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Quando estamos falando em pblico, e algum no meio da platia levanta o brao, demonstrando
o desejo de fazer uma pergunta, ns nos sentimos desafiados. Por mais que conheamos o
assunto, por mais que tenhamos nos preparado para a apresentao e por mais que tenhamos
previsto a possibilidade de que as pessoas pudessem nos questionar, ns nos sentimos
desafiados, porque aquele gesto carrega uma srie de fatores que precisam ser considerados em
um tempo muito rpido, em poucos segundos, antes, durante e depois de a pergunta ser
formulada.
Por que uma pessoa, no meio da platia, resolve se expor fazendo uma indagao, mesmo
correndo o risco, por menor que seja, de ser mal interpretada, de no conseguir concatenar bem
suas idias e formular mal a questo, de parecer despre-parada pelo fato de a pergunta no estar
no nvel da exposio, de ser considerada inconveniente, e por tantos outros motivos que poderiam
prejudicar sua imagem?
Algumas pessoas nem chegam a se preocupar com esses perigos quando fazem uma pergunta,
mas que eles existem, existem.
Entender qual o motivo que leva uma pessoa a fazer uma pergunta importante tambm para que
possamos analisar se a questo adequada ou no ao assunto da apresentao, ou aos objetivos
da platia.
Quando uma pergunta motivada por dvida ou vontade de aprender, as chances de que ela seja
apropriada so maiores; quando, entretanto, motivada por necessidade de se destacar no
ambiente, para provocar, para testar os conhecimentos de quem fala, ou para se projetar, valorizar
a prpria imagem, so grandes as possibilidades de que ela seja inadequada.
Uma pergunta pertinente, apropriada ao tema da exposio e aos interesses da assistncia, ajuda
a promover maior interao entre o palestrante e a platia. Ao contrrio, uma pergunta inadequada,
sem relao com o assunto apresentado e distante das razes que levaram os ouvintes quele
evento, poder afast-los do apresentador e prejudicar a concentrao do grupo.
Reinaldo Polito
Revista Vencer n 44