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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia

Tema: Estados Exíguos.

Discentes:

Alcídes Fernando Chicombo

Daniel Ferrão Nhombe

Mirela Margarida Chissano

Sheila Escondido Cadeado

Trabalho em grupo da cadeira de Direito Internacional Público, 2º ano do curso de Direito,


Período Laboral, por orientação do Docente Sérgio Baptista.

Outubro, 2022
Índice
Introdução .................................................................................................................................. 3

Objectivos: ............................................................................................................................. 3

Metodologia: .......................................................................................................................... 3

Estrutura do Trabalho ............................................................................................................. 3

Conceito de Estado .................................................................................................................... 4

Elementos do Estado .............................................................................................................. 4

Etimologia de Exíguo ............................................................................................................. 4

O Estado Exíguo ........................................................................................................................ 5

Exemplo de Estados Exíguos ..................................................................................................... 5

Santa Sé .............................................................................................................................. 5

Direitos dos Estados ............................................................................................................... 6

Reconhecimento do Estado .................................................................................................... 7

Admissão dos Estados Exíguos nas Nações Unidas .................................................................. 7

Estados Exíguos e os Estados Limítrofes ............................................................................... 7

Conclusão ........................................................................................................................... 8

Referências Bibliográficas .................................................................................................. 9

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Introdução
A aplicação dos direitos e deveres bem como as relações entre Estados, constitui uma matéria
que está ligada ao Direito Internacional Público. Buscando implementar de forma sistemática,
normas que regem as relações exteriores entre os sujeitos que integram a Sociedade
Internacional. Assim sendo visa regulamentar as relações entre os Estados, bem como entre
Estados e nacionais de outros Estados, e ainda entre Estados e organismos internacionais, neste
diapasão o presente trabalho pretende debruçar mormente no que tange aos Estados Exíguos,
onde abordaremos sobre á conceituação, classificação e caracterização dos mesmos Estados.

Objectivos:
Objectivo Geral: Abordar sobre os Estados numa perspectiva exígua;

Objectivo Específico:

• Compreender á dinâmica de um Estado Exíguo;


• Identificar as características do referido Estado;
• Debruçar sobre á destrinça entre os Estados exíguos e outros Estados.

Metodologia:
Para á realização do referido trabalho, em prima facie, sucedeu um processo de pesquisa, coleta
e investigação qualitativa de dados para a averiguação e enriquecimento do tema em analise.

Estrutura do Trabalho
No tocante a estrutura do trabalho, apresenta-se da seguinte maneira: Introdução, onde
abordamos sobre o tema; os objectivos, a metodologia usada para a realização do mesmo,
seguido a estrutura do trabalho por fim apresentamos as últimas considerações e as
bibliografias onde apresentamos os alicerces do trabalho.

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Conceito de Estado
Antes de debruçarmos, mormente aos Estados Exíguos, é mister elucidar oque será um Estado.
Segundo o professor Marcelo Rebelo de Sousa (2000, p22). Estado deve ser entendida como
uma colectividade, ou seja, um povo fixo num determinado território que nele institui, por
autonomia própria, um poder político relativamente autónomo.

Elementos do Estado
São três os elementos integrantes do conceito de Estado, nomeadamente: Povo; Território e
Poder-político.

• Povo: é o conjunto de sujeitos cidadãos ou nacionais de cada Estado, ligados a um


determinado Estado por um vínculo Jurídico de nacionalidade. Este conceito não se
confunde com o de população que corresponde a um conjunto e pessoas físicas
residentes no território de um Estado num determinado momento histórico, sejam elas
nacionais, estrangeiros ou apátrida.
• Território: é um elemento essencial que condiciona a existência de um Estado, é a aria
onde implementa-se um Estado, que integra o solo e o subsolo pertencentes ao Estado,
toda a extensão aria existente sobre o território e o mar que é a faixa das águas na qual
pertence a Estado explorar seus recursos. O território constitui uma condição
internacional, circunscreve o âmbito do poder soberano do Estado bem como representa
um meio de actuação jurídico-política do Estado.
• Poder Político: é a faculdade exercida por um povo de, por autonomia própria, instituir
órgãos que exerçam, com relativa autonomia, a jurisdição sobre um território, nele
criando e executando normas jurídicas, usando os necessários meios de coação.

Etimologia de Exíguo
Segundo o dicionário e integração da língua portuguesa, o termo “Exíguo”, provem do Latim
exigúu que significa, insuficiente; escasso; pequeno. Ou seja, aquilo que possui dimensões
menores, em que há escassez.

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O Estado Exíguo
Os Estados Exíguos, também designados por Microestados, correspondem á comunidades
políticas que, pela sua diminuta extensão territorial e populacional, não está em condições de
exercer plenamente a sua soberania. Estes Estados possuem os elementos essências para que
sejam designados Estados, porém. Pela sua exiguidade territorial e populacional, não estão em
condições de exercer com plenitude sua soberania, particularmente o ius belli. (Fausto de
Quadros, 3. edª, p 354).

Segundo Thiago Carvalho Borges (2011, p 138). Os Estados Exíguos, “possuem soberania
interna, e a autonomia externa para serem partes em tratados, mas não possuem o jus belli que
lhes proporciona a defesa própria, tornando-os dependentes de outros Estados”, de alguma
maneira possuem uma vinculação com outros entes. A pesar dos Exíguos territoriais contarem
com todos os elementos de um Estado, encontram incompletos por não exercer sua plenitude
soberana, na qual um Estado declara-se livre e igual ao demais no âmbito internacional.

Exemplo de Estados Exíguos


Alguns destes Estados, mantem-se até então, pelo valor sociocultural que apresentam exemplo
disso são: os Principados de Mónaco e Liechtenstein e a República são Marino. Mónaco tem
1,9 km² de extensão territorial, Liechtenstein possui uma extensão territorial de 160 mk², e São
Marino possui pouco menos de 61 mk², (André Gonçalves Perreira,3. edª, p 354).

Não entram nesta categoria de Exiguidade territorial, Andorra, Seychelles, São Tomé e
Príncipe, Madagáscar e muito menos, á cidade de Vaticano, que consiste no suporte territorial
de outro sujeito de Direito Internacional, que é a Santa Sé. Importa frisar que os Estados são
Estados independentes, e sujeitos do Direito Internacional. (Thiago Carvalho Borges 2011, p
138).

Santa Sé
Por razões históricas, a Santa Sé, com sede na cidade do Vaticano, em Roma capital da Itália,
é equiparada aos Estados como sujeito de direito internacional, sui generis, uma vez que possui
elementos assemelhados a de um Estado, a população não adquire a nacionalidade Vaticana,
mas sim a cidadania vaticana que é também atribuída aos cardiais residentes em Roma, porem
conservam a sua cidadania de origem, além de ser a cúpula governativa da Igreja Católica,

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entretanto a participação efectiva da Santa Sé na sociedade internacional se dá através de
realização de acordos com os Estados soberanos chamados de concordatas, entretanto como
referimos a Santa Sé, tem um caracter sui generis, por se assentar em um território de um Estado
Soberano e ao mesmo tempo ser um Sujeito de Direito Internacional.

Direitos dos Estados


Como referimos anteriormente, os Estados Exíguos, possuem todos os elementos de um
Estados, porém não podem exercer com plenitude a sua Soberania. Entretanto existem três
tipos de direito dos Estados que marcam sua intervenção no âmbito internacional. (Jorge Bacela
Gouveia, 3.ª ed, p 499)

• Ius Tractum;
• Ius Legationis;
• Ius Belli.

O ius Tractum, representa a faculdade concebida aos Estados para celebrar tratados
internacionais, e convenções multilaterais, e nele se incluem todos os restantes actos que se
podem inscrever na dinâmica que é própria da contratação internacional;

O ius Legationis, corresponde ao estabelecimento de relações diplomáticas e consulares, activa


ao mandar e passiva ao receber;

O ius Belli, consiste na possibilidade de se usar a força ao abrigo do direito internacional e


fazer guerra, porém, agora é unicamente concebido numa acepção defensiva, dentro do quadro
de direito a legitima defesa. Os Estados Exíguos não possuem o ius belli, e por isso entende-se
que não podem ceder no seu território bases militares a terceiros Estados, por representar um
perigo aos Estados limítrofes. Possuem ainda o Direito de Reclamação Internacional, e podem
ser parte do Estado do Tribunal Internacional.

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Reconhecimento do Estado
O reconhecimento de um Estado, corresponde a faculdade política que um Estado soberano,
reconhece no entre ente, uma semelhança de condições. Quando comunidade humana, sob uma
liderança, domina um território sem depender de nenhum outro Estado, pode iniciar um
processo político de reconhecimento internacional, para integrar a sociedade internacional.
Assim sendo o reconhecimento de um Estado é um acto unilateral, emitido por meio de um
sujeito de direito internacional, no uso de sua soberania, faz ver que entende presente um outro
ente as condições necessárias para exercer internacionalmente a soberania e, assim reconhece-
lhe como uma personalidade jurídica internacional idêntica a sua própria, configurando-lhe na
condição de um Estado. (Thiago Carvalho Borges, 2011, p 139)

Admissão dos Estados Exíguos nas Nações Unidas


Em 1920, o Estado de Liechtenstein, teve sua candidatura rejeitada, alegadamente porque, “se
tratava de um Estado soberano, mas sem exército, que delegou em certas potencias atribuições
a sua soberania e que não parece em condições de cumprir todas as obrigações internacionais
que lhe poderiam caber em virtude do pacto”. E por muito tempo, muitos estados não foram
membros das Nações Unidas, por não satisfazem as obrigações de admissibilidade. Porém,
hodiernamente a situação mudou, e muitos dos Estados Exíguos, fazem parte nas Nações
Unidas, bem como nas agências especializadas como a UNESCO e a OMS.

Estados Exíguos e os Estados Limítrofes


Embora estes Estados não exerção com plenitude sua soberania, existem outros Estados
chamados limítrofes, onde alguns autores, designam esta relação entre o Estado Exíguo e o
Estado Limítrofe pelo nome de amizade protetora, (Jorge Bacelar Gouveia, 3.ª ed, p 356).

A principal restrição á soberania dos Estados exíguos é competência especial do Estados


limítrofe (a França para o Mónaco; a Itália para São Marino; a Suíça para o Liechtenstein). Em
virtude da convecção celebradas com o Estado Exíguo, o Estado limítrofe exerce certos poderes
no território exíguo, como a gestão de alguns serviços públicos, vai assegurar a protecção
militar do Estado exíguo, e exerce em parte a sua representação diplomática, nos Estados em
que não convier ao Estado Exíguo.

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Conclusão
É de referir, que existem excepções no que concerne a aquisição da soberania de um Estado,
sabendo de ante mão, que a mesmo corresponde na independência de um Estado no âmbito
interno, e na igualdade soberana em comparação com ostros entes, exemplo disso são os
Estados Exíguos ou Microestados, que correspondem á comunidades políticas que, pela sua
diminuta extensão territorial e populacional, não está em condições de exercer plenamente a
sua soberania. Ademais é mister salientar que esta insulínica soberana, esta ligada ao facto do
mesmo ter um território exíguo, impossibilitando de ter uma força bélica, tendo de recorrer ao
auxilio dos Estados limítrofes.

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Referências Bibliográficas
o BORGES. Thiago Carvalho. Curso de Direito Internacional Público e Direito
Comunitário. São Paulo, Editora Atlas S.A- 2011;
o GOUVEIA. Jorge Bacelar. Manual de Direito Internacional Público. 3. Ed.
Almedina;
o GUTIER. Murillo Sapia. Introdução ao Direito Internacional Público. Uberaba-MG.
2011.
o PEREIRA. André Gonçalves & QUADROS. Fausto de. Manual de Direito
Internacional Público. 3. ed. Almedina. 2009;
o SOUSA. Marcelo Rebelo & Galvão. Sofia. Introdução ao Estudo do Direito. 5. Ed.
Lisboa, 2000. https://infoescola_direito_internacional/estados_exiguos/pt.

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