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Discentes:
Docente:
DR. Jacques Kazadi
Tete, 2021
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................ 3
1.1. Objectivos: ....................................................................................................................... 3
1.1.3. Metodologia .................................................................................................................. 3
1.1.4. Estrutura do Trabalho ................................................................................................... 3
2. Caracterização de Moçambique ........................................................................................... 4
3. Governação Local .................................................................................................................... 4
3.1. Descentralização............................................................................................................... 4
3.2. Tipos de Descentralização ................................................................................................ 4
3.2.1. Descentralização Administrativa .............................................................................. 5
3.2.2. Descentralização Política .......................................................................................... 5
3.2.3. Descentralização Fiscal ............................................................................................. 5
4. Descentralização em Moçambique .......................................................................................... 5
4.1. Objectivos da Descentralização ....................................................................................... 5
5. Governação .............................................................................................................................. 6
5.1. Governação em Moçambique........................................................................................... 6
5.2. Governação Local ............................................................................................................ 6
6. Autarquias Locais .................................................................................................................... 6
6.1. Autarquias Locais em Moçambique ................................................................................. 7
6.2. Municípios .................................................................................................................... 7
6.3. Povoações ..................................................................................................................... 7
7. Descentralização e Desconcentração ....................................................................................... 8
8. Conclusão ..........................................................................................................................9
9. Referencias Bibliográficas...............................................................................................10
1. Introdução
Desde 1980, muitos dos países da África subsariana iniciaram reformas de descentralização. Com
a conquista da independência dos países africanos, iniciou-se o precesso de construção de um
estado desenvolvimentista, nesta época já se verificavam problemas na capacidade de regulação
política efectiva e de provisão de serviços básicos. O presente trabalho tem como tema de
abordagem, A Descentralização e a Governação local, onde buscaremos compreender o tema em
estudo, falando especificamente de Moçambique. Moçambique iniciou o processo de
descentralização concretamente no ano de 1987, momento em que iniciaram as primeiras reformas
políticas, econômicas e sociais. Nesta época foi lançado o PRE- Programa de Reabilitação
Económica-, que influenciou bastante na orientação do Estado e da sociedade.
1.1.Objectivos:
3. Governação Local
3.1. Descentralização
"A descentralização pode ser entendida como um processo planificado que tem por objetivo,
produzir mudanças na geografia e na sociologia de um dado poder central, a favor de "níveis de
poder" mais baixos da administração do Estado, sem pôr em causa as forças políticas que a
constituem e que controlam a distribuição da riqueza, dos recurso e do tal poder." (WEIMER.
2012, apud SAIDE JAMAL, 2015, p.2).
A descentralização é a dispersão de funções, responsabilidades; é a recolocação dos funcionários
de escalões superiores do governo em diferentes pontos do territorio nacional, de modo a efectivar
e fortificar a autoridade do governo. A ideia de descentralização surge como uma forma de
melhorar a eficiência e qualidade da governação, e como forma de promover o desenvolvimento
do país.
3.2.Tipos de Descentralização
O conceito da descentralização diz respeito à transferência de poder, autoridade, funções e
competências do Estado central para os níveis mais baixos. Este conceito possui , pelo menos, três
significados que são a Administrativa, politica e por ultimo a fiscal.
3.2.1. Descentralização Administrativa - quando a transferência de autoridade e recursos se
efectua para agentes do Estado central situados a diferentes níveis (região, província,
distrito).
4. Descentralização em Moçambique
A descentralização em Moçambique emergiu num contexto de transição do regime socialista
para a democracia multipartidária, ela estava ligada ao reforço da democracia e um maior
envolvimento de novos actores, como a sociedade civil em práticas de governação participativa,
retirando o domínio do espaço público pelo Estado centralizador na provisão dos serviços
públicos.
O regime centralizador do Estado acarretava muitos custos e impedia uma administração
equilibrada em todo o território nacional, verificando-se em algumas regiões a falta de alguns
serviços básicos de educação condigna, saúde, abastecimento de água, entre outros serviços.
Neste contexto, devido à estes e outros problemas, na década 1990 viu-se a necessidade de se
introduzir reformas na administração do Estado e algumas dessas reformas passaram
necessariamente por descentralizar a administração, com o objectivo de gerar crescimento e
desenvolvimento económico e ajudar na reconstrução e legitimação do Estado a nível territorial.
No princípio, descentralização em Moçambique para além de promover o desenvolvimento,
visava também resolver os conflitos políticos entre os dois maiores partidos do país, a FRELIMO
e a RENAMO.
As reformas de descentralização foram concebidas dentro de um argumento teórico comum, como
uma estratégia e um requisito necessário para a melhoria na provisão dos serviços públicos de
educação, saúde, infra-estrutura, saneamento do meio e abastecimento de água a nível local, na
medida em que facilitaria o envolvimento da comunidade no processo de gestão, particularmente
da planificação descentralizada, dentro de uma justificativa de que os governos sub-nacionais,
diferentemente do Governo central, estão mais próximos dos cidadãos o que implica terem mais
informações sobre as preferências das comunidades locais do que o Governo central.
5. Governação
5.1.Governação em Moçambique
Moçambique é um país democrático baseado num sistema político multipartidário. O sistema
Parlamentar é baseado em representação proporcional de listas de partidos políticos em que os
votos contam para os partidos políticos concorrentes e não para indivíduos. Todos os partidos
submetem listas de candidatos, indicando quem os vai representar no parlamento, no caso de
vitória nas urnas (Mário, Minnie, & Bussiek, 2010, p. 2). Este sistema permite a inclusão dos
partidos mais pequenos, permitindo que todos possam ter voz e representação no parlamento.
5.2.Governação Local
Segundo (SHAH, 2006, pp. 1-2 cit), governação local, é a formulação e a execução de uma ação
coletiva a nível local, englobando papéis diretos e indiretos de instituições formais de governo
local e central, assim como as funções de normas informais, redes e organizações comunitárias e
associações de bairro na prossecução da ação coletiva, definindo o quadro de interação entre os
cidadãos e este com o Estado na tomada de decisão e na prestação de serviços públicos.
6. Autarquias Locais
A palavra Autarquia significa "auto comandar-se". Em Moçambique as autarquias locais são uma
forma de poder local, conforme definido em título próprio na constituição: As autarquias locais
são pessoas colectivas públicas, dotadas de órgãos representativos próprios, que visam a
prossecução dos interesses das populações respectivas, sem prejuízo dos interesses nacionais e da
participação do Estado ( Artigo 286 da CRM, pág 99).
Em 1997, o govrno Moçambicano criou os primeiros 33 municípios, que incluiam as 11 capitais
provinciais, as 12 cidades da época e 10 vilas. Em 2009 foram criadas mais 10 municípios,
totalizando 43, dos quais, 41 estavam sub governação do partido FRELIMO e 2 do partido MDM.
Todos municípios localizados em áreas urbanas do país. E em 2013 o governo criou mais 10
municípios, que reuniam condições para introduzir este modelo de governação, totalizando assim
53 municípios. A criação das autarquias locais tem como objectivo o bem estar e a melhoria da
renda e da qualidade de vida do cidadão, através do desenvolvimento econômico local.
6.3. Povoações: territórios das sedes dos postos administrativos, aos quais o Estado pode
conferir o poder de autogovernarem-se, através de órgãos representativos da sua população.
Para que uma determinada área seja considerada Autarquia Local deve ter em conta:
6.3.2. Órgão Executivo: o conselho municipal que constitui o governo municipal, é dirigido
pelo presidente do conselho municipal;
7. Descentralização e Desconcentração
As dinâmicas sociais e políticas que se vivem em Moçambique no âmbito das reformas políticas
iniciadas na década de 1990, concretamente os processos de descentralização e desconcentração
do Estado central, a partir de autarquias que resultam nos distintos poderes locais. A reforma da
governação local tem vindo a ser objeto de estudos no quadro das políticas locais. Procura-se
enraizar as formas mais efetivas de ação e atuação do Estado no exercício do poder local.
Esse mecanismo pode se assentar em duas vertentes: desconcentrada e descentralizada. A primeira
diz respeito à atuação dos órgãos do Estado de domínio local, ao passo que a segunda diz respeito
às estruturas locais do exercício do poder (autarquias locais, instituições e outras formas de
organização e participação). Além disso, é também de referir que não se considerou, a
possibilidade de descentralização de alguns serviços públicos mais relevantes para o governo local,
que torna o poder central concentrado.
Constata-se porém, que em Moçambique coexistem no mesmo espaço-geográfico, poderes
políticos de origens e atuações diferentes e, por vezes, conflitantes na sua lógica da procura pela
democracia local. Este tipo de gestão política, torna possível a descentralização porém não abrange
a desconcentração, surgindo conflitos entre os dois poderes políticos.
No caso concreto, no âmbito da descentralização, o representante legal do poder central, é o
governador, que responde e implementava os objetivos do poder central, surgindo assim um novo
sistema concentrado de governação, implementado em todas as províncias a secretaria do estado,
que contrariamente ao governador, não é eleito pelo povo e sim indicado pelo poder central.
Deixando o governador de responder, e passa a ser a secretaria do estado que responde diretamente
ao poder central, evidenciando claramente a existência da concentração de poderes. "E é
impossível, que haja descentralização, sem que haja a desconcentração".
8. Conclusão
Concluído o trabalho, podemos perceber que após a independência, Moçambique experimentou
diversificadas formas de governo, dentre as quais o governo centralizado, onde predominava o
centralismo democrático; e o actual governo descentralizado, baseado na unidade nacional,
soberania, indivisibilidade e inalienabilidade do Estado. Em Moçambique descentralização surge
como um mecanismo de desenvolvimento econômico, cultural e social e como forma de permitir
que os cidadãos participem na governação. Com o governo centralizado, o Estado se via com um
défice naquela que é capacidade de regulação política efectiva e provisão de serviços básicos, ou
seja, o Estado era incapaz de prover as necessidades de todas as comunidades, daí a necessidade
de existência de um governo descentralizado, pois só este poderia melhorar a provisão de serviços
públicos e tornaria o estado efectivo e legítimo.
9. Referências Bibliográficas