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1. Introdução.................................................................................................................................2
2. Objectivos.................................................................................................................................3
2.1. Objectivo Geral:....................................................................................................................3
2.2. Objectivos específicos:.........................................................................................................3
3. Metodologia de Pesquisa..........................................................................................................3
4. A organização administrativa Moçambicana...........................................................................4
4.1. Génese e evolução da organização administrativa moçambicana........................................4
4.2. Os princípios fundamentais da organização Administrativa moçambicana.........................7
5. A estrutura da organização administrativa moçambicana......................................................13
5.2. Órgãos da administração central do Estado (art. 37º, lei das bases gerais da organização e
funcionamento da Administração Pública, Lei n°7/2012, de 08 de Fevereiro).............................15
5.2.1. A administração central independente do Estado (art. 48º, lei das bases gerais da
organização e funcionamento da Administração Pública, Lei n°7/2012, de 08 de Fevereiro)......15
5.3. A Administração Estadual descentralizada........................................................................16
5.3.1. A Administração Estadual autónoma..............................................................................16
5.3.2. Os órgãos de Governação descentralizada Provincial....................................................17
5.3.2.1. As autarquias locais (art. 70 da lei das bases gerais da organização e funcionamento
da Administração Pública, Lei n°7/2012, de 08 de Fevereiro)......................................................17
5.3.2.2. Noção e elementos do conceito de autarquias locais..................................................17
5.4. As associações públicas (arts. 109º e 115º da lei das bases gerais da organização e
funcionamento da Administração Pública, Lei n°7/2012, de 08 de Fevereiro).............................18
5.5. A Administração Estadual indirecta (art. 72º da lei das bases gerais da organização e
funcionamento da Administração Pública, Lei n°7/2012, de 08 de Fevereiro).............................18
5.5.1. Noção e objectivos da administração indirecta do Estado..............................................18
6. Conclusão...............................................................................................................................20
7. Referências bibliográficas......................................................................................................21
1. Introdução
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2. Objectivos
2.1. Objectivo Geral:
Compreender o estudo sobre a Organização Administrativa de Moçambique.
2.2. Objectivos específicos:
Abordar sobre a génese e evolução da organização administrativa Moçambicana;
Identificar os princípios fundamentais da organização administrativa Moçambicana;
Apresentar a estrutura da organização administrativa Moçambicana.
3. Metodologia de Pesquisa
Segundo Gil (2006), metodologia consiste na recolha de obras de diversas autorias que versam
sobre o tema em apreço, com o objectivo de encontrar factos relacionados com o problema em
estudo que é a Organização Administrativa. Para a realização deste estudo privilegiou-se uma
metodologia de análise exploratória subsidiada pela análise descritiva e ilustrativa com base em
elementos seculares de unidades amostrais ordenadas de forma transversal.
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4. A organização administrativa Moçambicana
4.1. Génese e evolução da organização administrativa moçambicana.
Segundo Gouveia (2015, p. 104), a organização administrativa moçambicana pode ser dividida
em quatro fases, a saber:
Para Macie (2012, p. 127), na administração colonial das províncias ultramarinas incluindo
Moçambique predominava o regime de descentralização, com leis especiais adequadas ao Estado
de civilização de cada uma delas. Com efeito, as colónias portuguesas a partir de 1920, gozavam,
sob fiscalização da metrópole, da autonomia financeira, e da descentralização compatíveis com o
desenvolvimento de cada uma e regiam-se por leis orgânicas especiais e por diplomas coloniais.
Assim, segundo Macie (2012, p. 127), «Moçambique herdou do passado colonial uma estrutura
administrativa essencialmente baseada no princípio da centralização, isto é o princípio da reserva
do poder de decisão administrativa aos órgãos superiores da Administração central». Com efeito,
“a natureza autoritária do regime Português, aliada a necessidade de forte domínio sobre as
províncias ultramarinas, conduzia a que mesmo as denominadas estruturas municipais, então
existentes, fossem uma simples extensão do poder central. A sua autonomia política era reduzida
e quase inexistentes os meios financeirospróprios”. O dia 25 de Setembro de 1964, foi a data que
marcou o início da luta armada de libertação de Moçambique, “quando a FRELIMO abriu as
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hostilidades em Chai, no distrito de cabo Delgado, liderada por EDUARDO MONDLANE, e
depois por SAMORA MACHEL”.
“a) a Lei n°1/74 de 25 de Abril, que destitui das suas funções o Presidente da República, o
Governo dissolve a Assembleia Nacional e o Conselho de Estado e todos os poderes ora
exercidos por aquelas entidades passaram a ser exercidos pela junta de salvação Nacional;
e) Lei n°3/ 74 de 14 de Maio, que define a estrutura constitucional transitória que regerá a
organização política até a entrada em vigor da nova Constituição política da República
Portuguesa;
f) Lei n°6/74 de 24 de Julho, que estabelece um regime transitório de governo para os Estados de
Angola e Moçambique. Veio o próprio acordo de Lusaka, assinado entre o Estado Português e a
Frente de Libertação de Moçambique, em Lusaka, em 7 de Setembro de 1974”.
O autor Macie (2012, p. 128), afirma que com a assinatura do acordo de Lusaka, a 7 de Setembro
de 1974, foram criadas estruturas Governativas para assegurar a transferência de poderes que
funcionaram durante o período de transição que iniciou de 7 de Setembro de 1974 até 25 de
Junho de 1975, altura em que foi proclamada a independência total e completa de Moçambique,
por o então Presidente da República, Samora Moisés Machel.
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2ª Fase: Centralização e concentração administrativa monopartidária do Estado-
administração (1975-1990).
A estrutura do poder político instalada em Moçambique, após a sua independência em 1975, era
Marxista-Leninista caracterizada “por três aspectos fundamentais: a recusa da separação de
poderes, a concentração progressiva da totalidade do poder e a total subordinação do poder
administrativo ao poder político”.
Neste sentido, nno entender de Gouveia (2015, p. 108), foram feitas várias reformas no sentido
de desacumular os poderes excessivos do Presidente da República. Com efeito, foi criado “o
cargo de Presidente da Assembleia Popular, através da Lei n°4/86 de 25 de Julho. O Governo
passou a ser dirigido por um Primeiro-Ministro (artigo 59). Introduz-se o processo de
privatização da actividade administrativa (…) através do Decreto do Conselho de Ministros
n°21/89 que aprovou o regulamento de alienação de empresas, estabelecimentos e instalações e
participações do Estado”.
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controlo externo por um tribunal especializado, o tribunal administrativo, a administração
pública assiste ao processo de privatização;
(c) Aprovação pelo Governo do programa de reforma dos órgãos locais, que culminou com a
Aprovação da Lei n°3/94 de 13 de Setembro, sobre o quadro institucional dos distritos
municipais dotados de autonomia administrativa, patrimonial e financeira;
(d) A aprovação pela Assembleia da República em 1996 da emenda Constitucional (Lei n°9/96
de 22 de Novembro) para acomodar a institucionalização dos órgãos do poder local, uma vez que
a Constituição da República de Moçambique de 1990 não previa os órgãos do poder local.
(e) Aprovação da Lei n°2/97 de 18 de Fevereiro sobre o quadro jurídico da implantação das
autarquias locais.
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Administração Pública ao cidadão, participação do cidadão na gestão da Administração Pública,
continuidade do serviço público, estrutura hierárquica e responsabilidade pessoal”.
Segundo Macie (2012, p. 111), entende-se por autonomia local o direito e a capacidade efectiva
das entidades descentralizadas regulamentarem e gerirem nos termos da lei, sob a
responsabilidade e interesse das populações uma parte dos seus assuntos públicos. A autonomia
significa a capacidade das entidades descentralizadas ou dos órgãos de governação
descentralizada Provincial, distrital e das autarquias, “prosseguirem livremente a realização das
suas atribuições através dos seus próprios órgãos e sob sua inteira responsabilidade. A autonomia
local inclui, assim, a autonomia administrativa, a autonomia financeira e a autonomia
regulamentar”.
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O Princípio da desconcentração (art. 5º, lei das bases gerais da organização e
funcionamento da Administração Pública, Lei n°7/2012, de 08 de Fevereiro).
O Princípio da unidade de acção e poderes de direcção do Governo (art. 8º, lei das
bases gerais da organização e funcionamento da Administração Pública, Lei n°7/2012, de
08 de Fevereiro).
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“A unidade de acção e direcção do Governo assenta, entre outros, nos seguintes pressupostos:
(a) poder de direcção dos órgãos do Governo, sem prejuízo da autonomia das entidades
descentralizadas;
(e) fiscalização do Governo sobre as entidades privadas que prestam serviços públicos”.
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prestação de contas ”. O controlo hierárquico é o resultado do exercício do poder hierárquico que
decorre da forma como está estruturada e organizada à Administração Pública, sendo
consequência do escalamento vertical dos órgãos e cargos no âmbito do poder executivo.
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cidadão a partir da Unidade territorial mais periférica, sem prejuízo de abaixo desta serem
organizadas outras formas de prestação de serviço.
O Princípio da continuidade do serviço público (art. 15º, lei das bases gerais da
organização e funcionamento da Administração Pública, Lei n°7/2012, de 08 de
Fevereiro).
“A organização da Administração Pública deve garantir, através dos seus órgãos, funcionários e
demais agentes, que o serviço público não seja interrompido em virtude de indisponibilidade de
que tenha o dever legal de o prestar”. Com feito, o serviço público como actividade de interesse
colectivo, visando a sua aplicação directamente aos cidadãos, não pode parar, devendo ser
contínuo, pois a sua paralisação total ou mesmo parcial poderá criar prejuízos aos seus usuários,
cuja responsabilidade poderá recair sobre os funcionário e agentes do Estado. Do princípio da
continuidade do serviço público decorrem certas consequências, entre outras, a relativa proibição
de greve aos servidores públicos; pois a greve deverá ser exercida nos termos e nos limites
definidos por lei.
O Princípio da estrutura hierárquica (art. 66º, lei das bases gerais da organização e
funcionamento da Administração Pública, Lei n°7/2012, de 08 de Fevereiro).
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subalternos, dispondo aqueles da faculdade de inspecionar, supervisionar e impor disciplina,
podendo: (a) dar ordens e instruções aos subordinados, nos termos e limites da lei relativa ao
serviço; (b) solicitar informações, directamente ou por intermédio de serviços apropriados, de
todos os actos e factos ocorridos no desempenho dos serviços sob a sua direcção; (c) confirmar,
rever, modificar, suspender ou renovar os actos administrativos praticados pelos seus
subordinados, com fundamento na sua ilegalidade ou inconveniência; (d) aplicar, nos termos da
lei, sanções disciplinares contra os subordinados”.
O Princípio da responsabilidade pessoal (art. 17º, lei das bases gerais da organização e
funcionamento da Administração Pública, Lei n°7/2012, de 08 de Fevereiro).
“Os titulares dos órgãos da Administração Pública, os seus funcionários e demais agentes
respondem civil, criminal, disciplinar e financeiramente pelos actos e omissões ilegais que
pratiquem no exercício das suas funções, sem prejuízo de responsabilidade solidária do Estado,
nos termos da Constituição e da legislação aplicável. A responsabilidade financeira é efectivada
através os tribunais administrativos”. Assim, quando os titulares dos órgãos da Administração
pública, no exercício das suas funções ou por causa delas, cometem ilícitos de natureza civil,
criminal, disciplinar ou financeira, serão responsabilizados, nos termos da Constituição da
República de Moçambique e da legislação aplicável para cada tipo de ilícito cometido.
Na acepção administrativa, para Freitas do Amaral (1998, p. 212), o “Estado é a pessoa colectiva
pública, que no seio da comunidade nacional, desempenha, sob a direcção do Governo, a
actividade administrativa”. Para Freitas do Amaral (1998, p. 212), o Estado-Administração trata-
se de pessoa colectiva pública autónoma, não confundível com os governantes que o dirigem,
nem com os funcionários que o servem, nem com outras entidades autónomas que integram a
Administração, nem com os cidadãos que com ele entram em relação. Assim, o Estado
moçambicano é uma pessoa colectiva que desempenha sob a direcção do Governo a actividade
administrativa, tendo como órgãos o Presidente da República; a Assembleia da República o
Governo e os tribunais e o Conselho Constitucional (segundo o artigo 133º da Constituição da
República de Moçambique de 2004, actualizada pela Lei nº 1/2018 de 12 de Junho)..
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b. Espécies da Administração do Estado.
Freitas do Amaral (1998, p. 213), afirma que a administração do Estado comporta variadas
espécies, desde logo: (a) a distinção entre a administração central e a administração local do
Estado; (b) a administração directa e a administração indirecta do Estado. Assim, a
estrutura geral da administração pública, tomando por referência o Estado-Administração, pode
ser esquematiza nos seguintes termos: (a) administração directa do Estado, (b) administração
estadual indirecta e (c) administração autónoma.
5.1. A Administração Directa do Estado (art. 32º, lei das bases gerais da
organização e funcionamento da Administração Pública, Lei n°7/2012, de 08 de
Fevereiro).
Para Freitas do Amaral (1998, p. 219), a administração directa do Estado “é a actividade exercida
por serviços integrados na pessoa colectiva Estado”. Ou seja, “a Administração Estadual Directa,
tem no Estado a entidade jurídico-administrativa máxima, no plano das atribuições e da liberdade
normativa, em relação às mesmas dispondo de poder de direção, que é a faculdade administrativa
máxima do ponto de vista da orientação dos serviços administrativos”
O Estado como pessoa colectiva reúne, segundo o art. 32º da lei das bases gerais da organização
e funcionamento da Administração Pública, Lei n°7/2012, de 08 de Fevereiro, afirma ter as
seguintes características: (a) a unicidade e originalidade; (b) a territorialidade e atribuições
múltiplas; (c) a organização em ministérios, comissões de natureza interministerial, e
pluralidade de órgãos e serviços públicos; estrutura hierárquica. Portanto, os principais
caracteres específicos do Estado e da sua administração directa são:
b) Originalidade: todas as outras pessoas colectivas públicas são sempre criadas ou reconhecidas
por lei ou nos termos da lei, enquanto que a pessoa colectiva Estado não é criada pelo poder
constituído;
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d) Atribuições múltiplas: o Estado é uma pessoa colectiva de fins múltiplos, podendo e devendo
prosseguir diversas e variadas atribuições;
f) Pluralismo de órgãos e serviços: são numerosos os órgãos do Estado, bem como os serviços
públicos que auxiliam esses órgãos.
5.2. Órgãos da administração central do Estado (art. 37º, lei das bases gerais da
organização e funcionamento da Administração Pública, Lei n°7/2012, de 08 de
Fevereiro).
Para cumprir as suas atribuições que lhe são conferidas pela constituição e pelas leis, o Estado
carece de órgãos. Assim, são órgãos da Administração Central do Aparelho de Estado, segundo a
os artigos 37º, 38º, 39º, 40º, 41º, 42º e 43º da Lei das bases gerais funcionamento e organização
da administração pública, o Presidente da República, o Conselho de Ministros, a Presidência da
República, os Ministérios, as comissões nacionais com natureza interministeria incluindo o
Conselho de Estado.
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5.2.1. A administração central independente do Estado (art. 48º, lei das bases gerais da
organização e funcionamento da Administração Pública, Lei n°7/2012, de 08 de
Fevereiro).
Para Gouveia (2015, p. 569), a administração autónoma é aquela que prossegue interesses
públicos próprios das pessoas que a constituem e por isso se dirige a si mesma, definindo com
independência a orientação das suas actividades, sem sujeição a hierarquia ou a superintendência
do Governo”. Ou seja, “a Administração autónoma do Estado, integra o conjunto de instituições
que, levando a cabo atribuições próprias e já distintas das do Estado, se autonomizam em maior
medida deste, em relação a qual aquele apenas exerce um ténue poder tutelar de mera
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legalidade…”. Assim, fazem parte da Administração Estadual descentralizada autónoma, (a) os
órgãos de governação descentralizada Provincial e distrital; (b) as autarquias locais; (c) as
associações públicas e d) as instituições Públicas do Ensino Superior e de investigação
Científica.
Embora sejam doutrinariamente possíveis outras definições, vamos aceitar e partir da definição
Constitucional, segundo a qual as autarquias locais são pessoas colectivas públicas, doptadas de
órgãos representativos próprios, que visam a prossecução de interesses das populações
respectivas, sem prejuízo de interesses nacionais e da participação do Estado. Nesta definição
constitucional não se menciona especificamente o território como elemento do conceito de
autarquia local, pelo que trazemos um outro conceito doutrinal da autora Neves (2004, p. 21),
segundo o qual, as autarquias locais, “são pessoas colectivas territoriais, doptadas de órgãos
representativos próprios, que visam a prossecução de interesses próprios das populações
respectivas”.
Assim, o conceito de autarquia comporta quatro elementos essenciais, desde logo: (a) o
território: o território da autarquia permite determinar o conjunto da população que vai ser gerida
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pelos respectivos órgãos autárquicos, ou seja, a população cujos interesses vão ser prosseguidos
por uma determinada autarquia. (b) o agregado populacional: a população é a razão de ser da
existência da própria autarquia, pois a autarquia existe para prosseguir interesses que tem como
destinatários a população aí residente. (c) os interesses comuns: as especificidades locais geram
um tipo de interesses comuns às populações, diverso dos interesses estaduais, originando assim a
necessidade de serem também administrados por órgãos diferentes dos estaduais. (d) os órgãos
representativos: as autarquias locais têm órgãos representativos das respectivas populações e são
eleitos por essas mesmas populações. A nossa constituição optou pela eleição directa do órgão
deliberativo (Assembleia autárquica) e do órgão executivo singular (o Presidente do Conselho
autárquico).
5.4. As associações públicas (arts. 109º e 115º da lei das bases gerais da organização
e funcionamento da Administração Pública, Lei n°7/2012, de 08 de Fevereiro).
As associações públicas, são “pessoas colectivas públicas, de tipo associativo, criadas para
assegurar a prossecução de determinados interesses públicos, pertencentes a um grupo de
pessoas que se organizam para a sua prossecução”. Em termos legais, as associações públicas de
entidades privadas são pessoas colectivas de direito público, autónomas do Estado, que
representam os interesses públicos pertencentes aos associados e dispõem de autonomia
administrativa, financeira e patrimonial, prosseguindo os seus fins de forma independente da
entidade que os institui.
As associações públicas são criadas e extintas por acto legislativo, aprovado pela Assembleia da
República, que adopta em simultâneo os respectivos estatutos e, dispõem de capacidade jurídica
pública necessária à prossecução dos interesses a seu cargo, podendo no domínio da gestão
pública, praticar actos administrativos, celebrar contratos administrativos e aprovar regulamentos
administrativos. Em relação ao regime jurídico, as associações públicas regem-se pelo direito
público no que se refere aos actos de gestão pública e pelo regime geral das associações públicas
no que se refere aos actos da gestão privada. As associações públicas, embora autónomas, estão
sujeitas ao controlo exercido pelos seus membros, através de órgãos sociais apropriados bem
como à tutela administrativa do Estado.
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5.5. A Administração Estadual indirecta (art. 72º da lei das bases gerais da
organização e funcionamento da Administração Pública, Lei n°7/2012, de 08 de
Fevereiro)
5.5.1. Noção e objectivos da administração indirecta do Estado.
Administração indirecta do Estado tem como objectivos, segundo o art. 75º da lei das bases
gerais da organização e funcionamento da Administração Pública (LBGOFAP), “promover a
descentralização administrativa não territorial, através de transferência das responsabilidades do
Estado para entes menores de modo a tornar mais eficaz e eficiente, bem como menos oneroso
no exercício da actividade administrativa”. Ou seja, a administração indirecta do Estado promove
a transferência das responsabilidades do Estado para entes menores, de modo a tornar o exercício
da actividade administrativa mais eficaz, eficiente e menos oneroso.
5.5.2. Âmbito da administração indirecta do Estado (art. 74º da lei das bases gerais da
organização e funcionamento da Administração Pública, Lei n°7/2012, de 08 de
Fevereiro)
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6. Conclusão
Das pesquisas desenvolvidas pelos diversos autores e nós em particular, foi possível obter
diversas conclusões sobre o presente estudo concernente a Organização Administrativa de
Moçambique. Importa referir que Moçambique tem adoptado novas formas de organização
administrativa, desde 1948 a 1975 que a organização administrativa estava sob comandodo
regime portugues, mas foi a partir do ano 1975 que passou a ser o Estado Moçambicana o
detentor do poder mas ainda assim, adoptava-se ainda leis deixadas pelo colono. Esta
administração pública durou até 1990, caracterizava-se por uma estrutura administrativa
essencialmente baseada no princípio da centralização concentrada em que as ordens emanadas de
cima, do centro da decisão política, circulavam para baixo, através dos canais administrativos,
até coletividades inferiores, onde os agentes do poder atuam como meros instrumentos de
execução e controlo, em obediência a estritas ordens recebidas. Cabia aí aos servidores do Estado
o papel de cumpridores de decisões, que não são suas, mas se fazem tão-somente por seu
intermédio. A partir da Constituição da República de Moçambique de 1990, a Administração
Pública moçambicana passou a estruturar-se com base no princípio da descentralização e da
desconcentração. Ou seja, a opção fundamental que o texto constitucional moçambicano de 1990
e de 2004 fez no sentido de unitarismo do Estado como esquema de estruturação do Estado
Moçambicano. A organização administrativa moçambicana pode ser dividida em quatro fases
desde logo: (1) a fase da centralização e concentração administrativa colonial (1498-1975); (2) a
fase da centralização e concentração administrativa monopartidária do Estado-administração
(1975-1990); (3) a fase da introdução e implementação da descentralização administrativa
autárquica (1990-2018); (4) a fase da introdução e implementação da descentralização
administrativa provincial, distrital e autárquica (2018-aos dias actuais).
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7. Referências bibliográficas
Legislações complementares:
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