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Turístico
Terrestre
Transporte
Turístico
Terrestre
Transporte
Turístico
Terrestre
Rio de Janeiro
2008
TRANSPORTE TURÍSTICO TERRESTRE
Brasília/Rio de Janeiro 2006
Confederação Nacional do Comércio
Presidente: ANTONIO OLIVEIRA SANTOS
Turismo é uma atividade que deve processar recursos naturais, culturais e humanos
sem desgastá-los, de forma articulada e planejada, com a missão de atender às neces-
sidades e aos sonhos do turista, gerar lucro para o empresário, mas, principalmente,
promover o desenvolvimento sustentado local.
O setor do turismo recorre, cada vez mais, à cooperação e à criação de associações para
conseguir metas empresariais e comunitárias importantes.
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Confederação Nacional do Comércio
Esse estudo sobre o transporte turístico terrestre é um exemplar das ações que estão
sendo coordenadas pela CNC em prol do ordenamento do turismo, com a mobilização
das instituições empresariais representativas da atividade turística no País, reforçando
o importante papel do associativismo no desenvolvimento do turismo nacional.
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Transporte Turístico Terrestre
O competente grupo de trabalho que assina o estudo, foi coordenado por Martinho
Ferreira de Moura, líder empresarial do segmento de Transporte de Fretamento e
Turismo, incansável defensor de políticas de fomento ao turismo brasileiro e presidente
da Associação Nacional de Transportadores de Turismo e Fretamento – ANTTUR. Estas
credenciais não só validam a análise como também asseguram a legitimidade e a
seriedade das propostas do documento.
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Confederação Nacional do Comércio
No início dos anos 90, preocupados com o estado da infra-estrutura rodoviária no Brasil,
iniciamos a Pesquisa Rodoviária CNT, que ano após ano, vem revelando à sociedade as
precárias condições das estradas e a falta de segurança das vias brasileiras.
Nossa luta é determinada e incansável tanto para a recuperação das rodovias quanto
pela aplicação dos recursos da CIDE nas estradas, tal como designado pelo legislador.
Esta batalha sempre contou com incondicional apoio dos transportadores turísticos e
agora tem a adesão dos demais agentes turísticos, igualmente vítimas das péssimas
condições de trafegabilidade das rodovias.
Espero que não apenas a Pesquisa Rodoviária, mas estudos como este possam ser
gerados, comprovando a importância e o impacto sócioeconômico da alocação de recur-
sos em recuperação, conservação e construção de rodovias, paralisando o efeito
multiplicador da falta de investimentos públicos e conduzindo nosso País para uma
nova era de progresso e prosperidade.
CLÉSIO ANDRADE
Presidente da Confederação Nacional do Transporte – CNT
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Transporte Turístico Terrestre
A Organização Mundial do Turismo afirma que 75% dos fluxos turísticos mundiais são
de âmbito intra-regional, ou seja, a maior parte dos fluxos turísticos se produzem
dentro da própria região turística.
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Transporte Turístico Terrestre
CAMINHOS DE CONVERGÊNCIA
DO TURISMO RODOVIÁRIO
A análise cuidadosa dos reais aspectos causadores da forte retração e até mesmo do
quase desaparecimento das consagradas e concorridas viagens especializadas de turis-
mo por ônibus, não fugiram ao rigoroso crivo de nossa dedicada análise crítica.
Estimulados pela vigorosa motivação levantada pela criação recente dos novos “Rotei-
ros Turísticos do Brasil”, desenvolvidos pelo Ministério do Turismo, o trabalho ganhou
corpo para o desenvolvimento de uma pesquisa efetivamente realista, deixando claro o
real patamar em que o modal estudado se encontra, vítima das inóspitas condições que
lhe são impostas principalmente pelo sério e extremamente lamentável estado em que
se encontram as rodovias em todo o país.
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Confederação Nacional do Comércio
Podemos afirmar que o tema foi amplamente pesquisado, deixando ao final, uma
encorajadora esperança de que as contribuições, que vimos permanentemente ofere-
cendo nas discussões que envolvem o segmento, contarão com o devido empenho em
prol do desenvolvimento constante do turismo rodoviário, por parte dos organismos
interessados em reconhecer sua força e importância.
Para todos aqueles que entendem o turismo em suas várias vertentes, como força
motriz de uma moderna nação, dedicamos o estudo que ora apresentamos.
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Transporte Turístico Terrestre
A CBTUR/CNC, fórum do setor privado, atua como um núcleo de inteligência para, com
perspicácia, ver o turismo de forma macro, fomentando e formulando propostas em
prol do ordenamento do turismo nacional, com uma agenda de trabalho comum a todos
os seus membros.
A CBTUR/CNC busca manter uma pauta de trabalho bastante atualizada frente às ações
empresariais do setor turístico nacional, seja em decorrência do estreito relacionamento
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mantido com os órgãos governamentais que atuam, de forma direta ou indireta, com o
desenvolvimento da cadeia produtiva do turismo nacional, seja através da análise emana-
da pelos protagonistas do setor turístico.
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Confederação Nacional do Comércio
Em sua primeira reunião,2 o GTTT fez uma análise elementar do histórico do Turismo
Terrestre no Brasil, com base em depoimentos e em dados relativos à operação
daquela modalidade de transporte, detectando os principais entraves existentes, assim
como as ferramentas que poderiam ser utilizadas para a eliminação dos mesmos.
O objetivo macro dos participantes daquela reunião3 consistiu em obter elementos que
viessem a definir as prioridades de atuação da CBTUR/CNC para a consecução do
incremento do Turismo Terrestre
Terrestre, assim como o de definir e priorizar as ações que
deveriam ser executadas pelo GTTT.
Durante seis meses o GTTT desenvolveu ações diversas em prol da obtenção de dados
relativos ao Transporte Turístico Terrestre, consubstanciando os estudos necessários
para a elaboração de um roteiro de programas e ações que viessem a viabilizar a
expansão do Turismo Terrestre no país.
1 4ª Reunião da Câmara Empresarial de Turismo da Confederação Nacional do Comércio, realizada na cidade de Brasília-DF, no
edifício sede da CNC, em 26 de abril de 2005.
2 1ª Reunião do Grupo de Trabalho de Turismo Terrestre (GTTT), realizada em 21 de junho, às 15:00 horas, na sede da CNC, sito
à Avenida General Justo, 307, 4º andar, Castelo, na cidade do Rio de Janeiro-RJ.
3 Norton Luiz Lenhart – Coordenador da CBTUR/CNC e Presidente da FNHRBS; Martinho Ferreira de Moura – Presidente da
ANTTUR e Coordenador do GTTT; Roberto Dultra – Presidente da BITO; Sávio Neves – Presidente da ABOTTC; Carlos Faustino
– Diretor Executivo da ABLA; Rosangela Barili Alves – Diretora da Operadora CVC Turismo (convidada); Walter Sabino – Diretor
da Operadora Urbi et Orbi (convidado); Antonio Henrique Borges de Paula – SENAC Nacional; Lirian Sousa Soares – OPELEGIS
Consultoria Empresarial; Orlando Spinetti – Divisão Jurídica da CNC; Carmen Inês Garcia, Humberto Figueiredo e Marineide
Oliveira – Câmaras do Comércio da CNC e Márcia Tuna – Imprensa.
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Transporte Turístico Terrestre
Este documento é o relato das conclusões obtidas pelo GTTT. Apresentando uma análise
estrutural do Transporte Turístico Terrestre, ao mesmo tempo em que faz ponderações
quanto às ações que devem ser adotadas em prol do incremento desse segmento, estabe-
lece a importância que o mesmo possui para o desenvolvimento do turismo do Brasil.
4 2ª Reunião do Grupo de Trabalho de Turismo Terrestre (GTTT), realizada em 14 de dezembro de 2005, às 10:00 horas, na sede
da ANTTUR – Associação Nacional dos Transportadores de Turismo e/ou Fretamento, sito à Avenida Graça Aranha, 326, 8º
andar, Centro, na cidade do Rio de Janeiro-RJ.
5 Martinho Ferreira de Moura – Presidente da ANTTUR e Coordenador do GTTT; Alberto de Camargo Vidigal – Presidente da ABLA;
Sávio Neves – Presidente da ABOTTC; Carlos Alberto Amorim Ferreira – Vice-Presidente da ABAV; Virgilio N. S. Carvalho –
Consultor de Turismo e Hotelaria; Marisa Gemma Barbosa Gomes – Advogada da ANTTUR; Humberto Figueiredo – CBTUR/CNC.
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Transporte Turístico Terrestre
Todo esse espectro de ofertas naturais e culturais sempre foi o grande atrativo para os
turistas que utilizam o transporte terrestre. Eles caracterizam-se como os turistas que
buscam, dentre outros, o denominado “turismo de experiências”, pois desejam vivenciar,
passo a passo, o local visitado, sem o usual corre-corre existente nas excursões aéreas.
Outro aspecto bastante considerado por esse tipo de turista é a possibilidade de aliar ao
prazer da viagem turística a oportunidade de vivenciá-la junto a seus familiares, nas já
conhecidas “viagens da família”,, que permitem que todos os familiares/viajantes des-
frutem, conjuntamente, de todas as atividades e eventos previstos, congregando e
fortalecendo os relacionamentos de avós, netos, pais, filhos e irmãos.
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Da mesma forma, os grupos que compõem a “Melhor Idade” (os que possuem mais de 60
anos de idade) buscam nas viagens terrestres a oportunidade de obter um maior contato
humano, amenizando o sentimento de solidão que acomete a muitos dos idosos. Durante
as viagens terrestres, já que permanecem unidos durante todo o tempo, indo aos mesmos
lugares e fazendo os mesmos programas, é que acabam por estabelecer novas amizades,
que muitas vezes permanecem duradouras, mesmo após o final da viagem.
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Transporte Turístico Terrestre
O modelo adotado pelo Ministério do Turismo está voltado para o interior dos municí-
pios do Brasil, para as suas riquezas ambientais, materiais e patrimoniais e para a sua
população. Propõe-se alcançar esse propósito pela gestão compartilhada, construída a
partir das especificidades locais, com enfoque no desenvolvimento regional, de modo a
chegar à oferta de produtos e serviços diversificados e qualificados, tal como exigidos
pelos mercados nacional e internacional.
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Transporte Turístico Terrestre
A partir desse universo foi feita a seleção das regiões turísticas que estavam em um
estágio mais avançado de desenvolvimento para serem apresentados na primeira edi-
ção do Salão do Turismo – Roteiros do Brasil, realizada em junho de 2005.
A segunda edição do Salão do Turismo, no ano de 2006, apresentou 396 roteiros turís-
ticos ao País, envolvendo 1.027 municípios e 149 regiões turísticas. Desses 396 roteiros,
um total de 87, contemplando 474 municípios, está sendo trabalhado para a obtenção de
um padrão internacional de qualidade. Este é o foco do Ministério do Turismo.
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Confederação Nacional do Comércio
Mas como os turistas poderão fazer o percurso desses roteiros turísticos? Como acessar
todas as riquezas ambientais, materiais e patrimoniais desses itinerários? O transporte
terrestre é a única resposta a essas perguntas! O trajeto entre os atrativos turísticos
municipais que formam o roteiro turístico só ocorrerá ancorado no transporte terrestre.
Neste contexto, observamos que o transporte terrestre será de vital importância para a
operacionalização de todos aqueles roteiros turísticos, pois, mesmo que os acessos
iniciais sejam feitos por via aérea, o percurso do roteiro turístico somente é possível
com o uso do transporte terrestre.
A movimentação dos turistas por todos esses roteiros é um grande gerador de oportunida-
des na exploração de nossas potencialidades turísticas e exigem uma ação conjunta de
todos os segmentos que compõem a cadeia produtiva do turismo nacional, em uma união
constante com o Governo Federal, através do Ministério do Turismo e de seu Conselho
Nacional do Turismo.
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Transporte Turístico Terrestre
O TURISMO TERRESTRE
E O RESGATE DO TURISMO INTERNO
Os novos Roteiros do Brasil, hoje trabalhados nas diversas regiões do País, estimulam
o renascer das competitivas e concorridas viagens turísticas realizadas através das
excursões rodoviárias, antes tão praticadas pelos diversos setores da vida nacional.
Com a oferta de roteiros turísticos, abrangendo boa parte de nossos inúmeros atrativos,
poderemos estabelecer o ressurgimento de nossas potencialidades regionais por meio
da atividade turística.
Roteiro turístico bem elaborado, com a oferta de serviços de alta qualidade, é o primei-
ro passo para que possamos fortalecer o turismo interno em nosso País, a fim de que
se tornem, também, em curto tempo, atrativos internacionais.
Nosso potencial turístico nos permite olhar para um breve futuro e vislumbrar nossa
transformação em grande potência turística.
Atualmente, há uma crescente procura por destinos na América do Sul, inclusive pelo já
concorrido segmento de turismo de negócios.
No caso específico do Brasil, não temos problemas com ações terroristas, com seguran-
ça internacional, com endemias ou epidemias de doenças contagiosas, com fluxo de
imigrantes ilegais ou outros fatos que criem um ambiente hostil à prática da atividade
turística. Vale salientar, também, a maior diversidade de atrativos que é oferecida por
nosso país, frente aos seus concorrentes, criando ao turista a singular flexibilidade de
optar por dois ou mais atrativos distintos. Essa variedade de atrativos é perfeita e
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facilmente atingível por meio das transportadoras turísticas que, hoje, possuem os
melhores equipamentos do mundo, com um alto padrão de conforto e modernidade.
Observa-se, ainda, uma crescente conscientização por parte dos governos municipais para
a importância do turismo no desenvolvimento local – vide pórticos de entrada nas cida-
des, postos de informações turísticas, sinalização turística, mapas e folhetos informativos,
treinamento de mão-de-obra especializada, flexibilização dos horários comerciais de lojas
e centros comerciais, captação e promoção de eventos turísticos, concessão e facilidades
nas alíquotas de impostos para empreendedores de apoio à atividade turística etc.
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Para se obter uma resposta concreta de todo esse processo de geração de oportunida-
des e de melhoria da qualidade de vida da localidade é fundamental que ocorra uma
afinada integração entre os componentes do setor turístico.
Toda a cadeia produtiva do turismo local deve estar afinada, pois necessita apresen-
tar um mesmo nível de qualidade na prestação de serviços, de forma que o produto
seja uniforme. Um único produto ou serviço que se apresentar aquém das expectati-
vas do visitante fará com que o padrão daquele roteiro turístico seja considerado
abaixo do esperado.
Por todo o acima exposto, torna-se de capital importância que o fortalecimento do Turis-
mo Terrestre conte com o integral apoio do Governo, em todas as suas instâncias, e da
iniciativa privada.
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Há uma série de fatores que contribuiu para o decréscimo da demanda então existente
em 1985. Poderia se fazer um largo relato estabelecendo um parâmetro das atuais
condições técnicas, legislativas e financeiras existentes com as condições então obser-
vadas naquela década de 1980. E algumas dessas condições ainda se mantiveram
durante a década de 1990.
6 Considerando-se os dados da ANTTUR – fonte do gráfico acima – relativo à evolução da demanda, observa-se o ano de 1985
como o ano-ápice.
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Mesmo que a proposta desse documento não seja a de fazer um resgate histórico do
modal rodoviário, vale fazer algumas menções contextuais, de forma a melhor visualizar
o cenário do Turismo Terrestre
Terrestre, modal rodoviário.
Uma redução similar foi observada, ainda, nos circuitos internacionais. Os circuitos
mais longos, como os que envolviam os lagos andinos e o denominado pan-americano,
em decorrência dos altos custos de operação, foram extintos.
7 Entrevistas realizadas com o Sr. Valter Sabino, da Operadora Turística Urbi et Orbi; e com a Sra. Rosangela Barili, da Operadora CVC.
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Transporte Turístico Terrestre
As atuais ofertas ainda refletem, em grande parte, aquelas antigas ofertas observadas
em meados da década de 1980 e início da década de 1990.
Pesquisa realizada pela ANTTUR com as principais operadoras turísticas do País, revela
que apesar da diversidade de nossos atrativos turísticos, há, basicamente, a comercialização
de 15 destinos nacionais quando se considera o transporte terrestre.
Na tabela da página seguinte, quando é feita a menção ao roteiro “Quatro Bandeiras”, refere-
se ao pacote turístico que oferece passeios por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Merece ainda consideração o fato de que há poucas operadoras turísticas que desen-
volvem esse tipo de produto turístico. Agrega-se também à essa escassez de oferta
de produtos, a dificuldade de se encontrar terminais turísticos rodoviários aptos a
receber o embarque e o desembarque de passageiros de forma adequada.
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Fonte: ANTTUR.
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A CONCORRÊNCIA ESTABELECIDA
PELO MODAL AÉREO
A última metade da década de 1980 foi marcada pela adoção de uma política gover-
namental em prol do incremento da malha aérea brasileira frente ao crescimento da
participação das companhias aéreas internacionais no mercado turístico brasileiro. Na
tentativa de assegurar uma maior fatia de mercado para as companhias aéreas nacio-
nais nos fluxos turísticos emergentes, o Governo estabeleceu novos paradigmas para o
funcionamento daquelas companhias.
Observou-se uma significativa redução nas alíquotas de impostos incidentes sobre ati-
vidades e bens de consumo das companhias aéreas. Os benefícios concedidos unilate-
ralmente ao transporte aéreo podem ser considerados como o mais vital dos fatores
observados na decadente história do Turismo Terrestre
Terrestre.
8 Essas alíquotas, por serem de competência estadual, diferenciam-se em cada uma das Unidades da Federação.
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Esse tratamento diferenciado fez, por exemplo, com que o custo de um pacote turístico
para a cidade de Caldas Novas – GO fosse de R$ 123,00 para o transporte aéreo (com
percurso realizado em uma hora) e de R$ 120,00 para o transporte terrestre (com
percurso realizado em 12 horas).9 Ainda nessa direção, o ICMS no transporte aéreo de
passageiros foi reduzido a zero, enquanto se observa uma incidência, desse imposto em
referência, na ordem de 18% para o transporte rodoviário.
Assim, a redução observada nos custos dos pacotes turísticos aéreos é o principal fator
a ser considerado quando da análise do turismo terrestre em nosso País, pois isso criou
uma direta concorrência com os pacotes turísticos terrestres então comercializados.
9 Valores relativos a pacotes turísticos comercializados em junho de 2005, com saída da cidade de São Paulo-SP.
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Os principais pontos críticos apontados pela pesquisa realizada pela Confederação Naci-
onal do Transporte referem-se a “defensas destruídas”, “erosão na pista”, “buraco
grande”, “queda de barreira” e “ponte caída”.
Um ano depois, a Lei 10.636, de dezembro de 2002, definiu como objetivos essen-
ciais da CIDE a redução do consumo de combustíveis automotivos, o atendimento
mais econômico da demanda de transporte de pessoas e bens, a segurança e o
conforto dos usuários, a redução do tempo de deslocamento dos usuários do trans-
porte público coletivo e a melhoria da qualidade de vida da população.
Apesar da destinação dos recursos arrecadados com a CIDE serem, legalmente, para
investimentos na infra-estrutura de transportes, apenas 31,4% (R$ 10,8 bilhões) da
arrecadação foi investido em transporte pela União. Lamentavelmente, o restante desses
recursos (68,6%) foi utilizado como permuta de antigas dotações orçamentárias financia-
das por impostos e, essencialmente, na formação de superávit primário do Governo.
O montante total relativo à arrecadação bruta com a CIDE, desde 2002 – o ano em que
se iniciou a sua cobrança – até julho de 2006, foi de R$ 34,51 bilhões.
1 0 Custo de out/01 divulgado pelo DNER e corrigido pelo IPCA até agosto/2005 (40,12%).
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Transporte Turístico Terrestre
Acompanhamento da Cide
Ano Arrecadação Bruta Investimentos Percentual Investido
em Transporte em Transporte
2002 7.241,00 1.751,41 24,2%
2003 7.504,00 1.115,92 14,9%
2004 7.669,00 1.396,11 18,2%
2005 7.680,00 4.702,18 61,2%
2006 4.418,00 1.880,40 42,6%
Totais 34.512,00 10.846,02 31,4%
Fonte: Boletim Econômico - CNT, Confederação Nacional do Transporte (atualizado em agosto/2006)
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Transporte Turístico Terrestre
CUSTO OPERACIONAL
DO TRANSPORTE TERRESTRE
O precário estado de conservação das rodovias nacionais é um dos fatores que, atual-
mente, mais colaboram para a redução do fluxo turístico terrestre.
Da mesma forma, a vida útil dos veículos de locação utilizados para o transporte de
passageiros e turistas em nossas rodovias passou a ser bem menor que a média
anteriormente utilizada.
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Confederação Nacional do Comércio
Os dados da planilha acima refletem a constatação de que o custo dos pedágios das
principais rodovias nacionais é um dos fatores que também elevam, consideravelmen-
te, a tarifa cobrada dos turistas usuários do transporte turístico terrestre. O pedágio
pode representar 12% do valor total do frete do veículo. Mesmo em circuitos curtos,
esse valor é bastante considerável. Em um trajeto entre as cidades de São Paulo e a
cidade de Barretos os gastos são da ordem, aproximada, de R$ 520,00 em pedágios.11
11 Gastos relativos aos valores cobrados pelos postos de pedágios no mês de agosto de 2006.
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Transporte Turístico Terrestre
Essas observações se baseiam no fato de que na maioria dos países da Europa, assim
como nos Estados Unidos, na África do Sul e em alguns países asiáticos, o turismo
terrestre – tanto no modal rodoviário quanto o ferroviário – se desenvolveu muito bem
e continua crescendo.
Isso nos leva a crer que o Brasil também poderá se beneficiar muito dessas modalida-
des de turismo.
Assim, por todo o anteriormente exposto, é extremamente necessário que seja criada,
de imediato, uma “força tarefa”, no sentido de que o Governo destine, o quanto antes,
recursos da CIDE para a recuperação da malha rodoviária do País, reconhecida nacio-
nalmente como em deplorável estado, o que se constitui em uma das razões preponde-
rantes para um maior êxito à já consagrada iniciativa do Ministério do Turismo que é
a Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil.
Essa “força tarefa” deve ter, em harmonia com os objetivos do Programa de Regionalização
– Roteiros do Brasil, a missão de desenvolver diretrizes para uma campanha nacional
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A seguir, destacamos algumas das ações que consideramos primordiais para a elimina-
ção dos entraves ao desenvolvimento do transporte turístico terrestre.
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Transporte Turístico Terrestre
Custos Operacionais
Redução dos percentuais de impostos e taxas incidentes sobre cada uma das atividades
que compõe a planilha de custos do transporte turístico terrestre, tanto no modal
rodoviário quanto no modal ferroviário.
Gerar legislação que reduza o custo dos pedágios das principais rodovias nacionais para
os veículos de transporte turístico terrestre.
Legislação Aplicada
Adequação da legislação pertinente ao transporte turístico terrestre de passageiros,
junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), com o objetivo de eliminar
os entraves acima apontados, favorecendo, assim, a expansão do setor.
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