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TEXTO PUBLICITÁRIO 3.

Processo
Criatividade investigada na perspetiva das etapas e métodos utilizados no
percurso de criação - processo metodológico de resolução de problemas.
Insight
Fatores condicionantes:
• Uma verdade humana fundamental não reconhecida/conhecida.
• Uma nova maneira de ver o mundo que nos faz reexaminar as convenções Estimulantes Bloqueadores
existentes e desafiar o status quo. • Ambiente de trabalho • Inverso de tudo falado antes
• Uma observação atenta sobre o comportamento humano que resulta em • Liberdade de comportamento • Falta de referências
ver os consumidores de uma nova perspectiva. • Abertura/aposta em novas ideias • Preguiça
• Uma descoberta sobre as motivações subjacentes que impulsionam as • Debate de perspetivas diferentes • Tentar copiar ideias
ações das pessoas. • Humor
• Espontaneidade
Como encontrar um bom insight
Fases:
• Questionar o Briefing • Investigação 1. Contacto com o problema e recolha do material necessário
• Conectar a informação • Fazer as perguntas certas • Intuição 2. Fase de pausa ou de procura
3. O encontro da ideia
4. Verificação da sua aplicação ao problema
Perspetivas de análise de criatividade
Diferentes tipos de informação (inputs)
Existem três grandes linhas de investigação sobre a criatividade: • Cultura geral (informação acumulada de carácter geral)
• Informação sedimentada sobre a área específica de trabalho
1. Característica Pessoal • Informação sobre o problema (briefing do anunciante e pesquisa)
Criatividade vista como um conjunto de propriedades que os indivíduos pos-
suem em graus variáveis (os traços do indivíduo criativo). Incubação / gestação
Características: sabedoria, flexibilidade, espírito crítico, iniciativa, organi- Afastamento consciente do problema, podendo o problema permanecer no
zação e trabalho. subconsciente.

2. Produto Verificação e aperfeiçoamento


Criatividade analisada através da avaliação da produção criativa de deter- A verificação consiste na confrontação da ideia com um conjunto de critérios
minado indivíduo ou conjunto de indivíduos. que indicarão se esta é válida ou não.

Problema + Processo Criativo = Resolução do problema


Criatividade Editorial
Todo o produto de um processo é criativo se é: novo, total ou parcialmen-
te; se não existia anteriormente; ou não existia dessa forma. Depois de qualquer solução inicial deverá passar por alguns filtros e técni-
cas para que seja final: ser conciso, ter ritmo, fluído, responder ao briefing.
Para analisar se uma campanha é criativa, ou não, deve-se fazer em pers-
pectivas diferentes: criativo, anunciante e consumidor A criatividade editorial está intimamente ligada ao campo da argumentação
e debate.
Defender uma tese Desdubrar o uso do produto
Em qualquer situação, pensar em todas as aplicações possíveis para o
Impor ao consumidor potencial um raciocínio e tornar a mensagem difícil de produto que se está a anunciar. Não o vender nú mas sim embalado em
ser desmentida. sugestões e ideias.

Desvantagem Ex.: Não vendam apenas óleo de cozinha: vendam as receitas dos pratos
que podem ser feitos por ele
• Qualquer concorrente poderia assinar a campanha.
• O poder de garantir a retenção do nome do anunciante é fraco. Informação
• “Titulos/mensagens geniais” são lembrados muito mais Nada convence mais do que factos, pois o poder destes, da informação, é
tão decisivo para a persuasão, tão esmagador, que a notícia é o anúncio.
Proposições eventuais de Venda
Humanização Sexo
Em vez de apelar ao cérebro apelar ao coração. Ex.: lençóis: “as coisas mais importantes da vida acontecem na cama”.

Particularizar Testemunhal
Escolher um detalhe do produto (preferencialmente, aquele diferencial que Apoiar o produto no carisma de quem já é famoso e tem credibilidade.
apenas o produto em questão tem) e explorar isso ao máximo, procurando Juntar a imagem daquilo que se quer vender à de quem vende por si só.
beneficiar o todo.
Despertar a curiosidade
Ex.: Anúncio: “O vôo 404 da Lufthansa atrasou-se oito minutos porque “ava- Em alguns casos, a força deve estar num título enigmáco, paradoxal, absur-
riou” a máquina do café” do, inexplicável por si só, levando o leitor procurar a explicação no texto.
Fim do texto: “Agora imagine como tratamos as coisas importantes, se
damos tanta importância às coisas sem importância” Colar uma frase ao produto
Tentar o seguinte: meter em cima da mesa (às vezes possível figurativa-
Explicar o produto mente) e digam uma frase sobre o produto - uma definição espetacular,
As pessoas compram mais aquilo que conhecem mais e melhor. Esta técni- persuasiva, um "rótulo" que fará as pessoas se interessarem em comprá-lo.
ca é muito comum em anúncios técnicos ou de produtos de cunho tecnoló-
gico. Mas também pode ser aplicada a produtos“comuns”. Ex.: Anúncio Volkswagen: "Um carro que você pode vender a um amigo,
sem perder o amigo".
Explicar o anti-produto
Mostrar ao consumidor todas as infelicidades que se irão abater sobre ele Humor
se não comprar o produto. Fazer humor com sucesso, em qualquer circunstância, é envolver valores
simultaneamente pessoais e culturais. Quando adequado, faz milagres.
Ex.: A Baygon, em vez de explicar como funciona o inseticida, preferiu expli- Utilizado incorretamente, afunda qualquer produto.Testar o anúncio com
car, ponto por ponto os detalhes de uma barata. outras pessoas antes de considerá-lo uma solução para o problema.

Viver o drama Story-Appeal


Não pensem nas pessoas como um todo/multidão, pensem num indivíduo As pessoas não se interessam apenas por sexo, lucro e outras vantagens
típico que provavelmente irá querer aquilo que estamos a tentar vender. materiais, também se interessam por qualquer coisa que seja cativante,
Coloca-lo numa situação tão crítica que ele se irá convencer a si próprio. como uma história inteligente e bem contada.
Anúncio
Para explicar que "faz parte da Escócia", contam num anúncio (e no verso No anúncio de imprensa
das suas garrafas) a batalha de 1746, quando o príncipe Charles uniu os
Estruturas de anúncios de imprensa mais usuais:
diversos clãs e marchou contra Londres.
1. Headline (título)
Hard-Selling
O mais explosivo, radical e polémico argumento publicitário de persuasão:
Geralmente colocado na parte superior dos anúncios
citar explicitamente o concorrente, com todas as letras, a fim de provar
Função: chamar à atenção, fazer a primeira declaração verbal do anúncio.
que o vosso produto é melhor. Citar fatos expondo situações que podem ser
Elemento de interação que permite solidificar e exprimir convenientemente
comprovadas e não de caluniar o concorrente.
o conceito criativo.
Ex.: “Para cada Volkswagen vendido na Itália, oito Fiats são vendidos na
Alemanha” - desconfortável para a Volkswagen mas são factos.
Escrever um bom headline: procurar um pensamento forte, que seja rele-
vante para o consumidor.
Prestação de serviços
Procura capitalizar a simpatia, a solidariedade,valorizar a imagem institucio-
2. Bodycopy (corpo de texto)
nal, não mencionando o produto que se vende, mas sobre coisas amplas,
de interesse comunitário.
Normalmente utilizado para desenvolver a argumentação de venda, seja
esta de carácter racional ou emocional.
4 Aspetos Técnicos Racional - linguagem essencialmente denotativa, apresentando as caracte-
rísticas do produto, as suas vantagens e performances. Objetivos:
1. Dizer tudo criativamente
• desenvolver e clarificar o headline;
Aprender a definir tudo com graça e originalidade - há sempre 2 modos • descrever as características físicas do produto;
de expressar um mesmo pensamento: o óbvio e o criativo. • mostrar como as características se traduzem em benefícios
Treinar até poder definir tudo: redigir o texto todo, de forma nova, intrigante, • apresentar uma justificação para a promessa apresentada
espirituosa ou dramática, até à última palavra.
Emocional - predomina a função conotativa, mais rebuscada.Objetivos:
2. Por o nome do produto no headline
• afastar o leitor da realidade palpável (atribuir uma dimensão inatingível)
Não é incomum a mudança de título de um anúncio aumentar de cinco a
• criar uma identidade para o produto ou marca;
dez vezes o retorno. Moral: por o nome do produto direto no título.
• lembrar valores emocionais;
• descrever sentimentos;
3. Inventar uma desculpa para a compra
• descrever sensações
Ex.: Avon aumentou muito suas vendas de porta em porta, ao oferecer a
NOTA: a última linha deve impelir o leitor para uma acção (comprar o produ-
cada mulher também algum produto "para ele": isso deu às compradoras
to, aderir a uma causa, comparecer, pedir informações, etc.)
uma justificação para gastos que elas possam fazer com produtos para si.
3. Assinatura
4. Dizer sempre a verdade
Figuras de Retórica • Celebredidades
Uso e abuso de celebridades para aumentar a notoriedade e os índices de
Retórica - arte de expor argumentos de forma eficaz e persuasiva. Por influ- recordação não têm bons resultados - convém que o público reconheça à
ência da semiótica (estudo dos signos), a retórica “alargou” o seu âmbito de personalidade alguma competência especial no domínio em causa.
actuação a outras áreas - escrita, sonora ou visual.
• Cartoons
Técnicas para chamar atenção / interesse Pelo menos as crianças são garantidamente atraídas por esta técnica -
muito usada para captar e sustentar a atenção de um público infantil.
Chamar a atenção e despertar o interesse devem estar intimamente liga-
dos, sob pena de fazer parar as pessoas mas não as reter o tempo suficien- • Suspense
te para passar a mensagem. O famoso teaser cria um primeiro momento incompreensível, cuja função é
exactamente despertar a curiosidade para a fase seguinte da campanha
• Novidade
Introdução de novidades numa peça publicitária para cativar a atenção. Técnicas para facilitar a compreensão

• Informação Útil A pub dispõe de breves instantes para passar a sua mensagem a um públi-
co distraído. Formas de facilitar a compreensão instantânea recorrendo a
Indicada para produtos inovadores, cuja compreensão formas de expressão poderosas:
causa problemas, ou produtos de alto envolvimento,
cujas vantagens ou formas de utilização os consumido- • Analogia
res estão interessados em saber mais. Estabelecer uma relação entre 2 coisas ou acontecimentos de forma a
• Humor potenciar uma determinada ideia. A metáfora é uma forma de analogia.
Muito bem aceite desde que seja propositado. Aalguns cuidados a ter em
conta: risco de umas pessoas acharem piada, outras não e, quem tem paci- • História Dramatizada
ência paraouvir a mesma anedota vezes e vezes sem conta? Eficaz quando usada com naturalidade - ajuda a envolver o consumidor
com o produto.
• Emoção
Fortíssimo fator para a construção de imagens de marca duradouras, dada • Bi-secção simbolizante
a sua capacidade em associar valores e dotá-la de personalidades distintas: Exprimir a mensagem por intermédio de elementos aparentemente estra-
ternura, compaixão, amor, saudade, também vaidade, avareza, gula, etc.. nhos que se tornam significantes quando são justapostos.

• Choque • Hiperbolização simpática


Exagerar a satisfação prometida para além do verosímil, para atingir a
Forma mais fácil de chamar a atenção, no entanto retém dimensão do mito/fábula/maravilhoso.
o interesse durante muito pouco tempo. Ou seja: pode e
deve usar-se esta técnica quando está em causa deter- • Personalização gratificante
minado interesse pessoal ou colectivo, por exemplo. Encarnar a personalidade da marca ou das suas qualidades numa persona-
• Sexo gem que, pela sua própria natureza, comunique e garanta a promessa cen-
O recurso a contornos sexuais é aceitável quando a sua aplicação é rele- tral da mensagem.
vante (exs: perfumes, roupa íntima...). Contudo, é necessário não cair no
carácter oportunista que acaba por prejudicar a eficácia da comunicação.
• Referência Inesperada
Utilizar um elemento verbal/visual bem conhecido do consumidor e, por
meio de uma ligeira modificação, desviar o sentido em benefício do produto
ou da marca a promover.

• Conceito Oposto
Dizer sobre o produto ou marca algo que, à
primeira vista, parece ser contra-publicidade
e que, examinando melhor, implica um con-
ceito valorizante, tanto mais forte quanto foi
introduzido pela confissão masoquista de
uma fraqueza aparente.

• Reserva Espetacular
Ausência da mensagem publicitária que constitui a mensa-
gem. Tem significações conotadas muito fortes: somos nós,
não precisamos de dizer nada, e se reconheceram quem
somos, pertencem à categoria de clientes susceptível de nos
apreciar.

• Expressão contra a corrente


Utilizar uma forma de manifesto publicitário nunca usado pelos concorren-
tes - sair de certos limites publicitários, introduzir longos títulos onde se utili-
zam curtos, anúncios desenhados quando por toda a parte se vêem fotos...

• Transfiguração Quantitativa
Imprimir poder à mensagem por meio da qualidade da realização estética: a
beleza dos manequins, a qualidade das fotografias, a sonoridade da
música, a luz e fotografia de uma realização cinematográfica, etc.

Técnicas para Técnicas para


aumentar a credibilidade estimular a memória
• Apresentador • Associações verbais
• Testemunho • Temas musicais
• Porta-voz • Personalização
• Demonstração • Ícones
• Problema/Solução 6. Comparação
• Referência
• Origem ou história

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