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A ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO
Análise do artigo A relação conceitual entre conhecimento e documento
no contexto da Organização do Conhecimento:
elementos para uma reflexão
Rio de Janeiro
Maio 2010
Introdução
A Organização do Conhecimento
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Figura 1 - Esquema de relacionamento entre a produção e o uso do
conhecimento, mediados pela organização do conhecimento.
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certa maneira ao caos, tendo em vista a desorganização do montante dos documentos criados.
A situação é exponencialmente maior nos dias atuais.
No que se refere a organização de material bibliográfico, temos como marco o século
XIX com Melvil Dewey (1851-1931) e a elaboração da Classificação Decimal de Dewey
(CDD). Posteriormente Paul Otlet (1868-1944), através da Classificação Decimal Universal
(CDU), tenta classificar universalmente o conhecimento humano, preocupando-se também
com os assunto contidos nos livros, e não apenas no livro em si, ampliando desta forma o
conceito de documento.
Outras formas de classificação merecem destaque, como a Colon Classification
(Classificação de dois pontos), elaborada pelo matemático Ranganathan (1892-1972), que era
baseada num esquema de classificação facetada, que:
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Para o segundo autor, Barité, a OC é uma disciplina cientifica aplicada que tem como
enfoque o tratamento temático da informação e o estudo do seu uso social. Para Jaenecke, a
OC tem como objetivo ordenar e prover o conhecimento, e afirma que o material produzido
deve ser mantido em condições que possibilite sua disponibilização.
Rabello e Guimarães (2006, p. 8) se apropriam também do mapeamento
epistemológico elaborado por García Marco (1995)*, no qual descreve os paradigmas
científicos que influenciaram a OC: 1) Conservacionista: pré-capitalista, direcionado a
necessidade práticas e a problemas na recuperação da informação contida no documento. 2)
Fisicalista-informacional: focado na transmissão da mensagem/informação através das
tecnologias da informação. 3) Semiótico-lingüístico: direcionada às investigações sobre
linguagem e aos códigos que regem a comunicação humana. 4) Lógico-matemático: uso pelos
matemáticos. 5) Cognitivo: aproxima-se da psicologia cognitiva e social.
Contudo, para a proposta dos autores de investigar a relação conhecimento e
documento, é importante ressaltar que, principalmente sobre o primeiro paradigma, tira-se o
foco das questões conceituais entre documento e informação, uma vez que o principal núcleo
epistemológico da OC, afirma o autor, é o conhecimento registrado, materializado em
documentos. O documento é uma representação, possuidora de uma intencionalidade e uma
materialidade.
Assim, Todos os “paradigmas” científicos apresentados por Marco (1995)* se
relacionam e se complementam entendendo que a informação e o conhecimento registrado,
pois somente é informação se produzida por seres humanos para seres humanos, mesmo que
sendo uma pedra que passa ser registro quando colocada em um museu. Hjorland (2005)* que
apresentou esta concepção que foi elaborada pela bibliotecária francesa Suzanne Briet
(1951)*. Seu trabalho segundo a interpretação de Buckland (1997) * o documento seria
qualquer signo físico ou simbólico, preservado ou registrado, que intenta representar,
reconstruir ou demonstrar um fenômeno conceitual ou físico.
Fica claro que o conhecimento a ser organizado esta ligado a um suporte material. O
documento pode ser caracterizado enquanto a síntese de um conhecimento contido em um
suporte, ou pela atribuição de valores e significados dado a um determinado suporte sendo ele
produto ou não da atividade humana o que possibilita a representação e a organização dos
conteúdos nele identificados.
Há criticas a essa abordagem como sendo extremamente sensorialista e empirista,
contudo não podemos negar que foi justamente a existência de problemas práticos que
levaram a necessidade de um embasamento teórico para solucionar os questionamentos
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vindos dos problemas de produção, de organização, de armazenamento e de recuperação para
o uso da informações; chegando a criação de uma sub-área como a Organização do
Conhecimento, com o intuito de refletir teoricamente sobre as questões demandadas da
atividade de organização do conhecimento e seus respectivos produtos.
Se todos esses problemas fossem sanados, evidentemente a razão de existir dessas
áreas seria em muito reduzida. É importante salientar que tais áreas, para solucionar tais
problemas, têm como “caixa de ferramentas” uma enorme gama de métodos e técnicas e
utiliza as mais variadas tecnologias. Nessa perspectiva, observamos que o conceito de
documento constitui a base para que a OC e a CI possam estabelecer interlocuções e, assim,
prosseguirem no processo de construção de um universo epistemológico, uma vez que
perpassa os conceitos de conhecimento e de informação nelas trabalhados. Enfim, devemos
nos desprender das concepções sazonais que consideram uma visão linear de ciência que
prezam a busca pejorativa do “novo” e o esquecimento voluntário de teorias do passado para
pensarmos o desenvolvimento da OC (e também da CI) considerando-se, sobretudo, as suas
raízes históricas e o contexto social e científico em que se desenvolveram.
Desta forma, a OC, conforme trabalho apresentado pelos autores, precisa ser entendida
a partir de um de seus argumentos para constituir seu núcleo epistemológico que é o
conhecimento. Que por sua vez, precisa ser materializado em um suporte, que para nós
bibliotecários é o documento. Este documento pode ser ou não produto da atividade humana.
E é por meio do documento que o conhecimento fica passível à transmissão ou geração da
informação.
A OC, segundo Hjørland (2003)*, é sinônimo de documento. Os autores
ainda questionam a CI quanto à possibilidade de conseguir representar e
organizar no âmbito da CI, um conhecimento que ainda não esteja materializado. A
Subjetividade de um conhecimento ou informação necessita ser objetivado através da OC em
um documento para que possa ser avaliada, contestada, consagrada ou não, por um “meio
social”. Entendamos como “meio social”: pares, público-alvo, Sociedade em geral, etc.
E o Documento é a via que dará o acesso para que este conhecimento, ainda subjetivo,
ganhe o caráter objetivo, independente do tipo de Suporte. Os autores salientam também que
devido a variedade de suportes que um conhecimento possa ser materializado, é preciso
observar com bastante tenacidade a forma como a OC se dará. O que poderá permitir a
recuperação adequada e otimizada deste documento, independente do suporte. Facilitando a
socialização do conhecimento e aumentando assim a possibilidade da geração da informação
e da continuidade e aprofundamento deste Conhecimento. Ora planejado, organizado e
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documentado de maneira adequada, pelo que segundo o texto denomina de,
“Biblioteconomia moderna” e até mesmo CI contrapondo-se a “Biblioteconomia tradicional”,
esta mais voltada para coleções e Bibliologia entre outros.
Onde a preocupação do Bibliotecário moderno ou documentarista recai objetivamente
sobre textos ou materiais dirigidos e de interesse específico como periódicos especializados,
trechos de livros, índices de citações, Tesauros e tantos outros suportes que interessam
diretamente àquele grupamento social ou comunidade para o qual o documentarista
(bibliotecário) atenda.
Conclusão
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Referências
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*
As referências completa destes autores podem ser vistas em RABELLO; GUIMARÃES (2006).