Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/270485422
CITATIONS READS
0 14
2 authors, including:
SEE PROFILE
All content following this page was uploaded by Paulo Sergio de Souza Jr on 12 December 2016.
1
Paulo Sérgio de Souza Jr. é psicanalista, doutor em Linguística (UNICAMP)
e pesquisador convidado junto ao centro de pesquisa Outrarte (UNICAMP).
226 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014
As grandes festas galantes
ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea 227
Leonid Dimov (1926-1987)
Vis cu bufon
228 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014
Sonho com bufão
ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea 229
Mircea Ivă nescu (1931-2011)
poezia e altceva?
230 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014
poesia é outra coisa?
ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea 231
Virgil Mazilescu (1942-1984)
232 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014
alguém neste mundo precisa de mim
beijei-te eu o morto
ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea 233
Ileana Mă lă ncioiu (n. 1940)
Cîntai fals
234 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014
Falsete
2
No original, “lume, lume, soro lume” [mundo, mundo, irmã mundo]: início de
uma canção popular sobre a transitoriedade da vida. (N. do T.)
ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea 235
Angela Marinescu (n. 1941)
Atracție
236 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014
Atração
ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea 237
Alexandru Muşina (1954-2013)
Întîmplare XVII
238 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014
Acontecimento XVII
ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea 239
Mariana Marin (1956-2003)
Elegie
Doamne,
de m-aș putea odihni într-un sanatoriu de munte,
printre pastile roz si albastre,
un sanatoriu cu miros puternic de brad
și covoare moi,
cu doamne cochete și nevrozate
de conflicte plăcute, mici, conjugale.
De-aș avea și eu o traumă ca pojarul,
o răpăială de ploaie de vară,
o nevroză ca o mătase,
după care ești și mai iubită:
o nevroză ca un abur de mușețel,
după care ești și mai buimacă,
celestă,
după care fluxul feminității tale asaltează lumea,
o vindecă, îi dă frisoanele unei comori numai de ea cunoscute.
De m-aș putea odihni în oricare scenariu al vieții,
în cotloane diverse și simple, cinstite,
unde să nu existe decît un pat în care să dorm
și un lighean în care să vomit
tot ce dîndu-mi ai luat, Doamne,
să tot vomit.
240 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014
Elegia
Senhor,
pudera eu descansar num sanatório de montanha,
entre drágeas róseas e celestes,
um sanatório que rescendesse forte a pinho,
tapetes macios,
com senhoras chiques e transtornadas
por conflitos pequenos, conjugais, brandos.
Tivera eu também um trauma como ardor,
uma chuva qual um toró de estio,
um transtorno que nem seda,
com o qual és ainda mais querida:
um transtorno que nem vapor de macela,
com o qual ficas mais inebriada,
divina,
com o qual o fluxo da tua feminilidade acomete o mundo,
recupera-o, e dá calafrios a um tesouro só por ele conhecido.
Pudera eu descansar num cenário qualquer da vida,
em recantos diversos e simples, honestos,
onde não exista nada a não ser um leito pra eu dormir
e uma bacia em que hei de vomitar
tudo o que ao me conceder tomastes, Senhor,
ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea 241
Mircea Că rtă rescu (n. 1956)
Poemul chiuvetei
242 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014
O poema da pia
ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea 243
Cristian Popescu (1956-1995)
244 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014
A minha morte bastarda
Ela me ama. E não tem nada além de um desejo: ver-me enterrado em Ciş-
migiu,5 nos balanços, na areia. Pra ter apenas crianças de coveiros. Com pazi-
nhas, com baldinho. Enterrar-me de manhã até a tarde, todo dia. Ela sabe
que neste mundo sepulcro melhor não há que em Cişmigiu. Só com tanta
brincadeira assim você pode serenar bem os pecados. E há de vir também
ela de vez em quando pra me fazer um monumento, um castelo de areia.
Ela – a minha morte bastarda.
Sempre sonhou que sua fronte enrugada, flácida, seria usada justo qual capa
de couro num exemplar de luxo da minha edição de póstumos. A vida toda
me pediu para escrever um poema pornográfico especial para a fronte dela.
A dela – da minha morte bastarda.
É claro que também ficou grávida de mim. E não foi uma vez só – inú-
meras tantas. Só com lágrimas já engravidava. Nela me punha a chorar
toda a noite.
Nela – a minha morte bastarda.
Ela me ama. E não gostaria de nada além de que a minha máscara mor-
tuária, ampliada enormemente, colossal, fosse fundida em prata e usada
justo de telhado numa das torres da igreja na R. do Olimpo6, lá onde cele-
bramos, outrora, o casamento. Mas eu lhe disse que isso seria demais da
conta, que não tem cabimento, que é exagero, que pura e simplesmente
nós dois passaríamos vergonha. Foi assim que eu lhe disse.
Eu – a dura vida dela, fétida, bastarda.
ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea 245
Sorin Gherguţ (n. 1973)
respectiv
e urît
246 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014
On. (qualquer coisa vs algo em especial)
o que é é como é porque o que foi foi como foi e o que será será
como será porque o que é é como é. E o que é é o que não foi e o
que será será o que não é – que nada – aquilo que foi é o que já não
é, o que será será o que é ou outra coisa,
(… pouco foi, muito já não é;) ai lazarento
o que é, é um tema ontológico rabugento
respectivamente
é feio
a arte é atrevimento
a técnica e o mundo atento
são belos, e que me agradam também avento.)
ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea 247
Ştefan Manasia (n. 1977)
poem cu tricou
248 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014
poema com camiseta
ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea 249
Dan Sociu (n. 1978)
Cîntec eXcesiv I
Ca şi cum m-ai fi atins în vară, cînd ratasem ceva şi te-ai aşezat lîngă
mine şi ai încercat să mă consolezi, fără să ştii că te plac, a fost bine,
ca şi cum m-ai fi atins atunci –
250 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014
Canção eXcessiva I
7
Plural de leu [leão], moeda nacional romena. (N. do T.)
ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea 251
Bucureştiul ăsta îmi înnegreşte unghiile pe care le tai în fiecare dimi-
neaţă pentru tine, pentru că s-ar putea să te întîlnesc. Mă bărbie-
resc pentru tine, mă dau cu deodorant pentru tine, mă împrumut
de haine pentru tine –
252 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014
Essa Bucareste me preteja as unhas que corto toda manhã por você,
porque podia ser que eu te encontrasse. Me barbeio por você, passo
desodorante por você, pego roupas emprestado por você –
Durmo em qualquer lugar pra estar na mesma cidade que você, por-
que não tenho um canto meu, mas vou ter um canto meu por você,
vou matar por você o fracassado que há em mim e descolar grana –
Vou aprender a ser mais cool que ele, vou aprender todas as letras,
as músicas e os álbuns das bandas de que você gosta, ou vou te
pegar nos braços
quando você chorar –
Recentemente não consigo mais te ver a não ser nos corredores, pra
um cigarro, você também fuma três um depois do outro, e o teu
apetite mórbido me alegra. Qualquer hora vamos ambos ter cân-
cer nos pulmões e espero que a gente se esbarre no mesmo grupo
de apoio, assim,
ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea 253
Andrei Dosa (n. 1985)
legătura părintească
părinții mei
sunt idoli de piatră
sculptați în fotolii
învăluiți în lumina albastră
a televizorului
eu îi rog
să îmi dea iubire
ei îmi dau de înțeles că
focul încălzește
masa e pusă
patul va fi desfăcut
eu vreau să ascult
pildele lor grăitoare
mă cheamă
alături de ei
în fața televizorului
eu mă pregătesc să ies
cer binecuvântare
și putere
ei cu ochii închiși spre tv
văd pericole prevăd capcane
îmi spun să mă feresc
îi implor
să se întrupeze încă o dată
să facă minuni
să salveze lumea
piatra pleznește
pe fețele lor
254 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014
laço parental
meus genitores
são ídolos de rocha
presos aos lugares
envoltos na luz azul frouxa
do televisor
eu lhes peço
que me deem amor
eles me dão a entender
que o fogo está aceso
a mesa posta
a cama vai ser desfeita
e eu na espreita
de exemplos eloquentes
me chamam
pra bem perto deles
ao televisor em frente
eu imploro
que eles encarnem de novo
que façam milagres
que salvem o mundo
e nas suas faces
a pedra atroa
ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea 255
pierduți în lumina albastră
a televizorului
idoli de piatră
mici și obosiți
256 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014
perdidos na tal luz frouxa
do televisor
ídolos de rocha
miúdos e cansados.
ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea 257
Val Chimic – pseudonim Valentina Chiriţă (n. 1983)
cu koaie, mama
Atâta cu liniştea,
În casă, broboane de lapte
Se preling
Pe faţa albă de mătase
258 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014
com kulhões, mamãe
Eu me lembro de você
ALEA | Rio de Janeiro | vol. 16/1 | p. 226-259 | jan-jun 2014 SVETLANA CÂRSTEAN | Antologia Poesia Romena Contemporânea 259