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Laserterapia

Pedro H. Donini
Definição
Light Amplification of Stimulated Emissions of
Radiation

Amplificação da luz por estimulação da emissão


de radiação
Histórico
• 1916  Albert Einstein descobriu a luz do laser, no
qual relatou o fenômeno físico da emissão estimulada
• 1953  CH Townes, JP Gordon e HJ Zeiger
produziram o primeiro maser (amplificação de
microondas por estimulação da emissão de radiação),
um dispositivo similar ao laser, que produz
microondas, em vez de luz visível
• 1959  Gordon Gould usou pela primeira vez o
acrônimo LASER
• 1960/70  os primeiros lasers médicos eram usados
na destruição tecidual e coagulação
Características Especiais
1. Monocromaticidade:
• Os raios lasers são de um comprimento específico
único e portanto têm uma frequência definida
• Existe um comprimento de onda específico ou cor
para cada tipo de laser, gerado em uma única
frequência
• É a especificidade da luz de um único
comprimento de onda definido  se a
especificidade está no espectro da luz visível, ela
tem apenas uma cor
Características Especiais
2. Coerência:
• Todos os fótons de luz emitidos têm o mesmo
comprimento de onda e estão em fase uma com
a outra
• Coerência temporal  os picos e as depressões
dos campos eletromagnéticos ocorrem ao mesmo
tempo
• Coerência espacial  os campos
eletromagnéticos correm na mesma direção
Características Especiais
3. Colimação:
• Os fótons se movem de forma paralela,
concentrando o feixe de luz, não se
dispersando
Tipos de LASERS
1. Laser de rubi:
• O laser de rubi é um laser
de estado sólido que usa
um cristal de rubi
sintético como seu meio
de ganho (694,3 nm)
Tipos de LASERS
2. Laser de Hélio-neônio (HeNe):
• O laser HeNe é obtido pela mescla dos gases
hélio e neônio (632,8 nm)
Tipos de LASERS
3. Laser de diodo:
• São diodos emissores de
luz especializados,
baseados em junções
positivo-negativo
– Arsenieto de gálio e
alumínio (GaAlAs) = 830 nm
– Arsenieto de gálio (GaAs) =
904/905 nm
– Alumínio, gálio, índio e
fósforo (AlGaInP) = 660 nm
Laser Alta Potência x Laser Baixa
Potência
1. Laser de alta potência:
• O laser de alta potência tem efeito fototérmico
• Os fótons de luz são absorvidos pelo tecido e sua
alta intensidade em uma pequena área leva a uma
destruição deste tecido, gerando desde uma
coagulação até uma vaporização completa do tecido
• O laser é praticamente um “bisturi a luz”, sendo
utilizado em cirurgias bucais, oftamológicas,
remoção de pelos e tatuagens, peelings faciais e
outros tipos de cirurgias a laser
Laser Alta Potência x Laser Baixa
Potência
2. Laser de baixa potência (LBI ou LBP):
• O laser de baixa potência, conhecido por realizar a
laserterapia (utilizado na fisioterapia)
• São atérmicos, produzindo efeitos fotoquímicos (os
fótons são absorvidos pelas moléculas) e fotofísicos
(a luz promove rotação e vibração das moléculas)
• A intensidade de luz é baixa, não causando
destruição tecidual, mas promovendo a ativação
celular cujos macro efeitos são  aceleração da
cicatrização, modulação da inflamação e analgesia
Comprimento de Onda e Penetração
• Laser vermelho:
– 400 à 770 nm
– São utilizados em áreas superficiais (exp: feridas)

• Laser infravermelho:
– ↑ de 770 nm
– São utilizados em áreas mais profundas (exp:
estruturas musculoesqueléticas)
Comprimento de Onda e Penetração
Principais Lasers Utilizados na
Fisioterapia
Laser de baixa potência (≤ 500 mW)
• Hélio e neônio (HeNe):
– 632,8 nm (vermelho)
• Lasers de diodo:
– 658 nm (vermelho)
– 660/670 nm (vermelho)
– 685 nm (vermelho)
– 780 nm (infravermelho)
– 830 nm (infravermelho)
– 904 / 905 nm (infravermelho)
Efeitos do Laser
1. Efeitos diretos (primários):
• Efeito bioquímico:
• Liberação de autocóides (prostaglandina, bradicinina,
serotonina...)  estimulação dos macrófagos,
auxiliando no efeito da cicatrização  ocorre
alteração na síntese de ATP e prostaglandinas
• Efeito bioelétrico:
• Normalização do potencial da membrana 
potencializa a entrada de íons de cálcio e sódio na
célula
Efeitos do Laser
1. Efeitos diretos (primários):
• Efeito bioenergético:
• Ocorre absorção dos fótons na mitocôndria e
membrana celular pelos fotorreceptores (cromóforos
= hemoglobinas, flavinas, melanina, flavoproteínas e
porfirinas)  aumento da síntese de ATP em razão do
estímulo da entrada de cálcio intracelular  aumento
da síntese de DNA, RNA e proteínas  mitose e
proliferação celular  reparo tecidual e alívio da dor
Efeitos do Laser
2. Efeitos indiretos (secundários):
• Estímulos à microcirculação

• Melhora do trofismo muscular


Efeitos Terapêuticos
1. Efeito analgésico:
• Ativação dos receptores periféricos de opioides
e da L-arginina (aminoácido que sintetiza várias
moléculas, dentre elas o oxido nítrico) como via
do óxido nítrico (NO)

• Liberação de opioides endógenos como a beta-


endorfina

• Redução do nível de NO no tecido inflamado


Efeitos Terapêuticos
2. Efeito anti-inflamatório:
• Redução da ciclo-oxigenase 2 (COX2),
interferindo na produção de prostaglandina E2
e proliferação celular

• Diminuição da atividade ou liberação dos


leucócitos e neutrófilos, interleucina 1 e 6 e
atividade mieloperoxidase
Efeitos Terapêuticos
3. Efeito cicatrizante:
• Promove o reparo tecidual pela proliferação
dos fibroblastos e síntese de colágeno

• Induz a revascularização, melhorando a


perfusão e oxigenação do local

• Libera fatores de crescimento, acelerando a


regeneração de células epiteliais
Efeitos Terapêuticos
4. Efeito antiedematoso:
• Aumenta a resposta dos linfócitos, melhorando
a resposta linfática, auxiliando na drenagem do
edema
Parâmetros Determinante para a
Dosimetria
1. Comprimento de onda:
• Unidade de medida 
nanômetro (nm)
• Definição:
– Determina o tipo de laser
– Pode ser visível (< de 770 nm) e
infravermelho (> de 770 nm)
• Laser vermelho visível = é
recomendado para condições
superficiais (feridas, úlceras...)
• Laser infravermelho =
estruturas musculoesqueléticas
mais profundas
Parâmetros Determinante para a
Dosimetria
2. Potência:
• Unidade de medida  watts (W) ou miliwatts
(mW)
• Definição:
– Descreve a potência do equipamento (está descrita
na caneta)
– Pode ser de  30 mW, 70 mW...
Parâmetros Determinante para a
Dosimetria
3. Irradiância ou densidade de potência (DP):
• Unidade de medida  watts por centímetro
quadrado (W/cm²)
• Fórmula:
– DP = potência (W) x área do feixe (cm²)
Parâmetros Determinante para a
Dosimetria
4. Modo de emissão:
• Unidade de medida  pulsado (Hz) ou
contínuo
• Definição
– Se for pulsada  a potência média (Pm) deverá ser
calculada  Pm = potência (W) x tempo do pulso
(Tp) x frequência do pulso (Hz)
– Se for contínuo  não existirá Pm
– Tp, W e Hz são fornecidos pelo fabricante
Parâmetros Determinante para a
Dosimetria
5. Energia (J):
• Unidade de medida  Joules (J)
• Definição:
• É a energia entregue ao tecido, levando em
consideração o tempo (s) e a potência (W)
• Fórmula
– Energia (J) = potência (W) x tempo (s)
Parâmetros Determinante para a
Dosimetria
6. Densidade de energia (DE):
• Unidade de medida  joules por centímetro
quadrado (J/cm²)
• Definição:
– Parâmetro mais conhecido como “dose” e expressa
o valor de energia por área do feixe do laser
• Fórmula:
– DE (J/cm2) = P(w) x t(s) / área do feixe(cm2)
Parâmetros Determinante para a
Dosimetria
7. Irradiação (tempo):
• Unidade de medida  segundos (s)
• Definição:
– Tempo determinado pela dose utilizada
– Atualmente, muito utilizada como a forma mais
segura de gravar a dose, já que leva em consideração
diversos parâmetros para selecionar a dose
• Fórmula:
– T(s) = DE(J/cm2) x área do feixe(cm2) / P(w)
Resumo dos Parâmetros
• Tempo  T(s) = DE(J/cm2) x área do feixe
(cm2) / P (w)

• Densidade de energia  DE (J/cm2) = P


(w) x t (s) / área do feixe (cm2)

• Energia (J)  P (w) x tempo (s)


Dosimetria
1. Efeito circulatório:
• 1 a 3 J/cm²

2. Efeito cicatrizante:
• 3 a 6 J/cm²

3. Efeito analgésico:
• 2 a 4 J/cm²
Dosimetria
4. Efeito anti-inflamatório:
• Estágio agudo  1 a 3 J/cm²

• Estágio subagudo  3 a 4 J/cm²

• Estágio crônico  5 a 7 J/cm²

Obs: pode-se colocar 3 J/cm² para todos, exceto


estágio crônico
Técnicas de Aplicação
1. Pontual:
• Com contato:
– Pontos na área a ser tratada
– Distância aproximada de 1 cm de cada ponto
• Sem contato:
2. Varredura (sem contato):
• Estimulação em uma área
3. Zona (sem contato):
• Não mais utilizada
Aplicação Pontual com Contato
Aplicação em Feridas
Varredura
Pontual na Margem da Ferida
Pontual no Leito da Ferida
Indicações
• Osteoartrite • Úlceras

• Tendinopatias • Hematomas

• Lesões musculares • Queimaduras

• Cicatrizes • Neuralgias

• Ferimentos • Dor localizada


Contraindicações
• Olhos
• Útero gravídico
• Tumores
• Áreas hemorrágicas
• Aplicação sobre a tireóide
• Focos bacterianos agudos
• Arritmias cardíacas

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