganda possível. 7. Espaço – Esta seção é apenas informativa, exibe seu ende-
reço de e-mail; quantidade total de sua caixa posta; parte utilizada
» Criando seu e-mail em porcentagem e um pequeno gráfico.
Fazer sua conta de e-mail é uma tarefa extremamente simples, 8. Seção atual – Mostra o nome da seção na qual você está, no
eu escolhi o Outlook.com, pois a interface deste WebMail não tem exemplo a Caixa de Entrada.
propagandas e isso ajudar muito os entendimentos, no entanto 9. Número de Mensagens – Exibe o intervalo de mensagens
você pode acessar qualquer dos endereços informados acima ou que estão na tela e também o total da seção selecionada.
ainda qualquer outro que você conheça. O processo de cadastro é 10. Caixa de Comandos – Neste menu suspenso estão todos
muito simples, basta preencher um formulário e depois você terá os comandos relacionados com as mensagens exibidas. Para usar
sua conta de e-mail pronta para ser usada. Vamos aos passos: estes comandos, selecione uma ou mais mensagens o comando
1. Acesse a página do provedor (www.ibestmail.com.br) ou desejado e clique no botão “OK”. O botão “Bloquear”, bloqueia
qualquer outro de sua preferência. o endereço de e-mail da mensagem, útil para bloquear e-mails in-
2. Clique no link “Não tem uma conta? Crie uma!”, será aber- desejados. Já o botão “Contas externas” abre uma seção para con-
to um formulário, preencha-o observando todos os campos. Os figurar outras contas de e-mails que enviarão as mensagens a sua
campos do formulário têm suas particularidades de provedor para caixa postal. Para o correto funcionamento desta opção é preciso
provedor, no entanto todos trazem a mesma ideia, colher infor- que a conta a ser acessada tenha serviço POP3 e SMTP.
mações do usuário. Este será a primeira parte do seu e-mail e é 11. Lista de Páginas – Este menu suspenso exibe a lista de
igual a este em qualquer cadastro, no exemplo temos “@outlook. página, que aumenta conforme a quantidade de e-mails na seção.
com”. A junção do nome de usuário com o nome do provedor é Para acessar selecione a página desejada e clique no botão “OK”.
que será seu endereço eletrônico. No exemplo ficaria o seguinte: Veja que todos os comandos estão disponíveis também na parte
seunome@outlook.com. inferior, isto para facilitar o uso de sua caixa postal.

Didatismo e Conhecimento 128


INFORMÁTICA
12. Pastas do Sistema – Exibe as pastas padrões de um correio Você pode também clicar em Iniciar/Programas/Outlook Ex-
eletrônico. Caixa de Entrada; Mensagens Enviadas; Rascunho e press.
Lixeira. Um detalhe importante é o estilo do nome, quando está O programa será aberto e você pode começar a ler, redigir e
normal significa que todas as mensagens foram abertas, porém responder seus e-mails.
quando estão em negrito, acusam que há uma ou mais mensagens
que não foram lidas, o número entre parêntese indica a quantidade. Barra de Ferramentas
Este detalhe funciona para todas as pastas e mensagens do correio. A Barra de ferramentas do Outlook Express (mostrados nas
13. Painel de Visualização – Espaço destinado a exibir as imagens da versão 6.0) apresenta basicamente os itens numerados
mensagens. Por padrão, ao abrir sua caixa postal, é exibido o na figura abaixo:
conteúdo da Caixa de Entrada, mas este painel exibe também as
mensagens das diversas pastas existentes na sua caixa postal. A
observação feita no item anterior, sobre negrito, também é válida
para esta seção. Observe as caixas de seleção localizadas do lado
esquerdo de cada mensagem, é através delas que as mensagens são
selecionadas. A seleção de todos os itens ao mesmo tempo, tam-
bém pode ser feito pela caixa de seleção do lado esquerdo do título
da coluna “Remetente”. O título das colunas, além de nomeá-las,
também serve para classificar as mensagens que por padrão estão
classificadas através da coluna “Data”, para usar outra coluna na
classificação basta clicar sobre nome dela.
14. Gerenciador de Pastas – Nesta seção é possível adicio-
nar, renomear e apagar as suas pastas. As pastas são um modo de
organizar seu conteúdo, armazenando suas mensagens por temas.
Quando seu e-mail é criado não existem pastas nesta seção, isso
deve ser feito pelo usuário de acordo com suas necessidades.
1. Criar email: aqui você clica quando quer redigir um e-mail
15. Contas Externas – Este item é um link que abrirá a seção
e uma nova mensagem se abre.
onde pode ser feita uma configuração que permitirá você acessar
2. Responder: quando você recebe uma mensagem e quer
outras caixas postais diretamente da sua. O próximo link, como o
mandar uma resposta, basta clicar aqui e escrever sua resposta.
nome já diz, abre a janela de configuração dos e-mails bloqueados
3. Responder a todos: quando você recebe um e-mail que
e mais abaixo o link para baixar um plug-in que lhe permite fazer
foi endereçado a você e a outras pessoas (você pode saber se isto
uma configuração automática do Outlook Express. Estes dois pri-
ocorreu olhando para o campo Cc que aparece em seu painel de
meiros links são os mesmos apresentados no item 10.
visualização) e quer mandar uma resposta para todos que também
receberam esta mensagem, basta clicar em “responder a todos”.
Outlook Express 4. Encaminhar: quando você recebe um e-mail e quer mandá
-lo para outra (s) pessoa(s), basta clicar em “encaminhar” e essa
O Outlook Express é um programa, dentre vários, para a troca mensagem será enviada para o(s) destinatário(s) que você ende-
de mensagens entre pessoas que tenham acesso à Internet. reçar.
Por meio dele você poderá mandar e receber mensagens (in- 5. Imprimir: quando você quiser imprimir um e-mail, basta
cluindo os e-mails com imagens, música e diversos efeitos) e tam- clicar nesse botão indicado que uma nova janela se abre e nela
bém ingressar em grupos de notícias para trocar ideias e informa- você define o que deseja que seja impresso.
ções. 6. Excluir: quando você quiser excluir uma mensagem, basta
Para adicionar uma conta de e-mail, isto é, para criar sua caixa clicar na mensagem (em sua lista de mensagens) e usar o botão
de correio eletrônico no Outlook Express, você precisa do nome da excluir da barra de ferramentas. Sua mensagem irá para a Pasta
conta, da senha e dos nomes dos servidores de e-mail de entrada Itens excluídos.
(geralmente POP3 - Post Office Protocol versão 3 - que é o servi- 7. Enviar e receber: clicando nesse botão, as mensagens que
dor onde ficam armazenadas as mensagens enviadas a você, até estão em sua Caixa de Saída serão enviadas e as mensagens que
que você as receba) e de saída (geralmente SMTP - Simple Mail estão em seu servidor chegarão a seu Outlook.
Transfer Protocol - que é o servidor que armazena as mensagens e 8. Endereços: este botão faz com que seu Catálogo de Endere-
as envia, após você escrevê-las.). ços (seus contatos) se abra.
Estas informações são fornecidas pelo seu provedor de servi- 9. Localizar: este botão é útil quando você quer encontrar uma
ços de Internet ou do administrador da rede local. mensagem que esteja em seu Outlook. Ao clicar em “Localizar”,
Para adicionar um grupo de notícias, você precisa do nome do uma nova janela se abre e você pode indicar os critérios de sua
servidor de notícias ao qual deseja se conectar e, se necessário, do busca, preenchendo os campos que estão em branco e clicando em
nome de sua conta e senha. “localizar agora”.

Abrir o Outlook
Para abrir o Outlook Express, clique no ícone que
está em sua Área de Trabalho, ou na Barra de Tarefas.

Didatismo e Conhecimento 129


INFORMÁTICA

Se você quiser localizar uma mensagem em uma pasta ou uma pessoa que faça parte de seu catálogo de endereços, pode clicar na setinha
que está ao lado da pasta e alguns itens específicos aparecem, como você pode ver na imagem abaixo:

Basta indicar o que você quer localizar e uma nova janela se abre e você preenche com os dados que interessam para sua busca.
Obs.: Se você passar o mouse sobre cada um dos botões da barra de ferramentas, poderá ver uma caixa de diálogo que descreve a função
do botão, conforme imagem abaixo:

Ícones de listas de mensagens do Outlook Express


Os ícones a seguir aparecem nos e-mails e indicam a prioridade das mensagens, se as mensagens possuem arquivos anexados ou ainda
se as mensagens estão marcadas como lidas ou não lidas.
Veja o que eles significam:

Didatismo e Conhecimento 130


INFORMÁTICA

Como criar uma conta de e-mail


Para adicionar uma conta de e-mail em seu Outlook faça o seguinte:
Entre em contato com seu provedor de serviços de Internet ou do administrador da rede local e informe-se sobre o tipo de servidor de
e-mail usado para a entrada e para a saída dos e-mails.
Você precisará saber o tipo de servidor usado : POP3 (Post Office Protocol), IMAP (Internet Message Access Protocol) ou HTTP
(Hypertext Transfer Protocol). Precisa também saber o nome da conta e a senha, o nome do servidor de e-mail de entrada e, para POP3 e
IMAP, o nome de um servidor de e-mail de saída, geralmente SMTP (Simple Mail Transfer Protocol)

Vamos à configuração:
No menu Ferramentas, clique em Contas.

Irá se abrir uma nova janela chamada Contas na Internet, clique em Adicionar.

Didatismo e Conhecimento 131


INFORMÁTICA
Para acrescentar contatos em sua lista de endereços
Para acrescentar endereços eletrônicos de pessoas (contatos)
em sua lista de endereços faça o seguinte:
Clique no botão Endereços.
Em seguida, selecione “Novo” e “Novo Contato”.
Escreva o nome e o novo endereço eletrônico (tipo: nome@
provedor.com.br).
Clique em OK.

Clique em Email e o Assistente para conexão com a Internet


irá se abrir. Basta seguir as instruções para estabelecer uma cone-
xão com um servidor de e-mail ou de notícias e ir preenchendo os
campos de acordo com seus dados.
Observação: Cada usuário pode criar várias contas de e-mail,
repetindo o procedimento descrito acima para cada conta.

Criar um catálogo de endereços Obs.: Caso você tenha recebido um e-mail de alguém e quei-
Antes de mais nada, é preciso definir um Catálogo de Ende- ra adicionar esta pessoa a seu catálogo de endereços, basta clicar
reços contendo algumas pessoas e seus respectivos endereços de (com o botão direito do mouse) sobre o nome do remetende e es-
e-mail. colher a opção “Adicionar remetente ao catálogo de endereços”.
Para criar um catálogo de endereços no Outlook Express (ver- Pronto, esse contato já estará em seu catálogo de endereços.
são 5 e posteriores), faça o seguinte:
Clique, no menu principal do Outlook, em Ferramentas / Ca-
tálogo de Endereços.
Uma janela de nome: “Catálogo de Endereços - identidade
principal” se abrirá.
Clique em “Novo” e escolha a opção: “Novo Contato”
Mais uma janela se abre: “Propriedades de”. Aqui você vai
digitar todos os dados que deseja para cada um dos contatos.

Você pode também configurar o Outlook Express para que


seus destinatários sejam adicionados automaticamente ao catálo-
go de endereços quando você responder a uma mensagem. Para
adicionar todos os destinatários de respostas ao catálogo de ende-
reços, faça o seguinte:
Clique em Ferramentas.
Clique em Opções.
Na guia Enviar, clique em Incluir automaticamente no catálo-
go de endereços os destinatários das minhas respostas.

Salvar um rascunho
Para salvar um rascunho da mensagem para usar mais tarde,
faça o seguinte:
Com sua mensagem aberta, clique em Arquivo.
Após digitar o “Endereço de correio eletrônico”, no campo A seguir, clique em Salvar.
correspondente, clique no botão “Adicionar” e em “OK”.
Da mesma forma, você vai acrescentando novos nomes ao seu
“Catálogo de endereços”.
Quando for mandar uma mensagem, ao clicar em “Para”, esse
catálogo se abre e fica bem mais fácil e rápido localizar o destina-
tário.

Didatismo e Conhecimento 132


INFORMÁTICA
(Quando uma mensagem tem um arquivo anexado, um ícone
de clipe de papel é exibido ao lado dela na lista de mensagens.)

Salvar anexos
Para salvar um anexo de arquivo de seu e-mail, faça o seguin-
te:
Clique na mensagem que tem o arquivo que você quer salvar.
No menu Arquivo, clique em Salvar anexos.

Você também pode clicar em Salvar como para salvar uma


mensagem de e-mail em outros arquivos de seu computador no Uma nova janela se abre. Clique no(s) anexo(s) que você quer
formato de e-mail (.eml), texto (.txt) ou HTML (.htm ou html). salvar.
Antes de clicar em Salvar, confira se o local indicado na caixa
Abrir anexos abaixo é onde você quer salvar seus anexos. (Caso não seja, clique
Para ver um anexo de arquivo, faça o seguinte: em “Procurar” e escolha outra pasta ou arquivo.)
1. No painel de visualização, clique no ícone de clipe de pa- Clique em Salvar.
pel no cabeçalho da mensagem e, em seguida, clique no nome do
arquivo.

ou então:
Na parte superior da janela da mensagem, clique duas vezes
no ícone de anexo de arquivo no cabeçalho da mensagem.
Se você preferir, pode salvar o anexo no painel de visualiza-
ção:
Clique no ícone de clipe de papel
Clique em Salvar anexos.

Prioridade de uma mensagem


Ao enviar uma nova mensagem ou uma resposta a um e-mail,
você pode atribuir uma prioridade à mensagem, para que o destina-
tário saiba se deve lê-la imediatamente (prioridade alta) ou quando
houver tempo (prioridade baixa).

Didatismo e Conhecimento 133


INFORMÁTICA
As mensagens com prioridade alta têm um ponto de exclama-
ção ao seu lado.
A prioridade baixa é indicada por uma seta para baixo.
Se você deixar marcada a opção Normal, nenhum ícone refe-
rente à prioridade aparecerá ao lado da mensagem.
Para indicar a prioridade de uma mensagem de um e-mail que Você pode deixar acionado um “alarme” que avisa quando
você vai mandar, faça o seguinte: chegaram novas mensagens. Veja mais em Alarmes.
Na janela Nova mensagem, clique em Prioridade na barra de Navegar pelo Outlook
ferramentas, clique na setinha que está bem ao lado e selecione a Usando a lista de mensagens e o painel de visualização, você
prioridade desejada. pode exibir a lista de mensagens e ler mensagens individuais ao
mesmo tempo.
A lista Pastas contém pastas de e-mail, servidores de notícias
e grupos de notícias e você pode alternar facilmente entre eles.
Você também pode criar novas pastas para organizar e classifi-
car suas mensagens e configurar regras de mensagens para colocar
automaticamente em uma pasta específica o e-mail de acordo com
o assunto, remetente, grupo, enfim, da forma mais prática para seu
uso.
Você também pode criar seus próprios modos de exibição para
personalizar a maneira como visualiza suas mensagens.

Pastas Padrões
Ou, se preferir, utilize o seguinte recurso: As pastas padrões do Outlook não podem ser alteradas. Você
No menu Mensagem, aponte para Definir prioridade e selecio- poderá criar outras pastas, mas não deve mexer nas seguintes pas-
ne uma opção de prioridade. tas:

Observação: Esta configuração atribui a prioridade somente


para a mensagem que você está redigindo no momento.

Verificar novas mensagens


Para saber se chegaram novas mensagens, faça o seguinte:
Com seu Outlook aberto, clique em Enviar/receber na barra
de ferramentas. 1. Caixa de Entrada: local padrão para onde vão as mensagens
que chegam ao seu Outlook. (Você pode criar pastas e regras para
mudar o lugar para o qual suas mensagens devam ser encaminha-
das.).
2. Caixa de Saída: aqui ficam os e-mails que você já escreveu
e que vai mandar para o(s) destinatário(s).
3. Itens Enviados: nesta pasta ficam guardados os e-mails que
Lembre-se de que todas as mensagens da caixa de saída serão você já mandou.
enviadas também. 4. Itens Excluídos: aqui ficam as mensagens que você já ex-
Se preferir apenas receber ou apenas enviar mensagens, você cluiu de outra(s) pasta(s), mas continuam em seu Outlook.
pode usar o seguinte recurso: 5. Rascunhos: as mensagens que você está escrevendo podem
Clique em Ferramentas / Enviar e receber, escolha a opção ficar guardadas aqui enquanto você não as acaba de compor defini-
que deseja e clique nela. tivamente. Veja como salvar uma mensagem na pasta Rascunhos.

Didatismo e Conhecimento 134


INFORMÁTICA
Criar novas pastas
Para organizar seu Outlook, você pode criar ou adicionar
quantas pastas quiser.
No menu Arquivo, clique em Pasta.
Clique em Nova.

No campo “Nome da Pasta”, em que escrevi: “Colocar aqui


o nome da nova...” , você escreve o nome que quer dar à sua pas-
tinha.
Agora, basta clicar em “OK” e prontinho.
Desta mesma forma, você poderá fazer quantas pastas quiser.
Uma nova janela se abrirá. Se você quiser, pode também criar uma pasta para arquivo
Na caixa de texto Nome da pasta, digite o nome que deseja dar de e-mails fora do programa, dentro de “Meus Documentos”, por
à pasta e, em seguida, selecione o local para a nova pasta. exemplo, ou em um disquete e nela salvar todos os e-mails que
que guardar.
Para salvar, basta clicar em Arquivo/Salvar como e escolher a
pasta onde quer guardar seus e-mails (fora do Outlook).
A mensagem será salva com o nome que aparece no assunto
do e-mail. Se você tiver várias mensagens com o mesmo assunto, e
for guardá-las em uma mesma pasta, renomeie (preencha com um
novo nome no espaço que aparece na caixa de diálogo, conforme
imagem abaixo) na hora de salvar.

Lembre-se de que o Outlook Express vai criar sua pasta nova


dentro daquela que estiver selecionada no momento. Se você se-
lecionar, por exemplo, “Caixa de Entrada” e solicitar uma nova
pasta, esta será posicionada dentro da Caixa de Entrada.
Se o que você quer é uma nova pasta, independente das que
você já criou, selecione sempre o item Pastas Locais .
Dê um nome e selecione o local onde quer que fique esta nova
pasta que você acabou de criar.

Você também pode fazer o seguinte:


Abra o Outlook. Para manter a mensagem como a original, salve no formato
Clique com o botão direito do mouse em “Caixa de entrada” correio .eml.
Aparecerá uma janela com alguns itens. Clique em “Nova Veja em Regras para mensagens, sobre como criar regras para
Pasta”. que suas mensagens sejam “colocadas” diretamente nas pastas em
Irá se abrir uma nova janela, assim que você criou.

Mozilla Thunderbird
O Thunderbird é o cliente de e-mails produzido pela Mozilla
Foundation (também criadora do Mozilla Firefox), está entre os
mais famosos e mais utilizados no mundo. Lançado em 2003, com
interface simples e objetiva que facilita a organização de suas cai-
xas de e-mail. Com ele, podemos: Acessar arquivos XML; Feeds
(Atom e RSS); Bloqueia imagens; Filtro anti-spam; Alterar o tema
de fundo. Este cliente de e-mails vem pré-instalado em versões

Didatismo e Conhecimento 135


INFORMÁTICA
de sistemas operacionais Linux e Ubuntu, mas pode ser baixado
gratuitamente para Windows e Mac OS X também. Quais são as
vantagens? Segundo pesquisas de produtividade, visualizar os
e-mails, apesar de tarefa importantíssima, não deve ocupar muito
tempo de seu trabalho. O ideal é que se tenha oportunidades deter-
minadas para se dedicar ao envio e resposta para e-mails. E é neste
caso que o Thunderbird entra. Você reúne suas contas de e-mail e
um único programa, e sempre que você precisar enviar ou receber
uma mensagem, pode tê-las numa mesma interface, ordenadas.
Além do mais, você recebe notificações de recebimento de e-mail
assim que o programa – de forma automática – faz este check-in.
O Thunderbird é um software livre, grátis, e que está batendo Abas
de frente com os grandes. Possui os melhores recursos ou até mais
ferramentas que o software que você precisa comprar para usá-lo Se você gosta de navegar no Firefox com abas, você vai amar
legalmente. Além do software ser livre de cobranças, o código fon- um e-mail com abas. Um e-mail com abas permite a você carregar
te do produto também é disponibilizado pelo Mozilla, permitindo e-mails em abas separadas para que você possa pular entre elas ra-
assim que você faça alterações que achar necessário (neste caso pidamente. Talvez você esteja respondendo a um e-mail e precisa
você precisa ser um programador ou manjar de programação). fazer referência a um e-mail anterior. Um e-mail com abas permi-
te-lhe abrir múltiplos e-mails para uma fácil referência.
Assistente de configuração de conta de e-mail Dar um clique duplo ou apertar enter em uma mensagem de
Antes deste recurso, você precisava saber suas configurações e-mail agora irá abrir aquela mensagem em uma nova aba. Clicar
de IMAP, SMTP e SSL/TLS. Agora tudo o que precisa fornecer com o botão direito em uma mensagem ou pastas irá abri-las em
é o seu nome, endereço de e-mail e senha para que o assistente uma aba no plano de fundo.
verifique o nosso banco de dados e encontre as configurações de
e-mail para você. Barra de ferramentas de filtro rápido
A Quick Filter Toolbar permite a você filtrar seu e-mail mais
Catálogo de endereços em um clique rapidamente. Comece digitando na caixa de pesquisas do Quick
Livro de endereços de um clique é uma maneira rápida e fácil Filter e os resultados serão mostrados instantaneamente. Ou você
de adicionar pessoas à sua lista de endereços. Adicione pessoas, pode filtrar seu e-mail por Novas Mensagens, Marcadores, e pes-
basta clicar sobre o ícone de estrela da mensagem que receber. soas em sua Agenda. Você pode também “Alfinetar” ou salvar um
Dois cliques e você pode adicionar mais detalhes como uma foto, Filtro e usá-lo através de múltiplas pastas.
aniversário e outras informações de contato.

Pesquisa

A interface de busca no Thunderbird contém ferramentas de


filtro e linha do tempo para identificar o e-mail exato que você está
Lembrete de anexos procurando. O Thunderbird também indexa todos os seus e-mails
O lembrete de anexos procura pela palavra fixada (e outras para te ajudar a procurar ainda mais rápido. Seus resultados de
palavras como tipos de arquivo ) no corpo da sua mensagem e busca são mostrados em uma aba para que você possa ficar alter-
lembra-lhe para adicionar um anexo antes de clicar enviar. nando entre os resultados e outro e-mail.

Abas e pesquisa

Didatismo e Conhecimento 136


INFORMÁTICA
Personalize sua experiência de e-mail

Aparência do Thunderbird
O Personas permite alterar a aparência do Thunderbird com
“temas” leves num instante. Estão disponíveis centenas de temas
do últimos filmes, ponto de interesse famosos e tatuagens japone-
sas. Pode também escolher a partir de vários Temas que personali-
zam todos os diferentes ícones do Thunderbird.
Pastas inteligentes
Pastas inteligentes ajudam a gerenciar várias contas de e-mail,
combinando pastas especiais como a pasta caixa de entrada, envia-
das ou arquivadas. Em vez de ir para a caixa de entrada para cada
uma das suas contas de correio, você pode ver todos seus e-mails
recebidos em uma pasta de caixa de entrada.

Arquivamento de mensagens Gerenciador de complementos


Se você acha que irá precisar de um e-mail no futuro mas quer Encontre e instale complementos diretamente do Thunder-
ele fora da sua caixa de entrada sem excluí-lo, arquive-o! Arquivar bird. Você já não precisa visitar o site de complementos - em vez
te ajuda a gerenciar sua caixa de entrada e pôr seus e-mails em um disso, simplesmente vá até o Gerenciador de complementos. Não
sistema de pasta de arquivos. tem certeza qual complemento é certo para você? Avaliações, re-
Clicar no botão Arquivo ou pressionar a tecla ‘A’ irá arquivar comendações, descrições e fotos dos complementos em ação po-
seu e-mail. dem ajudá-lo a fazer sua seleção.

Gerenciador de atividade Segurança e proteção para o seu e-mail


O Gerenciador de Atividades memoriza todas as interações
entre o Thunderbird e seu provedor de e-mails em um só lugar. Privacidade robusta
Não tem mais trabalho de procurar. Você apenas tem que procurar O Thunderbird oferece suporte a privacidade do usuário e pro-
em um lugar pra ver tudo que está acontecendo em seu e-mail. teção de imagem remota. Para garantir a privacidade do usuário, o
Thunderbird bloqueia automaticamente imagens remotas em men-
sagens de e-mail.

Didatismo e Conhecimento 137


INFORMÁTICA
Proteção contra phishing Mecanismos de Busca2
O Thunderbird protege-o de scams de correio que tentam en- Mecanismos (ou sistema) de busca são conjuntos organizados
ganar os utilizadores, para que estes forneçam informação pessoal de robôs (Subseção abaixo) que rastreiam a Internet em busca de
e confidencial, indicando quando uma mensagem é uma tentati- páginas; índices e bases de dados que organizam e armazenam as
va potencial de phishing. Como uma segunda linha de defesa, o páginas encontradas; e algoritmos para tratamento e recuperação
Thunderbird avisa-o quando clica em um link que parece estar das páginas. Eles permitem que seus usuários realizem buscas na
a encaminhá-lo para um site web diferente do que o indicado na Internet, principalmente através de palavras-chave.
URL na mensagem. Quando um usuário realiza uma busca, o mecanismo de busca
procura o termo em sua base de dados e fornece os resultados desta
pesquisa ao usuário. Todas essas funções realizam-se em um site
da Web (Figura 1).

Atualização automática
O sistema de atualização do Thunderbird confirma se está a
executar a versão mais recente e notifica-o quando uma atualiza-
ção de segurança está disponível. Estas atualizações de segurança
são pequenas (usualmente 200KB - 700KB), fornecendo apenas
o que precisa e fazendo com que a atualização de segurança seja
rápida de baixar e instalar. O sistema de atualizações automáticas
fornece atualizações para o Thunderbird no Windows, Mac OS X,
e Linux em mais de 40 idiomas diferentes.

Figura 1: Visão geral dos mecanismos de busca

Atualmente, os mecanismos de busca mais conhecidos e utili-


Cortando fora o lixo zados em todo o mundo são:
As ferramentas populares do Thunderbird para mensagens in- Google (https://www.google.com.br/); Yahoo (http://br.cade.
desejadas foram atualizadas para se manterem mais avançadas do yahoo.com); Bing (http://search.msn. com); AOL (http://search.
que o spam. Cada e-mail que você recebe passa através dos filtros aol.com); Ask (http://www.ask.com). A Tabela 1 mostra o total
de correio mais avançados do Thunderbird. Cada vez que marca de pesquisas realizadas nestes mecanismos [10] (dados de mar-
mensagens como Spam, o Thunderbird “aprende” e melhora o seu ço/2006, em milhões de cliques, somente nos Estados Unidos).
sistema de filtragem para que possa passar mais tempo lendo o cor-
reio que interessa. O Thunderbird pode também utilizar os filtros Tabela 1: Quantidade de Pesquisas em Mecanismos de Busca
do seu fornecedor de correio para manter as mensagens indeseja-
das fora da sua caixa de entrada. Ferramentas Por Dia Por Mês
Código-fonte aberto Google 91 2773
No coração do Thunderbird está um processo de desenvolvi- Yahoo 60 1792
mento de código aberto dirigido por milhares de desenvolvedores MSN 28 845
apaixonados e experientes, bem como especialistas de segurança
dispersos um pouco por todo o mundo. A nossa abertura e comu- AOL 16 486
nidade dinâmica de especialistas ajudam a garantir que os nossos Ask 13 378
produtos são mais seguros e rapidamente atualizados, permitindo
Outros 6 166
ainda, tirar partido das melhores ferramentas de análise e de ava-
liação de terceiros para melhorar ainda mais a segurança geral. Total 213 6400
2 Fonte: MORAIS, E. A.; AMBRÓSIO, Ana Paula L. Ferramentas de
busca na Internet. 2007.

Didatismo e Conhecimento 138


INFORMÁTICA
O grande número de usuários dos mecanismos de busca, se Entretanto, o principal problema da utilização de conectores
comparados aos diretórios, pode ser explicado principalmente pelo lógicos para restringir as pesquisas está no fato de que nem to-
fato destas ferramentas serem fáceis de usar (consulta por palavra- dos os usuários têm noção de lógica. Por isso, como adicional, os
chave), e serem geralmente rápidas no tempo de resposta, apesar principais mecanismos de busca normalmente trazem um recurso
de consultar milhões de páginas em seu banco de dados para sele- chamado “Pesquisa Avançada”. Este tipo de recurso permite que
cionar um resultado. seu usuário preencha uma série de campos que auxiliam no refina-
Pelo fato dos mecanismos de busca realizarem rastreamen- mento de uma pesquisa.
to e indexação de forma automática, estes conseguem armazenar Finalmente, para compreender o funcionamento dos mecanismos
grande quantidade de páginas. Isto, na maioria das vezes, significa de busca, é necessário entender os seus quatro mecanismos básicos:
mais informações sobre as quais seus usuários realizam pesquisas. Rastreamento, Indexação, Armazenamento e Busca. Estes tópicos são
A atualização das informações no seu banco de dados também é implementados por agentes de busca conhecidos como robôs.
considerada mais eficiente. 3.1 Robôs
O rastreamento é realizado por robôs que varrem a rede, in- Robôs são softwares que buscam informações na Internet,
dexando e armazenando automaticamente os sites que encontram. organizando, interpretando, filtrando e categorizando estas infor-
Neste caso, a pesquisa é feita por palavra-chave. mações. Estes softwares atuam de forma automática ou semi-au-
Se comparado aos diretórios, os mecanismos de busca são tomática, observando a estrutura de links entre as páginas e seus
mais eficientes porque possuem um sistema de motor de buscas. conteúdos para criar hierarquia de documentos.
Este sistema é o que faz a pesquisa mais ampla e detalhada na In- Inicialmente, os robôs foram criados para realizar uma série
ternet. Entretanto, os mecanismos de busca ainda apresentam uma de tarefas, tais como, análise estatística de servidores, auxiliando
série de problemas: na localização e contagem de servidores Web, além da calcular a
- Mesmo realizando busca e rastreamento automático, os me- média de páginas por servidor. Além disso auxiliam também na
canismos de busca têm dificuldade para acompanhar o ritmo de tarefa de manutenação, ou seja, localização de links “quebrados”
expansão da rede, no que diz respeito ao crescimento do número em páginas Web. Alguns robôs também realizam espelhamento
de páginas (algo em torno de 30% ao ano). (mirroring), armazenando na sua memória estruturas inteiras de
sites ou arquivos para download.
- Problemas relacionados a conjuntos de informações apresen-
Os robôs também são conhecidos como crawlers, bots, robots
tadas a seus usuários através de páginas dinâmicas, que acessam
ou spiders. Atualmente, os mais conhecidos são o GoogleBot, o
bancos de dados, e que não são visualizados pelos mecanismos
Yahoo!Slurp, e o msnBot.
de recuperação de informações atuais. Este problema é conhecido
Existem três tipos básicos de robôs [2]: robôs para dados ocul-
como Web Oculta.
tos; robôs escaláveis e extensíveis; search engines.
- Dificuldade em manter os sites atualizados em seus bancos
• Robôs para dados ocultos
de dados. Quando um site é indexado, seu conteúdo é armazena-
Algumas páginas Web podem ter seu conteúdo “oculto” em
do no banco de dados do mecanismo. Com frequência o conteúdo
páginas dinâmicas. Estas páginas, conhecidas como forms ou sim-
destes sites deve ser atualizado para que as buscas sejam eficazes plesmente formulários, apresentam este conteúdo gerado em tem-
e não ocorram links “quebrados”, ou seja, links para páginas que po real, retornando conteúdo diferenciado, mediante o preenchi-
não existem mais. mento online do usuário ou através da execução de códigos ASP,
- Problemas na hierarquização dos resultados pesquisados por JSP ou PHP, por exemplo.
seus usuários, ou seja, em que ordem os sites encontrados numa Buscas nesse tipo de página é uma tarefa difícil, por duas ra-
pesquisa devem ser ordenados. O Google, por exemplo, utiliza zões básicas. Algumas estimativas indicam que o conteúdo dispo-
como critério (subjetivo) a maior relevância dos sites. nibilizado por este tipo de página, e páginas que realizam consul-
- Problemas na busca por arquivos de vídeo. Atualmente, já tas a bancos de dados on-line (Web dinâmica) é da ordem de 500
é possível transformar falas de vídeos em texto, mas ainda não se vezes maior do que o conteúdo disponíbilizado pela Web estática.
sabe como descrever uma cena de maneira que possa ser buscada. Além disso, o acesso a esses bancos de dados está disponível para
- Problemas em lidar com palavras-chave com duplo sentido interfaces de busca restrita, que requerem acesso através de crité-
nas pesquisas. Uma busca pelo termo “jaguar” por exemplo, retor- rios de segurança que não são conhecidos pelos robôs.
na informações sobre o animal felino jaguar e a marca de automó- Segundo Bastos [2], a proposta para resolver este problema é
veis jaguar. Neste caso a pesquisa deve ser refinada para que seu a construção de um robô que percorre a Web escondida e a Web di-
usuário encontre o que realmente procura. nâmica, através da abordagem “human-assisted” ou assistida pelo
- Problemas com o volume de páginas retornadas numa pes- usuário. Nesse caso, o robô deve possuir o conhecimento necessá-
quisa. Determinadas palavraschave podem retornar milhões de rio para o preenchimento dos formulários disponíveis na Web para
links numa pesquisa. Muitas vezes, a maior parte destes links não que esses conteúdos dinâmicos sejam obtidos. Esse conhecimento
levam a uma página que o usuário realmente busca. Isso faz com é baseado em solicitações de uma aplicação particular, em infor-
que o usuário perca muito tempo para localizar o que realmente mações de domínio ou de perfil do usuário.
deseja. Além disso, existe um grande risco deste usuário encontrar • Robôs escaláveis e extensíveis
resultados repetidos ou dados desatualizados. Robôs escaláveis são projetados para visitar dezenas de mi-
Para evitar o problema da grande quantidade de resultados lhões de documentos da Web. Esta escalabilidade está relacionada
retornados pelos mecanismos de busca, é possível aprimorar uma ao fato do robô implementar estruturas de dados que armazenam
busca através da utilização de palavras-chave combinadas com muitas informações, que são armazenadas em disco, enquanto que
símbolos lógicos (AND ou OR, basicamente). uma pequena parte da informação é armazenada em memória.

Didatismo e Conhecimento 139


INFORMÁTICA
Extensibilidade está relacionada ao fato de que o robô pro- Se um site estiver “linkado” em algum outro site que já esteja
jetado de forma modular, onde novas funcionalidades podem ser armazenado no banco de dados do mecanismo de busca, este link
agregadas ao código sem afetar as funcionalidades já existentes. vai ser automaticamente “seguido” pelo robô e adicionado ao ban-
Este tipo de robô é mais adequado para coleta de dados na co de dados.
Web. Caso um site esteja “ilhado”, ou seja, não esteja “linkado” por
• Search engines nenhum outro site, seu link deve ser adicionado manualmente ao
Este é o tipo de robô mais comum. Sua principal função é banco de dados. No Google, por exemplo, basta acessar o endere-
“percorrer” a estrutura de links da Web indexando e armazenando ço http://www.google.com.br/intl/pt-BR/add-url.html e adicionar
as páginas que encontra. o URL3. A partir deste momento todos os links contidos no site
O restante desta seção descreve em detalhes o funcionamento adicionado também serão rastreados automaticamente (crawling).
deste tipo de robô. Deste ponto em diante do texto, todas as referên-
cias feitas ao termo robô correspondem aos robôs desta categoria. A atividade de rastreamento de páginas Web envolve duas
3.2 Search Engines etapas: a identificação do URL e a leitura dos dados de entrada
O algoritmo implementado pelos robôs possui três compo- da URL.
nentes básicos [2]: Crawler e Parser; Tabelas de Dados; Base de • Identificação da URL
Dados. É a de identificação do endereço de um site. Normalmente,
• Crawler e Parser os URL’s seguem padrões sintáticos e semânticos de construção,
O Crawler “navega” pela página referenciada pelo URL ori- que pode ser como domínio próprio (“www.meusite.com.br”) ou
gem, efetuando o download de seus termos, enquanto o Parser sublocado (“www.servidor.com.br/meusite”). A esta indetificação
avalia cada termo obtido, identificando sua relevância. Cada novo dá-se o nome de identificador do URL.
URL referenciado na página em questão é armazenada em uma Normalmente, o identificador de um URL define explicita-
fila to-do, para posterior crawling e parsing. A fila to-do deve ser mente o tipo de linguagem que foi utilizada na construção de uma
do tipo FIFO (First-in First-out) para determinar o próximo URL página, por exemplo, HMTL, PHP ou ASP, e indica também se o
a ser “visitada”. URL faz referência a algum tipo de arquivo texto, documentos ou
• Tabelas de Dados arquivos PDF, por exemplo.
São necessárias duas tabelas, uma para guardar os termos • Leitura do Dados de Entrada do URL
coletados durante o crawling e outra para armazenar os URL’s a Para os casos em que um URL aponta para uma página no
serem visitadas e que fazem parte do mesmo domínio do URL ori- formato HTML, nesta estapa são extraídas informações sobre a pá-
gem. A tabela de termos deve identificar os termos de cada página. gina (dados de entrada): título, cabeçalhos, parágrafos, listas, links
• Base de Dados para outras páginas, permitindo a continuidade da navegação.
Os termos coletados nas páginas rastreadas devem ser ar- A extração das informações de entrada nas páginas Web é feita
mazenadas em um banco de dados, onde esses termos são usa- através da leitura de suas tags. Tags são estruturas de linguagem de
dos como chave primária da tabela de termos, seguida da lista de marcação, que podem ser interpretadas por navegadores Web, que
URL´s onde o termo aparece. Outras informações adicionais, tais consistem em breves instruções com uma marca de início e outra
como: as freqüência, posição do termo no documento, dentre ou- de fim. O Código 1 mostra um exmplo de tags HTML.
tras, podem estar presentes também nessa tabela.
Para diminuir o tempo de processamento do robôs e tornar Código 1 – Tags HTML
seu funcionamento mais eficiente, algumas estratégias são adota-
das [2]. Por exemplo, são implementadas três threads, uma para <html>
o crawler, outra para o parser e outra a atualização dos dados das <head>
tabelas, permitindo sua execução em paralelo. <title> Minha Página </title>
O crawling é realizado primeiro nas páginas mais importantes </head>
do site (nos casos em que é possível determinar essa importância), <body> Meu Conteúdo </body>
evitando que a análise de alguns links sejam perdidas caso o espa- </html>
ço em disco ou memória seja limitado. Além disso, estas páginas
consideradas mais importantes são visitadas com mais freqüência, No exemplo do Código 1, as tags <html> e <\html> indi-
para que estejam sempre atualizadas nos bancos de dados dos me- cam que esta é uma página escrita na linguagem HTML. As tags
canismos de busca. <head> e <\head> delimitam o cabeçalho da página. As tags <ti-
Estes três componentes implementados pelos robôs, são res- tle> e <\title> definem o título da página. As tags <body> e <\
ponsáveis pelos mecanismos de rastreamento, indexação e arma- body> delimitam o conteúdo da página.
zenamento, que em conjunto com as buscas formam os elementos Para ativar ou desativar o bloqueio da navegação de robôs em
que compõem estes mecanismos. As próximas seções descrevem o uma página Web, pode ser utilizada a tag robot. O Código 2 mostra
funcionamento de cada uma deles. um exemplo de utilização desta tag.
3.3 Rastreamento
É a forma pela qual outros sites são localizados e adicionados
à base de dados dos mecanismos de busca. Isto ocorre devido à 3 URL (Uniform Resource Locator ou Localizador Uniforme (ou
necessidade que os usuários da Internet têm de adicionar seus sites Universal) de Recursos): Designa a localização de uma página na Internet, se-
gundo determinado padrão de atribuição de endereços em redes, isto é, URL é
às pesquisas nos mecanismos de busca. Estes, por sua vez, neces- o link ou endereço de uma página Web, por exemplo, “http://www.inf.ufg.br”.
sitam rastrear o maior número de links possível. Na Internet não existem dois URL’s iguais.

Didatismo e Conhecimento 140


INFORMÁTICA
Código 2 – Tag robot Caso o administrador do servidor Web não tenha acesso aos
log analysers, uma forma de conhecer a última visita de determi-
<html> nado robô a um site é por meio do cache da página no mecanismo
<head> de busca. O cache é uma cópia do conteúdo desta página na última
<meta name=”robots” content=”noindex, nofollow”> visita do robô. O cache traz no seu topo a data em que a página foi
<title> Minha Página </title> recuperada.
</head> Além do rastreamento de páginas Web, os robôs também são
<body> Meu Conteúdo </body> responsáveis pela recuperação dos dados contidos nelas, e o pré
</html> -processamento dos termos que compõem cada página [2]. Estas
duas últimas tarefas fazem parte do processo de indexação dos me-
O parâmetro Noindex determina aos robôs que a página não canismos de busca.
seja indexada. O parâmetro Nofollow determina que os links even- 3.4 Indexação
tualmente existentes na página não sejam seguidos. Os mesmos robôs que fazem o processo de rastreamento tam-
O bloqueio do acesso dos robôs a um site ou uma página é bém fazem a indexação. Indexação é o tratamento dado a uma pá-
necessário em alguns casos. Por exemplo, sites em construção, ou gina rastreada, antes que esta seja armazenada. Este tratamento
de acesso restritos a um grupo de pessoas. irá auxiliar na futura localização desta página pelo mecanismo de
Em [7] pode ser encontrado um guia para construção de ro- busca.
bôs, onde são detalhados quais são as características que devem À medida em que os robôs vão rastreando a Internet, as pá-
ser consideradas na construção destes agentes: ginas encontradas vão sendo armazenadas em seus discos rígidos.
Um robô deve ser “responsável” Antes do armazenamento, estas páginas passam primeiramente
Deve se identificar enquanto navega pela Web; por um processo de compressão, mas todo seu texto é armazenado.
Deve se “anunciar” antes de entrar em um servidor;; Cada página rastreada recebe um identificador. O Google, por
Deve “anunciar” qual sua intenção entes de entrar em um ser- exemplo, denomina esse identificador como docID (identificador
vidor; de documento). Qualquer referência à página rastreada a partir
Deve ser informativo, isto é, conter informações ao seu res- deste momento passa a ser feita por meio deste identificador.
peito para facilitar sua identificação pelos servidores; Entretanto, nesse formato de armazenamento, torna-se difícil
Deve visitar os servidores com uma certa periodicidade, para a pesquisa por palavraschave, uma vez que para análise do conteú-
que seja sempre “lembrado”; do de uma página, seria necessário recuperá-la, ler seu conteúdo e
Uma vez dentro do servidor, deve tomar ciência sobre suas armazená-la novamente.
autorizações, ou seja, devem fazer somente aquilo que é permitido. Neste caso, para tornar possível o trabalho de pesquisa, o pró-
Um robô deve ser testado localmente. ximo passo é criar um índice, chamado índice invertido (inverted
Desenvolvedores de robôs devem ter o cuidado de testar seus index).
agentes localmente, antes de colocá-lo em funcionamento nos ser- Basicamente o mecanismo de indexação funciona da seguinte
vidores da Internet. forma:
Um robô não deve monopolizar os recursos dos servidores. Atribuição de um identificador para o documento a ser inde-
Os robôs devem “andar”, não “correr”, ou seja, quando um robô xado (docId).
monopoliza centenas de documentos por minuto num servidor, sig- O texto do documento é ajustado: todas as palavras têm seus
nifica que está consumindo muitos recursos daquela máquina; acentos removidos; a caixa é convertida para minúsculo; os sinais
Um robô não deve entrar em loop, ou seja, é importante que de pontuação são eliminados do texto.
sejam criados métodos de forma que não haja excesso de visitas a Cada palavra remanescente no texto do documento recebe um
uma página ou site; identificador único (wordId).
Um robô deve procurar somente por aquilo que precisa, e Criação do índice invertido (Inverted Index), isto é, de um
sempre deve “perguntar” antes se pode acessar um determinado banco de dados que armazena, para cada palavra (wordId), os do-
arquivo; cumentos (docId) em que elas ocorreram, bem como detalhes da
Um robô deve respeitar uma “hora apropriada” para rastrea- apresentação do termo.
mento, ou seja, deve dar preferência para um horário com menos Além dos índices invertidos, os mecanismos de busca mantêm
visitas de usuários ao site; – O rastreamento não deve ser realizado em sua memória um dicionário formado por milhões de palavras
com freqüência exagerada. em diferentes línguas (Lexicon). Os vocabulários que são encon-
Um robô deve ser controlado por seu desenvolvedor. tradas em novas páginas são pesquisados neste dicionário. Caso
O robô deve possuir um log com as tarefas que realizou; ainda não possuam referência (wordId), estas são adicionadas.
Um robô deve conter instruções para que seu rastreamento 3.5 Armazenamento
seja suspenso ou cancelado. O armazenamento ocorre por meio de um banco de dados que
Um robô deve compartilhar resultados. o mecanismo de busca utiliza para guardar os sites rastreados e
Um robô deve ser capaz de produzir informações a partir de indexados.
dados, além de prover o compartilhamento destes dados. As estruturas de armazenamento mais comuns e eficazes para
Ao requisitar uma página os robôs incluem no seu cabeçalho armazenamento de informações textuais utilizam as chamadas
informações sobre si, como, por exemplo, seu nome. Desta forma, técnicas lexicográficas. Estas técnicas são baseadas nos caracteres
a maioria dos log analysers dos servidores de Internet conseguem existentes e na sua ordenação. A estrutura chamada arquivo inver-
identificar os robôs, e por isso é possível acompanhar a freqüência tido, que pertence a este grupo, representa a estrutura de armaze-
com que um site é visitado. namento mais utilizada pelos mecanismos de busca.

Didatismo e Conhecimento 141


INFORMÁTICA
Os arquivos invertidos são estruturados da seguinte forma: contêm uma lista ordenada de palavras onde cada um possui apontadores
(links ou ponteiros) para os documentos onde ela ocorre.
Normalmente, essa estrutura é composta por três arquivos (Figura 2): o dicionário ou lista de palavras, a lista de inversão e os documen-
tos. A entrada para o índice é o dicionário - uma lista que contém todas as palavras da coleção de documentos indexada. Assim que a palavra
no dicionário é localizada, identifica-se sua lista invertida de documentos correspondentes. Essa estrutura é muito eficiente em termos de
acesso, porém, consome muito espaço (variando entre 10% e 100% ou mais do tamanho do documento indexado) [11].
Devido à sua rapidez de acesso e facilidade de identificação de documentos relevantes a um termo, essa estrutura é uma das mais utili-
zadas em Sistemas de Recuperação de Informações.

Figura 2: Arquivo Invertido

A ocorrência de um WordId num documento é chamado Hit. Utilizando um exemplo bem simplificado, é possível armazenar apenas os
hits e a posição da palavra no texto (Figura 3).

Figura 3: Hits

Este processo é repetido para todas as palavras encontradas. Se no documento seguinte uma palavra nova é localizada, ela recebe um
novo WordId, é adicionada ao banco de dados, e os hits correspondentes passam a ser registrados.
3.6 Busca
Representa a maneira pela qual usuários realizam suas pesquisas nas ferramentas. Em seu atual formato de armazenamento (tabela
invertida e hits) é possível saber, para cada palavra pesquisada, em quantos documentos ela ocorre e em qual posição do texto elas se en-
contram.
É dessa forma que o Google, por exemplo, informa “Resultados 1 - 10 de aproximadamente 61.000.000 para [brasil]”.
Em casos que são necessárias pesquisas com duas ou mais palavras, são realizadas duas ou mais pesquisas no índice invertido. Os do-
cumentos comuns a todas as pesquisas conterão todas as palavras (mas não necessariamente na ordem pesquisada).
É possível melhorar as buscas através do aprimoramento do índice invertido. Para aumentar as potencialidades do índice invertido,
normalmente, os mecanismos de busca armazenam muito mais informações nos hits.
Pode-se criar, por exemplo, um campo para indicar que determinada palavra foi escrita em negrito ou itálico e, portanto, teria mais
destaque do que o restante do texto (Figura 4):

Figura 4: Arquivo Invertido Aprimorado

Didatismo e Conhecimento 142


INFORMÁTICA
Neste caso o campo (destacado em negrito) armazenaria o va- Por conseguinte, é aconselhável escolher um pseudónimo
lor “1” para palavras que estão negrito ou itálico na página Web, e (pseudo ou nickname), permitindo aos seus interlocutores reco-
“0” para as demais. nhecê-lo de uma discussão para outra, mas protegendo de certa
3.7 Hierarquização de Resultados maneira o seu anonimato.
Um dos principais problemas relacionados aos mecanismos
de busca é a ordem pela qual estes retornam seus resultados. Esta Noção de carta
ordem (hierarquia) é um critério subjetivo e nem sempre atende Cada fórum de discussão tem um funcionamento que lhe é
aos requisitos dos usuários. próprio e possui às vezes os seus “Usos e costumes”. Estes são fre-
Normalmente, são os robôs que estabelecem regras gerais quentemente tácitos e às vezes inscritas num documento chamado
para classificar a relevância dos sites pesquisados e assim estabe- “carta de utilização” que precisa as condições nas quais uma men-
lecer a ordem em que aparecem na página de resposta. Um ende- sagem pode ser acrescentada ao fórum e os critérios que podem
reço estará, em geral, em maior relevância quando a palavra-chave conduzir à moderação de uma mensagem.
utilizada na pesquisa fizer parte do nome do documento, estiver no Antes de postar uma mensagem num fórum de discussão, é
título e nos primeiros parágrafos ou se repetir com grande freqüên- sempre aconselhável ver o seu funcionamento e, se for caso disso,
cia ao longo do texto. ler a sua carta de utilização.
Apesar de possuírem mecanismos de rastreamento, indexa-
ção, armazenamento e busca semelhantes, os resultados das pes- Moderação
quisas diferem entre cada mecanismo de busca. Isso ocorre porque O conjunto das discussões presentes num fórum de discussão
alguns indexam mais páginas que outros. compromete a responsabilidade dos seus autores, bem como a do res-
Além disso, a maneira pela qual cada robô aplica as regras ponsável de publicação, ou seja, o editor do site que aloja o fórum.
de pesquisa de palavras-chave nas páginas é diferente entre cada Assim, para garantir o bom funcionamento do fórum de acor-
mecanismo. Isso é um segredo que os mecanismos de busca pre- do com os termos da carta de utilização e para se proteger juridi-
servam. camente, os sites que propõem um fórum de discussão instalam
Existem várias técnicas que os mecanismos de busca utilizam geralmente um sistema de moderação, ou seja, um dispositivo hu-
para “medir” a importância de uma página numa busca. Cálcu- mano e técnico que permite supervisionar e suprimir as mensagens
lo de métricas, como similaridade a uma consulta direcionada, não conformes à carta ou podendo provocar processos jurídicas.
contagem de links de páginas visitadas, PageRank e métrica de As pessoas encarregadas desta tarefa são chamadas moderadores.
localização, dentre outras, podem ser utilizadas para investigar a
importância da página encontrada. Estas técnicas estão descritas Existe dois tipos de moderação:
em [2]. Os nomes utilizados para referenciá-las não são padroni- A moderação a priori: as mensagens devem ser validadas por
zados na literatura. um regulador para serem publicadas e por conseguinte aparecer
Entretanto, existem algumas técnicas que permitem melhorar em linha;
hierarquização de uma página, isto é, melhorar o ranking de página A moderação a posteriori: as mensagens acrescentadas são pu-
no resultado de uma pesquisa. O Google, por exemplo, considera blicadas automaticamente (aparecem em linha). O site reserva-se a
vários fatores na hierarquização dos resultados de suas buscas. possibilidade de suprimir as mensagens a posteriori.

Fórum de discussão4 O fórum enquanto ferramenta de aprendizagem


Um fórum de discussão (em inglês “bulletin board”) é um es- O fórum enquanto ferramenta de aprendizagem permite o re-
paço web dinâmico que permite a diferentes pessoas comunicar. O gistro e a comunicação de significados por todo o coletivo através
fórum de discussão é composto geralmente por diferentes fios de da tecnologia. Emissão e recepção se imbricam e se confundem
discussão (o termo “fio de discussão” é às vezes substituído por permitindo que a mensagem circulada seja comentada por todos
assunto de discussão, post, thread, enfilade ou topic) que corres- os sujeitos do processo de comunicação. A Inteligência coletiva
pondem cada um a um intercâmbio sobre um assunto específico. é alimentada pela conexão da própria comunidade na colabora-
A primeira mensagem de um thread define a discussão, e as men- ção todos-todos. Essa é uma das características fundamentais do
sagens seguintes (situadas geralmente abaixo) tentam responder. ciberespaço.
Obviamente devemos considerar que o coletivo forma uma
Pseudônimo comunidade virtual. Logo, essa comunidade compõe um mesmo
Não é aconselhável mostrar num fórum o seu nome real por- espaço (não lugar) junto com a infraestrutura técnica que deno-
que as discussões de um fórum são assíncronas, o que significa minamos ciberespaço. De acordo com Lévy, “por intermédio de
que uma mensagem deixada um dia num fórum tem vocação para mundos virtuais, podemos não só trocar informações, mas verda-
aí permanecer eternamente. Assim, se postar com o seu nome ver- deiramente pensar juntos, pôr em comum nossas memórias e pro-
dadeiro, é possível encontrar os vestígios de todas as discussões jetos para produzir um cérebro cooperativo” (LÉVY, 1998, p. 96).
sobre o conjunto dos fóruns que frequentou. A lei informática e de Embora seja uma ferramenta de comunicação assíncrona, per-
liberdades prevê um direito de acessos e retificação a todos os da- mite a acessibilidade dos participantes a qualquer momento para
dos pessoais que se relacionam consigo. Contudo, pode ser difícil contribuições livres, mas respeitando-se os temas da discussão e os
contatar o conjunto dos responsáveis dos sites nos quais postou prazos estabelecidos. A possibilidade de diálogos a distância entre
um dia e extremamente vinculativo para estes últimos suprimir os indivíduos geograficamente dispersos favorece a criação coletiva,
vestígios das suas discussões. fazendo com que o ciberespaço seja muito mais que um meio de
4 Fonte: http://br.ccm.net/ informação TV, rádio etc.

Didatismo e Conhecimento 143


INFORMÁTICA
Teorias modernas da aprendizagem têm mostrado que a inte- duas ou três posições na rede maior da Linkedln. Ou você pode
ração é fundamental para o desenvolvimento cognitivo do aluno. pagar um adicional para entrar em contato direto com qualquer
Em particular, há uma forte indicação de que o sujeito aprendente usuário por meio de um serviço chamado InMail.
e aquele que ensina mantêm uma relação que se reflete nas ações O Orkut, rede social do Google, foi a mais popular entre os
realizadas na sala de aula interativa (Sawer, 2006). brasileiros por um bom tempo. Seu uso era tão fácil que os bra-
A comunicação assíncrona proporciona não só a criação de te- sileiros acabaram dominando a rede e chegaram a 80% de seus
mas de discussões entre estudantes e professores, mas, sobretudo, usuários. Uma vez cadastrado na rede, o usuário tinha uma pági-
a troca de sentidos construídos por cada singularidade. Cada sujei- na pessoal onde podia adicionar, além de seus dados pessoais e
to na sua diferença pode expressar e produzir saberes, desenvolver profissionais, amigos, amigos dos amigos, amigos dos amigos dos
suas competências comunicativas, contribuindo e construindo a amigos, criar comunidades online e participar das já existentes,
comunicação e o conhecimento coletivamente. enviar recados para sua rede de contatos e para quem ainda não faz
parte dela, criar álbuns de fotos e paquerar, flertar, namorar. E, o
REDES SOCIAIS mais importante para grande parte dos participantes, xeretar a vida
Quando as pessoas ouvem o termo “rede social”, pensam au- das pessoas através das páginas de recados.
tomaticamente em redes sociais online. Também conhecidas como
sites de rede social, elas foram uma explosão em termos de popu- Fazendo contatos em uma rede social online
laridade. Sites como MySpace, Facebook e Linkedln estão entre os Você precisa criar um perfil em uma rede social antes de fazer
sete dos 20 Websites mais visitados no mundo, e o site de relacio- contatos online. Você vai precisar escolher um nome para login e
namentos criado pelo Google, o Orkut, acabou virando o predileto uma senha. Depois de fazer isso, você vai fornecer algumas infor-
dos brasileiros. Para muitos usuários, principalmente aqueles que mações pessoais básicas, como nome, sexo, idade, local e alguns
ficam muito conectados e que fazem parte da chamada Geração hobbies ou interesses específicos.
Internet, as redes sociais online não são apenas uma maneira de
manter contato, mas um modo de vida. Você pode personalizar seu perfil adicionando fotos, música
Muitos dos recursos das redes sociais online são comuns para ou vídeos. Mas lembre-se de que o seu perfil é a imagem que você
cada um dos mais de 300 sites de rede social existentes atualmente. está apresentando ao mundo online. Na maioria dos sites você pode
A capacidade de criar e compartilhar um perfil pessoal é o recurso ter um controle sobre quem pode visualizar seu perfil completo.
mais básico. Essa página de perfil normalmente possui uma foto, Em alguns sites, só amigos ou aqueles que você convidou
algumas informações pessoais básicas (nome, idade, sexo, local) podem visualizar seu perfil. Quando tiver terminado de criar seu
e um espaço extra para que a pessoa informe suas bandas, livros, perfil, você pode começar a procurar amigos e fazer contatos. Isso
programas de TV, filmes, hobbies e Websites preferidos. acontece quando você convida amigos que estão offline no mo-
A maioria das redes sociais na Internet permite postar fotos, mento para participar ou procurar amigos que já são membros.
vídeos e blogs pessoais na sua página de perfil. Mas o recurso mais Na maioria dos sites de rede social você pode enviar um
importante das redes sociais online é encontrar e fazer amigos com e-mail convidando amigos para participar do Website e fazer parte
membros de outro site. Na sua página de perfil, esses amigos apa- da sua rede social online. Em alguns casos, como no Facebook
recem como links, assim os visitantes podem navegar facilmente ou Linkedln, você pode importar sua lista de endereços das suas
na sua rede de amigos online. contas de e-mail, como o Google ou Yahoo.
Cada rede social online possui regras e métodos diferentes de Depois de convidar seus amigos atuais, você pode começar
busca e contato com amigos potenciais. A rede do MySpace é a a procurar pessoas que têm interesses parecidos com os seus. Por
mais aberta. No MySpace, você pode buscar e entrar em contato exemplo, se você gosta de ler os livros da Jane Austen, você pode
com pessoas em toda a rede, sejam elas membros afastados da sua procurar outras pessoas que gostam de Jane Austen e convidá-las
rede social ou estranhos. Mas você só vai ter acesso às informa- para participar da sua rede.
ções completas de seus perfis se elas concordarem em aceitar você Ou, ainda, você pode procurar pessoas que estudaram no mes-
como amigo e fazer parte da sua rede. mo colégio ou faculdade que você, pessoas que têm a mesma mar-
A rede do Facebook, que começou como um aplicativo de ca de carro ou que gostam do mesmo tipo de música. Você pode
rede social de uma faculdade, é muito mais restrita e orientada a convidar essas pessoas para também participarem da sua rede, au-
grupos. No Facebook, só é possível encontrar pessoas que estão mentando, assim, a sua rede social.
em uma das suas “redes” existentes. Elas podem incluir a empresa Mesmo que tenha a impressão de que conhece as pessoas que
onde você trabalha, a faculdade onde você estudou e até o seu encontra no ciberespaço, você deve ter cuidado porque a ação de
colégio; mas você também pode participar de várias das centenas hackers é bastante comum.
de redes menores “groups” criadas por usuários da Facebook, al-
gumas baseadas em organizações reais, outras que só existem na A ação de hackers e as redes sociais
mente de seus fundadores. Quando as pessoas falam sobre a ação de hackers em redes
A Linkedln, que é a rede social online mais popular para sociais, elas não estão usando a definição comum de hackers, que
profissionais de negócios, permite que você busque cada um dos são aqueles que usam códigos ou brechas em redes de computa-
membros do site, e você também tem acesso aos perfis completos e dores de forma mal-intencionada, para causar danos aos sistemas
informações de contato dos seus contatos já existentes, ou seja, as ou roubar informações confidenciais. A ação dos hackers em redes
pessoas que aceitaram o convite para participar da sua rede (ou que sociais requer muito pouca habilidade técnica. Trata-se mais de um
convidaram você para participar da rede delas). No entanto, seus jogo psicológico: usar informações dos perfis pessoais para ganhar
contatos podem apresentá-lo a pessoas que estão distantes de você a confiança de um estranho.

Didatismo e Conhecimento 144


INFORMÁTICA
Este segundo tipo de hacker é chamado de engenheiro social. Os usuários do Linkedln podem fortalecer os contatos e rela-
A engenharia social usa técnicas psicológicas persuasivas para ex- cionamentos existentes para encontrar novos empregos e parce-
plorar o elo mais fraco do sistema de segurança da informação: as rias. No Linkedln, por exemplo, você pode fazer uma busca por
pessoas. Veja alguns exemplos de engenharia social: emprego na sua rede. Se acontecer de o seu melhor amigo ter estu-
• chamar um administrador de sistemas fingindo ser um dado com a pessoa que está contratando, isso pode dar a você uma
executivo irritado que esqueceu sua senha e precisa acessar seu vantagem significativa em relação a outros candidatos.
computador imediatamente; Os recrutadores de profissionais também estão garimpando os
• fingir ser um funcionário de banco e ligar para um cliente enormes bancos de dados profissionais em sites como o Linkedln.
pedindo o número do seu cartão de crédito; Eles podem pagar um adicional pelo Linkedln Corporate Services,
• fingir ter perdido seu crachá e pedir gentilmente a um um serviço que permite realizar buscas direcionadas por membros
funcionário para deixar você entrar no escritório. que atendem aos seus requisitos de experiência e localização. A
Muitas pessoas não levam os possíveis riscos de segurança em vantagem de um serviço como o LInkedln é que os recrutadores
consideração quando criam uma página de perfil em uma rede so- podem atingir “candidatos passivos,” isto é, profissionais alta-
cial. Quanto mais informações pessoais e profissionais você incluir mente qualificados que não estão necessariamente procurando um
no seu perfil público, mais fácil será para um hacker explorar essas novo emprego. Eles são mais atraentes para os empregadores, pois
informações para ganhar sua confiança. têm sua capacidade provada, já que permanecem em seus cargos.
Vamos supor que você seja um engenheiro e faz um blog so- Várias redes sociais para adultos são dedicadas a profissões
bre um dos seus projetos atuais na sua página do Facebook. Um específicas. De acordo com um artigo do Wall Street Journal, mé-
hacker pode usar essas informações para fingir ser um funcioná- dicos estão se encontrando em um site de rede social para médicos
rio da empresa. Ele sabe seu nome e seu cargo na empresa, então chamado Sermo e executivos de publicidade, marketing e mídia
você está sujeito a confiar nele. Assim; ele pode tentar conseguir estão trocando dicas e truques em um outro site de rede social cha-
de você uma senha ou informação confidencial para vender aos mado AdGabber [fonte: Wall Street Journal].
concorrentes.
A segurança da maioria das redes sociais online é que somente Redes do mal
seus “amigos” ou membros da sua rede podem ver seu perfil com- As redes sociais tem o lado bom de aproximar pessoas de dife-
pleto. Mas isso só é eficaz se você for extremamente seletivo sobre rentes lugares, mas a facilidade de criar perfis e comunidades tam-
quem você inclui em sua rede. Se você aceita convites de qualquer bém tem um lado negro. Em março de 2008, o Orkut foi obrigado a
revelar à polícia os dados de usuários pedófilos. A Polícia brasileira
pessoa, uma delas pode ser um hacker.
descobriu uma rede de pedofilia infiltrada nas páginas do Orkut e
O problema com as redes sociais online é que elas não pos-
obrigou a empresa a revelar os dados dos usuários envolvidos. Em
suem um sistema integrado de autenticação para verificar se al-
maio de 2006, a rede social foi obrigada a retirar do ar comunidades
guém é realmente quem diz ser [fonte: SearchSecurity.com]. Um
consideradas pelas autoridades como criminosas e racistas.
hacker pode criar um perfil qualquer em um site como o Linkedln
para se encaixar perfeitamente nos interesses comerciais de seu
alvo. Se o alvo aceita o hacker como contato, ele pode ter acesso
às informações de todos os outros contatos de seu alvo. Com essas
informações, é possível criar uma elaborada identidade falsa. MICROSOFT OFFICE 2007 E
Para lutar contra a engenharia social, a chave é a atenção. Se BROFFICE 3.1: EDITOR DE TEXTO -
você sabe que hackers de engenharia social existem, deve ter mais ESTRUTURA BÁSICA DOS DOCUMEN-
cuidado com aquilo que vai postar em seus perfis online. Se você TOS, EDIÇÃO E FORMATAÇÃO DE
está familiarizado com as trapaças mais comuns da engenharia TEXTOS, CABEÇALHOS, PARÁGRAFOS,
social, vai reconhecer uma enquanto ela está acontecendo, e não
quando for tarde demais.
FONTES, COLUNAS, MARCADORES
SIMBÓLICOS E NUMÉRICOS, TABELAS,
Redes sociais para adultos IMPRESSÃO, ORTOGRAFIA E
Além de participarem de redes sociais online que antes eram GRAMÁTICA, CONTROLE DE
dominadas por adolescentes, como o MySpace e o Facebook, os QUEBRAS, NUMERAÇÃO DE PÁGINAS,
usuários adultos também estão participando de redes sociais online LEGENDAS, ÍNDICES, INSERÇÃO DE
destinadas a eles. As redes sociais para adultos não têm um conteú-
do “adulto” especializado (embora também exista). Elas são redes OBJETOS, CAMPOS PRÉ-DEFINIDOS,
sociais para profissionais, e não somente para amigos. CAIXAS DE TEXTO.
Com mais de 15 milhões de membros, o LinkedIn é a maior
rede social online para profissionais. No LInkedln, as páginas de
perfil são mais parecidas com currículos, com informações sobre
experiência profissional e formação acadêmica, deixando de fora “CARO CANDIDATO O CONTEÚDO SOBRE MICRO-
informações como livros e bandas favoritos. Até pouco tempo SOFT OFFICE 2007 FOI ABORDADO ANTERIORMEN-
atrás, o Linkedln não permitia que os usuários postassem uma foto TE”
em seu perfil, temendo que o site estritamente profissional se tor-
nasse uma desculpa para namoros online.

Didatismo e Conhecimento 145


INFORMÁTICA
LIBREOFFICE WRITER reside e exibir um ícone em cima à direita para excluir a miniatura
do painel e da lista dos documentos recentes. Clique na miniatura
O LibreOffice é uma uma suíte de aplicativos livre para es- para abrir o documento subjacente.
critório disponível para Windows, Unix, Solaris, Linux e Mac OS Obs,.: Nem todos os arquivos mostrarão uma miniatura do seu
X; sua interface limpa e suas poderosas ferramentas libertam sua conteúdo. No lugar, pode ser mostrado um ícone grande que repre-
criatividade e melhoram sua produtividade. LibreOffice incorpora senta o tipo de arquivo.
várias aplicações que a tornam a mais avançada suite office livre
e de código aberto do mercado. O processador de textos Writer, a Histórico
planilha Calc, o editor de apresentações Impress, a aplicação de Uma empresa pequena e produtiva, chamada StarDivision, da
desenho e fluxogramas Draw, o banco de dados Base e o editor de Alemanha, desenvolvia uma suíte de aplicativos para escritório.
equações Math são os componentes do LibreOffice. A Sun, uma grande companhia de software, antevendo a briga pe-
las suítes de escritório, compra-a e absorve o trabalho da suíte,
Libre de liberdade, agora e para sempre. em 1999. Em 2000, a Sun liberou o código-fonte da suíte sob as
O LibreOffice é um software livre e de código fonte aberto. É licenças LGPL/SISSL, com o nome comercial StarOffice 5.0. A
desenvolvido de forma colaborativa por todo desenvolvedor inte- comunidade Open Source lança, ainda em 2000, a primeira versão
ressado em desenvolver seus talentos e novas ideias. O software livre do pacote (suíte) OpenOffice.org.
é testado e usado diariamente por uma ampla e dedicada comuni- No Brasil, houveram problemas com a marca OpenOffice.org.
dade de usuários. Você também pode participar e influenciar seu Em 1998, uma empresa do Rio de Janeiro (BWS Informática) re-
desenvolvimento. gistrou a marca “Open Office” junto ao INPI. Dado o sucesso da
marca / suíte OpenOffice.org, a companhia carioca que havia re-
Janela Inicial gistrado o nome Open Office perpetrou uma campanha de ameaças
A Janela inicial aparece quando não houver documentos aber- de processos por uso indevido da sua marca, obrigando a comuni-
tos no LibreOffice. Ela é dividida em dois painéis. Clique num dos dade brasileira a adotar um novo nome: BrOffice.org.
ícones para abrir um novo documento ou para abrir uma caixa de
diálogo de arquivo. Surgimento da TDF (The Document Foundation)
Após algum tempo, nova reviravolta: a Sun é comprada pela
Oracle, a conhecida gigante do mundo dos Bancos de Dados Cor-
porativos. Com a aquisição da Sun, no que tange a SL e suas espe-
cificidades, a comunidade internacional se viu compelida a adotar
uma nova marca para a sua suíte, ao mesmo tempo aproveitando
todo o código-fonte existente do OpenOffice.org. Foi criada assim
a OpenDocument Foundation, já contando com o aporte de im-
portantes programadores de companhias como a IBM, Canonical,
BrOffice.org, Collabora, FSF (Free Software Foundation), dentre
muitas outras, além, é claro, de toda ajuda desta e de outras com-
panhias em questões extradesenvolvimento, como, por exemplo,
questões jurídicas. Veja a relação completa de entidades endossan-
tes do TDF em http://www.documentfoundation.org/supporters/.
Espere-se que o LibreOffice.org difira bastante, no decorrer
do seu longo e necessário processo de desmembramento e bifurca-
ção (fork), pelas razões aqui elencadas. A interface do LibreOffice.
org já recebe, por ora, inúmeras sugestões de redesenho; o Projeto
Renaissance, por exemplo, que provê para o LibreOffice.org uma
Cada ícone de documento abre um novo documento do tipo interface similar ao Ribbon, da suíte da Microsoft (Office 2007 em
especificado. diante).
• Documento de texto abre o LibreOffice Writer Dizer que a fundação BrOffice.org apoia a TDF é pouco pre-
• Planilha abre o LibreOffice Calc ciso: o BrOffice.org, junto com a fundação responsável pela suíte
• Apresentação abre o LibreOffice Impress OxigenOfice se fundem ao projeto TDF e passam a ser o mesmo
• Desenho abre o LibreOffice Draw software. Se você executar o ícone do BrOffice.org e vir, ao invés
• Banco de dados abre o LibreOffice Base do logo do próprio, o logo com a palavra “LibreOffice.org”, não se
• Fórmula abre o LibreOffice Math assuste, pois é uma questão meramente cosmética. Na verdade, são
• O ícone Modelos abre a caixa de diálogo Modelos e do- ambos o mesmo software.
cumentos. Ao visitar o sítio http://www.documentfoundation.org/ ver-se
• O ícone Abrir um documento apresenta uma caixa de -á o manifesto da fundação, que diz:
diálogo para abrir arquivos. [TDF] É uma organização autônoma, independente e meri-
tocrática, criada pelos líderes da Comunidade OpenOffice.org (a
O painel da direita contém miniaturas dos documentos re- fundação, não a Oracle).
cém-abertos. Passe o mouse por cima da miniatura para destacar Continuamos o trabalho de dez (10) anos da Comunidade
o documento, exibir uma dica sobre o local onde o documento OpenOffice.org;

Didatismo e Conhecimento 146


INFORMÁTICA
Fomos criados com a crença de que a cultura gerada em uma abrir documentos armazenados em ODF, o que pode não ocorrer
organização independente agrega que há de melhor nos desenvol- com arquivos binários e proprietários, que podem se transformar
vedores e provê aos clientes o que há de melhor em software; em verdadeiros hieróglifos, cujo código pode não ser acessível em
Somos abertos a quem quiser colaborar com as nossas ativida- alguns anos.
des, dentro de nossos valores básicos; Paralelamente, o padrão ODF possibilita a concorrência, pois
Aceitamos colaboração corporativa, por exemplo, para nos permite adquirir software de mais de um fornecedor, já que o for-
ajudar no custeio de colaboradores dentro da comunidade. mato não é propriedade de uma empresa.
Pelos motivos aqui elencados, doravante adotaremos LibreOf- Também possibilita que as pessoas tenham comunicabilidade
fice.org para nos referimos ao pacote, salvo menção em contrário. e interoperabilidade na troca de documentos. Obviamente, quando
se usa um padrão aberto a sociedade é o maior beneficiário já que
Formato Open Document o texto digitado poderá ser lido por vários programas.
O openDocument 1.0 foi publicado pelo grupo OASIS (“Or- Vários governos estão aprovando a preferência pelo uso de
ganization for the Advancement of Structured Information Stan- formatos abertos para trocar informações e textos. O ODF é o for-
dards”), como um padrão aberto e padronizado. mato escolhido para documentos pela Comunidade Europeia.
ODF significa Open Document Format (Formato de docu- Portanto, várias outras empresas e instituições estão adotando
mento aberto) e é um conjunto de regras para a criação de diversos ou estudando adotar o formato ODF para escrever documentos.
tipos de arquivos. Ou, pelo menos, suportar em seus programas, evitando o favoreci-
O ODF surgiu quando a Sun Microsystemas comprou a Star mento de qualquer fornecedor.
Division, que fabricava a suíte Star Office, e iniciou o projeto do É importante lembrar que os formatos de empresas como a
OpenOffice. Na época, foi criado um subcomitê na OASIS, que Microsoft ( .doc, docx, .xls, xlsx, .ppt, pptx) são fechados, pro-
incluiu profissionais de software livre e de empresas privadas, para prietários, e seguem unicamente os desejos e prioridades daquela
trabalhar com armazenamento de documentos, baseado na lingua- empresa. E que, evidentemente, o monopólio mundial de software
gem aberta XML (eXtensible Markup Language) e tem suporte é contrário ao padrão aberto. Assim, essas empresas tentam impe-
em pacotes como OpenOffice / Br-Office.org, StarOffice, KOffice dir que os governos, instituições e quaisquer pessoas ou empresas
e IBM WorkPlace.
adotem o padrão ODF.
Assim, qualquer empresa pode desenvolver produtos com
base nesse padrão e atualmente há mais de 40 aplicativos que po-
Abrir um arquivo do Microsoft Office
dem manipular o ODF.
Escolha Arquivo - Abrir. Selecione um arquivo do Microsoft
Como o ODF é um conjunto de especificações, para cada si-
Office na caixa de diálogo do LibreOffice.
tuação é utilizada uma parte delas. Assim, se aplica a documentos
O arquivo do MS Office... ...será aberto no módulo do
de texto, gerando o formato odt, de cálculo (extensão ods) e de
LibreOffice
apresentações ( terminação odp).
MS Word, *.doc, *.docx = LibreOffice Writer
É norma ISO 26300 e ABNT NBR-26300.
MS Excel, *.xls, *.xlsx = LibreOffice Calc
Extensões ODF MS PowerPoint, *.ppt, *.pps, *.pptx = LibreOffice Impress
Um documento ODF pode ter as seguintes extensões:
• odt: documentos de texto (text) Salvar como arquivo do Microsoft Office
• ott: documentos de texto modelo (template text) Escolha Arquivo - Salvar como.
• ods: planilhas eletrônicas (spreadsheets) Na caixa Tipo de arquivo, selecione um formato de arquivo
• ots: planilhas eletrônicas - modelo (template spread- do Microsoft Office.
sheets) Sempre salvar documentos em formatos do Microsoft Office
• odp: apresentações (presentations) Selecione Ferramentas - Opções - Carregar / Salvar - Geral.
• otp: apresentações - modelo (template presentations) Na área Formato de arquivo padrão e configurações ODF, se-
• odg: desenhos vetoriais (draw) lecione primeiro o tipo de documento e depois selecione o tipo de
• otg: desenhos vetoriais - modelo (template draw) arquivo para salvar.
• odf: equações (formulae) De agora em diante, ao salvar um documento, o Tipo de ar-
• odb: banco de dados (database) quivo será definido de acordo com sua escolha. Você ainda poderá
• odm: documentos mestre (document master) selecionar outro tipo de arquivo na caixa de diálogo usada para
salvar arquivos.
Vantagens do ODF
Converter vários arquivos do Microsoft Office em arquivos
A adoção do padrão ODF é uma garantia de preservação de com o formato do OpenDocument
documentos eletrônicos sem restrição no tempo, um item muito O Assistente de conversão de documentos copiará e converte-
precioso na administração pública e privada de longo prazo. É só rá todos os arquivos do Microsoft Office existentes em uma pasta
imaginar o que pode acontecer se documentos não puderem ser li- em documentos do LibreOffice no formato de arquivo do OpenDo-
dos após algum tempo, simplesmente porque a empresa proprietá- cument. Você pode especificar a pasta a ser lida e a pasta em que os
ria do tipo de arquivo resolveu mudar algo na criação ou na leitura arquivos convertidos serão salvos.
de seus formatos. Escolha Arquivo - Assistentes - Conversor de documentos
Assim, daqui a 100 anos ou mais, certamente será possível para iniciar o assistente.

Didatismo e Conhecimento 147


INFORMÁTICA
LIBREOFFICE WRITER Réguas: Permite efetuar medições e configurar tabulações e
O Writer é um aplicativo de processamento de texto que lhe recuos.
permite criar documentos, como cartas, currículos, livros ou for- Barra de menus
mulários online. Alternativa gratuita e open source ao tradicional
pacote Microsoft Office. Surgido a partir de um fork do OpenOf- Arquivo
fice, o LibreOffice traz soluções completas para edição de texto, Esses comandos se aplicam ao documento atual, abre um
criação de planilhas, apresentações de slides, desenhos, base de novo documento ou fecha o aplicativo.
dados e ainda fórmulas matemáticas.
O Writer do LibreOffice suporta os seguintes formatos: ODT,
OTT, SXW, STW, DOC (Word), DOCX (Word 2007), RTF, SDW,
VOR, TXT, HTML, PDB, XML, PSW e UOT.

Formato Open Document


No Writer o formato padrão dos arquivos passou de sdw (for-
mato do antigo StarWriter) para odt (Open document text), que
dota os arquivos de uma estrutura XML, permitindo uma maior
interoperabilidade entre as várias aplicações.
Aliás, este foi um dos principais motivos pelos quais a Mi-
crosoft tem mantido o monopólio nas aplicações de escritório: a
compatibilidade ou a falta dela.
É importante notar que versões mais antigas do OpenOffice
já abriam e gravavam arquivos com a terminação doc. Entretanto,
não havia compatibilidade de 100% e os documentos perdiam al-
gumas formatações.
A proposta da Sun, da IBM e de outras empresas foi norma-
lizar os tipos de documento, num formato conhecido por todos, o
odt.

Layout

-Novo:
Cria um novo documento do LibreOffice.
Escolha Arquivo - Novo
Ícone Novo na Barra de ferramentas (o ícone mostra o tipo do
novo documento)

O Writer aparece sob a forma de uma janela genérica de do-


Novo
cumento em branco, a tela de edição, que é composta por vários
elementos: Tecla Ctrl+N

Barra de Título: Apresenta o nome do arquivo e o nome do Para criar um documento a partir de um modelo, escolha Novo
programa que está sendo usado nesse momento. Usando-se os 3 - Modelos.
botões no canto superior direito pode-se minimizar, maximizar / Um modelo é um arquivo que contém os elementos de design
restaurar ou fechar a janela do programa. para um documento, incluindo estilos de formatação, planos de
Barra de Menus: Apresenta os menus suspensos onde estão as fundo, quadros, figuras, campos, layout de página e texto.
listas de todos os comandos e funções disponíveis do programa.
Barra de Formatação: Apresenta os atalhos que dão forma e Ícone Nome Função
cor aos textos e objetos.
Área para trabalho: Local para digitação de texto e inserção Cria um novo documento de
Documento de texto
de imagens e sons. texto (LibreOffice Writer).
Barra de Status: Apresenta o número de páginas / total de pá-
ginas, o valor percentual do Zoom
e a função inserir / sobrescrever está na parte inferior e central
da tela.

Didatismo e Conhecimento 148


INFORMÁTICA
Na Barra de ferramentas, clique em
Cria um novo documento de
Planilha
planilha (LibreOffice Calc).
Abrir arquivo
Cria um novo documento de Locais: Mostra os locais favoritos. Por exemplo, os atalhos
apresentação (LibreOffice das pastas locais ou remotas.
Impress). Se ativado, Área de exibição: Mostra os arquivos e pastas existentes em
Apresentação
será exibida a caixa de que você está. Para abrir um arquivo, selecione-o e clique em Abrir.
diálogo Assistente de Para abrir mais de um documento ao mesmo tempo, cada um
apresentações. em sua própria janela, pressione a tecla Ctrl ao clicar nos arquivos
e, em seguida, clique em Abrir.
Cria um novo documento de Para classificar os arquivos, clique em um cabeçalho de colu-
Desenho
desenho (LibreOffice Draw). na. Para inverter a ordem de classificação, clique novamente.
Para excluir um arquivo, clique com o botão direito do mouse
sobre ele e, em seguida, escolha Excluir.
Abre o Assistente de Bancos Para renomear um arquivo, dê um clique com o botão direito
Banco de dados de dados para criar um arquivo do mouse sobre ele e, em seguida, escolha Renomear.
de banco de dados. Nome do arquivo: Insira um nome de arquivo ou um caminho
para o arquivo. Você também pode inserir um URL que começa
com o nome de protocolo ftp, http, ou https.
Cria um novo documento Caso deseje, utilize caracteres curinga na caixa Nome do ar-
Documento HTML quivo para filtrar a lista de arquivos exibida.
HTML.
Por exemplo, para listar todos os arquivos de texto em uma
pasta, insira o caractere asterisco (*) com a extensão de arquivo
Documento de Cria um novo de texto (*.txt) e, em seguida, clique em Abrir. Utilize o caractere
formulário XML documento XForms. curinga ponto de interrogação (?) para representar qualquer carac-
tere, como em (??3*.txt), o que só exibe arquivos de texto com um
‘3’ como terceiro caractere no nome do arquivo.
Cria um novo documento
Documento mestre O LibreOffice possui uma função autocompletar que se ativa
mestre.
sozinha em alguns textos e caixas de listagem. Por exemplo, entre
~/a no campo da URL e a função autocompletar exibe o primei-
Cria um novo documento de ro arquivo ou o primeiro diretório encontrado no seu diretório de
Fórmula
fórmula (LibreOffice Math). usuário que começa com a letra “a”.
Utilize a seta para baixo para rolar para outros arquivos e dire-
Abre a caixa de tórios. Utilize a seta para a direita para exibir também um subdire-
diálogo Etiquetas, para definir tório existente no campo da URL. A função autocompletar rápida
as opções para suas etiquetas está disponível se você pressionar a tecla End após inserir parte
Etiquetas da URL. Uma vez encontrado o documento ou diretório desejado,
e, em seguida, cria um novo
documento de texto para as pressione Enter.
etiquetas (LibreOffice Writer). Versão: Se houver várias versões do arquivo selecionado, se-
lecione a versão que deseja abrir. Você pode salvar e organizar vá-
rias versões de um documento, escolhendo Arquivo - Versões. As
Abre a caixa de versões de um documento são abertas em modo somente leitura.
diálogo Cartões de visita para Tipo de arquivo: Selecione o tipo de arquivo que deseja abrir
definir as opções para os ou selecione Todos os arquivos(*) para exibir uma lista de todos
Cartões de visita
cartões de visita e, em seguida, os arquivos na pasta.
criar um novo documento de Abrir: Abre o(s) documento(s) selecionado(s).
texto (LibreOffice Writer). Inserir: Se você tiver aberto a caixa de diálogo escolhendo
Inserir - Arquivo, o botão Abrir será rotulado Inserir. Insere no
documento atual, na posição do cursor, o arquivo selecionado.
Criar um novo documento a Somente leitura: Abre o arquivo no modo somente leitura.
Modelos
partir de um modelo. Abrir documentos com modelos: O LibreOffice reconhece
modelos localizados em qualquer uma das seguintes pastas:
• Pasta de modelos compartilhados
- Abrir • Pasta de modelos do usuário em Documents and Set-
Abre ou importa um arquivo. tingsno diretório inicial do usuário
Escolha Arquivo - Abrir • Todas as pastas de modelos definidas em Ferramentas -
Ctrl+O Opções - LibreOffice - Caminhos

Didatismo e Conhecimento 149


INFORMÁTICA
Ao utilizar Arquivo - Modelo - Salvar como modelo para sal-
var um modelo, o modelo será armazenado na sua pasta de mode-
los do usuário. Ao abrir um documento baseado neste modelo, o
documento será verificado para detectar uma mudança do modelo,
como descrito abaixo. O modelo é associado com o documento e
pode ser chamado de “modelo vinculado”.
Ao utilizar Arquivo - Salvar como e selecionar um filtro de
modelo para salvar um modelo em qualquer outra pasta que não
esteja na lista, então os documentos baseados nesse modelo não
serão verificados.
Ao abrir um documento criado a partir de um “modelo vin-
culado” (definido acima), O LibreOffice verifica se o modelo foi
modificado desde a última vez que foi aberto. Se o modelo tiver
sido alterado, uma caixa de diálogo aparecerá para você poder se-
lecionar os estilos que devem ser aplicados ao documento.
Para aplicar os novos estilos do modelo ao documento, clique
em Sim.
Para manter os estilos que estão sendo usados no documento,
clique em Não.
Se um documento tiver sido criado por meio de um modelo Nome do arquivo: Insira um nome de arquivo ou um caminho
que não possa ser encontrado, será mostrada uma caixa de diálogo para o arquivo. Você também pode inserir um URL
perguntando como proceder na próxima vez em que o documento • Tipo de arquivo: Selecione o formato de arquivo para o
for aberto. documento que você está salvando. Na área de exibição, serão exi-
Para quebrar o vínculo entre o documento e o modelo que está bidos somente os documentos com esse tipo de arquivo.
faltando, clique em Não; caso contrário, o LibreOffice procurará o • Salvar com senha: Protege o arquivo com uma senha que
modelo na próxima vez que você abrir o documento. deve ser digitada para que o usuário possa abrir o arquivo.

- Documentos recentes Salvar tudo: Salva todos os documentos do LibreOffice que


Lista os arquivos abertos mais recentemente. Para abrir um foram modificados.
arquivo da lista, clique no nome dele.
- Recarregar
- Assistentes Substitui o documento atual pela última versão salva.
Guia você na criação de cartas comerciais e pessoais, fax, Todos as alterações efetuadas após o último salvamento serão
agendas, apresentações, etc. perdidas.
Escolha Arquivo - Recarregar
- Fechar
Fecha o documento atual sem sair do programa. - Versões
Escolha Arquivo - Fechar Salva e organiza várias versões do documento atual no mes-
O comando Fechar fecha todas as janelas abertas do docu- mo arquivo. Você também pode abrir, excluir e comparar versões
mento atual. anteriores.
Se foram efetuadas alterações no documento atual, você será Escolha Arquivo - Versões
perguntado se deseja salvar as lterações. Novas versões - Define as opções para salvar uma nova versão
do documento.
Ao fechar a última janela de documento aberta, aparecerá a
Tela inicial. Salvar nova versão - Salva o estado atual do documento como
nova versão. Caso deseje, antes de salvar a nova versão, insira
- Salvar também comentários na caixa de diálogo Inserir comentário da
Salva o documento atual. versão.
Escolha Arquivo - Salvar Inserir comentário da versão - Insira um comentário aqui
Ctrl+S quando estiver salvando uma nova versão. Se você tiver clicado
Na Barra de ferramentas ou de tabela de dados, clique em em Mostrar para abrir esta caixa de diálogo, não poderá editar o
comentário.
Salvar sempre uma versão ao fechar - Se você tiver feito alte-
Salvar rações no documento, o LibreOffice salvará automaticamente uma
nova versão quando você o fechar.
Salvar como: Salva o documento atual em outro local ou com Se salvar o documento manualmente, e não alterar o docu-
um nome de arquivo ou tipo de arquivo diferente. Escolha Arquivo mento após salvar, não será criada uma nova versão.
- Salvar como

Didatismo e Conhecimento 150


INFORMÁTICA
Versões existentes - Lista as versões existentes do documento Editar
atual, a data e a hora em que elas foram criadas, o autor e os co-
mentários associados.
- Exportar
Salva o documento atual com outro nome e formato em um
local a especificar.
Escolha Arquivo – Exportar

- Exportar como PDF


Salva o arquivo atual no formato Portable Document Format
(PDF) versão 1.4. Um arquivo PDF pode ser visto e impresso em
qualquer plataforma com a formatação original intacta, desde que
haja um software compatível instalado.
Escolha Arquivo - Exportar como PDF

- Visualizar impressão
Exibe uma visualização da página impressa ou fecha a visua-
lização.
Menu Arquivo - Visualizar impressão
Utilize os ícones na barra Visualização de impressão para fo-
lhear as páginas do documento ou para imprimir o documento.
Você também pode pressionar as teclas Page Up e Page Down
para folhear as páginas.
Obs: Não é possível editar seu documento enquanto estiver na
visualização de impressão.

- Imprimir
Imprime o documento atual, a seleção ou as páginas que você
especificar. Você também pode definir as opções de impressão para
o documento atual. Tais opções variam de acordo com a impresso-
ra e com o sistema operacional utilizado. Este menu contém comandos para editar o conteúdo do docu-
Escolha Arquivo - Imprimir mento atual.
Ctrl+P
Na Barra de ferramentas, clique em - Desfazer
- Configuração da impressora Desfaz o último comando ou a última entrada digitada. Para
Selecione a impressora padrão para o documento atual. selecionar o comando que deseja desfazer, clique na seta ao lado
Escolha Arquivo - Imprimir - Configurações da impressora do ícone Desfazer na barra de ferramentas Padrão.
Fecha todos os programas do LibreOffice e pede para salvar
as modificações. - Refazer
- Sair Reverte a ação do último comando Desfazer. Para selecionar a
Escolha Arquivo - Sair etapa Desfazer que deseja reverter, clique na seta ao lado do ícone
Ctrl+Q Refazer na barra de ferramentas Padrão.

- Repetir
Repete o último comando. Esse comando está disponível no
Writer e no Calc.

- Recortar
Remove e copia a seleção para a área de transferência.

- Copiar
Copia a seleção para a área de transferência.
Escolha Editar - Copiar
Ctrl+C

- Colar
Insere o conteúdo da área de transferência no local do cursor,
e substitui qualquer texto ou objeto selecionado.
Escolha Editar - Colar

Didatismo e Conhecimento 151


INFORMÁTICA
Ctrl+V - Entrada de índice
- Colar especial Edita a entrada de índice selecionada. Clique antes da entrada
Insere o conteúdo da área de transferência no arquivo atual em de índice ou na própria entrada e, em seguida, escolha este co-
um formato que você pode especificar. mando.
Escolha Editar - Colar especial
- Entrada bibliográfica
- Selecionar texto Edita a entrada bibliográfica selecionada.
Você pode ativar um cursor de seleção em um texto somente
leitura ou na Ajuda. Escolha Editar - Selecionar texto ou abra o - Hiperlink
menu de contexto de um documento somente leitura e escolha Se- Abre uma caixa de diálogo que permite que você crie e edite
lecionar texto. O cursor de seleção não fica intermitente. hiperlinks.
Use o ícone Editar arquivo para ativar ou desativar o modo
de edição. - Vínculos
Permite a edição das propriedades de cada vínculo no docu-
- Modo de seleção mento atual, incluindo o caminho para o arquivo de origem. Este
Escolha o modo de seleção do submenu: modo de seleção nor- comando não estará disponível se o documento atual não contiver
mal, ou modo de seleção por bloco. vínculos para outros arquivos.

- Selecionar tudo - Plug-in


Seleciona todo o conteúdo do arquivo, quadro ou objeto de Permite a edição de plug-ins no seu arquivo. Escolha este
texto atual. comando para ativar ou desativar este recurso. Quando ativado,
Escolha Editar - Selecionar tudo aparecerá uma marca de seleção ao lado do comando, e você verá
Ctrl+A comandos para editar o plug-in em seu menu de contexto. Quando
desativado, você verá comandos para controlar o plug-in no menu
- Alterações de contexto.
Lista os comandos que estão disponíveis para rastrear as alte-
rações em seu arquivo. - Mapa de imagem
Permite que você anexe URLs a áreas específicas, denomi-
- Comparar documento nadas pontos de acesso, em uma figura ou em um grupo de figu-
Compara o documento atual com um documento que você ras. Um Mapa de imagem é um grupo com um ou mais pontos de
seleciona. acesso.

- Localizar e substituir - Objeto


Procura ou substitui textos ou formatos no documento atual. Permite editar um objeto selecionado no arquivo, inserido
Escolha Editar - Localizar e substituir com o comando Inserir - Objeto.
Ctrl+H
Na Barra de ferramentas, clique em Exibir
Este menu contém comandos para controlar a exibição do do-
- Autotexto cumento na tela.
Cria, edita ou insere Autotexto. Você pode armazenar texto
formatado, texto com figuras, tabelas e campos como Autotexto.
Para inserir Autotexto rapidamente, digite o atalho do Autotexto
no documento e pressione F3.
Escolha Editar – Autotexto
Ctrl+F3

- Trocar banco de dados


Altera a fonte de dados do documento atual. Para exibir cor-
retamente o conteúdo dos campos inseridos, o banco de dados que
foi substituído deve conter nomes de campos idênticos.

- Campos
Abre um caixa de diálogo na qual você pode editar as proprie-
dades de um campo. Clique antes de um campo e selecione este
comando. Na caixa de diálogo, você pode usar as setas para ir para
o próximo campo ou voltar para o anterior.

- Notas de rodapé - Layout de impressão


Edita a âncora de nota de rodapé ou de nota de fim selecio- Exibe a forma que terá o documento quando este for impresso.
nada. Clique na frente da nota de rodapé ou da nota de fim e, em
seguida, escolha este comando.

Didatismo e Conhecimento 152


INFORMÁTICA
- Layout da Web - Tela inteira
Exibe o documento como seria visualizado em um navegador Exibe ou oculta os menus e as barras de ferramentas no Writer
da Web. Esse recurso é útil ao criar documentos HTML. ou no Calc. Para sair do modo de tela inteira, clique no botão Ati-
var/Desativar tela inteira.
- Código-fonte HTML
Exibe o código fonte do documento HTML atual. Para exi- - Zoom
bir o código fonte HTML de um novo documento, é necessário Reduz ou amplia a exibição de tela do LibreOffice.
primeiro salvar o novo documento como um documento HTML.
Inserir
- Barra de status O menu Inserir contém os comandos necessários para inserir no-
Mostra ou oculta a barra de status na borda inferior da janela. vos elementos no seu documento. Isso inclui seções, notas de rodapé,
anotações, caracteres especiais, figuras e objetos de outros aplicativos.
- Status do método de entrada
Mostra ou oculta a janela de status do IME (Input Method
Engine).

- Régua
Mostra ou oculta a régua horizontal, que é utilizada para ajus-
tar as margens da página, paradas de tabulação, recuos, bordas,
células de tabela e para dispor objetos na página. Para mostrar a
régua vertical, escolha Ferramentas - Opções - LibreOffice Writer
- Exibir, e selecione a caixa Régua vertical na área Réguas.

- Limites do texto
Mostra ou oculta os limites da área imprimível da página. As
linhas de limite não são impressas.

- Sombreamentos de campos - Quebra manual


Mostra ou oculta os sombreamentos de campos no documen- Insere uma quebra manual de linha, de coluna ou de página na
to, incluindo espaços incondicionais, hifens personalizados, índi- posição atual em que se encontra o cursor.
ces e notas de rodapé.
- Campos
- Nomes de campos Insere um campo na posição atual do cursor. O submenu lista
Alterna a exibição entre o nome e o conteúdo do campo. A os tipos de campos mais comuns. Para exibir todos os campos dis-
presença de uma marca de seleção indica que os nomes dos cam- poníveis, escolha Outro.
pos são exibidos e a ausência dessa marca indica que o conteúdo é
exibido. O conteúdo de alguns campos não pode ser exibido. - Caractere especial
Insere caracteres especiais a partir das fontes instaladas.
- Caracteres não-imprimíveis
Mostra os caracteres não imprimíveis no texto, como marcas - Marca de formatação
de parágrafo, quebras de linha, paradas de tabulação e espaços. Abe um submenu para inserir marcas especiais de formatação.
Ative o CTL para mais comandos.
- Parágrafos ocultos
Mostra ou oculta parágrafos ocultos. Esta opção afeta somen- - Seção
te a exibição de parágrafos ocultos. Ela não afeta a impressão des- Insere uma seção de texto no mesmo local em que o cursor está
ses parágrafos. posicionado no documento. Também é possível selecionar um bloco
de texto e, em seguida, escolher esse comando para criar uma seção.
- Fontes de dados Use as seções para inserir blocos de texto de outros documentos,
Lista os bancos de dados registrados para o LibreOffice e per- para aplicar layouts de colunas personalizados ou para proteger ou
mite que você gerencie o conteúdo deles. ocultar os blocos de texto quando uma condição for atendida.

- Navegador - Hiperlink
Mostra ou oculta o Navegador. Você pode usá-lo para aces- Abre uma caixa de diálogo que permite que você crie e edite
sar rapidamente diferentes partes do documento e para inserir ele- hiperlinks.
mentos do documento atual ou de outros documentos abertos, bem
como para organizar documentos mestre. Para editar um item do - Cabeçalho
Navegador, clique com o botão direito do mouse no item e, em Adiciona ou remove um cabeçalho do estilo de página que
seguida, escolha um comando do menu de contexto. Se preferir, você selecionar no submenu. O cabeçalho é adicionado a todas as
você pode encaixar o Navegador na borda do espaço de trabalho. páginas que usam o mesmo estilo de página. Em um novo docu-

Didatismo e Conhecimento 153


INFORMÁTICA
mento, é listado apenas o estilo de página “Padrão”. Outros estilos - Figura
de páginas serão adicionados à lista depois que você aplicá-los ao Selecione a origem da figura que deseja inserir.
documento. - Objeto de desenho
Insere um objeto no documento. Para vídeo e áudio utilize
- Rodapé Inserir - Multimídia - Áudio ou vídeo.
Adiciona ou remove um rodapé do estilo de página selecio-
nado no submenu. O rodapé é adicionado a todas as páginas que - Quadro flutuante
usam o mesmo estilo. Em um novo documento, somente o estilo Insere um quadro flutuante no documento atual. Quadros flu-
de página “Padrão” é listado. Outros estilos serão adicionados à tuantes são utilizados em documentos HTML para exibir conteúdo
lista depois que forem aplicados ao documento. de outro arquivo.

- Nota de rodapé / Nota de fim - Áudio ou vídeo


Insere um arquivo de vídeo ou áudio no documento.
Insere uma nota de rodapé ou uma nota de fim no documen-
to. A âncora para a nota será inserida na posição atual do cursor.
- Arquivo
Você pode escolher entre numeração automática ou um símbolo
Insere um arquivo de texto na posição atual do cursor.
personalizado.
Formatar
- Legenda Contém comandos para formatar o layout e o conteúdo de seu
Adiciona uma legenda numerada à figura, tabela, quadro, qua- documento.
dro de texto ou objeto de desenho selecionado. Você também pode
acessar este comando clicando com o botão direito do mouse no
item ao qual deseja adicionar a legenda.

- Marcador
Insere um indicador na posição do cursor. Use o Navegador
para saltar rapidamente para a posição indicada em outra hora. em
um documento HTML, os indicadores são convertidos em âncoras
para você navegar através de hyperlinks.
- Referência
Esta é a posição em que você insere as referências ou os cam-
pos referidos no documento atual. As referências são os campos
referidos no mesmo documento ou em subdocumentos de um do-
cumento mestre.

- Anotação
Insere uma anotação.

- Script
Insere um script na posição atual do cursor em um documento
HTML ou de texto.
- Limpar formatação direta
Remove a formatação direta e a formatação por estilos de ca-
- Índices e índices gerais
racteres da seleção.
Abre um menu para inserir entradas de índice e inserir índices
e tabelas. - Caractere
Muda a fonte e a formatação de fonte dos caracteres selecio-
- Envelope nados.
Cria um envelope. Nas três guias, você pode especificar o des-
tinatário e o remetente, a posição e o formato de ambos os endere- - Parágrafo
ços, o tamanho e a orientação do envelope. Modifica o formato do parágrafo atual, por exemplo, alinha-
mento e recuo.
- Quadro - Marcadores e numeração
Insere um quadro que você pode usar para criar um layout Adiciona marcadores ou numeração ao parágrafo atual e per-
com uma ou mais colunas de texto e objetos. mite que você edite o formato da numeração ou dos marcadores.

- Tabela - Página
Insere uma tabela no documento. Você também pode clicar na Especifique os estilos de formatação e o layout do estilo de
seta, arrastar o mouse para selecionar o número de linhas e colunas página atual, incluindo margens da página, cabeçalhos, rodapés e
a serem incluídas na tabela e, em seguida, clicar na última célula. o plano de fundo da página.

Didatismo e Conhecimento 154


INFORMÁTICA
- Alterar caixa Tabela
Altera a caixa dos caracteres selecionados. Se o cursor estiver
no meio de uma palavra e não houver texto selecionado, então a
palavra será a seleção.

- Guia fonético asiático


Permite que você adicione comentários sobre caracteres asiá-
ticos para serem usados como manual de pronúncia.

- Colunas
Especifica o número de colunas e o layout de coluna para um
estilo de página, quadro ou seção.

- Seções
Altera as propriedades das seções definidas no documento.
Para inserir uma seção, selecione o texto ou clique no documento
e, em seguida, escolha Inserir - Seção.

- Estilos e formatação - Inserir


Use a janela Estilos e formatação para aplicar, criar, editar, Tabela
adicionar e remover estilos de formatação. Clique duas vezes para Insere uma nova tabela.
aplicar o estilo.
Colunas
- Autocorreção Insere colunas.
Formata automaticamente o arquivo de acordo com as opções
definidas em Ferramentas - Opções da autocorreção.
Linhas
Insere linhas.
- Ancorar
Define as opções de ancoramento para o objeto selecionado.
- Excluir
Tabela
- Quebra Automática
Exclui a tabela atual.
Define as opções de quebra automática de texto para figuras,
objetos e quadros.
Colunas
- Alinhar (objetos) Exclui as colunas selecionadas.
Alinha os objetos selecionados em relação a outro.
Linhas
- Alinhamento (objetos de texto) Exclui as linhas selecionadas.
Define as opções de alinhamento para a seleção atual.
Selecionar
- Dispor Tabela
Altera a ordem de empilhamento do(s) objeto(s) selecionado(s). Seleciona a tabela atual.

- Inverter Coluna
Inverte o objeto selecionado, horizontalmente ou verticalmente. Seleciona a coluna atual.

- Agrupar Linha
Agrupa os objetos selecionados de forma que possam ser mo- Seleciona a linha atual.
vidos ou formatados como um único objeto. Célula
- Objeto Seleciona a célula atual.
Abre um submenu para editar propriedades do objeto sele-
cionado. - Mesclar células
Combina o conteúdo das células selecionadas da tabela em
- Quadro uma única célula.
Insere um quadro que você pode usar para criar um layout
com uma ou mais colunas de texto e objetos. - Dividir células
Divide a célula ou grupo de células horizontalmente ou verti-
- Imagem calmente em um número especificado de células.
Formata o tamanho, a posição e outras propriedades da figura
selecionada.

Didatismo e Conhecimento 155


INFORMÁTICA
- Mesclar tabela Fórmula
Combina duas tabelas consecutivas em uma única tabela. As ta- Abre a Barra de fórmulas para inserir ou editar uma fórmula.
belas devem estar lado a lado, e não separadas por um parágrafo vazio.
Formato numérico
- Dividir tabela Abre uma caixa de diálogo para especificar o formato de nú-
Divide a tabela atual em duas tabelas separadas na posição do meros na tabela.
cursor. Você também pode clicar com o botão direito do mouse em
uma célula da tabela para acessar este comando. Limites da tabela
Mostra ou oculta os limites em torno das células da tabela. Os
- Autoformatação de tabela limites só são visíveis na tela e não são impressos.
Aplica automaticamente formatos à tabela atual, incluindo Propriedades da tabela
fontes, sombreamento e bordas. Especifica as propriedades da tabela selecionada, como, por
exemplo, nome, alinhamento, espaçamento, largura da coluna,
Autoajustar bordas e plano de fundo.
Largura da coluna
Abre a caixa de diálogo Largura da coluna para alterar a lar- Ferramentas
gura de uma coluna. Contém ferramentas de verificação ortográfica, uma galeria de
objetos artísticos que podem ser adicionados ao documento, bem
- Largura de coluna ideal como ferramentas para configurar menus e definir preferências do
Ajusta automaticamente a largura das colunas para coincidir programa.
com o conteúdo das células. A alteração da largura de uma coluna
não afeta a largura das outras colunas na tabela. A largura da tabela
não pode exceder a largura da página.

- Distribuir colunas uniformemente


Ajusta a largura das colunas selecionadas para a largura da
coluna mais larga da seleção. A largura total da tabela não pode
exceder a largura da página.

Altura da linha
Abre a caixa de diálogo Altura da linha para alterar a altura
de uma linha.

- Altura de linha ideal


Ajusta automaticamente a altura das linhas para que corres-
ponda ao conteúdo das células. Esta é a definição padrão para no-
vas tabelas.

- Distribuir linhas uniformemente


Ajusta a altura das linhas selecionadas para a altura da linha
mais alta na seleção.

Permitir quebra de linha em páginas e colunas


Permite uma quebra de página na linha atual.

Repetir linhas de cabeçalho


Repete os cabeçalhos das tabelas nas páginas subsequentes - Verificação ortográfica
quando a tabela se estende por uma ou mais páginas. Verifica a ortografia manualmente.
Converter
Texto em tabela - Idioma
Abre uma caixa de diálogo para poder converter em tabela o Abre um submenu para escolher comandos específicos do
texto selecionado. idioma.

Tabela para texto - Contagem de palavras


Abre uma caixa de diálogo para converter a tabela atual em Conta as palavras e caracteres, com ou sem espaços, na sele-
texto. ção atual, e em todo o documento. A contagem é mantida atualiza-
da enquanto digita, ou altera a seleção.
Classificar
Classifica alfabeticamente ou numericamente os parágrafos ou - Numeração da estrutura de tópicos
linhas de tabela selecionados. Você pode definir até três chaves de Especifica o formato de número e a hierarquia para a numera-
classificação bem como combinar chaves alfabéticas com numéricas. ção de capítulos no documento atual.

Didatismo e Conhecimento 156


INFORMÁTICA
- Numeração de linhas - Opções
Adiciona ou remove e formata números de linha no documen- Este comando abre uma caixa de diálogo para configuração
to atual. Para desativar a numeração de linhas em um parágrafo, personalizada do programa.
clique no parágrafo, escolha Formatar - Parágrafo, clique na guia
Numeração e, em seguida, desmarque a caixa de seleção Incluir Janela
este parágrafo na numeração de linhas

- Notas de rodapé
Especifica as configurações de exibição de notas de rodapé e
notas de fim.

- Galeria
Abre a Galeria, onde você poderá selecionar figuras e sons
para inserir em seu documento. Contém comandos para manipulação e exibição de janelas de
documentos.
- Banco de dados bibliográfico
Insira, exclua, edite e organize arquivos no banco de dados - Nova janela
bibliográfico. Abre uma nova janela que exibe os conteúdos da janela atual.
Você pode agora ver diferentes partes do mesmo documento ao
- Assistente de Mala Direta mesmo tempo.
Inicia o Assistente de Mala Direta para criar cartas-modelo ou
enviar mensagens de e-mail a vários destinatários. - Fechar a janela
Fecha a janela atual. Escolha Janela - Fechar janela, ou pres-
- Classificar sione Ctrl+F4. Na visualização de impressão do LibreOffice Wri-
Classifica alfabeticamente ou numericamente os parágrafos
ter e Calc, você pode fechar a janela ao clicar no botão Fechar
ou linhas de tabela selecionados. Você pode definir até três cha-
visualização.
ves de classificação bem como combinar chaves alfabéticas com
numéricas.
- Lista de documentos
Lista os documentos abertos no momento atual. Selecione o
- Calcular
nome de um documento na lista para alternar para esse documento.
Calcula a fórmula selecionada e copia o resultado para a área
de transferência.
Ajuda
- Atualizar O menu da Ajuda permite iniciar e controlar o sistema de Aju-
Atualiza os itens do documento atual com conteúdo dinâmico, da do LibreOffice.
como campos e índices.

- Player de mídia
Abre a janela do Player de mídia, para poder visualizar arqui-
vos de vídeo e áudio e inseri-los no documento atual.

- Macros
Permite gravar, organizar e editar macros.

- Gerenciador de extensão
O Gerenciador de extensão adiciona, remove, desativa, ativa e
atualiza extensões do LibreOffice.

- Filtros XML Barras de ferramentas


Abre a caixa de diálogo Configurações do filtro XML, onde
você pode criar, editar, excluir e testar filtros para importar e ex- Barra de objetos de texto
portar arquivos XML. Contém comandos de formatação para o texto de um objeto
de desenho. A barra Objetos de texto aparece quando você faz um
- Opções da Autocorreção duplo clique dentro de um objeto de desenho.
Configura as opções para substituir texto automaticamente ao - Nome da fonte
digitar. Permite que você selecione um nome de fonte na lista ou digi-
te um nome de fonte diretamente.
- Personalizar Você pode inserir várias fontes, separadas por ponto-e-vírgu-
Personaliza menus, teclas de atalho, barras de ferramentas e las. O LibreOffice usará cada fonte nomeada em sucessão se as
atribuições de macros do LibreOffice para eventos. fontes anteriores não estiverem disponíveis.

Didatismo e Conhecimento 157


INFORMÁTICA
- Justificar
Nome da fonte Alinha os parágrafos selecionados às margens esquerda e di-
reita da página. Se preferir, você pode especificar as opções de
- Tamanho da fonte alinhamento para a última linha de um parágrafo, escolhendo For-
Permite que você escolha entre diferentes tamanhos de fonte matar - Parágrafo - Alinhamento.
na lista ou que digite um tamanho manualmente.

- Negrito
Justificado
Aplica o formato negrito ao texto selecionado. Se o cursor
estiver sobre uma palavra, ela ficará toda em negrito. Se a seleção - Suporte a idiomas asiáticos
ou a palavra já estiver em negrito, a formatação será removida. Esses comandos só podem ser acessados após ativar o suporte
para idiomas asiáticos em Ferramentas - Opções - Configurações
de idioma - Idiomas.
Negrito
- Texto escrito da esquerda para a direita
- Itálico Especifica a direção horizontal do texto.
Aplica o formato itálico ao texto selecionado. Se o cursor es-
tiver sobre uma palavra, ela ficará toda em itálico. Se a seleção ou
palavra já estiver em itálico, a formatação será removida.
Direção do texto da esquerda para a direita
- Texto escrito de cima para baixo
Itálico Especifica a direção vertical do texto.

- Sublinhado
Sublinha o texto selecionado ou remove o sublinhado do texto
Texto escrito de cima para baixo
selecionado.
- Selecionar tudo
Seleciona todo o conteúdo do arquivo, quadro ou objeto de
Sublinhado texto atual.

- Sobrescrito
Reduz o tamanho da fonte do texto selecionado e levanta o
Selecionar tudo
texto acima da linha de base.
- Caractere
Muda a fonte e a formatação de fonte dos caracteres selecio-
Sobrescrito nados.

- Subscrito
Reduz o tamanho da fonte do texto selecionado e posiciona o
Caractere
texto abaixo da linha de base.
- Parágrafo
Subscrito Aqui você pode definir recuos, espaçamento, alinhamento e
espaçamento de linha para o parágrafo selecionado.
- Esquerda
Alinha o parágrafo selecionado em relação à margem esquer-
da da página.
Parágrafo
Adicionando e editando texto
Alinhar à esquerda Você pode adicionar texto ao documento das seguintes ma-
neiras:
- Centralizar • Digitando texto com o teclado
Centraliza na página os parágrafos selecionados. • Copiando e colando texto de outro documento
• Importando texto de outro arquivo

- Direita
Alinha os parágrafos selecionados em relação à margem di-
reita da página.

Alinhar à direita

Didatismo e Conhecimento 158


INFORMÁTICA
Digitando texto • Para selecionar um único caractere em um dos lados do cur-
sor, mantenha pressionada a tecla Shift e pressione a seta para a
esquerda <- ou a seta para a direita ->. Para selecionar mais de um
caractere, mantenha pressionada a tecla Shift enquanto pressiona
a tecla de direção.
• Para selecionar o texto restante na linha à esquerda do cur-
sor, mantenha pressionada a tecla Shift e pressione a tecla Home.
• Para selecionar o texto restante na linha à direita do cursor,
mantenha pressionada a tecla Shift e pressione a tecla End.

Copiando, colando e excluindo texto


Você pode copiar texto de um lugar para outro no mesmo do-
cumento ou de um documento para outro.

A maneira mais fácil de inserir texto no documento é digitar


o texto. Ao digitá-lo, a ferramenta AutoCorreção corrige automa-
ticamente possíveis erros de ortografia comuns, como “catra” em
vez de “carta”. - Para copiar e colar texto
Por padrão, a ferramenta Completar palavras coleta palavras Etapas
longas enquanto você digita. Ao começar a digitar novamente a 1. Selecione o texto que deseja copiar e siga um destes pro-
mesma palavra, o cedimentos:
LibreOffice.org completa automaticamente a palavra. Para • Escolha Editar – Copiar.
aceitar a palavra, pressione Enter ou continue digitando. • Pressione Ctrl+C.
Dica – Para desativar as ferramentas de completar e substituir • Clique no ícone Copiar na barra Padrão.
automaticamente procure na ajuda on-line os seguintes termos: • Clique com o botão direito do mouse no texto selecionado e
escolha Copiar.
• Função de AutoCorreção
O texto continua na área de transferência até você copiar outra
• Função de AutoEntrada
seleção de texto ou item.
• Completar palavras
2. Clique ou mova o cursor para onde deseja colar o texto.
• Reconhecimento de números
Siga um destes procedimentos:
• Função de AutoFormatação
• Escolha Editar – Colar.
• Pressione Ctrl+V.
• Clique no ícone Colar na barra Padrão.
Selecionando texto • Clique com o botão direito do mouse onde deseja colar o
texto e escolha Colar.
- Para excluir texto
Etapas
1. Selecione o texto que deseja excluir.
2. Siga um destes procedimentos:
Você pode selecionar texto com o mouse ou com o teclado. • Escolha Editar - Recortar ou pressione Ctrl+X.
O texto é excluído do documento e adicionado à área de trans-
Selecionando texto com o mouse ferência, para você colar o texto onde pretender.
• Para selecionar um trecho de texto, clique no início do tre- • Pressione a tecla Delete ou Backspace.
cho, mantenha pressionado o botão esquerdo do mouse e arraste o Observação – Você pode usar essas teclas para também ex-
mouse até o fim do texto. cluir caracteres individuais.
Pode também clicar na frente do trecho, mover o mouse até o Se desejar desfazer uma exclusão, escolha Editar - Desfazer
fim do texto, manter pressionada a tecla Shift e clicar novamente. ou pressione Ctrl+Z.

• Para selecionar uma frase inteira, clique três vezes em qual- -Para inserir um documento de texto
quer lugar na frase. Você pode inserir o conteúdo de qualquer documento de texto
• Para selecionar uma única palavra, clique duas vezes em no documento do Writer, desde que o formato do arquivo seja co-
qualquer lugar na palavra. nhecido pelo LibreOffice.org.
• Para acrescentar mais de um trecho a uma seleção, selecione Etapas
o trecho, mantenha pressionada a tecla Ctrl e selecione outro tre- 1. Clique no documento do Writer onde deseja inserir o texto.
cho de texto. 2. Escolha Inserir – Arquivo.
Selecionando texto com o teclado 3. Localize o arquivo que deseja inserir e clique em Inserir.
• Para selecionar o documento inteiro, pressione Ctrl+A. Localizando e substituindo texto
• Para selecionar uma única palavra em um dos lados do cur- Você pode usar o recurso Localizar e substituir no LibreOffi-
sor, mantenha pressionadas as teclas Ctrl+Shift e pressione a seta ce.org Writer para procurar e substituir palavras em um documento
para a esquerda <- ou a seta para a direita ->. de texto.

Didatismo e Conhecimento 159


INFORMÁTICA
- Para localizar e substituir texto

1. Clique com o botão direito do mouse em uma palavra com


um sublinhado ondulado em vermelho.
2. Siga um destes procedimentos:
• Escolha uma das palavras de substituição sugeridas no alto
do menu de contexto.
A palavra incorreta é substituída pela palavra que você esco-
lher.
• Escolha uma das palavras de substituição no submenu Au-
toCorreção.
Etapas A palavra incorreta é substituída pela palavra que você esco-
1. Escolha Editar – Localizar e substituir. lher.
Abre-se a caixa de diálogo Localizar e substituir. As duas palavras são acrescentadas automaticamente à lista
2. Na caixa Pesquisar por, digite o texto que você deseja loca- de substituição da ferramenta Auto Correção. Na próxima vez que
lizar no documento. cometer o mesmo erro ortográfico, o Writer fará a correção orto-
Pode selecionar também a palavra ou a frase que deseja procu- gráfica automaticamente.
rar no documento de texto e escolher Editar - Localizar e substituir. • Escolha Ortografia e gramatica para abrir a caixa de diálogo
O texto selecionado é inserido automaticamente na caixa Procurar. Ortografia e gramatica.
• Para adicionar a palavra a um dos dicionários, escolha Adi-
3. Na caixa Substituir por, insira a palavra ou a frase de subs- cionar e clique no nome do dicionário.
tituição. Observação – O número de entradas em um dicionário defini-
4. Clique em Localizar para iniciar a procura. do pelo usuário é limitado, mas você pode criar quantos dicioná-
5. Quando o Writer localizar a primeira ocorrência da palavra rios definidos pelo usuário forem necessários.
ou frase, siga um destes procedimentos: - Para verificar a ortografia em um documento inteiro
• Para substituir a ocorrência do texto encontrada pela que Se não deseja verificar a ortografia enquanto digita, você pode
você inseriu na caixa Substituir por, clique em Substituir. usar a ferramenta Ortografia e gramatica para corrigir erros ma-
• Para substituir todas as ocorrências do texto encontradas pela nualmente. A ferramenta Ortografia e gramatica começa a partir da
que você inseriu na caixa Substituir por, clique em Substituir tudo. posição atual do cursor ou a partir do início do texto selecionado.
• Para ignorar o texto encontrado e continuar a procura, clique
em Etapas
Localizar próxima. 1. Clique no documento ou selecione o texto que deseja cor-
6. Clique em Fechar quando concluir a procura. rigir.
2. Escolha Ferramentas - Ortografia e gramatica.
Verificando ortografia 3. Quando um possível erro de ortografia é localizado, a caixa
de diálogo Ortografia e gramatica sugere uma correção.
O Writer pode verificar possíveis erros ortográficos enquanto
você digita ou em um documento inteiro.

- Para verificar ortografia enquanto digita


O Writer pode avisar sobre possíveis erros de ortografia en-
quanto você digita.
Para ativar e desativar esse recurso, clique no ícone AutoOr-
tografia e gramatica na barra de Ferramentas. Quando esse recurso
está ativado, uma linha vermelha ondulada marca possíveis erros
ortográficos.

Didatismo e Conhecimento 160


INFORMÁTICA
4. Siga um destes procedimentos: documento. Você pode selecionar alguns estilos comuns, e todos
• Para aceitar uma correção, clique em Corrigir. os estilos aplicados, a partir da lista drop-down Aplicar estilo na
• Substitua a palavra incorreta na caixa no alto pela palavra barra Formatar.
correta e clique em Alterar.
• Para ignorar a palavra atual uma vez e continuar a Ortografia
e gramatica, clique em Ignorar uma vez.
• Para ignorar a palavra atual no documento inteiro e conti-
nuar a Ortografia e gramatica, clique em Ignorar sempre.

Formatando texto
O Writer permite-lhe formatar o texto manualmente ou ao usar
estilos. Com os dois métodos, você controla tamanho, tipo de fon-
te, cor, alinhamento e espaçamento do texto. A principal diferença
é que a formatação manual aplica-se apenas ao texto selecionado,
enquanto a formatação de estilo aplica-se toda vez que o estilo é
usado no documento.

Formatando texto manualmente Uma maneira fácil de aplicar um estilo de formatação é com
Para uma formatação simples, como alterar o tamanho e a cor a janela Estilos e formatação. Para abrir a janela Estilos e formata-
do texto, use os ícones na barra Formatação. Se desejar, pode tam- ção, escolha Formatar – Estilos e formatação.
bém usar os comandos de menu no menu Formato, assim como
teclas de atalho.

Selecione o texto que deseja alterar e siga um destes proce-


dimentos:
• Para alterar o tipo de fonte usado, selecione uma fonte dife-
rente na caixa Nome da fonte.
• Para alterar o tamanho do texto, selecione um tamanho na
caixa Tamanho da fonte.
• Para alterar o tipo de letra do texto, clique no ícone Negrito,
Itálico ou Sublinhado.
Pode também usar as seguintes teclas de atalho: Ctrl+B para Usando o navegador
negrito, Ctrl+I para itálico ou Ctrl+U para sublinhado. Para restau-
rar o tipo de letra padrão, selecione o texto novamente e clique no O Navegador exibe as seguintes categorias de objetos no do-
mesmo ícone, ou pressione as mesmas teclas de atalho. cumento:
• Para alterar o alinhamento do texto, clique no ícone Alinhar • Títulos
à esquerda, Centralizar, Alinhar à direita ou Justificado. • Folhas
• Para adicionar ou remover marcadores ou números de uma • Tabelas
lista, clique no ícone Ativar/desativar numeração ou Ativar/desa- • Quadros de texto
tivar marcadores. • Gráficos
• Para alterar um recuo do texto, use os ícones de recuo. • Objetos OLE
• Para alterar a cor do texto, clique no ícone Cor da fonte. • Seções
• Para alterar a cor do plano de fundo do texto, clique no ícone • Hyperlinks
Cor do plano de fundo ou no ícone Realce. • Referências
Dica – Consulte a ajuda on-line para obter informação sobre a • Índices
diferença desses dois ícones. • Notas

Formatando texto com estilos


No Writer, a formatação padrão de caracteres, parágrafos, pá-
ginas, quadros e listas é feita com estilos. Um estilo é um conjunto
de opções de formatação, como tipo e tamanho da fonte. Um es-
tilo define o aspecto geral do texto, assim como o layout de um

Didatismo e Conhecimento 161


INFORMÁTICA

3. (Opcional) Para usar um layout de tabela predefinido, cli-


• Para visualizar o conteúdo de uma categoria, clique no sinal que em AutoFormatar, selecione o formato desejado e clique em
de mais na frente do nome da categoria. OK.
• Para exibir o conteúdo de uma única categoria no Navega-
dor, selecione a categoria e clique no ícone Exibição do conteúdo.

Observação – Para exibir todo o conteúdo, clique novamente


no ícone Exibição do conteúdo.
• Para saltar rapidamente para o local no documento, clique
duas vezes em qualquer entrada na lista do Navegador.
• Para editar propriedades de um objeto, clique no objeto com
o botão direito do mouse.
Você pode encaixar o Navegador na borda de qualquer janela
do documento.
Para desanexar o Navegador da borda de uma janela, clique
duas vezes na área cinza do Navegador encaixado. Para redimen-
sionar o Navegador, arraste as bordas do Navegador. 4. Na caixa de diálogo Inserir tabela, especifique opções adi-
Dica – Em um documento de texto, você pode usar o modo cionais, como o nome da tabela, e clique em OK.
Exibição do conteúdo para títulos para arrastar e soltar capítulos
inteiros em outras posições dentro do documento. Para obter mais - Para adicionar uma linha ou coluna a uma tabela
informações, consulte a ajuda on-line sobre o Navegador. Etapas
1. Clique em qualquer linha ou coluna da tabela.
Usando tabelas em documentos do Writer 2. Clique no ícone Inserir coluna ou Inserir linha na barra Ta-
Você pode usar tabelas para apresentar e organizar informa- bela.
ções importantes em linhas e colunas, para as informações serem
lidas com facilidade. A interseção de uma linha e uma coluna é
chamada de célula.

- Para excluir uma linha ou coluna de uma tabela


- Para adicionar uma tabela a um documento do Writer Etapas
Etapas 1. Clique na linha ou coluna que deseja excluir.
1. Escolha Tabela - Inserir – Tabela. 2. Clique no ícone Excluir coluna ou Excluir linha na barra
2. Na área Tamanho, digite o número de linhas e colunas para Tabela.
a tabela.
Cabeçalho e rodapé
Cabeçalhos e rodapés são áreas nas margens superior e in-
ferior das páginas para adiciona textos ou figuras. Os cabeçalhos
e rodapés são adicionados ao estilo de página atual. Todas as pá-
ginas que usarem o mesmo estilo receberão automaticamente o
cabeçalho ou rodapé adicionado. É possível inserir Campos, tais
como números de páginas e títulos de capítulos, nos cabeçalhos e
rodapés de um documento de texto.
Obs.: O estilo de página para a página atual será exibido na
Barra de status.

Didatismo e Conhecimento 162


INFORMÁTICA
Para adicionar um cabeçalho a uma página, escolha Inserir - Números de página
Cabeçalho e, em seguida, no submenu, selecione o estilo de página No Writer, o número da página é um campo que pode ser in-
para a página atual. serido no texto.
Para adicionar um rodapé a uma página, escolha Inserir - Ro-
dapé e, em seguida, selecione o estilo de página para a página atual Para inserir números de página
no submenu. Escolha Inserir - Campos - Número da página para inserir um
Você também pode escolher Formatar - Página, clicar na guia número de página na posição atual do cursor.
Cabeçalho ou Rodapé, e selecionar Ativar cabeçalho ou Ativar ro- Obs.: Se, em vez do número, aparecer o texto “Número da
dapé. Desmarque a caixa de seleção Mesmo conteúdo esquerda/ página”, escolha Exibir - Nome de campos.
direita se desejar definir cabeçalhos e rodapés diferentes para pá- No entanto, esses campos mudarão de posição quando um tex-
ginas pares e ímpares. to for adicionado ou removido. Assim, é melhor inserir o campo de
Para utilizar diferentes cabeçalhos e rodapés documento, adi- número da página em um cabeçalho ou rodapé que se encontram
cione-os a diferentes estilos de páginas e, em seguida, aplique os na mesma posição e se repetem em todas as páginas.
estilos às páginas nas deseja exibir os cabeçalhos ou rodapés. Escolha Inserir - Cabeçalho - (nome do estilo de página) ou
Inserir - Rodapé - (nome do estilo de rodapé) para adicionar um
Marcadores e numeração cabeçalho ou um rodapé em todas as páginas com o estilo de pá-
gina atual.
Para adicionar marcadores
Selecione o(s) parágrafo(s) ao(s) qual(is) deseja adicionar Para iniciar com um número de página definido
marcadores. Agora você que ter um pouco mais de controle sobre o núme-
ro da página. Você está editando um documento de texto que deve
Na barra de Formatação, clique no ícone Ativar/desativar começar com o número de página 12.
marcadores. Clique no primeiro parágrafo do documento.
Escolha Formatar - Parágrafo - Fluxo de texto.
Em Quebras, ative Inserir. Ative Com estilo de página para
poder definir o novo Número da página. Clique em OK.

Para remover marcadores, selecione os parágrafos com mar-


cadores e, em seguida, clique no ícone Ativar/Desativar marcado-
res na barra Formatação.
Para formatar marcadores
Para alterar a formatação da lista com marcadores, escolha
Formatar - Marcadores e numeração.

O novo número da página é um atributo do primeiro parágrafo


da página.

Para formatar o estilo dos números de página


Você deseja que os números da página sejam em numerais
romanos: i, ii, iii, iv e assim por diante.
Por exemplo, para mudar o símbolo do marcador, clique na Clique duas vezes imediatamente na frente do campo de nú-
guia Opções , clique no botão de seleção (...) perto de Caractere, mero da página. A caixa de diálogo Editar campos se abrirá.
e selecione um caractere especial. Pode-se também clicar na guia Selecione um formato de número e clique em OK.
Figura, e clicar num estilo de símbolo na área Seleção. Utilizar diferentes estilos de número de página
Você precisa que algumas páginas apresentem o estilo em nu-
merais romanos e o restante das páginas, outro estilo.
No Writer, serão necessários vários estilos de página. O pri-
meiro estilo de página apresenta um rodapé com um campo de
número de página formatado em numerais romanos. O estilo de
página seguinte apresenta um rodapé com um campo de número
de página formatado em outro estilo.

Didatismo e Conhecimento 163


INFORMÁTICA
Ambos estilos de página devem estar separados por uma que-
bra de página. No Writer, é possível inserir quebras de página au-
tomática ou manualmente.
Uma quebra de página automática aparece no final de uma
página quando o estilo de página possui um “próximo estilo” di-
ferente.
Por exemplo, o estilo de página da “Primeira página” apre-
senta “Padrão” como próximo estilo. Para comprovar essa pos-
sibilidade, pressione F11 para abrir a janela Estilos e formatação,
clique no ícone Estilos de página e clique com o botão direito do
mouse na entrada Primeira página. Escolha Modificar no menu de
contexto. Na guia Organizador, pode ser visto o “próximo estilo”.
A quebra de página manual pode ser aplicada com ou sem
alterações dos estilos de página.
Se pressionar Ctrl+Enter, será aplicada a quebra de página
sem alterações nos estilos de página.
Se escolher Inserir - Quebra manual, a quebra de página pode
ser inserida com ou sem alterações no estilo ou com alterações no Você verá uma visualização do gráfico e o Assistente de grá-
número da página. fico.
Dependendo do documento, é melhor: utilizar a quebra de pá- Siga as instruções no Assistente de gráfico para criar um grá-
gina inserida manualmente entre os estilos de página, ou utilizar fico.
uma mudança automática. Se for necessária apenas uma página de
título com estilo diferente, o método automático pode ser utilizado: Teclas de atalho do LibreOffice Writer
Para aplicar um estilo de página diferente na primeira página Você pode utilizar teclas de atalho para executar rapidamente
Clique na primeira página do documento. tarefas comuns no LibreOffice. Esta seção relaciona as teclas de
Escolha Formatar - Estilos e formatação. atalho padrão do LibreOffice Writer.
Na janela Estilos e formatação, clique no ícone Estilos de pá- Teclas de função para o LibreOffice Writer
gina. Teclas de atalho - Efeito
Clique duas vezes no estilo “Primeira página”. F2 - Barra de fórmulas
A página de título apresentará o estilo “Primeira página” e as Ctrl+F2 - Insere campos
páginas seguintes apresentarão automaticamente o estilo “Padrão”. F3 - Completa o autotexto
Você pode agora por exemplo, inserir um rodapé somente para Ctrl+F3 - Edita o autotexto
o estilo de página “Padrão”, ou inserir rodapés em ambos estilos F4 - Abre a exibição da fonte de dados
de página, mas com os campos de número de página formatados Shift+F4 - Seleciona o próximo quadro
de modo diferente. F5 - Ativar/Desativar o Navegador
Ctrl+Shift+F5 - Ativar Navegador, vai para número da página
Para aplicar uma alteração de estilo de página inserida ma- F7 - Verificação ortográfica
nualmente Ctrl+F7 - Dicionário de sinônimos
Clique no início do primeiro parágrafo da página onde será F8 - Modo de extensão
aplicado um estilo de página diferente. Ctrl+F8 - Ativar/Desativar sombreamentos de campos
Escolha Inserir - Quebra manual. A caixa de diálogo Editar Shift+F8 - Modo de seleção adicional
quebra se abrirá. Ctrl+Shift+F8 - Modo de seleção por bloco
Na caixa de listagem Estilo, selecione um estilo de página. F9 - Atualiza os campos
Você pode definir um novo número de página também. Clique em Ctrl+F9 - Mostra os campos
OK. Shift+F9 - Calcula a tabela
O estilo de página selecionado será usado a partir do parágrafo Ctrl+Shift+F9 - Atualiza os campos e as listas de entrada
atual até a próxima quebra de página com estilo. Você pode preci- Ctrl+F10 - Ativar/Desativar caracteres não imprimíveis
sar criar primeiro um novo estilo de página. F11 - Ativar/Desativar janela Estilos e formatação
Shift+F11 - Cria um estilo
Gráfico em um documento de texto do Writer Ctrl+F11 - Define o foco para a caixa Aplicar estilos
Em um documento do Writer, você pode inserir um gráfico Ctrl+Shift+F11 - Atualiza o estilo
com valores provenientes de uma tabela do Writer.#Clique dentro F12 - Ativar numeração
da tabela do Writer. Ctrl+F12 - Insere ou edita a tabela
Selecione Inserir – Objeto – Gráfico. Shift+F12 - Ativa marcadores
Ctrl+Shift+F12 - Desativa Numeração / Marcadores
Teclas de atalho para o LibreOffice Writer
Teclas de atalho - Efeito
Ctrl+A - Selecionar tudo
Ctrl+J - Justificar

Didatismo e Conhecimento 164


INFORMÁTICA
Ctrl+D - Sublinhado duplo End - Vai até o fim da linha
Ctrl+E - Centralizado End+Shift - Vai e seleciona até o fim da linha
Ctrl+H - Localizar e substituir Ctrl+Home - Vai para o início do documento
Ctrl+Shift+P - Sobrescrito Ctrl+Home+Shift - Vai e seleciona o texto até o início do do-
Ctrl+L - Alinhar à esquerda cumento
Ctrl+R - Alinhar à direita Ctrl+End - Vai para o fim do documento
Ctrl+Shift+B - Subscrito Ctrl+End+Shift - Vai e seleciona o texto até o fim do docu-
Ctrl+Y - Refaz a última ação mento
Ctrl+0 (zero) - Aplica o estilo de parágrafo Padrão Ctrl+PageUp - Alterna o cursor entre o texto e o cabeçalho
Ctrl+1 - Aplica o estilo de parágrafo Título 1 Ctrl+PageDown - Alterna o cursor entre o texto e o rodapé
Ctrl+2 - Aplica o estilo de parágrafo Título 2 Insert - Ativa / Desativa modo de inserção
Ctrl+3 - Aplica o estilo de parágrafo Título 3 PageUp - Move uma página da tela para cima
Ctrl+4 - Aplica o estilo de parágrafo Título 4 Shift+PageUp - Move uma página da tela para cima com se-
Ctrl+5 - Aplica o estilo de parágrafo Título 5 leção
Ctrl + tecla mais - Calcula o texto selecionado e copia o resul- PageDown - Move uma página da tela para baixo
tado para a área de transferência. Shift+PageDown - Move uma página da tela para baixo com
Ctrl+Hífen(-) - Hifens personalizados; hifenização definida seleção
pelo usuário. Ctrl+Del - Exclui o texto até o fim da palavra
Ctrl+Shift+sinal de menos (-) - Traço incondicional (não uti- Ctrl+Backspace - Exclui o texto até o início da palavra
lizado na hifenização) Em uma lista: exclui um parágrafo vazio na frente do pará-
Ctrl+sinal de multiplicação * (somente no teclado numérico) grafo atual
- Executar campo de macro Ctrl+Del+Shift - Exclui o texto até o fim da frase
Ctrl+Shift+Espaço - Espaços incondicionais. Esses espa- Ctrl+Shift+Backspace - Exclui o texto até o início da frase
ços não serão usados para hifenização nem serão expandidos se o Ctrl+Tab - Próxima sugestão com Completar palavra automa-
texto estiver justificado. ticamente
Shift+Enter - Quebra de linha sem mudança de parágrafo Ctrl+Shift+Tab - Utiliza a sugestão anterior com Completar
Ctrl+Enter - Quebra manual de página palavra automaticamente
Ctrl+Shift+Enter - Quebra de coluna em textos com várias Ctrl+Alt+Shift+V - Cola o conteúdo da área de transferência
colunas como texto sem formatação.
Alt+Enter - Insere um novo parágrafo sem numeração numa Ctrl + clique duplo ou Ctrl + Shift + F10 - Utilize esta combi-
lista. Não funciona se o cursor estiver no fim da lista. nação para encaixar ou desencaixar rapidamente a janela do Nave-
gador, a janela Estilos e Formatação ou outras janelas.
Alt+Enter - Insere um novo parágrafo antes ou depois de uma
seção ou antes de uma tabela.
Seta para a esquerda - Move o cursor para a esquerda PLANILHAS ELETRÔNICAS -
Shift+Seta para a esquerda - Move o cursor para a esquerda
com seleção ESTRUTURA BÁSICA DAS PLANILHAS,
Ctrl+Seta para a esquerda - Vai para o início da palavra CONCEITOS DE CÉLULAS, LINHAS,
Ctrl+Shift+Seta para a esquerda - Seleciona à esquerda, uma COLUNAS, PASTAS E GRÁFICOS,
palavra de cada vez ELABORAÇÃO DE TABELAS E
Seta para a direita - Move o cursor para a direita GRÁFICOS, USO DE FÓRMULAS,
Shift+Seta para a direita - Move o cursor para a direita com
seleção FUNÇÕES E MACROS, IMPRESSÃO,
Ctrl+Seta para a direita - Vá para o início da próxima palavra INSERÇÃO DE OBJETOS, CAMPOS
Ctrl+Shift+Seta para a direita - Seleciona à direita, uma pala- PRÉ-DEFINIDOS, CONTROLE DE
vra de cada vez QUEBRAS, NUMERAÇÃO DE PÁGINAS,
Seta para cima - Move o cursor uma linha acima OBTENÇÃO DE DADOS EXTERNOS,
Shift+Seta para cima - Seleciona linhas de baixo para cima
Ctrl+Seta para cima - Move o cursor para o começo do pará- CLASSIFICAÇÃO.
grafo anterior
CtrlShift+Seta para cima - Seleciona até o começo do parágra-
fo. Ao repetir, estende a seleção até o início do parágrafo anterior
Seta para baixo - Move o cursor uma linha para baixo “CARO CANDIDATO O CONTEÚDO SOBRE MICRO-
Shift+Seta para baixo - Seleciona linhas de cima para baixo SOFT OFFICE 2007 FOI ABORDADO ANTERIORMEN-
Ctrl+Seta para baixo - Move o cursor para o final do parágrafo. TE”
CtrlShift+Seta para baixo - Seleciona até o fim do parágrafo.
Ao repetir, estende a seleção até o fim do próximo parágrafo
Home - Vai até o início da linha
Home+Shift - Vai e seleciona até o início de uma linha

Didatismo e Conhecimento 165


INFORMÁTICA
LIBREOFFICE CALC A figura abaixo mostra a célula B3 ativa (ou atual, ou sele-
cionada), ou seja, o cursor está na intersecção da linha 3 com a
O LibreOffice Calc é um programa de planilha que você pode usar coluna B. (Notar que tanto a linha 3 como a coluna B destacam-se
para organizar e manipular dados que contêm texto, números, valores em alto relevo).
de data e tempo, e mais, por exemplo para o orçamento doméstico.
O Calc nos permite:
• Aplicar fórmulas e funções a dados numéricos e efetuar
cálculos
• Aplicação de uma muitas formatações, como tipo, tama-
nho e coloração das fontes, impressão em colunas, alinhamento
automático etc ...,
• Utilização de figuras, gráficos e símbolos,
• Movimentação e duplicação dos dados e fórmulas dentro
das planilhas ou para outras planilhas,
• Armazenamento de textos em arquivos, o que permite A célula ativa ou célula atual é a que está clicada, ou seja, é
usá-los ou modificá-los no futuro. aquela na qual serão digitadas os dados nesse momento.
Apenas uma célula pode ficar ativa de cada vez e a seleção é
Fundamentos da planilha representada pelas bordas da célula que ficam negritadas.
Uma planilha (“sheet”) é uma grande tabela, já preparada Para mudar a posição da célula ativa pode-se usar o mouse ou
para efetuar cálculos, operações matemáticas, projeções, análise as teclas de seta do teclado.
de tendências, gráficos ou qualquer tipo de operação que envolva Observação - Você pode também incluir o nome do arquivo e o
números. nome da folha em uma referência a uma célula ou a um intervalo de
células. Pode atribuir um nome a uma célula ou intervalo de células,
Cada planilha se compõe de colunas e linhas, cuja intersecção para usar o nome em vez de uma referência à coluna/número. Para
delimita as células: obter detalhes, pesquise o termo eferências na ajuda on-line.
Colunas: Estão dispostas na posição vertical e são identifica-
Layout
das da esquerda para a direita, começando com A até Z. Depois de
Z, são utilizadas 2 letras: AA até AZ, que são seguidas por BA até
BZ, e assim por diante, até a última (IV), num total de 256 colunas.
Linhas: Estão dispostas na posição horizontal e são numera-
das. Portanto, a intersecção entre linhas e colunas gera milhões de
células disponíveis.
Cada planilha possui 1.048.576 linhas e as colunas vão até AMJ.
Valores: Um valor pode representar um dado numérico ou tex-
tual entrado pelo usuário ou pode ser resultado de uma fórmula ou
função.
Fórmulas: A fórmula é uma expressão matemática dada ao
computador (o usuário tem que montar a fórmula) para calcular
um resultado, é a parte inteligente da planilha; sem as fórmulas a
planilha seria um amontoado de textos e números. Barra de título
Funções: São fórmulas pré-definidas para pouparem tempo e A barra de título, localizada no alto da tela, mostra o nome
trabalho na criação de uma equação. da planilha atual. Quando a planilha for recém criada, seu nome
Uma célula é identificada por uma referência que consiste na é Sem título X, onde X é um número. Quando a planilha é salva
letra da coluna a célula seguida do número da linha da célula. Por pela primeira vez, você é solicitado a dar um nome a sua escolha.
exemplo, a referência de uma célula na interseção da coluna A e da
linha 2 é A2. Além disso, a referência do intervalo de células nas Barra de Menus
colunas de A a C e linhas 1 a 5 é A1:C5. A Barra de Menus é composta por 9 menus, que são: Arqui-
Endereço ou Referência: Cada planilha é formada por linhas vo, Editar, Exibir, Inserir, Formatar, Tabela, Ferramentas, Janela e
numeradas e por colunas ordenadas alfabeticamente, que se cru- Ajuda. Onde encontra-se todos os comandos do Calc.
zam delimitando as células. Quando se clica sobre uma delas, se- Menu Arquivo: Este menu contém os comandos para Criar
leciona-se a célula. uma planilha, salva-la, abrir os documentos já salvos e os mais
Célula: corresponde à unidade básica da planilha, ou seja, recentes e por fim fechar a planilha.
cada retângulo da área de edição. Menu Editar: Responsável pelos comando de copiar, mover e
Célula Ativa: É a célula onde os dados serão digitados, ou excluir os dados, desfazer e refazer uma ação além de localizar e
seja, onde está o cursor no instante da entrada de dados. substituir dados.
Dá-se o nome Endereço ou Referência ao conjunto das coor- Menu Exibir: Esse menu é utilizado para estruturar a área de
denadas que uma célula ocupa em uma planilha. Por exemplo, a trabalho. A partir de suas opções, podem ser exibidas ou ocultadas
intersecção entre a coluna B e a linha 3 é exclusiva da casela B3, as barras do LibreOffice.Calc. Ainda podem ser trabalhadas a apa-
portanto é a sua referência ou endereço. rência e o tamanho da tela de trabalho.

Didatismo e Conhecimento 166


INFORMÁTICA
Menu Inserir: É responsável pela inserção de elementos como O conteúdo da célula selecionada (dados, fórmula, ou função)
linhas, colunas, comentários nas células, figuras, gráficos, fórmu- são exibidos na Linha de Entrada de Dados, que é um lembrete da
las músicas, vídeos entre outros. Barra de Fórmulas. Você pode editar o seu conteúdo na própria
Menu Formatar: É responsável pela formatação de fontes e Linha de Entrada de Dados. Para editá-la, clique na Linha de En-
números, alinhamento dados nas células inserção de bordas nas cé- trada de Dados e digite suas alterações. Para editar dentro da célula
lulas e alteração de cores tanto de fonte quanto de plano de fundo. selecionada, clique duas vezes nela.
Menu Ferramentas: Possui comandos para proteger o docu-
mento impedindo que alterações sejam feitas, personaliza menus e Células individuais
as teclas de atalho, além de possuir recurso Galeria, onde podemos A seção principal da tela exibe as células na forma de uma
selecionar figuras e sons do próprio LibreOffice para inserir no tabela, onde cada célula fica na interseção de uma coluna com uma
documento. linha. É nela que colocaremos valores, referências e formatos. No
Menu Dados: Seleciona um intervalo e Classifica as linhas alto de cada coluna, e à esquerda de cada linha, há uma célula
selecionadas de acordo com as condições especificas além de ou- cinza, contendo letras (colunas) e números (linhas). Esses são os
tras funções. cabeçalhos das colunas e linhas. As colunas começam em A e se-
Menu Janela: É utilizado para Abrir uma nova janela, Fecha guem para a direita, e as linhas começam em 1 e seguem para
a janela atual, Dividir a janela atual e listar todas as janelas do baixo. Os cabeçalhos das colunas e linhas formam a referência da
documento. célula que aparece na Caixa de Nome na Barra de Fórmulas. Você
Menu Ajuda: Abre a página principal da Ajuda de OpenOffice. pode desligar esses cabeçalhos em Exibir → Cabeçalhos de Linhas
org.br para o aplicativo atual. Você pode percorrer as páginas da e Colunas.
Ajuda e procurar pelos termos do índice ou outro texto.
Você pode personalizar a Barra de menu conforme as suas Abas de folhas
necessidades, para isso, vá em Ferramentas → Personalizar... e vá Abaixo da tabela com as células estão as abas das folhas. Es-
na guia Menu. sas abas permitem que você acesse cada folha da planilha indivi-
dualmente, com a folha visível (ativa) estando na cor branca. Você
pode escolher cores diferentes para cada folha.
Barra de ferramentas
Clicando em outra aba de folha exibe-se outra folha e sua aba
Três barras de ferramentas estão localizadas abaixo da Barra
fica branca. Você também pode selecionar várias folhas de uma só
de menus, por padrão: A Barra de ferramentas padrão, a Barra de
vez, pressionando a tecla Ctrl ao mesmo tempo que clica nas abas.
ferramentas de formatação, e a Barra de fórmulas.
Na Barra de ferramentas padrão estão várias opções tais
Barra de estado
como, gráficos, impressão, ajuda, salvar, outros.
Na parte inferior da janela do Calc está a barra de estado, que
Na Barra de ferramentas de formatação existem opções para
mostra informações sobre a planilha e maneiras convenientes de
alinhamento, numeração, recuo, cor da fonte e o outros.
alterar algumas das suas funcionalidades. A maioria dos campos é
semelhante aos outros componentes do LibreOffice.
Barra de fórmulas Partes esquerda e direita da barra de estado, respectivamente:

Apresentando a barra de fórmulas.


À direita da Caixa de nome estão os botões do Assistente de Criando uma planilha
Funções, de Soma, e de Função. Para criar uma nova planilha a partir de qualquer programa do
Clicando no botão do Assistente de Funções abre-se uma Libreoffice, escolha Arquivo - Novo – Planilha.
caixa de diálogo onde pode-se pesquisar em uma lista de funções
disponíveis em várias categorias como data e hora, matemática, Movendo-se em uma folha
financeira, dados, texto e outras. Isso pode ser muito útil porque Você pode usar o mouse ou o teclado para mover-se em uma
também mostra como as funções são formatadas. folha do Calc ou para selecionar itens na folha. Se selecionou um
intervalo de células, o cursor permanece no intervalo ao mover o
Clicando no botão Soma insere-se uma fórmula na célula sele- cursor.
cionada que soma os valores numéricos das células acima dela. Se
não houver números acima da célula selecionada, a soma será feita - Para mover-se em uma folha com o mouse
pelos valores das células à esquerda. Clicando no botão Função Etapa
insere-se um sinal de igual (=) na célula selecionada e na Linha de Use a barra de rolagem horizontal ou vertical para mover para
Entrada de dados, ativando a célula para aceitar fórmulas. os lados ou para cima e para baixo em uma folha.
Quando você digita novos dados numa célula, os botões de • Clique na seta na barra de rolagem horizontal ou vertical.
Soma e de Função mudam para os botões Cancelar e Aceitar. • Clique no espaço vazio na barra de rolagem.

Didatismo e Conhecimento 167


INFORMÁTICA
• Arraste a barra na barra de rolagem. - Para inserir rapidamente datas e números consecutivos
Dica – Para mover o cursor para uma célula específica, clique O Calc oferece um recurso de preenchimento para você inse-
na célula. rir rapidamente uma série sucessiva de dados, como datas, dias,
- Para mover-se em uma folha com o teclado meses e números. O conteúdo de cada célula sucessiva na série
Etapa é incrementado por um. 1 é incrementado para 2, segunda-feira é
Use as seguintes teclas e combinações de teclas para mover-se incrementada para terceira-feira, e assim por diante.
em uma folha:
• Para mover uma célula para baixo em uma coluna, pressione Etapas
a tecla de seta para baixo ou Enter. 1. Clique em uma célula e digite o primeiro item da série, por
• Para mover uma célula para cima em uma coluna, pressione exemplo, segunda-feira. Pressione Return.
a tecla de seta para cima. 2. Clique na célula novamente para ver a alça de preenchi-
• Para mover uma célula para a direita, pressione a tecla de mento — a caixa preta pequena no canto direito inferior da célula.
seta para a direita ou Tab. 3. Arraste a alça de preenchimento até realçar o intervalo de
• Para mover uma célula para a esquerda, pressione a tecla de células no qual deseja inserir a série.
seta para a esquerda. 4. Solte o botão do mouse.
Dica – Para mover para a última célula que contém dados em Os itens consecutivos na série são adicionados automatica-
uma coluna ou linha, mantenha pressionada a tecla Ctrl enquanto mente às células realçadas.
pressiona uma tecla de direção.

Selecionando células em uma folha


Você pode usar o mouse ou o teclado para selecionar células
em uma folha do Calc.
• Para selecionar um intervalo de células com o mouse, clique
em uma célula e arraste o mouse para outra célula.
• Para selecionar um intervalo de células com o teclado, certi-
fique-se de que o cursor esteja em uma célula, mantenha pressio-
nada a tecla Shift e pressione uma tecla de direção.

Dica – Para copiar sem alterar os valores em uma série, pres-


sione a tecla Ctrl enquanto arrasta.

Editando e excluindo o conteúdo de células


Você pode editar o conteúdo de uma célula ou intervalo de
células em uma folha.
- Para editar o conteúdo de células em uma folha
Etapas
1. Clique em uma célula ou selecione um intervalo de células.
Dica – Para selecionar um intervalo de células, clique em uma
célula. Em seguida arraste o mouse até cobrir o intervalo que de-
seja selecionar.
Para selecionar uma linha ou coluna inteira, clique no rótulo
Digitando ou colando dados da linha ou coluna.
A maneira mais simples de adicionar dados a uma folha é di- 2. Para editar o conteúdo de uma única célula, clique duas
gitar, ou copiar e colar dados de outra folha do Calc ou de outro vezes na célula, faça as alterações necessárias e pressione Return.
programa. Observação – Pode também clicar na célula, digitar as alte-
- Para digitar ou colar dados em uma planilha rações na caixa de Linha de entrada da barra Fórmula e clicar no
Etapas ícone verde da marca de seleção.
1. Clique na célula à qual deseja adicionar dados. No entanto, não pode inserir quebras de linha na caixa de Li-
2. Digite os dados. nha de entrada.
Se desejar colar dados da área de transferência na célula, es- 3. Para excluir o conteúdo da célula ou do intervalo de células,
colha Editar - Colar. pressione a tecla Backspace ou Delete.
3. Pressione Enter. a. Na caixa de diálogo Excluir conteúdo, selecione as opções
Você pode também pressionar uma tecla de direção para inse- que deseja.
rir os dados e mover a próxima célula na direção da seta. b. Clique em OK.
Dica – Para digitar texto em mais de uma linha em uma célula,
pressione Ctrl+Return no fim de cada linha e, quando concluir,
pressione Return.

Didatismo e Conhecimento 168


INFORMÁTICA
Formatando planilhas
O Calc permite-lhe formatar a folha manualmente ou ao usar
estilos. A diferença principal é que a formatação manual aplica-se
apenas às células selecionadas. A formatação de estilo aplica-se
toda vez que o estilo é usado no documento de planilha.
Usando AutoFormatação
A maneira mais fácil de formatar um intervalo de células é
usar o recurso AutoFormatação do Calc.

Etapas
1. Selecione a célula ou o intervalo de células que deseja for-
matar e escolha Formatar - Células.
Abre-se a caixa de diálogo Formatar células.
2. Clique em uma das guias e escolha as opções de formata-
ção.
- Para aplicar formatação automática a um intervalo de células
Etapas Guia Números
1. Selecione o intervalo de células que deseja formatar. Altera a formatação de números nas células, como a alteração
Selecione ao menos um intervalo de células 3 x 3. do número de casas decimais exibidas
2. Escolha Formatar - AutoFormatar.
Abre-se a caixa de diálogo AutoFormatação. Guia Fonte
3. Na lista de formatos, clique no formato que deseja usar e Altera a fonte, o tamanho da fonte e o tipo de letra usado na
clique em OK. célula
Formatando células manualmente
Para aplicar formatação simples ao conteúdo de uma célula, Guia Efeitos de fonte
como alterar o tamanho do texto, use os ícones na barra Formatar Altera a cor da fonte e os efeitos de sublinhado, tachado ou
objeto. alto-relevo do texto
- Para formatar células com a barra Formatar objeto Guia Alinhamento
A barra Formatar objetos permite-lhe aplicar formatos rapida- Altera o alinhamento do texto e a orientação do texto no inte-
mente a células individuais ou intervalos de células. rior das células
Etapas
1. Selecione a célula ou o intervalo de células que deseja for- Guia Bordas
matar. Altera as opções de bordas das células
2. Na barra Formatar objeto, clique no ícone que corresponde
à formatação que deseja aplicar. Guia Plano de fundo
Observação – Pode também selecionar uma opção das caixas Altera o preenchimento do plano de fundo das células
Nome da fonte ou Tamanho da fonte.
Guia Proteção de célula
Protege o conteúdo das células no interior de folhas protegi-
- Para aplicar formatação manual com a caixa de diálogo For- das.
matar células
Se precisar de mais opções de formatação do que a barra Ob- 3. Clique em OK.
jeto fornece, use a caixa de diálogo Formatar células.

Didatismo e Conhecimento 169


INFORMÁTICA
Formatando células e folhas com estilos Por exemplo, se desejar adicionar o conteúdo da célula A1 ao
No Calc, a formatação padrão de células e folhas faz-se com conteúdo da célula A2, digite =A1+A2 em outra célula.
estilos. Um estilo é um conjunto de opções de formatação que de-
fine o aspecto do conteúdo da célula, assim como o layout de uma 3. Pressione Return.
folha. Quando você altera a formatação de um estilo, as alterações
são aplicadas toda vez que o estilo é usado na planilha.

Usando operadores
Você pode usar os seguintes operadores nas fórmulas:

- Para aplicar formatação com a janela Estilos e formatação


Etapas
1. Escolha Formatar - Estilos e formatação.
2. Para alterar a formatação de células, clique em uma célula Exemplo de Fórmulas do Calc
ou selecione um intervalo de células. =A1+15
a. Clique no ícone Estilos de célula na parte superior da janela Exibe o resultado de adicionar 15 ao conteúdo da células A1
Estilos e formatação. =A1*20%
b. Clique duas vezes em um estilo na lista. Exibe 20 por cento do conteúdo da célula A1
3. Para alterar o layout de uma folha, clique em qualquer lugar =A1*A2
na folha. Exibe o resultado da multiplicação do conteúdo das células
a. Clique no ícone Estilos de página na parte superior da janela A1 e A2
Estilos e formatação.
b. Clique duas vezes em um estilo na lista. Usando parênteses

Usando fórmulas e funções O Calc segue a ordem de operações ao calcular uma fórmula.
Você pode inserir fórmulas em uma planilha para efetuar cál- Multiplicação e divisão são feitas antes de adição e subtração, in-
culos. dependentemente de onde esses operadores aparecem na fórmula.
Se a fórmula contiver referências a células, o resultado será Por exemplo, para a fórmula =2+5+5*2, o Calc retorna o valor de
atualizado automaticamente toda vez que você alterar o conteúdo 17 e não de 24.
das células. Você pode também usar uma das várias fórmulas ou
funções pré-definidas que o Calc oferece para efetuar cálculos. Editando uma fórmula
Criando fórmulas Uma célula que contém uma fórmula exibe apenas o resultado
Uma fórmula começa com um sinal de igual (=) e pode conter da fórmula. A fórmula é exibida na caixa de Linha de entrada.
valores, referências a células, operadores, funções e constantes.
- Para criar uma fórmula - Para editar uma fórmula
Etapas
Etapas 1. Clique em uma célula que contém uma fórmula.
1. Clique na célula à qual deseja exibir o resultado da fórmula. A fórmula é exibida na caixa de Linha de entrada da barra
2. Digite = e, a seguir, digite a fórmula. Fórmula.

Didatismo e Conhecimento 170


INFORMÁTICA

* Você também pode editar uma célula pressionado F2 ou


dando um clique duplo na célula
2. Clique na caixa de Linha de entrada e efetue as alterações.
Para excluir parte da fórmula, pressione a tecla Delete ou
Backspace.
3. Pressione Return ou clique no ícone na barra Fórmula para
confirmar as alterações.
Para rejeitar as alterações feitas, pressione Esc ou clique no
ícone na barra Fórmula. - Para criar um gráfico
Usando funções Etapas
O Calc é fornecido com várias fórmulas e funções predefini- 1. Selecione as células, inclusive os títulos, que contêm dados
das. Por exemplo, em vez de digitar =A2+A3+A4+A5, você pode para o gráfico.
digitar =SUM(A2:A5) . 2. Escolha Inserir – Gráfico.
Abre-se a caixa de diálogo Assistente de Graficos. O intervalo
de célula selecionado é exibido na caixa Intervalo.
Observação – Se desejar especificar um intervalo de célula
diferente para os dados, clique no botão Encolher ao lado da caixa
de texto Intervalo e selecione as células. Clique no botão Encolher
novamente quando concluir.
3. Clique em Próximo.
4. Na caixa Escolher tipo de gráfico, clique no tipo de gráfico
que deseja criar.
5. Clique em Próximo.
6. Na caixa Escolher variante, clique na variante que deseja
usar.
7. Clique em Próximo.
8. Na caixa Título do gráfico, digite o nome do gráfico.
9. Clique em Concluir.

- Para usar uma função


Etapas
1. Clique na célula à qual deseja adicionar uma função.
2. Escolha Inserir – Função.
Abre-se a caixa de diálogo Assistente de função.
3. Na caixa Categoria, selecione a categoria que contém o tipo
de função que você deseja usar.
4. Na lista Funções, clique na função que deseja usar.
5. Clique em Próximo.
6. Insira os valores necessários ou clique nas células que con-
têm os valores que você deseja.
7. Clique em OK. Editando gráficos
Depois de criar um gráfico, poderá voltar e alterar, mover, re-
Usando gráficos dimensionar ou excluir o gráfico.
Gráficos podem ajudar a visualizar padrões e tendências nos - Para redimensionar, mover ou excluir um gráfico
dados numéricos. Etapa
O LibreOffice fornece vários estilos de gráfico que você pode Clique no gráfico e siga um destes procedimentos:
usar para representar os números. • Para redimensionar o gráfico, mova o ponteiro do mouse so-
Observação – Gráficos não se restringem a planilhas. Você bre uma das alças, pressione o botão do mouse e arraste o mouse.
pode também inserir um gráfico ao escolher Inserir - Objeto - Grá- O Calc exibe uma linha pontilhada do novo tamanho do gráfi-
fico nos outros programas do LibreOffice. co enquanto você arrasta.
• Para mover o gráfico, mova o ponteiro do mouse para dentro
do gráfico, pressione o botão do mouse e arraste o mouse para um
novo lugar.

Didatismo e Conhecimento 171


INFORMÁTICA
• Para excluir o gráfico, pressione a tecla Delete. O Navegador exibe listas de todos os objetos em um docu-
- Para alterar a aparência de um gráfico mento, agrupados em categorias. Se um indicador (sinal de mais
Você pode usar os ícones na barra de ferramentas Padrão do (+) ou seta) aparece próximo a uma categoria, pelo menos um ob-
gráfico para alterar a aparência do gráfico. jeto daquele tipo existe. Para abrir uma categoria e visualizar a
Etapas lista de itens, clique no indicador.
1. Clique duas vezes em um gráfico para exibir a barra de
ferramentas Padrão do gráfico. Para esconder a lista de categorias e exibir apenas os ícones,
A barra de ferramentas aparece ao lado da barra padrão do clique no ícone de Conteúdo. Clique neste ícone de novo para
Calc ou Writer. exibir a lista.

Movendo-se de uma célula para outra


Em uma planilha, normalmente, uma célula possui uma borda
preta. Essa borda preta indica onde o foco está. Se um grupo de
2. Use os ícones na barra de ferramentas para alterar as pro- células estiver selecionado, elas são destacadas com a cor azul,
priedades do gráfico. enquanto a célula que possui o foco terá uma borda preta.
3. Para modificar outras opções do gráfico você pode dar um Utilizando o mouse: para mover o foco utilizando o mouse,
clique duplo sobre o respectivo elemento ou acessar as opções simplesmente coloque o ponteiro dele sobre a célula que deseja e
através do menu Inserir e Formatar. clique com o botão esquerdo. Isso muda o foco para a nova célula.
Esse método é mais útil quando duas células estão distantes uma
Navegando dentro das planilhas da outra.
O Calc oferece várias maneiras para navegar dentro de uma Utilizando as teclas de Tabulação e Enter
planilha de uma célula para outra, e de uma folha para outra. Você Pressionando Enter ou Shift+Enter move-se o foco para baixo
pode utilizar a maneira que preferir. ou para cima, respectivamente.
Indo para uma célula específica Pressionando Tab ou Shift+Tab move-se o foco para a esquer-
Utilizando o mouse: posicione o ponteiro do mouse sobre a da ou para a direita, respectivamente.
célula e clique. Utilizando as teclas de seta
Utilizando uma referência de célula: clique no pequeno triân- Pressionando as teclas de seta do teclado move-se o foco na
gulo preto invertido na Caixa de nome. A referência da célula sele- direção das teclas.
cionada ficará destacada. Digite a referência da célula que desejar Utilizando as teclas Home, End, Page Up e Page Down
e pressione a tecla Enter. Ou, clique na Caixa de nome, pressione A tecla Home move o foco para o início de uma linha.
a tecla backspace para apagar a referência da célula selecionada. A tecla End move o foco para a ultima célula à direita que
Digite a referência de célula que desejar e pressione Enter. contenha dados.
Utilizando o Navegador: para abrir o Navegador, clique nesse A tecla Page Down move uma tela completa para baixo e a
ícone na Barra de ferramentas padrão, ou pressione a tecla F5, tecla Page Up move uma tela completa para cima.
ou clique em Exibir → Navegador na Barra de menu, ou clique Combinações da tecla Ctrl e da tecla Alt com as teclas Home,
duas vezes no Número Sequencial das Folhas na Barra de estado. End, Page Down, Page Up, e as teclas de seta movem o foco da
Digite a referência da célula nos dois campos na parte superior, célula selecionada de outras maneiras.
identificados como Coluna e Linha, e pressione Enter.
Você pode embutir o Navegador em qualquer lado da janela Localização e substituição de dados
principal do Calc, ou deixá-lo flutuando. (Para embutir ou fazer Este recurso é muito útil quando há a necessidade de serem
flutuar o navegador, pressione e segure a tecla Ctrl e clique duas localizados e substituídos dados em planilhas.
vezes em uma área vazia perto dos ícones dentro da caixa de diá-
logo do Navegador.) Para localizar e substituir escolha o menu Editar→Localizar e
substituir ou pressione Ctrl + H; Você pode somente localizar, ou
localizar e substituir;

Figura 5: Apresentando o navegador.

Didatismo e Conhecimento 172


INFORMÁTICA
Selecione a coluna ou linha a ser apagada.
Clique com o botão direito do mouse no identificador da co-
luna ou linha.
Selecione Excluir Colunas ou Excluir Linhas no menu de con-
texto.

Trabalhando com colunas e linhas


Inserindo colunas e linhas Múltiplas colunas e linhas
Você pode inserir colunas e linhas individualmente ou em grupos. Você pode apagar várias colunas ou linhas de uma vez ao in-
Coluna ou linha única vés de apagá-las uma por uma.
Utilizando o menu Inserir: Selecione as colunas que deseja apagar, pressionando o botão
Selecione a célula, coluna ou linha onde você quer inserir a esquerdo do mouse na primeira e arraste o número necessário de
nova coluna ou linha. identificadores.
Clique em Inserir → Colunas ou Inserir → Linhas.
Proceda como fosse apagar uma única coluna ou linha acima.
Utilizando o mouse:
Selecione a célula, coluna ou linha onde você quer inserir a
Excluir 3 linhas abaixo da linha 1.
nova coluna ou linha.
Clique com o botão direito do mouse no cabeçalho da coluna
Trabalhando com folhas
ou da linha.
Como qualquer outro elemento do Calc, as folhas podem ser
Clique em Inserir Linhas ou Inserir Colunas.
inseridas, apagadas ou renomeadas.
Múltiplas colunas ou linhas
Inserindo novas folhas
Você pode inserir várias colunas ou linhas de uma só vez, ao
invés de inseri-las uma por uma. Há várias maneiras de inserir uma folha. A mais rápida, é cli-
Selecione o número de colunas ou de linhas pressionando e car com o botão Adicionar folha. Isso insere uma nova folha na-
segurando o botão esquerdo do mouse na primeira e arraste o nú- quele ponto, sem abrir a caixa de diálogo de Inserir planilha. Utili-
mero necessário de identificadores. ze um dos outros métodos para inserir mais de uma planilha, para
Proceda da mesma forma, como fosse inserir uma única linha renomeá-las de uma só vez, ou para inserir a folha em outro lugar
ou coluna, descrito acima. da sequência. O primeiro passo para esses métodos é selecionar a
folha, próxima da qual, a nova folha será inserida. Depois, utilize
as seguintes opções.
Clique em Inserir → Planilha na Barra de menu.
Clique com o botão direito do mouse e escolha a opção Inserir
Planilha no menu de contexto.
Clique em um espaço vazio no final da fila de abas de folhas.

Inserindo 3 linhas abaixo da linha 1.


Apagando colunas e linhas
Colunas e linhas podem ser apagadas individualmente ou em Criando uma nova planilha.
grupos. Veja na imagem a seguir, a caixa de diálogo Inserir Planilha.
Nela você pode escolher se as novas folhas serão inseridas antes
Coluna ou linha única ou depois da folha selecionada, e quantas folhas quer inserir. Se
Uma única coluna ou linha pode ser apagada utilizando-se o você for inserir apenas uma folha, existe a opção de dar-lhe um
mouse: nome.

Didatismo e Conhecimento 173


INFORMÁTICA

Apagando folhas
As folhas podem ser apagadas individualmente ou em grupos.
Folha única: clique com o botão direito na aba da folha que
quer apagar e clique em Excluir Planilha no menu de contexto, ou
clique em Editar → Planilha → Excluir na barra de menu.
Múltiplas folhas: selecione-as como descrito anteriormente, e
clique com o botão direito do mouse sobre uma das abas e escolha
a opção Excluir Planilha no menu de contexto, ou clique em Edi- Ferramenta pincel de estilo
tar → Planilha → Excluir na barra de menu. Serve para copiar a formatação para outras células da mesma
planilha ou para outras planilhas.
Renomeando folhas Para copiar o estilo de uma célula clique uma ou duas vezes no
O nome padrão para uma folha nova é PlanilhaX, onde X é um ícone . E clique na célula a ser formatada em seguida.
número. Apesar disso funcionar para pequenas planilhas com pou-
cas folhas, pode tornar-se complicado quando temos muitas folhas.
Dividir células
Para colocar um nome mais conveniente a uma folha, você pode:
Posicione o cursor na célula a ser dividida.
• Digitar o nome na caixa Nome, quando você criar a folha, ou
Escolha Formatar - Mesclar células - Dividir células.
• Clicar com o botão direito do mouse e escolher a opção Re-
Botão direito do mouse/dividir células.
nomear Planilha no menu de contexto e trocar o nome atual por
um de sua escolha.
• Clicar duas vezes na aba da folha para abrir a caixa de diálo-
go Renomear Planilha.

Mesclando várias células


Um recurso útil do Calc é a possibilidade de mesclar várias cé-
lulas contíguas para formar um título de uma folha de planilha, por
exemplo. Para isso selecione as células contíguas a serem mescladas
e vá em Formatar → Mesclar células → Mesclar ou Formatar →
Mesclar células → Mesclar e centralizar células, para centralizar e
mesclar ou ainda botão diretito do mouse/mesclar células.

Inserir uma anotação (comentário)


As células podem conter observações de outros usuários ou
lembretes que ficam ocultos, isto é, não são impressos. Uma célula
contendo uma anotação apresenta um pequeno triângulo vermelho
no canto superior direito.
Para inserir uma anotação clique com o botão direito do mou-
se na célula que conterá a anotação e selecione a opção Inserir
anotação ou pressione Ctrl + Alt + C. Em seguida digite o texto e
clique fora da caixa de texto quando tiver terminado.

Didatismo e Conhecimento 174


INFORMÁTICA
Para visualizar a anotação, basta posicionar o ponteiro do Largura ideal de coluna.
mouse em cima do triângulo vermelho. Você pode ainda clicar
com o botão direito sobre a célula que possui a anotação e clicar
em Mostrar anotação para deixá-la sempre a amostra ou clicar em
Excluir anotação para excluí-la.

Formatando várias linhas de texto Resultado da figura anterior.


Múltiplas linhas de texto podem ser inseridas em uma única
célula utilizando a quebra automática de texto, ou quebras manuais Congelando linhas e colunas
de linha. Cada um desses métodos é útil em diferentes situações. O congelamento trava um certo número de linhas no alto, ou
de colunas à esquerda de uma planilha, ou ambos. Assim, quando
Utilizando a quebra automática de texto se mover pela planilha, qualquer linha ou coluna congelada per-
Para configurar a quebra automática no final da célula, clique manecerá à vista. A Figura abaixo mostra algumas linhas e colunas
com o botão direito nela e selecione a opção Formatar Células (ou congeladas. A linha horizontal mais forte entre as linhas 1 e 3 e
clique em Formatar → Células na barra de menu, ou pressione entre as colunas A e E, denotam áreas congeladas. As linhas de 4
Ctrl+1). Na aba Alinhamento embaixo de Propriedades, selecione a 6 foram roladas para fora da página. As três primeiras linhas e
Quebra automática de texto e clique em OK. O resultado é mostra- colunas permaneceram porque estão congeladas.
do na figura abaixo.

Congelando células.
Congelando uma única coluna ou linha
Clique no cabeçalho da linha abaixo, ou da coluna à esquerda
da qual quer congelar.
Clique em Janela → Congelar.
Uma linha escura aparece, indicando onde o ponto de conge-
lamento foi colocado.
Congelando uma coluna ou linha
Clique em uma célula que esteja imediatamente abaixo da
Utilizando quebras manuais de linha linha, ou na coluna imediatamente à direita da coluna que quer
congelar.
Para inserir uma quebra manual de linha enquanto digita den- Clique em Janela → Congelar.
tro de uma célula, pressione Ctrl+Enter. Quando for editar o texto, Duas linhas aparecem na tela, uma horizontal sobre essa célu-
primeiro clique duas vezes na célula, depois um clique na posição la e outra vertical à esquerda dela. Agora, quando você rolar a tela,
onde você quer quebrar a linha. Quando uma quebra manual de tudo o que estiver acima, ou à esquerda dessas linhas, permanecerá
linha é inserida, a largura da célula não é alterada. à vista.
Descongelando
Encolhendo o texto para caber na célula Para descongelar as linhas ou colunas, clique em Janela →
O tamanho da fonte pode ser ajustado automaticamente para Congelar. A marca de verificação da opção Congelar desaparecerá.
caber na célula. Para isso, clique com o botão direito na célula a ser
formatada e clique em Formatar Células → na aba Alinhamento Dividindo a tela
marque o campo Reduzir para caber na célula. Outra maneira de alterar a visualização é dividir a janela, ou
Formatando a largura ideal da coluna para exibir todo o con- dividir a tela. A tela pode ser dividida, tanto na horizontal, quanto
teúdo da célula na vertical, ou nas duas direções. É possível, além disso, ter até
A largura da coluna pode ser ajustada automaticamente para quatro porções da tela da planilha à vista, ao mesmo tempo.
que consigamos visualizar todo o conteúdo da célula. Para isso, Por que fazer isso? Imagine que você tenha uma planilha
clique com o botão direito na coluna a ser formatada e clique em grande, e uma das células tem um número que é utilizado em ou-
Largura ideal da coluna e aceite clicando em OK. tras células. Utilizando a técnica de divisão da tela, você pode al-
terar o valor da célula que contém o número e verificar nas outras
células as alterações sem perder tempo rolando a barra.

Didatismo e Conhecimento 175


INFORMÁTICA
Dividindo células. Sintaxe Universal de uma Planilha
Dividindo a tela horizontalmente Observe a seguinte fórmula para efeito de exemplos de sin-
Mova o ponteiro do mouse para dentro da barra de rolagem taxe:
vertical, na lateral direita da tela, e posicione-o sobre o pequeno =B2*(SE(SOMA(C2:C6)>=3;$H$1;SOMA(A3^A5)*5));
botão no alto com um triângulo preto. Imediatamente acima deste repare que há parenteses, sinais de Operadores de Comparação
botão aparecerá uma linha grossa preta. (>, = <, etc.), além de ponto e vírgula e dois pontos. Mesmo sendo
possível o uso de fórmulas sofisticadas em planilhas, virtualmente
qualquer tipo de planilha pode ser implementada utilizando-se das
quatro operações básicas, por exemplo, seu orçamento mensal (re-
ceitas x despesas). As quatro operações básicas são:
Somar ( + ), Subtrair ( - ); Multiplicar ( * ), Dividir ( / ).
Índice de Referenciação Absoluto ( $ )
Para exponenciação utiliza-se o circunflexo (^).
As tabelas abaixo representam de forma sucinta, a função de
cada letra / símbolo / instrução para uma compreensão básica do
Barra de divisão de tela na barra de rolagem vertical. significado destes.
Mova o ponteiro do mouse sobre essa linha, e se transformará Operadores Aritméticos
em uma linha com duas.
Pressione e segure o botão esquerdo do mouse. Uma linha
cinza aparece cruzando a página na horizontal. Arraste o mouse
para baixo, e essa linha seguirá o movimento.
Solte o botão do mouse e a tela será dividida em duas partes,
cada uma com sua própria barra de rolagem vertical. Você pode
rolar as partes inferior e superior independentemente.

Dividindo a tela verticalmente Operadores de Comparação


Mova o ponteiro do mouse para dentro da barra de rolagem
horizontal, na parte de baixo da tela, e posicione-o sobre o pe-
queno botão à direita, com um triângulo preto. Imediatamente, à
direita desse botão aparece uma linha preta grossa.

Comandos / Instruções

Barra de divisão de tela na barra de rolagem horizontal.

Mova o ponteiro do mouse sobre essa linha, e se transformará


em uma linha com duas setas. Comportamento das teclas Convencionais / Especiais

Pressione e segure o botão esquerdo do mouse, e uma linha As teclas TAB, Enter e Setas de Cursor, quando utilizadas em
cinza aparece cruzando a página na vertical. Arraste o mouse para edição de dados, apresentam comportamento um pouco diferen-
a esquerda, e essa linha seguirá o movimento. te do convencional. TAB, por exemplo, confirma a edição atual
Solte o botão do mouse e a tela será dividida em duas partes, e avança lateralmente para a próxima célula. Neste caso, pode-se
cada uma com sua barra de rolagem horizontal. Você pode rolar as pensar na próxima célula como o próximo campo, que e o compor-
partes direita e esquerda independentemente. tamento natural de TAB, além da possibilidade de utilizá-la como
tabuladora, claro.

Removendo as divisões Vemos abaixo uma pequena compilação do comportamento


Para remover as divisões, siga uma das seguintes instruções: destas teclas:
Clique duas vezes na linha divisória.
Clique na linha divisória e arraste-a de volta ao seu lugar no
final das barras de rolagem.
Clique em Janela → Dividir para remover todas as linhas di-
visórias de uma só vez.

Didatismo e Conhecimento 176


INFORMÁTICA
Editando um intervalo de impressão
A qualquer tempo, é possível editar diretamente um interva-
lo de impressão, por exemplo, removê-lo ou redimensionar parte
dele. Clique em Formatar → Intervalo de impressão → Editar.
Selecionando a ordem das páginas, detalhes e a escala
Para selecionar a ordem das páginas, detalhes e a escala da
impressão:

Clique em Formatar → Pagina no menu principal


Selecione a aba Planilha
Faça as seleções necessárias e clique em OK.

Imprimindo
Imprimir no Calc é bem parecido com imprimir nos outros
componentes do LibreOffice, mas alguns detalhes são diferentes,
especialmente quanto a preparação do documento para a impres-
são.
Utilizando intervalos de impressão
Intervalos de impressão possuem várias utilidades, incluindo
imprimir apenas uma parte específica dos dados, ou imprimir li-
nhas ou colunas selecionadas de cada página.
Selecionando a ordem das páginas
Definindo um intervalo de impressão
Para definir um intervalo de impressão, ou alterar um interva- Ordem das páginas
lo de impressão existente: Quando uma folha será impressa em mais de uma página, é
Selecione o conjunto de células que correspondam ao interva- possível ajustar a ordem na qual as páginas serão impressas. Isso é
lo de impressão. especialmente útil em documentos grandes; por exemplo, contro-
Clique em Formatar → Intervalo de impressão → Definir. lar a ordem de impressão pode economizar tempo de organizar o
As linhas de quebra de página são exibidas na tela. documento de uma maneira determinada. As duas opções disponí-
Você pode verificar o intervalo de impressão utilizando Arqui- veis são mostradas abaixo.
vo → Visualizar página. O LibreOffice exibirá apenas as células
no intervalo de impressão.

Aumentando o intervalo de impressão


Depois de definir um intervalo de impressão, é possível incluir
mais células a ele. Isso permite a impressão de múltiplas áreas
separadas na mesma folha da planilha. Depois de definir um inter-
valo de impressão:
Selecione um conjunto de células a ser incluído ao intervalo
de impressão.
Clique em Formatar → Intervalo de impressão → Adicionar. Ordem das páginas 2
Isso adicionará as células extras ao intervalo de impressão. Detalhes
As linhas de quebra de página não serão mais exibidas na tela. Você pode especificar os detalhes que serão impressos. Os de-
O intervalo de impressão será impresso em uma página se- talhes incluem:
parada, mesmo que ambos os intervalos estejam na mesma folha. Cabeçalhos das linhas e colunas
Grade da folha—imprime as bordas das células como uma
Removendo um intervalo de impressão grade
Pode ser necessário remover um intervalo de impressão de- Comentários—imprime os comentários definidos na sua pla-
finido anteriormente, por exemplo, se for necessário imprimir a nilha, em uma página separada, junto com a referência de célula
página inteira mais tarde. correspondente
Clique em Formatar → Intervalo de impressão → Remover. Objetos e imagens
Isso removera todos os intervalos de impressão definidos na folha. Gráficos
Feito isso, as quebras de página padrão aparecerão na tela. Objetos de desenho

Didatismo e Conhecimento 177


INFORMÁTICA
Fórmulas—imprime as fórmulas contidas nas células, ao in- Assistente de Funções
vés dos resultados Na criação de fórmulas podemos contar com o recurso de as-
Valores zero—imprime as células com valor zero sistente de funções, situado na barra de fórmulas do Calc, onde
Lembre-se que, uma vez que as opções de impressão dos deta- encontramos todas as funções disponíveis do programa e selecio-
lhes são partes das propriedades da página, elas também serão par- namos as células que pertencerá determinada função selecionada.
te das propriedades do estilo da página. Portanto, diferentes estilos Para acionar o assistente de funções execute os seguintes procedi-
de páginas podem ser configurados para alterar as propriedades mentos:
das folhas na planilha. Primeiramente deve-se selecione a célula a qual deverá conter
a fórmula matemática e que posteriormente exibirá o seu resulta-
Escala do, por exemplo, neste caso selecionaremos a célula F5.
Utilize as opções de escala para controlar o número de páginas Clique sobre o assistente de funções situado na barra de fór-
que serão impressas. Isso pode ser útil se uma grande quantidade mulas. Veja a figura abaixo.
de dados precisa ser impressa de maneira compacta, ou se você
desejar que o texto seja aumentado para facilitar a leitura.
Reduzir/Aumentar a impressão—redimensiona os dados na
impressão tanto para mais, quanto para menos. Por exemplo, se
uma folha for impressa, normalmente em quatro páginas (duas de
altura e duas de largura), um redimensionamento de 50% imprime
-a em uma só página (tanto a altura, quanto a largura, são divididas
na metade).
Ajustar intervalo(s) de impressão ao número de páginas—de-
fine, exatamente, quantas páginas, a impressão terá. Essa opção
apenas reduzirá o tamanho da impressão, mas não o aumentará. Em seguida surgira a guia Assistente de funções nesta guia
Para aumentar uma impressão, a opção Reduzir/Aumentar deve encontra-se todas a fórmulas matemáticas disponíveis do LibreOf-
ser utilizada. fice.org Calc. Para nosso exemplo criaremos uma função de multi-
Ajustar intervalo(s) de impressão para a largura/altura—de- plicação, para isso clique na aba Funções e selecione MULT para
fine o tamanho da altura e da largura da impressão, em páginas. a multiplicação e clique em Próximo. Veja na figura a seguir.

Imprimindo linhas ou colunas em todas as páginas


Se uma folha for impressa em várias páginas é possível confi-
gurá-la para que certas linhas ou colunas sejam repetidas em cada
página impressa. Por exemplo, se as duas linhas superiores de uma
folha, assim como a coluna A, precisam ser impressas em todas as
páginas, faça o seguinte:
Clique em Formatar → Intervalo de impressão → Editar. Na
caixa de diálogo Editar Intervalo de Impressão, digite as linhas na
caixa de texto abaixo de Linhas a serem repetidas. Por exemplo,
para repetir as linhas de 1 a 4, digite $1:$4. Isso altera automatica-
mente as Linhas a serem repetidas de, - nenhum - para – definido
pelo usuário-.

Assistente de Funções 2
Selecione as células farão parte da multiplicação, neste caso
as células D5 e E5. Para selecionar a célula volte para a planilha,
‘ se preferir clique em cima da opção Encolher figura 34, para dimi-
nuir o tamanho da caixa e em seguida selecione a célula de D5 e
depois clique no campo abaixo, ou então apenas digite o endereço
da célula correspondente e clique em OK e coloque o valor em
Imprimindo linhas ou colunas formato Moeda.
Para repetir, digite as colunas na caixa de texto abaixo de Co-
lunas a serem repetidas. Por exemplo, para repetir a coluna A, di-
gite $A. Na lista de Colunas a serem repetidas, a palavra - nenhum
- muda para - definido pelo usuário-.

Clique em OK.
Não é necessário selecionar todo o intervalo de linhas a serem Opção Encolher.
repetidas; selecionar uma célula de cada linha também funciona. Repita esse procedimento com as células D6 e E6, D7 e E7,
D8 e E8. Ao final a tabela estará conforme a figura abaixo.

Didatismo e Conhecimento 178


INFORMÁTICA
Funções I
Funções são na verdade uma maneira mais rápida de obter
resultados em células. Imagine você ter que somar todos os valores
das peças de um veículo dispostos um abaixo do outro...
A1+B1+C1+D1+E1+F1...
Existem vários tipos de funções, que vão desde as mais sim-
ples até mais complexas. Iremos mostrar as mais comuns. Basica-
mente, todas elas oferecem o mesmo “molde”:
= Nome da Função (primeira célula a ser calculada: última
Figura 35: Exemplo de tabela Controle de Estoque 3 célula a ser calculada ) Veja a figura a seguir e depois explicaremos
Fórmulas mais utilizadas do Assistente de Fórmulas: o que está sendo feito:

Nome da fórmula Operação Aritmética


SOMA Adição e Subtração
MULT Multiplicação
QUOCIENTE Divisão
POTÊNCIA Potenciação
RAIZ Raiz Quadrada
Retorna a Média de uma
MÉDIA
sequência de valores

Fórmulas mais utilizadas do Assistente de Fórmulas Tabela de Preços 1


Obs: a fórmula Quociente retorna apenas a parte inteira de
uma divisão, ou seja o resultado de 9 dividido por 2 segundo essa Primeiro foi digitado =soma(), depois foi pressionado e ar-
função é 4 e não 4,5. Neste caso é recomendado fazer a função rastado sobre as células que farão parte da soma (B3:B7). Não há
usando os operadores aritméticos conforme o exemplo abaixo. a necessidade de fechar o parêntese, pois o Calc fará automati-
camente este procedimento, mas é aconselhável que você sempre
faça isto, pois haverá funções que se não fechar dará erro.
Nome da fórmula Operação Aritmética Após selecionar as células, basta pressionar a tecla Enter.
Adição = D5+E 5 Agora vá para a célula D3. Digite =B3*C3. Pressione a tecla
Subtração = D5-E 5 Enter, que no caso você já sabe que irá calcular as células.
Selecione novamente a célula e observe que no canto inferior
Multiplicação = D5*E 5 esquerdo da célula há um pequeno quadrado preto. Este é a Alça
Divisão = D5/E 5 de Preenchimento. Coloque o cursor sobre o mesmo, o cursor irá
Potenciação = D5^E 5 mudar para uma pequena cruz. Pressione e arraste para baixo até a
célula D7. Veja a figura mais adiante.
Raiz Quadrada Não há simbolo que represente Para checar se as fórmulas calcularam corretamente, basta se-
essa operação aritmética lecionar uma célula que contenha o resultado e pressionar a tecla
usamos =RAIZ( o F2. Isto é bastante útil quando se quer conhecer as células que
endereço da célula desejada) originaram o resultado.
Fórmulas mais utilizadas da forma livre Funções II
Vamos ver agora mais funções, bastando usar o molde abaixo
Funções e não esquecendo de colocar os acentos nos nomes das funções.
As funções agregam muitos recursos ao software de plani- = Nome da Função (primeira célula a ser calculada: última
lhas. Um software como o LibreOffice – Calc contém muitas fun- célula a ser calculada ) Média
ções nativas e o usuário é livre para implementar as suas próprias Máxima
funções, há de se imaginar como sendo quase ilimitado o poder Mínima
do usuário em estender a funcionalidade da planilha eletrônica.
Exemplo de função nativa é a função SE, que contém a seguinte
sintaxe: =SE(“Condição a Ser Testada”;Valor_Então;Valor_Se-
não). Decodificando, se a “Condição a Ser Testada” for verdadeira,
aloque na célula atual o primeiro valor (Valor_Então); caso contra-
rio, aloque o segundo valor da função (Valor_Senão).

Didatismo e Conhecimento 179


INFORMÁTICA

Tabela de Preços 2 Exemplo de tabela desenvolvida na forma de banco de dados

Funções III Classificando


Usaremos agora a função SE. Como o nome já diz, a fun- A classificação pode ser feita através dos critérios de ordem
ção SE será usada quando se deseja checar algo em uma célula. crescente ou decrescente , lembro que isto vale tanto para os nu-
Acompanhe o molde desta função: =SE (Testar; Valor_então; De mero quanto para letras deixando-as em ordem alfabética. Agora
outraforma_valor; ou se outra forma: = se (eu for de carro; então a partir da figura 64 que esta logo acima, iremos realiza o proce-
vou; se não... não vou ) dimento de classificação de dados na ordem alfabética na coluna
Na célula E3 é para descontar R$ 2,00 para produtos com a “Produto”.
Quantidade maior que 20. Vamos juntar as informações para resol- Para classificar os dados é necessário, antes de tudo, selecio-
ver esta função: nar corretamente toda a área de dados que será classificada.
Nome da função: SE Abra o menu Dados e clique no comando Classificar, note que
Condição: Quantidade > 20 será exibida a caixa Classificar.
Valor Verdadeiro: Se a condição for verdadeira, o que deverá
ser descontado R$ 2, 00 Valor Falso: Se a condição for falsa, não
deverá receber desconto.
Então a nossa função deverá ficar assim:
= se (b3>20;d3-2;d 3)
Ou seja: Se a Quantidade for maior que 20, então desconte R$
2,00, senão mostre o valor sem desconto.

Caixa classificar
No menu desdobrável Classificar por, selecionamos o rotulo
Figura 59: Tabela Demonstrativa da coluna que queremos efetuar a classificação, neste caso selecio-
ne o rotulo “Produto”.
Classificação e filtragem de dados Em seguida clique na opção Crescente, para efetuar o classifi-
Por mais que a nossa planilha seja bem organizada, geralmen- cação na ordem crescente das letras, mais conhecida como ordem
te nos deparamos com algum problema em relação a ordem e a alfabética. 5- Por fim clique em OK.
busca dos dados na tabela. Pensando nisso veremos agora algumas
funções que o LibreOffice.org Calc oferece afim de resolver esses
e outros problemas de classificação e filtragem de dados.

Classificação de dados
Classificar dados numa planilha nada mais é do que ordená
-los de acordo com os nossos critérios. Para que os dados possam
ser classificados, é necessário que estejam dispostos em uma tabe-
la e que tenha sido desenvolvida na forma de banco de dados, ou
seja que cada coluna tenha informações referentes há uma classe
ou tipo, que deverá estar descrita no rotulo de cada coluna. Tabela classificada em ordem alfabética

Didatismo e Conhecimento 180


INFORMÁTICA
Classificação por até três Critérios
Podemos também classificar os dados de uma tabela utilizan-
do-se até de três campos, onde cada campo representa uma infor-
mação diferente, um exemplo bem básico dessa função é quando
queremos classificar os produtos em ordem alfabética, esta que
realizamos anteriormente e se caso apareça produtos com o mes-
mo nome o critério de classificação é valor total ou qualquer ou-
tro campo. Para exemplificar esta função vamos utilizar a tabela
abaixo.

Tabela após classificação por três critérios.

Opções de Classificação
A partir da caixa classificar figura abaixo, podemos definir al-
gumas opções de classificação dos dados.

Tabela exemplo para classificação por três critérios

Agora iremos classificar a tabela nos seguintes critérios: Mar-


ca, Modelo e Valor. Para realizar esta classificação devemos seguir
os procedimentos abaixo.
Para classificar os dados é necessário, antes de tudo, selecio-
nar corretamente toda a área de dados que será classificada.
Abra o menu Dados e clique no comando Classificar, note que
será exibida a caixa Classificar.

Opções de classificação
Distinção entre maiúsculas e minúsculas: esta opção consi-
dera diferentes as palavras que contenha as mesmas letras porém
com a forma maiúsculas e minúsculas diferentes.
O intervalo contém rótulos de coluna/linh a: Omite da clas-
sificação a primeira linha ou a primeira coluna da seleção. A opção
Direção na parte inferior da caixa de diálogo define o nome e a
função dessa caixa de seleção.
Incluir formatos: Preserva a formatação da célula atual.
Copiar resultados de classificação em: Copia a lista classifi-
cada no intervalo de células que você especificar. Ao ativar esta
opção
Ordem de classificação personalizada: Clique aqui e, em se-
guida, selecione a ordem de classificação personalizada que deseja.
Classificação por três critérios. Idioma: Selecione o idioma para as regras de classificação.
No menu desdobrável Classificar por, selecione o rotulo Opções: Selecione uma opção de classificação para o idioma.
“Marca”. Por exemplo, selecione a opção de “lista telefônica” para o alemão
Em seguida clique na opção Crescente, para efetuar o classifi- a fim de incluir um caractere especial “trema” na classificação.
cação na ordem crescente. Direção: De cima para baixo (Classificação de linhas), Classi-
Logo abaixo temos o campo Em seguida por, selecione o ro- fica as linhas por valores nas colunas ativas do intervalo seleciona-
tulo “Modelo”. do. Esquerda à direita (Classificar colunas), Classifica as colunas
Em seguida clique na opção Crescente. por valores nas linhas ativas do intervalo selecionado.
Logo abaixo temos outro campo Em seguida por, selecione o
rotulo “Valor total”.
Em seguida clique na opção Crescente. 9- Por fim clique em
OK.
O resultado final deverá estar semelhante ao da figura abaixo.

Didatismo e Conhecimento 181


INFORMÁTICA
Filtragem de dados Lista de dados
A filtragem de dados nada mais é do que visualizar apenas os
dados desejados de uma tabela. Existem três métodos de filtragem:
o Autofiltro, Fitro padrão e o Filtro avançado. Suas principais di-
ferenças são:
Autofiltro: Uma das utilizações para a função Auto-filtro é
a de rapidamente restringir a exibição de registros com entradas
idênticas em um campo de dados.
Filtro padrão: Na caixa de diálogo Filtro, você também pode Tabela após filtragem de dados
definir intervalos que contenham os valores em determinados cam- Note que ao final desse procedimento a tabela ocultará a li-
pos de dados. É possível utilizar o filtro padrão para conectar até nhas que não pertence a filtragem e destacará a seta do cabeçalho
três condições com um operador lógico E ou OU. utilizada como base da filtragem. Caso queira realizar outra filtra-
Filtro avançado: excede a restrição de três condições e permi- gem basta desfazer a filtragem anterior e repetir este procedimento
te um total de até oito condições de filtro. Com os filtros avança- em outro cabeçalho.
dos, você insere as condições diretamente na planilha.
Filtro padrão
Aplicando o Autofiltro O filtro padrão é uma especialização do autofiltro, ele possui
O Autofiltro é o tipo de filtragem mais simples e rápida de ser algumas funcionalidades a mais, é muito utilizado quando é neces-
aplicada. Para uma maior compreensão desta função aplicar o au- sário obedecer um critério de filtragem muito especifico.
tofiltro na tabela da figura 67 página 44 deste modulo. Nesta tabela Para melhor exemplificar este procedimento iremos realizar a
execute os seguintes procedimentos: seguinte filtragem na tabela da figura 67, onde só deverão conter
Selecione qualquer célula da tabela desde que seja abaixo da os carros da Marca: “Fiat”, acima do Ano: 2005 e com o valor
linha do cabeçalhos. inferior a 29.000 mil reais.
Abra o menu Dados e posicione o mouse sobre Filtro. Para criar um filtro padrão basta executar os procedimentos
Clique sobre o comando Autofiltro. a seguir:
Note que foram inseridos botões de seta, que ao clica-los abra- Selecione qualquer célula da tabela desde que seja abaixo da
se uma lista dos dados pertencentes a coluna, cuja a filtragem pode linha do cabeçalhos.
ser aplicada. Abra o menu Dados e posicione o mouse sobre Filtro.
Clique sobre o comando Filtro padrão.
Na caixa Nome do campo é onde define qual critério deverá
ser comparado. Em nosso exemplo estamos comparando a “Mar-
ca”, portanto devemo seleciona-la.
Na caixa seguinte definimos a condição ( maior, menor, igual
e etc), neste caso selecione o operador “ = ” (igual).
A caixa Valor serve como valor de comparação, ou seja todas
as células do campo
“Marca” por exemplo vão ser comparados segundo a condição
estabelecida com esse “Valor” que precisa ser necessariamente nu-
mérico e conforme for o resultado este campo será ou não exibido.
Para filtrar os dados, basta clicar sobre a seta da coluna que A caixa Operador serve para adicionar mais condições na fil-
contenha os dados que servirá base para a filtragem. Por exemplo tragem, através dos operadores ( “E” e “OU”), podendo conter no
agora faremos a seguinte filtragem, para que só os carros Volkswa- máximo três condicionais.
gen sejam exibidos. Então clique sobre a seta do cabeçalho “Mar- Preencha a Caixa Filtro padrão conforme a figura 74 logo
ca” e na lista de dados que aparece, selecione a marca Volkswagen. abaixo para ver este exemplo na pratica.

Se a tabela e a filtragem estiver conforme citadas acima o re-


sultado será igual ao da figura 75 logo abaixo.

Didatismo e Conhecimento 182


INFORMÁTICA
Resultado da filtragem
Para Desfazer a filtragem, selecione a tabela, clique em Da-
dos, vá em filtros e clique sobre Remover filtro.

Filtro Avançado
A filtragem avançada nada mais é do que definir os critérios
em um determinado campo da planilha. Para uma boa compreen-
são dessa função Iremos repetir a filtragem utilizada no filtro pa-
drão que era a seguinte: de acordo com a tabela da figura 67,
Resultado da filtragem avançada
realizar uma filtragem onde só deverão conter os carros da Marca:
Teclas de atalho para planilhas
“Fiat”, acima do Ano: 2005 e com o valor inferior a 29.000 mil
Navegar em planilhas
reais, para realizaremos os seguintes passos:
Teclas de atalho/Efeito
Copie os cabeçalhos de coluna dos intervalos de planilha a se-
Ctrl+Home / Move o cursor para a primeira célula na plani-
rem filtrados para uma área vazia da planilha e, em seguida, insira
lha (A1).
os critérios para o filtro em uma linha abaixo dos cabeçalhos. Os
Ctrl+End / Move o cursor para a última célula que contém
dados dispostos horizontalmente em uma linha serão sempre co-
nectados logicamente com E e dados dispostos verticalmente em dados na planilha.
uma coluna serão sempre conectados logicamente com OU. Home / Move o cursor para a primeira célula da linha atual.
End / Move o cursor para a última célula da linha atual.
Shift+Home / Seleciona todas as células desde a atual até a
primeira célula da linha.
Shift+End / Seleciona todas as células desde a atual até a úl-
tima célula da linha.
Shift+Page Up / Seleciona as células desde a atual até uma
página acima na coluna ou extende a seleção existente uma página
para cima.
Shift+Page Down / Seleciona as células desde a atual até uma
página abaixo na coluna ou estende a seleção existente uma página
para baixo.
Cópia dos cabeçalhos da planilha Ctrl+Seta para a esquerda / Move o cursor para o canto es-
querdo do intervalo de dados atual. Se a coluna à esquerda da cé-
Uma vez que você criou uma matriz de filtro, selecione os lula que contém o cursor estiver vazia, o cursor se moverá para a
intervalos de planilha a serem filtrados. Abra a caixa de diálogo esquerda da próxima coluna que contenha dados.
Filtro avançado escolhendo Dados - Filtro - Filtro avançado e de- Ctrl+Seta para a direita / Move o cursor para o canto direito do
fina as condições do filtro. intervalo de dados atual. Se a coluna à direita da célula que contém
o cursor estiver vazia, o cursor se moverá para a direita da próxima
coluna que contenha dados.
Ctrl+Seta para cima / Move o cursor para o canto superior do
intervalo de dados atual. Se a linha acima da célula que contém
o cursor estiver vazia, o cursor se moverá para cima da próxima
linha que contenha dados.
Ctrl+Seta para cima / Move o cursor para o canto inferior do
intervalo de dados atual. Se a linha abaixo da célula que contém
o cursor estiver vazia, o cursor se moverá para baixo da próxima
Intervalo de critérios de filtragem linha que contenha dados.
Ctrl+Shift+Seta / Seleciona todas as células contendo dados
Em seguida, clique em OK e você verá que somente as linhas da célula atual até o fim do intervalo contínuo das células de dados,
da planilha original nas quais o conteúdo satisfez os critérios da na direção da seta pressionada. Um intervalo de células retangular
pesquisa estarão visíveis. Todas as outras linhas estarão tempora- será selecionado se esse grupo de teclas for usado para selecionar
riamente ocultas e poderão reaparecer através do comando Forma- linhas e colunas ao mesmo tempo.
tar - Linha – Mostrar ou então desfaça a filtragem. Ctrl+Page Up / Move uma planilha para a esquerda.
Na visualização de impressão: Move para a página de impres-
são anterior.
Ctrl+Page Down / Move uma planilha para a direita.
Na visualização de impressão: Move para a página de impres-
são seguinte.
Alt+Page Up / Move uma tela para a esquerda.
Alt+Page Down / Move uma página de tela para a direita.

Didatismo e Conhecimento 183


INFORMÁTICA
Shift+Ctrl+Page Up / Adiciona a planilha anterior à seleção de F8 / Ativa ou desativa o modo de seleção adicional. Nesse
planilhas atual. Se todas as planilhas de um documento de planilha modo, você pode usar as teclas de seta para estender a seleção.
forem selecionadas, esta combinação de teclas de atalho somente Você também pode clicar em outra célula para estender a seleção.
selecionará a planilha anterior. Torna atual a planilha anterior. Ctrl+F8 / Realça células que contém valores.
Shift+Ctrl+Page Down / Adiciona a próxima planilha à sele- F9 / Recalcula as fórmulas modificadas na planilha atual.
ção de planilhas atual. Se todas as planilhas de um documento de Ctrl+Shift+F9 / Recalcula todas as fórmulas em todas as pla-
planilha forem selecionadas, esta combinação de teclas de atalho nilhas.
somente selecionará a próxima planilha. Torna atual a próxima Ctrl+F9 / Atualiza o gráfico selecionado.
planilha. F11 Abre a janela Estilos e formatação para você aplicar um
Ctrl+ * onde (*) é o sinal de multiplicação no teclado numé- estilo de formatação ao conteúdo da célula ou à planilha atual.
rico Shift+F11 / Cria um modelo de documento.
Seleciona o intervalo de dados que contém o cursor. Um in- Shift+Ctrl+F11 / Atualiza os modelos.
tervalo é um intervalo de células contíguas que contém dados e é F12 / Agrupa o intervalo de dados selecionado.
delimitado por linhas e colunas vazias. Ctrl+F12 / Desagrupa o intervalo de dados selecionado.
Ctrl+ / onde (/) é o sinal de divisão no teclado numérico Alt+Seta para baixo / Aumenta a altura da linha atual (somen-
Seleciona o intervalo de fórmulas de matriz que contém o cur- te no Modo de compatibilidade legada do OpenOffice.org).
sor. Alt+Seta para cima / Diminui a altura da linha atual (somente
Ctrl+tecla de adição / Insere células (como no menu Inserir no Modo de compatibilidade legada do OpenOffice.org).
- Células) Alt+Seta para a direita / Aumenta a largura da coluna atual.
Ctrl+tecla de subtração / Exclui células (tal como no menu Alt+Seta para a esquerda / Diminui a largura da coluna atual.
Editar - Excluir células) Alt+Shift+Tecla de seta / Otimiza a largura da coluna ou o
Enter ( num intervalo selecionado) / Move o cursor uma célula tamanho da linha com base na célula atual.
para baixo no intervalo selecionado. Para especificar a direção do
movimento do cursor, selecione Ferramentas - Opções - LibreOf- Formatar células com as teclas de atalho
fice Calc - Geral. Os formatos de célula a seguir podem ser aplicados com o
Ctrl+ ` / Exibe ou oculta as fórmulas em vez dos valores em teclado:
todas as células.
A tecla ` está ao lado da tecla “1” na maioria dos teclados em Teclas de atalho / Efeito
Inglês. Se seu teclado não possui essa tecla, você pode atribuir Ctrl+1 (não use o teclado numérico) / Abre a caixa de diálogo
uma outra tecla: Selecione Ferramentas - Personalizar, clique na Formatar células
guia Teclado. Selecione a categoria “Exibir” e a função “Exibir Ctrl+Shift+1 (não use o teclado numérico) / Duas casas deci-
fórmula”. mais, separador de milhar
Ctrl+Shift+2 (não use o teclado numérico) / Formato expo-
Teclas de função utilizadas em planilhas nencial padrão
Teclas de atalho / Efeito Ctrl+Shift+3 (não use o teclado numérico) / Formato de data
Ctrl+F1 / Exibe a anotação anexada na célula atual padrão
F2 / Troca para o modo de edição e coloca o cursor no final do Ctrl+Shift+4 (não use o teclado numérico) / Formato mone-
conteúdo da célula atual. Pressione novamente para sair do modo tário padrão
de edição. Ctrl+Shift+5 (não use o teclado numérico) / Formato de por-
Se o cursor estiver em uma caixa de entrada de uma caixa centagem padrão (duas casas decimais)
de diálogo que possui o botão Encolher, a caixa de diálogo ficará Ctrl+Shift+6 (não use o teclado numérico) / Formato padrão
oculta e a caixa de entrada permanecerá visível. Pressione F2 no-
vamente para mostrar a caixa de diálogo inteira.

Ctrl+F2 / Abre o Assistente de funções.


Shift+Ctrl+F2 / Move o cursor para a Linha de entrada onde
você pode inserir uma fórmula para a célula atual.
Ctrl+F3 / Abre a caixa de diálogo Definir nomes.
F4 / Mostra ou oculta o Explorador de Banco de dados.
Shift+F4 / Reorganiza as referências relativas ou absolutas
(por exemplo, A1, $A$1, $A1, A$1) no campo de entrada.
F5 / Mostra ou oculta o Navegador.
Shift+F5 / Rastreia dependentes.
Shift+F7 / Rastreia precedentes.
Shift+Ctrl+F5 / Move o cursor da Linha de entrada para a
caixa Área da planilha.
F7 / Verifica a ortografia na planilha atual.
Ctrl+F7 / Abre o Dicionário de sinônimos se a célula atual
contiver texto.

Didatismo e Conhecimento 184


INFORMÁTICA
• Intranet: Rede interna de uma empresa.
• Extranet: Conexão de redes, que utilizam como meio a in-
TRABALHO EM REDE: ternet.
COMPARTILHAMENTO DE PASTAS E
ARQUIVOS, LOCALIZAÇÃO E Topologia
UTILIZAÇÃO DE COMPUTADORES E • Estrela: Um computador central controla a rede;
PASTAS REMOTAS, MAPEAMENTO DE • Anel: Computadores conectados em forma circular;
• Barramento: Conecta todos os nós em uma linha e pode pre-
UNIDADES DA REDE. servar a rede se um computador falhar.

As estruturas formadas pelos meios de conexão entregam ao


REDES DE COMPUTADORES usuário o serviço de comunicação que ele necessita. Esta estrutura
pode ser formada por:
As redes de computadores são interconexões de sistemas de • Cabo Coaxial: Utiliza cabos rígidos de cobre e na atualidade
comunicação de dados que podem compartilhar recursos de hard- é utilizada em parceria com a fibra óptica para distribuição de TV
ware e de software, assim, rede é um mecanismo através do qual a cabo;
computadores podem se comunicar e/ou compartilhar hardware e • Onda de Rádio: Também conhecida por Wireless, substitui o
software; uso dos pares metálicos e das fibras, utilizando o ar como meio de
A tecnologia hoje disponível permite que usuários se liguem propagação dos dados;
a um computador central, a qualquer distância, através de sistemas • Fibra Óptica: Baseada na introdução do uso da fibra óptica,
de comunicação de dados. substituindo o par metálico;
Um sistema de comunicação de dados consiste em estações, • Par Metálico: Constituída pela rede de telefonia, porém tra-
canais, equipamentos de comunicação e programas específicos fegando dados, voz e imagem;
que unem os vários elementos do sistema, basicamente estações, a • Satélite: O equipamento funciona como receptor, repetidor
um computador central. e regenerador do sinal que se encontra no espaço, de modo que
Estação é qualquer tipo de dispositivo capaz de se comunicar reenvia à terra um sinal enviado de um ponto a outro que faz uso
com outro, através de um meio de transmissão, incluindo computa- do satélite para conexão;
dores, terminais, dispositivos periféricos, telefones, transmissores • Rede Elétrica: Faz uso dos cabos de cobre da rede de energia
e receptores de imagem, entre outros. para a transmissão de voz, dados e imagens.

Os elementos básicos de uma rede são: Dispositivos


• Host: Equipamento conectado na rede;
• Nó ou Processamento: Ponto de conexão e comunicação de • Modem
hosts;
• Transporte ou Transmissão: Faz interligação dos nós através
da transmissão em longas distâncias;
• Acesso: Elemento que faz a interligação do usuário ao nó;

Tipos de Rede

Quanto ao alcance:
• Rede Local (LAN – Local Area Network);
Rede de abrangência local e que geralmente não ultrapassa o Converte um sinal analógico em digital e vice-versa;
prédio onde a mesma se encontra, ou seja, rede formada por um
grupo de computadores conectados entre si dentro de certa área; • Hub
• Rede Metropolitana (MAN – Metropolitan Area Network);
Rede de abrangência maior e que geralmente não ultrapassa a
área de uma cidade;
• Rede de Longa Distância (WAN – Wide Area Network);

Rede de longa distância e que em sua maioria não ultrapassa


a área do país;
• Rede Global (GAN – Global Area Network) Denominadas
de redes globais pois abrangem máquinas em conexão em qual-
quer área do globo. Equipamento de rede indicado para conexão de poucos ter-
minais;
Quanto à conexão:
• Internet: Rede internacional de computadores.

Didatismo e Conhecimento 185


INFORMÁTICA
• Switch produzida ou recebida no decorrer da atividade de uma instituição
ou pessoa e que possui conteúdo, contexto e estrutura suficientes
para servir de evidência dessa atividade”.
Por meio destas definições podemos observar uma unanimi-
dade no que diz respeito à importância da informação contida no
documento, independente do seu suporte, para as atividades huma-
nas; isso devido à sua natureza comprobatória de fatos ocorridos
ao longo de uma atividade.
No tocante ao termo Arquivo, Schellenberg (2004, p. 41) de-
fine-o como “Os documentos de qualquer instituição pública ou
privada que hajam sido considerados de valor, merecendo preser-
Equipamento de rede que divide uma rede de computadores vação permanente para fins de referência e de pesquisa e que ha-
de modo a não torná-la lenta; jam sido depositados ou selecionados para depósito, num arquivo
de custódia permanente”.
• Bridge Quando falamos de arquivos, devemos ter em mente que exis-
tem dois tipos: o de caráter privado e o público.
Ao se tratar de Arquivos Públicos, podemos encontrar sua de-
finição no artigo 7º da Lei nº 8159 de 1991, que dispõe que “Os
arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e
recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos
de âmbito federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, em
decorrência de suas funções administrativas, legislativas e judi-
Dispositivo de rede que liga uma ou mais redes que se encon- ciárias”.
tram com certa distância; Ao analisarmos o verdadeiro objeto de um arquivo concluí-
mos que é o conteúdo dos seus documentos ou o próprio documen-
• Roteador to, e sua importância está na forma com que foi empregado dentro
de um processo de tomada de decisão.
A organização e gestão de acervos arquivísticos tornou-se
bastante problemática para as instituições nas últimas três décadas,
devido à rápida e ininterrupta evolução tecnológica que a humani-
dade sofreu. Evolução essa que afetou todos os meios de produção
existentes.
Segundo SANTOS (2002), as tecnologias desenvolvidas para
Equipamento que permite a comunicação entre computadores permitir essa evolução também afetaram diretamente a produção
e redes que se encontram distantes; informacional e documental.
Para se ter uma ideia do volume de informação disponível nos
CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO dias de hoje, ao fazer uma pesquisa sobre um assunto de seu inte-
resse na Internet, o pesquisador irá encontrar tanta informação que
Sobre o que é Documento, encontramos na literatura diver- será praticamente impossível ler todos os documentos encontrados
sos entendimentos. Primeiramente temos Houaiss, Villar e Franco sobre o assunto. Também iremos encontrar documentos que, ape-
(2001) que, em seu Dicionário, definem o verbete “documento” sar de terem sido indexados para um determinado assunto, ele não
como “qualquer escrito usado para esclarecer determinada coisa contém nada sobre o termo indexado.
[...] qualquer objeto de valor documental (fotografia, peças, pa- Uma das tecnologias que mais se destacaram nesse desenvol-
péis, filmes, construções, etc.) que elucide, instrua, prove ou com- vimento, foi a da área da informática essa tecnologia, onde acabou
prove cientificamente algum fato, acontecimento, dito etc.” criando uma nova forma de documento: o Arquivo Digital.
No campo da Arquivologia, temos Schellenberg (2004, p. 41) Para o Arquivo Nacional, em sua obra Subsídios para um Di-
que define “documento (records)” da seguinte forma: cionário Brasileiro de Termos Arquivísticos, Arquivo Digital é um
Todos os livros, papéis, mapas, fotografias ou outras espécies conjunto de Bits que formam uma unidade lógica interpretável por
documentárias, independentemente de sua apresentação física ou computador e armazenada em suporte apropriado.
características, expedidos ou recebidos por qualquer entidade pú- A Wikipédia trata o termo Arquivo Digital como Arquivo de
blica ou privada no exercício de seus encargos legais ou em fun- Computador e o traduz da seguinte forma:
ções das suas atividades e preservados ou depositados para preser- No disco rígido de um computador, os dados são guardados
vação por aquela entidade ou por seus legítimos sucessores como na forma de arquivos (ou ficheiros, em Portugal). O arquivo é um
prova de suas funções, sua política, decisões, métodos, operações agrupamento de registros que seguem uma regra estrutural, e que
ou outras atividades, ou em virtude do valor informativo dos dados contém informações (dados) sobre uma área específica.
neles contidos. Estes arquivos podem conter informações de qualquer tipo de
Já Rondinelli (2004) cita a definição do Comitê de Documen- dados que se possa encontrar em um computador: textos, imagens,
tos Eletrônicos do Conselho Internacional de Arquivos (CIA) onde vídeos, programas, etc. Geralmente o tipo de informação encon-
a “informação registrada, independente da forma ou do suporte, trada dentro de um arquivo pode ser previsto observando-se os

Didatismo e Conhecimento 186


INFORMÁTICA
últimos caracteres do seu nome, após o último ponto (por exemplo, Paes (1991, p. 17) diz que devemos ter por base a análise das
txt para arquivos de texto sem formatação). Esse conjunto de ca- atividades da instituição e de como os documentos são solicitados
racteres é chamado de extensão do arquivo. ao arquivo, para podermos definir o melhor método arquivístico a
Como os arquivos em um computador são muitos (só o sis- ser adotado pela instituição.
tema operacional costuma ter milhares deles), esses arquivos são Para o CONARQ (Resolução nº 25. art. 1), gestão arquivísti-
armazenados em diretórios (também conhecidos como pastas). ca de documentos é o conjunto de procedimentos e operações téc-
nicas referentes à produção, tramitação, uso, avaliação e arquiva-
No Brasil, o responsável pela regulamentação e práticas de mento de documentos em fases corrente e intermediária, visando à
gestão arquivística no âmbito do poder público é o Conselho Na- sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente.
cional de Arquivos – CONARQ. Sua atribuição é definir a política A característica que o documento digital apresenta pode com-
nacional de arquivos públicos e privados, como órgão central de prometer a sua autenticidade pois está sujeito à degradação física
um Sistema Nacional de Arquivos, bem como exercer orientação dos seus suportes, à rápida obsolescência tecnológica e às inter-
normativa visando a gestão documental e a proteção especial aos venções que podem causar adulterações e destruição.
documentos de arquivo. Na tentativa de se coibir estes tipos problemas, o CONARQ,
Para o CONARQ, o termo Documento Digital é o mesmo que através da sua Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos, editou
Documento em Meio Eletrônico, ou seja, aquele que só é legível a Resolução nº 25, de 27 de abril de 2007, onde recomenda aos
por computador. órgãos e instituições que adotem o “Modelo de Requisitos para
O parágrafo 2º, do artigo 1º, da Resolução do CONARQ nº Sistemas Informatizados de Gestão Arquivística de Documentos
20, de 16 de julho de 2004, define Documento Arquivístico Digi- e-ARQ Brasil”, para definir, documentar, instituir e manter políti-
tal como: o documento arquivístico codificado em dígitos binários, cas, procedimentos e práticas para a gestão arquivística de docu-
produzido, tramitado e armazenado por sistema computacional. São mentos, com base nas diretrizes estabelecidas por ele.
exemplos de documentos arquivísticos digitais: planilhas eletrôni- Para o CONARQ, somente com procedimentos de gestão ar-
cas, mensagens de correio eletrônico, sítios na internet, bases de quivística é possível assegurar a autenticidade dos documentos
dados e também textos, imagens fixas, imagens em movimento e arquivísticos digitais.
gravações sonoras, dentre outras possibilidades, em formato digital. Para se ter sucesso na implantação deste Sistema nos órgãos
Atualmente existe uma variedade muito grande de documen- públicos e empresas privadas é necessário que todos os funcioná-
tos digitais e os tipos mais comuns que podemos encontrar são: rios estejam envolvidos na política arquivística de documentos e as
1) Textos: arquivos com a extensão “.txt”, “.doc”, “.pdf” etc.; responsabilidades devem ser distribuídas de acordo com a função
2) Vídeos: arquivos com a extensão “.avi”, “.mov”, “.wmv” etc.; e hierarquia de cada um.
3) Áudio: arquivos com a extensão “.wma”, “.mp3”, “.midi” etc.; A Constituição Federal de 1988 e, particularmente, a Lei nº
4) Fotografia: arquivos com a extensão “.jpg”, “.bmp”, 8.159, de 8 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a política nacional
“.tiff”, “.gif” etc.; de arquivos públicos e privados, delegaram ao Poder Público al-
5) Arquivos de planilhas: arquivos com a extensão “.pps” etc.; gumas responsabilidades, consubstanciadas pelo Decreto nº 4.073,
6) Arquivos da Internet: arquivos com a extensão “.htm”, de 3 de janeiro de 2002, que consolidou os decretos anteriores -
“.html” etc. nsº 1.173, de 29 de junho de 1994; 1.461, de 25 de abril de 1995,
Porém, ao mesmo tempo em que este tipo de tecnologia vem 2.182, de 20 de março de 1997 e 2.942, de 18 de janeiro de 1999.
nos ajudar a executar nossas tarefas diárias, a sua veloz e constante O artigo 3º, da Lei nº 8.159 de 08 de janeiro de 1991, que
evolução também está nos criando um problema muito sério no dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados,
tocante à sua preservação. diz que gestão de documentos é o conjunto de procedimentos e
À medida que a tecnologia avança, seus meios (hardware operações técnicas à sua produção, tramitação, uso, avaliação e
e software) sofrem mutações consideráveis em suas estruturas a arquivamento em fases corrente e intermediária, visando à sua eli-
ponto de criarem sérios problemas de preservação, principalmente minação ou recolhimento para guarda permanente., e o seu artigo
quando se pretende abrir arquivos de programas mais antigos ou 17, do Capítulo IV, afirma que a administração da documentação
de versões ultrapassadas. pública ou de caráter público compete às instituições arquivísticas
No tocante à preservação de acervos digitais, podemos contar federais, estaduais do Distrito Federal e municipais.
atualmente com a existência de uma vasta e rica literatura sobre o Tal dispositivo torna claro a importância e a responsabilidade
assunto. que devemos ter com o trato da documentação pública.
Não podemos nos bastar somente na forma de manter o docu- Dentre estas responsabilidades, a mais discutida pelos autores
mento digital através da sua preservação, também temos que orga- de hoje é a da preservação dos documentos.
nizá-lo para ter acesso às informações que ele contém. Hoje, encontramos uma vasta bibliografia que trata especifi-
Schellenberg (2004, p. 68) dá uma ideia do que vem a ser um camente sobre o tema da preservação de documentos, tanto em
modo de gestão de documentos quando nos diz que documentos suporte de papel quanto em meios eletrônicos.
são eficientemente administrados quando, uma vez necessários, A guarda e a conservação dos documentos, visando à sua uti-
podem ser localizados com rapidez e sem transtorno ou confusão lização, são as funções básicas de um arquivo (PAES, 1991, p. 5).
Segundo o autor, a maneira com que os documentos são man- Para Arellano (2004):
tidos para uso corrente determina a exatidão com que podem ser fi- A natureza dos documentos digitais está permitindo ampla
xados os valores da documentação recolhida. Também nos diz que produção e disseminação de informação no mundo atual. É fato
o uso dos documentos para fins de pesquisa depende, igualmente, que na era da informação digital se está dando muita ênfase à gera-
da maneira pela qual foram originalmente ordenados (2004, p. 53). ção e/ou aquisição de material digital, em vez de manter a preser-

Didatismo e Conhecimento 187


INFORMÁTICA
vação e o acesso a longo prazo aos acervos eletrônicos existentes. ções, onde os dados são o conteúdo de arquivos de computador, os
O suporte físico da informação, o papel e a superfície metálica metadados a respeito de um item de dados individual normalmente
magnetizada se desintegram ou podem se tornar irrecuperáveis. incluem o nome do arquivo, o tipo do arquivo e o nome do admi-
Existem, ademais, os efeitos da temperatura, umidade, nível de nistrador dos dados.
poluição do ar e das ameaças biológicas; os danos provocados pelo Um registro de metadados consiste de alguns elementos pré-
uso indevido e o uso regular, as catástrofes naturais e a obsoles- definidos que representam determinados atributos de um recurso,
cência tecnológica. A aplicação de estratégias de preservação para sendo que cada elemento pode ter um ou mais valores. Segue abai-
documentos digitais é uma prioridade, pois sem elas não existiria xo um exemplo de um registro de metadados simples:
nenhuma garantia de acesso, confiabilidade e integridade dos do-
cumentos a longo prazo. Nome do
Na Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico Digi- Valor
Elemento
tal (2004), o CONARQ diz que: Título Catálogo da Web
As facilidades proporcionadas pelos meios e tecnologias di- Criador Dagnija McAuliffe
gitais de processamento, transmissão e armazenamento de infor-
Editora University of Queensland Library
mações reduziram custos e aumentaram a eficácia dos processos
http://www.library.uq.edu.au/iad/
de criação, troca e difusão da informação arquivística. O início do Identificador
mainmenu.html
século XXI apresenta um mundo fortemente dependente do docu-
mento arquivístico digital como um meio para registrar as funções Formato Texto / html
e atividades de indivíduos, organizações e governos. Relação Website da Biblioteca
Porém, o CONARQ alerta sobre a importância de voltarmos
nossas atenções para os meios de preservar este tipo de acervo, Os esquemas de metadados normalmente apresentarão as se-
pois essas tecnologias digitais sofrem uma obsolescência muito guintes características:
rápida pois a tecnologia digital é comprovadamente um meio mais • Um número limitado de elementos
frágil e mais instável de armazenamento, comparado com os meios • O nome de cada elemento
convencionais de registrar informações. • O significado de cada elemento
A Carta também nos alerta: Normalmente, a semântica é descritiva do conteúdo, locali-
A preservação da informação em formato digital não se limita zação, atributos físicos, tipo (texto ou imagem, mapa ou modelo,
por exemplo) e forma (folha impressa ou arquivo eletrônico, por
ao domínio tecnológico, envolve também questões administrati-
exemplo). Os principais elementos de metadados que fornecem su-
vas, legais, políticas, econômico-financeiras e, sobretudo, de des-
porte para acesso a documentos publicados são o criador de uma
crição dessa informação através de estruturas de metadados que
obra, seu título, quando e onde ele foi publicado e as áreas que ela
viabilizem o gerenciamento da preservação digital e o acesso no
aborda. Quando a informação é publicada sob forma analógica,
futuro. Desta forma, preservar exige compromissos de longo prazo
como material impresso, são fornecidos metadados adicionais para
entre os vários segmentos da sociedade: poderes públicos, indús-
auxiliar na localização das informações, como os números de iden-
tria de tecnologia da informação, instituições de ensino e pesquisa, tificação utilizados nas bibliotecas.
arquivos e bibliotecas nacionais e demais organizações públicas e
privadas. Extensões de Arquivos
O CONARQ reconhece a instabilidade da informação arqui- As extensões de arquivos são sufixos que distinguem seu for-
vística digital e sobre a necessidade de estabelecimento de polí- mato e principalmente a função que cumprem no computador. Cada
ticas públicas, diretrizes, programas e projetos específicos, legis- extensão de arquivo possui funções e aspectos próprios, por isso a
lação, metodologias, normas, padrões e protocolos que possam maioria necessita de programas específicos para serem executadas.
minimizar os efeitos da fragilidade e da obsolescência de hard- Como tudo que há em um computador é formado por arqui-
wares, softwares e formatos e que assegurem, ao longo do tempo, vos, existem diversos formatos, como de textos, sons, imagens,
a autenticidade, a integridade, o acesso contínuo e o uso pleno da planilhas, vídeos, slides entre diversos outros.
informação.
A principal
Metadados Sem dúvida alguma, a principal extensão é o EXE. A exten-
A definição mais simples de metadados é que eles são dados são significa basicamente que o arquivo é um executável, ou seja,
sobre dados – mais especificamente, informações (dados) sobre pode ser executado e produzir efeitos em computadores com sis-
um determinado conteúdo (os dados). tema operacional Windows. Isso dá a ele inúmeras possibilidades,
Os metadados são utilizados para facilitar o entendimento, o desde realizar a instalação de um programa no seu computador
uso e o gerenciamento de dados. Os metadados necessários para até mesmo executar um vírus dentro dele, pois ao se executar um
este fim variam conforme o tipo de dados e o contexto de uso. arquivo com a extensão EXE, o usuário está dando autorização
Assim, no contexto de uma biblioteca, onde os dados são o con- ao sistema para executar todas as instruções contidas dentro dele.
teúdo dos títulos em estoque, os metadados a respeito de um tí- Quando tal ficheiro é de origem desconhecida ou não confiável,
tulo normalmente incluem uma descrição do conteúdo, o autor, a como por exemplo o que vem anexado a um e-mail de remetente
data de publicação e sua localização física. No contexto de uma desconhecido, é possível que este ficheiro instrua o computador
câmera, onde os dados são a imagem fotográfica, os metadados a realizar tarefas indesejadas pelo usuário, tais como a instalação
normalmente incluem a data na qual a foto foi tirada e detalhes da de vírus ou spywares. Deve-se estar bastante atento ao clicar em
configuração da câmera. No contexto de um sistema de informa- arquivos com esta extensão.

Didatismo e Conhecimento 188


INFORMÁTICA
DLL OGG – Um dos formatos menos conhecidos entre os usuários,
Também conhecida como biblioteca de vínculo dinâmico, é é orientado para o uso em streaming, que é a transmissão de dados
um arquivo que é usada geralmente junto como EXE como parte diretamente da Internet para o computador, com execução em tem-
complementar de um software. po real. Isso se deve ao fato do OGG não precisar ser previamente
carregado pelo computador para executar as faixas.
Documentos AC3 – Extensão que designa o formato Dolby Digital, amplamen-
- Editores de texto te utilizado em cinemas e filmes em DVD. A grande diferença deste
TXT – É um arquivo texto ou texto puro como é mais conhe- formato é que as trilhas criadas nele envolvem diversas saídas de áudio
cido. Arquivos dos Word também são textos, mas ele gera um texto com freqüências bem divididas, criando a sensação de imersão que per-
com formatação. O TXT é um formato que indica um texto sem cebemos ao fazer uso de home theaters ou quando vamos ao cinema.
formatação, podendo ser aberto ou criado no Bloco de Notas do WAV – Abreviação de WAVE, ou ainda WAVEForm audio
Windows, por exemplo. format, é o formato de armazenamento mais comum  adotado pelo
DOC – O formato de arquivos DOC é de propriedade da Mi- Windows. Ele serve somente para esta função, não podendo ser
crosoft e usado no Microsoft Word como padrão na gravação de tocado em players de áudio ou aparelhos de som, por exemplo.
arquivos textos. As versões mais recentes do Word incorporaram
a extensão DOCX como evolução do DOC, isto aconteceu a partir Vídeo
da versão 2007 do Microsoft Word. AVI – Abreviação de audio vídeo interleave, menciona o for-
ODT (Open document text) – Extensão padrão do editor de mato criado pela Microsoft que combina trilhas de áudio e vídeo,
texto Writer contido no pacote LibreOffice. podendo ser reproduzido na maioria dos players de mídia e apa-
relhos de DVD, desde que sejam compatíveis com o codec DivX.
- Planilhas Eletrônicas MPEG – Um dos padrões de compressão de áudio e vídeo de
XLS – Este tipo de arquivo é usado pelo Excel para criar e hoje, criado pelo Moving Picture Experts Group, origem do nome
editar planilhas. O XLS foi usado até a versão 2003, a partir da da extensão. Atualmente, é possível encontrar diversas taxas de
versão 2007 passou a usar o formato XLSX qualidade neste formato, que varia de filmes para HDTV a trans-
missões simples.
ODS (Open document spreadsheets) - Extensão padrão da
MOV – Formato de mídia especialmente desenhado para ser
planilha eletrônica Calc, contida no pacote LibreOffice.
reproduzido no player QuickTime. Por esse motivo, ficou conheci-
do através dos computadores da Apple, que utilizam o QuickTime
- Apresentações
da mesma forma que o Windows faz uso do seu Media Player.
PPT – Esta extensão é exclusiva para o Microsoft Powerpoint,
RMVB - RealMedia Variable Bitrate, define o formato de ar-
aplicativo que permite criar apresentações de slides para palestran- quivos de vídeo desenvolvido para o Real Player, que já foi um dos
tes e situações semelhantes. aplicativos mais famosos entre os players de mídia para computa-
ODP (Open document presentation) - Extensão padrão do dor. Embora não seja tão utilizado, ele apresenta boa qualidade se
criador/editor de apresentações Impress, contida no pacote Li- comparado ao tamanho de seus arquivos.
breOffice. MKV – Esta sigla denomina o padrão de vídeo criado pela Ma-
troska, empresa de software livre que busca ampliar o uso do forma-
PDF to. Ele apresenta ótima qualidade de áudio e vídeo e já está sendo
Formato criado pela Adobe, atualmente é um dos padrões uti- adotado por diversos softwares, em especial os de licença livre.
lizados na informática para documentos importantes, impressões
de qualidade e outros aspectos. Pode ser visualizado no Adobe Imagem
Reader, aplicativo mais conhecido entre os usuários do formato. BMP – O Bitmap é um dos formatos de imagem mais conheci-
dos pelo usuário. Pode-se dizer que este formato é o que apresenta
Áudio a ilustração em sua forma mais crua, sem perdas e compressões.
MP3 – Esta é atualmente a extensão para arquivos de áudio No entanto, o tamanho das imagens geralmente é maior que em
mais conhecida entre os usuários, devido à ampla utilização dela outros formatos. Nele, cada pixel da imagem é detalhado especifi-
para codificar músicas e álbuns de artistas. O grande sucesso do camente, o que a torna ainda mais fiel.
formato deve-se ao fato dele reduzir o tamanho natural de uma GIF – Sigla que significa Graphics Interchange Format, é um
música em até 90%, ao eliminar freqüências que o ouvido humano formato de imagem semelhante ao BMP, mas amplamente utiliza-
não percebe em sua grande maioria. do pela Internet, em imagens de sites, programas de conversação e
WMA – Esta extensão, muito semelhante ao MP3, foi criada muitos outros. O maior diferencial do GIF é ele permitir a criação
pela Microsoft e ganhou espaço dentro do mundo da informática de pequenas animações com imagens seguidas, o que é muito uti-
por ser o formato especial para o Windows Media Player. Ao pas- lizado em emoticons, blogs, fóruns e outros locais semelhantes.
sar músicas de um CD de áudio para o seu computador usando JPEG - Joint Photographic Experts Group é a origem da sigla,
o programa, todos os arquivos formados são criados em WMA. que é um formato de compressão de imagens, sacrificando dados
Hoje, praticamente todos os players de música reproduzem o for- para realizar a tarefa. Enganando o olho humano, a compactação
mato sem complicações. agrega blocos de 8X8 bits, tornando o arquivo final muito mais
AAC – Sigla que significa codificação avançada de áudio, o leve que em um Bitmap.
AAC foi criado pela Apple a fim de concorrer diretamente com o JPG - É basicamente o principal formato de arquivos de ima-
MP3 e o WMA, visando superá-los em qualidade sem aumentar gens digitais atualmente. Além do computador, este tipo de arqui-
demasiadamente o tamanho dos arquivos. Menos conhecido, o for- vo é usado também nas câmeras digitais ou telefones com recurso
mato pode ser reproduzido em iPods e similares, além de players de câmera. Ao tirar uma foto, o JPG geralmente é o formato que
de mídia para computador. eles usam para gravar o arquivo.

Didatismo e Conhecimento 189


INFORMÁTICA
PNG – Este formato surgiu em sua época pelo fato dos algo-
ritmos utilizados pelo GIF serem patenteados, encarecendo a uti-
lização dele. O PNG suporta canais alga e apresenta maior gama
de cores.
Além destes formatos, há outros menos conhecidos referentes
à gráficos e ilustrações vetoriais, que são baseadas em formas geo-
métricas aplicadas de forma repetida na tela, evitando o desenho
pixelado feito no padrão Bitmap. Algumas delas são o CRD, do
Corel, e o AI, do Adobe Ilustrator.

Compactadores
ZIP – A extensão do compactador Winzip se tornou tão famo-
sa que já foi criado até o verbo “zipar” para mencionar a compac-
tação de arquivos. O programa é um dos pioneiros em sua área,
sendo amplamente usado para a tarefa desde sua criação.
RAR – Este é o segundo formato mais utilizado de compac-
tação, tido por muitos como superior ao ZIP. O Winrar, programa
que faz uso dele, é um dos aplicativos mais completos para o for-
mato, além de oferecer suporte ao ZIP e a muitos outros.
7z – Criado pelos desenvolvedores do 7-Zip, esta extensão faz
menção aos arquivos compactados criados por ele, que são de alta
qualidade e taxa de diminuição de tamanho se comparado às pastas
e arquivos originais inseridos no compactado.

Onde ficam os documentos?


Qualquer coisa que exista no seu computador está armazenada
em algum lugar e de maneira hierárquica. Em cima de tudo, estão
os dispositivos que são, basicamente, qualquer peça física passível
de armazenar alguma coisa. Os principais dispositivos são o disco
rígido; CD; DVD; cartões de memória e pendrives.
Tais dispositivos têm uma quantidade de espaço disponível
limitada, que pode ser dividida em pedaços chamados partições.
Assim, cada uma destas divisões é exibida como umaunidade dife-
rente no sistema. Para que a ideia fique clara, o HD é um armário e
aspartições são as gavetas: não aumentam o tamanho do armário, 1. Dispositivos
mas permitem guardar coisas de forma independente e/ou organi-
zada.
Em cada unidade estão as pastas que, por sua vez, contém ar-
quivos ou outras pastas que, por sua vez, podem ter mais arqui-
vos... e assim, sucessivamente. A organização de tudo isso é assim:

São todos os meios físicos possíveis de gravar ou salvar da-


dos. Existem dezenas deles e os principais são:
HD ou Disco Rígido: é o cérebro da máquina. Nele está tudo:
o sistema operacional, seus documentos, programas e etc.
DVD:  Um DVD permite que você leia o conteúdo que está
gravado nele. Há programas gravadores de DVD  que permitem
criar DVDs de dados ou conteúdo multimídia.
CD: Como um DVD, mas sem a possibilidade de gravar ví-
deos e com um espaço disponível menor.

Didatismo e Conhecimento 190


INFORMÁTICA
Pendrive: São portáteis e conectados ao PC por meio de entra-
das USB. Têm como vantagem principal o tamanho reduzido e, em
alguns casos, a enorme capacidade de armazenamento.
Cartões de Memória: como o próprio nome diz, são pequenos
cartões em que você grava dados e são praticamente iguais aos
Pendrives. São muito usados em notebooks, câmeras digitais, celu-
lares, MP3 players e ebooks. Para acessar o seu conteúdo é preciso
ter um leitor instalado na máquina. Os principais são os cartões
SD, Memory Stick, CF ou XD.
HD Externo ou Portátil:  são discos rígidos portáteis, que se
conectam ao PC por meio de entrada USB (geralmente) e têm uma
grande capacidade de armazenamento. 3. Pastas
Disquete: se você ainda tem um deles, parabéns! O disquete As pastas - que, há “séculos” eram conhecidas por diretórios -
faz parte da “pré-história” no que diz respeito a armazenamento de não contém informação propriamente dita e sim arquivos ou mais
dados. Eram São pouco potentes e de curta durabilidade. pastas. A função de uma pasta é organizar tudo o que está dentro
de cada unidade.
2. Unidades e Partições
Para acessar tudo o que armazenado nos dispositivos acima, o
Windows usa unidades que, no computador, são identificadas por
letras. Assim, o HD corresponde ao C:; o leitor de CD ou DVD
é D: e assim por diante. Tais letras podem variar de um computa-
dor para outro.
Você acessa cada uma destas unidades em “Meu Computa-
dor”, como na figura abaixo: 4. Arquivos
Os arquivos são o computador. Sem mais, nem menos. Qual-
quer dado é salvo em seu arquivo correspondente. Existem arqui-
vos que são fotos, vídeos, imagens, programas, músicas e etc.
Também há arquivos que não nos dizem muito como, por
exemplo, as bibliotecas DLL ou outros arquivos, mas que são mui-
to importantes porque fazem com que o Windows funcione. Neste
caso, são como as peças do motor de um carro: elas estão lá para
que o carango funcione bem.

A conta não fecha? Aparecem mais unidades do que você real-


mente tem? Então, provavelmente, o seu HD está particionado: o
armário e as gavetas, lembra? Uma partição são unidades criadas 5. Atalhos
a partir de pedaços de espaço de um disco. Para que você tenha
uma ideia, o gráfico abaixo mostra a divisão de espaço entre três O conceito é fácil de entender: uma maneira rápida de abrir
partições diferentes: um arquivo, pasta ou programa. Mas, como assim? Um atalho não
tem conteúdo algum e sua única função é “chamar o arquivo” que
realmente queremos e que está armazenado em outro lugar.
Podemos distinguir um atalho porque, além de estar na área
de trabalho, seu ícone tem uma flecha que indicativa se tratar de
um “caminho mais curto”. Para que você tenha uma ideia, o menu
“Iniciar” nada mais é do que um aglomerado de atalhos.
Se você apagar um atalho, não se preocupe: o arquivo original
fica intacto.

Didatismo e Conhecimento 191


INFORMÁTICA
6. Bibliotecas do Windows 7 3- Um item selecionado do Windows XP pode ser excluído
O Windows 7 trouxe um novo elemento para a lista básica de permanentemente, sem colocá-Lo na Lixeira, pressionando-se si-
arquivos e pastas: as bibliotecas. Elas servem apenas para colocar multaneamente as teclas
no mesmo lugar arquivos de várias pastas. (A) Ctrl + Delete.
Por exemplo, se você tiver arquivos de músicas em “C:\Mi- (B) Shift + End.
nha Música” e “D:\MP3”, poderá exibir todos eles na biblioteca (C) Shift + Delete.
de música. (D) Ctrl + End.
(E) Ctrl + X.

Comentário: Quando desejamos excluir permanentemente um


arquivo ou pasta no Windows sem enviar antes para a lixeira, bas-
ta pressionarmos a tecla Shift em conjunto com a tecla Delete. O
Windows exibirá uma mensagem do tipo “Você tem certeza que
deseja excluir permanentemente este arquivo?” ao invés de “Você
tem certeza que deseja enviar este arquivo para a lixeira?”.
Resposta: C
4- Qual a técnica que permite reduzir o tamanho de arquivos,
Questões Comentadas sem que haja perda de informação?
(A) Compactação
1- Com relação ao sistema operacional Windows, assinale a (B) Deleção
opção correta. (C) Criptografia
(A) A desinstalação de um aplicativo no Windows deve ser (D) Minimização
feita a partir de opção equivalente do Painel de Controle, de modo (E) Encolhimento adaptativo
a garantir a correta remoção dos arquivos relacionados ao aplicati-
vo, sem prejuízo ao sistema operacional. Comentários: A compactação de arquivos é uma técnica am-
(B) O acionamento simultâneo das teclas CTRL, ALT e DE- plamente utilizada. Alguns arquivos compactados podem conter
LETE constitui ferramenta poderosa de acesso direto aos diretó- extensões ZIP, TAR, GZ, RAR e alguns exemplos de programas
rios de programas instalados na máquina em uso. compactadores são o WinZip, WinRar, SolusZip, etc.
(C) O Windows oferece acesso facilitado a usuários de um Resposta: A
computador, pois bastam o nome do usuário e a senha da máquina
para se ter acesso às contas dos demais usuários possivelmente 5- A figura a seguir foi extraída do MS-Excel:
cadastrados nessa máquina.
(D) O Windows oferece um conjunto de acessórios disponí-
veis por meio da instalação do pacote Office, entre eles, calculado-
ra, bloco de notas, WordPad e Paint.
(E) O comando Fazer Logoff, disponível a partir do botão Ini-
ciar do Windows, oferece a opção de se encerrar o Windows, dar
saída no usuário correntemente em uso na máquina e, em seguida,
desligar o computador.
Comentários: Para desinstalar um programa de forma segura Se o conteúdo da célula D1 for copiado (Ctrl+C) e colado
deve-se acessar Painel de Controle / Adicionar ou remover pro- (Ctrl+V) na célula D3, seu valor será:
gramas (A) 7
Resposta – Letra A (B) 56
(C) 448
2- Nos sistemas operacionais como o Windows, as informa- (D) 511
ções estão contidas em arquivos de vários formatos, que são arma- (E) uma mensagem de erro Comentários: temos que D1=SO-
zenados no disco fixo ou em outros tipos de mídias removíveis do MA(A1:C1). Quando copiamos uma célula que contém uma fór-
computador, organizados em: mula e colamos em outra célula, a fórmula mudará ajustando-se à
(A) telas. nova posição. Veja como saber como ficará a nova fórmula ao ser
(B) pastas. copiada de D1 para D3:
(C) janelas.
(D) imagens.
(E) programas.

Comentários: O Windows Explorer, mostra de forma bem cla-


ra a organização por meio de PASTAS, que nada mais são do que
compartimentos que ajudam a organizar os arquivos em endereços
específicos, como se fosse um sistema de armário e gavetas.
Resposta: Letra B

Didatismo e Conhecimento 192


INFORMÁTICA
7- Sobre os conceitos de utilização da Internet e correio ele-
trônico, analise:
I. A URL digitada na barra de Endereço é usada pelos navega-
dores da Web (Internet Explorer, Mozilla e Google Chrome) para
localizar recursos e páginas da Internet (Exemplo: http://www.
google.com.br).
II. Download significa descarregar ou baixar; é a transferência
de dados de um servidor ou computador remoto para um compu-
tador local.
III. Upload é a transferência de dados de um computador local
  para um servidor ou computador remoto.
IV. Anexar um arquivo em mensagem de e-mail significa mo-
vê-lo definitivamente da máquina local, para envio a um destinatá-
Agora é só substituir os valores: A fórmula diz para somar
rio, com endereço eletrônico.
todas as células de A3 até C3(dois pontos significam ‘até’), sendo
Estão corretas apenas as afirmativas:
assim teremos que somar A3,  , B3, C3 obtendo-se o resultado 448.
A) I, II, III, IV
Resposta: C.
B) I, II
C) I, II, III
6- “O correio eletrônico é um método que permite compor, D) I, II, IV
enviar e receber mensagens através de sistemas eletrônicos de co- E) I, III, IV
municação”. São softwares gerenciadores de email, EXCETO:
A) Mozilla Thunderbird. Comentários: O URL é o endereço (único) de um recurso na
B) Yahoo Messenger. Internet. A questão parece diferenciar um recurso de página, mas
C) Outlook Express. na verdade uma página é um recurso (o mais conhecido, creio) da
D) IncrediMail. Web. Item verdadeiro.
E) Microsoft Office Outlook 2003. É comum confundir os itens II e III, por isso memorize: down
Comentários: Podemos citar vários gerenciadores de e-mail = baixar
(eletronic mail ou correio eletrônico), mas devemos memorizar o = baixar para sua máquina, descarregar. II e III são verda-
que os sistemas que trabalham o correio eletrônico podem fun- deiros.
cionar por meio de um software instalado em nosso computador
local ou por meio de um programa que funciona dentro de um
navegador, via acesso por Internet. Este programa da Internet, que
não precisa ser instalado, e é chamado de WEBMAIL, enquanto o
software local é o gerenciador de e-mail citado pela questão.
Principais Vantagens do Gerenciador de e-mail:
• Pode ler e escrever mensagens mesmo quando está des-
conectado da Internet;
• Permite armazenar as mensagens localmente (no com-
putador local);
• Permite utilizar várias caixas de e-mail ao mesmo tempo;
Maiores Desvantagens:
No item IV encontramos o item falso da questão, o que nos
• Ocupam espaço em disco;
leva ao gabarito – letra C. Anexar um arquivo em mensagem de
• Compatibilidade com os servidores de e-mail (nem sem-
e-mail significa copiar e não mover!
pre são compatíveis).
Resposta: C.
A seguir, uma lista de gerenciadores de e-mail (em negrito os
mais conhecidos e utilizados atualmente): 8- A respeito dos modos de utilização de aplicativos do am-
Microsoft Office Outlook biente MS Office, assinale a opção correta.
Microsoft Outlook Express; (A) Ao se clicar no nome de um documento gravado com a
Mozilla Thunderbird; extensão .xls a partir do Meu Computador, o Windows ativa o MS
IcrediMail Access para a abertura do documento em tela.
Eudora (B) As opções Copiar e Colar, que podem ser obtidas ao se
Pegasus Mail acionar simultaneamente as teclas CTRL + C e CTRL + V,respecti-
Apple Mail (Apple) vamente, estão disponíveis no menu Editar de todos os aplicativos
Kmail (Linux) da suíte MS Office.
Windows Mail (C) A opção Salvar Como, disponível no menu das aplicações
A questão cita o Yahoo Mail, mas este é um WEBMAIL, ou do MS Office, permite que o usuário salve o documento corren-
seja, não é instalado no computador local. Logo, é o gabarito da temente aberto com outro nome. Nesse caso, a versão antiga do
questão. documento é apagada e só a nova versão permanece armazenada
Resposta: B. no computador.

Didatismo e Conhecimento 193


INFORMÁTICA
(D) O menu Exibir permite a visualização do documento aber- 10- Com relação à Internet, assinale a opção correta.
to correntemente, por exemplo, no formato do MS Word para ser (A) A URL é o endereço físico de uma máquina na Internet,
aberto no MS PowerPoint. pois, por esse endereço, determina-se a cidade onde está localizada
(E) Uma das vantagens de se utilizar o MS Word é a elabora- tal máquina.
ção de apresentações de slides que utilizem conteúdo e imagens de (B) O SMTP é um serviço que permite a vários usuários se co-
maneira estruturada e organizada. nectarem a uma mesma máquina simultaneamente, como no caso
de salas de bate-papo.
Comentários: O menu editar geralmente contém os comandos (C) O servidor Pop é o responsável pelo envio e recebimento
universais dos programas da Microsoft como é o caso dos atalhos de arquivos na Internet.
CTRL + C, CTRL + V, CTRL + X, além do localizar. (D) Quando se digita o endereço de uma página web, o termo
Em relação às outras letras: http significa o protocolo de acesso a páginas em formato HTML,
Letra A – Incorreto – A extensão .xls abre o aplicativo Excel por exemplo.
e não o Access (E) O protocolo FTP é utilizado quando um usuário de correio
Letra C – Incorreto – A opção salvar como, cria uma cópia do eletrônico envia uma mensagem com anexo para outro destinatário
arquivo corrente e não apaga a sua versão antiga. de correio eletrônico.
Letra D – Incorreto – O menu exibir mostra formas de exibi- Comentários: Os itens apresentados nessa questão estão rela-
ção do documento dentro do contexto de cada programa e não de cionados a protocolos de acesso. Segue abaixo os protocolos mais
um programa para o outro como é o caso da afirmativa. comuns:
Letra E – Incorreto – O Ms Word não faz apresentação de - HTTP (Hypertext Transfer Protocol) – Protocole de carrega-
slides e sim o Ms Power Point. mento de páginas de Hipertexto –  HTML - IP (Internet Protocol)
Resposta: B – Identificação lógica de uma máquina na rede- POP (Post Office
9- Com relação a conceitos de Internet e  intranet, assinale a Protocol) – Protocolo de recebimento de emails direto no PC via
opção correta. gerenciador de emails - SMTP (Simple Mail Transfer Protocol)
(A) Domínio é o nome dado a um servidor que controla a en- – Protocolo padrão de envio de emails - IMAP(Internet Message
Access Protocol) – Semelhante ao POP, no entanto, possui mais re-
trada e a saída de conteúdo em uma rede, como ocorre na Internet.
cursos e dá ao usuário a possibilidade de armazenamento e acesso
(B) A intranet só pode ser acessada por usuários da Internet
a suas mensagens de email direto no servidor. - FTP(File Transfer
que possuam uma conexão http, ao digitarem na barra de endere-
Protocol) – Protocolo para transferência de arquivos
ços do navegador: http://intranet.com.
Resposta: D
(C) Um modem ADSL não pode ser utilizado em uma rede
local, pois sua função é conectar um computador à rede de tele-
11- Quanto ao Windows Explorer, assinale a opção correta.
fonia fixa.
(A) O Windows Explorer é utilizado para gerenciar pastas e
(D) O modelo cliente/servidor, em que uma máquina denomi-
arquivos e por seu intermédio não é possível acessar o Painel de
nada cliente requisita serviços a outra, denominada servidor, ainda Controle, o qual só pode ser acessado pelo botão Iniciar do Win-
é o atual paradigma de acesso à Internet. dows.
(E) Um servidor de páginas web é a máquina que armazena (B) Para se obter a listagem completa dos arquivos salvos em
os nomes dos usuários que possuem permissão de acesso a uma um diretório, exibindo-se tamanho, tipo e data de modificação, de-
quantidade restrita de páginas da Internet. ve-se selecionar Detalhes nas opções de Modos de Exibição.
Comentários: O modelo cliente/servidor é questionado em ter- (C) No Windows Explorer, o item Meus Locais de Rede ofere-
mos de internet pois não é tão robusto quanto redes P2P pois, en- ce um histórico de páginas visitadas na Internet para acesso direto
quanto no primeiro modelo uma queda do servidor central impede a elas.
o acesso aos usuários clientes, no segundo mesmo que um servidor (D) Quando um arquivo estiver aberto no Windows e a opção
“caia” outros servidores ainda darão acesso ao mesmo conteúdo Renomear for acionada no Windows Explorer com o botão direito
permitindo que o download continue. Ex: programas torrent, Emu- do mouse,será salva uma nova versão do arquivo e a anterior con-
le, Limeware, etc. tinuará aberta com o nome antigo.
Em relação às outras letras: (E) Para se encontrar arquivos armazenados na estrutura de
letra A – Incorreto – Domínio é um nome que serve para loca- diretórios do Windows, deve-se utilizar o sítio de busca Google,
lizar e identificar conjuntos de computadores na Internet e corres- pois é ele que dá acesso a todos os diretórios de máquinas ligadas
ponde ao endereço que digitamos no navegador. à Internet.
letra B – Incorreto – A intranet é acessada da mesma forma
que a internet, contudo, o ambiente de acesso a rede é restrito a Comentários: Na opção Modos de Exibição, os arquivos são
uma rede local e não a internet como um todo. mostrados de várias formas como Listas, Miniaturas e Detalhes.
letra C – Incorreto – O modem ADSL conecta o computador Resposta: B
a internet, como o acesso a intranet se faz da mesma forma só que
de maneira local, o acesso via ADSL pode sim acessar redes locais. Atenção: Para responder às questões de números 12 e 13,
letra E – Incorreto – Um servidor é um sistema de computação considere integralmente o texto abaixo:
que fornece serviços a uma rede de computadores. E não necessa- Todos os textos produzidos no editor de textos padrão deverão
riamente armazena nomes de usuários e/ou restringe acessos. ser publicados em rede interna de uso exclusivo do órgão, com
Resposta: D tecnologia semelhante à usada na rede mundial de computadores.

Didatismo e Conhecimento 194


INFORMÁTICA
Antes da impressão e/ou da publicação os textos deverão ser programa que fornece comunicação entre o usuário e o sistema
verificados para que não contenham erros. Alguns artigos digita- operacional de forma direta e independente. Nos sistemas ope-
dos deverão conter a imagem dos resultados obtidos em planilhas racionais Windows XP, esse programa pode ser acessado por
eletrônicas, ou seja, linhas, colunas, valores e totais. meio de um comando da pasta Acessórios denominado
Todo trabalho produzido deverá ser salvo e cuidados devem ser (A) Prompt de Comando
tomados para a recuperação em caso de perda e também para evitar (B) Comandos de Sistema
o acesso por pessoas não autorizadas às informações guardadas. (C) Agendador de Tarefas
Os funcionários serão estimulados a realizar pesquisas na in- (D) Acesso Independente
ternet visando o atendimento do nível de qualidade da informação (E) Acesso Direto
prestada à sociedade, pelo órgão.
O ambiente operacional de computação disponível para rea-
lizar estas operações envolve o uso do MS-Windows, do MS-Offi- Resposta: “A”
ce, das ferramentas Internet Explorer e de correio eletrônico, em Comentários
português e em suas versões padrões mais utilizadas atualmente. Prompt de Comando é um recurso do Windows que oferece
Observação: Entenda-se por mídia removível disquetes, CD’s um ponto de entrada para a digitação de comandos do MSDOS
e DVD’s graváveis, Pen Drives (mídia removível acoplada em por- (Microsoft Disk Operating System) e outros comandos do com-
tas do tipo USB) e outras funcionalmente semelhantes. putador. O mais importante é o fato de que, ao digitar comandos,
você pode executar tarefas no computador sem usar a interface
12- As células que contêm cálculos feitos na planilha eletrô- gráfica do Windows. O Prompt de Comando é normalmente usado
nica, apenas por usuários avançados.
(A) quando “coladas” no editor de textos, apresentarão resul-
tados diferentes do original. 15. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Novo
(B) não podem ser “coladas” no editor de textos. - CESGRANRIO/2012) Seja o texto a seguir digitado no apli-
(C) somente podem ser copiadas para o editor de textos dentro cativo Word. Aplicativos para edição de textos. Aplicando-se
de um limite máximo de dez linhas e cinco colunas. a esse texto o efeito de fonte Tachado, o resultado obtido será
(D) só podem ser copiadas para o editor de texto uma a uma.
(E) quando integralmente selecionadas, copiadas e “coladas”
no editor de textos, serão exibidas na forma de tabela.
 
Comentários: Sempre que se copia células de uma planilha
eletrônica e cola-se no Word, estas se apresentam como uma tabe-
la simples, onde as fórmulas são esquecidas e só os números são
colados.
Resposta: E
Resposta: “C”
13- O envio do arquivo que contém o texto, por meio do cor- Comentários:
reio eletrônico, deve considerar as operações de Temos 3 itens com a formatação taxado aplicada: c, d, e. En-
(A) anexação de arquivos e de inserção dos endereços eletrô- tretanto, temos que observar que na questão os itens d, e, além de
nicos dos destinatários no campo “Cco”. receberem taxado, também ficaram em caixa alta. O único que re-
(B) de desanexação de arquivos e de inserção dos endereços cebe apenas o taxada, sem alterar outras formatações foi o item c.
eletrônicos dos destinatários no campo “Para”.
(C) de anexação de arquivos e de inserção dos endereços ele- 16. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Novo -
trônicos dos destinatários no campo “Cc”. CESGRANRIO/2012) O envio e o recebimento de um arquivo
(D) de desanexação de arquivos e de inserção dos endereços de textos ou de imagens na internet, entre um servidor e um
eletrônicos dos destinatários no campo “Cco”. cliente, constituem, em relação ao cliente, respectivamente, um
(E) de anexação de arquivos e de inserção dos endereços ele- (A) download e um upload
trônicos dos destinatários no campo “Para”. (B) downgrade e um upgrade
  (C) downfile e um upfile
Comentários: Claro que, para se enviar arquivos pelo correio (D) upgrade e um downgrade
eletrônico deve-se recorrer ao uso de anexação, ou seja, anexar o (E) upload e um download
arquivo à mensagem. Quando colocamos os endereços dos desti- Resposta: “E”.
natários no campo Cco, ou seja, no campo “com cópia oculta”, um Comentários:
destinatário não ficará sabendo quem mais recebeu aquela mensa-  Up – Cima / Down – baixo  / Load – Carregar;
gem, o que atende a segurança solicitada no enunciado. Upload – Carregar para cima (enviar).
Resposta: A Download – Carregar para baixo (receber ou “baixar”)

14. (Caixa Econômica Federal - Técnico Bancário Novo - 17- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011) Assinale
CESGRANRIO/2012) Usado para o manuseio de arquivos em a alternativa que contém os nomes dos menus do programa
lotes, também denominados scripts, o shell de comando é um Microsoft Word XP, em sua configuração padrão, que, respec-

Didatismo e Conhecimento 195


INFORMÁTICA
tivamente, permitem aos usuários: (I) numerar as páginas do 19- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 – II)
documento, (II) contar as palavras de um parágrafo e (III) adi-
cionar um cabeçalho ao texto em edição.
a) Janela, Ferramentas e Inserir.
b) Inserir, Ferramentas e Exibir.
c) Formatar, Editar e Janela.
d) Arquivo, Exibir e Formatar.
e) Arquivo, Ferramentas e Tabela.
Resposta: “B”
Comentário:
• Ação numerar - “INSERIR”
• Ação contar paginas - “FERRAMENTAS”
• Ação adicionar cabeçalho - “EXIBIR”

18- (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2011) a) 1


b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

Resposta: “D”
Comentário:
Passo 1
A célula A1 contém a fórmula =B$1+C1

a) 3, 0 e 7.
b) 5, 0 e 7.
c) 5, 1 e 2.
d) 7, 5 e 2.
e) 8, 3 e 4.

Resposta: “C” Passo 2


Comentário: que foi propagada pela alça de preenchimento para A2 e A3
Expressão =MÉDIA(A1:A3)
São somadas as celular A1, A2 e A3, sendo uma média é divi-
dido por 3 (pois tem 3 células): (8+3+4)/3 = 5
Expressão =MENOR(B1:B3;2)
Da célula B1 até a B3, deve mostrar o 2º menor número, que
seria o número 1. Para facilitar coloque esses números em ordem
crescente.
Expressão =MAIOR(C1:C3;3)
Da célula C1 até a C3, deve mostrar o 3º maior número, que
seria o número 2. Para facilitar coloque esses números em ordem
decrescente.

Click na imagem para melhor visualizar


Passo 3
Assim, a célula com interrogação (A3) apresenta, após a pro-
pagação, o resultado

Didatismo e Conhecimento 196


INFORMÁTICA
22. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Analise a
régua horizontal do Microsoft Word, na sua configuração pa-
drão, exibida na figura.

Assinale a alternativa que contém apenas os indicadores


de tabulação.
(A) II, III, IV e V.
(B) III e VI.
20- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No PowerPoint (C) I, IV e V.
2007, a inserção de um novo comentário pode ser feita na guia (D) III, IV e V.
a) Geral. (E) I, II e VI.
b) Inserir.
c) Animações.
d) Apresentação de slides. Resposta: D
e) Revisão.
Resposta: “E”

Comentário:

Comentário:

Você pode usar a régua para definir tabulações manuais no


lado esquerdo, no meio e no lado direito do documento.
Obs.: Se a régua horizontal localizada no topo do documento
21- (SPPREV – Técnico – Vunesp/2011 - II) No âmbito não estiver sendo exibida, clique no botão Exibir Régua no topo
das URLs, considere o exemplo: protocolo://xxx.yyy.zzz.br. O da barra de rolagem vertical.
domínio de topo (ou TLD, conforme sigla em inglês) utilizado É possível definir tabulações rapidamente clicando no seletor
para classificar o tipo de instituição, no exemplo dado acima, de tabulação na extremidade esquerda da régua até que ela exiba
éo o tipo de tabulação que você deseja. Em seguida, clique na régua
a) protocolo. no local desejado.
b) xxx. Uma tabulação Direita define a extremidade do texto à direi-
c) zzz. ta. Conforme você digita, o texto é movido para a esquerda.
d) yyy. Uma tabulação Decimal alinha números ao redor de um pon-
e) br. to decimal. Independentemente do numero de dígitos, o ponto de-
Resposta: “C” cimal ficará na mesma posição.
Comentários: Uma tabulação Barra não posiciona o texto. Ela insere uma
a) protocolo. protocolo HTTP barra vertical na posição de tabulação.
b) xxx. o nome do domínio
c) zzz. o tipo de domínio 23. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) Uma
d) yyy. subdomínios planilha do Microsoft Excel, na sua configuração padrão, pos-
e) br. indicação do país ao qual pertence o domínio sui os seguintes valores nas células: B1=4, B2=1 e B3=3. A fór-
mula =ARRED(MÍNIMO(SOMA (B1:B3)/3;2,7);2) inserida
na célula B5 apresentará o seguinte resultado:
(A) 2
(B) 1,66
(C) 2,667
(D) 2,7
(E) 2,67
Resposta: E

Didatismo e Conhecimento 197


INFORMÁTICA
Comentário:

24. (TJ/SP – Escrevente Téc. Jud. – Vunesp/2012) O arqui-


vo zaSetup_en se encontra
(A) no disquete.
(B) no DVD.
(C) em Meus documentos.
(D) no Desktop.
(E) na raiz do disco rígido.
Resposta: E

Comentário:
No Windows Explorer, você pode ver a hierarquia das pastas
em seu computador e todos os arquivos e pastas localizados em
cada pasta selecionada. Ele é especialmente útil para copiar e
mover arquivos.
Ele é composto de uma janela dividida em dois painéis: O pai-
nel da esquerda é uma árvore de pastas hierarquizada que mostra
todas as unidades de disco, a Lixeira, a área de trabalho ou Desk-
top (também tratada como uma pasta); O painel da direita exibe
o conteúdo do item selecionado à esquerda e funciona de maneira
idêntica às janelas do Meu Computador (no Meu Computador,
como padrão ele traz a janela sem divisão, as é possível dividi-la
também clicando no ícone Pastas na Barra de Ferramentas)

Nesta questão, foram colocadas várias funções, destrincha-


das no exemplo acima (arredondamento, mínimo e somatório) em
uma única questão. A função ARRED é para arredondamento e
pertence a mesma família de INT(parte inteira) e TRUNCAR (par-
te do valor sem arredondamento). A resposta está no item 2 que in-
dica a quantidade de casas decimais. Sendo duas casas decimais,
não poderia ser letra A, C ou D. A função SOMA efetua a soma
das três células (B1:B3->B1 até B3). A função MÍNIMO descobre
o menor entre os dois valores informados (2,66666 - dízima pe-
riódica - e 2,7). A função ARRED arredonda o número com duas
casas decimais.

Considere a figura que mostra o Windows Explorer do Mi-


crosoft Windows XP, em sua configuração original, e responda
às questões de números 24 e 25.

Didatismo e Conhecimento 198


CONHECIMENTOS GERAIS
CONHECIMENTOS GERAIS
e do México e para região do Prata. Até 1519, o interesse Portu-
DADOS HISTÓRICOS, GEOPOLÍTICOS E guês estava voltado para suas rotas comerciais nas Índias. Nesta
fase do capitalismo colonial mercantilista europeu, como bem sin-
SOCIOECONÔMICOS DO ESTADO DO RS. tetizou Pesavento, a exploração colonial assentava-se basicamente
em riquezas já prontas que as áreas coloniais oferecessem (as ri-
quezas minerais, por exemplo) ou em formas de produção agrícola
que pudessem ser instaladas (como foi o caso do açúcar, do cacau).
Os primeiros habitantes do território onde se situa hoje o Somente após anos, com a investida dos ingleses nas Índias,
Rio Grande do Sul é que os lusos começam a se interessar pelo Brasil com intuito de
colonização e na busca de um produto que pudesse aferir lucros a
Antes da chegada dos espanhóis e portugueses ao território coroa portuguesa. A primeira atitude da coroa foi estabelecer uma
onde se situa atualmente o Rio Grande do Sul viviam aqui várias divisão administrativa por capitanias hereditárias. Nesta primeira
tribos indígenas. Estas tribos podem ser agrupadas em três troncos fase do ciclo colonial, o pau-brasil constituía o principal produ-
culturais básicos: os Jês, Pampeanos e Guaranis. to do Brasil. Apesar de muitos autores consideraram o pau-brasil
como o primeiro ciclo econômico brasileiro, o produto não acumu-
A cultura Jê habitava o planalto meridional (norte do estado). lava riquezas para Portugal, se compararmos com a fase em que
Faziam parte desta cultura os grupos indígenas Guaianás, Coroa- a metrópole se fixou no comércio no Oriente ou com os grandes
dos, Pinarés, Ibijaras, Caáguas, Gualachos, Botocudos e Xocléns. valores obtidos durante os ciclos do açúcar e da mineração no Bra-
Conforme Flores, eles praticavam a agricultura rudimentar, o ho- sil colônia.
mem preparava o terreno e a mulher plantava e colhia. Suas prin- O ciclo do açúcar teve seu início com os primeiros engenhos
cipais culturas eram o milho, a abóbora, o milho e a batata doce. na capitania de São Vicente (atual estado de São Paulo). Dois anos
De acordo com o mesmo autor, a ação dos bugreiros (homens que mais também foram introduzidos engenhos de açúcar nas capita-
eram pagos por índios mortos) e as epidemias de origem africana e nias de Pernambuco e Bahia. Em poucos anos, o Brasil já era o
europeia destruíram os jês. maior produtor em escala mundial e Portugal teve assim sua pri-
meira riqueza colonial de grande expressão no Brasil. A coroa por-
A cultura pampeana habitava a região da campanha (sul do tuguesa recebia o produto e exportava para toda a Europa. Com
estado) todo o Uruguai e parte da Argentina. Era formada pelos os engenhos, ocorre a necessidade da compra de escravos. Nesta
grupos indígenas charruas, minuanos, yarós, guenoas e chanás. Es- fase inicia, com contornos mais nítidos, o ciclo escravagista no
tes grupos não se dedicavam à agricultura. Eles viviam em torno Brasil. Desta primeira riqueza, o açúcar, se estabelece a sociedade
de banhados e se alimentavam de aves, peixes e crustáceos, além brasileira colonial baseada na casa grande (a casa do senhor de
da caça e de frutas e mel. engenho) e na senzala (local dos escravos).
Com a introdução do açúcar nas colônias francesas, inglesas
A cultura guarani: os guaranis mbyas, chegaram ao território e holandesas, principalmente, o Brasil deixa de liderar a produ-
gaúcho acerca de 2 mil anos, oriundos do atual Paraguai. Os guara- ção mundial. O preço do açúcar passou a sofrer oscilações com
nis praticavam a agricultura que embora fosse praticada em grupo, o aumento da oferta do produto no mercado internacional. Mui-
cada família tinha sua plantação. Eles cultivavam milho, mandio- tos engenhos prósperos começam a conhecer um período de crise
ca, feijão, abóbora, batata doce, amendoim, fumo e algodão. Se- econômica. Em 1580, ocorre a União das monarquias de Portugal
gundo Flores , esses três grupos indígenas ( os Jês, os Pampeanos e Espanha (União Ibérica). Deste ano até 1640, por questões de
e os Guaranis) que povoaram o Rio Grande do Sul antes da che- sucessões monárquicas, a Espanha passa a exercer domínio sobre
gada dos colonizadores eram ágrafas e transmitiam suas tradições Portugal e suas colônias. No Brasil, esta fase conturbada foi mar-
e cultura através de lendas, mitos e rituais religiosos. Apenas uma cada pelas invasões de holandeses e franceses. Na região do Prata,
parcela de Mbyás (tronco guarani) foi alfabetizada pelos missio- os ingleses passam a fazer investidas no comércio local.
nários jesuítas. Como indica Pesavento, durante o período da união ibérica
(1580- 1640) os holandeses não somente ocuparam o nordeste bra-
A fase colonial brasileira e o gradual interesse econômico sileiro como também apoderaram-se das zonas da África fornece-
pela região sul doras de mão de obra negra, ocasionando a falta de escravos para
o restante do Brasil não holandês. Com o fim da união dos reinos
Por fase colonial compreende-se o período que se estende por de Portugal e Espanha, o acordo de Tordesilhas passa a ser ques-
todos os anos em que o Brasil foi colônia de Portugal. Este período tionado. As duas nações europeias passam a travar afrontamentos
vai da descoberta do Brasil (1500) até sua independência (1822). em toda a região que compreende atualmente o Rio Grande do Sul.
Ao longo dos anos, portugueses e espanhóis buscam estabelecer o
O tratado de Tordesilhas: a divisão da América entre Por- controle da região, sendo através de estratégias de povoamento ou
tugal e Espanha militarmente, através da construção de fortes.
A região também passa a ser disputada por diferentes segmen-
Pelo tratado de Tordesilhas, em 1494, as terras que atualmente tos com interesses econômicos distintos: pelos jesuítas espanhóis
compreendem o estado do Rio Grande do Sul pertenciam à coroa da Companhia de Jesus, com um projeto de catequização e de pro-
espanhola. Durante o século XVI poucas investidas foram realiza- dução para os indígenas, e pelos tropeiros paulistas (luso-brasilei-
das por estas terras pelas duas nações que dividiam a América. O ros) que chegavam à região. Estes foram atraídos, inicialmente,
interesse dos espanhóis voltava-se, sobretudo para o ouro do Peru pela busca de índios para escravidão e, em um segundo momen-

Didatismo e Conhecimento 1
CONHECIMENTOS GERAIS
to, pela captura do gado xucro espalhado na região de Vacaria do se organizavam as missões e a atuação educacional e religiosa dos
Mar (atual campanha gaúcha e uruguaia). Como indica Pesavento, jesuítas nos sete povos. Os jesuítas não se limitaram apenas a edu-
também os “acioneros” de Santa Fé, Corrientes e Buenos Aires, cação religiosa dos índios guaranis, mas também buscavam prote-
autorizados pela Espanha, estiveram por anos na região preando ger os índios contra a ação dos bugreiros e da escravidão. Além de
animais na região na região de vacaria del mar. Além do interesse receber educação europeia, os índios missioneiros também se ocu-
econômico, os Platinos buscavam a região para responder a expan- pavam da criação de gado e da agricultura moderna. O principal
são portuguesa no território gaúcho e na área platina. produto cultivado nas missões era a erva mate e o fumo. De modo
geral, como salienta Flores, os jesuítas aceitavam grande parte da
A gradual ocupação do território gaúcho cultura indígena como, por exemplo, o modo de organização da
produção coletiva e individual e a língua guarani, mas descarta-
Nos primeiros anos, a busca de índios e do gado foram os vam alguns como a “poligamia”.
fatores que atraiam os luso-brasileiros para o território sulista. Ao Como indica Pesavento os índios missioneiros também busca-
longo dos séculos o território que compreende o atual Rio Gran- vam gado na tumultuada região de vacaria do mar para os jesuítas
de do Sul passa a se configurar como uma região voltada para o espanhóis. O interesse gradual dos portugueses em ocupar a parte
abastecimento da região central do país. Num primeiro momento, sul do Brasil também estava relacionado a ocupação das missões
durante toda a fase da união ibérica, não houve uma ocupação sis- jesuíticas. Com os anos, tanto os espanhóis como portugueses per-
temática na região, que apenas era uma zona passageira em direção ceberam as riquezas que os jesuítas produziram através da mão
a região Platina. indígena. Com o tratado de Madri (1750), o interesse português
A ocupação do território gaúcho pelos portugueses só se reali- pela região das missões é satisfeito. Portugal e Espanha propõem
za de forma mais sistemática a partir da distribuição de sesmarias a troca da colônia do Sacramento, sob domínio português, pela
ao longo da costa atlântica para homens de bem (católicos e de região das missões, sob dominação espanhola.
posses) na maioria luso-brasileiros de Laguna (cidade fundada em O tratado de Madri, 1750, realizado por Portugal e Espanha,
1676). Formalmente, o início da ocupação das terras que com- determinou que os índios abandonassem os sete povos para não
preende atualmente o Rio Grande do Sul se realiza com a funda- gerar revoltas destes contra Portugal. Na figura abaixo temos como
ção, em 1737, do forte Jesus, Maria e José, que deu origem ao po- ficou a divisão do território Rio-grandense com o tratado de Madri
voado do Rio Grande. Para compreendermos a gradual ocupação e a localização dos sete povos (São Francisco de Borja, São Nico-
do território onde se situa o Rio Grande do Sul três fatores são de lau, São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São João Batista,
fundamental importância: São Luiz Gonzaga e Santo Ângelo Custódio).
- A fundação da Colônia do Santíssimo Sacramento pelos por- Três consequências sobre o território rio-grandense surgiram
tugueses em 1680. do tratado:
- A fundação dos sete povos das missões pelos jesuítas espa- - A criação da Capitania Rey de do Rio Grande do Sul São
nhóis. Pedro.
- A descoberta de gado pelos portugueses e espanhóis na re- - O estabelecimento do Rio Uruguai como fornteira do Brasil
gião de Vacaria do Mar (região sul do RS) e do Reino do Prata.
- As Guerras guaraníticas
A Colônia do Sacramento
As guerras Guaraníticas – as batalhas na região missioneira
A fundação da primeira fortificação em território gaúcho que duraram de 1754 a 1756. Apesar da concordância dos jesuítas em
deu origem à cidade do Rio Grande, em 1737, está diretamente abandonar a região, os indígenas missioneiros, liderados por Sepé
associada ao interesse português em manter base na região do Tiaraju permanecer na região. Os índios missioneiros travaram vá-
Prata. A origem do interesse dos portugueses na região do Prata rias contra investidas militares do Prata. Em 1756, parte do Prata
pode ser datada durante o período da união ibérica quando alguns uma missão com mais de 2 mil homens. O lider Sepé Tiarajú morre
segmentos de comerciantes portugueses passaram a se estabelecer após uma emboscada que preparou para os platinos. O mito de
em Buenos Aires. Com o fim da união Ibérica os portugueses são Sepé está presente na obra anticlerical O Uraguai, de Basílio da
expulsos da região. Como não era de intenção deles abandonar o Gama.Como analisa Flores, a guerra guaranítica destruiu moral-
próspero comércio platino e o contrabando, os comerciantes por- mente as reduções, abalando a confiança dos índios nos jesuítas e
tugueses pressionam a coroa portuguesa para estabelecer um forte nas autoridades, destruiu estâncias e ervais.
na região. Como indica Pesavento, concretizando estas ambições,
em 1680 foi fundada, na outra margem do rio da Prata a Colônia Vacaria do Mar
do Sacramento. A proteção da Colônia do Sacramento foi um dos
principais fatores que contribuíram para o interesse português em A região que se denominava Vacaria do Mar compreende a
povoar o atual estado do Rio Grande do Sul. atual parte sul do Estado e norte do Uruguai, região da Campanha.
Tratava-se de uma região de pastagens onde se criou a campo livre
As missões Jesuíticas uma quantidade de vacum de origem questionada pela historio-
grafia. A região era conhecida tanto pelos espanhóis como pelos
As missões jesuíticas estabelecidas, a partir de 1682, no ter- portugueses. Em apenas 6 anos, de 1628 a 1634 foi exterminado
ritório gaúcho pelos jesuítas espanhóis fazem parte de uma estra- todo o rebanho da região. Como indica pesavento, ‘preia ao gado
tégia dos espanhóis em conter o avanço português na região e no xucro’; uma intensa atividade de caráter predatório, atraiu para a
Prata. O historiador Moacyr Flores descreve detalhadamente como região, os paulistas, os “acioneiros” das províncias do Prata e os

Didatismo e Conhecimento 2
CONHECIMENTOS GERAIS
índios missioneiros e indivíduos sem fé nem lei que vaqueavam O tratado de Madri (vide mapa acima) oficializou parte do
por conta própria, vendendo o couro a quem lhes pagasse. Extraía- território gaúcho como pertencente à coroa portuguesa, mas não
-se apenas o couro, que era então exportado para a Europa por garantiu o fim dos conflitos, visto que parte do território também
Buenos Aires ou pela Colônia do Sacramento. A carne, na época, pertencia à Espanha. Nos anos 50 e 60 daquele século várias bata-
não tendo um valor econômico, era consumida no local, em quan- lhas se travaram entre lusos brasileiros e espanhóis do Vice-Reino
tidades necessárias à subsistência, e o restante, deixado a apodre- do Prata em território gaúcho. Era comum a invasão de ambos os
cer no campo. lados. De outra parte também os portugueses, como veremos, não
A região mais tarde passa a ter importância na ocupação do abriram mão de suas pretensões na região platina, assim como os
estado. Anos depois do eldorado de Vacaria do Mar os luso-brasi- espanhóis das Missões. Nos primeiros anos as capitanias de Rio
leiros passam a estabelecer a criação de gados naquela região e a Grande de São Pedro e de Santa Catarina estavam subordinadas à
ocupação desta através da doação sesmarias. capitania do Rio de Janeiro, sede da colônia. Em 1760, foi criada
oficialmente a capitania de Rio Grande de São Pedro, subordinada
A formação da capitania de são Pedro: uma região estancei- unicamente à capitania do Rio de Janeiro.
ra e militarizada
Estratégias portuguesas de ocupação da capitania de Rio
Os tropeiros luso-brasileiros, durante desde o século XVII Grande de São Pedro
desrespeitavam o tratado de Tordesilhas. Por questões de ordem
econômica, como a busca de gado, de ouro e de índios (para subs- O estabelecimento de sesmarias
tituir a escravidão negra sob controle holandês) eles atravessavam
o território espanhol e mapeavam terras abrindo caminhos para A partir dos anos 30 do século XVII a coroa portuguesa inicia
circulação de produtos. Os portugueses se aventuraram em andar o processo de distribuição de sesmarias definindo a pose do gado
pelo litoral brasileiro, chegando até o atual Uruguai em busca de com o estabelecimento de estâncias. As terras foram distribuídas
alguma riqueza econômica, principalmente o gado, que poderia a homens de posse econômica e de fé católica (homens de bom)
estar abandonado. Nada encontrando, mais ao sul, eles se fixam oriundos de outras capitanias e militares. Em 1732, Manoel Gon-
çalves Ribeiro recebeu a primeira sesmaria nas margens do Rio
no comércio do Plata, durante o período da união ibérica. A partir
Tramandy (atual Tramandai), região que passou a se denominar
do século XVIII a região passa a ser objeto de disputa aberta entre
campos de Viamão. O mesmo sesmeiro recebeu, anos mais tar-
portugueses e espanhóis.
de, outras terras na região onde se formou Santo Antônio, uma
Como podemos ver, no início o território gaúcho era atrativo
das primeiras cidades da capitania. Em 1740, Jerônimo de Ornelas
de tropeiros paulistas e lagunenses que vinham atrás do gado para
recebeu sesmarias na região de Porto Alegre. A primeira cidade
comercializá-lo na região de Sorocaba, de onde era distribuído tan-
do estado Rio Grande (1737) ao mesmo tempo em que abrigava
to para os engenhos como para as necessidades da mineração na
ao fortaleza militar também se direcionava ao comércio de gado.
região das gerais. Com os anos os portugueses tiveram que montar
A partir de Rio Grande continuou o processo de distribuição de
base na região. Os portugueses, durante o período da união ibéri- sesmarias, com a intenção de povoar a região e impedir o avanço
ca, passaram a distribuir sesmarias na região do litoral gaúcho e a dos castelhanos.
fundar aldeias.
A ocupação do território propriamente dita do território onde A formação das estâncias
se situa o atual estado do Rio Grande do Sul se realizou de forma
gradativa. Em linhas gerais, o processo de ocupação do estado teve A introdução de grandes fazendas na capitania e a acumulação
dois fatores distintos, mas complementares. De um lado, a ocupa- econômica por parte dos estanceiros foi a gênese do processo de
ção gradual do RS esteve relacionada à necessidade portuguesa formação da sociedade estanceira sul-riograndense. Nesta socie-
da manutenção da Colônia de Sacramento. A criação do primeiro dade, cada homem era um potencial militar e os estanceiros eram
Forte de Jesus, Maria e José, em 1937, que originou a cidade de os gestores de cargos administrativos. Muitas vezes, como vere-
Rio Grande teve, entre outros motivos, como principal fator o for- mos mais adiante na revolução farroupilha, os interesses destes
talecimento português na região Platina. estanceiros entrarão em conflito com os interesses do poder central
Conforme indica o historiador Moacyr Flores, a Comandância tanto na fase colônia como imperial brasileira.
Militar do Continente do Rio Grande de São Pedro (com sede em As estâncias de criação de gado se caracterizavam pela cria-
Santa Catarina) tinha como objetivos auxiliar a Colônia do Sacra- ção extensiva e pela utilização de mão de obra dos peões (homens
mento, povoar a região e regular as relações entre os diferentes sem posse, em geral índios guaranis e “mestiços”). Nesta fase, a
elementos povoadores. O governo colonial estabeleceu uma rígi- mão de obra escrava ainda não havia sido utilizada, em grande
da disciplina militar para controlar uma população de origem tão número, em função do preço do escravo. Como descreve Flores,
diversificada (portugueses, brasileiros de outras capitanias, índios a estância ou fazenda era familiar, comunal e com espírito mili-
guaranis originados das missões, escravos, pessoas oriundas das tar por ser concedida, originalmente, além da linha do tratado de
províncias do reino do Prata). Por outro lado, a ocupação também Tordesilhas. As primeiras estâncias eram precárias feitas de capim
tem um caráter econômico bem fundamental: abastecer o centro do santa fé, com apenas três peças. Ao lado estavam as senzalas dos
país com couro e carne para as fazendas paulistas durante o ciclo escravos, os galpões de três paredes para homens solteiros e os
do açúcar e mais tarde o abastecimento do ciclo da mineração nas ranchos para peões solteiros. A mão de obra era escrava e livre,
minas gerais. Como indica Flores, o charque gaúcho destinava-se composta de capataz, peões domésticos, peões campeiros, agrega-
em maior quantidade à alimentação dos escravos. dos e posteiros.

Didatismo e Conhecimento 3
CONHECIMENTOS GERAIS
Pesavento salienta o poder e prestígio sócio-econômico dos do pela expansão das sesmarias e a reconquista de terras perdidas
estanceiros. Segundo a historiadora, muitas vezes a privatização pelo tratado de Santo Ildefonso. Os estanceiros, enriquecidos pelas
do poder dos estanceiros entrou em choque com os interesses da charqueadas, passam a ocupar a região neutral expandem-se até
Coroa. Em nível local, os estanceiros tinham certa autonomia em as missões. Como indica Pesavento, o enriquecimento propicia-
relação ao poder luso. Em relação à economia, o importante a ser do pelo charque contribuiu para acirrar as relações entre os lati-
destacado é que a sociedade estanceira estava subordinada a eco- fundiários gaúchos e os representantes da coroa. Além do poder
nomia do centro do país. Ela dependia do mercado das gerais e econômico regional os estanceiros passam a ter também o controle
da região central para vender seu produto principal, o charque. A administrativo da região. Eles passam a monopolizar os cargos na
concorrência com a economia dos saladeros (salgador de carne) região, dividindo-os entre eles, em detrimento dos interesses colo-
platino foi constante durante vários períodos da história brasileira. niais lusitanos. A importância da área cresceu de tal forma que o
Por vários anos, a exportação do produto platino abalou a econo- Rio Grande foi promovido a capitania Geral, independente do Rio
mia estanceira regional. de Janeiro e diretamente subordinada ao Vice-Rei do Brasil.

A colonização Açoriana O início do século XIX: a vinda da Família Real, a Conquis-


ta de Cisplatina, a imigração alemã e a revolução Farroupilha
Paralelamente à expansão das sesmarias e dos fortes mili-
tares (Rio Pardo, Santo Amaro), a coroa portuguesa promoveu A vinda da Família Real ao Brasil
a vinda de casais açorianos para a capitania. A intenção era que
esses açorianos viessem a povoar a região das missões. Enquan- Em 1806, os franceses decretam o controle continental aos
to esperavam para ser levados às missões eles ficaram no Porto navios ingleses em todas as nações sob domínio francês. O Reino
Dorneles (Porto Alegre), Viamão, Rio Grande e Rio Pardo. Como Português, aliado tradicional da Inglaterra, mantem sua solidarie-
indica Flores, os açorianos introduziram no estado uma agricultura dade aos ingleses, adotando uma postura “neutra”, mas furando
diversificada. Eles plantavam trigo, tabaco, algodão, centeio, ce- o bloqueio. Em 1807, as tropas francesas lideradas pelo general
vada, milho, arroz, alpiste, legumes, melancia, cebola, mandioca Junot marcham em direção à Península Ibérica. Temendo a invasão
e cana de açúcar. Eles realizavam uma agricultura de subsistência francesa, em 1808, a família real desembarca na cidade de Salva-
com base na mão de obra familiar. Haviam núcleos açorianos em dor e depois segue para o Rio de Janeiro. A vinda da família Real
Mostardas, São José do Norte, Santo Amaro, Porto Alegre, Santo ao Brasil constitui uma história à parte para os historiadores que se
Antônio da Patrulha, Cachoeira, Conceição do Arroio. dedicam a história de fatos históricos particulares. Em geral, é mo-
tivo de muitos contos, curiosidades e anedotas. Em 1815, o Brasil
O tratado de Santo Ildefonso, a divisão da Capitania e a deixa de ser Colônia, fazendo parte do Reino Unido de Portugal
intensificação do contrabando de gado e Algarve. O principal da vinda da família real foi o crescimento
econômico, urbano, educacional e científico que o Brasil teve du-
Após anos de invasões e conflitos na região Portugal e Espa- rante o período.
nha assinam o tratado de Santo Ildefonso (1777). Com o tratado a Entre as mudanças que ocorreram durante o período em que a
formação política- geográfica da capitania sofre novas alterações. Família Real esteve no B rasil (1808-1820) destacam-se: a criação
Os portugueses enfraquecidos economicamente com a crise do ci- do Banco do Brasil (1808), a abertura de escolas de Medicina na
clo do ouro nas minas gerais perdem toda a região das missões em Bahia e no Rio de Janeiro, O Museu Real (atual Museu Nacional),
troca pela ilha de Santa Catarina que foi invadida no mesmo ano o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, criação de indústrias, cria-
do tratado. A capitania de Rio grande de São Pedro fica dividida ao ção da Imprensa Régia, publicação de jornais. Do ponto de vista
meio. O tratado estabeleceu uma zona neutra (os campos neutrais) estratégio foi criada a Academia Real Militar. Com a finalidade
entre a região das lagoas mirim e mangueira e a costa marítima. admnistrativa as capitanias foram elevadas à províncias. A che-
Como salientam Schroder, Konrad e Rodrigues. As restrições im- gada de Dom João ao Brasil também proporcionou mudanças à
postas pelas zonas neutrais não resolveram o conflito na região. capitania de Rio Grande, que agora passara a ser província. As
Ao contrário intensificaram o contrabando de gado na região. Os vilas de Rio Grande, Porto Alegre e Rio Pardo foram elevadas a
portugueses, principalmente, não respeitaram as zonas neutriais. municípios e Santo Antônio da Patrulha passou a ser o quarto mu-
nicípio da província. O rei procedeu uma nova organização militar
A capitania pelo tratado de Santo Ildefonso à província criando o Regimento de Milícias Guaranis das Mis-
sões, sediado em São Borja.
As vilas e sedes de freguesias da capitania no final do século Neste período, organiza duas frentes de combates no país pro-
XVIII movendo a invasão de Caiena, colônia francesa ao norte da Améri-
ca do Sul, e a intervenção no Prata com o apoio inglês. Comandadas
No final do século XVIII havia três vilas na capitania; N.Sra pelo militar de Manoel Marques de Sousa as tropas luso-brasileiras
Madre de Deus de Porto Alegre (sede do governo), São Pedro de invadem as cidades de São Carlos, Maldonado, e Melo e marcham
Rio Grande e N. Sra de Rosário do Rio Pardo, 10 sedes de fregue- para Montevidéu. Em 1821, através de um Tratado o Reino Unido
sias (entre elas N. Sra. Da Conceição de Viamão, Santo Antônio da de Portugal, Brasil e Algarves incorpora Montevidéu, criando a
Patrulha, Bom Jesus do Triunfo) e 9 freguesias que se distribuíam Província de Cisplatina. Os platinos resistem durante anos na re-
em capelas (N. Sra da Conceição de Piratini, São Francisco de gião da campanha até que com o apoio de tropas argentinas (nação
Paula de Pelotas, Santa Bárbara de Encruzilhada...). O período que liberta da Espanha desde 1810), conseguem formar o país Uruguai,
vai do final do século XVIII até o início do século XIX é marca- na região compreendida entre o Chuí e o Rio da Prata.

Didatismo e Conhecimento 4
CONHECIMENTOS GERAIS
A imigração Alemã

No contexto das nações europeias que começavam a se desenvolver industrialmente, como era o caso de regiões que passarão a integrar
a Alemanha (1871), a intensidade do capitalismo industrial e a acumulação de capital por parte da burguesia urbana fez surgir uma massa
proletariada urbana. A indústria com maior capacidade produtiva, fez com que as pequenas manufaturas entrassem em crise. A crise do meio
urbano também se refletia no campo, onde os problemas principais advinham da concentração da propriedade, do confisco de terras e dos
altos impostos agrícolas. Estas condições perversas na estrutura econômica criaram uma massa populacional com dificuldades de se colocar
no sistema produtivo tanto no meio urbano como no ambiente rural. Como salienta Pesavento, o principal problema para países como a
Alemanha, que já atravessavam problemas políticos de unificação foi o crescimento demográfico de uma massa populacional excedente em
termos de ocupação que ameaçava a estabilidade interna das nações.
Paralelo às dificuldades das populações destes países europeus que estavam sofrendo transformações no meio industrial e com um ex-
cedente de população desprovida dos meios de produção (especialmente da terra), algumas novas nações como o caso do Brasil, que desde
1808, com a abertura dos portos, tinham a necessidade da ocupação populacional de seu território para garantir tanto o desenvolvimento
de colônias agrícolas, visando a gradual substituição da mão de obra escrava, como para fins militares. Com estas finalidades, Dom Pedro I
solicita a vinda de soldados alemães e, posteriormente, o governo imperial passa a estabelecer colônias na província do Rio Grande.
Atraídos por promessas de uma terra próspera em 1824 chegam ao Brasil, os primeiros colonos Alemães que partiram do Rio de Janeiro,
depois para Porto Alegre e da capital para a Feitoria do linho-cânhamo, atual cidade de São Leopoldo. Os colonos alemães estabeleceram,
de forma mais intensiva, a agricultura com uma base de policultura e deram origem à uma indústria familiar alicerceada em atividades como
sapateiros, alfaiates, tecelões, carpinteiros ou marceneiros. Como indica Flores, Em 1829, havia em São Leopoldo oito azenhas, uma fábrica
de azeite, uma fábrica de sabão e oito pequenos curtumes.
Do ponto de vista econômico, segundo a mesma autora, a colonização visava atender o abastecimento interno do país, amenizando o
desnível da balança comercial causado pelo grande peso das importações. Ao longo dos anos, os habitantes de origem alemã diversificaram a
produção do estado desenvolvendo uma economia comercia de gêneros de subsistência, e a partir dos anos 1870, exportam para o centro do
país abastecendo o mercado interno regido pelo café no Vale do Paraíba (SP). Além dos gêneros agrícolas exportados (milho, feijão, batata,
mandioca trigo) as colônias se especializaram também na produção de toucinho e banha.
O desenvolvimento da agricultura beneficiou o surgimento do processo de acumulação de capital para um grupo bem específico entre os
habitantes das colônias: o comerciante. Como destaca Pesavento, o comerciante alemão foi o elemento que se destacou no mundo colonial
na província. Lucrava sobre a produção agrícola mediante a diferença obtida pelos produtos na colônia e em Porto Alegre. Lucrava com o
transporte das mercadorias da colônia à capital, lucrava ainda com as operações financeiras e de empréstimo e guarda de dinheiro, o que lhe
oportunizava capital de giro para investir. O comerciante da área colonial diversificou paulatinamente suas atividades aplicando o capital na
indústria, em empresas de navegação, bancos, companhias de seguro, loteamentos, hotéis.
Segundo Pesavento, a introdução de colônias alemãs na Província também estava relacionada a uma estratégia política por parte do
poder central. A ocupação de pequenas áreas virgens pelos pequenos agricultores tinha também o intuito de neutralizar o poder da oligarquia
regional (os estanceiros). Mas, na prática, do ponto de vista político, o poder regional era dominado por latifundiários da pecuária (estan-
ceiros). Durante o século XIX, as possibilidades de atuação política eram quase nulas. Os elementos enriquecidos da colônia atuavam na
política mais fazendo a relação entre a massa de pequenos agricultores e a oligarquia pecuarista do sul do estado. Em termos de cargos o
máximo que restava aos habitantes das cidades coloniais era a ocupação de vagas nas câmaras municipais, geralmente exercida por comer-
ciantes e elementos de uma elite cultural em formação.
O Estudo de Gans sobre a presença teuta em Porto Alegre durante a segunda metade daquele século, demonstra a influência que os
alemães tiveram no comércio da capital. Como mencionamos, muitos dos descendentes de alemães que viviam nas colônias vieram a ocupar
diversas profissões, sobretudo comerciais e artesanais, na capital e a se integrar na vida socioeconômica da cidade como um todo.
A dimensão da presença alemã na capital pode é exemplificada por Gans através do que relatou na época o viajante alemão Joseph
Hömeyer sobre a cidade:
“Eu já havia notado, em outras cidades meridionais, grande número de alemães e Porto Alegre pareceu-me totalmente alemã. Todas
as lojas, todas as oficinas pareciam ser de alemães, todas as estalagens, todas as vendas tinham nomes de alemães e o cabelo louro parecia
predominar”.
Quadro sintético do estabelecimento de colônias Alemãs na província do Rio Grande na fase imperial brasileira

Período 1824 1827 1835 -1845 1850 1857


Jacob Reingantz
Com a Guerra dos Farrapos
São Leopoldo São Pedro de Inicia o povoamento
não foi permitida a Estabelecimento de colônias
Primeiro núcleo Alcântara da região de São
Região colonização para o RS, nos vales dos Rios Pardo,
colonial alemão Litoral norte Lourenço – sudeste
estabelece-se a zona do Itajaí- Taquarí e Caí.
no Brasil do RS do RS
SC como área de colonização.

Fonte de dados: Moacyr Flores: História do Rio Grande do Sul – Organização Luciano Jacobsen

Didatismo e Conhecimento 5
CONHECIMENTOS GERAIS
A Revolução Farroupilha moderados que dividiam-se em monarquistas tendo a frente Bento
Gonçalves e moderados republicanos liderados por Manoel Luis
A Revolução Farroupilha ou Guerra Civil dos Farrapos foi Osório e de outro lado, os liberais exaltados, chamados Farroupi-
um dos episódios mais estudados pela historiografia gaúcha e, por lhas ou Farrapos, que pretendiam a federação.
isso, sempre pode ser uma questão de prova quando o concurso Este terceiro grupo, os liberais exaltados (farroupilhas) fun-
envolve conhecimentos gerais sobre o Rio Grande do Sul. dam em 1832, o partido Farroupilha, de onde se originará mais
A revolução tem seu período entre os anos de 1935 e 1945, um tarde, a Revolução Farroupilha.
período marcado por fatores de instabilidade política e administra- A insatisfação dos farroupilhas e de outros grupos liberais
tiva no império brasileiro que já se apresentavam desde o período com o poder central se justificava tanto em âmbito econômico
do estabelecimento da corte imperial no Brasil, culminando na in- como político.
dependência do país (1822) e se agravando no período regencial. Como indica Pesavento, no plano econômico o inconformis-
Durante o período joanino (de Dom João VI), a implantação mo na província do Rio Grande do Sul, assim como de outras
de uma monarquia unitária e centralizada contribuiu para o agrava- províncias, se manifestava contra o centralismo do Império que
mento de um quadro situações de tensões e da consciência das ca- ordenava as províncias a afluírem recursos para o Rio de Janeiro.
madas dominante agrárias na sua luta contra os monopólios (prin- O Império governava para os interesses dos cafeicultores o que
cipalmente aqueles estabelecidos pelo centro contra as economias fez com que os estanceiros (produtores) tivessem pouco controle
subsidiárias como era o caso do Rio Grande do Sul). sobre os preços. De outra parte, e mais importante, o charque gaú-
Como salienta Pesavento, estruturalmente essas tensões pas- cho, ainda estruturado pelo trabalho da mão de obra escrava, sofria
sam a ganhar contornos mais nítidos a partir da Independência do concorrência desleal, no mercado nacional, do charque platino que
Brasil. No país, a nova classe burguesa em ascensão passa a ques- entrava no país com baixo imposto.
tionar, com mais veemência, o regime imperial, ainda apoiado pela De outro lado, como salienta Flores, no plano político a in-
base monárquica absolutista. satisfação com o Império se fazia presente entre os rio-granden-
No período antecedente à revolução, o Brasil passa por uma ses pelas guerras da Cisplatina e da Argentina que sacrificaram
fase regencial. As regências foram governos provisórios estabele- a província que enviou a maior parcela de soldados, cavalhada e
cidos até que Dom Pedro II, rei do Brasil, atingisse a maioridade. gado. Segundo este historiador, a província foi transformada num
Este período foi caracterizado pelo surgimento de revoltas em vá- acampamento militar, não tendo compensações suficientes para as
rias províncias, causadas por grupos que já se mostravam insatis- perdas econômicas que sofreu.
feitos com o centralismo monárquico do poder imperial. Diante deste contexto de revoltas provinciais contra o centra-
No plano externo, na Europa, os regimes monárquicos, legiti- lismo econômico e politico do poder Imperial, as lideranças libe-
mados pelo absolutismo, passaram a ser questionados pelo libera- rais depõem o presidente da província, que acusava a existência
lismo, doutrina política que iniciou no século XVII na Inglaterra. de um movimento separatista republicano. Como indica Flores, as
Em linhas gerais, o liberalismo legitimava-se pela liberdade indi- lideranças revolucionárias reuniam-se no Gabinete de leituras “o
vidual, denunciando o aniquilamento do indivíduo e da proprie- continentinentino”, em casa do Major Lima e Silva e na casa do
dade pelas monarquias absolutista. Sobre influência da doutrina Cônsul norte-americano. De acordo com o mesmo historiador, as
liberal, vários movimentos revolucionários se intensificaram em lideranças revolucionárias eram oficiais do exército, estanceiros e
toda a Europa. Em síntese, a base destes movimentos visava sem- comerciantes que constituíam a elite local. Num primeiro momen-
pre o equilíbrio entre os poderes, legitimados pela constituição to a causa maior dos revolucionários estava centrada na igualdade
nacional. De outra parte, também a Revolução na França legitima- política, com o poder de decisão através do sistema federativo.
va os poderes republicanos como forma de governo, servindo de Nos primeiros anos a revolução (1835-1836) contou com o
base para alguns estados nações, que estavam se constituindo ou apoio de todas as correntes liberais.
já constituídos. Os liberais gaúchos queriam um movimento brasileiro, mas
Nos países periféricos como o Brasil, ainda que de forma como não puderam contar que liberais de outras províncias se
incipiente, os ideais liberais e republicanos se faziam presentes unissem ao movimento resolveram iniciar a revolução (ou guerra
principalmente entre alguns segmentos de grupos econômicos pro- civil) no âmbito da própria província.
vinciais, insatisfeitos com a forma centralizadora do destino dos De acordo com Flores, em 1836, os farrapos manobram a As-
impostos cobrados, e por uma pequena elite intelectual e política sembléia Legislativa que não deu posse ao novo presidente indi-
esclarecida que se estruturava ao redor das cidades mais urbani- cado, e induzem Antônio de Souza Neto a proclamar a Republica
zadas. Rio-Grandense em 11.09.1836, após a vitória nos Campos de Sei-
Neste contexto, as revoltas de cunho liberais chegam ao Brasil val. No ano seguinte, foi fundada a República Piratini, na localida-
com contornos mais claros durante a Confederação do Equador, de de mesmo nome.
em Pernambuco no ano de 1824. Em linhas gerais, a Confedera- Durante seu tempo de duração, a República Rio-Grandense
ção do Equador foi um movimento liberal que visava limitar os funcionou nos ditames de um país independente, com bandeira,
poderes constitucionais da monarquia brasileira. O movimento foi hinos, escudos e economia própria.
violentamente combatido pelos imperiais e seu líder, frei Caneca, Mesmo lutando contra o Império Brasileiro, os Farrapos nunca
fuzilado. aceitaram a ajuda externa para resolver as questões internas. Logo
No Rio Grande do Sul, o liberalismo também se intensifica no início da revolução o uruguaio Lavalleja propõe ajuda às tropas
entre vários segmentos da elite econômica e cultural, dando início farroupilhas com o intuito de formar um novo país em um imenso
à formação de partidos políticos de cunho liberal. De acordo com território compreendendo o Uruguai, o Rio Grande do Sul e as pro-
Flores, as principais facções liberais eram, de um lado os liberais víncias Argentinas de Entre Rios, Corrientes e Missiones. No final

Didatismo e Conhecimento 6
CONHECIMENTOS GERAIS
da guerra, como salienta Flores, o presidente da Argentina, Manuel ram glebas agrícolas de 25 ha., isoladas da sociedade brasileira, o
Rosas, com o objetivo de lutar contra o império brasileiro ofereceu que permitiu a conservação dos valores éticos e religiosos. As co-
dinheiro para Bento Gonçalves continuar a Revolução. lônias eram auto-suficientes em alimentos sendo o milho o produto
A Revolução foi tomando batalhas entre forças em toda a pro- que servia de base para a alimentação das pessoas e dos animais.
víncia. Os farrapos, por vários anos, sitiaram a capital e outras Os colonos se dedicavam intensamente à produção de alimentos de
cidades em sucessivas batalhas com os caramurus (em geral gaú- subprodução animal: manteiga, queijo, leite, banha e ovos.
chos que lutavam em prol do Império). A maior atividade econômica dos colonos italianos gaúchos
De acordo com o historiador citado, o grande erro de estra- era a viticultura. O produto era exportado para as fazendas do cen-
tégico dos farrapos foi nunca ter tomado a cidade do Rio Grande. tro do país o que possibilitou a formação de cooperativas e grandes
Além de deixarem uma brecha para as tropas imperiais entrarem cantinas na região.
na província para combatê-los, os farrapos ficaram sem um porto O progresso industrial na região teve impulso a partir da fer-
para exportação do charque e para manutenção da vida comercial. rovia Porto Alegre- Caxias. O maior contato com o sistema eco-
As exportações da república Rio-Grandense seguiam pelo porto nômico da sociedade brasileira possibilitou o sucesso econômico
uruguaio de Montevidéu. das colônias. No início do século, a área colonial já conta com
A falta de uma região portuária fez com que os farrapos no- muitas indústrias, principalmente metalúrgicas, que se ocupavam
vamente invadissem o território catarinense. Depois de terem to- da formação de ferramentas. A vocação artesanal dos colonos im-
mado a cidade de Lages (1838), no planalto da província de Santa pulsionava a indústria.
Catarina, os farrapos, liderados pelo italiano Giuseppe Garibaldi A partir de 1910 os colonos passam a ocupar outras áreas do
visavam uma região portuária naquela província. Para tanto esco- estado principalmente a região do alto-uruguai. Mas em poucos
lheram a cidade de Laguna, que passou a denominar cidade Julia- anos se expandem da serra até a região norte do estado.
na, capital da República Catarinense. Sem o apoio da população Atualmente, cerca de 25% da população gaúcha é descendente
local, a República Juliana durou quatro meses, sendo retomada de colonos italianos, que através dos anos foram ocupando e fun-
pelo exército Imperial no ano de 1839. dando diversas cidades pelo interior do Estado.
A revolução começou a ter seu fim quando, em 1842, o Barão
de Caxias assume o Comando das Armas. Uma de sua primeira A imigração polonesa
estratégia foi fazer um acordo com o presidente do Uruguai, Oribe,
impedindo que os republicanos se refugiassem do outro lado da Os poloneses chegaram no Rio Grande do Sul a partir de
fronteira. De outro lado, foi conquistando o apoio das populações 1884, se estabelecendo inicialmente na colônia de Conde D´Eu.
por onde passava distribuindo roupas, alimentos e água. Como grande parte das terras já estava destinado aos colonos ale-
De outro lado, as lideranças farrapas passaram a se dividir, mães e italianos, os poloneses tiveram que se espalhar por várias
questionando o centralismo dentro do próprio movimento. Como regiões do estado, principalmente na região das Missões e do Alto
descreve Flores, a República Rio-Grandense ficou sem capital e o Uruguai. Mesmo com o distanciamento geográfico, os colonos po-
exército passou a agir em pequenos grupos na zona da campanha, loneses mantiveram seus hábitos e costumes, principalmente reli-
cada vez mais recalcados para a fronteira. giosidade, a culinária e o gosto pela música. Economicamente se
Em 1944, Bento Gonçalves iniciou as tentativas de acordo dedicaram mais intensamente a agricultura e ao comércio.
com o Barão de Caxias. As reinvindicações do grupo revolucio-
nário era que fosse concedida a anistia geral, garantia dos cargos A imigração Judaica
no exército nacional para os rebeldes de acordo com os postos que
ocuparam na revolução, liberdade a todos os cativos (em geral os A imigração judaica no Rio Grande do Sul começou no ano de
lanceiros negros) que lutaram na revolução, garantia da proprieda- 1904, os judeus vinham de vários países da Europa. A imigração
de e da segurança individual, entre outros itens. foi organizada por uma associação, a “Jewish Colonization Asso-
Assim, em 1845 é assinado o acordo de Ponche verde que deu ciation” (Associação Judaica de Colonização).
fim à revolução. Na verdade os Imperiais declararam pacificada a O primeiro processo de fixação de imigrantes judeus no Rio
província, mas não assinaram o acordo, apenas cumprindo-o em Grande do Sul se deu na criação da Colônia de Philippson, próxi-
partes. A liberdade dos negros como queriam os farrapos foi negada ma a Santa Maria.
pelos imperiais. Uma parte dos negros foi exterminada na Batalha Com o fracasso da maioria dos núcleos agrícolas os imigran-
dos Porongos e os sobreviventes foram enviados ao Rio de Janeiro. tes judeus começam a abandonar a zona rural e passam a procurar
Como salienta Pesavento, iniciou-se após a revolução um pe- a zona urbana. Assim, em meados de 1920, Porto Alegre será a
ríodo de apogeu da dominação regional marcado pela submissão cidade mais procurada no RS. Também, outras cidades representa-
da província, empobrecida pelos dez anos de guerra, aos interesses ram uma alternativa aos colonos judeus que abandonavam a zona
do centro do país. Durante os dez anos de luta a imigração esteve rural em busca de uma vida melhor, como Erechim, Pelotas, Rio
paralisada. Os imigrantes alemães que vieram para o país no perío- Grande, Santa Maria e Passo Fundo. Nas cidades, inicialmente,
do da revolução foram encaminhados para as províncias de Santa desenvolviam-se como mascates e depois passaram a adquirir lo-
Catarina e Espirito Santo. jas, fabricando móveis, confeccionando roupas, entre outras ati-
vidades.
Imigração Italiana no Rio Grande do Sul (Serviu de orientação para abordar a colonização judaica o
estudo de NEVES, GOMES, ALVES, RIBEIRO E RODRIGUES
A colonização italiana teve inicio no ano de 1872 nas colônias 2009: Imigração judaica no RS em busca de um território livre).
de Conde D´Eu e Dona Isabel, na região serrana do estado. Como
indica Flores, no Rio Grande do Sul os imigrantes italianos recebe-

Didatismo e Conhecimento 7
CONHECIMENTOS GERAIS
Rio Grande do Sul: contexto econômico Além da agricultura e do comércio os gaúchos também come-
çaram a praticar mais intensamente a extração vegetal. A indústria
No contexto da fase colonial do Brasil (1500-1822), o início extrativa, a partir do final do século XIX, em muito contribuiu para
do século XVII, corresponde ao terceiro ciclo econômico do Bra- as exportações do estado.
sil, o ciclo da mineração, que teve impulso com a descoberta do Como salienta Pesavento (1980) o advento da imigração es-
ouro na região das Minas Gerais. trangeira para o Rio Grande do Sul foi capaz de atenuar, no nível
Nesta fase, os tropeiros oriundos da capitania de São Vicente de economia provincial, a relativa estagnação que atrasava a pe-
intensificam suas investidas à região onde hoje situa o estado do cuária sulina. O progressivo avanço dos produtos coloniais (so-
Rio Grande do Sul com a intenção de capturar o gado abandonado bretudo, feijão, o milho, a batata, a mandioca e o fumo) na pauta
na região de Vacaria do Mar, na parte sul do estado. Este gado era das exportações, combinadas aos tradicionais produtos pecuários,
levado para a região de Sorocaba e dali seguia para abastecer a contribuiu para cognominar o Rio Grande do Sul, na virada do
capitania de Minas Gerais. Portanto, como estas terras eram zona século de ”celeiro do país”.
de disputas entre Portugal e Espanha nesta fase não se pode pensar
em uma economia consolidada pela pecuária. O que havia era uma A estrutura econômica do Brasil e do RS no final do século
pilhagem de animais tanto pelos espanhóis como pelos portugue- XIX e início do Século XX
ses, que os jesuítas abandonaram na região.
Com a ocupação sistemática dos portugueses na região, a par- O final do século XIX é marcado como uma época em que
tir dos anos 30 daquele século, inicia-se uma pequena economia a economia brasileira passa por uma fase de transição. Segundo
apoiada na pecuária, sobretudo para utilização do couro do animal. Pesavento, nestes anos começaram a surgir rupturas fundamentais
A ocupação propriamente econômica do território gaúcho inicia que promoveram a internacionalização do capitalismo no Brasil.
quando os portugueses distribuem sesmarias ao longo do litoral. A principal base da transformação na economia nacional inicia
Nestas terras, chamadas “estâncias”, os luso- brasileiros que aqui pela possibilidade de acumulação de capital, através das importa-
se situaram, passaram a criar o gado de forma extensiva. ções de café. Como descreve da Costa, até então, o crescimento da
Como indica a historiadora Sandra Pesavento, nestes anos, os economia estava baseado no que se convencionou denominar de
rebanhos de gados do sul do Brasil, conectam o Rio Grande do “modelo primário-exportador”. Primário porque a produção consis-
Sul como economia subsidiária da economia de exportação (ouro tia de alguns produtos (café, açúcar, algodão, etc.) provenientes des-
e açúcar). Inicia-se então a economia do charque, que passará por se setor de atividade, e exportador porque a eram as exportações que
anos a constituir a base da economia desta província. dinamizavam a economia nacional. A economia agroexportadora do
Com a chegada dos açorianos, um produto de base agrícola é Brasil articulava-se ao mercado europeu como compradora de bens
introduzido no estado, o trigo. Em poucos anos, as plantações são manufaturados e vendedora de produtos primários.
atacadas pela praga da ferrugem e os açorianos abandonam esta As exportações, principalmente de café, proporcionaram o
cultura e a exemplo dos luso-brasileiros passam também a dedicar- surgimento de uma burguesia capitalista nacional radicalizada, so-
-se a pecuária extensiva. bretudo, no estado de São Paulo. Mas, o principal fato que propor-
Somente na primeira metade do século XIX, com a chegada cionou a acumulação de capital por esta classe veio justamente das
dos colonos alemães à província, em 1824, é que a estrutura eco- transformações em sua forma de produção. No final do século XIX
nômica deixa de ser baseada exclusivamente na pecuária. Já nos (1888), o trabalho escravo foi gradativamente substituído pelo tra-
primeiros anos de colonização os imigrantes alemães introduzem balho assalariado. Este foi o principal fator que proporcionou a
na província uma economia de subsistência de produtos agrícolas entrada do Brasil de forma mais competitiva no cenário internacio-
Como observa Manique da Silva (1979), passam assim a coe- nal. As condições como o trabalho assalariado foram introduzidas
xistir duas sociedades distintas na província de São Pedro: a do no Brasil (sem direitos sociais, remuneração conforme a produção,
estancieiro (na grande propriedade, dominando a Serra do sudeste também era comum o calote do fazendeiro no assalariado) permi-
e a Campanha) e a dos pequenos agricultores localizados princi- tiram a maior acumulação do maior capitalista nacional da época,
palmente em determinadas áreas da Depressão Central e do litoral. o fazendeiro exportador.
A partir da década de 40 até 1870, inicia uma fase que ca- Esta base econômica agro-exportadora também foi capaz de
racteriza a introdução do comércio de produtos comercias (milho, gerar uma série de transformações na estrutura tradicional montada
feijão, batata, trigo) entre a zona colonial alemã e a capital da desde o início da colonização. O domínio do mercado mundial de
província. Dos anos 70 em diante, a agricultura colônia já atingia exportações de café proporcionou ao fazendeiro acumular divisas.
uma fase de poder exportar para o centro do país, abastecendo o Com o acúmulo de divisas oriundas do café os fazendeiros
mercado interno gerado pelo café. Nesta fase, começa a ganhar paulistas convertem parte do capital oriundo das exportações des-
força econômica uma nova figura, o comerciante, que mais tarde tes produtos para alavancar as indústrias no país.
se constituirá no industrial através da acumulação de capital. No contexto estadual, o Rio Grande do Sul ainda tinha sua
Este capital, oriundo da zona colonial, permitiu a diversifica- base econômica voltada para a pecuária. A região sul do estado
ção não só na indústria como em empresas de navegação, bancos, concentrava a maior renda e onde se localizavam as maiores cida-
companhias de seguro, loteamentos e hotéis. Mas antes da década des em termos populacionais.
de 90 daquele século, a indústria concentrava-se principalmente Na pecuária-charqueada do Rio Grande do Sul, a grande mo-
em Rio Grande e Pelotas, visando mais o abastecimento do merca- dificação qualitativa ocorreu por conta do mercado nacional de
do nacional do que as necessidades locais. charque e derivados, e não apenas por aquelas medidas que muda-
Utilizando a estrutura comercial de escoamento dos colonos ale- ram as relações de trabalho. O mercado consumidor mais impor-
mães, os colonos italianos que chegaram em grande número ao estado tante após a abolição da escravatura era a população trabalhadora
em 1876, introduziram a policultura especializada num só artigo: o livre atrelada à economia cafeeira e, em menor escala, a população
vinho. O produto encontrou ampla aceitação no centro do país. pobre das áreas urbanas, para quem o charque era um alimento

Didatismo e Conhecimento 8
CONHECIMENTOS GERAIS
essencial e barato. O trabalho remunerado, então, expandiu o mer- e São Paulo foram os mais competitivos, pois utilizavam terras
cado do charque e dos produtos da lavoura muito além daquele desbravadas pelo café, assim como Paraná e Santa Catarina, onde
restrito sustento dos escravos nas atividades de exportação, café e a colonização também estava em curso.
cana-de-açúcar. De acordo com Fraquelli, a produção de arroz permeabilizou
De acordo com Dalmazo, os produtos da pecuária-charqueada a entrada do capitalismo no campo. Desde o início o produto foi
representavam a quase-totalidade do valor das exportações. Os cultivado pela lavoura empresarial, utilizando o trabalho assalaria-
principais produtos exportados foram: o charque, couros crus, lã e do, a mecanização de seu cultivo e a irrigação. A cultura do arroz
couros curtidos. A partir de 1919, o principal produto secular sul- inicialmente cultivado nas áreas próximas a Laguna dos Patos e
-rio-grandense — o charque — paulatinamente passou a ser subs- cidades como Guaíba e Cachoeira do Sul, se intensifica também
tituído pela carne congelada na produção e na exportação. Entre no sul pastoril, o reduto da pecuária. O arroz contava com merca-
1989 e 1904, o couro foi o principal produto exportado. O grande do cativo para a venda da produção. Devido a introdução de adu-
destino dos couros secos e salgados foi o mercado internacional, bação, preparo mecânico do solo, irrigação, a rizicultura gaúcha
em torno de 80% das exportações. apresentava, desde aqueles anos, o maior rendimento entre os es-
A elevação do preço do gado e a abertura de um amplo espaço tados brasileiros.
no mercado internacional de carnes incentivaram a melhoria do re- O vinho, a princípio, era um produto artesanal e restringia-se
banho e a implantação de um projeto antigo: montagem de um fri- ao autoconsumo e ao mercado regional. Voltou-se para o mercado
gorífico com o capital gaúcho. Essas melhorias na oferta do gado nacional, nesse período, com o surgimento das cooperativas e das
em pé para corte, somadas aos incentivos da legislação protecio- empresas industriais especializadas e com a consequente separação
nista do RS atraíram a instalação de quatro frigoríficos estrangei- entre a produção agrícola da uva e a produção industrial do vinho.
ros. Mas com a guerra esses investimentos são retirados do estado. Conforme analisa Dalmazo, a evolução histórica das relações
Nestes anos, a ovinocultura também consolidou-se como ati- de comércio do RS foi a expressão maior do desenvolvimento
vidade na pecuária, especialmente na Metade Sul, e a produção de crescente e das transformações da economia regional. O processo
lã sempre teve uma parcela significativa exportada, O RS absorvia de desenvolvimento dos segmentos da pecuária-charqueada-frigo-
cerca de 50% da produção de lã, a outra metade se destinava, no rífico e da lavoura colonial foi fundado com características especí-
início e no final do período, basicamente ao mercado internacional. ficas em relação às demais regiões do Brasil, que configuraram a
Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro passaram a ser os prin- formação de uma grande diversificação social e econômica no RS.
cipais importadores. O movimento dos fluxos de mercadorias buscava, principalmente,
As demais exportações da pecuária compõem um elenco de a realização no mercado nacional. O mercado externo cresceu em
produtos, como carne em conserva, couros curtidos, gado em pé, importância apenas em um período curto de tempo, especialmente
graxa, crinas, ossos, chifres, etc. para os produtos da pecuária, mais para o arroz e a banha.
A produção da lavoura exportada também foi crescente no
período 1889-1930. No início, os principais produtos exportados Os primeiros anos do século XX: os imigrantes e a indus-
eram arroz, feijão, fumo em folha, farinha de mandioca, vinhos, trialização do estado
cebola, erva-mate, batata-inglesa, alfafa e banha. O desempenho
das vendas coloniais foi sustentado pelo crescimento da banha e Como pode-se perceber, por longos anos a base econômica
do arroz, assim como pelo de vinhos e batata-inglesa. do Rio Grande do Sul se realizou na pecuária e na agricultura de
A banha foi o mais importante produto colonial exportado. produtos coloniais. Vimos que o comércio de produtos coloniais
Resultava da associação entre a produção familiar de subsistência era bastante diversificado e as exportações de produtos da zona
e a criação de suínos para a fabricação da banha. De acordo com da colônia como a banha e seus derivados se destinavam tanto a
Roche, no início do século XX, ocorreu um processo de separação outros estados como ao comércio internacional.
entre o criador de suínos e produtor de banha bruta e os refinadores Dentro do estado, o fluxo comercial entre a zona colonial e
de banha, passando esta a ser transformada por indústrias situadas a capital do estado se realizava de forma extensa. Os colonos in-
próximas às regiões coloniais, junto com os demais produtos de- crementaram um sistema hidroviário para fazer o escoamento de
rivados, como as carnes preparadas, os embutidos, o sabão e os sua produção para Porto Alegre. Com os anos, vários comercian-
defumados. tes que tinham pequenas indústrias na área colonial passaram a se
Primeiro a produção abastecia o mercado do Rio Grande do estabelecer na capital se direcionando às atividades industriais.
Sul e, posteriormente, destinava-se às praças do Rio de Janeiro e de Dessa forma pode-se notar que no contexto regional, mesmo a
São Paulo basicamente e entre 1917 e 1923, atingiram o mercado mais tempo dominando a economia no estado, não são os pecuaris-
internacional chegando a países como Alemanha, Argentina, Itália, tas da região sul o grupo econômico que vai incrementar a industria-
Portugal e ao Uruguai. A comercialização para outros países só foi lização no estado. Atingidos pela concorrência com países platinos e
representativa para alguns produtos, como arroz, fumo, feijão e ba- com dificuldades em produzir em escala industrial, através de frigo-
tatas, nos anos da Primeira Grande Guerra e no início dos anos 20. ríficos, este grupo econômico não consegue converter investimentos
Produtos como vinho, cebola, alfafa e milho se voltavam ape- para o setor industrial como fizeram os cafeicultores paulistas.
nas para o mercado nacional .Houve uma estagnação das exporta- Em sua maioria, as maiores indústrias do estado nasceram
ções (menos para arroz, batata-inglesa e alfafa) e por uma drástica através da acumulação de capital dos comerciantes de produtos
baixa de seus preços. agrícolas da região de colonização alemã, e mais tarde também
A produção colonial do RS e suas relações de comércio so- os comerciantes imigrantes de origem italiana da região serrana.
freram diretamente a concorrência da produção crescente dos res- Segundo Reichel (1979) o desenvolvimento industrial gaúcho nos
pectivos produtos em outros estados. Notadamente, Minas Gerais primeiros anos do século XX se caracterizou por incrementar uma

Didatismo e Conhecimento 9
CONHECIMENTOS GERAIS
produção voltada para atender a expansão do mercado interno na- Nas duas décadas seguintes à Revolução de 1930, a pecuária
cional. Os comerciantes do estado passaram a aferir mais lucros. O tradicional voltou a apresentar dificuldades, mas manteve seu cresci-
estado passou a comercializar com mais intensidade com o centro mento paulatino. O ciclo do charque e a agricultura colonial, a base da
do país seus principais produtos: charque e os produtos agrícolas economia gaúcha durante todo o século XIX, entram em decadência.
(o feijão, o milho, a batata, a mandioca, a uva e o fumo). No período 30-50 a economia gaúcha é marcada pelas rela-
Este superávit comercial possibilitou o incremento industrial ções de assalariamento, em vista da expansão industrial, da urbani-
do estado, que em 1907 já era a terceira força industrial do país, fi- zação, mas também em virtude da formação de um novo setor pro-
cando atrás em número de estabelecimentos apenas do Distrito Fe- dutivo, a lavoura capitalista do trigo, que se tornaria, isoladamente,
deral (Rio de Janeiro) e de São Paulo. A produção industrial gaú- o principal setor da produção primária no início dos anos 50.
cha voltava-se especialmente para abastecer o mercado interno. A economia gaúcha seguiu sua trajetória expansiva, tal qual
Quanto a distribuição territorial, a zona industrial gaúcha se a economia brasileira, com um pequeno período recessivo que se
situava principalmente nas cidades de Porto Alegre, Pelotas e Rio seguiu à crise mundial iniciada em 1929. Mas, a economia gaúcha
Grande. Naqueles anos, como acontece hoje, as indústrias gaúchas apresentava importantes problemas, indicativos do esgotamento
a distância entre o estado e os principais centros econômicos do do padrão de desenvolvimento econômico configurado nos 40
país, dificultava a concorrência. O fator distância aumentava os anos da Primeira República.
preços dos produtos industriais gaúchos que eram tributados em Dentre os principais problemas que se apresentam a partir de
vários estados antes de chegar ao destino. Este fato fez com que os 1930, o esgotamento da fronteira agrícola parece ter sido decisivo
industriais gaúchos voltassem sua produção mais para o mercado para uma economia regional com ampla base agropecuária e uma in-
interno do que para o nacional. Esta característica de voltar-se para dústria estreitamente vinculada a ela (Accurso, Candal, Veras, 1965),
o mercado interno vai pautar a indústria gaúcha até a segunda me- De outra parte, a fragmentação da propriedade da terra na
tade do século XX. lavoura colonial obstaculizava a ampliação da produtividade, en-
De acordo com Reichel, nos primeiros anos do século XX, as quanto o latifúndio permaneceu consolidado ao sul do Estado, sem
fábricas de maior produção foram as de tecidos, em segundo lugar que a pecuária extensiva alterasse seu padrão produtivo.
as fábricas de bebidas, em terceiro lugar as fábricas de calçados e Do ponto de vista estratégico, o estado ainda enfrentava pro-
em quarto lugar as fábricas de conservas e de fumo. blemas de infra-estrutura, como era o caso da energia elétrica. Já a
produtividade cresceu em índices inferiores aos da indústria pau-
Naqueles anos, também houve uma expansão do número de
lista, assim como os salários médios.
fábricas no estado. Em 1905 havia 314 fábricas e em 1919 o estado
Como enfatiza os economistas citados, trata-se de uma crise
já possuía 12.950 estabelecimentos fabris. Na primeira guerra hou-
especificamente regional, porque, nessa década, a economia bra-
ve um crescimento significativo da industrial têxtil gaúcha, que ao
sileira realizou um “grande salto” com o Plano de Metas (1955-
longo dos anos foi perdendo espaço para a agroindústria.
59), resultado da ação de um Estado desenvolvimentista, sob o
Governo de Juscelino Kubitschel. A instalação dos novos setores
Economia gaúcha 30-60: integração com a economia na- industriais assinalou uma nova fase da industrialização brasileira
cional, expansão, crise e subordinação e manutenção do mode- regionalmente concentrada no sudeste.
lo da economia gaúcha subordinada ao centro do país A integração do mercado nacional ensejou que novas áreas de
produção agropecuária (Paraná e Centro-Oeste) alcançassem os
Conforme as analises econômicas, nos anos 30 houve um pro- mercados do centro do País com vantagens de produtividade e lo-
cesso mais intenso de integração da economia gaúcha do merca- calização sobre os produtores gaúchos, enquanto os produtos indus-
do nacional, Mas levando em consideração todo o período 30-50 triais de São Paulo começavam a adentrar expressivamente o mer-
nota-se poucas mudança em relação ao padrão como a economia cado regional em condições vantajosas frente aos produtores locais.
do RS interage com a economia brasileira. Paralelamente, a lavoura do trigo experimentou uma grande crise,
Para caracterizar a economia gaúcha do período tomamos por em parte devida aos acordos do Governo Federal com os EUA para
base as análises dos economistas Schmidt e Hierriein Jr, que espe- importação dos excedentes da produção tritícola daquele país.
cificam a dinâmica de vários setores da economia gaúcha desde o As consequências do Plano de Metas transcendiam o aspecto
final do século XIX. da concentração dos investimentos na Região Sudeste, o que deter-
AS bases do crescimento econômico do RS consistiram na minou uma defasagem no crescimento da economia gaúcha.
manutenção de seu papel de exportador agropecuário e agroindus- A percepção da crise mobilizou os agentes econômicos regio-
trial para o mercado interno brasileiro, bem como na ampliação de nais, os governos estaduais e também a opinião pública. O Gover-
seu mercado interno regional. no Leonel Brizola (1959--63), apesar de deter poucos instrumentos
Até meados dos anos 50, pelo menos, a restrita integração do de intervenção econômica, empreendeu uma contundente reação
mercado nacional para a produção industrial e a escassez de oferta política à crise e à exclusão do Estado do bloco de investimentos
de bens industriais, permitiram que a indústria gaúcha se expan- do Plano de Metas. Sua assessoria econômica produziu argumen-
disse no período com escalas de produção antieconômicas e eleva- tos que, a despeito de sua incorreção, favoreceram uma série de
dos custos de produção, que se revelariam insustentáveis quando a conquistas junto ao Governo Federal (Jânio Quadros) em reunião
integração do mercado interno brasileiro impôs condições concor- de cúpula da Presidência e dos governadores da Região Sul, rea-
renciais mais severas aos produtores gaúchos (Barros de Castro). A lizada em Florianópolis, em 1961. Tais conquistas (implantação
indústria gaúcha, entre 1920 e 1950, acentuou o seu caráter regional. de refinaria de petróleo, da siderurgia de aços finos, dentre outras)
Na análise de Schmidt e Hierriein Jr, o perfil setorial da indús- conjugaram-se à ação do Governo do Estado na encampação dos
tria gaúcha permaneceu basicamente o mesmo, com uma pequena serviços de telefonia e energia elétrica, trazendo repercussões que
redução do peso majoritário da indústria da alimentação. se fariam sentir somente a partir do final dos anos 60.

Didatismo e Conhecimento 10
CONHECIMENTOS GERAIS
A crise da economia regional nos anos 50 deixou marcas de desaceleração, os setores que apresentam as taxas mais baixas
profundas na “auto-imagem” da sociedade regional. A economia de crescimento para o Brasil são os produtores de bens de con-
brasileira que emergiu do Plano de Metas — já sob a condução sumo não duráveis e os setores de bens de capital (1962-67) e de
das ditaduras militares, com uma extensa matriz industrial, urba- bens de consumo duráveis (1973-80).
nizada, espacialmente integrada, etc. e que voltaria a crescer com No caso do Rio Grande do Sul, também o setor de bens de
o “milagre econômico” — teria relegado um papel secundário ao consumo não duráveis apresentou a mais baixa taxa de crescimen-
RS, como produtor de bens para a reprodução da força de traba- to, seguido pelo de bens de consumo duráveis em 1962-67 e pelo
lho e, mais recentemente, de bens intermediários. Como os ramos de bens de capital em 1973-80. As taxas de crescimento da pro-
industriais que passaram a dinamizar o crescimento não se instala- dução industrial por categorias de uso no Rio Grande do Sul e
ram na região, esta passou a ter sua trajetória de desenvolvimento no Brasil permitem a constatação de que o Estado acompanhou o
“subordinada” à acumulação capitalista no centro. ritmo de crescimento do conjunto da indústria brasileira no perío-
Período de 1959 a 1985: a indústria como propulsora do desen- do 1959-61.
volvimento: crescimento e crise na nacional e na economia gaúcha Para o período 59-62, os segmentos mais importantes da cate-
A dinâmica da economia gaúcha a partir dos anos 50 foi mar- goria no Rio Grande do Sul são a parcela de metalúrgica (fabrica-
cada como uma fase na qual a indústria passa a ser o centro dinâ- ção de fogões e cutelaria) e o mobiliário que, em 1959, perfaziam
mico da economia brasileira. Nestes anos, o desempenho desse cerca de 70% do valor da produção total dos bens duráveis.
setor da produção explica o comportamento da economia nacional,
marcada por os períodos de expansão e retração da economia. Período 1962-67
Todo este período pode ser estudado em cinco fases que mar-
cam a dinâmica da economia gaúcha e brasileira, neste período em Ao período expansivo da economia, seguem-se os anos da
que o setor industrial passou a ser o principal atividade econômica. crise de 1962-67. No caso específico do Rio Grande do Sul, a sua
O primeiro período refere-se ao intervalo de tempo de1955- indústria de transformação acompanha o fraco desempenho da
62 e 1968-73. Esteve associado a expansão dos setores de bens economia, apresentando uma taxa de crescimento muito baixa, in-
de consumo duráveis e de bens de capital. O crescimento anotado clusive inferior à apresentada pela indústria brasileira.
nestes anos teve como o seu principal determinante, o pacote de
investimentos (substituição de importações) associado ao Plano de Período 1968-73
Metas (1956-61), fundamentalmente em bens de consumo durá-
veis e de produção. A expansão da indústria de transformação do Rio Grande do
No segundo período 1968-73, o crescimento esteve associa- Sul foi expressiva no período 1968-73, inclusive superior à veri-
do a conjugação de uma série de fatores, tais como: existência de ficada no período anterior, de rápido crescimento industrial.. Nes-
capacidade ociosa proveniente do período de desaceleração de te período a produção industrial do Estado expandiu-se de forma
1962-67; políticas monetária e fiscal expansionistas; ampliação do acelerada, chegando inclusive a superar o ritmo apresentado pelo
crédito para a aquisição de bens de consumo duráveis e para ha- conjunto da indústria brasileira.
bitação; crescimento do comércio internacional de mercadorias e
do mercado de capitais, facilitando uma política de endividamento Período 1973-80
externo; esquema de promoção das exportações (política de mini
desvalorizações cambiais, incentivos fiscais e financeiros). O período 1973-80 caracteriza-se por uma desaceleração no
O terceiro período 1973-80 ,também retrata um crescimento crescimento da produção industrial comparativamente ao período
elevado, embora com desaceleração do setor industrial.. Os setores 1968-73. Entretanto as taxas ainda foram elevadas, estando, inclu-
responsáveis pela taxa de crescimento observada foram os produ- sive, acima da taxa histórica de crescimento do PIB brasileiro nas
tores de bens intermediários e de bens de capital. Houve ainda no últimas décadas.
período um crescimento da construção civil e dos serviços de uti- Considerando a indústria total, a intensidade da queda é maior
lidade pública com base nos investimentos governamentais e das para o Rio Grande do Sul do que para o Brasil. Durante os pe-
empresas estatais. Este período é marcado pelo PNB II ríodos 1965-73 e 1973-80, os setores privilegiados foram os de
E, finalmente, tem-se o aprofundamento dessa desaceleração bens de capital (mecânica e material de transporte) e os de bens de
com a fase recessiva de 1981-83. Este é o período que apresentou consumo não duráveis, no período seguinte a ênfase foi desviada
as piores performances de que se em notícia dentre todas as fases para o setor de insumos básicos (siderurgia, metalúrgica, produtos
de contração do produto industrial. químicos e fertihzantes, etc).

Setor industrial gaúcho durante o período 59-85 O setor agrícola gaúcho no período 70-90

Durante todo esse período, a indústria gaúcha acompanhou o As flutuações ocorridas na indústria durante o período anali-
movimento da indústria brasileira. Ou seja, quando esta cresce, a sado também podem ser notadas na agricultura. Assim como no
do Rio Grande do Sul também cresce; quando a indústria brasileira setor secundário, o terciário gaúcho também passou por períodos
tem um fraco desempenho, a indústria gaúcha apresenta uma per- de crescimento e crises ao longo daqueles anos.
formance semelhante. De acordo com Garcia, a partir da década de 70, o Rio Gran-
Mas, o fato de as estruturas industriais serem semelhantes em de do Sul, utilizou-se largamente do sistema oficial de crédito a
1980 não significa dizer que a indústria do Rio Grande do Sul seja lavoura empresarial — arroz, trigo e soja — e, em menor escala e
uma reprodução, em escala menor, da indústria nacional. Nas fases via de regra de forma indireta, os agricultores vinculados à agroin-

Didatismo e Conhecimento 11
CONHECIMENTOS GERAIS
dústria. Houve também um crescimento da demanda por máquinas No setor automotivo o estado se destaca por possuir um dos
e insumos modernos (defensivos, fertilizantes, tratores, implemen- maiores parques do continente. Esse setor responde por 13% do
tos agrícolas, etc. ) PIB industrial gaúcho. O pólo de autopeças da região de Caxias
Nos anos 80-90, a situação inverteu-se. A crise que se abateu so- do Sul é o segundo mais importante do país.O estado destaca-
bre a economia brasileira incidiu no volume de crédito e na concessão -se também como o principal produtor de tratores e colheitadei-
de subsídios. Na verdade, os subsídios vão diminuindo gradativamen- ras. Nos últimos anos vêm sendo inclementadas atividades de
te, até serem completamente eliminados em meados da década. alta-tecnologia como: a fotônica, a metrologia, a biotecnologia, a
Para o período 70-80, a soja foi o produto agrícola que obteve nanotecnologia e a tecnologia de informação.
o melhor desempenho. A produção do RS atingiu o mercado exter-
no com mais verocidade. A partir da década de 90, o produto teve O desempenho da economia gaúcha em 2011  
um decréscimo da área cultivada no estado devido à queda da soja
no mercado internacional e ao aumento da concorrência externa. A Fundação de Economia e Estatística (FEE) do RS divulgou
Quanto à produção de trigo, no período foi marcado por osci- os números do crescimento da economia gaúcha no ano que chega
lações, com tendência de redução na área cultivada.. ao fim. O evento é muito esperado pela imprensa do Estado porque
Em 1970, se plantou 1,4 milhão de hectares desse grão e, em ela dá ampla cobertura da matéria há quase quatro décadas. O cres-
1990, apenas 980 mil. O Brasil sempre se caracterizou como um cimento do PIB foi anunciado em solenidade no Palácio Piratini
importador deste produto agrícola. com a presença do Bacharel Tarso Genro, excelentíssimo senhor
A produção de arroz no estado é analisada por Sampaio e Governador do Estado. O PIB cresceu 5,7% em 2011. O valor
Furstenau. Segundo as autoras, a produção de arroz do Rio Grande do PIB gaúcho é de R$ 273, 879 bilhões no corrente exercício. A
do Sul tem sido, ao longo dos últimos anos, sempre superior à dos participação do produto do Estado no PIB brasileiro elevou-se de
grandes países produtores. 6,47% (2010) para 6,65% (2011). Paralelamente, o PIB per capita
Para a produção gaúcha de feijão houve oscilações durante estadual atingiu R$ 24.846,00, um aumento de 5,2% sobre o ano
os anos 90, decorrentes, em grande parte, de variações climáticas. passado.
Essa lavoura é extremamente vulnerável às mudanças climáticas Em âmbito setorial, medido pelo Valor Adicionado Bruto
e/ou a doenças originadas de situações climáticas não propícias às (VAB), a Agropecuária avançou 18,8%, enquanto a Indústria cres-
diversas fases do desenvolvimento das plantas. Apesar do cresci- ceu 2,5% e o setor de Serviços evidenciou um incremento de 5,2%.
mento da lavoura o estado passou a ser o oitavo produtor nacional. Na Agropecuária o crescimento da atividade da Lavoura
O Brasil é o segundo maior produtor de feijão, ficando atrás apenas (26,7%) foi responsável pelo notável desempenho do setor primá-
da Índia. rio. Em nível de produto os maiores incrementos correram por con-
Em relação à produção de Milho, o Rio Grande do Sul, por ta da produção de fumo (44,9%), arroz (30,1%), cebola (24,9%),
sua vez, era o segundo maior e passou para a terceira colocação uva (18,7%), maçã (18,0%), soja (10,9%), feijão (10,1%), trigo
em 2000 e poderá ser superado, talvez rapidamente, por Goiás. O (8,8%), batata-inglesa (5,8%), laranja (5,2%) e milho (2,5%). A
Estado do RS era responsável por 18,55% do total nacional; em pecuária registrou avanço de 2,5% no corrente ano, com desta-
2000, teve sua participação diminuída para 12,18. que para a produção de leite (7,3%), aves (3,4%) e suínos (3,3%).
O crescimento da indústria foi liderado pela produção de fumo
Desempenho do setor agroindustrial no período 70-90 (11,5%), máquinas e equipamentos (9,2%), produtos de metal –
exclusive máquinas e equipamentos (4,2%) produtos químicos
No segmento mais intimamente vinculado à agroindústria, foi (3,8%) e veículos automotores (3,8%), mobiliário (2,8%) e edição,
a produção de aves aquela que apresentou um melhor desempe- impressão e reprodução de gravações.
nho, na medida em que “ganhou espaço” tanto no mercado extre- Finalmente no setor de serviços os destaques ficaram por con-
mo quanto no interno. No mesmo sentido, apontam os dados rela- ta dos incrementos de o Comércio e serviços de manutenção e re-
tivos ao consumo per capita da came de frango no Brasil: ele passa paração (4,6%) e transporte, armazenagem e correio (4,1%).
de 4,9 em 1975 para 18,3 kg/hab./ano em 1992.’’ O Rio Grande  
do Sul foi um dos estados da Federação que mais se beneficiou O PIB municipal do RS de 2009
dessa expansão do mercado. Entre 1970 e 1992, o abate de aves no  
Estado dos irrisórios 13 milhões chegou a 261 milhões de cabeças. Nessa semana a FEE divulgou o PIB municipal do Rio Grande
No segmento de carne bovina a produção manteve-se pratica- do Sul referente ao ano de 2009. O valor total do PIB foi de R$
mente estagnada nestes 20anos. No Rio Grande do Sul a área da 215.863.879.000,00. Porto Alegre detinha o maior do PIB do Es-
pecuária perdeu espaço para a da lavoura e os abates permanece- tado em 2009, com um valor de R$ 37.787.913.000,00. Ele repre-
ram estáveis. sentou 17,51% do produto estadual nessa oportunidade. O ranking
da segunda até a décima posição e as respectivas participações re-
Economia gaúcha contexto atual lativas foi preenchida pelos municípios de Canoas (7,62%), Caxias
do Sul (5,80%), Rio Grande (2,91%), Gravataí (2,61%), Triunfo
Respondendo por 8,8% do PIB nacional, o Rio Grande do Sul (2,49%), Novo Hamburgo (2,08), Santa Cruz do Sul (2,03%), Pe-
tem a quarta maior economia nacional, ficando para trás apenas de lotas (1,78%) e Passo Fundo (1,73%). Diversas outras informações
São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A economia gaúcha tem sobre PIB, PIB per Capita, Valor Adicionado Bruto (VAB), popu-
sua matriz diversificada na agricultura (soja, trigo, arroz e milho), lação e variações por grupos de cidades e de Conselhos Regionais
na pecuária e na indústria (de couro e calçados, alimentícia, têxtil, de Desenvolvimento (COREDES) podem ser encontrados no site
madeireira, metalúrgica e química). da FEE, www.fee.tche.br. Fonte: blog do professor Fraquelli FEE

Didatismo e Conhecimento 12
CONHECIMENTOS GERAIS
Exportações gaúchas crescem 28% no ano

As exportações estaduais registraram, em novembro, um valor de US$ 1,4 bilhão, que representa um acréscimo de US$ 211,9 milhões
(18,4%) em relação ao mesmo mês do ano anterior. Este resultado foi inferior ao observado na média nacional (23,1%), apesar do cresci-
mento em volume (15,4%) ter sido bastante superior ao registrado País (2,8%). No mês, o Estado ocupou a sexta posição nas exportações
nacionais, com uma participação de 6,27% (a menor do ano), abaixo de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pará e Paraná. Destacam-se
no mês os crescimentos das exportações de farelo de soja (74,4%), com um acréscimo de US$ 47,6 milhões, e de arroz (276,5%), com um
acréscimo de US$ 43,0 milhões, em relação a novembro do ano anterior. Considerando os países de destino, os grandes destaques foram
os aumentos para o Japão (US$ 32,3 milhões), para a Itália (US$ 31,0 milhões), para o Reino Unido (US$ 26,4 milhões) e para a Holanda
(US$ 25,6 milhões) Nos primeiros onze meses do ano, as exportações do Rio Grande do Sul acumularam US$ 18,1 bilhões. Em relação
ao mesmo período do ano anterior, houve um acréscimo de US$ 4,0 bilhões. A expansão em volume das exportações do Estado (9,9%) foi
bem superior à observada em nível nacional (3,3%), mas, em função do crescimento menor dos preços (16,5% no Rio Grande do Sul contra
25,0% no Brasil), o desempenho em valor das exportações gaúchas (28,0%) ficou pouco abaixo do desempenho observado em nível nacio-
nal (29,2%). Esse resultado mantém o Estado em quarto lugar entre os maiores estados exportadores — abaixo de São Paulo, Minas Gerais
e Rio de Janeiro —, representando 7,72% das exportações nacionais
As exportações da indústria de transformação registraram crescimento de US$ 2,4 bilhões no acumulado do ano (elevação de 20,4% em
valor, 6,4% em volume e 13,2% em preços), enquanto as exportações agropecuárias aumentaram US$ 1,5 bilhão (acréscimo de 76,1% em
valor, 35,1% em volume e 30,3% em preços) Dentre os principais produtos exportados pela agropecuária, destaca-se o crescimento de US$
1,1 bilhão das vendas de grãos de soja (62,9% em valor, 22,2% em volume e 33,3% em preços) e a forte expansão de US$ 369,,4 milhões
das exportações de trigo (450,3% em valor, 220,5% em volume e 71,7% em preços)
No que diz respeito aos principais destinos das exportações do Estado destacam-se, no acumulado do ano, os crescimentos de US$
871,2 milhões das vendas para China (37,0%), de US$ 333,7 milhões para a Argentina (22,5%), de US$ 253,1 milhões para a França
(178,9%) e de US$ 208,0 milhões para a Venezuela (94,2%). Fonte: FEE/Centro de Informações Estatísticas/Núcleo de Produtos Estatísticos

Síntese histórica da economia gaúcha

O quadro abaixo, elaborado pelo economista Francisco Carrion Júnior resume as relações entre a economia gaúcha e brasileira.
Através deste esquema, Carrion procura mostrar que sempre houve uma relação de dependência entre a economia gaúcha e a do centro
do país.

Síntese esquemática da evolução da economia do RGS em relação ao Brasil

1550 1600 1650 1700 1750 1800 1850 1900 1930


período
1600 1650 1700 1750 1800 1850 1900 1930 1980
Indústria
Açúcar Açúcar borracha Indústria
Café
Economia Açúcar Mineração Café Açúcar
açúcar açúcar açúcar
Brasileira mineração Café

↕ ↕ ↕ ↕

Charque Charque Lavoura Lavoura


Economia Couros e
...... subsistência pecuária pecuária Pecuária Pecuária Pecuária Indústria
Do RGS subsistência
lavoura lavoura indústria pecuária

FONTE: Carrion Jr, Francisco Origens e perspectiva da crise econômica no RGS, in RS: economia e política, Porto Alegre mercado
Aberto 1979.

Rio Grande do Sul: Contexto Geográfico

Contexto Geográfico: Geografia física do Rio Grande do Sul

Vegetação

O Rio Grande do Sul possui dois biomas: o do Pampa e o da Mata Atlântica. O Bioma Mata Atlântica, abrange 13,04% do território
brasileiro com uma área de 1.110.182 km² e ocupa toda a faixa continental leste brasileira, estendendo-se para o interior no sudeste e sul do
país, sendo definido pela vegetação florestal predominante e relevo diversificado. O Bioma Pampa, possui uma área de 176.496 km², ou seja
2,07% do território brasileiro. Este Bioma é restrito ao Rio Grande do Sul e se define por um conjunto de vegetação de campo em relevo
de planície.

Didatismo e Conhecimento 13
CONHECIMENTOS GERAIS
Hidrografia Aspectos populacionais do estado do Rio Grande do Sul
A população atual do Rio Grande do Sul é de 10.582.877 de
Bacias e Sub-Bacias Hidrográficas habitantes. Segundo um extenso levantamento da dinâmica popu-
O território do RS é formado por 3 grandes bacias hidrográfi- lacional do estado dos últimos 100 anos realizado pela demógrafa
cas: a Bacia do Uruguai, a qual faz parte da Bacia do Rio da Prata Maria de Lourdes Teixeira Jardim, em 1900 o estado possuía 1.149
e abrange cerca de 57% da área total do Estado; a bacia do Guaíba 070 passando para 10.187.798 em 2000.
com 30% do total e a Bacia Litorânea com 13% do total. População total e taxas de crescimento anual da população do
O uso do solo da primeira está vinculado principalmente às Rio Grande do Sul e do Brasil — 1900-2000
atividades agropecuárias e agroindustriais.
A segunda apresenta áreas de grande concentração industrial População Total Taxas De Crescimento Anual (%)
e urbana, sendo a mais densamente povoada do Estado, além de
sediar atividades diversificadas incluindo indústria, agropecuária e ANOS RS BR RS BR
agroindustria, entre outras. 1900 1 149 070 17 438 434 2,50 1,98
A terceira apresenta usos do solo predominantemente vincula- 1920 2 182 713 30 635 605 3,26 2,86
dos às atividades agropecuárias, agroindustriais e industriais. 1940 3 320 689 41 236 315 2,12 1,50
No Rio Grande do Sul a gestão dos recursos hídricos vem al- 1950 4 164 821 51 944 397 2,29 2,34
cançando importantes avanços com a instalação dos Comitês de 1960 5 366 720 70 992 343 2,57 3,17
Gerenciamento de Bacias Hidrográficas cujo trabalho visa definir 1970 6 664 891 94 508 583 2,19 2,90
instrumentos de planejamento e gestão dos recursos hídricos, pro- 1980 7 773 837 121 150 573 1,55 2,51
movendo a sua recuperação e conservação. 1991 9 138 670 146 917 459 1,48 1,77
Das 23 sub-bacias do Estado, 16 já contam com Comitês ins- 2000 10 187 798 169 799 170 1,21 1,62
talados e operantes, 4 apresentam comissões provisórias e 4 são
bacias compartilhadas que necessitam tratamento especial. FONTE: JARDIM, Maria de Lourdes Teixeira; BANDEIRA,
Marilene Dias.
Porto Alegre: FEE, 2000.
Relevo
O relevo gaúcho é bastante variado, ultrapassando os 1000
Evolução da população do Rio Grande do Sul - 1940 a 2007
metros e podendo chegar a menos de 100 metros no Vale do Ta-
quari.
Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2000, Contagem da Popu-
O Rio Grande do Sul tem as seguintes unidades morfológicas:
lação 2007
1. Planalto: constituído predominantemente de áreas de cam-
pos limpos e pastagens; campos subarbustivos; florestas de encos-
De 1900 a 1930 a população aumentou cerca de 30%. As
ta; florestas do Alto Uruguai; zona agrícola de uso intensivo de
explicações para o aumento populacional nestes anos foram: o
verão e inverno e zona agrícola de uso intensivo de verão. grande volume de entrada de imigrantes no estado e a alta taxa
2. Cuesta do Haedo: constituído predominantemente de áreas de fecundidade das mulheres. Nestes anos a taxa de crescimento
de campos limpos e pastagens; campos subarbustivos e zona agrí- populacional do estado estava bem acima da média brasileira. A
cola de uso intensivo de verão. partir dos anos 60, este fenômeno se inverte; o estado passa a ter
3. Depressão Central: constituído predominantemente de crescimento populacional abaixo da média nacional. Este fato é
áreas de campos limpos e pastagens; zona agrícola de uso intensi- explicado pela emigração da população em direção a outros es-
vo de verão e zona agrícola de culturas diversificadas. tados, principalmente ao oeste do Paraná e de Santa Catarina e à
4. Escudo Sul-Rio-grandense: áreas de campos subarbustivos diminuição da taxa de fecundidade das mulheres gaúchas.
e de campos mistos com ocorrência de matas-galerias e de encos- A diminuição da taxa de fecundidade entre as mulheres ocor-
tas. reu devido a dois fatores importantes: a urbanização e a difusão
5. Planície Costeira: áreas de depósitos arenosos e cordões de do uso dos métodos anticoncepcionais entre a população, a partir
dunas; lagoas e lagunas; zona agrícola de uso intensivo de verão e daqueles anos.
zona agrícola de culturas diversificadas.
A Pirâmide Populacional do Rio Grande do Sul está Alte-
Contexto Geográfico: Geografia Humana do Rio Grande rando seu Perfil Apresentando Estreitamento da base e Alar-
do Sul gamento do Topo
As pirâmides populacionais representam a estrutura etária por
Para compreender o contexto geográfico do Rio Grande do sexo e refletem a evolução da taxa de fecundidade, expectativa de
Sul é importante o estudante se ater, nos aspectos populacionais do vida e migrações. Como consequência da diminuição da fecundi-
estado, na dinâmica sócio-econômica, especialmente nas diferen- dade elas apresentam, nas últimas décadas, significativas altera-
ciações das regiões norte e sul do estado, nas crises na economia ções. Estas, porém, não têm se dado simultaneamente no Brasil e
da região sul do estado, no processo de urbanização do estado, no Rio Grande do Sul. No Estado a queda da fecundidade ocorreu
no fluxo migratório crescente da população para cidades pólos do mais cedo marcando o início do processo de envelhecimento da
estado ( Porto Alegre, Caxias do Sul, São Leopoldo, Passo Fundo, população, que somada ao aumento da expectativa de vida, alte-
entre outras) a migração em direção ao oeste de outros estados da rou a pirâmide etária gaúcha que tem apresentado estreitamento da
região sul, no êxodo rural. base e ampliação do topo.

Didatismo e Conhecimento 14
CONHECIMENTOS GERAIS
As migrações Urbanização: Êxodo Rural e concentração populacional
Em 1900, a taxa de habitantes não natos no estado do Rio
grande do Sul era de 11,76%, em 2000 essa taxa atingiu apenas Nos últimos 30 anos, o processo de urbanização no estado do
0,44%. Ao longo dos anos, houve uma diminuição gradual dos es- Rio Grande do Sul se realizou em ritmo acelerado. A partir dos
trangeiros residentes no estado e o aumento no número de brasilei- anos 70 o fluxo de pessoas das áreas rurais em direção às áreas
ros de outros estados, principalmente de Santa Catarina e Paraná, urbanas se realizou com mais intensidade. Em 1960, a população
fixando-se no Rio Grande do Sul. Em se tratando de fluxos migra- urbana do estado já havia ultrapassado a rural, mantendo um cres-
tórios também é importante destacar a saída de gaúchos, princi- cimento acelerado para os próximos anos. Já a população rural co-
palmente da região norte do estado, em direção a outros estados. meça a decair ano pós anos chegando a ter no ano 2000 a mesma
população de 1940 (1879.499 habitantes). No período 70-80 nota-
Densidade Demográfica -se um declínio da população rural e um aumento da população
urbana. O Rio Grande do Sul sempre acompanhou a tendência bra-
Atualmente a densidade demográfica (habitantes por Km2) do sileira de crescimento do número de habitantes urbanos.
estado do Rio grande do Sul é de 37,5. Devido ao tamanho de seu
território 283mil km² o RS tem a menor densidade da região sul. A Alta Taxa de Urbanização do Estado Acompanha a Bra-
A população do RS está distribuída de forma de forma desu- sileira
niforme em seu território. O eixo região da região metropolitana
de Porto Alegre (RMPA) - Caxias do Sul concentra a maior parte Taxa de Urbanização
da população urbana do estado. Nesta área estão 19 dos 27 muni- Até a década de 60, a maioria da população, mais de 90%, vi-
cípios do estado que têm população acima de 200 mil habitantes via em municípios de porte médio (entre 10 e 100 mil habitantes).
por km². Após a segunda metade do século XX ocorrem dois fenômenos
No Norte do Estado as regiões Fronteira Noroeste, Produção, urbanos distintos; a migração e o aumento de pequenos municí-
Norte, Médio Alto Uruguai e Noroeste Colonial apresentam densi- pios com menos de 5 000 habitantes. Em 1900, havia apenas um
dades superiores ou bem próximas à média estadual. Estas regiões município com menos de 5000 habitantes e em 2000, devido às
com predominância da pequena propriedade passaram por proces-
emancipações, existia no estado 194 municípios de pequeno porte.
sos emancipatórios recentes que ocasionaram uma base territorial
Atualmente o estado tem 496 municípios, destes 335 possuem me-
intensamente fragmentada com uma rede urbana formada de nú-
nos de 10 mil habitantes.
cleos de pequeno contingente populacional.
Até 1980, o fluxo das migrações ocorre, sobretudo, na direção
Nas de regiões Campos de Cima da Serra, Vale do Jaguari,
da cidade de Porto Alegre. A partir destes anos, as cidades pólos
Fronteira Oeste e Campanha são áreas pouco povoadas. Estas re-
do interior ( Pelotas, Passo Fundo, Santo Ângelo...) e cidades do
giões apresentam densidades inferiores a 15 hab/km². Nestas re-
eixo Porto Alegre - Caxias do Sul (Gravataí, São Leopoldo, Bento
giões os centros urbanos mais importantes concentram a popula-
Gonçalves, Farroupilha) passam a atrair a maioria da população
ção regional e estão relativamente isolados. Nelas predominam as
grandes propriedades que constituem a base para o povoamento migrante no estado. A partir de 1990 diminui a atração dos mi-
rarefeito destas regiões, que se caracterizam pelos vazios demo- grantes pela cidade de Porto Alegre. Municípios da região metro-
gráficos. politana e da serra nordeste do estado (região de Caxias do Sul).
A migração para estas regiões urbanizadas ocorre por se tratar de
O sul do Estado possui pequena densidade demográfica cidades onde existe uma oferta razoável nos setores industrial e de
O eixo Região Metropolitana de Porto Alegre x Caxias do Sul serviços. Também é nessas regiões onde há ofertas maiores para o
comporta municípios com a maior densidade demográfica do estado. trabalho feminino. Nota-se que nestas cidades a maioria da popu-
lação está na idade de trabalho ativa. Em contraposição, na área
Melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país rural encontra-se um grande número de pessoas idosas.
Atualmente apenas os 17 maiores municípios, com população
Expectativa de vida entre as melhores do país superior a 100 mil habitantes comportam 47% da população do
estado. A taxa de urbanização do estado está fixada atualmente em
O estudo revela também que a expectativa de vida dos gaú- 81,6%.
chos, nos últimos 100 anos sempre esteve acima da média nacio-
nal. No início do século, a média de vida entre os gaúchos era de Dezessete Municípios Concentram 47,2% da População
43,9 anos e viviam 12 anos a mais que os brasileiros. Em 2000 a Gaúcha
média se situa em torno dos 71,6 anos, ou seja, em cem anos os
gaúchos passaram a viver 27,7 anos a mais. Atualmente o estado Distribuição da população
tem a terceira expectativa de vida nacional, ficando atrás do Distri-
to Federal e na mesma média de Santa Catarina. A expectativa de Geoeconomia do Rio Grande do Sul
vida ao nascer é um dos indicadores de qualidade de vida. Algu-
mas melhorias, provenientes do processo de urbanização, contri- A metade sul do estado estagnada na pecuária e a metade norte
buíram para melhoria da expectativa de vida da população gaúcha industrializada.
ao longo dos anos como, por exemplo, as melhorias de saneamento Como podemos perceber no início do século os municípios da
básico, a disseminação da prevenção de doenças, o maior controle região sul, especialmente Pelotas e Rio Grande eram os que pos-
de doenças transmissíveis e o maior acesso à saúde pública. suíam maior índice de industrialização. Estes municípios tinham

Didatismo e Conhecimento 15
CONHECIMENTOS GERAIS
sua base econômica nas charqueadas e nos frigoríficos. Em 1907 esta razão, a presença militar nesta parte do Estado sempre foi
a Metade Sul possuía mais trabalhadores fabris do que a Metade muito forte. A economia é tradicionalmente baseada em pecuária
Norte, e cerca de 50% da população gaúcha residia nesta região . extensiva e seus segmentos complementares, charqueadas e, pos-
As crises no setor agropecuário, mais especificamente a difi- teriormente, frigoríficos, e também arroz e beneficiamento. Até o
culdade da região sul do estado em se industrializar, a retirada do final do século passado, era a região mais próspera do Estado, mas
capital norte americano dos frigoríficos da região, a baixa qualida- atualmente, apresenta estagnação econômica, entre outros, devido
de do gado em relação aos países platinos. Esses fatores de ordem à pouca diversificação de sua economia, o que a deixou mais vul-
econômica criaram os vazios urbanos na região sul do estado, que nerável às crises.
tinha sua renda quase que concentrada na pecuária. No decorrer O norte do Estado foi colonizado posteriormente com a che-
dos anos esta região, próspera no passado foi empobrecendo. gada dos imigrantes alemães e italianos no fim do século passado.
Paralelamente ao declínio da região sul, outros centros foram O desenvolvimento ocorreu em forma de cooperação, em especial
crescendo e o pólo econômico do estado passa a se inverter. A por- entre os italianos, que permitiram a implantação de equipamentos
ção centro-norte do estado (especialmente o eixo Porto Alegre-Ca- voltados ao desenvolvimento da população em geral (escolas, por
xias do Sul), apresentando um crescente desenvolvimento urbano exemplo). O Nordeste, que engloba grande parte da Mesorregião
industrial, passa em importância econômica a região sul, pratica- Metropolitana de Porto Alegre e o sul da mesorregião Nordeste,
mente estagnada na pecuária e na produção de arroz (orizicultura). apresenta forte industrialização – petroquímica, metalmecânica,
Antes dos anos 30, o entorno da cidade de Porto Alegre já constitui móveis e madeira, couro e calçados – e concentrações urbanas. O
o principal pólo econômico industrial do estado. turismo também tem crescido muito nesta região. Cidades como
Desde o fim do século XIX, já se desenvolviam, no entorno Canela e Gramado são procuradas, principalmente no inverno,
da Capital e da região de Caxias do Sul, pequenas indústrias têx- enquanto a Região de Vinhedos – Bento Gonçalves, Garibaldi,
teis, metalúrgicas e curtumes. O comércio entre a capital e a zona Caxias do Sul – tem enfoque na degustação de vinhos. Assim, a
colonial também se realizava de forma intensa. A capital era abas- região serrana, com suas particularidades climáticas e culturais
tecida pelas pequenas propriedades coloniais, que dominavam o oriundas dos imigrantes europeus, é um grande atrativo para o tu-
comércio de vários produtos agrícolas no estado além de produtos rismo interno.
derivados animal como a banha.
O Noroeste, que agrega a mesorregião Noroeste e partes das
Menezes e Feijó analisam os contrastes sócio-econômicos
mesorregiões Centro Oriental e Nordeste, inicialmente desenvol-
entre as regiões sul e norte do estado ao longo dos anos. Segundo
veu uma economia baseada na agricultura diversificada, a qual ce-
os autores, a primeira se caracteriza como uma região onde pre-
deu espaço para as lavouras mecanizadas. Algumas de suas cida-
dominam municípios com grande área territorial com base inicial
des desenvolveram uma indústria vinculada à agricultura – indús-
na pecuária e posteriormente a lavoura de arroz, em suma, uma
tria alimentar e de máquinas e implementos agrícolas. A indústria
região predominantemente agrária. Já a região norte do estado, se
do fumo se sobressai e está concentrada na mesorregião Centro
caracteriza por pequenas e médias propriedades que foram à base
Oriental.
para a presença de indústrias e consequentemente das grandes con-
centrações urbanas.
A Metade Norte é bastante desenvolvida e diversificada tanto As aglomerações urbanas do estado do Rio Grande do Sul
na indústria quanto na agropecuária, ao contrário da Metade Sul
que é mais pobre, e está baseada no setor de serviços, na agricultu- Pelotas - Rio Grande: a Aglomeração Urbana do Sul (AU-
ra, na pecuária bovina e na indústria, localizada principalmente na SUL)
mesorregião sudeste. Existe, portanto, no estado do Rio Grande do
Sul uma desigualdade regional onde áreas praticamente equivalen- Conforme relatório da Metroplan, em 26 de novembro de
tes possuem participações no PIB bastante distintas. 1990 foi instituída pela Lei Complementar 9.184 a Aglomeração
De acordo com Monasterio, ultimamente, menos de 15% da Urbana de Pelotas, formada pelos municípios de Pelotas e Capão
produção industrial do RS é realizada na Metade Sul, sendo que do Leão. Em 26 de dezembro de 2002, através da Lei Complemen-
apenas um quarto da população do estado reside dentro desses li- tar 11.876 foi alterada a denominação para Aglomeração Urbana
mites. do Sul, incluindo aí os municípios de Arroio do Padre, São José do
Norte e Rio Grande.
As mesorregiões do Rio Grande do Sul
Conforme o estudo detalhado sobre esta aglomeração urbana,
Segundo divisão definida pelo IBGE, o Rio Grande do Sul – realizado por Soares, Halal e Godoy, as cidades de Pelotas e Rio
RS possui sete mesorregiões – 1 Centro Ocidental Rio-grandense, Grande (os núcleos desta aglomeração) são os principais centros
2 Centro Oriental Rio-grandense, 3 Metropolitana de Porto Ale- urbanos da Metade Sul do Rio Grande do Sul. Distantes 60 km
gre; 4 Nordeste Rio-grandense; 5Noroeste Rio-grandense; 6 Su- uma da outra, apresentam uma história comum, na qual os perío-
deste Rio-grandense e 7 Sudoeste Rio-grandense dos de desenvolvimento industrial, comercial e urbano, bem como
os períodos de crise e estagnação são, em muitos casos, coinciden-
O sul do Estado, conhecido como Metade Sul, corresponde tes. Ao longo dos séculos XIX e XX as duas cidades tiveram um
às Mesorregiões Sudeste, Sudoeste, Centro Ocidental e parte das desenvolvimento sócio-espacial peculiar. Nas primeiras décadas
mesorregiões Metropolitana de Porto Alegre e Centro Oriental. do século XX conformavam um importante pólo industrial, rivali-
Sua ocupação é mais antiga e ocorreu, principalmente, devido zando com a capital, Porto Alegre. Recentemente, as duas cidades
à preocupação do governo em relação às fronteiras do país. Por se inserem na problemática regional da chamada “Metade Sul do

Didatismo e Conhecimento 16
CONHECIMENTOS GERAIS
Rio Grande do Sul”. Contudo, a despeito de uma conjuntura de relativa “estagnação econômica” os dois centros urbanos continuam exer-
cendo um importante papel de pólos econômicos e de atração de fluxos migratórios de centros urbanos menores e das zonas rurais do seu
entorno.

Aglomeração Urbana do Sul: dados gerais (1991)

População População
Área População IDH
Município Hab/Km² PIB (U$) urbana % rural %
(Km²) (Hab) (2000)
(2000) (2000)
Pelotas 1.648 323.158 196,10 827.265.663 0,816 301.081 93 22.077 7
Rio Grande 2.836 186.544 65,78 1.139.700.429 0,793 179.208 96 7.336 4
Capão do Leão 784 23.718 30,25 72.957.826 0,77 21.354 90 2.364 10
S. José do Norte 1.135 23.796 20,96 30.854.309 0,703 17.294 73 6.502 27
Arroio do Padre 130 4.145 31,88 4.505.883 - 102 2 4.043 98
TOTAL 6.533 561.361 85,93 2.075.284.110 519.039 42.322

Fonte: Soares, Halal e Godoy: Novos Recortes Territoriais e Aglomerações Urbanas no Sul do Brasil

Pelotas, polo comercial e de serviços da aglomeração, possui mais de 338 mil habitantes (estimativa do IBGE para 2004). Exerce
uma forte centralidade em todo o sul do estado. Rio Grande é a mais importante cidade portuária do estado e importante pólo industrial
(petroquímica, fertilizantes, alimentos). A dinamização das atividades portuárias, uma vez que o “Super-porto” de Rio Grande configura-se
como um dos principais nós de exportação e importação do Brasil e do Mercosul. Nos dois municípios localizam-se importantes unidades
universitárias (UFPEL, UCPEL e FURG), o que reforça a polarização entre as duas cidades da aglomeração.
Pelotas, mesmo perdendo dinamismo no setor agroindustrial sustenta taxas de crescimento no setor comercial e de serviços. Seu PIB de
serviços é de 1,121 bilhão de reais, o 73º do país, segundo o IBGE (2005).
Atualmente alguns grandes projetos de investimento são anunciados para os municípios da Aglomeração. Em Rio Grande, a implanta-
ção de dois grandes estaleiros anuncia a possibilidade de constituição de um pólo de indústria naval. Para Pelotas, a cidade começa a centra-
lizar a gestão de um projeto de produção de celulose em toda a Metade Sul do Rio Grande do Sul, o qual já incluí a operação de um viveiro
de mudas em Capão do Leão e a possibilidade de uma futura planta processadora de celulose entre os municípios de Pelotas e Rio Grande.
No campo social, existem profundas desigualdades a serem reduzidas na Aglomeração Urbana, tanto desigualdades intra-urbanas nas
cidades que a compõem (especialmente em Pelotas e Rio Grande), como desigualdades interurbanas, entre os diferentes municípios. Cita-
mos especialmente as desigualdades nos binômios Pelotas-Capão do Leão e Rio Grande-São José do Norte: os municípios menores tendem
a se constituírem em “mera” periferia dos núcleos polarizadores da aglomeração, concentrando os piores indicadores sociais.

Os aglomerados urbanos da macrorregião nordeste do estado

A região metropolitana de Porto Alegre - RMPA

1 – A Região Metropolitana de Porto Alegre

Região Metropolitana de Porto Alegre – RMPA

Região Metropolitana de Porto Alegre


A Região Metropolitana de Porto Alegre é a área mais densa do Estado concentrando 37% da população, em 32 municípios. Nela
encontram-se nove entre os 18 municípios do Estado com mais de 100 mil habitantes. A densidade demográfica da região é de 480,62 hab/
km² integrando municípios como Alvorada, Esteio e Porto Alegre que apresentam as maiores densidades do Estado com 2.925,28 hab/km²,
2861,66 hab/km² e Porto Alegre 2.859,48, respectivamente. Os municípios da RMPA que apresentam menores densidades demográfica são
Glorinha, São Jerônimo e Triunfo, que apresentam densidades de 21,34 hab/km², 21,88 hab/km² e 29,20 hab/km², respectivamente.
A RMPA foi criada por lei em 1973 e era composta, inicialmente, por 14 municípios. O crescimento demográfico resultante princi-
palmente das migrações, a interligação das malhas urbanas e os processos emancipatórios em período relativamente recente, bem como a
necessidade das municipalidades alocarem recursos para impulsionar o desenvolvimento local, fizeram com que novos municípios tenham
se integrado à região, totalizando 31 em 2001. A partir deste ano não houve alteração na composição dos municípios integrantes da Região.
Estes municípios apresentam grandes disparidades quanto ao PIB per capita e aos indicadores sociais, refletindo a distribuição desigual
de agentes econômicos e de equipamentos urbanos como transporte, saúde, educação, habitação e saneamento. Seu território integra cinco
Conselhos Regionais de Desenvolvimento: Metropolitano-Delta do Jacuí, Vale dos Sinos, Paranhana-Encosta da Serra, Centro-Sul e Vale
do Caí.

Didatismo e Conhecimento 17
CONHECIMENTOS GERAIS
A RMPA constitui-se em pólo de atração no Estado. Esta ca- material plástico, têxtil, produtos alimentares) e recentemente a re-
racterística antes restrita a Porto Alegre e cidades mais populosas gião se tornou um pólo automobilístico com a instalação da fábrica
agora se verifica nas cidades da periferia da região, onde, atraídos da GM em Gravataí.
pelos preços mais baixos da terra e pelas facilidades de emprego Triunfo abriga o Pólo Petroquímico, um enclave que concen-
das áreas de expansão econômica, aportam migrantes de todo o tra grande parte da indústria química do Estado, sem estabelecer
Estado. Os municípios de Nova Santa Rita, Eldorado do Sul, Nova interdependência técnica com as atividades econômicas locais
Hartz e Dois Irmãos apresentaram as taxas mais altas de cresci- (Alonso, 2001).
mento no período 1991 a 2000, muito acima da média estadual,
estando entre os municípios do Estado que mais cresceram na dé- Crescimento e urbanização desenfreada
cada. Por outro lado municípios como Canoas, Esteio, Novo Ham-
burgo, São Leopoldo e Porto Alegre tiveram crescimento próximo Como observa Mammarela, os processos desordenados e
ou abaixo da média estadual, demonstrando inversão de tendência. fragmentados de expansão urbana, frutos da concentração das ati-
Segundo Mammarela, devido as várias alterações que sofreu vidades econômicas e da insuficiência, quando não da ausência, de
a Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) os municípios políticas de ocupação do espaço, foram intensificando a segrega-
que a compõe são bastantes distintos entre si. Na área da região ção socioeconômica e espacial. Ao longo do processo de consti-
metropolitana encontra-se tanto municípios com alto índice de in- tuição da sociedade urbano industrial brasileira, cada vez mais, as
dustrialização e urbanização e densidade demográfica assim como cidades foram se revelando como não sendo de todos do mesmo
também temos municípios com taxa de urbanização e densidade modo, e a Região Metropolitana de Porto Alegre não passou incó-
demográfica abaixo da média estadual. lume por esse processo.
A RMPA apresenta nítidas distinções relacionadas à sua for-
mação histórica, à sua dinâmica estrutural, à distribuição geográ- Violência e pobreza na RMPA
fica assimétrica da atividade fabril que se encontra imersa em um
“permanente” processo de rearranjo espacial, ao modo como se dá Segundo, em estudo realizado no ano 2 000, a Região Metro-
a expansão da continuidade urbana, politana apresentava uma taxa de homicídio moderadamente baixa
A RMPA que, no ano 2000, reunia 36% da população do RS, em relação a outras áreas metropolitanas. O estudo demonstrou
concentra as atividades industriais e de serviços do Estado, ao mes- que na RMPA, ocorreram 27,5 homicídios por mil habitantes, en-
mo tempo em que, nos anos 90, apresenta indícios de mudanças na quanto que em regiões como São Paulo este índice chegou a 64,1
sua capacidade de concentração econômica e de manutenção de e no Rio de janeiro a 55,9.
seu nível de importância na economia estadual. Esse fato ocorre Conforme estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplica-
pelo efeito da crise que se instalou no País nos anos 80, que al- da (Ipea), a Região Metropolitana de Porto Alegre atingiu a menor
ternou períodos recessivos e períodos que indicavam recuperação taxa de pobreza do Brasil (25,7%). Mas não se pode tomar esses
do produto, pela carência de investimento novo, e pelo processo dados com otimismo, pois eles comparam a RMPA com outras
de interiorização da economia em direção à aglomeração urbana regiões metropolitanas do país com problemas sociais extensos.
polarizada por Caxias do Sul e a municípios situados no entorno A RMPA enfrenta sérios problemas tanto habitacionais como nos
da RMPA (Alonso, 2001). serviços de saúde e higiene e ambientais.
Em termos setoriais, destaca-se a perda de posição da indús- É importante salientar que existe uma diferenciação entre os
tria em favor do Setor Terciário, tendo como causas prováveis a municípios da região em termos sócio econômicos. Ao mesmo
reestruturação pela transferência de atividades industriais para o tempo que comporta cidades com IDH relativamente alto como
setor serviços e a modernização do comércio num processo de Nova Hartz, Porto Alegre, São Leopoldo, Dois Irmãos, existem na
adaptação, como parte do ajuste estrutural, visando à maior com- região, cidades com sérios problemas de desenvolvimento humano
petitividade (Alonso, 2001). Assim sendo, o perfil da economia como Viamão, São Jerônimo, Arroio dos Ratos, Alvorada.
metropolitana altera-se, terciarizando-se, com a Capital exercendo Também é importante salientar as aglomerações de vilas e al-
predomínio no comércio e com aumento das atividades do setor guns bolsões de pobreza principalmente em torno das cidades de
serviços, que se encontram disseminadas em praticamente todos Porto Alegre, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Guaíba, Viamão,
os municípios metropolitanos. Cachoeirinha e Alvorada.
O eixo em torno de São Leopoldo e Novo Hamburgo, o Vale
dos Sinos, distingue-se pela alta diversificação dos ramos indus- Municípios que formam a Região Metropolitana de Porto
triais predominando atividades ligadas ao circuito do calçado. Alegre
Apesar de também serem intensivos em abrigar indústrias desse
setor industrial, apenas os municípios de São Leopoldo e Novo 1. Alvorada 2. Cachoeirinha 3. Campo Bom 4.
Hamburgo apresentam grande diversificação de gêneros indus- Canoas 5. Estância Velha 6. Esteio 7. Gravataí 8.
triais.
1973 Guaíba 9. Novo Hamburgo 10. Porto Alegre 11. São
Na capital do Estado, onde predominam as atividades ligadas
Leopoldo 12. Sapiranga 13. Sapucaia do Sul 14.
ao terciário, é circundada por municípios com características de
Viamão
dormitório (Alvorada e Viamão); nos demais municípios (Canoas,
Gravataí, Esteio, Guaíba, Cachoeirinha e Sapucaia do Sul), é gran- 15. Eldorado do Sul 16. Glorinha 17. Nova Hartz
de a diversificação de gêneros industriais (tais como minerais não 1989 18. Dois Irmãos 19. Ivoti 20. Parobé 21. Portão 22.
metálicos, metalurgia, mecânica, material elétrico e de comunica- Triunfo
ções, papel e papelão, química e fertilizantes, madeira, mobiliário,

Didatismo e Conhecimento 18
CONHECIMENTOS GERAIS

1994: 23. Charqueadas Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha, Ga-
ribaldi, São Marcos e Veranópolis) detêm 99% do PIB industrial e
1998: 24. Nova Santa Rita 25. Araricá 96,6% da sua população total.
1999: 26. Montenegro 27. Taquara 28. São Jerônimo A diversificação e o dinamismo da região de Caxias é um traço
2000: 29. Santo Antônio da Patrulha 30. Arroio dos Ratos de sua formação histórica, não sendo portanto uma característica
recente. Conforme Breitbach, esse fato confere um certo grau de
2001: 31. Capela de Santana solidez à estrutura econômica regional que temos atualmente. Ha
2010: 32. Rolante gêneros industriais tradicionais que se desenvolveram na região - e
ao mesmo tempo desenvolveram a região - como a mecânica e a
O contínuo aumento da área metropolitana da área da RMPA metalúrgica, que alimentam com insumos e bens de capital diver-
em decorrência de emancipações e incorporações de novos muni- sos outros gêneros.
cípios mudou significativamente a região como um todo. Municí- O dinamismo industrial se intensifica a partir de 1970, fazen-
pios de área rural relativamente extensa como Santo Antônio da do da região de Caxias a segunda em importância industrial no
Patrulha, Rolante, Charqueadas, São Jerônimo entre outros deram Estado, seguindo-se à Região Metropolitana.
à região características rurais a uma área que no início dos anos 70 No que se refere à atividade industrial, os dados mostram que
até o final dos anos 80 era composta quase que exclusivamente por o produto interno bruto industrial da região, que representava em
municípios com alto grau de urbanização e industrialização. 1970 10% do PIB industrial do Estado, passou a ser da ordem de
15,4% em 1997. Isso significa que a indústria da região cresceu
Aglomeração Urbana do Nordeste (AUNE) a ritmo mais acelerado do que a indústria do Rio Grande do Sul.
Os gêneros industriais mais importantes da região, segundo
De acordo com a classificação da Metroplan, a Aglomeração dados da Secretaria da Fazenda, examinados por Breitbach, são:
Urbana do Nordeste é composta pelos municípios do entorno de material de transporte, mobiliário, produtos alimentares, metalúr-
Caxias do SUL. A AUNE foi instituída pela Lei Complementar gica, vestuário, calçados e artefatos de tecido, que juntos repre-
pela Lei Complementar N º10.335/ 94, é composta pelos muni- sentam 63% da indústria regional. Salientam-se ainda os gêneros
cípios de Bento Gonçalves, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Far- material elétrico e de comunicações, mecânica, bebidas e produtos
roupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Monte Belo do Sul, Nova plásticos, com 23% de representatividade no conjunto da indústria
Pádua, Santa Teresa e São Marcos e possui um Escritório Regional regional.
instalado no município de Caxias. De uma maneira geral, os dados demográficos e econômicos
demonstram o grande dinamismo da região, que tem um cresci-
Região de Caxias do Sul: da colônia à industrialização mento típico de uma economia de base industrial.

A região nordeste do estado, situada na serra geral do estado, Crescimento demográfico, migração e os problemas so-
tem como pólo central a cidade de Caxias do Sul. A ocupação mais ciais na região de Caxias do Sul
sistemática da região tem inicio com os núcleos de colonização
italiana de Nova Milano, Caxias, Dona Isabel, Conde D’Eu na fase De acordo com Breitbach, o crescimento demográfico dessa
de 1875-1884 e nas colônias de Antônio Prado e Alfredo Chaves região acelerou-se nitidamente a partir da década de 1970. Porém,
na fase de 1884-1894. Dessas antigas colônias originaram-se os desde 1940 os dados já demonstram um crescimento importante.
municípios de Caxias do Sul, Flores da Cunha, Farroupilha, São Em 1970, a população da região representava 3,8% da população
Marcos, Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa, Antônio total do estado do Rio Grande do Sul. Em 1999, essa participação
Prado, Veranópolis. já ficou em 6,17%. Isso significa que a população regional aumen-
De acordo com Heredia, no final do século XIX toda a região tou mais intensamente que a população total do estado.
dava sinais de prosperidade. Muitas pequenas indústrias já tinham A expansão populacional das três últimas décadas está inti-
sido instaladas. Em Caxias havia 65 moinhos, 41 serrarias, 35 alam- mamente ligada ao dinamismo da atividade industrial, que atrai
biques, 27 ferrarias, 17 engenhos de cana, 9 curtumes, duas funila- populações de outras áreas do Rio Grande do Sul, e mesmo de
rias, além de inúmeros outros estabelecimentos. Em Bento Gonçal- outros estados. O dinamismo industrial acompanhado de uma ur-
ves havia 12 fábricas de açúcar, 30 de cachaça, 8 de graspa, 7 curtu- banização desenfreada tem ocasionado problemas sociais graves,
mes, 6 fábricas de chapéus, 3 de cerveja e 3 ferrarias, entre outras. como os loteamentos irregulares, as carências na área da saúde, da
Como resultado do crescimento que as colônias vinham apre- educação, do saneamento.
sentando, em 1884, foram emancipadas as colônias Caxias, Dona A urbanização encontrou as comunidades locais desprepara-
Isabel e Conde d’Eu, passando à condição de distritos. Em 1890, das, em termos de infra-estrutura, para absorver o elevado contin-
foi criado o município de Caxias, através da Lei Estadual 257, de gente populacional que chegava às cidades em busca de emprego
20 de junho, tendo como sede a Vila de Caxias. na indústria. Não é surpreendente que a proliferação de subabita-
ções, notadamente nas periferias das cidades, tenha se dado em
A industrialização diversificada e o dinamismo da região elevadas proporções.
de Caxias do Sul Como se sabe, a região de Caxias do Sul não é uma região po-
bre, no seu conjunto, exibindo um PIB per capita que esta dentre
A região geográfica, identificada pelo IBGE, como microrre- os mais elevados do estado. A pobreza pode aparecer, entretanto,
gião de Caxias do Sul é formada por 16 municípios. Na região de quando se examina indicadores como habitação, saúde, saneamen-
Caxias do Sul, 9 municípios (Antonio Prado, Bento Gonçalves, to, que expressam as carências

Didatismo e Conhecimento 19
CONHECIMENTOS GERAIS
- Aglomeração Urbana do Litoral Norte (AULINORT) Ocupação Recente da - Aglomeração Urbana do Litoral
Norte (AULINORT)
A Aglomeração Urbana do Litoral Norte, instituída pela Lei
Complementar 12.100, de 27 de maio de 2004, é formada por 20 Dados do IBGE
municípios e tem como finalidade planejar e executar as funções Censo Demográfico de 1991 - População residente: 133.727
públicas de interesse comum, buscando o desenvolvimento e a habitantes
qualidade de vida das cidades envolvidas. O Escritório Regional Censo Demográfico de 2000 - População residente: 192.524
da Aglomeração Urbana do Litoral Norte, inaugurado em 25 de habitantes.
fevereiro de 2005, está localizado no município de Osório, na Av. Crescimento de 43,96% em 9 anos.
Marechal Floriano, 1459.
Conforme Moraes (1999), a ocupação dos municípios litorâ- Crescimento das demais Regiões entre 1991/2000
neos vem se intensificando nas últimas décadas. Esse proceso é Região Metropolitana de Porto Alegre: 16,15%
decorrente de três vetores prioritários de desenvolvimento: a urba- Aglomeração Urbana do Nordeste: 23,44%,
nização, a industrialização e a exploração turística. Aglomeração Urbana de Pelotas: 13,32%
Os dados do último Censo demonstram que a Aglomeração Rio Grande do Sul: 11,39%
Urbana do Litoral Norte (AULINORT) apresentou taxas de cres-
cimento superiores às demais aglomerações urbanas do estado, Rumo ao oeste: A diáspora gaúcha
ficando acima da média da RMPA, Pelotas-Rio Grande e AUNE.
De acordo com Toldo Jr e Strohaecker a configuração territo- No final da década de 1930, para o então Presidente Getúlio
rial do Litoral Norte do Rio Grande do Sul vem se caracterizando Vargas, a necessidade de ocupação imediata das grandes exten-
na atualidade pela dicotomia da dinamização e da estabilização. sões despovoadas do Brasil já era uma realidade. Incorporar esses
Por um lado, os municípios urbanos permanentes e os urbanos espaços passou a ser vital para impulsionar o desenvolvimento e
para fins de segunda residência demarcam os espaços dinamizados até mesmo para facilitar a nacionalização de propriedades que, du-
pelo crescimento populacional e diversificação econômica, impul- rante o século XIX e início do século XX, haviam permanecido
sionando a implantação de novos investimentos e, consequente- em mãos de empresas estrangeiras. Era importante para a nação
mente, a valorização do solo em curto e médio prazo. incorporar novas terras ao processo produtivo, aumentando as ex-
Por outro lado, os municípios urbanos agroindustriais e os ru- portações de produtos agrícolas, como forma de reduzir as pos-
rais constituem-se nos espaços estabilizados com baixa diversifi- sibilidades de conflitos sociais agrários em áreas potencialmente
cação econômica e crescimento demográfico mínimo, dificultando sensíveis. Em suma, era um assunto importante para a segurança
a implantação de novos empreendimentos e, consequentemente, nacional.
demarcando as prováveis áreas de expansão do grande capital no Com essas intenções, o Governo conseguiria, finalmente, abrir
longo prazo. um novo espaço em favor da expansão do capital e, no caso espe-
Os maiores problemas que enfrentam a região do litoral norte, cífico do oeste do Paraná, oferecer aos gaúchos a possibilidade de
de acordo com Toldo Jr e Strohaecker, decorrem da urbanização colonização da região. A fim de tornar possível a realização desse
concentrada. A concentração urbana, traz efeitos negativos como grande projeto, o Estado não poupou esforços para criar políticas
a concorrência acirrada pelo trabalho, a degradação ambiental, que incentivassem a ocupação das áreas selecionadas.
a valorização intensiva do solo urbano, a carência de identidade Dessa forma, no início de 1940, milhares de gaúchos acre-
territorial com a afluência crescente de contingentes migratórios, ditaram nas facilidades oferecidas pelo Governo e partiram para
a desigualdade de renda, a violência urbana, a segregação sócio- conquistar o oeste do Paraná. Grosso modo, foi assim que Getúlio
-espacial, entre outros. Vargas estabeleceu as bases da chamada “Marcha para o Oeste”,
Do ponto de vista positivo os estudos acima citados indicam cujo objetivo era colonizar, integrar e alargar as fronteiras agríco-
que com o aumento da população permanente, a região se tornou las do País.
foco de iniciativas de empreendedorismo, especialmente no setor O maior atrativo para povoar essas regiões foi o baixo preço
de serviços de pequeno e médio porte não especializado. Nos úl- da terra e a sua fertilidade, sobretudo no oeste do estado de San-
timos anos, grandes empresas de caráter regional também têm se ta Catarina; no oeste e no sudoeste do estado do Paraná e no sul
estabelecido nos polos de centralidade de Capão da Canoa, Osório, do Mato Grosso do Sul, onde predominavam as chamadas terras
Torres e Tramandaí, além de se destacarem investimentos de gran- roxas. Os gaúchos foram os principais alvos dessa política por-
de porte como a implantação de parques eólicos. que eram donos de propriedades muito pequenas, ou nem mesmo
tinham propriedades rurais; ou porque começavam a formar um
Municípios que formam a Aglomeração Urbana do Lito- forte excedente de mão de obra. A maioria descendia de imigrantes
ral Norte europeus, basicamente italianos e alemães, que haviam iniciado a
colonização do Rio Grande do Sul durante o século XIX.
1. Arroio do Sal 2. Capão da Canoa 3. Capivari do Sul 4. A partir do final dos anos 60 e 70, gaúchos originários do
Balneário Pinhal 5. Caraá estado e os filhos dos primeiros gaúchos estabelecidos em Santa
6. Cidreira 7. Dom Pedro de Alcântara 8. Imbé 9. Itati 10. Catarina e no Paraná passam a ocupar áreas também no cerrado
Mampituba 11. Maquiné nacional, especialmente nos estados de Goiás, atual Tocantiins e
12. Morrinhos do Sul 13. Osório 14. Palmares do Sul 15. Terra no Distrito Federal. Anos mais tarde atingem parte de Minas Ge-
de Areia 16. Torres 17. Tramandaí 18. Três Cachoeiras 19. Três rais No final da mesma década a colonização se intensifica em di-
Forquilhas 20. Xangrilá reção aos estados do note do país (Rondônia, Acre, Roraima, Pará

Didatismo e Conhecimento 20
CONHECIMENTOS GERAIS
e Amazônia). No final dos anos 70 e início dos anos 8o, a coloni- imaginário cultural, a figura do gaúcho é relembrado pela força e
zação se intensifica em direção ao nordeste do país principalmente garra de seus homens em tempos de guerras, narrada seja através
no oeste baiano, no Piauí e no Maranhão. da literatura, da música, da poesia, do teatro, cinema e transmiti-
Em todos os estados que estiveram os gaúchos fundaram inú- das através dos movimentos nativistas. De outra parte, a cultura
meras cidades. gaúcha está presente nos outros países platinos (Uruguai e Argenti-
Atualmente estima-se que, um milhão e duzentos mil gaúchos na) que tiveram grande influência sobre nossa cultura. Em geral, a
– um em cada dez gaúchos vivam em outros estados. O Rio Gran- tradição gaúcha rio-grandense, com elementos comuns e distintos
de do Sul tem atualmente 10.894.000 habitantes, somados esses em relação à cultura gaúcha platina, une culturalmente este estado
1.200.000 conterrâneos residentes em outros estados, existem no brasileiro com os dois países platinos. Esta união pode ser perce-
Brasil, aproximadamente 13 milhões de gaúchos e descendentes bida tanto através do elemento do gaúcho, do mundo agropostorial
no país. Fato que faz de nossa cultura e economia seja uma das estanceiro comum às três regiões (extremo sul do Brasil, Uruguai e
mais influentes do Brasil. centro-nordeste argentino) e no aspecto físico pela geografia pam-
peana, comum entre o sul do estado e parte daqueles países.
Contexto cultural do Rio grande do Sul
Cultura Popular Gaúcha
Aspectos culturais do Rio Grande do Sul
Destacamos por cultura popular gaúcha, os elementos tradicio-
O conceito de cultura possui vários significados, portanto para nalismo (culto de todas as tradições gaúchas - lendas, folclore, ves-
poder ser interpretado temos que estar atento à especificidade do timentas...) e do nativismo (culto à música gaúcha rio-grandense).
contexto ao qual nos referimos à palavra cultura. Assim, podemos
denominar “cultura” as diversas formas que o termo pode adquirir, Criação do Movimento tradicionalista gaúcho
conforme o contexto específico: cultura popular, cultura erudita,
cultura religiosa, cultura política, cultura gauchesca, cultura brasi- A criação do CTG 35, em 1948, permitiu a criação cultural
leira, cultura indígena... de um dos movimentos regionalistas com mais agregados nume-
Em geral, podemos ter uma prévia noção de cultura a partir da ricamente no mundo. O movimento também resgatou o cultivo de
distinção que o sociólogo americano Florian Znaniecki faz entre tradições, recriou as lendas, costumes, vestimentas típicas do Rio
objetos naturais e culturais. O autor, denomina objetos naturais de Grande do Sul.
coisas, e os objetos culturais de valores, em virtude de sua deter- De acordo com Santi, a criação do primeiro CTG teve a fren-
minação essencialmente prática com relação à atividade humana. te dois grupos; de um lado jovens estudantes secundaristas e de
Desta forma, tudo que um grupo humano (ou povo) produz no outro escoteiros mais velhos, quase todos procedentes da Região
contexto de sua sociabilidade faz parte do patrimônio cultural, seja da Campanha do Rio Grande do Sul. A instalação do 35 CTG,
a música, a alimentação, o teatro... em 1948, teve a frente dois episódios: o primeiro foi o desen-
Para fins didáticos e para o objetivo da prova de seleção, o volvimento do Departamento de Tradições Gaúchas do Colégio
que nos interessa abordar como aspectos culturais do Rio Grande Estadual Júlio de Castilhos, que teve como um de seus primeiros
do Sul, estão relacionados, de um lado, com aquilo que denomi- atos o lançamento da chama “crioula” ( alusão ao espanhol crio-
namos cultura gauchesca, os seja valores consagrados por aquilo llo - típico da terra). Já nos primeiros anos, com o ato simbólico
que está associado também pelo folclore do gauchismo, do nati- de oito estudantes em trazer de David Canabarro de Livramento
vismo e de outro, com os aspectos da cultura que estão mais pró- a Porto Alegre os restos mortais duas lideranças se sobressaem.
ximos à cultura institucional gaúcha (clubes literários, instituto, Trata-se dos conhecidos tradicionalista João Carlos Dávila Paixão
poetas, escultores).De forma sumária, descreveremos as ativida- Cortes (Patrono da feira do Livro de Porto Alegre 2010 – figura
des dos mais importantes intelectuais gaúchos, em vários campos típica do gaúcho, inspirou a estátua do Laçador em Porto Alegre )
da “cultura” (literatura, artes plásticas, música...) e Luiz Barbosa Lessa.
Segundo o mesmo autor, em viagens às sociedade criollas
Cultura gaúcha: tradicionalismo e nativismo uruguaias o grupo do 35 CTG começa a estabelecer contatos que
lhe permitiu a formulação de elementos para formulação das dan-
A cultura gaúcha em seu aspecto popular, ou de sua interpre- ças tradicionalistas.
tação pelos nativistas está relacionada às origens da organização A menção que fizemos ao CTGS é para indicar que a cultura
do mundo estanceiro, mais especificamente dos costumes cam- popular gaúcha foi um resgate das tradições populares gaúcha (sua
peiros. Trata-se da organização de um legado cultural que passa história, lendas, canções, costumes) que foram esquecidas com o
pela construção da memória cultural daqueles movimentos que se tempo, sendo assim, recriadas ou criadas.
empenham em manter as tradições, centro de tradições gaúchas e Com espantoso crescimento ao longo dos anos, as lideranças
lideranças do nativismo.Nesse sentido, embora o Rio Grande do criaram o Movimento Tradicionalista Gaúcho, que entre outras fi-
Sul seja um estado de multiplicidade cultural, recebendo influência nalidades tem por função ser o orientador, o catalisador e discipli-
da cultura (língua, culinária, religião) de outros povos que aqui nador de seus afiliados.
se fixaram como alemães, italianos, poloneses, negros e judeus, o O Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), criado em
elemento gaúcho é o foco da identidade cultural de seu povo. Em 1966, é a entidade máxima das tradições gaúchas, cabe ao MTG
outras palavras, o que destaca o estado como um detentor de uma ser o catalizador, disciplinador e orientador das atividades de seus
cultura própria é justamente uma certa unificação e uma recriação afiliados. Na prática, “pilcha” do gaúcho, as vestimentas das pren-
cultural em torno da figura do gaúcho, do peão de estância. No das, os concursos, tudo que diz respeito à tradição foram discipli-

Didatismo e Conhecimento 21
CONHECIMENTOS GERAIS
nadas pelo MTG. A partir dos anos 80, o tradicionalismo foi insti-
tucionalmente legitimado em nível de estado, através do Instituto FATOS RELEVANTES DA ATUALIDADE
Gaúcho de Tradição e Folclore. NO BRASIL E SUAS VINCULAÇÕES
Atualmente existem milhares de CTGS por todo o estado e
por outros estados, acompanhando a diáspora gaúcha. Apenas para HISTÓRICAS.
se ter uma noção do crescimento dos centros de tradições, em 1954
haviam 35 CTGS no estado, já em 1997 já existiam mais de 1500
entidades.
Folclore: algumas lendas gauchescas POLÍTICA
Diretamente relacionadas com o folclore, as lendas são a PEC que limita gastos é aprovada em comissão do Senado
maior expressão da transmissão oral ou escrita tradição. Para fins sob protestos
didáticos relacionados a concursos públicos dificilmente será pre- A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) aprovou nesta
ciso que o candidato tenha conhecimento das lendas. Vamos ape- quarta-feira (9) a PEC que estabelece um limite para os gastos
nas fazer menções a algumas lendas que fazem parte da cultura de do governo por vinte anos. A proposta é uma das prioridades da
nosso estado. gestão Michel Temer no Congresso em 2016. Essa é a primeira
M`Boitatá, uma cobra gigante de fogo que come olhos das etapa da tramitação da proposta cuja próxima fase é a apreciação
pessoas. do plenário.
A Salamanca do Jarau: uma linda princesa Moura, transfor- Depois de mais de seis horas de discussão, com parecer fa-
mada em um teiniaguá (lagarto com uma jóia na cabeça). vorável do relator Eunício Oliveira (PMDB-CE), a proposta foi
Negrinho do pastoreio: trava-se de um negrinho, escravo de avalizada por 19 votos a favor e 7 contrários. O presidente da CCJ,
um fazendeiro que recebia maus tratos. Certa ocasião coube ao senador José Maranhão (PMDB-MA), não votou.
negrinho as missão de cuidar um cavalo baio. O bichano fugiu Não houve mudanças ao texto aprovado na Câmara no fim de
do negrinho. Desesperado, o negrinho reza para Nossa Senhora e outubro, apesar das tentativas da oposição. O peemedebista rejei-
encontra o cavalo. Mas, após isso, o filho do fazendeiro espanta o tou todas as emendas apresentadas, a maioria por petistas.
cavalo. O fazendeiro resolve matar o negrinho e colocar seu corpo A oposição tentou, por meio das emendas ao texto principal,
à beira de um formigueiro. No outro dia, o fazendeiro vai até o alterar o cálculo do teto, excluir da proposta despesas com saúde,
formigueiro a vista o negrinho que sai em galopadas com o cavalo. educação, segurança e reajustes de servidores, bem como impor a
Segundo a lenda, até hoje o negrinho anda pelos pampas em seu realização de referendo para confirmar os termos da PEC.
cavalo baio. Aqueles que perderem algum objeto podem pedir aju- O senador Eunício Oliveira, líder do PMDB, partido do presi-
da do negrinho para encontrá-lo. dente da República, Michel Temer, não acatou nenhum pedido de
Nativismo: a Califórnia da Canção Nativa modificar o texto, reforçando o discurso do governo de que não há
prejuízo para saúde e educação.
A Califórnia da Canção Nativa constituiu, ao longo dos anos, Ele destacou que programas essenciais, por exemplo, vincu-
uma das maiores manifestações da cultura nativista gaúcha e, ao lados à educação, como Fies (Fundo de Financiamento Estudantil)
mesmo tempo, o principal definidor das diferenciações entre o que e Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
se denomina de música nativa. Básica), já estão excluídos do teto.
De acordo com Santi, a criação de um festival de músicas gaú- “O Senado não deve adiar o início da produção dos efeitos
chas teve sua origem na cidade de Uruguaiana em 1970, quando do novo regime fiscal. A PEC não proíbe aumento de gastos em
uma rádio da cidade promoveu um concurso de canções. Mas o nenhuma área, apenas requer que esses gastos estejam submeti-
festival somente teve o termo Califórnia da canção nativa quando, dos a um limite. Se for necessário expandir despesas com segu-
no ano seguinte, um grupo de participantes eliminado daquele fes- rança e ciência e tecnologia, por exemplo, ou em qualquer outra
tival realiza a I Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul. área, o Congresso será soberano ao fazê-lo.”, afirmou o senador
Como indica Santi, o termo Califórnia vem do Grego, significa do PMDB.
“conjunto de coisas belas”. A aprovação da PEC nesta quarta cumpre o cronograma acer-
Assim como todos os festivais de música popular brasileira, tado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
realizados nos anos 60, 70 e 80, a Califórnia da canção também com a base governista e a oposição. Este calendário prevê a apre-
foi marcada pelas inconformidades tanto com os estilos musicais ciação do texto no plenário em primeiro e segundo turnos nos dias
que não eram definidos como nativos do Rio Grande do Sul, como 29 de novembro e 13 de dezembro, respectivamente. O peeme-
pela crítica à situação política do Brasil, mencionada em algumas debista pretende promulgar a PEC em 15 de dezembro, antes do
canções. início do recesso Legislativo do fim do ano.
A cada ano, os festivais foram atraindo mais público. Para tan- Além das emendas rejeitadas por Eunício, também foram
to, várias estratégias foram criadas como, por exemplo, a criação apresentados três votos em separado: dos senadores Roberto Re-
da cidade de lona, onde o público podia fixar barras, e a regionali- quião (PMDB-PR), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Vanessa
zação do festival com eliminatórias em outros municípios. Grazziotin (PCdoB-AM). Todos foram rejeitados.
Nos primeiros festivais, foram criadas as ternúrias, pequeno A sessão esteve lotada durante as seis horas, acompanhada por
espaço onde músicos amadores e profissionais não escritos no fes- manifestantes contra e a favor da PEC. No meio da reunião, por
tival, podiam mostrar suas canções e interpretações. cerca de 10 minutos, o presidente precisou interrompeu os traba-
lhos devido a um curto-circuito no sistema de som que os obrigou
a mudar de sala.

Didatismo e Conhecimento 22
CONHECIMENTOS GERAIS
Ao final da sessão, cerca de 100 estudantes protestaram nos A emenda faz parte do texto-base do substitutivo do pacote de
corredores do Senado. Com gritos de ordem, diziam não à PEC. medidas anticorrupção, que foi aprovado mais cedo, por 450 depu-
tados. Apenas um parlamentar votou contra: Zé Geraldo (PT-PA).
A PROPOSTA Apresentada pela bancada do PDT, a emenda lista as situações
A Proposta de emenda à Constituição restringe as despesas do go- em que juízes e promotores poderão ser processados por abuso
verno ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) dos de autoridade, com pena de seis meses a dois anos de reclusão. A
12 meses anteriores, e tem duração de duas décadas, com possibilidade responsabilização dos agentes públicos foi incluída no parecer de
de mudança na forma de limitar os gastos a partir do décimo ano. Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
O texto final prevê maior folga em saúde e educação. Nessas Segundo a emenda aprovada, os membros do Ministério Pú-
áreas, a correção do piso doas gastos só valerá a partir de 2018, ou blico podem responder pelo crime de abuso de autoridade se, entre
seja, o ano base a ser levado em consideração será 2017. outros motivos, promoverem a “instauração de procedimento sem
Além disso, o relatório estabelece ainda que a base de cálculo que existam indícios mínimos de prática de algum delito”. Além
do piso da saúde em 2017 será de 15% da receita líquida, e não de
da “sanção penal”, o procurador ou promotor poderia estar “sujeito
13,7%, como previa o texto original.
a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à ima-
Fonte: Folha.com – (09/11/2016)
gem que houver provocado”.
PEC 55 é aprovada no Senado em primeiro turno Os magistrados, por sua vez, seriam punidos em oito situações
O Senado aprovou na noite desta terça-feira a Proposta de diferentes, entre elas, se “expressar, por qualquer meio de comuni-
Emenda à Constituição que estabelece um teto para os gastos pú- cação, opinião sobre processo pendente de julgamento”.
blicos. Por 61 votos a 14, o texto base da PEC 55 – antiga PEC Diante da ausência da proposta de anistia do caixa dois, esse é
241 – foi aprovado na primeira votação, mas ainda passará por o destaque mais polêmico da matéria. A criação do crime de auto-
mais três sessões de discussão e mais uma votação. ridade para juízes e promotores contou com o apoio de 20 dos 28
A proposta, que prevê o congelamento dos gastos públicos por partidos com representação na Casa.
até 20 anos, foi aprovada em dois turnos pela Câmara antes de PPS, PV, PSOL e Rede Sustentabilidade votaram contra a per-
chegar ao Senado. Tornou-se prioridade do Governo Michel Te- missão para processar juízes e promotores. Já o DEM, PHS, PROS
mer que vê na medida a possibilidade de reequilibrar as contas e PSDB liberaram suas bancadas.
públicas. Por outro lado, a proposta sofre oposição de parte dos Nos corredores da Câmara, os parlamentares reforçavam que
especialistas e ativistas, que veem na regra ameaça a investimentos a decisão não representava uma afronta ao Ministério Público ou
em saúde e educação. uma tentativa de travar o andamento das investigações da Ope-
Poucas horas antes de a sessão no Senado começar, milhares ração Lava Jato. Deputados destacaram que a iniciativa é apenas
de manifestantes tomaram as ruas no entorno do Congresso para uma ofensiva da Câmara para conter abusos.
protestar contra a PEC e pedir pelo fora Temer. A Polícia usou Querem dizer que quem vota por essa emenda, vota contra
bombas de gás para reprimir a manifestação, que seguiu pelo iní- Lava Jato. Que falácia, que absurdo”, afirmou o deputado André
cio doa noite. Não há registros oficiais sobre feridos. Figueiredo (PDT-CE). No mesmo sentido, Alberto Fraga (DEM-
Fonte: El País Brasil – (30/11/2016) -DF) disse que o objetivo dos parlamentares não é parar a Lava
Jato. “Queremos parar abusos”.
Câmara conclui votação do pacote anticorrupção com Após a votação do texto na Câmara, o projeto será votado no
mudanças no texto principal Senado antes de ser enviado à sanção. Vale lembrar que o presidente
Em mais uma derrota ao relator Onyx Lorenzoni (DEM-RS), do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é um dos maiores defen-
o plenário da Câmara dos Deputados suprimiu do pacote das me- sores da aprovação de uma lei que puna abusos de autoridade.
didas anticorrupção o item que tratava da responsabilização civil e
O projeto foi aprovado dois dias antes de Renan receber o juiz
criminal de dirigentes partidários decorrente da desaprovação das
Sérgio Moro para um debate sobre um projeto de lei de abuso de
contas das legendas e de atos ilícitos atribuídos ao partido.
autoridade no plenário do Senado.
Na votação do último destaque da madrugada desta quarta-
O resultado não agradou o procurador da República, Deltan
-feira (30), 328 deputados votaram por retirar a proposta do texto,
contra 32 votos e uma abstenção. Os deputados concluíram assim Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Paraná.
a votação das medidas, com várias mudanças no texto que veio da “Está sendo aprovada a lei da intimidação contra promotores, juí-
comissão especial. zes e grandes investigações”, escreveu Dallagnol no Twitter.
O texto propunha que a responsabilização pessoal ocorresse Fonte: Exame.com – (30/11/2016)
“quando verificada irregularidade grave e insanável resultante de
conduta dolosa que importe enriquecimento ilícito e lesão ao pa- Novo relatório anticorrupção reduz número de medidas
trimônio do partido. de 17 para 12
Fonte: Istoé – (30/11/2016) Após mais de 6 horas, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-
-RS) apresentou a sua terceira versão do relatório do Projeto de
Para Câmara, juiz e MP podem responder por abuso de Lei 4.850/16, que trata das chamadas medidas de combate à cor-
autoridade rupção. O novo relatório reduz as propostas de 17 para 12. O texto
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na madrugada foi fechado depois de Lorenzoni ter ouvidos as sugestões de diver-
desta quarta-feira (30), por 313 votos a 132 e cinco abstenções, a sas bancadas partidárias, que pressionaram por mudanças, e de ter
possibilidade de juízes e membros do Ministério Público serem se reunido com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo
processados por crimes de abuso de autoridade. Maia (DEM-RJ).

Didatismo e Conhecimento 23
CONHECIMENTOS GERAIS
“É um momento complexo que estamos enfrentando com Tem que ser aplicado em 100% dos servidores ou agentes públi-
um tema que todos reconhecem que é difícil. Desde a sua com- cos, tem que ser primeiro treinados para depois ser integrados. Vai
preensão até a construção de um entendimento que nos permita ser parte integrante da formação de funcionários públicos”, disse.
responder à sociedade brasileira”, disse. “Fizemos a separação dos Lorenzoni manteve a criminalização do enriquecimento ilícito
assuntos que são comuns e que serão trabalhados nesse projetos de de funcionários públicos e a eliminação de barreiras para o con-
lei e daqueles que não vamos trabalhar”. fisco de bens de criminosos (por meio da chamada extinção de
De acordo com o presidente do colegiado, Joaquim Passari- domínio e do confisco alargado).
nho, os deputados começaram ontem (22) a discutir o texto, en- Permanece no texto a previsão da criação e acesso a uma base
cerraram a sessão por volta das 23h40 e a intenção é que ele seja de dados com informações de agentes públicos relativas à situação
votado hoje (23). Para tanto, Passarinho convocou nova reunião, econômica ou financeira de pessoas físicas ou jurídicas pelo Tri-
marcada para as 9h. bunal de Contas da União com o Ministério da Transparência, Fis-
A nova versão do texto manteve no texto a responsabilização calização e Controladoria-Geral da União e o Ministério Público.
dos partidos políticos e criminalização do caixa dois. De acordo Lorenzoni disse que também manteve no texto a previsão do
com a proposta, passa a ser considerado crime de caixa dois arre- chamado acordo de culpa pelo qual, por vontade do réu, em acordo
cadar, receber, manter, movimentar, gastar ou utilizar valores, bens com o advogado é realizado um acordo reconhecendo a validade
ou serviços estimáveis em dinheiro, paralelamente à contabilidade das acusações do inquérito policial. “Daí o réu pode fazer o ajuste
exigida pela legislação eleitoral, com pena de reclusão de dois a com o Ministério Público, com a participação do advogado, e vai
cinco anos, e multa. ao juiz para homologação”, disse Lorenzoni. “Isso tem que gerar,
As penas serão aplicadas em dobro se os recursos forem pro- no mínimo, uma redução de um terço da pena. Além disso, algo em
venientes de fontes vedadas pela legislação eleitoral. Incorre na torno de 30% de todos os processos da área criminal terminarão
mesma pena o doador de campanha. O relator manteve também o na fase inicial e vai haver uma desobstrução da Justiça brasileira,
escalonamento de penas de acordo com os valores desviados e o reduzindo drasticamente”, disse.
fim da prescrição retroativa das ações penais. Fonte: Istoé – (23/11/2016)

Exclusões Deputados articulam derrubar pacote anticorrupção no


Foi mantida a exclusão do texto da previsão de crime de res- plenário
ponsabilidade para juízes e promotores, um dos principais pontos Após a aprovação do pacote de medidas contra a corrupção
de pressão dos deputados que queriam que a medida, excluída por na comissão especial da Câmara, líderes de praticamente todos os
Lorenzoni após reunião com integrantes da Força Tarefa da Ope- partidos, com exceção da Rede e do PSOL, vão tentar derrubar o
ração Lava Jato, fosse reincorporada ao texto. Lorenzoni disse que texto do relator Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e aprovar um projeto
vai encaminhar o tema para o presidente da Casa para que ele seja substitutivo no plenário da Casa.
tratado como um projeto a parte. “Com a gente debatendo com A votação está prevista para ocorrer nesta quinta-feira, 24. O
os agentes públicos que serão alvos da nossa proposta legislativa, novo texto deverá incluir as duas medidas que ficaram de fora do
vamos equilibrar a discussão e ouvir com mais calma todos os en- pacote aprovado nesta quarta: a anistia à prática do caixa 2 nas
volvidos”, disse. campanhas eleitorais e a previsão de punir magistrados e integran-
O deputado disse vai pedir celeridade na tramitação da Pro- tes do Ministério Público Federal por crime de responsabilidade.
posta de Emenda à Constituição (PEC) 291/13, do Senado, que “Vamos votar um substitutivo que muda bastante o conteúdo
regulamenta o regime disciplinar da magistratura e do Ministério do texto, muda quase tudo, cerca de 70%”, disse o deputado Vicen-
Público e que vai pedir que os órgãos do Judiciário e do Ministério te Cândido, vice-líder do PT e próximo ao presidente da Câmara,
Público encaminhem sugestões de projetos sobre o tema. Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Também foram retiradas pontos do trecho que tratam do uso Segundo o deputado, há um acordo para que o texto siga, “de
da prisão preventiva para assegurar a devolução do dinheiro des- imediato”, para ser apreciado no Senado, para, em seguida, ser
viado; propostas encaminhadas pela Ordem dos Advogados do sancionado pelo presidente Michel Temer.
Brasil (OAB) que tratam da ação popular. Ele, no entanto, negou que a pressa exista por conta da expec-
O ponto que diz respeito aos acordo de cooperação interna- tativa da homologação das delações dos executivos da Odebrecht,
cional também foi retirado, após pressão de integrantes da Polícia no âmbito da Operação Lava Jato.
Federal, assim como em relação às equipes de cooperação interna- Para justificar a aprovação de um texto mais favorável à classe
cional. “Mesmo com o acordo firmado, os líderes pediram ao lon- política, deputados alegam que o relator das medidas anticorrup-
go do dia de hoje e dos últimos dias que tudo aquilo que excedesse ção descumpriu o acordo com os líderes e votou um texto diferente
as dez medidas fosse retirado”, justificou Lorenzoni. do que foi acertado com as bancadas.
Outra medida que foi retirada diz respeito a incorporação da Madrugada. O presidente da Câmara deixou a Casa por volta
decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) de que a pena das duas da manhã dizendo que não conhecia o texto aprovado e
já possa ser cumprida após condenação em segunda instância. que, por isso, não sabia dizer o que iria acontecer durante a votação
do pacote no plenário. “Eu não vi o texto, então não posso dizer o
Alterações que vai ser aprovado.”
O relator também fez alterações no trecho do projeto que trata Maia também negou que haverá uma anistia aos políticos que
dos testes de integridade para funcionários públicos. Segundo Lo- praticaram caixa 2 e defendeu a tese de que, como o crime passa-
renzoni, com os ajustes, o teste permaneceu com efeitos adminis- rá a ser tipificado somente após a aprovação da proposta, não há
trativos. “A demissão não pode ocorrer com base apenas no teste. como punir quem praticou atos dessa natureza antes.

Didatismo e Conhecimento 24
CONHECIMENTOS GERAIS
O pacote das medidas anticorrupção foi aprovado por unani- Uso de empresas
midade na comissão. A votação foi concluída somente depois da O advogado recebeu R$ 36 milhões de empreiteiras investi-
meia noite. Por conta do horário, Maia desistiu de votar o texto no gadas na Lava Jato, entre elas, a UTC, Mendes Júnior e EIT. Os
plenário na madrugada desta quinta. A sessão foi suspensa, mas os dados constam em pedido de quebra de sigilo de empresas que, se-
principais líderes da Casa continuaram no gabinete da presidência gundo o MPF, são suspeitas de escoar a propina da Mendes Júnior.
da Casa discutindo que estratégia adotar diante do texto que foi Somente da Mendes Júnior, o escritório Tacla Duran Sociedade de
aprovado no colegiado. Advogados, entre 2011 e 2013, recebeu R$ 25,5 milhões.
Fonte: Estadão.com – (24/11/2016) Da UTC foram R$ 9,1 milhões e da EIT outros R$ 2 milhões.
“Diversos envolvidos no caso valeram-se dessas empresas a fim de
Nova fase da Lava Jato mira operadores que lavaram gerar recursos para realizar pagamentos de propina”, diz o MPF.
mais de R$ 50 milhões No caso da Mendes Júnior, os repasses ao operador são ex-
A Polícia Federal realiza a 36ª fase da Operação Lava Jato plicados na proposta de delação premiada em negociação com a
nesta quinta-feira (10). Batizada de “Dragão”, ela mira dois opera- Procuradoria-geral da República. Os valores seriam destinados a
dores financeiros especializados na lavagem de recursos de gran- agentes públicos envolvidos em irregularidades em obras da Pe-
des empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petro- trobras e no governo do Rio de Janeiro.
bras, segundo a força-tarefa. Até então, os investigadores tinham conhecimento apenas da
As investigações apontam que os dois suspeitos são responsá- atuação de Duran em transações envolvendo as contras secretas da
veis por lavar mais de R$ 50 milhões para as empresas. Eles foram Odebrecht. Com a quebra de sigilo das construtoras, os investiga-
apontados, em delação, como operadores utilizados para pagamen- dores descobriram que duas empresas de Duran foram beneficiá-
tos indevidos pelo Setor de Operações Estruturadas, o departamen- rias de pagamentos milionários.
to da propina na estatal. Além de Odebrecht, Mendes Júnior, UTC e EIT, o MPF tam-
Foram expedidos 18 mandados para três Estados: Ceará, São bém mapeou a relação de Tacla Duran com ao menos outras duas
Paulo e Paraná. Deles, são 16 de busca e apreensão e dois de prisão empreiteiras e dois operadores presos pela Lava Jato. A Treviso,
preventiva (por tempo indeterminado). de Julio Camargo, operador da Toyo Setal e atualmente delator,
repassou R$ 350 mil para o escritório do advogado. Por sua vez,
O lobista Adir Assad, já preso pela Lava Jato em Curitiba,
outra empresa de Tacla Duran, a Econocell do Brasil, repassou R$
é um dos alvos de um dos mandados de prisão. Investigado em
3,5 milhões para empresas de Adir Assad, apontado como opera-
diversas operações contra corrupção, Assad foi alvo de três man-
dor da Delta Engenharia e de outras construtoras.
dados de prisão em pouco mais de um ano: Lava Jato, no Paraná,
Operação Saqueador, no Rio, e Operação Pripyat, desdobramento
Repasses
da Lava Jato no Rio.
As investigações apontam que Assad, por meio de transferên-
O outro alvo de mandado de prisão é o advogado Rodrigo
cias de contas mantidas por suas empresas em território nacional,
Tacla Duran, que está no exterior. Segundo o MPF-PR (Ministério repassou R$ 24,3 milhões a Duran.
Público Federal do Paraná), ele foi “responsável por lavar deze- A operação apura as práticas, dentre outros crimes, de corrup-
nas de milhões de reais por intermédio de pessoas jurídicas por ção, manutenção não declarada de valores no exterior e lavagem
ele controladas”. Segundo um delator, as offshores utilizadas por de dinheiro.
Duran eram chamadas de “kibe” e “dragão” --esta última que dá As ações são realizadas nas cidades de Jaguaruana (CE), São
nome à operação deflagrada desta quinta. Paulo, Barueri (SP), Santana do Parnaíba (SP), Curitiba e Londri-
Em entrevista na manhã desta quinta-feira (10) na sede da Po- na (PR). Ao menos 90 agentes da Polícia Federal estão envolvidos
lícia Federal em Curitiba, os procuradores Julio Motta Noronha e na operação.
Roberson Pozzobon disseram ter encontrado, ao longo das inves- Fonte: Portal UOL – (10/11/2016)
tigações iniciais, indícios que mostram um quadro de corrupção
sistêmica e lavagem de dinheiro contínua envolvendo operadores Senado aprova proposta de reforma política
financeiros, agentes públicos e empreiteiros. Em primeiro turno, senadores aprovam proposta que acaba
Assad e Duran seriam os profissionais do esquema encarrega- com coligações, para deputados e vereadores, cria cláusula de bar-
dos de trazer dinheiro de origem ilícita do exterior e transformá-lo reira e pune políticos eleitos que mudarem de partido. PEC segue
em dinheiro legal disponível em espécie no Brasil, supostamente para votação em segundo turno. Na primeira votação, o Senado
originário da prestação de serviços. aprovou nesta quarta-feira (09/11) a proposta de emenda constitu-
Segundo os procuradores, as investigações já mostraram que cional (PEC) 36 que acaba com as coligações partidárias em elei-
havia também uma relação estruturada entre Assad e Duran: “Du- ções proporcionais, para vereadores e deputados, e estipula uma
ran e Assad tinham relacionamento constante. Profissionais do cláusula de barreira para os partidos políticos.
crime que se comunicam entre si, cooperam”, apontou Pozzobon. A proposta, aprovada por 58 votos a favor e 13 contra, deverá
Os procuradores justificaram o pedido de prisão preventiva ser votada em segundo turno pelos senadores e, se aprovada por
de Duran dizendo que ele não volta ao Brasil desde abril deste no mínimo três quintos dos parlamentares, ou seja, 49 de 81, segue
ano, morando nos Estados Unidos, e que ele tem dupla cidadania, para a avaliação da Câmara dos Deputados, onde também precisa
incluindo a espanhola. “[Deixá-lo solto é] Perigo para a ordem pú- passar por duas votações para entrar em vigor.
blica”, disse o procurador Noronha. O Ministério Público ainda A PEC, de autoria dos senadores Aécio Neves e Ricardo Fer-
não tinha recebido a confirmação da prisão de Duran na manhã raço, ambos do PSDB, acaba com as coligações partidárias nas
desta quinta-feira. eleições proporcionais a partir de 2020. Pela atual legislação, os

Didatismo e Conhecimento 25
CONHECIMENTOS GERAIS
partidos podem fazer coligações para eleger vereadores e deputa- Geddel pede demissão após crise gerada por denúncia de
dos. Dessa maneira, os votos alcançados pela legendas coligadas ex-ministro
são somados e são eleitos os candidatos mais votados da sigla. O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima,
pediu demissão na manhã desta sexta-feira (25) por meio de uma
Cláusula de desempenho carta enviada por e-mail ao presidente Michel Temer. De Salvador,
A proposta também estabelece uma cláusula de barreira que onde está desde quarta-feira (23), ele conversou por telefone com
visa diminuir o número de legendas partidárias no país. Pelo texto, o presidente depois de enviar o e-mail.
os partidos precisam alcançar 2% dos votos válidos no pleito para Geddel é acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero
a Câmara dos Deputados, distribuídos em, ao menos, 14 unidades de tê-lo pressionado para liberar uma obra no centro histórico de
federativas, em 2018, e 3% a partir de 2022, com 2% dos votos Salvador. Geddel é proprietário de um apartamento em um edi-
válidos em 14 unidades federativas. fício cuja construção foi embargada pelo Instituto do Patrimônio
A cláusula limita, desta maneira, o acesso das legendas a verbas Histórico e Artístico Nacional (Iphan), subordinado ao Ministério
do fundo partidário e ao tempo de propaganda em rádio e televisão, da Cultura. Devido ao episódio, Calero pediu demissão na semana
além da estrutura funcional do Congresso. Candidatos que forem passada.
eleitos por partidos que não alcançarem esse limite terão o manda- Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, Temer aceitou
to garantido, mas com estrutura menor na Câmara e sem direito a o pedido de Geddel, que era responsável pela articulação política
ocupar cargos de liderança e participar de comissões. Eles poderão do governo.
ainda optar por mudar para outra legenda sem penalização. O presidente chegou ao Planalto nesta sexta, por volta às 10h,
A medida estabelece que legendas menores podem se reunir e, imediatamente, se reuniu com assessores próximos, como o se-
para atuar como uma, mas para isso devem concorrer juntas e atuar cretário de Comunicação Social, Márcio Freitas. Em seguida, re-
com um único partido durante todo o mandato. cebeu a carta de demissão do ministro.
A proposta da cláusula de desempenho é polêmica. Opositores Geddel é o sexto ministro a deixar o governo desde que Mi-
da medida alegam que ela afetaria partidos tradicionais como o PC chel Temer assumiu a Presidência, em maio. Antes dele, caíram
do B, PPS e PV, além de legendas mais recentes como Psol e Rede. Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência),
Senadores de oposição, da Rede, PCdoB e PT, tentaram reduzir as Fábio Medina Osório (AGU), Henrique Eduardo Alves (Turismo)
cláusulas de barreira para 1% em 2018, 1,5% em 2022 e 2% em e Marcelo Calero (Cultura).
2026, mas a emenda foi rejeitada. Na carta de demissão, na qual se referiu ao presidente da
Se a cláusula já estivesse em vigor, ela reduziria o funciona- República como “fraterno amigo”, Geddel escreveu que “avolu-
mento parlamentar de 14 legendas das 27 que integram atualmente maram-se as críticas” sobre ele e disse que o “limite da dor que
o Congresso. suporta” é o sofrimento da família, em Salvador”. “É hora de sair”,
A PEC 36 também reforça a fidelidade partidária e determina afirmou na carta.
a perda de mandato para políticos eleitos que trocarem de partidos, Na mensagem, ele também pediu desculpas a Temer pela
menos que seja para concorrer a outra vaga. dimensão das “interpretações dadas”, referindo-se à acusação de
A votação do segundo turno no Senado sobre a PEC deve Marcelo Calero de que o pressionou para desembargar a constru-
ocorrer no dia 23 de novembro. ção de um condomínio de luxo em Salvador barrado pelo Iphan.
Fonte: Portal Terra – (09/11/2016) No texto, Geddel afirma que retornará à Bahia, mas segui-
rá como “ardoroso torcedor” do governo. Ele também aproveitou
Fora do governo, Calero acusa Geddel de pressioná-lo para agradecer o apoio e a colaboração na aprovação de “impor-
para liberar obra tantes medidas” para o país.
De saída do governo, o ministro da Cultura, Marcelo Calero,
acusa o ministro Geddel Vieira Lima (Governo) de tê-lo pressio- A queda de Geddel
nado a produzir um parecer técnico para favorecer seus interesses Até então um dos homens forte de Temer no Planalto, Geddel
pessoais. começou a balançar no cargo de ministro da Secretaria de Governo
Calero diz que o articulador político do governo Temer o na semana passada, quando Calero concedeu uma entrevista ao
procurou pelo menos cinco vezes —por telefone e pessoalmen- jornal “Folha de S.Paulo” denunciando a pressão do ex-colega da
te— para que o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artís- Esplanada dos Ministérios.
tico Nacional), órgão subordinado à Cultura, aprovasse o projeto A turbulência política provocada pela denúncia chegou ao ga-
imobiliário La Vue Ladeira da Barra, nos arredores de uma área binete presidencial nesta quinta (24), quando foi revelado o teor
tombada em Salvador, base de Geddel. do depoimento prestado nesta semana por Calero à Polícia Federal
Nas palavras do agora ex-ministro, Geddel disse em pelo me- (PF). O ex-ministro disse aos policiais que, durante uma audiência
nos duas dessas conversas possuir um apartamento no empreen- no Palácio do Planalto, Temer interveio em favor dos interesses do
dimento que dependia de autorização federal para sair do papel. então ministro da Secretaria de Governo.
“Entendi que tinha contrariado de maneira muito contunden- Calero, que pediu demissão na última sexta (18), gravou a
te um interesse máximo de um dos homens fortes do governo”, conversa que teve na semana passada com Temer no Planalto, in-
afirmou. formou o Bom Dia Brasil. Procurado pela TV Globo, Calero disse
No lugar de Calero, assume o deputado Roberto Freire (PPS- que não pode falar desse assunto. Segundo o G1 apurou, ele en-
-SP). tregou cópia da gravação à PF, que encaminhou o material para o
Fonte: Folha.com – (19/11/2016) Supremo Tribunal Federal (STF).

Didatismo e Conhecimento 26
CONHECIMENTOS GERAIS
Depoimento à PF construtores pretendem erguer um prédio com 31 andares, mas o
No depoimento à PF prestado na última quarta (23), o ex-mi- Iphan autorizou a construção de, no máximo, 13 pavimentos.
nistro disse ter sido “enquadrado” por Temer a fim de encontrar Com vista privilegiada para a Baía de Todos-os-Santos, o con-
uma “saída” para desembargar a construção do condomínio La domívio La Vue começou a ser construído em outubro de 2015.
Vue, na capital baiana, no qual Geddel comprou um apartamento. O metro quadrado dos apartamentos – um por andar – custa em
Após o depoimento de Marcelo Calero à PF vazar na im- torno de R$ 10 mil. O edifício tem apartamentos com quatro suítes
prensa, o porta-voz da Presidência da República, Alexandre Pa- de 259m² e uma cobertura chamada “Top House” de 450 m². Os
rola, afirmou que Temer procurou o ex-ministro da Cultura para imóveis no La Vue variam de R$ 2,6 milhões a R$ 4,5 milhões.
resolver o “impasse” entre ele, Calero, e o chefe da Secretaria de No sábado, o instituto informou que a obra foi embargada
Governo (leia a íntegra do pronunciamento de Parola ao final desta após estudos técnicos apontarem impacto do empreendimento em
reportagem). cinco imóveis tombados da vizinhança do condomínio: o forte e
Segundo o colunista do G1 Matheus Leitão, a Procuradoria farol de Santo Antônio, o forte de Santa Maria, o conjunto arqui-
Geral da República (PGR) havia decidido pedir ao STF a abertura tetônico do Outeiro de Santo Antônio (que inclui o forte de São
de uma investigação para apurar se Geddel fez tráfico de influência Diogo), além da própria Igreja de Santo Antônio (leia mais sobre
ao pressionar o ex-colega da Esplanadas. os argumentos do Iphan ao final desta reportagem).
A PGR recebeu nesta quinta-feira (24) o depoimento que Ca-
lero prestou à Polícia Federal. O documento inicialmente foi en- Parentes
viado ao Supremo, que o encaminhou para a análise dos procura- Familiares do ministro da Secretaria de Governo integram a
dores da República. A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, defesa do empreendimento imobiliário de Salvador barrado pelo
remeteu o depoimento à PGR antes de mandar sortear o caso para Iphan, no qual ele afirma ter comprado um imóvel, publicou na
relatoria de algum dos minstros do tribunal. quarta-feira o jornal “Folha de S.Paulo”.
Na condição de ministro, Geddel tinha direito ao chamado Segundo o jornal, um primo e um sobrinho de Geddel atuam
“foro privilegiado”, ou seja, ser investigado e processado pelo como representantes do empreendimento La Vue Ladeira da Barra
STF, a mais alta Corte do país. Agora, diante da demissão do mi- junto ao Iphan.
nistro, o caso pode ser remetido à primeira instância da Justiça. A publicação afirmou que, em um documento anexado ao pro-
cesso administrativo que tramitou junto ao Iphan, a empresa Por-
Temer ‘surpreso’ to Ladeira da Barra Empreendimento – responsável pelo La Vue,
Nesta quinta, após Geddel pedir demissão do cargo, o líder interditado pelo órgão ligado ao Ministério da Cultura – nomeou
do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), disse que o pre- como procuradores os advogados Igor Andrade Costa, Jayme Viei-
sidente Temer está “surpreso” com o conteúdo do depoimento de ra Lima Filho e o estagiário Afrísio Vieira Lima Neto.
Calero. Ainda de acordo com a “Folha”, Jayme é primo de Geddel e
“O presidente estava muito surpreso ontem [quinta, 24] à noi- também seria sócio dele no restaurante Al Mare, em Salvador. Já
te com todo esse envolvimento do nome dele pelo [ex-] ministro o estagiário Afrísio Vieira Lima Neto é filho do deputado federal
Calero”, disse. Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão do ministro da Secretaria
Assim como já havia feito o porta-voz da Presidência, Ale- de Governo.
xandre Parola, nesta quinta, André Moura também reafirmou que A procuração, informou o jornal, foi assinada em 17 de maio
o presidente, ao procurar Calero, “só tentou solucionar um conflito de 2016, cinco dias depois de Geddel assumir o comando da Se-
interno” entre ministros. “Ele [Temer] deu o caminho técnico para cretaria de Governo.
que a coisa fosse solucionada. O caminho técnico é exatamente Fonte: G1 – (25/11/2016)
uma avaliação jurídica pela Advocacia-Geral da União”, afirmou.
“Eu não estava patrocinando interesse privado”, afirma
Comissão de Ética Temer sobre caso Geddel
Na segunda-feira (21), a Comissão de Ética Pública da Pre- O presidente Michel Temer negou que tenha interferido para
sidência da República decidiu abrir um processo para investigar a arbitrar um conflito de natureza privada do ex-ministro da Secre-
conduta de Geddel no episódio relatado pelo ex-ministro da Cultura. taria de Governo, Geddel Vieira Lima. No entanto, Temer admitiu
O colegiado fiscaliza eventuais conflitos de interesse envol- que o pedido de Geddel para que fosse liberada a construção de
vendo integrantes do governo, mas não tem poder para punir ne- um prédio de 30 andares em área histórica de salvador foi “muito
nhum servidor público, apenas pode recomendar ao chefe do Exe- inadequado”.
cutivo sanções a integrantes do governo, entre as quais demissões. Segundo o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, o político
Nos últimos dias, Geddel admitiu que é proprietário de um baiano o pressionou para que conseguisse autorização para a obra
apartamento no empreendimento, confirmou que procurou o então junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
ministro da Cultura para tratar do embargo à obra, mas negou que (Iphan). Calero levou o caso a Temer e disse que o presidente o
tivesse pressionado Calero para liberar a construção do edifício. “enquadrou” a encontrar uma solução para a questão, remetendo o
caso à Advocacia Geral da União (AGU).
A obra embargada Segundo Temer, uma das conversas com Calero teria sido
O empreendimento imobiliário pivô da saída de Marcelo Ca- gravada pelo então titular da pasta. “Eu não estava patrocinando
lero do Ministério da Cultura foi embargado pela direção nacional interesse privado, data venia. Enfim, disse até ao ministro, foi uma
do Iphan em razão de estar localizado em uma área tombada como inadequação, foi muito inadequado, não pode ser feito”, afirmou
patrimônio cultural da União, sujeita a regramento especial. Os o presidente.

Didatismo e Conhecimento 27
CONHECIMENTOS GERAIS
Temer deu a declaração ao ser questionado sobre qual “conflito A entrevista foi convocada no sábado por Temer e representou
institucional” ele estava arbitrando ao sugerir que o caso fosse re- um rara aparição de mídia conjunta dos principais líderes dos Po-
metido a AGU, ou se estava interferindo em uma questão particular. deres Executivo e Legislativo, o que pareceu indicar a preocupa-
O presidente disse que o conflito institucional era entre o ção do Planalto com a repercussão da crise política detonada tanto
Iphan da Bahia, que havia autorizado a obra, e o Iphan federal, que pela renúncia de Geddel - a sexta de um ministro nos seis meses de
havia barrado o empreendimento. governo do pemedebista - e a polêmica causada pela possibilidade
Juristas ouvidos pela BBC Brasil, porém, dizem que não há de anistia do caixa dois.
conflito entre diferentes órgãos nesse caso, já que o Iphan da Bahia Fonte: Último Segundo – (27/11/2016)
está hierarquicamente subordinado ao Iphan federal.
A própria AGU manifestou-se na quinta-feira, por meio de Cheque de R$ 1 mi do PMDB para campanha em 2014 foi
nota, informando que “a presidência do Iphan é competente para a nominal a Temer
anulação de ato da Superintendência estadual e que poderia decidir Um cheque de doação no valor de R$ 1 milhão do diretório
o caso concreto”. Segundo a assessoria da AGU, essa decisão já nacional do PMDB nominal à campanha do então candidato a
havia sido dada pela procuradoria do Iphan, órgão ligado à AGU, vice-presidente Michel Temer em 10 de julho de 2014 diverge,
antes do Iphan federal barrar a obra. segundo a defesa da ex-presidente Dilma Rousseff, da versão do
Foi a primeira vez que Temer comentou o caso publicamente. empreiteiro Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez.
O presidente disse também que seu perfil “não é autoritário” e que O PMDB reafirmou, em nota, que “sempre arrecadou recursos
sempre atua para resolver conflitos. “Sempre que houver conflito seguindo os parâmetros legais em vigência no país”. “Doações de
entre quem quer que seja eu vou arbitrar”, afirmou. empresas eram permitidas e perfeitamente de acordo com as nor-
Geddel tem um apartamento no prédio que aguardava autori- mas da Justiça Eleitoral nas eleições citadas.” O partido destacou
zação para ser construído. Ao apresentar sua carta de demissão na que todas as suas contas eleitorais “em todos esses anos” foram
sexta-feira, ele deixou clara sua relação de amizade com Temer, aprovadas.
ao se referir ao presidente como “meu fraterno amigo” e “meu Em seu depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral, na ação
querido amigo”. que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, em setembro deste
Ao deixar a coletiva, Temer foi questionado se sabia que Ged-
ano, Otávio Azevedo declarou que o valor foi doado ao diretório
del era dono do imóvel no empreendimento que tentava liberar. O
nacional do PT.
presidente desconversou e disse que “soube nesse episódio”.
As doações de empresas para os diretórios dos partidos era
Diante da insistência sobre quando teve conhecimento, ele afir-
uma prática comum até o Supremo Tribunal Federal vetar repasses
mou que foi “na quinta-feira”, aparentemente se referindo a con-
de pessoas jurídicas nas eleições, nova regra que entrou em vigor
versa com Calero antes da demissão do ministro, no último dia 18.
neste ano. Os diretórios é que decidiam, então, os candidatos desti-
natários dos valores doados e registrados na Justiça Eleitoral.
“Gravíssimo”
Em seu relato ao TSE, Otávio Azevedo - um dos delatores da
Neste, domingo (27), Temer criticou Calero, dizendo ser “in-
digno” e “gravíssimo” que um ministro gravasse uma conversa Operação Lava Jato - afirmou que a Andrade Gutierrez doou em
com o presidente. “Espero que essas gravações venham a público”, março de 2014, R$ 1 milhão ao diretório nacional do PT que, pos-
disse Temer, que disse ainda cogitar fazer gravações oficiais das teriormente, teria repassado à campanha em 14 de julho.
audiências na Presidência da República. Esse valor, segundo o empresário, teria sido pago como parte
Na entrevista, que contou com a presença do presidente da de um acerto de propina de 1% dos contratos da Andrade com o
Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (PMDB-RJ), e o presidente governo Dilma.
do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Temer anunciou o que Como previa a legislação no período, os diretórios eram obri-
chamou de “ajustamento institucional” para impedir a tramitação de gados a identificar o responsável pelas doações que chegavam à
qualquer proposta de anistia a políticos que tenham praticado o cai- sigla e depois eram encaminhados aos candidatos.
xa dois - movimentação irregular de recursos de campanha eleitoral. O cheque e os registros da prestação de contas, segundo a de-
Na quinta-feira, a votação de um projeto com medidas anti- fesa de Dilma perante o TSE, mostrariam que o repasse de R$ 1
corrupção acabou adiada depois de vir à tona uma articulação em milhão feito naquele ano foi para o diretório nacional do PMDB.
prol de uma emenda para anistiar quem tivesse feito uso de caixa Posteriormente, o diretório encaminhou os valores para a campa-
dois em eleições passadas - nos bastidores da Câmara, chegou a nha da chapa Dilma-Temer.
circular um texto de uma emenda que previa livrar, em todas as A defesa de Dilma Rousseff no processo acusou o delator de
esferas (cível, criminal e eleitoral). prestar falso depoimento à Justiça Eleitoral e pediu ao Ministério
“Estamos aqui para revelar que, há uma unanimidade daque- Público que apure o caso.
les dos poderes Legislativo e Executivo”, afirmou o presidente. Ao ser indagado em setembro pelo ministro Herman Benja-
“Não há a menor condição de se patrocinar, de se levar adiante min, relator da Ação Judicial Eleitoral no TSE, sobre as doações
essa proposta”, declarou Temer, que disse ser preciso “ouvir a voz feitas pela Andrade Gutierrez aos vários candidatos e partidos,
das ruas” em relação à anistia. Otávio disse não haver uma distinção no caixa da empresa sobre
Maia voltou a dizer que nunca tinha sido a intenção do Le- os repasses feitos aos políticos.
gislativo de anistiar crimes e culpou uma “confusão de comuni- Ele afirmou, contudo, que “certamente” o R$ 1 milhão doado
cação” pela polêmica. “Estamos discutindo algo que não existe”, ao PT em março daquele ano seria decorrente do acerto de pro-
afirmou. Calheiros disse que uma eventual proposta de anistia não pinas da Andrade com os ex-ministros petistas Antonio Palocci e
terá chances no Congresso. Ricardo Berzoini.

Didatismo e Conhecimento 28
CONHECIMENTOS GERAIS
Ele também reafirmou que parte dos recursos que eram doados O criminalista Fernando Fernandes, defensor de Garotinho,
ao PMDB vinham de um acerto de propinas da empreiteira com o afirmou que ‘a prisão é ilegal’. Ele vai recorrer ao Tribunal Regio-
partido referente às obras da usina de Belo Monte, citada pelos dela- nal Eleitoral para tentar revogar o decreto de prisão expedido pelo
tores da Andrade e que está sob investigação da Lava Jato. juiz da zona eleitoral de Campos. Um argumento da defesa é que o
Diante disso, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ex-governador não foi candidato nas eleições municipais.
Herman Benjamin, relator do processo que pode levar à cassação Fonte: Istoé – (16/11/2016)
da chapa vitoriosa de Dilma Rousseff e Michel Temer nas eleições
de 2014, determinou uma acareação entre Edinho Silva, que atuou Sérgio Cabral é preso pela Operação Lava Jato
como tesoureiro da campanha da petista, e o executivo Otávio O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) foi
Azevedo. preso pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (17) em seu
A acareação foi marcada para quinta-feira, 17, às 18h, no TSE. apartamento, no Leblon, zona sul. Ele é alvo de dois mandados de
A decisão do ministro acolhe pedido dos advogados que represen- prisão, sendo um deles expedido pelo juiz Sérgio Moro, responsável
tam o PSDB, responsáveis pela ação contra a chapa Dilma/Temer. pela Operação Lava Jato na primeira instância. Esta foi a 37ª fase
A decisão de Herman foi tomada depois de a defesa de Dilma da operação que investiga um esquema de corrupção na Petrobras.
apresentar ao TSE uma série de documentos que apontam que Te- O outro mandado é do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Crimi-
mer foi o beneficiário de uma doação de R$ 1 milhão da Andrade nal do Rio, e faz parte da Operação Calicute, um desdobramento
Gutierrez. da Operação Lava Jato, deflagrada pela PF junto com o MPF (Mi-
A defesa de Otávio não quis comentar o assunto. nistério Público Federal) e a Receita Federal. Segundo as investi-
gações, Cabral liderava um grupo de pessoas que recebiam propi-
Defesa na de empreiteiras que tinham contratos com o governo estadual.
“O PMDB reafirma que sempre arrecadou recursos seguindo Uma das obras investigadas é a reforma no estádio do Maracanã.
os parâmetros legais em vigência no país. Doações de empresas O prejuízo estimado é de R$ 224 milhões, de acordo com o MPF.
eram permitidas e perfeitamente de acordo com as normas da Jus- A mulher de Cabral e ex-primeira dama, Adriana Ancelmo,
tiça Eleitoral nas eleições citadas. Em todos esses anos, após fisca- também foi levada para a Polícia Federal, a fim de cumprir man-
lização e análise acurada do Tribunal Superior Eleitoral, todas as dado de condução coercitiva (quando a pessoa é encaminhada para
contas do PMDB foram aprovadas não sendo encontrados nenhum prestar esclarecimentos em sede policial). O casal deixou o prédio
indício de irregularidade”. onde mora sob gritos de “bandido” e “ladrão”, por volta das 7h.
Fonte: Portal UOL – (10/11/2016) Os policiais federais usaram spray de pimenta para dispersar um
grupo de manifestantes, que se colocou em frente ao carro da PF.
Garotinho, ex-governador do Rio, é preso pela PF Cabral é o segundo ex-governador do Rio preso em menos
A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira, 16, o ex-gover- 24 horas. Ontem, a PF prendeu Anthony Garotinho (PR) em uma
nador do Rio Anthony Garotinho (PR). A prisão foi pedida pelo investigação sobre esquema de compra de votos em Campos dos
Ministério Público Eleitoral. Goytacazes (RJ) comandada pelo Ministério Público Eleitoral.
Agentes da delegacia da PF em Campos de Goytacazes, a 270 Segundo a PF, 230 policiais federais cumprem 38 mandados
km do Rio, reduto eleitoral de Garotinho, cumpriram o mandado de busca e apreensão, dez mandados de prisão --sendo oito preven-
na residência do ex-governador no Flamengo, zona sul do Rio. tivos (sem prazo) e dois temporários (com prazo determinado)-- e
Rosinha Garotinho, mulher do ex-governador, é prefeita de 14 mandados de condução coercitiva expedidos pela 7ª Vara Fede-
Campos dos Goytacazes. Anthony Garotinho é secretário de go- ral Criminal do Rio de Janeiro. As dez ordens de prisão decretadas
verno do município. Anthony Garotinho governou o Rio entre pela Justiça fluminense foram cumpridas.
1999 e 2002. Além disso, mais 14 mandados de busca e apreensão, dois
A ordem de prisão contra Garotinho foi decretada pelo juiz mandados de prisão preventiva e um mandado de prisão temporá-
Glaucenir Silva de Oliveira, da 100.ª Zona Eleitoral, em Campos. ria foram expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba, de Moro.
Garotinho é alvo da Operação Chequinho, que investiga es- O MPF informou que a Justiça ainda determinou o sequestro
quema de compra de votos em Campos. A PF mira o Programa e arresto de bens de Cabral e outras 11 pessoas físicas e 41 pessoas
Cheque Cidadão que teria sido usado para cooptar eleitores no úl- jurídicas.
timo pleito no município situado ao Norte do Estado do Rio. São investigados os crimes de pertencimento a organização
Em outubro, a PF prendeu três vereadores de Campos por criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinhei-
suposto envolvimento no esquema – Kellenson Ayres Figueiredo ro, entre outros. Também participam das diligências dezenove pro-
de Souza (PR), Miguel Ribeiro Machado (PSL) e Ozeias Martins curadores do MPF e cinco auditores fiscais da Receita Federal.
(PSDB).Outro alvo da Operação Chequinho é a secretária de De- Segundo o MPF, a partir de delações de executivos das em-
senvolvimento Humano e Social da prefeitura de Campos Ana Ali- preiteiras Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia descobriu-se
ce Ribeiro Lopes de Alvarenga. um esquema de pagamento de propina a Cabral e a pessoas do
O ex-governador do Rio e atual secretário de Governo de seu círculo para que fossem garantidos contratos de obras com o
Campos foi preso por volta de 10h30 desta quarta-feira, 16, no governo do Rio.
prédio onde reside à Rua Senador Vergueiro, Flamengo. Agentes “As investigações apontam para a prática de corrupção na
da PF informaram que ele não foi algemado. contratação de diversas obras conduzidas no governo de Sérgio
Alertado da presença de policiais na portaria do edifício para Cabral, entre elas, a reforma do Maracanã para receber a Copa de
cumprimento do mandado de prisão, Garotinho desceu e se entre- 2014, o denominado PAC Favelas e o Arco Metropolitano, finan-
gou. Na garagem, uma viatura da PF já o aguardava. ciadas ou custeadas com recursos federais”, diz o MPF.

Didatismo e Conhecimento 29
CONHECIMENTOS GERAIS
No primeiro semestre, executivos da empreiteira Andrade Gu- da unidade. O desparecimento e morte presumida do morador da
tierrez relataram em delação premiada o acerto de propinas sobre comunidade virou uma bandeira das manifestações contra a gestão
obras de urbanização do conjunto de favelas de Manguinhos, além do político.
da cobrança de um percentual na obra de reforma do estádio do Em 2014, seu último ano de mandato, Cabral renunciou ao
Maracanã. cargo a fim de abrir espaço para o então vice, Luiz Fernando Pezão
De acordo com os ex-executivos, Cabral teria recebido R$ 60 (PMDB). Na época, seu nome chegou a ser cogitado pra disputar
milhões de propina na reforma do estádio que recebeu a final da a Presidência.
Copa. O consórcio da obra teria sido definido em 2009, antes mes- Apesar da impopularidade do antecessor, Pezão foi reeleito
mo da licitação. O custo foi de R$ 1,2 bilhão. governador do Rio em 2014, ano no qual o Estado já enfrentava re-
Os investigadores constataram que outras empreiteiras tam- flexos da crise financeira que chegaria ao ápice nos anos seguintes.
bém podem ter participado do esquema durante a gestão Cabral. Atualmente, dada a agonizante situação das finanças flumi-
“Foi identificado que integrantes da organização criminosa de nenses, o Executivo tenta aprovar um conjunto de medidas de
Sérgio Cabral amealharam e lavaram fortuna imensa, inclusive austeridade por meio de um projeto de lei, que foi apelidado de
mediante a aquisição de bens de luxo, assim como a prestação de “pacote das maldades”. Entre as propostas, estão cortes de gastos,
serviços de consultoria fictícios”, apontou o MPF. extinção de programas sociais, aumento de impostos e elevação na
O nome da operação (Calicute) é uma referência às tormentas contribuição previdenciária dos servidores públicos.
enfrentadas pelo navegador português e descobridor do Brasil, Pe- Fonte: Portal UOL – (17/11/2016)
dro Álvares Cabral, a caminho das Índias.
STF marca 1º julgamento contra Renan após 9 anos da
Na mira da Lava Jato denúncia
Em Curitiba, o desdobramento das investigações da Operação A Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen
Lava Jato revelaram, de acordo com o MPF, que houve pagamento Lúcia, marcou para o dia 1º dezembro o julgamento sobre a de-
de propina diretamente a Cabral em razão de um contrato firmado núncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR)
entre a Petrobras e a empreiteira Andrade Gutierrez. O acordo diz contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Se
respeito a obras de terraplanagem no Comperj (Complexo Petro- a denúncia for aceita, o parlamentar se tornará réu no Supremo. O
relator do processo é o ministro Edson Fachin.
químico do Rio).
Segundo a denúncia, que tramita no STF desde 2013, Renan
Cabral teria recebido, entre os anos de 2007 e 2011, ao menos
teria usado o lobista de uma empreiteira para pagar pensão a uma
R$ 2,7 milhões da empreiteira Andrade Gutierrez “por meio de
filha que teve fora do casamento. O peemedebista também é acu-
entregas de dinheiro em espécie”, informou o MPF, com repasses
sado de ter adulterado documentos para justificar os pagamentos.
realizados por executivos da empresa para emissários do ex-gover-
Renan nega as acusações. O caso foi revelado em 2007.
nador, inclusive na sede da empreiteira em São Paulo.
A defesa de Renan sustenta que o senador “já esclareceu todos
Além disso, os investigadores descobriram evidências do cri- os fatos relativos a esta questão e é o maior interessado no escla-
me de lavagem de dinheiro. Apenas dois investigados, entre os recimento definido do episódio”. Segundo a assessoria de Renan,
anos de 2009 e 2015, teriam efetuado pagamentos em espécie, de o parlamentar “foi o autor do pedido de investigação das falsas
diversos produtos e serviços, em valores que se aproximam de R$ denúncias em 2007, há quase dez anos.”
1 milhão. O crime de lavagem prevê pena entre três e dez anos de Em fevereiro deste ano, Fachin já tinha pautado a ação para
reclusão; o crime de corrupção, entre dois e 12 anos, e o crime de julgamento mas, no mesmo mês, foi retirada da pauta depois que
integrar organização criminosa, pena entre três e oito anos. a defesa de Renan Calheiros apresentou um recurso alegando a
existência de uma falha na tramitação do processo.
Quem é Sérgio Cabral Fonte: Portal Terra – (24/11/2016)
Liderança do PMDB no Rio, Cabral foi eleito governador do
Estado em 2006 e reeleito quatro anos depois. Antes, havia sido ECONOMIA
deputado estadual --chegou a presidir a Assembleia Legislativa do
Rio-- e senador fluminense. OCDE prevê queda maior do PIB no Brasil em 2016 e es-
Ganhou força à frente do Executivo principalmente pela im- tagnação em 2017
plementação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), a partir A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econô-
de 2008, projeto que consiste na ocupação policial das comunida- mico (OCDE) prevê uma queda maior da economia brasileira em
des dominadas pelo tráfico de drogas. O programa cresceu e se ex- 2016 e uma retomada do crescimento apenas em 2018. A institui-
pandiu, mas começou a enfrentar problemas na metade do segundo ção revisou nesta segunda-feira (28) suas projeções de crescimen-
do mandato do ex-governador. to para a economia global.
Além do constante cenário de crise na segurança pública, Ca- Antes, a OCDE projetava uma queda de 3,3% no PIB brasileiro
bral teve sua imagem seriamente afetada por sucessivas denúncias e em 2016, número que foi ampliado para 3,4%. Para 2017, a estima-
escândalos de corrupção. A relação dele com empresários do ramo tiva melhorou: a instituição passou a projetar a estagnação da econo-
da construção civil, sobretudo o dono da Delta Construções, Fernan- mia no ano que vem, contra uma previsão anterior de queda de 0,3%
do Cavendish, foi investigada --em julho desse ano, o empreiteiro no PIB. Para 2018, a expectativa é de crescimento de 1,2% no PIB.
acabou sendo preso pela Polícia Federal na Operação Saqueador. A OCDE espera uma aceleração do crescimento global em um
Outro duro golpe que arranhou a reputação de Cabral foi o ritmo superior ao que projetava anteriormente. Em seu Panorama
sumiço do pedreiro Amarildo de Souza, em 2013, após ter sido Econômico, a organização estimou que o crescimento global será
levado por PMs da UPP Rocinha, favela da zona sul carioca, à base de 2,9% este ano, 3,3% em 2017 e chegará a 3,6% em 2018.

Didatismo e Conhecimento 30
CONHECIMENTOS GERAIS
Um dos motivos para a revisão foi a vitória de Donald Trump Governo vai autorizar despesas de R$ 16,2 bi no Orça-
nas eleições americanas. Os cortes de impostos planejados pela ad- mento de 2016
ministração de Donald Trump e os gastos públicos devem aquecer A receita obtida com multa e imposto pagos dentro do progra-
a economia dos Estados Unidos, disse a OCDE. ma de regularização de recursos ilegais no exterior deixa ao go-
verno uma reserva técnica, até o final do ano, de R$ 16,2 bilhões,
Brasil é destaque negativo do G20 divulgou nesta terça (22) o Ministério do Planejamento.
O relatório pervê que o Brasil tenha o pior desempenho entre Até 30 de novembro, o governo publicará um decreto sobre
o G20 (grupo das maiores economias do mundo) em 2016 e em como o valor será gasto.
2017. Já o país com a previsão de pior desempenho do G20 depois No relatório do quinto bimestre publicado pela pasta, o go-
do Brasil será a Argentina, cujo PIB deve cair 1,7%. verno aumentou sua previsão para a receita líquida de 2016 em
Na outra ponta está a Índia (7,4%), que lidera o ranking, se- R$ 17,8 bilhões na comparação com a publicação do bimestre an-
guida por China (6,7%), Indonésia (5%) e Espanha (3,2%). No que terior. Ao mesmo tempo, conta com despesas obrigatórias R$ 2,1
vem, de acordo com a organização, a Índia deve continuar na lide- bilhões maiores do que o relatório anterior, deixando uma reserva
rança (7,6%). Completam o topo da lista China (6,4%), Indonésia de pouco mais de R$ 16 bilhões.
(5%) e Turquia (3,3%). O destino desse dinheiro, de acordo com o ministro do Plane-
Fonte: G1 – (28/11/2016) jamento, Dyogo de Oliveira, será debatido nas próximas semanas.
“Nossa prioridade é o pagamento de restos a pagar, o que abre
Resultado do PIB do Brasil no terceiro trimestre é o pior espaço pra termos um desempenho melhor nos próximos anos”,
do mundo disse.
A queda de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro De acordo com ele, o governo avaliou os restos a pagar que
trimestre, descontados os efeitos sazonais, fez o Brasil encolher possui atualmente para determinar o que é “executável”, ou seja, o
2,9% na comparação com o mesmo período de 2015. Esse resul- que pode ser liquidado pelo governo de forma imediata. “Fizemos
tado deixou o país na lanterna do desempenho de 39 nações que já essa análise e o que pode ser pago fica bem acima dos R$ 16,2
divulgaram o PIB e representam 83% do PIB mundial, conforme bilhões de reserva”, disse. Ou seja, se decidir usar toda a reserva
técnica para quitar restos a pagar, o governo atualmente consegue
ranking levantado pela Austin Rating.
fazê-lo.
“Novamente, o Brasil foi superado pelas economias da Gré-
Questionado sobre um possível uso dos recursos para aju-
cia, Ucrânia e Rússia, que nas edições anteriores estavam com de-
da aos Estados, o ministro não negou a possibilidade. “Isso será
sempenhos piores”, destacou o economista-chefe da Austin, Alex
debatido nos próximos dias e será decidido nos próximos dias”,
Agostini. Segundo ele, outras economias que apresentaram resul-
afirmou. Oliveira declarou ainda que a meta fiscal, que determina
tados muito ruins nas edições anteriores, como a Venezuela, ainda
um deficit de R$ 170,5 bilhões em 2016, será cumprida “fielmente
não divulgaram seus resultados e isso coloca o país com o pior
como previsto”.
desempenho do mundo até o momento.
A pasta informou que com a decisão da ministra Rosa Weber,
Esse ranking da Austin é liderado por Filipinas, que cresceu do STF (Supremo Tribunal Federal), de que a parcela da multa da
7,1% no terceiro trimestre deste ano comparado com o mesmo pe- repatriação seja dividida com estados, o governo reservou R$ 5 bi-
ríodo de 2015, seguido por China, em segundo lugar, com alta de lhões para caso tenha que pagar o montante aos entes da federação.
6,7% no PIB, na mesma base de comparação. Além do Brasil, ape- Se não sair uma decisão final sobre esses recursos da multa
nas Rússia e Noruega tiveram queda no mesmo intervalo, de 0,6% ainda neste ano, o montante passa para o ano que vem. “Se a deci-
e 0,9%, respectivamente. são sair em 2017 e for favorável aos estados, receberão no ano que
vem, se for favorável ao governo, entra como receita do governo”,
Letargia exemplificou Oliveira.
Agostini avaliou que a economia brasileira está em estado de
“letargia”, e, por conta disso, ele revisou suas projeções para PIB PIB MENOR
deste ano e do próximo. Aprofundou de 3,1% para 3,49% a previ- O ministro afirmou ainda que ontem o governo comunicou ao
são de retração em 2016 e reduziu para menos de 0,98% a expec- Congresso a recente revisão para baixo da projeção para o PIB de
tativa de crescimento no ano que vem, que era de 1,1%. “A revisão 2017, mas ressaltou que “não cabe ao governo” reestimar receitas
para cima do PIB de 2017 recai sobre a perspectiva de melhora e despesas para 2017.
vigorosa dos fatores de produção a partir do segundo semestre de Nesta segunda (21), a secretaria de Política Econômica, do
2017, com destaque aos investimentos privados, bem como pela Ministério da Fazenda, admitiu que o governo espera um cresci-
retomada do mercado de crédito com estímulo da queda da taxa mento do PIB (Produto Interno Bruto) de somente 1% no ano que
de juros e início de recuperação do mercado de trabalho, além do vem, uma redução considerável na comparação com a última pro-
efeito estatístico da base de comparação menor”, explicou. jeção, que era de 1,6%.
Se as novas previsões de Agostini para o PIB se confirmarem, Com a expectativa de um PIB menor, as receitas esperadas
em 2016, o Brasil cai para o nono lugar entre as 10 maiores econo- também se reduzem, e o atual Orçamento do ano que vem ainda
mias do planeta, atrás da Itália e da Índia. Em 2017, o país voltaria leva em conta uma alta de 1,6%. “Não cabe ao governo federal,
para a oitava colocação no ranking liderado por Estados Unidos, neste momento, realizar revisão das estimativas de 2017. Vamos
seguido por China, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e Índia. fazer isso no início do próximo ano, quando realizarmos a progra-
Fonte: Correio Braziliense – (30/11/2016) mação orçamentária para 2017”, declarou.

Didatismo e Conhecimento 31
CONHECIMENTOS GERAIS
Ele reafirmou o argumento do Ministério da Fazenda de que a Apesar de o leilão ter sido vencido por outro consórcio, as três
revisão do PIB não significa necessariamente uma redução na re- concorrentes teriam adaptado o prévio ajuste quando foram pos-
ceita, já que o governo espera que entrem recursos do novo projeto teriormente contratadas para a efetiva construção de Belo Monte
de repatriação e de concessões. na modalidade Concorrência Privada. Para tanto, as três empresas
Fonte: Folha.com – (22/11/2016) teriam novamente alinhado variáveis que impactariam nas propos-
tas de preço a serem apresentadas separadamente pelas empresas.
CAE aprova projeto que pode limitar taxa de juros do car- O leilão foi vencido pelo Consórcio Norte Energia, formado
tão de crédito em 28% pelas empresas Eletrobras, Chesf, Eletronorte, Queiroz Galvão,
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado apro- Galvão Engenharia e outras empresas. As empresas Andrade Gu-
vou nesta terça-feira, 29, um projeto que pode limitar os juros do tierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht foram contratadas pela Norte
cartão de créditos a duas vezes a taxa do Certificado de Depósito Energia, tendo dividido entre si o montante de 50% da construção
Interbancário (CDI). A proposta seguirá para votação em Plenário. da usina hidrelétrica. Segundo o Cade, os contatos anticompeti-
A taxa do CDI mantém-se próxima à taxa básica de juros (Se- tivos duraram até, pelo menos, julho de 2011, quando foram as-
lic), que corresponde atualmente a 14% ao ano. Assim, se o projeto sinados os contratos referentes às obras de construção da usina
fosse transformado em lei nesta terça, a taxa anual dos cartões de hidrelétrica de Belo Monte.
crédito ficaria limitada ao dobro dessa quantia: 28%. A Norte Energia ainda não se manifestou sobre a investigação do Cade.
“Altera a Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, que dispõe Em nota, a Andrade Gutierrez informa que o acordo com o
sobre a política e as instituições monetárias, bancárias e credití- Cade está em linha com sua postura, desde o fechamento do acor-
cias, cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras providências, do de leniência com o Ministério Público, de continuar colaboran-
para limitar os juros de cartão de crédito”, diz o texto do projeto. do com as investigações em curso. A empresa também afirma que
Autor do projeto, o senador Ivo Cassol (PP-RO) disse que os continuará realizando auditorias internas para esclarecer fatos do
juros abusivos exigem limites regulatórios. Para Cassol, as taxas passado que possam ser do interesse da Justiça e dos órgãos com-
de juros “ainda são exorbitantes”, especialmente as cobradas em petentes. “A Andrade Gutierrez afirma ainda que acredita ser esse
empréstimos na modalidade do rotativo do cartão de crédito. o melhor caminho para a construção de uma relação cada vez mais
Fonte: Istoé – (29/11/2016) transparente entre os setores público e privado”, diz a empresa.
Fonte: Agência Brasil – (16/11/2016)
Cade investiga se houve cartel em leilão de Belo Monte
Governo do Rio Grande do Sul decreta estado de calami-
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ins-
dade financeira
taurou hoje (16) um inquérito para investigar a existência de um
Um dia após anunciar um pacote de medidas para tentar me-
suposto cartel na licitação para a concessão da Usina Hidrelétrica
lhorar as contas do Estado, o governo do Rio Grande do Sul de-
de Belo Monte, realizado em 2010. Também será investigado pro-
cretou nesta terça-feira (22) estado de calamidade financeira na
cesso de contratação para a construção da usina, localizada no Rio administração pública estadual, conforme decreto publicado no
Xingu (PA). Diário Oficial. O decreto entrou em vigor hoje.
O inquérito administrativo é um desdobramento da Operação De acordo com a publicação, a decisão foi tomada consideran-
Lava Jato e foi subsidiado pela celebração do acordo de leniên- do que “a crise da economia brasileira está atingindo fortemente a
cia com a construtora Andrade Gutierrez e com executivos e ex- capacidade de financiamento do setor público”. O Rio Grande do
-executivos da empresa, em setembro deste ano. Segundo o Cade, Sul vive uma grave situação financeira que tem resultado no par-
a assinatura do acordo foi mantida em sigilo para preservar as in- celamento dos salários dos servidores e sucateamento das polícias,
vestigações. entre outros problemas.
Por meio do acordo, firmado com o Ministério Público Fede- O decreto diz também que “a queda estimada do Produto Interno
ral do Paraná, por meio da força-tarefa da Lava Jato, os signatários Bruto (PIB), considerados os anos de 2015 e 2016, chegará a mais de
admitem sua participação, fornecem informações e apresentam 7%, com trágicas consequências para a arrecadação de tributos”.
documentos probatórios para colaborar com as investigações so- Ainda segundo o texto, a decisão levou em conta a necessi-
bre o suposto cartel. As empresas inicialmente apontadas como dade de ações, no curto prazo, para fazer frente à crise e garantir
participantes da provável conduta anticompetitiva são a Andrade a continuidade da prestação de serviços públicos essenciais, nota-
Gutierrez Engenharia, Construções e Comércio, a Camargo Corrêa damente nas áreas da segurança pública, da saúde e da educação.
e a Construtora Norberto Odebrecht, além de, pelo menos, seis A publicação define que secretários de estado e dirigentes má-
executivos e ex-executivos de alto escalão dessas empresas. ximos de órgãos e entidades da administração pública estadual,
Segundo o Cade, os contatos entre os concorrentes teriam se sob a coordenação da Secretaria da Casa Civil, ficam autorizados a
iniciado em julho de 2009, com a divisão do grupo formado pe- adotar medidas excepcionais necessárias à racionalização de todos
las empresas Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht em os serviços públicos, salvo aqueles considerados essenciais.
dois consórcios. Segundo relatos, ao longo do processo de prepa- As medidas em questão ainda serão estudadas, e ainda não
ração das propostas, as empresas teriam alinhado parâmetros como está claro como elas afetarão a população.
premissas da construção, divisão de riscos entre construtoras e in-
vestidores e contingenciamento dos riscos. Tal alinhamento visava “Formalização da gravidade da crise”
criar uma paridade de condições e de preços entre as empresas, o Ouvido pelo UOL, o economista Raul Velloso, especialista em fi-
que não é esperado entre concorrentes, e buscava garantir a viabi- nanças públicas, afirmou que o estado de calamidade financeira não está
lidade de um pacto para a posterior divisão da construção da usina amparado em nenhuma lei. Em sua opinião, a iniciativa é apenas uma
entre elas. forma de o governo gaúcho comunicar a gravidade da crise do Estado.

Didatismo e Conhecimento 32
CONHECIMENTOS GERAIS
Em nota, a Secretaria da Casa Civil do Rio Grande do Sul dúvidas surgem quando a economia mundial sofre com um fraco
afirmou que o “decreto orientará na seleção de novas medidas ne- crescimento. O TTIP, o acordo comercial entre os EUA e a UE, já
cessárias” e “formaliza a situação de extrema gravidade da gestão aparece como a primeira vítima da era Trump.
pública e a prioridade para as mudanças”. O comércio mundial está desacelerando praticamente desde o
Ainda na nota, o secretário adjunto da Casa Civil, José Gui- início da Grande Recessão. Mas tanto o FMI quanto o G-20 temem
lherme Kliemann, disse que “o decreto é mais um instrumento que guerras comerciais, com medidas protecionistas que reduzam ain-
engajará todas as áreas na busca de uma gestão mais eficiente, en- da mais os volumes. A chegada de Trump e seu “América, primei-
xuta e buscando identificar medidas adicionais àquelas previstas ro” é um risco adicional: o novo presidente dos Estados Unidos
nos decretos de contingenciamento que vêm sendo adotados desde não é exatamente um fã dos acordos comerciais e sugeriu que vai
janeiro de 2015”. desmantelar o pacto assinado por Obama com os países do Sudeste
“A Casa Civil solicitará às principais áreas do governo que Asiático (conhecido como TTP) e que vai congelar as negociações
busquem em suas estruturas alternativas de redução de despesas do TTIP, o acordo entre EUA e a UE.
eletivas, que possam ser eliminadas sem prejuízo aos serviços es- Em Bruxelas, o presidente do Conselho Europeu, Donald
senciais”, afirmou Kliemann. Tusk, e o chefe da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, pedi-
Ele também declarou na nota que na próxima semana serão ram na quarta-feira uma reunião de cúpula com os Estados Unidos
realizadas reuniões com áreas específicas para “elencar medidas para discutir essa e outras questões. Mas a Europa dá praticamente
de contenção”. por perdido o TTIP, antes da resposta popular que gerou um pacto
similar com o Canadá e as duras críticas que recebeu o acordo com
Pacote inclui privatização e prevê ao menos 1.200 demissões os Estados Unidos na França e na Alemanha.
Ontem, o governador José Ivo Sartori (PMDB) anunciou um A negociação “entrou em uma pausa natural”, disse o vice-
pacote de medidas na área financeira que prevê a extinção de nove -presidente da UE, Jyrki Katainen. A agenda de Trump “vai contra
fundações, o fim de três secretarias de Estado, a privatização de o livre comércio”, disse Katainen, que ainda assim fez um chama-
uma companhia pública (a Corag, Companhia Riograndense de do para “não subestimar” o interesse nos acordos comerciais entre
Artes Gráficas) e alteração nas regras do estatuto do funcionalismo as autoridades e o setor empresarial norte-americano.
público. A Europa não é a única região do mundo que sente a ameaça
Além disso, aumenta a alíquota da Previdência Social dos ser- comercial: Trump sublinhou repetidas vezes que vai enfrentar a
vidores ativos e inativos dos atuais 13,25% para 14% - o impacto “concorrência desleal” da China. A Europa começa a emitir sinais
na receita deve chegar a R$ 130 milhões. Também limita as pen- na mesma direção, e isso poderia impor tarifas maiores a produtos
sões previdenciárias ao teto constitucional dos desembargadores subsidiados pelos chineses como o aço. Se, além disso, os bancos
do Estado. A projeção é que haja a demissão de 1,2 mil servidores. centrais também se envolverem em uma guerra de guerrilha para
Também transfere o pagamento do funcionalismo para um ca- desvalorizar as taxas de câmbio, todos esses movimentos irão na
lendário que varia do quinto dia útil (até R$ 1.300) para o vigési- mesma direção: uma guerra comercial — ainda devemos ver se
mo dia útil (acima de R$ 6.000). A maior parte das matrículas (ou alta ou baixa intensidade — e um retorno ao nacionalismo econô-
salários de R$ 2.900 mensais), pela proposta, deverá receber até mico que coloque obstáculos ao comércio.
o décimo dia útil. Hoje, pela Constituição estadual, os servidores
têm de ser pagos até o último dia útil de cada mês. As dúvidas fazem o PIB cair
Outra proposta é de pagar apenas 50% do 13º dos servidores O HSBC, o maior banco da Europa, publicou um relatório
de 2016, remetendo a outra parcela para novembro de 2017. A eco- forte sobre a chegada de Trump: “O aumento da incerteza costuma
nomia em caso de aprovação seria de R$ 600 milhões. muitas vezes levar a um crescimento mais fraco pelo atraso nos
Os repasses ao Judiciário e Legislativo, além disso, serão investimentos e o gasto dos consumidores, assim como um cresci-
calculados de acordo com a Receita Corrente Líquida do estado, mento mais fraco do emprego”.
limitados ao orçamento. A previsão de economia para o Tesouro, Os especialistas coincidem em destacar que um dos maiores
nesse caso, é de R$ 575,7 milhões considerando dados referentes riscos é que haja uma queda dos impostos, com o crescimento dos
a 2015. O ganho anual no fluxo financeiro foi calculado em R$ 2,6 gastos, o que poderia gerar inflação. Essa situação iria levar a um
bilhões pelo governo. aumento das taxas de juros e um possível aumento do dólar.
Também reduz em 30% os créditos fiscais presumidos refe- Um dos controladores do mercado, a agência de classifica-
rentes a 2016, 2017 e 2018 com impacto financeiro de R$ 300 mi- ção Fitch, não demorou para se posicionar sobre Trump. Não vai
lhões por ano e antecipa o recolhimento do ICMS pelas empresas rebaixar a classificação da dívida dos EUA, mas advertiu que se
do dia 21 para o dia 12. O pacote, com 38 projetos, será enviado ele colocasse em prática as medidas anunciadas, “teriam um efeito
nesta terça-feira (22) à Assembleia Legislativa – 30 deles tramita- negativo para as finanças públicas”.
rão em regime de urgência. Admite as “incertezas” sobre o programa de Trump, o grau
Fonte: Portal UOL – (22/11/2016) que tentará realizá-las e sua capacidade de implementá-las. “Esta
última vai depender da cooperação entre o presidente e as maiorias
Trump espalha incertezas na economia e no comércio republicanas no Congresso e no Senado, e até que ponto os demo-
mundial cratas do Senado poderão bloquear as medidas propostas”, afirma.
A chegada inesperada de Donald Trump à Casa Branca, sem
um claro programa econômico, mas repleto de ameaças de veto a Ambiente político menos estável
vários acordos comerciais, espalha incerteza sobre a maior eco- Na mesma linha se manifesta Bill Papadakis, estrategista de
nomia do mundo, que responde por 24,5% do PIB mundial. As investimentos do banco suíço Lombard Odier. “A menor visibi-

Didatismo e Conhecimento 33
CONHECIMENTOS GERAIS
lidade das políticas de Trump poderia gerar alguma volatilidade Em agosto deste ano, quando foi a julgamento o mérito do
nos mercados financeiros no curto prazo. Embora a longo prazo, habeas corpus, Barroso pediu vista. Em seu voto, nesta terça, ele
os riscos são menos claros, já que o impacto sobre o crescimento concordou com a revogação das prisões pelos motivos apontados
teria que ser compensado pelo aumento da incerteza causada por por Marco Aurélio, mas trouxe um segundo fundamento. Para ele,
um ambiente político menos estável”. os artigos do Código Penal que criminalizam o aborto no primeiro
Apesar desses presságios, Julio Cañero, diretor do Instituto trimestre de gestação violam direitos fundamentais da mulher.
Franklin da Universidade de Alcalá, está “moderadamente otimis- As violações são, segundo o voto de Barroso, à autonomia da
ta”. Admite que implantar o programa como foi explicado na cam- mulher, à sua integridade física e psíquica, a seus direitos sexuais e
panha significaria uma curva perigosa para a economia mundial, reprodutivos e à igualdade de gênero. “Na medida em que é a mu-
mas lembra que Trump “deverá negociar tudo com seu partido, lher que suporta o ônus integral da gravidez, e que o homem não
que está contra o protecionismo e as tarifas”. Quando chegar ao engravida, somente haverá igualdade plena se a ela for reconheci-
Gabinete Oval, acrescenta, “ele terá que ser mais pragmático. En- do o direito de decidir acerca da sua manutenção ou não”, escreveu
tre outras coisas porque se você colocar barreiras à entrada de pro- o ministro sobre o direito à igualdade de gênero.
dutos chineses, Pequim pode vender a dívida dos EUA e o proble- “O direito à integridade psicofísica protege os indivíduos
ma será de Trump. Wall Street vai recolocá-lo em seu lugar, porque contra interferências indevidas e lesões aos seus corpos e mentes,
não pode prejudicar as grandes empresas com suas medidas”. relacionando-se, ainda, ao direito à saúde e à segurança. Ter um
De acordo com o escritório de advocacia Baker & McKinzey, filho por determinação do direito penal constitui grave violação à
“a volatilidade e a incerteza são a nova situação de normalidade para integridade física e psíquica de uma mulher”, afirmou também o
as organizações globais” e afirmam que as empresas procuram “es- ministro.
tabilidade e continuidade e Trump foi eleito por ser um forasteiro Além disso, segundo Barroso, a criminalização do aborto cau-
que quer a agitar o establishment político, mas a maneira como vai sa uma discriminação contra as mulheres pobres, que não podem
jogar no mundo dos negócios não está clara”. Esse é o problema. recorrer a um procedimento médico público e seguro, enquanto as
Fonte: El País Brasil – (10/11/2016) que têm condições pagam clínicas particulares.
Ainda de acordo com o voto de Barroso, que foi acompanhado
CULTURA E SOCIEDADE
por Weber e Fachin, os principais países democráticos e desen-
Morre aos 82 anos o cantor e compositor Leonard Cohen
volvidos, como Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Canadá,
Morreu na noite desta quinta-feira, 10, Leonard Cohen. A no-
França, Itália, Espanha, Portugal e Holanda, não criminalizam o
tícia foi dada em sua página no Facebook, que pede privacidade
aborto na fase inicial da gestação. O prazo de três meses foi tirado
para a família neste momento. “É com profunda tristeza que repor-
da comparação com esses países.
tamos que o lendário poeta, compositor e artista, Leonard Cohen
Os dois outros ministros da primeira turma, Marco Aurélio e
faleceu. Nós perdemos um dos mais reverenciados e prolíficos vi-
Luiz Fux, não se manifestaram sobre a descriminalização do abor-
sionários da música”, diz o comunicado.
to no início da gravidez. No caso específico, eles também votaram
O compositor tinha acabado de lançar seu 14º disco, You Want
It Darker, depois de ter excursionado por cinco anos. Não se sabe pela revogação das prisões preventivas, com base apenas na ausên-
ainda a causa da morte, mas, em suas últimas aparições, o cana- cia dos requisitos legais para mantê-las.
dense discursava com a voz fraca e ofegante. Barroso destaca, em sua decisão, que o aborto não é algo bom,
Fonte: Estadão.com – (11/11/2016) e que o papel do Estado deve ser evitá-lo, mas com educação se-
xual, distribuição de contraceptivos e apoio às mulheres que dese-
Aborto até o terceiro mês não é crime, decide turma do jarem manter a gravidez, mas que não tenham condições.
Supremo O que foi julgado na primeira turma foi um habeas corpus
A maioria da primeira turma do STF (Supremo Tribunal Fede- para reverter a prisão preventiva dos cinco acusados. O mérito des-
ral) firmou o entendimento, nesta terça-feira (29), de que praticar se caso continua a ser julgado na Justiça do Rio.
aborto nos três primeiros meses de gestação não é crime. Votaram No próximo dia 7, o plenário do Supremo julgará a possibi-
dessa forma os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Ed- lidade de aborto em casos em que mulher for infectada pelo vírus
son Fachin. da zika.
A decisão é sobre um caso específico, em um habeas corpus Em 2012, a corte decidiu, por 8 votos a 2, que a interrupção
que revogou a prisão preventiva de cinco pessoas que trabalhavam de gravidez no caso de fetos com anencefalia comprovada não é
numa clínica clandestina de aborto em Duque de Caxias (RJ), mas crime. Na ocasião, Barroso, que ainda não era ministro, advogou a
pode ser considerada um passo à frente na descriminalização do favor da descriminalização.
ato, desde que no início da gravidez. Fonte: Folha.com – (29/11/2016)
Embora a decisão tenha se dado em um caso específico, outros
magistrados, de outras instâncias, poderão, a seu critério, adotar o Papa concede a padres decisão de perdoar quem comete
entendimento da primeira turma do STF. abortos
O relator, ministro Marco Aurélio, já havia concedido liminar O papa Francisco concedeu hoje (21) aos sacerdotes a decisão
em 2014 para soltar os cinco médicos e funcionários da clínica flu- de absolver ou não as pessoas que cometeram aborto e procuram
minense. Seu fundamento era que não existiam os requisitos legais a Igreja Católica para se redimir. A orientação foi publicada na
para a prisão preventiva (como ameaça à ordem pública e risco à carta apostólica Misericordia et Miseria, divulgada pelo Vaticano.
investigação e à aplicação da lei). Nesse processo, nenhuma mu- O texto marca o encerramento do Ano Santo do Jubileu, que foi
lher que praticou aborto na clínica foi denunciada. dedicado ao tema da misericórdia.

Didatismo e Conhecimento 34
CONHECIMENTOS GERAIS
A carta apostólica estabelece uma série de novas instruções ao acidente: dois membros da tripulação, três jogadores e um jor-
para que a misericórdia seja adotada como prática diária entre os nalista. Pelo menos duas dessas vítimas estão em estado grave. As
católicos. Dessa forma, os sacerdotes ficam livres para decidir autoridades ainda não confirmaram as razões que fizeram com que
perdoar ou não uma pessoa que cometeu aborto. Isso abre cami- o avião, um charter da empresa boliviana Lamia, caísse quando
nho para médicos e mulheres que já cometeram ou participaram estava tão perto de seu destino.
de abortos. Até hoje, os dois eram impedidos automaticamente de O avião que transportava a Chapecoense, um Avro Regional Jet
comungar na Igreja e o status só podia ser revertido em casos es- 85 (RJ85), deveria ter chegado a Medellín por volta das dez da noi-
pecíficos por bispos ou delegados. te da Colômbia. Pouco antes de iniciar sua descida, perdeu contato
“Com todas as minhas forças, digo que o aborto é um pecado com a torre de controle. Os pilotos tinham alertado, de acordo com
grave, porque coloca fim a uma vida inocente”, afirmou o papa. várias fontes, sobre “falhas elétricas”, embora as autoridades não te-
Mas peço aos sacerdotes que sejam guias e deem apoio e confor- nham confirmado a causa exata do acidente. Uma das hipóteses con-
to no acompanhamento dos penitentes”, ressaltou o líder católico siderada é que o avião ficou sem combustível. O incidente ocorreu
“Para que nenhum obstáculo se coloque entre o pedido de recon- nas proximidades do Cerro El Gordo, no município de La Unión,
ciliação e o perdão de Deus, concedo, a partir de hoje, a todos os em um lugar relativamente perto do aeroporto José María Córdova,
sacerdotes, na força de seus ministérios, a faculdade de absolver a uma hora de Medellín, a segunda maior cidade da Colômbia.
os que os procuram pelo pecado do aborto”, determinou Francisco. No momento do acidente, as condições meteorológicas na
Além da questão do aborto, o papa validou as confissões ce- área eram boas, de acordo com as autoridades locais. No entanto,
lebradas por sacerdotes lefebrvianos e oficializou o trabalho dos a falta de luz e a forte chuva que caiu durante toda a noite dificul-
“missionários da misercórdia”, postos criados durante o Jubileu taram as já em si complicadas tarefas de resgate. O avião caiu em
para “escutar e perdoar os fiéis”. No texto, Francisco disse que a um lugar íngreme, a meia hora a pé da estrada mais próxima. Até
misericórdia é um “valor social” que deve “restituir a dignidade 150 pessoas da Aviação Civil, da Força Aérea Colombiana e de
de milhões de pessoas”. Por isso, ele também criou o Dia Mundial agências humanitárias participaram do resgate. Nas buscas, 70%
dos Pobres, que será celebrado em toda a Itália católica. dos corpos foram encontrados na fuselagem do avião, enquan-
Em um claro recado à ala conservadora do Vaticano, o papa to espalhados pelo terreno estavam os outros 30%, entre eles os
escreveu em sua carta apostólica que “nada que um pecador arre- dos sobreviventes. As equipes de resgate encontraram destroços
pendido coloque diante da misericórdia de Deus pode permanecer da aeronave 500 metros ao redor do local do acidente. Depois de
sem o seu abraço e o seu perdão. Comunicar a certeza do Deus que conseguir retirar os corpos, após o meio-dia na hora local, foram
ama não é um exercício retórico, mas uma condição de credibilida- encontradas as duas caixas pretas, que fornecerão mais informa-
de do próprio sacerdócio”, disse Francisco. Jorge Mario Bergoglio ções sobre as causas do acidente.
também usou a carta para responder a quatro cardeais conserva- As pessoas que foram resgatadas vivas são: Ximena Suárez,
dores que lhe haviam questionado sobre a exortação apostólica auxiliar de voo; Erwin Tumiri, técnico do avião; os jogadores Alan
Amoris Laetitia (A Alegria do Amor), lançada em 8 de abril e que Luiciano Ruschel, Jackson Folmman e Hélio Hermito Zampier.
fala sobre a família na sociedade atual. Assinada pelo cardeal Ray- O corpo deste último foi recuperado cinco horas após o acidente.
mund Leo Burke, a carta acusa Francisco de apoiar o reconheci- Além deles, sobreviveu à tragédia o jornalista Rafael Malmorbida,
mento do divórcio. Como o papa não respondeu ao documento, os que em um primeiro momento foi identificado como Rafael Hen-
cardeais resolveram torná-lo público. zel. O goleiro da equipe brasileira Danilo Padilha foi resgatado
“Quando o caminho da vida nupcial é interrompido pelo so- vivo, mas morreu antes de chegar a algum dos hospitais para onde
frimento, pela traição e solidão, a experiência da misericórdia nos os feridos foram levados.
permite olhar para todas as dificuldades com a atitude do amor A Chapecoense tinha previsto voar direto para Medellín. A
de Deus, que não se cansa de acolher e de acompanhar”, ratificou falta de um acordo de comércio aeronáutico impediu, no entanto,
Francisco. Dessa forma, o papa pede, mais uma vez, que cada caso que a empresa boliviana Lamia levasse a equipe de São Paulo até
de separação matrimonial seja analisado de maneira independente Medellín, informou a repórter Talita Bedinelli. Esta operação só é
pelos sacerdotes. permitida no Brasil para empresas brasileiras ou colombianas. Por
O Ano Santo Extraordinário da Misericórdia foi encerrado isso, a equipe teve que viajar de São Paulo para Santa Cruz (Bolí-
ontem (20), com uma missa celebrada por Francisco no Vaticano via), em um voo comercial da Boliviana de Aviación, o que atrasou
diante de 70 mil pessoas. Tradicionalmente, o Jubileu acontece so- o charter, que partiu do aeroporto de Viru Viru para Medellín. As
mente a cada 25 anos. O último tinha sido em 2000, portanto, só autoridades aeronáuticas da Bolívia ressaltaram que o avião partiu
ocorreria em 2025. Mas Francisco resolveu convocar um Jubileu de Santa Cruz com tudo “em ordem”, sem defeitos e em boas con-
extraordinário com o tema da Misericórdia. O Ano Santo foi ini- dições de voo. Recentemente esta mesma empresa tinha sido usada
ciado em novembro de 2015 e encerrado agora. pela seleção argentina para realizar várias viagens.
Fonte: Agência Brasil – (21/11/2016) Em um primeiro momento pensou-se que no avião viajavam
81 pessoas. Depois de verificar as pessoas que tinham embarcado
Tragédia com avião da Chapecoense mata 71 na Colômbia no Brasil e na Bolívia, ficou comprovado que tinham embarcado
Uma nova tragédia aérea voltou a abalar o mundo do futebol 68 passageiros de origem brasileira e 9 membros da tripulação de
na segunda-feira. O avião em que viajava a equipe brasileira da origem boliviana, totalizando 77 pessoas. As quatro pessoas que
Chapecoense caiu quando estava prestes a chegar ao seu destino, o não iam no avião correspondem a Luciano Buligon, prefeito de
aeroporto de Medellín, onde na quarta-feira estava previsto jogar Chapecó, a cidade sede da Chapecoense; Plínio Nes Filho, dirigen-
a partida final da Copa Sul-Americana com o Atlético Nacional. te da Chapecoense; Gelson Merisio, deputado de Santa Catarina e
No avião viajavam 77 pessoas, 71 morreram e seis sobreviveram Iván Carlos Agnoletto, jornalista

Didatismo e Conhecimento 35
CONHECIMENTOS GERAIS
A equipe brasileira, da cidade de Chapecó, no Estado de Santa Aedes: 885 cidades estão em situação de alerta ou risco de
Catarina, estava indo a Medellín para disputar a final da Copa Sul- surto
-Americana contra o Atlético Nacional. A alegria dos jogadores Dados divulgados hoje (24) pelo Ministério da Saúde revelam
frente a tamanha conquista ficou refletido em um vídeo distribuído que 855 cidades brasileiras estão em situação de alerta ou de ris-
pelas redes, no qual os jogadores se mostravam animados antes co de surto de dengue, chikungunya e zika. O número representa
de deixar Santa Cruz para Medellín. A Chapecoense virou a sur- 37,4% dos municípios pesquisados pela pasta no Levantamento
presa da última temporada no futebol latino-americano. Ninguém Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), que é o mosquito
esperava que um time tão modesto, que esteve prestes a desapa- transmissor das três doenças.
recer por questões econômicas alguns anos atrás, pudesse deixar Das 22 capitais que participaram do estudo, Cuiabá está em
no caminho clubes como San Lorenzo de Almagro, Independente situação de risco e outras nove em situação alerta: Aracaju, Sal-
ou Junior de Barranquilla, também colombiano. Sua jornada na vador, Rio Branco, Belém, Boa Vista, Vitória, Goiânia, Recife e
Copa Sul-Americana levou a que muitos o classificassem como o Manaus. Outras 12 aparecem como em situação satisfatória: São
Leicester brasileiro, referindo-se ao atual campeão da liga inglesa. Luis, Palmas, Fortaleza, João Pessoa, Teresina, Belo Horizonte,
O Atlético Nacional pediu que a Copa fosse entregue, simbolica- São Paulo, Rio de Janeiro, Macapá, Florianópolis, Campo Grande
mente, ao clube brasileiro. e Brasília.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, falou logo após O ministério não recebeu informações sobre as capitais Ma-
a notícia do incidente com seu homólogo brasileiro, Michel Temer. ceió, Porto Velho e Curitiba. Já Natal e Porto Alegre utilizam outra
Este, por sua vez, expressou sua tristeza com as famílias das víti- metodologia para medição de focos do mosquito.
mas: “Nesta hora triste em que a tragédia se abate sobre dezenas de Depósitos de água como toneis, tambores e caixas d’água fo-
famílias brasileiras manifesto a minha solidariedade”. O Ministério ram os principais tipos de criadouro do mosquito registrados nas
das Relações Exteriores da Colômbia trabalha agora para facilitar a regiões Nordeste e Sul. No Sudeste, predominou o o depósito do-
repatriação dos corpos com a maior brevidade possível. miciliar, categoria em que se enquadram vasos de plantas, garra-
As mensagens de solidariedade e apoio às vítimas não demo- fas, piscinas e calhas. No Norte e no Centro-Oeste, a maioria dos
raram, especialmente no mundo do futebol. Do Real Madrid, que focos foi encontrada no lixo.
observou um minuto de silêncio, até a solidariedade de figuras
como Messi ou Maradona, o futebol voltou a se mostrar unido.
Redução da dengue
O acidente da Chapecoense nos remete a outras tragédias seme-
Os dados mostram uma queda de 5,5% no número de casos de
lhantes sofridas por times de futebol. Em 1949, caiu o avião em
dengue este ano, comparado ao mesmo período do ano passado:
que voltava a equipe italiana do Torino depois de jogar em Lisboa.
foram 1.458.355 casos ocorrências até que até 22 de outubro deste
Morreram 42 pessoas, incluindo quase a totalidade dos jogadores.
amp e 1.543.000 casos até a mesma data em 2015.
Nove anos depois, o avião que transportava o Manchester United
Entre as regiões do país, o Sudeste e o Nordeste apresentam o
de Munique sofreu um acidente. Oito jogadores, dois diretores e o
maior número de casos, com 848.587 e 322.067, respectivamente.
técnico morreram. Sobreviveram sete jogadores, incluindo a lenda
do United, Bobby Charlton. Em seguida, aparecem o Centro-Oeste (177.644), o Sul (72.114) e
Fonte: El País Brasil – (30/11/2016) o Norte (37.943).
O estudo registrou ainda 601 mortes pela doença este ano,
Casos de chikungunya devem aumentar em 2017, prevê contra 933 no mesmo período de 2015 – uma redução de 35,6%.
Ministério da Saúde Também reduziram pela metade os casos de dengue grave, que
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse hoje (24) que o passaram de 1.616 para 803, e a quase um terço os casos de dengue
governo prevê um aumento significativo de casos de infecção pelo com sinais de alarme, que caíram de 20.352 para 7.730.
vírus Chikungunya no Brasil em 2017. Os casos confirmados da
doença aumentaram 15 vezes de 2015 para este ano (de 8.528 para Aumento da chikungunya
134.910) e os suspeitas, quase dez vezes (de 26.763 para 251.051). O levantamento aponta 251.051 casos suspeitos de febre chi-
Barros destacou ainda que, para 2017, a expectativa da pasta é kungunya identificados no país este ano, sendo 134.910 confirma-
de que os casos de infecção por dengue e pelo vírus Zika se man- dos. No mesmo período do ano passado, o total foi de 26.763 casos
tenham estáveis em relação ao que foi registrado em 2016. “Esta- suspeitos e 8.528 confirmados.
mos nos preparando para um aumento de casos de chikungunya”, Ao todo, 138 mortes pela doença foram registradas nos se-
enfatizou o ministro. guintes estados: Pernambuco (54), Paraíba (31), Rio Grande do
Este ano, pelo menos 138 óbitos por febre chikungunya foram Norte (19), Ceará (14), Bahia (5), Rio de Janeiro (5), Maranhão
registrados nos seguintes estados: Pernambuco (54), Paraíba (31), (5), Alagoas (2), Piauí (1), Amapá (1) e Distrito Federal (1).
Rio Grande do Norte (19), Ceará (14), Bahia (5), Rio de Janeiro Atualmente, 2.281 municípios brasileiros já registraram casos
(5), Maranhão (5), Alagoas (2), Piauí (1), Amapá (1) e Distrito Fe- de infecção pelo vírus Chikungunya.
deral (1). Atualmente, 2.281 municípios brasileiros já registraram
casos da doença. Incidência de Zika
Dados divulgados pelo ministério apontam que 855 cidades Em relação ao vírus Zika, foram identificados 208.867 casos
brasileiras estão em situação de alerta ou de risco de surto de den- prováveis no país até o dia 22 de outubro. O número representa
gue, chikungunya e Zika. O número representa 37,4% dos muni- uma taxa de incidência de 102,2 casos para cada 100 mil habitan-
cípios pesquisados. tes. Foram confirmadas ainda três mortes pela doença este ano,
Fonte: Jornal do Brasil – (24/11/2016) além de 16.696 casos prováveis de infecção entre gestantes.

Didatismo e Conhecimento 36
CONHECIMENTOS GERAIS
O Sudeste tem a maior parte de casos prováveis (83.884), Mais dois guardas civis de Santo André, no ABC, são inves-
seguido pelo Nordeste (75.762), Centro-Oeste (30.969), Norte tigados por suspeita de participação no desaparecimento e na cha-
(12.200) e Sul (1.052). Considerando a proporção por habitantes, cina dos jovens.
o Centro-Oeste encabeça a lista, com 200,5 casos para cada 100 “Ainda é cedo para que a gente afirme que está totalmente
mil habitantes. Em seguida estão Nordeste (133,9), Sudeste (97), desvendado o crime, mas outras pessoas já estão prestando depoi-
Norte (69,8) e Sul (3,6). mento visando a apuração de participação nesses múltiplos ho-
A transmissão autóctone (originária no Brasil) foi confirmada micídios”, disse nesta manhã o secretário da Segurança Pública
em abril de 2015 e as notificações de casos ao Ministério da Saúde (SSP) do estado de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, em
se tornaram obrigatórias em fevereiro deste ano, por isso não há entrevista coletiva sobre o caso.
comparações com anos anteriores. De acordo com a investigação, o grupo saiu de carro da Zona
Leste da capital em direção a uma suposta festa em Ribeirão Pires
Adesão para encontrar as garotas que conheceram na rede social. O veículo
Das 3.704 cidades que estavam aptas a participar do Levanta- foi localizado abandonado no dia 23 de outubro.
mento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), 2.284 inte- Robson foi morto a facadas – a cabeça dele teria sido cortada.
gram a edição deste ano – o equivalente a 62,6% do total. Os outros quatro rapazes foram assassinados por disparos de armas
Realizado entre outubro e novembro, o estudo é considerado calibres 38 e 12 – munições usadas por guardas civis.
ferramenta fundamental para o controle do mosquito. Com base
nas informações coletadas, o gestor pode identificar o tipo de de- Vingança
pósito predominante e priorizar medidas para conter a proliferação Segundo o DHPP, a chacina dos cinco rapazes ocorreu para
do vetor no município. vingar a morte do guarda civil Rodrigo Lopes Sabino, de 30 anos.
Atualmente, o levantamento é feito por meio de adesão volun- Ele foi assassinado a tiros em Santo André no dia 24 de setembro.
tária, mas a expectativa do governo é que a participação passe a Seu carro acabou levado e queimado em seguida perto da região
ser obrigatória para cidades com mais de 2 mil imóveis. A proposta onde as vítimas moravam em São Paulo.
será apresentada na próxima reunião da Comissão Intergestores O caso de Rodrigo foi tratado inicialmente como latrocínio
Tripartite, constituída por representantes do Ministério da Saúde
(roubo seguido de morte). Dois criminosos teriam participado do
e de representantes de secretarias estaduais e municipais, marcada
crime e fugido.
para 8 de dezembro.
Dois dos cinco rapazes desaparecidos estavam sendo inves-
“O número [de municípios participantes] é crescente, mas
tigados pela Polícia Civil por suspeita de envolvimento na morte
queremos deixar obrigatório”, reforçou o ministro da Saúde, Ri-
de Rodrigo: Cesar e Caíque. Apesar disso, o guarda que foi preso
cardo Barros.
e mais outros dois agentes de Santo André decidiram fazer uma
Fonte: Jornal do Brasil – (24/11/2016)
investigação paralela e ilegal por conta própria.
VIOLÊNCIA O guarda preso era amigo de Rodrigo e instrutor de tiros na
Corpos de 4 dos 5 jovens mortos em chacina em SP são Guarda Civil Municipal de Santo André. A Justiça em Mogi das
enterrados Cruzes decretou a prisão temporária do guarda por 30 dias. Não há
Os corpos de quatro jovens mortos em uma chacina ocorri- confirmação se ele constituiu advogado para defendê-lo.
da na Grande São Paulo, em 21 de outubro, foram sepultados em
uma cerimônia coletiva na tarde deste sábado (12), no Cemitério PMs
da Vila Alpina, na Zona Leste de São Paulo. Familiares e amigos Além de guardas civis, a investigação apura a suspeita de que
fizeram orações e gritaram “Justiça”. policiais militares também poderiam estar envolvidos na chacina
O secretário de Segurança Pública de SP, Mágino Alves, con- dos cinco jovens. Isso porque cartuchos de calibre .40 – munição
firmou a identidade da quinta vítima, Jones Ferreira Januário, 30 adotada por PMs – também foram encontrados perto do local onde
anos, nesta sexta-feira (11). O corpo dele será sepultado no Cemi- os cinco corpos estavam em Mogi das Cruzes.
tério da Vila Formosa neste domingo (13). A Corregedoria da PM apura o caso. O Tribunal de Justiça
Jonathan Moreira Ferreira, de 18 anos; César Augusto Gomes Militar chegou a decretar segredo na investigação.
Silva, de 19; Caique Henrique Machado Silva, 18; Robson Fer- Além disso, uma mensagem enviada por Jonathan para uma
nando Donato de Paula, 16, que é cadeirante, e Januário desapare- amiga às 23h do dia 21 de outubro dizia que estava passando por
ceram quando se dirigiam a uma festa em Ribeirão Pires, no ABC uma blitz policial. Ele relatou num áudio ter sofrido “enquadro” e
Paulista. Os corpos deles foram encontrados em 6 de novembro, “esculacho”. O G1 teve acesso à gravação (ouça abaixo).
numa área rural em Mogi das Cruzes, interior paulista. Outro indicativo é o fato de os corpos terem sido localizados a
3 km de distância de um sítio usado por PMs, onde também foram
Investigação encontrados e apreendidas munições.
Nesta sexta-feira (11), a diretora do Departamento Estadual de O secretário ressaltou, no entanto, que era prematuro falar em
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Elisabete Sato, afirmou envolvimento da PM no caso. Agora a investigação aponta que ele
que um guarda civil metropolitano de Santo André usou perfil fal- “estava certo”. “Indicação inicial apontava para um outro lado e
so nas redes sociais de uma “mulher bonita” e com “seios volup- hoje estamos asssistindo uma outra realidade”, falou Mágino.
tuosos” para atrair os cinco jovens. Familiares dos mortos que relataram ter sido ameçados por
O guarda é Rodrigo Gonçalves Oliveira, que teve a prisão PMs podem ser incluídos no programa de proteção à testemunha,
temporária decretada pela Justiça de Mogi das Cruzes. Segundo segundo o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa
a polícia, ele confessou ter “armado uma cilada” para os rapazes. Humana (Condepe).

Didatismo e Conhecimento 37
CONHECIMENTOS GERAIS
Os parentes devem se reunir na tarde desta sexta-feira com “Ele até puxava a cadeira para ela”, afirma advogado da fa-
peritos do IML para tratar da liberação dos corpos e saber como mília
eles foram executados. As vítimas devem ser enterradas numa ce- Contratado pela família do empresário, o advogado Luiz Flá-
rimônia conjunta neste final de semana. A data e local ainda não vio D’Urso vai atuar como assistente da acusação durante o júri.
foram definidos. “O Marcos era apaixonado pela Elize, até puxava a cadeira para
Fonte: G1 – (12/11/2016) ela, atendia todos os desejos dela, era extremamente carinhoso e
dava todo o apoio material e financeiro. Isso está largamente com-
Caso Yoki: Elize Matsunaga começa a ser julgada em SP provado no processo –embora ela diga que, no dia dos fatos, ele
nesta segunda teria dado um tapa na mulher”, afirmou.
Um dos crimes mais violentos da história policial brasileira Conforme D’Urso, entre as testemunhas da acusação estão um
pode ter um veredicto esta semana, em São Paulo, quatro anos e irmão e uma prima de Marcos, além do reverendo da igreja angli-
meio depois de chocar o país. A partir das 9h30 desta segunda-feira cana que os casou e policiais.
(28), Elize Matsunaga, 34, vai a júri popular no Fórum Criminal A primeira mulher do empresário –que, segundo Elize, nos
da Barra Funda (zona oeste de São Paulo) acusada de matar, es- autos, teria sofrido uma tentativa de assassinato por parte dele,
quartejar e ocultar o corpo do marido, o empresário Marcos Mat- por envenenamento –se recusou a testemunhar. “Mas ela nos deu
sunaga, 42, em maio de 2012. Ela está presa desde aquele ano uma declaração em que desmente essa acusação contra o Marcos”,
na Penitenciária do Tremembé, e, se condenada à pena máxima completou D’Urso.
pedida pela acusação, pode pegar até 33 anos de reclusão –30 por Para defesa, “qualquer pessoa poderia praticar o mesmo ato”
homicídio triplamente qualificado e três por ocultação e destruição A advogada Roselle Soglio, que defende Elize, declarou que a
de cadáver. defesa argumentará contra as três qualificadoras apresentadas pela
A previsão do Tribunal de Justiça de São Paulo é que o julga- acusação.
mento dure até cinco dias, principalmente em função do número “O promotor quer colocar a ré como uma mulher cruel, ou que
de testemunhas arroladas, 20 --dez da defesa e dez da acusação. não prestava, e nada disso é verdade. Basta ler o processo para en-
Outras duas testemunhas podem ser ouvidas, no caso, dois peritos. tender que ela era uma mãe dedicada e uma mulher incrível, mas
O crime aconteceu no apartamento do casal, em 19 de maio que, com o desenrolar de uma briga, acabou resultado nisso”, disse.
de 2012, na Vila Leopoldina, zona oeste da capital. Sacos com Segundo a advogada, Elize, que tem bom comportamento e tra-
partes do corpo do empresário começaram a ser encontrados dois balha no setor de costura do presídio, “está muito ansiosa” pelo júri.
dias depois em Cotia, na Grande São Paulo, pela GCM (Guarda “Ela quer demais que esse julgamento aconteça a partir desta
Civil Metropolitana). O empresário era um dos sócios do grupo segunda, e quer principalmente que as pessoas entendam o ato pra-
alimentício Yoki. ticado por ela e que a verdade seja dita”, afirmou.
As investigações começaram com a suspeita de sequestro, Indagada se o fato de o corpo do empresário ter sido esquar-
mas, com a descoberta das partes do corpo, chegaram a Elize, que tejado e ocultado pode dificultar o entendimento dos jurados por
disse ter conhecido o empresário por meio de um site de relacio- um eventual abrandamento da pena, a advogada resumiu: “Nada é
namentos. Dias depois de ser presa, ela confessou ter matado o fácil, e apenas aqueles que se dispuserem a entender e estiverem
marido com um tiro e o esquartejado, sob a alegação de ter agido dispostos a ouvir os dois lados e compreender toda a circunstância
em desespero, já que Matsunaga a maltrataria, a trairia com uma do que ocorreu é que conhecerão a verdade sobre os fatos”, falou.
prostituta e a ameaçaria com a separação e a tomada da guarda da “Teve um ato de um mãe desesperada, e, nesse sentido, acredi-
filha única do casal. to que qualquer pessoa poderia praticar o mesmo ato –ele não está
Para o Ministério Público, Elize matou o marido porque o ca- fora de nenhum padrão se houver a ameaça de seu filho ser tomado
samento deles já estaria “arruinado”, e, com a morte do empresá- e você ser internada como louca. Ela não queria matar o Marcos,
rio, ela ficaria com a guarda da filha – única herdeira do marido. mas isso aconteceu no transcorrer de uma briga; é algo bastante
“Ela agiu por vingança, pois tinha prévio conhecimento de complexo», definiu.
que o Marcos estava saindo com outra pessoa. Isso não é só per- Entre as testemunhas arroladas pela defesa de Elize, estão pe-
cepção: eles dormiam em quartos separados, o casamento estava ritos do local do crime, médicos legistas, uma delegada de polícia
arruinado, e a mim ficou claro que o desaparecimento dele resolvia e amigos que conheceriam a rotina do casal.
dois problemas: ela se livraria do ódio com que estava e ficaria A filha do casal vive com os pais do empresário até que a Jus-
com a guarda natural da filha, que era a herdeira, então, ficaria com tiça, em outro processo, decida em definitivo pela guarda da crian-
a herança – que era 30 vezes mais que a pensão que ela receberia ça. Órfã de pai e mãe, a família de Elize vive no interior do Paraná.
caso se separassem”, afirmou o promotor de justiça José Carlos Fonte: Portal UOL – (28/11/2016)
Cosenzo.
O MP vai defender que o homicídio teve três qualificadoras: Elize Matsunaga volta a chorar e júri é suspenso após de-
motivo torpe, uso de recurso que impossibilitasse a defesa da víti- tetive depor
ma (no caso, um tiro) e meio cruel, já que, para a acusação, o em- julgamento de Elize Matsunaga, acusada de matar e esquarte-
presário foi esquartejado ainda vivo. Conforme o promotor, isso jar o marido Marcos Kitano Matsunaga, foi suspenso por volta das
estaria provado tecnicamente pela autópsia, que descobriu sangue 19h15 desta segunda-feira (28) após o depoimento de três teste-
nas vias respiratórias e no pulmão, situação comum, por exemplo, munhas: duas babás do casal e o detetive contratado por Elize para
com a degola. flagrar o marido com uma amante. O júri será retomado na manhã
“Está demonstrado claramente no processo que esse é um cri- desta terça-feira (29). Elize vai dormir numa Centro de Detenção
me de ódio incontido”, classificou Cosenzo. Provisória (CDP). Mais 16 testemunhas ainda devem ser ouvidas.

Didatismo e Conhecimento 38
CONHECIMENTOS GERAIS
Elize chorou várias vezes durante o primeiro dia do júri. Teve A compra da serra indica uma premeditação, segundo a acu-
testemunha passando mal, discussão entre acusação e defesa e a sação. Já a defesa minimizou o fato alegando que ela não usou o
discussão sobre a compra de uma serra elétrica por Elize na vés- objeto no esquartejamento. A defesa sustenta que Elize matou o
pera do crime, ocorrido em 19 de maio de 2012. “Elize está muito marido como reação a um tapa que levou durante uma briga em
emocionada, ela viu hoje o quanto ela foi humilhada pelo marido que a ré contou ao marido que sabia era traída.
e rever tudo isso, em depoimentos, é difícil”, justificou Roselle “É tão claro que essa história da serra elétrica não tem o menor
Soglio, advogada de defesa. cabimento. Que o crime não é premeditado, que ela não usou serra
Elize é ré no processo no qual responde presa pela acusação elétrica. Se o crime era premeditado, para ela usar uma serra elé-
de homicídio doloso triplamente qualificado (motivo torpe, meio trica, por que que ela não usaria? Então, nao tem logica nesse ar-
cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima), destruição e gumento da acusação”, disse Luciano Santoro, advogado de Elize.
ocultação de cadáver. Ela confessou que atirou na cabeça da vítima “Essa questão da serra eletrica me parece uma questão que vai
com uma arma e depois a esquartejou em sete partes. A acusação ser objeto de apreciação bastante intensa, da nossa parte, até pq
diz que Marcos estava vivo quando foi decapitado pela esposa. A outras testemunha falam dessa serra elétrica”, disse oLuiz Flávio
defesa alega que ele já estava morto. O júri é formado por quatro Borges d’Urso, da acusação.
mulheres e três homens. A babá Amonir respondeu por mais de uma hora as pergun-
tas de acusação e defesa. Na maioria das vezes respondeu a frase:
Avaliações “Não me recordo”.
Após o encerramento, o promotor José Carlos Consenso fez Elize Matsunaga chorou pelo menos quatro vezes durante o
críticas à defesa de Elize. Na avaliação dele, embora os depoimen- depoimento da primeira testemunha. A última vez foi quando a
tos tenham ajudado a endossar as provas do Ministério Público, advogada de defesa perguntou para a babá folguista do casal Mas-
era esperado que mais testemunhas tivessem sido ouvidas. tunaga se Eliza era carinhosa com a filha.
“Eu achei que os trabalhos foram bons, mas eu acho que po- A babá folguista disse que no domingo, após o crime, Elize
deria ter avançado mais. Eu achei muito morosa a colheita, até por estava chorosa.
uma insistência absurda da defesa. Ficar perguntando, perguntan-
do algo que não tinha nenhuma substância naquele momento”. Segunda babá
Luiz Flávio D’Urso, assistente de acusação, também avaliou po- Após intervalo de uma hora, o julgamento foi retomado com
sitivamente as informações obtidas nos três depoimentos. “Em termos depoimento de Mauriceia Golçalves dos Santos, principal babá da
de prova para a acusação foi extremamente importante”, defendeu. filha de Elize. Nervosa, a babá pediu para que Elize fosse retirada
Na visão dele, a revelação de que Elize comprou uma serra do plenário durante o seu depoimento. O pedido foi atendido. “De-
elétrica nas vésperas de cometer o crime reforçam que a ré já havia pois de tudo o que aconteceu, fiquei cismada, porque ela pode ficar
planejado executar o marido. “Há elementos que nos trazem con- com raiva de mim por ter falado da serra”, alegou a babá.
vicções de que o crime foi premeditado.” A babá também negou ter conhecimento de armas de fogo na
E explica que a premeditação reforça as qualificadoras – Elize casa, e disse não saber sobre supostas ameaças de Marcos a Elize.
responde por homicídio triplamente qualificado. “Do motivo tor- “Nunca fiquei sabendo disso”.
pe, que é vingança e dinheirinho, o método foi de surpresa, impe- Por volta das 16h, a babá começou a responder às questões do
dindo qualquer defesa da vítima e o terceiro foi o meio cruel que promotor. Disse que Elize estava “um pouco triste” quando relatou
ainda vai ser objetivo de demonstração da prova já colhida.” a ela que Marcos tinha sido encontrado morto. Nos dias após a
D’Urso diz ter convicção de que Marcos foi esquartejado ain- morte, porém, afirmou que a ré tinha um comportamento “normal,
da vivo. “A prova técnica demonstra que ela, depois que disparou, normal, normal”. Também destacou que Marcos a travava “como
Marcos não morre, e vem a falecer em razão de asfixia respiratória uma princesa”, sempre dando presentes. Durante o depoimento,
por aspirar sangue em razão da degola. Vale dizer: ela começa a Mauricéia teve um mal-estar precisou de atendimento médico.
esquarteja-lo vivo.” Ela foi questionada incialmente pelo juiz sobre o comporta-
Para Roselle Soglio, advogada de defesa de Elize, o material mento de Marcos e a relação entre o casal. Afirmou que ele era um
colhido nesta segunda comprova o que já nos autos. “O crime bom pai e aparentava ser um homem gentil. A ex-funcionária disse
nunca foi premeditado. Já no primeiro dia de depoimentos ficou que não presenciava as brigas do casal. “Eu pegava a bebezinha e
provado pelas três testemunhas que estiveram aqui que ela nunca ia descia o elevador”.
premeditou esse crime.” Mauriceia foi a segunda a depor e passou mal durante o julga-
“A ênfase na serra elétrica é excelente para defesa. Que a acu- mento. Ela pediu para Elize não ficar no plenário durante o seu de-
sação continue falando isso, porque se alguém premeditou o crime poimento. A babá confirmou que a ré comprou uma serra elétrica.
de comprar uma serra elétrica por que não a usou? Essa é única Detetive fez flagrante
pergunta que tem que ser feita para acusação”, completa Luciano O terceiro a depor foi o detetive particular William Coelho con-
Santoro, também representante da defesa da ré. tratado por Elize por desconfiar que o marido teria uma amante. Dete-
tive afirmou no depoimento que Elize pediu que ele filmasse “a cara”
Primeira babá da amante de Marcos. Ele confirmou ter flagrado o marido com a
Primeira testemunha a depor no julgamento de Elize Mat- amante. Elize chorou ao final do depoimento dele. A mulher que seria
sunaga, a babá folguista Amonir dos Santos, disse que sua mãe, pivô da briga do casal não foi convocada como testemunha.
a também babá Mauriceia José dos Santos, contou-lhe que Elize O julgamento começou às 11h16 desta terça no Fórum da Barra
comprou uma serra elétrica na véspera da morte do marido, Mar- Funda, em São Paulo. Amonir foi a primeira testemunha a ser ouvi-
cos Matsunaga, em maio de 2012. da, de um total de 19. O julgamento deve durar até sexta-feira (2).

Didatismo e Conhecimento 39
CONHECIMENTOS GERAIS
De blazer preto e cabelos presos por uma trança, Elize Mat- Tiroteio mais cedo
sunaga chorou e limpou as lágrimas com um lenço no início do Motoristas que passavam pela Linha Amarela, na manhã deste
julgamento em que é acusada de matar e esquartejar o marido. O sábado (19) ficaram no meio de um intenso tiroteio. A via expres-
júri é formado por quatro mulheres e três homens. Elize é ré no sa chegou a ficar fechada por quase meia hora, perto das 10h, no
processo no qual responde presa pela acusação de homicídio dolo- sentido Barra.
so triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que A concessionária Lamsa informou que o tiroteio foi perto do
dificultou a defesa da vítima), destruição e ocultação de cadáver. Viaduto da Estrada do Gabinal, na Zona Oeste, que dá acesso a
Ela confessou que atirou na cabeça da vítima com uma arma e de- via expressa. De acordo com a Polícia Militar, policiais UPP fo-
pois a esquartejou em sete partes em 19 de maio de 2012. ram atacados quando passavam pelo viaduto. Outros PMs foram
Logo no início do julgamento, Elize chorou e limpou lágrimas chamados e houve o tiroteio. Até as 11h30 não havia informações
com um lenço enquanto jurados liam resumo do caso. Quando Eli- sobre feridos.
ze chorou, fotógrafos e cinegrafistas já tinham saído do plenário. Devido à troca de tiros, muitos motoristas, assustados, tenta-
Duas testemunhas foram dispensadas: o delegado Jorge Car- ram voltar na contramão. O tráfego ficou complicado na região,
rasco, arrolado como testemunha de defesa, e o reverendo Renê inclusive com reflexos na Avenida Geremário Dantas, em Jaca-
Henrique Gotz Licht, que fez o casamento de Elize e Marcos Mat- repaguá, na Zona Oeste, que também dá acesso à Linha Amarela.
sunaga. Ele seria testemunha tanto da defesa quanto da acusação. Fonte: G1 – (19/11/2016)
Fonte: G1 – (28/11/2016)
Após queda de helicóptero, polícia faz operação na Cidade
Helicóptero da PM cai na Zona Oeste do Rio e quatro po- de Deus
liciais morrem A Polícia Militar do Rio de Janeiro iniciou neste domingo (20)
Um helicóptero do Grupamento Aeromóvel da Polícia Militar uma operação por tempo indeterminado na Cidade de Deus, favela
(GAM) caiu próximo à comunidade Cidade de Deus, na Zona Oes- da zona oeste da cidade em que um helicóptero da PM caiu no sába-
te do Rio, no começo da noite deste sábado (19). Quatro policiais do, matando quatro policiais. Pelo menos três homens foram presos
militares que estavam na aeronave morreram na queda. O helicóp- durante a ação neste domingo. Um deles estava com três fuzis e duas
pistolas, segundo a PM. O caso foi encaminhado à 32ª DP (Taquara).
tero caiu no começo da Avenida Ayrton Senna, perto do acesso à
A decisão de ocupar a favela por tempo indeterminado foi
Linha Amarela.
tomada pela cúpula de Segurança do Rio, que se reuniu após o
A informação da queda foi confirmada ao G1 pelo coordena-
acidente ainda na noite de sábado. Nesta manhã, pelo menos sete
dor de Comunicação Social da Polícia Militar, Major Ivan Blaz.
corpos foram encontrados no interior da comunidade.
Durante o dia, a região foi palco de intensos tiroteios quando, mais
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ofereceu apoio
cedo, policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Cidade
à Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro na operação.
de Deus trocaram tiros com criminosos.
Em nota, Moraes informou que ofereceu o aparato da Força Nacio-
Segundo a GloboNews, os quatro ocupantes do helicóptero nal de Segurança que está no Rio para auxiliar nas ações que estão
eram Major Rogério Melo Costa, o capitão William de Freitas sendo realizadas na comunidade.
Short, o subtenente Camilo Barbosa Carvalho e o sargento Rogé- Ainda não se sabe se a aeronave sofreu uma pane ou foi atingi-
rio Felix Rainha. da por criminosos. Embora a queda tenha ocorrido em meio a con-
O momento em que o helicóptero começa a perder força foi frontos entre policiais, traficantes e milicianos, a principal hipótese
filmada por pessoas que estavam nas proximidades. é que o helicóptero tenha sofrido uma pane. Segundo o Instituto
De acordo com Blaz, “tudo indica que o helicóptero fez um Médico-Legal, os policiais morreram devido à queda e não foram
pouso forçado”. Na região, desde cedo, o Comando de Operações atingidos por nenhum disparo.
Especiais (COE) da PM - composto pelos Batalhão de Operações O acidente resultou na morte do major Rogério Melo Cos-
Especiais (Bope), Batalhão de Choque e GAM - estava no local ta, 36, do capitão William de Freitas Schorcht, 37, do subtenente
dando apoio à UPP local. Camilo Barbosa Carvalho, 39, e do sargento Rogério Felix Rai-
A Lamsa, concessionária que administra a Linha Amarela, pe- nha, 39. Os corpos chegaram no início da madrugada ao Instituto
diu que motoristas evitassem a região. O Centro de Operações da Médico-Legal.
Prefeitura do Rio informou que os dois sentidos da Linha Amarela Uma equipe da PM sobrevoou de helicóptero e lançou pétalas
foram interditados, na altura da Cidade de Deus, além de trechos de rosas durante o velório coletivo de três dos quatro PMs mortos.
da Ayrton Senna, da altura do Via Parque ao acesso à Cidade de O velório ocorreu no Salão Nobre do Batalhão de Choque e foi
Deus, devido a uma operação policial. restrito aos parentes e amigos dos policiais..
Ao todo, a via expressa ficou interditada por quase três hroas, O corpo do capitão e piloto do helicóptero Willian de Freitas
de 19h às 21h40 . Schorcht, de 37 anos, seguiu direto para Resende, na Região Sul
A Delegacia de Homicídios da Capital (DH) foi ao local para Fluminense, onde vive a família, e será enterrado neste domingo.
apurar as circunstâncias da queda da aeronave. Além disso, in- O presidente Michel Temer usou sua conta oficial do Twitter
formou que a Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) foi para lamentar a morte dos policiais. “Lamentável a morte dos 4
acionada e está prestando apoio. De acordo com a Polícia Civil, PMs que cumpriam o seu dever durante operação no Rio de Janei-
diligências estão sendo feitas. ro. A minha solidariedade aos familiares e amigos”, disse.
Imagens que circulam por redes sociais mostram o momento O governador Luiz Fernando Pezão decretou luto oficial por
exato em que o helicóptero cai e, depois, a aeronave já no chão e três dias pelas mortes dos PMs. “Reconhecemos e agradecemos a
muita fumaça saindo das ferragens. dedicação da Polícia Militar no combate ao crime e, em especial,

Didatismo e Conhecimento 40
CONHECIMENTOS GERAIS
dos policiais que perderam a vida no exercício de proteger e defen- no local. Na ocasião, um helicóptero caiu, resultando na morte
der a sociedade. Expresso meus sentimentos aos parentes e amigos de quatro PMs: o major Rogério Melo Costa, o terceiro-sargento
dos militares. Vamos seguir em frente em defesa dos cidadãos flu- Rogério Félix Rainha; o capitão William de Freitas Schorcht e o
minenses”, afirmou o governador. subtenente Camilo Barbosa de Carvalho.
Não se sabe ainda se os crimes ocorreram antes ou depois de
Operação por tempo indeterminado a aeronave despencar. O secretário de Segurança, Roberto Sá, ga-
Na manhã deste domingo, enquanto policiais militares circu- rantiu que os homicídios já estão sendo investigados:
lavam com apoio de blindados, pessoas faziam barricadas incen- — Essas mortes não vão ficar sem resposta.
diando lixo. Foram registrados novos confrontos entre criminosos Após o acidente, o Bope iniciou uma operação na comunida-
e policiais. Por causa da atuação da polícia no local, algumas ruas de. Até o momento, foram detidas três pessoas e houve apreensão
estavam interditadas. A Estrada dos Bandeirantes, a Estrada do de armas e drogas. Em sua conta no Twitter, o presidente Michel
Gabinal e a Linha Amarela eram opções aos que transitavam pela Temer lamentou, a morte dos policiais.
região. “Lamentável a morte dos 4 PMs que cumpriam o seu dever
A Linha Amarela, via expressa que liga as zonas norte e oeste durante operação no Rio de Janeiro. A minha solidariedade aos
do Rio, chegou a ser fechada duas vezes devido aos tiroteios. familiares e amigos. Reitero minha confiança e apoio ao trabalho
Desde a sexta-feira (18) foram registrados intensos confrontos das forças policiais, sempre comprometidas no combate ao crime”,
entre criminosos da favela Cidade de Deus. Na manhã de sábado, escreveu Temer, em seu perfil no Twitter.
eles voltaram a se enfrentar e traficantes bloquearam a avenida Neste domingo, comboios militares cercaram a área, blo-
Edgard Werneck, que é a principal da Cidade de Deus, onde fica a queando acessos e revistando carros e os poucos moradores que se
base da UPP, com pneus e lixeiras incendiados. Policiais da Uni- arriscaram a deixar a Cidade de Deus. Do lado de fora, eram raros
dade de Polícia Pacificadora (UPP) trocaram tiros com os crimi- os que passavam pela Estrada Marechal Miguel Salazar Mendes
nosos. de Moraes, fechada nos dois sentidos. Já nos fundos da favela —
Nas redes sociais, moradores relataram o dia de tiroteios. “A junto ao valão que um dia foi o Rio Arroio Fundo — moradores
bala tá comendo na CDD. Só escuto os cara da Bope [Batalhão de brigavam com policiais pelo direito de entrar na mata do Karatê
Operações Policiais Especiais] gritando: ‘Sai da rua morador’”, para procurar seus filhos. Só conseguiram por volta de 9h30m,
quando repórteres chegaram ao local. Aos poucos, grupos foram
escreveu um rapaz, uma hora antes de o helicóptero cair. Um tra-
voltando com os corpos dos sete homens jovens, com sinais de
ficante postou uma foto, com um fuzil. “Nada mudou. Nós ‘tá’ na
tiros e facadas, que foram enfileirados e cobertos por lençóis na
pista”, escreveu.
principal praça do Karatê.
Após a queda do helicóptero, a PM lamentou a morte dos poli-
— Foram cem pessoas lá pegar os corpos. Eles estavam deita-
ciais. “A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro lamenta o fa-
dos de costas. Meu filho tinha as mãos na cabeça. A maioria tinha
lecimento de seus policiais militares e o Comando da Corporação
tiros nas costas e na cabeça. Eles foram executados e a perícia
está dedicado a prestar todo apoio às famílias desses policiais”, vai mostrar — acusou o pastor Leonardo Martins da Silva, pai de
disse a instituição. Leonardo da Silva Junior, de 22 anos.
Outra nota foi publicada na página oficial da corporação no A mãe de Marlon César, de 23 anos, contou que muitos mora-
Facebook. No comunicado é mencionada a morte de outro policial dores foram surpreendidos com confrontos.
ocorrida neste sábado. O 3º Sargento Cristiano Bittencourt Cou- — As pessoas foram pegas de surpresa. Foi um desespero. Eu
tinho participava de uma outra operação quando foi atingido por não consegui ter contato com meu filho. Ele pode estar na mata, mas
um tiro após a viatura em que se encontrava ter sido alvejada no os policiais não nos deixam entrar para procurar. Isto é desumano.
bairro Jacaré. Moradores também acompanharam o início da perícia a cargo
Integrantes do Centro de Investigação e Prevenção de Aciden- da Divisão de Homicídios, que investigará as mortes. Alguns acu-
tes Aeronáuticos (Cenipa) estiveram na noite de sábado na Cidade savam policiais que invadiram a favela após a queda da aeronave.
de Deus para realizar as ações iniciais de apuração das causas do — Eles eram envolvidos (com o tráfico), mas se renderam.
acidente. Representantes do centro de Criminalística da PM e a Isso é execução, não? — questionava um parente de Leonardo
Delegacia de Homicídios também estiveram no local. Camilo, de 29 anos, também encontrado morto. — Depois que o
Em 2009, dois policiais morreram e três ficaram feridos após helicóptero caiu foi um terror. Eles entraram e deram muito tiro.
um helicóptero da Polícia Militar realizar um pouso forçado no Foi vingança.
Morro dos Macacos. A aeronave, parcialmente blindada, havia Em entrevista à “Rádio CBN”, Raíssa da Silva Monteiro, de
sido atingida por tiros durante uma operação policial. Além dos 20 anos, também afirmou que seu irmão desapareceu na noite de
tripulantes mortos, um capitão da PM foi baleado na perna e outros sábado:
dois policiais tiveram queimaduras leves. — Ele ligou pra minha mãe às 18h35m e disse que não conse-
Fonte: Portal UOL – (20/11/2016) guia falar. Não consigo mais notícia, a gente quer entrar no mato,
mas os policiais estão dando tiro para cima da gente.
Moradores da Cidade de Deus encontram corpos desapa- O morador Thiago Oliveira acompanhou a busca pelos cor-
recidos pos. Ele é amigo de um dos pais das vítimas.
Moradores da Cidade de Deus retiraram da mata sete corpos — Os corpos estão com ferimentos de facas, como se tivessem
de jovens da comunidade, na manhã deste domingo. Eles foram sido torturados. Parece que encapuzaram as vítimas e começaram
colocados pelos pais em uma praça próxima ao condomínio Itamar a atirar. É ódio gerado por ódio, uma crueldade — afirma Thiago,
Franco, na localidade do Karatê. Familiares começaram a denun- que também diz que circula a informação na comunidade sobre a
ciar o sumiço das pessoas no sábado após ação da policia militar morte de uma criança de quatro anos, por bala perdida.

Didatismo e Conhecimento 41
CONHECIMENTOS GERAIS
Antes dos corpos serem encontrados, um vídeo divulgado nas Ainda como consequência do confronto, a estação Divina
redes sociais mostrava uma mãe, desesperada, tentando achar o Providência, do BRT Transcarioca (Barra da Tijuca-Aeroporto
filho. A polícia estava impedindo o acesso de pessoas à mata, onde Tom Jobim), foi alvo de atos de vandalismo neste sábado. A esta-
as vítimas foram encontradas. ção, próxima à Cidade de Deus, teve oito vidros quebrados, além
— Vou procurar meu filho agora! Meu filho está dentro do de quatro monitores de TV, perfis metálicos e bancos amassados e
mato, morto! O sangue é meu! Eu sou mãe! — gritava. geladeira de refrigerante derrubada. O Consórcio BRT estimou o
Em nota, a Polícia Civil informou que um procedimento foi prejuízo material em pelo menos R$ 37 mil.
instaurado na Delegacia de Homicídios para apurar as mortes das Fonte: O Globo – (20/11/2016)
sete pessoas. Segundo o comunicado, “segue em andamento um
amplo trabalho de investigação visando apurar detalhadamente as INTERNACIONAL
circunstâncias do ocorrido”. ELEIÇÕES NORTE-AMERICANAS
Neste sábado, a queda de um helicóptero da Polícia Militar Donald Trump vence as eleições dos Estados Unidos
que participava de uma operação na Cidade de Deus, Zona Oeste Donald Trump, um magnata do setor imobiliário e estrela de
do Rio de Janeiro, provocou a morte de quatro policiais e iniciou reality shows sem experiência política e com uma mensagem xenó-
uma onda de pânico entre moradores. Logo após a tragédia, co- foba e antissistema, será o próximo presidente dos Estados Unidos.
meçaram a circular pela internet informações alarmantes - grande O republicano Trump derrotou nas eleições de 8 de novembro a
parte delas inverídicas - sobre novos ataques ou mortes. democrata Hillary Clinton, uma política experiente e associada ao
O clima na Cidade de Deus segue tenso após os tiroteios e establishment que não soube se conectar com a coalizão de mino-
operações policiais que culminaram com a queda de um helicópte- rias e jovens que deu duas vitórias ao presidente Barack Obama. A
ro da Polícia Militar, com quatro militares mortos. vitória de Trump, um populista imprevisível no comando da maior
A moradora Vivi Salles iria realizar um sarau comemorativo potência do planeta, lança seu país e o mundo ao desconhecido.
de cinco anos do Poesia de Esquina, movimento criado por ela O mundo esperava ver a primeira mulher na presidência dos
para reunir poetas da Cidade de Cidade de Deus, ontem, mas teve EUA e encontra um demagogo pela frente, um homem que reavi-
que cancelar o evento, por causa dos confrontos entre criminosos vou algumas das tradições mais tenebrosas do país.
e policiais na região. A poetiza, que tem 26 anos, disse que nunca
A chegada de Trump à Casa Branca é uma ruptura com as
havia presenciado tanto tiroteio durante o dia.
melhores tradições democráticas dos EUA, com a tranquila alter-
— Normalmente era só de madrugada, agora passou a ficar nor-
nância entre governantes com visões discrepantes do país, mas
mal ouvir tiros durante as manhãs. Ontem, eu achava que a situação
não nos valores fundamentais que o sustentam desde sua funda-
ia se estabilizar depois do meio-dia. Mas o tiroteio voltou com tudo
ção. Trump, que prometeu construir um muro na fronteira com o
à tarde e perdurou até as 22h. Outro evento cultural além do meu
México e proibir a entrada de muçulmanos nos EUA, demonstrou
também teve que ser cancelado. Houve uma sequência de tiros mui-
to grande na tentativa de abater o helicóptero — afirmou Vivi. que um homem praticamente sozinho, contra tudo e contra todos,
é capaz de chegar à sala de comando do poder mundial. Lá terá ao
OPERAÇÃO POR TEMPO INDETERMINADO alcance da mão a valise com os códigos nucleares e controlará as
Desde ontem, policiais de vários Batalhões realizam uma mais letais forças armadas do planeta, além de possuir um púlpito
operação pente-fino na comunidade. Por determinação da cúpula único para se dirigir ao seu país e ao resto do mundo. Da Casa
da segurança, a operação que começou na manhã de sábado, após Branca poderá se lançar, se cumprir suas promessas, a batalhas
bandidos atirarem contra policiais da UPP, continuará por tempo com países vizinhos como o México, a quem quer obrigar a pagar
indeterminado. o muro. O México, vizinho e até agora amigo dos EUA, será o
O clima da comunidade é de apreensão. Pouco movimento primeiro ponto na agenda do presidente Trump.
nas ruas. O serviço de mototáxi foi suspenso por determinação po- O republicano desmentiu todas as pesquisas que há seis meses
licial. Todos os carros que entram ou deixam a Cidade de Deus prognosticavam sua derrota. Derrotou os Clinton, a família mais
passam por rigorosa revista. Participam das operações policiais do poderosa da política norte-americana nas últimas três décadas,
Choque, do Bope, de Operações com Cães, os batalhões de Jacare- com exceção dos republicanos Bush, que também se opunham
paguá e da Barra, além de policiais de várias UPPs. a ele. Enfrentou a máquina de seu próprio partido, os meios de
Na manhã deste domingo, pelo menos três pessoas foram detidas comunicação, Wall Street, as grandes capitais europeias e latino-
durante a operação da Polícia Militar na Cidade de Deus. Na ação, -americanas e organizações internacionais como a OTAN.
foram apreendidos fuzis e drogas. Os policiais ocupam a comunidade Seu mérito consistiu em entender o desconforto dos norte-
à procura de bandidos que entraram em confronto com agentes no -americanos vítimas da tempestade da globalização, as classes
sábado. Em seu perfil no Facebook, a Polícia Militar prestou uma ho- médias que não deixaram de perder poder aquisitivo nas últimas
menagem aos PMs mortos, publicando uma mensagem de luto. décadas, os que viram como a Grande Recessão paralisava a as-
A operação policial interdita ruas no entorno da comunidade. censão social, os que observam desconcertados as mudanças de-
Segundo o Centro de operações da prefeitura, a Estrada Marechal mográficas e sociais em um país cujas elites políticas e econômi-
Miguel Salazar Mendes de Moraes está fechada em ambos os sen- cas os ignoram. Os brancos da classe trabalhadora – uma minoria
tidos, entre as ruas Antonieta Campos da Paz e a Edgard Werneck. antigamente democrata que compete com outras minorias como os
Já a Rua Edgard Werneck também está interditada em ambos os latinos e os negros, mas que não tem um status social de vítima –
sentidos, entre a Estrada Marechal Migual Salazar Mendes de Moraes encontrou em Trump seu homem providencial.
e a Rua Suzano. As estradas dos Bandeirantes, do Gabinal e a Linha Durante a campanha Trump prometeu um Brexit multiplicado
Amarela são opções para os motoristas. A UPA do local também está por 5, em alusão à decisão da Grã-Bretanha, em referendo, de sair
fechada e o atendimento está sendo feito no Lourenço Jorge. da União Europeia. E cumpriu. A onda de populismo de ambos

Didatismo e Conhecimento 42
CONHECIMENTOS GERAIS
os lados do Atlântico consegue sua maior vitória. É um golpe nas Assim, um candidato republicano tenderia a ser melhor para os
elites norte-americanas e globais. E é uma prova de que em tem- interesses econômicos do Brasil do que um candidato democrata.
pos de incerteza pode ganhar um candidato com os sensores para Mas Trump inverteu essa lógica ao propor renegociar os acor-
identificar os medos da sociedade e uma mensagem simplificadora dos comerciais firmados pelos EUA para preservar empregos no país
que identifique o inimigo interno e externo. e reduzir o déficit americano nas transações com o resto do mundo.
Os intermináveis escândalos, reais ou inventados, de Clinton Se o empresário colocar essas ações em prática, o Brasil po-
derrubaram sua candidatura. Poucos políticos se identificavam deria ser prejudicado.
tanto com o establishment como ela. No final das contas, é a es- A professora de Relações Internacionais da ESPM Denilde
posa de um presidente e os EUA, uma república fundada contra as Holzhacker afirma que as consequências seriam imediatas e ne-
dinastias, já teve o suficiente com os presidentes Bush pai e filho. gativas, e causariam o que muitos economistas estão chamado de
Os norte-americanos queriam provar algo diferente, e em um ano “efeito Trump”.
de mudança, após oito com um democrata na Casa Branca, não “Como ele fez propostas muito amplas e populistas, o efeito
econômico dessas medidas podem ter impacto grande e gerar um
existia candidato mais novo do que Trump, nenhum que represen-
caos na economia - principalmente porque ele é contrário ao livre
tasse melhor do que ele um tapa no sistema, a tentativa de virar a
comércio, se mostrou protecionista.”
página com a classe política de um e outro partido.
Mas Holzhacker faz uma ressalva sobre a aplicação dessa me-
A vitória eleitoral deixa uma sociedade fraturada. As minorias,
didas.
as mulheres, os estrangeiros que se sentiram insultados por Trump “Agora, para saber o quanto ele vai conseguir implementar
deverão se acostumar a vê-lo como presidente. Deixa também uma disso, vamos ter que esperar. Ele é tão imprevisível e tudo fica tão
sociedade com medo. O presidente eleito prometeu deportar os 11 indefinido que prejudica muito o cenário econômico.”
milhões de imigrantes ilegais, uma operação logística com prece-
dentes históricos sinistros. O veto à entrada de muçulmanos fere Imigração e vistos
os princípios de igualdade consagrados na Constituição dos EUA. Estima-se que um milhão de brasileiros vivam nos EUA, boa
Sua inexperiência e escassa preparação também são uma in- parte em situação migratória irregular.
cógnita sobre o modo como governará. Uma teoria é que uma vez Trump propôs construir um muro na fronteira do país com o
no salão oval ficará mais moderado e que, de qualquer forma, o México e prometeu deportar todos os imigrantes sem documentos.
sistema de controle de poderes freie qualquer afã autoritário. A Ele diz que protegerá o “bem-estar econômico de imigrantes
outra é que, ainda que esse país não tenha experimentado um regi- legais” e que a admissão de novos imigrantes levará em conta suas
me ditatorial no passado, as declarações de Trump em campanha chances de obter sucesso nos EUA, o que em tese favoreceria bra-
preveem um viés autoritário. sileiros com alta escolaridade e habilidades específicas que quei-
Existem momentos em que as grandes nações dão viradas ram migrar para o país.
bruscas. Quando se trata dos Estados Unidos da América, a virada Evento de latinos em apoio a Trump, que promoteu construir
afeta a toda a humanidade. O 8 de novembro de 2016 pode passar um muro para evitar entrada de imigrantes
à história como um desses momentos. Outro tema de interesse dos brasileiros é a facilidade para ob-
Fonte: El País Brasil – (09/11/2016) ter vistos americanos. Trump fez poucas menções ao sistema de
concessão de vistos do país.
Como a vitória de Trump pode afetar o Brasil? Hoje, Brasil e EUA negociam a adesão brasileira a um progra-
Em um triunfo inesperado, o republicano Donald Trump foi ma que reduziria a burocracia para viajantes frequentes brasileiros,
eleito o novo presidente dos Estados Unidos. Trump conquistou como executivos. A eliminação dos vistos, porém, ainda parece
vários Estados-pêndulo, onde os resultados eram imprevisíveis - distante.
podiam favorecer tanto um quanto o outro partido -, como Flóri- Para que a isenção possa ser negociada, precisaria haver uma
redução no índice de vistos rejeitados em consulados americanos
da, Ohio e Carolina do Norte, garantindo vantagem sobre Hillary
no Brasil, uma exigência da legislação dos EUA.
Clinton.
Sua vitória não era indicada pelas pesquisas de opinião, que
Relação com o Brasil
apontavam Clinton como novo presidente. O Brasil e a América Latina não foram tratados como temas
Mas como o êxito do republicano impacta no Brasil? prioritários nas campanhas dos dois candidatos.
Em 2015, Trump citou o Brasil ao listar países que, segundo
Economia e comércio ele, tiram vantagem dos Estados Unidos através de práticas comer-
Vários aspectos devem ser levados em conta para responder ciais que ele considera injustas. A balança comercial entre os dois
a questão. países, porém, é favorável aos EUA.
Um deles é a maneira como os dois candidatos e seus partidos Como empresário, Trump é sócio de um hotel no Rio de Ja-
encararam a economia e as relações comerciais entre os Estados neiro e licenciou sua marca para ser usada por um complexo de
Unidos e o resto do mundo. edifícios na zona portuária da cidade. Anunciada em 2012, a obra
O Brasil se beneficiaria de uma maior abertura dos EUA a ainda nem começou.
produtos brasileiros. Hoje os EUA são o segundo maior parceiro Para a professora de Relações Internacionais da Unifesp Cris-
comercial do Brasil, atrás da China. tina Pecequilo, como Trump não falou nada sobre o país e se dis-
Historicamente, o Partido Republicano, de Trump, defende o tanciou de temas ligados à América Latina, não deve haver muitas
livre comércio e se opõe a medidas protecionistas que ajudassem mudanças para os brasileiros. No entanto, diferentemente de Hilla-
empresas americanas a competir com estrangeiras. ry, o republicano tem o elemento de imprevisibilidade.

Didatismo e Conhecimento 43
CONHECIMENTOS GERAIS
“A situação do governo Hillary para o Brasil teria sido mais Para realizar um impeachment, é preciso 200 votos na Assem-
tranquila porque era mais previsível por qual caminho ela iria. Se- bleia Nacional de 300 integrantes. Atualmente, 172 legisladores
ria a continuidade do governo Obama, de uma dimensão política oposicionistas e independentes querem a saída de Park.
que tem o reconhecimento do Brasil como relevante, sem muitas Com isso, para retirar a líder seriam necessários os votos de
mudanças.” 28 dos 128 parlamentares do partido conservador Saenuri, de Park.
Pecequilo afirma que o país deve perder relevância na visão Vários deputados governistas já disseram que votarão pela saída
dos Estados Unidos dado o conturbado cenário interno. da presidente. A imprensa local avalia que entre 30 e 40 legislado-
“Eles estão com tanto problema dentro de casa, que o Brasil res governistas podem votar pelo impeachment.
não é uma preocupação.” A votação deve ocorrer antes de 9 de dezembro, quando acaba
Relação entre Brasil e EUA também vai depender de química a sessão deste ano da legislatura sul-coreana. Caso o Parlamento
entre Temer e Trump vote pelo impeachment, Park seria suspensa e o número dois do
país, o primeiro-ministro Hwang Kyo-ahn, assumiria como presi-
Questão de química dente interino.
Especialistas nas relações Brasil-EUA costumam dizer que os O Tribunal Constitucional teria então de se pronunciar para
laços entre os dois países dependem em grande medida da química decidir se o impeachment é justificado – a corte teria 180 dias para
entre seus líderes, independentemente de seus partidos ou ideologias. se pronunciar.
Eles afirmam que, embora seguissem tradições políticas bas- Caso seis dos nove magistrados do Tribunal Constitucional
tante distintas, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (2003- decidirem que a saída se justifica, Park perderia formalmente o
2011) e George W. Bush (2001-2009) tinham uma relação tão boa cargo. A Coreia do Sul teria então 60 dias para eleger um sucessor.
quanto a mantida entre FHC (1995-2002) e Bill Clinton (1993- Se mais de três juízes discordarem, porém, a presidente retomaria
2001), que tinham maior afinidade ideológica. o posto imediatamente.
Já a relação entre Barack Obama e Dilma Rousseff nunca foi A amiga da presidente que está no centro do escândalo é Choi
tão próxima e sofreu com a revelação de que o governo americano Soon-sil, de 60 anos, que supostamente usava seus laços com a
havia espionado a presidente brasileira. líder para conseguir milhões em doações de companhias sul-corea-
Analistas afirmam ainda que Brasil e EUA têm relações bas-
nas. A presidente e a amiga afirmam ser inocentes.
tante diversificadas e que os laços devem ser mantidos qualquer
Fonte: Exame.com – (29/11/2016)
que seja o resultado da eleição em novembro, já que os dois gover-
nos dialogam dentro de estruturas burocráticas.
Presidente da Coreia do Sul pede que parlamento decida
Do lado brasileiro, há interesse em se aproximar mais dos
condições para sua saída
EUA, vença quem vençer. Em entrevista à BBC Brasil em julho,
A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, pediu nesta
o embaixador brasileiro em Washington, Sérgio Amaral, disse que
terça-feira que o parlamento decida como e quando ela pode en-
o governo Temer investiria nas relações com as cinco principais
tregar o cargo em reação a um escândalo de tráfico de influência,
potências globais (EUA, China, Rússia, França e Reino Unido).
Amaral afirmou ainda que, na Embaixada, priorizaria áreas levando a crise política do país cada vez mais em direção a um
em que Brasil e EUA têm maior convergência, como direitos hu- território desconhecido.
manos e meio ambiente. O Partido Democrático, principal sigla da oposição, rejeitou
Fonte: G1 – (09/11/2016) a oferta de Park, que classificou como uma manobra para escapar
do impeachment, e disse que irá continuar com seus esforços para
Após escândalo, presidente da Coreia do Sul aceita renun- apresentar uma moção de impedimento no parlamento, o que pre-
ciar tende fazer até sexta-feira.
A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, afirmou em Nenhum presidente sul-coreano deixou de completar seu
discurso televisionado nesta terça-feira que deixará seu destino mandato único de cinco anos desde que o sistema democrático
político nas mãos do Legislativo. A declaração foi surpreendente e atual foi implementado em 1987.
vista por alguns analistas como uma tática para criar um impasse “Deixarei ao parlamento tudo a respeito do meu futuro, in-
e ela seguir no poder. cluindo a abreviação de meu mandato”, disse Park em um breve
Em breve discurso, Park pediu desculpas novamente pelo es- discurso televisionado.
cândalo político que derrubou sua popularidade. Ela disse estar Seu gesto dramático impõe o fardo de resolver a crise política
aberta para abrir mão do poder, mas deixou nas mãos da Assem- ao parlamento, que vem sendo controlado por uma coalizão de par-
bleia Nacional determinar se ela deve seguir como presidente. A tidos opositores desde que o conservador Partido Saenuri de Park
Assembleia Nacional é controlada pela oposição e por parlamen- perdeu a maioria subitamente nas eleições de abril.
tares independentes. Se a mandatária renunciar ou um voto de impeachment no
No poder desde 2013, Park afirmou que cumprirá o processo parlamento for confirmado pelo Tribunal Constitucional, será pre-
legal, prometendo apresentar mais detalhes sobre o escândalo e ciso realizar uma eleição em 60 dias para escolher um presidente
responder a questões em data futura não especificada. Ela não res- para um mandato de cinco anos, e o primeiro-ministro irá conduzir
pondeu a perguntas após o pronunciamento. o país neste ínterim.
A presidente é acusada de permitir que uma amiga de longa O cronograma apertado poderia levar os principais partidos a
data extorquisse dinheiro de empresas, usando sua proximidade tentar ganhar tempo para consolidar seus candidatos presidenciais,
do poder. Park tem aprovação de apenas 4% entre os eleitores sul- e analistas políticos disseram que o parlamento pode demorar me-
-coreanos. ses para acordar um plano de saída para Park.

Didatismo e Conhecimento 44
CONHECIMENTOS GERAIS
“Irei renunciar à minha posição de acordo com a lei assim O atraso no anúncio da candidatura está relacionado com a
que se crie uma maneira de transferir o governo de uma maneira perda de poder. Após a polêmica sobre a recepção aos refugiados,
estável que também minimize o vácuo e o tumulto político após a ela teve que lidar com a rebelião da CSU, partido aliado bávaro,
decisão e a discussão dos partidos de oposição”, disse Park com que ameaçou não apoiar Merkel em 2017, antes de mudar de opi-
voz firme. nião ante a falta de alternativa.
Fonte: G1 – (29/11/2016) A chanceler sofreu outro revés este mês ao não conseguir de-
signar um membro de seu partido como candidato para ser presi-
Merkel confirma candidatura a 4º mandato na Alemanha dente em 2017, um posto para o qual foi escolhido o social-demo-
Angela Merkel anunciou neste domingo a seu partido que será crata Frank-Walter Steinmeier.
candidata a um quarto mandato de chanceler durante as eleições Por fim, seu terceiro mandato coincidiu com o avanço de um
legislativas de 2017, em um período em que seus partidários a con- partido populista na Alemanha, que disputa espaço com seu partido
sideram a última defesa contra o avanço do populismo. na direita. O AfD tem grandes chances de entrar para o Bundestag
A chanceler, de 62 anos, anunciou sua intenção aos dirigentes (Parlamento), o que nenhum grupo deste tipo consegue desde 1945.
da União Democrata Cristã (CDU) durante uma reunião em Ber- Merkel mantém, no entanto, a vantagem sobre os demais, já
lim, informaram à AFP fontes próximas ao partido. que não possui rivais fortes em seu partido e continua sendo muito
A chefe de Governo, que deve abordar a questão em um en- mais popular que seus adversários social-democratas.
contro com a imprensa às 19H00 (16H00 de Brasília), expressou a Fonte: Exame.com – (20/11/2016)
intenção de ser reeleita como presidente da CDU no congresso de
dezembro, além de apresentar uma nova candidatura para a chan- Merkel defende alianças com UE e EUA e rejeita isola-
celaria durante as legislativas. mento
Após 11 anos à frente do país, Merkel já ostenta o recorde de A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, rejeitou nesta quar-
longevidade entre os atuais governantes ocidentais. ta-feira os populismos que respondem com soluções fáceis pro-
Julia Klöckner, da CDU e muito próxima a Merkel, defendeu blemas globais e complicados, e garantiu que a Alemanha não se
a candidatura e afirmou que a chanceler é “uma garantia de estabi- fechará em si mesma e defenderá os valores da economia social de
lidade confiabilidade em um período turbulento”. mercado e da justiça social com seus aliados, a União Europeia e
os Estados Unidos.
Recorde de Kohl à vista Em discurso diante do plenário do parlamento em seu primei-
A julgar pelas pesquisas, Merkel tem grandes chances de con- ro comparecimento público após anunciar que, no próximo ano,
quistar o quarto mandato como chanceler. voltará a concorrer para um novo mandato, Merkel deixou claro
Ela entraria assim para a história do país ao superar o tempo que a Alemanha “não pode resolver sozinha os problemas do mun-
de poder do icônico chanceler do pós-guerra Konrad Adenauer (14 do”, mas garantiu que contribuirá para isso.
anos) e também o de seu próprio mentor político, Helmut Kohl Merkel apostou no multilateralismo, elogiou o acordo de li-
(16 anos). vre-comércio com o Canadá e admitiu que não estava “contente”
De acordo com uma pesquisa publicada pelo jornal Bild, 55% com a decisão do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de
dos alemães desejam que Merkel permaneça no cargo, contra 39% retirar seu país do Acordo de Associação Transpacífico (TPP), uma
de opiniões contrárias. Em agosto, o índice favorável à chanceler decisão que, na opinião da chanceler, não beneficiará ninguém.
era de 50%. A chefe de governo alemã reconheceu que o atual panorama
Merkel se encontra em uma situação paradoxal: elogiada no internacional e nacional é mais complicado que o de alguns anos
exterior, onde as expectativas a seu respeito aumentaram após a vi- atrás e assumiu que compreende o medo dos cidadãos quando
tória de Donald Trump na eleição americana, na Alemanha enfren- princípios que eram óbvios nas sociedades democráticas ociden-
ta um ano eleitoral um tanto fragilizada pela polêmica provocada tais passam a ser questionados, por isso reiterou a necessidade de
pela decisão de receber um milhão de refugiados no país. que as pessoas se mostrem unidas frente aos populismos.
Esta semana, o presidente americano Barack Obama elogiou E, além disso, a chanceler alemã destacou a importância de
Merkel em Berlim durante sua última viagem oficial como chefe combater as mensagens e informações manipuladas e falsas que
de Estado. são disseminadas pela internet.
“Se fosse alemão, poderia dar meu apoio”, disse. Contra aqueles que usam os medos dos cidadãos para se pro-
E, diante do avanço das tendências autoritárias no mundo, o moverem, Merkel lembrou a positiva evolução econômica do país
jornal The New York Times a chamou de “último baluarte dos va- nos últimos anos e o aumento nas contribuições sociais e previ-
lores humanistas no Ocidente”. dência.
Mas seu poder está em queda na Alemanha, de acordo com A chanceler lembrou também a “incrível” resposta internacio-
a revista liberal Die Zeit. Ela conseguiu recuperar parte da popu- nal para a catástrofe da Segunda Guerra Mundial, com a criação
laridade perdida com a crise migratória, mas o seu grupo político das Nações Unidas e da Convenção de Direitos Humanos, e de-
registra de 32 a 33% das intenções de voto nas pesquisas, quase fendeu a continuidade desse caminho para “dotar de humanidade
10% a menos que nas eleições de 2013. a globalização”.
“O recuo criado pela vitória de Trump afeta Merkel quando Durante a presidência rotativa do G20, que a Alemanha assu-
suas possibilidades de liderança são limitadas: não pode contar me em dezembro, Merkel pretende continuar com os avanços na
com a Europa para avançar, não tem um partido unido atrás dela transparência dos mercados financeiros internacionais e no desen-
e não possui o apoio popular que tinha há um ano e meio”, afirma volvimento do continente africano, que será uma das prioridades
a Die Zeit. de Berlim.

Didatismo e Conhecimento 45
CONHECIMENTOS GERAIS
No âmbito da UE, a chanceler reconheceu a necessidade de Revolução
lutar contra a falta de credibilidade do bloco e de acelerar os pro- Fidel Castro liderou uma invasão ao quartel de Moncada,
cessos de tomada de decisões. em Santiago de Cuba, no dia 26 de julho de 1953. Apesar de fra-
Para Merkel, é preciso assumir que já não é possível traçar cassada, a iniciativa marcou o começo da revolução que acabaria
uma linha que separe a política interna da externa e que a seguran- levando-o ao poder.
ça, o bem-estar e a prosperidade dos cidadãos de cada país depen- Depois de breve período preso, Fidel foi anistiado e se exilou
dem das relações internacionais. no México, onde organizou uma expedição que voltou a Cuba.
Fonte: Exame.com – (23/11/2016) Ao lado do argentino Ernesto “Che” Guevara, que conheceu
durante o exílio, o jovem cubano montou uma campanha de guer-
Fidel Castro morre aos 90 anos rilha a partir de sua base, na Serra Maestra.
O ex-presidente cubano Fidel Castro, um dos mais importan- Em 1959, Fulgêncio Batista deixou o país e Fidel estabeleceu
tes líderes mundiais, morreu na noite desta sexta-feira aos 90 anos. um novo governo que prometia devolver a propriedade da terra aos
Seu irmão mais novo e atual presidente, Raúl Castro, anunciou a agricultores e defender o direito dos pobres.
morte em um anúncio oficial na TV estatal.
“O comandante-em-chefe da revolução cubana morreu às Fidel comunista
22h29 desta noite (03h29 de sábado em Brasília)”, disse o presi- Desde o começo, Fidel insistiu que sua ideologia era, acima
dente, que terminou o anúncio gritando o slogan: “Até a vitória, de tudo, cubana. “Não há comunismo nem marxismo em nossas
sempre”. ideias, só democracia representativa e justiça social”, dizia.
O governo cubano decretou nove dias de luto nacional. Criticado pelos Estados Unidos pela nacionalização de em-
Como líder da revolução cubana que derrubou o regime do presas de americanos, foi alvo do embargo comercial que vigora
presidente Fulgencio Batista, em 1959, Fidel Castro se manteve até hoje.
na liderança do país por décadas, até se afastar da Presidência, por Fidel disse que assim foi empurrado para os braços da União
motivos de saúde, em 2006, deixando o cargo para o irmão. Soviética, liderada por Nikita Kruchev. Com o novo aliado, Cuba
Fidel Castro foi o líder mundial não ligado a uma monarquia virou mais um campo de batalha da Guerra Fria.
Os Estados Unidos tentaram derrubar o governo de Fidel em
mais longevo do século 20, comandando Cuba por quase cinco
abril de 1961, apoiando um grupo de exilados cubanos em uma
décadas.
desastrosa invasão à praia de Girón, na baía dos Porcos.
Seus apoiadores o veneravam e o consideravam um libertador,
A CIA, central de inteligência americana, foi acusada pelo lí-
que havia salvo Cuba de um regime autoritário supostamente ma-
der cubano de tentar assassiná-lo várias vezes, inclusive com um
nipulado pelo imperialismo americano. Mas seus críticos o viam
charuto explosivo.
como um sanguinário ditador que levou o país ao caos econômico
Em 1962, aviões de reconhecimento dos Estados Unidos de-
e à ruína com suas políticas comunistas. tectaram um carregamento de mísseis soviéticos rumo a Cuba,
O anúncio de sua morte foi recebido com consternação em criando um impasse entre o presidente americano, John F. Ken-
Cuba. Mas em Miami, nos Estados Unidos, onde vivem milhares nedy, e Kruchev.
de exilados cubanos que deixaram a ilha durante o regime comu- Depois de 13 dias de impasse, os soviéticos desistiram de ins-
nista, houve buzinaço nas ruas. talar mísseis com potencial nuclear em Cuba, em troca de uma
promessa secreta americana de retirar suas armas da Turquia.
Vizinho incômodo
Nas quase cinco décadas em que esteve à frente do governo de Colapso soviético
Cuba, Fidel Castro viu dez presidentes americanos se revezarem Cuba “exportou” a sua revolução para outras partes do mundo
na Casa Branca. Inimigo declarado de todos eles, o líder comunista na forma do apoio às guerrilhas marxistas em Angola e Moçam-
fez de sua ilha uma base de resistência ao poder dos Estados Uni- bique. Sob embargo econômico dos Estados Unidos, recebeu, em
dos, que nunca conseguiram dobrar o regime incômodo a apenas todo o tempo, ajuda soviética.
144 quilômetros de seu território. O colapso da União Soviética, em 1991, foi um duro golpe
Nascido em uma família de latifundiários, em 1926, o jovem na economia cubana, apoiada na cooperação com o antigo regime
advogado se tornou líder revolucionário, dirigente comunista e ter- comunista.
minou seus dias em uma casa confortável em Havana, opinando A crise na qual o país mergulhou fez milhares de cubanos se
sobre os mais diferentes temas, na coluna que mantinha no jornal lançarem ao mar em embarcações precárias nos anos 1990, na es-
Granma. perança de chegar a Miami.
Durante este período, sofreu várias tentativas de assassinato, O caso do menino Elián González ganhou as manchetes do
foi acusado de violar direitos humanos, viu sua principal aliada, mundo inteiro. Ele perdeu a mãe em uma viagem perigosa e, de-
a União Soviética, entrar em colapso. Reconheceu, ao fim, erros pois de uma longa batalha legal entre parentes em Miami e o pai,
na condução da economia cubana, que só sobreviveu nos últimos que morava em Cuba, foi levado de volta para a ilha.
tempos graças ao apoio de outro amigo, o venezuelano Hugo Chá- Entre os bons resultados domésticos de Fidel Castro estão o
vez, morto em março de 2013. serviço de saúde cubano, considerado um dos melhores da região,
Para os Estados Unidos, Fidel sempre foi uma lembrança e o baixo índice de mortalidade infantil, comparável ao dos países
constante e incômoda das idéias comunistas que, apesar de pra- mais desenvolvidos.
ticamente abandonadas no resto do mundo, permaneceram vivas O governo de Fidel, no entanto, foi acusado por organismos
na ilha vizinha. Para setores da esquerda mundial, tornou-se um internacionais de perseguição política contra os opositores do re-
símbolo de resistência. gime e de violações dos direitos humanos.

Didatismo e Conhecimento 46
CONHECIMENTOS GERAIS
Aposentadoria Obama fez de tudo para consolidar essa política antes de dei-
Nos últimos anos, Fidel deu sinais de que teria moderado suas xar a Casa Branca, o que acontecerá em menos de dois meses. Não
posições. Em 1998, recebeu no país o papa João Paulo 2º. só reabriu, já há mais de um ano, a embaixada norte-americana em
Após anos de grave crise social, o regime voltou a ganhar fô- Havana, gesto replicado por Cuba em Washington, como se tor-
lego na virada do milênio, com os generosos acordos de coopera- nou, em março, no primeiro presidente dos EUA em quase um sé-
ção fechados com a Venezuela do presidente Hugo Chávez, grande culo a pisar em solo cubano. A menos de um mês das eleições que
admirador de Fidel. definiria seu sucessor, Obama emitiu uma ordem executiva (espé-
Em 31 de julho de 2006, Fidel surpreendeu o mundo ao deixar cie de medida provisória) com a qual pretendia, nas suas palavras,
temporariamente o poder por motivos de saúde. tornar “irreversíveis” os avanços obtidos nas relações bilaterais.
Por meses, sua saúde foi segredo de Estado, com rumores so- Tudo, porém, se tornou um enorme ponto de interrogação após
bre sua morte. Em fevereiro de 2008, a Assembleia Nacional de a vitória do republicano Trump, um bilionário pragmático que no
Cuba aprovou a aposentadoria de Fidel, que oficialmente passou o passado foi acusado de violar o embargo econômico a Cuba em
poder ao irmão, Raúl Castro. busca de negócios lucrativos na ilha. Durante a campanha eleito-
Fidel trocou o traje militar por roupas casuais. Continuou a ral, no entanto, ele prometeu reverter a aproximação com Havana.
provocar polêmica com suas opiniões sobre assuntos mais varia- Trump não se contentou apenas em cortejar o voto mais aber-
dos, publicados em uma coluna no jornal Granma. tamente anticastrista em Miami. Já eleito presidente, parece con-
Nesse tempo, recebeu várias celebridades políticas em sua firmar suas promessas ao incluir em sua equipe de governo figuras
casa, como o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. proeminentes do lobby pró-embargo, como o advogado Mauricio
Em 2011, foi visitado pelo ex-presidente americano Jimmy Carter. Clever-Carone, membro da influente organização Democracia
Hugo Chávez sempre foi uma visita frequente. Cuba-EUA, que defende uma “transição incondicional de Cuba à
Em setembro de 2010, em uma entrevista à revista The Atlan- democracia e ao livre mercado”. Ele irá trabalhar com Trump no
tic, Fidel reconheceu que o modelo cubano já não funcionava. No Departamento do Tesouro, uma peça-chave na aplicação – ou fle-
período, seu irmão, Raúl, já esboçava uma série de reformas eco- xibilização – do embargo econômico a Cuba e das sanções contra
nômicas, aprovadas posteriormente. quem o viola.
Diferentemente dos países do leste europeu, cujos governos Foi esse ministério, junto com o do Comércio, o principal res-
ruíram após o colapso da União Soviética, Fidel conseguiu manter ponsável por analisar, nos últimos 23 meses, até onde seria possí-
Cuba sob o regime comunista até sua morte. Mesmo afastado da vel flexibilizar os limites impostos pelo embargo, cuja eliminação
Presidência, Fidel permaneceu como secretário-geral do Partido está nas mãos do Congresso. Em minoria na Câmara e no Senado,
Comunista de Cuba até abril de 2011. a estratégia do Governo Obama foi tentar facilitar ao máximo as
Nos últimos anos, ele se manteve afastado da vida pública, transações comerciais e os intercâmbios pessoais entre os dois paí-
com raras aparições e eventuais colunas publicadas na mídia ofi- ses. Embora as principais restrições continuem vigentes, é cada
cial cubana. vez mais fácil para os cidadãos norte-americanos fazer transações
Em abril deste ano, ele surpreendeu ao discursar no último dia comerciais com Cuba ou viajar à ilha.
do congresso do Partido Comunista. “Em breve terei 90 anos, algo Antes que a morte de Fidel Castro monopolizasse todas as
que nunca imaginei”, afirmou. “Logo serei como todos os outros, manchetes da imprensa cubana – e mundial –, os meios de co-
que para todos nossa hora deve chegar”, disse. municação estatais comemoravam justamente o restabelecimento,
Fonte: BBC Brasil – (26/11/2016) na próxima segunda-feira, dos voos comerciais regulares e diretos
entre os EUA e Havana, suspensos durante mais de 50 anos.
Morte de Fidel Castro amplia dúvidas sobre reaproxima- São medidas como esta as que também impulsionaram, por
ção com os EUA sua vez, a continuação das reformas iniciadas com a chegada de
A morte de Fidel Castro acrescenta mais uma incógnita ao Raúl Castro ao poder em Cuba, embora não ao ritmo desejado por
processo de normalização das relações entre os Estados Unidos e Washington, como reconheceu o próprio Obama. Uma mudança
Cuba, já colocado em xeque pela vitória eleitoral do republicano na atitude de Washington poderia ter, neste sentido, adverte López-
Donald Trump, que será responsável por manter – ou interromper -Levy, mais impacto ainda que a morte de Fidel Castro. “Enquanto
– o diálogo aberto há quase dois anos com Havana por seu anteces- exista incerteza no assunto Trump, a direção cubana vai atuar com
sor democrata, Barack Obama. grande cautela, mas isso não tem a ver com o fato de que Fidel
Apesar de o histórico líder revolucionário nunca ter ocultado esteja ou não porque já tinha um papel mais simbólico, era uma
suas reticências quanto ao processo iniciado pelo presidente Raúl espécie de força moral, de patriarca revolucionário mais que líder
Castro, seu irmão, o fato de não fazer oposição frontal ao degelo dos assuntos do governo”.
foi considerado como uma aprovação implícita a essa iniciativa Fonte: El País Brasil – (26/11/2016)
diplomática, que não necessariamente contava com o respaldo de
toda a cúpula cubana. Trump diz que pode acabar com acordo entre EUA e Cuba
Quis o acaso que a morte de Fidel Castro surpreendesse O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, es-
Trump em Mar-a-Lago, a mansão da Flórida onde o magnata cos- creveu em sua conta no Twitter nesta segunda-feira (28) que vai
tuma passar férias. Esse Estado é o mais tradicional reduto cubano acabar com o acordo de seu país com Cuba se a ilha não estiver
nos EUA, um lugar outrora claramente anticastrista, mas que, so- disposta a oferecer um acordo melhor.
bretudo nos últimos anos, passou a apoiar a política conciliadora “Se Cuba não quiser fazer um acordo melhor para o povo
de Obama, incluindo a decisão de restabelecer as relações inter- cubano, o povo cubano-americano e os Estados Unidos como um
rompidas durante mais de meio século. todo, vou acabar com o acordo”, escreveu o magnata.

Didatismo e Conhecimento 47
CONHECIMENTOS GERAIS
No sábado (26), Trump divulgou um comunicado à imprensa que a política “rígida” dos EUA em relação a Cuba nas últimas
classificando Fidel Castro como um “ditador brutal que oprimiu décadas teve pequeno impacto. O presidente americano afirmou
seu próprio povo por quase seis décadas” e que deixa um “legado acreditar que os EUA poderão “fazer mais para ajudar o povo
de pelotões de fuzilamento, roubo, inimaginável sofrimento, po- cubano” ao negociar com o governo da ilha.
breza e negação de direitos humanos básicos”. Fonte: G1 – (28/11/2016)
No texto, ele afirmou que seu governo “vai fazer todo o pos-
sível para assegurar que o povo cubano possa finalmente começar CIA adverte Trump que seria “loucura” abandonar acor-
sua jornada em direção à prosperidade e à liberdade”. do com Irã
Nas primárias, Trump foi o único pré-candidato republicano O diretor da CIA, John Brennan, advertiu ao presidente elei-
que apoiou a abertura para Cuba, mas em sua busca de votos na to dos Estados Unidos, Donald Trump, que seria “desastroso” e
Flórida nas eleições gerais, ele prometeu que “revogaria” o acordo uma “loucura” deixar o acordo nuclear com o Irã, como o magnata
do presidente Barack Obama “a não ser que o regime dos Castro” ameaçou fazer durante a campanha eleitoral.
restaurasse “as liberdades na ilha”, segundo a agência EFE. Em uma entrevista à rede britânica “BBC” divulgada nesta
Seu futuro chefe de gabinete, Reince Priebus, disse no domin- quarta-feira, Brennan também afirmou que Trump deve ser cau-
go que Trump aguardará para ver “alguns movimentos” do gover- teloso com a Rússia por considerar que Moscou está por trás de
no cubano em relação às liberdades na ilha para decidir como será grande parte do sofrimento na Síria.
a relação entre os dois países. “Não vamos ter um acordo unilateral Durante a campanha para as eleições americanas, o político
procedente de Cuba sem algumas mudanças em seu governo”, dis- republicano ameaçou abandonar o pacto nuclear entre o G5+1
se Priebus na TV Fox, após mencionar a repressão, os prisioneiros (EUA, Rússia, França, Reino Unido e China, mais Alemanha) e
políticos e as liberdades como a religiosa. o Irã e sugeriu que o governo americano teria uma relação muito
Grupos do exílio cubano mostraram apoio unânime ao aviso mais estreita com o governo russo.
de Trump, segundo a EFE. “Acredito que isto seria desastroso. O fato de uma administra-
Em coletiva de imprensa na Casa Branca, o porta-voz do go- ção encerrar um acordo feito pela administração anterior não teria
verno americano Josh Earnest disse que os críticos da atual política precedentes”, disse Brennan à emissora britânica antes de deixar
de aproximação “estão dando voltas, tentando justificar sua lealda-
seu cargo em janeiro.
de a uma política obviamente fracassada de isolamento de Cuba,
Para o diretor da CIA, uma medida assim, que qualificou de
que nunca teve nenhum resultado”.
“loucura”, ajudaria a fortalecer os políticos linha dura no Irã.
Para o porta-voz da Casa Branca, “dar declarações ruidosas
Em suas declarações, Brennan ressaltou que há muitas áreas
e iniciar um caso de recriminações mútuas amarradas ao passado
nas quais o novo governo tem que agir com “prudência e discipli-
não faz nem a democracia nem a liberdade avançarem, nem expan-
na”, como a linguagem utilizada em matéria terrorista e as relações
de oportunidades”.
“Os críticos da atual política sugerem que, de alguma forma, com a Rússia.
os Estados Unidos fizeram um pacote de concessões ao governo O diretor da CIA opinou que o regime sírio de Bashar al Assad
cubano. Isso é equivocado. Não há concessões”, afirmou. e a Rússia foram responsáveis pelo massacre de civis no conflito
Earnest acrescentou que cada presidente que ocupa a Casa sírio, que qualificou de “degradante”.
Branca deve se perguntar se “estaremos ancorados no passado, ou Na opinião do chefe de inteligência dos EUA, seu país deveria
se vamos olhar para o futuro. Isso não significa ignorar o passado, continuar com o respaldo dado pela Administração de Barack Oba-
mas fazer que o passado não interfira em nossa capacidade de fazer ma aos rebeldes moderados que lutam contra o regime de Assad.
progressos”. Brennan acrescentou que a Rússia é crucial para o futuro da
Síria, mas se mostrou cético sobre a possibilidade de um acordo
O acordo que ajude a pôr fim à guerra civil.
No dia 17 de dezembro de 2014, os presidentes Barack Oba- “Não tenho confiança de que os russos vão ceder até que pos-
ma e Raúl Castro anunciaram o restabelecimento das relações dos sam ser capazes de conseguir o maior sucesso tático possível no
Estados Unidos e Cuba após mais de 50 anos. O embargo comer- campo de batalha”, disse o diretor da CIA.
cial ao país caribenho, no entanto, permaneceu. Além disso, Brennan advertiu sobre a contínua ameaça ter-
Na época, Cuba libertou o prisioneiro americano Alan Gross rorista já que há grupos “muito ativos” dentro do Estado Islâmico
e, em troca, três agentes de inteligência cubanos que estavam pre- (EI) que planejam atentados e querem demonstrar sua capacidade
sos nos Estados Unidos voltaram à ilha. de operar no Ocidente.
O acordo previa medidas como o restabelecimento das rela- O diretor da CIA acrescentou que é preciso cuidado no uso
ções diplomáticas entre os dois países, facilitar viagens de ame- da linguagem porque isto pode ser aproveitado por organizações
ricanos a Cuba, autorização de vendas e exportações de bens e terroristas para mostrar que os EUA estão contra o islã, algo que,
serviços dos EUA para Cuba, autorização para norte-americanos segundo ele, não é assim.
importarem bens de até US$ 400 de Cuba e início de novos esfor- Trump indicou que quer o congressista Mike Pompeo para o
ços para melhorar o acesso de Cuba a telecomunicação e internet. posto de novo diretor da CIA.
Em agosto de 2015, os EUA reabriram oficialmente sua em- Fonte: Portal Terra – (30/11/2016)
baixada em Havana. Um mês antes, a embaixada cubana em Wa-
shington foi reaberta. Senado colombiano referenda acordo de paz com as Farc
Ao anunciar o acordo, Obama disse que a normalização das O Senado da Colômbia referendou no início da madrugada
relações com Cuba encerram uma “abordagem antiquada” da po- desta quarta-feira (30) o acordo de paz assinado no último dia 24
lítica externa americana. Ao justificar a decisão, o presidente disse entre o governo e as Farc.

Didatismo e Conhecimento 48
CONHECIMENTOS GERAIS
“Com 75 votos a favor e nenhum contra, o plenário do Senado primeira etapa dessa reação já teve etanol como produto. Segundo
aprovou o novo acordo de paz. Fica pendente sua aprovação na New Atlas, a eficiência do processo também é notável: cerca de
Câmara dos Deputados”, afirmou o ministro do Interior, Juan Fer- 63% do material utilizado foi convertido em etanol. Trata-se de
nando Cristo, em comunicado. uma surpresa positiva, já que, geralmente, tentativas de gerar eta-
De acordo com o ministro, “com a participação de vítimas, re- nol a partir de gás carbônico resultam em uma série de produtos
presentantes de igrejas cristãs, negritudes, indígenas, foi discutido menos úteis, como etileno e monóxido de carbono. Os detalhes
e aprovado no Senado o novo acordo de paz que foi assinado na da reação foram publicados pelos pesquisadores em um artigo no
última quinta-feira”. periódico Chemistry Select.
Com este passo, esclareceu Cristo, “a esperada aprovação na
Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira, poderá começar a im- Nanotorres de carbono
plementar o acordo estipulado entre o governo e as Farc”. Durante o experimento, os psquisadores usaram um catalisador
O debate no Senado foi aberto pelo principal negociador do feito de carbono e cobre. Por meio de um método de deposição de
governo, Humberto de la Calle, e o Alto Comissariado para a Paz, vapores químicos que tinha amônia e acetileno como reagente, eles
Sergio Jaramillo, que fizeram um acordo de confissão em favor do conseguiram organizar o carbono e o cobre em estruturas semelhan-
acordo, um texto renovado após a rejeição no referendo realizado tes a “torres”. Essas torres tinham cerca de 50 a 80 nanômetros de al-
no dia 2 de outubro, após ter sido assinado no dia 26 de setembro, tura, e terminavam num pico de cerca de 2 nanômetros de diâmetro.
em Cartagena. Quando uma carga de apenas 1.2 volt era aplicada a uma su-
Nesta quarta, a Câmara dos Deputados estará em sessão desde perfície contendo essa estrutura, as partículas de cobre nas torres
o início da manhã para discutir e referendar o novo acordo de paz. de carbono faziam com que um campo elétrico muito forte fosse
Fonte: G1 – (30/11/2016) criado na região. Esse campo, por sua vez, fazia com que correntes
elétricas se formassem entre os picos, e essas correntes dimeriza-
MEIO AMBIENTE vam moléculas de CO2 em moléculas de etanol.
Para realizar esse processo, o gás carbônico precisava ser
Restam menos de 300 onças-pintadas na Mata Atlântica diluído em água, segundo o Popular Mechanics. Em seguida, a
A onça-pintada está definitivamente ameaçada de extinção superfície texturizada com essas estruturas nanométricas era colo-
cada na água e recebia a voltagem. Com isso, a reação começava
na Mata Atlântica. Menos de 300 desses magníficos felinos ainda
a ocorrer. “Usando materiais comuns mas arranjando-os com na-
sobrevivem no bioma, espalhados e isolados em pequenas popula-
notecnologia, nós conseguimos limitar as reações colaterais e ter
ções pelo Brasil, Argentina e Paraguai, segundo um trabalho publi-
o único produto que queríamos”, disse Adam Rondinone, um dos
cado nesta quarta-feira, 16, na revista Scientific Reports. É o mais
cientistas envolvidos no projeto.
completo levantamento já feito sobre a população remanescente de
onças-pintadas na Mata Atlântica.
Salvando o planeta
As causas do declínio são óbvias. Cerca de 85% do hábitat Como esse processo transforma um gás estufa em um combustí-
original das onças-pintadas (ou jaguares, como também são conhe- vel, ele pode ser extremamente importante no combate ao efeito estu-
cidas) na Mata Atlântica já desapareceu, e apenas 7% das florestas fa. O efeito estufa é o aquecimento da atmosfera terrestre provocado
que restam ainda estão em bom estado de conservação, com tama- pelo aumento da concentração de gases estufa (como o gás carbônico)
nho e alimento suficientes para abrigar a espécie, segundo os cien- nela. Esse aumento, por sua vez, tem como uma de suas principais
tistas. Não bastasse isso, as poucas onças sobreviventes são fre- causas a queima de combustíveis fósseis, como a gasolina.
quentemente perseguidas e atacadas por caçadores e fazendeiros. Com a possibilidade de transformar um gás estufa em um
“Perda e fragmentação de hábitat são as principais causas de combustível não-fóssil, abre-se uma porta importante para o com-
declínio das onças-pintadas, mas a mortalidade induzida pelo ho- bate ao problema. Outras vantagens desse processo são que ele é
mem é a principal ameaça às populações remanescentes”, dizem relativamente barato e pode ser iniciado em temperatura ambiente
os autores do trabalho, que incluem pesquisadores do Brasil, Ar- - ou seja, não exige muita energia para ser iniciado, o que o torna
gentina, Paraguai e Porto Rico. A Mata Atlântica, segundo eles, ainda mais eficiente. Os cientistas ainda acreditam que, por esses
corre risco de se tornar a primeira floresta no mundo a ter o seu motivos, ele pode ser realizado em escala industrial, com possíveis
maior predador extinto. ganhos em eficiência.
Fonte: Istoé.com – (16/11/2016) Resolver o problema dos gases estufa é um dos grandes desa-
fios da humanidade atualmente, e por isso diversas formas de fazê-
Sem querer, cientistas descobrem processo que pode ame- -lo já estão sendo estudadas. Outra pesquisa publicada em 2016
nizar efeito estufa descreve também um processo para armazenar o gás carbônico da
Uma equipe de pesquisadores do Oak Ridge National Labora- atmosfera na forma de calcário a fim de combater o efeito estufa.
tory (ORNL), nos Estados Unidos, acabou descobrindo sem querer Fonte: Olhar Digital (Uol) – (18/11/2016)
um processo para transformar CO2 (gás carbônico, um gás estufa)
em etanol (C2H5OH, um combustível). A descoberta pode ser ex- Marrakech inaugura uma nova era nas negociações sobre
tremamente importante no combate ao efeito estufa. o clima
Os cientistas estavam testando um catalisador feito de carbo- A Cúpula do Clima de Marrakech (COP22) iniciou uma nova
no e cobre arranjados em uma estrutura nanométrica. A ideia deles etapa nas negociações internacionais para combater a mudança
era utilizar esse catalisador para uma série de reações que teriam, climática, na qual despontam novas lideranças e alianças para con-
ao final, um combustível como resultado (inicialmente, eles ima- duzir a transição para uma economia baixa em carbono, conforme
ginaram que seria o metanol). Para a surpresa deles, no entanto, a o Acordo de Paris.

Didatismo e Conhecimento 49
CONHECIMENTOS GERAIS
A reunião de Marrakech, que foi concluída na madrugada des- O que a COP22 deixou evidente é que a transição para um
te sábado, representou a celebração da entrada em vigor do Acordo novo modelo de desenvolvimento baixo em carbono está em an-
de Paris, 11 meses após sua aprovação, em comparação com os damento, e não só por parte dos países, mas de regiões, cidades e
sete anos do Protocolo de Kioto. grandes empresas, que apresentaram ações, compromissos de fi-
O novo tratado somou 11 novas ratificações na COP22, in- nanciamento e vontade de compartilhar conhecimento e soluções
cluindo hoje 111 países, que representam mais de 80% das emis- neste processo.
sões mundiais. Quatro países (Canadá, Alemanha, México e Estados Unidos)
A vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos, registraram na ONU suas estratégias para “descarbonizarem” sua
alguém que chamou a mudança climática de “conto chinês” e pro- economia em meados deste século e outros 18 anunciaram que
meteu tirar seu país do pacto climático, caiu como uma ducha de estão fazendo os últimos preparativos das suas.
água fria na primeira das duas semanas da cúpula, mas, paradoxal- As quase 50 nações mais vulneráveis à mudança climática
mente, serviu para que todos os países fizessem um esforço para prometeram que 100% de sua energia será oriunda de fontes re-
defender o acordo. nováveis, “assim que for possível”, e um grupo de países ricos li-
“Não há um único país que tenha mostrado em Marrakech sua derados pela Alemanha apresentou a iniciativa “NDC Partnership”
intenção de deixar o acordo”, lembrou à Agência Efe o comissário para ajudar os países em desenvolvimento a reduzir a mudança
de Ação pelo Clima da União Europeia, o espanhol Miguel Arias climática.
Cañete. Fonte: Portal Terra – (19/11/2016)
China, Índia e até Arábia Saudita afirmaram que “o Acordo de
Paris é um caminho sem volta” e mostraram sua determinação de tra- CIÊNCIA E TECNOLOGIA
balhar em nível nacional para realizar as promessas feitas no mesmo. ‘Pescar’, puxar e empurrar: os planos dos cientistas para
Resta saber quem assumirá a liderança exercida nesta maté- ‘recolher’ o lixo espacial
ria pelo governo Obama se Trump cumprir sua promessa de sair Desde o início da exploração espacial nos anos de 1950, to-
do pacto, o que levaria quatro anos, e da própria convenção de neladas de lixo espacial estão se acumulando na órbita da Terra.
mudança climática da ONU, que foi assinada por um presidente Para resolver o problema, cientistas planejam enviar ao es-
republicano, George Bush pai, há 25 anos. paço no ano que vem uma nave criada para testar maneiras de se
Fontes da delegação americana - que ainda fazem parte da livrar desses detritos.
equipe de Obama - confirmaram para a Agência Efe os “intensos Pesquisadores da Universidade de Southampton, no Reino
esforços diplomáticos” que estão sendo realizados para que Trump Unido, monitoram o lixo espacial na órbita terrestre. Eles estimam
não anunciasse a saída do Acordo de Paris, enquanto um de seus que haja cerca de 22 mil pedaços com tamanho superior a 10 cen-
maiores promotores, o secretário de Estado John Kerry, o defendia tímetros.
abertamente em Marrakech. Detritos menores, porém, chegam à casa dos milhões.
Ontem à noite, o primeiro-ministro de Fiji, que presidirá a O lixo espacial é formado em geral por partes e componentes
próxima Cúpula do Clima (COP23), convidou Trump a visitar a de satélites, foguetes e naves descartados durante missões espaciais.
ilha no Pacífico-Sul para ver os efeitos do aumento do nível do A nave que será colocada em órbita no ano que vem testará
mar sobre a mesma. maneiras de limpar esse lixo. Ela vai usar uma rede e um arpão
“Ninguém vai abandonar o acordo como ocorreu com o Pro- para capturar esses destroços.
tocolo de Kioto. A chave está em quem irá ocupar o espaço de li- Vai usar ainda uma vela para tentar forçar grandes destroços
derança que será deixado por Obama”, afirmou a diretora da ONG a entrar na atmosfera - onde são destruídos pela alta temperatura
Greenpeace, Jennifer Morgan, que, junto com outros especialis- de reentrada.
tas, opinou que houve indícios na CO22 de que a China e países Mas haverá outras dificuldades a superar - a principal delas
europeus como a Alemanha poderiam liderar a transição para um deve ser o financiamento dessas missões.
desenvolvimento com baixas emissões de carbono. Cientistas estimam que custará milhões para retirar um único
Com o histórico pacto do clima firmado um ano antes, a detrito.
COP22 tinha como objetivo definir um livro de regras para o mes- Além disso, eles não podem, por questões legais, capturar lixo
mo, já que o Acordo de Paris deixou em aberto como seriam im- espacial aleatoriamente - para recolher um satélite obsoleto, por
plementadas as medidas que propõe, como por exemplo, a maneira exemplo, é preciso que o país responsável por ele concorde com
na qual os países vão notificar e revisar seus compromissos nacio- isso.
nais de redução das emissões. Mas os pesquisadores alertam que, se nada for feito em re-
Os primeiros passos dados em Marrakech para definir essas lação ao problema, será impossível manter satélites ou operar no
regras foram “mínimos”, pois “é preciso muita capacidade diplo- espaço no futuro.
mática para conseguir o consenso dos cerca de 200 países que par- Fonte: G1 – (28/11/2016)
ticipam das cúpulas, algo que a presidência marroquina não teve”,
disse o especialista em relações internacionais Doreen Stabinsky. Cientistas criam bateria de celular que carrega em segun-
No entanto, foi estabelecido um programa de trabalho até dos e dura vários dias
2018 para concretizar essas normas nos próximos dois anos e, em- Recarregar os celulares em poucos segundos e menos de uma
bora pareça muito tempo, não o é se comparado com o Protocolo vez por semana poderá ser realidade no futuro. Isso graças aos
de Kioto, onde esse processo demorou quatro anos, apesar de que novos supercondensadores desenvolvidos por especialistas de na-
o mesmo só incluía obrigações para os países ricos, e não para notecnologia, na Universidade da Flórida Central. As informações
todos, como o Acordo de Paris. são da Agência ANSA.

Didatismo e Conhecimento 50
CONHECIMENTOS GERAIS
Os estudiosos desenvolveram dispositivos que são capazes de Com a mesma visão, complementa Roberto Battiston, presi-
armazenar rapidamente mais energia que as tradicionais baterias dente da Agência Espacial Italiana (ASI). “ExoMars é extrema-
de lítio e sem perder sua estabilidade energética durante mais de 30 mente importante para a ciência e exploração europeia. Agora,
mil recargas. Hoje, uma bateria normal começa a perder cada vez junto com nossos parceiros norte-americanos do programa, traba-
mais potência a partir do 18° mês de uso. Em média, isso soma 1,5 lharemos para o sucesso da segunda missão”, disse o italiano.
mil ciclos com estabilidade intacta. Fonte: Jornal do Brasil – (23/11/2016)
A pesquisa, publicada na revista especializada “ACS Nano”,
reporta que a nova tecnologia poderá ser expandida para os carros Anvisa aprova regras para registro de remédio à base de
elétricos. O segredo da inovação está no uso de baterias bidimen- maconha
sionais. Muitos pesquisadores já haviam tentando usar a técnica no A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) incluiu
passado, por exemplo, com o grafeno. Mas ninguém tinha conse- hoje (22) os derivados da Cannabis sativa, a maconha, na lista de
guido efetivamente alcançar tal potencial. substâncias psicotrópicas, vendidas no Brasil com receita do tipo
O grupo norte-americano liderado por Yeonwoon “Eric” Jung A, específica para entorpecentes. A norma permite que empresas
ganhou este desafio tecnológico aproveitando um novo enfoque de registrem no país produtos com canabidiol e tetrahidrocannabinol
síntese química, juntamente com supercondensadores compostos como princípio ativo, passo necessário para venda de remédios.
por milhões de microscópicos fios, revestidos por materiais bidi- A medida faz parte da atualização da Portaria nº 344/98,
mensionais. Dessa forma, o “coração” dos eletrônicos se torna um que também estabelece que laboratórios registrem os derivados
alto condutor de energia, e com mais densidade, energia e potência. em concentração de, no máximo, 30 mg de tetrahidrocannabinol
No entanto, o maior empecilho atual seria o tamanho des- (THC) por mililitro e 30 mg de canabidiol por mililitro. Os produ-
sas baterias, que seriam muito maiores do que as de lítio. “[Esses tos que tiverem concentração maior do que a estabelecida conti-
materiais] ainda não estão sendo comercializados, mas são uma nuam proibidos no país.
demonstração da comprovação de um importante começo: nossos Segundo nota da agência reguladora, a medida foi motivada
estudos mostram que terão impactos muito fortes sobre muitas tec- pela fase final do processo de registro do medicamento Mevatyl®.
nologias”, explicou Jung. O produto que, em alguns países da Europa, tem o nome comercial
de Sativex, pode vir a ser o primeiro obtido da Canabis sativa re-
Fonte: Jornal do Brasil – (23/11/2016)
gistrado no país. O medicamento será indicado para o tratamento
de sintomas de pacientes adultos com esclerose múltipla.
Schiaparelli caiu por ‘erro de cálculo’ em altura, diz ESA
Fonte: Jornal do Brasil – (22/11/2016)
Novos dados da Agência Espacial Europeia (ESA) revelaram
que o módulo Schiaparelli caiu no solo de Marte a 3,7 km de altu-
ra, no dia 19 de outubro. Os novos detalhes da ESA supõem quais
foram os erros da missão. O principal motivo do acidente deve-se
a uma falha durante a medida de distância do Schiaparelli durante INFORMAÇÕES ATUAIS SOBRE ARTES,
o pouso. A interpretação errada de sua altura fez com que o módulo ESPORTES E CULTURA, LAZER, NO
se precipitasse ao início do procedimento de pouso. BRASIL.
De acordo com os cientistas, apesar do radar altímetro doppler
do módulo ter funcionado normalmente, o dispositivo de medida
inercial (IMU - Inertial Measurement Unit), que registra a veloci-
dade de rotação do veículo, começou a enviar um sinal saturado, A Mostra de Cinema de Tiradentes celebra duas décadas de
isto é, o valor máximo da escala. Esse problema ocorreu logo de- história neste ano, e reúne todas as manifestações da arte numa
pois da abertura do paraquedas e o sinal anormal durou cerca de programação abrangente e gratuita.
um segundo - mais do que o esperado pelos cientistas. Ao todo, serão exibidos 108 filmes brasileiros em pré-estreias
Com isso, o sistema de navegação deduziu que a altitude de nacionais. O evento também realizará o 20º Seminário do Cinema
Schiaparelli fosse negativa, ou seja, que o módulo estivesse abaixo Brasileiro que inclui debates, mesas temáticas, diálogos audiovi-
da superfície marciana. Foi nesse momento que o pouso começou suais e a série Encontro com a Crítica, o diretor e o público. Serão
a dar errado e resultou na queda. A reconstrução do acidente de ainda oferecidas 240 vagas em 10 oficinas, a Mostrinha de Cinema
Schiaparelli, feita por computador, representa ainda uma “conclu- para o público infanto-juvenil, exposições, cortejo da arte e atra-
são muito preliminar das nossas suposições técnicas”, disse o dire- ções artísticas, beneficiando um público estimado em mais de 35
tor de Robótica da ESA, David Parker. mil pessoas.
Parker ainda explica que, para ter um quadro mais completo, “A Mostra de Cinema de Tiradentes celebra seus 20 anos
é preciso esperar até os primeiros meses de 2017. Isso porque será como principal fonte de inovação e projeção do cinema brasileiro
publicado um artigo “de uma comissão de investigação indepen- no país. No decorrer de sua trajetória, testemunhou o surgimento
dente em fase de constituição, requerida pelo diretor general da de uma nova geração de realizadores e favoreceu a visão de con-
ESA e que será coordenada pelo Inspetor General da ESA”. junto. Permitiu visualizar novos rumos, cresceu e renovou-se. A
No entanto, os responsáveis da missão Schiaparelli mantém o cada edição, imprime sua identidade e faz proposições consolidan-
otimismo. “Nós aprendemos muitas coisas com o Schiaparelli que do-se como um espaço enriquecedor de exibição e discussão do
contribuirão diretamente com a segunda missão ExoMars, que está cinema brasileiro contemporâneo, que a tornou única e desejada”,
sendo desenvolvida com os nossos parceiros internacionais e tem registra Raquel Hallak, diretora da Universo Produção e coordena-
um lançamento previsto para 2020”, enfatiza Parker. dora da Mostra Tiradentes.

Didatismo e Conhecimento 51
CONHECIMENTOS GERAIS
Fonte: http://www.jb.com.br/cultura/noticias/2017/01/17/vai- As instituições administrativas, o tipo de construções dos
-comecar-a-20a-mostra-de-cinema-de-tiradentes/ povoados, vilas e cidades e a agricultura fazem parte da herança
portuguesa.
A  Cultura Brasileira  é o resultado da miscigenação No folclore brasileiro é evidente o grande número de festa e
de diversos grupos étnicos que participaram da formação da danças portuguesas que foram incorporadas ao país, entre elas, a
população brasileira. cavalhada, o fandango, as festas juninas (uma das principais festas
A diversidade cultural predominante no Brasil é consequência da cultura do nordeste) e a farra do boi.
também da grande extensão territorial e das características geradas As lendas do folclore (a cuca e o bicho papão), as cantigas
em cada região do país. de roda (peixe vivo, o cravo e a rosa, roda pião etc.) permanecem
O indivíduo branco, que participou da formação da cultura vivas na cultura brasileira.
brasileira fazia parte de vários grupos, que chegou ao país durante
a época colonial. Cultura Africana
Além dos portugueses, vieram os espanhóis, de 1580 a 1640, O negro africano foi trazido para o Brasil para ser empregado
durante a União Ibérica (período sob o qual Portugal ficou sob o como mão de obra escrava. Conforme as culturas que representavam
domínio da Espanha). (ritos religiosos, dialetos, usos e costumes, características físicas
Durante a ocupação holandesa no nordeste, de 1630 a 1654, etc.) formavam três grupos principais, os quais apresentavam
vieram flamengos ou holandeses, que ficaram no país, mesmo de- diferenças acentuadas: os sudaneses, os bantos e o malês. (suda-
pois da retomada da área pelos portugueses. Na colônia, aportaram neses islamizados).
ainda os franceses, ingleses e italianos. Salvador, no nordeste do Brasil, foi a cidade que recebeu o
Entretanto, foi dos portugueses que recebemos a herança cul- maior número de negros e onde sobrevivem vários elementos cul-
tural fundamental, onde a história da imigração portuguesa no Bra- turais como o “traje de baiana” (com turbante, saias rendadas,
sil confunde-se com nossa própria história. braceletes, colares), a capoeira, os instrumentos de música como
Foram eles, os colonizadores, os responsáveis pela formação ini- o tambor, atabaque, cuíca, berimbau e afoxé.
cial da população brasileira, através do processo de miscigenação com De modo geral, a contribuição cultural dos negros foi grande:
índios e negros africanos, de 1500 a 1808, portanto por três séculos, na  alimentação  (vatapá, acarajé, acaçá, cocada, pé de moleque
eram os únicos europeus que podiam entrar livremente no Brasil. etc.); nas danças  (quilombos, maracatus e aspectos do bumba
meu boi); nas manifestações religiosas (o candomblé na Bahia,
A Formação da Cultura Brasileira a macumba no Rio de Janeiro e o xangô em alguns estados do
A formação da cultura brasileira, em seus vários aspec- nordeste).
tos, resultou da integração de elementos das culturas: indígena,
do português colonizador, do negro africano, como também dos Cultura dos Imigrantes
diversos imigrantes. Os imigrantes deixaram contribuições importantes na cultura
brasileira. A história da imigração no Brasil começou em 1808,
Cultura Indígena com a abertura dos portos às nações amigas, feita por D. João.
Foram muitas as contribuições dos índios brasileiros para a Assim, para povoar o território vieram famílias portuguesas,
nossa formação cultural e social. Do ponto de vista étnico, contri- açorianas, suíças, prussianas, espanholas, sírias, libanesas, polone-
buíram para o surgimento de um indivíduo tipicamente brasileiro: sas, ucranianas e japonesas que se estabeleceram no Rio Grande
o caboclo (mestiço de branco e índio). do Sul.
Na formação cultural, os índios contribuíram com o vocabu- O grande destaque foram os italianos e os alemães, que che-
lário, o qual possui inúmeros termos de origem indígena, como garam em grande quantidade. Eles se concentraram na região sul e
pindorama, anhanguera, ibirapitanga, Itamaracá, entre outros. sudeste do país, deixando importantes marcas de suas culturas para
Com o folclore, permaneceram as lenda como o curupira, o saci- o país, principalmente na arquitetura, na língua, na culinária,
-pererê, o boitatá, a iara, dentre outros. nas festas regionais e folclóricas.
A influência na  culinária se fez mais presente em certas A cultura vinícola do sul do Brasil se concentra principalmen-
regiões do país onde alguns grupos indígenas conseguiram se te na região da serra gaúcha e de campanha, onde predomina des-
enraizar, como na região norte, onde os pratos típicos estão cendentes de italianos e alemães.
presentes, entre eles, o tucupi, o tacacá e a maniçoba. Na cidade de São Paulo, em virtude do grande fluxo de italia-
Raízes como a mandioca é usada para preparar a farinha, a nos, fez surgir bairros como o Bom Retiro, Brás, Bexiga e Barra
tapioca e o beiju. Diversos utensílios de caça e pesca, como a Funda, onde é marcante a presença de italianos, e com eles vieram
arapuca e o puçá. Por fim, diversos utensílios domésticos, foram as massas típicas como a macarronada, a pizza, a lasanha, o cane-
deixados como herança, entre eles, a rede, a cabaça e a gamela. lone, entre outras.
Fonte: https://www.todamateria.com.br/cultura-brasileira/
Cultura Portuguesa
Portugal foi o país europeu que exerceu mais influência na
formação da cultura brasileira. Os portugueses realizaram uma
transplantação cultural para a colônia, destacando-se a língua
portuguesa, falada em todo o país e a religião católica, crença de
grande parte da população, com extenso calendário religioso, com
suas festas e procissões.

Didatismo e Conhecimento 52
CONHECIMENTOS GERAIS

MEIO AMBIENTE. SUSTENTABILIDADE. COLETA E RECICLAGEM DO LIXO.

Conceito A coleta do lixo de uma cidade deverá ter como meta atender
Os termos conservação e preservação são utilizados muitas a toda a população, pois o lixo não coletado de uma determinada
vezes como sinônimos, mas esse é um erro que precisamos corrigir área e lançado em terrenos baldios, causando, por exemplo, pro-
conhecendo a significação correta destas duas palavras. Foi nos blemas sanitários que afetarão à população.
Estados Unidos, por volta do final do século XIX que surgiram es- Geralmente os moradores deixam os recipientes com o lixo
tas duas correntes ideológicas conhecidas como conservacionismo na calçada, em frente às suas casas, apenas pouco tempo antes da
e preservacionismo (ECKHOLM, 1982). coleta. Evitando assim, que animais espalhem os resíduos, entre
O preservacionismo prega a preservação da natureza da forma outros aspectos negativos.
como essa é em seu estado natural e relaciona o ser humano como A coleta de lixo tem certa frequência, ou seja, o número de
um ser extremamente daninho para o meio ambiente. Esta corrente vezes que os coletores passam pelo local, entretanto alguns fatores
de pensamento tem em seus preceitos que a natureza deve ser man- influenciam esta decisão, como: o tipo de lixo gerado; as condi-
tida sem nenhuma interferência do ser humano. Devem ser criados ções climáticas; os recursos materiais e humanos à disposição do
parques nacionais estáticos de proteção ao meio ambiente, ou seja, órgão prestador de serviço; a limitação do espaço necessário ao
com o intuito explicitamente protetor, estes santuários intocáveis armazenamento do lixo pelo usuário em sua casa ou negócio.
estariam livres da exploração, degradação, consumo e até estudos Pode se considerar abaixo as seguintes frequências para a coleta:
feitos pelo ser humano. Diária (exceto domingo) - ideal para o usuário, principalmen-
Este tipo de pensamento preservacionista, atualmente é consi- te no que diz respeito à saúde pública. O lixo não precisaria ser
derado muitas vezes como radical, e as pessoas que pensam desta guardado por mais de um dia.
forma são apelidadas hoje pelos cientistas e pessoas que trabalham Três vezes - ideal para o sistema, considerando-se a relação
seriamente com a natureza de ecoloucos. Esse pensamento eviden- entre custo e benefício.
cia-se por meio de estudos, comprovando que o meio ambiente Duas vezes - o mínimo admissível sob o ponto de vista sanitá-
pode ser resguardado e explorado de maneira racional, como prega rio, para países de clima tropical.
o desenvolvimento sustentável, e sabe-se também que cada vez Para uma coleta eficaz, é necessário o planejamento pelo ór-
mais são encontradas formas para que o ser humano viva em har- gão responsável pelo serviço, seja ele público ou privado. Planejar
monia com a natureza.
significa tomar decisões de forma prudente, procurando sempre
O movimento conservacionista é mais consciente, exaltando
imaginar consequências.
o amor à natureza e ao meio ambiente aliado ao uso racional de
Deverão ser feitos alguns levantamentos, dentre eles desta-
matéria-prima e bens naturais, concorrendo com o auxílio e mane-
cam-se: as características topográficas e o sistema viário urbano.
jo criterioso pelos seres humanos. Fazendo com que possamos nos
Registrados em mapas, deverão caracterizar o tipo de pavimen-
perceber como parte integrante desta mesma natureza e do pro-
tação das vias, declividade, sentido e intensidade de tráfego; a
cesso gestor destes recursos. Esse modo de pensar é muitas vezes
definição das zonas de ocupação da cidade. As áreas delimitadas
visto como o meio termo entre o preservacionismo e o desenvolvi-
mento capitalista inicial (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO em mapas deverão indicar os usos predominantes, concentrações
AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1988). comerciais, setores industriais, áreas de difícil acesso e/ou de baixa
Caracterizando assim, como pensamento da maioria dos movi- renda, os dados sobre população total, urbana, quantidade média
mentos ambientalistas sérios e responsáveis, que acreditam e apli- de moradores por residência e, caso houver, o número expressivo
cam o desenvolvimento sustentável com qualidade de vida e con- de moradores temporários; a geração e a composição do lixo; os
servação dos atributos essenciais para uma natureza saudável e sem costumes da população, onde deverão ser destacados os mercados
excessos capitalistas e irresponsáveis por parte dos seres humanos. e feiras livres, exposições permanentes ou em certas épocas do
A reciclagem, a mudança dos padrões de consumo capitalis- ano, festas religiosas e locais preferidos para a prática do lazer; a
tas, a igualdade social com justiça, o uso de energias renováveis, o disposição final do lixo.
respeito à biodiversidade e principalmente a inclusão das políticas
ambientais nos processos de tomadas de decisões no âmbito políti- Tipos de lixo que são coletados:
co, empresarial e mundial são princípios defendidos pelo modo de A Prefeitura ou o órgão prestador do serviço devera regula-
agir proposto pelo conservacionismo. mentar os tipos de resíduos a serem removidos pelo serviço de
A criação de áreas de preservação responsáveis para ecos- coleta.
sistemas frágeis e que contenham grande número de espécies em Geralmente são coletados os seguintes tipos de lixo: domici-
perigo de extinção é uma das ações defendidas pela corrente con- liar; de grandes estabelecimentos comerciais; industrial, quando
servacionista. não tóxico ou perigoso; de unidades de saúde e de farmácias; ani-
Artigo por Colunista Portal - Educação - quinta-feira, 14 de mais mortos de pequeno porte; folhas e pequenos arbustos prove-
março de 2013. nientes de jardins particulares; resíduos volumosos, como móveis,
Fonte: http://www.portaleducacao.com.br/biologia/arti- veículos abandonados e materiais de demolição. Estes necessitam
gos/38694/conservacao-e-preservacao-do-meio-ambiente-concei- de um serviço especial para sua retirada, devendo, portanto, ser
tos-e-definicoes cobrado dos usuários.

Didatismo e Conhecimento 53
CONHECIMENTOS GERAIS
Formas de tratamento e disposição final de lixo urbano: A reciclagem do lixo urbano
A destinação ou disposição final, como o próprio nome suge- Apesar do significado abrangente do termo, a reciclagem vem
re, é a última fase de um sistema de limpeza urbana. Geralmente sendo atualmente considerada, acima de tudo, um método de re-
esta operação é efetuada imediatamente após a coleta. Em alguns cuperação energética. Dentro deste conceito, podem-se classificar
casos, entretanto, antes de ser disposto o lixo é processado, isto é, as diversas formas de reciclagem de acordo com a maior ou menor
sofre algum tipo de beneficiamento, visando melhores resultados recuperação de energia de cada processo. Assim: Máximo índice
econômicos, sanitários e/ou ambientais. de recuperação - Aí se enquadra a seleção de materiais que pode-
Quando o processamento tem por objetivo fundamental a di- rão ser novamente utilizados, sem qualquer beneficiamento indus-
minuição dos inconvenientes sanitários ao homem e ao meio am- trial, a não ser lavagem e eventual esterilização. Exemplo: garrafas
biente, diz-se então que o lixo foi submetido a um tratamento. inteiras de refrigerantes ou de cerveja.
Várias são as formas de processamento e disposição final apli- Médio índice de recuperação - Neste caso, há necessidade de
cáveis ao lixo urbano. Na maioria das vezes, ocorrem associadas. se proceder algum beneficiamento industrial ao produto recupe-
As mais conhecidas são: rado a fim de transformá-lo novamente em material reutilizável.
Compactação: Trata-se de um processamento que reduz o Exemplo: cacos de vidro, metais e embalagens de plástico.
volume inicial de lixo de 1/3 a 1/5, favorecendo o seu posterior Recuperação biológica - Trata-se de uma particularização do
transporte e disposição final. Isto pode se dar nas estações de trans- caso anterior, isto é, médio índice de recuperação, só que referente
ferência, conforme já comentado. às frações orgânicas do lixo. É o caso da produção de adubo orgâ-
Trituração: Consiste na redução da granulometria dos resíduos nico e da obtenção de combustível gasoso (metano).
através de emprego de moinhos trituradores, objetivando diminuir Baixo índice de recuperação - Neste caso esta inserido o apro-
o seu volume e favorecer o seu tratamento e/ou disposição final. veitamento do poder calorífico dos materiais combustíveis pre-
Incineração: Este processo visa à queima controlada do lixo sentes no lixo, mediante sua incineração. Por exemplo, quando se
em fornos projetados para transformar totalmente os resíduos em queima um saco plástico, a energia liberada é menor que a utiliza-
material inerte, propiciando também uma redução de volume e de da no seu processo de fabricação, desde a matéria-prima (petróleo)
peso. Do ponto de vista sanitário é excelente. A desvantagem fica até o produto acabado (saco plástico).
por conta dos altos custos de instalação e operação, além dos riscos No planejamento de um sistema de reciclagem, deve-se ter
de poluição atmosférica, quando o equipamento não for adequada- sempre como objetivo principal a obtenção do maior balanço ener-
mente projetado e/ou operado. gético possível.
Aterro (sanitário e controlado):
A rigor, é o único método de disposição final propriamente Características básicas de uma usina de reciclagem para cida-
dito. Consiste basicamente em: des de pequeno e médio portes:
a) compactação dos resíduos em camadas sobre o solo, empre- O melhor caminho para se explicar tudo isto é através de um
gando-se, por exemplo, um trator de esteira; exemplo.
b) o seu recobrimento com uma camada de terra ou outro ma- Assim, considere as seguintes situações:
terial inerte; - cidade de pequeno ou médio porte;
c) adoção de procedimentos para proteção do meio ambiente. - coleta domiciliar operando regularmente;
Compostagem: Trata-se de método para decomposição do - composição gravimétrica do lixo: acima de 20% em peso dos
material orgânico existente no lixo, sob condições adequadas, de subprodutos recicláveis (papelão, plástico, meteis ferrosos, metais
forma a se obter um composto orgânico para utilização na agri- não-ferrosos e vidros);
cultura. - teor de matéria orgânica do lixo: acima de 209to;
- indústrias próximas à cidade:
Reciclagem: - recuperação de papelão;
A reciclagem dos materiais recuperáveis no lixo urbano tem - recuperação de plástico;
cada vez maior aceitação no mundo. As vantagens econômicas, - pequenas fundições;
sociais, sanitárias e ambientais sobre os outros métodos são evi- - indústria de bebidas;
dentes. - área agrícola na periferia onde se cultivam hortigranjeiros ou
Este processo constitui importante forma de recuperação culturas perenes.
energética, especialmente quando associado a um sistema de com- Nesta situação poderia ser desenvolvido um projeto para ins-
postagem. Apenas alguns componentes do lixo urbano não podem talação de uma usina de reciclagem com as seguintes caracterís-
ser reaproveitados. É o caso de louças, pedras e restos de apare- ticas:
lhos sanitários, que até o momento, pelo menos, não tem nenhum - baixo custo de investimento;
aproveitamento econômico. Outros são considerados resíduos pe- - utilização intensiva de mão de obra com baixa qualificação;
rigosos, como restos de tinta e pilhas, por exemplo, e devem ser - uso de tecnologia simplificada que permita baixos custos de
separados para evitar a contaminação do composto. Dependendo manutenção e operação;
das características regionais, a reciclagem pode representar um fa- - baixo consumo energético;
tor importante de redução de custos dentro do sistema de limpeza - compostagem em leiras a céu aberto.
urbana. Um projeto de concepção simples pode trazer outro benefício
(Texto extraído e adaptado do site: http://www.ibam.org.br/ ao Município, que é a utilização de indústrias locais para fabrica-
media/arquivos/estudos/cartilha_limpeza_urb.pdf) ção de boa parte dos equipamentos.

Didatismo e Conhecimento 54
CONHECIMENTOS GERAIS
Os equipamentos auxiliares em uma usina podem ser: pá car- Sistema de esgotos
regadeira; micro trator agrícola; veículo de carga leve com carro- Despejos são compostos de materiais rejeitados ou eliminados
ceria aberta; carrocinhas ou contenedores com rodízios para trans- devido à atividade normal de uma comunidade.
porte de reciclados. O sistema de esgotos existe para afastar a possibilidade de
O projeto pode ser dividido de acordo com as fases de ope- contato de despejos, esgoto e dejetos humanos com a população,
ração que são basicamente quatro: recepção do lixo coletado e águas de abastecimento, vetores de doenças e alimentos. O siste-
seleção de materiais de grande porte; recuperação de materiais e ma de esgotos ajuda a reduzir despesas com o tratamento tanto da
trituração (se houver) do lixo; compostagem (ou cura); peneira- água de abastecimento quanto das doenças provocadas pelo conta-
mento do composto orgânico para comercialização, 60 ou 90 dias to humano com os dejetos, além de controlar a poluição das praias.
após o início da cura. O esgoto (também chamado de águas servidas) pode ser de vários
(Texto extraído e adaptado do site: http://www.ibam.org.br/ tipos: sanitário (água usada para fins higiênicos e industriais), sép-
media/arquivos/estudos/cartilha_limpeza_urb.pdf ticos (em fase de putrefação), pluviais (águas pluviais), combinado
(sanitário + pluvial), cru (sem tratamento), fresco (recente, ainda
com oxigênio livre).
Existem soluções para a retirada do esgoto e dos dejetos, ha-
vendo ou não água encanada.
SANEAMENTO BÁSICO. ISO´S. Existem três tipos de sistemas de esgotos :
• sistema unitário: é a coleta do esgotos pluviais, domésti-
cos e industriais em um único coletor. Tem custo de im-
plantação elevado, assim como o tratamento também é
Saneamento é o conjunto de medidas, visando a preservar ou caro.
modificar as condições do meio ambiente com a finalidade de pre- • sistema separador: o esgoto doméstico e industrial ficam
venir doenças e promover a saúde. Saneamento básico se restringe separados do esgoto pluvial. É o usado no Brasil. O custo
ao abastecimento de água e disposição de esgotos, mas há quem de implantação é menor, pois as águas pluviais não são
inclua o lixo nesta categoria. Outras atividades de saneamento são: tão prejudiciais quanto o esgoto doméstico, que tem prio-
controle de animais e insetos, saneamento de alimentos, escolas, ridade por necessitar tratamento. Assim como o esgoto
locais de trabalho e de lazer e habitações. industrial nem sempre pode se juntar ao esgoto sanitário
Normalmente qualquer atividade de saneamento tem os se- sem tratamento especial prévio.
guintes objetivos: controle e prevenção de doenças, melhoria da • sistema misto: a rede recebe o esgoto sanitário e uma par-
qualidade de vida da população, melhorar a produtividade do indi- te de águas pluviais.
víduo e facilitar a atividade econômica. A contribuição domiciliar para o esgoto está diretamente rela-
cionada com o consumo de água.
Abastecimento de água As diferenças entre água e esgoto é a quantidade de micror-
A água própria para o consumo humano chama-se água potá- ganismos no último, que é tremendamente maior. O esgoto não
vel. Para ser considerada como tal ela deve obedecer a padrões de precisa ser tratado, depende das condições locais, desde que estas
potabilidade. Se ela tem substâncias que modificam estes padrões permitam a oxidação. Quando isso não é possível, ele é tratado em
ela é considerada poluída. As substâncias que indicam poluição uma Estação de Tratamento. Também existe o processo das lagoas
por matéria orgânica são: compostos nitrogenados, oxigênio con- de oxidação.
sumido e cloretos.
Para o abastecimento de água, a melhor saída é a solução cole- Disposição do Lixo
tiva, excetuando-se comunidades rurais muito afastadas. As partes O lixo é o conjunto de resíduos sólidos resultantes da ativi-
do Sistema Público de Água são: dade humana. Ele é constituído de substâncias putrescíveis, com-
Manancial bustíveis e incombustíveis. O problema do lixo tem objetivo co-
Captação mum a outras medidas, mais uma de ordem psicológica: o efeito
Adução da limpeza da comunidade sobre o povo. O lixo tem que ser bem
Tratamento acondicionado para facilitar sua remoção. Às vezes, a parte orgâ-
Reservação nica do lixo é triturada e jogada na rede de esgoto. Se isso facilita a
Reservatório de montante ou de jusante remoção do lixo e sua possível coleta seletiva, também representa
Distribuição mais uma carga para o sistema de esgotos. Enquanto a parte inor-
As redes de abastecimento funcionam sob o princípio dos va- gânica do lixo vai para a possível reciclagem, a orgânica pode ir
sos comunicantes. para a alimentação dos porcos.
A água necessita de tratamento para se adequar ao consumo. O sistema de coleta tem que ter periodicidade regular, interva-
Mas todos os métodos têm suas limitações, por isso não é possível los curtos, e a coleta noturna ainda é a melhor, apesar dos ruídos.
tratar água de esgoto para torná-la potável. Os métodos vão desde O lixo pode ser lançado em rios, mares ou a céu aberto, enter-
a simples fervura até correção de dureza e corrosão. As estações rado, ir para um aterro sanitário (o mais indicado) ou incinerado.
de tratamento se utilizam de várias fases de decantação e filtração, Também pode ter suas graxas e gorduras recuperadas, ser fermen-
além de cloração. tado ou passar pelo processo Indore.

Didatismo e Conhecimento 55
CONHECIMENTOS GERAIS
Doenças causadas pela falta de saneamento básico Entre 2015 e 2016, o PIB (Produto Interno Bruto) gaúcho
Existem mais de 100 doenças, entre as quais cólera, amebíase, deve cair mais de 7%. A gestão Sartori vem fazendo cortes de des-
vários tipos de diarreia, peste bubônica, lepra, meningite, pólio, pesas e demissões, aprovou a reforma da previdência e aumentou o
herpes, sarampo, hepatite, febre amarela, gripe, malária, leptospi- ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), mas
rose, Ebola, etc. isso não foi suficiente para elevar a arrecadação.
Fonte: http://www.economiabr.net/economia/3_saneamen- Fonte: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noti-
to_basico.html cias/2016/11/22/estado-do-rio-grande-do-sul-faliu-afirma-secreta-
rio-de-sartori.htm

A Ronda da Cidadania se caracteriza pela prestação gratuita de


POLÍTICA E CIDADANIA serviços à comunidade carente. Iniciativa da Corregedoria-Geral
NO ESTADO DO RS. da Justiça, em parceria com diversas instituições, está agora sob a
coordenação da Juíza-Corregedora Maria José Schmitt Sant’Anna.
Em apenas seis meses de atuação, a Ronda da Cidadania aten-
deu mais de 250 mil pessoas nas 248 edições realizadas no ano
passado. O Projeto foi lançado em Santa Maria no mês de junho
O secretário-geral de governo do Rio Grande do Sul, Carlos e esteve sob a coordenação-geral da Juíza-Corregedora Osnilda
Búrigo, afirmou nesta terça-feira (22) ao UOL que não é exagero Pisa. Segundo a magistrada, “o Programa foi desenvolvido com o
considerar que o Estado foi à falência. «É possível dizer que o Estado objetivo de aproximar o Poder Judiciário do cidadão, garantindo a
faliu. Porque não consegue pagar os servidores em dia». O governo inclusão social e o amparo integral da Justiça à parcela da popula-
gaúcho decretou hoje estado de calamidade financeira. A medida ção carente, por intermédio de informações e serviços gratuitos”.
abre caminho para cortes de gastos na máquina do Estado.  Além das 27 entidades parceiras, que firmaram o termo de
O pagamento dos funcionários públicos, que deve ser feito até adesão ao Projeto, também participaram das Rondas os Executivos
o último dia útil do mês, tem atrasado constantemente. Na segunda
e Legislativos Municipais, Universidades, Clubes de Serviços e os
(21), o governador Ivo Sartori (PMDB) anunciou um projeto de
meios de comunicação.
escalonamento dos pagamentos de acordo com a faixa salarial
A Coordenadora-Geral salientou que “a solidariedade dos par-
dos servidores.
ceiros e voluntários foi o ponto marcante do Projeto e o sucesso
Pela proposta, o governo não seria mais obrigado a fazer o
dos eventos esteve diretamente ligado ao interesse e motivação dos
pagamento no mês vigente, mas no mês posterior. Dessa forma,
magistrados em sensibilizar as instituições participantes”.
atrasos como os atuais não seriam mais considerados ilegais. O
De acordo com balanço oficial de 112 Rondas, foram aten-
projeto de lei foi enviado hoje, em regime urgência, à Assembleia
Legislativa do Estado. didas 142.012 pessoas, sendo que o serviço mais procurado foi a
Búrigo também afirmou que o governo do Rio Grande do Sul não de confecção de documentos. Expediram-se 23.597 carteiras de
possui recursos para pagar o décimo terceiro salário dos servidores. identidade, 4.616 carteiras de trabalho, 16.573 CPFs, 8.131 títulos
de eleitor, 960 registros de nascimento, além de 7.484 fotos para
Governador Ivo Sartori (PMDB) documentos.
Formado em ciências contábeis, ele foi secretário de Gestão Dentre os inúmeros serviços oferecidos, a área de saúde pres-
e Finanças e da Fazenda em Caxias do Sul durante os mandatos tou atendimento a 6.451 pessoas e realizou 1.827 testes de dia-
de Sartori como prefeito da cidade da Serra Gaúcha (2005-2012). betes, 4.773 exames de glicose, 7.843 verificações de pressão ar-
A dívida do governo do Rio Grande do Sul passa de R$ 80 bi- terial e 2.671 testes de acuidade visual. Já na área judicial foram
lhões, de acordo com dados da secretaria-geral. Só para o governo distribuídas 805 ações, realizadas 227 audiências, efetuadas 481
federal o Estado deve R$ 50 bilhões. consultas jurídicas, concedidas 261 assistências judiciária gratui-
“O decreto de calamidade financeira é mais uma orientação ta. Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais julgaram 180 feitos.
para dentro do governo para que as secretarias e os servidores Centenas de casais puderam também oficializar sua união nos 581
priorizem ações no sentido de fazer economia”, comentou Búrigo. casamentos comunitários realizados. Houve ainda 5.053 cortes de
“Temos que trabalhar no sentido de minimizar despesas porque cabelo e a distribuição de 5.780 almoços e lanches.
estamos mesmo em calamidade. Precisamos ver quanto pode ser Fonte: http://www.tjrs.jus.br/site/poder_judiciario/tribunal_
economizado”. de_justica/corregedoria_geral_da_justica/projetos/projetos/ron-
Os cortes decorrentes do decreto ainda não foram definidos. O da_da_cidadania.html
secretário disse que os setores de saúde e segurança pública serão
tratados como prioritários e não deverão passar por cortes.
O governador Sartori declarou que o decreto não deverá re-
sultar em ajuda por parte do governo federal. Ou seja, o Rio
Grande do Sul não terá recursos adicionais com a medida.

Razões da crise
O secretário Búrigo atribuiu a crise financeira aos seguidos
déficit nas contas públicas do Estado nos últimos 45 anos, ao au-
mento da folha de pagamento acima da inflação nesta década e ao
desaquecimento da economia.

Didatismo e Conhecimento 56
CONHECIMENTOS GERAIS
4. Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instru-
mentos operacionais a eles vinculados, com vistas à maior eficiên-
DADOS DA SUSEPE.
cia do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacio-
nal de Capitalização;
5. Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição,
A SUSEP é o órgão responsável pelo controle e fiscalização assegurando sua expansão e o funcionamento das entidades que
dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização neles operem;
e resseguro. Autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, foi 6. Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram
criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966. o mercado;
7. Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas enti-
Missão: “Regular, supervisionar e fomentar os mercados de dades, em especial os efetuados em bens garantidores de provisões
seguros, resseguros, previdência complementar aberta, capitaliza- técnicas;
ção e corretagem, promovendo a inclusão securitária e previden- 8. Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer
ciária, bem como a qualidade no atendimento aos consumidores.” as atividades que por este forem delegadas;
9. Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP.
Composição Atual do CNSP
Questões:
MINISTRO DA FAZENDA - Presidente
1) O Senado Federal aprovou a proposta de reforma polí-
SUPERINTENDENTE DA SUSEP - Presidente Substituto tica, que, entre outras medidas, criou a “cláusula de barreira”,
para reduzir o número de partidos políticos. Segundo tal cláu-
Representante do Ministério da Justiça sula, os partidos precisam de:
a) 1% dos votos válidos nas eleições para a Câmara dos Depu-
Representante do Ministério da Previdência e Assistência So- tados em 2018 e, 2% a partir de 2022.
cial b) 2% dos votos válidos nas eleições para a Câmara dos Depu-
Representante do Banco Central do Brasil tados em, pelo menos, 16 Estados, em 2018, e 3% a partir de 2022,
com 1,5% dos votos válidos em 14 Estados.
Representante da Comissão de Valores Mobiliários c) 2% dos votos válidos nas eleições para a Câmara dos De-
putados, distribuídos em, ao menos, 14 Estados, em 2018, e 3% a
Atribuições do CNSP partir de 2022, com 2% dos votos válidos em 14 Estados.
d) 2% dos votos válidos nas eleições para a Câmara dos De-
1. Fixar diretrizes e normas da política de seguros privados; putados, distribuídos em, ao menos, 14 Estados, em 2018, e 2% a
2. Regular a constituição, organização, funcionamento e fisca- partir de 2022 em 20 Estados.
lização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Na- d) 1% dos votos válidos nas eleições para a Câmara dos De-
cional de Seguros Privados, bem como a aplicação das penalidades putados, distribuídos em, ao menos, 14 Estados, em 2018, e 2% a
previstas; partir de 2022 em 20 Estados.
3. Fixar as características gerais dos contratos de seguro, pre-
vidência privada aberta, capitalização e resseguro; 2) Com a saída de Marcelo Calero do Ministério da Cul-
tura, após o imbróglio envolvendo o também ministro Geddel
4. Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro;
Vieira Lima, quem assumiu a pasta foi o deputado:
5. Conhecer dos recursos de decisão da SUSEP e do IRB;
a) Roberto Freire
6. Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Se-
b) Eliseu Padilha
guradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada
c) Torquato Jardim
Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos
d) Leonardo Picciani
das respectivas operações;
e) Ricardo Barros
7. Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de cor-
retor.
3) No terceiro trimestre de 2016, o PIB brasileiro apre-
sentou:
Atribuições da SUSEP a) Queda de 0,5%
b) Alta de 0,1%
1. Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e c) Alta de 0,3%
operação das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entida- d) Queda de 0,8%
des de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade e) Queda de 1%
de executora da política traçada pelo CNSP;
2. Atuar no sentido de proteger a captação de poupança po- 4) Em novembro de 2016, a primeira turma do Supremo
pular que se efetua através das operações de seguro, previdência Tribunal Federal (STF) aprovou a descriminalização do abor-
privada aberta, de capitalização e resseguro; to, desde que ocorra até o:
3. Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mer- a) 1º mês
cados supervisionados; b) 2º mês

Didatismo e Conhecimento 57
CONHECIMENTOS GERAIS
c) 3º mês
d) 4º mês
e) 5º mês

5) O avião que vitimou a equipe da Chapecoense, deixando 71 mortos, tinha como destino a cidade de:
a) Bogotá, na Colômbia
b) Medellín, na Colômbia
c) Quito, no Equador
d) Buenos Aires, na Argentina
e) Caracas, na Venezuela

6) A presidente da Coreia do Sul pediu sua renúncia após um escândalo envolvendo:


a) Corrupção ativa
b) Desvio de recursos públicos
c) Corrupção passiva
d) Peculato
e) Tráfico de influência

7) A Revolução Cubana, ocorrida em 1959, destituiu o ditador Fulgêncio Batista. Tal Revolução teve como líder uma importante
figura do século XX, que faleceu em novembro de 2016:
a) Raúl Castro
b) Hugo Chávez
c) Nikita Kruchev
d) Fidel Castro
e) Evo Morales

8) A Cúpula do Clima de Marrakech, realizada em novembro de 2016, também é chamada de:


a) Cop 15
b) Cop 17
c) Cop 22
d) Cop 21
e) Cop 20

Gabarito: 1-C/2-A/3-D/4-C/5-B/6-E/7-D/8-C

Didatismo e Conhecimento 58
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES D) a conservação das florestas favorece a implantação de
modelos econômicos sem sustentabilidade.
E) a destruição das florestas reflete a tendência antagôni-
1 (TJ/SC - Analista - TJSC/2011) O impacto das ações ca entre o crescimento econômico e a conservação ambiental.
humanas nas paisagens naturais do Brasil vem aumentando
nos últimos anos. Os ecossistemas Brasileiros já sofreram e O Código Florestal inclui regras sobre conservação de flo-
ainda sofrem sérias interferências humanas ocasionando
restas, inclusive em propriedades privadas. A alternativa (A) está
a sua degradação. Em um dos ecossistemas Brasileiros os
errada. A alternativa (B) está errada, pois economia verde é o
principais problemas ambientais são:
I - Aumento das queimadas para a renovação das pas- termo que se utiliza para designar uma economia em consonân-
tagens. cia com o principio do desenvolvimento sustentável, e não que
II - Contaminação das águas devido ao uso intenso e impeça a sustentabilidade. A alternativa (C) está errada, uma vez
indiscriminado de agrotóxicos nos cultivos de exportação que a implantação de áreas de reflorestamento sem fins econômi-
próximos. cos tem potencial para ajudar a encontrar solução para quadro de
III - Destruição das matas ciliares ocasionando o asso- degradação ambiental. A alternativa (D) está incorreta, visto que
reamento do leito dos rios pela erosão de suas margens. a conservação das florestas favorece a implantação de modelos
IV - A extração mineral com a contaminação das águas econômicos com sustentabilidade. A alternativa (E) está correta.
por metais pesados. Durante séculos, verificou-se a destruição de florestas e, ao mes-
V - A caça e a pesca ilegais. mo tempo, o crescimento econômico contínuo, o que leva muitos
Estamos nos referindo aos impactos ambientais no a acreditar que preservação ambiental e crescimento econômico
ecossistema: são excludentes. Mas essa concepção tem que mudar, pois o pla-
A) Do Pantanal neta não suportará agressões contínuas e crescentes ao meio am-
B) Dos Mangues
biente e isso tem consequência direta para os seres humanos. Por
C) Das Araucárias
isso, discutem-se tanto, atualmente, formas de se alcançar um
D) Das Restingas
desenvolvimento sustentável, que permita o crescimento econô-
E) Da Caatinga
mico e, ao mesmo tempo, a preservação do meio ambiente, como
Todas as alternativas degradam os ecossistemas, porém
apenas um dos ecossistemas sofre com todos esses problemas, das florestas, por exemplo.
alias, é o ecossistema mais ameaçado no Brasil atualmente
(junto com a Mata Atlântica). Sua contaminação e uso desen- RESPOSTA: “E”.
freado pela ação humana pode acarretar em seu “fim”, devido a
sua grande biodiversidade. 8.(PM/MG – SOLDADO DA POLICIA MILITAR
– CRSP/2013) - A ideia de desenvolvimento sustentável
RESPOSTA: “A”. tem sido cada vez mais discutida junto às questões que se
referem ao crescimento econômico.” De acordo com esse
2 (UNESP – VESTIBULAR – VUNESP/2012) – conceito, marque a alternativa CORRETA que caracteriza
a ideia de desenvolvimento sustentável.
A) são as riquezas acumuladas nos países ricos em
prejuízo das antigas colônias, durante a expansão colonial,
que devem, hoje, sustentar o crescimento econômico dos
povos.
B) o meio ambiente é fundamental para a vida humana
e, portanto, deve ser intocável.
C) os países subdesenvolvidos são os únicos que
praticam esta ideia, pois, por sua baixa industrialização,
A análise da ação e do diálogo das personagens demons- preservam melhor o seu meio ambiente do que os países
tram que ricos.
A) não existe legislação Brasileira específica para a con- D) se deve buscar uma forma de progresso
servação das florestas nas propriedades privadas. socioeconômico que não comprometa o meio ambiente
B) a economia verde impede a implantação de modelos sem que, com isso, deixemos de utilizar os recursos nele
econômicos ligados ao desenvolvimento sustentável. disponíveis.
C) a implantação de áreas de reflorestamento sem fins
econômicos é um processo inócuo para a solução do quadro Em 1987, surgiu o termo desenvolvimento sustentável,
de degradação ambiental. no Relatório Brundtland, que passou a ser conhecido e
usado frequentemente a partir Conferência ambiental Eco

Didatismo e Conhecimento 59
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
92, ocorrida no Rio de Janeiro em 1992. Segundo esse 14.(UFMT – VESTIBULAR – VUNESP/2012) –
relatório, desenvolvimento sustentável é conceituado como Assinale a alternativa que identifica a Conferência da
“o desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da ONU que pretendeu aprofundar as discussões e propostas
geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações favoráveis ao novo mercado verde, com uso de energia
futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa limpa, e gerar soluções para a diminuição da poluição.
possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um Paralelo a essa Conferência ocorreu a Cúpula dos Povos
nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de por Justiça Social e Ambiental, evento da sociedade civil
realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um para debater temas relacionados às causas estruturais da
uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e crise ambiental e ecológica.
os habitat naturais”.  A) Rio 92, realizada em 1992, com um programa de
ação, agenda 21, para que todos os países pudessem adotar
RESPOSTA: “D”. o desenvolvimento sustentável.
B) Rio+20, realizada em junho de 2012, sobre
11.(UFMT – VESTIBULAR – VUNESP/2012) desenvolvimento sustentável.
- Relatório ambiental de 2010 da ONU calcula que C) Metas do milênio, estabelecidas em 2000, com 8
50 milhões de toneladas de produtos descartáveis e metas.
altamente tóxicos são produzidas anualmente. Oriundos D) Protocolo de Quioto, realizado em 1997, no Japão,
principalmente dos Estados Unidos e da Europa, esses quando a maioria dos países desenvolvidos firma o
produtos descartados são levados, sobretudo, para a Ásia compromisso de reduzir as emissões de gás carbônico.
e a África, onde rendem dinheiro, mas geram inúmeros E) Primeira conferência mundial sobre meio ambiente
problemas de saúde. A obsolescência programada virou realizada em 1972, em Estocolmo, na Suécia.
regra nesses produtos: nos anos 90 a sua vida média era
de quatro anos, hoje, é de apenas um ano e meio. A Conferência Rio 92 visava mais a lançar discussões sobre
(Veja, dezembro de 2011. Adaptado.) o desenvolvimento sustentável do que aprofundá-las. Em 1992, o
tema ainda era relativamente novo no âmbito intergovernamental,
O texto refere- se a um dos problemas ambientais de embora cientistas e sociedade civil já discutissem a questão
mais rápido crescimento no mundo, o do lixo que contém ambiental há mais tempo. A alternativa (A) está incorreta.A
A) garrafas pet. alternativa (B) está correta. A Rio + 20 tinha o objetivo de
B) derivados do petróleo. aprofundar as discussões sobre desenvolvimento sustentável
C) plásticos. iniciadas 20 anos antes durante a Eco 92.A alternativa (C) está
D) eletrônicos. incorreta. Os objetivos do Milênio da ONU foram lançados em
E) latas de alumínio. 2000 e não se limitam à questão ambiental, incluindo, também,
os seguintes temas: miséria; educação; mortalidade infantil;
Uma vez que o texto trata do descarte de produtos igualdade de gênero; saúde da gestante; combate à AIDS,
eletrônicos e de seus impactos para o meio ambiente. malária e outra doenças; e desenvolvimento. A alternativa (D)
Exemplos de lixo eletrônico são celulares, computadores, está incorreta, pois o Protocolo de Quioto se refere a um tratado
televisores, tablets, dentre outros produtos similares. O por meio do qual os Estados se comprometeram a tomar atitudes
grande problema do descarte irregular desses produtos reside para amenizar as mudanças climáticas no planeta, prevendo
no fato de que eles possuem diversos elementos químicos em compromissos para a redução de emissão de gases de efeito
sua composição, como o cádmio, o chumbo e o mercúrio, estufa. A alternativa (E) está incorreta, pois a Conferência de
que são altamente prejudicais ao meio ambiente e à saúde Estocolmo, embora tenha sido o primeiro passo no sentido de se
humana. Eles podem contaminar gravemente o solo e o lençol estabelecer um regime internacional do meio ambiente, não teve
freático dos locais em que são descartados, assim como o ar, muitos resultados práticos nem aprofundou discussões sobre o
por meio da liberação de toxinas caso sofram combustão. O tema.
texto usa o termo obsolescência programada e isso significa
que os produtos, de maneira geral, são feitos cada vez mais RESPOSTA: “B”.
com qualidade baixa, para que estraguem rapidamente, de
modo a forçar os consumidores a comprarem novos produtos. 0.(PM/SP – OFICIAL DE POLICIA MILITAR –
No ramo dos eletrônicos, isso ocorre de maneira sistemática. VUNESP/2012) - Sua formalização constituiu-se no marco
A durabilidade de computadores e celulares é cada vez menor. do ambientalismo contemporâneo. Este documento foi
Dessa forma, o descarte de lixo eletrônico tem aumentado elaborado e aprovado, em 1992, durante a ECO-92,
muito, gerando problemas ambientais graves. realizada na cidade do Rio de Janeiro/RJ, pelos 179 países
participantes. Considerado o principal documento mundial
sobre o meio ambiente, ele é entendido como um programa
RESPOSTA: “D”.

Didatismo e Conhecimento 60
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
de metas e ações cujo objetivo maior busca garantir a contaminação dos alimentos por produtos químicos, têm-se
biodiversidade mundial, por meio de um novo padrão de tornado pauta nos principais fóruns ambientais no mundo
desenvolvimento em âmbito nacional, estadual e municipal, globalizado.
capaz de conciliar os métodos de proteção ambiental, ( ) Consciência Ecológica da Humanidade passa pela
a justiça social e a eficiência econômica, chamado de leitura de que todos estamos numa mesma “nave espacial”.
Desenvolvimento Sustentá- vel. Recentemente, também foi É imperativo para sobrevivência da humanidade um
palco de debate e avaliação durante a recente conferência relacionamento harmonioso com a natureza.
internacional, realizada na cidade do Rio de Janeiro/RJ, em A alternativa que apresenta a sequência correta é
junho de 2012, a RIO+20. A) F V F V V
O documento mencionado refere-se B) F FF V V
A) à declaração do rio sobre meio ambiente e C) V F V F V
desenvolvimento. D) V F V VV
B) à agenda 21. E) F FF V V
C) aos princípios para a administração sustentável das
A alternativa correta é a letra (D), pois somente a segunda
florestas.
assertiva é falsa. Nela, se afirma que a multiplicação de usinas
D) à convenção da biodiversidade.
nucleares, a radioatividade e o lixo atômico não são danosos
E) às convenções sobre mudança do clima.
ao meio ambiente, o que não é verdade. A produção de energia
nuclear é muito mais arriscada do que outros tipos de energia,
Uma vez que a descrição feita no enunciado corresponde à como a hidrelétrica e a termoelétrica. Todo método de produção
Agenda 21. A Declaração do Rio também ocorreu no âmbito da de energia gera algum tipo de impacto ambiental, mas, no caso
Eco – 92, mas se constituiu em um documento que reafirmava a da nuclear, os riscos são maiores, pois qualquer acidente ou erro
Declaração feita na conferência anterior sobre o meio ambiente, tem potencial para causar grandes desastres. Um exemplo é a
que aconteceu em Estocolmo em 1972. A Declaração da Eco 92 usina de Fukushima, no Japão, que foi destruída pelo maremoto
continha 27 princípios. No que se refere aos Princípios para a em 2011. Mesmo o Japão sendo um país desenvolvido, não
Administração Sustentável das Florestas, eles também foram conseguiu evitar a emissão de radiação. Além disso, a atividade
propostos na Eco 92, mas se relacionavam especificamente com em si, mesmo quando é feita sem que ocorram acidentes, é
o desenvolvimento sustentável das florestas. Já a Convenção naturalmente mais prejudicial ao meio ambiente, já que a
da Biodiversidade foi um dos dois documentos vinculantes da radioatividade e a produção de lixo atômico são inevitáveis
Eco 92, assinada por 156 países, e que visava à “conservação durante o processo de produção de energia nuclear.
da biodiversidade, o uso sustentável de seus componentes
e a divisão equitativa e justa dos benefícios gerados com a RESPOSTA: “D”.
utilização de recursos genéticos”. Por fim, a Convenção sobre
Mudança do Clima foi o segundo documento vinculante da Eco 160. (PC/MG – POLICIA CIVIL – FUMARC/2011) – A
92, assinado por 154 países, e que objetivava, principalmente, preservação do meio ambiente requer conhecimentos dos
elementos fundamentais que o constituem. Nesse contexto,
a regulamentação da questão da mudança climática e suas
é INCORRETO afirmar que
consequências.
A) as unidades fisiógrafas definidas pelas variáveis
ambientais de uma região, indicando os recursos minerais
potenciais e as aptidões da terra.
72.(UEPB – VESTIBULAR – COMVEST/2010) – B) a delimitação espacial das bacias hidrográficas e sua
Indique com F ou V, conforme sejam Falsas ou Verdadeiras, constituição influem no volume, qualidade e distribuição
as proposições que tratam da crise ambiental e da das águas.
consciência ecológica. C) a erosão pluvial, causada pela ação de chuvas
( ) A crise ambiental é planetária. Não se trata de focos contínuas e intensas em uma determinada área, gera
isolados de poluição. A biosfera a cada dia se contamina o desgaste do solo, arrasta materiais e pode provocar
mais com a propagação da radiação que ocorre em países deslizamentos de terra.
industrializados. D) a lua, responsável pelas marés, é o principal agente
( ) A multiplicação de usinas nucleares, a radioatividade que atua sobre os lençóis freáticos, condicionando no maior
e o lixo atômico não são danosos ao meio ambiente. ou menor volume de água no solo.
( ) O acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera Todas as alternativas estão corretas, menos a “d”, devido
ocasiona o crescimento do efeito estufa, elevando as médias a lua não controlar o volume dos lençóis freáticos e sim
térmicas de grande parte dos climas do planeta. “somente” as marés e de todos os elementos fundamentais,
( ) A crescente poluição dos mares e oceanos, o avanço da esta é de grau menor.
desertificação, o desmatamento acelerado das florestas com
a extinção irreversível de milhares de espécies, somados à RESPOSTA: “D”.

Didatismo e Conhecimento 61
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
197. (UERJ/RJ – VESTIBULAR – UERJ/2010) –

A comparação entre os gráficos permite associar as mudanças na rede de transporte aos seus impactos ambientais.
A principal consequência sobre o meio ambiente resultante dos investimentos na matriz de transportes da União
Europeia entre 1970 e 2004 é:
(A) Agravamento Do Aquecimento Global
(B) Acentuação Do Fenômeno Da Ilha De Calor
(C) Aceleração Do Processo De Desmatamento
(D) Aumento Da Destruição Do Ozônio Estratosférico

O aquecimento global, segundo o ponto de vista da maior parte dos cientistas, é um fenômeno provocado pelo aumento da
concentração atmosférica de gases que potencializam o efeito estufa natural. Esses gases têm origem antrópica - ou seja, derivam
da ação do homem sobre o meio ambiente -, sendo os meios de transporte modernos os responsáveis por significativa parcela dessas
emissões, em proporções diferenciadas, conforme pode ser observado no segundo gráfico. Uma vez que cerca de quatro quintos das
emissões provêm do transporte rodoviário, a opção da União Europeia por ampliar a extensão dessa rede contribui para o agravamento
do problema ambiental em questão.

RESPOSTA: “A”.

Didatismo e Conhecimento 62
Índice

SUPERINTENDÊNCIA DOS SERVIÇOS PENITENCIÁRIOS

SUSEPE-RS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

• Agente Penitenciário
• Agente Penitenciário Administrativo
Volume II
Edital de Abertura nº 01/2017
Edital de Abertura nº 02/2017

JN061-b-2017

ARTIGO DO WILLIAM DOUGLAS

LEGISLAÇÃO APLICADA

Lei Maria da Penha...............................................................................................................................................................01


Estatuto Nacional da Igualdade Racial...............................................................................................................................05
Estatuto Estadual da Igualdade Racial............................................................................................................................... 11
Constituição Federal de 1988............................................................................................................................................... 11
Direito de Representação e o processo de Responsabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos de abuso de
autoridade.....................................................................................................................................................................................95
Lei de Execução Penal..........................................................................................................................................................96
Lei de apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a coordenadoria nacional para
integração da pessoa portadora de deficiência – Corde, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos
dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes........................................................................... 113
Estatuto da Criança e do Adolescente............................................................................................................................... 115
Lei dos Crimes Hediondos..................................................................................................................................................148
Sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego
ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional...................................................................................150
Normas para licitações e contratos da Administração Pública (Lei de Licitações)......................................................154
Crimes de Tortura...............................................................................................................................................................178
Estatuto e Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis do Estado do Rio Grande do Sul..........................202

Didatismo e Conhecimento
Índice
A proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde
mental..........................................................................................................................................................................................226
Estatuto do Idoso.................................................................................................................................................................227
Registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm........... 237
O Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido,
atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não
autorizada e ao tráfico ilícito de drogas...................................................................................................................................242
Quadro Especial de Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul, da Superintendência dos Serviços
Penitenciários – SUSEPE..........................................................................................................................................................250
Declaração Universal Dos Direitos Humanos...................................................................................................................253
Código Penal........................................................................................................................................................................262
Código de Processo Penal...................................................................................................................................................300
Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica)...............................353
Regimento Disciplinar Penitenciário do Estado do Rio Grande do Sul.........................................................................354
Regras Mínimas para o Tratamento do Preso no Brasil.................................................................................................358
Constituição do Estado do Rio Grande do Sul.................................................................................................................362

Didatismo e Conhecimento
SAC

Atenção
SAC
Dúvidas de Matéria
A NOVA APOSTILA oferece aos candidatos um serviço diferenciado - SAC (Serviço de Apoio ao Candidato).
O SAC possui o objetivo de auxiliar os candidatos que possuem dúvidas relacionadas ao conteúdo do edital.
O candidato que desejar fazer uso do serviço deverá enviar sua dúvida somente através do e-mail: professores@
novaconcursos.com.br.
Todas as dúvidas serão respondidas pela equipe de professores da Editora Nova, conforme a especialidade da
matéria em questão.
Para melhor funcionamento do serviço, solicitamos a especificação da apostila (apostila/concurso/cargo/Estado/
matéria/página). Por exemplo: Apostila Professor do Estado de São Paulo / Comum à todos os cargos - Disciplina:.
Português - paginas 82,86,90.
Havendo dúvidas em diversas matérias, deverá ser encaminhado um e-mail para cada especialidade, podendo
demorar em média 10 (dez) dias para retornar. Não retornando nesse prazo, solicitamos o reenvio do mesmo.

Erros de Impressão
Alguns erros de edição ou impressão podem ocorrer durante o processo de fabricação deste volume, caso
encontre algo, por favor, entre em contato conosco, pelo nosso e-mail, sac@novaconcursos.com.br.
Alertamos aos candidatos que para ingressar na carreira pública é necessário dedicação, portanto a NOVA
APOSTILA auxilia no estudo, mas não garante a sua aprovação. Como também não temos vínculos com a
organizadora dos concursos, de forma que inscrições, data de provas, lista de aprovados entre outros independe
de nossa equipe.
Havendo a retificação no edital, por favor, entre em contato pelo nosso e-mail, pois a apostila é elaborada com
base no primeiro edital do concurso, teremos o COMPROMISSO de enviar gratuitamente a retificação APENAS por
e-mail e também disponibilizaremos em nosso site, www.novaconcursos.com.br/, na opção ERRATAS.
Lembramos que nosso maior objetivo é auxiliá-los, portanto nossa equipe está igualmente à disposição para
quaisquer dúvidas ou esclarecimentos.

CONTATO COM A EDITORA:


2206-7700 / 0800-7722556

nova@novaapostila.com.br

@novaconcurso\\

/NOVAConcursosOficial

NovaApostila

Atenciosamente,
NOVA CONCURSOS
Grupo Nova Concursos
novaconcursos.com.br

Didatismo e Conhecimento
Artigo
O conteúdo do artigo abaixo é de responsabilidade do autor William Douglas, autorizado gentilmente e sem cláusula
de exclusividade, para uso do Grupo Nova.
O conteúdo das demais informações desta apostila é de total responsabilidade da equipe do Grupo Nova.

A ETERNA COMPETIÇÃO ENTRE O LAZER E O ESTUDO

Por William Douglas, professor, escritor e juiz federal.

Todo mundo já se pegou estudando sem a menor concentração, pensando nos momentos de lazer, como também já deixou de
aproveitar as horas de descanso por causa de um sentimento de culpa ou mesmo remorso, porque deveria estar estudando.
Fazer uma coisa e pensar em outra causa desconcentração, estresse e perda de rendimento no estudo ou trabalho. Além da
perda de prazer nas horas de descanso.
Em diversas pesquisas que realizei durante palestras e seminários pelo país, constatei que os três problemas mais comuns de
quem quer vencer na vida são:
• medo do insucesso (gerando ansiedade, insegurança),
• falta de tempo e
• “competição” entre o estudo ou trabalho e o lazer.

E então, você já teve estes problemas?


Todo mundo sabe que para vencer e estar preparado para o dia-a-dia é preciso muito conhecimento, estudo e dedicação, mas
como conciliar o tempo com as preciosas horas de lazer ou descanso?
Este e outros problemas atormentavam-me quando era estudante de Direito e depois, quando passei à preparação para concursos
públicos. Não é à toa que fui reprovado em 5 concursos diferentes!
Outros problemas? Falta de dinheiro, dificuldade dos concursos (que pagam salários de até R$ 6.000,00/mês, com status e
estabilidade, gerando enorme concorrência), problemas de cobrança dos familiares, memória, concentração etc.
Contudo, depois de aprender a estudar, acabei sendo 1º colocado em outros 7 concursos, entre os quais os de Juiz de Direito,
Defensor Público e Delegado de Polícia. Isso prova que passar em concurso não é impossível e que quem é reprovado pode “dar a
volta por cima”.
É possível, com organização, disciplina e força de vontade, conciliar um estudo eficiente com uma vida onde haja espaço para
lazer, diversão e pouco ou nenhum estresse. A qualidade de vida associada às técnicas de estudo são muito mais produtivas do que a
tradicional imagem da pessoa trancafiada, estudando 14 horas por dia.
O sucesso no estudo e em provas (escritas, concursos, entrevistas etc.) depende basicamente de três aspectos, em geral,
desprezados por quem está querendo passar numa prova ou conseguir um emprego:
1º) clara definição dos objetivos e técnicas de planejamento e organização;
2º) técnicas para aumentar o rendimento do estudo, do cérebro e da memória;
3º) técnicas específicas sobre como fazer provas e entrevistas, abordando dicas e macetes que a experiência fornece, mas que
podem ser aprendidos.
O conjunto destas técnicas resulta em um aprendizado melhor e em mais sucesso nas provas escritas e orais (inclusive entrevistas).
Aos poucos, pretendemos ir abordando estes assuntos, mas já podemos anotar aqui alguns cuidados e providências que irão
aumentar seu desempenho.
Para melhorar a “briga” entre estudo e lazer, sugiro que você aprenda a administrar seu tempo. Para isto, como já disse, basta
um pouco de disciplina e organização.
O primeiro passo é fazer o tradicional quadro horário, colocando nele todas as tarefas a serem realizadas. Ao invés de servir
como uma “prisão”, este procedimento facilitará as coisas para você. Pra começar, porque vai levá-lo a escolher as coisas que não são
imediatas e a estabelecer suas prioridades. Experimente. Em pouco tempo, você vai ver que isto funciona.
Também é recomendável que você separe tempo suficiente para dormir, fazer algum exercício físico e dar atenção à família ou
ao namoro. Sem isso, o estresse será uma mera questão de tempo. Por incrível que pareça, o fato é que com uma vida equilibrada o
seu rendimento final no estudo aumenta.
Outra dica simples é a seguinte: depois de escolher quantas horas você vai gastar com cada tarefa ou atividade, evite pensar em
uma enquanto está realizando a outra. Quando o cérebro mandar “mensagens” sobre outras tarefas, é só lembrar que cada uma tem
seu tempo definido. Isto aumentará a concentração no estudo, o rendimento e o prazer e relaxamento das horas de lazer.
Aprender a separar o tempo é um excelente meio de diminuir o estresse e aumentar o rendimento, não só no estudo, como em
tudo que fazemos.

*William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 30 obras, dentre elas o best-seller
“Como passar em provas e concursos” . Passou em 9 concursos, sendo 5 em 1º Lugar
www.williamdouglas.com.br
Conteúdo cedido gratuitamente, pelo autor, com finalidade de auxiliar os candidatos.

Didatismo e Conhecimento
LEGISLAÇÃO APLICADA
LEGISLAÇÃO APLICADA
TÍTULO II
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MU-
LEI MARIA DA PENHA. LHER

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência domés-
tica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar
Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de nº 150, de 2015)
Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dis- espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo
põe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Fami- familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
liar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código II - no âmbito da família, compreendida como a comunida-
Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. de formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados,
unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente
de coabitação.
TÍTULO I Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES independem de orientação sexual.
Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher cons-
Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a vio- titui uma das formas de violação dos direitos humanos.
lência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do
art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Elimina- CAPÍTULO II
ção de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Conven- DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
ção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência CONTRA A MULHER
contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela
República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juiza- Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a
dos de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabe- mulher, entre outras:
lece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de I - a violência física, entendida como qualquer conduta que
violência doméstica e familiar. ofenda sua integridade ou saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer con-
Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, duta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima
orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e reli- ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que
gião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e
sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, mani-
sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfei- pulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz,
çoamento moral, intelectual e social. insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do di-
reito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à
Art. 3o Serão asseguradas às mulheres as condições para o saúde psicológica e à autodeterminação;
exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à ali- III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que
mentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação se-
esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, xual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso
ao respeito e à convivência familiar e comunitária. da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer
§ 1o O poder público desenvolverá políticas que visem ga- modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método
rantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto
domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou mani-
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e pulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais
opressão. e reprodutivos;
§ 2o Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer condu-
condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enun- ta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de
ciados no caput. seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens,
valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados
Art. 4o Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins a satisfazer suas necessidades;
sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições pecu- V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que
liares das mulheres em situação de violência doméstica e familiar. configure calúnia, difamação ou injúria.

Didatismo e Conhecimento 1
LEGISLAÇÃO APLICADA
TÍTULO III § 1o O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mu-
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIO- lher em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de
LÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.
§ 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência do-
CAPÍTULO I méstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicoló-
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO gica:
Art. 8o A política pública que visa coibir a violência doméstica I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, in-
e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto arti- tegrante da administração direta ou indireta;
culado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o
Municípios e de ações não-governamentais, tendo por diretrizes: afastamento do local de trabalho, por até seis meses.
I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério § 3o A assistência à mulher em situação de violência domés-
Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança públi- tica e familiar compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes
ca, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação; do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras de contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexual-
informações relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou mente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência
etnia, concernentes às causas, às consequências e à frequência da Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e
violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistemati- cabíveis nos casos de violência sexual.
zação de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação
periódica dos resultados das medidas adotadas; CAPÍTULO III
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL
éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis
estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência doméstica Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência
e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1o, doméstica e familiar contra a mulher, a autoridade policial que to-
no inciso IV do art. 3o e no inciso IV do art. 221 da Constituição mar conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as provi-
Federal; dências legais cabíveis.
IV - a implementação de atendimento policial especializado Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao
para as mulheres, em particular nas Delegacias de Atendimento à descumprimento de medida protetiva de urgência deferida.
Mulher; Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência
V - a promoção e a realização de campanhas educativas de doméstica e familiar, a autoridade policial deverá, entre outras pro-
prevenção da violência doméstica e familiar contra a mulher, vol- vidências:
tadas ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando
Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das mu- de imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário;
lheres; II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao
VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou Instituto Médico Legal;
outros instrumentos de promoção de parceria entre órgãos gover- III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes
namentais ou entre estes e entidades não-governamentais, tendo para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida;
por objetivo a implementação de programas de erradicação da vio- IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a
lência doméstica e familiar contra a mulher; retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, familiar;
da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei
pertencentes aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às e os serviços disponíveis.
questões de gênero e de raça ou etnia; Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar
VIII - a promoção de programas educacionais que dissemi- contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade
nem valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa hu- policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem pre-
mana com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia; juízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:
IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a
ensino, para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à equi- representação a termo, se apresentada;
dade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência do- II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento
méstica e familiar contra a mulher. do fato e de suas circunstâncias;
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expedien-
CAPÍTULO II te apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIO- medidas protetivas de urgência;
LÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da
Art. 9o A assistência à mulher em situação de violência do- ofendida e requisitar outros exames periciais necessários;
méstica e familiar será prestada de forma articulada e conforme os V - ouvir o agressor e as testemunhas;
princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos
Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Seguran- autos sua folha de antecedentes criminais, indicando a existência
ça Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais
emergencialmente quando for o caso. contra ele;

Didatismo e Conhecimento 2
LEGISLAÇÃO APLICADA
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao III - comunicar ao Ministério Público para que adote as pro-
juiz e ao Ministério Público. vidências cabíveis.
§ 1o O pedido da ofendida será tomado a termo pela autorida- Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser conce-
de policial e deverá conter: didas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido
I - qualificação da ofendida e do agressor; da ofendida.
II - nome e idade dos dependentes; § 1o As medidas protetivas de urgência poderão ser concedi-
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solici- das de imediato, independentemente de audiência das partes e de
tadas pela ofendida. manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente
§ 2o A autoridade policial deverá anexar ao documento referi- comunicado.
do no § 1o o boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos § 2o As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada
disponíveis em posse da ofendida. ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo
§ 3o Serão admitidos como meios de prova os laudos ou pron- por outras de maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos
tuários médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde. nesta Lei forem ameaçados ou violados.
§ 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a
TÍTULO IV pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgên-
DOS PROCEDIMENTOS cia ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à prote-
ção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o
CAPÍTULO I Ministério Público.
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução
Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo
cíveis e criminais decorrentes da prática de violência doméstica e juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante
familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de representação da autoridade policial.
Processo Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva
à criança, ao adolescente e ao idoso que não conflitarem com o se, no curso do processo, verificar a falta de motivo para que sub-
estabelecido nesta Lei. sista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar con- justifiquem.
tra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com competência cível
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais
e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e
relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e
nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a
à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado consti-
execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica
tuído ou do defensor público.
e familiar contra a mulher.
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em
notificação ao agressor.
horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização
judiciária.
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os proces- Seção II
sos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado: Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor
I - do seu domicílio ou de sua residência; Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda; contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de
III - do domicílio do agressor. imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à represen- medidas protetivas de urgência, entre outras:
tação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com
à representação perante o juiz, em audiência especialmente desig- comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei no 10.826,
nada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvi- de 22 de dezembro de 2003;
do o Ministério Público. II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência domés- a ofendida;
tica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que im- a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemu-
plique o pagamento isolado de multa. nhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por
CAPÍTULO II qualquer meio de comunicação;
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a
integridade física e psicológica da ofendida;
Seção I IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes meno-
Disposições Gerais res, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, similar;
caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas: V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as me- § 1o As medidas referidas neste artigo não impedem a apli-
didas protetivas de urgência; cação de outras previstas na legislação em vigor, sempre que a
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a
assistência judiciária, quando for o caso; providência ser comunicada ao Ministério Público.

Didatismo e Conhecimento 3
LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 2o Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o CAPÍTULO IV
agressor nas condições mencionadas no caput e incisos do art. DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
6o da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a
ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas proteti- mulher em situação de violência doméstica e familiar deverá estar
vas de urgência concedidas e determinará a restrição do porte de acompanhada de advogado, ressalvado o previsto no art. 19 desta
armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo Lei.
cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência
crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso. doméstica e familiar o acesso aos serviços de Defensoria Pública
§ 3o Para garantir a efetividade das medidas protetivas de ur- ou de Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em sede
gência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da policial e judicial, mediante atendimento específico e humanizado.
força policial.
§ 4o Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que cou- TÍTULO V
ber, o disposto no caput e nos §§ 5o e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR
de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil). Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra
a Mulher que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe
Seção III de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde.
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar,
outras medidas: entre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa ofi- local, fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério Público
cial ou comunitário de proteção ou de atendimento; e à Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em au-
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus depen- diência, e desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento,
dentes ao respectivo domicílio, após afastamento do agressor; prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o agressor e
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.
dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos; Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais
IV - determinar a separação de corpos. aprofundada, o juiz poderá determinar a manifestação de profissio-
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade nal especializado, mediante a indicação da equipe de atendimento
conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz multidisciplinar.
poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre ou- Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta
tras: orçamentária, poderá prever recursos para a criação e manutenção
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor da equipe de atendimento multidisciplinar, nos termos da Lei de
à ofendida; Diretrizes Orçamentárias.
II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos
de compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo ex- TÍTULO VI
pressa autorização judicial; DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência
agressor; Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumu-
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judi- larão as competências cível e criminal para conhecer e julgar as
cial, por perdas e danos materiais decorrentes da prática de violên- causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar
cia doméstica e familiar contra a ofendida. contra a mulher, observadas as previsões do Título IV desta Lei,
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente subsidiada pela legislação processual pertinente.
para os fins previstos nos incisos II e III deste artigo. Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas
varas criminais, para o processo e o julgamento das causas referi-
CAPÍTULO III das no caput.
DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, TÍTULO VII
nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e DISPOSIÇÕES FINAIS
familiar contra a mulher. Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e
Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras Familiar contra a Mulher poderá ser acompanhada pela implan-
atribuições, nos casos de violência doméstica e familiar contra a tação das curadorias necessárias e do serviço de assistência judi-
mulher, quando necessário: ciária.
I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municí-
educação, de assistência social e de segurança, entre outros; pios poderão criar e promover, no limite das respectivas compe-
II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de tências:
atendimento à mulher em situação de violência doméstica e fami- I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mu-
liar, e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou judiciais lheres e respectivos dependentes em situação de violência domés-
cabíveis no tocante a quaisquer irregularidades constatadas; tica e familiar;
III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar con- II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes
tra a mulher. menores em situação de violência doméstica e familiar;

Didatismo e Conhecimento 4
LEGISLAÇÃO APLICADA
III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saú- § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada
de e centros de perícia médico-legal especializados no atendimento à de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de
mulher em situação de violência doméstica e familiar; deficiência.” (NR)
IV - programas e campanhas de enfrentamento da violência do- Art. 45. O art. 152 da Lei no 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei
méstica e familiar; de Execução Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
V - centros de educação e de reabilitação para os agressores. “Art. 152. ...................................................
Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a
promoverão a adaptação de seus órgãos e de seus programas às dire- mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do
trizes e aos princípios desta Lei. agressor a programas de recuperação e reeducação.” (NR)
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais previs- Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias
tos nesta Lei poderá ser exercida, concorrentemente, pelo Ministério após sua publicação.
Público e por associação de atuação na área, regularmente constituída Brasília, 7 de agosto de 2006; 185o da Independência e 118o da
há pelo menos um ano, nos termos da legislação civil. República.
Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser dis- LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 
pensado pelo juiz quando entender que não há outra entidade com Dilma Rousseff
representatividade adequada para o ajuizamento da demanda coletiva. Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 8.8.2006
Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar *
contra a mulher serão incluídas nas bases de dados dos órgãos oficiais
do Sistema de Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema nacio-
nal de dados e informações relativo às mulheres.
Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos Esta- ESTATUTO NACIONAL DA IGUALDADE
dos e do Distrito Federal poderão remeter suas informações criminais RACIAL.
para a base de dados do Ministério da Justiça.
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
no limite de suas competências e nos termos das respectivas leis de
diretrizes orçamentárias, poderão estabelecer dotações orçamentárias
LEI Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010.
específicas, em cada exercício financeiro, para a implementação das
medidas estabelecidas nesta Lei.
Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis nos 7.716,
Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24 de
decorrentes dos princípios por ela adotados. julho de 1985, e 10.778, de 24 de novembro de 2003.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e fami-
liar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se apli- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
ca a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de
1941 (Código de Processo Penal), passa a vigorar acrescido do se-
TÍTULO I
guinte inciso IV:
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
“Art. 313. .................................................
................................................................
IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, des-
a mulher, nos termos da lei específica, para garantir a execução das tinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de
medidas protetivas de urgência.” (NR) oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos
Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei no 2.848, e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de into-
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a lerância étnica.
seguinte redação: Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:
“Art. 61. .................................................. I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclu-
................................................................. são, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência
II - ............................................................ ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou res-
................................................................. tringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de con-
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações do- dições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos
mésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo
a mulher na forma da lei específica; da vida pública ou privada;
........................................................... ” (NR) II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferen-
Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro ciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas
de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações: esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou
“Art. 129. .................................................. origem nacional ou étnica;
.................................................................. III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres
irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha negras e os demais segmentos sociais;
convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações do- IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autode-
mésticas, de coabitação ou de hospitalidade: claram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
.................................................................. ou que adotam autodefinição análoga;

Didatismo e Conhecimento 5
LEGISLAÇÃO APLICADA
V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adota- TÍTULO II
dos pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais; DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais
adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das CAPÍTULO I
desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportu- DO DIREITO À SAÚDE
nidades. Art. 6o O direito à saúde da população negra será garantido
pelo poder público mediante políticas universais, sociais e econô-
Art. 2o É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade micas destinadas à redução do risco de doenças e de outros agra-
de oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro, inde- vos.
pendentemente da etnia ou da cor da pele, o direito à participação § 1o O acesso universal e igualitário ao Sistema Único de
na comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômi- Saúde (SUS) para promoção, proteção e recuperação da saúde da
cas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo população negra será de responsabilidade dos órgãos e instituições
públicas federais, estaduais, distritais e municipais, da administra-
sua dignidade e seus valores religiosos e culturais.
ção direta e indireta.
§ 2o O poder público garantirá que o segmento da população
Art. 3o Além das normas constitucionais relativas aos prin-
negra vinculado aos seguros privados de saúde seja tratado sem
cípios fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos discriminação.
direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Art. 7o O conjunto de ações de saúde voltadas à população
Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas negra constitui a Política Nacional de Saúde Integral da População
de desigualdade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e Negra, organizada de acordo com as diretrizes abaixo especifica-
o fortalecimento da identidade nacional brasileira. das:
I - ampliação e fortalecimento da participação de lideranças
Art. 4o A participação da população negra, em condição de dos movimentos sociais em defesa da saúde da população negra
igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e nas instâncias de participação e controle social do SUS;
cultural do País será promovida, prioritariamente, por meio de: II - produção de conhecimento científico e tecnológico em
I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento econô- saúde da população negra;
mico e social; III - desenvolvimento de processos de informação, comunica-
II - adoção de medidas, programas e políticas de ação afirma- ção e educação para contribuir com a redução das vulnerabilidades
tiva; da população negra.
III - modificação das estruturas institucionais do Estado para Art. 8o Constituem objetivos da Política Nacional de Saúde
o adequado enfrentamento e a superação das desigualdades étnicas Integral da População Negra:
decorrentes do preconceito e da discriminação étnica; I - a promoção da saúde integral da população negra, priori-
IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o com- zando a redução das desigualdades étnicas e o combate à discrimi-
bate à discriminação étnica e às desigualdades étnicas em todas as nação nas instituições e serviços do SUS;
suas manifestações individuais, institucionais e estruturais; II - a melhoria da qualidade dos sistemas de informação do
V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e ins- SUS no que tange à coleta, ao processamento e à análise dos dados
titucionais que impedem a representação da diversidade étnica nas desagregados por cor, etnia e gênero;
esferas pública e privada; III - o fomento à realização de estudos e pesquisas sobre racis-
VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriundas mo e saúde da população negra;
IV - a inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos
da sociedade civil direcionadas à promoção da igualdade de opor-
processos de formação e educação permanente dos trabalhadores
tunidades e ao combate às desigualdades étnicas, inclusive me-
da saúde;
diante a implementação de incentivos e critérios de condiciona-
V - a inclusão da temática saúde da população negra nos pro-
mento e prioridade no acesso aos recursos públicos; cessos de formação política das lideranças de movimentos sociais
VII - implementação de programas de ação afirmativa des- para o exercício da participação e controle social no SUS.
tinados ao enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à Parágrafo único. Os moradores das comunidades de remanes-
educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, mo- centes de quilombos serão beneficiários de incentivos específicos
radia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, para a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias nas condi-
acesso à terra, à Justiça, e outros. ções ambientais, no saneamento básico, na segurança alimentar e
Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa constituir- nutricional e na atenção integral à saúde.
-se-ão em políticas públicas destinadas a reparar as distorções e
desigualdades sociais e demais práticas discriminatórias adotadas, CAPÍTULO II
nas esferas pública e privada, durante o processo de formação so- DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E
cial do País. AO LAZER

Art. 5o Para a consecução dos objetivos desta Lei, é instituído Seção I


o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), Disposições Gerais
conforme estabelecido no Título III. Art. 9o A população negra tem direito a participar de ativida-
des educacionais, culturais, esportivas e de lazer adequadas a seus
interesses e condições, de modo a contribuir para o patrimônio cul-
tural de sua comunidade e da sociedade brasileira.

Didatismo e Conhecimento 6
LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 10. Para o cumprimento do disposto no art. 9o, os gover- Art. 15. O poder público adotará programas de ação afirma-
nos federal, estaduais, distrital e municipais adotarão as seguintes tiva.
providências: Art. 16. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos res-
I - promoção de ações para viabilizar e ampliar o acesso da ponsáveis pelas políticas de promoção da igualdade e de educação,
população negra ao ensino gratuito e às atividades esportivas e de acompanhará e avaliará os programas de que trata esta Seção.
lazer;
II - apoio à iniciativa de entidades que mantenham espaço Seção III
para promoção social e cultural da população negra; Da Cultura
III - desenvolvimento de campanhas educativas, inclusive nas Art. 17. O poder público garantirá o reconhecimento das so-
escolas, para que a solidariedade aos membros da população negra ciedades negras, clubes e outras formas de manifestação coletiva
faça parte da cultura de toda a sociedade; da população negra, com trajetória histórica comprovada, como
IV - implementação de políticas públicas para o fortalecimen- patrimônio histórico e cultural, nos termos dos arts. 215 e 216 da
to da juventude negra brasileira. Constituição Federal.
Art. 18. É assegurado aos remanescentes das comunidades
Seção II
dos quilombos o direito à preservação de seus usos, costumes, tra-
Da Educação
dições e manifestos religiosos, sob a proteção do Estado.
Art. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de en-
Parágrafo único. A preservação dos documentos e dos sítios
sino médio, públicos e privados, é obrigatório o estudo da história
geral da África e da história da população negra no Brasil, obser- detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos,
vado o disposto na Lei no9.394, de 20 de dezembro de 1996. tombados nos termos do § 5o do art. 216 da Constituição Federal,
§ 1o Os conteúdos referentes à história da população negra no receberá especial atenção do poder público.
Brasil serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, res- Art. 19. O poder público incentivará a celebração das perso-
gatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social, nalidades e das datas comemorativas relacionadas à trajetória do
econômico, político e cultural do País. samba e de outras manifestações culturais de matriz africana, bem
§ 2o O órgão competente do Poder Executivo fomentará a for- como sua comemoração nas instituições de ensino públicas e pri-
mação inicial e continuada de professores e a elaboração de ma- vadas.
terial didático específico para o cumprimento do disposto no ca- Art. 20. O poder público garantirá o registro e a proteção da
put deste artigo. capoeira, em todas as suas modalidades, como bem de natureza
§ 3o Nas datas comemorativas de caráter cívico, os órgãos imaterial e de formação da identidade cultural brasileira, nos ter-
responsáveis pela educação incentivarão a participação de intelec- mos do art. 216 da Constituição Federal.
tuais e representantes do movimento negro para debater com os Parágrafo único. O poder público buscará garantir, por meio
estudantes suas vivências relativas ao tema em comemoração. dos atos normativos necessários, a preservação dos elementos for-
Art. 12. Os órgãos federais, distritais e estaduais de fomento à madores tradicionais da capoeira nas suas relações internacionais.
pesquisa e à pós-graduação poderão criar incentivos a pesquisas e
a programas de estudo voltados para temas referentes às relações Seção IV
étnicas, aos quilombos e às questões pertinentes à população ne- Do Esporte e Lazer
gra. Art. 21. O poder público fomentará o pleno acesso da popula-
Art. 13. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos com- ção negra às práticas desportivas, consolidando o esporte e o lazer
petentes, incentivará as instituições de ensino superior públicas e como direitos sociais.
privadas, sem prejuízo da legislação em vigor, a: Art. 22. A capoeira é reconhecida como desporto de criação
I - resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar gru- nacional, nos termos do art. 217 da Constituição Federal.
pos, núcleos e centros de pesquisa, nos diversos programas de pós- § 1o A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as
-graduação que desenvolvam temáticas de interesse da população
modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte,
negra;
luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território
II - incorporar nas matrizes curriculares dos cursos de forma-
nacional.
ção de professores temas que incluam valores concernentes à plu-
ralidade étnica e cultural da sociedade brasileira; § 2o É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas
III - desenvolver programas de extensão universitária desti- e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e for-
nados a aproximar jovens negros de tecnologias avançadas, asse- malmente reconhecidos.
gurado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os bene-
ficiários; CAPÍTULO III
IV - estabelecer programas de cooperação técnica, nos esta- DO DIREITO À LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE
belecimentos de ensino públicos, privados e comunitários, com as CRENÇA E AO LIVRE EXERCÍCIO DOS CULTOS RELI-
escolas de educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e GIOSOS
ensino técnico, para a formação docente baseada em princípios de
equidade, de tolerância e de respeito às diferenças étnicas. Art. 23. É inviolável a liberdade de consciência e de crença,
Art. 14. O poder público estimulará e apoiará ações socioe- sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garanti-
ducacionais realizadas por entidades do movimento negro que da, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.
desenvolvam atividades voltadas para a inclusão social, mediante Art. 24. O direito à liberdade de consciência e de crença e ao
cooperação técnica, intercâmbios, convênios e incentivos, entre livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana compreen-
outros mecanismos. de:

Didatismo e Conhecimento 7
LEGISLAÇÃO APLICADA
I - a prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à Art. 30. O poder público promoverá a educação e a orientação
religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa privada, de profissional agrícola para os trabalhadores negros e as comunida-
lugares reservados para tais fins; des negras rurais.
II - a celebração de festividades e cerimônias de acordo com Art. 31. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos
preceitos das respectivas religiões; que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade de-
III - a fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de ins- finitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos.
tituições beneficentes ligadas às respectivas convicções religiosas; Art. 32. O Poder Executivo federal elaborará e desenvolve-
IV - a produção, a comercialização, a aquisição e o uso de rá políticas públicas especiais voltadas para o desenvolvimento
artigos e materiais religiosos adequados aos costumes e às práticas sustentável dos remanescentes das comunidades dos quilombos,
fundadas na respectiva religiosidade, ressalvadas as condutas ve- respeitando as tradições de proteção ambiental das comunidades.
dadas por legislação específica; Art. 33. Para fins de política agrícola, os remanescentes das
V - a produção e a divulgação de publicações relacionadas ao comunidades dos quilombos receberão dos órgãos competentes
exercício e à difusão das religiões de matriz africana; tratamento especial diferenciado, assistência técnica e linhas es-
VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas naturais peciais de financiamento público, destinados à realização de suas
e jurídicas de natureza privada para a manutenção das atividades atividades produtivas e de infraestrutura.
religiosas e sociais das respectivas religiões; Art. 34. Os remanescentes das comunidades dos quilombos se
VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para beneficiarão de todas as iniciativas previstas nesta e em outras leis
divulgação das respectivas religiões; para a promoção da igualdade étnica.
VIII - a comunicação ao Ministério Público para abertura de
ação penal em face de atitudes e práticas de intolerância religiosa Seção II
nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais. Da Moradia
Art. 25. É assegurada a assistência religiosa aos praticantes
de religiões de matrizes africanas internados em hospitais ou em Art. 35. O poder público garantirá a implementação de po-
outras instituições de internação coletiva, inclusive àqueles sub- líticas públicas para assegurar o direito à moradia adequada da
metidos a pena privativa de liberdade. população negra que vive em favelas, cortiços, áreas urbanas su-
Art. 26. O poder público adotará as medidas necessárias para butilizadas, degradadas ou em processo de degradação, a fim de
o combate à intolerância com as religiões de matrizes africanas e reintegrá-las à dinâmica urbana e promover melhorias no ambiente
à discriminação de seus seguidores, especialmente com o objetivo e na qualidade de vida.
de: Parágrafo único. O direito à moradia adequada, para os efeitos
I - coibir a utilização dos meios de comunicação social para desta Lei, inclui não apenas o provimento habitacional, mas tam-
a difusão de proposições, imagens ou abordagens que exponham bém a garantia da infraestrutura urbana e dos equipamentos comu-
pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na nitários associados à função habitacional, bem como a assistência
religiosidade de matrizes africanas; técnica e jurídica para a construção, a reforma ou a regularização
II - inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras e fundiária da habitação em área urbana.
outros bens de valor artístico e cultural, os monumentos, manan- Art. 36. Os programas, projetos e outras ações governamen-
ciais, flora e sítios arqueológicos vinculados às religiões de matri- tais realizadas no âmbito do Sistema Nacional de Habitação de
zes africanas; Interesse Social (SNHIS), regulado pela Lei no 11.124, de 16 de
III - assegurar a participação proporcional de representantes junho de 2005, devem considerar as peculiaridades sociais, econô-
das religiões de matrizes africanas, ao lado da representação das micas e culturais da população negra.
demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e outras instân- Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
cias de deliberação vinculadas ao poder público. pios estimularão e facilitarão a participação de organizações e mo-
vimentos representativos da população negra na composição dos
CAPÍTULO IV conselhos constituídos para fins de aplicação do Fundo Nacional
DO ACESSO À TERRA E À MORADIA ADEQUADA de Habitação de Interesse Social (FNHIS).
Art. 37. Os agentes financeiros, públicos ou privados, promo-
Seção I verão ações para viabilizar o acesso da população negra aos finan-
Do Acesso à Terra ciamentos habitacionais.

Art. 27. O poder público elaborará e implementará políticas CAPÍTULO V


públicas capazes de promover o acesso da população negra à terra DO TRABALHO
e às atividades produtivas no campo.
Art. 28. Para incentivar o desenvolvimento das atividades pro- Art. 38. A implementação de políticas voltadas para a inclusão
dutivas da população negra no campo, o poder público promove- da população negra no mercado de trabalho será de responsabilida-
rá ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao financiamento de do poder público, observando-se:
agrícola. I - o instituído neste Estatuto;
Art. 29. Serão assegurados à população negra a assistência II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Con-
técnica rural, a simplificação do acesso ao crédito agrícola e o for- venção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de
talecimento da infraestrutura de logística para a comercialização Discriminação Racial, de 1965;
da produção.

Didatismo e Conhecimento 8
LEGISLAÇÃO APLICADA
III - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Parágrafo único. A exigência disposta no caput não se aplica
Convenção no 111, de 1958, da Organização Internacional do Tra- aos filmes e programas que abordem especificidades de grupos ét-
balho (OIT), que trata da discriminação no emprego e na profissão; nicos determinados.
IV - os demais compromissos formalmente assumidos pelo Art. 45. Aplica-se à produção de peças publicitárias destina-
Brasil perante a comunidade internacional. das à veiculação pelas emissoras de televisão e em salas cinemato-
Art. 39. O poder público promoverá ações que assegurem a gráficas o disposto no art. 44.
igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para a popu- Art. 46. Os órgãos e entidades da administração pública fede-
lação negra, inclusive mediante a implementação de medidas vi- ral direta, autárquica ou fundacional, as empresas públicas e as so-
sando à promoção da igualdade nas contratações do setor público ciedades de economia mista federais deverão incluir cláusulas de
e o incentivo à adoção de medidas similares nas empresas e orga- participação de artistas negros nos contratos de realização de fil-
nizações privadas. mes, programas ou quaisquer outras peças de caráter publicitário.
§ 1o A igualdade de oportunidades será lograda mediante a § 1o Os órgãos e entidades de que trata este artigo incluirão,
adoção de políticas e programas de formação profissional, de em- nas especificações para contratação de serviços de consultoria,
prego e de geração de renda voltados para a população negra.
conceituação, produção e realização de filmes, programas ou peças
§ 2o As ações visando a promover a igualdade de oportuni-
publicitárias, a obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades
dades na esfera da administração pública far-se-ão por meio de
de emprego para as pessoas relacionadas com o projeto ou serviço
normas estabelecidas ou a serem estabelecidas em legislação espe-
cífica e em seus regulamentos. contratado.
§ 3o O poder público estimulará, por meio de incentivos, a § 2o Entende-se por prática de iguais oportunidades de empre-
adoção de iguais medidas pelo setor privado. go o conjunto de medidas sistemáticas executadas com a finalidade
§ 4o As ações de que trata o caput deste artigo assegurarão o de garantir a diversidade étnica, de sexo e de idade na equipe vin-
princípio da proporcionalidade de gênero entre os beneficiários. culada ao projeto ou serviço contratado.
§ 5o Será assegurado o acesso ao crédito para a pequena pro- § 3o A autoridade contratante poderá, se considerar necessário
dução, nos meios rural e urbano, com ações afirmativas para mu- para garantir a prática de iguais oportunidades de emprego, reque-
lheres negras. rer auditoria por órgão do poder público federal.
§ 6o O poder público promoverá campanhas de sensibilização § 4o A exigência disposta no caput não se aplica às produções
contra a marginalização da mulher negra no trabalho artístico e publicitárias quando abordarem especificidades de grupos étnicos
cultural. determinados.
§ 7o O poder público promoverá ações com o objetivo de ele-
var a escolaridade e a qualificação profissional nos setores da eco- TÍTULO III
nomia que contem com alto índice de ocupação por trabalhadores DO SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDA-
negros de baixa escolarização. DE RACIAL (SINAPIR)
Art. 40. O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao
Trabalhador (Codefat) formulará políticas, programas e projetos CAPÍTULO I
voltados para a inclusão da população negra no mercado de tra- DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
balho e orientará a destinação de recursos para seu financiamento. Art. 47. É instituído o Sistema Nacional de Promoção da
Art. 41. As ações de emprego e renda, promovidas por meio Igualdade Racial (Sinapir) como forma de organização e de articu-
de financiamento para constituição e ampliação de pequenas e mé- lação voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços
dias empresas e de programas de geração de renda, contemplarão destinados a superar as desigualdades étnicas existentes no País,
o estímulo à promoção de empresários negros. prestados pelo poder público federal.
Parágrafo único. O poder público estimulará as atividades § 1o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
voltadas ao turismo étnico com enfoque nos locais, monumentos e
participar do Sinapir mediante adesão.
cidades que retratem a cultura, os usos e os costumes da população
§ 2o O poder público federal incentivará a sociedade e a inicia-
negra.
tiva privada a participar do Sinapir.
Art. 42. O Poder Executivo federal poderá implementar crité-
rios para provimento de cargos em comissão e funções de confian-
ça destinados a ampliar a participação de negros, buscando repro- CAPÍTULO II
duzir a estrutura da distribuição étnica nacional ou, quando for o DOS OBJETIVOS
caso, estadual, observados os dados demográficos oficiais. Art. 48. São objetivos do Sinapir:
I - promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades
CAPÍTULO VI sociais resultantes do racismo, inclusive mediante adoção de ações
DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO afirmativas;
Art. 43. A produção veiculada pelos órgãos de comunicação II - formular políticas destinadas a combater os fatores de mar-
valorizará a herança cultural e a participação da população negra ginalização e a promover a integração social da população negra;
na história do País. III - descentralizar a implementação de ações afirmativas pe-
Art. 44. Na produção de filmes e programas destinados à vei- los governos estaduais, distrital e municipais;
culação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográficas, IV - articular planos, ações e mecanismos voltados à promo-
deverá ser adotada a prática de conferir oportunidades de empre- ção da igualdade étnica;
go para atores, figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados
qualquer discriminação de natureza política, ideológica, étnica ou para a implementação das ações afirmativas e o cumprimento das
artística. metas a serem estabelecidas.

Didatismo e Conhecimento 9
LEGISLAÇÃO APLICADA
CAPÍTULO III CAPÍTULO V
DA ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA DO FINANCIAMENTO DAS INICIATIVAS DE PROMOÇÃO
Art. 49. O Poder Executivo federal elaborará plano nacional DA IGUALDADE RACIAL
de promoção da igualdade racial contendo as metas, princípios e
diretrizes para a implementação da Política Nacional de Promoção Art. 56. Na implementação dos programas e das ações cons-
da Igualdade Racial (PNPIR). tantes dos planos plurianuais e dos orçamentos anuais da União,
§ 1o A elaboração, implementação, coordenação, avaliação e deverão ser observadas as políticas de ação afirmativa a que se re-
acompanhamento da PNPIR, bem como a organização, articulação fere o inciso VII do art. 4odesta Lei e outras políticas públicas que
e coordenação do Sinapir, serão efetivados pelo órgão responsável tenham como objetivo promover a igualdade de oportunidades e a
pela política de promoção da igualdade étnica em âmbito nacional. inclusão social da população negra, especialmente no que tange a:
§ 2o É o Poder Executivo federal autorizado a instituir fórum I - promoção da igualdade de oportunidades em educação,
intergovernamental de promoção da igualdade étnica, a ser coor- emprego e moradia;
denado pelo órgão responsável pelas políticas de promoção da II - financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saúde
igualdade étnica, com o objetivo de implementar estratégias que e emprego, voltadas para a melhoria da qualidade de vida da po-
visem à incorporação da política nacional de promoção da igual- pulação negra;
dade étnica nas ações governamentais de Estados e Municípios. III - incentivo à criação de programas e veículos de comunica-
§ 3o As diretrizes das políticas nacional e regional de promo- ção destinados à divulgação de matérias relacionadas aos interes-
ção da igualdade étnica serão elaboradas por órgão colegiado que ses da população negra;
assegure a participação da sociedade civil. IV - incentivo à criação e à manutenção de microempresas
Art. 50. Os Poderes Executivos estaduais, distrital e munici- administradas por pessoas autodeclaradas negras;
pais, no âmbito das respectivas esferas de competência, poderão V - iniciativas que incrementem o acesso e a permanência das
instituir conselhos de promoção da igualdade étnica, de caráter pessoas negras na educação fundamental, média, técnica e supe-
permanente e consultivo, compostos por igual número de repre- rior;
sentantes de órgãos e entidades públicas e de organizações da so- VI - apoio a programas e projetos dos governos estaduais, dis-
ciedade civil representativas da população negra. trital e municipais e de entidades da sociedade civil voltados para a
Parágrafo único. O Poder Executivo priorizará o repasse dos promoção da igualdade de oportunidades para a população negra;
recursos referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei
VII - apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e
aos Estados, Distrito Federal e Municípios que tenham criado con-
das tradições africanas e brasileiras.
selhos de promoção da igualdade étnica.
§ 1o O Poder Executivo federal é autorizado a adotar medidas
que garantam, em cada exercício, a transparência na alocação e na
CAPÍTULO IV
execução dos recursos necessários ao financiamento das ações pre-
DAS OUVIDORIAS PERMANENTES E DO ACESSO À
vistas neste Estatuto, explicitando, entre outros, a proporção dos
JUSTIÇA E À SEGURANÇA
recursos orçamentários destinados aos programas de promoção da
Art. 51. O poder público federal instituirá, na forma da lei e no
âmbito dos Poderes Legislativo e Executivo, Ouvidorias Perma- igualdade, especialmente nas áreas de educação, saúde, emprego
nentes em Defesa da Igualdade Racial, para receber e encaminhar e renda, desenvolvimento agrário, habitação popular, desenvolvi-
denúncias de preconceito e discriminação com base em etnia ou mento regional, cultura, esporte e lazer.
cor e acompanhar a implementação de medidas para a promoção § 2o Durante os 5 (cinco) primeiros anos, a contar do exercício
da igualdade. subsequente à publicação deste Estatuto, os órgãos do Poder Exe-
Art. 52. É assegurado às vítimas de discriminação étnica o cutivo federal que desenvolvem políticas e programas nas áreas
acesso aos órgãos de Ouvidoria Permanente, à Defensoria Pública, referidas no § 1o deste artigo discriminarão em seus orçamentos
ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, em todas as suas ins- anuais a participação nos programas de ação afirmativa referidos
tâncias, para a garantia do cumprimento de seus direitos. no inciso VII do art. 4o desta Lei.
Parágrafo único. O Estado assegurará atenção às mulheres § 3o O Poder Executivo é autorizado a adotar as medidas ne-
negras em situação de violência, garantida a assistência física, psí- cessárias para a adequada implementação do disposto neste artigo,
quica, social e jurídica. podendo estabelecer patamares de participação crescente dos pro-
Art. 53. O Estado adotará medidas especiais para coibir a vio- gramas de ação afirmativa nos orçamentos anuais a que se refere
lência policial incidente sobre a população negra. o § 2o deste artigo.
Parágrafo único. O Estado implementará ações de ressociali- § 4o O órgão colegiado do Poder Executivo federal responsá-
zação e proteção da juventude negra em conflito com a lei e expos- vel pela promoção da igualdade racial acompanhará e avaliará a
ta a experiências de exclusão social. programação das ações referidas neste artigo nas propostas orça-
Art. 54. O Estado adotará medidas para coibir atos de discri- mentárias da União.
minação e preconceito praticados por servidores públicos em de- Art. 57. Sem prejuízo da destinação de recursos ordinários,
trimento da população negra, observado, no que couber, o disposto poderão ser consignados nos orçamentos fiscal e da seguridade so-
na Lei no 7.716, de 5 de janeiro de 1989. cial para financiamento das ações de que trata o art. 56:
Art. 55. Para a apreciação judicial das lesões e das ameaças de I - transferências voluntárias dos Estados, do Distrito Federal
lesão aos interesses da população negra decorrentes de situações e dos Municípios;
de desigualdade étnica, recorrer-se-á, entre outros instrumentos, à II - doações voluntárias de particulares;
ação civil pública, disciplinada na Lei no 7.347, de 24 de julho de III - doações de empresas privadas e organizações não gover-
1985. namentais, nacionais ou internacionais;

Didatismo e Conhecimento 10
LEGISLAÇÃO APLICADA
IV - doações voluntárias de fundos nacionais ou internacio- são nacional, ou dos Conselhos de Promoção de Igualdade Racial
nais; estaduais ou locais, nas hipóteses de danos com extensão regional
V - doações de Estados estrangeiros, por meio de convênios, ou local, respectivamente.” (NR)
tratados e acordos internacionais. Art. 63. O § 1o do art. 1o da Lei nº 10.778, de 24 de novembro
de 2003, passa a vigorar com a seguinte redação:
TÍTULO IV “Art. 1o .......................................................................
DISPOSIÇÕES FINAIS § 1º Para os efeitos desta Lei, entende-se por violência contra
Art. 58. As medidas instituídas nesta Lei não excluem outras a mulher qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, inclusi-
em prol da população negra que tenham sido ou venham a ser ado- ve decorrente de discriminação ou desigualdade étnica, que cause
tadas no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher,
Municípios. tanto no âmbito público quanto no privado.
Art. 59. O Poder Executivo federal criará instrumentos para ...................................................................................” (NR)
aferir a eficácia social das medidas previstas nesta Lei e efetuará Art. 64. O § 3o do art. 20 da Lei nº 7.716, de 1989, passa a
seu monitoramento constante, com a emissão e a divulgação de re- vigorar acrescido do seguinte inciso III:
latórios periódicos, inclusive pela rede mundial de computadores. “Art. 20. ......................................................................
Art. 60. Os arts. 3o e 4o da Lei nº 7.716, de 1989, passam a .............................................................................................
vigorar com a seguinte redação: § 3o ...............................................................................
“Art. 3o ........................................................................ .............................................................................................
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de in-
discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, formação na rede mundial de computadores.
obstar a promoção funcional.” (NR) ...................................................................................” (NR)
“Art. 4o ........................................................................ Art. 65. Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a data
§ 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de discrimi- de sua publicação.
nação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de Brasília, 20 de julho de 2010; 189o da Independência e 122o da
descendência ou origem nacional ou étnica: República.
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao em- LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
pregado em igualdade de condições com os demais trabalhadores; Eloi Ferreira de Araújo
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar ou- Este texto não substitui o publicado no DOU de 21.7.2010
tra forma de benefício profissional;
III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no
ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário. ESTATUTO ESTADUAL DA IGUALDADE
§ 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços
à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade ra- RACIAL.
cial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento
de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou
etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigên-
cias.” (NR) Prezado Candidato, a lei acima supracitada já foi abordada
Art. 61. Os arts. 3o e 4o da Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995, no tópico acima.
passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 3o Sem prejuízo do prescrito no art. 2o e nos dispositivos
legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito de etnia,
raça ou cor, as infrações do disposto nesta Lei são passíveis das CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988.
seguintes cominações:
...................................................................................” (NR)
“Art. 4o  O rompimento da relação de trabalho por ato discri-
minatório, nos moldes desta Lei, além do direito à reparação pelo Prezado Candidato, tendo em vista, que o referido edital não
dano moral, faculta ao empregado optar entre: especificou os temas a serem abordados, segue abaixo os tópicos
...................................................................................” (NR) de mais destaque dentro da nossa Constituição.
Art. 62. O art. 13 da Lei no 7.347, de 1985, passa a vigorar
acrescido do seguinte § 2o, renumerando-se o atual parágrafo único Conceito de Constituição
como § 1o: É delicado definir o que é uma Constituição, pois de forma
“Art. 13. ........................................................................ pacífica a doutrina compreende que este conceito pode ser visto
§ 1o ............................................................................... sob diversas perspectivas. Sendo assim, Constituição é muito mais
§ 2º Havendo acordo ou condenação com fundamento em do que um documento escrito que fica no ápice do ordenamento
dano causado por ato de discriminação étnica nos termos do dis- jurídico nacional estabelecendo normas de limitação e organização
posto no art. 1o desta Lei, a prestação em dinheiro reverterá dire- do Estado, mas tem um significado intrínseco sociológico, políti-
tamente ao fundo de que trata o caput e será utilizada para ações co, cultural e econômico.
de promoção da igualdade étnica, conforme definição do Conselho
Nacional de Promoção da Igualdade Racial, na hipótese de exten-

Didatismo e Conhecimento 11
LEGISLAÇÃO APLICADA
Constituição no sentido sociológico Constituição no sentido formal
O sentido sociológico de Constituição foi definido por Ferdi- Como visto, o conceito de Constituição material pode abran-
nand Lassale, segundo o qual toda Constituição que é elaborada ger normas que estejam fora do texto constitucional devido ao
tem como perspectiva os fatores reais de poder na sociedade. Neste conteúdo delas. Por outro lado, Constituição no sentido formal é
sentido, aponta Lassale1: “Colhem-se estes fatores reais de poder, definida exclusivamente pelo modo como a norma é inserida no
registram-se em uma folha de papel, [...] e, a partir desse momento, ordenamento jurídico, isto é, tudo o que constar na Constituição
incorporados a um papel, já não são simples fatores reais do poder, Federal em sua redação originária ou for inserido posteriormente
mas que se erigiram em direito, em instituições jurídicas, e quem por emenda constitucional é norma constitucional, independente-
atentar contra eles atentará contra a lei e será castigado”. Logo, mente do conteúdo.
a Constituição, antes de ser norma positivada, tem seu conteúdo Neste sentido, é possível que uma norma sem caráter mate-
delimitado por aqueles que possuem uma parcela real de poder rialmente constitucional, seja formalmente constitucional, apenas
na sociedade. Claro que o texto constitucional não explicitamente por estar inserida no texto da Constituição Federal. Por exemplo,
trará estes fatores reais de poder, mas eles podem ser depreendidos o artigo 242, §2º da CF prevê que “o Colégio Pedro II, localizado
ao se observar favorecimentos implícitos no texto constitucional. na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal”. Ora,
evidente que uma norma que trata de um colégio não se insere nem
Constituição no sentido político em elementos organizacionais, nem limitativos e nem socioideo-
Carl Schmitt2 propõe que o conceito de Constituição não está lógicos. Trata-se de norma constitucional no sentido formal, mas
na Constituição em si, mas nas decisões políticas tomadas antes
não no sentido material.
de sua elaboração. Sendo assim, o conceito de Constituição será
Considerados os exemplos da Lei da Ficha Limpa e do Colé-
estruturado por fatores como o regime de governo e a forma de
gio Pedro II, pode-se afirmar que na Constituição Federal de 1988
Estado vigentes no momento de elaboração da lei maior. A Cons-
tituição é o produto de uma decisão política e variará conforme o e no sistema jurídico brasileiro como um todo não há perfeita cor-
modelo político à época de sua elaboração. respondência entre regras materialmente constitucionais e formal-
mente constitucionais.
Constituição no sentido material
Pelo conceito material de Constituição, o que define se uma Constituição no sentido jurídico
norma será ou não constitucional é o seu conteúdo e não a sua Hans Kelsen representa o sentido conceitual jurídico de Cons-
mera presença no texto da Carta Magna. Em outras palavras, deter- tituição alocando-a no mundo do dever ser.
minadas normas, por sua natureza, possuem caráter constitucional. Ao tratar do dever ser, Kelsen3 argumentou que somente exis-
Afinal, classicamente a Constituição serve para limitar e definir te quando uma conduta é considerada objetivamente obrigatória
questões estruturais relativas ao Estado e aos seus governantes. e, caso este agir do dever ser se torne subjetivamente obrigatório,
Pelo conceito material de Constituição, não importa a maneira surge o costume, que pode gerar a produção de normas morais ou
como a norma foi inserida no ordenamento jurídico, mas sim o seu jurídicas; contudo, somente é possível impor objetivamente uma
conteúdo. Por exemplo, a lei da ficha limpa – Lei Complementar conduta por meio do Direito, isto é, a lei que estabelece o dever ser.
nº 135/2010 – foi inserida no ordenamento na forma de lei com- Sobre a validade objetiva desta norma de dever ser, Kelsen4
plementar, não de emenda constitucional, mas tem por finalidade entendeu que é preciso uma correspondência mínima entre a con-
regular questões de inelegibilidade, decorrendo do §9º do artigo duta humana e a norma jurídica imposta, logo, para ser vigente é
14 da Constituição Federal. A inelegibilidade de uma pessoa in- preciso ser eficaz numa certa medida, considerando eficaz a norma
fluencia no fator sufrágio universal, que é um direito político, logo, que é aceita pelos indivíduos de tal forma que seja pouco violada.
um direito fundamental. A Lei da Ficha Limpa, embora prevista Trata-se de noção relacionada à de norma fundamental hipotética,
como lei complementar, na verdade regula o que na Constituição presente no plano lógico-jurídico, fundamento lógico-transcen-
seria chamado de elemento limitativo. Para o conceito material de dental da validade da Constituição jurídico-positiva.
Constituição, trata-se de norma constitucional. No entanto, o que realmente confere validade é o posiciona-
Pelo conceito material de Constituição, não importa a maneira mento desta norma de dever ser na ordem jurídica e a qualidade
como a norma foi inserida no ordenamento jurídico, mas sim o seu desta de, por sua posição hierarquicamente superior, estruturar
conteúdo. Por exemplo, a lei da ficha limpa – Lei Complementar
todo o sistema jurídico, no qual não se aceitam lacunas.
nº 135/2010 – foi inserida no ordenamento na forma de lei com-
Kelsen5 definiu o Direito como ordem, ou seja, como um sis-
plementar, não de emenda constitucional, mas tem por finalidade
tema de normas com o mesmo fundamento de validade – a exis-
regular questões de inelegibilidade, decorrendo do §9º do artigo
14 da Constituição Federal. A inelegibilidade de uma pessoa in- tência de uma norma fundamental. Não importa qual seja o con-
fluencia no fator sufrágio universal, que é um direito político, logo, teúdo desta norma fundamental, ainda assim ela conferirá validade
um direito fundamental. A Lei da Ficha Limpa, embora prevista à norma inferior com ela compatível.Esta norma fundamental que
como lei complementar, na verdade regula o que na Constituição confere fundamento de validade a uma ordem jurídica é a Cons-
seria chamado de elemento limitativo. Para o conceito material de tituição.
Constituição, trata-se de norma constitucional. 3 KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. 6. ed. Tradu-
1 LASSALLE, Ferdinand. A Essência da Constitui- ção João Baptista Machado. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 08-10.
ção. 6. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001.
4 Ibid., p. 12.
2 SCHMITT, Carl. Teoría de La Constitución. Presenta-
ción de Francisco Ayala. 1. ed. Madrid: Alianza Universidad Textos, 2003. 5 Ibid., p. 33.

Didatismo e Conhecimento 12
LEGISLAÇÃO APLICADA
Pelo conceito jurídico de Constituição, denota-se a presença Quanto à origem
de um escalonamento de normas no ordenamento jurídico, sendo a) Outorgada – é aquela imposta unilateralmente pelo agen-
que a Constituição fica no ápice desta pirâmide. te revolucionário. A Constituição outorgada é denominada como
Carta.
Tipos de Constituição b) Promulgada – é aquela que é votada, sendo também conhe-
cida como democrática ou popular. Decorre do trabalho de uma
Ressaltam-se as denominadas classificações das Constitui- Assembleia Nacional Constituinte, eleita pelo povo para em nome
ções: dele atuar (legitimação popular). A Constituição promulgada é
denominada Constituição, enquadrando-se nesta categoria a Cons-
Quanto à forma tituição brasileira de 1988.
a) Escrita – É a Constituição estabelecida em um único texto Obs.: Constituição cesarista é aquela que não é outorgada,
escrito, formalmente aprovado pelo Legislativo com esta qualida- mas também não é promulgada. Se dá quando um projeto do agen-
de. Se o texto for resumido e apenas contiver normas básicas, a te revolucionário é posto para votação do povo, que meramente
Constituição escrita é sintética; se o texto for extenso, delimitando ratifica a vontade do detentor do poder.
em detalhes questões que muitas vezes excedem mesmo o conceito
Quanto à dogmática
material de Constituição, a Constituição escrita é analítica. Firma-
a) Ortodoxa – formada por uma só ideologia.
-se a adoção de um sistema conhecido como Civil Law. O Brasil
b) Eclética – atenta a fatores multiculturais, trazendo ideolo-
adota uma Constituição escrita analítica.
b) Não escrita – Não significa que não existam normas escritas gias conciliatórias. A Constituição de 1988 é eclética.
que regulem questões constitucionais, mas que estas normas não
estão concentradas num único texto e que nem ao menos depen- Elementos da Constituição
dem desta previsão expressa devido à possível origem em outros Uma noção bastante relevante ao direito constitucional é a
fatores sociais, como costumes. Por isso, a Constituição não es- dos elementos da Constituição. A partir desta noção é possível de-
crita é conhecida como costumeira. É adotada por países como limitar o objeto do direito constitucional. Basicamente, qualquer
Reino Unido, Israel e Nova Zelândia. Adotada esta Constituição, o norma que se enquadre em um dos seguintes elementos é consti-
sistema jurídico se estruturará no chamado Common Law (Direito tucional:
costumeiro), exteriorizado no Case Law (sistema de precedentes).
Elementos Orgânicos
Quanto ao modo de elaboração Referem-se ao cerne organizacional do Estado, notadamente
a) Dogmática –sempre escritas, estas Constituições são ela- no que tange a:
boradas num só ato a partir de concepções pré-estabelecidas e a) Forma de governo – Como se dá a relação de poder entre
ideologias já declaradas. A Constituição brasileira de 1988 é governantes e governados. Se há eletividade e temporariedade de
dogmática. mandato, tem-se a forma da República, se há vitaliciedade e here-
b) Histórica – aproxima-se da Constituição dogmática, eis que ditariedade, tem-se Monarquia.
o seu processo de formação é lento e contínuo com o passar dos b) Forma de Estado – delimita se o poder será exercido de
tempos. forma centralizada numa unidade (União), o chamado Estado Uni-
tário, ou descentralizada entre demais entes federativos (União e
Quanto à estabilidade Estados, classicamente), no denominado Estado Federal. O Brasil
a) Rígida – exige, para sua alteração, um processo legislativo adota a forma Federal de Estado.
mais árduo. c) Sistema de governo – delimita como se dá a relação entre
Obs.: A Constituição super-rígida, classificação defendida por Poder Executivo e Poder Legislativo no exercício das funções do
parte da doutrina, além de ter um processo legislativo diferenciado
Estado, como maior ou menor independência e colaboração entre
para emendas constitucionais, tem certas normas que não podem
eles. Pode ser Parlamentarismo ou Presidencialismo, sendo que o
nem ao menos ser alteradas – denominadas cláusula pétreas.
Brasil adota o Presidencialismo.
A Constituição brasileira de 1988 pode ser considerada rí-
gida. Pode ser também vista como super-rígida aos que defendem d) Regime político – delimita como se dá a aquisição de po-
esta subclassificação. der, como o governante se ascende ao Poder. Se houver legitima-
b) Flexível – Não é necessário um processo legislativo mais ção popular, há Democracia, se houver imposição em detrimento
árduo para a alteração das normas constitucionais, utilizando-se o do povo, há Autocracia.
mesmo processo das normas infraconstitucionais.
c) Semiflexível ou semirrígida – Ela é tanto rígida quanto fle- Elementos Limitativos
xível, pois parte de suas normas precisam de processo legislativo A função primordial da Constituição não é apenas definir e
especial para serem alteradas e outra parte segue o processo legis- estruturar o Estado e o governo, mas também estabelecer limites à
lativo comum. atuação do Estado. Neste sentido, não poderá fazer tudo o que bem
entender, se sujeitando a determinados limites.
Quanto à função As normas de direitos fundamentais – categoria que abrange
a) Garantia – busca garantir a liberdade e serve notadamente direitos individuais, direitos políticos, direitos sociais e direitos
para limitar o poder do Estado. coletivos – formam o principal fator limitador do Poder do Estado,
b) Dirigente – vai além da garantia da liberdade e da limitação afinal, estabelecem até onde e em que medida o Estado poderá
do poder do Estado, definindo um projeto de Estado a ser alcança- interferir na vida do indivíduo.
do. A Constituição brasileira de 1988 é dirigente.

Didatismo e Conhecimento 13
LEGISLAÇÃO APLICADA
Elementos Socioideológicos Observação 2: Tem-se, ainda, o poder constituinte revisio-
Os elementos socioideológicos de uma Constituição são aque- nante, previsto no artigo 3º do Ato das Disposições Constitucio-
les que trazem a principiologia da ordem econômica e social. nais Transitórias: “a revisão constitucional será realizada após cin-
co anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da
Poder constituinte maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão
A Constituição Federal, em seu artigo 1º, parágrafo único, es- unicameral”. Neste sentido, foram aprovadas 6 emendas constitu-
tabelece que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio cionais de revisão anômala. O destaque vai para o fato de não se
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Consti- exigir nestas emendas revisionantes o quórum de 3/5 + 2 turnos
tuição”. Sendo assim, o texto constitucional já fala desde logo de das emendas constitucionais comuns, bastando o voto da maioria
um poder maior, exercido pelo povo (titular) por meio de seus repre- absoluta numa única sessão.
sentantes (exercentes). O exercente do poder é um órgão colegiado Limites ao poder de reforma: materiais, circunstanciais e
composto por representantes eleitos pelos titulares do poder, os que temporais
fazem parte do povo.
1) Limitações formais ou procedimentais
O poder constituinte é o poder de normatizar a estrutura do Es-
Quando o poder constituinte originário delibera, não há pro-
tado e os limites à sua atuação mediante criação, modificação, revi-
cedimento pré-estabelecido. Isto não ocorre com relação ao poder
são ou revogação de normas da Constituição Federal conferido pelo
povo aos seus representantes. constituinte derivado, que deve respeitar as normas procedimen-
tais instituídas pelo poder constituinte originário.
a) Poder constituinte originário
O poder constituinte originário, também conhecido como ge- Subjetivas – Quanto à iniciativa
nuíno ou de primeiro grau, autoriza a edição da Constituição Fede- Refere-se ao poder de iniciativa individual de propor leis ou
ral, a primeira depois da independência e as demais ab-rogando-a. alterações nelas, sendo conferido a: Presidente da República, De-
Depois de finda esta missão, institui outro poder, dele derivado. putado Federal, Senador, Deputado Estadual. Exceto no caso do
O poder constituinte originário é inicial, autônomo e incondi- Senador, as propostas serão enviadas à Câmara dos Deputados,
cionado. É inicial porque é o poder de fato, que emana do povo e não ao Senado Federal. Sendo assim, a Câmara dos Deputados faz
por si só se funda, não decorrendo de outro poder. É autônomo e a deliberação principal, em regra, restando ao Senado a delibera-
incondicionado porque não tem limites materiais de exercício, nota- ção revisional.
damente cláusulas pétreas, daí se dizer que é soberano. Não significa Contudo, para as propostas de emendas constitucionais é exi-
que seja ilimitado, pois certas limitações se impõem por um limitati- gida, em regra, iniciativa coletiva. O único que pode fazer uma
vo lógico, de acordo com uma perspectiva jusnaturalista de direitos proposta desta natureza sozinho é o Presidente da República. Um
inatos ao homem. deputado federal precisa do apoio de ao menos 1/3 dos membros
da Câmara dos Deputados, enquanto que um senador precisa do
b) Poder constituinte derivado suporte de ao menos 1/3 dos membros do Senado Federal. Da mes-
O poder constituinte derivado, também denominado instituído ma forma, um deputado estadual não pode propor sozinho uma
ou de 2º grau, é o que está apto a efetuar reformas à Constituição. emenda, poder conferido às Assembleias Legislativas estaduais,
Ele é exercido pelo Congresso Nacional, na forma e nos limites es- em conjunto, exigindo-se mais da metade delas (são 27, incluído o
tabelecidos pelo poder constituinte originário. Distrito Federal, necessárias 14).
O poder constituinte derivado é derivado, subordinado e con- O cidadão brasileiro, sozinho, não pode propor um projeto de
dicionado. Por derivar do poder constituinte originário, se sujeita lei para alterar o ordenamento jurídico brasileiro, prevendo-se que
a limitações por ele impostas, denominadas limitações ao poder de “a iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câma-
reforma. Sendo assim, este poder poderá reformar a redação consti-
ra dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um
tucional conferida pelo poder constituinte originário, mas dentro dos
por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco
limites por este estabelecidos.
Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de
Por isso mesmo, é possível que uma emenda constitucional fru-
to do poder constituinte decorrente seja inconstitucional, desde que cada um deles” (artigo 61, §2º, CF).
desrespeite os limites impostos pelo poder constituinte originário. É A dúvida resta ao se perguntar se a iniciativa popular abrange
correta a afirmação de que existe norma constitucional inconstitu- a possibilidade de se apresentar proposta de emenda constitucio-
cional, mas desde que se refira a norma constitucional fruto do poder nal, havendo duas posições: a primeira, minoritária, diz que por-
constituinte derivado. Não existe norma originária da Constituição que a regra da iniciativa está num parágrafo ela não poderia ter
Federal que seja inconstitucional porque o poder constituinte origi- alcance maior que o caput do artigo, logo, o alcance é restrito à
nário é inicial e autônomo. propostas de projetos de lei; a segunda, majoritária, com a qual se
concorda, prevê que sim, afinal, o parágrafo único do artigo 1º da
Observação 1: Ainda é possível falar no poder constituinte de- CF diz que todo poder emana do povo (inclusive o constituinte)
corrente, que consiste no poder dos Estados-membros elaborarem e o artigo 14 da CF ao trazer a iniciativa popular não estabelece
sua própria Constituição por suas Assembleias Legislativas (artigo qualquer limitação.
25, CF). Para parte da doutrina, há poder constituinte decorrente
também quanto aos municípios, que a partir da Constituição de 1988 Objetivas – Quanto à votação e à promulgação
adquiriram poder para elaborar suas próprias leis orgânicas (artigo Toda proposta de emenda constitucional, antes de ser votada
29, CF), o que antes era feito no âmbito estadual. A lei orgânica do no plenário, passa primeiro pela Comissão de Constituição e Justi-
Distrito Federal é a única que, sem dúvidas, tem caráter de Consti- ça e, depois, por comissões específicas do tema.
tuição, pois aceita o controle de constitucionalidade em face dela.

Didatismo e Conhecimento 14
LEGISLAÇÃO APLICADA
No plenário, é necessário obter aprovação de 3/5 dos membros Estado federal
(308 votos na Câmara dos Deputados e 49 votos no Senado Fede- O modelo federativo de Estado é inalterável. Ou seja, é preciso
ral), em votação em dois turnos (vota na casa numa semana e repete respeitar a autonomia de cada uma das unidades federativas, quais
a votação na semana seguinte), nas duas Casas (primeiro vota em sejam, segundo a Constituição Federal, União, Estados-membros,
2 turnos na que faz a deliberação principal e depois em 2 turnos na Distrito Federal e Municípios (considerado federalismo atípico
que faz a deliberação revisional) (artigo 60, §2º). pela inclusão dos Municípios no pacto federativo).
Depois, “a emenda à Constituição será promulgada pelas Me-
sas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respec- Voto direto, secreto, universal e periódico
tivo número de ordem” (artigo 60, §3º, CF). Não é o Presidente da O voto deve ser direto, cada um deve dar seu próprio voto, não
República que promulga, logo, não sanciona nem veta, a emenda será um órgão que elegerá o governante; secreto, sigiloso, dado
constitucional porque o poder constituinte é exclusivo do Congres- em cabine indevassável alheia a quaisquer capacidades sensoriais;
so Nacional. universal, neste sentido, sufrágio universal significa que a capaci-
2) Limitações circunstanciais dade eleitoral ativa, de votar, é acessível a todos os nacionais; pe-
Nos termos do artigo 60, §1º, CF, “a Constituição não pode-
riódico, impedindo que um mandato governamental seja vitalício
rá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de
(todos os agentes políticos são investidos por 4 anos, à exceção
defesa ou de estado de sítio”. Presentes estas circunstâncias que
indicam instabilidade no cenário nacional, não é possível emendar dos Senadores, eleitos por 8 anos). Obs.: o voto obrigatório não é
a constituição. cláusula pétrea e pode ser objeto de emenda constitucional.
Nota-se que parte dos direitos políticos (capítulo IV do Título
3) Limitações temporais II) é cláusula pétrea em razão desta disposição.
Limitação temporal é aquela que impede que a decisão sobre
a reforma seja tomada num determinado período de tempo. Não Separação dos Poderes
existe na Constituição Federal de 1988 uma limitação puramente A divisão entre Poder Executivo, Legislativo e Judiciário,
temporal. No entanto, há uma limitação de ordem temporal-ma- cada qual com suas funções típicas e atípicas, idealizada no Ilu-
terial prevista no §5º do artigo 60 da CF: “a matéria constante de minismo, notadamente na obra de Montesquieu, é cláusula pétrea
proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode e não pode ser alterada. Não é necessário que a proposta extinga
ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa”. Logo, um dos Poderes, bastando que atinja de forma relevante em suas
impede-se a deliberação de uma matéria já votada na mesma sessão competências.
legislativa e rejeitada, isto é, no mesmo ano civil. O mesmo vale se
a proposta foi havida por prejudicada, ou seja, se era semelhante Direitos e garantias individuais
a uma proposta feita anteriormente e que foi rejeitada. A rejeição O Título II da Constituição Federal abrange os direitos e ga-
na Comissão de Constituição e Justiça é terminativa e a proposta rantias fundamentais, expressão que abrange os direitos delimita-
é considerada rejeitada, somente podendo ser votada de novo no dos em seus capítulos, direitos e deveres individuais e coletivos
período seguinte. (capítulo I), direitos sociais (capítulo II), e direitos políticos – que
só existem com nacionalidade (capítulos III e IV). Sendo assim,
4) Limitações materiais direitos fundamentais é uma expressão que abrange diversas natu-
Determinadas matérias não podem ser objeto de emenda cons- rezas de direitos, entre eles os direitos individuais. Conclui-se que
titucional, dividindo-se em limitações materiais implícitas, que de- não é o Título II por completo protegido pela cláusula pétrea, mas
correm da lógica do sistema constitucional, e limitações materiais apenas o Capítulo I.
explícitas, conhecidas como cláusulas pétreas, previstas no artigo Se o Capítulo I fala em direitos individuais e coletivos, não
60, §4º, CF.
significa que somente parte deles será protegida. Com mais razão,
Classicamente, são limitações materiais implícitas: a titulari-
se um direito individual é protegido, o coletivo deve ser. Ex.: O
dade do poder constituinte (povo), o exercente do poder de reforma
mandado de segurança individual é cláusula pétrea e, com mais
(Congresso Nacional), o procedimento para aprovação da emenda
constitucional, afinal, estaria alterando a essência do poder consti- sentido, o mandado de segurança coletivo também é.
tuinte e a principal limitação procedimental que é o quórum espe- Então, a cláusula pétrea abrange exclusivamente o capítulo
cial de aprovação. Se incluem nas limitações materiais implícitas a I do Título II, ou seja, todo o artigo 5º da Constituição Federal.
forma de governo (República) e o regime de governo (Presidencia- Atenção: a vedação é da alteração dos dispositivos e da restrição
lismo), eis que a questão foi votada em plebiscito no ano de 1993. de direitos, nada impedindo que a proteção seja ampliada. Logo,
Quanto às limitações materiais expressas na forma de cláusu- emenda constitucional pode criar novo direito individual (aliás, já
las pétreas, prevê o artigo 60, § 4º, CF, “não será objeto de delibera- o fez, a Emenda Constitucional nº 45/2004 incluiu no artigo 5º o
ção a proposta de emenda tendente a abolir: I – a forma federativa inciso LXXVIII e os parágrafos 3º e 4º).
de Estado; II – o voto direto, secreto, universal e periódico; III – a Considerado este raciocínio, seria possível alterar o capítulo
separação dos Poderes; IV – os direitos e garantias individuais”. II, que trata dos direitos sociais, diminuindo estes direitos. Para a
Primeiro, atenta-se à redação do caput: propostas que tenham corrente que se atém a esta posição, é natural conferir maior flexi-
por objeto as cláusulas pétreas não poderão nem ser deliberadas, bilidade aos diretos sociais porque situações sociais mudam, no-
nem ser levadas à votação; e a contrariedade à cláusula pétrea não tadamente no campo do direito trabalhista. Para outra corrente, é
precisa ser expressa e evidente, bastando que a proposta tenha a preciso preservar a proibição do retrocesso, não voltando o cenário
tendência à abolição, atingindo qualquer elemento essencial ao protetivo a um estágio anterior.
conceito da cláusula. Por exemplo, não precisa excluir a separação
dos Poderes, mas atingir seriamente a divisão de competências.

Didatismo e Conhecimento 15
LEGISLAÇÃO APLICADA
Emendas à Constituição d) Limitações ao poder de reforma – o poder de reforma à
As emendas à Constituição se sujeitam aos limites do poder de Constituição se sujeita a diversos limites temporais, materiais e
reforma, já abordadas quando da temática poder constituinte (artigo circunstanciais, já estudados, descritos notadamente nos §§ 1º, 4º e
60, §4º, CF). A possibilidade de emenda à Constituição decorre do 5º do artigo 60 da Constituição.
Poder Constituinte derivado, investido pelo Poder Constituinte ori- Artigo 60, §1º, CF. A Constituição não poderá ser emendada
ginário quando da elaboração do texto constitucional. Sendo assim, na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de es-
a Constituição Federal pode ser modificada mediante o processo tado de sítio.
legislativo adequado.
Se desrespeitado o processo legislativo adequado, haverá in- Artigo 60, §4º, CF. Não será objeto de deliberação a proposta
constitucionalidade. Destaca-se que isso responde à seguinte per- de emenda tendente a abolir:
gunta: é possível norma constitucional inconstitucional? A resposta I - a forma federativa de Estado;
é sim, desde que esta norma constitucional decorra de uma reforma II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
do texto da Constituição. Em hipótese alguma há norma constitu-
III - a separação dos Poderes;
cional inconstitucional na redação originária da Constituição, na
IV - os direitos e garantias individuais.
norma que decorra do Poder Constituinte originário.
Em outras palavras, o procedimento da emenda à Constituição
descrito no artigo 60 deve ser respeitado para que a reforma consti- Artigo 60, §5º, CF. A matéria constante de proposta de emen-
tucional possa produzir efeitos e adquirir plena vigência. da rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de
Basicamente, o processo legislativo da emenda constitucional nova proposta na mesma sessão legislativa.
é muito parecido com o processo legislativo da lei ordinária, dife-
renciando-se nos seguintes aspectos: e) Não aplicação do princípio da primazia da deliberação
a) Iniciativa – como se depreende dos incisos do caput do principal – se um projeto de emenda constitucional for emenda-
artigo 60, a iniciativa para a apresentação de proposta de emen- do na deliberação revisional, irá voltar para a Casa da deliberação
da constitucional é, em regra, coletiva. Somente o Presidente da principal e, se esta não concordar com a emenda, volta novamente
República pode, sozinho, apresentar uma PEC. Um deputado fe- para a Casa da deliberação revisional, até se decidir sobre qual a
deral ou um Senador sozinhos não possuem este poder, precisam redação que irá prevalecer. Instaura-se um vai e volta sem fim.
da anuência de pelo menos um terço da Casa. Nem ao menos uma
Assembleia Legislativa pode apresentar a proposta sozinha, precisa ) Fundamentos da República
que a maioria dos membros presentes em sessão de votação con- O título I da Constituição Federal trata dos princípios funda-
cordem e também necessita estar acompanhada de mais da metade mentais do Estado brasileiro e começa, em seu artigo 1º, traba-
das Assembleias Legislativas do país (14, no mínimo). A doutrina lhando com os fundamentos da República Federativa brasileira, ou
entende majoritariamente que cabe a iniciativa popular, mas não se seja, com as bases estruturantes do Estado nacional.
trata de previsão expressa do artigo 60 da Constituição. Nota-se que Neste sentido, disciplina:
o poder de iniciativa legislativa é bastante diverso do fixado para
os projetos de leis. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, cons-
Artigo 60, caput, CF. A Constituição poderá ser emendada titui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamen-
mediante proposta: tos:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos De- I - a soberania;
putados ou do Senado Federal; II - a cidadania;
II - do Presidente da República;
III - a dignidade da pessoa humana;
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das uni-
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
dades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maio-
ria relativa de seus membros. V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce
b) Quórum para aprovação – nos termos do §2º do artigo 60 por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos des-
da Constituição, “a proposta será discutida e votada em cada Casa ta Constituição.
do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada
se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos mem- Vale estudar o significado e a abrangência de cada qual destes
bros”. Com efeito, para a emenda à Constituição exige-se quórum fundamentos.
especial para a aprovação – 3/5 do total dos membros de cada Casa
– além da votação em dois turnos – cada Casa vota duas vezes. 1.1) Soberania
Soberania significa o poder supremo que cada nação possui de
c) Promulgação – segundo o §3º do artigo 60 da Constituição, se autogovernar e se autodeterminar. Este conceito surgiu no Es-
“a emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara tado Moderno, com a ascensão do absolutismo, colocando o reina
dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de posição de soberano. Sendo assim, poderia governar como bem
ordem”. Comoas emendas constitucionais decorrem de um poder entendesse, pois seu poder era exclusivo, inabalável, ilimitado,
exclusivo conferido ao Congresso Nacional, o Poder Constituinte, atemporal e divino, ou seja, absoluto.
não serão enviadas ao Presidente da República para sanção, pro-
mulgação e publicação. Sendo assim, são promulgadas e remetidas
para publicação pelas Mesas das Casas.

Didatismo e Conhecimento 16
LEGISLAÇÃO APLICADA
Neste sentido, Thomas Hobbes6, na obra Leviatã, defende que como Tebas, Esparta e Atenas. Inicialmente eram monarquias,
quando os homens abrem mão do estado natural, deixa de predo- transformaram-se em oligarquias e, por volta dos séculos V e VI
minar a lei do mais forte, mas para a consolidação deste tipo de a.C., tornaram-se democracias. Com efeito, as origens da chamada
sociedade é necessária a presença de uma autoridade à qual todos democracia se encontram na Grécia antiga, sendo permitida a par-
os membros devem render o suficiente da sua liberdade natural, ticipação direta daqueles poucos que eram considerados cidadãos,
permitindo que esta autoridade possa assegurar a paz interna e a por meio da discussão na polis.
defesa comum. Este soberano, que à época da escrita da obra de Democracia (do grego, demo+kratos) é um regime político
Hobbes se consolidava no monarca, deveria ser o Leviatã, uma em que o poder de tomar decisões políticas está com os cidadãos,
autoridade inquestionável. de forma direta (quando um cidadão se reúne com os demais e,
No mesmo direcionamento se encontra a obra de Maquiavel7, juntos, eles tomam a decisão política) ou indireta (quando ao cida-
que rejeitou a concepção de um soberano que deveria ser justo e dão é dado o poder de eleger um representante).
ético para com o seu povo, desde que sempre tivesse em vista a Portanto, o conceito de democracia está diretamente ligado ao
finalidade primordial de manter o Estado íntegro: “na conduta dos de cidadania, notadamente porque apenas quem possui cidadania
homens, especialmente dos príncipes, contra a qual não há recur- está apto a participar das decisões políticas a serem tomadas pelo
so, os fins justificam os meios. Portanto, se um príncipe pretende Estado.
conquistar e manter o poder, os meios que empregue serão sempre Cidadão é o nacional, isto é, aquele que possui o vínculo
tidos como honrosos, e elogiados por todos, pois o vulgo atenta político-jurídico da nacionalidade com o Estado, que goza de
sempre para as aparências e os resultados”. direitos políticos, ou seja, que pode votar e ser votado (sufrágio
A concepção de soberania inerente ao monarca se quebrou universal).
numa fase posterior, notadamente com a ascensão do ideário ilu- Destacam-se os seguintes conceitos correlatos:
minista. Com efeito, passou-se a enxergar a soberania como um a) Nacionalidade: é o vínculo jurídico-político que liga um
poder que repousa no povo. Logo, a autoridade absoluta da qual indivíduo a determinado Estado, fazendo com que ele passe a
emana o poder é o povo e a legitimidade do exercício do poder no integrar o povo daquele Estado, desfrutando assim de direitos e
Estado emana deste povo. obrigações.
Com efeito, no Estado Democrático se garante a soberania b) Povo: conjunto de pessoas que compõem o Estado, unidas
popular, que pode ser conceituada como “a qualidade máxima do pelo vínculo da nacionalidade.
poder extraída da soma dos atributos de cada membro da socie- c) População: conjunto de pessoas residentes no Estado, na-
dade estatal, encarregado de escolher os seus representantes no cionais ou não.
governo por meio do sufrágio universal e do voto direto, secreto Depreende-se que a cidadania é um atributo conferido aos na-
e igualitário”8. cionais titulares de direitos políticos, permitindo a consolidação do
Neste sentido, liga-se diretamente ao parágrafo único do ar- sistema democrático.
tigo 1º, CF, que prevê que “todo o poder emana do povo, que o
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos ter- 1.3) Dignidade da pessoa humana
mos desta Constituição”. O povo é soberano em suas decisões e as A dignidade da pessoa humana é o valor-base de interpretação
autoridades eleitas que decidem em nome dele, representando-o, de qualquer sistema jurídico, internacional ou nacional, que possa
devem estar devidamente legitimadas para tanto, o que acontece se considerar compatível com os valores éticos, notadamente da
pelo exercício do sufrágio universal. moral, da justiça e da democracia. Pensar em dignidade da pessoa
Por seu turno, a soberania nacional é princípio geral da ativi- humana significa, acima de tudo, colocar a pessoa humana como
dade econômica (artigo 170, I, CF), restando demonstrado que não centro e norte para qualquer processo de interpretação jurídico,
somente é guia da atuação política do Estado, mas também de sua seja na elaboração da norma, seja na sua aplicação.
atuação econômica. Neste sentido, deve-se preservar e incentivar Sem pretender estabelecer uma definição fechada ou plena, é
a indústria e a economia nacionais. possível conceituar dignidade da pessoa humana como o principal
valor do ordenamento ético e, por consequência, jurídico que pre-
1.2) Cidadania tende colocar a pessoa humana como um sujeito pleno de direitos
Quando se afirma no caput do artigo 1º que a República Fe- e obrigações na ordem internacional e nacional, cujo desrespeito
derativa do Brasil é um Estado Democrático de Direito, remete-se acarreta a própria exclusão de sua personalidade.
à ideia de que o Brasil adota a democracia como regime político. Aponta Barroso9: “o princípio da dignidade da pessoa humana
Historicamente, nota-se que por volta de 800 a.C. as comu- identifica um espaço de integridade moral a ser assegurado a todas
nidades de aldeias começaram a ceder lugar para unidades po- as pessoas por sua só existência no mundo. É um respeito à cria-
líticas maiores, surgindo as chamadas cidades-estado ou polis, ção, independente da crença que se professe quanto à sua origem.
A dignidade relaciona-se tanto com a liberdade e valores do espíri-
6 MALMESBURY, Thomas Hobbes de. Leviatã. Tradu- to como com as condições materiais de subsistência”.
ção de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. [s.c]: [s.n.], 1861. O Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, do Tri-
bunal Superior do Trabalho, trouxe interessante conceito numa das
7 MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Tradução Pietro decisões que relatou: “a dignidade consiste na percepção intrín-
Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2007, p. 111.
seca de cada ser humano a respeito dos direitos e obrigações, de
8 BULOS, Uadi Lammêngo. Constituição federal ano- 9 BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação
tada. São Paulo: Saraiva, 2000. da Constituição. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 382.

Didatismo e Conhecimento 17
LEGISLAÇÃO APLICADA
modo a assegurar, sob o foco de condições existenciais mínimas, sua estrutura ao atendimento crescente das necessidades de todos
a participação saudável e ativa nos destinos escolhidos, sem que os que nele vivem. Sem crescimento econômico, nem ao menos é
isso importe destilação dos valores soberanos da democracia e das possível garantir os direitos econômicos, sociais e culturais afirma-
liberdades individuais. O processo de valorização do indivíduo dos na Constituição Federal como direitos fundamentais.
articula a promoção de escolhas, posturas e sonhos, sem olvidar No entanto, a exploração da livre iniciativa deve se dar de ma-
que o espectro de abrangência das liberdades individuais encon- neira racional, tendo em vista os direitos inerentes aos trabalhado-
tra limitação em outros direitos fundamentais, tais como a honra, res, no que se consolida a expressão “valores sociais do trabalho”.
a vida privada, a intimidade, a imagem. Sobreleva registrar que A pessoa que trabalha para aquele que explora a livre iniciativa
essas garantias, associadas ao princípio da dignidade da pessoa hu- deve ter a sua dignidade respeitada em todas as suas dimensões,
mana, subsistem como conquista da humanidade, razão pela qual não somente no que tange aos direitos sociais, mas em relação a
auferiram proteção especial consistente em indenização por dano todos os direitos fundamentais afirmados pelo constituinte.
moral decorrente de sua violação”10. A questão resta melhor delimitada no título VI do texto consti-
Para Reale11, a evolução histórica demonstra o domínio de um tucional, que aborda a ordem econômica e financeira: “Art. 170. A
valor sobre o outro, ou seja, a existência de uma ordem gradativa ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano
entre os valores; mas existem os valores fundamentais e os secun- e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência dig-
dários, sendo que o valor fonte é o da pessoa humana. Nesse sen- na, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes
tido, são os dizeres de Reale12: “partimos dessa ideia, a nosso ver princípios [...]”. Nota-se no caput a repetição do fundamento repu-
básica, de que a pessoa humana é o valor-fonte de todos os valores. blicano dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
O homem, como ser natural biopsíquico, é apenas um indivíduo Por sua vez, são princípios instrumentais para a efetivação
entre outros indivíduos, um ente animal entre os demais da mes- deste fundamento, conforme previsão do artigo 1º e do artigo 170,
ma espécie. O homem, considerado na sua objetividade espiritual, ambos da Constituição, o princípio da livre concorrência (artigo
enquanto ser que só realiza no sentido de seu dever ser, é o que 170, IV, CF), o princípio da busca do pleno emprego (artigo 170,
chamamos de pessoa. Só o homem possui a dignidade originária VIII, CF) e o princípio do tratamento favorecido para as empresas
de ser enquanto deve ser, pondo-se essencialmente como razão de- de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham
terminante do processo histórico”. sua sede e administração no País (artigo 170, IX, CF). Ainda, asse-
Quando a Constituição Federal assegura a dignidade da pes- gurando a livre iniciativa no exercício de atividades econômicas, o
soa humana como um dos fundamentos da República, faz emergir parágrafo único do artigo 170 prevê: “é assegurado a todos o livre
uma nova concepção de proteção de cada membro do seu povo. exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de
Tal ideologia de forte fulcro humanista guia a afirmação de to- autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei”.
dos os direitos fundamentais e confere a eles posição hierárquica
superior às normas organizacionais do Estado, de modo que é o 1.5) Pluralismo político
Estado que está para o povo, devendo garantir a dignidade de seus A expressão pluralismo remete ao reconhecimento da multi-
membros, e não o inverso. plicidade de ideologias culturais, religiosas, econômicas e sociais
no âmbito de uma nação. Quando se fala em pluralismo político,
1.4) Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa afirma-se que mais do que incorporar esta multiplicidade de ideo-
Quando o constituinte coloca os valores sociais do trabalho em logias cabe ao Estado nacional fornecer espaço para a manifesta-
paridade com a livre iniciativa fica clara a percepção de necessário ção política delas.
equilíbrio entre estas duas concepções. De um lado, é necessário Sendo assim, pluralismo político significa não só respeitar a
garantir direitos aos trabalhadores, notadamente consolidados nos multiplicidade de opiniões e ideias, mas acima de tudo garantir
direitos sociais enumerados no artigo 7º da Constituição; por outro a existência dela, permitindo que os vários grupos que compõem
lado, estes direitos não devem ser óbice ao exercício da livre ini- os mais diversos setores sociais possam se fazer ouvir mediante a
ciativa, mas sim vetores que reforcem o exercício desta liberdade liberdade de expressão, manifestação e opinião, bem como possam
dentro dos limites da justiça social, evitando o predomínio do mais exigir do Estado substrato para se fazerem subsistir na sociedade.
forte sobre o mais fraco. Pluralismo político vai além do pluripartidarismo ou multi-
Por livre iniciativa entenda-se a liberdade de iniciar a explo- partidarismo, que é apenas uma de suas consequências e garante
ração de atividades econômicas no território brasileiro, coibindo- que mesmo os partidos menores e com poucos representantes se-
-se práticas de truste (ex.: monopólio). O constituinte não tem a jam ouvidos na tomada de decisões políticas, porque abrange uma
intenção de impedir a livre iniciativa, até mesmo porque o Estado verdadeira concepção de multiculturalidade no âmbito interno.
nacional necessita dela para crescer economicamente e adequar
2) Separação dos Poderes
10 BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Recurso de São três os Poderes do Estado, independentes e harmônicos
Revista n. 259300-59.2007.5.02.0202. Relator: Alberto Luiz Bresciani de Fon- entre si: Executivo, Legislativo e Judiciário. A separação de Pode-
tan Pereira. Brasília, 05 de setembro de 2012j1. Disponível em: www.tst.gov. res é inerente ao modelo do Estado Democrático de Direito, impe-
br. Acesso em: 17 nov. 2012.
dindo a monopolização do poder e, por conseguinte, a tirania e a
opressão. Resta garantida no artigo 2º da Constituição Federal com
11 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19. ed. São Pau-
lo: Saraiva, 2002, p. 228.
o seguinte teor:

12 Ibid., p. 220. Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos


entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Didatismo e Conhecimento 18
LEGISLAÇÃO APLICADA
Se, por um lado, o Estado é uno, até mesmo por se legitimar b) Funções típicas do Poder Legislativo: legislar – alterando
na soberania popular; por outro lado, é necessária a divisão de fun- e criando a ordem jurídica vigente – e fiscalizar o Executivo – fis-
ções das atividades estatais de maneira equilibrada, o que se faz calizando a contabilidade, o orçamento, as finanças e o patrimônio
pela divisão de Poderes. do Executivo;
O constituinte afirma que estes poderes são independentes e c) Função típica do Poder Judiciário: julgar – solucionar
harmônicos entre si. Independência significa que cada qual possui litígios e fazer valer a lei no caso concreto e, eventualmente, em
poder para se autogerir, notadamente pela capacidade de organi- casos abstratos, como no controle de constitucionalidade.
zação estrutural (criação de cargos e subdivisões) e orçamentária Funções atípicas são aquelas que tradicionalmente pertence-
(divisão de seus recursos conforme legislação por eles mesmos riam a outro Poder, mas por ser tal função inerente à sua natureza
elaborada). Harmonia significa que cada Poder deve respeitar os será por ele mesmo desempenhada.
limites de competência do outro e não se imiscuir indevidamente a) Funções atípicas do Poder Executivo: legislar – notada-
em suas atividades típicas. mente quando o Presidente da República adota uma medida pro-
A noção de separação de Poderes começou a tomar forma com visória (art. 62, CF) – e julgar –no que tange a defesas e recursos
o ideário iluminista. Neste viés, o Iluminismo lançou base para os administrativos;
dois principais eventos que ocorreram no início da Idade Contem- b) Funções atípicas do Poder Legislativo: auto-organizar-se
porânea, quais sejam as Revoluções Francesa e Industrial. Entre os (função executiva) – dispondo sobre organização, provimento de
pensadores que lançaram as ideias que vieram a ser utilizadas no cargos, concessão de férias e licenças a seus servidores, etc. – e
ideário das Revoluções Francesa e Americana se destacam Locke, julgar – a exemplo do julgamento do Presidente da República por
Montesquieu e Rousseau, sendo que Montesquieu foi o que mais crime de responsabilidade pelo Senado Federal (art. 52, I, CF);
trabalhou com a concepção de separação dos Poderes. c) Funções atípicas do Poder Judiciário: auto-organizar-se
Montesquieu (1689 –  1755) avançou nos estudos de Locke, (função executiva) – dispondo sobre organização, estrutura, con-
que também entendia necessária a separação dos Poderes, e na cessão de férias e licenças a seus servidores, etc. – e legislar – ela-
obra O Espírito das Leis estabeleceu em definitivo a clássica di- borando o regimento interno de seus Tribunais, por exemplo (art.
visão de poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. O pensador 96, CF).
viveu na França, numa época em que o absolutismo estava cada
3) Objetivos fundamentais
vez mais forte.
O constituinte trabalha no artigo 3º da Constituição Federal
O objeto central da principal obra de Montesquieu13 não é a
com os objetivos da República Federativa do Brasil, nos seguintes
lei regida nas relações entre os homens, mas as leis e instituições
termos:
criadas pelos homens para reger as relações entre os homens. Se-
gundo Montesquieu14, as leis criam costumes que regem o com-
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fe-
portamento humano, sendo influenciadas por diversos fatores, não
derativa do Brasil:
apenas pela razão.
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
Quanto à fonte do poder, diferencia-se, segundo Montes- II - garantir o desenvolvimento nacional; 
quieu15, do modo como se dará o seu exercício, uma vez que o III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi-
poder emana do povo, apto a escolher mas inapto a governar, sen- gualdades sociais e regionais;
do necessário que seu interesse seja representado conforme sua IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
vontade. raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Montesquieu16 estabeleceu como condição do Estado de Di-
reito a separação dos Poderes em Legislativo, Judiciário e Exe- 3.1) Construir uma sociedade livre, justa e solidária
cutivo – que devem se equilibrar –, servindo o primeiro para a O inciso I do artigo 3º merece destaque ao trazer a expres-
elaboração, a correção e a ab-rogação de leis, o segundo para a são “livre, justa e solidária”, que corresponde à tríade liberdade,
promoção da paz e da guerra e a garantia de segurança, e o terceiro igualdade e fraternidade. Esta tríade consolida as três dimensões
para julgar (mesmo os próprios Poderes). Neste sentido, sua teoria de direitos humanos: a primeira dimensão, voltada à pessoa como
fica conhecida como teoria dos pesos e contrapesos. indivíduo, refere-se aos direitos civis e políticos; a segunda dimen-
Cada Poder possui funções típicas e atípicas. Por função são, focada na promoção da igualdade material, remete aos direitos
típica entenda-se aquela para a qual o Poder foi criado. econômicos, sociais e culturais; e a terceira dimensão se concentra
a) Função típica do Poder Executivo: administrar – gerir a numa perspectiva difusa e coletiva dos direitos fundamentais.
coisa pública e aplicar a lei; Sendo assim, a República brasileira pretende garantir a pre-
servação de direitos fundamentais inatos à pessoa humana em
todas as suas dimensões, indissociáveis e interconectadas. Daí o
13 MONTESQUIEU, Charles de Secondat. O Espírito texto constitucional guardar espaço de destaque para cada uma
das Leis. Tradução Fernando Henrique Cardoso e Leôncio Martins Rodri-
destas perspectivas.
gues. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 25.

14 Ibid., p. 26.
3.2) Garantir o desenvolvimento nacional
Para que o governo possa prover todas as condições necessá-
15 Ibid., p. 32.
rias à implementação de todos os direitos fundamentais da pessoa
humana mostra-se essencial que o país se desenvolva, cresça eco-
16 Ibid., p. 148-149. nomicamente, de modo que cada indivíduo passe a ter condições
de perseguir suas metas.

Didatismo e Conhecimento 19
LEGISLAÇÃO APLICADA
3.3) Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as De maneira geral, percebe-se na Constituição Federal a com-
desigualdades sociais e regionais preensão de que a soberania do Estado nacional brasileiro não per-
Garantir o desenvolvimento econômico não basta para a cons- mite a sobreposição em relação à soberania dos demais Estados,
trução de uma sociedade justa e solidária. É necessário ir além e bem como de que é necessário respeitar determinadas práticas ine-
nunca perder de vista a perspectiva da igualdade material. Logo, rentes ao direito internacional dos direitos humanos.
a injeção econômica deve permitir o investimento nos setores me-
nos favorecidos, diminuindo as desigualdades sociais e regionais e 4.1) Independência nacional
paulatinamente erradicando a pobreza. A formação de uma comunidade internacional não significa a
O impacto econômico deste objetivo fundamental é tão rele- eliminação da soberania dos países, mas apenas uma relativização,
vante que o artigo 170 da Constituição prevê em seu inciso VII a limitando as atitudes por ele tomadas em prol da preservação do
“redução das desigualdades regionais e sociais” como um princí- bem comum e da paz mundial. Na verdade, o próprio compromis-
pio que deve reger a atividade econômica. A menção deste princí- so de respeito aos direitos humanos traduz a limitação das ações
pio implica em afirmar que as políticas públicas econômico-finan- estatais, que sempre devem se guiar por eles. Logo, o Brasil é um
ceiras deverão se guiar pela busca da redução das desigualdades, país independente, que não responde a nenhum outro, mas que
fornecendo incentivos específicos para a exploração da atividade como qualquer outro possui um dever para com a humanidade e os
econômica em zonas economicamente marginalizadas. direitos inatos a cada um de seus membros.
3.4) Promover o bem de todos, sem preconceitos de ori- 4.2) Prevalência dos direitos humanos
gem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de dis- O Estado existe para o homem e não o inverso. Portanto, toda
criminação normativa existe para a sua proteção como pessoa humana e o Es-
Ainda no ideário de justiça social, coloca-se o princípio da tado tem o dever de servir a este fim de preservação. A única forma
igualdade como objetivo a ser alcançado pela República brasileira. de fazer isso é adotando a pessoa humana como valor-fonte de
Sendo assim, a república deve promover o princípio da igualdade todo o ordenamento, o que somente é possível com a compreensão
e consolidar o bem comum. Em verdade, a promoção do bem co- de que os direitos humanos possuem uma posição prioritária no
mum pressupõe a prevalência do princípio da igualdade. ordenamento jurídico-constitucional.
Sobre o bem de todos, isto é, o bem comum, o filósofo Jacques Conceituar direitos humanos é uma tarefa complicada, mas,
Maritain17 ressaltou que o fim da sociedade é o seu bem comum,
em síntese, pode-se afirmar que direitos humanos são aqueles ine-
mas esse bem comum é o das pessoas humanas, que compõem a
rentes ao homem enquanto condição para sua dignidade que usual-
sociedade. Com base neste ideário, apontou as características es-
mente são descritos em documentos internacionais para que sejam
senciais do bem comum: redistribuição, pela qual o bem comum
mais seguramente garantidos. A conquista de direitos da pessoa
deve ser redistribuído às pessoas e colaborar para o desenvolvi-
humana é, na verdade, uma busca da dignidade da pessoa humana.
mento delas; respeito à autoridade na sociedade, pois a autoridade
é necessária para conduzir a comunidade de pessoas humanas para
o bem comum; moralidade, que constitui a retidão de vida, sendo 4.3) Autodeterminação dos povos
a justiça e a retidão moral elementos essenciais do bem comum. A premissa dos direitos políticos é a autodeterminação dos
povos. Neste sentido, embora cada Estado tenha obrigações de di-
4) Princípios de relações internacionais (artigo 4º) reito internacional que deve respeitar para a adequada consecução
O último artigo do título I trabalha com os princípios que re- dos fins da comunidade internacional, também tem o direito de se
gem as relações internacionais da República brasileira: autodeterminar, sendo que tal autodeterminação é feita pelo seu
povo.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas re- Se autodeterminar significa garantir a liberdade do povo na
lações internacionais pelos seguintes princípios:  tomada das decisões políticas, logo, o direito à autodeterminação
I - independência nacional; pressupõe a exclusão do colonialismo. Não se aceita a ideia de que
II - prevalência dos direitos humanos; um Estado domine o outro, tirando a sua autodeterminação.
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção; 4.4) Não-intervenção
V - igualdade entre os Estados; Por não-intervenção entenda-se que o Estado brasileiro irá
VI - defesa da paz; respeitar a soberania dos demais Estados nacionais. Sendo assim,
VII - solução pacífica dos conflitos; adotará práticas diplomáticas e respeitará as decisões políticas to-
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; madas no âmbito de cada Estado, eis que são paritários na ordem
IX - cooperação entre os povos para o progresso da huma- internacional.
nidade;
X - concessão de asilo político. 4.5) Igualdade entre os Estados
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará Por este princípio se reconhece uma posição de paridade, ou
a integração econômica, política, social e cultural dos povos da seja, de igualdade hierárquica, na ordem internacional entre todos
América Latina, visando à formação de uma comunidade latino- os Estados. Em razão disso, cada Estado possuirá direito de voz e
-americana de nações. voto na tomada de decisões políticas na ordem internacional em
17 MARITAIN, Jacques. Os direitos do homem e a lei cada organização da qual faça parte e deverá ter sua opinião res-
natural. 3. ed. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1967, p. 20-22. peitada.

Didatismo e Conhecimento 20
LEGISLAÇÃO APLICADA
4.6) Defesa da paz 4.9) Cooperação entre os povos para o progresso da hu-
O direito à paz vai muito além do direito de viver num mundo manidade
sem guerras, atingindo o direito de ter paz social, de ver seus direi- A cooperação internacional deve ser especialmente econômi-
tos respeitados em sociedade. Os direitos e liberdades garantidos ca e técnica, a fim de conseguir progressivamente a plena efeti-
internacionalmente não podem ser destruídos com fundamento nas vidade dos direitos humanos fundamentais internacionalmente
normas que surgiram para protegê-los, o que seria controverso. Em reconhecidos.
termos de relações internacionais, depreende-se que deve ser sem- Os países devem colaborar uns com os outros, o que é possível
pre priorizada a solução amistosa de conflitos. mediante a integração no âmbito de organizações internacionais
específicas, regionais ou globais.
4.7) Solução pacífica dos conflitos Em relação a este princípio, o artigo 4º se aprofunda em seu
Decorrendo da defesa da paz, este princípio remete à necessi- parágrafo único, destacando a importância da cooperação brasilei-
dade de diplomacia nas relações internacionais. Caso surjam con- ra no âmbito regional: “A República Federativa do Brasil buscará
flitos entre Estados nacionais, estes deverão ser dirimidos de forma a integração econômica, política, social e cultural dos povos da
amistosa. América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
Negociação diplomática, serviços amistosos, bons ofícios, -americana de nações”. Neste sentido, o papel desempenhado no
mediação, sistema de consultas, conciliação e inquérito são os MERCOSUL.
meios diplomáticos de solução de controvérsias internacionais, 4.10) Concessão de asilo político
não havendo hierarquia entre eles. Somente o inquérito é um pro- Direito de asilo é o direito de buscar abrigo em outro país
cedimento preliminar e facultativo à apuração da materialidade quando naquele do qual for nacional estiver sofrendo alguma per-
dos fatos, podendo servir de base para qualquer meio de solução seguição. Tal perseguição não pode ter motivos legítimos, como a
de conflito18. Conceitua Neves19: prática de crimes comuns ou de atos atentatórios aos princípios das
- “Negociação diplomática é a forma de autocomposição em Nações Unidas, o que subverteria a própria finalidade desta prote-
que os Estados oponentes buscam resolver suas divergências de ção. Em suma, o que se pretende com o direito de asilo é evitar a
forma direta, por via diplomática”; consolidação de ameaças a direitos humanos de uma pessoa por
- “Serviços amistosos é um meio de solução pacífica de con- parte daqueles que deveriam protegê-los – isto é, os governantes e
flito, sem aspecto oficial, em que o governo designa um diplomada os entes sociais como um todo –, e não proteger pessoas que justa-
para sua conclusão”; mente cometeram tais violações.
- “Bons ofícios constituem o meio diplomático de solução pa- “Sendo direito humano da pessoa refugiada, é obrigação do
cífica de controvérsia internacional, em que um Estado, uma orga- Estado asilante conceder o asilo. Entretanto, prevalece o entendi-
nização internacional ou até mesmo um chefe de Estado apresenta- mento que o Estado não tem esta obrigação, nem de fundamentar
-se como moderador entre os litigantes”; a recusa. A segunda parte deste artigo permite a interpretação no
- “Mediação define-se como instituto por meio do qual uma sentido de que é o Estado asilante que subjetivamente enquadra o
terceira pessoa estranha à contenda, mas aceita pelos litigantes, de refugiado como asilado político ou criminoso comum”20.
forma voluntária ou em razão de estipulação anterior, toma conhe-
cimento da divergência e dos argumentos sustentados pelas partes, O título II da Constituição Federal é intitulado “Direitos e Ga-
e propõe uma solução pacífica sujeita à aceitação destas”; rantias fundamentais”, gênero que abrange as seguintes espécies
- “Sistema de Consultas constitui-se em meio diplomático de de direitos fundamentais: direitos individuais e coletivos (art. 5º,
solução de litígios em que os Estados ou organizações internacio- CF), direitos sociais (genericamente previstos no art. 6º, CF), di-
nais sujeitam-se, sem qualquer interferência pessoal externa, a en- reitos da nacionalidade (artigos 12 e 13, CF) e direitos políticos
contros periódicos com o objetivo de compor suas divergências”. (artigos 14 a 17, CF).
Em termos comparativos à clássica divisão tridimensional dos
4.8) Repúdio ao terrorismo e ao racismo direitos humanos, os direitos individuais (maior parte do artigo 5º,
Terrorismo é o uso de violência através de ataques localizados CF), os direitos da nacionalidade e os direitos políticos se encai-
a elementos ou instalações de um governo ou da população civil, xam na primeira dimensão (direitos civis e políticos); os direitos
de modo a incutir medo, terror, e assim obter efeitos psicológicos sociais se enquadram na segunda dimensão (direitos econômicos,
que ultrapassem largamente o círculo das vítimas, incluindo, antes, sociais e culturais) e os direitos coletivos na terceira dimensão.
o resto da população do território. Contudo, a enumeração de direitos humanos na Constituição vai
Racismo é a prática de atos discriminatórios baseados em di- além dos direitos que expressamente constam no título II do texto
ferenças étnico-raciais, que podem consistirem violência física ou constitucional.
psicológica direcionada a uma pessoa ou a um grupo de pessoas Os direitos fundamentais possuem as seguintes características
pela simples questão biológica herdada por sua raça ou etnia. principais:
Sendo o Brasil um país que prega o pacifismo e que é assumi- a) Historicidade: os direitos fundamentais possuem antece-
damente pluralista, ambas práticas são consideradas vis e devem dentes históricos relevantes e, através dos tempos, adquirem novas
ser repudiadas pelo Estado nacional. perspectivas. Nesta característica se enquadra a noção de dimen-
sões de direitos.
18 NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional Pú-
blico & Direito Internacional Privado. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009, p. 123. 20 SANTOS FILHO, Oswaldo de Souza. Comentários aos
artigos XIII e XIV. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declara-
19 Ibid., p. 123-126. ção Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 83.

Didatismo e Conhecimento 21
LEGISLAÇÃO APLICADA
b) Universalidade: os direitos fundamentais pertencem a to- Em caso de ineficácia da garantia, implicando em violação de
dos, tanto que apesar da expressão restritiva do caput do artigo 5º direito, cabe a utilização dos remédios constitucionais.
aos brasileiros e estrangeiros residentes no país tem se entendido Atenção para o fato de o constituinte chamar os remédios
pela extensão destes direitos, na perspectiva de prevalência dos constitucionais de garantias, e todas as suas fórmulas de direitos e
direitos humanos. garantias propriamente ditas apenas de direitos.
c) Inalienabilidade: os direitos fundamentais não possuem
conteúdo econômico-patrimonial, logo, são intransferíveis, inego- 1.2) Brasileiros e estrangeiros
ciáveis e indisponíveis, estando fora do comércio, o que evidencia O caput do artigo 5º aparenta restringir a proteção conferida
uma limitação do princípio da autonomia privada. pelo dispositivo a algumas pessoas, notadamente, “aos brasileiros
d) Irrenunciabilidade: direitos fundamentais não podem ser e aos estrangeiros residentes no País”. No entanto, tal restrição é
renunciados pelo seu titular devido à fundamentalidade material apenas aparente e tem sido interpretada no sentido de que os direi-
destes direitos para a dignidade da pessoa humana. tos estarão protegidos com relação a todas as pessoas nos limites
e) Inviolabilidade: direitos fundamentais não podem deixar da soberania do país.
de ser observados por disposições infraconstitucionais ou por atos Em razão disso, por exemplo, um estrangeiro pode ingressar
das autoridades públicas, sob pena de nulidades. com habeas corpus ou mandado de segurança, ou então intentar
f) Indivisibilidade: os direitos fundamentais compõem um ação reivindicatória com relação a imóvel seu localizado no Brasil
único conjunto de direitos porque não podem ser analisados de (ainda que não resida no país).
maneira isolada, separada. Somente alguns direitos não são estendidos a todas as pessoas.
g) Imprescritibilidade: os direitos fundamentais não se A exemplo, o direito de intentar ação popular exige a condição
perdem com o tempo, não prescrevem, uma vez que são sempre de cidadão, que só é possuída por nacionais titulares de direitos
exercíveis e exercidos, não deixando de existir pela falta de uso políticos.
(prescrição).
h) Relatividade: os direitos fundamentais não podem ser uti- 1.3) Relação direitos-deveres
lizados como um escudo para práticas ilícitas ou como argumento O capítulo em estudo é denominado “direitos e garantias de-
para afastamento ou diminuição da responsabilidade por atos ilí- veres e coletivos”, remetendo à necessária relação direitos-deveres
citos, assim estes direitos não são ilimitados e encontram seus li-
entre os titulares dos direitos fundamentais. Acima de tudo, o que
mites nos demais direitos igualmente consagrados como humanos.
se deve ter em vista é a premissa reconhecida nos direitos funda-
mentais de que não há direito que seja absoluto, correspondendo-
1) Direitos e deveres individuais e coletivos.
-se para cada direito um dever. Logo, o exercício de direitos fun-
O capítulo I do título II é intitulado “direitos e deveres indivi-
damentais é limitado pelo igual direito de mesmo exercício por
duais e coletivos”. Da própria nomenclatura do capítulo já se extrai
parte de outrem, não sendo nunca absolutos, mas sempre relativos.
que a proteção vai além dos direitos do indivíduo e também abran-
Explica Canotilho22 quanto aos direitos fundamentais: “a ideia
ge direitos da coletividade. A maior parte dos direitos enumerados
no artigo 5º do texto constitucional é de direitos individuais, mas de deveres fundamentais é suscetível de ser entendida como o ‘ou-
são incluídos alguns direitos coletivos e mesmo remédios consti- tro lado’ dos direitos fundamentais. Como ao titular de um direito
tucionais próprios para a tutela destes direitos coletivos (ex.: man- fundamental corresponde um dever por parte de um outro titu-
dado de segurança coletivo). lar, poder-se-ia dizer que o particular está vinculado aos direitos
fundamentais como destinatário de um dever fundamental. Neste
1.1) Direitos e garantias sentido, um direito fundamental, enquanto protegido, pressuporia
Não obstante, o capítulo vai além da proteção dos direitos um dever correspondente”. Com efeito, a um direito fundamental
e estabelece garantias em prol da preservação destes, bem como conferido à pessoa corresponde o dever de respeito ao arcabouço
remédios constitucionais a serem utilizados caso estes direitos e de direitos conferidos às outras pessoas.
garantias não sejam preservados. Neste sentido, dividem-se em
direitos e garantias as previsões do artigo 5º: os direitos são as 1.4) Direitos e garantias em espécie
disposições declaratórias e as garantias são as disposições asse- Preconiza o artigo 5º da Constituição Federal em seu caput:
curatórias.
O legislador muitas vezes reúne no mesmo dispositivo o direi- Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem dis-
to e a garantia, como no caso do artigo 5º, IX: tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida,
Artigo 5º, IX, CF. É livre a expressão da atividade intelectual, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
artística, científica e de comunicação, independentemente de cen- seguintes [...].
sura ou licença.
O caput do artigo 5º, que pode ser considerado um dos prin-
O direito é o de liberdade de expressão e a garantia é a veda- cipais (senão o principal) artigos da Constituição Federal, consa-
ção de censura ou exigência de licença. Em outros casos, o legisla- gra o princípio da igualdade e delimita as cinco esferas de direitos
dor traz o direito num dispositivo e a garantia em outro: a liberdade
conferência.
de locomoção, direito, é colocada no artigo 5º, XV, ao passo que o
dever de relaxamento da prisão ilegal de ofício pelo juiz, garantia, 22 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitu-
se encontra no artigo 5º, LXV21. cional e teoria da constituição. 2. ed. Coimbra: Almedina, 1998, p. 479.
21 FARIA, Cássio Juvenal. Notas pessoais tomadas em tele-

Didatismo e Conhecimento 22
LEGISLAÇÃO APLICADA
individuais e coletivos que merecem proteção, isto é, vida, liber- Quem é contra as ações afirmativas argumenta que, em uma
dade, igualdade, segurança e propriedade. Os incisos deste artigos sociedade pluralista, a condição de membro de um grupo especí-
delimitam vários direitos e garantias que se enquadram em alguma fico não pode ser usada como critério de inclusão ou exclusão de
destas esferas de proteção, podendo se falar em duas esferas espe- benefícios. Ademais, afirma-se que elas desprivilegiam o critério
cíficas que ganham também destaque no texto constitucional, quais republicano do mérito (segundo o qual o indivíduo deve alcançar
sejam, direitos de acesso à justiça e direitos constitucionais-penais. determinado cargo público pela sua capacidade e esforço, e não
por pertencer a determinada categoria); fomentariam o racismo e
- Direito à igualdade o ódio; bem como ferem o princípio da isonomia por causar uma
Abrangência discriminação reversa.
Observa-se, pelo teor do caput do artigo 5º, CF, que o consti- Por outro lado, quem é favorável às ações afirmativas defende
tuinte afirmou por duas vezes o princípio da igualdade: que elas representam o ideal de justiça compensatória (o objeti-
vo é compensar injustiças passadas, dívidas históricas, como uma
Artigo 5º, caput, CF. Todos são iguais perante a lei, sem dis- compensação aos negros por tê-los feito escravos, p. ex.); repre-
tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
sentam o ideal de justiça distributiva (a preocupação, aqui, é com
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida,
o presente. Busca-se uma concretização do princípio da igualdade
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
material); bem como promovem a diversidade.
seguintes [...].
Neste sentido, as discriminações legais asseguram a verdadei-
Não obstante, reforça este princípio em seu primeiro inciso: ra igualdade, por exemplo, com as ações afirmativas, a proteção
especial ao trabalho da mulher e do menor, as garantias aos porta-
Artigo 5º, I, CF. Homens e mulheres são iguais em direitos e dores de deficiência, entre outras medidas que atribuam a pessoas
obrigações, nos termos desta Constituição. com diferentes condições, iguais possibilidades, protegendo e res-
peitando suas diferenças23. Tem predominado em doutrina e juris-
Este inciso é especificamente voltado à necessidade de igual- prudência, inclusive no Supremo Tribunal Federal, que as ações
dade de gênero, afirmando que não deve haver nenhuma distinção afirmativas são válidas.
sexo feminino e o masculino, de modo que o homem e a mulher
possuem os mesmos direitos e obrigações. - Direito à vida
Entretanto, o princípio da isonomia abrange muito mais do que Abrangência
a igualdade de gêneros, envolve uma perspectiva mais ampla. O caput do artigo 5º da Constituição assegura a proteção do
O direito à igualdade é um dos direitos norteadores de inter- direito à vida. A vida humana é o centro gravitacional em torno
pretação de qualquer sistema jurídico. O primeiro enfoque que foi do qual orbitam todos os direitos da pessoa humana, possuindo
dado a este direito foi o de direito civil, enquadrando-o na primei- reflexos jurídicos, políticos, econômicos, morais e religiosos. Daí
ra dimensão, no sentido de que a todas as pessoas deveriam ser existir uma dificuldade em conceituar o vocábulo vida. Logo, tudo
garantidos os mesmos direitos e deveres. Trata-se de um aspecto aquilo que uma pessoa possui deixa de ter valor ou sentido se ela
relacionado à igualdade enquanto liberdade, tirando o homem do perde a vida. Sendo assim, a vida é o bem principal de qualquer
arbítrio dos demais por meio da equiparação. Basicamente, estaria pessoa, é o primeiro valor moral inerente a todos os seres huma-
se falando na igualdade perante a lei. nos24.
No entanto, com o passar dos tempos, se percebeu que não bas- No tópico do direito à vida tem-se tanto o direito de nascer/
tava igualar todos os homens em direitos e deveres para torná-los permanecer vivo, o que envolve questões como pena de morte,
iguais, pois nem todos possuem as mesmas condições de exercer eutanásia, pesquisas com células-tronco e aborto; quanto o direito
estes direitos e deveres. Logo, não é suficiente garantir um direi- de viver com dignidade, o que engloba o respeito à integridade
to à igualdade formal, mas é preciso buscar progressivamente a
física, psíquica e moral, incluindo neste aspecto a vedação da tor-
igualdade material. No sentido de igualdade material que aparece
tura, bem como a garantia de recursos que permitam viver a vida
o direito à igualdade num segundo momento, pretendendo-se do
com dignidade.
Estado, tanto no momento de legislar quanto no de aplicar e exe-
cutar a lei, uma postura de promoção de políticas governamentais Embora o direito à vida seja em si pouco delimitado nos in-
voltadas a grupos vulneráveis. cisos que seguem o caput do artigo 5º, trata-se de um dos direitos
Assim, o direito à igualdade possui dois sentidos notáveis: o mais discutidos em termos jurisprudenciais e sociológicos. É no
de igualdade perante a lei, referindo-se à aplicação uniforme da lei direito à vida que se encaixam polêmicas discussões como: aborto
a todas as pessoas que vivem em sociedade; e o de igualdade ma- de anencéfalo, pesquisa com células tronco, pena de morte, euta-
terial, correspondendo à necessidade de discriminações positivas násia, etc.
com relação a grupos vulneráveis da sociedade, em contraponto à
igualdade formal.
23 SANFELICE, Patrícia de Mello. Comentários aos arti-
Ações afirmativas gos I e II. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Uni-
Neste sentido, desponta a temática das ações afirmativas,que versal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 08.
são políticas públicas ou programas privados criados temporaria-
mente e desenvolvidos com a finalidade de reduzir as desigual- 24 BARRETO, Ana Carolina Rossi; IBRAHIM, Fábio
Zambitte. Comentários aos Artigos III e IV. In: BALERA, Wagner (Coord.).
dades decorrentes de discriminações ou de uma hipossuficiência
Comentários à Declaração Universal dos Direitos do Homem. Brasília: For-
econômica ou física, por meio da concessão de algum tipo de van- tium, 2008, p. 15.
tagem compensatória de tais condições.

Didatismo e Conhecimento 23
LEGISLAÇÃO APLICADA
Vedação à tortura O princípio da legalidade se encontra delimitado neste inciso,
De forma expressa no texto constitucional destaca-se a veda- prevendo que nenhuma pessoa será obrigada a fazer ou deixar de
ção da tortura, corolário do direito à vida, conforme previsão no fazer alguma coisa a não ser que a lei assim determine. Assim,
inciso III do artigo 5º: salvo situações previstas em lei, a pessoa tem liberdade para agir
como considerar conveniente.
Artigo 5º, III, CF. Ninguém será submetido a tortura nem a Portanto, o princípio da legalidade possui estrita relação com
tratamento desumano ou degradante. o princípio da liberdade, posto que, a priori, tudo à pessoa é líci-
to. Somente é vedado o que a lei expressamente estabelecer como
A tortura é um dos piores meios de tratamento desumano, ex- proibido. A pessoa pode fazer tudo o que quiser, como regra, ou
pressamente vedada em âmbito internacional, como visto no tópi- seja, agir de qualquer maneira que a lei não proíba.
co anterior. No Brasil, além da disciplina constitucional, a Lei nº
9.455, de 7 de abril de 1997 define os crimes de tortura e dá outras Liberdade de pensamento e de expressão
providências, destacando-se o artigo 1º: O artigo 5º, IV, CF prevê:

Art. 1º Constitui crime de tortura: Artigo 5º, IV, CF. É livre a manifestação do pensamento, sen-
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave do vedado o anonimato.
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da Consolida-se a afirmação simultânea da liberdade de pensa-
vítima ou de terceira pessoa; mento e da liberdade de expressão.
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; Em primeiro plano tem-se a liberdade de pensamento. Afinal,
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; “o ser humano, através dos processos internos de reflexão, formula
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, juízos de valor. Estes exteriorizam nada mais do que a opinião
com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento de seu emitente. Assim, a regra constitucional, ao consagrar a li-
físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida vre manifestação do pensamento, imprime a existência jurídica ao
de caráter preventivo. chamado direito de opinião”25. Em outras palavras, primeiro existe
Pena - reclusão, de dois a oito anos. o direito de ter uma opinião, depois o de expressá-la.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou No mais, surge como corolário do direito à liberdade de pen-
sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por samento e de expressão o direito à escusa por convicção filosófica
intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante ou política:
de medida legal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por mo-
tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção tivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, sal-
de um a quatro anos. vo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclu-
são é de oito a dezesseis anos. Trata-se de instrumento para a consecução do direito assegu-
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: rado na Constituição Federal – não basta permitir que se pense
I - se o crime é cometido por agente público; diferente, é preciso respeitar tal posicionamento.
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador Com efeito, este direito de liberdade de expressão é limita-
de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; do. Um destes limites é o anonimato, que consiste na garantia de
III - se o crime é cometido mediante sequestro. atribuir a cada manifestação uma autoria certa e determinada, per-
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou em- mitindo eventuais responsabilizações por manifestações que con-
prego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo trariem a lei.
da pena aplicada. Tem-se, ainda, a seguinte previsão no artigo 5º, IX, CF:
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça
ou anistia. Artigo 5º, IX, CF. É livre a expressão da atividade intelec-
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipó- tual, artística, científica e de comunicação, independentemente
tese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. de censura ou licença.

- Direito à liberdade Consolida-se outra perspectiva da liberdade de expressão,


O caput do artigo 5º da Constituição assegura a proteção do referente de forma específica a atividades intelectuais, artísticas,
direito à liberdade, delimitada em alguns incisos que o seguem. científicas e de comunicação. Dispensa-se, com relação a estas,
a exigência de licença para a manifestação do pensamento, bem
Liberdade e legalidade como veda-se a censura prévia.
Prevê o artigo 5º, II, CF:
25 ARAÚJO, Luiz Alberto David; NUNES JÚNIOR,
Artigo 5º, II, CF. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de Vidal Serrano. Curso de direito constitucional. 10. ed. São Paulo: Saraiva,
fazer alguma coisa senão em virtude de lei. 2006.

Didatismo e Conhecimento 24
LEGISLAÇÃO APLICADA
A respeito da censura prévia, tem-se não cabe impedir a divul- Sempre que a lei impõe uma obrigação a todos, por exemplo,
gação e o acesso a informações como modo de controle do poder. a todos os homens maiores de 18 anos o alistamento militar, não
A censura somente é cabível quando necessária ao interesse públi- cabe se escusar, a não ser que tenha fundado motivo em crença re-
co numa ordem democrática, por exemplo, censurar a publicação ligiosa ou convicção filosófica/política, caso em que será obrigado
de um conteúdo de exploração sexual infanto-juvenil é adequado. a cumprir uma prestação alternativa, isto é, uma outra atividade
O direito à resposta (artigo 5º, V, CF) e o direito à indenização que não contrarie tais preceitos.
(artigo 5º, X, CF) funcionam como a contrapartida para aquele que Liberdade de informação
teve algum direito seu violado (notadamente inerentes à privacida- O direito de acesso à informação também se liga a uma di-
de ou à personalidade) em decorrência dos excessos no exercício mensão do direito à liberdade. Neste sentido, prevê o artigo 5º,
da liberdade de expressão. XIV, CF:

Liberdade de crença/religiosa Artigo 5º, XIV, CF. É assegurado a todos o acesso à informa-
Dispõe o artigo 5º, VI, CF: ção e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exer-
cício profissional.
Artigo 5º, VI, CF. É inviolável a liberdade de consciência e de
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos Trata-se da liberdade de informação, consistente na liberdade
e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a de procurar e receber informações e ideias por quaisquer meios,
suas liturgias. independente de fronteiras, sem interferência.
A liberdade de informação tem um caráter passivo, ao passo
Cada pessoa tem liberdade para professar a sua fé como bem que a liberdade de expressão tem uma característica ativa, de for-
entender dentro dos limites da lei. Não há uma crença ou religião ma que juntas formam os aspectos ativo e passivo da exterioriza-
que seja proibida, garantindo-se que a profissão desta fé possa se ção da liberdade de pensamento: não basta poder manifestar o seu
realizar em locais próprios. próprio pensamento, é preciso que ele seja ouvido e, para tanto, há
Nota-se que a liberdade de religião engloba 3 tipos distintos, necessidade de se garantir o acesso ao pensamento manifestado
porém intrinsecamente relacionados de liberdades: a liberdade de para a sociedade.
crença; a liberdade de culto; e a liberdade de organização religiosa. Por sua vez, o acesso à informação envolve o direito de to-
Consoante o magistério de José Afonso da Silva26, entra na dos obterem informações claras, precisas e verdadeiras a respeito
liberdade de crença a liberdade de escolha da religião, a liberdade de fatos que sejam de seu interesse, notadamente pelos meios de
de aderir a qualquer seita religiosa, a liberdade (ou o direito) de comunicação imparciais e não monopolizados (artigo 220, CF).
mudar de religião, além da liberdade de não aderir a religião algu- No entanto, nem sempre é possível que a imprensa divulgue com
ma, assim como a liberdade de descrença, a liberdade de ser ateu quem obteve a informação divulgada, sem o que a segurança desta
e de exprimir o agnosticismo, apenas excluída a liberdade de em- poderia ficar prejudicada e a informação inevitavelmente não che-
baraçar o livre exercício de qualquer religião, de qualquer crença. garia ao público.
A liberdade de culto consiste na liberdade de orar e de praticar os Especificadamente quanto à liberdade de informação no âmbi-
atos próprios das manifestações exteriores em casa ou em público, to do Poder Público, merecem destaque algumas previsões.
bem como a de recebimento de contribuições para tanto. Por fim, Primeiramente, prevê o artigo 5º, XXXIII, CF:
a liberdade de organização religiosa refere-se à possibilidade de
estabelecimento e organização de igrejas e suas relações com o Artigo 5º, XXXIII, CF. Todos têm direito a receber dos órgãos
Estado. públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse
Como decorrência do direito à liberdade religiosa, asseguran- coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
do o seu exercício, destaca-se o artigo 5º, VII, CF: responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescin-
dível à segurança da sociedade e do Estado.
Artigo 5º, VII, CF. É assegurada, nos termos da lei, a pres-
tação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de A respeito, a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 regula
internação coletiva. o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, CF,
também conhecida como Lei do Acesso à Informação.
O dispositivo refere-se não só aos estabelecimentos prisionais Não obstante, estabelece o artigo 5º, XXXIV, CF:
civis e militares, mas também a hospitais.
Ainda, surge como corolário do direito à liberdade religiosa o Artigo 5º, XXXIV, CF. São a todos assegurados, independen-
direito à escusa por convicção religiosa: temente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de
Artigo 5º, VIII, CF. Ninguém será privado de direitos por mo- direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
tivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, sal- b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para de-
vo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta fesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.
e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
Quanto ao direito de petição, de maneira prática, cumpre ob-
26 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucio-
servar que o direito de petição deve resultar em uma manifestação
nal positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. do Estado, normalmente dirimindo (resolvendo) uma questão pro-
posta, em um verdadeiro exercício contínuo de delimitação dos

Didatismo e Conhecimento 25
LEGISLAÇÃO APLICADA
direitos e obrigações que regulam a vida social e, desta maneira, Liberdade de trabalho
quando “dificulta a apreciação de um pedido que um cidadão quer O direito à liberdade também é mencionado no artigo 5º, XIII,
apresentar” (muitas vezes, embaraçando-lhe o acesso à Justiça); CF:
“demora para responder aos pedidos formulados” (administrativa
e, principalmente, judicialmente) ou “impõe restrições e/ou con- Artigo 5º, XIII, CF. É livre o exercício de qualquer trabalho,
dições para a formulação de petição”, traz a chamada insegurança ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a
jurídica, que traz desesperança e faz proliferar as desigualdades e lei estabelecer.
as injustiças.
Dentro do espectro do direito de petição se insere, por exem- O livre exercício profissional é garantido, respeitados os limi-
plo, o direito de solicitar esclarecimentos, de solicitar cópias repro- tes legais. Por exemplo, não pode exercer a profissão de advogado
gráficas e certidões, bem como de ofertar denúncias de irregulari- aquele que não se formou em Direito e não foi aprovado no Exame
dades. Contudo, o constituinte, talvez na intenção de deixar clara da Ordem dos Advogados do Brasil; não pode exercer a medicina
a obrigação dos Poderes Públicos em fornecer certidões, trouxe a aquele que não fez faculdade de medicina reconhecida pelo MEC
letra b) do inciso, o que gera confusões conceituais no sentido do e obteve o cadastro no Conselho Regional de Medicina.
direito de obter certidões ser dissociado do direito de petição.
Por fim, relevante destacar a previsão do artigo 5º, LX, CF: Liberdade de reunião
Sobre a liberdade de reunião, prevê o artigo 5º, XVI, CF:
Artigo 5º, LX, CF. A lei só poderá restringir a publicidade dos
atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse Artigo 5º, XVI, CF. Todos podem reunir-se pacificamente,
social o exigirem. sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de
autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
Logo,o processo, em regra, não será sigiloso. Apenas o será convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso
quando a intimidade merecer preservação (ex: processo criminal à autoridade competente.
de estupro ou causas de família em geral) ou quando o interes-
se social exigir (ex: investigações que possam ser comprometidas Pessoas podem ir às ruas para reunirem-se com demais na
pela publicidade). A publicidade é instrumento para a efetivação defesa de uma causa, apenas possuindo o dever de informar tal
da liberdade de informação. reunião. Tal dever remonta-se a questões de segurança coletiva.
Imagine uma grande reunião de pessoas por uma causa, a exem-
plo da Parada Gay, que chega a aglomerar milhões de pessoas em
Liberdade de locomoção
algumas capitais: seria absurdo tolerar tal tipo de reunião sem o
Outra faceta do direito à liberdade encontra-se no artigo 5º,
prévio aviso do poder público para que ele organize o policiamen-
XV, CF:
to e a assistência médica, evitando algazarras e socorrendo pessoas
que tenham algum mal-estar no local. Outro limite é o uso de ar-
Artigo 5º, XV, CF. É livre a locomoção no território nacional
mas, totalmente vedado, assim como de substâncias ilícitas (Ex:
em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei,
embora a Marcha da Maconha tenha sido autorizada pelo Supremo
nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens. Tribunal Federal, vedou-se que nela tal substância ilícita fosse uti-
lizada).
A liberdade de locomoção é um aspecto básico do direito à
liberdade, permitindo à pessoa ir e vir em todo o território do país Liberdade de associação
em tempos de paz (em tempos de guerra é possível limitar tal liber- No que tange à liberdade de reunião, traz o artigo 5º, XVII,
dade em prol da segurança). A liberdade de sair do país não signi- CF:
fica que existe um direito de ingressar em qualquer outro país, pois
caberá à ele, no exercício de sua soberania, controlar tal entrada. Artigo 5º, XVII, CF. É plena a liberdade de associação para
Classicamente, a prisão é a forma de restrição da liberdade. fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.
Neste sentido, uma pessoa somente poderá ser presa nos casos au-
torizados pela própria Constituição Federal. A despeito da norma- A liberdade de associação difere-se da de reunião por sua pe-
tiva específica de natureza penal, reforça-se a impossibilidade de renidade, isto é, enquanto a liberdade de reunião é exercida de
se restringir a liberdade de locomoção pela prisão civil por dívida. forma sazonal, eventual, a liberdade de associação implica na for-
Prevê o artigo 5º, LXVII, CF: mação de um grupo organizado que se mantém por um período de
tempo considerável, dotado de estrutura e organização próprias.
Artigo 5º, LXVII, CF. Não haverá prisão civil por dívida, sal- Por exemplo, o PCC e o Comando vermelho são associações
vo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável ilícitas e de caráter paramilitar, pois possuem armas e o ideal de
de obrigação alimentícia e a do depositário infiel. realizar sua própria justiça paralelamente à estatal.
O texto constitucional se estende na regulamentação da liber-
Nos termos da Súmula Vinculante nº 25 do Supremo Tribunal dade de associação.
Federal, “é ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que O artigo 5º, XVIII, CF, preconiza:
seja a modalidade do depósito”. Por isso, a única exceção à regra
da prisão por dívida do ordenamento é a que se refere à obrigação Artigo 5º, XVIII, CF. A criação de associações e, na forma da
alimentícia. lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a
interferência estatal em seu funcionamento.

Didatismo e Conhecimento 26
LEGISLAÇÃO APLICADA
Neste sentido, associações são organizações resultantes da re- Esferas” (ou “Teoria dos Círculos Concêntricos”), importada do
união legal entre duas ou mais pessoas, com ou sem personalidade direito alemão, quanto mais próxima do indivíduo, maior a pro-
jurídica, para a realização de um objetivo comum; já cooperativas teção a ser conferida à esfera (as esferas são representadas pela
são uma forma específica de associação, pois visam a obtenção de intimidade, pela vida privada, e pela publicidade).
vantagens comuns em suas atividades econômicas. “O direito à honra distancia-se levemente dos dois anteriores,
Ainda, tem-se o artigo 5º, XIX, CF: podendo referir-se ao juízo positivo que a pessoa tem de si (honra
subjetiva) e ao juízo positivo que dela fazem os outros (honra ob-
Artigo 5º, XIX, CF. As associações só poderão ser compulso- jetiva), conferindo-lhe respeitabilidade no meio social. O direito à
riamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão imagem também possui duas conotações, podendo ser entendido
judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado. em sentido objetivo, com relação à reprodução gráfica da pessoa,
O primeiro caso é o de dissolução compulsória, ou seja, a as- por meio de fotografias, filmagens, desenhos, ou em sentido subje-
sociação deixará de existir para sempre. Obviamente, é preciso o tivo, significando o conjunto de qualidades cultivadas pela pessoa
trânsito em julgado da decisão judicial que assim determine, pois e reconhecidas como suas pelo grupo social”28.
antes disso sempre há possibilidade de reverter a decisão e permitir
que a associação continue em funcionamento. Contudo, a decisão Inviolabilidade de domicílio e sigilo de correspondência
judicial pode suspender atividades até que o trânsito em julgado Correlatos ao direito à privacidade, aparecem a inviolabilida-
ocorra, ou seja, no curso de um processo judicial. de do domicílio e o sigilo das correspondências e comunicações.
Em destaque, a legitimidade representativa da associação Neste sentido, o artigo 5º, XI, CF prevê:
quanto aos seus filiados, conforme artigo 5º, XXI, CF:
Artigo 5º, XI, CF. A casa é asilo inviolável do indivíduo, nin-
Artigo 5º, XXI, CF. As entidades associativas, quando expres- guém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, sal-
samente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filia- vo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socor-
dos judicial ou extrajudicialmente. ro, ou, durante o dia, por determinação judicial.

Trata-se de caso de legitimidade processual extraordiná- O domicílio é inviolável, razão pela qual ninguém pode nele
ria, pela qual um ente vai a juízo defender interesse de outra(s) entrar sem o consentimento do morador, a não ser EM QUAL-
pessoa(s) porque a lei assim autoriza. QUER HORÁRIO no caso de flagrante delito (o morador foi fla-
A liberdade de associação envolve não somente o direito de grado na prática de crime e fugiu para seu domicílio) ou desastre
criar associações e de fazer parte delas, mas também o de não as- (incêndio, enchente, terremoto...) ou para prestar socorro (morador
sociar-se e o de deixar a associação, conforme artigo 5º, XX, CF: teve ataque do coração, está sufocado, desmaiado...), e SOMEN-
TE DURANTE O DIA por determinação judicial.
Artigo 5º, XX, CF. Ninguém poderá ser compelido a associar- Quanto ao sigilo de correspondência e das comunicações, pre-
-se ou a permanecer associado. vê o artigo 5º, XII, CF:

- Direitos à privacidade e à personalidade Artigo 5º, XII, CF. É inviolável o sigilo da correspondência e
das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações tele-
Abrangência fônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e
Prevê o artigo 5º, X, CF: na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal
ou instrução processual penal.
Artigo 5º, X, CF. São invioláveis a intimidade, a vida privada,
a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indeni- O sigilo de correspondência e das comunicações está melhor
zação pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. regulamentado na Lei nº 9.296, de 1996.

O legislador opta por trazer correlacionados no mesmo dispo- Personalidade jurídica e gratuidade de registro
sitivo legal os direitos à privacidade e à personalidade. Quando se fala em reconhecimento como pessoa perante a lei
Reforçando a conexão entre a privacidade e a intimidade, ao desdobra-se uma esfera bastante específica dos direitos de perso-
abordar a proteção da vida privada – que, em resumo, é a privaci- nalidade, consistente na personalidade jurídica. Basicamente, con-
dade da vida pessoal no âmbito do domicílio e de círculos de ami- siste no direito de ser reconhecido como pessoa perante a lei.
gos –, Silva27 entende que “o segredo da vida privada é condição Para ser visto como pessoa perante a lei mostra-se necessá-
de expansão da personalidade”, mas não caracteriza os direitos de rio o registro. Por ser instrumento que serve como pressuposto ao
personalidade em si. exercício de direitos fundamentais, assegura-se a sua gratuidade
A união da intimidade e da vida privada forma a privacidade, aos que não tiverem condição de com ele arcar.
sendo que a primeira se localiza em esfera mais estrita. É possível Aborda o artigo 5º, LXXVI, CF:
ilustrar a vida social como se fosse um grande círculo no qual há
um menor, o da vida privada, e dentro deste um ainda mais restri-
to e impenetrável, o da intimidade. Com efeito, pela “Teoria das
27 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucio- 28 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de di-
nal positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. reito constitucional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

Didatismo e Conhecimento 27
LEGISLAÇÃO APLICADA
Artigo 5º, LXXVI, CF. São gratuitos para os reconhecidamen- Artigo 20, CC. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à ad-
te pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a ministração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a di-
certidão de óbito. vulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação,
a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser
O reconhecimento do marco inicial e do marco final da perso- proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que
nalidade jurídica pelo registro é direito individual, não dependen- couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade,
do de condições financeiras. Evidente, seria absurdo cobrar de uma ou se se destinarem a fins comerciais.
pessoa sem condições a elaboração de documentos para que ela
seja reconhecida como viva ou morta, o que apenas incentivaria a - Direito à segurança
indigência dos menos favorecidos. O caput do artigo 5º da Constituição assegura a proteção do
direito à segurança. Na qualidade de direito individual liga-se à se-
gurança do indivíduo como um todo, desde sua integridade física e
Direito à indenização e direito de resposta mental, até a própria segurança jurídica.
Com vistas à proteção do direito à privacidade, do direito à
personalidade e do direito à imagem, asseguram-se dois instru- No sentido aqui estudado, o direito à segurança pessoal é o
mentos, o direito à indenização e o direito de resposta, conforme direito de viver sem medo, protegido pela solidariedade e liberto
as necessidades do caso concreto. de agressões, logo, é uma maneira de garantir o direito à vida.
Com efeito, prevê o artigo 5º, V, CF: Nesta linha, para Silva31, “efetivamente, esse conjunto de di-
reitos aparelha situações, proibições, limitações e procedimentos
Artigo 5º, V, CF. É assegurado o direito de resposta, propor- destinados a assegurar o exercício e o gozo de algum direito indi-
cional ao agravo, além da indenização por dano material, moral vidual fundamental (intimidade, liberdade pessoal ou a incolumi-
ou à imagem. dade física ou moral)”.
Especificamente no que tange à segurança jurídica, tem-se o
“A manifestação do pensamento é livre e garantida em nível disposto no artigo 5º, XXXVI, CF:
constitucional, não aludindo a censura prévia em diversões e es-
petáculos públicos. Os abusos porventura ocorridos no exercício Artigo 5º, XXXVI, CF. A lei não prejudicará o direito adquiri-
indevido da manifestação do pensamento são passíveis de exame do, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
e apreciação pelo Poder Judiciário com a consequente responsa-
bilidade civil e penal de seus autores, decorrentes inclusive de Pelo inciso restam estabelecidos limites à retroatividade da
publicações injuriosas na imprensa, que deve exercer vigilância e lei.
controle da matéria que divulga”29. Define o artigo 6º da Lei de Introdução às Normas do Direito
O direito de resposta é o direito que uma pessoa tem de se Brasileiro:
defender de críticas públicas no mesmo meio em que foram
publicadas garantida exatamente a mesma repercussão. Mes- Artigo 6º, LINDB. A Lei em vigor terá efeito imediato e geral,
mo quando for garantido o direito de resposta não é possível respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa
reverter plenamente os danos causados pela manifestação ilí- julgada.
cita de pensamento, razão pela qual a pessoa inda fará jus à § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a
indenização. lei vigente ao tempo em que se efetuou.
A manifestação ilícita do pensamento geralmente causa um § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu ti-
dano, ou seja, um prejuízo sofrido pelo agente, que pode ser indivi- tular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo
dual ou coletivo, moral ou material, econômico e não econômico. do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida
Dano material é aquele que atinge o patrimônio (material ou inalterável, a arbítrio de outrem.
imaterial) da vítima, podendo ser mensurado financeiramente e in- § 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial
denizado. de que já não caiba recurso.
“Dano moral direto consiste na lesão a um interesse que visa
a satisfação ou gozo de um bem jurídico extrapatrimonial contido - Direito à propriedade
nos direitos da personalidade (como a vida, a integridade corporal, O caput do artigo 5º da Constituição assegura a proteção do
a liberdade, a honra, o decoro, a intimidade, os sentimentos afeti- direito à propriedade, tanto material quanto intelectual, delimitada
vos, a própria imagem) ou nos atributos da pessoa (como o nome, em alguns incisos que o seguem.
a capacidade, o estado de família)”30.
Já o dano à imagem é delimitado no artigo 20 do Código Função social da propriedade material
Civil: O artigo 5º, XXII, CF estabelece:

Artigo 5º, XXII, CF. É garantido o direito de propriedade.


29 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional.
26. ed. São Paulo: Malheiros, 2011.

30 ZANNONI, Eduardo. El daño en la responsabilidad 31 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucio-
civil. Buenos Aires: Astrea, 1982. nal positivo... Op. Cit., p. 437.

Didatismo e Conhecimento 28
LEGISLAÇÃO APLICADA
A seguir, no inciso XXIII do artigo 5º, CF estabelece o princi- Desapropriação
pal fator limitador deste direito: No caso de desrespeito à função social da propriedade cabe até
mesmo desapropriação do bem, de modo que pode-se depreender
Artigo 5º, XXIII, CF. A propriedade atenderá a sua função do texto constitucional duas possibilidades de desapropriação: por
social. desrespeito à função social e por necessidade ou utilidade pública.
A Constituição Federal prevê a possibilidade de desapropria-
A propriedade, segundo Silva32, “[...] não pode mais ser consi- ção por desatendimento à função social:
derada como um direito individual nem como instituição do direito
privado. [...] embora prevista entre os direitos individuais, ela não Artigo 182, § 4º, CF. É facultado ao Poder Público municipal,
mais poderá ser considerada puro direito individual, relativizando- mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir,
-se seu conceito e significado, especialmente porque os princípios nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edi-
da ordem econômica são preordenados à vista da realização de ficado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado
seu fim: assegurar a todos existência digna, conforme os ditames aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
da justiça social. Se é assim, então a propriedade privada, que, I - parcelamento ou edificação compulsórios;
ademais, tem que atender a sua função social, fica vinculada à con- II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
secução daquele princípio”. progressivo no tempo;
Com efeito, a proteção da propriedade privada está limitada III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dí-
ao atendimento de sua função social, sendo este o requisito que vida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Fe-
a correlaciona com a proteção da dignidade da pessoa humana. A deral, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais,
propriedade de bens e valores em geral é um direito assegurado na iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os
Constituição Federal e, como todos os outros, se encontra limitado juros legais34.
pelos demais princípios conforme melhor se atenda à dignidade do
ser humano. Artigo 184, CF. Compete à União desapropriar por interesse
A Constituição Federal delimita o que se entende por função social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja
social: cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indeniza-
ção em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do
Art. 182, caput, CF. A política de desenvolvimento urbano, valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do se-
executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes ge- gundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei35.
rais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvi-
mento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de Artigo 184, § 1º, CF. As benfeitorias úteis e necessárias serão
seus habitantes. indenizadas em dinheiro.

Artigo 182, § 1º, CF. O plano diretor, aprovado pela Câmara No que tange à desapropriação por necessidade ou utilidade
Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habi- pública, prevê o artigo 5º, XXIV, CF:
tantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de
expansão urbana. Artigo 5º, XXIV, CF. A lei estabelecerá o procedimento para
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por in-
Artigo 182, § 2º, CF. A propriedade urbana cumpre sua fun- teresse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro,
ção social quando atende às exigências fundamentais de ordena- ressalvados os casos previstos nesta Constituição.
ção da cidade expressas no plano diretor33.
Ainda, prevê o artigo 182, § 3º, CF:
Artigo 186, CF. A função social é cumprida quando a proprie-
dade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de Artigo 182, §3º, CF. As desapropriações de imóveis urbanos
exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e Tem-se, ainda o artigo 184, §§ 2º e 3º, CF:
preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de
34 Nota-se que antes de se promover a desapropriação de
trabalho; imóvel urbano por desatendimento à função social é necessário tomar duas pro-
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e vidências, sucessivas: primeiro, o parcelamento ou edificação compulsórios;
dos trabalhadores. depois, o estabelecimento de imposto sobre a propriedade predial e territorial
urbana progressivo no tempo. Se ambas medidas restarem ineficazes, parte-se
32 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucio- para a desapropriação por desatendimento à função social.
nal positivo. 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
35 A desapropriação em decorrência do desatendimento da
33 Instrumento básico de um processo de planejamento função social é indenizada, mas não da mesma maneira que a desapropriação por
municipal para a implantação da política de desenvolvimento urbano, nortean- necessidade ou utilidade pública, já que na primeira há violação do ordenamento
do a ação dos agentes públicos e privados (Lei n. 10.257/2001 - Estatuto da constitucional pelo proprietário, mas na segunda não. Por isso, indeniza-se em
cidade). títulos da dívida agrária, que na prática não são tão valorizados quanto o dinheiro.

Didatismo e Conhecimento 29
LEGISLAÇÃO APLICADA
Artigo 184, §2º, CF. O decreto que declarar o imóvel como de Política agrária e reforma agrária
interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a Enquanto desdobramento do direito à propriedade imóvel e da
propor a ação de desapropriação. função social desta propriedade, tem-se ainda o artigo 5º, XXVI,
CF:
Artigo 184, §3º, CF. Cabe à lei complementar estabelecer
procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o pro- Artigo 5º, XXVI, CF. A pequena propriedade rural, assim de-
cesso judicial de desapropriação. finida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto
de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua ativi-
A desapropriação por utilidade ou necessidade pública deve se dade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu
dar mediante prévia e justa indenização em dinheiro. O Decreto-lei desenvolvimento.
nº 3.365/1941 a disciplina, delimitando o procedimento e concei-
tuando utilidade pública, em seu artigo 5º: Assim, se uma pessoa é mais humilde e tem uma pequena
propriedade será assegurado que permaneça com ela e a torne mais
Artigo 5º, Decreto-lei n. 3.365/1941. Consideram-se casos de produtiva.
utilidade pública: A preservação da pequena propriedade em detrimento dos
a) a segurança nacional; grandes latifúndios improdutivos é uma das diretrizes-guias da
b) a defesa do Estado; regulamentação da política agrária brasileira, que tem como prin-
c) o socorro público em caso de calamidade; cipal escopo a realização da reforma agrária.
d) a salubridade pública; Parte da questão financeira atinente à reforma agrária se en-
e) a criação e melhoramento de centros de população, seu contra prevista no artigo 184, §§ 4º e 5º, CF:
abastecimento regular de meios de subsistência;
f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas mine- Artigo 184, §4º, CF. O orçamento fixará anualmente o volume
rais, das águas e da energia hidráulica; total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de re-
g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração, ca- cursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.
sas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes medicinais;
h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos; Artigo 184, §5º, CF. São isentas de impostos federais, esta-
i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logra- duais e municipais as operações de transferência de imóveis desa-
douros públicos; a execução de planos de urbanização; o parcela- propriados para fins de reforma agrária.
mento do solo, com ou sem edificação, para sua melhor utilização
econômica, higiênica ou estética; a construção ou ampliação de Como a finalidade da reforma agrária é transformar terras im-
distritos industriais; produtivas e grandes propriedades em atinentes à função social,
j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo; alguns imóveis rurais não podem ser abrangidos pela reforma
k) a preservação e conservação dos monumentos históricos e agrária:
artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos ou rurais,
bem como as medidas necessárias a manter-lhes e realçar-lhes os Art. 185, CF. São insuscetíveis de desapropriação para fins de
aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a proteção de reforma agrária:
paisagens e locais particularmente dotados pela natureza; I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em
l) a preservação e a conservação adequada de arquivos, do- lei, desde que seu proprietário não possua outra;
cumentos e outros bens moveis de valor histórico ou artístico; II - a propriedade produtiva.
m) a construção de edifícios públicos, monumentos comemo- Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à pro-
rativos e cemitérios; priedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos re-
n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso quisitos relativos a sua função social.
para aeronaves;
o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natureza Sobre as diretrizes da política agrícola, prevê o artigo 187:
científica, artística ou literária;
p) os demais casos previstos por leis especiais. Art. 187, CF. A política agrícola será planejada e executada
na forma da lei, com a participação efetiva do setor de produ-
Um grande problema que faz com que processos que tenham a ção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos
desapropriação por objeto se estendam é a indevida valorização do setores de comercialização, de armazenamento e de transportes,
imóvel pelo Poder Público, que geralmente pretende pagar valor levando em conta, especialmente:
muito abaixo do devido, necessitando o Judiciário intervir em prol I - os instrumentos creditícios e fiscais;
da correta avaliação. II - os preços compatíveis com os custos de produção e a ga-
Outra questão reside na chamada tredestinação, pela qual há rantia de comercialização;
a destinação de um bem expropriado (desapropriação) a finalidade III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;
diversa da que se planejou inicialmente. A tredestinação pode ser IV - a assistência técnica e extensão rural;
lícita ou ilícita. Será ilícita quando resultante de desvio do propó- V - o seguro agrícola;
sito original; e será lícita quando a Administração Pública dê ao VI - o cooperativismo;
bem finalidade diversa, porém preservando a razão do interesse VII - a eletrificação rural e irrigação;
público. VIII - a habitação para o trabalhador rural.

Didatismo e Conhecimento 30
LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades c) 5 anos – houve controvérsia porque a Constituição Federal
agroindustriais, agropecuárias, pesqueiras e florestais. de 1988 que criou esta modalidade. E se antes de 05 de outubro de
§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de 1988 uma pessoa tivesse há 4 anos dentro do limite da usucapião
reforma agrária. urbana? Predominou que só corria o prazo a partir da criação do
instituto, não só porque antes não existia e o prazo não podia cor-
As terras devolutas e públicas serão destinadas conforme a rer, como também não se poderia prejudicar o proprietário.
política agrícola e o plano nacional de reforma agrária (artigo 188, d) Moradia sua ou de sua família – não basta ter posse, é pre-
caput, CF). Neste sentido, “a alienação ou a concessão, a qualquer ciso que a pessoa more, sozinha ou com sua família, ao longo de
título, de terras públicas com área superior a dois mil e quinhen- todo o prazo (não só no início ou no final). Logo, não cabe acessio
tos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta temporis por cessão da posse.
pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional”, e) Nenhum outro imóvel, nem urbano, nem rural, no Brasil.
salvo no caso de alienações ou concessões de terras públicas para O usucapiente não prova isso, apenas alega. Se alguém não quiser
fins de reforma agrária (artigo 188, §§ 1º e 2º, CF). a usucapião, prova o contrário. Este requisito é verificado no mo-
Os que forem favorecidos pela reforma agrária (homens, mu- mento em que completa 5 anos.
lheres, ambos, qualquer estado civil) não poderão negociar seus Em relação à previsão da usucapião especial rural, destaca-se
títulos pelo prazo de 10 anos (artigo 189, CF). o artigo 191, CF:
Consta, ainda, que “a lei regulará e limitará a aquisição ou o
arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica Art. 191, CF. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel
estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos,
do Congresso Nacional” (artigo 190, CF). sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cin-
Usucapião quenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua
Usucapião é o modo originário de aquisição da propriedade família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
que decorre da posse prolongada por um longo tempo, preenchi- Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos
dos outros requisitos legais. Em outras palavras, usucapião é uma por usucapião.
situação em que alguém tem a posse de um bem por um tempo
longo, sem ser incomodado, a ponto de se tornar proprietário. Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja pública,
A Constituição regulamenta o acesso à propriedade mediante pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os seguintes requi-
posse prolongada no tempo – usucapião – em casos específicos, sitos específicos:
denominados usucapião especial urbana e usucapião especial ru- a) Imóvel rural
ral. b) 50 hectares, no máximo – há também legislação que estabe-
O artigo 183 da Constituição regulamenta a usucapião espe- lece um limite mínimo, o módulo rural (Estatuto da Terra). É pos-
cial urbana: sível usucapir áreas menores que o módulo rural? Tem prevalecido
o entendimento de que pode, mas é assunto muito controverso.
Art. 183, CF. Aquele que possuir como sua área urbana de até c) 5 anos – pode ser considerado o prazo antes 05 de outubro
duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininter- de 1988 (Constituição Federal)? Depende. Se a área é de até 25
ruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de hectares sim, pois já havia tal possibilidade antes da CF/88. Se
sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprie- área for maior (entre 25 ha e 50 ha) não.
tário de outro imóvel urbano ou rural. d) Moradia sua ou de sua família – a pessoa deve morar na
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos área rural.
ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado e) Nenhum outro imóvel.
civil. f) O usucapiente, com seu trabalho, deve ter tornado a área
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor produtiva. Por isso, é chamado de usucapião “pro labore”. Depen-
mais de uma vez. derá do caso concreto.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
Uso temporário
Além dos requisitos gerais (animus e posse que seja pública, No mais, estabelece-se uma terceira limitação ao direito de
pacífica, ininterrupta e contínua), são exigidos os seguintes requi- propriedade que não possui o caráter definitivo da desapropriação,
sitos específicos: mas é temporária, conforme artigo 5º, XXV, CF:
a) Área urbana – há controvérsia. Pela teoria da localização,
área urbana é a que está dentro do perímetro urbano. Pela teoria da Artigo 5º, XXV, CF. No caso de iminente perigo público, a
destinação, mais importante que a localização é a sua utilização. autoridade competente poderá usar de propriedade particular,
Ex.: se tem fins agrícolas/pecuários e estiver dentro do perímetro assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
urbana, o imóvel é rural. Para fins de usucapião a maioria diz que
prevalece a teoria da localização. Se uma pessoa tem uma propriedade, numa situação de peri-
b) Imóveis até 250 m² – Pode dentro de uma posse maior isolar go, o poder público pode se utilizar dela (ex: montar uma base para
área de 250m² e ingressar com a ação? A jurisprudência é pacífica capturar um fugitivo), pois o interesse da coletividade é maior que
que a posse desde o início deve ficar restrita a 250m². Predomina o do indivíduo proprietário.
também que o terreno deve ter 250m², não a área construída (a área
de um sobrado, por exemplo, pode ser maior que a de um terreno).

Didatismo e Conhecimento 31
LEGISLAÇÃO APLICADA
Direito sucessório a) a proteção às participações individuais em obras coletivas
O direito sucessório aparece como uma faceta do direito à pro- e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas ativida-
priedade, encontrando disciplina constitucional no artigo 5º, XXX des desportivas;
e XXXI, CF: b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das
obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos in-
Artigo 5º, XXX, CF. É garantido o direito de herança; térpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;

Artigo 5º, XXXI, CF. A sucessão de bens de estrangeiros si- Artigo 5º, XXIX, CF. A lei assegurará aos autores de inventos
tuados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos
favorável a lei pessoal do de cujus. nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista
o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico
O direito à herança envolve o direito de receber – seja devido do País.
a uma previsão legal, seja por testamento – bens de uma pessoa
que faleceu. Assim, o patrimônio passa para outra pessoa, con- Assim, a propriedade possui uma vertente intelectual que
forme a vontade do falecido e/ou a lei determine. A Constituição deve ser respeitada, tanto sob o aspecto moral quanto sob o patri-
estabelece uma disciplina específica para bens de estrangeiros si- monial. No âmbito infraconstitucional brasileiro, a Lei nº 9.610, de
tuados no Brasil, assegurando que eles sejam repassados ao côn- 19 de fevereiro de 1998, regulamenta os direitos autorais, isto é,
juge e filhos brasileiros nos termos da lei mais benéfica (do Brasil “os direitos de autor e os que lhes são conexos”.
ou do país estrangeiro). O artigo 7° do referido diploma considera como obras inte-
lectuais que merecem a proteção do direito do autor os textos de
Direito do consumidor obras de natureza literária, artística ou científica; as conferências,
Nos termos do artigo 5º, XXXII, CF: sermões e obras semelhantes; as obras cinematográficas e televisi-
Artigo 5º, XXXII, CF. O Estado promoverá, na forma da lei, a vas; as composições musicais; fotografias; ilustrações; programas
defesa do consumidor. de computador; coletâneas e enciclopédias; entre outras.
Os direitos morais do autor, que são imprescritíveis, inalie-
O direito do consumidor liga-se ao direito à propriedade a par- náveis e irrenunciáveis, envolvem, basicamente, o direito de rei-
tir do momento em que garante à pessoa que irá adquirir bens e vindicar a autoria da obra, ter seu nome divulgado na utilização
serviços que estes sejam entregues e prestados da forma adequada, desta, assegurar a integridade desta ou modificá-la e retirá-la de
impedindo que o fornecedor se enriqueça ilicitamente, se aproveite circulação se esta passar a afrontar sua honra ou imagem.
de maneira indevida da posição menos favorável e de vulnerabili- Já os direitos patrimoniais do autor, nos termos dos artigos
dade técnica do consumidor. 41 a 44 da Lei nº 9.610/98, prescrevem em 70 anos contados do
O Direito do Consumidor pode ser considerado um ramo re- primeiro ano seguinte à sua morte ou do falecimento do último
cente do Direito. No Brasil, a legislação que o regulamentou foi coautor, ou contados do primeiro ano seguinte à divulgação da
promulgada nos anos 90, qual seja a Lei nº 8.078, de 11 de setem- obra se esta for de natureza audiovisual ou fotográfica. Estes, por
bro de 1990, conforme determinado pela Constituição Federal de sua vez, abrangem, basicamente, o direito de dispor sobre a repro-
1988, que também estabeleceu no artigo 48 do Ato das Disposi- dução, edição, adaptação, tradução, utilização, inclusão em bases
ções Constitucionais Transitórias: de dados ou qualquer outra modalidade de utilização; sendo que
estas modalidades de utilização podem se dar a título oneroso ou
Artigo 48, ADCT. O Congresso Nacional, dentro de cento e gratuito.
vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de “Os direitos autorais, também conhecidos como copyright (di-
defesa do consumidor. reito de cópia), são considerados bens móveis, podendo ser alie-
nados, doados, cedidos ou locados. Ressalte-se que a permissão
A elaboração do Código de Defesa do Consumidor foi um a terceiros de utilização de criações artísticas é direito do autor.
grande passo para a proteção da pessoa nas relações de consumo [...] A proteção constitucional abrange o plágio e a contrafação.
que estabeleça, respeitando-se a condição de hipossuficiente técni- Enquanto que o primeiro caracteriza-se pela difusão de obra cria-
co daquele que adquire um bem ou faz uso de determinado serviço, da ou produzida por terceiros, como se fosse própria, a segunda
enquanto consumidor. configura a reprodução de obra alheia sem a necessária permissão
do autor”36.
Propriedade intelectual
Além da propriedade material, o constituinte protege também
a propriedade intelectual, notadamente no artigo 5º, XXVII, XX-
VIII e XXIX, CF:

Artigo 5º, XXVII, CF. Aos autores pertence o direito exclusivo


de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmis-
36 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos funda-
sível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; mentais: teoria geral, comentários aos artigos 1º a 5º da Constituição da Repú-
blica Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. São Paulo: Atlas, 1997.
Artigo 5º, XXVIII, CF. São assegurados, nos termos da lei:

Didatismo e Conhecimento 32
LEGISLAÇÃO APLICADA
- Direitos de acesso à justiça Também se liga à primeira onda de acesso à justiça, no que
A formação de um conceito sistemático de acesso à justiça se tange à abertura do Judiciário mesmo aos menos favorecidos eco-
dá com a teoria de Cappelletti e Garth, que apontaram três ondas nomicamente, o artigo 5º, LXXIV, CF:
de acesso, isto é, três posicionamentos básicos para a realização
efetiva de tal acesso. Tais ondas foram percebidas paulatinamente Artigo 5º, LXXIV, CF. O Estado prestará assistência jurídica
com a evolução do Direito moderno conforme implementadas as integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recur-
bases da onda anterior, quer dizer, ficou evidente aos autores a sos.
emergência de uma nova onda quando superada a afirmação das
premissas da onda anterior, restando parcialmente implementada O constituinte, ciente de que não basta garantir o acesso ao Po-
(visto que até hoje enfrentam-se obstáculos ao pleno atendimento der Judiciário, sendo também necessária a efetividade processual,
em todas as ondas). incluiu pela Emenda Constitucional nº 45/2004 o inciso LXXVIII
Primeiro, Cappelletti e Garth37 entendem que surgiu uma onda ao artigo 5º da Constituição:
de concessão de assistência judiciária aos pobres, partindo-se da
prestação sem interesse de remuneração por parte dos advogados Artigo 5º, LXXVIII, CF. A todos, no âmbito judicial e admi-
e, ao final, levando à criação de um aparato estrutural para a pres- nistrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os
tação da assistência pelo Estado. meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
Em segundo lugar, no entender de Cappelletti e Garth38, veio  
a onda de superação do problema na representação dos interesses Com o tempo se percebeu que não bastava garantir o acesso à
difusos, saindo da concepção tradicional de processo como algo justiça se este não fosse célere e eficaz. Não significa que se deve
restrito a apenas duas partes individualizadas e ocasionando o sur- acelerar o processo em detrimento de direitos e garantias assegu-
gimento de novas instituições, como o Ministério Público. rados em lei, mas sim que é preciso proporcionar um trâmite que
Finalmente, Cappelletti e Garth39 apontam uma terceira onda dure nem mais e nem menos que o necessário para a efetiva reali-
consistente no surgimento de uma concepção mais ampla de aces- zação da justiça no caso concreto.
so à justiça, considerando o conjunto de instituições, mecanismos,
pessoas e procedimentos utilizados: “[...] esse enfoque encoraja - Direitos constitucionais-penais
a exploração de uma ampla variedade de reformas, incluindo al-
terações nas formas de procedimento, mudanças na estrutura dos Juiz natural e vedação ao juízo ou tribunal de exceção
tribunais ou a criação de novos tribunais, o uso de pessoas leigas Quando o artigo 5º, LIII, CF menciona:
ou paraprofissionais, tanto como juízes quanto como defensores,
modificações no direito substantivo destinadas a evitar litígios ou Artigo 5º, LIII, CF. Ninguém será processado nem senten-
facilitar sua solução e a utilização de mecanismos privados ou in- ciado senão pela autoridade competente”, consolida o princípio
formais de solução dos litígios. Esse enfoque, em suma, não receia do juiz natural que assegura a toda pessoa o direito de conhecer
inovações radicais e compreensivas, que vão muito além da esfera previamente daquele que a julgará no processo em que seja par-
de representação judicial”. te, revestindo tal juízo em jurisdição competente para a matéria
Assim, dentro da noção de acesso à justiça, diversos aspectos específica do caso antes mesmo do fato ocorrer.
podem ser destacados: de um lado, deve criar-se o Poder Judiciá-
rio e se disponibilizar meios para que todas as pessoas possam Por sua vez, um desdobramento deste princípio encontra-se
buscá-lo; de outro lado, não basta garantir meios de acesso se estes no artigo 5º, XXXVII, CF:
forem insuficientes, já que para que exista o verdadeiro acesso à
justiça é necessário que se aplique o direito material de maneira Artigo 5º, XXXVII, CF. Não haverá juízo ou tribunal de ex-
justa e célere. ceção.
Relacionando-se à primeira onda de acesso à justiça, prevê a
Constituição em seu artigo 5º, XXXV: Juízo ou Tribunal de Exceção é aquele especialmente criado
para uma situação pretérita, bem como não reconhecido como le-
Artigo 5º, XXXV, CF. A lei não excluirá da apreciação do Po- gítimo pela Constituição do país.
der Judiciário lesão ou ameaça a direito.
Tribunal do júri
O princípio da inafastabilidade da jurisdição é o princípio de A respeito da competência do Tribunal do júri, prevê o artigo
Direito Processual Público subjetivo, também cunhado como Prin- 5º, XXXVIII, CF:
cípio da Ação, em que a Constituição garante a necessária tutela
estatal aos conflitos ocorrentes na vida em sociedade. Sempre que Artigo 5º, XXXVIII. É reconhecida a instituição do júri, com a
uma controvérsia for levada ao Poder Judiciário, preenchidos os organização que lhe der a lei, assegurados:
requisitos de admissibilidade, ela será resolvida, independentmen- a) a plenitude de defesa;
te de haver ou não previsão específica a respeito na legislação. b) o sigilo das votações;
37 CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryant. Acesso à c) a soberania dos veredictos;
Justiça. Tradução Ellen Grace Northfleet. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos con-
Editor, 1998, p. 31-32. tra a vida.
38 Ibid., p. 49-52
39 Ibid., p. 67-73

Didatismo e Conhecimento 33
LEGISLAÇÃO APLICADA
O Tribunal do Júri é formado por pessoas do povo, que julgam Sendo assim confere fórmula genérica que remete ao princí-
os seus pares. Entende-se ser direito fundamental o de ser julgado pio da igualdade numa concepção ampla, razão pela qual práticas
por seus iguais, membros da sociedade e não magistrados, no caso discriminatórias não podem ser aceitas. No entanto, o constituinte
de determinados crimes que por sua natureza possuem fortes fato- entendeu por bem prever tratamento específico a certas práticas
res de influência emocional. criminosas.
Plenitude da defesa envolve tanto a autodefesa quanto a defe- Neste sentido, prevê o artigo 5º, XLII, CF:
sa técnica e deve ser mais ampla que a denominada ampla defesa
assegurada em todos os procedimentos judiciais e administrativos. Artigo 5º, XLII, CF. A prática do racismo constitui crime ina-
Sigilo das votações envolve a realização de votações secretas, fiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos
preservando a liberdade de voto dos que compõem o conselho que da lei.
irá julgar o ato praticado.
A decisão tomada pelo conselho é soberana. Contudo, a sobe- A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 define os crimes resul-
rania dos veredictos veda a alteração das decisões dos jurados, não tantes de preconceito de raça ou de cor. Contra eles não cabe fian-
a recorribilidade dos julgamentos do Tribunal do Júri para que seja ça (pagamento de valor para deixar a prisão provisória) e não se
procedido novo julgamento uma vez cassada a decisão recorrida, aplica o instituto da prescrição (perda de pretensão de se processar/
haja vista preservar o ordenamento jurídico pelo princípio do du- punir uma pessoa pelo decurso do tempo).
plo grau de jurisdição. Não obstante, preconiza ao artigo 5º, XLIII, CF:
Por fim, a competência para julgamento é dos crimes dolosos
(em que há intenção ou ao menos se assume o risco de produção do Artigo 5º, XLIII, CF. A lei considerará crimes inafiançáveis
resultado) contra a vida, que são: homicídio, aborto, induzimento, e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico
instigação ou auxílio a suicídio e infanticídio. Sua competência ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
não é absoluta e é mitigada, por vezes, pela própria Constituição como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
(artigos 29, X / 102, I, b) e c) / 105, I, a) / 108, I). executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.

Anterioridade e irretroatividade da lei Anistia, graça e indulto diferenciam-se nos seguintes ter-
O artigo 5º, XXXIX, CF preconiza: mos: a anistia exclui o crime, rescinde a condenação e extingue
totalmente a punibilidade, a graça e o indulto apenas extinguem
Artigo5º, XXXIX, CF. Não há crime sem lei anterior que o a punibilidade, podendo ser parciais; a anistia, em regra, atinge
defina, nem pena sem prévia cominação legal. crimes políticos, a graça e o indulto, crimes comuns; a anistia pode
ser concedida pelo Poder Legislativo, a graça e o indulto são de
É a consagração da regra do nullum crimen nulla poena sine competência exclusiva do Presidente da República; a anistia pode
praevia lege. Simultaneamente, se assegura o princípio da legali- ser concedida antes da sentença final ou depois da condenação ir-
dade (ou reserva legal), na medida em que não há crime sem lei recorrível, a graça e o indulto pressupõem o trânsito em julgado
que o defina, nem pena sem prévia cominação legal, e o princípio da sentença condenatória; graça e o indulto apenas extinguem a
da anterioridade, posto que não há crime sem lei anterior que o punibilidade, persistindo os efeitos do crime, apagados na anistia;
defina. graça é em regra individual e solicitada, enquanto o indulto é co-
Ainda no que tange ao princípio da anterioridade, tem-se o letivo e espontâneo.
artigo 5º, XL, CF: Não cabe graça, anistia ou indulto (pode-se considerar que o
artigo o abrange, pela doutrina majoritária) contra crimes de tor-
Artigo 5º, XL, CF. A lei penal não retroagirá, salvo para be- tura, tráfico, terrorismo (TTT) e hediondos (previstos na Lei nº
neficiar o réu. 8.072 de 25 de julho de 1990). Além disso, são crimes que não
aceitam fiança.
O dispositivo consolida outra faceta do princípio da anteriori- Por fim, prevê o artigo 5º, XLIV, CF:
dade: se, por um lado, é necessário que a lei tenha definido um fato
como crime e dado certo tratamento penal a este fato (ex.: pena de Artigo 5º, XLIV, CF. Constitui crime inafiançável e imprescri-
detenção ou reclusão, tempo de pena, etc.) antes que ele ocorra; tível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem
por outro lado, se vier uma lei posterior ao fato que o exclua do constitucional e o Estado Democrático.
rol de crimes ou que confira tratamento mais benéfico (diminuindo
a pena ou alterando o regime de cumprimento, notadamente), ela Personalidade da pena
será aplicada. Restam consagrados tanto o princípio da irretroati- A personalidade da pena encontra respaldo no artigo 5º, XLV,
vidade da lei penal in pejus quanto o da retroatividade da lei penal CF:
mais benéfica.
Artigo 5º, XLV, CF. Nenhuma pena passará da pessoa do con-
Menções específicas a crimes denado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
O artigo 5º, XLI, CF estabelece: perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucesso-
res e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio
Artigo 5º, XLI, CF. A lei punirá qualquer discriminação aten- transferido.
tatória dos direitos e liberdades fundamentais.

Didatismo e Conhecimento 34
LEGISLAÇÃO APLICADA
O princípio da personalidade encerra o comando de o crime Preserva-se a individualização da pena porque é tomada a
ser imputado somente ao seu autor, que é, por seu turno, a úni- condição peculiar da presa que possui filho no período de ama-
ca pessoa passível de sofrer a sanção. Seria flagrante a injustiça mentação, mas também se preserva a dignidade da criança, não
se fosse possível alguém responder pelos atos ilícitos de outrem: a afastando do seio materno de maneira precária e impedindo a
caso contrário, a reação, ao invés de restringir-se ao malfeitor, al- formação de vínculo pela amamentação.
cançaria inocentes. Contudo, se uma pessoa deixou patrimônio e
faleceu, este patrimônio responderá pelas repercussões financeiras Vedação de determinadas penas
do ilícito. O constituinte viu por bem proibir algumas espécies de penas,
consoante ao artigo 5º, XLVII, CF:
Individualização da pena
A individualização da pena tem por finalidade concretizar o Artigo 5º, XLVII, CF. não haverá penas:
princípio de que a responsabilização penal é sempre pessoal, de- a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos
vendo assim ser aplicada conforme as peculiaridades do agente. do art. 84, XIX;
A primeira menção à individualização da pena se encontra no b) de caráter perpétuo;
artigo 5º, XLVI, CF: c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
Artigo 5º, XLVI, CF. A lei regulará a individualização da e) cruéis.
pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade; Em resumo, o inciso consolida o princípio da humanidade,
b) perda de bens; pelo qual o “poder punitivo estatal não pode aplicar sanções que
c) multa; atinjam a dignidade da pessoa humana ou que lesionem a consti-
d) prestação social alternativa; tuição físico-psíquica dos condenados”40 .
e) suspensão ou interdição de direitos. Quanto à questão da pena de morte, percebe-se que o consti-
tuinte não estabeleceu uma total vedação, autorizando-a nos casos
Pelo princípio da individualização da pena, a pena deve ser de guerra declarada. Obviamente, deve-se respeitar o princípio da
individualizada nos planos legislativo, judiciário e executório, anterioridade da lei, ou seja, a legislação deve prever a pena de
evitando-se a padronização a sanção penal. A individualização da morte ao fato antes dele ser praticado. No ordenamento brasileiro,
pena significa adaptar a pena ao condenado, consideradas as carac- este papel é cumprido pelo Código Penal Militar (Decreto-Lei nº
terísticas do agente e do delito. 1.001/1969), que prevê a pena de morte a ser executada por fuzila-
A pena privativa de liberdade é aquela que restringe, com mento nos casos tipificados em seu Livro II, que aborda os crimes
maior ou menor intensidade, a liberdade do condenado, consis- militares em tempo de guerra.
tente em permanecer em algum estabelecimento prisional, por um Por sua vez, estão absolutamente vedadas em quaisquer cir-
determinado tempo. cunstâncias as penas de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de
A pena de multa ou patrimonial opera uma diminuição do pa- banimento e cruéis.
trimônio do indivíduo delituoso.
A prestação social alternativa corresponde às penas restritivas No que tange aos trabalhos forçados, vale destacar que o tra-
de direitos, autônomas e substitutivas das penas privativas de li- balho obrigatório não é considerado um tratamento contrário à
berdade, estabelecidas no artigo 44 do Código Penal. dignidade do recluso, embora o trabalho forçado o seja. O traba-
Por seu turno, a individualização da pena deve também se fa- lho é obrigatório, dentro das condições do apenado, não poden-
zer presente na fase de sua execução, conforme se depreende do do ser cruel ou menosprezar a capacidade física e intelectual do
artigo 5º, XLVIII, CF: condenado; como o trabalho não existe independente da educação,
cabe incentivar o aperfeiçoamento pessoal; até mesmo porque o
Artigo 5º, XLVIII, CF. A pena será cumprida em estabeleci- trabalho deve se aproximar da realidade do mundo externo, será
mentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o remunerado; além disso, condições de dignidade e segurança do
sexo do apenado. trabalhador, como descanso semanal e equipamentos de proteção,
deverão ser respeitados.
A distinção do estabelecimento conforme a natureza do delito
visa impedir que a prisão se torne uma faculdade do crime. Infe- Respeito à integridade do preso
lizmente, o Estado não possui aparato suficiente para cumprir tal Prevê o artigo 5º, XLIX, CF:
diretiva, diferenciando, no máximo, o nível de segurança das pri-
sões. Quanto à idade, destacam-se as Fundações Casas, para cum- Artigo 5º, XLIX, CF. É assegurado aos presos o respeito à in-
primento de medida por menores infratores. Quanto ao sexo, pri- tegridade física e moral.
sões costumam ser exclusivamente para homens ou para mulheres.
Também se denota o respeito à individualização da pena nesta Obviamente, o desrespeito à integridade física e moral do pre-
faceta pelo artigo 5º, L, CF: so é uma violação do princípio da dignidade da pessoa humana.

Artigo 5º, L, CF. Às presidiárias serão asseguradas condições 40 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito pe-
para que possam permanecer com seus filhos durante o período nal. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. v. 1.
de amamentação.

Didatismo e Conhecimento 35
LEGISLAÇÃO APLICADA
Dois tipos de tratamentos que violam esta integridade estão Consolida-se o princípio da presunção de inocência, pelo qual
mencionados no próprio artigo 5º da Constituição Federal. Em uma pessoa não é culpada até que, em definitivo, o Judiciário assim
primeiro lugar, tem-se a vedação da tortura e de tratamentos de- decida, respeitados todos os princípios e garantias constitucionais.
sumanos e degradantes (artigo 5º, III, CF), o que vale na execução
da pena. Ação penal privada subsidiária da pública
No mais, prevê o artigo 5º, LVIII, CF: Nos termos do artigo 5º, LIX, CF:

Artigo 5º, LVIII, CF. O civilmente identificado não será sub- Artigo 5º, LIX, CF. Será admitida ação privada nos crimes de
metido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em ação pública, se esta não for intentada no prazo legal.
lei.
A chamada ação penal privada subsidiária da pública encon-
Se uma pessoa possui identificação civil, não há porque fazer tra respaldo constitucional, assegurando que a omissão do poder
identificação criminal, colhendo digitais, fotos, etc. Pensa-se que público na atividade de persecução criminal não será ignorada,
seria uma situação constrangedora desnecessária ao suspeito, sen- fornecendo-se instrumento para que o interessado a proponha.
do assim, violaria a integridade moral.
Prisão e liberdade
Devido processo legal, contraditório e ampla defesa O constituinte confere espaço bastante extenso no artigo 5º
Estabelece o artigo 5º, LIV, CF: em relação ao tratamento da prisão, notadamente por se tratar de
ato que vai contra o direito à liberdade. Obviamente, a prisão não
Artigo 5º, LIV, CF. Ninguém será privado da liberdade ou de é vedada em todos os casos, porque práticas atentatórias a direitos
seus bens sem o devido processo legal. fundamentais implicam na tipificação penal, autorizando a restri-
ção da liberdade daquele que assim agiu.
Pelo princípio do devido processo legal a legislação deve ser No inciso LXI do artigo 5º, CF, prevê-se:
respeitada quando o Estado pretender punir alguém judicialmente.
Logo, o procedimento deve ser livre de vícios e seguir estritamente Artigo 5º, LXI, CF. Ninguém será preso senão em flagrante
a legislação vigente, sob pena de nulidade processual. delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade ju-
Surgem como corolário do devido processo legal o contra- diciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou
ditório e a ampla defesa, pois somente um procedimento que os crime propriamente militar, definidos em lei.
garanta estará livre dos vícios. Neste sentido, o artigo 5º, LV, CF:
Logo, a prisão somente se dará em caso de flagrante delito
(necessariamente antes do trânsito em julgado), ou em caráter tem-
Artigo 5º, LV, CF. Aos litigantes, em processo judicial ou ad-
porário, provisório ou definitivo (as duas primeiras independente
ministrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contra-
do trânsito em julgado, preenchidos requisitos legais e a última
ditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
pela irreversibilidade da condenação).
Aborda-se no artigo 5º, LXII o dever de comunicação ao juiz
O devido processo legal possui a faceta formal, pela qual se
e à família ou pessoa indicada pelo preso:
deve seguir o adequado procedimento na aplicação da lei e, sendo
assim, respeitar o contraditório e a ampla defesa. Não obstante, Artigo 5º, LXII, CF. A prisão de qualquer pessoa e o local
o devido processo legal tem sua faceta material que consiste na onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz com-
tomada de decisões justas, que respeitem os parâmetros da razoa- petente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.
bilidade e da proporcionalidade. Não obstante, o preso deverá ser informado de todos os seus
Vedação de provas ilícitas direitos, inclusive o direito ao silêncio, podendo entrar em contato
Conforme o artigo 5º, LVI, CF: com sua família e com um advogado, conforme artigo 5º, LXIII,
CF:
Artigo 5º, LVI, CF. São inadmissíveis, no processo, as provas
obtidas por meios ilícitos. Artigo 5º, LXIII, CF. O preso será informado de seus direitos,
entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
Provas ilícitas, por força da nova redação dada ao artigo 157 assistência da família e de advogado.
do CPP, são as obtidas em violação a normas constitucionais ou
legai, ou seja, prova ilícita é a que viola regra de direito material, Estabelece-se no artigo 5º, LXIV, CF:
constitucional ou legal, no momento da sua obtenção. São veda-
das porque não se pode aceitar o descumprimento do ordenamento Artigo 5º, LXIV, CF. O preso tem direito à identificação dos
para fazê-lo cumprir: seria paradoxal. responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial.

Presunção de inocência Por isso mesmo, o auto de prisão em flagrante e a ata do de-
Prevê a Constituição no artigo 5º, LVII: poimento do interrogatório são assinados pelas autoridades envol-
vidas nas práticas destes atos procedimentais.
Artigo 5º, LVII, CF. Ninguém será considerado culpado até o Ainda, a legislação estabelece inúmeros requisitos para que
trânsito em julgado de sentença penal condenatória. a prisão seja validada, sem os quais cabe relaxamento, tanto que
assim prevê o artigo 5º, LXV, CF:

Didatismo e Conhecimento 36
LEGISLAÇÃO APLICADA
Artigo 5º, LXV, CF. A prisão ilegal será imediatamente rela- Resume Mello42: “a Conferência das Nações Unidas sobre a
xada pela autoridade judiciária. criação de uma Corte Criminal Internacional, reunida em Roma,
em 1998, aprovou a referida Corte. Ela é permanente. Tem sede em
Desta forma, como decorrência lógica, tem-se a previsão do Haia. A corte tem personalidade internacional. Ela julga: a) crime
artigo 5º, LXVI, CF: de genocídio; b) crime contra a humanidade; c) crime de guerra;
d) crime de agressão. Para o crime de genocídio usa a definição da
Artigo 5º, LXVI, CF. Ninguém será levado à prisão ou nela convenção de 1948. Como crimes contra a humanidade são citados:
mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem assassinato, escravidão, prisão violando as normas internacionais,
fiança. violação tortura, apartheid, escravidão sexual, prostituição forçada,
esterilização, etc. São crimes de guerra: homicídio internacional,
Mesmo que a pessoa seja presa em flagrante, devido ao prin- destruição de bens não justificada pela guerra, deportação, forçar
cípio da presunção de inocência, entende-se que ela não deve ser um prisioneiro a servir nas forças inimigas, etc.”.
mantida presa quando não preencher os requisitos legais para pri-
são preventiva ou temporária. 1.7) Remédios constitucionais
Remédios constitucionais são as espécies de ações judiciárias
Indenização por erro judiciário que visam proteger os direitos fundamentais reconhecidos no texto
A disciplina sobre direitos decorrentes do erro judiciário en- constitucional quando a declaração e a garantia destes não se mos-
contra-se no artigo 5º, LXXV, CF: trar suficiente. Assim, o Poder Judiciário será acionado para sanar o
desrespeito a estes direitos fundamentais, servindo cada espécie de
Artigo 5º, LXXV, CF. O Estado indenizará o condenado por ação para uma forma de violação.
erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixa-
do na sentença. 1.7.1) Habeas corpus
No que tange à disciplina do habeas corpus, prevê a Constitui-
Trata-se do erro em que incorre um juiz na apreciação e jul- ção em seu artigo 5º, LXVIII:
gamento de um processo criminal, resultando em condenação de
alguém inocente. Neste caso, o Estado indenizará. Ele também Artigo 5º, LXVIII, CF. Conceder-se-á habeas corpus sempre
indenizará uma pessoa que ficar presa além do tempo que foi con- que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
denada a cumprir. coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso
de poder.
1.5) Direitos fundamentais implícitos
Nos termos do § 2º do artigo 5º da Constituição Federal: Trata-se de ação gratuita, nos termos do artigo 5º, LXXVII, CF.
a) Antecedentes históricos: A Magna Carta inglesa, de 1215,
Artigo 5º, §2º, CF. Os direitos e garantias expressos nesta foi o primeiro documento a mencionar este remédio e o Habeas
Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos Corpus Act, de 1679, o regulamentou.
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em b) Escopo: ação que serve para proteger a liberdade de lo-
que a República Federativa do Brasil seja parte. comoção. Antes de haver proteção no Brasil por outros remédios
constitucionais de direitos que não este, o habeas-corpus foi uti-
Daí se depreende que os direitos ou garantias podem estar ex- lizado para protegê-los. Hoje, apenas serve à lesão ou ameaça de
pressos ou implícitos no texto constitucional. Sendo assim, o rol lesão ao direito de ir e vir.
enumerado nos incisos do artigo 5º é apenas exemplificativo, não c) Natureza jurídica: ação constitucional de cunho predomi-
taxativo. nantemente penal, pois protege o direito de ir e vir e vai contra a
1.6) Tribunal Penal Internacional restrição arbitrária da liberdade.
Preconiza o artigo 5º, CF em seu § 4º: d) Espécies: preventivo, para os casos de ameaça de violação
ao direito de ir e vir, conferindo-se um “salvo conduto”, ou repres-
Artigo 5º, §4º, CF. O Brasil se submete à jurisdição de Tribu- sivo, para quando ameaça já tiver se materializado.
nal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. e) Legitimidade ativa: qualquer pessoa pode manejá-lo, em
  próprio nome ou de terceiro, bem como o Ministério Público (arti-
O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional foi pro- go 654, CPP). Impetrante é o que ingressa com a ação e paciente é
mulgado no Brasil pelo Decreto nº 4.388 de 25 de setembro de aquele que está sendo vítima da restrição à liberdade de locomoção.
2002. Ele contém 128 artigos e foi elaborado em Roma, no dia 17 As duas figuras podem se concentrar numa mesma pessoa.
de julho de 1998, regendo a competência e o funcionamento deste f) Legitimidade passiva: pessoa física, agente público ou pri-
Tribunal voltado às pessoas responsáveis por crimes de maior gra- vado.
vidade com repercussão internacional (artigo 1º, ETPI). g) Competência: é determinada pela autoridade coatora, sen-
“Ao contrário da Corte Internacional de Justiça, cuja jurisdi- do a autoridade imediatamente superior a ela. Ex.: Delegado de Po-
ção é restrita a Estados, ao Tribunal Penal Internacional compete o lícia é autoridade coatora, propõe na Vara Criminal Estadual; Juiz
processo e julgamento de violações contra indivíduos; e, distinta- de Direito de uma Vara Criminal é a autoridade coatora, impetra
mente dos Tribunais de crimes de guerra da Iugoslávia e de Ruan- no Tribunal de Justiça.
da, criados para analisarem crimes cometidos durante esses con- h) Conceito de coação ilegal: encontra-se no artigo 648, CPP:
flitos, sua jurisdição não está restrita a uma situação específica”41. 42 MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito
41 NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Internacional Pú- Internacional Público. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2000.
blico & Direito Internacional Privado. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009

Didatismo e Conhecimento 37
LEGISLAÇÃO APLICADA
Artigo 648, CPP. A coação considerar-se-á ilegal: I - quando a) Origem: Veio com a finalidade de preencher a lacuna de-
não houver justa causa; II - quando alguém estiver preso por mais corrente da sistemática do habeas corpus e das liminares posses-
tempo do que determina a lei; III - quando quem ordenar a coação sórias.
não tiver competência para fazê-lo; IV - quando houver cessa- b) Escopo: Trata-se de remédio constitucional com natureza
do o motivo que autorizou a coação; V - quando não for alguém subsidiária pelo qual se busca a invalidação de atos de autoridade
admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; VI ou a suspensão dos efeitos da omissão administrativa, geradores de
- quando o processo for manifestamente nulo; VII - quando extinta lesão a direito líquido e certo, por ilegalidade ou abuso de poder.
a punibilidade. São protegidos todos os direitos líquidos e certos à exceção da
proteção de direitos humanos à liberdade de locomoção e ao aces-
i) Procedimento: regulamentado nos artigos 647 a 667 do Có- so ou retificação de informações relativas à pessoa do impetrante,
digo de Processo Penal. constantes de registros ou bancos de dados de entidades gover-
namentais ou de caráter público, ambos sujeitos a instrumentos
1.7.2) Habeas data específicos.
O artigo 5º, LXXII, CF prevê: c) Natureza jurídica: ação constitucional de natureza civil,
independente da natureza do ato impugnado (administrativo, juris-
Artigo 5º, LXXII, CF. Conceder-se-á habeas data: a) para dicional, eleitoral, criminal, trabalhista).
assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do d) Espécies: preventivo, quando se estiver na iminência de
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entida- violação a direito líquido e certo, ou reparatório, quando já consu-
des governamentais ou de caráter público; b) para a retificação mado o abuso/ilegalidade.
de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, ju- e) Direito líquido e certo: é aquele que pode ser demons-
dicial ou administrativo. trado de plano mediante prova pré-constituída, sem a necessidade
de dilação probatória, isto devido à natureza célere e sumária do
Tal como o habeas corpus, trata-se de ação gratuita (artigo 5º, procedimento.
LXXVII, CF). f) Legitimidade ativa: a mais ampla possível, abrangendo
a) Antecedente histórico: Freedom of Information Act, de não só a pessoa física como a jurídica, nacional ou estrangeira,
1974. residente ou não no Brasil, bem como órgãos públicos desperso-
b) Escopo: proteção do acesso a informações pessoais cons- nalizados e universalidades/pessoas formais reconhecidas por lei.
tantes de registros ou bancos de dados de entidades governamen- g) Legitimidade passiva: A autoridade coatora deve ser auto-
tais ou de caráter público, para o conhecimento ou retificação (cor- ridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribui-
reção). ções do Poder Público. Neste viés, o art. 6º, §3º, Lei nº 12.016/09,
c) Natureza jurídica: ação constitucional que tutela o acesso preceitua que “considera-se autoridade coatora aquela que tenha
a informações pessoais. praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua
d) Legitimidade ativa: pessoa física, brasileira ou estrangei- prática”.
ra, ou por pessoa jurídica, de direito público ou privado, tratando- h) Competência: Fixada de acordo com a autoridade coatora.
-se de ação personalíssima – os dados devem ser a respeito da pes- i) Regulamentação específica: Lei nº 12.016, de 07 de agosto
soa que a propõe. de 2009.
e) Legitimidade passiva: entidades governamentais da Ad- j) Procedimento: artigos 6º a 19 da Lei nº 12.016/09.
ministração Pública Direta e Indireta nas três esferas, bem como
instituições, órgãos, entidades e pessoas jurídicas privadas presta- 1.7.4) Mandado de segurança coletivo
dores de serviços de interesse público que possuam dados relativos A Constituição Federal prevê a possibilidade de ingresso com
à pessoa do impetrante. mandado de segurança coletivo, consoante ao artigo 5º, LXX:
f) Competência: Conforme o caso, nos termos da Constitui-
ção, do Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, “d”), do Superior Artigo 5º, LXX, CF. O mandado de segurança coletivo pode
Tribunal de Justiça (art. 105, I, “b”), dos Tribunais Regionais Fe- ser impetrado por: a) partido político com representação no Con-
derais (art. 108, I, “c”), bem como dos juízes federais (art. 109, gresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou
VIII). associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo
g) Regulamentação específica: Lei nº 9.507, de 12 de no- menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou as-
vembro de 1997. sociados.
h) Procedimento: artigos 8º a 19 da Lei nº 9.507/1997.
a) Origem: Constituição Federal de 1988.
1.7.3) Mandado de segurança individual b) Escopo: preservação ou reparação de direito líquido e certo
Dispõe a Constituição no artigo 5º, LXIX: relacionado a interesses transindividuais (individuais homogêneos
ou coletivos), e devido à questão da legitimidade ativa, pertencente
Artigo 5º, LXIX, CF. Conceder-se-á mandado de segurança a partidos políticos e determinadas associações.
para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas- c) Natureza jurídica: ação constitucional de natureza civil,
-corpus ou habeas-data, quando o responsável pela ilegalidade independente da natureza do ato, de caráter coletivo.
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

Didatismo e Conhecimento 38
LEGISLAÇÃO APLICADA
d) Objeto: o objeto do mandado de segurança coletivo são do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superio-
os direitos coletivos e os direitos individuais homogêneos. Tal res, ou do próprio Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, “q”, CF); ao
instituto não se presta à proteção dos direitos difusos, conforme Superior Tribunal de Justiça, quando a elaboração da norma regula-
posicionamento amplamente majoritário, já que, dada sua difícil mentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da
individualização, fica improvável a verificação da ilegalidade ou administração direta ou indireta, excetuados os casos da competência
do abuso do poder sobre tal direito (art. 21, parágrafo único, Lei do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Jus-
nº 12.016/09). tiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal (art. 105, I,
e) Legitimidade ativa: como se extrai da própria disciplina “h”, CF); ao Tribunal Superior Eleitoral, quando as decisões dos Tri-
constitucional, aliada ao artigo 21 da Lei nº 12.016/09, é de partido bunais Regionais Eleitorais denegarem habeas corpus, mandado de
político com representação no Congresso Nacional, bem como de segurança, habeas data ou mandado de injunção (art. 121, §4º, V, CF);
organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente e aos Tribunais de Justiça Estaduais, frente aos entes a ele vinculados.
constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em e) Procedimento: aplicação analógica da Lei nº 12.016/09, não
defesa de direitos líquidos e certos que atinjam diretamente seus havendo lei específica.
interesses ou de seus membros.
1.7.6) Ação popular
f) Disciplina específica na Lei nº 12.016/09:
Prevê o artigo 5º, LXXIII, CF:
Art. 22, Lei nº 12.016/09. No mandado de segurança coletivo, Artigo 5º, LXXIII, CF. Qualquer cidadão é parte legítima para
a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do gru- propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio pú-
po ou categoria substituídos pelo impetrante. blico ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade admi-
§ 1º O mandado de segurança coletivo não induz litispendên- nistrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
cia para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e
beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a de- do ônus da sucumbência.
sistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta)
dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança a) Origem: Constituição Federal de 1934.
coletiva. b) Escopo: é instrumento de exercício direto da democracia, per-
§ 2º No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá mitindo ao cidadão que busque a proteção da coisa pública, ou seja,
ser concedida após a audiência do representante judicial da pessoa que vise assegurar a preservação dos interesses transindividuais.
jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de c) Natureza jurídica: trata-se de ação constitucional, que visa
72 (setenta e duas) horas. anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Es-
tado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
1.7.5) Mandado de injunção patrimônio histórico e cultural
Regulamenta o artigo 5º, LXXI, CF: d) Legitimidade ativa: deve ser cidadão, ou seja, aquele nacio-
nal que esteja no pleno gozo dos direitos políticos.
Artigo 5º, LXXI, CF. Conceder-se-á mandado de injunção e) Legitimidade passiva: ente da Administração Pública, direta
sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o ou indireta, ou então pessoa jurídica que de algum modo lide com a
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerroga- coisa pública.
tivas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. f) Competência: Será fixada de acordo com a origem do ato ou
omissão a serem impugnados (artigo 5º, Lei nº 4.717/65).
a) Escopo: os dois requisitos constitucionais para que seja g) Regulamentação específica: Lei nº 4.717, de 29 de junho de
proposto o mandado de injunção são a existência de norma cons- 1965.
h) Procedimento: artigos 7º a 19, Lei nº 4.717/65.
titucional de eficácia limitada que prescreva direitos, liberdades
constitucionais e prerrogativas inerentes à nacionalidade, à sobe-
1.8) Direitos humanos, tratados internacionais de proteção
rania e à cidadania; além da falta de norma regulamentadores, im-
aos direitos humanos e repercussão no Direito brasileiro
possibilitando o exercício dos direitos, liberdades e prerrogativas Estabelece o artigo 5º, § 2º, CF que os direitos e garantias podem
em questão. Assim, visa curar o hábito que se incutiu no legislador decorrer, dentre outras fontes, dos “tratados internacionais em que a
brasileiro de não regulamentar as normas de eficácia limitada para República Federativa do Brasil seja parte”.
que elas não sejam aplicáveis. Para o tratado internacional ingressar no ordenamento jurídico
b) Natureza jurídica: ação constitucional que objetiva a re- brasileiro deve ser observado um procedimento complexo, que exige
gulamentação de normas constitucionais de eficácia limitada. o cumprimento de quatro fases: a negociação (bilateral ou multilate-
c) Legitimidade ativa: qualquer pessoa, nacional ou estran- ral, com posterior assinatura do Presidente da República), submissão
geira, física ou jurídica, capaz ou incapaz, que titularize direito do tratado assinado ao Congresso Nacional (que dará referendo por
fundamental não materializável por omissão legislativa do Poder meio do decreto legislativo), ratificação do tratado (confirmação da
público, bem como o Ministério Público na defesa de seus inte- obrigação perante a comunidade internacional) e a promulgação e pu-
resses institucionais. Não se aceita a legitimidade ativa de pessoas blicação do tratado pelo Poder Executivo43. Notadamente, quando o
jurídicas de direito público. constituinte menciona os tratados internacionais no §2º do artigo
d) Competência: Supremo Tribunal Federal, quando a ela- 5º refere-se àqueles que tenham por fulcro ampliar o rol de direitos
boração de norma regulamentadora for atribuição do Presidente do artigo 5º, ou seja, tratado internacional de direitos humanos.
da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, 43 VICENTE SOBRINHO, Benedito. Direitos Funda-
do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, mentais e Prisão Civil. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris Editor, 2008.

Didatismo e Conhecimento 39
LEGISLAÇÃO APLICADA
O §1° e o §2° do artigo 5° existiam de maneira originária na Artigo 6º, CF. Art. 6º São direitos sociais a educação, a saú-
Constituição Federal, conferindo o caráter de primazia dos direi- de, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer,
tos humanos, desde logo consagrando o princípio da primazia dos a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
direitos humanos, como reconhecido pela doutrina e jurisprudên- infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Cons-
cia majoritários na época. “O princípio da primazia dos direitos tituição. 
humanos nas relações internacionais implica em que o Brasil deve
incorporar os tratados quanto ao tema ao ordenamento interno bra- Trata-se de desdobramento da perspectiva do Estado Social de
sileiro e respeitá-los. Implica, também em que as normas voltadas Direito. Em suma, são elencados os direitos humanos de 2ª dimen-
à proteção da dignidade em caráter universal devem ser aplicadas são, notadamente conhecidos como direitos econômicos, sociais
no Brasil em caráter prioritário em relação a outras normas”44. e culturais. Em resumo, os direitos sociais envolvem prestações
Regra geral, os tratados internacionais comuns ingressam com positivas do Estado (diferente dos de liberdade, que referem-se à
força de lei ordinária no ordenamento jurídico brasileiro porque postura de abstenção estatal), ou seja, políticas estatais que visem
somente existe previsão constitucional quanto à possibilidade da consolidar o princípio da igualdade não apenas formalmente, mas
equiparação às emendas constitucionais se o tratado abranger ma- materialmente (tratando os desiguais de maneira desigual).
téria de direitos humanos. Antes da emenda alterou o quadro quan- Por seu turno, embora no capítulo específico do Título II que
to aos tratados de direitos humanos, era o que acontecia, mas isso aborda os direitos sociais não se perceba uma intensa regulamen-
não significa que tais direitos eram menos importantes devido ao tação destes, à exceção dos direitos trabalhistas, o Título VIII da
princípio da primazia e ao reconhecimento dos direitos implícitos. Constituição Federal, que aborda a ordem social, se concentra em
Por seu turno, com o advento da Emenda Constitucional nº trazer normativas mais detalhadas a respeitos de direitos indicados
45/04 se introduziu o §3º ao artigo 5º da Constituição Federal, de como sociais.
modo que os tratados internacionais de direitos humanos foram
equiparados às emendas constitucionais, desde que houvesse a 2.1) Igualdade material e efetivação dos direitos sociais
aprovação do tratado em cada Casa do Congresso Nacional e ob- Independentemente da categoria de direitos que esteja sendo
tivesse a votação em dois turnos e com três quintos dos votos dos abordada, a igualdade nunca deve aparecer num sentido meramen-
respectivos membros: te formal, mas necessariamente material. Significa que discrimi-
nações indevidas são proibidas, mas existem certas distinções que
Artigo 5º, §3º, CF. Os tratados e convenções internacionais não só devem ser aceitas, como também se mostram essenciais.
sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do No que tange aos direitos sociais percebe-se que a igualdade
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos material assume grande relevância. Afinal, esta categoria de direi-
dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas consti- tos pressupõe uma postura ativa do Estado em prol da efetivação.
tucionais. Nem todos podem arcar com suas despesas de saúde, educação,
  cultura, alimentação e moradia, assim como nem todos se encon-
Logo, a partir da alteração constitucional, os tratados de direi- tram na posição de explorador da mão-de-obra, sendo a grande
tos humanos que ingressarem no ordenamento jurídico brasileiro, maioria da população de explorados. Estas pessoas estão numa
versando sobre matéria de direitos humanos, irão passar por um clara posição de desigualdade e caberá ao Estado cuidar para que
processo de aprovação semelhante ao da emenda constitucional. progressivamente atinjam uma posição de igualdade real, já que
Contudo, há posicionamentos conflituosos quanto à possi- não é por conta desta posição desfavorável que se pode afirmar
bilidade de considerar como hierarquicamente constitucional os que são menos dignos, menos titulares de direitos fundamentais.
tratados internacionais de direitos humanos que ingressaram no Logo, a efetivação dos direitos sociais é uma meta a ser alcan-
ordenamento jurídico brasileiro anteriormente ao advento da re- çada pelo Estado em prol da consolidação da igualdade material.
ferida emenda. Tal discussão se deu com relação à prisão civil Sendo assim, o Estado buscará o crescente aperfeiçoamento da
do depositário infiel, prevista como legal na Constituição e ilegal oferta de serviços públicos com qualidade para que todos os na-
no Pacto de São José da Costa Rica (tratado de direitos humanos cionais tenham garantidos seus direitos fundamentais de segunda
aprovado antes da EC nº 45/04), sendo que o Supremo Tribunal dimensão da maneira mais plena possível.
Federal firmou o entendimento pela supralegalidade do tratado de Há se ressaltar também que o Estado não possui apenas um
direitos humanos anterior à Emenda (estaria numa posição que pa- papel direto na promoção dos direitos econômicos, sociais e cul-
ralisaria a eficácia da lei infraconstitucional, mas não revogaria a turais, mas também um indireto, quando por meio de sua gestão
Constituição no ponto controverso). permite que os indivíduos adquiram condições para sustentarem
suas necessidades pertencentes a esta categoria de direitos.
2) Direitos sociais
A Constituição Federal, dentro do Título II, aborda no capítulo 2.2) Reserva do possível e mínimo existencial
II a categoria dos direitos sociais, em sua maioria normas progra- Os direitos sociais serão concretizados gradualmente, notada-
máticas e que necessitam de uma postura interventiva estatal em mente porque estão previstos em normas programáticas e porque a
prol da implementação. implementação deles gera um ônus para o Estado. Diferentemente
Os direitos assegurados nesta categoria encontram menção dos direitos individuais, que dependem de uma postura de absten-
genérica no artigo 6º, CF: ção estatal, os direitos sociais precisam que o Estado assuma um
44 PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Inter-
papel ativo em prol da efetivação destes.
nacional Público e Privado. Salvador: JusPodivm, 2009.

Didatismo e Conhecimento 40
LEGISLAÇÃO APLICADA
A previsão excessiva de direitos sociais no bojo de uma Cons- Questão polêmica se refere à proibição do retrocesso: se uma
tituição, a despeito de um instante bem-intencionado de palavras decisão judicial melhorar a efetivação de um direito social, ela se
promovido pelo constituinte, pode levar à negativa, paradoxal – e, torna vinculante e é impossível ao legislador alterar a Constituição
portanto, inadmissível – consequência de uma Carta Magna cujas para retirar este avanço? Por um lado, a proibição do retrocesso
finalidades não condigam com seus próprios prescritos, fato que merece ser tomada em conceito amplo, abrangendo inclusive deci-
deslegitima o Poder Público como determinador de que particula- sões judiciais; por outro lado, a decisão judicial não tem por fulcro
res respeitem os direitos fundamentais, já que sequer eles próprios, alterar a norma, o que somente é feito pelo legislador, e ele teria o
os administradores, conseguem cumprir o que consta de seu Esta- direito de prever que aquela decisão judicial não está incorporada
tuto Máximo45. na proibição do retrocesso. A questão é polêmica e não há enten-
Tecnicamente, nos direitos sociais é possível invocar a cláu- dimento dominante.
sula da reserva do possível como argumento para a não imple-
mentação de determinado direito social – seja pela absoluta ausên- 2.4) Direito individual do trabalho
cia de recursos (reserva do possível fática), seja pela ausência de O artigo 7º da Constituição enumera os direitos individuais
previsão orçamentária nos termos do artigo 167, CF (reserva do dos trabalhadores urbanos e rurais. São os direitos individuais ti-
possível jurídica). picamente trabalhistas, mas que não excluem os demais direitos
O Ministro Celso de Mello afirmou em julgamento que os di- fundamentais (ex.: honra é um direito no espaço de trabalho, sob
reitos sociais “não pode converter-se em promessa constitucional pena de se incidir em prática de assédio moral).
inconsequente, sob pena de o Poder Público, fraudando justas ex-
pectativas nele depositadas pela coletividade, substituir, de manei- Artigo 7º, I, CF. Relação de emprego protegida contra des-
ra ilegítima, o cumprimento de seu impostergável dever, por um pedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei comple-
gesto irresponsável de infidelidade governamental ao que determi- mentar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
na a própria Lei Fundamental do Estado”46. direitos.
Sendo assim, a invocação da cláusula da reserva do possível,
embora viável, não pode servir de muleta para que o Estado não Significa que a demissão, se não for motivada por justa causa,
arque com obrigações básicas. Neste viés, geralmente, quando in- assegura ao trabalhador direitos como indenização compensatória,
vocada a cláusula é afastada, entendendo o Poder Judiciário que entre outros, a serem arcados pelo empregador.
não cabe ao Estado se eximir de garantir direitos sociais com o
simples argumento de que não há orçamento específico para isso Artigo 7º, II, CF. Seguro-desemprego, em caso de desempre-
– ele deveria ter reservado parcela suficiente de suas finanças para go involuntário.
atender esta demanda.
Com efeito, deve ser preservado o mínimo existencial, que Sem prejuízo de eventual indenização a ser recebida do em-
tem por fulcro limitar a discricionariedade político-administrativa pregador, o trabalhador que fique involuntariamente desemprega-
e estabelecer diretrizes orçamentárias básicas a serem seguidas, do – entendendo-se por desemprego involuntário o que tenha ori-
sob pena de caber a intervenção do Poder Judiciário em prol de gem num acordo de cessação do contrato de trabalho – tem direito
sua efetivação. ao seguro-desemprego, a ser arcado pela previdência social, que
tem o caráter de assistência financeira temporária.
2.3) Princípio da proibição do retrocesso
Proibição do retrocesso é a impossibilidade de que uma con- Artigo 7º, III, CF. Fundo de garantia do tempo de serviço.
quista garantida na Constituição Federal sofra um retrocesso, de
modo que um direito social garantido não pode deixar de o ser. Foi criado em 1967 pelo Governo Federal para proteger o
Conforme jurisprudência, a proibição do retrocesso deve ser trabalhador demitido sem justa causa. O FGTS é constituído de
tomada com reservas, até mesmo porque segundo entendimento contas vinculadas, abertas em nome de cada trabalhador, quando o
predominante as normas do artigo 7º, CF não são cláusula pétrea, empregador efetua o primeiro depósito. O saldo da conta vincula-
sendo assim passíveis de alteração. Se for alterada normativa sobre da é formado pelos depósitos mensais efetivados pelo empregador,
direito trabalhista assegurado no referido dispositivo, não sendo o equivalentes a 8,0% do salário pago ao empregado, acrescido de
prejuízo evidente, entende-se válida (por exemplo, houve altera- atualização monetária e juros. Com o FGTS, o trabalhador tem a
ção do prazo prescricional diferenciado para os trabalhadores agrí- oportunidade de formar um patrimônio, que pode ser sacado em
colas). O que, em hipótese alguma, pode ser aceito é um retrocesso momentos especiais, como o da aquisição da casa própria ou da
evidente, seja excluindo uma categoria de direitos (ex.: abolir o aposentadoria e em situações de dificuldades, que podem ocorrer
Sistema Único de Saúde), seja diminuindo sensivelmente a abran- com a demissão sem justa causa ou em caso de algumas doenças
gência da proteção (ex.: excluindo o ensino médio gratuito). graves.

Artigo 7º, IV, CF. Salário mínimo, fixado em lei, nacional-


mente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais bá-
45 LAZARI, Rafael José Nadim de. Reserva do possível
sicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação,
e mínimo existencial: a pretensão de eficácia da norma constitucional em face
da realidade. Curitiba: Juruá, 2012, p. 56-57.
saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social,
com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
46 RTJ 175/1212-1213, Rel. Min. CELSO DE MELLO. sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.

Didatismo e Conhecimento 41
LEGISLAÇÃO APLICADA
Trata-se de uma visível norma programática da Constituição Artigo 7º, X, CF. Proteção do salário na forma da lei, consti-
que tem por pretensão um salário mínimo que atenda a todas as tuindo crime sua retenção dolosa.
necessidades básicas de uma pessoa e de sua família. Em pesqui-
sa que tomou por parâmetro o preceito constitucional, detectou-se Quanto ao possível crime de retenção de salário, não há no
que “o salário mínimo do trabalhador brasileiro deveria ter sido Código Penal brasileiro uma norma que determina a ação de re-
de R$ 2.892,47 em abril para que ele suprisse suas necessidades tenção de salário como crime. Apesar do artigo 7º, X, CF dizer
básicas e da família, segundo estudo divulgado nesta terça-feira, que é crime a retenção dolosa de salário, o dispositivo é norma de
07, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos So- eficácia limitada, pois depende de lei ordinária, ainda mais porque
cioeconômicos (Dieese)”47. qualquer norma penal incriminadora é regida pela legalidade estri-
ta (artigo 5º, XXXIX, CF).
Artigo 7º, V, CF. Piso salarial proporcional à extensão e à
complexidade do trabalho. Artigo 7º, XI, CF. Participação nos lucros, ou resultados,
desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação
Cada trabalhador, dentro de sua categoria de emprego, seja na gestão da empresa, conforme definido em lei.
ele professor, comerciário, metalúrgico, bancário, construtor civil,
enfermeiro, recebe um salário base, chamado de Piso Salarial, que A Participação nos Lucros e Resultado (PLR), que é conheci-
é sua garantia de recebimento dentro de seu grau profissional. O da também por Programa de Participação nos Resultados (PPR),
Valor do Piso Salarial é estabelecido em conformidade com a data está prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) desde
base da categoria, por isso ele é definido em conformidade com um a Lei nº 10.101, de 19 de dezembro de 2000. Ela funciona como
acordo, ou ainda com um entendimento entre patrão e trabalhador. um bônus, que é ofertado pelo empregador e negociado com uma
comissão de trabalhadores da empresa. A CLT não obriga o em-
Artigo 7º, VI, CF. Irredutibilidade do salário, salvo o disposto pregador a fornecer o benefício, mas propõe que ele seja utilizado.
em convenção ou acordo coletivo.
Artigo 7º, XII, CF. Salário-família pago em razão do depen-
O salário não pode ser reduzido, a não ser que anão redução dente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei.
implique num prejuízo maior, por exemplo, demissão em massa
durante uma crise, situações que devem ser negociadas em con- Salário-família é o benefício pago na proporção do respectivo
venção ou acordo coletivo. número de filhos ou equiparados de qualquer condição até a ida-
de de quatorze anos ou inválido de qualquer idade, independente
Artigo 7º, VII, CF. Garantia de salário, nunca inferior ao de carência e desde que o salário-de-contribuição seja inferior ou
mínimo, para os que percebem remuneração variável. igual ao limite máximo permitido. De acordo com a Portaria Inter-
ministerial MPS/MF nº 19, de 10/01/2014, valor do salário-família
O salário mínimo é direito de todos os trabalhadores, mesmo será de R$ 35,00, por filho de até 14 anos incompletos ou inválido,
daqueles que recebem remuneração variável (ex.: baseada em co- para quem ganhar até R$ 682,50. Já para o trabalhador que receber
missões por venda e metas); de R$ 682,51 até R$ 1.025,81, o valor do salário-família por filho
de até 14 anos de idade ou inválido de qualquer idade será de R$
Artigo 7º, VIII, CF. Décimo terceiro salário com base na re- 24,66.
muneração integral ou no valor da aposentadoria.
Artigo 7º, XIII, CF. duração do trabalho normal não superior
Também conhecido como gratificação natalina, foi instituída a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
no Brasil pela Lei nº 4.090/1962 e garante que o trabalhador rece- compensação de horários e a redução da jornada, mediante acor-
ba o correspondente a 1/12 (um doze avos) da remuneração por do ou convenção coletiva de trabalho.
mês trabalhado, ou seja, consiste no pagamento de um salário extra
ao trabalhador e ao aposentado no final de cada ano. Artigo 7º, XVI, CF. Remuneração do serviço extraordinário
superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal.
Artigo 7º, IX, CF. Remuneração do trabalho noturno superior
à do diurno. A legislação trabalhista vigente estabelece que a duração
O adicional noturno é devido para o trabalho exercido durante normal do trabalho, salvo os casos especiais, é de 8 (oito) horas
a noite, de modo que cada hora noturna sofre a redução de 7 mi- diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, no máximo. Todavia,
nutos e 30 segundos, ou ainda, é feito acréscimo de 12,5% sobre poderá a jornada diária de trabalho dos empregados maiores ser
o valor da hora diurna. Considera-se noturno, nas atividades ur- acrescida de horas suplementares, em número não excedentes a
banas, o trabalho realizado entre as 22:00 horas de um dia às 5:00 duas, no máximo, para efeito de serviço extraordinário, mediante
horas do dia seguinte; nas atividades rurais, é considerado noturno acordo individual, acordo coletivo, convenção coletiva ou senten-
o trabalho executado na lavoura entre 21:00 horas de um dia às ça normativa. Excepcionalmente, ocorrendo necessidade imperio-
5:00 horas do dia seguinte; e na pecuária, entre 20:00 horas às 4:00 sa, poderá ser prorrogada além do limite legalmente permitido. A
horas do dia seguinte. remuneração do serviço extraordinário, desde a promulgação da
47 http://exame.abril.com.br/economia/noticias/salario-
Constituição Federal, deverá constar, obrigatoriamente, do acordo,
-minimo-deveria-ter-sido-de-r-2-892-47-em-abril convenção ou sentença normativa, e será, no mínimo, 50% (cin-
quenta por cento) superior à da hora normal.

Didatismo e Conhecimento 42
LEGISLAÇÃO APLICADA
Artigo 7º, XIV, CF. Jornada de seis horas para o trabalho Embora as mulheres sejam maioria na população de 10 anos
realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo nego- ou mais de idade, elas são minoria na população ocupada, mas
ciação coletiva. estão em maioria entre os desocupados. Acrescenta-se ainda, que
elas são maioria também na população não economicamente ativa.
O constituinte ao estabelecer jornada máxima de 6 horas para Além disso, ainda há relevante diferença salarial entre homens e
os turnos ininterruptos de revezamento, expressamente ressalvan- mulheres, sendo que os homens recebem mais porque os empre-
do a hipótese de negociação coletiva, objetivou prestigiar a atua- gadores entendem que eles necessitam de um salário maior para
ção da entidade sindical. Entretanto, a jurisprudência evoluiu para manter a família. Tais disparidades colocam em evidência que o
uma interpretação restritiva de seu teor, tendo como parâmetro o mercado de trabalho da mulher deve ser protegido de forma es-
fato de que o trabalho em turnos ininterruptos é por demais desgas- pecial.
tante, penoso, além de trazer malefícios de ordem fisiológica para
o trabalhador, inclusive distúrbios no âmbito psicossocial já que Artigo 7º, XXI, CF. Aviso prévio proporcional ao tempo de
dificulta o convívio em sociedade e com a própria família. serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei.

Artigo 7º, XV, CF. Repouso semanal remunerado, preferen- Nas relações de emprego, quando uma das partes deseja res-
cialmente aos domingos. cindir, sem justa causa, o contrato de trabalho por prazo indetermi-
nado, deverá, antecipadamente, notificar à outra parte, através do
O Descanso Semanal Remunerado é de 24 (vinte e quatro) aviso prévio. O aviso prévio tem por finalidade evitar a surpresa
horas consecutivas, devendo ser concedido preferencialmente aos na ruptura do contrato de trabalho, possibilitando ao empregador
domingos, sendo garantido a todo trabalhador urbano, rural ou do- o preenchimento do cargo vago e ao empregado uma nova colo-
méstico. Havendo necessidade de trabalho aos domingos, desde cação no mercado de trabalho, sendo que o aviso prévio pode ser
que previamente autorizados pelo Ministério do Trabalho, aos tra- trabalhado ou indenizado.
balhadores é assegurado pelo menos um dia de repouso semanal
remunerado coincidente com um domingo a cada período, depen- Artigo 7º, XXII, CF. Redução dos riscos inerentes ao traba-
dendo da atividade (artigo 67, CLT). lho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança.

Artigo 7º, XVII, CF. Gozo de férias anuais remuneradas com, Trata-se ao direito do trabalhador a um meio ambiente do tra-
pelo menos, um terço a mais do que o salário normal. balho salubre. Fiorillo48 destaca que o equilíbrio do meio ambien-
te do trabalho está sedimentado na salubridade e na ausência de
O salário das férias deve ser superior em pelo menos um terço agentes que possam comprometer a incolumidade físico-psíquica
ao valor da remuneração normal, com todos os adicionais e bene- dos trabalhadores.
fícios aos quais o trabalhador tem direito. A cada doze meses de
trabalho – denominado período aquisitivo – o empregado terá di- Artigo 7º, XXIII, CF. Adicional de remuneração para as ativi-
reito a trinta dias corridos de férias, se não tiver faltado injustifica- dades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei.
damente mais de cinco vezes ao serviço (caso isso ocorra, os dias
das férias serão diminuídos de acordo com o número de faltas). Penoso é o trabalho acerbo, árduo, amargo, difícil, molesto,
trabalhoso, incômodo, laborioso, doloroso, rude, que não é perigo-
Artigo 7º, XVIII, CF. Licença à gestante, sem prejuízo do em- so ou insalubre, mas penosa, exigindo atenção e vigilância acima
prego e do salário, com a duração de cento e vinte dias. do comum. Ainda não há na legislação específica previsão sobre o
adicional de penosidade.
O salário da trabalhadora em licença é chamado de salário- São consideradas atividades ou operações insalubres as que se
-maternidade, é pago pelo empregador e por ele descontado dos desenvolvem excesso de limites de tolerância para: ruído contínuo
recolhimentos habituais devidos à Previdência Social. A trabalha- ou intermitente, ruídos de impacto, exposição ao calor e ao frio,
dora pode sair de licença a partir do último mês de gestação, sendo radiações, certos agentes químicos e biológicos, vibrações, umi-
que o período de licença é de 120 dias. A Constituição também dade, etc. O exercício de trabalho em condições de insalubridade
garante que, do momento em que se confirma a gravidez até cinco assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre
meses após o parto, a mulher não pode ser demitida. o salário base do empregado (súmula 228 do TST), ou previsão
mais benéfica em Convenção Coletiva de Trabalho, equivalente
Artigo 7º, XIX, CF. Licença-paternidade, nos termos fixados a 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;
em lei. 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio; 10% (dez
O homem tem direito a 5 dias de licença-paternidade para es- por cento), para insalubridade de grau mínimo.
tar mais próximo do bebê recém-nascido e ajudar a mãe nos pro- O adicional de periculosidade é um valor devido ao emprega-
cessos pós-operatórios. do exposto a atividades perigosas. São consideradas atividades ou
operações perigosas, aquelas que, por sua natureza ou métodos de
Artigo 7º, XX, CF. Proteção do mercado de trabalho da mu- trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição per-
lher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei. manente do trabalhador a inflamáveis, explosivos ou energia elé-
48 FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito
Ambiental brasileiro. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 21.

Didatismo e Conhecimento 43
LEGISLAÇÃO APLICADA
trica; e a roubos ou outras espécies de violência física nas ativida- Atualmente, é a Lei nº 8.213/91 a responsável por tratar do
des profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. O valor do assunto e em seus artigos 19, 20 e 21 apresenta a definição de
adicional de periculosidade será o salário do empregado acrescido doenças e acidentes do trabalho. Não se trata de legislação espe-
de 30%, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios cífica sobre o tema, mas sim de uma norma que dispõe sobre as
ou participações nos lucros da empresa. modalidades de benefícios da previdência social. Referida Lei, em
O Tribunal Superior do Trabalho ainda não tem entendimento seu artigo 19 da preceitua que acidente do trabalho é o que ocorre
unânime sobre a possibilidade de cumulação destes adicionais. pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício
do trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional
Artigo 7º, XXIV, CF. Aposentadoria. que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporá-
ria, da capacidade para o trabalho.
A aposentadoria é um benefício garantido a todo trabalhador Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) é uma contribuição
brasileiro que pode ser usufruído por aquele que tenha contribuído com natureza de tributo que as empresas pagam para custear be-
ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) pelos prazos nefícios do INSS oriundos de acidente de trabalho ou doença ocu-
estipulados nas regras da Previdência Social e tenha atingido as pacional, cobrindo a aposentadoria especial. A alíquota normal é
idades mínimas previstas. Aliás, o direito à previdência social é de um, dois ou três por cento sobre a remuneração do empregado,
considerado um direito social no próprio artigo 6º, CF. mas as empresas que expõem os trabalhadores a agentes nocivos
químicos, físicos e biológicos precisam pagar adicionais diferen-
Artigo 7º, XXV, CF. Assistência gratuita aos filhos e depen- ciados. Assim, quanto maior o risco, maior é a alíquota, mas atual-
dentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches mente o Ministério da Previdência Social pode alterar a alíquota se
e pré-escolas. a empresa investir na segurança do trabalho.
Neste sentido, nada impede que a empresa seja responsabili-
Todo estabelecimento com mais de 30 funcionárias com mais zada pelos acidentes de trabalho, indenizando o trabalhador. Na
de 16 anos tem a obrigação de oferecer um espaço físico para que atualidade entende-se que a possibilidade de cumulação do benefí-
as mães deixem o filho de 0 a 6 meses, enquanto elas trabalham. cio previdenciário, assim compreendido como prestação garantida
Caso não ofereçam esse espaço aos bebês, a empresa é obrigada pelo Estado ao trabalhador acidentado (responsabilidade objetiva)
a dar auxílio-creche a mulher para que ela pague uma creche para com a indenização devida pelo empregador em caso de culpa (res-
o bebê de até 6 meses. O valor desse auxílio será determinado ponsabilidade subjetiva), é pacífica, estando amplamente difundi-
conforme negociação coletiva na empresa (acordo da categoria ou da na jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho;
convenção). A empresa que tiver menos de 30 funcionárias regis-
tradas não tem obrigação de conceder o benefício. É facultativo Artigo 7º, XXIX, CF. Ação, quanto aos créditos resultantes
(ela pode oferecer ou não). Existe a possibilidade de o benefício das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos
ser estendido até os 6 anos de idade e incluir o trabalhador homem. para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos
A duração do auxílio-creche e o valor envolvido variarão confor- após a extinção do contrato de trabalho.
me negociação coletiva na empresa.
Prescrição é a perda da pretensão de buscar a tutela jurisdicio-
Artigo 7º, XXVI, CF. Reconhecimento das convenções e acor- nal para assegurar direitos violados. Sendo assim, há um período
dos coletivos de trabalho. de tempo que o empregado tem para requerer seu direito na Justiça
do Trabalho. A prescrição trabalhista é sempre de 2 (dois) anos a
Neste dispositivo se funda o direito coletivo do trabalho, que partir do término do contrato de trabalho, atingindo as parcelas re-
encontra regulamentação constitucional nos artigo 8º a 11 da Cons- lativas aos 5 (cinco) anos anteriores, ou de 05 (cinco) anos durante
tituição. Pelas convenções e acordos coletivos, entidades represen- a vigência do contrato de trabalho.
tativas da categoria dos trabalhadores entram em negociação com
as empresas na defesa dos interesses da classe, assegurando o res- Artigo 7º, XXX, CF. Proibição de diferença de salários, de
peito aos direitos sociais; exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil.
Artigo 7º, XXVII, CF. Proteção em face da automação, na
forma da lei. Há uma tendência de se remunerar melhor homens brancos
na faixa dos 30 anos que sejam casados, sendo patente a diferença
Trata-se da proteção da substituição da máquina pelo homem, remuneratória para com pessoas de diferente etnia, faixa etária ou
que pode ser feita, notadamente, qualificando o profissional para sexo. Esta distinção atenta contra o princípio da igualdade e não é
exercer trabalhos que não possam ser desempenhados por uma aceita pelo constituinte, sendo possível inclusive invocar a equipa-
máquina (ex.: se criada uma máquina que substitui o trabalhador, ração salarial judicialmente.
deve ser ele qualificado para que possa operá-la).
Artigo 7º, XXVIII, CF. Seguro contra acidentes de trabalho, Artigo 7º, XXXI, CF. Proibição de qualquer discriminação no
a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador
obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. de deficiência.
A pessoa portadora de deficiência, dentro de suas limitações,
possui condições de ingressar no mercado de trabalho e não pode
ser preterida meramente por conta de sua deficiência.

Didatismo e Conhecimento 44
LEGISLAÇÃO APLICADA
Artigo 7º, XXXII, CF. Proibição de distinção entre trabalho III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses cole-
manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos. tivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais
ou administrativas;
Os trabalhos manuais, técnicos e intelectuais são igualmen- IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tra-
te relevantes e contribuem todos para a sociedade, não cabendo a tando de categoria profissional, será descontada em folha, para
desvalorização de um trabalho apenas por se enquadrar numa ou custeio do sistema confederativo da representação sindical res-
outra categoria. pectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado
Artigo 7º, XXXIII, CF. proibição de trabalho noturno, peri- a sindicato;
goso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negocia-
a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a ções coletivas de trabalho;
partir de quatorze anos. VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas
organizações sindicais;
Trata-se de norma protetiva do adolescente, estabelecendo-se
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a par-
uma idade mínima para trabalho e proibindo-se o trabalho em con-
tir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação
dições desfavoráveis.
sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do
Artigo 7º, XXXIV, CF. Igualdade de direitos entre o trabalha- mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
dor com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avul- Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à or-
so. ganização de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, aten-
didas as condições que a lei estabelecer.
Avulso é o trabalhador que presta serviço a várias empresas,
mas é contratado por sindicatos e órgãos gestores de mão-de-obra, O direito de greve, por seu turno, está previsto no artigo 9º,
possuindo os mesmos direitos que um trabalhador com vínculo CF:
empregatício permanente.
A Emenda Constitucional nº 72/2013, conhecida como PEC Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos tra-
das domésticas, deu nova redação ao parágrafo único do artigo 7º: balhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os
interesses que devam por meio dele defender.
Artigo 7º, parágrafo único, CF. São assegurados à categoria § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e dis-
dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, porá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comu-
VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, nidade.
XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabeleci- § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas
das em lei e observada a simplificação do cumprimento das obri- da lei.
gações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação
de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, A respeito, conferir a Lei nº 7.783/89, que dispõe sobre o exer-
IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência cício do direito de greve, define as atividades essenciais, regula o
social. atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, e dá ou-
tras providências. Enquanto não for disciplinado o direito de greve
2.5) Direito coletivo do trabalho dos servidores públicos, esta é a legislação que se aplica, segundo
Os artigos 8º a 11 trazem os direitos sociais coletivos dos o STF.
trabalhadores, que são os exercidos pelos trabalhadores, coletiva- O direito de participação é previsto no artigo 10, CF:
mente ou no interesse de uma coletividade, quais sejam: associa-
ção profissional ou sindical, greve, substituição processual, parti-
Artigo 10, CF. É assegurada a participação dos trabalhado-
cipação e representação classista49.
res e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que
A liberdade de associação profissional ou sindical tem escopo
no artigo 8º, CF: seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de
discussão e deliberação.
Art. 8º, CF. É livre a associação profissional ou sindical, ob-
servado o seguinte: Por fim, aborda-se o direito de representação classista no ar-
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fun- tigo 11, CF:
dação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente,
vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na or- Artigo 11, CF. Nas empresas de mais de duzentos emprega-
ganização sindical; dos, é assegurada a eleição de um representante destes com a
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindi- finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com
cal, em qualquer grau, representativa de categoria profissional os empregadores.
ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos 3) Nacionalidade
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser in- O capítulo III do Título II aborda a nacionalidade, que vem
ferior à área de um Município; a ser corolário dos direitos políticos, já que somente um nacional
49 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional es- pode adquirir direitos políticos.
quematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

Didatismo e Conhecimento 45
LEGISLAÇÃO APLICADA
Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga um 3.2) Naturalidade e naturalização
indivíduo a determinado Estado, fazendo com que ele passe a O artigo 12 da Constituição Federal estabelece quem são os
integrar o povo daquele Estado, desfrutando assim de direitos e nacionais brasileiros, dividindo-os em duas categorias: natos e na-
obrigações. turalizados. Percebe-se que naturalidade é diferente de nacionali-
Povo é o conjunto de nacionais. Por seu turno, povo não é dade – naturalidade é apenas o local de nascimento, nacionalidade
a mesma coisa que população. População é o conjunto de pessoas é um efetivo vínculo com o Estado.
residentes no país – inclui o povo, os estrangeiros residentes no Uma pessoa pode ser considerada nacional brasileira tanto por
país e os apátridas. ter nascido no território brasileiro quanto por voluntariamente se
naturalizar como brasileiro, como se percebe no teor do artigo 12,
3.1) Nacionalidade como direito humano fundamental CF. O estrangeiro, num conceito tomado à base de exclusão, é todo
Os direitos humanos internacionais são completamente con- aquele que não é nacional brasileiro.
trários à ideia do apátrida – ou heimatlos –, que é o indivíduo que
não possui o vínculo da nacionalidade com nenhum Estado. Logo, a) Brasileiros natos
a nacionalidade é um direito da pessoa humana, o qual não pode Art. 12, CF. São brasileiros:
I - natos:
ser privado de forma arbitrária. Não há privação arbitrária quando
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que
respeitados os critérios legais previstos no texto constitucional no
de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu
que tange à perda da nacionalidade. Em outras palavras, o consti-
país;
tuinte brasileiro não admite a figura do apátrida. b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe bra-
Contudo, é exatamente por ser um direito que a nacionalida- sileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República
de não pode ser uma obrigação, garantindo-se à pessoa o direito Federativa do Brasil;
de deixar de ser nacional de um país e passar a sê-lo de outro, c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
mudando de nacionalidade, por um processo conhecido como na- brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasilei-
turalização. ra competente ou venham a residir na República Federativa do
Prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos em seu Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maiori-
artigo 15: “I) Todo homem tem direito a uma nacionalidade. II) dade, pela nacionalidade brasileira.
Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem
do direito de mudar de nacionalidade”. Tradicionalmente, são possíveis dois critérios para a atribui-
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos aprofunda- ção da nacionalidade primária – nacional nato –, notadamente: ius
-se em meios para garantir que toda pessoa tenha uma nacionali- soli, direito de solo, o nacional nascido em território do país inde-
dade desde o seu nascimento ao adotar o critério do jus solis, ex- pendentemente da nacionalidade dos pais; e ius sanguinis, direito
plicitando que ao menos a pessoa terá a nacionalidade do território de sangue, que não depende do local de nascimento mas sim da
onde nasceu, quando não tiver direito a outra nacionalidade por descendência de um nacional do país (critério comum em países
previsões legais diversas. que tiveram êxodo de imigrantes).
“Nacionalidade é um direito fundamental da pessoa huma- O brasileiro nato, primeiramente, é aquele que nasce no terri-
na. Todos a ela têm direito. A nacionalidade de um indivíduo não tório brasileiro – critério do ius soli, ainda que filho de pais estran-
pode ficar ao mero capricho de um governo, de um governante, geiros, desde que não sejam estrangeiros que estejam a serviço de
de um poder despótico, de decisões unilaterais, concebidas sem seu país ou de organismo internacional (o que geraria um conflito
regras prévias, sem o contraditório, a defesa, que são princípios de normas). Contudo, também é possível ser brasileiro nato ainda
fundamentais de todo sistema jurídico que se pretenda democráti- que não se tenha nascido no território brasileiro.
co. A questão não pode ser tratada com relativismos, uma vez que No entanto, a Constituição reconhece o brasileiro nato tam-
é muito séria”50. bém pelo critério do ius sanguinis. Se qualquer dos pais estiver a
serviço do Brasil, é considerado brasileiro nato, mesmo que nasça
Não obstante, tem-se no âmbito constitucional e internacional
em outro país. Se qualquer dos pais não estiverem a serviço do
a previsão do direito de asilo, consistente no direito de buscar
Brasil e a pessoa nascer no exterior é exigido que o nascido do ex-
abrigo em outro país quando naquele do qual for nacional esti- terior venha ao território brasileiro e aqui resida ou que tenha sido
ver sofrendo alguma perseguição. Tal perseguição não pode ter registrado em repartição competente, caso em que poderá, aos 18
motivos legítimos, como a prática de crimes comuns ou de atos anos, manifestar-se sobre desejar permanecer com a nacionalidade
atentatórios aos princípios das Nações Unidas, o que subverteria brasileira ou não.
a própria finalidade desta proteção. Em suma, o que se pretende
com o direito de asilo é evitar a consolidação de ameaças a direitos b) Brasileiros naturalizados
humanos de uma pessoa por parte daqueles que deveriam protegê-
-los – isto é, os governantes e os entes sociais como um todo –, Art. 12, CF. São brasileiros: [...]
e não proteger pessoas que justamente cometeram tais violações. II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade bra-
sileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa
apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
50 VALVERDE, Thiago Pellegrini. Comentários aos arti- República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininter-
gos XV e XVI. In: BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração
Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008, p. 87-88. ruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a naciona-
lidade brasileira.

Didatismo e Conhecimento 46
LEGISLAÇÃO APLICADA
A naturalização deve ser voluntária e expressa. I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
O Estatuto do Estrangeiro, Lei nº 6.815/1980, rege a questão II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
da naturalização em mais detalhes, prevendo no artigo 112: III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
Art. 112, Lei nº 6.815/1980. São condições para a concessão V - da carreira diplomática;
da naturalização: VI - de oficial das Forças Armadas;
I - capacidade civil, segundo a lei brasileira; VII - de Ministro de Estado da Defesa.
II - ser registrado como permanente no Brasil;
III - residência contínua no território nacional, pelo prazo A lógica do dispositivo é a de que qualquer pessoa no exer-
mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido de cício da presidência da República ou de cargo que possa levar a
naturalização; esta posição provisoriamente deve ser natural do país (ausente o
IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as con- Presidente da República, seu vice-presidente desempenha o cargo;
dições do naturalizando; ausente este assume o Presidente da Câmara; também este ausente,
V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manu- em seguida, exerce o cargo o Presidente do Senado; e, por fim, o
tenção própria e da família; Presidente do Supremo pode assumir a presidência na ausência
VI - bom procedimento; dos anteriores – e como o Presidente do Supremo é escolhido num
VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no critério de revezamento nenhum membro pode ser naturalizado);
Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena ou a de que o cargo ocupado possui forte impacto em termos de
mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1 (um) representação do país ou de segurança nacional.
ano; e Outras exceções são: não aceitação, em regra, de brasileiro
VIII - boa saúde. naturalizado como membro do Conselho da República (artigos 89
e 90, CF); impossibilidade de ser proprietário de empresa jornalís-
Destaque vai para o requisito da residência contínua. Em re- tica, de radiodifusão sonora e imagens, salvo se já naturalizado há
gra, o estrangeiro precisa residir no país por 4 anos contínuos, con- 10 anos (artigo 222, CF); possibilidade de extradição do brasileiro
forme o inciso III do referido artigo 112. No entanto, por previsão naturalizado que tenha praticado crime comum antes da natura-
constitucional do artigo 12, II, “a”, se o estrangeiro foi originário lização ou, depois dela, crime de tráfico de drogas (artigo 5º, LI,
de país com língua portuguesa o prazo de residência contínua é CF).
reduzido para 1 ano. Daí se afirmar que o constituinte estabeleceu
a naturalização ordinária no artigo 12, II, “b” e a naturalização 3.3) Quase-nacionalidade: caso dos portugueses
extraordinária no artigo 12, II, “a”. Nos termos do artigo 12, § 1º, CF:
Outra diferença sensível é que à naturalização ordinária se
aplica o artigo 121 do Estatuto do Estrangeiro, segundo o qual “a Artigo 12, §1º, CF. Aos portugueses com residência perma-
satisfação das condições previstas nesta Lei não assegura ao es- nente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros,
trangeiro direito à naturalização”. Logo, na naturalização ordinária serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos
não há direito subjetivo à naturalização, mesmo que preenchidos previstos nesta Constituição.
todos os requisitos. Trata-se de ato discricionário do Ministério
da Justiça. O mesmo não vale para a naturalização extraordinária, É uma regra que só vale se os brasileiros receberem o mes-
quando há direito subjetivo, cabendo inclusive a busca do Poder mo tratamento, questão regulamentada pelo Tratado de Amizade,
Judiciário para fazê-lo valer51. Cooperação e Consulta entre a República Federativa do Brasil e a
República Portuguesa, assinado em 22 de abril de 2000 (Decreto
c) Tratamento diferenciado nº 3.927/2001).
A regra é que todo nacional brasileiro, seja ele nato ou natura- As vantagens conferidas são: igualdade de direitos civis, não
lizado, deverá receber o mesmo tratamento. Neste sentido, o artigo sendo considerado um estrangeiro; gozo de direitos políticos se re-
12, § 2º, CF: sidir há 3 anos no país, autorizando-se o alistamento eleitoral. No
caso de exercício dos direitos políticos nestes moldes, os direitos
Artigo 12, §2º, CF. A lei não poderá estabelecer distinção en- desta natureza ficam suspensos no outro país, ou seja, não exerce
tre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos simultaneamente direitos políticos nos dois países.
nesta Constituição.
3.4) Perda da nacionalidade
Percebe-se que a Constituição simultaneamente estabelece a Artigo 12, § 4º, CF. Será declarada a perda da nacionalidade
não distinção e se reserva ao direito de estabelecer as hipóteses de do brasileiro que:
distinção. I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial,
Algumas destas hipóteses de distinção já se encontram enu- em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
meradas no parágrafo seguinte. II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei
Artigo 12, § 3º, CF. São privativos de brasileiro nato os car- estrangeira;
gos: b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao
51 FARIA, Cássio Juvenal. Notas pessoais tomadas em te- brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
leconferência. permanência em seu território ou para o exercício de direitos ci-
vis.

Didatismo e Conhecimento 47
LEGISLAÇÃO APLICADA
A respeito do inciso I do §4º do artigo 12, a Lei nº 818, de 18 Aplicam-se os seguintes princípios à extradição:
de setembro de 1949 regula a aquisição, a perda e a reaquisição da a) Princípio da Especialidade: Significa que o estrangeiro só
nacionalidade, e a perda dos direitos políticos. No processo deve pode ser julgado pelo Estado requerente pelo crime objeto do pe-
ser respeitado o contraditório e a iniciativa de propositura é do dido de extradição. O importante é que o extraditado só seja sub-
Procurador da República. metido às penas relativas aos crimes que foram objeto do pedido
No que tange ao inciso II do parágrafo em estudo, percebe-se de extradição.
a aceitação da figura do polipátrida. Na alínea “a” aceita-se que a b) Princípio da Dupla Punibilidade: O fato praticado deve ser
pessoa tenha nacionalidade brasileira e outra se ao seu nascimento punível no Estado requerente e no Brasil. Logo, além do fato ser
tiver adquirido simultaneamente a nacionalidade do Brasil e outro típico em ambos os países, deve ser punível em ambos (se houve
país; na alínea “b” é reconhecida a mesma situação se a aquisição prescrição em algum dos países, p. ex., não pode ocorrer a extra-
da nacionalidade do outro país for uma exigência para continuar lá dição).
permanecendo ou exercendo seus direitos civis, pois se assim não c) Princípio da Retroatividade dos Tratados: O fato de um
o fosse o brasileiro seria forçado a optar por uma nacionalidade e, tratado de extradição entre dois países ter sido celebrado após a
provavelmente, se ver privado da nacionalidade brasileira. ocorrência do crime não impede a extradição.
d) Princípio da Comutação da Pena (Direitos Humanos): Se o
3.5) Deportação, expulsão e entrega crime for apenado por qualquer das penas vedadas pelo artigo 5º,
A deportação representa a devolução compulsória de um es- XLVII da CF, a extradição não será autorizada, salvo se houver a
trangeiro que tenha entrado ou esteja de forma irregular no territó- comutação da pena, transformação para uma pena aceita no Brasil.
rio nacional, estando prevista na Lei nº 6.815/1980, em seus arti- Por ser tema incidente, vale observar a disciplina da Lei nº
gos 57 e 58. Neste caso, não houve prática de qualquer ato nocivo 6.815/1980 a respeito da extradição e de seu procedimento:
ao Brasil, havendo, pois, mera irregularidade de visto.
A expulsão é a retirada “à força” do território brasileiro de um Art. 76. A extradição poderá ser concedida quando o governo
estrangeiro que tenha praticado atos tipificados no artigo 65 e seu requerente se fundamentar em tratado, ou quando prometer ao
parágrafo único, ambos da Lei nº 6.815/1980: Brasil a reciprocidade. 

Art. 65, Lei nº 6.815/1980. É passível de expulsão o estrangei- Art. 77. Não se concederá a extradição quando:
ro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança nacional, a I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa naciona-
ordem política ou social, a tranquilidade ou moralidade pública e lidade verificar-se após o fato que motivar o pedido;
a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à con- II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no
veniência e aos interesses nacionais. Brasil ou no Estado requerente;
Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o estran- III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o
geiro que: crime imputado ao extraditando;
a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou permanên- IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual
cia no Brasil; ou inferior a 1 (um) ano;
b) havendo entrado no território nacional com infração à lei, V - o extraditando estiver a responder a processo ou já hou-
dele não se retirar no prazo que lhe for determinado para fazê-lo, ver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em
não sendo aconselhável a deportação; que se fundar o pedido;
c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a
d) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei para lei brasileira ou a do Estado requerente;
estrangeiro. VII - o fato constituir crime político; e
VIII - o extraditando houver de responder, no Estado reque-
A entrega (ou surrender) consiste na submissão de um nacio- rente, perante Tribunal ou Juízo de exceção.
nal a um tribunal internacional do qual o próprio país faz parte. É § 1° A exceção do item VII não impedirá a extradição quando
o que ocorreria, por exemplo, se o Brasil entregasse um brasileiro o fato constituir, principalmente, infração da lei penal comum,
para julgamento pelo Tribunal Penal Internacional (competência ou quando o crime comum, conexo ao delito político, constituir
reconhecida na própria Constituição no artigo 5º, §4º). o fato principal.
§ 2º Caberá, exclusivamente, ao Supremo Tribunal Federal,
3.6) Extradição a apreciação do caráter da infração.
A extradição é ato diverso da deportação, da expulsão e da § 3° O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de considerar
entrega. Extradição é um ato de cooperação internacional que con- crimes políticos os atentados contra Chefes de Estado ou quais-
siste na entrega de uma pessoa, acusada ou condenada por um ou quer autoridades, bem assim os atos de anarquismo, terrorismo,
mais crimes, ao país que a reclama. O Brasil, sob hipótese alguma, sabotagem, sequestro de pessoa, ou que importem propaganda de
extraditará brasileiros natos mas quanto aos naturalizados assim guerra ou de processos violentos para subverter a ordem política
permite caso tenham praticado crimes comuns (exceto crimes po- ou social.
líticos e/ou de opinião) antes da naturalização, ou, mesmo depois
da naturalização, em caso de envolvimento com o tráfico ilícito de Art. 78. São condições para concessão da extradição: 
entorpecentes (artigo 5º, LI e LII, CF). I - ter sido o crime cometido no território do Estado reque-
rente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis penais desse
Estado; e

Didatismo e Conhecimento 48
LEGISLAÇÃO APLICADA
II - existir sentença final de privação de liberdade, ou estar § 2o O pedido de prisão cautelar poderá ser apresentado ao
a prisão do extraditando autorizada por Juiz, Tribunal ou au- Ministério da Justiça por meio da Organização Internacional de
toridade competente do Estado requerente, salvo o disposto no Polícia Criminal (Interpol), devidamente instruído com a docu-
artigo 82. mentação comprobatória da existência de ordem de prisão pro-
ferida por Estado estrangeiro. (Redação dada pela Lei nº 12.878,
Art. 79. Quando mais de um Estado requerer a extradição da de 2013)
mesma pessoa, pelo mesmo fato, terá preferência o pedido daque- § 3o O Estado estrangeiro deverá, no prazo de 90 (noventa)
le em cujo território a infração foi cometida. dias contado da data em que tiver sido cientificado da prisão do
§ 1º Tratando-se de crimes diversos, terão preferência, su- extraditando, formalizar o pedido de extradição. (Redação dada
cessivamente: pela Lei nº 12.878, de 2013)
I - o Estado requerente em cujo território haja sido cometido § 4o Caso o pedido não seja formalizado no prazo previsto no
o crime mais grave, segundo a lei brasileira; § 3o, o extraditando deverá ser posto em liberdade, não se admi-
II - o que em primeiro lugar houver pedido a entrega do ex- tindo novo pedido de prisão cautelar pelo mesmo fato sem que a
traditando, se a gravidade dos crimes for idêntica; e extradição haja sido devidamente requerida. (Redação dada pela
III - o Estado de origem, ou, na sua falta, o domiciliar do Lei nº 12.878, de 2013)
extraditando, se os pedidos forem simultâneos.
§ 2º Nos casos não previstos decidirá sobre a preferência o Art. 83. Nenhuma extradição será concedida sem prévio pro-
Governo brasileiro. nunciamento do Plenário do Supremo Tribunal Federal sobre
§ 3º Havendo tratado ou convenção com algum dos Estados sua legalidade e procedência, não cabendo recurso da decisão. 
requerentes, prevalecerão suas normas no que disserem respeito
à preferência de que trata este artigo. Art. 84. Efetivada a prisão do extraditando (artigo 81), o pe-
dido será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal. 
Art. 80. A extradição será requerida por via diplomática ou, Parágrafo único. A prisão perdurará até o julgamento final
quando previsto em tratado, diretamente ao Ministério da Justiça, do Supremo Tribunal Federal, não sendo admitidas a liberdade
devendo o pedido ser instruído com a cópia autêntica ou a certi- vigiada, a prisão domiciliar, nem a prisão albergue.
dão da sentença condenatória ou decisão penal proferida por juiz
Art. 85. Ao receber o pedido, o Relator designará dia e hora
ou autoridade competente. 
para o interrogatório do extraditando e, conforme o caso, dar-
§ 1o O pedido deverá ser instruído com indicações precisas
-lhe-á curador ou advogado, se não o tiver, correndo do interro-
sobre o local, a data, a natureza e as circunstâncias do fato cri-
gatório o prazo de dez dias para a defesa.
minoso, a identidade do extraditando e, ainda, cópia dos textos
§ 1º A defesa versará sobre a identidade da pessoa reclamada,
legais sobre o crime, a competência, a pena e sua prescrição. 
defeito de forma dos documentos apresentados ou ilegalidade da
§ 2o O encaminhamento do pedido pelo Ministério da Justiça
extradição.
ou por via diplomática confere autenticidade aos documentos.  § 2º Não estando o processo devidamente instruído, o Tri-
§ 3o Os documentos indicados neste artigo serão acompanha- bunal, a requerimento do Procurador-Geral da República, poderá
dos de versão feita oficialmente para o idioma português.  converter o julgamento em diligência para suprir a falta no prazo
improrrogável de 60 (sessenta) dias, decorridos os quais o pedido
Art. 81. O pedido, após exame da presença dos pressupostos será julgado independentemente da diligência.
formais de admissibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, será § 3º O prazo referido no parágrafo anterior correrá da data
encaminhado pelo Ministério da Justiça ao Supremo Tribunal da notificação que o Ministério das Relações Exteriores fizer à
Federal.  Missão Diplomática do Estado requerente.
Parágrafo único. Não preenchidos os pressupostos de que
trata o caput, o pedido será arquivado mediante decisão funda- Art. 86. Concedida a extradição, será o fato comunicado
mentada do Ministro de Estado da Justiça, sem prejuízo de re- através do Ministério das Relações Exteriores à Missão Diplomá-
novação do pedido, devidamente instruído, uma vez superado o tica do Estado requerente que, no prazo de sessenta dias da co-
óbice apontado.  municação, deverá retirar o extraditando do território nacional.

Art. 82. O Estado interessado na extradição poderá, em caso Art. 87. Se o Estado requerente não retirar o extraditando do
de urgência e antes da formalização do pedido de extradição, ou território nacional no prazo do artigo anterior, será ele posto em
conjuntamente com este, requerer a prisão cautelar do extradi- liberdade, sem prejuízo de responder a processo de expulsão, se o
tando por via diplomática ou, quando previsto em tratado, ao Mi- motivo da extradição o recomendar. 
nistério da Justiça, que, após exame da presença dos pressupostos
formais de admissibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, re- Art. 88. Negada a extradição, não se admitirá novo pedido
presentará ao Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela baseado no mesmo fato. 
Lei nº 12.878, de 2013)
§ 1o O pedido de prisão cautelar noticiará o crime cometido e Art. 89. Quando o extraditando estiver sendo processado, ou
deverá ser fundamentado, podendo ser apresentado por correio, tiver sido condenado, no Brasil, por crime punível com pena pri-
fax, mensagem eletrônica ou qualquer outro meio que assegure a vativa de liberdade, a extradição será executada somente depois
comunicação por escrito. (Redação dada pela Lei nº 12.878, de da conclusão do processo ou do cumprimento da pena, ressalva-
2013) do, entretanto, o disposto no artigo 67.

Didatismo e Conhecimento 49
LEGISLAÇÃO APLICADA
Parágrafo único. A entrega do extraditando ficará igualmente Os nacionais que são titulares de direitos políticos são denomina-
adiada se a efetivação da medida puser em risco a sua vida por dos cidadãos. Significa afirmar que nem todo nacional brasileiro
causa de enfermidade grave comprovada por laudo médico oficial. é um cidadão brasileiro, mas somente aquele que for titular do
direito de sufrágio universal.
Art. 90. O Governo poderá entregar o extraditando ainda que
responda a processo ou esteja condenado por contravenção.  4.1) Sufrágio universal
A primeira parte do artigo 14, CF, prevê que “a soberania po-
Art. 91. Não será efetivada a entrega sem que o Estado reque- pular será exercida pelo sufrágio universal [...]”.
rente assuma o compromisso: Sufrágio universal é a soma de duas capacidades eleitorais,
I - de não ser o extraditando preso nem processado por fatos a capacidade ativa – votar e exercer a democracia direta – e a ca-
anteriores ao pedido; pacidade passiva – ser eleito como representante no modelo da
II - de computar o tempo de prisão que, no Brasil, foi impos- democracia indireta. Ou ainda, sufrágio universal é o direito de
ta por força da extradição; todos cidadãos de votar e ser votado. O voto, que é o ato pelo qual
III - de comutar em pena privativa de liberdade a pena cor- se exercita o sufrágio, deverá ser direto e secreto.
poral ou de morte, ressalvados, quanto à última, os casos em que Para ter capacidade passiva é necessário ter a ativa, mas não
a lei brasileira permitir a sua aplicação; apenas isso, há requisitos adicionais. Sendo assim, nem toda pes-
IV - de não ser o extraditando entregue, sem consentimento soa que tem capacidade ativa tem também capacidade passiva,
do Brasil, a outro Estado que o reclame; e embora toda pessoa que tenha capacidade passiva tenha necessa-
V - de não considerar qualquer motivo político, para agravar riamente a ativa.
a pena.
4.2) Democracia direta e indireta
Art. 92. A entrega do extraditando, de acordo com as leis bra- Art. 14, CF. A soberania popular será exercida pelo sufrágio
sileiras e respeitado o direito de terceiro, será feita com os objetos universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos,
e instrumentos do crime encontrados em seu poder.  e, nos termos da lei, mediante:
Parágrafo único. Os objetos e instrumentos referidos neste I - plebiscito;
artigo poderão ser entregues independentemente da entrega do II - referendo;
extraditando. III - iniciativa popular.

A democracia brasileira adota a modalidade semidireta, por-


Art. 93. O extraditando que, depois de entregue ao Estado
que possibilita a participação popular direta no poder por inter-
requerente, escapar à ação da Justiça e homiziar-se no Brasil, ou
médio de processos como o plebiscito, o referendo e a iniciativa
por ele transitar, será detido mediante pedido feito diretamente
popular. Como são hipóteses restritas, pode-se afirmar que a demo-
por via diplomática, e de novo entregue sem outras formalidades. 
cracia indireta é predominantemente adotada no Brasil, por meio
do sufrágio universal e do voto direto e secreto com igual valor
Art. 94. Salvo motivo de ordem pública, poderá ser permiti-
para todos. Quanto ao voto direto e secreto, trata-se do instrumento
do, pelo Ministro da Justiça, o trânsito, no território nacional, de para o exercício da capacidade ativa do sufrágio universal.
pessoas extraditadas por Estados estrangeiros, bem assim o da Por seu turno, o que diferencia o plebiscito do referendo é o
respectiva guarda, mediante apresentação de documentos com- momento da consulta à população: no plebiscito, primeiro se con-
probatórios de concessão da medida.  sulta a população e depois se toma a decisão política; no referendo,
primeiro se toma a decisão política e depois se consulta a popula-
3.7) Idioma e símbolos ção. Embora os dois partam do Congresso Nacional, o plebiscito
Art. 13, CF. A língua portuguesa é o idioma oficial da Repú- é convocado, ao passo que o referendo é autorizado (art. 49, XV,
blica Federativa do Brasil. CF), ambos por meio de decreto legislativo. O que os assemelha
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a ban- é que os dois são “formas de consulta ao povo para que delibere
deira, o hino, as armas e o selo nacionais. sobre matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional,
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão legislativa ou administrativa”52.
ter símbolos próprios. Na iniciativa popular confere-se à população o poder de apre-
sentar projeto de lei à Câmara dos Deputados, mediante assina-
Idioma é a língua falada pela população, que confere caráter tura de 1% do eleitorado nacional, distribuído por 5 Estados no
diferenciado em relação à população do resto do mundo. Sendo mínimo, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.
assim, é manifestação social e cultural de uma nação. Em complemento, prevê o artigo 61, §2°, CF:
Os símbolos, por sua vez, representam a imagem da nação
e permitem o seu reconhecimento nacional e internacionalmente. Art. 61, § 2º, CF. A iniciativa popular pode ser exercida pela
Por esta intrínseca relação com a nacionalidade, a previsão é apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito
feito dentro do capítulo do texto constitucional que aborda o tema. por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído
pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por
4) Direitos políticos cento dos eleitores de cada um deles.
Como mencionado, a nacionalidade é corolário dos direitos 52 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional es-
políticos, já que somente um nacional pode adquirir direitos polí- quematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
ticos. No entanto, nem todo nacional é titular de direitos políticos.

Didatismo e Conhecimento 50
LEGISLAÇÃO APLICADA
4.3) Obrigatoriedade do alistamento eleitoral e do voto A filiação partidária implica no lançamento da candidatura por
O alistamento eleitoral e o voto para os maiores de dezoito anos um partido político, não se aceitando a filiação avulsa.
são, em regra, obrigatórios. Há facultatividade para os analfabetos, os Finalmente, o §3º do artigo 14, CF, coloca o requisito etário,
maiores de setenta anos e os maiores de dezesseis e menores de dezoito com faixa etária mínima para o desempenho de cada uma das fun-
anos. ções, a qual deve ser auferida na data da posse.

Artigo 14, § 1º, CF. O alistamento eleitoral e o voto são: 4.5) Inelegibilidade
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; Atender às condições de elegibilidade é necessário para poder
II - facultativos para: ser eleito, mas não basta. Além disso, é preciso não se enquadrar
a) os analfabetos; em nenhuma das hipóteses de inelegibilidade.
b) os maiores de setenta anos; A inelegibilidade pode ser absoluta ou relativa. Na absoluta,
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. são atingidos todos os cargos; nas relativas, são atingidos determi-
nados cargos.
No mais, esta obrigatoriedade se aplica aos nacionais brasileiros, já
que, nos termos do artigo 14, §2º, CF: Artigo 14, § 4º, CF. São inelegíveis os inalistáveis e os anal-
fabetos.
Artigo 14, §2º, CF. Não podem alistar-se como eleitores os estran-
geiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. O artigo 14, §4º, CF traz duas hipóteses de inelegibilidade,
que são absolutas, atingem todos os cargos. Para ser elegível é
Quanto aos conscritos, são aqueles que estão prestando serviço mi- preciso ser alfabetizado (os analfabetos têm a faculdade de votar,
litar obrigatório, pois são necessárias tropas disponíveis para os dias da mas não podem ser votados) e é preciso possuir a capacidade elei-
eleição. toral ativa – poder votar (inalistáveis são aqueles que não podem
tirar o título de eleitor, portanto, não podem votar, notadamente: os
4.4) Elegibilidade estrangeiros e os conscritos durante o serviço militar obrigatório).
O artigo 14, §§ 3º e 4º, CF, descrevem as condições de elegibili-
dade, ou seja, os requisitos que devem ser preenchidos para que uma
Artigo 14, §5º, CF. O Presidente da República, os Governado-
pessoa seja eleita, no exercício de sua capacidade passiva do sufrágio
res de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver
universal.
sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser ree-
leitos para um único período subsequente.
Artigo 14, § 3º, CF. São condições de elegibilidade, na forma da
lei:
Descreve-se no dispositivo uma hipótese de inelegibilidade
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos; relativa. Se um Chefe do Poder Executivo de qualquer das esferas
III - o alistamento eleitoral; for substituído por seu vice no curso do mandato, este vice somen-
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; te poderá ser eleito para um período subsequente.
V - a filiação partidária; Ex.: Governador renuncia ao mandato no início do seu último
VI - a idade mínima de: ano de governo para concorrer ao Senado Federal e é substituído
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da Repú- pelo seu vice-governador. Se este se candidatar e for eleito, não
blica e Senador; poderá ao final deste mandato se reeleger. Isto é, se o mandato o
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do candidato renuncia no início de 2010 o seu mandato de 2007-2010,
Distrito Federal; assumindo o vice em 2010, poderá este se candidatar para o man-
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou dato 2011-2014, mas caso seja eleito não poderá se reeleger para o
Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; mandato 2015-2018 no mesmo cargo. Foi o que aconteceu com o
d) dezoito anos para Vereador. ex-governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, que assumiu
em 2010 no lugar de Aécio Neves o governo do Estado de Minas
Artigo 14, § 4º, CF. São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. Gerais e foi eleito governador entre 2011 e 2014, mas não pode se
candidatar à reeleição, concorrendo por isso a uma vaga no Senado
Dos incisos I a III denotam-se requisitos correlatos à nacionalidade Federal.
e à titularidade de direitos políticos. Logo, para ser eleito é preciso ser
cidadão. Artigo 14, §6º, CF. Para concorrerem a outros cargos, o Pre-
O domicílio eleitoral é o local onde a pessoa se alista como elei- sidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito
tor e, em regra, é no município onde reside, mas pode não o ser caso Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos
analisados aspectos como o vínculo de afeto com o local (ex.: Presi- até seis meses antes do pleito.
dente Dilma vota em Porto Alegre – RS, embora resida em Brasília
– DF). Sendo assim, para se candidatar a cargo no município, deve ter São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos, os che-
domicílio eleitoral nele; para se candidatar a cargo no estado, deve ter fes do Executivo que não renunciarem aos seus mandatos até seis
domicílio eleitoral em um de seus municípios; para se candidatar a meses antes do pleito eleitoral, antes das eleições. Ex.: Se a eleição
cargo nacional, deve ter domicílio eleitoral em uma das unidades aconteceu em 05/10/2014, necessário que tivesse renunciado até
federadas do país. Aceita-se a transferência do domicílio eleitoral 04/04/2014.
ao menos 1 ano antes das eleições.

Didatismo e Conhecimento 51
LEGISLAÇÃO APLICADA
Artigo 14, §7º, CF. São inelegíveis, no território de jurisdição d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada
do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em jul-
segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Go- gado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração
vernador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual
ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se
ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à ree- realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; (Redação dada pela Lei
leição. Complementar nº 135, de 2010)
e) os que forem condenados, em decisão transitada em julga-
São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos, cônju- do ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação
ge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento
adoção, dos Chefes do Executivo ou de quem os tenha substituído da pena, pelos crimes: (Redação dada pela Lei Complementar nº
ao final do mandato, a não ser que seja já titular de mandato eletivo 135, de 2010)
e candidato à reeleição. 1. contra a economia popular, a fé pública, a administração
pública e o patrimônio público; (Incluído pela Lei Complementar
Artigo 14, §8º, CF. O militar alistável é elegível, atendidas as nº 135, de 2010)
seguintes condições: 2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o merca-
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se do de capitais e os previstos na lei que regula a falência; (Incluído
da atividade; pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela 3. contra o meio ambiente e a saúde pública; (Incluído pela
autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato Lei Complementar nº 135, de 2010)
da diplomação, para a inatividade. 4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de li-
berdade; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
São inelegíveis absolutamente, para quaisquer cargos, os mi- 5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condena-
litares que não podem se alistar ou os que podem, mas não preen- ção à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função
chem as condições do §8º do artigo 14, CF, ou seja, se não se afas- pública; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
tar da atividade caso trabalhe há menos de 10 anos, se não for agre- 6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; (In-
gado pela autoridade superior (suspenso do exercício das funções cluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura,
por sua autoridade sem prejuízo de remuneração) caso trabalhe há
terrorismo e hediondos;
mais de 10 anos (sendo que a eleição passa à condição de inativo).
8. de redução à condição análoga à de escravo; (Incluído
pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
Artigo 14, §9º, CF. Lei complementar estabelecerá outros
9. contra a vida e a dignidade sexual; e (Incluído pela Lei
casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
Complementar nº 135, de 2010)
proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício 10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou ban-
de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a norma- do; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
lidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou com ele
econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos; (Redação dada pela
na administração direta ou indireta. Lei Complementar nº 135, de 2010)
g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos
O rol constitucional de inelegibilidades dos parágrafos do ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que
artigo 14 não é taxativo, pois lei complementar pode estabelecer configure ato doloso de improbidade administrativa, e por deci-
outros casos, tanto de inelegibilidades absolutas como de inelegi- são irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido
bilidades relativas. Neste sentido, a Lei Complementar nº 64, de suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que
18 de maio de 1990, estabelece casos de inelegibilidade, prazos de se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da
cessação, e determina outras providências. Esta lei foi alterada por data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71
aquela que ficou conhecida como Lei da Ficha Limpa, Lei Com- da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem
plementar nº 135, de 04 de junho de 2010, principalmente em seu exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição;
artigo 1º, que segue. (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
h) os detentores de cargo na administração pública direta,
Art. 1º, Lei Complementar nº 64/1990. São inelegíveis: indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a terceiros, pelo
I - para qualquer cargo: abuso do poder econômico ou político, que forem condenados em
a) os inalistáveis e os analfabetos; decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial co-
b) os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Le- legiado, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplo-
gislativas, da Câmara Legislativa e das Câmaras Municipais, que mados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos se-
hajam perdido os respectivos mandatos por infringência do dis- guintes; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
posto nos incisos I e II do art. 55 da Constituição Federal, dos dis- i) os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento ou
positivos equivalentes sobre perda de mandato das Constituições seguro, que tenham sido ou estejam sendo objeto de processo de
Estaduais e Leis Orgânicas dos Municípios e do Distrito Federal, liquidação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, nos 12 (doze)
para as eleições que se realizarem durante o período remanescen- meses anteriores à respectiva decretação, cargo ou função de dire-
te do mandato para o qual foram eleitos e nos oito anos subse- ção, administração ou representação, enquanto não forem exone-
quentes ao término da legislatura; rados de qualquer responsabilidade;

Didatismo e Conhecimento 52
LEGISLAÇÃO APLICADA
j) os que forem condenados, em decisão transitada em jul- 3. o chefe do órgão de assessoramento de informações da Pre-
gado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por sidência da República;
corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, 4. o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por con- 5. o Advogado-Geral da União e o Consultor-Geral da Re-
duta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que pública;
impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 6. os chefes do Estado-Maior da Marinha, do Exército e da
(oito) anos a contar da eleição; (Incluído pela Lei Complementar Aeronáutica;
nº 135, de 2010) 7. os Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica;
k) o Presidente da República, o Governador de Estado e do 8. os Magistrados;
Distrito Federal, o Prefeito, os membros do Congresso Nacional, 9. os Presidentes, Diretores e Superintendentes de autarquias,
das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa, das Câma- empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações pú-
ras Municipais, que renunciarem a seus mandatos desde o ofere- blicas e as mantidas pelo poder público;
cimento de representação ou petição capaz de autorizar a aber- 10. os Governadores de Estado, do Distrito Federal e de Ter-
tura de processo por infringência a dispositivo da Constituição ritórios;
Federal, da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito 11. os Interventores Federais;
Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que 12. os Secretários de Estado;
se realizarem durante o período remanescente do mandato para 13. os Prefeitos Municipais;
o qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término 14. os membros do Tribunal de Contas da União, dos Estados
da legislatura; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) e do Distrito Federal;
l) os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, 15. o Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal;
em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial 16. os Secretários-Gerais, os Secretários-Executivos, os Se-
colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que im- cretários Nacionais, os Secretários Federais dos Ministérios e as
porte lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito, desde pessoas que ocupem cargos equivalentes;
a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo b) os que tenham exercido, nos 6 (seis) meses anteriores à
de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena; (Incluído pela Lei eleição, nos Estados, no Distrito Federal, Territórios e em qual-
Complementar nº 135, de 2010) quer dos poderes da União, cargo ou função, de nomeação pelo
m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por de- Presidente da República, sujeito à aprovação prévia do Senado
cisão sancionatória do órgão profissional competente, em decor- Federal;
rência de infração ético-profissional, pelo prazo de 8 (oito) anos, c) (Vetado);
salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso pelo Poder Judi- d) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tiverem compe-
ciário; (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010) tência ou interesse, direta, indireta ou eventual, no lançamento,
n) os que forem condenados, em decisão transitada em julga- arrecadação ou fiscalização de impostos, taxas e contribuições de
do ou proferida por órgão judicial colegiado, em razão de terem caráter obrigatório, inclusive parafiscais, ou para aplicar multas
desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou de união está- relacionadas com essas atividades;
vel para evitar caracterização de inelegibilidade, pelo prazo de 8 e) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tenham exercido
(oito) anos após a decisão que reconhecer a fraude; (Incluído pela cargo ou função de direção, administração ou representação nas
Lei Complementar nº 135, de 2010) empresas de que tratam os arts. 3° e 5° da Lei n° 4.137, de 10 de
o) os que forem demitidos do serviço público em decorrên- setembro de 1962, quando, pelo âmbito e natureza de suas ativida-
cia de processo administrativo ou judicial, pelo prazo de 8 (oito) des, possam tais empresas influir na economia nacional;
anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso ou f) os que, detendo o controle de empresas ou grupo de empre-
anulado pelo Poder Judiciário; (Incluído pela Lei Complementar sas que atuem no Brasil, nas condições monopolísticas previstas
nº 135, de 2010) no parágrafo único do art. 5° da lei citada na alínea anterior,
p) a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas respon- não apresentarem à Justiça Eleitoral, até 6 (seis) meses antes do
sáveis por doações eleitorais tidas por ilegais por decisão tran- pleito, a prova de que fizeram cessar o abuso apurado, do poder
sitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça econômico, ou de que transferiram, por força regular, o controle
Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão, observando- de referidas empresas ou grupo de empresas;
-se o procedimento previsto no art. 22; (Incluído pela Lei Comple- g) os que tenham, dentro dos 4 (quatro) meses anteriores ao
mentar nº 135, de 2010) pleito, ocupado cargo ou função de direção, administração ou
q) os magistrados e os membros do Ministério Público que representação em entidades representativas de classe, mantidas,
forem aposentados compulsoriamente por decisão sancionatória, total ou parcialmente, por contribuições impostas pelo poder Pú-
que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido blico ou com recursos arrecadados e repassados pela Previdência
exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de proces- Social;
so administrativo disciplinar, pelo prazo de 8 (oito) anos; (Incluí- h) os que, até 6 (seis) meses depois de afastados das funções,
do pela Lei Complementar nº 135, de 2010) tenham exercido cargo de Presidente, Diretor ou Superintendente
II - para Presidente e Vice-Presidente da República: de sociedades com objetivos exclusivos de operações financeiras
a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de e façam publicamente apelo à poupança e ao crédito, inclusive
seus cargos e funções: através de cooperativas e da empresa ou estabelecimentos que go-
1. os Ministros de Estado: zem, sob qualquer forma, de vantagens asseguradas pelo poder
2. os chefes dos órgãos de assessoramento direto, civil e mili- público, salvo se decorrentes de contratos que obedeçam a cláu-
tar, da Presidência da República; sulas uniformes;

Didatismo e Conhecimento 53
LEGISLAÇÃO APLICADA
i) os que, dentro de 6 (seis) meses anteriores ao pleito, hajam b) em cada Município, os inelegíveis para os cargos de Pre-
exercido cargo ou função de direção, administração ou represen- feito e Vice-Prefeito, observado o prazo de 6 (seis) meses para a
tação em pessoa jurídica ou em empresa que mantenha contrato desincompatibilização .
de execução de obras, de prestação de serviços ou de fornecimen- § 1° Para concorrência a outros cargos, o Presidente da Repú-
to de bens com órgão do Poder Público ou sob seu controle, salvo blica, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefei-
no caso de contrato que obedeça a cláusulas uniformes; tos devem renunciar aos respectivos mandatos até 6 (seis) meses
j) os que, membros do Ministério Público, não se tenham antes do pleito.
afastado das suas funções até 6 (seis) meses anteriores ao pleito; § 2° O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o Vice-Prefeito
I) os que, servidores públicos, estatutários ou não, dos órgãos poderão candidatar-se a outros cargos, preservando os seus man-
ou entidades da Administração direta ou indireta da União, dos datos respectivos, desde que, nos últimos 6 (seis) meses anteriores
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos Territórios, ao pleito, não tenham sucedido ou substituído o titular.
inclusive das fundações mantidas pelo Poder Público, não se afas- § 3° São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
tarem até 3 (três) meses anteriores ao pleito, garantido o direito à cônjuge e os parentes, consanguíneos ou afins, até o segundo grau
percepção dos seus vencimentos integrais; ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Es-
III - para Governador e Vice-Governador de Estado e do Dis- tado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os
trito Federal; haja substituído dentro dos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, sal-
a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presi- vo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
dente da República especificados na alínea a do inciso II deste § 4º A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I deste
artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tratar de repar- artigo não se aplica aos crimes culposos e àqueles definidos em lei
tição pública, associação ou empresas que operem no território como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de ação penal
do Estado ou do Distrito Federal, observados os mesmos prazos; privada. (Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010)
b) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de § 5º A renúncia para atender à desincompatibilização com vis-
seus cargos ou funções: tas a candidatura a cargo eletivo ou para assunção de mandato não
1. os chefes dos Gabinetes Civil e Militar do Governador do gerará a inelegibilidade prevista na alínea k, a menos que a Justiça
Estado ou do Distrito Federal; Eleitoral reconheça fraude ao disposto nesta Lei Complementar.
2. os comandantes do Distrito Naval, Região Militar e Zona
(Incluído pela Lei Complementar nº 135, de 2010).
Aérea;
3. os diretores de órgãos estaduais ou sociedades de assistên-
4.6) Impugnação de mandato
cia aos Municípios;
Encerrando a disciplina, o artigo 14, CF, aborda a impugnação
4. os secretários da administração municipal ou membros de
de mandato.
órgãos congêneres;
IV - para Prefeito e Vice-Prefeito:
a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os Artigo 14, § 10, CF. O mandato eletivo poderá ser impug-
inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da Re- nado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados
pública, Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder
Federal, observado o prazo de 4 (quatro) meses para a desincom- econômico, corrupção ou fraude.
patibilização;
b) os membros do Ministério Público e Defensoria Pública em Artigo 14, § 11, CF. A ação de impugnação de mandato trami-
exercício na Comarca, nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito, tará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei,
sem prejuízo dos vencimentos integrais; se temerária ou de manifesta má-fé.
c) as autoridades policiais, civis ou militares, com exercício
no Município, nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito; 4.7) Perda e suspensão de direitos políticos
V - para o Senado Federal: Art. 15, CF. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja
a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presi- perda ou suspensão só se dará nos casos de:
dente da República especificados na alínea a do inciso II deste I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em
artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tratar de repar- julgado;
tição pública, associação ou empresa que opere no território do II - incapacidade civil absoluta;
Estado, observados os mesmos prazos; III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto
b) em cada Estado e no Distrito Federal, os inelegíveis para durarem seus efeitos;
os cargos de Governador e Vice-Governador, nas mesmas condi- IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou presta-
ções estabelecidas, observados os mesmos prazos; ção alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
VI - para a Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
e Câmara Legislativa, no que lhes for aplicável, por identidade
de situações, os inelegíveis para o Senado Federal, nas mesmas O inciso I refere-se ao cancelamento da naturalização, o que
condições estabelecidas, observados os mesmos prazos; faz com que a pessoa deixe de ser nacional e, portanto, deixe de ser
VII - para a Câmara Municipal: titular de direitos políticos.
a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os O inciso II trata da incapacidade civil absoluta, ou seja, da
inelegíveis para o Senado Federal e para a Câmara dos Deputa- interdição da pessoa para a prática de atos da vida civil, entre os
dos, observado o prazo de 6 (seis) meses para a desincompatibi- quais obviamente se enquadra o sufrágio universal.
lização;

Didatismo e Conhecimento 54
LEGISLAÇÃO APLICADA
O inciso III refere-se a um dos possíveis efeitos da condena- O respeito a estes ditames permite o exercício do partidarismo
ção criminal, que é a suspensão de direitos políticos. de forma autônoma em termos estruturais e organizacionais, con-
O inciso IV trata da recusa em cumprir a obrigação militar forme o §1º do artigo 17, CF:
ou a prestação substitutiva imposta em caso de escusa moral ou
religiosa. Art. 17, §1º, CF. É assegurada aos partidos políticos auto-
O inciso V se refere à ação de improbidade administrativa, nomia para definir sua estrutura interna, organização e funcio-
que tramita para apurar a prática dos atos de improbidade adminis- namento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
trativa, na qual uma das penas aplicáveis é a suspensão dos direitos coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre
políticos. as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou muni-
Os direitos políticos somente são perdidos em dois casos, cipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
quais sejam cancelamento de naturalização por sentença transitada fidelidade partidária. 
em julgado (o indivíduo naturalizado volta à condição de estran-
geiro) e perda da nacionalidade brasileira em virtude da aquisição Os estatutos que tecem esta regulamentação devem ser regis-
de outra (brasileiro se naturaliza em outro país e assim deixa de ser
trados no Tribunal Superior Eleitoral (artigo 17, §2º, CF).
considerado um cidadão brasileiro, perdendo direitos políticos).
Quanto ao financiamento das campanhas e o acesso à mídia,
Nos demais casos, há suspensão. Nota-se que não há perda de di-
prevê o §3º do artigo 17 da CF:
reitos políticos pela prática de atos atentatórios contra a Adminis-
tração Pública por parte do servidor, mas apenas suspensão. Art. 17, §3º, CF. Os partidos políticos têm direito a recursos
A cassação de direitos políticos, consistente na retirada dos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
direitos políticos por ato unilateral do poder público, sem obser- forma da lei.
vância dos princípios elencados no artigo 5º, LV, CF (ampla defesa Da organização político-administrativa
e contraditório), é um procedimento que só existe nos governos O artigo 18 da Constituição Federal tem caráter genérico e
ditatoriais e que é absolutamente vedado pelo texto constitucional. regulamenta a organização político-administrativa do Estado. Ba-
sicamente, define os entes federados que irão compor o Estado
4.8) Anterioridade anual da lei eleitoral brasileiro.
Neste dispositivo se percebe o Pacto Federativo firmado en-
Art. 16, CF. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em tre os entes autônomos que compõem o Estado brasileiro. Na fe-
vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que deração, todos os entes que compõem o Estado têm autonomia,
ocorra até um ano da data de sua vigência.  cabendo à União apenas concentrar esforços necessários para a
manutenção do Estado uno.
É necessário que a lei eleitoral entre em vigor pelo menos 1 O pacto federativo brasileiro se afirmou ao inverso do que os
ano antes da próxima eleição, sob pena de não se aplicar a ela, mas Estados federados geralmente se formam. Trata-se de federalismo
somente ao próximo pleito. por desagregação – tinha-se um Estado uno, com a União centra-
lizada em suas competências, e dividiu-se em unidades federadas.
4.9) Partidos políticos Difere-se do denominado federalismo por agregação, no qual uni-
dades federativas autônomas se unem e formam um Poder federal
O pluripartidarismo é uma das facetas do pluralismo político no qual se concentrarão certas atividades, tornando o Estado mais
e encontra respaldo enquanto direito fundamental, já que regula- forte (ex.: Estados Unidos da América).
mentado no Título II, “Dos Direitos e Garantias Fundamentais”, No federalismo por agregação, por já vir tradicionalmente das
capítulo V, “Dos Partidos Políticos”. bases do Estado a questão da autonomia das unidades federadas,
O caput do artigo 17 da Constituição prevê: percebe-se um federalismo real na prática. Já no federalismo por
desagregação nota-se uma persistente tendência centralizadora.
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de
Prova de que nem mesmo o constituinte brasileiro entendeu
partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime
o federalismo que estava criando é o fato de ter colocado o muni-
democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da
pessoa humana [...]. cípio como entidade federativa autônoma. No modelo tradicional,
o pacto federativo se dá apenas entre União e estados-membros,
Consolida-se, assim a liberdade partidária, não estabelecen- motivo pelo qual a doutrina afirma que o federalismo brasileiro é
do a Constituição um limite de números de partidos políticos que atípico.
possam ser constituídos, permitindo também que sejam extintos, Além disso, pelo que se desprende do modelo de divisão de
fundidos e incorporados. competências a ser estudado neste capítulo, acabou-se esvaziando
Os incisos do artigo 17 da Constituição indicam os precei- a competência dos estados-membros, mantendo uma concentra-
tos a serem observados na liberdade partidária: caráter nacional, ção de poderes na União e distribuindo vasta gama de poderes aos
ou seja, terem por objetivo o desempenho de atividade política no municípios.
âmbito interno do país; proibição de recebimento de recursos fi-
nanceiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação Art. 18, caput, CF. A organização político-administrativa da
a estes, logo, o Poder Público não pode financiar campanhas elei- República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados,
torais; prestação de contas à Justiça Eleitoral, notadamente para o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos
resguardar a mencionada vedação; e funcionamento parlamentar desta Constituição.
de acordo com a lei. Ainda, a lei veda a utilização de organização
paramilitar por parte dos partidos políticos (artigo 17, §4º, CF).

Didatismo e Conhecimento 55
LEGISLAÇÃO APLICADA
Ainda assim, inegável, pela redação do caput do artigo 18, Embora o artigo 19 traga algumas vedações expressas aos en-
CF, que o Brasil adota um modelo de Estado Federado no qual são tes federados, fato é que todo o sistema constitucional traz impe-
considerados entes federados e, como tais, autônomos, a União, dimento à atuação das unidades federativas e de seus administra-
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Esta autonomia se dores. Afinal, não possuem liberdade para agirem como quiserem
reflete tanto numa capacidade de auto-organização (normatização e somente podem fazer o que a lei permite (princípio da legalidade
própria) quanto numa capacidade de autogoverno (administrar-se aplicado à Administração Pública).
pelos membros eleitos pelo eleitorado da unidade federada).
Repartição de competências e bens
Artigo 18, §1º, CF. Brasília é a Capital Federal. O título III da Constituição Federal regulamenta a organiza-
ção do Estado, definindo competências administrativas e legislati-
Brasília é a capital da República Federativa do Brasil, sendo vas, bem como traçando a estrutura organizacional por ele tomada.
um dos municípios que compõem o Distrito Federal. O Distrito Bens Públicos são todos aqueles que integram o patrimônio
Federal tem peculiaridades estruturais, não sendo nem um Municí- da Administração Pública direta e indireta, sendo que todos os de-
pio, nem um Estado, tanto é que o caput deste artigo 18 o nomeia mais bens são considerados particulares. Destaca-se a disciplina
em separado. Trata-se, assim, de unidade federativa autônoma. do Código Civil:

Artigo 18, §2º, CF. Os Territórios Federais integram a União, Artigo 98, CC. São públicos os bens de domínio nacional per-
e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Esta- tencentes as pessoas jurídicas de direito público interno; todos os
do de origem serão reguladas em lei complementar. outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.

Apesar dos Territórios Federais integrarem a União, eles não Artigo 99, CC. São bens públicos:
podem ser considerados entes da federação, logo não fazem parte I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas,
da organização político-administrativa, não dispõem de autonomia ruas e praças;
política e não integram o Estado Federal. São meras descentrali- II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos des-
zações administrativo-territoriais pertencentes à União. A Consti- tinados a serviço ou estabelecimento da administração federal,
tuição Federal de 1988 aboliu todos os territórios então existentes: estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;
Fernando de Noronha tornou-se um distrito estadual do Estado de III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas
Pernambuco, Amapá e Roraima ganham o status integral de Esta- jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou
dos da Federação. real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, conside-
Artigo 18, §3º, CF. Os Estados podem incorporar-se entre si, ram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de
subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado.
formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante apro-
vação da população diretamente interessada, através de plebisci- Artigo 100, CC. Os bens públicos de uso comum do povo e
to, e do Congresso Nacional, por lei complementar. os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua
qualificação, na forma que a lei determinar.
Artigo 18, §4º, CF. A criação, a incorporação, a fusão e o
desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, Artigo 101, CC. Os bens públicos dominicais podem ser alie-
dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, nados, observadas as exigências da lei.
e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às popula-
ções dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Artigo 102, CC. Os bens públicos não estão sujeitos a usu-
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. capião.

Como se percebe pelos dispositivos retro, é possível criar, in- Artigo 103, CC. O uso comum dos bens públicos pode ser
corporar e desmembrar os Estados-membros e os Municípios. No gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela
caso dos Estados, exige-se plebiscito e lei federal. No caso dos entidade a cuja administração pertencerem.
municípios, exige-se plebiscito e lei estadual. Os bens da União estão enumerados no artigo 20 e os bens
Ressalta-se que é aceita a subdivisão e o desmembramento no dos Estados-membros no artigo 26, ambos da Constituição, que
âmbito interno, mas não se permite que uma parte do país se separe seguem abaixo. Na divisão de bens estabelecida pela Constitui-
do todo, o que atentaria contra o pacto federativo. ção Federal denota-se o caráter residual dos bens dos Estados-
-membros porque exige-se que estes não pertençam à União ou
Art. 19, CF. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Fede- aos Municípios.
ral e aos Municípios:
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, Artigo 20, CF. São bens da União:
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus re- I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser
presentantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na atribuídos;
forma da lei, a colaboração de interesse público; II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras,
II - recusar fé aos documentos públicos; das fortificações e construções militares, das vias federais de co-
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. municação e à preservação ambiental, definidas em lei;

Didatismo e Conhecimento 56
LEGISLAÇÃO APLICADA
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos Artigo 21, CF. Compete à União:
de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de
limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro organizações internacionais;
ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias II - declarar a guerra e celebrar a paz;
fluviais; III - assegurar a defesa nacional;
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com ou- IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que
tros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele per-
excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto maneçam temporariamente;
aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a interven-
federal, e as referidas no art. 26, II; ção federal;
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de mate-
econômica exclusiva; rial bélico;
VI - o mar territorial; VII - emitir moeda;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar
VIII - os potenciais de energia hidráulica; as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito,
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológi- privada;
cos e pré-históricos; IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de or-
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. denação do território e de desenvolvimento econômico e social;
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, conces-
direta da União, participação no resultado da exploração de pe- são ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da
tróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um
de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo órgão regulador e outros aspectos institucionais;
território, plataforma continental, mar territorial ou zona econô- XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, conces-
mica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. são ou permissão:
§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de fron- b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aprovei-
teira, é considerada fundamental para defesa do território nacio- tamento energético dos cursos de água, em articulação com os
nal, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei. Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeropor-
Artigo 26, CF. Incluem-se entre os bens dos Estados: tuária;
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre
e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decor- portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os
rentes de obras da União; limites de Estado ou Território;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e inter-
no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Muni- nacional de passageiros;
cípios ou terceiros; f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União. Público do Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pú-
blica dos Territórios;
Competência material e legislativa da União, Estados e XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o
Municípios corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como pres-
1) Competência organizacional-administrativa exclusiva tar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de
da União serviços públicos, por meio de fundo próprio;
A Constituição Federal, quando aborda a competência da XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística,
União, traz no artigo 21 a expressão “compete à União” e no artigo geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
22 a expressão “compete privativamente à União”. Neste sentido, XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diver-
questiona-se se a competência no artigo 21 seria privativa. Ob- sões públicas e de programas de rádio e televisão;
viamente, não seria compartilhada, pois os casos que o são estão XVII - conceder anistia;
enumerados no texto constitucional. XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as
Com efeito, entende-se que o artigo 21, CF, enumera com- calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações;
petências exclusivas da União. Estas expressões que a princípio XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recur-
seriam sinônimas assumem significado diverso. Privativa é a com- sos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso;
petência da União que pode ser delegada a outras unidades fede- XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, in-
radas e exclusiva é a competência da União que somente pode ser clusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos;
exercida por ela. XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema na-
O artigo 21, que traz as competências exclusivas da União, cional de viação;
trabalha com questões organizacional-administrativas.

Didatismo e Conhecimento 57
LEGISLAÇÃO APLICADA
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuá- Artigo 22, CF. Compete privativamente à União legislar so-
ria e de fronteiras; bre:
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qual- I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrá-
quer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a la- rio, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
vra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o II - desapropriação;
comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo
seguintes princípios e condições: e em tempo de guerra;
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodi-
admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso fusão;
Nacional; V - serviço postal;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercializa- VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos
ção e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médi- metais;
cos, agrícolas e industriais; VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, co- valores;
mercialização e utilização de radioisótopos de meia-vida igual ou VIII - comércio exterior e interestadual;
inferior a duas horas; IX - diretrizes da política nacional de transportes;
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima,
existência de culpa; aérea e aeroespacial;
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; XI - trânsito e transporte;
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
atividade de garimpagem, em forma associativa. XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;
XIV - populações indígenas;
Envolve a competência organizacional-administrativa da XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão
União a atuação regionalizada com vistas à redução das desigual- de estrangeiros;
dade regionais, descrita no artigo 43 da Constituição Federal: XVI - organização do sistema nacional de emprego e condi-
ções para o exercício de profissões;
Artigo 43, CF. Para efeitos administrativos, a União poderá XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Dis-
articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e so- trito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Terri-
cial, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualda- tórios, bem como organização administrativa destes
des regionais. XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia
§ 1º Lei complementar disporá sobre: nacionais;
I - as condições para integração de regiões em desenvolvi- XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupan-
mento; ça popular;
II - a composição dos organismos regionais que executarão, XX - sistemas de consórcios e sorteios;
na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos na- XXI - normas gerais de organização, efetivos, material béli-
cionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados junta- co, garantias, convocação e mobilização das polícias militares e
mente com estes. corpos de bombeiros militares;
§ 2º Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviá-
na forma da lei: ria e ferroviária federais;
I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de cus- XXIII - seguridade social;
tos e preços de responsabilidade do Poder Público; XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
II - juros favorecidos para financiamento de atividades prio- XXV - registros públicos;
ritárias; XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tribu- XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas
tos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas; as modalidades, para as administrações públicas diretas, autár-
IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social quicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Mu-
dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas re- nicípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas
giões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas. públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173,
§ 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a § 1°, III;
recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos e mé- XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marí-
dios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, tima, defesa civil e mobilização nacional;
de fontes de água e de pequena irrigação. XXIX - propaganda comercial.
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Es-
2) Competência legislativa privativa da União tados a legislar sobre questões específicas das matérias relacio-
A competência legislativa da União é privativa e, sendo assim, nadas neste artigo.
pode ser delegada. As matérias abaixo relacionadas somente po-
dem ser legisladas por atos normativos com abrangência nacional,
mas é possível que uma lei complementar autorizar que determina-
do Estado regulamente questão devidamente especificada.

Didatismo e Conhecimento 58
LEGISLAÇÃO APLICADA
3) Competência organizacional-administrativa comparti- VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza,
lhada defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente
União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios com- e controle da poluição;
partilham certas competências organizacional-administrativas. VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, tu-
Significa que qualquer dos entes federados poderá atuar, desenvol- rístico e paisagístico;
ver políticas públicas, nestas áreas. Todas estas áreas são áreas que VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao con-
necessitam de atuação intensa ou vigilância constantes, de modo sumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico,
que mediante gestão cooperada se torna possível efetivar o máxi- turístico e paisagístico;
mo possível os direitos fundamentais em casa uma delas. IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia,
pesquisa, desenvolvimento e inovação;
Artigo 23, CF. É competência comum da União, dos Estados, X - criação, funcionamento e processo do juizado de peque-
do Distrito Federal e dos Municípios: nas causas;
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das institui- XI - procedimentos em matéria processual;
ções democráticas e conservar o patrimônio público; XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e ga- XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;
rantia das pessoas portadoras de deficiência; XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor deficiência;
histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens natu- XV - proteção à infância e à juventude;
rais notáveis e os sítios arqueológicos; XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de civis.
obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cul- § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da
tural; União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à § 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais
ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação; não exclui a competência suplementar dos Estados.
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em § 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados
qualquer de suas formas; exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; peculiaridades.
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abas- § 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais sus-
tecimento alimentar; pende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
IX - promover programas de construção de moradias e a me-
lhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; O estudo das competências concorrentes permite vislumbrar
X - combater as causas da pobreza e os fatores de margina- os limites da atuação conjunta entre União, Estados e Distrito Fe-
lização, promovendo a integração social dos setores desfavoreci- deral no modelo Federativo adotado no Brasil, visando à obtenção
dos; de uma homogeneidade nacional, com preservação dos pluralis-
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direi- mos regionais e locais.
tos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em O cerne da distinção da competência entre os entes federados
seus territórios; repousa na competência da União para o estabelecimento de nor-
XII - estabelecer e implantar política de educação para a se- mas gerais. A competência legislativa dos Estados-membros e dos
gurança do trânsito. Municípios nestas questões é suplementar, ou seja, as normas es-
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para taduais agregam detalhes que a norma da União não compreende,
a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os notadamente trazendo peculiaridades regionais.
Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do No caso do artigo 24, CF, a União dita as normas gerais e as
bem-estar em âmbito nacional. normas suplementares ficam por conta dos Estados, ou seja, as pe-
culiaridades regionais são normatizadas pelos Estados. As normas
4) Competência legislativa compartilhada estaduais, neste caso, devem guardar uma relação de compatibili-
Além de compartilharem competências organizacional-ad- dade com as normas federais (relação hierárquica). Diferentemen-
ministrativas, os entes federados compartilham competência para te da competência comum em que as leis estão em igualdade de
legislar sobre determinadas matérias. Entretanto, excluem-se do condições, uma não deve subordinação à outra.
artigo 24, CF, os entes federados da espécie Município, sendo que Entretanto, os Estados não ficam impedidos de criar leis regu-
estes apenas legislam sobre assuntos de interesse local. lamentadoras destas matérias enquanto a União não o faça. Sobre-
vindo norma geral reguladora, perdem a eficácia os dispositivos de
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal lei estadual com ela incompatível.
legislar concorrentemente sobre: 5) Limitações e regras mínimas aplicáveis à competência
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e organizacional-administrativa autônoma dos Estados-mem-
urbanístico; bros
II - orçamento;
III - juntas comerciais; Artigo 25, CF. Os Estados organizam-se e regem-se pelas
IV - custas dos serviços forenses; Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta
V - produção e consumo; Constituição.

Didatismo e Conhecimento 59
LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes § 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro car-
sejam vedadas por esta Constituição. go ou função na administração pública direta ou indireta, res-
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante salvada a posse em virtude de concurso público e observado o
concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, disposto no art. 38, I, IV e V.
vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. § 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da As-
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, sembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39,
constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para in- § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
tegrar a organização, o planejamento e a execução de funções
públicas de interesse comum. 6) Limitações e regras mínimas aplicáveis à competência
organizacional-administrativa autônoma dos Municípios
O documento que está no ápice da estrutura normativa de um Os Municípios gozam de autonomia no modelo federativo
Estado-membro é a Constituição estadual. Ela deve guardar com- brasileiro e, sendo assim, possuem capacidade de auto-organiza-
patibilidade com a Constituição Federal, notadamente no que tan- ção, normatização e autogoverno.
ge aos princípios nela estabelecidos, sob pena de ser considerada Notadamente, mediante lei orgânica, conforme se extrai do
norma inconstitucional. artigo 29, caput, CF, o Município se normatiza, devendo esta lei
A competência do Estado é residual – tudo o que não obrigato- guardar compatibilidade tanto com a Constituição Federal quanto
riamente deva ser regulamentado pela União ou pelos Municípios, com a respectiva Constituição estadual. O dispositivo mencionado
pode ser legislado pelo Estado-membro, sem prejuízo da já estuda- traça, ainda, regras mínimas de estruturação do Poder Executivo e
da competência legislativa concorrente com a União. do Legislativo municipais.
O §3º do artigo 25 regulamenta a conurbação, que abrange Por exemplo, só haverá eleição de segundo turno se o muni-
regiões metropolitanas (um município, a metrópole, está em des- cípio tiver mais de duzentos mil habitantes. Destaca-se, ainda, a
taque) e aglomerações urbanas (não há município em destaque), exaustiva regra sobre o número de vereadores e a questão dos sub-
e as microrregiões (não conurbadas, mas limítrofes, geralmente sídios. Incidente, também a regra sobre o julgamento do Prefeito
identificada por bacias hidrográficas). pelo Tribunal de Justiça.
A estrutura e a organização dos Poderes Legislativo e Execu- O artigo 29-A, CF, por seu turno, detalha os limites de despe-
tivo no âmbito do Estado-membro é detalhada na Constituição es- sas com o Poder Legislativo municipal, permitindo a responsabi-
tadual, mas os artigos 27e 28 trazem bases regulamentadoras que lização do Prefeito e do Presidente da Câmara por violação a estes
devem ser respeitadas. limites.

Artigo 27, CF. O número de Deputados à Assembleia Le- Artigo 29, CF. O Município reger-se-á por lei orgânica, vota-
gislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na da em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e apro-
Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será vada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Consti-
de doze. tuição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes pre-
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, ceitos:
aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para
eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo rea-
mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Ar- lizado em todo o País;
madas. II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primei-
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei ro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato
de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de
setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para Municípios com mais de duzentos mil eleitores;
os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro
57, § 7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. do ano subsequente ao da eleição;
§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu IV - para a composição das Câmaras Municipais, será obser-
regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua se- vado o limite máximo de: (Vide ADIN 4307)
cretaria, e prover os respectivos cargos. a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo le- mil) habitantes;
gislativo estadual. b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000
(quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes;
Artigo 28, CF. A eleição do Governador e do Vice-Gover- c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000
nador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes;
primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000
domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano an- (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes;
terior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de
ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subsequente, observado, 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil)
quanto ao mais, o disposto no art. 77. habitantes;

Didatismo e Conhecimento 60
LEGISLAÇÃO APLICADA
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas
120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento ses- Câmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente, ob-
senta mil) habitantes; servado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites
160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezen- máximos:
tos mil) habitantes; a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máxi-
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de mo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsídio
300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos dos Deputados Estaduais;
e cinquenta mil) habitantes; b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes,
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cen-
de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até to do subsídio dos Deputados Estaduais;
600.000 (seiscentos mil) habitantes; c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes,
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por
600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
cinquenta mil) habitantes; d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes,
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinquenta por
750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
(novecentos mil) habitantes; e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habi-
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de tantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessen-
900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um mi- ta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
lhão e cinquenta mil) habitantes; f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o sub-
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais sídio máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por
de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes;
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de
não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita
1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000
do Município;
(um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes;
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, pa-
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000
lavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Mu-
(um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até
nicípio;
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes;
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da verean-
de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até ça, similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para
1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respecti-
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais vo Estado para os membros da Assembleia Legislativa;
de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes; XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de Câmara Municipal;
2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até XII - cooperação das associações representativas no planeja-
3.000.000 (três milhões) de habitantes; mento municipal;
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse especí-
de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (qua- fico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifesta-
tro milhões) de habitantes; ção de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28,
de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 parágrafo único (assumir outro cargo). 
(cinco milhões) de habitantes;
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais Artigo 29-A, CF. O total da despesa do Poder Legislativo
de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 Municipal, incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os
(seis milhões) de habitantes; gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percen-
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais tuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transfe-
de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete rências previstas no § 5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetiva-
milhões) de habitantes; mente realizado no exercício anterior:
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de
de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito até 100.000 (cem mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda
milhões) de habitantes; e Constituição Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de efeito)
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre
de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes;
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população
Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) ha-
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, bitantes;
e 153, § 2º, I;

Didatismo e Conhecimento 61
LEGISLAÇÃO APLICADA
IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para § 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido
Municípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Muni-
3.000.000 (três milhões) de habitantes; cípio ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios,
V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população onde houver.
entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de § 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre
habitantes; as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de
VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Mu- prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara
nicípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) Municipal.
habitantes. § 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias,
§ 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame
cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos
com o subsídio de seus Vereadores. termos da lei.
§ 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Muni- § 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos
cipal: de Contas Municipais.
I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste ar-
tigo; 7) Peculiaridades da competência organizacional-admi-
II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou  nistrativa do Distrito Federal e Territórios
III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei O Distrito Federal não se divide em Municípios, mas em re-
Orçamentária. giões administrativas. Se regulamenta por lei orgânica, mas esta lei
§ 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câ- orgânica aproxima-se do status de Constituição estadual, cabendo
mara Municipal o desrespeito ao § 1o deste artigo. controle de constitucionalidade direto de leis que a contrariem pelo
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.
As competências legislativas e administrativas dos municí- O Distrito Federal possui um governador e uma Câmara Le-
pios estão fixadas no artigo 30, CF. Quanto à competência legisla- gislativa, eleitos na forma dos governadores e deputados estaduais.
tiva, é suplementar, garantindo o direito de legislar sobre assuntos Entretanto, não tem eleições municipais. O Distrito Federal tem 3
de interesse local. senadores, 8 deputados federais e 24 deputados distritais.
Quanto aos territórios, não existem hoje no país, mas se vie-
Artigo 30, CF. Compete aos Municípios: rem a existir serão nomeados pelo Presidente da República.
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que cou- Artigo 32, CF. O Distrito Federal, vedada sua divisão em
ber; Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da
bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios
de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; estabelecidos nesta Constituição.
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legis- § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legis-
lação estadual; lativas reservadas aos Estados e Municípios.
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces- § 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, obser-
são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído vadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá
o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União de igual duração.
e do Estado, programas de educação infantil e de ensino funda- § 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se
mental; o disposto no art. 27.
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União § 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do
e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombei-
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento terri- ros militar.
torial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento
e da ocupação do solo urbano; Artigo 33, CF. A lei disporá sobre a organização administra-
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural tiva e judiciária dos Territórios.
local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e es- § 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos
tadual. quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste
Título.
A fiscalização dos Municípios se dá tanto no âmbito interno § 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao
quanto no externo. Externamente, é exercida pelo Poder Legislati- Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas
vo com auxílio de Tribunal de Contas. A constituição, no artigo 31, da União.
CF, veda a criação de novos Tribunais de Contas municipais, mas § 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes,
não extingue os já existentes. além do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá
Artigo 31, CF. A fiscalização do Município será exercida pelo órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do
Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá
sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência
forma da lei. deliberativa.

Didatismo e Conhecimento 62
LEGISLAÇÃO APLICADA
Intervenção nos Estados e Municípios Artigo 36, CF. A decretação da intervenção dependerá:
A intervenção consiste no afastamento temporário das prer- I - no caso do art. 34, IV (livre exercício dos Poderes), de
rogativas totais ou parciais próprias da autonomia dos entes fe- solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto
derados, por outro ente federado, prevalecendo a vontade do ente ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se
interventor. Neste sentido, necessária a verificação de: a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
a) Pressupostos materiais – requisitos a serem verificados II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária,
quanto ao atendimento de uma das justificativas para a interven- de requisição do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribu-
ção. nal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
b) Pressupostos processuais – requisitos para que o ato da in- III de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de repre-
tervenção seja válido, como prazo, abrangência, condições, além sentação do Procurador-Geral da República, na hipótese do art.
da autorização do Poder Legislativo (artigo 36, CF). 34, VII (observância de princípios constitucionais), e no caso de
A intervenção pode ser federal, quando a União interfere nos recusa à execução de lei federal.
Estados e no Distrito Federal (artigo 34, CF), ou estadual, quando § 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude,
os Estados-membros interferem em seus Municípios (artigo 35, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o
CF). interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacio-
nal ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e
Artigo 34, CF. A União não intervirá nos Estados nem no quatro horas.
Distrito Federal, exceto para: § 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a
I - manter a integridade nacional; Assembleia Legislativa, far-se-á convocação extraordinária, no
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Fede- mesmo prazo de vinte e quatro horas.
ração em outra; § 3º Nos casos do art. 34, VI e VII (execução de decisão/lei fe-
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; deral e violação de certos princípios constitucionais), ou do art. 35,
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas IV (idem com relação à intervenção em municípios), dispensada a
unidades da Federação; apreciação pelo Congresso Nacional ou pela Assembleia Legisla-
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: tiva, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impug-
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois nado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
anos consecutivos, salvo motivo de força maior; § 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afas-
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fi- tadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal.
xadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão ju-
dicial; 1) Princípios da Administração Pública
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios cons- Os valores éticos inerentes ao Estado, os quais permitem que
titucionais: ele consolide o bem comum e garanta a preservação dos interes-
a) forma republicana, sistema representativo e regime de- ses da coletividade, se encontram exteriorizados em princípios e
mocrático; regras. Estes, por sua vez, são estabelecidos na Constituição Fede-
b) direitos da pessoa humana; ral e em legislações infraconstitucionais, a exemplo das que serão
c) autonomia municipal; estudadas neste tópico, quais sejam: Decreto n° 1.171/94, Lei n°
d) prestação de contas da administração pública, direta e in- 8.112/90 e Lei n° 8.429/92.
direta. Todas as diretivas de leis específicas sobre a ética no setor
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de im- público partem da Constituição Federal, que estabelece alguns
postos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, princípios fundamentais para a ética no setor público. Em outras
na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e servi- palavras, é o texto constitucional do artigo 37, especialmente o
ços públicos de saúde”. caput, que permite a compreensão de boa parte do conteúdo das
leis específicas, porque possui um caráter amplo ao preconizar os
Artigo 35, CF. O Estado não intervirá em seus Municípios, princípios fundamentais da administração pública. Estabelece a
nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, Constituição Federal:
exceto quando: Artigo 37, CF. A administração pública direta e indireta de
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
anos consecutivos, a dívida fundada; e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impes-
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; soalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao se-
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita mu- guinte: [...]
nicipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e São princípios da administração pública, nesta ordem:
serviços públicos de saúde; Legalidade
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação Impessoalidade
para assegurar a observância de princípios indicados na Cons- Moralidade
tituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou Publicidade
de decisão judicial”. Eficiência

Didatismo e Conhecimento 63
LEGISLAÇÃO APLICADA
Para memorizar: veja que as iniciais das palavras formam o No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que o princípio
vocábulo LIMPE, que remete à limpeza esperada da Administra- da publicidade seja deturpado em propaganda político-eleitoral:
ção Pública. É de fundamental importância um olhar atento ao sig-
nificado de cada um destes princípios, posto que eles estruturam Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas, obras,
todas as regras éticas prescritas no Código de Ética e na Lei de serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter edu-
Improbidade Administrativa, tomando como base os ensinamentos cativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
de Carvalho Filho53 e Spitzcovsky54: constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção
a) Princípio da legalidade: Para o particular, legalidade sig- pessoal de autoridades ou servidores públicos.
nifica a permissão de fazer tudo o que a lei não proíbe. Contudo,
como a administração pública representa os interesses da coleti- Somente pela publicidade os indivíduos controlarão a legali-
vidade, ela se sujeita a uma relação de subordinação, pela qual só dade e a eficiência dos atos administrativos. Os instrumentos para
poderá fazer o que a lei expressamente determina (assim, na esfera proteção são o direito de petição e as certidões (art. 5°, XXXIV,
estatal, é preciso lei anterior editando a matéria para que seja pre- CF), além do habeas data e - residualmente - do mandado de segu-
servado o princípio da legalidade). A origem deste princípio está rança. Neste viés, ainda, prevê o artigo 37, CF em seu §3º: 
na criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio Esta-
do deve respeitar as leis que dita. Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de participa-
b) Princípio da impessoalidade: Por força dos interesses que ção do usuário na administração pública direta e indireta, regu-
representa, a administração pública está proibida de promover dis- lando especialmente:
criminações gratuitas. Discriminar é tratar alguém de forma di- I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos
ferente dos demais, privilegiando ou prejudicando. Segundo este em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento
princípio, a administração pública deve tratar igualmente todos ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualida-
aqueles que se encontrem na mesma situação jurídica (princípio de dos serviços;
da isonomia ou igualdade). Por exemplo, a licitação reflete a im- II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a in-
pessoalidade no que tange à contratação de serviços. O princípio formações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º,
da impessoalidade correlaciona-se ao princípio da finalidade, pelo X e XXXIII;
qual o alvo a ser alcançado pela administração pública é somente III - a disciplina da representação contra o exercício negli-
o interesse público. Com efeito, o interesse particular não pode in- gente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração
fluenciar no tratamento das pessoas, já que deve-se buscar somente pública.
a preservação do interesse coletivo.
c) Princípio da moralidade: A posição deste princípio no e) Princípio da eficiência: A administração pública deve
artigo 37 da CF representa o reconhecimento de uma espécie de manter o ampliar a qualidade de seus serviços com controle de
moralidade administrativa, intimamente relacionada ao poder pú- gastos. Isso envolve eficiência ao contratar pessoas (o concurso
blico. A administração pública não atua como um particular, de público seleciona os mais qualificados ao exercício do cargo), ao
modo que enquanto o descumprimento dos preceitos morais por manter tais pessoas em seus cargos (pois é possível exonerar um
parte deste particular não é punido pelo Direito (a priori), o or- servidor público por ineficiência) e ao controlar gastos (limitando
denamento jurídico adota tratamento rigoroso do comportamento o teto de remuneração), por exemplo. O núcleo deste princípio é
imoral por parte dos representantes do Estado. O princípio da mo- a procura por produtividade e economicidade. Alcança os serviços
ralidade deve se fazer presente não só para com os administrados, públicos e os serviços administrativos internos, se referindo dire-
mas também no âmbito interno. Está indissociavelmente ligado à tamente à conduta dos agentes.
noção de bom administrador, que não somente deve ser conhece- Além destes cinco princípios administrativo-constitucionais
dor da lei, mas também dos princípios éticos regentes da função diretamente selecionados pelo constituinte, podem ser apontados
administrativa. TODO ATO IMORAL SERÁ DIRETAMENTE como princípios de natureza ética relacionados à função pública a
ILEGAL OU AO MENOS IMPESSOAL, daí a intrínseca ligação probidade e a motivação:
com os dois princípios anteriores. a) Princípio da probidade: um princípio constitucional in-
d) Princípio da publicidade: A administração pública é obri- cluído dentro dos princípios específicos da licitação, é o dever de
gada a manter transparência em relação a todos seus atos e a todas todo o administrador público, o dever de honestidade e fidelidade
informações armazenadas nos seus bancos de dados. Daí a publi- com o Estado, com a população, no desempenho de suas funções.
cação em órgãos da imprensa e a afixação de portarias. Por exem- Possui contornos mais definidos do que a moralidade. Diógenes
plo, a própria expressão concurso público (art. 37, II, CF) remonta Gasparini55 alerta que alguns autores tratam veem como distintos
ao ideário de que todos devem tomar conhecimento do processo os princípios da moralidade e da probidade administrativa, mas
seletivo de servidores do Estado. Diante disso, como será visto, não há características que permitam tratar os mesmos como pro-
se negar indevidamente a fornecer informações ao administrado cedimentos distintos, sendo no máximo possível afirmar que a
caracteriza ato de improbidade administrativa. probidade administrativa é um aspecto particular da moralidade
administrativa.
53 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de di-
reito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

54 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. 55 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª


ed. São Paulo: Método, 2011. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

Didatismo e Conhecimento 64
LEGISLAÇÃO APLICADA
b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida ao ad- Artigo 5º, Lei nº 8.112/1990. São requisitos básicos para in-
ministrador de motivar todos os atos que edita, gerais ou de efei- vestidura em cargo público:
tos concretos. É considerado, entre os demais princípios, um dos I - a nacionalidade brasileira;
mais importantes, uma vez que sem a motivação não há o devido II - o gozo dos direitos políticos;
processo legal, uma vez que a fundamentação surge como meio III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
interpretativo da decisão que levou à prática do ato impugnado, IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
sendo verdadeiro meio de viabilização do controle da legalidade V - a idade mínima de dezoito anos;
dos atos da Administração. VI - aptidão física e mental.
Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicável ao § 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de
caso concreto e relacionar os fatos que concretamente levaram à outros requisitos estabelecidos em lei. [...]
aplicação daquele dispositivo legal. Todos os atos administrativos § 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e
devem ser motivados para que o Judiciário possa controlar o méri- tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores,
to do ato administrativo quanto à sua legalidade. Para efetuar esse técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os
controle, devem ser observados os motivos dos atos administrati- procedimentos desta Lei.
vos.
Em relação à necessidade de motivação dos atos administra- Destaca-se a exceção ao inciso I do artigo 5° da Lei nº
tivos vinculados (aqueles em que a lei aponta um único comporta- 8.112/1990 e do inciso I do artigo 37, CF, prevista no artigo 207
mento possível) e dos atos discricionários (aqueles que a lei, den- da Constituição, permitindo que estrangeiros assumam cargos no
tro dos limites nela previstos, aponta um ou mais comportamentos ramo da pesquisa, ciência e tecnologia.
possíveis, de acordo com um juízo de conveniência e oportuni-
dade), a doutrina é uníssona na determinação da obrigatoriedade Artigo 37, II, CF. A investidura em cargo ou emprego público
de motivação com relação aos atos administrativos vinculados; depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou
todavia, diverge quanto à referida necessidade quanto aos atos dis- de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
cricionários. do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as
Meirelles56 entende que o ato discricionário, editado sob os nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre no-
limites da Lei, confere ao administrador uma margem de liberdade meação e exoneração.
para fazer um juízo de conveniência e oportunidade, não sendo
necessária a motivação. No entanto, se houver tal fundamentação, Preconiza o artigo 10 da Lei nº 8.112/1990:
o ato deverá condicionar-se a esta, em razão da necessidade de ob-
servância da Teoria dos Motivos Determinantes. O entendimento Artigo 10, Lei nº 8.112/90. A nomeação para cargo de car-
majoritário da doutrina, porém, é de que, mesmo no ato discricio- reira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia
nário, é necessária a motivação para que se saiba qual o caminho habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos,
adotado pelo administrador. Gasparini57, com respaldo no art. 50 obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade.
da Lei n. 9.784/98, aponta inclusive a superação de tais discussões Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o de-
doutrinárias, pois o referido artigo exige a motivação para todos senvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão
os atos nele elencados, compreendendo entre estes, tanto os atos estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira
discricionários quanto os vinculados. na Administração Pública Federal e seus regulamentos.

2) Regras mínimas sobre direitos e deveres dos servidores No concurso de provas o candidato é avaliado apenas pelo seu
O artigo 37 da Constituição Federal estabelece os princípios desempenho nas provas, ao passo que nos concursos de provas e
da administração pública estudados no tópico anterior, aos quais títulos o seu currículo em toda sua atividade profissional também
estão sujeitos servidores de quaisquer dos Poderes em qualquer é considerado. Cargo em comissão é o cargo de confiança, que não
das esferas federativas, e, em seus incisos, regras mínimas sobre o exige concurso público, sendo exceção à regra geral.
serviço público:
Artigo 37, III, CF. O prazo de validade do concurso público
Artigo 37, I, CF. Os cargos, empregos e funções públicas são será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período.
acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabele-
cidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. Artigo 37, IV, CF. Durante o prazo improrrogável previsto
no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público
de provas ou de provas e títulos será convocado com priorida-
Aprofundando a questão, tem-se o artigo 5º da Lei nº de sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na
8.112/1990, que prevê: carreira.

Prevê o artigo 12 da Lei nº 8.112/1990:


56 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo
brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993.

57 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª


Artigo 12, Lei nº 8.112/1990. O concurso público terá valida-
ed. São Paulo: Saraiva, 2004. de de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez,
por igual período.

Didatismo e Conhecimento 65
LEGISLAÇÃO APLICADA
§1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua Artigo 37, VI, CF. É garantido ao servidor público civil o di-
realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário reito à livre associação sindical.
Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato A liberdade de associação é garantida aos servidores públicos
aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expi- tal como é garantida a todos na condição de direito individual e de
rado. direito social.

O edital delimita questões como valor da taxa de inscrição, Artigo 37, VII, CF. O direito de greve será exercido nos ter-
casos de isenção, número de vagas e prazo de validade. Havendo mos e nos limites definidos em lei específica.
candidatos aprovados na vigência do prazo do concurso, ele deve
ser chamado para assumir eventual vaga e não ser realizado novo O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores públi-
concurso. cos possuem o direito de greve, devendo se atentar pela preserva-
Destaca-se que o §2º do artigo 37, CF, prevê: ção da sociedade quando exercê-lo. Enquanto não for elaborada
uma legislação específica para os funcionários públicos, deverá ser
Artigo 37, §2º, CF. A não-observância do disposto nos incisos obedecida a lei geral de greve para os funcionários privados, qual
II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade seja a Lei n° 7.783/89 (Mandado de Injunção nº 20).
responsável, nos termos da lei.
Artigo 37, VIII, CF. A lei reservará percentual dos cargos e
Com efeito, há tratamento rigoroso da responsabilização da- empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e
quele que viola as diretrizes mínimas sobre o ingresso no serviço definirá os critérios de sua admissão.
público, que em regra se dá por concurso de provas ou de provas
e títulos. Neste sentido, o §2º do artigo 5º da Lei nº 8.112/1990:

Artigo 37, V, CF. As funções de confiança, exercidas exclusi- Artigo 5º, Lei nº 8.112/90. Às pessoas portadoras de deficiên-
vamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em cia é assegurado o direito de se inscrever em concurso público
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos ca- para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis
sos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam- com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas se-
-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. rão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no
concurso.
Observa-se o seguinte quadro comparativo58:
Prossegue o artigo 37, CF:
Função de Confiança Cargo em Comissão
Exercidas exclusivamente por Qualquer pessoa, observado o Artigo 37, IX, CF. A lei estabelecerá os casos de contratação
servidores ocupantes de cargo percentual mínimo reservado por tempo determinado para atender a necessidade temporária de
efetivo. ao servidor de carreira. excepcional interesse público.
Com concurso público, já
A Lei nº 8.745/1993 regulamenta este inciso da Constituição,
que somente pode exercê-la Sem concurso público,
definindo a natureza da relação estabelecida entre o servidor con-
o servidor de cargo efetivo, ressalvado o percentual
tratado e a Administração Pública, para atender à “necessidade
mas a função em si não mínimo reservado ao servidor
temporária de excepcional interesse público”.
prescindível de concurso de carreira.
“Em se tratando de relação subordinada, isto é, de relação que
público.
comporta dependência jurídica do servidor perante o Estado, duas
É atribuído posto (lugar) num opções se ofereciam: ou a relação seria trabalhista, agindo o Es-
dos quadros da Administração tado iure gestionis, sem usar das prerrogativas de Poder Público,
Somente são conferidas
Pública, conferida atribuições ou institucional, estatutária, preponderando o ius imperii do Esta-
atribuições e responsabilidade
e responsabilidade àquele que do. Melhor dizendo: o sistema preconizado pela Carta Política de
irá ocupá-lo 1988 é o do contrato, que tanto pode ser trabalhista (inserindo-se
Destinam-se apenas às Destinam-se apenas às na esfera do Direito Privado) quanto administrativo (situando-se
atribuições de direção, chefia e atribuições de direção, chefia e no campo do Direito Público). [...] Uma solução intermediária não
assessoramento assessoramento deixa, entretanto, de ser legítima. Pode-se, com certeza, abonar
De livre nomeação e um sistema híbrido, eclético, no qual coexistam normas trabalhis-
exoneração no que se refere De livre nomeação e tas e estatutárias, pondo-se em contiguidade os vínculos privado
à função e não em relação ao exoneração e administrativo, no sentido de atender às exigências do Estado
cargo efetivo. moderno, que procura alcançar os seus objetivos com a mesma
eficácia dos empreendimentos não-governamentais”59.
59 VOGEL NETO, Gustavo Adolpho. Contratação de
58 http://direitoemquadrinhos.blogspot.com.br/2011/03/ servidores para atender a necessidade temporária de excepcional inte-
quadro-comparativo-funcao-de-confianca.html resse público. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/
Rev_39/Artigos/Art_Gustavo.htm>. Acesso em: 23 dez. 2014.

Didatismo e Conhecimento 66
LEGISLAÇÃO APLICADA
Artigo 37, X, CF. A remuneração dos servidores públicos e Artigo 37, XII, CF. Os vencimentos dos cargos do Poder Le-
o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixa- gislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos
dos ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privati- pagos pelo Poder Executivo.
va em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma
data e sem distinção de índices. Prevê a Lei nº 8.112/1990 em seu artigo 42:

Artigo 37, XV, CF. O subsídio e os vencimentos dos ocupan- Artigo 42, Lei nº 8.112/90. Nenhum servidor poderá perce-
tes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o ber, mensalmente, a título de remuneração, importância superior
disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, à soma dos valores percebidos como remuneração, em espécie, a
II, 153, III, e 153, § 2º, I. qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pelos Minis-
tros de Estado, por membros do Congresso Nacional e Ministros
Artigo 37, §10, CF. É vedada a percepção simultânea de do Supremo Tribunal Federal. Parágrafo único. Excluem-se do
proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. teto de remuneração as vantagens previstas nos incisos II a VII
42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função públi-
do art. 61.
ca, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição,
os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de
Com efeito, os §§ 11 e 12 do artigo 37, CF tecem aprofunda-
livre nomeação e exoneração.
mentos sobre o mencionado inciso XI:
Sobre a questão, disciplina a Lei nº 8.112/1990 nos artigos 40
e 41: Artigo 37, § 11, CF. Não serão computadas, para efeito dos
limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
cargo público, com valor fixado em lei.
Artigo 37, § 12, CF. Para os fins do disposto no inciso XI do
Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acres- caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal
cido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constitui-
§ 1º A remuneração do servidor investido em função ou cargo ções e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos
em comissão será paga na forma prevista no art. 62. Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a
§ 2º O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio
entidade diversa da de sua lotação receberá a remuneração de acordo mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se apli-
com o estabelecido no § 1º do art. 93. cando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados
§ 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
caráter permanente, é irredutível.
§ 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de Por seu turno, o artigo 37 quanto à vinculação ou equiparação
atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre ser- salarial:
vidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter indivi-
dual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho. Artigo 37, XIII, CF. É vedada a vinculação ou equiparação
§ 5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remunera-
mínimo. ção de pessoal do serviço público.
Ainda, o artigo 37 da Constituição: Os padrões de vencimentos são fixados por conselho de polí-
tica de administração e remuneração de pessoal, integrado por ser-
Artigo 37, XI, CF. A remuneração e o subsídio dos ocupantes
vidores designados pelos respectivos Poderes (artigo 39, caput e §
de cargos, funções e empregos públicos da administração direta,
1º), sem qualquer garantia constitucional de tratamento igualitário
autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Pode-
res da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos cargos que se mostrem similares.
dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e
os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos Artigo 37, XIV, CF. Os acréscimos pecuniários percebidos
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de por servidor público não serão computados nem acumulados
qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio men- para fins de concessão de acréscimos ulteriores.
sal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, A preocupação do constituinte, ao implantar tal preceito, foi
aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, de que não eclodisse no sistema remuneratório dos servidores, ou
e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Gover- seja, evitar que se utilize uma vantagem como base de cálculo de
nador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados um outro benefício. Dessa forma, qualquer gratificação que venha
Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio a ser concedida ao servidor só pode ter como base de cálculo o pró-
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa prio vencimento básico. É inaceitável que se leve em consideração
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, outra vantagem até então percebida.
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âm-
bito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Mi-
nistério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos.

Didatismo e Conhecimento 67
LEGISLAÇÃO APLICADA
Artigo 37, XVI, CF. É vedada a acumulação remunerada de “Os artigos 118 a 120 da Lei nº 8.112/90 ao tratarem da acu-
cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de ho- mulação de cargos e funções públicas, regulamentam, no âmbito
rários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: a) a do serviço público federal a vedação genérica constante do art.
de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com 37, incisos VXI e XVII, da Constituição da República. De fato, a
outro, técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos pri- acumulação ilícita de cargos públicos constitui uma das infrações
vativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. mais comuns praticadas por servidores públicos, o que se constata
observando o elevado número de processos administrativos ins-
Artigo 37, XVII, CF. A proibição de acumular estende-se a taurados com esse objeto. O sistema adotado pela Lei nº 8.112/90
empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas é relativamente brando, quando cotejado com outros estatutos de
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e so- alguns Estados, visto que propicia ao servidor incurso nessa ilici-
ciedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. tude diversas oportunidades para regularizar sua situação e esca-
par da pena de demissão. Também prevê a lei em comentário, um
Segundo Carvalho Filho60, “o fundamento da proibição é im- processo administrativo simplificado (processo disciplinar de rito
pedir que o cúmulo de funções públicas faça com que o servidor sumário) para a apuração dessa infração – art. 133” 61.
não execute qualquer delas com a necessária eficiência. Além
disso, porém, pode-se observar que o Constituinte quis também Artigo 37, XVIII, CF. A administração fazendária e seus ser-
impedir a cumulação de ganhos em detrimento da boa execução vidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e juris-
de tarefas públicas. [...] Nota-se que a vedação se refere à acumu- dição, precedência sobre os demais setores administrativos, na
lação remunerada. Em consequência, se a acumulação só encerra a forma da lei.
percepção de vencimentos por uma das fontes, não incide a regra
constitucional proibitiva”. Artigo 37, XXII, CF. As administrações tributárias da União,
A Lei nº 8.112/1990 regulamenta intensamente a questão: dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades es-
senciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de
Artigo 118, Lei nº 8.112/1990. Ressalvados os casos previstos carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realiza-
na Constituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos ção de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive
públicos. com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na
§ 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos forma da lei ou convênio.
e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas,
sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos “O Estado tem como finalidade essencial a garantia do bem-
Estados, dos Territórios e dos Municípios. -estar de seus cidadãos, seja através dos serviços públicos que dis-
§ 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condiciona- ponibiliza, seja através de investimentos na área social (educação,
da à comprovação da compatibilidade de horários. saúde, segurança pública). Para atingir esses objetivos primários,
§ 3o Considera-se acumulação proibida a percepção de ven- deve desenvolver uma atividade financeira, com o intuito de obter
cimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da recursos indispensáveis às necessidades cuja satisfação se com-
inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remu- prometeu quando estabeleceu o “pacto” constitucional de 1988.
nerações forem acumuláveis na atividade. [...] A importância da Administração Tributária foi reconhecida
expressamente pelo constituinte que acrescentou, no artigo 37 da
Art. 119, Lei nº 8.112/1990. O servidor não poderá exercer Carta Magna, o inciso XVIII, estabelecendo a sua precedência e de
mais de um cargo em comissão, exceto no caso previsto no pará- seus servidores sobre os demais setores da Administração Pública,
grafo único do art. 9o, nem ser remunerado pela participação em dentro de suas áreas de competência”62.
órgão de deliberação coletiva. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à re- Artigo 37, XIX, CF. Somente por lei específica poderá ser
muneração devida pela participação em conselhos de administra- criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
ção e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mis- de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
ta, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.
ou entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha
participação no capital social, observado o que, a respeito, dispu- Artigo 37, XX, CF. Depende de autorização legislativa, em
ser legislação específica. cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas
no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas
Art. 120, Lei nº 8.112/1990. O servidor vinculado ao regime em empresa privada.
desta Lei, que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando
investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado
de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver
compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, 61 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Ser-
vidores Públicos da União. Disponível em: <http://www.canaldosconcursos.
declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades
com.br/artigos/almirmorgado_artigo1.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2013.
envolvidos.
60 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de di- 62 http://www.sindsefaz.org.br/parecer_administracao_
reito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. tributaria_sao_paulo.htm

Didatismo e Conhecimento 68
LEGISLAÇÃO APLICADA
Órgãos da administração indireta somente podem ser criados Federal, Estadual ou Municipal, ou seja todos os entes federativos.
por lei específica e a criação de subsidiárias destes dependem de De forma mais simples, podemos dizer que o governo deve com-
autorização legislativa (o Estado cria e controla diretamente deter- prar e contratar serviços seguindo regras de lei, assim a licitação
minada empresa pública ou sociedade de economia mista, e estas, é um processo formal onde há a competição entre os interessados.
por sua vez, passam a gerir uma nova empresa, denominada sub-
sidiária. Ex.: Transpetro, subsidiária da Petrobrás). “Abrimos um Artigo 37, §5º, CF. A lei estabelecerá os prazos de prescrição
parêntese para observar que quase todos os autores que abordam o para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que
assunto afirmam categoricamente que, a despeito da referência no causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
texto constitucional a ‘subsidiárias das entidades mencionadas no ressarcimento.
inciso anterior’, somente empresas públicas e sociedades de eco-
nomia mista podem ter subsidiárias, pois a relação de controle que A prescrição dos ilícitos praticados por servidor encontra dis-
existe entre a pessoa jurídica matriz e a subsidiária seria própria ciplina específica no artigo 142 da Lei nº 8.112/1990:
de pessoas com estrutura empresarial, e inadequada a autarquias e
fundações públicas. OUSAMOS DISCORDAR. Parece-nos que, Art. 142, Lei nº 8.112/1990. A ação disciplinar prescreverá:
se o legislador de um ente federado pretendesse, por exemplo, I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demis-
autorizar a criação de uma subsidiária de uma fundação pública, são, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição
NÃO haveria base constitucional para considerar inválida sua de cargo em comissão;
autorização”63. II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
Ainda sobre a questão do funcionamento da administração in- III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência.
direta e de suas subsidiárias, destaca-se o previsto nos §§ 8º e 9º § 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que o
do artigo 37, CF: fato se tornou conhecido.
§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se
Artigo 37, §8º, CF. A autonomia gerencial, orçamentária e às infrações disciplinares capituladas também como crime.
financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indi- § 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo
reta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida
seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a por autoridade competente.
fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, caben- § 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a
do à lei dispor sobre: correr a partir do dia em que cessar a interrupção.
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direi- Prescrição é um instituto que visa regular a perda do direito
tos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; de acionar judicialmente. No caso, o prazo é de 5 anos para as
III - a remuneração do pessoal. infrações mais graves, 2 para as de gravidade intermediária (pena
de suspensão) e 180 dias para as menos graves (pena de adver-
Artigo 37, § 9º, CF. O disposto no inciso XI aplica-se às em- tência), contados da data em que o fato se tornou conhecido pela
presas públicas e às sociedades de economia mista e suas subsi- administração pública. Se a infração disciplinar for crime, valerão
diárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Dis- os prazos prescricionais do direito penal, mais longos, logo, menos
trito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de favoráveis ao servidor. Interrupção da prescrição significa parar
pessoal ou de custeio em geral. a contagem do prazo para que, retornando, comece do zero. Da
abertura da sindicância ou processo administrativo disciplinar até
Continua o artigo 37, CF: a decisão final proferida por autoridade competente não corre a
prescrição. Proferida a decisão, o prazo começa a contar do zero.
Artigo 37, XXI, CF. Ressalvados os casos especificados na Passado o prazo, não caberá mais propor ação disciplinar.
legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contra-
tados mediante processo de licitação pública que assegure igual- Artigo 37, §7º, CF. A lei disporá sobre os requisitos e as res-
dade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que trições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá
as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis A Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013 dispõe sobre o conflito
à garantia do cumprimento das obrigações. de interesses no exercício de cargo ou emprego do Poder Execu-
tivo federal e impedimentos posteriores ao exercício do cargo ou
A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, regulamenta o art. emprego; e revoga dispositivos da Lei nº 9.986, de 18 de julho de
37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para li- 2000, e das Medidas Provisórias nºs 2.216-37, de 31 de agosto de
citações e contratos da Administração Pública e dá outras provi- 2001, e 2.225-45, de 4 de setembro de 2001.
dências. Licitação nada mais é que o conjunto de procedimentos Neste sentido, conforme seu artigo 1º:
administrativos (administrativos porque parte da administração
pública) para as compras ou serviços contratados pelos governos
63 ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Administrativo
Descomplicado. São Paulo: GEN, 2014.

Didatismo e Conhecimento 69
LEGISLAÇÃO APLICADA
Artigo 1º, Lei nº 12.813/2013. As situações que configuram 1) Dano - somente é indenizável o dano certo, especial e anor-
conflito de interesses envolvendo ocupantes de cargo ou emprego mal. Certo é o dano real, existente. Especial é o dano específico,
no âmbito do Poder Executivo federal, os requisitos e restrições individualizado, que atinge determinada ou determinadas pessoas.
a ocupantes de cargo ou emprego que tenham acesso a informa- Anormal é o dano que ultrapassa os problemas comuns da vida
ções privilegiadas, os impedimentos posteriores ao exercício do em sociedade (por exemplo, infelizmente os assaltos são comuns
cargo ou emprego e as competências para fiscalização, avaliação e o Estado não responde por todo assalto que ocorra, a não ser que
e prevenção de conflitos de interesses regulam-se pelo disposto na circunstância específica possuía o dever de impedir o assalto,
nesta Lei. como no caso de uma viatura presente no local - muito embora o
direito à segurança pessoal seja um direito humano reconhecido).
3) Responsabilidade civil do Estado e de seus servidores 2) Agentes públicos - é toda pessoa que trabalhe dentro da
O instituto da responsabilidade civil é parte integrante do di- administração pública, tenha ingressado ou não por concurso, pos-
reito obrigacional, uma vez que a principal consequência da prá- sua cargo, emprego ou função. Envolve os agentes políticos, os
tica de um ato ilícito é a obrigação que gera para o seu auto de servidores públicos em geral (funcionários, empregados ou tem-
reparar o dano, mediante o pagamento de indenização que se re- porários) e os particulares em colaboração (por exemplo, jurado
fere às perdas e danos. Afinal, quem pratica um ato ou incorre em ou mesário).
omissão que gere dano deve suportar as consequências jurídicas 3) Dano causado quando o agente estava agindo nesta quali-
decorrentes, restaurando-se o equilíbrio social.64 dade - é preciso que o agente esteja lançando mão das prerrogati-
A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, podendo vas do cargo, não agindo como um particular.
recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até os limites da heran- Sem estes três requisitos, não será possível acionar o Estado
ça, embora existam reflexos na ação que apure a responsabilidade para responsabilizá-lo civilmente pelo dano, por mais relevante
civil conforme o resultado na esfera penal (por exemplo, uma ab- que tenha sido a esfera de direitos atingida. Assim, não é qual-
solvição por negativa de autoria impede a condenação na esfera quer dano que permite a responsabilização civil do Estado, mas
cível, ao passo que uma absolvição por falta de provas não o faz). somente aquele que é causado por um agente público no exercício
A responsabilidade civil do Estado acompanha o raciocínio de suas funções e que exceda as expectativas do lesado quanto à
de que a principal consequência da prática de um ato ilícito é a atuação do Estado.
obrigação que gera para o seu auto de reparar o dano, mediante É preciso lembrar que não é o Estado em si que viola os direi-
o pagamento de indenização que se refere às perdas e danos. To- tos humanos, porque o Estado é uma ficção formada por um gru-
dos os cidadãos se sujeitam às regras da responsabilidade civil, po de pessoas que desempenham as atividades estatais diversas.
tanto podendo buscar o ressarcimento do dano que sofreu quanto Assim, viola direitos humanos não o Estado em si, mas o agente
respondendo por aqueles danos que causar. Da mesma forma, o que o representa, fazendo com que o próprio Estado seja responsa-
Estado tem o dever de indenizar os membros da sociedade pelos bilizado por isso civilmente, pagando pela indenização (reparação
danos que seus agentes causem durante a prestação do serviço, dos danos materiais e morais). Sem prejuízo, com relação a eles,
inclusive se tais danos caracterizarem uma violação aos direitos caberá ação de regresso se agiram com dolo ou culpa.
humanos reconhecidos. Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal:
Trata-se de responsabilidade extracontratual porque não de-
pende de ajuste prévio, basta a caracterização de elementos genéri- Artigo 37, §6º, CF. As pessoas jurídicas de direito público e as
cos pré-determinados, que perpassam pela leitura concomitante do de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
Código Civil (artigos 186, 187 e 927) com a Constituição Federal pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a ter-
(artigo 37, §6°). ceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
Genericamente, os elementos da responsabilidade civil se en- casos de dolo ou culpa.
contram no art. 186 do Código Civil:
Este artigo deixa clara a formação de uma relação jurídica
Artigo 186, CC. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, autônoma entre o Estado e o agente público que causou o dano
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a ou- no desempenho de suas funções. Nesta relação, a responsabilidade
trem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. civil será subjetiva, ou seja, caberá ao Estado provar a culpa do
agente pelo dano causado, ao qual foi anteriormente condenado a
Este é o artigo central do instituto da responsabilidade civil, reparar. Direito de regresso é justamente o direito de acionar o cau-
que tem como elementos: ação ou omissão voluntária (agir como sador direto do dano para obter de volta aquilo que pagou à vítima,
não se deve ou deixar de agir como se deve), culpa ou dolo do considerada a existência de uma relação obrigacional que se forma
agente (dolo é a vontade de cometer uma violação de direito e entre a vítima e a instituição que o agente compõe.
culpa é a falta de diligência), nexo causal (relação de causa e efeito Assim, o Estado responde pelos danos que seu agente causar
entre a ação/omissão e o dano causado) e dano (dano é o prejuízo aos membros da sociedade, mas se este agente agiu com dolo ou
sofrido pelo agente, que pode ser individual ou coletivo, moral ou culpa deverá ressarcir o Estado do que foi pago à vítima. O agente
material, econômico e não econômico). causará danos ao praticar condutas incompatíveis com o compor-
tamento ético dele esperado.65

64 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Ci- 65 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13.
vil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. ed. São Paulo: Método, 2011.

Didatismo e Conhecimento 70
LEGISLAÇÃO APLICADA
A responsabilidade civil do servidor exige prévio processo Logo, não é sempre que o Estado será responsabilizado. Há
administrativo disciplinar no qual seja assegurado contraditório excludentes da responsabilidade estatal, notadamente: a) caso
e ampla defesa. Trata-se de responsabilidade civil subjetiva ou fortuito (fato de terceiro) ou força maior (fato da natureza) fora dos
com culpa. Havendo ação ou omissão com culpa do servidor que alcances da previsibilidade do dano; b) culpa exclusiva da vítima.
gere dano ao erário (Administração) ou a terceiro (administrado),
o servidor terá o dever de indenizar. 4) Exercício de mandato eletivo por servidores públicos
Não obstante, agentes públicos que pratiquem atos violado- A questão do exercício de mandato eletivo pelo servidor pú-
res de direitos humanos se sujeitam à responsabilidade penal e blico encontra previsão constitucional em seu artigo 38, que nota-
à responsabilidade administrativa, todas autônomas uma com damente estabelece quais tipos de mandatos geram incompatibi-
relação à outra e à já mencionada responsabilidade civil. Neste lidade ao serviço público e regulamenta a questão remuneratória:
sentido, o artigo 125 da Lei nº 8.112/90: Artigo 38, CF. Ao servidor público da administração direta,
autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, apli-
Artigo 125, Lei nº 8.112/1990. As sanções civis, penais e ad- cam-se as seguintes disposições:
ministrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si. I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distri-
tal, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
No caso da responsabilidade civil, o Estado é diretamente II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
acionado e responde pelos atos de seus servidores que violem di- emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remune-
reitos humanos, cabendo eventualmente ação de regresso contra ração;
ele. Contudo, nos casos da responsabilidade penal e da responsa- III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibili-
bilidade administrativa aciona-se o agente público que praticou o dade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego
ato. ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não
São inúmeros os exemplos de crimes que podem ser pratica- havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso ante-
dos pelo agente público no exercício de sua função que violam rior;
direitos humanos. A título de exemplo, peculato, consistente em IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercí-
apropriação ou desvio de dinheiro público (art. 312, CP), que viola cio de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para
o bem comum e o interesse da coletividade; concussão, que é a todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
exigência de vantagem indevida (art. 316, CP), expondo a vítima V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afas-
a uma situação de constrangimento e medo que viola diretamente tamento, os valores serão determinados como se no exercício es-
sua dignidade; tortura, a mais cruel forma de tratamento humano, tivesse.
cuja pena é agravada quando praticada por funcionário público
(art. 1º, §4º, I, Lei nº 9.455/97); etc. 5) Regime de remuneração e previdência dos servidores
Quanto à responsabilidade administrativa, menciona-se, a tí- públicos
tulo de exemplo, as penalidades cabíveis descritas no art. 127 da Regulamenta-se o regime de remuneração e previdência dos
Lei nº 8.112/90, que serão aplicadas pelo funcionário que violar a servidores públicos nos artigo 39 e 40 da Constituição Federal:
ética do serviço público, como advertência, suspensão e demissão.
Evidencia-se a independência entre as esferas civil, penal e Artigo 39, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
administrativa no que tange à responsabilização do agente público Municípios instituirão conselho de política de administração e re-
que cometa ato ilícito. muneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos
Tomadas as exigências de características dos danos acima co- respectivos Poderes. (Redação dada pela Emenda Constitucional
lacionadas, notadamente a anormalidade, considera-se que para o nº 19, de 1998 e aplicação suspensa pela ADIN nº 2.135-4, des-
Estado ser responsabilizado por um dano, ele deve exceder ex- tacando-se a redação anterior: “A União, os Estados, o Distrito
pectativas cotidianas, isto é, não cabe exigir do Estado uma ex- Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competên-
cepcional vigilância da sociedade e a plena cobertura de todas as cia, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores
fatalidades que possam acontecer em território nacional. da administração pública direta, das autarquias e das fundações
Diante de tal premissa, entende-se que a responsabilidade ci- públicas”).
vil do Estado será objetiva apenas no caso de ações, mas sub- § 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais com-
jetiva no caso de omissões. Em outras palavras, verifica-se se o ponentes do sistema remuneratório observará:
Estado se omitiu tendo plenas condições de não ter se omitido, isto I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade
é, ter deixado de agir quando tinha plenas condições de fazê-lo, dos cargos componentes de cada carreira;
acarretando em prejuízo dentro de sua previsibilidade. II - os requisitos para a investidura;
São casos nos quais se reconheceu a responsabilidade omis- III - as peculiaridades dos cargos.
siva do Estado: morte de filho menor em creche municipal, bura- § 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas
cos não sinalizados na via pública, tentativa de assalto a usuário de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores
do metrô resultando em morte, danos provocados por enchentes e públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requi-
escoamento de águas pluviais quando o Estado sabia da problemá- sitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração
tica e não tomou providência para evitá-las, morte de detento em de convênios ou contratos entre os entes federados.
prisão, incêndio em casa de shows fiscalizada com negligência,
etc.

Didatismo e Conhecimento 71
LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por oca-
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV,XVI, XVII, sião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utili-
XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requi- zadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de
sitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.
exigir. § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela úni- complementares, os casos de servidores:
ca, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, I - portadores de deficiência;
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, II - que exerçam atividades de risco;
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
nicípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor re- § 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão
muneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, a,
o disposto no art. 37, XI. para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publica- exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensi-
rão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos car- no fundamental e médio.
gos e empregos públicos. § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção
nicípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários prove- de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência
nientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autar- previsto neste artigo.
quia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas § 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por
de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, mo- morte, que será igual:
dernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor faleci-
inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. do, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de
carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposen-
tado à data do óbito; ou
Artigo 40, CF. Aos servidores titulares de cargos efetivos da II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluí- cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo
das suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previ- estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência so-
dência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição cial de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da par-
do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos cela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio fi- § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para pre-
nanceiro e atuarial e o disposto neste artigo. servar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme crité-
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de rios estabelecidos em lei.
que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proven- § 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal
tos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcio- correspondente para efeito de disponibilidade.
nais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente § 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de conta-
em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou gem de tempo de contribuição fictício.
incurável, na forma da lei; § 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tem- proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acu-
po de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 mulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras
(setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previ-
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dência social, e ao montante resultante da adição de proventos
dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma
cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as se- desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre
guintes condições: nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se § 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência
homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no
se mulher; que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de previdência social.
de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de § 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em
contribuição. comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem
§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se
de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respecti- o regime geral de previdência social.
vo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que
serviu de referência para a concessão da pensão.

Didatismo e Conhecimento 72
LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
desde que instituam regime de previdência complementar para os estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se
seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fi- estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indeniza-
xar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas ção, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido remuneração proporcional ao tempo de serviço.
para os benefícios do regime geral de previdência social de que § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser-
trata o art. 201. vidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor-
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o cional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em
§ 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Exe- outro cargo.
cutivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obri-
que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência gatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituí-
complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos da para essa finalidade.
participantes planos de benefícios somente na modalidade de con-
tribuição definida. Art. 20, Lei nº 8.112/1990. Ao entrar em exercício, o servidor
§ 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o dis- nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio
posto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver in- probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o
gressado no serviço público até a data da publicação do ato de ins- qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o
tituição do correspondente regime de previdência complementar. desempenho do cargo, observados os seguinte fatores:
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o I - assiduidade;
cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualiza- II - disciplina;
dos, na forma da lei. III - capacidade de iniciativa;
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposenta- IV - produtividade;
dorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo V - responsabilidade.
que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do § 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio pro-
regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com batório, será submetida à homologação da autoridade competente
percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão
cargos efetivos. constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo
as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I
1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um a V do caput deste artigo.
abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição § 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será exo-
previdenciária até completar as exigências para aposentadoria nerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupa-
compulsória contidas no § 1º, II. do, observado o disposto no parágrafo único do art. 29.
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio § 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer quais-
de previdência social para os servidores titulares de cargos efe- quer cargos de provimento em comissão ou funções de direção,
tivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e so-
cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. mente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá ape- cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comissão
nas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis
que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os be- 6, 5 e 4, ou equivalentes.
nefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. § 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser
201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81,
portador de doença incapacitante. incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar
de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para
6) Estágio probatório e perda do cargo outro cargo na Administração Pública Federal.
Estabelece a Constituição Federal em seu artigo 41, a ser lido § 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e
em conjunto com o artigo 20 da Lei nº 8.112/1990: os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o, 86 e 96, bem assim
na hipótese de participação em curso de formação, e será retomado
Artigo 41, CF. São estáveis após três anos de efetivo exercí- a partir do término do impedimento.
cio os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em
virtude de concurso público. O estágio probatório pode ser definido como um lapso de
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: tempo no qual a aptidão e capacidade do servidor serão avaliadas
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; de acordo com critérios de assiduidade, disciplina, capacidade de
II - mediante processo administrativo em que lhe seja asse- iniciativa, produtividade e responsabilidade. O servidor não apro-
gurada ampla defesa; vado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, recon-
III - mediante procedimento de avaliação periódica de de- duzido ao cargo anteriormente ocupado. Não existe vedação para
sempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla de- um servidor em estágio probatório exercer quaisquer cargos de
fesa. provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assesso-
ramento no órgão ou entidade de lotação.

Didatismo e Conhecimento 73
LEGISLAÇÃO APLICADA
Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a disciplina do A legislação em estudo, por sua vez, divide os atos de impro-
estágio probatório mudou, notadamente aumentando o prazo de 2 bidade administrativa em três categorias:
anos para 3 anos. Tendo em vista que a norma constitucional pre- a) Ato de improbidade administrativa que importe enrique-
valece sobre a lei federal, mesmo que ela não tenha sido atualiza- cimento ilícito (artigo 9º, Lei nº 8.429/1992)
da, deve-se seguir o disposto no artigo 41 da Constituição Federal. O grupo mais grave de atos de improbidade administrativa se
Uma vez adquirida a aprovação no estágio probatório, o ser- caracteriza pelos elementos: enriquecimento + ilícito + resultante
vidor público somente poderá ser exonerado nos casos do §1º do de uma vantagem patrimonial indevida + em razão do exercício de
artigo 40 da Constituição Federal, notadamente: em virtude de cargo, mandato, emprego, função ou outra atividade nas entidades
sentença judicial transitada em julgado; mediante processo ad- do artigo 1° da Lei nº 8.429/1992.
ministrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; ou me- O enriquecimento deve ser ilícito, afinal, o Estado não se opõe
diante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na que o indivíduo enriqueça, desde que obedeça aos ditames morais,
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa (sendo esta notadamente no desempenho de função de interesse estatal.
lei complementar ainda inexistente no âmbito federal. Exige-se que o sujeito obtenha vantagem patrimonial ilícita.
Contudo, é dispensável que efetivamente tenha ocorrido dano aos
cofres públicos (por exemplo, quando um policial recebe propina
7) Atos de improbidade administrativa
pratica ato de improbidade administrativa, mas não atinge diretamen-
A Lei n° 8.429/1992 trata da improbidade administrativa, que
te os cofres públicos).
é uma espécie qualificada de imoralidade, sinônimo de desonesti-
Como fica difícil imaginar que alguém possa se enriquecer ili-
dade administrativa. A improbidade é uma lesão ao princípio da citamente por negligência, imprudência ou imperícia, todas as con-
moralidade, que deve ser respeitado estritamente pelo servidor dutas configuram atos dolosos (com intenção). Não cabe prática por
público. O agente ímprobo sempre será um violador do princípio omissão.67
da moralidade, pelo qual “a Administração Pública deve agir com b) Ato de improbidade administrativa que importe lesão ao
boa-fé, sinceridade, probidade, lhaneza, lealdade e ética”66. erário (artigo 10, Lei nº 8.429/1992)
A atual Lei de Improbidade Administrativa foi criada devido O grupo intermediário de atos de improbidade administrativa se
ao amplo apelo popular contra certas vicissitudes do serviço pú- caracteriza pelos elementos: causar dano ao erário ou aos cofres pú-
blico que se intensificavam com a ineficácia do diploma então vi- blicos + gerando perda patrimonial ou dilapidação do patrimônio
gente, o Decreto-Lei nº 3240/41. Decorreu, assim, da necessidade público. Assim como o artigo anterior, o caput descreve a fórmula
de acabar com os atos atentatórios à moralidade administrativa e genérica e os incisos algumas atitudes específicas que exemplificam
causadores de prejuízo ao erário público ou ensejadores de enri- o seu conteúdo68.
quecimento ilícito, infelizmente tão comuns no Brasil. Perda patrimonial é o gênero, do qual são espécies: desvio, que
Com o advento da Lei nº 8.429/1992, os agentes públicos é o direcionamento indevido; apropriação, que é a transferência inde-
passaram a ser responsabilizados na esfera civil pelos atos de im- vida para a própria propriedade; malbaratamento, que significa des-
probidade administrativa descritos nos artigos 9º, 10 e 11, ficando perdício; e dilapidação, que se refere a destruição69.
sujeitos às penas do art. 12. A existência de esferas distintas de O objeto da tutela é a preservação do patrimônio público, em
responsabilidade (civil, penal e administrativa) impede falar-se em todos seus bens e valores. O pressuposto exigível é a ocorrência de
bis in idem, já que, ontologicamente, não se trata de punições idên- dano ao patrimônio dos sujeitos passivos.
ticas, embora baseadas no mesmo fato, mas de responsabilização Este artigo admite expressamente a variante culposa, o que mui-
em esferas distintas do Direito. tos entendem ser inconstitucional. O STJ, no REsp n° 939.142/RJ,
Destaca-se um conceito mais amplo de agente público pre- apontou alguns aspectos da inconstitucionalidade do artigo. Contu-
visto pela lei nº 8.429/1992 em seus artigos 1º e 2º porque o agen- do, “a jurisprudência do STJ consolidou a tese de que é indispensável
te público pode ser ou não um servidor público. Ele poderá estar a existência de dolo nas condutas descritas nos artigos 9º e 11 e ao
vinculado a qualquer instituição ou órgão que desempenhe direta- menos de culpa nas hipóteses do artigo 10, nas quais o dano ao erário
precisa ser comprovado. De acordo com o ministro Castro Meira, a
mente o interesse do Estado. Assim, estão incluídos todos os inte-
conduta culposa ocorre quando o agente não pretende atingir o resul-
grantes da administração direta, indireta e fundacional, conforme
tado danoso, mas atua com negligência, imprudência ou imperícia
o preâmbulo da legislação. Pode até mesmo ser uma entidade pri-
(REsp n° 1.127.143)”70. Para Carvalho Filho71, não há inconstitucio-
vada que desempenhe tais fins, desde que a verba de criação ou
nalidade na modalidade culposa, lembrando que é possível dosar a
custeio tenha sido ou seja pública em mais de 50% do patrimônio
pena conforme o agente aja com dolo ou culpa.
ou receita anual. Caso a verba pública que tenha auxiliado uma
entidade privada a qual o Estado não tenha concorrido para cria-
ção ou custeio, também haverá sujeição às penalidades da lei. Em
caso de custeio/criação pelo Estado que seja inferior a 50% do 67 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13.
patrimônio ou receita anual, a legislação ainda se aplica. Entretan- ed. São Paulo: Método, 2011.
to, nestes dois casos, a sanção patrimonial se limitará ao que o 68 Ibid.
ilícito repercutiu sobre a contribuição dos cofres públicos. Signifi- 69 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de di-
reito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
ca que se o prejuízo causado for maior que a efetiva contribuição
por parte do poder público, o ressarcimento terá que ser buscado 70 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Improbidade
administrativa: desonestidade na gestão dos recursos públicos. Disponível em:
por outra via que não a ação de improbidade administrativa. <http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp.
66 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional es- texto=103422>. Acesso em: 26 mar. 2013.
quematizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 71 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de di-
reito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

Didatismo e Conhecimento 74
LEGISLAÇÃO APLICADA
O ponto central é lembrar que neste artigo não se exige que o tegorias, são estabelecidas sanções de suspensão dos direitos polí-
sujeito ativo tenha percebido vantagens indevidas, basta o dano ticos, multa e vedação de contratação ou percepção de vantagem,
ao erário. Se tiver recebido vantagem indevida, incide no artigo graduadas conforme a gravidade do ato. É o que se depreende da
anterior. Exceto pela não percepção da vantagem indevida, os tipos leitura do artigo 12 da Lei nº 8.929/1992 como §4º do artigo 37,
exemplificados se aproximam muito dos previstos nos incisos do CF, que prevê: “Os atos de improbidade administrativa impor-
art. 9°. tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pú-
c) Ato de improbidade administrativa que atente con- blica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário,
tra os princípios da administração pública (artigo 11, Lei nº na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal
8.429/1992) cabível”.
Nos termos do artigo 11 da Lei nº 8.429/1992, “constitui ato A única sanção que se encontra prevista na Lei nº 8.429/1992
de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da mas não na Constituição Federal é a de multa. (art. 37, §4°, CF).
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os de- Não há nenhuma inconstitucionalidade disto, pois nada impediria
veres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às que o legislador infraconstitucional ampliasse a relação mínima de
instituições [...]”. O grupo mais ameno de atos de improbidade penalidades da Constituição, pois esta não limitou tal possibilidade
administrativa se caracteriza pela simples violação a princípios e porque a lei é o instrumento adequado para tanto73.
da administração pública, ou seja, aplica-se a qualquer atitude Carvalho Filho74 tece considerações a respeito de algumas das
do sujeito ativo que viole os ditames éticos do serviço público. sanções:
Isto é, o legislador pretende a preservação dos princípios gerais da - Perda de bens e valores: “tal punição só incide sobre os bens
administração pública72. acrescidos após a prática do ato de improbidade. Se alcançasse
O objeto de tutela são os princípios constitucionais. Basta a anteriores, ocorreria confisco, o que restaria sem escora constitu-
vulneração em si dos princípios, sendo dispensáveis o enriqueci- cional. Além disso, o acréscimo deve derivar de origem ilícita”.
mento ilícito e o dano ao erário. Somente é possível a prática de - Ressarcimento integral do dano: há quem entenda que en-
algum destes atos com dolo (intenção), embora caiba a prática por globa dano moral. Cabe acréscimo de correção monetária e juros
ação ou omissão. de mora.
Será preciso utilizar razoabilidade e proporcionalidade para - Perda de função pública: “se o agente é titular de mandato,
não permitir a caracterização de abuso de poder, diante do conteú- a perda se processa pelo instrumento de cassação. Sendo servidor
do aberto do dispositivo. Na verdade, trata-se de tipo subsidiário, estatutário, sujeitar-se-á à demissão do serviço público. Havendo
ou seja, que se aplica quando o ato de improbidade administrativa contrato de trabalho (servidores trabalhistas e temporários), a per-
não tiver gerado obtenção de vantagem da da função pública se consubstancia pela rescisão do contrato
Com efeito, os atos de improbidade administrativa não são com culpa do empregado. No caso de exercer apenas uma função
crimes de responsabilidade. Trata-se de punição na esfera cível, pública, fora de tais situações, a perda se dará pela revogação da
não criminal. Por isso, caso o ato configure simultaneamente um designação”. Lembra-se que determinadas autoridades se sujeitam
ato de improbidade administrativa desta lei e um crime previsto na a procedimento especial para perda da função pública, ponto em
legislação penal, o que é comum no caso do artigo 9°, responderá que não se aplica a Lei de Improbidade Administrativa.
o agente por ambos, nas duas esferas. - Multa: a lei indica inflexibilidade no limite máximo, mas
Em suma, a lei encontra-se estruturada da seguinte forma: ini- flexibilidade dentro deste limite, podendo os julgados nesta mar-
cialmente, trata das vítimas possíveis (sujeito passivo) e daqueles gem optar pela mais adequada. Há ainda variabilidade na base de
que podem praticar os atos de improbidade administrativa (sujeito cálculo, conforme o tipo de ato de improbidade (a base será o valor
ativo); ainda, aborda a reparação do dano ao lesionado e o ressar- do enriquecimento ou o valor do dano ou o valor da remuneração
cimento ao patrimônio público; após, traz a tipologia dos atos de do agente). A natureza da multa é de sanção civil, não possuindo
improbidade administrativa, isto é, enumera condutas de tal natu- caráter indenizatório, mas punitivo.
reza; seguindo-se à definição das sanções aplicáveis; e, finalmente, - Proibição de receber benefícios: não se incluem as imunida-
descreve os procedimentos administrativo e judicial. des genéricas e o agente punido deve ser ao menos sócio majoritá-
No caso do art. 9°, categoria mais grave, o agente obtém um rio da instituição vitimada.
enriquecimento ilícito (vantagem econômica indevida) e pode ain- - Proibição de contratar: o agente punido não pode participar
da causar dano ao erário, por isso, deverá não só reparar eventual de processos licitatórios.
dano causado mas também colocar nos cofres públicos tudo o que 1) Do Presidente e do Vice-Presidente da República
adquiriu indevidamente. Ou seja, poderá pagar somente o que enri- O Poder Executivo tem por função principal a de administrar
queceu indevidamente ou este valor acrescido do valor do prejuízo a coisa pública, gerindo o patrimônio estatal em prol do interesse
causado aos cofres públicos (quanto o Estado perdeu ou deixou de comum da população. Na esfera federal, este papel é desempenha-
ganhar). No caso do artigo 10, não haverá enriquecimento ilícito, do pelo Presidente da República e por seu Vice-Presidente, com
mas sempre existirá dano ao erário, o qual será reparado (even- auxílio dos Ministros de Estado. A propósito, disciplina o artigo
tualmente, ocorrerá o enriquecimento ilícito, devendo o valor ad- 76 da Constituição:
quirido ser tomado pelo Estado). Já no artigo 11, o máximo que
pode ocorrer é o dano ao erário, com o devido ressarcimento. Além
73 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de di-
disso, em todos os casos há perda da função pública. Nas três ca- reito administrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
72 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13.
ed. São Paulo: Método, 2011. 74 Ibid.

Didatismo e Conhecimento 75
LEGISLAÇÃO APLICADA
Artigo 76, CF. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente Artigo 80, CF. Em caso de impedimento do Presidente e do
da República, auxiliado pelos Ministros de Estado. Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão suces-
sivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente
Tendo em vista a adoção do sistema presidencialista de gover- da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo
no, o Presidente será eleito juntamente com seu Vice-Presidente Tribunal Federal.
após processo eleitoral com regras mínimas descritas no artigo 77
da Constituição: Neste caso de vacância dupla, no entanto, a Presidência da
República não será assumida em definitivo – caberá a realização
Artigo 77, CF. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente de novas eleições para que se complete o período do mandato,
da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domin- indiretas se a vacância se der nos últimos dois anos de mandato,
go de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outu- diretas se ocorrer nos dois primeiros anos de mandato, conforme
bro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término artigo 81 da Constituição:
do mandato presidencial vigente.
§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Artigo 81, CF. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presi-
Vice-Presidente com ele registrado. dente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aber-
§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, regis- ta a última vaga.
trado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não § 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período
computados os em branco e os nulos. presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias
§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na pri- depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
meira votação, far-se-á nova eleição em até vinte dias após a § 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o
proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais período de seus antecessores.
votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos
votos válidos. O mandato do Presidente da República tem a duração de qua-
§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, tro anos e sempre começa em 1º de janeiro do ano seguinte à elei-
desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, ção.
dentre os remanescentes, o de maior votação.
§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, Artigo 82, CF. O mandato do Presidente da República é de
em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte
qualificar-se-á o mais idoso. ao da sua eleição.

Eleitos, o Presidente e o Vice-Presidente da República toma- Por fim, o artigo 83 da Constituição regulamenta a ausência
rão posse e prestarão compromisso perante o Congresso Nacional: do país por parte do Presidente e do Vice-Presidente.

Artigo 78, CF. O Presidente e o Vice-Presidente da República Artigo 83, CF. O Presidente e o Vice-Presidente da República
tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do
compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, ob- País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do
servar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar cargo.
a união, a integridade e a independência do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para 2) Atribuições do Presidente e do Vice-Presidente da Re-
a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força pública
maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago. As atribuições do Presidente da República, substitutivamente
exercíveis pelo Vice-Presidente da República e, em alguns casos,
O Vice-Presidente tem a função de auxiliar o Presidente da delegáveis aos Ministros de Estado e outras autoridades, estão des-
República e poderá substituí-lo temporariamente, quando o Presi- critas no artigo 84 da Constituição.
dente estiver ausente do país, ou definitivamente, no caso de va-
cância do cargo. Artigo 84, CF. Compete privativamente ao Presidente da Re-
pública:
Artigo 79, CF. Substituirá o Presidente, no caso de impedi- I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
mento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente. II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de superior da administração federal;
outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos pre-
auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para mis- vistos nesta Constituição;
sões especiais. IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como
expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
É possível que tanto o Presidente quanto o Vice-Presidente V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
fiquem impedidos ou deixem seus cargos vagos, questão regulada VI - dispor, mediante decreto, sobre:
pelo artigo 80 da Constituição: a) organização e funcionamento da administração federal,
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extin-
ção de órgãos públicos;

Didatismo e Conhecimento 76
LEGISLAÇÃO APLICADA
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; O Presidente da República pode cometer atos ilícitos conside-
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar rados crimes de responsabilidade, conforme regulado pelo artigo
seus representantes diplomáticos; 85 da Constituição.
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais,
sujeitos a referendo do Congresso Nacional; Artigo 85, CF. São crimes de responsabilidade os atos do Pre-
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; sidente da República que atentem contra a Constituição Federal
X - decretar e executar a intervenção federal; e, especialmente, contra:
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso I - a existência da União;
Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciá-
a situação do País e solicitando as providências que julgar neces- rio, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das uni-
sárias; dades da Federação;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
necessário, dos órgãos instituídos em lei; IV - a segurança interna do País;
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, no- V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
mear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica,
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei espe-
lhes são privativos;
cial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os
Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Supe- A propósito, a Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950, define
riores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da os crimes de responsabilidade e regula o respectivo processo de
República, o presidente e os diretores do banco central e outros julgamento. Ainda assim, o artigo 86 da Constituição traz regras
servidores, quando determinado em lei; mínimas sobre tal processo e julgamento. Neste sentido, o Sena-
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do do Federal presidido pelo Presidente do Supremo tribunal Federal
Tribunal de Contas da União; julgará os crimes de responsabilidade, ao passo que o Supremo
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Cons- Tribunal Federal julgará as infrações comuns.
tituição, e o Advogado-Geral da União;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos ter- Artigo 86, CF. Admitida a acusação contra o Presidente da
mos do art. 89, VII; República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal,
Conselho de Defesa Nacional; nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, au- crimes de responsabilidade.
torizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando § 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas con- I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou
dições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Con- II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do
gresso Nacional; processo pelo Senado Federal.
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; § 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamen-
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que to não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente,
forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele per- sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
maneçam temporariamente; § 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas in-
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o frações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a
prisão.
projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orça-
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato,
mento previstos nesta Constituição;
não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro
suas funções.
de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas
referentes ao exercício anterior; 4) Dos Ministros de Estado
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na for- O artigo 87 da Constituição Federal sintetiza as obrigações
ma da lei; dos Ministros de Estado, bem como os requisitos para ocupação
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos ter- do cargo.
mos do art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constitui- Artigo 87, CF. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre
ção. brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar políticos.
as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de
parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da Repúbli- outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na lei:
ca ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos ór-
traçados nas respectivas delegações. gãos e entidades da administração federal na área de sua compe-
tência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente
3) Da Responsabilidade Do Presidente da República da República;

Didatismo e Conhecimento 77
LEGISLAÇÃO APLICADA
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e O artigo 46 da Constituição Federal disciplina a composição
regulamentos; do Senado Federal nos seguintes termos:
III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de
sua gestão no Ministério; Artigo 46, CF. O Senado Federal compõe-se de representan-
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem tes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio
outorgadas ou delegadas pelo Presidente da República. majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores,
Por seu turno, o artigo 88 da Constituição estabelece: com mandato de oito anos.
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será
Artigo 88, CF. A lei disporá sobre a criação e extinção de renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e
Ministérios e órgãos da administração pública. dois terços.
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
1) Do Congresso Nacional
O Legislativo Federal brasileiro adota um sistema bicameral, O Senado Federal é composto por 81 Senadores, sendo que
contando com uma casa representativa do Povo e uma casa repre- 78 representam cada um dos Estados brasileiros, que são 26, e 3
sentativa dos Estados-membros. No caso, a Câmara dos Deputa- representam o Distrito Federal. O mandato do Senador é de duas
dos desempenha um papel de representação do povo; ao passo que legislaturas, ou seja, 8 anos. No entanto, a cada 4 anos sempre
o Senado Federal é responsável pela representação das unidades são eleitos Senadores, garantindo a alternância no Senado a cada
federadas da espécie Estados-membros. novas eleições. Por isso, nunca vagam as 3 cadeiras no Senado Fe-
No Congresso Nacional se desempenham as atividades legis- deral de um Estado para a mesma eleição; alternadamente, vagam
lativas e determinadas atividades fiscalizatórias. Uma legislatura 2 cadeiras ou 1 cadeira (ex.: nas eleições de 2014 vagou apenas 1
tem a duração de quatro anos, ao passo que uma sessão legislati- cadeira no Senado para cada unidade federativa com representa-
va tem duração de um ano, sendo esta dividida em dois períodos ção; nas eleições de 2010 vagaram 2 cadeiras).
legislativos cada qual com duração de 6 meses. Por seu turno, o Note que, diferente do que ocorre na Câmara dos Deputados,
Deputado Federal tem mandato equivalente a uma legislatura (4 não há um maior número de representantes por ser a unidade fe-
anos), ao passo que o Senador tem mandato equivalente a duas derativa mais populosa, o número de cadeiras é fixo por Estado/
legislaturas (8 anos). Distrito Federal. Adota-se, assim, o princípio majoritário e não o
A respeito, destaca-se o artigo 44 da Constituição Federal: princípio proporcional.
Finalmente, o artigo 47 da Constituição prevê:
Artigo 44, CF. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso
Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Art. 47, CF. Salvo disposição constitucional em contrário, as
Federal. deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas
Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus mem-
anos. bros.

Por sua vez, o artigo 45 da Constituição Federal expõe como Logo, em regra, o quórum de instalação de sessão é de maioria
se dá a composição da Câmara dos Deputados: absoluta dos membros da Casa ou Comissão (metade mais um), ao
passo que o quórum de deliberação é de maioria simples (metade
Artigo 45, CF. A Câmara dos Deputados compõe-se de repre- mais um dos membros presentes).
sentantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada
Estado, em cada Território e no Distrito Federal. 2) Fiscalização contábil, financeira e orçamentária
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação Estabelece o caput do artigo 70 da Constituição:
por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei com-
plementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos Artigo 70, caput, CF. A fiscalização contábil, financeira, or-
ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma çamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades
daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimi-
setenta Deputados. dade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de re-
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados. ceitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle
externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Nota-se que na Câmara dos Deputados é adotado um siste-
ma proporcional de composição – quanto maior a população de A fiscalização contábil, financeira e orçamentária regulada
um Estado, maior o número de representantes que terá, respeitado pela Constituição recai sobre as receitas da União e demais entida-
o limite de setenta deputados; quanto menos a população de um des da administração direta e indireta nesta esfera. Tal fiscalização
Estado, menor o número de representantes que terá, respeitado se dá mediante controle externo, a ser exercido pelo Congresso
o limite mínimo de oito deputados. O Distrito Federal recebe o Nacional com auxílio do Tribunal de Contas da União, e mediante
mesmo tratamento de um Estado e por ser menos populoso pos- controle interno, consoante órgãos instituídos pelo próprio Poder
sui a representação mínima – quatro deputados. Já os Territórios, fiscalizado em seu âmbito interno.
se existentes, teriam cada qual 4 deputados. No total, a Câmara é
composta por 513 deputados.

Didatismo e Conhecimento 78
LEGISLAÇÃO APLICADA
Para que se viabilize esta atividade de fiscalização é necessá- I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente
ria a instituição de obrigação de prestar contas, regulada no próprio da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado
artigo 70, CF em seu parágrafo único: em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais respon-
Artigo 70, parágrafo único, CF. Prestará contas qualquer sáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração
pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arre- direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e
cade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que de-
públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, rem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte
assuma obrigações de natureza pecuniária.  prejuízo ao erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de
a) Controle externo – Tribunal de Contas da União admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e
Com efeito, o principal órgão que colabora com o controle indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder
externo na fiscalização exercida pelo Congresso Nacional é o Tri- Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
bunal de Contas da União. A composição do Tribunal de Contas comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, refor-
da União está regulamentada no artigo 73 da Constituição Federal, mas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alte-
conferindo-se a capacidade de auto-organização e autoadministra- rem o fundamento legal do ato concessório;
ção assegurada aos órgãos do Poder Judiciário: IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputa-
dos, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, ins-
Artigo 73, CF. O Tribunal de Contas da União, integrado por peções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentá-
nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de ria, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos
pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades
que couber, as atribuições previstas no art. 96. referidas no inciso II;
§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão no- V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacio-
meados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos: nais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos indireta, nos termos do tratado constitutivo;
de idade; VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados
II - idoneidade moral e reputação ilibada; pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instru-
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômi- mentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
cos e financeiros ou de administração pública; VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Na-
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva cional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respecti-
atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados vas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamen-
no inciso anterior. tária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias
§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão es- e inspeções realizadas;
colhidos: VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de
I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei,
do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional
e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em ao dano causado ao erário;
lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as pro-
merecimento; vidências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada
II - dois terços pelo Congresso Nacional. ilegalidade;
§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado,
mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado
vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, apli- Federal;
cando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas cons- XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades
tantes do art. 40. ou abusos apurados.
§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado dire-
mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no exer- tamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao
cício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Poder Executivo as medidas cabíveis.
Regional Federal. § 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo
de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no parágrafo
Por seu turno, as atribuições do Tribunal de Contas da União anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
encontram-se descritas no artigo 71 da Constituição, envolvendo § 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de dé-
notadamente o auxílio ao Congresso Nacional no controle externo bito ou multa terão eficácia de título executivo.
(tanto é assim que o Tribunal não susta diretamente os atos ilegais, § 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimes-
mas solicita ao Congresso Nacional que o faça): tral e anualmente, relatório de suas atividades.

Artigo 71, CF. O controle externo, a cargo do Congresso Após, o artigo 72 regulamenta a atuação da Comissão Mista
Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da Permanente de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização:
União, ao qual compete:

Didatismo e Conhecimento 79
LEGISLAÇÃO APLICADA
Artigo 72, CF. A Comissão mista permanente a que se refere Artigo 75, CF. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-
o art. 166, §1º75, diante de indícios de despesas não autorizadas, -se, no que couber, à organização, composição e fiscalização dos
ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como
subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governa- dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
mental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclare- Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre
cimentos necessários. os Tribunais de Contas respectivos, que serão integrados por sete
§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes Conselheiros.
insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal pronunciamento 1) Disposições gerais
conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias. O Poder Judiciário tem por função essencial aplicar a lei ao
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, caso concreto, julgar os casos levados à sua apreciação. O artigo
se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave 92 da Constituição disciplina os órgãos que compõem o Poder Ju-
lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua diciário, sendo que os artigos posteriores delimitam a competência
sustação. de cada um deles. Os órgãos que ficam no topo do sistema pos-
suem sede na Capital Federal, Brasília, e são dotados de jurisdição
b) Controle interno em todo o território nacional.
O controle interno será exercido em todos os Poderes median-
te sistema integrado entre os órgãos do controle interno, bem como Artigo 92, CF. São órgãos do Poder Judiciário:
entre estes e o Tribunal de Contas da União, cuja finalidade está I - o Supremo Tribunal Federal;
descrita no artigo 74 da Constituição. I-A - o Conselho Nacional de Justiça;
II - o Superior Tribunal de Justiça;
Artigo 74, CF. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciá- III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
rio manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;
a finalidade de: V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plu- VI - os Tribunais e Juízes Militares;
rianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal
da União; e Territórios.
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto § 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de
à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e pa- Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal.
trimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem § 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores
como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito têm jurisdição em todo o território nacional.
privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e ga- 1.1) Estatuto da Magistratura
rantias, bem como dos direitos e haveres da União; A Lei Complementar nº 35, de 14 de março de 1979, dispõe
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão sobre a Lei Orgânica da Magistratura Nacional, que faz as vezes de
institucional. Estatuto da Magistratura. A lei foi recepcionada pela Constituição
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem co- Federal no que for compatível com este artigo 93, que segue abai-
nhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão xo. Com efeito, a Lei Complementar nº 35/1979 foi sendo atuali-
ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsa- zada pelas Leis Complementares nº 37/1979, 54/1986 e 60/1989 e
bilidade solidária. Resoluções do Senado Federal nº 12/9031/93. Contudo, somente
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindi- com a edição da Constituição Federal de 1988 e, principalmente,
cato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregula- com a Emenda Constitucional nº 45/2004, abriu-se um horizonte
ridades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União. mais promissor.
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), inclusive,
c) Simetria quanto aos demais entes federados elaborou em fevereiro de 2005 uma Proposta de Anteprojeto de
O artigo 75 da Constituição estabelece normativa mínima a Lei Complementar versando sobre o Estatuto da Magistratura Na-
ser aplicada à fiscalização contábil, financeira e orçamentária das cional (LOMAN) de forma mais compatível com o atual contexto
demais unidades federativas, respeitando uma simetria constitu- da Constituição Federal. Mais recentemente, ao final de 2014, o
cional. Presidente do Supremo Tribunal Federal divulgou minuta do Es-
tatuto da Magistratura, anteprojeto que pode ser apresentado ao
75 Disciplina o referido dispositivo: “Art. 166. Os projetos
de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
Congresso Nacional no ano de 201576. A edição do Estatuto, entre-
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso tanto, vem tardando. Ainda assim, prevalece o entendimento pela
Nacional, na forma do regimento comum. § 1º Caberá a uma Comissão mista autoaplicabilidade do artigo 93 da Constituição Federal, o que re-
permanente de Senadores e Deputados: I - examinar e emitir parecer sobre os força garantias essenciais ao exercício da atividade judicante.
projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo
Presidente da República; II - examinar e emitir parecer sobre os planos e pro-
gramas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer
o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das
demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo 76 http://jota.info/o-que-o-stf-quer-mudar-estatuto-da-ma-
com o art. 58”. gistratura

Didatismo e Conhecimento 80
LEGISLAÇÃO APLICADA
Artigo 93, CF. Lei complementar, de iniciativa do Supremo IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário se-
Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, ob- rão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nu-
servados os seguintes princípios: lidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos
substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no
a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as sigilo não prejudique o interesse público à informação;
fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos X - as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas
de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da
de classificação; maioria absoluta de seus membros;
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco jul-
por antiguidade e merecimento, atendidas as seguintes normas: gadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das
consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento; atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da compe-
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exer- tência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por anti-
cício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta guidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno;
parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver com tais XII - a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo veda-
requisitos quem aceite o lugar vago; do férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcio-
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos nando, nos dias em que não houver expediente forense normal,
critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da ju- juízes em plantão permanente;
risdição e pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou XIII - o número de juízes na unidade jurisdicional será pro-
reconhecidos de aperfeiçoamento; porcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população;
d) na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá XIV - os servidores receberão delegação para a prática de
recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços atos de administração e atos de mero expediente sem caráter de-
de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada cisório;
ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; XV - a distribuição de processos será imediata, em todos os
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver graus de jurisdição.
autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los
ao cartório sem o devido despacho ou decisão; 1.2) Quinto constitucional
III - o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por an- O artigo 94 da Constituição Federal regulamenta o denomi-
tiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou nado quinto constitucional, que garante que 1/5 de determinados
única entrância; Tribunais seja composto por membros do Ministério Público ou
IV - previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoa- Advogados, exercentes há 10 anos no mínimo, sendo lista tríplice
mento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória remetida ao Chefe do Executivo, que fará a nomeação.
do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou
reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento Artigo 94, CF. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regio-
de magistrados; nais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores cor- e Territórios será composto de membros, do Ministério Público,
responderá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório
para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de
dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos
nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da órgãos de representação das respectivas classes.
estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará
e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias
nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso,
o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º; 1.3) Garantias da magistratura
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus de- As garantias da magistratura encontram previsão no caput do
pendentes observarão o disposto no art. 40; artigo 95 da Constituição Federal, sendo elas vitaliciedade, inamo-
VII - o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo au- vibilidade e irredutibilidade de subsídio.
torização do tribunal; 
VIII - o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do Artigo 95, CF. Os juízes gozam das seguintes garantias:
magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida
voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse
Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado,
VIII-A - a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na
nas alíneas ‘a’ , ‘b’ , ‘c’ e ‘e’ do inciso II; forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos
artigos 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.

Didatismo e Conhecimento 81
LEGISLAÇÃO APLICADA
a) Vitaliciedade – trata-se da garantia de que o magistrado a) a alteração do número de membros dos tribunais inferio-
não perderá o cargo a não ser em caso de sentença judicial tran- res;
sitada em julgado. Nos primeiros dois anos de exercício, não se b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus
adquire a garantia da vitaliciedade, de modo que caberá a perda serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem
do cargo mesmo em caso de deliberação do tribunal ao qual o juiz como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusi-
estiver vinculado. ve dos tribunais inferiores, onde houver;
b) Inamovibilidade – o magistrado não pode ser transferido c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
da comarca ou seção na qual é titular e nem mesmo de sua vara, d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
salvo motivo de interesse público, exigindo-se no caso decisão por III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do
voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministé-
Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa. rio Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada
c) Irredutibilidade de subsídio – o subsídio do magistrado a competência da Justiça Eleitoral.
não pode ser reduzido, mas é necessário observar o respeito aos
limites de teto e demais limites financeiros e orçamentários fixados Por seu turno, o artigo 97 da Constituição traz uma regra já
na Constituição. estudada quando do controle de constitucionalidade referente ao
Prossegue o artigo 95 estabelecendo vedações aos juízes no quórum para a declaração de inconstitucionalidade:
exercício de suas funções ou em decorrência dele.
Artigo 97, CF. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus
Artigo 95, parágrafo único, CF. Aos juízes é vedado: membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou fun- tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normati-
ção, salvo uma de magistério; vo do Poder Público.
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou partici-
pação em processo; Já o artigo 98 da Constituição Federal prevê questões organi-
III - dedicar-se à atividade político-partidária. zacionais, notadamente sobre órgãos judiciários a serem criados.
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contri- Os juizados especiais são regidos na esfera estadual pela Lei nº
buições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, res- 9.099/1995 e na esfera federal pela Lei nº 10.259/2001.
salvadas as exceções previstas em lei;
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afas- Artigo 98, CF. A União, no Distrito Federal e nos Territórios,
tou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por e os Estados criarão:
aposentadoria ou exoneração. I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados
e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execu-
1.4) Competência e organização ção de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de
O artigo 96 da Constituição Federal disciplina a questão da menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e su-
competência dos principais órgãos do Poder Judiciário, notada- maríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação
mente tribunais, deixando evidente a autonomia organizacional e e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
administrativa do Poder Judiciário, questão reforçada no artigo 99 II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos
da Constituição. pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos
e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verifi-
Artigo 96, CF. Compete privativamente: car, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo
I - aos tribunais: de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos in- jurisdicional, além de outras previstas na legislação.
ternos, com observância das normas de processo e das garantias § 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais
processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcio- no âmbito da Justiça Federal.
namento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; § 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusiva-
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos mente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da
juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da ativi- Justiça.
dade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de O artigo 99 da Constituição detalha a questão da autonomia
juiz de carreira da respectiva jurisdição; administrativa e financeira do Poder Judiciário.
d) propor a criação de novas varas judiciárias;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títu- Artigo 99, CF. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia
los, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos administrativa e financeira.
necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança § 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias
assim definidos em lei; dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Po-
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus mem- deres na lei de diretrizes orçamentárias.
bros e aos juízes e servidores que lhes forem imediatamente vin- § 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribu-
culados; nais interessados, compete:
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribu-
e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respecti- nal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos
vo, observado o disposto no art. 169: respectivos tribunais;

Didatismo e Conhecimento 82
LEGISLAÇÃO APLICADA
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territó- § 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados,
rios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público,
dos respectivos tribunais. segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as res- igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência
pectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na social.
lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, § 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de
para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os va- direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débi-
lores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo tos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de
com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus
forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na valores atualizados monetariamente.
forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessá- § 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão
rios para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Pre-
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não po- sidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar
derá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e ex-
que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orça- clusivamente para os casos de preterimento de seu direito de pre-
mentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertu- cedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à
ra de créditos suplementares ou especiais. satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva.
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comis-
1.5) Precatórios sivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular
Precatório é o instrumento pelo qual o Poder Judiciário requi- de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e respon-
sita, à Fazenda Pública, o pagamento a que esta tenha sido con- derá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça.
denada em processo judicial. Grosso modo, é o documento pelo § 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou
qual o Presidente de Tribunal, por solicitação do Juiz da causa, suplementares de valor pago, bem como o fracionamento, repar-
determina o pagamento de dívida da União, de Estado, Distrito tição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento
Federal ou do Município, por meio da inclusão do valor do débito de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo.
no orçamento público. § 9º No momento da expedição dos precatórios, independen-
O tratamento dos precatórios na Constituição Brasileira foi temente de regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de
substancialmente alterado pela Emenda Constitucional nº 62/2009, compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos,
que conferiu nova redação ao artigo 100 do texto da Constituição. inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor
original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas vin-
Artigo 100, CF. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Pú- cendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução este-
blicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de ja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial.
sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem crono- § 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará
lógica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos à Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias,
respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os
dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para
este fim.  os fins nele previstos.
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aque- § 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da
les decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e entidade federativa devedora, a entrega de créditos em precató-
suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações rios para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado.
por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, § 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a
em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pa- atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o
gos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita
aqueles referidos no § 2º deste artigo. pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupan-
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham ça, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples
60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de expedição do pre- no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de
catório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma poupança, ficando excluída a incidência de juros compensató-
da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débi- rios.
tos, até o valor equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins § 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus cré-
do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para ditos em precatórios a terceiros, independentemente da concor-
essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronoló- dância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto
gica de apresentação do precatório. nos §§ 2º e 3º.
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expe- § 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após
dição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de
definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas refe- origem e à entidade devedora.
ridas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em
julgado.

Didatismo e Conhecimento 83
LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complemen- d) o ‘habeas corpus’, sendo paciente qualquer das pessoas
tar a esta Constituição Federal poderá estabelecer regime especial referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o
para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Fe- ‘habeas data’ contra atos do Presidente da República, das Mesas
deral e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de
líquida e forma e prazo de liquidação. Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União pode- Supremo Tribunal Federal;
rá assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo interna-
Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente. cional e a União, o Es0tado, o Distrito Federal ou o Território;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União
2) Órgãos do Poder Judiciário e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respecti-
2.1) Supremo Tribunal Federal vas entidades da administração indireta;
O Supremo Tribunal Federal é o órgão de cúpula do Poder g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
Judiciário brasileiro e desempenha a função de guardião da Cons- h) (Revogado)
tituição e do sistema democrático. Trata-se da última instância i) o ‘habeas corpus’, quando o coator for Tribunal Superior
judiciária a qual se pode postular e a sua decisão não pode ser ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário
questionada a nenhum outro órgão interno. cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo
Entre suas principais atribuições está a de julgar a ação di- Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição
reta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou em uma única instância;
estadual, a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;
normativo federal, a arguição de descumprimento de preceito fun- l) a reclamação para a preservação de sua competência e ga-
damental decorrente da própria Constituição e a extradição solici- rantia da autoridade de suas decisões;
tada por Estado estrangeiro. m) a execução de sentença nas causas de sua competência
Na área penal, destaca-se a competência para julgar, nas infra- originária, facultada a delegação de atribuições para a prática
ções penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, de atos processuais;
os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam
Procurador-Geral da República, entre outros. direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da
Em grau de recurso, sobressaem-se as atribuições de julgar, metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou
em recurso ordinário, o habeas corpus, o mandado de segurança, o sejam direta ou indiretamente interessados;
habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de
pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão, e, em recurso Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou en-
extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, tre estes e qualquer outro tribunal;
quando a decisão recorrida contrariar dispositivo da Constituição. p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de incons-
A composição está regulada no artigo 101 da Constituição Fe- titucionalidade;
deral, ao passo que a competência está prevista no artigo 102 da q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma
mesma. regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do
Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Fede-
Artigo 101, CF. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de ral, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de
onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio
cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber Supremo Tribunal Federal;
jurídico e reputação ilibada. r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal Conselho Nacional do Ministério Público;
serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprova- II - julgar, em recurso ordinário:
da a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. a) o ‘habeas corpus’, o mandado de segurança, o ‘habeas
Artigo 102, CF. Compete ao Supremo Tribunal Federal, preci- data’ e o mandado de injunção decididos em única instância pelos
puamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;
I - processar e julgar, originariamente: b) o crime político;
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato nor- III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas deci-
mativo federal ou estadual e a ação declaratória de constituciona- didas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
lidade de lei ou ato normativo federal; a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus pró- c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em
prios Ministros e o Procurador-Geral da República; face desta Constituição.
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabi- d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
lidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do § 1º A arguição de descumprimento de preceito fundamen-
Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os tal, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo
membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da Tribunal Federal, na forma da lei.
União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;

Didatismo e Conhecimento 84
LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supre- ciará no objeto principal da lide. Seus efeitos são “inter partes”,
mo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade restritos às partes no processo, mas existe uma tendência de ex-
e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão efi- tensão de efeitos. No Supremo Tribunal Federal um dos principais
cácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais mecanismos para que o órgão exerça o controle difuso é o dos
órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e recursos extraordinários.
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Os recursos extraordinários em geral não servem para a pura
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar manifestação de inconformismo, servem para o resguardo e a uni-
a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no formidade de interpretação da Constituição Federal e das leis fe-
caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admis- derais. Por isso, são recursos de fundamentação restrita, a qual é
são do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de estabelecida pela Constituição Federal (perante o STF, fundamen-
dois terços de seus membros. tação em violação da CF) – artigo 102, III, CF.
Vale destacar a questão da repercussão geral nos recursos
Ação direta de inconstitucionalidade extraordinários. A repercussão geral é um dos mecanismos cria-
Controle de constitucionalidade é um exercício de verifica- do pelo Legislativo para restringir o número de recursos no STF.
Prevista no art. 102, §3º, CF, desde a Emenda Constitucional nº
ção de compatibilidade entre um ato jurídico de qualquer natureza,
45/2004, passou a ser requisito de admissibilidade do REXT, exi-
mas principalmente normativo, com relação à Constituição Fede-
gindo que a matéria tenha relevante valor social, político, econô-
ral, de modo que a ausência de adequação deste ato jurídico quanto
mico ou jurídico, transcendendo o interesse individual das partes.
ao texto constitucional gera a declaração de inconstitucionalidade Nota-se que a lei usa expressões um tanto quanto vagas, de modo
e, por consequência, o afastamento de sua aplicabilidade. a deixar ao julgador, STF, a possibilidade de examinar cada caso
O fundamento do controle de constitucionalidade é a supre- concreto, dizendo se há repercussão geral.
macia da Constituição. Com efeito, a Constituição Federal e os Aquele que interpõe REXT deve dizer, primeiramente, por-
demais atos normativos que compõem o denominado bloco de que há repercussão geral. O REXT é interposto perante o órgão “a
constitucionalidade, notadamente, emendas constitucionais e tra- quo”, que fará análise dos requisitos de admissibilidade, SALVO
tados internacionais de direitos humanos aprovados com quórum REPERCUSSÃO GERAL. Só haverá pronunciamento sobre a re-
especial após a Emenda Constitucional nº 45/2004, estão no topo percussão geral se o recurso chegar de fato ao STF. Dos 11 minis-
do ordenamento jurídico. tros, ao menos 8 (2/3) devem dizer que não há repercussão geral.
Sendo assim, todos os atos abaixo deles devem guardar uma Logo, a falta de repercussão geral deve ser bem evidente.
estrita compatibilidade, sob pena de serem inconstitucionais. O
respeito a esta relação de compatibilidade vertical é, assim, es- Súmula vinculante
sencial para que um ato jurídico adquira validade no ordenamento A partir da Emenda Constitucional n. 45/2004, foi introduzida
jurídico nacional. a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal aprovar, após rei-
O controle concentrado, no sistema brasileiro, é realizado teradas decisões sobre matéria constitucional, súmula com efeito
pelo Supremo Tribunal Federal, mediante utilização de ações es- vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
pecíficas previstas na Constituição Federal, as quais tem por causa administração pública direta e indireta, nas esferas federal, esta-
de pedir a própria declaração de inconstitucionalidade. A norma dual e municipal, questão regulada pelo artigo 103-A da Consti-
abstratamente considerada é atacada em sua constitucionalidade tuição.
mediante ação específica.
Logo, o controle é feito por via de ação porque uma ação pró- Art. 103-A. CF. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofí-
pria tem por objetivo único e exclusivo a realização deste controle, cio ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus
decidindo pela constitucionalidade ou inconstitucionalidade. Não membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional,
existe um interesse jurídico subjacente ligado a uma pessoa, não aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa
oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do
existe alguém específico em relação ao qual os efeitos da decisão
Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
impactarão de forma mais intensa. A única finalidade é assegurar
esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua
a supremacia da Constituição. Uma vez reconhecido que a lei é
revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
inconstitucional, todas as pessoas sujeitas ao ordenamento jurídico § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e
nacional serão atingidas – efeito “erga omnes” da decisão (artigo a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja contro-
28, parágrafo único, Lei nº 9.868/1999). vérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administra-
No mais, fala-se em controle concentrado porque se concentra ção pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante
num único órgão – o Tribunal Pleno do Supremo Tribunal Federal. multiplicação de processos sobre questão idêntica.
Aliás, no Tribunal Pleno do STF será necessária a maioria abso- § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a apro-
luta dos membros no julgamento deste tipo de ação: logo, dos 11 vação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada
ministros, ao menos 6 devem votar pela inconstitucionalidade para por aqueles que podem propor a ação direta de inconstituciona-
que ela seja declarada. lidade.
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar
Recursos Extraordinários a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá recla-
No controle de constitucionalidade difuso o controle é feito mação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a proceden-
conforme o caso concreto para que aquele objeto de discussão na te, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial
relação jurídico-processual seja apreciado. Logo, é incidental, fun- reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a
cionando como uma questão prejudicial de mérito, que influen- aplicação da súmula, conforme o caso.

Didatismo e Conhecimento 85
LEGISLAÇÃO APLICADA
2.2) Superior Tribunal de Justiça b) os mandados de segurança e os ‘habeas data’ contra ato de
Criado pela Constituição Federal de 1988, o Superior Tribunal Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e
de Justiça (STJ) é a corte responsável por uniformizar a interpreta- da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;
ção da lei federal em todo o Brasil, seguindo os princípios consti- c) os ‘habeas corpus’, quando o coator ou paciente for qual-
tucionais e a garantia e defesa do Estado de Direito. quer das pessoas mencionadas na alínea ‘a’, ou quando o coator
O STJ é a última instância da Justiça brasileira para as causas for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Co-
infraconstitucionais, não relacionadas diretamente à Constituição. mandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada
Como órgão de convergência da Justiça comum, aprecia causas a competência da Justiça Eleitoral;
oriundas de todo o território nacional, em todas as vertentes juris- d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, res-
dicionais não especializadas. salvado o disposto no art. 102, I, ‘o’, bem como entre tribunal e
Sua competência está prevista no art. 105 da Constituição Fe- juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais
deral, que estabelece os processos que têm início no STJ (origi- diversos;
nários) e os casos em que o Tribunal age como órgão de revisão, e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julga-
inclusive nos julgamentos de recursos especiais. dos;
O STJ julga crimes comuns praticados por governadores dos f) a reclamação para a preservação de sua competência e
estados e do Distrito Federal, crimes comuns e de responsabilidade garantia da autoridade de suas decisões;
de desembargadores dos tribunais de justiça e de conselheiros dos g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrati-
tribunais de contas estaduais, dos membros dos tribunais regionais vas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um
federais, eleitorais e do Trabalho. Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre
Julga também habeas corpus que envolvam essas autoridades as deste e da União;
ou ministros de Estado, exceto em casos relativos à Justiça eleito- h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma
ral. Pode apreciar ainda recursos contra habeas corpus concedidos regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade
ou negados por tribunais regionais federais ou dos estados, bem federal, da administração direta ou indireta, excetuados os ca-
como causas decididas nessas instâncias, sempre que envolverem sos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da
lei federal. Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da
Em 2005, como parte da reforma do Judiciário, o STJ assumiu Justiça Federal;
também a competência para analisar a concessão de cartas rogató- i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de
rias e processar e julgar a homologação de sentenças estrangeiras. ‘exequatur’ às cartas rogatórias;
Até então, a apreciação desses pedidos era feita no Supremo Tri- II - julgar, em recurso ordinário:
bunal Federal (STF)77. a) os habeas corpus decididos em única ou última instância
O artigo 104 da Constituição regula sua composição, ao passo pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Esta-
que o artigo 105 regula sua competência. dos, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for de-
negatória;
Artigo 104, CF. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, b) os mandados de segurança decididos em única instância
no mínimo, trinta e três Ministros. pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Esta-
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justi- dos, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a de-
ça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasilei- cisão;
ros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou or-
de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada ganismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou
a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: pessoa residente ou domiciliada no País;
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em
um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indi- única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais
cados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros quando a decisão recorrida:
do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94. b) julgar válido ato de governo local contestado em face de
lei federal;
Artigo 105, CF. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja
I - processar e julgar, originariamente: atribuído outro tribunal.
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal
Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desem- de Justiça:
bargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Fe- I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
deral, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Dis- Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar
trito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;
Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na
Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Jus-
União que oficiem perante tribunais; tiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do
77 http://www.stj.jus.br/sites/STJ/ sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter
vinculante. 

Didatismo e Conhecimento 86
LEGISLAÇÃO APLICADA
2.3) Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo interna-
Os Tribunais Regionais Federais e os Juízes Federais são os cional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;
órgãos que possuem competência de julgamento no âmbito da Jus- III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União
tiça Federal, conforme delimitação feita pelos artigos 108 e 109 com Estado estrangeiro ou organismo internacional;
da Constituição Federal. Por sua vez, os artigos 106, 107 e 110 da IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em
Constituição voltam-se ao estabelecimento de estrutura e compo- detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas
sição da Justiça Federal. entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contra-
venções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça
Artigo 106, CF. São órgãos da Justiça Federal: Eleitoral;
I - os Tribunais Regionais Federais; V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacio-
II - os Juízes Federais. nal, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou
devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
Artigo 107, CF. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o
de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na res- § 5º deste artigo;
pectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos ca-
brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem
sendo: econômico-financeira;
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua compe-
efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público tência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos
Federal com mais de dez anos de carreira; atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
II - os demais, mediante promoção de juízes federais com VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato
mais de cinco anos de exercício, por antiguidade e merecimento, de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos
alternadamente. tribunais federais;
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves,
Tribunais Regionais Federais e determinará sua jurisdição e sede. ressalvada a competência da Justiça Militar;
§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça iti- X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de es-
nerante, com a realização de audiências e demais funções da ati- trangeiro, a execução de carta rogatória, após o exequatur, e de
vidade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdi- sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes
ção, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar des- XI - a disputa sobre direitos indígenas.
centralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de as- § 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na
segurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte.
fases do processo. § 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas
na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde
Artigo 108, CF. Compete aos Tribunais Regionais Federais: houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde
I - processar e julgar, originariamente: esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da § 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro
Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que
responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verifi-
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados cada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam
seus ou dos juízes federais da região; também processadas e julgadas pela justiça estadual.
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do § 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será
próprio Tribunal ou de juiz federal; sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz do juiz de primeiro grau.
federal; § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o
e) os conflitos de competência entre juízes federais vincula- Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o
dos ao Tribunal; cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacio-
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juí- nais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá
zes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase
federal da área de sua jurisdição. do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de compe-
tência para a Justiça Federal.
Artigo 109, CF. Aos juízes federais compete processar e jul-
gar: Artigo 110, CF. Cada Estado, bem como o Distrito Federal,
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empre- constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva
sa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da
justiça local, na forma da lei.

Didatismo e Conhecimento 87
LEGISLAÇÃO APLICADA
2.4) Tribunais e juízes do trabalho, Conselho Superior da IV - os mandados de segurança, ‘habeas corpus’ e ‘habeas
Justiça do Trabalho data’, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua
A Justiça do Trabalho tem sua estrutura estabelecida no artigo jurisdição;
111 da Constituição e possui como órgão de cúpula o Tribunal Su- V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição
perior do Trabalho, embora ele não seja a última instância possível trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, ‘o’;
– em tese, ainda se pode ir ao Supremo Tribunal Federal. A com- VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial,
posição deste Tribunal Superior está definida no artigo 111-A, CF. decorrentes da relação de trabalho;
Ainda sobre questões estruturais da Justiça do Trabalho, têm-se os VII - as ações relativas às penalidades administrativas im-
artigos 112, 113, 114 e 115 da Constituição Federal. Por seu turno, postas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações
o artigo 114, CF define as competências da Justiça do Trabalho. de trabalho;
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previs-
Artigo 111, CF. São órgãos da Justiça do Trabalho: tas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das
I - o Tribunal Superior do Trabalho; sentenças que proferir;
II - os Tribunais Regionais do Trabalho; IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho,
III - Juízes do Trabalho. na forma da lei.
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão ele-
Art. 111-A, CF. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á ger árbitros.
de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva
de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajui-
Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta zar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça
do Senado Federal, sendo: do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas an-
efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público teriormente.
do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado § 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibili-
o disposto no art. 94; dade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Tra-
II - os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Tra- balho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do
balho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo pró- Trabalho decidir o conflito.
prio Tribunal Superior.
§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior Artigo 115, CF. Os Tribunais Regionais do Trabalho com-
do Trabalho. põem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível,
§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de dentre brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco
Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre outras funções, anos, sendo:
regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efe-
carreira; tiva atividade profissional e membros do Ministério Público do
II - o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo- Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o
-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa, or- disposto no art. 94;
çamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de II - os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por
primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema, cujas antiguidade e merecimento, alternadamente.
decisões terão efeito vinculante. § 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça
itinerante, com a realização de audiências e demais funções de
Artigo 112, CF. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, po- atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva juris-
dendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí- dição, servindo-se de equipamentos públicos e comunitários.
-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal § 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar
Regional do Trabalho. descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim de
Artigo 113, CF. A lei disporá sobre a constituição, investidu- assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as
ra, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício fases do processo.
dos órgãos da Justiça do Trabalho. Artigo 116, CF. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será
exercida por um juiz singular.
Artigo 114, CF. Compete à Justiça do Trabalho processar e
julgar: 2.5) Conselho Nacional de Justiça
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os O Conselho Nacional de Justiça é um órgão que foi criado
entes de direito público externo e da administração pública direta para reformular quadros e meios de atuação do Poder Judiciário,
e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- promovendo transparência administrativa e processual. Foi criado
nicípios; em 31 de dezembro de 2004 e instalado em 14 de junho de 2005,
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; com sede em Brasília/DF e atuação em todo o território nacio-
III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, nal. Sua missão é contribuir para que a prestação jurisdicional seja
entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregado- realizada com moralidade, eficiência e efetividade, beneficiando
res; a sociedade. Em sua visão, pretende ser um instrumento efetivo

Didatismo e Conhecimento 88
LEGISLAÇÃO APLICADA
de desenvolvimento do Poder Judiciário. Tem por diretrizes, em XI - um membro do Ministério Público estadual, escolhido
linhas gerais, promover: “planejamento estratégico e proposição pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados
de políticas públicas judiciárias; modernização tecnológica do Ju- pelo órgão competente de cada instituição estadual;
diciário; ampliação do acesso à justiça, pacificação e responsabi- XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da
lidade social; garantia de efetivo respeito às liberdades públicas e Ordem dos Advogados do Brasil;
execuções penais”. XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação
Entre seus principais órgãos, destacam-se: ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo
a) Corregedoria – é o órgão do CNJ que exerce o controle Senado Federal.
disciplinar e promove a administração da justiça, delegando atri- § 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supre-
buições e instruções. Não pune os desvios de conduta praticados mo Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo
por magistrados e servidores, mas apura os fatos trazidos ao seu Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal.
conhecimento e leva à apreciação do Plenário do CNJ todas es- § 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo
tas questões relacionadas à atividade judiciária que se apresentem Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela
mais graves e que possam macular a imagem do Judiciário na so- maioria absoluta do Senado Federal.
ciedade. O cargo de corregedor é ocupado por um ministro do Su- § 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas
perior Tribunal de Justiça (STJ). neste artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal.
b) Ouvidoria – é o instrumento de comunicação da sociedade § 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administra-
com o CNJ. É um serviço posto à disposição do cidadão para que tiva e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deve-
esclareça dúvidas, reclame, denuncie, elogie ou apresente suges- res funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições
tões sobre os serviços e as atividades do CNJ. que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
c) Presidência – A presidência do Conselho Nacional de Jus- I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cum-
tiça é ocupada pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal. De- primento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos
sempenha funções administrativas em geral, como superintender a regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar
ordem e a disciplina do CNJ, aplicar penalidades aos seus servi- providências;
dores, representar o CNJ perante quaisquer órgãos e autoridades, II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício
convocar e presidir as sessões plenárias do CNJ, entre outras. Tam- ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos
bém se manifesta por diversos atos, como portarias, resoluções, praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo
atas e instruções normativas. desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as
O CNJ tem promovido diversos projetos na sociedade aproxi- providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem pre-
mando-a do Poder Judiciário, do conhecimento de seus direitos e juízo da competência do Tribunal de Contas da União;
de uma maior consciência social acerca dos preconceitos existen- III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou
tes. Também promove projetos que visam dar maior celeridade à órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxi-
atuação do Poder Judiciário, diminuindo o número de processos. liares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de
São exatamente nestas iniciativas que se encontram as maiores crí- registro que atuem por delegação do poder público ou oficializa-
ticas ao CNJ, o qual estaria se imiscuindo nas atribuições do Poder dos, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos
Judiciário de julgar seus processos. tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e de-
terminar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com
Art. 103-B, CF. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e apli-
15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 car outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
(uma) recondução, sendo: IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime con-
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; tra a administração pública ou de abuso de autoridade;
II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos dis-
pelo respectivo tribunal; ciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos
III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indica- de um ano;
do pelo respectivo tribunal; VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre pro-
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado cessos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos di-
pelo Supremo Tribunal Federal; ferentes órgãos do Poder Judiciário;
V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Fede- VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que
ral; julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Pre-
Superior Tribunal de Justiça;  sidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Jus- Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa.
tiça; § 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição
pelo Tribunal Superior do Trabalho; de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as se-
Trabalho; guintes:
X - um membro do Ministério Público da União, indicado I - receber as reclamações e denúncias, de qualquer interes-
pelo Procurador-Geral da República; sado, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários;

Didatismo e Conhecimento 89
LEGISLAÇÃO APLICADA
II - exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de c) Defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis
correição geral; – Mazzilli79 aprofunda o tema: “Os direitos difusos compreendem
III - requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atri- grupos menos determinados de pessoas (melhor do que pessoas
buições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive indeterminadas, são antes pessoas indetermináveis), entre as quais
nos Estados, Distrito Federal e Territórios.  inexiste vínculo jurídico ou fático preciso. São como feixe ou con-
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da Re- junto de interesses individuais, de objeto indivisível, compartilha-
pública e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advo- dos por pessoas indetermináveis, que se encontram unidas por cir-
gados do Brasil. cunstâncias de fato conexas. [...] Coletivos, em sentido estrito, são
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, interesses transindividuais indivisíveis de um grupo determinado
criará ouvidorias de justiça, competentes para receber reclama- ou determinável de pessoas, reunidas por uma relação jurídica bá-
ções e denúncias de qualquer interessado contra membros ou sica comum. [...] Em sentido lato, os direitos individuais homo-
órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, gêneos não deixam de ser também interesses coletivos. Tanto os
representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça. interesses individuais homogêneos como os difusos originaram-se
1) Ministério Público de circunstâncias de fato comuns; entretanto, são indetermináveis
Artigo 127, caput, CF. O Ministério Público é instituição per- os titulares de interesses difusos e o objeto de seu interesse é indi-
manente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbin- visível; já nos interesses individuais homogêneos, os titulares são
do-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos determinados ou determináveis, e o objeto da pretensão é divisí-
interesses sociais e individuais indisponíveis. vel), isto é, o dano ou a responsabilidade se caracterizam por sua
extensão divisível ou individualmente variável entre os integrantes
O Ministério Público desempenha um papel importantíssimo do grupo)”.
frente ao Poder Judiciário e, por isso, o artigo 127, caput da Cons- Por seu turno, as funções institucionais do Ministério Públi-
tituição Federal o considera essencial à função jurisdicional do Es- co estão descritas de maneira mais discriminada no artigo 129 da
tado e o coloca como instituição permanente. Constituição Federal:
O papel institucional, também descrito no caput do artigo 127,
envolve alguns aspectos, aqui estudados com base no entendimen- Artigo 129, CF. São funções institucionais do Ministério Pú-
to de Mazzilli78: blico:
a) Defesa da ordem jurídica – fazer valer o ordenamento I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma
jurídico pátrio, buscar a efetividade na aplicação de suas normas, da lei;
eventualmente, utilizar-se de princípios constitucionais para bus- II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos
car a efetividade da própria Constituição quanto aos direitos sem serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta
regulamentação extensa. O Ministério Público funciona como um Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
guardião da lei e da ordem, fazendo com que ela seja cumprida, III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a
notadamente nos casos em que interesses da coletividade ou de proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de
indivíduos hipossuficientes estão em jogo. outros interesses difusos e coletivos;
Neste sentido, o Ministério Público não atua em todos os casos IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou represen-
em que há violação da lei, ou seja, em que há desrespeito à ordem tação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos
jurídica – existe prestação jurisdicional sem Ministério Público. previstos nesta Constituição;
Nos casos mais graves de violação da ordem jurídica o Ministério V - defender judicialmente os direitos e interesses das popu-
Público atua, o que o constituinte define como toda situação em lações indígenas;
que está em jogo o interesse social ou o interesse indisponível. VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos
Então, a defesa da ordem jurídica depende da lei violada, pois ela de sua competência, requisitando informações e documentos
deve pertencer ao campo de atuação do Ministério Público. para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;
b) Defesa do regime democrático – O Ministério Público VII - exercer o controle externo da atividade policial, na for-
pode existir sem a democracia, num regime autoritário, mas so- ma da lei complementar mencionada no artigo anterior;
mente há efetiva autonomia e independência do Ministério Público VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração
no regime democrático. A manutenção da ordem jurídica e do sis- de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas
tema democrático é condição para a paz e a liberdade das pessoas, manifestações processuais;
ou seja, do interesse social, razão pela qual é papel do Ministério IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde
Público defender o regime democrático. Os direitos garantidos na que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a represen-
Constituição Federal são a base da democracia instituída na Repú- tação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.
blica brasileira e cabe ao Ministério Público garantir o respeito a § 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis
estes direitos. Ex.: fiscalização do processo eleitoral, coibição de previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hi-
violações aos direitos fundamentais, buscar o respeito aos direitos póteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.
das minorias, etc. § 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas
por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da
respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição.
78 MAZZILLI, Hugo Nigro. Aulas em teleconferência
ministradas na Escola Superior do Ministério Público. Disponível: <https:// 79 MAZZILLI, Hugo Nigro. A defesa dos interesses difu-
www.youtube.com/>. sos em juízo. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 53-56.

Didatismo e Conhecimento 90
LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se- V - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos da União
-á mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a e dos serviços de relevância pública quanto:
participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realiza- a) aos direitos assegurados na Constituição Federal relativos
ção, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de às ações e aos serviços de saúde e à educação;
atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de b) aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da mora-
classificação. lidade e da publicidade;
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o dispos- VI - exercer outras funções previstas na Constituição Federal
to no art. 9380. e na lei.
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será §1º Os órgãos do Ministério Público da União devem zelar
imediata. pela observância dos princípios e competências da Instituição,
bem como pelo livre exercício de suas funções.
Ainda sobre as funções institucionais do Ministério Público, §2º Somente a lei poderá especificar as funções atribuídas pela
a Lei Complementar nº 75/1993 tece relevantes aprofundamentos Constituição Federal e por esta Lei Complementar ao Ministério
em seu artigo 5º, aplicável não somente ao Ministério Público da Público da União, observados os princípios e normas nelas esta-
União, mas a todos os Ministérios Públicos atuantes no cenário belecidos.
jurídico nacional:
Por seu turno, os princípios institucionais do Ministério Públi-
co encontram-se no artigo 127, §1º da Constituição Federal:
Art. 5º São funções institucionais do Ministério Público da
União:
I - a defesa da ordem jurídica, do regime democrático, dos Artigo 127, §1º, CF. São princípios institucionais do Minis-
interesses sociais e dos interesses individuais indisponíveis, con- tério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência fun-
siderados, dentre outros, os seguintes fundamentos e princípios: cional.
a) a soberania e a representatividade popular;
b) os direitos políticos; Explica Mazzilli81:
c) os objetivos fundamentais da República Federativa do Bra- a) Unidade – Se tem chefia, uma pessoa que está na cabeça
sil; da estrutura institucional, tem-se unidade. Sendo assim, unidade
d) a indissolubilidade da União; institucional relaciona-se ao princípio hierárquico. Se existe hie-
e) a independência e a harmonia dos Poderes da União; rarquia, existe o poder de avocar, delegar e designar (no Brasil,
f) a autonomia dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- estes poderes são limitados). Contudo, evidente que a hierarquia
cípios; não tem força absoluta por conta da independência funcional e
g) as vedações impostas à União, aos Estados, ao Distrito por conta do próprio modelo de federação adotado pelo Brasil –
Federal e aos Municípios; trata-se de hierarquia exclusivamente administrativa, na atividade-
h) a legalidade, a impessoalidade, a moralidade e a publici- -meio.
dade, relativas à administração pública direta, indireta ou funda- É fácil falar em unidade e indivisibilidade num Estado unitá-
cional, de qualquer dos Poderes da União; rio, onde o Ministério Público só tem um chefe. No Brasil, cada
II - zelar pela observância dos princípios constitucionais re- um dos Ministérios Públicos tem o seu chefe. A verdade é que o
lativos: constituinte brasileiro se inspirou na doutrina francesa, aplicável a
a) ao sistema tributário, às limitações do poder de tributar, um Estado unitário, e a incorporou à Constituição Federal sem se
à repartição do poder impositivo e das receitas tributárias e aos atinar para as consequências práticas do conceito.
direitos do contribuinte; b) Indivisibilidade – a rigor, significaria dizer que o Minis-
b) às finanças públicas; tério Público seria uma única instituição e os seus membros po-
c) à atividade econômica, à política urbana, agrícola, fundiá- deriam se substituir por possuírem as mesmas competências. Este
ria e de reforma agrária e ao sistema financeiro nacional; conceito da doutrina francesa não pode ser transportado para o
d) à seguridade social, à educação, à cultura e ao desporto, à
contexto jurídico-constitucional brasileiro. Afinal, existem vários
ciência e à tecnologia, à comunicação social e ao meio ambiente;
Ministérios Públicos e o membro de um não pode exercer a atri-
e) à segurança pública;
buição do membro de outro – um Ministério Público não pode se
III - a defesa dos seguintes bens e interesses:
a) o patrimônio nacional; imiscuir na competência do outro.
b) o patrimônio público e social; Como a finalidade do Ministério Público é uma só – servir
c) o patrimônio cultural brasileiro; ao interesse público – pode-se afirmar a unidade e a indivisibili-
d) o meio ambiente; dade enquanto uma característica institucional. Como instituição,
e) os direitos e interesses coletivos, especialmente das comu- o Ministério Público é uno e indivisível. No sentido orgânico, é
nidades indígenas, da família, da criança, do adolescente e do incorreto afirmar a unidade e a indivisibilidade.
idoso; Trata-se de um órgão com uma só chefia e uma só função den-
IV - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos da tro de cada órgão do Ministério Público (MPU, MPT, MPE, MPM,
União, dos serviços de relevância pública e dos meios de comuni- MPDFT) – este é o verdadeiro sentido de unidade e indivisibili-
cação social aos princípios, garantias, condições, direitos, deve- dade.
res e vedações previstos na Constituição Federal e na lei, relativos
81 MAZZILLI, Hugo Nigro. Aulas em teleconferência
à comunicação social; ministradas na Escola Superior do Ministério Público. Disponível: <https://
80 Normas mínimas do Estatuto da Magistratura. www.youtube.com/>.

Didatismo e Conhecimento 91
LEGISLAÇÃO APLICADA
c) Independência funcional – É a liberdade de escrita e fala Por seu turno, o artigo 128, CF traz a estrutura do Ministério
na tomada dos atos institucionais. A independência funcional é Público, dizendo quais órgãos o compõem e por quem serão che-
uma prerrogativa conferida aos membros do Ministério Público fiados, além de vedações e garantias semelhantes às impostas à
que deve coexistir com a unidade e a indivisibilidade. Questiona- magistratura.
-se até que ponto a hierarquia decorrente da unidade e da indi-
visibilidade limita a independência funcional, afinal, os próprios Artigo 128, CF. O Ministério Público abrange:
conceitos de unidade e de indivisibilidade não são absolutos. Na I - o Ministério Público da União, que compreende:
prática, a unidade e a indivisibilidade são opostas à independência a) o Ministério Público Federal;
funcional. b) o Ministério Público do Trabalho;
Continuando o estudo do artigo 127 da Constituição Federal, c) o Ministério Público Militar;
seu §2º estabelece a autonomia funcional e administrativa do Mi- d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;
nistério Público nos seguintes termos: II - os Ministérios Públicos dos Estados.
§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procura-
Artigo 127, §2º, CF. Ao Ministério Público é assegurada auto-
dor-Geral da República, nomeado pelo Presidente da República
nomia funcional e administrativa, podendo, observado o disposto
dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos,
no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de
após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos mem-
seus cargos e serviços auxiliares, provendo-os por concurso pú-
blico de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória bros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a
e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e recondução.
funcionamento. § 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por
iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedida de
a) Autonomia funcional – Para que um órgão tenha auto- autorização da maioria absoluta do Senado Federal.
nomia funcional é preciso que “reúna, em torno de si, três pres- § 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Fe-
supostos básicos, quais sejam, uma lei, conforme os ditames da deral e Territórios formarão lista tríplice dentre integrantes da
Constituição, que o institua juridicamente; uma própria dotação carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procu-
orçamentária, que seja a ele designada; e uma função específica rador-Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo,
que seja por ele desempenhada, isto é, uma função peculiar”82. para mandato de dois anos, permitida uma recondução.
b) Autonomia administrativa – A autonomia administrativa § 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Fede-
significa a soma de poderes da pessoa ou entidade para adminis- ral e Territórios poderão ser destituídos por deliberação da maio-
trar os seus próprios negócios, sob qualquer aspecto, consoante as ria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar
normas e princípios institucionais de sua existência e dessa admi- respectiva.
nistração. Neste sentido, o poder conferido ao Ministério Público § 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja ini-
de elaborar sua própria proposta orçamentária. ciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabe-
A questão orçamentária do Ministério Público encontra apro- lecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Minis-
fundamento nos §§ 3º a 6º do artigo 127 da Constituição: tério Público, observadas, relativamente a seus membros:
I - as seguintes garantias:
Artigo 127, §3º, CF. O Ministério Público elaborará sua pro- a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo
posta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de di- perder o cargo senão por sentença judicial transitada em julga-
retrizes orçamentárias. do;
Artigo 127, §4º, CF. Se o Ministério Público não encaminhar b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público,
a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério
na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará,
Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegu-
para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os va-
rada ampla defesa;
lores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, §
com os limites estipulados na forma do § 3º.
4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III,
Artigo 127, §5º, CF. Se a proposta orçamentária de que trata 153, § 2º, I;
este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipu- II - as seguintes vedações:
lados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorá-
necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária rios, percentagens ou custas processuais;
anual. b) exercer a advocacia;
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;
Artigo 127, §6º, CF. Durante a execução orçamentária do d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra fun-
exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assun- ção pública, salvo uma de magistério;
ção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei e) exercer atividade político-partidária;
de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contri-
mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. buições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressal-
vadas as exceções previstas em lei.
82 AZEVEDO, Bernardo Montalvão Varjão de. Minis-
tério Público por uma verdadeira autonomia funcional. Disponível em:
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto
<http://jus.com.br/artigos/3893/ministerio-publico>. Acesso em: 15 jan. 2015. no art. 95, parágrafo único, V83. 
83 Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afas-

Didatismo e Conhecimento 92
LEGISLAÇÃO APLICADA
Artigo 130, CF. Aos membros do Ministério Público junto aos § 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corre-
Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta seção perti- gedor nacional, dentre os membros do Ministério Público que o
nentes a direitos, vedações e forma de investidura. integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além das atri-
buições que lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:
Por fim, tem-se o artigo 130-A da Constituição Federal, que I - receber reclamações e denúncias, de qualquer interessa-
disciplina o Conselho Nacional do Ministério Público, incluído do, relativas aos membros do Ministério Público e dos seus servi-
pela Emenda Constitucional nº 45/2004. ços auxiliares;
II - exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e
Artigo 130-A, CF. O Conselho Nacional do Ministério Públi- correição geral;
co compõe-se de quatorze membros nomeados pelo Presidente da III - requisitar e designar membros do Ministério Público,
República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de órgãos do
do Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma Ministério Público.
recondução, sendo: § 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advo-
I - o Procurador-Geral da República, que o preside; gados do Brasil oficiará junto ao Conselho.
II - quatro membros do Ministério Público da União, assegu- § 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Minis-
rada a representação de cada uma de suas carreiras; tério Público, competentes para receber reclamações e denúncias
III - três membros do Ministério Público dos Estados; de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério
IV - dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Fede- Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando
ral e outro pelo Superior Tribunal de Justiça; diretamente ao Conselho Nacional do Ministério Público.
V - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Or-
dem dos Advogados do Brasil; 2) Advocacia Pública
VI - dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ili- O caput do artigo 131 da Constituição traz as funções insti-
bada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Se- tucionais da Advocacia-Geral da União: representação judicial e
nado Federal. extrajudicial da União, além de consultoria e assessoramento ao
§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Pú- Poder Executivo Federal, conforme regulamentação a ser elabo-
blico serão indicados pelos respectivos Ministérios Públicos, na rada em lei complementar. No caso, a Lei Complementar nº 73,
forma da lei. de 10 de fevereiro de 1993 institui a Lei Orgânica da Advocacia-
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público -Geral da União e dá outras providências.
o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério O chefe da Advocacia-Geral da União é o Advogado-Geral da
Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus mem- União, livremente nomeado pelo Presidente da República, deven-
bros, cabendo lhe: do possuir notável saber jurídico, reputação ilibada e menos de 35
I - zelar pela autonomia funcional e administrativa do Mi- anos. No entanto, os integrantes da Advocacia-Geral da União de
nistério Público, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito início de carreira nela ingressam por concurso público de provas
de sua competência, ou recomendar providências; e títulos.
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou Não é atribuição da Advocacia-Geral da União promover a
mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos pra- execução de dívida ativa de natureza tributária, o que é feito pela
ticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo Respeitando uma relação de compatibilidade entre as unida-
para que se adotem as providências necessárias ao exato cum- des federadas, estabelece-se nos Estados e no Distrito Federal uma
primento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Procuradoria em cada qual deles.
Contas; Artigo 131, CF. A Advocacia-Geral da União é a instituição
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a
órgãos do Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da
contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência dis- lei complementar que dispuser sobre sua organização e funciona-
ciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos mento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do
disciplinares em curso, determinar a remoção, a disponibilidade Poder Executivo.
ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao § 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-
tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, asse- -Geral da União, de livre nomeação pelo Presidente da República
gurada ampla defesa; dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber
IV - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos jurídico e reputação ilibada.
disciplinares de membros do Ministério Público da União ou dos § 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da institui-
Estados julgados há menos de um ano; ção de que trata este artigo far-se-á mediante concurso público de
V - elaborar relatório anual, propondo as providências que provas e títulos.
julgar necessárias sobre a situação do Ministério Público no País § 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a
e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda
prevista no art. 84, XI. Nacional, observado o disposto em lei.
tou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou
exoneração

Didatismo e Conhecimento 93
LEGISLAÇÃO APLICADA
Artigo 132, CF. Os Procuradores dos Estados e do Distrito São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade,
Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá a indivisibilidade e a independência funcional, os mesmos que re-
de concurso público de provas e títulos, com a participação da gem o Ministério Público.
Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão É conferida a garantia da inamovibilidade aos membros
a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas da Defensoria Pública, ao mesmo tempo em que é vedado o
unidades federadas. exercício da advocacia fora das atribuições do cargo. Com efei-
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é to, o Defensor Público é um advogado, mas que deve se limi-
assegurada estabilidade após três anos de efetivo exercício, me- tar ao exercício das atribuições institucionais a ele conferidas,
diante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após submetendo-se a um regime de dedicação exclusiva.
relatório circunstanciado das corregedorias. A Emenda Constitucional nº 80/2014 alterou substancialmen-
te a disciplina da Defensoria Pública na Constituição Federal de
3) Advocacia 1988, mudando a redação do caput dos artigos 134 e 135, bem
A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, dispõe sobre o Estatuto como incluindo ao primeiro os seus parágrafos. Neste sentido,
da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), con- passou-se a uma disciplina mais completa desta instituição que de-
substanciando o previsto no artigo 133 da Constituição Federal. sempenha papel fundamental no cenário jurídico nacional.
Neste sentido, coloca-se o advogado como indispensável à admi- Por seu turno, a Lei Complementar nº 80, de 12 de janeiro de
nistração da justiça, afinal, sem o advogado seria impossível que o 1994, organiza a Defensoria Pública da União, do Distrito Federal
Poder Judiciário funcionasse. e dos Territórios e prescreve normas gerais para sua organização
No exercício de suas funções, o advogado necessita da salva- nos Estados, e dá outras providências. Sendo assim, confere-se
guarda de seus atos e manifestações, permitindo que promova a liberdade para a devida regulamentação no âmbito dos Estados-
defesa do seu cliente da maneira mais plena possível. -membros, pois cada qual irá instituir a sua Defensoria Pública,
“O primeiro conjunto normativo que assegura (e ao mesmo guardada uma relação de compatibilidade com a normativa mí-
tempo limita) a profissão do advogado vem dado pelo próprio Es- nima prevista na Lei Complementar nº 80/1994. Neste sentido, o
tatuto da Advocacia (Lei nº 8.906/1994), que proclama, na esfera texto constitucional assegura a autonomia funcional e administra-
criminal, a imunidade material (penal) em relação aos delitos de tiva, além da iniciativa orçamentária, a cada uma das Defensorias
difamação e injúria (quanto ao desacato, como se sabe, o STF con-
Públicas instituídas.
cedeu liminar para suspender a validade do texto legal).
No exercício da profissão o advogado conta também com a
Artigo 134, CF. A Defensoria Pública é instituição perma-
chamada imunidade judiciária (CP, art. 142), não respondendo cri-
nente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-
minalmente, em princípio, por difamação ou injúria. Trata-se de
-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fun-
uma causa de exclusão da tipicidade material porque, respeitados
damentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos
os limites do art. 142, o risco criado (quando do uso de expressões
humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial,
mais ofensivas) é permitido. Não há que se falar em risco proibido
(logo, não existe desaprovação da conduta). dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita,
De outro lado, enquanto não são ultrapassados os limites do aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Cons-
exercício da profissão, força é convir que a inviolabilidade citada tituição Federal. 
na CF não alcança somente os atos e manifestações do advogado, § 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública
senão também seus meios de atuação, seu local de trabalho, seu da União e do Distrito Federal e dos Territórios e prescreverá
escritório, arquivos, pastas, computador, correspondências etc., ou normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de
seja, tudo isso está protegido pelo sigilo profissional (e pela invio- carreira, providos, na classe inicial, mediante concurso público
labilidade constitucional e legal) (nos termos do art. 7º, II, com re- de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da
dação dada pela Lei nº 11.767/2008). Também está protegido pela inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atri-
inviolabilidade e sigilo o local onde se localiza o departamento buições institucionais.
jurídico dentro de uma empresa”84. § 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas auto-
Artigo 133, CF. O advogado é indispensável à administra- nomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta
ção da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes
exercício da profissão, nos limites da lei. orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º.
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da
4) Defensoria Pública União e do Distrito Federal.
A Defensoria Pública, colocada no texto constitucional como § 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a uni-
instituição permanente e essencial à função jurisdicional do Esta- dade, a indivisibilidade e a independência funcional, aplicando-
do, tem sua função institucional descrita no caput do artigo 134 da -se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do
Constituição Federal: orientação jurídica, promoção dos direitos art. 96 desta Constituição Federal.
humanos e defesa dos interesses individuais dos mais necessitados
e coletivos como um todo. Artigo 135, CF. Os servidores integrantes das carreiras disci-
plinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão remunerados na
84 GOMES, Luís Flávio. Limites da inviolabilidade do forma do art. 39, § 4º.
advogado - Lei nº 11.767/2008. Disponível em: <http://lfg.jusbrasil.com.br/
noticias/1076221/limites-da-inviolabilidade-do-advogado-lei-n-11767-2008>.
Acesso em: 15 jan. 2015.

Didatismo e Conhecimento 94
LEGISLAÇÃO APLICADA
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo
de importância recebida a título de carceragem, custas, emolumen-
DIREITO DE REPRESENTAÇÃO E O tos ou de qualquer outra despesa;
PROCESSO DE RESPONSABILIDADE h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou
ADMINISTRATIVA CIVIL E PENAL, NOS jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem
CASOS DE ABUSO DE AUTORIDADE. competência legal;
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de
medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou
de cumprir imediatamente ordem de liberdade. (Incluído pela Lei
nº 7.960, de 21/12/89)
LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965. Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei,
quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil,
Regula o Direito de Representação e o processo de Respon- ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.
sabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos de abuso de au- Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção
toridade.
administrativa civil e penal.
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
gravidade do abuso cometido e consistirá em:
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabi- a) advertência;
lidade administrativa civil e penal, contra as autoridades que, no b) repreensão;
exercício de suas funções, cometerem abusos, são regulados pela c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a
presente lei. cento e oitenta dias, com perda de vencimentos e vantagens;
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de d) destituição de função;
petição: e) demissão;
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal f) demissão, a bem do serviço público.
para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a respectiva san- § 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do
ção; dano, consistirá no pagamento de uma indenização de quinhentos
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver compe- a dez mil cruzeiros.
tência para iniciar processo-crime contra a autoridade culpada. § 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em:
conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol b) detenção por dez dias a seis meses;
de testemunhas, no máximo de três, se as houver. c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: outra função pública por prazo até três anos.
a) à liberdade de locomoção; § 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser apli-
b) à inviolabilidade do domicílio; cadas autônoma ou cumulativamente.
c) ao sigilo da correspondência; § 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade
d) à liberdade de consciência e de crença; policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser comina-
e) ao livre exercício do culto religioso; da a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer
f) à liberdade de associação; funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do prazo de um a cinco anos.
voto; art. 7º recebida a representação em que for solicitada a apli-
h) ao direito de reunião;
cação de sanção administrativa, a autoridade civil ou militar com-
i) à incolumidade física do indivíduo;
petente determinará a instauração de inquérito para apurar o fato.
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício pro-
fissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79) § 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas estabele-
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade: cidas nas leis municipais, estaduais ou federais, civis ou militares,
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade indivi- que estabeleçam o respectivo processo.
dual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder; § 2º não existindo no município no Estado ou na legislação
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a militar normas reguladoras do inquérito administrativo serão apli-
constrangimento não autorizado em lei; cadas supletivamente, as disposições dos arts. 219 a 225 da Lei
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 (Estatuto dos Funcionários
prisão ou detenção de qualquer pessoa; Públicos Civis da União).
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou deten- § 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para
ção ilegal que lhe seja comunicada; o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil.
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da
prestar fiança, permitida em lei; autoridade civil ou militar.
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial car- Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à auto-
ceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, desde ridade administrativa ou independentemente dela, poderá ser pro-
que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer movida pela vítima do abuso, a responsabilidade civil ou penal ou
quanto ao seu valor; ambas, da autoridade culpada.

Didatismo e Conhecimento 95
LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 10. Vetado Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-se
Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de se ausente o Juiz.
Processo Civil. Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de in- houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o
quérito policial ou justificação por denúncia do Ministério Público, ocorrido constar do livro de termos de audiência.
instruída com a representação da vítima do abuso. Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública,
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação da se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia útil,
vítima, aquele, no prazo de quarenta e oito horas, denunciará o réu, entre dez (10) e dezoito (18) horas, na sede do Juízo ou, excepcio-
desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade, e requererá nalmente, no local que o Juiz designar.
ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a designação de audiência de Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o inter-
instrução e julgamento. rogatório do réu, se estiver presente.
§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada em Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado,
duas vias. o Juiz nomeará imediatamente defensor para funcionar na audiên-
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade cia e nos ulteriores termos do processo.
houver deixado vestígios o ofendido ou o acusado poderá: Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz
a) promover a comprovação da existência de tais vestígios, dará a palavra sucessivamente, ao Ministério Público ou ao advo-
por meio de duas testemunhas qualificadas; gado que houver subscrito a queixa e ao advogado ou defensor do
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da audiência réu, pelo prazo de quinze minutos para cada um, prorrogável por
de instrução e julgamento, a designação de um perito para fazer as mais dez (10), a critério do Juiz.
verificações necessárias. Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente
§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e presta- a sentença.
rão seus depoimentos verbalmente, ou o apresentarão por escrito, Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro
querendo, na audiência de instrução e julgamento. próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá, em resumo, os depoi-
§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo a representação mentos e as alegações da acusação e da defesa, os requerimentos
poderá conter a indicação de mais duas testemunhas. e, por extenso, os despachos e a sentença.
Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apre- Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do Mi-
sentar a denúncia requerer o arquivamento da representação, o nistério Público ou o advogado que houver subscrito a queixa, o
Juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, advogado ou defensor do réu e o escrivão.
fará remessa da representação ao Procurador-Geral e este oferece- Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem di-
rá a denúncia, ou designará outro órgão do Ministério Público para fíceis e não permitirem a observância dos prazos fixados nesta lei,
oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só então deverá o o juiz poderá aumentá-las, sempre motivadamente, até o dobro.
Juiz atender. Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas do Có-
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a de- digo de Processo Penal, sempre que compatíveis com o sistema de
núncia no prazo fixado nesta lei, será admitida ação privada. O instrução e julgamento regulado por esta lei.
órgão do Ministério Público poderá, porém, aditar a queixa, re- Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças, cabe-
pudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e intervir em todos os rão os recursos e apelações previstas no Código de Processo Penal.
termos do processo, interpor recursos e, a todo tempo, no caso de Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário.
negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º da Independência e 77º
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de qua- da República.
renta e oito horas, proferirá despacho, recebendo ou rejeitando a H. CASTELLO BRANCO 
denúncia. Juracy Magalhães
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz designará, Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 13.12.1965
desde logo, dia e hora para a audiência de instrução e julgamen-
to, que deverá ser realizada, improrrogavelmente. dentro de cinco
dias.
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento LEI DE EXECUÇÃO PENAL.
final e para comparecer à audiência de instrução e julgamento, será
feita por mandado sucinto que, será acompanhado da segunda via
da representação e da denúncia.
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984.
apresentada em juízo, independentemente de intimação.
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de precatória Institui a Lei de Execução Penal.
para a audiência ou a intimação de testemunhas ou, salvo o caso
previsto no artigo 14, letra “b”, requerimentos para a realização de O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-
diligências, perícias ou exames, a não ser que o Juiz, em despacho gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
motivado, considere indispensáveis tais providências.
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos TÍTULO I
auditórios ou o oficial de justiça declare aberta a audiência, apre- Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal
goando em seguida o réu, as testemunhas, o perito, o representante Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as dispo-
do Ministério Público ou o advogado que tenha subscrito a queixa sições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições
e o advogado ou defensor do réu. para a harmônica integração social do condenado e do internado.

Didatismo e Conhecimento 96
LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça CAPÍTULO II
ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida, no proces- Da Assistência
so de execução, na conformidade desta Lei e do Código de Pro-
cesso Penal. SEÇÃO I
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso Disposições Gerais
provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Esta-
recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária. do, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos em sociedade.
os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei. Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza Art. 11. A assistência será:
racial, social, religiosa ou política. I - material;
Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade II - à saúde;
nas atividades de execução da pena e da medida de segurança. III -jurídica;
IV - educacional;
TÍTULO II V - social;
Do Condenado e do Internado VI - religiosa.
CAPÍTULO I SEÇÃO II
Da Classificação Da Assistência Material
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado con-
antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da sistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações
execução penal. higiênicas.
Art. 6o  A classificação será feita por Comissão Técnica de Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços
Classificação que elaborará o programa individualizador da pena que atendam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de
privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório. locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
fornecidos pela Administração.
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em
cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no
SEÇÃO III
mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um)
Da Assistência à Saúde
psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado
Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de ca-
à pena privativa de liberdade.
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico,
ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais do serviço social. farmacêutico e odontológico.
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de § 1º (Vetado).
liberdade, em regime fechado, será submetido a exame criminoló- § 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado
gico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada para prover a assistência médica necessária, esta será prestada em
classificação e com vistas à individualização da execução. outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento.
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser § 3o Será assegurado acompanhamento médico à mulher,
submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa de li- principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-
berdade em regime semi-aberto. -nascido. (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009)
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reve-
ladores da personalidade, observando a ética profissional e tendo SEÇÃO IV
sempre presentes peças ou informações do processo, poderá: Da Assistência Jurídica
I - entrevistar pessoas; Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos
II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, internados sem recursos financeiros para constituir advogado.
dados e informações a respeito do condenado; Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de
III - realizar outras diligências e exames necessários. assistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública,
Art. 9o-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, dentro e fora dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela Lei
com violência de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer nº 12.313, de 2010).
dos crimes previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de § 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estru-
1990, serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil tural, pessoal e material à Defensoria Pública, no exercício de suas
genético, mediante extração de DNA - ácido desoxirribonucleico, funções, dentro e fora dos estabelecimentos penais. (Incluído pela
por técnica adequada e indolor. (Incluído pela Lei nº 12.654, de Lei nº 12.313, de 2010).
2012) § 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apro-
§ 1o A identificação do perfil genético será armazenada em priado destinado ao atendimento pelo Defensor Público. (Incluído
banco de dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pela Lei nº 12.313, de 2010).
pelo Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) § 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados
§ 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer Núcleos Especializados da Defensoria Pública para a prestação de
ao juiz competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao assistência jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em li-
banco de dados de identificação de perfil genético. (Incluído pela berdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para
Lei nº 12.654, de 2012) constituir advogado. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).

Didatismo e Conhecimento 97
LEGISLAÇÃO APLICADA
SEÇÃO V V - promover a orientação do assistido, na fase final do cum-
Da Assistência Educacional primento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à
Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução liberdade;
escolar e a formação profissional do preso e do internado. VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho;
sistema escolar da Unidade Federativa. VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso,
Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com forma- do internado e da vítima.
ção geral ou educação profissional de nível médio, será implantado
nos presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua uni- SEÇÃO VII
versalização. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) Da Assistência Religiosa
§ 1o O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será pres-
sistema estadual e municipal de ensino e será mantido, administra- tada aos presos e aos internados, permitindo-se lhes a participação nos
tiva e financeiramente, com o apoio da União, não só com os recur- serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de
sos destinados à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou livros de instrução religiosa.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos
administração penitenciária. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
religiosos.
§ 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar
cursos supletivos de educação de jovens e adultos. (Incluído pela
de atividade religiosa.
Lei nº 13.163, de 2015)
§ 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal SEÇÃO VIII
incluirão em seus programas de educação à distância e de utiliza- Da Assistência ao Egresso
ção de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e às Art. 25. A assistência ao egresso consiste:
presas. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de ini- II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em
ciação ou de aperfeiçoamento técnico. estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser
adequado à sua condição. prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do assistente
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de con- social, o empenho na obtenção de emprego.
vênio com entidades públicas ou particulares, que instalem escolas Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:
ou ofereçam cursos especializados. I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada saída do estabelecimento;
estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias II - o liberado condicional, durante o período de prova.
de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos. Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o egresso
Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar: (Incluído pela para a obtenção de trabalho.
Lei nº 13.163, de 2015)
I - o nível de escolaridade dos presos e das presas; (Incluído CAPÍTULO III
pela Lei nº 13.163, de 2015) Do Trabalho
II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o
número de presos e presas atendidos; (Incluído pela Lei nº 13.163, SEÇÃO I
de 2015) Disposições Gerais
III - a implementação de cursos profissionais em nível de ini- Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição
de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva.
ciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as pre-
atendidos; (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
cauções relativas à segurança e à higiene.
IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo;
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolida-
(Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) ção das Leis do Trabalho.
V - outros dados relevantes para o aprimoramento educacio- Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia
nal de presos e presas. (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015) tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
SEÇÃO VI a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que deter-
Da Assistência Social minados judicialmente e não reparados por outros meios;
Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o pre- b) à assistência à família;
so e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade. c) a pequenas despesas pessoais;
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social: d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a ma-
I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames; nutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da
II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os pro- destinação prevista nas letras anteriores.
blemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido; § 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte
III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que
saídas temporárias; será entregue ao condenado quando posto em liberdade.
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à
a recreação; comunidade não serão remuneradas.

Didatismo e Conhecimento 98
LEGISLAÇÃO APLICADA
SEÇÃO II Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho ex-
Do Trabalho Interno terno ao preso que vier a praticar fato definido como crime, for
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obri- punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos re-
gado ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidade. quisitos estabelecidos neste artigo.
Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é
obrigatório e só poderá ser executado no interior do estabeleci- CAPÍTULO IV
mento. Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em con-
ta a habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do SEÇÃO I
preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado. Dos Deveres
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais
sem expressão econômica, salvo nas regiões de turismo. inerentes ao seu estado, submeter-se às normas de execução da
§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupa- pena.
ção adequada à sua idade. Art. 39. Constituem deveres do condenado:
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão ativi- I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sen-
dades apropriadas ao seu estado. tença;
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com
(seis) nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos quem deva relacionar-se;
e feriados. III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;
Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de tra- IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos
balho aos presos designados para os serviços de conservação e ma- de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina;
nutenção do estabelecimento penal. V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou VI - submissão à sanção disciplinar imposta;
empresa pública, com autonomia administrativa, e terá por objeti- VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores;
vo a formação profissional do condenado. VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas
§ 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora pro-
realizadas com a sua manutenção, mediante desconto proporcional
mover e supervisionar a produção, com critérios e métodos empre-
da remuneração do trabalho;
sariais, encarregar-se de sua comercialização, bem como suportar
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
despesas, inclusive pagamento de remuneração adequada. (Renu-
X - conservação dos objetos de uso pessoal.
merado pela Lei nº 10.792, de 2003)
Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber,
§ 2o Os governos federal, estadual e municipal poderão cele-
o disposto neste artigo.
brar convênio com a iniciativa privada, para implantação de ofici-
nas de trabalho referentes a setores de apoio dos presídios. (Incluí-
do pela Lei nº 10.792, de 2003) SEÇÃO II
Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da Dos Direitos
União, Estados, Territórios, Distrito Federal e dos Municípios ad- Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integri-
quirirão, com dispensa de concorrência pública, os bens ou produ- dade física e moral dos condenados e dos presos provisórios.
tos do trabalho prisional, sempre que não for possível ou recomen- Art. 41 - Constituem direitos do preso:
dável realizar-se a venda a particulares. I - alimentação suficiente e vestuário;
Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas com as II - atribuição de trabalho e sua remuneração;
vendas reverterão em favor da fundação ou empresa pública a que III - Previdência Social;
alude o artigo anterior ou, na sua falta, do estabelecimento penal. IV - constituição de pecúlio;
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o traba-
SEÇÃO III lho, o descanso e a recreação;
Do Trabalho Externo VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artís-
Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em ticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis com a exe-
regime fechado somente em serviço ou obras públicas realizadas cução da pena;
por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades pri- VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, so-
vadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da cial e religiosa;
disciplina. VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;
§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;
por cento) do total de empregados na obra. X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empre- em dias determinados;
sa empreiteira a remuneração desse trabalho. XI - chamamento nominal;
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da
consentimento expresso do preso. individualização da pena;
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;
direção do estabelecimento, dependerá de aptidão, disciplina e res- XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em de-
ponsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) fesa de direito;
da pena.

Didatismo e Conhecimento 99
LEGISLAÇÃO APLICADA
XV - contato com o mundo exterior por meio de correspon- II - fugir;
dência escrita, da leitura e de outros meios de informação que não III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a
comprometam a moral e os bons costumes. integridade física de outrem;
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob IV - provocar acidente de trabalho;
pena da responsabilidade da autoridade judiciária competente. (In- V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;
cluído pela Lei nº 10.713, de 2003) VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do
Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV artigo 39, desta Lei.
poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefô-
diretor do estabelecimento. nico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros
Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medi- presos ou com o ambiente externo. (Incluído pela Lei nº 11.466,
da de segurança, no que couber, o disposto nesta de 2007)
Seção. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que
Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de con- couber, ao preso provisório.
fiança pessoal do internado ou do submetido a tratamento ambu- Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de
latorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e direitos que:
acompanhar o tratamento. I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação
particular serão resolvidas pelo Juiz da execução. imposta;
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do ar-
SEÇÃO III tigo 39, desta Lei.
Da Disciplina Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui
falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina
SUBSEÇÃO I internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da
Disposições Gerais sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes
Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na características: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
obediência às determinações das autoridades e seus agentes e no I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo
desempenho do trabalho. de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie,
Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à até o limite de um sexto da pena aplicada; (Incluído pela Lei nº
pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos e o preso pro- 10.792, de 2003)
visório. II - recolhimento em cela individual; (Incluído pela Lei nº
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa 10.792, de 2003)
e anterior previsão legal ou regulamentar. III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças,
§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade com duração de duas horas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
física e moral do condenado. IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para
§ 2º É vedado o emprego de cela escura. banho de sol. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 3º São vedadas as sanções coletivas. § 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá abri-
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução gar presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros,
da pena ou da prisão, será cientificado das normas disciplinares. que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabe-
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de lecimento penal ou da sociedade. (Incluído pela Lei nº 10.792, de
liberdade, será exercido pela autoridade administrativa conforme 2003)
as disposições regulamentares. § 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferen-
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder ciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fun-
disciplinar será exercido pela autoridade administrativa a que esti- dadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título,
ver sujeito o condenado. em organizações criminosas, quadrilha ou bando. (Incluído pela
Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará Lei nº 10.792, de 2003)
ao Juiz da execução para os fins dos artigos 118, inciso I, 125, 127,
181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei. SUBSEÇÃO III
Das Sanções e das Recompensas
SUBSEÇÃO II Art. 53. Constituem sanções disciplinares:
Das Faltas Disciplinares I - advertência verbal;
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, mé- II - repreensão;
dias e graves. A legislação local especificará as leves e médias, III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo
bem assim as respectivas sanções. único);
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspon- IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos
dente à falta consumada. estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de disposto no artigo 88 desta Lei.
liberdade que: V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. (Incluído pela
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem Lei nº 10.792, de 2003)
ou a disciplina;

Didatismo e Conhecimento 100


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplica- IV - o Conselho Penitenciário;
das por ato motivado do diretor do estabelecimento e a do inciso V - os Departamentos Penitenciários;
V, por prévio e fundamentado despacho do juiz competente. (Re- VI - o Patronato;
dação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) VII - o Conselho da Comunidade.
§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime disci- VIII - a Defensoria Pública. (Incluído pela Lei nº 12.313, de
plinar dependerá de requerimento circunstanciado elaborado pelo 2010).
diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa. (In-
cluído pela Lei nº 10.792, de 2003) CAPÍTULO II
§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime dis- Do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
ciplinar será precedida de manifestação do Ministério Público e da Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e Peniten-
defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias. (Incluído pela ciária, com sede na Capital da República, é subordinado ao Minis-
Lei nº 10.792, de 2003) tério da Justiça.
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e Peniten-
reconhecido em favor do condenado, de sua colaboração com a
ciária será integrado por 13 (treze) membros designados através de
disciplina e de sua dedicação ao trabalho.
ato do Ministério da Justiça, dentre professores e profissionais da
Art. 56. São recompensas:
área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências
I - o elogio;
II - a concessão de regalias. correlatas, bem como por representantes da comunidade e dos Mi-
Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabe- nistérios da área social.
lecerão a natureza e a forma de concessão de regalias. Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho terá
SUB duração de 2 (dois) anos, renovado 1/3 (um terço) em cada ano.
SEÇÃO IV Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e Peni-
Da Aplicação das Sanções tenciária, no exercício de suas atividades, em âmbito federal ou
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão estadual, incumbe:
em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as consequên- I - propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do
cias do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. delito, administração da Justiça Criminal e execução das penas e
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) das medidas de segurança;
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções pre- II - contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvol-
vistas nos incisos III a V do art. 53 desta Lei. (Redação dada pela vimento, sugerindo as metas e prioridades da política criminal e
Lei nº 10.792, de 2003) penitenciária;
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não III - promover a avaliação periódica do sistema criminal para
poderão exceder a trinta dias, ressalvada a hipótese do regime dis- a sua adequação às necessidades do País;
ciplinar diferenciado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) IV - estimular e promover a pesquisa criminológica;
Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao V - elaborar programa nacional penitenciário de formação e
Juiz da execução. aperfeiçoamento do servidor;
SUB VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de es-
SEÇÃO V tabelecimentos penais e casas de albergados;
Do Procedimento Disciplinar VII - estabelecer os critérios para a elaboração da estatística
Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o criminal;
procedimento para sua apuração, conforme regulamento, assegu- VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem
rado o direito de defesa. assim informar-se, mediante relatórios do Conselho Penitenciário,
Parágrafo único. A decisão será motivada.
requisições, visitas ou outros meios, acerca do desenvolvimento
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isola-
da execução penal nos Estados, Territórios e Distrito Federal, pro-
mento preventivo do faltoso pelo prazo de até dez dias. A inclusão
pondo às autoridades dela incumbida as medidas necessárias ao
do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da dis-
ciplina e da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz seu aprimoramento;
competente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003) IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade admi-
Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preven- nistrativa para instauração de sindicância ou procedimento admi-
tiva no regime disciplinar diferenciado será computado no período nistrativo, em caso de violação das normas referentes à execução
de cumprimento da sanção disciplinar. (Redação dada pela Lei nº penal;
10.792, de 2003) X - representar à autoridade competente para a interdição, no
todo ou em parte, de estabelecimento penal.
TÍTULO III
Dos Órgãos da Execução Penal CAPÍTULO III
Do Juízo da Execução
CAPÍTULO I Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei
Disposições Gerais local de organização judiciária e, na sua ausência, ao da sentença.
Art. 61. São órgãos da execução penal: Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
I - o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária; I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer
II - o Juízo da Execução; modo favorecer o condenado;
III - o Ministério Público; II - declarar extinta a punibilidade;

Didatismo e Conhecimento 101


LEGISLAÇÃO APLICADA
III - decidir sobre: CAPÍTULO V
a) soma ou unificação de penas; Do Conselho Penitenciário
b) progressão ou regressão nos regimes; Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscaliza-
c) detração e remição da pena; dor da execução da pena.
d) suspensão condicional da pena; § 1º O Conselho será integrado por membros nomeados pelo
e) livramento condicional; Governador do Estado, do Distrito Federal e dos Territórios, dentre
f) incidentes da execução. professores e profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal,
IV - autorizar saídas temporárias; Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da
V - determinar: comunidade. A legislação federal e estadual regulará o seu funciona-
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fisca- mento.
lizar sua execução; § 2º O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá a
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em priva- duração de 4 (quatro) anos.
tiva de liberdade; Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:
c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a
direitos; hipótese de pedido de indulto com base no estado de saúde do preso;
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
da pena por medida de segurança; II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;
e) a revogação da medida de segurança; III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Conse-
f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior; lho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, relatório dos traba-
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra co- lhos efetuados no exercício anterior;
marca; IV - supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo egressos.
86, desta Lei.
i) (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) CAPÍTULO VI
VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de se- Dos Departamentos Penitenciários
gurança;
VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, to- SEÇÃO I
mando providências para o adequado funcionamento e promovendo,
Do Departamento Penitenciário Nacional
quando for o caso, a apuração de responsabilidade;
Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado ao
VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que
Ministério da Justiça, é órgão executivo da Política Penitenciária Na-
estiver funcionando em condições inadequadas ou com infringência
cional e de apoio administrativo e financeiro do Conselho Nacional de
aos dispositivos desta Lei;
Política Criminal e Penitenciária.
IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade.
Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário Nacional:
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir. (Incluído pela
Lei nº 10.713, de 2003) I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em
todo o Território Nacional;
CAPÍTULO IV II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e
Do Ministério Público serviços penais;
Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e da III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implemen-
medida de segurança, oficiando no processo executivo e nos inciden- tação dos princípios e regras estabelecidos nesta Lei;
tes da execução. IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios,
Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público: na implantação de estabelecimentos e serviços penais;
I - fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e V - colaborar com as Unidades Federativas para a realização de
de internamento; cursos de formação de pessoal penitenciário e de ensino profissionali-
II - requerer: zante do condenado e do internado.
a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do pro- VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades federati-
cesso executivo; vas, o cadastro nacional das vagas existentes em estabelecimentos lo-
b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução; cais destinadas ao cumprimento de penas privativas de liberdade apli-
c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substituição cadas pela justiça de outra unidade federativa, em especial para presos
da pena por medida de segurança; sujeitos a regime disciplinar. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
d) a revogação da medida de segurança; Parágrafo único. Incumbem também ao Departamento a coor-
e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos regimes denação e supervisão dos estabelecimentos penais e de internamento
e a revogação da suspensão condicional da pena e do livramento con- federais.
dicional;
f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação SEÇÃO II
anterior. Do Departamento Penitenciário Local
III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judi- Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento Penitenciá-
ciária, durante a execução. rio ou órgão similar, com as atribuições que estabelecer.
Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará men- Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão similar,
salmente os estabelecimentos penais, registrando a sua presença tem por finalidade supervisionar e coordenar os estabelecimentos
em livro próprio. penais da Unidade da Federação a que pertencer.

Didatismo e Conhecimento 102


LEGISLAÇÃO APLICADA
SEÇÃO III CAPÍTULO IX
Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais DA DEFENSORIA PÚBLICA
Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
deverá satisfazer os seguintes requisitos: Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular execução
I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou da pena e da medida de segurança, oficiando, no processo execu-
Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços So- tivo e nos incidentes da execução, para a defesa dos necessitados
ciais; em todos os graus e instâncias, de forma individual e coletiva. (In-
II - possuir experiência administrativa na área; cluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desem- Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública: (Incluído
penho da função. pela Lei nº 12.313, de 2010).
Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabelecimento, I - requerer: (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
ou nas proximidades, e dedicará tempo integral à sua função. a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do
Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado processo executivo; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
em diferentes categorias funcionais, segundo as necessidades do b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qual-
serviço, com especificação de atribuições relativas às funções de quer modo favorecer o condenado; (Incluído pela Lei nº 12.313,
direção, chefia e assessoramento do estabelecimento e às demais de 2010).
funções. c) a declaração de extinção da punibilidade; (Incluído pela Lei
Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especializado, nº 12.313, de 2010).
de instrução técnica e de vigilância atenderá a vocação, preparação d) a unificação de penas; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
profissional e antecedentes pessoais do candidato. 2010).
§ 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a pro- e) a detração e remição da pena; (Incluído pela Lei nº 12.313,
gressão ou a ascensão funcional dependerão de cursos específicos de 2010).
de formação, procedendo-se à reciclagem periódica dos servidores f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execu-
em exercício. ção; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se permitirá g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem
o trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo quando se tratar de
como a substituição da pena por medida de segurança; (Incluído
pessoal técnico especializado.
pela Lei nº 12.313, de 2010).
h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspen-
CAPÍTULO VII
são condicional da pena, o livramento condicional, a comutação de
Do Patronato
pena e o indulto; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a prestar
i) a autorização de saídas temporárias; (Incluído pela Lei nº
assistência aos albergados e aos egressos (artigo 26).
12.313, de 2010).
Art. 79. Incumbe também ao Patronato:
I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos; j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situa-
II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço ção anterior; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
à comunidade e de limitação de fim de semana; k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra
III - colaborar na fiscalização do cumprimento das condições comarca; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
da suspensão e do livramento condicional. l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1o do art.
86 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
CAPÍTULO VIII II - requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir;
Do Conselho da Comunidade (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da Comuni- III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade
dade composto, no mínimo, por 1 (um) representante de associa- judiciária ou administrativa durante a execução; (Incluído pela Lei
ção comercial ou industrial, 1 (um) advogado indicado pela nº 12.313, de 2010).
Seção da Ordem dos Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade admi-
Público indicado pelo Defensor Público Geral e 1 (um) assistente nistrativa para instauração de sindicância ou procedimento admi-
social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional nistrativo em caso de violação das normas referentes à execução
de Assistentes Sociais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010). penal; (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Parágrafo único. Na falta da representação prevista neste arti- V - visitar os estabelecimentos penais, tomando providências
go, ficará a critério do Juiz da execução a escolha dos integrantes para o adequado funcionamento, e requerer, quando for o caso,
do Conselho. a apuração de responsabilidade; (Incluído pela Lei nº 12.313, de
Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade: 2010).
I - visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos pe- VI - requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou
nais existentes na comarca; em parte, de estabelecimento penal. (Incluído pela Lei nº 12.313,
II - entrevistar presos; de 2010).
III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará perio-
Conselho Penitenciário; dicamente os estabelecimentos penais, registrando a sua presença
IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos em livro próprio. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
para melhor assistência ao preso ou internado, em harmonia com a
direção do estabelecimento.

Didatismo e Conhecimento 103


LEGISLAÇÃO APLICADA
TÍTULO IV Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por
Dos Estabelecimentos Penais sentença transitada em julgado.
§ 1o Os presos provisórios ficarão separados de acordo com
CAPÍTULO I os seguintes critérios: (Redação dada pela Lei nº 13.167, de 2015)
Disposições Gerais I - acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados;
Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao condena- (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)
do, ao submetido à medida de segurança, ao preso provisório e ao II - acusados pela prática de crimes cometidos com violência
egresso. ou grave ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)
§ 1° A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, se- III - acusados pela prática de outros crimes ou contravenções
rão recolhidos a estabelecimento próprio e adequado à sua condi- diversos dos apontados nos incisos I e II. (Incluído pela Lei nº
ção pessoal. (Redação dada pela Lei nº 9.460, de 1997) 13.167, de 2015)
§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar estabe- § 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Ad-
lecimentos de destinação diversa desde que devidamente isolados. ministração da Justiça Criminal ficará em dependência separada.
Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, § 3o Os presos condenados ficarão separados de acordo com
deverá contar em suas dependências com áreas e serviços desti- os seguintes critérios: (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)
nados a dar assistência, educação, trabalho, recreação e prática I - condenados pela prática de crimes hediondos ou equipara-
esportiva. dos; (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)
§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes uni- II - reincidentes condenados pela prática de crimes cometidos
versitários. (Renumerado pela Lei nº 9.046, de 1995) com violência ou grave ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei nº
§ 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão 13.167, de 2015)
dotados de berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus III - primários condenados pela prática de crimes cometidos
filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de com violência ou grave ameaça à pessoa; (Incluído pela Lei nº
idade. (Redação dada pela Lei nº 11.942, de 2009) 13.167, de 2015)
§ 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste artigo de- IV - demais condenados pela prática de outros crimes ou con-
verão possuir, exclusivamente, agentes do sexo feminino na segu-
travenções em situação diversa das previstas nos incisos I, II e III.
rança de suas dependências internas. (Incluído pela Lei nº 12.121,
(Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)
de 2009).
§ 4o O preso que tiver sua integridade física, moral ou psi-
§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do
cológica ameaçada pela convivência com os demais presos ficará
ensino básico e profissionalizante. (Incluído pela Lei nº 12.245,
segregado em local próprio. (Incluído pela Lei nº 13.167, de 2015)
de 2010)
Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação compatí-
§ 5o Haverá instalação destinada à Defensoria Pública. (In-
vel com a sua estrutura e finalidade.
cluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta as ativi- Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Criminal e
dades materiais acessórias, instrumentais ou complementares de- Penitenciária determinará o limite máximo de capacidade do esta-
senvolvidas em estabelecimentos penais, e notadamente: (Incluído belecimento, atendendo a sua natureza e peculiaridades.
pela Lei nº 13.190, de 2015). Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Jus-
I - serviços de conservação, limpeza, informática, copeira- tiça de uma Unidade Federativa podem ser executadas em outra
gem, portaria, recepção, reprografia, telecomunicações, lavanderia unidade, em estabelecimento local ou da União.
e manutenção de prédios, instalações e equipamentos internos e § 1o A União Federal poderá construir estabelecimento penal
externos; (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015). em local distante da condenação para recolher os condenados,
II - serviços relacionados à execução de trabalho pelo preso. quando a medida se justifique no interesse da segurança pública ou
(Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015). do próprio condenado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 1o A execução indireta será realizada sob supervisão e fisca- § 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão
lização do poder público. (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015). trabalhar os liberados ou egressos que se dediquem a obras públi-
§ 2o Os serviços relacionados neste artigo poderão compreen- cas ou ao aproveitamento de terras ociosas.
der o fornecimento de materiais, equipamentos, máquinas e profis- § 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade
sionais. (Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015). administrativa definir o estabelecimento prisional adequado para
Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, chefia e abrigar o preso provisório ou condenado, em atenção ao regime e
coordenação no âmbito do sistema penal, bem como todas as ativi- aos requisitos estabelecidos. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
dades que exijam o exercício do poder de polícia, e notadamente:
(Incluído pela Lei nº 13.190, de 2015). CAPÍTULO II
I - classificação de condenados; (Incluído pela Lei nº 13.190, Da Penitenciária
de 2015).
II - aplicação de sanções disciplinares; (Incluído pela Lei nº Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de
13.190, de 2015). reclusão, em regime fechado.
III - controle de rebeliões; (Incluído pela Lei nº 13.190, de Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito Fede-
2015). ral e os Territórios poderão construir Penitenciárias destinadas, ex-
IV - transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário, hos- clusivamente, aos presos provisórios e condenados que estejam em
pitais e outros locais externos aos estabelecimentos penais. (Incluí- regime fechado, sujeitos ao regime disciplinar diferenciado, nos
do pela Lei nº 13.190, de 2015). termos do art. 52 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)

Didatismo e Conhecimento 104


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que con- Art. 97. O Centro de Observação será instalado em unidade
terá dormitório, aparelho sanitário e lavatório. autônoma ou em anexo a estabelecimento penal.
Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular: Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Comissão Téc-
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de nica de Classificação, na falta do Centro de Observação.
aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à exis-
tência humana; CAPÍTULO VI
b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados). Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a peniten- Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
ciária de mulheres será dotada de seção para gestante e parturien- destina-se aos inimputáveis e semi-imputáveis referidos no artigo
te e de creche para abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses e 26 e seu parágrafo único do Código Penal.
menores de 7 (sete) anos, com a finalidade de assistir a criança Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, o dis-
desamparada cuja responsável estiver presa. (Redação dada pela posto no parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.
Lei nº 11.942, de 2009) Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames necessá-
Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da creche rios ao tratamento são obrigatórios para todos os internados.
referidas neste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009) Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, se-
I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as di- gunda parte, do Código Penal, será realizado no Hospital de Custó-
retrizes adotadas pela legislação educacional e em unidades autô- dia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro local com dependência
nomas; e (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009) médica adequada.
II – horário de funcionamento que garanta a melhor assistên-
cia à criança e à sua responsável. (Incluído pela Lei nº 11.942, de CAPÍTULO VII
2009) Da Cadeia Pública
Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em local Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento de pre-
afastado do centro urbano, à distância que não restrinja a visitação. sos provisórios.
Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pú-
CAPÍTULO III blica a fim de resguardar o interesse da Administração da Justiça
Criminal e a permanência do preso em local próximo ao seu meio
Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar
social e familiar.
Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se
Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo será
ao cumprimento da pena em regime semiaberto.
instalado próximo de centro urbano, observando-se na construção
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compartimento
as exigências mínimas referidas no artigo 88 e seu parágrafo único
coletivo, observados os requisitos da letra a, do parágrafo único,
desta Lei.
do artigo 88, desta Lei.
Parágrafo único. São também requisitos básicos das depen- TÍTULO V
dências coletivas: Da Execução das Penas em Espécie
a) a seleção adequada dos presos;
b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de CAPÍTULO I
individualização da pena. Das Penas Privativas de Liberdade
CAPÍTULO IV SEÇÃO I
Da Casa do Albergado Disposições Gerais
Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena
pena privativa de liberdade, em regime aberto, e da pena de limi- privativa de liberdade, se o réu estiver ou vier a ser preso, o Juiz
tação de fim de semana. ordenará a expedição de guia de recolhimento para a execução.
Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a
dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se pela ausência de rubricará em todas as folhas e a assinará com o Juiz, será remetida
obstáculos físicos contra a fuga. à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:
Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Al- I - o nome do condenado;
bergado, a qual deverá conter, além dos aposentos para acomodar II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no
os presos, local adequado para cursos e palestras. órgão oficial de identificação;
Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para os III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória,
serviços de fiscalização e orientação dos condenados. bem como certidão do trânsito em julgado;
IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;
CAPÍTULO V V - a data da terminação da pena;
Do Centro de Observação VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao
adequado tratamento penitenciário.
Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os exames § 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhi-
gerais e o criminológico, cujos resultados serão encaminhados à mento.
Comissão Técnica de Classificação. § 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que so-
Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas pesquisas brevier modificação quanto ao início da execução ou ao tempo de
criminológicas. duração da pena.

Didatismo e Conhecimento 105


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da Ad- Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a
ministração da Justiça Criminal, far-se-á, na guia, menção dessa concessão de regime aberto, sem prejuízo das seguintes condições
circunstância, para fins do disposto no § 2°, do artigo 84, desta Lei. gerais e obrigatórias:
Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena I - permanecer no local que for designado, durante o repouso
privativa de liberdade, sem a guia expedida pela autoridade judi- e nos dias de folga;
ciária. II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
§ 1° A autoridade administrativa incumbida da execução pas- III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização
sará recibo da guia de recolhimento para juntá-la aos autos do pro- judicial;
cesso, e dará ciência dos seus termos ao condenado. IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas ati-
§ 2º As guias de recolhimento serão registradas em livro es- vidades, quando for determinado.
pecial, segundo a ordem cronológica do recebimento, e anexadas Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas,
ao prontuário do condenado, aditando-se, no curso da execução, o de ofício, a requerimento do Ministério Público, da autoridade ad-
cálculo das remições e de outras retificações posteriores. ministrativa ou do condenado, desde que as circunstâncias assim
Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será o recomendem.
internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico. Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário
Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto de regime aberto em residência particular quando se tratar de:
em liberdade, mediante alvará do Juiz, se por outro motivo não I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
estiver preso. II - condenado acometido de doença grave;
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou men-
SEÇÃO II tal;
Dos Regimes IV - condenada gestante.
Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará
condenado iniciará o cumprimento da pena privativa de liberdade, sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos
observado o disposto no artigo 33 e seus parágrafos do Código regimes mais rigorosos, quando o condenado:
Penal. I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada
no mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo
regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou uni- 111).
ficação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou § 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além
remição. das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da
Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execu- execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente im-
ção, somar-se-á a pena ao restante da que está sendo cumprida, posta.
para determinação do regime. § 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em ser ouvido previamente o condenado.
forma progressiva com a transferência para regime menos rigo- Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas com-
roso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido plementares para o cumprimento da pena privativa de liberdade
ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom em regime aberto (artigo 36, § 1º, do Código Penal).
comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabele-
cimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. (Redação SEÇÃO III
dada pela Lei nº 10.792, de 2003) Das Autorizações de Saída
§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifes-
tação do Ministério Público e do defensor. (Redação dada pela Lei SUBSEÇÃO I
nº 10.792, de 2003) Da Permissão de Saída
§ 2o Idêntico procedimento será adotado na concessão de li- Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fecha-
vramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados do ou semi-aberto e os presos provisórios poderão obter permissão
os prazos previstos nas normas vigentes. (Incluído pela Lei nº para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um
10.792, de 2003) dos seguintes fatos:
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, as-
a aceitação de seu programa e das condições impostas pelo Juiz. cendente, descendente ou irmão;
Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o con- II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do ar-
denado que: tigo 14).
I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê- Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo di-
-lo imediatamente; retor do estabelecimento onde se encontra o preso.
II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá
exames a que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar- a duração necessária à finalidade da saída.
-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo re-
gime.
Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pes-
soas referidas no artigo 117 desta Lei.

Didatismo e Conhecimento 106


LEGISLAÇÃO APLICADA
SUBSEÇÃO II § 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão
Da Saída Temporária de: (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi- I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência
-aberto poderão obter autorização para saída temporária do estabe- escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive pro-
lecimento, sem vigilância direta, nos seguintes casos: fissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissio-
I - visita à família; nal - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; (Incluído pela Lei nº
II - frequência a curso supletivo profissionalizante, bem como 12.433, de 2011)
de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do Juízo da Exe- II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. (Incluí-
cução; do pela Lei nº 12.433, de 2011)
III - participação em atividades que concorram para o retorno § 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo
ao convívio social. poderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia
Parágrafo único. A ausência de vigilância direta não impede a de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades
utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo conde- educacionais competentes dos cursos frequentados. (Redação dada
nado, quando assim determinar o juiz da execução. (Incluído pela pela Lei nº 12.433, de 2011)
Lei nº 12.258, de 2010) § 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas
Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se com-
Juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a administração patibilizarem. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
penitenciária e dependerá da satisfação dos seguintes requisitos: § 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no
I - comportamento adequado; trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição.
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o con- (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
denado for primário, e 1/4 (um quarto), se reincidente; § 5o O tempo a remir em função das horas de estudo será
III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena. acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino funda-
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior mental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde
a 7 (sete) dias, podendo ser renovada por mais 4 (quatro) vezes que certificada pelo órgão competente do sistema de educação.(In-
durante o ano. cluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao benefi- § 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou se-
ciário as seguintes condições, entre outras que entender compatí- miaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela
veis com as circunstâncias do caso e a situação pessoal do conde- frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional,
nado: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, ob-
I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visita- servado o disposto no inciso I do § 1o deste artigo.(Incluído pela
da ou onde poderá ser encontrado durante o gozo do benefício; (In- Lei nº 12.433, de 2011)
cluído pela Lei nº 12.258, de 2010) § 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão
II - recolhimento à residência visitada, no período notur- cautelar.(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
no; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) § 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos
III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabeleci- o Ministério Público e a defesa. (Incluído pela Lei nº 12.433, de
mentos congêneres. (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) 2011)
§ 2o Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3
de instrução de ensino médio ou superior, o tempo de saída será (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, reco-
o necessário para o cumprimento das atividades discentes. (Renu- meçando a contagem a partir da data da infração disciplinar. (Re-
merado do parágrafo único pela Lei nº 12.258, de 2010) dação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
§ 3o Nos demais casos, as autorizações de saída somente po- Art. 128. O tempo remido será computado como pena cum-
derão ser concedidas com prazo mínimo de 45 (quarenta e cinco) prida, para todos os efeitos.(Redação dada pela Lei nº 12.433, de
dias de intervalo entre uma e outra. (Incluído pela Lei nº 12.258, 2011)
de 2010) Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensal-
Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando mente ao juízo da execução cópia do registro de todos os conde-
o condenado praticar fato definido como crime doloso, for punido nados que estejam trabalhando ou estudando, com informação dos
por falta grave, desatender as condições impostas na autorização dias de trabalho ou das horas de frequência escolar ou de ativida-
ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso. des de ensino de cada um deles. (Redação dada pela Lei nº 12.433,
Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária de 2011)
dependerá da absolvição no processo penal, do cancelamento da § 1o O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimen-
punição disciplinar ou da demonstração do merecimento do con- to penal deverá comprovar mensalmente, por meio de declaração
denado. da respectiva unidade de ensino, a frequência e o aproveitamento
escolar. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
SEÇÃO IV § 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remi-
Da Remição dos. (Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal
ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do declarar ou atestar falsamente prestação de serviço para fim de ins-
tempo de execução da pena. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de truir pedido de remição.
2011).

Didatismo e Conhecimento 107


LEGISLAÇÃO APLICADA
SEÇÃO V § 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-
Do Livramento Condicional -conduto, em que constem as condições do livramento, podendo
Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo substituir-se a ficha de identificação ou o seu retrato pela descrição
Juiz da execução, presentes os requisitos do artigo 83, incisos e dos sinais que possam identificá-lo.
parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o Ministério Público e § 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço
Conselho Penitenciário. para consignar-se o cumprimento das condições referidas no artigo
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições 132 desta Lei.
a que fica subordinado o livramento. Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas por
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obri- serviço social penitenciário, Patronato ou Conselho da Comunida-
gações seguintes: de terão a finalidade de:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto I - fazer observar o cumprimento das condições especificadas
para o trabalho; na sentença concessiva do benefício;
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação; II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, obrigações e auxiliando-o na obtenção de atividade laborativa.
Parágrafo único. A entidade encarregada da observação cau-
sem prévia autorização deste.
telar e da proteção do liberado apresentará relatório ao Conselho
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre
Penitenciário, para efeito da representação prevista nos artigos 143
outras obrigações, as seguintes:
e 144 desta Lei.
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à auto- Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas
ridade incumbida da observação cautelar e de proteção; hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do Código Penal.
b) recolher-se à habitação em hora fixada; Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipó-
c) não frequentar determinados lugares. tese da revogação facultativa, o Juiz deverá advertir o liberado ou
d) (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) agravar as condições.
Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal ante-
do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da sentença do livramen- rior à vigência do livramento, computar-se-á como tempo de cum-
to ao Juízo do lugar para onde ele se houver transferido e à autori- primento da pena o período de prova, sendo permitida, para a con-
dade incumbida da observação cautelar e de proteção. cessão de novo livramento, a soma do tempo das 2 (duas) penas.
Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de apresen- Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se com-
tar-se imediatamente às autoridades referidas no artigo anterior. putará na pena o tempo em que esteve solto o liberado, e tampouco
Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livramento, se concederá, em relação à mesma pena, novo livramento.
os autos baixarão ao Juízo da execução, para as providências ca- Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do Mi-
bíveis. nistério Público, mediante representação do Conselho Penitenciá-
Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de li- rio, ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado.
vramento com a cópia integral da sentença em 2 (duas) vias, reme- Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Pú-
tendo-se uma à autoridade administrativa incumbida da execução blico, da Defensoria Pública ou mediante representação do Conse-
e outra ao Conselho Penitenciário. lho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá modificar as condi-
Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realiza- ções especificadas na sentença, devendo o respectivo ato decisório
da solenemente no dia marcado pelo Presidente do Conselho Pe- ser lido ao liberado por uma das autoridades ou funcionários in-
nitenciário, no estabelecimento onde está sendo cumprida a pena, dicados no inciso I do caput do art. 137 desta Lei, observado o
observando-se o seguinte: disposto nos incisos II e III e §§ 1o e 2o do mesmo artigo. (Redação
I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz
condenados, pelo Presidente do Conselho Penitenciário ou mem-
poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e o
bro por ele designado, ou, na falta, pelo Juiz;
Ministério Público, suspendendo o curso do livramento condicio-
II - a autoridade administrativa chamará a atenção do liberan-
nal, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final.
do para as condições impostas na sentença de livramento; Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do
III - o liberando declarará se aceita as condições. Ministério Público ou mediante representação do Conselho Peni-
§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito tenciário, julgará extinta a pena privativa de liberdade, se expirar o
por quem presidir a cerimônia e pelo liberando, ou alguém a seu prazo do livramento sem revogação.
rogo, se não souber ou não puder escrever.
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da exe- Seção VI
cução. Da Monitoração Eletrônica 
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser-lhe- (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
-á entregue, além do saldo de seu pecúlio e do que lhe pertencer, Art. 146-A. (VETADO).  (Incluído pela Lei nº 12.258, de
uma caderneta, que exibirá à autoridade judiciária ou administrati- 2010)
va, sempre que lhe for exigida. Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da
§ 1º A caderneta conterá: monitoração eletrônica quando: (Incluído pela Lei nº 12.258, de
a) a identificação do liberado; 2010)
b) o texto impresso do presente Capítulo; I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
c) as condições impostas. II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto; (In-
cluído pela Lei nº 12.258, de 2010)

Didatismo e Conhecimento 108


LEGISLAÇÃO APLICADA
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) SEÇÃO II
IV - determinar a prisão domiciliar; (Incluído pela Lei nº Da Prestação de Serviços à Comunidade
12.258, de 2010)
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.258, de I - designar a entidade ou programa comunitário ou estatal,
2010) devidamente credenciado ou convencionado, junto ao qual o con-
Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados denado deverá trabalhar gratuitamente, de acordo com as suas ap-
que deverá adotar com o equipamento eletrônico e dos seguintes tidões;
deveres: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) II - determinar a intimação do condenado, cientificando-o da
I - receber visitas do servidor responsável pela monitoração entidade, dias e horário em que deverá cumprir a pena;
eletrônica, responder aos seus contatos e cumprir suas orienta- III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às modifi-
ções; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) cações ocorridas na jornada de trabalho.
II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar § 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e será
de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de realizado aos sábados, domingos e feriados, ou em dias úteis, de
permitir que outrem o faça; (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho, nos horários
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) estabelecidos pelo Juiz.
Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres previs- § 2º A execução terá início a partir da data do primeiro com-
tos neste artigo poderá acarretar, a critério do juiz da execução, ou- parecimento.
vidos o Ministério Público e a defesa: (Incluído pela Lei nº 12.258, Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de serviços
de 2010) encaminhará mensalmente, ao Juiz da execução, relatório circuns-
I - a regressão do regime; (Incluído pela Lei nº 12.258, de tanciado das atividades do condenado, bem como, a qualquer tem-
2010) po, comunicação sobre ausência ou falta disciplinar.
II - a revogação da autorização de saída temporária; (Incluído
pela Lei nº 12.258, de 2010) SEÇÃO III
III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Da Limitação de Fim de Semana
IV - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010)
V - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a intimação
VI - a revogação da prisão domiciliar; (Incluído pela Lei nº do condenado, cientificando-o do local, dias e horário em que de-
12.258, de 2010) verá cumprir a pena.
VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o Parágrafo único. A execução terá início a partir da data do
juiz da execução decida não aplicar alguma das medidas previstas primeiro comparecimento.
nos incisos de I a VI deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 12.258, Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o
de 2010) tempo de permanência, cursos e palestras, ou atribuídas atividades
Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revoga- educativas.
da: (Incluído pela Lei nº 12.258, de 2010) Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a
I - quando se tornar desnecessária ou inadequada; (Incluído mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do
pela Lei nº 12.258, de 2010) agressor a programas de recuperação e reeducação. (Incluído pela
II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver Lei nº 11.340, de 2006)
sujeito durante a sua vigência ou cometer falta grave. (Incluído Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará, mensal-
pela Lei nº 12.258, de 2010) mente, ao Juiz da execução, relatório, bem assim comunicará, a
qualquer tempo, a ausência ou falta disciplinar do condenado.
CAPÍTULO II
Das Penas Restritivas de Direitos SEÇÃO IV
Da Interdição Temporária de Direitos
SEÇÃO I Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à autoridade
Disposições Gerais competente a pena aplicada, determinada a intimação do conde-
nado.
Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena § 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, inciso I,
restritiva de direitos, o Juiz da execução, de ofício ou a reque- do Código Penal, a autoridade deverá, em 24 (vinte e quatro) ho-
rimento do Ministério Público, promoverá a execução, podendo, ras, contadas do recebimento do ofício, baixar ato, a partir do qual
para tanto, requisitar, quando necessário, a colaboração de entida- a execução terá seu início.
des públicas ou solicitá-la a particulares. § 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código Pe-
Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, mo- nal, o Juízo da execução determinará a apreensão dos documentos,
tivadamente, alterar, a forma de cumprimento das penas de pres- que autorizam o exercício do direito interditado.
tação de serviços à comunidade e de limitação de fim de semana, Art. 155. A autoridade deverá comunicar imediatamente ao
ajustando-as às condições pessoais do condenado e às característi- Juiz da execução o descumprimento da pena.
cas do estabelecimento, da entidade ou do programa comunitário Parágrafo único. A comunicação prevista neste artigo poderá
ou estatal. ser feita por qualquer prejudicado.

Didatismo e Conhecimento 109


LEGISLAÇÃO APLICADA
CAPÍTULO III Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com a nota
Da Suspensão Condicional de suspensão em livro especial do Juízo a que couber a execução
Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) da pena.
a 4 (quatro) anos, a execução da pena privativa de liberdade, não § 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato aver-
superior a 2 (dois) anos, na forma prevista nos artigos 77 a 82 do bado à margem do registro.
Código Penal. § 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para efeito
Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena de informações requisitadas por órgão judiciário ou pelo Ministé-
privativa de liberdade, na situação determinada no artigo anterior, rio Público, para instruir processo penal.
deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre a suspensão condi-
cional, quer a conceda, quer a denegue. CAPÍTULO IV
Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as condi- Da Pena de Multa
ções a que fica sujeito o condenado, pelo prazo fixado, começando
este a correr da audiência prevista no artigo 160 desta Lei. Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com
§ 1° As condições serão adequadas ao fato e à situação pessoal trânsito em julgado, que valerá como título executivo judicial, o
do condenado, devendo ser incluída entre as mesmas a de prestar Ministério Público requererá, em autos apartados, a citação do
serviços à comunidade, ou limitação de fim de semana, salvo hipó- condenado para, no prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor da multa
tese do artigo 78, § 2º, do Código Penal. ou nomear bens à penhora.
§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a requeri- § 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o depó-
mento do Ministério Público ou mediante proposta do Conselho sito da respectiva importância, proceder-se-á à penhora de tantos
Penitenciário, modificar as condições e regras estabelecidas na bens quantos bastem para garantir a execução.
sentença, ouvido o condenado. § 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior execução
§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas seguirão o que dispuser a lei processual civil.
nos Estados, Territórios e Distrito Federal por normas supletivas, Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os autos aparta-
será atribuída a serviço social penitenciário, Patronato, Conselho dos serão remetidos ao Juízo Cível para prosseguimento.
da Comunidade ou instituição beneficiada com a prestação de ser- Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á prosse-
viços, inspecionados pelo Conselho Penitenciário, pelo Ministério guimento nos termos do § 2º do artigo 164, desta Lei.
Público, ou ambos, devendo o Juiz da execução suprir, por ato, a Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa quando
falta das normas supletivas. sobrevier ao condenado doença mental (artigo 52 do Código Pe-
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à entidade nal).
fiscalizadora, para comprovar a observância das condições a que Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa se
está sujeito, comunicará, também, a sua ocupação e os salários ou efetue mediante desconto no vencimento ou salário do condenado,
proventos de que vive. nas hipóteses do artigo 50, § 1º, do Código Penal, observando-se
§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar imediatamente o seguinte:
ao órgão de inspeção, para os fins legais, qualquer fato capaz de I - o limite máximo do desconto mensal será o da quarta parte
acarretar a revogação do benefício, a prorrogação do prazo ou a da remuneração e o mínimo o de um décimo;
modificação das condições. II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita co- direito;
municação ao Juiz e à entidade fiscalizadora do local da nova resi- III - o responsável pelo desconto será intimado a recolher
dência, aos quais o primeiro deverá apresentar-se imediatamente. mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a importância determi-
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for con- nada.
cedida por Tribunal, a este caberá estabelecer as condições do be- Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o artigo 164
nefício. desta Lei, poderá o condenado requerer ao Juiz o pagamento da
§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal modifi- multa em prestações mensais, iguais e sucessivas.
car as condições estabelecidas na sentença recorrida. § 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da pena, para verificar a real situação econômica do condenado e, ouvido o
poderá, todavia, conferir ao Juízo da execução a incumbência de Ministério Público, fixará o número de prestações.
estabelecer as condições do benefício, e, em qualquer caso, a de § 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de situação
realizar a audiência admonitória. econômica, o Juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Pú-
Art. 160. Transitada em julgado a sentença condenatória, o blico, revogará o benefício executando-se a multa, na forma pre-
Juiz a lerá ao condenado, em audiência, advertindo-o das conse- vista neste Capítulo, ou prosseguindo-se na execução já iniciada.
quências de nova infração penal e do descumprimento das condi- Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada cumulativa-
ções impostas. mente com pena privativa da liberdade, enquanto esta estiver sen-
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo do executada, poderá aquela ser cobrada mediante desconto na
de 20 (vinte) dias, o réu não comparecer injustificadamente à au- remuneração do condenado (artigo 168).
diência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será executa- § 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de liberdade ou
da imediatamente a pena. obtiver livramento condicional, sem haver resgatado a multa, far-
Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena e a -se-á a cobrança nos termos deste Capítulo.
prorrogação do período de prova dar-se-ão na forma do artigo 81 e § 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos casos
respectivos parágrafos do Código Penal. em que for concedida a suspensão condicional da pena.

Didatismo e Conhecimento 110


LEGISLAÇÃO APLICADA
TÍTULO VI Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a cessação
Da Execução das Medidas de Segurança da periculosidade, observar-se-á, no que lhes for aplicável, o dis-
posto no artigo anterior.
CAPÍTULO I Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de liberação (ar-
Disposições Gerais tigo 97, § 3º, do Código Penal), aplicar-se-á o disposto nos artigos
132 e 133 desta Lei.
Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar medida Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá
de segurança, será ordenada a expedição de guia para a execução. ordem para a desinternação ou a liberação.
Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de Custódia e
Tratamento Psiquiátrico, ou submetido a tratamento ambulatorial, TÍTULO VII
para cumprimento de medida de segurança, sem a guia expedida Dos Incidentes de Execução
pela autoridade judiciária.
Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento ambulato- CAPÍTULO I
rial, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a Das Conversões
subscreverá com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa
incumbida da execução e conterá: Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois)
I - a qualificação do agente e o número do registro geral do anos, poderá ser convertida em restritiva de direitos, desde que:
órgão oficial de identificação; I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto;
II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver aplicado II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena;
a medida de segurança, bem como a certidão do trânsito em jul- III - os antecedentes e a personalidade do condenado indi-
gado; quem ser a conversão recomendável.
III - a data em que terminará o prazo mínimo de internação, ou Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em pri-
do tratamento ambulatorial; vativa de liberdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e seus
IV - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao incisos do Código Penal.
adequado tratamento ou internamento. § 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será con-
§ 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia de reco- vertida quando o condenado:
lhimento e de sujeição a tratamento. a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido,
§ 2° A guia será retificada sempre que sobrevier modificações ou desatender a intimação por edital;
quanto ao prazo de execução. b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou progra-
Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de segurança, ma em que deva prestar serviço;
naquilo que couber, o disposto nos artigos 8° e 9° desta Lei. c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe
foi imposto;
CAPÍTULO II d) praticar falta grave;
Da Cessação da Periculosidade e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liber-
Art. 175. A cessação da periculosidade será averiguada no fim dade, cuja execução não tenha sido suspensa.
do prazo mínimo de duração da medida de segurança, pelo exame § 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida
das condições pessoais do agente, observando-se o seguinte: quando o condenado não comparecer ao estabelecimento designa-
I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes de expirar do para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer a atividade
o prazo de duração mínima da medida, remeterá ao Juiz minucioso determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das
relatório que o habilite a resolver sobre a revogação ou permanên- letras «a», «d» e «e» do parágrafo anterior.
cia da medida; § 3º A pena de interdição temporária de direitos será conver-
II - o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico; tida quando o condenado exercer, injustificadamente, o direito in-
III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências, terditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras «a» e «e»,
serão ouvidos, sucessivamente, o Ministério Público e o curador do § 1º, deste artigo.
ou defensor, no prazo de 3 (três) dias para cada um; Art. 182. (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1996)
IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o agente que Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa
não o tiver; de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde
V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da
poderá determinar novas diligências, ainda que expirado o prazo Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá deter-
de duração mínima da medida de segurança; minar a substituição da pena por medida de segurança. (Redação
VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que se dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua decisão, no prazo de Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em
5 (cinco) dias. internação se o agente revelar incompatibilidade com a medida.
Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo mí- Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de interna-
nimo de duração da medida de segurança, poderá o Juiz da execu- ção será de 1 (um) ano.
ção, diante de requerimento fundamentado do Ministério Público
ou do interessado, seu procurador ou defensor, ordenar o exame
para que se verifique a cessação da periculosidade, procedendo-se
nos termos do artigo anterior.

Didatismo e Conhecimento 111


LEGISLAÇÃO APLICADA
CAPÍTULO II § 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz decidirá
Do Excesso ou Desvio de plano, em igual prazo.
Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre que § 2º Entendendo indispensável a realização de prova pericial
algum ato for praticado além dos limites fixados na sentença, em ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a produção daquela ou
normas legais ou regulamentares. na audiência designada.
Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de
execução: agravo, sem efeito suspensivo.
I - o Ministério Público;
II - o Conselho Penitenciário; TÍTULO IX
III - o sentenciado; Das Disposições Finais e Transitórias
IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal.
Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execução penal,
CAPÍTULO III e ao servidor, a divulgação de ocorrência que perturbe a segurança
Da Anistia e do Indulto e a disciplina dos estabelecimentos, bem como exponha o preso à
Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a requerimento inconveniente notoriedade, durante o cumprimento da pena.
do interessado ou do Ministério Público, por proposta da autorida- Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por decreto
de administrativa ou do Conselho Penitenciário, declarará extinta federal. (Regulamento)
a punibilidade. Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por peti- ao trabalho.
ção do condenado, por iniciativa do Ministério Público, do Conse- Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o cumpri-
lho Penitenciário, ou da autoridade administrativa. mento da prisão civil e da prisão administrativa se efetivará em
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos documentos seção especial da Cadeia Pública.
que a instruírem, será entregue ao Conselho Penitenciário, para a Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha
elaboração de parecer e posterior encaminhamento ao Ministério corrida, atestados ou certidões fornecidas por autoridade policial
da Justiça. ou por auxiliares da Justiça, qualquer notícia ou referência à con-
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do pro- denação, salvo para instruir processo pela prática de nova infração
cesso e do prontuário, promoverá as diligências que entender ne- penal ou outros casos expressos em lei.
cessárias e fará, em relatório, a narração do ilícito penal e dos fun- Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da publicação
damentos da sentença condenatória, a exposição dos antecedentes desta Lei, serão editadas as normas complementares ou regulamen-
do condenado e do procedimento deste depois da prisão, emitindo tares, necessárias à eficácia dos dispositivos não autoaplicáveis.
seu parecer sobre o mérito do pedido e esclarecendo qualquer for- § 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades Federati-
malidade ou circunstâncias omitidas na petição. vas, em convênio com o Ministério da Justiça, projetar a adap-
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com documen- tação, construção e equipamento de estabelecimentos e serviços
tos e o relatório do Conselho Penitenciário, a petição será submeti- penais previstos nesta Lei.
da a despacho do Presidente da República, a quem serão presentes § 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser providenciada a
os autos do processo ou a certidão de qualquer de suas peças, se aquisição ou desapropriação de prédios para instalação de casas
ele o determinar. de albergados.
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do § 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo poderá ser
decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajustará a execução aos ampliado, por ato do Conselho Nacional de Política Criminal e
termos do decreto, no caso de comutação. Penitenciária, mediante justificada solicitação, instruída com os
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto coleti- projetos de reforma ou de construção de estabelecimentos.
vo, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério § 4º O descumprimento injustificado dos deveres estabeleci-
Público, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário ou da autori- dos para as Unidades Federativas implicará na suspensão de qual-
dade administrativa, providenciará de acordo com o disposto no quer ajuda financeira a elas destinada pela União, para atender às
artigo anterior. despesas de execução das penas e medidas de segurança.
Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente com a
TÍTULO VIII lei de reforma da Parte Geral do Código Penal, revogadas as dispo-
Do Procedimento Judicial sições em contrário, especialmente a Lei nº 3.274, de 2 de outubro
Art. 194. O procedimento correspondente às situações previs- de 1957.
tas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-se perante o Juízo da Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da Independência e 96º da
execução. República.
Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a JOÃO FIGUEIREDO 
requerimento do Ministério Público, do interessado, de quem o Ibrahim Abi-Ackel
represente, de seu cônjuge, parente ou descendente, mediante pro- Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.7.1984
posta do Conselho Penitenciário, ou, ainda, da autoridade admi-
nistrativa.
Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-se, em 3
(três) dias, o condenado e o Ministério Público, quando não figu-
rem como requerentes da medida.

Didatismo e Conhecimento 112


LEGISLAÇÃO APLICADA
b) a inserção, no referido sistema educacional, das escolas es-
peciais, privadas e públicas;
LEI DE APOIO ÀS PESSOAS c) a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em
PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA, estabelecimento público de ensino;
SUA INTEGRAÇÃO SOCIAL, SOBRE A d) o oferecimento obrigatório de programas de Educação Es-
COORDENADORIA NACIONAL PARA pecial a nível pré-escolar, em unidades hospitalares e congêneres
INTEGRAÇÃO DA PESSOA PORTADORA nas quais estejam internados, por prazo igual ou superior a 1 (um)
ano, educandos portadores de deficiência;
DE DEFICIÊNCIA – CORDE, INSTITUI A e) o acesso de alunos portadores de deficiência aos benefícios
TUTELA JURISDICIONAL DE conferidos aos demais educandos, inclusive material escolar, me-
INTERESSES COLETIVOS OU DIFUSOS renda escolar e bolsas de estudo;
DESSAS PESSOAS, DISCIPLINA A f) a matrícula compulsória em cursos regulares de estabeleci-
mentos públicos e particulares de pessoas portadoras de deficiên-
ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO, cia capazes de se integrarem no sistema regular de ensino;
DEFINE CRIMES. II - na área da saúde:
a) a promoção de ações preventivas, como as referentes ao
planejamento familiar, ao aconselhamento genético, ao acompa-
nhamento da gravidez, do parto e do puerpério, à nutrição da mu-
LEI Nº 7.853, DE 24 DE OUTUBRO DE 1989. lher e da criança, à identificação e ao controle da gestante e do
feto de alto risco, à imunização, às doenças do metabolismo e seu
Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua diagnóstico e ao encaminhamento precoce de outras doenças cau-
integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração sadoras de deficiência;
da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde, institui a tutela jurisdi- b) o desenvolvimento de programas especiais de prevenção
cional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina de acidente do trabalho e de trânsito, e de tratamento adequado a
a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras provi- suas vítimas;
dências. c) a criação de uma rede de serviços especializados em reabi-
litação e habilitação;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con- d) a garantia de acesso das pessoas portadoras de deficiência
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: aos estabelecimentos de saúde públicos e privados, e de seu ade-
Art. 1º Ficam estabelecidas normas gerais que asseguram o ple- quado tratamento neles, sob normas técnicas e padrões de conduta
no exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras apropriados;
de deficiências, e sua efetiva integração social, nos termos desta Lei. e) a garantia de atendimento domiciliar de saúde ao deficiente
§ 1º Na aplicação e interpretação desta Lei, serão considerados grave não internado;
os valores básicos da igualdade de tratamento e oportunidade, da f) o desenvolvimento de programas de saúde voltados para as
justiça social, do respeito à dignidade da pessoa humana, do bem- pessoas portadoras de deficiência, desenvolvidos com a participa-
-estar, e outros, indicados na Constituição ou justificados pelos prin- ção da sociedade e que lhes ensejem a integração social;
cípios gerais de direito. III - na área da formação profissional e do trabalho:
§ 2º As normas desta Lei visam garantir às pessoas portadoras a) o apoio governamental à formação profissional, e a garantia
de deficiência as ações governamentais necessárias ao seu cumpri- de acesso aos serviços concernentes, inclusive aos cursos regulares
mento e das demais disposições constitucionais e legais que lhes voltados à formação profissional;
concernem, afastadas as discriminações e os preconceitos de qual- b) o empenho do Poder Público quanto ao surgimento e à ma-
quer espécie, e entendida a matéria como obrigação nacional a cargo nutenção de empregos, inclusive de tempo parcial, destinados às
do Poder Público e da sociedade. pessoas portadoras de deficiência que não tenham acesso aos em-
Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pes- pregos comuns;
soas portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos c) a promoção de ações eficazes que propiciem a inserção, nos
básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao setores públicos e privado, de pessoas portadoras de deficiência;
lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e d) a adoção de legislação específica que discipline a reserva de
de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu
mercado de trabalho, em favor das pessoas portadoras de deficiên-
bem-estar pessoal, social e econômico.
cia, nas entidades da Administração Pública e do setor privado, e
Parágrafo único. Para o fim estabelecido no caput deste arti-
que regulamente a organização de oficinas e congêneres integradas
go, os órgãos e entidades da administração direta e indireta devem
ao mercado de trabalho, e a situação, nelas, das pessoas portadoras
dispensar, no âmbito de sua competência e finalidade, aos assuntos
de deficiência;
objetos esta Lei, tratamento prioritário e adequado, tendente a viabi-
IV - na área de recursos humanos:
lizar, sem prejuízo de outras, as seguintes medidas:
I - na área da educação: a) a formação de professores de nível médio para a Educação
a) a inclusão, no sistema educacional, da Educação Especial Especial, de técnicos de nível médio especializados na habilitação
como modalidade educativa que abranja a educação precoce, a pré- e reabilitação, e de instrutores para formação profissional;
-escolar, as de 1º e 2º graus, a supletiva, a habilitação e reabilitação b) a formação e qualificação de recursos humanos que, nas
profissionais, com currículos, etapas e exigências de diplomação diversas áreas de conhecimento, inclusive de nível superior, aten-
dam à demanda e às necessidades reais das pessoas portadoras de
próprios;
deficiências;

Didatismo e Conhecimento 113


LEGISLAÇÃO APLICADA
c) o incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico inquérito civil, ou das peças informativas. Neste caso, deverá re-
em todas as áreas do conhecimento relacionadas com a pessoa por- meter a reexame os autos ou as respectivas peças, em 3 (três) dias,
tadora de deficiência; ao Conselho Superior do Ministério Público, que os examinará,
V - na área das edificações: deliberando a respeito, conforme dispuser seu Regimento.
a) a adoção e a efetiva execução de normas que garantam a § 2º Se a promoção do arquivamento for reformada, o Con-
funcionalidade das edificações e vias públicas, que evitem ou re- selho Superior do Ministério Público designará desde logo outro
movam os óbices às pessoas portadoras de deficiência, permitam órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.
o acesso destas a edifícios, a logradouros e a meios de transporte. Art. 7º Aplicam-se à ação civil pública prevista nesta Lei, no
Art. 3o As medidas judiciais destinadas à proteção de interes- que couber, os dispositivos da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
ses coletivos, difusos, individuais homogêneos e individuais in- Art. 8o Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5
disponíveis da pessoa com deficiência poderão ser propostas pelo (cinco) anos e multa: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela União, pelos (Vigência)
Estados, pelos Municípios, pelo Distrito Federal, por associação I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar,
constituída há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, por cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de
autarquia, por empresa pública e por fundação ou sociedade de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, em razão de
economia mista que inclua, entre suas finalidades institucionais, sua deficiência; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
a proteção dos interesses e a promoção de direitos da pessoa com II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém
deficiência. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) a qualquer cargo ou emprego público, em razão de sua deficiên-
§ 1º Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às cia; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
autoridades competentes as certidões e informações que julgar ne- III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa
cessárias. em razão de sua deficiência; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
§ 2º As certidões e informações a que se refere o parágrafo 2015) (Vigência)
anterior deverão ser fornecidas dentro de 15 (quinze) dias da en- IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de
trega, sob recibo, dos respectivos requerimentos, e só poderão se prestar assistência médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa com
utilizadas para a instrução da ação civil. deficiência; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 3º Somente nos casos em que o interesse público, devida- V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem
mente justificado, impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei; (Redação dada
informação. pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 4º Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, a ação poderá VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis
ser proposta desacompanhada das certidões ou informações nega- à propositura da ação civil pública objeto desta Lei, quando requi-
das, cabendo ao juiz, após apreciar os motivos do indeferimento, sitados. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
e, salvo quando se tratar de razão de segurança nacional, requisitar § 1o Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência
umas e outras; feita a requisição, o processo correrá em segredo de menor de 18 (dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um ter-
justiça, que cessará com o trânsito em julgado da sentença. ço). (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 5º Fica facultado aos demais legitimados ativos habilitarem- § 2o A pena pela adoção deliberada de critérios subjetivos para
-se como litisconsortes nas ações propostas por qualquer deles. indeferimento de inscrição, de aprovação e de cumprimento de es-
§ 6º Em caso de desistência ou abandono da ação, qualquer tágio probatório em concursos públicos não exclui a responsabi-
dos co-legitimados pode assumir a titularidade ativa. lidade patrimonial pessoal do administrador público pelos danos
Art. 4º A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível erga causados. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
omnes, exceto no caso de haver sido a ação julgada improceden- § 3o Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta o in-
te por deficiência de prova, hipótese em que qualquer legitimado gresso de pessoa com deficiência em planos privados de assistên-
poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se cia à saúde, inclusive com cobrança de valores diferenciados. (In-
de nova prova. cluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 1º A sentença que concluir pela carência ou pela improce- § 4o Se o crime for praticado em atendimento de urgência e
dência da ação fica sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produ- emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço). (Incluído pela
zindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal. Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
§ 2º Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação Art. 9º A Administração Pública Federal conferirá aos assun-
e suscetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer legitimado ati- tos relativos às pessoas portadoras de deficiência tratamento prio-
vo, inclusive o Ministério Público. ritário e apropriado, para que lhes seja efetivamente ensejado o
Art. 5º O Ministério Público intervirá obrigatoriamente nas pleno exercício de seus direitos individuais e sociais, bem como
ações públicas, coletivas ou individuais, em que se discutam inte- sua completa integração social.
resses relacionados à deficiência das pessoas. § 1º Os assuntos a que alude este artigo serão objeto de ação,
Art. 6º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presi- coordenada e integrada, dos órgãos da Administração Pública
dência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa física ou Federal, e incluir-se-ão em Política Nacional para Integração da
jurídica, pública ou particular, certidões, informações, exame ou Pessoa Portadora de Deficiência, na qual estejam compreendidos
perícias, no prazo que assinalar, não inferior a 10 (dez) dias úteis. planos, programas e projetos sujeitos a prazos e objetivos deter-
§ 1º Esgotadas as diligências, caso se convença o órgão do minados.
Ministério Público da inexistência de elementos para a propositura
de ação civil, promoverá fundamentadamente o arquivamento do

Didatismo e Conhecimento 114


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 2º Ter-se-ão como integrantes da Administração Pública Fe- Art. 17. Serão incluídas no censo demográfico de 1990, e nos
deral, para os fins desta Lei, além dos órgãos públicos, das autar- subsequentes, questões concernentes à problemática da pessoa
quias, das empresas públicas e sociedades de economia mista, as portadora de deficiência, objetivando o conhecimento atualizado
respectivas subsidiárias e as fundações públicas. do número de pessoas portadoras de deficiência no País.
Art. 10. A coordenação superior dos assuntos, ações governa- Art. 18. Os órgãos federais desenvolverão, no prazo de 12
mentais e medidas referentes a pessoas portadoras de deficiência (doze) meses contado da publicação desta Lei, as ações necessá-
caberá à Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência rias à efetiva implantação das medidas indicadas no art. 2º desta
da República. (Redação dada pela Lei nº 11.958, de 2009) Lei.
Parágrafo único. Ao órgão a que se refere este artigo caberá Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
formular a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora Art. 20. Revogam-se as disposições em contrário.
de Deficiência, seus planos, programas e projetos e cumprir as ins- Brasília, 24 de outubro de 1989; 168º da Independência e 101º
truções superiores que lhes digam respeito, com a cooperação dos da República.
demais órgãos públicos. (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) JOSÉ SARNEY 
Art. 11. (Revogado pela Lei nº 8.028, de 1990) João Batista de Abreu
Art. 12. Compete à Corde: Este texto não substitui o publicado no DOU de 25.10.1989
I - coordenar as ações governamentais e medidas que se refi-
ram às pessoas portadoras de deficiência;
II - elaborar os planos, programas e projetos subsumidos na
Política Nacional para a Integração de Pessoa Portadora de Defi-
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO
ciência, bem como propor as providências necessárias a sua com- ADOLESCENTE.
pleta implantação e seu adequado desenvolvimento, inclusive as
pertinentes a recursos e as de caráter legislativo;
III - acompanhar e orientar a execução, pela Administração
Pública Federal, dos planos, programas e projetos mencionados
no inciso anterior; LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.
IV - manifestar-se sobre a adequação à Política Nacional para
a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência dos projetos fe- Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá ou-
derais a ela conexos, antes da liberação dos recursos respectivos;
tras providências.
V - manter, com os Estados, Municípios, Territórios, o Distrito
Federal, e o Ministério Público, estreito relacionamento, objeti-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Con-
vando a concorrência de ações destinadas à integração social das
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
pessoas portadoras de deficiência;
VI - provocar a iniciativa do Ministério Público, ministrando-
Título I
-lhe informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil
Das Disposições Preliminares
de que esta Lei, e indicando-lhe os elementos de convicção;
VII - emitir opinião sobre os acordos, contratos ou convênios
firmados pelos demais órgãos da Administração Pública Federal, Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e
no âmbito da Política Nacional para a Integração da Pessoa Porta- ao adolescente.
dora de Deficiência;
VIII - promover e incentivar a divulgação e o debate das ques- Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pes-
tões concernentes à pessoa portadora de deficiência, visando à soa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre
conscientização da sociedade. doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Na elaboração dos planos, programas e pro- Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se ex-
jetos a seu cargo, deverá a Corde recolher, sempre que possível, a cepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um
opinião das pessoas e entidades interessadas, bem como considerar anos de idade.
a necessidade de efetivo apoio aos entes particulares voltados para
a integração social das pessoas portadoras de deficiência. Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
Art. 13. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção
2001) integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por
Art. 14. (Vetado). outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes
Art. 15. Para atendimento e fiel cumprimento do que dispõe facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e so-
esta Lei, será reestruturada a Secretaria de Educação Especial do cial, em condições de liberdade e de dignidade.
Ministério da Educação, e serão instituídos, no Ministério do Tra- Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se
balho, no Ministério da Saúde e no Ministério da Previdência e a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nasci-
Assistência Social, órgão encarregados da coordenação setorial mento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou
dos assuntos concernentes às pessoas portadoras de deficiência. crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e apren-
Art. 16. O Poder Executivo adotará, nos 60 (sessenta) dias dizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de
posteriores à vigência desta Lei, as providências necessárias à moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias
reestruturação e ao regular funcionamento da Corde, como aquelas ou a comunidade em que vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de
decorrentes do artigo anterior. 2016)

Didatismo e Conhecimento 115


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em § 6o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompa-
geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efe- nhante de sua preferência durante o período do pré-natal, do traba-
tivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à lho de parto e do pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº 13.257,
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à de 2016)
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e co- § 7o A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento
munitária. materno, alimentação complementar saudável e crescimento e
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de favorecer a
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer cir- criação de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento in-
cunstâncias; tegral da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de § 8o A gestante tem direito a acompanhamento saudável du-
relevância pública; rante toda a gestação e a parto natural cuidadoso, estabelecendo-se
c) preferência na formulação e na execução das políticas so- a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas por moti-
ciais públicas; vos médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas rela- § 9o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante
cionadas com a proteção à infância e à juventude. que não iniciar ou que abandonar as consultas de pré-natal, bem
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qual- como da puérpera que não comparecer às consultas pós-parto. (In-
quer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, cluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, § 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher
por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. com filho na primeira infância que se encontrem sob custódia em
unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às normas
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os
sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhi-
fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os
mento do filho, em articulação com o sistema de ensino competen-
direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da
te, visando ao desenvolvimento integral da criança. (Incluído pela
criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores
Título II propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusi-
Dos Direitos Fundamentais ve aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.
§ 1o Os profissionais das unidades primárias de saúde desen-
Capítulo I volverão ações sistemáticas, individuais ou coletivas, visando ao
Do Direito à Vida e à Saúde planejamento, à implementação e à avaliação de ações de pro-
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida moção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação
e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que complementar saudável, de forma contínua. (Incluído pela Lei nº
permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, 13.257, de 2016)
em condições dignas de existência. § 2o Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal de-
Art. 8o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos progra- verão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta de
mas e às políticas de saúde da mulher e de planejamento reprodu- leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
tivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à gra- Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à
videz, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:
pós-natal integral no âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
§ 1o O atendimento pré-natal será realizado por profissionais II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua im-
da atenção primária. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) pressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuí-
§ 2o Os profissionais de saúde de referência da gestante garan- zo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa
tirão sua vinculação, no último trimestre da gestação, ao estabele- competente;
cimento em que será realizado o parto, garantido o direito de opção III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica
da mulher. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como
§ 3o Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegu- prestar orientação aos pais;
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem neces-
rarão às mulheres e aos seus filhos recém-nascidos alta hospitalar
sariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do
responsável e contrarreferência na atenção primária, bem como o
neonato;
acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação. (Re-
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a
dação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) permanência junto à mãe.
§ 4o Incumbe ao poder público proporcionar assistência psi- Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado vol-
cológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive tadas à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Siste-
como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado ma Único de Saúde, observado o princípio da equidade no acesso a
puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.
§ 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser pres- (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
tada também a gestantes e mães que manifestem interesse em en- § 1o A criança e o adolescente com deficiência serão atendi-
tregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães que dos, sem discriminação ou segregação, em suas necessidades ge-
se encontrem em situação de privação de liberdade. (Redação dada rais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação. (Redação
pela Lei nº 13.257, de 2016) dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

Didatismo e Conhecimento 116


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 2o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àque- Capítulo II
les que necessitarem, medicamentos, órteses, próteses e outras Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
tecnologias assistivas relativas ao tratamento, habilitação ou rea- Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao
bilitação para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de de-
cuidado voltadas às suas necessidades específicas. (Redação dada senvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais
pela Lei nº 13.257, de 2016) garantidos na Constituição e nas leis.
§ 3o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequen- Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes as-
te de crianças na primeira infância receberão formação específica pectos:
e permanente para a detecção de sinais de risco para o desenvol- I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comuni-
vimento psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer tários, ressalvadas as restrições legais;
necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) II - opinião e expressão;
III - crença e culto religioso;
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclu- IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
sive as unidades neonatais, de terapia intensiva e de cuidados in- V - participar da vida familiar e comunitária, sem discrimi-
termediários, deverão proporcionar condições para a permanência nação;
em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de VI - participar da vida política, na forma da lei;
internação de criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
13.257, de 2016) Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da
integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente,
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo fí- abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autono-
sico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tratos contra mia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do
Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano,
providências legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014) violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
§ 1o As gestantes ou mães que manifestem interesse em entre- Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser edu-
gar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas, cados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel
sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluí- ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou
do pela Lei nº 13.257, de 2016) qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família
§ 2o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores
os serviços de assistência social em seu componente especializa- de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada
do, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído pela
(Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Lei nº 13.010, de 2014)
Criança e do Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: (Incluí-
atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância com do pela Lei nº 13.010, de 2014)
suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, formu- I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva apli-
lando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede cada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que
e, se necessário, acompanhamento domiciliar. (Incluído pela Lei resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
nº 13.257, de 2016) a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermi- II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de
dades que ordinariamente afetam a população infantil, e campa- tratamento em relação à criança ou ao adolescente que: (Incluído
nhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos. pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 1o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos reco- a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
mendados pelas autoridades sanitárias. (Renumerado do parágrafo b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de
único pela Lei nº 13.257, de 2016) 2014)
§ 2o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
bucal das crianças e das gestantes, de forma transversal, integral e Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os res-
intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à mu- ponsáveis, os agentes públicos executores de medidas socioedu-
lher e à criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) cativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e
§ 3o A atenção odontológica à criança terá função educativa de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem
protetiva e será prestada, inicialmente, antes de o bebê nascer, por castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de
meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, no sexto e correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto estarão
no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bu- sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes me-
cal. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) didas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso:
§ 4o A criança com necessidade de cuidados odontológicos (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
especiais será atendida pelo Sistema Único de Saúde. (Incluído I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de pro-
pela Lei nº 13.257, de 2016) teção à família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

Didatismo e Conhecimento 117


LEGISLAÇÃO APLICADA
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não cons-
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) titui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder fami-
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especia- liar. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
lizado; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) § 1o Não existindo outro motivo que por si só autorize a de-
V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) cretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão apli- sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída
cadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências em serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promoção.
legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará
Capítulo III a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio filho
ou filha. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
Seção I Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão de-
Disposições Gerais cretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumpri-
educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família mento injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22.
substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ambiente que garanta seu desenvolvimento integral. (Redação
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) Seção II
§ 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em pro- Da Família Natural
grama de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade forma-
reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade da pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. (Vide Lei nº
judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe 12.010, de 2009) Vigência
interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamen- Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada
tada pela possibilidade de reintegração familiar ou colocação em
aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da
família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art.
unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a
28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e
§ 2o A permanência da criança e do adolescente em progra-
afetividade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ma de acolhimento institucional não se prolongará por mais de
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser
2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu
reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio
superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade ju-
diciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro
§ 3o A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescen- documento público, qualquer que seja a origem da filiação.
te à sua família terá preferência em relação a qualquer outra pro- Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nasci-
vidência, caso em que será esta incluída em serviços e programas mento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descen-
de proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1o do art. 23, dos dentes.
incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito per-
art. 129 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) sonalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado
§ 4o Será garantida a convivência da criança e do adolescente contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado
com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas pe- o segredo de Justiça.
riódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhi-
mento institucional, pela entidade responsável, independentemen- Seção III
te de autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) Da Família Substituta
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento,
ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas Subseção I
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. Disposições Gerais
Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de con- Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante
dições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legisla- guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica
ção civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a § 1o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será
solução da divergência. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu
de 2009) Vigência estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as im-
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e edu- plicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada.
cação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais. § 2o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será ne-
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm di- cessário seu consentimento, colhido em audiência. (Redação dada
reitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cui- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito § 3o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de
de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evi-
direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº tar ou minorar as consequências decorrentes da medida. (Incluído
13.257, de 2016) pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Didatismo e Conhecimento 118


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 4o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela § 4o Salvo expressa e fundamentada determinação em con-
ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada trário, da autoridade judiciária competente, ou quando a medida
existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plena- for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guarda
mente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em de criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do
qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos frater- direito de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimen-
nais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tos, que serão objeto de regulamentação específica, a pedido do
§ 5o A colocação da criança ou adolescente em família substi- interessado ou do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010,
tuta será precedida de sua preparação gradativa e acompanhamen- de 2009) Vigência
to posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço da Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência
Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma
dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de de guarda, de criança ou adolescente afastado do convívio familiar.
garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência § 1o A inclusão da criança ou adolescente em programas de
§ 6o Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento institucio-
proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é ainda nal, observado, em qualquer caso, o caráter temporário e excepcio-
obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nal da medida, nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010,
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social de 2009) Vigência
e cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas institui- § 2o Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou casal ca-
ções, desde que não sejam incompatíveis com os direitos funda- dastrado no programa de acolhimento familiar poderá receber a
mentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal; criança ou adolescente mediante guarda, observado o disposto nos
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência arts. 28 a 33 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio § 3o A União apoiará a implementação de serviços de aco-
de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia; (Incluído lhimento em família acolhedora como política pública, os quais
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência deverão dispor de equipe que organize o acolhimento temporário
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal de crianças e de adolescentes em residências de famílias seleciona-
responsável pela política indigenista, no caso de crianças e ado- das, capacitadas e acompanhadas que não estejam no cadastro de
lescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interpro- adoção. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
fissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso. (Incluído § 4o Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distri-
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tais e municipais para a manutenção dos serviços de acolhimento
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a em família acolhedora, facultando-se o repasse de recursos para a
pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a própria família acolhedora. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado. Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, me-
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá trans- diante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público.
ferência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades go-
vernamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial. Subseção III
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira cons- Da Tutela
titui medida excepcional, somente admissível na modalidade de
adoção. Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável pres- de até 18 (dezoito) anos incompletos. (Redação dada pela Lei nº
tará compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, me- 12.010, de 2009) Vigência
diante termo nos autos. Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia
decretação da perda ou suspensão do poder familiar e implica ne-
Subseção II cessariamente o dever de guarda. (Expressão substituída pela Lei
Da Guarda nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer do-
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, cumento autêntico, conforme previsto no parágrafo único do art.
moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu 1.729 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil,
detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. (Vide deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão,
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência ingressar com pedido destinado ao controle judicial do ato, ob-
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, poden- servando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei.
do ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros. Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo
de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última vonta-
a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o de, se restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e
direito de representação para a prática de atos determinados. que não existe outra pessoa em melhores condições de assumi-la.
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24.
previdenciários.

Didatismo e Conhecimento 119


LEGISLAÇÃO APLICADA
Subseção IV § 1º. O consentimento será dispensado em relação à crian-
Da Adoção ça ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á se- destituídos do poder familiar. (Expressão substituída pela Lei nº
gundo o disposto nesta Lei. 12.010, de 2009) Vigência
§ 1o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se § 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de ida-
deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção de, será também necessário o seu consentimento.
da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na for- Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência
ma do parágrafo único do art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº com a criança ou adolescente, pelo prazo que a autoridade judiciá-
12.010, de 2009) Vigência ria fixar, observadas as peculiaridades do caso.
§ 2o É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela Lei nº § 1o O estágio de convivência poderá ser dispensado se o
12.010, de 2009) Vigência adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante duran-
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito te tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência
anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela da constituição do vínculo. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
dos adotantes. 2009) Vigência
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com § 2o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispen-
os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o sa da realização do estágio de convivência. (Redação dada pela Lei
de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos nº 12.010, de 2009) Vigência
matrimoniais. § 3o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, domiciliado fora do País, o estágio de convivência, cumprido no
mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou território nacional, será de, no mínimo, 30 (trinta) dias. (Incluído
concubino do adotante e os respectivos parentes. pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus § 4o O estágio de convivência será acompanhado pela equipe
descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colate- interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,
rais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária. preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela exe-
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, inde- cução da política de garantia do direito à convivência familiar, que
pendentemente do estado civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010, apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do deferi-
de 2009) Vigência mento da medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do ado- Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judi-
tando. cial, que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual
§ 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes não se fornecerá certidão.
sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprova- § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais,
da a estabilidade da família. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de bem como o nome de seus ascendentes.
2009) Vigência § 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o re-
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais gistro original do adotado.
velho do que o adotando. § 3o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado
§ 4o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex- no Cartório do Registro Civil do Município de sua residência. (Re-
-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acor- dação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio § 4o Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá cons-
de convivência tenha sido iniciado na constância do período de tar nas certidões do registro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de 2009) Vigência
afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que § 5o A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e,
justifiquem a excepcionalidade da concessão. (Redação dada pela a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência prenome. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 5o Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado § 6o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo ado-
efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda comparti- tante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos
lhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
janeiro de 2002 - Código Civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de 2009) Vigência § 7o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em jul-
§ 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após gado da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no §
inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do 6o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à data do
procedimento, antes de prolatada a sentença.(Incluído pela Lei nº óbito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
12.010, de 2009) Vigência § 8o O processo relativo à adoção assim como outros a ele
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vanta- relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu arma-
gens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos. zenamento em microfilme ou por outros meios, garantida a sua
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar conservação para consulta a qualquer tempo. (Incluído pela Lei nº
o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o 12.010, de 2009) Vigência 
curatelado. § 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com
representante legal do adotando. doença crônica. (Incluído pela Lei nº 12.955, de 2014)

Didatismo e Conhecimento 120


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem bio- § 10. A adoção internacional somente será deferida se, após
lógica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a consulta ao cadastro de pessoas ou casais habilitados à adoção,
medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar mantido pela Justiça da Infância e da Juventude na comarca, bem
18 (dezoito) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) como aos cadastros estadual e nacional referidos no § 5o deste arti-
Vigência go, não for encontrado interessado com residência permanente no
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu § 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado
pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica. em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência recomendável, será colocado sob guarda de família cadastrada em
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder fami- programa de acolhimento familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010,
liar dos pais naturais. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de 2009) Vigência § 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Público.
ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes em condi- (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ções de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoção. § 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candi-
(Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência dato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta desta Lei quando: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público. I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído pela Lei
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não sa- nº 12.010, de 2009) Vigência
tisfazer os requisitos legais, ou verificada qualquer das hipóteses II - for formulada por parente com o qual a criança ou adoles-
previstas no art. 29. cente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; (Incluído pela
§ 3o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
período de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equi- III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal
pe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmen- de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso
te com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinida-
municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído de e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência qualquer das situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei.
§ 4o Sempre que possível e recomendável, a preparação refe- (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
rida no § 3o deste artigo incluirá o contato com crianças e adoles- § 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candi-
centes em acolhimento familiar ou institucional em condições de dato deverá comprovar, no curso do procedimento, que preenche
serem adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e ava- os requisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei.
liação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento e Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual a
pela execução da política municipal de garantia do direito à con- pessoa ou casal postulante é residente ou domiciliado fora do Bra-
vivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência sil, conforme previsto no Artigo 2 da Convenção de Haia, de 29
§ 5o Serão criados e implementados cadastros estaduais e na- de maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à Coopera-
cional de crianças e adolescentes em condições de serem adotados ção em Matéria de Adoção Internacional, aprovada pelo Decreto
e de pessoas ou casais habilitados à adoção. (Incluído pela Lei nº Legislativo no 1, de 14 de janeiro de 1999, e promulgada pelo De-
12.010, de 2009) Vigência creto no 3.087, de 21 de junho de 1999. (Redação dada pela Lei nº
§ 6o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais resi- 12.010, de 2009) Vigência
dentes fora do País, que somente serão consultados na inexistência § 1o A adoção internacional de criança ou adolescente bra-
de postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados no sileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar
§ 5o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência comprovado: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 7o As autoridades estaduais e federais em matéria de ado- I - que a colocação em família substituta é a solução adequada
ção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca ao caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de informações e a cooperação mútua, para melhoria do sistema. II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência da criança ou adolescente em família substituta brasileira, após
§ 8o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 consulta aos cadastros mencionados no art. 50 desta Lei; (Incluído
(quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes em pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
condições de serem adotados que não tiveram colocação familiar III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi
na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferi- consultado, por meios adequados ao seu estágio de desenvolvi-
da sua habilitação à adoção nos cadastros estadual e nacional refe- mento, e que se encontra preparado para a medida, mediante pa-
ridos no § 5o deste artigo, sob pena de responsabilidade. (Incluído recer elaborado por equipe interprofissional, observado o disposto
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 9o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manu- 2009) Vigência
tenção e correta alimentação dos cadastros, com posterior comuni- § 2o Os brasileiros residentes no exterior terão preferência
cação à Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluído pela Lei aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de criança ou
nº 12.010, de 2009) Vigência adolescente brasileiro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência

Didatismo e Conhecimento 121


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 3o A adoção internacional pressupõe a intervenção das Au- § 3o Somente será admissível o credenciamento de organis-
toridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de adoção in- mos que: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ternacional. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de
Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento Haia e estejam devidamente credenciados pela Autoridade Central
previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes adapta- do país onde estiverem sediados e no país de acolhida do adotando
ções: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência para atuar em adoção internacional no Brasil; (Incluído pela Lei nº
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar crian- 12.010, de 2009) Vigência
ça ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de habilitação II - satisfizerem as condições de integridade moral, compe-
à adoção perante a Autoridade Central em matéria de adoção in- tência profissional, experiência e responsabilidade exigidas pelos
ternacional no país de acolhida, assim entendido aquele onde está países respectivos e pela Autoridade Central Federal Brasileira;
situada sua residência habitual; (Incluído pela Lei nº 12.010, de (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
2009) Vigência III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua for-
II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar mação e experiência para atuar na área de adoção internacional;
que os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar, emitirá (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
um relatório que contenha informações sobre a identidade, a ca- IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento
pacidade jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua si- jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela Autoridade
tuação pessoal, familiar e médica, seu meio social, os motivos que Central Federal Brasileira. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
os animam e sua aptidão para assumir uma adoção internacional; Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 4o Os organismos credenciados deverão ainda: (Incluído
III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o rela- pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e
Central Federal Brasileira; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) dentro dos limites fixados pelas autoridades competentes do país
Vigência onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela Autoridade
IV - o relatório será instruído com toda a documentação ne- Central Federal Brasileira; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
cessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por equipe inter- Vigência
profissional habilitada e cópia autenticada da legislação pertinente, II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e
acompanhada da respectiva prova de vigência; (Incluído pela Lei de reconhecida idoneidade moral, com comprovada formação ou
nº 12.010, de 2009) Vigência experiência para atuar na área de adoção internacional, cadastradas
V - os documentos em língua estrangeira serão devidamen- pelo Departamento de Polícia Federal e aprovadas pela Autorida-
te autenticados pela autoridade consular, observados os tratados de Central Federal Brasileira, mediante publicação de portaria do
e convenções internacionais, e acompanhados da respectiva tra- órgão federal competente; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)
dução, por tradutor público juramentado; (Incluído pela Lei nº Vigência
12.010, de 2009) Vigência III - estar submetidos à supervisão das autoridades competen-
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e tes do país onde estiverem sediados e no país de acolhida, inclusi-
solicitar complementação sobre o estudo psicossocial do postulan- ve quanto à sua composição, funcionamento e situação financeira;
te estrangeiro à adoção, já realizado no país de acolhida; (Incluído (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Cen- cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem como
tral Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira com a relatório de acompanhamento das adoções internacionais efetua-
nacional, além do preenchimento por parte dos postulantes à me- das no período, cuja cópia será encaminhada ao Departamento de
dida dos requisitos objetivos e subjetivos necessários ao seu de- Polícia Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei como da legislação V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autorida-
do país de acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção de Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal
internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; (In- Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do rela-
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tório será mantido até a juntada de cópia autenticada do registro ci-
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será vil, estabelecendo a cidadania do país de acolhida para o adotado;
autorizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da In- (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
fância e da Juventude do local em que se encontra a criança ou VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os ado-
adolescente, conforme indicação efetuada pela Autoridade Central tantes encaminhem à Autoridade Central Federal Brasileira cópia
Estadual. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência da certidão de registro de nascimento estrangeira e do certificado
§ 1o Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, de nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos. (Incluído pela
admite-se que os pedidos de habilitação à adoção internacional Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
sejam intermediados por organismos credenciados. (Incluído pela § 5o A não apresentação dos relatórios referidos no § 4o deste
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar a suspensão
§ 2o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o cre- de seu credenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
denciamento de organismos nacionais e estrangeiros encarregados gência
de intermediar pedidos de habilitação à adoção internacional, com § 6o O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro
posterior comunicação às Autoridades Centrais Estaduais e publi- encarregado de intermediar pedidos de adoção internacional terá
cação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio próprio da inter- validade de 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
net. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Vigência

Didatismo e Conhecimento 122


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 7o A renovação do credenciamento poderá ser concedida § 1o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do
mediante requerimento protocolado na Autoridade Central Fede- Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença ser homologa-
ral Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao término do res- da pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010,
pectivo prazo de validade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) de 2009) Vigência
Vigência § 2o O pretendente brasileiro residente no exterior em país
§ 8o Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu não ratificante da Convenção de Haia, uma vez reingressado no
a adoção internacional, não será permitida a saída do adotando do Brasil, deverá requerer a homologação da sentença estrangeira
território nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
§ 9o Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciá- 2009) Vigência
ria determinará a expedição de alvará com autorização de viagem, Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o
bem como para obtenção de passaporte, constando, obrigatoria- país de acolhida, a decisão da autoridade competente do país de
mente, as características da criança ou adolescente adotado, como origem da criança ou do adolescente será conhecida pela Autori-
idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços peculiares, assim como dade Central Estadual que tiver processado o pedido de habilita-
foto recente e a aposição da impressão digital do seu polegar di- ção dos pais adotivos, que comunicará o fato à Autoridade Central
reito, instruindo o documento com cópia autenticada da decisão e Federal e determinará as providências necessárias à expedição
certidão de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de do Certificado de Naturalização Provisório. (Incluído pela Lei nº
2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qual- § 1o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Pú-
quer momento, solicitar informações sobre a situação das crianças blico, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela decisão
e adolescentes adotados. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) se restar demonstrado que a adoção é manifestamente contrária à
Vigência ordem pública ou não atende ao interesse superior da criança ou
§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos creden- do adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ciados, que sejam considerados abusivos pela Autoridade Central § 2o Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista
Federal Brasileira e que não estejam devidamente comprovados, é no § 1o deste artigo, o Ministério Público deverá imediatamente re-
causa de seu descredenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de querer o que for de direito para resguardar os interesses da criança
2009) Vigência ou do adolescente, comunicando-se as providências à Autoridade
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser re- Central Estadual, que fará a comunicação à Autoridade Central Fe-
presentados por mais de uma entidade credenciada para atuar na deral Brasileira e à Autoridade Central do país de origem. (Incluí-
cooperação em adoção internacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
de 2009) Vigência Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país de ori-
fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo ser gem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou, ain-
renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência da, na hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o adolescente
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de organis- ser oriundo de país que não tenha aderido à Convenção referida, o
mos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de pro- processo de adoção seguirá as regras da adoção nacional. (Incluído
gramas de acolhimento institucional ou familiar, assim como com pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
crianças e adolescentes em condições de serem adotados, sem a
devida autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Capítulo IV
Vigência Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer
§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar
ou suspender a concessão de novos credenciamentos sempre que Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação,
julgar necessário, mediante ato administrativo fundamentado. (In- visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e descre- -se-lhes:
denciamento, o repasse de recursos provenientes de organismos I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de adoção in- escola;
ternacional a organismos nacionais ou a pessoas físicas. (Incluído II - direito de ser respeitado por seus educadores;
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recor-
Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser rer às instâncias escolares superiores;
efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e IV - direito de organização e participação em entidades es-
estarão sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Direi- tudantis;
tos da Criança e do Adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua resi-
2009) Vigência dência.
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciên-
país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção cia do processo pedagógico, bem como participar da definição das
tenha sido processado em conformidade com a legislação vigente propostas educacionais.
no país de residência e atendido o disposto na Alínea “c” do Arti- Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adoles-
go 17 da referida Convenção, será automaticamente recepcionada cente:
com o reingresso no Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para
Vigência os que a ele não tiveram acesso na idade própria;

Didatismo e Conhecimento 123


LEGISLAÇÃO APLICADA
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegu-
ensino médio; rada bolsa de aprendizagem.
III - atendimento educacional especializado aos portadores de Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado
a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016) trabalho protegido.
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime fa-
da criação artística, segundo a capacidade de cada um; miliar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:
do adolescente trabalhador; I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e
VII - atendimento no ensino fundamental, através de progra- as cinco horas do dia seguinte;
mas suplementares de material didático-escolar, transporte, ali- II - perigoso, insalubre ou penoso;
mentação e assistência à saúde. III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito públi- desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;
co subjetivo. IV - realizado em horários e locais que não permitam a fre-
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder quência à escola.
público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da auto- Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho edu-
ridade competente. cativo, sob responsabilidade de entidade governamental ou não-
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no -governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adoles-
ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais cente que dele participe condições de capacitação para o exercício
ou responsável, pela frequência à escola. de atividade regular remunerada.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular § 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em
seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pes-
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino funda- soal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.
mental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: § 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho
I - maus-tratos envolvendo seus alunos; efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, es- não desfigura o caráter educativo.
gotados os recursos escolares; Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à
III - elevados níveis de repetência. proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre ou-
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e tros:
novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo, meto- I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimen-
dologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e to;
adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório. II - capacitação profissional adequada ao mercado de traba-
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores lho.
culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da
criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da cria- Título III
ção e o acesso às fontes de cultura. Da Prevenção
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União,
estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para Capítulo I
programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a in- Disposições Gerais
fância e a juventude.
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou
Capítulo V violação dos direitos da criança e do adolescente.
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
cípios deverão atuar de forma articulada na elaboração de políticas
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso de cas-
anos de idade, salvo na condição de aprendiz. (Vide Constituição tigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas
Federal) não violentas de educação de crianças e de adolescentes, tendo
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada como principais ações: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei. I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-pro- divulgação do direito da criança e do adolescente de serem educa-
fissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de dos e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel
educação em vigor. ou degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos huma-
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos se- nos; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
guintes princípios: II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Mi-
I - garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino re- nistério Público e da Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar,
gular; com os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e com
II - atividade compatível com o desenvolvimento do adoles- as entidades não governamentais que atuam na promoção, prote-
cente; ção e defesa dos direitos da criança e do adolescente; (Incluído
III - horário especial para o exercício das atividades. pela Lei nº 13.010, de 2014)

Didatismo e Conhecimento 124


LEGISLAÇÃO APLICADA
III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetá-
de saúde, educação e assistência social e dos demais agentes que culos públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso,
atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a na-
adolescente para o desenvolvimento das competências necessárias tureza do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de
à prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico e ao en- classificação.
frentamento de todas as formas de violência contra a criança e o Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões
adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) e espetáculos públicos classificados como adequados à sua faixa
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de etária.
conflitos que envolvam violência contra a criança e o adolescente; Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente
(Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exi-
V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a bição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
garantir os direitos da criança e do adolescente, desde a atenção Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão,
pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o obje- no horário recomendado para o público infanto juvenil, programas
tivo de promover a informação, a reflexão, o debate e a orientação com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.
sobre alternativas ao uso de castigo físico ou de tratamento cruel Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou
ou degradante no processo educativo; (Incluído pela Lei nº 13.010, anunciado sem aviso de sua classificação, antes de sua transmis-
de 2014) são, apresentação ou exibição.
VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a ar- Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários
ticulação de ações e a elaboração de planos de atuação conjunta de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de progra-
focados nas famílias em situação de violência, com participação mação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou locação em
de profissionais de saúde, de assistência social e de educação e de desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente.
órgãos de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exi-
adolescente. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014) bir, no invólucro, informação sobre a natureza da obra e a faixa
Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com etária a que se destinam.
deficiência terão prioridade de atendimento nas ações e políticas Art. 78. As revistas e publicações contendo material impró-
públicas de prevenção e proteção. (Incluído pela Lei nº 13.010,
prio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão ser comer-
de 2014)
cializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu con-
Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas
teúdo.
áreas a que se refere o art. 71, dentre outras, devem contar, em
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que
seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e comunicar
contenham mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegi-
ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos praticados
das com embalagem opaca.
contra crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de
2014) Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público in-
Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela comuni- fanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias, legendas,
cação de que trata este artigo, as pessoas encarregadas, por razão crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e mu-
de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou ocupação, do cui- nições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e
dado, assistência ou guarda de crianças e adolescentes, punível, da família.
na forma deste Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão, Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem
culposos ou dolosos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014) comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos,
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventualmen-
cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e servi- te, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência
ços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvol- de crianças e adolescentes no local, afixando aviso para orientação
vimento. do público.
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da
prevenção especial outras decorrentes dos princípios por ela ado- Seção II
tados. Dos Produtos e Serviços
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará
em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos desta Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:
Lei. I - armas, munições e explosivos;
II - bebidas alcoólicas;
Capítulo II III - produtos cujos componentes possam causar dependência
Da Prevenção Especial física ou psíquica ainda que por utilização indevida;
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que
Seção I pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar qualquer
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetá- dano físico em caso de utilização indevida;
culos V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regu- VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
lará as diversões e espetáculos públicos, informando sobre a na- Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente
tureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se
horários em que sua apresentação se mostre inadequada. autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável.

Didatismo e Conhecimento 125


LEGISLAÇÃO APLICADA
Seção III Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
Da Autorização para Viajar I - municipalização do atendimento;
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos
Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e con-
reside, desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa autori- troladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação
zação judicial. popular paritária por meio de organizações representativas, segun-
§ 1º A autorização não será exigida quando: do leis federal, estaduais e municipais;
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na III - criação e manutenção de programas específicos, observa-
mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropo- da a descentralização político-administrativa;
litana; IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais
b) a criança estiver acompanhada: vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança e do
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprova- adolescente;
do documentalmente o parentesco; V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministé-
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou rio Público, Defensoria, Segurança Pública e Assistência Social,
responsável. preferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsá- do atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de
vel, conceder autorização válida por dois anos. ato infracional;
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Minis-
dispensável, se a criança ou adolescente: tério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e encarregados da
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável; execução das políticas sociais básicas e de assistência social, para
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente efeito de agilização do atendimento de crianças e de adolescentes
pelo outro através de documento com firma reconhecida. inseridos em programas de acolhimento familiar ou institucional,
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma com vista na sua rápida reintegração à família de origem ou, se tal
criança ou adolescente nascido em território nacional poderá sair do solução se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em
País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.
família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art.
Parte Especial
28 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VII - mobilização da opinião pública para a indispensável
Título I
participação dos diversos segmentos da sociedade. (Incluído pela
Da Política de Atendimento
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VIII - especialização e formação continuada dos profissionais
Capítulo I
Disposições Gerais que trabalham nas diferentes áreas da atenção à primeira infância,
incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e sobre de-
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do senvolvimento infantil; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações gover- IX - formação profissional com abrangência dos diversos di-
namentais e não-governamentais, da União, dos estados, do Distrito reitos da criança e do adolescente que favoreça a intersetorialidade
Federal e dos municípios. no atendimento da criança e do adolescente e seu desenvolvimento
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento: (Vide Lei integral; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
nº 12.010, de 2009) Vigência X - realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvi-
I - políticas sociais básicas; mento infantil e sobre prevenção da violência. (Incluído pela Lei
II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social nº 13.257, de 2016)
de garantia de proteção social e de prevenção e redução de violações de
direitos, seus agravamentos ou reincidências; (Redação dada pela Lei Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos con-
nº 13.257, de 2016) selhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do ado-
III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psi- lescente é considerada de interesse público relevante e não será
cossocial às vítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, remunerada.
crueldade e opressão;
IV - serviço de identificação e localização de pais, responsável, Capítulo II
crianças e adolescentes desaparecidos; Das Entidades de Atendimento
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da
criança e do adolescente. Seção I
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o pe- Disposições Gerais
ríodo de afastamento do convívio familiar e a garantir o efetivo exercí-
cio do direito à convivência familiar de crianças e adolescentes; (Incluí- Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela
do pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência manutenção das próprias unidades, assim como pelo planejamento
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda e execução de programas de proteção e socioeducativos destinados
de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e à adoção, es- a crianças e adolescentes, em regime de:
pecificamente inter-racial, de crianças maiores ou de adolescentes, I - orientação e apoio sócio familiar;
com necessidades específicas de saúde ou com deficiências e de II - apoio socioeducativo em meio aberto;
grupos de irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência III - colocação familiar;

Didatismo e Conhecimento 126


LEGISLAÇÃO APLICADA
IV - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº § 2o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, ca-
12.010, de 2009) igência bendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Ado-
V - prestação de serviços à comunidade; (Redação dada pela lescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua renovação,
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) observado o disposto no § 1odeste artigo. (Incluído pela Lei nº
VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 12.010, de 2009) Vigência
2012) (Vide) Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhi-
VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de mento familiar ou institucional deverão adotar os seguintes princí-
2012) (Vide) pios: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) I - preservação dos vínculos familiares e promoção da re-
§ 1o As entidades governamentais e não governamentais de- integração familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
verão proceder à inscrição de seus programas, especificando os Vigência
regimes de atendimento, na forma definida neste artigo, no Con- II - integração em família substituta, quando esgotados os
selho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual recursos de manutenção na família natural ou extensa; (Redação
manterá registro das inscrições e de suas alterações, do que fará dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária. (In- III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educa-
§ 2o Os recursos destinados à implementação e manutenção ção;
dos programas relacionados neste artigo serão previstos nas dota- V - não desmembramento de grupos de irmãos;
ções orçamentárias dos órgãos públicos encarregados das áreas de VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras
Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, observando- entidades de crianças e adolescentes abrigados;
-se o princípio da prioridade absoluta à criança e ao adolescente VII - participação na vida da comunidade local;
preconizado pelo caput do art. 227 da Constituição Federal e pelo VIII - preparação gradativa para o desligamento;
caput e parágrafo único do art. 4o desta Lei. (Incluído pela Lei nº IX - participação de pessoas da comunidade no processo edu-
12.010, de 2009) Vigência cativo.
§ 3o Os programas em execução serão reavaliados pelo Con- § 1o O dirigente de entidade que desenvolve programa de
selho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no acolhimento institucional é equiparado ao guardião, para todos os
máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para re- efeitos de direito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
novação da autorização de funcionamento: (Incluído pela Lei nº § 2o Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas
12.010, de 2009) Vigência de acolhimento familiar ou institucional remeterão à autoridade
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório circunstan-
como às resoluções relativas à modalidade de atendimento presta- ciado acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido
do expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adoles- e sua família, para fins da reavaliação prevista no § 1o do art. 19
cente, em todos os níveis; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Vigência § 3o Os entes federados, por intermédio dos Poderes Execu-
II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atesta- tivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a permanente qua-
das pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e pela Justiça lificação dos profissionais que atuam direta ou indiretamente em
da Infância e da Juventude; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) programas de acolhimento institucional e destinados à colocação
Vigência familiar de crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder
III - em se tratando de programas de acolhimento institucio- Judiciário, Ministério Público e Conselho Tutelar. (Incluído pela
nal ou familiar, serão considerados os índices de sucesso na rein- Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
tegração familiar ou de adaptação à família substituta, conforme o § 4o Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária
caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência competente, as entidades que desenvolvem programas de acolhi-
Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão mento familiar ou institucional, se necessário com o auxílio do
funcionar depois de registradas no Conselho Municipal dos Direi- Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão
tos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro ao o contato da criança ou adolescente com seus pais e parentes, em
Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva localidade. cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo.
§ 1o Será negado o registro à entidade que: (Incluído pela Lei (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nº 12.010, de 2009) Vigência § 5o As entidades que desenvolvem programas de acolhi-
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de mento familiar ou institucional somente poderão receber recursos
habitabilidade, higiene, salubridade e segurança; públicos se comprovado o atendimento dos princípios, exigências
b) não apresente plano de trabalho compatível com os prin- e finalidades desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
cípios desta Lei; gência
c) esteja irregularmente constituída; § 6o O descumprimento das disposições desta Lei pelo diri-
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas. gente de entidade que desenvolva programas de acolhimento fa-
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e deli- miliar ou institucional é causa de sua destituição, sem prejuízo da
berações relativas à modalidade de atendimento prestado expedi- apuração de sua responsabilidade administrativa, civil e criminal.
das pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
todos os níveis. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Didatismo e Conhecimento 127


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 7o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício
em acolhimento institucional, dar-se-á especial atenção à atuação da cidadania àqueles que não os tiverem;
de educadores de referência estáveis e qualitativamente signifi- XX - manter arquivo de anotações onde constem data e cir-
cativos, às rotinas específicas e ao atendimento das necessidades cunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou
básicas, incluindo as de afeto como prioritárias. (Incluído pela Lei responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento
nº 13.257, de 2016) da sua formação, relação de seus pertences e demais dados que
Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhi- possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento.
mento institucional poderão, em caráter excepcional e de urgên- § 1o Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes des-
cia, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da te artigo às entidades que mantêm programas de acolhimento ins-
autoridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24 titucional e familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
(vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena Vigência
de responsabilidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) § 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo
Vigência as entidades utilizarão preferencialmente os recursos da comuni-
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade ju- dade.
diciária, ouvido o Ministério Público e se necessário com o apoio Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem
do Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para ou recepcionem crianças e adolescentes, ainda que em caráter tem-
promover a imediata reintegração familiar da criança ou do ado- porário, devem ter, em seus quadros, profissionais capacitados a
lescente ou, se por qualquer razão não for isso possível ou reco- reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências
mendável, para seu encaminhamento a programa de acolhimento de maus-tratos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
familiar, institucional ou a família substituta, observado o disposto
no § 2o do art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Seção II
Vigência Da Fiscalização das Entidades
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de interna-
ção têm as seguintes obrigações, entre outras: Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais
I - observar os direitos e garantias de que são titulares os referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Minis-
adolescentes; tério Público e pelos Conselhos Tutelares.
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas se-
restrição na decisão de internação;
rão apresentados ao estado ou ao município, conforme a origem
III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unida-
das dotações orçamentárias.
des e grupos reduzidos;
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e
que descumprirem obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da
dignidade ao adolescente;
responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos:
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preserva-
(Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ção dos vínculos familiares;
VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os I - às entidades governamentais:
casos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento dos a) advertência;
vínculos familiares; b) afastamento provisório de seus dirigentes;
VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos ne- d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
cessários à higiene pessoal; II - às entidades não-governamentais:
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequa- a) advertência;
dos à faixa etária dos adolescentes atendidos; b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
e farmacêuticos; d) cassação do registro.
X - propiciar escolarização e profissionalização; § 1o Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer; de atendimento, que coloquem em risco os direitos assegurados
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério Público
acordo com suas crenças; ou representado perante autoridade judiciária competente para as
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso; providências cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dis-
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo solução da entidade. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade Vigência
competente; § 2o As pessoas jurídicas de direito público e as organizações
XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre não governamentais responderão pelos danos que seus agentes
sua situação processual; causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o descum-
XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos primento dos princípios norteadores das atividades de proteção
de adolescentes portadores de moléstias infectocontagiosas; específica. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos
adolescentes;
XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanha-
mento de egressos;

Didatismo e Conhecimento 128


LEGISLAÇÃO APLICADA
Título II IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetua-
Das Medidas de Proteção da de modo que os pais assumam os seus deveres para com a crian-
ça e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Capítulo I X - prevalência da família: na promoção de direitos e na pro-
Disposições Gerais teção da criança e do adolescente deve ser dada prevalência às
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família natural
são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ou extensa ou, se isto não for possível, que promovam a sua in-
ameaçados ou violados: tegração em família substituta; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; 2009) Vigência
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adoles-
III - em razão de sua conduta. cente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade
de compreensão, seus pais ou responsável devem ser informados
Capítulo II dos seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e
Das Medidas Específicas de Proteção da forma como esta se processa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser 2009) Vigência
aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adoles-
qualquer tempo. cente, em separado ou na companhia dos pais, de responsável ou
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável,
necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao for- têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da
talecimento dos vínculos familiares e comunitários. medida de promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião
Parágrafo único. São também princípios que regem a aplica- devidamente considerada pela autoridade judiciária competente,
ção das medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei. (Incluído
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitos pre- Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art.
vistos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal; 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência seguintes medidas:
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo
de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à pro- de responsabilidade;
teção integral e prioritária dos direitos de que crianças e adolescen- II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
tes são titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento
III - responsabilidade primária e solidária do poder público: oficial de ensino fundamental;
a plena efetivação dos direitos assegurados a crianças e a adoles- IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comuni-
centes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos casos por tários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do
esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e adolescente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
solidária das 3 (três) esferas de governo, sem prejuízo da munici- V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiá-
palização do atendimento e da possibilidade da execução de pro- trico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
gramas por entidades não governamentais; (Incluído pela Lei nº VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
12.010, de 2009) Vigência orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a inter- VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº
venção deve atender prioritariamente aos interesses e direitos da 12.010, de 2009) Vigência
criança e do adolescente, sem prejuízo da consideração que for VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Reda-
devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos ção dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
interesses presentes no caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº
de 2009) Vigência 12.010, de 2009) Vigência
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da crian- § 1o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são
ça e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela intimidade, medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de
direito à imagem e reserva da sua vida privada; (Incluído pela Lei transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível,
nº 12.010, de 2009) Vigência para colocação em família substituta, não implicando privação de
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades com- liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
petentes deve ser efetuada logo que a situação de perigo seja co- § 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para
nhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das providên-
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida cias a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança
exclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação seja in- ou adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva
dispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da criança da autoridade judiciária e importará na deflagração, a pedido do
e do adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de pro-
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser cedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao
a necessária e adequada à situação de perigo em que a criança ou o responsável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa.
adolescente se encontram no momento em que a decisão é tomada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Didatismo e Conhecimento 129


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 3o Crianças e adolescentes somente poderão ser encami- Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada das
nhados às instituições que executam programas de acolhimento providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pe-
institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de los técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da políti-
Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obriga- ca municipal de garantia do direito à convivência familiar, para a
toriamente constará, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, destituição do poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda.
de 2009) Vigência (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou § 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo
de seu responsável, se conhecidos; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 30 (trinta) dias para o ingresso com a ação de destituição do
de 2009) Vigência poder familiar, salvo se entender necessária a realização de estudos
II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com complementares ou outras providências que entender indispensá-
pontos de referência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- veis ao ajuizamento da demanda. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
gência 2009) Vigência
III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em § 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou
tê-los sob sua guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi- foro regional, um cadastro contendo informações atualizadas so-
gência bre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao conví- e institucional sob sua responsabilidade, com informações por-
vio familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência menorizadas sobre a situação jurídica de cada um, bem como as
§ 4o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do ado- providências tomadas para sua reintegração familiar ou colocação
lescente, a entidade responsável pelo programa de acolhimento em família substituta, em qualquer das modalidades previstas no
institucional ou familiar elaborará um plano individual de aten- art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dimento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência § 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Con-
de ordem escrita e fundamentada em contrário de autoridade ju- selho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os Conselhos
diciária competente, caso em que também deverá contemplar sua Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assis-
colocação em família substituta, observadas as regras e princípios tência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de políticas públicas que permitam reduzir o número de crianças
§ 5o O plano individual será elaborado sob a responsabilidade e adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período
da equipe técnica do respectivo programa de atendimento e levará de permanência em programa de acolhimento. (Incluído pela Lei
em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva nº 12.010, de 2009) Vigência
dos pais ou do responsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo
Vigência serão acompanhadas da regularização do registro civil. (Vide Lei
§ 6o Constarão do plano individual, dentre outros: (Incluído nº 12.010, de 2009) Vigência
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído pela de nascimento da criança ou adolescente será feito à vista dos ele-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência mentos disponíveis, mediante requisição da autoridade judiciária.
II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e § 2º Os registros e certidões necessários à regularização de
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência que trata este artigo são isentos de multas, custas e emolumentos,
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a gozando de absoluta prioridade.
criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou responsável, § 3o Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado
com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por procedimento específico destinado à sua averiguação, conforme
expressa e fundamentada determinação judicial, as providências a previsto pela Lei no 8.560, de 29 de dezembro de 1992. (Incluído
serem tomadas para sua colocação em família substituta, sob direta pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
supervisão da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, § 4o Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é dispen-
de 2009) Vigência sável o ajuizamento de ação de investigação de paternidade pelo
§ 7o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local Ministério Público se, após o não comparecimento ou a recusa do
mais próximo à residência dos pais ou do responsável e, como suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for
parte do processo de reintegração familiar, sempre que identifica- encaminhada para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
da a necessidade, a família de origem será incluída em programas Vigência
oficiais de orientação, de apoio e de promoção social, sendo faci- § 5o Os registros e certidões necessários à inclusão, a qual-
litado e estimulado o contato com a criança ou com o adolescente quer tempo, do nome do pai no assento de nascimento são isentos
acolhido. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
§ 8o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o res- (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
ponsável pelo programa de acolhimento familiar ou institucional § 6o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do
fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista reconhecimento de paternidade no assento de nascimento e a cer-
ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em tidão correspondente. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
igual prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 9o Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração
da criança ou do adolescente à família de origem, após seu enca-
minhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação,
apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao

Didatismo e Conhecimento 130


LEGISLAÇÃO APLICADA
Título III Capítulo IV
Da Prática de Ato Infracional Das Medidas Sócio-Educativas

Capítulo I Seção I
Disposições Gerais Disposições Gerais
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
como crime ou contravenção penal. I - advertência;
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito II - obrigação de reparar o dano;
anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei. III - prestação de serviços à comunidade;
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser conside- IV - liberdade assistida;
rada a idade do adolescente à data do fato. V - inserção em regime de semiliberdade;
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança correspon- VI - internação em estabelecimento educacional;
derão as medidas previstas no art. 101. VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua
Capítulo II capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infra-
Dos Direitos Individuais ção.
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida
senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e funda- a prestação de trabalho forçado.
mentada da autoridade judiciária competente. § 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência
Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos mental receberão tratamento individual e especializado, em local
responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado acerca de adequado às suas condições.
seus direitos. Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde 100.
se encontra recolhido serão incontinenti comunicados à autoridade Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II
judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes da
ele indicada. autoria e da materialidade da infração, ressalvada a hipótese de
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de remissão, nos termos do art. 127.
responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata. Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determina- que houver prova da materialidade e indícios suficientes da auto-
da pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias. ria.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-
-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada Seção II
a necessidade imperiosa da medida. Da Advertência
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal,
submetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais, de que será reduzida a termo e assinada.
proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo
dúvida fundada. Seção III
Da Obrigação de Reparar o Dano
Capítulo III Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos pa-
Das Garantias Processuais trimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o
adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou,
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
sem o devido processo legal. Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medi-
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as se- da poderá ser substituída por outra adequada.
guintes garantias:
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracio- Seção IV
nal, mediante citação ou meio equivalente; Da Prestação de Serviços à Comunidade
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se
com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas necessárias Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na
à sua defesa; realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não
III - defesa técnica por advogado; excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais,
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em pro-
na forma da lei; gramas comunitários ou governamentais.
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade com- Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as ap-
petente; tidões do adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada má-
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável xima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou
em qualquer fase do procedimento. em dias úteis, de modo a não prejudicar a frequência à escola ou à
jornada normal de trabalho.

Didatismo e Conhecimento 131


LEGISLAÇÃO APLICADA
Seção V Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quan-
Da Liberdade Assistida do:
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afi- I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave amea-
gurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar ça ou violência a pessoa;
e orientar o adolescente. II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompa- III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida
nhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou pro- anteriormente imposta.
grama de atendimento. § 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste arti-
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de go não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada
seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada judicialmente após o devido processo legal. (Redação dada pela
ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Público e o defensor. § 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, haven-
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão do outra medida adequada.
da autoridade competente, a realização dos seguintes encargos, en- Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade ex-
tre outros: clusiva para adolescentes, em local distinto daquele destinado ao
I - promover socialmente o adolescente e sua família, forne- abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade, com-
cendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em programa pleição física e gravidade da infração.
oficial ou comunitário de auxílio e assistência social; Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive
II - supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.
adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade,
III - diligenciar no sentido da profissionalização do adoles- entre outros, os seguintes:
cente e de sua inserção no mercado de trabalho; I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Mi-
IV - apresentar relatório do caso. nistério Público;
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
Seção VI III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
Do Regime de Semiliberdade IV - ser informado de sua situação processual, sempre que
Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado solicitada;
desde o início, ou como forma de transição para o meio aberto, V - ser tratado com respeito e dignidade;
possibilitada a realização de atividades externas, independente- VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela
mente de autorização judicial. mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
na comunidade. IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pes-
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, soal;
no que couber, as disposições relativas à internação. X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e
salubridade;
Seção VII XI - receber escolarização e profissionalização;
Da Internação XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberda- XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
de, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respei- XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e
to à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. desde que assim o deseje;
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a cri- XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local
tério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação seguro para guardá-los, recebendo comprovante daqueles porven-
judicial em contrário. tura depositados em poder da entidade;
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos
manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
máximo a cada seis meses. § 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação § 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporaria-
excederá a três anos. mente a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem mo-
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o tivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do
adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de semiliber- adolescente.
dade ou de liberdade assistida. Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de
idade. contenção e segurança.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de
autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
§ 7o A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser
revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Incluído pela
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

Didatismo e Conhecimento 132


LEGISLAÇÃO APLICADA
Capítulo V Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrati-
Da Remissão va do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apu- como órgão integrante da administração pública local, composto
ração de ato infracional, o representante do Ministério Público po- de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para man-
derá conceder a remissão, como forma de exclusão do processo, dato de 4 (quatro) anos, permitida 1 (uma) recondução, mediante
atendendo às circunstâncias e consequências do fato, ao contexto novo processo de escolha. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de
social, bem como à personalidade do adolescente e sua maior ou 2012)
menor participação no ato infracional. Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar,
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da serão exigidos os seguintes requisitos:
remissão pela autoridade judiciária importará na suspensão ou ex- I - reconhecida idoneidade moral;
tinção do processo. II - idade superior a vinte e um anos;
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhe- III - residir no município.
cimento ou comprovação da responsabilidade, nem prevalece para
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia
efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a aplicação
e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto
de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em
à remuneração dos respectivos membros, aos quais é assegurado o
regime de semi-liberdade e a internação.
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser direito a: (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante pedido expres- I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº 12.696, de
so do adolescente ou de seu representante legal, ou do Ministério 2012)
Público. II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3
(um terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído pela Lei nº
Título IV 12.696, de 2012)
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: 2012)
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comu- IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de
nitários de proteção, apoio e promoção da família; (Redação dada 2012)
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, de
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, 2012)
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiá- do Distrito Federal previsão dos recursos necessários ao funciona-
trico; mento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação continua-
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; da dos conselheiros tutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696,
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar de 2012)
sua frequência e aproveitamento escolar; Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro consti-
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tra- tuirá serviço público relevante e estabelecerá presunção de idonei-
tamento especializado; dade moral. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
VII - advertência;
VIII - perda da guarda; Capítulo II
IX - destituição da tutela; Das Atribuições do Conselho
X - suspensão ou destituição do poder familiar. (Expressão
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos inci-
nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a
sos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou VII;
abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade ju- II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as
diciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento medidas previstas no art. 129, I a VII;
do agressor da moradia comum. III - promover a execução de suas decisões, podendo para
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fi- tanto:
xação provisória dos alimentos de que necessitem a criança ou o a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação,
adolescente dependentes do agressor. (Incluído pela Lei nº 12.415, serviço social, previdência, trabalho e segurança;
de 2011) b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de des-
cumprimento injustificado de suas deliberações.
Título V IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que
Do Conselho Tutelar constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da
criança ou adolescente;
Capítulo I V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua com-
Disposições Gerais petência;
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autôno- VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judi-
mo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo ciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o adolescente
cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos autor de ato infracional;
nesta Lei. VII - expedir notificações;

Didatismo e Conhecimento 133


LEGISLAÇÃO APLICADA
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro,
ou adolescente quando necessário; na forma deste artigo, em relação à autoridade judiciária e ao re-
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da pro- presentante do Ministério Público com atuação na Justiça da In-
posta orçamentária para planos e programas de atendimento dos fância e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou
direitos da criança e do adolescente; distrital.
X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a
violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Cons- Título VI
tituição Federal; Do Acesso à Justiça
XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações
de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as possi- Capítulo I
bilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à fa- Disposições Gerais
mília natural. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente
profissionais, ações de divulgação e treinamento para o reconhe- à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário,
cimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes. por qualquer de seus órgãos.
(Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014) § 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o dela necessitarem, através de defensor público ou advogado no-
Conselho Tutelar entender necessário o afastamento do convívio meado.
familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, § 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância
prestando-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento e da Juventude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a
e as providências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção hipótese de litigância de má-fé.
social da família. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão e os maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos assistidos
ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem tenha le- por seus pais, tutores ou curadores, na forma da legislação civil ou
gítimo interesse. processual.
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial
Capítulo III à criança ou adolescente, sempre que os interesses destes colidi-
Da Competência rem com os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competên- representação ou assistência legal ainda que eventual.
cia constante do art. 147. Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e
administrativos que digam respeito a crianças e adolescentes a que
Capítulo IV se atribua autoria de ato infracional.
Da Escolha dos Conselheiros Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não po-
derá identificar a criança ou adolescente, vedando-se fotografia,
Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conse- referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, in-
lho Tutelar será estabelecido em lei municipal e realizado sob a clusive, iniciais do nome e sobrenome. (Redação dada pela Lei nº
responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança 10.764, de 12.11.2003)
e do Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público. (Redação Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se
dada pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991) refere o artigo anterior somente será deferida pela autoridade ju-
§ 1o O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar diciária competente, se demonstrado o interesse e justificada a fi-
ocorrerá em data unificada em todo o território nacional a cada 4 nalidade.
(quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do ano sub-
sequente ao da eleição presidencial. (Incluído pela Lei nº 12.696, Capítulo II
de 2012) Da Justiça da Infância e da Juventude
§ 2o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de
janeiro do ano subsequente ao processo de escolha. (Incluído pela Seção I
Lei nº 12.696, de 2012) Disposições Gerais
§ 3o No processo de escolha dos membros do Conselho Tute- Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas
lar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao especializadas e exclusivas da infância e da juventude, cabendo ao
eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por número de
brindes de pequeno valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012) habitantes, dotá-las de infraestrutura e dispor sobre o atendimento,
inclusive em plantões.
Capítulo V
Dos Impedimentos Seção II
Do Juiz
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho mari- Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da In-
do e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genro ou nora, fância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na forma
irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, padrasto ou da lei de organização judiciária local.
madrasta e enteado. Art. 147. A competência será determinada:

Didatismo e Conhecimento 134


LEGISLAÇÃO APLICADA
I - pelo domicílio dos pais ou responsável; e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à II - a participação de criança e adolescente em:
falta dos pais ou responsável. a) espetáculos públicos e seus ensaios;
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autorida- b) certames de beleza.
de do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, § 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciá-
continência e prevenção. ria levará em conta, dentre outros fatores:
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autorida- a) os princípios desta Lei;
de competente da residência dos pais ou responsável, ou do local b) as peculiaridades locais;
onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente. c) a existência de instalações adequadas;
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão d) o tipo de frequência habitual ao local;
simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comar- e) a adequação do ambiente a eventual participação ou fre-
ca, será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade quência de crianças e adolescentes;
judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a f) a natureza do espetáculo.
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo de-
sentença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras
verão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as determinações
do respectivo estado.
de caráter geral.
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente
para: Seção III
I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério Dos Serviços Auxiliares
Público, para apuração de ato infracional atribuído a adolescente, Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua pro-
aplicando as medidas cabíveis; posta orçamentária, prever recursos para manutenção de equipe
II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extin- interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da Infância e da
ção do processo; Juventude.
III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes; Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras
IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses indivi- atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local, for-
duais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao adolescente, obser- necer subsídios por escrito, mediante laudos, ou verbalmente, na
vado o disposto no art. 209; audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamen-
V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em enti- to, orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a
dades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis; imediata subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infra- manifestação do ponto de vista técnico.
ções contra norma de proteção à criança ou adolescente;
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, Capítulo III
aplicando as medidas cabíveis. Dos Procedimentos
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente
nas hipóteses do art. 98, é também competente a Justiça da Infân- Seção I
cia e da Juventude para o fim de: Disposições Gerais
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela; Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se
b) conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação proces-
ou modificação da tutela ou guarda; (Expressão substituída pela sual pertinente.
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Parágrafo único. É assegurada, sob pena de responsabilidade,
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento; prioridade absoluta na tramitação dos processos e procedimentos
previstos nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou
judiciais a eles referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
materna, em relação ao exercício do poder familiar; (Expressão
Vigência
substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando a procedimento previsto nesta ou em outra lei, a autoridade judi-
faltarem os pais; ciária poderá investigar os fatos e ordenar de ofício as providên-
f) designar curador especial em casos de apresentação de cias necessárias, ouvido o Ministério Público.
queixa ou representação, ou de outros procedimentos judiciais ou Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para o
extrajudiciais em que haja interesses de criança ou adolescente; fim de afastamento da criança ou do adolescente de sua família de
g) conhecer de ações de alimentos; origem e em outros procedimentos necessariamente contenciosos.
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
dos registros de nascimento e óbito. Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através
de portaria, ou autorizar, mediante alvará: Seção II
I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desa- Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar
companhado dos pais ou responsável, em: (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
a) estádio, ginásio e campo desportivo; Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do po-
b) bailes ou promoções dançantes; der familiar terá início por provocação do Ministério Público ou de
c) boate ou congêneres; quem tenha legítimo interesse. (Expressão substituída pela Lei nº
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas; 12.010, de 2009) Vigência

Didatismo e Conhecimento 135


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 156. A petição inicial indicará: § 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a
I - a autoridade judiciária a que for dirigida; autoridade judicial requisitará sua apresentação para a oitiva. (In-
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do reque- cluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
rente e do requerido, dispensada a qualificação em se tratando de Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará
pedido formulado por representante do Ministério Público; vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvo quando
III - a exposição sumária do fato e o pedido; este for o requerente, designando, desde logo, audiência de instru-
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, ção e julgamento.
o rol de testemunhas e documentos. § 1º A requerimento de qualquer das partes, do Ministério
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciá- Público, ou de ofício, a autoridade judiciária poderá determinar a
ria, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão do poder fa- realização de estudo social ou, se possível, de perícia por equipe
miliar, liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da interprofissional.
causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, § 2º Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público,
mediante termo de responsabilidade. (Expressão substituída pela serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se oralmente o parecer
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência técnico, salvo quando apresentado por escrito, manifestando-se
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, sucessivamente o requerente, o requerido e o Ministério Público,
oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem produzidas e pelo tempo de vinte minutos cada um, prorrogável por mais dez.
oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos. A decisão será proferida na audiência, podendo a autoridade judi-
§ 1o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios ciária, excepcionalmente, designar data para sua leitura no prazo
para sua realização. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) máximo de cinco dias.
§ 2o O requerido privado de liberdade deverá ser citado pes- Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento
soalmente. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014) será de 120 (cento e vinte) dias. (Redação dada pela Lei nº 12.010,
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir de 2009) Vigência
advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, po- Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspen-
derá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo, ao qual são do poder familiar será averbada à margem do registro de nasci-
incumbirá a apresentação de resposta, contando-se o prazo a partir mento da criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
da intimação do despacho de nomeação.
Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liber-
Seção III
dade, o oficial de justiça deverá perguntar, no momento da citação
Da Destituição da Tutela
pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor. (Incluído pela
Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedi-
Lei nº 12.962, de 2014)
mento para a remoção de tutor previsto na lei processual civil e, no
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará
que couber, o disposto na seção anterior.
de qualquer repartição ou órgão público a apresentação de docu-
mento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das partes Seção IV
ou do Ministério Público. Da Colocação em Família Substituta
Art. 161. Não sendo contestado o pedido, a autoridade judi- Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de colo-
ciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, cação em família substituta:
salvo quando este for o requerente, decidindo em igual prazo. I - qualificação completa do requerente e de seu eventual côn-
§ 1o A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das juge, ou companheiro, com expressa anuência deste;
partes ou do Ministério Público, determinará a realização de estu- II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu
do social ou perícia por equipe interprofissional ou multidiscipli- cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente, especifi-
nar, bem como a oitiva de testemunhas que comprovem a presença cando se tem ou não parente vivo;
de uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar III - qualificação completa da criança ou adolescente e de
previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro seus pais, se conhecidos;
de 2002 - Código Civil, ou no art. 24 desta Lei. (Redação dada pela IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, ane-
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência xando, se possível, uma cópia da respectiva certidão;
§ 2o Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendi-
é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe profissional ou mentos relativos à criança ou ao adolescente.
multidisciplinar referida no § 1o deste artigo, de representantes do Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão
órgão federal responsável pela política indigenista, observado o também os requisitos específicos.
disposto no § 6o do art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos
12.010, de 2009) Vigência ou suspensos do poder familiar, ou houverem aderido expressa-
§ 3o Se o pedido importar em modificação de guarda, será mente ao pedido de colocação em família substituta, este poderá
obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da criança ou ser formulado diretamente em cartório, em petição assinada pelos
adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de próprios requerentes, dispensada a assistência de advogado. (Re-
compreensão sobre as implicações da medida. (Incluído pela Lei dação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
nº 12.010, de 2009) Vigência § 1o Na hipótese de concordância dos pais, esses serão ouvi-
§ 4o É obrigatória a oitiva dos pais sempre que esses forem dos pela autoridade judiciária e pelo representante do Ministério
identificados e estiverem em local conhecido. (Incluído pela Lei nº Público, tomando-se por termo as declarações. (Incluído pela Lei
12.010, de 2009) Vigência nº 12.010, de 2009) Vigência

Didatismo e Conhecimento 136


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 2o O consentimento dos titulares do poder familiar será pre- Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infra-
cedido de orientações e esclarecimentos prestados pela equipe in- cional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial com-
terprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, em especial, petente.
no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida. (Incluído Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência para atendimento de adolescente e em se tratando de ato infracio-
§ 3o O consentimento dos titulares do poder familiar será co- nal praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição
lhido pela autoridade judiciária competente em audiência, presente da repartição especializada, que, após as providências necessárias
o Ministério Público, garantida a livre manifestação de vontade e e conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial pró-
esgotados os esforços para manutenção da criança ou do adoles- pria.
cente na família natural ou extensa. (Incluído pela Lei nº 12.010, Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido
de 2009) Vigência mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade po-
§ 4o O consentimento prestado por escrito não terá validade se licial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e
107, deverá:
não for ratificado na audiência a que se refere o § 3o deste artigo.
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o ado-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
lescente;
§ 5o O consentimento é retratável até a data da publicação da
II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
sentença constitutiva da adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprova-
2009) Vigência ção da materialidade e autoria da infração.
§ 6o O consentimento somente terá valor se for dado após Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavra-
o nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) tura do auto poderá ser substituída por boletim de ocorrência cir-
Vigência cunstanciada.
§ 7o A família substituta receberá a devida orientação por Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável,
intermédio de equipe técnica interprofissional a serviço do Poder o adolescente será prontamente liberado pela autoridade policial,
Judiciário, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis sob termo de compromisso e responsabilidade de sua apresentação
pela execução da política municipal de garantia do direito à con- ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo
vivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gra-
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento vidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adoles-
das partes ou do Ministério Público, determinará a realização de cente permanecer sob internação para garantia de sua segurança
estudo social ou, se possível, perícia por equipe interprofissional, pessoal ou manutenção da ordem pública.
decidindo sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial
caso de adoção, sobre o estágio de convivência. encaminhará, desde logo, o adolescente ao representante do Mi-
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória nistério Público, juntamente com cópia do auto de apreensão ou
ou do estágio de convivência, a criança ou o adolescente será en- boletim de ocorrência.
tregue ao interessado, mediante termo de responsabilidade. (In- § 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade
cluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência policial encaminhará o adolescente à entidade de atendimento, que
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e fará a apresentação ao representante do Ministério Público no pra-
ouvida, sempre que possível, a criança ou o adolescente, dar-se-á zo de vinte e quatro horas.
vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias, § 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendi-
decidindo a autoridade judiciária em igual prazo. mento, a apresentação far-se-á pela autoridade policial. À falta de
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a per- repartição policial especializada, o adolescente aguardará a apre-
sentação em dependência separada da destinada a maiores, não
da ou a suspensão do poder familiar constituir pressuposto lógi-
podendo, em qualquer hipótese, exceder o prazo referido no pa-
co da medida principal de colocação em família substituta, será
rágrafo anterior.
observado o procedimento contraditório previsto nas Seções II e
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial
III deste Capítulo. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de encaminhará imediatamente ao representante do Ministério Públi-
2009) Vigência co cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda pode- Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indí-
rá ser decretada nos mesmos autos do procedimento, observado o cios de participação de adolescente na prática de ato infracional,
disposto no art. 35. a autoridade policial encaminhará ao representante do Ministério
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o dis- Público relatório das investigações e demais documentos.
posto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47. Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato in-
Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob fracional não poderá ser conduzido ou transportado em compar-
a guarda de pessoa inscrita em programa de acolhimento familiar timento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à
será comunicada pela autoridade judiciária à entidade por este res- sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou
ponsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº mental, sob pena de responsabilidade.
12.010, de 2009) Vigência Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Mi-
nistério Público, no mesmo dia e à vista do auto de apreensão,
Seção V boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente pelo cartório judicial e com informação sobre os antecedentes do
Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judi- adolescente, procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em
cial será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária. sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e testemunhas.

Didatismo e Conhecimento 137


LEGISLAÇÃO APLICADA
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o represen- Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou respon-
tante do Ministério Público notificará os pais ou responsável para sável, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos mesmos, po-
apresentação do adolescente, podendo requisitar o concurso das dendo solicitar opinião de profissional qualificado.
polícias civil e militar. § 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão,
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo ante- ouvirá o representante do Ministério Público, proferindo decisão.
rior, o representante do Ministério Público poderá: § 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de
I - promover o arquivamento dos autos; internação ou colocação em regime de semi-liberdade, a autorida-
II - conceder a remissão; de judiciária, verificando que o adolescente não possui advogado
III - representar à autoridade judiciária para aplicação de me- constituído, nomeará defensor, designando, desde logo, audiência
dida socioeducativa. em continuação, podendo determinar a realização de diligências e
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida estudo do caso.
a remissão pelo representante do Ministério Público, mediante ter- § 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no pra-
mo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os autos serão zo de três dias contado da audiência de apresentação, oferecerá
conclusos à autoridade judiciária para homologação. defesa prévia e rol de testemunhas.
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autori- § 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas
dade judiciária determinará, conforme o caso, o cumprimento da arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as dili-
medida.
gências e juntado o relatório da equipe interprofissional, será dada
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos au-
a palavra ao representante do Ministério Público e ao defensor,
tos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho fundamen-
sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos para cada um, pror-
tado, e este oferecerá representação, designará outro membro do
Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento rogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em
ou a remissão, que só então estará a autoridade judiciária obrigada seguida proferirá decisão.
a homologar. Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não com-
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministé- parecer, injustificadamente à audiência de apresentação, a autori-
rio Público não promover o arquivamento ou conceder a remissão, dade judiciária designará nova data, determinando sua condução
oferecerá representação à autoridade judiciária, propondo a instau- coercitiva.
ração de procedimento para aplicação da medida sócio-educativa Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão
que se afigurar a mais adequada. do processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do procedimen-
§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá to, antes da sentença.
o breve resumo dos fatos e a classificação do ato infracional e, Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medi-
quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida da, desde que reconheça na sentença:
oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária. I - estar provada a inexistência do fato;
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da II - não haver prova da existência do fato;
autoria e materialidade. III - não constituir o fato ato infracional;
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o
do procedimento, estando o adolescente internado provisoriamen- ato infracional.
te, será de quarenta e cinco dias. Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adoles-
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária cente internado, será imediatamente colocado em liberdade.
designará audiência de apresentação do adolescente, decidindo, Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de in-
desde logo, sobre a decretação ou manutenção da internação, ob- ternação ou regime de semiliberdade será feita:
servado o disposto no art. 108 e parágrafo. I - ao adolescente e ao seu defensor;
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cien- II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou
tificados do teor da representação, e notificados a comparecer à responsável, sem prejuízo do defensor.
audiência, acompanhados de advogado. § 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á uni-
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a auto-
camente na pessoa do defensor.
ridade judiciária dará curador especial ao adolescente.
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judi-
este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença.
ciária expedirá mandado de busca e apreensão, determinando o
sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação.
§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua Seção VI
apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou responsável. Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade
judiciária, não poderá ser cumprida em estabelecimento prisional. Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características entidade governamental e não-governamental terá início mediante
definidas no art. 123, o adolescente deverá ser imediatamente portaria da autoridade judiciária ou representação do Ministério
transferido para a localidade mais próxima. Público ou do Conselho Tutelar, onde conste, necessariamente, re-
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente sumo dos fatos.
aguardará sua remoção em repartição policial, desde que em seção Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade
isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não podendo judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o
ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsa- afastamento provisório do dirigente da entidade, mediante decisão
bilidade. fundamentada.

Didatismo e Conhecimento 138


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo Seção VIII
de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documentos (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
e indicar as provas a produzir. Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a
autoridade judiciária designará audiência de instrução e julgamen- Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil,
to, intimando as partes. apresentarão petição inicial na qual conste: (Incluído pela Lei nº
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministé- 12.010, de 2009) Vigência
rio Público terão cinco dias para oferecer alegações finais, decidin- I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
do a autoridade judiciária em igual prazo. Vigência
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vi-
de dirigente de entidade governamental, a autoridade judiciária gência
oficiará à autoridade administrativa imediatamente superior ao III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casamen-
afastado, marcando prazo para a substituição. to, ou declaração relativa ao período de união estável; (Incluído pela
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
judiciária poderá fixar prazo para a remoção das irregularidades IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de
verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem Pessoas Físicas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
julgamento de mérito. V - comprovante de renda e domicílio; (Incluído pela Lei nº
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da 12.010, de 2009) Vigência
entidade ou programa de atendimento. VI - atestados de sanidade física e mental; (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
Seção VII VII - certidão de antecedentes criminais; (Incluído pela Lei nº
Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de Prote- 12.010, de 2009) Vigência
ção à Criança e ao Adolescente VIII - certidão negativa de distribuição cível. (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e
Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade ad-
oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério Público, que no pra-
ministrativa por infração às normas de proteção à criança e ao ado-
zo de 5 (cinco) dias poderá: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
lescente terá início por representação do Ministério Público, ou
Vigência
do Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado por servidor
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe interpro-
efetivo ou voluntário credenciado, e assinado por duas testemu-
fissional encarregada de elaborar o estudo técnico a que se refere o
nhas, se possível.
art. 197-C desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, pode- II - requerer a designação de audiência para oitiva dos postulan-
rão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as tes em juízo e testemunhas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
circunstâncias da infração. Vigência
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir- III - requerer a juntada de documentos complementares e a rea-
-se-á a lavratura do auto, certificando-se, em caso contrário, dos lização de outras diligências que entender necessárias. (Incluído pela
motivos do retardamento. Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresentação Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe interpro-
de defesa, contado da data da intimação, que será feita: fissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, que deverá
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na elaborar estudo psicossocial, que conterá subsídios que permitam
presença do requerido; aferir a capacidade e o preparo dos postulantes para o exercício de
II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilita- uma paternidade ou maternidade responsável, à luz dos requisitos e
do, que entregará cópia do auto ou da representação ao requerido, princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
ou a seu representante legal, lavrando certidão; § 1o É obrigatória a participação dos postulantes em programa
III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude preferencialmente
encontrado o requerido ou seu representante legal; com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política mu-
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não nicipal de garantia do direito à convivência familiar, que inclua pre-
sabido o paradeiro do requerido ou de seu representante legal. paração psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de
Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas
autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministério Público, de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos. (Incluído pela
por cinco dias, decidindo em igual prazo. Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária proce- § 2o Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória da
derá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo necessário, de- preparação referida no § 1o deste artigo incluirá o contato com crian-
signará audiência de instrução e julgamento. (Vide Lei nº 12.010, ças e adolescentes em regime de acolhimento familiar ou institucio-
de 2009) Vigência nal em condições de serem adotados, a ser realizado sob a orientação,
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão su- supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da
cessivamente o Ministério Público e o procurador do requerido, Juventude, com o apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de
pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais acolhimento familiar ou institucional e pela execução da política
dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído
sentença. pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Didatismo e Conhecimento 139


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participa- Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito des-
ção no programa referido no art. 197-C desta Lei, a autoridade de logo, embora sujeita a apelação, que será recebida exclusiva-
judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá acerca mente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção internacio-
das diligências requeridas pelo Ministério Público e determinará nal ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação
a juntada do estudo psicossocial, designando, conforme o caso, ao adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
audiência de instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos
de 2009) Vigência genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, que deverá ser
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou recebida apenas no efeito devolutivo. (Incluído pela Lei nº 12.010,
sendo essas indeferidas, a autoridade judiciária determinará a jun- de 2009) Vigência
tada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos autos ao Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de
Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. destituição de poder familiar, em face da relevância das questões,
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência serão processados com prioridade absoluta, devendo ser imedia-
tamente distribuídos, ficando vedado que aguardem, em qualquer
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito situação, oportuna distribuição, e serão colocados em mesa para
nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua convoca- julgamento sem revisão e com parecer urgente do Ministério Pú-
ção para a adoção feita de acordo com ordem cronológica de habi- blico. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
litação e conforme a disponibilidade de crianças ou adolescentes Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para
adotáveis. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua
§ 1o A ordem cronológica das habilitações somente poderá conclusão. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas hipóteses Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data
previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado ser essa do julgamento e poderá na sessão, se entender necessário, apresen-
a melhor solução no interesse do adotando. (Incluído pela Lei nº tar oralmente seu parecer. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
12.010, de 2009) Vigência Vigência
§ 2o A recusa sistemática na adoção das crianças ou adolescen- Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instaura-
tes indicados importará na reavaliação da habilitação concedida. ção de procedimento para apuração de responsabilidades se cons-
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência tatar o descumprimento das providências e do prazo previstos nos
artigos anteriores. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Capítulo IV
Dos Recursos Capítulo V
Do Ministério Público
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta
Juventude, inclusive os relativos à execução das medidas socioe- Lei serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica.
ducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei no 5.869, de 11 Art. 201. Compete ao Ministério Público:
de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), com as seguintes I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
adaptações: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às
I - os recursos serão interpostos independentemente de pre- infrações atribuídas a adolescentes;
paro; III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os pro-
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, cedimentos de suspensão e destituição do poder familiar, nomea-
o prazo para o Ministério Público e para a defesa será sempre de ção e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem como oficiar
10 (dez) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) em todos os demais procedimentos da competência da Justiça da
III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensa- Infância e da Juventude; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010,
rão revisor; de 2009) Vigência
IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados,
V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência a especialização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação de
VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência contas dos tutores, curadores e quaisquer administradores de bens
VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior ins- de crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98;
tância, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso de agravo, V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a
a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, manten- proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos relativos
do ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias; à infância e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220, § 3º
VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão re- inciso II, da Constituição Federal;
meterá os autos ou o instrumento à superior instância dentro de VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-
vinte e quatro horas, independentemente de novo pedido do re- -los:
corrente; se a reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclareci-
expresso da parte interessada ou do Ministério Público, no prazo mentos e, em caso de não comparecimento injustificado, requisitar
de cinco dias, contados da intimação. condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou militar;
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 autoridades municipais, estaduais e federais, da administração di-
caberá recurso de apelação. reta ou indireta, bem como promover inspeções e diligências in-
vestigatórias;

Didatismo e Conhecimento 140


LEGISLAÇÃO APLICADA
c) requisitar informações e documentos a particulares e ins- Capítulo VI
tituições privadas; Do Advogado
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investiga- Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsá-
tórias e determinar a instauração de inquérito policial, para apura- vel, e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse na solução da
ção de ilícitos ou infrações às normas de proteção à infância e à lide poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei, atra-
juventude; vés de advogado, o qual será intimado para todos os atos, pessoal-
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais mente ou por publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.
assegurados às crianças e adolescentes, promovendo as medidas Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral
judiciais e extrajudiciais cabíveis; e gratuita àqueles que dela necessitarem.
IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática
corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa dos in- de ato infracional, ainda que ausente ou foragido, será processado
teresses sociais e individuais indisponíveis afetos à criança e ao sem defensor.
adolescente; § 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado
X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir outro de
por infrações cometidas contra as normas de proteção à infância e sua preferência.
à juventude, sem prejuízo da promoção da responsabilidade civil e § 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de
penal do infrator, quando cabível; nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear substituto, ainda
XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de aten- que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.
dimento e os programas de que trata esta Lei, adotando de pronto § 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar
as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remoção de de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido indicado por
irregularidades porventura verificadas; ocasião de ato formal com a presença da autoridade judiciária.
XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos
serviços médicos, hospitalares, educacionais e de assistência so- Capítulo VII
cial, públicos ou privados, para o desempenho de suas atribuições. Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis Coletivos
previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipó-
teses, segundo dispuserem a Constituição e esta Lei. Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem ou- responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à criança e
tras, desde que compatíveis com a finalidade do Ministério Públi- ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta irregular:
co. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de I - do ensino obrigatório;
suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre crian- II - de atendimento educacional especializado aos portadores
ça ou adolescente. de deficiência;
§ 4º O representante do Ministério Público será responsável III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de
pelo uso indevido das informações e documentos que requisitar, zero a cinco anos de idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de
nas hipóteses legais de sigilo. 2016)
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do
deste artigo, poderá o representante do Ministério Público: educando;
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando V - de programas suplementares de oferta de material didáti-
o competente procedimento, sob sua presidência; co-escolar, transporte e assistência à saúde do educando do ensino
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade re- fundamental;
clamada, em dia, local e horário previamente notificados ou acer- VI - de serviço de assistência social visando à proteção à fa-
tados; mília, à maternidade, à infância e à adolescência, bem como ao
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços amparo às crianças e adolescentes que dele necessitem;
públicos e de relevância pública afetos à criança e ao adolescente, VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
fixando prazo razoável para sua perfeita adequação. VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for par- privados de liberdade.
te, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos di- IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e
reitos e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que terá vista promoção social de famílias e destinados ao pleno exercício do di-
dos autos depois das partes, podendo juntar documentos e requerer reito à convivência familiar por crianças e adolescentes. (Incluído
diligências, usando os recursos cabíveis. pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer X - de programas de atendimento para a execução das medi-
caso, será feita pessoalmente. das socioeducativas e aplicação de medidas de proteção. (Incluído
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acar- pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
reta a nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a § 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da pro-
requerimento de qualquer interessado. teção judicial outros interesses individuais, difusos ou coletivos,
Art. 205. As manifestações processuais do representante do próprios da infância e da adolescência, protegidos pela Consti-
Ministério Público deverão ser fundamentadas. tuição e pela Lei. (Renumerado do Parágrafo único pela Lei nº
11.259, de 2005)

Didatismo e Conhecimento 141


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 2o A investigação do desaparecimento de crianças ou ado- § 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro fica-
lescentes será realizada imediatamente após notificação aos órgãos rá depositado em estabelecimento oficial de crédito, em conta com
competentes, que deverão comunicar o fato aos portos, aeroportos, correção monetária.
Polícia Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e in- Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recur-
ternacionais, fornecendo-lhes todos os dados necessários à iden- sos, para evitar dano irreparável à parte.
tificação do desaparecido. (Incluído pela Lei nº 11.259, de 2005) Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser con-
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no denação ao poder público, o juiz determinará a remessa de peças à
foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e
juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalva- administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.
das a competência da Justiça Federal e a competência originária Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da
dos tribunais superiores. sentença condenatória sem que a associação autora lhe promova
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coleti- a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual
vos ou difusos, consideram-se legitimados concorrentemente: iniciativa aos demais legitimados.
I - o Ministério Público; Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os honorários advocatícios arbitrados na conformidade do § 4º do
os territórios; art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Pro-
III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um cesso Civil), quando reconhecer que a pretensão é manifestamente
ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos inte- infundada.
resses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a autorização Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação
da assembleia, se houver prévia autorização estatutária. autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Minis- solidariamente condenados ao décuplo das custas, sem prejuízo de
térios Públicos da União e dos estados na defesa dos interesses e responsabilidade por perdas e danos.
direitos de que cuida esta Lei. Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associa- adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e
ção legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado poderá quaisquer outras despesas.
assumir a titularidade ativa. Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe infor-
interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exi-
mações sobre fatos que constituam objeto de ação civil, e indican-
gências legais, o qual terá eficácia de título executivo extrajudicial.
do-lhe os elementos de convicção.
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribu-
esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações pertinentes.
nais tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a propo-
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas
situra de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as
do Código de Processo Civil.
providências cabíveis.
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá
público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei, caberá requerer às autoridades competentes as certidões e informações
ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de quinze
de segurança. dias.
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua pre-
obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica sidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, orga-
da obrigação ou determinará providências que assegurem o resul- nismo público ou particular, certidões, informações, exames ou
tado prático equivalente ao do adimplemento. perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo dez dias úteis.
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz § 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citando diligências, se convencer da inexistência de fundamento para a
o réu. propositura da ação cível, promoverá o arquivamento dos autos
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamen-
sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido tadamente.
do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando § 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação
prazo razoável para o cumprimento do preceito. arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave,
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado no prazo de três dias, ao Conselho Superior do Ministério Público.
da sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que § 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de
se houver configurado o descumprimento. arquivamento, em sessão do Conselho Superior do Ministério pú-
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido blico, poderão as associações legitimadas apresentar razões escri-
pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do res- tas ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou
pectivo município. anexados às peças de informação.
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito § 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e
em julgado da decisão serão exigidas através de execução promo- deliberação do Conselho Superior do Ministério Público, confor-
vida pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada igual me dispuser o seu regimento.
iniciativa aos demais legitimados.

Didatismo e Conhecimento 142


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promo- Pena - detenção de seis meses a dois anos.
ção de arquivamento, designará, desde logo, outro órgão do Minis- Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta
tério Público para o ajuizamento da ação. Lei em benefício de adolescente privado de liberdade:
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as dis- Pena - detenção de seis meses a dois anos.
posições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985. Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciá-
ria, membro do Conselho Tutelar ou representante do Ministério
Título VII Público no exercício de função prevista nesta Lei:
Dos Crimes e Das Infrações Administrativas Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o
Capítulo I tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial, com o fim
Dos Crimes de colocação em lar substituto:
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
Seção I Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a
Disposições Gerais
terceiro, mediante paga ou recompensa:
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo do
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou
disposto na legislação penal.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as nor- efetiva a paga ou recompensa.
mas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao processo, as per- Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado
tinentes ao Código de Processo Penal. ao envio de criança ou adolescente para o exterior com inobser-
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública vância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
incondicionada Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça
Seção II ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
Dos Crimes em Espécie Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena cor-
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de respondente à violência.
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter registro Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou
das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos no art. registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográ-
10 desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu res- fica, envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei
ponsável, por ocasião da alta médica, declaração de nascimento, nº 11.829, de 2008)
onde constem as intercorrências do parto e do desenvolvimento Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda-
do neonato: ção dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos. § 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta,
Parágrafo único. Se o crime é culposo: coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa. ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de esta- quem com esses contracena. (Redação dada pela Lei nº 11.829, de
belecimento de atenção à saúde de gestante de identificar correta- 2008)
mente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como § 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete
deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei: o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos. I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de
Parágrafo único. Se o crime é culposo: exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade,
de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato infra-
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguíneo
cional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária com-
petente: ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, pre-
Pena - detenção de seis meses a dois anos. ceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título,
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento. (Incluído
apreensão sem observância das formalidades legais. pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou ou-
apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata comunica- tro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica
ção à autoridade judiciária competente e à família do apreendido envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela Lei nº
ou à pessoa por ele indicada: 11.829, de 2008)
Pena - detenção de seis meses a dois anos. Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda-
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autorida- ção dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
de, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento: Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distri-
Pena - detenção de seis meses a dois anos. buir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio
Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997: de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica en-
ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente, tão logo volvendo criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de
tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão: 2008)

Didatismo e Conhecimento 143


LEGISLAÇÃO APLICADA
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído  Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído
pela Lei nº 11.829, de 2008) pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº  I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo
11.829, de 2008) cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela prati-
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das car ato libidinoso; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
fotografias, cenas ou imagens de que trata o  caput  deste artigo;  II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou sexual-
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de compu- mente explícita. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
tadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste  Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a ex-
artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) pressão “cena de sexo explícito ou pornográfica” compreende
 § 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste qualquer situação que envolva criança ou adolescente em ativida-
artigo são puníveis quando o responsável legal pela prestação do des sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos
serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o acesso ao genitais de uma criança ou adolescente para fins primordialmente
conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela sexuais (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Lei nº 11.829, de 2008) Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entre-
 Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição
meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha ou explosivo:
cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou ado- Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela
lescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluí- Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda
do pela Lei nº 11.829, de 2008) que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente,
 § 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos com-
pequena quantidade o material a que se refere o caput deste artigo. ponentes possam causar dependência física ou psíquica: (Redação
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
 § 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o
finalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência fato não constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei nº
das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, 13.106, de 2015)
quando a comunicação for feita por: (Incluído pela Lei nº 11.829, Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entre-
de 2008) gar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos de estampi-
  I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído do ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial,
pela Lei nº 11.829, de 2008) sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de uti-
 II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, lização indevida:
entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o processa- Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
mento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais defi-
parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) nidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à exploração
 III – representante legal e funcionários responsáveis de pro- sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
vedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de compu- Pena – reclusão de quatro a dez anos, e multa.
tadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à § 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o
autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário. responsável pelo local em que se verifique a submissão de criança
(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo. (Incluí-
 § 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão manter do pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei nº 11.829, § 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação
de 2008) da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.
 Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adultera- Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de
ção, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-
outra forma de representação visual: (Incluído pela Lei nº 11.829, -o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
de 2008) Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído nº 12.015, de 2009)
pela Lei nº 11.829, de 2008) § 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, ex- pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios
põe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qual- eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. (Incluído pela
quer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na Lei nº 12.015, de 2009)
forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) § 2o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas
 Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por de um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar in-
qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela cluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990. (In-
praticar ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008) cluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído
pela Lei nº 11.829, de 2008)

Didatismo e Conhecimento 144


LEGISLAÇÃO APLICADA
Capítulo II Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-
Das Infrações Administrativas -se o dobro em caso de reincidência.
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por es- Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo
tabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré- público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do
-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos local de exibição, informação destacada sobre a natureza da diver-
de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação são ou espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de
de maus-tratos contra criança ou adolescente: classificação:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-
-se o dobro em caso de reincidência. -se o dobro em caso de reincidência.
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer repre-
atendimento o exercício dos direitos constantes nos incisos II, III, sentações ou espetáculos, sem indicar os limites de idade a que não
VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei: se recomendem:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada
-se o dobro em caso de reincidência. em caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa de espe-
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização de- táculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.
vida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documen- Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo
to de procedimento policial, administrativo ou judicial relativo a em horário diverso do autorizado ou sem aviso de sua classifica-
criança ou adolescente a que se atribua ato infracional: ção:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada
-se o dobro em caso de reincidência. em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá determinar
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmen- a suspensão da programação da emissora por até dois dias.
te, fotografia de criança ou adolescente envolvido em ato infracio- Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere
nal, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se refira a atos classificado pelo órgão competente como inadequado às crianças
que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
direta ou indiretamente. Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na reinci-
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora dência, a autoridade poderá determinar a suspensão do espetáculo
de rádio ou televisão, além da pena prevista neste artigo, a auto- ou o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
ridade judiciária poderá determinar a apreensão da publicação ou Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de pro-
a suspensão da programação da emissora até por dois dias, bem gramação em vídeo, em desacordo com a classificação atribuída
como da publicação do periódico até por dois números. (Expressão pelo órgão competente:
declara inconstitucional pela ADIN 869-2). Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso
Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária de seu de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha-
domicílio, no prazo de cinco dias, com o fim de regularizar a guar- mento do estabelecimento por até quinze dias.
da, adolescente trazido de outra comarca para a prestação de ser- Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79
viço doméstico, mesmo que autorizado pelos pais ou responsável: desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicando-
-se o dobro em caso de reincidência, independentemente das des- -se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo de apreensão da
pesas de retorno do adolescente, se for o caso. revista ou publicação.
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o em-
inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda, bem presário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso de crian-
assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho Tutelar: ça ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua participação
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência no espetáculo: (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando- Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso
-se o dobro em caso de reincidência. de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o fecha-
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado mento do estabelecimento por até quinze dias.
dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou da Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar
autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere: (Re- a instalação e operacionalização dos cadastros previstos no art. 50
dação dada pela Lei nº 12.038, de 2009). e no § 11 do art. 101 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009). 2009) Vigência
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três
a autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do estabe- mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
lecimento por até 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei nº 12.038, Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que
de 2009). deixa de efetuar o cadastramento de crianças e de adolescentes
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 em condições de serem adotadas, de pessoas ou casais habilitados
(trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente fechado e terá à adoção e de crianças e adolescentes em regime de acolhimento
sua licença cassada. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009). institucional ou familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer Vigência
meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta
Lei:

Didatismo e Conhecimento 145


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de es- § 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a
tabelecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar imediato forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos Di-
encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que tenha co- reitos da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais referidos
nhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu filho neste artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
para adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência § 5o Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei no 9.249, de
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três 26 de dezembro de 1995, a dedução de que trata o inciso I do ca-
mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência put: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de I - será considerada isoladamente, não se submetendo a limite
programa oficial ou comunitário destinado à garantia do direito em conjunto com outras deduções do imposto; e (Incluído pela Lei
à convivência familiar que deixa de efetuar a comunicação refe- nº 12.594, de 2012) (Vide)
rida no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) II - não poderá ser computada como despesa operacional na
Vigência apuração do lucro real. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II (Vide)
do art. 81: (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015) Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que trata o inciso
(dez mil reais); (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015) II do caput do art. 260 diretamente em sua Declaração de Ajuste
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento co- Anual. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
mercial até o recolhimento da multa aplicada. (Redação dada pela § 1o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os
Lei nº 13.106, de 2015) seguintes percentuais aplicados sobre o imposto apurado na decla-
Disposições Finais e Transitórias ração: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da pu- I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
blicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo sobre a II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da política de III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012. (Incluí-
atendimento fixadas no art. 88 e ao que estabelece o Título V do do pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Livro II. § 2o A dedução de que trata o caput: (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promo- 12.594, de 2012) (Vide)
verem a adaptação de seus órgãos e programas às diretrizes e prin-
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto
cípios estabelecidos nesta Lei.
sobre a renda apurado na declaração de que trata o inciso II do ca-
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fun-
put do art. 260; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
dos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital,
II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei nº
estaduais ou municipais, devidamente comprovadas, sendo essas
12.594, de 2012) (Vide)
integralmente deduzidas do imposto de renda, obedecidos os se-
a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei nº
guintes limites: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
12.594, de 2012) (Vide)
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apu-
rado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real; e b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído pela Lei
(Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído pela Lei nº
pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual, observado o 12.594, de 2012) (Vide)
disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997. III - só se aplica às doações em espécie; e (Incluído pela Lei nº
(Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
§ 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997) IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em
§ 1o-A. Na definição das prioridades a serem atendidas com vigor. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
os recursos captados pelos fundos nacional, estaduais e municipais § 3o O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de
dos direitos da criança e do adolescente, serão consideradas as dis- vencimento da primeira quota ou quota única do imposto, obser-
posições do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do vadas instruções específicas da Secretaria da Receita Federal do
Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Co- Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
munitária e as do Plano Nacional pela Primeira Infância. (Redação § 4o O não pagamento da doação no prazo estabelecido no §
dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 3  implica a glosa definitiva desta parcela de dedução, ficando a
o

§ 2o Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direi- pessoa física obrigada ao recolhimento da diferença de imposto
tos da criança e do adolescente fixarão critérios de utilização, por devido apurado na Declaração de Ajuste Anual com os acrésci-
meio de planos de aplicação, das dotações subsidiadas e demais mos legais previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº 12.594,
receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao de 2012) (Vide)
acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e adolescentes e § 5o A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na
para programas de atenção integral à primeira infância em áreas Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo ano-
de maior carência socioeconômica e em situações de calamidade. -calendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos Direitos
(Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016) da Criança e do Adolescente municipais, distrital, estaduais e na-
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da cional concomitantemente com a opção de que trata o caput, res-
Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a comprova- peitado o limite previsto no inciso II do art. 260. (Incluído pela Lei
ção das doações feitas aos fundos, nos termos deste artigo. (Incluí- nº 12.594, de 2012) (Vide)
do pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)

Didatismo e Conhecimento 146


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D
ser deduzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo de 5
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas (cinco) anos para fins de comprovação da dedução perante a Recei-
que apuram o imposto trimestralmente; e (Incluído pela Lei nº ta Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
12.594, de 2012) (Vide) Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente na-
as pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmente. (Incluído cional, estaduais, distrital e municipais devem: (Incluído pela Lei
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) nº 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do pe- I - manter conta bancária específica destinada exclusivamen-
ríodo a que se refere a apuração do imposto. (Incluído pela Lei nº te a gerir os recursos do Fundo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
12.594, de 2012) (Vide) 2012) (Vide)
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem II - manter controle das doações recebidas; e (Incluído pela
ser efetuadas em espécie ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
de 2012) (Vide) III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando os seguintes
depositadas em conta específica, em instituição financeira pública, dados por doador: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
vinculadas aos respectivos fundos de que trata o art. 260. (Incluído a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) (Vide)
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou
contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente na- em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
cional, estaduais, distrital e municipais devem emitir recibo em Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações pre-
favor do doador, assinado por pessoa competente e pelo presidente vistas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do Brasil dará
do Conselho correspondente, especificando: (Incluído pela Lei nº conhecimento do fato ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide) 12.594, de 2012) (Vide)
I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adoles-
(Vide) cente nacional, estaduais, distrital e municipais divulgarão ampla-
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e en- mente à comunidade: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
dereço do emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei nº 12.594,
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do
de 2012) (Vide)
doador; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de aten-
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e (Incluído
dimento à criança e ao adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.594,
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
de 2012) (Vide)
V - ano-calendário a que se refere a doação. (Incluído pela Lei
III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem be-
nº 12.594, de 2012) (Vide)
neficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do
§ 1o O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser
emitido anualmente, desde que discrimine os valores doados mês Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais; (Incluído
a mês. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 2o No caso de doação em bens, o comprovante deve conter IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário
a identificação dos bens, mediante descrição em campo próprio ou e o valor dos recursos previstos para implementação das ações, por
em relação anexa ao comprovante, informando também se houve projeto; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço dos avaliadores. (In- V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação,
cluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) por projeto atendido, inclusive com cadastramento na base de da-
Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador deverá: dos do Sistema de Informações sobre a Infância e a Adolescência;
(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante documenta- VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com
ção hábil; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos, nacional, estaduais, distrital e municipais. (Incluído pela Lei nº
quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso de 12.594, de 2012) (Vide)
pessoa jurídica; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Co-
III - considerar como valor dos bens doados: (Incluído pela marca, a forma de fiscalização da aplicação dos incentivos fiscais
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) referidos no art. 260 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declara- 2012) (Vide)
ção do imposto de renda, desde que não exceda o valor de merca- Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts.
do; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por ação judicial
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. (Incluí- proposta pelo Ministério Público, que poderá atuar de ofício, a re-
do pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) querimento ou representação de qualquer cidadão. (Incluído pela
Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
considerado na determinação do valor dos bens doados, exceto se Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência
o leilão for determinado por autoridade judiciária. (Incluído pela da República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita Fe-
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) deral do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo eletrônico

Didatismo e Conhecimento 147


LEGISLAÇÃO APLICADA
contendo a relação atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput  será
e do Adolescente nacional, distrital, estaduais e municipais, com veiculada em linguagem clara, compreensível e adequada a crian-
a indicação dos respectivos números de inscrição no CNPJ e das ças e adolescentes, especialmente às crianças com idade inferior a
contas bancárias específicas mantidas em instituições financeiras 6 (seis) anos. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
públicas, destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fun- Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua pu-
dos. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) blicação.
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser
as instruções necessárias à aplicação do disposto nos arts. 260 a promovidas atividades e campanhas de divulgação e esclarecimen-
260-K. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide) tos acerca do disposto nesta Lei.
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964, e 6.697, de
criança e do adolescente, os registros, inscrições e alterações a que 10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e as demais disposi-
se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei serão efe- ções em contrário.
tuados perante a autoridade judiciária da comarca a que pertencer Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º
a entidade. da República.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos esta- FERNANDO COLLOR 
dos e municípios, e os estados aos municípios, os recursos referen- Bernardo Cabral 
tes aos programas e atividades previstos nesta Lei, tão logo este- Carlos Chiarelli 
jam criados os conselhos dos direitos da criança e do adolescente Antônio Magri 
nos seus respectivos níveis. Margarida Procópio
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as Este texto não substitui o publicado no DOU 16.7.1990 e re-
atribuições a eles conferidas serão exercidas pela autoridade judi- tificado em 27.9.1990
ciária.
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações: LEI DOS CRIMES HEDIONDOS.
1) Art. 121 ............................................................
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço,
se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão,
arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à
vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge
para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.
é aumentada de um terço, se o crime é praticado contra pessoa
menor de catorze anos. Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, in-
2) Art. 129 ............................................................... ciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providên-
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das cias.
hipóteses do art. 121, § 4º.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Con-
3) Art. 136................................................................. gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos
contra pessoa menor de catorze anos.
tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 -
4) Art. 213 ..................................................................
Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
8.930, de 1994) (Vide Lei nº 7.210, de 1984)
Pena - reclusão de quatro a dez anos.
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica
5) Art. 214...................................................................
de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:
homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e
Pena - reclusão de três a nove anos.»
VII); (Redação dada pela Lei nº 13.142, de 2015)
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129,
1973, fica acrescido do seguinte item: § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando
“Art. 102 .................................................................... praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. “ da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da For-
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da ça Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente
mantidas pelo poder público federal promoverão edição popular consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (Incluí-
do texto integral deste Estatuto, que será posto à disposição das do pela Lei nº 13.142, de 2015)
escolas e das entidades de atendimento e de defesa dos direitos da II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído pela Lei
criança e do adolescente. nº 8.930, de 1994)
Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla divul- III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); (Inciso
gação dos direitos da criança e do adolescente nos meios de comu- incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
nicação social. (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

Didatismo e Conhecimento 148


LEGISLAÇÃO APLICADA
IV - extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. “Art. 157. .............................................................
159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de
1994) reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Redação dada pela reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.
Lei nº 12.015, de 2009) ........................................................................
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e Art. 159. ...............................................................
4 ); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
o
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso § 1º .................................................................
incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de § 2º .................................................................
1998) Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de § 3º .................................................................
produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, ca- Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
put e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, ........................................................................
de 2 de julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998) Art. 213. ...............................................................
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de ex- Pena - reclusão, de seis a dez anos.
ploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. Art. 214. ...............................................................
218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014) Pena - reclusão, de seis a dez anos.
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de ........................................................................
genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de Art. 223. ...............................................................
outubro de 1956, tentado ou consumado. (Parágrafo incluído pela Pena - reclusão, de oito a doze anos.
Lei nº 8.930, de 1994) Parágrafo único. ........................................................
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilí- Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
cito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetí- ........................................................................
veis de: (Vide Súmula Vinculante) Art. 267. ...............................................................
I - anistia, graça e indulto; Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) ........................................................................
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida ini- Art. 270. ...............................................................
cialmente em regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
de 2007) .......................................................................”
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos cri- Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte
mes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 parágrafo:
(dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três “Art. 159. ..............................................................
quintos), se reincidente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de ........................................................................
2007) § 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá funda- que denunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do sequestra-
mentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. (Redação dada do, terá sua pena reduzida de um a dois terços.”
pela Lei nº 11.464, de 2007) Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos,
21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou
prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de terrorismo.
extrema e comprovada necessidade. (Incluído pela Lei nº 11.464, Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar
de 2007) à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantela-
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segu- mento, terá a pena reduzida de um a dois terços.
rança máxima, destinados ao cumprimento de penas impostas a Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados
condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213,
estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública. caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo úni-
Art. 4º (Vetado). co, 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único,
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte in- todos do Código Penal, são acrescidas de metade, respeitado o li-
ciso: mite superior de trinta anos de reclusão, estando a vítima em qual-
“Art. 83. .............................................................. quer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.
........................................................................ Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976,
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de con- passa a vigorar acrescido de parágrafo único, com a seguinte re-
denação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de dação:
entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for “Art. 35. ................................................................
reincidente específico em crimes dessa natureza.” Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo se-
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; rão contados em dobro quando se tratar dos crimes previstos nos
214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput, arts. 12, 13 e 14.”
todos do Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação: Art. 11. (Vetado).

Didatismo e Conhecimento 149


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário. são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de
Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos
da República. assuntos que lhe são afetos.
FERNANDO COLLOR  Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou
Bernardo Cabral omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o
Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.7.1990 integral ressarcimento do dano.
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente
público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao
SANÇÕES APLICÁVEIS AOS AGENTES seu patrimônio.
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimô-
PÚBLICOS NOS CASOS DE nio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO NO administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministé-
EXERCÍCIO DE MANDATO, CARGO, rio Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
EMPREGO OU FUNÇÃO NA Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA, deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarci-
mento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do
INDIRETA OU FUNDACIONAL. enriquecimento ilícito.
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio
público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações
desta lei até o limite do valor da herança.
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992.
CAPÍTULO II
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos Dos Atos de Improbidade Administrativa
casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo,
emprego ou função na administração pública direta, indireta ou Seção I
fundacional e dá outras providências. Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enri-
quecimento Ilícito
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Con- Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importan-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: do enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patri-
monial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função,
CAPÍTULO I emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta
Das Disposições Gerais lei, e notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agen- imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indire-
te público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de
ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incor- ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
porada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou agente público;
custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquen- II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para
ta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel,
forma desta lei. ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades des- preço superior ao valor de mercado;
ta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para
entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o for-
creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação necimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cin- de mercado;
quenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máqui-
nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a nas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de proprieda-
contribuição dos cofres públicos. de ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empre-
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem re- gados ou terceiros contratados por essas entidades;
muneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar,
emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual-
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra
para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qual-
quer forma direta ou indireta.

Didatismo e Conhecimento 150


LEGISLAÇÃO APLICADA
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo
ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucra-
em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, tivos, ou dispensá-los indevidamente; (Redação dada pela Lei nº
peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens 13.019, de 2014) (Vigência)
fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autori-
lei; zadas em lei ou regulamento;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de manda- X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou ren-
to, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza da, bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio
cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à ren- público;
da do agente público; XI - liberar verba pública sem a estrita observância das nor-
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que irregular;
tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se en-
ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante
riqueça ilicitamente;
a atividade;
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular,
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a libera-
veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natu-
ção ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta reza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou decla- mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor
ração a que esteja obrigado; público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão asso-
entidades mencionadas no art. 1° desta lei; ciada sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valo- Lei nº 11.107, de 2005)
res integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem
no art. 1° desta lei. suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as for-
malidades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
Seção II XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a in-
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo corporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídi-
ao Erário ca, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que cau- administração pública a entidades privadas mediante celebração
sa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regu-
que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamen- lamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de
to ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no 2014) (Vigência)
art. 1º desta lei, e notadamente: XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorpora- privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferi-
ção ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, dos pela administração pública a entidade privada mediante cele-
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das bração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou
entidades mencionadas no art. 1º desta lei; regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019,
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica de 2014) (Vigência)
privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acer- XVIII - celebrar parcerias da administração pública com en-
vo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem
tidades privadas sem a observância das formalidades legais ou re-
a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicá-
gulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de
veis à espécie;
2014) (Vigência)
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente des-
personalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e aná-
rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades lise das prestações de contas de parcerias firmadas pela administra-
mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades ção pública com entidades privadas; (Incluído pela Lei nº 13.019,
legais e regulamentares aplicáveis à espécie; de 2014) (Vigência)
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração
bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas pública com entidades privadas sem a estrita observância das nor-
no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
por preço inferior ao de mercado; irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administra-
bem ou serviço por preço superior ao de mercado; ção pública com entidades privadas sem a estrita observância das
VI - realizar operação financeira sem observância das normas normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua apli-
legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô- cação irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
nea;
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a ob-
servância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
espécie;

Didatismo e Conhecimento 151


LEGISLAÇÃO APLICADA
Seção II-A II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano,
(Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) (Produção de efeito) perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspen-
Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou são dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa
Tributário civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar
com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qual- ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
quer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º cinco anos;
do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se
(Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) (Produção de houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos
efeito) de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o
valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contra-
Seção III tar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
os Princípios da Administração Pública de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
três anos.
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que aten- IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função públi-
ta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou ca, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e
omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, le- multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou
galidade, e lealdade às instituições, e notadamente: tributário concedido. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou 2016)
diverso daquele previsto, na regra de competência; Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofí- juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o
cio; proveito patrimonial obtido pelo agente.
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão
das atribuições e que deva permanecer em segredo; CAPÍTULO IV
IV - negar publicidade aos atos oficiais; Da Declaração de Bens
V - frustrar a licitude de concurso público;
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam con-
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de ter- dicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que
ceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida polí- compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no ser-
tica ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou viço de pessoal competente.(Regulamento) (Regulamento)
serviço. § 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoven-
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscali- tes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e va-
zação e aprovação de contas de parcerias firmadas pela adminis- lores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for
tração pública com entidades privadas. (Redação dada pela Lei nº o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou
13.019, de 2014) (Vigência) companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a de-
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessi- pendência econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e
bilidade previstos na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de utensílios de uso doméstico.
2015) (Vigência) § 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na
data em que o agente público deixar o exercício do mandato, car-
CAPÍTULO III go, emprego ou função.
Das Penas § 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço
público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e ad- que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo de-
ministrativas previstas na legislação específica, está o responsá- terminado, ou que a prestar falsa.
vel pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que § 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da
podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Fe-
a gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009). deral na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações,
ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quan- para suprir a exigência contida no caput e no § 2° deste artigo .
do houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políti-
cos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes CAPÍTULO V
o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial
Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou credi-
tícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos; administrativa competente para que seja instaurada investigação
destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

Didatismo e Conhecimento 152


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e § 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-
assinada, conterá a qualificação do representante, as informações -la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifes-
sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha tação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e jus-
conhecimento. tificações, dentro do prazo de quinze dias. (Incluído pela Medida
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em Provisória nº 2.225-45, de 2001)
despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades esta- § 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias,
belecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representa- em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da ine-
ção ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei. xistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade inadequação da via eleita. (Incluído pela Medida Provisória nº
determinará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de 2.225-45, de 2001)
servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 § 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apre-
a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando sentar contestação. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45,
de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos de 2001)
§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo
disciplinares.
de instrumento. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Mi-
2001)
nistério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existên-
§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inade-
cia de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de quação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem
improbidade. julgamento do mérito. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conse- 45, de 2001)
lho de Contas poderá, a requerimento, designar representante para § 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos
acompanhar o procedimento administrativo. processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1o,
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a do Código de Processo Penal. (Incluído pela Medida Provisória nº
comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria 2.225-45, de 2001)
do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do § 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa
sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido jurídica interessada o ente tributante que figurar no polo ativo da
ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público. obrigação tributária de que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela
disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil. Lei Complementar nº 157, de 2016)
§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de repa-
exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações finan- ração de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente
ceiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso,
tratados internacionais. em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será pro-
posta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, CAPÍTULO VI
dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar. Das Disposições Penais
§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbi-
que trata o caput. dade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as da denúncia o sabe inocente.
ações necessárias à complementação do ressarcimento do patri- Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
mônio público. Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está
sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou
§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Minis-
à imagem que houver provocado.
tério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3o do art.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos
6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965. (Redação dada pela Lei
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença
nº 9.366, de 1996) condenatória.
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa
parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nu- competente poderá determinar o afastamento do agente público do
lidade. exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remune-
§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para ração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
causa de pedir ou o mesmo objeto. (Incluído pela Medida provisó- I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo
ria nº 2.180-35, de 2001) quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº 12.120,
§ 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que de 2009).
contenham indícios suficientes da existência do ato de improbida- II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de contro-
de ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresen- le interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
tação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Mi-
inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de nistério Público, de ofício, a requerimento de autoridade admi-
Processo Civil. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de nistrativa ou mediante representação formulada de acordo com o
2001) disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito
policial ou procedimento administrativo.

Didatismo e Conhecimento 153


LEGISLAÇÃO APLICADA
CAPÍTULO VII Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras,
Da Prescrição alienações, concessões, permissões e locações da Administração
Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamen-
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções pre- te precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta
vistas nesta lei podem ser propostas: Lei.
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato
cargo em comissão ou de função de confiança; todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a
para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja
público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. qual for a denominação utilizada.
III - até cinco anos da data da apresentação à administração
pública da prestação de contas final pelas entidades referidas no Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do
parágrafo único do art. 1o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.019, princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais
de 2014) (Vigência) vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento
nacional sustentável e será processada e julgada em estrita con-
CAPÍTULO VIII formidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoa-
Das Disposições Finais lidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de pela Lei nº 12.349, de 2010) (Regulamento) (Regulamento) (Re-
1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições gulamento)
em contrário. § 1o É vedado aos agentes públicos:
Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação,
104° da República. cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem
FERNANDO COLLOR o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades coo-
Célio Borja perativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da
Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.6.1992
naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer
outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico
objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste arti-
NORMAS PARA LICITAÇÕES E go e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação
CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO dada pela Lei nº 12.349, de 2010)
PÚBLICA (LEI DE LICITAÇÕES). II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comer-
cial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre em-
presas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moe-
da, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos
LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto
no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, de 1991.
institui normas para licitações e contratos da Administração Públi- § 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate,
ca e dá outras providências. será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
I - (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- II - produzidos no País;
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em
Capítulo I pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS pela Lei nº 11.196, de 2005)
V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem
Seção I cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com
Dos Princípios deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que aten-
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e dam às regras de acessibilidade previstas na legislação. (Incluído
contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Po- § 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis
deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além das propostas, até a respectiva abertura.
dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autar- § 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
quias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades § 5o Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida mar-
de economia mista e demais entidades controladas direta ou indire- gem de preferência para: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de
tamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 2015) (Vigência)

Didatismo e Conhecimento 154


LEGISLAÇÃO APLICADA
I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que aten- § 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção
dam a normas técnicas brasileiras; e (Incluído pela Lei nº 13.146, e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e
de 2015) comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Execu-
II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que tivo federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com
comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo com o
pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de
e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação. janeiro de 2001. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide De-
(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) creto nº 7.546, de 2011)
§ 6o A margem de preferência de que trata o § 5o será estabele- § 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro,
cida com base em estudos revistos periodicamente, em prazo não a relação de empresas favorecidas em decorrência do disposto nos
superior a 5 (cinco) anos, que levem em consideração: (Incluído §§ 5o, 7o, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicação do volume de
pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) recursos destinados a cada uma delas. (Incluído pela Lei nº 12.349,
(Vide Decreto nº 7.709, de 2012) (Vide Decreto nº 7.713, de 2012) de 2010)
(Vide Decreto nº 7.756, de 2012) § 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais nor-
I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº 12.349, mas de licitação e contratos devem privilegiar o tratamento dife-
de 2010) renciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e mu- porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar nº 147,
nicipais; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) de 2014)
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no § 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem sobre
País; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) as demais preferências previstas na legislação quando estas forem
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela aplicadas sobre produtos ou serviços estrangeiros. (Incluído pela
Lei nº 12.349, de 2010) Lei Complementar nº 147, de 2014)
V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. (In- Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos
cluído pela Lei nº 12.349, de 2010) órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público
§ 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacionais re- subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabele-
sultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados cido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desen-
no País, poderá ser estabelecido margem de preferência adicional volvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impe-
dir a realização dos trabalhos.
àquela prevista no § 5o. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei
(Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qual-
§ 8o As margens de preferência por produto, serviço, grupo de
quer esfera da Administração Pública.
produtos ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5o e 7o, serão
Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas licita-
definidas pelo Poder Executivo federal, não podendo a soma delas
ções terão como expressão monetária a moeda corrente nacional,
ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o
ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei, devendo cada unida-
preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros. (Incluí-
de da Administração, no pagamento das obrigações relativas ao
do pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
fornecimento de bens, locações, realização de obras e prestação
§ 9o As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste artigo não de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de recursos,
se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de produção a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, sal-
ou prestação no País seja inferior: (Incluído pela Lei nº 12.349, de vo quando presentes relevantes razões de interesse público e me-
2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) diante prévia justificativa da autoridade competente, devidamente
I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluído publicada.
pela Lei nº 12.349, de 2010) § 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores
II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do art. corrigidos por critérios previstos no ato convocatório e que lhes
23 desta Lei, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº 12.349, de preservem o valor.
2010) § 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo paga-
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5o poderá mento será feito junto com o principal, correrá à conta das mesmas
ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originá- dotações orçamentárias que atenderam aos créditos a que se refe-
rios dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul. rem. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de § 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos decorren-
2011) tes de despesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, ser- o inciso II do art. 24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo
viços e obras poderão, mediante prévia justificativa da autoridade único, deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis,
competente, exigir que o contratado promova, em favor de órgão contados da apresentação da fatura. (Incluído pela Lei nº 9.648,
ou entidade integrante da administração pública ou daqueles por de 1998)
ela indicados a partir de processo isonômico, medidas de com- Art. 5o-A. As normas de licitações e contratos devem privi-
pensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições legiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas
vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma e empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela Lei
estabelecida pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº Complementar nº 147, de 2014)
12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)

Didatismo e Conhecimento 155


LEGISLAÇÃO APLICADA
Seção II d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de mé-
Das Definições todos construtivos, instalações provisórias e condições organiza-
Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se: cionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação execução;
ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta; e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da
II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada uti- obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de supri-
lidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, mentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em
conserto, instalação, montagem, operação, conservação, repara- cada caso;
ção, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publici- f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamen-
dade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais; tado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente
III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para forne- avaliados;
cimento de uma só vez ou parceladamente; X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e
IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a ter- suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas
ceiros; pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo XI - Administração Pública - a administração direta e indire-
valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite ta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
estabelecido na alínea “c” do inciso I do art. 23 desta Lei; abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de
VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimen- direito privado sob controle do poder público e das fundações por
to das obrigações assumidas por empresas em licitações e contra- ele instituídas ou mantidas;
tos; XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administra-
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades tiva pela qual a Administração Pública opera e atua concretamente;
da Administração, pelos próprios meios; XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Ad-
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata ministração Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União,
com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes: (Redação dada e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o que for
pela Lei nº 8.883, de 1994) definido nas respectivas leis; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
a) empreitada por preço global - quando se contrata a execu-
1994)
ção da obra ou do serviço por preço certo e total;
XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instru-
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a exe-
mento contratual;
cução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determi-
XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de
nadas;
contrato com a Administração Pública;
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, criada
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos traba-
pela Administração com a função de receber, examinar e julgar
lhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;
e) empreitada integral - quando se contrata um empreendi- todos os documentos e procedimentos relativos às licitações e ao
mento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das cadastramento de licitantes.
obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabili- XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufa-
dade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições turados, produzidos no território nacional de acordo com o proces-
de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais so produtivo básico ou com as regras de origem estabelecidas pelo
para sua utilização em condições de segurança estrutural e opera- Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
cional e com as características adequadas às finalidades para que XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas
foi contratada; condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e su- pela Lei nº 12.349, de 2010)
ficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação
ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, estratégicos - bens e serviços de tecnologia da informação e co-
elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos prelimi- municação cuja descontinuidade provoque dano significativo à ad-
nares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamen- ministração pública e que envolvam pelo menos um dos seguintes
to do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a requisitos relacionados às informações críticas: disponibilidade,
avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de confiabilidade, segurança e confidencialidade. (Incluído pela Lei
execução, devendo conter os seguintes elementos: nº 12.349, de 2010)
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, insu-
visão global da obra e identificar todos os seus elementos consti- mos, serviços e obras necessários para atividade de pesquisa cien-
tutivos com clareza; tífica e tecnológica, desenvolvimento de tecnologia ou inovação
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente de- tecnológica, discriminados em projeto de pesquisa aprovado pela
talhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou instituição contratante. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e
de realização das obras e montagem; Seção III
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais Das Obras e Serviços
e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a presta-
que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, ção de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particu-
sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; lar, à seguinte sequência:

Didatismo e Conhecimento 156


LEGISLAÇÃO APLICADA
I - projeto básico; Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente, da lici-
II - projeto executivo; tação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens
III - execução das obras e serviços. a eles necessários:
§ 1o A execução de cada etapa será obrigatoriamente prece- I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou
dida da conclusão e aprovação, pela autoridade competente, dos jurídica;
trabalhos relativos às etapas anteriores, à exceção do projeto exe- II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela
cutivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente com a elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do
execução das obras e serviços, desde que também autorizado pela projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de
Administração. 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador,
§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados responsável técnico ou subcontratado;
quando: III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade compe- responsável pela licitação.
tente e disponível para exame dos interessados em participar do § 1o É permitida a participação do autor do projeto ou da em-
processo licitatório;
presa a que se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou
II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a
serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas funções
composição de todos os seus custos unitários;
de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a
III - houver previsão de recursos orçamentários que assegu-
rem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços serviço da Administração interessada.
a serem executadas no exercício financeiro em curso, de acordo § 2o O disposto neste artigo não impede a licitação ou contra-
com o respectivo cronograma; tação de obra ou serviço que inclua a elaboração de projeto execu-
IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas tivo como encargo do contratado ou pelo preço previamente fixado
estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Cons- pela Administração.
tituição Federal, quando for o caso. § 3o Considera-se participação indireta, para fins do disposto
§ 3o É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de neste artigo, a existência de qualquer vínculo de natureza técnica,
recursos financeiros para sua execução, qualquer que seja a sua comercial, econômica, financeira ou trabalhista entre o autor do
origem, exceto nos casos de empreendimentos executados e ex- projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos
plorados sob o regime de concessão, nos termos da legislação es- serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de
pecífica. bens e serviços a estes necessários.
§ 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de for- § 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros
necimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou da comissão de licitação.
cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas se-
básico ou executivo. guintes formas: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 5o É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens I - execução direta;
e serviços sem similaridade ou de marcas, características e espe- II - execução indireta, nos seguintes regimes: (Redação dada
cificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente pela Lei nº 8.883, de 1994)
justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e a) empreitada por preço global;
serviços for feito sob o regime de administração contratada, pre- b) empreitada por preço unitário;
visto e discriminado no ato convocatório. c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 6o A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade d) tarefa;
dos atos ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes e) empreitada integral.
tenha dado causa. Parágrafo único. (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883,
§ 7o Não será ainda computado como valor da obra ou servi-
de 1994)
ço, para fins de julgamento das propostas de preços, a atualização
Art.  11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins te-
monetária das obrigações de pagamento, desde a data final de cada
rão projetos padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto
período de aferição até a do respectivo pagamento, que será cal-
culada pelos mesmos critérios estabelecidos obrigatoriamente no quando o projeto-padrão não atender às condições peculiares do
ato convocatório. local ou às exigências específicas do empreendimento.
§ 8o Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pú- Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras
blica os quantitativos das obras e preços unitários de determinada e serviços serão considerados principalmente os seguintes requisi-
obra executada. tos: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 9o O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber, I - segurança;
aos casos de dispensa e de inexigibilidade de licitação. II - funcionalidade e adequação ao interesse público;
Art. 8o A execução das obras e dos serviços deve programar- III - economia na execução, conservação e operação;
-se, sempre, em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais,
considerados os prazos de sua execução. tecnologia e matérias-primas existentes no local para execução,
Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da exe- conservação e operação;
cução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão V - facilidade na execução, conservação e operação, sem pre-
orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência financei- juízo da durabilidade da obra ou do serviço;
ra ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados em des- VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do
pacho circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26 desta trabalho adequadas; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) VII - impacto ambiental.

Didatismo e Conhecimento 157


LEGISLAÇÃO APLICADA
Seção IV III - validade do registro não superior a um ano.
Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados § 4o A existência de preços registrados não obriga a Adminis-
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técni- tração a firmar as contratações que deles poderão advir, ficando-
cos profissionais especializados os trabalhos relativos a: -lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou exe- relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro
cutivos; preferência em igualdade de condições.
II - pareceres, perícias e avaliações em geral; § 5o O sistema de controle originado no quadro geral de pre-
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financei- ços, quando possível, deverá ser informatizado.
ras ou tributárias; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 6o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço
IV  -  fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse
serviços; com o preço vigente no mercado.
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrati- § 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda:
vas; I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indi-
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; cação de marca;
VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico. II - a definição das unidades e das quantidades a serem adqui-
VIII - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) ridas em função do consumo e utilização prováveis, cuja estimati-
§ 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os va será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas
contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais espe- quantitativas de estimação;
cializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a III - as condições de guarda e armazenamento que não permi-
realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou re- tam a deterioração do material.
muneração. § 8o O recebimento de material de valor superior ao limite
§ 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no estabelecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite,
que couber, o disposto no art. 111 desta Lei. deverá ser confiado a uma comissão de, no mínimo, 3 (três) mem-
§ 3o A empresa de prestação de serviços técnicos especializa- bros.
dos que apresente relação de integrantes de seu corpo técnico em
Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de di-
procedimento licitatório ou como elemento de justificação de dis-
vulgação oficial ou em quadro de avisos de amplo acesso público,
pensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que
à relação de todas as compras feitas pela Administração Direta ou
os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços
Indireta, de maneira a clarificar a identificação do bem comprado,
objeto do contrato.
seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o
valor total da operação, podendo ser aglutinadas por itens as com-
Seção V
pras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação. (Redação
Das Compras
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracte- dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
rização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos ca-
seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de sos de dispensa de licitação previstos no inciso IX do art. 24. (In-
quem lhe tiver dado causa. cluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: (Regula-
mento) (Regulamento) (Regulamento) (Vigência) Seção VI
I - atender ao princípio da padronização, que imponha compa- Das Alienações
tibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas,
quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subor-
e garantia oferecidas; dinada à existência de interesse público devidamente justificado,
II - ser processadas através de sistema de registro de preços; será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento se- I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para
melhantes às do setor privado; órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacio-
IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias nais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá
para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economi- de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência,
cidade; dispensada esta nos seguintes casos:
V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e a) dação em pagamento;
entidades da Administração Pública. b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou en-
§ 1o O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de tidade da administração pública, de qualquer esfera de governo,
mercado. ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei
§ 2o Os preços registrados serão publicados trimestralmente nº 11.952, de 2009)
para orientação da Administração, na imprensa oficial. c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos cons-
§ 3o O sistema de registro de preços será regulamentado por tantes do inciso X do art. 24 desta Lei;
decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as se- d) investidura;
guintes condições: e) venda a outro órgão ou entidade da administração públi-
I - seleção feita mediante concorrência; ca, de qualquer esfera de governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de
II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos 1994)
preços registrados;

Didatismo e Conhecimento 158


LEGISLAÇÃO APLICADA
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de § 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de
direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes condi-
residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no cionamentos: (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)
âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por
de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da ad- particular seja comprovadamente anterior a 1o de dezembro de
ministração pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007) 2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regi-
29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa me legal e administrativo da destinação e da regularização fundiá-
e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja com- ria de terras públicas; (Incluído pela Lei n] 11.196, de 2005)
petência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196, III - vedação de concessões para hipóteses de exploração
de 2005) não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de terras
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de públicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento
direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis ecológico-econômico; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada
e cinquenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas notificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade
de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por pública ou interesse social. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
órgãos ou entidades da administração pública; (Incluído pela Lei § 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: (Incluído
nº 11.481, de 2007) pela Lei nº 11.196, de 2005)
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou one- I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a
rosa, de terras públicas rurais da União e do Incra, onde incidam vedação, impedimento ou inconveniente a sua exploração median-
ocupações até o limite de quinze módulos fiscais e não superiores te atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
a 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde
fundiária, atendidos os requisitos legais; e (Redação dada pela Me- que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de
dida Provisória nº 759, de 2016) licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licita- Lei nº 11.763, de 2008)
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente
ção, dispensada esta nos seguintes casos:
da figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de inte-
o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº
resse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência
11.196, de 2005)
sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alie-
IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008)
nação;
§ 3o Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Reda-
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entida-
ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
des da Administração Pública;
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, ob-
remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tor-
servada a legislação específica; nar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente; avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinquenta por
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos cento) do valor constante da alínea “a” do inciso II do art. 23 desta
ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas fina- lei; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
lidades; II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais cons-
entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por truídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde
quem deles dispõe. que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unida-
§ 1o Os imóveis doados com base na alínea “b” do inciso I des e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da con-
deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, re- cessão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
verterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua § 4o A doação com encargo será licitada e de seu instrumento
alienação pelo beneficiário. constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumpri-
§ 2o A Administração também poderá conceder título de pro- mento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo
priedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente
quando o uso destinar-se: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de justificado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
2005) § 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário ne-
I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qual- cessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula
quer que seja a localização do imóvel; (Incluído pela Lei nº 11.196, de reversão e demais obrigações serão garantidas por hipoteca em
de 2005) segundo grau em favor do doador. (Incluído pela Lei nº 8.883, de
II - a pessoa natural que, nos termos da lei, de regulamento ou 1994)
de ato normativo do órgão competente, haja implementado os re- § 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou global-
quisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e explora- mente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso
ção direta sobre área rural limitada a quinze módulos fiscais, desde II, alínea “b” desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão.
que não exceda a 1.500ha (mil e quinhentos hectares); (Redação (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
dada pela Medida Provisória nº 759, de 2016) § 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)

Didatismo e Conhecimento 159


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo “melhor
de habilitação limitar-se-á à comprovação do recolhimento de técnica” ou “técnica e preço”; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da avaliação. III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não espe-
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 8.883, de 1994) cificados na alínea “b” do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aqui- pela Lei nº 8.883, de 1994)
sição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pa- IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei nº
gamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, 8.883, de 1994)
observadas as seguintes regras: § 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão con-
I - avaliação dos bens alienáveis; tados a partir da última publicação do edital resumido ou da expe-
II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação; dição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou
III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer
concorrência ou leilão. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) mais tarde. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela
mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo
Capítulo II
inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a
Da Licitação
alteração não afetar a formulação das propostas.
Art. 22. São modalidades de licitação:
Seção I I - concorrência;
Das Modalidades, Limites e Dispensa II - tomada de preços;
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a III - convite;
repartição interessada, salvo por motivo de interesse público, de- IV - concurso;
vidamente justificado. V - leilão.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a ha- § 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer
bilitação de interessados residentes ou sediados em outros locais. interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, com-
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das con- provem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no
corrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, edital para execução de seu objeto.
embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser § 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre in-
publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: (Redação teressados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação à data do recebimento das propostas, observada a necessária qua-
feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, lificação.
ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente § 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do
com recursos federais ou garantidas por instituições federais; (Re- ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e
dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade adminis-
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando trativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento
se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspon-
da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito dente especialidade que manifestarem seu interesse com antece-
Federal; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) dência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das pro-
III - em jornal diário de grande circulação no Estado e tam- postas.
bém, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região § 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer in-
onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado teressados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico,
mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores,
ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o
conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa ofi-
vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para
cial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
ampliar a área de competição. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer inte-
de 1994) ressados para a venda de bens móveis inservíveis para a adminis-
§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os tração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou
interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem ofere-
informações sobre a licitação. cer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Reda-
§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
realização do evento será: § 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça mais
I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado
8.883, de 1994) para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a,
a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar não convidados nas últimas licitações. (Redação dada pela Lei nº
o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo 8.883, de 1994)
“melhor técnica” ou “técnica e preço”; (Incluída pela Lei nº 8.883, § 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinte-
de 1994) resse dos convidados, for impossível a obtenção do número míni-
II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) mo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo, essas circunstâncias
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea “b” do deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de re-
inciso anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) petição do convite.

Didatismo e Conhecimento 160


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 8o É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou § 6o As organizações industriais da Administração Federal
a combinação das referidas neste artigo. direta, em face de suas peculiaridades, obedecerão aos limites es-
§ 9o Na hipótese do parágrafo 2o deste artigo, a administração tabelecidos no inciso I deste artigo também para suas compras e
somente poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos serviços em geral, desde que para a aquisição de materiais aplica-
previstos nos arts. 27 a 31, que comprovem habilitação compatível dos exclusivamente na manutenção, reparo ou fabricação de meios
com o objeto da licitação, nos termos do edital. (Incluído pela Lei operacionais bélicos pertencentes à União. (Incluído pela Lei nº
nº 8.883, de 1994) 8.883, de 1994)
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os in- § 7o Na compra de bens de natureza divisível e desde que não
cisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cota-
seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: ção de quantidade inferior à demandada na licitação, com vistas a
I - para obras e serviços de engenharia: Redação dada pela Lei ampliação da competitividade, podendo o edital fixar quantitativo
nº 9.648, de 1998) mínimo para preservar a economia de escala. (Incluído pela Lei nº
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais); 9.648, de 1998)
§ 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
valores mencionados no caput deste artigo quando formado por até
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e qui-
3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior
nhentos mil reais); ( Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
número. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e qui- Art. 24. É dispensável a licitação: (Vide Lei nº 12.188, de
nhentos mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) 2.010) Vigência
II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior: I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra
dada pela Lei nº 9.648, de 1998) ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cin- mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitante-
quenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) mente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cin- II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por
quenta mil reais). (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso II do artigo ante-
§ 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela Administra- rior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não
ção serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação
técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; (Redação
vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mer- dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
cado e à ampliação da competitividade sem perda da economia de III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
escala. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quan-
§ 2o Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, do caracterizada urgência de atendimento de situação que possa
parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou con- ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras,
junto de etapas da obra, serviço ou compra, há de corresponder serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares,
licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a exe- e somente para os bens necessários ao atendimento da situação
cução do objeto em licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços
1994) que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oi-
§ 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qual- tenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da
quer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou aliena- emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos
contratos;
ção de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e
concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais,
esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a
admitindo-se neste último caso, observados os limites deste arti-
Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preesta-
go, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de belecidas;
cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico
houver fornecedor do bem ou serviço no País. (Redação dada pela para regular preços ou normalizar o abastecimento;
Lei nº 8.883, de 1994) VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços
§ 4o Nos casos em que couber convite, a Administração pode- manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou
rá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência. forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais compe-
§ 5o É vedada a utilização da modalidade “convite” ou “toma- tentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta
da de preços”, conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos
ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de
mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitante- preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)
mente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito públi-
de “tomada de preços” ou “concorrência”, respectivamente, nos co interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão
termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido
que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especia- criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta
lidade diversa daquela do executor da obra ou serviço. (Redação Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Didatismo e Conhecimento 161


LEGISLAÇÃO APLICADA
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da XX - na contratação de associação de portadores de deficiên-
segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presi- cia física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por
dente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; (Re- órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação
gulamento) de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendi- contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído
mento das finalidades precípuas da administração, cujas necessi- pela Lei nº 8.883, de 1994)
dades de instalação e localização condicionem a sua escolha, des- XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pes-
de que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo quisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços de
avaliação prévia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou for- “b” do inciso I do caput do art. 23; (Incluído pela Lei nº 13.243,
necimento, em consequência de rescisão contratual, desde que de 2016)
atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de ener-
as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive gia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou
quanto ao preço, devidamente corrigido; autorizado, segundo as normas da legislação específica; (Incluído
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros pela Lei nº 9.648, de 1998)
perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou so-
licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no ciedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas,
preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida re- serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o pra-
gimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desen- ticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
volvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação XXIV - para a celebração de contratos de prestação de ser-
social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável viços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das
reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos; (Redação respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acor- XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e
do internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência
quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de explo-
para o Poder Público; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) ração de criação protegida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004)
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da
históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a
inerentes às finalidades do órgão ou entidade. prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do
XVI  -  para a impressão dos diários oficiais, de formulários autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de
padronizados de uso da administração, e de edições técnicas ofi- cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
ciais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercia-
jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que in- lização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em
tegrem a Administração Pública, criados para esse fim específico; áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associa-
(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) ções ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores
nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamen- de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis
tos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor ori- com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação
ginal desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade dada pela Lei nº 11.445, de 2007). (Vigência)
for indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzi-
8.883, de 1994) dos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abas- complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de
tecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e comissão especialmente designada pela autoridade máxima do ór-
seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta gão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).
duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para
sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestra- atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasilei-
mento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer ras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente
a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou execu-
não exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 tante e ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela Lei nº
desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) 11.783, de 2008).
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Ar- XXX - na contratação de instituição ou organização, pública
madas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de servi-
quando houver necessidade de manter a padronização requerida ços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa
pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terres- Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura
tres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluí- Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Incluído
do pela Lei nº 8.883, de 1994) pela Lei nº 12.188, de 2.010) Vigência

Didatismo e Conhecimento 162


LEGISLAÇÃO APLICADA
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art.
nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas
observados os princípios gerais de contratação dela constantes. de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) de publicidade e divulgação;
XXXII - na contratação em que houver transferência de tec- III - para contratação de profissional de qualquer setor artís-
nologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde tico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que
- SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, con- consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
forme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por § 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou
ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente
tecnológica. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012) de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, orga-
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lu- nização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos re-
crativos, para a implementação de cisternas ou outras tecnologias lacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho
sociais de acesso à água para consumo humano e produção de ali- é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação
mentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas do objeto do contrato.
pela seca ou falta regular de água. (Incluído pela Lei nº 12.873, § 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dis-
de 2013) pensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidaria-
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito públi- mente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o
co interno de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou dis- prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo
tribuídos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha de outras sanções legais cabíveis.
por finalidade apoiar órgão da administração pública direta, sua Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no
autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade
desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento
à inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira neces- previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser
sária à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para
transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sis-
ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco)
tema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII deste
dias, como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada pela
artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data
Lei nº 11.107, de 2005)
anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade
compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº
ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que
13.204, de 2015)
couber, com os seguintes elementos:
§ 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que
artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e servi-
justifique a dispensa, quando for o caso;
ços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia
mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
na forma da lei, como Agências Executivas. (Incluído pela Lei nº III - justificativa do preço.
12.715, de 2012) IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos
§ 2o O limite temporal de criação do órgão ou entidade que quais os bens serão alocados. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
integre a administração pública estabelecido no inciso VIII do ca-
put deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades que produ- Seção II
zem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei no 8.080, Da Habilitação
de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos inte-
nacional do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012) ressados, exclusivamente, documentação relativa a:
§ 3o A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput, I - habilitação jurídica;
quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá proce- II - qualificação técnica;
dimentos especiais instituídos em regulamentação específica. (In- III - qualificação econômico-financeira;
cluído pela Lei nº 13.243, de 2016) IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Redação dada pela Lei
§ 4o Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do nº 12.440, de 2011) (Vigência)
art. 9o à hipótese prevista no inciso XXI do caput. (Incluído pela V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da
Lei nº 13.243, de 2016) Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, con-
de competição, em especial: forme o caso, consistirá em:
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que I - cédula de identidade;
só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante II - registro comercial, no caso de empresa individual;
comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, de-
comprovação de exclusividade ser feita através de atestado forne- vidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e,
cido pelo órgão de registro do comércio do local em que se reali- no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de
zaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação eleição de seus administradores;
ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis,
acompanhada de prova de diretoria em exercício;

Didatismo e Conhecimento 163


LEGISLAÇÃO APLICADA
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou so- § 2o As parcelas de maior relevância técnica e de valor signifi-
ciedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou cativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão definidas no ins-
autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, trumento convocatório. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
quando a atividade assim o exigir. § 3o Será sempre admitida a comprovação de aptidão através
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e traba- de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de com-
lhista, conforme o caso, consistirá em: (Redação dada pela Lei nº plexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior.
12.440, de 2011) (Vigência) § 4o Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou de aptidão, quando for o caso, será feita através de atestados forne-
no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC); cidos por pessoa jurídica de direito público ou privado.
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual § 5o É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de
ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais
pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que ini-
contratual; bam a participação na licitação.
III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Esta- § 6o As exigências mínimas relativas a instalações de cantei-
dual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equi- ros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico especializado, con-
valente, na forma da lei; siderados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação,
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao serão atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis,
situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.
por lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 7º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a I - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Justiça do Trabalho, mediante a apresentação de certidão negativa, II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
nos termos do Título VII-A da Consolidação das Leis do Trabalho, § 8o No caso de obras, serviços e compras de grande vulto,
aprovada pelo Decreto-Lei no5.452, de 1o de maio de 1943. (Incluí- de alta complexidade técnica, poderá a Administração exigir dos
do pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência) licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de
Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limi- sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será
tar-se-á a: efetuada exclusivamente por critérios objetivos.
§ 9o Entende-se por licitação de alta complexidade técnica
I - registro ou inscrição na entidade profissional competente;
aquela que envolva alta especialização, como fator de extrema re-
II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade
levância para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou
pertinente e compatível em características, quantidades e prazos
que possa comprometer a continuidade da prestação de serviços
com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do apare-
públicos essenciais.
lhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a rea-
§  10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de
lização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada
comprovação da capacitação técnico-profissional de que trata o
um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos
inciso I do § 1o deste artigo deverão participar da obra ou serviço
trabalhos; objeto da licitação, admitindo-se a substituição por profissionais
III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que rece- de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pela
beu os documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimen- administração. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
to de todas as informações e das condições locais para o cumpri- § 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
mento das obrigações objeto da licitação; § 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei espe- Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-
cial, quando for o caso. -financeira limitar-se-á a:
§ 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II do “caput” I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último
deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que
será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua
público ou privado, devidamente registrados nas entidades profis- substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser
sionais competentes, limitadas as exigências a: (Redação dada pela atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3
Lei nº 8.883, de 1994) (três) meses da data de apresentação da proposta;
I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo
de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entre- distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimo-
ga da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamen- nial, expedida no domicílio da pessoa física;
te reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no
responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de carac- “caput” e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do
terísticas semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas valor estimado do objeto da contratação.
de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, ve- § 1o A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da
dadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos; capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos
(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a
II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de
a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) rentabilidade ou lucratividade. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) de 1994)

Didatismo e Conhecimento 164


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na § 6o O disposto no § 4o deste artigo, no § 1o do art. 33 e no
execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento § 2  do art. 55, não se aplica às licitações internacionais para a
o

convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou de pa- aquisição de bens e serviços cujo pagamento seja feito com o pro-
trimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1o do duto de financiamento concedido por organismo financeiro inter-
art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualifi- nacional de que o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de
cação econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia cooperação, nem nos casos de contratação com empresa estran-
ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado. geira, para a compra de equipamentos fabricados e entregues no
§ 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que exterior, desde que para este caso tenha havido prévia autorização
se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por do Chefe do Poder Executivo, nem nos casos de aquisição de bens
cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação e serviços realizada por unidades administrativas com sede no ex-
ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na for- terior.
ma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices § 7o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e este
oficiais. artigo poderá ser dispensada, nos termos de regulamento, no todo
§ 4o Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos ou em parte, para a contratação de produto para pesquisa e desen-
assumidos pelo licitante que importem diminuição da capacidade volvimento, desde que para pronta entrega ou até o valor previsto
operativa ou absorção de disponibilidade financeira, calculada esta na alínea “a” do inciso II do caput do art. 23. (Incluído pela Lei nº
em função do patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de 13.243, de 2016)
rotação. Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de em-
§ 5o A comprovação de boa situação financeira da empresa presas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:
será feita de forma objetiva, através do cálculo de índices con- I - comprovação do compromisso público ou particular de
tábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;
administrativo da licitação que tenha dado início ao certame lici- II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que de-
tatório, vedada a exigência de índices e valores não usualmente verá atender às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas
adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente no edital;
ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação. (Redação III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito
§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) de qualificação técnica, o somatório dos quantitativos de cada con-
Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser sorciado, e, para efeito de qualificação econômico-financeira, o so-
apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenti- matório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua res-
cada por cartório competente ou por servidor da administração ou pectiva participação, podendo a Administração estabelecer, para o
publicação em órgão da imprensa oficial. (Redação dada pela Lei consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores
nº 8.883, de 1994) exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para
§ 1o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas
poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, empresas assim definidas em lei;
concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão. IV - impedimento de participação de empresa consorciada, na
§ 2o O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1o do mesma licitação, através de mais de um consórcio ou isoladamen-
art. 36 substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31, te;
quanto às informações disponibilizadas em sistema informatizado V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos pra-
de consulta direta indicado no edital, obrigando-se a parte a decla- ticados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de exe-
rar, sob as penalidades legais, a superveniência de fato impeditivo cução do contrato.
da habilitação. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) § 1o No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a li-
§ 3o A documentação referida neste artigo poderá ser substi- derança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado
tuída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, o disposto no inciso II deste artigo.
desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obe- § 2o O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da
diência ao disposto nesta Lei. celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio,
§ 4o As empresas estrangeiras que não funcionem no País, nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo.
tanto quanto possível, atenderão, nas licitações internacionais, às
exigências dos parágrafos anteriores mediante documentos equi- Seção III
valentes, autenticados pelos respectivos consulados e traduzidos Dos Registros Cadastrais
por tradutor juramentado, devendo ter representação legal no Bra- Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Admi-
sil com poderes expressos para receber citação e responder admi- nistração Pública que realizem frequentemente licitações mante-
nistrativa ou judicialmente. rão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regula-
§ 5o Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, mentar, válidos por, no máximo, um ano. (Regulamento)
prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes § 1o O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e
a fornecimento do edital, quando solicitado, com os seus elemen- deverá estar permanentemente aberto aos interessados, obrigando-
tos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de reprodução -se a unidade por ele responsável a proceder, no mínimo anual-
gráfica da documentação fornecida. mente, através da imprensa oficial e de jornal diário, a chama-
mento público para a atualização dos registros existentes e para o
ingresso de novos interessados.

Didatismo e Conhecimento 165


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 2o É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se lici-
registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administra- tações simultâneas aquelas com objetos similares e com realização
ção Pública. prevista para intervalos não superiores a trinta dias e licitações su-
Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização des- cessivas aquelas em que, também com objetos similares, o edital
te, a qualquer tempo, o interessado fornecerá os elementos neces- subsequente tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o
sários à satisfação das exigências do art. 27 desta Lei. término do contrato resultante da licitação antecedente. (Redação
Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo- dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
-se em vista sua especialização, subdivididas em grupos, segundo Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem
a qualificação técnica e econômica avaliada pelos elementos cons- em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a
tantes da documentação relacionada nos arts. 30 e 31 desta Lei. modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção
§ 1o Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento
que atualizarem o registro. da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos
§ 2o A atuação do licitante no cumprimento de obrigações as- envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
sumidas será anotada no respectivo registro cadastral. I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada
cancelado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as exi- dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execu-
gências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidas para classificação ção do contrato e para entrega do objeto da licitação;
cadastral. III - sanções para o caso de inadimplemento;
IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto
Seção IV básico;
Do Procedimento e Julgamento V - se há projeto executivo disponível na data da publicação
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a aber- do edital de licitação e o local onde possa ser examinado e adqui-
tura de processo administrativo, devidamente autuado, protoco- rido;
lado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação VI - condições para participação na licitação, em conformi-
sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual dade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das
serão juntados oportunamente:
propostas;
I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;
VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâ-
II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma
metros objetivos;
do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite;
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de co-
III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro
municação à distância em que serão fornecidos elementos, infor-
administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite;
mações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para
IV - original das propostas e dos documentos que as instruí-
rem; atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu
V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora; objeto;
VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas
dispensa ou inexigibilidade; brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações internacionais;
VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua ho- X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global,
mologação; conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos e veda-
VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e dos a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de
respectivas manifestações e decisões; variação em relação a preços de referência, ressalvado o disposto
IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quan- nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação dada pela Lei nº 9.648,
do for o caso, fundamentado circunstanciadamente; de 1998)
X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva
o caso; do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou
XI - outros comprovantes de publicações; setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, ou
XII - demais documentos relativos à licitação. do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimple-
Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como mento de cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previa- XII - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
mente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Adminis- XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização
tração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) para execução de obras ou serviços que serão obrigatoriamente
Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas;
para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for supe- XIV - condições de pagamento, prevendo:
rior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a
“c” desta Lei, o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamen- partir da data final do período de adimplemento de cada parce-
te, com uma audiência pública concedida pela autoridade respon- la; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
sável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data b) cronograma de desembolso máximo por período, em con-
prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedên- formidade com a disponibilidade de recursos financeiros;
cia mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos,
meios previstos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso desde a data final do período de adimplemento de cada parcela até
e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos a data do efetivo pagamento; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
os interessados. 1994)

Didatismo e Conhecimento 166


LEGISLAÇÃO APLICADA
d)  compensações financeiras e penalizações, por eventuais § 1o Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço
atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos; em moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante bra-
e) exigência de seguros, quando for o caso; sileiro.
XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei; § 2o O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente
XVI - condições de recebimento do objeto da licitação; contratado em virtude da licitação de que trata o parágrafo anterior
XVII  -  outras indicações específicas ou peculiares da licita- será efetuado em moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia
ção. útil imediatamente anterior à data do efetivo pagamento. (Redação
§ 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
as folhas e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo § 3o As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão
no processo de licitação, e dele extraindo-se cópias integrais ou equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.
resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos interessados. § 4o Para fins de julgamento da licitação, as propostas apre-
§ 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integran- sentadas por licitantes estrangeiros serão acrescidas dos gravames
te: consequentes dos mesmos tributos que oneram exclusivamente os
I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, licitantes brasileiros quanto à operação final de venda.
desenhos, especificações e outros complementos;
§ 5o Para a realização de obras, prestação de serviços ou aqui-
II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e pre-
sição de bens com recursos provenientes de financiamento ou doa-
ços unitários; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ção oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou or-
III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração
e o licitante vencedor; ganismo financeiro multilateral de que o Brasil seja parte, poderão
IV - as especificações complementares e as normas de execu- ser admitidas, na respectiva licitação, as condições decorrentes de
ção pertinentes à licitação. acordos, protocolos, convenções ou tratados internacionais apro-
§ 3o Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como vados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e procedi-
adimplemento da obrigação contratual a prestação do serviço, a mentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção
realização da obra, a entrega do bem ou de parcela destes, bem da proposta mais vantajosa para a administração, o qual poderá
como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja contemplar, além do preço, outros fatores de avaliação, desde que
vinculada a emissão de documento de cobrança. por elas exigidos para a obtenção do financiamento ou da doação,
§ 4o Nas compras para entrega imediata, assim entendidas e que também não conflitem com o princípio do julgamento obje-
aquelas com prazo de entrega até trinta dias da data prevista para tivo e sejam objeto de despacho motivado do órgão executor do
apresentação da proposta, poderão ser dispensadas: (Incluído pela contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imediatamente
Lei nº 8.883, de 1994) superior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - o disposto no inciso XI deste artigo; (Incluído pela Lei nº § 6o As cotações de todos os licitantes serão para entrega no
8.883, de 1994) mesmo local de destino.
II  -  a atualização financeira a que se refere a alínea “c” do Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância
inciso XIV deste artigo, correspondente ao período compreendido dos seguintes procedimentos:
entre as datas do adimplemento e a prevista para o pagamento, I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à
desde que não superior a quinze dias. (Incluído pela Lei nº 8.883, habilitação dos concorrentes, e sua apreciação;
de 1994) II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes ina-
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e bilitados, contendo as respectivas propostas, desde que não tenha
condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. havido recurso ou após sua denegação;
§ 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concor-
licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo proto- rentes habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição
colar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após o julga-
abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração
mento dos recursos interpostos;
julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem
IV  -  verificação da conformidade de cada proposta com os
prejuízo da faculdade prevista no § 1o do art. 113.
requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços correntes
§ 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de
licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com
segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habili- os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão
tação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas ser devidamente registrados na ata de julgamento, promovendo-se
em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de lei- a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis;
lão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os
em que tal comunicação não terá efeito de recurso. (Redação dada critérios de avaliação constantes do edital;
pela Lei nº 8.883, de 1994) VI - deliberação da autoridade competente quanto à homolo-
§ 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não gação e adjudicação do objeto da licitação.
o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em § 1o A abertura dos envelopes contendo a documentação para
julgado da decisão a ela pertinente. habilitação e as propostas será realizada sempre em ato público
§ 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direi- previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, as-
to de participar das fases subsequentes. sinada pelos licitantes presentes e pela Comissão.
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital § 2o Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos
deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária e do comércio licitantes presentes e pela Comissão.
exterior e atender às exigências dos órgãos competentes.

Didatismo e Conhecimento 167


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 3o É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qual- § 3o No caso da licitação do tipo “menor preço”, entre os lici-
quer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a es- tantes considerados qualificados a classificação se dará pela ordem
clarecer ou a complementar a instrução do processo, vedada a in- crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso de empate,
clusão posterior de documento ou informação que deveria constar exclusivamente o critério previsto no parágrafo anterior. (Redação
originariamente da proposta. dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que § 4o Para contratação de bens e serviços de informática, a ad-
couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convi- ministração observará o disposto no art. 3o da Lei no 8.248, de 23
te. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) de outubro de 1991, levando em conta os fatores especificados em
§ 5o Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (inci- seu parágrafo 2o e adotando obrigatoriamente o tipo de licitação
sos I e II) e abertas as propostas (inciso III), não cabe desclassificá- «técnica e preço», permitido o emprego de outro tipo de licita-
-los por motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão de ção nos casos indicados em decreto do Poder Executivo. (Redação
fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento. dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 6o Após a fase de habilitação, não cabe desistência de pro- § 5o É vedada a utilização de outros tipos de licitação não
posta, salvo por motivo justo decorrente de fato superveniente e previstos neste artigo.
aceito pela Comissão. § 6o Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em tantas propostas quantas necessárias até que se atinja a quantidade
consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, demandada na licitação. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “técnica e
por esta Lei. preço” serão utilizados exclusivamente para serviços de nature-
§ 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou za predominantemente intelectual, em especial na elaboração de
fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de
indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes. engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração
§ 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem não pre- de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos,
vista no edital ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ressalvado o disposto no § 4o do artigo anterior. (Redação dada
ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas ofertas pela Lei nº 8.883, de 1994)
dos demais licitantes. § 1o Nas licitações do tipo “melhor técnica” será adotado o se-
§ 3o Não se admitirá proposta que apresente preços global ou guinte procedimento claramente explicitado no instrumento con-
unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis
vocatório, o qual fixará o preço máximo que a Administração se
com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos
propõe a pagar:
respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação
I - serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas
não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referi-
exclusivamente dos licitantes previamente qualificados e feita en-
rem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante,
tão a avaliação e classificação destas propostas de acordo com os
para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remunera-
critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado, definidos com
ção. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
clareza e objetividade no instrumento convocatório e que consi-
§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às
propostas que incluam mão-de-obra estrangeira ou importações de derem a capacitação e a experiência do proponente, a qualidade
qualquer natureza.(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização,
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos,
Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em e a qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas para a
conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente sua execução;
estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores ex- II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á
clusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição à abertura das propostas de preço dos licitantes que tenham atingi-
pelos licitantes e pelos órgãos de controle. do a valorização mínima estabelecida no instrumento convocatório
§ 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, e à negociação das condições propostas, com a proponente melhor
exceto na modalidade concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883, classificada, com base nos orçamentos detalhados apresentados e
de 1994) respectivos preços unitários e tendo como referência o limite re-
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta presentado pela proposta de menor preço entre os licitantes que
mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor obtiveram a valorização mínima;
o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especifica- III - no caso de impasse na negociação anterior, procedimento
ções do edital ou convite e ofertar o menor preço; idêntico será adotado, sucessivamente, com os demais proponen-
II - a de melhor técnica; tes, pela ordem de classificação, até a consecução de acordo para
III - a de técnica e preço. a contratação;
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos lici-
bens ou concessão de direito real de uso.  (Incluído pela Lei nº tantes que não forem preliminarmente habilitados ou que não obti-
8.883, de 1994) verem a valorização mínima estabelecida para a proposta técnica.
§ 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após § 2o Nas licitações do tipo “técnica e preço” será adotado, adi-
obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a classificação cionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedi-
se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual mento claramente explicitado no instrumento convocatório:
todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro pro-
cesso.

Didatismo e Conhecimento 168


LEGISLAÇÃO APLICADA
I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de pre- Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do proce-
ços, de acordo com critérios objetivos preestabelecidos no instru- dimento somente poderá revogar a licitação por razões de interes-
mento convocatório; se público decorrente de fato superveniente devidamente compro-
II  -  a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com vado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo
a média ponderada das valorizações das propostas técnicas e de anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros,
preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no instrumento mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
convocatório. § 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ile-
§ 3o Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste galidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no
artigo poderão ser adotados, por autorização expressa e mediante parágrafo único do art. 59 desta Lei.
justificativa circunstanciada da maior autoridade da Administração § 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contra-
promotora constante do ato convocatório, para fornecimento de to, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto § 3o No caso de desfazimento do processo licitatório, fica as-
majoritariamente dependentes de tecnologia nitidamente sofistica- segurado o contraditório e a ampla defesa.
da e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas de reco- § 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos
nhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir
atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
soluções alternativas e variações de execução, com repercussões
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com
significativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e
preterição da ordem de classificação das propostas ou com tercei-
durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem ser ado-
tadas à livre escolha dos licitantes, na conformidade dos critérios ros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade.
objetivamente fixados no ato convocatório. Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas serão
Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de,
quando for adotada a modalidade de execução de empreitada por no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles
preço global, a Administração deverá fornecer obrigatoriamente, servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos
junto com o edital, todos os elementos e informações necessários órgãos da Administração responsáveis pela licitação.
para que os licitantes possam elaborar suas propostas de preços § 1o No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcio-
com total e completo conhecimento do objeto da licitação. nalmente, nas pequenas unidades administrativas e em face da exi-
Art. 48. Serão desclassificadas: guidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor
I - as propostas que não atendam às exigências do ato convo- formalmente designado pela autoridade competente.
catório da licitação; § 2o A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em
II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada
ou com preços manifestamente inexequíveis, assim considerados por profissionais legalmente habilitados no caso de obras, serviços
aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através ou aquisição de equipamentos.
de documentação que comprove que os custos dos insumos são § 3o Os membros das Comissões de licitação responderão so-
coerentes com os de mercado e que os coeficientes de produtivi- lidariamente por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se
dade são compatíveis com a execução do objeto do contrato, con- posição individual divergente estiver devidamente fundamentada
dições estas necessariamente especificadas no ato convocatório da e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada
licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) a decisão.
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo con- § 4o A investidura dos membros das Comissões permanentes
sideram-se manifestamente inexequíveis, no caso de licitações de não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de
menor preço para obras e serviços de engenharia, as propostas seus membros para a mesma comissão no período subsequente.
cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do menor § 5o No caso de concurso, o julgamento será feito por uma
dos seguintes valores: (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e
a) média aritmética dos valores das propostas superiores a
reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores pú-
50% (cinquenta por cento) do valor orçado pela administração,
blicos ou não.
ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
b) valor orçado pela administração. (Incluído pela Lei nº Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22 desta Lei
9.648, de 1998) deve ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos inte-
§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo ante- ressados no local indicado no edital.
rior cujo valor global da proposta for inferior a 80% (oitenta por § 1o O regulamento deverá indicar:
cento) do menor valor a que se referem as alíneas «a» e «b», será I - a qualificação exigida dos participantes;
exigida, para a assinatura do contrato, prestação de garantia adi- II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
cional, dentre as modalidades previstas no § 1º do art. 56, igual a III - as condições de realização do concurso e os prêmios a
diferença entre o valor resultante do parágrafo anterior e o valor serem concedidos.
da correspondente proposta. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) § 2o Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as Administração a executá-lo quando julgar conveniente.
propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos Art.  53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a
licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova servidor designado pela Administração, procedendo-se na forma
documentação ou de outras propostas escoimadas das causas re- da legislação pertinente.
feridas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste § 1o Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela
prazo para três dias úteis. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) Administração para fixação do preço mínimo de arrematação.

Didatismo e Conhecimento 169


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 2o Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual § 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após § 2o Nos contratos celebrados pela Administração Pública
a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão, imediata- com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no
mente entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que declare
do restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer
de perder em favor da Administração o valor já recolhido. questão contratual, salvo o disposto no § 6o do art. 32 desta Lei.
§ 3o Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista § 3o No ato da liquidação da despesa, os serviços de conta-
poderá ser feito em até vinte e quatro horas. (Redação dada pela bilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e
Lei nº 8.883, de 1994) fiscalização de tributos da União, Estado ou Município, as carac-
§ 4o O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, princi- terísticas e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei
palmente no município em que se realizará. (Incluído pela Lei nº no 4.320, de 17 de março de 1964.
8.883, de 1994) Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e
desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exi-
Capítulo III gida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e
DOS CONTRATOS compras.
§ 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes mo-
Seção I dalidades de garantia: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Disposições Preliminares I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, deven-
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei do estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro
regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito públi- em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado
co, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econô-
dos contratos e as disposições de direito privado. micos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda; (Redação
§ 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão dada pela Lei nº 11.079, de 2004)
as condições para sua execução, expressas em cláusulas que de- II - seguro-garantia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
finam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em III  -  fiança bancária.  (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se
8.6.94)
vinculam.
§ 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo não excede-
§ 2o Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilida-
rá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado
de de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou
nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no parágra-
e da respectiva proposta.
fo 3o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que
§ 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto en-
estabeleçam:
volvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros considerá-
I - o objeto e seus elementos característicos;
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; veis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data- autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo
-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do con-
atualização monetária entre a data do adimplemento das obriga- trato. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ções e a do efetivo pagamento; § 4o A garantia prestada pelo contratado será liberada ou res-
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, tituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atuali-
de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme zada monetariamente.
o caso; § 5o Nos casos de contratos que importem na entrega de bens
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao
da classificação funcional programática e da categoria econômica; valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execu- Art.  57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará
ção, quando exigidas; adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalida- quanto aos relativos:
des cabíveis e os valores das multas; I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas me-
VIII - os casos de rescisão; tas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorro-
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso gados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha
de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei; sido previsto no ato convocatório;
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para II - à prestação de serviços a serem executados de forma con-
conversão, quando for o caso; tínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e suces-
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dis- sivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais
pensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor; vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; (Reda-
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especial- ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
mente aos casos omissos; III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas
execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até
ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.
exigidas na licitação.

Didatismo e Conhecimento 170


LEGISLAÇÃO APLICADA
V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do
XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até
(cento e vinte) meses, caso haja interesse da administração. (In- a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente
cluído pela Lei nº 12.349, de 2010) comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-
§ 1o Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e -se a responsabilidade de quem lhe deu causa.
de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do
contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico- Seção II
-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devi- Da Formalização dos Contratos
damente autuados em processo: Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração; repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estra- dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os
nho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condi- relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por ins-
ções de execução do contrato; trumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do no processo que lhe deu origem.
ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração; Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato ver-
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no con- bal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto
trato, nos limites permitidos por esta Lei; pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5%
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea
terceiro reconhecido pela Administração em documento contem- “a” desta Lei, feitas em regime de adiantamento.
porâneo à sua ocorrência; Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Adminis- os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua
tração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da
diretamente, impedimento ou retardamento na execução do con- inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e
trato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis. às cláusulas contratuais.
§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por es- Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de
crito e previamente autorizada pela autoridade competente para contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condi-
celebrar o contrato. ção indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Admi-
§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indetermi- nistração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura,
para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja
nado.
o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26
§ 4o Em caráter excepcional, devidamente justificado e me-
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
diante autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de
inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze
concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e
meses. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos ins-
destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em
tituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a
que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos
prerrogativa de: hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, au-
I  -  modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às torização de compra ou ordem de execução de serviço.
finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contra- § 1o A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou
tado; ato convocatório da licitação.
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no § 2o Em “carta contrato”, “nota de empenho de despesa”, “au-
inciso I do art. 79 desta Lei; torização de compra”, “ordem de execução de serviço” ou outros
III - fiscalizar-lhes a execução; instrumentos hábeis aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou par- desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
cial do ajuste; § 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente demais normas gerais, no que couber:
bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em
contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração admi- que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja
nistrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipó- regido, predominantemente, por norma de direito privado;
tese de rescisão do contrato administrativo. II - aos contratos em que a Administração for parte como
§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos usuária de serviço público.
contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia § 4o É dispensável o “termo de contrato” e facultada a subs-
concordância do contratado. tituição prevista neste artigo, a critério da Administração e inde-
§ 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas eco- pendentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega
nômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem
mantenha o equilíbrio contratual. obrigações futuras, inclusive assistência técnica.
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrati- Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos
vo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, termos do contrato e do respectivo processo licitatório e, a qual-
ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já pro- quer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mediante o pa-
duzidos. gamento dos emolumentos devidos.

Didatismo e Conhecimento 171


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessa- § 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limi-
do para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento tes estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: (Redação dada pela
equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena Lei nº 9.648, de 1998)
de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previs- I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
tas no art. 81 desta Lei. II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os con-
§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, tratantes. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu trans- § 3o Se no contrato não houverem sido contemplados pre-
curso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Adminis- ços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados median-
tração. te acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no
§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado não § 1o deste artigo.
assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento § 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o
equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os lici- contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos
tantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos
igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro clas- de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corri-
sificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade gidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente
com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados.
da cominação prevista no art. 81 desta Lei. § 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados
§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das pro- ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais,
postas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes li- quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de com-
berados dos compromissos assumidos. provada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão
destes para mais ou para menos, conforme o caso.
Seção III § 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente
Da Alteração dos Contratos os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer,
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser altera- por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.
dos, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: § 7o (VETADO)
I - unilateralmente pela Administração: § 8o A variação do valor contratual para fazer face ao reajus-
a) quando houver modificação do projeto ou das especifica- te de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, com-
ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; pensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições
b) quando necessária a modificação do valor contratual em de- de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações
corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido,
nos limites permitidos por esta Lei; não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por
II - por acordo das partes: simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b)  quando necessária a modificação do regime de execução Seção IV 
da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face Da Execução dos Contratos
de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas par-
originários; tes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei,
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, respondendo cada uma pelas consequências de sua inexecução to-
por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o va- tal ou parcial.
lor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2o e no
relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente inciso II do § 5o do art. 3o desta Lei deverão cumprir, durante todo
contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou o período de execução do contrato, a reserva de cargos prevista em
serviço; lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial- Social, bem como as regras de acessibilidade previstas na legisla-
mente entre os encargos do contratado e a retribuição da adminis- ção. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumpri-
objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini- mento dos requisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambien-
cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou tes de trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e
impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força fiscalizada por um representante da Administração especialmente
maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô- designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e
mica extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei nº subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
8.883, de 1994) § 1o O representante da Administração anotará em registro
§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condi- próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do con-
ções contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas trato, determinando o que for necessário à regularização das faltas
obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do ou defeitos observados.
valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de refor- § 2o As decisões e providências que ultrapassarem a compe-
ma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta tência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores
por cento) para os seus acréscimos. em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.

Didatismo e Conhecimento 172


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos
Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo na seguintes casos:
execução do contrato. I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, II - serviços profissionais;
reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso
objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incor- II, alínea “a”, desta Lei, desde que não se componham de apare-
reções resultantes da execução ou de materiais empregados. lhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcio-
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados di- namento e produtividade.
retamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será
ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa feito mediante recibo.
responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital,
interessado. do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhis- exigidos por normas técnicas oficiais para a boa execução do obje-
tas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução to do contrato correm por conta do contratado.
do contrato.
Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra,
§ 1o A inadimplência do contratado, com referência aos encar-
serviço ou fornecimento executado em desacordo com o contrato.
gos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração
Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar
o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras Seção V
e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. (Redação Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos
dada pela Lei nº 9.032, de 1995) Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua
§ 2o A Administração Pública responde solidariamente com o rescisão, com as consequências contratuais e as previstas em lei
contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução ou regulamento.
do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
de 1991. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) I  -  o não cumprimento de cláusulas contratuais, especifica-
§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) ções, projetos ou prazos;
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuí- II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especi-
zo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar ficações, projetos e prazos;
partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração
cada caso, pela Administração. a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou
Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido: do fornecimento, nos prazos estipulados;
I - em se tratando de obras e serviços: IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou forne-
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamen- cimento;
to e fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem
partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contra- justa causa e prévia comunicação à Administração;
tado; VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associa-
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela ção do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou
autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas
pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria no edital e no contrato;
que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, ob- VII - o desatendimento das determinações regulares da autori-
servado o disposto no art. 69 desta Lei; dade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim
II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos: como as de seus superiores;
a)  provisoriamente, para efeito de posterior verificação da
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, ano-
conformidade do material com a especificação;
tadas na forma do § 1o do art. 67 desta Lei;
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quanti-
IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência
dade do material e consequente aceitação.
§ 1o Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, civil;
o recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos de- X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
mais, mediante recibo. XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da
§ 2o O recebimento provisório ou definitivo não exclui a res- estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato;
ponsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo
nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autorida-
dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato. de da esfera administrativa a que está subordinado o contratante
§ 3o O prazo a que se refere a alínea “b” do inciso I deste artigo e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato;
não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excep- XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, ser-
cionais, devidamente justificados e previstos no edital. viços ou compras, acarretando modificação do valor inicial do
§ 4o Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação contrato além do limite permitido no § 1o do art. 65 desta Lei;
a que se refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Ad-
procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-ão como realiza- ministração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em
dos, desde que comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou
anteriores à exaustão dos mesmos. guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo

Didatismo e Conhecimento 173


LEGISLAÇÃO APLICADA
prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indeniza- IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite
ções pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobiliza- dos prejuízos causados à Administração.
ções e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, § 1o A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste
nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento artigo fica a critério da Administração, que poderá dar continuida-
das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação; de à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos de- § 2o É permitido à Administração, no caso de concordata do
vidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou forne- contratado, manter o contrato, podendo assumir o controle de de-
cimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em terminadas atividades de serviços essenciais.
caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna § 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser pre-
ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspen- cedido de autorização expressa do Ministro de Estado competente,
são do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso.
a situação; § 4o A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior per-
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, mite à Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no
local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, inciso I deste artigo.
nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais
especificadas no projeto; Capítulo IV
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regu- DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDI-
larmente comprovada, impeditiva da execução do contrato. CIAL
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formal-
mente motivados nos autos do processo, assegurado o contraditó- Seção I
rio e a ampla defesa. Disposições Gerais
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o
sem prejuízo das sanções penais cabíveis. (Incluído pela Lei nº contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do
9.854, de 1999) prazo estabelecido pela Administração, caracteriza o descumpri-
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser: mento total da obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades
I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, legalmente estabelecidas.
nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior; Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos li-
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no citantes convocados nos termos do art. 64, § 2o desta Lei, que não
processo da licitação, desde que haja conveniência para a Admi- aceitarem a contratação, nas mesmas condições propostas pelo pri-
nistração; meiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço.
III - judicial, nos termos da legislação; Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em
IV - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) desacordo com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os ob-
§ 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá ser prece- jetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos
dida de autorização escrita e fundamentada da autoridade compe- regulamentos próprios, sem prejuízo das responsabilidades civil e
tente. criminal que seu ato ensejar.
§ 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmen-
XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será te tentados, sujeitam os seus autores, quando servidores públicos,
este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que hou- além das sanções penais, à perda do cargo, emprego, função ou
ver sofrido, tendo ainda direito a: mandato eletivo.
I - devolução de garantia; Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei,
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data aquele que exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remunera-
da rescisão; ção, cargo, função ou emprego público.
III - pagamento do custo da desmobilização. § 1o Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei,
§ 3º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal,
§ 4º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) assim consideradas, além das fundações, empresas públicas e so-
§ 5o Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do con- ciedades de economia mista, as demais entidades sob controle, di-
trato, o cronograma de execução será prorrogado automaticamente reto ou indireto, do Poder Público.
por igual tempo. § 2o A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os
Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior autores dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo
acarreta as seguintes consequências, sem prejuízo das sanções pre- em comissão ou de função de confiança em órgão da Adminis-
vistas nesta Lei: tração direta, autarquia, empresa pública, sociedade de economia
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local mista, fundação pública, ou outra entidade controlada direta ou
em que se encontrar, por ato próprio da Administração; indiretamente pelo Poder Público.
II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às
material e pessoal empregados na execução do contrato, necessá- licitações e aos contratos celebrados pela União, Estados, Distrito
rios à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei; Federal, Municípios, e respectivas autarquias, empresas públicas,
III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da sociedades de economia mista, fundações públicas, e quaisquer
Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela de- outras entidades sob seu controle direto ou indireto.
vidos;

Didatismo e Conhecimento 174


LEGISLAÇÃO APLICADA
Seção II Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.
Das Sanções Administrativas Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo
Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeita- comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade,
rá o contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar
convocatório ou no contrato. contrato com o Poder Público.
§ 1o A multa a que alude este artigo não impede que a Admi- Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou
nistração rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento
sanções previstas nesta Lei. licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vanta-
§ 2o A multa, aplicada após regular processo administrativo, gem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:
será descontada da garantia do respectivo contratado. Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 3o Se a multa for de valor superior ao valor da garantia Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado
prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua perante a Administração, dando causa à instauração de licitação ou
diferença, a qual será descontada dos pagamentos eventualmente à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo
devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada Poder Judiciário:
judicialmente. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Admi- Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modifi-
nistração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado cação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do
as seguintes sanções: adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o
I - advertência; Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da lici-
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou tação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar
no contrato; fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade,
III - suspensão temporária de participação em licitação e im- observado o disposto no art. 121 desta Lei:(Redação dada pela Lei
pedimento de contratar com a Administração, por prazo não supe- nº 8.883, de 1994)
rior a 2 (dois) anos; Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa. (Redação dada
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a pela Lei nº 8.883, de 1994)
Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determi- Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, ten-
nantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante do comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalida-
a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida de, obtém vantagem indevida ou se beneficia, injustamente, das
sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos modificações ou prorrogações contratuais.
resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer
no inciso anterior. ato de procedimento licitatório:
§ 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em proce-
diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente de- dimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-
vidos pela Administração ou cobrada judicialmente. -lo:
§ 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de vio-
defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de lência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de
5 (cinco) dias úteis. qualquer tipo:
§ 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de com- Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da
petência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual pena correspondente à violência.
ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou
no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida.
vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação
sua aplicação. (Vide art 109 inciso III) instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo contrato dela decorrente:
anterior poderão também ser aplicadas às empresas ou aos profis- I - elevando arbitrariamente os preços;
sionais que, em razão dos contratos regidos por esta Lei: II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsi-
I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por ficada ou deteriorada;
meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos; III - entregando uma mercadoria por outra;
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objeti- IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da merca-
vos da licitação; doria fornecida;
III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa
Administração em virtude de atos ilícitos praticados. a proposta ou a execução do contrato:
Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Seção III Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa
Dos Crimes e das Penas ou profissional declarado inidôneo:
Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses pre- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
vistas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado
dispensa ou à inexigibilidade: inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a Administração.

Didatismo e Conhecimento 175


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscri- I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intima-
ção de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover ção do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:
indevidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de registro a) habilitação ou inabilitação do licitante;
do inscrito: b) julgamento das propostas;
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. c) anulação ou revogação da licitação;
Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral,
consiste no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada sua alteração ou cancelamento;
em índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vanta- e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79
gem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente. desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o Os índices a que se refere este artigo não poderão ser f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária
inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por ou de multa;
cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intima-
inexigibilidade de licitação. ção da decisão relacionada com o objeto da licitação ou do contra-
§ 2o O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o to, de que não caiba recurso hierárquico;
caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal. III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Es-
tado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na
Seção IV hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis
Do Processo e do Procedimento Judicial da intimação do ato.
Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pú- § 1o A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas “a”,
blica incondicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la. “b”, “c” e “e”, deste artigo, excluídos os relativos a advertência
Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante publicação
desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe, por na imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas “a”
escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem como as cir- e “b”, se presentes os prepostos dos licitantes no ato em que foi
cunstâncias em que se deu a ocorrência. adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação direta
Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará aos interessados e lavrada em ata.
a autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por § 2o O recurso previsto nas alíneas “a” e “b” do inciso I deste
duas testemunhas. artigo terá efeito suspensivo, podendo a autoridade competente,
Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhece- motivadamente e presentes razões de interesse público, atribuir ao
rem, os magistrados, os membros dos Tribunais ou Conselhos de recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.
Contas ou os titulares dos órgãos integrantes do sistema de contro- § 3o Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitan-
le interno de qualquer dos Poderes verificarem a existência dos cri- tes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
mes definidos nesta Lei, remeterão ao Ministério Público as cópias § 4o O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermé-
e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia. dio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua
Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pú- decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo,
blica, se esta não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a de-
couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal. cisão ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado
Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.
de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escrita, contado da § 5o Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de
data do seu interrogatório, podendo juntar documentos, arrolar as reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do processo
testemunhas que tiver, em número não superior a 5 (cinco), e indi- estejam com vista franqueada ao interessado.
car as demais provas que pretenda produzir. § 6o Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de
Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e “carta convite” os prazos estabelecidos nos incisos I e II e no pa-
praticadas as diligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo rágrafo 3o deste artigo serão de dois dias úteis. (Incluído pela Lei
juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de 5 (cinco) dias a cada nº 8.883, de 1994)
parte para alegações finais.
Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro Capítulo VI
de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
a sentença.
Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei,
5 (cinco) dias. excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimento, e consi-
Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais derar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando for explicitamente
definidas nesta Lei, assim como nos recursos e nas execuções que disposto em contrário.
lhes digam respeito, aplicar-se-ão, subsidiariamente, o Código de Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos
Processo Penal e a Lei de Execução Penal. neste artigo em dia de expediente no órgão ou na entidade.
Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar
Capítulo V ou receber projeto ou serviço técnico especializado desde que o
DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS autor ceda os direitos patrimoniais a ele relativos e a Administra-
Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação ção possa utilizá-lo de acordo com o previsto no regulamento de
desta Lei cabem: concurso ou no ajuste para sua elaboração.

Didatismo e Conhecimento 176


LEGISLAÇÃO APLICADA
Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra imaterial I - identificação do objeto a ser executado;
de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos di- II - metas a serem atingidas;
reitos incluirá o fornecimento de todos os dados, documentos e III - etapas ou fases de execução;
elementos de informação pertinentes à tecnologia de concepção, IV - plano de aplicação dos recursos financeiros;
desenvolvimento, fixação em suporte físico de qualquer natureza V - cronograma de desembolso;
e aplicação da obra. VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim
Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de da conclusão das etapas ou fases programadas;
uma entidade pública, caberá ao órgão contratante, perante a en- VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de engenha-
tidade interessada, responder pela sua boa execução, fiscalização ria, comprovação de que os recursos próprios para complementar
e pagamento. a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o
§ 1o Os consórcios públicos poderão realizar licitação da qual, custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão
nos termos do edital, decorram contratos administrativos celebra- descentralizador.
dos por órgãos ou entidades dos entes da Federação consorcia- § 2o Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará
dos. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) ciência do mesmo à Assembleia Legislativa ou à Câmara Munici-
§ 2o É facultado à entidade interessada o acompanhamento da pal respectiva.
licitação e da execução do contrato. (Incluído pela Lei nº 11.107, § 3o As parcelas do convênio serão liberadas em estrita con-
de 2005) formidade com o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o saneamento das
demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal impropriedades ocorrentes:
de Contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando I - quando não tiver havido comprovação da boa e regular
os órgãos interessados da Administração responsáveis pela de- aplicação da parcela anteriormente recebida, na forma da legisla-
monstração da legalidade e regularidade da despesa e execução, ção aplicável, inclusive mediante procedimentos de fiscalização
nos termos da Constituição e sem prejuízo do sistema de controle local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão descen-
interno nela previsto. tralizador dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de
§ 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica controle interno da Administração Pública;
poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes
II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos
do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação
recursos, atrasos não justificados no cumprimento das etapas ou
desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.
fases programadas, práticas atentatórias aos princípios fundamen-
§ 2o Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema
tais de Administração Pública nas contratações e demais atos prati-
de controle interno poderão solicitar para exame, até o dia útil ime-
cados na execução do convênio, ou o inadimplemento do executor
diatamente anterior à data de recebimento das propostas, cópia de
com relação a outras cláusulas conveniais básicas;
edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entida-
III - quando o executor deixar de adotar as medidas saneado-
des da Administração interessada à adoção de medidas corretivas
pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas. ras apontadas pelo partícipe repassador dos recursos ou por inte-
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) grantes do respectivo sistema de controle interno.
Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a pré- § 4o Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão
-qualificação de licitantes nas concorrências, a ser procedida sem- obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupança de institui-
pre que o objeto da licitação recomende análise mais detida da ção financeira oficial se a previsão de seu uso for igual ou superior
qualificação técnica dos interessados. a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou
§ 1o A adoção do procedimento de pré-qualificação será feita operação de mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública,
mediante proposta da autoridade competente, aprovada pela ime- quando a utilização dos mesmos verificar-se em prazos menores
diatamente superior. que um mês.
§ 2o Na pré-qualificação serão observadas as exigências desta § 5o As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo
Lei relativas à concorrência, à convocação dos interessados, ao anterior serão obrigatoriamente computadas a crédito do convênio
procedimento e à analise da documentação. e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade, devendo
Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas constar de demonstrativo específico que integrará as prestações de
relativas aos procedimentos operacionais a serem observados na contas do ajuste.
execução das licitações, no âmbito de sua competência, observa- § 6o Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do
das as disposições desta Lei. convênio, acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanescentes,
Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações finan-
aprovação da autoridade competente, deverão ser publicadas na ceiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão repassador
imprensa oficial. dos recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento,
Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, sob pena da imediata instauração de tomada de contas especial do
aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres responsável, providenciada pela autoridade competente do órgão
celebrados por órgãos e entidades da Administração. ou entidade titular dos recursos.
§ 1o A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados
ou entidades da Administração Pública depende de prévia aprova- pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal de
ção de competente plano de trabalho proposto pela organização Contas regem-se pelas normas desta Lei, no que couber, nas três
interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes infor- esferas administrativas.
mações:

Didatismo e Conhecimento 177


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as en-
tidades da administração indireta deverão adaptar suas normas sobre
licitações e contratos ao disposto nesta Lei. CRIMES DE TORTURA.
Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e funda-
ções públicas e demais entidades controladas direta ou indiretamen-
te pela União e pelas entidades referidas no artigo anterior editarão
regulamentos próprios devidamente publicados, ficando sujeitas às LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993
disposições desta Lei.
Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, ins-
âmbito da Administração Pública, após aprovados pela autoridade de titui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá
nível superior a que estiverem vinculados os respectivos órgãos, so- outras providências.
ciedades e entidades, deverão ser publicados na imprensa oficial.
Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anualmente
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
revistos pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar no Diário
Oficial da União, observando como limite superior a variação geral gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
dos preços do mercado, no período. (Redação dada pela Lei nº 9.648,
de 1998) Capítulo I
Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações instaura- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
das e aos contratos assinados anteriormente à sua vigência, ressalvado
o disposto no art. 57, nos parágrafos 1o, 2o e 8o do art. 65, no inciso XV Seção I
do art. 78, bem assim o disposto no «caput» do art. 5o, com relação Dos Princípios
ao pagamento das obrigações na ordem cronológica, podendo esta ser Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e
observada, no prazo de noventa dias contados da vigência desta Lei, contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive
separadamente para as obrigações relativas aos contratos regidos por de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Po-
legislação anterior à Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993. (Redação deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além
Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimô- dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autar-
nio da União continuam a reger-se pelas disposições do Decreto-lei quias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades
no 9.760, de 5 de setembro de 1946, com suas alterações, e os relativos de economia mista e demais entidades controladas direta ou indire-
a operações de crédito interno ou externo celebrados pela União ou a
tamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
concessão de garantia do Tesouro Nacional continuam regidos pela
Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras,
legislação pertinente, aplicando-se esta Lei, no que couber.
Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á proce- alienações, concessões, permissões e locações da Administração
dimento licitatório específico, a ser estabelecido no Código Brasileiro Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamen-
de Aeronáutica. te precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta
Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas, as re- Lei.
partições sediadas no exterior observarão as peculiaridades locais e os Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato
princípios básicos desta Lei, na forma de regulamentação específica. todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração
Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para permissão Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a
ou concessão de serviços públicos os dispositivos desta Lei que não formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja
conflitem com a legislação específica sobre o assunto. (Redação dada qual for a denominação utilizada.
pela Lei nº 8.883, de 1994) Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do
Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais
§ 2o do art. 7o serão dispensadas nas licitações para concessão de ser- vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento
viços com execução prévia de obras em que não foram previstos de- nacional sustentável e será processada e julgada em estrita con-
sembolso por parte da Administração Pública concedente. (Incluído formidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoa-
pela Lei nº 8.883, de 1994) lidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Re- administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
numerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994)
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada
Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, especialmen-
te os Decretos-leis nos 2.300, de 21 de novembro de 1986, 2.348, de pela Lei nº 12.349, de 2010) (Regulamento) (Regulamento) (Re-
24 de julho de 1987, 2.360, de 16 de setembro de 1987, a Lei no 8.220, gulamento)
de 4 de setembro de 1991, e o art. 83 da Lei no 5.194, de 24 de dezem- § 1o É vedado aos agentes públicos:
bro de 1966.(Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação,
8.883, de 1994) cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem
Brasília, 21 de junho de 1993, 172o da Independência e o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades coo-
105o da República. perativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da
ITAMAR FRANCO naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer
Rubens Ricupero outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico
Romildo Canhim objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste arti-
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 22.6.1993 go e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Redação
e republicado em 6.7.1994 e retificado em de 6.7.1994 dada pela Lei nº 12.349, de 2010)

Didatismo e Conhecimento 178


LEGISLAÇÃO APLICADA
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comer- § 9o As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste artigo não
cial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre em- se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de produção
presas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, ou prestação no País seja inferior: (Incluído pela Lei nº 12.349, de
modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos finan- 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
ciamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no pará- I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluído
grafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991. pela Lei nº 12.349, de 2010)
§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do art.
será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: 23 desta Lei, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº 12.349, de
I - (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010) 2010)
II - produzidos no País; § 10. A margem de preferência a que se refere o § 5o poderá
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originá-
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pes- rios dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul.
quisa e no desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de
nº 11.196, de 2005)
2011)
V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem cum-
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, ser-
primento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com defi-
viços e obras poderão, mediante prévia justificativa da autoridade
ciência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às
regras de acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei nº competente, exigir que o contratado promova, em favor de órgão
13.146, de 2015) (Vigência) ou entidade integrante da administração pública ou daqueles por
§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao ela indicados a partir de processo isonômico, medidas de com-
público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das pensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições
propostas, até a respectiva abertura. vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) estabelecida pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº
§ 5o Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)
de preferência para: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vi- § 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção
gência) e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e
I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que aten- comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Execu-
dam a normas técnicas brasileiras; e (Incluído pela Lei nº 13.146, de tivo federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com
2015) tecnologia desenvolvida no País e produzidos de acordo com o
II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que processo produtivo básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de
comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para janeiro de 2001. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide De-
pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e creto nº 7.546, de 2011)
que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação. (In- § 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro,
cluído pela Lei nº 13.146, de 2015) a relação de empresas favorecidas em decorrência do disposto nos
§ 6o A margem de preferência de que trata o § 5o será estabeleci- §§ 5o, 7o, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicação do volume de
da com base em estudos revistos periodicamente, em prazo não supe- recursos destinados a cada uma delas. (Incluído pela Lei nº 12.349,
rior a 5 (cinco) anos, que levem em consideração: (Incluído pela Lei de 2010)
nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) (Vide Decreto § 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais nor-
nº 7.709, de 2012) (Vide Decreto nº 7.713, de 2012) (Vide Decreto mas de licitação e contratos devem privilegiar o tratamento dife-
nº 7.756, de 2012) renciado e favorecido às microempresas e empresas de pequeno
I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº 12.349, porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar nº 147,
de 2010)
de 2014)
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e muni-
§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem sobre
cipais; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
as demais preferências previstas na legislação quando estas forem
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País;
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) aplicadas sobre produtos ou serviços estrangeiros. (Incluído pela
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela Lei Lei Complementar nº 147, de 2014)
nº 12.349, de 2010) Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos
V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. (Incluí- órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público
do pela Lei nº 12.349, de 2010) subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabele-
§ 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacionais re- cido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desen-
sultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no volvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impe-
País, poderá ser estabelecido margem de preferência adicional àquela dir a realização dos trabalhos.
prevista no § 5o. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei
nº 7.546, de 2011) caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qual-
§ 8o As margens de preferência por produto, serviço, grupo de quer esfera da Administração Pública.
produtos ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5o e 7o, serão Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas licita-
definidas pelo Poder Executivo federal, não podendo a soma delas ções terão como expressão monetária a moeda corrente nacional,
ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei, devendo cada unida-
preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros. (Incluí- de da Administração, no pagamento das obrigações relativas ao
do pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) fornecimento de bens, locações, realização de obras e prestação

Didatismo e Conhecimento 179


LEGISLAÇÃO APLICADA
de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de recursos, dade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições
a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, sal- de entrada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais
vo quando presentes relevantes razões de interesse público e me- para sua utilização em condições de segurança estrutural e opera-
diante prévia justificativa da autoridade competente, devidamente cional e com as características adequadas às finalidades para que
publicada. foi contratada;
§ 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e su-
corrigidos por critérios previstos no ato convocatório e que lhes ficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra
preservem o valor. ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação,
§ 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo paga- elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos prelimi-
mento será feito junto com o principal, correrá à conta das mesmas nares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamen-
dotações orçamentárias que atenderam aos créditos a que se refe- to do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a
rem. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de
§ 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos decorren- execução, devendo conter os seguintes elementos:
tes de despesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer
o inciso II do art. 24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo visão global da obra e identificar todos os seus elementos consti-
único, deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, tutivos com clareza;
contados da apresentação da fatura. (Incluído pela Lei nº 9.648, b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente de-
de 1998) talhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou
Art. 5o-A. As normas de licitações e contratos devem privi- de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e
legiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas de realização das obras e montagem;
e empresas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela Lei c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais
Complementar nº 147, de 2014) e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações
que assegurem os melhores resultados para o empreendimento,
Seção II sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
Das Definições d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de mé-
Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se: todos construtivos, instalações provisórias e condições organiza-
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação cionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua
ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta; execução;
II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada uti- e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da
lidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de supri-
conserto, instalação, montagem, operação, conservação, repara- mentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em
ção, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publici- cada caso;
dade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais; f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamen-
III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para forne- tado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente
cimento de uma só vez ou parceladamente; avaliados;
IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a ter- X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e
ceiros; suficientes à execução completa da obra, de acordo com as normas
V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite XI - Administração Pública - a administração direta e indire-
estabelecido na alínea “c” do inciso I do art. 23 desta Lei; ta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimen- abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de
to das obrigações assumidas por empresas em licitações e contra- direito privado sob controle do poder público e das fundações por
tos; ele instituídas ou mantidas;
VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administra-
da Administração, pelos próprios meios; tiva pela qual a Administração Pública opera e atua concretamente;
VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Ad-
com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes: (Redação dada ministração Pública, sendo para a União o Diário Oficial da União,
pela Lei nº 8.883, de 1994) e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o que for
a) empreitada por preço global - quando se contrata a execu- definido nas respectivas leis; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
ção da obra ou do serviço por preço certo e total; 1994)
b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a exe- XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instru-
cução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determi- mento contratual;
nadas; XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) contrato com a Administração Pública;
d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos traba- XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, criada
lhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais; pela Administração com a função de receber, examinar e julgar
e) empreitada integral - quando se contrata um empreendi- todos os documentos e procedimentos relativos às licitações e ao
mento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das cadastramento de licitantes.
obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira responsabili-

Didatismo e Conhecimento 180


LEGISLAÇÃO APLICADA
XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufa- § 5o É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens
turados, produzidos no território nacional de acordo com o proces- e serviços sem similaridade ou de marcas, características e espe-
so produtivo básico ou com as regras de origem estabelecidas pelo cificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente
Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e
XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas serviços for feito sob o regime de administração contratada, pre-
condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído visto e discriminado no ato convocatório.
pela Lei nº 12.349, de 2010) § 6o A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade
XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação dos atos ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes
estratégicos - bens e serviços de tecnologia da informação e co- tenha dado causa.
municação cuja descontinuidade provoque dano significativo à ad- § 7o Não será ainda computado como valor da obra ou servi-
ministração pública e que envolvam pelo menos um dos seguintes ço, para fins de julgamento das propostas de preços, a atualização
requisitos relacionados às informações críticas: disponibilidade, monetária das obrigações de pagamento, desde a data final de cada
confiabilidade, segurança e confidencialidade. (Incluído pela Lei período de aferição até a do respectivo pagamento, que será cal-
nº 12.349, de 2010) culada pelos mesmos critérios estabelecidos obrigatoriamente no
XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, insu- ato convocatório.
mos, serviços e obras necessários para atividade de pesquisa cien- § 8o Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pú-
tífica e tecnológica, desenvolvimento de tecnologia ou inovação blica os quantitativos das obras e preços unitários de determinada
tecnológica, discriminados em projeto de pesquisa aprovado pela obra executada.
instituição contratante. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016) § 9o O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber,
aos casos de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
Seção III Art. 8o A execução das obras e dos serviços deve programar-
Das Obras e Serviços -se, sempre, em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e
considerados os prazos de sua execução.
Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a presta- Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da exe-
ção de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particu- cução de obra ou serviço, ou de suas parcelas, se existente previsão
lar, à seguinte sequência: orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência financei-
I - projeto básico; ra ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados em des-
II - projeto executivo; pacho circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26 desta
III - execução das obras e serviços. Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o A execução de cada etapa será obrigatoriamente prece- Art. 9o Não poderá participar, direta ou indiretamente, da lici-
dida da conclusão e aprovação, pela autoridade competente, dos tação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens
trabalhos relativos às etapas anteriores, à exceção do projeto exe- a eles necessários:
cutivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente com a I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou
execução das obras e serviços, desde que também autorizado pela jurídica;
Administração. II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela
§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do
quando: projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade compe- 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador,
tente e disponível para exame dos interessados em participar do responsável técnico ou subcontratado;
processo licitatório; III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou
II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a responsável pela licitação.
composição de todos os seus custos unitários; § 1o É permitida a participação do autor do projeto ou da em-
III - houver previsão de recursos orçamentários que assegu- presa a que se refere o inciso II deste artigo, na licitação de obra ou
rem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas funções
a serem executadas no exercício financeiro em curso, de acordo de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a
com o respectivo cronograma; serviço da Administração interessada.
IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas § 2o O disposto neste artigo não impede a licitação ou contra-
estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Cons- tação de obra ou serviço que inclua a elaboração de projeto execu-
tituição Federal, quando for o caso. tivo como encargo do contratado ou pelo preço previamente fixado
§ 3o É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de pela Administração.
recursos financeiros para sua execução, qualquer que seja a sua § 3o Considera-se participação indireta, para fins do disposto
origem, exceto nos casos de empreendimentos executados e ex- neste artigo, a existência de qualquer vínculo de natureza técnica,
plorados sob o regime de concessão, nos termos da legislação es- comercial, econômica, financeira ou trabalhista entre o autor do
pecífica. projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos
§ 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de for- serviços, fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de
necimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou bens e serviços a estes necessários.
cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto § 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros
básico ou executivo. da comissão de licitação.

Didatismo e Conhecimento 181


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas se- Seção V
guintes formas: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) Das Compras
I - execução direta; Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracte-
II - execução indireta, nos seguintes regimes: (Redação dada rização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para
pela Lei nº 8.883, de 1994) seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de
a) empreitada por preço global; quem lhe tiver dado causa.
b) empreitada por preço unitário; Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: (Regula-
c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) mento) (Regulamento) (Regulamento) (Vigência)
d) tarefa; I - atender ao princípio da padronização, que imponha compa-
e) empreitada integral. tibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas,
Parágrafo único. (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica
de 1994) e garantia oferecidas;
Art.  11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins te- II - ser processadas através de sistema de registro de preços;
rão projetos padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento seme-
quando o projeto-padrão não atender às condições peculiares do lhantes às do setor privado;
local ou às exigências específicas do empreendimento. IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias
Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economi-
e serviços serão considerados principalmente os seguintes requisi- cidade;
tos: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e
I - segurança; entidades da Administração Pública.
II - funcionalidade e adequação ao interesse público; § 1o O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de
III - economia na execução, conservação e operação; mercado.
§ 2o Os preços registrados serão publicados trimestralmente
IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais,
para orientação da Administração, na imprensa oficial.
tecnologia e matérias-primas existentes no local para execução,
§ 3o O sistema de registro de preços será regulamentado por
conservação e operação;
decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as se-
V - facilidade na execução, conservação e operação, sem pre-
guintes condições:
juízo da durabilidade da obra ou do serviço;
I - seleção feita mediante concorrência;
VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do
II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos
trabalho adequadas; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) preços registrados;
VII - impacto ambiental. III - validade do registro não superior a um ano.
§ 4o A existência de preços registrados não obriga a Adminis-
Seção IV tração a firmar as contratações que deles poderão advir, ficando-
Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados -lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técni- relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro
cos profissionais especializados os trabalhos relativos a: preferência em igualdade de condições.
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou exe- § 5o O sistema de controle originado no quadro geral de preços,
cutivos; quando possível, deverá ser informatizado.
II - pareceres, perícias e avaliações em geral; § 6o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financei- constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse
ras ou tributárias; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) com o preço vigente no mercado.
IV  -  fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou § 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda:
serviços; I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indi-
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrati- cação de marca;
vas; II - a definição das unidades e das quantidades a serem adqui-
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; ridas em função do consumo e utilização prováveis, cuja estimati-
VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico. va será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas
VIII - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) quantitativas de estimação;
§ 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os III - as condições de guarda e armazenamento que não permi-
contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais espe- tam a deterioração do material.
cializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a § 8o O recebimento de material de valor superior ao limite esta-
realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou re- belecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite, deverá
muneração. ser confiado a uma comissão de, no mínimo, 3 (três) membros.
§ 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de di-
que couber, o disposto no art. 111 desta Lei. vulgação oficial ou em quadro de avisos de amplo acesso público,
§ 3o A empresa de prestação de serviços técnicos especializa- à relação de todas as compras feitas pela Administração Direta ou
dos que apresente relação de integrantes de seu corpo técnico em Indireta, de maneira a clarificar a identificação do bem comprado,
procedimento licitatório ou como elemento de justificação de dis- seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o
pensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que valor total da operação, podendo ser aglutinadas por itens as com-
os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços pras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação. (Redação
objeto do contrato. dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Didatismo e Conhecimento 182


LEGISLAÇÃO APLICADA
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos ca- d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
sos de dispensa de licitação previstos no inciso IX do art. 24. (In- e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou
cluído pela Lei nº 8.883, de 1994) entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou
Seção VI entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por
Das Alienações quem deles dispõe.
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subor- § 1o Os imóveis doados com base na alínea “b” do inciso I
dinada à existência de interesse público devidamente justificado, deste artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, re-
será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: verterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para alienação pelo beneficiário.
órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacio- § 2o A Administração também poderá conceder título de pro-
nais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá priedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação,
quando o uso destinar-se: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de
de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência,
2005)
dispensada esta nos seguintes casos:
I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qual-
a) dação em pagamento;
quer que seja a localização do imóvel; (Incluído pela Lei nº 11.196,
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou en- de 2005)
tidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, II - a pessoa natural que, nos termos da lei, de regulamento ou
ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Redação dada pela Lei de ato normativo do órgão competente, haja implementado os re-
nº 11.952, de 2009) quisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e explora-
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos cons- ção direta sobre área rural limitada a quinze módulos fiscais, desde
tantes do inciso X do art. 24 desta Lei; que não exceda a 1.500ha (mil e quinhentos hectares); (Redação
d) investidura; dada pela Medida Provisória nº 759, de 2016)
e) venda a outro órgão ou entidade da administração públi- § 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de
ca, de qualquer esfera de governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes condi-
1994) cionamentos: (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por
direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis particular seja comprovadamente anterior a 1o de dezembro de
residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no 2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime
de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da ad- legal e administrativo da destinação e da regularização fundiária de
ministração pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007) terras públicas; (Incluído pela Lei n] 11.196, de 2005)
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. III - vedação de concessões para hipóteses de exploração
29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de terras
e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja com- públicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento
petência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196, ecológico-econômico; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
de 2005) IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensa-
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de da notificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade
direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis pública ou interesse social. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos § 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo: (Incluído
pela Lei nº 11.196, de 2005)
e cinquenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a
de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por
vedação, impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante
órgãos ou entidades da administração pública; (Incluído pela Lei
atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
nº 11.481, de 2007) II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou one- que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de
rosa, de terras públicas rurais da União e do Incra, onde incidam licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela Lei
ocupações até o limite de quinze módulos fiscais e não superiores nº 11.763, de 2008)
a 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularização III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente
fundiária, atendidos os requisitos legais; e (Redação dada pela Me- da figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até
dida Provisória nº 759, de 2016) o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licita- 11.196, de 2005)
ção, dispensada esta nos seguintes casos: IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008)
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de inte- § 3o Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Reda-
resse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alie- I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área
nação; remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tor-
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entida- nar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da
des da Administração Pública; avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinquenta por
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, ob- cento) do valor constante da alínea “a” do inciso II do art. 23 desta
servada a legislação específica; lei; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Didatismo e Conhecimento 183


LEGISLAÇÃO APLICADA
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta III - em jornal diário de grande circulação no Estado e tam-
destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais cons- bém, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região
truídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado
que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unida- ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o
des e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da con- vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para
cessão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) ampliar a área de competição. (Redação dada pela Lei nº 8.883,
§ 4o A doação com encargo será licitada e de seu instrumento de 1994)
constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumpri- § 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os
mento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as
dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente informações sobre a licitação.
justificado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da
§ 5o Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário ne- realização do evento será:
cessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº
8.883, de 1994)
de reversão e demais obrigações serão garantidas por hipoteca em
a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
segundo grau em favor do doador. (Incluído pela Lei nº 8.883, de
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar
1994)
o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo
§ 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou global- “melhor técnica” ou “técnica e preço”; (Incluída pela Lei nº 8.883,
mente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso de 1994)
II, alínea “b” desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão. II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) a) concorrência, nos casos não especificados na alínea “b” do
§ 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007) inciso anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo “melhor
de habilitação limitar-se-á à comprovação do recolhimento de técnica” ou “técnica e preço”; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da avaliação. III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não espe-
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 8.883, de 1994) cificados na alínea “b” do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aqui- pela Lei nº 8.883, de 1994)
sição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pa- IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei nº
gamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, 8.883, de 1994)
observadas as seguintes regras: § 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão con-
I - avaliação dos bens alienáveis; tados a partir da última publicação do edital resumido ou da expe-
II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação; dição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou
III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer
concorrência ou leilão. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) mais tarde. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela
Capítulo II mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo
Da Licitação inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a
alteração não afetar a formulação das propostas.
Seção I Art. 22. São modalidades de licitação:
Das Modalidades, Limites e Dispensa I - concorrência;
II - tomada de preços;
III - convite;
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a
IV - concurso;
repartição interessada, salvo por motivo de interesse público, de-
V - leilão.
vidamente justificado.
§ 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a ha- interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, com-
bilitação de interessados residentes ou sediados em outros locais. provem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das con- edital para execução de seu objeto.
corrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, § 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre in-
embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser teressados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as
publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: (Redação condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) à data do recebimento das propostas, observada a necessária qua-
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação lificação.
feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, § 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do
ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e
com recursos federais ou garantidas por instituições federais; (Re- convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade adminis-
dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) trativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspon-
se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade dente especialidade que manifestarem seu interesse com antece-
da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito dência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das pro-
Federal; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) postas.

Didatismo e Conhecimento 184


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer in- § 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qual-
teressados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, quer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou aliena-
mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, ção de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas
conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa ofi- concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais,
cial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. admitindo-se neste último caso, observados os limites deste arti-
§ 5o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer inte- go, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de
ressados para a venda de bens móveis inservíveis para a adminis- cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não
tração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou houver fornecedor do bem ou serviço no País. (Redação dada pela
para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem ofere- Lei nº 8.883, de 1994)
cer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Reda- § 4o Nos casos em que couber convite, a Administração pode-
ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994) rá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.
§ 6o Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça mais § 5o É vedada a utilização da modalidade “convite” ou “toma-
de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado da de preços”, conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra
para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no
no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitante-
não convidados nas últimas licitações. (Redação dada pela Lei nº mente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso
8.883, de 1994) de “tomada de preços” ou “concorrência”, respectivamente, nos
§ 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinte- termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica
resse dos convidados, for impossível a obtenção do número míni- que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especia-
mo de licitantes exigidos no § 3o deste artigo, essas circunstâncias lidade diversa daquela do executor da obra ou serviço. (Redação
deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de re- dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
petição do convite. § 6o As organizações industriais da Administração Federal
§ 8o É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou direta, em face de suas peculiaridades, obedecerão aos limites es-
a combinação das referidas neste artigo. tabelecidos no inciso I deste artigo também para suas compras e
§ 9o Na hipótese do parágrafo 2o deste artigo, a administração serviços em geral, desde que para a aquisição de materiais aplica-
somente poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos dos exclusivamente na manutenção, reparo ou fabricação de meios
previstos nos arts. 27 a 31, que comprovem habilitação compatível
operacionais bélicos pertencentes à União. (Incluído pela Lei nº
com o objeto da licitação, nos termos do edital. (Incluído pela Lei
8.883, de 1994)
nº 8.883, de 1994)
§ 7o Na compra de bens de natureza divisível e desde que não
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os in-
haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cota-
cisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos
ção de quantidade inferior à demandada na licitação, com vistas a
seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:
ampliação da competitividade, podendo o edital fixar quantitativo
I - para obras e serviços de engenharia: Redação dada pela Lei
mínimo para preservar a economia de escala. (Incluído pela Lei nº
nº 9.648, de 1998)
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais); 9.648, de 1998)
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) § 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e qui- valores mencionados no caput deste artigo quando formado por até
nhentos mil reais); ( Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e qui- número. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
nhentos mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) Art. 24. É dispensável a licitação: (Vide Lei nº 12.188, de
II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior: 2.010) Vigência
(Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo
dada pela Lei nº 9.648, de 1998) anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cin- ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no
quenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitante-
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cin- mente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
quenta mil reais). (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por
§ 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela Administra- cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso II do artigo ante-
ção serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem rior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não
técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação
vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mer- de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; (Redação
cado e à ampliação da competitividade sem perda da economia de dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
escala. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
§ 2o Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quan-
parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou con- do caracterizada urgência de atendimento de situação que possa
junto de etapas da obra, serviço ou compra, há de corresponder ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras,
licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a exe- serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares,
cução do objeto em licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de e somente para os bens necessários ao atendimento da situação
1994) emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços

Didatismo e Conhecimento 185


LEGISLAÇÃO APLICADA
que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oi- XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem
tenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamen-
emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos tos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor ori-
contratos; ginal desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e for indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº
esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a 8.883, de 1994)
Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preesta- XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abas-
belecidas; tecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta
para regular preços ou normalizar o abastecimento; duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas se-
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços des, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento,
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a nor-
forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais compe- malidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não
tentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 desta
Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Ar-
preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48) madas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo,
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito públi- quando houver necessidade de manter a padronização requerida
co interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terres-
ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido tres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluído
criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta pela Lei nº 8.883, de 1994)
Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado XX - na contratação de associação de portadores de deficiência
física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos
no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de servi-
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da
ços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado
segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presi-
seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº
dente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; (Re-
8.883, de 1994)
gulamento)
XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendi-
e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços de enge-
mento das finalidades precípuas da administração, cujas necessi- nharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea “b” do
dades de instalação e localização condicionem a sua escolha, des- inciso I do caput do art. 23; (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
de que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de ener-
avaliação prévia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) gia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou for- autorizado, segundo as normas da legislação específica; (Incluído
necimento, em consequência de rescisão contratual, desde que pela Lei nº 9.648, de 1998)
atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou socie-
as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive dade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a
quanto ao preço, devidamente corrigido; aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços,
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no
perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços
preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida re- esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de
gimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desen- gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
volvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e
social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência
reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos; (Redação de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de explo-
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) ração de criação protegida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004)
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acor- XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da
do internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a
quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do
para o Poder Público; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercia-
inerentes às finalidades do órgão ou entidade. lização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em
XVI  -  para a impressão dos diários oficiais, de formulários áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associa-
padronizados de uso da administração, e de edições técnicas ofi- ções ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas
ciais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores
jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que in- de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis
tegrem a Administração Pública, criados para esse fim específico; com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação
(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) dada pela Lei nº 11.445, de 2007). (Vigência)

Didatismo e Conhecimento 186


LEGISLAÇÃO APLICADA
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzi- § 3o A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput,
dos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá proce-
complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de dimentos especiais instituídos em regulamentação específica. (In-
comissão especialmente designada pela autoridade máxima do ór- cluído pela Lei nº 13.243, de 2016)
gão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007). § 4o Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para art. 9o à hipótese prevista no inciso XXI do caput. (Incluído pela
atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasilei- Lei nº 13.243, de 2016)
ras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade
justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou execu- de competição, em especial:
tante e ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela Lei nº I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que
11.783, de 2008). só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante
XXX - na contratação de instituição ou organização, pública comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a
ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de servi- comprovação de exclusividade ser feita através de atestado forne-
ços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa cido pelo órgão de registro do comércio do local em que se reali-
Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura zaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação
Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Incluído ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
pela Lei nº 12.188, de 2.010) Vigência II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art.
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas
nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços
observados os princípios gerais de contratação dela constantes. de publicidade e divulgação;
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) III - para contratação de profissional de qualquer setor artís-
XXXII - na contratação em que houver transferência de tec- tico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que
nologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
- SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, con- § 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou
forme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente
ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, orga-
tecnológica. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012) nização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos re-
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lu- lacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho
crativos, para a implementação de cisternas ou outras tecnologias é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação
sociais de acesso à água para consumo humano e produção de ali- do objeto do contrato.
mentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas § 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dis-
pela seca ou falta regular de água. (Incluído pela Lei nº 12.873, pensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidaria-
de 2013) mente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o
XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito públi- prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo
co interno de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou dis- de outras sanções legais cabíveis.
tribuídos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no
por finalidade apoiar órgão da administração pública direta, sua inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade
autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento
desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser
à inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira neces- comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para
sária à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco)
transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sis- dias, como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada pela
tema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII deste Lei nº 11.107, de 2005)
artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade
anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que
compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº couber, com os seguintes elementos:
13.204, de 2015) I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que
§ 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste justifique a dispensa, quando for o caso;
artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e servi- II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
ços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia III - justificativa do preço.
mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos
na forma da lei, como Agências Executivas. (Incluído pela Lei nº quais os bens serão alocados. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
12.715, de 2012)
§ 2o O limite temporal de criação do órgão ou entidade que Seção II
integre a administração pública estabelecido no inciso VIII do ca- Da Habilitação
put deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades que produ- Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos inte-
zem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei no 8.080, ressados, exclusivamente, documentação relativa a:
de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção I - habilitação jurídica;
nacional do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012) II - qualificação técnica;

Didatismo e Conhecimento 187


LEGISLAÇÃO APLICADA
III - qualificação econômico-financeira; I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante
IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Redação dada pela Lei nº de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entre-
12.440, de 2011) (Vigência) ga da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamen-
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da te reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de
Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999) responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de carac-
Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, confor- terísticas semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas
me o caso, consistirá em: de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, ve-
I - cédula de identidade; dadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;
II - registro comercial, no caso de empresa individual; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, de- II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
vidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
eleição de seus administradores; § 2o As parcelas de maior relevância técnica e de valor signifi-
IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, cativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão definidas no ins-
acompanhada de prova de diretoria em exercício; trumento convocatório. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou so- § 3o Será sempre admitida a comprovação de aptidão através
ciedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de com-
autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, plexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior.
quando a atividade assim o exigir. § 4o Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação
Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e traba- de aptidão, quando for o caso, será feita através de atestados forne-
lhista, conforme o caso, consistirá em: (Redação dada pela Lei nº cidos por pessoa jurídica de direito público ou privado.
12.440, de 2011) (Vigência) § 5o É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de
I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais
no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC); específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que ini-
II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual
bam a participação na licitação.
ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitan-
§ 6o As exigências mínimas relativas a instalações de cantei-
te, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto
ros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico especializado, con-
contratual;
siderados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação,
III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Esta-
serão atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da
dual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equiva-
declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis,
lente, na forma da lei;
IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando si- § 7º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
tuação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por I - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) II - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
V –  prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a § 8o No caso de obras, serviços e compras de grande vulto,
Justiça do Trabalho, mediante a apresentação de certidão negativa, de alta complexidade técnica, poderá a Administração exigir dos
nos termos do Título VII-A da Consolidação das Leis do Trabalho, licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de
aprovada pelo Decreto-Lei no5.452, de 1o de maio de 1943. (Incluí- sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será
do pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência) efetuada exclusivamente por critérios objetivos.
Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar- § 9o Entende-se por licitação de alta complexidade técnica
-se-á a: aquela que envolva alta especialização, como fator de extrema re-
I - registro ou inscrição na entidade profissional competente; levância para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou
II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade per- que possa comprometer a continuidade da prestação de serviços
tinente e compatível em características, quantidades e prazos com o públicos essenciais.
objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento §  10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de
e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do comprovação da capacitação técnico-profissional de que trata o
objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos mem- inciso I do § 1o deste artigo deverão participar da obra ou serviço
bros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos; objeto da licitação, admitindo-se a substituição por profissionais
III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que rece- de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pela
beu os documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento administração. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
de todas as informações e das condições locais para o cumprimento § 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
das obrigações objeto da licitação; § 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei espe- Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-
cial, quando for o caso. -financeira limitar-se-á a:
§ 1o A comprovação de aptidão referida no inciso II do “caput” I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último
deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que
será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua
público ou privado, devidamente registrados nas entidades profis- substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser
sionais competentes, limitadas as exigências a: (Redação dada pela atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3
Lei nº 8.883, de 1994) (três) meses da data de apresentação da proposta;

Didatismo e Conhecimento 188


LEGISLAÇÃO APLICADA
II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo § 4o As empresas estrangeiras que não funcionem no País,
distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimo- tanto quanto possível, atenderão, nas licitações internacionais, às
nial, expedida no domicílio da pessoa física; exigências dos parágrafos anteriores mediante documentos equi-
III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no valentes, autenticados pelos respectivos consulados e traduzidos
“caput” e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do por tradutor juramentado, devendo ter representação legal no Bra-
valor estimado do objeto da contratação. sil com poderes expressos para receber citação e responder admi-
§ 1o A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da nistrativa ou judicialmente.
capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos § 5o Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo,
que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes
exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de a fornecimento do edital, quando solicitado, com os seus elemen-
rentabilidade ou lucratividade. (Redação dada pela Lei nº 8.883, tos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de reprodução
de 1994) gráfica da documentação fornecida.
§ 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na § 6o O disposto no § 4o deste artigo, no § 1o do art. 33 e no
execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento § 2  do art. 55, não se aplica às licitações internacionais para a
o

convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou de pa- aquisição de bens e serviços cujo pagamento seja feito com o pro-
trimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1o do duto de financiamento concedido por organismo financeiro inter-
art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualifi- nacional de que o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de
cação econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia cooperação, nem nos casos de contratação com empresa estran-
ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado. geira, para a compra de equipamentos fabricados e entregues no
§ 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que exterior, desde que para este caso tenha havido prévia autorização
se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por do Chefe do Poder Executivo, nem nos casos de aquisição de bens
cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação e serviços realizada por unidades administrativas com sede no ex-
ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na for- terior.
ma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices § 7o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e este
oficiais. artigo poderá ser dispensada, nos termos de regulamento, no todo
§ 4o Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos ou em parte, para a contratação de produto para pesquisa e desen-
assumidos pelo licitante que importem diminuição da capacidade volvimento, desde que para pronta entrega ou até o valor previsto
operativa ou absorção de disponibilidade financeira, calculada esta na alínea “a” do inciso II do caput do art. 23. (Incluído pela Lei nº
em função do patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de 13.243, de 2016)
rotação. Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de em-
§ 5o A comprovação de boa situação financeira da empresa presas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:
será feita de forma objetiva, através do cálculo de índices con- I - comprovação do compromisso público ou particular de
tábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;
administrativo da licitação que tenha dado início ao certame lici- II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que de-
tatório, vedada a exigência de índices e valores não usualmente verá atender às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas
adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente no edital;
ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação. (Redação III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31
dada pela Lei nº 8.883, de 1994) desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito
§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) de qualificação técnica, o somatório dos quantitativos de cada con-
Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser sorciado, e, para efeito de qualificação econômico-financeira, o so-
apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenti- matório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua res-
cada por cartório competente ou por servidor da administração ou pectiva participação, podendo a Administração estabelecer, para o
publicação em órgão da imprensa oficial. (Redação dada pela Lei consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores
nº 8.883, de 1994) exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para
§ 1o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas
poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, empresas assim definidas em lei;
concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão. IV - impedimento de participação de empresa consorciada, na
§ 2o O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1o do mesma licitação, através de mais de um consórcio ou isoladamen-
art. 36 substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31, te;
quanto às informações disponibilizadas em sistema informatizado V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos pra-
de consulta direta indicado no edital, obrigando-se a parte a decla- ticados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de exe-
rar, sob as penalidades legais, a superveniência de fato impeditivo cução do contrato.
da habilitação. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) § 1o No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a li-
§ 3o A documentação referida neste artigo poderá ser substi- derança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado
tuída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, o disposto no inciso II deste artigo.
desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obe- § 2o O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da
diência ao disposto nesta Lei. celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio,
nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo.

Didatismo e Conhecimento 189


LEGISLAÇÃO APLICADA
Seção III Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como
Dos Registros Cadastrais as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previa-
Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Admi- mente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Adminis-
nistração Pública que realizem frequentemente licitações mante- tração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
rão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regula- Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou
mentar, válidos por, no máximo, um ano. (Regulamento) para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for supe-
§ 1o O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e rior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea
deverá estar permanentemente aberto aos interessados, obrigando- “c” desta Lei, o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamen-
-se a unidade por ele responsável a proceder, no mínimo anual- te, com uma audiência pública concedida pela autoridade respon-
mente, através da imprensa oficial e de jornal diário, a chama- sável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data
mento público para a atualização dos registros existentes e para o prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedên-
ingresso de novos interessados. cia mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos
§ 2o É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de meios previstos para a publicidade da licitação, à qual terão acesso
registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administra- e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos
os interessados.
ção Pública.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se lici-
Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização des-
tações simultâneas aquelas com objetos similares e com realização
te, a qualquer tempo, o interessado fornecerá os elementos neces-
prevista para intervalos não superiores a trinta dias e licitações su-
sários à satisfação das exigências do art. 27 desta Lei. cessivas aquelas em que, também com objetos similares, o edital
Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo- subsequente tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o
-se em vista sua especialização, subdivididas em grupos, segundo término do contrato resultante da licitação antecedente. (Redação
a qualificação técnica e econômica avaliada pelos elementos cons- dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
tantes da documentação relacionada nos arts. 30 e 31 desta Lei. Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem
§ 1o Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a
que atualizarem o registro. modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção
§ 2o A atuação do licitante no cumprimento de obrigações as- de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento
sumidas será anotada no respectivo registro cadastral. da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos
Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
cancelado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as exi- I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;
gências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidas para classificação II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada
cadastral. dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execu-
ção do contrato e para entrega do objeto da licitação;
Seção IV III - sanções para o caso de inadimplemento;
Do Procedimento e Julgamento IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto
básico;
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a aber- V - se há projeto executivo disponível na data da publicação
tura de processo administrativo, devidamente autuado, protoco- do edital de licitação e o local onde possa ser examinado e adqui-
lado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação rido;
sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual VI - condições para participação na licitação, em conformi-
serão juntados oportunamente: dade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das
I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso; propostas;
VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâ-
II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma
metros objetivos;
do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite;
VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de co-
III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro
municação à distância em que serão fornecidos elementos, infor-
administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite; mações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para
IV - original das propostas e dos documentos que as instruí- atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu
rem; objeto;
V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora; IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas
VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações internacionais;
dispensa ou inexigibilidade; X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global,
VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua ho- conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos e veda-
mologação; dos a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de
VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e variação em relação a preços de referência, ressalvado o disposto
respectivas manifestações e decisões; nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação dada pela Lei nº 9.648,
IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quan- de 1998)
do for o caso, fundamentado circunstanciadamente; XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva
X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou
o caso; setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, ou
XI - outros comprovantes de publicações; do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimple-
XII - demais documentos relativos à licitação. mento de cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Didatismo e Conhecimento 190


LEGISLAÇÃO APLICADA
XII - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 2o Decairá do direito de impugnar os termos do edital de
XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o
para execução de obras ou serviços que serão obrigatoriamente segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habili-
previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas; tação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas
XIV - condições de pagamento, prevendo: em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de lei-
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a lão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese
partir da data final do período de adimplemento de cada parce- em que tal comunicação não terá efeito de recurso. (Redação dada
la; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) pela Lei nº 8.883, de 1994)
b) cronograma de desembolso máximo por período, em con- § 3o A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não
formidade com a disponibilidade de recursos financeiros; o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, julgado da decisão a ela pertinente.
desde a data final do período de adimplemento de cada parcela até § 4o A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direi-
a data do efetivo pagamento; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de to de participar das fases subsequentes.
1994) Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital
d)  compensações financeiras e penalizações, por eventuais deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária e do comércio
atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos; exterior e atender às exigências dos órgãos competentes.
e) exigência de seguros, quando for o caso; § 1o Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço
XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei; em moeda estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante bra-
XVI - condições de recebimento do objeto da licitação; sileiro.
XVII  -  outras indicações específicas ou peculiares da licita- § 2o O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente
ção. contratado em virtude da licitação de que trata o parágrafo anterior
§ 1o O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas será efetuado em moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia
as folhas e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo útil imediatamente anterior à data do efetivo pagamento. (Redação
no processo de licitação, e dele extraindo-se cópias integrais ou dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos interessados. § 3o As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão
§ 2o Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integran- equivalentes àquelas oferecidas ao licitante estrangeiro.
te: § 4o Para fins de julgamento da licitação, as propostas apre-
I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, sentadas por licitantes estrangeiros serão acrescidas dos gravames
desenhos, especificações e outros complementos; consequentes dos mesmos tributos que oneram exclusivamente os
II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e pre- licitantes brasileiros quanto à operação final de venda.
ços unitários; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 5o Para a realização de obras, prestação de serviços ou aqui-
III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração sição de bens com recursos provenientes de financiamento ou doa-
e o licitante vencedor; ção oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou or-
IV - as especificações complementares e as normas de execu- ganismo financeiro multilateral de que o Brasil seja parte, poderão
ção pertinentes à licitação. ser admitidas, na respectiva licitação, as condições decorrentes de
§ 3o Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como acordos, protocolos, convenções ou tratados internacionais apro-
adimplemento da obrigação contratual a prestação do serviço, a vados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e procedi-
realização da obra, a entrega do bem ou de parcela destes, bem mentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção
como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja da proposta mais vantajosa para a administração, o qual poderá
vinculada a emissão de documento de cobrança. contemplar, além do preço, outros fatores de avaliação, desde que
§ 4o Nas compras para entrega imediata, assim entendidas por elas exigidos para a obtenção do financiamento ou da doação,
aquelas com prazo de entrega até trinta dias da data prevista para e que também não conflitem com o princípio do julgamento obje-
apresentação da proposta, poderão ser dispensadas: (Incluído pela tivo e sejam objeto de despacho motivado do órgão executor do
Lei nº 8.883, de 1994) contrato, despacho esse ratificado pela autoridade imediatamente
I - o disposto no inciso XI deste artigo; (Incluído pela Lei nº superior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
8.883, de 1994) § 6o As cotações de todos os licitantes serão para entrega no
II  -  a atualização financeira a que se refere a alínea “c” do mesmo local de destino.
inciso XIV deste artigo, correspondente ao período compreendido Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância
entre as datas do adimplemento e a prevista para o pagamento, dos seguintes procedimentos:
desde que não superior a quinze dias. (Incluído pela Lei nº 8.883, I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à
de 1994) habilitação dos concorrentes, e sua apreciação;
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes ina-
condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. bilitados, contendo as respectivas propostas, desde que não tenha
§ 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de havido recurso ou após sua denegação;
licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo proto- III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concor-
colar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a rentes habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição
abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após o julga-
julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem mento dos recursos interpostos;
prejuízo da faculdade prevista no § 1o do art. 113.

Didatismo e Conhecimento 191


LEGISLAÇÃO APLICADA
IV  -  verificação da conformidade de cada proposta com os § 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação,
requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços correntes exceto na modalidade concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883,
no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com de 1994)
os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta
ser devidamente registrados na ata de julgamento, promovendo-se mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor
a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis; o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especifica-
V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os ções do edital ou convite e ofertar o menor preço;
critérios de avaliação constantes do edital; II - a de melhor técnica;
VI - deliberação da autoridade competente quanto à homolo- III - a de técnica e preço.
gação e adjudicação do objeto da licitação. IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de
§ 1o A abertura dos envelopes contendo a documentação para bens ou concessão de direito real de uso.  (Incluído pela Lei nº
habilitação e as propostas será realizada sempre em ato público 8.883, de 1994)
previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, as- § 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após
sinada pelos licitantes presentes e pela Comissão. obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a classificação
§ 2o Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual
licitantes presentes e pela Comissão. todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro pro-
§ 3o É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qual- cesso.
quer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a es- § 3o No caso da licitação do tipo “menor preço”, entre os lici-
clarecer ou a complementar a instrução do processo, vedada a in- tantes considerados qualificados a classificação se dará pela ordem
clusão posterior de documento ou informação que deveria constar crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso de empate,
originariamente da proposta. exclusivamente o critério previsto no parágrafo anterior. (Redação
§ 4o O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convi- § 4o Para contratação de bens e serviços de informática, a ad-
te. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) ministração observará o disposto no art. 3o da Lei no 8.248, de 23
§ 5o Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (inci- de outubro de 1991, levando em conta os fatores especificados em
sos I e II) e abertas as propostas (inciso III), não cabe desclassificá- seu parágrafo 2o e adotando obrigatoriamento o tipo de licitação
-los por motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão de «técnica e preço», permitido o emprego de outro tipo de licita-
fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento. ção nos casos indicados em decreto do Poder Executivo. (Redação
§ 6o Após a fase de habilitação, não cabe desistência de pro- dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
posta, salvo por motivo justo decorrente de fato superveniente e § 5o É vedada a utilização de outros tipos de licitação não
aceito pela Comissão. previstos neste artigo.
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em § 6o Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas
consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, tantas propostas quantas necessárias até que se atinja a quantidade
os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos demandada na licitação. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
por esta Lei. Art. 46. Os tipos de licitação “melhor técnica” ou “técnica e
§ 1o É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou preço” serão utilizados exclusivamente para serviços de nature-
fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que za predominantemente intelectual, em especial na elaboração de
indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes. projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de
§ 2o Não se considerará qualquer oferta de vantagem não pre- engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração
vista no edital ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos,
ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas ofertas ressalvado o disposto no § 4o do artigo anterior. (Redação dada
dos demais licitantes. pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o Não se admitirá proposta que apresente preços global ou § 1o Nas licitações do tipo “melhor técnica” será adotado o se-
unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis guinte procedimento claramente explicitado no instrumento con-
com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos vocatório, o qual fixará o preço máximo que a Administração se
respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação propõe a pagar:
não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referi- I - serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas
rem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, exclusivamente dos licitantes previamente qualificados e feita en-
para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remunera- tão a avaliação e classificação destas propostas de acordo com os
ção. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado, definidos com
§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às clareza e objetividade no instrumento convocatório e que consi-
propostas que incluam mão-de-obra estrangeira ou importações de derem a capacitação e a experiência do proponente, a qualidade
qualquer natureza.(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização,
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos,
Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em e a qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas para a
conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente sua execução;
estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores ex- II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á
clusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição à abertura das propostas de preço dos licitantes que tenham atingi-
pelos licitantes e pelos órgãos de controle. do a valorização mínima estabelecida no instrumento convocatório

Didatismo e Conhecimento 192


LEGISLAÇÃO APLICADA
e à negociação das condições propostas, com a proponente melhor b) valor orçado pela administração. (Incluído pela Lei nº
classificada, com base nos orçamentos detalhados apresentados e 9.648, de 1998)
respectivos preços unitários e tendo como referência o limite re- § 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo ante-
presentado pela proposta de menor preço entre os licitantes que rior cujo valor global da proposta for inferior a 80% (oitenta por
obtiveram a valorização mínima; cento) do menor valor a que se referem as alíneas «a» e «b», será
III - no caso de impasse na negociação anterior, procedimento exigida, para a assinatura do contrato, prestação de garantia adi-
idêntico será adotado, sucessivamente, com os demais proponen- cional, dentre as modalidades previstas no § 1º do art. 56, igual a
tes, pela ordem de classificação, até a consecução de acordo para diferença entre o valor resultante do parágrafo anterior e o valor
a contratação; da correspondente proposta. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos lici- § 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as
tantes que não forem preliminarmente habilitados ou que não obti- propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos
verem a valorização mínima estabelecida para a proposta técnica. licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova
§ 2o Nas licitações do tipo “técnica e preço” será adotado, adi- documentação ou de outras propostas escoimadas das causas re-
cionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedi- feridas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste
mento claramente explicitado no instrumento convocatório:
prazo para três dias úteis. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de pre-
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do proce-
ços, de acordo com critérios objetivos preestabelecidos no instru-
dimento somente poderá revogar a licitação por razões de interes-
mento convocatório;
II  -  a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com se público decorrente de fato superveniente devidamente compro-
a média ponderada das valorizações das propostas técnicas e de vado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo
preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no instrumento anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros,
convocatório. mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
§ 3o Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste § 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ile-
artigo poderão ser adotados, por autorização expressa e mediante galidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no
justificativa circunstanciada da maior autoridade da Administração parágrafo único do art. 59 desta Lei.
promotora constante do ato convocatório, para fornecimento de § 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contra-
bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto to, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
majoritariamente dependentes de tecnologia nitidamente sofistica- § 3o No caso de desfazimento do processo licitatório, fica as-
da e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas de reco- segurado o contraditório e a ampla defesa.
nhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir § 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos
soluções alternativas e variações de execução, com repercussões atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação.
significativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com
durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem ser ado- preterição da ordem de classificação das propostas ou com tercei-
tadas à livre escolha dos licitantes, na conformidade dos critérios ros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade.
objetivamente fixados no ato convocatório. Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro
§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas serão
Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de,
quando for adotada a modalidade de execução de empreitada por no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles
preço global, a Administração deverá fornecer obrigatoriamente, servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos
junto com o edital, todos os elementos e informações necessários órgãos da Administração responsáveis pela licitação.
para que os licitantes possam elaborar suas propostas de preços § 1o No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcio-
com total e completo conhecimento do objeto da licitação. nalmente, nas pequenas unidades administrativas e em face da exi-
Art. 48. Serão desclassificadas:
guidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor
I - as propostas que não atendam às exigências do ato convo-
formalmente designado pela autoridade competente.
catório da licitação;
§ 2o A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em
II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido
ou com preços manifestamente inexequíveis, assim considerados registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada
aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através por profissionais legalmente habilitados no caso de obras, serviços
de documentação que comprove que os custos dos insumos são ou aquisição de equipamentos.
coerentes com os de mercado e que os coeficientes de produtivi- § 3o Os membros das Comissões de licitação responderão so-
dade são compatíveis com a execução do objeto do contrato, con- lidariamente por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se
dições estas necessariamente especificadas no ato convocatório da posição individual divergente estiver devidamente fundamentada
licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada
§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo con- a decisão.
sideram-se manifestamente inexequíveis, no caso de licitações de § 4o A investidura dos membros das Comissões permanentes
menor preço para obras e serviços de engenharia, as propostas não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de
cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do menor seus membros para a mesma comissão no período subsequente.
dos seguintes valores: (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) § 5o No caso de concurso, o julgamento será feito por uma
a) média aritmética dos valores das propostas superiores a comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e
50% (cinquenta por cento) do valor orçado pela administração, reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores pú-
ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) blicos ou não.

Didatismo e Conhecimento 193


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 52. O concurso a que se refere o § 4o do art. 22 desta Lei VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalida-
deve ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos inte- des cabíveis e os valores das multas;
ressados no local indicado no edital. VIII - os casos de rescisão;
§ 1o O regulamento deverá indicar: IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso
I - a qualificação exigida dos participantes; de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho; X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para
III - as condições de realização do concurso e os prêmios a conversão, quando for o caso;
serem concedidos. XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dis-
§ 2o Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a pensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;
Administração a executá-lo quando julgar conveniente. XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especial-
Art.  53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a mente aos casos omissos;
servidor designado pela Administração, procedendo-se na forma XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a
da legislação pertinente. execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por
§ 1o Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação
Administração para fixação do preço mínimo de arrematação. exigidas na licitação.
§ 2o Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual § 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após § 2o Nos contratos celebrados pela Administração Pública
a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão, imediata- com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no
mente entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que declare
do restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer
de perder em favor da Administração o valor já recolhido. questão contratual, salvo o disposto no § 6o do art. 32 desta Lei.
§ 3o Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista § 3o No ato da liquidação da despesa, os serviços de conta-
poderá ser feito em até vinte e quatro horas. (Redação dada pela bilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e
Lei nº 8.883, de 1994) fiscalização de tributos da União, Estado ou Município, as carac-
§ 4o O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, princi- terísticas e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei
palmente no município em que se realizará. (Incluído pela Lei nº no 4.320, de 17 de março de 1964.
8.883, de 1994) Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e
desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exi-
Capítulo III gida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e
DOS CONTRATOS compras.
§ 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes mo-
Seção I dalidades de garantia: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Disposições Preliminares I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, deven-
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei do estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro
regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito públi- em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado
co, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econô-
dos contratos e as disposições de direito privado. micos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda; (Redação
§ 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão dada pela Lei nº 11.079, de 2004)
as condições para sua execução, expressas em cláusulas que de- II - seguro-garantia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
finam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em III  -  fiança bancária.  (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se 8.6.94)
vinculam. § 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo não excede-
§ 2o Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilida- rá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado
de de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no parágra-
e da respectiva proposta. fo 3o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que § 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto en-
estabeleçam: volvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros considerá-
I - o objeto e seus elementos característicos; veis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data- anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do con-
-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de trato. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
atualização monetária entre a data do adimplemento das obriga- § 4o A garantia prestada pelo contratado será liberada ou res-
ções e a do efetivo pagamento; tituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atuali-
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, zada monetariamente.
de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme § 5o Nos casos de contratos que importem na entrega de bens
o caso; pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.
da classificação funcional programática e da categoria econômica; Art.  57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execu- adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto
ção, quando exigidas; quanto aos relativos:

Didatismo e Conhecimento 194


LEGISLAÇÃO APLICADA
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas me- § 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos
tas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorro- contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia
gados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha concordância do contratado.
sido previsto no ato convocatório; § 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas eco-
II - à prestação de serviços a serem executados de forma con- nômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se
tínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e suces- mantenha o equilíbrio contratual.
sivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrati-
vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; (Reda- vo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele,
ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998) ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já pro-
III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) duzidos.
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do
de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até
(quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato. a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente
V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-
do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento
-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.
e vinte) meses, caso haja interesse da administração. (Incluído pela
Lei nº 12.349, de 2010)
Seção II
§ 1o Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e
de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do Da Formalização dos Contratos
contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico- Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas
-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devida- repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico
mente autuados em processo: dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração; relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por ins-
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estra- trumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia
nho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condi- no processo que lhe deu origem.
ções de execução do contrato; Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato ver-
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do rit- bal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto
mo de trabalho por ordem e no interesse da Administração; pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5%
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contra- (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea
to, nos limites permitidos por esta Lei; “a” desta Lei, feitas em regime de adiantamento.
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e
terceiro reconhecido pela Administração em documento contempo- os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua
râneo à sua ocorrência; lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administra- inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e
ção, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, di- às cláusulas contratuais.
retamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato, Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de
sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis. contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condi-
§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por es- ção indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Admi-
crito e previamente autorizada pela autoridade competente para ce- nistração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura,
lebrar o contrato. para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja
§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado. o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26
§ 4o Em caráter excepcional, devidamente justificado e me- desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
diante autorização da autoridade superior, o prazo de que trata o
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de
inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze
concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e
meses. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos ins-
tituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em
prerrogativa de: que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos
I  -  modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, au-
finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contra- torização de compra ou ordem de execução de serviço.
tado; § 1o A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou
II  -  rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no ato convocatório da licitação.
inciso I do art. 79 desta Lei; § 2o Em “carta contrato”, “nota de empenho de despesa”, “au-
III - fiscalizar-lhes a execução; torização de compra”, “ordem de execução de serviço” ou outros
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial instrumentos hábeis aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55
do ajuste; desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente § 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e
bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do demais normas gerais, no que couber:
contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração admi- I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em
nistrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipó- que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja
tese de rescisão do contrato administrativo. regido, predominantemente, por norma de direito privado;

Didatismo e Conhecimento 195


LEGISLAÇÃO APLICADA
II - aos contratos em que a Administração for parte como previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou
usuária de serviço público. impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força
§ 4o É dispensável o “termo de contrato” e facultada a subs- maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econô-
tituição prevista neste artigo, a critério da Administração e inde- mica extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela Lei nº
pendentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega 8.883, de 1994)
imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem § 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condi-
obrigações futuras, inclusive assistência técnica. ções contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas
Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do
termos do contrato e do respectivo processo licitatório e, a qual- valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de refor-
quer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mediante o pa- ma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta
gamento dos emolumentos devidos. por cento) para os seus acréscimos.
Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessa- § 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limi-
do para assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento tes estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: (Redação dada pela
equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena Lei nº 9.648, de 1998)
de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previs- I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
tas no art. 81 desta Lei. II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os con-
§ 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, tratantes. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu trans- § 3o Se no contrato não houverem sido contemplados pre-
curso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Adminis- ços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados median-
tração. te acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no
§ 2o É facultado à Administração, quando o convocado não § 1o deste artigo.
assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento § 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o
equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os lici- contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos
tantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos
igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro clas- de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corri-
sificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade gidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente
com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados.
da cominação prevista no art. 81 desta Lei. § 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados
§ 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das pro- ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais,
postas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes li- quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de com-
berados dos compromissos assumidos. provada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão
destes para mais ou para menos, conforme o caso.
Seção III § 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente
Da Alteração dos Contratos os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer,
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser altera- por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.
dos, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: § 7o (VETADO)
I - unilateralmente pela Administração: § 8o A variação do valor contratual para fazer face ao reajus-
a) quando houver modificação do projeto ou das especifica- te de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, com-
ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; pensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições
b) quando necessária a modificação do valor contratual em de- de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações
corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido,
nos limites permitidos por esta Lei; não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por
II - por acordo das partes: simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b)  quando necessária a modificação do regime de execução Seção IV 
da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face Da Execução dos Contratos
de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas par-
originários; tes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei,
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, respondendo cada uma pelas consequências de sua inexecução to-
por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o va- tal ou parcial.
lor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2o e no
relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente inciso II do § 5o do art. 3o desta Lei deverão cumprir, durante todo
contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou o período de execução do contrato, a reserva de cargos prevista em
serviço; lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicial- Social, bem como as regras de acessibilidade previstas na legisla-
mente entre os encargos do contratado e a retribuição da adminis- ção. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumpri-
objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro ini- mento dos requisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambien-
cial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou tes de trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)

Didatismo e Conhecimento 196


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e § 2o O recebimento provisório ou definitivo não exclui a res-
fiscalizada por um representante da Administração especialmente ponsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço,
designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro
subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição. dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
§ 1o O representante da Administração anotará em registro § 3o O prazo a que se refere a alínea “b” do inciso I deste artigo
próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do con- não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excep-
trato, determinando o que for necessário à regularização das faltas cionais, devidamente justificados e previstos no edital.
ou defeitos observados. § 4o Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação
§ 2o As decisões e providências que ultrapassarem a compe- a que se refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou
tência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-ão como realiza-
em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes. dos, desde que comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela anteriores à exaustão dos mesmos.
Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo na Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos
execução do contrato. seguintes casos:
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;
reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o II - serviços profissionais;
objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incor- III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso
reções resultantes da execução ou de materiais empregados. II, alínea “a”, desta Lei, desde que não se componham de apare-
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados di- lhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcio-
retamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa namento e produtividade.
ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será
responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão feito mediante recibo.
interessado. Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital,
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhis- do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas
tas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução exigidos por normas técnicas oficiais para a boa execução do obje-
do contrato. to do contrato correm por conta do contratado.
§ 1o A inadimplência do contratado, com referência aos encar- Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra,
gos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração serviço ou fornecimento executado em desacordo com o contrato.
Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar
o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras Seção V
e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. (Redação Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos
dada pela Lei nº 9.032, de 1995) Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua
§ 2o A Administração Pública responde solidariamente com o rescisão, com as consequências contratuais e as previstas em lei
contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução ou regulamento.
do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
de 1991. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) I  -  o não cumprimento de cláusulas contratuais, especifica-
§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) ções, projetos ou prazos;
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuí- II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especi-
zo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar ficações, projetos e prazos;
partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração
cada caso, pela Administração. a comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou
Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido: do fornecimento, nos prazos estipulados;
I - em se tratando de obras e serviços: IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou forne-
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamen- cimento;
to e fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem
partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contra- justa causa e prévia comunicação à Administração;
tado; VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associa-
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela ção do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou
autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas
pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria no edital e no contrato;
que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, ob- VII - o desatendimento das determinações regulares da autori-
servado o disposto no art. 69 desta Lei; dade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim
II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos: como as de seus superiores;
a)  provisoriamente, para efeito de posterior verificação da VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, ano-
conformidade do material com a especificação; tadas na forma do § 1o do art. 67 desta Lei;
b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quanti- IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência
dade do material e consequente aceitação. civil;
§ 1o Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
o recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos de- XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da
mais, mediante recibo. estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato;

Didatismo e Conhecimento 197


LEGISLAÇÃO APLICADA
XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior
conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autorida- acarreta as seguintes consequências, sem prejuízo das sanções pre-
de da esfera administrativa a que está subordinado o contratante vistas nesta Lei:
e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato; I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local
XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, ser- em que se encontrar, por ato próprio da Administração;
viços ou compras, acarretando modificação do valor inicial do II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos,
contrato além do limite permitido no § 1o do art. 65 desta Lei; material e pessoal empregados na execução do contrato, necessá-
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Ad- rios à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;
ministração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da
caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela de-
guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo vidos;
prazo, independentemente do pagamento obrigatório de indeniza- IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite
ções pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobiliza- dos prejuízos causados à Administração.
ções e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, § 1o A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste
nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento artigo fica a critério da Administração, que poderá dar continuida-
das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação; de à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos de- § 2o É permitido à Administração, no caso de concordata do
vidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou forne- contratado, manter o contrato, podendo assumir o controle de de-
cimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em terminadas atividades de serviços essenciais.
caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna § 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser pre-
ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspen- cedido de autorização expressa do Ministro de Estado competente,
são do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso.
a situação; § 4o A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior per-
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, mite à Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no
local ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, inciso I deste artigo.
nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais
especificadas no projeto; Capítulo IV
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regu- DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDI-
larmente comprovada, impeditiva da execução do contrato. CIAL
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formal-
mente motivados nos autos do processo, assegurado o contraditó- Seção I
rio e a ampla defesa. Disposições Gerais
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27,
sem prejuízo das sanções penais cabíveis. (Incluído pela Lei nº Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o
9.854, de 1999) contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser: prazo estabelecido pela Administração, caracteriza o descumpri-
I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, mento total da obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades
nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior; legalmente estabelecidas.
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos li-
processo da licitação, desde que haja conveniência para a Admi- citantes convocados nos termos do art. 64, § 2o desta Lei, que não
nistração; aceitarem a contratação, nas mesmas condições propostas pelo pri-
III - judicial, nos termos da legislação; meiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço.
IV - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em
§ 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá ser prece- desacordo com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os ob-
dida de autorização escrita e fundamentada da autoridade compe- jetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos
tente. regulamentos próprios, sem prejuízo das responsabilidades civil e
§ 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a criminal que seu ato ensejar.
XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmen-
este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que hou- te tentados, sujeitam os seus autores, quando servidores públicos,
ver sofrido, tendo ainda direito a: além das sanções penais, à perda do cargo, emprego, função ou
I - devolução de garantia; mandato eletivo.
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei,
da rescisão; aquele que exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remunera-
III - pagamento do custo da desmobilização. ção, cargo, função ou emprego público.
§ 3º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 1o Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei,
§ 4º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal,
§ 5o Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do con- assim consideradas, além das fundações, empresas públicas e so-
trato, o cronograma de execução será prorrogado automaticamente ciedades de economia mista, as demais entidades sob controle, di-
por igual tempo. reto ou indireto, do Poder Público.

Didatismo e Conhecimento 198


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 2o A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por
autores dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;
em comissão ou de função de confiança em órgão da Adminis- II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objeti-
tração direta, autarquia, empresa pública, sociedade de economia vos da licitação;
mista, fundação pública, ou outra entidade controlada direta ou III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a
indiretamente pelo Poder Público. Administração em virtude de atos ilícitos praticados.
Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às
licitações e aos contratos celebrados pela União, Estados, Distrito Seção III
Federal, Municípios, e respectivas autarquias, empresas públicas, Dos Crimes e das Penas
sociedades de economia mista, fundações públicas, e quaisquer Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses pre-
outras entidades sob seu controle direto ou indireto. vistas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à
dispensa ou à inexigibilidade:
Seção II Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.
Das Sanções Administrativas Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo
Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeita- comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade,
rá o contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar
convocatório ou no contrato. contrato com o Poder Público.
§ 1o A multa a que alude este artigo não impede que a Admi- Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou
nistração rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento
sanções previstas nesta Lei. licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vanta-
§ 2o A multa, aplicada após regular processo administrativo, gem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:
será descontada da garantia do respectivo contratado. Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 3o Se a multa for de valor superior ao valor da garantia Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado
prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua perante a Administração, dando causa à instauração de licitação ou
diferença, a qual será descontada dos pagamentos eventualmente à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo
devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada Poder Judiciário:
judicialmente.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Admi-
Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modifi-
nistração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado
cação ou vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do
as seguintes sanções:
adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o
I - advertência;
Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da lici-
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou
tação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar
no contrato;
fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade,
III - suspensão temporária de participação em licitação e im-
pedimento de contratar com a Administração, por prazo não supe- observado o disposto no art. 121 desta Lei:(Redação dada pela Lei
rior a 2 (dois) anos; nº 8.883, de 1994)
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa. (Redação dada
Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determi- pela Lei nº 8.883, de 1994)
nantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, ten-
a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida do comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalida-
sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos de, obtém vantagem indevida ou se beneficia, injustamente, das
resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base modificações ou prorrogações contratuais.
no inciso anterior. Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer
§ 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia ato de procedimento licitatório:
prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente de- Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em proce-
vidos pela Administração ou cobrada judicialmente. dimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-
§ 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo -lo:
poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de vio-
5 (cinco) dias úteis. lência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de
§ 3o A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de com- qualquer tipo:
petência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da
ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado pena correspondente à violência.
no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou
vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de desiste de licitar, em razão da vantagem oferecida.
sua aplicação. (Vide art 109 inciso III) Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou
anterior poderão também ser aplicadas às empresas ou aos profis- contrato dela decorrente:
sionais que, em razão dos contratos regidos por esta Lei: I - elevando arbitrariamente os preços;

Didatismo e Conhecimento 199


LEGISLAÇÃO APLICADA
II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsi- Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de
ficada ou deteriorada; 5 (cinco) dias.
III - entregando uma mercadoria por outra; Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais
IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da merca- definidas nesta Lei, assim como nos recursos e nas execuções que
doria fornecida; lhes digam respeito, aplicar-se-ão, subsidiariamente, o Código de
V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa Processo Penal e a Lei de Execução Penal.
a proposta ou a execução do contrato:
Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. Capítulo V
Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS
ou profissional declarado inidôneo:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado desta Lei cabem:
inidôneo, venha a licitar ou a contratar com a Administração. I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intima-
Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscri-
ção do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:
ção de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover
a) habilitação ou inabilitação do licitante;
indevidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de registro
b) julgamento das propostas;
do inscrito:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. c) anulação ou revogação da licitação;
Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral,
consiste no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada sua alteração ou cancelamento;
em índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vanta- e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79
gem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente. desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o Os índices a que se refere este artigo não poderão ser f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária
inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por ou de multa;
cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intima-
inexigibilidade de licitação. ção da decisão relacionada com o objeto da licitação ou do contra-
§ 2o O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o to, de que não caiba recurso hierárquico;
caso, à Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal. III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Es-
tado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na
Seção IV hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis
Do Processo e do Procedimento Judicial da intimação do ato.
Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pú- § 1o A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas “a”,
blica incondicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la. “b”, “c” e “e”, deste artigo, excluídos os relativos a advertência
Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante publicação
desta Lei, a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe, por na imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas “a”
escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem como as cir- e “b”, se presentes os prepostos dos licitantes no ato em que foi
cunstâncias em que se deu a ocorrência. adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação direta
Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará aos interessados e lavrada em ata.
a autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por § 2o O recurso previsto nas alíneas “a” e “b” do inciso I deste
duas testemunhas. artigo terá efeito suspensivo, podendo a autoridade competente,
Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhece- motivadamente e presentes razões de interesse público, atribuir ao
rem, os magistrados, os membros dos Tribunais ou Conselhos de
recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.
Contas ou os titulares dos órgãos integrantes do sistema de contro-
§ 3o Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitan-
le interno de qualquer dos Poderes verificarem a existência dos cri-
tes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
mes definidos nesta Lei, remeterão ao Ministério Público as cópias
e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia. § 4o O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermé-
Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pú- dio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua
blica, se esta não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo,
couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal. fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a de-
Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo cisão ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado
de 10 (dez) dias para apresentação de defesa escrita, contado da do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.
data do seu interrogatório, podendo juntar documentos, arrolar as § 5o Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de
testemunhas que tiver, em número não superior a 5 (cinco), e indi- reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do processo
car as demais provas que pretenda produzir. estejam com vista franqueada ao interessado.
Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e § 6o Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de
praticadas as diligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo “carta convite” os prazos estabelecidos nos incisos I e II e no pa-
juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de 5 (cinco) dias a cada rágrafo 3o deste artigo serão de dois dias úteis. (Incluído pela Lei
parte para alegações finais. nº 8.883, de 1994)
Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro
de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir
a sentença.

Didatismo e Conhecimento 200


LEGISLAÇÃO APLICADA
Capítulo VI Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS relativas aos procedimentos operacionais a serem observados na
execução das licitações, no âmbito de sua competência, observa-
Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, das as disposições desta Lei.
excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimento, e consi- Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após
derar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando for explicitamente aprovação da autoridade competente, deverão ser publicadas na
disposto em contrário. imprensa oficial.
Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber,
neste artigo em dia de expediente no órgão ou na entidade. aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres
Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar celebrados por órgãos e entidades da Administração.
ou receber projeto ou serviço técnico especializado desde que o § 1o A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos
autor ceda os direitos patrimoniais a ele relativos e a Administra- ou entidades da Administração Pública depende de prévia aprova-
ção possa utilizá-lo de acordo com o previsto no regulamento de ção de competente plano de trabalho proposto pela organização
concurso ou no ajuste para sua elaboração. interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes infor-
mações:
Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra imaterial
I - identificação do objeto a ser executado;
de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos di-
II - metas a serem atingidas;
reitos incluirá o fornecimento de todos os dados, documentos e
III - etapas ou fases de execução;
elementos de informação pertinentes à tecnologia de concepção, IV - plano de aplicação dos recursos financeiros;
desenvolvimento, fixação em suporte físico de qualquer natureza V - cronograma de desembolso;
e aplicação da obra. VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim
Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de da conclusão das etapas ou fases programadas;
uma entidade pública, caberá ao órgão contratante, perante a en- VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de engenha-
tidade interessada, responder pela sua boa execução, fiscalização ria, comprovação de que os recursos próprios para complementar
e pagamento. a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o
§ 1o Os consórcios públicos poderão realizar licitação da qual, custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão
nos termos do edital, decorram contratos administrativos celebra- descentralizador.
dos por órgãos ou entidades dos entes da Federação consorcia- § 2o Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará
dos. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) ciência do mesmo à Assembleia Legislativa ou à Câmara Munici-
§ 2o É facultado à entidade interessada o acompanhamento da pal respectiva.
licitação e da execução do contrato. (Incluído pela Lei nº 11.107, § 3o As parcelas do convênio serão liberadas em estrita con-
de 2005) formidade com o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos
Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o saneamento das
demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal impropriedades ocorrentes:
de Contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando I - quando não tiver havido comprovação da boa e regular
os órgãos interessados da Administração responsáveis pela de- aplicação da parcela anteriormente recebida, na forma da legisla-
monstração da legalidade e regularidade da despesa e execução, ção aplicável, inclusive mediante procedimentos de fiscalização
nos termos da Constituição e sem prejuízo do sistema de controle local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão descen-
interno nela previsto. tralizador dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de
§ 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica controle interno da Administração Pública;
poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integrantes II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos
recursos, atrasos não justificados no cumprimento das etapas ou
do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação
fases programadas, práticas atentatórias aos princípios fundamen-
desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.
tais de Administração Pública nas contratações e demais atos prati-
§ 2o Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema
cados na execução do convênio, ou o inadimplemento do executor
de controle interno poderão solicitar para exame, até o dia útil ime- com relação a outras cláusulas conveniais básicas;
diatamente anterior à data de recebimento das propostas, cópia de III - quando o executor deixar de adotar as medidas saneado-
edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entida- ras apontadas pelo partícipe repassador dos recursos ou por inte-
des da Administração interessada à adoção de medidas corretivas grantes do respectivo sistema de controle interno.
pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas. § 4o Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupança de institui-
Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a pré- ção financeira oficial se a previsão de seu uso for igual ou superior
-qualificação de licitantes nas concorrências, a ser procedida sem- a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou
pre que o objeto da licitação recomende análise mais detida da operação de mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública,
qualificação técnica dos interessados. quando a utilização dos mesmos verificar-se em prazos menores
§ 1o A adoção do procedimento de pré-qualificação será feita que um mês.
mediante proposta da autoridade competente, aprovada pela ime- § 5o As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo
diatamente superior. anterior serão obrigatoriamente computadas a crédito do convênio
§ 2o Na pré-qualificação serão observadas as exigências desta e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade, devendo
Lei relativas à concorrência, à convocação dos interessados, ao constar de demonstrativo específico que integrará as prestações de
procedimento e à analise da documentação. contas do ajuste.

Didatismo e Conhecimento 201


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 6o Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do
convênio, acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanescentes, § 2o do art. 7o serão dispensadas nas licitações para concessão de
inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações finan- serviços com execução prévia de obras em que não foram previs-
ceiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão repassador tos desembolso por parte da Administração Pública concedente.
dos recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
sob pena da imediata instauração de tomada de contas especial do Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-
responsável, providenciada pela autoridade competente do órgão ção. (Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº 8.883,
ou entidade titular dos recursos. de 1994)
Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, espe-
pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Tribunal de cialmente os Decretos-leis nos 2.300, de 21 de novembro de
Contas regem-se pelas normas desta Lei, no que couber, nas três 1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360, de 16 de setembro de
esferas administrativas. 1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro de 1991, e o art. 83 da Lei
Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as no 5.194, de 24 de dezembro de 1966.(Renumerado por força do
disposto no art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994)
entidades da administração indireta deverão adaptar suas normas
Brasília, 21 de junho de 1993, 172o da Independência e
sobre licitações e contratos ao disposto nesta Lei.
105o da República.
Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fun-
ITAMAR FRANCO
dações públicas e demais entidades controladas direta ou indire- Rubens Ricupero
tamente pela União e pelas entidades referidas no artigo anterior Romildo Canhim
editarão regulamentos próprios devidamente publicados, ficando Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 22.6.1993
sujeitas às disposições desta Lei. e republicado em 6.7.1994 e retificado em de 6.7.1994
Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo,
no âmbito da Administração Pública, após aprovados pela autori-
dade de nível superior a que estiverem vinculados os respectivos ESTATUTO E REGIME JURÍDICO ÚNICO
órgãos, sociedades e entidades, deverão ser publicados na impren-
DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO
sa oficial.
Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anual- ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.
mente revistos pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar
no Diário Oficial da União, observando como limite superior a va-
riação geral dos preços do mercado, no período.  (Redação dada
pela Lei nº 9.648, de 1998) LEI COMPLEMENTAR Nº 10.098, DE 3 DE FEVEREIRO
Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações ins- DE 1994.
tauradas e aos contratos assinados anteriormente à sua vigência, (atualizada até a Lei Complementar n.º 14.821, de 30 de
ressalvado o disposto no art. 57, nos parágrafos 1o, 2o e 8o do art. dezembro de 2015)
65, no inciso XV do art. 78, bem assim o disposto no «caput» do Dispõe sobre o estatuto e regime jurídico único dos servidores
art. 5o, com relação ao pagamento das obrigações na ordem crono- públicos civis do Estado do Rio Grande do Sul.
lógica, podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias con-
tados da vigência desta Lei, separadamente para as obrigações re- TÍTULO I
lativas aos contratos regidos por legislação anterior à Lei no 8.666, DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
de 21 de junho de 1993. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) Art. 1º - Esta lei dispõe sobre o estatuto e o regime jurídico
Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimô- dos servidores públicos civis do Estado do Rio Grande do Sul, ex-
cetuadas as categorias que, por disposição constitucional, devam
nio da União continuam a reger-se pelas disposições do Decreto-
reger-se por estatuto próprio.
-lei no 9.760, de 5 de setembro de 1946, com suas alterações, e os
Art. 2º - Para os efeitos desta lei, servidor público é a pessoa
relativos a operações de crédito interno ou externo celebrados pela
legalmente investida em cargo público.
União ou a concessão de garantia do Tesouro Nacional continuam Art. 3º - Cargo público é o criado por lei, em número certo,
regidos pela legislação pertinente, aplicando-se esta Lei, no que com denominação própria, consistindo em conjunto de atribuições
couber. e responsabilidades cometidas a um servidor, mediante retribuição
Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á pro- pecuniária paga pelos cofres públicos.
cedimento licitatório específico, a ser estabelecido no Código Bra- Art. 4º - Os cargos públicos estaduais, acessíveis a todos os
sileiro de Aeronáutica. brasileiros que preencham os requisitos legais para a investidura e
Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas, aos estrangeiros na forma da Lei Complementar, são de provimen-
as repartições sediadas no exterior observarão as peculiaridades to efetivo e em comissão. (Redação dada pela Lei Complementar
locais e os princípios básicos desta Lei, na forma de regulamenta- n.º 13.763/11)
ção específica. § 1º - Os cargos em comissão, de livre nomeação e exonera-
Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para per- ção, não serão organizados em carreira.
missão ou concessão de serviços públicos os dispositivos desta § 2º - Os cargos em comissão, preferencialmente, e as fun-
Lei que não conflitem com a legislação específica sobre o assun- ções gratificadas, com atribuições definidas de chefia, assistência e
to. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) assessoramento, serão exercidos por servidores do quadro perma-
nente, ocupantes de cargos técnicos ou profissionais, nos casos e
condições previstos em lei.

Didatismo e Conhecimento 202


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 5º - Os cargos de provimento efetivo serão organizados Art. 8º - Precederá sempre, ao ingresso no serviço público es-
em carreira, com promoções de grau a grau, mediante aplicação de tadual, a inspeção médica realizada pelo órgão de perícia oficial.
critérios alternados de merecimento e antiguidade. § 1º - Poderão ser exigidos exames suplementares de acordo
Parágrafo único - Poderão ser criados cargos isolados quando com a natureza de cada cargo, nos termos da lei.
o número não comportar a organização em carreira. § 2º - Os candidatos julgados temporariamente inaptos pode-
Art. 6º - A investidura em cargo público de provimento efetivo rão requerer nova inspeção médica, no prazo de 30 (trinta) dias, a
dependerá de aprovação prévia em concurso público de provas ou contar da data que dela tiverem ciência.
de provas e títulos. Art. 9º - Integrará a inspeção médica de que trata o artigo an-
Parágrafo único - A investidura de que trata este artigo ocor- terior, o exame psicológico, que terá caráter informativo. (Vetado
rerá com a posse. (Vetado pelo Governador e mantido pela Assem- pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, confor-
bleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) me DOE n.º 66, de 08/04/94)
Art. 7º - São requisitos para ingresso no serviço público:
I - possuir a nacionalidade brasileira; TÍTULO II
II - estar quite com as obrigações militares e eleitorais; DO PROVIMENTO, PROMOÇÃO, VACÂNCIA, REMOÇÃO
III - ter idade mínima de dezoito anos; E REDISTRIBUIÇÃO
IV - possuir aptidão física e mental;
V - estar em gozo dos direitos políticos; CAPÍTULO I
VI - ter atendido às condições prescritas para o cargo. DO PROVIMENTO
§ 1º - De acordo com as atribuições peculiares do cargo, po- Art. 10 - São formas de provimento de cargo público:
derão ser exigidos outros requisitos a serem estabelecidos em lei. I - nomeação;
§ 2º - A comprovação de preenchimento dos requisitos men- II - readaptação;
cionados no “caput” dar-se-á por ocasião da posse. (Vetado pelo III - reintegração;
Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme IV - reversão;
DOE n.º 66, de 08/04/94) V - aproveitamento;
§ 3º - Para efeitos do disposto no inciso IV do “caput” des- VI - recondução.
te artigo será permitido o ingresso no serviço público estadual
de candidatos portadores das doenças referidas no § 1º, do arti-
go 158 desta Lei, desde que: (Incluído pela Lei Complementar n.º CAPÍTULO II
11.836/02) DO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO
I - apresentem capacidade para o exercício da função pública
para a qual foram selecionados, no momento da avaliação médico- Seção I
-pericial; (Incluído pela Lei Complementar n.º 11.836/02) Disposições Gerais
II - comprovem, por ocasião da avaliação para ingresso e no
curso do estágio probatório, acompanhamento clínico e adesão ao Art. 11 - O recrutamento é geral e destina-se a selecionar can-
tratamento apropriado nos padrões de indicação científica aprova- didatos, através de concurso público para preenchimento de vagas
dos pelas autoridades de saúde. (Incluído pela Lei Complementar existentes no quadro de lotação de cargos dos órgãos integrantes
n.º 11.836/02) da estrutura organizacional do Estado.
Art. 8º - Precederá sempre, ao ingresso no serviço público es-
tadual, a inspeção médica realizada pelo órgão de perícia oficial.
§ 1º - Poderão ser exigidos exames suplementares de acordo Seção II
com a natureza de cada cargo, nos termos da lei. Do Concurso Público
§ 2º - Os candidatos julgados temporariamente inaptos pode-
rão requerer nova inspeção médica, no prazo de 30 (trinta) dias, a Art. 12 - O concurso público tem como objetivo selecionar
contar da data que dela tiverem ciência. candidatos à nomeação em cargos de provimento efetivo, podendo
Art. 9º - Integrará a inspeção médica de que trata o artigo an- ser de provas ou de provas e títulos, na forma do regulamento.
terior, o exame psicológico, que terá caráter informativo. (Vetado § 1º - As condições para a realização do concurso serão fixa-
pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, confor- das em edital, que será publicado no Diário Oficial do Estado e em
me DOE n.º 66, de 08/04/94) jornal de grande circulação.
§ 2º - Não ficarão sujeitos a limite de idade os ocupantes de
TÍTULO II DO PROVIMENTO, PROMOÇÃO, VACÂNCIA, cargos públicos estaduais de provimento efetivo. (Vetado pelo Go-
REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO vernador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE
CAPÍTULO I n.º 66, de 08/04/94)
DO PROVIMENTO § 3º - As provas deverão aferir, com caráter eliminatório, os
conhecimentos específicos exigidos para o exercício do cargo.
Art. 10 - São formas de provimento de cargo público: I - no- § 4º - Serão considerados como títulos somente os cursos ou
meação; probatório, acompanhamento clínico e adesão ao trata- atividades desempenhadas pelos candidatos, se tiverem relação di-
mento apropriado nos padrões de indicação científica aprovados reta com as atribuições do cargo pleiteado, sendo que os pontos a
pelas autoridades de saúde. (Incluído pela Lei Complementar n.º eles correspondentes não poderão somar mais de vinte e cinco por
11.836/02) cento do total dos pontos do concurso.

Didatismo e Conhecimento 203


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 5º - Os componentes da banca examinadora deverão ter CAPÍTULO V
qualificação, no mínimo, igual à exigida dos candidatos, e sua DA POSSE
composição deverá ser publicada no Diário Oficial do Estado.
Art. 13 - O desempate entre candidatos aprovados no concur- Art. 18 - Posse é a aceitação expressa do cargo, formalizada
so em igualdade de condições, obedecerá aos seguintes critérios: com a assinatura do termo no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da
I - maior nota nas provas de caráter eliminatório, consideran- nomeação, prorrogável por igual período a pedido do interessado.
do o peso respectivo; § 1º - Quando se tratar de servidor legalmente afastado do
II - maior nota nas provas de caráter classificatório, se houver, exercício do cargo, o prazo para a posse começará a fluir a partir
prevalecendo a que tiver maior peso; do término do afastamento.
III - sorteio público, que será divulgado através de edital pu- § 2º - A posse poderá dar-se mediante procuração específica. §
blicado na imprensa, com antecedência mínima de 3 (três) dias 3º - No ato da posse, o servidor deverá apresentar declaração quan-
úteis da sua realização. to ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.
Art. 14 - O prazo de validade do concurso será de até 2 (dois) Art. 19 - A autoridade a quem couber dar posse verificará,
anos, podendo ser prorrogado, uma única vez, por igual período, sob pena de responsabilidade, se foram cumpridas as formalidades
no interesse da Administração. Parágrafo único - Enquanto houver legais prescritas para o provimento do cargo.
candidatos aprovados em concurso público com prazo de validade Art. 20 - Se a posse não se der no prazo referido no artigo 18,
não expirado, em condições de serem nomeados, não será aberto será tornada sem efeito a nomeação.
novo concurso para o mesmo cargo. (Vetado pelo Governador e Art. 21 - São competentes para dar posse:
mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de I - o Governador do Estado, aos titulares de cargos de sua
08/04/94) imediata confiança;
Art. 15 - Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado II - os Secretários de Estado e os dirigentes de órgão direta-
o direito de concorrer nos concursos públicos para provimento de mente ligados ao chefe do Poder Executivo, aos seus subordinados
cargos, cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de hierárquicos.
que são portadoras.
Parágrafo único - A lei reservará percentual de cargos e defi- CAPÍTULO VI
DO EXERCÍCIO
nirá critérios de admissão das pessoas nas condições deste artigo.
Art. 22 - Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do
CAPÍTULO III
cargo e dar-se-á no prazo de até 30 (trinta) dias contados da data
DA NOMEAÇÃO
da posse.
§ 1º - Será tornada sem efeito a nomeação do servidor que não
Art. 16 - A nomeação far-se-á:
entrar em exercício no prazo estabelecido neste artigo.
I - em caráter efetivo, quando se tratar de candidato aprovado § 2º - Compete à chefia imediata da unidade administrativa
em concurso público para provimento em cargo efetivo de carreira onde for lotado o servidor, dar-lhe exercício e providenciar nos
ou isolado; elementos necessários à complementação de seus assentamentos
II - em comissão, quando se tratar de cargo de confiança de individuais.
livre exoneração. § 3º - A readaptação e a recondução, bem como a nomeação
Parágrafo único - A nomeação em caráter efetivo obedecerá em outro cargo, com a consequente exoneração do anterior, não
rigorosamente à ordem de classificação dos aprovados, ressalvada interrompem o exercício.
a hipótese de opção do candidato por última chamada. § 4º - O prazo de que trata este artigo, para os casos de reinte-
gração, reversão e aproveitamento, será contado a partir da publi-
CAPÍTULO IV cação do ato no Diário Oficial do Estado.
DA LOTAÇÃO Art. 23 - O servidor removido ou redistribuído “ex-officio”,
que deva ter exercício em outra localidade, terá 15 (quinze) dias
Art. 17 - Lotação é a força de trabalho qualitativa e quantitati- para entrar em exercício, incluído neste prazo, o tempo necessário
va de cargos nos órgãos em que, efetivamente, devam ter exercício ao deslocamento para a nova sede.
os servidores, observados os limites fixados para cada repartição Parágrafo único - Na hipótese de o servidor encontrar-se afas-
ou unidade de trabalho. tado do exercício do cargo, o prazo a que se refere este artigo será
§ 1º - A indicação do órgão, sempre que possível, observará a contado a partir do término do afastamento.
relação entre as atribuições do cargo, as atividades específicas da Art. 24 - A efetividade do servidor será comunicada ao órgão
repartição e as características individuais apresentadas pelo ser- competente mensalmente, por escrito, na forma do regulamento.
vidor. Parágrafo único - A aferição da frequência do servidor, para
§ 2º - Tanto a lotação como a relotação poderão ser efetivadas todos os efeitos, será apurada através do ponto, nos termos do re-
a pedido ou “ex-officio”, atendendo ao interesse da Administração. gulamento.
§ 3º - Nos casos de nomeação para cargos em comissão ou Art. 25 - O servidor poderá afastar-se do exercício das atribui-
designação para funções gratificadas, a lotação será compreendida ções do seu cargo no serviço público estadual, mediante autoriza-
no próprio ato. ção do Governador, nos seguintes casos:
I - colocação à disposição;
II - estudo ou missão científica, cultural ou artística;
III - estudo ou missão especial de interesse do Estado.

Didatismo e Conhecimento 204


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 1º - O servidor somente poderá ser posto à disposição de § 2º - Antes da formalização dos atos de que trata o § 1º, será
outros órgãos da administração direta, autarquias ou fundações de dada ao servidor vista do processo correspondente, pelo prazo de
direito público do Estado, para exercer função de confiança. 5 (cinco) dias, para, querendo, apresentar sua defesa, que será sub-
§ 2º - O servidor somente poderá ser posto à disposição de metida, em igual prazo, à apreciação do órgão competente. (Veta-
outras entidades da administração indireta do Estado ou de outras do pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, con-
esferas governamentais, para o exercício de cargo ou função de forme DOE n.º 66, de 08/04/94)
confiança. § 3º - Em caso de recusa do servidor em ser cientificado, a
§ 3º - Ficam dispensados da exigência do exercício de cargo autoridade poderá valer-se de testemunhas do próprio local de tra-
ou função de confiança, prevista nos parágrafos anteriores: (Incluí- balho ou, em caso de inassiduidade, a cientificação poderá ser por
do pela Lei Complementar n.° 10.727/96) correspondência registrada. (Vetado pelo Governador e mantido
I - os afastamentos de servidores para o Sistema Único de pela Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94)
Saúde; (Incluído pela Lei Complementar n.° 10.727/96)
II - os afastamentos nos casos em que haja necessidade com- CAPÍTULO VIII
provada e inadiável do serviço, para o exercício de funções corre- DA ESTABILIDADE
latas às atribuições do cargo, desde que haja previsão em convê-
nio. (Incluído pela Lei Complementar n.° 10.727/96) Art. 30 - O servidor nomeado em virtude de concurso, na for-
§ 4º - Do pedido de afastamento do servidor deverá constar ma do artigo 12, adquire estabilidade no serviço público, após dois
expressamente o objeto do mesmo, o prazo de sua duração e, con- anos de efetivo exercício, cumprido o estágio probatório. (Vide art.
forme o caso, se é com ou sem ônus para a origem. (Renumerado 6.º da Emenda Constitucional Federal n.º 19/98)
pela Lei Complementar n.º 10.727/96) Art. 31 - O servidor público estável só perderá o cargo em
Art. 26 - Salvo nos casos previstos nesta lei, o servidor que virtude de sentença judicial transitada em julgado, ou mediante
interromper o exercício por mais de 30 (trinta) dias consecutivos processo administrativo em que lhe tenha sido assegurada ampla
será demitido por abandono de cargo, com base em resultado apu- defesa.
rado em inquérito administrativo.
Art. 27 - O servidor preso para perquirição de sua responsabi- CAPÍTULO IX
lidade em crime comum ou funcional será considerado afastado do DO REGIME DE TRABALHO
exercício do cargo, observado o disposto no inciso IV do artigo 80.
§ 1º - Absolvido, terá considerado este tempo como de efeti- Art. 32 - O Governador do Estado determinará, quando não
vo exercício, sendo-lhe ressarcidas as diferenças pecuniárias a que discriminado em lei ou regulamento, o horário de trabalho dos ór-
fizer jus. gãos públicos estaduais.
§ 2º - No caso de condenação, e se esta não for de natureza Art. 33 - Por necessidade imperiosa de serviço, o servidor po-
que determine a demissão, continuará afastado até o cumprimento derá ser convocado para cumprir serviço extraordinário, desde que
total da pena. devidamente autorizado pelo Governador. (Vide Lei Complemen-
tar n.° 11.649/01)
CAPÍTULO VII § 1º - Consideram-se extraordinárias as horas de trabalho rea-
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO lizadas além das normais estabelecidas por jornada diária para o
respectivo cargo.
Art. 28 - Estágio probatório é o período de 2 (dois) anos em § 2º - O horário extraordinário de que trata este artigo não
que o servidor, nomeado em caráter efetivo, ficará em observação poderá exceder a 25% (vinte e cinco por cento) da carga horária
e durante o qual será verificada a conveniência ou não de sua con- diária a que estiver sujeito o servidor.
firmação no cargo, mediante a apuração dos seguintes requisitos: § 3º - Pelo serviço prestado em horário extraordinário, o ser-
(Vide art. 6.º da Emenda Constitucional Federal n.º 19/98) vidor terá direito a remuneração, facultada a opção em pecúnia ou
I - disciplina; folga, nos termos da lei.
II - eficiência; Art. 34 - Considera-se serviço noturno o realizado entre as 22
III - responsabilidade; (vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte,
IV - produtividade; observado o previsto no artigo 113.
V - assiduidade. Parágrafo único - A hora de trabalho noturno será computada
Parágrafo único - Os requisitos estabelecidos neste artigo, os como de cinquenta e dois minutos e trinta segundos.
quais poderão ser desdobrados em outros, serão apurados na forma
do regulamento. CAPÍTULO X
Art. 29 - A aferição dos requisitos do estágio probatório pro- DA PROMOÇÃO
cessar-se-á no período máximo de até 20 (vinte) meses, a qual será
submetida à avaliação da autoridade competente, servindo o perío- Art. 35 - Promoção é a passagem do servidor de um grau para
do restante para aferição final, nos termos do regulamento. o imediatamente superior, dentro da respectiva categoria funcio-
§ 1º - O servidor que apresente resultado insatisfatório será nal.
exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente Art. 36 - As promoções de grau a grau, nos cargos organizados
ocupado, observado o disposto no parágrafo único do artigo 54. em carreira, obedecerão aos critérios de merecimento e antiguida-
(Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, de, alternadamente, na forma da lei, que deverá assegurar critérios
conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) objetivos na avaliação do merecimento.

Didatismo e Conhecimento 205


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 37 - Somente poderá concorrer à promoção o servidor § 1º - Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupan-
que: te será reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
I - preencher os requisitos estabelecidos em lei; II - não tiver aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade.
sido punido nos últimos 12 (doze) meses com pena de suspensão, § 2º - Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará
convertida, ou não em multa. em disponibilidade, observado o disposto nos artigos 51 a 53.
Art. 38 - Será anulado, em benefício do servidor a quem cabia § 3º - O servidor reintegrado será submetido à inspeção mé-
por direito, o ato que formalizou indevidamente a promoção. dica e, verificada a incapacidade para o serviço público, será apo-
Parágrafo único - O servidor a quem cabia a promoção rece- sentado.
berá a diferença de retribuição a que tiver direito.
CAPÍTULO XIII
CAPÍTULO XI DA REVERSÃO
DA READAPTAÇÃO
Art. 44 - Reversão é o retorno à atividade do servidor aposen-
Art. 39 - Readaptação é a forma de investidura do servidor tado por invalidez, quando verificada, por junta médica oficial, a
estável em cargo de atribuições e responsabilidades mais compatí- insubsistência dos motivos determinantes da aposentadoria.
veis com sua vocação ou com as limitações que tenha sofrido em § 1º - O servidor que reverter terá assegurada a retribuição
sua capacidade física ou mental, podendo ser processada a pedido correspondente à situação funcional que detinha anteriormente à
ou “exofficio”. aposentadoria.
§ 1º - A readaptação será efetivada, sempre que possível, em § 2º - Ao servidor que reverter, aplicam-se as disposições dos
cargo compatível com a aptidão do servidor, observada a habilita- artigos 18 e 22, relativas à posse e ao exercício, respectivamente.
ção e a carga horária exigidas para o novo cargo. Art. 45 - A reversão far-se-á, a pedido ou “ex-officio”, no mes-
§ 2º - A verificação de que o servidor tornou-se inapto para o mo cargo ou no resultante de sua transformação.
exercício do cargo ocupado, em virtude de modificações em sua Art. 46 - O servidor com mais de 60 (sessenta) anos não pode-
aptidão vocacional ou no seu estado físico ou psíquico, será reali- rá ter processada a sua reversão.
zada pelo órgão central de recursos humanos do Estado que à vista Art. 47 - O servidor que reverter não poderá ser aposentado
de laudo médico, estudo social e psicológico, indicará o cargo em antes de decorridos 5 (cinco) anos de efetivo exercício, salvo se
que julgar possível a readaptação. sobrevier outra moléstia que o incapacite definitivamente ou for
§ 3º - Definido o cargo, serão cometidas as respectivas atribui- invalidado em consequência de acidente ou de agressão não-pro-
vocada no exercício de suas atribuições. Parágrafo único - Para
ções ao servidor em estágio experimental, pelo órgão competente,
efeito deste artigo, não será computado o tempo em que o servidor,
por prazo não inferior a 90 (noventa) dias, o que poderá ser rea-
após a reversão, tenha se licenciado em razão da mesma moléstia.
lizado na mesma repartição ou em outra, atendendo, sempre que
Art. 48 - O tempo em que o servidor esteve aposentado será com-
possível, às peculiaridades do caso, mediante acompanhamento
putado, na hipótese de reversão, exclusivamente para fins de nova
sistemático.
aposentadoria.
§ 4º - No caso de inexistência de vaga, serão cometidas ao ser-
vidor as atribuições do cargo indicado, até que se disponha deste CAPÍTULO XIV
para o regular provimento. DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO
Art. 40 - Se o resultado da inspeção médica concluir pela
incapacidade para o serviço público, será determinada a aposenta- Seção I
doria do readaptando. Da Disponibilidade
Art. 41 - Em nenhuma hipótese poderá a readaptação acarretar
aumento ou diminuição da remuneração do servidor, exceto quan- Art. 49 - A disponibilidade decorrerá da extinção do cargo ou
do se tratar da percepção de vantagens cuja natureza é inerente ao da declaração da sua desnecessidade.
exercício do novo cargo. Parágrafo único - O servidor estável ficará em disponibilidade
Parágrafo único - Realizando-se a readaptação em cargo de até seu aproveitamento em outro cargo.
padrão de vencimento inferior, ficará assegurada ao servidor a re- Art. 50 - O provento da disponibilidade será igual ao venci-
muneração correspondente à do cargo que ocupava anteriormente. mento do cargo, acrescido das vantagens permanentes.
Art. 42 - Verificada a adaptabilidade do servidor no cargo e Parágrafo único - O servidor em disponibilidade será aposen-
comprovada sua habilitação será formalizada sua readaptação, por tado se, submetido à inspeção médica, for declarado inválido para
ato de autoridade competente. Parágrafo único - O órgão compe- o serviço público.
tente poderá indicar a delimitação de atribuições no novo cargo ou
no cargo anterior, apontando aquelas que não podem ser exercidas Seção II
pelo servidor e, se necessário, a mudança de local de trabalho. Do Aproveitamento

CAPÍTULO XII Art. 51 - Aproveitamento é o retorno à atividade do servidor


DA REINTEGRAÇÃO em disponibilidade e farse-á, obrigatoriamente, em cargo de atri-
buições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
Art. 43 - Reintegração é o retorno do servidor demitido ao Art. 52 - O órgão central de recursos humanos poderá indicar
cargo anteriormente ocupado, ou ao resultante de sua transforma- o aproveitamento do servidor em disponibilidade, em vaga que
ção, em consequência de decisão administrativa ou judicial, com vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública
ressarcimento de prejuízos decorrentes do afastamento. estadual, na forma do regulamento.

Didatismo e Conhecimento 206


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 53 - Salvo doença comprovada por junta médica oficial, Seção II
será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibili- Da Redistribuição
dade, se o servidor não entrar em exercício no prazo de 30 (trinta) Art. 60 - Redistribuição é o deslocamento do servidor com o
dias. respectivo cargo, de um quadro de pessoal ou entidade para ou-
tro do mesmo Poder, cujos planos de cargos e vencimentos sejam
CAPÍTULO XV idênticos. (Vide Leis n.ºs 11.407/00 e 13.422/10)
DA RECONDUÇÃO § 1º - Dar-se-á, exclusivamente, a redistribuição, para ajusta-
mento de quadros de pessoal às necessidades dos serviços, inclu-
Art. 54 - Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo sive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou
anteriormente ocupado e decorrerá de: entidade, na forma da lei.
I - obtenção de resultado insatisfatório em estágio probatório § 2º - Nos casos de extinção de órgão ou entidade, os servido-
relativo a outro cargo; res estáveis que não puderem ser redistribuídos, nos termos deste
II - reintegração do anterior ocupante do cargo. artigo, serão colocados em disponibilidade, até seu aproveitamen-
Parágrafo único - Encontrando-se provido o cargo de origem, to na forma do artigo 51.
o servidor será aproveitado em outro, com a natureza e vencimento § 3º - O disposto neste artigo não se aplica aos cargos defini-
compatíveis com o que ocupara, observado o disposto no artigo dos em lei como de lotação privativa. (Vetado pelo Governador e
52. (Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia Legisla- mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de
tiva, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) 08/04/94)

CAPÍTULO XVI CAPÍTULO XVIII


DA VACÂNCIA DA SUBSTITUIÇÃO

Art. 55 - A vacância do cargo decorrerá de: Art. 61 - Os servidores investidos em cargos em comissão ou
I - exoneração; funções gratificadas terão substitutos, durante seus afastamentos
II - demissão; III - readaptação; ou impedimentos eventuais, previamente designados pela autori-
IV - aposentadoria; dade competente.
V - recondução; Parágrafo único - O substituto fará jus ao vencimento do cargo
VI - falecimento. ou função na proporção dos dias de efetiva substituição iguais ou
Parágrafo único - A abertura da vaga ocorrerá na data da pu- superiores a 10 (dez) dias consecutivos, computáveis para os efei-
blicação da lei que criar o cargo ou do ato que formalizar qualquer tos dos artigos 102 e 103 desta lei.
das hipóteses previstas neste artigo.
Art. 56 - A exoneração dar-se-á: TÍTULO III
I - a pedido do servidor; DOS DIREITOS E VANTAGENS
II - “ex-officio”, quando:
a) se tratar de cargo em comissão, a critério da autoridade CAPÍTULO I
competente; DO TEMPO DE SERVIÇO
b) não forem satisfeitas as condições do estágio probatório. Art. 62 - A apuração do tempo de serviço será feita em dias, os
Art. 57 - A demissão decorrerá de aplicação de pena discipli- quais serão convertidos em anos, considerados estes como período
nar na forma prevista em lei. de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.
Art. 63 - Os dias de efetivo exercício serão computados à vista
CAPÍTULO XVII dos comprovantes de pagamento, ou dos registros funcionais.
DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO Art. 64 - São considerados de efetivo exercício os afastamen-
tos do serviço em virtude de:
Seção I Da Remoção I - férias; II - casamento, até 8 (oito) dias consecutivos;
Art. 58 - Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou III - falecimento de cônjuge, ascendente, descendente, so-
“ex-officio”, com ou sem mudança de sede: gros, irmãos, companheiro ou companheira, madrasta ou padrasto,
I - de uma repartição para outra; enteado e menor sob guarda ou tutela, até 8 (oito) dias;
II - de uma unidade de trabalho para outra, dentro da mesma IV - doação de sangue, 1 (um) dia por mês, mediante com-
repartição. provação;
§ 1º - Deverá ser sempre comprovada por junta médica, a V - exercício pelo servidor efetivo, de outro cargo, de provi-
remoção, a pedido, por motivo de saúde do servidor, do cônjuge mento em comissão, exceto para efeito de promoção por mereci-
deste ou dependente, mediante prévia verificação da existência de mento; VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
vaga. § VII - desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou mu-
2º - Sendo o servidor removido da sede, dar-se-á, sempre que nicipal, exceto para promoção por merecimento;
possível, a remoção do cônjuge, que for também servidor estadual; VIII - missão ou estudo noutros pontos do território nacional
não sendo possível, observar-se-á o disposto no artigo 147. ou no exterior, quando o afastamento houver sido expressamente
Art. 59 - A remoção por permuta será processada a pedido de autorizado pelo Governador do Estado e sem prejuízo da retribui-
ambos os interessados, ouvidas, previamente, as chefias envolvi- ção pecuniária;
das. IX - deslocamento para nova sede na forma do artigo 58;

Didatismo e Conhecimento 207


LEGISLAÇÃO APLICADA
X - realização de provas, na forma do artigo 123; Art. 68 - Será pago ao servidor, por ocasião das férias, inde-
XI - assistência a filho excepcional, na forma do artigo 127; pendentemente de solicitação, o acréscimo constitucional de 1/3
XII - prestação de prova em concurso público; (um terço) da remuneração do período de férias, pago antecipa-
XIII - participação em programas de treinamento regularmen- damente
te instituído, correlacionado às atribuições do cargo; . § 1º - O pagamento da remuneração de férias será efetua-
XIV - licença: do antecipadamente ao servidor que o requerer, juntamente com
a) à gestante, à adotante e à paternidade; o acréscimo constitucional de 1/3 (um terço), antes do início do
b) para tratamento da própria saúde ou de pessoa da família, referido período.
com remuneração; § 2º - Na hipótese de férias parceladas poderá o servidor in-
c) prêmio por assiduidade; dicar em qual dos períodos utilizará a faculdade de que trata este
d) por motivo de acidente em serviço, agressão não-provoca- artigo.
da ou doença profissional; Art. 69 - Durante as férias, o servidor terá direito a todas as
e) para concorrer a mandato eletivo federal, estadual ou mu- vantagens inerentes ao cargo como se estivesse em exercício.
nicipal; Art. 70 - O servidor que opere direta e permanentemente com
f) para desempenho de mandato classista, exceto para efeito Raios X ou substâncias radioativas, próximas a fontes de irradia-
de promoção por merecimento; g) para participar de cursos, con- ção, terá direito, quando no efetivo exercício de suas atribuições, a
gressos e similares, sem prejuízo da retribuição; 20 (vinte) dias consecutivos de férias por semestre, não acumulá-
XV - moléstia, devidamente comprovada por atestado médi- veis e intransferíveis.
co, até 3 (três) dias por mês, mediante pronta comunicação à chefia Art. 71 - Por absoluta necessidade de serviço e ressalvadas as
imediata; hipóteses em que haja legislação específica, as férias poderão ser
XVI - participação de assembleias e atividades sindicais. Pa- acumuladas até o máximo de dois períodos anuais.
rágrafo único - Constitui tempo de serviço, para todos os efeitos Art. 72 - As férias somente poderão ser interrompidas por mo-
legais, o anteriormente prestado ao Estado pelo servidor que tenha tivos de calamidade pública, comoção interna, convocação para
ingressado sob a forma de contratação, admissão, nomeação, ou júri, serviço militar ou eleitoral ou por superior interesse público.
qualquer outra, desde que comprovado o vínculo regular. Art. 73 - Se o servidor vier a falecer, quando já implementado
o período de um ano, que lhe assegure o direito a férias, a retri-
Art. 65 - Computar-se-á integralmente, para efeito de aposen-
buição relativa ao período, descontadas eventuais parcelas corres-
tadoria e disponibilidade o tempo:
pondentes à antecipação, será paga aos dependentes legalmente
I - de serviço prestado pelo servidor em função ou cargo pú-
constituídos. Art. 74 - O servidor exonerado fará jus ao pagamento
blico federal, estadual ou municipal;
da remuneração de férias proporcionalmente aos meses de efeti-
II - de serviço ativo nas forças armadas e auxiliares prestado
vo exercício, descontadas eventuais parcelas já fruídas. Parágrafo
durante a paz, computando-se em dobro o tempo em operação de
único - O pagamento de que trata este artigo corresponderá a 1/12
guerra, na forma da lei;
(um doze avos) da remuneração a que fizer jus o servidor na forma
III - correspondente ao desempenho de mandato eletivo fede-
prevista no artigo 69, desta lei, relativa ao mês em que a exonera-
ral, estadual ou municipal, anterior ao ingresso no serviço público ção for efetivada.
estadual; Art. 75 - O servidor que tiver gozado mais de 30 (trinta) dias
IV - de serviço prestado em atividade privada, vinculada à de licença para tratar de interesses particulares ou para acompa-
previdência social, observada a compensação financeira entre os nhar o cônjuge, somente após um ano de efetivo exercício contado
diversos sistemas previdenciários segundo os critérios estabeleci- da data da apresentação fará jus a férias. A
dos em lei; rt. 76 - Perderá o direito às férias o servidor que, no ano ante-
V - em que o servidor: a) esteve em disponibilidade; b) já cedente àquele em que deveria gozá-las, tiver mais de 30 (trinta)
esteve aposentado, quando se tratar de reversão. dias de faltas não justificadas ao serviço.
Art. 66 - É vedada a contagem cumulativa de tempo de servi- Art. 77 - O servidor readaptado, relotado, removido ou recon-
ço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função duzido, quando em gozo de férias, não é obrigado a apresentar-se
em órgão ou entidade dos Poderes da União, estados, municípios, antes de concluí-las.
autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas
públicas. CAPÍTULO III
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO
CAPÍTULO II Art. 78 - Vencimento é a retribuição pecuniária devida ao ser-
DAS FÉRIAS vidor pelo efetivo exercício do cargo, correspondente ao padrão
fixado em lei. Parágrafo único - Nenhum servidor receberá, a títu-
Art. 67 - O servidor gozará, anualmente, 30 (trinta) dias de lo de vencimento básico, importância inferior ao salário mínimo.
férias. (Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa,
§ 1º - Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigi- conforme DOE n.º 66, de 08/04/94)
dos 12 (doze) meses de exercício. Art. 79 - Remuneração é o vencimento do cargo acrescido das
§ 2º - É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao ser- vantagens pecuniárias estabelecidas em lei. § 1º - O vencimento
viço. do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente,
§ 3º - É facultado o gozo de férias em dois períodos, não infe- é irredutível, sendo vedada vinculação ou equiparação para efeitos
riores a 10 (dez) dias consecutivos de remuneração de pessoal.

Didatismo e Conhecimento 208


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 80 - O servidor perderá: § 3º - Os servidores que incorporaram gratificação por exercí-
I - a remuneração relativa aos dias em que faltar ao serviço; cio de função em atividade e os servidores inativos terão seus ven-
II - a parcela da remuneração diária, proporcional aos atrasos, cimentos e proventos revistos na forma estabelecida neste artigo.
ausências e saídas antecipadas, iguais ou superiores a 60 (sessenta) (Redação dada pela Lei Complementar n.° 10.530/95)
minutos;
III - a metade da remuneração, na hipótese de conversão da Seção I
pena de suspensão em multa; Das Indenizações
IV - um terço de sua remuneração durante o afastamento do
exercício do cargo, nas hipóteses previstas no artigo 27. Art. 89 - Constituem indenizações ao servidor:
Parágrafo único - No caso de faltas sucessivas, serão compu- I - ajuda de custo;
tados para efeito de desconto os períodos de repouso intercalados. II - diárias;
Art. 81 - Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, ne- III - transporte.
nhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento.
Parágrafo único - Mediante autorização do servidor, poderá Subseção I
haver consignação em folha de pagamento a favor de terceiros, Da Ajuda de Custo
a critério da administração e com reposição de custos, na forma
definida em regulamento.
Art. 90 - A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas
Art. 82 - As reposições e indenizações ao erário serão des-
de instalações do servidor que, no interesse do serviço, passe a ter
contadas em parcelas mensais não excedentes à quinta parte da
remuneração ou provento. exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter
Art. 83 - Terá o prazo de 60 (sessenta) dias para quitar even- permanente. Parágrafo único - Correm por conta da Administração
tuais débitos com o erário, o servidor que for demitido ou exone- as despesas de transporte do servidor e de sua família, compreen-
rado. dendo passagens, bagagens e bens pessoais.
Parágrafo único - A não-quitação do débito no prazo previsto Art. 91 - A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração
implicará sua inscrição na dívida ativa. do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo
Art. 84 - O vencimento, a remuneração e o provento não serão exceder a importância correspondente a 3 (três) meses de remu-
objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de pres- neração.
tação de alimentos resultantes de decisão judicial. Art. 92 - Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se
afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.
CAPÍTULO IV Art. 93 - Será concedida ajuda de custo ao servidor efetivo
DAS VANTAGENS do Estado que for nomeado para cargo em comissão ou designado
Art. 85 - Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor para função gratificada, com mudança de domicílio.
as seguintes vantagens: Parágrafo único - No afastamento para exercício de cargo em
I - indenizações; comissão, em outro órgão ou entidade da União, do Distrito Fede-
II - avanços; III - gratificações e adicionais; ral, dos estados ou dos municípios, o servidor não receberá ajuda
IV - honorários e jetons. de custo do Estado.
Art. 86 - As vantagens pecuniárias não serão computadas, Art. 94 - O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de cus-
nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros to quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede, no
acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico prazo de 30 (trinta) dias.
fundamento.
Art. 87 - Salvo os casos previstos nesta lei, o servidor não Subseção II
poderá receber a qualquer título, seja qual for o motivo ou a forma Das Diárias
de pagamento, nenhuma outra vantagem pecuniária dos órgãos da
Administração Direta ou Indireta, ou outras organizações públicas,
Art. 95 - O servidor que se afastar temporariamente da sede,
em razão de seu cargo, nas quais tenha sido mandado servir.
em objeto de serviço, fará jus, além das passagens de transporte,
Art. 88 - As vantagens de que trata o artigo 85 não são incor-
poradas ao vencimento, em atividade, excetuando-se os avanços, também a diárias destinadas à indenização das despesas de alimen-
o adicional por tempo de serviço, a gratificação por exercício de tação e pousada.
função, a gratificação de representação e a gratificação de per- § 1º - Entende-se por sede a localidade onde o servidor estiver
manência em serviço, nos termos da lei. (Redação dada pela Lei em exercício em caráter permanente. § 2º - A diária será concedida
Complementar n.° 10.530/95) § por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o deslo-
1º - A gratificação de representação por exercício de função camento não exigir pernoite fora da sede.
integra o valor desta para os efeitos de incorporação aos vencimen- § 3º - Não serão devidas diárias nos casos de remoção a pe-
tos em atividade, de incorporação aos proventos de aposentadoria dido, nem nas hipóteses em que o deslocamento da sede se cons-
e para cálculo de vantagens decorrentes do tempo de serviço. (Re- tituir em exigência permanente do serviço. Art. 96 - O servidor
dação dada pela Lei Complementar n.° 10.530/95) que receber diárias e, por qualquer motivo não se afastar da sede,
§ 2º - Aos titulares de cargos de confiança optantes por grati- fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco)
ficação por exercício de função já incorporadas nos termos da lei, é dias. Parágrafo único - Na hipótese de o servidor retornar à sede,
facultada a opção pela percepção da gratificação de representação em prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, deverá
correspondente às atribuições da função titulada. (Redação dada restituir as diárias recebidas em excesso, no período previsto no
pela Lei Complementar n.° 10.530/95) “caput”.

Didatismo e Conhecimento 209


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 97 - As diárias, que deverão ser pagas antes do desloca- Art. 102 - O servidor efetivo que contar com 18 (dezoito)
mento, serão calculadas sobre o valor básico fixado em lei e serão anos de tempo de serviço computável à aposentadoria, se do sexo
percebidas pelo servidor que a elas fizer jus, na forma do regula- masculino ou 15 (quinze) anos, se do sexo feminino, e que hou-
mento. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 10.530/95) ver exercido cargo em comissão, inclusive sob a forma de função
Subseção III Da Indenização de Transporte gratificada, por 2 (dois) anos completos, terá incorporada, ao ven-
Art. 98 - Será concedida indenização de transporte ao servidor cimento do cargo, como vantagem pessoal, a importância equiva-
que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomo- lente a 20% (vinte por cento) do valor da função gratificada, a cada
ção, para execução de serviços externos, por força das atribuições 2 (dois) anos, até o limite máximo de 100% (cem por cento), na
próprias do cargo, conforme previsto em regulamento. forma da lei. (Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia
Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) (Vide Leis Com-
Seção II plementares n.ºs 10.530/95 e 10.845/96)
Dos Avanços § 1º - Quando mais de uma função gratificada ou cargo em co-
Art. 99 - Por triênio de efetivo exercício no serviço público, missão houver sido exercido no período, será incorporado aquele
o servidor terá concedido automaticamente um acréscimo de 5% de maior valor, desde que desempenhado, no mínimo, por 1 (um)
(cinco por cento), denominado avanço, calculado na forma da lei. ano, ou quando não ocorrer tal hipótese, o valor da função que
(Vide Lei Complementar n.º 10.795/96) tenha desempenhado por mais tempo. (Vide Lei Complementar n.°
em que permanecer em atividade, computado na forma dos 10.248/94)
artigos 116 e 117. § 2º - O funcionário que tenha exercido o cargo de Secretário
§ 1º - O servidor fará jus a tantos avanços quanto for o tempo de Estado, fará jus à incorporação do valor equivalente à gratifi-
de serviço público em que permanecer em atividade, computado cação de representação correspondente, na proporção estabelecida
na forma dos artigos 116 e 117. (Renumerado pela Lei Comple- pelo “caput”, ressalvado o período mínimo de que trata o parágrafo
mentar n.º 10.530/95) anterior, que será de 2 (dois) anos para esta situação. (Vetado pelo
§ 2º - O disposto no “caput” e no parágrafo anterior não se Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme
aplica ao servidor cuja primeira investidura no serviço público DOE n.º 66, de 08/04/94) (Vide Lei Complementar n.º 10.257/94)
estadual ocorra após 30 de junho de 1995, hipótese em que será § 3º - O disposto no “caput” e nos parágrafos anteriores não se
observado o disposto no parágrafo seguinte. (Incluído pela Lei aplica ao servidor que não houver exercido cargo em comissão, in-
Complementar n.º 10.530/95) clusive sob a forma de função gratificada, até 30 de junho de 1995,
§ 3º - Por triênio de efetivo exercício no serviço público, ao hipótese em que será observado o disposto no parágrafo seguinte.
servidor será concedido automaticamente um acréscimo de 3% (Incluído pela Lei Complementar n.º 10.530/95) http://www.al.rs.
(três por cento), denominado avanço, calculado, na forma da lei. gov.br/legiscomp 20
(Incluído pela Lei Complementar n.° 10.530/95) § 4º - O servidor efetivo que contar com dezoito (18) anos de
tempo computável à aposentadoria e que houver exercido cargo
Seção III em comissão, inclusive sob a forma de função gratificada, por dois
Das Gratificações e Adicionais (02) anos completos, terá incorporada ao vencimento do cargo,
como vantagem pessoal, a importância equivalente a 20% (vinte
Art. 100 - Serão deferidos ao servidor as seguintes gratifica- por cento) do valor da função gratificada. (Incluído pela Lei Com-
ções e adicionais por tempo de serviço e outras por condições es- plementar n.° 10.530/95)
peciais de trabalho: I - Quando mais de uma função gratificada ou cargo em co-
I - gratificação por exercício de função; missão houver sido exercido no período, será incorporado aquele
II - gratificação natalina; de maior valor, desde que desempenhado, no mínimo, por dois
III - gratificação por regime especial de trabalho, na forma (02) anos, ou quando não ocorrer tal hipótese, o valor da função
da lei; que tenha desempenhado por mais tempo; (Incluído pela Lei Com-
IV - gratificação por exercício de atividades insalubres, peno- plementar n.° 10.530/95)
sas ou perigosas; II - O servidor que tenha exercido o cargo de Secretário de
V - gratificação por exercício de serviço extraordinário; Estado fará jus à incorporação do valor equivalente à gratificação
VI - gratificação de representação, na forma da lei; de representação correspondente, nas condições estabelecidas nes-
VII - gratificação por serviço noturno; te artigo; (Incluído pela Lei Complementar n.° 10.530/95)
VIII - adicional por tempo de serviço; III - A cada dois (02) anos completos de exercício de fun-
IX - gratificação de permanência em serviço; ção gratificada, que excederem a dois iniciais, corresponderá novo
X - abono familiar; acréscimo de 20% (vinte por cento) até o limite de 100% (cem
XI - outras gratificações, relativas ao local ou à natureza do por cento), observada a seguinte correspondência com o tempo
trabalho, na forma da lei. computável à aposentadoria: (Incluído pela Lei Complementar n.°
10.530/95) a) 20 anos, máximo de 40% (quarenta por cento) do
Subseção I valor; (Incluído pela Lei Complementar n.° 10.530/95) b) 22 anos,
Da Gratificação por Exercício de Função máximo de 60% (sessenta por cento) do valor; (Incluído pela Lei
Complementar n.° 10.530/95) c) 24 anos, máximo de 80% (oi-
Art. 101 - A função gratificada será percebida pelo exercício tenta por cento) do valor; (Incluído pela Lei Complementar n.°
de chefia, assistência ou assessoramento, cumulativamente ao ven- 10.530/95) d) 26 anos, 100% (cem por cento) do valor. (Incluído
cimento do cargo de provimento efetivo. pela Lei Complementar n.° 10.530/95)

Didatismo e Conhecimento 210


LEGISLAÇÃO APLICADA
IV - A vantagem de que trata o “caput” deste parágrafo, bem mentar n.º 14.789/15) Art. 105 - O servidor exonerado terá direito
como os seus incisos anteriores, somente será paga a partir da data à gratificação natalina, proporcionalmente aos meses de exercício,
em que o funcionário retornar ao exercício de cargo de provimento calculada na forma do § 1º do artigo anterior, sobre a remuneração
efetivo ou, permanecendo no cargo em comissão ou função gratifi- do mês da exoneração.
cada, optar pelos vencimentos e vantagens do cargo de provimento Art. 106 - É extensiva aos inativos a percepção da gratificação
efetivo, ou ainda, for inativado. (Incluído pela Lei Complementar natalina, cujo cálculo incidirá sobre as parcelas que compõem seu
n.° 10.530/95) provento.
V - O funcionário no gozo da vantagem pessoal de que trata
esta Lei, investido em cargo em comissão ou função gratificada, Subseção III
perderá a vantagem enquanto durar a investidura, salvo se optar Da Gratificação por Exercício de Atividades Insalubres, Perigo-
pelas vantagens do cargo efetivo; (Incluído pela Lei Complemen- sas ou Penosas
tar n.° 10.530/95)
VI - Na hipótese do inciso anterior, ocorra ou não a percep- Art. 107 - Os servidores que exerçam suas atribuições com
ção da vantagem, terá continuidade o cômputo dos anos de serviço habitualidade em locais insalubres ou em contato com substâncias
para efeito de percepção dos vinte por cento a que se refere este tóxicas radioativas ou com risco de vida, fazem jus a uma grati-
parágrafo; (Incluído pela Lei Complementar n.° 10.530/95) ficação sobre o vencimento do respectivo cargo na classe corres-
VII - O cálculo da vantagem pessoal de que trata este parágra- pondente, nos termos da lei. (Vetado pelo Governador e mantido
fo terá sempre em conta os valores atualizados dos vencimentos pela Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94)
e as gratificações adicionais e, se for o caso, os avanços trienais § 1º - O servidor que fizer jus às gratificações de insalubrida-
e quinquenais; (Incluído pela Lei Complementar n.° 10.530/95) de, periculosidade ou penosidade deverá optar por uma delas nas
VIII - O disposto neste parágrafo aplica-se, igualmente, às gra- condições previstas na lei.
tificações previstas no artigo 3º da Lei Complementar nº 10.248, § 2º - O direito às gratificações previstas neste artigo cessa
de 30 de agosto de 1994, atribuídas a servidores efetivos ou está- com a eliminação das condições ou dos riscos que deram causa a
veis. (Incluído pela Lei Complementar n.° 10.530/95) sua concessão. Art. 108 - Haverá permanente controle da atividade
Art. 103 - A função gratificada será incorporada integralmente de servidores em operações ou locais considerados penosos, insa-
ao provento do servidor que a tiver exercido, mesmo sob forma lubres ou perigosos.
de cargo em comissão, por um período mínimo de 5 (cinco) anos Parágrafo único - A servidora gestante ou lactante será afas-
consecutivos ou 10 (dez) intercalados, anteriormente à aposenta- tada, enquanto durarem a gestação e a lactação, das operações e
doria, observado o disposto no § 1º do artigo anterior. (Vide Lei locais previstos neste artigo, passando a exercer suas atividades
Complementar n.° 10.248/94) em local salubre e em serviço compatível com suas condições.
Art. 109 - Os locais de trabalho e os servidores que operem
Subseção II com Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob con-
Da Gratificação Natalina trole permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não
ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria.
Art. 104 - Será concedida ao servidor que esteja no desempe- Parágrafo único - Os servidores a que se refere este artigo
nho de suas funções uma gratificação natalina correspondente a serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses de exer-
sua remuneração integral devida no mês de dezembro. cício.
§ 1º - A gratificação de que trata este artigo corresponderá a
1/12 (um doze avos) da remuneração a que fizer jus o servidor, Subseção IV
no mês de dezembro, por mês de efetivo exercício, considerando- Da Gratificação por Exercício de Serviço Extraordinário
-se as frações iguais ou superiores a 15 (quinze) dias como mês
integral. Art. 110 - O serviço extraordinário será remunerado com
§ 2º - O pagamento da gratificação natalina será efetuado até o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora normal
dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada exercício. de trabalho.
§ 3º - A gratificação natalina é devida ao servidor afastado de Art. 111 - A gratificação de que trata o artigo anterior somente
suas funções, sem prejuízo da remuneração e demais vantagens. será atribuída ao servidor para atender às situações excepcionais e
§ 4º - O Estado indenizará o servidor pelo eventual descumpri- temporárias, respeitado o limite máximo previsto no § 2º do artigo
mento do prazo de pagamento das obrigações pecuniárias relativas 33.
à gratificação natalina, cuja base de cálculo será o valor desta, de- Art. 112 - O valor da hora de serviço extraordinário, prestado
duzidos os descontos legais. (Incluído pela Lei Complementar n.° em horário noturno, será acrescido de mais 20% (vinte por cento).
12.021/03) (Vide Leis Complementares n.ºs 12.176/04, 12.392/05,
12.665/06 e 12.860/07) (Vide arts. 3.º e 4.º da Lei Complementar Subseção V
n.º 14.789/15) Da Gratificação por Serviço Noturno
§ 5.º A indenização de que trata o § 4º será calculada com base
na variação da Letra Financeira do Tesouro – LFT – acrescida de Art. 113 - O serviço noturno terá o valor-hora acrescido de
0,8118% (oito mil cento e dezoito décimos de milésimo de um 20% (vinte por cento), observado o disposto no artigo 34.
inteiro por cento) ao mês, “pro-rata die”, e paga juntamente com o Parágrafo único - As disposições deste artigo não se aplicam
valor total ou parcial da referida gratificação. (Redação dada pela quando o serviço noturno corresponder ao horário normal de tra-
Lei Complementar n.º 14.789/15) (Vide art. 3.º da Lei Comple- balho.

Didatismo e Conhecimento 211


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 114 Ao servidor que adquirir direito à aposentadoria vo- I - filho menor de 18 (dezoito) anos;
luntária com proventos integrais e cuja permanência no desem- II - filho inválido ou excepcional de qualquer idade, que seja
penho de suas funções for julgada conveniente e oportuna para o comprovadamente incapaz;
serviço público estadual poderá ser deferida, por ato do Governa- III - filho estudante, desde que não exerça atividade remune-
dor, uma gratificação de permanência em serviço de valor corres- rada, até a idade de 24 (vinte e quatro) anos;
pondente a 50% (cinquenta por cento) do seu vencimento básico. IV - cônjuge inválido, comprovadamente incapaz, que não
(Redação dada pela Lei Complementar n.º 13.925/12) perceba remuneração.
§ 1º Fica assegurado o valor correspondente ao do vencimento § 1º - Quando se tratar de dependente inválido ou excepcional,
básico do Padrão 16 do Quadro Geral dos Funcionários Públicos o abono será pago pelo triplo.
do Estado, proporcional à carga horária, quando a aplicação do § 2º - Estendem-se os benefícios deste artigo aos enteados,
disposto no “caput” deste artigo resultar em um valor de gratifica- aos tutelados e aos menores que, mediante autorização judicial,
ção inferior ao desse vencimento básico. (Redação dada pela Lei estejam submetidos a sua guarda.
Complementar n.º 13.925/12) § 3º - São condições para percepção do abono familiar que:
§ 2º A gratificação de que trata este artigo tem natureza pre- I - os dependentes relacionados neste artigo vivam efetiva-
cária e transitória e não servirá de base de cálculo para nenhuma mente às expensas do servidor ou inativo;
vantagem, nem será incorporada aos vencimentos ou proventos da II - a invalidez de que tratam os incisos II e IV do “caput” des-
inatividade. (Redação dada pela Lei Complementar n.º 13.925/12) te artigo seja comprovada mediante inspeção médica, pelo órgão
§ 3º A gratificação de que trata este artigo será deferida por competente do Estado.
um período máximo de dois anos, sendo admitidas renovações por § 4º - No caso de ambos os cônjuges serem servidores públi-
igual período, mediante iniciativa da chefia imediata do servidor, cos, o direito de um não exclui o do outro.
ratificada pelo Titular da Pasta a que estiver vinculado o órgão ou Art. 119 - Por cargo exercido em acúmulo no Estado, não será
entidade, e juízo http://www.al.rs.gov.br/legiscomp 24 de conve- devido o abono familiar.
niência e oportunidade do Governador. (Redação dada pela Lei Art. 120 - A concessão do abono terá por base as declarações
Complementar n.º 13.925/12) do servidor, sob as penas da lei. Parágrafo único - As alterações
§ 4º O servidor, a quem for deferida a gratificação de que trata que resultem em exclusão de abono deverão ser comunicadas no
o “caput” deste artigo, poderá ser chamado a prestar serviço em prazo de 15 (quinze) dias da data da ocorrência.
local diverso de sua lotação durante o período da concessão da
gratificação de permanência em serviço. (Redação dada pela Lei Seção IV
Complementar n.º 13.925/12) Dos Honorários e Jetons

Subseção VI Art. 121 - O servidor fará jus a honorários quando designado


Do Adicional por Tempo de Serviço para exercer, fora do horário do expediente a que estiver sujeito,
as funções de:
Art. 115 - O servidor, ao completar 15 (quinze) e 25 (vinte e I - membro de banca de concurso;
cinco) anos de serviço público, contados na forma desta lei, pas- II - gerência, planejamento, execução ou atividade auxiliar de
sará a perceber, respectivamente, o adicional de 15% (quinze por concurso;
cento) ou 25% (vinte e cinco por cento) calculados na forma da lei. III - treinamento de pessoal; IV - professor, em cursos legal-
(Vide Lei Complementar n.º 10.795/96) mente instituídos.
Parágrafo único - A concessão do adicional de 25% (vinte e Art. 122 - O servidor, no desempenho do encargo de membro
cinco por cento) fará cessar o de 15% (quinze por cento), anterior- de órgão de deliberação coletiva legalmente instituído, receberá
mente concedido. (Dispositivo restaurado em virtude de declara- jeton, a título de representação na forma da lei.
ção de inconstitucionalidade da Lei n.º 10.795/96 nas ADIs n.os
596161109 e 596103739) CAPÍTULO V
Art. 116 - Para efeito de concessão dos adicionais será com- DAS CONCESSÕES
putado o tempo de serviço federal, estadual ou municipal, prestado
à administração direta, autarquias e fundações de direito público. Seção I
Parágrafo único - Compreende-se, também, como serviço estadual Das Vantagens ao Servidor Estudante ou Participante de Cur-
o tempo em que o servidor tiver exercido serviços transferidos sos, Congressos e Similares
para o Estado.
Art. 117 - Na acumulação remunerada, será considerado, para Art. 123 - É assegurado o afastamento do servidor efetivo,
efeito de adicional, o tempo de serviço prestado a cada cargo iso- sem prejuízo de sua remuneração, nos seguintes casos:
ladamente. I - durante os dias de provas finais do ano ou semestre letivo,
para os estudantes de ensino superior, 1º e 2º graus;
Subseção VIII II - durante os dias de provas em exames supletivos e de habi-
Do Abono Familiar litação a curso superior.
Parágrafo único - O servidor, sob pena de ser considerado fal-
Art. 118 - Ao servidor ativo ou ao inativo será concedido abo- toso ao serviço, deverá comprovar perante a chefia imediata as da-
no familiar na razão de 10% (dez por cento) do menor vencimento tas em que se realizarão as diversas provas e seu comparecimento.
básico inicial do Estado, pelos seguintes dependentes:

Didatismo e Conhecimento 212


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 124 - O servidor somente será indicado para participar de Art. 129 - A inspeção será feita por médicos do órgão compe-
cursos de especialização ou capacitação técnica profissional no Es- tente, nas hipóteses de licença para tratamento de saúde, por moti-
tado, no País ou no exterior, com ônus para o Estado, quando hou- vo de doença em pessoa da família e à gestante, e por junta oficial,
ver correlação direta e imediata entre o conteúdo programático de constituída de 3 (três) médicos nos demais casos.
tais cursos e as atribuições do cargo ou função exercidos. Art. 125 -
Ao servidor poderá ser concedida licença para frequência a cursos, Seção II
seminários, congressos, encontros e similares, inclusive fora do Da Licença para Tratamento de Saúde
Estado e no exterior, sem prejuízo da remuneração e demais van-
tagens, desde que o conteúdo programático esteja correlacionado Art. 130 - Será concedida, ao servidor, licença para tratamento
às atribuições do cargo que ocupar, na forma a ser regulamentada. de saúde, a pedido ou “ex-officio”, precedida de inspeção médica
Parágrafo único - Fica vedada a concessão de exoneração ou realizada pelo órgão de perícia oficial do Estado, sediada na Ca-
licença para tratamento de interesses particulares ao servidor be- pital ou no interior, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.
neficiado pelo disposto neste artigo, ressalvada a hipótese de res- § 1º - Sempre que necessário, a inspeção médica poderá ser
sarcimento da despesa havida antes de decorrido período igual ao realizada na residência do servidor ou no estabelecimento hospita-
do afastamento. lar onde se encontrar internado.
Art. 126 - Ao servidor estudante que mudar de sede no inte- § 2º - Poderá, excepcionalmente, ser admitido atestado médi-
resse da Administração, é assegurada, na localidade da nova resi- co particular, quando ficar comprovada a impossibilidade absoluta
dência ou mais próxima, matrícula em instituição congênere do de realização de exame por órgão oficial da localidade.
Estado, em qualquer época, independentemente de vaga. § 3º - O atestado referido no parágrafo anterior somente sur-
Parágrafo único - O disposto neste artigo estende-se ao côn- tirá efeito após devidamente examinado e validado pelo órgão de
juge, aos filhos ou enteados do servidor, que vivam na sua com- perícia médica competente.
panhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorização § 4º - O servidor não poderá recusar-se à inspeção médica, sob
judicial. pena de ser sustado o pagamento de sua remuneração até que seja
cumprida essa formalidade.
Seção II § 5º - No caso de o laudo registrar pareceres contrários à con-
Da Assistência a Filho Excepcional cessão da licença, as faltas ao serviço correrão sob a responsabili-
dade exclusiva do servidor.
Art. 127 - O servidor, pai, mãe ou responsável por excepcio- § 6º - O resultado da inspeção será comunicado imediatamen-
nal, físico ou mental, em tratamento, fica autorizado a se afastar te ao servidor, logo após a sua realização, salvo se houver necessi-
do exercício do cargo, quando necessário, por período de até 50% dade de exames complementares, quando, então, ficará à disposi-
(cinquenta por cento) de sua carga horária normal cotidiana, na ção do órgão de perícia médica.
forma da lei. Art. 131 - Findo o período de licença, o servidor deverá reas-
sumir imediatamente o exercício do cargo, sob pena de ser consi-
CAPÍTULO VI derado faltoso, salvo prorrogação ou determinação constante do
DAS LICENÇAS laudo. Parágrafo único - A infringência ao disposto neste artigo
implicará perda da remuneração, sujeitando o servidor à demissão,
Seção I se a ausência exceder a 30 (trinta) dias, observado o disposto no
Disposições Gerais artigo 26.
Art. 132 - Nas licenças por períodos prolongados, antes de
Art. 128 - Será concedida, ao servidor, licença: se completarem 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, deverá o
I - para tratamento de saúde; órgão de perícia médica pronunciar-se sobre a natureza da doença,
II - por acidente em serviço; indicando se o caso é de:
III - por motivo de doença em pessoa da família; I - concessão de nova licença ou de prorrogação;
IV - à gestante, à adotante e à paternidade; II - retorno ao exercício do cargo, com ou sem limitação de
V - para prestação de serviço militar; tarefas;
VI - para tratar de interesses particulares; III - readaptação, com ou sem limitação de tarefas.
VII - para acompanhar o cônjuge; Parágrafo único - As licenças, pela mesma moléstia, com
VIII - para o desempenho de mandato classista; intervalos inferiores a 30 (trinta) dias, serão consideradas como
IX - prêmio por assiduidade; prorrogação.
X - para concorrer a mandato público eletivo; Art. 133 - O atestado e o laudo da junta médica não se refe-
XI - para o exercício de mandato eletivo; rirão ao nome ou à natureza da doença, devendo, porém, esta ser
XII - especial, para fins de aposentadoria. especificada através do respectivo código (CID). Parágrafo único
§ 1º - O servidor não poderá permanecer em licença por prazo - Para a concessão de licença a servidor acometido de moléstia
superior a 24 (vinte e quatro) meses, salvo nos casos dos incisos profissional, o laudo médico deverá estabelecer sua rigorosa ca-
VII, VIII e XI deste artigo. racterização.
§ 2º - Ao servidor nomeado em comissão somente será conce- Art. 134 - O servidor em licença para tratamento de saúde
dida licença para tratamento de saúde, desde que haja sido subme- deverá abster-se do exercício de atividade remunerada ou incom-
tido à inspeção médica para ingresso e julgado apto e nos casos dos patível com seu estado, sob pena de imediata suspensão da mesma.
incisos II, III, IV, IX e XII.

Didatismo e Conhecimento 213


LEGISLAÇÃO APLICADA
Seção III I - de zero a dois anos, 180 (cento e oitenta) dias; (Redação
Da Licença por Acidente em Serviço dada pela Lei n.º 13.117/09)
II - de mais de dois até quatro anos, 150 (cento e cinquenta)
Art. 135 - O servidor acidentado em serviço será licenciado dias; (Redação dada pela Lei n.º 13.117/09)
com remuneração integral até seu total restabelecimento. III - de mais de quatro até seis anos, 120 (cento e vinte) dias;
Art. 136 - Configura-se acidente em serviço o dano físico ou (Redação dada pela Lei n.º 13.117/09)
mental sofrido pelo servidor, desde que relacionado, mediata ou IV - de mais de seis anos, desde que menor, 90 (noventa) dias.
imediatamente, com as atribuições do cargo. Parágrafo único - (Redação dada pela Lei nº 13.117/09)
Equipara-se a acidente em serviço o dano: Art. 144 - Pelo nascimento ou adoção de filho, o servidor terá
I - decorrente de agressão sofrida e não-provocada pelo servi- direito à licençapaternidade de 15 (quinze) dias consecutivos. (Re-
dor no exercício das atribuições do cargo; dação dada pela Lei n.º 13.117/09)
II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice- Seção VI Da Licença para Prestação de Serviço Militar
-versa. Art. 145 - Ao servidor convocado para a prestação de serviço
Art. 137 - O servidor acidentado em serviço terá tratamento
militar será concedida licença, nos termos da legislação específica.
integral custeado pelo Estado.
§ 1º - Concluído o serviço militar, o servidor reassumirá imediata-
Art. 138 - Para concessão de licença e tratamento ao servidor,
mente, sob pena da perda de vencimento e, se a ausência exceder a
em razão de acidente em serviço ou agressão não-provocada no
exercício de suas atribuições, é indispensável a comprovação de- 30 (trinta) dias, de demissão por abandono do cargo, observado o
talhada do fato, no prazo de 10 (dez) dias da ocorrência, mediante disposto no artigo 26. § 2º - Quando a desincorporação se verificar
processo “exofficio”. Parágrafo único - O tratamento recomendado em lugar diverso do da sede, o prazo para apresentação será de 10
por junta médica não oficial constitui medida de exceção e somen- (dez) dias.
te será admissível quando inexistirem meios e recursos necessários
adequados, em instituições públicas ou por ela conveniadas. Seção VII
Da Licença para Tratar de Interesses Particulares
Seção IV
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família Art. 146 - Ao servidor detentor de cargo de provimento efeti-
vo, estável, poderá ser concedida licença para tratar de interesses
Art. 139 - O servidor poderá obter licença por motivo de doen- particulares, pelo prazo de até 2 (dois) anos consecutivos, sem re-
ça do cônjuge, de ascendente, descendente, enteado e colateral muneração.
consanguíneo, até o 2º grau, desde que comprove ser indispensável § 1º - A licença poderá ser negada, quando o afastamento for
a sua assistência e esta não possa ser prestada, simultaneamente, inconveniente ao interesse do serviço.
com o exercício do cargo. § 2º - O servidor deverá aguardar em exercício a concessão
Parágrafo único - A doença será comprovada através de ins- da licença, salvo hipótese de imperiosa necessidade, devidamente
peção de saúde, a ser procedida pelo órgão de perícia médica com- comprovada à autoridade a que estiver subordinado, consideran-
petente. do-se como faltas os dias de ausência ao serviço, caso a licença
Art. 140 - A licença de que trata o artigo anterior será conce- seja negada.
dida: § 3º - O servidor poderá, a qualquer tempo, reassumir o exer-
I - com a remuneração total até 90 (noventa) dias; cício do cargo.
II - com 2/3 (dois terços) da remuneração, no período que ex- § 4º - Não se concederá nova licença antes de decorridos 2
ceder a 90 (noventa) e não ultrapassar 180 (cento e oitenta) dias; (dois) anos do término da anterior, contados desde a data em que
III - com 1/3 (um terço) da remuneração, no período que ex-
tenha reassumido o exercício do cargo.
ceder a 180 (cento e oitenta) e não ultrapassar a 365 (trezentos e
Seção VIII Da Licença para Acompanhar o Cônjuge
sessenta e cinco) dias;
Art. 147 - O servidor detentor de cargo de provimento efetivo,
IV - sem remuneração, no período que exceder a 365 (trezen-
tos e sessenta e cinco) até o máximo de 730 (setecentos e trinta) estável, terá direito à licença, sem remuneração, para acompanhar
dias. Parágrafo único - Para os efeitos deste artigo, as licenças, o cônjuge, quando este for transferido, independentemente de so-
pela mesma moléstia, com intervalos inferiores a 30 (trinta) dias, licitação própria, para outro ponto do Estado ou do Território Na-
serão consideradas como prorrogação. cional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos
Poderes Executivo e Legislativo Federal, estadual ou municipal.
Seção V § 1º - A licença será concedida mediante pedido do servidor,
Da Licença à Gestante, à Adotante e à Paternidade devidamente instruído, devendo ser renovada a cada 2 (dois) anos.
§ 2º - O período de licença, de que trata este artigo, não será
Art. 141 - À servidora gestante será concedida, mediante ins- computável como tempo de serviço para qualquer efeito. § 3º - À
peção médica, licença de 180 (cento e oitenta) dias, sem prejuízo mesma licença terá direito o servidor removido que preferir per-
da remuneração. (Redação dada pela Lei n.º 13.117/09) Parágrafo manecer no domicílio do cônjuge.
único - No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, Art. 148 - O servidor poderá ser lotado, provisoriamente, na
a servidora será submetida a inspeção médica e, se julgada apta, hipótese da transferência de que trata o artigo anterior, em reparti-
reassumirá o exercício do cargo. ção da Administração Estadual Direta, Autárquica ou Fundacional,
Art. 143 - À servidora adotante será concedida licença a partir desde que para o exercício de atividade compatível com seu cargo.
da concessão do termo de guarda ou da adoção, proporcional à
idade do adotado:

Didatismo e Conhecimento 214


LEGISLAÇÃO APLICADA
Seção IX Art. 156 - Ao servidor investido em mandato eletivo, aplicam-
Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista -se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará
Art. 149 - É assegurado ao servidor o direito à licença para o afastado do cargo;
desempenho de mandato classista em central sindical, em confede- II - investido no mandato de prefeito, será afastado do cargo,
ração, federação, sindicato, núcleos ou delegacias, associação de sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; III - investido no
classe ou entidade fiscalizadora da profissão, de âmbito estadual mandato de vereador:
ou nacional, com a remuneração do cargo efetivo, observado o dis- a) havendo compatibilidade de horário perceberá as vantagens
posto no artigo 64, inciso XIV, alínea “f”. do seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
Parágrafo único - A licença de que trata este artigo será conce- b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do
dida nos termos da lei. cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
§ 1º - No caso de afastamento do cargo, o servidor continuará
Seção X contribuindo para o órgão da previdência e assistência do Estado,
Da Licença-Prêmio por Assiduidade como se em exercício estivesse.
§ 2º - O servidor investido em mandato eletivo ou classista não
poderá ser removido ou redistribuído “ex-officio” para localidade
Art. 150 - O servidor que, por um quinquênio ininterrupto,
diversa daquela onde exerce o mandato.
não se houver afastado do exercício de suas funções terá direito à
concessão automática de 3 (três) meses de licença-prêmio por assi- Seção XII
duidade, com todas as vantagens do cargo, como se nele estivesse Da Licença Especial para Fins de Aposentadoria
em exercício. Art. 157 - Decorridos 30 (trinta) dias da data em que tiver sido
§ 1º - Para os efeitos deste artigo, não serão considerados in- protocolado o requerimento da aposentadoria, o servidor será con-
terrupção da prestação de serviço os afastamentos previstos no ar- siderado em licença especial remunerada, podendo afastar-se do
tigo 64, incisos I a XV, desta lei. exercício de suas atividades, salvo se antes tiver sido cientificado do
§ 2º - Nos casos dos afastamentos previstos nos incisos XIV, indeferimento do pedido.
alínea “b”, e XV do artigo 64, somente serão computados, como de § 1º - O pedido de aposentadoria de que trata este artigo so-
efetivo exercício, para os efeitos deste artigo, um período máximo mente será considerado após terem sido averbados todos os tempos
de 4 (quatro) meses, para tratamento de saúde do servidor, de 2 computáveis para esse fim.
(dois) meses, por motivo de doença em pessoa de sua família e de § 2º - O período de duração desta licença será considerado
20 (vinte) dias, no caso de moléstia do servidor, tudo por quinquê- como tempo de efetivo exercício para todos os efeitos legais.
nio de serviço público prestado ao Estado. (Redação dada pela Lei
Complementar n.º 10.248/94) CAPÍTULO VII
§ 3º - O servidor que à data de vigência desta Lei Complemen- DA APOSENTADORIA
tar detinha a condição de estatutário há, no mínimo, 1095 (um mil
e noventa e cinco) dias, terá desconsideradas, como interrupção do Art. 158 - O servidor será aposentado:
tempo de serviço público prestado ao Estado, até 3 (três) faltas não I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais,
justificadas verificadas no período aquisitivo limitado a 31 de de- quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
zembro de 1993. (Incluído pela Lei Complementar n.º 10.248/94) doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei, e pro-
Art. 151 - A pedido do servidor, a licença-prêmio poderá ser: porcionais nos demais casos;
I - gozada, no todo ou em parcelas não inferiores a 1 (um) mês, II - compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade, com
com a aprovação da chefia, considerada a necessidade do serviço; proventos proporcionais ao tempo de serviço;
II - contada em dobro, como tempo de serviço para os efeitos III - voluntariamente:
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30
de aposentadoria, avanços e adicionais, vedada a desconversão.
(trinta), se mulher, com proventos integrais;
Parágrafo único - Ao entrar em gozo de licença-prêmio, o servidor
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de ma-
terá direito, a pedido, a receber a sua remuneração do mês de frui- gistério, se professor, e 25 (vinte e cinco), se professora, com pro-
ção antecipadamente. Art. 152 - A apuração do tempo de serviço ventos integrais;
normal, para efeito da formação do quinquênio, gerador do direito c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e
da licença-prêmio, será feita na forma do artigo 62 desta lei. cinco), se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;
Art. 153 - O número de servidores em gozo simultâneo de d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem e aos
licença-prêmio não poderá ser superior a 1/3 (um terço) da lotação 60 (sessenta), se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
da respectiva unidade administrativa de trabalho. serviço.
§ 1º - Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incurá-
Seção XI veis, a que se refere o inciso I deste artigo, se incapacitantes para o
Da Licença para Concorrer a Mandato Público Eletivo e exercício da função pública, tuberculose ativa, alienação mental, es-
Exercê-lo clerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso
no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parki-
Art. 154 - O servidor que concorrer a mandato público eletivo son, paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose anquilo-
será licenciado na forma da legislação eleitoral. sante, nefropatia grave, estados avançados do mal de Paget (osteíte
Art. 155 - Eleito, o servidor ficará afastado do exercício do deformante), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida – AIDS, e
cargo a partir da posse. outros que a lei indicar, com base na medicina especializada.

Didatismo e Conhecimento 215


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 2º - Ao servidor aposentado em decorrência de qualquer das Art. 166 - O servidor, vinculado à previdência social federal,
moléstias tipificadas no parágrafo anterior, fica vedado o exercício que não tiver nesta feito jus ao benefício da aposentadoria, será
de outra atividade pública remunerada, sob pena de cassação de aposentado pelo Estado, na forma garantida por esta lei, permane-
sua aposentadoria. cendo como segurado obrigatório daquele órgão previdenciário,
§ 3º - Nos casos de exercício de atividades previstas no artigo até a implementação das condições de aposentadoria, caso em que
107, a aposentadoria de que trata o inciso III, alíneas “a” e “c”, caberá ao Estado pagar somente a diferença, se houver.
observará o disposto em lei específica.
§ 4º - Se o servidor for aposentado com menos de 25 (vinte e CAPÍTULO VIII
cinco) anos de serviço e menos de 60 (sessenta) anos de idade, a DO DIREITO DE PETIÇÃO
aposentadoria estará sujeita a confirmação mediante nova inspeção
de saúde, após o decurso de 24 (vinte e quatro) meses contados da Art. 167 - É assegurado ao servidor o direito de requerer, pedir
data do ato de aposentadoria. reconsideração, recorrer e de representar, em defesa de direito ou
Art. 159 - A aposentadoria de que trata o inciso II do artigo legítimo interesse próprio.
anterior, será automática e declarada por ato, com vigência a partir Art. 168 - O requerimento será dirigido à autoridade compe-
do dia em que o servidor atingir a idade limite de permanência no tente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que
serviço ativo. estiver imediatamente subordinado o requerente.
Art. 160 - A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigora- Art. 169 - Cabe pedido de reconsideração, que não poderá ser
rá a partir da data da publicação do respectivo ato. renovado, à autoridade que houver prolatado o despacho, proferi-
§ 1º - A aposentadoria por invalidez será precedida por licença do a primeira decisão ou praticado o ato.
para tratamento de saúde, num período não superior a 24 (vinte e § 1º - O pedido de reconsideração deverá conter novos argu-
quatro) meses. mentos ou provas suscetíveis de reformar o despacho, a decisão
§ 2º - Expirado o período de licença e não estando em con- ou o ato.
dições de reassumir o exercício do cargo, ou de se proceder à sua § 2º - O pedido de reconsideração deverá ser decidido dentro
readaptação, será o servidor aposentado. de 30 (trinta) dias.
§ 3º - O lapso de tempo compreendido entre o término da Art. 170 - Caberá recurso, como última instância administrati-
licença e a publicação do ato da aposentadoria será considerado va, do indeferimento do pedido de reconsideração.
como de prorrogação da licença. § 1º - O recurso será dirigido à autoridade que tiver proferido
Art. 161 - O provento da aposentadoria será revisto na mesma a decisão ou expedido o ato.
proporção e na mesma data em que se modificar a remuneração § 2º - O recurso será encaminhado por intermédio da autorida-
dos servidores em atividade. Parágrafo único - São estendidos aos de a que estiver imediatamente subordinado o requerente.
inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente conce- § 3º - Terá caráter de recurso, o pedido de reconsideração,
didos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrente da quando o prolator do despacho, decisão ou ato, houver sido o Go-
transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se vernador.
deu a aposentadoria. § 4º - A decisão sobre qualquer recurso será dada no prazo
Art. 162 - O servidor aposentado com provento proporcio- máximo de 60 (sessenta) dias.
nal ao tempo de serviço, se acometido de qualquer das moléstias Art. 171 - O prazo para interposição de pedido de reconsidera-
especificadas no § 1º do artigo 158, passará a perceber provento ção ou de recurso é de 30 (trinta) dias, contados a partir da data da
integral. publicação da decisão recorrida ou da data da ciência, pelo interes-
Art. 163 - Com prevalência do que conferir maior vantagem, sado, quando o despacho não for publicado. Parágrafo único - Em
quando proporcional ao tempo de serviço, o provento não será in- caso de provimento de pedido de reconsideração ou de recurso, o
ferior: efeito da decisão retroagirá à data do ato impugnado.
I - ao salário mínimo, observada a redução da jornada de tra- Art. 172 - O direito de requerer prescreve em:
balho a que estava sujeito o servidor; I - 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e cassação
II - a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade nos demais de aposentadoria ou de disponibilidade, ou que afetem interesses
casos. patrimoniais e créditos resultantes das relações de trabalho;
Art. 164 - O servidor em estágio probatório somente terá di- II - 120 (cento e vinte) dias nos demais casos, salvo quando,
reito à aposentadoria quando invalidado por acidente em serviço, por prescrição legal, for fixado outro prazo.
agressão não-provocada no exercício de suas atribuições, acome- § 1º - O prazo de prescrição será contado da data da publi-
tido de moléstia profissional ou nos casos especificados no § 1º do cação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado,
artigo 158 desta lei. quando o ato não for publicado.
Art. 165 - As disposições relativas à aposentadoria aplicam-se § 2º - O pedido de reconsideração e o de recurso, quando ca-
ao servidor nomeado em comissão, o qual contar com mais de 5 bíveis, interrompem a prescrição administrativa.
(cinco) anos de efetivo e ininterrupto exercício em cargos de pro- Art. 173 - A prescrição é de ordem pública, não podendo ser
vimento dessa natureza. relevada pela Administração.
Parágrafo único - Aplicam-se as disposições deste artigo, in- Art. 174 - A representação será dirigida ao chefe imediato do
dependentemente de tempo de serviço, ao servidor provido em servidor que, se a solução não for de sua alçada, a encaminhará a
comissão, quer titular de cargo de provimento efetivo, quer não, quem de direito.
quando invalidado em consequência das moléstias enumeradas no § 1º - Se não for dado andamento à representação, dentro do
§ 1º do artigo 158, desde que tenha se submetido, antes do seu prazo de 5 (cinco) dias, poderá o servidor dirigi-la direta e sucessi-
ingresso ou retorno ao serviço público, à inspeção médica prevista vamente às chefias superiores. § 2º - A representação está isenta de
nesta lei, para provimento de cargos públicos em geral. pagamento de taxa de expediente.

Didatismo e Conhecimento 216


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 175 - Para o exercício do direito de petição é assegura- CAPÍTULO II
da vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou DAS PROIBIÇÕES
a procurador por ele constituído. Art. 176 - São fatais e impror-
rogáveis os prazos estabelecidos neste capítulo, salvo motivo de Art. 178 - Ao servidor é proibido:
força maior, devidamente comprovado. http://www.al.rs.gov.br/ I - referir-se, de modo depreciativo, em informação, parecer
legiscomp 37 Parágrafo único - Entende-se por força maior, para ou despacho, às autoridades e a atos da administração pública es-
efeitos do artigo, a ocorrência de fatos impeditivos da vontade do tadual, podendo, porém, em trabalho assinado, criticá-los do ponto
interessado ou da autoridade competente para decidir. de vista doutrinário ou da organização do serviço;
II - retirar, modificar ou substituir, sem prévia permissão da
TÍTULO IV autoridade competente, qualquer documento ou objeto existente
DO REGIME DISCIPLINAR na repartição;
III - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia
CAPÍTULO I autorização do chefe imediato;
DOS DEVERES DO SERVIDOR IV - ingerir bebidas alcoólicas durante o horário de trabalho
ou drogar-se, bem como apresentar-se em estado de embriaguez ou
Art. 177 - São deveres do servidor: drogado ao serviço; V - atender pessoas na repartição para tratar de
I - ser assíduo e pontual ao serviço; interesses particulares, em prejuízo de suas atividades;
II - tratar com urbanidade as partes, atendendo-as sem prefe- VI - participar de atos de sabotagem contra o serviço público;
rências pessoais; VII - entregar-se a atividades político-partidárias nas horas e
III - desempenhar com zelo e presteza os encargos que lhe locais de trabalho;
forem incumbidos, dentro de suas atribuições; VIII - opor resistência injustificada ao andamento de docu-
IV - ser leal às instituições a que servir; mento e processo ou execução de serviço;
V - observar as normas legais e regulamentares; IX - promover manifestação de apreço ou desapreço no re-
VI - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta- cinto da repartição;
X - exercer ou permitir que subordinado seu exerça atribui-
mente ilegais;
ções diferentes das definidas em lei ou regulamento como próprias
VII - manter conduta compatível com a moralidade adminis-
do cargo ou função, ressalvados os encargos de chefia e as comis-
trativa;
sões legais;
VIII - atender com presteza:
XI - celebrar contrato de natureza comercial, industrial ou ci-
a) o público em geral, prestando as informações requeridas
vil de caráter oneroso, com o Estado, por si ou como representante
que estiverem a seu alcance, ressalvadas as protegidas por sigilo;
de outrem;
b) à expedição de certidões requeridas, para defesa de direito XII - participar de gerência ou administração de empresa pri-
ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; vada, de sociedade civil ou exercer comércio, exceto na qualidade
c) às requisições para defesa da Fazenda Pública; de acionista, cotista ou comanditário, salvo quando se tratar de
IX - representar ou levar ao conhecimento da autoridade su- função de confiança de empresa, da qual participe o Estado, caso
perior as irregularidades de que tiver conhecimento, no órgão em em que o servidor será considerado como exercendo cargo em co-
que servir, em razão das atribuições do seu cargo; missão;
X - zelar pela economia do material que lhe for confiado e pela XIII - exercer, mesmo fora do horário de expediente, emprego
conservação do patrimônio público; ou função em empresa, estabelecimento ou instituição que tenha
XI - observar as normas de segurança e medicina do trabalho relações industriais com o Estado em matéria que se relacione com
estabelecidas, bem como o uso obrigatório dos equipamentos de a finalidade da repartição em que esteja lotado;
proteção individual (EPI) que lhe forem confiados; XIV - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de
XII - providenciar para que esteja sempre em dia no seu as- confiança, cônjuge ou parente até o segundo grau civil, ressalvado
sentamento individual, seu endereço residencial e sua declaração o disposto no artigo 267;
de família; XIII - manter espírito de cooperação com os colegas XV - cometer, a pessoas estranhas à repartição, fora dos casos
de trabalho; previstos em lei, o desempenho de encargos que competirem a si
XIV - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de po- ou a seus subordinados;
der. XVI - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se
§ 1º - A representação de que trata o inciso XIV será enca- à associação profissional ou sindical, ou com objetivos político-
minhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior -partidários;
àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando XVII - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em
ampla defesa. atividades particulares ou políticas;
§ 2º - Será considerado como coautor o superior hierárquico XVIII - praticar usura, sob qualquer das suas formas;
que, recebendo denúncia ou representação a respeito de irregula- XIX - aceitar representação, comissão, emprego ou pensão de
ridades no serviço ou de falta cometida por servidor, seu subordi- país estrangeiro;
nado, deixar de tomar as providências necessárias a sua apuração. XX - valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal
ou de outrem, em detrimento da dignidade do serviço público;
XXI - atuar, como procurador, ou intermediário junto a repar-
tição pública, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários
ou assistenciais de parentes até o segundo grau e do cônjuge;

Didatismo e Conhecimento 217


LEGISLAÇÃO APLICADA
XXII - receber propinas, comissões, presentes ou vantagens Art. 186 - As sanções civis, penais e administrativas poderão
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; acumular-se, sendo umas e outras independentes entre si, assim
XXIII - valer-se da condição de servidor para desempenhar como as instâncias civil, penal e administrativa.
atividades estranhas às suas funções ou para lograr, direta ou indi-
retamente, qualquer proveito; CAPÍTULO V
XXIV - proceder de forma desidiosa; http://www.al.rs.gov.br/ DAS PENALIDADES
legiscomp 39 XXV - exercer quaisquer atividades que sejam in-
compatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário Art. 187 - São penas disciplinares: (Vide Lei Complementar
de trabalho. § 1º - Não está compreendida na proibição dos incisos n.º 11.487/00)
XII e XIII deste artigo a participação do servidor na presidência de I - repreensão;
associação, na direção ou gerência de cooperativas e entidades de II - suspensão; (Redação dada pela Lei Complementar n.º
classe, ou como sócio. § 2º - Na hipótese de violação do disposto 11.928/03)
no inciso IV, por comprovado motivo de dependência, o servidor III - demissão;
deverá, obrigatoriamente, ser encaminhado a tratamento médico IV - cassação de disponibilidade;
especializado. V - cassação de aposentadoria;
VI - multa; (Incluído pela Lei Complementar n.º 11.928/03)
CAPÍTULO III VII - destituição de cargo em comissão ou de função gratifica-
DA ACUMULAÇÃO da ou equivalente. (Incluído pela Lei Complementar n.º 14.821/15)
§ 1º - Na aplicação das penas disciplinares, serão consideradas
Art. 179 - É vedada a acumulação remunerada de cargos pú- a natureza e a gravidade da infração e os danos delas resultantes
blicos, excetuadas as hipóteses previstas em dispositivo constitu- para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes
cional. e os antecedentes funcionais.
Art. 180 - A proibição de acumular estende-se a empregos e § 2º - Quando se tratar de falta funcional que, por sua natureza
funções e abrange autarquias, empresas públicas, sociedades de e reduzida gravidade, não demande aplicação das penas previstas
economia mista e fundações mantidas pelo Poder Público. neste artigo, será o servidor advertido particular e verbalmente.
Art. 181 - O servidor detentor de cargo de provimento efetivo § 3º - A destituição de cargo em comissão ou de função gra-
quando investido em cargo em comissão ficará afastado do cargo tificada, por critérios de oportunidade e conveniência, independe
da apuração de falta funcional. (Incluído pela Lei Complementar
efetivo, observado o disposto no artigo anterior. (Vetado pelo Go-
n.º 14.821/15)
vernador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE
Art. 188 - A repreensão será aplicada por escrito, na falta do
n.º 66, de 08/04/94)
cumprimento do dever funcional ou quando ocorrer procedimento
Art. 182 - Verificada a acumulação indevida, o servidor será
público inconveniente.
cientificado para optar por uma das posições ocupadas. (Vetado
Art. 189 - A suspensão, que não poderá exceder a 90 (noven-
pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, confor-
ta) dias, implicará a perda de todas as vantagens e direitos decor-
me DOE n.º 66, de 08/04/94) rentes do exercício do cargo e aplicar-se-á ao servidor:
Parágrafo único - Transcorrido o prazo de 30 (trinta) dias, I - na violação das proibições consignadas nesta lei;
sem a manifestação optativa do servidor, a Administração sustará o II - nos casos de reincidência em infração já punida com re-
pagamento da posição de última investidura ou admissão. (Vetado preensão;
pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, confor- III - quando a infração for intencional ou se revestir de gra-
me DOE n.º 66, de 08/04/94) vidade;
IV - como gradação de penalidade mais grave, tendo em vista
CAPÍTULO IV circunstância atenuante;
DAS RESPONSABILIDADES V - que atestar falsamente a prestação de serviço, bem como
propuser, permitir, ou receber a retribuição correspondente a tra-
Art. 183 - Pelo exercício irregular de suas atribuições, o ser- balho não realizado;
vidor responde civil, penal e administrativamente. VI - que se recusar, sem justo motivo, à prestação de serviço
Art. 184 - A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou extraordinário;
comissivo, doloso ou culposo, que importe em prejuízo à Fazenda VII - responsável pelo retardamento em processo sumário;
Estadual ou a terceiros. VIII - que deixar de atender notificação para prestar depoi-
§ 1º - A indenização de prejuízo causado ao erário somente mento em processo disciplinar;
será liquidada na forma prevista no artigo 82, na falta de outros IX - que, injustificadamente, se recusar a ser submetido à ins-
bens que assegurem a execução do débito pela via judicial. http:// peção médica determinada pela autoridade competente, cessando
www.al.rs.gov.br/legiscomp 40 § 2º - Tratando-se de dano causado os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.
a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em § 1º - A suspensão não será aplicada enquanto o servidor es-
ação regressiva. tiver afastado por motivo de gozo de férias regulamentares ou em
§ 3º - A responsabilidade penal abrange os crimes e contra- licença por qualquer dos motivos previstos no artigo 128.
venções imputadas ao servidor nesta qualidade. § 2º - Quando houver conveniência para o serviço, a pena de
Art. 185 - A responsabilidade civil-administrativa resulta de suspensão poderá ser convertida em multa na base de 50% (cin-
ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou quenta por cento) por dia de remuneração, obrigando-se o servidor
função. a permanecer em exercício durante o cumprimento da pena.

Didatismo e Conhecimento 218


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 3º - Os efeitos da conversão da suspensão em multa não se- Parágrafo único - Excetua-se do disposto neste artigo o ser-
rão alterados, mesmo que ao servidor seja assegurado afastamento vidor estável processado por abandono de cargo ou por ausências
legal remunerado durante o respectivo período. excessivas ao serviço.
§ 4º - A multa não acarretará prejuízo na contagem do tempo Art. 195 - Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade
de serviço, exceto para fins de concessão de avanços, gratificações do servidor que:
adicionais de 15% (quinze por cento) e 25% (vinte e cinco por I - houver praticado, na atividade, falta punível com a pena
cento) e licença-prêmio. de demissão;
Art. 190 - Os registros funcionais de advertência, repreensão, II - infringir a vedação prevista no § 2º do artigo 158;
suspensão e multa serão automaticamente cancelados após 10 III - incorrer na hipótese do artigo 53.
(dez) anos, desde que, neste período, o servidor não tenha pratica- Parágrafo único - Consideradas as circunstâncias previstas no
do nenhuma nova infração. § 1º do artigo 187, a pena de cassação de aposentadoria poderá ser
Parágrafo único - O cancelamento do registro, na forma deste convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia
artigo, não gerará nenhum direito para fins de concessão ou revi- de provento, até o máximo de 90 (noventa) dias-multa. (Incluído
são de vantagens. pela Lei Complementar n.º 11.928/03)
Art. 191 - O servidor será punido com pena de demissão nas Art. 196 - Para a aplicação das penas disciplinares são com-
hipóteses de: (Vide Lei Complementar n.º 10.981/97)
petentes:
I - ineficiência ou falta de aptidão para o serviço, quando
I - o Governador do Estado em qualquer caso;
verificada a impossibilidade de readaptação;
II - os Secretários de Estado, dirigentes de autarquias e de
II - indisciplina ou insubordinação grave ou reiterada;
III - ofensa física contra qualquer pessoa, cometida em servi- fundações de direito público e os titulares de órgãos diretamente
ço, salvo em legítima defesa própria ou de terceiros; subordinados ao Governador, até a de suspensão e multa limitada
IV - abandono de cargo em decorrência de mais de 30 (trinta) ao máximo de 30 (trinta) dias;
faltas consecutivas; III - os titulares de órgãos diretamente subordinados aos Se-
V - ausências excessivas ao serviço em número superior a 60 cretários de Estado, dirigentes de autarquias e de fundações de di-
(sessenta) dias, intercalados, durante um ano; VI - improbidade reito público até suspensão por 10 (dez) dias;
administrativa; IV - os titulares de órgãos em nível de supervisão e coordena-
VII - transgressão de quaisquer proibições dos incisos XVII ção, até suspensão por 5 (cinco) dias;
a XXIV do artigo 178, considerada a sua gravidade, efeito ou re- V - as demais chefias, em caso de repreensão.
incidência; da pela lei penal.
VIII - falta de exação no desempenho das atribuições, de tal Art. 197 - A aplicação das penas referidas no artigo 187 pres-
gravidade que resulte em lesões pessoais ou danos de monta; creve nos seguintes prazos: (Redação dada pela Lei Complementar
IX - incontinência pública e conduta escandalosa na repar- n.º 11.928/03)
tição; I - em 12 (doze) meses, a de repreensão; (Redação dada pela
X - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções pú- Lei Complementar n.º 14.821/15)
blicas; II - em 24 (vinte e quatro) meses, as de suspensão, de multa,
XI - aplicação irregular de dinheiro público; de demissão por abandono de cargo e por ausências sucessivas
XII - reincidência na transgressão prevista no inciso V do ar- ao serviço; (Redação dada pela Lei Complementar n.º 14.821/15)
tigo 189; III - em 5 (cinco) anos, a de demissão, de cassação de aposen-
XIII - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio tadoria, de cassação de disponibilidade, e de destituição de cargo
estadual; em comissão ou de função gratificada ou equivalente. (Redação
XIV - revelação de segredo, do qual se apropriou em razão do dada pela Lei Complementar n.º 14.821/15)
cargo, ou de fato ou informação de natureza sigilosa de que tenha § 1º - O prazo de prescrição começa a fluir a partir da data
conhecimento, salvo quando se tratar de depoimento em processo do conhecimento do fato, por superior hierárquico. (Redação dada
judicial, policial ou administrativo-disciplinar;
pela Lei Complementar n.º 11.928/03)
XV - corrupção passiva nos termos da lei penal; XVI - exercer
§ 2º - Para o abandono de cargo e para a inassiduidade, o pra-
advocacia administrativa;
XVII - prática de outros crimes contra a administração pú- zo de prescrição começa a fluir a partir da data em que o servidor
blica. reassumir as suas funções ou cessarem as faltas ao serviço. (Reda-
Parágrafo único - A demissão será aplicada, também, ao ser- ção dada pela Lei Complementar n.º 11.928/03)
vidor que, condenado por decisão judicial transitada em julgado, § 3º - Quando as faltas constituírem, também, crime ou con-
incorrer na perda da função pública na forma da lei penal. travenção, a prescrição será regulada pela lei penal. (Redação dada
Art. 192 - O ato que demitir o servidor mencionará sempre o pela Lei Complementar n.º 11.928/03)
dispositivo legal em que se fundamentar. § 4º A prescrição da pretensão punitiva será objeto de: (Reda-
Art. 193 - Atendendo à gravidade da falta, a demissão poderá ção dada pela Lei Complementar n.º 14.821/15) I - interrupção, co-
ser aplicada com a nota “a bem do serviço público”, a qual consta- meçando o prazo a correr por inteiro, a partir: (Redação dada pela
rá sempre no ato de demissão fundamentado nos incisos X a XIV Lei Complementar n.º 14.821/15) a) da instauração do processo
do artigo 191. administrativo-disciplinar; e (Redação dada pela Lei Complemen-
Art. 194 - Uma vez submetido a inquérito administrativo, o tar n.º 14.821/15)
servidor só poderá ser exonerado, a pedido, ou aposentado volun- b) da emissão do relatório de que trata o art. 245, pela au-
tariamente, depois da conclusão do processo, no qual tenha sido toridade processante; (Redação dada pela Lei Complementar n.º
reconhecida sua inocência. 14.821/15)

Didatismo e Conhecimento 219


LEGISLAÇÃO APLICADA
II - suspensão, continuando o prazo a correr, no seu restante: Art. 202 - O sindicante efetuará diligências necessárias ao
(Redação dada pela Lei Complementar n.º 14.821/15) esclarecimento da ocorrência e indicação do responsável, ouvido,
a) enquanto não resolvida, em outro processo de qualquer preliminarmente, o autor da representação e o servidor implicado,
natureza, inclusive judicial, questão de que dependa o reconheci- se houver.
mento da transgressão; (Redação dada pela Lei Complementar n.º § 1º - Reunidos os elementos coletados, o sindicante traduzirá
14.821/15) no relatório as suas conclusões gerais, indicando, se possível, o
b) a partir da instauração de sindicância até a decisão final provável culpado, qual a irregularidade ou transgressão praticada e
pela autoridade competente. (Redação dada pela Lei Complemen- o seu enquadramento nas disposições da lei reguladora da matéria.
tar n.º 14.821/15) § 2º - Somente poderá ser sugerida a instauração de inquérito
§ 5º A prescrição da pretensão executória é a mesma da pu- administrativo quando, comprovadamente, os fatos apurados na
nitiva, aplicando-se-lhe a causa suspensiva constante do inciso II, sindicância a tal conduzirem, na forma do inciso II do artigo 200.
alínea “a”, do § 4.º deste artigo. (Redação dada pela Lei Comple- § 3º - Se a sindicância concluir pela culpabilidade do servidor,
mentar n.º 14.821/15) será este notificado para apresentar defesa, querendo, no prazo de
3 (três) dias úteis.
TÍTULO V Art. 203 - A autoridade, de posse do relatório do sindicante,
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR acompanhado dos elementos que instruírem o processo, decidirá
pelo arquivamento do processo, pela aplicação da penalidade cabí-
CAPÍTULO I vel de sua competência, ou pela instauração de inquérito adminis-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS trativo, se estiver na sua alçada.
Parágrafo único - Quando a aplicação da penalidade ou a ins-
Art. 198 - A autoridade que tiver ciência de irregularidade no tauração de inquérito for de autoridade de outra alçada ou compe-
serviço público estadual ou prática de infração funcional é obriga- tência, a esta deverá ser encaminhada a sindicância para aprecia-
da a promover sua apuração imediata, mediante meios sumários ção das medidas propostas.
ou processo administrativo disciplinar, no prazo de 10 (dez) dias,
sob pena de se tornar corresponsável, assegurada ampla defesa ao CAPÍTULO III
acusado. DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
Art. 199 - As denúncias sobre irregularidades serão objeto de
averiguação, desde que contenham a identidade do denunciante e Art. 204 - Como medida cautelar e a fim de que o servidor não
sejam formuladas por escrito, para fins de confirmação da auten-
venha a influir na apuração da irregularidade ou infração funcio-
ticidade.
nal, a autoridade instauradora do processo administrativo discipli-
Parágrafo único - Quando o fato narrado não configurar evi-
nar poderá determinar o afastamento preventivo do exercício das
dente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia deverá ser
atividades do seu cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem
arquivada por falta de objeto material passível de ensejar qualquer
prejuízo da remuneração.
punição consignada nesta lei.
Parágrafo único - O afastamento poderá ser prorrogado por
Art. 200 - As irregularidades e as infrações funcionais serão
apuradas por meio de: igual período, findo o qual cessarão definitivamente os seus efei-
I - sindicância, quando os dados forem insuficientes para sua tos, mesmo que o processo administrativo disciplinar ainda não
determinação ou para apontar o servidor faltoso ou, sendo este de- tenha sido concluído.
terminado, não for a falta confessada, documentalmente provada
ou manifestamente evidente; CAPÍTULO IV
II - inquérito administrativo, quando a gravidade da ação ou DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR EM
omissão torne o autor passível das penas disciplinares de suspen- ESPÉCIE
são por mais de 30 (trinta) dias, demissão, cassação de aposenta-
doria ou de disponibilidade, ou ainda, quando na sindicância ficar Art. 205 - O processo administrativo disciplinar é o instru-
comprovada a ocorrência de irregularidades ou falta funcional gra- mento utilizado no Estado para apurar responsabilidade de servi-
ve, mesmo sem indicação de autoria. dor por irregularidade ou infração praticada no exercício de suas
atribuições, ou que tenha relação direta com o exercício do cargo
CAPÍTULO II em que se encontre efetivamente investido.
DA SINDICÂNCIA Art. 206 - O processo administrativo disciplinar será conduzi-
do por comissão composta de 3 (três) servidores estáveis, com for-
Art. 201 - Toda autoridade estadual é competente para, no âm- mação superior, sendo pelo menos um com titulação em Ciências
bito da jurisdição do órgão sob sua chefia, determinar a realização Jurídicas e Sociais, designados pela autoridade competente, que
de sindicância, de forma sumária, a qual deverá ser concluída no indicará, dentre eles, o seu presidente.
prazo máximo de 30 (trinta) dias úteis, podendo ser prorrogado por § 1º - O presidente da comissão designará, para secretariá-la,
até igual período. um servidor que não poderá ser escolhido entre os componentes
§ 1º - A sindicância será sempre cometida a servidor de hierar- da mesma.
quia igual ou superior à do implicado, se houver. § 2º - Os membros da comissão não deverão ser de hierarquia
§ 2º - O sindicante desenvolverá o encargo em tempo integral, inferior à do indiciado, nem estarem ligados ao mesmo por qual-
ficando dispensado de suas atribuições normais até a apresentação quer vínculo de subordinação. (Vetado pelo Governador e mantido
do relatório final, no prazo estabelecido neste artigo. pela Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94)

Didatismo e Conhecimento 220


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 3º - Não poderá integrar a comissão, nem exercer a função Art. 215 - Será feita por ordem cronológica de apresentação
de secretário, o servidor que tenha feito a denúncia de que resultar toda e qualquer juntada aos autos, devendo o presidente rubricar
o processo disciplinar, bem como o cônjuge ou parente do acusa- as folhas acrescidas.
do, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até 3º grau. Art. 216 - Figurará sempre, nos autos do processo, a folha de
§ 4º - Nos casos em que a decisão final for da alçada exclusiva antecedentes do indiciado. http://www.al.rs.gov.br/legiscomp 48
do Governador do Estado ou de dirigente máximo de autarquia Art. 217 - No processo administrativo disciplinar, poderá ser ar-
ou fundação pública, o processo administrativodisciplinar será guida suspeição, que se regerá pelas normas da legislação comum.
conduzido por Procurador do Estado, na condição de Autoridade Art. 218 - Quando ao servidor se imputar crime praticado na
Processante, observando-se, no que couber, as demais normas do esfera administrativa, a autoridade que determinar a instauração
procedimento. (Incluído pela Lei Complementar n.º 10.902/96) do processo administrativo disciplinar providenciará para que se
§ 5º - Na hipótese anterior, será coletivo o parecer previsto no instaure, simultaneamente, o inquérito policial.
inciso IV do artigo 115 da Constituição Estadual, que deverá ser Parágrafo único - Idêntico procedimento compete à autori-
emitido também nos casos em que o processo for encaminhado à dade policial quando se tratar de crime praticado fora da esfera
decisão final de dirigente máximo de autarquia ou fundação públi- administrativa.
ca. (Incluído pela Lei Complementar n.º 10.902/96) Art. 219 - As autoridades administrativas e policiais se au-
Art. 207 - A comissão exercerá suas atividades com indepen- xiliarão, mutuamente, para que ambos os inquéritos se concluam
dência e imparcialidade, assegurando o sigilo absoluto e necessário dentro dos prazos fixados nesta lei.
à elucidação do fato, ou exigido pelo interesse da Administração. Art. 220 - A absolvição do processo crime, a que for subme-
Parágrafo único - As reuniões e as audiências das comissões tido o servidor, não implicará na permanência ou retorno do mes-
terão caráter reservado. mo ao serviço público se, em processo administrativo disciplinar
Art. 208 - O servidor poderá fazer parte, simultaneamente, de regular, tiver sido demitido em virtude de prática de atos que o
mais de uma comissão, podendo esta ser incumbida de mais de um inabilitem moralmente para aquele serviço.
processo disciplinar. Art. 221 - Acarretarão a nulidade do processo:
Art. 209 - O membro da comissão ou o servidor designado a) a determinação de instauração por autoridade incompeten-
para secretariá-la não poderá fazer parte do processo na qualidade te;
de testemunha, tanto da acusação como da defesa. b) a falta de citação ou notificação, na forma determinada
Art. 210 - A comissão somente poderá deliberar com a presen- nesta lei;
ça absoluta de todos os seus membros. c) qualquer restrição à defesa do indiciado;
Parágrafo único - A ausência, sem motivo justificado, por d) a recusa injustificada de promover a realização de perícias
mais de duas sessões, de qualquer dos membros da comissão ou de ou quaisquer outras diligências convenientes ao esclarecimento do
seu secretário, determinará, de imediato, a substituição do faltoso, processo;
sem prejuízo de ser passível de punição disciplinar por falta de e) os atos da comissão praticados apenas por um dos seus
cumprimento do dever funcional. membros;
Art. 211 - O processo administrativo disciplinar se desenvol- f) acréscimos ao processo depois de elaborado o relatório da
verá, necessariamente, nas seguintes fases: comissão sem nova vista ao indiciado;
I - instauração, ocorrendo a partir do ato que constituir a co- g) rasuras e emendas não ressalvadas em parte substancial do
missão; processo.
II - processo administrativo disciplinar, propriamente dito, Art. 222 - As irregularidades processuais que não constituírem
compreendendo a instrução, defesa e relatório; vícios substanciais insanáveis, suscetíveis de influírem na apura-
III - julgamento. ção da verdade ou decisão do processo, não determinarão a sua
Art. 212 - O prazo para a conclusão do processo administrati- nulidade.
vo disciplinar não poderá exceder a 60 (sessenta) dias, contados da Art. 223 - A nulidade poderá ser arguida durante ou após a
data da publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua formação da culpa, devendo fundar-se a sua arguição em texto le-
prorrogação por igual período, quando as circunstâncias de cunho gal, sob pena de ser considerada inexistente.
excepcional assim o exigirem.
§ 1º - Sempre que necessário, a comissão desenvolverá seus CAPÍTULO V
trabalhos em tempo integral, ficando seus membros e respectivo DO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO
secretário, dispensados de suas atividades normais, até a entrega
do relatório final. Seção I Das Disposições Gerais
§ 2º - As reuniões da comissão serão registradas em atas, deta-
lhando as deliberações adotadas. Art. 224 - O inquérito administrativo obedecerá ao princípio
Art. 213 - O processo administrativo disciplinar, instaurado do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utili-
pela autoridade competente para aplicar a pena disciplinar, deverá zação de todos os meios de prova em direito admitidos, podendo as
ser iniciado no prazo de 5 (cinco) dias úteis, contados da data em mesmas serem produzidas “ex-officio”, pelo denunciante ou pelo
que for publicada a designação dos membros da comissão. acusado, se houver, ou a requerimento da parte com legitimidade
Art. 214 - Todos os termos lavrados pelo secretário da co- para tanto.
missão, tais como, autuação, juntada, intimação, conclusão, data, Art. 225 - Quando o inquérito administrativo for precedido
vista, recebimento de certidões, compromissos, terão formas pro- de sindicância, o relatório desta integrará a instrução do processo
cessuais, resumindo-se tanto quanto possível. como peça informativa.

Didatismo e Conhecimento 221


LEGISLAÇÃO APLICADA
Parágrafo único - Na hipótese de o relatório da sindicância § 7º - Quando o indiciado comparecer voluntariamente junto à
concluir que a infração praticada consta capitulada como ilícito comissão, será dado como citado. § 8º - Não havendo indiciado, a
penal, a autoridade competente providenciará no encaminhamento comissão intimará as pessoas, servidores, ou não, que, presumivel-
de cópias dos autos ao Ministério Público, independentemente da mente, possam esclarecer a ocorrência, objeto do inquérito.
imediata instauração do processo disciplinar. Art. 229 - Na hipótese de a comissão entender que os elemen-
Art. 226 - Na fase do inquérito, a comissão promoverá a to- tos do processo são insuficientes para bem caracterizar a ocorrên-
mada de depoimentos, acareações, investigações e diligências cia, poderá ouvir previamente a vítima ou o denunciante da irre-
cabíveis, objetivando a coleta de provas, recorrendo, quando ne- gularidade ou infração funcional. Art. 230 - Feita a citação e não
cessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elu- comparecendo o indiciado, o processo prosseguirá à revelia, com
cidação dos fatos. defensor dativo designado pelo presidente da comissão, proceden-
§ 1º - A designação dos peritos deverá obedecer ao critério da do-se da mesma forma com relação ao que se encontre em lugar
capacidade técnica especializada, observadas as provas de habili- incerto e não sabido ou afastado da localidade de seu domicílio.
tação estabelecidas em lei, e só poderá recair em pessoas estranhas Art. 231 - O indiciado tem o direito, pessoalmente ou por inter-
ao serviço público estadual, na falta de servidores aptos a presta- médio de defensor, a assistir aos atos probatórios que se realizarem
rem assessoramento técnico. perante a comissão, requerendo medidas que julgar convenientes.
§ 2º - Para os exames de laboratório, porventura necessários, Parágrafo único - O indiciado poderá requerer ao presidente da
recorrer-se-á aos estabelecimentos particulares somente quando comissão a designação de defensor dativo, caso não o possuir.
inexistirem oficiais ou quando os laudos forem insatisfatórios ou Art. 232 - O indiciado, dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis
incompletos. após o interrogatório, poderá requerer diligência, produzir prova
Art. 227 - É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o documental e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito).
processo pessoalmente ou por intermédio de procurador habilita- § 1º - Se as testemunhas de defesa não forem encontradas e o
do, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contrapro- indiciado, dentro do prazo de 3 (três) dias úteis, não indicar outras
vas e formular quesitos, quando se tratar de provas periciais. em substituição, prosseguir-se-á nos demais termos do processo. §
§ 1º - Só será admitida a intervenção de procurador, no pro- 2º - No caso de mais de um indiciado, cada um deles será ouvido
cesso disciplinar, após a apresentação do respectivo mandato, re- separadamente, podendo ser promovida acareação, sempre que di-
vestido das formalidades legais. vergirem em suas declarações.
§ 2º - O presidente da comissão poderá denegar pedidos con-
Art. 233 - As testemunhas serão intimadas a depor median-
siderados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum
te mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo apor
interesse para os esclarecimentos dos fatos. § 3º - Será indeferido o
seus cientes na segunda via, a qual será anexada ao processo. Pará-
pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato indepen-
grafo único - Se a testemunha for servidor público, a expedição do
der de conhecimentos especializados de peritos.
mandado será remetida ao chefe da repartição onde servir, com a
indicação do dia, hora e local em que procederá à inquirição.
Seção II
Dos Atos e Termos Processuais Art. 234 - Serão assegurados transporte e diárias: I - ao ser-
vidor convocado para prestar depoimento, fora da sede de sua re-
Art. 228 - O presidente da comissão, ao instalar os trabalhos, partição, na condição de denunciante, indiciado ou testemunha;
autuará portaria e demais peças existentes e designará dia, hora e II - aos membros da comissão e ao secretário da mesma, quando
local para a audiência inicial, citando o indiciado, se houver, para obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização
interrogatório e acompanhamento do processo. de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.
§ 1º - A citação do indiciado será feita, pessoalmente ou por Art. 235 - O depoimento será prestado oralmente e reduzido
via postal, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias úteis da data a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito, sendo-
marcada para audiência, e conterá dia, hora, local, sua qualificação -lhe, porém, facultada breve consulta a apontamentos.
e a tipificação da infração que lhe é imputada. § 1º - As testemunhas serão inquiridas separadamente, se pos-
§ 2º - Caso o indiciado se recuse a receber a citação, deverá o sível no mesmo dia, ouvindo-se previamente, as apresentadas pelo
fato ser certificado, à vista de, no mínimo, 2 (duas) testemunhas. denunciante; a seguir, as indicadas pela comissão e, por último, as
§ 3º - Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, a arroladas pelo indiciado.
citação será feita por edital, publicada no órgão oficial por 3 (três) § 2º - Na hipótese de depoimentos contraditórios ou divergen-
vezes, com prazo de 15 (quinze) dias úteis, contados a partir da tes entre si, proceder-se-á à acareação dos depoentes. § 3º - Antes
primeira publicação, juntando-se comprovante ao processo. de depor, a testemunha será qualificada, declarando o nome, estado
§ 4º - Quando houver fundada suspeita de ocultação do indi- civil, profissão, se é parente, e em que grau, de alguma das partes,
ciado, proceder-se-á à citação por hora certa, na forma dos arts. ou quais suas relações com qualquer delas.
227 a 229 do Código de Processo Civil. Art. 236 - Ao ser inquirida uma testemunha, as demais não
§ 5º - Estando o indiciado afastado do seu domicílio e conhe- poderão estar presentes, a fim de evitar-se que uma ouça o depoi-
cido o seu endereço em outra localidade, a citação será feita por mento da outra.
via postal, em carta registrada, juntando-se ao processo o compro- Art. 237 - O procurador do acusado poderá assistir ao inter-
vante do registro e o aviso de recebimento. rogatório, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe ve-
§ 6º - A citação pessoal, as intimações e as notificações serão dado interferir nas perguntas e respostas, facultando-selhe, porém,
feitas pelo secretário da comissão, apresentando ao destinatário o reinquiri-las, por intermédio do presidente da comissão.
instrumento correspondente em duas vias para que, retendo uma Art. 238 - A testemunha somente poderá eximir-se de depor
delas, passe recibo devidamente datado na outra. nos casos previstos em lei penal.

Didatismo e Conhecimento 222


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 1º - Se arrolados como testemunha, o Governador do Esta- da fluência do prazo, contar-se-á o destinado à feitura do relatório
do, os Secretários, os dirigentes máximos de autarquias, bem como a partir do dia seguinte ao da dispensa da apresentação.
outras autoridades federais, estaduais ou municipais de níveis hie- § 3º - No relatório, a comissão apreciará em relação a cada in-
rárquicos a eles assemelhados, o depoimento será colhido em dia, diciado, separadamente, as irregularidades, objeto de acusação, as
hora e local previamente ajustados entre o presidente da comissão provas que instruírem o processo e as razões de defesa, propondo,
e a autoridade. justificadamente, a absolvição ou a punição, sugerindo, nesse caso,
§ 2º - Os servidores estaduais arrolados como testemunhas se- a pena que couber.
rão requisitados junto às respectivas chefias e, os federais e os mu- § 4º - Deverá, também, a comissão, em seu relatório, sugerir
nicipais, bem como os militares, serão notificados por intermédio providências tendentes a evitar a reprodução de fatos semelhantes
das repartições ou unidades a que servirem. ao que originou o processo, bem como quaisquer outras que lhe
§ 3º - No caso em que as pessoas estranhas ao serviço público pareçam de interesse do serviço público estadual. Art. 246 - O rela-
se recusem a depor perante a comissão, o presidente poderá soli- tório da comissão será encaminhado à autoridade que determinou
citar à autoridade policial competente, providências no sentido de a sua instauração para apreciação final no prazo de 30 (trinta) dias.
serem elas ouvidas na polícia, encaminhando, para tanto, àquela § 1º - Apresentado o relatório, a comissão ficará à disposição
autoridade, a matéria reduzida a itens, sobre a qual devam ser ou- da autoridade que houver instaurado o inquérito para qualquer es-
vidas. clarecimento ou providência julgada necessária.
Art. 239 - Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do § 2º - Quando não for da alçada da autoridade a aplicação das
acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja penalidades e das providências indicadas, estas serão propostas a
submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe, pelo quem de direito competir, no prazo marcado para julgamento.
menos, um médico psiquiatra. Parágrafo único - O incidente de § 3º - Na hipótese do parágrafo anterior, o prazo para julga-
sanidade mental será processado em autos apartados e apensos ao mento final será de 20 (vinte) dias.
processo principal, após expedição do laudo pericial. § 4º - A autoridade julgadora promoverá a publicação em
Art. 240 - O indiciado que mudar de residência fica obrigado a órgão oficial, no prazo de 8 (oito) dias, da decisão que proferir,
comunicar à comissão o local onde será encontrado. expedirá os atos decorrentes do julgamento e determinará as pro-
Art. 241 - Durante o curso do processo, a comissão promoverá vidências necessárias a sua execução.
as diligências que se fizerem necessárias à elucidação do objeto § 5º - Cumprido o disposto no parágrafo anterior, dar-se-á
do inquérito, podendo, inclusive, recorrer a técnicos e peritos. Pa- ciência da solução do processo ao autor da representação e à co-
rágrafo único - Os órgãos estaduais atenderão com prioridade às missão, procedendo-se, após, ao seu arquivamento.
solicitações da comissão. § 6º - Se o processo não for encaminhado à autoridade compe-
Art. 242 - Compete à comissão tomar conhecimento de novas tente no prazo de 30 (trinta) dias, ou julgado no prazo determinado
imputações que surgirem, durante o curso do processo, contra o no § 3º, o indiciado poderá reassumir, automaticamente, o exercí-
indiciado, caso em que este poderá produzir novas provas objeti- cio do seu cargo, onde aguardará o julgamento.
vando sua defesa.
Art. 243 - Na formação material do processo, todos os termos CAPÍTULO VI
lavrados pelo secretário terão forma sucinta e, quando possível, DO PROCESSO POR ABANDONO DE CARGO OU POR
padronizada. AUSÊNCIAS EXCESSIVAS AO SERVIÇO
§ 1º - A juntada de documentos será feita pela ordem crono-
lógica de apresentação mediante despacho do presidente da co- Art. 247 - É dever do chefe imediato conhecer os motivos que
missão. § levam o servidor a faltar consecutiva e frequentemente ao serviço.
2º - A cópia da ficha funcional deverá integrar o processo Parágrafo único - Constatadas as primeiras faltas, deverá o chefe
desde a indiciação do servidor, bem como, após despacho do pre- imediato, sob pena de se tornar corresponsável, comunicar o fato
sidente, o mandato, revestido das formalidades legais que permita ao órgão de apoio administrativo da repartição que promoverá as
a intervenção de procurador, se for o caso. diligências necessárias à apuração da ocorrência.
Art. 244 - Ultimada a instrução do processo, intimar-se-á o Art. 248 - Quando o número de faltas não justificadas ultrapas-
indiciado, ou seu defensor legalmente constituído, para, no prazo sar a 30 (trinta) consecutivas ou 60 (sessenta) intercaladas durante
de 10 (dez) dias, contados da data da intimação, apresentar defesa um ano, a repartição onde o servidor estiver em exercício promo-
por escrito, sendo-lhe facultada vista aos autos na forma da lei. verá sindicância e, à vista do resultado nela colhido, proporá:
§ 1º - Havendo 2 (dois) ou mais indiciados, o prazo será co- I - a solução, se ficar provada a existência de força maior, coa-
mum e de 20 (vinte) dias. ção ilegal ou circunstância ligada ao estado físico ou psíquico do
§ 2º - O prazo de defesa, excepcionalmente, poderá ser supri- servidor, que contribua para não caracterizar o abandono do cargo
mido, a critério da comissão, quando esta a julgar desnecessária, ou que possa determinar a justificabilidade das faltas;
face à inconteste comprovação da inocência do indiciado. II - a instauração de inquérito administrativo se inexistirem
Art. 245 - Esgotado o prazo de defesa, a comissão apresen- provas das situações mencionadas no inciso anterior, ou existindo,
tará, dentro de 10 (dez) dias, minucioso relatório, resumindo as forem julgadas insatisfatórias.
peças essenciais dos autos e mencionando as provas principais em § 1º - No caso de ser proposta a demissão, o servidor terá o
que se baseou para formular sua convicção. prazo de 5 (cinco) dias para apresentar defesa.
§ 1º - O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência § 2º - Para aferição do número de faltas, as horas serão con-
ou à responsabilidade do sindicado. vertidas em dias, quando o servidor estiver sujeito a regime de
§ 2º - Se a defesa tiver sido dispensada ou apresentada antes plantões.

Didatismo e Conhecimento 223


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 3º - Salvo em caso de ficar caracterizada, desde logo, a in- § 3º - A lei regulará o atendimento gratuito de filhos e depen-
tenção do faltoso em abandonar o cargo, ser-lhe-á permitido con- dentes de servidores, de zero a seis anos, em creches e pré-escola.
tinuar em exercício, a título precário, sem prejuízo da conclusão Art. 257 - O auxílio-funeral é a importância devida à família
do processo. do servidor falecido, ativo ou inativo, em valor equivalente:
§ 4º - É facultado ao indiciado, por abandono de cargo ou I - a um mês de remuneração ou provento que perceberia na
por ausências excessivas ao serviço, no decurso do corresponden- data do óbito, considerados eventuais acúmulos legais;
te processo administrativo disciplinar, requerer sua exoneração, a II - ao montante das despesas realizadas, respeitando o limite
juízo da autoridade competente. fixado no inciso anterior, quando promovido por terceiros. Pará-
grafo único - O processo de concessão de auxílio-funeral obedece-
CAPÍTULO VII rá a rito sumário e concluir-se-á no prazo de 48 (quarenta e oito)
DA REVISÃO DO PROCESSO horas da prova do óbito, subordinando-se o pagamento à apresen-
tação dos comprovantes da despesa.
Art. 249 - O processo administrativo disciplinar poderá ser Art. 258 - Em caso de falecimento de servidor ocorrido quan-
revisto, uma única vez, a qualquer tempo ou “ex-officio”, quando do no desempenho de suas funções, fora do local de trabalho, in-
se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar clusive em outro Estado ou no exterior, as despesas de transporte
a inocência ou inadequação da penalidade aplicada. do corpo correrão à conta de recursos do Estado, autarquia ou fun-
§ 1º - O pedido da revisão não tem efeito suspensivo e nem dação de direito público.
permite agravação da pena. Art. 259 - Ao cônjuge ou dependente do servidor falecido em
§ 2º - Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento consequência de acidente em serviço ou agressão não-provocada,
do servidor, qualquer pessoa de sua família poderá requerer revi- no exercício de suas atribuições, será concedida complementação
são do processo. da pensão que, somada à que perceber do órgão de Previdência do
§ 3º - No caso de incapacidade mental, a revisão poderá ser Estado, perfaça a totalidade da remuneração percebida pelo servi-
requerida pelo respectivo curador. dor, quando em atividade.
Art. 250 - No processo revisional, o ônus da prova cabe ao Art. 260 - Caberá ao Instituto de Previdência do Estado do
requerente. Rio Grande do Sul a concessão de benefícios e serviços, na forma
Art. 251 - O requerimento de revisão do processo será di- prevista em lei específica.
Parágrafo único - Todo servidor abrangido por esta lei deverá,
rigido ao Secretário de Estado ou autoridade equivalente que, se
obrigatoriamente, ser contribuinte do órgão previdenciário de que
a autorizar, encaminhará o pedido ao órgão ou entidade onde se
trata este artigo. (Vide Lei Complementar n.° 10.776/96)
originou o processo disciplinar.
Art. 252 - A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias de prazo
TÍTULO VII
para a conclusão dos trabalhos.
DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL
Art. 253 - O julgamento caberá à autoridade que aplicou a INTERESSE PÚBLICO
penalidade nos termos do artigo 246, no prazo de 20 (vinte) dias, Art. 261 - Para atender necessidade temporária de excepcio-
contados do recebimento do processo, durante o qual poderá deter- nal interesse público, a Administração estadual poderá efetuar
minar as diligências que julgar necessárias. contratações de pessoal, por prazo determinado, na forma da lei.
Art. 254 - Julgada procedente a revisão, será declarada sem Parágrafo único - Para os fins previstos neste artigo, consideram-se
efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos como necessidade temporária de excepcional interesse público as
do servidor. contratações destinadas a:
I - combater surtos epidêmicos;
TÍTULO VI II - atender situações de calamidade pública;
DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA AO SERVIDOR III - atender a outras situações de urgência que vierem a ser
Art. 255 - O Estado manterá órgão ou entidade de previdência definidas em lei.
e assistência médica, odontológica e hospitalar para seus servido-
res e dependentes, mediante contribuição, nos termos da lei. TÍTULO VIII
Art. 256 - Caberá, especialmente ao Estado, a concessão dos DAS DISPOSIÇÕES GERAIS, TRANSITÓRIAS E FINAIS
seguintes benefícios, na forma prevista nesta lei
: I - abono familiar; CAPÍTULO I
II - licença para tratamento de saúde; DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
III - licença-gestante, à adotante e licença-paternidade; Art. 262 - O dia 28 de outubro é consagrado ao servidor pú-
IV - licença por acidente em serviço; blico estadual.
V - aposentadoria; Art. 263 - Poderão ser conferidos, no âmbito da administração
VI - auxílio-funeral; estadual, autarquia e fundações de direito público, prêmios pela
VII - complementação de pensão. apresentação de ideias, inventos ou trabalhos que possibilitem o
§ 1° - Além das concessões de que trata este artigo, será devi- aumento da produtividade e a redução de custos operacionais, bem
do o auxílio-transporte, correspondente à necessidade de desloca- como concessão de medalhas, diploma de honra ao mérito, conde-
mento do servidor em atividade para seu local de trabalho e vice- coração e louvor, na forma do regulamento. Art. 264 - Os prazos
-versa, nos termos da lei. previstos nesta lei serão contados em dias corridos, excluindo-se
§ 2º - O Estado concederá o auxílio-refeição, na forma da lei. o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorro-
(Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, gado, para o primeiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em
conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) que não haja expediente.

Didatismo e Conhecimento 224


LEGISLAÇÃO APLICADA
Parágrafo único - Os avanços e os adicionais de 15% (quinze § 1º - Os servidores celetistas de que trata o “caput” deverão
por cento) e 25% (vinte e cinco por cento) serão pagos a partir do manifestar, formalmente, no prazo de 90 (noventa) dias após a pro-
primeiro dia do mês em que for completado o período de conces- mulgação desta lei, a opção de não integrarem o regime jurídico
são. por esta estabelecido. (Vetado pelo Governador e mantido pela As-
Art. 265 - Por motivo de crença religiosa ou de convicção filo- sembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94)
sófica ou política, o servidor não poderá ser privado de quaisquer § 2º - Os cargos ocupados pelos nomeados interinamente e as
dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem funções correspondentes aos extranumerários e contratados de que
eximir-se do cumprimento de seus deveres. trata este artigo, ficam transformados em cargos de provimento
Art. 266 - Do exercício de encargos ou serviços diferentes dos efetivo, em classe inicial, em número certo, operando-se automa-
definidos em lei ou regulamento, como próprio do seu cargo ou ticamente a transposição dos seus ocupantes, observada a identi-
função, não decorre nenhum direito ao servidor, ressalvadas as co- dade de denominação e equivalência das atribuições com cargos
missões legais. Art. 267 - É vedado às chefias manterem sob suas correspondentes dos respectivos quadros de pessoal. (Vetado pelo
ordens cônjuges e parentes até segundo grau, salvo quando se tra- Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme
tar de função de imediata confiança e livre escolha, não podendo, DOE n.º 66, de 08/04/94) (Declarada a inconstitucionalidade da
porém, exceder de dois o número de auxiliares nessas condições. expressão na ADI n.º 1150)
Art. 268 - Serão assegurados ao servidor público civil os di- § 3º - Nos órgãos em que já exista sistema de promoção para
reitos de associação profissional ou sindical. servidores celetistas, a transformação da respectiva função será
Art. 269 - Consideram-se da família do servidor, além do para o cargo de provimento efetivo em classe correspondente.
cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e (Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa,
constem no seu assentamento individual. Parágrafo único - Equi- conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) (Vide ADI n.º 1150 que deu ao
para-se ao cônjuge, a companheira ou companheiro que comprove texto exegese conforme à Constituição Federal, a fim de excluir de
união estável como entidade familiar. seu alcance as funções ou empregos relativos a servidores celetis-
Art. 270 - A atribuição de qualquer direito e vantagem, cuja tas que não se submeteram ao concurso aludido no art. 37, inciso
concessão dependa de ato ou portaria do Governador do Estado, II da Constituição Federal, ou referido no § 1º do art. 19 do ADCT)
ou de outra autoridade com competência para tal, somente produ- § 4º - Os cargos de provimento efetivo resultantes das dispo-
zirá efeito a partir da data da publicação no órgão oficial. sições deste artigo, excetuados os providos na forma do artigo 6º,
Art. 271 - Os servidores estaduais, no exercício de suas atri- terão carreira de promoção própria, extinguindo-se à medida que
buições, não estão sujeitos a sanções disciplinares por crítica irro- vagarem, ressalvados os Quadros próprios, criados por lei, cujos
gada em quaisquer escritos de natureza administrativa. cargos são providos no sistema de carreira, indistintamente, por
Parágrafo único - A requerimento do interessado, poderá a servidores celetistas e estatutários. (Redação dada pela Lei Com-
autoridade suprimir as críticas irrogadas. plementar n.º 10.248/94)
Art. 272 - O servidor que esteja sujeito à fiscalização de ór- § 5º - Para efeitos de aplicação deste artigo, não serão consi-
gão profissional e for suspenso do exercício da profissão, enquanto deradas as situações de fato em desvio de função. (Vetado pelo Go-
durar a medida, não poderá desempenhar atividade que envolva vernador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE
responsabilidade técnico-profissional. n.º 66, de 08/04/94)
Art. 273 - O Poder Executivo regulará as condições necessá- § 6º - Os contratados por prazo determinado terão seus con-
rias à perfeita execução desta lei, observados os princípios gerais tratos extintos, após o vencimento do prazo de vigência. (Vetado
nela consignados. pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, confor-
Art. 274 - O disposto nesta lei é extensivo às autarquias e às me DOE n.º 66, de 08/04/94)
fundações de direito público, respeitada, quanto à prática de atos § 7º - Excepcionada a situação prevista no parágrafo 3º deste
administrativos, a competência dos respectivos titulares. artigo, fica assegurada ao servidor, a título de vantagem pessoal,
Art. 275 - Os dirigentes máximos das autarquias e fundações como parcela autônoma, nominalmente identificável, a diferença
de direito público poderão praticar atos administrativos de com- resultante entre a remuneração básica da função anteriormente de-
petência do Governador, salvo os indelegáveis, nas áreas de suas sempenhada sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho e
respectivas atuações. a do cargo da classe inicial da categoria funcional para a qual foi
transposto. (Incluído pela Lei Complementar n.º 10.248/94)
CAPÍTULO II Art. 277 - São considerados extintos os contratos individuais
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS de trabalho dos servidores que passarem a integrar o regime jurí-
dico na forma do artigo 276, desta lei, ficando-lhes assegurada a
Art. 276 - Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por contagem do tempo anterior de serviço público estadual para todos
esta lei, na qualidade de servidores públicos, os servidores esta- os efeitos, exceto para os fins previstos no inciso I do artigo 151,
tutários da Administração Direta, das autarquias e das fundações na forma da lei. (Vetado pelo Governador e mantido pela Assem-
de direito público, inclusive os interinos e extranumerários, bem bleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94)
como os servidores estabilizados vinculados à Consolidação das § 1º - O servidor que houver implementado o período aquisiti-
Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5452, de 1º de vo que lhe assegure o direito a férias no regime anterior, será obri-
maio de 1943. (Vetado pelo Governador e mantido pela Assem- gado a gozá-las, imediatamente, aplicando-se ao período restante
bleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) (Vide Lei n.° o disposto no § 2º deste artigo. (Vetado pelo Governador e mantido
11.129/98 e Lei Complementar n.º 10.248/94) pela Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94)

Didatismo e Conhecimento 225


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 2º - Para integralizar o período aquisitivo de férias regu- b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até 01 (um) ano
lamentares de que trata o § 1º do artigo 67, será computado 1/12 após o final do mandato, exceto se a pedido; (Vetado pelo Gover-
(um doze avos) por mês de efetivo exercício no regime anterior. nador e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º
(Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislati- 66, de 08/04/94)
va, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) § 3º - O servidor que, até c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical
31 de dezembro de 1993, não tenha completado o quinquênio de a que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições defi-
que trata o artigo 150 desta Lei Complementar, terá assegurado o nidas em assembleia geral da categoria. (Vetado pelo Governador
cômputo desse período para fins de concessão de licença-prêmio, e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de
inclusive para os efeitos do inciso I do artigo 151 da mesma Lei. 08/04/94) ,
(Incluído pela Lei Complementar n.º 10.248/94) Art. 285 - No prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da
Art. 278 - Os saldos das contas vinculadas do Fundo de Ga- data da promulgação desta lei, o Poder Executivo deverá enca-
rantia do Tempo de Serviço, dos servidores celetistas que passa- minhar ao Poder Legislativo, projeto de lei que trate do quadro
rem a integrar o regime jurídico na forma do artigo 276, desta lei, de carreira dos funcionários de escola. (Vetado pelo Governador
poderão ser sacados nas hipóteses previstas pela legislação federal e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de
vigente sobre a matéria. (Vetado pelo Governador e mantido pela 08/04/94)
Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) Art. 286 - As despesas decorrentes da aplicação desta lei cor-
Parágrafo único - O saldo da conta individualizada de ser- rerão à conta de dotações orçamentárias próprias.
vidores não optantes pelo FGTS reverterá em favor do Estado ou Art. 287 - Fica o Executivo autorizado a abrir créditos suple-
da entidade depositante. (Vetado pelo Governador e mantido pela mentares necessários à cobertura das despesas geradas por esta lei.
Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) Art. 288 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação,
Art. 279 - Aplicam-se as disposições desta lei aos integrantes produzindo seus efeitos a contar de 1º de janeiro de 1994. (Vetado
do Plano de Carreira do Magistério Público Estadual, na forma pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa, confor-
prevista no art. 154 da Lei nº 6.672, de 22 de abril de 1974. me DOE n.º 66, de 08/04/94)
Art. 280 - As disposições da Lei nº 7.366, de 29 de março de Art. 289 - Ressalvados os direitos adquiridos, o ato jurídico
1980, que não conflitarem com os princípios estabelecidos por esta perfeito e a coisa julgada, são revogadas as disposições em contrá-
lei, permanecerão em vigor até a edição de lei complementar, pre- rio. PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 3 de fevereiro de 1994
vista no art. 134 da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul.
Art. 281 - A exceção de que trata o artigo 1º se estende aos
empregados portuários e hidroviários, vinculados à entidade res-
ponsável pela administração de portos de qualquer natureza, hidro- A PROTEÇÃO E OS DIREITOS DAS
vias e obras de proteção e regularização, que continuarão a adotar PESSOAS PORTADORAS DE
o regime da Lei nº 4.860/65, a legislação trabalhista, a legislação TRANSTORNOS MENTAIS E REDIRECIO-
portuária federal e a política nacional de salários, observado o qua- NA O MODELO ASSISTENCIAL EM
dro de pessoal próprio.
Art. 282 - A diferença de proventos, instituída pelo Decreto- SAÚDE MENTAL.
-Lei nº 1.145/46, estendida às autarquias pela Lei nº 1.851/52 e
Ato 206/76 – DEPREC, aplica-se ao pessoal contratado direta-
mente sob regime jurídico trabalhista do Departamento Estadual
de Portos, Rios e Canais, vinculado à Previdência Social Federal. LEI No 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001.
(Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia Legislativa,
conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras
Parágrafo único - A diferença de proventos será concedida de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saú-
somente quando o empregado satisfizer os requisitos da aposen- de mental.
tadoria pela legislação estadual em vigor e que sejam estáveis no
serviço público, a teor do art. 19 do Ato das Disposições Transitó- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
rias da Constituição Federal. (Vetado pelo Governador e mantido gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
pela Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) Art. 1o Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de
Art. 283 - Os graus relativos aos cargos organizados em car- transtorno mental, de que trata esta Lei, são assegurados sem qual-
reira a que se refere esta lei, enquanto não editada a lei comple- quer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação
mentar de que trata o art. 31 da Constituição do Estado, corres- sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, re-
pondem as atuais classes. (Vetado pelo Governador e mantido pela cursos econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução
Assembleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) de seu transtorno, ou qualquer outra.
Art. 284 - Ao servidor público civil é assegurado, nos termos Art. 2o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer na-
da Constituição Federal e da Constituição Estadual, o direito à li- tureza, a pessoa e seus familiares ou responsáveis serão formal-
vre organização sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela mente cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único
decorrentes: (Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia deste artigo.
Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtor-
a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substi- no mental:
tuto processual; (Vetado pelo Governador e mantido pela Assem- I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, con-
bleia Legislativa, conforme DOE n.º 66, de 08/04/94) sentâneo às suas necessidades;

Didatismo e Conhecimento 226


LEGISLAÇÃO APLICADA
II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse ex- Art. 8o A internação voluntária ou involuntária somente será au-
clusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação torizada por médico devidamente registrado no Conselho Regional
pela inserção na família, no trabalho e na comunidade; de Medicina - CRM do Estado onde se localize o estabelecimento.
III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e explora- § 1o A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de
ção; setenta e duas horas, ser comunicada ao Ministério Público Estadual
IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas; pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha ocorrido,
V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para devendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da respec-
esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização involuntária; tiva alta.
VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis; § 2o O término da internação involuntária dar-se-á por solicita-
VII - receber o maior número de informações a respeito de sua ção escrita do familiar, ou responsável legal, ou quando estabelecido
doença e de seu tratamento; pelo especialista responsável pelo tratamento.
VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos Art. 9o A internação compulsória é determinada, de acordo com
invasivos possíveis; a legislação vigente, pelo juiz competente, que levará em conta as
IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários condições de segurança do estabelecimento, quanto à salvaguarda
de saúde mental. do paciente, dos demais internados e funcionários.
Art. 3o É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da Art. 10. Evasão, transferência, acidente, intercorrência clínica
política de saúde mental, a assistência e a promoção de ações de grave e falecimento serão comunicados pela direção do estabele-
saúde aos portadores de transtornos mentais, com a devida par- cimento de saúde mental aos familiares, ou ao representante legal
ticipação da sociedade e da família, a qual será prestada em es- do paciente, bem como à autoridade sanitária responsável, no prazo
tabelecimento de saúde mental, assim entendidas as instituições máximo de vinte e quatro horas da data da ocorrência.
ou unidades que ofereçam assistência em saúde aos portadores de Art. 11. Pesquisas científicas para fins diagnósticos ou terapêu-
transtornos mentais. ticos não poderão ser realizadas sem o consentimento expresso do
paciente, ou de seu representante legal, e sem a devida comunicação
Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só será
aos conselhos profissionais competentes e ao Conselho Nacional de
indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insu-
Saúde.
ficientes.
Art. 12. O Conselho Nacional de Saúde, no âmbito de sua atua-
§ 1o O tratamento visará, como finalidade permanente, a rein-
ção, criará comissão nacional para acompanhar a implementação
serção social do paciente em seu meio.
desta Lei.
§ 2o O tratamento em regime de internação será estruturado de
Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
forma a oferecer assistência integral à pessoa portadora de trans- Brasília, 6 de abril de 2001; 180o da Independência e 113o da
tornos mentais, incluindo serviços médicos, de assistência social, República.
psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
§ 3o É vedada a internação de pacientes portadores de transtor- Jose Gregori
nos mentais em instituições com características asilares, ou seja, José Serra
aquelas desprovidas dos recursos mencionados no § 2o e que não Roberto Brant
assegurem aos pacientes os direitos enumerados no parágrafo úni- Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 9.4.2001
co do art. 2o.
Art. 5o O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o
qual se caracterize situação de grave dependência institucional,
decorrente de seu quadro clínico ou de ausência de suporte social, ESTATUTO DO IDOSO.
será objeto de política específica de alta planejada e reabilitação
psicossocial assistida, sob responsabilidade da autoridade sanitá-
ria competente e supervisão de instância a ser definida pelo Poder
Executivo, assegurada a continuidade do tratamento, quando ne- LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003.
cessário.
Art. 6o A internação psiquiátrica somente será realizada me- Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.
diante laudo médico circunstanciado que caracterize os seus mo-
tivos. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de inter- gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
nação psiquiátrica:
I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimen- TÍTULO I
to do usuário; Disposições Preliminares
II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consenti- Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os
mento do usuário e a pedido de terceiro; e direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60
III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça. (sessenta) anos.
Art. 7o A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais ineren-
ou que a consente, deve assinar, no momento da admissão, uma tes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata
declaração de que optou por esse regime de tratamento. esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as
Parágrafo único. O término da internação voluntária dar-se-á oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física
por solicitação escrita do paciente ou por determinação do médico e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e so-
assistente. cial, em condições de liberdade e dignidade.

Didatismo e Conhecimento 227


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade CAPÍTULO II
e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à
cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa
à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais,
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: garantidos na Constituição e nas leis.
I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto § 1o O direito à liberdade compreende, entre outros, os se-
aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à popula- guintes aspectos:
ção; I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e es-
II – preferência na formulação e na execução de políticas so- paços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
ciais públicas específicas; II – opinião e expressão;
III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas III – crença e culto religioso;
relacionadas com a proteção ao idoso; IV – prática de esportes e de diversões;
IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocu- V – participação na vida familiar e comunitária;
pação e convívio do idoso com as demais gerações; VI – participação na vida política, na forma da lei;
V – priorização do atendimento do idoso por sua própria fa- VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.
mília, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não § 2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da in-
a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria tegridade física, psíquica e moral, abrangendo a preservação da
sobrevivência; imagem, da identidade, da autonomia, de valores, ideias e crenças,
VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas dos espaços e dos objetos pessoais.
áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços aos § 3o É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocan-
idosos; do-o a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrori-
VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a di- zante, vexatório ou constrangedor.
vulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos
CAPÍTULO III
biopsicossociais de envelhecimento;
Dos Alimentos
VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de
Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da
assistência social locais.
lei civil.
IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de
Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso
Renda. (Incluído pela Lei nº 11.765, de 2008).
optar entre os prestadores.
Art. 4o  Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de ne-
Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser cele-
gligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo
bradas perante o Promotor de Justiça ou Defensor Público, que as
atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na referendará, e passarão a ter efeito de título executivo extrajudi-
forma da lei. cial nos termos da lei processual civil. (Redação dada pela Lei nº
§ 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos di- 11.737, de 2008)
reitos do idoso. Art. 14.  Se o idoso ou seus familiares não possuírem con-
§ 2o As obrigações previstas nesta Lei não excluem da pre- dições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder
venção outras decorrentes dos princípios por ela adotados. Público esse provimento, no âmbito da assistência social.
Art. 5o A inobservância das normas de prevenção importará
em responsabilidade à pessoa física ou jurídica nos termos da lei. CAPÍTULO IV
Art. 6o Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade Do Direito à Saúde
competente qualquer forma de violação a esta Lei que tenha teste- Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por
munhado ou de que tenha conhecimento. intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o
Art. 7o Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo
e Municipais do Idoso, previstos na Lei no 8.842, de 4 de janeiro das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e re-
de 1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos do idoso, definidos cuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que
nesta Lei. afetam preferencialmente os idosos.
§ 1o A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão
TÍTULO II efetivadas por meio de:
Dos Direitos Fundamentais I – cadastramento da população idosa em base territorial;
II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;
CAPÍTULO I III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especia-
Do Direito à Vida lizado nas áreas de geriatria e gerontologia social;
Art. 8o O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a
proteção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação população que dele necessitar e esteja impossibilitada de se loco-
vigente. mover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por instituições
Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a pro- públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente con-
teção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais pú- veniadas com o Poder Público, nos meios urbano e rural;
blicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para
de dignidade. redução das sequelas decorrentes do agravo da saúde.

Didatismo e Conhecimento 228


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 2o Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuita- § 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra
mente, medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim o idoso qualquer ação ou omissão praticada em local público ou
como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológi-
habilitação ou reabilitação. co. (Incluído pela Lei nº 12.461, de 2011)
§ 3o É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde § 2o Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória previs-
pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade. ta no caput deste artigo, o disposto na Lei no 6.259, de 30 de outubro
§ 4o  Os idosos portadores de deficiência ou com limitação de 1975. (Incluído pela Lei nº 12.461, de 2011)
incapacitante terão atendimento especializado, nos termos da lei.
§ 5o É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo pe- CAPÍTULO V
rante os órgãos públicos, hipótese na qual será admitido o seguinte Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer
procedimento: (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013) Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer,
I - quando de interesse do poder público, o agente promoverá diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua pecu-
o contato necessário com o idoso em sua residência; ou (Incluído liar condição de idade.
pela Lei nº 12.896, de 2013) Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do ido-
II - quando de interesse do próprio idoso, este se fará repre- so à educação, adequando currículos, metodologias e material didáti-
sentar por procurador legalmente constituído. (Incluído pela Lei nº co aos programas educacionais a ele destinados.
12.896, de 2013) § 1o Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo
§ 6o É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar às técnicas de comunicação, computação e demais avanços tecnoló-
pela perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, gicos, para sua integração à vida moderna.
pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de saúde, § 2o Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico
contratado ou conveniado, que integre o Sistema Único de Saúde ou cultural, para transmissão de conhecimentos e vivências às demais
- SUS, para expedição do laudo de saúde necessário ao exercício gerações, no sentido da preservação da memória e da identidade cul-
de seus direitos sociais e de isenção tributária. (Incluído pela Lei turais.
nº 12.896, de 2013) Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino
Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o formal serão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhe-
direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as cimento, ao respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o
preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria.
condições adequadas para a sua permanência em tempo integral,
Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de
segundo o critério médico.
lazer será proporcionada mediante descontos de pelo menos 50%
Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável
(cinquenta por cento) nos ingressos para eventos artísticos, culturais,
pelo tratamento conceder autorização para o acompanhamento do
esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos
idoso ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por escrito.
locais.
Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades
Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários
mentais é assegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde
especiais voltados aos idosos, com finalidade informativa, educativa,
que lhe for reputado mais favorável. artística e cultural, e ao público sobre o processo de envelhecimento.
Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proce- Art. 25. O Poder Público apoiará a criação de universidade aber-
der à opção, esta será feita: ta para as pessoas idosas e incentivará a publicação de livros e perió-
I – pelo curador, quando o idoso for interditado; dicos, de conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que faci-
II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este litem a leitura, considerada a natural redução da capacidade visual.
não puder ser contactado em tempo hábil;
III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e CAPÍTULO VI
não houver tempo hábil para consulta a curador ou familiar; Da Profissionalização e do Trabalho
IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou fa- Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissio-
miliar conhecido, caso em que deverá comunicar o fato ao Minis- nal, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas.
tério Público. Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou empre-
Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios go, é vedada a discriminação e a fixação de limite máximo de idade,
mínimos para o atendimento às necessidades do idoso, promoven- inclusive para concursos, ressalvados os casos em que a natureza do
do o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim como cargo o exigir.
orientação a cuidadores familiares e grupos de auto-ajuda. Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência pra- público será a idade, dando-se preferência ao de idade mais elevada.
ticada contra idosos serão objeto de notificação compulsória pelos Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:
serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária, bem I – profissionalização especializada para os idosos, aproveitan-
como serão obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer do seus potenciais e habilidades para atividades regulares e remune-
dos seguintes órgãos: (Redação dada pela Lei nº 12.461, de 2011) radas;
I – autoridade policial; II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com
II – Ministério Público; antecedência mínima de 1 (um) ano, por meio de estímulo a novos
III – Conselho Municipal do Idoso; projetos sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento so-
IV – Conselho Estadual do Idoso; bre os direitos sociais e de cidadania;
V – Conselho Nacional do Idoso. III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos
ao trabalho.

Didatismo e Conhecimento 229


LEGISLAÇÃO APLICADA
CAPÍTULO VII CAPÍTULO IX
Da Previdência Social Da Habitação
Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da fa-
Geral da Previdência Social observarão, na sua concessão, crité- mília natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familia-
rios de cálculo que preservem o valor real dos salários sobre os res, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou
quais incidiram contribuição, nos termos da legislação vigente. privada.
Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção § 1o A assistência integral na modalidade de entidade de longa
serão reajustados na mesma data de reajuste do salário-míni- permanência será prestada quando verificada inexistência de gru-
mo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do po familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros
seu último reajustamento, com base em percentual definido em re- próprios ou da família.
gulamento, observados os critérios estabelecidos pela Lei no 8.213, § 2o Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica
de 24 de julho de 1991. obrigada a manter identificação externa visível, sob pena de inter-
Art. 30.  A perda da condição de segurado não será consi- dição, além de atender toda a legislação pertinente.
derada para a concessão da aposentadoria por idade, desde que a § 3o As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a
pessoa conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspon- manter padrões de habitação compatíveis com as necessidades
dente ao exigido para efeito de carência na data de requerimento deles, bem como provê-los com alimentação regular e higiene in-
do benefício. dispensáveis às normas sanitárias e com estas condizentes, sob as
Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto penas da lei.
no caput observará o disposto no caput e § 2o do art. 3o da Lei Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidia-
no 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não havendo salários-de- dos com recursos públicos, o idoso goza de prioridade na aquisi-
-contribuição recolhidos a partir da competência de julho de 1994, ção de imóvel para moradia própria, observado o seguinte:
o disposto no art. 35 da Lei no 8.213, de 1991. I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades
Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efe- habitacionais residenciais para atendimento aos idosos; (Redação
tuado com atraso por responsabilidade da Previdência Social, será dada pela Lei nº 12.418, de 2011)
atualizado pelo mesmo índice utilizado para os reajustamentos dos
II – implantação de equipamentos urbanos comunitários vol-
benefícios do Regime Geral de Previdência Social, verificado no
tados ao idoso;
período compreendido entre o mês que deveria ter sido pago e o
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas,
mês do efetivo pagamento.
para garantia de acessibilidade ao idoso;
Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1o de Maio, é a data-base
IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendi-
dos aposentados e pensionistas.
mentos de aposentadoria e pensão.
Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para
CAPÍTULO VIII
Da Assistência Social atendimento a idosos devem situar-se, preferencialmente, no pavi-
Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de for- mento térreo. (Incluído pela Lei nº 12.419, de 2011)
ma articulada, conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei
Orgânica da Assistência Social, na Política Nacional do Idoso, no CAPÍTULO X
Sistema Único de Saúde e demais normas pertinentes. Do Transporte
Art. 34.  Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos,
que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica as-
provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) segurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos
salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social e semiurbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando
– Loas.  (Vide Decreto nº 6.214, de 2007) prestados paralelamente aos serviços regulares.
Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer mem- § 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente
bro da família nos termos do caput não será computado para os qualquer documento pessoal que faça prova de sua idade.
fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a Loas. § 2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este ar-
Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa- tigo, serão reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os
-lar, são obrigadas a firmar contrato de prestação de serviços com idosos, devidamente identificados com a placa de reservado prefe-
a pessoa idosa abrigada.  rencialmente para idosos.
§ 1o No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facul- § 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre
tada a cobrança de participação do idoso no custeio da entidade. 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legis-
§ 2o O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Muni- lação local dispor sobre as condições para exercício da gratuidade
cipal da Assistência Social estabelecerá a forma de participação nos meios de transporte previstos no caput deste artigo.
prevista no § 1o, que não poderá exceder a 70% (setenta por cento) Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual obser-
de qualquer benefício previdenciário ou de assistência social per- var-se-á, nos termos da legislação específica: (Regulamento) (Vide
cebido pelo idoso. Decreto nº 5.934, de 2006)
§ 3o Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para ido-
legal firmar o contrato a que se refere o caput deste artigo. sos com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos;
Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, II – desconto de 50% (cinquenta por cento), no mínimo, no
por adulto ou núcleo familiar, caracteriza a dependência econômi- valor das passagens, para os idosos que excederem as vagas gratui-
ca, para os efeitos legais. (Vigência) tas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos.

Didatismo e Conhecimento 230


LEGISLAÇÃO APLICADA
Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os III – serviços especiais de prevenção e atendimento às víti-
mecanismos e os critérios para o exercício dos direitos previstos mas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e
nos incisos I e II. opressão;
Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da IV – serviço de identificação e localização de parentes ou
lei local, de 5% (cinco por cento) das vagas nos estacionamentos responsáveis por idosos abandonados em hospitais e instituições
públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas de forma a de longa permanência;
garantir a melhor comodidade ao idoso. V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos di-
Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso reitos dos idosos;
nos procedimentos de embarque e desembarque nos veículos do VI – mobilização da opinião pública no sentido da participa-
sistema de transporte coletivo. (Redação dada pela Lei nº 12.899, ção dos diversos segmentos da sociedade no atendimento do idoso.
de 2013)
CAPÍTULO II
TÍTULO III Das Entidades de Atendimento ao Idoso
Das Medidas de Proteção Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela
manutenção das próprias unidades, observadas as normas de pla-
CAPÍTULO I nejamento e execução emanadas do órgão competente da Política
Das Disposições Gerais Nacional do Idoso, conforme a Lei no 8.842, de 1994.
Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sem- Parágrafo único. As entidades governamentais e não-gover-
pre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou namentais de assistência ao idoso ficam sujeitas à inscrição de seus
violados: programas, junto ao órgão competente da Vigilância Sanitária e
I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; Conselho Municipal da Pessoa Idosa, e em sua falta, junto ao Con-
II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou enti- selho Estadual ou Nacional da Pessoa Idosa, especificando os regi-
dade de atendimento; mes de atendimento, observados os seguintes requisitos:
III – em razão de sua condição pessoal. I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de
habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
CAPÍTULO II II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho com-
Das Medidas Específicas de Proteção patíveis com os princípios desta Lei;
Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nesta Lei
III – estar regularmente constituída;
poderão ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, e levarão em
IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.
conta os fins sociais a que se destinam e o fortalecimento dos vín-
Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de insti-
culos familiares e comunitários.
tucionalização de longa permanência adotarão os seguintes prin-
Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43,
cípios:
o Ministério Público ou o Poder Judiciário, a requerimento daque-
I – preservação dos vínculos familiares;
le, poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;
I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de
responsabilidade; III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em
II – orientação, apoio e acompanhamento temporários; caso de força maior;
III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime am- IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de
bulatorial, hospitalar ou domiciliar; caráter interno e externo;
IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, V – observância dos direitos e garantias dos idosos;
orientação e tratamento a usuários dependentes de drogas lícitas ou VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de
ilícitas, ao próprio idoso ou à pessoa de sua convivência que lhe ambiente de respeito e dignidade.
cause perturbação; Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de
V – abrigo em entidade; atendimento ao idoso responderá civil e criminalmente pelos atos
VI – abrigo temporário. que praticar em detrimento do idoso, sem prejuízo das sanções ad-
ministrativas.
TÍTULO IV Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento:
Da Política de Atendimento ao Idoso I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o
idoso, especificando o tipo de atendimento, as obrigações da en-
CAPÍTULO I tidade e prestações decorrentes do contrato, com os respectivos
Disposições Gerais preços, se for o caso;
Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por meio II – observar os direitos e as garantias de que são titulares os
do conjunto articulado de ações governamentais e não-governa- idosos;
mentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni- III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimenta-
cípios. ção suficiente;
Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento: IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de
I – políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, de 4 de habitabilidade;
janeiro de 1994; V – oferecer atendimento personalizado;
II – políticas e programas de assistência social, em caráter VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos fa-
supletivo, para aqueles que necessitarem; miliares;

Didatismo e Conhecimento 231


LEGISLAÇÃO APLICADA
VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento § 1o Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo
de visitas; de fraude em relação ao programa, caberá o afastamento provi-
VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessida- sório dos dirigentes ou a interdição da unidade e a suspensão do
de do idoso; programa.
IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais § 2o A suspensão parcial ou total do repasse de verbas públi-
e de lazer; cas ocorrerá quando verificada a má aplicação ou desvio de finali-
X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de dade dos recursos.
acordo com suas crenças; § 3o Na ocorrência de infração por entidade de atendimento,
XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso; que coloque em risco os direitos assegurados nesta Lei, será o fato
XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocor- comunicado ao Ministério Público, para as providências cabíveis,
rência de idoso portador de doenças infectocontagiosas; inclusive para promover a suspensão das atividades ou dissolução
XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público re- da entidade, com a proibição de atendimento a idosos a bem do
quisite os documentos necessários ao exercício da cidadania àque- interesse público, sem prejuízo das providências a serem tomadas
les que não os tiverem, na forma da lei;
pela Vigilância Sanitária.
XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis
§ 4o Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natu-
que receberem dos idosos;
reza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provie-
XV – manter arquivo de anotações onde constem data e cir-
cunstâncias do atendimento, nome do idoso, responsável, parentes, rem para o idoso, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os
endereços, cidade, relação de seus pertences, bem como o valor antecedentes da entidade.
de contribuições, e suas alterações, se houver, e demais dados que
possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento; CAPÍTULO IV
XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providências Das Infrações Administrativas
cabíveis, a situação de abandono moral ou material por parte dos Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as de-
familiares; terminações do art. 50 desta Lei:
XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com for- Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00
mação específica. (três mil reais), se o fato não for caracterizado como crime, poden-
Art. 51.  As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos do haver a interdição do estabelecimento até que sejam cumpridas
prestadoras de serviço ao idoso terão direito à assistência judiciária as exigências legais.
gratuita. Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento
de longa permanência, os idosos abrigados serão transferidos para
CAPÍTULO III outra instituição, a expensas do estabelecimento interditado, en-
Da Fiscalização das Entidades de Atendimento quanto durar a interdição.
Art. 52. As entidades governamentais e não-governamentais Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por
de atendimento ao idoso serão fiscalizadas pelos Conselhos do estabelecimento de saúde ou instituição de longa permanência de
Idoso, Ministério Público, Vigilância Sanitária e outros previstos comunicar à autoridade competente os casos de crimes contra ido-
em lei. so de que tiver conhecimento:
Art. 53. O art. 7o da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigorar com Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00
a seguinte redação: (três mil reais), aplicada em dobro no caso de reincidência.
“Art. 7o  Compete aos Conselhos de que trata o art. 6o desta Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a
Lei a supervisão, o acompanhamento, a fiscalização e a avaliação prioridade no atendimento ao idoso:
da política nacional do idoso, no âmbito das respectivas instâncias Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00
político-administrativas.» (NR)
(um mil reais) e multa civil a ser estipulada pelo juiz, conforme o
Art. 54. Será dada publicidade das prestações de contas dos
dano sofrido pelo idoso.
recursos públicos e privados recebidos pelas entidades de atendi-
mento.
Art. 55. As entidades de atendimento que descumprirem as CAPÍTULO V
determinações desta Lei ficarão sujeitas, sem prejuízo da responsa- Da Apuração Administrativa de Infração às 
bilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos, às seguin- Normas de Proteção ao Idoso
tes penalidades, observado o devido processo legal: Art. 59. Os valores monetários expressos no Capítulo IV se-
I – as entidades governamentais: rão atualizados anualmente, na forma da lei.
a) advertência; Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade
b) afastamento provisório de seus dirigentes; administrativa por infração às normas de proteção ao idoso terá
c) afastamento definitivo de seus dirigentes; início com requisição do Ministério Público ou auto de infração
d) fechamento de unidade ou interdição de programa; elaborado por servidor efetivo e assinado, se possível, por duas
II – as entidades não-governamentais: testemunhas.
a) advertência; § 1o No procedimento iniciado com o auto de infração pode-
b) multa; rão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a natureza e as
c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas; circunstâncias da infração.
d) interdição de unidade ou suspensão de programa; § 2o Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-
e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse pú- -á a lavratura do auto, ou este será lavrado dentro de 24 (vinte e
blico. quatro) horas, por motivo justificado.

Didatismo e Conhecimento 232


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a apresen- TÍTULO V
tação da defesa, contado da data da intimação, que será feita: Do Acesso à Justiça
I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for
lavrado na presença do infrator; CAPÍTULO I
II – por via postal, com aviso de recebimento. Disposições Gerais
Art. 62.  Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso, a Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste Ca-
autoridade competente aplicará à entidade de atendimento as san- pítulo, o procedimento sumário previsto no Código de Processo
ções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das providências Civil, naquilo que não contrarie os prazos previstos nesta Lei.
que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializadas e
instituições legitimadas para a fiscalização. exclusivas do idoso.
Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos
saúde da pessoa idosa abrigada, a autoridade competente aplicará à e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em
entidade de atendimento as sanções regulamentares, sem prejuízo que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou
da iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas pelo superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.
Ministério Público ou pelas demais instituições legitimadas para § 1o O interessado na obtenção da prioridade a que alude este
a fiscalização. artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o benefício à auto-
ridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará
CAPÍTULO VI as providências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância
Da Apuração Judicial de Irregularidades em Entidade de Aten- em local visível nos autos do processo.
dimento § 2o A prioridade não cessará com a morte do beneficiado,
Art. 64.  Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento estendendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou
administrativo de que trata este Capítulo as disposições das Leis companheira, com união estável, maior de 60 (sessenta) anos.
nos 6.437, de 20 de agosto de 1977, e 9.784, de 29 de janeiro de § 3o A prioridade se estende aos processos e procedimentos
1999. na Administração Pública, empresas prestadoras de serviços públi-
Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em cos e instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à
entidade governamental e não-governamental de atendimento ao Defensoria Publica da União, dos Estados e do Distrito Federal em
idoso terá início mediante petição fundamentada de pessoa inte- relação aos Serviços de Assistência Judiciária.
ressada ou iniciativa do Ministério Público. § 4o Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o
Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciá- fácil acesso aos assentos e caixas, identificados com a destinação a
ria, ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o afasta- idosos em local visível e caracteres legíveis.
mento provisório do dirigente da entidade ou outras medidas que
julgar adequadas, para evitar lesão aos direitos do idoso, mediante CAPÍTULO II
decisão fundamentada. Do Ministério Público
Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de
10 (dez) dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar documen- Art. 72. (VETADO)
tos e indicar as provas a produzir. Art. 73.  As funções do Ministério Público, previstas nesta
Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformi- Lei, serão exercidas nos termos da respectiva Lei Orgânica.
dade do art. 69 ou, se necessário, designará audiência de instrução Art. 74. Compete ao Ministério Público:
e julgamento, deliberando sobre a necessidade de produção de ou- I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a
tras provas. proteção dos direitos e interesses difusos ou coletivos, individuais
§ 1o Salvo manifestação em audiência, as partes e o Minis- indisponíveis e individuais homogêneos do idoso;
tério Público terão 5 (cinco) dias para oferecer alegações finais, II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de inter-
decidindo a autoridade judiciária em igual prazo. dição total ou parcial, de designação de curador especial, em cir-
§ 2o Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo cunstâncias que justifiquem a medida e oficiar em todos os feitos
de dirigente de entidade governamental, a autoridade judiciária em que se discutam os direitos de idosos em condições de risco;
oficiará a autoridade administrativa imediatamente superior ao III – atuar como substituto processual do idoso em situação
afastado, fixando-lhe prazo de 24 (vinte e quatro) horas para pro- de risco, conforme o disposto no art. 43 desta Lei;
ceder à substituição. IV – promover a revogação de instrumento procuratório do
§ 3o Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade idoso, nas hipóteses previstas no art. 43 desta Lei, quando neces-
judiciária poderá fixar prazo para a remoção das irregularidades sário ou o interesse público justificar;
verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo:
julgamento do mérito. a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimen-
§ 4o A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da tos e, em caso de não comparecimento injustificado da pessoa noti-
entidade ou ao responsável pelo programa de atendimento. ficada, requisitar condução coercitiva, inclusive pela Polícia Civil
ou Militar;
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de
autoridades municipais, estaduais e federais, da administração di-
reta e indireta, bem como promover inspeções e diligências inves-
tigatórias;

Didatismo e Conhecimento 233


LEGISLAÇÃO APLICADA
c) requisitar informações e documentos particulares de insti- Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos,
tuições privadas; coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos, consideram-
VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigató- -se legitimados, concorrentemente:
rias e a instauração de inquérito policial, para a apuração de ilícitos I – o Ministério Público;
ou infrações às normas de proteção ao idoso; II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais III – a Ordem dos Advogados do Brasil;
assegurados ao idoso, promovendo as medidas judiciais e extraju- IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos
diciais cabíveis; 1 (um) ano e que incluam entre os fins institucionais a defesa dos
VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de interesses e direitos da pessoa idosa, dispensada a autorização da
atendimento e os programas de que trata esta Lei, adotando de assembleia, se houver prévia autorização estatutária.
pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à remo- § 1o Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Minis-
ção de irregularidades porventura verificadas; térios Públicos da União e dos Estados na defesa dos interesses e
IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos direitos de que cuida esta Lei.
serviços de saúde, educacionais e de assistência social, públicos, § 2o Em caso de desistência ou abandono da ação por associa-
para o desempenho de suas atribuições; ção legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado deverá
X – referendar transações envolvendo interesses e direitos assumir a titularidade ativa.
dos idosos previstos nesta Lei. Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos por
§ 1o A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ação pertinentes.
previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipó- Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autorida-
teses, segundo dispuser a lei. de pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
§ 2o As atribuições constantes deste artigo não excluem ou- de Poder Público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta
tras, desde que compatíveis com a finalidade e atribuições do Mi- Lei, caberá ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei
nistério Público. do mandado de segurança.
§ 3o O representante do Ministério Público, no exercício de Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obri-
suas funções, terá livre acesso a toda entidade de atendimento ao gação de fazer ou não-fazer, o juiz concederá a tutela específica da
idoso. obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado
Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não for parte,
prático equivalente ao adimplemento.
atuará obrigatoriamente o Ministério Público na defesa dos direi-
§ 1o Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo
tos e interesses de que cuida esta Lei, hipóteses em que terá vista
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz
dos autos depois das partes, podendo juntar documentos, requerer
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, na for-
diligências e produção de outras provas, usando os recursos cabí-
ma do art. 273 do Código de Processo Civil.
veis.
§ 2o O juiz poderá, na hipótese do § 1o ou na sentença, impor
Art. 76.  A intimação do Ministério Público, em qualquer
multa diária ao réu, independentemente do pedido do autor, se for
caso, será feita pessoalmente.
Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável
a nulidade do feito, que será declarada de ofício pelo juiz ou a para o cumprimento do preceito.
requerimento de qualquer interessado. § 3o A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado
da sentença favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que
CAPÍTULO III se houver configurado.
Da Proteção Judicial dos Interesses Difusos, Coletivos e Indivi- Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão
duais Indisponíveis ou Homogêneos ao Fundo do Idoso, onde houver, ou na falta deste, ao Fundo Mu-
Art. 78.  As manifestações processuais do representante do nicipal de Assistência Social, ficando vinculados ao atendimento
Ministério Público deverão ser fundamentadas. ao idoso.
Art. 79.  Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias
responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados ao idoso, re- após o trânsito em julgado da decisão serão exigidas por meio de
ferentes à omissão ou ao oferecimento insatisfatório de: execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos,
I – acesso às ações e serviços de saúde; facultada igual iniciativa aos demais legitimados em caso de inér-
II – atendimento especializado ao idoso portador de deficiên- cia daquele.
cia ou com limitação incapacitante; Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos,
III – atendimento especializado ao idoso portador de doença para evitar dano irreparável à parte.
infecto-contagiosa; Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impuser con-
IV – serviço de assistência social visando ao amparo do idoso. denação ao Poder Público, o juiz determinará a remessa de peças à
Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não ex- autoridade competente, para apuração da responsabilidade civil e
cluem da proteção judicial outros interesses difusos, coletivos, administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.
individuais indisponíveis ou homogêneos, próprios do idoso, pro- Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado
tegidos em lei. da sentença condenatória favorável ao idoso sem que o autor lhe
Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facul-
foro do domicílio do idoso, cujo juízo terá competência absoluta tada, igual iniciativa aos demais legitimados, como assistentes ou
para processar a causa, ressalvadas as competências da Justiça Fe- assumindo o pólo ativo, em caso de inércia desse órgão.
deral e a competência originária dos Tribunais Superiores.

Didatismo e Conhecimento 234


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não have- Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultan-
rá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e do seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao
quaisquer outras despesas. direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento
Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade:
Público. Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá, provo- § 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, me-
car a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informações nosprezar ou discriminar pessoa idosa, por qualquer motivo.
sobre os fatos que constituam objeto de ação civil e indicando-lhe § 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se
os elementos de convicção. encontrar sob os cuidados ou responsabilidade do agente.
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais, Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando pos-
no exercício de suas funções, quando tiverem conhecimento de sível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo,
fatos que possam configurar crime de ação pública contra idoso ou ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa
ensejar a propositura de ação para sua defesa, devem encaminhar causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública:
as peças pertinentes ao Ministério Público, para as providências Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
cabíveis. Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omis-
Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá re- são resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta
querer às autoridades competentes as certidões e informações que a morte.
julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias. Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, en-
Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob sua pre- tidades de longa permanência, ou congêneres, ou não prover suas
sidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa, orga- necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado:
nismo público ou particular, certidões, informações, exames ou Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.
perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a Art. 99.  Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou
10 (dez) dias. psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou de-
§ 1o Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as gradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis,
diligências, se convencer da inexistência de fundamento para a quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo
propositura da ação civil ou de peças informativas, determinará o ou inadequado:
seu arquivamento, fazendo-o fundamentadamente. Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.
§ 2o Os autos do inquérito civil ou as peças de informação § 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta gra-
§ 2o Se resulta a morte:
ve, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Público ou à Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Pú-
Art. 100.  Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis)
blico.
meses a 1 (um) ano e multa:
§ 3o Até que seja homologado ou rejeitado o arquivamento,
I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por
pelo Conselho Superior do Ministério Público ou por Câmara de
motivo de idade;
Coordenação e Revisão do Ministério Público, as associações le- II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou traba-
gitimadas poderão apresentar razões escritas ou documentos, que lho;
serão juntados ou anexados às peças de informação. III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de
§ 4o Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de Coorde- prestar assistência à saúde, sem justa causa, a pessoa idosa;
nação e Revisão do Ministério Público de homologar a promoção IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo,
de arquivamento, será designado outro membro do Ministério Pú- a execução de ordem judicial expedida na ação civil a que alude
blico para o ajuizamento da ação. esta Lei;
V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis
TÍTULO VI à propositura da ação civil objeto desta Lei, quando requisitados
Dos Crimes pelo Ministério Público.
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo
CAPÍTULO I motivo, a execução de ordem judicial expedida nas ações em que
Disposições Gerais for parte ou interveniente o idoso:
Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as dis- Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
posições da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985. Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão
Art. 94.  Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima ou qualquer outro rendimento do idoso, dando-lhes aplicação di-
privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o versa da de sua finalidade:
procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Pe- Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso,
nal e do Código de Processo Penal. (Vide ADI 3.096-5 - STF) como abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à entida-
de de atendimento:
CAPÍTULO II Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.
Dos Crimes em Espécie Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa
Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pú- a benefícios, proventos ou pensão do idoso, bem como qualquer
blica incondicionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do outro documento com objetivo de assegurar recebimento ou res-
Código Penal. sarcimento de dívida:

Didatismo e Conhecimento 235


LEGISLAÇÃO APLICADA
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa. I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente
Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunica- ou maior de 60 (sessenta) anos.
ção, informações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa ............................................................................” (NR)
do idoso: “Art. 159............................................................................
Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. ............................................................................
Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos § 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se
a outorgar procuração para fins de administração de bens ou deles o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta)
dispor livremente: anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. ............................................................................” (NR)
Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, “Art. 183............................................................................
testar ou outorgar procuração: ............................................................................
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem superior a 60 (sessenta) anos.» (NR)
discernimento de seus atos, sem a devida representação legal: “Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para
o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta)
TÍTULO VII anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando
Disposições Finais e Transitórias ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixa-
Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Mi- da ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente
nistério Público ou de qualquer outro agente fiscalizador: ou ascendente, gravemente enfermo:
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. ............................................................................” (NR)
Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro
Código Penal, passa a vigorar com as seguintes alterações: de 1941, Lei das Contravenções Penais, passa a vigorar acrescido
“Art. 61. ............................................................................ do seguinte parágrafo único:
............................................................................ “Art. 21............................................................................
II - ............................................................................ ............................................................................
............................................................................ Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.” (NR)
mulher grávida; Art. 112. O inciso II do § 4o do art. 1o da Lei no 9.455, de 7 de
.............................................................................” (NR) abril de 1997, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 121. ............................................................................ “Art. 1o ............................................................................
............................................................................ ............................................................................
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um § 4o ............................................................................
terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de pro- II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador
fissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato so- de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
corro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ............................................................................” (NR)
ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de ou-
a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra tubro de 1976, passa a vigorar com a seguinte redação:
pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. “Art. 18............................................................................
.............................................................................” (NR) ............................................................................
“Art. 133. ............................................................................ III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a me-
............................................................................ nores de 21 (vinte e um) anos ou a pessoa com idade igual ou
§ 3o ............................................................................ superior a 60 (sessenta) anos ou a quem tenha, por qualquer causa,
............................................................................ diminuída ou suprimida a capacidade de discernimento ou de au-
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.» (NR) todeterminação:
“Art. 140. ............................................................................ ............................................................................” (NR)
............................................................................ Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000,
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes passa a vigorar com a seguinte redação:
a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa “Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com
ou portadora de deficiência: idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lac-
............................................................................ (NR) tantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo terão aten-
“Art. 141. ............................................................................ dimento prioritário, nos termos desta Lei.» (NR)
............................................................................ Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora Fundo Nacional de Assistência Social, até que o Fundo Nacional
de deficiência, exceto no caso de injúria. do Idoso seja criado, os recursos necessários, em cada exercício fi-
.............................................................................” (NR) nanceiro, para aplicação em programas e ações relativos ao idoso.
“Art. 148. ............................................................................ Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados re-
............................................................................ lativos à população idosa do País.
§ 1o............................................................................

Didatismo e Conhecimento 236


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 117.  O Poder Executivo encaminhará ao Congresso VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
Nacional projeto de lei revendo os critérios de concessão do Be- VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as
nefício de Prestação Continuada previsto na Lei Orgânica da As- vinculadas a procedimentos policiais e judiciais;
sistência Social, de forma a garantir que o acesso ao direito seja VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como
condizente com o estágio de desenvolvimento sócio-econômico conceder licença para exercer a atividade;
alcançado pelo País. IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas,
Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias varejistas, exportadores e importadores autorizados de armas de
da sua publicação, ressalvado o disposto no caput do art. 36, que fogo, acessórios e munições;
vigorará a partir de 1o de janeiro de 2004. X – cadastrar a identificação do cano da arma, as característi-
Brasília, 1o de outubro de 2003; 182o da Independência e cas das impressões de raiamento e de microestriamento de projétil
115  da República.
o
disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente realiza-
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA dos pelo fabricante;
Márcio Thomaz Bastos XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Es-
Antonio Palocci Filho tados e do Distrito Federal os registros e autorizações de porte de
Rubem Fonseca Filho armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o ca-
Humberto Sérgio Costa LIma dastro atualizado para consulta.
Guido Mantega Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam
Ricardo José Ribeiro Berzoini as armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem como as
Benedita Souza da Silva Sampaio demais que constem dos seus registros próprios.
Álvaro Augusto Ribeiro Costa
Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.10.2003 CAPÍTULO II
* DO REGISTRO
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão
competente.
REGISTRO, POSSE E Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão regis-
COMERCIALIZAÇÃO DE ARMAS DE tradas no Comando do Exército, na forma do regulamento desta
FOGO E MUNIÇÃO, SOBRE O SISTEMA Lei.
Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interes-
NACIONAL DE ARMAS – SINARM. sado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, atender aos
seguintes requisitos:
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de cer-
tidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça
LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003. Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo
a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser forne-
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de cidas por meios eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº 11.706, de
fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas – Sinarm, 2008)
define crimes e dá outras providências. II – apresentação de documento comprobatório de ocupação
lícita e de residência certa;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psico-
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: lógica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na forma dis-
posta no regulamento desta Lei.
CAPÍTULO I § 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS fogo após atendidos os requisitos anteriormente estabelecidos, em
Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no nome do requerente e para a arma indicada, sendo intransferível
Ministério da Justiça, no âmbito da Polícia Federal, tem circuns- esta autorização.
crição em todo o território nacional. § 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita no cali-
Art. 2o Ao Sinarm compete: bre correspondente à arma registrada e na quantidade estabelecida
I – identificar as características e a propriedade de armas de no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de
fogo, mediante cadastro; 2008)
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e ven- § 3o A empresa que comercializar arma de fogo em território
didas no País; nacional é obrigada a comunicar a venda à autoridade competente,
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as como também a manter banco de dados com todas as característi-
renovações expedidas pela Polícia Federal; cas da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo.
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, § 4o A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e
furto, roubo e outras ocorrências suscetíveis de alterar os dados munições responde legalmente por essas mercadorias, ficando re-
cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de empresas de gistradas como de sua propriedade enquanto não forem vendidas.
segurança privada e de transporte de valores; § 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e muni-
V – identificar as modificações que alterem as características ções entre pessoas físicas somente será efetivada mediante autori-
ou o funcionamento de arma de fogo; zação do Sinarm.

Didatismo e Conhecimento 237


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § 1o será IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios
concedida, ou recusada com a devida fundamentação, no prazo com mais de 50.000 (cinquenta mil) e menos de 500.000 (quinhen-
de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do inte- tos mil) habitantes, quando em serviço; (Redação dada pela Lei nº
ressado. 10.867, de 2004)
§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteli-
cumprimento dos requisitos dos incisos I, II e III deste artigo. gência e os agentes do Departamento de Segurança do Gabinete de
§ 8o Estará dispensado das exigências constantes do inciso III Segurança Institucional da Presidência da República;
do caput deste artigo, na forma do regulamento, o interessado em VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51,
adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove estar auto- IV, e no art. 52, XIII, da Constituição Federal;
rizado a portar arma com as mesmas características daquela a ser VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas
adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) prisionais, os integrantes das escoltas de presos e as guardas por-
Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com va- tuárias;
lidade em todo o território nacional, autoriza o seu proprietário a VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de
manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua residên- valores constituídas, nos termos desta Lei;
cia ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente
trabalho, desde que seja ele o titular ou o responsável legal pelo constituídas, cujas atividades esportivas demandem o uso de armas
estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela Lei nº 10.884, de fogo, na forma do regulamento desta Lei, observando-se, no
de 2004) que couber, a legislação ambiental.
§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será expedido X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal
pela Polícia Federal e será precedido de autorização do Sinarm. do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-
§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. -Fiscal e Analista Tributário. (Redação dada pela Lei nº 11.501,
4o deverão ser comprovados periodicamente, em período não in- de 2007)
ferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido no regula- XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da
mento desta Lei, para a renovação do Certificado de Registro de Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Es-
Arma de Fogo. tados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais
que efetivamente estejam no exercício de funções de segurança,
§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de re-
na forma de regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de
gistro de propriedade expedido por órgão estadual ou do Distri-
Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério Público -
to Federal até a data da publicação desta Lei que não optar pela
CNMP. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
entrega espontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá renová-lo
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do ca-
mediante o pertinente registro federal, até o dia 31 de dezembro de
put deste artigo terão direito de portar arma de fogo de propriedade
2008, ante a apresentação de documento de identificação pessoal e
particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição,
comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com
de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos validade em âmbito nacional para aquelas constantes dos incisos I,
incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei II, V e VI. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo) § 1o-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3o deste arti-  § 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas
go, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento prisionais poderão portar arma de fogo de propriedade particular
de Polícia Federal, certificado de registro provisório, expedido na ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo
rede mundial de computadores - internet, na forma do regulamento fora de serviço, desde que estejam: (Incluído pela Lei nº 12.993,
e obedecidos os procedimentos a seguir: (Redação dada pela Lei de 2014)
nº 11.706, de 2008) I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; (Incluído pela
I - emissão de certificado de registro provisório pela internet, Lei nº 12.993, de 2014)
com validade inicial de 90 (noventa) dias; e (Incluído pela Lei nº II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento;
11.706, de 2008) e (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Fe- III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle
deral do certificado de registro provisório pelo prazo que estimar interno. (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
como necessário para a emissão definitiva do certificado de regis- § 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
tro de propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) § 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos inte-
grantes das instituições descritas nos incisos V, VI, VII e X do ca-
CAPÍTULO III put deste artigo está condicionada à comprovação do requisito a
DO PORTE que se refere o inciso III do caputdo art. 4o desta Lei nas condições
Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o territó- estabelecidas no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
rio nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria 11.706, de 2008)
e para: § 3o A autorização para o porte de arma de fogo das guardas
I – os integrantes das Forças Armadas; municipais está condicionada à formação funcional de seus inte-
II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos do  ca- grantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial e à
put do art. 144 da Constituição Federal; existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno,
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observada
Estados e dos Municípios com mais de 500.000 (quinhentos mil) a supervisão do Comando do Exército. (Redação dada pela Lei nº
habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei; 10.867, de 2004)

Didatismo e Conhecimento 238


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais § 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público
e estaduais e do Distrito Federal, bem como os militares dos Esta- designará os servidores de seus quadros pessoais no exercício de
dos e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no art. 4o, funções de segurança que poderão portar arma de fogo, respeitado
ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de ser-
III do mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei. vidores que exerçam funções de segurança. (Incluído pela Lei nº
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e 12.694, de 2012)
cinco) anos que comprovem depender do emprego de arma de § 3o O porte de arma pelos servidores das instituições de que
fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será conce- trata este artigo fica condicionado à apresentação de documentação
dido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art.
caçador para subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro 4o desta Lei, bem como à formação funcional em estabelecimentos
simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de alma lisa e de calibre de ensino de atividade policial e à existência de mecanismos de
igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado compro- fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas no
ve a efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser ane- regulamento desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
xados os seguintes documentos: (Redação dada pela Lei nº 11.706, § 4o A listagem dos servidores das instituições de que trata este
de 2008) artigo deverá ser atualizada semestralmente no Sinarm. (Incluído
I - documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 12.694, de 2012)
11.706, de 2008)
§ 5o As instituições de que trata este artigo são obrigadas a re-
II - comprovante de residência em área rural; e (Incluído pela
gistrar ocorrência policial e a comunicar à Polícia Federal eventual
Lei nº 11.706, de 2008)
perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de fogo,
III - atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei nº
11.706, de 2008) acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras
§ 6o O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma 24 (vinte e quatro) horas depois de ocorrido o fato. (Incluído pela
de fogo, independentemente de outras tipificações penais, respon- Lei nº 12.694, de 2012)
derá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas
fogo de uso permitido. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) legalmente constituídas devem obedecer às condições de uso e de
§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, respondendo
que integram regiões metropolitanas será autorizado porte de arma o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua guarda na
de fogo, quando em serviço. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) forma do regulamento desta Lei.
Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do
empresas de segurança privada e de transporte de valores, cons- porte de arma para os responsáveis pela segurança de cidadãos
tituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do
guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas Exército, nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a con-
quando em serviço, devendo essas observar as condições de uso cessão de porte de trânsito de arma de fogo para colecionadores,
e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros em compe-
certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Po- tição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.
lícia Federal em nome da empresa. Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso
§ 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de se- permitido, em todo o território nacional, é de competência da Polí-
gurança privada e de transporte de valores responderá pelo crime cia Federal e somente será concedida após autorização do Sinarm.
previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem prejuízo das § 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida
demais sanções administrativas e civis, se deixar de registrar ocor- com eficácia temporária e territorial limitada, nos termos de atos
rência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo regulamentares, e dependerá de o requerente:
ou outras formas de extravio de armas de fogo, acessórios e muni- I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de ati-
ções que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro) vidade profissional de risco ou de ameaça à sua integridade física;
horas depois de ocorrido o fato. II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;
§ 2o A empresa de segurança e de transporte de valores deve-
III – apresentar documentação de propriedade de arma de
rá apresentar documentação comprobatória do preenchimento dos
fogo, bem como o seu devido registro no órgão competente.
requisitos constantes do art. 4o desta Lei quanto aos empregados
§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste
que portarão arma de fogo.
§ 3o A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo, perderá automaticamente sua eficácia caso o portador dela
artigo deverá ser atualizada semestralmente junto ao Sinarm. seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob efeito de
Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das substâncias químicas ou alucinógenas.
instituições descritas no inciso XI do art. 6o serão de propriedade, Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores cons-
responsabilidade e guarda das respectivas instituições, somente tantes do Anexo desta Lei, pela prestação de serviços relativos:
podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar I – ao registro de arma de fogo;
as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão II – à renovação de registro de arma de fogo;
competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;
expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição. (Incluído IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
pela Lei nº 12.694, de 2012) V – à renovação de porte de arma de fogo;
§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que trata VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de
este artigo independe do pagamento de taxa. (Incluído pela Lei nº fogo.
12.694, de 2012)

Didatismo e Conhecimento 239


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manu- Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
tenção das atividades do Sinarm, da Polícia Federal e do Comando Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançá-
do Exército, no âmbito de suas respectivas responsabilidades. vel. (Vide Adin 3.112-1)
§ 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
as pessoas e as instituições a que se referem os incisos I a VII e Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter
X e o § 5o do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, empres-
de 2008) tar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem auto-
condições do credenciamento de profissionais pela Polícia Federal rização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
para comprovação da aptidão psicológica e da capacidade técnica Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
para o manuseio de arma de fogo. (Incluído pela Lei nº 11.706, de Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
2008) I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de
§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado identificação de arma de fogo ou artefato;
pelo psicólogo não poderá exceder ao valor médio dos honorários II – modificar as características de arma de fogo, de forma a
profissionais para realização de avaliação psicológica constante do
torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou
item 1.16 da tabela do Conselho Federal de Psicologia. (Incluído
para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autorida-
pela Lei nº 11.706, de 2008)
de policial, perito ou juiz;
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado
pelo instrutor de armamento e tiro não poderá exceder R$ 80,00 III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo
(oitenta reais), acrescido do custo da munição. (Incluído pela Lei ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determina-
nº 11.706, de 2008) ção legal ou regulamentar;
§ 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de
1  e 2o deste artigo implicará o descredenciamento do profissional
o fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identifica-
pela Polícia Federal. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) ção raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente,
CAPÍTULO IV arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou ado-
DOS CRIMES E DAS PENAS lescente; e
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal,
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, aces- ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.
sório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determi- Comércio ilegal de arma de fogo
nação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou de- Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir,
pendência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar,
o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa: vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou indus-
Omissão de cautela trial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para im- desacordo com determinação legal ou regulamentar:
pedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de defi- Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
ciência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou indus-
ou que seja de sua propriedade: trial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de ser-
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. viços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário exercido em residência.
ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de va- Tráfico internacional de arma de fogo
lores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do
à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio
território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou
de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guar-
munição, sem autorização da autoridade competente:
da, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depó- Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é au-
sito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, reme- mentada da metade se a arma de fogo, acessório ou munição forem
ter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessó- de uso proibido ou restrito.
rio ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a
com determinação legal ou regulamentar: pena é aumentada da metade se forem praticados por integrante
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6o, 7o e 8o desta Lei.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insusce-
salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agen- tíveis de liberdade provisória. (Vide Adin 3.112-1)
te. (Vide Adin 3.112-1)
Disparo de arma de fogo CAPÍTULO V
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar DISPOSIÇÕES GERAIS
habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios
ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de com os Estados e o Distrito Federal para o cumprimento do dis-
outro crime: posto nesta Lei.

Didatismo e Conhecimento 240


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a de- Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização
finição das armas de fogo e demais produtos controlados, de usos e a importação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de
proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico fogo, que com estas se possam confundir.
serão disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo Federal, Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os
mediante proposta do Comando do Exército. (Redação dada pela simulacros destinados à instrução, ao adestramento, ou à coleção
Lei nº 11.706, de 2008) de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando do
§ 1o Todas as munições comercializadas no País deverão estar Exército.
acondicionadas em embalagens com sistema de código de barras, Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcio-
gravado na caixa, visando possibilitar a identificação do fabricante nalmente, a aquisição de armas de fogo de uso restrito.
e do adquirente, entre outras informações definidas pelo regula- Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aqui-
mento desta Lei. sições dos Comandos Militares.
§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão expedi- Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir
das autorizações de compra de munição com identificação do lote arma de fogo, ressalvados os integrantes das entidades constan-
e do adquirente no culote dos projéteis, na forma do regulamento tes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6o desta
desta Lei. Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já con-
data de publicação desta Lei conterão dispositivo intrínseco de se- cedidas expirar-se-ão 90 (noventa) dias após a publicação desta
gurança e de identificação, gravado no corpo da arma, definido Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)
pelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos previstos no Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de
art. 6o. validade superior a 90 (noventa) dias poderá renová-la, perante
§ 4o As instituições de ensino policial e as guardas municipais a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no
referidas nos incisos III e IV do caput do art. 6o desta Lei e no seu prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem ônus para o
§ 7o poderão adquirir insumos e máquinas de recarga de munição requerente.
para o fim exclusivo de suprimento de suas atividades, mediante Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de
autorização concedida nos termos definidos em regulamento. (In- uso permitido ainda não registrada deverão solicitar seu registro
cluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de docu-
Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º
mento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa,
desta Lei, compete ao Comando do Exército autorizar e fiscalizar
acompanhados de nota fiscal de compra ou comprovação da ori-
a produção, exportação, importação, desembaraço alfandegário e o
gem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou
comércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclu-
declaração firmada na qual constem as características da arma e a
sive o registro e o porte de trânsito de arma de fogo de coleciona-
sua condição de proprietário, ficando este dispensado do pagamen-
dores, atiradores e caçadores.
Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do to de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes
laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais interessa- dos incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela
rem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo)
ao Comando do Exército, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no ca-
horas, para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública put deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no
ou às Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei. (Reda- Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisó-
ção dada pela Lei nº 11.706, de 2008) rio, expedido na forma do § 4o do art. 5o desta Lei. (Incluído pela
§ 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército Lei nº 11.706, de 2008)
que receberem parecer favorável à doação, obedecidos o padrão e Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo
a dotação de cada Força Armada ou órgão de segurança pública, adquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo, entregá-las
atendidos os critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério à Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos do
da Justiça e ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em regulamento desta Lei.
relatório reservado trimestral a ser encaminhado àquelas institui- Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo pode-
ções, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse. (In- rão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-
cluído pela Lei nº 11.706, de 2008) -se de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, fican-
§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das ar- do extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida
mas a serem doadas ao juiz competente, que determinará o seu arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
perdimento em favor da instituição beneficiada. (Incluído pela Lei Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)
nº 11.706, de 2008) Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais)
§ 3o O transporte das armas de fogo doadas será de respon- a R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), conforme especificar o re-
sabilidade da instituição beneficiada, que procederá ao seu cadas- gulamento desta Lei:
tramento no Sinarm ou no Sigma. (Incluído pela Lei nº 11.706, de I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário,
2008) marítimo, fluvial ou lacustre que deliberadamente, por qualquer
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) meio, faça, promova, facilite ou permita o transporte de arma ou
§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o enca- munição sem a devida autorização ou com inobservância das nor-
minhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de arma mas de segurança;
de uso permitido ou de uso restrito, semestralmente, da relação de II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que
armas acauteladas em juízo, mencionando suas características e o realize publicidade para venda, estimulando o uso indiscriminado
local onde se encontram. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008) de armas de fogo, exceto nas publicações especializadas.

Didatismo e Conhecimento 241


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com - até 30 de junho de 2008 30,00
aglomeração superior a 1000 (um mil) pessoas, adotarão, sob pena
de responsabilidade, as providências necessárias para evitar o in-    
gresso de pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos pelo    
inciso VI do art. 5o da Constituição Federal. - de 1o de julho de 2008 a 31 de outubro de 2008 45,00
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação
dos serviços de transporte internacional e interestadual de passa-    
geiros adotarão as providências necessárias para evitar o embarque - a partir de 1  de novembro de 2008
o
60,00
de passageiros armados. V - Expedição de porte de arma de fogo 1.000,00
CAPÍTULO VI VI - Renovação de porte de arma de fogo 1.000,00
DISPOSIÇÕES FINAIS VII - Expedição de segunda via de certificado
60,00
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e mu- de registro de arma de fogo
nição em todo o território nacional, salvo para as entidades previs- VIII - Expedição de segunda via de porte de
tas no art. 6o desta Lei. 60,00
arma de fogo
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de apro- *
vação mediante referendo popular, a ser realizado em outubro de
2005.
§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto O SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS
neste artigo entrará em vigor na data de publicação de seu resulta- PÚBLICAS SOBRE DROGAS - SISNAD;
do pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997. PRESCREVE MEDIDAS PARA
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO,
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência e ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE
115o da República. USUÁRIOS E DEPENDENTES DE
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA DROGAS; ESTABELECE NORMAS PARA
Márcio Thomaz Bastos
José Viegas Filho REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO
Marina Silva AUTORIZADA E AO TRÁFICO ILÍCITO DE
Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.12.2003 DROGAS.

ANEXO
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
TABELA DE TAXAS LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006.
ATO ADMINISTRATIVO R$
I - Registro de arma de fogo:   Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Dro-
gas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido,
- até 31 de dezembro de 2008 Gratuito atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
  (art. 30) estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao
- a partir de 1o de janeiro de 2009 60,00 tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências.
II - Renovação do certificado de registro de O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con-
 
arma de fogo: gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
  Gratuito
(art. 5o, TÍTULO I
- até 31 de dezembro de 2008 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
§ 3o)
Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públi-
    cas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do
- a partir de 1  de janeiro de 2009
o
60,00 uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependen-
III - Registro de arma de fogo para empresa de tes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não
60,00 autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.
segurança privada e de transporte
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como dro-
de valores   gas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência,
IV - Renovação do certificado de registro de assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas
 
arma de fogo para empresa de periodicamente pelo Poder Executivo da União.
segurança privada e de transporte de valores:   Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território nacional, as dro-
gas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de
   
vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas

Didatismo e Conhecimento 242


LEGISLAÇÃO APLICADA
drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamen- XI - a observância às orientações e normas emanadas do Con-
tar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações selho Nacional Antidrogas - Conad.
Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de Art. 5o O Sisnad tem os seguintes objetivos:
plantas de uso estritamente ritualístico-religioso. I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a tor-
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura ná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o
e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclu- uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos
sivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo correlacionados;
predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas II - promover a construção e a socialização do conhecimento
supramencionadas. sobre drogas no país;
III - promover a integração entre as políticas de prevenção do
TÍTULO II uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependen-
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SO- tes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao
BRE DROGAS tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder
Art. 3o O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organi- Executivo da União, Distrito Federal, Estados e Municípios;
zar e coordenar as atividades relacionadas com: IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração e
I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social a articulação das atividades de que trata o art. 3o desta Lei.
de usuários e dependentes de drogas;
II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito CAPÍTULO II
de drogas. DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SO-
CAPÍTULO I BRE DROGAS
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS Art. 6o (VETADO)
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SO- Art. 7o A organização do Sisnad assegura a orientação central
BRE DROGAS e a execução descentralizada das atividades realizadas em seu âm-
Art. 4o São princípios do Sisnad: bito, nas esferas federal, distrital, estadual e municipal e se consti-
I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, tui matéria definida no regulamento desta Lei.
especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade; Art. 8o (VETADO)
II - o respeito à diversidade e às especificidades populacionais
CAPÍTULO III
existentes;
(VETADO)
III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do
povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o
Art. 9o (VETADO)
uso indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados;
IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla participa-
Art. 10. (VETADO)
ção social, para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias
do Sisnad;
Art. 11. (VETADO)
V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre Esta-
do e Sociedade, reconhecendo a importância da participação social Art. 12. (VETADO)
nas atividades do Sisnad;
VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores corre- Art. 13. (VETADO)
lacionados com o uso indevido de drogas, com a sua produção não
autorizada e o seu tráfico ilícito; Art. 14. (VETADO)
VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários CAPÍTULO IV
e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autori- DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFORMA-
zada e ao seu tráfico ilícito; ÇÕES SOBRE DROGAS
VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos
Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas Art. 15. (VETADO)
atividades do Sisnad;
IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à
a interdependência e a natureza complementar das atividades de saúde e da assistência social que atendam usuários ou dependentes
prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários de drogas devem comunicar ao órgão competente do respectivo
e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorri-
do tráfico ilícito de drogas; dos, preservando a identidade das pessoas, conforme orientações
X - a observância do equilíbrio entre as atividades de preven- emanadas da União.
ção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e de- Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao trá-
pendentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada fico ilícito de drogas integrarão sistema de informações do Poder
e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem- Executivo.
-estar social;

Didatismo e Conhecimento 243


LEGISLAÇÃO APLICADA
TÍTULO III CAPÍTULO II
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SO-
ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DE- CIAL DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS
PENDENTES DE DROGAS
Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e de-
CAPÍTULO I pendente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei,
DA PREVENÇÃO aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à redução dos
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido riscos e dos danos associados ao uso de drogas.
de drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redu- Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário
ção dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o ou do dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito
fortalecimento dos fatores de proteção. desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou reintegra-
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas ção em redes sociais.
devem observar os seguintes princípios e diretrizes: Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do
I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares devem
interferência na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação observar os seguintes princípios e diretrizes:
com a comunidade à qual pertence; I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independen-
II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação cien- temente de quaisquer condições, observados os direitos fundamen-
tífica como forma de orientar as ações dos serviços públicos comu- tais da pessoa humana, os princípios e diretrizes do Sistema Único
nitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização das de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social;
pessoas e dos serviços que as atendam; II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e rein-
III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade in- serção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos
dividual em relação ao uso indevido de drogas; familiares que considerem as suas peculiaridades socioculturais;
IV - o compartilhamento de responsabilidades e a colabora- III - definição de projeto terapêutico individualizado, orien-
ção mútua com as instituições do setor privado e com os diversos tado para a inclusão social e para a redução de riscos e de danos
segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e sociais e à saúde;
respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias; IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respec-
V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e ade- tivos familiares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e
quadas às especificidades socioculturais das diversas populações, por equipes multiprofissionais;
bem como das diferentes drogas utilizadas; V - observância das orientações e normas emanadas do Co-
VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do nad;
uso” e da redução de riscos como resultados desejáveis das ativi- VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social
dades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a de políticas setoriais específicas.
serem alcançados; Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados,
VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulnerá- do Distrito Federal, dos Municípios desenvolverão programas de
veis da população, levando em consideração as suas necessidades atenção ao usuário e ao dependente de drogas, respeitadas as dire-
específicas; trizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22
VIII - a articulação entre os serviços e organizações que atuam desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada.
em atividades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos familia- cípios poderão conceder benefícios às instituições privadas que
res; desenvolverem programas de reinserção no mercado de trabalho,
IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, ar- do usuário e do dependente de drogas encaminhados por órgão
tísticas, profissionais, entre outras, como forma de inclusão social oficial.
e de melhoria da qualidade de vida; Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos,
X - o estabelecimento de políticas de formação continuada na com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social,
área da prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de que atendam usuários ou dependentes de drogas poderão receber
educação nos 3 (três) níveis de ensino; recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamen-
XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do tária e financeira.
uso indevido de drogas, nas instituições de ensino público e priva- Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da
do, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conheci- prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de
mentos relacionados a drogas; liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os
XII - a observância das orientações e normas emanadas do serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema
Conad; penitenciário.
XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle so-
cial de políticas setoriais específicas. CAPÍTULO III
Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido DOS CRIMES E DAS PENAS
de drogas dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em
consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser apli-
dos Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda. cadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qual-
quer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor.

Didatismo e Conhecimento 244


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar preparação, observadas as demais exigências legais.
ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruí-
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será das pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A, que recolherá
submetido às seguintes penas: quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto
I - advertência sobre os efeitos das drogas; de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do
II - prestação de serviços à comunidade; local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da
III - medida educativa de comparecimento a programa ou cur- prova. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
so educativo. § 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo § 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação § 3o Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plan-
de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar tação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao
dependência física ou psíquica. meio ambiente, o disposto no Decreto no 2.661, de 8 de julho de
§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão
pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.
apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, § 4o As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expro-
às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos priadas, conforme o disposto no art. 243 da Constituição Federal,
antecedentes do agente. de acordo com a legislação em vigor.
§ 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste arti-
go serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. CAPÍTULO II
§ 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II DOS CRIMES
e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de
10 (dez) meses. Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fa-
§ 5o A prestação de serviços à comunidade será cumprida em bricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito,
programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar
hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem auto-
fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do rização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas. Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento
§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas a de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamen- § 1o Nas mesmas penas incorre quem:
te se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende,
I - admoestação verbal; expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz
II - multa. consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou
§ 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à dispo- em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-
sição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, prefe- -prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de
rencialmente ambulatorial, para tratamento especializado. drogas;
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em
inciso II do § 6o do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas
conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca in- que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
ferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a
a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou con-
um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo. sente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem au-
Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da mul- torização ou em desacordo com determinação legal ou regulamen-
ta a que se refere o § 6o do art. 28 serão creditados à conta do tar, para o tráfico ilícito de drogas.
Fundo Nacional Antidrogas. § 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a exe- droga: (Vide ADI nº 4.274)
cução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100
disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal. (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a
TÍTULO IV pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem:
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento
E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem
prejuízo das penas previstas no art. 28.
CAPÍTULO I § 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as
DISPOSIÇÕES GERAIS penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a
Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade com- conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja
petente para produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, pos- primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades cri-
suir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, minosas nem integre organização criminosa. (Vide Resolução nº
transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou ad- 5, de 2012)
quirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua

Didatismo e Conhecimento 245


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, ven- IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça,
der, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou for- emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação
necer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento difusa ou coletiva;
ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre
ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo estes e o Distrito Federal;
com determinação legal ou regulamentar: VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adoles-
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de cente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou supri-
1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa. mida a capacidade de entendimento e determinação;
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamen-
arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: te com a investigação policial e o processo criminal na identifica-
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de ção dos demais co-autores ou partícipes do crime e na recuperação
700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa. total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo in- pena reduzida de um terço a dois terços.
corre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com pre-
art. 36 desta Lei. ponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a nature-
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes za e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a
previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: conduta social do agente.
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39
1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa. desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, de-
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização terminará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo
ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previs- as condições econômicas dos acusados, valor não inferior a um
tos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de cri-
300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa. mes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser aumenta-
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem das até o décuplo se, em virtude da situação econômica do acusa-
que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou do, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.
em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamen- desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto,
to de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) dias-multa. anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conse- em restritivas de direitos.
lho Federal da categoria profissional a que pertença o agente. Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo,
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois ter-
de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem: ços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependên-
apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proi- cia, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior,
bição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberda- de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha
de aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender
dias-multa. o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumu- entendimento.
lativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo,
400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo refe- por força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto
rido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros. neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para trata-
aumentadas de um sexto a dois terços, se: mento médico adequado.
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois ter-
apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacio- ços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei,
nalidade do delito; o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pú- capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
blica ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, de acordo com esse entendimento.
guarda ou vigilância; Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em ava-
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou ime- liação que ateste a necessidade de encaminhamento do agente para
diações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, tratamento, realizada por profissional de saúde com competência
de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, obser-
esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de re- vado o disposto no art. 26 desta Lei.
cintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer na-
tureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de
reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em trans-
portes públicos;

Didatismo e Conhecimento 246


LEGISLAÇÃO APLICADA
CAPÍTULO III Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem a ocor-
DO PROCEDIMENTO PENAL rência de prisão em flagrante será feita por incineração, no prazo
Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes máximo de 30 (trinta) dias contado da data da apreensão, guar-
definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, apli- dando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo, apli-
cando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo cando-se, no que couber, o procedimento dos §§ 3o a 5o do art. 50.
Penal e da Lei de Execução Penal. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
§ 1o O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30
desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos nos (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (noventa) dias,
arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. quando solto.
60 e seguintes da Lei no9.099, de 26 de setembro de 1995, que Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem
dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais. ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante
§ 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.
se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser ime- Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a
diatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito
assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo ao juízo:
circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justifican-
perícias necessários. do as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a
§ 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o
no § 2o deste artigo serão tomadas de imediato pela autoridade po- local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as
licial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente. circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os anteceden-
§ 4o Concluídos os procedimentos de que trata o § 2o deste tes do agente; ou
artigo, o agente será submetido a exame de corpo de delito, se o II - requererá sua devolução para a realização de diligências
requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conve- necessárias.
niente, e em seguida liberado. Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de
§ 5o Para os fins do disposto no  art. 76 da Lei no 9.099, de diligências complementares:
1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o Minis- I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resul-
tério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista
tado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias
no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.
antes da audiência de instrução e julgamento;
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valo-
e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o
res de que seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo
recomendem, empregará os instrumentos protetivos de colabora-
resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3 (três)
dores e testemunhas previstos na Lei no 9.807, de 13 de julho de
dias antes da audiência de instrução e julgamento.
1999.
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos
Seção I crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em
Da Investigação lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polí- seguintes procedimentos investigatórios:
cia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competen- I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investiga-
te, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao ção, constituída pelos órgãos especializados pertinentes;
órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas. II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus
§ 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produ-
estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de ção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de
constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito identificar e responsabilizar maior número de integrantes de opera-
oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea. ções de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 2o O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1o des- Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a au-
te artigo não ficará impedido de participar da elaboração do laudo torização será concedida desde que sejam conhecidos o itinerário
definitivo. provável e a identificação dos agentes do delito ou de colabora-
§ 3o Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no dores.
prazo de 10 (dez) dias, certificará a regularidade formal do laudo
de constatação e determinará a destruição das drogas apreendidas, Seção II
guardando-se amostra necessária à realização do laudo definiti- Da Instrução Criminal
vo. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014) Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de
§ 4o A destruição das drogas será executada pelo delegado de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de informação, dar-
polícia competente no prazo de 15 (quinze) dias na presença do -se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10 (dez) dias,
Ministério Público e da autoridade sanitária. (Incluído pela Lei nº adotar uma das seguintes providências:
12.961, de 2014) I - requerer o arquivamento;
§ 5o O local será vistoriado antes e depois de efetivada a des- II - requisitar as diligências que entender necessárias;
truição das drogas referida no § 3o, sendo lavrado auto circunstan- III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e re-
ciado pelo delegado de polícia, certificando-se neste a destruição querer as demais provas que entender pertinentes.
total delas. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)

Didatismo e Conhecimento 247


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação § 1o Decretadas quaisquer das medidas previstas neste artigo,
do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5 (cinco) dias, apre-
10 (dez) dias. sente ou requeira a produção de provas acerca da origem lícita do
§ 1o Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, produto, bem ou valor objeto da decisão.
o acusado poderá arguir preliminares e invocar todas as razões de § 2o Provada a origem lícita do produto, bem ou valor, o juiz
defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas decidirá pela sua liberação.
que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar teste- § 3o Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o com-
munhas. parecimento pessoal do acusado, podendo o juiz determinar a prá-
§ 2o As exceções serão processadas em apartado, nos termos tica de atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores.
dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 § 4o A ordem de apreensão ou sequestro de bens, direitos ou
- Código de Processo Penal. valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público,
§ 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomea- quando a sua execução imediata possa comprometer as investiga-
rá defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista ções.
dos autos no ato de nomeação. Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da prova dos
§ 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias. fatos e comprovado o interesse público ou social, ressalvado o dis-
§ 5o Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de posto no art. 62 desta Lei, mediante autorização do juízo compe-
10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso, realização de tente, ouvido o Ministério Público e cientificada a Senad, os bens
diligências, exames e perícias. apreendidos poderão ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para que atuam na prevenção do uso indevido, na atenção e reinserção
a audiência de instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal social de usuários e dependentes de drogas e na repressão à produ-
do acusado, a intimação do Ministério Público, do assistente, se ção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no
for o caso, e requisitará os laudos periciais. interesse dessas atividades.
§ 1o Tratando-se de condutas tipificadas como infração do Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veículos, em-
disposto nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, barcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou
ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de certifi-
denunciado de suas atividades, se for funcionário público, comu-
cado provisório de registro e licenciamento, em favor da institui-
nicando ao órgão respectivo.
ção à qual tenha deferido o uso, ficando esta livre do pagamento de
§ 2o A audiência a que se refere o caput deste artigo será rea-
multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da
lizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da de-
decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.
núncia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar
Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer ou-
dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.
tros meios de transporte, os maquinários, utensílios, instrumentos
Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o inter-
rogatório do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a e objetos de qualquer natureza, utilizados para a prática dos crimes
palavra, sucessivamente, ao representante do Ministério Público definidos nesta Lei, após a sua regular apreensão, ficarão sob cus-
e ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 tódia da autoridade de polícia judiciária, excetuadas as armas, que
(vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a serão recolhidas na forma de legislação específica.
critério do juiz. § 1o Comprovado o interesse público na utilização de qual-
Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz in- quer dos bens mencionados neste artigo, a autoridade de polícia
dagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, for- judiciária poderá deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com
mulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e o objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial, ou-
relevante. vido o Ministério Público.
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de § 2o Feita a apreensão a que se refere o caput deste artigo, e
imediato, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para tendo recaído sobre dinheiro ou cheques emitidos como ordem de
isso lhe sejam conclusos. pagamento, a autoridade de polícia judiciária que presidir o inqué-
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 rito deverá, de imediato, requerer ao juízo competente a intimação
a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, do Ministério Público.
salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na § 3o Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao juí-
sentença condenatória. zo, em caráter cautelar, a conversão do numerário apreendido
em moeda nacional, se for o caso, a compensação dos cheques
CAPÍTULO IV emitidos após a instrução do inquérito, com cópias autênticas dos
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE respectivos títulos, e o depósito das correspondentes quantias em
BENS DO ACUSADO conta judicial, juntando-se aos autos o recibo.
Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Públi- § 4o Após a instauração da competente ação penal, o Mi-
co ou mediante representação da autoridade de polícia judiciária, nistério Público, mediante petição autônoma, requererá ao juízo
ouvido o Ministério Público, havendo indícios suficientes, pode- competente que, em caráter cautelar, proceda à alienação dos bens
rá decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão apreendidos, excetuados aqueles que a União, por intermédio da
e outras medidas assecuratórias relacionadas aos bens móveis e Senad, indicar para serem colocados sob uso e custódia da autori-
imóveis ou valores consistentes em produtos dos crimes previs- dade de polícia judiciária, de órgãos de inteligência ou militares,
tos nesta Lei, ou que constituam proveito auferido com sua prá- envolvidos nas ações de prevenção ao uso indevido de drogas e
tica, procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei operações de repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilíci-
no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal. to de drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades.

Didatismo e Conhecimento 248


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 5o Excluídos os bens que se houver indicado para os fins TÍTULO V
previstos no § 4o deste artigo, o requerimento de alienação deve- DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
rá conter a relação de todos os demais bens apreendidos, com a
descrição e a especificação de cada um deles, e informações sobre Art. 65. De conformidade com os princípios da não-inter-
quem os tem sob custódia e o local onde se encontram. venção em assuntos internos, da igualdade jurídica e do respeito
§ 6o Requerida a alienação dos bens, a respectiva petição será à integridade territorial dos Estados e às leis e aos regulamentos
autuada em apartado, cujos autos terão tramitação autônoma em nacionais em vigor, e observado o espírito das Convenções das
relação aos da ação penal principal. Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos internacionais rela-
§ 7o Autuado o requerimento de alienação, os autos serão con- cionados à questão das drogas, de que o Brasil é parte, o governo
clusos ao juiz, que, verificada a presença de nexo de instrumentali- brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e
dade entre o delito e os objetos utilizados para a sua prática e risco organismos internacionais e, quando necessário, deles solicitará a
de perda de valor econômico pelo decurso do tempo, determinará colaboração, nas áreas de:
a avaliação dos bens relacionados, cientificará a Senad e intimará I - intercâmbio de informações sobre legislações, experiên-
a União, o Ministério Público e o interessado, este, se for o caso, cias, projetos e programas voltados para atividades de prevenção
por edital com prazo de 5 (cinco) dias. do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e
§ 8o Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre dependentes de drogas;
o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atri- II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e trá-
buído aos bens e determinará sejam alienados em leilão. fico de drogas e delitos conexos, em especial o tráfico de armas, a
§ 9o Realizado o leilão, permanecerá depositada em conta ju- lavagem de dinheiro e o desvio de precursores químicos;
dicial a quantia apurada, até o final da ação penal respectiva, quan- III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre
do será transferida ao Funad, juntamente com os valores de que produtores e traficantes de drogas e seus precursores químicos.
trata o § 3o deste artigo.
§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos TÍTULO VI
contra as decisões proferidas no curso do procedimento previsto DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
neste artigo.
§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4o deste artigo, Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1o des-
recaindo a autorização sobre veículos, embarcações ou aeronaves, ta Lei, até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada
o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes, psi-
registro e controle a expedição de certificado provisório de regis-
cotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria
tro e licenciamento, em favor da autoridade de polícia judiciária
SVS/MS no 344, de 12 de maio de 1998.
ou órgão aos quais tenha deferido o uso, ficando estes livres do
Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei no 7.560,
pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito
de 19 de dezembro de 1986, em favor de Estados e do Distrito
em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da
Federal, dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes básicas
União.
contidas nos convênios firmados e do fornecimento de dados ne-
Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá sobre
cessários à atualização do sistema previsto no art. 17 desta Lei,
o perdimento do produto, bem ou valor apreendido, sequestrado ou
declarado indisponível. pelas respectivas polícias judiciárias.
§ 1o Os valores apreendidos em decorrência dos crimes tipi- Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
ficados nesta Lei e que não forem objeto de tutela cautelar, após pios poderão criar estímulos fiscais e outros, destinados às pessoas
decretado o seu perdimento em favor da União, serão revertidos físicas e jurídicas que colaborem na prevenção do uso indevido de
diretamente ao Funad. drogas, atenção e reinserção social de usuários e dependentes e na
§ 2o Compete à Senad a alienação dos bens apreendidos e não repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento já tenha sido decre- Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de em-
tado em favor da União. presas ou estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de ensino,
§ 3o A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a fim ou congêneres, assim como nos serviços de saúde que produzirem,
de dar imediato cumprimento ao estabelecido no § 2o deste artigo. venderem, adquirirem, consumirem, prescreverem ou fornecerem
§ 4o Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do drogas ou de qualquer outro em que existam essas substâncias ou
processo, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, reme- produtos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:
terá à Senad relação dos bens, direitos e valores declarados perdi- I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquida-
dos em favor da União, indicando, quanto aos bens, o local em que ção, sejam lacradas suas instalações;
se encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgente ado-
os fins de sua destinação nos termos da legislação vigente. ção das medidas necessárias ao recebimento e guarda, em depósi-
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar con- to, das drogas arrecadadas;
vênio com os Estados, com o Distrito Federal e com organismos III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acom-
orientados para a prevenção do uso indevido de drogas, a atenção panhar o feito.
e a reinserção social de usuários ou dependentes e a atuação na § 1o Da licitação para alienação de substâncias ou produtos
repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, não proscritos referidos no inciso II do caput deste artigo, só po-
com vistas na liberação de equipamentos e de recursos por ela ar- dem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas na área
recadados, para a implantação e execução de programas relaciona- de saúde ou de pesquisa científica que comprovem a destinação
dos à questão das drogas. lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.

Didatismo e Conhecimento 249


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 2o Ressalvada a hipótese de que trata o § 3o deste artigo, o ESCALA Nº DE GRUPO DENOMINAÇÃO DOS CLASSE
produto não arrematado será, ato contínuo à hasta pública, destruí- DE CARGOS CARGOS ÍNDICES
do pela autoridade sanitária, na presença dos Conselhos Estaduais I Auxiliar de Serviços A 40 250 Penitenciário SERVIÇOS B
sobre Drogas e do Ministério Público. 45 200 AUXILIARES C 50 150 D 55 100
§ 3o Figurando entre o praceado e não arrematadas especiali- II A 60 705 SERVIÇOS DE Agente Penitenciário B 65 570
dades farmacêuticas em condições de emprego terapêutico, ficarão VIGILÂNCIA E C 70 420 CUSTÓDIA D 75 219
elas depositadas sob a guarda do Ministério da Saúde, que as des- III A 80 160 PROCESSOS Monitor Penitenciário B 85 110
tinará à rede pública de saúde. CRIMINOLÓ- C 90 73 GICOS INFORMAIS D 95 48 Técnico
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos Penitenciário Final 100 15
arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da IV A 85 96 PROCESSOS Criminológico B 90 72 CRIMINO-
competência da Justiça Federal. LÓ- GICOS C 95 50 FORMAIS D 100 32
Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que Art. 2º - O vencimento básico dos cargos de Técnico Peniten-
não sejam sede de vara federal serão processados e julgados na ciário e de Criminólogo Classe “D” é o previsto no Anexo III da
vara federal da circunscrição respectiva. Lei nº 9.152, de 05 de outubro de 1990, para o cargo de Técnico
Art. 71. (VETADO) Penitenciário.
Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o inquéri- Parágrafo único - A escala de índices para o cálculo dos ven-
to policial, o juiz, de ofício, mediante representação do delegado cimentos básicos dos cargos de que trata esta Lei é a que consta
de polícia ou a requerimento do Ministério Público, determinará a no artigo 1º.
destruição das amostras guardadas para contraprova, certificando Art. 3º - O ingresso na Classe “A”, inicial, das carreiras de Au-
isso nos autos. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014) xiliar de Serviços Penitenciários, Agente Penitenciário, Monitor
Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Esta- Penitenciário e Criminólogo, dar-se-á somente mediante concurso
dos e o com o Distrito Federal, visando à prevenção e repressão do público.
tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e com os Municípios, Parágrafo único - As classes seguintes à inicial serão providas
com o objetivo de prevenir o uso indevido delas e de possibilitar mediante promoção, de classe a classe, de acordo com a Lei.
a atenção e reinserção social de usuários e dependentes de dro- Art. 4º - O número de cargos para cada especialidade de nível
gas. (Redação dada pela Lei nº 12.219, de 2010) superior será estabelecido em Lei.
Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias Art. 5º - Os cargos de Criminólogo são privativos de profissio-
após a sua publicação. nais de nível superior das seguintes categorias:
Art. 75. Revogam-se a Lei no 6.368, de 21 de outubro de 1976,
- Direito
e a Lei no 10.409, de 11 de janeiro de 2002.
- Medicina-Psiquiátrica
Brasília, 23 de agosto de 2006; 185o da Independência e
- Psicologia
118o da República.
- Pedagogia
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 
- Serviço Social e
Márcio Thomaz Bastos
- Ciências Sociais
Guido Mantega
Art. 6º - Os Serviços Penitenciários serão considerados, para
Jorge Armando Felix todos os efeitos legais, como atividade penosa e perigosa.
Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.8.2006 Art. 7º - As funções de Diretor, Subdiretor ou Administrador
de Estabelecimento Penal, Diretor de Albergue, Chefe da Inspeto-
ria Penitenciária, Inspetor Penitenciário e Chefe de Atividade de
QUADRO ESPECIAL DE SERVIDORES
Segurança são privativas de Agentes Penitenciários Classe “C” e
PENITENCIÁRIOS DO ESTADO DO RIO “D”, Técnicos Penitenciários, Monitores Penitenciários e Crimi-
GRANDE DO SUL, nológicos, à medida em que vagarem.
DA SUPERINTENDÊNCIA DOS SERVIÇOS Parágrafo único - Os servidores das carreiras de nível médio,
PENITENCIÁRIOS – SUSEPE. para exercerem uma das funções constantes no “caput”, deverão
ter concluído, com aprovação, Curso de Revisão de Prática Institu-
cional, ministrado pela Escola de Serviço Penitenciário.
Art. 8º - O disposto no artigo 7º, deverá ser implementado no
prazo de 6 (seis) meses, a contar da publicação da presente Lei.
LEI Nº 9.228, DE 1º DE FEVEREIRO DE 1991. Art. 9º - Os cargos de Monitor Penitenciário e de Técnico Pe-
Cria o Quadro Especial de Servidores Penitenciários do Esta- nitenciário, do Quadro instituído pela Lei nº 6.502, de 22 de de-
do do Rio Grande do Sul e dá outras providências. zembro de 1972, formarão um Quadro em extinção.
CEZAR SCHIRMER, Governador do Estado do Rio Grande Parágrafo único - Os atuais ocupantes de cargos de Carrei-
do Sul, em exercício. ra de Monitor Penitenciário farão parte do Quadro em extinção e
Faço saber, em cumprimento ao disposto no artigo 82, item IV seus cargos extinguir-se-ão progressivamente a contar do primeiro
da Constituição do Estado, que a Assembleia Legislativa aprovou cargo da primeira classe a vagar por promoção, e assim sucessiva-
e eu sanciono e promulgo a Lei seguinte: mente, até o último cargo a vagar na última classe da respectiva
Art. 1º - Fica criado o Quadro Especial de Servidores Peniten- carreira, restando bloqueado na Carreira ora criada, cujo provi-
ciários do Estado do Rio Grande do Sul, composto dos seguintes mento somente se dará na medida da vacância e da extinção que
cargos e carreiras: vier a ocorrer no cargo da carreira extinta.

Didatismo e Conhecimento 250


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 10 - Os atuais cargos de Agente de Segurança Peniten- 13 - Redigir termos de danos e avarias;
ciária são extintos e seus ocupantes são transpostos para cargos de 14 - Auxiliar na atualização e ordenamento de catálogos e fi-
Agente Penitenciário do Quadro criado por esta Lei, mantendo a chários de bibliotecas;
mesma classificação. 15 - Zelar pela conservação do equipamento em uso;
Art. 11 - Ficam assegurados aos titulares de cargos do Quadro 16 - Atender ao público, prestando as informações solicitadas;
de que trata esta Lei e aos titulares de cargos do Quadro em extin- 17 - Executar outras tarefas correlatas.
ção, o mesmo vencimento básico em cada cargo e classe corres-
pondente, bem como os mesmos direitos e vantagens adquiridos FORMA DE RECRUTAMENTO:
por força de legislação em vigor. Concurso Público de provas ou Concurso Público de Provas
Art. 12 - Os ocupantes de cargos de Agente de Segurança Pe- e Títulos.
nitenciária, ao prestarem concurso público para ingresso no cargo QUALIFICAÇÕES ESSENCIAIS PARA O RECRUTA-
de Monitor Penitenciário e de Criminólogo, contarão, na Prova MENTO:
de Títulos, cinco (5) pontos para cada ano de efetivo exercício da - Escolaridade: 1º Grau completo ou equivalente.
profissão em órgão penitenciário estadual, mediante comprovação, - Idade: Entre 21 e 45 anos.
até um máximo de vinte e cinco (25) pontos no concurso. - Outras: Nos termos estabelecidos no Edital, conforme as ins-
Art. 13 - As disposições desta Lei são extensivas aos servi- truções reguladoras do Processo Seletivo.
dores inativos do Quadro instituído pela Lei nº 6.502, de 22 de
REQUISITO PARA PROVIMENTO:
dezembro de 1972, devendo seus proventos ser revistos, quando
Curso de formação adequado, ministrado pela Escola do Ser-
for o caso.
viço Penitenciário,
Art. 14 - Constitui parte integrante da presente Lei o seu ane-
xo, contendo as especificações dos cargos por ela criados. LOTAÇÃO:
Art. 15 - As despesas decorrentes da execução da presente Lei Privativa na Superintendência dos Serviços Penitenciários -
correrão à conta das dotações orçamentárias próprias. SUSEPE.
Art. 16 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. HORÁRIO SEMANA E TRABALHO:
Art. 17 - Revogam-se as disposições em contrário, especial- As atribuições do cargo serão desenvolvidas no horário nor-
mente o artigo 1º, “caput”, da Lei nº 7.965, de 28 de dezembro de mal de quarenta (40) horas semanais de trabalho, em regime diário
1984. ou em plantões de, no máximo, doze (12) horas e poderá deter-
PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 1º de fevereiro de minar a prestação de serviços à noite, aos domingos e feriados,
1991. mediante compensação prevista em Lei.
ANEXO I TRABALHO REALIZADO COM RISCO DE VIDA
ESPECIFICAÇÕES DOS CARGOS DENOMINAÇÃO DA CATEGORIA
- Auxiliar de Serviços Penitenciários - AGENTE PENITENCIÁRIO
- Agente Penitenciário CLASSES: A, B, C, D
- Monitor Penitenciário SÍNTESE DO CONTEÚDO OCUPACIONAL: Atividade de
- Criminológico relativa complexidade, envolvendo serviços de vigilância, custó-
DENOMINAÇÃO DA CATEGORIA dia e guarda de presos.
AUXILIAR DE SERVIÇOS PENITENCIÁRIOS CONTEÚDO OCUPACIONAL:
CLASSES: A, B, C, D 01 - Cuidar da disciplina e segurança dos presos:
SÍNTESE DO CONTEÚDO OCUPACIONAL: Execução de 02 - Fazer rondas periódicas;
trabalhos da rotina administrativa e atendimento ao público. 03 - Fiscalizar o trabalho e o comportamento da população
CONTEÚDO OCUPACIONAL: carcerária, observando os regulamentos e normas próprias;
01 - Protocolar processos e documentos; 04 - Providenciar a assistência aos presos;
02 - Realizar serviços de arquivamento e registro; 05 - Informar as autoridades competentes sobre as ocorrências
03 - Auxiliar na elaboração de balancetes, inventários e balan- surgidas no seu período de trabalho;
ços de material;
06 - Verificar as condições de segurança física do estabeleci-
04 - Auxiliar nos trabalhos de coleta, registro e levantamento
mento;
de dados;
05 - Prestar informações sobre o andamento de processos e 07 - Verificar as condições de limpeza e higiene das celas e
expedientes; instalações sanitárias de uso dos presos;
06 - Executar serviços de datilografia; 08 - Conduzir viaturas de transporte de presos, quando habi-
07 - Auxiliar no serviço de identificação e qualificação do pre- litado para tal;
so; 09 - Operar sistemas de rádio comunicação na área da SU-
08 - Registrar pacientes para fins de atendimento médico e SEPE;
hospitalar; 10 - Assistir e orientar, quando necessário, o estágio de alunos
09 - Preparar mapas de frequência de pessoal e folhas de pa- da Escola do Serviço Penitenciário;
gamento; 11 - Registrar ocorrências em livro especial;
10 - Efetuar os assentamentos individuais do pessoal; 12 - Efetuar registros de suas atividades e mantê-los atualiza-
11 - Elaborar grades ou certidões de tempo de serviço; dos, bem como elaborar relatórios periódicos dos mesmos;
12 - Auxiliar nos trabalhos de aquisição de material de consu- 13 - Orientar e coordenar trabalhos a serem desenvolvidos na
mo permanente, mediante tomadas de preços, registro de fornece- sua área, por auxiliares de Serviços Penitenciários;
dores, expedição de convites e outras tarefas correlatas;

Didatismo e Conhecimento 251


LEGISLAÇÃO APLICADA
14 - Usar da responsabilidade inerente ao cargo, solicitando, 04 Programar e orientar práticas de formação cívica, ética, re-
se possível, ajuda policial na captura de presos evadidos, desde ligiosa, cultural e profissional aos presos;
que tenha conhecimento da evasão e saiba o lugar em que se en- 05 - Supervisionar o trabalho externo dos presos;
contra o evadido, ou venha a se deparar com ele; 06 - Providenciar na assistência ao preso;
15 - Fiscalizar a entrada e a saída de pessoas e veículos nos 07 - Orientar o egresso;
estabelecimentos penais, incluindo execução de serviços de revis- 08 - Coordenar as atividades laborativas e profissionalizantes
tas corporais; dos presos dentro do estabelecimento;
16 - Efetuar a conferência periódica da população carcerária; 09 - Verificar as condições de limpeza e higiene das celas e
17 - Realizar a identificação e a qualificação dos presos; instalações sanitárias de uso dos presos;
18 - Executar outras tarefas correlatas. 10 - Assistir e orientar, quando necessário, o estágio de alunos
FORMA DE RECRUTAMENTO: da Escola do Serviço Penitenciário:
Concurso Público de Provas ou Concurso Público de Provas 11 - Informar as autoridades competentes sobre as ocorrências
e Títulos. surgidas no seu período de trabalho:
QUALIFICAÇÕES ESSENCIAIS PARA RECRUTAMEN- 12 - Efetuar registros de suas atividades e mantê-los atualiza-
TO: dos, bem como elaborar relatórios periódicos das mesmas;
- Escolaridade: 2º Grau completo ou equivalente e curso de 13 - Orientar e coordenar trabalhos a serem desenvolvidos por
formação adequado, ministrado pela Escola do Serviço Peniten- equipes auxiliares, na sua área:
ciário. 14 - Elaborar, analisar e avaliar planos e programas que visem
- Idade: Entre 21 e 35 anos. à organização e desenvolvimento de serviços atinentes à Superin-
- Outras: Nos termos estabelecidos no Edital, conforme ins- tendência dos Serviços Penitenciários;
truções reguladoras do Processo Seletivo. 15 - Indicar critérios para fixação de prioridades e coordenar
LOTAÇÃO: iniciativas;
Privativa na Superintendência dos Serviços Penitenciários. 16 - Elaborar projetos para a modernização administrativa e
HORÁRIO SEMANAL DE TRABALHO: operacional de sistemas e subsistemas na área penitenciária;
As atribuições do cargo serão desenvolvidas no horário nor- 17 - Controlar ou desempenhar trabalhos de caráter adminis-
mal de quarenta (40)horas semanais de trabalho. trativo ou técnico, na área de sua especialidade na Superintendên-
O exercício do cargo sujeita o ocupante a plantão de no má- cia dos Serviços Penitenciários;
ximo vinte e quatro (24) horas, sempre em serviço de vigilância, 18 - Emitir pareceres e laudos sobre matéria de sua especia-
custódia e guarda de presos e poderá determinar a prestação de lidade;
serviços à noite, aos domingos e feriados, mediante compensação 19 - Prestar assessoramento na sua especialidade;
prevista em Lei. 20 - Inspecionar estabelecimentos penais;
21 - Realizar sindicância, quando determinada pela autoridade
TRABALHO REALIZADO COM RISCO DE VIDA E COM competente;
DIREITO A PORTE DE ARMA PERMANENTE. 22 - Participar de programas de recrutamento, seleção, trei-
DENOMINAÇÃO DA CATEGORIA namento e aperfeiçoamento de pessoal para os serviços da área
MONITOR PENITENCIÁRIO E TÉCNICO PENITENCIÁ- penitenciária;
RIO 23 - Difundir estudos, levantamentos, pesquisas e fazer con-
CLASSES: A, B, C, D tatos para intercâmbio entre órgãos e instituições penitenciárias;
SÍNTESE DO CONTEÚDO OPERACIONAL: Atividades de 24 - Administrar Estabelecimentos Penais;
nível superior, de grande complexidade, envolvendo atendimento, 25 - Executar outras tarefas correlatas.
assistência e orientação a pessoas recolhidas nos estabelecimentos
penais do Estado, operacionalizando sua avaliação e o acompanha- FORMA DE RECRUTAMENTO:
mento dos processos de reeducação, reintegração social e ressocia- Concurso Público de Provas ou Concurso Público de Provas
lização, bem como planejamento, coordenação, execução, estudos e Títulos.
e pesquisas de atividades inerentes à área penitenciária e, ainda, QUALIFICAÇÕES ESSENCIAIS PARA O RECRUTA-
assessoramento a autoridades, e aos órgãos integrantes do Sistema MENTO:
Penitenciário do Estado e da Secretaria da Justiça.
- Escolaridade: Curso Superior, com a respectiva habilitação
CONTEÚDO OCUPACIONAL (A SER DESENVOLVIDO legal para o exercício de profissão compatível com as finalidades
DE ACORDO COM A HABILITAÇÃO PROFISSIONAL DO do Serviço Penitenciário, de acordo com a Lei.
FUNCIONÁRIO): - Idade: Entre 25 e 45 anos
- Outras: Nos termos estabelecidos no Edital, conforme as ins-
01 - Instruir os presos sobre hábitos de higiene, de educação truções reguladoras do Processo Seletivo.
informal e de boas maneiras;
02 - Despertar nos presos o senso de responsabilidade e de- REQUISITO PARA PROVIMENTO:
dicação no cumprimento dos deveres sociais, profissionais e fa- Curso de formação adequado, ministrado pela Escola do Ser-
miliares; viço Penitenciário.
03 - Orientar os presos nas atividades profissionalizantes e LOTAÇÃO:
recreativas;

Didatismo e Conhecimento 252


LEGISLAÇÃO APLICADA
Privativa na Superintendência dos Serviços Penitenciários e - Idade: Entre 25 e 45 anos.
na Secretaria da Justiça, - Outras: Nos termos estabelecidos no Edital, conforme as ins-
HORÁRIO SEMANAL DE TRABALHO: truções reguladoras do Processo Seletivo.
- Requisito para Provimento: Curso de Pós-Graduação, em
As atribuições do cargo serão desenvolvidas no horário nor- Criminologia, nível (mínimo) de especialização.
mal de quarenta (40) horas semanais de trabalho. - Lotação: Privativa na Superintendência dos Serviços Peni-
O exercício do cargo sujeita o seu ocupante a plantão de, no tenciários SUSEPE e na Secretaria da Justiça.
máximo, vinte e quatro (24) horas e poderá determinar a prestação HORÁRIO SEMANAL DE TRABALHO: As atribuições do
de serviço à noite, aos domingos e feriados, mediante compensa- cargo serão desenvolvidas no horário normal de quarenta horas
ção prevista em Lei. (40) semanais de trabalho.
O exercício do cargo sujeita seu ocupante a plantão de no má-
TRABALHO REALIZADO COM RISCO DE VIDA E COM ximo vinte e quatro (24) horas e poderá determinar a prestação de
DIREITO DE ARMA PERMANENTE. serviços à noite, aos domingos e feriados, mediante compensação
DENOMINAÇÃO DA CATEGORIA
prevista em Lei.
- CRlMlNÓLOGO
CLASSES: A, B, C, D
TRABALHO REALIZADO COM RISCO DE VIDA E COM
SÍNTESE DO CONTEÚDO OCUPACIONAL: Atividades de DIREITO A PORTE DE ARMA PERMANENTE.
nível superior, de complexidade, envolvendo pesquisa, realização
de exame criminológico e de personalidade, perícias, de formula-
ção de programa individualizador e acompanhamento da execução DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS
das penas privativas de liberdade e restritivas de direito. DIREITOS HUMANOS.
CONTEÚDO OCUPACIONAL (A ser desenvolvido de acor-
do com a Habilitação Profissional do funcionário):
01 - Avaliar e diagnosticar, através de exame criminológico,
a personalidade do condenado, para fins de classificação e indivi- Adotada e proclamada pela Resolução n° 217 A (III) da As-
dualização da execução da pena; sembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948
02 - Efetuar a prognose criminal para efeitos de reincidência,
periculosidade, regimes penitenciários e outros efeitos penais; Preâmbulo
03 - Formular o programa de tratamento penitenciário;
04 - Desenvolver atividades terapêuticas compatíveis com o O preâmbulo é um elemento comum em textos constitucio-
programa de tratamento penitenciário; nais. Em relação ao preâmbulo constitucional, Jorge Miranda85
05 - Formular e Supervisionar técnicas de atuação penitenciá- define: “[...] proclamação mais ou menos solene, mais ou menos
ria, realizadas individualmente, ou em grupos; significante, anteposta ao articulado constitucional, não é compo-
06 - Propor, à autoridade competente, as progressões e regres- nente necessário de qualquer Constituição, mas tão somente um
sões dos regimes bem como as conversações; elemento natural de Constituições feitas em momentos de ruptura
07 - Avaliar as infrações disciplinares; histórica ou de grande transformação político-social”. Do conceito
08 - Realizar ou orientar trabalhos, estudos e pesquisas de na- do autor é possível extrair elementos para definir o que represen-
tureza técnico-científica ou administrativa, temas criminológicos tam os preâmbulos em documentos internacionais: proclamação
e penitenciários; dotada de certa solenidade e significância que antecede o texto do
09 - Participar de programas de recrutamento, seleção, trei-
documento internacional e, embora não seja um elemento neces-
namento e aperfeiçoamento de pessoal para os serviços da área
sário a ele, merece ser considerada porque reflete o contexto de
penitenciária;
ruptura histórica e de transformação político-social que levou à
10 - Difundir estudos, levantamentos, pesquisas e fazer con-
tatos para intercâmbio entre órgãos e instituições penitenciárias; elaboração do documento como um todo. No caso da Declaração
11 - Fazer relatório e efetuar registros de suas atividades e de 1948 ficam evidentes os antecedentes históricos inerentes às
mantê-los atualizados; Guerras Mundiais.
12 - Orientar e coordenar trabalhos a serem desenvolvidos por Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a
equipes auxiliares, na sua área; todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e
13 - Administrar Estabelecimentos Penais; inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no
14 - Executar outras tarefas correlatas. mundo,
O princípio da dignidade da pessoa humana, pelo qual todos
FORMA DE RECRUTAMENTO: Concurso Público de Pro- os seres humanos são dotados da mesma dignidade e para que ela
vas ou Concurso Público de Provas e Títulos. seja preservada é preciso que os direitos inerentes à pessoa hu-
QUALIFICAÇÕES ESSENCIAIS PARA O RECRUTA- mana sejam garantidos, já aparece no preâmbulo constitucional,
MENTO: sendo guia de todo documento.

- Escolaridade: Curso Superior, com a respectiva habilitação 85 MIRANDA, Jorge (Coord.). Estudos sobre a constituição.
legal para o exercício da profissão compatível com as finalidades Lisboa: Petrony, 1978.
do Serviço Penitenciário, de acordo com o Artigo 5º desta Lei.

Didatismo e Conhecimento 253


LEGISLAÇÃO APLICADA
Denota-se, ainda, a característica da inalienabilidade dos di- A Assembleia Geral é o principal órgão deliberativo das Na-
reitos humanos, pela qual os direitos humanos não possuem conteú- ções Unidas, no qual há representatividade de todos os membros e
do econômico patrimonial, logo, são intransferíveis, inegociáveis e por onde passam inúmeros tratados internacionais.
indisponíveis, estando fora do comércio, o que evidencia uma limita-
ção do princípio da autonomia privada. Artigo I
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos hu- Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direi-
manos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência tos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação
da Humanidade e que o advento de um mundo em que os homens umas às outras com espírito de fraternidade.
gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem O primeiro artigo da Declaração é altamente representativo, tra-
a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta zendo diversos conceitos chaves de todo o documento:
aspiração do homem comum, a) Princípios da universalidade, presente na palavra todos, que
A humanidade nunca irá esquecer das imagens vistas quando da se repete no documento inteiro, pelo qual os direitos humanos per-
abertura dos campos de concentração nazistas, nos quais os cadáve- tencem a todos e por isso se encontram ligados a um sistema global
res esqueléticos do que não eram considerados seres humanos peran- (ONU), o que impede o retrocesso.
te aquele regime político se amontoavam. Aquelas pessoas não eram Na primeira parte do artigo estatui-se que não basta a igualdade
consideradas iguais às demais por possuírem alguma característica, formal perante a lei, mas é preciso realizar esta igualdade de forma
crença ou aparência que o Estado não apoiava. Daí a importância de a ser possível que todo homem atinja um grau satisfatório de digni-
se atentar para os antecedentes históricos e compreender a igualdade dade. Neste sentido, as discriminações legais asseguram a verdadeira
de todos os homens, independentemente de qualquer fator. igualdade, por exemplo, com as ações afirmativas, a proteção espe-
Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegi- cial ao trabalho da mulher e do menor, as garantias aos portadores
dos pelo Estado de Direito, para que o homem não seja compelido, de deficiência, entre outras medidas que atribuam a pessoas com di-
como último recurso, à rebelião contra tirania e a opressão, ferentes condições, iguais possibilidades, protegendo e respeitando
Por todo o mundo se espalharam, notadamente durante a Segun- suas diferenças.86
da Guerra Mundial, regimes totalitários altamente opressivos, não só b) Princípio da dignidade da pessoa humana: a dignidade é um
por parte das Potências do Eixo (Alemanha, Itália, Japão), mas tam- atributo da pessoa humana, segundo o qual ela merece todo o respei-
bém no lado dos Aliados (Rússia e o regime de Stálin). to por parte dos Estados e dos demais indivíduos, independentemen-
Considerando essencial promover o desenvolvimento de rela- te de qualquer fator como aparência, religião, sexualidade, condição
ções amistosas entre as nações, financeira. Todo ser humano é digno e, por isso, possui direitos que
Depois de duas grandes guerras a humanidade conseguiu perce- visam garantir tal dignidade.
ber o quanto era prejudicial não manter relações amistosas entre as c) Dimensões de direitos humanos: tradicionalmente, os direi-
nações, de forma que o ideal de paz ganhou uma nova força. tos humanos dividem-se em três dimensões, cada qual representativa
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na de um momento histórico no qual se evidenciou a necessidade de
Carta, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no garantir direitos de certa categoria. A primeira dimensão, presente
valor da pessoa humana e na igualdade de direitos dos homens e das na expressão livres, refere-se aos direitos civis e políticos, os quais
mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores garantem a liberdade do homem no sentido de não ingerência estatal
condições de vida em uma liberdade mais ampla, e de participação nas decisões políticas, evidenciados historicamente
Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a com as Revoluções Americana e Francesa. A segunda dimensão, pre-
desenvolver, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito uni- sente na expressão iguais, refere-se aos direitos econômicos, sociais
versal aos direitos humanos e liberdades fundamentais e a observân- e culturais, os quais garantem a igualdade material entre os cidadãos
cia desses direitos e liberdades, exigindo prestações positivas estatais nesta direção, por exemplo,
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e assegurando direitos trabalhistas e de saúde, possuindo como ante-
liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento cedente histórico a Revolução Industrial. A terceira dimensão, pre-
desse compromisso, sente na expressão fraternidade, refere-se ao necessário olhar sobre o
Todos os países que fazem parte da Organização das Nações mundo como um lugar de todos, no qual cada qual deve reconhecer
Unidas, tanto os 51 membros fundadores quanto os que ingressaram no outro seu semelhante, digno de direitos, olhar este que também se
posteriormente (basicamente, todos demais países do mundo), totali- lança para as gerações futuras, por exemplo, com a preservação do
zando 193, assumiram o compromisso de cumprir a Carta da ONU, meio ambiente e a garantia da paz social, sendo o marco histórico
documento que a fundou e que traz os princípios condutores da ação justamente as Guerras Mundiais.87 Assim, desde logo a Declaração
da organização. estabelece seus parâmetros fundamentais, com esteio na Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 e na Constituição
A Assembleia Geral proclama Francesa de 1791, quais sejam igualdade, liberdade e fraternidade.
A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como Embora os direitos de 1ª, 2ª e 3ª dimensão, que se baseiam nesta tría-
o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, de, tenham surgido de forma paulatina, devem ser considerados em
com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, conjunto proporcionando a plena realização do homem88.
tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do en-
86 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
sino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liber- dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
dades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional
e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua ob- 87 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução Celso Lafer. 9.
servância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua 88 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
jurisdição. dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

Didatismo e Conhecimento 254


LEGISLAÇÃO APLICADA
Na primeira parte do artigo estatui-se que não basta a igual- A vida humana é o centro gravitacional no qual orbitam todos
dade formal perante a lei, mas é preciso realizar esta igualdade de os direitos da pessoa humana, possuindo reflexos jurídicos, políti-
forma a ser possível que todo homem atinja um grau satisfatório de cos, econômicos, morais e religiosos. Daí existir uma dificuldade
dignidade. em conceituar o vocábulo vida. Logo, tudo aquilo que uma pessoa
Neste sentido, as discriminações legais asseguram a verdadeira possui deixa de ter valor ou sentido se ela perde a vida. Sendo
igualdade, por exemplo, com as ações afirmativas, a proteção espe- assim, a vida é o bem principal de qualquer pessoa, é o primeiro
cial ao trabalho da mulher e do menor, as garantias aos portadores valor moral de todos os seres humanos. Trata-se de um direito que
de deficiência, entre outras medidas que atribuam a pessoas com pode ser visto em 4 aspectos, quais sejam: a) direito de nascer; b)
diferentes condições, iguais possibilidades, protegendo e respeitan- direito de permanecer vivo; c) direito de ter uma vida digna quanto
do suas diferenças. à subsistência e; d) direito de não ser privado da vida através da
pena de morte92.
Artigo II Por sua vez, o direito à liberdade é posto como consectário
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liber- do direito à vida, pois ela depende da liberdade para o desenvol-
dades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer vimento intelectual e moral. Assim, “[...] liberdade é assim a fa-
espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou culdade de escolher o próprio caminho, sendo um valor inerente à
de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, dignidade do ser, uma vez que decorre da inteligência e da volição,
ou qualquer outra condição.  duas características da pessoa humana”93.
Reforça-se o princípio da igualdade, bem como o da dignidade O direito à segurança pessoal é o direito de viver sem medo,
da pessoa humana, de forma que todos seres humanos são iguais protegido pela solidariedade e liberto de agressões, logo, é uma
independentemente de qualquer condição, possuindo os mesmos maneira de garantir o direito à vida94.
direitos visando a preservação de sua dignidade. Artigo IV
O dispositivo traz um aspecto da igualdade que impede a dis- Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escra-
tinção entre pessoas pela condição do país ou território a que per- vidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas
tença, o que é importante sob o aspecto de proteção dos refugiados, formas. 
prisioneiros de guerra, pessoas perseguidas politicamente, nacio- “O trabalho escravo não se confunde com o trabalho servil.
nais de Estados que não cumpram os preceitos das Nações Unidas.
A escravidão é a propriedade plena de um homem sobre o outro.
Não obstante, a discriminação não é proibida apenas quanto a in-
Consiste na utilização, em proveito próprio, do trabalho alheio.
divíduos, mas também quanto a grupos humanos, sejam formados
Os escravos eram considerados seres humanos sem personalida-
por classe social, etnia ou opinião em comum89.
de, mérito ou valor. A servidão, por seu turno, é uma alienação
“A Declaração reconhece a capacidade de gozo indistinto dos
relativa da liberdade de trabalho através de um pacto de prestação
direitos e liberdades assegurados a todos os homens, e não apenas
de serviços ou de uma ligação absoluta do trabalhador à terra, já
a alguns setores ou atores sociais. Garantir a capacidade de gozo,
que a servidão era uma instituição típica das sociedades feudais.
no entanto, não é suficiente para que este realmente se efetive. É
fundamental aos ordenamentos jurídicos próprios dos Estados via- A servidão, representava a espinha dorsal do feudalismo. O servo
bilizar os meios idôneos a proporcionar tal gozo, a fim de que se pagava ao senhor feudal uma taxa altíssima pela utilização do solo,
perfectibilize, faticamente, esta garantia. Isto se dá não somente que superava a metade da colheita”95.
com a igualdade material diante da lei, mas também, e principal- A abolição da escravidão foi uma luta histórica em todo o glo-
mente, através do reconhecimento e respeito das desigualdades na- bo. Seria totalmente incoerente quanto aos princípios da liberdade,
turais entre os homens, as quais devem ser resguardadas pela ordem da igualdade e da dignidade se admitir que um ser humano pudesse
jurídica, pois é somente assim que será possível propiciar a aludida ser submetido ao outro, ser tratado como coisa. O ser humano não
capacidade de gozo a todos”90. possui valor financeiro e nem serve ao domínio de outro, razão
pela qual a escravidão não pode ser aceita.
Artigo III
Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pes- Artigo V
soal. Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou cas-
Segundo Lenza91, “abrange tanto o direito de não ser morto, tigo cruel, desumano ou degradante.
privado da vida, portanto, direito de continuar vivo, como também Tortura é a imposição de dor física ou psicológica por cruel-
o direito de ter uma vida digna”. Na primeira esfera, enquadram-se dade, intimidação, punição, para obtenção de uma confissão, infor-
questões como pena de morte, aborto, pesquisas com células-tron- mação ou simplesmente por prazer da pessoa que tortura. A tortura
co, eutanásia, entre outras polêmicas. Na segunda esfera, notam- é uma espécie de tratamento ou castigo cruel, desumano ou degra-
-se desdobramentos como a proibição de tratamentos indignos, a dante. A Convenção das Nações Unidas contra a Tortura e Outros
exemplo da tortura, dos trabalhos forçados, etc.
92 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
93 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
89 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. 94
90 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos
dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
91 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. 95 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

Didatismo e Conhecimento 255


LEGISLAÇÃO APLICADA
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes (Reso- Artigo VIII
lução n° 39/46 da Assembleia Geral das Nações Unidas) foi estabe- Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais com-
lecida em 10 de dezembro de 1984 e ratificada pelo Brasil em 28 de petentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fun-
setembro de 1989. Em destaque, o artigo 1 da referida Convenção: damentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Não basta afirmar direitos, é preciso conferir meios para garan-
Artigo 1º, Convenção da ONU contra Tortura e Outros Trata- ti-los. Ciente disto, a Declaração traz aos Estados partes o dever de
mentos ou Penas Cruéis estabelecer em suas legislações internas instrumentos para proteção
1. Para os fins da presente Convenção, o termo “tortura” de- dos direitos humanos. Geralmente, nos textos constitucionais são es-
signa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, físicos tabelecidos os direitos fundamentais e os instrumentos para protegê-
ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de -los, por exemplo, o habeas corpus serve à proteção do direito à
obter, dela ou de uma terceira pessoa, informações ou confissões; de liberdade de locomoção.
castigá-la por ato que ela ou uma terceira pessoa tenha cometido
ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa Artigo IX
ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discrimi- Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
nação de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimentos são Prisão e detenção são formas de impedir que a pessoa saia de
infligidos por um funcionário público ou outra pessoa no exercício um estabelecimento sob tutela estatal, privando-a de sua liberdade
de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consenti- de locomoção. Exílio é a expulsão ou mudança forçada de uma pes-
mento ou aquiescência. Não se considerará como tortura as dores soa do país, sendo assim também uma forma de privar a pessoa de
ou sofrimentos que sejam consequência unicamente de sanções le- sua liberdade de locomoção em um determinado território. Nenhu-
gítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram. ma destas práticas é permitida de forma arbitrária, ou seja, sem o
2. O presente Artigo não será interpretado de maneira a res- respeito aos requisitos previstos em lei.
tringir qualquer instrumento internacional ou legislação nacional Não significa que em alguns casos não seja aceita a privação
que contenha ou possa conter dispositivos de alcance mais amplo. de liberdade, notadamente quando o indivíduo tiver praticado um
Artigo VI ato que comprometa a segurança ou outro direito fundamental de
Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhe- outra pessoa.
cida como pessoa perante a lei.
“Afinal, se o Direito existe em função da pessoa humana, será Artigo X
ela sempre sujeito de direitos e de obrigações. Negar-lhe a persona- Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência
lidade, a aptidão para exercer direitos e contrair obrigações, equivale justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial,
a não reconhecer sua própria existência. [...] O reconhecimento da para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qual-
personalidade jurídica é imprescindível à plena realização da pessoa quer acusação criminal contra ele.
humana. Trata-se de garantir a cada um, em todos os lugares, a pos- “De acordo com a ordem que promana do preceito acima repro-
sibilidade de desenvolvimento livre e isonômico”96. duzido, as pessoas têm a faculdade de exigir um pronunciamento do
O sistema de proteção de direitos humanos estabelecido no âm- Poder Judiciário, acerca de seus direitos e deveres postos em litígio
bito da Organização das Nações Unidas é global, razão pela qual não ou do fundamento de acusação criminal, realizado sob o amparo
cabe o seu desrespeito em qualquer localidade do mundo. Por isso, dos princípios da isonomia, do devido processo legal, da publici-
um estrangeiro que visite outro país não pode ter seus direitos huma- dade dos atos processuais, da ampla defesa e do contraditório e da
nos violados, independentemente da Constituição daquele país nada imparcialidade do juiz”97.
prever a respeito dos direitos dos estrangeiros. A pessoa humana não Em outras palavras não é possível juízo ou tribunal de exceção,
perde tal caráter apenas por sair do território de seu país. Em outras ou seja, um juízo especialmente delegado para o julgamento do caso
palavras, denota-se uma das facetas do princípio da universalidade. daquela pessoa. O juízo deve ser escolhido imparcialmente, de acor-
do com as regras de organização judiciária que valem para todos.
Artigo VII Não obstante, o juízo deve ser independente, isto é, poder julgar
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer dis- independentemente de pressões externas para que o julgamento se
tinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção dê num ou noutro sentido. O juízo também deve ser imparcial, não
contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e possuindo amizade ou inimizade em graus relevantes para com o
contra qualquer incitamento a tal discriminação. acusado. Afinal, o direito à liberdade é consagrado e para que al-
Um dos desdobramentos do princípio da igualdade refere-se à guém possa ser privado dela por uma condenação criminal é preciso
igualdade perante à lei. Toda lei é dotada de caráter genérico e abs- que esta se dê dentro dos trâmites legais, sem violar direitos huma-
trato que evidencia não aplicar-se a uma pessoa determinada, mas nos do acusado.
sim a todas as pessoas que venham a se encontrar na situação por
ela descrita. Não significa que a legislação não possa estabelecer, Artigo XI
em abstrato, regras especiais para um grupo de pessoas desfavore- 1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser
cido socialmente, direcionando ações afirmativas, por exemplo, aos presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido prova-
deficientes, às mulheres, aos pobres - no entanto, todas estas ações da de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham
devem respeitar a proporcionalidade e a razoabilidade (princípio sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
da igualdade material). 97 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
96 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

Didatismo e Conhecimento 256


LEGISLAÇÃO APLICADA
O princípio da presunção de inocência ou não culpabilidade de expansão da personalidade”, mas não caracteriza os direitos de
liga-se ao direito à liberdade. Antes que ocorra a condenação cri- personalidade em si. “O direito à honra distancia-se levemente dos
minal transitada em julgado, isto é, processada até o último recurso dois anteriores, podendo referir-se ao juízo positivo que a pessoa
interposto pelo acusado, este deve ser tido como inocente. Durante tem de si (honra subjetiva) e ao juízo positivo que dela fazem os
o processo penal, o acusado terá direito ao contraditório e à ampla outros (honra objetiva), conferindo-lhe respeitabilidade no meio
defesa, bem como aos meios e recursos inerentes a estas garantias, social. O direito à imagem também possui duas conotações, poden-
e caso seja condenado ao final poderá ser considerado culpado. A do ser entendido em sentido objetivo, com relação à reprodução
razão é que o estado de inocência é inerente ao ser humano até que gráfica da pessoa, por meio de fotografias, filmagens, desenhos, ou
ele viole direito alheio, caso em que merecerá sanção. em sentido subjetivo, significando o conjunto de qualidades culti-
“Através desse princípio verifica-se a necessidade de o Estado vadas pela pessoa e reconhecidas como suas pelo grupo social”101.
comprovar a culpabilidade do indivíduo presumido inocente. Está O artigo também abrange a proteção ao domicílio, local no
diretamente relacionado à questão da prova no processo penal que qual a pessoa deseja manter sua privacidade e pode desenvolver
deve ser validamente produzida para ao final do processo condu- sua personalidade; e à correspondência, enviada ao seu lar uni-
zir a culpabilidade do indivíduo admitindo-se a aplicação das pe- camente para sua leitura e não de terceiros, preservando-se sua
nas previamente cominadas. Entretanto, a presunção de inocência privacidade.
não afasta a possibilidade de medidas cautelares como as prisões
provisórias, busca e apreensão, quebra de sigilo como medidas
de caráter excepcional cujos requisitos autorizadores devem estar Artigo XIII
previstos em lei”98. 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e resi-
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omis- dência dentro das fronteiras de cada Estado.
são que, no momento, não constituíam delito perante o direito Não há limitações ao direito de locomoção dentro do próprio
nacional ou internacional. Tampouco será imposta pena mais Estado, nem ao direito de residir. Vale lembrar que a legislação
forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável interna pode estabelecer casos em que tal direito seja relativizado,
ao ato delituoso. por exemplo, obrigando um funcionário público a residir no muni-
Evidencia-se o princípio da irretroatividade da lei penal in cípio em que está sediado ou impedindo o ingresso numa área de
pejus (para piorar a situação do acusado) pelo qual uma lei penal interesse estatal.
elaborada posteriormente não pode se aplicar a atos praticados no São exceções à liberdade de locomoção: decisão judicial que
passado - nem para um ato que não era considerado crime passar a imponha pena privativa de liberdade ou limitação da liberdade,
ser, nem para que a pena de um ato que era considerado crime seja normas administrativas de controle de vias e veículos, limitações
aumentada. Evidencia não só o respeito à liberdade, mas também para estrangeiros em certas regiões ou áreas de segurança nacional
- e principalmente - à segurança jurídica. e qualquer situação em que o direito à liberdade deva ceder aos
interesses públicos102.
Artigo XII 2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusi-
Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, ve o próprio, e a este regressar.
na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ata- A nacionalidade é um direito humano, assim como a liberdade
ques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção de locomoção. Destaca-se que o artigo não menciona o direito de
da lei contra tais interferências ou ataques. entrar em qualquer país, mas sim o de deixá-lo.
A proteção aos direitos à privacidade e à personalidade se
enquadra na primeira dimensão de direitos fundamentais no que Artigo XIV
tange à proteção à liberdade. Enfim, o exercício da liberdade lega- 1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procu-
-se também às limitações a este exercício: de que adianta ser ple- rar e de gozar asilo em outros países. 
namente livre se a liberdade de um interfere na liberdade - e nos 2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição
direitos inerentes a esta liberdade - do outro. legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos
“O direito à intimidade representa relevante manifestação dos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas.
direitos da personalidade e qualifica-se como expressiva prerro- O direito de asilo serve para proteger uma pessoa perseguida
gativa de ordem jurídica que consiste em reconhecer, em favor por suas opiniões políticas, situação racial, convicções religiosas
da pessoa, a existência de um espaço indevassável destinado a ou outro motivo político em seu país de origem, permitindo que ela
protegê-la contra indevidas interferências de terceiros na esfera de requeira perante a autoridade de outro Estado proteção. Claro, não
sua vida privada”99. se protege aquele que praticou um crime comum em seu país e fu-
Reforçando a conexão entre a privacidade e a intimidade, ao giu para outro, caso em que deverá ser extraditado para responder
abordar a proteção da vida privada - que, em resumo, é a privaci- pelo crime praticado.
dade da vida pessoal no âmbito do domicílio e de círculos de ami-
gos -, Silva100 entende que “o segredo da vida privada é condição
98 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal 101 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de direito
dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. constitucional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
99 MOTTA, Sylvio; BARCHET, Gustavo. Curso de direito
constitucional. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 102 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
100 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.

Didatismo e Conhecimento 257


LEGISLAÇÃO APLICADA
O direito dos refugiados é o que envolve a garantia de asilo “Desde a sua criação, a Organização das Nações Unidas tem
fora do território do qual é nacional por algum dos motivos especi- dedicado os seus esforços à proteção dos refugiados no mundo.
ficados em normas de direitos humanos, notadamente, perseguição Em 1951, data em que foi criado o Alto Comissariado das Na-
por razões de raça, religião, nacionalidade, pertença a um grupo ções Unidas para os Refugiados (ACNUR), havia um milhão de
social determinado ou convicções políticas. Diversos documentos refugiados sob a sua responsabilidade. Hoje este número aumen-
internacionais disciplinam a matéria, a exemplo da Declaração tou para 17,5 milhões, para além dos 2,5 milhões assistidos pelo
Universal de 1948, Convenção de 1951 relativa ao Estatuto dos Organismo das Nações Unidas das Obras Públicas e Socorro aos
Refugiados, Quarta Convenção de Genebra Relativa à Proteção Refugiados da Palestina, no Próximo Oriente (ANUATP), e ainda
das Pessoas Civis em Tempo de Guerra de 1949, Convenção rela- mais de 25 milhões de pessoas deslocadas internamente. Em 1951,
tiva ao Estatuto dos Apátridas de 1954, Convenção sobre a Redu- a maioria dos refugiados eram Europeus. Hoje, a maior parte é
ção da Apatridia de 1961 e Declaração das Nações Unidas sobre a proveniente da África e da Ásia. Atualmente, os movimentos de
Concessão de Asilo Territorial de 1967. Não obstante, a constitui- refugiados assumem cada vez mais a forma de êxodos maciços,
ção brasileira adota a concessão de asilo político como um de seus diferentemente das fugas individuais do passado. Hoje, oitenta por
princípios nas relações internacionais (art. 4º, X, CF). cento dos refugiados são mulheres e crianças. Também as causas
“A prática de conceder asilo em terras estrangeiras a pessoas dos êxodos se multiplicaram, incluindo agora as catástrofes natu-
que estão fugindo de perseguição é uma das características mais rais ou ecológicas e a extrema pobreza. Daí que muitos dos atuais
antigas da civilização. Referências a essa prática foram encontra- refugiados não se enquadrem na definição da Convenção relativa
das em textos escritos há 3.500 anos, durante o florescimento dos ao Estatuto dos Refugiados. Esta Convenção refere-se a vítimas de
antigos grandes impérios do Oriente Médio, como o Hitita, Babi- perseguição por razões de raça, religião, nacionalidade, pertença a
lônico, Assírio e Egípcio antigo. um grupo social determinado ou convicções políticas. [...]
Mais de três milênios depois, a proteção de refugiados foi
estabelecida como missão principal da agência de refugiados da Existe uma relação evidente entre o problema dos refugiados
ONU, que foi constituída para assistir, entre outros, os refugiados e a questão dos direitos humanos. As violações dos direitos huma-
que esperavam para retornar aos seus países de origem no final da nos constituem não só uma das principais causas dos êxodos ma-
II Guerra Mundial. ciços, mas afastam também a opção do repatriamento voluntário
A Convenção de Refugiados de 1951, que estabeleceu o AC- enquanto se verificarem. As violações dos direitos das minorias
NUR, determina que um refugiado é alguém que ‘temendo ser per- e os conflitos étnicos encontram-se cada vez mais na origem quer
seguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social dos êxodos maciços, quer das deslocações internas. [...]
ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacionalidade Na sua segunda sessão, no final de 1946, a Assembleia Geral
e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da criou a Organização Internacional para os Refugiados (OIR), que
proteção desse país’. assumiu as funções da Agência das Nações Unidas para a Assistên-
Desde então, o ACNUR tem oferecido proteção e assistência cia e a Reabilitação (ANUAR). Foi investida no mandato temporá-
para dezenas de milhões de refugiados, encontrando soluções du- rio de registrar, proteger, instalar e repatriar refugiados. [...] Cedo
radouras para muitos deles. Os padrões da migração se tornaram se tornou evidente que a responsabilidade pelos refugiados mere-
cada vez mais complexos nos tempos modernos, envolvendo não cia um maior esforço da comunidade internacional, a desenvolver
apenas refugiados, mas também milhões de migrantes econômi- sob os auspícios da própria Organização das Nações Unidas. As-
cos. Mas refugiados e migrantes, mesmo que viajem da mesma sim, muito antes de terminar o mandato da OIR, iniciaram-se as
forma com frequência, são fundamentalmente distintos, e por esta discussões sobre a criação de uma organização que lhe pudesse
razão são tratados de maneira muito diferente perante o direito in- suceder.
ternacional moderno. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados
Migrantes, especialmente migrantes econômicos, decidem (ACNUR) Na sua Resolução 319 A (IV) de 3 de Dezembro de
deslocar-se para melhorar as perspectivas para si mesmos e para 1949, a Assembleia Geral decidiu criar o Alto Comissariado das
suas famílias. Já os refugiados necessitam deslocar-se para salvar Nações Unidas para os Refugiados. O Alto Comissariado foi insti-
suas vidas ou preservar sua liberdade. Eles não possuem proteção tuído em 1 de Janeiro de 1951, como órgão subsidiário da Assem-
de seu próprio Estado e de fato muitas vezes é seu próprio governo bleia Geral, com um mandato inicial de três anos. Desde então, o
que ameaça persegui-los. Se outros países não os aceitarem em mandato do ACNUR tem sido renovado por períodos sucessivos
seus territórios, e não os auxiliarem uma vez acolhidos, poderão de cinco anos [...]”.
estar condenando estas pessoas à morte ou à uma vida insuportável
nas sombras, sem sustento e sem direitos”103. Artigo XV
As Nações Unidas104 descrevem sua participação no histórico 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. 
do direito dos refugiados no mundo: 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalida-
de, nem do direito de mudar de nacionalidade.
103 http://www.acnur.org/t3/portugues/a-quem-ajudamos/ Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga um indi-
refugiados/ víduo a determinado Estado, fazendo com que ele passe a integrar
o povo daquele Estado, desfrutando assim de direitos e obrigações.
104 ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. Direitos Não é aceita a figura do apátrida ou heimatlos, o indivíduo que não
Humanos e Refugiados. Ficha normativa nº 20. Disponível em: <http://www.
gddc.pt/direitos-humanos/Ficha_Informativa_20.pdf >. Acesso em: 13 jun.
possui nenhuma nacionalidade.
2013.

Didatismo e Conhecimento 258


LEGISLAÇÃO APLICADA
É possível mudar de nacionalidade nas situações previstas em tos, entre eles religião e crença. A liberdade de religião atrela-se à
lei, naturalizando-se como nacional de outro Estado que não aque- liberdade de consciência e à liberdade de pensamento, mas o inver-
le do qual originalmente era nacional. Geralmente, a permanência so não ocorre, porque é possível existir liberdade de pensamento
no território do pais por um longo período de tempo dá direito à e consciência desvinculada de cunho religioso. Aliás, a liberdade
naturalização, abrindo mão da nacionalidade anterior para incor- de consciência também concretiza a liberdade de ter ou não ter re-
porar a nova. ligião, ter ou não ter opinião político-partidária ou qualquer outra
manifestação positiva ou negativa da consciência108.
Artigo XVI No que tange à exteriorização da liberdade de religião, ou
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restri- seja, à liberdade de expressão religiosa, não é devida nenhuma per-
ção de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair seguição, assim como é garantido o direito de praticá-la em grupo
matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em ou individualmente.
relação ao casamento, sua duração e sua dissolução. 
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno Artigo XIX
consentimento dos nubentes. Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão;
O casamento, como todas as instituições sociais, varia com este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e
o tempo e os povos, que evoluem e adquirem novas culturas. Há de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quais-
quem o defina como um ato, outros como um contato. Basicamen- quer meios e independentemente de fronteiras.
te, casamento é a união, devidamente formalizada conforme a lei, Silva109 entende que a liberdade de expressão pode ser vista
com a finalidade de construir família. A principal finalidade do ca- sob diversos enfoques, como o da liberdade de comunicação, ou
samento é estabelecer a comunhão plena de vida, impulsionada liberdade de informação, que consiste em um conjunto de direitos,
pelo amor e afeição existente entre o casal e baseada na igualdade formas, processos e veículos que viabilizam a coordenação livre
de direitos e deveres dos cônjuges e na mútua assistência.105 Não da criação, expressão e difusão da informação e do pensamento.
é aceitável o casamento que se estabeleça à força para algum dos Contudo, o a manifestação do pensamento não pode ocorrer de
nubentes, sendo exigido o livre e pleno consentimento de ambos. forma ilimitada, devendo se pautar na verdade e no respeito dos
Não obstante, é coerente que a lei traga limitações como a idade, direitos à honra, à intimidade e à imagem dos demais membros da
pois o casamento é uma instituição séria, base da família, e somen- sociedade.
te a maturidade pode permitir compreender tal importância.
Artigo XX
Artigo XVII 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associa-
1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade ção pacíficas. 
com outros. O direito de reunião pode ser exercido independentemente de
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade. autorização estatal, mas deve se dar de maneira pacífica, por exem-
“Toda pessoa [...] tem direito à propriedade, podendo o or- plo, sem utilização de armas.
denamento jurídico estabelecer suas modalidades de aquisição, 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associa-
perda, uso e limites. O direito de propriedade, constitucionalmente ção.
assegurado, garante que dela ninguém poderá ser privado arbitra- Por sua vez, “a liberdade de associação para fins lícitos, veda-
riamente [...]”106. O direito à propriedade se insere na primeira di- da a de caráter paramilitar, é plena. Portanto, ninguém poderá ser
mensão de direitos humanos, garantindo que cada qual tenha bens compelido a associar-se e, uma vez associado, será livre, também,
materiais justamente adquiridos, respeitada a função social. para decidir se permanece associado ou não”110.

Artigo XVIII Artigo XXI


Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, cons- 1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de
ciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de seu país, diretamente ou por intermédio de representantes livre-
religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou mente escolhidos. 
crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, 2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público
isolada ou coletivamente, em público ou em particular. do seu país. 
Silva107 aponta que a liberdade de pensamento, que também 3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo;
pode ser chamada de liberdade de opinião, é considerada pela dou- esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por
trina como a liberdade primária, eis que é ponto de partida de todas sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que
as outras, e deve ser entendida como a liberdade da pessoa adotar assegure a liberdade de voto.
determinada atitude intelectual ou não, de tomar a opinião pública
que crê verdadeira. Tal opinião pública se refere a diversos aspec- 108 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.
105 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. 6. ed. São
Paulo: Saraiva, 2009. v. 6. 109 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo.
106 MORAES, Alexandre de. Direitos humanos fundamentais: 25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
teoria geral, comentários aos artigos 1º a 5º da Constituição da República
Federativa do Brasil, doutrina e jurisprudência. São Paulo: Atlas, 1997. 110 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado.
107 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.

Didatismo e Conhecimento 259


LEGISLAÇÃO APLICADA
“Na sociedade moderna, nascida de transformações que cul- 3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remuneração
minaram na Revolução Francesa, o indivíduo é visto como homem justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família,
(pessoa privada) e como cidadão (pessoa pública). O termo cida- uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se
dão designava originalmente o habitante da cidade. Com a conso- acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. 
lidação da sociedade burguesa, passa a indicar a ação política e a 4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles in-
participação do sujeito na vida da sociedade”111. gressar para proteção de seus interesses.
Democracia (do grego, demo+kratos) é um regime de governo O trabalho é um instrumento fundamental para assegurar a
em que o poder de tomar decisões políticas está com os cidadãos, todos uma existência digna: de um lado por proporcionar a remu-
de forma direta (quando um cidadão se reúne com os demais e, neração com a qual a pessoa adquirirá bens materiais para sua sub-
juntos, eles tomam a decisão política) ou indireta (quando ao ci- sistência, de outro por gerar por si só o sentimento de importância
dadão é dado o poder de eleger um representante). Uma democra- para a sociedade por parte daquele que faz algo útil nela. No en-
cia pode existir num sistema presidencialista ou parlamentarista, tanto, a geração de empregos não se dá automaticamente, cabendo
republicano ou monárquico - somente importa que seja dado aos aos Estados desenvolverem políticas econômicas para diminuir os
cidadãos o poder de tomar decisões políticas (por si só ou por seu índices de desemprego o máximo possível.
representante eleito), nos termos que este artigo da Declaração A remuneração é a retribuição financeira pelo trabalho rea-
prevê. A principal classificação das democracias é a que distingue lizado. Nesta esfera também é necessário o respeito ao princípio
a direta da indireta - a) direta, também chamada de pura, na qual da igualdade, por não ser justo que uma pessoa que desempenhe
o cidadão expressa sua vontade por voto direto e individual em as mesmas funções que a outra receba menos por um fator exter-
casa questão relevante; b) indireta, também chamada represen- no, característico dela, como sexo ou raça. No âmbito do serviço
tativa, em que os cidadãos exercem individualmente o direito de público é mais fácil controlar tal aspecto, mas são inúmeras as
voto para escolher representante(s) e aquele(s) que for(em) mais empresas privadas que pagam menor salário a mulheres e que não
escolhido(s) representa(m) todos os eleitores. chegam a ser levadas à justiça por isso. Não obstante, a remune-
Não obstante, se introduz a dimensão do Estado Social, de ração deve ser suficiente para proporcionar uma existência digna,
forma que ao cidadão é garantida a prestação de serviços públicos. com o necessário para manter assegurados ao menos minimamente
Isto se insere na segunda dimensão de direitos humanos, referentes todos os direitos humanos previstos na Declaração.
aos direitos econômicos, sociais e culturais - sem os quais não se Os sindicatos são bastante comuns na seara trabalhista e,
consolida a igualdade material. como visto, a todos é garantida a liberdade de associação, não po-
dendo ninguém ser impedido ou forçado a ingressar ou sair de um
Artigo XXII sindicato.
Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à se-
gurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela coo- Artigo XXIV
peração internacional e de acordo com a organização e recursos Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limi-
de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais in- tação razoável das horas de trabalho e férias periódicas remu-
dispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua neradas.
personalidade. Por mais que o trabalho seja um direito humano, nem somente
Direitos econômicos, sociais e culturais compõem a segunda dele é feita a vida de uma pessoa. Desta forma, assegura-se horá-
dimensão de direitos fundamentais. O Pacto internacional de Di- rios livres para que a pessoa desfrute de momentos de lazer e des-
reitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966 é o documento que canso, bem como impede-se a fixação de uma jornada de trabalho
especifica e descreve tais direitos. de uma maneira geral, são direi- muito exaustiva. São medidas que asseguram isto a previsão de
tos que não dependem puramente do indivíduo para a implementa- descanso semanal remunerado, a limitação do horário de trabalho,
ção, exigindo prestações positivas estatais, geralmente externadas a concessão de férias remuneradas anuais, entre outras.
por políticas públicas (escolhas políticas a respeito de áreas que Quanto aos artigos XXIII e XXIV, tem-se que é fornecido
necessitam de investimento maior ou menos para proporcionar “[...] um conjunto mínimo de direitos dos trabalhadores. De forma
um bom índice de desenvolvimento social, diminuindo desigual- geral, os dispositivos em comento versam sobre o direito ao traba-
dades). Entre outros direitos, envolvem o trabalho, a educação, a lho, principal meio de sobrevivência dos indivíduos que ‘vendem’
saúde, a alimentação, a moradia, o lazer, etc. Como são inúmeras força de trabalho em troca de uma remuneração justa. Ademais,
as áreas que necessitam de investimento estatal, naturalmente o estabelecem a liberdade do cidadão de escolher o trabalho e, uma
atendimento a estes direitos se dá de maneira gradual. vez obtido o emprego, o direito de nele encontrar condições justas,
tanto no tocante à remuneração, como no que diz respeito ao limite
Artigo XXIII de horas trabalhadas e períodos de repouso (disposição constante
1. Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de do artigo XXIV da Declaração). Garantem ainda o direito dos tra-
emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção balhadores de se unirem em associação, com o objetivo de defesa
contra o desemprego. de seus interesses”112.
2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual
remuneração por igual trabalho.

111 SCHLESENER, Anita Helena. Cidadania e política. In: CARDI, 112 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
Cassiano; et. al. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2000. dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

Didatismo e Conhecimento 260


LEGISLAÇÃO APLICADA
Artigo XXV garantidas vagas para todas as pessoas em sociedade, entretanto,
1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de asse- exige-se um critério justo para a seleção dos ingressos, o qual seja
gurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, baseado no mérito (os mais capacitados conseguirão as vagas de
vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indis- ensino técnico-profissional e superior).
pensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, Ainda, a Declaração de 1948 deixa clara que a educação não
invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de envolve apenas o aprendizado do conteúdo programático das maté-
subsistência fora de seu controle. rias comuns como matemática, português, história e geografia, mas
O ideal é que todas as pessoas possuam um padrão de vida também a compreensão de abordagens sobre assuntos que possam
suficiente para garantir sua dignidade em todas as esferas: alimen- contribuir para a formação da personalidade da pessoa humana e
tação, vestuário, moradia, saúde, etc. Bem se sabe que é um obje- conscientizá-la de seu papel social.
tivo constante do Estado Democrático de Direito proporcionar que Não obstante, da parte final da Declaração extrai-se a consciên-
pessoas cheguem o mais próximo possível - e cada vez mais - desta cia de que a educação não é apenas a formal, aprendida nos estabe-
lecimentos de ensino, mas também a informal, transmitida no am-
circunstância.
biente familiar e nas demais áreas de contato da pessoa, como igreja,
Fala-se em segurança no sentido de segurança pública, de de-
clubes e, notadamente, a residência. Por isso, os pais têm um papel
ver do Estado de preservar a ordem pública e a incolumidade das
direto na escolha dos meios de educação de seus filhos.
pessoas e do patrimônio público e privado113. Neste conceito en-
quadra-se a seguridade social, na qual o Estado, custeado pela co- Artigo XXVII
letividade e pelos cofres públicos, garante a manutenção financeira 1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida
dos que por algum motivo não possuem condição de trabalhar. cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do proces-
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e as- so científico e de seus benefícios. 
sistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do 2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e
matrimônio, gozarão da mesma proteção social. materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou
A proteção da maternidade tem sentido porque sem isto o artística da qual seja autor.
mundo não continua. É preciso que as crianças sejam protegidas Os conflitos que se dão entre a liberdade e a propriedade inte-
com atenção especial para que se tornem adultos capazes de pro- lectual se evidenciam, principalmente, sob o aspecto da liberdade de
porcionar uma melhora no planeta. expressão, na esfera específica da liberdade de comunicação ou in-
formação, que, nos dizeres de Silva114, “compreende a liberdade de
Artigo XXVI informar e a liberdade de ser informado”. Sob o enfoque do direito
1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gra- à liberdade e do direito de acesso à cultura, seria livre a divulgação
tuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instru- de toda e qualquer informação e o acesso aos dados disponíveis, in-
ção elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional dependentemente da fonte ou da autoria. De outro lado, há o direito
será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta ba- de propriedade intelectual, o qual possui um caráter dualista: moral,
seada no mérito. que nunca prescreve porque o autor de uma obra nunca deixará de
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvi- ser considerado como tal, e patrimonial, que prescreve, perdendo
mento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito o autor o direito de explorar benefícios econômicos de sua obra115.
pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A ins- Cada vez mais esta dualidade entre direitos se encontra em conflito,
trução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre uma vez que a evolução tecnológica trouxe meios para a cópia em
todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as massa de conteúdos protegidos pela propriedade intelectual.
atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 
Artigo XVIII
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de
Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em
instrução que será ministrada a seus filhos.
que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração
A Declaração Universal de 1948 divide a disponibilidade e
possam ser plenamente realizados.
a obrigatoriedade da educação em níveis. Aquela educação que é Como já destacado, o sistema de proteção dos direitos humanos
considerada essencial, qual seja, a elementar, deve ser gratuita e tem caráter global e cada Estado que assumiu compromisso perante
obrigatória. Já a educação fundamental, de grande importância, a ONU ao integrá-la deve garantir o respeito a estes direitos no âm-
deve ser gratuita, mas não é obrigatória. Esta nomenclatura adota- bito de seu território. Com isso, a pessoa estará numa ordem social
da pela Declaração equipara-se ao ensino fundamental e ao ensino e internacional na qual seus direitos humanos sejam assegurados,
médio no Brasil, sendo elementar o primeiro e fundamental o se- preservando-se sua dignidade. Em outras palavras, “devidamente
gundo. A educação técnico-profissional refere-se às escolas vol- emparelhadas, portanto, a ordem social e a ordem internacional se
tadas ao ensino de algum ofício, não complexo a ponto de exigir manifestam, a seu modo, como as duas faces das instituições hu-
formação superior e, justamente por isso, possuem menor duração manitárias, tanto estatais quanto particulares, orientando seus pas-
e menor custo; ao passo que a educação superior é a que se dá no sos a serviço da comunidade humana”116.
âmbito das universidades, formando profissionais de maior espe-
cialidade numa área profissional, com amplo conhecimento, razão 114 SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo.
25. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
pela qual dura mais tempo e é mais onerosa. As duas últimas são
115 PAESANI, Liliana Minardi. Direito e Internet: liberdade de
de maior custo e não podem ser instituídas de tal forma que sejam informação, privacidade e responsabilidade civil. 3. ed. São Paulo: Atlas,
113 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquematizado. 2006.
15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 116 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008.

Didatismo e Conhecimento 261


LEGISLAÇÃO APLICADA
Artigo XXIX
1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que
o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível. CÓDIGO PENAL.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa es-
tará sujeita apenas às limitações determinadas pela lei, exclusiva-
mente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito
dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigên- DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE
cias da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade 1940.
democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese algu- Código Penal.
ma, ser exercidos contrariamente aos propósitos e princípios das
Nações Unidas. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição
Explica Canotilho117 que “a ideia de deveres fundamentais é que lhe confere o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei:
suscetível de ser entendida como o ‘outro lado’ dos direitos funda- PARTE GERAL
mentais. Como ao titular de um direito fundamental corresponde
um dever por parte de um outro titular, poder-se-ia dizer que o par- TÍTULO I
ticular está vinculado aos direitos fundamentais como destinatário DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
de um dever fundamental. Neste sentido, um direito fundamental, (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
enquanto protegido, pressuporia um dever correspondente”. Esta é
a ideia que a Declaração de 1948 busca trazer: não será assegurada Anterioridade da Lei
nenhuma liberdade que contrarie a lei ou os demais direitos de
outras pessoas, isto é, os preceitos universais consagrados pelas Art. 1º  - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não
Nações Unidas. há pena sem prévia cominação legal. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Artigo XXX Lei penal no tempo
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser in- Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior
terpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e
pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qual- os efeitos penais da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei
quer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liber- nº 7.209, de 11.7.1984)
dades aqui estabelecidos. Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favo-
“A colidência entre os direitos afirmados na Declaração é na- recer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos
tural. Busca-se com o presente artigo evitar que, no eventual cho- por sentença condenatória transitada em julgado. (Redação dada
que entre duas normas garantistas, os sujeitos nela mencionados pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
se valham de uma interpretação tendente a infirmar qualquer das Lei excepcional ou temporária (Incluído pela Lei nº 7.209,
disposições da Declaração ao argumento de que estão respeitando de 11.7.1984)
um direito em detrimento de outro”118. Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o
Nenhum direito humano é ilimitado: se o fossem, seria im- período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a deter-
possível garantir um sistema no qual todas as pessoas tivessem minaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Reda-
tais direitos plenamente respeitados, afinal, estes necessariamente ção dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
colidiriam com os direitos das outras pessoas, os quais teriam que Tempo do crime
ser violados. Este é um dos sentidos do princípio da relatividade Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação
dos direitos humanos - os direitos humanos não podem ser utiliza- ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.(Reda-
dos como um escudo para práticas ilícitas ou como argumento para ção dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
afastamento ou diminuição da responsabilidade por atos ilícitos, Territorialidade
assim os direitos humanos não são ilimitados e encontram seus li- Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de conven-
mites nos demais direitos igualmente consagrados como humanos. ções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido
Isto vale tanto para os indivíduos, numa atitude perante os demais, no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
quanto para os Estados, ao externar o compromisso global assumi- § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do
do perante a ONU. território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de na-
tureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se
encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras,
mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectiva-
mente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
117 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e § 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes pratica-
teoria da constituição. 2. ed. Coimbra: Almedina, 1998.
dos a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de proprie-
118 BALERA, Wagner (Coord.). Comentários à Declaração Universal
dade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional
dos Direitos do Homem. Brasília: Fortium, 2008. ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou
mar territorial do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)

Didatismo e Conhecimento 262


LEGISLAÇÃO APLICADA
Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) Eficácia de sentença estrangeira (Redação dada pela Lei nº
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que 7.209, de 11.7.1984)
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei
se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redação dada pela brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser
Lei nº 7.209, de 1984) homologada no Brasil para: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
1984) I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no a outros efeitos civis; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
estrangeiro: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984) II - sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído pela Lei nº
I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da Repúbli- Parágrafo único - A homologação depende: (Incluído pela
ca; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte
Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa públi- interessada; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ca, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradi-
pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) ção com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença,
c) contra a administração pública, por quem está a seu servi- ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. (In-
ço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) cluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domicilia- Contagem de prazo  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
do no Brasil; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) 11.7.1984)
II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do pra-
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a repri- zo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário co-
mir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) mum. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de Frações não computáveis da pena (Redação dada pela Lei
1984) nº 7.209, de 11.7.1984)
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mer- Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e
cantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de mul-
e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) ta, as frações de cruzeiro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a 11.7.1984)
lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. Legislação especial (Incluída pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diver-
depende do concurso das seguintes condições: (Incluído pela Lei so. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
nº 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº TÍTULO II
7.209, de 1984) DO CRIME
b) ser o fato punível também no país em que foi pratica- Relação de causalidade  (Redação dada pela Lei nº 7.209,
do; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) de 11.7.1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei bra- Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime,
sileira autoriza a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Reda-
cumprido a pena; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro Superveniência de causa independente (Incluído pela Lei
motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favo- nº 7.209, de 11.7.1984)
rável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984) § 1º - A superveniência de causa relativamente independente
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fa-
estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condi- tos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. (Incluí-
ções previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, do pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
de 1984) Relevância da omissão  (Incluído pela Lei nº 7.209, de
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela 11.7.1984)
Lei nº 7.209, de 1984) § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe
nº 7.209, de 1984) a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Pena cumprida no estrangeiro (Redação dada pela Lei nº a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilân-
7.209, de 11.7.1984) cia; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena im- b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o
posta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é resultado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
computada, quando idênticas. (Redação dada pela Lei nº 7.209, c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrên-
de 11.7.1984) cia do resultado. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Didatismo e Conhecimento 263


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de Erro determinado por terceiro (Incluído pela Lei nº 7.209,
11.7.1984) de 11.7.1984)
Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos erro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
de sua definição legal; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições
circunstâncias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei nº ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente
7.209, de 11.7.1984) queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Pena de tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Erro sobre a ilicitude do fato  (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a 7.209, de 11.7.1984)
tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, dimi- Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro so-
nuída de um a dois terços.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) bre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável,
Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação
poderá diminuí-la de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente
na execução ou impede que o resultado se produza, só respon-
de pelos atos já praticados.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando
11.7.1984) lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciên-
Arrependimento posterior (Redação dada pela Lei nº 7.209, cia. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
de 11.7.1984) Coação irresistível e obediência hierárquica (Redação
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave amea- dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimen- Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em
to da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior
será reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.(Redação
de 11.7.1984) dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime impossível (Redação dada pela Lei nº 7.209, de Exclusão de ilicitude (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) 11.7.1984)
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia ab- Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: (Reda-
soluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impos- ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
sível consumar-se o crime.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de I - em estado de necessidade; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) 11.7.1984)
Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de II - em legítima defesa;(Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) 11.7.1984)
Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o regular de direito.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
risco de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Excesso punível (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime culposo (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por im- artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.(Incluído pela
prudência, negligência ou imperícia. (Incluído pela Lei nº 7.209, Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
de 11.7.1984)
Estado de necessidade
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica
pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o
o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vonta-
pratica dolosamente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Agravação pelo resultado (Redação dada pela Lei nº 7.209, de, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo
de 11.7.1984) sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. (Redação
Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
responde o agente que o houver causado ao menos culposamente. § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) dever legal de enfrentar o perigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
Erro sobre elementos do tipo  (Redação dada pela Lei nº de 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984) § 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. (Reda-
crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Legítima defesa
Descriminantes putativas  (Incluído pela Lei nº 7.209, de Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando mo-
11.7.1984) deradamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado ou iminente, a direito seu ou de outrem.(Redação dada pela Lei nº
pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tor- 7.209, de 11.7.1984)
naria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva
de culpa e o fato é punível como crime culposo.(Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Didatismo e Conhecimento 264


LEGISLAÇÃO APLICADA
TÍTULO III Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio,
DA IMPUTABILIDADE PENAL salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o cri-
me não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação dada pela Lei
Inimputáveis nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo TÍTULO V
da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter DAS PENAS
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimen-
to. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) CAPÍTULO I
Redução de pena DAS ESPÉCIES DE PENA
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois ter-
ços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por Art. 32 - As penas são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteira- 11.7.1984)
mente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar- I - privativas de liberdade;
-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº II - restritivas de direitos;
7.209, de 11.7.1984) III - de multa.
Menores de dezoito anos
Art. 27  - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente SEÇÃO I
inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legisla- DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE
ção especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Emoção e paixão Reclusão e detenção
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, -aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fe-
de 11.7.1984) chado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Embriaguez § 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou subs- 11.7.1984)
tância de efeitos análogos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de
11.7.1984) segurança máxima ou média;
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez comple- b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agríco-
ta, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da la, industrial ou estabelecimento similar;
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilí- c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou
cito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. estabelecimento adequado.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agen- em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observa-
te, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, dos os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferên-
não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade cia a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acor- 11.7.1984)
do com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá come-
11.7.1984) çar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4
TÍTULO IV (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio,
DO CONCURSO DE PESSOAS cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou infe-
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime rior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime
incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilida- aberto.
de. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59
ser diminuída de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984) § 4o O condenado por crime contra a administração pública
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada
menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será au- à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do
mentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº
mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 10.763, de 12.11.2003)
Circunstâncias incomunicáveis Regras do regime fechado
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumpri-
de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. (Redação mento da pena, a exame criminológico de classificação para in-
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) dividualização da execução. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Casos de impunibilidade 11.7.1984)

Didatismo e Conhecimento 265


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno Detração
e a isolamento durante o repouso noturno. (Redação dada pela Lei Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na
nº 7.209, de 11.7.1984) medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em
na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores do conde- qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. (Reda-
nado, desde que compatíveis com a execução da pena.(Redação ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, SEÇÃO II
em serviços ou obras públicas. (Redação dada pela Lei nº 7.209, DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
de 11.7.1984)
Regras do regime semi-aberto Penas restritivas de direitos
Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, Art. 43. As penas restritivas de direitos são: (Redação dada
ao condenado que inicie o cumprimento da pena em regime semi- pela Lei nº 9.714, de 1998)
-aberto. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum duran- II - perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714, de
te o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabele- 1998)
cimento similar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 7.209,
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a frequên- de 1984)
cia a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públi-
grau ou superior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) cas; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)
Regras do regime aberto V - interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº
Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e sen- 9.714, de 25.11.1998)
so de responsabilidade do condenado. (Redação dada pela Lei nº VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 9.714,
7.209, de 11.7.1984) de 25.11.1998)
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e subs-
vigilância, trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade tituem as privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei
autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nº 9.714, de 1998)
nos dias de folga. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro
§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se pra- anos e o crime não for cometido com violência ou grave amea-
ticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins da exe- ça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for
cução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente aplica- culposo;(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
da. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II – o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada
Regime especial pela Lei nº 9.714, de 1998)
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento pró- III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
prio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição personalidade do condenado, bem como os motivos e as circuns-
pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo. (Re- tâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
Direitos do preso § 1o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição
perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se
à sua integridade física e moral. (Redação dada pela Lei nº 7.209, superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituí-
de 11.7.1984) da por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restriti-
Trabalho do preso vas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo- § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a
-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social. (Redação dada substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha ope-
Legislação especial rado em virtude da prática do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº
Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos 9.714, de 1998)
arts. 38 e 39 deste Código, bem como especificará os deveres e § 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de
direitos do preso, os critérios para revogação e transferência dos liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da res-
regimes e estabelecerá as infrações disciplinares e correspondentes trição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a execu-
sanções. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) tar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos,
Superveniência de doença mental respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.
Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, § 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade,
à falta, a outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a con-
nº 7.209, de 11.7.1984) versão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado
cumprir a pena substitutiva anterior.(Incluído pela Lei nº 9.714,
de 1998)

Didatismo e Conhecimento 266


LEGISLAÇÃO APLICADA
Conversão das penas restritivas de direitos Limitação de fim de semana
Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo ante- Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obriga-
rior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48. (Redação ção de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas
dada pela Lei nº 9.714, de 1998) diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.
§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinhei- (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser minis-
com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior trados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades
a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessen- educativas.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de
eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes SEÇÃO III
os beneficiários. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) DA PENA DE MULTA
§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do
beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de Multa
outra natureza. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo
§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-
dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Peni- -multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (tre-
tenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o zentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente 11.7.1984)
ou por terceiro, em consequência da prática do crime. (Incluído § 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não poden-
pela Lei nº 9.714, de 1998) do ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salá-
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades pú- rio. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
blicas § 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução,
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entida- pelos índices de correção monetária. (Redação dada pela Lei nº
des públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de 7.209, de 11.7.1984)
privação da liberdade. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) Pagamento da multa
§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois
públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. de transitada em julgado a sentença. A requerimento do condena-
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) do e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o paga-
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em enti- mento se realize em parcelas mensais. (Redação dada pela Lei nº
dades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabele- 7.209, de 11.7.1984)
cimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. (In- § 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto
cluído pela Lei nº 9.714, de 1998) no vencimento ou salário do condenado quando: (Incluído pela Lei
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas con- nº 7.209, de 11.7.1984)
forme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão a) aplicada isoladamente; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a 11.7.1984)
não prejudicar a jornada normal de trabalho. (Incluído pela Lei nº b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de
9.714, de 1998) direitos;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado c) concedida a suspensão condicional da pena. (Incluído pela
ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixa- § 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispen-
da. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) sáveis ao sustento do condenado e de sua família.(Incluído pela
Interdição temporária de direitos (Redação dada pela Lei Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
nº 7.209, de 11.7.1984) Conversão da Multa e revogação (Redação dada pela Lei nº
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: 7.209, de 11.7.1984)
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Modo de conversão.
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pú- Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a
blica, bem como de mandato eletivo; (Redação dada pela Lei nº multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as nor-
7.209, de 11.7.1984) mas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, in-
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício clusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da
que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização prescrição. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
do poder público;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - e § 2º -(Revogado pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir Suspensão da execução da multa
veículo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se so-
IV – proibição de frequentar determinados lugares. (Incluído brevém ao condenado doença mental. (Redação dada pela Lei nº
pela Lei nº 9.714, de 1998) 7.209, de 11.7.1984)
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exa-
me públicos. (Incluído pela Lei nº 12.550, de 2011)

Didatismo e Conhecimento 267


LEGISLAÇÃO APLICADA
CAPÍTULO II Multa substitutiva
DA COMINAÇÃO DAS PENAS § 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a
6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa, observados os
Penas privativas de liberdade critérios dos incisos II e III do art. 44 deste Código.(Redação dada
Art. 53 - As penas privativas de liberdade têm seus limites pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
estabelecidos na sanção correspondente a cada tipo legal de cri- Circunstâncias agravantes
me. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quan-
Penas restritivas de direitos do não constituem ou qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº
Art. 54 - As penas restritivas de direitos são aplicáveis, inde- 7.209, de 11.7.1984)
pendentemente de cominação na parte especial, em substituição à I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
pena privativa de liberdade, fixada em quantidade inferior a 1 (um) 11.7.1984)
ano, ou nos crimes culposos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº
11.7.1984) 7.209, de 11.7.1984)
Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos a) por motivo fútil ou torpe;
III, IV, V e VI do art. 43 terão a mesma duração da pena privati- b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impu-
va de liberdade substituída, ressalvado o disposto no § 4o do art. nidade ou vantagem de outro crime;
46. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro
Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
do art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o crime cometido no d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro
exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
que houver violação dos deveres que lhes são inerentes. (Redação e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência
deste Código, aplica-se aos crimes culposos de trânsito. (Redação contra a mulher na forma da lei específica; (Redação dada pela Lei
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
nº 11.340, de 2006)
Pena de multa
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo,
Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem os
ofício, ministério ou profissão;
limites fixados no art. 49 e seus parágrafos deste Código.(Redação
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mu-
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
lher grávida; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Parágrafo único - A multa prevista no parágrafo único do art.
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da auto-
44 e no § 2º do art. 60 deste Código aplica-se independentemente
de cominação na parte especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, ridade;
de 11.7.1984) j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer
calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
CAPÍTULO III l) em estado de embriaguez preordenada.
DA APLICAÇÃO DA PENA Agravantes no caso de concurso de pessoas
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente
Fixação da pena que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos anteceden- I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a
tes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às atividade dos demais agentes; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
circunstâncias e consequências do crime, bem como ao compor- 11.7.1984)
tamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e sufi- II - coage ou induz outrem à execução material do crime; (Re-
ciente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;(Redação dada sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) pessoal; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou
previstos;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) promessa de recompensa.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de 11.7.1984)
liberdade;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Reincidência
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete
por outra espécie de pena, se cabível. (Redação dada pela Lei nº novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País
7.209, de 11.7.1984) ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. (Redação
Critérios especiais da pena de multa dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, Art. 64 - Para efeito de reincidência: (Redação dada pela Lei nº
principalmente, à situação econômica do réu. (Redação dada pela 7.209, de 11.7.1984)
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cum-
§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz con- primento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido
siderar que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de
embora aplicada no máximo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer
11.7.1984) revogação; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Didatismo e Conhecimento 268


LEGISLAÇÃO APLICADA
II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos. Concurso formal
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão,
Circunstâncias atenuantes pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Re- grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é
maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; (Redação dada dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos,
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) consoante o disposto no artigo anterior.(Redação dada pela Lei nº
II - o desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria ca-
III - ter o agente:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de bível pela regra do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº
11.7.1984) 7.209, de 11.7.1984)
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou Crime continuado
moral; Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas
logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras seme-
ter, antes do julgamento, reparado o dano; lhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas,
cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um
de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a au- Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferen-
toria do crime; tes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta
se não o provocou. social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as cir-
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de cir- cunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas,
cunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do
prevista expressamente em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada
de 11.7.1984) pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes Multas no concurso de crimes
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são apli-
deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias prepon- cadas distinta e integralmente. (Redação dada pela Lei nº 7.209,
derantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos de 11.7.1984)
determinantes do crime, da personalidade do agente e da reinci- Erro na execução
dência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de
Cálculo da pena execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado
art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstân- o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art.
cias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o
de aumento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um Resultado diverso do pretendido
só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a cau- Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por aci-
sa que mais aumente ou diminua.(Redação dada pela Lei nº 7.209, dente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso
de 11.7.1984) do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto
Concurso material como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido,
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou aplica-se a regra do art. 70 deste Código. (Redação dada pela Lei
omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam- nº 7.209, de 11.7.1984)
-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja Limite das penas
incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de
de detenção, executa-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos. (Redação dada
nº 7.209, de 11.7.1984) pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido § 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de
aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos cri- liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem elas ser
mes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. unificadas para atender ao limite máximo deste artigo. (Redação
44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, § 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do
o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis cumprimento da pena, far-se-á nova unificação, desprezando-se,
entre si e sucessivamente as demais. (Redação dada pela Lei nº para esse fim, o período de pena já cumprido.(Redação dada pela
7.209, de 11.7.1984) Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Didatismo e Conhecimento 269


LEGISLAÇÃO APLICADA
Concurso de infrações Revogação facultativa
Art. 76 - No concurso de infrações, executar-se-á primei- § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado des-
ramente a pena mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de cumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente
11.7.1984) condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena priva-
tiva de liberdade ou restritiva de direitos. (Redação dada pela Lei
CAPÍTULO IV nº 7.209, de 11.7.1984)
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA Prorrogação do período de prova
§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime
Requisitos da suspensão da pena ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não supe- até o julgamento definitivo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
rior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) 11.7.1984)
anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; (Reda- de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este
ção dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) não foi o fixado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e perso- Cumprimento das condições
nalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias au- Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação,
torizem a concessão do benefício;(Redação dada pela Lei nº 7.209, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada
de 11.7.1984) pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art.
44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) CAPÍTULO V
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a con- DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
cessão do benefício.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior Requisitos do livramento condicional
a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao
que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de
condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois)
saúde justifiquem a suspensão.  (Redação dada pela Lei nº 9.714,
anos, desde que: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
de 1998)
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for
Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará
reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; (Redação
sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
pelo juiz. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente
serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
de semana (art. 48). (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - comprovado comportamento satisfatório durante a exe-
§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibi- cução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído
lidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho ho-
forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência nesto; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumula- IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo,
tivamente: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) o dano causado pela infração; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
a) proibição de frequentar determinados lugares; (Redação 11.7.1984)
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de con-
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem au- denação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de
torização do juiz; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmen- apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.
te, para informar e justificar suas atividades. (Redação dada pela (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, co-
Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que metido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do
fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à si- livramento ficará também subordinada à constatação de condições
tuação pessoal do condenado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delin-
11.7.1984) quir. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de di- Soma de penas
reitos nem à multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas
Revogação obrigatória devem somar-se para efeito do livramento. (Redação dada pela Lei
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o nº 7.209, de 11.7.1984)
beneficiário: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Especificações das condições
I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime dolo- Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica
so; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) subordinado o livramento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou 11.7.1984)
não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; (Redação Revogação do livramento
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrí-
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) vel: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Didatismo e Conhecimento 270


LEGISLAÇÃO APLICADA
I - por crime cometido durante a vigência do benefício; (Re- II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou
dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometi-
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste dos contra filho, tutelado ou curatelado; (Redação dada pela Lei nº
Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 7.209, de 11.7.1984)
Revogação facultativa III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o meio para a prática de crime doloso. (Redação dada pela Lei nº
liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da 7.209, de 11.7.1984)
sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou con- Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são
travenção, a pena que não seja privativa de liberdade.(Redação automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Efeitos da revogação
Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente CAPÍTULO VII
concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condenação por DA REABILITAÇÃO
outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o
tempo em que esteve solto o condenado. (Redação dada pela Lei Reabilitação
nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em
Extinção
sentença definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos regis-
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto
tros sobre o seu processo e condenação. (Redação dada pela Lei nº
não passar em julgado a sentença em processo a que responde o
liberado, por crime cometido na vigência do livramento.(Redação 7.209, de 11.7.1984)
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, efeitos da condenação, previstos no art. 92 deste Código, vedada
considera-se extinta a pena privativa de liberdade. (Redação dada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e II do
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) mesmo artigo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2
CAPÍTULO VI (dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO ou terminar sua execução, computando-se o período de prova da
suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revoga-
Efeitos genéricos e específicos ção, desde que o condenado: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Art. 91 - São efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei 11.7.1984)
nº 7.209, de 11.7.1984) I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; (Re-
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo dação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva
II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesa- e constante de bom comportamento público e privado; (Redação
do ou de terceiro de boa-fé: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
11.7.1984) III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coi- a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba
sas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da dí-
ilícito; vida. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida,
constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato cri- a qualquer tempo, desde que o pedido seja instruído com novos
minoso. elementos comprobatórios dos requisitos necessários. (Redação
§ 1o Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equiva-
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
lentes ao produto ou proveito do crime quando estes não forem
Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requeri-
encontrados ou quando se localizarem no exterior. (Incluído pela
mento do Ministério Público, se o reabilitado for condenado, como
Lei nº 12.694, de 2012)
§ 2o Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de multa.
na legislação processual poderão abranger bens ou valores equi- (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
valentes do investigado ou acusado para posterior decretação de
perda. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) TÍTULO VI
Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Re- Espécies de medidas de segurança
dação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) Art. 96. As medidas de segurança são: (Redação dada pela Lei
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo nº 7.209, de 11.7.1984)
igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátri-
poder ou violação de dever para com a Administração Pública; (In- co ou, à falta, em outro estabelecimento adequado; (Redação dada
cluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo II - sujeição a tratamento ambulatorial. (Redação dada pela
superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei nº Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
9.268, de 1º.4.1996)

Didatismo e Conhecimento 271


LEGISLAÇÃO APLICADA
Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida A ação penal no crime complexo
de segurança nem subsiste a que tenha sido imposta. (Redação dada Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circuns-
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) tâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes,
Imposição da medida de segurança para inimputável cabe ação pública em relação àquele, desde que, em relação a qual-
Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua quer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público.
internação (art. 26). Se, todavia, o fato previsto como crime for puní- (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
vel com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento ambulato- Irretratabilidade da representação
rial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 102 - A representação será irretratável depois de ofere-
Prazo cida a denúncia. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo Decadência do direito de queixa ou de representação
indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido
perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo mínimo deverá decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce
ser de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a
11.7.1984) saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste
Perícia médica
Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da de-
§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo
núncia. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
fixado e deverá ser repetida de ano em ano, ou a qualquer tempo, se
Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa
o determinar o juiz da execução. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando
Desinternação ou liberação condicional renunciado expressa ou tacitamente. (Redação dada pela Lei nº
§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional 7.209, de 11.7.1984)
devendo ser restabelecida a situação anterior se o agente, antes do Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa
decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de persistência de sua a prática de ato incompatível com a vontade de exercê-lo; não a
periculosidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização do
§ 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz dano causado pelo crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
determinar a internação do agente, se essa providência for necessária 11.7.1984)
para fins curativos. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Perdão do ofendido
Substituição da pena por medida de segurança para o semi- Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que so-
-imputável mente se procede mediante queixa, obsta ao prosseguimento da
Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código ação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
e necessitando o condenado de especial tratamento curativo, a pena Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou
privativa de liberdade pode ser substituída pela internação, ou trata- tácito: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
mento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita;
termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º. (Redação dada pela (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o di-
Direitos do internado reito dos outros; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento dotado de III - se o querelado o recusa, não produz efeito. (Redação
características hospitalares e será submetido a tratamento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompa-
tível com a vontade de prosseguir na ação. (Redação dada pela Lei
TÍTULO VII nº 7.209, de 11.7.1984)
DA AÇÃO PENAL
§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julga-
do a sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
Ação pública e de iniciativa privada
11.7.1984)
Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expres-
samente a declara privativa do ofendido. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984) TÍTULO VIII
§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, de- DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
pendendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de
requisição do Ministro da Justiça. (Redação dada pela Lei nº 7.209, Extinção da punibilidade
de 11.7.1984) Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei
§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa nº 7.209, de 11.7.1984)
do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo. (Redação I - pela morte do agente;
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - pela anistia, graça ou indulto;
§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato
ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo como criminoso;
legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito,
ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de nos crimes de ação privada;
prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a ad-
irmão. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) mite;

Didatismo e Conhecimento 272


LEGISLAÇÃO APLICADA
VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória
VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) irrecorrível
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição
Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressu- começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
posto, elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória,
não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibili- para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena
dade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da ou o livramento condicional; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
pena resultante da conexão. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
11.7.1984) II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o
Prescrição antes de transitar em julgado a sentença tempo da interrupção deva computar-se na pena. (Redação dada
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a senten- pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
ça final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-
-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao cri- Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revoga-
me, verificando-se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010). ção do livramento condicional
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito
-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo
anos e não excede a doze;
que resta da pena. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro
anos e não excede a oito; Prescrição da multa
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação
e não excede a quatro; dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou
sendo superior, não excede a dois; aplicada; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena
ano. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010). privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumula-
Prescrição das penas restritivas de direito tivamente cominada ou cumulativamente aplicada. (Incluído pela
Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Redução dos prazos de prescrição
Prescrição depois de transitar em julgado sentença final Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição
condenatória quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sen- e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.
tença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um ter- Causas impeditivas da prescrição
ço, se o condenado é reincidente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a pres-
de 11.7.1984) crição não corre: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1o A prescrição, depois da sentença condenatória com trân- I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que
sito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu re- dependa o reconhecimento da existência do crime; (Redação dada
curso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou quei- II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.(Redação
xa. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010). dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.234, de 2010). Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença
Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado
condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o
a sentença final
condenado está preso por outro motivo. (Redação dada pela Lei nº
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sen-
7.209, de 11.7.1984)
tença final, começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984) Causas interruptivas da prescrição
I - do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: (Redação
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Redação
criminosa; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a perma- II - pela pronúncia;  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
nência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 11.7.1984)
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de as- III - pela decisão confirmatória da pronúncia; (Redação dada
sentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou co- pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
nhecido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios
V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adoles- recorríveis; (Redação dada pela Lei nº 11.596, de 2007).
centes, previstos neste Código ou em legislação especial, da data V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; (Re-
em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo dação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
já houver sido proposta a ação penal. (Redação dada pela Lei nº VI - pela reincidência. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de
12.650, de 2012) 1º.4.1996)

Didatismo e Conhecimento 273


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104,
interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os de 2015)
autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (In-
processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer cluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
deles. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Homicídio culposo
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V § 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
deste artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da Pena - detenção, de um a três anos.
interrupção. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Aumento de pena
Art. 118 - As penas mais leves prescrevem com as mais gra- § 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um
ves. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da puni- profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato
bilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente. (Redação socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homi-
Perdão judicial cídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado
Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não será contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta)
considerada para efeitos de reincidência. (Redação dada pela Lei anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
nº 7.209, de 11.7.1984) § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá dei-
PARTE ESPECIAL xar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem
o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne
TÍTULO I desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA § 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o
crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação
CAPÍTULO I de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído
DOS CRIMES CONTRA A VIDA pela Lei nº 12.720, de 2012)
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até
Homicídio simples a metade se o crime for praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104,
Art. 121. Matar alguém:
de 2015)
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao
Caso de diminuição de pena
parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de rele-
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60
vante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção,
(sessenta) anos ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº 13.104,
logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode redu-
de 2015)
zir a pena de um sexto a um terço.
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
motivo torpe; Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-
II - por motivo fútil; -lhe auxílio para que o faça:
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma;
ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta
comum; lesão corporal de natureza grave.
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou Parágrafo único - A pena é duplicada:
outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofen- Aumento de pena
dido; I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa,
vantagem de outro crime: a capacidade de resistência.
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Infanticídio
Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o pró-
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: prio filho, durante o parto ou logo após:
(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) Pena - detenção, de dois a seis anos.
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimen-
da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da For- to
ça Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente outrem lho provoque: (Vide ADPF 54)
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: (Incluí- Pena - detenção, de um a três anos.
do pela Lei nº 13.142, de 2015) Aborto provocado por terceiro
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo fe- Pena - reclusão, de três a dez anos.
minino quando o crime envolve: (Incluído pela Lei nº 13.104, de Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:
2015) (Vide ADPF 54)

Didatismo e Conhecimento 274


LEGISLAÇÃO APLICADA
Pena - reclusão, de um a quatro anos. Aumento de pena
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a ges- § 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer
tante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou debil mental, das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código. (Redação
ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
violência § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
Forma qualificada (Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990)
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente,
meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha
de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas cau- convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domés-
sas, lhe sobrevém a morte. ticas, de coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela Lei nº
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide 11.340, de 2006)
ADPF 54) Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação
Aborto necessário dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as cir-
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro cunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004)
consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu represen- § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada
tante legal. de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de
deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006)
CAPÍTULO II § 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente des-
DAS LESÕES CORPORAIS crito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no
Lesão corporal exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de ou- companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão
trem: dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços. (Incluído
Pena - detenção, de três meses a um ano. pela Lei nº 13.142, de 2015)
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta: CAPÍTULO III
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
trinta dias;
II - perigo de vida; Perigo de contágio venéreo
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou
IV - aceleração de parto: qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe
Pena - reclusão, de um a cinco anos. ou deve saber que está contaminado:
§ 2° Se resulta: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
I - Incapacidade permanente para o trabalho; § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:
II - enfermidade incuravel; Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; § 2º - Somente se procede mediante representação.
IV - deformidade permanente; Perigo de contágio de moléstia grave
V - aborto: Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia
Pena - reclusão, de dois a oito anos. grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:
Lesão corporal seguida de morte Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o Perigo para a vida ou saúde de outrem
agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo: Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. e iminente:
Diminuição de pena Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de crime mais grave.
relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emo- Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um ter-
ção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode ço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre
reduzir a pena de um sexto a um terço. do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabele-
Substituição da pena cimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas le-
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir gais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)
a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois con- Abandono de incapaz 
tos de réis: Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guar-
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; da, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de
II - se as lesões são recíprocas. defender-se dos riscos resultantes do abandono:
Lesão corporal culposa Pena - detenção, de seis meses a três anos.
§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - detenção, de dois meses a um ano. Pena - reclusão, de um a cinco anos.

Didatismo e Conhecimento 275


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 2º - Se resulta a morte: CAPÍTULO V
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Aumento de pena
§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: Calúnia
I - se o abandono ocorre em lugar ermo; Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato
II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, definido como crime:
tutor ou curador da vítima. Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputa-
nº 10.741, de 2003) ção, a propala ou divulga.
Exposição ou abandono de recém-nascido § 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar de- Exceção da verdade
sonra própria: § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
Pena - detenção, de um a três anos.
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no
§ 2º - Se resulta a morte:
nº I do art. 141;
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Omissão de socorro III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendi-
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo do foi absolvido por sentença irrecorrível.
sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa Difamação
inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à
não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: sua reputação:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omis- Exceção da verdade
são resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se
morte. o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício
Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emer- de suas funções.
gencial (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012). Injúria
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o
garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários adminis- decoro:
trativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emer- Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
gencial: (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012). § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (Incluí- I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou direta-
do pela Lei nº 12.653, de 2012). mente a injúria;
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra in-
de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo júria.
se resulta a morte. (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012). § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que,
Maus-tratos por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltan-
Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua tes:
autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, trata- Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da
mento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indis-
pena correspondente à violência.
pensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes
abusando de meios de correção ou disciplina:
a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 2003)
§ 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. nº 9.459, de 1997)
§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado Disposições comuns
contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei nº 8.069, Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se
de 1990) de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de go-
CAPÍTULO IV verno estrangeiro;
DA RIXA II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a
Rixa divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portado-
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. ra de deficiência, exceto no caso de injúria. (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natu- 10.741, de 2003)
reza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou
detenção, de seis meses a dois anos. promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.

Didatismo e Conhecimento 276


LEGISLAÇÃO APLICADA
Exclusão do crime Sequestro e cárcere privado
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela ou cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de 2002)
parte ou por seu procurador; Pena - reclusão, de um a três anos.
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou cien- § 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
tífica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou compa-
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, nheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada
em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever pela Lei nº 11.106, de 2005)
do ofício. II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela casa de saúde ou hospital;
injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade. III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
Retratação IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito)
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata ca- anos; (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)
balmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. V – se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha prati-
Lei nº 11.106, de 2005)
cado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comu-
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natu-
nicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos
reza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
mesmos meios em que se praticou a ofensa. (Incluído pela Lei nº
13.188, de 2015) Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere ca- Redução a condição análoga à de escravo
lúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo,
explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva,
do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa. quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer res-
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se tringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida
procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, contraída com o empregador ou preposto: (Redação dada pela Lei
da violência resulta lesão corporal. nº 10.803, de 11.12.2003)
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena
da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e correspondente à violência. (Redação dada pela Lei nº 10.803, de
mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mes- 11.12.2003)
mo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº
(Redação dada pela Lei nº 12.033. de 2009) 10.803, de 11.12.2003)
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do
CAPÍTULO VI trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho; (Incluído
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se
SEÇÃO I apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL fim de retê-lo no local de trabalho. (Incluído pela Lei nº 10.803,
de 11.12.2003)
Constrangimento ilegal § 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, I – contra criança ou adolescente; (Incluído pela Lei nº
a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a 10.803, de 11.12.2003)
fazer o que ela não manda:
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
origem. (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
Aumento de pena
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir,
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro,
quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave ameaça, violên-
ou há emprego de armas. cia, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de: (Incluído pela
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspon- Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
dentes à violência. I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; (Incluído
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo;
paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
perigo de vida; III - submetê-la a qualquer tipo de servidão; (Incluído pela Lei
II - a coação exercida para impedir suicídio. nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Ameaça IV - adoção ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou (Vigência)
qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: V - exploração sexual. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. (Vigência)
Parágrafo único - Somente se procede mediante representa- Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluí-
ção. do pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

Didatismo e Conhecimento 277


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 1o A pena é aumentada de um terço até a metade se: (Incluí- Sonegação ou destruição de correspondência
do pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) § 1º - Na mesma pena incorre:
I - o crime for cometido por funcionário público no exercício I - quem se apossa indevidamente de correspondência alheia,
de suas funções ou a pretexto de exercê-las; (Incluído pela Lei nº embora não fechada e, no todo ou em parte, a sonega ou destrói;
13.344, de 2016) (Vigência) Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou te-
II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pes- lefônica
soa idosa ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº 13.344, de II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza
2016) (Vigência) abusivamente comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a
III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domés- terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas;
ticas, de coabitação, de hospitalidade, de dependência econômica, III - quem impede a comunicação ou a conversação referidas
de autoridade ou de superioridade hierárquica inerente ao exercí- no número anterior;
cio de emprego, cargo ou função; ou (Incluído pela Lei nº 13.344, IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico,
de 2016) (Vigência) sem observância de disposição legal.
IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território § 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para ou-
nacional. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) trem.
§ 2o A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for § 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em
primário e não integrar organização criminosa. (Incluído pela Lei serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico:
nº 13.344, de 2016) (Vigência) Pena - detenção, de um a três anos.
§ 4º - Somente se procede mediante representação, salvo nos
SEÇÃO II casos do § 1º, IV, e do § 3º.
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMI- Correspondência comercial
CÍLIO Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de es-
tabelecimento comercial ou industrial para, no todo ou em parte,
Violação de domicílio desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência, ou revelar a
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosa- estranho seu conteúdo:
mente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, Pena - detenção, de três meses a dois anos.
em casa alheia ou em suas dependências: Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar SEÇÃO IV
ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGRE-
mais pessoas: DOS
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena
correspondente à violência. Divulgação de segredo
§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de do-
por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservân- cumento particular ou de correspondência confidencial, de que é
cia das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a
§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa outrem:
alheia ou em suas dependências: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
I - durante o dia, com observância das formalidades legais, § 1º Somente se procede mediante representação. (Parágrafo
para efetuar prisão ou outra diligência; único renumerado pela Lei nº 9.983, de 2000)
II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime § 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou
está sendo ali praticado ou na iminência de o ser. reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de
§ 4º - A expressão “casa” compreende: informações ou banco de dados da Administração Pública: (Incluí-
I - qualquer compartimento habitado; do pela Lei nº 9.983, de 2000)
II - aposento ocupado de habitação coletiva; Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluí-
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exer- do pela Lei nº 9.983, de 2000)
ce profissão ou atividade. § 2o Quando resultar prejuízo para a Administração Pública,
§ 5º - Não se compreendem na expressão «casa»: a ação penal será incondicionada. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação cole- 2000)
tiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo an- Violação do segredo profissional
terior; Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e
cuja revelação possa produzir dano a outrem:
SEÇÃO III Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
DOS CRIMES CONTRA A Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado
ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de me-
Violação de correspondência canismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir
Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspon- dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular
dência fechada, dirigida a outrem: do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilí-
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. cita: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

Didatismo e Conhecimento 278


LEGISLAÇÃO APLICADA
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. (In- Furto qualificado
cluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o
§ 1o Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, crime é cometido:
vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração
intuito de permitir a prática da conduta definida no caput. (Incluído da coisa;
pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou
§ 2o Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão destreza;
resulta prejuízo econômico. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) III - com emprego de chave falsa;
Vigência IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 3o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comu- § 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração
nicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro
informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remo- Estado ou para o exterior. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
to não autorizado do dispositivo invadido: (Incluído pela Lei nº § 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a
12.737, de 2012) Vigência subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se abatido ou dividido em partes no local da subtração. (Incluído pela
a conduta não constitui crime mais grave. (Incluído pela Lei nº Lei nº 13.330, de 2016)
12.737, de 2012) Vigência Furto de coisa comum
§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois ter- Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para
ços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a tercei- si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
ro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos. (Incluído Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência § 1º - Somente se procede mediante representação.
§ 5o Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for § 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível,
praticado contra: (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente.
I - Presidente da República, governadores e prefeitos; (Incluí-
do pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência CAPÍTULO II
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela DO ROUBO E DA EXTORSÃO
Lei nº 12.737, de 2012) Vigência
Roubo
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal,
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,
de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do
mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-
Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou (Incluído pela Lei nº
-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
12.737, de 2012)Vigência
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta fede-
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída
ral, estadual, municipal ou do Distrito Federal. (Incluído pela Lei a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim
nº 12.737, de 2012) Vigência de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si
Ação penal (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência ou para terceiro.
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se § 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
procede mediante representação, salvo se o crime é cometido con- I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
tra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Po- II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
deres da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o
empresas concessionárias de serviços públicos. (Incluído pela Lei agente conhece tal circunstância.
nº 12.737, de 2012) Vigência IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o exterior; (Incluído pela
TÍTULO II Lei nº 9.426, de 1996)
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo
sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
CAPÍTULO I § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de
DO FURTO reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a
reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. (Redação
Furto dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Extorsão
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida
durante o repouso noturno. vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa alguma coisa:
furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qual- com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
quer outra que tenha valor econômico. § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o
disposto no § 3º do artigo anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90

Didatismo e Conhecimento 279


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade CAPÍTULO IV
da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vanta- DO DANO
gem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos,
além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam- Dano
-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (In- Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
cluído pela Lei nº 11.923, de 2009) Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Extorsão mediante sequestro Dano qualificado
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou Parágrafo único - Se o crime é cometido:
para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do res- I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
gate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90  (Vide Lei nº 10.446, de 2002) II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.. (Redação dada pela fato não constitui crime mais grave
Lei nº 8.072, de 25.7.1990) III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empre-
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se sa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia
o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) mista; (Redação dada pela Lei nº 5.346, de 3.11.1967)
anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para
nº 8.072, de 25.7.90 (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) a vítima:
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da
nº 8.072, de 25.7.1990) pena correspondente à violência.
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Introdução ou abandono de animais em propriedade
Lei nº 8.072, de 25.7.90 alheia
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Redação Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia,
dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) sem consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte
§ 3º - Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 prejuízo:
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.
pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histó-
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que rico
o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela
terá sua pena reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei autoridade competente em virtude de valor artístico, arqueológico
nº 9.269, de 1996) ou histórico:
Extorsão indireta Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abu- Alteração de local especialmente protegido
sando da situação de alguém, documento que pode dar causa a Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o
procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro: aspecto de local especialmente protegido por lei:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Ação penal
CAPÍTULO III Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo
DA USURPAÇÃO e do art. 164, somente se procede mediante queixa.

Alteração de limites CAPÍTULO V


Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo
ou em parte, de coisa imóvel alheia: Apropriação indébita
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a
§ 1º - Na mesma pena incorre quem: posse ou a detenção:
Usurpação de águas Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas Aumento de pena
alheias; § 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente re-
Esbulho possessório cebeu a coisa:
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou I - em depósito necessário;
mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, in-
alheio, para o fim de esbulho possessório. ventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
a esta cominada. Apropriação indébita previdenciária (Incluído pela Lei nº
§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de vio- 9.983, de 2000)
lência, somente se procede mediante queixa. Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as con-
Supressão ou alteração de marca em animais tribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou
Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluí-
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. do pela Lei nº 9.983, de 2000)

Didatismo e Conhecimento 280


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído Disposição de coisa alheia como própria
pela Lei nº 9.983, de 2000) I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em ga-
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância rantia coisa alheia como própria;
destinada à previdência social que tenha sido descontada de paga- Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
mento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que
II – recolher contribuições devidas à previdência social que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações,
tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
de produtos ou à prestação de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, Defraudação de penhor
de 2000) III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do
cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela pre- objeto empenhado;
vidência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Fraude na entrega de coisa
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa
declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, impor- que deve entregar a alguém;
tâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência Fraude para recebimento de indenização ou valor de se-
social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da guro
ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar so- lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da
mente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de
desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) seguro;
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de Fraude no pagamento por meio de cheque
oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previ- VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em po-
denciária, inclusive acessórios; ou (Incluído pela Lei nº 9.983, de der do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
2000) § 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de
seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, economia popular, assistência social ou beneficência.
administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de Estelionato contra idoso
suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou contra idoso. (Incluído pela Lei nº 13.228, de 2015)
força da natureza Duplicata simulada
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não
poder por erro, caso fortuito ou força da natureza: corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualida-
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. de, ou ao serviço prestado. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
Parágrafo único - Na mesma pena incorre: 27.12.1990)
Apropriação de tesouro Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Reda-
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ção dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio; Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que fal-
Apropriação de coisa achada sificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplica-
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total tas. (Incluído pela Lei nº 5.474. de 1968)
ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo pos- Abuso de incapazes
suidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de neces-
de quinze dias. sidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da alienação ou de-
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o bilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de
disposto no art. 155, § 2º. ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou
de terceiro:
CAPÍTULO VI Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES Induzimento à especulação
Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inex-
Estelionato periência ou da simplicidade ou inferioridade mental de outrem,
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com
prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação
artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: é ruinosa:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
mil réis a dez contos de réis. Fraude no comércio
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o pre- Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o
juízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, adquirente ou consumidor:
§ 2º. I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsi-
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem: ficada ou deteriorada;

Didatismo e Conhecimento 281


LEGISLAÇÃO APLICADA
II - entregando uma mercadoria por outra: Fraude à execução
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruin-
§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou do ou danificando bens, ou simulando dívidas:
o peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por verdadei- Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.
ra; vender, como precioso, metal de ou outra qualidade:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. CAPÍTULO VII
§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º. DA RECEPTAÇÃO
Outras fraudes
Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel Receptação
ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocul-
efetuar o pagamento: tar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou
Parágrafo único - Somente se procede mediante representa- oculte: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
ção, e o juiz pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada
pena. pela Lei nº 9.426, de 1996)
Fraudes e abusos na fundação ou administração de socie- Receptação qualificada (Redação dada pela Lei nº 9.426,
dade por ações de 1996)
Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações, fa- § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em
zendo, em prospecto ou em comunicação ao público ou à assem- depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou
bleia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, ou ocul- de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exer-
tando fraudulentamente fato a ela relativo: cício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não produto de crime: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
constitui crime contra a economia popular. Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada
§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime pela Lei nº 9.426, de 1996)
contra a economia popular: (Vide Lei nº 1.521, de 1951) § 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do pará-
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, grafo anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandes-
que, em prospecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao tino, inclusive o exercício em residência. (Redação dada pela Lei
público ou à assembleia, faz afirmação falsa sobre as condições nº 9.426, de 1996)
econômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela
em parte, fato a elas relativo; desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: (Redação
artifício, falsa cotação das ações ou de outros títulos da sociedade; dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as
ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres penas. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
sociais, sem prévia autorização da assembleia geral; § 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa. (Redação
da sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permite; dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito so- § 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode
cial, aceita em penhor ou em caução ações da própria sociedade; o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar
VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em de- a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art.
sacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui lucros ou 155.  (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
dividendos fictícios; § 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pes- União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços
soa, ou conluiado com acionista, consegue a aprovação de conta públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no ca-
ou parecer; put deste artigo aplica-se em dobro. (Incluído pela Lei nº 9.426,
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII; de 1996)
IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, auto- Receptação de animal
rizada a funcionar no País, que pratica os atos mencionados nos ns. Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar,
I e II, ou dá falsa informação ao Governo. ter em depósito ou vender, com a finalidade de produção ou de
§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, comercialização, semovente domesticável de produção, ainda que
e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de cri-
outrem, negocia o voto nas deliberações de assembleia geral. me: (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou “war- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído
rant” pela Lei nº 13.330, de 2016)
Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em
desacordo com disposição legal:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Didatismo e Conhecimento 282


LEGISLAÇÃO APLICADA
CAPÍTULO VIII § 4o O disposto nos §§ 1o, 2o e 3o não se aplica quando se tratar
DISPOSIÇÕES GERAIS de exceção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são co-
nexos, em conformidade com o previsto na Lei nº 9.610, de 19 de
Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes fevereiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma,
previstos neste título, em prejuízo: (Vide Lei nº 10.741, de 2003) em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de
I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal; lucro direto ou indireto. (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo Usurpação de nome ou pseudônimo alheio
ou ilegítimo, seja civil ou natural. Art. 185 - (Revogado pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o Art. 186. Procede-se mediante: (Redação dada pela Lei nº
crime previsto neste título é cometido em prejuízo: (Vide Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
10.741, de 2003) I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184; (Incluí-
I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; do pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previs-
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita. tos nos §§ 1o e 2o do art. 184; (Incluído pela Lei nº 10.695, de
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: 1º.7.2003)
I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando III – ação penal pública incondicionada, nos crimes come-
haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; tidos em desfavor de entidades de direito público, autarquia, em-
II - ao estranho que participa do crime. presa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída
III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
ou superior a 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de IV – ação penal pública condicionada à representação, nos
2003) crimes previstos no § 3o do art. 184. (Incluído pela Lei nº 10.695,
de 1º.7.2003)
TÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PRIVILÉGIO DE INVENÇÃO
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL
Violação de privilégio de invenção 
Art 187. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
Violação de direito autoral
Falsa atribuição de privilégio 
Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
Art 188. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
(Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Usurpação ou indevida exploração de modelo ou desenho
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
(Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) privilegiado 
§ 1o Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, Art. 189. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou pro- Falsa declaração de depósito em modelo ou desenho 
cesso, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, Art. 190. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou execu- Art. 191. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
tante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente:
(Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) CAPÍTULO III
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Reda- DOS CRIMES CONTRA AS
ção dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003) MARCAS DE INDÚSTRIA E COMÉRCIO
§ 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de
lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, Violação do direito de marca 
introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou có- Art. 192. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
pia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do Uso indevido de armas, brasões e distintivos públicos 
direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do Art. 193. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996
direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou có- Marca com falsa indicação de procedência 
pia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização Art. 194. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
dos titulares dos direitos ou de quem os represente. (Redação dada Art. 195. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
§ 3o Se a violação consistir no oferecimento ao público, me- CAPÍTULO IV
diante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema DOS CRIMES DE CONCORRÊNCIA DESLEAL
que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para Concorrência desleal 
recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por
quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, Art. 196. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)
sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista
intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os
represente: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (In-
cluído pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)

Didatismo e Conhecimento 283


LEGISLAÇÃO APLICADA
TÍTULO IV I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determina-
DOS CRIMES CONTRA do estabelecimento, para impossibilitar o desligamento do serviço
A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO em virtude de dívida; (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)
II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer
Atentado contra a liberdade de trabalho natureza, mediante coação ou por meio da retenção de seus do-
Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave cumentos pessoais ou contratuais. (Incluído pela Lei nº 9.777, de
ameaça: 1998)
I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indús- § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima
tria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de
determinados dias: deficiência física ou mental. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho
correspondente à violência; Art. 204 - Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação
II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a legal relativa à nacionalização do trabalho:
participar de parede ou paralisação de atividade econômica: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da correspondente à violência.
pena correspondente à violência. Exercício de atividade com infração de decisão adminis-
Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e trativa
boicotagem violenta Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por deci-
Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave são administrativa:
ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou Aliciamento para o fim de emigração
agrícola: Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena de levá-los para território estrangeiro. (Redação dada pela Lei nº
correspondente à violência. 8.683, de 1993)
Atentado contra a liberdade de associação Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa. (Redação
Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave dada pela Lei nº 8.683, de 1993)
ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado sindi- Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do
cato ou associação profissional: território nacional
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma
correspondente à violência. para outra localidade do território nacional:
Paralisação de trabalho, seguida de violência ou pertur- Pena - detenção de um a três anos, e multa. (Redação dada
bação da ordem pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998)
Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de § 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora
trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa: da localidade de execução do trabalho, dentro do território nacio-
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena nal, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do trabalha-
correspondente à violência. dor, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local de
Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono origem. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)
de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos, três em- § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima
pregados. é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena ou portadora de
Paralisação de trabalho de interesse coletivo deficiência física ou mental. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)
Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de
trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de TÍTULO V
interesse coletivo: DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrí-
cola. Sabotagem CAPÍTULO I
Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, co- DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO
mercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso
normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabeleci- Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a
mento ou as coisas nele existentes ou delas dispor: ele relativo
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo
Frustração de direito assegurado por lei trabalhista de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou
Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito asse- prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto
gurado pela legislação do trabalho: de culto religioso:
Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
correspondente à violência. (Redação dada pela Lei nº 9.777, de Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é au-
29.12.1998) mentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.
§ 1º Na mesma pena incorre quem: (Incluído pela Lei nº
9.777, de 1998)

Didatismo e Conhecimento 284


LEGISLAÇÃO APLICADA
CAPÍTULO II Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei
DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS nº 10.224, de 15 de 2001)
Parágrafo único. (VETADO)  (Incluído pela Lei nº 10.224,
Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária de 15 de 2001)
Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária: § 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumen-
tada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência. CAPÍTULO II
Violação de sepultura DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL 
Art. 210 - Violar ou profanar sepultura ou urna funerária: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Destruição, subtração ou ocultação de cadáver Sedução
Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele: Art. 217 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Vilipêndio a cadáver
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato li-
Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
bidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
12.015, de 2009)
TÍTULO VI Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL  Lei nº 12.015, de 2009)
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas
no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental,
CAPÍTULO I não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que,
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL  por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. (Incluído
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Estupro  § 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela
se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, Lei nº 12.015, de 2009)
de 2009) § 4o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015,
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela de 2009)
Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. (Incluído pela
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou Lei nº 12.015, de 2009)
se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Corrupção de menores 
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satis-
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei fazer a lascívia de outrem: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de
nº 12.015, de 2009) 2009)
§ 2o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Redação dada
de 2009) pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.015, de
Lei nº 12.015, de 2009)
2009)
Art. 214 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou
Violação sexual mediante fraude (Redação dada pela Lei nº
12.015, de 2009) adolescente (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (ca-
com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte torze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro
a livre manifestação de vontade da vítima: (Redação dada pela Lei ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem:
nº 12.015, de 2009) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela
Lei nº 12.015, de 2009) Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter Favorecimento da prostituição ou de outra forma de ex-
vantagem econômica, aplica-se também multa. (Redação dada pela ploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável.
Lei nº 12.015, de 2009) (Redação dada pela Lei nº 12.978, de 2014)
Art. 216. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra
Assédio sexual (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vanta- que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
gem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua con- discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificul-
dição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercí- tar que a abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
cio de emprego, cargo ou função. (Incluído pela Lei nº 10.224, de Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela
15 de 2001) Lei nº 12.015, de 2009)

Didatismo e Conhecimento 285


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem eco- CAPÍTULO V
nômica, aplica-se também multa. (Incluído pela Lei nº 12.015, de DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM
2009) DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE  EXPLORA-
§ 2o Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei nº 12.015, ÇÃO SEXUAL 
de 2009) (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com
alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na si- Mediação para servir a lascívia de outrem
tuação descrita no caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 12.015, Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:
de 2009) Pena - reclusão, de um a três anos.
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em § 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (de-
que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. (In- zoito) anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge
cluído pela Lei nº 12.015, de 2009) ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja
§ 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obri- confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda: (Re-
gatório da condenação a cassação da licença de localização e de dação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
funcionamento do estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 12.015, Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
de 2009) § 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave
ameaça ou fraude:
CAPÍTULO III Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspon-
DO RAPTO dente à violência.
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se
Rapto violento ou mediante fraude também multa.
Art. 219 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) Favorecimento da prostituição ou outra forma de explora-
Rapto consensual ção sexual (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 220 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra for-
Diminuição de pena ma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que al-
Art. 221 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) guém a abandone: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Concurso de rapto e outro crime Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Reda-
Art. 222 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) ção dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, en-
CAPÍTULO IV teado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou em-
DISPOSIÇÕES GERAIS pregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obriga-
ção de cuidado, proteção ou vigilância: (Redação dada pela Lei nº
Art. 223 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) 12.015, de 2009)
Art. 224 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. (Redação dada pela
Ação penal Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Títu- § 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência,
lo, procede-se mediante ação penal pública condicionada à repre- grave ameaça ou fraude:
sentação. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena corres-
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pondente à violência.
pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos § 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se
ou pessoa vulnerável. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) também multa.
Aumento de pena Casa de prostituição
Art. 226. A pena é aumentada: (Redação dada pela Lei nº Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabe-
11.106, de 2005) lecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, intuito
I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente: (Redação
de 2 (duas) ou mais pessoas; (Redação dada pela Lei nº 11.106, dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
de 2005) Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madras-
ta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou Rufianismo
empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando
sobre ela; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em
III - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) parte, por quem a exerça:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1o Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (ca-
torze) anos ou se o crime é cometido por ascendente, padrasto,
madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador,
preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei
ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: (Re-
dação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

Didatismo e Conhecimento 286


LEGISLAÇÃO APLICADA
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Redação TÍTULO VII
dada pela Lei nº 12.015, de 2009) DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA
§ 2o Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça,
fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação CAPÍTULO I
da vontade da vítima: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo
da pena correspondente à violência. (Redação dada pela Lei nº Bigamia
12.015, de 2009) Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:
Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração se- Pena - reclusão, de dois a seis anos.
xual (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) § 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com
Art. 231. (Revogado pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com re-
Art. 231-A. (Revogado pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigên- clusão ou detenção, de um a três anos.
cia) § 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento,
Art. 232 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente
o crime.
CAPÍTULO VI Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial
o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja
Ato obsceno casamento anterior:
Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
exposto ao público: Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do con-
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. traente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar
Escrito ou objeto obsceno em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento,
Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua anule o casamento.
guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de exposição pú- Conhecimento prévio de impedimento
blica, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obs- Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de
ceno: impedimento que lhe cause a nulidade absoluta:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Pena - detenção, de três meses a um ano.
Simulação de autoridade para celebração de casamento
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:
Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer
de casamento:
dos objetos referidos neste artigo;
Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui
II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, repre-
crime mais grave.
sentação teatral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno,
Simulação de casamento
ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter;
Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra pes-
III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo soa:
rádio, audição ou recitação de caráter obsceno. Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui
elemento de crime mais grave.
CAPÍTULO VII Adultério
DISPOSIÇÕES GERAIS  Art. 240 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
CAPÍTULO II
Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumen-
tada: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Registro de nascimento inexistente
I – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimen-
II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) to inexistente:
III - de metade, se do crime resultar gravidez; e (Incluído pela Pena - reclusão, de dois a seis anos.
Lei nº 12.015, de 2009) Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente
IV - de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima ao estado civil de recém-nascido
doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o
portador. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo
Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos ou alterando direito inerente ao estado civil: (Redação dada pela
neste Título correrão em segredo de justiça. (Incluído pela Lei nº Lei nº 6.898, de 1981)
12.015, de 2009)  Pena - reclusão, de dois a seis anos. (Redação dada pela Lei
Art. 234-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.015, de nº 6.898, de 1981)
2009) Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reco-
nhecida nobreza: (Redação dada pela Lei nº 6.898, de 1981)
Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de
aplicar a pena. (Redação dada pela Lei nº 6.898, de 1981)

Didatismo e Conhecimento 287


LEGISLAÇÃO APLICADA
Sonegação de estado de filiação CAPÍTULO IV
Art. 243 - Deixar em asilo de expostos ou outra instituição DOS CRIMES CONTRA O
de assistência filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA
atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao
estado civil: Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. incapazes
Art. 248 - Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fu-
CAPÍTULO III gir do lugar em que se acha por determinação de quem sobre ele
DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial; confiar a
outrem sem ordem do pai, do tutor ou do curador algum menor de
Abandono material dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem justa causa, de entregá-lo
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência a quem legitimamente o reclame:
do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) Subtração de incapazes
anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao po-
ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixa- der de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem
da ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente judicial:
ou ascendente, gravemente enfermo: (Redação dada pela Lei nº Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não
10.741, de 2003) constitui elemento de outro crime.
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma § 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador
a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País. (Redação dada do interdito não o exime de pena, se destituído ou temporariamen-
pela Lei nº 5.478, de 1968) te privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda.
Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo sol- § 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se este
vente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abando- não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de aplicar
no injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão pena.
alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada. (Incluído
pela Lei nº 5.478, de 1968) TÍTULO VIII
Entrega de filho menor a pessoa inidônea DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA
Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa
em cuja companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral CAPÍTULO I
ou materialmente em perigo: (Redação dada pela Lei nº 7.251, de DOS CRIMES DE PERIGO COMUM
1984)
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Redação dada Incêndio
pela Lei nº 7.251, de 1984) Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integri-
§ 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o dade física ou o patrimônio de outrem:
agente pratica delito para obter lucro, ou se o menor é enviado para Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
o exterior. (Incluído pela Lei nº 7.251, de 1984) Aumento de pena
§ 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, § 1º - As penas aumentam-se de um terço:
embora excluído o perigo moral ou material, auxilia a efetivação I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pe-
de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito de cuniária em proveito próprio ou alheio;
obter lucro. (Incluído pela Lei nº 7.251, de 1984) II - se o incêndio é:
Abandono intelectual a) em casa habitada ou destinada a habitação;
Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução pri- b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de
mária de filho em idade escolar: assistência social ou de cultura;
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de trans-
Art. 247 - Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito porte coletivo;
a seu poder ou confiado à sua guarda ou vigilância: d) em estação ferroviária ou aeródromo;
I - frequente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
pessoa viciosa ou de má vida; f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
II - frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender- g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
-lhe o pudor, ou participe de representação de igual natureza; h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
III - resida ou trabalhe em casa de prostituição; Incêndio culposo
IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração § 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis me-
pública: ses a dois anos.
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. Explosão
Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o
patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples
colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos aná-
logos:

Didatismo e Conhecimento 288


LEGISLAÇÃO APLICADA
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. Difusão de doença ou praga
§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar dano a
de efeitos análogos: floresta, plantação ou animais de utilidade econômica:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Aumento de pena Modalidade culposa
§ 2º - As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é de detenção, de
das hipóteses previstas no § 1º, I, do artigo anterior, ou é visada um a seis meses, ou multa.
ou atingida qualquer das coisas enumeradas no nº II do mesmo
parágrafo. CAPÍTULO II
Modalidade culposa DOS CRIMES CONTRA A
§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou subs- SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
tância de efeitos análogos, a pena é de detenção, de seis meses a E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS
dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três meses a um
ano. Perigo de desastre ferroviário
Uso de gás tóxico ou asfixiante Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:
Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcial-
patrimônio de outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante: mente, linha férrea, material rodante ou de tração, obra-de-arte ou
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. instalação;
Modalidade Culposa II - colocando obstáculo na linha;
Parágrafo único - Se o crime é culposo: III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veí-
Pena - detenção, de três meses a um ano. culos ou interrompendo ou embaraçando o funcionamento de telé-
Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de grafo, telefone ou radiotelegrafia;
explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre:
Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
sem licença da autoridade, substância ou engenho explosivo, gás Desastre ferroviário
tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação:
§ 1º - Se do fato resulta desastre:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Pena - reclusão, de quatro a doze anos e multa.
Inundação
§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre:
Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a inte-
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
gridade física ou o patrimônio de outrem:
§ 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo,
ferro qualquer via de comunicação em que circulem veículos de
ou detenção, de seis meses a dois anos, no caso de culpa.
Perigo de inundação tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo.
Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio Atentado contra a segurança de transporte marítimo, flu-
ou alheio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patri- vial ou aéreo
mônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria
inundação: ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. navegação marítima, fluvial ou aérea:
Desabamento ou desmoronamento Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo
a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem: § 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. embarcação ou a queda ou destruição de aeronave:
Modalidade culposa Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Parágrafo único - Se o crime é culposo: Prática do crime com o fim de lucro
Pena - detenção, de seis meses a um ano. § 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica
Subtração, ocultação ou inutilização de material de sal- o crime com intuito de obter vantagem econômica, para si ou para
vamento outrem.
Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incên- Modalidade culposa
dio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, apare- § 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro:
lho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço Atentado contra a segurança de outro meio de transporte
de tal natureza: Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte público,
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento:
Formas qualificadas de crime de perigo comum Pena - detenção, de um a dois anos.
Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão § 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois
corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumen- a cinco anos.
tada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso § 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre:
de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de Pena - detenção, de três meses a um ano.
metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio
culposo, aumentada de um terço.

Didatismo e Conhecimento 289


LEGISLAÇÃO APLICADA
Forma qualificada Envenenamento de água potável ou de substância alimen-
Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 tícia ou medicinal
a 262, no caso de desastre ou sinistro, resulta lesão corporal ou Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou particu-
morte, aplica-se o disposto no art. 258. lar, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo:
Arremesso de projétil Pena - reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei
Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento, nº 8.072, de 25.7.1990)
destinado ao transporte público por terra, por água ou pelo ar: § 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou
Pena - detenção, de um a seis meses. tem em depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou a subs-
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a pena é tância envenenada.
de detenção, de seis meses a dois anos; se resulta morte, a pena é a Modalidade culposa
do art. 121, § 3º, aumentada de um terço. § 2º - Se o crime é culposo:
Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pú- Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
blica Corrupção ou poluição de água potável
Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o funcionamento de Art. 271 - Corromper ou poluir água potável, de uso comum
serviço de água, luz, força ou calor, ou qualquer outro de utilidade ou particular, tornando-a imprópria para consumo ou nociva à saú-
pública: de:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
Parágrafo único - Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um terço) Modalidade culposa
até a metade, se o dano ocorrer em virtude de subtração de mate- Parágrafo único - Se o crime é culposo:
rial essencial ao funcionamento dos serviços. (Incluído pela Lei nº Pena - detenção, de dois meses a um ano.
5.346, de 3.11.1967) Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de subs-
Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, tele- tância ou produtos alimentícios (Redação dada pela Lei nº 9.677,
fônico, informático, telemático ou de informação de utilidade de 2.7.1998)
pública (Redação dada pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substân-
Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico, ra- cia ou produto alimentício destinado a consumo, tornando-o noci-
diotelegráfico ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o restabe- va à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo: (Redação dada pela
lecimento: Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda-
§ 1o Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemá- ção dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
tico ou de informação de utilidade pública, ou impede ou dificulta- § 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende,
-lhe o restabelecimento. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) expõe à venda, importa, tem em depósito para vender ou, de qual-
Vigência quer forma, distribui ou entrega a consumo a substância alimentí-
§ 2o Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por cia ou o produto falsificado, corrompido ou adulterado. (Incluído
ocasião de calamidade pública. (Incluído pela Lei nº 12.737, de pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
2012) Vigência § 1º - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações
previstas neste artigo em relação a bebidas, com ou sem teor alcoó-
CAPÍTULO III lico. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA Modalidade culposa
§ 2º - Se o crime é culposo: (Redação dada pela Lei nº 9.677,
Epidemia de 2.7.1998)
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. (Redação
patogênicos: dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de pro-
nº 8.072, de 25.7.1990) duto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (Redação dada
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro. pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto
anos, ou, se resulta morte, de dois a quatro anos. destinado a fins terapêuticos ou medicinais:  (Redação dada pela
Infração de medida sanitária preventiva Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. (Re-
a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa: dação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa. § 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, ex-
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se o agen- põe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma,
te é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão de médico, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompi-
farmacêutico, dentista ou enfermeiro. do, adulterado ou alterado. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de
Omissão de notificação de doença 2.7.1998)
Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública § 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este
doença cuja notificação é compulsória: artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos farma-
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. cêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnósti-
co. (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)

Didatismo e Conhecimento 290


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as Substância avariada
ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das Art. 279 - (Revogado pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
seguintes condições: (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) Medicamento em desacordo com receita médica
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sani- Art. 280 - Fornecer substância medicinal em desacordo com
tária competente; (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) receita médica:
II - em desacordo com a fórmula constante do registro pre- Pena - detenção, de um a três anos, ou multa.
visto no inciso anterior; (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) Modalidade culposa
III - sem as características de identidade e qualidade admi- Parágrafo único - Se o crime é culposo:
tidas para a sua comercialização; (Incluído pela Lei nº 9.677, de Pena - detenção, de dois meses a um ano.
2.7.1998) Comércio clandestino ou facilitação de uso de entorpe-
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua ativida- centes
de; ((Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) COMÉRCIO, POSSE OU USO DE ENTORPECENTE
V - de procedência ignorada; (Incluído pela Lei nº 9.677, de OU SUBSTÂNCIA QUE DETERMINE DEPENDÊNCIA FÍ-
2.7.1998) SICA OU PSÍQUICA. (Redação dada pela Lei nº 5.726, de 1971)
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade (Revogado pela Lei nº 6.368, 1976)
sanitária competente. (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) Art. 281. (Revogado pela Lei nº 6.368, 1976)
Modalidade culposa Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêu-
§ 2º - Se o crime é culposo:  tica
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Redação Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de
dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou exce-
Emprego de processo proibido ou de substância não per- dendo-lhe os limites:
mitida Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto destinado a con- Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro,
sumo, revestimento, gaseificação artificial, matéria corante, subs- aplica-se também multa.
tância aromática, anti-séptica, conservadora ou qualquer outra não Charlatanismo
expressamente permitida pela legislação sanitária: Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou in-
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação falível:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Curandeirismo
Invólucro ou recipiente com falsa indicação
Art. 284 - Exercer o curandeirismo:
Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente,
alimentícios, terapêuticos ou medicinais, a existência de substân-
qualquer substância;
cia que não se encontra em seu conteúdo ou que nele existe em
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
quantidade menor que a mencionada: (Redação dada pela Lei nº
III - fazendo diagnósticos:
9.677, de 2.7.1998) Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remunera-
dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) ção, o agente fica também sujeito à multa.
Produto ou substância nas condições dos dois artigos an- Forma qualificada
teriores Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previs-
Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito para vender tos neste Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267.
ou, de qualquer forma, entregar a consumo produto nas condições
dos arts. 274 e 275. TÍTULO IX
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.(Redação DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)
Substância destinada à falsificação Incitação ao crime
Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em depósito ou ce- Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime:
der substância destinada à falsificação de produtos alimentícios, Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
terapêuticos ou medicinais:(Redação dada pela Lei nº 9.677, de Apologia de crime ou criminoso
2.7.1998) Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação de autor de crime:
dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
Outras substâncias nocivas à saúde pública Associação Criminosa
Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim
para vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo coisa ou específico de cometer crimes: (Redação dada pela Lei nº 12.850,
substância nociva à saúde, ainda que não destinada à alimentação de 2013) (Vigência)
ou a fim medicinal: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
Modalidade culposa Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associa-
Parágrafo único - Se o crime é culposo: ção é armada ou se houver a participação de criança ou adolescen-
Pena - detenção, de dois meses a um ano. te. (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)

Didatismo e Conhecimento 291


LEGISLAÇÃO APLICADA
Constituição de milícia privada (Incluído dada pela Lei nº CAPÍTULO II
12.720, de 2012) DA FALSIDADE DE
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS
organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão
com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Falsificação de papéis públicos
Código: (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de 2012) Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. (Incluído dada I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qual-
pela Lei nº 12.720, de 2012) quer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tribu-
to; (Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004)
TÍTULO X II - papel de crédito público que não seja moeda de curso
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA legal;
III - vale postal;
CAPÍTULO I IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econô-
DA MOEDA FALSA mica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito
público;
Moeda Falsa V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda me- relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução
tálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro: por que o poder público seja responsável;
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa. VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou administrada pela União, por Estado ou por Município:
alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
guarda ou introduz na circulação moeda falsa. § 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº
11.035, de 2004)
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira,
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsifi-
moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer
cados a que se refere este artigo; (Incluído pela Lei nº 11.035, de
a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e
2004)
multa.
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta,
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa,
guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a
o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de
controle tributário; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão: III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, man-
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em tém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou,
lei; de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exer-
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada. cício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercado-
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular ria: (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada. a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle
Crimes assimilados ao de moeda falsa tributário, falsificado; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária
moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; determina a obrigatoriedade de sua aplicação. (Incluído pela Lei nº
suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de res- 11.035, de 2004)
tituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos,
à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já reco- com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal
lhidos para o fim de inutilização: indicativo de sua inutilização:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado,
anos e multa, se o crime é cometido por funcionário que trabalha qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior.
na repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de
fácil ingresso, em razão do cargo.(Vide Lei nº 7.209, de 11.7.1984) boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se re-
Petrechos para falsificação de moeda ferem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gra- alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos,
tuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou ou multa.
qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda: § 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino,
Emissão de título ao portador sem permissão legal inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públi-
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, cos e em residências. (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
vale ou título que contenha promessa de pagamento em dinheiro Petrechos de falsificação
ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar ob-
deva ser pago: jeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. referidos no artigo anterior:
Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qual- Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
quer dos documentos referidos neste artigo incorre na pena de de- Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
tenção, de quinze dias a três meses, ou multa. prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

Didatismo e Conhecimento 292


LEGISLAÇÃO APLICADA
CAPÍTULO III Falsidade ideológica
DA FALSIDADE DOCUMENTAL Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, de-
claração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir
Falsificação do selo ou sinal público declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, juridicamente relevante:
de Estado ou de Município; Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito públi- é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento
co, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião: é particular.
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete
§ 1º - Incorre nas mesmas penas: o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em parte.
prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio. Falso reconhecimento de firma ou letra
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de fun-
logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou iden- ção pública, firma ou letra que o não seja:
tificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública. (In- Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento
cluído pela Lei nº 9.983, de 2000) é público; e de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime Certidão ou atestado ideologicamente falso
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função
Falsificação de documento público pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qual-
ou alterar documento público verdadeiro: quer outra vantagem:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Pena - detenção, de dois meses a um ano.
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime Falsidade material de atestado ou certidão
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. § 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento pú- alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de
blico o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público,
transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os li- isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra
vros mercantis e o testamento particular. vantagem:
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inse- Pena - detenção, de três meses a dois anos.
rir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se,
I – na folha de pagamento ou em documento de informações além da pena privativa de liberdade, a de multa.
que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pes- Falsidade de atestado médico
soa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;(Incluído Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, ates-
pela Lei nº 9.983, de 2000) tado falso:
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empre- Pena - detenção, de um mês a um ano.
gado ou em documento que deva produzir efeito perante a previ- Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro,
dência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido aplica-se também multa.
escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica
III – em documento contábil ou em qualquer outro documen- Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que
to relacionado com as obrigações da empresa perante a previdên- tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração
cia social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter consta- está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça:
do. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de
mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a comércio, faz uso do selo ou peça filatélica.
remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de Uso de documento falso
serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou
Falsificação de documento particular (Redação dada pela alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particu- Supressão de documento
lar ou alterar documento particular verdadeiro: Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou parti-
Falsificação de cartão (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) cular verdadeiro, de que não podia dispor:
Vigência Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento
documento particular o cartão de crédito ou débito. (Incluído pela é particular.
Lei nº 12.737, de 2012) Vigência

Didatismo e Conhecimento 293


LEGISLAÇÃO APLICADA
CAPÍTULO IV CAPÍTULO V
DE OUTRAS FALSIDADES (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚ-
Falsificação do sinal empregado no contraste de metal BLICO 
precioso ou na fiscalização alfandegária, ou para outros fins (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou Fraudes em certames de interesse público (Incluído pela
sinal empregado pelo poder público no contraste de metal precioso Lei 12.550. de 2011)
ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa natu- Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de
reza, falsificado por outrem: beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. certame, conteúdo sigiloso de: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa I - concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
a autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou para II - avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei 12.550.
autenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o cum- de 2011)
primento de formalidade legal: III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou
Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Falsa identidade IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: (Incluído
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade pela Lei 12.550. de 2011)
para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído
dano a outrem: pela Lei 12.550. de 2011)
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato § 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por
não constitui elemento de crime mais grave. qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informa-
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, ca- ções mencionadas no caput. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
derneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração pú-
ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natu- blica: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
reza, próprio ou de terceiro: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o pela Lei 12.550. de 2011)
fato não constitui elemento de crime mais grave. § 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido
Fraude de lei sobre estrangeiro por funcionário público. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no
território nacional, nome que não é o seu: TÍTULO XI
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para
promover-lhe a entrada em território nacional: (Incluído pela Lei CAPÍTULO I
nº 9.426, de 1996) DOS CRIMES PRATICADOS
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Incluído pela POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
Lei nº 9.426, de 1996) CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor
de ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos em que Peculato
a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais bens: (Re- Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, va-
dação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) lor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. (Redação tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio
dada pela Lei nº 9.426, de 1996) ou alheio:
Adulteração de sinal identificador de veículo automo- Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
tor (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, em-
Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qual- bora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou
quer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio,
ou equipamento:(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)) valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de fun-
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. (Redação dada cionário.
pela Lei nº 9.426, de 1996) Peculato culposo
§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pú- § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime
blica ou em razão dela, a pena é aumentada de um terço. (Incluído de outrem:
pela Lei nº 9.426, de 1996) Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se
contribui para o licenciamento ou registro do veículo remarcado precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é
ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação posterior, reduz de metade a pena imposta.
oficial. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996) Peculato mediante erro de outrem
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que,
no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Didatismo e Conhecimento 294


LEGISLAÇÃO APLICADA
Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído Prevaricação
pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inser- ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer
ção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos interesse ou sentimento pessoal:
nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente pú-
ou para causar dano: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)) blico, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros
pela Lei nº 9.983, de 2000) presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de in- 2007).
formações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de infor- Condescendência criminosa
mações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsa-
autoridade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) bilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou,
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (In- quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da
cluído pela Lei nº 9.983, de 2000) autoridade competente:
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a me- Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
tade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Advocacia administrativa
Pública ou para o administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcio-
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que nário:
tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
parcialmente: Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
crime mais grave. Violência arbitrária
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da de exercê-la:
estabelecida em lei: Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena corres-
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. pondente à violência.
Concussão Abandono de função
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos
ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, em lei:
vantagem indevida: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. § 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Excesso de exação Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fron-
sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na co- teira:
brança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satis-
dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) feitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização,
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído
o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: ou suspenso:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Corrupção passiva Violação de sigilo funcional
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação não constitui crime mais grave.
dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência Lei nº 9.983, de 2000)
da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar
qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e em-
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato préstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não
de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou in- autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Adminis-
fluência de outrem: tração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela
Facilitação de contrabando ou descaminho Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública
de contrabando ou descaminho (art. 334): ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído
dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) pela Lei nº 9.983, de 2000)

Didatismo e Conhecimento 295


LEGISLAÇÃO APLICADA
Violação do sigilo de proposta de concorrência Descaminho
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou
ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercado-
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. ria (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Funcionário público Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos pe- Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
nais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce car- § 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº
go, emprego ou função pública. 13.008, de 26.6.2014)
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, em- I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em
prego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para em- lei; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
presa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; (Reda-
de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº ção dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
9.983, de 2000) III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira que
comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da ad- introduziu clandestinamente no País ou importou fraudulentamente
ministração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacio-
fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, nal ou de importação fraudulenta por parte de outrem; (Redação dada
de 1980) pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no
CAPÍTULO II exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de proce-
DOS CRIMES PRATICADOS POR dência estrangeira, desacompanhada de documentação legal ou acom-
PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL panhada de documentos que sabe serem falsos. (Redação dada pela
Usurpação de função pública Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: § 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mer-
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:
cadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências. (Redação
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Resistência
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é pra-
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência
ticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Redação dada pela
ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe
esteja prestando auxílio: Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. Contrabando
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído
Pena - reclusão, de um a três anos. pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das cor- Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. (Incluído pela Lei
respondentes à violência. nº 13.008, de 26.6.2014)
Desobediência § 1o Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei nº 13.008,
Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público: de 26.6.2014)
Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; (Incluí-
Desacato do pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que depen-
ou em razão dela: da de registro, análise ou autorização de órgão público competente;
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
Tráfico de Influência (Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destina-
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para ou- da à exportação; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
trem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer
praticado por funcionário público no exercício da função: (Redação forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
dada pela Lei nº 9.127, de 1995) comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira; (In-
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação cluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
dada pela Lei nº 9.127, de 1995) V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida
alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. pela lei brasileira. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)§ 2º
(Redação dada pela Lei nº 9.127, de 1995) - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo,
Corrupção ativa qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário estrangeiras, inclusive o exercido em residências. (Incluído pela Lei
público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: nº 4.729, de 14.7.1965)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação § 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é pra-
dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) ticado em transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Incluído pela Lei nº
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão 13.008, de 26.6.2014)
da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofí-
cio, ou o pratica infringindo dever funcional.

Didatismo e Conhecimento 296


LEGISLAÇÃO APLICADA
Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência CAPÍTULO II-A 
Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou (Incluído pela Lei nº 10.467, de 11.6.2002)
venda em hasta pública, promovida pela administração federal, es- DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A
tadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ESTRANGEIRA
afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, Corrupção ativa em transação comercial internacional
fraude ou oferecimento de vantagem: Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente,
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da vantagem indevida a funcionário público estrangeiro, ou a terceira pes-
pena correspondente à violência. soa, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício relacio-
Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de nado à transação comercial internacional: (Incluído pela Lei nº 10467,
concorrer ou licitar, em razão da vantagem oferecida. de 11.6.2002)
Inutilização de edital ou de sinal Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela
Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar Lei nº 10467, de 11.6.2002)
edital afixado por ordem de funcionário público; violar ou inutilizar Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em ra-
selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por ordem de fun- zão da vantagem ou promessa, o funcionário público estrangeiro retarda
cionário público, para identificar ou cerrar qualquer objeto: ou omite o ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional. (In-
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa. cluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Subtração ou inutilização de livro ou documento Tráfico de influência em transação comercial internacio-
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro ofi- nal (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
cial, processo ou documento confiado à custódia de funcionário, em Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para ou-
razão de ofício, ou de particular em serviço público: trem, direta ou indiretamente, vantagem ou promessa de vantagem a
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui pretexto de influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro
crime mais grave. no exercício de suas funções, relacionado a transação comercial interna-
Sonegação de contribuição previdenciária (Incluído pela Lei cional: (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
nº 9.983, de 2000) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previden- pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega
ciária e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: (Incluído
ou insinua que a vantagem é também destinada a funcionário estrangei-
pela Lei nº 9.983, de 2000)
ro. (Incluído pela Lei nº 10467, de 11.6.2002)
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documen-
Funcionário público estrangeiro (Incluído pela Lei nº 10467,
to de informações previsto pela legislação previdenciária segurados
de 11.6.2002)
empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo
Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para os
ou a este equiparado que lhe prestem serviços; (Incluído pela Lei nº efeitos penais, quem, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
9.983, de 2000) exerce cargo, emprego ou função pública em entidades estatais ou em
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da con- representações diplomáticas de país estrangeiro. (Incluído pela Lei nº
tabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as 10467, de 11.6.2002)
devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços; (Incluído pela Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro
Lei nº 9.983, de 2000) quem exerce cargo, emprego ou função em empresas controladas, di-
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, retamente ou indiretamente, pelo Poder Público de país estrangeiro ou
remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contri- em organizações públicas internacionais. (Incluído pela Lei nº 10467,
buições sociais previdenciárias: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) de 11.6.2002)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído
pela Lei nº 9.983, de 2000) CAPÍTULO III
§ 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, de- DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA
clara e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as Reingresso de estrangeiro expulso
informações devidas à previdência social, na forma definida em lei Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele
ou regulamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº foi expulso:
9.983, de 2000) Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expul-
§ 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar so- são após o cumprimento da pena.
mente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, Denunciação caluniosa
desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de pro-
I – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) cesso judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-
igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, admi- -lhe crime de que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei nº 10.028,
nistrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas de 2000)
execuções fiscais.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de paga- § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de
mento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez anonimato ou de nome suposto.
reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática
apenas a de multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) de contravenção.
§ 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado Comunicação falsa de crime ou de contravenção
nas mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocor-
previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) rência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado:

Didatismo e Conhecimento 297


LEGISLAÇÃO APLICADA
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
Auto-acusação falsa § 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, côn-
Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente juge ou irmão do criminoso, fica isento de pena.
ou praticado por outrem: Favorecimento real
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou
Falso testemunho ou falsa perícia de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.
como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em proces- Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar
so judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbi- a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou
tral: (Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional. (Incluí-
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação do pela Lei nº 12.012, de 2009).
dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência) Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei
§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é nº 12.012, de 2009).
praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova Exercício arbitrário ou abuso de poder
destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade
em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder:
(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) Pena - detenção, de um mês a um ano.
§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcionário que:
em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Re- I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a estabele-
dação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001) cimento destinado a execução de pena privativa de liberdade ou de
Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra medida de segurança;
vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para II - prolonga a execução de pena ou de medida de segurança, dei-
fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, pe- xando de expedir em tempo oportuno ou de executar imediatamente
rícia, cálculos, tradução ou interpretação: (Redação dada pela Lei nº a ordem de liberdade;
III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a vexa-
10.268, de 28.8.2001)
me ou a constrangimento não autorizado em lei;
Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.(Redação dada
IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência.
pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)
Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço,
Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente
se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir
presa ou submetida a medida de segurança detentiva:
efeito em processo penal ou em processo civil em que for parte enti- Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
dade da administração pública direta ou indireta. (Redação dada pela § 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma
Lei nº 10.268, de 28.8.2001) pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a
Coação no curso do processo seis anos.
Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favo- § 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se tam-
recer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer bém a pena correspondente à violência.
outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judi- § 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é
cial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena internado.
correspondente à violência. § 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia
Exercício arbitrário das próprias razões ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano, ou
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pre- multa.
tensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: Evasão mediante violência contra a pessoa
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo
pena correspondente à violência. submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência con-
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se tra a pessoa:
procede mediante queixa. Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena corres-
Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que pondente à violência.
se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção: Arrebatamento de preso
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de
Fraude processual quem o tenha sob custódia ou guarda:
Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspon-
ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim dente à violência.
de induzir a erro o juiz ou o perito: Motim de presos
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou dis-
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em ciplina da prisão:
processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro. Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena corres-
Favorecimento pessoal pondente à violência.
Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública Patrocínio infiel
autor de crime a que é cominada pena de reclusão: Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador,
Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. o dever profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em
§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: juízo, lhe é confiado:

Didatismo e Conhecimento 298


LEGISLAÇÃO APLICADA
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação,
Patrocínio simultâneo ou tergiversação nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legis-
Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou latura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício finan-
procurador judicial que defende na mesma causa, simultânea ou ceiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que
sucessivamente, partes contrárias. não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa: (In-
Sonegação de papel ou objeto de valor probatório cluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de resti- Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.(Incluído pela Lei
tuir autos, documento ou objeto de valor probatório, que recebeu nº 10.028, de 2000)
na qualidade de advogado ou procurador: Ordenação de despesa não autorizada (Incluído pela Lei
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. nº 10.028, de 2000)
Exploração de prestígio Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: (Incluído
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra uti- pela Lei nº 10.028, de 2000)
lidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela
Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou tes- Lei nº 10.028, de 2000)
temunha: Prestação de garantia graciosa (Incluído pela Lei nº 10.028,
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. de 2000)
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que
agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se tenha sido constituída contragarantia em valor igual ou superior ao
destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo. valor da garantia prestada, na forma da lei: (Incluído pela Lei nº
Violência ou fraude em arrematação judicial 10.028, de 2000)
Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído
afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de pela Lei nº 10.028, de 2000)
violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem: Não cancelamento de restos a pagar (Incluído pela Lei nº
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da 10.028, de 2000)
pena correspondente à violência. Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspen- cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor su-
são de direito perior ao permitido em lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído
múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial: pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.
CAPÍTULO IV Aumento de despesa total com pessoal no último ano do
DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS mandato ou legislatura (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000)
(Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete
aumento de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias
Contratação de operação de crédito anteriores ao final do mandato ou da legislatura: (Incluído pela Lei
Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédi- nº 10.028, de 2000))
to, interno ou externo, sem prévia autorização legislativa: (Incluí- Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela
do pela Lei nº 10.028, de 2000) Lei nº 10.028, de 2000)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei Oferta pública ou colocação de títulos no mercado (Incluí-
nº 10.028, de 2000) do pela Lei nº 10.028, de 2000)
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, auto- Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública
riza ou realiza operação de crédito, interno ou externo: (Incluído ou a colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública
sem que tenham sido criados por lei ou sem que estejam registra-
pela Lei nº 10.028, de 2000)
dos em sistema centralizado de liquidação e de custódia: (Incluído
I – com inobservância de limite, condição ou montante esta-
pela Lei nº 10.028, de 2000)
belecido em lei ou em resolução do Senado Federal; (Incluído pela
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela
Lei nº 10.028, de 2000) Lei nº 10.028, de 2000)
II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o DISPOSIÇÕES FINAIS
limite máximo autorizado por lei. (Incluído pela Lei nº 10.028, Art. 360 - Ressalvada a legislação especial sobre os crimes
de 2000) contra a existência, a segurança e a integridade do Estado e contra
Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pa- a guarda e o emprego da economia popular, os crimes de imprensa
gar (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) e os de falência, os de responsabilidade do Presidente da Repú-
Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pa- blica e dos Governadores ou Interventores, e os crimes militares,
gar, de despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que revogam-se as disposições em contrário.
exceda limite estabelecido em lei: (Incluído pela Lei nº 10.028, de Art. 361 - Este Código entrará em vigor no dia 1º de janeiro
2000) de 1942.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. (Incluído Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119º da Independên-
pela Lei nº 10.028, de 2000) cia e 52º da República.
Assunção de obrigação no último ano do mandato ou le- GETÚLIO VARGAS
gislatura (Incluído pela Lei nº 10.028, de 2000) Francisco Campos
Este texto não substitui o publicado no DOU de 31.12.1940

Didatismo e Conhecimento 299


LEGISLAÇÃO APLICADA
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característi-
cos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da
DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941. infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profis-
Vigência são e residência.
Código de Processo Penal. § 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de
inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
O  PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição § 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da
que Ihe confere o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte existência de infração penal em que caiba ação pública poderá,
Lei: verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e
esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar
LIVRO I inquérito.
DO PROCESSO EM GERAL § 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender
de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
TÍTULO I § 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial so-
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES mente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha
qualidade para intentá-la.
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território bra- Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração
sileiro, por este Código, ressalvados: penal, a autoridade policial deverá:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da Repúbli- o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos cri-
ca, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presi- minais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) (Vide Lei
dente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nº 5.970, de 1973)
nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após
100); liberados pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862,
III - os processos da competência da Justiça Militar; de 28.3.1994)
IV - os processos da competência do tribunal especial (Cons- III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimen-
tituição, art. 122, no 17); to do fato e suas circunstâncias;
V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130) IV - ouvir o ofendido;
Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável,
processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o
regulam não dispuserem de modo diverso. respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe te-
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem nham ouvido a leitura;
prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei an- VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a aca-
terior. reações;
Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensi- VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo
va e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios de delito e a quaisquer outras perícias;
gerais de direito. VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo da-
tiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de an-
TÍTULO II tecedentes;
DO INQUÉRITO POLICIAL IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de
vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e
policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do
fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. (Redação seu temperamento e caráter.
dada pela Lei nº 9.043, de 9.5.1995) X - colher informações sobre a existência de filhos, respecti-
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não ex- vas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato
cluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja come- de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela
tida a mesma função. pessoa presa. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido
iniciado: praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá pro-
I - de ofício; ceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contra-
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Mi- rie a moralidade ou a ordem pública.
nistério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será observado o dispos-
qualidade para representá-lo. to no Capítulo II do Título IX deste Livro.

Didatismo e Conhecimento 300


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só § 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído pela
processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, ru- Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
bricadas pela autoridade. I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qual-
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o quer natureza, que dependerá de autorização judicial, conforme
indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventi- disposto em lei; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
vamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel
executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver celular por período não superior a 30 (trinta) dias, renovável por
solto, mediante fiança ou sem ela. uma única vez, por igual período; (Incluído pela Lei nº 13.344, de
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido 2016) (Vigência)
apurado e enviará autos ao juiz competente. III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II,
§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que será necessária a apresentação de ordem judicial. (Incluído pela
não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
encontradas. § 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial de-
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado verá ser instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas,
estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos contado do registro da respectiva ocorrência policial. (Incluído
autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
marcado pelo juiz. § 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze)
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que horas, a autoridade competente requisitará às empresas prestado-
interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito. ras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibi-
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou quei- lizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais,
xa, sempre que servir de base a uma ou outra. informações e outros – que permitam a localização da vítima ou
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial: dos suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao
I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessá- juiz. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
rias à instrução e julgamento dos processos; Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Mi-
poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a
nistério Público;
juízo da autoridade.
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autori-
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador
dades judiciárias;
pela autoridade policial.
IV - representar acerca da prisão preventiva.
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolu-
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A,
ção do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligên-
no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
cias, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069,
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar
de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o
autos de inquérito.
membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá
requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela
iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autorida-
suspeitos. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) de policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de tiver notícia.
24 (vinte e quatro) horas, conterá: (Incluído pela Lei nº 13.344, de Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos
2016) (Vigência) do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguarda-
I - o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela Lei nº rão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão
13.344, de 2016) (Vigência) entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.
II - o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei nº Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo neces-
13.344, de 2016) (Vigência) sário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
III - a identificação da unidade de polícia judiciária respon- Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem
sável pela investigação. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer
(Vigência) anotações referentes a instauração de inquérito contra os requeren-
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos cri- tes. (Redação dada pela Lei nº 12.681, de 2012)
mes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre
Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse
autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de tele- da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.
comunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá
os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz,
– que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério
em curso. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89,
§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamen- inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n.
to da estação de cobertura, setorização e intensidade de radiofre- 4.215, de 27 de abril de 1963) (Redação dada pela Lei nº 5.010,
quência. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência) de 30.5.1966)

Didatismo e Conhecimento 301


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver § 1o Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às
mais de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em despesas do processo, sem privar-se dos recursos indispensáveis
uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar ao próprio sustento ou da família.
diligências em circunscrição de outra, independentemente de pre- § 2o Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade
catórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que com- policial em cuja circunscrição residir o ofendido.
pareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 (dezoito) anos, ou mental-
sua presença, noutra circunscrição. mente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá
competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de Identifi- ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento
cação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal.
a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 (vinte e um) e maior
penal e à pessoa do indiciado. de 18 (dezoito) anos, o direito de queixa poderá ser exercido por
ele ou por seu representante legal.
TÍTULO III Art. 35. (Revogado pela Lei nº 9.520, de 27.11.1997)
DA AÇÃO PENAL Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de
queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente mais
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, podendo,
denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante
exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do desista da instância ou a abandone.
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente
§ 1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado au- constituídas poderão exercer a ação penal, devendo ser representa-
sente por decisão judicial, o direito de representação passará ao das por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem ou,
no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes.
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. (Parágrafo único re-
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu re-
numerado pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993)
presentante legal, decairá no direito de queixa ou de representação,
§ 2o Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento
se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em
do patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação
que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29,
penal será pública. (Incluído pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993)
do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de
a denúncia.
queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o arts. 24, parágrafo único, e 31.
auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria expedida pela Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pes-
autoridade judiciária ou policial. soalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciati- declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério
va do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública, Público, ou à autoridade policial.
fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e § 1o A representação feita oralmente ou por escrito, sem assi-
indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção. natura devidamente autenticada do ofendido, de seu representante
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apre- legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou auto-
sentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a
ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar este houver sido dirigida.
improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou § 2o A representação conterá todas as informações que pos-
peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denún- sam servir à apuração do fato e da autoria.
cia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, § 3o Oferecida ou reduzida a termo a representação, a auto-
ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o ridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo competente,
juiz obrigado a atender. remetê-lo-á à autoridade que o for.
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação públi- § 4o A representação, quando feita ao juiz ou perante este
ca, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério reduzida a termo, será remetida à autoridade policial para que esta
Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substituti- proceda a inquérito.
va, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de § 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se
prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem
querelante, retomar a ação como parte principal. a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para repre- prazo de quinze dias.
sentá-lo caberá intentar a ação privada. Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declara- juízes ou tribunais verificarem a existência de crime de ação pú-
do ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou blica, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos
prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente necessários ao oferecimento da denúncia.
ou irmão. Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato
Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do
da parte que comprovar a sua pobreza, nomeará advogado para acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a
promover a ação penal. classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.

Didatismo e Conhecimento 302


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal. Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa
Art. 43. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008). nos autos, o querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, se
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu
especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do silêncio importará aceitação.
querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais escla- Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a pu-
recimentos dependerem de diligências que devem ser previamente nibilidade.
requeridas no juízo criminal. Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de
Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do declaração assinada pelo querelado, por seu representante legal ou
ofendido, poderá ser aditada pelo Ministério Público, a quem cabe- procurador com poderes especiais.
rá intervir em todos os termos subsequentes do processo. Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante quei-
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu xa, considerar-se-á perempta a ação penal:
preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o
Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu andamento do processo durante 30 dias seguidos;
estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua inca-
inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data pacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo,
em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos. dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem
§ 1o Quando o Ministério Público dispensar o inquérito poli- couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
cial, o prazo para o oferecimento da denúncia contar-se-á da data III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo
em que tiver recebido as peças de informações ou a representação justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente,
§ 2o O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações fi-
contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os nais;
autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extin-
que não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos do guir sem deixar sucessor.
processo. Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer
Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores
extinta a punibilidade, deverá declará-lo de ofício.
esclarecimentos e documentos complementares ou novos elemen-
Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Pú-
tos de convicção, deverá requisitá-los, diretamente, de quaisquer
blico, do querelante ou do réu, o juiz mandará autuá-lo em aparta-
autoridades ou funcionários que devam ou possam fornecê-los.
do, ouvirá a parte contrária e, se o julgar conveniente, concederá
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obri-
o prazo de cinco dias para a prova, proferindo a decisão dentro de
gará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua
cinco dias ou reservando-se para apreciar a matéria na sentença
indivisibilidade.
final.
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em rela-
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista
ção a um dos autores do crime, a todos se estenderá.
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada da certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, de-
pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com po- clarará extinta a punibilidade.
deres especiais.
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do me- TÍTULO IV
nor que houver completado 18 (dezoito) anos não privará este do DA AÇÃO CIVIL
direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do
primeiro. Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, po-
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveita- derão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da
rá a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus
recusar. herdeiros.
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condena-
direito de perdão poderá ser exercido por ele ou por seu represen- tória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos termos
tante legal, mas o perdão concedido por um, havendo oposição do do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da
outro, não produzirá efeito. liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido. (Incluído
Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retar- pela Lei nº 11.719, de 2008).
dado mental e não tiver representante legal, ou colidirem os inte- Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação
resses deste com os do querelado, a aceitação do perdão caberá ao para ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível,
curador que o juiz Ihe nomear. contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil.
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á, (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
quanto à aceitação do perdão, o disposto no art. 52. Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com po- poderá suspender o curso desta, até o julgamento definitivo da-
deres especiais. quela.
Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reco-
disposto no art. 50. nhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legí-
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os tima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício
meios de prova. regular de direito.

Didatismo e Conhecimento 303


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo crimi- Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante
nal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, catego- poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda
ricamente, reconhecida a inexistência material do fato. quando conhecido o lugar da infração.
Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação ci-
vil: CAPÍTULO III
I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO
informação;
II - a decisão que julgar extinta a punibilidade; Art. 74. A competência pela natureza da infração será regula-
III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado da pelas leis de organização judiciária, salvo a competência priva-
não constitui crime. tiva do Tribunal do Júri.
Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for § 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos cri-
pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a execução da sentença condenatória mes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º,  122, parágrafo úni-
(art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu requerimen- co,  123,  124,  125,  126 e 127 do Código Penal, consumados ou
to, pelo Ministério Público. tentados. (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
§ 2o Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassi-
TÍTULO V ficação para infração da competência de outro, a este será remetido
DA COMPETÊNCIA o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição do primeiro,
que, em tal caso, terá sua competência prorrogada.
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: § 3o Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra
I - o lugar da infração: atribuída à competência de juiz singular, observar-se-á o disposto
II - o domicílio ou residência do réu; no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo próprio Tribu-
III - a natureza da infração; nal do Júri, a seu presidente caberá proferir a sentença (art. 492,
IV - a distribuição; § 2o).
V - a conexão ou continência;
VI - a prevenção; CAPÍTULO IV
VII - a prerrogativa de função. DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO

CAPÍTULO I Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência


DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um
juiz igualmente competente.
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da
em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar concessão de fiança ou da decretação de prisão preventiva ou de
em que for praticado o último ato de execução. qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa prevenirá a da
§ 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração ação penal.
se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar
em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução. CAPÍTULO V
§ 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA
território nacional, será competente o juiz do lugar em que o cri-
me, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
resultado. I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido prati-
§ 3o Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais cadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias
jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por
consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a várias pessoas, umas contra as outras;
competência firmar-se-á pela prevenção. II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou
praticada em território de duas ou mais jurisdições, a competência vantagem em relação a qualquer delas;
firmar-se-á pela prevenção. III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas
circunstâncias elementares influir na prova de outra infração.
CAPÍTULO II Art. 77. A competência será determinada pela continência
DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO quando:
OU RESIDÊNCIA DO RÉU I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a compe- arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal.
tência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu. Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou
§ 1o Se o réu tiver mais de uma residência, a competência continência, serão observadas as seguintes regras: (Redação dada
firmar-se-á pela prevenção. pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
§ 2o Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão
paradeiro, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimen- da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri; (Redação
to do fato. dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

Didatismo e Conhecimento 304


LEGISLAÇÃO APLICADA
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: (Redação Distrito Federal, relativamente às pessoas que devam responder
dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) perante eles por crimes comuns e de responsabilidade. (Redação
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada dada pela Lei nº 10.628, de 24.12.2002)
a pena mais grave; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) § 1o (Vide ADIN nº 2797)
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior § 2o (Vide ADIN nº 2797)
número de infrações, se as respectivas penas forem de igual gravi- Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que fo-
dade; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) rem querelantes as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros ca- do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele
sos; (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exce-
III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, pre- ção da verdade.
dominará a de maior graduação; (Redação dada pela Lei nº 263, Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal competirá, privativa-
de 23.2.1948) mente, processar e julgar:
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, pre- I - os seus ministros, nos crimes comuns;
valecerá esta. (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948) II - os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com os
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de do Presidente da República;
processo e julgamento, salvo: III - o procurador-geral da República, os desembargadores
I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar; dos Tribunais de Apelação, os ministros do Tribunal de Contas e
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de os embaixadores e ministros diplomáticos, nos crimes comuns e
menores. de responsabilidade.
§ 1o Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de Apela-
em relação a algum co-réu, sobrevier o caso previsto no art. 152. ção o julgamento dos governadores ou interventores nos Estados
§ 2o A unidade do processo não importará a do julgamento, ou Territórios, e prefeito do Distrito Federal, seus respectivos se-
se houver co-réu foragido que não possa ser julgado à revelia, ou cretários e chefes de Polícia, juízes de instância inferior e órgãos
ocorrer a hipótese do art. 461. do Ministério Público.
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as
infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou CAPÍTULO VIII
de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo
relevante, o juiz reputar conveniente a separação. Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde hou-
continência, ainda que no processo da sua competência própria ver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no
venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que des- Brasil, será competente o juízo da Capital da República.
classifique a infração para outra que não se inclua na sua compe- Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas
tência, continuará competente em relação aos demais processos. águas territoriais da República, ou nos rios e lagos fronteiriços,
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competên- bem como a bordo de embarcações nacionais, em alto-mar, serão
cia por conexão ou continência, o juiz, se vier a desclassificar a infra- processados e julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro
ção ou impronunciar ou absolver o acusado, de maneira que exclua a em que tocar a embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do
competência do júri, remeterá o processo ao juízo competente. País, pela do último em que houver tocado.
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional,
instaurados processos diferentes, a autoridade de jurisdição pre- dentro do espaço aéreo correspondente ao território brasileiro, ou ao
valente deverá avocar os processos que corram perante os outros alto-mar, ou a bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo
juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, correspondente ao território nacional, serão processados e julgados
a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de pela justiça da comarca em cujo território se verificar o pouso após o
soma ou de unificação das penas. crime, ou pela da comarca de onde houver partido a aeronave.
Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as
CAPÍTULO VI normas estabelecidas nos arts. 89 e 90, a competência se firmará
DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO pela prevenção. (Redação dada pela Lei nº 4.893, de 9.12.1965)

Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez TÍTULO VI


que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou DAS QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES
com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros
na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, CAPÍTULO I
ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS
70, § 3o, 71, 72, § 2o, e 78, II, c).
Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender
CAPÍTULO VII da solução de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre
DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso
Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Su- até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença
premo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tri- passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das
bunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do testemunhas e de outras provas de natureza urgente.

Didatismo e Conhecimento 305


LEGISLAÇÃO APLICADA
Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Art.  101. Julgada procedente a suspeição, ficarão nulos os
Público, quando necessário, promoverá a ação civil ou prosseguirá atos do processo principal, pagando o juiz as custas, no caso de
na que tiver sido iniciada, com a citação dos interessados. erro inescusável; rejeitada, evidenciando-se a malícia do excipien-
Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penal te, a este será imposta a multa de duzentos mil-réis a dois contos
depender de decisão sobre questão diversa da prevista no artigo de réis.
anterior, da competência do juízo cível, e se neste houver sido pro- Art. 102. Quando a parte contrária reconhecer a procedência
posta ação para resolvê-la, o juiz criminal poderá, desde que essa da arguição, poderá ser sustado, a seu requerimento, o processo
questão seja de difícil solução e não verse sobre direito cuja prova principal, até que se julgue o incidente da suspeição.
a lei civil limite, suspender o curso do processo, após a inquiri- Art. 103. No Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de
ção das testemunhas e realização das outras provas de natureza Apelação, o juiz que se julgar suspeito deverá declará-lo nos au-
urgente. tos e, se for revisor, passar o feito ao seu substituto na ordem da
§ 1o O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser precedência, ou, se for relator, apresentar os autos em mesa para
razoavelmente prorrogado, se a demora não for imputável à parte. nova distribuição.
Expirado o prazo, sem que o juiz cível tenha proferido decisão, o § 1o Se não for relator nem revisor, o juiz que houver de dar-se
juiz criminal fará prosseguir o processo, retomando sua competên- por suspeito, deverá fazê-lo verbalmente, na sessão de julgamento,
cia para resolver, de fato e de direito, toda a matéria da acusação registrando-se na ata a declaração.
ou da defesa. § 2o Se o presidente do tribunal se der por suspeito, competirá
§ 2o Do despacho que denegar a suspensão não caberá recur- ao seu substituto designar dia para o julgamento e presidi-lo.
so. § 3o Observar-se-á, quanto à arguição de suspeição pela parte,
§ 3o Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ação pú- o disposto nos arts. 98 a 101, no que Ihe for aplicável, atendido, se
blica, incumbirá ao Ministério Público intervir imediatamente na o juiz a reconhecer, o que estabelece este artigo.
causa cível, para o fim de promover-lhe o rápido andamento. § 4o A suspeição, não sendo reconhecida, será julgada pelo
Art. 94. A suspensão do curso da ação penal, nos casos dos tribunal pleno, funcionando como relator o presidente.
artigos anteriores, será decretada pelo juiz, de ofício ou a requeri- § 5o Se o recusado for o presidente do tribunal, o relator será
mento das partes. o vice-presidente.
Art. 104. Se for arguida a suspeição do órgão do Ministério
CAPÍTULO II Público, o juiz, depois de ouvi-lo, decidirá, sem recurso, podendo
DAS EXCEÇÕES antes admitir a produção de provas no prazo de três dias.
Art. 105. As partes poderão também arguir de suspeitos os
Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de: peritos, os intérpretes e os serventuários ou funcionários de justiça,
I - suspeição; decidindo o juiz de plano e sem recurso, à vista da matéria alegada
II - incompetência de juízo; e prova imediata.
III - litispendência; Art. 106. A suspeição dos jurados deverá ser arguida oral-
IV - ilegitimidade de parte; mente, decidindo de plano do presidente do Tribunal do Júri, que a
V - coisa julgada. rejeitará se, negada pelo recusado, não for imediatamente compro-
Art. 96. A arguição de suspeição precederá a qualquer outra, vada, o que tudo constará da ata.
salvo quando fundada em motivo superveniente. Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades poli-
Art. 97. O juiz que espontaneamente afirmar suspeição deverá ciais nos atos do inquérito, mas deverão elas declarar-se suspeitas,
fazê-lo por escrito, declarando o motivo legal, e remeterá imedia- quando ocorrer motivo legal.
tamente o processo ao seu substituto, intimadas as partes. Art. 108. A exceção de incompetência do juízo poderá ser
Art. 98. Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, oposta, verbalmente ou por escrito, no prazo de defesa.
deverá fazê-lo em petição assinada por ela própria ou por procura- § 1o Se, ouvido o Ministério Público, for aceita a declinatória,
dor com poderes especiais, aduzindo as suas razões acompanhadas o feito será remetido ao juízo competente, onde, ratificados os atos
de prova documental ou do rol de testemunhas. anteriores, o processo prosseguirá.
Art. 99. Se reconhecer a suspeição, o juiz sustará a marcha do § 2o Recusada a incompetência, o juiz continuará no feito,
processo, mandará juntar aos autos a petição do recusante com os fazendo tomar por termo a declinatória, se formulada verbalmente.
documentos que a instruam, e por despacho se declarará suspeito, Art. 109. Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer
ordenando a remessa dos autos ao substituto. motivo que o torne incompetente, declará-lo-á nos autos, haja ou
Art. 100. Não aceitando a suspeição, o juiz mandará autuar não alegação da parte, prosseguindo-se na forma do artigo anterior.
em apartado a petição, dará sua resposta dentro em três dias, po- Art. 110. Nas exceções de litispendência, ilegitimidade de
dendo instruí-la e oferecer testemunhas, e, em seguida, determina- parte e coisa julgada, será observado, no que Ihes for aplicável, o
rá sejam os autos da exceção remetidos, dentro em vinte e quatro disposto sobre a exceção de incompetência do juízo.
horas, ao juiz ou tribunal a quem competir o julgamento. § 1o Se a parte houver de opor mais de uma dessas exceções,
§ 1o Reconhecida, preliminarmente, a relevância da arguição, deverá fazê-lo numa só petição ou articulado.
o juiz ou tribunal, com citação das partes, marcará dia e hora para § 2o A exceção de coisa julgada somente poderá ser oposta em
a inquirição das testemunhas, seguindo-se o julgamento, indepen- relação ao fato principal, que tiver sido objeto da sentença.
dentemente de mais alegações. Art. 111. As exceções serão processadas em autos apartados e
§ 2o Se a suspeição for de manifesta improcedência, o juiz ou não suspenderão, em regra, o andamento da ação penal.
relator a rejeitará liminarmente.

Didatismo e Conhecimento 306


LEGISLAÇÃO APLICADA
CAPÍTULO III Art. 119. As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do Có-
DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS digo Penal não poderão ser restituídas, mesmo depois de transitar
em julgado a sentença final, salvo se pertencerem ao lesado ou a
Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério Público, os serventuá- terceiro de boa-fé.
rios ou funcionários de justiça e os peritos ou intérpretes abster- Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser ordenada
-se-ão de servir no processo, quando houver incompatibilidade ou pela autoridade policial ou juiz, mediante termo nos autos, desde
impedimento legal, que declararão nos autos. Se não se der a abs- que não exista dúvida quanto ao direito do reclamante.
tenção, a incompatibilidade ou impedimento poderá ser arguido § 1o Se duvidoso esse direito, o pedido de restituição autuar-
pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a exceção -se-á em apartado, assinando-se ao requerente o prazo de 5 (cinco)
de suspeição. dias para a prova. Em tal caso, só o juiz criminal poderá decidir o
incidente.
CAPÍTULO IV § 2o O incidente autuar-se-á também em apartado e só a au-
DO CONFLITO DE JURISDIÇÃO toridade judicial o resolverá, se as coisas forem apreendidas em
poder de terceiro de boa-fé, que será intimado para alegar e provar
Art. 113. As questões atinentes à competência resolver-se-ão o seu direito, em prazo igual e sucessivo ao do reclamante, tendo
não só pela exceção própria, como também pelo conflito positivo um e outro dois dias para arrazoar.
ou negativo de jurisdição. § 3o Sobre o pedido de restituição será sempre ouvido o Mi-
Art. 114. Haverá conflito de jurisdição: nistério Público.
I - quando duas ou mais autoridades judiciárias se conside- § 4o Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono,
rarem competentes, ou incompetentes, para conhecer do mesmo o juiz remeterá as partes para o juízo cível, ordenando o depósito
fato criminoso; das coisas em mãos de depositário ou do próprio terceiro que as
II - quando entre elas surgir controvérsia sobre unidade de detinha, se for pessoa idônea.
juízo, junção ou separação de processos. § 5o Tratando-se de coisas facilmente deterioráveis, serão
Art. 115. O conflito poderá ser suscitado: avaliadas e levadas a leilão público, depositando-se o dinheiro
I - pela parte interessada; apurado, ou entregues ao terceiro que as detinha, se este for pessoa
idônea e assinar termo de responsabilidade.
II - pelos órgãos do Ministério Público junto a qualquer dos
Art. 121. No caso de apreensão de coisa adquirida com os
juízos em dissídio;
proventos da infração, aplica-se o disposto no art. 133 e seu pa-
III - por qualquer dos juízes ou tribunais em causa.
rágrafo.
Art. 116. Os juízes e tribunais, sob a forma de representação,
Art. 122. Sem prejuízo do disposto nos arts. 120 e 133, de-
e a parte interessada, sob a de requerimento, darão parte escrita
corrido o prazo de 90 dias, após transitar em julgado a sentença
e circunstanciada do conflito, perante o tribunal competente, ex-
condenatória, o juiz decretará, se for caso, a perda, em favor da
pondo os fundamentos e juntando os documentos comprobatórios.
União, das coisas apreendidas (art. 74, II, a e b do Código Penal) e
§ 1o Quando negativo o conflito, os juízes e tribunais poderão
ordenará que sejam vendidas em leilão público.
suscitá-lo nos próprios autos do processo. Parágrafo único. Do dinheiro apurado será recolhido ao Te-
§ 2o Distribuído o feito, se o conflito for positivo, o relator souro Nacional o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé.
poderá determinar imediatamente que se suspenda o andamento Art. 123. Fora dos casos previstos nos artigos anteriores, se
do processo. dentro no prazo de 90 dias, a contar da data em que transitar em
§ 3o Expedida ou não a ordem de suspensão, o relator requisi- julgado a sentença final, condenatória ou absolutória, os objetos
tará informações às autoridades em conflito, remetendo-lhes cópia apreendidos não forem reclamados ou não pertencerem ao réu, se-
do requerimento ou representação. rão vendidos em leilão, depositando-se o saldo à disposição do
§ 4o As informações serão prestadas no prazo marcado pelo juízo de ausentes.
relator. Art. 124. Os instrumentos do crime, cuja perda em favor da
§ 5o Recebidas as informações, e depois de ouvido o procu- União for decretada, e as coisas confiscadas, de acordo com o dis-
rador-geral, o conflito será decidido na primeira sessão, salvo se a posto no art. 100 do Código Penal, serão inutilizados ou recolhidos
instrução do feito depender de diligência. a museu criminal, se houver interesse na sua conservação.
§ 6o Proferida a decisão, as cópias necessárias serão remeti-
das, para a sua execução, às autoridades contra as quais tiver sido CAPÍTULO VI
levantado o conflito ou que o houverem suscitado. DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS
Art. 117. O Supremo Tribunal Federal, mediante avocatória,
restabelecerá a sua jurisdição, sempre que exercida por qualquer Art. 125. Caberá o sequestro dos bens imóveis, adquiridos
dos juízes ou tribunais inferiores. pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já tenham
sido transferidos a terceiro.
CAPÍTULO V Art. 126. Para a decretação do sequestro, bastará a existência
DA RESTITUIÇÃO DAS COISAS APREENDIDAS de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens.
Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Pú-
Art.  118. Antes de transitar em julgado a sentença final, as blico ou do ofendido, ou mediante representação da autoridade po-
coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto interessa- licial, poderá ordenar o sequestro, em qualquer fase do processo ou
rem ao processo. ainda antes de oferecida a denúncia ou queixa.

Didatismo e Conhecimento 307


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 128. Realizado o sequestro, o juiz ordenará a sua inscri- Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os
ção no Registro de Imóveis. possuir de valor insuficiente, poderão ser arrestados bens móveis
Art. 129. O sequestro autuar-se-á em apartado e admitirá em- suscetíveis de penhora, nos termos em que é facultada a hipoteca
bargos de terceiro. legal dos imóveis. (Redação dada pela Lei nº 11.435, de 2006).
Art. 130. O sequestro poderá ainda ser embargado: § 1o Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente dete-
I - pelo acusado, sob o fundamento de não terem os bens sido rioráveis, proceder-se-á na forma do § 5o do art. 120.
adquiridos com os proventos da infração; § 2o Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos re-
II - pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos cursos arbitrados pelo juiz, para a manutenção do indiciado e de
a título oneroso, sob o fundamento de tê-los adquirido de boa-fé. sua família.
Parágrafo único. Não poderá ser pronunciada decisão nesses Art. 138. O processo de especialização da hipoteca e do arres-
embargos antes de passar em julgado a sentença condenatória. to correrão em auto apartado. (Redação dada pela Lei nº 11.435,
Art. 131. O sequestro será levantado: de 2006).
I - se a ação penal não for intentada no prazo de sessenta dias, Art. 139. O depósito e a administração dos bens arrestados
contado da data em que ficar concluída a diligência; ficarão sujeitos ao regime do processo civil. (Redação dada pela
II - se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, Lei nº 11.435, de 2006).
prestar caução que assegure a aplicação do disposto no art. 74, Art. 140. As garantias do ressarcimento do dano alcançarão
II, b, segunda parte, do Código Penal; também as despesas processuais e as penas pecuniárias, tendo pre-
III - se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, ferência sobre estas a reparação do dano ao ofendido.
por sentença transitada em julgado. Art. 141. O arresto será levantado ou cancelada a hipoteca, se,
Art. 132. Proceder-se-á ao sequestro dos bens móveis se, veri- por sentença irrecorrível, o réu for absolvido ou julgada extinta a
ficadas as condições previstas no art. 126, não for cabível a medida punibilidade. (Redação dada pela Lei nº 11.435, de 2006).
regulada no Capítulo Xl do Título Vll deste Livro. Art. 142. Caberá ao Ministério Público promover as medidas
Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o estabelecidas nos arts. 134 e 137, se houver interesse da Fazenda
juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, determinará a Pública, ou se o ofendido for pobre e o requerer.
avaliação e a venda dos bens em leilão público.
Art. 143. Passando em julgado a sentença condenatória, serão
Parágrafo único. Do dinheiro apurado, será recolhido ao Te-
os autos de hipoteca ou arresto remetidos ao juiz do cível (art.
souro Nacional o que não couber ao lesado ou a terceiro de boa-fé.
63). (Redação dada pela Lei nº 11.435, de 2006).
Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado po-
Art. 144. Os interessados ou, nos casos do art. 142, o Minis-
derá ser requerida pelo ofendido em qualquer fase do processo,
tério Público poderão requerer no juízo cível, contra o responsável
desde que haja certeza da infração e indícios suficientes da autoria.
civil, as medidas previstas nos arts. 134, 136 e 137.
Art. 135. Pedida a especialização mediante requerimento, em
Art. 144-A. O juiz determinará a alienação antecipada para
que a parte estimará o valor da responsabilidade civil, e designará
e estimará o imóvel ou imóveis que terão de ficar especialmente preservação do valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a
hipotecados, o juiz mandará logo proceder ao arbitramento do va- qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando houver
lor da responsabilidade e à avaliação do imóvel ou imóveis. dificuldade para sua manutenção. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
§ 1o A petição será instruída com as provas ou indicação das 2012)
provas em que se fundar a estimação da responsabilidade, com § 1o O leilão far-se-á preferencialmente por meio eletrônico.
a relação dos imóveis que o responsável possuir, se outros tiver, (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
além dos indicados no requerimento, e com os documentos com- § 2o Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na avalia-
probatórios do domínio. ção judicial ou por valor maior. Não alcançado o valor estipulado
§ 2o O arbitramento do valor da responsabilidade e a ava- pela administração judicial, será realizado novo leilão, em até 10
liação dos imóveis designados far-se-ão por perito nomeado pelo (dez) dias contados da realização do primeiro, podendo os bens
juiz, onde não houver avaliador judicial, sendo-lhe facultada a ser alienados por valor não inferior a 80% (oitenta por cento) do
consulta dos autos do processo respectivo. estipulado na avaliação judicial. (Incluído pela Lei nº 12.694, de
§ 3o O juiz, ouvidas as partes no prazo de dois dias, que corre- 2012)
rá em cartório, poderá corrigir o arbitramento do valor da respon- § 3o O produto da alienação ficará depositado em conta vincu-
sabilidade, se Ihe parecer excessivo ou deficiente. lada ao juízo até a decisão final do processo, procedendo-se à sua
§ 4o O juiz autorizará somente a inscrição da hipoteca do imó- conversão em renda para a União, Estado ou Distrito Federal, no
vel ou imóveis necessários à garantia da responsabilidade. caso de condenação, ou, no caso de absolvição, à sua devolução ao
§ 5o O valor da responsabilidade será liquidado definitiva- acusado. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
mente após a condenação, podendo ser requerido novo arbitramen- § 4o Quando a indisponibilidade recair sobre dinheiro, inclusi-
to se qualquer das partes não se conformar com o arbitramento ve moeda estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emi-
anterior à sentença condenatória. tidos como ordem de pagamento, o juízo determinará a conversão
§ 6o Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro ou em do numerário apreendido em moeda nacional corrente e o depósito
títulos de dívida pública, pelo valor de sua cotação em Bolsa, o juiz das correspondentes quantias em conta judicial. (Incluído pela Lei
poderá deixar de mandar proceder à inscrição da hipoteca legal. nº 12.694, de 2012)
Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser decretado de início, § 5o No caso da alienação de veículos, embarcações ou aero-
revogando-se, porém, se no prazo de 15 (quinze) dias não for pro- naves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente
movido o processo de inscrição da hipoteca legal. (Redação dada órgão de registro e controle a expedição de certificado de registro
pela Lei nº 11.435, de 2006). e licenciamento em favor do arrematante, ficando este livre do pa-

Didatismo e Conhecimento 308


LEGISLAÇÃO APLICADA
gamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de § 1o O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do acusado
execução fiscal em relação ao antigo proprietário. (Incluído pela em manicômio judiciário ou em outro estabelecimento adequado.
Lei nº 12.694, de 2012) § 2o O processo retomará o seu curso, desde que se restabeleça o
§ 6o O valor dos títulos da dívida pública, das ações das so- acusado, ficando-lhe assegurada a faculdade de reinquirir as testemu-
ciedades e dos títulos de crédito negociáveis em bolsa será o da nhas que houverem prestado depoimento sem a sua presença.
cotação oficial do dia, provada por certidão ou publicação no órgão Art. 153. O incidente da insanidade mental processar-se-á em
oficial. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) auto apartado, que só depois da apresentação do laudo, será apenso
§ 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) ao processo principal.
Art. 154. Se a insanidade mental sobrevier no curso da execu-
CAPÍTULO VII ção da pena, observar-se-á o disposto no art. 682.
DO INCIDENTE DE FALSIDADE
TÍTULO VII
Art. 145. Arguida, por escrito, a falsidade de documento cons- DA PROVA
tante dos autos, o juiz observará o seguinte processo:
I - mandará autuar em apartado a impugnação, e em seguida CAPÍTULO I
ouvirá a parte contrária, que, no prazo de 48 horas, oferecerá res- DISPOSIÇÕES GERAIS
posta;
II - assinará o prazo de 3 dias, sucessivamente, a cada uma Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação
das partes, para prova de suas alegações; da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fun-
III - conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que damentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos
entender necessárias; colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não re-
IV - se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, man- petíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
dará desentranhar o documento e remetê-lo, com os autos do pro- Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão
cesso incidente, ao Ministério Público. observadas as restrições estabelecidas na lei civil. (Incluído pela
Lei nº 11.690, de 2008)
Art. 146. A arguição de falsidade, feita por procurador, exige
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sen-
poderes especiais.
do, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº
Art. 147. O juiz poderá, de ofício, proceder à verificação da
11.690, de 2008)
falsidade.
I  – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a pro-
Art. 148. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada
dução antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes,
em prejuízo de ulterior processo penal ou civil.
observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da me-
dida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
CAPÍTULO VIII II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir
DA INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre
ponto relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade mental Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do
do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do Mi- processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em viola-
nistério Público, do defensor, do curador, do ascendente, descen- ção a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº
dente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a exame 11.690, de 2008)
médico-legal. § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilí-
§ 1o O exame poderá ser ordenado ainda na fase do inquérito, citas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade en-
mediante representação da autoridade policial ao juiz competente. tre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas
§ 2o O juiz nomeará curador ao acusado, quando determinar o por uma fonte independente das primeiras. (Incluído pela Lei nº
exame, ficando suspenso o processo, se já iniciada a ação penal, salvo 11.690, de 2008)
quanto às diligências que possam ser prejudicadas pelo adiamento. § 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só,
Art. 150. Para o efeito do exame, o acusado, se estiver preso, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação
será internado em manicômio judiciário, onde houver, ou, se esti- ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da
ver solto, e o requererem os peritos, em estabelecimento adequado prova. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
que o juiz designar. § 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada
§ 1o O exame não durará mais de quarenta e cinco dias, salvo inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às
se os peritos demonstrarem a necessidade de maior prazo. partes acompanhar o incidente. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 2o Se não houver prejuízo para a marcha do processo, o juiz § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
poderá autorizar sejam os autos entregues aos peritos, para facilitar
o exame. CAPÍTULO II
Art. 151. Se os peritos concluírem que o acusado era, ao tem- DO EXAME DO CORPO DE DELITO,
po da infração, irresponsável nos termos do art. 22 do Código Pe- E DAS PERÍCIAS EM GERAL
nal, o processo prosseguirá, com a presença do curador.
Art. 152. Se se verificar que a doença mental sobreveio à in- Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispen-
fração o processo continuará suspenso até que o acusado se resta- sável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo
beleça, observado o § 2o do art. 149. supri-lo a confissão do acusado.

Didatismo e Conhecimento 309


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou
realizados por perito oficial, portador de diploma de curso supe- particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de desobediên-
rior. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) cia. No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 de encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a
(duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará
preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habi- do auto.
litação técnica relacionada com a natureza do exame. (Redação Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição
dada pela Lei nº 11.690, de 2008) em que forem encontrados, bem como, na medida do possível, to-
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem das as lesões externas e vestígios deixados no local do crime. (Re-
e fielmente desempenhar o encargo.  (Redação dada pela Lei nº dação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
11.690, de 2008) Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver,
§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de os peritos, quando possível, juntarão ao laudo do exame provas
acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados.
de quesitos e indicação de assistente técnico. (Incluído pela Lei nº Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exu-
11.690, de 2008) mado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identifi-
§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo cação e Estatística ou repartição congênere ou pela inquirição de
juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade,
peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão. (Incluído no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.
pela Lei nº 11.690, de 2008) Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e au-
§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às par- tenticados todos os objetos encontrados, que possam ser úteis para
tes, quanto à perícia: (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) a identificação do cadáver.
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por
para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá
os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados suprir-lhe a falta.
com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame
respostas em laudo complementar; (Incluído pela Lei nº 11.690, pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complemen-
de 2008) tar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício,
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pare- ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acu-
ceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiên- sado, ou de seu defensor.
cia. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) § 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto
§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
que serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente do § 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito
órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de no art. 129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que de-
perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível corra o prazo de 30 dias, contado da data do crime.
a sua conservação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) § 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela
§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de prova testemunhal.
uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido
atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um praticada a infração, a autoridade providenciará imediatamente
assistente técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peri-
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descre- tos, que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou
verão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos que- esquemas elucidativos. (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
sitos formulados. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as altera-
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo ções do estado das coisas e discutirão, no relatório, as consequên-
máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos cias dessas alterações na dinâmica dos fatos. (Incluído pela Lei nº
excepcionais, a requerimento dos peritos. (Redação dada pela Lei 8.862, de 28.3.1994)
nº 8.862, de 28.3.1994) Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em material suficiente para a eventualidade de nova perícia. Sempre
qualquer dia e a qualquer hora. que conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográfi-
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do cas, ou microfotográficas, desenhos ou esquemas.
óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompi-
que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. mento de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de escala-
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o sim- da, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que
ples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o
que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a fato praticado.
causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coi-
verificação de alguma circunstância relevante. sas destruídas, deterioradas ou que constituam produto do crime.
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a au- Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos
toridade providenciará para que, em dia e hora previamente marca- procederão à avaliação por meio dos elementos existentes nos au-
dos, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado. tos e dos que resultarem de diligências.

Didatismo e Conhecimento 310


LEGISLAÇÃO APLICADA
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o CAPÍTULO III
lugar em que houver começado, o perigo que dele tiver resultado para DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO
a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e
as demais circunstâncias que interessarem à elucidação do fato. Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade ju-
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por diciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado
comparação de letra, observar-se-á o seguinte: na presença de seu defensor, constituído ou nomeado. (Redação
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
será intimada para o ato, se for encontrada; § 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em sala
II - para a comparação, poderão servir quaisquer documen- própria, no estabelecimento em que estiver recolhido, desde que
tos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério
reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não Público e dos auxiliares bem como a presença do defensor e a pu-
houver dúvida; blicidade do ato. (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009)
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exa- § 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de
me, os documentos que existirem em arquivos ou estabelecimen- ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogató-
tos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem rio do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso
ser retirados; tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, des-
IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem de que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes
insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escre- finalidades: (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009)
va o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada
certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que,
se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever. por outra razão, possa fugir durante o deslocamento; (Incluído pela
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados Lei nº 11.900, de 2009)
para a prática da infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual,
eficiência. quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal; (Incluído
até o ato da diligência.
pela Lei nº 11.900, de 2009)
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos
III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou
far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação pri-
da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas
vada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz
por videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código; (In-
deprecante.
cluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão trans-
IV - responder à gravíssima questão de ordem pública . (In-
critos na precatória.
cluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela
§ 3o Da decisão que determinar a realização de interrogatório
autoridade ao diretor da repartição, juntando-se ao processo o lau-
do assinado pelos peritos. por videoconferência, as partes serão intimadas com 10 (dez) dias
Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavrará o auto de antecedência. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
respectivo, que será assinado pelos peritos e, se presente ao exame, § 4o Antes do interrogatório por videoconferência, o preso
também pela autoridade. poderá acompanhar, pelo mesmo sistema tecnológico, a realização
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o lau- de todos os atos da audiência única de instrução e julgamento de
do, que poderá ser datilografado, será subscrito e rubricado em que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código. (Incluído pela Lei
suas folhas por todos os peritos. nº 11.900, de 2009)
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão con- § 5o Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garan-
signadas no auto do exame as declarações e respostas de um e de tirá ao réu o direito de entrevista prévia e reservada com o seu de-
outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autori- fensor; se realizado por videoconferência, fica também garantido
dade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade o acesso a canais telefônicos reservados para comunicação entre o
poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos. defensor que esteja no presídio e o advogado presente na sala de
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no audiência do Fórum, e entre este e o preso. (Incluído pela Lei nº
caso de omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade judi- 11.900, de 2009)
ciária mandará suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o § 6o A sala reservada no estabelecimento prisional para a rea-
laudo. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) lização de atos processuais por sistema de videoconferência será
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se fiscalizada pelos corregedores e pelo juiz de cada causa, como
proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar conveniente. também pelo Ministério Público e pela Ordem dos Advogados do
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá- Brasil. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. § 7o Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, obser- hipóteses em que o interrogatório não se realizar na forma prevista
var-se-á o disposto no art. 19. nos §§ 1o e 2o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a § 8o Aplica-se o disposto nos §§ 2o, 3o, 4o e 5o deste artigo,
autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando no que couber, à realização de outros atos processuais que depen-
não for necessária ao esclarecimento da verdade. dam da participação de pessoa que esteja presa, como acareação,

Didatismo e Conhecimento 311


LEGISLAÇÃO APLICADA
reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirição de testemunha ou Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os
tomada de declarações do ofendido. (Incluído pela Lei nº 11.900, motivos e circunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram
de 2009) para a infração, e quais sejam. (Redação dada pela Lei nº 10.792,
§ 9o Na hipótese do § 8o deste artigo, fica garantido o acompa- de 1º.12.2003)
nhamento do ato processual pelo acusado e seu defensor. (Incluído Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados
pela Lei nº 11.900, de 2009) separadamente. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre a Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo-
existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma de- -mudo será feito pela forma seguinte: (Redação dada pela Lei nº
ficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cui- 10.792, de 1º.12.2003)
dados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei nº I - ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que
13.257, de 2016) ele responderá oralmente; (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do 1º.12.2003)
inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes II - ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, responden-
de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e do-as por escrito; (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
de não responder perguntas que lhe forem formuladas. (Redação III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito
dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) e do mesmo modo dará as respostas. (Redação dada pela Lei nº
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, 10.792, de 1º.12.2003)
não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa. (Incluído pela Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou es-
Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) crever, intervirá no ato, como intérprete e sob compromisso, pes-
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: so- soa habilitada a entendê-lo. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
bre a pessoa do acusado e sobre os fatos. (Redação dada pela Lei 1º.12.2003)
nº 10.792, de 1º.12.2003) Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua nacional,
§ 1o Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre o interrogatório será feito por meio de intérprete. (Redação dada
a residência, meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa, notadamente se
Art. 194. (Revogado pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o
Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não puder ou
juízo do processo, se houve suspensão condicional ou condenação,
não quiser assinar, tal fato será consignado no termo. (Redação
qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e so-
dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
ciais. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo in-
§ 2o Na segunda parte será perguntado sobre: (Incluído pela
terrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das
Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
partes. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita; (Incluído pela Lei
nº 10.792, de 1º.12.2003)
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo CAPÍTULO IV
particular a que atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem DA CONFISSÃO
deva ser imputada a prática do crime, e quais sejam, e se com elas
esteve antes da prática da infração ou depois dela; (Incluído pela Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios ado-
Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) tados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o
III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verifi-
se teve notícia desta; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) cando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.
IV - as provas já apuradas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas
1º.12.2003) poderá constituir elemento para a formação do convencimento do
V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por juiz.
inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar contra elas; (Incluí- Art. 199. A confissão, quando feita fora do interrogatório, será
do pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) tomada por termo nos autos, observado o disposto no art. 195.
VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a in- Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo
fração, ou qualquer objeto que com esta se relacione e tenha sido do livre convencimento do juiz, fundado no

Você também pode gostar