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Cabe aqui, retomar uma anlise que, a nosso ver, est atenta aos
consensos e dilemas da tradio marxista no debate da emancipao
humana e os direitos humanos: a de Istvn Meszros (2008).
para que o acesso dos trabalhadores a essas polticas seja cada vez
mais inibido.
Assiste-se desregulamentao das prerrogativas constitucionais,
desmontando-se a proposta de proteo social preconizada a partir de
reformas na previdncia, privatizao da sade e focalizao da assis-
tncia social.
[...] a despeito do texto da Constituio de 1988 conter prin-
cpios que garantem a universalizao da seguridade social,
observamos que a emergncia de novos processos polticos,
ao lado do agravamento da crise econmica, gera um movi-
mento, por parte do grande capital e da burocracia estatal, que
procura negar aquelas conquistas obtidas, sob a alegao da
necessidade de adequao do modelo de seguridade social s
atuais reformas econmicas do pas. (MOTA, 2008, p. 146).
Concluso
Como procuramos esboar no decorrer deste trabalho, o debate
marxista dos direitos humanos, alm de renovar suas foras no decor-
rer da construo da tradio marxista, permanece como central no
mbito terico-poltico das cincias sociais e do Servio Social. Cabe-
ria, aqui, retomar tambm, o modo muitas vezes enviesado pelo qual o
Servio Social tem se apropriado desta discusso fato que tem acarre-
tado alguns conhecidos equvocos no interior da profisso.
Certamente, este debate pode ser sintetizado em duas grandes
correntes que congregam perspectivas distintas e mltiplas, que por
vezes se combinam em alguns aspectos: a corrente que compreende os
direitos humanos apenas como direitos burgueses, farsa dos domi-
nantes, e a que o identifica como uma arena de disputa, de explicita-
o do conflito social, e como instrumento e via contributiva para
congregar foras em busca de uma nova ordem societria fundada na
emancipao humana.
Longe de esvaziarmos esta discusso para iluses ou ecletismos
sem sentido, que resultam muitas vezes, na to conhecida armadilha
do fatalismo ou messianismo, a nossa compreenso em meio a este
debate no abre mo da crtica de Marx, que a nosso ver no perdeu, de
modo algum, sua validade no capitalismo atual, ao mesmo tempo que
incorpora novas determinaes prprias ao nosso tempo histrico,
considerando marxismo e direitos humanos como uma relao no s
possvel como necessria.
Referncias
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