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Autor:
Diego Cerqueira Berbert
Vasconcelos
Aula 03
13 de Março de 2020
Diego Cerqueira Berbert Vasconcelos
Aula 03
APRESENTAÇÃO
Olá, alunos do Estratégia OAB!
Bons estudos!
Abraços
diegocerqueira@estrategiaconcursos.com.br
https://www.facebook.com/profdiegocerqueira/
@profdiegocerqueira
*Esse curso é desenvolvido pelo Prof. Diego Cerqueira, mas conta com a
participação da Advogada Dra. Lara Abdala na produção do conteúdo para 1ª fase
em Dir. Constitucional.
Apresentação .............................................................................................1
13. Organização do Estado ........................................................................3
13.1 – A Federação ................................................................................................. 4
13.1.1 – Características da federação ................................................................................................4
Assim, o Estado “é a ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um
povo situado em determinado território”1.
A forma de Estado significa que o poder interno pode ser distribuído em mais de
uma maneira. Com base nas várias formas de distribuição territorial de poder os
Estados podem ser classificados como: Estado unitário e Estado federal.
Mas, professor, o que isso significa? Calma, acompanhe a explicação detalhada
abaixo:
Ä Um Estado é denominado como unitário quando há a centralização
política do poder, ou seja, todas as decisões procedem de um núcleo
estatal (órgão ou pessoa). Até a promulgação da Constituição/1891, o
Brasil era um Estado unitário.
Ä Um Estado é denominado como federal quando os entes federativos
possuem capacidade política. Em decorrência da autonomia política
dessas pessoas jurídicas, encontramos internamente uma pluralidade de
ordenamentos jurídicos, já que o Estado possui vários centros produtores
de normas. Ex: Brasil - composto pela U, E, DF e M, entes federativos
dotados de autonomia política.
1
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. 16 ed. atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 1991, p. 118.
FEDERAÇÃO CONFEDERAÇÃO
•UNIÃO INDISSOLÚVEL •UNIÃO DISSOLÚVEL
•OS ENTES FEDERADOS SÃO •OS ENTES FEDERADOS SÃO
AUTÔNOMOS SOBERANOS
•TEM COMO FUNDAMENTO A •TEM COMO FUNDAMENTO UM
CONSTITUIÇÃO ACORDO INTERNACIONAL
13.1 - A FEDERAÇÃO
13.1.1 – Características da federação
“A República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal”.
Com a leitura do dispositivo fica claro que essa foi uma decisão do legislador
constituinte. Foi estabelecido um pacto federativo tendo a atual Constituição
disponibilizado mecanismos para protegê-lo.
2
CARVALHO, Kildare Gonçalves. Direito Constitucional: Teoria do Estado e da Constituição, Direito Constitucional Positivo, 16ª edição. Ed. Del Rey. Belo
Horizonte, 2010.
constitucional não pode abolir a forma federativa, por ser uma cláusula
pétrea.
Ä Existência de mecanismo de intervenção: federais ou estaduais que
são usados para combater atos praticados contra o pacto federativo.
Ä Existência de um Tribunal Federativo: cuja finalidade é solucionar
litígios entre os entes federativos. No Brasil, essa competência é do STF,
que processa e julga, originariamente, as causas e os conflitos entre a
União e os Estados/DF ou entre os Estados. A CRFB/88 não incluiu aqui os
Municípios, portanto não é da competência do STF os conflitos
envolvendo tal ente.
Ä Participação dos entes federativos na formação da vontade nacional:
através de um órgão legislativo. Na federação brasileira os Estados e o DF
participam da vontade nacional através do Senado Federal. Esse órgão
representa os poderes regionais, menos os Municípios. O legislador
constituinte não trouxe a previsão de representantes municipais no
Senado.
Auto-organização
(Constituições
Estaduais, Leis
Orgânicas)
Autogoverno Autolegislação
Entes
(Eleger seus (Editar próprias
representantes)
Federativos leis)
Autoadministração
(Atribuições
administrativas)
13.2.1 – União
13.2.2 – Estados
Os Municípios
envolvidos devem
ser limítrofes
Finalidade de
integrar a
organização, o
Lei Complementar
planejamento e a
Estadual
execução de funções
públicas de interesse
comum
Regiões
metropolitanas,
aglomerações
urbanas e
microrregiões
3
ADI 1.842, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe: 13.09.2013.
Assim como os demais entes federativos podemos fizer que o Distrito Federal é um
ente autônomo, o que implica em possuir as características que decorrem dessa
autonomia: auto-organização, autoadministração, autolegislação e autogoverno.
Antes de nos aprofundarmos em cada atributo do DF, destaco aqui a discussão
sobre a natureza jurídica híbrida desse ente, apontada por alguns doutrinadores. O
Supremo Tribunal Federal entende que o DF possui características dos Estados e
dos Municípios, mas assegura que se trata de ente federativo autônomo, com a
peculiaridade de ter a autonomia parcialmente tutelada pela União.
A autoadministração se apresenta a partir da manifestação de todas as outras
capacidades. O caput do art. 32 da CRFB/88 determina que o Distrito Federal é
regido por sua Lei Orgânica, estando evidente aqui a atribuição Constitucional da
auto-organização e também autolegislação. A LO/DF é votada em dois turnos com
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa,
que a promulgará.
Ao referido ente foram estendidas as competências legislativas reservadas aos
Estados e Municípios, nos moldes do disposto no §1º, do art. 32 e 147 da CRFB/88,
complementando o seu poder de autolegislação. Contudo, o legislador constituinte
estabeleceu que parte dessas atribuições é tutelada pela União, como a
competência para legislar sobre a organização judiciária (art. 22, XVII, CF).
Também existem limitações para a chamada auto-organização. Uma delas é a
capacidade da União organizar e manter os seguintes poderes e órgãos do DF:
Ministério Público, o Poder Judiciário, a polícia civil, a polícia penal, a polícia
militar e o corpo de bombeiros militar (CF, art. 21, XIII e XIV).
Atenção!!! Recentemente a EC nº 104/2019 criou a polícia penal, um órgão de
segurança pública, que passa a existir na esfera: federal, estadual e distrital. Tal
polícia é responsável pela segurança dos estabelecimentos penais, possuindo
vinculação com o órgão que administra o sistema penal da União, do Estado ou do
DF (art. 144, VI e §5º-A da CRFB/88)
Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar e
do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.
Além disso, ao Distrito Federal não é permitida a alteração dos seus limites
territoriais, estando expresso inclusive no caput do art. 32 da CRFB/88 a vedação de
sua divisão em Municípios.
Por fim, temos a capacidade de autogoverno que envolve a eleição do Governador
e do Vice-Governador e dos deputados distritais. As regras de eleição para os
deputados distritais são as mesmas dispostas para os deputados estaduais.
Já em relação à eleição do Chefe do Poder Executivo Distrital e seu Vice foi
estabelecido que são aplicadas as normas que regulam a eleição para Presidente da
República.
13.2.4 – Municípios
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos,
com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos
membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios
estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e
os seguintes preceitos:
No caput temos que a votação da Lei Orgânica ocorrerá em dois turnos com
interstício mínimo de dez dias, mas para a aprovação do seu texto é necessário que
dois terços dos membros da Câmara Legislativa votem a favor. E por fim a própria
Câmara Legislativa é a responsável por promulgar a LO, atendendo os princípios
estabelecidos na CF/88 e na Constituição do respectivo Estado.
Há nos incisos apresentados acima a descrição sobre a realização da eleição do
Prefeito e Vice-Prefeito. Ao citar o art. 77, o inciso II deixa expresso que as regras
são as mesmas estabelecidas para a eleição do Chefe do Poder Executivo Federal,
caso o Município possua mais de 200.000 eleitores.
- O Chefe do Poder Executivo Municipal e seu Vice são eleitos por meio
do sistema majoritário. O sistema majoritário de 2 turnos apenas se aplica
quando o Município possui mais de 200.000 eleitores.
- No absoluto pode haver dois turnos. Afinal, neste último, para que um
candidato seja eleito é necessário que um deles atinja a regra de 50% + 1
dos votos válidos. Caso isso não ocorra, os dois mais votados irão disputar
o segundo turno.
O Brasil não possui mais Territórios Federais4. Porém, a CRFB/88 traz a permissão
para a criação deles a qualquer tempo, por meio de uma lei complementar.
“Então, por não ser um ente federativo, os Territórios Federais não possuem Poder
executivo, legislativo e judiciário?”
Calma, o legislador constituinte buscou esclarecer essa questão. J
A CRFB/88 trouxe a previsão da chamada Câmara Territorial, representante do
Poder Legislativo, no âmbito do Território Federal. Entretanto, estabeleceu que
cabe ao legislador infraconstitucional dispor sobre as eleições e a competência
deliberativa da Câmara. Ressalto a competência do Congresso Nacional:
responsável pelo controle externo da Administração dos Territórios, com o auxílio
do TCU (§2º do art. 33 da CRFB/88).
Uma curiosidade. Os Territórios Federais não elegem Senadores (representantes
somente dos Estados e DF). Em relação a Câmara dos Deputados (composta de
representantes do povo) devem ser eleitos 4 Deputados Federais por cada
Território. O número é fixo e não proporcional à população (§2º do art. 45 da
CRFB/88).
O Poder Executivo do Território é chefiado por um Governador não eleito pelo
povo. Ocorre uma nomeação por parte do Presidente da República, desde que o
sujeito seja aprovado antes pelo Senado Federal, através de uma votação secreta
após arguição pública (alínea c, III, do art. 52 c/c XIV do art. 81 da CRFB/88)
O legislador constituinte estabeleceu que cabe a lei federal dispor sobre a
organização administrativa e judiciária dos Territórios (art. 33 caput da CRFB/88),
sendo competência privativa da União legislar sobre essas matérias (art. 22, XVII).
Em relação ao judiciário, a competência legislativa da União é voltada para a
organização e manutenção do Poder Judiciário do Distrito Federal e Territórios
(TJDFT). Assim, de acordo com o parágrafo único do art. 110 da CRFB/88, os juízes
do TJDFT (juízes locais) terão a jurisdição e as atribuições dos juízes federais, na
forma da lei.
Tanto a organização e quanto a manutenção do Poder Judiciário e do Ministério
Público do Distrito Federal e Territórios Federais são da competência da União.
Esses são representados pelo TJDFT e o MPDFT (Ministério Público do Distrito
4
A CRFB/88 determinou que os antigos territórios de Roraima e do Amapá são estados federados, enquanto Fernando de Noronha atualmente faz parte do
estado de Pernambuco.
Engana-se quem acredita que, por conta do art. 60 §4º da CRFB/88, a federação
brasileira não pode sofrer alteração.
Como assim professor? A federação não é cláusula pétrea? Calma, vou já vou
explicar isso.J
Ser cláusula pétrea significa que não é permitida emenda constitucional cujo objeto
seja a abolição da forma federativa. Então, podemos afirmar que apesar de ser
cláusula pétrea, não impede alterações na sua estrutura interna.
Justamente por isso temos previsões constitucionais como o art. 18, § 3º transcrito
abaixo:
Alteração
nos Estados
(opinativa)
Edição de lei
Aprovação de lei ordinária
complementar federal pelo
federal determinando os
Congresso Nacional,
Alteração nos Municípios requisitos genéricos e a
fixando genericamente o
forma de divulgação do
período dentro do qual
EVM
poderá ocorrer a alteração
A Constituição estabelece, em seu art. 19, algumas vedações aos entes federados.
São as chamadas vedações federativas. Vejamos:
Dos 03 incisos dispostos acima, destaco o tema dos cultos religiosos. Embora os
entes federativos não possam manter relações de dependência ou aliança com
Igrejas, poderemos ter colaboração do poder público, na forma da lei.
Comentários:
Comentários:
Letra A: errada. Como estudamos a pouco, na federação há uma união
indissolúvel de entes autônomos, que tem como fundamento uma Constituição.
Não há direito de secessão.
Comentários:
O art. 18, § 3º, CF/88, estabelece que “os Estados podem incorporar-se entre
si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem
novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população
diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por
lei complementar”. Gabarito letra C.
Comentários:
A criação de Município depende de 5 (cinco) requisitos:
a) lei complementar federal;
b) lei ordinária federal determinados os requisitos genéricos e a forma de
divulgação, apresentação e publicação dos estudos de viabilidade municipal;
c) divulgação dos estudos de viabilidade municipal;
d) consulta prévia, por plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos;
e) aprovação de lei ordinária estadual pela Assembleia Legislativa
determinando a criação do Município. A resposta é a letra D.
Comentários:
Letra A: errada. O Município é regido por Lei Orgânica, a qual é aprovada pela
Câmara dos Vereadores (e não pela Assembleia Legislativa!)
Letra B: errada. O Prefeito e Vice-Prefeito serão eleitos pelo sistema
majoritário, para mandato de 4 (quatro) anos.
Letra C: correta. No âmbito municipal, o projeto de lei de iniciativa popular
depende de, pelo menos, 5% do eleitorado.
Letra D: errada. Nos Municípios com até 15 mil habitantes, o número máximo
de Vereadores é 9 (nove). Gabarito letra C.
Comentários:
Comentários:
Comentários:
Segundo o art. 27, CF/88, o número de Deputados Estaduais corresponderá ao
triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o
número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados
Federais acima 12. Gabarito letra B.
Comentários:
Opa!!! Questão fresquinha saindo do forno.... (e muito bem elaborada por sinal
J)
Nossa Carta Magna estabelece em seu art. 1º a constituição de um Estado
Democrático de Direito que tem com pilar fundamental a Soberania. A
República Federativa do Brasil é dotada de Soberania e constitui-se da união
indissolúvel dos entes federados. Nesse aspecto, os entes assumem um papel
de autonomia apenas, jamais soberania. Não há que se falar em direito de
5
CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. Ed. Juspodium, Salvador, 2016, pp. 778.
6
MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. Ed. Juspodium, Salvador, 2013, pp. 453.
A exploração dos
serviços de transporte
rodoviário A exploração do
A exploração do
interestadual e transporte municipal é
transporte
internacional de matéria de
intermunicipal é
passageiros é competência dos
matéria de
competência da União. Municípios. Veja que
competência dos
O Estado (sozinho) não cada Município
Estados. O Município
consegue regular consegue regular
(sozinho) não consegue
satisfatoriamente o satisfatoriamente o
regular o transporte
transporte transporte urbano
intermunicipal.
interestadual e (municipal).
internacional; só a
União conseguirá.
Entendi professor. Mas é possível que uma emenda constitucional venha a alterar a
repartição de competências? Sim, é possível. Porém a doutrina deixa claro que a
alteração não pode ameaçar a forma federativa de Estado.
E o que isso significa? Não é permitida emenda constitucional capaz de afetar
substancialmente a autonomia conferida pela CRFB/88 a quaisquer dos entes
políticos da federação brasileira.
A competência exclusiva da União significa que, caso o ente seja omisso, essa
atribuição não pode ser exercida por outro ente federado. As matérias dispostas no
art. 21, não podem ser tratadas pelos Estados, Municípios e DF.
Como já mencionado, a competência exclusiva possui natureza administrativa ou
material. Assim, o art. 21 elenca as matérias focadas na atividade da Administração
Pública Federal, ou seja, na execução de serviços públicos pela União.
Pessoal, vamos a seguir dar uma olhadinha nas competências exclusivas mais
importantes para fins de prova, ok? Após isso, vale a pena fazer uma leitura do
dispositivo na íntegra...
O conteúdo do inciso VIII foi a base para o seguinte entendimento do STF: por ser
a fiscalização das operações financeiras da competência exclusiva da União, há
inconstitucionalidade na lei estadual que traz a obrigatoriedade do uso de
equipamento para atestar a autenticidade de cédulas nas transações bancária.7
7
STF, ADIN 3515, Rel. Min. Cezar Peluso. 01.08.2011
8
STF, ADPF 46, Rel. Min. Eros Grau. 05.08.2009.
9
STF, ADIN 4083. Rel. Min. Carmen Lucia. 25.11.2010
já que a anistia por ela concedida foi “ampla e geral”, aqueles que cometeram
crimes durante a época da ditadura foram por essa alcançados.10
Esse dispositivo cai muito em prova. Demais (rs). Mas aqui temos um mnemônico
para ajudar. “CAPACETE PM”
C CIVIL
A AGRÁRIO
P PENAL
A AERONÁUTICO
C COMERCIAL
E ELEITORAL
T TRABALHO
E ESPACIAL
PM PROCESSUAL E MARÍTIMO
10
ADPF 153, Rel. Min. Eros Grau. 29.04.2010
XI - trânsito e transporte;
XX - sistemas de consórcios e sorteios;
11
ADI 2.655, Rel. Min. Ellen Gracie, j. 09.03.04, DJ de 26.03.04.
12
ADI 2.257, Rel. Min. Eros Grau, j. 06.04.05, DJ de 26.08.05.
13
ADI 3610. Rel. Min. Cezar Peluso. 01.08.2011
Competência Competência
Privativa Concorrente
Diretrizes e bases
da Educação Educação
Nacional
Importante entendimento firmado pelo STF é encontrado na ADI nº. 4060/SC. Uma
lei estadual não viola a competência privativa da União ao estabelecer o limite
máximo de alunos em sala de aula. Afinal, como legislar sobre educação e ensino
faz parte da competência concorrente (CF/88, art. 24, IX), é permitido aos Estados-
membros editar norma sobre seu sistema de ensino, desde que respeitadas as
normas gerais da União.14
14
ADI 4060/SC, Rel. Min. Luiz Fux. Data de Julg: 25.02.2015.
Logo de início chamo a atenção para o caput. Como não há menção aos Municípios,
esses não são dotados de competência legislativa concorrente, diferente dos demais
entes.
Bem, vamos destrinchar o disposto nos parágrafos do art. 24, para uma melhor
compreensão.
É determinado que cabe à União editar normas gerais sobre os temas dos incisos.
Aos Estados e DF é permitido que complementem a legislação federal. A
A partir do texto constitucional transcrito acima concluímos que: aos Estados foi
conferida uma competência remanescente ou residual.
Professor, o que isso significa? Vamos lá!! Aos Estados foi permitido o exercício das
competências não listadas para a União e nem para os Municípios.
Há exceção. Não foram todas as competências residuais conferidas aos Estados. De
acordo com a Carta Magna, a competência residual tributária é da União. O
exercício de tal atribuição resulta na instituição de impostos residuais, ou seja,
aqueles não previstos no texto constitucional, não-cumulativos e que não tenham
fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição.
Segundo, no decorrer do texto constitucional são encontradas algumas
competências atribuídas apenas aos Estados. Abaixo disponibilizo o texto das mais
cobradas:
Professor, mas e o DF? Para tal ente foi prevista a competência cumulativa: diversos
dispositivos que versam sobre as competências dos Estados e dos Municípios
também concedem a mesma atribuição ao Distrito Federal. Por exemplo: o art. 147
da CRFB expressamente confere ao DF a competência tributária dos Municípios.
Também destaco o art. 32 da CRFB/88, pois ao tratar sobre o Distrito Federal fixa
em seu §1º que caberá a esse as competências legislativas reservadas aos Estados e
Municípios.
Toda regra tem exceção e aqui não é diferente. (rs) Existem competências estaduais
não estendidas ao Distrito Federal. Nos XIII e XIV do art. 21 da CRFB/88 consta que
caberá a União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público, a polícia
civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal. No âmbito
estadual é diferente. É o respectivo Estado, onde se localiza tais instituições,
competente pela organização e manutenção.
Compete ao Município:
ÄLegislar sobre distância mínima entre postos de
combustíveis, por motivo de segurança. Não ofende os
princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre
concorrência. A atividade de alto risco justifica o prudente
distanciamento, na mesma área geográfica.
ÄA fixação do horário de funcionamento de estabelecimento
comercial (Súmula Vinculante nº 38). Entre os estabelecimentos
estão as lojas, shopping centers, drogarias, farmácias...
ÄLegislar sobre meio ambiente e controle da poluição,
quando se tratar de interesse local (art. 24, VI, c/c 30, I e II,
da CRFB). Dessa forma, é constitucional lei municipal que
determina a aplicação de multas para os proprietários de
veículos automotores que poluem o meio ambiente com a
emissão de fumaça no perímetro urbano15.
ÄDeterminar, por meio de lei, que as instituições financeiras
instalem, nas agências, equipamentos destinados a
proporcionar aos usuários dos serviços bancários segurança
(portas eletrônicas, detector de metais) ou conforto (instalações
15
RE 194.704, Rel. Min. Edson Fachin. Data de Julg: 29.06.2017.
16
RE 266.536, Rel. Min. Dias Toffoli. Data de Julg: 17.04.2012.
Comentários:
Olha só, meus amigos. Acabamos de estudar na parte teórica. O Município é
competente sim para legislar sobre requisitos de segurança das agências
bancárias, impondo aos estabelecimentos obrigação de instalarem portas
eletrônicas, com detector de metais, travamento e retorno automático e vidros
à prova de balas, câmeras filmadoras, etc.
Nesse sentido, como o Distrito Federal acumula as competências legislativas
que a Constituição reservou aos Estados e aos Municípios (art. 32, § 1º, CF/88),
conclui-se ser plenamente possível que o Distrito Federal legisle sobre
requisitos de segurança de agências bancárias. Gabarito letra A.
Comentários:
No âmbito da competência concorrente, a União é responsável pela edição de
normas gerais, cabendo aos Estados o exercício da competência suplementar.
Caso não exista lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena. Foi o que aconteceu na situação do enunciado.
O Estado M exercitou a competência legislativa plena editando a Lei E/2013,
que estabelece normas gerais.
Logo em seguida, porém, a União editou a Lei F/2015, que também é uma lei
de normas gerais. O que acontece, então, com a Lei E/2013?
A resposta está no art. 24, CF/88, que dispõe que “a superveniência de lei
federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for
contrário”. Observe que a Lei E/2013 não será revogada, mas apenas ficará
com a eficácia suspensa naquilo que não for compatível com a Lei F/2015.
Gabarito letra B.
Comentários:
A União tem competência privativa para legislar sobre direito processual (art.
22, I). Logo, a lei estadual será inconstitucional, por violar a competência da
União. A resposta é a letra B.
Comentários:
A União tem competência privativa para legislar sobre trânsito e transporte (art.
22, XI). Logo, a lei municipal será inconstitucional, por tratar de matéria da
competência privativa da União. A resposta é a letra B.
Comentários:
Letra A: correta. A proteção do meio ambiente e o combate à poluição é
competência comum de todos os entes federativos (art. 23, VI).
Letra B: errada. É competência concorrente legislar sobre direito tributário e
financeiro (art. 24, I).
Letra C: errada. Segundo o art. 35, III, a União poderá intervir nos Municípios
localizados em Território Federal quando não tiver sido aplicado o mínimo
exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino.
Letra D: errada. As normas federais não são fundamento de validade para as
normas estaduais. Não há, afinal, hierarquia entre elas. No âmbito da
competência concorrente, a União se limita a editar normas gerais. Gabarito
letra A.
a) A União não poderia legislar, uma vez que o assunto é matéria de interesse
local, não havendo justificativa para lei nacional sobre o tema. Houve invasão
de competência privativa dos estados.
b) No campo das competências legislativas concorrentes, a União deve legislar
sobre normas gerais e o estado pode editar normas suplementares, mas
enquanto inexistir lei federal, a competência do estado é plena. A
superveniência de lei geral nacional suspende a eficácia das disposições
contrárias da lei dos estados.
c) A lei aplicável, no caso concreto, será aquela que estabelecer padrões mais
restritivos, em atenção à proteção do meio ambiente, não importando se tal
norma é a federal ou se a editada pelos estados-membros.
d) O estado não poderia ter estabelecido normas próprias na ausência de lei
nacional com disposições gerais que definissem marcos a serem seguidos pelos
estados. Em consequência, são nulas todas as multas aplicadas anteriormente
à publicação da lei editada pela União.
Comentários:
Para resolver essa questão, era importante saber que a proteção do meio
ambiente é matéria da competência concorrente da União, dos Estados e do
Distrito Federal (art. 24, VI, CF/88).
Letra A: errada. No âmbito da competência concorrente, a União poderá
estabelecer normas gerais (art. 24, § 1º, CF).
Letra B: correta. É o que preveem os parágrafos do art. 24 da Constituição.
Letra C: errada. No caso de divergência entre norma federal e estadual, a
superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei
estadual, no que lhe for contrária. No entanto, no caso de normas específicas,
a norma estadual deverá prevalecer, em virtude da competência suplementar
dos Estados.
Letra D: errada. A Carta Magna prevê que, no âmbito da competência
concorrente, inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão
a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades (art. 24, §
3º, CF). Gabarito letra B.
Comentários:
O art. 22, II, da Carta Magna, prevê que compete privativamente à União
legislar sobre desapropriação. A letra A é o gabarito.
Comentários:
É competência privativa da União legislar sobre comércio exterior (art. 22, VIII,
CF/88). O gabarito é a letra B.
Comentários:
É competência privativa da União legislar sobre direito do trabalho (art. 22, I).
Logo, é inconstitucional lei estadual que regulamenta a profissão de mototáxi.
Gabarito letra D.
Comentários:
Letra A: errada. Quando se fala em “competência material”, a referência que
se faz é às competências administrativas. As competências administrativas da
União estão no art. 21, CF/88. Trata-se de competências exclusivas, que não
podem ser delegadas.
Letra B: correta. A União tem competência privativa para legislar sobre direito
processual (art. 22, I). Por outro lado, é competência concorrente da União, dos
Estados e do Distrito Federal legislar sobre procedimentos em matéria
processual (art. 24, XI). E, no caso da União, ela fica com os aspectos de norma
geral em matéria de competência concorrente. Gabarito é a letra B.
Letra C: errada. É competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito
Federal legislar sobre direito urbanístico (art. 24, I, CF/88).
Letra D: errada. É competência concorrente da União, dos Estados e do Distrito
Federal legislar sobre defesa dos recursos naturais (art. 24, VI, CF/88).
Comentários:
É competência privativa da União legislar sobre direito civil, o que engloba o
direito obrigacional. Logo, matéria de natureza contratual está na esfera de
competência da União. O gabarito é a letra A.
Comentários:
O Direito Civil é responsável por tratar da aquisição de bens imóveis. Como
legislar sobre essa matéria é de competência privativa da União, a norma da
Constituição Estadual é inválida. Gabarito é a letra A.
15. INTERVENÇÃO
Vamos adentrar agora num tema denso. L
Reconheço que assunto é um pouco difícil. Então, peço se possível uma atenção
redobrada, até para que possa compreender todos os detalhes. (A FGV tem o hábito
de trazer o tema tanto em 1ª quanto 2ª fase. Cuidado!!!)
Sei que você agora deve ter feito a seguinte pergunta: e quem decreta a
intervenção?
Bom. A Constituição vai nos dizer que essa competência cabe ao Chefe do Poder
Executivo. Se estivermos diante de uma situação que demande uma intervenção
federal, caberá ao Presidente da República realizar tal medida. Por outro lado, se
estivermos diante de uma intervenção estadual, a competência será do Governador.
Vamos entender agora quais são as hipóteses de intervenção federal. Façamos a
leitura juntos do art. 34:
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto
para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
Percebam que nós temos muitas hipóteses rsrs. Mas, o problema não recai no
número em si.
A doutrina vai nos dizer que algumas situações previstas no artigo acima são
consideradas de ação espontânea. Já outras seriam de ação provocada. Como
assim, Diego?
Na intervenção federal espontânea, que são os casos previstos no art. 34, I, II, III e
V, o Presidente age de ofício, independentemente de provocação. Por outro lado,
na intervenção federal provocada, que são os casos do art. 34, IV, VI e VII, a
decretação de intervenção pelo Presidente da República depende de um ato
provocação. Tal fato ocorre por uma solicitação ou requisição, por exemplo.
Existe diferença entre provocação e solicitação? SIMMMM....
Þ A intervenção dependerá de solicitação, ao Presidente da República,
quando houver coação ou impedimento ao livre exercício do Poder Executivo
e Legislativo (art. 34, IV). Essa solicitação será realizada pelo próprio Poder
que está sofrendo a coação ou o impedimento. Cumpre destacar que cabe ao
Presidente decidir acerca da conveniência e oportunidade de atender ao
pedido. A decretação da intervenção possui a natureza de ato discricionário
do Presidente da República.
Þ A intervenção dependerá de requisição do STF quando houver coação ou
impedimento ao livre exercício do Poder Judiciário em uma unidade da
federação (art. 34, IV, combinado com o art. 36, I, segunda parte). Como se
trata de “requisição”, a medida é um ato vinculado do Presidente da
República.
No caso da requisição, cumpre destacar que ela também irá ocorrer para prover a
execução de ordem ou decisão judicial (art.34, VI). Trata-se de um típico caso em
que houve descumprimento de ordem emanada do Poder Judiciário. Quer um
exemplo? Não pagamento de precatórios.17
Agora, vale ressaltar que o STF tem um entendimento que não é autorizada a
intervenção federal quando os recursos do Estado são limitados e existem outras
obrigações relevantes a serem cumpridas, em respeito à cláusula da reserva do
possível. “a intervenção, como medida extrema, deve atender à máxima da
proporcionalidade”.18
(...)
Em relação à competência para proceder à requisição, esta dependerá de onde
emanou a decisão judicial que está sendo descumprida. Vamos ver como seria?
STF
STJ
17
O precatório é uma ordem judicial para pagamento de débitos dos entes federativos.
18
IF nº 164 / SP. Rel. Min. Gilmar Mendes. DJe: 13.12.2003.
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos
Municípios localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos
consecutivos, a dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos
de saúde;
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a
observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para
prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
Primeiro ponto, pessoal. A União não tem permissão para intervir nos municípios
localizados nos Estados. O caput do art. 35 da CRFB/88 determina que apenas o
Estado pode intervir em seus municípios.
Segundo ponto: a regra é a não intervenção. A autonomia municipal ganhou status
de princípio constitucional sensível. Entretanto, de forma excepcional é possível a
ocorrência da intervenção estadual, mas somente nas hipóteses taxativamente
elencadas no dispositivo transcrito acima.
A sua decretação e a execução decorrem de um ato político: o decreto de
intervenção, que é editado pelo Governador do Estado (X, do art. 34 da CRFB/88
– princípio da simetria).
Destaque-se o inciso IV, em que há previsão de intervenção estadual provocada. O
Procurador-Geral de Justiça ingressará com uma representação no Tribunal de
Justiça (IV, art. 129 da CRFB/88). A partir daqui teremos as seguintes situações:
a) provimento da representação pelo Tribunal de Justiça – a intervenção será
decretada pelo Governador;
b) o Tribunal de Justiça nega o provimento - não ocorrerá a intervenção.
Atenção para a Súmula 637 do STF: “Não cabe recurso extraordinário contra acórdão
de tribunal de justiça que defere pedido de intervenção estadual em município”.
O entendimento firmado na súmula é aplicado seja qual for a decisão do TJ
(deferimento ou indeferimento). O recurso extraordinário para STF não é possível
porque a natureza da decisão é político-administrativa e não jurídica.
De acordo com o texto constitucional (§3º do art. 36) existem situações em que há
dispensa do controle político. São elas:
Ä Intervenção federal:
a) para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial –
art. 34 VI;
b) em caso de afronta aos princípios sensíveis da Constituição – art.
34, VII.
Ä Intervenção estadual:
a) para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição
Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão
judicial – art. 35 IV.
Nas situações supramencionadas, inicialmente o decreto Presidencial apenas
suspenderá a execução do ato impugnado, caso esta medida seja suficiente para o
restabelecimento da normalidade.
E se não for suficiente, professor?
Bem, nesse caso temos uma consequência diferente. Não sendo o bastante a
suspensão do ato pelo decreto, o Chefe do Poder Executivo decretará a
intervenção, sendo esse ato submetido ao controle político.
Para finalizar, quando é necessário o afastamento das autoridades envolvidas, o
decreto interventivo designará um interventor. Esse afastamento é temporário. Por
isso, o §4º do art. 36 institui que: “Cessados os motivos da intervenção, as
autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedimento legal”.
Ufa... concluímos!!!! Vamos treinar um pouco.
Comentários:
Letra A: correta. É cabível a intervenção para prover a execução de ordem ou
decisão judicial. Havendo requisição do STF, o Presidente da República é
obrigado a decretar a intervenção, sendo dispensado o controle político pelo
Congresso Nacional.
Letra B: errada. O Governador de Estado não pode desrespeitar decisão
judicial. A autonomia estadual não pode ser invocada para descumprir ordem
judicial.
Letra C: errada. Quando há representação interventiva do Procurador-Geral da
República, fica dispensado o controle político do Congresso Nacional. Cabe
destacar que, nos casos em que aplicável o controle político, este acontece
após ser decretada a intervenção.
Letra D: errada. O STF não pode, por si próprio, decretar intervenção. A
competência para decretar intervenção é do Presidente da República.
Comentários:
Letra A: correta. É cabível a intervenção federal para “prover a execução de lei
federal, ordem ou decisão judicial” (art. 34, VI).
Letra B: errada. Somente os Municípios situados em Territórios Federais é que
estão sujeitos à intervenção federal. Como o Município Y está situado em um
Estado, será cabível intervenção estadual.
Letra C: errada. Nos casos de desobediência à ordem ou decisão judiciária, a
decretação de intervenção depende de requisição judicial, a ser feita pelo STF,
STJ ou TSE.
Letra D: errada. Uma hipótese de intervenção estadual é quando o Município
deixar de pagar, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a
dívida fundada. Na situação apresentada, o Município Z deixou de pagar a
dívida fundada por apenas um ano, o que não enseja intervenção. Gabarito
letra A.
Comentários:
Pessoal! Estamos diante de um caso de Intervenção do Estado no Município, já
que em razão de descumprimento de ordem judicial o Tribunal de Justiça, nos
termos do inciso IV, art. 35, CF, pode “dar provimento a representação para
assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou
para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial”.
Neste caso, representação (ou Ação Direta Interventiva Estadual) é formulada
pelo Procurador-Geral de Justiça. Caso haja provimento pelo TJ, o Governador
deverá decretar a intervenção estadual. A resposta é a letra D.
25. (FGV / XXV Exame de Ordem Unificado – 2018) O Estado Alfa deixou de
aplicar, na manutenção e desenvolvimento do ensino, o mínimo exigido da
receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de
Comentários:
Opa!!! Questão fresquinha 2018 XXV Exame OAB. E a banca foi buscar o
gabarito lá nas disposições do art. 34. Olha só: “A União não intervirá nos
Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VII - assegurar a observância dos
seguintes princípios constitucionais: (...) e) aplicação do mínimo exigido da
receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e
serviços públicos de saúde”.
Diante do caso prático, caberá então ao PGR o requerimento de intervenção
federal, devendo o mesmo ser realizado perante o Supremo Tribunal Federal,
nos termos do Art. 36 III, CRFB/88. Gabarito Letra C.
Comentários:
Letra A: errada. A União pode intervir nos Estados e no Distrito Federal, mas
não pode intervir em todos os Municípios. Ela só pode intervir nos Municípios
localizados em Territórios Federais.
Letra B: errada. O art. 36, § 4º, CF/88, estabelece que “cessados os motivos da
intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo
impedimento legal”.
Letra C: correta. Segundo o art. 35, III, é hipótese de intervenção do Estado em
Município quando não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal
na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos
de saúde.
Letra D: errada. Essa não é uma hipótese de intervenção prevista na CF/88.
(...)
Pessoal, concluímos mais um encontro.
Espero que tenham gostado. ;)
Forte abraço a todos,
Prof. Diego Cerqueira
Até a próxima!