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PORTE PAGO

99129-5/2001-DR/SC

CORREIOS
UFSC
Universidade Federal de Santa Catarina - www.ufsc.br - Março de 2006 - Nº 375

Grupo de Estudos de Desastres Naturais

Desastres naturais
Projetos resultam em atlas sobre as ocorrências em SC
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Festa da Ciência Mapa para Bromélias e


na UFSC deficientes visuais biodiversidade
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UFSC - Jornal Universitário
Março de 2006 - Nº 375 - Pág. 2

SC na vitrine da ciência
Ao leitor
O programa nacional de
Eventos
Em dezembro de 2005, a Uni- nanotecnologia, a produção de fármacos
versidade Federal de Santa e a farmacogenômica, o projeto plantas
Catarina celebrou 45 anos. Duran- Março
do futuro, células tronco e avanços na
te as comemorações, lançamos medicina, o aqüífero Guarani, a
uma Revista que, além de ser dis- Fórum Público - Privado sobre
sustentabilidade e o desenvolvimento,
tribuída, está acessível no novo Apoio à Inovação - Encontro de
as alterações climáticas e o protocolo
site da UFSC. Em 2006, continua- Inovação Região Sul
de Kyoto são alguns dos inúmeros te-
mos a celebração de ter uma uni- Auditório da Reitoria
mas que serão discutidos durante a re-
versidade “madura, preparada 27 a 28/3
alização da 58ª Reunião Anual da Soci-
para novos desafios”. Neste ano Informações: (48) 3331-7017
edade Brasileira para o Progresso da Ci-
acontece na UFSC a 58ª Reunião ência (SBPC). Considerado maior even-
Anual da Sociedade Brasileira Abril
to científico do Hemisfério Sul, o encon-
para o Progresso da Ciência tro será realizado na UFSC de 16 a 21
(SBPC) que o professor Sílvio I Jornada Catarinense de
de julho, com o tema SBPC&T – Seme-
Coelho, em artigo opinativo neste Adolescência / XII Semana de
ando Interdisciplinaridade.
JU, bem denominou “Festa da Ci- Pediatria do HU - UFSC / I curso
A organização é da UFSC, que tem
ência”. Este JU, além das habi- de Reciclagem para Ex-
como parceiros, entre outras institui- lidade de seu trabalho. Diversas comis-
tuais matérias de divulgação de Residentes do HU-UFSC
ções, a Universidade do Estado de San- sões já trabalham na UFSC organizan-
C&T, abre um espaço para contar Auditório da Reitoria
ta Catarina (UDESC), o Governo do Es- do o evento que este ano deve também
aos nossos leitores o que temos 6 a 7/4
tado de Santa Catarina, a Associação atrair pesquisadores de áreas como as
feito para implementar e melhorar Informações:
Catarinense de Fundações Educacio- engenharias, com diversos cursos de re-
a qualidade de nossa comunica- (48) 3331-9184 / 3331-9007
nais (ACAFE) e a Prefeitura do Municí- ferência na UFSC.
ção. Continuamos abertos a críti- pio de Florianópolis. O maior evento científico da Améri-
cas e sugestões, lançando novos Maio
No período da reunião, as portas da ca Latina favorece também a divulga-
produtos e qualificando os já cria- universidade estarão abertas também ção da competência dos grupos de pes-
dos, sempre no esforço conjunto Congresso Internacional de
para participação da população em ge- quisa, mostrando ao país o que se pro-
de divulgação da instituição, Direito da América do Sul / II
ral, que poderá freqüentar diversas ati- duz. É o que vai acontecer com a UFSC,
popularização da ciência e maior Congresso da European
vidades que serão realizadas durante o que poderá mostrar projetos em inúme-
interação com a comunidade inter- Community Studies Association /
evento. Além de possibilitar a apresen- ras áreas. Dados organizados pela Pró-
na e externa. II Congresso Internacional de
tação de milhares de trabalhos desen- Reitoria de Pesquisa mostram que en-
Boa leitura e até maio. Propriedade Intelectual
volvidos em instituições de pesquisa, tre 1.552 professores da instituição,
Centro de Cultura e Eventos
durante a SBPC Sênior, o encontro vai 1.119 são doutores, outros 324 são mes-
1 a 3/5
reservar espaço para o debate e a refle- tres. De acordo com o Diretório de Gru-
Alita Diana Informações:
xão de metas estratégicas para o desen- pos de Pesquisa, organizado pelo CNPq,
www.eidas2006.org
volvimento das políticas de desenvolvi- a UFSC tem 398 equipes, formadas por
Fone (48) 3331-9628
mento científico e tecnológico do país. 2.080 pesquisadores. Ainda de acordo
Expediente Outro ponto alto da Reunião Anual
da SBPC é a oportunidade de
com o Diretório, são trabalhadas na uni-
versidade 530 linhas de pesquisa. Mui-
X Simpósio de Especialidades em
Planejamento da Operação e
Elaborado pela Agência de capacitação de professores de ensino tas delas estarão na vitrine da ciência e
Expansão Elétrica - X SEPOPE (a
Comunicação da UFSC médio, que poderão aproveitar em San- tecnologia nacional durante os dias da
confirmar)
www.agecom.ufsc.br ta Catarina cursos para melhoria da qua- reunião.
Centro de Cultura e Eventos
agecom@edugraf.ufsc.br 19 a 27/5
Fones: (48) 331-9233 e 331-9323 Informações:
Fax: 331-9684
Redação:
Licenciatura em Língua de Sinais reginasoares@eletrosul.gov.br

Alita Diana (Coordenadora) Junho


Arley Reis (Jornalista)
Artemio R. de Souza (Jornalista) Bia Ferrari Pedagogia.
Bolsista de Jornalismo / Agecom A coordenadora do curso, professo- V Congresso Latino Americano
Celita Campos (Jornalista) De Micotoxicologia - V CLAM XII
José A. de Souza (Jornalista) ra Ronice Müller de Quadros, explica a
Em parceria com outras oito institui- importância dessa licenciatura: “A nova Encontro Nacional de Micotoxinas
Tania R. de Souza (Revisora) - ENM’2006 IV Simpósio de
Beatriz Ferrari (Bolsista) ções a UFSC oferecerá a partir deste lei criou uma demanda grande por pro-
ano a primeira graduação a distância da fissionais com essa graduação. Há vári- Amazenagem Qualitativa de
Julia Fecchio (Bolsista) Grãos do Mercosul - IV SAG-
Talita Garcia (Bolsista) América Latina em Letras/Licenciatura os anos, o MEC vem oferecendo
com habilitação em Língua Brasileira de capacitação para pessoas preferencial- MERCOSUL
Fotografia: Jurerê Beach Village
Jones J. Bastos, Sinais (Libras). Em fevereiro, a univer- mente surdas que atuam como instruto-
sidade sediou um encontro dos profes- res da língua de sinais sem a licenciatu- 18 a 21/6
Paulo Noronha, Informações:
Arq. Fotográfico sores responsáveis por produzir o ma- ra. O objetivo do projeto é formar pro-
terial didático utilizado nessa nova gra- fessores com essa graduação”. O nú- (48) 3331-5386/3331-5387
Ledair Petry, 3334-4888 Ramal 213
Editoração: duação. O encontro foi todo traduzido mero de surdos também é um fator re-
simultaneamente para a língua de sinais. levante. Existem cerca de 170 mil sur- E-mail:
Jorge Luiz Wagner Behr micotoxlatinam.5@gmail.com.br
Projeto gráfico: As instituições ministrarão o novo dos no Brasil, de acordo com o último
curso estimuladas pela recente aprova- censo realizado, no ano de 2000. www.labmico.ufsc.br/
Sistema de Identidade Visual da micotoxlatinam5/pt/convite.htm
UFSC: ção da Lei de Libras. O Ministério da O edital para o processo seletivo da
Vicenzo Berti (Coordenador) Educação anunciou o decreto, assina- graduação em Língua Brasileira de Si-
do pelo presidente Luiz Inácio Lula da nais ainda não foi divulgado. Agosto
Guilherme D. Simões (Bolsista)
Secretaria: Silva, em dezembro do ano passado, Entre as instituições que participam
determinando o prazo de um ano para do projeto estão a Universidade Federal Seminário Internacional Fazendo
Beatriz S. Prado Gênero 7 – Gênero e
Sônia Xavier da Silva que todas as escolas, antigas e recém- de Santa Maria, a Universidade Federal
criadas, sejam bilíngües. Para as insti- da Bahia, a Universidade Federal do Preconceitos
Romilda de Assis 28 a 30/8
Impressão: tuições de ensino superior, o prazo para Amazonas, a Universidade Federal do
que a disciplina de Libras seja oferecida Ceará, a Universidade de Brasília, a Informações:
Imprensa Universitária (48) 3331-8211
em todos os cursos é de dez anos. A lei Universidade de São Paulo e o Instituto
também torna obrigatório o oferecimen- Nacional de Educação de Surdos. www.fazendogenero7.ufsc.br ,
to da disciplina em todas as licenciatu- e-mail: fgenero@cfh.ufsc.br
ras e nos cursos de Fonoaudiologia e
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Acervo Agecom

Festa da
Ciência
Sílvio Coelho dos Santos conferencistas cobraram das elites lo-
Pesquisador do CNPq. cais a criação de uma universidade. Em
Ex-Secretário Regional da SBPC 1985, a SBPC promoveu uma reunião
regional em Blumenau sobre o tema
“Condições da vida humana na Região
Sul”, congregando um público de mais
de duas mil pessoas. Na oportunidade,
Entre 16 e 21 de julho do corrente foram reconhecidos os avanços alcan-
ano acontecerá no Campus da Univer- çados pela FURB, ressaltando-se a im-
sidade Federal de Santa Catarina portância do papel da universidade para
(UFSC) a 58a Reunião Anual da Socie- a melhoria da qualidade de vida da po-
dade Brasileira para o Progresso da Ci- pulação local e seu potencial de contri-
ência (SBPC). O tema do encontro não buição no desenvolvimento regional.
poderia ser mais oportuno: Semeando Uma outra reunião regional aconte-
interdisciplinaridade. Como em encon- ceu em Florianópolis, em 1996, focali-
tros anteriores, realizados em diferen- zando o tema “Ecossistemas costeiros:
tes capitais e cidades do país, prevê-se do conhecimento à gestão”. Esse even-
a presença de 12 a 15 mil participantes. to criou condições para a discussão das
A Comissão Organizadora está áreas costeiras enquanto ambientes
A reunião será um marco para a conquista de novos compromissos com a ciência
viabilizando a transmissão por TV das complexos e fundamentais para a repro-
principais conferências e haverá cober- dução da vida. Mangues, baías, estuá- também ocorrem eleições gerais. A es- cremento da ciência no país. A crítica
tura pela mídia e pela internet de todo o rios e sua degradação foram amplamen- cassez de recursos financeiros para pro- faz parte do dia-a-dia de seus membros
evento. Mesas-redondas, workshops e te discutidos, bem como o seu potenci- mover o desenvolvimento científico é a participantes e, em particular, de seus
apresentação de painéis, além de con- al para a produção intensiva de proteí- tônica. Apesar dos avanços na forma- presidentes, diretores e secretários re-
ferências, estão previstos, envolvendo nas na forma de criação de moluscos e ção de novos pesquisadores, do gionais. No passado, não poucos sóci-
pesquisadores, estudantes de pós-gra- de pescados. Não poucos projetos em surgimento das fundações de apoio e os foram enquadrados como subversi-
duação e de graduação e professores desenvolvimento na UFSC e em outras dos editais para financiamento de pro- vos porque lutavam por mais educação,
das diferentes redes de ensino que são universidades do litoral foram apresen- jetos, há muito que fazer para que te- mais ciência, mais competência, mais
esperados no encontro. tados, com destaque para a produção nhamos na ciência uma base para ga- recursos financeiros, além de mais liber-
Essa será a segunda vez que a de sementes de ostras, de mariscos e rantir a melhoria da qualidade de vida dade, mais ética e mais seriedade no
SBPC promove suas reuniões anuais no de vieiras em laboratório. No caso, como da população em sua totalidade. Basta trato da coisa pública. Hoje, essas ban-
Estado. Em 1966, em Blumenau, acon- pano de fundo estava a valorização da lembrar que o país tem 180 milhões de deiras continuam animando o cotidiano
teceu a 18ª Reunião Anual. À época, população litorânea que vive do mar. habitantes e um número muito restrito dos sócios e dos dirigentes da entida-
esse encontro teve enorme repercussão Como acontece quando pesquisado- de pesquisadores e de estudantes em de. Temos certeza que a 58a reunião, a
e decisivamente contribuiu para o res, professores, estudantes e adminis- nível superior. A educação básica está ser realizada num grande clima de fes-
surgimento da Fundação Universidade tradores se encontram, o debate sobre entre as mais deficientes do mundo. E ta, será um marco para a conquista de
Regional de Blumenau (FURB). Nessa os problemas do país e, especialmente, a profissão de professor é extremamen- novos compromissos da sociedade, do
cidade funcionava apenas uma Facul- sobre as políticas governamentais de te desvalorizada. Estado e do país com a ciência, a
dade de Ciências Econômicas. Tanto a ciência, tecnologia e inovação (CTI) de- A SBPC tem realizado seu papel en- tecnologia e a inovação.
presidência da SBPC quanto diferentes verá recrudescer, neste ano em que quanto organização voltada para o in-

Moluscos marinhos e inovação social


Cláudio Blacher a nossa zona costeira. Muitos destes fo- ganizou o 1° Seminário sobre Qualida- crédito facilitado. Apenas assim chega-
Oceanógrafo e gerente do LMM ram pioneiros em uma atividade que de da Água e Saneamento Básico da remos a uma produção certificada, ga-
apenas hoje começa a despontar eco- Baía Sul, momento em que algumas rantindo a segurança da atividade e do
nomicamente e que ainda necessita destas iniciativas foram apresentadas. consumidor.
passar por enormes processos para que Programas de monitoramento da quali- A Secretaria Especial de Aqüicultura
possa ser devidamente regulamentada. dade microbiológica da água de cultivo e Pesca (SEAP) tem procurado auxiliar,
O Laboratório de Moluscos Marinhos Portanto, é com estes produtores que e do produto, treinamento de negociando em nível ministerial, apon-
(LMM) da UFSC, ao receber das mãos gostaríamos de dividir e desejar que o maricultores em manuseio e higiene, de- tando novos caminhos, estabelecendo
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prêmio chame a atenção de todos os ór- senvolvimento de depuradora de normas e liberando recursos para que
o Prêmio FINEP de Inovação Social gãos públicos envolvidos para a urgên- moluscos, entre outras, são algumas sejam feitos os estudos que subsidia-
2005, em cerimônia realizada no Palá- cia da regulamentação completa da ati- destas iniciativas, que virão a dar mais rão a regulamentação e a regularização
cio do Planalto, no dia 6 de dezembro vidade. Para que estas centenas de fa- qualidade e segurança a nossa produ- das áreas de cultivo. Mas é preciso agir
do ano passado, entrou em uma nova mílias, que hoje vivem da produção de ção. Nunca tantos diferentes departa- rapidamente e em consonância com os
safra de produção com o espírito reno- ostras e mexilhões, possam viver e tra- mentos da nossa universidade, do Go- diversos órgãos públicos envolvidos
vado. Este foi um prêmio por tudo aqui- balhar mais tranqüilos, em áreas regu- verno do Estado e das outras universi- para que a atividade atinja o nível de
lo que vimos realizando nestes últimos larizadas e licenciadas, produzindo dades de Santa Catarina estiveram in- profissionalização que todos almejam.
20 anos em favor do desenvolvimento moluscos de qualidade e gerando mais teressados e comprometidos com o de- Desta forma, nós do LMM espera-
da maricultura estadual em parceria com desenvolvimento a toda sociedade. senvolvimento da maricultura. mos que, em 2006, toda a família pro-
a EPAGRI. Hoje, percebe-se um ciclo virtuoso na É essencial, no entanto, a regula- dutora possa receber, enfim, a noticia
Devemos esclarecer, no entanto, que maricultura catarinense. Nunca houve mentação das áreas de produção e dos que a sua área de cultivo foi definitiva-
ele é, sobretudo, um reconhecimento ao tantas iniciativas em favor de seu desen- produtores, com a concessão do uso do mente licenciada para que esta ativida-
trabalho e à dedicação de centenas de volvimento. Nos dias 7 e 8 de dezem- mar, para que eles tenham mais segu- de continue crescendo e gerando mais
maricultores que estabeleceram um bro, por exemplo, a Associação dos rança, possam investir em empregos e renda.
novo paradigma econômico e social para Maricultores do Sul da Ilha (AMASI) or- profissionalização e tenham o acesso ao
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Mapa tátil
Desenvolvido na UFSC, o projeto é pioneiro no país
Foto do Projeto
Julia Fecchio
Bolsista de Jornalismo / Agecom

Os deficientes visuais de
Florianópolis possuem um instrumento
inovador que facilita a locomoção no
centro da capital. É o mapa tátil da re-
gião central da cidade, desenvolvido
pela professora Ruth Emília Nogueira
Loch, do Departamento de Geociências
da UFSC, e pela aluna de geografia
Luciana Almeida. Instalado no Terminal
do Centro (Ticen) desde outubro de
2005, o mapa foi construído com a par-
ticipação dos cegos, que falavam quais
seriam as melhores texturas e formas a
serem usadas para representar cada
local.
O painel possui 1,20m de largura e
80cm de altura, a dimensão máxima
para que os deficientes possam fazer a
leitura facilmente. O mapa tem uma es-
cala de 1:1.500 e sua extensão, que foi
totalmente definida pelos cegos, come-
ça na representação da rua Padre
Roma, passa pela Rio Branco e pela
Mauro Ramos e termina no Terminal
Central. Outros locais que também es-
tão representados no painel são as pra-
ças, a Catedral e as diversas escadas
existentes no centro. Todos eles foram
considerados essenciais pelos deficien-
O painel foi criado com a ajuda dos principais interessados
tes visuais consultados.
A idéia de construir um mapa tátil foi A professora Ruth comenta que no que passou a ser representado no mapa criação de padrões que deverão ser usa-
da professora Ruth depois que a Fun- início foram construídos mapas que os não foi o prédio do terminal, e sim as dos na construção de mapas destina-
dação Catarinense de Educação Espe- cegos não conseguiam ler, pois eles ti- suas plataformas. dos a deficientes visuais. Formas, tex-
cial pediu que ela transformasse os nham sido elaborados segundo a per- O painel instalado no Terminal Cen- turas e principalmente materiais que
mapas dos livros didáticos comuns em cepção de pessoas que enxergam. Ela tral de Florianópolis é o primeiro desse possam ser encontrados em qualquer
mapas que pudessem ser lidos pelos conta que o Ticen, por exemplo, estava tipo em todo o Brasil. O trabalho foi re- lugar do país serão definidos e depois
cegos. A partir daí, começou um traba- representado por um quadrado, como conhecido pela Financiadora de Estudos reunidos em um catálogo que será ela-
lho que duraria nove meses até que o normalmente se faz com representação e Projeto (Finep), através do Programa borado pela equipe e enviado para a
melhor resultado fosse atingido. Uma de prédios em mapas para pessoas sem Tecnologias Assistíveis, criado para es- Associação Brasileira de Normas Téc-
das etapas foi o rastreamento dos locais deficiência visual, e isso os cegos não timular o desenvolvimento de projetos nicas (ABNT). A criação de um mapa do
que seriam representados no mapa. podiam ler. Foi apenas com a participa- que beneficiem as camadas mais excluí- Aeroporto Hercílio Luz, da Rodoviária
Ruth explica que esse procedimento foi ção dos deficientes durante o processo das da sociedade. É desse programa Rita Maria e do Terminal do Centro tam-
necessário porque muitos elementos da construção que as responsáveis pelo que virão os recursos para a bém está nos planos da professora
existentes nos mapas usados como projeto puderam entender que só preci- implementação de novas fases do tra- Ruth.
base para o projeto já não estavam mais savam mostrar as áreas por onde os pe- balho. Desde janeiro, a professora e
presentes na realidade. destres podem circular. A partir daí, o mais três bolsistas estão envolvidos na

Conhecer a UFSC
Programa abre a universidade para escolas catarinenses
Recepcionar estudantes de esco- do, tornando conhecidas algumas de (cerca de 30 mil), muitas vezes superior do Colégio de Aplicação, entre ou-
las de cidades catarinenses e suas atividades. Além de ver de perto a à população de alguns municípios. Os tros. Com a coordenação do profes-
apresentá-los à Universidade Fede- estrutura física dos cursos e outros se- professores quase sempre se despe- sor Gilson Braviano e assessoria do
ral de Santa Catarina. Esse é o obje- tores, os alunos passam a entender um dem com um “Até logo!”, satisfeitos com servidor técnico-administrativo
tivo do programa O Programa “Ve- pouco mais da história da UFSC, atra- o que foi apresentado a seus alunos e Fernando Argiles Wolff, o programa
nha Conhecer a UFSC”, que vés das explicações e curiosidades con- pretendendo voltar no ano seguinte. São “Venha Conhecer a UFSC” tem sua
apenas no segundo semestre tadas pelos guias. oferecidas atividades em diversos seto- secretaria localizada na Pró-Reitoria
de 2005 atendeu mais de 900 estu- Os estudantes de cidades menores, res, como o Laboratório de Ensino de de Cultura e Extensão da UFSC. O
dantes de 26 escolas públicas e par- do interior do estado, costumam ficar im- Geologia, o Planetário, os Laboratórios contato para agendar visitas deve ser
ticulares. Por meio desse programa, pressionados com a área ocupada pelo de Química (Quimidex), de Física feito através do telefone (48) 3331-
a universidade se aproxima da co- Campus e a quantidade de pessoas que (Labidex), de Micologia e Uroanálise, de 9290. Mais informações no site
munidade estudantil de todo o Esta- integram a comunidade universitária Embriologia, além do Espaço Estético www.venhaconhecer.ufsc.br
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Áreas de risco
Projetos resultam em atlas de desastres naturais em Santa Catarina

Grupo de Estudos de Desastres Naturais


coletadas nas estações pluviométricas
da Agência Nacional da Água (ANA) e
Leo Branco
Bolsista de Jornalismo da Agecom / UFSC do Centro de Informações de Recursos
Ambientais e de Hidrometeorologia de
Santa Catarina (Climerh), ligado à
Epagri. Depois de editado pelo Governo
A UFSC está atuando na prevenção do Estado, o atlas deverá ser distribuí-
de catástrofes como enchentes, venda- do em todas as Diretorias Estaduais de
vais e ressacas. As ações são desen- Defesa Civil, além de bibliotecas e es-
volvidas pelo Grupo de Estudos de De- colas públicas catarinenses.
sastres Naturais (GEDN), vinculado ao Por conta do alto risco de desastres
Departamento de Geociências, do Cen- naturais, a região do Vale do Itajaí, com-
tro de Filosofia e Ciências Humanas da posta de 34 municípios, recebeu aten-
universidade. ção especial dos pesquisadores do Gru-
Desenvolvidas desde fevereiro de po de Estudos de Desastres Naturais da
2003, essas atividades são resultados UFSC. Toda a bacia do Rio Itajaí-Açu
de dois projetos de pesquisa e exten- foi incluída e os dez municípios mais afe-
são: “Diagnóstico geoambiental das áre- tados por desastres na região recebe-
as de risco nos municípios de Santa ram mapas especiais, onde são deta-
Catarina afetados por adversidades cli- lhadas as áreas mais suscetíveis a aci-
máticas” e “Plano de prevenção e con- dentes.
trole de desastres naturais nos municí- Outro trabalho importante vem sen-
pios do Estado de Santa Catarina afeta- do realizado pelos integrantes do gru-
dos pelas adversidades climáticas”. po. Desde 2004 os pesquisadores têm
Ambos tiveram entre seus objetivos a Publicação traz informações sobre os desastres ocorridos no Estado de 1980 a 2004 percorrido o Estado dando palestras nas
elaboração de um atlas, detalhando es- cidades mais afetadas por desastres
tas situações no Estado. naturais. Para isso, foi preparada uma
Em fase de acabamento, a publica- Catarina em março de 2004. colocados sobre cada município citado. apostila, que contém vários dados dis-
ção reúne um conjunto de 34 mapas e O atlas considera todos os desastres Os registros dos desastres foram poníveis no atlas, além de uma série de
mostra as maiores ocorrências de inun- ocorridos no Estado durante o período pesquisados pelos bolsistas e professo- dicas para a população se proteger. “A
dações bruscas e graduais, de 1980 a 2004 e foi realizado a partir res envolvidos nos projeto, junto aos intenção dos organizadores é expandir
deslizamentos de terra, vendavais, chu- de uma parceria entre Centro Universi- arquivos da Diretoria Estadual de Defe- as informações coletadas, contribuindo
vas de granizo, estiagens, tornados e tário de Estudos Sobre Desastres sa Civil de Santa Catarina (DEDC-SC) para a compreensão dos desastres e
ressacas já registradas. Uma seção es- (CEPED/ UFSC) e a Defesa Civil. As e jornais locais. Foi também criado um sua prevenção junto à comunidade”,
pecial do livro analisa o furacão Catarina, informações sobre as ocorrências foram banco de dados, com informações so- explica a coordenadora, Maria Lúcia
que atingiu a região Sul de Santa organizadas sobre os mapas, em ícones bre as anomalias pluviométricas Herrmann.

Energia solar será utilizada em farol da Marinha


UFSC) Ricardo Rüther, que coordena o la em energia elétrica. Essa transforma- rão energia o dia todo”, diz.
Débora Horn projeto, o uso da energia solar permitirá ção ocorre por meio da movimentação O projeto inicial previa instalações me-
Núcleo de Comunicação do CTC a redução de custos com a compra e o de elétrons, excitados pela interação da nores, que abastecessem somente o
transporte do óleo diesel até a Ilha. “Atu- luz do sol com materiais semicondutores farol, com dois dias de autonomia ga-
almente, cerca de 1 mil e 200 litros de – como o silício presente nos painéis. rantida. A ampliação do sistema é resul-
Até o final deste verão, o sol será a diesel são queimados mensalmente Toda a energia gerada por esse pro- tado de uma parceria firmada entre Ma-
única fonte da energia necessária ao para abastecer o farol”, afirma. Além da cesso será armazenada em 112 bate- rinha do Brasil e Centrais Elétricas de
funcionamento do farol da Ilha do Arvo- economia, a implantação do projeto re- rias, garantindo ao sistema uma auto- Santa Catarina (Celesc), Ministério de
redo, situada ao norte de Florianópolis. duzirá os riscos ambientais, como a po- nomia de até cinco dias - período em Minas e Energia (MME) e Eletrosul – que
A substituição do sistema de abasteci- luição, trazidos pelo uso de combustível que o farol continuará funcionando nor- cederam os equipamentos necessários.
mento do local, que hoje utiliza gerado- fóssil. malmente, mesmo que não haja sol para Conforme Rüther, o custo de implanta-
res movidos a óleo diesel, é resultado A Capitania dos Portos de Santa abastecê-lo. Assim, a Ilha do Arvoredo ção previsto inicialmente era de apenas
de um projeto desenvolvido pelo Labo- Catarina buscou a ajuda do Labsolar ao terá o maior sistema de geração R$ 100 mil, mas, com a parceria, será
ratório de Energia Solar da Universida- conhecer projetos semelhantes desen- fotovoltaica já instalado em Santa possível instalar um sistema que custa
de Federal de Santa Catarina (Labsolar/ volvidos pelos pesquisadores da UFSC Catarina, com potência de 15 kW, sufi- cerca de cinco vezes mais.
UFSC). nessa área. Entre eles, estão o uso de ciente para abastecer as cinco residên- Além do professor, o estudante de
Inaugurado em 1883, o farol orienta energia solar no abastecimento da For- cias urbanas típicas – com quatro habi- Ciências da Computação Rodrigo
a navegação ao norte da Ilha de Santa taleza de Ratones e também da Ilha dos tantes e eletrodomésticos como forno Vronski Ricardo trabalha no projeto, que
Catarina, emitindo feixes de luz a cada Guarás. “São projetos muito bem-suce- microondas, geladeira e ar-condiciona- deve ser implantado entre os meses de
60 segundos – esses lampejos brancos didos, implantados há quase uma dé- do. março e abril deste ano. Depois de
podem ser vistos a uma distância de até cada, em que a redução de custos e de De acordo com o professor Rüther, acompanhar o processo de substituição
24 milhas náuticas (cerca de 45 quilô- danos ambientais foi considerável”, ex- a grande capacidade de geração e do sistema, os pesquisadores da UFSC
metros). O projeto para troca do siste- plica Rüther. armazenamento do sistema também irá irão monitorar o seu funcionamento,
ma de abastecimento foi solicitado ao Energia limpa trazer mais conforto às pessoas que tra- coletando dados sobre o uso da ener-
Labsolar pela Marinha do Brasil no ano O novo sistema de abastecimento do balham no farol. Isso porque atualmen- gia solar no local. “Há possibilidade de
passado. farol conta com 210 módulos te elas só têm acesso à energia elétrica esse se tornar um projeto modelo, que
De acordo com o professor do De- fotovoltaicos, painéis que têm a função durante a noite, quando são ligados os poderá ser aplicado em locais semelhan-
partamento de Engenharia Civil (ECV/ de captar a energia solar e transformá- geradores movidos a diesel. “Agora te- tes à Ilha do Arvoredo”, conclui Rüther.
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Publicidade avaliada
UFSC participa de programa da Anvisa que fiscaliza propaganda de medicamentos

Leo Branco Foto do Projeto


Bolsista de Jornalismo da Agecom / UFSC Hospital Universitário, onde o projeto
está fisicamente instalado.
Após as análises de todas as peças
Quase todas as propagandas de me- publicitárias monitoradas, os relatórios
dicamentos veiculadas na mídia têm al- mensais, com todos os pareceres, são
guma irregularidade. A informação é da enviados à sede da Anvisa, em Brasília,
professora Cláudia Maria Oliveira onde os técnicos da agência avaliam a
Simões, do Departamento de Ciências possível retirada da peça publicitária de
Farmacêuticas, do Centro de Ciências circulação e o estabelecimento de mul-
da Saúde (CCS). Ela é a coordenadora tas. Desde o início do projeto na UFSC,
na UFSC de um projeto da Agência Na- os bolsistas do projeto já produziram
cional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nove relatórios, com cerca de 120 pro-
chamado de “Monitoração e Fiscaliza- pagandas, com uma média de 15 no-
ção de Propaganda, Publicidade, Pro- vas peças publicitárias analisadas por
moção e Informação de Produtos Sujei- mês.
tos à Vigilância Sanitária”. Desdobramentos
Multidisciplinar, o estudo é desenvol- Além da análise das propagandas, a
vido por 20 Universidades de todo o país, UFSC também desenvolveu um
em parceria com a Anvisa, responsável subprojeto sobre o uso racional de me-
pelo financiamento. Para a UFSC, que dicamentos, atendendo a uma exigên-
ingressou no projeto em sua segunda Equipe de professores e estudantes analisa o material de rádio, televisão e jornal. cia da Anvisa, que convida as universi-
fase, em janeiro de 2005, a Anvisa des- dades participantes a criar subprojetos
tinou R$42 mil. Os estudos envolvem 15 pia. alunos, onde a propaganda é analisada nesta área. Este subprojeto compreen-
bolsistas de cursos de graduação em Depois de coletadas, todas as pro- de acordo com seus possíveis efeitos e deu dois minicursos realizados na 5ª
medicina, farmácia, odontologia, enfer- pagandas são analisadas. Esta análise riscos à saúde da população, para a qual Semana de Ensino, Pesquisa e Exten-
magem, jornalismo, publicidade e direi- é norteada, principalmente, pela Reso- é direcionada a propaganda em análi- são da UFSC (Sepex), abordando a in-
to, além da professora Marlene Zannin lução 102, da Anvisa, publicada em se. Nesta fase, são relatados possíveis fluência da propaganda no uso de me-
(Departamento de Patologia) e da far- 2000, que regula a propaganda de me- danos e mal-entendidos que determina- dicamentos e os cuidados que se deve
macêutica Marisete Canelo Resener. dicamentos na mídia. Legislações mais da propaganda pode ocasionar ao ser ter com estas substâncias. Os
O monitoramento das propagandas amplas, como o Código do Consumidor, veiculada. minicursos contaram com a presença de
é feito a partir da gravação da progra- por exemplo, também são utilizadas. O terceiro é o de “Análise Publicitá- alunos e professores da universidade e
mação diária de quatro rádios da Gran- Processo ria”, onde a propaganda é checada pe- da comunidade.
de Florianópolis (Band FM, Itapema FM, Para cada peça publicitária é organi- los alunos da área da Comunicação Outro subprojeto prevê a visita dos
CBN AM e Guararema AM), em horári- zado um formulário, preenchido com (Cursos de jornalismo e de publicidade bolsistas a escolas de Ensino Médio e
os aleatórios. Na televisão, são analisa- quatro pareceres sucessivos: “Técnico- – este último com uma aluna da Facul- Fundamental para conversar sobre o
das as programações de duas emisso- Científico”, “Risco Sanitário”, “Análise dade Estácio de Sá), com o objetivo de uso racional de medicamentos, utilizan-
ras locais (SBT e Barriga Verde), e os Publicitária” e “Enquadramento Legal e analisar a mensagem, de acordo com do uma linguagem acessível aos jovens.
programas Casseta e Planeta e Malha- Conclusivo”. O primeiro, “Técnico-Cien- os conhecimentos da área. Por último, “Não é somente com a fiscalização que
ção, da grade nacional de programas da tífico”, é feito pelos alunos de farmácia, a propaganda recebe um parecer de vamos diminuir o consumo
TV Globo. Além disso, são checados medicina, odontologia e enfermagem. “Enquadramento Legal e Conclusivo”, indiscriminado de medicamentos, mas
diariamente dois jornais catarinenses (A Eles analisam possíveis erros nas pro- feito pelos alunos de direito, que discu- sim com educação”, explica o professor
Notícia e Diário Catarinense) e folhetos pagandas, de acordo com a literatura tem aspectos jurídicos da peça publici- Rodrigo Fernandes Alexandre, também
publicitários distribuídos em doze farmá- científica disponível. tária analisada. Essas atividades acon- do Departamento de Ciências Farma-
cias previamente selecionadas, clínicas Depois é feito o parecer de “Risco tecem em uma sala anexa ao Centro de cêuticas e co-responsável pelo projeto.
médicas, odontológicas e de fisiotera- Sanitário”, geralmente pelos mesmos Informações Toxicológicas (CIT), no

Tese aprofunda estudos sobre mídia-educação


Bia Ferrari Pier Rivoltella, da Università Cattolica realizada com crianças em Treviglio, na meçando a sentir necessidade de pes-
Bolsista de Jornalismo da Agecom / UFSC Sacro Cuore di Milano. Itália. Mônica constatou que, a despeito soas com essa especialização. O mídia-
Trabalhando com o conceito de das diferenças culturais, e apesar da educador pode ser formado em peda-
“Crianças, Cinema e Mídia-Educa- mídia-educação, o objetivo de Mônica idade em comum, as crianças italianas, gogia ou comunicação e se especializar
ção: olhares e experiências no Brasil e foi compreender como crianças de dife- que já tinham contato com a disciplina nesse “campo de interface entre educa-
na Itália” é o tema da tese de doutorado rentes contextos socioeconômicos de mídia-educação, dominavam alguns ção e comunicação”. Para Mônica, o
defendida pela pedagoga Mônica Fantin. interagem com o cinema. Antes de pas- conceitos mais práticos. No Brasil, qua- mídia-educador tem o papel de educar
O trabalho desenvolvido junto ao Pro- sar seis meses na Itália, financiados por se 40% das crianças entrevistadas pela “com, sobre e através dos meios”, numa
grama de Pós-Graduação em Educação um programa de bolsa de estágio de pesquisadora iam ao cinema pela pri- perspectiva crítica, instrumental e pro-
da UFSC é resultado de dois anos de doutoramento no exterior da Capes, meira vez. dutiva. Deve também despertar as em-
pesquisa no Brasil e seis meses na Itá- Mônica fez uma pesquisa de recepção A pedagoga defende a formação de presas de mídia para a questão da qua-
lia, o que permitiu que a pesquisadora do clássico infantil O Mágico de Oz em um novo profissional, o mídia-educador, lidade de suas produções culturais bem
comparasse os resultados obtidos so- escolas públicas em Florianópolis. Após que deve saber trabalhar com a comu- como as possíveis implicações (e in-
bre a interatividade de crianças com a as crianças assistirem ao filme, um nicação e deve ter também conhecimen- fluências) de seus produtos na socieda-
mídia nos dois países. A tese foi orien- questionário era aplicado e a pesquisa- tos da área educacional. E diz que, no de, em especial nas crianças e adoles-
tada pela professora Gilka Girardello, da dora realizava entrevistas em grupos de Brasil, as empresas de comunicação, centes. A tese estará disponível na Bi-
UFSC, e co-orientado pelo professor aprofundamento. A mesma pesquisa foi ONGs, produtoras e escolas estão co- blioteca da UFSC.
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Bromélias e biodiversidade
Pesquisadores avaliam importância da espécie para a Mata Atlântica
Foto do Projeto
Julia Fecchio mada Euglossa, também conhecida
Bolsista de Jornalismo da Agecom / UFSC como abelha das orquídeas. Estas abe-
lhas constroem ninhos na natureza e
também em pequenas caixas que são
colocadas em diferentes locais da mata.
Laboratórios do Centro de Ciências Desta forma a vida destas abelhas vem
Biológicas (CCB) da UFSC estão estu- sendo observada, como reprodução,
dando a importância das bromélias para presença de parasitas, horário de ativi-
a biodiversidade, principalmente da Mata dades, etc.
Atlântica. A pesquisa “A fauna associa- A captura dos mosquitos é feita atra-
da às bromélias na Mata Atlântica” é co- vés de um procedimento conhecido
ordenada pelo professor Carlos Brisola como “armadilha de emergência”. São
Marcondes, do Departamento de colocados sacos de pano, que induzem
Microbiologia e Parasitologia (MIP), com os insetos a entrarem em canos, por
a colaboração de outros profissionais meio dos quais eles caem em frascos
como a professora Josefina Steiner, do com álcool. Depois disso, o frasco é le-
Departamento de Biologia Celular, vado para o laboratório, onde são feitos
Embriologia e Genética (BEG). os estudos e a catalogação das espé-
O trabalho é feito, principalmente, cies.
pelo Laboratório de Entomologia Médi- A pesquisa desenvolvida na UFSC
ca e pelo Laboratório de Abelhas, am- faz parte de um programa chamado
bos do CCB. São realizadas observa- “Mata Atlântica”, que reúne outros seis
ções sobre várias espécies de animais, estudos sobre a conservação e o uso
como abelhas, formigas, besouros, mos- Já foram observadas cerca de 350 espécies de animais associados a essas plantas
da floresta, realizados por diferentes uni-
quitos, percevejos e libélulas, que utili- versidades em todo o Brasil. O projeto
zam as bromélias para diferentes fins, tinente americano, na África. Boa parte ratório de Entomologia Médica, preocu- “A fauna das bromélias na Mata Atlânti-
como local de reprodução, alimentação das duas mil espécies dessa planta pode pa-se em identificar os tipos de insetos ca” é financiado por um convênio firma-
e abrigo. ser encontrada na Mata Atlântica, por que freqüentam a água contida nos tan- do entre o Conselho Nacional de Desen-
De acordo com os pesquisadores, a isso essa floresta desperta o interesse ques das bromélias, especialmente os volvimento Científico e Tecnológico
conservação e o estudo das bromélias de muitos estudiosos e está servindo de mosquitos. Também é feito o estudo (CNPq) e o Ministério Federal para For-
e dos seres vivos que necessitam dela base para o projeto. para descobrir a relação desses insetos mação e Pesquisa da Alemanha
para a sobrevivência é de grande impor- A principal característica das com o homem, como por exemplo se (BMBF), órgão alemão que fomenta e
tância. Já foram observadas cerca de bromélias, responsável pela atração dos ele pode ser transmissor de doenças. A financia pesquisas científicas. Atualmen-
350 espécies de animais associados a insetos, é a existência de uma estrutura segunda frente está mais ligada à ques- te existe uma maior interação entre a
essas plantas, sendo a maioria insetos. chamada de “tanque”, que está locali- tão da biodiversidade, que é estudada equipe da UFSC com instituições de São
A bromélia foi escolhida para o estudo zada na base da planta e é capaz de pelo Laboratório de Abelhas. A pesqui- Paulo e do Paraná. O próximo passo da
por estar presente em grande quantida- armazenar água ou humo. Nestes lo- sa nessa área está concentrada nos equipe é aumentar o contato com os
de na mata e apresentar uma enorme cais, os animais podem encontrar ali- animais que realizam a polinização da pesquisadores de outros projetos do pro-
variedade de espécies. São mais de mentos e também um lugar seguro para bromélia, e aí se encontram, principal- grama, para promover uma maior troca
duas mil espécies, e praticamente todas abrigo, reprodução e desenvolvimento. mente as abelhas. de conhecimentos.
elas estão nas Américas. Apenas uma A pesquisa é dividida em duas fren- As observações têm mostrado a pre-
espécie de bromélia ocorre fora do con- tes. A primeira, desenvolvida pelo Labo- sença abundante de uma abelha cha-

UFSC estuda código genético do mosquito da malária


Arley Reis Microbiologia e Parasitologia, do Cen- Senegal, Somália e Zimbábue. Excluin- apresenta a capacidade de fixação de
Jornalista da Agecom / UFSC tro de Ciências Biológicas, será parcei- do os países africanos, dois terços dos nitrogênio no solo, o que pode levar a
ro do Laboratório de Protozoologia nos casos concentram-se apenas em seis uma redução do uso de fertilizantes
Responsável pelo desenvolvimento trabalhos. países: Índia, Brasil, Sri Lanka, nitrogenados na agricultura.
de diversos projetos voltados ao A expectativa é de que os resultados Afeganistão, Vietnã e Colômbia. No con- A equipe participa também da Rede
seqüenciamento de genomas, o Labo- forneçam subsídios importantes para o tinente americano, Brasil, Peru e Colôm- Sul de Análise de Genomas e Biologia
ratório de Protozoologia da UFSC está esclarecimento da malária, permitindo a bia contribuem com 70% dos registros Estrutural – Programa de Investigação
iniciando um novo desafio. Ligado ao compreensão de inúmeros fatores liga- da doença. de Genomas Sul (PIGS), que visa o
Projeto Genoma – Rede Nacional de dos à transmissão e auxiliando no de- Outros projetos seqüenciamento do genoma da
Seqüenciamento de DNA, como um dos senvolvimento de novas estratégias para Os primeiros projetos desenvolvidos Mycoplasma hyopneumoniae, que cau-
25 laboratórios da rede implantada pelo o controle no Brasil. A doença atinge 500 pelo Laboratório de Protozoologia na sa pneumonia em suínos. Além destes,
Ministério da Ciência e Tecnologia/ milhões de pessoas e causa de 1,5 a área de Genômica foram o seqüen- o laboratório integra os projetos genoma
CNPq, participará agora do seqüen- 2,7 milhões de óbitos por ano, aproxi- ciamento do genoma da bactéria EST do camarão Litopenaeus vannamei
ciamento do genoma do mosquito madamente 2,2 bilhões de pessoas Chromobacterium violaceum (que apre- (ShEST - Shrimp Genome Project);
Anopheles darlingi, o principal transmis- (34% da população mundial) vivem em senta propriedades de interesse médi- genoma do Organismo multicelular
sor da malária na América do Sul e Cen- áreas onde há risco de transmissão. co, econômico e ambiental), e do magnetotáctico – OMM; o Projeto
tral. Os resultados serão comparados A malária é prevalente em mais de Mycoplasma sinoviae, que determina Transcriptoma do Trypanosoma vivax e
com o genoma do Anopheles gambiae, 100 países, porém mais de 90% dos doenças em aves. O laboratório integra o Projeto Transcriptoma do Trypano-
vetor de malária no continente africano, casos ocorrem na África Subsaariana, ainda o Programa de Seqüenciamento soma rangeli, entre outros estudos no
que já foi seqüenciado por um consór- composta por 47 países de extrema po- Genômico do Estado do Paraná campo da genômica.
cio internacional. Na UFSC, o Laborató- breza, entre eles África do Sul, Angola, (Genopar), que tem como objetivo o Para conhecer melhor o projeto:
rio de Transmissores de Hematozoários, Camarões, Cabo Verde, Moçambique, seqüenciamento do genoma da bacté- www.darlingi.lncc.br
também ligado ao Departamento de Namíbia, Níger, Nigéria, Quênia, ria Herbaspirillum seropedicae, que
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Empresa Cidadã
Tractebel Energia é premiada em trabalho desenvolvido com a UFSC

Jones J. Bastos

Arley Reis consumidas, são geradas 42 toneladas


Jornalista / Agecom de cinzas, das quais 70% é extraída a
seco, chamadas de cinzas secas (vo-
lantes) e 30% via úmida, que são as cin-
A parceria com a UFSC no desen- zas úmidas ou pesadas. Devido às suas
volvimento de uma tecnologia que per- características físico-químicas, a cinza
mite o reuso das cinzas da queima do seca ou volante é vendida às
carvão mineral na construção de mora- cimenteiras e concreteiras, para adição
dias de interesse social resultou para a no cimento Portland ou ao concreto.
Tractebel Energia o Prêmio Empresa As cinzas pesadas não têm esse
Cidadã. A premiação foi concedida no mercado. São eliminadas em bacias de
final de 2005 pela Associação dos Diri- sedimentação ou na regularização de
gentes de Vendas do Brasil em Santa terrenos, gerando um problema de or-
Catarina (ADVB/SC). A iniciativa reco- dem ambiental e estética na área e vizi-
nhece práticas de responsabilidade so- nhança de influência de operação da
cial adotadas pelas empresas usina. Além disso, apesar da vantagem
catarinenses. Com capacidade de for- de serem secas e estocadas em silos –
necimento de 5.968 MW, a Tractebel é o que facilita seu transporte, retirada e
responsável por 8% da geração total de manuseio – mesmo as cinzas secas ain-
energia elétrica do Brasil. da possuem um baixo consumo. Gran-
O prêmio da ADVB é dividido em três de parte é umidificada e eliminada com
categorias: preservação ambiental, par- as cinzas pesadas nas bacias de sedi-
ticipação comunitária e desenvolvimen- mentação.
to cultural. Desenvolvido pela Tractebel Casa modelo no Campus da UFSC tem blocos com adição de cinzas No Brasil, estima-se uma disponibili-
Energia em parceria com o Laboratório dade de três milhões de toneladas/ano
de Valorização de Resíduos, ligado ao pesada como material para a constru- ção da areia pela cinza pesada, maior o de cinzas, composta de 65% a 85% de
Departamento de Engenharia Civil da ção civil foram realizados a partir da ca- consumo de água, mas esse fato não cinzas volantes e 15% a 35% de cinzas
UFSC, o case “A casa que vem das cin- racterização química do resíduo, levan- refletiu na resistência à compressão: os pesadas. Em Santa Catarina, a produ-
zas” foi contemplado na categoria pre- tamentos sobre sua geração e uso atu- concretos com cinzas apresentaram re- ção de cinzas no Complexo Termoelé-
servação ambiental. O trabalho é parte al, além de fabricação e testes de blo- sistência à compressão igual ou maior trico de Jorge Lacerda, localizado entre
de um projeto financiado pelo Progra- cos e argamassas. Os estudos vêm sen- em relação aos de referência. Foram os municípios de Capivari de Baixo e Tu-
ma de Tecnologia de Habitação do realizados junto ao Laboratório de Va- também realizados estudos de viabilida- barão, é estimada em 818 mil tonela-
(Habitare), financiado pela Finep. lorização de Resíduos, ligado ao Depar- de econômica e eles mostraram que os das/ano.
A pesquisa permitiu a construção de tamento de Engenharia Civil da UFSC. componentes com adição de cinzas po- ”Os testes mostram que componen-
uma casa modelo no Campus da UFSC, No caso dos blocos de concreto, as cin- dem ter custo até 40% inferior aos con- tes produzidos com a adição de cinzas
onde são demonstradas estratégias da zas pesadas foram usadas na substitui- vencionais. não deixam nada a dever e às vezes têm
construção sustentável. Entre os com- ção tanto do cimento Portland, como da Cinza pesada até melhor durabilidade do que os con-
ponentes testados estão blocos de areia fina. Os resultados mostraram que O estudo da viabilidade das cinzas vencionais”, avalia a professora Janaíde
vedação, argamassas e concretos em os blocos produzidos com a adição de pesadas para a construção civil busca Cavalcante Rocha, integrante do Núcleo
que diferentes quantidades da areia e cinzas podem apresentar resistência alternativas para um resíduo gerado em de Pesquisa em Construção. “Esses
do cimento foram substituídas por cin- superior aos convencionais, usados grande quantidade e que representa um dados demonstram a importância de di-
zas. como parâmetro nos testes laboratoriais. sério impacto ambiental. Na operação vulgarmos os resultados das pesquisas
Pesquisa No caso de concretos, observou-se das usinas termoelétricas, para cada e criarmos instrumentos que estimulem
Os estudos de viabilidade da cinza que quanto maior o valor de substitui- 100 toneladas de carvão mineral seu uso”, considera a professora.

Educação Olimpíada de Mérito Fundação


médica Matemática farmacêutico Ford
A professora do Departamento de O estudante Lucas Bruno Barbosa No Dia do Farmacêutico (12/1), a Dez integrantes de programas de
Saúde Pública, Maria Conceição de Sandoval, 15 anos, da 8ª série do Colé- professora Cláudia Maria Oliveira pós-graduação da UFSC foram contem-
Oliveira, conquistou o segundo lugar gio de Aplicação da UFSC, foi um dos Simões recebeu comenda outorgada plados com um prêmio da Fundação
no Prêmio ABEM de Educação Médi- vencedores da I Olimpíada de Matemá- pelo Conselho Federal de Farmácia Ford e puderam participar da Conferên-
ca 2005. O prêmio foi entregue no tica das Escolas Públicas (Obmep), re- por relevantes serviços prestados à cia Internacional de Ecologia, que teve
XLIII Congresso Brasileiro de Educa- alizada no final de 2005. A competição profissão farmacêutica. A professora como tema Ecologia na Era da
ção Médica, que ocorreu em Natal, contou com 10,5 milhões de alunos de foi a única indicada pelo Estado de Globalização. O encontro foi realizado
no Rio Grande do Norte, do dia 20 a 31.028 escolas de ensino médio e fun- Santa Catarina para receber a em janeiro, na cidade de Mérida, no
29 de outubro. Entre 32 trabalhos ins- damental do Brasil. Lucas ficou em 16º premiação. Cláudia integra o corpo México. O objetivo geral foi discutir te-
critos, o de Conceição, intitulado “Os lugar nacional entre estudantes de 7ª e docente do Programa de Pós-Gra- mas como espécies invasoras, migra-
modelos de cuidados como eixo de 8ª séries, nível 2. Na primeira fase da duação em Biotecnologia, desenvol- ção humana e sistemas de produção.
estruturação de atividades interdis- prova, em 16 de agosto, todos os alu- ve suas pesquisas em três grandes Quase todos os pós-graduandos apre-
ciplinares e multiprofissionais em saú- nos do Colégio de Aplicação participa- linhas: Estudo das atividades antiviral sentaram trabalhos. Os estudantes da
de”, destacou-se, sendo aprovado por ram. Na segunda etapa, em 8 de outu- e citotóxica de produtos naturais, Con- UFSC foram selecionados entre inscri-
um comitê de julgamento formado por bro, somente alguns foram seleciona- trole de qualidade de medicamentos tos de toda a América Latina e apenas
cinco professores e pesquisadores dos. Além de Lucas, outros estudantes e Investigação farmacológica de plan- 110 receberam o incentivo de mil dóla-
em medicina. catarinenses ganharam medalha de tas medicinais brasileiras. res para custear sua viagem. Destes 110
ouro na competição. estudantes, dez eram da UFSC.
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Neurociência do esporte
Laboratório ligado ao Departamento de Psicologia valoriza saúde mental e física

Paulo Noronha
Julia Fecchio
Bolsista de Jornalismo da Agecom / UFSC

Estudar o funcionamento do cérebro e utilizar esse


conhecimento para aumentar a qualidade de vida. Esse
é o principal objetivo da equipe do Laboratório de
Neurociência do Esporte e do Exercício
(www.lanespe.ufsc.br), ligado ao Departamento de Psi-
cologia, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas
(CFH).
Criado em 2001, o laboratório é atualmente coor-
denado pelo professor Emílio Takase. Desde sua fun-
dação já foram desenvolvidos vários projetos na área
da Psicologia do Esporte e Exercício, priorizando inici-
almente temas clássicos como ansiedade, motivação
e concentração. Em 2003, os trabalhos também pas-
saram a destacar a relação da psicologia do esporte e
do exercício com a neurociência, que estuda o cére-
bro e seu funcionamento. Takase afirma que pretende
unir esses dois campos e ampliar as pesquisas sobre
neurociência do esporte e do exercício, área que apre-
senta estudos ainda pouco desenvolvidos.
Os trabalhos do laboratório não seguem linhas es-
pecíficas de pesquisa e podem ser relacionados com
inúmeros temas. Segundo Takase, essa característi-
ca foi estabelecida para proporcionar a execução de
pesquisas que favoreçam o maior número de pes-
soas possível. Portadores de mal de Parkinson e
Alzheimer, além de esportistas em geral e até crian- Exrecício para análise da ansiedade e concentração durante o Sudoku, jogo de raciocínio
ças recém-nascidas já foram beneficiadas por estu-
dos desenvolvidos no Lanespe. Foi o que aconteceu, foram formados grupos de 15 pessoas, entre servido- As caminhadas no bosque do CFH resultaram em
por exemplo, com o NinarBaby, desenvolvido pelo pró- res, professores e alunos da UFSC que se reuniram um novo projeto do laboratório, que consiste no me-
prio professor Takase. Ele criou um banquinho que para realizar diferentes atividades, envolvendo desde lhoramento de uma trilha existente no local, através
pode ser movido verticalmente e assim tranqüiliza o técnicas de respiração até trabalhos com argila. Tudo da construção de escadas e pontes. Com a implanta-
bebê, pois a criança reconhece o movimento que re- isso ainda foi aliado às caminhadas pelo bosque do ção do projeto, Takase pretende unir a prática de exer-
cebia durante o período da gestação. CFH. Segundo Takase, esse projeto teve o objetivo cícios físicos e a conscientização ambiental, e assim
O Brainwalk é mais um dos projetos do Laboratório conscientizar as pessoas sobre a importância de valo- desenvolver uma cultura de valorização da natureza
e tem como objetivo estimular a saúde do cérebro atra- rizar a saúde mental e física de cada um e também o interna e externa às pessoas. Para 2006, novos gru-
vés de exercícios mentais e de caminhadas. Em 2005 meio ambiente de todos. pos serão formados.

Bisturi eletrônico UTI ampliada Sala de leitura


O Hospital Universitário (HU) já possui um novo O Hospital Universitário recebeu em dezem- Desde o final do ano passado, o Hospital Universi-
equipamento de primeira linha que vai beneficiar os bro do ano passado R$ 1,8 milhão do Ministério tário conta com sua Sala de Leitura. Batizada de Salim
procedimentos cirúrgicos, o UltraCision. O aparelho é da Saúde. Os recursos serão utilizados nas obras Miguel, a sala foi viabilizada com o apoio da empresa
um bisturi que permite fazer operações em menos tem- de ampliação da Unidade de Terapia Intensiva de gases industriais White Martins e da Editora Record,
po e com menor destruição tecidual e, além disso, tam- (UTI) e na compra de novos equipamentos para que doaram mil obras, todas novas. A maioria dos 500
bém diminui o risco de infecções. O equipamento que o hospital. Após o término das obras, marcado títulos encaixa-se nos gêneros romance, crônica,
custa mais de R$ 200 mil foi doado pela Secretaria de para o segundo semestre de 2006, o HU terá a poesia, auto-ajuda e religião. A coordenadora do se-
Saúde, graças ao empenho da direção do hospital. maior UTI de Santa Catarina. De acordo com o tor e bibliotecária, Eva Maria Seitz, diz que o objetivo é
O UltraCision será utilizado em operações comple- diretor geral do hospital, Carlos Alberto Justo, incentivar a leitura dentro do hospital, além de
xas, como remoção supra-renal e gastroplastia, e em cerca de R$ 1 milhão do total será destinado a descontrair os pacientes e tornar a estada menos trau-
cirurgias de cabeça, pescoço e abdome. O uso do equi- compra de novos equipamentos para a unidade. mática. A Biblioterapia foi o tema da dissertação de
pamento, tanto nas vídeocirugias como nas cirurgias Os outros R$ 800 mil vão para as obras da nova Eva. Os funcionários do hospital poderão emprestar
abertas, favorece não só o paciente, pois diminui o ala, que deverá contar com mais 14 leitos, dois os livros ou lê-los na própria sala. Para os pacientes e
tempo necessário de internação, mas também o mé- deles especialmente reservados para cirurgias. acompanhantes, foi projetado um carrinho que levará
dico, que tem maior conforto no trabalho. O projeto prevê a ampliação da UTI adulta de os livros aos quartos. Eva diz que pensa em uma par-
O aparelho transforma a energia elétrica em ener- seis para 20 leitos. O HU é a única instituição na ceria com a Associação Amigos do HU para recrutar
gia ultra-sônica e reproduz o movimento de um bisturi Grande Florianópolis a operar pelo Sistema Úni- voluntários de leitura para pacientes analfabetos ou
normal mais de 30 mil vezes por segundo. Segundo o co de Saúde (SUS), que é gratuito e de acesso a cegos. O escritor Salim Miguel, que recebeu uma pla-
professor Ricardo Baratieri, do Departamento de Clí- todos. Por conta disto, ele está se tornando refe- ca em sua homenagem, disse se sentir lisonjeado por
nica Cirúrgica da UFSC, o aparelho possui fácil rência em cirurgias no Estado, que muitas vezes ceder seu nome a uma sala de leitura pelo fato de
empregabilidade, sendo necessário apenas um peque- precisam ser remarcadas e adiadas por falta de considerar os livros, seus “amigos silenciosos”, “fun-
no treino antes para utilizá-lo. Para ele, a aquisição leitos na UTI. A expectativa da direção do hospi- damentais para um país com tanta desigualdade soci-
desse equipamento foi uma grande realização para tal é de que esse problema seja amenizado com al”. Apesar dos mil livros, as prateleiras da sala ainda
hospital, e possibilita igualar ainda mais o HU aos gran- a ampliação da unidade. não estão em plena capacidade. Informações pelos
des hospitais do país. fones 3331-9132 e 9980-8275, ou ssm@hu.ufsc.br
UFSC - Jornal Universitário
Março de 2006 - Nº 375 - Pág. 10

Qualificando a comunicação
Alita Diana e Arley Reis

Projeto de Identidade Visual e Os novos conteúdos do site estão principalmen- projeto gráfico para o Jornal Universitário e para
ações de popularização da ciência te relacionados aos 45 anos da instituição, co- a Revista UFSC 45 Anos. Foram também criados
buscam melhorias na divulgação diversos produtos para eventos ligados à UFSC,
memorados em 18 de dezembro do ano passa-
institucional
do. como a SEPEX, o 12o Açor e o XXIII Seminá-
Assim como enfrenta obstáculos no desenvolvi- rio de Extensão Universitária da Região Sul.
mento de suas atividades de ensino, pesquisa e Entre os trabalhos estão um vídeo Institucional, Além disso foi executada a campanha do Vesti-
extensão, a UFSC tem grandes desafios no cam- com um minuto e meio de duração, a Revista 45 bular 2006; elaborado o calendário 2006 da
po da comunicação. Por este motivo, é importan- anos da UFSC, com 52 páginas, a exposição de UFSC e uma agenda, que será distribuída aos
te que a comunidade conheça os trabalhos que fotos UFSC 45 anos e um mapa oficial do calouros, entre outras peças.
vêm sendo desenvolvidos junto à Agência de Co- campus. O Jornal Universitário também pode ser
municação, além das metas neste campo, para que lido no site da Agecom (www.agecom.ufsc.br). É grande a demanda por trabalhos neste campo,
possa se beneficiar, colaborar e retroalimentar o que pela primeira vez conta com uma equipe es-
sistema de divulgação institucional. O novo portal é, na verdade, apenas uma das pecialmente voltada a pensar a identidade visual
peças que vêm sendo concebidas dentro do Pro- da universidade. Entre os desafios futuros estão
Algumas das ações com maior visibilidade já de- jeto de Identidade Visual da UFSC, que tem o a concepção do projeto que dará origem à “Gri-
vem ter sido obser vadas. É o caso da objetivo de padronizar e fortalecer a imagem da fe da UFSC”, para produção de acessórios e
reestruturação do site da universidade. Está no ar universidade. Para desenvolvimento do projeto, souvenirs com aplicação de símbolos da institui-
desde o dia 19 de dezembro de 2005 o novo Por- foi for mada uma equipe que se integrou à ção, e o planejamento e execução da sinalização
tal da UFSC (www.ufsc.br). Reformulado a par- Agecom. O g rupo vem trabalhando na do Campus Universitário. É importante ressaltar
tir do objetivo de unificar o tratamento da iden- refor mulação de campanhas e peças como que a equipe está também disponível para escla-
tidade visual da universidade, o site funciona fôlderes e vídeos, além de conceber novos produ- recimentos e assessoramento para o uso adequa-
como portal dos endereços eletrônicos da tos, como peças gráficas e campanhas. do das padronizações propostas (como a do
UFSC e traz também novos conteúdos. Nele são Portal UFSC) e para uso dos símbolos da univer-
diariamente atualizadas notícias sobre as ativida- Entre os trabalhos já desenvolvidos estão o selo sidade. Informações sobre o projeto estão no site
des da universidade. comemorativo dos 45 anos da UFSC e seu res- www.identidade.ufsc.br
pectivo manual, um mapa ilustrado do campus,

Peças gráficas realizadas pelo Projeto de


Identidade Visual da UFSC

Revista UFSC
45 Anos

Calendário 2006 com imagens


premiadas da maratona
Selo comemorativo dos fotográfica
45 anos da UFSC

Folder institucional
UFSC 45 anos

Painéis comemorativos dos


Identidade do XXII 45 anos da UFSC com
SEURS - Seminário de exposição fotográfica
Extensão da Região Sul
UFSC - Jornal Universitário
Março de 2006 - Nº 375 - Pág. 11

Fluxo de informações Divulgação da Ciência Papo Sobre Ciência. Os encontros serão abertos
aos jornalistas e também ao público em geral. A
Na área de jornalismo, o esforço tem sido no sen- Levando em conta a importância da UFSC na expectativa é contribuir com a socialização do
tido de dar continuidade a alguns importantes produção do conhecimento científico e conhecimento científico e a popularização da ci-
serviços de informação – como a atualização de tecnológico, a Agecom também vem procurando ência.
notícias no site da UFSC (que está com a média intensificar a produção de matérias sobre pesqui-
de 200 mil acessos mês sem reload), a edição do sas. Em 2005, cerca de 40 projetos de pesquisa e A disponibilização de clipping eletrônico, a orga-
Jornal Universitário e boletins internos (como o extensão da universidade foram transformados nização de um banco eletrônico de pautas, e a
Informativo da Reitoria), além da produção da em matérias que foram divulgadas no Portal da reedição do banco de fontes da UFSC (onde jor-
agenda SemanaUFSC. A agenda, enviada nas se- UFSC e enviadas para a mídia local e nacional. nalistas podem achar fontes capacitadas a falar
gundas-feiras pela manhã a professores e técnicos Também muitas se transformaram em reporta- sobre diferentes temas), a edição de boletins para
da instituição, além de jornalistas, é também gens para o Jornal Universitário. públicos diferenciados, como estudantes e servi-
disponibilizada desde 2001 no site da UFSC, dores, a inclusão de vídeos e de galeria de fotos
mostrando o que ocorre naquela semana na ins- Neste ano em que a UFSC sedia em julho a 58ª no Portal da UFSC, estão entre outras metas da
tituição em termos de eventos. Também neste Reunião Anual da SBPC, principal evento cientí- Agecom. Todas voltadas para melhoria do pro-
caso, como na sugestão de notícias, a participação fico da América Latina, o trabalho no campo da cesso de comunicação da UFSC com o público
da comunidade acadêmica, enviando informa- divulgação da ciência será reforçado. Além de interno e externo.
ções para a Agecom, é de grande importância. No produzir matérias para os veículos
caso da SemanaUFSC, as informações devem ser internos, notícias semanais e encartes Memória Fotográfica
encaminhadas à Agecom com antecedência, pre- especiais sobre o evento para
ferencialmente até a sexta-feira pela manhã, para veiculação na mídia local, a Agecom
A Agência de Comunicação também é responsá-
que a agenda possa ser fechada e revisada antes vai retomar o Projeto Papo Sobre Ci-
vel pelo acervo fotográfico da UFSC, com regis-
do envio, na segunda-feira, para o e-mail ência. Desenvolvido nos anos de
tros desde a criação da universidade, composto de
agecom@edugraf.ufsc.br. Está também sendo 2002 e 2003, o projeto tem o objetivo
cerca de duzentos mil negativos e dez mil foto-
organizada uma página com agenda de eventos de aproximar pesquisadores da UFSC
grafias digitais, além de um grande número de
futuros, mostrando não apenas a programação e jornalistas, buscando colaborar com
fotos em preto e branco. Com o objetivo de
semanal, mas atividades que serão realizadas du- a qualificação de matérias de divulga-
informatizar e socializar este material, a Agecom
rante todo o ano na universidade ou com sua par- ção de ciência. Nas edições passadas,
desenvolve o Projeto Memória Fotográfica. O
ticipação. foram tratados temas como
processo é constante através da classificação,
biotecnologia/genoma, inteligência
identificação, restauração, higienização, acondi-
Com o objetivo de intensificar a comunicação artificial, astrofísica, fitoterápicos e
cionamento e informatização, incluindo a
interna, este ano, além de atualizar as notícias no populações indígenas, mostrando a
digitalização, tratamento de imagem,
Portal da UFSC e produzir o Jornal Universitário, jornalistas e estudantes de jornalismo
cadastramento e catalogação.
serão editados veículos para públicos específicos, que a instituição tem importantes
como estudantes e servidores. A idéia segue os pesquisadores nestas áreas e que estes
A expectativa não é apenas organizar este acervo,
resultados positivos alcançados com o Boletim são fontes acessíveis para atendimen-
mas disponibilizá-lo para consulta on-line. Como
Plano de Cargos, publicado em 2005, e que auxi- to da mídia. Este ano, grandes temas
primeiro resultado, foi utilizado material do acer-
liou a comunicação do Departamento de Desen- que serão tratados durante a Reunião
vo para a apresentação histórica da Revista UFSC
volvimento de Potencialização de Pessoas da SBPC, como o projeto Plantas do
45 anos e para uma exposição itinerante de pai-
(DDPP) da UFSC com os servidores técnico-ad- Futuro, o aqüífero guarani, avanços
néis que, além de estar disponibilizada no site da
ministrativos da instituição. da medicina e células-tronco, entre
UFSC, pode ser visitada no Hall da Reitoria.
outros, serão abordados no Projeto

Campanha Vestibular 2006 Novo portal da UFSC

Identidade visual
da 5a SEPEX Mapa ilustrado do campus
UFSC - Jornal Universitário
Março de 2006 - Nº 375 - Pág. 12

Medicina integrada Não à coca-cuela


O professor como mediador, facilitador e agente Uma mão na roda para os visitantes e turistas ibero-
motivador do processo de ensino; o estudante como americanos. Hablemos em Portugués – Manual de
sujeito principal do processo de ensino-aprendizagem, conversación con palabras y expresiones del lenguaje
construindo sua formação a partir do conhecimento em coloquial brasilenõ, de Sebastián Bosch, recém-publi-
sala de aula, laboratórios e em educação continuada; cado pela EdUFSC é um guia de conversação desti-
a assistência desde o início do curso de forma a criar nado a facilitar a comunicação em português de pes-
uma forte inserção comunitária e uma imagem-espe- soas de origem hispânica que visitam ou estejam
lho entre o que é aprendido na universidade e o que é radicadas no Brasil. Contém explicações que permi-
visto e trabalhado na comunidade. Esse é o “esquele- tem entender palavras e frases do português que se
to” do livro Da proposta à ação – currículo integrado do fala no país. Logo na introdução, Bosch, professor apo-
curso de graduação em Medicina da UFSC, obra or- sentado da Universidade de Córdoba e que hoje mora
ganizada por Maurício José Lopes Pereima, Elza em Florianópolis, ensina o básico da pronúncia do
Berger Salema Coelho, Marco Aurélio Da Ros. O tra- idioma brasileiro. “Utilizo uma fonética muito simples,
balho está dividido em quatro partes que permitem uma distinta da utilizada nas aulas para o aprendizado se-
compreensão dos aspectos históricos, metodológicos mântico da língua, permitindo que qualquer pessoa,
e políticos que permearam a sua concepção, planejamento, implantação e independentemente de seu grau de instrução, possa resolver diversas situações
implementação, que vêm ocorrendo gradativamente. O primeiro capítulo fala de do cotidiano”, diz. Ou seja, no primeiro texto a frase está em espanhol; no segundo
“Um olhar sobre o processo de mudança curricular do Curso de Medicina”, en- em português e, em seguida, vem a pronúncia do português imitada com sílabas
quanto que na segunda parte é apresentada a proposta do curso integrado, elabo- em espanhol. O livro traz ainda expressões próprias do povo brasileiro que, nor-
rada para concorrer ao financiamento do Ministério da Saúde. Em seguida, os malmente, não aparecem em dicionários convencionais, mas são bastante usadas
organizadores optaram por destacar a contribuição de assessores que proporcio- no dia-a-dia. Inclui também noções básicas de gramática portuguesa que podem
naram um engajamento maior de professores. servir como uma introdução ao estudo da língua portuguesa.

A ética de Ludwig Formação de professores em SC


Escrito em forma de diálogo, Ética e linguagem – Navegar é preciso. Investigar e discutir a formação
uma introdução ao Tractatus de Wittgenstein, 3ª edi- de professores, especialmente pedagogos, para en-
ção, de Darlei Dall’Agnol, co-edição EdUFSC e Edito- tender os antigos e os atuais problemas educacionais
ra Unisinos, é um livro no qual o leitor vai encontrar do Brasil, também. Daí para o livro Professores para a
afirmações sobre lógica, ontologia, teoria do conheci- escola catarinense – contribuições teóricas e proces-
mento, ética e estética, que são as tradicionais disci- sos de formação, publicado pela Editora da UFSC –
plinas da filosofia. Nele, segundo Dall’Agnol, estão ex- EdUFSC - é um pulo, ou melhor, um salto. “São mui-
pressos pensamentos que ficaram aquém do possí- tas e valiosas as contribuições dos pesquisadores da
vel, já que Wittgenstein procura estimular o leitor a área de educação, principalmente daqueles ligados às
pensar por si próprio. “Trata-se de um trabalho que universidades públicas. Fazer uma busca na história
procura, fundamentalmente, clarificar a natureza dos das políticas educacionais, tanto nacionais como nas
juízos éticos a partir da concepção de Ludwig mais localizadas, é um importante caminho para com-
Wittgenstein (1889-1951) da linguagem como figura- preender as fragilidades e as insuficiências de nossos
ção da realidade expressa no Tractatus Logico- sistemas de ensino e de formação dos profissionais
philosophicus” Para Darlei, uma nova edição é justifi- da educação”, dizem as autoras Maria Hermínia Lage
cável não apenas pela importância dos temas em questão, mas, principalmente, Fernandes Laffin, Marilene Dandolini Raupp e Zenilde Durli (organizadoras), que
pela atualidade que o Tractatus adquiriu a partir da leitura revisionista iniciada pela integram o Grupo de Pesquisa Ensino e Formação de Educadores (GPEFESC) da
filósofa americana Cora Diamond. Dall’Agnoll nasceu em Nova Prata, no Rio Grande Universidade Federal de Santa Catarina. “São artigos que podem ser lidos não
do Sul, é mestre pela UFRGS e doutor em Filosofia pela University of Bristol, Ingla- apenas pelos especialistas de nossa área, mas por todos os que, preocupados
terra. Professor de Ética na UFSC desde 1994, possui diversos artigos publicados com a educação de nosso estado e de nosso país, buscam compreender as raízes
no Brasil e no exterior e é autor de Valor intrínseco e bioética. de nossos problemas educacionais”, concluem Laffin, Raupp e Durli.

A bola da vez Rapaz latino-americano


A EdUFSC lançou TV Digital – Conceitos, desafios Um trabalhador na revolução latino-americana, pu-
e perspectivas para o Brasil, de Carlos Montez e blicado pela Editora da UFSC, retrata, a partir da par-
Valdecir Becker, obra que apresenta as principais ca- ticipação do autor na vida política no Brasil, Uruguai,
racterísticas, modelos existentes e as principais ten- Chile e Panamá, uma parte rica e desconhecida da
dências e desafios para o país. Nessa obra, os auto- história revolucionária dos trabalhadores no Continen-
res abordam a parte teórica sobre o assunto nos capí- te. Tem algo de Che na trajetória do militante, que atra-
tulos iniciais, fazem uma introdução técnica a respeito vessou países levando sua ideologia e solidariedade
do tema e passam por uma discussão sobre o futuro às esquerdas em busca de transformação social.
do setor. Para fechar, 11 entrevistas com pessoas en- No Brasil enfrentou a ditadura instalada em 1964,
volvidas no cotidiano televisivo ou com o desenvolvi- exilado esteve no Uruguai em 1969, no Chile lutou pelo
mento da TV digital. Montez é bacharel em Ciência da socialismo de Allende de 1970 a 1973, em seguida
Computação pela UFRJ e doutor em Engenharia Elé- participou da chamada “descolonização do Canal do
trica pela UFSC. Já trabalhou em empresas brasilei- Panamá”, apoiou a Revolução Sandinista na Nicará-
ras de tecnologia e foi pesquisador na Rede Metropo- gua e retornou ao Brasil em 1981. Hoje, mora em Pa-
litana de Alta Velocidade, de Florianópolis. É professor lhoça (SC) e participa ativamente do movimento em
adjunto da UFSC com projetos nas áreas de Sistemas de Tempo Real e Suportes defesa dos direitos dos aposentados. Como dizia o professor Osvaldo de Oliveira
para TV Digital Interativa e responsável pela execução técnica do Projeto de Maciel, primeiro presidente da Andes, Silvio “cresceu, estudou, bebeu nas fontes
Usabilidade do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD). Becker é jornalista for- inspiradoras da revolução proletária e soube, sempre, que a libertação da classe
mado na UFSC. Já participou dos Projetos Remav-fln e I2TV (Infra-estrutura trabalhadora é a destinação histórica das suas próprias lutas”. Um trabalhador na
Internet2 para Desenvolvimento e Teste de Programas e Ferramentas para TV revolução latino-americana está escrito numa linguagem simples, mas destaca-se
Interativa), nos quais realizou estudos sobre convergência, TV interativa, alcance pela contundência e autenticidade dos depoimentos de Gomes. O livro é enrique-
social, além de produzir programas pilotos interativos. cido ainda por uma seleção de poesias do autor e por um testemunho fotográfico.

Artêmio Reinaldo de Souza


Jornalista / Agecom

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