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De:
UCM
Tete, 2023
Índice
1. Introdução...........................................................................................................................3
1.1. Objectivos............................................................................................................................3
1.1.1. Geral.....................................................................................................................3
1.1.2. Especificos...........................................................................................................3
1.1.3. Metodologia.........................................................................................................4
2.1.1. Participação..........................................................................................................5
2.1.2. Diversidade..........................................................................................................6
2.1.3. Eficiência..............................................................................................................6
3. Conclusão..........................................................................................................................13
4. Bibliografia.......................................................................................................................14
1. Introdução
Neste presente trabalho que tem como tema emergência do processo de descentralização em
Moçambique. Referir que descentralização é o processo pelo qual as atividades de uma
organização, particularmente aquelas relativas ao planejamento e à tomada de decisões, são
distribuídas e transferida fora de um poder centralizado e autoritário.
Em Moçambique, a desconcentração de funções está a ocorrer em várias áreas, com destaque
para as de licenciamento de actividades económicas, a execução dos fundos sectoriais
(estradas, construção de salas de aulas). No entanto, os Governos Provinciais ainda reclamam
que certas áreas poderiam ser transferidas do Governo central para este nível, como os níveis
de licenciamento pesqueiro e da área hoteleira, o licenciamento de certas classes de alvarás
na área de obras públicas. Por sua vez, os distritos também reivindicam que a execução de
certas actividades (e despesas) ainda é controlada pelas províncias.
A Gestão Descentralizada inova no processo de tomada de decisões e responsabilidades, onde
os funcionários são mais proativos e auxiliam nessas tomadas de decisões para aumentar a
eficiência de trabalho e trazer maior luz sobre os problemas enfrentados no lado operacional.
A descentralização administrativa ocorre mediante duas formas: outorga ou delegação.
Utilizada para efetivar a descentralização administrativa para uma entidade da Administração
Indireta de direito público (autarquia e empresa pública). Um sistema descentralizado é um
tipo de rede em que os nós não dependem de um único nó mestre; em vez disso, o controle é
distribuído entre muitos
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Este trabalho tem como objectivo geral abordar acerca da emergencia do processo de
descentralização em moçambique
1.1.2. Especificos
Para a efectivação do objectivo geral, temos os seguintes objectivos especificos:
Conceituar a descentralização;
Dar a conhecer os aspectos gerais da descentralização e desconcentração de poderes
em Moçambique;
Abordar acerca perspetiva histórica da descentralização em Moçambique.
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1.2. Metodologia
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2. EMERGÊNCIA DO PROCESSO DE DESCENTRALIZAÇÃO EM MOÇAMBIQUE
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1.3.1. Participação
Na descentralização, o princípio da subsidiariedade é frequentemente invocado. Sustenta que
a menor autoridade ou menos centralizada que seja capaz de resolver um problema de forma
eficaz deve fazê-lo. De acordo com uma definição: “A descentralização, ou governança
descentralizada, refere-se à reestruturação ou reorganização da autoridade para que haja um
sistema de corresponsabilidade entre as instituições de governança nos níveis central,
regional e local de acordo com o princípio da subsidiariedade, aumentando a qualidade geral
e a eficácia do sistema de governança, ao mesmo tempo em que aumenta a autoridade e as
capacidades dos níveis subnacionais”.
A descentralização está frequentemente ligada a conceitos de participação na tomada de
decisões, democracia, equidade e liberdade que possa vir de uma autoridade superior. A
descentralização aumenta a voz democrática. Os teóricos acreditam que as autoridades
representativas locais com poderes discricionários reais são a base da descentralização que
pode levar à eficiência, equidade e desenvolvimento local.”
A descentralização tem sido descrita como um “contraponto à globalização [a qual] remove
as decisões do cenário local e nacional para a esfera global de interesses multinacionais ou
não nacionais. A descentralização traz a tomada de decisões aos níveis subnacionais”. As
estratégias de descentralização devem levar em conta as inter-relações dos níveis global,
regional, nacional, subnacional e local.
1.3.2. Diversidade
Norman L. Johnson escreve que a diversidade desempenha um papel importante em sistemas
descentralizados como ecossistemas, grupos sociais, grandes organizações, sistemas políticos.
“Diversidade é definida como propriedades únicas de entidades, agentes ou indivíduos que
não são compartilhados pelo grupo maior, população, estrutura. Descentralizado é definido
como uma propriedade de um sistema onde os agentes têm alguma capacidade de operar
“localmente”. Tanto a descentralização quanto a diversidade são atributos necessários para
alcançar as propriedades auto-organizadas de interesse.
Os defensores da descentralização política sustentam que uma maior participação de diversos
interesses mais bem informados na sociedade levará a decisões mais relevantes do que
aquelas tomadas apenas por autoridades em nível nacional. A descentralização tem sido
descrita como uma resposta às demandas por diversidade.
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1.3.3. Eficiência
Nos negócios, a descentralização leva a uma filosofia de gestão por resultados que se
concentra em objetivos definidos a serem alcançados pelos resultados da unidade. A
descentralização dos programas governamentais aumenta a eficiência – e a eficácia – devido
à redução do congestionamento nas comunicações, reação mais rápida a problemas
imprevistos, melhor capacidade de prestação de serviços, melhor informação sobre as
condições locais e mais apoio dos beneficiários dos programas.
As empresas podem preferir a descentralização porque garante eficiência, garantindo que os
gerentes mais próximos da informação local tomem decisões, e a mesma de forma mais
oportuna, como também libera a responsabilidade da alta administração para estratégias de
longo prazo, em vez das decisões do dia-a-dia; E os benefícios do treinamento pratico aos
gerentes, preparando-os à subir na hierarquia de gerenciamento; e a motivação dos gestores
por terem a liberdade de exercer sua própria iniciativa e criatividade; com as atribuições de
encorajar os gerentes e funcionários a provar sua lucratividade, ao invés de acabar
mascarando o insucesso pela lucratividade geral da empresa.
Os mesmos princípios podem ser aplicados ao governo. A descentralização promete aumentar
a eficiência por meio de competições intergovernamentais com características de mercado e
disciplina fiscal que atribui autoridade fiscal à dividas ao nível mais baixo possível de
governo. Do qual funciona melhor onde os membros do governo subnacional têm fortes
tradições de democracia, responsabilidade e profissionalismo.
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1.4. Os aspectos gerais da descentralização e desconcentração de poderes em
Moçambique
A descentralização, segundo Mazula (1998), realiza-se com os entes da Administração
indirecta, ou seja, as autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e
fundações públicas são produtos da descentralização administrativa. Por um lado, a
desconcentração existe quando actividades são distribuídas de um centro para sectores
periféricos ou de escalões superiores para inferiores dentro de uma mesma pessoa jurídica, no
caso dentre os órgãos da Administração directa. (MEDAUAR, 2000:52)
1.5. Descentralização, governação local, serviços públicos e construção do
Estado
Nos anos 1980, muitos países da África subsaariana iniciaram reformas de descentralização.
Cristalizadas em programas de reforma do sector público, em muitos casos, estas reformas
podem ser vistas como uma resposta à crise do Estado, que se manifestou essencialmente a
dois níveis: regulação política e provisão de serviços públicos. Com efeito, a euforia das
independências africanas e o processo da construção do Estado desenvolvimentista, cedo se
viram confrontados com a queda da capacidade de regulação política efectiva e de provisão
de serviços básicos. Esperava-se, então, que as reformas de descentralização não só iriam
melhorar a provisão dos serviços públicos, como também tornar o Estado mais efectivo e
legítimo.
Embora Moçambique tenha iniciado uma série de reformas económicas e políticas a partir
dos finais dos anos 1980, foi sobretudo com o lançamento da estratégia global da reforma do
sector público, em 2001, que a questão da melhoria da qualidade na provisão de serviços
públicos foi cada vez mais associada às reformas de descentralização.
A prestação de serviços ao nível subnacional é, portanto, um grande desafio. O governo de
Moçambique reconheceu este desafio e vem trabalhando na descentralização do país desde os
meados da década de 1990. Tarefas administrativas, tomadas de decisão e recursos
financeiros estão sendo gradualmente alocados do nível nacional para os níveis regional,
distrital e municipal.
No entanto, este processo está indo mais lento do que o desejado e necessário, principalmente
devido à falta de capacidades administrativas suficientes nos níveis subnacionais, bem como
a falta de financiamento, como as receitas próprias e as transferências do nível nacional que
não são suficientes para cobrir os custos operacionais, bem como para fazer investimentos
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significativos em infra-estruturas, o que faz com que os serviços públicos sejam prestados
inadequadamente. Alemanha apoia, portanto, a reforma da descentralização por meio de
assessoria para elevar capacidades humanas e institucionais das administrações a nível
nacional e subnacional, especialmente no sector das finanças públicas.
Entre outros, destaca-se a assessoria para o aumento das receitas próprias dos Distritos e
Municípios, na melhoria do controlo interno e externo, na auditoria e para a participação do
cidadão. Através de assessoria temática nas áreas de gestão, contractos, transparência e
transferência de receitas, os benefícios do desenvolvimento do sector dos recursos naturais
devem ser elevados. Alemanha também disponibiliza financiamento para apoiar o
planeamento de projectos de infra-estruturas participativas nas comunidades.
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Um movimento histórico rumo à descentralização em Moçambique ocorreu em 1998, quando
foram realizadas as primeiras eleições autárquicas em 33 municípios. O processo, no entanto,
continua a ser estendido gradualmente a mais municípios, e em 2019 tiveram lugar as
primeiras eleições das assembleias provinciais.
O Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD) observa que houve avanços baseados
em consensos políticos para viabilizar a paz, mas a operacionalização técnica da
descentralização é uma dificuldade a ser superada.
Dércio Alfazema, coordenador da organização, acha que há desafios muito grandes nas
províncias em termos de aprovação e clarificação das leis e das despesas que praticamente
duplicam com a criação das secretarias de Estado e do Governo provincial. “O princípio
básico da descentralização, permitir uma maior participação do cidadão na tomada de
decisão, ainda não está presente nessa descentralização ao nível da província”, explica.
O edil de Quelimane, Manuel de Araújo, acrescenta que “aquilo que é dado pela Constituição
da República tem sido retirado por decretos do Conselho de Ministros”. O autarca salienta
que a descentralização teve vários avanços e, ao mesmo tempo, recuos acentuados em
Moçambique.
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(a) As funções de soberania
(b) A normação de matérias de âmbito da lei;
(c) A definição de políticas nacionais;
(d) A realização da política unitária do Estado;
(e) A representação do Estado ao nível provincial, distrital e autárquico;
(f) A definição e organização do território;
(g) A defesa nacional;
(h) A segurança e ordem públicas;
(i) A fiscalização das fronteiras;
(j) A emissão de moeda;
(k) Às relações diplomáticas;
(l) Os recursos minerais e
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específica (Lei 2/2007, 3/2004): devolução, ou descentralização democrática; e
desconcentração, ou descentralização administrativa.
A primeira é, em termos legais e em termos de políticas, enquadrada como o
desenvolvimento dos municípios. Estes são dotados de uma certa autonomia fiscal e
administrativa e têm eleições regulares para presidentes dos CMs e para as Ams, enquanto os
últimos, os Órgãos Locais do Estado (OLE) central, são instituições subordinadas, com pouca
autonomia, mas com algumas funções administrativas e de gestão desconcentradas.
As duas componentes da descentralização fizeram e fazem parte do discurso político
estabelecido e dos programas de consecutivos governos, inclusive o do actual governo de
Nyusi. Neste programa de governo, fazem parte do Pilar 1 (“consolidação do Estado de
direito democrático, boa governação e descentralização”),60 um dos três pilares que
sustentam a implementação do Plano Quinquenal do Governo. O Programa estaca ainda a
“inovação” do enfoque integrado e intersectorial que procura evitar abordagens governativas
sectoriais ou verticais.
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1.12. Vantagens e desvantagens da Descentralização
A principal razão que leva os governos pautarem pela desconcentração de competências
assenta na procura em oferecer os serviços públicos com eficiência e qualidade.
Portanto, o governo extrai da descentralização as vantagens e desvantagens:
Às vantagens são:
Garantia as liberdades locais, servindo de base do sistema pluralista de Administração
Pública, que é por sua vez uma forma de limitação ao poder político;
Proporciona a participação dos cidadãos na tomada das decisões públicas em que
concernem aos interesses, e a participação é um dos grandes objectivos do Estado
Moderno (art. 2º CRP);
Proporcionar, em princípio, soluções mais vantajosas do que a centralização, em
Termos de custo-eficácia.
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2. Conclusão
O debate sobre “governação descentralizada” em Moçambique nos remete a uma profunda
reflexão sobre a primazia da lei sobre ditames do poder político. Ou seja, faz sentido debater
a descentralização se nos predispuzermos, como sociedade política e acadêmica, a fazer re-
engenharia da construção. É indispensável o respeito e observância do primado da lei,
especificamente, o conteúdo da descentralização que emana da fonte legal.
Independentemente dos argumentos esgrimidos em torno da “governação descentralizada”, é
imprescindível que tenhamos a cultura de primazia da lei sobre a vontade política. Para ser
preciso, a descentralização nos tem a todos, como sociedade política e acadêmica, em
permanente reforma individual e colectiva desde o político a nível central, local até ao pacato
cidadão na aldeia para que nos ajustemos à realidade sócio-política de hoje.
Quando se debate descentralização, destaca-se a teoria da administração pública e ela debate
descentralização em três dimensões: descentralização democrática ou devolução,
descentralização administrativa ou desconcentração e descentralização fiscal. No que
concerne à descentralização política ou democrática, ela consiste na devolução de poder
retido pelo governo central para o poder local.
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3. Bibliografia
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