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ISAQUE, O FILHO DA PROMESSA


Gênesis 21.1-4

Deus age sempre no tempo próprio. Abraão e Sara, preocupados com o cumprimento
das promessas divinas, tomaram suas providências, no sentido de terem um herdeiro
que não fosse o escravo Eliézer - o damasceno (Gn 15.2) -, por isso que possuíam já
o filho da escrava.

O Senhor Deus, porém, vem, a seu tempo, anunciar-lhe o nascimento do legítimo


herdeiro, que seria filho de Sara. Estavam ambos velhos, ele com 99 anos e ela com
89, que importava isto diante do Deus onipotente? Séculos mais tarde sucede o
mesmo a Isabel e Zacarias, pais de João Batista. É que Deus executa os seus
propósitos no tempo que ele mesmo determina.

Feita esta introdução, apresentada as necessárias explicações que a penetração no


âmago do assunto requeria, passemos ao estudo da lição e vejamos o de que ela
versa.

1 - ISAQUE, O HERDEIRO DAS PROMESSAS DE DEUS


Grandes deveriam ser as preocupações de Abraão e Sara em face das promessas
que Deus fizera ao patriarca, pois não tinham a quem transferir tais privilégios,
promessas feitas e reiteradas pelo Senhor, como se veem:

• Ele seria o pai, o gerador de uma grande nação e a fonte de bem-aventurança


para todas as famílias da terra (Gn 12.1-3).

• A ele e à sua descendência seria dada aquela terra em que ele peregrinava, e
a descendência seria como o pó da terra (13.14-16).

• A posteridade dele seria como as estrelas do céu - que ele não podia contá-las
- e que, depois de peregrinar e ser afligida, por 400 anos, voltaria para ali, pois
lhe "dei" - disse o Senhor - esta terra e seus habitantes (15.12- 21).

• Aliança perpétua se fizera entre ele e Deus, com reiterações das promessas
anteriores e o acréscimo de que dele sairiam reis e nações (17.1-18).

• A Isaque, e não a Ismael ou aos seus filhos de Quetura, estava reservada toda
essa herança, todo esse glorioso patrimônio. E ele é chamado, pelo próprio
Deus, de único filho de Abraão (22.16). Não somente único de Sara, mas de
ambos. Sim! era Isaque o filho da promessa e o herdeiro das promessas.

2 - ISAQUE E SUAS RELAÇÕES FAMILIARES:


A) COMO FILHO
Grandes seriam as alegrias do lar pela presença do filho. "Deus me deu motivo de
riso" - disse Sara (21.6). "Um grande banquete" celebrou- se quando ele foi
desmamado (21.8).

Logo depois é despedido, por causa dele, o filho da escrava. E, pelo que se deu com
ele, quando o Senhor põe à prova Abraão (22.1-19), podemos imaginar como seria
sua obediência aos pais.

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Ele cooperava com os pais, para que o lar fosse inteiramente submisso à vontade
divina. Feliz é o casal cujos filhos são crentes e tudo fazem em prol do crescimento
espiritual do lar.

Isaque demonstra sempre grande amor filial. Teria sentido profundamente a morte de
sua mãe (Gn 24.67). E quando seu velho pai fecha os olhos, morre, ele - ao lado de
Ismael - dá-lhe sepultura digna.

B) COMO ESPOSO
O bom filho é, geralmente, bom esposo. Até na constituição do lar Isaque segue a
orientação paterna. Casa-se com a sua prima, em 2° grau. Rebeca. E, segundo tudo
indica, da narrativa bíblica, ele não só era monógamo como também não teve
segundas núpcias. E assim, feliz no lar, ele viveu, ainda, depois da morte de seu pai,
105 anos. "Foram todos os dias de Isaque cento e oitenta anos" (Gn 35.28).

C) COMO PAI
Sua posição perante os dois filhos era a do pai que poderia dizer: quero que meus
filhos sigam os meus passos. Sim, ele fora bom filho, esposo exemplar, era também o
pai honrado e reverenciado pelos filhos.

Quando Esaú, depois de esbanjar o seu direito de primogenitura, achou-se


prejudicado pelo irmão e assentou em seu coração matar a Jacó, também decidiu só
executar seus planos depois da morte de Isaque (Gn 17.41).

O grande valor daquele pai, a sua autoridade moral e o respeito que sua pessoa
merecia impunham ao filho leviano e "profano" (Hb 12.16) certa norma de conduta,
embora contra os propósitos do seu coração. Estava velhinho e cego, Isaque, mas era
o sustentáculo da família!

3 - ISAQUE, O AMIGO DA PAZ


Num mundo convulsionado pelas guerras e pelos preparativos de novas guerras,
como o nosso mundo, fala-se muito em paz. Realizam-se conferências de nações e de
estadistas; formam-se organismos internacionais; levantam-se grupos de indivíduos
que a si mesmos se chamam de pacifistas, de amigos da paz.

Estariam os responsáveis pelos distintos do mundo dispostos a imitar o grande amigo


da paz que foi Isaque? Vejamos seus esforços para evitar a guerra e manter a paz
com os seus inimigos gratuitos:

A) SUPORTA A AGRESSÃO
Por ser abençoado por Deus, era Isaque vítima da inveja dos filisteus. Habitando na
própria terra que Deus reservara à descendência de Abraão, ele semeia e recolhe
"cento por um", isto é, forte colheita.

Possuía grandes rebanhos, era riquíssimo. Os filisteus, então, entulharam os seus


poços. E mais: o próprio rei, Abimeleque o expulsou daquelas terras, dizendo- lhe: "já
és muito mais poderoso do que nós" (26.16).

Sai Isaque e vai acampar-se "no vale de Gerar." Ali cavou outros poços, mas os
pastores do lugar os tomaram. "Esta água é nossa", disseram-lhe (26.20).

Ainda outro poço lhe foi tomado. Finalmente, manda Isaque que seus servos cavem
outro em lugar retirado e este, então, fica em seu poder. Ele antevivia os ensinos de
Cristo, exarados no Sermão do Monte, conforme Mt 5.38-42. Era poderoso e rico,
poderia lutar e guerrear em defesa de seus direitos. Não o quis, entretanto.

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Ele confiava em Deus, que o abençoava; tinha outras terras diante de seus olhos; por
que brigar e matar?

B) PAGA O MAL COM O BEM


Sempre paciente, sempre alegre e esperançoso, sempre dadivoso e benigno, sempre
compensado por Deus, segue Isaque o seu caminho, sem desejar nenhum mal aos
seus inimigos.

Tal exemplo os inquietava. E o rei, acompanhado de dois amigos, vem procurá-lo,


para dizer: "Vimos claramente que o Senhor é contigo" (26.28), e pro- por-lhe uma
aliança de paz.

Isaque, que poderia vingar-se, naquele mesmo dia, deu-lhes, entretanto, um banquete;
aceita a proposta de paz e os faz voltar alegres e felizes. E ele, por certo, também se
sentiu muito feliz.

Mais tarde, quando Paulo escrevia aos romanos (Rm 12.21), quem sabe, tinha ele em
mente este exemplo de Isaque, como outros da vida de grandes servos de Deus.

CONCLUSÃO
Isaque, o herdeiro das promessas de Deus; Isaque, o bom filho, o esposo exemplar e
o pai modelar; Isaque, o amigo da paz, era homem que sabia entregar-se à meditação,
ao cultivo de sua espiritualidade (Gn 24.63); que sabia recorrer a Deus, por meio da
oração e isto para a solução dos mais difíceis problemas da vida (25.21); que sabia
submeter-se à vontade divina (22.1-19).

Imitemos ao filho de Abraão, cultivando bem as nossas relações com Deus. Tudo o
mais de bom virá como fruto espontâneo em nossa vida cristã.

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