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OS SERES VIVOS E SUAS INTERAÇÕES

1. ECOLOGIA em condições ideais, isto é, sem que nada haja para


im pedir esse aumento.
 É o ramo da biologia que estuda as interações entre os
seres vivos e o meio onde vivem, envolvendo a depen-  Na natureza verifica-se que o tamanho das popu-
dência da água, do solo e do ar. lações em comunidades estáveis não aumenta
indefinidamente, mas permanece constante. Isto se
 As interações vão além do comportamento individual e
deve a um conjunto de fatores que se opõem ao
a influência causada pelos fatores ambientais (tempe-
potencial biótico (resistência ambiental)
ratura, umidade, pressão). Mas se estendem à organi-
zação das espécies em populações, comunidades, for-
 Os principais fatores de resistência ambiental re-
mando um ecossistema e toda a biosfera.
gulam o tamanho das populações.

Níveis de Organização  Densidade:

I. Populações:  corresponde ao número de indivíduos de uma popu-

 Representa um Conjunto de seres da mesma espécie que lação em uma determinada área ou volume.

habitam determinada região em um determinado período.


 O crescimento de uma população depende de dois

 As espécies são os organismos com características ge- conjuntos de fatores:

néticas semelhantes. Com isso, o cruzamento de indiví-


 Um que contribui para o aumento da den-
duos da mesma espécie gera descendentes férteis.
sidade → taxa de natalidade e taxa de imi-

 Os principais atributos que devem ser estudados em gração;

populações ecológicas são:


 outro que contribui para a diminuição da

 Tamanho da População: densidade → taxa de mortalidade e taxa de

 Normalmente o tamanho de uma população deve emigração.

manter-se mais ou menos constante ao longo do


 Natalidade e mortalidade:
tempo nos ecossistemas em equilíbrio.
 A taxa de natalidade corresponde à velocidade

 Alterações no tamanho de uma população podem com que novos indivíduos são adicionados à popu-

determinar alterações em outras populações que lação, por meio da reprodução.

com ela coexistem, provocando desequilíbrios


 A taxa de mortalidade corresponde à velocidade
ecológicos.
com que indivíduos são eliminados da população,

 potencial biótico: por morte.

 Corresponde a capacidade potencial de uma


 Em ambas as taxas o fator tempo é importante.
população para aumentar seu número de indivíduos
 Em populações naturais, a taxa de mortalidade é  composição específica:
mais alta em populações com alta taxa de  Trata-se do catálogo de espécies que compõem a
natalidade. Uma população de ostras, por exemplo, comunidade.
produz milhares de ovos em cada estação repro-
 Diversidade (riqueza e equitabilidade):
dutiva, mas, dentre estes, apenas alguns formam
 As comunidades diferem muito entre si em relação
Indivíduos que atingem a idade adulta ou repro-
ao número total de espécies que possuem bem como
dutiva. Nos grandes mamíferos, entretanto, a taxa
em suas proporções.
de natalidade é menor do que as obtidas em popu-
lações de ostras, mas a taxa de mortalidade tam-
 Nem todas as espécies são igualmente importantes
bém é menor.
na determinação da estrutura da comunidade.
Algumas espécies podem ter suas abundâncias muito
 Quando a taxa de natalidade é alta e a de morta-
mais elevadas que outras espécies dentro da
lidade é baixa, a população está crescendo e o
comunidade. Esta característica é muito comum
índice de crescimento é maior que 1 (um). Já quando
devido às diferenças ecofisiológicas ligadas ao
a taxa de mortalidade é mais alta do que a de
tamanho, posição trófica ou atividade metabólica
natalidade, a população está diminuindo e o índice
dos organismos.
é menor que 1 (um). Em países desenvolvidos, a taxa
de natalidade e a de mortalidade da espécie humana
 Muitos autores sustentam que espécies dominantes
se aproximam, tendo um índice de crescimento
são aquelas com maior sucesso ecológico. No
próximo de 1 (um).
entanto, as espécies não-dominantes podem, em
alguns casos, exercer um a força controladora
II. Comunidades:
dentro do ecossistema. (espécies chaves).
 Representa o conjunto de populações de diversas espé-
cies que habitam uma mesma região num determinado
 As espécies raras são muitas vezes desprezadas nas
período.
análises quantitativas.

 As comunidades biológicas exibem certas propriedades


 Abundância relativa:
estruturais e funcionais. As principais propriedades são:
 São as proporções relativas das diferentes espécies
dentro da comunidade.
 presença de muitas espécies numa de terminada
área;

 recorrência da "comunidade" no tempo e no espaço;

 presença de mecanismos homeostáticos: estabili-


dade dinâmica (superorganismo).

 Assim como a população, a comunidade pode ter vários


de seus atributos mensuráveis, sendo estes: Fig. 1: população x comunidade.
2. ECOssistema plantas, peixes e algas. Vale destacar ainda que uma
única planta de uma floresta pode ser considerada um
 Ecossistema é o nome dado a um conjunto de comuni-
ecossistema, pois engloba ali vários organismos que
dades que vivem em um determinado local e interagem
interagem com os fatores abióticos.
entre si e com o meio ambiente, constituindo um sistema
estável, equilibrado e autossuficiente.  todos os ecossistemas estão interligados e, portanto,
existe a troca de matéria e energia entre eles, indepen-
componentes dos ecossistemas
dentemente de seu tamanho. Assim sendo, cada ecos-
I. Fatores bióticos: sistema, mesmo que pequeno, é importante para garantir
 são Todos os organismos vivos. Produtores primários, o equilíbrio do planeta.
consumidores, decompositores e parasitas.

II. Fatores Abióticos:


 é o Ambiente físico e químico que fornece condições de
vida. Nutrientes, água, chuva, umidade, solo, sol, ar,
gases, temperatura, etc.

Fig. 3: exemplo de ecossistema.

3. Cadeias Alimentares

 A cadeia alimentar, também chamada de cadeia trófica,


pode ser definida como uma sequência linear da
transferência de matéria e energia em um ecossistema,
na qual é possível observar uma sequência de organis-
mos servindo de alimento para outros.

Fig. 2: fatores biótico e abióticos.  Essa tranferência sempre se inicia por um produtor e
finaliza-se em um decompositor, sendo essa transfe-
Exemlpos de ecossistemas
rência unidirecional.
 Os ecossistemas podem ser observados em diferentes
escalas. O maior ecossistema existente é a biosfera, que Componentes da cadeia alimentar

corresponde a todos os locais do globo onde existe  As cadeias alimentares são compostas por organismos
vida. que podem ser enquadrados dentro de três categorias:

 Outro exemplo são as florestas tropicais, que se I. Produtores:


destacam por sua grande biodiversidade. Entretanto,  São os Organismos capazes de produzir seu próprio
ecossistemas podem ocorrer em pequena escala, como em alimento, ou seja, seres autotróficos.
um pequeno aquário autossuficiente que contenha
 Eles são sempre encontrados no início da cadeia trófica  No exemplo abaixo é possível observar uma planta, um
E, normalmente, são representados por organismos rato, uma cobra e um gavião.
fotossintetizantes, como as plantas e as algas.
 A planta é o produtor dessa cadeia alimentar, pois é
II. Consumidores: capaz de produzir seu próprio alimento por meio
 São Organismos que necessitam alimentar-se de outros da fotossíntese. Ela serve de alimento para o rato, o
organismos, ou seja, seres heterotróficos. qual se comporta, portanto, como um consumidor
primário. A cobra, que se alimenta do consumidor
 Os consumidores podem ser classificados em consumi-
primário, é um consumidor secundário. O gavião
dores primários, secundários, terciários, etc.
comporta-se como consumidor terciário. Nessa cadeia
alimentar, os decompositores não foram representados.
 Os consumidores primários são aqueles que se alimen-
tam de produtores, enquanto os secundários alimen-
tam-se dos primários, os terciários alimentam-se dos
secundários e assim por diante.

III. Decompositores: Fig. 5: exemplo de cadeia alimentar terrestre.


 Os seres decompositores são importantes para o ciclo
da cadeia alimentar, eles alimentam-se da matéria II. Cadeia alimentar aquática:

orgânica em decomposição, a fim de obter nutrientes e  Nesse exemplo abaixo, O fitoplâncton, que é formado

energia. Nesse processo, transformam a matéria orgâ- por organismos fotossintetizantes, é o produtor. O

nica em inorgânica, que será utilizada pelos produtores, fitoplâncton serve de alimento para o krill, que se

recomeçando o ciclo. comporta, portanto, como consumidor primário. O krill


serve de alimento para o pinguim, que pode ser
 São exemplos de decompositores os fungos, bactérias e classificado como consumidor secundário. Por fim, a
alguns protozoários. foca alimenta-se do pinguim, se comportando como um
consumidor terciário.

Fig. 4: a cadeia alimentar inicia-se com um produtor e


Fig. 6: exemplo de cadeia alimentar aquática.
finaliza-se com o decompositor, que nem sempre é
representado.
Níveis Tróficos

Exemplos de cadeias alimentares  A principal característica dos níveis tróficos é sua

I. Cadeia alimentar terrestre: capacidade de transferência de energia e de matéria


orgânica numa determinada cadeia alimentar. Este
processo sempre tem início nos seres autotróficos primários), 10.000 serpentes (consumidor secundário) e
(fonte primária e exclusiva de energia num ecossistema) 10 águias (consumidor terciário), a pirâmide de número é
e segue para os níveis tróficos superiores. a seguinte:

 O conjunto de indivíduos que se alimentam do mesmo


nutriente estão colocados no mesmo nível trófico.

 Os produtores estão colocados no primeiro nível


trófico. Os consumidores primários, aqueles que se Fig. 7: pirâmide de número direta.
alimentam dos produtores, são herbívoros e constituem
 Em algumas situações, a pirâmide de número pode ser
o segundo nível trófico. Os consumidores secundários
invertida.
compoem o terceiro nível trófico, sendo os carnívoros.
Após esses, existe o quarto nível trófico, e assim por
 Exemplo: considere uma comunidade onde o número de
diante.
produtores é baixo. Nesse caso, uma única árvore de
grande porte serve de alimento para um grande número
 Os decompositores ocupam sempre o último nível da
de herbívoros. Assim, temos a pirâmide de número
transferência de energia, formando um grupo especial
invertida.
que degrada tanto produtores quanto consumidores.

Pirâmides Ecológicas

 As Pirâmides ecológicas representam, graficamente, o


fluxo de energia e matéria entre os níveis tróficos no
decorrer da cadeia alimentar
Fig. 8: pirâmide de número invertida.

 Na base da pirâmide estão os produtores, seguidos dos


II. Pirâmides de biomassa:
Consumidores primários (herbívoros) e consumidores se-
 A pirâmide de biomassa representa a quantidade de
cundários, tercíarios e assim por diante (carnívoros).
matéria orgânica presente no corpo dos organismos em
No nível mais alto da pirâmide estão os seres que ocu-
cada nível trófico.
pam o topo da cadeia alimentar.
 Exemplo: se em uma comunidade temos as seguintes
 As pirâmides ecológicas podem ser de três tipos: número,
quantidades de biomassa em cada nível trófico, a
biomassa e energia.
pirâmide de biomassa será representada como na figura
abaixo:
I. Pirâmides de número:
 A pirâmide de número representa a quantidade de
indivíduos em cada nível trófico.

 Exemplo: se em uma comunidade temos 500.000 ervas


(produtores), 50.000 roedores herbívoros (consumidores
Fig. 9: pirâmide de biomassa direta.
 A pirâmide de biomassa também pode ser invertida.
4. Interações entre os seres vivos
 Exemplo: Em um ecossistema aquático, o fitoplâncton é
 Nos ecossistemas, os fatores bióticos são constituídos
o principal produtor, ele se reproduz rapidamente e
pelas interações que se manifestam entre os seres vivos
possui ciclo de vida curto. Em alguns momentos, a
que habitam um determinado meio.
biomassa do fitoplâncton pode ser menor do que a
biomassa dos seres de outros níveis tróficos, como os  As relações ecológicas podem ser classificadas da
zooplânctons e peixes. Essa situação, faz com que a seguinte forma:
pirâmide de biomassa seja invertida.
 Segundo o nível de interdependência:

 Intraespecíficas: para seres da mesma espécie;

 Interespecíficas: para seres de espécies diferentes.

Fig. 10: pirâmide de biomassa invertida.


 Segundo os benefícios ou prejuízos que apresentam:

III. Pirâmides de energia:  Relações Harmônicas: É quando o resultado da as-


 representa a quantidade de energia distribuída em cada sociação entre as espécies é positiva, na qual um
nível trófico. ou os dois são beneficiados sem o prejuízo de
nenhum deles.
 Esse tipo não pode ser representado de forma invertida.
Ele é sempre direto, pois representa a produtividade  Relações Desarmônicas: É quando o resultado des-
energética em cada ecossistema. ta relação for negativa, ou seja, se houver pre-
juízos para uma ou ambas as espécies envolvidas.
 O fluxo de energia, através da cadeia alimentar, diminui
em direção aos níveis tróficos mais altos. Assim, a Relações intraespecíficas harmônicas
energia diminui da base para o topo, porque parte da
I. Sociedade:
energia é incorporada por cada nível trófico e outra
 é um tipo de relação ecológica harmônica entre animais,
parte dissipada em forma de calor. Por isso, quanto mais
que envolve a organização de indivíduos da mesma
curta for a cadeia alimentar, mais energia será
espécie, divisão de trabalho e cooperação entre eles.
aproveitada.

 se organizam de modo que todos trabalhem em prol do


sucesso do grupo, ou seja, vivem de modo cooperativo.

 Diferentemente do que ocorre em uma colônia, na


sociedade, os organismos não estão associados anato-
micamente, ou seja, cada indivíduo é independente.
Fig. 11: pirâmide de energia (sempre direta).

 todos os indivíduos mantêm-se juntos e trabalham pe-


lo sucesso da associação, sendo assim, todos os en-
volvidos são beneficiados. Como a relação é benéfica
 As colônias podem ser isomorfas ou heteromorfas. As
para os organismos, diz-se que a sociedade é uma rela-
isomorfas são constituídas por indivíduos semelhantes
ção ecológica harmônica,
que vivem unidos. Já as heteromorfas são compostas por
Exemplos de sociedades: indivíduos diferentes que possuem funções específicas e
se unem de tal maneira que parecem um único ser

Exemplos de colônias:

Fig. 12: as abelhas são o exemplo mais clássico de vida em


sociedade. A colmeia divide-se em três castas diferentes: as
operárias, a rainha e os zangões.
Fig. 15: os corais são um bom exemplo de colônia.

Fig. 13: os cupins se organizam em castas formadas pela Fig. 16: a caravela-portuguesa é um exemplo de colônia
rainha e o rei, operários e soldados. heteromorfa.

Relações intraespecíficas desarmônicas

I. Canibalismo:
 Canibalismo é uma relação ecológica intraespecífica em
que um animal se alimenta de outro da mesma espécie.

 geralmente é um mecanismo de controle da população


Fig. 14: as castas das formigas são formadas por rainhas, reis
(quando o alimento é limitado) ou uma forma de
e operárias.
garantir o aporte genético (canibalismo sexual).

II. Colônia:
Exemplos de canibalismo:
 As colônias são um tipo de relação ecológica harmôni-
ca entre organismos da mesma espécie.

 Nas colônias os indivíduos não têm uma organização


tão complexa como nas sociedades e pode ou não haver
divisão do trabalho entre eles, mas eles estão anato-
Fig. 17: peixes guppies de aquário regulam o tamanho da
micamente ligados.
população devorando os filhotes.
 É comum cada espécie desempenhar uma função específica.

 O mutualismo é classificado como obrigatório ou fa-


cultativo.

 Mutualismo obrigatório ou simbiose: envolve uma


Fig. 18: aranha fêmea devorando o macho.
dependência obrigatória entre as espécies, de tal
modo que uma não viveria sem a outra.
II. Competição intraespecífica:
 Competição intraespecífica é uma relação ecológica
 Mutualismo facultativo ou protocooperação:
desarmônica, na qual a interação ocorre entre indi-
consiste em duas espécies que são beneficiadas pela
víduos que procuram pelo mesmo recurso, geralmente
interação harmônica. Entretanto, elas continuam
quando há uma escassez desse recurso.
a viver independentemente uma da outra, podendo
se separar a qualquer momento, pois não existe
 Na busca por alimento alguns indivíduos obtêm os
nenhum tipo de dependência.
recursos necessários, enquanto outros não conseguem
e acabam morrendo ou sendo expulsos do grupo.
Exemplo de mutualismo obrigatório (ou Simbiose):
Geralmente são os mais jovens que sofrem essa pressão,
ou ainda os mais doentes e debilitados.

Exemplo de competição intraespecífica:

Fig. 20: um exemplo de mutualismo obrigatório são os


liquens, uma associação entre algas e fungos. Enquanto as
algas realizam a fotossíntese, os fungos garantem a umidade
e a proteção necessária.

Fig. 19: superpopulação de jacarés intensifica o mecanismo


de competição intraespecífica.
Exemplo de mutualismo Facultativo (ou protocooperação):

Relações interespecíficas harmônicas

I. Mutualismo:
 O mutualismo é uma relação ecológica harmônica e
interespecífica que pode ocorrer de forma obrigatória
ou facultativa. Fig. 21: as anêmonas oferecem proteção ao corpo mole do
caranguejo-ermitão. Em troca, ele transporta a anêmona sob
 Ele possui o caráter alimentar, de proteção ou trans- a sua concha para outros locais.
porte, na qual ambas as espécies envolvidas se favore-
cem.
II. Comensalismo:  Geralmente essa associação ocorre como mecanismo de
 é o termo utilizado para designar um tipo de relação proteção, vivendo uma espécie (inquilina) sobre a
ecológica harmônica e interespecífica, na qual uma superfície ou no interior da outra (hospedeira).
espécie aproveita-se dos restos alimentares de outra.
 Esse termo é normalmente empregado para associações
 O comensalismo é caracterizado por interações entre de espécies vegetais, contudo também aplicável a orga-
organismos de espécies distintas, sem que a espécie que nismos animais.
se beneficia, prejudique aquela que a auxilia. Portanto,
Exemplo de inquilinismo:
é benéfica para uma espécie e absolutamente neutra
para outra.

 Chamamos de espécie comensal a que é beneficiada na


relação, ou seja, que alimenta-se. Enquanto aquele
que provê o alimento é chamado "anfitrião" ou
"hospedeiro".
Fig. 24: planta epífita. O epifitismo representa a relação entre
Exemplos de comensalismos: plantas de portes distintos para obtenção de luz e nutrientes.

Relações interespecíficas desarmônicas

I. Amensalismo:
 Amensalismo é a relação ecológica que ocorre quando
um organismo libera substâncias tóxicas que inibem o
crescimento ou a reprodução de outros organismos.
Fig. 22: a rêmora e o tubaração. A rêmora é um pequeno
peixe com ventosas em sua região dorsal usadas para se fixar  No amensalismo, existem duas espécies envolvidas: a es-
em tubarões. Assim, a rêmora é transportada e alimenta-se
pécie que libera a substância tóxica, chamada de inibi-
dos restos alimentares deixados pelo tubarão.
idora e a espécie prejudicada, chamada de amensal.

 a espécie inibidora, não obtém nenhuma vantagem ou


prejuízo. Enquanto, a espécie amensal tem seu desen-
volvimento ou reprodução prejudicados por conta das
substâncias liberadas pela espécie inibidora.
Fig. 23: o abutre e os animais carnívoros. Essas aves esperam
o momento certo para se alimentar das carcaças deixadas
Exemplos de amensalismos:
pelos carnívoros após a refeição.

 Maré vermelha: É um fenômeno que ocorre quando há


III. Inquilinismo:
grande concentração de algas marinhas do grupo
 O inquilinismo é uma relação ecológica interespecífica
dinoflagelados. Essas algas liberam uma substância
harmônica em que apenas uma das partes obtém bene-
fício, sem prejuízo da outra.
tóxica, que se concentra em manchas vermelhas nos muitos casos, os prejuízos causados não costumam ser
mares e provoca a morte de diversos animais marinhos. muito graves, uma vez que se o hospedeiro morrer o
parasita também morrerá.
 Animais de grande porte: elefante pode, por exemplo,
amassar um gafanhoto sob os seus pés. A população de  Ectoparasitas: são os parasitas que se fixam à
gafanhotos é afetada, mas o elefante não. superfície externa do corpo do hospedeiro,
sugando-lhe nutrientes (carrapatos, pulgas e
II. Predatismo:
piolhos que parasitam animais e seres humanos).
 é uma relação ecológica interespecífica desarmônica em
que os animais de uma espécie, alocados em um nível  Endoparasitas: são os parasitas que se localizam
trófico superior (predadores), capturam e matam animais dentro do corpo do hospedeiro, sugando-lhe
de um nível trófico inferior (presa), para deles se ali- nutrientes e causando-lhe doenças. São os mais
mentarem. perigosos e podem levar à morte (vermes nemató-
deos ou platelmintos, como as tênias e lombrigas
 Esse tipo de relação ocorre principalmente em seres
que parasitam humanos).
carnívoros (leão, lobo, tigre, homem), contudo também
entre os herbívoros (herbivorismo), sendo os vegetais o Exemplo de ectoparasita:
alimento, bem representado pelo ataque de formigas,
gafanhotos ou lagartas destruindo velozmente uma
cultura.

Exemplo de predatismo:
Fig. 26: carrapato, parasita de seres humanos.

Exemplo de endoparasita:

Fig. 25: consumidor primário sendo predado por um


consumidor carnívoro.

III. Parasitismo:
Fig. 27: tênia parasitando intestino humano.
 Parasitismo é uma relação ecológica desarmônica, ou
seja, uma interação entre seres vivos na qual uma das IV. Competição interespecífica:
partes se beneficia ao conseguir alimento enquanto a  A competição interespecífica é uma interação entre duas
outra é prejudicada. espécies que gera prejuízos a uma delas ou ambas. De
modo geral, a competição pode ser por recursos como:
 O parasita é um ser vivo que se associa a outro, que é
espaço, alimento ou nutrientes, luz, restos orgânicos,
chamado de hospedeiro. O parasita se utiliza do hospe-
entre outros.
deiro para se alimentar, causando-lhe doenças. Em
 Os principais ciclos biogeoquímicos encontrados na
natureza são o ciclo da água, do carbono, do oxigÊNIO
(O2) E DO nitrogênio.

Classificação dos ciclos biogeoquímicos


Fig. 28: hiena compete com urubus e um chacal pelo
alimento.  Os ciclos biogeoquímicos podem ser classificados em
dois grupos principais: gasosos e sedimentares.
5. CICLOS BIOGEOQUÌMICOS
I. Ciclo Gasoso:
 A Biogeoquímica é a ciência que estuda os processos
 Possuem como reservatório a atmosfera.
químicos que ocorrem na atmosfera e hidrosfera, e mais
especificamente, dos fluxos de elementos entre eles.  Exemplo → Ciclo do Nitrogênio e Ciclo do O2.

 Os ciclos biogeoquímicos representam o movimento dos


II. Ciclo sedimentar:
elementos químicos entre os seres vivos e a atmosfera,
 Possuem como reservatório a crosta terrestre.
litosfera e hidrosfera do planeta.
 Exemplo → Ciclo do fósforo e Ciclo da Água.
 Uma característica fundamental dos ciclos biogeoquí-
micos é o fato dos componentes bióticos e abióticos Ciclo da água
estarem intimamente relacionados.
 O ciclo da água é o permanente processo de
transformação da água na natureza, passando de um
 Os ciclos biogeoquímicos compreendem os processos
estado para outro (líquido, sólido ou gasoso).
pelos quais os organismos retiram os elementos quími-
cos ou compostos da natureza para serem utilizados por
 A essa transformação se desenvolve através dos pro-
eles, devolvendo-os em seguida ao ambiente. Assim, a
cessos de evaporação, condensação, precipitação, infil-
matéria no ambiente, embora sofra rearranjos,
tração e transpiração.
mantém-se, de certa forma, constante, pois está sendo
constantemente reciclada.  A água é encontrada na natureza e está distribuída nos
rios, lagos, mares, oceanos e em camadas subterrâneas
 Fatores necessários para que ocorra um ciclo
do solo ou em geleiras.
biogeoquiímico:
 O ciclo da água é composto por cinco etapas:
 Reservatório do elemento químico (atmosfera, hi-
drosfera ou crosta terrestre); I. Evaporação:
 O calor irradiado pelo sol aquece a água dos rios,
 Existência de seres vivos;
lagos, mares e oceanos ocorrendo o fenômeno da eva-

 Movimentação do elemento químico pelo meio poração (transformação do estado líquido da água para

ambiente e pelos seres vivos de um ecossistema. o seu estado gasoso), à medida que se desloca da
superfície da Terra para a atmosfera.
II. Condensação: Ciclo do carbono
 O vapor da água esfria, se acumula na atmosfera e se
 O ciclo do carbono é um ciclo biogeoquímico no qual o
condensa na forma de gotículas, que formarão as
elemento carbono sai do meio ambiente para os orga-
nuvens ou nevoeiros. Neste momento, ocorre o processo
nismos vivos, retornando, em seguida, ao meio ambiente.
de Condensação (transformação do estado gasoso da
água para seu estado líquido), sendo as nuvens, as  Podemos dividir o ciclo do carbono de duas formas,
gotículas de água líquida suspensas no ar. ciclo biológico e o ciclo geológico.

III. Precipitação: i. Ciclo biológico do carbono:


 Com muita água condensada na atmosfera, se inicia o  Os organismos autótrofos fotossintetizantes, por meio
processo de Precipitação, onde as gotículas suspensas do processo de fotossíntese, assimilam o carbono
no ar se tornam pesadas e caem no solo na forma de presente na atmosfera, bem como os compostos,
chuva. Em regiões muito frias a água condensada passa principalmente carbonatos, dissolvidos na água,
do estado gasoso para o líquido e rapidamente para o transformando-o em matéria orgânica, que é adquirida
estado sólido, formando a neve ou o granizo. pelos demais organismos pela cadeia alimentar.

IV. infiltração:  Os organismos herbívoros assimilam essa matéria orgâ-


 Quando o vapor de água condensado cai sobre a nica ingerindo os vegetais. Já os animais carnívoros
superfície terrestre, ocorre a Infiltração de uma parte obtêm-na por meio da digestão dos animais herbívoros.
dessa água que vai alimentar os lençóis subterrâneos.
 Além dos organismos fotossintetizantes, os organismos
V. transpiração: quimiossintetizantes (que realizam a quimiossíntese)
 Parte da água que se infiltrou no solo pode ser também utilizam o carbono para a produção de com-
absorvida pelas plantas que, depois de utilizá-la a postos orgânicos. Os principais compostos orgânicos
devolvem à atmosfera por meio do processo de transpi- produzidos são os carboidratos.
ração.
 Após ser assimilado pelos seres vivos, o carbono
retorna ao ambiente de diversas formas. Ele é liberado
para a atmosfera por meio da respiração, na forma de
Dióxdo de carbono (CO2) ,um dos produtos finais desse
processo. O processo de decomposição também tem como
um de seus produtos o CO2.

 Além desses processos biológicos, a ação do homem

Fig. 29: ciclo da água. também é responsável por liberar carbono no ambiente.

 A água também pode evaporar ou escoar sobre o solo e


abastecer os rios, que deságuam em mares e oceanos,
reiniciando todo o processo do ciclo da água.
Ciclo do oxigênio

 O O2 é o elemento mais abundante no planeta, estando


disponível na atmosfera, na água e na crosta terrestre.

 O O2 É indispensável à vida pois praticamente todos os


seres vivos o utilizam na respiração, exceto os seres
anaeróbios, como algumas bactérias. Participa também
da fotossíntese (processo em que as plantas produzem
Fig. 30: ciclo biológico do carbono. seu alimento) atuando juntamente com o carbono. O o2
também compõe a camada de ozônio, defendendo a
ii. Ciclo geológico do carbono: superfície terrestre dos raios ultravioletas (UVA e UVB).
 No ciclo geológico do carbono, o CO2 é trocado entre
a atmosfera e a hidrosfera pelo processo de difusão até  o o2 é o elemento mais abundante na crosta terrestre e

que se estabeleça o equilíbrio entre a quantidade de nos oceanos (99,5% está contida alí) e o segundo mais

CO2 que se encontra na atmosfera acima da água e na abundante na atmosfera (0,49% do o2 existente está na

água. Além disso, o CO2 pode dissolver-se na água da atmosfera, os outros 0,01% estão contidos nos seres
vivos).
chuva, produzindo ácido carbônico, facilitando a
erosão das rochas silicatadas, liberando os íons
 O ciclo de transformações do o2 por estes reservató-
cálcio e de bicarbonato.
rios (atmosfera, oceano e crosta terrestre), constitui o
chamado ciclo do o2 que é mantido por processos
 Nos oceanos, esses íons são assimilados por organismos
biológicos, físicos, geológicos e hidrológicos.
que os utilizarão para a construção de suas conchas
carbonatadas. Após a morte desses organismos, suas
 O ciclo do o2 está estritamente relacionado com o
conchas acumulam-se como sedimentos ricos em car-
ciclo do carbono, uma vez que o fluxo de ambos está
bonatos, que podem migrar para uma região onde a
associado aos processos fotossintéticos e respiratórios.
pressão e as altas temperaturas fundem parcialmente os
carbonatos. A formação de magma libera CO2 novamen-  As plantas terrestres usam o CO2 do ar como
te para a atmosfera por meio dos vulcões. combustível para a fotossíntese e liberam O2 para a
atmosfera. Já As plantas aquáticas usam carbonatos
dissolvidos na água e liberam o o2. Acontece exata-
mente o oposto com os animais que respiram O2 e
liberam CO2.

Fig. 31: ciclo geológico do carbono.


II. Amonificação:
 A ureia é um dos resíduos do metabolismo dos animais
(eliminada pela urina) é transformada em amônia por
bactérias do solo.

III. nitrificação:
 A amônia produzida, bem como a liberada pelos proces-

Fig. 32: os ciclos do O2 e do carbono estão interligados e sos de excreção de animais e decomposição, é convertida,
envolvem processos, como a fotossíntese e a respiração. no solo, em nitritos e nitratos, substâncias mais facil-
mente absorvidas e assimiladas pelas plantas.
Ciclo do Nitrogênio
IV. Disnitrificação:
 O nitrogênio é um gás encontrado em abundância no ar
 Nessa etapa, bactérias, denominadas desnitrificantes,
(cerca de 78%) na forma de N2, mas por ser pouco
retiram o nitrogênio de compostos nitrogenados, como
reativo quimicamente, permanece livre e não é facil-
nitrito e nitrato, e devolvem-no à atmosfera na forma
mente assimilado pelos seres. Também compõe as molé-
gasosa.
culas de proteína e os ácidos nucleicos das células,
sendo assim muito importante para todos os organis-
mos.

 Algumas plantas são capazes de fixar o nitrogênio do


ar, através da associação com algumas espécies de
bactérias ditas fixadoras, que vivem em nódulos nas
suas raízes. Essas plantas são do grupo das leguminosas,
como feijões, soja, lentilhas. Existem também bactérias
livres no solo que agem na transformação do N2 em
nitratos. Outro meio de fixação do nitrogênio na
natureza é através de raios. Vale ressaltar o papel das
bactérias no ciclo, pois atuam nas várias etapas.
Fig. 33: ciclo do nitrogênio.

 o ciclo do nitrogênio representa um fluxo de matérias e


energia que são constantes na natureza e essenciais 6. BIOGEOgrafia
para o equilíbrio dos ecossistemas. As etapas a seguir
 Biogeografia é a ciência dedicada ao estudo da distri-
facilitam a compreensão do processo global.
buição geográfica dos seres vivos no espaço através do

I. Fixação: tempo buscando entender os padrões de organização

 Bactérias fixadoras livres no solo ou associadas a espacial e os processos que levaram a tais disposições

raízes de leguminosas transformam nitrogênio do ar em biológicas.

amônia e nitratos.
 Esta ciência tem um aspecto multifacetado, englobando Austrália e Nova Zelândia.
conhecimentos de diversas outras ciências como bio-
VII. Região Oceânica:
logia, climatologia, geografia, geologia, ecologia e
 demais ilhas do oceano Pacífico.
ciência da evolução.

VIII. Região antártica:


 O tema central de estudos da biogeografia gira em
 correspondente ao continente e ao oceano com o
torno do estudo da evolução das espécies e o modo
mesmo nome.
como as diversas condições ambientais possíveis influem
no desenvolvimento da vida.
 Chama-se de região holártica (ou holártico) o
 As diversas regiões do planeta foram sendo gradual- conjunto resultante das regiões paleártica e neoártica.
mente mapeadas, pesquisadas e catalogadas. As princi-
 A classificação acima aplica-se a seres viventes em
pais divisões receberam o nome de "divisões biogeo-
terra firme ou seca. Em relação aos oceanos temos as
gráficas",
"regiões biogeográficas marinhas", que são definidas por
I. Região Paleártica: meio das correntes oceânicas ou ainda pelas zonas
 Compreende todo o continente europeu, norte climáticas, limites mais ou menos exatos para os seres
da África até o deserto do Saara, o norte da Península vivos marinhos. Modernamente temos a definição de
Arábica e toda Ásia ao norte do Himalaia, incluindo ecossistema marinho como a unidade de estudo dessas
China e Japão. grandes regiões biogeográficas.

II. Região neoártica:


 Toda a América do Norte, indo até a fronteira sul do
México.

III. Região neotropical:


 Estende-se do centro do México até o extremo sul
da América do Sul.

IV. Região Afro-tropical ou etiópica: Fig. 33: regiões biogeográficas.

 :compreende a África sub-saariana e os dois terços mais


ao sul da península arábica.

V. Região indo-malaia:
 composta pelo subcontinente indiano, sul da China,
Indochina, Filipinas e a metade Ocidental da Indonésia.

VI. Região Australiana:


 o restante mais a leste da Indonésia, ilha de Nova Guiné,
7. REFERÊNCIAS  Ciclo do carbono. Biologia Net. Disponível em:
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