Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Projecto de Norma PDF
Projecto de Norma PDF
PROJETO 02:123.03-001
MARÇO:2007
APRESENTAÇÃO
1) Este 1º Projeto foi elaborado pela CE-02:123.03 - Alvenaria Estrutural - Blocos Cerâmicos -
do ABNT/CB- 02 - Construção Civil, nas reuniões de:
Participante Representante
Sumário
Prefácio
1 Escopo
2 Referências normativas
3 Termos e definições
3.1 Componente
3.2 Bloco
3.3 Junta de argamassa
3.4 Graute
3.5 Elemento
3.6 Elemento de alvenaria não-armado
3.7 Elemento de alvenaria armado
3.8 Elemento de alvenaria protendido
3.9 Parede estrutural
3.10 Parede não-estrutural
3.11 Cinta
3.12 Coxim
3.13 Enrijecedor
3.14 Viga
3.15 Verga
3.16 Contraverga
3.17 Pilar
3.18 Parede
3.19 Excentricidade
3.20 Área bruta
3.21 Área líquida
3.22 Prisma
3.23 Amarração direta no plano da parede
3.24 Junta não amarrada no plano da parede
3.25 Amarração direta de paredes
3.26 Amarração indireta de paredes
NÃO TEM VALOR NORMATIVO 1/525
2
ABNT/CB-CB-02
PROJETO 02:123.03-001
MARÇO:2007
Prefácio
Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos ABNT/CB e ABNT/ONS, circulam para Consulta
Nacional entre os associados da ABNT e demais interessados.
1 Escopo
Esta norma fixa os requisitos mínimos exigíveis ao projeto de estruturas de alvenaria de blocos cerâmicos.
Esta norma também se aplica à análise do desempenho estrutural de elementos de alvenaria de blocos cerâmicos
inseridos em outros sistemas estruturais.
Esta norma não inclui requisitos exigíveis para evitar estados limite gerados por ações tais como: sismos,
impactos, explosões e fogo.
2 Referências normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para referências datadas,
aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as edições mais recentes do
referido documento (incluindo emendas).
As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem prescrições
para esta Norma Brasileira. Como toda norma está sujeita a revisão, aqueles que realizam acordos com base
nesta norma devem usar as edições mais recentes das normas citadas a seguir. A ABNT possui a informação das
Normas Brasileiras em vigor em um dado momento.
NBR 7480 Barras e fios de aço destinados a armaduras para concreto armado.
NBR 13279 Argamassa para assentamento de paredes e revestimento de paredes e tetos – determinação da
resistência à compressão.
NBR 14322 Paredes de alvenaria estrutural - Verificação da resistência à flexão simples ou à flexo-compressão.
NBR 15270-2 Componentes cerâmicos - Parte 2: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural - Terminologia e
requisitos.
NBR 15270-3 Componentes cerâmicos – Parte 3: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural e de vedação –
Métodos de ensaio.
3 Termos e definições
3.1 Componente
Ente que compõe os elementos da estrutura. Os principais são: bloco, junta de argamassa, graute e armadura.
3.2 Bloco
Componente básico da alvenaria.
3.4 Graute
Componente utilizado para preenchimento de espaços vazios de blocos com a finalidade de solidarizar armaduras
à alvenaria ou aumentar sua capacidade resistente.
3.5 Elemento
Parte da estrutura suficientemente elaborada constituída da reunião de dois ou mais componentes.
3.11 Cinta
Elemento estrutural apoiado continuamente na parede, ligado ou não às lajes, vergas ou contravergas.
3.12 Coxim
Elemento estrutural não contínuo, apoiado na parede, para distribuir cargas concentradas.
3.13 Enrijecedor
Elemento vinculado a uma parede estrutural com a finalidade de produzir um enrijecimento na direção
perpendicular ao seu plano.
3.14 Viga
Elemento linear que resiste predominantemente à flexão e cujo vão seja maior ou igual a três vezes a altura da
seção transversal.
3.15 Verga
Viga alojada sobre abertura de porta ou janela e que tenha a função exclusiva de transmissão de cargas verticais
para as paredes adjacentes à abertura.
3.16 Contraverga
Elemento estrutural colocado sob o vão de abertura com a função de redução de fissuração nos seus cantos.
3.17 Pilar
Elemento linear que resistem predominantemente a cargas de compressão e cuja maior dimensão da seção
transversal não exceda cinco vezes a menor dimensão.
3.18 Parede
Elemento laminar que resiste predominantemente a cargas de compressão e cuja maior dimensão da seção
transversal excede cinco vezes a menor dimensão.
3.19 Excentricidade
Distância entre o eixo de um elemento estrutural e a resultante de uma determinada ação que sobre ele atue.
3.22 Prisma
Corpo de prova obtido pela superposição de blocos unidos por junta de argamassa, grauteados ou não.
a - Distância ou dimensão
b - Largura
d - Altura útil
e – Excentricidade
f – Resistência
h – Altura ou distância
j – Coeficiente
p – Dimensão
q – Dimensão
t - Espessura
te – Espessura efetiva
z - Braço de alavanca
C - Fluência específica
E – Módulo de elasticidade
F – Ação
H - Altura
L – Vão ou Comprimento
M – Momento
N – Força normal
V - Força cortante
ΔT - Variação da temperatura
Φ – Diâmetro
λ - Índice de esbeltez
σ - Tensão normal
τ – Tensão de cisalhamento
θ - Rotação
θa - Ângulo de desaprumo
5 Requisitos gerais
a) Esteja apta a receber todas as influências ambientais e ações que sobre ela produzam efeitos
significativos tanto na sua construção quanto durante a sua vida útil;
b) Resista a ações excepcionais, como explosões e impactos, sem apresentar danos desproporcionais às
suas causas.
O projeto de estrutura de alvenaria deve ser constituído por desenhos técnicos e especificações. Esses
documentos devem conter todas as informações necessárias à execução da estrutura de acordo com os critérios
adotados, conforme descrito a seguir:
O projeto deve apresentar desenhos técnicos contendo as plantas das fiadas diferenciadas, exceto na altura das
aberturas, e as elevações de todas as paredes. Em casos especiais de elementos longos repetitivos (como muros,
por exemplo), plantas e elevações podem ser representadas parcialmente. Devem ser apresentados, sempre que
presentes: detalhes de amarração das paredes, localização dos pontos grauteados e armaduras, e
posicionamento das juntas de controle e de dilatação.
As especificações de projeto devem conter as resistências características dos prismas e dos grautes, as faixas de
resistência média a compressão (ou as classes conforme a ABNT NBR 13.281) das argamassas assim como a
categoria, classe e bitola dos aços a serem adotados. Também podem ser apresentados os valores de resistência
sugeridos para os blocos, de forma que as resistências de prisma especificadas sejam atingidas.
Nota: Quando não especificamente mencionado, as resistências se referem sempre à área bruta.
6.1 Componentes
6.1.1 Blocos
A especificação dos blocos deve ser feita de acordo com a ABNT NBR 15270-Parte 2.
6.1.2 Argamassa
As argamassas destinadas ao assentamento devem atender aos requisitos estabelecidos na ABNT NBR 13281.
Com relação à resistência à compressão, deve ser atendido o valor mínimo de 1,5 MPa e máximo limitado a
0,7fbk, referida à área liquida.
A resistência da argamassa deve ser determinada de acordo com a ABNT NBR 13279. Alternativamente a
moldagem dos corpos de prova pode ser feita empregando-se moldes metálicos de 4 cm X 4 cm X 4 cm, com
adensamento manual, em duas camadas, com 30 golpes de soquete.
6.1.3 Graute
Quando especificado o graute, sua influência na resistência da alvenaria deve ser devidamente verificada em
laboratório, nas condições de sua utilização.
A avaliação da influência do graute na compressão deve ser feita mediante o ensaio de compressão de prismas.
Esse elemento deverá ser grauteado e argamassado com os mesmos materiais e da mesma forma a ser
empregada na edificação.
6.1.4 Aço
A especificação do aço deve ser feita de acordo com a ABNT NBR 7480.
Na falta de ensaios ou valores fornecidos pelo fabricante, o módulo de elasticidade do aço pode ser admitido igual
a 210 GPa.
6.2 Alvenaria
Os valores das propriedades elásticas da alvenaria podem ser adotados de acordo com a tabela 6.1.
Para verificações de ELS recomenda-se reduzir os módulos de deformação em 40%, para considerar de forma
aproximada o efeito da fissuração da alvenaria.
Na ausência de dados experimentais, para alvenaria pode-se adotar o coeficiente de dilatação térmica linear igual
a 6,0x10-6 oC-1.
Na ausência de dados experimentais, o coeficiente de expansão por umidade da alvenaria pode ser admitido igual
a 300x10-6 mm/mm.
6.2.4 Fluência
Para efeitos de avaliação aproximada de ELS, a deformação final, com a inclusão da fluência, deve ser
considerada no mínimo igual ao dobro da deformação elástica.
6.3 Resistências
A resistência de cálculo é obtida pela resistência característica dividida pelo coeficiente de ponderação das
resistências.
Os valores para verificação no ELU estão indicados na tabela 6.2, e são adequados para obras executadas de
acordo com a NBR XXX -Parte 2 (Execução e controle de obras em alvenaria estrutural de blocos cerâmicos).
No caso da aderência entre o aço e o graute, ou a argamassa que o envolve, deve ser utilizado o valor γm = 1,5.
A resistência característica à compressão simples da alvenaria fk deve ser determinada com base no ensaio de
paredes ou ser estimada como 70% da resistência característica de compressão simples de prisma fpk ou 85% da
de pequena parede fppk. As resistências características de paredes ou prismas devem ser determinadas de acordo
com a NBR XXX -Parte 2 (Execução e controle de obras em alvenaria estrutural de blocos cerâmicos).
As condições de obtenção da resistência fk devem ser as mesmas da região comprimida da peça no que diz
respeito à percentagem de preenchimento com graute e à direção da resultante de compressão relativa à junta de
assentamento.
Quando a compressão ocorrer em direção paralela às juntas de assentamento (como no caso usual de vigas), a
resistência característica na flexão pode ser adotada:
a) igual à de 70% do prisma, se a região comprimida do elemento de alvenaria estiver totalmente grauteada.
No caso de ações temporárias como, por exemplo, a do vento, permite-se a consideração da resistência à tração
da alvenaria sob flexão, segundo os valores característicos definidos na tabela 6.3.
Nota: As faixas de resistência indicadas correspondem às seguintes classes da ABNT NBR 13.281, a seguir:
1 – Classes P2 e P3
2 – Classes P4 e P5
3 – Classe P6
As resistências características ao cisalhamento não devem ser maiores que os valores apresentados na tabela 6.4
Juntas horizontais 0,10 + 0,6 σ ≤ 1,0 0,15 + 0,6 σ ≤ 1,4 0,35 + 0,6 σ ≤ 1,7
Nota: Quando existirem armaduras de flexão perpendiculares ao plano do cisalhamento e envoltas por graute, a
resistência característica ao cisalhamento pode ser obtida por:
na qual:
As
ρ= é a taxa geométrica de armadura;
bd
6.3.7 Aderência
Os valores da resistência característica de aderência podem ser adotados de acordo com a tabela 6.5.
Estados limites de serviço estão relacionados à durabilidade, aparência, conforto do usuário e funcionalidade da
estrutura. Devem ser verificados os ELS relativos a:
b) Deformações excessivas que afetem a utilização normal da construção ou seu aspecto estético;
8 Ações
Na análise estrutural deve ser considerada a influência de todas as ações que possam produzir efeitos
significativos para a segurança da estrutura, levando-se em conta os possíveis estados limites últimos e os de
serviço.
a) Ações permanentes;
b) Ações variáveis;
c) Ações excepcionais.
São ações que apresentam valores com pequena variação em torno de sua média durante praticamente toda a
vida da estrutura.
Na falta de uma avaliação precisa para o caso considerado pode-se utilizar o valor de 12 kN/m3 como peso
específico para a alvenaria de blocos cerâmicos vazados, devendo-se acrescentar o peso do graute, quando
existente.
As massas específicas dos materiais de construção usuais podem ser obtidas na ABNT NBR 6120.
As ações devidas às instalações permanentes devem ser consideradas com os valores nominais fornecidos pelo
fabricante.
Consideram-se como permanentes os empuxos que provêm de materiais granulosos ou líquidos não removíveis.
Os valores para a massa específica dos materiais granulosos mais comuns podem ser obtidos na NBR 6120.
São ações impostas pelas imperfeições geométricas, que podem ser consideradas locais ou globais.
Para edifícios de andares múltiplos deve ser considerado um desaprumo global, através do ângulo de desaprumo
θa ,em radianos, conforme se apresenta na Figura 8.1.
na qual:
1
θa =
100 H
H
oa
São aquelas que apresentam variação significativa em torno de sua média durante toda a vida da estrutura.
As cargas acidentais são aquelas que atuam sobre a estrutura de edificações em função do seu uso (pessoas,
móveis, materiais diversos, veículos, etc). Seus valores podem ser obtidos na NBR 6120.
As forças devidas ao vento devem ser consideradas de acordo com a ABNT NBR 6123.
No caso de ações como explosões e impactos, aplicam-se as prescrições do item A.2, que trata do dano acidental
às estruturas de alvenaria.
As ações são quantificadas pelos seus valores representativos, que podem ser:
b) Valores convencionais excepcionais, que são os valores arbitrados para ações excepcionais;
c) Valores reduzidos de ações variáveis, em função de combinação de ações, apresentados no item 8.6.2.
Considerando-se que é muito baixa a probabilidade de que duas ou mais ações variáveis de naturezas diferentes
ocorram com seus valores característicos de maneira simultânea, podem ser definidos valores reduzidos para
essas ações.
Para o caso de verificações de estados limites últimos esses valores serão ψ0Fk (ver item 8.7.2).
Os valores de ψ0 podem ser obtidos na tabela 6 da NBR 8681 ou do resumo apresentado na tabela 8.1 para
alguns casos mais comuns.
Ações ψ0
Os valores de cálculo Fd são obtidos através dos valores representativos apresentados no item 8.6.1 multiplicados
por coeficientes de ponderação que podem ser obtidos das tabelas de 1 a 5 da NBR 8681 ou do resumo
apresentado na tabela 8.2 para alguns casos mais comuns.
Desfavorável Favorável
Nota: Edificações Tipo 1 são aquelas em que as cargas acidentais superam 5 kN/m2
Edificações Tipo 2 são aquelas em que as cargas acidentais não superam 5 kN/m2
Para cada tipo de carregamento devem ser consideradas todas as combinações de ações que possam acarretar
os efeitos mais desfavoráveis para o dimensionamento das partes de uma estrutura.
As ações variáveis devem ser consideradas apenas quando produzirem efeitos desfavoráveis para a segurança
As ações variáveis móveis devem ser consideradas em suas posições mais desfavoráveis para a segurança.
As ações excepcionais, com exceção das ações provenientes de impactos e explosões, não precisam ser
consideradas.
As ações incluídas em cada combinação devem ser consideradas com seus valores representativos multiplicados
pelos respectivos coeficientes de ponderação.
As combinações de ações são apresentadas pela NBR 8681, nos seus itens 5.1.3 para as combinações últimas
das ações e 5.1.5 para eventuais combinações de utilização ou serviço.
As combinações últimas para carregamentos permanentes e variáveis devem ser obtidas por:
na qual:
ψ0jFQj,k são os valores característicos reduzidos das demais ações variáveis (item 8.6.2, tabela 8.1)
Devem ser consideradas todas as combinações necessárias para que se obtenha o maior valor de Fd, alternando-
se as ações variáveis que são consideradas como principal e secundárias.
9 Análise Estrutural
A análise de uma estrutura de alvenaria deve ser realizada considerando-se sempre o equilíbrio de cada um dos
seus elementos e na estrutura como um todo, bem como o caminho descrito pelas ações, sejam verticais ou
horizontais, desde o seu ponto de aplicação até a fundação ou onde se suponha o limite da estrutura de alvenaria.
A análise de uma estrutura de alvenaria deve ser realizada sempre se considerando o equilíbrio tanto em cada um
dos seus elementos quanto na estrutura como um todo.
O caminho descrito pelas ações, sejam elas verticais ou horizontais, deve estar claramente definido desde o seu
ponto de aplicação até a fundação ou onde se suponha o final da estrutura de alvenaria.
A análise das estruturas de alvenaria pode ser realizada considerando-se um comportamento elástico-linear para
os materiais, mesmo para verificação de estados limites últimos, desde que as tensões de compressão atuantes
não ultrapassem metade do valor da resistência característica à compressão fk.
A dispersão de qualquer ação vertical concentrada ou distribuída sobre um trecho de um elemento se dará
segundo uma inclinação de 45°, em relação ao plano horizontal, podendo-se utilizar essa prescrição tanto para a
definição da parte de um elemento que efetivamente trabalha para resistir a uma ação quanto para a parte de um
carregamento que eventualmente atue sobre um elemento (vide Figura 9.1)..
h h
9.2.1 Vigas
O vão efetivo deve ser tomado como sendo o menor valor entre:
a) a distância entre as faces dos apoios mais a altura da seção transversal da viga;
Para o cálculo das características geométricas, a seção transversal deve ser considerada com suas dimensões
brutas, desconsiderando-se revestimentos.
O carregamento pode ser considerado de acordo com o princípio geral de dispersão das ações no material
alvenaria que se dá segundo um ângulo de 45°, item 9.1.3, respeitando-se as considerações do item 9.4 (vide
Figura 9.2).
Figura 9.2 – Definição da região que carrega a viga segundo a regra de dispersão de cargas verticais
9.2.2 Pilares
A altura efetiva de um pilar, em cada uma das direções principais da sua seção transversal, deve ser considerada
igual:
a) à altura do pilar se houver travamentos que restrinjam os deslocamentos horizontais ou as rotações das
suas extremidades na direção considerada;
b) ao dobro da altura se uma extremidade for livre e se houver travamento que restrinja o deslocamento
horizontal e a rotação na outra extremidade na direção considerada.
Para o cálculo das características geométricas, a seção transversal deve ser considerada com suas dimensões
brutas, desconsiderando-se revestimentos.
Excentricidades nos carregamentos sobre pilares deverão ser consideradas, sendo necessário nesse caso
dimensioná-los como submetidos a uma flexão composta.
9.2.3 Paredes
a) à altura da parede, se houver travamentos que restrinjam os deslocamentos horizontais das suas
extremidades;
b) ao dobro da altura, se uma extremidade for livre e se houver travamento que restrinja conjuntamente o
deslocamento horizontal e a rotação na outra extremidade.
A espessura efetiva (te) de uma parede sem enrijecedores será a sua espessura (t), não se considerando
revestimentos.
A espessura efetiva de uma parede com enrijecedores regularmente espaçados deve ser calculada de acordo com
a expressão:
te = δ t
na qual:
δ é um coeficiente calculado de acordo com a tabela 9.1 e parâmetros dados pela Figura 9.3;
t : espessura da parede
eenr
tenrt
lenr
lenr
Le
A espessura efetiva é utilizada apenas para o cálculo da esbeltez da parede (item 10.1.2) e não pode ser utilizada
para o cálculo da área da seção resistente quando a parede apresentar enrijecedores.
A interação de elementos adjacentes deve ser considerada quando houver garantia de que as forças de interação
possam se desenvolver entre esses elementos e que haja resistência suficiente na interface para transmiti-las.
Caso seja considerada a interação de paredes, deve ser verificada e garantida a resistência de cisalhamento das
interfaces.
Aberturas cuja maior dimensão seja menor que 1/6 do menor valor entre a altura e o comprimento da parede na
qual se inserem poderão ser desconsideradas para efeitos de interação. Aberturas adjacentes, cuja menor
distância entre as suas faces paralelas seja inferior ao citado valor limite serão considerados como abertura única.
Deve-se considerar que existirá a interação quando se tratar de borda ou canto com amarração direta.
Em outras situações de ligação, que não a de amarração direta, a interação somente poderá ser considerada se
existir comprovação experimental de sua eficiência.
As interações de paredes através de aberturas devem ser desconsideradas, a menos que haja comprovação
experimental de sua eficiência.
Considera-se que existe a interação quando se tratar de flange com amarração direta.
Em outras situações de ligação, a interação deve ser considerada somente se existir comprovação experimental
de sua eficiência.
As abas (flanges) devem ser utilizadas tanto para cálculo da rigidez do painel de contraventamento quanto para o
cálculo das tensões normais devidas à flexão, provenientes das ações horizontais, não sendo permitida a sua
contribuição na absorção dos esforços cortantes durante o dimensionamento.
Na associação de painéis de contraventamento, é obrigatória a verificação dos esforços internos ou das tensões
resultantes nos elementos de ligação, tais como os trechos sob e sobre as aberturas.
O carregamento resultante para estruturas de apoio deve ser sempre coerente com o esquema estrutural adotado
para o edifício, representando a trajetória prevista para as tensões.
São proibidas reduções nos valores a serem adotados como carregamento para estruturas de apoio, baseadas na
consideração do efeito arco, sem que sejam considerados todos os aspectos envolvidos nesse fenômeno,
inclusive a concentração de tensões que se verifica na alvenaria.
Nota: tendo em vista o risco de ruptura frágil, cuidados especiais devem ser tomados na verificação do
cisalhamento nas estruturas de apoio.
Devem ser observados os seguintes limites para as dimensões das peças de alvenaria.
Para edificações de mais de dois pavimentos não se admite parede estrutural com espessura efetiva inferior a 14
cm.
10.1.2 Esbeltez
O índice de esbeltez é a razão entre a altura efetiva e a espessura efetiva da parede ou pilar:
λ = he / te
Não-armados 24
Armados 30
Os elementos estruturais armados devem respeitar as armaduras mínimas prescritas no item 12.2.
O comprimento efetivo de flange em painéis de contraventamento deve obedecer ao limite bf ≤ 6t (Figura 10.1).
t t
bf t bf bf
10.1.4.1 Paredes
Não é permitido corte individual horizontal de comprimento superior a 40 cm em paredes estruturais. Não são
permitidos cortes horizontais em uma mesma parede cujos comprimentos somados ultrapassem 1/6 do
comprimento total da parede em planta.
Cortes verticais, de comprimento superior a 60 cm, realizados em paredes definem elementos distintos.
Não são permitidos condutores de fluidos embutidos em paredes estruturais, exceto quando a instalação e a
manutenção não exigirem cortes.
Devem ser previstas juntas de dilatação no máximo a cada 24 m da edificação em planta. Esse limite poderá ser
alterado desde que se faça uma avaliação mais precisa dos efeitos da variação de temperatura e expansão sobre
a estrutura, incluindo a eventual presença de armaduras adequadamente alojadas em juntas de assentamento
horizontais.
Deve ser analisada a necessidade da colocação de juntas verticais de controle de fissuração em elementos de
alvenaria com a finalidade de prevenir o aparecimento de fissuras provocadas por: variação de temperatura,
expansão, variação brusca de carregamento e variação da altura ou da espessura da parede.
Para painéis de alvenaria contidos em um único plano e na ausência de uma avaliação precisa das condições
específicas do painel, devem ser dispostas juntas verticais de controle com espaçamento máximo que não
ultrapasse os limites da tabela 10.1.
Limite (m)
Localização do elemento
t ≥ 14cm t = 11,5 cm
Externa 10 8
Interna 12 10
Notas. 1. A espessura mínima da junta de controle pode ser determinada como 0,13% do espaçamento das juntas
2. Os limites acima devem ser reduzidos em 15% caso a parede tenha abertura
3. Os limites estabelecidos na tabela 10.1 podem ser alterados mediante inclusão de armaduras
horizontais adequadamente dispostas em juntas de assentamento horizontais, desde que tecnicamente justificado.
A menos que explicitamente especificado no projeto, a espessura das juntas de assentamento deve ser
considerada 10 mm.
Os deslocamentos podem ser parcialmente compensados por contraflechas, desde que elas não sejam maiores
que L/400.
Nota: os elementos estruturais que servem de apoio para a alvenaria (lajes, vigas, etc) não devem apresentar
deslocamentos maiores que L/500, 10mm ou θ=0,0017rad.
Sempre que os deslocamentos forem relevantes para o elemento considerado, seus efeitos devem ser
incorporados, estabelecendo-se o equilíbrio na configuração deformada.
11 Dimensionamento
Para um elemento de alvenaria em estado limite último o esforço solicitante de cálculo, Sd, deverá ser menor ou
no máximo igual ao esforço resistente de cálculo Rd.
O dimensionamento deve ser realizado considerando-se a seção homogênea e com sua área bruta, exceto
quando especificamente indicado.
b) as máximas tensões de tração deverão ser menores ou iguais à resistência à tração da alvenaria indicada
no item 6.3.5;
No projeto de elementos de alvenaria armada submetidos a tensões normais admitem-se as seguintes hipóteses:
e) a distribuição de tensões de compressão nos elementos de alvenaria submetidos à flexão pode ser
representada por um diagrama retangular (ver item 11.3);
Em paredes de alvenaria estrutural o esforço resistente de cálculo será obtido através da equação:
Nrd = fd A R
na qual:
Nrd = 0,9 fd A R
na qual:
Forças de compressão que se concentram em regiões de reduzidas dimensões devem atender às seguintes
condições:
a) a região de contato deve ser tal que a dimensão segundo a espessura t deve ser no mínimo igual ao maior
dos valores: 50mm ou t/3. ( vide Figura 11.1)
a
t
Fd
Para a alvenaria não-armada, o cálculo do momento fletor resistente da seção transversal pode ser feito com o
diagrama simplificado indicado na Figura 11.2.
A máxima tensão de compressão de cálculo na flexão não deve ultrapassar em 30% a resistência à compressão
de cálculo da alvenaria (1,3 fd).
A máxima tensão de tração de cálculo não deve ser superior à resistência à tração de cálculo da alvenaria ftd.
Para a alvenaria armada, o cálculo do momento fletor resistente da seção transversal pode ser efetuado com o
diagrama simplificado indicado na Figura 11.3.
d: é a altura útil da seção
Figura 11.3 – Diagramas de deformações e tensões para a Fs’: é a resultante de forças na armadura
alvenaria armada tracionadacomprimida
No caso de uma seção retangular fletida com armadura simples o momento fletor resistente de cálculo é igual a:
M Rd = As f s z
⎛ A f ⎞
z = d ⎜⎜1 − 0,5 s s ⎟⎟ ≤ 0,95 d
⎝ b d fd ⎠
M Rd = As f s z
⎛ Af ⎞
z = d ⎜⎜1−0,5 s s ⎟⎟ ≤ 0,95d
⎝ bm d fd ⎠
O valor de MRd obtido para as seções de paredes com flanges não pode ser maior que fd bmtf (d - 0,5tf)
A largura do flange, bf, deve respeitar os limites do item 10.1.3 e a largura da mesa bm não pode ser maior que 1/3
da altura da parede ( Figura 11.4).
Em seções com armaduras concentradas localmente, a largura paralela ao eixo de flexão não deve ser
considerada superior ao triplo da sua espessura (Figura 11.5).
b < 3t
M
Figura 11.5 – Largura de seções com armaduras concentradas
11.3.2.4 Vigas-parede
Quando a razão vão/altura de uma viga for inferior a 3 ela deve ser tratada como uma viga parede. Neste caso, a
resultante de tração deve ser absorvida por armadura longitudinal, calculada com braço de alavanca igual a 2/3 da
altura, não se tomando valor maior que 70% do vão.
Vd
τ vd =
bd
Para peças de alvenaria não-armada, a tensão de cálculo de cisalhamento é obtida tomando-se a área da seção
transversal em que a força cortante atua.
Em seções com flanges, deve-se tomar apenas a área da alma da seção para o cálculo da tensão de
cisalhamento.
A tensão de cálculo não pode superar a resistência de cálculo obtida a partir dos valores característicos da
resistência ao cisalhamento, fvk, especificados no item 6.3.6 (tabela 6.4).
No caso de paredes de alvenaria, pode-se dispensar o uso de armaduras de cisalhamento quando não se
ultrapassam as resistências de cálculo correspondentes aos valores característicos indicados na tabela 6.4.
No caso de elementos estruturais submetidos à flexão simples é obrigatório o uso de armaduras de cisalhamento
nas regiões em que a tensão τvd supera a resistência de cálculo obtida a partir de 6.3.6, ou seja, quando
Ao se utilizarem armaduras transversais, a tensão convencional de cisalhamento deve ser inferior ou no máximo
igual a 0,7 MPa.
Para a determinação das armaduras de cisalhamento pode-se descontar a parcela da força cortante absorvida
pela alvenaria, Va, dada por:
Va= fvd b d
Quando necessária, a armadura de cisalhamento paralela à direção de atuação da força cortante é determinada
por:
( Vd − Va ) s
A sw =
0,5 f yd d
Em nenhum caso admite-se espaçamento s maior que 50 % da altura útil. No caso de vigas de alvenaria esse
limite não deve superar 30 cm. No caso de paredes armadas ao cisalhamento o espaçamento não deve superar
60 cm.
No caso de vigas em que a razão entre a distância da face do apoio à carga concentrada principal av é menor que
o dobro da altura útil d, permite-se considerar a resistência característica ao cisalhamento majorada pela razão
2d/av. Não se admite valor majorado superior a 0,7 MPa.
* 2d
fvk = fvk ≤ 0,7 MPa
av
Uma carga concentrada é considerada principal quando contribui com pelo menos 70% da força cortante junto ao
apoio.
11.5.1 Introdução
Todo elemento de alvenaria submetido à flexo-compressão deve resistir à força de compressão de cálculo
atuante, de acordo com as prescrições do item 11.2.
As tensões normais na seção transversal devem ser obtidas mediante a superposição das tensões normais
lineares devidas ao momento fletor com as tensões normais uniformes devidas à força de compressão.
Nd Md
+ ≤ fd
A.R W .K
Onde:
Caso exista tensão de tração, seu valor máximo deve ser menor ou igual à resistência de tração da alvenaria ftd.
Admite-se como curto o elemento que possui esbeltez menor ou no máximo igual a 12. Nesses casos, permite-se
o dimensionamento de acordo com as aproximações a seguir, apropriadas para a flexão reta de elementos de
seção retangular. Para seções transversais não retangulares devem ser feitas as adaptações necessárias,
obedecidas as hipóteses previamente estabelecidas no item 11.1.
a) Quando a força normal de cálculo Nsd não excede a resistência de cálculo apresentada na expressão a
seguir, apenas é necessária a armadura mínima indicada no item 13.2;
N Rd = f d b ( h − 2 e x )
na qual:
b é a largura da seção
b) Quando a força normal de cálculo excede o limite do item anterior, a resistência da seção pode ser
estimada pelas seguintes expressões (vide Figura 11.6):
N Rd = f d b y + f s1 As1 − f s 2 As 2
nas quais:
b é a largura da seção
fs2 é a tensão na armadura na outra face, podendo ser + ou - 0,5 fyd, se estiver tracionada ou comprimida,
respectivamente
O valor de y deve ser tal que os esforços resistentes de cálculo superem os atuantes.
c) quando é necessário considerar o elemento curto submetido a uma flexão composta oblíqua, pode-se
dimensionar uma seção com armaduras simétricas, mediante a transformação em uma flexão reta composta,
aumentando-se um dos momentos fletores, de acordo com o seguinte:
p M My
M'x = M x + j M y para x ≥
q p q
ou
q M My
M'y = M y + j M x para x ≤
p p q
em que:
0 1,00
0,1 0,88
0,2 0,77
0,3 0,65
0,4 0,53
0,5 0,42
≥ 0,6 0,30
No caso de elementos comprimidos com índice de esbeltez superior a 12, o dimensionamento deve ser
feito de acordo com o exposto no subitem anterior, sendo que aos efeitos de primeira ordem é necessário
adicionar os efeitos de segunda ordem. Na ausência de determinação mais precisa, o momento de segunda
ordem pode ser aproximado por:
N (h )
2
M 2d = d e
2000 t
em que:
12.1 Cobrimentos
As barras de armadura horizontais dispostas nas juntas de assentamento devem estar totalmente envolvidas pela
argamassa com um cobrimento mínimo de 15 mm na horizontal.
No caso de armaduras envolvidas por graute, o cobrimento mínimo é de 15 mm, desconsiderada a espessura do
bloco
Em vigas e paredes de alvenaria armada, a área da armadura longitudinal principal não será menor que 0,10% da
área da seção transversal.
Em paredes de alvenaria armada deve-se dispor uma armadura secundária, perpendicular à principal, com área
mínima de 0,05% da seção transversal correspondente.
No caso de paredes de contraventamento, cuja verificação da compressão seja feita como alvenaria não-armada
(itens 11.5.1 e 11.5.2), a armadura longitudinal de combate à tração, se necessária, não será menor que 0,10% da
área da seção transversal. Dispensa-se, neste caso, a exigência de armadura secundária mínima.
A armadura colocada em juntas de assentamento para reduzir efeitos nocivos de variações volumétricas,
fendilhamento ou para garantir dutilidade deve ter taxa geométrica no mínimo igual a 0,03%.
Em pilares de alvenaria armada, a área da armadura longitudinal não será menor que 0,30% da área da seção
transversal.
Em vigas com necessidade de armadura transversal, esta deve ter taxa mínima igual a 0,05% da área da seção
transversal, tomada igual ao produto da largura pela altura útil.
Armaduras alojadas em um mesmo espaço grauteado (furo vertical ou canaleta horizontal) não podem ter área da
seção transversal superior a 8% da correspondente área da seção do graute envolvente, considerando-se
eventuais regiões de traspasse.
As barras de armadura não devem ter diâmetro superior a 6,3 mm quando localizadas em juntas de assentamento
e 25 mm em qualquer outro caso.
As barras de armaduras devem estar suficientemente separadas de modo a permitir o correto lançamento e
compactação do graute que as envolve.
A distância livre entre barras adjacentes não deve ser menor que:
c) 20mm
Nos pilares armados, devem-se dispor estribos de diâmetro mínimo 5 mm, com espaçamento que não exceda:
12.7 Ancoragem
Nos elementos fletidos, excetuando-se as regiões dos apoios das extremidades, toda barra longitudinal deve se
estender além do ponto em que não é mais necessária, pelo menos por uma distância igual ao maior valor entre a
altura efetiva d ou 12 vezes o diâmetro da barra.
As barras de armadura não devem ser interrompidas em zonas tracionadas, a menos que uma das seguintes
condições for atendida:
a) As barras se estendam pelo menos o seu comprimento de ancoragem além do ponto em que não são
mais necessárias.
b) A resistência de cálculo ao cisalhamento na seção onde se interrompe a barra é maior que o dobro da
força cortante de cálculo atuante
c) As barras contínuas na seção de interrupção provêm o dobro da área necessária para resistir ao momento
fletor atuante na seção
Em uma extremidade simplesmente apoiada, cada barra tracionada deve ser ancorada de um dos seguintes
modos:
a) Um comprimento efetivo de ancoragem equivalente a 12Φ além do centro do apoio, garantindo-se que
nenhuma curva se inicia antes desse ponto.
b) Um comprimento efetivo de ancoragem equivalente a 12Φ mais metade da altura útil d, desde que o
trecho curvo não se inicie a uma distância inferior a d/2 da face do apoio.
12.8 Emendas
No máximo duas barras podem ser emendadas em uma mesma seção, quando alojadas em um mesmo espaço
grauteado (furo vertical ou canaleta horizontal). Uma segunda emenda deve estar no mínimo a uma distância de
40 Φ da primeira emenda, medida na direção do eixo das barras, sendo Φ o diâmetro da barra emendada.
O comprimento mínimo de uma emenda por traspasse é de 40 Φ, não se adotando valor menor que 15cm no caso
de barras corrugadas e 30cm no caso de barras lisas.
Ganchos e dobras devem ter dimensões e formatos tais que não provoquem concentração de tensões no graute
ou na argamassa que as envolve.
O comprimento efetivo de um gancho ou de uma dobra deve ser medido do início da dobra até um ponto situado a
uma distância de 4 vezes o diâmetro da barra além do fim da dobra, e deve ser tomado como o maior entre o
comprimento real e o seguinte:
b) para uma dobra a 90o, 4 vezes o raio interno da dobra, até o limite de 12Φ
Quando uma barra com gancho é utilizada em um apoio, o início do trecho curvo deve estar a uma distância
mínima de 4Φ sobre o apoio medida a partir de sua face.
Anexo A
(Informativo)
b) Evitar colapsos progressivos de uma parte significativa da estrutura no caso da ocorrência de danos
acidentais.
Para tanto devem ser verificados pelo menos os casos contidos nos itens subseqüentes e as providências
estabelecidas para cada um deles.
Elementos estruturais que possam estar sujeitos a quaisquer ações fora do conjunto que normalmente é
considerado para as estruturas de alvenaria devem ser tratados de forma cuidadosa e específica.
Esses elementos devem receber basicamente três tipos de cuidados, que muitas vezes poderão ser superpostos:
Precauções especiais devem ser tomadas em relação às paredes e pilares para os quais não seja desprezível a
possibilidade de choques provocados por veículos ou equipamentos que estejam se deslocando junto à estrutura.
Nos casos de elementos que possam ser submetidos a impactos significativos, recomenda-se a adoção de
estruturas auxiliares que possam impedir a possibilidade de ocorrência desses impactos.
Quando estruturas auxiliares que previnam os danos acidentais não puderem ser utilizadas de forma confiável, as
seguintes providências deverão ser tomadas simultaneamente:
a) os elementos sob risco deverão ser reforçados utilizando-se armaduras com uma taxa mínima de 0,2% da
área da seção transversal;
b) as lajes dos pavimentos e os elementos estruturais da vizinhança devem ser dimensionados e detalhados
de forma que os elementos passíveis de serem danificados possam ser retirados da estrutura, um de cada
vez e com coeficientes de segurança reduzidos, sem que outros elementos do sistema estrutural atinjam
um ELU.
A.2.3 Explosões
Paredes e pilares ao lado de ambientes onde seja possível a ocorrência de explosões, por exemplo, cozinhas,
laboratórios, etc, devem ser consideradas passíveis de serem danificados por esses efeitos.
Para esses casos, todos os elementos que estejam no entorno desses ambientes deverão ser desconsiderados
no sistema estrutural, um de cada vez e com coeficientes de segurança reduzidos, sem que outros elementos do
sistema estrutural atinjam um ELU.
No caso de dano acidental a um elemento estrutural deve-se garantir que sua ruptura não possa levar à ruptura de
parte significativa da estrutura como um todo.
O dimensionamento dos elementos de alvenaria estrutural, quanto ao carregamento produzido pela suposição de
retirada de um elemento danificado, deve ser realizado considerando-se os coeficientes γm igual a 1,25 para a
alvenaria e 1,0 para o aço e γf igual a 1,0.
Recomenda-se para todos os casos e exige-se para as regiões onde haja elementos que possam sofrer danos
acidentais, que os pavimentos possam suportar a ausência de elementos de alvenaria que lhes serve de suporte
sendo dimensionados e armados adequadamente para essa finalidade.
Os elementos de suporte serão retirados um de cada vez, e o carregamento poderá ser considerado com γf igual a
1,0.
Anexo B
(Informativo)
Alvenaria Protendida
B.1.1 Introdução
A alvenaria protendida é recomendada para casos onde inicialmente a tração é o esforço predominante, situação
comum em paredes sujeitas a ações laterais elevadas em relação ao carregamento vertical.
São exemplos dessa situação muros de contenção como arrimos e silos, reservatórios de água, paredes de
galpões sujeitos à ação do vento, entre outros.
O dimensionamento é feito de forma que a força de protensão elimine a tração em serviço no elemento de
alvenaria.
B.1.2 Dimensionamento
c) a tração em cabo não aderido não deve exceder 70% da sua resistência última;
d) a altura útil, d, da seção é determinada levando em conta toda a liberdade de movimento dos cabos;
O dimensionamento da força de protensão deve ser feito através da verificação de tração nula em serviço,
considerando os coeficientes de ponderação em serviço das ações, com coeficiente de majoração de esforços
igual a 0,9 para efeito favorável da força de protensão e permanente.
O dimensionamento da alvenaria é feito como se esta fosse não armada. Deve-se verificar a resistência da
alvenaria antes e depois da ocorrência de perdas por protensão, sendo permitido reduzir o valor do coeficiente de
ponderação da resistência da alvenaria em 20% para verificação da resistência antes das perdas.
Deve-se levar em conta a força de protensão na consideração de esbeltez e possibilidade de ruptura por
flambagem quando do dimensionamento da alvenaria, exceto se os cabos tiverem seu deslocamento lateral
restrito. Podem ser considerados restritos cabos que sejam totalmente envolvidos com graute, ou que sejam
presos à parede, ou por grauteamento localizado ou pela utilização de algum dispositivo, em pelos menos 3
pontos intermediários ao longo da altura da parede.
O momento máximo aplicado (Md) deve ser menor que o momento último (Mu).
x = Ap⋅fpd / (fd⋅b)
Mu = Ap⋅fpd⋅(d-x/2)
b = largura da parede;
B.1.2.5 Cisalhamento
Para verificação do cisalhamento é permitido computar a força de protensão (após perdas) para o cálculo do
aumento da tensão devido à pré-compressão.
A perda de protensão devida à deformação elástica da alvenaria, movimentação higroscópica, efeitos térmicos,
fluência e retração, pode ser estimada pela expressão:
αe ⋅σ m
Δσ = + Ep ⋅ [(kmka-ks) ⋅ΔT + C⋅σm]
2
αe = Razão entre os módulos de elasticidade do aço e da alvenaria (quando a protensão for aplicada com
apenas um cabo adotar esse valor igual a zero, pois não há perda por deformação elástica da alvenaria nesse
caso);
ΔT - variação da temperatura;
As perdas por atrito, acomodação das ancoragens e relaxação do aço podem ser previstas de acordo com as
recomendações do concreto protendido. Para o caso de alvenaria protendida com cabos retos e não aderidos não
existe perda por atrito, assim como não há perdas por acomodação das ancoragens nos casos de protensão com
barras.
Sob a placa de ancoragem dos cabos deve ser executada pelo menos uma fiada de alvenaria grauteada ou coxim
de concreto, devendo as tensões de contato ser corretamente verificadas.
A ancoragem do cabo de protensão pode ser feita através de conjunto de placa e porca ou diretamente em base
de concreto.
Quando a alvenaria é construída sobre as esperas dos cabos são recomendadas emendas a cada 2,0m. Sempre
que possível, cabos posicionados dentro de alvenarias não grauteadas devem ser presos à alvenaria, através do
grauteamento localizado de alguns pontos ou através de outros dispositivos, em 3 pontos ao longo da altura.
A aplicação da protensão pode ser feita de maneira tradicional utilizando-se macacos hidráulicos ou através de
torquímetros quando o nível de protensão não é elevado.
a) é recomendada a utilização de indicadores de tração direta (ITD) para medir a força de protensão; quando
não previstos deve-se considerar um erro de 30% (para limite inferior e superior) no dimensionamento da
força de protensão;
b) em todos os casos deve ser prevista uma arruela de grande dureza (HRC ≥ 50) entre a porca e a placa de
ancoragem ou entre a porca e o ITD;
c) quando utilizados torquímetros manuais, um multiplicador de torque pode ser acoplado ao torquímetro
para facilitar a operação;
d) para escolha do torquímetro e multiplicador de torque pode-se prever uma faixa de torque entre 0,15 e
0,35 × diâmetro da barra × força de protensão;
e) as barras utilizadas para protensão devem estar limpas, livres de corrosão ou irregularidades e a
extremidade a ser protendida deve ser engraxada.
Para minimizar os efeitos de fluência são recomendadas idades mínimas para protensão iguais a 7 dias. É
interessante realizar uma pré-protensão aos 3 dias, com parte da força prevista, por exemplo 20%, para acelerar
as deformações iniciais por fluência e também para garantir uma certa estabilidade em paredes com pequenas
idades.
Para evitar perdas de protensão devidas à variação de temperatura, deve ser evitada a realização da operação de
protensão em dias muitos quentes ou pelo menos deve-se fazer essa operação em horários de menor calor
nesses dias. Não devem ser realizadas protensões em paredes úmidas.
É admitido um erro máximo no posicionamento dos cabos de protensão igual a 0,5cm para seções com dimensão
inferior a 20cm, no plano de flexão; e 1,0cm para dimensões superiores. Em caso de ocorrência de erros maiores
deve-se informar o projetista da estrutura e ser feita revisão dos cálculos.