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ABNT/CB-CB-02

PROJETO 02:123.03-001
MARÇO:2007

ALVENARIA ESTRUTURAL — BLOCOS CERÂMICOS —PARTE 1: PROJETOS

APRESENTAÇÃO
1) Este 1º Projeto foi elaborado pela CE-02:123.03 - Alvenaria Estrutural - Blocos Cerâmicos -
do ABNT/CB- 02 - Construção Civil, nas reuniões de:

28/03/2007 30/07/2008 ——————————

2) Não tem valor normativo;

3) Tomaram parte na elaboração deste Projeto:

Participante Representante

NÃO TEM VALOR NORMATIVO


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PROJETO 02:123.03-001
MARÇO:2007

ALVENARIA ESTRUTURAL — BLOCOS CERÂMICOS —PARTE 1: PROJETOS


STRUCTURAL MASONRY — CERAMIC BLOCKS — PART 1: DESIGN

Palavras-chave: Alvenaria estrutural. Bloco Cerâmico. Parede. Edifício. Construção Civil.


Descriptors: Structural masonry. Ceramic block. Walls. Buildings. Civil construction.

Sumário
Prefácio
1 Escopo
2 Referências normativas
3 Termos e definições
3.1 Componente
3.2 Bloco
3.3 Junta de argamassa
3.4 Graute
3.5 Elemento
3.6 Elemento de alvenaria não-armado
3.7 Elemento de alvenaria armado
3.8 Elemento de alvenaria protendido
3.9 Parede estrutural
3.10 Parede não-estrutural
3.11 Cinta
3.12 Coxim
3.13 Enrijecedor
3.14 Viga
3.15 Verga
3.16 Contraverga
3.17 Pilar
3.18 Parede
3.19 Excentricidade
3.20 Área bruta
3.21 Área líquida
3.22 Prisma
3.23 Amarração direta no plano da parede
3.24 Junta não amarrada no plano da parede
3.25 Amarração direta de paredes
3.26 Amarração indireta de paredes
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4 Símbolos e termos abreviados


4.1 Letras minúsculas
4.2 Letras maiúsculas
4.3 Letras gregas
5 Requisitos gerais
5.1 Requisitos de qualidade da estrutura
5.2 Requisitos de qualidade do projeto
5.3 Documentação do projeto
6 Propriedades da alvenaria e de seus componentes
6.1 Componentes
6.1.1 Blocos
6.1.2 Argamassa
6.1.3 Graute
6.1.4 Aço
6.2 Alvenaria
6.2.1 Propriedades elásticas
6.2.2 Expansão Térmica
6.2.3 Expansão por umidade
6.3 Resistências
6.3.1 Valores de cálculo
6.3.2 Coeficientes de ponderação das resistências
6.3.3 Compressão simples
6.3.4 Compressão na flexão
6.3.5 Tração na flexão
6.3.6 Cisalhamento na alvenaria
6.3.7 Aderência
7 Segurança e estados limites
7.1 Critérios de segurança
7.2 Estados limites
7.3 Estados limites últimos (ELU)
7.4 Estados limites de serviço (ELS)
8 Ações
8.1 Disposições gerais
8.2 Ações a considerar
8.3 Ações permanentes
8.3.1 Ações permanentes diretas
8.3.1.1 Peso Específico
8.3.1.2 Elementos construtivos fixos e instalações permanentes

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8.3.1.3 Empuxos permanentes


8.3.2 Ações permanentes indiretas
8.3.2.1 Imperfeições geométricas locais
8.3.2.2 Imperfeições geométricas globais
8.4 Ações variáveis
8.4.1 Cargas acidentais
8.4.3 Ação do vento
8.5 Ações excepcionais
8.6 Valores das ações
8.6.1 Valores representativos
8.6.2 Valores reduzidos de ações variáveis
8.6.3 Valores de cálculo
8.7 Combinação de ações
8.7.1 Critérios gerais
8.7.2 Combinações últimas
9 Análise Estrutural
9.1 Disposições gerais
9.1.1 Objetivos da análise estrutural
9.1.2 Premissas da análise estrutural
9.1.3 Hipóteses básicas
9.2 Disposições específicas para os elementos
9.2.1 Vigas
9.2.1.1 Vão efetivo
9.2.1.2 Seção transversal
9.2.1.3 Carregamento para vigas
9.2.2 Pilares
9.2.2.1 Altura efetiva
9.2.2.2 Seção transversal
9.2.3 Paredes
9.2.3.2 Altura efetiva
9.2.3.3 Espessura efetiva
9.2.3.4 Seção resistente
9.3 Interação dos elementos de alvenaria
9.3.1 Prescrições gerais
9.3.2 Interação para cargas verticais
9.3.2.1 Interação de paredes em cantos e bordas (L, T e X)
9.3.2.2 Interação de paredes através de aberturas
9.3.3 Interação para ações horizontais

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9.3.3.1 Interação em flanges


9.3.3.2 Associação de paredes
9.4 Interação entre a alvenaria e estruturas de apoio
10 Limites para dimensões, deslocamentos e fissuras
10.1 Dimensões limites
10.1.1 Espessura Efetiva de Paredes
10.1.2 Esbeltez
10.1.3 Comprimento efetivo de flanges em painéis de contraventamento
10.1.4 Cortes e juntas
10.1.4.1 Paredes
10.1.4.2. Juntas de dilatação
10.1.4.3 Juntas de controle
10.1.5 Espessura das juntas horizontais
10.2 Deslocamentos limites
11 Dimensionamento
11.1 Disposições gerais
11.2 Dimensionamento da alvenaria à compressão simples
11.2.1 Resistência de cálculo em paredes
11.2.2 Resistência de cálculo em pilares
11.2.3 Forças concentradas
11.3 Dimensionamento de elementos de alvenaria submetidos à flexão simples
11.3.1 Alvenaria não-armada
11.3.2 Alvenaria armada
11.3.2.1 Seções retangulares com armadura simples
11.3.2.2 Seções com flanges (flexão no plano do elemento)
11.3.2.3 Seções com armaduras isoladas (flexão em plano perpendicular ao do elemento)
11.3.2.4 Vigas-parede
11.4 Dimensionamento de elementos de alvenaria submetidos ao cisalhamento
11.4.1 Tensões de cisalhamento
11.4.2 Verificação da resistência
11.4.3 Armaduras de cisalhamento
11.4.4 Forças concentradas próximas aos apoios
11.5 Dimensionamento de elementos de alvenaria submetidos à flexo-compressão
11.5.1 Introdução
11.5.2 Alvenaria não-armada
11.5.3 Alvenaria armada
11.5.3.1 Elementos curtos
11.5.3.2 Elementos Esbeltos

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12 Disposições construtivas e detalhamento


12.1 Cobrimentos
12.2 Armaduras mínimas
12.3 Armadura máxima
12.4 Diâmetro máximo das armaduras
12.5 Espaços entre barras
12.6 Estribos de pilares
12.7 Ancoragem
12.8 Emendas
12.9 Ganchos e dobras
Anexo A Dano acidental e colapso progressivo
A.1 Disposições gerais
A.2 Danos acidentais
A.2.1 Danos diversos
A.2.2 Impactos de veículos e equipamentos
A.2.3 Explosões
A.3 Verificação do colapso progressivo
A.3.1 Disposições gerais
A.3.2 Coeficientes de segurança para a alvenaria
A.3.3 Verificação de pavimentos em concreto armado
Anexo B Alvenaria protendida
B.1 Dimensionamento de alvenaria protendida
B.1.1 Introdução
B.1.2 Dimensionamento
B.1.2.1 Flexão e compressão
B.1.2.2 Força de protensão
B.1.2.3 Resistência da alvenaria
B.1.2.4 Verificação da ruptura
B.1.2.5 Cisalhamento
B.1.2.6 Perdas de protensão
B.1.2.6.1 Deformação elástica da alvenaria, movimentação higroscópica, efeitos térmicos e fluência
B.1.2.6.2 Atrito, acomodação das ancoragens e relaxação do aço
B.1.2.7 Tensão de contato
B.1.2.8 Ancoragem nos apoios
B.2 Execução de alvenaria protendida

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Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas ( ABNT ) é o Fórum Nacional de Normalização. As normas


brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros ( ABNT/CB ), dos Organismos de
Normalização Setorial ( ABNT/ONS ) e das Comissões de Estudo Especiais Temporárias ( ABNT/CEET ), são
elaboradas por Comissões de Estudo ( CE ), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo
parte: produtores, consumidores e neutros ( universidades, laboratórios e outros ).

Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos ABNT/CB e ABNT/ONS, circulam para Consulta
Nacional entre os associados da ABNT e demais interessados.

1 Escopo
Esta norma fixa os requisitos mínimos exigíveis ao projeto de estruturas de alvenaria de blocos cerâmicos.

Esta norma também se aplica à análise do desempenho estrutural de elementos de alvenaria de blocos cerâmicos
inseridos em outros sistemas estruturais.

Esta norma não inclui requisitos exigíveis para evitar estados limite gerados por ações tais como: sismos,
impactos, explosões e fogo.

2 Referências normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para referências datadas,
aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do
referido documento (incluindo emendas).

As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem prescrições
para esta Norma Brasileira. Como toda norma está sujeita a revisão, aqueles que realizam acordos com base
nesta norma devem usar as edições mais recentes das normas citadas a seguir. A ABNT possui a informação das
Normas Brasileiras em vigor em um dado momento.

NBR 5706 Coordenação modular da construção.

NBR 5718 Alvenaria modular.

NBR 5729 Princípios fundamentais para a elaboração de projetos coordenados modularmente.

NBR 5799 Ensaio à compressão de corpos de prova cilíndricos de concreto.

NBR 6118 Projeto de estruturas de concreto armado.

NBR 6120 Cargas para o cálculo de estruturas de edificações.

NBR 6123 Forças devidas ao vento em edificações.

NBR 7480 Barras e fios de aço destinados a armaduras para concreto armado.

NBR 8681 Ações e segurança nas estruturas.

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NBR 8800 Projeto e execução de estruturas de aço de edifícios.

NBR 8949 Paredes de alvenaria estrutural - Ensaio à compressão simples.

NBR 9062 Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado.

NBR 13281 Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Requisitos.

NBR 13279 Argamassa para assentamento de paredes e revestimento de paredes e tetos – determinação da
resistência à compressão.

NBR 14321 Paredes de alvenaria estrutural - Determinação da resistência ao cisalhamento.

NBR 14322 Paredes de alvenaria estrutural - Verificação da resistência à flexão simples ou à flexo-compressão.

NBR 15270-2 Componentes cerâmicos - Parte 2: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural - Terminologia e
requisitos.

NBR 15270-3 Componentes cerâmicos – Parte 3: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural e de vedação –
Métodos de ensaio.

3 Termos e definições

Para o propósito deste documento, são adotadas as seguintes definições:

3.1 Componente
Ente que compõe os elementos da estrutura. Os principais são: bloco, junta de argamassa, graute e armadura.

3.2 Bloco
Componente básico da alvenaria.

3.3 Junta de Argamassa


Componente utilizado na ligação dos blocos.

3.4 Graute
Componente utilizado para preenchimento de espaços vazios de blocos com a finalidade de solidarizar armaduras
à alvenaria ou aumentar sua capacidade resistente.

3.5 Elemento
Parte da estrutura suficientemente elaborada constituída da reunião de dois ou mais componentes.

3.6 Elemento de alvenaria não-armado


Elemento de alvenaria no qual a armadura é desconsiderada para resistir aos esforços solicitantes.

3.7 Elemento de alvenaria armado


Elemento de alvenaria no qual são utilizadas armaduras passivas que são consideradas para resistir aos esforços
solicitantes.

3.8 Elemento de alvenaria protendido


Elemento de alvenaria no qual são utilizadas armaduras ativas.

3.9 Parede estrutural


Toda parede admitida como participante da estrutura.

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3.10 Parede não-estrutural


Toda parede não admitida como participante da estrutura.

3.11 Cinta
Elemento estrutural apoiado continuamente na parede, ligado ou não às lajes, vergas ou contravergas.

3.12 Coxim
Elemento estrutural não contínuo, apoiado na parede, para distribuir cargas concentradas.

3.13 Enrijecedor
Elemento vinculado a uma parede estrutural com a finalidade de produzir um enrijecimento na direção
perpendicular ao seu plano.

3.14 Viga
Elemento linear que resiste predominantemente à flexão e cujo vão seja maior ou igual a três vezes a altura da
seção transversal.

3.15 Verga

Viga alojada sobre abertura de porta ou janela e que tenha a função exclusiva de transmissão de cargas verticais
para as paredes adjacentes à abertura.

3.16 Contraverga
Elemento estrutural colocado sob o vão de abertura com a função de redução de fissuração nos seus cantos.

3.17 Pilar
Elemento linear que resistem predominantemente a cargas de compressão e cuja maior dimensão da seção
transversal não exceda cinco vezes a menor dimensão.

3.18 Parede
Elemento laminar que resiste predominantemente a cargas de compressão e cuja maior dimensão da seção
transversal excede cinco vezes a menor dimensão.

3.19 Excentricidade
Distância entre o eixo de um elemento estrutural e a resultante de uma determinada ação que sobre ele atue.

3.20 Área bruta


Área de um componente ou elemento considerando-se as suas dimensões externas, desprezando-se a existência
dos vazios.

3.21 Área líquida


Área de um componente ou elemento, com desconto das áreas dos vazios.

3.22 Prisma
Corpo de prova obtido pela superposição de blocos unidos por junta de argamassa, grauteados ou não.

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3.23 Amarração direta no plano da parede


Padrão de distribuição dos blocos no plano da parede, no qual as juntas verticais se defasam de no mínimo 1/3 do
comprimento dos blocos.

3.24 Junta não amarrada no plano da parede


Padrão de distribuição de blocos no plano da parede que não atenda ao descrito no item anterior. Toda parede
com junta não amarrada no seu plano deve ser considerada não estrutural salvo se existir comprovação
experimental de sua eficiência ou efetuada a amarração indireta conforme item 3.26.

3.25 Amarração direta de paredes


Padrão de ligação de paredes por intertravamento de blocos, obtido com a interpenetração alternada de 50% das
fiadas de uma parede na outra ao longo das interfaces comuns.

3.26 Amarração indireta de paredes


Padrão de ligação de paredes com junta vertical a prumo em que o plano da interface comum é atravessado por
armaduras normalmente constituídas por grampos metálicos devidamente ancorados em furos verticais
adjacentes grauteados ou por telas metálicas ancoradas em juntas de assentamento.

4 Símbolos e termos abreviados

4.1 Letras minúsculas

a - Distância ou dimensão

av – Distância da face do apoio de uma viga à carga concentrada principal

b - Largura

bf - Comprimento efetivo de flange

bm - Largura da mesa de uma seção T

d - Altura útil

e – Excentricidade

eenr - Espessura de enrijecedor

ex – Excentricidade resultante no plano de flexão

f – Resistência

fs - Tensão normal na armadura longitudinal

fd - Resistência à compressão de cálculo da alvenaria

fk - Resistência característica à compressão simples da alvenaria

fpd - Tensão nominal no cabo de protensão

fpk - Resistência característica de compressão simples do prisma

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fppk - Resistência característica de compressão simples da pequena parede

ftk - Resistência característica de tração na flexão

fvk - Resistência característica ao cisalhamento

fvk* - Resistência característica ao cisalhamento majorada

fvd - Resistência de cálculo ao cisalhamento da alvenaria

fyd - Resistência de cálculo de escoamento da armadura

h – Altura ou distância

j – Coeficiente

ka - Coeficiente de dilatação térmica da alvenaria

ks - Coeficiente de dilatação térmica do aço

l - Vão ou Comprimento ou Espaçamento

lenr - Espaçamento entre eixos de enrijecedores adjacentes

p – Dimensão

q – Dimensão

s - Espaçamento das barras da armadura

t - Espessura

te – Espessura efetiva

tenr - Comprimento de enrijecedor

x - Altura da linha neutra

y - Profundidade da região de compressão uniforme

z - Braço de alavanca

4.2 Letras maiúsculas

A - Área bruta da seção transversal

As - Área da seção transversal da armadura longitudinal de tração

A’s - Área da seção transversal da armadura longitudinal de compressão

Asw – Área da seção transversal da armadura de cisalhamento

As1 - Área da seção transversal da armadura comprimida na face de maior compressão

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As2 - Área da seção transversal da armadura na face oposta à de maior compressão

Ap - Área da seção transversal dos cabos de protensão

C - Fluência específica

E – Módulo de elasticidade

Ep - Módulo de elasticidade do aço do cabo de protensão

F – Ação

Fc – Resultante das forças de compressão na alvenaria

Fd - Valor de cálculo de uma ação

Fs – Resultante das forças axiais na armadura tracionada

Fs’ – Resultante das forças axiais na armadura comprimida

FGk - Valor característico das ações permanentes

Fk - Valor característico de uma ação

FQi,k - Valor característico da ação variável i

H - Altura

ITD - indicador de tração direta

K – fator majorador da resistência de compressão na flexão da alvenaria

L – Vão ou Comprimento

M – Momento

MRd - Momento fletor resistente de cálculo

Mx - Momento fletor em torno do eixo x

My - Momento fletor em torno do eixo y

M’x - Momento fletor efetivo em torno do eixo x

M’y - Momento fletor efetivo em torno do eixo y

M2d - Momento fletor de cálculo de 2ª ordem

N – Força normal

Nrd - Força normal resistente de cálculo

R - Coeficiente redutor devido à esbeltez

Rd - Esforço resistente de cálculo

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Sd - Esforço solicitante de cálculo

V - Força cortante

Va - Força cortante absorvida pela alvenaria

Vd - Força cortante de cálculo

W – Módulo de resistência de flexão

4.3 Letras gregas

αe - Razão entre os módulos de elasticidade do aço e da alvenaria

δ - Coeficiente auxiliar para cálculo de espessura efetiva

ΔT - Variação da temperatura

Δσ - Variação média da tensão de protensão

εs - Deformação na armadura tracionada

εc - Deformação máxima na alvenaria comprimida

Φ – Diâmetro

γg – Coeficiente de ponderação das ações permanentes

γq - Coeficiente de ponderação das ações variáveis

γm – Coeficiente de ponderação das resistências

λ - Índice de esbeltez

ψo - Coeficiente para redução de ações variáveis

ρ – Taxa geométrica de armadura longitudinal

σ - Tensão normal

σt - Tensão normal de tração

σc - Tensão normal de compressão

τ – Tensão de cisalhamento

τvd – Tensão de cálculo convencional de cisalhamento

θ - Rotação

θa - Ângulo de desaprumo

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5 Requisitos gerais

5.1 Requisitos de qualidade da estrutura

Uma estrutura de alvenaria deve ser projetada de modo que:

a) Esteja apta a receber todas as influências ambientais e ações que sobre ela produzam efeitos
significativos tanto na sua construção quanto durante a sua vida útil;

b) Resista a ações excepcionais, como explosões e impactos, sem apresentar danos desproporcionais às
suas causas.

5.2 Requisitos de qualidade do projeto

O projeto de uma estrutura de alvenaria deve ser elaborado adotando-se:

a) Sistema estrutural adequado à função desejada para a edificação;

b) Ações compatíveis e representativas;

c) Dimensionamento e verificação de todos os elementos estruturais presentes;

d) Especificação de materiais apropriados e de acordo com os dimensionamentos efetuados;

e) Procedimentos de controle para projeto.

5.3 Documentação do projeto

O projeto de estrutura de alvenaria deve ser constituído por desenhos técnicos e especificações. Esses
documentos devem conter todas as informações necessárias à execução da estrutura de acordo com os critérios
adotados, conforme descrito a seguir:

O projeto deve apresentar desenhos técnicos contendo as plantas das fiadas diferenciadas, exceto na altura das
aberturas, e as elevações de todas as paredes. Em casos especiais de elementos longos repetitivos (como muros,
por exemplo), plantas e elevações podem ser representadas parcialmente. Devem ser apresentados, sempre que
presentes: detalhes de amarração das paredes, localização dos pontos grauteados e armaduras, e
posicionamento das juntas de controle e de dilatação.

As especificações de projeto devem conter as resistências características dos prismas e dos grautes, as faixas de
resistência média a compressão (ou as classes conforme a ABNT NBR 13.281) das argamassas assim como a
categoria, classe e bitola dos aços a serem adotados. Também podem ser apresentados os valores de resistência
sugeridos para os blocos, de forma que as resistências de prisma especificadas sejam atingidas.

6 Propriedades da alvenaria e de seus componentes

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Nota: Quando não especificamente mencionado, as resistências se referem sempre à área bruta.

6.1 Componentes

6.1.1 Blocos

A especificação dos blocos deve ser feita de acordo com a ABNT NBR 15270-Parte 2.

6.1.2 Argamassa

As argamassas destinadas ao assentamento devem atender aos requisitos estabelecidos na ABNT NBR 13281.

Com relação à resistência à compressão, deve ser atendido o valor mínimo de 1,5 MPa e máximo limitado a
0,7fbk, referida à área liquida.

A resistência da argamassa deve ser determinada de acordo com a ABNT NBR 13279. Alternativamente a
moldagem dos corpos de prova pode ser feita empregando-se moldes metálicos de 4 cm X 4 cm X 4 cm, com
adensamento manual, em duas camadas, com 30 golpes de soquete.

6.1.3 Graute

Quando especificado o graute, sua influência na resistência da alvenaria deve ser devidamente verificada em
laboratório, nas condições de sua utilização.

A avaliação da influência do graute na compressão deve ser feita mediante o ensaio de compressão de prismas.
Esse elemento deverá ser grauteado e argamassado com os mesmos materiais e da mesma forma a ser
empregada na edificação.

6.1.4 Aço

A especificação do aço deve ser feita de acordo com a ABNT NBR 7480.

Na falta de ensaios ou valores fornecidos pelo fabricante, o módulo de elasticidade do aço pode ser admitido igual
a 210 GPa.

6.2 Alvenaria

6.2.1 Propriedades elásticas

Os valores das propriedades elásticas da alvenaria podem ser adotados de acordo com a tabela 6.1.

Tabela 6.1 – Propriedades de deformação da alvenaria

Propriedade Valor Valor máximo

Módulo de deformação longitudinal 600 fpk 12 GPa

Coeficiente de Poisson 0,15 -

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Para verificações de ELS recomenda-se reduzir os módulos de deformação em 40%, para considerar de forma
aproximada o efeito da fissuração da alvenaria.

6.2.2 Expansão Térmica

Na ausência de dados experimentais, para alvenaria pode-se adotar o coeficiente de dilatação térmica linear igual
a 6,0x10-6 oC-1.

6.2.3 Expansão por umidade

Na ausência de dados experimentais, o coeficiente de expansão por umidade da alvenaria pode ser admitido igual
a 300x10-6 mm/mm.

6.2.4 Fluência

Para efeitos de avaliação aproximada de ELS, a deformação final, com a inclusão da fluência, deve ser
considerada no mínimo igual ao dobro da deformação elástica.

6.3 Resistências

6.3.1 Valores de cálculo

A resistência de cálculo é obtida pela resistência característica dividida pelo coeficiente de ponderação das
resistências.

6.3.2 Coeficientes de ponderação das resistências

Os valores para verificação no ELU estão indicados na tabela 6.2, e são adequados para obras executadas de
acordo com a NBR XXX -Parte 2 (Execução e controle de obras em alvenaria estrutural de blocos cerâmicos).

Tabela 6.2 – Valores de γm

Combinações Alvenaria Graute Aço

Normais 2,5 2,5 1,15

Especiais ou de construção 2,1 2,1 1,15

Excepcionais 2,1 2,1 1,0

No caso da aderência entre o aço e o graute, ou a argamassa que o envolve, deve ser utilizado o valor γm = 1,5.

Os limites estabelecidos para os ELS não necessitam de minoração.

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6.3.3 Compressão simples

A resistência característica à compressão simples da alvenaria fk deve ser determinada com base no ensaio de
paredes ou ser estimada como 70% da resistência característica de compressão simples de prisma fpk ou 85% da
de pequena parede fppk. As resistências características de paredes ou prismas devem ser determinadas de acordo
com a NBR XXX -Parte 2 (Execução e controle de obras em alvenaria estrutural de blocos cerâmicos).

Se as juntas horizontais tiverem argamassamento parcial, a resistência característica à compressão simples da


alvenaria deve ser corrigida multiplicando-a pela razão entre a área de argamassamento parcial e a área de
argamassamento total. Opcionalmente, se o argamassamento parcial for feito apenas nas faces longitudinais do
bloco, esse fator de correção pode ser obtido por 1,15 vezes a citada razão, empregando-se, neste caso, as
áreas de efetivo contato entre argamassa e material do bloco.

6.3.4 Compressão na flexão

As condições de obtenção da resistência fk devem ser as mesmas da região comprimida da peça no que diz
respeito à percentagem de preenchimento com graute e à direção da resultante de compressão relativa à junta de
assentamento.

Quando a compressão ocorrer em direção paralela às juntas de assentamento (como no caso usual de vigas), a
resistência característica na flexão pode ser adotada:

a) igual à de 70% do prisma, se a região comprimida do elemento de alvenaria estiver totalmente grauteada.

b) igual a 40% da resistência característica do prisma oco, em caso contrário.

6.3.5 Tração na flexão

No caso de ações temporárias como, por exemplo, a do vento, permite-se a consideração da resistência à tração
da alvenaria sob flexão, segundo os valores característicos definidos na tabela 6.3.

Tabela 6.3 – Valores característicos da resistência à tração na flexão – ftk (MPa)

Resistência Média de Compressão da Argamassa (MPa)


Direção da tração
1,5 a 3,4 (1) 3,5 a 7,0 (2) acima de 7,0 (3)

Normal à fiada 0,10 0,20 0,25

Paralela à fiada 0,20 0,40 0,50

Nota: As faixas de resistência indicadas correspondem às seguintes classes da ABNT NBR 13.281, a seguir:
1 – Classes P2 e P3
2 – Classes P4 e P5
3 – Classe P6

6.3.6 Cisalhamento na alvenaria

As resistências características ao cisalhamento não devem ser maiores que os valores apresentados na tabela 6.4

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Tabela 6.4 – Valores característicos da resistência ao cisalhamento – fvk (MPa)

Resistência Média de Compressão da Argamassa (MPa)


Local
1,5 a 3,4 3,5 a 7,0 acima de 7,0

Juntas horizontais 0,10 + 0,6 σ ≤ 1,0 0,15 + 0,6 σ ≤ 1,4 0,35 + 0,6 σ ≤ 1,7

Interfaces de paredes com amarração


0,35 0,35 0,35
direta

Nota: σ é a tensão normal de pré-compressão na junta considerando-se apenas as ações permanentes


ponderadas por coeficiente de segurança igual a 0,9 (ação favorável).

Nota: Quando existirem armaduras de flexão perpendiculares ao plano do cisalhamento e envoltas por graute, a
resistência característica ao cisalhamento pode ser obtida por:

fvk = 0,35 + 17,5 ρ ≤ 0,7 MPa

na qual:

As
ρ= é a taxa geométrica de armadura;
bd

As é a área da armadura principal de flexão;

b e d são as dimensões da seção transversal.

6.3.7 Aderência

Os valores da resistência característica de aderência podem ser adotados de acordo com a tabela 6.5.

Tabela 6.5 – Resistências características de aderência (MPa)

Tipo de aderência Barras corrugadas Barras lisas

Entre aço e argamassa 0,10 0,00

Entre aço e graute 2,20 1,50

7 Segurança e estados limites

7.1 Critérios de segurança

Os critérios de segurança nesta norma baseiam-se na ABNT NBR 8681.

7.2 Estados limites

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Devem ser considerados os estados limites últimos e os estados limites de serviço

7.3 Estados limites últimos (ELU)

A segurança deve ser verificada em relação aos seguintes ELU:

a) ELU da perda do equilíbrio da estrutura, admitida como corpo rígido;

b) ELU de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no todo ou em parte;

c) ELU de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no todo ou em parte, considerando os efeitos


de segunda ordem;

d) ELU provocado por solicitações dinâmicas;

e) ELU de colapso progressivo;

f) Outros ELU que possam ocorrer em casos especiais.

7.4 Estados limites de serviço (ELS)

Estados limites de serviço estão relacionados à durabilidade, aparência, conforto do usuário e funcionalidade da
estrutura. Devem ser verificados os ELS relativos a:

a) Danos que comprometam apenas o aspecto estético da construção ou a durabilidade da estrutura;

b) Deformações excessivas que afetem a utilização normal da construção ou seu aspecto estético;

c) Vibração excessiva ou desconfortável.

8 Ações

8.1 Disposições gerais

Aplicam-se as definições e prescrições da ABNT NBR 8681.

8.2 Ações a considerar

Na análise estrutural deve ser considerada a influência de todas as ações que possam produzir efeitos
significativos para a segurança da estrutura, levando-se em conta os possíveis estados limites últimos e os de
serviço.

As ações a serem consideradas classificam-se em:

a) Ações permanentes;

b) Ações variáveis;

c) Ações excepcionais.

8.3 Ações permanentes

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São ações que apresentam valores com pequena variação em torno de sua média durante praticamente toda a
vida da estrutura.

8.3.1 Ações permanentes diretas

8.3.1.1 Peso Específico

Na falta de uma avaliação precisa para o caso considerado pode-se utilizar o valor de 12 kN/m3 como peso
específico para a alvenaria de blocos cerâmicos vazados, devendo-se acrescentar o peso do graute, quando
existente.

8.3.1.2 Elementos construtivos fixos e instalações permanentes

As massas específicas dos materiais de construção usuais podem ser obtidas na ABNT NBR 6120.

As ações devidas às instalações permanentes devem ser consideradas com os valores nominais fornecidos pelo
fabricante.

8.3.1.3 Empuxos permanentes

Consideram-se como permanentes os empuxos que provêm de materiais granulosos ou líquidos não removíveis.

Os valores para a massa específica dos materiais granulosos mais comuns podem ser obtidos na NBR 6120.

8.3.2 Ações permanentes indiretas

São ações impostas pelas imperfeições geométricas, que podem ser consideradas locais ou globais.

8.3.2.1 Imperfeições geométricas locais

São consideradas quando do dimensionamento dos diversos elementos estruturais.

8.3.2.2 Imperfeições geométricas globais

Para edifícios de andares múltiplos deve ser considerado um desaprumo global, através do ângulo de desaprumo
θa ,em radianos, conforme se apresenta na Figura 8.1.

na qual:

1
θa =
100 H

H é altura total da edificação em metros

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H
oa

Figura 8.1 – Imperfeições geométricas globais

8.4 Ações variáveis

São aquelas que apresentam variação significativa em torno de sua média durante toda a vida da estrutura.

8.4.1 Cargas acidentais

As cargas acidentais são aquelas que atuam sobre a estrutura de edificações em função do seu uso (pessoas,
móveis, materiais diversos, veículos, etc). Seus valores podem ser obtidos na NBR 6120.

8.4.3 Ação do vento

As forças devidas ao vento devem ser consideradas de acordo com a ABNT NBR 6123.

8.5 Ações excepcionais

Consideram-se como excepcionais as ações decorrentes de explosões, impactos, incêndios, etc.

No caso de ações como explosões e impactos, aplicam-se as prescrições do item A.2, que trata do dano acidental
às estruturas de alvenaria.

8.6 Valores das ações

8.6.1 Valores representativos

As ações são quantificadas pelos seus valores representativos, que podem ser:

a) Valores característicos Fk, conforme definição da NBR 8681;

b) Valores convencionais excepcionais, que são os valores arbitrados para ações excepcionais;

c) Valores reduzidos de ações variáveis, em função de combinação de ações, apresentados no item 8.6.2.

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8.6.2 Valores reduzidos de ações variáveis

Considerando-se que é muito baixa a probabilidade de que duas ou mais ações variáveis de naturezas diferentes
ocorram com seus valores característicos de maneira simultânea, podem ser definidos valores reduzidos para
essas ações.

Para o caso de verificações de estados limites últimos esses valores serão ψ0Fk (ver item 8.7.2).

Os valores de ψ0 podem ser obtidos na tabela 6 da NBR 8681 ou do resumo apresentado na tabela 8.1 para
alguns casos mais comuns.

Tabela 8.1 – Coeficientes para redução de ações variáveis

Ações ψ0

Cargas acidentais em Edifícios residenciais 0,5


edifícios
Edifícios comerciais 0,7

Biblioteca, arquivos, oficinas e garagens 0,8

Vento Pressão do vento para edificações em geral 0,6

8.6.3 Valores de cálculo

Os valores de cálculo Fd são obtidos através dos valores representativos apresentados no item 8.6.1 multiplicados
por coeficientes de ponderação que podem ser obtidos das tabelas de 1 a 5 da NBR 8681 ou do resumo
apresentado na tabela 8.2 para alguns casos mais comuns.

Tabela 8.2 – Coeficientes de ponderação para combinações normais de ações

Categoria da ação Tipo de estrutura Efeito

Desfavorável Favorável

Permanentes Edificações Tipo 1 e pontes em geral 1,35 0,9

Edificações Tipo 2 1,40 0,9

Variáveis Edificações Tipo 1 e pontes em geral 1,50 -

Edificações Tipo 2 1,40 -

Nota: Edificações Tipo 1 são aquelas em que as cargas acidentais superam 5 kN/m2

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Edificações Tipo 2 são aquelas em que as cargas acidentais não superam 5 kN/m2

8.7 Combinação de ações

8.7.1 Critérios gerais

Para cada tipo de carregamento devem ser consideradas todas as combinações de ações que possam acarretar
os efeitos mais desfavoráveis para o dimensionamento das partes de uma estrutura.

As ações permanentes devem ser sempre consideradas.

As ações variáveis devem ser consideradas apenas quando produzirem efeitos desfavoráveis para a segurança

As ações variáveis móveis devem ser consideradas em suas posições mais desfavoráveis para a segurança.

As ações excepcionais, com exceção das ações provenientes de impactos e explosões, não precisam ser
consideradas.

As ações incluídas em cada combinação devem ser consideradas com seus valores representativos multiplicados
pelos respectivos coeficientes de ponderação.

As combinações de ações são apresentadas pela NBR 8681, nos seus itens 5.1.3 para as combinações últimas
das ações e 5.1.5 para eventuais combinações de utilização ou serviço.

8.7.2 Combinações últimas

As combinações últimas para carregamentos permanentes e variáveis devem ser obtidas por:

Fd = γgFG,k + γq(FQ1,k + ∑ ψ0jFQj,k)

na qual:

Fd é o valor de cálculo para a combinação última.

γg é o ponderador das ações permanentes (tabela 8.2)

FG,k é o valor característico das ações permanentes;

γq é o ponderador das ações variáveis (tabela 8.2)

FQ1,k é o valor característico da ação variável considerada como principal;

ψ0jFQj,k são os valores característicos reduzidos das demais ações variáveis (item 8.6.2, tabela 8.1)

Devem ser consideradas todas as combinações necessárias para que se obtenha o maior valor de Fd, alternando-
se as ações variáveis que são consideradas como principal e secundárias.

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9 Análise Estrutural

9.1 Disposições gerais

9.1.1 Objetivos da análise estrutural

A análise de uma estrutura de alvenaria deve ser realizada considerando-se sempre o equilíbrio de cada um dos
seus elementos e na estrutura como um todo, bem como o caminho descrito pelas ações, sejam verticais ou
horizontais, desde o seu ponto de aplicação até a fundação ou onde se suponha o limite da estrutura de alvenaria.

9.1.2 Premissas da análise estrutural

A análise de uma estrutura de alvenaria deve ser realizada sempre se considerando o equilíbrio tanto em cada um
dos seus elementos quanto na estrutura como um todo.

O caminho descrito pelas ações, sejam elas verticais ou horizontais, deve estar claramente definido desde o seu
ponto de aplicação até a fundação ou onde se suponha o final da estrutura de alvenaria.

9.1.3 Hipóteses básicas

A análise das estruturas de alvenaria pode ser realizada considerando-se um comportamento elástico-linear para
os materiais, mesmo para verificação de estados limites últimos, desde que as tensões de compressão atuantes
não ultrapassem metade do valor da resistência característica à compressão fk.

A dispersão de qualquer ação vertical concentrada ou distribuída sobre um trecho de um elemento se dará
segundo uma inclinação de 45°, em relação ao plano horizontal, podendo-se utilizar essa prescrição tanto para a
definição da parte de um elemento que efetivamente trabalha para resistir a uma ação quanto para a parte de um
carregamento que eventualmente atue sobre um elemento (vide Figura 9.1)..

h h

45º 45º 45º 45º

Figura 9.1 – Dispersão de ações verticais

9.2 Disposições específicas para os elementos

9.2.1 Vigas

9.2.1.1 Vão efetivo

O vão efetivo deve ser tomado como sendo o menor valor entre:

a) a distância entre as faces dos apoios mais a altura da seção transversal da viga;

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b) a distância entre os eixos dos apoios.

9.2.1.2 Seção transversal

Para o cálculo das características geométricas, a seção transversal deve ser considerada com suas dimensões
brutas, desconsiderando-se revestimentos.

9.2.1.3 Carregamento para vigas

O carregamento pode ser considerado de acordo com o princípio geral de dispersão das ações no material
alvenaria que se dá segundo um ângulo de 45°, item 9.1.3, respeitando-se as considerações do item 9.4 (vide
Figura 9.2).

Figura 9.2 – Definição da região que carrega a viga segundo a regra de dispersão de cargas verticais

9.2.2 Pilares

9.2.2.1 Altura efetiva

A altura efetiva de um pilar, em cada uma das direções principais da sua seção transversal, deve ser considerada
igual:

a) à altura do pilar se houver travamentos que restrinjam os deslocamentos horizontais ou as rotações das
suas extremidades na direção considerada;

b) ao dobro da altura se uma extremidade for livre e se houver travamento que restrinja o deslocamento
horizontal e a rotação na outra extremidade na direção considerada.

9.2.2.2 Seção transversal

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Para o cálculo das características geométricas, a seção transversal deve ser considerada com suas dimensões
brutas, desconsiderando-se revestimentos.

9.2.2.3 Carregamento para os pilares

Excentricidades nos carregamentos sobre pilares deverão ser consideradas, sendo necessário nesse caso
dimensioná-los como submetidos a uma flexão composta.

9.2.3 Paredes

9.2.3.2 Altura efetiva

A altura efetiva (he) de uma parede deve ser considerada igual:

a) à altura da parede, se houver travamentos que restrinjam os deslocamentos horizontais das suas
extremidades;

b) ao dobro da altura, se uma extremidade for livre e se houver travamento que restrinja conjuntamente o
deslocamento horizontal e a rotação na outra extremidade.

9.2.3.3 Espessura efetiva

A espessura efetiva (te) de uma parede sem enrijecedores será a sua espessura (t), não se considerando
revestimentos.

A espessura efetiva de uma parede com enrijecedores regularmente espaçados deve ser calculada de acordo com
a expressão:

te = δ t

na qual:

te é a espessura efetiva da parede;

δ é um coeficiente calculado de acordo com a tabela 9.1 e parâmetros dados pela Figura 9.3;

t é a espessura da parede na região entre enrijecedores.

Tabela 9.1 – Valores do coeficiente δ (interpolar p/ valores intermediários)

lenr / eenr tenr / t = 1 tenr / t = 2 tenr / t = 3


6 1,0 1,4 2,0

8 1,0 1,3 1,7

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10 1,0 1,2 1,4

15 1,0 1,1 1,2

20 ou mais 1,0 1,0 1,0

Nota: lenr : espaçamento entre eixos de enrijecedores adjacentes

eenr : espessura dos enrijecedores

tenr : comprimento dos enrijecedores

t : espessura da parede
eenr

tenrt
lenr
lenr
Le

Figura 9.3 - Parâmetros para cálculo da espessura efetiva de paredes

A espessura efetiva é utilizada apenas para o cálculo da esbeltez da parede (item 10.1.2) e não pode ser utilizada
para o cálculo da área da seção resistente quando a parede apresentar enrijecedores.

9.2.3.4 Seção resistente

A seção resistente de uma parede será sempre calculada desconsiderando-se os revestimentos.

9.3 Interação dos elementos de alvenaria

9.3.1 Prescrições gerais

A interação de elementos adjacentes deve ser considerada quando houver garantia de que as forças de interação
possam se desenvolver entre esses elementos e que haja resistência suficiente na interface para transmiti-las.

O modelo de cálculo adotado deve ser compatível com o processo construtivo.

Caso seja considerada a interação de paredes, deve ser verificada e garantida a resistência de cisalhamento das
interfaces.

Aberturas cuja maior dimensão seja menor que 1/6 do menor valor entre a altura e o comprimento da parede na
qual se inserem poderão ser desconsideradas para efeitos de interação. Aberturas adjacentes, cuja menor
distância entre as suas faces paralelas seja inferior ao citado valor limite serão considerados como abertura única.

9.3.2 Interação para cargas verticais

9.3.2.1 Interação de paredes em cantos e bordas (L, T e X)

Deve-se considerar que existirá a interação quando se tratar de borda ou canto com amarração direta.

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Em outras situações de ligação, que não a de amarração direta, a interação somente poderá ser considerada se
existir comprovação experimental de sua eficiência.

9.3.2.2 Interação de paredes através de aberturas

As interações de paredes através de aberturas devem ser desconsideradas, a menos que haja comprovação
experimental de sua eficiência.

9.3.3 Interação para ações horizontais

9.3.3.1 Interação em flanges

Considera-se que existe a interação quando se tratar de flange com amarração direta.

Em outras situações de ligação, a interação deve ser considerada somente se existir comprovação experimental
de sua eficiência.

O comprimento de cada flange não deve exceder o limite apresentado em 10.1.3.

Em nenhuma hipótese poderá haver superposição de flanges.

As abas (flanges) devem ser utilizadas tanto para cálculo da rigidez do painel de contraventamento quanto para o
cálculo das tensões normais devidas à flexão, provenientes das ações horizontais, não sendo permitida a sua
contribuição na absorção dos esforços cortantes durante o dimensionamento.

9.3.3.2 Associação de paredes

Na associação de painéis de contraventamento, é obrigatória a verificação dos esforços internos ou das tensões
resultantes nos elementos de ligação, tais como os trechos sob e sobre as aberturas.

9.4 Interação entre a alvenaria e estruturas de apoio

O carregamento resultante para estruturas de apoio deve ser sempre coerente com o esquema estrutural adotado
para o edifício, representando a trajetória prevista para as tensões.

São proibidas reduções nos valores a serem adotados como carregamento para estruturas de apoio, baseadas na
consideração do efeito arco, sem que sejam considerados todos os aspectos envolvidos nesse fenômeno,
inclusive a concentração de tensões que se verifica na alvenaria.

Nota: tendo em vista o risco de ruptura frágil, cuidados especiais devem ser tomados na verificação do
cisalhamento nas estruturas de apoio.

10 Limites para dimensões, deslocamentos e fissuras

10.1 Dimensões limites

Devem ser observados os seguintes limites para as dimensões das peças de alvenaria.

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10.1.1 Espessura Efetiva de Paredes

Para edificações de mais de dois pavimentos não se admite parede estrutural com espessura efetiva inferior a 14
cm.

10.1.2 Esbeltez

O índice de esbeltez é a razão entre a altura efetiva e a espessura efetiva da parede ou pilar:

λ = he / te

A tabela 10.1 apresenta os valores máximos permitidos para a esbeltez.

Tabela 10.1 – Valores máximos do índice de esbeltez de paredes e pilares

Não-armados 24

Armados 30

Os elementos estruturais armados devem respeitar as armaduras mínimas prescritas no item 12.2.

10.1.3 Comprimento efetivo de flanges em painéis de contraventamento

O comprimento efetivo de flange em painéis de contraventamento deve obedecer ao limite bf ≤ 6t (Figura 10.1).

t t

bf t bf bf

Figura 10.1 Comprimento efetivo de flanges

10.1.4 Cortes e juntas

10.1.4.1 Paredes

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Não é permitido corte individual horizontal de comprimento superior a 40 cm em paredes estruturais. Não são
permitidos cortes horizontais em uma mesma parede cujos comprimentos somados ultrapassem 1/6 do
comprimento total da parede em planta.

Cortes verticais, de comprimento superior a 60 cm, realizados em paredes definem elementos distintos.

Não são permitidos condutores de fluidos embutidos em paredes estruturais, exceto quando a instalação e a
manutenção não exigirem cortes.

10.1.4.2. Juntas de dilatação

Devem ser previstas juntas de dilatação no máximo a cada 24 m da edificação em planta. Esse limite poderá ser
alterado desde que se faça uma avaliação mais precisa dos efeitos da variação de temperatura e expansão sobre
a estrutura, incluindo a eventual presença de armaduras adequadamente alojadas em juntas de assentamento
horizontais.

10.1.4.3 Juntas de controle

Deve ser analisada a necessidade da colocação de juntas verticais de controle de fissuração em elementos de
alvenaria com a finalidade de prevenir o aparecimento de fissuras provocadas por: variação de temperatura,
expansão, variação brusca de carregamento e variação da altura ou da espessura da parede.

Para painéis de alvenaria contidos em um único plano e na ausência de uma avaliação precisa das condições
específicas do painel, devem ser dispostas juntas verticais de controle com espaçamento máximo que não
ultrapasse os limites da tabela 10.1.

Tabela 10.1 – Valores máximos de espaçamento entre juntas verticais de controle

Limite (m)
Localização do elemento
t ≥ 14cm t = 11,5 cm

Externa 10 8

Interna 12 10

Notas. 1. A espessura mínima da junta de controle pode ser determinada como 0,13% do espaçamento das juntas

2. Os limites acima devem ser reduzidos em 15% caso a parede tenha abertura

3. Os limites estabelecidos na tabela 10.1 podem ser alterados mediante inclusão de armaduras
horizontais adequadamente dispostas em juntas de assentamento horizontais, desde que tecnicamente justificado.

10.1.5 Espessura das juntas horizontais

A menos que explicitamente especificado no projeto, a espessura das juntas de assentamento deve ser
considerada 10 mm.

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10.2 Deslocamentos limites

Os deslocamentos finais (incluindo os efeitos de fissuração, temperatura, expansão e fluência) de quaisquer


elementos fletidos não devem ser maiores que L/150 ou 20mm para peças em balanço e L/300 ou 10mm nos
demais casos.

Os deslocamentos podem ser parcialmente compensados por contraflechas, desde que elas não sejam maiores
que L/400.

Nota: os elementos estruturais que servem de apoio para a alvenaria (lajes, vigas, etc) não devem apresentar
deslocamentos maiores que L/500, 10mm ou θ=0,0017rad.

Sempre que os deslocamentos forem relevantes para o elemento considerado, seus efeitos devem ser
incorporados, estabelecendo-se o equilíbrio na configuração deformada.

11 Dimensionamento

11.1 Disposições gerais

Para um elemento de alvenaria em estado limite último o esforço solicitante de cálculo, Sd, deverá ser menor ou
no máximo igual ao esforço resistente de cálculo Rd.

O dimensionamento deve ser realizado considerando-se a seção homogênea e com sua área bruta, exceto
quando especificamente indicado.

No projeto de elementos de alvenaria não-armada submetidos a tensões normais admitem-se as seguintes


hipóteses:

a) as seções transversais se mantêm planas após deformação;

b) as máximas tensões de tração deverão ser menores ou iguais à resistência à tração da alvenaria indicada
no item 6.3.5;

c) as máximas tensões de compressão deverão ser menores ou iguais à resistência à compressão da


alvenaria indicada no item 6.3.3 para a compressão simples e a esse valor multiplicado por 1,3 para a
compressão na flexão.

d) as seções transversais submetidas à flexão e flexo-compressão serão consideradas no Estádio I.

No projeto de elementos de alvenaria armada submetidos a tensões normais admitem-se as seguintes hipóteses:

a) as seções transversais se mantêm planas após deformação;

b) as armaduras aderentes têm a mesma deformação que a alvenaria em seu entorno;

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c) a resistência à tração da alvenaria é nula;

d) as máximas tensões de compressão deverão ser menores ou iguais à resistência à compressão da


alvenaria indicada no item 6.3.3.

e) a distribuição de tensões de compressão nos elementos de alvenaria submetidos à flexão pode ser
representada por um diagrama retangular (ver item 11.3);

f) para flexão ou flexo-compressão o máximo encurtamento da alvenaria se limita a 0,35%;

g) o máximo alongamento do aço se limita em 1%.

11.2 Dimensionamento da alvenaria à compressão simples

11.2.1 Resistência de cálculo em paredes

Em paredes de alvenaria estrutural o esforço resistente de cálculo será obtido através da equação:

Nrd = fd A R

na qual:

Nrd é a força normal resistente de cálculo;

fd é a resistência à compressão de cálculo da alvenaria;

A é a área da seção resistente;

⎡ λ ⎞ ⎤ é o coeficiente redutor devido à esbeltez da parede.


3
R = ⎢1 − ⎛⎜ ⎟ ⎥
⎣⎢ ⎝ 40 ⎠ ⎦⎥

A contribuição de eventuais armaduras existentes será sempre desconsiderada.

11.2.2 Resistência de cálculo em pilares

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Em pilares de alvenaria estrutural a resistência de cálculo será obtida através da equação:

Nrd = 0,9 fd A R

na qual:

Nrd é a força normal resistente de cálculo;

fd é a resistência à compressão de cálculo da alvenaria;

A é área da seção resistente;

⎡ λ ⎞ ⎤ é o coeficiente redutor devido à esbeltez do pilar


3
R = ⎢1 − ⎛⎜ ⎟ ⎥
⎢⎣ ⎝ 40 ⎠ ⎥⎦

A contribuição de eventuais armaduras existentes será sempre desconsiderada.

11.2.3 Forças concentradas

Forças de compressão que se concentram em regiões de reduzidas dimensões devem atender às seguintes
condições:

a) a região de contato deve ser tal que a dimensão segundo a espessura t deve ser no mínimo igual ao maior
dos valores: 50mm ou t/3. ( vide Figura 11.1)

b) a tensão de contato deve ser menor ou no máximo igual a 1,5 fd.

a
t
Fd

a ≥ 50mm e a ≥ t/3 ; Fd /(ab) ≤ 1,5 fd

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Figura 11.1 – Cargas concentradas

11.3 Dimensionamento de elementos de alvenaria submetidos à flexão simples

11.3.1 Alvenaria não-armada

Para a alvenaria não-armada, o cálculo do momento fletor resistente da seção transversal pode ser feito com o
diagrama simplificado indicado na Figura 11.2.

Figura 11.2 – Diagramas de tensões para a alvenaria não-armada

A máxima tensão de compressão de cálculo na flexão não deve ultrapassar em 30% a resistência à compressão
de cálculo da alvenaria (1,3 fd).

A máxima tensão de tração de cálculo não deve ser superior à resistência à tração de cálculo da alvenaria ftd.

11.3.2 Alvenaria armada

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Para a alvenaria armada, o cálculo do momento fletor resistente da seção transversal pode ser efetuado com o
diagrama simplificado indicado na Figura 11.3.
d: é a altura útil da seção

x: é a altura da linha neutra

As: é a área da armadura tracionada

A’s: é a área da armadura tracionada

εs: é a deformação na armadura tracionada

εc: é a deformação máxima na alvenaria comprimida

fd: é a máxima tensão de compressão

fs: é a tensão detração na armadura

Fc; é a resultante de compressão na alvenaria

Fs: é a resultante de forças na armadura tracionada

Figura 11.3 – Diagramas de deformações e tensões para a Fs’: é a resultante de forças na armadura
alvenaria armada tracionadacomprimida

11.3.2.1 Seções retangulares com armadura simples

No caso de uma seção retangular fletida com armadura simples o momento fletor resistente de cálculo é igual a:

M Rd = As f s z

na qual o braço de alavanca z é dado por

⎛ A f ⎞
z = d ⎜⎜1 − 0,5 s s ⎟⎟ ≤ 0,95 d
⎝ b d fd ⎠

sendo fs=0,5.fyd=0,5 fyk/γm ou seja, metade da resistência ao escoamento de cálculo da armadura

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O valor de MRd não pode ser maior que 0,4f d b d 2

11.3.2.2 Seções com flanges (flexão no plano do elemento)

O momento resistente de cálculo é igual a:

M Rd = As f s z

na qual o braço de alavanca z é dado por

⎛ Af ⎞
z = d ⎜⎜1−0,5 s s ⎟⎟ ≤ 0,95d
⎝ bm d fd ⎠

O valor de MRd obtido para as seções de paredes com flanges não pode ser maior que fd bmtf (d - 0,5tf)

A largura do flange, bf, deve respeitar os limites do item 10.1.3 e a largura da mesa bm não pode ser maior que 1/3
da altura da parede ( Figura 11.4).

A espessura do flange, tf, não deve ser maior que 0,5d.

Figura 11.4 – Seções transversais de paredes com flanges

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11.3.2.3 Seções com armaduras isoladas (flexão em plano perpendicular ao do elemento)

Em seções com armaduras concentradas localmente, a largura paralela ao eixo de flexão não deve ser
considerada superior ao triplo da sua espessura (Figura 11.5).

Neste caso considera-se a área líquida.

b < 3t

M
Figura 11.5 – Largura de seções com armaduras concentradas

11.3.2.4 Vigas-parede

Quando a razão vão/altura de uma viga for inferior a 3 ela deve ser tratada como uma viga parede. Neste caso, a
resultante de tração deve ser absorvida por armadura longitudinal, calculada com braço de alavanca igual a 2/3 da
altura, não se tomando valor maior que 70% do vão.

11.4 Dimensionamento de elementos de alvenaria submetidos ao cisalhamento

11.4.1 Tensões de cisalhamento

A tensão convencional de cisalhamento de cálculo, em peças de alvenaria armada é dada por:

NÃO TEM VALOR NORMATIVO 36/53


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Vd
τ vd =
bd

Para peças de alvenaria não-armada, a tensão de cálculo de cisalhamento é obtida tomando-se a área da seção
transversal em que a força cortante atua.

Em seções com flanges, deve-se tomar apenas a área da alma da seção para o cálculo da tensão de
cisalhamento.

11.4.2 Verificação da resistência

A tensão de cálculo não pode superar a resistência de cálculo obtida a partir dos valores característicos da
resistência ao cisalhamento, fvk, especificados no item 6.3.6 (tabela 6.4).

No caso de paredes de alvenaria, pode-se dispensar o uso de armaduras de cisalhamento quando não se
ultrapassam as resistências de cálculo correspondentes aos valores característicos indicados na tabela 6.4.

No caso de elementos estruturais submetidos à flexão simples é obrigatório o uso de armaduras de cisalhamento
nas regiões em que a tensão τvd supera a resistência de cálculo obtida a partir de 6.3.6, ou seja, quando

τvd ≥ (0,35 + 17,5 ρ)/γm

Ao se utilizarem armaduras transversais, a tensão convencional de cisalhamento deve ser inferior ou no máximo
igual a 0,7 MPa.

τvd ≤ 0,7 MPa

11.4.3 Armaduras de cisalhamento

Para a determinação das armaduras de cisalhamento pode-se descontar a parcela da força cortante absorvida
pela alvenaria, Va, dada por:

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Va= fvd b d

Quando necessária, a armadura de cisalhamento paralela à direção de atuação da força cortante é determinada
por:

( Vd − Va ) s
A sw =
0,5 f yd d

na qual s é o espaçamento da armadura de cisalhamento

Em nenhum caso admite-se espaçamento s maior que 50 % da altura útil. No caso de vigas de alvenaria esse
limite não deve superar 30 cm. No caso de paredes armadas ao cisalhamento o espaçamento não deve superar
60 cm.

11.4.4 Forças concentradas próximas aos apoios

No caso de vigas em que a razão entre a distância da face do apoio à carga concentrada principal av é menor que
o dobro da altura útil d, permite-se considerar a resistência característica ao cisalhamento majorada pela razão
2d/av. Não se admite valor majorado superior a 0,7 MPa.

* 2d
fvk = fvk ≤ 0,7 MPa
av

Uma carga concentrada é considerada principal quando contribui com pelo menos 70% da força cortante junto ao
apoio.

11.5 Dimensionamento de elementos de alvenaria submetidos à flexo-compressão

11.5.1 Introdução

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Todo elemento de alvenaria submetido à flexo-compressão deve resistir à força de compressão de cálculo
atuante, de acordo com as prescrições do item 11.2.

11.5.2 Alvenaria não-armada

As tensões normais na seção transversal devem ser obtidas mediante a superposição das tensões normais
lineares devidas ao momento fletor com as tensões normais uniformes devidas à força de compressão.

As tensões normais de compressão devem satisfazer à seguinte inequação:

Nd Md
+ ≤ fd
A.R W .K

Onde:

Nd é a força normal de cálculo;

Md é o momento fletor de cálculo;

fd é a resistência à compressão de cálculo da alvenaria;

A é área da seção resistente;

W é o mínimo módulo de resistência de flexão da seção resistente;

R é o coeficiente redutor devido à esbeltez do elemento

K = 1,3 é o fator que ajusta a resistência à compressão na flexão

Caso exista tensão de tração, seu valor máximo deve ser menor ou igual à resistência de tração da alvenaria ftd.

11.5.3 Alvenaria armada

11.5.3.1 Elementos curtos

Admite-se como curto o elemento que possui esbeltez menor ou no máximo igual a 12. Nesses casos, permite-se
o dimensionamento de acordo com as aproximações a seguir, apropriadas para a flexão reta de elementos de
seção retangular. Para seções transversais não retangulares devem ser feitas as adaptações necessárias,
obedecidas as hipóteses previamente estabelecidas no item 11.1.

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a) Quando a força normal de cálculo Nsd não excede a resistência de cálculo apresentada na expressão a
seguir, apenas é necessária a armadura mínima indicada no item 13.2;

N Rd = f d b ( h − 2 e x )

na qual:

b é a largura da seção

ex é a excentricidade resultante no plano de flexão

fd é a resistência de cálculo à compressão

h é a altura da seção no plano de flexão

A presente aproximação não pode ser aplicada se a excentricidade ex excede 0,5 h.

b) Quando a força normal de cálculo excede o limite do item anterior, a resistência da seção pode ser
estimada pelas seguintes expressões (vide Figura 11.6):

N Rd = f d b y + f s1 As1 − f s 2 As 2

M Rd = 0,5 f d b y (h − y ) + f s1 As1 ( 0,5 h − d 1 ) + f s 2 As 2 (0,5 h − d 2 )

nas quais:

As1 é a área de armadura comprimida na face de maior compressão

As2 é a área de armadura na outra face

b é a largura da seção

d1 é a distância do centróide da armadura As1 à borda mais comprimida

d2 é a distância do centróide da armadura As2 à outra borda

y é a profundidade da região de compressão uniforme ( y=0,8x )

fd é a resistência à compressão de cálculo da alvenaria


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fs1 é a tensão na armadura na face mais comprimida = 0,5 fyd

fs2 é a tensão na armadura na outra face, podendo ser + ou - 0,5 fyd, se estiver tracionada ou comprimida,
respectivamente

h é a altura da seção no plano de flexão

O valor de y deve ser tal que os esforços resistentes de cálculo superem os atuantes.

Figura 11.6 – Flexo-compressão – seção retangular

c) quando é necessário considerar o elemento curto submetido a uma flexão composta oblíqua, pode-se
dimensionar uma seção com armaduras simétricas, mediante a transformação em uma flexão reta composta,
aumentando-se um dos momentos fletores, de acordo com o seguinte:

p M My
M'x = M x + j M y para x ≥
q p q

ou

q M My
M'y = M y + j M x para x ≤
p p q

em que:

Mx é o momento fletor em torno do eixo x

My é o momento fletor em torno do eixo y

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M’x é o momento fletor efetivo em torno do eixo x

M’y é o momento fletor efetivo em torno do eixo y

p é a dimensão da seção transversal na direção perpendicular ao eixo x

q é a dimensão da seção transversal na direção perpendicular ao eixo y

j é o coeficiente fornecido na tabela 11.1

Tabela 11.1 - Valores do coeficiente j

Valor de Nd/(A fk) j

0 1,00

0,1 0,88

0,2 0,77

0,3 0,65

0,4 0,53

0,5 0,42

≥ 0,6 0,30

11.5.3.2 Elementos Esbeltos

No caso de elementos comprimidos com índice de esbeltez superior a 12, o dimensionamento deve ser
feito de acordo com o exposto no subitem anterior, sendo que aos efeitos de primeira ordem é necessário
adicionar os efeitos de segunda ordem. Na ausência de determinação mais precisa, o momento de segunda
ordem pode ser aproximado por:

N (h )
2

M 2d = d e
2000 t

em que:

Nd é a força normal de cálculo

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he é a altura efetiva do elemento comprimido

t é a dimensão da seção transversal da peça no plano de flexão

Figura 11.7 – Momento de 2ª ordem

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12 Disposições construtivas e detalhamento

12.1 Cobrimentos

As barras de armadura horizontais dispostas nas juntas de assentamento devem estar totalmente envolvidas pela
argamassa com um cobrimento mínimo de 15 mm na horizontal.

No caso de armaduras envolvidas por graute, o cobrimento mínimo é de 15 mm, desconsiderada a espessura do
bloco

12.2 Armaduras mínimas

Em vigas e paredes de alvenaria armada, a área da armadura longitudinal principal não será menor que 0,10% da
área da seção transversal.

Em paredes de alvenaria armada deve-se dispor uma armadura secundária, perpendicular à principal, com área
mínima de 0,05% da seção transversal correspondente.

No caso de paredes de contraventamento, cuja verificação da compressão seja feita como alvenaria não-armada
(itens 11.5.1 e 11.5.2), a armadura longitudinal de combate à tração, se necessária, não será menor que 0,10% da
área da seção transversal. Dispensa-se, neste caso, a exigência de armadura secundária mínima.

A armadura colocada em juntas de assentamento para reduzir efeitos nocivos de variações volumétricas,
fendilhamento ou para garantir dutilidade deve ter taxa geométrica no mínimo igual a 0,03%.

Em pilares de alvenaria armada, a área da armadura longitudinal não será menor que 0,30% da área da seção
transversal.

Em vigas com necessidade de armadura transversal, esta deve ter taxa mínima igual a 0,05% da área da seção
transversal, tomada igual ao produto da largura pela altura útil.

12.3 Armadura máxima

Armaduras alojadas em um mesmo espaço grauteado (furo vertical ou canaleta horizontal) não podem ter área da
seção transversal superior a 8% da correspondente área da seção do graute envolvente, considerando-se
eventuais regiões de traspasse.

12.4 Diâmetro máximo das armaduras

As barras de armadura não devem ter diâmetro superior a 6,3 mm quando localizadas em juntas de assentamento
e 25 mm em qualquer outro caso.

12.5 Espaços entre barras

As barras de armaduras devem estar suficientemente separadas de modo a permitir o correto lançamento e
compactação do graute que as envolve.

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A distância livre entre barras adjacentes não deve ser menor que:

a) O diâmetro máximo do agregado mais 5mm

b) 1,5 vezes o diâmetro da armadura

c) 20mm

12.6 Estribos de pilares

Nos pilares armados, devem-se dispor estribos de diâmetro mínimo 5 mm, com espaçamento que não exceda:

a) a menor dimensão do pilar

b) 50 vezes o diâmetro do estribo

c) 20 vezes o diâmetro das barras longitudinais

12.7 Ancoragem

Nos elementos fletidos, excetuando-se as regiões dos apoios das extremidades, toda barra longitudinal deve se
estender além do ponto em que não é mais necessária, pelo menos por uma distância igual ao maior valor entre a
altura efetiva d ou 12 vezes o diâmetro da barra.

As barras de armadura não devem ser interrompidas em zonas tracionadas, a menos que uma das seguintes
condições for atendida:

a) As barras se estendam pelo menos o seu comprimento de ancoragem além do ponto em que não são
mais necessárias.

b) A resistência de cálculo ao cisalhamento na seção onde se interrompe a barra é maior que o dobro da
força cortante de cálculo atuante

c) As barras contínuas na seção de interrupção provêm o dobro da área necessária para resistir ao momento
fletor atuante na seção

Em uma extremidade simplesmente apoiada, cada barra tracionada deve ser ancorada de um dos seguintes
modos:

a) Um comprimento efetivo de ancoragem equivalente a 12Φ além do centro do apoio, garantindo-se que
nenhuma curva se inicia antes desse ponto.

b) Um comprimento efetivo de ancoragem equivalente a 12Φ mais metade da altura útil d, desde que o
trecho curvo não se inicie a uma distância inferior a d/2 da face do apoio.

12.8 Emendas

No máximo duas barras podem ser emendadas em uma mesma seção, quando alojadas em um mesmo espaço
grauteado (furo vertical ou canaleta horizontal). Uma segunda emenda deve estar no mínimo a uma distância de
40 Φ da primeira emenda, medida na direção do eixo das barras, sendo Φ o diâmetro da barra emendada.

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O comprimento mínimo de uma emenda por traspasse é de 40 Φ, não se adotando valor menor que 15cm no caso
de barras corrugadas e 30cm no caso de barras lisas.

Em nenhum caso a emenda pode ser inferior ao comprimento de ancoragem.

12.9 Ganchos e dobras

Ganchos e dobras devem ter dimensões e formatos tais que não provoquem concentração de tensões no graute
ou na argamassa que as envolve.

O comprimento efetivo de um gancho ou de uma dobra deve ser medido do início da dobra até um ponto situado a
uma distância de 4 vezes o diâmetro da barra além do fim da dobra, e deve ser tomado como o maior entre o
comprimento real e o seguinte:

a) para um gancho, 8 vezes o raio interno, até o limite de 24Φ

b) para uma dobra a 90o, 4 vezes o raio interno da dobra, até o limite de 12Φ

Quando uma barra com gancho é utilizada em um apoio, o início do trecho curvo deve estar a uma distância
mínima de 4Φ sobre o apoio medida a partir de sua face.

Anexo A

(Informativo)

Dano acidental e colapso progressivo

A.1 Disposições gerais

As prescrições aqui apresentadas têm como objetivos principais:

a) Evitar ou reduzir a probabilidade da ocorrência de danos acidentais em elementos da estrutura;

b) Evitar colapsos progressivos de uma parte significativa da estrutura no caso da ocorrência de danos
acidentais.

Para tanto devem ser verificados pelo menos os casos contidos nos itens subseqüentes e as providências
estabelecidas para cada um deles.

A.2 Danos acidentais

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A.2.1 Danos diversos

Elementos estruturais que possam estar sujeitos a quaisquer ações fora do conjunto que normalmente é
considerado para as estruturas de alvenaria devem ser tratados de forma cuidadosa e específica.

Esses elementos devem receber basicamente três tipos de cuidados, que muitas vezes poderão ser superpostos:

a) proteção contra a atuação das ações excepcionais através de estruturas auxiliares;

b) reforço com armaduras construtivas que possam aumentar a ductilidade;

c) consideração da possibilidade de ruptura de um elemento, computando-se o efeito dessa ocorrência nos


elementos estruturais da vizinhança.

A.2.2 Impactos de veículos e equipamentos

Precauções especiais devem ser tomadas em relação às paredes e pilares para os quais não seja desprezível a
possibilidade de choques provocados por veículos ou equipamentos que estejam se deslocando junto à estrutura.

Nos casos de elementos que possam ser submetidos a impactos significativos, recomenda-se a adoção de
estruturas auxiliares que possam impedir a possibilidade de ocorrência desses impactos.

Quando estruturas auxiliares que previnam os danos acidentais não puderem ser utilizadas de forma confiável, as
seguintes providências deverão ser tomadas simultaneamente:

a) os elementos sob risco deverão ser reforçados utilizando-se armaduras com uma taxa mínima de 0,2% da
área da seção transversal;

b) as lajes dos pavimentos e os elementos estruturais da vizinhança devem ser dimensionados e detalhados
de forma que os elementos passíveis de serem danificados possam ser retirados da estrutura, um de cada
vez e com coeficientes de segurança reduzidos, sem que outros elementos do sistema estrutural atinjam
um ELU.

A.2.3 Explosões

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Paredes e pilares ao lado de ambientes onde seja possível a ocorrência de explosões, por exemplo, cozinhas,
laboratórios, etc, devem ser consideradas passíveis de serem danificados por esses efeitos.

Para esses casos, todos os elementos que estejam no entorno desses ambientes deverão ser desconsiderados
no sistema estrutural, um de cada vez e com coeficientes de segurança reduzidos, sem que outros elementos do
sistema estrutural atinjam um ELU.

A.3 Verificação do colapso progressivo

A.3.1 Disposições gerais

No caso de dano acidental a um elemento estrutural deve-se garantir que sua ruptura não possa levar à ruptura de
parte significativa da estrutura como um todo.

A.3.2 Coeficientes de segurança para a alvenaria

O dimensionamento dos elementos de alvenaria estrutural, quanto ao carregamento produzido pela suposição de
retirada de um elemento danificado, deve ser realizado considerando-se os coeficientes γm igual a 1,25 para a
alvenaria e 1,0 para o aço e γf igual a 1,0.

A.3.3 Verificação de pavimentos em concreto armado

Recomenda-se para todos os casos e exige-se para as regiões onde haja elementos que possam sofrer danos
acidentais, que os pavimentos possam suportar a ausência de elementos de alvenaria que lhes serve de suporte
sendo dimensionados e armados adequadamente para essa finalidade.

Os elementos de suporte serão retirados um de cada vez, e o carregamento poderá ser considerado com γf igual a
1,0.

Anexo B

(Informativo)

Alvenaria Protendida

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B.1 Dimensionamento de alvenaria protendida

B.1.1 Introdução

A alvenaria protendida é recomendada para casos onde inicialmente a tração é o esforço predominante, situação
comum em paredes sujeitas a ações laterais elevadas em relação ao carregamento vertical.

São exemplos dessa situação muros de contenção como arrimos e silos, reservatórios de água, paredes de
galpões sujeitos à ação do vento, entre outros.

O dimensionamento é feito de forma que a força de protensão elimine a tração em serviço no elemento de
alvenaria.

B.1.2 Dimensionamento

B.1.2.1 Flexão e compressão

São adotadas as seguintes condições:

a) As hipóteses do item 11.1 para alvenaria não-armada;

b) em serviço, não são permitidas tensões de tração na alvenaria;

c) a tração em cabo não aderido não deve exceder 70% da sua resistência última;

d) a altura útil, d, da seção é determinada levando em conta toda a liberdade de movimento dos cabos;

B.1.2.2 Força de protensão

O dimensionamento da força de protensão deve ser feito através da verificação de tração nula em serviço,
considerando os coeficientes de ponderação em serviço das ações, com coeficiente de majoração de esforços
igual a 0,9 para efeito favorável da força de protensão e permanente.

B.1.2.3 Resistência da alvenaria

O dimensionamento da alvenaria é feito como se esta fosse não armada. Deve-se verificar a resistência da
alvenaria antes e depois da ocorrência de perdas por protensão, sendo permitido reduzir o valor do coeficiente de
ponderação da resistência da alvenaria em 20% para verificação da resistência antes das perdas.

Deve-se levar em conta a força de protensão na consideração de esbeltez e possibilidade de ruptura por
flambagem quando do dimensionamento da alvenaria, exceto se os cabos tiverem seu deslocamento lateral
restrito. Podem ser considerados restritos cabos que sejam totalmente envolvidos com graute, ou que sejam
presos à parede, ou por grauteamento localizado ou pela utilização de algum dispositivo, em pelos menos 3
pontos intermediários ao longo da altura da parede.

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B.1.2.4 Verificação da ruptura

O momento máximo aplicado (Md) deve ser menor que o momento último (Mu).

Para o caso de seções com largura uniforme tem-se:

x = Ap⋅fpd / (fd⋅b)

Mu = Ap⋅fpd⋅(d-x/2)

Onde: fpd = tensão nominal no cabo de protensão;

Ap = área dos cabos de protensão;

d = altura útil da seção;

fd = resistência à compressão da alvenaria;

b = largura da parede;

x = posição da linha neutra.

Em seções de largura não uniforme deve-se adaptar a expressão convenientemente.

B.1.2.5 Cisalhamento

Para verificação do cisalhamento é permitido computar a força de protensão (após perdas) para o cálculo do
aumento da tensão devido à pré-compressão.

B.1.2.6 Perdas de protensão

As perdas de protensão devidas à relaxação do aço, deformação elástica da alvenaria, movimentação


higroscópica da alvenaria, fluência da alvenaria, acomodação das ancoragens, atrito e por efeitos térmicos podem
ser calculadas de acordo com os itens a seguir.

B.1.2.6.1 Deformação elástica da alvenaria, movimentação higroscópica, efeitos térmicos e fluência

A perda de protensão devida à deformação elástica da alvenaria, movimentação higroscópica, efeitos térmicos,
fluência e retração, pode ser estimada pela expressão:

αe ⋅σ m
Δσ = + Ep ⋅ [(kmka-ks) ⋅ΔT + C⋅σm]
2

onde: Δσ − variação média da tensão de protensão;

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αe = Razão entre os módulos de elasticidade do aço e da alvenaria (quando a protensão for aplicada com
apenas um cabo adotar esse valor igual a zero, pois não há perda por deformação elástica da alvenaria nesse
caso);

σm - tensão de protensão inicial no centróide dos cabos de protensão;

Ep - módulo de elasticidade do aço do cabo de protensão;

ΔT - variação da temperatura;

ka - coeficiente de dilatação térmica da alvenaria, item 6.2.2;

ks - coeficiente de dilatação térmica do aço, podendo-se adotar o valor de 11,9x10-6 mm/mm/oC;

C - fluência específica, C = 0,4mm/m/MPa.

B.1.2.6.2 Atrito, acomodação das ancoragens e relaxação do aço

As perdas por atrito, acomodação das ancoragens e relaxação do aço podem ser previstas de acordo com as
recomendações do concreto protendido. Para o caso de alvenaria protendida com cabos retos e não aderidos não
existe perda por atrito, assim como não há perdas por acomodação das ancoragens nos casos de protensão com
barras.

B.1.2.7 Tensão de contato

Sob a placa de ancoragem dos cabos deve ser executada pelo menos uma fiada de alvenaria grauteada ou coxim
de concreto, devendo as tensões de contato ser corretamente verificadas.

B.1.2.8 Ancoragem nos apoios

A ancoragem do cabo de protensão pode ser feita através de conjunto de placa e porca ou diretamente em base
de concreto.

B.2 Execução de alvenaria protendida

Quando a alvenaria é construída sobre as esperas dos cabos são recomendadas emendas a cada 2,0m. Sempre
que possível, cabos posicionados dentro de alvenarias não grauteadas devem ser presos à alvenaria, através do
grauteamento localizado de alguns pontos ou através de outros dispositivos, em 3 pontos ao longo da altura.

Os cabos e emendas devem ser protegidos contra a corrosão.

A aplicação da protensão pode ser feita de maneira tradicional utilizando-se macacos hidráulicos ou através de
torquímetros quando o nível de protensão não é elevado.

Quando é utilizado torquímetro são feitas as seguintes considerações:

a) é recomendada a utilização de indicadores de tração direta (ITD) para medir a força de protensão; quando
não previstos deve-se considerar um erro de 30% (para limite inferior e superior) no dimensionamento da
força de protensão;

b) em todos os casos deve ser prevista uma arruela de grande dureza (HRC ≥ 50) entre a porca e a placa de
ancoragem ou entre a porca e o ITD;

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ABNT/CB-CB-02
PROJETO 02:123.03-001
MARÇO:2007

c) quando utilizados torquímetros manuais, um multiplicador de torque pode ser acoplado ao torquímetro
para facilitar a operação;

d) para escolha do torquímetro e multiplicador de torque pode-se prever uma faixa de torque entre 0,15 e
0,35 × diâmetro da barra × força de protensão;

e) as barras utilizadas para protensão devem estar limpas, livres de corrosão ou irregularidades e a
extremidade a ser protendida deve ser engraxada.

Antes da protensão deve ser verificada a resistência à compressão da alvenaria.

Para minimizar os efeitos de fluência são recomendadas idades mínimas para protensão iguais a 7 dias. É
interessante realizar uma pré-protensão aos 3 dias, com parte da força prevista, por exemplo 20%, para acelerar
as deformações iniciais por fluência e também para garantir uma certa estabilidade em paredes com pequenas
idades.

Para evitar perdas de protensão devidas à variação de temperatura, deve ser evitada a realização da operação de
protensão em dias muitos quentes ou pelo menos deve-se fazer essa operação em horários de menor calor
nesses dias. Não devem ser realizadas protensões em paredes úmidas.

É admitido um erro máximo no posicionamento dos cabos de protensão igual a 0,5cm para seções com dimensão
inferior a 20cm, no plano de flexão; e 1,0cm para dimensões superiores. Em caso de ocorrência de erros maiores
deve-se informar o projetista da estrutura e ser feita revisão dos cálculos.

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