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Curso Introdução à
Produção de Moda
CursosOnlineSP.com.br

Carga horária: 45 hs
Conteúdo programático:

Introdução
O profissional
Introdução à História da Moda
Áreas de Atuação
Catálogos
Look Books
Desfiles
Televisão
Publicidade e Revistas
As etapas de criação de um editorial de moda
Dicas para o Produtor de Moda
Dicionário Fashion
Bibliografia
Introdução

A palavra moda tem o significado de "modo", “costume”, "maneira"


e "comportamento"; provém do latim modus, e pode ser uma
tendência, um costume, uma vontade e uma forma de se vestir.

A moda é o resultado de uma sociedade onde todos os


acontecimentos refletem no comportamento das pessoas, seja na
maneira de vestir, na maneira de falar, nos objetos desejados, ou
mesmo na identificação de um grupo. Ela nasceu há muitos anos,
visto a modificação de comportamento surgida por uma
necessidade.
Entre os diversos setores que o profissional da moda pode atuar
(design, comunicação, fotografia, consultoria, modelagem,
estilismo, etc), um dos mais procurados é a produção de moda.
A produção de moda dá sequência ao trabalho do estilista,
responsabilizando-se em viabilizar os meios para que a roupa,
antes idealizada, possa ativar o desejo de consumo, fechando o
ciclo que faz o mecanismo da moda funcionar, seja através de
televisão, catálogos, desfiles, figurinos de cinema, teatro e
exposições ou books de modelos.
A produção de moda tem como objetivo administrar o desejo das
marcas de idealizar uma imagem final. Por isso, o profissional
produtor de moda tem como objetivo pesquisar modelos, roupas e
acessórios para a realização de campanhas fotográficas, filmes e
desfiles, a fim de atender todas as tarefas do evento. Participa na
definição de looksa serem fotografados, planeja os figurinos
necessários para personagens em filmes, e coordena todas as
áreas de maneira que tudo seja feito no tempo certo, e sem erros.

O profissional

O profissional de produção de moda tem como objetivo escolher e


organizar roupas, sapatos e acessórios, montar looks, procurar
locações e escolher fotógrafos, cabeleireiros, maquiadores e
modelos para diversas campanhas publicitárias, catálogos,
veículos de comunicação, materiais promocionais, eventos e
desfiles.

Fonte da foto: http://www.profissaomoda.com.br/materias/2013/07/por-dentro-produtor-


de-moda

O Produtor de Moda, dentro de editoriais de revistas, desfiles,


campanhas e eventos, é o principal responsável por fazer tudo
funcionar.
Para ser um profissional de sucesso na produção de moda é
fundamental ter muita responsabilidade e organização, pois se
tratando de campanhas, por exemplo, é ele quem ficará
responsável pelas peças de lojas que serão usadas.
O mercado editorial abriu portas para novos profissionais no início
dos anos 70, pois as fotos das capas das revistas passaram a ser
produzidas aqui no Brasil, com as confecções locais, usando a
nossa linguagem. Entre os produtores pioneiros estavam Regina
Guerreiro e Constanza Pascolato.

Geralmente esta área da moda não tem rotina, pois muitas vezes
o trabalho pode começar logo cedo, e durar pouco, e às vezes
começar e finalizar mais tarde. Além disso, dependendo do
trabalho, os lugares de locação também são diferentes, evitando a
rotina.
Além de modelos, roupas e acessórios, o produtor de moda
também deve buscar inspirações e elementos para a realização de
campanhas fotográficas, filmes, desfiles e outros eventos, visando
alcançar o ideal de beleza preestabelecido, e por isso, é essencial
que o profissional seja criativo.
Um bom profissional da área de produção de moda deve entender
de tudo um pouco: tendências, maquiagem, penteados, arte,
cinema, música, etc. Além disso, é importante ter uma agenda
completa de prestação de serviços, pois ele é a figura central que
junta o trabalho de todos os profissionais e serve de ponte para os
que trabalham na equipe.
Geralmente é o produtor de moda que sabe indicar o melhor
maquiador, entende o funcionamento das agências de modelos,
faz o casting, etc.

Dicas e características que o produtor de moda deve seguir/ter:


-Ser uma pessoa organizada;
-Ser pontual;
-Ter criatividade;
-Ter responsabilidade;
-Gostar de moda;
-É importante ser uma pessoa comunicativa, objetiva, clara e
articulada;
-Persuasão é fundamental;
-Será mais fácil executar os trabalhos se você for uma pessoa
extrovertida;
-Ter comprometimento, assim como em todas as outras
profissões.
A organização de um desfile, por exemplo, é uma tarefa difícil e
quase sempre estressante, que exige dedicação e paciência,
porém dependendo do profissional pode ser muito gratificante. É
nesse campo que o produtor de moda mais se mostra.
No setor de cinema, TV e publicidade, a função do produtor de
moda é criar o estilo de um personagem. É fundamental que o
figurino, a luz, a maquiagem e o cenário não anulem um ao outro.
É muito importante lembrar que em um vídeo, a qualidade visual é
muito prejudicada. O vídeo pode alterar as cores, misturando o
azul, vermelho e verde, pode exemplo. O produtor deve trabalhar
com ideias diretas, objetivas e claras.
Para produzir um figurino, primeiramente é necessário a execução
de um BRIEFING - informações completas e detalhadas de cada
personagem - e também é fundamental conhecer o público alvo,
sua faixa etária, censura e horário de exibição. É muito importante
lembrar que a produção, quando se prepara um figurino, depende
muito do horário em que vai ser apresentado.
Já para um ensaio fotográfico de moda o produtor deve ter
algumas noções básicas de foto - mas muito importantes-, como
por exemplo, P&B, cromo, colorida, etc. O produtor de moda deve
cuidar de todo visual da modelo, roupas, sapatos, acessórios,
analisar maquiagem e penteados, e deixá-la pronta para que o
fotógrafo possa agir.
Um detalhe fundamental que não se pode esquecer é de que
mesmo após uma produção perfeita (tanto para desfiles, fotos,
catálogos, filmes, propagandas, TV, etc.), o trabalho do produtor
ainda não está finalizado.
A pós produção é um elemento essencial para que a relação do
profissional com as empresas que o apoiaram cresça e continue
em harmonia. Tudo que foi pego emprestado (acessórios, sapatos,
objetos decorativos, etc.) deve ser devolvido no dia e horário
combinado e em perfeito estado. Além disso, comprovantes e
notas de gastos devem ser reunidos para serem entregues a quem
o contratou. Feito isso, é possível dar como finalizada a produção
e usufruir de mais um trabalho finalizado com sucesso.
Com a evolução crescente que a moda enfrenta a cada dia, a cada
ano surgem novos desfiles e eventos, e a participação de um
profissional da produção de moda ganha uma notável importância.
Apesar de o mercado ser um pouco saturado para esta profissão,
devido à grande demanda de profissionais, é um ótimo setor e
bastante promissor.
Para quem deseja trabalhar com a produção de moda, existem
diversos cursos técnicos e profissionalizantes, além da graduação
de moda. Lembrando que este curso é apenas de nível básico, e
é válido apenas para qualificar e atualizar.

Introdução à História da Moda

A história da moda diz muito sobre a sociedade e seu tempo. A


palavra moda significa "modo", "maneira", “costume” e
"comportamento", e provém do latim modus. É composta de
diversos estilos que podem ter sido influenciados por vários
aspectos.
Os trajes do Século XIX

1800 – 1810 – Nos períodos regencial e diretório, destaque para a


cintura alta, tecidos mais finos e modelos com decotes. Época do
culto às formas das estátuas gregas.
1810 – 1820 – A roupa masculina vai perdendo o rebuscamento.
Homens utilizam cartola, bengala, plastron (ou plastrão), roupa justa
do tradicional ao Dândi, após o período napoleônico. As mulheres
utilizavam chapéus enormes que cobriam a face. O espartilho
mantém a cintura reta, mas aos poucos vai estreitando a silhueta.

1820 – 1830 – Época do romantismo – a cintura feminina volta a


afinar, surgem as mangas pernil e carneiro. Chapéu com abas
largas eram usados até a meia noite. O vestuário masculino volta
a evidenciar sua vaidade.
1830 – 1840 – As mangas formam um balão, mas ao final da
década já iniciam um ajuste. O início da era vitoriana traz a gola
pelerine e o arredondamento das saias.
1840 – 1850 – Tempo de revoluções e progressos. As saias vão
até o chão. Mas as mulheres não gostavam muito das saias
longas. À noite elas utilizavam o decote no colo. Sinônimo de
burguesia.
1850 – 1860 – O momento do volume das saias. Muitas anáguas
foram usadas até a criação da crinolina. A diversidade dos tecidos,
estampas e o glamour vitoriano faz surgir exagero no volume das
saias e babados. No vestuário masculino apenas surge uma
variação no corte dos casacos, afunilamento nas calças, cores
sóbrias e escuras combinando com o papel do homem burguês.
1860 – 1870 – Começam aparecer algumas peças do vestuário
masculino adaptadas ao vestuário feminino como o bolero. Os
perfumes voltam a ser utilizados e o estilo floral se manifesta.
1870 – 1880 – Nesta época, a mulher se cobre cada vez mais de
peças, joias e adornos para mostrar a riqueza do marido. Enquanto
ele, se desprende dos enfeites e detalhes.
1880 – 1890 - Momento de consolidação plena da burguesia,
desfrutando de todo capital acumulado.
1890 – 1900 – Começa a Belle Époque, conhecida como Anos
Dourados nos Estados Unidos. A moda imitava a arte e ela se
caracterizou pelo alongamento da silhueta feminina. Os vestidos
foram ajustados acompanhando as curvas sinuosas do corpo. A
sociedade viveu a transição dos rígidos valores vitorianos para o
afrouxamento da moralidade.
Décadas de moda

1900 a 1910– A moda sai da era vitoriana caracterizada pelo uso do


espartilho para um novo conceito na busca pela praticidade e
conforto. Os trajes masculinos não dispensam o chapéu,
sobrecasaca, fraque e uma variedade de sapatos. A Belle Époque
com toda a sua efervescência foi considerada uma era de ouro da
beleza e inovação. Em meados da primeira década de 1900, Paul
Poiret, revoluciona a moda deslocando a cintura para baixo dos
seios, desapertando a silhueta formal e eliminando o espartilho,
trazendo assim um novo conceito de moda pautado no conforto e
no luxo dos tecidos leves.

Fonte da imagem: http://modanamoda12.blogspot.com.br/2012/04/teste.html

1920 -A estilista Gabrielle Chanel surge com seus ideais de mulher


moderna, com ternos e elegância em suas criações. Uma marca
eternizada no mundo da moda. Os vestidos femininos de uso diário
dos anos 20 variavam entre altura do tornozelo e a batata da perna.
Com o conceito de praticidade e conforto em alta, as pessoas
menos favorecidas já podiam confeccionar suas roupas. Muitas
mulheres aprenderam a costurar e produziam seus próprios looks.
Os vestidos de corte reto foram o sucesso do momento. Com as
pernas à mostra, as meias ganharam destaque e foram se
popularizando. Os cabelos eram curtinhos, lisos, evidenciando as
formas da cabeça. Os homens também abandonaram o excesso e
as roupas estritamente formais.

Fonte da foto: http://misslittlecherry.files.wordpress.com/2010/02/03anos20.jpg

1930 – Momento em que o mundo sentiu a queda da bolsa de


valores de Nova York em 1929. Empresas faliram e a moda foi se
tornando menos ousada. A moda era mais sombria e mais
sofisticada. As curvas femininas voltaram a ser valorizadas. Os
cabelos ficaram longos e penteados em ondas. As saias iam até o
tornozelo e os vestidos eram justos e retos. As peças ganharam
uma nova modelagem, o corte enviesado godê ou apenas godê.
Pela primeira vez foram expostas as formas das nádegas. O suéter
passou a ser usado no cotidiano e surgiram também os conjuntos,
que podiam ser combinados: saias, casacos e vestidos. As luvas
se tornaram acessórios do momento. Foram lançadas as
sapatilhas, saltos, tamanho médio e sapatos bicolores.
Surgem então como lançadoras de tendências as atrizes de
Hollywood. Com a depressão, as pessoas buscavam no cinema
uma forma de enfrentar as dificuldades e seguir com a nova
situação. Nomes como Marlene Dietrich, Mae West, Katherine
Hepburn, Jean Harllow e Greta Garbo tornaram-se as grandes
estrelas. Coco Chanel, Madeleine Vionnet, Elsa Schiaparelli e
Jeanne Lanvin eram as famosas estilistas da época.

1940 – Por conta da guerra, as regras de racionamento tornaram-


se cada vez maiores, e até a quantidade de tecido era limitada. As
mulheres tiveram que reciclar o seu guarda-roupa e buscar a
criatividade em materiais alternativos para obter novas peças.
Muitas maisons fecharam em Paris e a moda passou a ter influências
da América. As mulheres foram obrigadas a trabalhar. As roupas
passaram a ter um caráter utilitário com o objetivo de serem
práticas e confortáveis para o trabalho inspiradas nas fardas
militares. O conjunto saia-casaco se tornou o mais usado na
época. Cinturas finas, saias com pregas finais, chapéus e luvas,
além de blusas justas, e a forma do ombro quadrada ganharam as
ruas. As saias voltaram a encurtar e os calçados eram
masculinizados e de couro brilhante. Os colantes foram
substituídos por meias tipo soquete. Os cabelos eram longos e
presos por grampos. Com o racionamento do uso do náilon, que
eram usados para a fabricação de paraquedas, as mulheres
passaram a pintar linhas nas pernas com lápis para criar a ilusão
do uso da meia calça.

Com o fim da guerra, o luxo e a elegância voltaram com tudo. O


corte masculino foi abandonado e a valorização a feminilidade
intensificou-se. Em 1947, Dior lançou a coleção chamada “New
Look”, com saia de cintura fina e blusas estruturadas, sapatos
altos, luvas e chapéu. As curvas femininas eram valorizadas. A
coleção marcou a volta da alta costura. No fim da década, o prêt-à-
porter, trazido dos Estados Unidos, começa a competir no mercado
com a alta-costura.

Com o isolamento de Paris, os americanos passaram a inventar


sua própria moda. Criaram conjuntos de peças onde podiam ser
combinadas com demais roupas, criando assim
o sportswear americano. Com isso, o ready-to-wear, depois chamado de
"prêt-à-porter" pelos franceses, se transformou numa forma
prática, moderna e elegante de se vestir.

1950 – A década de 50 é conhecida como Anos Dourados. É


marcada pela sensualidade e pela época juvenil com muito Rock and
Roll. Os vestidos e as saias eram longos, que arrastavam no chão.
Eram com babados e rodados, e especialmente acinturados. Os
vestidos curtos também estavam em alta, eram rodados e com
cores fortes. Suéter, jeans, cigarrete e saias rodada eram usados
pela juventude. Luvas de couro, renda e seda faziam parte do look.

Os modelitos de Dior foram sendo substituídos pelas criações de


Coco Chanel com saia-line e trança-aparado, casaco estilo
jaqueta. Surge uma linha de saias godê para serem usadas com
blusas diversas. Peças de tricô também se tornaram comuns no
guarda-roupa. Surge a bainha sereia e as adolescentes já iniciam
o uso da calça comprida. O estilo “dona de casa” era o objetivo
principal da mulher pós guerra, que teria que cuidar do marido e
da casa. A silhueta ampulheta foi valorizada. Nesta época surge
também o consumo da lingerie. As peles eram consideradas
símbolo de status.
As atrizes Grace Kelly e Audrey Hepburn eram símbolos de beleza
pelo estilo sensual e jovialidade assim como atrizes Rita Hayworth
e Ava Gardner. Em busca de algo mais jovial na moda, os
adolescentes criaram a moda colegial, inspirada no sportswear. As
moças usavam, além das saias rodadas, calças cigarrete até os
tornozelos, sapatos baixos, suéter e jeans. As meninas usavam
cabelos longos e retos, as adolescentes usavam rabo de cavalo, e
as mulheres adultas usavam curto, ondulado ou crespo.
1960 – A década de 60 foi marcada por transformações no mundo
da moda. O ídolo do rock Elvis Presley lança a tendência do uso
de jaquetas de couro, topete e jeans. As moças começavam
abandonar as saias rodadas pelas calças cigarrete, em busca da
liberdade.

A chamada “geração beat”, começava a se opor à sociedade de


consumo vigente. A partir daí a transformação na moda seria
radical. Era o fim da moda única e o vestir se baseava cada vez
mais no comportamento das pessoas.
De acordo com Garcia (Folha Online – Almanaque Moda
http://almanaque.folha.uol.com.br/anos60.htm):
Na moda, a grande vedete dos anos 60 foi, sem dúvida, a
minissaia. A inglesa Mary Quant divide com o francês André
Courrèges sua criação. Entretanto, nas palavras da própria Mary
Quant: "A ideia da minissaia não é minha, nem de Courrèges. Foi
a rua que a inventou". Não há dúvidas de que passou a existir, a
partir de meados da década, uma grande influência da moda das
ruas nos trabalhos dos estilistas. Mesmo as ideias inovadoras de
Yves Saint Laurent com a criação de japonas e sahariennes [estilo
safári], foram atualizações das tendências que já eram usadas nas
ruas de Londres ou Paris. O sucesso de Quant abriu caminho para
outros jovens estilistas, como Ossie Clark, Jean Muir e Zandra
Rhodes. Na América, Bill Blass, Anne Klein e Oscar de lá Renta,
entre outros, tinham seu próprio estilo, variando do psicodélico
[que se inspirava em elementos da art nouveau, do oriente, do Egito
antigo ou até mesmo nas viagens que as drogas proporcionavam]
ou geométrico e o romântico.
Os jovens passaram a ter uma moda com a cara deles e de seu
comportamento, não mais a moda de seus pais. Surgiram
variedades nas estampas, cores e fibras. As fibras sintéticas se
popularizaram e passaram a se misturar às naturais.
Surge então uma modelo magra, com cabelo curto e cílios
inferiores pintados com delineador. Twiggy se tornou um ícone da
moda dos anos 60 e definiu até os dias atuais o chamado padrão
de beleza.
A moda masculina foi influenciada pelos Beatles, com paletós sem
colarinho de Pierre Cardin e o cabelo de franjão. Os mods, com
paletó cintado, gravatas largas e botinas. A gola rolê fez sucesso
no guarda-roupa masculino.
O avanço da tecnologia e as conquistas espaciais influenciaram a
sociedade e a moda, assim como o movimento artístico art pop.
Nesta mesma época surge o movimento da contracultura, onde os
jovens buscavam uma vida underground, à margem do sistema
oficial. A moda era cabelos longos, roupas coloridas, misticismo
oriental, música e drogas. Os jovens foram às ruas protestar e a
mulher conquistou o espaço na sociedade.

1970 – A moda dos anos 70 foi marcada pela rebeldia dos jovens,
a liberdade da mulher e as experimentações de materiais, cores,
formas e texturas. A era Hippie-chic ganhou espaço com as
estampas multicoloridas, e tecidos de estilo cashmere das roupas
indianas. A minissaia saiu de cena no início da década, e a calça
de boca de sino e o sapato plataforma passaram a fazer parte do
guarda-roupa dos jovens. Surge a onda glitter com características
futurista, andrógina, metálica e espacial sintetizada na figura do
roqueiro David Bowie. As mulheres tinham os cabelos
desalinhados, saias longas ou curtíssimas com inspiração indiana,
batas e estampas florais ou multicoloridas.

A década traz a mistura do rock, da era paz e amor e do disco,


onde as meias de lurex e o top fizeram sucesso nas pistas das
discotecas. O movimento punk surge em seguida para questionar
os valores impostos pela sociedade.
De acordo com Mayer (Almanaque especial Moda
http://almanaque.folha.uol.com.br/clip.htm), até hoje, a década é
uma referência para os criadores de moda, que se inspiram nas
múltiplas tendências dos anos 70: hippie, glitter, disco, punk e até
a moda engajada, que, ironicamente, chegou a adotar o estilo
militar nas roupas. Por isso, para o Brasil pelo menos, talvez os
anos 70 não tenham terminado em 1979, mas um pouco depois,
com a luta pela abertura política, com a luta pelas "Diretas Já" em
1984, com o amadurecimento de uma produção cultural de peso
no cinema, na música, na televisão, ou até mesmo, em 1982, com
a derrota da Seleção Brasileira na Copa, doze anos depois da
conquista do tri.
1980– A década de 80 foi marcada pela onda das academias de
ginástica. Iniciou-se a utilização da lycra, sapatilha e a polaina. As
roupas eram excêntricas e exageradas, com cores cítricas,
estampas de animais e, sobretudo, muito alegres. Os jovens
buscavam as tinturas com cores exóticas nas roupas. Apesar da
adesão à moda futurista, alguns estilistas como Giorgio Armani
mantiveram suas criações com os cortes sóbrios e estilo clássico.
Os cortes assimétricos com franja repicada eram o sucesso da
década. O uso do topete com muito gel fazia parte dos looks.

O culto ao corpo tomou conta da geração dos anos 80. As pessoas


queriam fazer parte do dia a dia da academia e de aulas de dança.
Este novo comportamento culminou na utilização de peças como
collants, polainas, tênis, o moletom e a lycra. O All Star conquistou
os jovens pela praticidade, simplicidade e diversidade de cores e
estampas. A sandália de plástico Melissa também surge nesta
época com suas cores vibrantes e alegres. Na maquiagem e
acessórios, tudo era colorido e extravagante. Sombras fortes,
batom com cores vivas, e muito acrílico, plástico e cintilante. Nesta
época o jeans ganhou status, voltam à tona o glamour e o excesso
de brilho nos vestidos da noite.

1990– A moda dos anos 90 traz estampas geométricas,


minimalismo e muito exagero. As peças como casacos coloridos,
camisas coloridas, jeans desbotado, os bonés de aba reta,
acessório anteriormente exclusivo do estilo hip-hop, cada vez mais
se tornaram populares. Os macacões também fizeram parte do
cenário. Os sapatos no estilo casual-descolado e os tênis de cano
alto fizeram alegria dos jovens. Os piercings e tatuagens se
tornaram mais comuns. Nesta época não existe mais a moda
universal. Através da personalidade da pessoa é que ela vai definir
o que vai usar.
A moda da década de 90 foi marcada pelo surgimento de um dos
mais importantes eventos de moda do Brasil, o Morumbi Fashion
Brasil, que a partir de 2001 transformou-se em São Paulo Fashion
Week. As maiores marcas do Brasil mostram suas criações a cada
seis meses.
O movimento grunge representado por camisas de flanela, meias
coloridas, jeans rasgado e tênis All Star eram uniforme para muitos
jovens. No cenário mundial surge a modelo Kate Moss, exemplo
de beleza, com sua imagem franzida e magrela. A moda segue o
caminho da busca pelo estilo próprio, uma mistura de étnico,
fetichista, religioso, clubber e vários outros estilos.

Seriados e bandas influenciam a busca pela moda pessoal dos anos 90!
Fonte da foto: http://2.bp.blogspot.com/-RwSwWCw2y-
E/UCb5RTG_CmI/AAAAAAAACp8/H7DsNuWWLjM/s1600/untitled-21.jpg

– A partir do ano 2000 a moda se torna cada


2000 até os dias atuais
vez mais individual e as pessoas buscam se identificar com os
estilos que mais combinam com a sua personalidade. A moda
torna-se mais simplificada e os jovens se tornam formadores de
opinião. As botas de plataforma voltam a reinar, o All Star se
renova com estampas, cores e texturas e as mulheres começam a
alisar os cabelos. Algumas pessoas seguem as tendências
enquanto outras apenas deixam-se levar pelo gosto, estilo ou o
modismo. As botas de cano alto, as calças rasgadas, as estampas
de animais, as blusas de um ombro só, roupas esportivas,
estampas e bordados na moda masculina, e uma infinidade de
peças entram e saem das passarelas. O Brasil começa a observar
a riqueza, o comportamento e o estilo de vida de seu povo e inicia
a criação da moda brasileira.

Áreas de Atuação

Há diversas áreas para quem deseja trabalhar no mundo da moda,


por isso às vezes acaba sendo difícil saber aonde o profissional
produtor de moda atua.
Numa sessão de fotos para uma campanha, em desfiles e outros
eventos de moda em geral, é necessário que exista um profissional
que coordene todas as áreas de maneira que tudo seja feito
perfeitamente certo e sem nenhum erro. O responsável por isso é,
na maioria das vezes, o produtor de moda.

Dentro de editoriais, desfiles, campanhas e outros eventos de


moda, o profissional da produção de moda é o principal
responsável por fazer tudo funcionar.
Mas aonde este profissional pode atuar?
O produtor de moda pode auxiliar e organizar desfiles, escolher
modelos, selecionar e montar as melhores peças (roupas, sapatos
e acessórios) para montar os looks da campanha, evento ou
desfile, e também pode ajudar na escolha da maquiagem e
penteado. Este profissional pode trabalhar com catálogos, filmes e
novelas para a TV, revistas, eventos de moda, look books, desfiles,
campanhas publicitárias, e muito mais.
O produtor de moda pode trabalhar com moda feminina, moda
masculina, moda infantil, moda praia e lingerie. Além disso,
gerencia a compra de coleções de roupas em lojas, coordena
equipes de estilo em confecções, produz fotos para editoriais de
veículos da comunicação, exposições, anúncios publicitários, etc.

Catálogos
Cada dia mais as pessoas estão procurando pelo novo e criando
produtos que possam despertar os desejos dos consumidores. Ver
uma roupa é uma coisa, mas ver uma roupa através de um
catálogo de moda é totalmente diferente, e faz com que o cliente
veja o produto com outros olhos.

O catálogo de moda é uma forma de mídia que utiliza os "looks"


criados pelo produtor de moda e/ou pelo Stylist como meio de
comunicação, fortalecendo a divulgação dos produtos de moda.
Um catálogo de moda possui um forte apelo à ideologia da marca,
e faz com que as pessoas se relacionem e se identifiquem muito
mais com a marca e o estilo que ela oferece. Os catálogos são
ferramentas de grande impacto, e podem viabilizar a conquista de
novos clientes.
É uma das formas mais comuns das empresas divulgarem suas
coleções e geralmente são feitos por agências de publicidade,
fotógrafos especializados em moda e produtores de moda.
O catálogo é um ótimo custo X benefício utilizado pelo setor de
vestuário, pois este recurso afeta o consumidor final diretamente,
servindo como uma vitrine de conceito e desejos.
Os catálogos são feitos em várias etapas. Primeiramente, o tema
da campanha é definido assim como o estilo das fotos. Depois é
necessário escolher os modelos, o local das fotos (que pode ser
num estúdio ou ambiente externo), a pessoa responsável pela
maquiagem e cabelo, etc. As fotos podem ser nomeadas como
técnicas e conceituais.
O produtor de moda também é selecionado para este trabalho. Sua
função poderá ser: montar os looks da marca em parceria com o
styling, ajudar a escolher a maquiagem e o penteado das modelos,
buscar parceria com outras marcas de sapatos e acessórios (caso
a marca de roupas não possua) para complementar looks, montar
a decoração do ambiente, entre diversas outras funções.
Após a finalização das fotos, a próxima etapa é a edição de
imagens, e é fundamental que o profissional seja competente e
criativo, pois este é um passo essencial na criação de um catálogo.
Após isso, as fotos são diagramadas e enviadas em PDF para uma
gráfica, e assim serão impressas em diversos tamanhos e estilos,
de acordo com o objetivo da marca.
O catálogo é uma ótima ferramenta para o setor de vestuário, pois
atinge diretamente o consumidor final, já que pode servir como
uma "vitrine" dos produtos.
A grande concorrência atual no mercado faz com que a busca por
novas estratégias e ideias sejam constantes para melhorar as
vendas.
O anúncio é um meio para um fim, seu objetivo único é criar uma
razão para que ela resolva um propósito. O melhor quadro, as mais
belas imagens ou a técnica mais
hábil não são suficientes para sua concretização. A melhor
obra
de arte não é por suas qualidades estéticas ou pictóricas s
enão por sua ideia ou expressão (SANT’ANNA, 2002, p.145).
Além de organizado, um catálogo deve representar uma realidade,
expressar a essência da marca e da coleção, e criar um desejo
para o consumidor.
Gosto e estilo são linguagens atemporais, e assim como o estilista,
o produtor precisa ter acumulado um vasto conhecimento, de
ideias de moda que “funcionam”, além disso, em uma indústria
sempre sob a pressão do tempo são valorizados atributos como
eficiência e experiência (JONAS, 2009 p. 209).
Na produção de uma sessão fotográfica, as pessoas devem
trabalhar em conjunto, buscando um mesmo ideal (a cena
desejada para a foto do catálogo, por exemplo). E esta é uma
função do produtor de moda, que elabora a magia que há em uma
foto bem produzida.
É importante que o produtor de moda trabalhe diretamente com o
fotógrafo, produzindo um cenário para a sessão de fotos. Porém
antes, uma reunião deve ser realizada para a definição dos
caminhos a serem seguidos na sessão de fotos. O fotógrafo
chamado para um catálogo deve ter grande conhecimento sobre
moda, pois a necessidade de inovação e criação é frequente.
Gosto e estilo devem ser respeitados, e por isso o produtor de
moda tem como função se atualizar e se informar, criando uma
abordagem com a equipe, para no final agradar o empreendedor e
alcançar diretamente os clientes.
É este conjunto de pequenas, mas importantes ações, que
proporciona a criação de uma mensagem capaz de interagir,
identificar e fixar-se na cabeça do público alvo desejado.

Em relação ao catálogo, é muito importante fazer tudo de acordo


com o gosto do contratante. Ou seja, todas as informações
precisam ser seguidas para agradá-lo, atender suas expectativas
e que lhe proporcione lucros.
O catálogo, nos tempos atuais, tem como objetivo otimizar vendas,
e sua eficácia já é comprovada por empresas de pequeno, médio
e grande porte, pois afirmam que esta ferramenta é de grande
impacto para o sucesso da marca.

Look Books

Como sabemos, moda não é produto, mas sim estilo, atitude e


comportamento. Ela é caracterizada pelo uso de determinado
vestuário e acessórios. A publicidade tem como objetivo
personalizar determinado produto sugerindo possibilidades de
uso, facilitando e ajudando a vida do consumidor e futuro cliente.
"Look é alguma coisa que nos envolve. É como uma memória e
isso dura". (DIANE VREELAND).
Um look criado é algo transformador, e faz com que o consumidor
possa adquirir um conceito. O Look Book é o catálogo de vestimenta,
onde é possível visualizar diferentes formas de compor as peças
de uma coleção. É um material completo e rico em elementos, com
apelo mais comercial e com maior volume de páginas.
O look book pode ser impresso ou online. É uma ferramenta
importantíssima para os representantes comerciais e pontos de
venda.
Em pontos de venda, por exemplo, o look book pode auxiliar
vendedores ou consultores de moda a mostrar aos clientes como
a peça pode ser usada, de diversas maneiras, pois os produtos
expostos nas araras não possuem a mesma atratividade. Além
disso, muitas vezes o cliente não consegue entender a forma de
usar ou como compor um look com a peça. Por isso a importância
de um look book tanto para o consumidor final, quanto para o
representante.
O look book é uma publicação, feita em papel ou online, que pode
ser utilizada para sugerir aos possíveis clientes, combinações,
novidades e tendências das peças de roupas. O look book é utilizado
pelas grifes para mostrar quais os novos produtos que logo estarão
disponíveis ou já apresentar uma nova coleção no ponto de venda.
Antigamente os looks books eram feitos apenas em estúdio, com
fundo branco, apresentando apenas a modelo e o traje. Hoje em
dia, além deste modelo tradicional, os looks books podem ser feitos
com diferentes temas, não tão minimalistas.
Como o produtor de moda produz um look book? É necessário seguir
os mesmos passos de um catálogo, porém tudo irá depender do
tema, da coleção, do estilo da marca, etc. O objetivo do look book é
mostrar as peças de roupa, que podem estar vestidas na (o)
modelo, ou apenas em um fundo branco, para que assim possa
ser visualizado com clareza e perfeição.
Vantagens do look book para a marca:

-o look book é um grande responsável pelas vendas da marca;

-agrega valor à marca, pois transmite a ela uma identidade;

-aumento da visibilidade em todos os canais;

-o look book é ótimo também para as redes sociais e e-commerce;

Para simplificar, o look book é um material fotográfico, feito com o


auxílio de um produtor de moda, com diversos looks que
apresentam cada coleção nova de uma marca. Esta ferramenta
pode auxiliar o cliente da marca, pois utiliza principalmente o apelo
da imagem para a rápida identificação do público alvo.

Look Book X Catálogo


É normal confundir as duas ferramentas do mundo da moda:
catálogo e look book, pois ambos são materiais de merchandising,
porém é importante saber que eles possuem algumas diferenças.
O objetivo do look book é mostrar o "clima" e o estilo da coleção de
uma maneira mais natural. Modelos vestem os trajes para facilitar
a visualização das peças no corpo, auxiliando clientes na hora de
escolher o look perfeito e as melhores combinações. Ou também
o look é clicado num fundo branco (ou outra cor, geralmente sem
estampas) para apenas visualizar as peças.
Já o catálogo costuma ter mais informações e conteúdo, além das
peças e modelos. Geralmente as fotos mostram modelos com os
looks em diferentes momentos, ou seja, a coleção agregada
ao lifestyle do público, em ambientes externos ou até mesmo em
estúdio. Além de mostrar as peças da marca, o catálogo
geralmente conta uma história.

Quantos look books uma marca deve fazer por ano?


Isto irá depender da intenção de cada empresa, ou seja, é muito
relativo. Porém, geralmente os números variam de dois a quatro
por temporada. As marcas que apresentam coleções por
estações, optam por 4 look books por ano: verão, inverno, alto verão
e alto inverno.

Desfiles

Quando assistimos um desfile de moda nem imaginamos tudo o


que foi feito para organizá-lo. Apesar de parecer simples, existem
muitas pessoas trabalhando por trás do desfile, e a organização e
paciência são fatores essenciais para que o resultado final seja
perfeito.
O objetivo de um desfile de moda para os estilistas, é apresentar
suas próximas coleções aos compradores e críticos de moda. É
uma ótima ferramenta e uma vitrine fantástica de modelos
desfilando roupas numa passarela ao som de uma música
eletrizante.
Para Sabino (2007, p.222) o desfile de moda é uma “performance
considerada de grande importância no meio da moda com
inúmeros profissionais envolvidos. Os desfiles geralmente levam
muito tempo para a sua concepção e organização, mas costumam
ter curta duração.”
A elaboração de um planejamento é decisiva, e todos os seus
pontos devem estar bem estabelecidos.
Antes, os desfiles eram realizados com o propósito de concretizar
a venda direta das criações de uma Maison de alta-costura para o
seu consumidor final. Com isso, era possível que o cliente
visualizasse as roupas vestidas em modelos, que davam
movimento e conforto às peças, proporcionando ao cliente uma
percepção melhor com relação ao caimento das criações.

Depois a ideia mudou, e os desfiles passaram a ser aplicados em


eventos que agrupavam um público maior, mas muito seleto de
compradores de lojas e também a imprensa especializada.
O famoso "prêt-à-porter" (palavra francesa com o significado de
"pronto para usar", ou seja, é o significado das roupas compradas
prontas em lojas) cresceu a partir dos anos 50, e com isso, os
desfiles ganharam mais importância, pois começavam a atrair mais
compradores, celebridades e imprensa em geral.
Hoje em dia os desfiles são rápidos (em média 10 a 15 minutos),
porém continuam cada vez mais importantes, diferentes e
inspiradores. O desfile é um dos veículos de divulgação mais
importantes que uma marca ou estilista podem ter para apresentar
suas novas coleções. Isto porque, este tipo de performance gera
uma grande repercussão e mídia espontânea em revistas, na
internet e na televisão.
Há diversos profissionais trabalhando para que um desfile saia
perfeito. O produtor de moda geralmente fica na correria para
tentar fazer tudo funcionar perfeitamente, assim como diversos
outros profissionais.
Dentro de um desfile, o produtor de moda pode montar looks, ajudar
a escolher a maquiagem e o penteado, separar acessórios, auxiliar
modelos, entre diversas outras funções.
As combinações das peças para um look perfeito, assim como o
cenário (passarela e decoração) e a música, devem ser escolhidas
de acordo com o tema da coleção, o estilo da marca, e o horário
(dia ou noite).
O tema do desfile (primavera verão, roupas para noite, roupas
sociais, roupas esportivas, etc) irá determinar o tipo de coleção que
a marca deverá exibir.
O local para o desfile deve ser escolhido com pelo menos três
meses de antecedência da data do evento. É importante
considerar alguns fatores ao selecionar o local:
-necessidades de luz;

-configurações da passarela;

-estacionamento adequado;

-área de backstage.

Outro detalhe importante é analisar o preço do local. O preço do


aluguel não deve ultrapassar 35% do orçamento total para o
desfile.
Imagem: bastidores de um desfile / Fonte da foto:
http://www.terra.com.br/istoegente/edicoes/511/artigo142405-1.htm

As roupas, sapatos ou acessórios são o foco principalmente dos


desfiles de moda, ou seja, nada deve chamar mais atenção do que
isso. É fundamental se preparar e determinar quantas trocas de
roupas cada modelo irá precisar fazer durante o desfile. O número
de itens que a marca desejar mostrar, determinará também o
número de modelos e pessoas de apoio para produzir o desfile.
Com muitas semanas de antecedência, é importante contratar
modelos, profissionais de produção, cabeleireiros, maquiadores,
fotógrafo, DJ, e outras pessoas de apoio. O ideal é contratar uma
agência que represente as modelos, os cabeleireiros e os
maquiadores.
É fundamental definir muito bem a lista de convidados,
selecionando pessoas da imprensa, convidados e VIPs. Entre os
convidados, é importante convidar editores de moda, compradores
de lojas, modelos e pessoas influentes. O ideal é enviar os convites
aos convidados pelo menos seis semanas antes da data do desfile.
Fazer a propaganda do desfile é fundamental. Utilize diversas
mídias para promover o evento, mas sem excessos de convites e
propagandas.
Em relação ao som, é importante descobrir com antecedência se
será necessário comprar uma licença para tocar música em seu
evento. Se sim, certifique-se de providenciá-la o mais rápido
possível.
É muito importante ensaiar com todos os modelos antes do desfile,
para que tudo ocorra como o planejado, e também organizar os
assentos em torno da passarela.
Para que o desfile ocorra perfeitamente, é necessário certificar-se
de que todas as pessoas estarão na hora certa e que todos saibam
o que fazer, afinal, o dono da marca não vai querer ver as pessoas
saindo correndo sem saber o que fazer, não é mesmo?
Além de apresentar uma nova coleção, existem outros motivos e
objetivos que podem causar a realização de um desfile de moda:
-promover uma nova marca e ou estilista;
-promover uma nova parceria entre marcas e estilistas;
-para promover eventos beneficentes;
-apresentar a coleção de um estudante de moda.
O desfile de um estilista estabelecido é nitidamente diferente do
desfile da coleção de um estudante. O desfile profissional dá aos
compradores do varejo e a imprensa a visão prévia de uma
coleção que estará disponível no mercado. É também um
exercício de relações públicas que garante o estoque de fotos e
matérias para as revistas e cada vez mais um espetáculo em si
mesmo. O público dominante nos desfiles de faculdades, ao
contrário, é formado pelo corpo docente,
alunos, pais e alguns representantes dos patrocinadores e
das confecções em busca de novas pessoas e ideias. Muitas
faculdades consideram que a experiência da passarela é decisiva
para a formação do aluno, pois a maioria vai passar por isso na
futura carreira. (JONES, 2005, p.185)

Televisão

É possível observar que a televisão, a internet, o cinema e o teatro


são grandes motivadores de consumo. O profissional produtor de
moda também pode trabalhar com o figurino de novelas, filmes e
televisão em geral.
Os figurinos acabam virando tendências na maneira de vestir, de
se comportar e de agir, e estimulam o consumo dos
telespectadores. Isto porque, o ambiente ficcional da novela acaba
criando um mundo que corresponde a muitos sonhos e
expectativas do público, e assim desperta o desejo por um
determinado produto.
Aproveitando a grande audiência das novelas e da indústria da
moda, um novo meio de divulgação de produtos e garantia de
retorno financeiro foi descoberto. Os empresários formam
parcerias com as emissoras devido à grande e segura aceitação
dos produtos relacionados com a ficção.
“Conta-se, assim, que bastaram alguns closes com o jeans
Staroup no corpo de Júlia Matos (Sônia Braga), e mais o brilho do
logotipo da empresa no salão da boate “quente” de Dancing’Days,
para fazer saltar as vendas da empresa de 40 para 300 mil calças
mensais, em 1979 e 1980. Ao fim da novela, o patrocinador dizia
que as vendas que a primeira exibição desencadeara, já haviam
coberto o gasto, estimando que as reapresentações no estrangeiro
lhe trariam substanciais ganhos extras com exportações e
contratos de licença.” (DURAND, 1988, p.99).

Imagens: personagem Constância na novela Lado a Lado - rede Globo

Importância do Figurinista

Na construção de um espetáculo, o figurino possui uma grande


importância, pois ajuda o ator a assumir outra personalidade. O
figurino não apenas veste os artistas, mas também serve como
elemento comunicador, ilustrando a história narrada no cinema, TV
ou teatro.
O figurino de um ator pode representar o seu modo de pensar, a
época dos eventos, o status, a profissão, e também cria
características humanas e promove a comunicação com o público.
O profissional responsável pelo figurino deve conhecer a fundo a
história do personagem, pois o figurino tem a função de revelar a
época em que se passa a trama, sua posição dentro da estória, e
o perfil psicológico do personagem. Além disso, também deve ter
conhecimentos específicos sobre a obra, como: o tipo físico dos
atores, as orientações de luz e cor feitas pelo diretor da obra, o
local onde serão gravadas as cenas, etc.
Segundo Marilia Carneiro (2003), o figurino das novelas começou
a se expandir na televisão brasileira com a estreia da segunda
novela em cores "Os Ossos do Barão", quando os desenhos dos
personagens passaram a incluir desde bijuteria, joias que seriam
usadas, até a forma de pentear os cabelos, passando também por
acessórios.
Fonte da foto: modaefeminices.com.br

No começo, as primeiras novelas brasileiras possuíam diversos


profissionais em corte e costura para cuidar dos figurinos.
“Comprar as roupas direto na loja, então, com o feito e a estampa
que o personagem precisava, era bem mais rápido e prático do
que desenhar, explicar tudo para a costureira e correr o risco do
resultado final não ficar bom. O jeito era bater perna na rua todo
dia. Exatamente como fazem hoje todos os figurinistas.”
(CARNEIRO, 2003: p.45).
De acordo com Marília Carneiro, os figurinos são sempre
baseados em mostruários da próxima estação quando uma nova
novela entra no ar. Isto ocorre para não correr o risco de apresentar
ao público roupas já vistas nas lojas.
Após ler a sinopse de uma novela, o responsável pelo figurino já
deve imaginar todos os detalhes de cada personagem. Para tanta
inspiração, o profissional deve utilizar diversos meios
convencionais, como desfiles internacionais, revistas de moda,
cinema, internet, etc.
Além disso, diversas visitas são feitas à fábricas, lojas de
departamentos, vitrines, confecções de pronta-entrega,
observação da moda de rua, conversas com estilistas, leitura de
revistas, etc.
O profissional que trabalha com o figurino sempre deve estar
tentando adivinhar o que será tendência e moda, e o que as
pessoas irão curtir na estação que está chegando. Por isso é
essencial que o profissional esteja sempre se atualizando e
buscando novidades.
“O merchandising em novelas começou sob a forma de propinas
oferecidas a atores, cenógrafos e contrarregras para deixar“
inocentemente ” alguma marca aparecer no vídeo, à revelia da
emissora” (DURAND, 1998: p.92).
Não é tarefa simples fazer a montagem do figurino. Para vestir um
ator é essencial obedecer à composição de seu personagem,
seguir conceitos estabelecidos pela obra, e não vesti-lo apenas
como ordena a moda.
Atualmente as emissoras apostam nas novelas modernas de
atualidade que aceitam mais "ações" de merchandising, do que as
novelas de época, onde o profissional do figurino apenas mostra o
seu talento, mas não precisa seguir as tendências de moda.
Os profissionais buscam roupas em confecções nacionais e
boutiques, na tentativa de lançar moda, pois estas se adaptam a
moda estrangeira, e também podem pagar o valor
do merchandising, fazendo um mix com suas criações próprias na
criação do figurino.
O profissional irá perceber que a sua proposta de moda foi aceita,
quando ver diversas confecções menores de todo o país copiando
os modelos de peças das novelas.

Imagens: figurinos de Patrícia Poeta no programa Fantástico da Rede Globo.


Cinema
A moda e o cinema são ambos os vendedores de fantasias, sonhos
e representações. Ou seja, o cinema acaba deixando de ser
apenas uma referência de comportamento, e passa a ser também
uma indústria vendedora de moda.
O cinema revolucionou o sistema da arte (KORNIS, 1992) e
acabou se tornando a vitrine desejada pelas grandes marcas.

Imagem: Chapeleiro Maluco do filme Alice no País das Maravilhas


Fonte da foto: thethoughtexperiment.wordpress.com

O figurino utilizado pelo personagem de um filme acaba se


transformando num sonho de consumo, e não apenas de uma
peça ou acessório, mas também no desejo de um estilo de vida.
Essa relação cinema/moda já é antiga, e vem, especialmente, das
décadas de 30, 40 e 50, quando ainda não havia a televisão, então
o cinema reinava absoluto. Não apenas os figurinos eram
desejados e copiados, mas também as atitudes dos atores, como
o modo de andar, de sentar e até de fumar. As cenas dos filmes
eram divulgadas pela imprensa, por revistas para o público que
pagava para saber como seus artistas prediletos viviam.
Imagem: Filme As Patricinhas de Beverly Hills

Há diversos exemplos de figurinos que lançam moda através do


cinema. O filme Out of Africa, por exemplo, lançou a moda do
saharienne, tipo de vestimenta usada pelo colonizador inglês da
África. Já o filme Querelle, de Fassbinder, ditou a moda de
marinheiro, com camisas listradas e calças brancas.
Temos também, mais recentemente, o filme "O Diabo Veste Prada"
como referência de moda, que recebe diversos comentários de
cinema e moda, pois teve participação de grandes marcas
inseridas na trama.
O figurino de cada personagem forma uma imagem que é
incorporada pelo espectador, e pode ou não influenciar o modo
como o público opta por se vestir e lidar com seu próprio figurino
no dia-a-dia.
Além do figurino, diversos penteados e maquiagens também são
copiados diariamente pelo público.
Imagem: Julia Roberts no filme Uma Linda Mulher
Fonte da foto: elle.com

Publicidade e Revistas

A moda é essencial para muitos anúncios publicitários. É possível


reparar, por exemplo, num simples comercial na televisão que o
traje do ator deve estar de acordo com o motivo da propaganda,
ou pelo menos neutro. Apesar de parecer um simples detalhe, o
papel do produtor de moda para selecionar um traje para estes
casos é fundamental.
Imagem: capa da revista ELLE Brasil

As fotografias de moda estão cada vez mais populares. Em jornais


e revistas especializados, catálogos, outdoors, anúncios e
editoriais, as imagens conseguem seduzir um número cada vez
maior de pessoas. Diferente dos textos, uma grande vantagem das
imagens é que se pode apreciá-las, mesmo sem entende-las em
profundidade necessariamente.
Uma roupa pode fazer toda a diferença em um anúncio ou
propaganda. Isto porque, ou ela deve estar de acordo com o que
a marca ou tema desejar, ou neutra, para que não chame atenção.
É importante tomar cuidado também com os acessórios, para que
não chamem muito a atenção, exceto em casos em que o foco é
apresentar uma marca de acessórios, por exemplo.
Os sapatos, se aparecerem em alguma propaganda em vídeo ou
foto, também devem ser discretos, dependendo do tipo de
comercial.
É essencial ter muita criatividade ao trabalhar num editorial de uma
revista. O produtor de moda deve estar sempre se atualizando,
buscando novas tendências e inspirações, afinal, diversos “looks”
bacanas devem ser montados com tudo o que está sendo usado
ou será tendência no futuro.

Fonte da imagem: http://moda.atarde.uol.com.br/?p=4889

Quando estamos folheando uma revista, nem imaginamos o quão


trabalhoso pode ter sido para montar o look que a celebridade está
vestindo na foto da capa. Tudo deve estar em harmonia, de acordo
com as cores da revista, do fundo, das páginas, etc. Geralmente
diversos looks são montados e fotografados e apenas depois
escolhidos.
O produtor de moda deve ler o máximo de revistas e sites de moda
internacionais que conseguir. Além disso, deve acompanhar todos
os desfiles, acompanhar trabalhos de fotógrafos de moda, etc. O
mercado muda muito rápido e para conseguir acompanhar tudo é
fundamental estar muito bem informado.
Os produtores de moda devem ir até lojas e showrooms para pegar
peças que serão fotografadas para cada editorial ou matéria. É
necessário buscar muito, até encontrar os itens desejados. Além
disso, também deve vasculhar brechós, criar o conceito do
editorial, encontrar locações, fazer as autorizações, escolher as
modelos, etc.
O produtor de moda e/ou o styling podem montar os looks para as
fotos, afinal, ambos são responsáveis pela criação da imagem de
moda.

Fonte da imagem: http://nilocaprioli.com/editoriais/74_moda_praia-page-003/


As etapas de criação de um editorial de moda

Itens necessários para avaliar antes de planejar um editorial de


moda:
Orçamento: de nada adianta sugerir uma pauta se você ainda não
sabe ou não tem o orçamento. Antes de tudo, é fundamental saber
qual o orçamento da produção, traslado, locação, modelos, equipe,
para depois trabalhar as ideias.
Locação: a locação faz toda a diferença num editorial de moda.
Toda a criatividade e imaginação podem nascer quando se tem a
locação.
Estudo de imagens e referências: sabendo qual será a locação
para as fotos, será muito mais fácil pesquisar e imaginar todas as
possibilidades que podem ser fotografadas neste local. Filmes,
músicas e atitudes ajudam a inspirar no mundo da moda. O ideal
é pesquisar imagens com lugares parecidos para ir criando
mentalmente diversas opções de cliques.
Fotos de inspiração: reúna imagens de poses, opções de
decoração para o ambiente, sugestões de beleza e iluminação.
Tudo isso irá ajudar no dia da produção.
Imagem: http://manudesign1.blogspot.com.br/2011/03/criar-uma-colecao.html

Equipe: após tudo decidido, é hora de entrar em contato com os


parceiros e passar sua ideia para o editorial. Fotógrafos,
maquiadores, cabeleireiros, modelos, e todos os outros
profissionais que podem ajudar no dia das fotos.
Agendamentos: utilize um dia para definir a agenda da equipe e
dos modelos.
Roupas: é importante saber que o produtor de moda deve bater
pernas e correr atrás das peças perfeitas para o editorial. Roupas,
acessórios, sapatos, artigos de decoração, são alguns dos
principais itens que o produtor de moda deve encontrar para formar
o look e foto perfeitos. Muitos produtores de moda também já
possuem as peças em casa, e sempre vão comprando para
adicionar peças ao seu acervo. Isto pode fazer a diferença na hora
deste profissional ser contratado, pois assim já agiliza o trabalho
tendo muitas peças em mãos.
Dica: dias antes, estenda algumas peças e acessórios num fundo
neutro e comece a montar alguns looks para já ter algumas ideias
no dia do editorial.
Hora do clique: os looks já podem estar prontos ou o produtor pode
ir montando ou alterando pequenos detalhes na hora das fotos, de
acordo com novas ideias e imaginações.
Além do roteiro de looks e fotos, uma boa dica é ter pelo menos 1
look extra, caso a roupa idealizada não fique como o esperado no
corpo da (o) modelo.
Devolução: no dia seguinte das fotos, é fundamental fazer a
devolução das peças para as lojas e o feedback para as assessorias.
É necessário cuidar muito bem de todas as peças, acessórios e/ou
sapatos na hora de utilizar, para quem assim, na hora da
devolução, ganhar uma credibilidade para a próxima pauta. Se
tiver qualquer problema com alguma peça, é importante revelar a
verdade, sem inventar desculpas, demonstrar interesse em
resolver o problema e pagar pelo dano.

Produtor de Moda x Styling


Muitas pessoas acabam se confundindo com relação às funções
do profissional produtor de moda e do profissional styling ou stylist.
Antigamente, o produtor de moda era o responsável por fazer tudo,
e hoje em dia as atividades foram um pouco divididas.
Num editorial, o produtor de moda pode escolher as pessoas que
irão trabalhar no editorial, escolher as modelos, ir atrás das roupas,
acessórios e sapatos, etc. Além disso, também pode montar looks
dentro do conceito do editorial.
O produtor pode ou não contratar um Stylist para exercer a função
de montar os looks, tudo depende da verba disponível, mas
geralmente em trabalhos menores, é o produtor de moda que
acaba assumindo esta função. O stylist também pode buscar as
referências, criar uma imagem e opinar no resultado final da
produção.
Caso o produtor de moda apenas opte por escolher e buscar as
roupas adequadas para o editorial, o styling deve fazer o trabalho
de montar os looks.

O que observar em um editorial de moda?

-Formas
-Estampas
-Acessórios
-Maquiagem
-Cabelos
-Tecidos
-Cores
Dicas para o Produtor de Moda

O profissional produtor de moda geralmente é a pessoa que está


sempre correndo atrás de alguma coisa durante uma sessão de
fotos, desfile ou outro evento de moda. Por isso, é essencial que
este profissional se vista confortavelmente para o trabalho, para
que assim possa cumprir com todas as suas funções sem se
incomodar com nada.

Foto: Site Creative

Veja abaixo algumas dicas do que não vestir para os dias mais
agitados neste trabalho:

-Evitar salto alto e sapatos desconfortáveis é essencial. Nada pior


do que ter que passar o dia inteiro em pé com sapatos de salto ou
que apertam e machucam. Sapatos muito largos também podem
acabar incomodando. Isto com certeza pode acabar atrapalhando
o trabalho, por isso o ideal é optar por sapatilhas confortáveis,
tênis, oxfords, botinhas, chinelos, etc.

-Roupas curtas e justas: o produtor de moda geralmente adora


compor looks para usar e isso inclui diversos tipos de roupas.
Porém, durante o trabalho, o ideal é evitar roupas muito curtas e
apertadas, pelo mesmo motivo que acabamos de citar acima, no
caso dos sapatos. Imagine a cena: como você conseguirá se
abaixar para calçar os sapatos na modelo durante uma sessão de
fotos, usando uma saia curta justíssima? O ideal é optar então pelo
shorts jeans, ou uma saia mais larguinha e comprida. Jeans
confortáveis e leggings também são ótimas opções!

-Tecidos delicados: o ideal é deixar os melhores e os mais


delicados tecidos em casa, como cetim, renda, seda, etc. Deixe
estas roupas para ocasiões especiais, e não para o dia-a-dia de
trabalho. O produtor sempre está correndo e fazendo alguma
coisa, utilizando alfinetes e diversos outros itens, então para evitar
preocupações com as roupas, o ideal é optar por roupas mais
básicas e resistentes.
O produtor de moda sempre deve andar com fitas, alfinetes e
prendedores na bolsa, afinal, nem sempre todas as roupas ficarão
perfeitas nos modelos, certo?
É fundamental que o produtor de moda seja 100 % responsável.
Sabemos que esta qualidade deve ser de qualquer profissional,
independente da área, porém é o profissional da produção de
moda que geralmente se responsabiliza de retirar e fazer a
devolução (após o uso) de todas as peças para as lojas.
Como é geralmente o produtor de moda que faz diversos contatos
e fica com a função de ir atrás dos profissionais, é fundamental que
ele seja comunicativo, simpático, e saiba conversar com clareza.
Além disso, ser uma pessoa extrovertida irá facilitar o trabalho.

Dicionário Fashion

Nem sempre é possível acompanhar todas as novidades do


mundo da moda, inclusive as novas palavras e gírias. E como
sabemos, a cada temporada uma nova tendência surge, por isso
é necessário sempre ler muito e se atualizar.
Para ajudar, criamos um pequeno dicionário com alguns termos,
novos e antigos do mundo da moda. Algumas palavras são novas,
devido às tendências atuais, e outras são apenas um "revival", ou
seja, uma adaptação de algo que já conhecemos, porém com um
estilo ou algo diferente (ou às vezes a palavra que muda mesmo
apenas)!
ROUPAS
Top Cropped: cropped = cortado. São peças com modelagens
mais curtas, como por exemplo o top cropped, que é um tipo de
blusa mais curtinha, e que geralmente mostra a barriga.
Chemisier: é uma camisa estilo masculina comprida, o chamado
"vestido camisa".
Calça ou Bermuda Saruel: é mais folgadinha e solta, e tem o fundo
bem comprido.
Calça Capri: possui comprimento encurtado, que pode variar entre
a altura logo abaixo do joelho até a altura logo acima do tornozelo.
Calça Flare: está calça deriva dos modelos pantalona e boca de
sino, porém é um pouco mais fechada, e vai ficando mais larga a
partir dos joelhos em direção à barra.
Calça Cargo: calça masculina originalmente larga, com bolsos
laterais.
Saia Lápis: é a saia reta e justa no corpo até os joelhos.
Saia Midi: saia superfeminina, que tem comprimento até no meio
da panturrilha, entre os joelhos e os tornozelos.
Saia Mullet: curta na frente e comprida atrás.
Saia/Blusa/Vestido Peplum: é um modelo que tem a cintura
marcada e um babado (ou prega) ao redor.
Vestido Império: vestido com a cintura bem alta, que fica
solto/larguinho logo abaixo do busto.
WrapDress: é o conhecido vestido envelope.
Little Black Dress ou LBD: vestido tubinho preto.
TrenchCoat: é um casaco de frio com mandas compridas, botões
e uma faixa para amarrar na cintura. O modelo mais clássico é o
da marca Burberry, porém a grife Aquascutum também disputa a
criação. A palavra do inglês significa casaco de trincheira, pois,
durante a Primeira Guerra Mundial, foi usada pelos militares
britânicos.
Casaco de Tweed: é um casaco feito com um tipo de tecido feito
de lã, com corte mais quadrado, popularizado por Coco Chanel,
que criou o famoso conjunto de tweed, até hoje referência de estilo
de sua marca.
Jaqueta Biker: inspirada pelos motociclistas, é um tipo de jaqueta
de couro com zíper lateral.
Wrap: blusas, vestidos ou casacos com pontas laterais, com as
quais é feita uma amarração ("wrap", em inglês).
Spencer: casacos ou terninhos de comprimento mais curto, acima
do quadril.
Meia 7/8: meia calça que termina na coxa, pouco acima do joelho.
Hot Pants: shorts super curto e de cintura alta, resgatado dos anos
70.
SAPATOS
Midi Boot: bota com cano até o meio da canela.
Ankle Boot: bota curtinha, com cano até o tornozelo, que pode ser
toda fechada ou aberta na frente.
Open Boot: igual a ankle boot, porém com recortes na frente e/ou
atrás.
Espadrille/Espadrilha: sandálias com salto tipo anabela de corda.
Creepers: sapatos com solados grossos e retos;
Cape Toe: sapato que tem a pontinha coberta por outra cor ou
outro material.
Oxford: sapato fechado com cadarço, que imita os modelos
masculinos.
Flat: sapatos baixos e confortáveis, como as sapatilhas.
Ballet Flat: sapatilhas no estilo bailarina, que possuem elástico
atrás.
Slippers: sapatinhos que lembram as pantufas de dormir. Também
são lembrados como uma mistura entre a sapatilha e o mocassim.
Mocassim: sapato baixo, confortável, que se assemelha na forma
ao mocassim indígena.
BlockHeels: sapatos do tipo sapatilha mas com um solado mais
quadrado.
Peep Toe: clássico, é o sapato que tem uma pequena abertura na
frente e deixa uma parte dos dedos a mostra.
Scarpins: clássico sapato feminino, é um sapato feminino de salto
alto que cobre as laterais, o calcanhar e os dedos do pé, deixando
o dorso nu.
Meia Pata: plataforma na parte da frente de sapatos de salto alto.
Wedge: é uma versão mais atual do famoso salto anabela, ou seja,
é um tipo de salto plataforma que aparece em sandálias, botas, e
sapatos. Pode ser em materiais como madeira, veludo e até couro.
Sneakers: tênis modernos, geralmente de cano alto.
Clog ou Babouches: o famoso tamanco.
Dockside: sapato de couro, com sola de borracha e tiras laterais.
ACESSÓRIOS
EarCuff: é um brinco que cobre por parte da orelha;
Palm Bracelet: tipo de pulseira usada sobre a parte de cima da
mão prendendo nos dedos;
Chapéu Fedora: chapéu feminino ou masculino, feito de palha ou
feltro. Este modelo é inspirado nos gângsteres.
Chapéu Floppy: tipo de chapéu com abas largas e maleáveis que
caem sobre a cabeça, popular nos anos 1970
Casquete: chapéu pequeno, que é preso por grampos ou fixo em
uma tiara.
Clutch: carteira ou bolsa de mão.
ESTILOS
Boho: o estilo boho é o resultado de uma mistura dos estilos folk,
étnico, hippie e vintage.
Étnico: é um estilo que tem referências culturais e artísticas.
Exemplo: itens como penas; peças com referências indígenas, etc.
Folk: este estilo mistura elementos folclóricos de um país ou
região, estando dessa forma ligado aos temas étnicos e
multiculturais de um povo.
Hippie: é o estilo inspirado nas tribos que surgiram no final dos
anos 60, e as roupas e peças são caracterizadas por cores
brilhantes, calças à boca-de-sino, camisas tingidas, túnicas,
sandálias, roupas de inspiração indiana, estampas florais
inspiradas nos ídolos do rock, etc.
Girlie: este estilo é totalmente feminino e romântico, e é
caracterizado por cintura marcada, estampas flores, tons de rosa
e outros tons pastéis, etc.
Ladylike: estilo feminino e superelegante, caracterizado por laços,
detalhes românticos e traços vintage.
Minimalismo: moda com poucos detalhes, estilo clean com cores
neutras, recortes mais simples, etc.
Maximalista: este estilo é o oposto do anterior, e já é caracterizado
por muitas cores, detalhes, estampas, etc.
Navy: estilo inspirado nos marinheiros, caracterizado por listras e
as cores azul, vermelho e branco.
Retrô: estilo de roupas, sapatos e acessórios que remetem à
modelos antigos.
Vintage: palavra inglesa que na moda virou referência para
designar roupas de outras épocas.
Seventies ou 70's: é a moda e o estilo típico da década de 70,
adaptado para os dias atuais.
Hi-lo: tendência que mistura algo caro com algo barato num
mesmo look.
Boudoir: tendência de usar peças de lingerie aparecendo, ou seja,
mostrar um pouco da lingerie sem vulgaridade.
Preppy: este estilo lembra as roupas de colegial, e é caracterizado
por saias plissadas, tiaras, meias-calças, etc.
Low-profile: estilo desencanado, simples.
Grunge: surgiu no final dos anos 80, tendo como ícone principal a
banda Nirvana. A palavra grunge significa sujeira, desleixo, e este
estilo é caracterizado com camisas de flanela, camisetas de
bandas, jeans rasgados, tênis e coturnos surrados.
Social Wear: roupa de lazer mais arrumada.
Casual Wear: roupa de lazer.
Bussiness Wear: roupa de trabalho.
Outwear: roupa de inverno.
Fitness: roupa para a prática de exercícios físicos.
Beach Wear: moda praia.
CORES E ESTAMPAS
Off-white: lembra o branco, porém possui um aspecto mais frio,
puxando para o cinza bem claro, ou também para o gelo. Este tom
lembra o de um "branco sujo".
P&B: preto e branco.
Nude: é a cor de pele.
Neon: cores fluorescentes e vivas.
Burgundy: é o famoso tom de vinho (mistura do marrom com
vermelho).
Matte: cor opaca, sem brilho.
CandyColors: cores de tons pastéis.
Color Blocking: bloco de cores, tendência que mistura cores vivas
e vibrantes em um mesmo look.
Lavanda: lilás clarinho.
PolkaDots: roupa de bolinhas.
Ton Sur Ton: tom sobre tom.
Azul Klein: azul cobalto ou cor da caneta Bic.
Cosmetic Pink: é uma cor rosa quase pêssego bem clarinha.
Asfalto: tom de azul petróleo.
Pied de poule: como a própria tradução do nome diz, é um tipo de
estampa xadrez que lembra um “pé de galinha”.
Tartan: tipo de estampa xadrez, típica do estilo grunge.
EXPRESSÕES
It Girl/It Bag: pessoas que tem estilo e atitude e são admiradas por
isso, ou peças e acessórios muito desejados naquele momento. É
algo que as pessoas querem usar ou alguma pessoa que querem
copiar.
Shape: silhueta, formato.
DressCode: código de vestir de um lugar.
Casual Day: dia livre em algumas empresas para vestir roupas
mais casuais.
Plus Size: mercado da moda voltado para pessoas que estão
acima do peso.
Haute Couture: alta costura.
Coleção Resort: apesar de ser algo relacionado com o verão, na
verdade é uma coleção que pode ser usada entre coleções,
também conhecida como meia-estação.
Prêt-à-porter: pronto para vestir. São roupas produzidas em larga
escala e vendidas nas lojas "prontas para vestir", ou seja, aquelas
que não são feitas sob encomenda ou sob medida.
Trendsetter – são aquelas pessoas que iniciam tendências.
Quando a pessoa é trendy é quando ela lança tendências de moda
e está sempre por dentro do mundo fashion.

Bibliografia

SANT’ANNA, A. Propaganda:
teoria, técnica, pratica. 7. ed. São Paulo: Pioneira, 2002.
SABINO, Marco. Dicionário da Moda. Rio de Janeiro: Elsevier,
2007.
JONES, SueJenkyn. Fashion Design – manual do estilista. trad.
Iara Biderman. São Paulo: Cosac Naify, 2005.
CARNEIRO, Marilia. Marilia Carneiro. No camarim das oito. Rio de
Janeiro: Aeroplano e Senac Rio, 2003.
DURAND, José Carlos. Moda, luxo e economia. São Paulo: Babel
Cultural,1988.
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2007
http://www.profissaomoda.com.br/materias/2013/07/por-dentro-
produtor-de-moda
https://carreirafashion.com.br/site/institucional/media_salarial.asp
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http://pt.slideshare.net/alexandrabraun3192/artigo-alexandra-
braun-look-book
http://blog.inuteisdelicadezas.com.br/2013/10/fotografia-de-moda-
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http://www.climages.com.br/fotografico/lookbook/
http://www.ehow.com.br/produzir-desfile-moda-como_11462/
http://pt.wikihow.com/Organizar-um-Desfile-de-Moda
http://www.dep.uem.br/enpmoda/artigos/H03ENPMODA.pdf
http://www.bocc.ubi.pt/pag/camilo-eduardo-moda-na-
publicidade.pdf
http://www.coloquiomoda.com.br/anais/anais/3-Coloquio-de-
Moda_2007/3_09.pdf
http://www.nossagente.net/pequeno-dicionario-dos-termos-de-
moda-mais-usados

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