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Rubens de Oliveira Santos – agosto/2010

ESPOROTRICOSE

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Introdução

 Micose subcutânea
 Subaguda a crônica
 Homens e animais
 Benigna e limitada à pele e tecido subcutâneo
 Pode acometer outros sítios – menos
freqüente

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Esporotricose cutâneo-
linfática

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Em animais (não hominídeos)

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Introdução

 Descrita em 1896 por Benjamin Robinson


Schenck – Johns Hopkins Medicine School
(EUA)
 Sporothix schenckii

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Etiologia

 Sapróbio – presente na natureza em


materiais em decomposição
 Isolado em vários materiais:

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Etiologia

 Fungo dimórfico
 Filamentoso no meio ambiente
 Leveduriforme infectando tecidos vivos
 Afinidade, nas duas formas, por fibronectina,
colágeno e laminina

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Epidemiologia

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Epidemiologia

 Distribuição mundial – regiões úmidas


 Entre latitudes 50oN e 50oS
 Inicialmente EUA e França
 Diversos surtos relatados:
 1940  3.000 casos na África do Sul
 1995-97  238 no Peru
 Atualmente é a a subcutânea mais comum no
México, Brasil, Africa do Sul, Índia, Japão e EUA

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Epidemiologia

 Acomete homens e vários animais:

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Patogenia

 Inoculação traumática da pele


 Inalação do fungo – menos freqüente
 Picadas de insetos e animais ???
 Maior prevalência no sexo masculino
 Relação ocupacional:
•Florista •Feirante
•Jardineiro •Mineiros
•Fazendeiro •Etc
•Horticultor

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Patogenia

 Crianças brincando que sofram escoriações


ou arranhões  face
 Incubação de sete a trinta dias após
inoculação – até seis meses
 Possivelmente imunidade humoral e celular
 via macrófagos ativados CD4+

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Patogenia

 Situações predisponentes:
•Diabetes •Uso de corticóides por
•Alccolismo longos períodos
•Idade avançada •Imunossupressão
•Doença maligna
 Nestas a patologia apresenta um caráter
oportunista
 Em animais de laboratório – camundongo é
mais sucetível

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Manifestações clínicas

 Formas cutâneas:
 Cutâneo-linfática
 Cutâneo localizada
 Cutânea disseminada
 Formas extracutâneas

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Cutâneo-linfática

 Mais comum – 95% dos casos


 Cancro de inoculação
 Perceptível ou não
 Porta de entrada
 Vários aspectos no decorrer do tempo
 Pápula, nódulo, placa – base eritematosa
 Úlcero-gomosa

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Cutâneo-linfática

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Cutâneo-linfática

 Aparecimento de lesões ascendentes nos


membros
 Disseminação linfática
 Amolecimento e ulceração ou não
 Lesões satélites na lesão primária
 Membros  mais comuns em adultos
 Face  mais comum em crianças

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Cutâneo-linfática

 Aparecimento de lesões ascendentes nos


membros
 Disseminação linfática
 Amolecimento e ulceração ou não
 Lesões satélites na lesão primária -
miniesporotricose
 Membros  mais comuns em adultos
 Face  mais comum em crianças

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Cutânea localizada

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Cutâneo-linfática

 Persistência das lesões disseminadas após


cicatrização da lesão inicial
 Raras vezes linfadenopatia regional
 Lesões semelhantes:
 Micobacterioses atípicas
 Leishmaniose

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Cutânea localizada

 Lesão única
 Raras vezes linfadenopatia regional
 Pápulas-pústulas
 Placas achatadas
 Lesões eritemato-escamosas
 Outras

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Cutânea localizada

 Diagnóstico diferencial:
 Leishmaniose
 Tuberculose verrucosa
 Cromomicose
 Carcinomas

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Cutânea localizada

Síndrome verrucosa

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Cutânea localizada

Síndrome verrucosa

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Cutânea localizada

 Síndrome verrucosa  diagnóstico


diferencial:
 Leishmaniose
 Tuberculose verrucosa
 Cromomicose

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Cutânea disseminada

 Manifestação menos freqüente


 Associada à imunodepressão (hemocultura)
 Idade avançada
 Alcoolismo
 Diabetes
 Cushing
 Corticoterapia prolongada
 AIDS
 Lesões assintomáticas
 Em de longa duração  fraqueza, disfunção
local, anemia e caquexia

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Cutânea disseminada

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Cutânea disseminada

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Formas extracutâneas

 Raras, mas podem acometer qualquer órgão


 Associadas à imunossupressão
 Homens de meia idade alcoólatras
 Comprometimento ósseo é o mais freqüente
 Destruição óssea, fraturas espontâneas
 Articulações é mais raro ainda!!!
 Olhaso – muito mais raro ainda

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Diagnóstico laboratorial

 Micológico direto
 Difícil de encontrar o fungo
 Formato variável: corpos ovais, redondos, em
charuto, circundados por halo claro e Gram
positivos
 Técnicas imunomicroscópicas

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Diagnóstico laboratorial

 Cultura a 25oC
 Mais seguro, barato e rápido
 Crescimento miceliano rápido  3-5 dias
 Colônias filamentosas, enrugadas e dobradas,
castanhas à negras
 Microcultivo
 Hifas hialinas, septadas, ramificadas e muito
delicadas, 1,5 a 2,0 µm de espessura
 Conídios de 2 a 6 µm
 Em cachos terminais - margarida
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Diagnóstico laboratorial

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Diagnóstico laboratorial

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Diagnóstico laboratorial

 Cultura a 37oC
 Crescimento leveduriforme
 Colônias semelhantes às bacterianas
 Úmidas, cremosas, pardo-amareladas.
 Células com gemulação única, tamanho e formato
variado, ovais ou redondas (2 a 6 µm de
diâmetro), em forma de charuto (3 a 10 µm)

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Diagnóstico laboratorial

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Diagnóstico laboratorial

 Identificação em tecidos
 HE e PAS
 Difícil
 Leveduras
 Corpos asteróides
 Filamentos (raro)

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Diagnóstico laboratorial

 Histopatologia
 Reação inflamatória característica
 Zona central  neutrófilos
 Zona intermediária  células epitelióides,
histiócitos e células gigantes
 Zona periférica  plasmócitos, histiócitos e
fibroblastos
 Corpo asteróide

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Diagnóstico laboratorial

 Corpo asteróide
 Célula fúngica com coroa radiada de material
eosinofílico
 Histoquímica específica para S. schenckii

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Diagnóstico laboratorial

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Diagnóstico laboratorial

 Teste com esporotriquina


 IDR com leitura em 48 horas
 Mais valoroso o resultado negativo
 Sorologia
 Látex
 FC
 ID
 IFI

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Tratamento

 Iodeto de potássio tópico


 Pomada 10%
 Iodeto de potássio sistêmico
 3g ao dia
 Itraconazol

 Até 2 semanas após lesão desaparecer

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Referências

 ELLIS, D. Descriptions Of Medical Fungi, 2


ed. School of molecular & biomedical science
University of adelaide. Adelaide: Australia,
2007
 NEUFELD, P. M. Bacteriologia e Micologia
para o Laboratório Clínico. 1ª ed. Rio de
Janeiro, Revinter, 2006.
 SIDRIM, J. C.; ROCHA M. F. G. Micologia
Médica à Luz de Autores Contemporâneos.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
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