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DE/CE SESI Nº 416

Nome do aluno: _________________________________________________ nº. da chamada: ______ Ano/Série __________ turma: ____
Objetivo da atividade: Reconhecer o calor como energia transferida entre corpos a diferentes temperaturas, diferenciando-o do conceito de energia
interna de um corpo e, consequentemente, de temperatura. Reconhecer transmissões de calor na atmosfera.

Comentário do professor: ler com atenção, elaborar texto (20 linhas mínimo) contendo comentário
Nota________ pessoal.
ATIVIDADE DE FÍSICA - Professor ELIAS - Realizada em _____ / _____/ 20___

Calor global
Desequilíbrio nas correntes entre o Atlântico Norte e o Atlântico Sul fará o Brasil sofrer com furacões e outras tragédias decorrentes
do aquecimento do planeta
MARCELO GLEISER

Furacões devastadores, chuvas torrenciais, frio nos trópicos, secas sem fim, doenças e
pestilência espalhando-se pelos campos e cidades, comunidades costeiras inundadas. Parece
até que estou lendo uma lista de pragas bíblicas. Mas não é isso, infelizmente. Essas são
algumas das conseqüências do aquecimento global, termo usado para descrever o aumento de
temperatura causado pelo crescimento do efeito estufa, provocado pelo acúmulo de gases
poluentes na atmosfera. Poucas questões são mais urgentes. Nosso futuro, o futuro dos nossos
filhos, dependem das decisões que tomaremos agora. Ignorar isso é demonstrar o egoísmo da
nossa geração.

Nos últimos anos, algo de trágico ocorreu com relação à questão do aumento de temperatura
global. Sabemos hoje que não há dúvida que a temperatura média global está aumentando. A
última década foi a mais quente dos últimos 150 anos. Esse aumento de temperatura já está
causando mudanças no nosso planeta. Dentre elas, o degelo das calotas polares. O degelo, por
sua vez, eleva o nível do mar e causa uma mudança na concentração de sal nos oceanos. As
águas do Atlântico Norte, que mantêm as temperaturas relativamente quentes da Europa, irão
se resfriar. (É, para nós no Brasil pode parecer frio lá, mas, comparada com a temperatura nas “O aquecimento global não é uma questão política, mas,
mesmas latitudes na América do Norte, a Europa é relativamente quente.) Existe um sim, científica. A política entra depois, para sustentar as
equilíbrio entre as correntes do Atlântico Norte e do Atlântico Sul. Esse equilíbrio será recomendações dos cientistas”
rompido, com conseqüências para nós também. Dentre elas, o surgimento de furacões na
costa brasileira e outros elementos da lista de pragas acima.

O trágico é o que ocorre com a questão do combate ao aquecimento global. Países como os Estados Unidos e a China, dentre os maiores
poluidores do mundo, recusam-se a tomar as providências necessárias para diminuir a quantidade de gases ejetados na atmosfera. A ciência
do efeito estufa é essencialmente a mesma que ocorre quando nos cobrimos com mais um cobertor. O calor produzido pelos nossos corpos
não escapa, e a temperatura aumenta. No caso da Terra, o calor vem principalmente do Sol. Normalmente, a temperatura na superfície
terrestre aumenta, mas o calor é dissipado através da atmosfera para o espaço. Com a poluição, principalmente de gás carbônico, ou CO2,
esse resfriamento não ocorre de forma eficiente, e a Terra se aquece.

Milhares de cientistas do mundo inteiro, inclusive do Brasil, reuniram-se no Painel Intergovernamental de Mudança Climática (do inglês
IPCC, Intergovernamental Panel for Climate Change, www.ipcc.ch), estabelecido pelas Nações Unidas e pela Organização Meteorológica
Mundial, para estudar de forma quantitativa a questão climática.

Neste ano, o painel publicou seu quarto estudo, com conclusões seriíssimas. Com uma margem de 90% de probabilidade, o painel concluiu
que o aumento da temperatura global é causado pela ação humana, isto é, pela poluição. Em ciência, esse tipo de probabilidade é muito alta,
praticamente certa. Ou seja, cientificamente, é praticamente certo que o efeito estufa seja obra nossa. Infelizmente, e esse é o aspecto trágico,
o mundo ainda não se uniu para fazer algo de definitivo para deter o aquecimento global. Grupos de interesse tentam transformar o
aquecimento global em uma questão política, sujeita ao debate. Ele, na verdade, é uma tese científica. A política deveria vir depois, para dar
sustento às recomendações dos cientistas.

O painel concluiu também que, mesmo que medidas sejam tomadas agora, não surtirão efeito por décadas, tal a inércia do fenômeno. Quanto
mais esperarmos, piores serão as conseqüências. Precisamos tomar conta da nossa casa. Nossos filhos merecem uma herança melhor.

Marcelo Gleiser, é professor do Dartmouth College, nos Estados Unidos, e autor de cinco livros sobre ciência e conhecimento

CATSBC_EDU_FR-027(V.06)

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