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"Não tive conhecimento. Se soubesse, teria tomado providências". Essa foi a frase mais dita pelo
vereador José Izar (PFL), sobre as acusações que existem contra ele, em depoimento, ontem, à CPI
da Câmara Municipal que investiga corrupção na administração pública de São Paulo.
Izar é suspeito de participar de esquemas de cobrança de propina e desvio de funcionários públicos
para a campanha de seu irmão, Williams José Izar, a deputado estadual.
Na Polícia Civil, o vereador foi indiciado por concussão (exigir vantagem para deixar de exercer
função pública), formação de quadrilha e prevaricação.
Ontem, em seu depoimento que durou cerca de duas horas e meia, Izar negou responsabilidade sobre
os atos cometidos pelos funcionários da Administração Regional da Lapa, que ele controlava.
"Eu não posso responder pelo que fizeram o administrador ou os funcionários."
Mas o vereador admitiu algumas ingerências na regional. Como quando pediu a readmissão, pela
regional, do funcionário Amauri Ripa, que havia sido afastado pelo administrador regional.
Segundo Izar, ele estava atendendo ao pedido de um amigo comum dele e de Ripa, que disse que o
funcionário estava sendo perseguido.
"Fiz uma averiguação, de meia hora, e não descobri nada contra ele, então solicitei que ele fosse
recontratado."
(xxxx)
O vice-prefeito de São Paulo, Régis de Oliveira, foi afastado ontem da Corregedoria Geral do
município pelo prefeito Celso Pitta (sem partido).
O cargo passa a ser ocupado por Cinthya Thais de Lima Sinisgalli Reginato, diretora do Proced
(Departamento de Procedimentos Disciplinares).
Ele foi procurado ontem pela Folha, mas, segundo sua assessoria de imprensa, estava em Minas
Gerais e só retorna hoje a São Paulo.
Nos últimos meses, Oliveira vinha fazendo críticas à administração Pitta e chegou a declarar que a
haveria corrupção em todos os órgãos da prefeitura. Ele acusou o prefeito de não ter se empenhado
para combatê-la.
O vice também teria participado de uma articulação para que a Câmara acatasse o pedido de
impeachment de Pitta. Oliveira está sem partido, mas foi do PFL.
A África do Sul realiza, na próxima quarta-feira, a segunda eleição geral desde o fim do apartheid, o
regime de segregação racial terminado em 1994. A votação simboliza o fim da era Nelson Mandela, o
atual presidente, e principal figura da resistência negra ao domínio branco no país.
Mandela deve vencer as eleições, por intermédio de seu partido, o Congresso Nacional Africano. O
candidato à sucessão é Thabo Mbeki, 56, atual vice-presidente e responsável pela condução do país
nos últimos anos, pois Mandela, 80, se afastou gradualmente das atividades administrativas a fim de
abrir caminho para sua saída do cenário político.
Pesquisas dão 65% das intenções de voto ao Congresso Nacional Africano. Mbeki, apesar da
democratização e dos avanços na estrutura legal do país, ainda enfrenta desafios como uma espécie
de ''apartheid econômico''.
Essa situação é exemplificada pelo desemprego, um dos principais problemas para o governo. A taxa
entre os negros atinge 42%, contra 4% na minoria branca.
A violência e a criminalidade também assustam. O país testemunha 50 mortes violentas por dia, a
taxa mais elevada do mundo.
O provável sucesso eleitoral de Mbeki, no entanto, se apóia no carisma de Mandela e nas conquistas
do primeiro mandato pós-apartheid. O líder da transição sul-africana impediu que o país mergulhasse
em guerras entre extremistas negros e brancos ou que rivalidades tribais provocassem a
fragmentação da África do Sul.
O Novo Partido Nacional, cujo antecessor implementou o ''apartheid'', tem 6% das intenções de
voto. Em sua plataforma, destaca-se a defesa dos interesses da minoria branca. À frente do NPN,
com 7% das intenções de voto, está o Partido Democrático, representante de brancos que criticavam
o apartheid.
Os negros, 76% da população, contam também com o Partido da Liberdade Inkhata, que representa a
etnia zulu e enfatiza, em seu discurso, o combate à corrupção e à violência.
APARTHEID
Como era
- Os negros moradores dos bantustões não tinham cidadania, não votavam e precisavam de
"passaportes" para transitar dentro do país. Eram fortemente reprimidos pela polícia
Como ficou
- Os negros adquiriram cidadania em 1994 e participaram da primeira eleição multirracial da África
do Sul, quando foi eleito o presidente Nelson Mandela. Votam agora pela segunda vez
Como era
- Em 1993, o índice de desemprego entre a população negra era de 24,7%. Cerca de 30% dos negros
viviam da economia informal oui de agricultura de subsistência
Como ficou
- O desemprego, que afeta cerca de 40% da população economicamente ativa (principalmente os
negros), é hoje um dos mais graves problemas do país
Como era
- O sistema de segregação acentuou o desequilíbrio na distribuição de renda. Em 1994, os 10% mais
ricos (na maioria brancos) ganhavam 51% de toda a renda do país, segundo o Banco Mundial. Os 40%
mais pobres (quase todos negros) ficavam com apenas 4% da renda
Como ficou
- A má distribuição de renda continua grande. Entre os sul-africanos que vivem abaixo da linha de
pobreza, 95% são negros, 4% são índios ou mestiços e apenas 1% são brancos
Desafios do pós-apartheid
Violência
- Em 1998, o número de assassinatos subiu em 1,2% em relação a 97, segundo a polícia. Um total de
24.875 pessoas morreram (58,5 por 100 mil habitantes). Nos EUA, a taxa é de 7 por 100 mil
- Segundo o Partido Democrático (PD, oposição), 128.477 sul-africanos foram assassinados desde a
chegada do CNA no poder, em 1994
- A cada 11 minutos, uma mulher é estuprada no país, afirma o PD
- Em 1997, houve 24,588 assassinatos, 52,160 estupros e 249,375 assaltos a residências
Aids
A África do Sul é um dos países onde a Aids vem se espalhando com maior velocidade. No final de
98, estimava-se que 3,6 milhões tinham o vírus HIV (1 em cada 8 sul-africanos adultos). Em 97, este
número era de 2,7 milhões. No Brasil, cuja população tem cerca de quatro vezes o tamanho da sul-
africana, havia cerca de 550 mil casos da doença no final do ano passado
Desemprego
É um dos combustíveis da violência no país. A taxa de desemprego é de cerca de 40% da população
economicamente ativa. Levantamento recente mostra que cerca de 500 mil empregos deixaram de
ser oferecidos pelo setor privado nos últimos cinco anos
- Faria Lima*
Tel.: 3111-2294
39.730 votos
Influência: controlou Regional de Pinheiros
Acusação: empresários com irregularidades denunciaram que tinham de comprar ingressos de um
churrasco para ser liberado de multa
- Vicente Viscome*
Tel.: 3111-2283
27.046 votos
Influência: controlou Regional da Penha
Acusação: está preso, acusado de ser o beneficiário de uma rede de corrupção na Penha
- Maeli Vergniano*
Tel.: 3111-2610
14.291 votos
Influência: controlou Regional de Pirituba
Acusação: seus filhos eram levados para escola em carro locado por empresa que trabalha para a
regional
- Goulart (PMDB)**
Tel.: 3111-2233
23.336 votos
Influência: Regional de Cidade Ademar
- Meneghini (PPB)
Tel.: 3111-2648
35.841 votos
Influência: Regional de Vila Formosa
- A. Zancra (PPB)
Tel.: 3111-2417
32.316 votos
Influência: Regional de Vila Prudente
- - A. de Andrade (PPB)
Tel.: 3111-2686
20.618 votos
Influência: não apurado
* Sem partido