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SIMULADO – PREPARATÓRIO PISM – MÓDULO II

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SIMULADO – PREPARATÓRIO PISM – MÓDULO II

LINGUA PORTUGUESA

Leia o texto a seguir e responda à questão 1:


Brasil: Calor espanta cientistas e Super El Niño acende alerta
Temperaturas estão até 6 graus celsius acima da média para esta época do ano

O Brasil enfrentará nos próximos dias uma das piores ondas de calor que se tem notícia. Segundo informações divulgadas
pelo site MetSul, as temperaturas devem atingir 45 graus celsius ou mais em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso
do Sul e Mato Grosso. Além disso, Tocantins, Bahia, Piauí e Espírito Santo também devem sofrer com dias acima dos 40
graus celsius.
De acordo com levantamento feito pelo Metsul, as máximas vão ficar até 15 graus celsius acima da média histórica em
milhares de municípios do país, o que torna a atual onda um fenômeno sem precedentes.
Além a intensidade incomum, a onda de calor também será mais longa que o habitual, podendo se estender por até 14 dias,
o dobro do considerado normal pelos climatologistas. “O Centro-Oeste, o interior de São Paulo e pontos de Minas Gerais
podem ter máximas em muitas cidades de 42ºC a 44ºC, mas com registros em algumas cidades tão altos quanto 45ºC a
46ºC ou mais”, diz trecho do alerta divulgado pelo MetSul. “Trata-se, assim, de evento de calor muito fora do comum e
potencialmente a onda de calor mais intensa a atingir o Brasil em máximas nominais desde o começo das medições
meteorológicas no começo do século XX”, prossegue o instituto.
A atual onda que afeta o território nacional se insere numa série de fenômenos extremos que se abateram sobre o país nos
últimos meses. Desde o início de 2023, as temperaturas estão acima dos padrões históricos na quase totalidade do
Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, outubro foi o quarto mês seguido de temperaturas sem
precedentes. No mês, as máximas estiveram até 6 graus Celsius acima da média histórica em metade do país.
A região Centro-Oeste é uma das mais afetadas pela escalada nos termômetros. Em Campo Grande, no Mato Grosso do
Sul, a média máxima de outubro chegou a espantosos de 34,9ºC, 3,6ºC acima do esperado para essa época do ano. Além
da canícula, choveu só 18,6 mm na capital sul-mato-grossense, quando o esperado era de 150,6 mm. Situação ainda pior
acontece em Cuiabá, no Mato Grosso, onde estações meteorológicas cravaram 39,4ºC de temperatura média máxima, seis
graus acima do que se esperava. Além disso, a capital teve 14 dias com temperatura acima de 40ºC somente em outubro.
Num dos dias de calorão, os termômetros cravaram 44,2ºC, a maior temperatura já observada na cidade desde o começo
das medições, em 1911.
El Niño ganha força: além das mudanças climáticas, parte do calor que se abate sobre o Brasil e o mundo pode ser atribuído
ao El Niño. Fenômeno natural que consiste no aquecimento das águas do Oceano Pacífico ao longo da costa do Peru, o El
Niño interfere no clima de todo o planeta, promovendo temporadas de calor anormal nos Hemisférios Norte e Sul.
Nesta semana, cientistas alertaram que o atual fenômeno, iniciado em julho, vem ganhando força e deverá ser um dos mais
fortes que se tem registro. É o que os climatologistas classificam como Super El Niño.
Nos últimos dias, a anomalia de temperatura do mar se elevou para 1,8ºC. Trata-se do maior valor semanal de anomalia
informado pela Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), agência de clima do governo dos Estados Unidos.
Segundo a NOAA, trata-se do maior aquecimento nesta parte do Oceano Pacífico desde a semana de 9 de março de 2016,
quando aconteceu o último Super El Niño. Com isso, novos extremos de chuva e seca devem ser esperados no Brasil,
acendendo o alerta para o verão. Segundo o MetSul, temporais com volumes muito acima da média podem acontecer nos
próximos meses na região Sul do país. Também há risco de acumulados acima do normal em partes do Centro-Oeste e do
Sudeste, principalmente no Mato Grosso do Sul e São Paulo. No Norte, que sofre com a longa estiagem e as queimadas na
floresta amazônica, a chuva deve seguir abaixo da média. E no Nordeste, o instituto afirma que a seca pode se agravar nos
primeiros meses de 2024.
O alerta da Nasa: pesquisadores da Nasa, a agência espacial americana, elaboraram um estudo sobre as consequências de
um aumento de 2 graus celsius na temperatura da Terra. Esse cenário, segundo Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas (IPCC), da ONU, pode acontecer em 20 anos, caso os países não se comprometam com cortes drásticos nas
emissões de gases do efeito estufa. A pesquisa mostra que as regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil estão entre as mais
vulneráveis do planeta às mudanças climáticas. Essa extensa faixa do Brasil, afirmam os pesquisadores, sofrerá com a falta
de chuvas, a queda da umidade e o aumento das condições propícias para incêndios florestais de grande escala.
(https://veja.abril.com.br/agenda-verde/brasil-calor-espanta-cientistas-e-super-el-nino-acende-alerta)

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QUESTÃO 1. A leitura atenta do texto permite identificar diversas consequências associadas ao fenômeno
climático descrito. Com base nessa leitura, qual das alternativas descreve corretamente um efeito observado e
relatado no texto?

A) Em São Paulo e Minas Gerais, a temperatura máxima histórica foi superada, chegando a 45ºC, o que representa um
aumento moderado quando comparado com a média histórica para esta época do ano.
B) A onda de calor que atinge o Brasil provocou temperaturas que superaram a média histórica em até 15ºC, levando a
uma situação de emergência climática e ambiental sem precedentes no país.
C) A Nasa e o IPCC desconsideram o aumento da temperatura global em suas projeções futuras, indicando que as
mudanças climáticas terão um impacto irreversível nas condições ambientais do Brasil.
D) De acordo com o estudo da Nasa, o aumento de 2ºC na temperatura global terá um impacto inexpressivo nas
regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, que são a mais vulnerável às mudanças climáticas.
E) A região Sul do Brasil deve manter os volumes de chuva nos próximos meses, enquanto o Norte deverá ter um
aumento de precipitação, o que pode mitigar os efeitos da estiagem e das queimadas na Amazônia.

Leia o texto opinativo a seguir para responder às questões 2 e 3:

As instituições funcionam. Mas para quem?


A desigualdade social é precedida e perpetuada por uma desigualdade jurídica. Há um Estado efetivo para uma minoria de
privilegiados e outro, precário, para uma maioria de marginalizados

Desde a Era Iluminista, os Estados nacionais foram reconfigurados pela sucessiva consolidação de três categorias de
direitos: civis (como propriedade ou liberdade de expressão), políticos (de eleger e ser eleito) e sociais (como educação,
saúde ou previdência). A Constituição de 88 consagrou essa evolução. Ao constituir a República como um Estado
“Democrático de Direito”, ela estabelece que a lei é igual para todos e será definida e implementada pelo povo, por meio de
seus representantes eleitos no Legislativo e Executivo, e interpretada pelo Judiciário, cujos representantes máximos nas
cortes superiores são selecionados pelos representantes eleitos. Sobre os dois pilares da “democracia liberal”, o constituinte
arquitetou o terceiro aspecto do Estado moderno: o “bem-estar social”.
Esse governo “do povo, pelo povo, para o povo, não perecerá na terra”, augurou Abraham Lincoln. Mas na última década ele
tem se degradado em todo o mundo. Institutos como o V-Dem, o Economist Intelligence Unit, a Freedom House e o World
Justice Project documentam a deterioração das instituições democráticas, das liberdades fundamentais e do Estado de
Direito. A erosão das taxas de prosperidade e igualdade vem a reboque.
O Brasil segue esse padrão, com uma agravante. Os direitos civis, políticos e sociais formalizados na Constituição estão se
deteriorando antes de terem se consolidado. Incompleta, a cidadania brasileira está se degradando. O Estado é cindido em
dois: um para uma minoria de privilegiados, outro para uma maioria de marginalizados. As elites do poder público e iniciativa
privada gozam de todas as garantias, liberdades e benesses que o dinheiro pode comprar e o poder pode conferir. No outro
extremo, há uma massa de degredados para os quais a Constituição é letra morta.
Esse “estado de coisas inconstitucional” é particularmente evidente na Justiça, em especial na Justiça penal. No ranking do
Rule of Law Index do World Justice Project, que mede a percepção do Estado de Direito junto a acadêmicos, operadores do
direito e lideranças civis, o Brasil ocupa a 81.ª posição entre 140 países. Na Justiça penal, está na 112.ª posição, com
péssimas avaliações na investigação criminal (107.ª), sistema correcional (130.ª) e tempestividade e eficácia dos
julgamentos (132.ª). O índice classifica nosso sistema prisional como o segundo menos imparcial do mundo, só à frente da
Venezuela.
Judiciário e Ministério Público, a elite do serviço público, extraem do Estado todos os privilégios possíveis e imagináveis. No
extremo oposto, o sistema prisional, uma terra arrasada de direitos, exprime a falência do Estado. Em tese, esse sistema
deveria atender a três fins: proteção da sociedade, dissuasão dos aspirantes ao crime e ressocialização dos condenados.
Na prática, ele subverte esses fins, transformando-se numa usina do crime.
A desigualdade social é precedida e perpetuada pela desigualdade jurídica. Compare-se, por exemplo, a experiência de dois
cidadãos supostamente iguais perante a lei. O ministro da Suprema Corte Alexandre de Moraes e seus familiares, que
alegam terem sido vítimas de agressão no aeroporto de Roma, foram admitidos como assistentes de acusação na fase de
investigação, um exótico privilégio, e foram favorecidos pela imposição do sigilo às filmagens que comprovariam o delito.

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Diverso foi o caso, recentemente abordado no podcast Rádio Novelo Apresenta, do jovem ativista Pedro Henrique Santos
Cruz, de Tucano, na Bahia. Frustrado após suas denúncias de abusos por policiais terem sido ignoradas pela Justiça, Pedro
organizou uma série de protestos. Por anos foi hostilizado por policiais. Em 2018, três homens encapuzados invadiram sua
casa e o executaram a tiros. Testemunhas acusam policiais. Apesar das mobilizações da família, o caso nunca foi
devidamente investigado.
As instituições estão funcionando? Depende. A resposta em Tucano será uma; em Brasília, outra. A do cidadão Alexandre de
Moraes será uma, a do cidadão Pedro Henrique não será dada, porque ele foi morto sob a negligência do Estado, senão por
agentes do próprio Estado. Mas a resposta de sua família e de uma legião de jovens da periferia como ele será inequívoca:
um categórico “não”.
(https://www.estadao.com.br/opiniao/as-instituicoes-funcionam-mas-para-quem/)

QUESTÃO 2. O texto "As instituições funcionam. Mas para quem?" visa suscitar uma reflexão crítica sobre a
realidade jurídica e social do Brasil. Em relação ao gênero textual, o que eleva a complexidade e eficácia da
argumentação apresentada no artigo?

A) O uso de exemplos específicos e contrastantes para ilustrar a disparidade entre as experiências de cidadãos diante
do sistema jurídico, reforçando a tese central de desigualdade jurídica e social.
B) A escolha de um vocabulário simplificado, que, embora torne o artigo acessível a um público amplo, compromete a
profundidade e seriedade da discussão proposta.
C) O uso de exemplos específicos e contrastantes para ilustrar a disparidade entre as experiências de cidadãos diante
do sistema jurídico, refutando a tese central de desigualdade jurídica e social.
D) A preferência por uma abordagem breve dos direitos civis, políticos e sociais, evitando detalhes que poderiam
sobrecarregar o leitor com informação técnica e jurídica.
E) A estruturação do texto em uma sequência linear e previsível de argumentos, que se alinha com as expectativas do
leitor e reforça as convenções do gênero artigo de opinião.

QUESTÃO 3. Através da análise crítica do texto, o que pode ser inferido sobre a relação entre as instituições
jurídicas e a população brasileira?

A) As instituições jurídicas no Brasil são uniformemente eficazes e imparciais, atendendo igualmente a todos os
cidadãos independentemente de sua posição social ou poder econômico.
B) O sistema jurídico brasileiro é caracterizado por uma equidade exemplar, garantindo que os direitos civis, políticos e
sociais sejam plenamente realizados para toda a população.
C) Há uma cisão evidente nas instituições jurídicas do Brasil, onde uma minoria privilegiada tem acesso a um Estado
efetivo, enquanto a maioria marginalizada enfrenta um sistema precário.
D) As instituições jurídicas do Brasil, apesar de apresentarem desafios, demonstram uma tendência de melhoria
contínua e estão próximas de alcançar um estado ideal de igualdade e justiça para todos.
E) As disparidades sociais e jurídicas são fenômenos recentes no Brasil, tendo surgido apenas na última década
devido a mudanças políticas e econômicas globais.

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Leia um trecho do conto “Amor”, escrito por Clarice Lispector e responda às questões 4 e 5:

Um pouco cansada, com as compras deformando o novo saco de tricô, Ana subiu no bonde. Depositou o volume no colo e o
bonde começou a andar. Recostou-se então no banco procurando conforto, num suspiro de meia satisfação.
Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados,
instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no
apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que
se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que
tinha na mão, não outras, mas essas apenas. E cresciam árvores. Crescia sua rápida conversa com o cobrador de luz,
crescia a água enchendo o tanque, cresciam seus filhos, crescia a mesa com comidas, o marido chegando com os jornais e
sorrindo de fome, o canto importuno das empregadas do edifício. Ana dava a tudo, tranquilamente, sua mão pequena e
forte, sua corrente de vida. Certa hora da tarde era mais perigosa. Certa hora da tarde as árvores que plantara riam dela.
Quando nada mais precisava de sua força, inquietava-se. No entanto sentia-se mais sólida do que nunca, seu corpo
engrossara um pouco e era de se ver o modo como cortava blusas para os meninos, a grande tesoura dando estalidos na
fazenda. Todo o seu desejo vagamente artístico encaminhara-se há muito no sentido de tornar os dias realizados e belos;
com o tempo seu gosto pelo decorativo se desenvolvera e suplantara a íntima desordem. Parecia ter descoberto que tudo
era passível de aperfeiçoamento, a cada coisa se emprestaria uma aparência harmoniosa; a vida podia ser feita pela mão
do homem.
No fundo, Ana sempre tivera necessidade de sentir a raiz firme das coisas. E isso um lar perplexamente lhe dera. Por
caminhos tortos, viera a cair num destino de mulher, com a surpresa de nele caber como se o tivesse inventado. O homem
com quem casara era um homem verdadeiro, os filhos que tivera eram filhos verdadeiros. Sua juventude anterior parecia-lhe
estranha como uma doença de vida. Dela havia aos poucos emergido para descobrir que também sem a felicidade se vivia:
abolindo-a, encontrara uma legião de pessoas, antes invisíveis, que viviam como quem trabalha — com persistência,
continuidade, alegria. O que sucedera a Ana antes de ter o lar estava para sempre fora de seu alcance: uma exaltação
perturbada que tantas vezes se confundira com felicidade insuportável. Criara em troca algo enfim compreensível, uma vida
de adulto. Assim ela o quisera e escolhera.
Sua precaução reduzia-se a tomar cuidado na hora perigosa da tarde, quando a casa estava vazia sem precisar mais dela, o
sol alto, cada membro da família distribuído nas suas funções. Olhando os móveis limpos, seu coração se apertava um
pouco em espanto. Mas na sua vida não havia lugar para que sentisse ternura pelo seu espanto — ela o abafava com a
mesma habilidade que as lides em casa lhe haviam transmitido. Saía então para fazer compras ou levar objetos para
consertar, cuidando do lar e da família à revelia deles. Quando voltasse era o fim da tarde e as crianças vindas do colégio
exigiam-na. Assim chegaria a noite, com sua tranquila vibração. De manhã acordaria aureolada pelos calmos deveres.
Encontrava os móveis de novo empoeirados e sujos, como se voltassem arrependidos. Quanto a ela mesma, fazia
obscuramente parte das raízes negras e suaves do mundo. E alimentava anonimamente a vida. Estava bom assim. Assim
ela o quisera e escolhera.
O bonde vacilava nos trilhos, entrava em ruas largas. Logo um vento mais úmido soprava anunciando, mais que o fim da
tarde, o fim da hora instável. Ana respirou profundamente e uma grande aceitação deu a seu rosto um ar de mulher. (...)

(https://metavest.com.br/livros/Amor-Clarice_Lispector.pdf)

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QUESTÃO 4. Considerando a linguagem e as figuras de linguagem utilizadas, qual das alternativas abaixo melhor
descreve o estilo empregado pela autora?

A) Predomina uma linguagem denotativa, com descrições precisas e detalhadas das ações de Ana, assim dando
primazia às suas impressões internas e sentimentos.
B) O texto é marcado pela utilização frequente de metáforas, como “árvores que plantara riam dela” e “raízes negras e
suaves do mundo”, que simbolizam a introspecção e a complexidade das experiências de vida da personagem.
C) Emprega-se uma linguagem predominantemente subjetiva, onde as experiências internas de Ana são descritas com
precisão científica, limitando o espaço para ambiguidade ou interpretação pessoal.
D) A narrativa faz uso de hipérboles para exagerar as atividades diárias de Ana, conferindo um tom dramático e
irrealista à descrição da rotina doméstica e ao seu papel na família.
E) A autora opta por um estilo narrativo direto e sem adornos, evitando descrições subjetivas ou o uso de elementos
figurativos que poderiam conferir profundidade à experiência de Ana.

QUESTÃO 5. A partir da leitura do trecho fornecido, o que se pode inferir sobre o estado emocional e a vida de
Ana?

A) Ana vive em constante agitação e insatisfação com sua vida, ansiando por uma existência que se distancie da rotina
e das responsabilidades de cuidar de sua família.
B) A personagem é retratada como alguém que rejeita sua vida familiar e as tarefas domésticas, buscando uma
liberdade que é constantemente negada pela sua realidade.
C) Ana encontra-se resignada com sua vida; embora haja momentos de inquietação, ela aceita seu papel e encontra
satisfação na regularidade e na estabilidade que seu lar oferece.
D) Ela é descrita como uma pessoa que não possui nenhum vínculo ou emoção em relação à sua rotina doméstica,
movendo-se através de suas tarefas de forma mecânica e desapegada.
E) Apesar de alguns momentos de reflexão e inquietude, Ana aprecia a vida que construiu e se vê como uma parte
integral e ativa de seu ambiente familiar e das "árvores" que plantou.

GEOGRAFIA

QUESTÃO 6. Nos últimos séculos, há um descompasso entre os problemas ambientais e a consciência ambiental sobre a
gravidade desses problemas. O fato histórico que marca a maior intensidade dos impactos no meio ambiente

A) são as Grandes Navegações, encerradas no século XV.


B) é a Primeira Guerra Mundial, ocorrida em meados do século XIX.
C) é a Metropolização, instituída no século XXI.
D) é a Revolução Industrial, iniciada no século XVIII.
E) são as Revoluções Técnico-Científico-Informacionais, fundadas no século XIX.

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QUESTÃO 7. Analise a charge do cartunista Seri.

Ao se referir ao Censo, a charge

A) denuncia o preconceito socioeconômico do Censo e traz ao debate a angústia da população carente, à margem das
conquistas que possam oferecer justiça social.
B) satiriza a falta de empatia dos recenseadores e demonstra a insatisfação da população com os serviços públicos,
precários àqueles que dependem de sua oferta.
C) associa o atraso ao grau de desenvolvimento da população e transfere às pessoas a responsabilidade por sua
condição, distante da noção de equidade.
D) minimiza a importância do Censo e critica o imediatismo observado em nossa sociedade, marcada pela
desvalorização da reflexão e do senso crítico.
E) ironiza o atraso na realização do Censo e remete a uma de suas funções, a de embasar políticas públicas com
dados sobre a realidade da população.

QUESTÃO 8. QUANDO NÓS MESMOS PRODUZIMOS AS TRAGÉDIAS

A tragédia no litoral paulista teve como causa imediata a excepcional chuva, a maior da história. Mas não podemos tapar o
sol com a peneira e achar que apenas as chuvas excepcionais são causa de tamanho drama. O que ocorreu, ocorre e ainda
ocorrerá se deve à ação humana. A ocupação do litoral norte de São Paulo é um exemplo desse processo. Escolhido como
lugar paradisíaco de descanso dos paulistanos de mais alta renda, foi tendo, ao longo de décadas, suas terras parceladas
por empreendedores que, em geral, as compravam de caiçaras ou, simplesmente, ocupavam áreas públicas da serra do Mar
para a construção de casas de veraneio nos melhores lugares da orla. Assim, repetindo a lógica de todas as cidades, restou
à população trabalhadora (sem a qual o paraíso de veraneio dos mais ricos não existiria) instalar-se nas encostas, nas
chamadas ocupações informais. Podemos, sim, culpar as chuvas. Mas, se olharmos só para elas, só nos restará aguardar a
próxima tragédia.
JOÃO WHITAKER e GUILHERME WISNIK
Adaptado de Folha de S. Paulo, 22/02/2023.

Em relação à tragédia relatada na matéria jornalística, os impactos da ação humana são derivados do seguinte processo:

A) hierarquização social
B) destruição ambiental
C) especulação financeira
D) segregação socioespacial
E) expansão das fronteiras agroexportadoras

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QUESTÃO 9. Moradores em situação de rua em São Paulo/SP

Nas grandes cidades de todo o planeta, com maior ou menor intensidade, cresce o número de pessoas em situação de rua.
No caso brasileiro, todavia, essa é uma realidade urbana perene, agravada em momentos de crise. Segundo estimativa do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em 2022, existiam 281.472 pessoas em situação de rua no Brasil.

(MONTFERRE, H., População em situação de rua supera 281,4 mil pessoas no Brasil. IPEA, 08/12/2022)

O fenômeno descrito no excerto, e reportado na imagem, se constituiu historicamente nas cidades brasileiras em
função

A) da crise conjuntural da última década, agravada com a pandemia de covid-19; muitas vezes, a gestão urbana impõe
a essa população a precariedade da circulação sem fim pela cidade e mesmo pela rede urbana.
B) do processo de modernização-urbanização excludente; as ações de política urbana implementam programas de
habitação popular nas áreas centrais para viabilizar a gentrificação e o direito à cidade a essa população.
C) da crise conjuntural da última década, agravada pela pandemia de covid-19; a gestão urbana busca formas de
integrar essa população aos espaços urbanos por meio das casas de acolhimento e de programas de emprego e
renda.
D) do processo de modernização-urbanização excludente; a gestão urbana promove, muitas vezes, práticas de
“higienização” do espaço, isto é, de expulsão, com o apoio de setores da sociedade.

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QUESTÃO 10. Dentro de um território nacional, as regiões são hoje atingidas por complexos vetores de ordem técnica e
política, típicos do período da globalização. Neste sentido, as regiões, tanto quanto são internamente construídas, seguem
as oscilações econômicas nacionais e internacionais. Isso as torna, diferentemente do passado, mais instáveis e sujeitas a
frequentes crises. E, conforme se especializam em diferentes tipos de produção para atender os mercados internacionais,
suas fronteiras tornam-se mais cambiáveis.

(Adaptado de: SMITH, N. Contorno de uma política especializada: veículos dos sem-teto e produção da escala geográfica.
In: ARANTES, A. A. (Org.) O espaço da diferença. Campinas: Papirus, p. 152, 2000.)

Tendo em vista seus conhecimentos sobre a dinâmica das regiões no mundo contemporâneo e considerando o
texto anterior, é correto afirmar que

A) desapareceram os laços internos de construção regional, uma vez que a escala de comando internacional regula as
especializações produtivas.
B) múltiplas escalas de ações perpassam e dinamizam a coesão regional, ocasionando instabilidade socioeconômica e
mutações aceleradas em suas fronteiras.
C) o comando externo da produção vinculado aos mercados internacionais torna as fronteiras regionais estáveis e
duradouras na escala do território nacional.
D) a conformação de arranjos produtivos regionais nesse contexto homogeniza o espaço nacional, apagando as
antigas identidades e as desigualdades socio territoriais.

MATEMÁTICA

QUESTÃO 11. Três números estão em PA de tal forma que a soma entre eles é 15 e o produto é 80. O menor destes
números é:

A) 1
B) 2
C) 3
D) 5
E) 8

QUESTÃO 12. Aumentando de 1 cm a aresta de um cubo, a área de uma face aumenta de 7 cm². Qual é a área total do
cubo?

A) 3 cm²
B) 9 cm²
C) 27 cm²
D) 54 cm²
E) 108 cm²

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QUESTÃO 13. Uma metalúrgica recebeu uma encomenda para fabricar, em grande quantidade, uma peça com formato de
um prisma reto com base triangular, cujas dimensões da base são 6 cm, 8 cm e 10 cm e cuja altura é 10 cm. Tal peça deve
ser vazada de tal maneira que a perfuração na forma de um cilindro circular reto seja tangente às faces laterais, conforme
mostra a figura.

Qual o volume da perfuração da peça? Use 𝜋 = 3.

A) 30 cm³
B) 120 cm³
C) 270 cm³
D) 480 cm³
E) 750 cm³

QUESTÃO 14. Observe o gráfico a seguir:

A função trigonométrica que possui a representação acima é:

A) 𝑓(𝑥) = 1 + cos 𝑥
B) 𝑓(𝑥) = 1 − 𝑠𝑒𝑛 𝑥
C) 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(−2𝑥)
D) 𝑓(𝑥) = cos (−2𝑥)
E) 𝑓(𝑥) = − cos 𝑥

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𝑠𝑒𝑛 𝑥 3 𝑠𝑒𝑛 𝑥
QUESTÃO 15. Sejam x, y e z as medidas dos ângulos internos de um triângulo. Se = , = 1 e o perímetro do
𝑠𝑒𝑛 𝑦 5 𝑠𝑒𝑛 𝑧
triângulo é 44, então a medida do maior lado desse triângulo é:

A) 5
B) 10
C) 15
D) 20
E) 25

QUÍMICA

QUESTÃO 16. Conhecida por sua toxicidade a atropina é um alcaloide que pode ser utilizado como antídoto para um grupo
de compostos ainda mais tóxicos, como o Sarin, um gás que afeta o sistema nervoso central. Esta substância é bastante
semelhante a escopolamina - molécula muito citada em romances policiais como presente no “soro da verdade”. Analisando
as estruturas abaixo, um estudante elaborou 3 afirmações, analise-as.

I. Os dois compostos apresentam na sua estrutura uma amina terciária, um éster e um álcool primário.
II. Devido à presença de uma hidroxila, os compostos são altamente lipossolúveis.
III. A escopolamina apresenta em sua estrutura 6 elétrons pi entre carbonos sp 2, já a atropina apresenta 23
ligações sigmas e 4 ligações pi.

Considerando as afirmações feitas pelo estudante, assinale a alternativa CORRETA.

A) Apenas a afirmativa II é verdadeira.


B) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
C) Apenas a afirmativa I é verdadeira.
D) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.
E) Apenas III é correta.

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QUESTÃO 17. Em uma aula no Laboratório de Química o professor solicitou aos alunos que identificassem a composição
química de uma determinada substância pura, dentre uma lista de possibilidades, por meio da solubilidade em água. Para
tanto, foram fornecidos 40 g de uma amostra pura da substância. Os resultados dos dois testes de solubilidade em água
realizados pelos alunos, a 20°C, estão representados abaixo. Com base nos resultados obtidos e nos dados fornecidos a
seguir, a alternativa que indica a correta composição química da substância é

Lista de possibilidades:
NaOH; NaNO3; KNO3; K2SO4; Ca(OH)2.

Soluto (s) Solubilidade a 20°C [g do soluto por 100 g de H2O( )]

NaOH 109,0

NaNO3 87,4

KNO3 31,6

K2SO4 11,1

Ca(OH)2 0,165

A) NaOH.
B) K2SO4.
C) Ca(OH)2.
D) NaNO3.
E) KNO3.

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QUESTÃO 18. Considere a fórmula estrutural do hidrocarboneto a seguir:

A sequência CORRETA para os estados de hibridização dos carbonos 2, 3, 5 e 6, indicados na figura, é:

A) sp, sp3, sp2 e sp3.


B) sp, sp2, sp3 e sp2.
C) sp3, sp2, sp2 e sp.
D) sp, sp2, sp2 e sp3.
E) sp, sp3, sp3 e sp2.

QUESTÃO 19. Em um levantamento realizado pela empresa Close-Up International, constatou-se que os ansiolíticos mais
vendidos no Brasil, nos últimos anos, são: Ansitec ® (Libbs Farmacêutica); Frontal® (Pfizer) e Lexotan® (Roche). Os
ansiolíticos são uma classe de medicamentos que agem no Sistema Nervoso Central (SNC) e buscam tratar os sintomas de
diferentes tipos de transtornos, tais como Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Transtorno Obsessivo Compulsivo
(TOC) e depressão, Transtorno de Estresse Pós Traumático (TEPT), além de insônia.

Dentre os três ansiolíticos vendidos no Brasil, o Lexotan ® apresenta como princípio ativo o bromazepam, que é um fármaco
de longa duração, com propriedades ansiolíticas, relaxantes, hipnóticas e sedativas. A representação da fórmula estrutural
do bromazepam encontra-se apresentada a seguir.

Com base na representação da fórmula estrutural do bromazepam, verifica-se que esse princípio ativo

A) apresenta na sua composição as seguintes funções orgânicas: nitrocomposto, amida aromática e ácido carboxílico.
B) apresenta um carbono com hibridização sp3.
C) possui a seguinte fórmula molecular: C13H12N3OBr.
D) apresenta cadeia fechada, aromática, saturada e homogênea.
E) possui 19 ligações do tipo sigma (σ ) e 8 ligações do tipo pi( π ).

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SIMULADO – PREPARATÓRIO PISM – MÓDULO II

QUESTÃO 20. A nitroglicerina (C3H5N3O9) é uma medicação empregada na forma injetável em diversas terapias
cardiológicas. Ela é disponibilizada para uso hospitalar em ampolas de 10 mL, em solução com concentração 5 mg/mL.

Para uso intravenoso, deve-se preparar uma infusão com diluição de uma ampola de nitroglicerina em soro fisiológico até o
volume final de 500 mL.

Nessa solução para infusão, a concentração de nitroglicerina é igual a

A) 1 g/L.
B) 0,1 g/L.
C) 0,05 g/L.
D) 0,5 g/L.
E) 0,01 g/L.

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