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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS


DEPARTAMENTO DE GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS NO CRESCIMENTO


ORGANIZACIONAL

ESTUDO DE CASO: SOLAR VALORIZZA – CORRETORA DE


SEGUROS (2022-2023)

AUTOR: AGOSTINHO MIGUEL DOS SANTOS


ORIENTADOR: Me. JOSÉ FERNANDO ABEL CANGA

Trabalho apresentado para obtenção do grau de Licenciado em Gestão e Administração


Pública

Luanda, 2023
UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE GESTÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS NO CRESCIMENTO


ORGANIZACIONAL

ESTUDO DE CASO: SOLAR VALORIZZA – CORRETORA DE


SEGUROS (2022-2023)

AUTOR: AGOSTINHO MIGUEL DOS SANTOS

Trabalho de Fim do Curso apresentado à


Faculdade de Ciências Sociais da UAN como
requisito parcial para obtenção do grau de
licenciatura em Gestão e Administração
Pública, orientado pelo Mestre José Fernando
Abel Canga.

Luanda, 2023
INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO.....................................................................................................................2
Problemática de Investigação.............................................................................................3
Formulação do Problema....................................................................................................3
Objectivos da Pesquisa.......................................................................................................3
Justificação da Escolha do Tema........................................................................................4
Delimitação do Problema...................................................................................................4
Limitação do Problema.......................................................................................................4
Metodologia de Investigação..............................................................................................5
Tipos de Pesquisa............................................................................................................5
Técnicas de recolha de dados..........................................................................................5
Contexto da Pesquisa......................................................................................................6
População........................................................................................................................6
Critérios de Inclusão e de Exclusão................................................................................7
Estrutura da Pesquisa..........................................................................................................7
CAPÍTULO I - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................8
1.1. Definição dos Termos e Conceitos..........................................................................8
1.1.1. Definição de Termos............................................................................................8
1.1.2. Definição de Conceitos........................................................................................8
1.2. Abordagem Histórica do Estudo da Administração................................................9
1.3. Abordagem Conceptual sobre Organizações.........................................................10
1.4. Teoria das organizações........................................................................................11
1.4.1. Administração Clássica..................................................................................12
1.4.2. Administração Científica...............................................................................13
1.4.3. Relações Humanas.........................................................................................15
INTRODUÇÃO
As organizações, em suas origens, tiveram forte influência na formação sócio -
espacial e nos arranjos territoriais baseados inicialmente em organizações artesanais, a
exemplo de ferrarias, sapatarias, alfaiatarias de características rudimentares nas quais o
artífice era o proprietário dos meios de produção e carente de processos pré-planeados,
período esse denominado de pré-industrial.

Após o estágio artesanal, surgiram as organizações manufactureiras que


implementaram linhas de produção visando o aumento da produtividade. Entretanto, até ao
final do século XIX persistiu um grande empirismo na utilização dos meios humanos e
materiais nas organizações, havendo pouco crescimento nelas, foi no início do século XX
com Frederick Taylor e Henry Fayol, por meio da teoria clássica que se procurou uma
gestão científica das organizações.

Porém, foi sobretudo a partir dos meados do século XX que muitas organizações
redescobriram a importância das funções administrativas como elemento que liga as
diversas acções da organização possibilitando o alcance dos seus objectivos, gerando
crescimento e sucesso face a concorrência.

Em Angola o número de organizações que morrem ou ficam estagnadas no tempo é


elevado. Nesse contexto, é fundamental compreender as funções administrativas, pois elas
são indispensáveis a qualquer tipo de organização, de qualquer actividade em que os
elementos humanos, materiais e financeiros sejam combinados para atingir determinados
objectivos.

Elas servem para harmonizar e unir todos os actos e todos os esforços da


organização visando a realização dos objectivos globais. Sem as funções administrativas
todos os serviços e funções da organização, como a logística, a técnica, financeira,
comercial e a de recursos humanos ficam dispersas e não se alcançam os objectivos
desejados, dificultando o crescimento das organizações, e gerando várias crises que, se não
forem superadas a organização pode ficar permanentemente estagnada no tempo,
decrescer, ou no pior dos casos, morrer.

A maior parte dos teóricos continua a admitir que o processo de gestão comporta
cinco funções: planear, organizar, dirigir, coordenar e controlar.Ao longo do estudo
apresentaremos estas funções de forma mais detalhada e analisaremos como cada uma
delas contribuem para o crescimento organizacional.

Problemática de Investigação

As funções administrativas servem para harmonizar e unir todos os actos e todos os


esforços da organização visando a realização dos objectivos globais.

As dificuldades que podem ocorrer nas organizações pela falta ou deficiência das
funções administrativas, impedindo seu crescimento, são entre outras:

Desorientação e desalinhamento face aos objectivos; Não estar preparada para o


futuro e superar acontecimentos imprevisíveis; Desorganização, pela ausência de uma
estrutura bem definida das actividades necessárias para obtenção dos resultados; Fraco
envolvimento do factor humano; Desunião e fraca integração e harmonização de todos os
actores;Desvio acentuado entre o que foi planeado e o executado.

Formulação do Problema

Mediante o exposto, a presente pesquisa visa responder a seguinte pergunta de


partida:
De que forma as funções administrativas contribuem parao crescimento
organizacional?

Objectivos da Pesquisa

Objectivo Geral

 Compreender como as funções administrativas contribuem para o crescimento


organizacional.

Objectivos Específicos

 Identificar a estrutura organizacional da empresa Solar Valorizza.


 Descrever as funções administrativas e a contribuição no crescimento da Solar
Valorizza;
 Avaliar de que forma as funções administrativas contribuem no crescimento da
Solar Valorizza.
Justificação da Escolha do Tema

Existem duas razões principais que se considerou ao abordar está temática:

 Primeiro, pelo facto de ser um requisito para obtenção do grau de licenciado em


Gestão e Administração Pública;
 O segundo motivo, consiste no grande interesse, como estudante e futuro
profissional da gestão, em compreender as funções administrativas como factor de
crescimento organizacional, uma vez que, em Angola o número de organizações
que morrem ou ficam estagnadas no tempo é elevado.

Delimitação do Problema

Tendo em conta o alcance dos objectivos definidos e atendendo o tema que nos
propusemos, delimitamos a nossa pesquisa ao estudo das Funções Administrativas como
Factor de Crescimento Organizacional. Relativamente ao espaço, de realçar que a pesquisa
será realizada na empresa SolarValorizza - Corretora de Seguros, Ltda. localizada no
Bellas Business Park, Edifício Cunene, Escritório 401 – Talatona, Luanda.Relativamente
ao tempo, a presente pesquisa será realizada em 2023, porém, os dados pesquisados serão
delimitados ao período compreendido entre 2021 a 2022, por ser um período recente e
pertinente para o presente estudo.

Limitação do Problema

Com a abordagem apresentada, não pretendemos transformar o presente trabalho


num guia único e irrepreensível sobre a temática das funções administrativas, devido as
limitações por nós encontradas, começando por ser este um estudo que analisa o trabalho
dos funcionários administrativos de uma única empresa, seria importante o
desenvolvimento da pesquisa com outras empresas.

Tendo em conta as dificuldades que poderão ser encontradas quanto à colecta e ao


tratamento dos dados, apresentamos algumas das possíveis limitações:

 Limitação no acesso a documentos oficiais da empresa;


 Limitação no tamanho da amostra, visto que o estudo de caso contempla somente
os funcionários administrativo.
Metodologia de Investigação

Tendo em conta a abordagem metodológica, o estudo vai utilizar uma abordagem


qualitativa. Conforme Golderbeng, o estudo qualitativo, não se preocupa com a
representatividade numérica, mas sim com o aprofundamento da compreensão de um
grupo social. Os pesquisadores que utilizam os métodos qualitativos, buscam explicar o
porquê das coisas, exprimindo o que convém ser feito. (Golderbeng, 1997, p.34).

Tipos de Pesquisa

Quanto aos objectivos, é uma pesquisa explicativa, segundo Gil (2007, p.43), este
tipo de pesquisa preocupa-se em identificar os factores que determinam ou que contribuem
para ocorrência dos fenómenos.

Quanto ao procedimento, é uma pesquisa bibliográfica, uma vez que, esta pesquisa
é feita a partir de referências teóricas já analisadas e publicadas por meios escritos e
electrónicos, como, livros, artigos científicos, páginas de web sites, etc. (Fonseca, 2002, p.
32).

Técnicas de recolha de dados

As técnicas que serão utilizadas para recolha de dados são:

 Observação, é o uso metódico dos nossos sentidos na procura de dados


necessários para investigação. Observar em termos científicos, é perceber de
forma dinâmica os factos com finalidade de obter informações predefinidas
pelos pesquisadores (Gomes, 2022. P.126).
 Entrevista, é uma técnica que se operacionaliza através de um diálogo entre duas
ou mais pessoas, em que uma é a que pretende recolher informações sobre o
problema em estudo (o investigador) e as outras são as que potencialmente têm
e fornecem esta informação (o sujeito de investigação). É uma interação social
que tem como objectivo recolher dados para uma investigação (Vilelas, 2009, p.
279).
 Análise documental, é uma técnica que permite ao investigador aceder aos
dados essenciais para sua pesquisa através de documentos previamente
seleccionados, ou seja, documentos oficiais que abordam questões sobre o tema
em estudo (Gomes, 2022, p. 133).
 Bibliográfica, enquanto técnica de recolha de dados é a prática específica de
como são recolhidos os dados bibliográficos através de leituras, através do
processo de destacar e retirar os conteúdos necessários ao problema investigado.
Usualmente as principais fontes do método bibliográfico são livros,
artigos,obras, documentos, jornais, mapas, imagens, manuscritos, dicionários,
enciclopédias,etc. (Gomes, 2022, p.134).

Técnicas de Análise de Dados.

As técnicas que serão utilizadas para análise de dados são:

 Análise de conteúdo, é uma técnica que visa analisar textos escritos, conteúdos
de informações não numéricas. Conforme Guerra,a relação entre teoria e a
prática é indispensável, pois que a teoria não está nos dados recolhidos, e,
portanto, não é suficiente descrever o que recolhe (Guerra, 2008, pp.24-25).
 Hermenêutica, conforme Gadamer (2003, p.7) a hermenêutica procura
conquistar o sentido tendo em conta a dimensão ontológica implicada no acto de
compreender, no interior da história e da linguagem, bem como a dimensão
crítica implicada no acto de explicar os determinantes estruturais do contexto
histórico.

Contexto da Pesquisa

O estudo será realizado na empresa SolarValorizza - Corretora de Seguros, Ltda.


Localizado no Bellas Business Park, Edifício Cunene, Escritório 401 – Talatona, Luanda.

População

Os sujeitos de investigação serão todos os funcionários administrativos da


Valorizza.

Critérios de Inclusão e de Exclusão

Os critérios de inclusão e exclusão são:

 Ser funcionário da Valorizza


 Ocupar um cargo administrativo
Estrutura da Pesquisa

O presente trabalho está subdividido em partes distintas que, no seu todo e de forma
organizada, constituem a estrutura do mesmo. Assim, temos:

Capítulo I – com o título “Fundamentação Teórica”, no qual apresentamos a


definição dos termos e conceitos, bem como o enquadramento histórico e conceptual sobre
o estudo da administração, bem como as teorias fundamentais desenvolvidas em torno
desta.

Capítulo II – far-se-á um enquadramento do tema em estudo, isto é, abordamos


sobre funções administrativas no crescimento organizacional.

Capítulo III – neste capítulo apresentaremos o objecto de estudo e o tratamento


dos dados colectados. Ainda no mesmo capítulo, apresentamos os elementos que
descrevem a organização estudada, por forma a caracterizá-la, abordando sobre a sua
visão, missão e os respectivos valores e, também, a análise e interpretação dos resultados
em função do questionário a aplicado.

De seguida, apresentamos a conclusão, que constitui aparte final do trabalho, onde


foram avaliados e resumidos os resultados da pesquisa.
CAPÍTULO I - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Essa etapa do trabalho constitui-se em explicar o conceito de Administração, seu
enquadramento, bem como as teorias fundamentais desenvolvidas em torno do conceito da
Administração.

1.1. Definição dos Termos e Conceitos

1.1.1. Definição de Termos

Administração – “a palavra administração não é nova, vem do latim


Administratione, assim como manejo (que corresponde ao inglês management) e gestão
(que corresponde ao espanhol gestión). Todos têm o mesmo sentido: um processo
dinâmico de tomar decisões sobre a utilização de recursos, para possibilitar a realização de
objetivos” (Barreto,2017, p.10).
Função – do latim functione, “exercício”, função significa papel, desempenho de
uma atividade ou cargo, ocupação, serviço.
Crescimento – termo derivado do latim, crescere, significa aumentar em número,
grandeza ou intensidade.
Organização – termo derivado do grego, Organon, que significa: instrumento ou
ferramenta. (Morgan, 1996)

1.1.2. Definição de Conceitos

Administração - é a tomada de decisão sobre recursos disponíveis, trabalhando


com e através de pessoas para atingir objectivos. É o gerenciamento de uma organização,
levando em conta as informações fornecidas por outros profissionais e, também, pensando
previamente as consequências de suas decisões. É, também, a ciência social que estuda e
sistematiza as práticas usadas para administrar (Maximiano, 2006).
Função - “conjunto de tarefas com um ou mais objectivos que identificam um
posto de trabalho” (Gaspar, Lucena, Barracho & Barracho, 2014, p. 85).

Crescimento - “significa sair de um estado por definição limitado, e passar para


um novo estado, por definição superior ao anterior” (Carvalho, 2019, p. 275).
Organização – conjunto de duas ou mais pessoas com desejos e disposição de
cooperar para o alcance de um ou mais objectivos comuns. (Silva, 2008).

Funções Adminstrativas - constituem um todo integrado, cíclico, dinâmico e


interactivo que formam o processo administrativo - planeamento, organização, liderança,
execução e controle (Sá, 2018).

Crescimento Organizacional - aumento quantitativo de tamanho, expansão de


lucros, vendas e funcionários por uma organização (Seifert e Vizeu, 2015).

1.2. Abordagem Histórica do Estudo da Administração

As organizações, em suas origens, tiveram forte influência na formação sócio-


espacial e nos arranjos territoriais baseados inicialmente em organizações artesanais, a
exemplo de ferrarias, sapatarias, alfaiatarias de características rudimentares nas quais o
artífice era o proprietário dos meios de produção e carente de processos pré-planejados,
período esse denominado de pré-industrial (Fontoura e Tenório, 2020, p. 7). Após o estágio
artesanal, surgiram as organizações manufactureiras que implementaram linhas de
produção visando o aumento da produtividade pela produção em série baseada no tripé:
planeamento - burocracia - controle, na qual os processos eram orientados para
determinadas especificidades de diferentes contextos de mercados e produtos. (Harvey,
1992, p. 124).

Conforme Barreto, para início da evolução histórica, toma-se como referência a


revolução industrial que se constituiu numa profunda transformação na cultura do ocidente.
Considera-se, usualmente, seu surgimento em torno de 1700. (Barreto, 2017, p. 16)

Barreto salienta ainda que, de 1860 a 1914, aconteceu o desenvolvimento industrial.


Corresponde à 2ª Revolução Industrial, quando o aço e a eletricidade passaram a ser
fundamentais em substituição ao carvão e ao ferro. Houve um crescente domínio da ciência
e do avanço tecnológico sobre a indústria e surgimento do automóvel, avião, telefone, e
telégrafo sem fio, ocorrendo uma substituição do capitalismo industrial pelo capitalismo
financeiro devido à necessidade e ao surgimento de grandes bancos e instituições
financeiras, ao lado de uma espectacular ampliação do mercado. O período de 1914 a 1945
foi marcado pelo gigantismo Industrial. Nessa fase, situada entre as duas grandes guerras,
utilizavam-se tecnologias e organizações com propósitos bélicos. As empresas atingiram
proporções enormes, passando a actuar tanto no mercado nacional como no internacional.
Houve um predomínio de aplicações técnico-científicas e ênfase em materiais
petroquímicos, colaborando para o aprimoramento dos sectores de transporte e
comunicação. Após 1980, surge a época das incertezas. Foi uma fase carregada de novos
desafios, dificuldades, oportunidades, ameaças, tornando o ambiente muito complexo e
mutável. Continua sendo uma fase de escassez de recursos, de acirrada concorrência,
dificuldade de entender o mercado e de assimilar as informações, implicando mudança
radical no gerenciamento das organizações. Essa é a era da revolução cibernética, quando
o computador passou a substituir o ser humano em termos físicos e intelectuais. (Barreto,
2017, p. 17).

Para Carvalho, actualmente muitos dirigentes são levados a repensar ou a precisar a


estratégia de sua empresa: uns porque estão preocupados com a evolução económica,
outros porque descobrem que para preparar a melhor estratégia é necessário dispor de uma
gestão consciente e eficiente. Os processos básicos de gestão surgem como indispensáveis
a qualquer tipo de organização, de quaisquer actividades em que os elementos humanos,
materiais e financeiros sejam combinados para atingir determinados objectivos. Depois de
alguns progressos nesse domínio, muito dirigentes compreenderam que, se é necessário
aplicar técnicas de organização para melhorar a produtividade desta ou daquela actividade,
é igualmente necessário, ligar entre si as diversas ações da empresa mediante métodos de
gestão mais formalizados e eficazes. Consequentemente, muitas empresas repensaram as
suas práticas para as modernizarem, o que conduziu à adoção de novos métodos de gestão
(Carvalho, 2019, p. 15).

1.3. Abordagem Conceptual sobre Organizações

Uma combinação de esforços individuais tem por finalidade realizar propósitos


colectivos, ou seja, a organização de uma empresa fará com que cada integrante do grupo
possa alcançar objectivo colectivo, necessários para se realizar uma actividade.

Segundo Chiavenato (2004), organizações são unidades sociais, intencionalmente


idealizadas e recuperadas, com finalidade de almejar objectivos exclusivos. E no alcance
em que tais objectivos são almejados, as organizações se redefinem para encontrarem
grandes objectivos e além disso procurar alcançá-los com mínimo de empenho e custo.
Para Filho (1999), é importante destacar a presença de uma pessoa exercendo a
actividade de criação em um ambiente caracterizado como um sistema com organização
social. O meio ambiente social exerce influência na actividade de criação do indivíduo, e o
indivíduo exerce influência na organização social da qual faz parte.

Do ponto de vista do autor, é possível pensar que a pessoa introduz um elemento de


perturbação interna que pode conduzir ao desequilíbrio do sistema.

Nesse caso, o sistema frequentemente se utiliza de regulagens e adaptações para os


ajustes e as mudanças organizacionais necessárias à manutenção da sua existência.

1.4. Teoria das organizações

Os princípios de avaliação já contribuíam aos métodos de trabalho e sistemas


operacionais, que compreendem a teoria administrativa. Essa teoria se caracteriza por
métodos práticos na qual o sistema de trabalho os tornam mais eficiente. Embora,
também, um dos principais objectivos da organização é melhorar o seu desempenho a
nível organizacional como um todo (Jones, 2010).

Passou-se a chamar de teoria das organizações na metade do século XX, mas nas
últimas décadas se desenvolveu, sendo concedida pela discussão sobre o papel dos
paradigmas, a colaboração de sociólogos e o estudo de sua complexidade (Serva, Dias, &
Alperstedt, 2010).

Durante a pesquisa sobre um tema abstrato, pode-se despertar o interesse de como


é pensar como uma organização, entender os seus métodos ao formato de decifrar e sobre
outras concepções, é a atração pelo desenvolvimento mental, em novos interesses porque a
teoria das organizações apresentam conhecimentos de áreas como as humanas, as ciências
e as artes, verificou-se que não existe uma definição abordável e que também nem todas as
partes aceitam a mesma definição do tema, encontrando explicações distintas (embora
similares).

Caravantes (1998, p. 38) explica teorias organizacionais como:

Um conjunto de afirmações relacionadas, hipóteses, sobre um conjunto de


variáveis que descrevem os parâmetros da organização e, talvez, o
comportamento organizacional, e/ou uma série de afirmações do tipo, se. então
que predizem o efeito de certos arranjos estruturais sobre o desempenho e o
comportamento.

Relaciona-se a uma ciência social aplicada, as teorias administrativas nascem da


verificação de uma certa ordem nas ligações colectivas em um meio organizacional. Com
aspectos baseados em descrição e predição, partindo da preocupação do que é a
organização e o que pode vir a ocorrer perante certos modelos pessoais, estruturais ou
situacionais.

Segundo Jones (2010), teoria organizacional é o conhecimento de como as


organizações trabalham, de como influenciam e são influenciadas pelo meio em que
actuam, entendendo-o os seguintes factores para assim controlá-las e transformá-las.

Jones (idem) ainda relaciona a teoria com a estrutura organizacional, dado que um
conjunto de indivíduos cria uma organização para alcançar objectivos em comum, a
estrutura organizacional se monta para ampliar a eficiência do domínio das actividades
fundamentais para alcançar esses objectivos.

Desta maneira, podemos dizer que a estrutura organizacional é consequência de um


processo de divisão de responsabilidades aos colaboradores da mesma, tendo como
objectivo, através da divisão do trabalho, meios de difusão de informação efectivos e
processos de decisões apoiado em referências (Préve, Moritz, & Pereira, 2017).

A organização, para Katz e Khan (1987) como sistema aberto, suporta


interferências de vários factores e meios que a cercam, para garantir o crescente processo
de conhecimento organizacional como um ser vivo nascendo, crescendo e se reproduzindo
com diferentes hábitos e pensamentos da realidade, dessa maneira mostra-se a necessidade
da utilização do pensamento sistêmico, para a busca por várias respostas combinadas para
solucionar um problema, a secção a seguir aborda as características e conceitos do
Pensamento Sistêmico.

No presente Capítulo, temos a pretensão de estudar as contribuições pioneiras para


a prática da administração e a análise das organizações, todavia o estudo se limitará a três
abordagens apenas, nomeadamente a Teoria da Administração Clássica, Teoria da
Administração Científica e Teoria das Relações Humanas.
1.4.1. Administração Clássica

Henri Fayol (1841 - 1925), considerado um dos principais percursores da escola


clássica da administração, atenta que a gestão administrativa deve reconhecer as tarefas
básicas que compõem cada uma das actividades executadas numa determinada
organização. Os seus estudos são apresentados sob a óptica da Administração Industrial
e Geral (Título original: Administration industrielle et générale). Esse autor, Fayol
(citado por Schultz, 2016), considera que estruturar uma organização é doptá-la de todos os
recursos úteis para o seu funcionamento, desde os materiais, financeiros e humanos.

Chiavenato (2000) observa que, as funções propostas por Fayol configuram o


próprio processo administrativo, conforme as definições apresentadas abaixo:
 Prever - Visualizar o futuro e traçar o programa de acção.
 Organizar – Constituir o duplo organismo material e social da empresa ou
organização.
 Comandar – Dirigir e orientar as pessoas.
 Coordenar – Ligar, unir, harmonizar todas as acções e todos os esforços
colectivos.
 Controlar – Verificar que tudo ocorra de acordo com as regras
estabelecidas e as ordens dadas.

Não obstantes as funções da administração proposta por Fayol, segundo Chiavenato


(2000), o mesmo propôs 14 princípios fundamentais da administração, nomeadamente os
princípios da: Divisão do trabalho; Autoridade e responsabilidade; Disciplina; Unidade de
comando; Unidade de direcção; Subordinação dos interesses individuais aos interesses
colectivos ou organizacionais; Remuneração do pessoal; Centralização; Cadeia escolar
(linha de autoridade); Ordem; Equidade; Estabilidade do pessoal; Iniciativa; e, Espírito de
equipa.

Como podemos verificar, segundo Schultz (2016), a proposta de Fayol é


fundamentada numa concepção ‘‘top-down’’, isto significa que, a mesma se preocupa com
a forma e a disposição organizacional e com as inter-relações estruturais das partes.

Conforme Chiavenato (2000), segundo Fayol, toda organização tem seis funções
básicas, sendo que, cada uma delas possui a sua actividade no processo administrativo e no
sistema da organização, a saber: Função Técnica, Função Comercial, Função
Contabilística, Função de Segurança, Função Financeira e Função Administrativa.

1.4.2. Administração Científica

Frederick Winslow Taylor (1856-1915), considerado como o principal percursor da


teoria da Administração Científica, em sua obra ‘‘princípios da administração científica’’
(Título original:The principles of scientific management), publicada em 1911, propõe a
racionalização do trabalho por meio do estudo dos tempos e movimentos. O estudo
apresentado por este autor visava definir uma metodologia que deveria ser seguida por
todos os trabalhadores, introduzindo a padronização do método de trabalho e das
ferramentas utilizadas, objectivando optimizar a capacidade humana em benefício da
organização e administração organizacional.

A abordagem característica da Escola da Administração Científica é a ênfase nas


tarefas. A denominação ‘‘Administração Científica’’ deveu-se a tentativa de aplicação dos
métodos da ciência na resolução dos problemas da administração, visando atingir a
máxima eficiência industrial. Com base nos seus estudos, procurou eliminar o desperdício
e elevar os níveis de produtividade por meio da aplicação de métodos e técnicas da
engenharia industrial (2000).

Com a publicação da sua obra em 1911, vulgo Princípios da Administração


Científica, segundo Chiavenato (2000), Taylor concluiu que a racionalização do trabalho
operário deveria ser logicamente acompanhado de uma estruturação geral da organização e
que tornasse coerente a aplicação dos seus princípios.

Dentre a profusão de princípios defendidos pelos diversos autores da Escola da


Administração Científica, os mais importantes considerados Princípios da Administração
Científica, segundo Taylor, são:

1. Princípio do Planeamento: substituir no trabalho a improvisação e empirismo


pelos métodos baseados em procedimentos científicos, através do planeamento
dos métodos.
2. Princípio da Preparação: de acordo com os métodos planeados, seleccionar os
trabalhadores de acordo com as suas aptidões e prepará-los para produzirem
mais e melhor. Além da preparação dos trabalhadores, também, a preparação do
Lay-Out e toda ferramenta útil para o trabalho.
3. Princípio do Controlo: controlar a execução das tarefas para se certificar se as
mesmas estão a ser executadas como planeadas. Aqui, o objectivo é averiguar
os desvios entre o planeado e o realizado.
4. Princípio da Separação entre a Preparação e Execução: distribuição distinta
das atribuições e das responsabilidades, para que a execução do trabalho seja
mais disciplinada.

Na visão de Taylor, explica Chiavenato (2000), a tarefa é “o mais importante


elemento da administração científica”, já que, se esta for bem “regulada” para ser
executada, o funcionário trabalhará “feliz e próspero” por muito tempo. A administração
Científica restringiu-se fundamentalmente nas tarefas e aos factores ligados com o cargo e
função do trabalhador. Muito embora a organização seja constituída de pessoas, os
fundamentos desta teoria deram pouca ênfase as mesmas, concebendo a organização como
uma máquina.

1.4.3. Relações Humanas

A teoria das relações humanas surgiu como consequência das experiências de


Howthorne, desenvolvida por Elton Mayo e outros autores. O surgimento desta teoria foi,
basicamente, um movimento de reacção e oposição às Teorias Clássicas da Administração.

No Quadro nº 01 são citadas as principais dissemelhanças entre a Teoria Clássica e


a Teoria das Relações Humanas. A primeira apresenta uma concepção mecanicista,
baseada em regras e regulamentos, com ênfase nas necessidades económicas dos
trabalhadores. A segunda considera a organização como um sistema social, apoiado em
sentimentos, atitudes e emoções dos grupos que a constituem, com ênfase nas necessidades
sociais e de segurança dos trabalhadores (Silva, 2013).

Quadro 1 - Comparação entre a Teoria Clássica e a Teoria das Relações Humanas

Teoria Clássica Teoria das Relações Humanas


• Organização vista como máquina • Organização vista como grupos de
pessoas
• Ênfase nas tarefas ou na tecnologia • Ênfase nas pessoas
• Inspirada em sistemas de engenharia • Inspirada em sistemas da psicologia
• Autoridade centralizada • Delegação de autoridade
• Linhas claras de autoridade • Autonomia do empregado
• Especialização e competência técnica • Confiança e abertura
• Acentuada divisão do trabalho • Ênfase nas relações entre as pessoas
• Confiança nas regras e nos • Confiança nas pessoas
regulamentos
• Clara separação entre linha e staff • Dinâmica grupal e interpessoal
Fonte:(Chiavenato, 2000)

CAPÍTULO II – FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS NO

CRESCIMENTO ORGANIZACIONAL

“Os processos básicos de gestão surgem como indispensáveis a qualquer tipo de


organização de quaisquer actividades em que os elementos humanos, materiais e
financeiros sejam combinados para atingir determinados objectivos. Foi sobretudo a partir
dos meados do século XX que muitas empresas redescobriram a importância dos trabalhos
administrativos nas organizações” (Carvalho, 2019, p.10),

Segundo o Dicionário de Gestão, “função é o conjunto de tarefas com um ou mais


objectivos que identificam um posto de trabalho” (Gaspar, Lucena, Barracho & Barracho,
2014, p. 85).
Para Sá (2018), funções adminstrativas são um todo integrado, cíclico, dinâmico e
interactivo que formam o processo administrativo.

Maximiano (2006, p. 12), destaca que “O processo administrativo abrange cinco


tipos de funções: planeamento, organização, liderança, execução e controle”

Segundo João Marcelo Barreto, Henry Fayol, em 1916, apontou, em seu estudo, as
principais funções da Administração (Previsão, Organização, Coordenação, Comando e
Controle). O autor salienta ainda que, qualquer que seja a organização privada, pública ou
do terceiro sector, dos mais diversos tamanhos sejam elas, pequena, média ou grande, o
administrador precisará desempenhar pelo menos essas funções. Estas funções estão inter-
relacionadas, mas coordenadas independentemente para atingir os objectivos
organizacionais (Barreto, 2017, p.39).

2.1. Funções Administrativas

José Eduardo de carvalho no seu livro Gestão de Empresas, Publicado em 2019,


afirma que “a maior parte dos teóricos, cuja actividade é reconhecida, continua admitir que
o processo de gestão comporta cinco funções – Planear, organizar, dirigir, coordenar e
controlar” (Carvalho, 2019, p. 16).

Para Carvalho (idem), o planeamento releva a sua importância de ao mesmo tempo,


perscrutar e preparar o futuro. É a função responsável por traçar o resultado esperado, a
linha de conduta a seguir, as etapas a vencer e os meios a empregar. O autor salienta ainda
que planear é, já por si, agir porque põe em jogo todos serviços e todas funções da
organização.

A organização foca a importância de construção da estrutura das actividades


necessárias para se atingirem os objectivos, a repartição dessas actividades e atribuição de
autoridade e responsabilidade para obtenção dos resultados (Carvalho, 2019, p.16).

O autor acima citado, salienta ainda que, os princípios de direcção e coordenação


são abordados conjuntamente. A direcção respeita à forma como emitem as instruções, os
processos de tomada de decisão e o modo de envolvimento e mobilidade do factor
humano. A coordenação corresponde a ligar, unir harmonizar todos os actos e todos
esforços, no sentido do fim último a alcançar, inclui também o intercâmbio de informações
com as forças do meio circundante (Carvalho, 2019, p.16).

A função controlo é relevada como instrumento para avaliar e ajustar os resultados


efectivamente apurados com os pressupostos traçados no planeamento, numa perspectiva
essencialmente dinâmica e construtiva (Carvalho, 2019, p.17).

Para Maximiano (2000), observar um gestor em acção leva invariavelmente a


constatação de que o trabalho do gestor é variado, não é padronizado e não segue a ordem
implícita na sequência planear – organizar – dirigir-controlar.

2.2. Crescimento Organizacional.

Para Maximiano (2000, p.91), as organizações são os principais cenários em que se


desenvolve o processo administrativo.

Conforme Barreto (2017, p.12) pode-se conceituar uma organização como o


conjunto de pessoas que se dedicam a alcançar objectivoscolectivos, os quais não seriam
factíveis sem o esforço em grupo. Para além da união dos indivíduos, deve haver a
alocação de recursos.
Existe uma organização todas as vezes que duas ou mais pessoas interagem para
alcançar certo objectivo (Megginson, 1998);
A organização consiste num grupo humano, composto por especialistas que
trabalham em conjunto numa actividade comum (Caravantes, 1998);
Uma organização é um sistema de recursos que procura realizar algum tipo de
objectivo ou conjunto de objectivos (Maximiano, 2006).
Para Sebastião Teixeira, uma organização é uma entidade social, constituída e
estruturada voluntariamente de forma a atingir metas e objectivos bem definidos (Teixeira,
2013).

Segundo José Carvalho, “crescer significa sair de um estado por definição limitado, e
passar para um novo estado, por definição superior ao anterior” (Carvalho, 2019, p.275).

Maximiano (2000) aponta que, muitas organizações têm uma estratégia deliberada de
crescimento, que significa prestígio, segurança contra concorrentes, poder de barganha e
aumento de retorno sobre o investimento.
Para Seifert e Vizeu (2015), crescimento organizacional é aumento quantitativo de
tamanho, expansão de lucros, vendas e funcionários por uma organização.

2.3. Planeamento

O futuro não é apenas inevitável, mas também incerto. Incerteza é uma condição que
ocorre quando se dispõe de poucas informações ou quando não se tem controle sobre os
eventos. Para uma organização, o futuro torna-se incerto quando há insuficiência de
informações sobre o comportamento da concorrência, dos consumidores, fornecidores,
fontes de financiamento e outros segmentos relevantes do ambiente (Maximiano, 2000).

“Nem todo futuro é desconhecido ou incerto. É possível antever com razoável grau de
precisão alguns eventos, porque estão sob controle, são consequências previsíveis de atos e
decisões passadas, ou estão dentro de um calandário regular” (Maximiano, 2000, p. 175)

Barreto (2017) salienta que, a organização necessita coordenar suas atividades,


considerando o futuro de modo integrado e de forma racional, abrangendo: preparar-se
para o inevitável, ter opções frente ao indesejável, controlar o controlável, adotar
procedimentos formalizados, padronizados e sistemáticos, exercer o controle de todo o
processo.

2.3.1. Conceito de planeamento

Planear significa definir objectivos ou metas para o desempenho organizacional futuro e


decidir sobre as tarefas, as acções e uso dos recursos necessários para sua realização (Daft,
1999).

Para Barreto (2017), Planeamento pode ser conceituado como um processo desenvolvido
para o alcance de uma situação desejada de um modo mais eficiente, eficaz e efetivo, com
a melhor concentração de esforços e recursos pela empresa.

Segundo Carvalho (2019), Planeamento é o processo pelo qual tentamos aumentar a


probabilidade dos resultados futuros desejados, para além da probabilidade de que tal
aconteça por acaso. Assenta na definição das finalidades e dos objetcivos da empresa e na
ponderação das alternativas para os alcançar.

O autor supracitado (idem) salienta que, é importante destinguir o termo Planeamento de


outros conceitos que lhes estão próximos:
 Previsão: é a avaliação, com certo grau de confiança (probabilidade) da evoluação
de uma grandeza num dado horizonte. Frequentemente, a avaliação é feita através
de dados do passado e sujeita a certas hipotéses;

 Prospectiva: é um panorama dos futuros possíveis (futuríveis), ou seja, dos


cenerários improváveis, tendo em conta um jogo de premissas (factos + opiniões).
A prospectiva não encara o futuro apenas como prolongamento do passado; visa o
estudo das causas científicas, técnicas, económicas e sociais que aceleram a
evolução do mundo moderno e a previsão das situações que podem decocorrer das
suas influências conjulgadas;
 Estratégia: é a relação entre um ponto de partida e um ponto de chegada; visa
transformar as circunstâncias desfavoráveis em circunstàncias favoráveis.

Para Maximiano (2000), o processo de Planeamento é a ferramenta que as pessoas e


organizações usam para administrar suas relações com o futuro. É uma aplicação
específica do processo decisório. As decisões que procuram, de alguma forma influênciar o
futuro, ou que serão colocadas em prática no futuro, são decisões de Planeamento.

Maximiano (idem) destaca que, com base nesse conceito básico, o processo de
Planeamento pode ser definido de várias maneiras:

 Planiar é definir objectivos ou resultados a serem alcançados;


 É definir meios para possibilitar a realização de resultados;
 É interferir na realidade, para passar de uma situação conhecida a outra situação
desejada, dentro de um intervalo de tempo;
 É tomar no presente decisões que afectem o futuro, para reduzir sua incerteza.

Segundo Cortê Real (2012, P. 40), planear é utilizar um método para dirigir, coordenar e
controlar o futuro. Planear significa definir objectivos ou metas e a forma de alcançá-los. É
a seleção de objectivos e a maneira de realizá-los. Os objectivos são futuro e por isso o
planeamento define onde a empresa deseja estar no futuro.

Deste modo, Cortê Real (idem), considera os aspectos centrais do planeamento, os


seguintes:

 Estabelecer objectivos ou metas;


 Definir curso de acção;
 Determinar necessidades de recursos;
 Estabelecer elementos de controlo.

2.3.2. Etapas do Planeamento

O processo de planeamento consiste em definir planos. Em essência, um plano contém


objectivos e formas de realizá-los. Planear é um processo e os resultados são os planos. O
processo de planear compreende três etapas principais: definição de objectivos, definição
dos meios de execução e definição dos meios de controle (Maximiano, 2000).

2.3.3. Níveis do Planeamento

Os planos já foram classificados segundo diferentes critérios. Dependendo da abrangência


e do impacto que têm sobre a organização, eles podem ser classificados em três níveis
principais: estrátégicos, funcionais e operacionais (Maximiano, 2000).

2.3.4. Contribuição do planeamento no crescimento das

organizações.

Segundo Maximiano (2000), numa organização proactiva, o processo de planeamento


permite elevar o grau de controle sobre o futuro dos sistemas internos e das relações com o
ambiente. A organização que planea procura antecipar-se as mudanças em seus sistemas
internos e no ambiente, como forma de garantir sua sobrevivência eficácia.

Para Maximiano (2000), há três tipos de necessidades que levam as organizações a invetir
na actividade do planeamento: necessidade ou vontade de interferir no curso dos
acontecimentos e criar o futuro; necessidade de enfretar eventos futuros conhecidos ou
previsíveis e necessidade de coordenar eventos e recursos entre si.

Barreto (2017, P. 54), destaca dois benefícios que o planeamento traz para a organização.
O primeiro é a antecipação de oportunidades. “Podem-se visualizar as chances
mercadológicas que surgirão para a empresa e que mudem o direcionamento empresarial.
Em outra forma de gerir, passariam despercebidas e não se aproveitaria a ocasião de
mudança. Avaliando-se pelo aspecto das ameaças, os gestores da empresa visualizariam as
possibilidades mercadológicas que trariam maus resultados e tomariam as medidas
necessárias”. Um segundo atributo a ser conquistado com essa metodologia de gestão é a
selectividade. “ O gestor empresarial identificará e focará suas ações apenas no que faz a
diferença”. O gasto de esforços e de recursos estaria voltado para aquelas actividades que
melhor apresentem resultado para a companhia.

Carvalho (2019) salienta que, com a função planeamento as empresas passaram a procurar
conhecer a evolução do ambiente, e com ela as ameaças e as oportunidades e a refletir
sobre os seus pontos fortes e fracos, a fim de definirem objectivos e gizarem uma estratégia
adequada.

Para Carvalho (2019), o processo de planeamento faz com que as organizações não
aceitem e não procurem apenas responder as alterações do ambiente, mas procurem criar o
seu futuro, definindo metas ambiciosas e encontrando soluções criativas e empreendedoras
para as atingir.

CAPÍTULO III – ESTUDO DE CASO: SOLAR VALORIZZA,

CORRETORA DE SEGUROS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Lakatos, E. & Marconi, M. (2013).Sociologia Geral.São Paulo:Editora Atlas.


Carvalho, J. E. (2019).Gestão de Empresas – Princípios Fundamentais (5ª Ed). Lisboa:
Edições Sílabo.
Gaspar, F.,Lucena J.,Barracho C., & Fernando, B. (2014).Dicionário de Gestão.Lisboa:
Escolar Editora.
Da Fontoura, f. &Tenório, F. ( 2020).Desenvolvimento Organizacional Multidimensional:
uma perspectiva crítica para os estudos organizacionais. Redes (St. Cruz Sul, Online),
25(2), p. 590-609.
Barreto, J. (2017). Introdução à Administração. Salvador: UFBA, Faculdade de Ciências
Contábeis, Superintendência de Educação a Distância.
Gomes, B. (2022). METODOLOGIA, MÉTODOS E TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO:
Conceitos, modelos e práticas. Luanda: Caneta de Estilo.
Maximiano, A. (2000). Introdução a Administração. São Paulo: Atlas

Bibliografia a consultar

Teixeira, S. (2013). Gestão das Organizações. Lisboa: Escolar Editora.

Tamo, K. (2012). Introdução à Gestão das Organizações. Luanda: Capatê Publicações.

Chavenato, I. (2014). Administração – Teoria, Processo e Prática. Manole: Edição


Compacta.

Hillier, F. & Hillier M. (2014). Introdução à Ciência da Gestão. Amgh Editora.

Maximiano, A. (2011). Introdução a Administração. Editora Atlas

Ferreira, M., Santos, J., Reis, N. & Marques, T. (2010). Gestão Empresarial. Lidel

Olivera, D. (2009). Fundamentos de Administração – Conceitos e Práticas Essencias.


Atlas.

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