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• A história do US remonta a 1793, quando Lazzaro Spallazini demonstrou que os morcegos se orien-
tavam mais pela audição que pela visão para localizar obstáculos e presas ele constatou que os
morcegos, mesmo impedidos de enxergar, desviavam-se de obstáculos e apanhavam as suas pre-
sas no ar. E que, quando eram impedidos de ouvir, mesmo com a visão mantida, perdiam completa-
mente a capacidade de orientação em voo.
• Em 1880 os irmãos Jacques e Pierre Curie deram uma contribuição valiosa para o estudo do ultras-
som descrevendo as características físicas de alguns cristais (piezoeletricidade) este efeito é re-
sultado da aplicação de uma pressão mecânica sobre a superfície de certos cristais que são capazes
de gerar um potencial elétrico entre superfícies opostas, produzindo som numa frequência superior
a 20KHz, conhecido como ultrassom estes cientistas perceberam também, que a aplicação do
ultrassom nos cristais resultava na conversão de energia mecânica em eletricidade e quando um
pulso de ultrassom é direcionado a uma substância, uma parte deste som é refletida de volta a sua
fonte com informações sobre o tipo de estrutura que penetrou.
• Durante a Segunda Guerra Mundial, foi aprimorado o estudo da utilidade do ultrassom para fins
militares com o desenvolvimento do SONAR (Sound Navigation and Ranging) para a navegação e a
determinação da distância pelo som.
• O RADAR (Radio Detection and Ranging) ou detecção de distâncias por meio de ondas de rádio
utilizava-se do eco de ondas de rádio para a determinação de distâncias e localização de objetos no
ar nesse período, inicia-se o desenvolvimento dos ultrassons para fins não-militares, principal-
mente na metalurgica que foram considerados precursores dos aparelhos de ultrassonografia utili-
zados em medicina.
• Nas décadas de 1920 e de 1930, o ultrassom foi utilizado para a terapia física, principalmente para
membros de equipes de futebol da Europa.
• Em 1957 um dos pioneiros foram os médicos americanos Douglas Howry e a sua esposa Dorothy
Howry nesta época, o paciente tinha que ficar submerso e imóvel dentro de uma banheira com
água para a realização do exame.
• No início as imagens eram em preto e branco sem gradações a escala de cinza na imagem surgiu
em 1971, por Kossof, na Austrália, onde diversos níveis de intensidade e ecos são representados
por diferentes tons de cinza na tela.
• Nos anos de 1980-1990 a US foi impulsionada pelo desenvolvimento tecnológico que transformou
este método num importante instrumento de investigação diagnóstica.
2. CONSIDERAÇÕES GERAIS
• O US é um método de baixo custo e de fácil acesso, não utiliza radiação ionizante, podendo ser
usada como técnica inicial de investigação diagnóstica e durante o seguimento do paciente.
• Uma das grandes vantagens do método é a realização do exame de forma comparativa e dinâmica,
permitindo o diagnóstico de lesões sutis no lado contralateral.
• O método é dinâmico e permite o estudo de diversas estruturas em tempo real, inclusive com a
movimentação dos membros, manobra de estresse, entre outras.
3. VANTAGENS E DESVANTAGENS DA US
4. CONCEITOS DE US:
• Ultrassom é definido como onda mecânica com vibração de frequência superior a 20000 Hz (acima
do limite audível para o ser humano) contudo, no exame ultrassonográfico as frequências variam
entre 2 e 18 MHz.
• Basicamente, o aparelho emite ondas de ultrassom que interagem com corpos/estruturas, gerando
ecos, que são captados de volta e convertidos em imagem
• A US baseia-se no fenômeno de interação do som com os tecidos, ou seja, a partir da transmissão
da onda sonora pelo meio, observamos as propriedades mecânicas dos tecidos.
5. ONDAS SONORAS
• São ondas mecânicas, longitudinais que podem se propagar em meios sólido, líquido e gasoso.
• As ondas sonoras ao se propagarem através de um meio, pode atingir o ouvido e produzir uma
sensação sonora.
• O aparelho possui um transdutor especial, que contém um cristal com propriedades piezoelétrica
que, quando submetidas a corrente elétrica alternada, vibram, produzindo o ultrassom.
• Quando a onda é refletida, ocorre o inverso o cristal sofre deformação e gera energia elétrica, que
será processada em imagem na tela.
6. IMPEDÂNCIA ACÚSTICA
• É a resistência do tecido ao movimento das partículas causado pelo US, sendo igual ao produto da
densidade pela velocidade de propagação do US no meio sendo assim, cada meio possuirá sua
própria impedância (água, gases, partes moles, etc...).
Quando a onda sonora atravessa
uma interface entre dois meios
com a mesma impedância acús-
tica, não há reflexão e a onda é
toda transmitida ao segundo meio.
• À medida que percorrem o corpo do paciente, as ondas sonoras produzidas pelo aparelho de ultras-
som interagem com os tecidos de diversas maneiras.
a) Atenuação:
• É a diminuição da intensidade do feixe sonoro ao atravessar o tecido, como resultado da absorção,
reflexão, dispersão e divergência do feixe.
b) Absorção:
• Trata-se da transferência de energia do ultrassom para o tecido (resultando na produção de calor),
porém com as intensidades utilizadas para diagnóstico, o aumento de temperatura é imperceptível.
• O osso possui uma absorção 10 vezes maior do que a dos tecidos moles, que por sua vez possui
em absorção 10 vezes maior do que a do líquido.
c) Refração:
• É o fenômeno que ocorre quando o feixe sonoro passa de um meio para outro de características
distintas, tendo sua direção desviada.
• Ela ocorre quando a incidência sonora sobre uma interface grande e lisa não é perpendicular.
d) Reflexão:
• Ocorre quando há diferença de impedância acústica entre dois meios.
• Quanto maior a reflexão do feixe sonoro, maior a intensidade do eco recebido e, portanto, menor a
transmissão do som de um meio para o outro por exemplo, o osso, reflete muito o eco e não
permite o estudo das estruturas situadas atrás dele; outro exemplo é a diferença de impedância entre
o ar e os tecidos moles, que justifica a necessidade do gel de acoplamento acústico utilizado para
aumentar o contato entre a pele e o transdutor, caso contrário o feixe seria refletido por causa da
interface transdutor + ar.
e) Difração:
• É o efeito que pode ocorrer em decorrência da interação do feixe sonoro com pequenas estruturas
interpostas no seu trajeto o feixe sonoro consegue contornar essas pequenas estruturas quando
são parcialmente interrompidos por elas, espalhando o seu feixe.
8. TRANSDUTORES
• Transdutor é um dispositivo que emite o som pelos diversos compartimentos do corpo e recebe os
ecos refletidos das diferentes matérias, que, por meio de um sistema computadorizado, são digitali-
zados e transformados em imagens.
Tipos de transdutores:
Transdutor convexo:
• É utilizado em exames abdominais e obs-
tétricos por alcançar regiões mais profun-
das e ter mais campo de visão.
Transdutor linear:
• É utilizado em exames de estruturas su-
perficiais como mamas, tireoide, exa-
mes vasculares periféricos e exames
ortopédicos e tecidos moles.
9. TERMINOLOGIA DA ULTRASSONOGRAFIA
• Exemplos líquido sinovial, cistos, vasos sanguíneos, bexiga repleta de urina e bile.
10. APLICAÇÕES DA US NO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO
a) Músculos:
• Os músculos apresentam configurações variadas em arranjo, podendo ser unipenado, bipenado
ou multipenado esses arranjos são facilmente detectados no exame de US.
• O músculo tem uma aparência mesclada com grande parte hipoecoica (cinza) intervalado por sep-
tos do perimísio que são vistos como estruturas tracejadas hiperecoicas (brilhantes em cor
branca), separando as bandas musculares.
• Epimísio, tendões, nervos, fáscias musculares e o tecido adiposo também aparecem hiperecoicas
(brancas brilhantes) no exame de US.
b) Tendão:
• Os tendões são estruturas organizadas de modo estriado, em geral, hiperecoico (branco brilhante)
e quase sempre revestidos por uma bainha sinovial.
c) Ligamentos:
• Os ligamentos são estruturas hiperecoicas (brancas brilhantes), similar a aparência cortical óssea
em vizinhança.
d) Bursas:
• As bursas são estruturas hipoecoicas ou anecoicas circundadas por uma linha hiperecoica, que
representa a interface da bursa com líquido esta linha mede cerca de 1,0 mm em geral o líquido
da bursa não excede 2,0 mm (em quantidades normais).
e) Nervos periféricos:
• A US e a RM são bons métodos para análise dos nervos periféricos, principalmente nos diagnósticos
das compressões em arcadas naturais (túnel do carpo, túnel do tarso).
f) Cortical óssea e cartilagem:
11. EFEITO DOPPLER
• O efeito Doppler é uma característica observada nas ondas quando emitidas ou refletidas por um
objeto que está em movimento com relação ao observador desta maneira é possível estudar a
presença de fluxo sanguíneo em determinado vaso, ou se este vaso está preenchido por trombo,
mensurar a velocidade do fluxo sanguíneo dentro do vaso, quantificar o grau de estenose que um
determinado vaso pode apresentar.
Tipos de Doppler:
a) Doppler contínuo:
• Trata-se do sistema mais simples e barato para medir a velocidade do sangue.
• O Doppler contínuo analisa o somatório das velocidades de todos os fluxos em uma determinada
faixa do coração onde é posicionado o cursor, e permite registrar o fluxo em altas velocidades.
b) Doppler pulsado:
• O Doppler pulsado analisa a velocidade do fluxo sanguíneo em um determinado ponto específico do
coração, com um espectro de velocidade limitado.
c) Doppler duplex:
• É o método que reproduz a figura dos vasos ao redor dos órgãos e o computador converte a onda
sonora para gráficos que providência a informação sobre a velocidade e direção do fluxo sanguíneo
através da avaliação dos vasos.
• Com este tipo de exame é possível ver as estruturas em 2D e avaliar o fluxo sanguíneo dentro das
estruturas ao mesmo tempo.
d) Color Doppler:
• É o método usado para produzir figura do vaso em 2D o computador converte a onda sonora em
cores para ver a imagem do vaso e representar a velocidade e direção do fluxo sanguíneo através
do vaso.
e) Power Doppler:
• É uma nova técnica de US cinco vezes mais sensível do que o color Doppler ele pode obter
imagens que são difíceis ou até mesmo impossíveis para o color Doppler.
12. INDICAÇÕES DA US
• WOO, Joseph. History of Ultrasound in Obstetrics and Gynecology, Part 1. Last revised March, 2006.
Capturado na Internet em http://www.ob-ultrasound.net/ history1.html. em 17/12/2011.
• WOOD A. B., From the Board of Invention and Research to the Royal Naval Scientific Service, Journal
of the Royal Naval Scientific Service Vol 20, No 4, pp 1-100 (185-284).
• WOOD A. B., From the Board of Invention and Research to the Royal Naval Scientific Service, Journal
of the Royal Naval Scientific Service Vol 20, No 4, pp 1-100 (185-284).
• CHILOWSKY C.M. LANGÉVIN. M.P. (1916) Procídés et appareil pour production de signaux sous-
marins dirigés et pour la localsation à distances d'obstacles sonsmarins. French patent no. 502913.
• DESCH, C.H., SPROULE, D.O. AND DAWSON, W.J. (1946) The detection of cracks in steel by me-
ans of supersonic waves. J. Iron and Steel Inst. (1964):319.
• Carvalho CF. Ultrassonografia em pequenos animais. 1ª ed. São Paulo: Roca, 2004.
• Okuno E et al. Física para Ciências Biológicas e Biomédicas. 1ª ed. São Paulo: Roca, 1982.
• Cohen M, Abdalla RJ. Lesões no esporte, diagnóstico e tratamento, 2 ed; Revinter; 2015.