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Material Teórico
Ecologia de populações
·
·Possibilitar a compreensão dos componentes envolvidos nas estruturas de populações naturais;
·
·Identificar os atributos demográficos intrínsecos às populações;
·
·Ensinar método de estimativa populacional;
·
·Apresentar os motivos que explicam as distribuições populacionais pelo globo terrestre;
·
·Explicar o que são e como funcionam os ciclos biogeoquímicos;
·
·Introduzir o conceito de capacidade suporte;
·
·Apresentar os diferentes tipos de interações ecológicas existentes nos ecossistemas naturais.
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Unidade: Ecologia de populações
Contextualização
Que as populações estão presentes em todo lugar do planeta Terra e são constituídas por
uma enorme diversidade de espécies não é mais novidade para você, não é mesmo? Com isso,
o conteúdo presente abordará o que de fato estrutura as populações em termos demográficos
e o que promove a distribuição dessas populações pelo nosso globo terrestre. Você já imaginou
no que o conhecimento sobre as populações pode contribuir para uma pessoa que pretende
gerir ambientalmente uma determinada área? Informações a esse respeito, bem como os
detalhes que estão relacionados com os processos de crescimento e declínio populacional
aguardam por você nesta Unidade.
Além do conteúdo teórico, dois vídeos irão permitir que se familiarize com a Ecologia de
populações e aprofunde seu conhecimento sobre esta entidade ecológica tão comum em
nosso dia a dia.
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Conceitos de Ecologia de populações
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Unidade: Ecologia de populações
Natalidade
Você já deve ter ouvido esta palavra naturalmente em sua vida. Natalidade é um termo
que expressa a quantidade de novos indivíduos de uma população em um dado período de
tempo. A produção desses novos indivíduos ocorre por meio de processos naturais como
nascimentos, postura de ovos ou fissão celular.
Fertilidade
No estudo de Ecologia de populações, entende-se por fertilidade a produção real de uma
população, sendo essa resultante do número de nascimentos bem sucedidos. Naturalmente
essas estimativas irão resultar em diferentes taxas de acordo com o organismo avaliado. Por
exemplo, uma ostra pode produzir de 55 a 114 milhões de ovos durante toda sua vida; os
peixes produzem milhares de ovos; anfíbios podem produzir centenas de novos indivíduos;
as aves botam de 1 a 20 ovos; e, por fim, dentro do grupo dos mamíferos, há fêmeas que
produzem de 1 a 10 indivíduos por ciclo reprodutivo.
Mortalidade
Primeiramente você deve saber que nem todo indivíduo chega ao fim de sua vida de forma
senescente, ou seja, nem todos morrem por processo natural de envelhecimento e morte.
Portanto, entende-se como mortalidade o número de indivíduos que morrem em um dado
período de tempo. Para tal, devemos considerar as mortes por predação, doenças e até mesmo
catástrofes naturais. É importante saber que uma simples área alagada por empreendimento
hidrelétrico pode aniquilar de uma só vez populações inteiras de diversas espécies.
Estudos realizados sobre a população humana indicam grandes variações nas expectativas
de vida. Analisando a idade média que as mulheres atingem em suas respectivas populações,
a variação é bastante considerada. Por exemplo, as mulheres da Roma antiga morriam com
aproximadamente 21 anos, enquanto as da Inglaterra no final do século XVIII não passavam
de 39 anos; já as mulheres norte americanas, da década de sessenta, viviam em média até
os 73 anos.
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Imigração e Emigração
Outros fatores diretamente relacionados com o tamanho populacional também devem ser
considerados. Dentre eles, você deve se lembrar das taxas de imigração e emigração que
exercem influência direta sobre o tamanho da população. Por imigração entende-se a taxa
daqueles indivíduos que foram acrescidos à população, ou seja, indivíduos que vieram de outras
populações. Já por emigração, entende-se a taxa daqueles indivíduos que estão deixando a
população de origem.
Densidade
Um fator importante e que diz muito sobre a relação entre a quantidade de indivíduos e a
área de vida do ambiente que irá suportar a população é a densidade. A densidade nada mais
é do que o número total de indivíduos por unidade de área. O Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) disponibiliza dados sobre a densidade demográfica da população brasileira
entre os anos de 1872 a 2010.
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Unidade: Ecologia de populações
Dinâmica populacional
De acordo com os conceitos inerentes à Ecologia de populações, você pode perceber que
existem inúmeros fatores relacionado às dinâmicas populacionais. Dentre esses fatores, a
distribuição dos indivíduos em um dado espaço geográfico possui destaque nas investigações
científicas.
Você até aqui aprendeu que o conjunto de indivíduos de uma mesma espécie em uma
mesma área geográfica forma uma população, a qual faz dessa área o seu habitat adequado. O
tamanho dessa população varia principalmente de acordo com a disponibilidade de alimento,
presença e quantidade de predadores e disponibilidade de recursos reprodutivos.
Observando as paisagens e buscando por diferentes populações, vemos que seus respectivos
habitats estão distribuídos como mosaicos. Podemos visualizar ambientes mais abertos, outros
com matas mais fechadas e maior umidade do ar, ambientes alagados entre tantos outros.
Cada um desses habitats na paisagem está distribuído em forma de mancha, onde nelas estão
contidas as populações. Para exemplificar, imagine como
se você estivesse navegando pelo Google Earth visualizando
todo o território brasileiro, deslizando o navegador você
poderá encontrar diversas manchas urbanas na paisagem,
representadas pelas cidades, ou seja, populações humanas.
Da mesma forma ocorre com as populações das demais
espécies, onde cada uma se distribui na paisagem naqueles
locais que de alguma forma subsidiam recursos alimentares
e reprodutivos para seus indivíduos.
Reprodução Google Earth
Porém, por outro lado, quando um habitat sofre degradação, a população pode chegar
a desocupar tal área da paisagem em busca de uma nova área mais promissora. A seguir, a
Figura 1 mostra a distribuição geográfica de um periquito - de - cauda -longa ameaçado de
extinção, que é endêmico das matas secas da bacia do rio Paranã, no Brasil Central. Repare
que de todo o território mundial, somente uma pequena porção de área distribuída em algumas
cidades de Goiás e Tocantins é adequada para ser ocupada por essa espécie.
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Figura 1. Distribuição geográfica de populações de Tiriba – de Pfrimer (Pyrrhura pfrimeri) no Brasil Central.
Fonte: Foto do site loromania.com e mapa de distribuição contido na dissertação de mestrado de Marcos Filipe Pesquero.
É importante que você saiba que para delimitar a distribuição geográfica de uma população,
deve-se considerar todas as áreas que são utilizadas pelos seus indivíduos. Na natureza, as
populações estão distribuídas de acordo com três tipos: distribuição agrupada, distribuição
aleatória e distribuição homogênea (Figura 2).
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Unidade: Ecologia de populações
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Estruturas populacionais
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II Guerra Mundial
Revolução Agrícola 5
Revolução Medicina 4
Revolução Transportes
Revolução Industrial 3
Surgimento Mercantilismo 2
Queda Surgimento Início das
de Roma do islamismo Cruzadas Peste bubônica
1
0
Ano 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000
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Unidade: Ecologia de populações
Extinções de populações
Você certamente já deve ter ouvido falar em extinção. Ela ocorre quando uma população
reduz muito o seu número de indivíduos, entrando em um estado de susceptibilidade a deixar
de existir. Portanto, é possível saber se uma população está ou não em processo de extinção
antes que ela de fato seja extinta. Para que possamos prever extinções naturais de populações,
ou seja, sem levar em consideração catástrofes ambientais, devemos obter dados ecológicos
referentes ao número de indivíduos dessas populações.
Além disso, é bastante importante que se conheça a proporção de machos e fêmeas e a
disponibilidade de recursos tanto alimentares quanto reprodutivos. Em geral, a taxa de extinção
é influenciada diretamente pelo número de indivíduos e pela disponibilidade desses recursos
ao longo do habitat. Em nosso planeta, muitas espécies foram perdendo aos poucos suas
populações e acabaram extintas do globo terrestre.
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Interações ecológicas
Desde a primeira Unidade, foi comentado com você o papel das interações ecológicas
para o funcionamento dos ecossistemas. Agora chegou o momento de aprofundarmos mais
esse conceito. Iremos começar com a definição. Entende-se por interação ecológica a
situação onde um organismo qualquer, em um dado momento, faz parte da vida do outro.
Basicamente, o que faz os organismos interagirem uns com os outros é a própria necessidade
de manterem-se vivos. Assim como de alguma forma nós, humanos, disputamos espaço para
nos inserirmos no aclamado mercado de trabalho, o que depois nos possibilitará comprar os
recursos essenciais para a nossa vida, os demais organismos também disputam diretamente
tais recursos, que devem suprir suas exigências alimentares e reprodutivas.
Por sua vez, todos os recursos em geral podem ser classificados em dois tipos: recursos
renováveis e não renováveis. Os recursos renováveis são aqueles que realizam seu ciclo
de composição e decomposição em curto espaço de tempo. Já os recursos não renováveis
são aqueles que demandam um longo prazo de tempo, em escalas superiores a milhares de
anos, para completarem seus ciclos.
Na Figura 4, exemplificamos duas situações contrastantes e divergentes. Ambas as fotos
representam interações ecológicas entre duas espécies, portanto, relações interespecíficas. Na
foto (A), um indivíduo da espécie de periquito (Pyrrhura pfrimeri) ameaçada de extinção se
alimenta de frutos disponibilizados por um indivíduo de outra espécie conhecida popularmente
como mangueira (Mangifera indica), fazendo um uso sustentável desse recurso. Por outro lado,
a foto (B) representa interações entre seres humanos e tubarões. Uma prática insustentável
que vem ameaçando essa espécie de extinção.
Figura 4. Comparação entre interação sustentável e insustentável. (A) Indivíduo de Pyrrhura pfrimeri se alimentando de manga.
(B) Barbatanas de tubarão cortadas para alimentação humana.
Fonte: foto (A) tirada por Marcos Filipe Pesquero (arquivo pessoal) e foto (B) por Creative Commons.
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Unidade: Ecologia de populações
Como mostrado na figura anterior, é possível perceber que existem diferentes tipos de
interações ecológicas. A seguir, iremos abordar cada um deles e explicar como ocorrem dentro
dos ecossistemas.
Predação
Entende-se por predação o ato pelo qual um indivíduo mata e se alimenta de outro indivíduo,
no caso, a presa. Os predadores têm um papel fundamental no equilíbrio de populações.
São considerados peças-chave para o controle populacional, evitando que haja desequilíbrios
causados por espécies que venham crescer exorbitantemente em número de indivíduos.
Para isso, predadores em geral dispõem de uma ágil mobilidade e sentidos aguçados
de audição, olfato e visão. Além disso, possuem fortes a afiados dentes, garras, ou bicos,
adaptados à caça.
Um exemplo fácil sobre o papel de regulação populacional promovido por predadores seria
o caso dos ratos que vivem nos esgotos das cidades. Em seu habitat natural, nas matas, muitas
espécies de gaviões, felinos, caninos e répteis são predadores naturais dos ratos (Figura 5).
Como nas áreas urbanas dificilmente se encontra essas espécies predadoras, as populações de
ratos crescem e tomam proporções extremas.
Figura 5. Coruja-das-torres (Tyto alba) predando um rato.
Como existe uma relação direta entre tamanho populacional de presas e de predadores, um
modelo que explica essa relação foi desenvolvido para facilitar a compreensão das flutuações
populacionais. O modelo é denominado Lotka-Volterra, como forma de homenagear os
cientistas que o desenvolveram. Ele prevê oscilações populacionais, bem como taxas de
crescimentos entre presa e predador. Ao observarmos a Figura 6, percebemos que quando
o número de predadores é elevado, o de presas tende a cair; e de forma inversa, quando o
número de predadores é baixo, o número de presas tende a aumentar.
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Figura 6. Ilustração do modelo de Lotka-Volterra. Flutuações inversamente proporcional entre tamanho populacional de presa e predador.
• Predador
• Presa
Tamanho
Populacional
tempo
A partir dessa relação predador-presa, podemos visualizar que existe um nível mínimo
capaz de suportar o crescimento populacional das espécies de predadores e que existe um teto
limite para o número de predadores que a população de presas pode sustentar.
Mutualismo
O termo mutualismo advém do conceito da palavra mútua, e significa uma interação entre
duas espécies onde ambas se beneficiam. As relações mutualísticas ocorrem naturalmente
e assumem diversas formas, mas, de forma geral, os indivíduos envolvidos em interações
mutualísticas tendem a suprir aqueles recursos ou serviços complementares de forma mútua.
Para exemplificar essa interação, existem vários exemplos: imagine os insetos que polinizam
as plantas e em troca consomem o néctar ou o pólen ofertado pelas flores; ou então, lembre
das bactérias que vivem nas raízes das plantas, proporcionando o nitrogênio em troca de
moléculas de carbono; ainda, lembre dos mamíferos ruminantes, como os bovinos, esses
mantêm bactérias em regiões específicas de seus estômagos, as quais promovem a digestão
da celulose contida no capim que eles não são capazes de digerir. Outra interação mutualística
envolvendo os bovinos, é a interação com a conhecida Garça-vaqueira (Bubulcus ibis), a qual
se alimenta e protege o gado contra os carrapatos parasitas (Figura 7).
Figura 7. Interação mutualística entre indivíduo de Garça-vaqueira (Bubulcus ibis), interessada em carrapatos de uma vaca a pastar.
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Unidade: Ecologia de populações
Parasitismo
Como no exemplo anterior, já foi citado os carrapatos como parasitas do gado, você já deve
ter percebido que esse tipo de interação ocorre quando um indivíduo de uma espécie consome
do indivíduo da espécie hospedeira aquele recurso necessário para sua vida.
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Material Complementar
Sites:
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/bio_ecologia/ecologia16.php
https://biomania.com.br/
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Unidade: Ecologia de populações
Referências
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Anotações
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