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Classe: 12a, Turma: 6

Disciplina: Português

Tema: “UALALAPI” UNGULANI BA KA KHOSA

Classif:

(______)

Discentes: Docente:
Fátima Naftal, No29; Nuvunga
Ivanilson Lutero Matsinhe, No 39;
Jorgina Sebastião Chivingo, No 45;
Lizete Rosalina Tiwa, No 53
Natércia Pedro Guambe, No 65;
Rosa Carlos Cossa, No 75;
Zierda Inácio, No 82.

Manhiça, Julho de 2023


UALALAPI DE UNGULANI BA KA KHOSA
O escritor procura a herança cultural que sustenta a sua individualidade enquanto pertencente a
uma comunidade ancestral, mas não quer perder a “consciência do presente”, ou seja, não pretende
rejeitar o impulso para a recriação incessante da tradição, através do diálogo com as tradições
externas à cultura tradicional da sua etnia, região, nação. É tendo como ponto de partida esta
relação complexa e multívoca do autor com as suas tradições (as internas e as externas) que, de
seguida, procuraremos apresentar algumas das formas desse diálogo, recorrendo para tal à obra de
estreia do escritor moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa – Ualalapi, publicada em 1987.
Neste romance, procura-se recuperar uma parcela da história de Moçambique: o reinado de
Ngungunhane e concretamente o declínio e queda do Império de Gaza, materializado na captura e
partida do imperador para Portugal, cenas com as quais encerra a narrativa. A valorização da
tradição e a fundamentação do tratamento historiográfico da figura de Ngungunhane, a partir dos
dados da oralidade, interliga-se estruturalmente com a presença, explícita nuns casos e implícita
noutros, de modelos literários ocidentais. A relação existente na obra entre oralidade e escrita não
está, contudo, isenta de ambiguidades, pelo que importa analisar com alguma atenção as condições
desse diálogo.
Logo à partida, um aspecto que interessa considerar diz respeito à caracterização da voz narrativa.
Apenas no final do romance se pode perceber a complexidade da situação enunciativa: um velho
conta histórias a uma outra personagem (um jovem, supõe-se, pelo tratamento por “tu” usado pelo
velho), que as regista por escrito. Existe, assim, uma “oralidade primária” em Ualalapi – as
histórias são, na sua fonte, orais, resultando da memória transmitida do avô Somapunga ao neto e
deste ao jovem ouvinte. Este último, por sua vez, instaura-se como narrador propriamente dito, ao
recriar ficcionalmente os elementos da tradição e ao assumir diretamente a responsabilidade pela
enunciação narrativa.
Deste modo, em Ualalapi, a encenação de uma dupla discursividade – directamente escrita e
indirectamente oral – contribui para acentuar a ligação da história ao modo da oralidade e aos
elementos historiográficos preservados pela tradição, simultaneamente remetendo para a
necessária modelização imposta pela cultura escrita.

Ualalapi
Iniciou uma descida por um caminho estreito tortuoso pensando no seu filho e a sua mulher, o
mesmo que faziam outros guerreiros e, aproximado se a uma aldeia vizinha, foi ter com uma
mulher jovem que amamentava uma criança em frente da sua casa e teve uma conversa com ela e
a mulher contou lhe o que aconteceu que deu a morte de alguns guerreiros incluindo o marido da
moca em quanto os chefes da categoria de Ualalapi esperavam Mudungazi na praça. Ao chegar a
casa de mafemane não conseguiu levantar a lança para executa-lo, Mputa parecia congelada,
permanecendo numa única posição e Mafemani sorria. Tendo matado Mafemane, Ualalapi
passou a lança para a mão esquerda e pois se a correr ante desaparecer na floresta. Morreu
também a filha do Ualalapi.

Morte de Mputa
Sonie, inkonsikazi do rei Ngungunhane, acusou Mputa de ter proferido a ela palavras injuriosas.
Ngungunhane julga-o e sentenceia a pena de morte de Mputa e os grandes do império, em sinal
de consentimento unânime festejavam mas, Mulungo, tio do rei soberano, pediu a palavra para
defender Mputa para não o matar e outros, pediram ao rei que o cegasse. O
rei aproximou-se da multidão acompanhado pelo Mputa e pelos maiores do reino e deu palavra a
Mputa embora pela lei, não devia. Mputa disse estar preparado para morrer e pediu ao rei para o
submeter ao mondzo para que a sua inocência fique aprovada perante o povo mas o rei não
aceitou e, num silêncio sepulcral, Mputa bebeu o mondzo sem mexer-se e permaneceu sem se
mexer durante algum tempo e o rei considerou-lhe feiticeiro e não quis perder mais tempo.
Mandou a seus guardas espancá-lo e retalhá-lo perante a multidão. No meio da multidão, estava
a filha de Mputa, Domia de treze anos assistindo o facto.
Tendo morrido Mputa, Domia, quiz vingar a morte do pai tentando matar o hosi. Feriu-lhe com
uma faca na coxa direita e chamo-lhe de cão e, deste modo, o rei mandou matar Domia.

Damboia
Este fragmento retrata o sofrimento de Damboia, irmã mas nova de Muzila que morreu de uma
menstruação que não para. Contraiu uma doença mortal e o rei mandou a todos os chefes
súbditos ordenou Maguiguane espalhar a morte e a dor aos Chopes e tentou distanciar Damboia
do povo para que não a feticassem. Damboia contou a Ngungunhane os momentos mas felizes
que ela viveu.

Cerco ou fragmento de um cerco


Os chefes iam sempre visitar os seus guerreiros para controlar as mortes e saberem quantos
permanecem vivos por motivos de sempre estarem em guerra e os guerreiros de maguinguane
sempre manifestavam com cantos de vitórias. Um dia maguinguane sonhou a ser devorado pelas
serpentes um comerciante árabe Karnal Samade, o rei sonha alto e chama pela mulher e pensa no
comerciante árabe, Maguinguane contou o sonho e pediu para que interpretassem o sonho, o mas
tarde foram atacados pelos chopes e maguinguane deu ordem os seus guerreiros e lutaram contra
os chopes e foram vencidos e se puseram em fuga, ninguém sentiu se aliviado de tensão da
solidão.

O diário da manua
Manua filha de Ngungunhane embarcou no paquete pungue de Moçambique. Ao dormir Manua
sonhou com lanças savanas e sencas e serpentes enrolado o corpo do pai. E manua começou a
vomitar no navio quando parou de vomitar pegou na sua maleta e tirou um papel e uma caneta
escreveu o que aconteceu. Ao dormir, Manua sonhou com lanças, savanas secas e verdes e
serpentes enrolando o corpo do seu pai. Ao findar da madrugada, viu arroz em pasta cobrindo o
soalho, cabeças de peixe com olhos brilhantes, o vinho a colorir o arroz em amarelo e Manua,
começo a vomitar no navio, sujando-o.
Manua era um do seu povo que havia estudado e que além de usar peles como fazia seu povo,
usava como um branco.
Quando parou de vomitar pegou na sua maleta e tirou um papéis, uma caneta e tinta e começou a
escrever o que lhe aconteceu, chamando o pai de ignorante e feiticeiro e teve planeou eliminar os
feiticeiros se for a ser imperador. Manua elogia os portugueses, considerando-lhes sagrados.
A mão de Manua começou a tremer e, não conseguiu continuar a escrever e dobrou o papel em
quarto partes e guardou na sua maleta.
Alguns portugueses, pediram ao comandante que atirasse Manua no mar e o comandante não
aceitou assim, um branco de nome António Matos, contou ao capitão do navio uma história
incrível de negros em frente do camarote de Manua e pediu com que o capitão instalasse dois
homens para guarnecerem Manua porque percebeu que alguns portugueses podiam esfaqueá-lo
como aconteceu com outro negro que, esfaqueado pelos portugueses, em vez de sair sangue do
corpo, saiu aguardente.

O último discurso de Nhugunhane


O último discurso de Ngungunhane é como uma declaração de posse às avessas. Quem a profere,
faz representar, em relação ao colonizador e administrador brancos, o papel de
indígena/colonizado – o derrotado, ao mesmo tempo que representa o colonizador/tirano nguni,
o vencedor da luta pelo domínio nacional, um homem que se orgulha do seu projecto civilizador
- Um homem temido pelos soldados brancos. É na capacidade de vencedor derrotado que agora,
ao dar o seu discurso final, tem que enfrentar a deportação e o exílio perpétuos. Continua, no
entanto, neste seu último momento histórico, a agir como imperador, assim inspirando o respeito
também dos representantes da administração colonial que o cercam nesta hora oficial da derrota.
Ainda tem os seus poderes, as forças concedidas pelos espíritos dos ancestrais. Recorda-o um
velho testemunha, aquele que, em miúdo, presenciou o evento:
Quando Ngungunhane falava à multidão que o vaiava, uma mulher, sem aparências de gravidez,
teve uma criança sem olhos e sexo. Dois homens tiveram um colapso cardíaco.”
A proclamação final de Ngungunhane também é dum formalismo monológico espantoso. Quem
fala é o imperador nguni, o escravocrata, o terror dos portugueses, aquele que, sem ajuda do
inimigo branco, fez do seu próspero império africano um estéril campo de lama e de morte. Ele
fez o seu último discurso, prevendo a multidão o futuro do seu povo ngune, Ngungunhane foi
directamente ao navio e sem avisar ao seu povo entrou no navio.

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